O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
A importação de tipos de aço não sujeitos ao regime brasileiro de cota-tarifa disparou no último ano. De junho de 2024, quando a medida entrou em vigor, até março deste ano, o Brasil importou 318.968 toneladas desses produtos — um aumento de 258% na comparação com o mesmo período entre 2023 e 2024 (89.082 toneladas).
Os dados são do Instituto Aço Brasil e consideram dez itens classificados como “NCMs de fuga” - produtos que diferem apenas levemente de outros mais taxados, permitindo que importadores escapem das tarifas mais altas. Na prática, é como se a medida comercial imposta pelo governo tivesse “vazamentos”. NCM é a sigla para Nomenclatura Comum do Mercosul, um código que identifica e classifica os produtos comercializados na região.
No caso de nove tipos de aço sujeitos à tarifa mais elevada para importações fora da cota, as compras externas recuaram 7,4%, passando de 1.985.399 para 1.839.211 toneladas. Apesar da queda no acumulado do período, houve uma forte alta pontual entre dezembro e janeiro, quando as importações saltaram 166,5%.
Para o setor, o recuo de 7,4% é pouco significativo se considerado o contexto geral. Comparada a média de 2020 a 2022, as importações totais de laminados na siderurgia devem avançar 75% em 2025, prevê a Aço Brasil. De 2023 para 2024, a alta foi de 8,6%.
Como mostrou o Estadão/Broadcast na última sexta-feira, 11, a siderurgia teme uma piora neste quadro depois de Donald Trump impor uma tarifa de 25% sobre o aço que entra nos EUA. A decisão deve fazer com que mais países desviem suas exportações para o Brasil, até agora majoritariamente comprador do aço chinês.
Um dos mercados que fazem as empresas sediadas aqui ligarem o alerta é o da Coreia do Sul, além de outros asiáticos. Mas a preocupação vem de praticamente todas as partes do mundo. No ano passado, o excesso de capacidade mundial na produção de aço foi de 619 milhões de toneladas, frente a um consumo de 1,853 bilhão de toneladas.
Enquanto isso, no Brasil, o vencimento do prazo do sistema de cota-tarifa se aproxima do fim. A medida foi implementada no meio do ano passado para tentar conter a avalanche de importações, com duração de 12 meses. Para as NCMs que estão dentro desse controle, a cota é calculada com base na média de importação entre 2020 e 2022, acrescida de 30%. Se as compras ultrapassam esse número, o tributo de importação cobrado, que gira em torno de 10,8%, passa a ser de 25%.
A sobretaxa, por sua vez, não é tão efetiva para controlar o que desembarca no Brasil devido ao preço que companhias chinesas, que contam com subsídios estatais, conseguem fazer, aponta o setor. Nesse quesito, a desaceleração da economia da China também tem gerado impacto. Na bobina a quente, o preço de exportação do país caiu de US$ 560 por tonelada em janeiro de 2024 para US$ 464 por tonelada em março deste ano. O subsídio dado pelo Estado chinês para as empresas vem crescendo ao longo dos últimos anos. Em 2023, o valor recebido por 20 siderúrgicas chinesas foi de US$ 654 milhões.
Money Times - SP 22/04/2025
A Usiminas (USIM5) se encontra em uma dicotomia, em que seu contexto micro é favorável, no entanto, o cenário macro pode prejudicar o desempenho da mineradora. A companhia será uma das primeiras a divulgar resultados referentes ao primeiro trimestre de 2025 (1T25), na próxima quinta-feira (24).
Estimativas da Genial Investimentos indicam um trimestre de avanço gradual do processo de normalização operacional, ancorado no fortalecimento da dinâmica doméstica da divisão de aço e em ganhos marginais de eficiência na operação de mineração.
Os analistas Igor Guedes, Luca Vello e Iago Souza, que assinam o relatório, projetam uma receita líquida consolidada de R$ 6,6 bilhões, um avanço de 6,6% na comparação anual, impulsionada por reajustes de preços no mercado doméstico atrelado a uma demanda ainda aquecida e pela recomposição do mix comercial para com o mercado externo.
Os analistas estimam um resultado operacional, medido pelo Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) ajustado consolidado, de R$ 702 milhões, um avanço de 68,8% na base anual.
“Em nossa avaliação, a divisão de aço deve ser o principal vetor do desempenho, ainda que a mineração também deva contribuir com margens mais elevadas”, colocam.
A Genial estima um lucro líquido de R$ 193 milhões no primeiro trimestre de 2025, que deve marcar o retorno da Usiminas ao campo positivo, revertendo o prejuízo do quarto trimestre de 2024, ainda que em uma base fraca.
Os analistas reiteram a recomendação manter, com preço-alvo de 12 meses de R$ 6, implicando em um potencial de alta de 9,3%.
Usiminas tem esperança no micro, mas restrição no macro
A Genial recorda que a Usiminas adotou um discurso que pode ser considerado mais otimista quanto às perspectivas para o ano de 2025, como, por exemplo, a continuidade da demanda doméstica, mesmo diante de um cenário de juros em alta, implementação bem-sucedida de reajustes de preços no início do ano; investimentos mais disciplinados e a manutenção do cronograma de projetos estratégicos.
No entanto, apesar da sinalização mais positiva, os analistas poderam que os desafios externos devem seguir limitando uma recuperação mais vertiginosa no curto prazo.
A casa projeta uma valorização adicional da taxa de câmbio para R$ 6 em 2025, o que tende a intensificar a pressão sobre custos cotados em dólar. Além disso, esperam uma desaceleração do crescimento do setor automotivo em 2025, ao mesmo tempo em que a oferta de crédito deve ficar restrita, limitando a demanda agregada por aço plano.
Mesmo que a companhia negocie a múltiplos atrativos, a Genial entende que a concomitância entre fundamentos operacionais em recuperação e um ambiente macro ainda adverso justifica a manutenção de uma postura conservadora.
Valor - SP 22/04/2025
No acumulado do ano, até março, a produção de aço bruto sobe 2,8% frente aos três primeiros meses do ano passado
A produção de aço bruto no Brasil atingiu 2,944 milhões de toneladas em março, uma alta de 6,6% na comparação com o mesmo mês de 2024. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Aço Brasil.
No acumulado de 2025, até março, a produção de aço bruto subiu 2,8%, frente aos três primeiros meses do ano passado, para 8,477 milhões de toneladas.
A utilização da capacidade instalada em março foi de 69,3%, contra 65,1% em março do ano passado. No primeiro trimestre, a utilização da capacidade ficou em 66,6%, contra 64,8% em igual período de 2024.
As vendas internas em março subiram 10,7% frente a março do ano passado, para 1,880 milhões de toneladas. No primeiro trimestre, frente a igual período de 2024, a alta foi de 8%, para 5,274 milhões de toneladas.
Em março, as importações subiram 36,5%, frente ao mesmo mês de 2024, para 663 mil toneladas, enquanto as exportações avançaram 7,8%, na mesma base de comparação, para 970 mil toneladas.
No primeiro trimestre de 2025, as importações cresceram 29,6%, para 1,683 milhão de toneladas, enquanto as exportações aumentaram 4,7%, para 2,645 milhões de toneladas.
CNN Brasil - SP 22/04/2025
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, embarca nesta quinta-feira (17) para a China com uma missão estratégica: ampliar negócios e atrair investimentos chineses para o Brasil.
A viagem ocorre após alinhamento na embaixada da China e antecipa a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prevista para o próximo mês. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também segue para o país asiático no fim da próxima semana.
Segundo apurou a CNN, além de buscar parcerias na área energética, a estratégia do governo inclui reuniões com empresas que já compram minério de ferro brasileiro, com o objetivo de ampliar a presença dessas indústrias no país, trazendo fábricas de beneficiamento de aço e alumínio para agregar valor ao que hoje é exportado em estado bruto. A ideia é fortalecer a indústria siderúrgica nacional.
O plano é uma forma de dar a volta nas taxas de 25% sob o aço e o alumínio impostas pelos Estados Unidos em março. Isso porque as novas tarifas impactam em cheio os exportadores brasileiros, pois a nação norte-americana é um dos maiores destinos dos produtos siderúrgicos brasileiros.
Na área de energia, Silveira tem encontros agendados com a gigante de tecnologia chinesa Huawei, onde são esperados anúncios de investimentos em baterias para o sistema elétrico e centros de dados.
O governo quer garantir a participação chinesa no primeiro leilão de baterias do país e avançar na política de implantação de data centers — parte do planejamento estratégico do Brasil até o fim do ano que vem —, em articulação com os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
A agenda inclui ainda tratativas com a estatal CGN para diversificar a matriz nuclear brasileira, conversas sobre veículos elétricos e baterias, além de anúncios sobre investimentos em linhas de transmissão de energia renovável do Nordeste para o Sudeste.
Silveira também participará de reunião com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (BID), Dilma Rousseff no âmbito dos Brics, com foco em transição energética e combate à pobreza.
IstoÉ Online - SP 22/04/2025
Em 15 de abril de 2025, a Gerdau anunciou que André Bier Gerdau Johannpeter assumiu a presidência do Conselho de Administração da companhia, em decisão aprovada por unanimidade durante a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária realizada na mesma data. A nomeação marca o retorno de André à liderança do Conselho, após sua atuação como CEO da Gerdau entre 2007 e 2018 — período em que liderou um processo de transformação global e fortalecimento da empresa.
Com sólida formação executiva, André é graduado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), possui MBA pela Fundação Dom Cabral (FDC) e participou de programas de educação executiva nas instituições internacionais Kellogg School of Management (EUA), Wharton School (EUA) e IMD Business School (Suíça). Atualmente, também preside o Conselho do Instituto Gerdau e integra o Comitê Executivo da World Steel Association (worldsteel), reforçando sua atuação no setor siderúrgico global.
“A Gerdau é uma empresa genuinamente brasileira, com 124 anos de história, construída com princípios éticos e com o compromisso com a excelência operacional e a geração de valor para todos os nossos stakeholders”, afirmou André Johannpeter. “Continuarei contribuindo para que a estratégia de negócios da Gerdau siga impulsionando a construção do futuro da companhia.”
A nomeação de André B. Gerdau Johannpeter representa o fortalecimento da governança corporativa da companhia e reafirma seu compromisso com a perenidade dos negócios, guiados por ética, inovação e responsabilidade com os diversos públicos com os quais a empresa se relaciona.
Valor - SP 22/04/2025
Tarifas sobre alguns produtos siderúrgicos seriam aplicadas por 200 dias a partir do anúncio da medida
Índia impôs uma tarifa temporária de 12%, conhecida localmente como direito de salvaguarda, sobre alguns produtos siderúrgicos para conter importações desenfreadas, informou o governo indiano nesta segunda-feira. A Índia, segunda maior produtora mundial de aço bruto, afirmou que as tarifas seriam aplicáveis por 200 dias, a partir do anúncio da medida.
"O direito de salvaguarda imposto sob esta notificação será válido por um período de 200 dias (a menos que seja revogado, substituído ou alterado anteriormente) a partir da data de publicação desta notificação", afirmou o Ministério das Finanças. O aumento da tarifa de aço da Índia é sua primeira grande medida de política comercial desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma ampla gama de direitos a países em abril.
As tarifas de Nova Déli visam principalmente à China, que foi a segunda maior exportadora de aço para a Índia, atrás da Coreia do Sul, em 2024/25. A Índia foi importadora líquida de aço acabado pelo segundo ano consecutivo no ano fiscal de 2024/25, com embarques atingindo o maior volume em nove anos, de 9,5 milhões de toneladas, de acordo com dados provisórios do governo. A principal associação de siderúrgicas de Nova Déli, que conta com a JSW Steel e a Tata Steel entre seus membros — juntamente com a Autoridade do Aço da Índia e a ArcelorMittal Nippon Steel India —, levantoum preocupações sobre as importações e pediram restrições.
IstoÉ Dinheiro - SP 22/04/2025
O Indicador de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) caiu 0,7 ponto em abril de 2025 frente ao mês imediatamente anterior e atingiu 31,6 pontos. O resultado de abril é a sexta queda seguida da confiança dos CEOs da indústria do aço.
Segundo o Instituto Aço Brasil, que divulga o estudo, esse movimento contínuo de queda da confiança nunca havia ocorrido desde o início da série histórica, em abril de 2019.
Dessa forma, o ICIA tem se distanciado cada vez mais da linha dos 50 pontos (acima dessa marca, o índice aponta confiança).
O que indica, segundo o instituto, um quadro de preocupação crescente dos CEOs da indústria do aço tanto sobre a situação atual quanto sobre as expectativas para os próximos seis meses.
O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
Dezenas de entregadores uniformizados em amarelo e azul aglomeravam-se em uma rua de lanches no centro de Xangai, aguardando o próximo pedido. O trabalho era temporário, muitos diziam, um bico para ajudar a pagar uma dívida ou preencher a lacuna antes de um emprego com melhor remuneração.
Para os trabalhadores chineses, a segurança financeira está mais fora de alcance do que nunca. Eles estão presos no ciclo de deflação da China. Preços teimosamente baixos em tudo, desde ovos até uma refeição quente entregue, reduziram os lucros das empresas, corroendo o dinheiro que os trabalhadores ganham. Todos ficaram mais avarentos com dinheiro, pressionando ainda mais os preços para baixo.
Uma disputa comercial acirrada com os Estados Unidos é a última coisa que alguém deseja, especialmente os formuladores de políticas que têm se esforçado para conter a queda dos preços. Isso ameaça tornar as coisas mais difíceis do que já eram para centenas de milhões de trabalhadores chineses.
Cao Zhi, de 27 anos, deixou seu emprego mal remunerado como vendedor de seguros de automóveis para ingressar na plataforma de entrega de comida Ele.me há quatro anos, em Xangai. Ele disse que precisa trabalhar pelo menos uma hora extra por dia para levar para casa o mesmo salário que ganhava quando começou.
Ele disse que muitos de seus amigos passaram por uma erosão de renda semelhante.
“Sinto que é universal”, disse Cao, que está tentando pagar um empréstimo de carro que deve em sua cidade natal, na província central de Shanxi.
O governo chinês vem lidando há vários anos com a deflação, o efeito colateral pernicioso de uma crise imobiliária que se alastra pela economia e paralisa grande parte da atividade econômica. A grande exceção tem sido a indústria, onde as fábricas estão produzindo muito mais do que os consumidores chineses podem comprar. Esses produtos, incluindo eletrônicos e roupas, são enviados para países como os Estados Unidos. As exportações representaram quase um terço do crescimento econômico da China no ano passado.
Agora, Pequim precisa enfrentar os Estados Unidos, o maior comprador de seus produtos que estão incomodados com o pouco que a China compra deles. A disputa se intensificou na semana passada, quando o presidente Trump impôs uma tarifa mínima de 145% sobre todos os produtos chineses, tornando praticamente impossível para a China exportar seus produtos para os Estados Unidos.
“Isso piora uma situação já bastante ruim”, disse Christopher Beddor, vice-diretor de pesquisa sobre a China na Gavekal Dragonomics. “A economia vem sofrendo um choque deflacionário há vários anos, e há outro choque iminente.”
A economia chinesa cresceu de forma constante no início do ano, impulsionada por um aumento nas exportações antes das restrições comerciais. Mas economistas estimam que as exportações em breve cairão para o nível mais baixo desde a crise financeira de 2008.
“A guerra comercial vai deixar algum tipo de buraco na economia”, disse Beddor.
Os preços ao consumidor caíram 0,1% em março em comparação com o mesmo período do ano anterior, o segundo mês consecutivo em que isso ocorreu, e os preços ao produtor recuaram 2,5%. Embora tenha havido alguns meses de exceção, os preços caíram por seis trimestres consecutivos.
Uma maneira de combater as forças deflacionárias seria impulsionar os gastos domésticos, que representam cerca de 39% do crescimento da China, significativamente menos do que a média da maioria das grandes economias. Mas as medidas tomadas por Pequim até agora para isso - principalmente na forma de subsídios, como a troca de produtos antigos - praticamente não surtiram efeito.
Esta semana, duas das plataformas de comércio eletrônico mais populares da China, Tencent e Douyin, anunciaram que ajudariam empresas voltadas para a exportação a se promoverem para os consumidores chineses.
Pequim tem lutado contra as pressões da deflação desde sua política de “zero covid”, que reduziu as perspectivas de negócios e o apetite do consumidor por gastos. E a crise imobiliária eliminou grande parte do patrimônio líquido de muitas famílias chinesas, que tradicionalmente investiam a maior parte de suas economias em imóveis. As perdas de empregos no setor imobiliário, que em seu auge representava um terço da economia, são impressionantes.
Wang Longhe, um operário da construção civil e especialista em encanamento da província de Liaoning, no nordeste da China, viajou recentemente cerca de 2,6 mil quilômetros até a cidade de Zhongshan, no sul, para um trabalho de dois dias ajudando a construir um aquário. Quase todos os projetos de construção no nordeste da China foram arquivados, disse ele.
Em tempos bons, Wang disse que conseguia ganhar até US$ 13,6 mil por ano. Agora, ele tem sorte se consegue ganhar metade disso, disse ele.
“Não há muitos empregos, basicamente nenhum trabalho e agora, em nossa cidade natal, no nordeste, as pessoas que trabalhavam em nossa indústria estão ficando em casa”, disse o Wang durante uma pausa no trabalho.
“Eu vou um passo de cada vez”, disse Wang, de 56 anos. “A vida é difícil, ganhar dinheiro é difícil e você não consegue pensar no futuro.”
O número de pessoas que optam por trabalhar como motoristas de entrega e de transporte compartilhado cresceu rapidamente nos últimos anos, com demissões e falências de pequenas empresas. Já havia 200 milhões de pessoas na “Gig Economy” - expressão que vem sendo usada para designar trabalhos flexíveis, autônomos e paralelos - em 2020, segundo dados citados pelo então ex-premiê Li Keqiang. A guerra comercial pode acelerar essa tendência. Cerca de 20 milhões de trabalhadores podem perder seus empregos devido à queda repentina nas exportações da China para os Estados Unidos, segundo uma estimativa do Goldman Sachs.
À medida que mais trabalhadores se aglomeram na “Gig Economy”, dificultando a busca por empregos e forçando a redução dos salários, o governo está recorrendo a empresas como a JD.com e a Meituan, cujos aplicativos fornecem a plataforma para empregos de entrega, para fornecer benefícios de pensão e seguro.
Chen Xiaolan trabalhou em uma fábrica de compressores de ar-condicionado por uma década antes de se mudar para Pequim para se tornar motorista da Didi, a principal plataforma de transporte por aplicativo da China. Chen, de 38 anos, considera-se sortudo por ter o carro que dirige para o trabalho. Ele costuma trabalhar 12 horas por dia, seis dias por semana. Quem aluga um carro geralmente precisa trabalhar sete dias por semana, disse ele.
Ultimamente, o trabalho tem andado lento, disse Chen. “Não é fácil fazer isso agora; há mais carros e menos pedidos.”
Mas não há muitas alternativas ao trabalho temporário hoje em dia.
Liu Mingdong, motorista da plataforma de entrega de comida Ele.me, tentou administrar seu próprio negócio de venda de ferragens online por três anos. Mas encontrou mais concorrentes e menos compradores.
“Quem sabe se ganho algum dinheiro”, disse Liu, de 36 anos, que chegou a Xangai em março e começou a trabalhar para a plataforma de entrega de comida para viagem, Ele.me, dois dias depois.
“Acho que”, acrescentou ele, “não tenho sorte”.
O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
Donald Trump empurrou o mundo para o colo da China e o desafio do Brasil é calibrar a intensificação da parceria chinesa, não apenas no comércio, que é óbvia, mas também na política, que é consequência. As exportações para a China vão crescer, mas as importações também tendem a disparar. O risco para os consumidores/eleitores brasileiros é aumento de preços, já excessivos. E, para a indústria, competição desleal.
A China ultrapassou os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil ainda nos primeiros governos Lula, com um detalhe que vai muito além do detalhe: o Brasil é superavitário nas relações com a China e deficitário com os EUA, o que deve ficar ainda mais estridente a partir da guerra insana, irresponsável e inconsequente de Trump contra tudo e todos.
Trump não apenas gera pânico mundo afora, também aprofunda a sensação de decadência da ainda maior potência mundial. Os chineses, que já haviam “roubado” dos americanos a condição de parceiro número um na América Latina e na África, só vêm lucrando com o trumpismo e suas asneiras, tornando-se líderes da reação mundial, ganhando estofo político e ampliando diálogo e interesses por todos os continentes. Ou seja: a China ocupa espaços de liderança. A diferença: os EUA estão reféns de Trump, impetuoso e personalista, e a China é estratégica, tem rumo e determinação.
As conversas e negociações entre Brasil e China ocorrem em várias frentes, a partir da agricultura, passando por aço, alumínio, aviões, chegando a meio ambiente e desaguando na cúpula dos Brics, em julho, no Rio de Janeiro, que ganhou uma importância imensa após o tarifaço. Destaque para a substituição do dólar como moeda internacional.
Um trunfo do Brasil é a previsão de safra recorde em 2025, mais de 10% acima de 2024 e focada em arroz, feijão, milho e a soja, que é a jóia dessa coroa, com 13% a mais que no ano anterior. Como os EUA devem deixar de ser os maiores fornecedores de soja para a China, o natural é que o Brasil ocupe boa parte desse vácuo, entre tantos outros. A população chinesa tem em torno de 1,5 bilhão de bocas, que precisam de alimentos diretamente e de soja para a pecuária interna.
Como nem tudo são flores, há problemas. Se os atrativos para as exportações forem tão irrecusáveis, podem comprometer a oferta doméstica, gerando aumento de inflação justamente de alimentos, com reflexos sociais, econômicos e, inclusive, políticos. Os preços da comida na mesa são dramáticos nos lares, pressionam os juros e são apontados como principal fator da perda de popularidade de Lula e seu governo, a um ano e meio das eleições presidenciais.
O segundo problema grave é a enxurrada de produtos chineses, desde aqueles de alto valor até quinquilharias, o que pode sufocar setores da indústria brasileira que geram riqueza, empregos e renda, num processo que vem de décadas e atingiu diretamente o setor têxtil, por exemplo, mas não só, e agora deve piorar.
Essas preocupações não são só do Brasil, mas do mundo todo, espremido entre o “imperialismo” dos EUA e da China e obrigado a estabelecer limites e calibrar o que é e o que não é bom para os interesses nacionais. Trump trocou o multilateralismo não por “America first”, mas por “Me first”, que passou a valer para todos. Salve-se quem puder!
O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar duramente o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e cobrou uma redução imediata das taxas de juros. Em coletiva de imprensa ao lado da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, nesta quinta-feira, 17, Trump afirmou que Powell “está sempre atrasado. Ele é muito devagar”, e acrescentou: “Ele sairá de lá (do Fed) se eu pedir”.
Na véspera, Powell havia reiterado a importância da independência do Fed.
Sem poupar ataques ao chefe do banco central americano, o presidente declarou que “Powell não está fazendo seu trabalho. Eu não estou nem um pouco feliz com ele”. Também criticou a atual condução da política monetária: “As taxas de juros subiram muito. Elas deveriam cair imediatamente”.
Em tom de descontentamento, Trump acusou Powell de ser “muito ‘político’” e afirmou que o presidente do Fed “é terrível”. O republicano ainda questionou a capacidade técnica dos dirigentes da instituição, dizendo que “não são muito inteligentes”.
Trump argumentou que a inflação já está sob controle e voltou a pressionar por um corte nos juros: “Powell precisa cortar juros, não temos mais inflação no país”. Ele ainda comparou a postura do Fed com a do Banco Central Europeu (BCE), que anunciou um corte de juros nesta manhã: “Isso nos deixa em desvantagem”, disse.
Apesar das críticas, Trump elogiou o desempenho geral da economia americana: “Tirando as taxas de juros, tudo no nosso país está indo bem”. Ainda assim, reforçou que o banco central deve agir: “O Fed deve a redução de taxa de juros ao povo americano”. Ao final, voltou a associar a autoridade monetária a interferências externas: “Dirigentes do Fed são muito políticos e enfrentam muita pressão política”.
O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
Os impactos diretos da guerra tarifária global desencadeada pelo presidente americano Donald Trump deverão ser limitados para as exportações brasileiras. Mas certamente haverá grandes impactos indiretos, aponta um estudo da consultoria Tendências.
“Os efeitos indiretos da guerra tarifária sobre a economia brasileira são mais importantes do que os diretos”, afirma o economista Silvio Campos Neto, sócio da consultoria e responsável pelo estudo. Ele observa que a desaceleração da economia mundial que se avizinha por conta da guerra tarifária e os desdobramentos sobre as cotações das matérias-primas devem pesar sobre os ativos e ampliar os riscos financeiros e a mobilidade de capitais no mundo. “Os ativos brasileiros seriam perdedores nessa história.”
Até mesmo a avaliação preliminar de que o País teria vantagens em relação aos demais pelo fato de a tarifa dos Estados Unidos imposta aos produtos brasileiros ser de 10% e, portanto, menor comparada a de outros países, perdeu força posteriormente.
Essa “vantagem competitiva” caiu por terra quando o governo americano, na quarta-feira, 9 de abril, suspendeu as tarifas recíprocas por 90 dias e manteve apenas a taxa mínima de 10% para todos os países, exceto a China. Essa equalização das tarifas acabou com as vantagens relativas do País, que chegaram a ser cogitadas.
“Do ponto de vista direto, a pauta de exportações que nós temos hoje com os Estados Unidos não deve sofrer impactos significativos”, diz Campos Neto.
Indefinições
Um ponto de indefinição levantado diz respeito aos produtos agropecuários. As exportações de soja, milho e carne bovina, por exemplo, que potencialmente poderiam ser ampliadas pela possibilidade de o Brasil ocupar mercados deixados pelos americanos em razão da guerra tarifária é questionada pelo estudo.
Na guerra comercial que houve no primeiro mandato do presidente dos EUA, Donald Trump, o setor da soja até que conseguiu se beneficiar, passando a deter uma parcela maior do mercado chinês. “Agora, esse movimento não é tão claro”, diz o economista.
O Brasil já responde por cerca de 75% a 80% do total das importações da China de soja e seria difícil ampliar muito essa fatia. No caso do milho, os EUA são, de longe, o principal produtor do grão e o Brasil não tem condições de suprir essa demanda.
Além disso, nessa guerra comercial existe também a possibilidade de os EUA forçarem os demais países a comprar produtos agropecuários americanos, o que pode vir afetar negativamente a demanda por produtos brasileiros. “Não está claro para nós como o Brasil pode ser beneficiado com essa história”, diz Campos Neto.
No ano passado, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 40,3 bilhões ou 12% de tudo que o País vendeu no exterior. Os EUA são o segundo destino das vendas externas brasileiras, atrás apenas da China. A indústria de transformação respondeu por 78% das exportações para os EUA, seguida pela indústria extrativa (16%) e a agropecuária (6%).
Na avaliação de Campos Neto, o cenário do balanço de riscos para economia brasileira em razão da guerra tarifária é incerto. “Tudo depende muito do humor do Trump e da sua equipe, como eles vão continuar ou não nessa cruzada, e principalmente, daqui para frente ver o que vai surgir dessas potenciais negociações entre Estados Unidos e China, que ainda nem começaram.”
O economista diz que esse nível de tarifa bilateral entre as duas principais economias do mundo não é sustentável. “O mundo está globalizado e um país depende de outro em várias frentes.”
Veja, a seguir, os reflexos em cada segmento, apontado pelo estudo.
Produtos agropecuários
Os países afetados pelas tarifas tenderão a buscar novos fornecedores. Isso pode beneficiar o Brasil, que tem forte base agroexportadora e capacidade de resposta rápida. No entanto, os EUA podem impor como moeda de troca nas negociações a compra de seus produtos agropecuários.
A soja é o principal produto de exportação dos EUA para a China. Mas no primeiro mandato de Trump, quando também houve uma disputa tarifária, o Brasil, maior produtor do mundo acabou ganhando mercado entre os chineses.
Etanol
A dependência dos Estados Unidos do etanol importado é muito pequena (0,2% do consumo). A exportação brasileira também é pequena, 5,5% da produção em 2024. O impacto, portanto, tende a ser limitado em relação às exportações.
A preocupação é maior na mão contrária. O Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre o etanol importado, e isso foi muito usado como exemplo pelos Estados Unidos do desequilíbrio no comércio - a tarifa que os americanos cobravam sobre o produto brasileiro era de 2,5%. Uma negociação bilateral fatalmente deve passar por aí.
Setor automotivo
Os efeitos do tarifaço nesse setor são limitados para o Brasil por causa da baixa relevância das exportações (de automóveis ou autopeças) para os EUA - assim como para o resto do mundo.
Há a possibilidade, porém, de o México, diretamente atingido pelas tarifas de Trump, redirecionar suas exportações para o Brasil e concorrer com o produto brasileiro na América Latina, o que afetaria as fábricas daqui.
Celulose
O efeito é limitado. Os EUA são o terceiro maior destino das exportações, com 15% das vendas externas brasileiras. Essa participação relativamente pequena se deve, principalmente, ao fato de que grande parte das indústrias norte-americanas de papel e celulose ser integrada, ou seja, produz sua própria celulose.
Nesse contexto, os efeitos das tarifas devem ser limitados, considerando a boa competitividade do produto brasileiro e o fato de o Brasil exportar majoritariamente fibra curta, enquanto os EUA concentram a produção em fibra longa.
Aeronaves
Há incerteza em relação à alíquota exata para as importações. Produtos exportados pelo Brasil têm conteúdo dos EUA, o que pode resultar em descontos das tarifas.
Recentemente, a China proibiu suas empresas aéreas de comprar aviões da Boeing, o que fez subir as ações da Embraer. Especialistas avaliam, porém, que não deve haver muito ganho para a empresa brasileira, já que ela não é uma concorrente direta da companhia americana.
Siderurgia
O Brasil é responsável por 61,4% de todo aço semiacabado importado pelos EUA em 2024. Portanto, há pouco espaço de substituição no curto prazo, o que favorece o produto brasileiro.
Bens de capital
Os EUA são o principal destino das exportações brasileiras de máquinas (28,1%). A importação de bens de capital dos EUA é reduzida (0,7%), mas a China é relevante nessas vendas. A taxação poderia estimular o redirecionamento de máquinas chinesas para o Brasil e outros países da América Latina, afetando diretamente a indústria brasileira.
Petróleo e derivados
Os aumentos de impostos não atingiram esses itens. A perspectiva, porém, é de queda na demanda por causa da perspectiva de desaceleração da atividade global. Isso tem derrubado os preços do petróleo no mercado internacional, o que afeta o Brasil - o produto tem uma participação expressiva na pauta de exportações brasileira.
Setor químico
O impacto é limitado por causa da menor competitividade da indústria brasileira em relação à dos EUA. A indústria brasileira também pode ser pressionada pela maior disponibilidade de produtos, especialmente os asiáticos, no mercado internacional.
IstoÉ Dinheiro - SP 22/04/2025
A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de São Francisco, Mary Daly, disse nesta sexta-feira, 18, que há espaço para reduzir os juros dos Estados Unidos neste ano, mas que o processo precisa acontecer em ritmo gradual para equilibrar o controle da inflação e o alcance do “nível neutro certo”. Para Daly, este nível está em algum lugar entre 1% a 2%, provavelmente mais perto do menor nível desta faixa de intervalo.
A dirigente afirmou que as vendas no varejo americano ainda mostram que a economia dos EUA está sólida e “em um bom momento”. “Incertezas sobre as novas políticas não interromperam ainda o consumo e operações de empresas, apenas desaceleraram alguns setores da economia”, comentou.
Daly acredita que o BC norte-americano não precisa ter pressa em ajustar a política monetária e pode ter paciência para analisar os impactos do ambiente incerto sobre a economia, para descobrir se de fato será um grande peso para o crescimento econômico e nas expectativas de inflação no longo prazo.
Segundo ela, as taxas de juros continuam em uma “boa posição” restritiva para controlar e baixar a inflação americana.
A dirigente esclareceu ainda que quando pensa na postura chamada de dependente de dados pelo BC norte-americano, considera todas as informações disponíveis, incluindo a opinião de empresas sobre o status da economia.
Daly reconheceu que houve um aumento nas expectativas de inflação de curto prazo, como demonstrado recentemente por pesquisas do Fed de Nova York e da Universidade de Michigan, mas atribuiu as mudanças à sensibilidade de consumidores aos preços de energia e alimentos. “Expectativas seguem ancoradas no médio e no longo prazo”, pontuou.
Os comentários aconteceram durante painel de discussão na Universidade de Berkeley. Daly não vota nas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) neste ano.
Momento para os cortes
A presidente do Federal Reserve de São Francisco admitiu que podem ser realizados mais cortes nos juros norte-americanos que o previsto atualmente, se houver deterioração do mercado de trabalho ou queda acentuada da inflação nos EUA. Em seu último gráfico de pontos, divulgado em março, o Fed previa uma média de duas reduções de 25 pontos-base (pb) neste ano.
Contudo, este não é o cenário base de Daly. “Economia dos EUA está caminhando para onde gostaríamos, mas o riscos de alta para a inflação estão crescendo”, alertou. “Minha reação dependerá do progresso que vamos ter na inflação.”
A dirigente reiterou que o apropriado será um processo gradual de redução dos juros a partir do final deste ano, para evitar apertar demais a economia, caso a inflação continue próxima de 2% e a economia em bom desempenho. “Só temos uma promessa, que é garantir a estabilidade de preços”, lembrou. “Ter uma política monetária restritiva agora para controlar a inflação não significa que será assim para sempre.”
Daly reforçou que o escopo, a magnitude e o timing do reequilíbrio do comércio global provocado pelas tarifas do governo Trump e seus eventuais impactos terão papel importante nesta decisão.
Tarifas
A presidente do Federal Reserve de São Francisco apontou que a volatilidade dos mercados financeiros globais era esperada e acontece de maneira “ordenada”, refletindo apenas uma tentativa dos investidores de “se adaptarem e digerirem todas as mudanças recentes” nas políticas dos EUA.
“Estamos vendo uma ampla renegociação do comércio ao redor do mundo, que poderá mudar fluxos e a forma como as pessoas investem”, disse ela, no painel de discussão na Universidade de Berkeley. “Quando soubermos onde as novas políticas vão parar, será mais fácil calcular o impacto. Não é possível fazer isso com incerteza.”
Além das políticas comerciais, Daly comentou sobre as outras medidas que estão sendo colocadas em execução pelo governo Trump. No caso da imigração, a dirigente apontou que não houve impacto imediato no mercado de trabalho. “Taxas de desemprego, salários e taxas de contratação não mudaram. Já as taxas de participação e de produtividade aumentaram, o que é positivo”, destacou.
Política fiscal
Sobre a política fiscal, Daly lembrou que este campo está completamente separado da política monetária do BC norte-americano. “O que posso dizer é que o impacto de mudanças em dinâmicas fiscais dependerá da capacidade da economia dos EUA de absorvê-las”, afirmou, acrescentando que o Fed ainda trabalha para conter a inflação elevada e o mercado de trabalho apertado do país.
A dirigente observou que tem recebido comentários com expectativas positivas para o pacote de cortes de impostos, desregulação e redução do déficit fiscal prometido pelo presidente Donald Trump, sob a esperança de que as medidas possam impulsionar o crescimento econômico americano. “Só existem algumas incertezas e questões sobre quando a desregulação acontecerá e qual será seu escopo”, apontou.
Balanço patrimonial do Fed
Sobre o balanço patrimonial do Fed, Daly disse que ainda há espaço para reduzir as reservas até que atinjam seu “nível amplo”. A dirigente pontuou que o BC americano “olha para o longo prazo”, e não para a volatilidade de curto prazo, ao gerenciar suas ferramentas de política monetária.
Agência Brasil - DF 22/04/2025
A China acusou Washington nesta segunda-feira (21) de abusar das tarifas e advertiu os países contra a realização de um acordo econômico mais amplo com os Estados Unidos às suas custas, aumentando sua retórica em uma guerra comercial em espiral entre as duas maiores economias do mundo.
Pequim se oporá firmemente a qualquer parte que faça um acordo às custas da China e "tomará contramedidas de maneira resoluta e recíproca", disse seu Ministério do Comércio.
O ministério estava respondendo a uma reportagem da Bloomberg, citando fontes familiarizadas com o assunto, de que o governo Trump está se preparando para pressionar as nações que buscam reduções de tarifas ou isenções dos EUA para restringir o comércio com a China, incluindo a imposição de sanções monetárias.
O presidente Donald Trump suspendeu as tarifas abrangentes que anunciou sobre dezenas de países em 2 de abril, exceto aquelas sobre a China, destacando a segunda maior economia do mundo para as maiores taxas.
Em uma série de medidas, Washington aumentou as tarifas sobre as importações chinesas para 145%, o que levou Pequim a aplicar tarifas retaliatórias de 125% sobre os produtos norte-americanos, o que efetivamente criou embargos comerciais entre si. Na semana passada, a China sinalizou que suas próprias taxas gerais não aumentariam mais.
"Os Estados Unidos abusaram das tarifas sobre todos os parceiros comerciais sob a bandeira da chamada 'equivalência', além de forçar todas as partes a iniciar as chamadas negociações de 'tarifas recíprocas' com eles", disse o porta-voz do ministério.
A China é determinada e capaz de proteger seus próprios direitos e interesses e está disposta a fortalecer a solidariedade com todas as partes, disse o ministério.
"O fato é que ninguém quer escolher um lado", disse Bo Zhengyuan, sócio da consultoria política Plenum, sediada na China.
"Se os países dependem muito da China em termos de investimento, infraestrutura industrial, conhecimento tecnológico e consumo, não creio que eles aceitarão as exigências dos EUA. Muitos países do Sudeste Asiático pertencem a essa categoria."
Seguindo uma postura de linha dura, Pequim convocará nesta semana uma reunião informal do Conselho de Segurança das Nações Unidas para acusar Washington de intimidação e de "lançar uma sombra sobre os esforços globais para a paz e o desenvolvimento" ao usar as tarifas como armas.
No início deste mês, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, disse que cerca de 50 países o procuraram para discutir as tarifas adicionais impostas por Trump.
Várias negociações bilaterais sobre tarifas ocorreram desde então, com o Japão considerando aumentar as importações de soja e arroz como parte de suas negociações com os EUA, enquanto a Indonésia está planejando aumentar as importações de alimentos e commodities dos EUA e reduzir os pedidos de outras nações.
Diário do Comércio - MG 22/04/2025
A inflação desacelerou em março para todas as faixas de renda, na comparação com fevereiro, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para a classe de renda muito baixa, o recuo foi de 1,59% para 0,56%. Para a classe de renda alta, de 0,9% para 0,6%.
O Ipea explica que a desaceleração da inflação para as classes de renda menor pode ser explicada pelo reajuste baixo das tarifas de energia elétrica (0,12%) e as quedas nos preços das passagens de ônibus urbano (-1,1%) e do metrô (-1,7%).
Em relação às famílias de renda alta, a melhora das taxas do grupo educação, de 0,90% em fevereiro para 0,60% em março, foi mais determinante. O dado traduz principalmente o fim do impacto dos reajustes das mensalidades escolares em fevereiro.
Por outro lado, grupos de menor renda tiveram de lidar com taxas mais altas nos preços dos alimentos no domicílio. As altas mais expressivas de inflação vieram dos ovos (13,1%), do café (8,1%), do leite (3,3%) e do tomate (22,6%). Alguns alívios aconteceram em itens como arroz (-1,8%), feijão-preto (-3,9%), carnes (-1,6%) e óleo de soja (-2,0%).
A classe de renda alta foi mais impactada em segmentos de transporte e de despesas pessoais. É o caso dos reajustes de 6,9% das passagens aéreas e de 1,2% dos serviços ligados à recreação e lazer.
Outros números
Na comparação entre março de 2025 e março de 2024, a inflação acelerou para todas as faixas de renda, com um impacto mais significativo nas classes de rendas mais altas.
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Quando se considera o acumulado de 12 meses, a faixa de renda muito baixa teve a menor inflação (5,24%). O segmento de renda alta apresentou a taxa mais elevada (5,61%).
Nos últimos 12 meses, as principais pressões inflacionárias vieram dos grupos alimentos e bebidas, transportes e saúde e cuidados pessoais. Os aumentos mais significativos foram em carnes (21,2%), aves e ovos (12,1%), óleo de soja (24,4%), leite (11,9%) e café (77,8%).
Em saúde e cuidados pessoais, os maiores impactos vieram dos produtos farmacêuticos (4,8%), itens de higiene (4,8%), serviços de saúde (7,8%) e planos de saúde (7,3%).
No grupo transportes, os destaques foram tarifas de ônibus urbano (5,1%) e interestadual (6,4%), transporte por integração (10%) e por aplicativo (18,3%), além dos reajustes da gasolina (10,9%) e do etanol (20,1%).
IstoÉ Online - SP 22/04/2025
Em 15 de abril de 2025, a Vale S.A. divulgou seu relatório oficial de produção e vendas referente ao primeiro trimestre de 2025, apresentando resultados operacionais positivos e avanço em projetos estratégicos no período. O desempenho da companhia no 1T25 foi marcado pelo aumento das vendas de minério de ferro na comparação anual e pelo progresso no comissionamento dos projetos VGR1 e Capanema, o que garante maior flexibilidade operacional e mantém a empresa alinhada ao seu guidance de produção para 2025. Paralelamente, as operações de cobre e níquel registraram forte performance, refletindo a consistência operacional em todos os ativos e impulsionadas pelo ramp-up do projeto VBME no Canadá.
Conforme o planejamento da empresa, a produção de minério de ferro no 1T25 totalizou 67,7 milhões de toneladas, uma redução de cerca de 4% em relação ao volume do primeiro trimestre de 2024. Essa diminuição já era esperada dentro da estratégia da Vale e foi agravada por desafios operacionais e climáticos, como restrições de licenciamento em Serra Norte e chuvas intensas que afetaram o Sistema Norte. Ainda assim, o complexo minerador S11D – carro-chefe do Sistema Norte – manteve excelente desempenho, alcançando a maior produção já registrada para um primeiro trimestre. No segmento de pelotas de minério de ferro, a produção dos primeiros três meses atingiu 7,2 Mt, recuo de 15% na comparação anual, explicado principalmente pela menor disponibilidade de pellet feed (causada por limitações em Itabira) e pelo impacto das fortes chuvas na qualidade do insumo processado em usinas como a de São Luís.
As vendas de finos e pelotas de minério de ferro, por sua vez, somaram 66,1 milhões de toneladas no primeiro trimestre, um aumento de 4% em relação ao 1T24 . Esse avanço nas vendas foi possibilitado pela flexibilidade da cadeia logística da Vale, incluindo a utilização de estoques avançados acumulados em trimestres anteriores para compensar restrições temporárias de embarques causadas pelas chuvas no Norte do Brasil. Além disso, diante das condições de mercado, a companhia priorizou a oferta de produtos de teor médio, como os minérios blendados (BRBF) e concentrados (PFC1) voltados à China, buscando maximizar a geração de valor em seu portfólio de minério de ferro.
Visando sustentar o crescimento futuro, a Vale avançou no desenvolvimento de projetos minerários estratégicos. No Sistema Sudeste, o projeto Capanema entrou em operação em fase de ramp-up dentro do cronograma, com expectativa de atingir sua capacidade plena até o primeiro trimestre de 2026. Já no Sistema Sul, o projeto VGR1 segue em comissionamento avançado, com conclusão estimada para o segundo trimestre de 2026. Esses empreendimentos ampliarão a flexibilidade e a capacidade produtiva da companhia, reforçando sua posição para cumprir as metas de produção estabelecidas.
No segmento de metais básicos, a Vale colheu resultados expressivos no trimestre. A produção de cobre alcançou 90,9 mil toneladas, um salto de 11% em comparação ao 1T24. Esse desempenho foi impulsionado pelo desempenho consistente das operações de Salobo e Sossego, no Brasil, e pelo ramp-up de novas frentes de produção no Canadá (Salobo 3 e as operações subterrâneas de Voisey’s Bay). De forma similar, a produção de níquel somou 43,9 mil toneladas no 1T25, crescimento de 11% ano contra ano. Esse aumento reflete sobretudo o incremento de produção em Onça Puma – após a reforma do forno concluída no ano anterior – e a melhoria operacional nas unidades canadenses, alavancada pelo ramp-up do projeto VBME. O forte resultado em cobre e níquel contribuiu de forma significativa para o desempenho consolidado da mineradora, diversificando suas fontes de receita e mitigando o impacto de oscilações em um único mercado.
Os preços médios realizados das principais commodities da Vale no 1T25 refletem o cenário global de minérios e metais. O minério de ferro (finos, CFR/FOB) teve preço médio de US$ 90,8 por tonelada no trimestre, patamar ainda robusto embora inferior ao do primeiro trimestre do ano anterior (US$ 100,7/t), influenciado por prêmios de qualidade sazonalmente mais baixos. O cobre, por sua vez, registrou preço médio de US$ 8.891/t, cerca de 16% acima do 1T24, beneficiado pela elevação das cotações internacionais do metal e por menores custos de tratamento e refino (TC/RC). Já o níquel apresentou preço médio de US$ 16.106/t, ligeiramente abaixo do observado um ano antes, refletindo a queda das cotações do níquel na London Metal Exchange (LME) ao longo do período. Mesmo com ajustes nos preços de minério de ferro e níquel, a Vale demonstra resiliência operacional, sustentando resultados sólidos no trimestre graças a volumes robustos de vendas, ganhos de eficiência e à contribuição positiva do segmento de metais básicos.
Valor - SP 22/04/2025
Nos nove meses encerrados em 31 de março, a produção de minério de ferro subiu 1%, para 193 milhões de toneladas, embora o preço tenha caído 21%, para US$ 82,93 por tonelada
A BHP alcançou produção recorde de cobre e minério de ferro nos últimos nove meses, mas a gigante mineradora australiana alertou para as potenciais consequências de uma desaceleração econômica à medida que a guerra comercial entre os EUA e a China se intensifica.
A mineradora diversificada divulgou seus resultados operacionais para os nove meses encerrados em 31 de março na quinta-feira. Eles mostraram um aumento de 10% na produção de cobre, para 1,5 milhão de toneladas, com sua operação Escondida no Chile liderando o caminho. Os preços do cobre subiram 13%, para US$ 4,19 por libra.
A produção de minério de ferro subiu 1%, para 193 milhões de toneladas, embora o preço tenha caído 21%, para US$ 82,93 por tonelada.
A perspectiva econômica global, no entanto, é incerta, à medida que o presidente dos EUA, Donald Trump, prossegue sua ampla guerra comercial e as relações de Washington com a China se deterioram.
A China, o maior consumidor mundial de recursos e o principal destino de exportação do setor de mineração da Austrália, agora enfrenta tarifas cumulativas dos EUA sobre seus produtos de 145%. Pequim retaliou com uma taxa de 125% sobre os produtos americanos.
Em meio à crescente incerteza global, o diretor executivo da BHP, Mike Henry, disse que a empresa estava bem posicionada, mas ciente das potenciais consequências. "Apesar do impacto direto limitado das tarifas na BHP, a implicação de um crescimento econômico mais lento e um ambiente comercial fragmentado poderia ser mais significativa", disse ele.
"A capacidade da China de mudar para uma economia liderada pelo consumo e para que os fluxos comerciais se adaptem ao novo ambiente será fundamental para sustentar a perspectiva global."
Uma nova queda nos preços das commodities seria uma má notícia para a Austrália, para a qual o minério de ferro é sua exportação mais lucrativa. Em dezembro, o governo do país cortou US$ 63 bilhões das receitas esperadas de exportação de mineração devido à desaceleração da economia chinesa.
O relatório da BHP veio um dia depois que a produtora rival de minério de ferro Rio Tinto divulgou seus resultados operacionais para o primeiro trimestre, mostrando as menores remessas de minério de ferro da empresa no primeiro trimestre desde 2019 devido a interrupções climáticas. As remessas do ingrediente siderúrgico de suas operações em Pilbara no primeiro trimestre do ano caíram 17% em comparação com os últimos três meses de 2024.
Valor - SP 22/04/2025
Empresa enfrenta boicotes em diversos mercados devido à reação negativa a Elon Musk
A fabricante de veículos elétricos Tesla está desfrutando de vendas vigorosas no Japão, um raro momento positivo para a empresa, que enfrenta boicotes em outros lugares devido à reação negativa ao executivo-chefe (CEO), Elon Musk.
A Tesla não detalha suas vendas por região. Mas suas vendas japonesas podem ser estimadas usando dados da Associação de Importadores de Automóveis do Japão. Os Teslas constituem a maioria dos veículos na categoria "outros" nos números de vendas por marca da associação.
Os automóveis da rubrica "outros" cresceram 56% no primeiro trimestre deste ano na comparação com um ano antes, para 2.120 unidades. O número apenas para março saltou 89%, para 1.249 unidades — um recorde mensal.
Mas fora do Japão, as vendas da Tesla estão em declínio em mercados-chave. As entregas globais caíram 13%, para uma mínima de três anos, de 336.681 unidades no primeiro trimestre.
Os esforços de Musk para cortar custos sob o comando do Departamento de Eficiência Governamental do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e suas declarações polêmicas geraram uma reação global, com um número crescente de consumidores boicotando os carros da Tesla.
Elon Musk, CEO da Tesla — Foto: Jamie Kelter Davis/Bloomberg
As vendas da Tesla na China caíram cerca de 30% no acumulado do primeiro bimestre deste ano, enquanto as vendas nos Estados Unidos recuaram 10%, de acordo com a empresa de pesquisa MarkLines. O boicote atingiu especialmente a Europa, onde a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis relata uma queda de 40%.
Por que o Japão também não se irritou com a Tesla?
A falta de alternativas nacionais atraentes é um dos motivos. Atualmente, existem apenas oito modelos elétricos de marcas japonesas. A Nissan foi a pioneira com o Leaf, mas as vendas desse modelo caíram 32%, para 1.133 unidades no primeiro trimestre. A Toyota vendeu apenas 85 unidades do seu bZ4X, uma queda de 76%. As montadoras japonesas venderam um total de 2.063 unidades — menos do que o número estimado pela Tesla.
A competitividade dos veículos elétricos japoneses está caindo, já que o Leaf e o bZ4X não são redesenhados desde 2017 e 2022, respectivamente. Mais consumidores japoneses estão optando por importados, que agora representam cerca de 75% das vendas totais de veículos elétricos. A Tesla e a chinesa BYD juntas representam cerca de 30% de todos os veículos elétricos vendidos no Japão.
No Japão, as vendas de veículos elétricos caíram 33%, para 59.736 unidades em 2024, um declínio pela primeira vez em quatro anos. Os elétricos representaram menos de 2% de todos os automóveis vendidos, o menor número entre as principais economias do mundo.
"Existem poucas opções nacionais, então, em alguns casos, as pessoas que querem comprar veículos elétricos relutantemente escolhem os importados", disse Yoshiaki Kawano, analista da S&P Global.
Marcas estrangeiras estão se destacando. A BYD e a sul-coreana Hyundai lançaram novos veículos elétricos este mês. Ambas tentam aumentar sua participação de mercado expandindo sua linha de modelos de baixo custo.
A Tesla redesenhou seu Model Y e está oferecendo aos clientes no Japão que comprarem as versões mais antigas o uso gratuito de Superchargers por cinco anos.
Globo Online - RJ 22/04/2025
A Ford suspendeu o envio de picapes, SUVs e carros esportivos para a China, em um novo capítulo da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Os veículos são um dos principais alvos do presidente Donald Trump na sua cruzada tarifária que já aplicou taxas de importação de 25% que também atingiram as autopeças.
“Ajustamos as exportações dos EUA para a China em função das tarifas atuais”, disse a Ford em um comunicado, de acordo com a Reuters.
Segundo o The Wall Street Journal, o lucro operacional das exportações da Ford para a China é cerca de US$ 900 milhões. As vendas de motores e transmissões fabricados nos EUA pela Ford para a China devem continuar, apesar da pausa nas exportações de veículos montados.
Diversas montadoras já estão recalculando suas produções, a fim de se adaptar aos novos custos e perdas diante das tarifas de Trump. No entanto, o vaivém do republicano em relação às medidas acaba atrasando estas mudanças.
A expectativa é que as tarifas impactem os lucros tanto das fabricantes de veículos quanto dos fornecedores de autopeças. Quase metade dos 16 milhões de carros vendidos nos EUA no ano passado foi importada, com um valor total superior a US$ 330 bilhões, segundo analistas do Goldman Sachs.
Em fevereiro deste ano, quando tarifas de 25% contra o México e Canadá — onde são produzidas peças da cadeia de suprimentos da indústria automobilística americana — foram anunciadas, o CEO global da Ford, Jim Farley, foi ao Congresso americano alertar que as taxas poderiam "abrir um buraco" na indústria automobilística dos EUA.
A Ford não é a primeira empresa americana a sofrer com mudanças em suas exportações para a China. O país asiático proibiu as companhias aéreas de importar aviões da Boeing e a empresa já começou a enviar suas aeronaves de volta aos Estados Unidos.
A Ford deve ser uma das montadoras menos impactadas com as tarifas, já que cerca de 80% dos carros que vende nos EUA são produzidos no país. Mesmo assim, enfrentará alguma dificuldade, já que a montadora fabrica a picape Maverick, o SUV Bronco Sport e o Mustang Mach-E elétrico no México.
Ainda que seja menos afetada, a empresa deve aumentar os preços de seus novos veículos caso as tarifas persistam, de acordo com um memorando interno enviado aos concessionários e obtido pela Reuters.
Nesta semana, Trump sugeriu que estava considerando uma modificação nas tarifas relacionadas a veículos, indicando que pode permitir isenções nos impostos já existentes.
Exame - SP 22/04/2025
A China está proibindo montadoras do país de usarem os termos como “direção inteligente” e “direção autônoma” ao anunciarem recursos de assistência ao motorista. As autoridades locais disseram que irão reforçar a fiscalização sobre essas tecnologias.
Segundo a Reuters, a regra sobre publicidade de veículos foi entregue pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação em reunião com quase 60 representantes de montadoras. Essa medida foi tomada após uma colisão com vítimas fatais envolvendo o carro elétrico SU7 da Xiaomi em março, fato que provocou preocupações generalizadas sobre a segurança do veículo.
Investigações mostraram que o carro da Xiaomi pegou fogo após bater em um poste a uma velocidade de 97 km/h, pouco depois que o motorista assumiu o controle do sistema avançado de assistência à direção.
Regra atualizada
De acordo com a regra atualizada, as montadoras não têm mais permissão para testar e melhorar essa assistência avançada de direção por meio de atualizações remotas de software em veículos já entregues aos clientes sem aprovação.
As empresas automobilísticas serão obrigadas a realizar testes suficientes para verificar a confiabilidade e obter a aprovação das autoridades antes das implementações.
A Huawei, que fornece essa tecnologia para pelo menos sete marcas na China, incluindo a Audi, estava entre as empresas que participaram da reunião, segundo a Reuters.
Guerra de preços
A decisão ocorre em um momento em que as montadoras chinesas estão correndo para lançar novos modelos com essa tecnologia, divulgando o recurso como “direção inteligente” em meio a uma guerra de preços que segue pelo terceiro ano no maior mercado automotivo do mundo.
A BYD acirrou a competição em fevereiro quando lançou pelo menos 21 veículos com preços abaixo de US$ 10.000 e equipados com recursos gratuitos de “direção inteligente”. Muitos de seus concorrentes, como a Toyota, lançaram carros com recursos semelhantes.
Os órgãos reguladores chineses estão reforçando o controle sobre essas tecnologias de veículos elétricos. O setor cresceu mais rápido do que o esperado, com as vendas de elétricos e híbridos representando mais da metade do total no final do ano passado.
O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
A Horse Powertrain, empresa resultante da parceria entre Renault e Geely, apresentará no Salão de Xangai o Future Hybrid Concept, um sistema que propõe uma nova abordagem para veículos híbridos ao adaptar plataformas originalmente desenvolvidas para carros elétricos. A tecnologia combina motor a combustão, motor elétrico e câmbio em uma única unidade compacta.
O sistema foi concebido para se integrar às arquiteturas de veículos elétricos já existentes, atuando como extensor de autonomia da bateria. Graças à integração entre transmissão e semi-eixos, o conceito permite tração nas quatro rodas, tanto no modo 100% elétrico quanto no modo híbrido.
Segundo o CEO da Horse, Matias Giannini, a proposta visa otimizar custos e processos na indústria automotiva. “Veículos elétricos pareciam ser o único caminho viável para alcançar a neutralidade de carbono, e as montadoras estruturaram suas estratégias com base nisso. Hoje, vivemos uma mudança de paradigma, na qual cada mercado segue sua própria trajetória”, afirmou.
A tecnologia foi pensada com foco global, sendo compatível com diversos combustíveis — desde gasolina comum até etanol (popular no Brasil), metanol M100 (utilizado na China e em partes da África) e combustíveis sintéticos em desenvolvimento. A previsão é que os primeiros veículos equipados com o sistema cheguem ao mercado em 2028.
Além da unidade de propulsão, o pacote inclui todos os componentes necessários para operação híbrida, como controladores de potência, carregador integrado e suporte a recargas ultrarrápidas de 800 volts. O conceito também contempla soluções sustentáveis, como bombas de calor de alta eficiência e fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental, como o R290.
Com fábrica em Curitiba (PR), a Horse Powertrain ganhou destaque no Brasil ao assumir a produção nacional do motor 1.3 TCe, que equipa modelos como o Renault Duster. Também é responsável pela unidade 1.0 Turbo, que equipa o Kardian.
Valor - SP 22/04/2025
A Hino Motors, unidade da Toyota, e a Mitsubishi Fuso Truck and Bus, subsidiária da alemã Daimler Truck, estão se movimentando para finalizar um acordo de fusão, apurou o “Nikkei Asia”.
Os dois grupos automotivos pretendem estabelecer uma holding para as unidades de caminhões e listá-la no mercado Prime da Bolsa de Valores de Tóquio em abril de 2026.
As fabricantes de caminhões estão sendo impactadas por mudanças como a eletrificação e a direção autônoma. Agora, com as ameaças adicionais de rivais chineses emergentes e as tarifas americanas, as quatro empresas estão unindo forças para se manterem competitivas.
Toyota, Hino, Daimler Truck e Mitsubishi Fuso chegaram a um acordo inicial em maio de 2023 para concluir a fusão até o final de 2024. Mas um acordo final foi adiado indefinidamente em fevereiro de 2024 devido às consequências da fraude de dados em motores envolvendo a Hino.
Em janeiro de 2025, a Hino concordou em pagar uma multa de US$ 1,2 bilhão às autoridades americanas para resolver o caso. Com a maioria das questões de conformidade resolvida, as discussões sobre a fusão avançaram.
As quatro empresas devem finalizar o acordo de fusão já em maio. Uma revisão antitruste pela Comissão de Comércio Justo do Japão está próxima da conclusão.
Após a transação, uma holding recém-criada deterá a totalidade da Hino Motors e da Mitsubishi Fuso.
A Toyota agora detém 50,1% da Hino, e a Daimler Truck detém 89,3% da Mitsubishi Fuso. Embora se espere que a Toyota e a Daimler Truck tenham participações iguais na nova holding, a participação da Toyota nos direitos de voto seria inferior a 20%.
É possível que a Comissão de Comércio Justo do Japão tenha solicitado que a Toyota reduzisse sua influência devido a preocupações antitruste, visto que a empresa também detém parte da montadora de veículos comerciais Isuzu Motors. Embora os laços da Toyota com a Hino se enfraqueçam, as quatro empresas continuarão a cooperar, e espera-se que a Toyota mantenha seu apoio ao negócio de veículos comerciais.
A Daimler Truck vendeu 407.261 caminhões médios e pesados em 2024, o segundo maior número mundial, de acordo com a S&P Global Mobility. A Hino vendeu 130.199 unidades, incluindo caminhões pequenos e ônibus.
A empresa combinada deteria uma participação estimada de 14% no mercado de caminhões médios e pesados, embora padrões diferentes impossibilitem uma comparação direta.
Após a fusão, as fabricantes de veículos comerciais japonesas seriam divididas em dois grupos: a aliança Hino-Mitsubishi Fuso de um lado e a Isuzu e sua subsidiária UD Trucks do outro.
Enquanto a fusão foi adiada, concorrentes chineses como o China FAW Group ganharam terreno. A política tarifária do governo Trump agora ameaça desferir um duro golpe no setor. A Daimler Truck, que detém uma significativa fatia de mercado nos Estados Unidos, está explorando parcerias no país para amenizar o impacto.
A indústria automobilística está em um momento decisivo, com as montadoras enfrentando enormes obstáculos de investimento para eletrificar seus veículos e equipá-los com novas tecnologias, como a direção autônoma. No segmento de veículos de passeio, Honda e Nissan iniciaram negociações de fusão em dezembro de 2024, mas acabaram fracassando em fevereiro de 2025.
O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
Nos últimos anos, a cidade de São Paulo passou por uma aceleração no número de projetos de arranha-céus. O município é hoje o segundo com prédios mais altos do País, ficando apenas atrás de Balneário Camboriú. Os prédios mais altos da cidade, antes comerciais, são hoje, na maioria, residenciais ou mistos, graças a mudanças de legislação que permitiram tais construções em algumas zonas.
Atualmente, a capital paulista ocupa a 76.ª posição no ranking do Skyscraper Center, site do Council on Tall Buildings and Urban Habitat, que monitora os arranha-céus nas maiores cidades do mundo. Com a chegada de novos projetos, SP pode avançar algumas posições no ranking.
O edifício mais alto da cidade, hoje em obras, é o corporativo chamado Alto das Nações, da WTorre. Quando concluído, terá 219 metros de altura. A título de comparação, o prédio mais alto já pronto em SP ó o Platina 220, no Tatuapé, com 171,7 m, uma construção da Porte Engenharia. A obra da WTorre está sendo feita na Chácara Santo Antônio, no mesmo terreno onde o Grupo Carrefour instalou sua primeira loja de hipermercados no País, em 1975.
O complexo corporativo contará com um centro comercial com lojas e um hipermercado Carrefour, bem como unidades residenciais e teatro. Um dos diferenciais do edifício é o pé-direito duplo. Os andares, que serão 37, terão 4,7 metros de altura, algo incomum nas construções brasileiras e que impôs desafios construtivos à WTorre, que precisou importar materiais.
O prédio também terá um mirante aberto à visitação. “Temos uma expectativa alta para o fluxo de pessoas que irão buscar o mirante como ponto turístico, por conta da vista única e livre a mais de 200 metros de altura. Temos uma perspectiva que a visitação será uma rota obrigatória para quem for visitar a cidade de São Paulo”, diz o CEO da WTorre, Marco Siqueira.
Entre os prédios residenciais, a Cyrela e a Benx são as construtoras que mais lançaram empreendimentos que figuram no ranking dos mais altos da cidade. Recentemente, a região que mais tem recebido projetos residenciais de arranha-céus é a Av. Rebouças, que passou por uma revisão na lei de zoneamento e passou a poder receber projetos desse porte.
A revisão das regras municipais desencadeou uma corrida por arranha-céus, que ocorre por diferentes motivos. Do ponto de vista econômico, as incorporadoras têm dificuldade de compor terrenos em áreas nobres, exigindo a compra de dezenas de casas e comércios ou prédios inteiros. Por isso, o aproveitamento vertical máximo se tornou uma meta das empresas do ramo imobiliário.
Outro ponto vem do lado da demanda. Como em outros países, como Estados Unidos, Cingapura, Japão e Emirados Árabes Unidos, o consumidor de alta renda passou a valorizar mais a vista que tem da janela de seus apartamentos, sobretudo depois da pandemia. Como a cidade tem a maioria dos prédios com 60 metros, os arranha-céus aparecem como opções de ter a vista livre nos últimos andares, pelos quais as incorporadoras cobram de 5% a 10% mais caro do que em outros pavimentos.
Para o líder de mercado imobiliário da XP, Ygor Altero, o cenário de juros altos no País, que encarecem o financiamento imobiliário e dificultam o processo de compra de imóveis pela classe média, estimula projetos de luxo em São Paulo e, por isso, vê os edifícios residenciais bem mais altos do que antes como uma tendência para a cidade nos próximos anos.
Empresa mais lucrativa em 2024 do ramo imobiliário entre as de capital aberto, a Cyrela tem hoje projetos de dois arranha-céus em bairros nobres da capital paulista. O Cyrela Vista Furnished by Armani, que contará com mobiliário da grife italiana, ficará no Jardim Guedala e tem preço de lançamento acima de R$ 30 mil por metro quadrado (m²), em plantas de 348 a 710 m².
As duas torres do condomínio terão 206 metros de altura cada, e o valor geral de vendas (VGV) é estimado em quase R$ 3 bilhões. No projeto, em menos de 90 dias, foram comercializadas 60 unidades da primeira torre, com preço médio de R$ 40 mil por metro quadrado, gerando cerca de R$ 1 bilhão de VGV.
Mais alto, porém, ainda sem nome, o prédio mais novo anunciado pela Cyrela terá 210 metros de altura e design da grife italiana Pininfarina, conhecida por desenhar modelos da Ferrari. Os apartamentos terão 380 m², com preço similar ao Vista. O edifício ficará na esquina da rua Joaquim Antunes com a Av. Rebouças. Após a revisão do zoneamento da prefeitura, a vista livre para a região dos Jardins é um dos pontos que estimulam a construção de prédios na área.
Além disso, a empresa tem outro prédio residencial chamado On the Sky Bela Cintra Wanders & Yoo, que tem a vista mais alta de São Paulo. Com 144 metros de altura, o edifício está localizado na Avenida Paulista, a três quadras da mesma. Como a região é a mais alta da cidade, o prédio ficará numa área em que a elevação em relação ao nível do mar é de mais de 800 metros.
Outro nome que vem ganhando relevância entre os projetos de arranha-céus de SP é o da One Innovation. O projeto da companhia na Av. Rebouças ainda não tem nome definido, mas o lançamento do empreendimento, que tem VGV estimado em R$ 2 bilhões, está previsto para o primeiro semestre de 2026. Foram compradas 27 propriedades, entre casas e pequenos comércios, para compor o terreno para o projeto.
A One Innovation foi fundada em 2013 e, no ano seguinte, atraiu o investimento do Fundo Soberano de Cingapura (GIC), que tem parte no negócio. As tendências observadas em Cingapura, que tem arranha-céus famosos como o Guoco Tower, de 290 metros, também despertaram o desejo de trazer tais construções a São Paulo.
O vice-presidente da incorporadora One Innovation, Paulo Petrin, conta que a escolha da localização levou em conta não só a possibilidade de erguer um prédio muito alto, mas também a proximidade à estação Fradique Coutinho do metrô, a restaurantes, à Faria Lima, à Avenida Paulista e ainda aos novos edifícios corporativos que estão em obras na própria Av. Rebouças.
Os apartamentos devem ter plantas de 350 a 500 m² e o preço do metro quadrado deve ser próximo ou superior a R$ 35 mil. O projeto ainda não está totalmente pronto, nem há imagens de como ele ficará. Para Petrin, no arranha-céu, a vista será um dos pontos mais importantes para os moradores.
“Em Pinheiros, os prédios mais altos têm 25 ou 28 andares. Então, a vista será de São Paulo de 360º. Esse é o objetivo”, afirma.
Já na Vila Andrade, perto do Morumbi, a Benx Incorporadora ergue um dos maiores projetos imobiliários da cidade de São Paulo nos últimos tempos. Após levar 21 anos para sair do papel por problemas regulatórios do terreno, o empreendimento chamado Parque Global abrigará duas das 10 torres mais altas da capital paulista, ambas residenciais. Em um terreno de 200 mil m², com 58 mil m² de área verde, o projeto é considerado um novo bairro de luxo.
Feito em parceria com a empresa americana Related, o projeto contará também com um complexo médico do Albert Einstein e um shopping (ainda sem administradora confirmada). A inspiração para o projeto é em Miami, onde a parceira de negócios da Benx tem diversos empreendimentos.
O CEO da Benx Incorporadora, Luciano Amaral, conta que o público do mercado de luxo tem o sonho de morar no topo de um arranha-céu em SP e que, depois do anúncio do projeto do Parque Global, começou uma “febre” entre as incorporadoras para criar edifícios cada vez mais altos. Amaral diz ainda que o público aceita pagar um pouco mais para estar no topo dos prédios do empreendimento.
“A gente pegou os cinco últimos andares e deu uma nomenclatura de Sky Residence, com o preço 5% mais alto do que os demais”, afirma.
Transporte vertical
Com a tendência de arranha-céus em SP, as empresas de elevadores ganham uma nova oportunidade de mercado. Seja em projetos residenciais ou corporativos de luxo, o transporte do térreo aos últimos andares não pode ser demorado, sob risco de desvalorização dos empreendimentos depois de prontos. Por isso, esses prédios podem ter de 15 a 30 elevadores, e ainda há sistemas de inteligência que os deixam posicionados em pontos de maior fluxo de passageiros.
O diretor de novas instalações da Atlas Schindler, Sérgio Wriedt, conta que a tendência construtiva permite à empresa trazer para São Paulo tecnologias usadas em outros países e também em Balneário Camboriú (SC). Wriedt conta que edifícios típicos contam com elevadores que percorrem 2,5 metros por segundo (9 km/h), enquanto os arranha-céus podem ter velocidade duas a quatro vezes maior.
Outra adaptação que precisa ser feita nos elevadores é em relação ao balanço dos prédios, uma vez que essas construções são feitas para se movimentar naturalmente por causa do tamanho.
“O trilho do elevador tem a capacidade de trabalhar junto com a estrutura do prédio. Então, são fixações diferentes, que carregam amortecedores. O sistema tradicional de coxins não serve”, diz.
Wriedt cita também que existe uma preocupação com o design da cabine dos elevadores nesses grandes empreendimentos de luxo e, por isso, o visual dos elevadores é diferenciado.
O Yatchhouse, em Balneário, o famoso “prédio do Neymar”, tem elevadores que levam passageiros do térreo ao topo em cerca de 1 minuto, a uma velocidade de 6 metros por segundo (21 km/h).
Wriedt conta que a empresa trabalha com a FG Empreendimentos no projeto Senna Tower, que será o prédio mais alto do País e um dos maiores do mundo.
O edifício terá 509 metros de altura e, por isso, os elevadores terão velocidade quatro vezes maior do que a normal, indo a 10 metros por segundo (36 km/h). O projeto tem investimento previsto de R$ 3 bilhões e é tocado em parceria com a rede de lojas Havan, do empresário catarinense Luciano Hang. No Senna Tower, os apartamentos poderão custar até R$ 200 milhões.
Adensamento populacional
O fundador do Urbem (Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole), Philip Yang, diz que a cidade de São Paulo ainda precisa evoluir no quesito densidade populacional, que se refere ao número de moradores em relação a um território.
O especialista exemplifica que a capital paulista tem menos de 100 habitantes por hectare. Em Paris, que tem grande parte dos prédios com até seis andares, a densidade é de cerca de 200. Já nas megacidades asiáticas, o número chega a 400. Enquanto isso, diz, a capital tem regiões desiguais nesse quesito, como é o caso de Paraisópolis, que tem mais de 800. Por isso, na sua visão, nem sempre a verticalização leva a um maior adensamento de espaços urbanos.
Yang cita bairros como Vila Andrade, Panamby, Brooklin Novo e trechos do Tatuapé e Anália Franco como exemplos de construções verticais que foram feitas, mas não aumentaram o número de moradores. Os motivos podem ser simplesmente a migração de pessoas para outros bairros ou um aumento na quantidade de moradias vazias. De acordo com dados da administradora de condomínios Lello, a cidade ganhou 7 mil novos prédios nos últimos 10 anos, totalizando mais de 31 mil atualmente.
“Paris é um caso muito parecido com Barcelona. São cidades muito densas, que têm construções predominantemente de seis andares, e que aproveitam a totalidade da quadra, e não só do lote. Não tem recuo frontal ou lateral”, afirma.
Para Yang, a cidade avançou nessa pauta no Plano Diretor desde 2014, ao estimular fachadas ativas, desincentivar recuos e zerar a exigência de vagas de estacionamento perto de áreas próximas a eixos de transporte público. Mas, diz, ainda é preciso melhorias para estimular que o adensamento populacional de áreas bem servidas de infraestrutura ocorra, reduzindo o risco de criar uma cidade oca, que tem ainda como agravantes megaprojetos em bairros distantes do centro ou em cidades da região metropolitana.
O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
O empresário do mercado imobiliário Alexandre Frankel, que está à frente da Vitacon e da Housi, vai lançar sua própria linha de moradias para idosos em São Paulo. O primeiro prédio irá a mercado no segundo semestre, em Higienópolis, com 300 apartamentos de 30 a 60 metros quadrados, e valor geral de vendas estimado em R$ 400 milhões. Outros dois projetos estão em desenvolvimento para o ano que vem nos bairros de Perdizes e Jardins.
O mercado imobiliário brasileiro ainda não tem um conceito amplamente estabelecido de habitação para idosos. Mas, com o envelhecimento da população e a perspectiva de uma demanda crescente por moradias adaptadas, algumas empresas vêm se mexendo para criar produtos que atendam as necessidades dos idosos. Ainda são poucos projetos na área, e o tom é de experimentação.
Neste caso, o projeto foi concebido para que cada prédio tenha uma equipe de enfermagem para atendimentos emergenciais e/ou resgates. Já os serviços de saúde recorrentes de cada morador poderão ser contratados à parte. O projeto para idosos incluirá ainda uma sala para consultas via telemedicina, equipada com aparelho para se medir a pressão arterial e a oxigenação Do sangue, por exemplo.
As áreas comuns terão salas apropriadas para atividades como hidromassagem, fisioterapia e atividades físicas de baixo impacto, como ioga. Outros itens típicos de condomínios também estarão ali, como academia, salão de jogos e áreas verdes.
Segmento em crescimento
“Há muito tempo estamos estudando entrar no senior living. Esse é um setor que tomou proporções enormes”, afirma Frankel, em entrevista à Coluna. “Em alguns anos, o Brasil vai ter mais 30 milhões de idosos, mas não dá mais para continuar nas soluções caseiras”, diz, citando casos em que os idosos são cuidados por filhos ou acabam indo parar em asilos e casas de repouso. “O problema é que as famílias têm menos filhos e menos pessoas disponíveis para cuidar, porque todos trabalham fora.”
Os projetos de Frankel serão voltados a pessoas com mais de 60 anos, mas que conservam autonomia para cuidar de si próprias e de vez em quando podem precisar de cuidados especiais, como em caso de adoecimento, cirurgias ou acidentes.
O empresário diz que estudou empreendimentos de países do Hemisfério Norte que abrangem infraestrutura e serviços médicos para idosos com um nível de dependência maior, mas optou por um modelo mais enxuto no Brasil para não encarecer demais. No projeto de Higienópolis, o condomínio já custará cerca de R$ 1,2 mil para apartamento de 30 metros quadrados e R$ 2,4 mil para unidades de 60 metros quadrados, o que restringe o público a famílias de média renda para cima.
Negócio vai envolver duas empresas
Neste modelo de negócios, a Housi é a startup responsável pela concepção e gestão do projeto, enquanto a Vitacon faz a incorporação imobiliária e as vendas. Os primeiros dois projetos serão skin in the game, ou “arriscando a própria pele”, para Frankel, que é o acionista controlador de ambas as empresas. Mas o plano é comercializar esse projeto para outras incorporadoras.
A Housi surgiu em 2012 a partir de um desdobramento de ativos da Vitacon, fundada em 2009. A Vitacon ficou famosa em São Paulo pelos apartamentos com área inferior a 20 m². A proposta era lançar imóveis mais acessíveis a moradores e investidores. Já a Housi virou uma plataforma online reunindo imóveis residenciais próprios (da Vitacon) e de terceiros para locação, com acréscimo de serviços condominiais pay per use.
Revista Ferroviaria - RJ 22/04/2025
Depois de meses de renegociação, a concessionária MRS Logística e o Ministério dos Transportes chegaram a um novo acordo para renovar a concessão da chamada Malha Regional Sudeste, ferrovia de 1.643 km de extensão, que corta os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Conforme informações obtidas pela Folha, o acordo foi firmado com o compromisso de a empresa pagar uma outorga de R$ 2,8 bilhões à União para administrar a ferrovia por mais 30 anos. A negociação foi firmada por meio da Secex Consenso (Secretaria de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos), do TCU (Tribunal de Contas da União), na segunda-feira (14).
POD NOS TRILHOS
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Agora, os termos do acordo serão submetidos ao Ministério Público junto ao TCU para, depois, seguir para votação pelo plenário da corte de contas. A expectativa do governo é que esse processo seja concluído em até 60 dias.
Diferentemente de outras repactuações contratuais realizadas na área de transporte, como as concessões de rodovias e aeroportos, o acordo firmado com a MRS não será submetido a um leilão simplificado, porque não foram feitas grandes mudanças no modelo atual.
A MRS tem cerca de 20 mil vagões e 650 locomotivas, representando aproximadamente 20% da frota ferroviária nacional. Entre todas as ferrovias federais administradas pela iniciativa privada, a malha da MRS é a mais usada, sem conter trechos abandonados, como ocorre na maioria dos casos. Seus trilhos concentram o transporte de cargas de grande volume, como minério de ferro, produtos siderúrgicos, agrícolas, cimento, contêineres e celulose, se conectando aos portos de Santos (SP), Itaguaí (RJ), Guaíba (RJ), Sudeste (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).
No início do ano passado, o governo chegou a anunciar um acordo com a concessionária, prevendo o repasse de R$ 2,6 bilhões. Essa transação já era uma revisão de um contrato anterior, fechado ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em junho de 2022, que não previa o pagamento de outorga.
A transação proposta no ano passado, porém, não foi aprovada pelo TCU. Agora, com o sinal verde dado pela Secretaria de Consenso, a indicação é que o processo finalmente será concluído.
O Ministério dos Transportes não comentou o assunto. A MRS declarou à Folha que “cumpriu uma etapa relevante junto à Secex Consenso e à área técnica do tribunal”, além da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e do Ministério dos Transportes. “No entanto, ainda haverá uma outra etapa: a de deliberação colegiada do TCU, razão pela qual ainda não há a conclusão do processo”, comentou.
O plano do governo é usar os recursos das outorgas das ferrovias para financiar novos projetos no setor. A previsão do governo é que esses projetos atraiam investimentos na ordem de R$ 100 bilhões. Para garantir a viabilidade de cada operação, o governo pode entrar com uma fatia de recursos públicos equivalente a 20% de cada projeto.
Criada em 1996 a partir da privatização da rede ferroviária federal, a atual concessão da MRS vence no ano que vem. Com a renovação antecipada desse contrato, a empresa seguirá à frente do trecho até 2056.
No ano passado, a concessionária investiu R$ 2,9 bilhões em suas operações, incluindo obras e projetos da renovação contratual, além da compra de 13 locomotivas e 561 vagões.
Em 2024, a companhia alcançou a maior receita líquida e lucro líquido de sua história, com R$ 7 bilhões e R$ 1,4 bilhão, respectivamente. O lucro líquido cresceu 229% nos últimos cinco anos, segundo seu balanço financeiro. A receita líquida quase dobro no mesmo intervalo.
O Estado de S.Paulo - SP 22/04/2025
Uma comitiva liderada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, inicia na próxima segunda, 21, uma viagem por países da Europa para apresentar a investidores detalhes do projeto do túnel que ligará as cidades paulistas Santos e Guarujá. O roteiro começa por Portugal e passa por Holanda e Dinamarca, com previsão de reuniões com empresas já interessadas no projeto.
Em Portugal, está prevista uma reunião com a empresa Mota-Engil, que possui parceria com a chinesa China Communications Construction Company (CCCC), uma das maiores construtoras do mundo. Conforme mostrou o Estadão/Broadcast, Mota-Engil e CCCC estão entre as oito interessadas no projeto. A CCCC foi responsável pela construção dos túneis submarinos da Baía de Dalian, de Shenzhen-Zhongshan e de Hong Kong–Zhuhai–Macau, considerado um dos projetos subaquáticos mais complexos do mundo.
Em Amsterdam, Costa Filho terá reuniões com as holandesas Ballast Nedam e TEC Tunnel. A Ballast Nedam possui experiências na construção de túneis imersos, como o que cruza o movimentado canal Nieuwe Waterweg em Roterdã, e o do Iraque, em fase de conclusão.
A TEC Tunnel é líder global em projetos e engenharia de túneis e tem fornecido soluções de projeto e construção para projetos de túneis inovadores, como a ligação Øresund entre a Dinamarca e a Suécia, a ligação Busan Geoje na Coreia do Sul, a conexão de 32 km entre Hong Kong, Zhuhai e Macau na China e a ligação Fehmarnbelt de 20 km entre a Dinamarca e a Alemanha.
O empreendimento faz parte de uma parceria entre os governos Federal e Estadual, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos. As obras e gestão do túnel serão feitas por concessionária a ser escolhida em leilão marcado para 1º de agosto. “O túnel resolve uma demanda antiga da região e traz dignidade à população, ajudando na mobilidade urbana, gerando empregos e renda, além de fortalecer o Porto de Santos”, avalia Costa Filho.
Incluído no Novo PAC, o túnel será a maior obra do programa federal. Atualmente, mais de 21 mil veículos cruzam diariamente as duas margens utilizando balsas e catraias, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres. Toda a estrutura terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersa. Haverá três faixas de rolamento por sentido, com uma delas para a passagem do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de pista para pedestres e ciclistas. A previsão é de que as obras sejam iniciadas ainda neste ano e concluídas em 2030.
Diário do Aço - MG 22/04/2025
Duas rodovias consideradas importantes para a logística do Vale do Aço devem receber obras de recapeamento e recuperação asfáltica nos próximos meses.
Conforme já informado pelo Diário do Aço, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já havia licitado a intervenção na BR-458, responsável por conectar o Vale do Aço à BR-116. Estão previstos o aporte de R$ 30 milhões e a revitalização de 50 Km da rodovia que tem buracos, crateras e falta de sinalização.
Segundo informações repassadas ao jornal pelo deputado estadual Celinho do Sintrocel (PCdoB), serão promovidas obras de recapeamento asfáltico e asfalto novo em pontos críticos, além de correção de ondulações, e manutenção e correção de drenagem para prevenir alagamentos e erosões.
Nesta semana, o parlamentar divulgou um áudio de uma conversa com Antônio Gabriel, superintendente Regional do Dnit no estado de Minas Gerais.
“A gente está agora dependendo efetivamente da liberação do orçamento para a Superintendência. A gente teve aprovação pelo Congresso [Nacional], falta ainda aprovação presidencial e assim que liberar essa aprovação, vai se fazer a programação para o orçamento começar a ser disponibilizado. No entanto, a gente já vai organizar uma programação com a empresa para que ela comece a fazer a execução a partir desse mês de abril e a gente comece a ter um trabalho com uma evolução mais rápida a partir do mês de maio”, garantiu Antônio Gabriel.
Estrada de Timóteo a Cava Grande
Outra rodovia que constantemente é alvo de críticas dos leitores do Diário do Aço é a MG-425, responsável por ligar Timóteo a Cava Grande, distrito localizado em Marliéria.
Ainda de acordo com Celinho do Sintrocel, nessa segunda-feira (14), o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER-MG) publicou o edital de recapeamento da estrada.
Está previsto um investimento de R$ 6.624.000,00. O cronograma de obras deve ser divulgado após a assinatura do contrato junto a empresa que irá executar o projeto.
“A MG-425 é essencial para moradores, trabalhadores e para o turismo da região do Parque Estadual do Rio Doce”, frisou o parlamentar.
A Tribuna - SP 22/04/2025
Uma possível restrição à participação de grandes armadores no leilão do futuro Terminal de Contêineres (Tecon) Santos 10, a ser instalado no Cais do Saboó (STS10), no Porto de Santos, pode comprometer a efetividade do arrendamento. É o que pensam autoridades e empresários que participaram do Encontro Porto & Mar, promovido pelo Grupo Tribuna na última segunda-feira (14), na Câmara de Santos.
A conclusão é de que quanto maior for a participação, melhor será o resultado e o valor de outorga que a empresa vencedora dará ao poder público para assumir o espaço. Entidades ligadas a terminais, porém, são contra a verticalização, quando um armador, que tem a frota de navios, também é dono de um terminal. Ou seja, fica com toda a operação.
O secretário nacional de Portos, Alex Ávila, que participou do debate, ponderou que o modelo precisa garantir segurança jurídica e efetividade no processo, com regras claras e consolidadas. “Estamos concluindo a análise das contribuições da audiência pública. Pedimos à Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) um novo estudo de concorrência, justamente por conta do tempo decorrido desde os primeiros estudos, em 2019. O cenário atual é diferente, as políticas públicas mudaram, e é nossa obrigação oferecer algo sólido e competitivo ao mercado”, afirmou Ávila.
A preocupação, segundo ele, é que o processo seja robusto e atraente, blindado contra narrativas especulativas. “Temos muita segurança com o que iremos ofertar ao mercado. E não temos dúvida de que será algo que vai proporcionar muita competição”, alertou o secretário, que aposta no maior leilão já realizado no setor portuário brasileiro.
Vice-presidente de Políticas Públicas e Regulatórias da Maersk, Danilo Veras foi enfático ao afirmar que restringir o leilão seria uma perda para o País. “A gente ainda tem discutido uma regra para tentar diminuir a participação, o que nos parece muito esdrúxulo. Seria tornar menos interessante a competição se eu não tivesse uma empresa poderosa participando junto com todas as outras nesse leilão.”
Ele diz que a JBS, por exemplo, é verticalizada e tem carga própria, mas é uma das maiores empresas do Brasil e deve participar. Veras destacou ainda que diversas empresas já manifestaram interesse, como MSC, CMA CGM, DP World e a própria Maersk, o que, segundo ele, demonstra o potencial do projeto para atrair investimentos robustos.
Apesar do entusiasmo com uma concorrência ampla, alguns alertas foram levantados sobre a necessidade de equilíbrio entre os interesses privados e o papel regulador do Estado. O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, reconheceu que grandes grupos têm influência e instrumentos legítimos para defender seus interesses, inclusive acionando órgãos de controle.
“Isso é do jogo, mas nosso papel como gestores públicos é pensar no interesse do complexo portuário como um todo”, afirmou Pomini.
Megaterminal será fundamental
Durante painel técnico promovido pelo Grupo Tribuna, especialistas do setor portuário destacaram a relevância do Tecon Santos 10 como um projeto essencial para o desenvolvimento da logística brasileira. O terminal, que será o maior da América do Sul, foi descrito como uma resposta necessária ao crescimento constante da demanda no Porto de Santos.
O consultor portuário Fabrizio Pierdomenico, que acompanha o setor há mais de duas décadas, afirmou que a Cidade e o País precisam do novo terminal. “O Porto vai crescer? Vai. O Porto tem que crescer? Sim. Precisa ter o novo terminal de contêiner? Precisa.”
Segundo ele, o volume de movimentação previsto reforça a dimensão do projeto. “São 3 milhões e meio de capacidade. É o que está projetado pelo que foi a audiência pública.” Fabrizio também destacou que o terminal já nasce com alta demanda e que em dez anos já deve estar esgotado.
Mário Povia, presidente do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), também defendeu a urgência e a importância da implantação do Tecon Santos 10. “O terminal tem que ter essa capacidade mesmo, eu acredito que é o que Santos precisa nesse momento.”
Ele destacou o crescimento do Porto como justificativa clara para a expansão. “Crescemos aí com todas as dificuldades 12%, 13%, dois dígitos nos contêineres.” Sobre a expectativa de uso do novo terminal, concordou com a projeção de utilização acelerada. “Vai ter até uma folga nos primeiros anos, mas deve esgotar em cinco ou dez anos, dificilmente (vai demorar) 20 anos.”
Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos, foi o primeiro a enfatizar o papel estratégico do projeto. “Esse assunto é extremamente importante para a logística brasileira.” Segundo ele, o terminal atende a uma visão nacional de desenvolvimento. “Porto de Santos tem que auxiliar no desenvolvimento do complexo portuário e da logística brasileira como um todo.”
Ele lembrou que o Tecon Santos 10 é fruto de anos de planejamento. E reforçou que sua implantação está inserida em uma proposta de longo prazo. “O Tecon retrata exatamente esse microssistema de uma área, com a necessidade de obras complementares de forma harmônica e que passem a funcionar ao mesmo tempo.”
Para o secretário nacional de Portos, Alex Ávila, o projeto tem uma magnitude sem precedentes. “Ele é tema mais emblemático que nós temos hoje no aspecto de ofertar capacidade para o setor de contêineres no nosso País”. Ávila ressaltou ainda que o terminal elevará significativamente o nível de serviço no Brasil.
Danilo Veras, vice-presidente de Políticas Públicas e Regulatórias da Maersk, destacou o papel do Tecon para restaurar a eficiência e a fluidez logística do País. “Eu acho que a gente tem uma oportunidade, a gente tem uma autoridade portuária, uma equipe, a coisa está acontecendo.”
Money Times - SP 22/04/2025
O governo Trump protegeu nesta quinta-feira (17) exportadores nacionais e proprietários de navios que atendem os Grandes Lagos, o Caribe e territórios dos Estados Unidos das taxas portuárias que serão cobradas sobre embarcações construídas pela China.
As taxas buscam revitalizar a construção naval dos EUA e combater o domínio marítimo chinês.
O aviso do Registro Federal publicado pelo Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês) foi suavizado em relação à proposta de fevereiro, que visava impor taxas de até US$ 1,5 milhão por escala de navios construídos na China, o que causou preocupação na indústria global de transporte marítimo.
Executivos do setor de transporte marítimo temiam que praticamente todas as transportadoras fossem afetadas por taxas cumulativas. Eles alegaram que os custos extras tornariam os preços de exportação dos EUA pouco atrativos e imporiam bilhões de dólares em custos adicionais aos consumidores norte-americanos.
O plano revisado dizia que a taxa seria aplicada uma vez por viagem em navios afetados, e não mais do que seis vezes por ano.
A agência também decidiu não impor taxas com base na porcentagem de navios construídos na China em uma frota ou em pedidos futuros de navios chineses, como havia proposto originalmente. Navios vazios que chegam aos portos dos EUA para serem carregados com exportações a granel, como carvão ou grãos, também estão isentos.
A implementação das taxas começará em seis meses. Os navios graneleiros afetados pagarão uma taxa com base no peso da carga, enquanto os navios porta-contêineres pagarão uma taxa com base no número de caixas transportadas. Não ficou imediatamente claro se essas taxas seriam menores do que as inicialmente previstas.
A decisão ocorre no aniversário de um ano do lançamento da investigação do USTR sobre as atividades marítimas da China. Em janeiro, a agência concluiu que a China utiliza políticas e práticas desleais para dominar o transporte marítimo global.
A revisão ocorreu após um tsunami de oposição pública e privada da indústria marítima global, incluindo operadores de portos e embarcações nacionais, bem como exportadores e importadores norte-americanos de todo tipo de produto, de carvão e milho a bananas e concreto.
Executivos da indústria alertaram que os contribuintes, trabalhadores e até mesmo os construtores e proprietários de navios dos EUA que o governo pretende apoiar poderiam ser prejudicados se o plano fosse adotado sem ajustes.
Operadores de navios porta-contêineres como MSC e Maersk visitam vários portos durante cada viagem para os Estados Unidos, e os executivos alertaram que as taxas aumentariam rapidamente.
O USTR realizará uma audiência em 19 de maio para discutir tarifas propostas sobre guindastes de transporte de carga, chassis que transportam contêineres e peças de chassis. A China domina a fabricação de guindastes portuários, e o USTR planeja aplicar uma tarifa de 100% sobre esses produtos.
Valor - SP 22/04/2025
A política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reduziu os preços do petróleo abaixo do ponto de lucratividade para muitos novos projetos, o que pode aumentar a pressão sobre parceiros comerciais como o Japão para comprar uma commodity que o presidente prometeu apoiar.
Durante sua campanha presidencial, Trump prometeu "perfurar, perfurar, perfurar" — aumentar a produção de petróleo para reduzir os preços da gasolina. Ele conquistou o apoio do setor de energia, que se irritou com as restrições à perfuração de combustíveis fósseis impostas pelo governo anterior, do presidente Joe Biden.
Com Trump no cargo, no entanto, a produção de energia ainda não aumentou de fato. A última contagem de plataformas de petróleo da Baker Hughes mostrou 585 plataformas ativas nos Estados Unidos até quinta-feira — 34 a menos que no ano anterior — com apenas duas adicionadas em relação à semana anterior, após três semanas consecutivas de queda. O dado de 11 de abril vinha em queda de sete semanas, o maior tombo desde junho de 2024.
Isso se deve à queda nos preços do petróleo desde que Trump assumiu o cargo em janeiro.
Após o presidente anunciar tarifas "recíprocas" abrangentes em 2 de abril, os contratos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, caíram de mais de US$ 70 por barril para até a faixa intermediária de US$ 50, a menor em quatro anos. Agora se estabilizaram na faixa de US$ 60 por barril.
"Quando os preços estão abaixo de US$ 60 ou menos — o ponto de equilíbrio para novos projetos — a produção pode cair", disse Takayuki Nogami, economista-chefe da Organização Japonesa para Metais e Segurança Energética. Uma pesquisa do setor realizada pelo Federal Reserve Bank de Dallas estimou o ponto de equilíbrio em cerca de US$ 65 por barril.
Há rumores de uma potencial queda na produção de petróleo, como ocorreu em 2021, durante a pandemia de covid-19.
Um analista da empresa de pesquisa europeia Kpler estimou que, se os futuros do WTI atingirem a média de US$ 60 em 2025, a produção diária poderá cair da estimativa original de 13,5 milhões de barris para 13,1 milhões até o final do ano.
Os preços da gasolina nos Estados Unidos caíram devido a preocupações com a desaceleração econômica, mas o setor de energia, que apoiou Trump, agora está sentindo o impacto, como mostram comentários anônimos de entrevistados na pesquisa do Fed de Dallas, divulgada em março.
"'Perfure, baby, perfure' não funciona com petróleo a US$ 50 por barril", disse um deles.
Outro disse: "Nunca senti tanta incerteza sobre nossos negócios em todos os meus mais de 40 anos de carreira."
A petrolífera Chevron planeja demitir cerca de 15% a 20% de sua força de trabalho até o final do próximo ano. A Liberty Energy — onde o secretário de energia dos Estados Unidos, Chris Wright, atuou anteriormente como executivo-chefe (CEO) — viu suas ações despencarem mais de 40% em relação à máxima de janeiro. Na segunda-feira, a Opep (cartel do petróleo) reduziu sua previsão de demanda por petróleo para este ano em resposta às tarifas do governo Trump.
De olho nas eleições de meio de mandato de 2026, Trump e os republicanos podem aumentar a pressão sobre outros países para que apoiem a indústria energética americana.
Há planos para um gasoduto de gás natural liquefeito no Alasca. O governo americano está usando o projeto como moeda de troca nas negociações tarifárias, exigindo que o Japão invista nele e compre GNL.
"Há conversas sobre um grande acordo de energia no Alasca, onde os japoneses e talvez os coreanos, talvez os taiwaneses, assumiriam grande parte da venda e financiariam o acordo", disse na semana passada o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que tem um papel de liderança nas negociações com o Japão. O governo pode então estar disposto a fazer algo em troca, acrescentou.
O projeto, que envolve conectar os campos de gás do norte a uma instalação de liquefação na parte sul do Alasca por gasoduto, envolve US$ 44 bilhões em investimentos. Mas alguns no Japão estão preocupados com os altos custos do projeto e sua lucratividade.
O governo Trump tem um histórico de usar a energia como ferramenta de negociação.
Durante a guerra comercial com a China no primeiro governo Trump, Washington e Pequim chegaram a um acordo no qual os Estados Unidos reverteriam parcialmente suas tarifas punitivas e a China compraria mais produtos fabricados nos Estados Unidos.
A China prometeu aumentar suas importações de bens e serviços dos Estados Unidos em US$ 200 bilhões ao longo de dois anos, incluindo US$ 52,4 bilhões em compras de GNL e outras energias.
Valor - SP 22/04/2025
Segundo estatal, reflete a queda da participação na produção do campo de Sépia
A parcela da União nos contratos de partilha do pré-sal em fevereiro foi de 131,42 mil barris por dia (barris/dia) de petróleo, informou a Pré-Sal Petróleo (PPSA).
Segundo a estatal, o volume é 1,5% inferior ao apurado em janeiro e reflete a queda da participação da União na produção do campo de Sépia. Essa queda, explicou a PPSA, se deu em função de um mecanismo denominado "earn out", previsto nos leilões de volumes excedentes da cessão onerosa.
O "earn out" permite à empresa contratada recuperar, com parte da produção, diferenças de valores pagos adicionalmente à União, caso o valor da cotação do petróleo do tipo Brent seja superior ao estimado inicialmente.
O volume considera oito contratos de partilha e acordos de individualização de produção (AIP) de áreas não contratadas dos campos de Atapu, Mero e Tupi, na Bacia de Santos.
"O campo de Mero segue como o maior produtor de petróleo da União, respondendo por 64% do total", disse a PPSA, em comunicado.
A União teve direito ainda, em fevereiro, a 246 mil metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás natural de cinco contratos de partilha e do AIP de Tupi.
O resultado é 59% inferior ao de janeiro, devido a paradas da exportação do campo de Búzios e pela redução dos volumes de Sépia motivados pelo "earn out".
"A expectativa é de retomada gradual dos volumes nos próximos meses, considerando que o retorno da exportação em Búzios já ocorreu em abril de 2025 e que o Earn Out é um ajuste temporário previsto nas regras dos contratos de partilha de produção", destacou a PPSA.
Produção total
Em fevereiro, a produção total dos contratos de partilha foi de 1,19 milhão de barris/dia, 4% acima do verificado em janeiro. O resultado foi puxado pela melhoria operacional de Búzios, disse a PPSA.
A produção de gás natural em fevereiro, ainda de acordo com a PPSA, caiu 10% ante janeiro, para 3,94 milhões de m³/dia, influenciada pela interrupção temporária nas plataformas P-77, P-75 e FPSO Carioca. As unidades pararam a produção por causa dos testes de interligação da plataforma P-70 ao gasoduto submarino Rota 3.
"Ainda assim, Búzios respondeu por 89% do total exportado", concluiu a PPSA.
Contratos de partilha
No contrato de partilha de produção, o Estado brasileiro é proprietário do petróleo e gás natural produzidos em áreas do pré-sal, de modo que as petroleiras atuam como operadoras. A PPSA é a responsável pela gestão de 17 contratos no regime de partilha.
Nos leilões passados e na chamada oferta permanente de partilha (OPP), as petroleiras disputam áreas no pré-sal e o critério para vitória é da oferta à União do excedente em óleo.
Excedente em óleo é a parcela da produção de petróleo e/ou gás natural a ser repartida entre a União e a empresa vencedora, segundo critérios definidos no contrato e o percentual ofertado na rodada.
Cessão onerosa
Acordo no qual o governo concedeu à Petrobras o direito de explorar e produzir até 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em áreas específicas do pré-sal.
O excedente da cessão onerosa é o volume acima do que foi contratado nos acordos de cessão onerosa, em áreas específicas do pré-sal.
Áreas não contratadas (pré-sal)
São jazidas que estão fora de uma área sob contrato. Quando um campo de petróleo qualquer, que foi licitado, inclui uma jazida que está dentro de uma área não contratada, é necessário os titulares dos direitos de exploração e produção das áreas adjacentes firmem com a União, o chamado "acordo de individualização de produção" (AIP), para o desenvolvimento e produção de uma jazida compartilhada. A União, por meio da PPSA, é a representante dessas áreas não contratadas.
Money Times - SP 22/04/2025
A Brava Energia (BRAV3) divulgou, nesta quinta-feira (17), seu relatório de certificação de reservas referente ao ano de 2025, com data-base em 31 de dezembro de 2024. A companhia júnior de petróleo possui 479 milhões de barris de óleo equivalente (boe) em reservas provadas (1P) e 605 milhões em reservas provadas mais prováveis (2P).
As reservas 1P (provadas) são as reservas de petróleo e gás que já foram confirmadas por dados técnicos e que a empresa tem certeza de que conseguirá extrair de forma lucrativa. Já as reservas 2P (provadas + prováveis): são as reservas 1P mais aquelas que a empresa acredita que também pode extrair com lucro, mas que ainda têm um grau de incerteza um pouco maior.
Segundo a Brava, 92% das reservas 1P são compostas por óleo, e os 8% restantes por gás natural. O valor presente líquido (VPL) estimado para os ativos de exploração e produção (upstream) é de US$ 8 bilhões para as reservas 1P e de US$ 10,1 bilhões para as 2P, considerando taxa de desconto de 10% ao ano e sem contabilizar imposto de renda.
A certificação cobre 100% dos ativos onshore (em terra) nas Bacias Potiguar e do Recôncavo, além de participações em campos como Atlanta (80%), Manati (45%), Peroá (100%) e Papa-Terra (62,5%). Campos como Pescada, Ubarana e o bloco BC-10 (Parque das Conchas) ficaram de fora do relatório.
Considerando a média de produção em 2024, a vida útil das reservas 1P indicadas na certificação 2025 seria de 26 anos. E considerando o pico de produção 1P previsto, seria de 12 anos.
Segundo o documento, os volumes certificados relativos a Malombe, que compõe o Polo Peroá, foram classificados como recursos contingentes (10 MMboe de 1C), condicionados à declaração de comercialidade do ativo perante a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em relação ao valor presente líquido (VPL), a petrolífera destaca que a estimativa não considera o portfólio de mid & downstream (logística, processamento, refino e venda de derivados) que detém no Rio Grande do Norte.
Atual momento da Brava Energia
A Brava Energia está promovendo mudanças em sua estratégia de operação onshore. Segundo o CEO, Décio Oddone, a petrolífera júnior está em um movimento de otimização de capex (investimentos), redução de custos e, principalmente, implementação de projetos-piloto voltados para recuperação terciária de petróleo.
O objetivo da recuperação terciária é aumentar a recuperação dos campos com um investimento menor, afirmou o CEO ao Money Times.
Oddone explica que, em um campo de petróleo novo, o reservatório geralmente possui energia suficiente para fazer com que o óleo atinja a superfície naturalmente. No entanto, à medida que a exploração avança, a pressão interna do reservatório diminui — e o petróleo, por assim dizer, “perde força” para emergir por conta própria.
Infomoney - SP 22/04/2025
Os preços do petróleo fecharam com queda de mais de 2% nesta segunda-feira (21), devido a sinais de progresso nas negociações entre os Estados Unidos e o Irã, enquanto os investidores continuaram preocupados com os ventos contrários econômicos das tarifas que poderiam reduzir a demanda por combustível.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram US$ 1,70, ou 2,5%, a US$ 66,26 por barril, após fecharem em alta de 3,2% na quinta-feira. Quinta-feira foi o último dia de fechamento da semana passada, devido ao feriado da Sexta-feira Santa.
O petróleo West Texas Intermediate dos EUA caiu US$ 1,60, ou 2,5%, para US$ 63,08 por barril, depois de fechar em alta de 3,54% na sessão anterior.
“As negociações entre os EUA e o Irã parecem relativamente positivas, o que permite que as pessoas comecem a pensar na possibilidade de uma solução”, disse Harry Tchilinguirian, chefe do grupo de pesquisa do Onyx Capital Group. “A implicação imediata seria que o petróleo iraniano não estaria fora do mercado.”
Os mercados também têm menor liquidez devido ao feriado da Páscoa, o que pode exacerbar os movimentos de preços, acrescentou.
Nas negociações, os EUA e o Irã concordaram em começar a elaborar uma estrutura para um possível acordo nuclear, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, após discussões que uma autoridade dos EUA descreveu como tendo produzido “um progresso muito bom”.
O progresso ocorre após novas sanções impostas pelos EUA na semana passada contra uma refinaria de petróleo independente chinesa que, segundo eles, processava petróleo iraniano, aumentando a pressão sobre Teerã.
Money Times - SP 22/04/2025
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio fechou 2024 com crescimento de 1,8%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O desempenho foi puxado pelo resultado no quarto trimestre (4T24), que teve alta de 4,48%.
O forte crescimento no último trimestre reverteu a tendência de um resultado anual negativo, que era observado até o 3T24. Os dados foram divulgados pelo Cepea, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O crescimento trimestral se destacou nos PIBs dos insumos (3,17%), do segmento primário, ligado ao cultivo de plantas e criação de animais (4,33%), das agroindústrias (3,72%) e dos agrosserviços (5,16%).
Pecuária em alta e agricultura em baixa no PIB do agro
O ramo pecuário registrou alta de 10,7% no 4T24, em comparação com o trimestre anterior e 12,48% se comparado ao mesmo período de 2023.
De acordo com pesquisadores do Cepea, o avanço do PIB da agroindústria de base pecuária foi influenciado pelos maiores preços e pelo crescimento na produção de carnes, pescados, couro e calçados.
No caso do agrosserviços, a expansão do PIB se deve ao crescimento da produção nos segmentos de insumos, primários e agroindustriais, o que resulta em aumento na demanda por serviços em algumas das atividades que integram o setor.
Já em relação ao ramo agrícola, o desempenho foi inferior ao de 2023, com queda de 2,19%. A queda nos preços de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas impactou a retração observada.
Além disso, o desempenho foi prejudicado pela desvalorização de commodities importantes, como algodão, milho, soja e trigo, além da retração na produção anual.
Considerando os valores consolidados do ano e o desempenho da economia brasileira como um todo, o PIB do agronegócio correspondeu a 23,2% do PIB do Brasil em 2024, ligeiramente abaixo dos 23,5% registrados em 2023.
Eae Máquinas - SP 22/04/2025
Projeção reflete a busca do produtor por recursos que tragam eficiência, maior produtividade e sustentabilidade; segmento é um dos destaques da Agrishow, que chega à sua 30ª edição sendo palco de grandes inovações
A automação no ambiente rural tem avançado significativamente, impulsionada por novas tecnologias, tornando a produção mais eficiente, rentável e, principalmente, mais sustentável. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a indústria de máquinas e equipamentos agrícolas deve registrar neste ano um aumento de 8% no faturamento e movimentar R$ 65 bilhões.
Atualmente, o setor já representa 22% das vendas da indústria nacional de máquinas e equipamentos, um percentual expressivo, mas com grande potencial de crescimento, como destaca Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, uma das entidades responsáveis pela Agrishow, a principal feira de tecnologia para o agronegócio da América Latina. “O agronegócio brasileiro está em constante evolução, buscando mais eficiência e produtividade, ao mesmo tempo em que responde às crescentes demandas por práticas agrícolas sustentáveis”, diz.
Segundo Estevão, “as máquinas agrícolas desempenham um papel crucial nesse processo, pois otimizam o uso de recursos naturais, como água e energia, enquanto melhoram os processos produtivos com foco na preservação ambiental”.
Tecnologias como Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), Big Data, drones e sensores oferecem aos produtores maior precisão no gerenciamento de suas propriedades, permitindo economias de recursos e insumos. Além de impulsionarem a adoção de práticas sustentáveis, como a rotação de culturas e o plantio direto, que são essenciais para a saúde do solo e a biodiversidade.
O uso crescente de fontes de energia renováveis, como biocombustíveis e combustíveis alternativos, tem se destacado, promovendo uma produção agrícola mais equilibrada com o meio ambiente. Esses avanços não só beneficiam a sustentabilidade local, mas também fortalecem a competitividade do Brasil no mercado global.
Esse cenário tem na Agrishow um de seus principais pontos de encontro. A feira se consolidou como um espaço estratégico para conectar produtores, especialistas e empresas que buscam soluções tecnológicas para o campo. “A Agrishow é uma vitrine onde tecnologias emergentes não apenas ampliam a produtividade, mas também propõem soluções inteligentes para a preservação dos recursos naturais. Recursos como monitoramento remoto, sensores de precisão e plataformas digitais para gestão de dados estão permitindo aos produtores uma agricultura cada vez mais integrada e responsável”, destaca Pedro Estevão.
A 30ª edição da Agrishow será realizada de 28 de abril a 2 de maio em Ribeirão Preto (SP) e contará com a participação de mais de 800 marcas expositoras. A expectativa é receber cerca de 195 mil visitantes brasileiros e de mais de 50 países.
Ingressos
Os ingressos para a Agrishow 2025 estão disponíveis desde 20 de janeiro no site oficial (agrishow.com.br). O segundo lote, com entradas a R$ 80,00, será comercializado enquanto durarem os estoques. Além da entrada, os visitantes poderão adquirir tickets de estacionamento, com valores variando entre R$ 70,00 e R$ 110,00 por dia.
Serviço:
AGRISHOW 2025 – 30ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação
Data: 28 de abril a 2 de maio de 2025
Local: Rodovia Antônio Duarte Nogueira, Km 321 – Ribeirão Preto (SP)
Horário: das 8h às 18h
www.agrishow.com.br
Sobre a Agrishow
A Agrishow 2025 é uma iniciativa das entidades: Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos, Faesp – Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo e SRB – Sociedade Rural Brasileira. O evento é organizado pela Informa Markets, líder global em promoção e conexão de audiências, conteúdo digital especializado, feiras de negócios, eventos híbridos e inteligência de mercado.
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