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02 de Maio de 2024

SIDERURGIA

Portal Fator Brasil - RJ   02/05/2024

E registra resultados positivos em 2023. Incorporação da Unidade do Pecém, produtora de placas no Ceará, contribuiu para a performance da empresa.

A ArcelorMittal Brasil registrou resultados financeiros e operacionais acima das expectativas em 2023, apesar da pressão imposta pela importação de produtos de aço e do baixo crescimento do consumo interno. Contribuiu para o bom desempenho da empresa a consolidação da Unidade do Pecém (antiga Companhia Siderúrgica do Pecém), que passou a reportar seus resultados junto à ArcelorMittal Brasil desde março do ano passado.

Com a aquisição da Unidade do Pecém, a ArcelorMittal se firmou como a maior produtora de aço do Brasil e da América Latina, com uma produção de 14,8 milhões de toneladas em 2023 (somando as operações no Brasil, Argentina e Costa Rica), o que representou aumento de 16,5% em relação ao exercício anterior. Além da incorporação de Pecém, os resultados da empresa foram sustentados pela excelente performance operacional de suas unidades, foco em produtos exclusivos e de alto valor agregado, estabelecimento de sinergias e redução de custos.

O volume de vendas em 2023, de 14,4 milhões de toneladas, representou acréscimo de 15,9% na comparação com o ano anterior. A receita líquida foi de R$ 69,8 bilhões, uma leve queda de 2,6% na mesma comparação. Já o Ebitda (resultado operacional consolidado) foi de R$ 9,2 bilhões, retração de 38%, mas suficiente para registrar uma Margem Ebitda de 13% sobre a receita líquida.

O lucro líquido atingiu R$ 4,1 bilhões, diminuição de 54,5% em relação a 2022, mas acima das expectativas para um ano marcado por adversidades e por um mercado interno impactado pelo aumento das importações de aço. Tais resultados também se justificam por um segundo semestre mais fraco, com menores vendas de aço no Brasil e no mundo, o que deprimiu globalmente os preços das commodities metálicas.

As duas operações de mineração no Brasil (Mina de Serra Azul e Mina do Andrade, ambas em Minas Gerais) performaram bem ao longo do ano, com aumento de 3,3% nos volumes produzidos (para 3,4 milhões de toneladas no ano).

—Os resultados mostram a resiliência e a capacidade de reação da ArcelorMittal Brasil em momentos desafiadores. São, também, reflexo do esforço contínuo de todo o nosso time focado na excelência das operações industriais, na inovação e na agregação de produtos e serviços de alta qualidade para os clientes. Nossas plantas são, hoje, referência mundial em performance e sustentabilidade —disse Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração Latam.

Investimentos — Apesar do mercado adverso, a ArcelorMittal manteve seu programa de investimentos em expansão, o maior em andamento no setor siderúrgico brasileiro, que somará R$ 25 bilhões.

Em março de 2023, foi concluída a incorporação da Unidade do Pecém com a aquisição da totalidade das ações por R$ 11,2 bilhões, consolidando a ArcelorMittal como líder e maior produtora de aço do Brasil e da América Latina. A usina tem a capacidade de 3 milhões de toneladas/ano e está estrategicamente localizada no Complexo do Pecém, com acesso, via correias transportadoras, ao Porto do Pecém. Essa estrutura possibilita a integração da unidade à rede global de produção de aço da ArcelorMittal.

—O resultado desse primeiro ano de operação integrada mostrou o acerto dessa aquisição estratégica. A Unidade do Pecém bateu seu recorde histórico de produção, de cerca de três milhões de toneladas de placas, abastecendo unidades de laminação da ArcelorMittal nos Estados Unidos e em outros países, além do mercado interno —disse Jorge Oliveira, vice-presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Planos Latam.

Além da aquisição da Unidade do Pecém, foi formalizada em 2023 uma joint venture com a Casa dos Ventos e iniciada a construção de um dos maiores parques eólicos do país, instalado na Bahia, com capacidade de produção de 553,5 MW, que prevê investimento de R$ 4,2 bilhões. Trata-se do maior contrato corporativo de energia renovável do país e visa abastecer com energia limpa aproximadamente 40% do consumo elétrico da empresa no Brasil. Este investimento faz parte do esforço de descarbonização da ArcelorMittal, que foi pioneira ao lançar a meta de ser carbono neutra até 2050, com um passo intermediário de reduzir as emissões em 25% até 2030.

Expansões —Além disso, a ArcelorMittal está implementando um robusto programa de investimentos para aumentar a capacidade instalada, modernizar a base industrial e capacitar suas unidades para fabricação de aços tecnológicos e exclusivos.

A empresa está investindo R$ 2,5 bilhões na unidade Monlevade para quase duplicar a capacidade de produção, de 1,2 milhão para 2,2 milhões de toneladas/ano de aço bruto. Na Mina do Andrade, fornecedora de minério de ferro para a planta, a produção passará de 1,5 milhão para 3,5 milhões de toneladas/ano. Já na Mina de Serra Azul estão sendo investidos R$ 2 bilhões para a instalação de uma nova planta de produção de pellet feed, que aumentará a produção de 1,6 milhão de toneladas para 4,5 milhões de toneladas/ano.

Na Unidade de Vega, em São Francisco do Sul (SC), R$ 1,9 bilhão está sendo destinado ao projeto Cold Mill Complex (CMC), uma nova linha combinada de produção de aços laminados a frio e revestidos exclusivos, sob a marca Magnelis® . O volume de produção da unidade passará de 1,6 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas de aço anuais.

Na Unidade de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, os investimentos somam R$ 1,3 bilhão para aumentar a produção em 500 mil toneladas ao ano com ampliação do portfólio de produtos e soluções voltados aos mercados automotivo, de energia e construção civil. Na Unidade de Sabará, estão sendo investidos R$ 144 milhões para aumentar a capacidade em 35% de trefilados e capacitar a planta para fabricação de produtos de alto valor agregado para a indústria automotiva.

Portal Fator Brasil - RJ   02/05/2024

Usando hidrogênio verde.

Nantes e Ugine (França) — A Lhyfe (Euronext: Lhyfe), uma das pioneiras mundiais na produção de hidrogênio verde e renovável, e a Ugitech, uma subsidiária do Swiss Steel Group, líder mundial em produtos longos de aço inoxidável, anunciaram o assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) para a criação de uma unidade de produção de hidrogênio verde nas instalações da Ugitech em Ugine (Savoie, França), para descarbonizar parte das operações industriais da siderúrgica e ajudar a descarbonizar a mobilidade local. Este local, que ficará localizado no coração dos Alpes franceses, onde serão realizados os Jogos Olímpicos de Inverno de 2030, deverá também contribuir para um modelo sustentável de turismo de inverno. Este é o primeiro acordo na Europa para substituir os combustíveis fósseis pelo hidrogênio verde no setor do aço inoxidável.

Como parte de seu roteiro para descarbonizar seus negócios, o Swiss Steel Group, um dos maiores produtores, processadores e distribuidores mundiais de produtos longos de aço especial, decidiu usar hidrogênio verde na fábrica da Ugitech em Ugine, para substituir o gás natural usado em alguns dos seus equipamentos de termoprocessamento (queimadores, fornos de reaquecimento, fornos de tratamento térmico, etc.) e assim descarbonizar parte dos seus processos industriais. A siderúrgica, que produz cerca de 200 mil toneladas de aço por ano, selecionou a Lhyfe para apoiá-la nesta transição energética. Este projeto poderia evitar a emissão de 16 mil toneladas de CO2 por ano.

A Lhyfe, que está a assinar o seu primeiro memorando de entendimento com um fabricante de aço, já possui três unidades de produção e está atualmente a construir várias unidades na Europa.

Planos para produzir até 12 toneladas por dia para descarbonizar as operações da Ugitech e desenvolver a mobilidade do hidrogênio na região.

A Lhyfe planeia instalar uma unidade de produção de hidrogénio verde com capacidade até doze toneladas por dia (capacidade máxima de eletrólise de 30 MW), na fábrica de Ugine da Ugitech. Este hidrogénio verde seria utilizado principalmente na fábrica da Ugitech, fornecido através de um gasoduto. A Lhyfe também forneceria hidrogénio aos intervenientes locais da mobilidade e da indústria, para ajudar a desenvolver o ecossistema local de hidrogénio, especialmente na preparação para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2030.

Os dois parceiros estão agora a entrar na fase de estudo de viabilidade do projecto. A implementação do projecto estará sujeita às conclusões deste estudo, à concessão de licenças de funcionamento e de construção e às decisões de investimento financeiro.

—Temos o prazer de assinar este memorando de entendimento com a Ugitech, cujo compromisso com a descarbonização elogiamos. O setor siderúrgico é um grande consumidor de combustíveis fósseis e é um dos setores industriais que deve ser descarbonizado como prioridade. A transição energética vai tornar-se cada vez mais necessária para garantir a sobrevivência a longo prazo das nossas indústrias, e o hidrogénio verde está a emergir como um dos pilares desta transição. Pode e deve agora ser implantado o mais rapidamente possível, inclusive no setor siderúrgico— disse Philippe Desorme, vice-CEO da Lhyfe.

— Ugitech está coordenando o projeto Hydreams, que visa demonstrar a viabilidade da substituição do gás natural pelo hidrogênio descarbonizado nos processos de transformação térmica do aço (fornos de reaquecimento e tratamento térmico). A Hydreams tem nove parceiros europeus e recebeu uma subvenção do fundo europeu RFCS. Utilizando testes laboratoriais e demonstradores industriais, este projeto, que começou em abril de 2023 e termina em outubro de 2027, irá verificar que a combustão do hidrogénio não terá impacto negativo nos processos e produtos. O próximo passo é implementar esta nova solução em todos os sistemas para os quais a eletrificação direta não seja uma opção compatível. Este é o objetivo deste memorando de entendimento com a Lhyfe— destacou Frédéric Perret, diretor de Desenvolvimento da Ugitech.

Lhyfe — Lhyfe é um grupo europeu dedicado à transição energética e produtor e fornecedor de hidrogénio verde e renovável. Os seus locais de produção e carteira de projetos pretendem proporcionar acesso ao hidrogénio verde e renovável em quantidades industriais e permitir a criação de um modelo energético virtuoso capaz de descarbonizar setores inteiros da indústria e dos transportes.

Em 2021, a Lhyfe inaugurou a primeira central de produção de hidrogénio verde à escala industrial do mundo interligada com um parque eólico. Em 2022, a empresa inaugurou a primeira plataforma piloto offshore de produção de hidrogênio verde do mundo.

Em 2023, inaugurou o seu segundo e terceiro sites, e atualmente possui vários sites em construção ou expansão em toda a Europa.

A Lhyfe está representada em 12 países europeus e contava com 195 colaboradores no final de dezembro de 2023. A empresa está cotada no mercado Euronext em Paris (ISIN: FR0014009YQ1 – Lhyfe).

Ugitech — A Ugitech é uma unidade de produção do Swiss Steel Group, um dos principais produtores de aços longos especiais listados na SIX Swiss Exchange. Sua sede fica em Lucerna (Suíça).

A Ugitech é um dos principais fabricantes mundiais de produtos longos de aço inoxidável. Seus principais produtos – tarugos, barras, fio-máquina e trefilados – provêm de sua aciaria e são processados em laminadores a quente e trefilados. Os aços inoxidáveis possuem excelentes propriedades mecânicas. Eles são usados para fabricar uma ampla gama de peças, incluindo válvulas, componentes de turbinas, hastes de soldagem e instrumentos cirúrgicos. Com mais de 115 anos de experiência na siderurgia e pesquisas constantes em metalurgia, a empresa garante aos clientes soluções ideais para aplicações altamente exigentes, em mercados como os setores automotivo, de construção, de processos, aeroespacial e médico.

Valor - SP   02/05/2024

Se levar adiante as negociações, a CSN terá 51% da Loma Negra, uma das maiores cimenteiras da Argentina

A CSN, de Benjamin Steinbruch, fechou acordo para negociar com exclusividade a compra das operações da InterCement no Brasil e da Argentina, conforme antecipou o Valor.

As conversas exclusivas vão até o dia 12 de julho.

A InterCement tem cerca de R$ 9 bilhões em dívidas, parte na divisão de cimentos e outra, na holding Mover (ex-Camargo Corrêa). Fontes afirmam que parte da dívida da cimenteira estaria na holding dos acionistas das famílias da Mover.

A CSN está buscando avançar no setor de cimentos e tem feito pesadas aquisições nos últimos anos para se tornar uma das maiores do setor, ao lado da Votorantim.

A empresa da família Steinbruch adquiriu em 2021 os ativos da fabricante suíça LafargeHolcim no Brasil, em processo que contou com aprovação integral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sem remédios. Com isso, ampliou em 10 milhões de toneladas a sua capacidade e se tornou a terceira maior produtora.

A InterCement está sendo assessorada pelo BTG e a CSN, pelo Morgan Stanley.

Se levar adiante as negociações, a CSN terá 51% da Loma Negra, uma das maiores cimenteiras da Argentina.

No Brasil, a Votorantim Cimentos é líder do setor, um terço do mercado. A InterCement é a segunda maior, com 15,5% de participação. Já a CSN tornou-se a terceira maior após a aquisição da LafargeHolcim.

Em 2023, foram negociadas 62 milhões de toneladas de cimento no país, queda de 1,7% sobre 2022, quando já havia sido registrado um recuo de 2,8%, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic). O volume de 2023 está no mesmo patamar de 2011.

Procurada, InterCement não retornou as ligações.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   02/05/2024

O dólar à vista subiu com força na sessão desta terça-feira, 30, e voltou a se aproximar do nível de R$ 5,20. Dados acima do esperado de custo de emprego nos Estados Unidos, na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), levaram a um fortalecimento global da moeda americana e à alta firme das taxas dos Treasuries.

O real amargou o terceiro pior desempenho entre as divisas emergentes e de exportadores de commodities mais relevantes. Operadores afirmam que a busca por dólares foi turbinada pelo fato de o mercado local estar fechado amanhã, em razão do feriado do Dia do Trabalho. Eventuais sinais do Fed sobre os rumos dos juros americanos serão absorvidos pelos ativos domésticos apenas na quinta-feira, 2.

Com máxima a R$ 5,1938 à tarde, em sintonia com o exterior, o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 1,51%, cotado a R$ 5,1923 – nível mais alto de fechamento em dez dias. A moeda encerra abril com ganhos de 3,53%, maior valorização mensal desde agosto do ano passado (4,69%). Com isso, a divisa já avança 6,98% no ano. Pela manhã e no início da tarde, houve também pressão provada por questões técnicas, com a rolagem de posições no segmento futuro na virada de mês e a disputa pela formação da última taxa ptax de abril.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial o euro e o iene, o índice DXY voltou a supera os 106,000 pontos, com máxima aos 106,229 pontos. A taxa da T-note de 2 anos, mais ligada às expectativas para o rumo dos juros neste ano, superou a barreira de 5% e atingiu o maior nível em cinco meses.

Segundo o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, o clima de tensão na véspera da reunião de política monetária do Fed se exacerbou após a divulgação de dados mostrando aumento de custo de mão de obra nos EUA, o que sugere pressões inflacionárias à frente. “As taxas dos Treasuries subiram com o mercado precificando apenas um corte de 25 pontos até dezembro”, afirma Weigt.

O tesoureiro observa que o real vinha até nos últimos dias se valorizando em relação ao peso mexicano, com a perspectiva de menos cortes da taxa Selic após declarações mais duras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao longo de abril. “Mas o comportamento do real volta agora a ficar muito atrelado ao movimento dos Treasuries. Vamos ver como será o tom do Fed amanhã”, afirma Weigt.

É dado como certo que o Banco Central americano vai anunciar a manutenção da taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50%. As atenções se voltam ao comunicado da decisão e, sobretudo, à entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell. Não haverá revisão das projeções dos dirigentes do BC americano para a taxa de juros. Em março, a maioria projetava três reduções de 25 pontos-base em 2024.

Monitoramento do CME Group mostrou que as chances de corte de juros em setembro passaram a ficar abaixo de 50% nesta terça. O quadro mais provável é de apenas uma redução de 25 pontos-base neste ano, mas a possibilidade de manutenção da taxa básica em 2024 subiu para 25%.

Pela manhã, o Departamento de Trabalho americano informou que o índice de custo de emprego dos EUA subiu 1,2% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, acima das previsões (0,9%). O temor de aumento das pressões inflacionárias fez investidores deixarem em segundo plano a queda da confiança do consumidor americano em abril e dados abaixo do esperado do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago.

“Esse dado do custo de emprego é um banho de água fria na expectativa de desaceleração da inflação neste ano e fez o dólar ganhar força no mundo todo”, afirma o chefe de renda variável da Criteria, Thiago Pedroso, ressaltando que os indicadores sugerindo perda de força da atividade nos EUA acabaram não tendo peso na formação dos preços.

Infomoney - SP   02/05/2024

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino, disse nesta terça-feira (30) que o Copom precisará avaliar os dados econômicos antes de tomar sua decisão sobre juros na reunião de política monetária da semana que vem, e alertou repetidas vezes que sua posição é de “cautela”.

“A minha posição é de cautela, eu preciso avaliar os números para tomar a minha decisão. Dado que é um colegiado, cada diretor tem direito ao seu voto”, disse Aquino em coletiva de imprensa para detalhar o Relatório de Estabilidade Financeira do BC.

Aquino também disse que o Comitê de Política Monetária percebe que as expectativas de inflação estão desancorando e frisou que o colegiado tem uma meta de inflação “muito clara”.

O diretor afirmou que o cenário externo é especialmente desafiador, citando tensões geopolíticas e, principalmente, incertezas em relação à política monetária dos Estados Unidos.

Em relação ao cenário doméstico, Aquino disse que dados econômicos e de inflação recentes foram bons, mas fez menção a “debate acerca da meta fiscal”, sem entrar em detalhes sobre o efeito desse tópico na condução da política monetária e no balanço de riscos do BC.

Depois que o governo afrouxou neste mês a meta de resultado primário para 2025, passando a buscar déficit zero, em vez de superávit de 0,5% do PIB, os mercados financeiros passaram a citar percepção pior da saúde das contas públicas, o que afetou significativamente os ativos brasileiros num contexto de cenário global já turbulento.

O último relatório Focus com projeções de mercado apontam para um IPCA de 3,73% este ano e de 3,60% no ano que vem, acima da meta de 3%.

A taxa Selic está atualmente em 10,75%, após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto desde agosto do ano passado. Em meio à incerteza elevada, boa parte dos mercados passou a apostar numa redução menos intensa, de 0,25 ponto, no encontro de maio do Copom, principalmente depois que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, abriu a porta para essa possibilidade em comentários feitos ao longo deste mês.

Sem especificar o nível de corte que tende a apoiar, Aquino reforçou que segue “avaliando os números e esperando a próxima semana para tomar a melhor decisão”.

Estabilidade financeira

O sistema financeiro brasileiro está resiliente e há confiança dos mercados no trabalho do BC, disse Aquino na coletiva de imprensa, ecoando observações presentes no Relatório de Estabilidade Financeira da autarquia, divulgado mais cedo.

O diretor afirmou que houve melhora na concessão de crédito no Brasil no início de 2024, que as provisões do sistema financeiro permanecem acima das perdas esperadas e que houve melhora na rentabilidade dos bancos no segundo semestre do ano passado.

Segundo ele, “liquidez não é um problema no Brasil”, ao mesmo tempo que resultados de testes de estresse continuam mostrando resiliência do sistema bancário. Segundo Aquino, isso traz uma tranquilidade “gigantesca” para a sociedade brasileira.

Por outro lado, ele disse que algo que tira seu sono como diretor de Fiscalização é o risco tecnológico enfrentado pelas instituições financeiras, e afirmou que o BC levantou vários pontos a serem melhorados pelas entidades para aumentar a segurança do sistema.

Veja - SP   02/05/2024

As projeções do mercado financeiro para a inflação, a taxa de juros e o crescimento da economia se mantiveram estáveis após algumas semanas de alta. Os dados são do Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira, 30, pelo Banco Central.

A estimativa dos analistas para a inflação neste ano permaneceu em 3,73%, mesmo dado da semana passada. Houve estabilidade também na projeção inflacionária dos próximos anos, com IPCA em 3,6% em 2025 e 3,5% em 2026. As estimativas estão acima do centro da meta de inflação, de 3% para este ano e os próximos, mas dentro do teto da meta, que vai até 4,5%.

Com a estabilização da projeção de inflação, os analistas também mantiveram sua previsão para a taxa básica de juros, a Selic. Segundo o Focus, os analistas estimam uma taxa terminal de 9,5% neste ano, abaixo dos 10,75% vigentes atualmente. Porém, há um mês, o mercado trabalhava com a projeção da Selic em 9% neste ano, ou seja, com mais cortes. Para 2025, os analistas mantiveram a projeção em 9%. A novidade da pesquisa foi uma altas na projeção de Selic para 2026, de 8,50% para 8,63%.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne na próxima semana. Há uma sinalização na ata da reunião anterior para reduzir os juros em 0,5 ponto, porém parte do mercado já aposta em uma redução menor, de 0,25 ponto. A decisão de política monetária nos Estados Unidos, agendada para esta quarta-feira, pode influenciar no cenário dos juros por aqui.

No caso do PIB, o mercado manteve a estimativa de crescimento da economia em 2,02%, a primeira pausa em 10 semanas nas revisões para cima do desempenho da economia brasileira. A estimativa dos investidores é menos otimista que a do governo, que estima avanço de 2,2% para o PIB neste ano.

O Focus também traz a manutenção das medianas para o PIB de 2025, em 2% e de 2026, também em 2%.

Infomoney - SP   02/05/2024

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro da China recuou de 50,8 em março para 50,4 em abril, segundo dados oficiais Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) divulgados nesta terça-feira (30).

O dado veio acima do consenso LSEG de analistas, que previa um PMI de 50,3, mas destoa do indicador do Caixin, também divulgado hoje, que mostrou expansão.

Segundo Zhao Qinghe, estatístico sênior do NBS, a demanda do mercado continuou a se expandir, com o índice de novos pedidos ficando em 51,1.

Os novos motores econômicos da economia chinesa também mantiveram a expansão acelerada, como os equipamentos de alta tecnologia.

O PMI do setor não manufatureiro oficial da China também recuou, saindo de 53,0 em março para 51,2 em abril.

Globo Online - RJ   02/05/2024

O Federal Reserve (Fed, banco central) americano manteve nesta quarta-feira (1º) os juros de referência na faixa entre 5,25% e 5,50%, e destacou a "ausência de novos avanços" para sua meta de inflação, após a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária.

No entanto, o Fed sinalizou que, a partir de junho, começará a reduzir mais lentamente seu volume de ativos em carteira, um movimento que anuncia um começo de flexibilização de sua política monetária.

— A inflação demonstrou pouco progresso (rumo à meta), a demanda no mercado de trabalho ainda excede a oferta disponível de trabalhadores e os dados sobre a inflação deste ano estão acima do esperado — explicou o presidente do Fed, Jerome Powell, em pronunciamento feito logo após ao anúncio da manutenção da taxa de juros nos EUA.

Powell afirmou que será necessário “mais tempo que o esperado” para ter confiança num movimento de queda da inflação nos EUA, mas garantiu que é “improvável” que ocorra um novo aumento das taxas.

O Fed tinha elevado suas reservas durante a pandemia para garantir liquidez ao mercado e sustentar a economia americana. Na sequência, ma medida em que suas taxas de juros subiam, começou a se desfazer de títulos do Tesouro americano, retirando assim dinheiro do mercado.

Após o anúncio, em Nova York, o índice Dow Jones fechou o dia em alta de 0,23%, o S&P recuou 0,35%, e o Nasdaq cedeu 0,33%.

Reduzir pressão sobre preços

A decisão de manter as taxas altas é usada para desencorajar o crédito que alimenta consumo e investimento, reduzindo a pressão sobre os preços para conter o avanço da inflação.

Até recentemente, as estimativas de mercado eram de que o Fed promoveria uma redução das taxas de juros a partir de junho. Agora, apontam mais para setembro ou mesmo novembro, de acordo com informação levantadas pelo CME Group.

“O Fed vai demandar vários meses de boas notícias em termos de crescimento de salários e de inflação” para fazer um corte, avaliou Nancy Vanden Houten, economista da Oxford Economics.

O primeiro trimestre de 2024 trouxe o que o Fed esperava desde o momento em que deu início ao aumento das taxas de juros há dois anos: uma moderação no crescimento do PIB americano, após um 2023 com uma expansão superior à prevista.

O crescimento da economia dos EUA foi mais fraco que o esperado para o período de janeiro a março, de 1,6%, ante a 3,4% em igual período de 2023, de acordo com a primeira estimativa para o dado divulgada pelo Departamento de Comércio americano na última semana.

Os analisas esperavam um crescimento do PIB de 2,2% no primeiro trimestre, de acordo com levantamento do Market Watch. Na comparação com os últimos três meses do ano passado, a economia americana cresceu apenas 0,4%.

Inflação voltou a subir

A inflação, porém, teve um repique ao longo dos últimos meses nos Estados Unidos. E retomou sua tendência de alta em março, chegando a 2,7% na comparação interanual, acima dos 2,5% registrados em fevereiro, de acordo com o índice PPCE, o mais usado pelo Fed.

Analistas esperavam um aumento de preços de 2,6% em 12 meses, apurou o Market Watch.

Na medição mensal, em contrapartida, a inflação se manteve com uma variação de 0,3%, em linhha com o estimado por analistas, o que tranquilizou o mercado.

A inflação subjacente, chamada de núcleo da inflação e aquela que exclui do cáculo itens que têm maior flutuação de preço ao longo do ano, como alimentação e energia, também se manteve em 0,3% na comparação mensal, com alta de 2,8% em 12 meses, dado também visto como positivo pelos mercados.

Um outro índice que mede a inflação americana, o IPC, de preços ao consumo, também acelerou no mês passado, alcançando 3,5% em 12 meses.

O mercado de trabalho segue forte. Em abril, o setor privado gerou menos postos de trabalho que em março, mas ficou perto do previsto: 192 mil.

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2024

O cenário econômico americano, que inclui uma atividade forte e uma inflação resistente, pode não ser favorável para o Brasil, de acordo com Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Essa situação da economia americana levou o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), a decidir, nesta quarta-feira pela manutenção das principais taxas de juros da economia do país pela sexta vez consecutiva.

Vale explica que, com a manutenção dos juros dos EUA em patamar elevado, fica mais difícil para o Banco Central brasileiro reduzir a taxa daqui. E, com o juro brasileiro também alto, o crescimento da economia local perde força. “Diminui a possibilidade de o Brasil crescer um pouco mais e chegar a 3% e fica mais provável uma alta no PIB entre 2% e 2,5%”, diz.

O economista destaca também que a manutenção dos juros americanos prejudica a candidatura à reeleição do presidente Joe Biden, dado o desconforto da população no país com o preço do crédito. “Com o Biden enfraquecido, apesar da situação jurídica de Trump não ajudar, o Trump sai favorecido. E o Trump voltando, pode haver um movimento disruptivo para a política e a economia mundial.”

Confira, a seguir, trechos da entrevista:
Como avalia a decisão do Fed?

Era esperada, dados os últimos dados de atividade e inflação. A atividade americana, especialmente o trabalho, continua forte. Isso faz o Fed sinalizar corretamente que vai levar tempo para os juros começarem a cair. O Fed tem sinalizado que quer um caminho de inflação chegando a 2% e tendo certa tendência desse número ficar em 2%. E o país está muito longe disso. O CPI (índice de preço ao consumidor) nos últimos três meses acelerou (de 0,2% em novembro e dezembro para 0,3% em janeiro e 0,4% em fevereiro e março; no acumulado de 12 meses até março, é de 3,5%). São números preocupantes para o Fed, e a possibilidade é a de que o Fed continue com esse patamar de juros por bastante tempo. Isso só vai mudar se houver uma recessão na economia americana e a inflação começar a convergir para a meta. Sempre fui desconfiado da tese de que haveria um pouso suave. Talvez seja preciso uma desaceleração econômica mais dura.
O que a decisão significa para a economia global?

É preocupante pela implicação política. Suponha que não haja recessão, mas a taxa de inflação continue preocupante e o Fed tem de manter o juro elevado por muito tempo. A sociedade americana tem mostrado descontentamento com a taxa nesse patamar. O crédito e o endividamento estão mais caros. Com o juro nesse patamar, é difícil para Joe Biden se reeleger no fim do ano. Agora, se houver recessão, é ainda pior para ele. Isso quase o impossibilita de ser reeleito. Com o Biden enfraquecido, apesar da situação jurídica de Trump não ajudar, o Trump sai favorecido. E o Trump voltando, pode haver um movimento disruptivo para a política e a economia mundial. A volta dele seria muito prejudicial. A política protecionista seria mais agressiva, não só em relação à China, mas a outros países. Há risco de ser um governo ainda mais intervencionista e protecionista, sem falar que ele pode reverter as políticas ambientais dos últimos anos. Seria um choque negativo nessa área.

E qual o impacto da decisão na economia brasileira?

O impacto que temos é um câmbio mais pressionado. Sai de R$ 5 e fica entre R$ 5,10 e R$ 5,20. Também temos uma taxa de juros que não se consegue baixar muito mais. Se antes podíamos ter uma Selic (a taxa básica de juros da economia brasileira) a 8%, isso agora é mais difícil. Aí também entra a situação fiscal brasileira, que é um agravante. A taxa de juros do fim do ciclo de reduções está caminhando para ser entre 9,5% e 10%. Agora, se houver recessão nos EUA, podemos eventualmente ter uma taxa de câmbio mais depreciada no curto prazo.

Esse cenário significa necessariamente uma atividade mais fraca no Brasil?

O crescimento da atividade econômica, que parecia ser forte, pode não ser tanto neste ano. Os três primeiros meses foram fortes. Isso ajuda a ter um PIB de pelo menos 2%. Agora, a situação externa e a questão fiscal são um risco para o crescimento do fim do ano. Diminui a possibilidade de crescer um pouco mais e chegar a 3% e fica mais provável uma alta no PIB entre 2% e 2,5%.
A decisão da Moody’s de melhorar a perspectiva da classificação de risco do Brasil pode ter um impacto positivo na economia, contrabalanceando as consequências da alta do juro nos EUA?

Não impacta diretamente. Só vai haver um impacto quando o País voltar a ter nota de investimento. Aí, com essa chancela, o investimento fica muito mais barato. Essa decisão da Moody’s é positiva, mas marginal.

Infomoney - SP   02/05/2024

O índice de atividade industrial dos Estados Unidos elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 50,3 em março para 49,2 em abril, segundo comunicado do ISM divulgado nesta quarta-feira (1).

Com isso, o indicador volta ao território de contração – isto é, abaixo da barreira de 50.

O resultado também ficou abaixo das projeções de analistas ouvidos pela FactSet, que esperavam uma queda menor, para 50.

MINERAÇÃO

Jornal de Brasília - DF   02/05/2024

A Vale disse nesta quarta-feira (1º) que apresentará seu próximo presidente até 3 de dezembro, após a aprovação do conselho, em setembro, de uma lista tríplice de candidatos a ser apresentada por uma empresa de consultoria.

A companhia disse ainda em comunicação ao mercado que o novo presidente assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2025.

O atual presidente, Eduardo Bartolomeo, apoiará a transição para seu sucessor até 28 de fevereiro. Após a transição, ele atuará como consultor da empresa até o fim de 2025.

A Vale passou o primeiro trimestre no centro de uma crise política, iniciada com a pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para indicar o ex-ministro Guido Mantega para a presidência da companhia, no lugar de Eduardo Bartolomeo.

A crise culminou com a renúncia do conselheiro José Luciano Penido, que acusou o conselho de administração de manipulação do processo de sucessão, mas teria voltado atrás, segundo a Vale, quando questionado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

No balanço divulgado em 24 de abril, Bartolomeo disse que a Vale começou bem 2024, atingindo no primeiro trimestre a maior produção de minério de ferro desde 2019, quando operações foram suspensas após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG).

Prejudicada pelos menores preços do minério de ferro, níquel e cobre, a Vale divulgou lucro de R$ 8,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024, queda de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em comunicado, a Vale disse que a queda no lucro foi provocada pelo cenário de preços do minério de ferro. Seu preço médio de venda de finos de minério caiu 15% na comparação anual, para US$ 100,7 por tonelada.

A queda nos preços foi compensada por aumento de 15% nas vendas de minério de ferro, em relação ao primeiro trimestre de 2024, para 68,3 milhões de toneladas.

A Vale fechou o primeiro trimestre com receita de R$ 41,9 bilhões, queda de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa, caiu 9%, para R$ 3,5 bilhões –a empresa mudou esse indicador para incluir resultados de parcerias.

Valor - SP   02/05/2024

O otimismo recente, contudo, não deve garantir preço médio anual maior que os US$ 120 por tonelada vistos no ano passado

A retomada dos gastos da China com infraestrutura e indicadores positivos no setor industrial chinês impulsionaram os preços do minério de ferro em abril, o primeiro mês de 2024 a exibir valorização e o maior ganho mensal em pelo menos 16 meses no mercado à vista. O otimismo recente, contudo, não deve garantir preço médio anual maior que os US$ 120 por tonelada vistos no ano passado.

No norte do país asiático, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou a terça-feira (30) negociado a US$ 116,75 a tonelada, com alta de 13,57% no acumulado do mês passado. Com esse desempenho, a desvalorização registrada pela commodity em 2024 foi reduzida a 16,9%.

Para o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, a recente recuperação dos preços do minério de ferro pode ser explicada pelo bom desempenho dos setores de infraestrutura e indústria na China, com PMIs, um indicador relevante do nível de atividade, acima de 50 em abril - patamar que indica crescimento

“Talvez isso tenha compensado um pouco a frustração já estabelecida com o setor de propriedades”, afirma, referindo-se à crise vivida pelo setor imobiliário chinês. Além disso, observa Sasson, a proximidade do Dia do Trabalho, um feriado de cinco dias na China, parece ter levado a um movimento de reestocagem de minério por parte das siderúrgicas locais, como forma de se prepararem para a aceleração do ritmo de produção no pós-feriado.

A gente segue com estimativa de US$ 110/tonelada na média do ano”

— Daniel Sasson

Maior produtora mundial, a China produziu 256,6 milhões de toneladas de aço no primeiro trimestre, queda de 1,9% na comparação anual, segundo dados da Worldsteel. O país asiático também é o maior comprador global de minério, cujo preço médio ficou em US$ 120 por tonelada, no mercado à vista, de janeiro a abril.

“A gente segue confortável com nossa estimativa de US$ 110 por tonelada na média do ano”, diz Sasson, acrescentando que isso implica em preço médio entre maio e dezembro na casa de US$ 105 por tonelada, abaixo, portanto, dos níveis atuais.

Em amplo relatório do início de abril, a equipe de analistas liderada por Sasson e a analista de macro Laura Pitta, também do Itaú BBA, indicaram que o desequilíbrio entre oferta e demanda deve pressionar os preços do minério em 2024, levando à cotação média anual estimada de US$ 110 por tonelada, contra US$ 120 por tonelada em 2023.

Conforme os analistas, enquanto a demanda de minério deve recuar, em meio a uma queda estimada de 1,5% na produção chinesa de aço e ao maior uso de sucata ferrosa no processo produtivo, a oferta deve crescer levemente, com o início de operação do projeto Simandou, o maior do mundo, pela Rio Tinto.

Além da expectativa quanto à volta do feriado na China, as atenções de curto prazo estão voltadas ainda para uma possível consolidação entre grandes “players” globais. Na semana passada, a australiana BHP, a maior do mundo, fez uma oferta de US$ 38,8 bilhões para compra da rival Anglo American, que praticamente de imediato rejeitou a proposta - por considerar que ela subvaloriza seus ativos.

A potencial combinação dos negócios de BHP e Anglo poderia ter reflexos no mercado de minério de ferro, mas mudaria sobretudo a relação de forças em cobre, dando origem a um grupo com cerca de 10% da produção do metal, considerado estratégico para a transição energética. Segundo a agência Reuters, a BHP estaria considerando melhorar os termos da oferta.

Diário do Comércio - MG   02/05/2024

Setor de base e dos mais antigos em atividade no Brasil, a mineração, embora seja uma atividade extrativista, investe e precisa seguir investindo em inovação para garantir não apenas processos mais seguros e eficazes, como para se manter competitiva.

Sob um olhar cada vez mais crítico e severo da sociedade e dos investidores, a mineração tem se valido de diferentes modelos de aproximação e parcerias com as empresas de base tecnológica em busca de inovação em processos, materiais, equipamentos e práticas sustentáveis.

Muitas mineradoras e siderúrgicas têm, dentro das suas diretorias ou programas de inovação, estruturas dedicadas para atrair startups por meio de desafios, editais específicos, busca ativa e contato direto, entre outras possibilidades.

Um exemplo é o Açolab, que pertence à ArcelorMittal. O espaço colaborativo incentiva o desenvolvimento de soluções inovadoras com o objetivo de aumentar a competitividade da companhia, em parceria com startups e hubs de inovação aberta. O foco está no codesenvolvimento de provas de conceito (PoCs) e mínimo produto viável (MVPs).

O Açolab já rendeu a criação do Açolab Ventures, uma corporate venture capital (CVC) que ajuda startups mais maduras a ganharem escala. O fundo de investimento próprio é voltado para acelerar startups e pequenas e médias empresas inovadoras. Desde a sua criação, em 2021, foram realizados investimentos em seis empresas. Ao todo, serão desembolsados, até 2025, mais de R$ 100 milhões. Até agora, já foram cerca de R$ 40 milhões.

Conforme o especialista em Inovação da Arcelor Mittal, Conrado Borges, o objetivo do laboratório é gerar resultados de impacto positivo para o negócio e para a sociedade.

“Sendo centenários, sempre tivemos a inovação no nosso DNA e isso é um facilitador. Ainda assim, existe um embate de mentalidades. Existe uma estrutura muito pesada comum ao setor de mineração que precisa se encontrar com a agilidade e com a pouca maturidade das startups como empresas. Se isso causa algum choque, por outro lado é uma oportunidade para os dois aprenderem. De um lado, a mineração ganha inovação e agilidade; de outro, as startups ganham não apenas grandes clientes, mas também amadurecem a gestão e têm acesso a um capital que, de outra forma, seria mais difícil. Temos hoje cerca de 10 mil startups que já se conectaram conosco de alguma forma”, explica Borges.

Uma das startups apoiada pelo Açolab Ventures foi a Vertown. A empresa, sediada em Belo Horizonte, é especialista em gestão de resíduos. Segundo o Chief Revenue Officer (CRO) da Vertown, Messias Barbosa, as práticas sustentáveis são a principal demanda do setor de mineração que busca por inovação junto às startups.

“Não é fácil nos aproximarmos dessas empresas colossais e centenárias. Esses programas ajudam muito. Não basta ter tecnologia para ser inovador e o mercado tem pressionado por práticas mais sustentáveis e processos mais eficazes sob pena de perda de competitividade e, com isso, risco à perenidade do negócio”, pontua Barbosa.

Diferentemente da ArcelorMittal, a Aperam atua com projetos pontuais. Para o gerente executivo de TI da Aperam, Alexandre Henrique Farah Dias, a busca pelas empresas de base tecnológica capazes de atender as demandas da empresa acontece de diferentes maneiras.

“Não temos um programa estruturado para promover esse encontro, mas participamos ativamente do ecossistema de inovação. Estamos sempre nos eventos mais importantes do Estado e do Brasil, trabalhamos muito próximos ao Fiemg Lab (hub de inovação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) e outras iniciativas como o Cubo (Banco Itaú) e Inovabra (Bradesco). Nesses espaços as pessoas e as empresas colaboram e compartilham muito e é assim que se fomenta a cultura de inovação. A mudança de mentalidade é mais importante do que a própria solução de um problema pontual. E, tudo isso, ajuda também a promover a inovação interna, criando um ambiente inovador”, destaca Dias.
Mining Hub promove inovação aberta no setor de mineração

Criado em Belo Horizonte, em 2019, o Mining Hub é um espaço de inovação aberta do setor de mineração que une mineradoras, startups, pesquisadores e investidores, oferecendo soluções, oportunidades e conexões. Considerado o primeiro do mundo estruturado para promover inovação aberta no setor, o hub já recebeu 1.544 inscrições, tendo realizado 132 provas de conceito e 26 contratos pós PoC. São 21 mineradoras associadas, 20 fornecedores e 17 startups contratadas.

Segundo o diretor-executivo do Mining Hub, Leandro Rossi, são diferentes tipos de programa que atuam segundo as necessidades das empresas e o grau de maturidade das startups.

“Em setores de capital intensivo como a mineração, é comum que as grandes empresas só se relacionem e façam negócios com outras grandes empresas, matando as pequenas com o peso da sua estrutura. E foi para mudar essa lógica que o Mining Hub foi criado. O que fazemos aqui não é filantropia. Mineradoras e startups precisam uma das outras para que os negócios prossigam. Inovação aberta não pode ser só um discurso, um teatro”, avalia Rossi.

Para dar estrutura ao trabalho foram destacados sete temas:
Descarbonização da cadeia produtiva; Desenvolvimento social; Transição energética; Eficiência operacional; Gestão da água; Gestão de resíduos; Saúde e segurança ocupacional.

“Essa padronização dá escala à busca de soluções. Assim, a possibilidade de construirmos uma agenda ‘ganha-ganha’ cresce. A inovação é uma agenda de médio e longo prazo, mas para ser possível suportar esse fluxo, temos que promover entregas menores ao longo desse período. A inovação precisa estar dentro do debate estratégico das mineradoras. O Brasil lidera alguns dos fóruns mais importantes porque somos grandes produtores em quantidade e qualidade. Precisamos trabalhar mais na construção de políticas públicas para que a mineração siga de forma cada vez mais responsável como um dos motores da economia e sendo compreendida na sua complexidade e importância pela sociedade”, destaca o diretor-executivo do Mining Hub.

Presente no Mining Hub desde o início, a LLK, criada também em Belo Horizonte, em 2008, é uma empresa de inovações que aplica diariamente a indústria 4.0 em seus negócios, fornecendo soluções e desenvolvendo produtos para diversos ramos da indústria, especialmente a mineração.

Para isso, desenvolve produtos, equipamentos, hardwares, softwares e processos, trabalhando com visão computacional, instrumentações de diversos tipos, monitoramento de variáveis, proteção de equipamentos e processos.

Segundo o CEO da LLK, Filipe Vargas, fazer parte do Mining Hub foi fundamental para a aproximação com grandes empresas. Hoje, a LLK tem como clientes gigantes como Vale, Usiminas, CSN, entre outras.

“As grandes empresas, além do tamanho, têm um problema de mentalidade, acostumadas com grandes fornecedores e as startups não estão preparadas. Tem a questão financeira, elas trabalham com faturamento de 60 dias ou mais. As startups não conseguem sobreviver a esse fluxo. O Mining Hub ajuda muito nessa comunicação. A parti dele, as próprias empresas começaram a criar hubs internos. Hoje, a maioria das demandas tem a ver com sustentabilidade, meio ambiente e eficiência operacional. A tragédia do rompimento da barragem, em Mariana, em 2015, fez com que o foco mudasse. Naquela época, quase ninguém falava em segurança de barragens, a partir dali tivemos um grande desenvolvimento de tecnologias de segurança não só para barragens, como também de empilhamento a seco. Para a LLK foi uma oportunidade de diversificarmos o nosso portfólio”, relembra Vargas.

A proximidade com os grandes players também permite que as startups acelerem o processo de internacionalização oferecendo soluções para operações das clientes em outros países e também frequentando com mais facilidade ecossistemas de inovação fora do País. Assim, a LLK já fez negócios na Argentina, já visitaram o Peru e ainda este ano estarão na Alemanha.

“Desenvolvemos muitos produtos a partir do Mining Hub e, por ser inovação aberta, são produtos para muitas empresas. Buscamos escalar desses produtos, aumentando o volume em empresas que já são clientes”, pontua o CEO da LLK.

Máquinas e Equipamentos

IstoÉ Dinheiro - SP   02/05/2024

A Vale e a Caterpillar assinaram um acordo para descarbonização de operações de mina, que inclui a realização de testes com caminhões de grande porte movidos a bateria elétrica e com sistemas de transferência de energia, informou a mineradora mais cedo.

O entendimento também abrange a realização de estudos conjuntos para caminhões movidos a etanol. O objetivo é apoiar a Vale no atingimento das suas metas de redução de emissões de carbono diretas e indiretas (escopos 1 e 2) em 33% até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050.

Os caminhões fora de estrada movidos a bateria estão em fase de desenvolvimento pela Caterpillar, de acordo com a mineradora. “Uma unidade com capacidade de 240 toneladas será testada pela Vale em suas operações em Minas Gerais”, informou a companhia. “A Caterpillar também desenvolve um sistema de transferência de energia para caminhões, que será testado nas operações da mineradora no Pará nos próximos anos.”

As duas empresas iniciarão também um estudo conjunto para um motor a bicombustível para caminhões fora de estrada, que funcione com etanol e diesel, de acordo com comunicado da Vale.

A mineradora informou ainda que as emissões de diesel das operações de mina respondem por 15% de suas emissões diretas de gases de efeito estufa. E, entre os equipamentos de mina, o caminhão fora de estrada é o maior consumidor de diesel e o maior emissor.

De acordo com Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da Vale, a mineradora está desenvolvendo “um portfólio de opções para descarbonizar as operações”, como a eletrificação e o uso de combustíveis alternativos nas minas. “As soluções mais viáveis serão adotadas”, afirma a executiva.

“Acreditamos que o etanol tem um grande potencial de contribuir para a meta de 2030 por ser um combustível já adotado em larga escala no Brasil, com uma rede estabelecida de fornecimento, e que requer uma parceria ativa com fabricantes”, acrescentou Ludmila Nascimento.

O diretor de Engenharia para Operações de Mina e Usina da Vale, José Baltazar, destacou que “houve avanços relevantes no desenvolvimento da tecnologia dos caminhões elétricos nos últimos anos” e que as inovações contribuirão para zerar as emissões líquidas até 2050. “Estamos oferecendo como campo de testes as nossas minas no Brasil, com suas características bem específicas, de forma a contribuir para o atingimento das nossas metas e para a construção de uma indústria de mineração mais limpa.”

Denise Johnson, presidente do segmento de Indústrias de Recursos da Caterpillar, disse que “a Vale tem sido uma voz-chave durante nossa longa história de colaboração em tecnologia e implementação de produtos”.

Valor - SP   02/05/2024

Associação destacou que apesar da queda, houve estabilidade na receita de vendas de componentes para bens de capital e crescimento no comércio de máquinas para logística e construção civil

Os fabricantes de máquinas e equipamentos fecharam o primeiro trimestre com queda de 21,3% na receita líquida total, que somou R$ 56,6 bilhões no período. Segundo números divulgados nesta terça-feira (30) pela Abimaq, entidade que representa o setor, o faturamento caiu tanto no mercado interno como nas exportações. O único indicador positivo neste começo de 2024 é de importações.

A receita líquida interna no primeiro trimestre foi de R$ 42,3 bilhões, redução de 21,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. A Abimaq destacou que apesar da queda, houve estabilidade na receita de vendas de componentes para bens de capital e crescimento no comércio de máquinas para logística e construção civil.

O consumo aparente (soma das vendas internas com as importações) caiu 14,5% entre janeiro e março, somando R$ 77,8 bilhões, reflexo da redução de investimentos no Brasil em máquinas e equipamentos neste ano. Dois segmentos pesaram no resultado negativo até o momento, segundo a associação. O agronegócio reduziu em 35% as compras, enquanto na indústria de transformação a redução foi de 6%.

Balança comercial

As exportações, que vinham num ritmo mensal acima de US$ 1 bilhão no ano passado, fecharam o primeiro trimestre com total de US$ 2,89 bilhões, redução de 12,7% sobre o mesmo período de 2023. A Abimaq diz que o desempenho negativo é resultado da valorização do real de 4,7%, nos três primeiros meses do ano, e da comparação com uma base muito forte no começo do ano passado, quando o setor registrou recorde de embarques.

“Houve queda de forma quase que generalizada, com destaque para o setor fabricante de máquinas para agricultura que viu o seu resultado encolher 23% e máquinas para logística e construção civil com queda de 15%. Juntos estes dois segmentos representam mais de 40% do total exportado pela indústria brasileira de máquinas e equipamentos”, informou a associação.

As importações somaram US$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre, alta de 6,1% na comparação anual. Os segmentos que mais importaram foram de fabricação de bens de consumo não duráveis e semiduráveis com alta de 21,5% nas compras externas.

Com queda nas exportações e alta de importações, o resultado da balança comercial do setor fechou o primeiro trimestre com déficit de US$ 3,98 bilhões, alta de 25,8%.

A ocupação da capacidade instalada terminou março em 74,5%, abaixo dos 77,8% do mesmo mês de 2023. Já o número de empregados do setor ficou em 388,2 mil vagas, redução de 1,3% sobre o fim do primeiro trimestre do ano passado.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   02/05/2024

País possui mais de 100 marcas locais, produzindo uma quantidade de veículos maior do que a comprada pelos motoristas do país a cada ano

Em 2019, uma montadora chinesa pouco conhecida chamada Zhido quebrou depois de Pequim ter cortado os subsídios para os minúsculos carros elétricos que produzia e dizimado suas vendas.

Agora ela está de volta. Neste mês, a empresa lançou um minicarro elétrico chamado “Caihong”, “arco-íris” em mandarim, cujo formato parece uma caixa e é oferecido em sete cores, incluindo o “Mambo-Hortelã”, com um preço inicial equivalente a cerca de US$ 4,4 mil.

O renascimento da Zhido se dá após fundos estatais e dezenas de outros investidores terem injetado capital novo na empresa no fim de 2023 — apesar dos amplos sinais de que a China possui montadoras demais para seu mercado.

Autoridades governamentais locais comemoraram a revitalização da empresa.

“Tenho a esperança de que a Zhido possa contribuir para o desenvolvimento sustentável e saudável da indústria de veículos”, disse o governador da província chinesa de Gansu, que visitou a fábrica local da Zhido em março, segundo citação no site da montadora.

A China tem um longo histórico de excesso de capacidade de produção no mercado automotivo. Há mais de 100 marcas locais, produzindo uma quantidade de veículos maior do que a comprada pelos motoristas do país a cada ano.

Ainda assim, o governo continua a respaldar empresas como a Zhido, encorajando montadoras não rentáveis a não deixarem de produzir, uma vez que as autoridades tentam impulsionar o crescimento econômico, preservar empregos e incrementar a participação da China no mercado mundial de veículos elétricos (VEs).

Esse incentivo, que também se dá na forma de subsídios às montadoras, está trazendo mais carros para um mercado mundial que corre o risco de ficar com excesso de oferta.

Atualmente, a China tem capacidade para produzir cerca de 40 milhões de veículos ao ano, embora venda apenas cerca de 22 milhões de carros no mercado interno, de acordo com números da firma de estratégia Automobility e dados sobre as vendas da Associação de Carros de Passageiro da China.

Essa situação tem resultado em uma agressiva guerra de preços, com montadoras como a Tesla reduzindo os preços na China, ao mesmo tempo em que desperta temores nos EUA e Europa de que as montadoras chinesas inundarão outros países com carros não vendidos internamente.

O excesso de capacidade fica ainda mais claro no caso dos carros com motores de combustão interna, que vêm perdendo popularidade à medida que os consumidores chineses migram para os VEs.

No entanto, esse também é um problema para os VEs chineses, já que um número grande demais de empresas precisa lutar por participação de mercado. Em 2023, 123 marcas venderam pelo menos um VE na China, segundo Stephen Dyer, consultor automotivo da AlixPartners, que trabalha em Xangai.

Washington teme que as empresas chinesas tentarão despejar veículos subsidiados nos EUA, mesmo com as altas tarifas americanas cobradas dos importados. Em 2023, a Europa iniciou uma investigação sobre subsídios a VEs chineses que provavelmente resultará em tarifas de importação nos próximos meses.

As exportações de carros chineses quase quintuplicaram em apenas três anos e chegaram a cerca de 5 milhões de veículos em 2023, parte do motivo por trás dos receios americanos e europeus. Em 2023, 75% das exportações foram de carros de motor de combustão interna, sendo que muitos deles foram para a Rússia, embora o número de VEs enviados ao exterior também esteja aumentando.

Autoridades chinesas dizem que as críticas às políticas da sua indústria automotiva são injustas e que os carros chineses são inovadores e oferecem bom custo-benefício — um argumento também feito por muitos especialistas em carros e executivos de montadoras estrangeiras.

Os EUA também contam com apoio governamental para promover sua indústria de VEs, por meio da Lei de Redução da Inflação, que a China contestou na Organização Mundial do Comércio (OMC).

O que está claro é que a indústria automotiva da China está em modo de expansão, mesmo com o crescimento das vendas internas em desaceleração.

Na Auto China, em Pequim, o maior salão automotivo do país, que começou na quinta-feira (25), há cerca de 300 modelos de VEs e híbridos plug-in em exibição. Entre eles, há um sedã elétrico esportivo apresentado pela Xiaomi, uma fabricante chinesa de telefones celulares que acabou de entrar no ramo automotivo e planeja produzir 100 mil veículos ainda em 2024.

Liberando “novas forças produtivas”

Pequim identificou os VEs como uma indústria que pretende dominar, e muitos governos locais concorrem para desenvolver novas montadoras que possam gerar empregos.

O senso de urgência para fazer isso cresceu nos últimos 12 meses, à medida que outras partes da economia chinesa estagnaram e o líder chinês Xi Jinping pediu aos líderes locais para promoverem “novas forças produtivas” — um termo da moda nos círculos políticos chineses para a necessidade de promover indústrias de alto valor agregado.

O apoio estatal à indústria inclui empréstimos a juros abaixo do mercado e descontos em produtos como aço e baterias para as montadoras, segundo relatório de abril do instituto de análises econômicas Kiel Institute for the World Economy, com sede na Alemanha.

A BYD, maior fabricante de VEs da China, recebeu cerca de US$ 3,5 bilhões em subsídios diretos do governo entre 2018 e 2022, de acordo com o instituto, que cita os balanços anuais da companhia. A BYD não respondeu ao pedido para comentar as informações.

No total, entre 2009 e 2022, a China gastou aproximadamente US$ 173 bilhões em subsídios para apoiar o setor de veículos de novas energias, que incluem os VEs e os híbridos plug-in, de acordo com a estimativa mais recente disponível de Scott Kennedy, um pesquisador especializado em políticas econômicas chinesas no Center for Strategic and International Studies.

Apenas quatro marcas de VEs no mercado chinês venderam mais de 400 mil veículos cada em 2023 — volume considerado como o ponto de equilíbrio para as contas das fabricantes de VEs, com base em dados financeiros históricos da Tesla, segundo Dyer, da AlixPartners. As quatro foram BYD, Tesla, Aion e Wuling.

Algumas montadoras de VEs chinesas fecharam as portas nos últimos anos, e autoridades de alto escalão falam abertamente sobre a necessidade de mais fusões.

Em março, o primeiro-ministro da China, Li Qiang, disse em relatório anual do governo que a China faria uma consolidação e aperfeiçoaria sua posição de liderança em setores como o de veículos de novas energias.

Li também enfatizou, contudo, a intenção de Pequim de continuar investindo em indústrias de alto padrão e citou repetidamente o termo “novas forças produtivas”. Governos locais, que acompanham as diretrizes de Pequim sobre prioridades econômicas, responderam financiando as montadoras em suas regiões.

Apoio a empresas em dificuldades

Em fevereiro, a cidade de Zhengzhou, na região central da China, prometeu fomentar indústrias de “novas forças produtivas” e se tornar a “cidade dos veículos de novas energias” com uma capacidade produtiva anual de 700 mil carros do tipo.

Um mês depois, uma entidade estatal em Zhengzhou assumiu temporariamente os ativos da unidade local da Haima Auto, que tem cerca de 3 mil funcionários e uma fábrica na cidade. No primeiro trimestre, a montadora em dificuldades vendeu menos de 2 mil carros, segundo documentos da empresa.

O acordo de cinco anos forneceu à Haima o caixa que precisava, equivalente a cerca de US$ 27,5 milhões. A Haima divulgou que se concentraria em aumentar as exportações a mercados como Rússia e Vietnã para impulsionar o crescimento.

Na Zhido, o clima após sua recente reestruturação era de euforia. Em meados de abril, num evento lotado, o fundador da empresa, Bao Wenguang, ergueu as mãos no ar e exclamou: “A Zhido, enfim, está de volta”, segundo um vídeo do evento.

Em determinado momento, entre 2014 e 2017, a Zhido foi uma das principais fabricantes de VEs da China, especializada em minicarros elétricos. Na época, as compras desses pequenos veículos eram subsidiadas pelo governo.

Quando Pequim pôs fim a essa política e passou a tentar incentivar VEs de maior autonomia, as vendas entraram em queda livre, deixando a Zhido com dívidas de cerca de US$ 250 milhões, segundo documentos de uma plataforma on-line do Alibaba Group para leilões judiciais.

Após sua reestruturação em outubro, que envolveu uma unidade da empresa estatal China Three Gorges e a montadora chinesa Geely, a Zhido agora almeja dobrar as vendas anuais até 2026 e lançar 16 novos modelos até 2028. Também planeja expandir a capacidade de produção em sua fábrica em Gansu para 300 mil veículos por ano e “cultivar ativamente o negócio no exterior”.

Investing - SP   02/05/2024

A Tesla (NASDAQ:TSLA) recuou em um ambicioso plano de inovações em gigacasting -- seu processo pioneiro de fabricação --, segundo duas fontes com conhecimento do assunto, em mais um sinal de que a fabricante de veículos elétricos está se retraindo, em meio a quedas de vendas e concorrência maior.

A Tesla tem sido líder no gigacasting, uma técnica de ponta que utiliza enormes prensas com milhares de toneladas de pressão para fundir grandes seções da parte inferior da carroceria do carro. Em um veículo típico, a parte inferior do carro pode ser formada por várias partes individuais.

No ano passado, ao desenvolver uma nova plataforma para veículos pequenos, a Tesla pretendia perfurar a parte inferior do carro em uma única peça, como a Reuters publicou com exclusividade em setembro, citando cinco fontes com conhecimento das operações de gigacasting da fabricante. O objetivo no longo prazo era simplificar radicalmente a produção e cortar custos.

Mas desde então a Tesla interrompeu essa tentativa, optando por manter seu método de fundir as partes inferiores do veículo em três peças: duas seções na frente e atrás com gigacasting e uma seção no meio feita de alumínio e estruturas de aço para armazenar as baterias, de acordo com duas fontes com conhecimento do assunto.

Esse é basicamente o mesmo método de três peças que a empresa usou em seus últimos dois novos modelos, o Modelo Y de SUV crossover e a picape Cybertruck.

O recuo da Tesla no gigacasting de uma peça ainda não havia sido publicado. A fabricante não respondeu ao pedido por comentários.

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A decisão de segurar o potencial avanço de fabricação é mais um exemplo de ações da Tesla para reduzir gastos no curto prazo, para se ajustar à queda nas vendas e nas margens de lucro, ao abrandamento da demanda mundial por veículos elétricos e à intensificação da concorrência de fabricantes rivais, como a BYD (SZ:002594), da China.

No mês passado, a Tesla demitiu mais de 10% de sua força de trabalho global. Alguns executivos seniores também renunciaram ou foram afastados.

Essas decisões também refletem uma mudança fundamental de estratégia, com a Tesla agora focando mais em desenvolver veículos autônomos, no lugar de perseguir grandes crescimentos em volume de vendas de veículos elétricos.

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2024

As montadoras chinesas estão construindo uma nova geração de carros elétricos maiores, mais avançados tecnologicamente e mais competitivos, ameaçando ficar ainda mais à frente de seus rivais globais, conforme as exportações aumentam ao redor do mundo.

As dezenas de empresas automotivas operando na China planejam colocar à venda 71 novos modelos de carros elétricos com bateria este ano. Muitos dos novos modelos têm capôs mais altos para uma aparência mais ousada e mais espaço de armazenamento. Os carros têm pneus maiores que melhoram a frenagem. Os bancos são mais espessos e confortáveis. As baterias são cada vez menores, mais poderosas e rápidas para recarregar.

As mudanças pretendem tornar os carros ainda mais atraentes para os clientes na China e mais competitivos no exterior. Junto com os carros híbridos plug-in, os elétricos a bateria estão fazendo desabar as vendas dos carros com motor a combustão.

A China também está avançando com a tecnologia e as regulamentações para carros autônomos. As autoridades aprovaram esta semana medidas de segurança de dados para veículos autônomos. Eles aprovaram carros da Tesla, a empresa americana de veículos elétricos que também constrói e vende carros na China, bem como de cinco fabricantes chineses, incluindo a BYD, o principal rival global da Tesla, e a Nio, um participante de longa data no setor automobilístico da China.

As aprovações mostram a vontade do governo chinês de impulsionar o desenvolvimento de veículos autônomos, que são amplamente vistos como fundamentais para a competitividade futura da indústria automóvel. A tecnologia é mais compatível com carros elétricos a bateria do que com híbridos plug-in ou carros movidos a gasolina, e as empresas chinesas estão tentando alcançar a Tesla.

Nos Estados Unidos, o recurso chamado Autopilot da Tesla tem sido objeto de uma série de investigações de segurança governamentais. Mas na China, os reguladores e o público em geral tendem a ver a tecnologia como mais segura do que depender de motoristas humanos.

As montadoras chinesas têm investido pesadamente em software de assistência ao motorista. Um carro elétrico ”está se tornando um robô sobre rodas”, disse Frank Wu, vice-presidente de design da Jiyue. A empresa é uma joint venture da Zhejiang Geely, uma montadora chinesa, e a Baidu, uma das principais empresas de inteligência artificial da China e parceira da Tesla em seus esforços de direção autônoma na China.

Baterias melhores e custos em queda sustentam o impulso da China nos carros elétricos. A CATL, sediada no sudeste da China e maior fabricante mundial de baterias para carros elétricos, anunciou na semana passada, na feira automobilística de Pequim, que uma carga de 10 minutos de sua mais nova bateria daria uma autonomia de quase 600 quilômetros. Uma carga completa de 30 minutos daria uma autonomia de cerca de mil quilômetros, disse a empresa.

Alcançar essas distâncias envolve química e engenharia de extrema precisão e “colocar cada nanopartícula no lugar certo”, disse Gao Huan, diretor de tecnologia do negócio de carros elétricos da CATL.

Os avanços significaram que as montadoras podem usar baterias menores, liberando espaço nos interiores dos carros, ou podem manter a bateria do mesmo tamanho e alcançar uma maior autonomia.

Muito do espaço extra está sendo direcionado para assentos traseiros maiores com mais espaço para as pernas.

“Vamos dar mais foco ao banco traseiro - queremos torná-lo mais atraente”, disse Wang Tan, gerente geral de design da XPeng Motors, um fabricante chinês de carros elétricos.

Os fabricantes de veículos elétricos costumam priorizar e manter os carros o mais leve possível, porque o peso é o que mais importa para a distância que um carro pode percorrer antes de precisar de uma recarga. Mas as baterias mais poderosas agora permitem que os veículos elétricos sejam mais altos e pesados.

Os fabricantes de automóveis chineses também estão adotando designs com mais arestas, como o sedan Denza Z9GT exibido na feira pela BYD. Eles estão se afastando do alumínio leve, mas caro, e construindo carros com uma proporção maior de ligas de aço mais pesadas, porém mais baratas.

Painéis de carroceria de alumínio precisam ser mais curvos e não permitem as linhas mais nítidas, possíveis com o retorno ao aço, disse Stefan Sielaff, vice-presidente de design global da Geely. O efeito é tornar os carros visualmente mais marcantes à medida que as tendências automotivas se afastam das formas arredondadas dos carros elétricos anteriores.

Os clientes no exterior, assim como na China, estão ficando mais exigentes. Muitos estão comprando híbridos plug-in em vez de carros movidos apenas por baterias, embora os mercados para ambos ainda estejam crescendo na China.

Nem todos os carros elétricos na feira de Pequim são maiores e mais espaçosos. A Xiaomi, uma fabricante chinesa de smartphones baratos, exibiu seu primeiro carro elétrico, o sedã esportivo SU7. A empresa de tecnologia deu um passo no mercado automobilístico, um caminho que a Apple tem considerado há muitos anos, mas ainda sem empreender.

O SU7 parece quase idêntico, por fora, a um carro elétrico Porsche Taycan. Mas custa menos de um quinto de um Taycan, que varia na China de US$ 140 mil a US$ 275 mil.

O CEO da Xiaomi, Lei Jun, foi seguido por uma multidão de admiradores enquanto percorria a feira automobilística. Ele exalava confiança em um discurso na introdução do SU7, ao mesmo tempo em que expressava preocupação com um concorrente. “Exceto a Tesla, parece que quase ninguém é melhor do que nós”, disse ele.

Executivos automotivos chineses consistentemente expressam uma mistura de respeito e medo da Tesla, uma montadora que não apresentou nenhum carro novo na feira. Na semana passada, a Tesla anunciou queda de 9% nas vendas e de 55% nos lucros no primeiro trimestre deste ano, além de planos para demitir mais de um décimo de seus funcionários em todo o mundo, ou 14 mil pessoas.

Em contraste, montadoras ocidentais estabelecidas há muito tempo estão ficando para trás na direção autônoma e lutando para acompanhar os carros elétricos.

A General Motors e a Ford perderam grande parte de sua participação de mercado na China ao longo dos últimos cinco anos. A Ford apresentou o carro mais comentado na feira automobilística de Pequim em 2020, o carro elétrico Mustang Mach-E. Mas problemas administrativos levaram a mais de um ano de atrasos na produção, e o interesse público evaporou.

Neste ano, a Ford decidiu enfatizar Mustangs muito diferentes, equipados com enormes motores a gasolina de cinco litros V-8 e quatro escapamentos.

Bill Russo, ex-CEO da Chrysler China e agora consultor da indústria de carros elétricos em Xangai, disse que a Tesla surgiu como a única forte concorrente global americana no mercado de veículos elétricos. “Se eles alguma vez falharem, todo o mercado de VE (veículos elétricos) falha com eles nos Estados Unidos”, afirmou.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   02/05/2024

Os investimentos em construção nos Estados Unidos tiveram baixa de 0,2% em março ante fevereiro, segundo dados publicados nesta quarta-feira (1) pelo Departamento do Comércio do país. O resultado contrariou expectativas de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,2%.

O total investido recuou de US$ 2,087 bilhões (dado revisado) em fevereiro para US$ 2,083 bilhões em março. A queda no mês se concentrou na construção privada, uma vez que o investimento público no setor avançou 0,8%.

FERROVIÁRIO

IstoÉ Online - SP   02/05/2024

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo está reavaliando o traçado original da ferrovia Transnordestina até o Complexo Industrial Portuário de Suape, conhecido como Porto de Suape, em Pernambuco. Segundo o ministro, “intervenções urbanas não permitem o traçado original” do trecho. A declaração ocorreu em audiência pública na comissão de infraestrutura do Senado, nesta terça-feira, 30.

Ele havia sido questionado pela senadora Teresa Leitão (PT-PE) sobre os planos do governo de retomar o traçado original da Transnordestina em forma de “T”, e não de “L invertido”.

Costa prometeu que “o T de Teresa vai se materializar”, mas considerou que “terá que ser feito outro traçado”.

Além disso, o ministro afirmou que, num passado recente, o trecho de Pernambuco havia sido excluído da concessão, restando apenas o “L invertido”. No entanto, o contrato foi revisto.

“Nós estamos retomando a obra de Pernambuco como obra pública, inicialmente, enquanto a gente formata um novo edital de concessão”, disse o ministro. “Já iniciaremos a licitação desse ramal.”

Celeridade de obras

Segundo o ministro, o governo está “buscando fazer correções necessárias para obras terem celeridade” e sinalizou aos prefeitos que pleiteiam por projetos para que já agilizem a questão documental.

Costa recomendou que situações como a sondagem de terrenos para obras e o ingresso na Caixa Econômica Federal já tenham andamento para que o governo possa atender os prefeitos.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   02/05/2024

A Diretoria Executiva e os conselhos de Administração e Fiscal da Portos RS, responsáveis pela administração dos Portos do Rio Grande do Sul, foram reconduzidos para mais dois anos de gestão. A empresa pública segue sob a liderança do presidente Cristiano Klinger, que dará continuidade à missão de consolidar a Portos RS como principal hub portuário do Conesul.

—Recebemos com satisfação a confirmação da manutenção da Diretoria Executiva e dos conselhos de Administração e Fiscal para mais um biênio. Sabedores de nossa responsabilidade, seguiremos no comando da Autoridade Portuária norteados pela ética e focados em resultados, os quais são fruto de trabalho árduo, de forma a honrar a confiança depositada pelo governador —destacou Klinger.

A decisão foi deliberada pelo governador do Estado, Eduardo Leite, e pelo secretário de logística e transporte, Juvir Costella. Além do presidente, permanecem na liderança da empresa os diretores de Gestão Administrativa e Financeira, João Alberto Gonçalves; de Infraestrutura, Lucas Meurer; de Operações, Romildo Bondan; de Meio Ambiente, Henrique Ilha; e de Relações Institucionais, Sandro Oliveira.

De acordo com o secretário estadual de logística e transportes, Juvir Costella, “— recondução do presidente Cristiano Klinger nos traz a certeza do trabalho de excelência realizado não só por ele, mas por toda a diretoria da Portos RS. Os resultados alcançados nos portos gaúchos nos últimos anos, sob a gestão do presidente Cristiano, nos levam a crer que, neste novo período, as movimentações nos terminais seguirão em ritmo de crescimento, gerando ainda mais emprego e renda e consolidando nossos portos no cenário nacional e internacional—.

O Conselho de Administração recebe um novo integrante: Marcelo Andrade Moreira Pinto, indicado pela União. Moreira Pinto é engenheiro civil e diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

O novo integrante irá se juntar aos demais membros reconduzidos ao cargo: a presidente e advogada Jacqueline Wendpap; o geógrafo Américo Elmo Bulla Junior; o engenheiro mecânico Eduardo Teixeira Neto; o economista José Fernando Marchiori; e o engenheiro civil Thierry José da Silva Rios.

O Conselho Fiscal é composto pelo presidente, o contabilista Cristian Kuster, pelo administrador Renato Aldair Menezes da Silveira, e pelo bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, Thiago Lorenzom.

Portos e Navios - SP   02/05/2024

Os portos do Arco Norte vêm se destacando na última década por seu crescimento contínuo ascendente e também pelas inovações que vem trazendo para o setor, tanto por novidades em tecnologia, quanto por soluções mitigadoras de impacto ambiental. Só em 2023, o setor alcançou 51 milhões de toneladas de grãos escoados pelos portos da região, totalizando um crescimento aproximadamente 22% maior do que no ano anterior.

Com intensa movimentação nos rios da Bacia Amazônica, algumas estruturas vêm se destacando — as chamadas estações de transbordo flutuante, que por sua natureza se tornaram uma alternativa em uma região em que terrenos às margens de rios profundos já são escassos.

As estações flutuantes têm grande apelo econômico na sua implantação. Apesar de não terem a capacidade de um porto em terra, a solução tem feito sucesso para alguns tipos específicos de operações. A opção vem sendo utilizada na região pelas empresas Mega Logística e Transportes Bertolini, que possuem, cada uma, três operações deste tipo no Arco Norte.

Por ser flutuante, a estrutura tem flexibilidade logística e, em alguns casos, pode dobrar sua capacidade com a instalação de boias. Só em 2023, essas empresas movimentaram cerca de 6,4 milhões de toneladas de granéis vegetais sólidos nessas estações, tendo a expectativa de aumentar ainda mais a movimentação este ano.

Híbrido

As soluções inovadoras e tecnológicas não param por aí. Recentemente, a Hidrovias do Brasil teve o seu empurrador "HB Poraquê" reconhecido como a melhor embarcação do mundo na categoria “Empurrador Médio” pela revista Work Boat World, ficando à frente de mais de 400 embarcações de outros países.

O "HB Poraquê" é o primeiro empurrador com sistema de propulsão híbrido já produzido e tem como grande diferencial o fato de que emite muito menos gases poluentes. Além disso, ele permite desonerar as operações portuárias por reduzir custos operacionais e reduz a dependência das operações de combustíveis derivados de petróleo.

Outro case de sucesso foi desenvolvido pela Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport) no Canal do Quiriri, possibilitando o aumento do calado de 11,50 para 13,90 metros na localidade, sem a realização de dragagem ou outra intervenção significativa no meio ambiente. Esse aumento foi possível devido à instalação de três estações de monitoramento meteoceanográficas, que permitem a navegação de navios maiores e de maior calado, possibilitando, assim, uma maior eficiência no transporte de cargas na região.

O projeto começou a ser desenvolvido em 2016 e realiza a medição meteorológica e oceanográfica em tempo real, observando o comportamento das marés e sua amplitude. Através dessas estações instaladas em pontos estratégicos próximos e no Canal do Quiriri, é possível identificar as condições ideais de navegabilidade em trechos críticos, garantindo a segurança dos grandes navios que percorrem aquela região com destino aos mercados internacionais. A iniciativa permitiu o aumento gradativo do calado ao longo dos anos, chegando à medição atual, que alcança quase 14 metros, mesmo considerando uma Folga Abaixo da Quilha (FAQ) de 1,5 metros.

A ação teve o investimento de cerca de R$ 6 milhões e foi realizada através das empresas Hidrovias do Brasil S/A, Hydro Alunorte, TGPM – Terminais de Grãos Ponta da Montanha e Navegação Unidas Tapajós – Unitapajós.

O graneleiro "MV Harvest Frost", com 84.802 toneladas de grãos de soja carregadas no TGPM em 2022, bateu o recorde de carregamento de soja em um único navio como o maior volume embarcado na Região Norte do Brasil. A viagem do Pará à Europa foi possível pela ampliação do calado no Canal do Quiriri, que permitiram o aumento de calado para os atuais 13,9 metros.

Outra recente solução é o sistema de monitoramento de embarcações através de sinal AIS na região dos Estreitos, no Pará. A A desenvolveu o sistema e o doou para a Marinha para que ela pudesse ter melhores condições de monitorar as embarcações que trafegam pela região, possibilitando que comboios cada vez maiores possam transitar com segurança pelos corredores fluviais do Arco Norte. Embarcações menores também são beneficiadas com a ação, à medida em que o monitoramento possibilita maior controle de todo o corredor.

PETROLÍFERO

Valor - SP   02/05/2024

A petroleira norte-americana Exxon Mobil deve fechar seu mega-acordo de US$ 60 bilhões para a produtora de petróleo de xisto Pioneer Natural Resources após um acordo com autoridades antitruste para não incluir o ex-CEO da Pioneer, Scott Sheffield, em seu conselho de administração, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

A Comissão Federal de Comércio (FTC, sigla em inglês) deverá alegar ainda esta semana que Sheffield se envolveu em atividades conspiratórias que poderiam ter aumentado o preço do petróleo, disseram essas pessoas. As alegações incluirão que Sheffield enviou centenas de mensagens a representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre a dinâmica do mercado, incluindo preços e níveis de produção.

Não há alegação de qualquer irregularidade por parte da Exxon, segundo as fontes.

A gigante petrolífera celebrará um decreto de consentimento com a FTC, concordando em manter Sheffield fora do conselho, disseram as pessoas. Com a apresentação desse acordo, o acordo entre a Exxon e a Pioneer poderá ser fechado em poucos dias.

Sheffield não quis comentar.

A Exxon concordou em outubro em comprar a Pioneer por US$ 60 bilhões em ações, marcando o seu maior negócio desde a fusão com a Mobil no final da década de 1990 e o maior negócio de petróleo e gás em duas décadas. A gigante petrolífera está prestes a adquirir a faixa de prolíficas terras petrolíferas da Pioneer na Bacia Midland, no oeste do Texas, onde a pequena perfuradora de xisto opera há décadas.

Em dezembro, as empresas revelaram que a FTC havia solicitado informações adicionais sobre o acordo, uma medida que a agência toma ao analisar se uma fusão poderia ser anticompetitiva sob a lei dos EUA.

A Exxon e a Pioneer apresentaram juntas milhões de documentos para a investigação antitruste, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

As autoridades antitruste alegarão que Sheffield tentou coordenar uma campanha anticompetitiva para reduzir a produção dos fraturadores americanos, o que poderia ter aumentado os preços do petróleo e, assim, beneficiado a Pioneer, disseram as pessoas.

Durante anos, os investidores instaram os frackers a pararem de gastar excessivamente na perfuração de novos poços e no bombeamento de quantidades cada vez maiores de petróleo bruto e, em vez disso, a manterem a produção praticamente estável, o que aumentaria os fluxos de caixa e permitiria retornos mais elevados para os acionistas. Demorou anos – e uma pandemia paralisante – para que os produtores de xisto concordassem.

Os frackers dos EUA competiram ferozmente durante anos com a Opep por cota de mercado. Em um jantar de 2017 em Houston, executivos de xisto sentaram-se para um jantar inédito com Mohammad Barkindo, então secretário-geral da Opep. Sheffield participou do jantar, durante o qual Barkindo discutiu as negociações da Opep sobre o corte da produção de petróleo, entre outros tópicos.

“Eles estão tentando descobrir mais sobre o xisto dos EUA e nós estamos tentando descobrir o que a Opep está pensando”, disse Sheffield na época.

Após o início da pandemia em 2020, uma queda histórica na procura por petróleo levou os produtores dos EUA a cortar drasticamente as suas plataformas de perfuração, a fechar poços e a abrandar o crescimento da produção. Eles mantiveram a disciplina de capital durante anos, com a Pioneer e outras grandes empresas de xisto prometendo gastos mais conservadores e enviando mais dinheiro aos acionistas.

A Pioneer e muitos outros produtores de petróleo colheram mais bilhões de dólares em fluxo de caixa nos anos que se seguiram e distribuíram grande parte desse valor aos investidores. Os preços da energia dispararam em 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Após anos de perfuração rápida, as limitações nos estoques das empresas de xisto em potenciais locais de perfuração também as impediram de acelerar o crescimento da produção de petróleo para níveis elevados anteriores, informou o "The Wall Street Journal". Executivos e banqueiros de investimento citaram as preocupações com os estoques como um dos principais impulsionadores da onda de fusões e aquisições que começou no ano passado.

Sheffield começou a trabalhar para a empresa antecessora da Pioneer, Parker & Parsley Petroleum, em 1979. Essa empresa se fundiu com outra em 1997 para formar a Pioneer. Sheffield se aposentou em 2016, mas voltou ao trabalho em 2019. Ele se aposentou pela segunda vez no final de 2023, alguns meses após a proposta de venda da Pioneer para a Exxon.

Infomoney - SP   02/05/2024

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos cresceram 7,265 milhões, para 460,89 milhões de barris, na semana encerrada em 26 de abril, informou nesta quarta-feira (1) o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam recuo, de 1,5 milhão de barris.

Os estoques de gasolina subiram 344 mil barris, para 227,087 milhões de barris, quando se previa baixa de 1,2 milhão de barris. Os estoques de destilados, por sua vez, caíram 732 mil barris, a 115,85 milhões de barris, ante expectativa de alta de 400 mil barris.

A taxa de utilização das refinarias recuou de 88,5% na semana anterior a 87,5% na mais recente, ante expectativa de 89,0% dos analistas. Os estoques de petróleo em Cushing cresceram 1,089 milhão de barris, a 33,456 milhões de barris.

A produção média diária do país se manteve em 13,1 milhões de barris, informou ainda o Doe.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   02/05/2024

Ribeirão Preto, 30 – O Grupo BDG, que atua no setor automotivo desde 1992 e revende produtos de marcas como Volvo, BMW e Hyundai, anunciou , na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), estreia no setor agro brasileiro, com a marca BDG Máquinas. Trata-se de uma parceria com a fabricante de máquinas agrícolas chinesa YTO com um objetivo: vender máquinas agrícolas importadas da China, em média, 20% mais baratas do que as produzidas no mercado nacional. A afirmação foi feita pelo gerente geral da BDG Máquinas, Ubiratan Sousa.

“A China já entendeu que aqui existe um mercado muito promissor no sentido de oferecer um produtor com o melhor custo-benefício”, disse Sousa em entrevista ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. “Caindo um pouco na linha do tempo, nós tínhamos os celulares da Xiaomi, que competiam em tecnologia e qualidade com o iPhone, da Apple, porém com um custo-benefício muito melhor.” Segundo o executivo, o foco está no pequeno e médio produtor e em culturas como café, citros, cana-de-açúcar, laranja e hortaliças.

Por meio da parceria com a YTO, sob o chapéu de BDG Máquinas, os planos são de inaugurar em julho deste ano uma loja em Ribeirão Preto e, futuramente, um centro de distribuição, que também pode ser instalado em Ribeirão Preto. Outras opções em consideração são Campinas (SP) e Uberlândia (MG). O objetivo é atender os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Atualmente, os produtos da YTO já chegam ao Centro-Oeste e no Nordeste por meio de outras importadoras.

A quebra de safra e os preços dos grãos mais baixos não apavoram a estreante no agro, que não tem foco em produtores de soja. Também não assusta a decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) de criar uma cota de importação para determinados itens da siderurgia, com aplicação de sobretaxa sobre o que entrar no Brasil em excesso. Ainda assim, o gerente geral da BDG Máquinas prefere não estipular metas para vendas, na feira e no ano. “A Agrishow é um termômetro de vendas”, afirmou. “Nossa meta não está definida, porque vamos acertar depois da feira.”

Atualmente, também existem conversas dentro da empresa sobre aumentar o volume de tratores importados e uma expansão para mais três Estados, disse o gerente, sem especificar quais ou quantos tratores seriam importados.

Ainda que a menor rentabilidade do produtor de grãos não assuste a BDG Máquinas, o mesmo não se pode dizer do cenário de crédito atual. O gerente da marca não crê que a nova linha anunciada pelo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deva suprir as necessidades dos produtores rurais e amortecer a previsão de queda de vendas de máquinas agrícolas este ano. “O valor ainda é abaixo do necessário e a taxa de juros continua alta”, concluiu.

Infomoney - SP   02/05/2024

Considerada a vitrine da indústria de máquinas agrícolas do Brasil, a Agrishow deste ano tem deixado as montadoras otimistas. Ainda que a organização do evento realizado esta semana em Ribeirão Preto (SP) estime negócios nos mesmos patamares do ano passado – R$ 13 bilhões -, as principais companhias do segmento projetam crescimento nas vendas durante a feira.

Aos interessados, os preços atendem a todos os bolsos. As máquinas de grande porte e com alta tecnologia embarcada são as mais caras. O preço de uma colheitadeira de grãos, propícia para grandes áreas de Cerrado, pode superar, dependendo das configurações, a marca de R$ 4 milhões.

Já os preços dos tratores são um pouco menos salgados. As americanas John Deere, Fendt e Case IH são as que apresentam alguns dos modelos de maior potência e, consequentemente, de maior valor. As configurações top de linha de cada uma oscilam em torno de R$ 2 milhões a unidade.

A John Deere, aliás, apresentou ao público seu novo modelo série 9, um trator de esteira biarticulado. O equipamento, fabricado nos Estados Unidos, ainda não tem preço de venda definido para o mercado brasileiro.

Mesmo com preços nada desprezíveis, todas as grandes montadoras esperam crescimento em suas vendas na Agrishow. Na Massey Ferguson, a expectativa é de crescimento de 40% em comparação a 2023.

Já a Fendt espera dobrar o número de máquinas vendidas neste ano. A empresa está no Brasil há apenas cinco anos e tem apostado na categoria de média potência para atender os mercados das regiões Sul e Sudeste, e também no Paraguai.

Ainda que as montadoras se mostrem otimistas com a Agrishow, o consenso no mercado para o acumulado do ano é negativo. A expectativa é que as vendas de máquinas e equipamentos agrícolas recuem entre 10% e 12% em 2024 ante 2023, que foi um bom ano para o segmento. Diante da queda dos preços dos grãos, muitos produtores estão adiando suas compras.

A queda só não vai ser maior porque outras culturas vão limitar essa tendência. As usinas de cana e os produtores de algodão, citros e frutas estão em uma posição mais confortável para investir em seu parque de máquinas.

A queda na taxa de juros é outro fator que favorece esse mercado. Algumas concessionárias apontam os juros como o fator determinante para a decisão de compra de uma máquina. Por serem, na maioria dos casos, equipamentos financiados a prazos longos, o custo financeiro acaba tendo um peso maior do que a queda das cotações das commodities.

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