Safras & Mercado – RS 23/05/2025
As vendas de aços planos em abril contabilizaram queda de 4,5% sobre o mesmo mês de 2024, atingindo o montante de 317,3 mil toneladas, segundo dados apresentados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira. Em relação a março, quando foram vendidas 331,7 mil toneladas, houve queda de 4,3%. As vendas diárias em abril chegaram a 15,9 toneladas, acima do volume registrado em março. De janeiro a abril, as vendas de aços planos cresceram 0,9% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 1,291 milhão de toneladas.
Em abril de 2025, as compras de aços planos registraram queda de 7,4% perante ao mesmo mês de 2024, com volume total de 320,1 mil toneladas contra 345,7 mil toneladas. Frente a março, as compras recuaram 3,2% em relação aos 330,6 mil toneladas de março de 2025. De janeiro a abril, as compras de aços planos cresceram 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 1,338 milhão de toneladas.
Em número absoluto, o estoque de abril obteve alta de 0,3% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 1.061,3 mil toneladas contra 1.058,6 mil. O giro de estoque fechou em 3,3 meses.
As importações encerraram o mês de abril com queda de 14,7% em relação ao mês anterior, com volume total de 293,3 mil toneladas contra 343,6 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (242,3 mil ton.), as importações registraram alta de 21,0%. De janeiro a abril, as importações cresceram 31,7%, atingindo o montante de 1,089 milhão de toneladas. Deste volume, 78% são procedentes da China, chegando a 876,9 mil toneladas.
Para o presidente do Inda, Carlos Jorge Loureiro, enquanto o governo brasileiro não impor uma tarifa de importação sobre o aço chinês, as usinas brasileiras vão continuar retraídas, e adiando novos investimentos. “A prática de dumping foi configurada e o governo sabe disso, mas não toma providências para mudar o quadro atual de importações elevadas do aço chinês. É preciso ter uma decisão firme para valorizar a produção nacional”, explicou Loureiro.
O dirigente do Inda disse que no atual cenário o melhor seria impor uma tarifa de 25% sobre o aço chinês, assim como já fazem países como os Estados Unidos e a Índia. “Entre o aço que já está no porto de São Francisco do Sul e o que ainda está a caminho, o volume chega a 1 milhão de aço chinês apenas neste porto. E esse número continua a crescer, ainda mais agora com a queda do dólar, que acaba estimulando os importadores”, concluiu Loureiro.
Em março, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) reconheceu preliminarmente o dano causado à indústria nacional por importações de aços laminados a frio da China, mas recomendou que o caso prossiga sem aplicação de direitos antidumping provisórios.
Em nota, o MDIC ressaltou que a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) concluirá a investigação, ouvindo todas as partes e colhendo os elementos necessários para seu julgamento, antes da recomendação ou não de direitos antidumping definitivos”.
PROJEÇÕES
Para maio de 2025, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 3% em relação a abril.
Para 2025, a Ativa ainda vê com preocupação o elevado volume de importação de aço e a possível desaceleração da econômica do país, o que pode impactar os volumes vendidos. A corretora apontou ainda que, no curto prazo, o reforço das atuais medidas protetivas ou a criação de novas medidas antidumping ao aço chinês podem melhorar o ambiente para o setor.