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01 de Julho de 2024

SIDERURGIA

Portal Fator Brasil - RJ   01/07/2024

E a produção de aço laminado foi de 4,3 milhões de toneladas. Isso representa um crescimento de 1,2% e 1,6%, respectivamente, em relação ao mês de março. No entanto, na comparação anual, a produção de aço bruto caiu 5,3% e a de aço laminado 3,0%.

A Alacero, Associação Latino-Americana do Aço, compartilha os dados atualizados sobre o comércio e consumo de março de 2024, bem como os resultados da produção de aço correspondente a abril de 2024. Esses números oferecem uma visão detalhada do estado atual da indústria do aço e sua evolução nos últimos meses, segundo dados divulgados pela Asociación Latinoamericana del Acero (Alacero), no dia 27 de junho (quinta-feira).

A produção de aço bruto em abril de 2024 foi de 4,7 milhões de toneladas (Mt), o que representa uma diminuição de 5,3% em relação a abril de 2023 e um aumento de 1,2% em comparação com o mês anterior. Considerando o acumulado do ano (19,2 milhões de toneladas de janeiro a abril), a produção está 2,1% abaixo do mesmo período de 2023.

Quanto à produção de aço laminado, em abril de 2024 foi de 4,3 milhões de toneladas , 3,0% inferior à de abril de 2023 e 1,6% superior a do mês anterior. No entanto, o acumulado de janeiro a abril de 2024 (17,4 milhões de toneladas implica uma queda de 2,1% comparado ao ano passado.

Consumo de Aço Laminado em março de 2024 — O consumo de aço laminado em março registrou um crescimento de 9,2% em relação a fevereiro, alcançando 6,0 milhões de toneladas — Destacam-se os aços planos com um aumento de 11,5% no mês (chegando a 3,5 milhões de toneladas, enquanto os aços longos registraram um crescimento de 7,0% (2,4 milhões de toneladas). Contudo, os tubos sem costura registraram uma redução de 23,2% (50,8 mil toneladas).

Em comparação com março de 2023 o consumo apresentou uma queda de 6,3%. Porém, ao analisarmos o período do primeiro trimestre, em 2024 houve uma queda de 0,1% (17,5 milhões de toneladas), apresentando uma certa estabilidade em relação ao mesmo período do ano anterior.

Análise Balança Comercial em março de 2024 — O déficit (-1,7 milhões de toneladas) continua elevado e registrou um aumento de 21,3% em relação a fevereiro, explicado pelo grande volume de importações em março, que aumentaram 18,1% em relação ao mês anterior. Este é um ponto negativo porque a participação das importações no consumo tem aumentado e, consequentemente, reduz o crescimento da produção da região.

As importações extrarregionais representaram 92,5% das importações totais em março, uma diminuição de 0,3 pontos percentuais (pp) em relação ao mês anterior, e próximo da média de 92% de 2023. As importações totais representaram 40% do consumo aparente em março, frente a 37% em fevereiro. Este número é muito elevado, 2pp acima da média registrada em 2023, o que demonstra que o aumento do consumo na região tem sido impulsionado pelas importações.

—O crescimento do consumo em nossa região tem sido impulsionado principalmente pelas importações, que representaram 40% do consumo aparente em março. É crucial que tomemos medidas para equilibrar esta balança e fomentar o desenvolvimento da produção local — afirmou Ezequiel Tavernelli, diretor-executivo da Alacero.

Análise dos Setores Consumidores de Aço — A maioria dos setores consumidores de aço na América Latina apresentou variações negativas. Após dez meses consecutivos de crescimento, a construção recuou em março em termos anuais, e foi arrastada pela forte contração na Argentina, representando a baixa mais significativa desde maio de 2020. Peru e Brasil também registraram quedas, após dois e três meses de crescimento, respectivamente. Colômbia e Chile mantiveram em março o mau desempenho dos últimos meses. Em contrapartida, o México se manteve em terreno positivo, embora desacelerando.

A atividade industrial também se contraiu durante o terceiro mês do ano em todos os países, após um bimestre positivo. O pior desempenho ocorreu na Argentina, comparável apenas com as quedas durante os primeiros meses da pandemia em 2020. México, Brasil, Chile e Colômbia reverteram a expansão de fevereiro com variações negativas. No Peru, a atividade caiu pelo décimo quarto mês consecutivo.

O setor de produção de maquinário foi o mais afetado, com retrocessos na Argentina, Colômbia e Chile. A fabricação de aparelhos de uso doméstico também foi uma das mais impactadas e sofreu uma contração após oito meses de expansão. Além disso, a produção automotiva também caiu em março, mas se recuperou em abril graças ao bom desempenho do Brasil e México.

Superior Tribunal de Justiça - DF   01/07/2024

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria de votos, revisou acórdão anterior e considerou que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve ser indenizada devido à compra de ações da Usiminas pelo grupo ítalo-argentino Ternium, em operação realizada em 2011. A CSN apontou na petição inicial do processo que a indenização seria superior a R$ 5 bilhões.

O colegiado formou maioria após o voto de desempate do ministro Antonio Carlos Ferreira – integrante da Quarta Turma e convocado apenas para proferir voto no caso –, que acompanhou a posição dos ministros Moura Ribeiro e Humberto Martins. Segundo essa posição, a entrada da Ternium na Usiminas resultou em novo pacto entre os acionistas majoritários, com reformulação do bloco de controle da companhia e alteração política de sua administração.

Como consequência, de acordo com os magistrados, deveria ter sido ativado o mecanismo do tag along, ou seja, a realização de oferta pública para compra das ações dos minoritários, conforme previsto pelo artigo 254-A da Lei 6.404/1976, o que acabou não sendo feito.

Ação exigiu oferta pública para os sócios minoritários
O caso tem origem na compra de ações da Usiminas, em 2011, pelo grupo Ternium, no equivalente a 27,7% do total do capital votante da companhia. As ações foram compradas do grupo formado pelas empresas Votorantim e Camargo Corrêa e da Caixa dos Empregados da Usiminas.

Após a operação, a CSN, que detinha o equivalente a 17,4% do capital social da Usiminas, ajuizou ação por entender que o grupo deveria ter cumprido a determinação legal de oferta pública aos sócios minoritários. Já a Ternium alegou, entre outras razões, que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entendeu que não haveria obrigatoriedade de realização da oferta, por não estarem preenchidos os requisitos do artigo 254-A da Lei 6.404/1976.

O pedido da CSN foi julgado improcedente em primeiro e segundo graus. Em julgamento realizado em março de 2023, os ministros da Terceira Turma, por maioria, entenderam que a compra de ações da Usiminas pelo Grupo Ternium não resultava na obrigatoriedade do acionamento do gatilho tag along.

Número de ações, por si só, não revela mudança na gestão da companhia
Contra o acórdão, a CSN interpôs embargos de declaração e reforçou o argumento de que a operação de compra de ações pela Ternium resultou em efetiva alteração da gestão política da Usiminas.

Em reanálise do caso, prevaleceu a posição inaugurada pelo ministro Moura Ribeiro e seguida pelos ministros Humberto Martins e Antonio Carlos Ferreira. Ficaram vencidos os ministros Ricardo Villas Bôas Cueva e Nancy Andrighi.

Moura Ribeiro afirmou que, com o ingresso do grupo Ternium no bloco de controle da Usiminas, foi realizado um novo acordo com os acionistas, o qual ampliou a necessidade de consenso entre os controladores da companhia, inclusive para indicação do seu presidente. O novo arranjo entre os acionistas, apontou, também diminuiu decisivamente o poder da caixa de empregados na gestão da companhia.

"Assim, ao meu sentir, com o ingresso do grupo Ternium, ocorrido pela aquisição das ações da Votorantim/ Camargo Corrêa e da Caixa dos Empregados da Usiminas, houve efetivamente a alienação do controle da companhia, circunstância em que deveria ter sido realizada a oferta pública de aquisição previsto no artigo 254-A da Lei da S.A.", disse o ministro.

Em seu voto de desempate, o ministro Antonio Carlos Ferreira apontou que a verificação da mudança do efetivo controle das companhias de capital aberto não depende apenas do número de ações compradas por quem ingressa no grupo societário, mas do exame, em cada caso, de outros elementos que permitam confirmar se a operação resultou em alteração do controle político da companhia.

Edição de normativos indica mudança na administração
Para o ministro, os elementos trazidos aos autos indicam que a Ternium não apenas "trocou de lugar" com o grupo formado pela Votorantim e pela Camargo Corrêa, mas adquiriu ações da Caixa dos Empregados da Usiminas e, dessa forma, passou a gerir de forma distinta os rumos da companhia, o que pode ser demonstrado pela edição de resoluções internas e outros normativos.

Antonio Carlos Ferreira comentou que a mudança abrupta no controle da empresa é que justifica a ativação do mecanismo do tag along, o qual busca proteger os sócios minoritários, incluí-los no prêmio pela alteração do controle societário e até mesmo oferecer uma alternativa de saída para eles, em razão da mudança da estrutura de gestão na companhia.

"Ainda que o ágio pago na operação não seja elemento bastante para se afirmar a transferência do poder administrativo, o fato de a aquisição ter ocorrido por valor muito acima do valor de mercado – quase o dobro, registre-se – é componente indiciário de que o grupo Ternium não pretendia apenas substituir o dueto Votorantim-Camargo Corrêa na mesma posição dentro do bloco controlador, senão efetivamente assumir a liderança na direção da empresa", apontou o ministro.

Leia o acórdão no REsp 1.837.538.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   01/07/2024

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reconheceu nesta sexta-feira, 28, que o nível da taxa de câmbio chama a atenção da instituição. A moeda americana opera hoje nos maiores patamares em dois anos e meio.

“Neste momento, o tema que tem chamado atenção do BC é o câmbio. O câmbio tem estado bastante descolado dos seus pares, desvalorizando rápido. Temos debatido e observado câmbio e seus impactos para economia”, disse.

“Economia aquecida e hiato apertado sugerem desinflação mais lenta ou custosa. E um câmbio elevado também sugere desinflação mais lenta ou custosa”, continuou.

O diretor do BC também afirmou que o mercado de trabalho está aquecido, mas que o Banco não enxerga um link evidente com a os preços da economia, ou seja, o movimento da inflação. Ele observou que os economistas vêm sendo surpreendidos recorrentemente com o crescimento da economia.

‘Estamos sempre olhando repasse do câmbio para inflação e expectativas’

O diretor de Política Monetária do Banco Centra disse que a autarquia está sempre atenta a eventuais repasses de uma desvalorização cambial para a inflação ou para expectativas. Segundo Galípolo, o comportamento do dólar frente ao real tornou-se um ponto de atenção para a diretoria do BC.

“A gente está assistindo a um cenário de evolução rápida na desvalorização do real perante o dólar, e tentando sempre fazer uma comparação para ver o quanto essa performance pior, comparada com os pares, representa algum sinal adicional de atenção”, afirmou o diretor.

Segundo Galípolo, o “patamar mais elevado” do câmbio sugere uma desinflação mais lenta ou mais custosa no País. E, segundo o diretor, o debate no BC recentemente se voltou para o comportamento do real, assim como foi sobre o cenário externo, no segundo semestre do ano passado, e sobre a desancoragem das expectativas até agora.

O diretor reforçou, no entanto, que o BC não trabalha com uma “meta de câmbio”. “O câmbio flutuante está aí para absorver mudanças que podem ocorrer de reprecificação, que podem ser provocadas por questões idiossincráticas locais ou por questões estrangeiras, e a gente vai estar sempre olhando se existe algum tipo de disfuncionalidade no mercado de câmbio”, ele disse.

Infomoney - SP   01/07/2024

O dado do Índice de Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em maio divulgado hoje – que mostrou uma estabilidade no indicador cheio e uma alta de apenas 0,1% no núcleo –  foi positivo em vários aspectos e é naturalmente uma boa notícia para a condução da política monetária pelo Federal Reserve. Mas, no entender dos economistas, isso é insuficiente para representar uma mudança de tendência sobre o início de cortes de juros pelo banco central americano.

De fato, a probabilidade de cortes exposta na plataforma FedWatch, do CME Group, mal se mexeu hoje. A chance de uma primeira redução de juros de 25 pontos-base em setembro está em 59,5% há uma semana, enquanto a chance de manutenção estacionou em 34,1% no mesmo período.

Já a probabilidade de começo da flexibilização em dezembro avançou apenas de 43% para 44% e a de manutenção recuou meio ponto percentual, para 30,4%.

Para Gustavo Sung, economista chefe da Suno Research, de forma geral, os dados foram positivos, mas continuam acima do desejado. Ele destaca em análise que, em maio, tanto a inflação do consumidor quanto a do produtor ficaram abaixo do esperado, trazendo alívio ao mercado. E não apenas o índice cheio, mas diversas outras métricas, como os núcleos.

“Entretanto, a desaceleração da economia e essa tendência inicial de arrefecimento da inflação ainda não são suficientes para o comitê de política monetária dos EUA, o Fomc, inicie o afrouxamento monetário. Vale a pena ressaltar que o mercado de trabalho segue resiliente”, comenta.

A estimativa de Sung é que o início do ciclo de cortes se inicie em dezembro de 2024, em 25 bps. “Essa estimativa depende da evolução do cenário inflacionário e do mercado de trabalho”, ressalta.

Francisco Nobre, economista da XP, tem uma análise parecida e avalia que o cenário em que o Fed vai poder reduzir os juros neste ano está cada vez mais claro.

A XP também mantém a perspectiva de que a flexibilização só comece em dezembro, uma vez que as incertezas permanecem.

Para ele, o mais importante para destacar não é se vão cortar os juros em setembro ou dezembro, uma vez que isso não mudará muito o cenário econômico para os EUA e também não ajuda muto o cenário econômico global.

O mais relevante, segundo Nobre, é que o mercado parou de postergar as expectativas de cortes na taxa de juros. “No começo ano, o mercado precificava sete cortes em 2024, as expectativas foram reduzidas para entre um ou dois cortes e eles estavam postergando cada vez mais. Agora, parece que está se consolidando a perspectiva de que o Fed vai, de fato, conseguir cortar. ( ) Ou seja, o cenário está ficando mais claro.”

Sobre os dados da divulgação de hoje, o economista da XP diz ter visto surpresas adicionais positivas além do índice cheio. Ele destaca que, ao observar a variação em duas casa decimais, o núcleo do índice ficou em 0,08%, ante uma projeção de 0,13%, ou seja, cinco pontos-base baixo.

“E a surpresa veio da categoria mais importante, que é a de serviços excluindo moradia. O mercado esperava cerca de 0,20% e veio 0,10%. A categoria que mais impacta a função de reação do BC teve uma notícia positiva”, detalha.

Enquanto isso bens veio em linha com as expectativas (-0,18%), mais um número mostrando deflação. “A gente vem acompanhando muito  a queda de bens, mas foi a primeira leitura negativa em quatro meses”, diz.

Andressa Durão, economista do ASA, também cita que a taxa mensal do PCE de maio veio um pouco abaixo do esperado quando se observa a variação em duas casas decimais.

“Os próximos dois dados de inflação serão decisivos para o Fed avaliar se um corte de juros em setembro ainda está na mesa. Nossa visão é de que a inflação não dará trégua e o Fed não terá confiança suficiente até setembro para iniciar o ciclo de corte de juros”, pondera.

Globo Online - RJ   01/07/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse em entrevista ao Valor que a projeção alternativa de inflação apresentada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) com juros em 10,5% ao ano mostra que a Selic é “suficientemente alta” para, num período mais longo, fazer a inflação convergir para a meta.

- Já houve no passado momentos em que a gente desenhou os cenários alternativos para mostrar que a taxa de juros é suficientemente alta, que num período mais longo ela traz a inflação para a meta - disse Campos Neto.

Ele disse que "estava tendo muito ruído em torno dos números de curto prazo" e que o comitê buscou levar uma comunicação mais clara aos agentes econômicos.

De acordo com Campos Neto, o BC não trabalha com um cenário de alta ou de baixa de juros. Por isso, no comunicado após o anúncio da manutenção da Selic, foi usada a palavra interrupção do ciclo de cortes.

- Hoje a comunicação é compatível com um cenário base, que não é de alta e não é de queda. A comunicação está direcionada ao fato de que teve uma interrupção, a gente precisa de tempo para observar - disse.

Campos Neto disse ainda que a última reunião do Copom, cuja votação foi hunânime, teve um grade espírito de equipe, após a divisão entre os diretores no encontro anterior.

- A decisão do Copom anterior gerou um prêmio de risco grande. Eu diria que essa foi uma das reuniões do Copom onde a gente teve o maior espírito de equipe dos últimos tempos.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2024

O diretor de estratégia econômica do Banco Safra e ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira que é “muito difícil” o arcabouço fiscal funcionar se o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescer menos do que 2,5% ao ano.

“O fundamento do arcabouço fiscal é ter uma margem entre o crescimento das receitas, o crescimento do PIB e o crescimento das despesas e, para isso, também é importante você encontrar os meios de garantir um crescimento mínimo do PIB”, disse o ex-ministro, que participa de um painel no Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal.

Levy acrescentou que o País tem crescido, em média, de 2,5% a 3%, e pode continuar crescendo “se as medidas adequadas forem tomadas.” O diretor do Safra disse haver oportunidades na transição energética se houver bom funcionamento dos mercados de capital e a regulação necessária. O ex-ministro ainda destacou positivamente as contas externas brasileiras.

“Na medida em que nós aproveitarmos os nossos potenciais, nos organizarmos adequadamente, nós podemos, por meio de parcerias, não só auxiliar os nossos parceiros, mas também encontrar novas fontes de crescimento”, disse Levy, acrescentando que isso é importante em meio a um ambiente financeiro mundial sob pressão.

Ele acrescentou que sinalizar crescimento consistente, com baixa inflação, é importante para guiar as expectativas em direção a maior confiança do setor privado e aumentar o investimento privado.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2024

Após o ruído gerado pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio, em razão do placar dividido de cinco a quatro pelos quatro membros do Comitê que votaram pela queda de -0,5 ponto de porcentagem, tendo sido indicados pelo atual governo, a reunião do órgão da semana passada dominou o cenário da economia brasileira.

O placar dividido em linhas aparentemente ideológicas da reunião de maio criou entre os investidores a percepção de que os novos diretores, a partir de janeiro de 2025, quando muda a presidência do Banco Central, terão um comportamento menos comprometido com a meta para a inflação que a diretoria atual.

O resultado foi uma desancoragem das expectativas para a inflação. Entre a reunião de maio e a última segunda-feira, as expectativas para a inflação em 2024 passaram de 3,72% para 3,98%, enquanto as expectativas para 2025 saíram de 3,66% para 3,85% no mesmo intervalo. As de 2026 saíram de 3,50% para 3,60%. Somente as expectativas para 2027 permaneceram estáveis em 3,5% ao ano. Todas acima da meta de 3,0% do Banco Central.

Simultaneamente, o real mostrou desvalorização de 9,5% ao longo deste período, e as taxas de juros dos títulos longos do Tesouro mostraram forte crescimento.

A avaliação dos investidores antes da reunião da semana passada era de que o Copom iria manter a taxa Selic constante e a grande maioria dos investidores antecipava um placar unânime. A pergunta que ficou no ar é como as declarações do presidente Lula iriam afetar os membros do Comitê por ele indicados. No final, a decisão de manutenção da taxa Selic, por unanimidade, saiu vencedora, apesar das pressões do governo.

Este foi um primeiro sinal de independência destes diretores. Entretanto, a questão é qual o real significado desta decisão? Será que, apesar das pressões do presidente Lula e do PT, a nova diretoria vai conseguir resistir?

A independência do Banco Central cumpre um papel fundamental neste processo. Uma vez escolhido e aprovado pelo Senado Federal, o novo presidente terá um mandato de quatro anos ao longo do qual somente poderá ser demitido mediante aprovação do próprio Senado. Isto significa que estará totalmente fora do alcance do presidente da República, como ocorre hoje. Poderá ser completamente independente se quiser.

Diante desta dúvida e do cenário fiscal cada vez mais desafiador, nossas projeções apontam que as expectativas para a inflação deverão permanecer em trajetória de elevação, o que inviabiliza uma redução da taxa de juros no horizonte relevante da política monetária.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   01/07/2024

Os preços futuros do minério de ferro subiram nesta sexta-feira e registraram aumento em base semanal, graças a um impulso do mais recente estímulo imobiliário e à demanda resiliente pelo principal ingrediente de fabricação de aço na China, principal mercado consumidor do minério, embora a persistência de estoques elevados tenha restringido os ganhos.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,18%, a 825 iuanes (113,52 dólares) a tonelada, um aumento de 0,5% na semana.

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O minério de ferro de referência de agosto na Bolsa de Cingapura subia 1,09%, a 106,4 dólares a tonelada, um aumento semanal de 1,2% até o momento.
A capital da China, Pequim, juntou-se a outras três cidades para reduzir o custo da compra de imóveis, cortando as taxas de juros das hipotecas e a taxa mínima de entrada.
“Essas medidas mais recentes podem levar a um aumento nas transações de imóveis residenciais e ajudar a aliviar o pior excesso de oferta de moradias por tempo de liberação de estoques no país”, disseram analistas do ANZ em uma nota.
A produção média diária de metal quente entre as siderúrgicas pesquisadas manteve-se em um nível relativamente alto de cerca de 2,39 milhões de toneladas em 27 de junho, apesar de uma queda semanal de 0,2%, segundo dados da consultoria Mysteel.
Mas os estoques portuários persistentemente elevados, que subiram 0,3%, para 149,26 milhões de toneladas, limitaram a alta dos preços.
“A emissão de títulos especiais (pela China) acelerou recentemente, mas há alguma mudança em relação ao uso, o que pode influenciar o setor de infraestrutura mais tarde”, disseram analistas da GF Futures em uma nota. Os títulos especiais são normalmente usados para financiar projetos de infraestrutura.
Investidores e traders ainda estão buscando mais clareza sobre os rumos do mercado em uma terceira reunião plenária há muito adiada, a ser realizada de 15 a 18 de julho.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2024

A gigante da mineração Anglo American, fundada há 107 anos na África do Sul com uma mina de ouro pelas mãos de Sir Ernest Oppenheimer, será uma “Nova Anglo American” com o processo de reestruturação de seus negócios, na avaliação de Ana Saches, CEO da subsidiária brasileira, em entrevista ao Estadão/Broadcast. “Vai surgir uma nova empresa, com um portfólio de ativos mais enxuto e melhores margens de ganho das suas operações”, afirmou a executiva, que está há seis meses no cargo e desde 2012 no grupo, principalmente na área financeira e com passagem de três anos na sede, em Londres.

A direção e o conselho de administração da companhia foram sacudidos dois meses atrás pela oferta bilionária de compra da concorrente australiana BHP, líder global do setor mineral, por US$ 39 bilhões (R$ 217 bilhões pela cotação desta sexta-feira, 28). Após várias recusas da parte da Anglo, principalmente por causa de algumas condicionantes, como efetuar antes a venda de ativos na África do Sul, a BHP recolheu os flaps e desistiu da ofensiva. O valor da oferta na última proposta atingiu a cifra de US$ 50 bilhões (R$ 278 bilhões) .

Isso foi motivo suficiente para a direção da Anglo American tomar medidas mais efetivas para definir seu novo foco estratégico de atuação global, centrando-se em alguns minerais e metais - cobre, minério de ferro e fertilizantes. Todo o restante do seu portfólio - carvão mineral, níquel, metais do grupo da platina e diamantes - entraram na rubrica “ativos disponíveis para venda”. “A América Latina passa a ter uma grande representatividade na nova estratégia da companhia”, comenta a CEO das operações no Brasil.

No movimento “quase hostil” da BHP, estavam no alvo as operações de cobre da Anglo American no Chile e Peru - metal considerado essencial para o ciclo da transição energética -, minério de ferro no Brasil (o projeto de classe mundial chamado Minas-Rio) e nutrientes para o solo (fertilizantes) na Inglaterra. A BHP se tornaria líder global na produção de cobre e reforçaria ainda mais suas operações de minério de ferro, situadas na Austrália, com a operação brasileira. A empresa já é sócia da Vale (50% a 50%) na Samarco, que produz pelotas de minério de ferro.

“Temos aqui no Brasil muitas possibilidades promissoras à frente de crescimento no minério de ferro, em linha com a nova estratégia traçada pela matriz do grupo”, destaca Ana Sanches. Segundo ela, hoje há no País duas realidades: o projeto Minas-Rio, com um produto premium de ampla aceitação no mercado internacional, e a produção de níquel usado na fabricação de aço inox, negócio que entra em processo para ser vendido e sair do portfólio do grupo.

A executiva ressalta que o acordo com a Vale, firmado em fevereiro, vai garantir muitos e muitos anos de minério de alto teor e vai gerar a oportunidade de dobrar a operação brasileira de tamanho. Atualmente, o Minas-Rio está apto a fazer 26,5 milhões de toneladas por ano de minério tipo pellet-feed. O produto é destinado principalmente a siderúrgicas do Oriente Médio e do Japão, além de China e outros países. A Anglo Brasil já utiliza 90% da atual capacidade de produção e vê no acordo a oportunidade de novo salto de expansão e longevidade no País.

No negócio, a Vale incorporou reservas de minério situadas na Serra da Serpentina, contíguas às da Anglo em Conceição do Mato Dentro (MG), e ainda desembolsou US$ 157,5 milhões (R$ 877 milhões) para ficar com 15% do capital da Anglo American Minério de Ferro Brasil. As reservas incorporadas somam 4,3 bilhões de toneladas de minério de elevado teor de ferro, superior ao que a empresa tem hoje: 40% contra 32%, na média. Segundo Ana, as duas empresas aguardam agora o aval do órgão brasileiro antitruste, o Cade para concretizar o negócio, cujo valor total não foi divulgado.

A expectativa é de que a aprovação saia antes do final do ano. Com o aval em mãos, passarão a ser feitos estudos de viabilidade técnica-econômica para definir o plano de exploração das reservas unificadas. Estima-se até cinco anos, mas a expectativa é que isso ocorra antes, levando a uma decisão de investimento para adicionar de 25 milhões a 30 milhões de toneladas à capacidade atual da empresa. Com o plano definido, a Vale poderá exercer a opção de comprar mais 15% do capital da subsidiária brasileira da Anglo. Juntas, as duas empresas irão conduzir o investimento a ser executado na expansão, com recursos próprios da empresa e aportes dos sócios.

Com esse arranjo, ressalta a executiva, vai existir a exploração de um único corpo mineral por meio da Anglo, que construiu há um bom tempo uma história de relacionamento com as comunidades locais. A Vale não atua em mineração na região. “As reservas das Serra da Serpentina vão enriquecer a qualidade do minério a ser produzido no futuro. É um tipo do mineral friável (menos duro), mais fácil e de menor custo de beneficiamento depois que é lavrado”, afirma.

Segundo Ana, hoje a Anglo Brasil produz dois tipos de pellet-feed: um com 68% de teor de ferro, e apenas de 2% de sílica (que é um contaminante), para uso em redução direta - sistema de obtenção do aço que leva gás natural e forno elétrico; e outro, com 67% de teor, também premium, para alimentar tradicionais altos-fornos de siderúrgicas. Esse tipo de produto é desejado por siderúrgicas no mundo para ajudar no processo de descarbonização, ou seja, reduzir a geração de CO2 no processo de produção do aço.

Exame - SP   01/07/2024

Durante evento em Belo Horizonte nesta sexta-feira, 2, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou da mineradora Vale reparação pelos danos causados pelo rompimento de barragens em Brumadinho (MG), em 2019, e em Mariana (MG), em 2015.

“Conheço a Mina do Vale do Rio Doce. Quero visitar porque quero ver o estrago que a Vale fez na cidade de Brumadinho. Quero ver o que foi feito em Mariana. O estrago que fez no rio, se vai recuperar. A Vale está muito quietinha e ela sabe que tem que pagar”, disse Lula.

Mais cedo, em entrevista ao jornal mineiro O Tempo, Lula já havia criticado a mineradora. “Estou predisposto a negociar a dívida da Vale. Não com Minas Gerais. A dívida do povo da região, que foi solapada pelas barragens”.

“Aquele povo tem que receber as suas casas. Aquele povo tem que receber indenização. O rio tem que ser recuperado. E a Vale está lá, com o dinheiro aplicado, sem querer pagar. Vamos fazer acordo para que a Vale pague essa dívida e a gente zere os nossos problemas em Minas Gerais.”

“Cobrei do ministro [de Minas e Energia] Alexandre Silveira. Quero saber como está o acordo da Vale. Ele me disse que está 90% resolvido e que vai me apresentar na semana que vem ou na outra para a gente bater o martelo e fechar esse acordo.”

Valor - SP   01/07/2024

Vale Canada Limited recebeu, aproximadamente, US$ 155 milhões em dinheiro pela venda de sua parte das ações para a PT Mineral Industri Indonésia (Mind ID)

A Vale concluiu a venda de sua participação na PT Vale Indonesia Tbk (PTVI) por meio de sua subsidiária Vale Canada Limited, que recebeu, aproximadamente, US$ 155 milhões em dinheiro pela venda de sua parte das ações para a PT Mineral Industri Indonésia (Mind ID).

Com isso, a Mind ID passa a deter aproximadamente 34% das ações emitidas da PTVI. A Vale Canada fica com aproximadamente 33,9%, a Sumitomo Metal Mining tem cerca de 11,5% e o restante está disperso na Bolsa de Valores da Indonésia.

Segundo a Vale, sua subsidiária canadense continua a manter exposição econômica significativa à PTVI como uma “joint venture” não operada e continuará a fornecer forte governança por meio de nomeações para o conselho de comissários. Além disso, os direitos existentes de compra mínima garantida da Vale Canada estão preservados, diz.

Além disso, em conexão com a conclusão deste desinvestimento, o governo da Indonésia emitiu uma licença especial de negócios de mineração confirmando o direito da PTVI de continuar operando até dezembro de 2035, com possibilidade de estender a licença para além deste período, afirma a Vale.

“A emissão da licença permite à PTVI desenvolver ainda mais seu potencial de crescimento através de investimentos em projetos na Indonésia”, diz.

AUTOMOTIVO

Automotive Business - SP   01/07/2024

projeções de licenciamentos de veículos no primeiro semestre do ano indicam um crescimento de 15% sobre o volume licenciado no janeiro-junho do ano passado.

Na quinta-feira, 27, após a sanção do Programa Mover, o vice-presidente Geraldo Alckmin disse que o país precisa "de medidas para aumento da renda e estimular ainda mais o segmento".

Alckmin disse na oportunidade, ainda, que a Fenabrave havia lhe informado que os emplacamentos deveriam crescer nesse patamar até o final de junho.

Segundo dados do Renavam consultados pela reportagem da AB, até a quinta-feira, 27, foram registrados no Brasil 194,4 mil veículos. Resta ainda um dia útil para junho acabar, a sexta-feira, 28.

A expectativa do setor de distribuição, segundo um interlocutor do segmento que preferiu dar entrevista em off, é a de que em junho sejam emplacadas algo entre 212 mil e 214 mil unidades.

Caso se confirme a projeção, terão sido licenciadas no país, no primeiro semestre, cerca de 1,150 milhão de unidades, ou 11% a mais do que o volume registrado no primeiro semestre de 2023.

Como as promoções das montadoras nos últimos dias do mês costuma ser atrativas às locadoras de veículos, é possível, portanto, que as vendas no semestre venham a ser 15% maiores ante 2023.

Seria um feito relevante, considerando eventos importantes que ocorreram no janeiro-junho do ano que acabaram refletindo no mercado, como paradas de produção e o desastre no Rio Grande do Sul.

Há também a questão do crédito para os financiamentos, um tema que segue recorrente e discursos na indústria e no governo.

Nesse sentido, as pretensões do governo levaram um balde de água fria na última reunião do Copom, cuja taxa Selic divulgada interrompeu um período de queda dos juros.

Auto Industria - SP   01/07/2024

A Allianz Research, divisão de análise da Allianz Trade, divulgou na última semana relatório em que economistas apontam que Brasil e México estão, hoje, entre os principais destinos dos investimentos chineses em automóveis. As exportações para países emergentes, afirma o documento, representam quase 60% das vendas das montadoras chinesas para o exterior.

Entre abril de 2023 e março de 2024, pelo menos 41 projetos chineses de fabricação e logística foram anunciados para o México, em comparação com menos de vinte no ano anterior. As investidas chinesas no país cresceram como movimento estratégico para contornar as tarifas e restrições dos Estados Unidos.

No ano passado, 33 fornecedores chineses de autopeças e componentes foram registrados no México, dezoito dos quais exportaram para os Estados Unidos.

No Brasil, enfatiza o documento, desde o começo do ano pelo menos três fabricantes chineses de veículos elétricos se comprometeram a investir para aproveitar o pacote de US$ 19 bilhões do Mover, programa sancionado pelo Presidência da República nesta quinta-feira e que incentiva a indústria automotiva a produzir veículos mais sustentáveis.

O relatório avalia que o movimento rumo a economias emergentes da América Latina busca compensar a taxa de utilização da capacidade industrial chinesa de 73,6% no primeiro trimestre de 2024  a mais baixa desde 2016, desconsiderando o período da pandemia. Em igual período de 2021, por exemplo, o porcentual era de 77,2%.

Para os economistas, um desequilíbrio cíclico está novamente em jogo com medidas de estímulo do lado da oferta e uma demanda doméstica chinesa ainda fraca, com o mercado chinês dando espaço aos seus exportadores para baixar ainda mais os preços.

A intenção da China é manter ou expandir a participação no mercado externo. “O aumento do investimento externo poderia ser uma solução vantajosa para todos a fim de mitigar o superávit comercial chinês, mas ele provavelmente enfrentará resistência geopolítica”, acreditam os autores do relatório.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Veja - SP   01/07/2024

O Brasil e o México lideram a participação no mercado de construção da América Latina, segundo o relatório International Construction Market Survey (ICMS) 2024, publicado pela empresa global de serviços Turner & Townsend, especializada no atendimento a clientes dos setores de real estate, infraestrutura e recursos naturais. Combinados, os dois países detêm uma fatia de 57,3% em um mercado de construção estimado em US$ 643,80 bilhões em 2023 — o que equivale a US$ 368,9 bilhões, em termos reais.

Ainda segundo o estudo, o mercado de construção latino-americano em 2024 é estimado em US$ 675,99 bilhões e a expectativa é que ele cresça para US$ 842,52 bilhões em 2029, o que representa uma expansão anual de 5% nesse período. Além do México e do Brasil, outros países relevantes para o mercado de construção na América Latina incluem Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

Apesar da baixa demanda do investidor estrangeiro em outros segmentos de mercado, como a bolsa de valores, o crescimento da atividade industrial torna o Brasil atrativo para o segmento de construção, conforme o estudo. No caso do México, o estímulo para os investimentos se dá devido ao “nearshoring”, fenômeno que descreve a realocação de fábricas e produção para países vizinhos. Ainda de acordo com o estudo, o crescimento do setor de hotelaria vem contribuindo para o interesse de investidores internacionais para grandes projetos na região.

Outro aspecto relevante para a participação elevada dos dois países é o baixo salário, com média de US$ 6,8 por hora trabalhada — bem abaixo da Europa e América do Norte, cujas médias são de US$ 68,6 e US$ 75, respectivamente. A isso se soma a inflação média de custos de construção globalmente, com índices mais baixos frente a 2023.

“A América Latina continua sendo um dos mercados de construção mais atraentes para investimento em nível mundial, com Brasil e México continuamente atraindo investidores chineses e americanos”, afirma Gareth Whisson, diretor-gerente da Turner & Townsend para a América Latina.

NAVAL

O Petróleo - SP   01/07/2024

A Portos do Paraná anunciou recentemente a ampliação do calado máximo operacional no Porto Ponta do Félix, localizado em Antonina, Litoral do Paraná. O calado, que é a profundidade máxima que um navio pode ter para atracar com segurança, foi aumentado de 8,3 metros para 9,15 metros, conforme a portaria 192/2024 publicada pela Autoridade Portuária de Paranaguá e Antonina (APPA).

O aumento do calado é resultado de um esforço conjunto entre a Portos do Paraná, praticagem e Marinha. Após um processo de dragagem e intensificação dos monitoramentos ambientais, foi possível alcançar essa nova profundidade. Isso permitirá que o Porto Ponta do Félix receba navios mais carregados, o que fortalece a capacidade de operação do terminal para movimentação de cargas como açúcar a granel e fertilizantes.

Impacto na economia regional

Victor Kengo, diretor de Engenharia e Manutenção da Portos do Paraná, destacou que a ampliação do calado não só aumenta a eficiência dos portos paranaenses, mas também torna o Porto Ponta do Félix mais competitivo no mercado global. Navios com maior capacidade de carga poderão atracar em Antonina, beneficiando toda a cadeia logística do Paraná e contribuindo para a competitividade das exportações e importações locais e nacionais.
Opinião dos especialistas

Gilberto Birkhan, diretor-presidente do Porto Ponta do Félix, enfatizou que essa iniciativa representa um avanço significativo para o setor. Ele destacou que o aumento do calado é fruto de um trabalho em equipe e que irá possibilitar um incremento substancial na capacidade operacional do porto, tanto para importação quanto para exportação de cargas.

Com a ampliação do calado, o Porto Ponta do Félix se posiciona não apenas como um ponto estratégico para o comércio internacional, mas também como um impulsionador da economia regional. A expectativa é que essa medida não só aumente a competitividade dos produtos paranaenses no mercado global, mas também contribua para o crescimento econômico sustentável da região.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2024

O primeiro bloco de concessão de arrendamentos portuários de 2024 do governo federal será realizado em 21 de agosto, na B3, em São Paulo. As primeiras áreas arrendadas incluem cinco terminais: REC08, REC09 e REC10, localizados no Porto de Recife, Pernambuco, RDJ06, no Rio de Janeiro, e o RIG10, que fica no Porto do Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

O primeiro processo de arrendamentos portuários estava previsto para ser realizado em maio deste ano, mas, em razão da situação de calamidade pública em que se encontrava o Estado do Rio Grande do Sul, devido às fortes enchentes, o processo precisou ser adiado.

Segundo os editais, o valor total a ser investido nas cinco áreas é de R$ 78,3 milhões. Todos os terminais serão arrendados no modelo simplificado com prazo de no máximo dez anos, sem possibilidade de prorrogação.

Além de ampliar a atividade logística para o escoamento da produção agrícola, os arrendamentos vão ampliar mais desenvolvimento econômico nas regiões portuárias, melhoria da infraestrutura dos terminais, além de abertura de novos postos de trabalho, conforme avaliação do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).

Terminais

O REC08 é destinado à movimentação de granéis sólidos vegetais, tendo como principais cargas o malte, o trilho e o milho. A expectativa é que sejam investidos cerca de R$ 51 milhões no terminal.

O terminal REC09 tem como foco a movimentação e armazenagem de granel sólido e carga geral, e a estimativa de investimento é de R$ 2,2 milhões. A área REC10 vai receber quase R$ 3 milhões em investimentos para movimentar e armazenar granéis sólidos e cargas gerais.

Por sua vez, o RDJ06, que armazena e movimenta granel líquido, prevê R$ 22,1 milhões em investimentos. Para o RIG10 a expectativa é que sejam aportados R$ 7,8 milhões, o terminal movimenta e armazena carga geral.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2024

Recentemente, a Agência Internacional de Energia divulgou o relatório Oil 2024 - Analysis and Forecast to 2030. O resultado mais importante, e talvez surpreendente para alguns, é que o crescimento da capacidade de produção de petróleo, que será liderada por produtores fora da Opep+, deve ultrapassar a demanda projetada a partir do ano que vem, atingindo em 2030 um espantoso excesso de 8 milhões de barris por dia!

Espera-se naquela data que o consumo global seja de 105,4 milhões de barris/dia, enquanto a capacidade de produção deverá atingir 113,8 milhões, um crescimento de 6 milhões de barris/dia no período.

Esse aumento da oferta será liderado por países que não pertencem ao cartel, especialmente Estados Unidos, Brasil, Guiana, Canadá e Argentina.

A AIE aponta uma forte mudança no aumento de capacidade em direção ao gás natural, que deve responder por 2,7 milhões de barris/dia de elevação ante 2,6 milhões de petróleo. Uma novidade, os biocombustíveis devem contribuir com 0,62 milhão de barris/dia de capacidade.

Do lado da demanda, deve ser registrado um elevado nível de investimento em melhorias tecnológicas, expressas pelo desenvolvimento de carros híbridos e elétricos, pelo início do processo de descarbonização de indústrias velhas, como metais e cimento, e pelo desenvolvimento comercial de novos combustíveis sustentáveis, inclusive aqueles dirigidos ao transporte aéreo e marítimo.

A demanda de petróleo deve crescer apenas 3,2 milhões de barris/dia entre 2023 e 2030, sendo o remanescente coberto, especialmente, por produtos derivados do gás natural e de biocombustíveis.

Não sem surpresa, o crescimento do mercado estará todo concentrado na Ásia, em especial na China e na Índia, enquanto o consumo de petróleo se reduzirá nas economias avançadas de forma cada vez mais rápida.

O relatório mostra que as oportunidades para o Brasil na área de biocombustíveis continuam enormes, especialmente porque o substituto do querosene de aviação tem uma demanda urgente.

Por outro lado, o excesso de capacidade de produção de petróleo sendo construído pelos elevados investimentos recentes (US$ 538 bilhões apenas em 2023) significa uma pressão baixista quase inexorável sobre os preços.

Lidas em conjunto, forte demanda de biocombustíveis e baixos preços futuros de petróleo colocam em dúvida os propostos investimentos pesados na Foz do Amazonas, que parte do governo e a Petrobras estão decididos a fazer.

As declarações do ministro da área de que queremos ser “os últimos produtores de petróleo” não parecem fazer sentido. Aliás, como muitas coincidências no mundo da energia.

O Petróleo - SP   01/07/2024

A greve dos trabalhadores da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) resultou em uma queda significativa na produção de petróleo do Brasil, reduzindo em cerca de 200.000 barris por dia (bpd). Este impacto, informado por Julio Moreira, diretor do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), representa um aumento substancial em comparação com a perda de 80.000 bpd registrada em 17 de junho.

Desde janeiro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vem atrasando a emissão de licenças ambientais. Esse atraso é consequência de uma disputa contínua com o governo sobre questões salariais e condições de trabalho. No início deste mês, trabalhadores do Ibama iniciaram uma greve em pelo menos 14 dos 26 estados do Brasil.

Efeitos nos Campos Offshore da Petrobras

A estatal Petrobras confirmou que a paralisação está prejudicando operações em três de seus campos de petróleo offshore, que dependem de autorizações do Ibama para aumentar a produção. A empresa alertou que a greve pode reduzir a produção esperada deste ano em até 2%.
Análise e Consequências Futuras

A greve dos trabalhadores da ANP e do Ibama evidencia a importância das questões trabalhistas e ambientais na indústria do petróleo. A redução na produção afeta não só a Petrobras, mas também a economia brasileira como um todo, que depende fortemente das exportações de petróleo. Este cenário pode levar a um aumento nos preços do petróleo no mercado interno e a ajustes na estratégia de produção das empresas envolvidas.

A situação destaca a necessidade de diálogo entre trabalhadores, governo e empresas para resolver disputas e evitar impactos negativos no setor. Além disso, a agilidade na emissão de licenças ambientais é crucial para manter a eficiência operacional e garantir a sustentabilidade econômica e ambiental do país.

Valor - SP   01/07/2024

Publicação do edital seria após o fim do mandato do diretor-geral, que se encerra no dia 22 de dezembro. A revisão do edital levará o país a não ter leilões de petróleo desde 2017

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, disse, nesta sexta-feira (28), que “tem esperanças” de que o edital revisado da oferta permanente de áreas de petróleo seja lançado “na virada do ano”. A publicação do edital, neste caso, seria após o fim do mandato do diretor-geral, que se encerra no dia 22 de dezembro.

A revisão do edital levou o país a não ter leilões de petróleo este ano, o que não acontecia desde 2017. A agência terminou a revisão das áreas que estavam em estoque no órgão.

Segundo Saboia, que falou com jornalistas antes de participar de painel no Fórum Ibef-Rio – Óleo e Gás para um Futuro Sustentável, a agência revisou áreas que tinham proximidade ou cuja atividade impactaria diretamente áreas indígenas e quilombolas, bem como regiões ambientalmente sensíveis.

Também adequou as exigências de conteúdo local à legislação. Com o fim da revisão, a ANP deve colocar o edital em consulta pública, que deve ter um prazo de 45 dias, e analisar as contribuições que serão apresentadas pelo mercado, além de encaminhar o documento para aval do Tribunal de Contas da União (TCU) antes de divulgar a versão final.

No TCU, o prazo de análise é de 90 dias. Saboia ressaltou que o movimento “Valoriza Regulação”, dos servidores de agências reguladoras, ainda não afetou o andamento da revisão do edital do leilão. “Não temos nenhum indício, não percebemos nenhum impacto”, afirmou.

Saboia contou que a agência retirou da oferta permanente as áreas que têm portarias conjuntas assinadas por ministérios que estão próximas do vencimento, chegando a um total de 419 blocos que podem ser ofertados.

Excluindo desse montante as áreas que não se enquadram nos novos critérios socioambientais estabelecidos pela ANP, chegou-se a 404 áreas que podem ser ofertadas nos leilões. A agência quer também incluir novas áreas petrolíferas na oferta permanente.

“Eram áreas que estavam com a ANP há muito tempo, quando os requisitos socioambientais não eram tão severos, geravam muitos ruídos e não ajudava na atratividade”, disse Saboia.

Ele destacou que as novas regras estabelecem um bônus mínimo único para todas as áreas de petróleo terrestres, em vez de um valor específico para cada área.

Oferta permanente

A oferta permanente é uma modalidade segundo a qual as empresas não precisam esperar uma rodada “tradicional” de leilões, ficando permanentemente aptas para arrematar blocos de petróleo. Da mesma forma, o edital só é alterado para inclusão de novas áreas e exclusão de outras, que foram arrematadas por empresas.

No modelo tradicional, as empresas são habilitadas para cada leilão e os blocos incluídos em editais unicamente produzidos para cada certame. Os leilões públicos, nos quais as empresas apresentam ofertas pelas áreas pretendidas, continuam ocorrendo como habitualmente – são as sessões públicas de cada ciclo da oferta permanente.

Os ciclos são abertos a partir da declaração de interesse das empresas pelas áreas. Entre a declaração de interesse e os leilões, decorre um prazo de 120 dias.

Os vencedores das sessões públicas passam a cumprir prazos de entrega de documentos exigidos no edital e de pagamento do bônus de assinatura, além da assinatura dos contratos, que podem ser de concessão ou de partilha.

A diferença na oferta permanente é que, se for de concessão, as áreas arrematadas são concedidas às empresas. O critério para vencer o leilão de uma área de petróleo sob o regime de concessão é a oferta do bônus de assinatura e o Programa Exploratório Mínimo (PEM).

Na oferta permanente de concessão, vence quem tiver a maior nota, calculada mediante atribuição de pontos e pesos aos critérios de bônus de assinatura e do PEM.

O bônus de assinatura é o valor em dinheiro ofertado pelo bloco. O PEM é um conjunto de atividades que o vencedor da área no leilão se compromete a executar durante a primeira fase do contrato, de exploração.

Já na oferta permanente da partilha, são negociadas áreas localizadas no pré-sal. O critério para vitória no leilão é de oferta à União do excedente em óleo.

Excedente em óleo é a parcela da produção de petróleo e/ou gás natural a ser repartida entre a União e a empresa vencedora, segundo critérios definidos no contrato e o percentual ofertado na rodada.

Valor - SP   01/07/2024

Mauricio Tolmasquim disse que no Brasil há perspectiva de declínio das reservas a partir de 2030

A Petrobras tem que se preocupar em recuperar reservas de petróleo e gás e se preparar para um futuro com demanda menor de combustíveis fósseis, diante da perspectiva de redução de demanda nas próximas décadas, disse nesta quarta-feira (28) o diretor de transição energética e sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim.

Segundo ele, que participa do Fórum Ibef-Rio - Óleo e Gás para um Futuro Sustentável, no Brasil há perspectiva de declínio das reservas a partir de 2030 e no mundo existem cenários que projetam queda na demanda. Ele citou como exemplo o setor de transportes de passeio deve ter redução de 50% no consumo de combustíveis derivados de petróleo até 2050.

O executivo reiterou o alto potencial de geração renovável do país: só a energia solar teria condições de suprir em dez vezes a atual carga de energia, da ordem de 90 gigawatts (GW) médios. Da mesma forma eólicas terrestres têm potencial de 700 GW adicionais, disse Tolmasquim.

Nesta linha, ressaltou, a Petrobras tem planos de centrar esforços em quatro produtos: energia eólica e solar, gás natural, combustíveis renováveis (diesel e querosene de aviação verdes) e captura e armazenamento de carbono. Além disso, a empresa estuda projetos de hidrogênio verde.

Tolmasquim destacou que a descarbonização da economia vai ser feita por meio da eletrificação, com perspectiva de triplicar a demanda nos próximos dez anos.

“Hoje, há mais oferta de energia do que demanda, mas isso deve ser visto como uma oportunidade”, afirmou ele.

Coordenador do grupo técnico de Minas e Energia, Mauricio Tolmasquim — Foto: José Cruz/Agência Brasil

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