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02 de Fevereiro de 2024

SIDERURGIA

Diário do Aço - MG   02/02/2024

A reinauguração do alto-forno 3 da Usiminas foi um momento marcante na vida da nossa cidade. O maior investimento da história da Usiminas trouxe a Ipatinga os presidentes, do grupo Techint, Paolo Roca e da Ternium, Maximo Vedoya.

Paolo Rocca afirmou que "o programa de modernização da Usiminas começou com a conclusão do alto-forno 3 e vamos continuar avançando. Não tem marcha à ré. A Usiminas terá, nos próximos anos, grandes projetos de transformação, em Ipatinga, em Cubatão e na Mineração, para avançar na descarbonização das suas operações, para dar maior valor agregado aos seus produtos, para melhorar a sua produtividade e eficiência..."

A disposição do grupo em continuar a investir no Brasil é uma ótima notícia, que nos anima e nos enche de otimismo. Porém, pelas informações que colhemos, o Governo Federal não compareceu à inauguração, ou não foi convidado. E recebeu inúmeras e justas críticas sobre a falta de proteção à indústria nacional do aço, o que abre as portas para importação do aço chinês.

“O momento reúne condições para diálogo promissor
entre Usiminas, empresários do Vale e o Governo Federal”

Tudo isso ocorre no exato momento em que o Brasil lança o programa Nova Indústria Brasil, que visa fortalecer a indústria nacional; moderniza-la; aumentar nossa capacidade de exportação de bens manufaturados; gerar empregos mais qualificados. Enfim: A Techint investe; o Brasil quer fortalecer a indústria nacional; os passos do Governo ainda apresentam desencontros típicos de quem ainda está procurando se acertar.... E o diálogo, ao que parece, está prejudicado.

Nova Indústria Brasil pode fortalecer muito o Vale. O programa prevê, entre outras medidas, a estruturação das aglomerações econômicas como o Vale do Aço. No item 2 do Plano de Metas do Governo Lula - Desafios Estruturais do Desenvolvimento Industrial - Desenvolvimento Regional, lemos: "Elaborar proposta de Sistema Nacional de Territorialização do Desenvolvimento Industrial, a ser avaliada pelo CNDI, (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial) que inclua o mapeamento das principais aglomerações industriais regionais, arranjos e sistemas produtivos existentes, cidades industriais relevantes e capacidades locais."

Surge a possibilidade do Vale transformar-se numa destas aglomerações econômicas, as quais incluiriam na sua gestão, as empresas; o poder público; as entidades de classe; universidades; construindo uma governança sólida, capaz de estabelecer diálogo com as instâncias governamentais, com vistas a implantar as missões do programa na nossa região.

O programa possui metas diversas como Fundo Garantidor para micro e pequenas empresas; programas educacionais inovadores visando, por exemplo, a formação e capacitação de profissionais de nível superior, para sua fixação nas empresas; ampliação de ofertas de vagas e indução da educação profissional e tecnológica de nível médio, e muitos outros projetos e ações.

Caberia à governança local a atração destes recursos e sua execução, de forma integrada, dentro de uma estratégia aceita por todos. Falar em desenvolvimento é pensar em oferta de energia; logística de transporte; pesquisa e inovação; mão de obra qualificada; serviços municipais de qualidade, internet e boa estrutura de comunicação.
O programa aponta também para a possibilidade do Poder Público priorizar as compras junto aos fornecedores locais, o que se torna mais um incentivo ao desenvolvimento da região.

Todos estes fatos somados podem transformar o Vale num polo de desenvolvimento, agregando fornecedores para as empresas, a transformação do aço pela metalurgia, buscando maior agregação de valor da produção metalúrgica aqui existente, tanto da Usiminas quanto da Aperam.

E o mais importante: temos o Arranjo Produtivo Local (APL) denominado Polo Metalomecânico do Vale do Aço. Pelas informações colhidas no seu site, o APL agrega 270 empresas setores diversos: Caldeiraria; Engenharia e Projetos Industriais; Fundição; Manutenção Industrial; Usinagem/Tornearia. O polo exporta para mais de onze países; reúne mais de 9.000 empregos e abrange cinco municípios. Possui também boa estrutura de governança, que inclui Conselho Fiscal; Conselho de Administração e Comitê Diretor. Consolidou parcerias importantes com empresas privadas e órgãos públicos diversificados, garantindo desta forma boa inserção na sociedade.

A convergência de objetivos entre o Polo e as prioridades do Programa Nova Indústria Brasil é evidente. Felizmente, surgiu uma oportunidade para que sejam traçados caminhos para viabilização e crescimento de uma iniciativa regional tão valiosa.

Como vimos, o momento reúne ótimas condições para um diálogo promissor entre a Usiminas; os empresários do Vale e seus parceiros e o Governo Federal. Estrutura-lo é uma tarefa política da maior importância.

ECONOMIA

Veja - SP   02/02/2024

Os preços do setor industrial tiveram variação negativa de 0,18% em dezembro de 2023 frente ao mês anterior, o segundo resultado negativo em sequência. Com isso, a inflação da indústria 2023 com queda de 4,98%, a menor desde o início da série histórica, em 2014. Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, pelo IBGE. A taxa foi aproximadamente oito pontos percentuais, quando havia registrado inflação de 3,2%.

A queda na inflação da indústria se relaciona com a desaceleração do índice geral: o IPCA encerrou o ano em 4,62% e, com isso, o país fechou um ano com a inflação dentro da meta pela primeira vez desde 2020.

De acordo com Felipe Câmara, analista da pesquisa, a deflação registrada no setor está relacionada com a queda de preços generalizada no setor no primeiro semestre. “Ao analisar o resultado de 2023, é preciso lançar luz também sobre a apreciação cambial acumulada no ano, que amenizou o custo de importação de insumos, tornou os bens finais produzidos no exterior mais competitivos e reduziu o montante recebido em reais pelo exportador brasileiro”.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, ou seja, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação. As atividades que tiveram as principais influências no acumulado da indústria geral vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (-1,85 p.p.), outros produtos químicos (-1,51 p.p.), metalurgia (-0,60 p.p.) e alimentos (-0,60 p.p.).

“A cotação de comodities chave para as cadeias industriais brasileiras entrou em trajetória de queda no mercado internacional. O movimento perdurou até o primeiro semestre de 2023, com posterior moderação na curva de preços. É o caso do barril de petróleo, insumo principal do setor de refino. Algo semelhante ocorreu com os fertilizantes e defensivos, itens da indústria química consumidos na lavoura.” diz Câmara.

O IBGE também destaca a fabricação de alimentos, que se beneficiou da safra recorde de grãos. Na metalurgia, os produtos de alumínio puxaram a queda setorial por razões similares às expostas para os demais derivados de comodities. O mercado para esses itens esteve desaquecido frente à baixa atividade percebida e projetada nas cadeias consumidoras ao longo do ano, algo que também se estendeu aos derivados da siderurgia.

Pela perspectiva das grandes categorias econômicas, o resultado anual se estabelece a partir da variação de -1,62% em bens de capital (com influência de -0,12 p.p.), -7,87% em bens intermediários (-4,52 p.p.) e -0,96% em bens de consumo (-0,34 p.p.).

Investing - SP   02/02/2024

Com três decisões de cortes nos juros de economias latino-americanas no mesmo dia, o ciclo de flexibilização monetária sugere um ambiente favorável para investimentos. Essa é a opinião do Julius Baer, que divulgou nota aos clientes e ao mercado nesta quinta-feira, 01º de fevereiro, sobre o tema.

“Acreditamos que a continuidade do ciclo de flexibilização nos mercados latino-americanos sugere um ambiente favorável para investimentos em ações locais e instrumentos de renda fixa, especialmente dadas as tendências de política monetária mais restritivas em outras regiões emergentes ou economias desenvolvidas”, destaca, ao considerar as ações da América Latina como acima da média e confirmar classificação de sobreponderação para obrigações empresariais em moeda forte da região diante das melhorias macroeconômicas.

As decisões de juros no Brasil, no Chile e na Colômbia foram de reduções em suas taxas de 50 pontos base, 100 pontos base e 25 pontos base, respetivamente. “As três decisões dos bancos centrais tomadas na quarta-feira nestes países destacam a tendência de desinflação em curso e os esforços para apoiar o crescimento económico na região”, acredita a empresa suíça.

“A tendência regional de desaceleração da inflação continua enquanto as orientações futuras dos bancos centrais sugerem mais cortes”, completa o Julius Baer. Segundo Nenad Dinic, estrategista de ações do Julius Baer, a Colômbia parecer ter o processo de desinflação mais desafiador, mas o país segue com a flexibilização, ainda que em ritmo cauteloso.

CNN Brasil - SP   02/02/2024

A China manterá a expansão fiscal este ano para estimular a recuperação econômica, disse o vice-ministro das Finanças, Wang Dongwei, nesta quinta-feira (1º).

A postura reforça a opinião do mercado de que os gastos públicos serão a principal ferramenta do governo para elevar o crescimento.

O governo “aumentará a intensidade dos ajustes macroeconômicos fiscais, implementará uma política fiscal proativa para consolidar e aprimorar a tendência positiva da recuperação econômica”, disse Wang em uma coletiva de imprensa.

A economia da China está presa em uma recuperação desigual e lenta pós-Covid, com pressões deflacionárias persistentes, uma desaceleração prolongada no setor imobiliário e desafios geopolíticos que mantêm vivos os pedidos de mais apoio estatal.

Uma pesquisa oficial realizada nesta semana apontou para uma economia ainda com baixo desempenho no início de 2024 e que precisa de mais apoio, pois mostrou que a atividade industrial contraiu novamente no mês passado devido à demanda persistentemente fraca.

As autoridades “manterão uma intensidade necessária nos gastos fiscais” este ano e manterão um certo montante de pagamentos de transferências para os governos locais, disse Wang.

A política fiscal se concentrará na expansão da demanda interna e o governo usará subsídios fiscais, subsídios de juros de empréstimos e incentivos fiscais para apoiar a inovação tecnológica e a manufatura avançada, disse ele.

A receita fiscal da China cresceu 6,4% em 2023, aumentando significativamente em relação a uma alta de 0,6% em 2022, enquanto os gastos fiscais aumentaram 5,4% em 2023, desacelerando em relação a um salto de 6,1% em 2022, disse Wang, acrescentando que as receitas aumentarão ainda mais este ano.

Em face do crescimento vacilante, o governo está recorrendo a um manual bem utilizado de uso da dívida pública para financiar obras de infraestrutura para ajudar a impulsionar a economia, uma vez que os consumidores estão cautelosos com os gastos e as empresas não têm confiança para expandir.

No entanto, em um esforço para exercer mais controle sobre como o dinheiro é investido, o governo instruiu os governos locais altamente endividados a atrasar ou interromper alguns projetos de infraestrutura financiados pelo Estado, informou a Reuters no mês passado.

Infomoney - SP   02/02/2024

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 0,4 ponto em janeiro, para 95,1 pontos, o maior nível desde outubro de 2022. Em médias móveis trimestrais, o indicador que consolida os indicadores dos quatro setores cobertos pelas sondagens do FGV/Ibre (Indústria, Serviços, Comércio e Construção), teve avanço de 0,5 ponto no mês,

Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas do FGV /Ibre comentou em nota que, apesar de registrar o nível mais alto em 15 meses, o ICE permanece abaixo do nível neutro de 100 pontos, sinalizando um ritmo morno de atividade econômica ao início de 2024.

Uma boa notícia, segundo ele, é que o avanço do Índice de Expectativas superou o Índice da Situação Atual pela primeira vez desde outubro de 2022. “A melhora das expectativas em relação ao ambiente de negócios do primeiro semestre foi impulsionada pelo aumento do otimismo na Indústria e no Comércio, o que também contribuiu para reduzir a dispersão entre os índices de confiança dos quatro grandes setores”, avaliou
Em janeiro, o Índice de Expectativas Empresarial (IE-E) subiu 1,6 ponto, para 95,5 pontos. Já o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) recuou 0,8 ponto no mês, para 94,8 pontos.

A confiança empresarial subiu em 61% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma disseminação idêntica à observada no mês anterior.

Infomoney - SP   02/02/2024

O Índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos Estados Unidos avançou de 47,9 em dezembro para 50,7 em janeiro, interrompendo assim  uma sequência de dois meses de declínio e atingindo o melhor patamar desde setembro de 2022, conforme dados da pesquisa da S&P Global divulgada nesta quinta-feira (1).

O impulso no mês foi atribuído à expansão renovada de novas encomendas nas empresas industriais no início do ano. A melhoria das condições da demanda centrou-se no mercado interno, uma vez que as novas encomendas de exportação caíram pela 19ª vez nos últimos 20 meses.

Chris Williamson, economista chefe de negócios da S&P Global Market Intelligence, comentou em nota que as fábricas também mostram sinais de reabastecimento, com algumas empresas comprando mais insumos para apoiar sua produção nos próximos meses.
“As notícias mais positivas são atenuadas por sinais de aumento dos custos de fabricação, devido a atrasos no fornecimento, com entregas mais caras frequentemente associadas a condições meteorológicas adversas e recentes perturbações no transporte marítimo global”, ponderou.

Estes custos mais elevados estão refletindo no aumento dos preços cobrados pelos bens por parte das indústrias, que aumentaram em janeiro ao ritmo mais rápido desde abril passado. “Poderá, portanto, surgir alguma nova pressão ascendente sobre os preços no consumidor nos próximos meses, se estas tendências inflacionárias ligadas à oferta persistirem.”

IstoÉ Dinheiro - SP   02/02/2024

Reduzir muito rapidamente as taxas de juros de referência, enquanto a inflação ainda não retornou para os níveis esperados, representa um “risco mais elevado” para a economia do que esperar para fazê-lo mais tarde, considerou a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, nesta quinta-feira (1º).

O Federal Reserve (Fed, banco central) dos Estados Unidos, o Banco Central Europeu (BCE) e outras autoridades monetárias mantiveram suas taxas de juros elevadas nos últimos meses, em uma tentativa de levar a inflação para suas respectivas metas, após o aumento dos preços registrado depois da pandemia.

Com a inflação cedendo em muitas economias desenvolvidas e emergentes, agora os bancos centrais se concentram em quando deveriam começar a reduzir as taxas para estimular os investimentos e o crescimento econômico.

“Nossa equipe olhou para a história e sua conclusão é que uma flexibilização prematura representa um risco mais elevado [para a economia] do que intervir um pouco mais tarde”, declarou Georgieva aos jornalistas na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.

“Mas não mantenham as taxas rígidas se não é necessário”, afirmou. “Olhem para os dados e atuem com base neles”, acrescentou.

Os comentários de Georgieva chegam um dia depois que o Comitê de Política Monetária do Fed decidiu manter suas taxas de juros de referência dentro da faixa entre 5,25% e 5,50%, e esfriou as expectativas de uma rápida redução.

Os responsáveis do Fed indicaram que não vão começar a reduzir os juros sem uma “maior confiança” de que a inflação se movimenta de forma “sustentável” para sua meta de longo prazo de 2% anual.

Na semana passada, o BCE manteve os juros inalterados pela terceira vez consecutiva, optando pela prudência diante da evolução da inflação na zona do euro, apesar da desaceleração apresentada nos últimos meses.

Georgieva disse nesta quinta que os Estados Unidos estavam próximos de conseguir o que se conhece como “pouso suave”, quando as autoridades conseguem levar a inflação para a meta sem desencadear uma recessão.

“Estamos preparados para um pouso suave”, afirmou. Mas “ainda estamos a 50 pés do chão e sabemos que, até você tocar o chão, isto não está feito”.

Diário do Comércio - MG   02/02/2024

A transformação econômica do Brasil ao longo das últimas décadas tem sido marcada por um processo profundo de desindustrialização. Esse fenômeno complexo reflete uma mudança significativa na estrutura produtiva do País, evidenciada pela diminuição da contribuição do setor industrial para o Produto Interno Bruto (PIB), na geração de empregos e na capacidade de produção. Para se ter uma ideia, na década de 1980, a indústria de transformação representava cerca de 30% da riqueza nacional, porém, em 2022, essa fatia despencou para menos de 10%, um declínio que não é exclusivo do Brasil.

Vários fatores impulsionaram esse declínio industrial. A globalização, ao abrir as fronteiras comerciais, expôs as indústrias locais a uma concorrência acirrada de países com custos de produção mais baixos e maior eficiência. Mudanças na política econômica das décadas de 1990 e 2000 tornaram as exportações brasileiras menos competitivas no mercado internacional, afetando diretamente a indústria nacional. A infraestrutura precária e os altos custos logísticos sobrecarregam a indústria brasileira, tornando-a menos eficiente e competitiva em comparação com seus concorrentes globais. Questões estruturais, como impostos elevados, legislação complexa, burocracia excessiva e encargos trabalhistas, contribuíram para elevar os custos de produção, dificultando ainda mais a sobrevivência do setor no mercado global.

A vulnerabilidade externa da economia brasileira, influenciada pelo mercado global, também é um fator relevante. Oscilações nos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro, afetam diretamente as indústrias brasileiras dependentes desses recursos. Além disso, a concorrência com produtos importados, muitas vezes em condições desvantajosas, surge como um agravante.

Nesse contexto, observa-se um deslocamento da estrutura produtiva para setores de menor valor agregado, como os serviços, enquanto as indústrias tradicionais lutam para se manter relevantes e competitivas. Isso não apenas prejudica o crescimento econômico, mas também afeta o mercado de trabalho, reduzindo a geração de empregos de qualidade e limitando a capacidade de inovação.

Diante desse cenário, o governo federal anunciou recentemente uma nova política industrial, destinando R$ 300 bilhões em subsídios e empréstimos para desenvolver o setor. Inspirada nas ideias de Mariana Mazzucato, economista italiana e defensora da figura do “Estado Empreendedor”, essa política busca direcionar a economia e a inovação para objetivos sociais e ambientais, com foco em áreas como cadeias agroindustriais, saúde, bem-estar das pessoas nas cidades, transformação digital, bioeconomia, descarbonização e transição energética, além de defesa.

Do montante anunciado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contribuirá com a maior parte, destinando R$ 250 bilhões, enquanto os R$ 50 bilhões restantes virão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Espera-se, porém, que essa nova política não seja parecida com aquelas adotadas na nada saudosa Nova Matriz Econômica.

Para quem não se lembra, no fim dos anos 2000 e início dos anos de 2010, houve um aumento significativo nos gastos financiados pelos bancos públicos, especialmente o BNDES. Entre 2008 e 2014, o Tesouro injetou, em valores ajustados, R$809 bilhões no banco de desenvolvimento. Enquanto o governo aumentava seu endividamento, pagando juros de mercado, o banco público concedia empréstimos subsidiados. No entanto, além de não promover o crescimento econômico esperado, esses gastos foram direcionados para muitos projetos fracassados e envoltos em casos de corrupção.

É fundamental reconhecer que a atuação do Estado no financiamento de projetos pode ser efetiva em cenários nos quais o retorno supera os custos de oportunidade, especialmente em termos de externalidades sociais positivas. No entanto, certos aspectos da nova política industrial levantam dúvidas quanto à sua potencial eficácia. A exigência de conteúdo local, por exemplo, parece conflitar com a ideia de inovação e competitividade, contrariando o princípio de vantagem comparativa. Nesse tocante, o tempo irá nos mostrar se a nova política é, de fato, nova, ou uma repetição de insucessos passados.

O Estado de S.Paulo - SP   02/02/2024

Até os novos membros do Banco Central indicados pelo governo votaram pela cautela com a Selic

O Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros em mais 0,5 ponto porcentual nesta semana, para 11,25% ao ano. Assim como a decisão, o comunicado divulgado pela autoridade monetária não trouxe surpresas ao mercado, que já esperava uma queda no mesmo ritmo que vem sendo adotado desde agosto. O BC também já sinalizou que os próximos cortes, nas reuniões marcadas para março e maio, também devem ser de 0,5 ponto porcentual.

Talvez a única novidade tenha sido a presença dos dois novos diretores indicados pelo presidente Lula da Silva. Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira participaram da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) pela primeira vez. Porém, mesmo com quatro de seus nove membros indicados pelo petista, o colegiado votou de forma unânime pela redução de 0,5 ponto. A repetição de alguns trechos de comunicados anteriores trouxe ainda mais tranquilidade sobre a rota previamente sinalizada pelo BC.

Os riscos monitorados também permanecem praticamente os mesmos. Nas economias desenvolvidas, as pressões inflacionárias ainda não foram completamente debeladas, enquanto os conflitos internacionais continuam a assustar. Para o BC brasileiro, esse cenário “segue exigindo cautela por parte dos países emergentes”.

O Federal Reserve (banco central dos EUA) manteve as taxas de juros norte-americanas no intervalo entre 5,25% e 5,5% – o maior das últimas duas décadas – e deixou claro que o aperto monetário continua até que haja confiança de que a inflação voltará à meta de 2%. No Reino Unido, pela mesma razão, o Bank of England (BoE) segurou os juros em 5,25%.

Internamente, o Copom avalia que o processo desinflacionário continua, porém mais lento. No cenário de referência, as expectativas para o IPCA estavam em 3,5% para este ano e em 3,2% para 2025, compatíveis, segundo o BC, com a estratégia de convergência para o redor da meta no horizonte relevante, mas ainda acima do objetivo definido para os dois períodos, de 3%.

Nada indica, portanto, que o Banco Central pretenda acelerar o ritmo de queda dos juros para 0,75 ponto porcentual, como o governo e parte dos analistas financeiros gostariam. “O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, reforçou a autoridade monetária.

Mesmo os riscos fiscais não mereceram muito destaque, mas o cenário pode mudar depois de março, quando o governo deve anunciar uma decisão sobre a meta de déficit zero. Como tem feito há meses, o BC reafirmou a importância da “firme persecução” das metas fiscais.

Taxas de juros mais baixas dependem, necessariamente, de uma política fiscal bem mais austera que a atual. Hoje, as apostas majoritárias do mercado para a Selic estão em 9% para o fim deste ano e em 8,5% para 2025, segundo a última edição do Boletim Focus. Ou seja, se a meta for mantida, esse nível de juros está praticamente garantido – o que não deixa de ser um estímulo para a equipe econômica não perder o foco.

Infomoney - SP   02/02/2024

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou para 0,61% no encerramento de janeiro, após fechar dezembro com alta de 0,29%. O resultado desta leitura também ficou acima do registrado na terceira quadrissemana de janeiro, que apontou alta de 0,59% para o indicador. Agora, o indicador acumula alta de 3,36% em 12 meses, após 3,55% em 2023.

A variação do IPC-S no mês ficou residualmente abaixo da mediana do Projeções Broadcast, que apontava alta de 0,63% para o índice, com intervalo entre 0,60% e 0,69%.

Nesta leitura, cinco das oito classes de despesas aceleraram: Educação, leitura e recreação (2,11% na 3ª quadrissemana para 2,59%); Comunicação (-0,06% para 0,13%); Transportes (-0,23% para -0,17%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,24% para 0,30%) e Despesas diversas (0,13% para 0,19%).
O avanço desses grupos foi puxado, respectivamente, por cursos formais (5,05% para 6,65%); combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,16% para 0,60%), tarifa de metrô (4,84% para 6,82%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,24% para 0,04%) e cigarros (0,06% para 0,65%).

Houve, por outro lado, arrefecimento em Alimentação (1,69% para 1,54%); Vestuário (-0,11% para -0,27%) e Habitação (0,16% para 0,10%) puxados, respectivamente, por hortaliças e legumes (12,43% para 10,08%), roupas femininas (-0,36% para -0,48%) e equipamentos eletrônicos (0,37% para -0,18%).
Influências

As maiores influências individuais de alta nesta leitura do IPC-S partiram de curso de ensino fundamental (6,51% para 8,51%); curso de ensino superior (3,75% para 4,92%); batata-inglesa (27,42% para 28,40%); cenoura (33,72% para 45,49%) e banana-prata (15,07% para 13,41%).

Na outra ponta, puxaram o índice para baixo passagem aérea (-1,17% para -2,23%); aluguel residencial (-0,95% para -1,24%); gasolina (-0,81% para -0,66%); tarifa de táxi (-3,26% para -7,50%) e shampoo, condicionador e creme (-3,55% para -2,65%).

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   02/02/2024

Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian acentuaram a queda nesta quinta-feira, enquanto os preços em Cingapura se recuperaram, à medida que os investidores reavaliavam as perspectivas de demanda na China, principal mercado consumidor do minério, em meio aos problemas imobiliários e esforços de estímulo.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com perda de 0,36%, a 968 iuanes (134,79 dólares) a tonelada, estendendo sua queda para a terceira sessão.

O minério de ferro de referência de março na Bolsa de Cingapura subia 1,09%, a 131,20 dólares a tonelada.
Os preços do principal ingrediente da fabricação de aço permaneceram sob alguma pressão, já que “o aumento da incerteza no setor imobiliário da China e os fracos dados fabris pesaram sobre o sentimento”, disseram analistas do banco ANZ em uma nota.

As preocupações com a recuperação do setor imobiliário, o principal consumidor de aço da segunda maior economia do mundo, ressurgiram depois que um tribunal de Hong Kong ordenou, na segunda-feira, a falência da gigante imobiliária endividada China Evergrande Group.

Entretanto, os recentes esforços de Pequim para apoiar seu setor imobiliário ajudaram a aliviar parte dessas preocupações.

Um projeto imobiliário estatal recebeu o primeiro empréstimo para desenvolvimento sob o chamado mecanismo de lista branca e mais duas grandes cidades diminuíram as restrições para a compra de casas, informou a mídia estatal, à medida que aumentam as preocupações sobre a falência da Evergrande.

Além disso, o Banco de Desenvolvimento da China e o Banco de Desenvolvimento Agrícola da China fornecerão linhas de crédito no valor de 142,6 bilhões de iuanes para financiar a renovação de “vilas urbanas” na cidade de Guangzhou, no sul do país, informou o governo municipal.

Os preços das casas novas na China subiram em janeiro, no ritmo mensal mais rápido desde agosto de 2021, de acordo com uma pesquisa.

Máquinas e Equipamentos

Construção Latino-americana - SP   02/02/2024

A Link-Belt Excavators anunciou um novo marco na América Latina, com mais de 2.000 escavadeiras vendidas na região. Um fato importante que, segundo a empresa, é ainda mais significativo se considerarmos que a marca não tem fabricação local, ao contrário de muitos de seus concorrentes, que possuem fábricas, especialmente no Brasil. 100% dos equipamentos da Link-Belt são fabricados pelo Grupo Sumitomo, no Japão.

O gerente geral da Link-Belt para a América Latina, Matheus Fernandes, comemora o marco comentando que “esse número é o resultado de quase 13 anos de trabalho no Brasil e aproximadamente 20 anos na América Latina”.

Desde 2012, a empresa mantém um escritório no Brasil, em Sorocaba, no interior de São Paulo, com uma equipe especializada e responsável por atender os países da América Latina. Anteriormente, o foco era nos Estados Unidos. Fernandes lembra que o início foi difícil, pois o mercado latino é competitivo e, no Brasil, todas as principais marcas do segmento têm incentivos à fabricação nacional. “No início, foi muito difícil vender uma proposta de valor para o nosso produto porque ninguém o conhecia. Mas, depois de algum tempo, nossos equipamentos começaram a ser objeto de desejo dos clientes, principalmente para aqueles que já tinham uma máquina Link-Belt e puderam verificar a eficiência, a produtividade, a qualidade, o conforto e a economia. Temos um grande número de clientes que compraram a primeira máquina e voltaram para comprar a segunda, a terceira conosco”, disse.

E as expectativas do executivo são positivas e ele projeta um crescimento de cerca de 10% a 15% para este ano em relação a 2023.

Além das conquistas de vendas, a multinacional tem outro motivo para comemorar, em 2024, a marca Link-Belt completará 150 anos.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   02/02/2024

Montadora italiana de supercarros registrou lucro de 558 milhões de euros no quarto trimestre, enquanto a estimativa média dos analistas era de 560 milhões de euros.

A Ferrari espera que os lucros aumentem este ano, apoiados por uma forte carteira de pedidos. A fabricante de supercarros informou nesta quinta-feira (01) que prevê lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de pelo menos 2,45 bilhões de euros (US$ 2,64 bilhões) para 2024, em linha com as expectativas dos analistas.

A Ferrari conseguiu aumentar os preços de alguns modelos com seus clientes ricos evitando a inflação crescente e o aumento das taxas de juros. O CEO, Benedetto Vigna, está empenhado em trazer a Ferrari, famosa pelos seus motores de 12 cilindros, para o mundo elétrico, planejando lançar o seu primeiro carro totalmente elétrico no quarto trimestre de 2025.

Durante o quarto trimestre, os lucros da montadora italiana de supercarros subiram para 558 milhões de euros. A estimativa média dos analistas era de 560 milhões de euros. As vendas atingiram 1,52 bilhão de euros, superando a média de 1,50 bilhão de euros das estimativas compiladas pela agência Bloomberg.

“Os resultados recordes para 2023, as ambições que temos para 2024, juntamente com a visibilidade excepcional em nossa carteira de pedidos, nos permitem olhar para as metas de 2026 com maior confiança”, disse Vigna, observando que o lucro líquido da Ferrari ultrapassou 1 bilhão de euros pela primeira vez.

Embora a transição para veículos elétricos tenha sido durante anos vista como um fator decisivo para o setor, a Ferrari e outros rivais, incluindo a Lamborghini, qualificam-se para isenções de limites de emissões mais rigorosos nas principais jurisdições, incluindo a Europa. A União Europeia também vai elaborar regras para permitir a utilização de combustíveis eletrônicos que poderão impedir a extinção dos motores de combustão.

A Ferrari está construindo uma nova fábrica para a produção de supercarros híbridos e elétricos em Maranello, norte da Itália, onde a empresa está sediada. A previsão é que o local fique pronto em junho de 2024.

Em 2023, as remessas totalizaram 13.663 unidades, um aumento de 442 unidades em relação ao ano anterior. As entregas foram impulsionadas pelo Purosangue, bem como maiores entregas das famílias 296 e SF90, disse Ferrari.

O portfólio de produtos no ano incluiu 11 modelos de motores de combustão interna e quatro modelos de motores híbridos, que representaram 56% e 44% do total de embarques, respectivamente.

Valor - SP   02/02/2024

À medida que o mundo adota os veículos elétricos (EVs) como solução para as emissões de dióxido de carbono, há muito pouca discussão sobre os danos ambientais associados aos metais necessários para produzi-los, afirma um dos principais pesquisadores japoneses nesta área.

“Os veículos elétricos deveriam ser amigos do ambiente, mas estão causando problemas ambientais, e essa é uma realidade que provavelmente será difícil para as empresas exporem”, disse ao “Nikkei Asia” Toru Okabe, professor e diretor do Instituto de Ciência Industrial da Universidade de Tóquio.

Seguem trechos editados da entrevista:

Nikkei Asia: Qual é a sua opinião sobre o forte aumento da procura de metais raros na indústria de veículos elétricos?

Okabe: A disseminação dos veículos elétricos é positiva, pois eles não emitem dióxido de carbono e os avanços tecnológicos são notáveis. Mas as baterias e motores EV contêm grandes quantidades de metais raros. O processo de mineração de minérios do subsolo e extração de metais úteis produz grandes quantidades de materiais nocivos. O Japão importa apenas produtos “limpos” dos quais foram removidas substâncias nocivas, mas precisamos reconhecer os riscos ambientais a montante dessa cadeia de produção.

Muitos fabricantes de automóveis estão preocupados com o consumo de energia e as emissões de dióxido de carbono, mas há pouco debate sobre os danos que advêm durante os processos de extração de recursos e refino. Você gera centenas de vezes mais resíduos apenas para fabricar um veículo.

Nikkei Asia: Existem maneiras de limitar o impacto ambiental?

Okabe: Quando se trata de metais raros, são liberados subprodutos nocivos como urânio e tório, e com o cobre há arsênico e mercúrio. A tecnologia para tratar eficazmente estes subprodutos está avançando a cada dia, mas é preciso tempo e energia consideráveis para eliminar os fluidos residuais perigosos gerados durante o processo de refino. Além disso, esses custos se somam.

Seria bom ter processos ambientalmente equilibrados, mas, falando de forma realista, existem compromissos entre custos e medidas ambientais. Acredito que será difícil estabelecer tecnologia energética ambientalmente responsável e viável em termos de custos nas próximas duas ou três décadas.

Nikkei Asia: Como estão respondendo as nações produtoras de recursos?

Okabe: Existem países como a Indonésia que exportam recursos como bens processados com elevado valor adicionado. Mas a produção de produtos refinados requer tecnologia avançada e nem todos os países serão capazes de adotar uma estratégia semelhante.

Os mercados de commodities são basicamente movidos por princípios econômicos. Mesmo que os consumidores e os fabricantes de automóveis procurem o valor adicionado do respeito pelo ambiente, o mercado escolherá a opção menos dispendiosa. Neste momento, a maioria dos países produtores de recursos está escolhendo estratégias de crescimento que não estão conscientes dos custos ambientais.

Nikkei Asia: O que você pensa sobre a ascensão do nacionalismo de recursos?

Okabe: Idealmente, os decisores políticos deveriam partilhar a riqueza obtida a partir dos recursos com as pessoas das suas respectivas regiões, mas isso não é feito em muitos casos, independentemente dos objetivos declarados.

Tais problemas não serão resolvidos apenas através do avanço tecnológico. Os sistemas sociais e a política terão de mudar.

O Estado de S.Paulo - SP   02/02/2024

A Volkswagen do Brasil vai adicionar R$ 9 bilhões ao seu plano atual de investimentos, que era de R$ 7 bilhões para o período de 2022 a 2026, e entrar na rota da eletrificação de seus veículos no País. O grupo anunciou na noite desta quinta-feira, 1º, que vai produzir carros híbridos flex, que podem usar etanol ou gasolina, e uma nova picape em segmento no qual ainda não atua. Os projetos serão, em parte, desenvolvidos no País.

Assim, o plano de investimentos da montadora alemã passa a ser agora de R$ 16 bilhões e foi estendido até 2028. Inclui ainda 16 lançamentos a partir deste ano, entre quatro modelos inéditos, atualizações de carros atuais e importados (entre os quais, modelos elétricos). O montante inclui também a modernização das quatro fábricas do grupo que vão receber os novos projetos.

No mês passado, a General Motors também anunciou investimentos de R$ 7 bilhões para o período de 2024 a 2028. Em meados deste mês, a Stellantis (dona da Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM) divulgará seus planos para os próximos cinco anos.

No fim de 2023, já haviam divulgado novos aportes no País a Renault (R$ 2 bilhões, em 2024 e 2025), a Nissan (R$ 2,8 bilhões, de 2023 a 2025) e a Caoa Chery (R$ 3 bilhões, de 2024 a 2028).

Segundo Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil, a fábrica de São José dos Pinhais (PR) ficará com a produção da nova picape; a de São Carlos (SP), com um inédito motor 1.5 híbrido flex; e a de Taubaté (SP), com um novo automóvel, provavelmente um SUV compacto.

A planta Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), terá dois novos produtos. Embora o executivo não confirme, serão dois híbridos, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Possobom não informa a data de lançamento do primeiro híbrido, e só adianta que não será neste ano. Todos os veículos produzidos no Brasil serão exportados para a América do Sul.

Na tarde desta sexta-feira, 2, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais oito ministros participarão de evento na fábrica da montadora no ABC paulista de oficialização do novo programa de investimentos.

Híbridos

Possobom afirma que a Volkswagen desenvolverá uma nova plataforma de veículos, chamada de MQB Hybrid, que comportará modelos híbridos flex em várias opções (leve, médio e plug-in, por exemplo). “Poderemos usar a plataforma para qualquer tipo de hibridização, mas (a produção) vai depender da estratégia da companhia e de análises do mercado.”

Carros elétricos só estão nos planos da montadora para o final da década. “Ainda são muito caros, precisam de uma cadeia forte de fornecedores de baterias e motores e ampla infraestrutura de recarga”, justifica o presidente da Volkswagen.

Em sua opinião, modelos a bateria atualmente são indicados para quem pode ter pelo menos dois carros, o elétrico para uso urbano (por causa dos carregadores) e o outro a combustão ou híbrido, para viagens mais longas. “Eu confio no flex, é um ativo do Brasil”, diz ele, acrescentando que o etanol, combinado com uma solução de eletrificação, é uma boa alternativa para o País.

Ele explicou que a produção local de um carro só se justifica para volumes de 60 mil a 100 mil unidades ao ano — os carros elétricos, hoje, representam apenas 0,9% das vendas no mercado brasileiro, e os híbridos, 3,4%.

Países da Europa e os Estados Unidos enfrentam, atualmente, queda nas vendas de elétricos devido à redução de incentivos para a compra, falta de infraestrutura de recarga e desvalorização dos modelos usados.

Outro projeto incluído no novo plano de aportes é a produção de biometano em parceria com a Raízen no interior de São Paulo. Segundo Possobom, inicialmente metade do gás natural utilizado nas fábricas de São Bernardo e de Taubaté será de biometano feito a partir do bagaço da cana.
Incentivos no Nordeste

Possobom informou que o novo plano de investimentos não terá aporte da matriz alemã, mas a subsidiária brasileira buscará empréstimos locais, por exemplo, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), especialmente para os projetos de introdução de novas tecnologias e uso de inteligência artificial, por exemplo.

O plano foi aprovado em meados de janeiro, embora já estivesse praticamente pronto no fim do ano passado, à espera da provação do projeto da reforma tributária — que incluiu a extensão de incentivos para montadoras do Nordeste e Centro-Oeste, beneficiando a Stellantis (com fábrica da Jeep em Pernambuco), a BYD (que comprou as instalações da Ford na Bahia) e, em menor escala, os grupos Caoa/Chery e HPE/Mitsubishi, com unidades em Goiás.

“Há outros projetos que poderiam estar nesse pacote, mas decidimos esperar”, diz Possobom. Antes da votação do projeto, que estendeu o fim do incentivo fiscal de 2025 para 2032, Volkswagen, GM e Toyota lideraram campanhas contra a prorrogação. Entre os argumentos estava o de que o benefício prejudicava a concorrência e levaria empresas do Sul e Sudeste a reverem investimentos.

O executivo avalia que, embora aprovada, a prorrogação dos incentivos tem novas regras, como a proibição de transferência de créditos de IPI de uma fábrica para outra que não esteja no Nordeste, e a tributação dos benefícios, o que reduz em quase 30% o valor total do incentivo.

Também ocorreu no final de dezembro a aprovação do programa automotivo Mover, que dará descontos de IPI para investimentos na produção de carros híbridos e elétricos.
Maior crescimento

A Volkswagen foi a montadora que mais cresceu em vendas no ano passado, com 345 mil unidades, 28,2% a mais que no ano anterior. O mercado total de automóveis e comerciais leves cresceu 11,3%. A marca encerrou o ano com 15,8% de participação no mercado, ficando em segundo lugar, atrás da Fiat, com 21,8%, e próxima da GM, com 15%.

O grupo registrou em 2023 seu terceiro ano seguido de resultados positivos, embora não divulgue os números.

Para lançar o novo programa de investimentos, a empresa realizou negociações com dirigentes dos quatro sindicatos de metalúrgicos que representam os trabalhadores das quatro bases. Os acordos envolvem reajustes salariais, pagamento de participação nos lucros e contratações, entre outros itens. Ao todo, a Volkswagen emprega 13 mil pessoas no Brasil.

Valor - SP   02/02/2024

Ideia é promover a entrega de carga por caminhões movidos a gás natural liquefeito (GNL).

Fonte: Lino Cançado: “A visão é de que o mercado é maior que isso e pode escalar com velocidade” — Foto: Divulgação

As empresas Eneva, Scania e Virtu GNL fecharam parceria para descarbonizar o transporte rodoviário pesado no Brasil. A ideia é promover a entrega de carga por caminhões movidos a gás natural liquefeito (GNL). O trio tem contratos com a Vale e a Suzano para transporte de produtos na chamada rota Matopiba, sigla que designa os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

O contrato prevê a entrega de 180 caminhões movidos a GNL produzidos pela Scania a um custo unitário de cerca de R$ 1 milhão, o que leva o total para R$ 180 milhões. A ideia é que a Eneva fique com a parte de produção da molécula de gás e a Virtu cuide da entrega do produto final. A Virtu e a Eneva já atuam juntas por meio de uma joint venture, a GNL Brasil, que atua na logística de entrega de gás natural em lugares sem gasodutos, fazendo o transporte, a estocagem e a regaseificação.

A Eneva estima que o novo mercado de transporte rodoviário de longa distância movido a GNL pode demandar até 9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia inicialmente, com uma redução na intensidade de emissões de 2 milhões de toneladas de gás carbônico por ano no Brasil. Em comparação com a frota tradicional de diesel, a redução de emissão de gás carbônico pode chegar a até 20%.

Segundo o diretor de vendas da Scania, Alex Nucci, o volume de 180 caminhões é a maior compra de veículos a GNL da América Latina: “Um dos pontos importantes dessa operação é o fato de ser tudo nacional, com motores produzidos no Brasil. Os veículos são 100% a gás, não são adaptados. O preço de um veículo movido a GNL não é tão diferente de um veículo a diesel. Mas com a nacionalização e o ganho de escala, é possível que o veículo movido a GNL se torne mais competitivo.”

Inicialmente, 30 veículos farão as primeiras operações da parceria, que devem começar em meados de abril. Os outros 150 serão entregues ao longo de 2024.

A GNL Brasil realiza entregas de GNL para atividades industriais da Vale e da Suzano. Para a Suzano, que possui planta na cidade de Imperatriz (MA), a GNL Brasil transporta cerca de 160 mil metros cúbicos por dia a uma distância de 548 quilômetros. Para a Vale, que possui operação em São Luis (MA), a GNL Brasil transporta cerca de 250 mil metros cúbicos por dia a uma distância de 320 quilômetros.

O presidente da Eneva, Lino Cançado, diz que a expectativa é de ganho de escala de forma rápida: “Começaremos com esses 180 caminhões, mas a visão é de que o mercado é maior que isso e pode escalar com velocidade.” O projeto não tem contrato de exclusividade e pode atender demandas de outras empresas futuramente.

Desde 2022, a Eneva investiu R$ 1 bilhão para atingir a capacidade de liquefazer 600 mil metros cúbicos de gás por dia. Segundo Cançado, a Eneva tem capacidade ociosa de liquefação de gás e pode aumentar o volume a depender da demanda. A companhia produziu 360 milhões de metros cúbicos de gás no quarto trimestre de 2023.

O presidente da Virtu GNL, José de Moura Jr., diz que os veículos movidos a GNL unem a eficiência à descarbonização: “Para transportes como esse de longa distância, a solução é o GNL. O elétrico não tem autonomia e o movido a gás natural comprimido precisa fazer muitas paradas para abastecer. Aqui nessa parceria nós temos a molécula, o caminhão e o serviço.” A Virtu GNL investiu R$ 5,7 bilhões para promover a infraestrutura de postos para abastecimento.

Valor - SP   02/02/2024

Eletrificação e ambiente econômico favorável aceleram divulgação de novos programas.


Fonte: Possobom: “Investimento tem a ver com o que governo diz e brasileiro precisa” — Foto: Gabriel Reis/Valor

A indústria automobilística costuma manter um bom ritmo de investimentos no país. Mas, nos últimos meses têm chamado a atenção a frequência de novos e robustos programas. Com os R$ 9 bilhões revelados pela Volkswagen esta semana, o total de recursos anunciados pelos fabricantes de carros desde 2021, para esta década, soma R$ 41,4 bilhões. Metade disso foi anunciada há menos de três meses. O valor total vai subir nos próximos dias, quando a Stellantis, deve revelar um novo plano. O anterior chegou a R$ 16 bilhões.

Além do ambiente econômico mais estável, favorecido por reformas, sobretudo a tributária, os investimentos aceleram à medida que o país, oitavo maior produtor de veículos do mundo, começa a definir a futura matriz energética dos automóveis aqui produzidos. Novos carros híbridos a etanol marcarão a entrada das fábricas brasileiras na era da eletrificação.

O novo elenco de recursos, que o setor planeja esgotar por volta do fim da década, se somam a outros R$ 40,10 bilhões de programas também recentes, muitos dos quais ainda em curso. Adicionados aos últimos ciclos das montadoras de caminhões e ônibus, que ainda não anunciaram novos programas, o total passa de R$ 90 bilhões em toda a indústria de veículos entre 2017 e 2032.

As características dos programas indicam que o Brasil não vai mergulhar de vez na era dos carros elétricos. Mas dará um passo significativo nessa direção. A maior parte do novo plano da Volks será aplicada em nova plataforma, especialmente desenvolvida para modelos de carros que poderão ser abastecidos com etanol. A Stellantis tende a seguir o mesmo rumo, reforçando, assim, um movimento iniciado pela Toyota há três anos.

Com exceção das duas chinesas que estreiam produção no país este ano - BYD e Great Wall Motor -, entre as veteranas, quase não haverá expansões industriais, já que o setor trabalha com sobra de capacidade. Também não está previsto aumento significativo no nível de emprego, mas, a preservação do atual.

Ao contrário do que se via em ciclos passados, os novos investimentos não trazem recursos estrangeiros. São formados por recursos próprios e empréstimos de bancos locais, inclusive do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como é o caso da Volks.

O ambiente econômico brasileiro não seria, sozinho, fator determinante dos investimentos da indústria automobilística. Mas, entre os executivos que nas últimas semanas anunciaram os novos programas ao governo todos são unânimes em apontar a evolução da agenda de reformas, sobretudo a tributária, a redução das taxas de juros e o controle inflacionário como fatores que facilitaram a tomada de decisão.

“Não é que esperássemos a reforma para decidir o investimento; mas esse é um fator que pode ter feito com que os anúncios de investimentos coincidissem”, diz o presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom.

O investimento da Volks é um dos mais marcantes. Soma, até 2030, R$ 9 bilhões aos R$ 7 bilhões que só serão concluídos em 2026. A Volks também sai na frente entre as montadoras que haviam sinalizado a intenção de produzir híbridos - que têm um motor a combustão e outro elétrico - que poderão ser abastecidos com etanol.

Uma plataforma totalmente nova foi desenvolvida na Volks para acomodar todas as peças que um modelo híbrido requer. E um motor especialmente para híbridos será produzido em São Carlos (SP). Todas as três fábricas de carros da empresa que emprega quase 13 mil pessoas no país - São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR) - contribuirão para uma nova linha de produtos, que incluirá uma picape de dimensões ainda mantidas em segredo.

Com os R$ 16 bilhões - soma dos R$ 9 bilhões anunciados esta semana com os R$ 7 bilhões eu começaram a ser gastos em 2022 - a Volks lançará 27 modelos nesta década. Onze deles já estão no mercado. Os futuros 16 são mantidos em sigilo.

A nova fase do programa de incentivos federais, o Mover (antigo Rota 2030), também deu um empurrão nos investimentos. O Mover prevê descontos nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros 100% elétricos - ainda fora dos planos de produção no Brasil - e híbridos. O abatimento será ainda maior nos híbridos a etanol.

“Nosso investimento tem a ver com o que o governo está dizendo e o que o brasileiro precisa”, destaca Possobom.

Tais ajustes nos incentivos federais podem fazer com que a General Motors, até aqui radicalmente contra a produção de híbridos, ceda à tentação e siga o mesmo caminho da Volks. A direção da americana não foi clara em relação à estratégia que adotará quando, na semana passada, o presidente da divisão internacional, Shilpan Amin, viajou de Detroit a Brasília para pessoalmente contar ao governo brasileiro sobre o investimento de R$ 7 bilhões nos próximos quatro anos.

Também esteve em Brasília, no início de novembro, Makoto Uchida, presidente mundial da Nissan, para anunciar investimento adicional de R$ 1,5 bilhão ao plano definido no ano passado. Com isso, a fábrica de Resende (RJ), inaugurada há dez anos, receberá R$ 2,8 bilhões entre 2023 e 2025. O plano contempla a produção de dois novos utilitários esportivos.

Outro reforço de investimentos recente é o da Renault. Em outubro, a direção mundial anunciou investimento global de € 3 bilhões para renovar produtos das fábricas localizadas em países emergentes. Em dezembro, foi revelado que ao Brasil coube a parte de R$ 2 bilhões, que, somados a programas anteriores, liberados de forma mais cautelosa, durante a pandemia, somam R$ 5,1 bilhões entre 2021 e 2027.

Embora não esteja ainda previsto, a plataforma dos futuros modelos Renault no Brasil será flexível para contemplar também a produção de híbridos, segundo Ricardo Gondo, presidente da montadora no país.

A eletrificação atraiu mais investimentos também no grupo brasileiro CAOA, que produz a linha da chinesa Chery. No fim de 2020, o grupo anunciou investimento de R$ 1,5 bilhão na fábrica de Anápolis (GO). Segundo a empresa, a eletrificação dos modelos (híbridos) acabou exigindo mais recursos e, assim, em agosto foi definido um novo ciclo, de R$ 3 bilhões. Recentemente, foi iniciado mais um turno de trabalho em Anápolis, com a abertura de novos empregos.

Mas, enquanto algumas decisões governamentais aceleraram investimentos, outras não foram tão bem recebidas por parte do setor. É o caso do programa de incentivos para fábricas no Nordeste e Centro-Oeste, cuja prorrogação até 2032 foi aprovada junto com o texto da reforma tributária.

Possobom diz que “mais coisas” poderiam ter sido definidas não fosse esse benefício regional. O incentivo beneficia a fábrica pernambucana da Stellantis, forte concorrente da Volks. Depois de muita polêmica, o texto dos incentivos incluiu um parágrafo, acrescentado de última hora, que incluiu motores a combustão no pacote de concessões fiscais.

Mais cautelosas, algumas empresas asiáticas não costumam anunciar ciclos longos de investimentos. A Toyota, uma das empresas insatisfeitas com a extensão dos benefícios no Nordeste, costuma fazer anúncios pontuais, quando desenvolve novo modelo ou maderniza uma fábrica. A Hyundai informa que não tem novos planos previstos. A Honda não tem revelado planos de investimentos.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   02/02/2024

A Secretaria de Parcerias em Investimento (SPI) de São Paulo autorizou estudos para expansão da Linha 4-Amarela em duas novas estações – Chácara do Jockey e Taboão da Serra -, com investimentos previstos em mais de R$ 3 bilhões. A previsão é de que as obras comecem em dezembro deste ano e as operações iniciem em 2028.

A extensão faz parte da promessa do governador Tarcísio de Freitas durante as eleições de 2022, que previa estender a rede metroviária para a região sudoeste da capital para aliviar o trânsito nas rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt, reduzindo o fluxo de veículos na capital e atender a população da região metropolitana.

“Este mês, estivemos em reunião com o prefeito de Taboão da Serra para discussão de alguns pontos do projeto. Conceitualmente, essa obra já é paradigmática: será, provavelmente, a primeira linha da rede metroviária a ultrapassar os limites da capital. Uma vez aprovado o projeto e especialmente o orçamento, iniciaremos as obras.”, explica o secretário executivo de Parcerias em Investimento, André Isper Rodrigues Barnabé.

A ligação entre o município de Taboão da Serra e o centro de São Paulo será reduzida para quem utilizar o transporte público. O tempo de viagem previsto é de 55 minutos e haverá integração com os terminais de ônibus nas estações Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Butantã e outros da região. A implementação das duas novas estações vai atender mais de 80 mil novos usuários por dia.

Atualmente, a Linha 4-Amarela opera em 12,8 km de extensão com 11 estações: Luz, República, Higienópolis-Mackenzie, Paulista, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros, Butantã, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia. Com a expansão, ela ganhará mais 3,3 km, totalizando 16,1 km.
Novas estações

A nova Estação Taboão da Serra deverá ser construída na antiga Sorana Sul e terá duas entradas, uma na própria Sorana e outra do lado oposto a Rodovia Régis Bittencourt. Já a Estação Chácara do Jockey ficará localizada próxima ao Parque Chácara do Jockey, na Avenida Professor Francisco Morato, na Vila Sônia.

Rodoviário

Porto Gente - SP   02/02/2024

Os diferenciais surgem na percepção de como são os processos e como eles podem ser melhorados

Causava apreensão o posicionamento indiferente do presidente do Republicanos, o bispo evangélico Marcos Pereira, ante o conflito instalado na presidência do Porto de Santos, sem mediação, do ministro de Portos, deputado do Republicanos, para promover a pacificação e o alinhamento com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também do Republicanos, A divergência tinha causa na obra, verba e licenciamento do túnel submerso ligando as margens do canal de acesso do porto, sem projeto ainda, e a participação do governador nessa iniciativa, que ele estruturou como ministro e tem muito a contribuir. O presidente Lula colocou ordem nas coisas.

Esse túnel só sairá se houver um licenciamento ambiental da área em que o projeto será implantado. Entretanto, por consenso de agências ambientais, esse licenciamento é da competência da CETESB, do Estado de São Paulo. Além disso, as agências querem outro projeto e não esse de licença prévia, de 2012, que tem mais de 300 exigências a serem cumpridas. O governador tentou fazer uma proposta Política de Desenvolvimento Tecnológico Nacional – PDTN, desenvolveu um novo projeto e um contrato para a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) fazê-lo.

Todavia, o assunto foi levado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – ALESP, por articulação do presidente do Porto de Santos. Na Assembleia foi discutido que não havia verba para esse fim. Isso em 2023. O governador ficou com a impressão de que o ministro não queria esse projeto na ALESP. Então, o representante dele, secretário de outorgas, se manifestou dizendo que, quando não tinha verba, ele utilizaria verba federal, do BNDES. Porém, o presidente do Porto utilizou essa condição para se posicionar contrariamente ao Estado de SP participar no projeto. Sem conhecer do que tratava.

Não precisa grande raciocínio para concluir que é muito mais fácil uma solução conjunta e cooperativa de projeto e licenciamento feita por um consórcio de governos. Dessa forma, o projeto progride com mais flexibilidade e mais probabilidade de atingir a meta da construção do túnel submerso. No entanto, por desconhecimento do que trata e fixada no valor da obra, bem como arrebatada pelo sensacionalismo do fato, a vaidade vem se sobrepondo à razão. E prenunciava mais uma tentativa fracassada de construir a tão almejada travessia.

Anteontem, o governador de São Paulo foi ter com o presidente Lula em Brasília, para resolver esse caso, como Portogente havia previsto. Além do túnel, está formada uma aliança, consequente, de realizações que vai agilizar e fazer mais competitiva a logística do Porto de Santos. Assim, gerar progresso e trabalho, como função do comércio marítimo internacional. Coincidentemente, às vésperas da celebração do aniversário da inauguração do porto.

Amanhã o presidente Lula (PT) estará em Santos, dia em que se comemora os 132 anos da inauguração dos cais corridos de cantaria de pedra. Foi o início de um novo tempo de inovação do Porto de Santos e de uma história robusta, entremeada de lutas e literatura. O Presidente da República, na infância, vendia nesse porto quitutes que a sua mãe, Dona Lindu, preparava. Esse complexo portuário impulsionou o Estado e a hinterlândia mais pujantes do hemisfério sul. Viva o Porto de Santos!

PETROLÍFERO

Portal Fator Brasil - RJ   02/02/2024

Estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro apresenta atualização das informações fluminenses, dados comparativos com o país e análises do mercado.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) lançou, em 30 de janeiro (quarta-feira), a 6ª edição do “Perspectivas do Gás no Rio”. O estudo traz o dado de produção bruta de gás no Brasil de 145 MMm³/dia, entre janeiro e outubro de 2023, um crescimento de 5% frente a média de 2022 (138 MMm³/dia). O levantamento apresenta ainda a atualização do mercado fluminense com dados comparativos com o Brasil, além de trazer análises de diferentes visões de empresas que atuam no mercado.

Destaques sobre a atualização de dados— O “Perspectivas do Gás no Rio 2023” destaca que, além do recorde na produção nacional no ano passado, frente ao ano anterior, o estado no Rio de Janeiro reforça a sua liderança na produção de gás, atingindo a marca recorde de 72% de toda a produção bruta do país e, também, recorde com 51% da produção disponível.

Apesar dos números positivos de produção bruta, a reinjeção também se destaca. Essa operação nas plataformas segue crescendo, alcançando a ordem de 75 MMm³/dia, volume equivalente a 122% de toda a demanda de gás do Brasil. Já a demanda de gás natural, devido à baixa competitividade em preço do energético, segue caminho contrário, com redução da demanda total em torno de 7% do país na mesma comparação de período (janeiro a outubro de 2023).

A demanda industrial apresentou queda de 5%; enquanto a demanda por GNV (Gás Natural Veicular) com queda de 13%, reflexo ainda da política do governo federal de redução do ICMS para os combustíveis líquidos no segundo semestre de 2022. Nesse sentido, o estado do Rio também apresenta cenário semelhante ao país, com redução de aproximadamente 5% na demanda por gás natural no ano passado.

—O gás natural é muito rico no estado do Rio e pode ser mais valoroso ainda para a sociedade fluminense e para o país. Mas, o preço ainda continua caro para a indústria. É necessário baixar o preço para valorizar ao máximo os recursos do produto, pois é o energético de baixa emissão de carbono e perfeito para esse momento da transição energética, até que os demais energéticos se viabilizem, como o hidrogênio verde e as eólicas offshore —avalia o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Análises do mercado —A publicação deste ano também conta com artigos da Firjan SENAI SESI e de parceiros como a Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC), e das empresas Gerdau, PRIO e Origem. A Firjan SENAI SESI destaca como o gás natural pode ser impulsionado no país e no Rio a partir de três grandes pilares: expansão da oferta nacional, aproveitando o diferencial competitivo do gás ser produzido juntamente com o petróleo, o qual viabiliza a totalidade dos investimentos; a precificação dos ganhos de descarbonização com a substituição de outros combustíveis mais poluentes (carvão, GLP, óleo combustível, gasolina e diesel) pelo gás natural; e a importância de arcabouço regulatório favorável a expansão do consumo.

— A partir desses pilares, os investimentos serão favorecidos, gerando atividade econômica, geração de empregos e arrecadações governamentais tanto para a União quanto para os estados e municípios brasileiros— afirma a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso.

Em seu artigo, a Origem Energia apresenta a importância do gás natural para desenvolvimento econômico no país, destacando que no mundo o gás é usado como fator de competitividade da cadeia produtiva, mas que no Brasil é incipiente e muito focado para geração termelétrica. Para crescimento desse mercado além da geração elétrica, a empresa destaca a necessidade de melhoria da precificação, que ao contrário do mundo, no Brasil não reflete as condições de oferta e demanda regionais, mas sim são regidas pela cotação internacional do petróleo.

Já a PRIO aborda o crescimento da participação de empresas produtoras de petróleo e gás independentes e ressalta que a expansão da oferta de gás natural desses produtores está atrelada a viabilidade de acesso às infraestruturas de disponibilização, as quais são restritas e pouco vantajosas para os produtores independentes.

A Gerdau explicita o papel da indústria de aço no contexto de transição energética, como matéria-prima insubstituível, que em muito ainda depende do carvão para a sua produção. Nesse ponto, o gás natural é colocado como vetor dessa descarbonização do processo produtivo da indústria de aço. A companhia destaca, também, seu foco em uso de reciclagem de sucata e biorredutores na sua cadeia produtiva, posicionando-a como uma das empresas com menor índice de emissão do setor. Ainda assim, apresenta o plano de reduzir suas emissões em 12%, mesmo já possuindo um nível de emissões 51% menor que a média mundial.

O MDIC explica que o gás natural tem papel central na transição energética, até como potencializador de fontes renováveis, e apresentou os esforços empenhados para desenvolver propostas visando melhorar a competitividade das indústrias, que usam o gás natural, por meio do Grupo de Trabalho Gás para a Indústria, instituído no âmbito do Conselho Nacional de desenvolvimento industrial – CNDI.

Já o MME detalhou a atuação desse ministério, por meio do Programa Gás para Empregar e seus diversos Grupos de Trabalho, destacando que tem como objetivo possibilitar a melhoria do mercado de gás. Os efeitos positivos para o estado do Rio de Janeiro, por exemplo, destacados pelo ministério, são no sentido de crescimento da disponibilização de gás por meio da redução de reinjeção e da revitalização de campos. Assim pode haver aumento da arrecadação de participações governamentais e dinamização da economia local, já que o desenvolvimento do setor produtivo pode ser alavancado pelo aumento da oferta de gás natural a preços competitivos. | Mais detalhes sobre o estudo: https://shre.ink/rxHU

Empresários debatem mercado de gás natural e analisam estudo da Firjan — A apresentação dos principais destaques do “Perspectivas do Gás no Rio” foi feita por Fernando Montera, coordenador de Conteúdo Estratégico de Petróleo, Gás e Naval da Firjan: —Ao contrário da oferta, a demanda por gás natural, devido à baixa competitividade do seu preço, segue em queda de 7% no país e de 5% no estado do Rio. Para o desenvolvimento do mercado de gás é preciso uma pauta regulatória. No estado, o detalhamento da regulamentação do mercado livre é uma das pautas fundamentais que vem sendo trabalhada. No federal, por exemplo, maneiras de aumentar o aproveitamento do gás e planos coordenados de transporte estão neste contexto—.

—Gás é um assunto complexo e apaixonante, dado seu potencial de transformar o mercado. Cada questão tem seu tempo correto e algumas decisões precisam ser tomadas pelos reguladores. Precisamos viabilizar que demanda e oferta consigam convergir seus planejamentos. Outro tema que precisa ser discutido é o acesso a financiamento, pois os recursos estão mais escassos e o custo do capital maior —defendeu Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, que mediou o painel.

Visão das empresas — A necessidade de planejamento neste mercado foi destacada pelo CEO da Origem Energia, Luiz Felipe Coutinho. —O Brasil importa 50% do gás que utiliza. A forma de consumir energia mudou. A maioria das pessoas usa celular e carrega quase ao mesmo tempo, em períodos de pico. Por isso, o gás natural poderia ser mais usado como energia segura e barata. A Origem fornece 25% do gás para a Bahia e está fazendo o primeiro projeto de armazenagem de gás natural onshore, faltando só a aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)—. Coutinho contou que a ideia de criar a Origem surgiu durante uma palestra na Firjan há cinco anos.

Já Bruno Menezes, gerente -executivo de Novos Negócios da PRIO, detalhou a experiência da empresa de produzir gás em campos maduros, na Bacia de Campos. “O mais importante é ser eficiente e produzir mais. O gás que produzimos é usado para geração de energia na própria unidade. A Bacia de Campos tem ociosidade no escoamento do gás, tanto que a Petrobras concedeu acesso à Equinor. Pleiteamos o mesmo”. Em parceria com a Firjan SENAI, a PRIO capacitou 300 profissionais para o segmento de Exploração e Produção.

Por outro lado, a siderúrgica Gerdau mostrou o exemplo de uma multinacional centenária de origem brasileira, que está há 50 anos no Rio de Janeiro. “Emitimos metade das emissões médias de carbono das cadeias de aço. Mas a maioria das ações pela rota primária usa o minério de ferro e o carbono como agente redutor. O gás natural pode suplantar o carvão mineral nos altos fornos. Mas é preciso adaptá-los para o energético. Seria preciso ter gás competitivo e a curto prazo. A indústria precisa de previsibilidade para fazer investimento”, resumiu Marcos Prudente, gerente de energia da Gerdau.

Finalizando o dia, na sequência do evento à tarde, o gás natural continuou em pauta com a 1ª reunião de 2024 do Núcleo de Gás Natural do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás.

AGRÍCOLA

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   02/02/2024

Realizado de 5 a 9 de fevereiro, em Cascavel (PR), o Show Rural Coopavel chega à 36ª edição com expectativas de recorde de público e de vendas.

No evento, o visitante pode conferir novidades de fabricantes como a Case IH, que apresenta um portfólio com mais de 15 máquinas para todas as etapas do ciclo produtivo, desde plantadeiras até colheitadeiras e máquinas de infraestrutura que auxiliam no dia a dia do campo.

Um dos destaques é o trator Steiger AFS Connect de 620 cv (foto), um dos maiores do segmento no mercado brasileiro.

Com motor biturbo de seis cilindros, o modelo tem tração 4x4, chassi robusto e eixos maciços com lastro de até 29.900 kg.

“Além da potência, esse trator combina tecnologia, conectividade, produtividade e desempenho, contando com o AFS Connect embarcado de fábrica, assim como todas as máquinas do portfólio”, destaca a fabricante.

O sistema AFS Connect permite a visualização remota, recursos de suporte a distância para monitoramento de frota, gestão agronômica e gerenciamento de dados em tempo real.

A solução também agrega ferramentas como imagens de satélite, drones, piloto automático, telemetria, sistemas de aplicação e meteorologia.

Junto ao trator, o estande da Case IH apresenta a plantadeira Easy Riser, os tratores Farmall, Puma e Magnum, o pulverizador Patriot 250, as colheitadeiras Axial-Flow Série 150 e Série 250, a plataforma de milho IH e a plataforma de grãos Caracol 3020 TerraFlex, além de avançadas soluções de agricultura digital.

O estande também abre espaço para as máquinas de Linha Amarela da marca-irmã Case CE, como a retroescavadeira 580N S2 HD, a pá carregadeira 612E e a escavadeira hidráulica CX130B.

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