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03 de Junho de 2024

ECONOMIA

Infomoney - SP   03/06/2024

Os dados da inflação americana medidos pelo PCE (índice preços de gastos com consumo, na sigla em inglês) ficaram um pouco abaixo do esperado, mas a visão do mercado é que os dados ainda não dão conforto suficiente para que o Fed (Federal Reserve, o bc americano) inicie a redução dos juros.

O núcleo do PCE subiu 0,2% em abril ante março, abaixo dos 0,3% esperados. Em 12 meses, ficou em 2,8%. O índice cheio ficou em 0,3% na variação mensal e 2,7% na anual. A notícia deu um alívio nas taxas dos títulos americanos. As treasuries de dez anos chegaram a ser negociadas abaixo de de 4,5% nesta sexta.

Na avaliação dos economistas, apesar da inflação ter ficado abaixo do esperado, os preços, em especial de serviços, se mostram resistentes, o que dificulta o PCE chegar no almejado pela política monetária americana.

Na visão dos analistas do Morgan Stanley, a inflação no atual patamar mostra que no quarto trimestre o núcleo do PCE deve atingir 2,7%, acima dos 2,8% esperados pelo Fed. O núcleo é a medida de inflação preferida do Fed e exclui variações de preços de alimentos e energia, considerados mais voláteis.

“Quando o Fed elabora o seu resumo das projeções econômicas para junho, as surpresas ascendentes no primeiro trimestre incentivarão alguns participantes a ajustarem suas expectativas quanto ao ritmo da política monetária– com base no recente discurso do Fed, pensamos que o a expectativa média de três cortes passará para dois”, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira.

A próxima decisão do Fed será anunciada em 12 de junho e os juros deverão ser mantidos na faixa entre 5,25% ao ano e 5,50%. No entanto, os analistas esperam mudanças nas projeções da autoridade monetária americana para calibrarem as expectativas de corte.

De acordo com os dados do CME Fedwatch, as apostas entre manutenção na reunião de setembro estão equilibradas entre manutenção e um corte de 0,25 ponto percentual.

Já Francisco Nobre, economista da XP, ressalta que embora o núcleo do PCE em 12 meses tenha passado de 2,81% em março para 2,75% em abril, houve uma elevação nos dados dos últimos seis meses anualizado, com o índice ficando em 3,2%, o maior valor desde julho de 2023. A avaliação é que o espaço para o corte de juros começa apenas em dezembro.

“Acreditamos que os dados são consistentes com o nosso cenário base de que a Fed deverá começar a cortar as taxas em dezembro. Mesmo com os dados de abril a tornarem-se mais benignos, a sequência de dados publicados no primeiro trimestre elevou a barra para o início do ciclo de flexibilização”, explicou.

Para Andressa Durão, economista da Asa Investments, o núcleo de inflação em 0,25% não é compatível com um corte de juros no curto prazo. O ideal seria os números rodarem em torno de 0,20%.

“É uma taxa que ainda consideramos elevada, insuficiente para que o Fed se sinta confortável em iniciar o ciclo de corte de juros. O Fed quer ver números ao redor de 0,20% nas próximas divulgações para garantir confiança na desaceleração da inflação. No nosso cenário, a inflação continuará rodando em taxas elevadas”, disse.

IstoÉ Online - SP   03/06/2024

Apesar de moderar levemente os ganhos ao longo da tarde, o dólar encerrou o dia em alta firme no mercado doméstico, destoando do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior. Dados de inflação nos EUA em linha com o esperado sugeriram espaço para corte de juros pelo Federal Reserve neste ano e levaram à redução das taxas dos Treasuries.

Além do aumento crescente de prêmios de risco locais associados à taxa de câmbio, diante da percepção de piora do quadro fiscal e de desancoragem das expectativas de inflação, questões técnicas ajudam a explicar o tombo do real hoje. Operadores citam a disputa pela formação da última taxa ptax de maio, na primeira etapa de negócios, e a rolagem e a cobertura de posições típicas de fim de mês.

Houve também relatos de remessas de recursos para fora por parte de grandes investimentos estrangeiros, com efeitos turbinados pela liquidez mais reduzida no segmento spot, num pregão espremido entre o dia de Corpus Christi ontem e o fim de semana. Além disso, a baixa do minério de ferro, com dados fracos de atividade na China, prejudicou o Ibovespa e ajudou a jogar o dólar para cima.

Com máxima a R$ 5,2585, o dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira, 31, em alta de 0,81%, cotado a R$ 5,2508, maior valor de fechamento desde 16 de abril (R$ 5,2688). Em razão dos ganhos de 1,60% nesta semana, a divisa encerra o mês com valorização de 1,13%.

O real apresentou hoje e em maio o pior desempenho entre as divisas emergentes e de países exportadores de commodities relevantes. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma desta de seis divisas fortes, o índice DXY terminou a semana com ligeira queda e acumulou baixa de mais de 1,5% no mês.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma que há uma “certa indigestão disseminada” em relação aos ativos domésticos que prejudicou o real ao longo de maio. Borsoi atribui o mau humor do mercado a um combo formado por números fiscais recentes abaixo do esperado, piora das expectativas de inflação, que deve ser reforçada pelo Boletim Focus na segunda-feira, e ruídos em torno da condução da política monetária.

“Boa parte da pressão no câmbio hoje se deveu à Ptax e à liquidez reduzida. Teve um grande player internacional remetendo recursos, o que deu uma distorcida na taxa”, afirma Borsoi. “Independentemente da questão da Ptax, não tinha espaço para o real melhorar em relação aos pares com essa indigestão com os ativos domésticos”.

No exterior, o indicador mais aguardado na semana, o índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) veio em linha com o esperado em abril (0,3%). Já o núcleo – que exclui itens voláteis como alimentos e energia – subiu 0,2%, abaixo do esperado (0,3%). Ontem, foi divulgado que a segunda leitura do PIB do EUA no primeiro trimestre mostrou alta de 1,3% (taxa anualizada), enquanto a expectativa era de avanço de 1,6%.

Monitoramento do CME Group mostra que as chances de o Fed reduzir os juros em setembro estão pouco acima de 50%. Houve leve avanço das apostas em corte total de 50 pontos-base da taxa básica neste ano, mas uma redução de 25 pontos-base ainda segue sendo a mais provável.

Para o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, a tendência é de uma perda de força global do dólar ao longo de junho, com dados de inflação nos EUA e atividade mais amenos reduzindo a pressão sobre as taxas dos Treasuries.

“Moedas de países emergentes como o Brasil tendem a se beneficiar. Obviamente, as questões domésticas, principalmente as incertezas fiscais, limitam o processo de apreciação do real”, afirma Costa, que vê a taxa de câmbio oscilando na faixa entre R$ 5,10 e R$ 5,15 ao longo de junho. “Tivemos um fechamento de maio com maior pressão sobre o real, mas, do ponto de vista dos fundamentos, faz sentido um câmbio mais apreciado”.

Segundo o economista-chefe da Monte Bravo, as sinalizações mais duras do Banco Central, com possibilidade até de interrupção do processo de corte de juros em junho, podem favorecer a moeda brasileira, ao manter um diferencial de juros interno e externo atraente para os investidores. “As taxas de juros estão com bastante prêmio e podem favorecer investimentos em renda fixa”, diz.

Para Borsoi, da Nova Futura Investimentos, a atratividade das operações de carry trade é comprometida neste momento pela “reprecificação” dos ativos domésticos em razão do aumento da percepção de risco em torno da política econômica do governo Lula. “Isso quebra a correção tradicional entre manutenção de juros mais altos e apreciação do câmbio”, diz.

Infomoney - SP   03/06/2024

A atividade industrial da China recuou de forma inesperada em maio, mantendo vivos os pedidos por novos estímulos estatais, uma vez que a prolongada crise imobiliária na segunda maior economia do mundo continua pesando sobre a confiança das empresas, dos consumidores e dos investidores.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial do setor industrial caiu para 49,5 em maio, ante 50,4 em abril, informou o National Bureau of Statistics (NBS) nesta sexta-feira, abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da contração, e abaixo da previsão dos analistas de 50,4.

O número decepcionante se soma a uma série de indicadores recentes que mostram que a economia chinesa está tendo problemas para se reerguer, corroendo o otimismo anterior visto após dados de produção e comércio melhores do que o esperado.

“Acho que os dados refletem particularmente a demanda doméstica fraca, o setor imobiliário continuou piorando e as vendas no varejo não foram fortes”, disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.

“A leitura de maio pode indicar um ponto temporário. Provavelmente veremos uma melhora em junho, quando as novas políticas governamentais começarem a ter impacto, como o plano de resgate de propriedades e a emissão de títulos soberanos especiais”, acrescentou.

Os subíndices do PMI para novos pedidos voltaram a se contrair depois de dois meses de crescimento, enquanto o nível de emprego seguiu diminuindo.

Os problemas no setor imobiliário têm tido um impacto negativo em amplas áreas da economia chinesa e desacelerado os esforços de Pequim para mudar seu modelo de crescimento mais para o consumo interno do que para o investimento fomentado por dívidas.

No mês passado, as vendas no varejo tiveram o crescimento mais lento desde dezembro de 2022, enquanto os preços das novas residências caíram pela taxa mais rápida em nove anos, o que sugere que é muito cedo para dizer se a economia chinesa finalmente se recuperou.

Na quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional revisou para cima sua previsão de crescimento da China em 0,4 ponto percentual, para 5% em 2024 e 4,5% em 2025, mas alertou que o setor imobiliário continua sendo um risco importante para o crescimento.

A China divulgou neste mês medidas “históricas” para estabilizar o mercado imobiliário, mas os analistas afirmam que elas estão aquém do que é necessário para uma recuperação sustentável.

Veja - SP   03/06/2024

O governo realizou, nesta semana, um seminário para marcar os “200 anos de amizade Brasil-Estados Unidos”. No encontro, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, apresentou dados que mostram a evolução das relações comerciais com os americanos.

De acordo com Tatiana, os Estados Unidos são o país para o qual o maior número de empresas brasileiras exportam. Só neste ano, as exportações brasileiras ao parceiro comercial já superam os 12,7 bilhões de dólares.

“Nós costumamos dizer que os Estados Unidos são o primeiro parceiro econômico do Brasil, se nós somarmos comércio de bens, serviços e investimentos. Os Estados Unidos são o principal destino das nossas exportações de produtos manufaturados”, diz Tatiana.

Os EUA compram do Brasil, por exemplo, aço, aeronaves, máquinas e equipamentos para construção e mineração, ferro-gusa, café em grão, suco de frutas, madeira trabalhada, cal, cimento e materiais para construção, motores de pistão, geradores elétricos e elementos químicos inorgânicos.

Infomoney - SP   03/06/2024

A Moody’s prevê alta de 2,0% no PIB do Brasil em 2024, e 2,2% em 2025. Em relatório, a agência aponta que a economia real brasileira cresceu 2,9% em 2023, uma queda modesta em relação aos 3,1% em 2022, mas acima do consenso de mercado no início do ano passado para uma expansão de pouco menos de 1%. Os fatores cíclicos de 2023 irão se dissipar em 2024, à medida que a forte produção agrícola e de mineração, o estímulo fiscal e o consumo dinâmico diminuírem num contexto de taxas de juros relativamente elevadas, avalia.

“No entanto, esperamos que as reformas estruturais macroeconômicas e microeconômicas ao longo dos últimos anos – incluindo o reforço da independência do banco central, a melhoria da governança das empresas públicas, bem como as reformas fiscais e trabalhistas – mantenham o crescimento em torno de 2% em 2024-25 e acima dos 1,5% de média entre 2010-19”, afirma a Moody’s. Os planos de investimento em infraestruturas também aumentam o potencial de crescimento a longo prazo, embora os seus efeitos levem tempo para se materializar e dependam da superação das restrições fiscais e da atração de investimento privado, pondera a agência.

O Banco Central continuará aliviando gradualmente a sua política monetária restritiva num contexto de desaceleração do crescimento e desinflação, projeta.” A inflação global anual e a inflação subjacente atingiram 3,7% e 2,9% em abril, descendo de forma constante desde os seus picos de meados de 2022 e apresentando uma tendência de descida. Na reunião de maio, o BC reduziu a Selic em 25 pontos base, para 10,50%, pela sétima redução consecutiva, descendo do pico cíclico de 13,75% em julho passado. Embora sejam prováveis cortes adicionais, o banco central provavelmente irá abrandar o seu ritmo”, diz a Moody’s. Independentemente disso, as taxas de juro reais provavelmente permanecerão relativamente restritivas e a inflação oscilará na metade superior do intervalo-alvo de 1,5%-4,5% do banco central até o próximo ano, conclui.

O Estado de S.Paulo - SP   03/06/2024

Como escola filosófica, o pragmatismo surgiu nos Estados Unidos, no início do século 20, e até hoje pauta as ações da grande maioria dos agentes econômicos globais. Esse modelo avalia os movimentos à luz de seu efeito prático e se tornou um dos pilares para o florescimento da livre iniciativa.

Uma de suas características é guardar distância de radicalismos e polarizações, além de evitar conclusões apressadas ou seguir o “efeito manada”. Sua busca são as oportunidades em termos objetivos.

No Brasil, o pragmatismo anda fora de moda nos últimos tempos, obliterado pelos debates em que paixões ideológicas suplantam a racionalidade política e econômica. Por isso, vale ser reposicionado ao seu lugar de direito.

Na segunda semana de maio, em Nova York, uma intensa agenda de eventos de negócios teve o protagonismo do Brasil. Autoridades globais, líderes de organismos multilaterais, gestores de fundos e analistas dialogaram sobre cenários e investimentos.

Das muitas conversas das quais participei, se sobressaiu, mais uma vez, o vivo interesse por investimentos no Brasil. Mesmo com os desafios conhecidos, ao olhar estrangeiro o País tem um ambiente favorável às reformas estruturantes e ao endereçamento correto dos desafios fiscais. Também existe amplo reconhecimento dos diferenciais competitivos da matriz energética verde, da liderança mundial em alimentos e a força do mercado consumidor. A estabilidade institucional foi mais um ponto destacado.

Conclui-se que, num cenário global de alta complexidade, por critérios pragmáticos, a economia brasileira pode ganhar relevância.
Classificação de risco

As três principais agências de risco do mundo estão alinhadas na perspectiva positiva em relação ao Brasil. A inflação está controlada, as reservas internacionais são sólidas e a balança comercial permanece robusta. O PIB mantém a tendência de surpreender.

São indicadores construídos em ambiente democrático, com instituições fortes, entre as quais, o Congresso e a Justiça.

Na política monetária, cabe a observação de que os votos do Copom são transparentes, e sabemos como cada um votou, o que indica não haver constrangimento na divergência. O debate faz crescer e enriquecer as ideias, consolida e dá legitimidade às decisões. É o que acompanhamos na dinâmica de pronunciamentos dos membros do Federal Reserve, o BC dos EUA, cada qual com sua visão.

O que é negativo é a radicalização, que muitas vezes faz com que a emoção seja a condutora da tomada de decisões, quando deveriam respeitar a objetividade do pragmatismo.

Globo Online - RJ   03/06/2024

Segundo os dados apresentados no relatório de março de 2024 da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre Indicadores Industriais, o setor de transformação industrial experimentou uma queda de 1,6% no número de horas trabalhadas em comparação com o mês anterior. Esse recuo reverte parcialmente o crescimento observado no primeiro bimestre do ano. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) e o faturamento se mantiveram estáveis, indicando uma ausência de novos impulsos na atividade industrial.

Conforme informado na publicação, o emprego na indústria de transformação cresceu 0,5% em março, refletindo um mercado de trabalho aquecido. Esse aumento também é atribuído ao impacto de pagamentos de verbas rescisórias decorrentes do fechamento de uma fábrica no estado de São Paulo, de acordo com a informação que consta no relatório. Ainda sobre o estudo, nota-se que no acumulado do ano, de janeiro a março de 2024, houve um aumento de 1,2% no emprego em comparação com o mesmo período do ano anterior, e uma alta de 2,2% em relação a março de 2023.

O relatório aponta dados que mostram um avanço na massa salarial real, que cresceu 3,6% na passagem de fevereiro para março. Esse aumento é novamente atribuído ao pagamento de verbas rescisórias em São Paulo. No acumulado do ano, a massa salarial registrou um crescimento de 5,5%, e uma alta de 9,1% em comparação com março de 2023. O rendimento médio dos trabalhadores também apresentou um aumento de 3,4% em março, e uma alta de 4,2% no acumulado do ano.

Conforme publicado no relatório, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) manteve-se estável em 78,4% em março de 2024, com uma variação de apenas -0,2 pontos percentuais em relação a fevereiro. Comparando com março de 2023, a UCI registrou uma queda de 0,6 pontos percentuais. A estabilidade da UCI, junto com a estabilidade no faturamento, sugere que não houve novos impulsos significativos na atividade industrial durante o mês de março.

José Antônio Valente, diretor da empresa locadora de equipamentos Trans Obra, afirmou que os dados apresentados refletem um cenário de estabilidade na Utilização da Capacidade Instalada (UCI) e no faturamento, enquanto o número de horas trabalhadas apresentou uma queda de 1,6%. "Essa redução nas horas trabalhadas é um sinal de alerta para a indústria, pois reverte parcialmente os ganhos do início do ano e pode indicar uma desaceleração temporária na produção". José Antônio continuou dizendo que embora o aumento do emprego seja uma boa notícia, precisamos considerar que uma parte significativa desse crescimento pode não ser sustentável a longo prazo, uma vez que está vinculada a eventos pontuais. "A médio e longo prazo, a indústria deve investir em tecnologias que aumentem a eficiência e a produtividade. Além disso, políticas públicas que promovam a estabilidade econômica e incentivem o investimento privado serão essenciais para garantir um crescimento robusto e sustentável”.

O relatório, que pode ser lido na íntegra através do link informado no início da matéria, mostrou que apesar da queda no número de horas trabalhadas e da estabilidade na UCI e no faturamento, os indicadores de emprego e massa salarial mostram sinais positivos.

Perguntado sobre o assunto, José Antônio afirmou que a combinação desses fatores apresenta um cenário misto para a indústria de transformação, indicando a necessidade de monitorar de perto os desenvolvimentos futuros para uma avaliação mais precisa das tendências do setor industrial no Brasil. “Na nossa unidade da empresa de locação de equipamentos em Curitiba estamos sempre avaliando as tendências do setor industrial e também o setor da construção civil para avaliar futuros investimentos na locação de máquinas e equipamentos. Estudos com informações completas são importantes para ajudar a entender como vamos projetar os próximos passos da empresa”.

Globo Online - RJ   03/06/2024

Segundo os dados apresentados no relatório de março de 2024 da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre Indicadores Industriais, o setor de transformação industrial experimentou uma queda de 1,6% no número de horas trabalhadas em comparação com o mês anterior. Esse recuo reverte parcialmente o crescimento observado no primeiro bimestre do ano. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) e o faturamento se mantiveram estáveis, indicando uma ausência de novos impulsos na atividade industrial.

Conforme informado na publicação, o emprego na indústria de transformação cresceu 0,5% em março, refletindo um mercado de trabalho aquecido. Esse aumento também é atribuído ao impacto de pagamentos de verbas rescisórias decorrentes do fechamento de uma fábrica no estado de São Paulo, de acordo com a informação que consta no relatório. Ainda sobre o estudo, nota-se que no acumulado do ano, de janeiro a março de 2024, houve um aumento de 1,2% no emprego em comparação com o mesmo período do ano anterior, e uma alta de 2,2% em relação a março de 2023.

O relatório aponta dados que mostram um avanço na massa salarial real, que cresceu 3,6% na passagem de fevereiro para março. Esse aumento é novamente atribuído ao pagamento de verbas rescisórias em São Paulo. No acumulado do ano, a massa salarial registrou um crescimento de 5,5%, e uma alta de 9,1% em comparação com março de 2023. O rendimento médio dos trabalhadores também apresentou um aumento de 3,4% em março, e uma alta de 4,2% no acumulado do ano.

Conforme publicado no relatório, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) manteve-se estável em 78,4% em março de 2024, com uma variação de apenas -0,2 pontos percentuais em relação a fevereiro. Comparando com março de 2023, a UCI registrou uma queda de 0,6 pontos percentuais. A estabilidade da UCI, junto com a estabilidade no faturamento, sugere que não houve novos impulsos significativos na atividade industrial durante o mês de março.

José Antônio Valente, diretor da empresa locadora de equipamentos Trans Obra, afirmou que os dados apresentados refletem um cenário de estabilidade na Utilização da Capacidade Instalada (UCI) e no faturamento, enquanto o número de horas trabalhadas apresentou uma queda de 1,6%. "Essa redução nas horas trabalhadas é um sinal de alerta para a indústria, pois reverte parcialmente os ganhos do início do ano e pode indicar uma desaceleração temporária na produção". José Antônio continuou dizendo que embora o aumento do emprego seja uma boa notícia, precisamos considerar que uma parte significativa desse crescimento pode não ser sustentável a longo prazo, uma vez que está vinculada a eventos pontuais. "A médio e longo prazo, a indústria deve investir em tecnologias que aumentem a eficiência e a produtividade. Além disso, políticas públicas que promovam a estabilidade econômica e incentivem o investimento privado serão essenciais para garantir um crescimento robusto e sustentável”.

O relatório, que pode ser lido na íntegra através do link informado no início da matéria, mostrou que apesar da queda no número de horas trabalhadas e da estabilidade na UCI e no faturamento, os indicadores de emprego e massa salarial mostram sinais positivos.

Perguntado sobre o assunto, José Antônio afirmou que a combinação desses fatores apresenta um cenário misto para a indústria de transformação, indicando a necessidade de monitorar de perto os desenvolvimentos futuros para uma avaliação mais precisa das tendências do setor industrial no Brasil. “Na nossa unidade da empresa de locação de equipamentos em Curitiba estamos sempre avaliando as tendências do setor industrial e também o setor da construção civil para avaliar futuros investimentos na locação de máquinas e equipamentos. Estudos com informações completas são importantes para ajudar a entender como vamos projetar os próximos passos da empresa”.

Globo Online - RJ   03/06/2024

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre deste ano desacelerou mais que o anunciado inicialmente, a 1,3%, ao invés de a 1,6%, de acordo com nova estimativa publicada nesta quinta-feira pelo Departamento americano de Comércio.

“A atualização reflete principalmente uma revisão para baixo dos gastos do consumidor”, explicou o Departamento de Comércio em comunicado. O crescimento do PIB foi de 3,4% no quatro trimestre de 2023.

A revisão veio levemente acima do esperado por analistas, que antecipavam um crescimento de 1,2% de janeiro a março, segundo consenso levantado pelo Market Watch. A estimativa final será publicada em 27 de junho.

Nível mais baixo em quase 2 anos

O crescimento do PIB dos EUA decepcionou no primeiro trimestre de 2024, alcançando seu nível mais baixo em quase dois anos, após um 2023 em que superou todas as expectativas, desmentindo previsões de recessão. E, na verdade, acelerou até 2,5%, ante a 1,9% em 2022.

O consumo segue sendo o motor de crescimento da maior economia do mundo e representa mais de dois terços do PIB. Os domicílios americanos gastaram dinheiro com cuidados de saúde, serviços financeiros e seguros.

Em 2020 e 2021, o PIB dos EUA bateu recordes em uma direção e, na sequência, na outra. Primeiro, teve sua maior queda desde 1946 (-3,5%) devido à pandemia de Covid-19, incluindo dois meses de recessão, e logo o mais forte crescimento desde 1984 (5,9%).

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   03/06/2024

Os contratos futuros do minério de ferro ampliaram as perdas nesta sexta-feira, encerrando a semana em baixa, já que a demanda de curto prazo e os dados desanimadores das fábricas da China, principal mercado consumidor do minério, pesaram sobre o sentimento.

O minério de ferro mais negociado em setembro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou a sessão da tarde com queda de 1,7%, a 865 iuanes por tonelada. Na semana, o contrato recuou 4,7%.

O minério de ferro de referência para julho na Bolsa de Cingapura recuava 0,03%, a 115,6 dólares a tonelada, marcando uma queda de 4,3% na semana.

A produção média diária de metal quente entre as siderúrgicas pesquisadas pela Mysteel caiu 0,4% em relação à semana anterior, para cerca de 2,36 milhões de toneladas em 31 de maio, segundo dados da consultoria.

Algumas usinas siderúrgicas optaram por uma abordagem de esperar para ver, suprimindo o impulso de compra de minério de ferro, disse o provedor de informações Shanghai Metals Market em relatório na quinta-feira.

A atividade industrial da China caiu inesperadamente em maio, segundo uma pesquisa oficial das fábricas na sexta-feira, mantendo vivos os apelos por novos estímulos, já que uma prolongada crise imobiliária continuou a pesar sobre empresas, consumidores e investidores.

Outros ingredientes de fabricação de aço na bolsa de Dalian registraram perdas, com o carvão metalúrgico caindo 2,59%, a 1.670,5 iuanes (230,61 dólares) por tonelada, e o coque despencando 3,99%, para 2.273 iuanes (313,78 dólares).

Valor - SP   03/06/2024

A transação fracassada realça a escassez de cobre, um metal que está no centro da transição energética por seu uso em veículos elétricos, data centers e linhas de transmissão de energia elétrica

Duas semanas depois de fazer uma oferta pela Anglo American, o executivo-chefe da BHP, Mike Henry, deixou de lado sua reputação de planejador meticuloso, pegou um jato para a Cidade do Cabo e de lá correu para alcançar um voo para Joanesburgo.

O canadense de 58 anos estava em uma missão para neutralizar a furiosa reação política desencadeada por seu plano de comprar a Anglo, cujas ações são negociadas em Londres, com exceção de suas operações na África do Sul. Mas o presidente do país, Cyril Ramaphosa, que fazia campanha para as eleições, estava ocupado demais para se reunir com ele.

Na quarta-feira, quando os sul-africanos foram às urnas, Henry finalmente admitiu a derrota em sua tentativa de fechar uma transação de 39 bilhões de libras (US$ 49,65 bilhões) que daria à BHP os cobiçados ativos de cobre da Anglo e deixaria o grupo na posição de um dos grandes vencedores da transição mundial para a energia verde.

A BHP, que tem sede em Melbourne, chegou a melhorar por duas vezes sua oferta, toda ela em ações, mas no fim a transação se mostrou impossível, porque as mineradoras não chegaram a um acordo sobre os riscos e custos do desmembramento das divisões de platina e minério de ferro da Anglo na África do Sul.

A linguagem educada mantida nas declarações oficiais escondia o rancor crescente da batalha de seis semanas pela aquisição. De acordo com protagonistas dos dois lados, a Anglo se irritou com a arrogância que percebia em sua pretendente, enquanto a BHP estava furiosa com a intransigência da Anglo.

Mas mesmo uma transação fracassada deixará sua marca em um setor que fugiu de megafusões por uma década. Ela também realça a escassez de cobre, um metal que está no centro da transição energética por seu uso em veículos elétricos, data centers e linhas de transmissão de energia elétrica.

“Assim que a oferta da BHP foi anunciada, ela levantou todo o setor e isso não vai se dissipar tão cedo”, disse Ben Davis, analista de mineração da Liberum. Para ele, “isso sem dúvida nenhuma pôs um holofote sobre a escassez de recursos” e os desafios de aumentar o fornecimento mundial de cobre.

O fracasso da oferta deixa o executivo-chefe da Anglo, Duncan Wanblad, sob pressão para entregar a ambiciosa reestruturação – que inclui a venda de sua divisão de diamantes De Beers – que ele apresentou aos acionistas como uma alternativa melhor à venda da empresa de 107 anos.

“Na sua nova estratégia, a Anglo precisa fazer o que prega”, disse Richard Hatch, analista do Berenberg, ao falar da mineradora que é vista como um alvo de aquisição desde dezembro, quando um alerta sobre lucros fez suas ações despencarem.

A BHP se absteve de fazer uma oferta pela Anglo logo depois do alerta porque temia parecer oportunista, segundo fontes familiarizadas com o assunto. Outra fonte a par do caso disse que, apesar disso, mais para o fim do ano passado a Anglo percebeu um aumento no tráfego de seu site por parte da equipe da BHP.

A Anglo e a BHP se recusaram a comentar o assunto.

A BHP fez sua jogada em 16 de abril, quando seu presidente, Ken MacKenzie, telefonou para o da Anglo, Stuart Chambers – que já supervisionara a venda de três grandes empresas do Reino Unido, Arm, Pilkington e Rexam – para informá-lo de que sua empresa estava interessada e enviaria uma proposta detalhada.

Quando as notícias da estratégia de aquisição vazaram no fim do dia 24 de abril em Londres, a BHP foi pega de surpresa. Executivos seniores em Melbourne acordaram com as notícias no Dia de Anzac – um feriado nacional australiano equivalente ao Remembrance Day, que homenageia os soldados mortos na 1ª Guerra Mundial – e a empresa só divulgou sua primeira declaração cerca de 10 horas depois.

A revelação sobre a oferta – a que a BHP dera o codinome de “Projeto Badger” (texugo em inglês) – fez subir a parada de imediato. Wanblad, que é sul-africano e fez toda a sua carreira na Anglo, mostrou os laços estreitos da empresa com Pretória ao garantir o que ele chamou de uma “longa” reunião com Ramaphosa.

Nada disso abalou a confiança da BHP. Uma fonte familiarizada com o assunto disse que depois da primeira oferta o clima nas fileiras da Anglo era de desânimo, comparável a estar à frente dos últimos dias da empresa.

A BHP, por outro lado, foi obrigada a cortar os laços com sua consultoria de comunicação, a Brunswick, que tem um volume muito grande de negócios na África do Sul e preferiu trabalhar na defesa da Anglo.

Em meados de maio, Henry voou para Miami para participar da conferência de mineração do Bank of America, um evento fixo do calendário do setor. A disputa pelo poder entre as empresas dominou as conversas.

Henry e sua equipe fizeram 71 reuniões com investidores durante os dois dias da conferência, pois ele tentava conseguir apoios. Wanblad preferiu não ir ao evento e às 5h30 do primeiro dia informou os investidores de que as reuniões programadas estavam canceladas e, em seu lugar, fez um discurso por vídeo.

Enquanto alguns acionistas se irritaram, Wanblad aproveitou a chance para divulgar a defesa contra a aquisição que a Anglo anunciara pouco antes: um plano para vender a De Beers e desmembrar sua divisão de platina que, na prática, equivalia a uma cisão do grupo. Em vez disso, a Anglo se concentraria em cobre, minério de ferro e fertilizantes.

“O mercado ficou um pouco chocado com o quanto ele era ousado”, disse um executivo da Anglo sobre o plano de defesa, que recebeu o codinome de “Projeto Júpiter”. “Tivemos muitos investidores que reagiram de maneira positiva a respeito de onde a nova Anglo American chegará.”

Mas alguns acionistas da Anglo, inclusive o maior deles, a BlackRock, encorajaram o conselho da empresa a se engajar com a BHP para saber se os obstáculos para uma transação podiam ser superados. Depois que a BHP melhorou sua oferta pela segunda vez, para 39 bilhões de libras, a Anglo cedeu: o preço ainda era baixo demais para ser aceito, mas alto o suficiente para que a empresa concordasse com uma semana de negociações a partir de 22 de maio.

Como precisava manter os acionistas da BHP a seu favor, Henry se recusou a ceder em sua insistência de que a Anglo desmembrasse suas operações Anglo Platinum e Kumba Iron Ore, que ficam na África do Sul, mas delineou outras medidas destinadas a reduzir os riscos associados a essas cisões.

Mesmo assim, as negociações entre os dois lados continuaram limitadas, o que levou a BHP a considerar que a Anglo tinha pouco interesse em fazer a transação dar certo.

Na terça-feira, quando restavam pouco mais de 24 horas do prazo para que a BHP apresentasse uma oferta formal ou desistisse, seu presidente, MacKenzie, escreveu uma mensagem a Chambers que recapitulava as medidas com que o grupo pretendia mitigar alguns dos riscos e pedia mais duas semanas de negociações, segundo uma fonte familiarizada com a situação.

Ainda na quarta-feira de manhã, Henry acreditava que Chambers estava sob pressão para aceitar a extensão e, por isso, se surpreendeu quando a Anglo rejeitou o pedido.

Como o preço do cobre está sendo negociado perto de uma alta recorde, o setor de mineração está preparado para mais transações na área de aquisições, à medida que a apropriação de terras por causa do metal se intensifica e empresas como Rio Tinto, Glencore e Freeport estão em uma corrida para garantir mais reservas do metal.

“Estamos em uma posição em que vamos passar por uma consolidação do setor”, disse Hatch, do Berenberg.

Embora a disputa tenha sido brutal para Henry, alguns acionistas ficam felizes com o fato de que ele se manteve disciplinado em relação ao preço e inabalável a respeito da estrutura da transação proposta.

Mas para Wanblad, o tempo começa a correr agora. O investidor ativista americano Elliott acumulou uma participação de 3,5% na mineradora, o que aumenta a pressão para entregar resultados.

“O plano de simplificação recente da empresa pode liberar um valor significativo nos próximos 12 a 18 meses”, disse Andrew Snowdowne, gestor de fundos da Sanlam Investments, que detém 0,6% da Anglo. “Se o preço das ações não for reavaliado apesar dessas medidas, acreditamos que a probabilidade de outra oferta de aquisição de uma grande mineradora é alta”.

Mas, enquanto as duas empresas tentam deixar para trás as últimas seis semanas, uma fonte familiarizada com as negociações advertiu que um futuro pretendente teria de assinar um cheque maior para capturar a Anglo.

“Uma referência foi estabelecida”, disse a fonte. “Se alguém quiser entrar (em uma negociação), já sabe que existe uma exigência muito maior”.

CNN Brasil - SP   03/06/2024

A mineradora Vale comunicou que vai adotar o padrão do Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB, na sigla em inglês) para a elaboração e divulgação de relatórios financeiros, com as normas IFRS S1 e S2, relacionados à sustentabilidade e ao clima.

A iniciativa segue a Resolução 193/23 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que torna obrigatório o novo padrão para companhias abertas na B3, a partir de janeiro de 2027, e sugere a adoção voluntária antecipadamente.

O vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Gustavo Duarte Pimenta, disse em comunicado aos investidores que a empresa espera apresentar seu primeiro relatório em novo padrão internacional, em 2025, referente às atividades de 2024.

“A adoção antecipada do ISSB é um passo importante para garantir ainda mais transparência quanto à atuação da Companhia frente a investidores e sociedade”, escreveu o executivo.

A formação do ISSB foi anunciada em 2021 durante a COP 26 em Glasgow, na Escócia, pela IFRS Foundation. A organização sem fins lucrativos existe desde 2001 e criou a padronização de relatórios financeiros mais utilizada no mundo, a IFRS Accounting Standards, exigida por mais de 140 jurisdições.

Trata-se de uma linguagem global de contabilidade para demonstrar a saúde financeira de uma empresa, possibilitando a comparação dos números da sua própria evolução ao longo do tempo e a comparação com outras empresas. O documento é essencial para investidores avaliarem riscos e oportunidades.

Publicadas em junho de 2023, as duas novas normas são a IFRS S1, para informações relacionadas à sustentabilidade, e a IFRS S2, de divulgações relacionadas ao clima – o que inclui a necessidade de divulgar o risco das empresas enfrentarem eventos climáticos extremos em curto, médio e longo prazo.

As informações requisitadas são baseadas em quatro pilares: governança, estratégia, gestão de riscos, métricas e metas.

De acordo com a IFRS Foundation, mais de 20 jurisdições até o momento, que juntas representam mais da metade do PIB Global e das emissões de gases de efeito estufa, informaram que estão aderindo às normas. O Brasil foi o primeiro país a aderir.

A Vale segue padrões de sustentabilidade na divulgação de informações financeiras desde 2021, referente às atividades de 2020, no padrão de Relato Integrado, conforme anunciou a empresa.

De acordo com Gustavo Pimenta, o processo de adoção do ISSB está sendo conduzido pela administração da Companhia, com a supervisão do Conselho de Administração, por meio do Comitê de Auditoria e Riscos e do Comitê de Sustentabilidade.

Valor - SP   03/06/2024

Empresas do setor precisam avançar no diálogo com comunidades, governos e sociedade em geral

As mineradoras vão “navegar” nos próximos 18 meses em meio a um cenário de incerteza global dentro de um processo de busca por iniciativas de descarbonização das diferentes cadeias produtivas. Esse é um dos principais pontos indicados pelo relatório anual “Tracking the Trends 2024”, elaborado pela Deloitte, que mostra as tendências e pontos mais relevantes para o setor. O documento aponta ainda que repensar a regulamentação passa a ser fundamental em meio ao desenvolvimento de tecnologias - inclusive com uso de inteligência artificial - que vão mudar a forma de treinamento e uso da mão de obra, dentro de uma estratégia na qual o “propósito” da mineração deverá estar no centro das decisões.

Patricia Muricy, sócia-lider da industria de mineração da Deloitte, explica que o setor demorou a “entender” a importância do propósito para a imagem do negócio. Com o avanço das pautas ligadas a meio ambiente, segurança e governança (ESG, na sigla em inglês) nos diferentes segmentos econômicos, as mineradoras começaram, segundo ela, a se dar conta de que precisavam avançar em um diálogo com comunidades, governos e a sociedade em geral. Mas o caminho para fazer isso em escala global em todos os níveis da mineração ainda é um caminho longo a ser percorrido, ela frisa.

“Conseguir que essa narrativa de propósito permeie todos os ‘sites’ [de uma empresa] é algo muito complicado”, resume a executiva, para quem o impacto nas comunidades que tangenciam as operações e os efeitos da exploração de recursos devem servir de base para a criação de políticas internas que minimizem esses efeitos.

No relatório, a Deloitte traz o foco de tenologia para uma visão “sem sonhos”, com “coisas muito mais palpáveis e realistas, no primeiro momento”, que permitiram eficiência em termos de custos.

A gente precisa consertar a mineração porque o futuro de baixo carbono depende dela”

— Patricia Muricy

Nesse sentido, alerta para a necessidade de um planejamento amplo e diz que as tecnologias implementadas “têm que andar juntas”. Ela cita como exemplo caminhões autônomos cujo sistema, em diversos casos, não conversa com o sistema de manutenção. “Falta visão de como as tecnologias vão caminhar juntas.”

Dois outros pontos nevrálgicos do relatório estão na mão de obra e na transição energética. Sobre o primeiro, Muricy diz que a disrupção tecnológica traz um desafio para a formação dos trabalhadores. “A mineração sempre teve dificuldade em atrair talentos. Com a automatização, acessa um escopo de talentos que jamais havia pensado em trabalhar em mineração.”

Ela ressalta que o mundo saiu da época em que havia postos de trabalho tradicionais para uma era de reavaliação que versa sobre habilidades novas e uso de ferramentas tecnológicas. Nesse sentido, diz, todo um treinamento inovador passa a ser necessário.

Sobre transição energética, Muricy é taxativa: “Não existe descarbonização da sociedade sem a mineração”, ressalta, lembrando a produção de insumos como baterias, pás de geração eólica e painéis fotovoltaicos.

Nesse ponto, em termos de Brasil, lembra a necessidade de políticas públicas que permitam investimentos e financiamento em projetos que garantam o fornecimento de metais críticos. “A gente precisa consertar a mineração porque o futuro de baixo carbono depende dela.”

AUTOMOTIVO

Valor - SP   03/06/2024

Profissionais de outros segmentos, como bancos e startups, aportam novas abordagens e estão no radar dos recrutadores

As montadoras devem investir R$ 125 bilhões no Brasil até 2032, segundo a Associação de Fabricantes de Veículos (Anfavea). Com o ciclo de aportes, centrado no aumento da capacidade instalada, produção de veículos híbridos e recursos fabris baseados em inovações como a inteligência artificial (IA), as chefias de recursos humanos das empresas estão de olho em novos perfis de lideranças.

A intenção é garimpar currículos com competências técnicas em áreas como engenharia automotiva e design, mas dotados de características comportamentais, como boa comunicação e capacidade de planejamento. Profissionais de outros segmentos, como bancos e startups, capazes de trazer novas abordagens de negócios e na gestão, também estão no radar.

De acordo com Rodrigo Videira, gerente executivo da Michael Page, de recrutamento para a alta e média gerência, o número de posições demandadas pelo setor na consultoria cresceu 16%, entre o primeiro trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024. “As companhias querem profissionais que executem planejamentos estratégicos de curto, médio e longo prazo, com visão de gestão de risco”, explica. “Devem mostrar capacidade de implementar tecnologias inovadoras e monitorar tendências de mercado.”

Videira diz que recrutar candidatos qualificados tornou-se uma prioridade para a alta gestão das fábricas, preocupadas com o avanço tecnológico - o que inclui sistemas baseados em internet das coisas (IoT), integração entre mecânica, softwares e IA. Superar desafios na cadeia de fornecedores e atuar com concorrentes cada vez mais automatizados, em um cenário de redução de custos, vai ocupar a agenda das lideranças recrutadas, diz.

Massimo Cavallo, VP de RH da Stellantis, diz que encontrar um líder é tão desafiador quanto identificar especialistas — Foto: Maria Tereza Correia/Valor

A faixa salarial nas cadeiras de direção, segundo a Michael Page, pode ir de R$ 35 mil (diretores de compras e de marketing) a R$ 70 mil (diretores financeiros e de vendas). “É esperado dos contratados fazer o gerenciamento dos times e agir como guardiões da diversidade nas equipes”, acrescenta o consultor.

Profissionais devem mostrar capacidade de implementar tecnologias e monitorar tendências de mercado”

— Rodrigo Videira

Na Stellantis, dona de marcas como Jeep, Fiat, Peugeot e Citroen, havia quase 400 posições abertas na segunda quinzena de abril, sendo 5% para gerência ou superior - 25% das contratações serão para ampliar o quadro de especialistas nos departamentos de software e engenharia.

Em março, o grupo anunciou investimentos de R$ 30 bilhões no Brasil, de 2025 até 2030. O montante deve ser aplicado no lançamento de modelos e na renovação do portfólio, incluindo carros híbridos produzidos no país. “Valorizamos o desenvolvimento contínuo dos colaboradores, com oportunidades de avanço dentro da empresa”, destaca o italiano Massimo Cavallo, vice-presidente sênior de recursos humanos e transformação para a América do Sul da Stellantis. “Antes de buscar [nomes] no mercado, avaliamos internamente se há possibilidades para os profissionais progredirem nas carreiras.”

A Stellantis tem 27 mil funcionários no Brasil, com operações industriais em Minas Gerais, Pernambuco e no Rio de Janeiro. Somente no ano passado, abriu mais de 500 posições.

A companhia planeja expandir o quadro até o final de 2024, entre reposições e novas vagas, diz Cavallo. “Encontrar um líder no mercado automotivo pode ser tão desafiador quanto identificar especialistas [na área], pois requer a combinação de habilidades técnicas e interpessoais.”

Segundo o executivo, com experiência em unidades automotivas na Itália, Polônia e Argentina, as competências técnicas são fundamentais para as chefias no setor e exigem conhecimentos em campos como engenharia, design e fabricação. “Essas características são cruciais para tomar decisões e liderar equipes de desenvolvimento de produtos, de operações e qualidade.”

Ao mesmo tempo, continua o gestor, aptidões de comunicação, negociação e planejamento são essenciais para coordenar novas unidades e alcançar resultados.

Nessa linha, para garantir uma linha de frente eficaz, a Stellantis encampa iniciativas de base, como estágios para candidatos acima de 40 anos; e de topo de carreira, como programas de desenvolvimento de lideranças e ações de coaching. “O aumento de investimentos caminha com o crescimento da operação. Para operar mais, precisamos de pessoas”, justifica. Há uma demanda crescente por perfis específicos, como engenheiros de software, especialistas em IA e desenvolvedores de veículos elétricos, afirma. “Esses talentos são escassos e disputados, o que leva as empresas a tentar atrair profissionais da indústria automotiva ou fora dela.”

Raquel Ribeiro, diretora comercial no Brasil da Ram, parte do conjunto de marcas da Stellantis conhecida pelas picapes, está no grupo desde 2019. Atua no mercado automotivo desde 2001 e era gerente de vendas diretas na Renault do Brasil antes de entrar na empresa. Já passou por fornecedoras como Fiat e Ford. “Um dos principais focos [do meu trabalho] está relacionado ao novo direcionamento da Ram, com o lançamento da Rampage, uma picape fabricada localmente e introduzida ao mercado em 2023”, diz a executiva, que participa de um programa global de treinamento da Stellantis para lideranças femininas.

Na opinião de Evelyn Berti, head de gestão de talentos, cultura e diversidade da Volkswagen do Brasil, com mais investimentos anunciados pela indústria, há um maior movimento no mercado para “capturar” talentos já posicionados. “A contratação de executivos do mercado pela Volkswagen do Brasil foi bastante intensificada a partir de 2021”, lembra. “Até então, mais de 90% das lideranças eram desenvolvidas internamente.”

Berti explica que a mudança de estratégia foi puxada pelo contexto do mercado. “Não falamos mais apenas de produzir e vender carros, mas sobre oportunidades como mobilidade urbana e eletrificação”, diz. “Com esse cenário, tornou-se crucial considerar profissionais de outros segmentos, como bancos, startups e do agronegócio, com o intuito de explorar a pluralidade de visões.”

É o caso de Cristina Cestari, CIO (chief information officer ou diretora de TI) da VW para a região América do Sul desde o final de 2022. Ela trabalhou por 20 anos no Itaú Unibanco e foi CIO e diretora de operações na gestora de investimentos Brasil Warrant. Hoje, comanda a transformação digital da montadora.

Em 2023, segundo Berti, o tempo médio para concluir o recrutamento de executivos variou de 45 a 90 dias, dependendo da área e da “temperatura” do mercado. “Em mais de 90% dos casos, trabalhamos com consultorias especializadas em seleção”, diz.

Valor - SP   03/06/2024

Expectativa é de que a empresa contrate a produção de veículos elétricos de alguma das montadoras japonesas

A Foxconn, empresa taiwanesa conhecida como grande montadora de produtos Apple, pretende aumentar as margens de lucro e estimular o crescimento renovado ao se concentrar em veículos elétricos e servidores de inteligência artificial, buscando utilizar o modelo de produção contratada que aprimorou com o iPhone para colaborar com as montadoras japonesas.

"Este ano, esperamos colaborar com duas tradicionais montadoras japonesas no campo de veículos acabados", disse o presidente Young Liu em reunião anual de acionistas nesta sexta-feira (31), na cidade de Nova Taipei, onde a empresa está sediada.

O evento também marcou o 50º aniversário da fundação da Foxconn, formalmente conhecida como Hon Hai Precision Industry.

Embora Liu não tenha mencionado detalhes, acredita-se que a empresa pretenda realizar a produção contratada de veículos elétricos para algumas montadoras japonesas.

O negócio de veículos elétricos da Foxconn está gradualmente tomando forma. Seu primeiro ônibus elétrico produzido em massa, lançado em 2022, foi introduzido em rotas locais em Taipei e Kaohsiung. A empresa começou as entregas de seu primeiro carro de passeio, o Modelo C, este ano, tornando-se o mais vendido no mercado regional de veículos elétricos em abril.

A empresa planeja produzir em massa um segundo carro de passeio, o Modelo B, no primeiro semestre de 2025. Ela também espera levar carros de passeio para o Sudeste Asiático e América do Norte.

Mas a Foxconn está enfrentando problemas devido à desaceleração do mercado global de veículos elétricos. As startups dos Estados Unidos com as quais a Foxconn havia planejado colaborar sofrem com crises comerciais, forçando a empresa a mudar para uma estratégia de parceria com grandes montadoras.

"Fazer negócios com montadoras existentes pode limitar o papel da Foxconn", disse Jun Akabane, professor da Universidade Chuo em Tóquio.

Apesar dos obstáculos, a Foxconn está procurando se aprofundar no negócio de veículos elétricos para encontrar um novo motor de crescimento. Ela planeja elevar os lucros alavancando o modelo de produção contratado que aprimorou com smartphones e, ao mesmo tempo, aumentando o manuseio de componentes principais.

Ela busca fornecer serviços de design e fabricação contratados, cobrindo tudo, desde o design até a aquisição e produção de peças, e turbinar sua taxa de produção interna. A empresa está atualmente configurando um sistema de produção em massa para semicondutores de carboneto de silício de última geração e baterias para veículos elétricos.

Desde que assumiu como presidente executivo em 2019, Liu tem impulsionado os veículos elétricos como um dos principais negócios para crescimento, já que o seu tradicional negócio de smartphones registra crescimento limitado.

Fundada em 1974 por Terry Gou, a Foxconn demonstrou um talento notável para mudar a produção em resposta à demanda, de peças de televisão para peças de computador e computadores acabados e smartphones.

O catalisador para o crescimento que levou a empresa aonde ela está hoje foi o iPhone, que a Foxconn produz desde a primeira geração em 2007. Com pontos fortes na produção em massa na China, ela se tornou conhecida como a maior fabricante contratada de iPhones do mundo.

Atualmente, mais da metade de suas vendas são de produtos da Apple. No entanto, com o mercado de smartphones amadurecendo e a empresa agora uma gigante com vendas anuais de aproximadamente US$ 192 bilhões, o crescimento baseado em smartphones está atingindo seus limites.

A baixa lucratividade da empresa também é um problema, com margens de lucro líquido estagnadas em torno de 1% a 2% por sete anos consecutivos.

Enquanto se concentra em veículos elétricos para crescimento de médio a longo prazo, a Foxconn está atualmente expandindo o modelo de fabricação sob contrato para servidores de inteligência artificial generativa.

Ela expandiu os pedidos da gigante de chips de inteligência artificial Nvidia e das principais empresas de nuvem dos Estados Unidos.

"Após smartphones e outros produtos, os servidores de inteligência artificial serão o próximo negócio de 1 trilhão de novos dólares de Taiwan (US$ 30,8 bilhões)", disse Liu na reunião de acionistas.

O analista da Mizuho Securities, Yasuo Nakane, disse que as vendas relacionadas a servidores de inteligência artificial da Foxconn crescerão de US$ 8,5 bilhões no ano encerrado em dezembro de 2023 para US$ 19 bilhões em 2024 e US$ 45 bilhões em 2025, acrescentando que há uma grande possibilidade de que as vendas se aproximem das vendas relacionadas ao iPhone da empresa até 2027 a 2028.

Além da fabricação sob contrato, a empresa também está expandindo sua cadeia de suprimentos de servidores de inteligência artificial.

"A Foxconn é capaz de fornecer todos os principais componentes, como placas de circuito impresso, conectores e dispositivos de resfriamento", disse um analista do Instituto de Pesquisa Econômica de Taiwan, um centro de pesquisas privado.

As expectativas do mercado são altas para o crescimento da empresa. O preço de suas ações, que estava lento, aumentou mais de 60% desde março, e seu valor de mercado ultrapassou 2,3 trilhões de novos dólares de Taiwan.

Um foco futuro será a reestruturação da empresa japonesa de eletrônicos Sharp, que a Foxconn adquiriu em 2016. A Sharp anunciou reduções significativas em seus negócios de painéis de cristal líquido em 14 de maio, incluindo a suspensão das operações em uma grande fábrica no Japão.

Após a reunião de sexta-feira, Liu disse aos repórteres que novos diretores e equipes de gestão serão formados na reunião de acionistas da Sharp, agendada para o fim de junho.

Infomoney - SP   03/06/2024

O presidente Joe Biden quer que cada vez mais carros e caminhonetes norte-americanos sejam movidos a eletricidade, não gasolina. Seu governo avança nesse objetivo em diversas áreas, implementando novas regulamentações rigorosas de emissões automotivas e oferecendo novos subsídios que podem reduzir em até US$ 7.5 mil o custo de um veículo elétrico para os consumidores norte-americanos.

Os assessores de Biden concordam que as vendas de veículos elétricos, que, em média, custam mais de US$ 53 mil nos Estados Unidos, seriam ainda maiores se eles fossem mais acessíveis. Acontece que está surgindo uma nova onda de veículos elétricos bem mais baratos do que os atualmente disponíveis para os clientes nos Estados Unidos e eles estão ficando muito populares na Europa.

No entanto, o presidente e sua equipe não querem que os norte-americanos comprem esses carros baratos, disponíveis por apenas US$ 10 mil em outros locais, pois são fabricados na China. Isso é verdade, mesmo que uma onda de veículos elétricos importados de baixo custo pudesse ajudar a reduzir os preços dos carros em geral, o que potencialmente beneficiaria Biden em sua campanha de reeleição, especialmente em um momento em que a inflação continua sendo a principal preocupação econômica dos eleitores.

Em vez disso, o presidente está tomando medidas para tornar os veículos elétricos chineses proibitivamente caros, em grande parte para proteger as montadoras dos EUA. No início deste mês, Biden assinou uma ordem executiva que quadruplica as tarifas sobre esses carros, elevando-as para 100%.

Essas tarifas têm o potencial de colocar muitas importações chinesas em grande desvantagem em termos de custos, favorecendo os veículos elétricos fabricados nos Estados Unidos. No entanto, alguns modelos de baixo custo, como o BYD Seagull, ainda poderiam ser mais baratos do que alguns concorrentes americanos, mesmo com a taxação. Esse é um dos motivos pelos quais o senador Sherrod Brown, de Ohio, e outros democratas pediram a Biden que proibisse completamente as importações de veículos elétricos híbridos “plug-in” da China.

O aparente conflito entre as preocupações climáticas e a indústria norte-americana tem preocupado alguns ambientalistas e economistas liberais. Eles argumentam que os Estados Unidos e o mundo ficariam em situação melhor se Biden acolhesse a importação de tecnologias de baixo custo e baixas emissões para combater as mudanças climáticas.
Biden e seus assessores rejeitam essa crítica. Eles argumentam que os esforços do presidente para restringir os carros elétricos e outras importações de tecnologia limpa da China são importantes para combater as práticas comerciais ilegais e prejudiciais que Pequim adota.

E insistem que, em última análise, a abordagem comercial de Biden beneficiará os empregos e a segurança nacional dos EUA, bem como o planeta.
As razões políticas que impulsionam a tentativa de Biden de proteger os produtores norte-americanos da concorrência chinesa são as seguintes.

Negar a Pequim um novo monopólio

A China já domina a produção de energia limpa em áreas como células solares e baterias. Os assessores de Biden querem impedir que ela conquiste monopólios em indústrias semelhantes, como veículos elétricos, por várias razões, dentre as quais preocupações climáticas. Autoridades do governo afirmam que as fábricas chinesas, que costumam ser energizadas por combustíveis fósseis como o carvão, geram mais emissões de gases de efeito estufa do que as fábricas dos EUA.

Existe também uma razão econômica fundamental para impedir que a China obtenha um monopólio: garantir que os carros e caminhonetes elétricos estejam sempre disponíveis a preços competitivos. A pandemia da COVID-19 expôs a fragilidade das cadeias de abastecimento globais, à medida que produtos críticos como semicondutores se tornaram difíceis de obter da China e de outras nações asiáticas de que os Estados Unidos dependiam. Os preços de eletroeletrônicos e de outros produtos que dependiam de materiais importados dispararam, alimentando a inflação.

Os funcionários de alto escalão de Biden buscam evitar uma situação semelhante para os veículos elétricos. Ali Zaidi, assessor nacional do clima de Biden, afirmou que concentrar o fornecimento de veículos elétricos e outras tecnologias verdes avançadas na China arriscaria “a capacidade coletiva do mundo de ter acesso às tecnologias de que precisamos para ter sucesso em uma economia de energia limpa”.

Reforço da segurança nacional

Assessores de Biden dizem que não estão tentando levar toda a cadeia de abastecimento de veículos elétricos para os Estados Unidos. Por exemplo, estão firmando acordos com aliados para fornecer minerais para baterias avançadas e incentivando países europeus e de outras regiões a subsidiar sua própria produção de tecnologia limpa. No entanto, estão especialmente preocupados com as implicações de segurança de um grande rival como a China dominar esse espaço.

O governo iniciou investigações sobre os riscos de software e hardware de futuros carros inteligentes importados da China, elétricos ou não, que poderiam rastrear as localizações dos norte-americanos e informar isso a Pequim. Economistas liberais também se preocupam com a perspectiva de a China cortar o acesso a novos carros ou componentes-chave deles, para fins estratégicos.

Permitir que a China domine a produção de veículos elétricos traz o risco de repetição dos desafios de longa data da economia e segurança dos carros movidos a gasolina, disse Elizabeth Pancotti, diretora de iniciativas especiais do liberal Roosevelt Institute em Washington, que aplaude os esforços da política industrial de Biden.

Os norte-americanos enfrentam há décadas dificuldades para lidar com decisões de nações produtoras de petróleo, frequentemente hostis, como membros do cartel da OPEP, que reduzem a produção e aumentam os preços da gasolina. A China poderia causar estragos semelhantes no mercado de carros elétricos se conseguisse excluir outras nações do setor, explicou.

Se isso acontecer, “será muito difícil de reverter”.

Biden precisa da transição energética para criar empregos

Não há como negar que a política também exerce grande influência nas decisões de Biden. Colocado de forma simples, ele promete que seu programa climático gerará empregos para trabalhadores de colarinho azul e bem remunerados, incluindo em estados cruciais como a Pensilvânia e o Michigan.

Biden é um firme defensor do trabalho organizado, e ele está contando com votos sindicais para ajudar a conquistar esses estados. Ele prometeu que a transição energética impulsionará os trabalhadores sindicalizados. Ele aposta que seu apoio às tarifas, que têm como objetivo proteger empregos na indústria dos EUA, diminuirá as críticas dos ambientalistas que querem um progresso mais rápido na redução de emissões.

Biden colocou essas preocupações em primeiro plano ao anunciar sua decisão tarifária na semana passada.

“Em 2000, quando o aço barato vindo da China começou a inundar o mercado, as cidades siderúrgicas dos EUA em toda a Pensilvânia e Ohio foram duramente atingidas”, disse ele na Casa Branca. “Os trabalhadores do aço e das siderurgias na Pensilvânia e no Ohio perderam seus empregos. Não vou deixar que isso aconteça novamente.”

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   03/06/2024

O amontoado de obras em cada esquina, em bairros como Mooca e Perdizes, é uma mostra do vigor recente do mercado imobiliário em São Paulo. Em março, pela primeira vez, o total de imóveis vendidos na capital paulista ultrapassou a marca das 100 mil unidades no acumulado de 12 meses, segundo pesquisa da Brain Inteligência Estratégica. Em relação ao período de 12 meses anterior, o crescimento foi de 25%.

A alta demanda tem promovido uma transformação na cidade. Até bairros tradicionalmente comerciais estão ganhando empreendimentos residenciais. É o caso, por exemplo, de Santo Amaro, que abriga o Largo 13 - região equivalente à 25 de Março na Zona Sul. A região aparece como quarto bairro com maior número de vendas e terceiro com mais lançamentos. E isso acaba se refletindo até na segurança do bairro, segundo o economista especialista em mercado imobiliário e CEO da Brain, Fábio Tadeu Araújo.

“Santo Amaro está modificando seu perfil de residencial para misto e isso é muito positivo. Quando os comércios fechavam, acabava o movimento do bairro, e agora você tem pessoas circulando em mais horários do dia”, diz o executivo.

Outra região que se destaca nesse cenário é a Mooca, bairro tradicional da capital, que ainda mantém fábricas, galpões e casas que há alguns anos estão na mira do mercado imobiliário. Como no passado, em que o bairro abrigava famílias abastadas que construíam mansões (algumas delas ainda de pé), prédios de alto padrão também começam a ser levantados na região.

De acordo com o estudo da Brain, hoje a Mooca é a região líder em vendas na capital, com 3.540 apartamentos comercializados em 12 meses. O bairro da Zona Leste foi também o local que mais lançou novos apartamentos padrão no período e ficou em segundo lugar no lançamento de imóveis pelo Minha Casa, Minha Vida, atrás apenas do Jardim São Luís, na Zona Sul.

Para Araújo, o novo Plano Diretor da cidade tem papel fundamental no aumento da densidade demográfica do distrito. “A revisão do plano no ano passado estimulou a incorporação imobiliária próxima a metrôs, favorecendo parte do bairro. Outro ponto positivo da Mooca é a disponibilidade de terrenos, que possibilitou maior número de lançamentos”, diz ele.

Para o sócio proprietário da TREE - The Real Estate Environment, Daniel Diniz Sznelwar, fatores para além do transporte sobre trilhos intervêm na mudança de perfil da região. “A Mooca passa por uma transformação de um bairro industrial para residencial, muito por conta da recente Operação Urbana Bairros do Tamanduateí, que propõe uma série de ações para o desenvolvimento econômico, urbanístico e social da região, como a produção de moradia popular. Lá é uma região rica culturalmente, que tem de crescer, mas preservando sua história”.

Arnaldo Vieira, professor de planejamento urbano na Unip, argumenta que o mercado imobiliário só não vai ter uma interferência maior na Mooca porque o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) agiu rapidamente para tombar parte da região. Ele afirma ainda que a Mooca já tem uma infraestrutura que será aproveitada pelos novos moradores, mas que é necessário haver um investimento massivo em transporte público e mais segurança para as pessoas poderem usar transportes alternativos como as bicicletas, evitando problemas de trânsito com o adensamento na região.

Maria José Ferreira Alves será uma das novas moradoras da região: está prestes a se mudar para seu novo apartamento na Mooca, bairro que escolheu não apenas pelo preço acessível, mas também por sua necessidade de proximidade com o metrô, devido à sua deficiência visual. “Depois de 14 anos morando na Vila Mariana, escolhi me mudar para Mooca pela combinação de acessibilidade, conveniência e infraestrutura. Vou morar em um prédio mais moderno, com lojas no térreo, o que facilita muito a minha vida. O bairro, que une o antigo ao moderno, oferece ótimas padarias, cantinas, museus, escolas e até uma universidade próxima. Morar perto do metrô é uma necessidade para mim, não um luxo”, diz Maria José.

Na cidade toda, somente em março de 2024 foram lançados 21 empreendimentos residenciais, introduzindo 6.056 unidades no mercado. No mesmo período, as vendas líquidas totalizaram 8.154 unidades residenciais. Especialistas apontam que seria necessário menos de um ano para acabar com todo estoque existente na cidade se não houvesse nenhum lançamento no período.
Efeito dos juros

Para o economista Renan Pieri, professor da Fundação Getúlio Vargas, um fator importante para o crescimento do setor imobiliário nos últimos meses foi a queda dos juros. “A redução das taxas de juros pode impulsionar o mercado imobiliário, pois torna o crédito mais acessível e barato, diminuindo o custo das parcelas de empréstimos e facilitando a aquisição de imóveis dentro do orçamento familiar.”

Além disso, diz ele, com juros mais baixos, a poupança e outros investimentos financeiros se tornam menos atrativos, incentivando investimentos em imóveis, que podem oferecer melhores retornos por meio de aluguel ou valorização. Nesse sentido, a possibilidade de o ciclo de queda dos juros ter terminado na última reunião do Copom, ou estar muito perto de terminar, pode acabar sendo uma ducha de água fria no mercado.

O sócio da Vectis Gestão, Sergio Tormin, aponta que a redução do desemprego também é um fator relevante para o crescimento das vendas de apartamentos. A taxa de desemprego no Brasil diminuiu caiu de 14,9% no primeiro trimestre de 2021 para 7,5% no trimestre encerrado em abril de 2024, segundo dados do IBGE. “Com mais pessoas empregadas, há maior confiança e mais renda disponível para compra de propriedades”, diz.

Para Bruno Lessa, fundador do Grupo VGV e especialista em desenvolvimento imobiliário, o que não faltam são mecanismos para que alguém consiga comprar um imóvel hoje em dia. “Ao adquirir imóveis prontos, novos ou usados, o financiamento bancário é a opção mais comum, com uma variedade de produtos para diferentes perfis, incluindo taxas pré e pós-fixadas”, diz. “Para imóveis em construção ou na planta, o pagamento pode ser parcelado com a incorporadora até a conclusão, seguido de financiamento bancário.”

Ele lembra também que programas como o Minha Casa, Minha Vida oferecem facilidades para a compra do primeiro imóvel para famílias com renda de até R$ 8 mil, incluindo subsídios e juros menores. “Além disso, há alternativas como consórcios e negociações diretas, ampliando as opções disponíveis”.

Globo Online - RJ   03/06/2024

Segundo os dados apresentados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário (ICEI) da Indústria da Construção manteve-se em patamar otimista em maio de 2024. O relatório aponta que o ICEI registrou 51,7 pontos, um recuo de 0,8 ponto em comparação ao mês anterior, mas ainda acima da linha divisória de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança.

De acordo com a publicação, o Índice de Condições Atuais, que mede a percepção dos empresários sobre a situação corrente das empresas e da economia, ficou em 46,8 pontos em maio, uma queda de 0,6 ponto em relação a abril. Isso indica que, apesar do otimismo geral, a avaliação sobre a situação atual ainda é negativa, mostrando uma piora comparada ao mês anterior.

Já o Índice de Expectativa, que avalia as perspectivas para os próximos seis meses, também apresentou uma queda, passando de 55,0 pontos em abril para 54,1 pontos em maio. Conforme informado na publicação, apesar da queda, o índice permanece acima dos 50 pontos, sinalizando expectativas positivas entre os empresários, ainda que com menor intensidade.

O relatório destaca ainda que, em abril de 2024, o índice de evolução do nível de atividade e o índice de evolução do número de empregados permaneceram abaixo da linha de 50 pontos, registrando 48,4 pontos. Estes valores indicam uma queda na atividade e no emprego, embora a queda no número de empregados tenha sido mais branda e disseminada que no mês anterior.

José Antônio Valente, diretor da empresa locadora de equipamentos Trans Obra, afirmou que a percepção sobre as condições atuais, evidenciada pela queda no Índice de Condições Atuais para 46,8 pontos, é um aspecto que merece atenção. Esta percepção pode ser atribuída a diversos fatores, como dificuldades de acesso a crédito, alta nos custos de insumos e a instabilidade econômica geral. José Antônio continuou dizendo que é importante ressaltar que a piora é marginal, o que sugere que os empresários ainda veem potencial de recuperação no curto a médio prazo. “A capacidade do setor de reverter a tendência de queda que o gráfico no estudo apresentado aponta, dependerá significativamente de políticas públicas eficazes, estímulos econômicos e a estabilidade macroeconômica”.

Ainda sobre o estudo publicado, a intenção de investimento na indústria da construção aumentou em maio. O índice de intenção de investimento subiu 2,7 pontos, atingindo 45,9 pontos. Esse valor é superior ao registrado em maio de 2023 (45,4 pontos) e em maio de 2022 (44,8 pontos), estando bem acima da média histórica de 37,4 pontos, conforme indicado pelo relatório.

Perguntado sobre o assunto, José Antônio disse que se o ambiente econômico se tornar mais favorável, com redução nas incertezas e melhorias nas condições de financiamento, o setor pode não apenas recuperar o terreno perdido, mas também liderar um ciclo de crescimento mais robusto. “A diversificação dos investimentos, a inovação tecnológica e a capacitação da força de trabalho serão fatores determinantes para sustentar este crescimento. Vimos esse reflexo na nossa unidade da empresa de locação de equipamentos em Campinas, São Paulo. Inovamos em diversificação de máquinas e equipamentos para aluguel na construção civil, cuidamos para que nossos produtos oferecidos sejam altamente tecnológicos e trabalhamos todos os dias com um equipe muito motivada em entregar resultados”.

Globo Online - RJ   03/06/2024

O uso da Inteligência Artificial (IA) vem sendo explorado de diversas formas no mundo dos negócios, e o mercado imobiliário não é exceção. Para se ter uma ideia, em uma pesquisa recente da Kaspersky foi destacado que mais de 50% das empresas brasileiras já implantaram a IA e a Internet das Coisas (IoT) em suas infraestruturas corporativas.

Caminhando na mesma direção, no segmento imobiliário, a IA tem também a capacidade de analisar extensos conjuntos de dados que identificam padrões que buscam facilitar a busca por apartamentos na planta.

Rafael Machado, cofundador e CEO da empresa Meu Imóvel, explica que o portal utiliza um algoritmo próprio para que cada usuário tenha uma recomendação única de produtos de acordo com seu perfil.

"Para traçar o perfil do usuário, a plataforma disponibiliza um questionário com perguntas sobre determinados tópicos, desde o tamanho da família até a quantidade de automóveis, suas atividades de lazer preferidas, além da localização desejada e outros aspectos relevantes. A partir daí, ele recebe as sugestões de apartamentos na planta alinhadas com as suas necessidades", completa.

Quando o cliente fala sobre ele, em vez de delimitar especificações sobre o imóvel, abrem-se novos resultados de busca que talvez ele ignoraria em uma primeira procura. "Por exemplo, não delimitamos bairros de busca, mas sim pontos de referência e raios de procura, para que o cliente possa ver tudo o que está próximo aos locais de seu interesse (trabalho e/ou escola dos filhos), sem se limitar a nomes arbitrariamente definidos", ressalta o CEO do Meu Imóvel.

O empresário destaca ainda que essa abordagem centrada no cliente é um diferencial significativo: "com o cliente no centro da experiência da navegação, o objetivo é oferecer uma busca mais fluída e também resultados melhores para os incorporadores que anunciam conosco, já que os usuários não são apresentados a produtos menos aderentes às suas necessidades", avalia.

Ainda de acordo com Rafael Machado, vários fatores contribuem para esse aumento no segmento, como a possibilidade de personalização do imóvel e a valorização do bem até a entrega. Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), mencionado em publicação do Estadão, destacam que o apartamento comprado na planta pode valorizar entre 20% e 50% após o fim da obra.

"Esses números demonstram que o mercado de compra de apartamentos na planta tem sido significativo nos últimos anos e a personalização não só economiza tempo, mas também se mostra financeiramente vantajosa ao abrir possibilidades que o usuário poderia não considerar em uma pesquisa inicial", conclui Machado.

O portal Meu Imóvel é totalmente gratuito. Para obter mais informações a respeito, basta acessar o site e começar a busca por um novo apartamento na planta: https://appmeuimovel.com/

O Estado de S.Paulo - SP   03/06/2024

Com um estilo neoclássico inconfundível, Adolpho Lindenberg é reconhecido como um empreendedor pioneiro no mercado imobiliário. Fundada há 70 anos, em 1954, sua construtora iniciou o movimento de levar o público de alta renda das casas para os condomínios verticais. O empresário, que faria 100 anos nesta segunda-feira, 3 de junho, faleceu no último dia 2 de maio, deixando o legado nas mãos do filho, que lidera a empresa.

Engenheiro e arquiteto formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lindenberg se recusava a criar empreendimentos que fossem apenas bonitos por fora. A trajetória de sucesso começou numa despretensiosa salinha na Rua Quintino Bocaiúva, perto da Praça da Sé, no coração de São Paulo. Os primeiros projetos foram casas amplas, de dois andares, com estilo colonial, que ficavam próximas ao Parque do Ibirapuera. Com o dinheiro arrecadado, construiu mais casas, que ele mesmo vendia em plantões de fim de semana, acompanhado pela então esposa Thereza.

O escritório de engenharia seria transformado na Construtora Adolpho Lindenberg, em sociedade com Alberto Du Plessis e Plínio Vidigal. Como os terrenos para projetos de casas se tornavam escassos, a companhia lançou seu primeiro condomínio residencial vertical em janeiro de 1960.

O movimento deu início ao conceito de mansões sobrepostas, atendendo à necessidade por espaço das famílias de classes altas que buscavam, além de moradia, mais segurança do que a das casas. Com isso, convenceu a elite paulista a morar em prédios. A estratégia foi um sucesso. O padrão visual dos edifícios tinha estilo neoclássico, que passou a dominar 60% dos projetos imobiliários de alto padrão da época.

O presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, diz que Adolpho Lindenberg foi o visionário que construiu o primeiro flat em São Paulo e revigorou o estilo neoclássico nos seus 700 empreendimentos imobiliários. “Um homem de princípios que sempre praticou o que colocou no papel: realizar sonhos e transformar o espaço urbano através da arquitetura atemporal”, disse.
Saída contra a inflação

Nos anos 1970, a Lindenberg já tinha mais de 140 projetos em execução e lançou empreendimentos imobiliários em outros países, como Chile, Paraguai e Portugal. Na mesma década, a empresa lançou o primeiro flat, nos Jardins (SP), com piscinas privativas no terraço do prédio. Indo além do residencial, a Lindenberg também passou a executar projetos de hotéis e de indústrias, como o Casa Grande Hotel Guarujá, Avon e Petrobras.

Para sobreviver ao período de descontrole da inflação nos anos 1980, a companhia passou a adotar o Sistema de Preço de Custo, que tinha parcelas reajustadas pela alta dos preços e pelo dólar, o que lhe deu caixa para manter a continuidade das obras. Nessa fase, se viu obrigada a mudar o modelo de negócios. Passou a criar projetos imobiliários em novos bairros, como Morumbi, Panamby e às margens do rio Pinheiros, eixo comercial ascendente na cidade.

Adolpho Lindenberg Filho, hoje CEO da companhia, diz que seu pai soube reconhecer os sonhos e as necessidades da sociedade da época. “Com isso, ele conseguiu transformar os imóveis, os prédios, em objetos de desejo e isso fez a empresa crescer muito. A outra preocupação dele sempre foi com a qualidade da execução dos projetos. Por isso, hoje, existem apartamentos da Lindenberg que têm 40 ou 50 anos e custam R$ 30 mil o m². Era uma preocupação de que o apartamento durasse 40 anos e estivesse do mesmo jeito que um novo”, afirma.

Foi nessa época que a Lindenberg lançou um dos seus prédios mais emblemáticos. Em 1984, o Condomínio Penthouse, no número 3891 da Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, chegou ao mercado, com 13 apartamentos de 355 m², piscinas nas sacadas e um duplex na cobertura. A vista era para a comunidade Paraisópolis, mostrando a dicotomia entre o luxo e a pobreza da capital paulista. O edifício, hoje com sinais de abandono dos proprietários, era onde morava a personagem conhecida como “Bonitona do Morumbi”, interpretada pela atriz Natália do Vale na novela da Rede Globo A Próxima Vítima, de 1995.

Público

O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Valter Caldana, diz que, apesar de o estilo neoclássico adotado nas construções da empresa, especialmente nos anos 1970, não estar alinhado às tendências globais de design da época, a empresa conseguiu encontrar um público consumidor e criou um novo segmento de mercado que perdura até hoje: os apartamentos para endinheirados.

“A Lindenberg e o Adolpho foram pioneiros numa maneira de lidar com o mercado imobiliário, transformando os lançamentos em produtos organizados e não artesanais. Ele abriu a porta para um conceito de industrialização, não da obra em si, mas do segmento, da indústria da construção, criando um segmento. Isso aconteceu no fim da década de 50 e foi uma contribuição muito importante. Até então, tínhamos isso começando, com Matarazzo e o pessoal de Higienópolis. Lindenberg deu um passo a mais”, diz. Caldana afirma ainda que, apesar da qualidade dos projetos, nem todos envelheceram tão bem, a exemplo do Penthouse.

Nos anos 1990, a Lindenberg passou a se adequar a uma demanda de mercado que ainda perdura até os dias atuais: obras em ritmo acelerado e apartamentos menores, em busca da redução do preço por metro quadrado do imóvel. A personalização das plantas passa a ser apenas para os empreendimentos de altíssimo padrão.

“Adolpho Lindenberg era um gentleman, um arquiteto empreendedor de qualidade ímpar. Deixou um legado de empreendimentos icônicos na cidade de São Paulo”, afirma Marcos Lopes, presidente do Grupo Lopes.

Para o presidente da Abrainc, Luiz França, as contribuições transformadoras de Lindenberg ao ramo imobiliário reverberarão para sempre. “Com uma carreira que abrangeu décadas, Adolpho Lindenberg foi um pioneiro arquiteto de sonhos e construiu mais do que edifícios, produziu lares. Sua paixão pela excelência e compromisso com a qualidade estabeleceram novos padrões na indústria da construção, inspirando outros a seguirem seus passos”, disse.

FERROVIÁRIO

Jornal de Brasília - DF   03/06/2024

Após o anúncio de um novo projeto ferroviário para São Paulo na quarta-feira (29), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) passou a ser cobrado a respeito do programa federal Pró-Trilhos, lançado por ele em setembro de 2021 como ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro (PL).

O programa federal criou a figura da autorização ferroviária, que deu aos empreendedores autonomia para sugerir trechos à ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres). O programa foi inicialmente elogiado pelo setor, pois garantiu à iniciativa privada a possibilidade de construir suas próprias ferrovias, de acordo com o interesse de cada empreendedor.

No entanto, quase três anos depois, o Pró-Trilhos ainda não gerou novas obras ferroviárias. Do total de 108 requerimentos, 45 evoluíram até agora para contratos assinados com a ANTT. Apenas dois projetos iniciaram processos de desapropriação, uma das etapas mais complicadas na construção de uma ferrovia no país, segundo investidores. Nenhum deles começou obras de implantação.

Presidente do diretório do PSDB na cidade de São Paulo, José Aníbal acompanhou o projeto de perto como senador, em 2021 e 2022, e diz que nada do que foi anunciado transformou-se em “um quilômetro de ferrovia” até o momento. Por isso, afirma encarar com ceticismo o novo programa estadual.

“O Tarcísio é muita conversa e pouco resultado. Construiu uma imagem de eficiência e técnica que não corresponde à realidade. É apenas oratória, sem entregas”, afirma.

Em outubro de 2022, o governo federal divulgou uma projeção de R$ 258 bilhões em investimentos da iniciativa privada relacionados ao Pró-Trilhos, além da criação de 2,6 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos e 22.442 quilômetros de novos trilhos. Aníbal pergunta onde estão, atualmente, esses recursos e empregos.

O Ministério dos Transportes, atualmente comandado por Renan Filho, disse à Folha em dezembro que o Pró-Trilhos gerou “ferrovias de papel”.

Segundo a pasta, o programa criou “uma desordenada corrida de pedidos de autorizações ferroviárias”, e que as empresas “apresentavam ao governo projetos que preenchiam requisitos mínimos sem necessariamente ter condições ou real intenção de levar o empreendimento adiante”.

Em nota, o governo de São Paulo afirma que o SP nos Trilhos tem objetivos e propostas completamente distintos do programa federal.

“Este último trata de autorizações para a construção de trechos ferroviários, que têm como objetivo facilitar os pedidos privados de construção de novas ferrovias somente com capital privado. Já o programa estadual busca viabilizar projetos de parceria público-privada, ou seja, inclui investimento do poder público para viabilizar o empreendimento.”

O governo diz que o SP nos Trilhos tem mais de 40 projetos voltados para o transporte de passageiros e de cargas e também inclui a análise de viabilidade de mais de 2.500 quilômetros de trilhos ociosos ou subutilizados em todo o estado.

Aliados do governador dizem à coluna, em caráter reservado, que quem compara os programas desconhece o escopo de cada um e que o SP nos Trilhos já foi lançado saindo do papel, com a assinatura do contrato do Trem Intercidades Eixo Norte, que era aguardada há duas décadas e tem previsão de início das obras para 2026.

NAVAL

Valor - SP   03/06/2024

O governo planejava leiloar seis áreas em maio, mas adiou a disputa por causa do impacto das chuvas

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), anunciou nesta sexta-feira (31) que o primeiro leilão de portos de 2024 deve ocorrer em agosto.

Em nota, o ministério disse que serão leiloadas na B3, em São Paulo, três áreas localizadas no Porto do Recife (PE), com expectativa de arrecadar cerca de R$ 60 milhões.

O governo planejava leiloar seis áreas em maio, mas adiou a disputa por causa do impacto das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul.

"Nós já temos R$ 120 milhões assegurados para a dragagem do Porto do Recife, o que vai aumentar nosso calado e a competitividade do porto. Em agosto, faremos um leilão de três terminais, com investimentos na ordem de R$ 60 milhões, além das obras complementares," disse o ministro durante visita ao porto localizado na capital de Pernambuco.

Segundo o ministério comandado por Costa Filho, as áreas leiloadas serão: "REC08 - Granel Sólido Vegetal (Malte, Trigo, Milho)", "REC09 - Carga Geral e Granel Sólido (Arroz)" e "REC10 - Carga Geral e Granel Sólido (Barrilha)". Os prazos de concessão são de 10 anos.

O leilão estava previsto para 23 de maio, mas foi adiado no último dia 13. O governo planejava leiloar seis áreas, sendo quatro no porto de Recife (PE), uma no Rio de Janeiro e outra em Rio Grande (RS).

Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho: Nós já temos R$ 120 milhões assegurados para a dragagem do Porto do Recife — Foto: Foto: Wenderson Araujo/Valor

PETROLÍFERO

Valor - SP   03/06/2024

“Minha proposta é que se retire do texto e vote separadamente [no Senado]”, disse o vice-presidente da República e ministro da Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

O vice-presidente da República e ministro da Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (31) que o jabuti que estabelece uma política de conteúdo local para exploração de petróleo e gás natural, incluído durante a votação do Mobilidade Verde e Inovação (Mover), deve ser retirado do projeto.

“Minha proposta é que se retire do texto e vote separadamente [no Senado]”, afirmou Alckmin durante entrevista à BandNews veiculada nesta sexta-feira. “Não tem nada a ver com o Mover”, criticou o ministro e vice.

De última hora, foi aprovada uma emenda que estabelece uma política de conteúdo local para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, o que irritou o Senado.

O tema não constava das discussões sobre a proposta, mas foi aprovado em plenário por um acordo entre o governo federal e os partidos da base aliada. Apenas PL, Novo e a federação Psol/Rede se posicionaram contra a emenda do deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).

O texto define em lei os percentuais mínimos de participação local que serão exigidos das empresas que exploraram petróleo no Brasil nos regimes de concessão ou partilha. A proposta segue para análise do Senado Federal, que deve votar o texto na próxima semana.

— Foto: Cadu Gomes/VPR

Globo Online - RJ   03/06/2024

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), que reúne os maiores países produtores de petróleo do mundo, concordou em estender seus cortes na produção de petróleo até 2025, mas também definiu um cronograma para a redução gradual de algumas dessas restrições ainda este ano.

O acordo feito em Riade, capital da Arábia Saudita, neste domingo excede as expectativas do mercado em alguns aspectos, estendendo os chamados cortes "voluntários" de membros-chave, incluindo Arábia Saudita e Rússia, até o próximo ano. No entanto, também começa a reverter essas reduções de oferta em outubro, mais cedo do que alguns especialistas imaginaram.

Antes da reunião, comerciantes e analistas esperavam que a Opep+ prolongasse suas reduções de oferta para compensar a produção crescente de seus rivais, com alguns prevendo que elas seriam mantidas até o final de 2024. Sob o novo acordo, as oito nações que participam dessas restrições adicionais terão adicionado cerca de 750 mil barris por dia ao mercado em janeiro.

Os preços do petróleo têm estado recentemente em declínio em meio a uma frágil perspectiva econômica na China, o principal consumidor, e dúvidas sobre o ritmo das reduções de juros nas principais economias industrializadas. Os futuros do pretóleo Brent se estabeleceram em US$ 81,62 por barril em 31 de maio, uma queda de 7,1% no mês.

O acordo da Opep+ prolonga cerca de 2 milhões de barris por dia de cortes, que desempenharam um papel fundamental no apoio aos preços do petróleo acima de US $ 80 por barril este ano, mas que deveriam expirar no final de junho. As restrições continuarão na íntegra no terceiro trimestre e serão gradualmente eliminadas nos próximos 12 meses, de acordo com um comunicado do Ministério de Energia da Arábia Saudita.

Esses cortes "voluntários" pela Opep+ e seus aliados foram para além de um acordo anterior em todo o grupo, que limitou a produção de petróleo em cerca de 39 milhões de barris por dia, que durou até o final deste ano. A aliança disse em um comunicado que também concordou em prolongar esse acordo até o final de 2025.

— Ele remove uma parte significativa do petróleo de nossos saldos, tanto este ano como no próximo — disse Amrita Sen, diretor de pesquisa e co-fundador da Energy Aspects Ltd. Para ele, o acordo "mantém a OPEP + no comando do mercado".

O acordo de domingo sugere que a Arábia Saudita, líder da Opep+, que sediou a reunião em sua capital depois que os planos iniciais para uma reunião em Viena foram cancelados, está tentando encontrar um equilíbrio entre apoiar os mercados de petróleo bruto e aliviar as restrições de produção contra as quais alguns membros costumam se irritar.

Os preços mais baixos do petróleo neste ano melhoraram as perspectivas econômicas, oferecendo algum alívio aos bancos centrais que enfrentam a inflação persistente. No entanto, eles também ameaçam a receita para produtores como a Arábia Saudita, que precisa de preços próximos a US$ 100 por barril para financiar os ambiciosos planos de gastos do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, como estima o Fundo Monetário Internacional.

Em paralelo à reunião da OPEP no domingo, o governo saudita completou uma venda de 12 bilhões de dólares em ações da gigante estatal de petróleo Aramco, arrecadando fundos para ajudar a pagar por um plano de transformação econômica massivo.

O acordo resolve, embora temporariamente, um debate potencialmente preocupante sobre a capacidade de petróleo de algumas nações. A aliança encomendou uma revisão externa das capacidades de seus membros com a intenção de redefinir os níveis de produção de base usados para medir os cortes em 2025.

Vários grandes exportadores estavam buscando ter seus níveis atualizados, possivelmente representando um risco para os esforços do grupo para estabilizar os mercados mundiais. O prazo para a conclusão desse processo foi agora adiado por um ano para novembro de 2026.

No entanto, os Emirados Árabes Unidos receberam um aumento de 300 mil barris por dia em sua meta de produção para o próximo ano, tornando-se o vencedor claro das negociações de domingo.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   03/06/2024

A fabricante de máquinas agrícolas norte-americana John Deere informou que três de suas unidades no Rio Grande do Sul foram diretamente afetadas pelas enchentes no Estado. São elas: a fábrica de tratores agrícolas de Montenegro, a de pulverizadores em Canoas e a de equipamentos para construção de estradas de Porto Alegre, disse a empresa em nota.

A unidade de Nova Horizontina, que produz colheitadeiras e plantadeiras, não foi diretamente atingida, acrescentou o comunicado.

Em Porto Alegre, as águas alcançaram o centro de treinamento e o armazém de pós-venda, mas a área da fábrica permaneceu intacta.

Já em Montenegro e em Canoas, as instalações não sofreram danos, mas o acesso foi prejudicado. As operações de todas devem ser retomadas ainda nesta semana.

A empresa também está disponibilizando para os clientes gaúchos a opção de financiamento de peças e serviços com taxa 0,0% ao mês e carência de até 12 meses, prorrogação de dívidas, renegociação de títulos, empréstimo de máquinas, parcerias para manutenção e assistência técnica.

“Além disso, como forma de ajudar na recuperação da comunidade local, a John Deere está oferecendo, juntamente com seus concessionários, 18 tratores para a operação de desobstrução e bombeamento de água do aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre”, completou a empresa, que também ofereceu máquinas e geradores para reconstrução e limpeza das cidades afetadas.

Monitor Digital - RJ   03/06/2024

A Embraer vendeu no início de maio 20 aeronaves Ipanema 203 – avião agrícola – durante a Agrishow Ribeirão Preto. A equipe da aviação agrícola da fabricante de aeronaves decola agora para o Bahia Farm Show, a maior feira de tecnologia agrícola e negócios do norte e nordeste do Brasil. A exposição acontece entre os dias 11 e 15 de junho, na cidade de Luís Eduardo Magalhães. A Embraer detém cerca de 60% de participação no mercado de aviação agrícola do Brasil.

Movido a etanol, o Ipanema 203 também tem realizado uma série de testes para homologar a primeira metodologia de aplicação aérea de defensivos biológicos do Brasil. O projeto pioneiro para promover a sustentabilidade no agronegócio nacional é liderado pela Koppert, líder global no desenvolvimento e produção de bioinsumos para agricultura.

De acordo com a organização do evento, a previsão é que mais de 100 mil pessoas visitem a 18ª edição da feira, que conta com a presença das maiores empresas de máquinas, implementos, insumos, aviação e serviços do Brasil.

“Na Agrishow superamos o volume de vendas dos anos anteriores e a expectativa é que a alta demanda não seja diferente no Bahia Farm Show. Esta é uma feira que oferece um excelente ambiente para realizar novos negócios e ampliar a presença do Ipanema 203 na região”, disse Sany Onofre, líder da Aviação Agrícola da Embraer.

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