Portal Fator Brasil - RJ 27/06/2025
E o aumento frente ao mesmo mês no ano passado, chegou aos 71,5%, e tem expectativas de que junho chegue a 4% a mais frente o mês anterior.
As compras do mês de maio registraram alta de 6,1% perante a abril, com volume total de 339,5 mil toneladas contra 320,1 mil. Frente a maio do ano passado (314,2 mil toneladas ), apresentou alta de 8,1%, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Distribuidores de Aço (Inda), no dia 25 de junho (quarta-feira), através da coletiva de imprensa, em videoconferência.
Vendas — Segundo a direção da Inda, as vendas de aços planos em maio contabilizaram alta de 3,7% quando comparada a abril, atingindo o montante de 328,9 mil toneladas contra 317,3 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 315,6 mil toneladas, registrou alta de 4,2%.
Estoques — Em número absoluto, o estoque de maio obteve alta de 1,0% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 1.071,9 mil toneladas contra 1.061,3 mil. O giro de estoque fechou em 3,3 meses.
Importações — As importações de (Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro- Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume), encerraram o mês de maio com alta de 42,5% em relação ao mês anterior, com volume total de 417,9 mil toneladas contra 293,3 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (243,6 mil toneladas), as importações registraram alta de 71,5%.
As projeções para junho de 2025 — Para o presidente Executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro, que apresentou os números de fechamento do mês de maio de 2025, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 4% em relação a maio.
Valor - SP 27/06/2025
Os EUA adicionaram cerveja em lata às tarifas sobre aço e alumínio em abril, visando a lata de alumínio, não a cerveja dentro dela
As tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre setores específicos estão aumentando gradualmente, especialmente as tarifas sobre aço e alumínio — que agora incluem latas de cerveja e alguns eletrodomésticos —, o que gera preocupações sobre uma expansão ainda maior e descontrolada.
Washington começou a impor tarifas de 50% sobre aço e alumínio na segunda-feira (23) para eletrodomésticos como máquinas de lavar, geladeiras, lava-louças e micro-ondas. Esses produtos são considerados derivados de aço e alumínio, e as taxas incidem sobre o teor desses metais.
Muitos desses produtos derivados no mercado americano são importados do México e da Coreia do Sul. Cerca de 20% das importações de eletrodomésticos visadas desta vez são geladeiras do México, enquanto 10% são geladeiras da Coreia do Sul.
As importações de eletrodomésticos da China, incluindo geladeiras e micro-ondas, representam cerca de 20% do total.
Tarifas adicionais sobre produtos da China, que datam do primeiro mandato de Trump, também estão sendo impostas, resultando em uma carga tarifária cumulativa esperada próxima a 100%. Isso aumenta a probabilidade de as empresas repassarem o ônus aos preços de varejo.
O escopo também está se ampliando em outros setores. Os EUA adicionaram cerveja em lata às tarifas sobre aço e alumínio em abril, visando a lata de alumínio, não a cerveja dentro dela.
Em ambos os casos, não foram emitidos comunicados à imprensa ou explicações contextuais sobre as expansões. As mudanças foram simplesmente publicadas no Registro Federal pouco antes da implementação.
O objetivo das tarifas setoriais é evitar um aumento repentino nas importações que prejudiquem a segurança dos EUA, mas Washington ainda não explicou como latas de cerveja e geladeiras se relacionam com a segurança nacional.
Durante o primeiro mandato de Trump, as tarifas sobre aço e alumínio incluíam medidas para adicionar produtos derivados à cobertura. Isso visava evitar a evasão tarifária, como o processamento de aço e alumínio em parafusos e sua exportação.
O segundo mandato de Trump tem uma visão diferente do que constitui produtos derivados, vendo o termo mais como uma forma de expandir o escopo de deveres para proteger mais indústrias nacionais.
Se a definição de produtos derivados não for clara, o escopo das tarifas poderá ser expandido infinitamente. Se a cerveja em lata estiver sujeita a tarifas sobre aço e alumínio, qualquer item que utilize uma certa quantidade de aço e alumínio poderá ser tratado da mesma forma.
A ânsia do governo Trump em expandir o escopo também é motivo de preocupação. Em maio, o Departamento de Comércio dos EUA começou a implementar uma estrutura para adicionar itens às tarifas sobre aço e alumínio.
O departamento está aceitando solicitações de grupos industriais e empresas dos EUA para adicionar mais itens às tarifas trimestrais. Espera-se que um sistema semelhante seja introduzido para tarifas de peças automotivas, embora ainda esteja em fase provisória.
Preocupações semelhantes também estão sendo levantadas sobre potenciais tarifas futuras. Impostos sobre semicondutores em consideração podem incluir smartphones, computadores e monitores como produtos derivados.
A Coreia do Sul enviou uma carta de opinião ao Departamento de Comércio afirmando que bens de consumo do dia a dia deveriam ser excluídos.
A Mitsubishi Electric, que fornece grandes displays para edifícios na Times Square, em Nova York, está apelando para que esses displays sejam excluídos, alegando que eles foram incluídos involuntariamente e não estão relacionados à segurança nacional.
Apelos por uma abordagem mais cautelosa também vieram de empresas americanas como a Tesla, que pressionou por consultas com a indústria.
Apesar da ambiguidade, o uso de impostos setoriais por Trump pode acelerar ainda mais devido aos processos judiciais envolvendo suas outras tarifas.
Em maio, o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA decidiu que as "tarifas recíprocas" de Trump, implementadas com base em autoridade presidencial, eram inconstitucionais. O governo recorreu da decisão, mas uma decisão final ainda não foi tomada. Por enquanto, pode ser difícil para Trump impor novas tarifas apenas com a autoridade presidencial.
Tarifas setoriais, baseadas na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, não estão sujeitas a este processo. Considerando que a Casa Branca pode continuar a usá-las, "as autoridades podem agora se apoiar mais nas tarifas da Seção 232", disse Philip Luck, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
IstoÉ Online - SP 27/06/2025
A japonesa Nippon Steel Corporation (TSE: 5401) e a norte-americana U. S. Steel finalizaram, no dia 18 de junho de 2025, uma parceria considerada histórica para a indústria global do aço. A transação foi estruturada por meio da Nippon Steel North America, subsidiária da empresa japonesa, e resultou na incorporação total da U. S. Steel, que manterá seu nome e sede em Pittsburgh, nos Estados Unidos. A operação prevê um investimento de aproximadamente US$ 11 bilhões até 2028, com o objetivo de fortalecer a capacidade industrial, tecnológica e estratégica da companhia norte-americana.
A joint venture terá uma capacidade combinada de produção de 86 milhões de toneladas de aço bruto por ano, aproximando a Nippon Steel de sua meta global de alcançar 100 milhões de toneladas anuais. A nova estrutura corporativa da U. S. Steel contará com um conselho majoritariamente composto por cidadãos norte-americanos, e a alta gestão, incluindo o CEO, seguirá sendo formada por executivos dos Estados Unidos. O compromisso com a permanência da empresa em solo norte-americano inclui ainda garantias de manutenção da capacidade produtiva local, com autonomia para ações comerciais no país.
Como parte dos acordos firmados com o governo dos EUA, foi estabelecido um “National Security Agreement” (NSA), que inclui a emissão de uma “golden share” – ação especial que dá ao governo poder de veto sobre mudanças estruturais importantes, como transferência de empregos ou sede para fora dos EUA. Também será nomeado um conselheiro independente, com responsabilidade de supervisionar o cumprimento das obrigações do acordo.
Eiji Hashimoto, presidente da Nippon Steel, agradeceu publicamente ao ex-presidente Donald Trump pelo apoio à transação e reforçou que o projeto tem o respaldo de funcionários, comunidades e autoridades dos dois países. Já Takahiro Mori, vice-chairman da Nippon Steel e futuro presidente do conselho da U. S. Steel, destacou o diálogo transparente com stakeholders como diferencial do processo. O CEO da U. S. Steel, Dave Burritt, ressaltou que a aliança representa um salto tecnológico e estratégico que posiciona a empresa de forma mais competitiva para o futuro.
Revista Mineração - SP 27/06/2025
Como parte do plano de modernização das unidades de sinterização da Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acaba de entregar o primeiro de três conjuntos de novos filtros, que tem como objetivo reduzir as emissões de material particulado, popularmente chamado de “pó preto”, que afetam a qualidade do ar da cidade.
O conjunto de equipamentos entregue refere-se à Sinterização 2, que já está em operação e tem capacidade para tratar 1,6 milhão de metros cúbicos de gases por hora. Com mais de 30 metros de altura, a estrutura foi projetada com tecnologia que inclui placas coletoras de 12 metros de altura, sistema de batimento automatizado, arrastadores de corrente e transporte pneumático de pó em fase densa.
O novo sistema substitui e complementa os equipamentos que estavam em operação, elevando a eficiência do controle ambiental da unidade.
Próximas etapas
Conforme cronograma apresentado pela CSN, o segundo conjunto de filtros, destinado à Sinterização 4, será entregue até o início de agosto deste ano e o terceiro e último conjunto, que atenderá à Sinterização 3, tem operação prevista para começar em 2026.
A previsão da empresa é de que, com os três conjuntos de filtros em funcionamento, as emissões fugitivas da usina sejam reduzidas significativamente, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar e o atendimento aos compromissos ambientais assumidos pela companhia.
IstoÉ Online - SP 27/06/2025
Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram uma tecnologia inovadora que pode contribuir para a descarbonização da indústria do aço: o uso do líquido da castanha-de-caju (LCC) como aglomerante natural na produção de briquetes de minério de ferro. Tradicionalmente descartado como resíduo agroindustrial, o LCC mostrou-se eficiente na formação de briquetes com alta resistência mecânica, desempenho térmico e menores impactos ambientais.
Segundo o professor Diego Lomonaco, a formulação criada substitui derivados de petróleo como o coque, reduzindo significativamente as emissões de gases de efeito estufa. O líquido ainda apresenta elevada capacidade calorífica, não gera cinzas e é livre de impurezas como sílica, alumínio e álcalis, que são prejudiciais aos reatores metalúrgicos. Isso se traduz em menos escória, maior eficiência energética e aumento da vida útil dos fornos.
O pesquisador Leandro Miranda, também da UFC, explica que o grande desafio da briquetagem até agora era encontrar ligantes que não comprometessem o processo com contaminantes ou baixa resistência. A combinação do LCC com insumos estratégicos supera esse obstáculo, criando uma matriz coesa que não exige alterações nas linhas industriais atuais — a adaptação se dá com ajustes simples no sistema de mistura.
A nova tecnologia já está em processo de negociação com empresas nacionais e internacionais. “É um raro caso em que sustentabilidade, inovação e economia caminham juntas com performance comprovada”, resume Lomonaco. A iniciativa reforça o potencial de soluções tropicais e bioindustriais para desafios globais da transição energética e da indústria pesada. Com informações de Notícias de Mineração.
O Estado de S.Paulo - SP 27/06/2025
A China exportava o equivalente a 37% do seu PIB antes da guerra comercial com os Estados Unidos começar, em abril deste ano. Quando Donald Trump, o presidente americano, anunciou uma taxação de 142% para os produtos chineses, os empresários locais entraram em pânico: o que fazer com produtos que do dia para a noite ficariam quase duas vezes e meia mais caros?
A saída foi procurar vazão para essas mercadorias em outros mercados. Nem mesmo as recentes tréguas acordadas pelos dois países trouxeram paz para os fabricantes locais, que agora investem numa espécie de “queima de estoque”.
“Eles estão dando descontos e oferecendo condições de pagamentos que eu nunca vi antes”, diz Elton Matos, sócio-fundador e presidente da Airlocker, rede que fabrica e vende armários inteligentes para recebimento de encomendas em condomínios. Matos fundou a empresa em 2019 e mantém negócios com fornecedores chineses desde então. “Eles estão dando descontos de 15% no valor das peças e eu nunca tinha visto isso. Antes, com muito esforço de negociação, eles não chegavam a 5%.”
O movimento não é à toa. Os Estados Unidos consumiam 14,8% das exportações chinesas, segundo o Banco Mundial. O mercado americano era o maior consumidor dos itens Made in China, à frente de Hong Kong (8,1%), Japão (4,7%), Coreia do Sul (4,4%), Vietnã (4,1%), Índia (3,5%) e Alemanha (3,0%).
Segundo dados do governo chinês, em maio, as exportações da China para os EUA caíram 34,5% em termos de valor, a maior queda desde fevereiro de 2020, quando o surto da pandemia de covid-19 afetou o comércio global.
Mudança de destino
No geral, porém, as exportações chinesas continuaram crescendo. Aumentaram 4,8% no mês passado em comparação com o mesmo período de 2024. O que mostra que a produção que iria para território americano tem sido eficientemente realocada para outros destinos. No caso do Brasil, a relação comercial entre os dois países só cresce.
Um deles é a fábrica da Mercadão dos Óculos, a rede de Gustavo Freitas, diretor internacional da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Cerca de 70% dos óculos que a rede de mais de 700 óticas vende vem do país asiático. O restante é fabricado aqui.
“A gente desenha aqui no Brasil e manda o projeto para a China, para fabricar lá. Mas em alguns dos últimos pedidos, eles, pela primeira vez, ofereceram para a gente usar uma haste que eles tinham lá, em estoque, em vez de fazer a que pedimos. Eles estão com sobra de mercadorias e com medo de ficar com a fábrica ociosa”, diz Freitas.
O negócio com as hastes foi vantajoso porque diminuiu o preço da armação. “Essa nova situação que o tarifaço entre China e Estados Unidos criou acabou abrindo oportunidades para as pequenas e médias empresas brasileiras. São novas condições de preço, de prazo de pagamento e limite mínimo de compras. E como o dólar vem caindo este ano, tudo isso pode representar uma oportunidade de crescimento”, diz o diretor da ABF.
Gustavo Reis Melo, analista de competitividade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional), concorda. “Os chineses sabem que o Brasil é um país muito grande e que pode absorver esse excedente de produção. Para o empreendedor, essa pode ser uma boa oportunidade de conseguir melhores insumos e dar um salto tecnológico”, diz ele. A ideia de que produto chinês é ruim e que é tudo quinquilharia, afirma Melo, já ficou para trás.
“Conseguir agora fornecedores que podem enriquecer os serviços ou os produtos de empresas nacionais pode ser uma oportunidade de, no futuro, ‘tropicalizarmos’ essas soluções chinesas”, acrescenta.
Compras
No intuito de aproveitar esse saldão chinês, Matos, da Airlocker, usou boa parte do caixa da empresa para comprar peças em promoção da China: travas, placas controladoras, cabeamentos e outros itens que fazem parte dos armários automáticos da empresa. Concentrou as compras em um único fornecedor para ter mais poder de barganha e alcançar melhores preços.
Angelo Max Donaton, presidente e fundador da Lavô, rede de franquias de lavanderias com 612 unidades, fez o mesmo. “Raspei o caixa e comprei um estoque que é suficiente até janeiro do ano que vêm”, conta ele. Cada lavanderia da Lavô tem pelo menos três máquinas de lavagem e três de secagem. O novo franqueado compra do empresário os equipamentos para abrir a nova unidade.
Antes de os chineses começarem a ofertar para a Lavô essas máquinas, Donaton comprava seu equipamento da americana Alliance Laundry Systems, empresa de 117 anos nesse mercado, com fábrica em Wisconsin.
O empresário, entretanto, passou a receber propostas e conversar com os chineses após o presidente Trump ter dobrado de 25% para 50% a taxação sobre o aço que os Estados Unidos importam (inclusive do Brasil).
Como as máquinas são feitas de aço inoxidável, Donaton calcula que a tarifa pode fazê-las ficar pelo menos 10% mais caras. “É muito, considerando que cada lava e seca custa R$ 40 mil para o franqueado. Por isso, considerei as alternativas da China. Se não, o nosso ritmo de abertura de novas unidades iria ficar comprometido”, diz.
Além de conseguir manter os preços estáveis, Donaton encontrou na China novas possibilidades de expandir seu negócio. “Estou nesse ramo desde 2019 e nunca tinha visto uma lavadora exclusiva para tênis, como a que encontramos na China. Então, agora algumas de nossas unidades vão ter essa novidade”, afirma ele.
Lado ruim
Mas nem tudo é vantagem. Existem dois lados que podem ser bem perigosos. O primeiro é o de “raspar o caixa” para aproveitar o “saldão”. Se boa parte do dinheiro está sendo usada agora para esse fim, como é que ficam outros investimentos? “Parados”, diz Donaton. “No começo do ano, a gente não tinha planejado fazer esse investimento todo. Então outros investimentos agora vão ficar para depois”, diz Matos.
O segundo problema é o fluxo de fabricação dos chineses. “Se eles estão desovando estoque porque os Estados Unidos não compram mais como antes, daqui para frente, vão adaptar a produção a essa nova demanda, que pode ser bem menor se os outros países não compensarem o que os americanos compravam”, diz Matos.
Então, prevê ele, no curto prazo, pode acontecer um desequilíbrio entre demanda e oferta – o que pode elevar os preços. “Como essa história do tarifaço tem muito vaivém, se os EUA voltarem a comprar da China, vai ficar tudo descompensado”, afirma o empresário.
Isso é um risco real, segundo Guilherme Fowler, coordenador de administração do Insper. “O empresário tem que ter um plano B, um fornecedor local, para se precaver nesse caso”, diz ele. Além disso, o comércio com a China oferece alguns riscos, como o preço do frete, que é alto (e por isso exige-se escala, grandes volumes na hora da compra).
Guerra
Conflitos geopolíticos, como os ataques de Israel no Oriente Médio, podem influenciar nos valores. “Ultimamente, também têm ocorrido ataques piratas nas águas do Iêmen, especialmente no Golfo de Áden e no Mar Vermelho, e isso tudo têm aumentado o risco. Outras vezes os navios mudam a rota para evitar esse perigo, e o valor do frete sobe mais”, explica o especialista.
Por isso, diz ele, o empresário precisa estar informado, por dentro do noticiário, e estudar o comércio internacional. Assim, ele consegue ter melhor previsibilidade e calcular o que pode ou não mudar no seu horizonte. “Quem consegue ler o ambiente sai na frente”, afirma Fowler.
É exatamente isso o que tentam fazer Matos e Donaton. “Até janeiro, eu sei quanto vai custar para o meu franqueado abrir uma nova lavanderia. Mas com tanta instabilidade gerada por essa guerra de tarifas, como é que vai ser depois?”, pergunta Donaton, da Lavô. Para responder essa pergunta, ele está pesquisando novos fornecedores – também em outros países – e estudando a importação direta. “Assim diminuo mais os valores tirando o custo do distribuidor local da equação.”
O Estado de S.Paulo - SP 27/06/2025
Com o custo de vida subindo muito além da meta oficial de 3% e até do teto de 4,5%, sustentar a família continua sendo enorme desafio para a maior parte dos trabalhadores.
Assombrados por uma inflação de 5,27% nos 12 meses até o meio de junho, esses brasileiros tiveram alívio quase imperceptível no final desse período, quando a alta mensal do custo de vida ficou em 0,26%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). A alta havia sido de 0,36% nas quatro semanas até o meio de maio.
Conhecido como prévia da inflação, o IPCA-15 foi puxado, na última fase da pesquisa, pelos grupos habitação (1,08%) e vestuário (0,51%).
O grupo alimentação teve um recuo quase imperceptível, de 0,02%, depois de nove meses de alta. Para a maior parte dos consumidores, a safra recorde estimada para este ano proporcionou, até agora, um alívio apenas moderado.
Também de 0,02% foi a baixa observada nos custos da educação. Continuaram subindo os custos dos demais sete grupos incluídos no índice.
Pelas estimativas do setor financeiro, a inflação bem acima do centro da meta deve continuar infernizando os consumidores pelo menos até o fim deste ano.
Segundo o boletim Focus, editado pelo Banco Central (BC) e baseado em projeções do mercado, os preços ao consumidor devem subir 5,24% neste ano e 4,50% no próximo. O mesmo conjunto de projeções indica juros básicos de 15% no final de 2025 e de 12,50% em dezembro de 2026.
O crédito caro deve continuar, portanto, atrapalhando empresas e consumidores ainda por um longo período, além de seguir encarecendo as operações do governo e engordando a dívida do Tesouro.
Um pouco mais otimista, o próprio BC calcula taxas acumuladas de 4,90% no final de 2025, 3,60% em dezembro de 2026 e 3,20% um ano depois.
As despesas do governo devem continuar fornecendo combustível para a inflação e dificultando a redução dos juros. Para favorecer o equilíbrio das contas federais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs um aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas o Congresso tentou impedir esse ajuste.
Surgiram dúvidas sobre a competência legal dos parlamentares para barrar essa tentativa. Uma solução economicamente segura e eficiente para essa questão só poderia ser proporcionada por uma contenção dos gastos federais, algo complicado neste momento, a pouco mais de 12 meses das próximas eleições.
Exame - SP 27/06/2025
Os Estados Unidos e a China chegaram a um entendimento comercial durante um encontro em Genebra em maio, disse nesta quinta-feira, 26, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. No entanto, o acordo só foi assinado no início desta semana.
"Esse acordo foi assinado e selado há dois dias", declarou Lutnick, em entrevista à Bloomberg. Mas, o representante não forneceu detalhes específicos sobre o conteúdo do acordo.
Os EUA e a China também realizaram uma segunda rodada de negociações em Londres neste mês depois que os dois lados se acusaram mutuamente de violar o acordo anterior, que previa a redução de tarifas de importação.
Negociadores de EUA e China anunciaram, após dois dias de negociações, que chegaram a um entendimento, mas que ainda havia necessidade de aprovação dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
Terras raras
O acordo assinado nesta semana inclui cláusulas sobre a entrega de terras raras pela China aos EUA, segundo Lutnick. A China impôs um limite de seis meses às licenças de exportação de terras raras destinadas a montadoras e fabricantes americanos.
"Eles vão nos entregar terras raras e, assim que fizerem isso, revogaremos nossas contramedidas", disse o secretário do Comércio.
As medidas do governo americano incluem restrições à exportação de materiais como etano, usado na produção de plásticos na China, software para chips e motores a jato. No entanto, Lutnick ressaltou que os limites não serão suspensos até que o governo chinês aceite a proposta dos EUA.
O acordo provisório alcançado em Londres reativou a concessão desses alvarás. No entanto, segundo o Wall Street Journal, o prazo de validade esclarece que ambos os lados continuam atentos a futuros conflitos entre os dois países. Em troca, os EUA aceitaram aliviar restrições recentes sobre exportação de motores de aeronaves, peças relacionadas e etano.
Durante os encontros em Londres, a China havia concordado em analisar pedidos de licenças de exportação feitos por empresas americanas. As liberações, no entanto, devem ocorrer dentro do prazo de uma semana após as assinaturas dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
Apesar do avanço, as tarifas impostas por ambos os lados permanecem, segundo o que foi acordado no encontro em Genebra, em maio. Trump afirmou que os EUA mantêm tarifas totais de 55% sobre produtos chineses — uma soma de medidas anteriores e das novas impostas em seu segundo mandato. Já na China, a média de tarifas sobre produtos americanos é de cerca de 33%.
O Estado de S.Paulo - SP 27/06/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, desta vez sem mencionar nominalmente o chefe da autoridade monetária.
“Temos de combater esse cara, ele não está fazendo o trabalho”, afirmou, antes de repetir a estimativa de que, se o Fed cortasse juros em 2 pontos porcentuais, os EUA economizariam US$ 600 bilhões.
O republicano argumentou que, se os preços acelerarem, não seria problema aumentar a taxa básica. “Mas não temos inflação agora”, ressaltou. “Se tivéssemos uma pessoa que cortasse um pouco os juros, isso ajudaria.”
Trump também exaltou o projeto fiscal apelidado por ele de “Grande e Lindo”. Segundo ele, o plano entregará corte de impostos e de gastos em níveis “recordes”.
Juros operam em baixa
Os juros dos Treasuries operaram em baixa hoje, em um dia marcado pelos relatos de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja nomear um novo comandante para o Federal Reserve (Fed), visando substituir o atual presidente, Jerome Powell, que vem sendo reticente sobre os cortes de juros pedidos pelo republicano. Além disso, a sessão contou com uma revisão para baixo no PIB dos Estados Unidos no 1º trimestre.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,711%. O rendimento da T-note de 10 anos cedia a 4,240%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,798%.
O spread entre os rendimentos da T-note de 5 anos e os do T-bond de 30 anos atingiu 101 pontos-base, marcando sua curva mais acentuada desde 2021, significando expectativas dos investidores para crescimento econômico, mas também inflação e taxas de juros mais altas.
Os relatos de que Trump poderá nomear um substituto para Powell pressionaram para baixo os juros dos Treasuries, avalia o BMO. Se o confirmada, a nomeação antecipada irá sugerir que o presidente americano está atuando contra a independência do banco central, indo além de apenas criticar a performance de Powell, na visão do banco canadense. O BMO vê uma estratégia “relativamente transparente” de mandar uma mensagem dovish que sobreponha os sinais hawkish emitidos recentemente pelo BC. “Independente de quem for escolhido, prevalece no mercado a expectativa de que o próximo presidente do Fed terá uma postura mais dovish do que a de ‘esperar para ver’”, destaca.
A revisão para baixo do PIB dos EUA revelou um quadro mais preocupante do que o inicialmente estimado, especialmente por conta do consumo doméstico, segundo a Oxford Economics, embora os dados não devam alterar significativamente a trajetória da política monetária. Para a Oxford, os dados não devem influenciar de forma decisiva o Fed “pois são retroativos”. A consultoria vê os formuladores de política mais focados nos riscos inflacionários vindos de tarifas e do mercado de trabalho. “Se o Fed mudar de rumo e sinalizar cortes antes do que prevemos, com o próximo em dezembro, será por causa do mercado de trabalho, não do PIB”, diz.
A Oxford ainda chamou atenção para a alta nas solicitações contínuas de auxílio-desemprego, o que sinaliza “fissuras no mercado de trabalho”. A consultoria acredita que a divulgação dos dados de gastos pessoais, na sexta-feira, será importante para entender o impacto das revisões sobre a trajetória do consumo neste segundo trimestre.
Money Times - SP 27/06/2025
Analistas da XP Investimentos acreditam que a queda do dólar e a valorização recente do real explicam o recuo da inflação no curto prazo. A cotação média da moeda americana no primeiro semestre de 2025 foi de R$ 5,75, abaixo da projeção de R$ 6 da corretora.
A casa calcula que o impacto da taxa de câmbio foi de 0,57 pontos percentuais (p.p) na inflação de bens industriais e de 0,13 p.p na inflação cheia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo os analistas, a premissa incorreta sobre o dólar trouxe projeções mais elevadas.
De acordo com relatório divulgado pela corretora, uma depreciação de 10% da taxa de câmbio implica em uma alta de 0,62 p.p na inflação de bens industriais em quatro trimestres.
Os analistas simularam cinco cenários para o dólar: estável (R$ 5,60, média recente); pessimista (R$ 6,10); intermediário (R$ 5,85); apreciação moderada (R$ 5,40); e otimista (R$ 5,10).
Mesmo no cenário mais otimista da XP em relação à taxa de câmbio, a inflação ficaria entre 3,4% e 3,5% ao final de 2026. Seguindo as estimativas, para que o governo consiga cumprir a meta de 3%, o dólar precisaria cair para R$ 4,80, o que é considerado improvável.
A XP espera que o cenário estável prevaleça entre o final de 2025 e todo o ano de 2026. Considerando a variação cambial de 10%, o impacto estimado é de 1,32 p.p nos preços de alimentos e de 0,30 p.p para serviços, ao longo de quatro trimestres.
“A nosso ver, atingir a meta exigiria não apenas uma taxa de câmbio mais apreciada, mas também uma desaceleração mais intensa da atividade econômica doméstica e/ou recuo das expectativas inflacionárias de médio prazo”, diz a corretora.
Diário do Comércio - MG 27/06/2025
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que a autoridade monetária trabalha não com um, mas com os mais diversos caminhos possíveis para o cumprimento da meta inflacionária de 3% ao ano. A afirmação foi feita em meio a questionamentos sobre fatores que poderiam influenciar, em maior ou menor grau, as decisões a serem adotadas pelo BC.
Galípolo detalhou, com sua equipe, os dados que foram apresentados nesta quinta-feira (26) no Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado pelo BC.
O relatório do BC prevê alta de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) e queda da inflação em 2025.
A taxa básica de juros (Selic) é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
Caminhos para o cumprimento da meta inflacionária
“Existem vários caminhos para a gente conseguir atingir o centro da meta, com a qual somos absolutamente comprometidos”, disse o presidente do BC, ao se referir aos ajustes restritivos na política monetária feitos nos últimos meses.
“Quando a gente faz as projeções, está incorporando ali alguns dados que pegou, inclusive do boletim Focus, como a curva de juros [entre outros fatores]”, afirmou Galípolo, enfatizando que projeções não são necessariamente caminhos a serem seguidos.
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“Na ata, a gente apresenta os efeitos que ainda estão por vir, ou não foram sentidos ainda. É uma questão muito mais factual. Temos sido bastante agnósticos e transparentes sobre o que conseguimos prever, olhar, enxergar e esperar”, complementou.
Perguntado sobre como avalia a derrubada do decreto presidencial que previa aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), ele disse que a ampliação do congelamento de gastos é algo que poderia evitar impactos na taxa de juros neutra – variável que indica qual percentual de juro nem estimularia, nem frearia a economia, considerada para a definição da taxa real de juros.
Relatório
O Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado mais cedo pelo BC contém as diretrizes das políticas adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), além de apresentar uma avaliação da evolução recente e das perspectivas da economia.
No documento, o Banco Central revisou para cima as expectativas de crescimento do PIB, de 1,9% para 2,1%, neste ano, e para baixo as projeções de inflação, que cairia de 5,1% para 4,9%.
O PIB, apesar da previsão de crescimento, permanece, segundo a autoridade monetária, com uma “perspectiva de desaceleração da atividade ao longo do ano”.
O Estado de S.Paulo - SP 27/06/2025
O surto inflacionário global pós-Covid foi basicamente causado pelos efeitos diretos e indiretos de choques - de oferta, principalmente - na inflação cheia corrente. Esta é a principal conclusão de um trabalho dos economistas Mai Chi Dao, Pierre-Olivier Gourinchas, Daniel Leigh e Prachi Mishsra, publicado em novembro do ano passado no prestigioso Journal of Monetary Economics.
Já as condições macroeconômicas - mais pelo lado da demanda - tiveram um papel secundário na alta da inflação, com esse efeito sendo mais acentuado nos Estados Unidos, mas já tendo sido suavizado.
O estudo analisa a inflação pós-2020 em 21 países ricos e emergentes, decompondo-a em uma medida de núcleo, a inflação mediana ponderada. São considerados choques os desvios da inflação cheia em relação ao núcleo.
Com a pandemia e seus efeitos econômicos, a inflação dos países avançados saiu de 3,5% para 7,9%, e a dos emergentes de 4,9% para 10,8%. Esse salto da inflação levou a uma das maiores altas de taxas juros sincronizadas entre os países, que trouxe a inflação global de 9,5% no terceiro trimestre de 2022 para 5,8% no quarto trimestre de 2023. A inflação caiu mais nos países ricos do que nos emergentes.
Entre os diversos choques inflacionários do período pós-Covid (para os quais a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia em 2022 também contribuiu), os economistas apontam que aqueles com maior poder explicativo das oscilações da inflação são os preços de energia, de alimentos e do frete marítimo.
Este é um debate que ocorreu em muitos países, incluindo o Brasil. Não há dúvida de que houve muitos choques de oferta desde a pandemia, desde os mais conhecidos, como o apagão logístico no momento inicial da Covid-19 e a guerra na Ucrânia, até vários eventos climáticos adversos afetando grandes produtores de commodities como Brasil e Argentina.
Por outro lado, com a eclosão da Covid, muitos governos partiram para grandes estímulos fiscais, com transferências muito volumosas para famílias, empresas e, no caso do Brasil, também para Estados e municípios.
A visão de que a economia brasileira estava sobreaquecida já em 2022 e 2023, por outro lado, é questionada por alguns pelo fato de a taxa de desocupação desde aquele momento ter caído de mais de 8% para o nível atual em torno de 6,5%.
"Se nós já estávamos abaixo do desemprego de equilíbrio há dois, três anos, hoje então as pressões inflacionárias seriam superexplosivas", diz o economista-chefe de um banco brasileiro, que participou desse debate à época.
O fato, porém, é que hoje é consensual que a economia brasileira trabalha com hiato do produto positivo e mercado de trabalho muito aquecido, se refletindo na alta inflação de serviços. Para isso concorreu um novo fator que, ao contrário dos choques da pandemia, não foi global: a decisão de Lula de iniciar o seu terceiro mandato com o pé no acelerador da política fiscal.
O problema, no entanto, é que esse arranque fiscal pós-2023 - que, para fazer justiça, vem diminuindo - se combina com alguns fatores expansionistas que são consequências de médio e longo prazo da pandemia. Por exemplo, Estados e municípios se mantêm com caixa elevado, o que deriva em parte das transferências exageradas da União no momento mais agudo da Covid-19. Já o Bolsa-Família foi quadruplicado no pós-pandemia, na esteira do Auxílio Emergencial.
E, com a aproximação do ano eleitoral, o governo vem multiplicando estímulos, como o consignado privado, subsídio à energia de famílias pobres, programas de alívio de dívida, isenção do IR até R$ 5mil etc. Enfim, seja qual for a composição do surto inflacionário pós-Covid, o fato é que o Brasil até hoje ainda não saiu dele, e não há dúvida de que, no presente, o impulso básico é a demanda.
O Estado de S.Paulo - SP 27/06/2025
O Banco Central (BC) aumentou a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, de 1,9% para 2,1%. Os números constam do Relatório de Política Monetária (RPM) do segundo trimestre, publicado nesta quinta-feira, 26. A previsão está abaixo da mediana do último relatório Focus, de 2,21%.
A mudança incorpora novas projeções para o PIB agropecuário (6,5% para 8,0%), de serviços (1,5% para 1,8%) e industrial (2,2% para 1,9%). Pelo lado da demanda, a autarquia ajustou as previsões para o consumo das famílias (1,5% para 2,1%) e do governo (1,6% para 1,2%), Formação Bruta de Capital Fixo (2,0% para 2,8%), importações (4,0% para 3,5%) e exportações (4,0% para 3,5%).
“Apesar da revisão altista, permanece a expectativa de desaceleração da atividade econômica ao longo do trimestre corrente e do segundo semestre. Essa moderação esperada decorre da manutenção de uma política monetária restritiva, do reduzido grau de ociosidade dos fatores de produção, da perspectiva de moderação do crescimento global e da redução do impulso da agropecuária registrado no primeiro trimestre”, citou o BC no RPM.
A autoridade monetária destacou que a revisão na projeção de crescimento do PIB contempla uma combinação de fatores. Primeiramente, foram destacadas as surpresas ocorridas no primeiro trimestre, que, de acordo com o BC, embora heterogêneas entre os componentes, resultaram em um desempenho agregado ligeiramente acima do esperado. “Há também, mais uma vez, melhora na perspectiva da produção agrícola, com impacto modesto, mas positivo, no PIB”, considerou.
O BC enfatizou também que, no início do segundo trimestre, o mercado de trabalho apresentou aquecimento mais intenso do que o antecipado, reforçando as perspectivas de resiliência do consumo das famílias.
“Adicionalmente, espera-se, ainda que com elevado grau de incerteza, que as recentes mudanças nas regras do crédito consignado para trabalhadores do setor privado tenham algum impacto sobre o consumo e o PIB. Em sentido oposto, a expectativa de menor expansão da economia global contribui para um menor crescimento doméstico”, avaliou.
Inflação
O Banco Central atualizou a trajetória esperada para a inflação. A autarquia espera que o IPCA acumulado em 12 meses continue acima do centro da meta, de 3%, até pelo menos o quarto trimestre de 2027 — último período com informações disponíveis.
No cenário de referência, a inflação em 12 meses passa de 5,5%, no primeiro trimestre deste ano, para 5,4% no segundo e terceiro e fecha 2025 em 4,9%. Depois, o IPCA vai para 4,2% no primeiro e segundo trimestres de 2026, e cede para 3,8% no terceiro, e encerra o ano que vem em 3,6%. As projeções para os anos fechados já haviam sido divulgadas no comunicado do dia 18.
O BC espera que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no primeiro e segundo trimestres de 2027, que se tornará o horizonte relevante da política monetária a partir da próxima reunião do Copom, em 30 de julho. Em seguida, a autarquia estima que o IPCA desacelere a 3,3% no terceiro trimestre e a 3,2% no fim do ano.
Nas aberturas por categorias, o BC espera que a inflação de preços livres acumulada em 12 meses some 5,2% no fim de 2025, 3,4% no fim de 2026, 3,3% no primeiro trimestre de 2027 e de 3,1% no fim daquele ano. A projeção para os preços administrados é de 3,8% este ano, 4,1% no próximo e 3,9% no primeiro trimestre de 2027 e 3,6% no fim do ano.
“Na comparação com o Relatório anterior, as projeções de inflação tiveram leve queda para 2025 e 2026”, enfatizou o documento. Para 2026, houve queda das projeções da inflação tanto de preços livres como de administrados.
“Entre os fatores que pressionaram a inflação para cima, destaca-se a atividade econômica mais forte que o esperado, e como fatores baixistas destacam-se a apreciação cambial e a queda do preço do petróleo”, considerou, acrescentando que, na comparação com a reunião do Copom em maio, as projeções de inflação nesse horizonte mantiveram-se constantes.
Estouro da meta
O Banco Central diminuiu a sua estimativa da probabilidade de a inflação ficar acima do teto da meta, de 4,50%, em 2025, de 70% para 68%. A probabilidade de o IPCA ficar abaixo do piso, de 1,50%, continuou em zero.
A partir deste ano, a meta de inflação passou a ser contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. O centro da meta continua em 3%, com uma margem de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
A chance de a inflação de 2026 superar o teto da meta foi revista de 28% para 26%, enquanto a probabilidade de ficar abaixo do piso foi mantida em 6%. A autoridade monetária também divulgou, pela primeira vez, as estimativas de chance de estouro em 2027: de 11%, no caso do piso da meta, e de 17%, no caso do teto.
O BC espera IPCA de 4,9% em 2025, de 3,6% em 2026 — horizonte relevante da política monetária — e de 3,2% em 2027.
Infomoney - SP 27/06/2025
A Organização Mundial do Comércio divulgou um aumento em seu termômetro comercial trimestral nesta quinta-feira, impulsionado pela antecipação de compras, mas que provavelmente terá curta duração já que o enfraquecimento dos pedidos de exportação sugere uma desaceleração ainda este ano.
O Termômetro do Comércio de Bens da OMC subiu para 103,5, acima da linha de base de 100 que divide os volumes de comércio acima e abaixo da tendência e ligeiramente acima da leitura de março de 102,8.
“O declínio nos pedidos de exportação e a natureza temporária da antecipação sugerem que o crescimento do comércio pode desacelerar nos próximos meses”, disse a OMC em um comunicado.
O índice de novos pedidos de exportação caiu para 97,9, abaixo da linha de base de 100, sinalizando um crescimento mais fraco do comércio ainda neste ano.
Líderes da União Europeia devem decidir nesta quinta-feira se querem um acordo comercial rápido com os EUA ou se querem levar as negociações adiante na expectativa de chegar a um acordo melhor.
Valor - SP 27/06/2025
Papéis acompanham o dia mais positivo do minério de ferro no mercado futuro
Os papéis da Vale apresentam alta forte na sessão desta quinta-feira, revertendo a leve perda registrada nos últimos dois pregões. As ações acompanham o dia mais positivo do minério de ferro no mercado futuro, que subiu 0,64% na bolsa chinesa de Dalian.
Por volta das 13h40, as ações da Vale subiam 2,81%, a R$ 51,90, sendo que chegaram a alcançar os R$ 52,14, na máxima do dia. Com isso, o valor de mercado da mineradora chegou a R$ 235,7 bilhões na sessão de hoje. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 1,09%, aos 137.254 pontos, perto da máxima intradiária de 137.287 pontos.
Infomoney - SP 27/06/2025
A Caoa vai deixar de fabricar os carros da Hyundai no Brasil, com o término da produção na fábrica de Anápolis (GO) previsto para ocorrer entre outubro e novembro deste ano, segundo informações do portal UOL.
Com isso, modelos como o New Tucson e o caminhão HR deixarão de ser produzidos localmente, marcando o fim de uma parceria de quase 20 anos que resultou em mais de 500 mil veículos fabricados.
De acordo com o UOL, três marcas asiáticas procuraram a Caoa para produzir veículos na fábrica de Goiás, com as chinesas Dongfeng, Changan e Baic entre as principais concorrentes para ocupar o espaço.
A Caoa seguirá produzindo os veículos da chinesa Chery no país. Até 2027, a Caoa Chery deve produzir em Anápolis uma picape a diesel e o SUV Tiggo 9, além de manter a produção dos atuais Tiggo 8, Tiggo 7 e Tiggo 5X.
A fábrica de Anápolis também passará por uma expansão, com um acréscimo de 36.172 m², totalizando mais de 208 mil m² de área construída.
O local também recebeu uma nova etapa de robotização, com equipamentos que eram usados na antiga fábrica da Ford na Bahia.
Além disso, a capacidade produtiva deve dobrar, passando de 80 mil para 160 mil veículos por ano, com um investimento de R$ 3 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.
Valor - SP 27/06/2025
Ideia é aproveitar presidência temporária do país no bloco para dar tratamento privilegiado aos dois setores
O governo Luiz Inácio Lula da Silva quer aproveitar o novo período do Brasil à frente da presidência pro-tempore do Mercosul, que começa a partir do mês que vem, para incluir dois setores importantes no comércio comum da região: automotivo e açucareiro. Este será um dos principais objetivos da gestão petista neste ano de 2025, de acordo com o Itamaraty.
A ofensiva tem relação com a força desse segmento no mercado entre os países que fazem parte do bloco. Para se ter uma ideia, aproximadamente 50% do comércio entre Brasil e Argentina se dá por meio do setor automobilístico. Apesar de toda essa importância, o Mercosul nunca conseguiu chegar a um consenso sobre este setor nos 34 anos de história do bloco comercial.
“Temos como objetivo incluir o setor automotivo no Mercosul, vamos continuar trabalhando para consolidar um acordo regional [neste segmento]”, explicou a secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, que lidera as negociações.
De acordo com a diplomata, o governo já trabalha numa minuta com os termos de uma nova política industrial comum para o setor automotivo da região. “No caso dos automóveis, apresentamos uma minuta de acordo para que tenhamos uma política industrial comum no setor de automóveis. Só entre Brasil e Argentina, 50% do comércio é de automóveis, isso é bastante expressivo. Estamos buscando um acordo que seja benéfico para os dois [países]”, acrescentou Gisela.
Em relação ao setor açucareiro, ainda não há qualquer minuta ou termos definidos. Ainda assim, as conversas estariam avançando. Sobre isso, o diretor do Departamento do Mercosul, embaixador Francisco Pessanha Cannabrava, contou que o enfoque do Brasil será associar as cadeias produtivas.
“No caso do açúcar, somos conscientes de que há uma sensibilidade dos nossos sócios do Mercosul [em relação ao segmento], mas nosso trabalho não tem o objetivo de destruir agriculturas locais. O nosso enfoque será a concatenação das cadeias produtivas. Países como Uruguai e Paraguai têm suas indústrias locais e utilizam açúcar, Precisamos pensar em como inserir açúcar [no Mercosul]”, argumentou.
Como parte dessa discussão, uma das ideias seria acionar o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para que o órgão auxilie na construção de “termos de referência” para esse segmento. “Estamos trabalhando em termos de referência para entender como açúcar pode ser introduzido [no Mercosul] de maneira que possa se transformar num ganha-ganha para todos [os países]. Esses termos de referência podem ser conduzidos por instituições de renome, como o BID”, disse.
Por fim, o Itamaraty admitiu estar otimista quanto à possibilidade de um acordo entre Brasil e Argentina sobre a nova Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec). A discussão no bloco sul-americano nasceu a partir de uma proposta feita durante a presidência pro-tempore da Argentina, que conseguiu excetuar 50 novos produtos da tarifa comum praticada pelo grupo.
Na avaliação do Brasil, a negociação se encaminha para que ambos os países cheguem a um “bom acordo” já na reunião que acontecerá entre os dias 2 e 3 de julho, em Buenos Aires. A lista de exceções surgiu como forma de dar liberdade aos países-membros para que cada um tenha condições de escolher tarifas específicas para determinados itens.
Grandes Construções - SP 27/06/2025
A construção civil está se modernizando no Brasil, ao passo que novas tecnologias se aplicam à engenharia.
Um sistema construtivo que vem ganhando cada vez mais espaço no país é o Steel Frame, conhecido pelas estruturas de aço galvanizado que substituem a alvenaria tradicional.
Outra característica forte desse modelo é que entre as paredes de aço e o acabamento passam outras inovações, como sistemas elétricos personalizados para cada tipo de obra.
Como, por exemplo, a opção de imóvel sem fios expostos ou furos na parede. A empresa iBUILD, considerada a primeira franquia de construção em Steel Frame do país, entrega obras 100% prontas aos novos moradores, sem necessidade de reparos adicionais ou reajustes financeiros.
Segundo Diego Vaz, CEO da iBUILD. todas as etapas são planejadas antes da construção, inclusive a elétrica.
“As peças são adquiridas de empresas parceiras que montam dispositivos personalizados para nossas obras. Industrializando, não temos materiais excedentes que chegarão na obra para o funcionário usar sem instruções. Chega tudo cortado absolutamente na medida certa e com todos os manuais de instalação”, esclarece Vaz.
O executivo destaca que as vantagens de um sistema elétrico pré-fabricado são: velocidade de execução (até 10 vezes mais rápida) e redução no desperdício de material.
Desde que a marca inseriu esta tecnologia em suas obras, comenta o CEO, notou-se que sua instalação passou a ser concluída em dois dias, em média.
Para vias de comparação, a montagem de uma rede elétrica em uma casa de alvenaria tradicional pode chegar a 30 dias.
“O projeto elétrico desenvolvido e aplicado pela iBUILD constitui-se no sistema BIM, um modelo que reúne todas as informações da construção, facilitando o planejamento, execução e manutenção. Em linhas gerais, são produzidos previamente todos os quadros elétricos, caixas de passagens, ramal de circuitos e fiação – já passada pelos conduítes –, que ao final, ligam-se aos terminais de tomadas e interruptores”, reforça Vaz.
As partes do sistema chegam na obra em sacos com identificação. Já na montagem, os dispositivos são conferidos em um aplicativo de realidade virtual aumentada, para certificar que os operadores estarão fazendo a instalação correta.
“É importante dizer que o sistema elétrico é organizado em módulos que são posicionados e fixados em seus locais, conectando-se facilmente em uma engrenagem ‘plug and play’ – que de forma clara, nada mais é que uma peça ser integrada facilmente a um sistema maior com rapidez, sem fricção e com impacto imediato. Essa solução já vem pronta para operar, sem depender de adaptações demoradas ou customizações”, destaca Vaz.
O Estado de S.Paulo - SP 27/06/2025
Para Ely Wertheim, presidente executivo do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), a estrada que conecta oferta e demanda no mercado imobiliário brasileiro é cheia de lombadas.
Ele enumera a escassez de mão de obra, o acesso ao funding, a taxa de juros nas alturas e a iminência da reforma tributária como desafios contemporâneos do setor, mas entende que os incorporadores estão na direção correta para atender as expectativas de um novo perfil de comprador.
“Nenhuma empresa vai fabricar geladeira no Polo Norte. O mercado se guia pelo comportamento do consumidor”, sintetiza Wertheim.
Dados do próprio Secovi-SP mostram que, de maio de 2024 a abril de 2025, mais de 119 mil unidades foram lançadas em São Paulo, enquanto 110 mil foram vendidas. Ele diz que, dada a velocidade de vendas, todo o estoque acabaria em cerca de sete meses se a produção imobiliária cessasse.
Principal motor desse movimento, o programa Minha Casa, Minha Vida respondeu por 74,9% dos lançamentos e 64,8% das vendas no período. Os outros segmentos também vão bem, mas têm uma performance um pouco mais lenta porque o ticket é maior, explica o executivo.
E a perspectiva é que o crescimento imobiliário continue em ritmo acelerado. “São Paulo tem um mercado pujante, que está crescendo e não tem chance de mudar”.
O executivo defende que o progresso, apesar dos obstáculos, é sinal de um setor aquecido, mas, também, da resiliência dos empresários.
“Desenvolver um projeto que demora 24 meses para ficar pronto e depois você tem mais cinco anos de responsabilidade em um ambiente com juros altos e instabilidade política indica valentia. O incorporador imobiliário é um herói”, diz.
Ely Wertheim é um dos painelistas confirmados no Summit Imobiliário, evento promovido pelo Estadão na próxima segunda-feira, 30.
A seguir, confira os principais trechos da entrevista.
Como o mercado de imóveis de São Paulo se diferencia do de outras regiões do Brasil?
A importância de São Paulo só aumenta, mesmo com o crescimento de outras regiões, como Balneário Camboriú (SC) e o Centro-Oeste, impulsionado pelo agronegócio. O perímetro urbano da cidade de São Paulo representa 25% do mercado imobiliário brasileiro. É o maior do País disparado e não acredito que tenha chance de mudar. Ele é o exemplo tanto de coisas boas quanto de coisas ruins para o setor.
A oferta imobiliária que existe em São Paulo é suficiente para atender a demanda do mercado? Como está configurado esse cenário?
Sim, a oferta atende a demanda. O problema é que temos um estoque baixo. São Paulo produz, em média, 110 mil unidades por ano e consome de 105 mil a 115 mil. Em cerca de 7 a 8 meses, considerando a velocidade de vendas, não existiriam mais apartamentos para comprar se não tivéssemos lançamentos nesse intervalo de tempo. O ideal é um estoque de pelo menos 20 meses.
A notícia boa é que o estoque está baixo porque o que se produz está vendendo. Claro que alguns empreendimentos não vão tão bem, mas isso depende do produto e da localização. Produto bom em local bom e com preço bom, vende.
Vemos um mercado imobiliário aquecido em São Paulo. Qual é o papel do Minha Casa, Minha Vida nisso?
Com incentivos do MCMV, do Casa Paulista e do programa Pode Entrar, o segmento econômico, que engloba apartamentos de R$ 200 mil até R$ 500 mil, representa o grande mercado da cidade de São Paulo. Os outros segmentos também vão bem, mas têm uma performance um pouco mais lenta porque o ticket é maior. Quanto mais caro é o apartamento, mais lenta é a venda.
Como as incorporadoras enxergam a legislação urbanística de São Paulo?
A legislação teve um avanço recentemente, mas a evolução ainda é tímida em relação à demanda da sociedade. Não é o setor imobiliário que procura essas mudanças, são as pessoas. São as pessoas que querem morar na porção territorial da cidade que tem infraestrutura. Ninguém quer morar a cinco quilômetros de onde as coisas acontecem.
Quem quer uma cidade mais inclusiva, com mais apartamentos para poder morar nas regiões com mais infraestrutura são as pessoas. As empresas simplesmente fazem o papel de atender à demanda dos compradores.
Os studios e apartamentos compactos são frutos desse movimento?
Eles são frutos de um novo perfil de comprador. Os compradores estão mais jovens e querem usufruir mais da cidade, ir para os parques e frequentar a rua. Eles não precisam necessariamente de um apartamento de 200 m². Claro que esses imóveis continuarão sendo ofertados pelo mercado, mas eles querem morar em unidades de 30 m² a 60 m².
Não é à toa que vemos tanta demanda por segurança pública. Quando São Paulo tiver uma segurança de primeiro mundo, os apartamentos desse tamanho vão se tornar ainda mais comuns. É o comportamento do consumidor que produz essas unidades. As empresas fazem pesquisas e buscam entender o público para produzir aquilo que vai vender.
Muita gente fala que “o mercado quer isso, o mercado quer aquilo”, mas nós não queremos nada, só vender apartamento. Quem compra o apartamento é quem dita o que tem de ser feito. Quem manda no mercado é a sua majestade, o comprador.
O sr. acompanha essas pesquisas sobre o público? Quais tendências devemos ver se consolidar em um futuro próximo?
Já se tornou comum, por exemplo, ter infraestrutura nos condomínios para receber encomendas e entregas de delivery, justamente uma medida para driblar a insegurança pública. Também existem equipamentos novos que são muito buscados, como uma quadra de beach tennis ou uma academia de ginástica bacana, que hoje já é possível instalar até em apartamentos enquadrados no MCMV ou que custam até R$ 600 mil.
Esse morador provavelmente não conseguiria ter uma quadra ou uma piscina se morasse sozinho, mas em um condomínio ele consegue acessar. É claro que cada faixa de renda tem as suas demandas. E desejar é uma coisa, poder ter é outra. Temos terrenos que não cabem na estrutura para uma quadra de tênis, por exemplo.
Qual é o tamanho do problema de mão de obra na construção civil? Como o setor se organiza para combatê-lo?
Há 30 anos, um servente de obra não precisava ter uma qualificação tão complexa quanto um torneiro mecânico ou um operário da indústria. Atualmente, não existe mais espaço para profissionais despreparados na construção civil. Existem muitos métodos construtivos, equipamentos sofisticados e tecnologias embarcadas nos canteiros que exigem um trabalhador cada vez mais qualificado.
O avanço na qualidade das obras encontrou um mercado de trabalho que não o acompanha. O Brasil carece de mão de obra qualificada. Devíamos investir mais em cursos técnicos, que têm salários excelentes, do que na produção de doutores que não sabem de nada. Um carpinteiro na cidade de São Paulo hoje, por exemplo, ganha de R$ 10 mil a R$ 12 mil por mês.
Além disso, temos muita gente recebendo Bolsa Família sem trabalhar. Sem querer entrar no mérito da necessidade do programa, que é fundamental em um País pobre como o nosso, é importante buscar uma saída. O próprio governo parece estar preocupado com isso. Enquanto isso, entidades como Secovi e Sinduscon estão investindo no treinamento de profissionais, e empresas estão buscando tecnologias para substituir essa mão de obra que não existe.
Um dos tópicos que o sr. vai abordar no painel do Summit Imobiliário é a reforma tributária e os efeitos dela no setor. Essa reforma é positiva ou negativa para o mercado? O que podemos esperar?
A reforma tributária vai trazer uma complexidade muito grande para a contabilidade das empresas e provavelmente um aumento de custos. A crítica do setor não é em relação à adoção do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), mas em relação à aplicação do IVA no mercado imobiliário. Nos países em que este formato de cobrança foi implementado, as empresas imobiliárias têm a opção de adotá-lo ou não. Aqui se tornou obrigatório.
O sr. falou que a reforma vai trazer uma complexidade muito grande para o setor. Pode trazer alguns exemplos práticos?
É impossível trazer exemplos práticos porque o Governo ainda nem regulamentou o sistema. Porém, vamos sair de um sistema de lucro presumido, em que você pagava sobre a receita, para um sistema complexo de cálculo desse imposto. Devemos observar um aumento significativo de custos operacionais e de custos dos insumos. Repito: a reforma tributária é boa, mas não serve para o mercado imobiliário.
Diante de tantos desafios, qual é o seu prognóstico sobre o mercado imobiliário atualmente?
É um momento desafiador. Desenvolver um projeto que demora 24 meses para ficar pronto e depois ter mais cinco anos de responsabilidade, em um ambiente com juros altos e instabilidade política, indica valentia. O incorporador imobiliário é um herói. O Brasil não é para amadores.
Você pode acompanhar o Summit Imobiliário ao vivo pelas redes sociais do Estadão e pelo portal estadao.com.br no dia 30, das 8h30 às 17h. Veja a programação completa aqui.
Revista Ferroviaria - RJ 27/06/2025
O objetivo do sistema ferroviário brasileiro para os próximos anos é que o país tenha quatro eixos de desenvolvimento e seja cortado de norte a sul e de leste a oeste por trilhos. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (25) pelo secretário nacional de transporte ferroviário, Leonardo Ribeiro.
Ao participar de evento virtual promovido pela Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), ele afirmou que a visão de futuro é otimista e que, com a conclusão da Ferrovia Norte-Sul em 2023, já é possível que as cargas percorram 2.200 quilômetros em linhas férreas.
“É possível por ferrovias transportar de Estrela D’Oeste, em São Paulo, seguindo para Açailândia, no Maranhão, entrando no porto de Itaqui, uma ferrovia de 2.200 quilômetros. Isso é muito relevante. O Brasil já tem essa espinha dorsal”, afirmou.
De acordo com ele, o plano nacional de ferrovias está sendo estruturado para que a participação do setor ferroviário na matriz de transporte possa sair dos atuais cerca de 20% para 35% ou até 40 —até meados da próxima década.
“Isso significa que a gente vai precisar trabalhar em todo o território nacional [ ] O Brasil já tem essa espinha dorsal. Nós já abrimos a audiência pública para fazer o leilão do corredor Fico-Fiol, um grande desafio para o Brasil”, afirmou, em referência às ferrovias do Centro-Oeste (Fico) e de Integração Oeste-Leste (Fiol).
Como a Folha mostrou em reportagem de Thiago Bethônico, porém, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já calcula que a Ferrogrão —obra monumental da região Amazônia que liga o Mato Grosso ao Pará—, por exemplo, não vai sair do papel neste mandato.
Ela é um dos projetos que integram o Plano Nacional de Ferrovias do governo federal, voltado para a concessão de 4.700 km de estradas de ferro, com empreendimentos que cortam as regiões Sudeste, Norte e Nordeste.
A previsão do governo é que esses projetos atraiam investimentos de R$ 100 bilhões.
Ribeiro disse que, para cada um dos quatro eixos de desenvolvimento o governo federal está atacando frentes de atuação para promover os investimentos.
“Estamos trabalhando com o tripé do desenvolvimento do setor ferroviário. Funding, estratégia de funding, um banco de projetos e um portfólio normativo para destravar os investimentos privados.”
ABAIXO DA MÉDIA
O índice de cargas transportadas por ferrovias no Brasil é muito inferior ao de outros países de dimensões continentais, como Rússia, Canadá, Austrália e Estados Unidos.
O maior disparate é visto com a Rússia, que leva mais de 80% de suas cargas pelos trilhos, mas nos outros países os índices superam os 40%.
Durante o evento virtual, o presidente da Abifer, Vicente Abate, apresentou dados atualizados sobre a indústria ferroviária nacional, que gera 66 mil empregos, fatura R$ 7 bilhões por ano e recebeu investimentos de R$ 6 bilhões nos últimos dez anos.
No ano passado, foram transportadas 150 milhões de toneladas de cargas ferroviárias gerais no país, maior marca já atingida. Incluindo minérios de ferro, principal produto transportado pelas ferrovias, o total supera 540 milhões de toneladas, 1,83% mais que em 2023, segundo dados da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).
Globo Online - RJ 27/06/2025
A EcoRodovias manteve a concessão da BR-101/ES/BA no leilão de otimização do contrato realizado nesta quinta-feira na B3, em São Paulo. O trecho administrado pela concessionária tem 478,7 quilômetros entre Mucuri (BA) e Mimoso do Sul (ES), na divisa com o Rio de Janeiro. Com o novo contrato, a rodovia receberá investimentos de R$ 7,08 bilhões e obras paralisadas serão retomadas. Os custos operacionais previstos são de R$ 3,3 bilhões.
Espírito Santo : GS Inima e Acciona vencem leilão de saneamento em 43 cidades
A EcoRodovias ofereceu uma tarifa de pedágio de R$ 0,5525 por quilômetro. O critério para escolher o vencedor era o maior desconto sobre a tarifa, mas como não houve outros concorrentes, venceu a proposta da atual concessionária.
A concessão da rodovia estava com a EcoRodovias desde 2013, com prazo de 25 anos. Mas em 2022, a concessionária protocolou um pedido de devolução amigável junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), já que com a crise da economia alegou dificuldades financeiras impedindo o cumprimento do cronograma de obras.
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou uma solução consensual com otimização do contrato original e a reprogramação de investimentos. A concessionária continuou a operar a rodovia com novos termos e condições. Mas, diante das alterações no contrato, a concessão teve que ser oferecida novamente ao mercado em leilão.
Estão previstos mais de 172 quilômetros de duplicação, 41 quilômetros de faixas adicionais, 51 quilômetros de contornos e dois pontos de parada e descanso (PPD) para caminhoneiros. O contrato foi prorrogado por 10 anos, estendendo-se até 2043.
Marcello Guidotti, CEO da Ecorodovias, lembrou que em 2012 estava no leilão de concessão da BR-101, que foi um dos certames mais competitivos, demonstrando que havia muito interesse pelo ativo.
— Mas infelizmente as coisas não foram como a gente queria, mas a EcoRodovias nunca desistiu de resgatar e tentar resolver o projeto. Com participação do TCU, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e do Ministério dos Tranportes se conseguiu levar a uma otimização do contrato, o que nos faz acreditar no programa de concessões do país e olhar para o que está vindo — disse Guidotti antes de bater o martelo, e garantir que com a otimização os investimentos serão concluídos rapidamente.
Concessão virou pesadelo
Caso fosse decidida a relicitação do ativo, os investimentos seriam suspensos e a retomada do projeto levaria cerca de cinco anos, tempo estimado para a realização de novo leilão, entrada de uma nova concessionária, elaboração de projetos e o reinício de obras.
Guilherme Theo Sampaio, diretor da ANTT, disse que o processo de renegociação do contrato foi duro e não houve benevolência com a atual concessionária. Ele garantiu que as mudanças foram feitas com "olhar do interesse público".
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que estava no governo quando a BR-101 foi concedida à inicitiva privada, disse que a expectativa positiva que havia com as melhorias na BR 101 virou "um pesadelo".
— Agora, com o TCU envolvido, estamos esperançosos que os investimentos serão potencializados. A BR-101 é um gargalo, uma obstrução ao nosso desenvolvimento — afirmou o governador lembrando da importância comercial da rodovia que conecta o país, além de sua importância para o turismo do estado.
Falta de concorrência era esperada
Para o advogado Fernando Vernalha, especialista em infraestrutura e sócio do escritório Vernalha Pereira, a ausência de outros interessados nesse ativo já era esperada.
— Mas esse resultado não significa que a repactuação tenha sido mal ajustada. Pelo contrário, o fato de não ter havido propostas melhores pode indicar que as margens definidas na repactuação estão bem ajustadas — explica.
Ele observa que a montagem de uma proposta para a assunção do controle de uma concessão em curso depende de uma série de análises e estudos sobre o histórico da concessão, com o levantamento de seus ativos e passivos.
— Na minha visão, o importante é assegurar um prazo razoável para que interessados possam analisar os termos acordados e o histórico do projeto — diz.
João Paulo Pessoa, advogado especialista em direito público e sócio do Toledo Marchetti Advogados, o modelo de otimização contratual implementado pelo governo federal é uma alternativa ao modelo de relicitação, que previa a devolução da concessão.
— A otimização contratual representa um viés de consensualidade muito maior, permitindo que concessionária e governo federal negociem a continuidade do contrato, acelerando, por exemplo, a retomada de investimentos — explica.
Ordem nos contratos
O governo decidiu colocar ordem nos contratos de concessão de rodovias federais com problemas. A ideia do Ministério dos Transportes é renegociá-los como forma de acelerar investimento privado e destravar obras paralisadas. Pelo menos 14 concessionárias, entre 27 trechos concedidos, solicitaram adesão ao processo de revisão dos contratos criado no ano passado, de acordo com o Ministério dos Transportes.
O primeiro leilão de otimização de um contrato federal de rodovias aconteceu em maio passado, com a BR-163/MS, principal eixo do agronegócio. Mas a Motiva (ex-CCR), que já detinha a concessão, ficou com o ativo, já que não houve propostas de outros interessados.
Entre os contratos que serão repactuados estão o da Concebra, da BR-060/153/262 entre o Distrito Federal/Goiás e Minas Gerais; da Régis Bittencourt (BR-116) entre São Paulo e Paraná; da Fernão Dias BR-381 entre Minas Gerais e São Paulo; da Via Bahia, (BRs 324 e116), na Bahia.
A Tribuna - SP 27/06/2025
“Estamos em um momento crucial, em que os governos precisam definir suas políticas, seu arcabouço regulatório para garantir que as concessões continuem a fazer um trabalho eficiente e competitivo”. A fala de Juan Andrés Duarte, presidente-executivo do AAPA Latam 2025, resume a urgência do momento vivido pelo setor portuário na América Latina. À frente do Congresso Latino-Americano de Portos, que ocorre em Lima, no Peru, Duarte ressalta o que ele considera crucial para o futuro da infraestrutura marítima da região.
O AAPA Latam evento promovido pela Associação Americana de Autoridades Portuárias (AAPA), tem apoio do Grupo Tribuna. Começou na última terça-feira (24) e segue até esta sexta-feira (26), consolidando-se como o maior encontro do setor nas Américas. Com recorde de público — mais de 700 participantes de quatro continentes —, o congresso transformou Lima no epicentro estratégico do comércio global nesta semana, com uma agenda voltada para os grandes desafios e oportunidades logísticas.
Segundo Duarte, a próxima década será decisiva. “Podemos esperar um período, nos próximos dez anos, em que quase 40% das concessões portuárias na América Latina terminarão. E, nos próximos 15 anos, cerca de 50% das atuais concessões de conexão portuária”. Isso exige, segundo ele, ação imediata dos governos nacionais para renovar seus marcos regulatórios e garantir estabilidade jurídica para novos investimentos.
“Estamos vendo alguns passos em termos de parcerias público-privadas (PPP), investimentos conjuntos e prazos ligeiramente mais longos, novas maneiras de reconfigurar e repensar como garantiremos investimentos de longo prazo”, explica.
Inovação
O AAPA Latam 2025 também reflete o esforço da comunidade portuária em se adaptar à nova realidade tecnológica. A programação conta com debates sobre automação, descar-bonização, inteligência artificial, segurança e inte-gração logística, além de temas como a governança cidade-porto e a criminalidade organizada.
“A inteligência artificial não é algo que está por vir, já está aqui. Nosso setor deve adotá-la e avançar com maior determinação”, defende Duarte. Ele destaca que investir em tecnologia, sustentabilidade e infraestrutura será fundamental para manter a competitividade dos portos latino-americanos.
O executivo lembra ainda que muitos terminais da região enfrentam infraestruturas envelhecidas, o que impõe urgência na modernização. “Precisamos investir em manutenção e reabilitação de infraestrutura”.
Segunda onda de investimentos exige outra mentalidade
Se a primeira onda de concessões portuárias na América Latina foi marcada por fortes aportes em equipamentos e melhorias internas nos terminais, a segunda, que já se desenha no horizonte, exige uma mentalidade mais ousada, colaborativa e alinhada com os pilares da inovação, da logística e da governança eficiente. Essa foi a mensagem reforçada por diferentes lideranças brasileiras presentes no Congresso AAPA Latam.
Para Disney Neto, diretor-executivo do Deme Group Brasil, este é um momento “muito positivo” para a reavaliação conjunta de necessidades específicas em cada porto. “Quando um terminal tem uma oportunidade de discutir uma renovação contratual, é óbvio que ele vai olhar para si mesmo, mas tudo aquilo que está ao redor também tem uma influência muito significativa para que ele tenha sucesso”.
Disney defende que a nova etapa de contratos precisa ser usada como alavanca para resolver os principais gargalos da cadeia logística, prevendo contrapartidas nos contratos.
Na mesma direção, Ricardo dos Santos Moreira, gerente de Fiscalização da Autoridade Portuária de Santos (APS), destaca que o maior porto do Hemisfério Sul já se antecipa à nova fase, sem ignorar a questão dos acessos. Temos que melhorar a operação, o fluxo de carga, o armazenamento, mas não podemos esquecer que tudo isso depende de uma logística de acesso aderente”.
O consultor para assuntos portuários Maxwell Rodrigues, representante do Grupo Tribuna no evento, reforça que o momento exige ação e maturidade dos governos. “Teremos uma nova onda de investimentos na América Latina. A primeira onda estava focada em equipamentos e terminais. A segunda estará pautada em inovação, tecnologia, eficiência e infraestrutura”, afirmou.
Riscos
Segunda onda de investimentos exige outra mentalidade Para Maxwell Rodrigues, a falta de preparo do setor público pode custar caro. “Corremos um risco enorme de perder uma grande janela de oportunidade”, afirma. “É hora de buscar investimentos para desenvolver a indústria nacional. Assim deixaremos de ser exportadores de commodities e entraremos de forma diferente no comércio mundial”.
IstoÉ Dinheiro - SP 27/06/2025
A diretoria colegiada da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta quinta-feira, 26, a realização de consulta pública, pelo prazo de 45 dias, do Plano Coordenado de Desenvolvimento do Sistema de Transporte de Gás Natural (chamado de Plano Coordenado).
O Plano foi elaborado pela Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto (ATGás) em conjunto com os transportadores Nova Transportadora do Sudeste (NTS), Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A (TBG) e Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG).
“O Plano Coordenado é um plano proposto pelos transportadores que contempla as providências para otimização, reforço, ampliação e construção de novas instalações do sistema de transporte de gás natural, conforme regulação da ANP”, informou a agência, ressaltando que o Plano Coordenado possibilita uma visão global do sistema de transporte de gás natural, sendo peça relevante para o planejamento do setor.
Após o recebimento do Plano, a minuta do documento foi submetida ao exame jurídico pela Procuradoria Federal junto à ANP, que não verificou restrições à sua submissão a consulta pública e trâmites seguintes, na forma do art. 15, parágrafo 4º da Lei 14.134/2021. O objetivo principal da submissão do Plano Coordenado à consulta pública é, por meio da participação social, obter subsídios sobre o documento proposto e aprimorar o processo decisório da agência.
“Após o término do período de participação social, a ANP analisará as contribuições recebidas ao documento proposto, e poderá solicitar correções e aprimoramentos em relação à minuta inicial. Ao final do processo, a ANP disponibilizará, em seu site, a versão do documento aprovada pela Agência”, informou a ANP.
Valor - SP 27/06/2025
O quinto lote do 5º Leilão de Petróleo da União, realizado nesta quinta-feira (26), na B3, em São Paulo, foi arrematado pela Petrochina e refinaria Mataripe, que adquiriu cerca de 3,5 milhões de barris de petróleo originários do campo de Búzios, pelo valor de US$ 1,14 por barril em relação ao Brent datado. O certame foi a viva-voz entre Petrobras, Galp e Petrochina com refinaria de Mataripe.
Os carregamentos serão realizados entre março de 2026 e fevereiro de 2027, com embarques únicos por FPSO, conforme regra contratual estabelecida pela PPSA. O edital estabelece um desconto mínimo de US$ 3,23 por barril para este campo, o que o torna uma das áreas mais competitivas do leilão.
A empresa vencedora terá direito a apenas uma carga por unidade flutuante, o que exige planejamento logístico mais criterioso.
O campo de Búzios é um dos mais produtivos do pré-sal, operado majoritariamente pela Petrobras. Entre os proponentes, estavam a Galp, CNOOC Petróleo, Petrobras e Petrochina com refinaria de Mataripe e Prio. A Equinor não apresentou proposta para este lote.
Lote 6
O consórcio entre a petroleira Petrochina e a refinaria de Mataripe também garantiu o lote 6, referente à comercialização de 6,5 milhões de barris de petróleo produzidos no FPSO P-71, localizado no campo de Itapu. A oferta vencedora foi por um desconto no valor de US$ 0,65 por barril em relação ao Brent datado.
O cronograma prevê embarques entre julho de 2025 e fevereiro de 2027, com cargas estimadas em 80 mil m³. Com um desconto mínimo de US$ 2,73/barril, este foi um dos lotes com menor abatimento permitido sobre o Brent.
O contrato segue o modelo FOB FPSO e exige capacidade logística compatível com navios aliviadores DP-2. A aquisição pode representar uma entrada estratégica em um campo com menor risco operacional e boa previsibilidade de entrega. A Equinor não apresentou proposta para este lote.
No leilão, foram ofertados ao mercado sete lotes que totalizam cerca de 74,5 milhões de barris de petróleo bruto extraídos de quatro grandes campos: Mero, Búzios, Sépia e Itapu.
Globo Online - RJ 27/06/2025
A Pré-Sal Petróleo (PPSA) arrecadou R$ 28 bilhões no 5º leilão de venda de óleo da União, que colocou à venda a parcela da produção que cabe ao governo federal nos campos licitados sob o regime de partilha. O valor ficou acima dos R$ 25 bilhões esperados pela PPSA.
No certame, realizado na manhã desta quinta-feira, na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), foram ofertados 74,5 milhões de barris de petróleo, divididos em sete lotes nos campos de Mero, Búzios, Sépia e Itapu, todos localizados no pré-sal da Bacia de Santos.
Os recursos vão direto para o caixa da União, ajudando no orçamento do governo. O total arrecadado também ficou acima dos R$ 17 bilhões registrados no certame realizado em julho do ano passado, quando foram vendidos 37,5 milhões de barris.
A Petrobras foi a principal vencedora, levando quatro dos sete lotes. A estatal arrematou um lote em Búzios e outro em Sépia, além de dois lotes em Mero (FPSO Guanabara e o conjunto dos FPSOs Alexandre de Gusmão e Pioneiro de Libra).
Mas houve surpresas, como o consórcio PetroChina e Mataripe, do fundo árabe Mubadala Capital, que levou o lote em Itapu, e a Galp e a ExxonMobil, que, juntas, ficaram com o lote de Mero (FPSO Sepetiba). Já a Equinor ficou com outro lote em Mero (FPSO Duque de Caxias).
Leilão em 2026 terá 100 milhões de barris, diz PPSA
No encerramento, Pietro Medes, secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), comemorou o resultado do leilão.
- Até ontem, esperávamos arrecadação de R$ 25 bilhões. Excedemos em R$ 3 bilhões. O resultado é fundamental para o orçamento da União e é fruto da competição. É um dia muito importante. Não podemos abrir mão dos nossos recursos e precisamos seguir explorando novas fronteiras. Todo ano vamos fazer leilão de óleo da União.
Pietro explicou que, embora a PPSA esperasse uma arrecadação de R$ 25 bilhões, a projeção no orçamento federal era de R$ 23 bilhões. Com isso, disse ele, haverá um aumento de R$ 5 bilhões no orçamento da União, já que o certame arrecadou ao todo R$ 28 bilhões.
A arrecadação, no entanto, não será imediata. Dos 74,5 milhões de barris ofertados, 6 milhões serão produzidos neste ano e o restante (68,5 milhões) entre 2026 e 2027. O valor efetivo da arrecadação para o governo vai depender ainda da cotação do petróleo no momento em que o petróleo for produzido.
Luis Fernado Paroli, presidente da PPSA, destacou a competição no leilão. Lembrou que no ano que vem serão ofertados 100 milhões de barris de petróleo.
- Foi um leilão competitivo. Os maiores players mundiais estão com a gente. O leilão teve o maior número de participantes e de vencedores.
Infomoney - SP 27/06/2025
A Petrobras (PETR3;PETR4) foi a maior vencedora do 5º Leilão de Petróleo da União realizado na manhã desta quinta-feira, 26, pela Pré-Sal Petróleo (PPSA). A empresa ficou com três dos 7 lotes licitados, que totalizam 36,5 milhões de barris, dos 74,5 milhões colocados à disposição dos participantes. A empresa levou os lotes 1, 4 e 7.
Ao todo, a disputa movimentou R$ 28 bilhões, montante R$ 3 bilhões acima do previsto pela PPSA.
O valor ajudará a engordar os cofres públicos, mas entrará aos poucos, à medida que a carga de petróleo é entregue aos vencedores.
A Petrochina, em parceria com a Refinaria de Mataripe, arrematou os lotes 5 e 6 – juntos, correspondem a 10 milhões de barris de petróleo.
A dupla inclusive fez o menor deságio já visto nos leilões da PPSA, oferecendo um lance de US$ 0,65 de desconto por barril em relação ao barril de Brent datado.
A Galp, em parceria com a ExxonMobil, ficou com o lote 2, de 14 milhões de barris, com um lance de US$ 1,35 por barril.
E a Equinor arrematou o lote 3, após disputar a viva voz, e fazer uma oferta de US$ 1,11 por barril.
Próximo ano
Para o próximo ano, a expectativa da PPSA é conseguir licitar 100 milhões de barris e alcançar aproximadamente R$ 37 bilhões em arrecadação com a venda do petróleo da União, segundo o diretor-presidente da PPSA, Luis Paroli. “Nossa perspectiva é continuar crescendo ano a ano em volumes.”
Canal Rural - SP 27/06/2025
Todos os principais fabricantes globais de equipamentos agrícolas já confirmaram presença no evento, ao lado de uma ampla gama de empresas especializadas, fornecedores e uma forte presença de startups. Juntos, esses expositores de mais de 50 países apresentarão soluções para todas as etapas do processo agrícola – desde tratores, preparo do solo e distribuidores até pulverizadores e colheitadeiras.
Sistemas autônomos, robôs de campo e tecnologias digitais avançadas – principais motores da inovação na agricultura de grãos – também estarão em destaque. De acordo com a organização da feira, 65% dos expositores vêm de fora da Alemanha. Ainda assim, o país representa o maior grupo nacional de expositores, seguido por Itália, China, Turquia, Holanda, França e Índia.
O Brasil, como um dos líderes na produção de alimentos no mundo, também estará no evento com uma delegação de mais de 400 visitantes profissionais. Opaís ainda terá dois pavilhões nacionais com apoio da ApexBrasil – do (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) – com aproximadamente 30 empresas exportadoras participantes.
“Os números falam por si, e o retorno confirma isso. A indústria continua alinhando o lançamento de suas inovações com a Agritechnica. Diversas empresas manifestaram forte apoio ao nosso novo conceito ‘7 dias, 7 temas’, que alinha tecnologias e temas específicos a públicos-alvo definidos em cada dia. Isso garante um engajamento mais focado e maior eficiência para todos os envolvidos”, afirma Timo Zipf, gerente de projeto da Agritechnica.
Agritechnica premia novidades mundiais do setor
A Agritechnica 2025 apresenta três prêmios com o objetivo de destacar as inovações pioneiras na tecnologia agrícola internacional: o Prêmio de Inovação Agritechnica em ouro e prata; o Troféu Systems & Components – Engineers’ Choice; e o prêmio DLG Agrifuture Concept Winner.
“Os prêmios de Inovação da DLG ressaltam o potencial de visões técnicas e inovações para conciliar produtividade com conservação dos recursos. Todos os anos a competição é bastante acirrada e estar entre os vencedores é realmente um reconhecimento enorme”, ressalta Brena Bäumle, diretora da Bäumle Organização de Feiras, representante oficial da DLG para o Brasil.
Quem deseja concorrer pode se inscrever até o dia 18 de julho pelo site da Agritechnica. Todos os vencedores são escolhidos por um júri independente, divulgados no final de setembro e homenageados durante a Agritechnica 2025.
O “Prêmio de Inovação Agritechnica” da DLG é um dos principais da indústria internacional de máquinas agrícolas. Ele reconhece inovações que transformam fundamentalmente a função de um produto, possibilitam processos totalmente novos ou melhoram significativamente os processos existentes. Assim, o prêmio destaca a importância das máquinas agrícolas modernas para a agricultura e premia um inscrito com a medalha de ouro e outros com medalhas de prata.
Em 2023, a New Holland foi a vencedora da medalha de ouro com a inovadora colheitadeira CR de rotor axial duplo, que promete inaugurar uma era de desempenho superior em colheitadeiras com sistema de fluxo longitudinal.
Já na medalha de prata, em 2023, houve inovações como: o trator Hybrid CVT, da Steyr, que com uma propulsão diesel-elétrica conseguiu incorporar uma série de funções adicionais à tecnologia de tratores; os novos carregadores frontais da Stoll que com a extensão da função telescópica trouxe grandes benefícios para o uso prático; e ainda o sistema 3A da AgXeed que representa um avanço importante na digitalização da agricultura rumo à utilização de robôs de campo autônomos.
Outro prêmio da Agritechnica é o “DLG-Agrifuture Concept Winner”, que traz destaque para conceitos pioneiros e visões para o futuro da tecnologia agrícola.
“A tecnologia agrícola visionária desempenha um papel fundamental para garantir o futuro da produção agrícola no mundo todo. No entanto, nem todas as ideias e conceitos se transformam em um produto finalizado. Condições técnicas ou legais podem limitar seu desenvolvimento até a maturidade de mercado. Mesmo assim, muitos desses conceitos têm potencial para inspirar e incentivar agricultores, engenheiros e pesquisadores a pensar de novas formas. O prêmio ressalta a relevância desse trabalho pioneiro na engenharia agrícola para o futuro da agricultura em cinco a dez anos”, afirma Brena.
Por fim, com o Troféu Systems & Components – Engineers’ Choice, engenheiros de desenvolvimento do setor fornecedor de máquinas agrícolas e tecnologia premiam sistemas e componentes inovadores com conceitos novos ou significativamente melhorados, que podem contribuir de forma relevante para o desenvolvimento e a realização de produtos ou processos novos ou aprimorados.
Agritechnica Hanover 2025
Data: 9 a 15 de novembro de 2025
Local: Pavilhão de exposições de Hanover, Messegelände (Alemanha)
Informações: https://www.agritechnica.com/en/
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