Grandes Construções - SP 16/10/2025
Em setembro, as exportações de sucata ferrosa apresentaram alta e atingiram 99.700 toneladas, aumento de 77,5% em comparação às 56.164 toneladas do mesmo mês de 2024.
De janeiro a setembro, as vendas externas somam 673 mil toneladas, crescimento de 20,6% em relação ao mesmo período de 2024, com 558 mil toneladas, conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia (Secex).
As empresas recicladoras exportam apenas volumes excedentes não consumidos internamente.
Atualmente, há baixo interesse na aquisição de sucata ferrosa por parte das usinas siderúrgicas no Brasil, em razão, principalmente, da importação de aço da China e da política de tributação imposta pelo governo dos EUA nas exportações, segundo o Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa).
Para Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa, com o mercado interno retraído e queda de preços da sucata ferrosa, a alternativa tem sido as exportações de volumes excedentes, como forma de manter a subsistência das empresas do setor e estimular a coleta pelos catadores e adequada destinação do insumo pelos recicladores.
“O setor está muito preocupado com esse aumento das vendas externas e a fraca demanda no mercado interno”, comenta.
“Se continuar nesse ritmo, as exportações no ano podem ultrapassar o volume do ano de 2023, quando as vendas externas atingiram 800 mil toneladas”, prevê Alvarenga.
Conforme levantamento da primeira semana de outubro, feito pela S&P Global Platts, não se vislumbra mudança nesse quadro.
“O mercado brasileiro de sucata ferrosa registrou queda de preços acompanhando os anúncios das principais usinas domésticas”, diz.
“Persiste a fraqueza dos negócios na siderurgia e o aumento da pressão por cortes de custos nas usinas”, destaca a consultoria.
PEC da Reciclagem – Após a entrega formal ao governo do Manifesto a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reciclagem, a expectativa do Inesfa é de que a PEC seja analisada em 2026, antes das eleições.
A PEC obteve 185 assinaturas dos deputados, número acima do necessário para ser avaliada, e foi apresentada sob o nº 34/2025, para análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão Especial da Casa Legislativa.
A PEC da Reciclagem propõe alteração na Constituição Federal para corrigir distorções ocasionadas pela Reforma Tributária e assegurar aos insumos reciclados tributação inferior a incidente sobre matérias-primas virgens extraídas da natureza.
Conforme Alvarenga, se aprovada, “a PEC trará importante alívio ao ciclo da reciclagem, essencial para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), desenvolvimento da economia circular e preservação do meio ambiente”.
Valor - SP 16/10/2025
Segundo ele, em vez de reclamar, é preciso adotar uma postura de solidariedade e cooperação, já que Brasil e China têm economias complementares
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, rebateu as críticas de siderúrgicas, montadoras e fabricantes de máquinas e equipamentos de que o país asiático estaria inundando o mercado com produtos subsidiados e provocando a desindustrialização no Brasil. Em resposta, ele desafiou a indústria nacional a “sair da zona de conforto” e buscar maior eficiência e inovação.
Em entrevista ao Valor, o diplomata afirmou que a competitividade chinesa resulta da escala de produção e da eficiência industrial, e não de subsídios estatais. Segundo ele, em vez de reclamar, é preciso adotar uma postura de solidariedade e cooperação, já que Brasil e China têm economias complementares. Zhu fez ainda um apelo aos empresários brasileiros para visitarem a China e conhecer de perto o modelo e os métodos de produção.
“Quantos empresários conhecem a China? Quais são? Quando visitaram a China? Precisam sair da zona de conforto (...), fazer comparações, introduzir novas tecnologias. Em vez de se queixarem, precisam fazer alguma coisa para aumentar a competitividade e explorar o mercado conjunto”, disse.
Alguns segmentos industriais dizem que o país asiático deixou de exportar apenas insumos básicos e passou a avançar também com produtos de maior valor agregado, competindo diretamente com outras indústrias locais. Por isso, cobram que o governo brasileiro seja mais firme em medidas de defesa comercial.
Zhu afirmou que medidas de defesa comercial, para ele, acabam sendo como protecionismo, que atrapalham o sistema internacional multilateral e o comércio global. Ele defendeu que Brasil e China são economias complementares e compartilham a defesa do multilateralismo, sobretudo num cenário de incertezas globais.
A declaração ocorre em meio à intensificação do debate sobre o aço importado, depois que o Instituto Aço Brasil, a Abimaq e a Anfavea — entidades que representam os setores de siderurgia, máquinas e equipamentos e montadoras — acusaram o governo chinês de adotar práticas comerciais desleais.
Cotas e investigação antidumping
O tema ganhou novo fôlego após o Brasil renovar, até 2026, o sistema de cotas e a tarifa de 25% sobre o aço que exceder o limite de importação, além de abrir uma investigação antidumping envolvendo 25 produtos de origem chinesa.
O governo brasileiro tenta equilibrar os interesses de setores que pedem proteção e o peso da parceria estratégica com Pequim. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, enquanto os Estados Unidos — críticos do modelo chinês — mantém tarifas altas sobre o aço brasileiro.
Para Zhu Qingqiao, o caminho passa por calibrar medidas defensivas sem abandonar a cooperação. “O Brasil e a China devem trabalhar juntos, aproveitando suas vantagens comparativas. Essa é a forma mais sustentável de proteger a indústria nacional”, concluiu.
"Visitem a China"
O diplomata destacou que poucos empresários brasileiros visitaram a China para conhecer como o país construiu, segundo ele, o parque industrial mais completo do mundo. Na avaliação do representante chinês, a integração produtiva sino-brasileira pode trazer ganhos mútuos, desde que o Brasil invista em eficiência e inovação. “Há muitas oportunidades para as empresas brasileiras, mas é preciso abrir-se a novos modelos de produção”, afirmou.
O presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Luiz Augusto de Castro Neves, endossou a posição do embaixador e afirmou que o protecionismo deixou de ser eficaz na economia globalizada. “A internacionalização dos processos produtivos tornou o protecionismo um instrumento ineficiente. Ele apenas encarece o produto final e reduz competitividade”, disse.
Para Castro Neves, é um exagero das siderúrgicas afirmar que o aço chinês destrói a indústria nacional. Ele defende que o país busque complementaridades com a China, explorando a participação de insumos e peças chinesas na produção local “e não apenas ter a sua viabilidade econômica garantida por subsídios, por protecionismo e por reserva de mercado”.
Em relação à indústria automobilística brasileira, o dirigente frisa que o setor foi implantado no pós-guerra, mas “nunca conseguiu ser competitiva externamente. Na verdade, a gente importava bens de capital já amortizados nos seus países de origem e fabricava um carro tecnologicamente atrasado, caro e para uso apenas no mercado interno”, disse.
Grandes Construções - SP 16/10/2025
As obras do Senna Tower, que será o edifício residencial mais alto do mundo, tiveram início no dia 29 de setembro em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina.
O arranha-céu terá 550 m de altura e 150 andares, superando todos os empreendimentos residenciais já construídos no planeta.
Ao todo, serão 228 unidades residenciais, entre mansões suspensas, apartamentos, coberturas duplex e megacoberturas triplex de até 903 m².
O projeto traz exclusividades e tecnologias inovadoras, como o uso de uma estrutura de aço inédita no Brasil, com vergalhão de aço de alta resistência CA70/S, desenvolvido pela empresa ArcelorMittal.
Criado especialmente para obras de grande porte, o material tem limite de resistência 40% maior que o aço convencional, garante a empresa.
“Com as barras, construímos uma malha de aço que vai dar sustentação ao prédio. Esse tipo específico de material racionaliza o uso do aço, tornando a obra mais leve”, afirma Luiz Fernando Negresiolo, executivo da ArcelorMittal.
Segundo estimativas, serão utilizadas entre 25 mil e 35 mil toneladas de aço na obra.
Produzido em unidades da empresa em Juiz de Fora (MG) e Piracicaba (SP), o material segue para Porto Alegre (RS), onde é cortado e armado, e depois transportado para Santa Catarina.
O edifício também contará com tecnologias aplicadas nos maiores arranha-céus do mundo, como TMD (Tuned Mass Damper) sistema que reduz os efeitos do vento e outriggers, que aumentam a estabilidade da estrutura.
Com estimativa de conclusão em 10 anos, a obra tem Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 8,5 bilhões, dos quais R$ 1,5 bilhão já foi comercializado.
O Estado de S.Paulo - SP 16/10/2025
Um dos principais analistas financeiros do mundo divulgou seu último relatório econômico na terça-feira, 14. Mas a previsão mediana do Fundo Monetário Internacional (FMI) não chega nem perto de capturar a turbulência pela qual a economia global está passando.
Mesmo enquanto o FMI preparava seu relatório, uma série de acontecimentos já estava alterando o panorama. Novas tarifas dos EUA sobre madeira, móveis e armários de cozinha importados, que devem elevar o custo da construção de casas, entraram em vigor na terça-feira. O mesmo aconteceu com a primeira rodada de aumento das taxas de entrada nos portos que a China e os Estados Unidos vão impor aos navios um do outro.
A reviravolta da roda comercial de terça-feira foi apenas um clique em uma série de repercussões desencadeadas pela promessa do presidente Donald Trump de destruir a ordem econômica mundial. Mais virão.
Na semana passada, Pequim decidiu intensificar drasticamente as restrições à exportação de metais de terras raras, materiais essenciais para a fabricação de semicondutores, celulares, turbinas eólicas e quase todos os outros aparelhos modernos. Novas restrições aos equipamentos necessários para a produção de baterias para carros elétricos também devem entrar em vigor no próximo mês.
A fúria inicial de Trump diminuiu durante o fim de semana, depois que sua resposta levou à maior queda nas ações desde abril, quando a primeira série de tarifas do presidente foi anunciada. Ainda assim, sua ameaça de aplicar uma tarifa adicional de 100% sobre as importações chinesas permaneceu no ar.
“A relação entre os EUA e a China é altamente volátil”, disse Richard Portes, professor da London Business School. “Não se sabe realmente o que esperar de um dia para o outro, e isso é típico do atual governo.”
A tensão crescente entre as duas superpotências econômicas está afetando outros países — ou seja, quase todos os países — no fogo cruzado. As restrições da China sobre metais e ímãs, por exemplo, afetariam as montadoras europeias que usam esses materiais e os transportam através das fronteiras dentro da Europa. E as taxas sobre navios fabricados na China se aplicam até mesmo a empresas de navegação não chinesas que fazem escala em portos americanos.
Na terça-feira, o governo chinês intensificou a retaliação ao adicionar cinco subsidiárias americanas da empresa de navegação sul-coreana Hanwha à sua lista de sanções, acusando as subsidiárias de “apoiar e auxiliar” os Estados Unidos em suas ações na indústria naval.
Pequim e Washington também estão essencialmente pressionando nações ao redor do mundo a tomarem partido. O México, um dos maiores compradores mundiais de carros chineses, propôs no mês passado uma tarifa de 50% sobre esses veículos, após forte pressão do governo Trump.
Enquanto isso, a Índia aproximou-se da China desde que a Casa Branca, irritada com a compra contínua de petróleo russo por Nova Délhi, impôs tarifas de até 50% sobre os produtos indianos. Em agosto, o primeiro-ministro Narendra Modi visitou a China pela primeira vez em sete anos para participar de uma conferência sobre segurança e economia — uma demonstração pública do líder indiano de que seu país tem muitos aliados caso o governo Trump continue a isolá-lo para puni-lo.
Desde que Trump assumiu o cargo, mudanças na política comercial global ocorreram tanto em alta velocidade quanto em câmera lenta, repercutindo de maneiras amplas e imprevisíveis.
Quando Trump anunciou seu plano neste verão de aplicar tarifas de 50% sobre a maior parte do aço e alumínio que entra nos Estados Unidos, os fabricantes de aço britânicos se sentiram sortudos. Seu governo já havia fechado um acordo para que seu aço fosse tarifado com apenas metade desse valor — 25%.
Mas o clima na Grã-Bretanha ficou consideravelmente mais sombrio na semana passada, quando a União Europeia anunciou seu próprio conjunto de tarifas punitivas sobre o aço importado para o bloco de 27 nações. A política foi um golpe duro para a indústria siderúrgica britânica, que envia quase 80% de suas exportações para a União Europeia.
A Grã-Bretanha, porém, não era o alvo da política — apenas uma espectadora das medidas destinadas a Pequim e Washington.
A tarifa de 50% da UE foi direcionada à China, que foi acusada de praticar dumping de aço a preços abaixo do valor de mercado no mercado global. O imposto também foi concebido com o objetivo de colocar a União Europeia em uma posição negocial mais favorável com os Estados Unidos.
“A União está pronta para trabalhar com países que compartilham da mesma opinião, com o objetivo de proteger suas economias do excesso de capacidade global”, afirmou o braço executivo da União Europeia na semana passada. “Continuaremos explorando maneiras de trabalhar em conjunto com os EUA.”
O impulso protecionista também está se tornando viral, com Canadá, Brasil e México tomando medidas para proteger suas siderúrgicas nacionais.
Apesar das frequentes mudanças na política comercial, a economia global permanecerá altamente integrada, disse Lucrezia Reichlin, professora da London Business School, mesmo com o centro de gravidade se deslocando para a Ásia e se afastando do Ocidente.
Por enquanto, o crescimento está desacelerando tanto nos Estados Unidos quanto na China, enquanto uma imprevisibilidade generalizada caracteriza as perspectivas de curto e longo prazo.
Portes, da London Business School, resumiu a dinâmica entre as duas maiores economias do mundo: “A China tem objetivos estáveis, claros e determinados. O governo Trump muda de um dia para o outro, em suas opiniões e políticas”.
“O grau de incerteza é enorme”, acrescentou, “e isso tem consequências para a economia global”.
IstoÉ Dinheiro - SP 16/10/2025
O diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Stephen Miran afirmou que defende maior celeridade no processo de flexibilização monetária porque espera uma forte desinflação nos preços de moradias, durante fórum do Nomura Research, nesta quarta-feira. Segundo ele, outros dirigentes do banco central americano concordam que a direção dos juros é de queda no momento, embora existam divergências sobre o ritmo de cortes.
“Não me deixo afetar por críticas a minha visão da política monetária”, afirmou o dirigente.
Miran disse que a política monetária está mais restritiva, considerando que a taxa neutra dos juros parece ter caído. Na visão dele, as políticas econômicas de imigração, regulação, comércio e fiscal dos EUA aceleraram mudanças no nível dos juros neutros e precisam ser analisadas em conjunto nas decisões monetárias.
Apesar de defender cortes, Miran suavizou seu discurso ao afirmar que cortes acima de 50 pontos-base (pb) não parecem ser necessários no momento, sinalizando maior cautela quanto a ajustes na política monetária.
O diretor do Fed apontou que a renovada tensão com a China, que ameaça o acordo comercial sino-americano, e a paralisação das atividades do governo reintroduzem incertezas na trajetória da economia dos EUA, que antes haviam sido dissipadas. “Isso mudou a balança de riscos. Se você estava preocupado com emprego, pode se preocupar mais sobre o mercado de trabalho nesta semana”, disse.
“Essas não são ameaças que vão acabar amanhã, embora exista uma pequena possibilidade. São questões que podem levar dias ou semanas para serem resolvidas, e controle de exportações da China ainda tem uma particularidade em relação a tarifas por afetar diretamente a cadeia de oferta de bens”, ponderou o diretor.
Contudo, Miran ressaltou que os Estados Unidos estão longe de um cenário que sinalize emergência econômica. Sobre as tarifas, o dirigente repetiu que não vê sinais de aumento na inflação de bens importados diferente do avanço nos preços de outros bens.
O Estado de S.Paulo - SP 16/10/2025
O Fundo Monetário Internacional (FMI) vê a situação fiscal do Brasil menos grave neste e no próximo exercício, mas aponta risco de um novo salto da dívida pública em 2026, ano de eleição presidencial no País. O alerta consta da mais recente edição do relatório Monitor Fiscal, publicado nesta quarta-feira, 15, em paralelo às reuniões anuais, que acontecem nesta semana em Washington, nos Estados Unidos.
O peso da dívida pública no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve alcançar 91,4% no exercício atual contra 87,3% em 2024, projeta o FMI. Apesar da alta superior a 4 pontos porcentuais de um ano para o outro, a estimativa é menor que a divulgada pelo organismo em abril, de 92%.
Para 2026, a projeção também foi suavizada, mas indica novo salto. O FMI espera que a dívida pública em relação ao PIB do Brasil avance a 95,0% no próximo ano, abaixo dos 96% estimados em abril. Se as projeções do fundo se confirmarem, o País atingirá o maior nível de endividamento desde 2020, quando as políticas fiscais foram flexibilizadas no mundo para sustentar as economias durante a pandemia. Na ocasião, a dívida pública como proporção do PIB brasileiro chegou a 96%.
O FMI calcula uma deterioração de mais de 11 pontos porcentuais (pp) no endividamento do Brasil ao longo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O porcentual, porém, é menor que o estimado em abril, quando o órgão apontava impacto de 12 pp. Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, houve melhora de quase 1 pp, segundo o fundo.
Quanto às metas fiscais, o FMI manteve as projeções já pioradas em abril. O fundo espera déficit primário de 0,6% do PIB neste ano, ante 0,2% em 2024, e segue descartando que o País volte ao azul no Lula 3. A meta do governo é resultado primário zero, com margem de 0,25% do PIB para cima ou para baixo.
O governo do presidente Lula sofreu uma derrota no campo fiscal com a derrubada da medida provisória (MP) que buscava alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O revés teria sido um dos motivos para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelar sua participação nas reuniões anuais do FMI. Ele alegou que permaneceria no País para o “cumprimento de agendas oficiais”.
O ministro da Fazenda negou, nesta terça-feira, 14, que o governo cogite alterar a meta fiscal do próximo ano, que aponta para um superávit primário de 0,25% do PIB. Haddad se reuniu nesta quarta com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para apresentar uma lista dos “cenários” para receita e despesa na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, cuja votação foi adiada a pedido do governo após a derrota no caso da MP alternativa à alta do IOF.
O FMI não acredita, contudo, que o governo vai conseguir entregar o primeiro superávit primário no último ano de Lula 3, mas espera que o déficit primário se reduza para 0,4% do PIB brasileiro no próximo ano.
O Brasil só deve arrumar a casa do ponto de vista fiscal no próximo governo, segundo o cenário traçado pelo FMI. O organismo projeta superávit primário de 0,3% do PIB em 2027. Depois, o fundo prevê melhora gradual, com o indicador atingindo 1,4% em 2030, fim do próximo mandato.
CNN Brasil - SP 16/10/2025
As tensões comerciais entre Estados Unidos e China escalaram após Donald Trump ameaçar encerrar alguns laços comerciais com o país asiático. A declaração surge em resposta à significativa redução nas compras de soja americana pela China, que Trump classificou como "um ato economicamente hostil". Análise é de Gabriel Monteiro, analista de economia e âncora do CNN Money, ao CNN Novo Dia.
As exportações chinesas para os Estados Unidos registraram queda de 27% em setembro, marcando uma sequência de declínios mensais. A China tem direcionado suas compras de soja para outros mercados, principalmente o Brasil, que já exportou 80% de sua produção para o mercado chinês.
Impacto no mercado de soja
A situação preocupa especialmente os produtores americanos, uma vez que a safra nos Estados Unidos começa em setembro. Com estoques limitados na Argentina e no Brasil, especialistas preveem que a China eventualmente precisará recorrer ao mercado americano nos próximos meses. Desde abril, o país asiático aplica uma tarifa de 20% sobre a soja americana.
Como retaliação, Trump sinalizou a possibilidade de interromper as importações de óleo de cozinha usado da China, produto utilizado na produção de biodiesel nos Estados Unidos. "Este fato já não é necessariamente catastrófico, porque a China não vem vendendo tanto", explica Monteiro. "As pautas de biocombustíveis vem perdendo força dentro da administração de Trump e já há tarifas sob este produto". Contudo, a medida representa um aceno político aos produtores de soja americanos, que demandam uma resolução imediata para o conflito.
"Estamos vendo, nos últimos dias, esta guerra comercial escalando", destaca o analista. "Apesar de o discurso das autoridades vez ou outra dar indicativos de que tudo pode ser solucionado com o encontro entre Xi Jinping e Trump no final deste mês". Ambos os países implementam medidas comerciais restritivas. A China limitou a exportação de terras-raras para os Estados Unidos, que responderam com tarifas de 100%. Além disso, Pequim sancionou um estaleiro sul-coreano com unidades nos Estados Unidos, ampliando o alcance das disputas comerciais.
Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN.
O Estado de S.Paulo - SP 16/10/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se encontrar nesta quarta-feira, 15, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para apresentar o cardápio de medidas para tentar compensar a queda da medida provisória 1303, que sequer foi votada pela Câmara na semana passada e perdeu a validade. Com a derrota, a equipe econômica perdeu cerca de R$ 20 bilhões em receitas previstas para o ano que vem e R$ 15 bilhões em redução de gastos.
Entre as propostas sobre a mesa estão medidas que já estavam contidas na MP, mas que podem ser apresentadas sob forma de projetos de lei. Além disso, atos que dependem apenas do Poder Executivo, como a assinatura de decretos, estão entre as possibilidades, como um novo aumento nas alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), como mostrou o Estadão. Segundo Haddad, a decisão final caberá ao presidente Lula.
Nesta terça-feira, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Haddad afirmou que a derrubada da MP deixou o Orçamento de 2026 desequilibrado, e que, com a falta de recursos haveria consequências para o País, incluindo o corte de emendas parlamentares, que podem passar de R$ 7 bilhões.
“Não é questão simples para resolver; então, se a gente tiver uns dias para verificar, primeiro, se há uma possibilidade, como vários senadores colocaram aqui, de revisitar esses temas”, disse Haddad, no Senado. O ministro afirmou que taxar bancos, bets e bilionários só são injustiças “na cabeça de quem é mal-informado”.
Com o impasse — além das discussões sobre a elaboração de um calendário de emendas — a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026, prevista para a terça-feira, foi adiada para a semana que vem, segundo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Na manhã desta quarta-feira, Haddad se encontra com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Já o presidente Lula chega a Brasília às 14h30, mas o encontro com o Haddad ainda não consta na agenda oficial.
Veja abaixo o cardápio que será apresentado a Lula.
Tributação das bets
Na última quinta-feira, 9, a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados apresentou um projeto de lei para aumentar de 12% para 24% a cobrança de imposto sobre o ganho das bets. A medida atinge a receita das empresas, mas preservando o ganho dos apostadores.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), foi às redes sociais pedir uma campanha nacional de filiados e simpatizantes do partido para um abaixo-assinado que pressione os deputados.
“A turma que derrotou a medida provisória vai ter uma resposta da sociedade. Vamos taxar as bets porque o estrago que está feito nas famílias brasileiras é enorme”, disse Farias.
Para além das contas públicas, o PT também fez um cálculo político com a medida, porque a taxação agrada ao público evangélico, que vê nas bets uma prática que retira dinheiro não só das famílias, mas também das igrejas.
Compensação tributária
A principal medida contida na medida provisória era a limitação das compensações tributárias, por parte das empresas. Pelas contas da equipe econômica, isso seria capaz de gerar um aumento de receitas de R$ 10 bilhões em 2026.
A proposta pode voltar agora por meio de um projeto de lei. Segundo a Fazenda, hoje há empresas usando a compensação tributária mesmo quando não há documentos comprovando arrecadação.
Com a medida, o documento será obrigatório. Além disso, a empresa ficará vedada de compensar crédito de PIS/Cofins quando o tributo não tem relação com a atividade econômica do contribuinte.
Fintechs
Lula afirmou em entrevista a uma rádio da Bahia na última semana que o governo vai insistir na tributação do sistema financeiro, sobretudo as “fintechs”.
“Volto na quarta-feira, 15, a Brasília, aí, sim, vou reunir o governo para discutir como vamos propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs, que hoje tem fintech maior que banco, paguem o imposto devido a este País”, declarou Lula.
O tema tem colocado de lados opostos os grandes bancos e as chamadas fintechs, ou bancos digitais que cresceram nos últimos anos pagando menos impostos e não tendo custos com agências físicas.
Hoje, os bancos pagam 20% de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), enquanto as fintechs pagam 9%. A proposta original do governo era subir a cobrança das fintechs para 15%. Após acordo na Comissão Mista que analisou a MP no Congresso, o deputado Carlos Zarratini (PT-SP), concordou em estabelecer a mesma alíquota para todos, em 18%.
Novo aumento do IOF
Em conversa com parlamentares antes mesmo da queda da MP 1303, Haddad havia sinalizado que o governo poderia voltar a subir alíquotas de IOF.
A medida tem duas vantagens para o governo: significa aumento direto de arrecadação, além de depender apenas da edição de um decreto, sem a necessidade de votação pelo Legislativo.
O risco da ideia, contudo, como mostrou o economista Felipe Salto em entrevista ao Estadão, é de o tema ser judicializado e cair no Supremo Tribunal Federal (STF). Em decisão recente, o ministro Alexandre de Moraes autorizou ao governo subir as alíquotas do imposto, mas desde que houvesse uma justificativa regulatória, se não apenas com viés de arrecadação. Como o aumento viria logo após a derrubada da MP, o governo teria dificuldades de seguir essa tese.
Cortes de gastos
A equipe econômica também avalia formas de reapresentar medidas contidas na MP sobre cortes de gastos, entre elas, a limitação orçamentária para o pagamento do seguro-defeso, o prazo máximo de 30 dias de validade para o auxílio-doença sem ser concedido de forma presencial, por meio do Atestmed, e a inclusão dos gastos do Pé-de-Meia no piso da educação.
Monitor Digital - RJ 16/10/2025
A economia dos EUA praticamente não mudou desde o início de setembro, confirmou o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) em seu Livro Bege, um documento que fornece uma avaliação detalhada da economia pelos 12 bancos centrais regionais do país.
O relatório constatou que três dessas regiões conseguiram registrar um crescimento “leve a modesto”, cinco permaneceram estáveis e quatro registraram “leves” declínios na atividade.
Os gastos gerais dos consumidores, especialmente com produtos de varejo, diminuíram um pouco nas últimas semanas, embora as vendas de automóveis tenham sido impulsionadas em alguns distritos pela forte demanda por veículos elétricos antes do fim do programa federal de redução de impostos.
Entretanto, segundo o Fed, famílias de baixa e média renda continuaram a aproveitar as vendas e as pechinchas para compensar o aumento dos preços e a “elevada incerteza econômica”.
Com relação aos preços, vários distritos indicaram que os custos de insumos aumentaram em um ritmo mais rápido devido aos preços mais altos das importações e aos custos mais altos de serviços como seguros, assistência médica e novas tecnologias.
“Algumas empresas [apesar das tarifas] mantiveram seus preços de venda praticamente inalterados para manter a participação no mercado ou em resposta à reação negativa dos clientes […]. Ainda assim, houve também relatos de empresas de manufatura e varejo que repassaram integralmente o aumento dos custos de importação a seus clientes”, explicou o Fed.
Fed confirma economia lenta e que demanda dos consumidores dos EUA pouco se alterou
A demanda por serviços de lazer e hospitalidade por parte dos turistas internacionais continuou a diminuir durante o período em análise, embora o turismo de luxo tenha apresentado um bom desempenho. Por outro lado, a demanda dos consumidores dos EUA ficou praticamente inalterada.
A atividade industrial variou de acordo com o distrito, mas a maioria relatou “condições desafiadoras” devido às tarifas e à queda da demanda geral. A agricultura, a energia e o transporte pioraram de modo geral nos distritos para os quais havia dados disponíveis.
Por outro lado, as condições no setor de serviços financeiros e em outras áreas sensíveis à taxa de juros, como imóveis residenciais e comerciais, foram “mistas”.
As perspectivas variaram entre regiões e setores econômicos. A confiança melhorou em alguns distritos, já que se esperava que a demanda aumentasse nos próximos seis a 12 meses. Entretanto, outras áreas continuaram a presumir que a incerteza pesará sobre o dinamismo macroeconômico.
Os níveis de emprego permaneceram “razoavelmente estáveis” nas últimas semanas, e a demanda de mão de obra foi moderada em todos os distritos e setores.
Na maioria das áreas, observou-se que as empresas reduziram os níveis de pessoal por meio de demissões ou não renovação de vagas devido à incerteza, mas também devido ao investimento em IA. Os salários cresceram em um ritmo modesto ou moderado.
Incertezas da economia dos EUA se refletem nos portos
A incerteza contínua na política comercial dos EUA e as frequentes elevações das tarifas estão exercendo pressão constante sobre a estabilidade da cadeia de suprimentos, afirmou Gene Seroka, diretor executivo do Porto de Los Angeles.
Em uma entrevista recente ao APLL Pulse Podcast, que aborda tópicos relacionados à gestão da cadeia de suprimentos, Seroka afirmou que o porto registrou um aumento de cerca de 5% no volume de carga até agora neste ano.
No entanto, por trás desses números, está o que ele descreveu como uma montanha-russa de interrupções causadas por mais de uma centena de anúncios comerciais e tarifários de Washington.
“Em maio, as pessoas pisaram no freio após a implementação dessas tarifas altíssimas”, disse Seroka. “Depois que essas políticas foram flexibilizadas e os prazos estendidos, vimos uma enxurrada de cargas chegando.”
Seroka observou que, para lidar com os desafios, muitos importadores estadunidenses — que precisam pagar tarifas à Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA antes de retirar suas cargas — têm antecipado as remessas para se antecipar a potenciais aumentos de tarifas.
No entanto, Seroka alertou que a instabilidade na política comercial continua a afetar as redes logísticas nacionais e globais.
Exportações não sobem mesmo com dólar fraco
Seroka afirmou que as políticas comerciais do governo também, “sem dúvida” criaram um obstáculo às exportações, apesar do enfraquecimento do dólar, o que normalmente tornaria os produtos dos EUA mais competitivos no exterior.
Ele atribuiu essa tendência contraintuitiva às relações tensas com os parceiros comerciais tradicionais do país, que reduziram a demanda global por produtos americanos.
“Devido à postura que alguns adotaram em relação à política comercial, alguns de nossos parceiros comerciais mais tradicionais e históricos estão fechando acordos com outros países e sem os Estados Unidos”, disse ele.
Ele observou que a mudança no ambiente comercial também remodelou os padrões de carga no Porto de Los Angeles.
Olhando para o futuro, Seroka afirmou que, embora as operações portuárias permaneçam fortes, a confiança empresarial nos Estados Unidos está frágil devido às políticas do governo Trump.
“Infelizmente, o que ouço de muitas empresas é que elas continuam apertando o botão de pausa. Vimos os números de empregos dos últimos quatro meses e, de fato, esta semana eles não serão divulgados por causa da paralisação do governo federal”, disse ele.
“Mas, falando realisticamente, o investimento de capital está baixo, decisões de longo prazo não estão sendo tomadas, as contratações estão muito lentas e as pessoas estão apenas esperando que essa política comercial se torne permanente para que possam entender o que ela significa, quais são as regras básicas e, então, começar a trabalhar”, observou.
Exame - SP 16/10/2025
Os preços ao consumidor voltaram a cair em setembro na China, mais do que o esperado, em um contexto de gastos baixos dos lares e pressão deflacionista persistente.
O gigante asiático enfrenta dificuldades com suas exportações e um consumo interno fraco desde a pandemia de Covid-19, devido, em particular, à crise prolongada no setor imobiliário.
Deflação e suas implicações para a economia chinesa
O índice de preços ao consumidor (IPC), um indicador-chave da inflação, caiu 0,3% em setembro em comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Escritório Nacional de Estatísticas.
A queda foi maior do que o previsto por economistas consultados pela agência Bloomberg (-0,2%), mas menor do que a registrada em agosto (-0,4%).
Embora apreciada pelos consumidores, a deflação é considerada um fenômeno perigoso para a economia, pois incentiva as famílias a adiar as compras, na esperança de que os preços caiam ainda mais.
Impacto da guerra comercial e desafios econômicos
A pressão econômica sobre a China aumentou com a guerra comercial lançada pelos Estados Unidos no começo do ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou nesta terça-feira que "um reequilíbrio" em direção ao consumo por meio de medidas orçamentárias poderia ajudar Pequim a conter a ameaça deflacionista.
Valor Investe - SP 16/10/2025
Segundo o banco, o desempenho da mineradora brasileira continua sólido, com crescimento de volume e forte controle de custos
O cenário resiliente do minério de ferro, girando em torno de US$ 100 a tonelada, leva o BTG a acreditar no potencial da Vale (VALE3) pagar dividendos extraordinários, tema que a administração agora aborda com mais convicção.
Segundo o banco, o desempenho da mineradora brasileira continua sólido, com crescimento de volume e forte controle de custos, somando fatores que, combinados aos preços firmes, devem se traduzir num terceiro trimestre robusto.
“As coisas parecem melhores do que esperávamos, e gostamos do que estamos vendo da administração”, dizem os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi. Ainda assim, eles acrescentam que falta o suporte de avaliação necessário para um “upgrade”, mas que pode mudar caso a expansão de Simandou ocorra de forma menos disruptiva do que o previsto.
Revista Mineração - SP 16/10/2025
As importações de minério de ferro pela China em setembro atingiram recorde para um único mês, com um aumento de 10,6% em relação ao mês anterior. O resultado reflete a melhora na demanda e preços mais altos, que fizeram com que as mineradoras aumentassem os embarques.
No total, a China importou 116,33 milhões de toneladas de minério de ferro no mês passado, ficando acima de 100 milhões de toneladas pelo quarto mês consecutivo. Os dados são da Administração Geral de Alfândega e o volume importado em setembro superou em 11,7% as 104,13 milhões de toneladas registradas no mesmo mês de 2024.
Os preços do minério de ferro permanecem acima dos US$ 100 por tonelada desde julho. O preço médio do produto subiu 5,3% em julho na comparação com o mês anterior e, em seguida, avançou 2,5% em agosto e 3,6% em setembro, segundo dados da consultoria Steelhome.
A demanda na China, maior consumidora de minério de ferro, também aumentou depois que algumas usinas retomaram a produção após as restrições impostas por um desfile militar no início de setembro.
A produção média diária de metal quente, normalmente um indicador da demanda de minério, subiu para 2,42 milhões de toneladas no final de setembro, de 2,4 milhões de toneladas no final de agosto, segundo dados da consultoria Mysteel.
Nos três primeiros trimestres de 2025, as importações de minério de ferro da China totalizaram 917,69 milhões de toneladas, mantendo-se estáveis em relação ao ano anterior.
InfraRoi - SP 16/10/2025
A Coalizão Minerais Essenciais, iniciativa que reúne 14 entidades e empresas do setor de mineração, apresentou na última quinta-feira (9/10) um estudo que aponta caminhos potenciais para reduzir em até 90% suas próprias emissões de carbono e contribuir para a diminuição das emissões totais do Brasil até 2050. O relatório foi apresentado ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, para mostrar que o setor brasileiro de mineração tem potencial de reduzir as emissões globais da cadeia do aço e apoiar o processo de eletrificação global.
O estudo analisou três escopos de contribuição da mineração para a descarbonização e a transição energética global. O primeiro, voltado para a diminuição de emissões da própria atividade de mineração, apontou redução potencial de até 80% das emissões do setor e a neutralização de cerca de 14% das emissões, levando a uma redução total de cerca de 90% até 2050.
Foram estipuladas cinco alavancas para que esse cenário seja atingido:
eficiência energética; uso de biocombustíveis; expansão do uso de eletricidade de fontes renováveis; eletrificação de frotas e equipamentos; e recuperação de áreas degradadas para neutralizar emissões residuais. Reduzindo as emissões na cadeia global de metais e o potencial de eletrificação
Um segundo eixo, dedicado a contribuições para reduzir as emissões da cadeia global do minério de ferro, indicou que as diminuições podem chegar a 110 MtCO2e em 2050 por meio de produção de insumos para o aço de baixo carbono. Essa redução seria o equivalente a oito vezes as emissões anuais da mineração brasileira em 2022. Para chegar nela, será preciso apostar nas pelotas e briquetes para rota de redução direta, além de reduzir as emissões em atividades como pelotização, transporte ferroviário e navegação internacional.
Já em relação aos minerais de transição energética – como cobre, níquel, bauxita, lítio, terras raras, entre outros – a Coalizão estima que o setor mineral brasileiro pode dobrar a produção desses minerais até 2050. A iniciativa levaria a uma redução das emissões totais do país de até 300 MtCO2e por ano em 2050, o equivalente às emissões totais dos estados de São Paulo e Minas Gerais somadas em 2023.
Esse cenário leva em conta o aumento da produção global de veículos elétricos para até 38 milhões adicionais em 2050, e a expansão da capacidade instalada de geração de energia eólica de até 830 GW adicionais e de energia solar de até 610 GW adicionais em todo o mundo em 2050, além da expansão de redes elétricas e sistemas de armazenamento de energia.
Estudo leva em conta “ambiente favorável”
O estudo ressalta também que o potencial de contribuição da mineração brasileira depende da construção de um ambiente favorável, articulado em torno de cinco pré-requisitos:
melhorias no cenário regulatório-econômico, com a entrada em vigor da precificação de carbono; maior acesso a tecnologias com maturidade técnica e viabilidade econômica; redes de logística, energia e armazenamento com capilaridade e capacidade suficientes; instrumentos financeiros “verdes” e taxonomias sustentáveis consolidadas; e um “prêmio verde”, um pagamento adicional por produtos de menor pegada de carbono, além de incentivos ao longo da cadeia de valor para a promoção de práticas como a circularidade. Coalizão destaca potencial da mineração para a diminuição das emissões
A Coalizão Minerais Essenciais diz que o estudo mostra que a transição energética global está diretamente vinculada à mineração e que o Brasil está posicionado estrategicamente neste cenário, por possuir uma das maiores diversidades geológicas do mundo, um setor mineral desenvolvido e uma matriz elétrica renovável, entre outros fatores. A iniciativa da Coalizão é liderada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a Vale e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Para Marina Grossi, presidente do CEBDS, a iniciativa é o ponto de partida de um processo para transformar a teoria proposta pelo estudo em implementação para uma economia de baixo carbono. “Nesse movimento, a Coalizão de Minerais assume papel estratégico ao propor caminhos concretos para descarbonizar sua cadeia e apoiar a transição energética global”, afirmou na apresentação do estudo.
O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, considera o engajamento do setor privado essencial para a agenda climática avançar no Brasil. “Principalmente num momento como este, em que os minerais de transição energética ganham relevância na geopolítica mundial. O Brasil está no centro dessa discussão, pois tem enorme potencial de produção desses minerais, além de ser um dos maiores produtores de minério de ferro de alta qualidade, essencial para a descarbonização da siderurgia”, avalia.
“O relatório mostra que a mineração é um pilar essencial da solução para a crise climática”, afirma Raul Jungmann, presidente do Ibram. “O Brasil possui uma vantagem competitiva única, com diversidade geológica e uma matriz elétrica limpa. O estudo mostra que estamos prontos para fornecer os minerais que o mundo precisa para construir uma economia de baixo carbono, mas não podemos fazer isso sozinhos.”
O Estado de S.Paulo - SP 16/10/2025
De olho no mercado de minério de ferro de alto teor e maior valor agregado, a Cedro Mineração tem um plano de investir US$ 640 milhões (R$ 3,5 bilhões) em uma nova mina em Mariana (MG). O projeto prevê a produção anual de 5 milhões de toneladas de minério com 67% de teor de ferro, que é atualmente cobiçado para fabricação de aço, já que permite menor emissão de dióxido de carbono (CO2) por siderúrgicas.
Para ter viabilidade econômica no projeto, a Cedro firmou um acordo de arrendamento de reservas de minério da Vale ao lado de mina que já opera em Mariana, que é de menor porte e faz outros tipos do minério. Ao juntar as duas reservas, a companhia do grupo Cedro, controlado pelo empresário Lucas Kallas, fará uma nova cava de extração, mais ampla, e montará uma instalação industrial que vai concentrar o minério. O produto final será o pellet-feed de redução direta (PFRD).
“Para a Vale, uma mina como essa é pequena; para a Cedro, é um bom projeto”, afirmou ao Estadão o vice-presidente Comercial e de Estratégia & Projetos, Fabiano de Carvalho Filho. O acordo é de longo prazo, de mais de 15 anos, segundo o executivo. E envolve ainda a venda direta do produto para a Vale, colocado em um terminal da própria mineradora ao lado da centenária Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que transporta minério de Minas Gerais para o porto de Tubarão, da Vale, em Vitória (ES).
Geralmente, o pellet-feed é utilizado para alimentar instalações de pelotização, gerando minério aglomerado (na forma de pelotas) de dois tipos: uso em usinas de redução direta (PFRD), comercializado no mercado em até US$ 180 a tonelada, e a pelota de alto-forno (cerca de US$ 160). O minério que a Cedro produz atualmente (sinter-feed e hematitinha), o mais comum no mundo, é cotado na China na faixa de US$ 100 a US$ 110 a tonelada.
A Vale tem a logística férrea de transporte e opera um complexo de pelotização em Vitória com várias usinas de processamento de pellet-feed. “Há uma demanda em alta no mundo e a Vale, com logística ferroviária e portuária, é um comprador natural. O plano da Cedro é fazer um projeto modelo em termos de meio ambiente, com modernas tecnologias comprovadas e parceria com um grande cliente”, diz José Carlos Martins, conselheiro da Cedro Participações.
A Cedro, informam os executivos, já deu entrada com pedido de licenciamento ambiental para a nova mina em Mariana, e está na fase final da engenharia básica do projeto. A expectativa é estar com tudo pronto até o fim do primeiro trimestre de 2026 e iniciar obras de abertura de cava logo a seguir. O passo seguinte é montar a unidade industrial de concentração de minério, cujas partes serão encomendadas a fornecedores do Brasil, Índia, China e Europa. O cronograma prevê início de produção no último trimestre de 2028 ou início de 2029.
Procurada para falar sobre o acordo com a Cedro, a Vale emitiu uma nota: “A operação que envolve o arrendamento de direito minerário de titularidade da Vale à Cedro Mariana foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), contudo, ainda está em análise pela Agência Nacional de Mineração (ANM), conforme a regulamentação vigente aplicável”.
Logística ferroviária e portuária
O pellet-feed para redução direta da Cedro, com baixo teor de fósforo, alumina e sílica (elementos contaminantes), será voltado à exportação. Os principais mercados são países com disponibilidade de gás natural, usado como insumo, caso de Oriente Médio e Norte da África.
Segundo Carvalho, a distância da mina ao terminal da Vale até a ferrovia é de 19 km e o projeto prevê a construção de uma correia transportadora, que será uma das maiores do Brasil. A correia será encapsulada para não haver dispersão do minério — superfino — e a ideia é montar painéis solares sobre o equipamento para gerar a energia demandada pelos motores de propulsão da correia, informa Martins.
Cedro e Vale já têm relações comerciais. Da atual produção da empresa em Mariana, em torno de 3 milhões de toneladas por ano, a mineradora compra metade e o restante é vendido para Gerdau e produtoras de ferro-gusa de Minas Gerais. O minério é levado até a ferrovia da Vale em caminhões. “Nosso plano é vir a usar caminhões movidos a biometano. Já estamos fazendo testes”, diz o vice-presidente. Para o novo projeto, o foco, por ora, é uso da correia transportadora encapsulada.
Arrendamento de certas reservas de minério de ferro, que não justificam alocar capital em uma mina de pequeno porte, está na estratégia da Vale. Acordos como esse são feitos com mineradoras de médio porte, como a Cedro e várias outras que operam em Minas Gerais. Foi o caso com a Itaminas, de Sarzedo, que firmou acordo com a Vale, no fim de 2024, para exploração da mina da Jangada, em Brumadinho. A Vale não deu detalhes sobre esse formato de parcerias.
Para Martins, a produção desse tipo de minério é cada vez mais um processo industrial — não apenas a extração pura e simples de minério do subsolo. “Isso requer plantas industriais com todas as tecnologias recentes, automatizadas, operação com comunicação 5G e até via satélite. Nosso plano é ter uma mineração 4.0, sem barragem, com empilhamento a seco do rejeito. Além da licença ambiental, temos de ter a social.” Veículos elétricos e autônomos já são comuns em grandes operações de minas mundo afora.
Segundo Carvalho, a Cedro vai utilizar 30% de capital próprio para o projeto e 70% na forma de dívida. Como outras empresas do setor, a ideia é também buscar financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atualmente, a Cedro Mineração, com duas unidades de produção — Mariana e Nova Lima — produz 7 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
A empresa prevê 1,5 mil empregos durante as obras de construção da nova mina e 300 diretos na operação quando entrar em funcionamento, além de 1,5 mil indiretos. A Cedro informa que quer reforçar seu apoio ao município de Mariana, com ações voltadas à educação, cultura e esportes. Diz já ter alocado R$ 50 milhões em projetos sociais.
Há dez anos, Mariana viveu a tragédia do rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, que causou um desastre ambiental, social e econômico de grande proporção. Era operada pela mineradora Samarco. O acordo final de reparação firmado com autoridades do País um ano atrás foi de R$ 170 bilhões. A Samarco, com suas acionistas Vale e BHP, já desembolsou cerca de R$ 40 bilhões. A empresa voltou a produzir, gradualmente, desde o final de 2020 — sem barragens.
Infomoney - SP 16/10/2025
Os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta quarta-feira pela segunda sessão consecutiva, impulsionados por preocupações com as perspectivas de demanda decorrentes do agravamento da disputa comercial entre China e EUA e do aumento dos estoques de aço na China.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que Washington estava considerando encerrar alguns laços comerciais com a China.
Em outro sinal de tensões entre as duas maiores economias do mundo, que pesaram sobre o sentimento do mercado e pressionaram os preços das commodities, EUA e China começaram a cobrar, na terça-feira, taxas portuárias adicionais das empresas de transporte marítimo um do outro.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com perda de 1,46%, a 776,5 iuanes (US$108,97) por tonelada. O contrato atingiu uma mínima de mais de um mês na terça-feira.
O minério de ferro de referência para novembro na Bolsa de Cingapura caiu 0,45%, para US$104,7 por tonelada.
Também pesou sobre os preços do principal ingrediente siderúrgico o acúmulo de estoques de aço, o que pode pressionar as cotações do produto, reduzir as margens de lucro e enfraquecer o apetite das usinas por novas matérias-primas.
“Os dados mais recentes mostraram que os estoques de aço continuaram a acumular, alimentando preocupações sobre as perspectivas de demanda de minério”, disse Zhuo Guiqiu, analista da corretora Jinrui Futures.
“A produção de metais quentes pode sofrer novas quedas em meio a perdas cada vez maiores em algumas usinas.”
No curto prazo, entretanto, a demanda de minério permaneceu forte, dando suporte aos preços, de acordo com analistas da Everbright Futures.
A produção diária de aço bruto entre as siderúrgicas associadas nos primeiros 10 dias de outubro subiu 7,5% em relação ao nível correspondente de 10 dias em setembro, segundo dados da Associação de Ferro e Aço da China.
O Estado de S.Paulo - SP 16/10/2025
A Geely, uma das maiores montadoras da China, apresentou seu novo navio destinado à exportação de automóveis: o Jisu Glory. Com capacidade para transportar até 7 mil veículos por viagem, a embarcação já iniciou sua primeira rota internacional.
Esse é o segundo navio Ro-Ro (sigla para Roll-on/Roll-off, usada para designar cargueiros especializados no transporte de carros) construído pela própria Geely — e também o maior já desenvolvido pela empresa. Assim como faz a BYD, a marca busca assumir todo o controle da sua cadeia logística global, reduzindo custos e tornando o processo de exportação mais eficiente.
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O Jisu Glory possui 12 conveses, distribuindo os veículos de forma estratégica, e mede 200 metros de comprimento por 38 metros de largura. Ele conta ainda com sistemas de segurança e ventilação projetados especialmente para veículos elétricos e movidos a hidrogênio, refletindo a aposta da Geely em novas tecnologias.
Navio é movido a gás natural liquefeito (GNL)
No campo ambiental, a embarcação é movida a gás natural liquefeito (GNL), combustível que, segundo a montadora, diminui de forma significativa as emissões de óxidos de nitrogênio e enxofre, tornando suas operações marítimas mais sustentáveis.
O lançamento do cargueiro acontece em meio a um crescimento histórico das exportações da Geely. Somente no primeiro semestre de 2025, a empresa enviou mais de 184 mil veículos a destinos como Brasil, Austrália e países da Europa.
Dessa forma, não será surpresa ver o Jisu Glory atracando em portos brasileiros nos próximos meses, afinal, a Geely já comercializa o SUV EX5 por aqui e planeja trazer em breve o EX2, seu modelo mais vendido na China.
Antes disso, o navio seguirá para a Europa, transportando veículos não apenas da Geely, mas também de suas submarcas Lotus, Smart, Farizon e Zeekr, esta última, inclusive, já com presença confirmada no Brasil. A montadora confirmou que o Jisu Glory será utilizado em rotas globais, atendendo diversas bases ao redor do mundo.
Money Times - SP 16/10/2025
As vendas globais de veículos elétricos e híbridos plug-in aumentaram 26% em setembro em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de 2,1 milhões de unidades, impulsionadas pela forte demanda na China e por uma corrida tardia por incentivos fiscais nos Estados Unidos, segundo dados da empresa de pesquisa de mercado Rho Motion divulgados nesta quarta-feira (15).
A China foi responsável por cerca de dois terços das vendas globais, com cerca de 1,3 milhão de unidades, enquanto a América do Norte também atingiu um recorde, com norte-americanos correndo para garantir incentivos antes que expirassem, disse o gerente de dados da Rho Motion, Charles Lester.
A China é o maior mercado de automóveis do mundo e responde por mais da metade das vendas globais de veículos eletrificados, que nos dados da Rho Motion incluem veículos elétricos e híbridos plug-in.
A Europa também atingiu um novo recorde, ajudada pelos incentivos na Alemanha e pela forte demanda no Reino Unido. O lançamento de uma versão mais barata do Model Y, da Tesla, no continente deve intensificar ainda mais a concorrência nos próximos meses.
As vendas globais de veículos elétricos e híbridos plug-in aumentaram 26%, atingindo um recorde de 2,1 milhões de unidades em setembro, segundo dados da Rho Motion.
As vendas na Europa aumentaram 36%, para 427.541 unidades, enquanto as vendas na América do Norte aumentaram 66%, para cerca de 215.000. As vendas no resto do mundo aumentaram 48%, chegando a 153.594 veículos.
No Brasil, maior mercado sul-americano e um dos 10 maiores do mundo, a associação de montadoras Anfavea afirmou este mês que as vendas de veículos elétricos e híbridos novos em setembro somaram 27,1 mil unidades, acumulando no ano até o final do mês passado 191,8 mil.
“Com o fim do incentivo federal, espera-se que a demanda dos EUA caia drasticamente no último trimestre do ano”, disse Lester.
Algumas montadoras, como General Motors e Hyundai, estão tentando amenizar o impacto oferecendo descontos ou aproveitando estoques de concessionárias, mas a produção geral está sendo reduzida, acrescentou.
Exame - SP 16/10/2025
A demanda por carros de luxo na China segue fraca, e os fabricantes locais dominam o mercado de veículos elétricos (EVs). Como resultado, as maiores montadoras do mundo, incluindo Mercedes, BMW, Porsche e Volkswagem, registraram queda nas vendas do terceiro trimestre de 2025 — e até revisam projeções.
Tensões comerciais e a concorrência acirrada intensificaram o impacto. Apesar de investirem bilhões de euros em tecnologia de baterias, as montadoras alemãs não conseguiram superar a concorrência local, liderada por BYD e Xiaomi, que conquistaram compradores com veículos elétricos a preços mais competitivos.
Vendas na China
Apesar de ter registrado crescimento de 8,8% das vendas de veículos globalmente, totalizando 588.300 unidades no terceiro trimestre, a BMW registrou uma queda de 0,4% na China. Com isso, a companhia reduziu suas previsões de volume para o mercado chinês no quarto trimestre.
A BMW prevê que os lucros antes dos impostos (EBIT) reduzam ligeiramente este ano em relação aos 10,97 bilhões de euros (US$ 12,85 bilhões) em 2024.
A Porsche, por sua vez, registrou 32.195 entregas na China, uma diminuição de 26%, refletindo desafios contínuos no segmento de luxo e intensa competição.
Enquanto isso, as vendas do Mercedes-Benz na mercado chinês recuaram 27% no terceiro trimestre, atingindo o menor nível em quase uma década.
A Volkswagen também registrou queda de 7,2% nas vendas na China no terceiro trimestre de 2025, mesmo com o bom desempenho em outros mercados regionais.
Iniciativas para socorrer o setor
O governo alemão também vem tentando oferecer suporte ao setor, mas os esforços têm se mostrado insuficientes. Apesar do investimento bilionário de 3 bilhões de euros destinado à indústria de veículos elétricos, executivos do setor automotivo afirmaram à Bloomberg que a burocracia excessiva e os altos custos de energia continuam dificultando a competitividade no país.
A BMW, por sua vez, aposta na sua linha Neue Klasse, EVs de última geração para reverter a queda de vendas na China. Com mais de 20 vezes a capacidade de computação dos veículos atuais e redução na complexidade da eletrônica, a plataforma oferece autonomia de até 800 km e carregamento rápido — mais de 350 km em apenas 10 minutos. Alimentada por quatro “supercérebros”, a frota baseada na Neue Klasse promete melhorar a comunicação interna do veículo, displays de infotainment, direção autônoma e outros recursos.
Segundo Stephen Reitman, analista da Bernstein, a nova plataforma tem o potencial de ser um “grande avanço” para a BMW. Ele acredita que o sucesso da plataforma poderia mudar o futuro da indústria automotiva e alterar a percepção sobre a capacidade dos fabricantes ocidentais de competir em software.
Já a Volkswagen fechou parcerias com empresas chinesas de software e EVS para voltar a crescer no maior mercado automotivo do mundo.
Valor - SP 16/10/2025
As vendas de veículos, motocicletas, partes e peça cresceram 2,3% de julho para agosto, pelos dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o varejo ampliado – do qual o segmento faz parte – avançou 0,9%. Em igual base de comparação, o aumento do varejo restrito – que não inclui veículos nem construção – foi de 0,2%.
Na avaliação do gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o programa do governo Carro Sustentável e o aumento do crédito para aquisição de veículos explicam o desempenho de agosto.
“O Programa Carro Sustentável, que dá incentivos para compra de carros menos poluentes, começou em meados de julho e isso contribuiu positivamente para as vendas. Além disso, houve aumento do crédito”, afirmou.
Em julho, o segmento já tinha registrado ritmo mais intenso de expansão que os demais. As vendas de veículos subiram 1,4%, enquanto houve alta de 1,8% no varejo ampliado e recuo de 0,2% no varejo restrito.
No mês de agosto, o crédito à pessoa física para aquisição de veículos aumentou 0,5. Neste caso, Santos ponderou que nem sempre tem ocorrido uma relação direta entre o nível elevado de juros da economia e o impacto entre o crédito.
“Os juros estão até contraditórios. A alta de juros tem efeito no crédito e aí no consumo. Mas esse mês o crédito voltou a crescer, tanto para pessoa física para veículos”, disse.
“A taxa de juros alta em algum momento teve esse efeito de segurar crédito, mas em outros momentos cede um pouco. Não está exatamente elástica essa relação entre taxas de juros de crédito e a concessão”, completou.
O Estado de S.Paulo - SP 16/10/2025
Com lei sancionada em um evento com autoridades e moradores há mais de dois anos, o Plano de Intervenção Urbana (PIU) Vila Leopoldina está em um momento chave: o edital do futuro leilão terá seus últimos parâmetros definidos nas próximas semanas. As decisões ocorrem, contudo, em meio a dúvidas sobre a participação da principal empresa interessada — que seria autorizada a construir prédios altos após a realização de obras de interesse público.
O PIU abrange quadras entre o Ceagesp e o Parque Villa-Lobos, junto ao Rio Pinheiros, na zona oeste. Nesse perímetro, de cerca de 300 mil m², estão basicamente imóveis do grupo Votorantim, as favelas do Nove e da Linha, o conjunto habitacional Cingapura Madeirite e outras construções majoritariamente privadas.
Com o leilão, o vencedor poderá verticalizar muito mais do que é previsto para aquele entorno hoje. Isso será possível mediante “contrapartidas”, como construir moradia popular e outras intervenções. O montante estimado é de ao menos R$ 212 milhões, mas ainda será delimitado nas próximas semanas, e deve ser totalmente pago por meio de obras e serviços.
Uma das dúvidas que rondaram o certame nos últimos meses foi a decisão judicial (com trânsito em julgado) de usucapião coletivo para uma das favelas do perímetro. Em resposta, a gestão Ricardo Nunes (MDB) decidiu desapropriar a área e se reuniu com os principais envolvidos nas últimas semanas.
Ao Estadão, a Prefeitura indicou confiança no êxito do leilão, quiçá até com mais de uma proposta. Entre os argumentos para esse entendimento, estão a valorização e profusão de novos empreendimentos imobiliários na Vila Leopoldina nos últimos anos e, também, as regras construtivas muito flexíveis permitidas no perímetro do certame. Além disso, tem salientado que não foi oficialmente notificada de eventual desistência da Votorantim
Representantes de moradores das famílias que terão atendimento habitacional pelo PIU têm temido, contudo, o insucesso do leilão após quase uma década de tramitação da proposta, desde a manifestação de interesse do grupo Votorantim. Uma das principais lideranças locais, Carlos Alexandre Beraldo, o Xandão, disse à reportagem que irá procurar o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para auxiliar nas discussões.
Um dos principais motivos para o receio de parte dos moradores é uma sinalização de que o grupo Votorantim poderia desistir do leilão, feita há meses. Além de autor da manifestação de interesse privada, em 2016, a organização é dona dos terrenos com maior potencial de transformação no perímetro do PIU.
Dessa forma, caso a Votorantim desista, há dúvidas sobre como outra empresa poderia cumprir o requisito de erguer 853 apartamentos populares com implantação obrigatória pela lei. Afinal, praticamente não há outros terrenos disponíveis nessa dimensão naquela área.
O Município diz, contudo, que o próprio prefeito se reuniu com o grupo empresarial. Dentre os pontos tratados, estaria a decisão por um Decreto de Utilidade Pública (DUP) e posterior desapropriação da favela com usucapião (a do Nove), com indenização das famílias por meio de recursos públicos.
Já a Votorantim indicou que a participação no leilão “está sujeita à análise de cenário e termos do edital”. Também reafirmou o “compromisso com o desenvolvimento do território, aliado à geração de impacto positivo no entorno”. A resposta está em nota assinada pela Altre, empresa da Votorantim voltada ao setor imobiliário.
Além das incertezas, o próprio PIU não é unânime. Há questionamentos sobre as contrapartidas e investimentos para evitar enchentes e alagamentos nos empreendimentos, por exemplo.
O perímetro da lei está na planície aluvial do Rio Pinheiros, em área de várzea e com lençol freático considerado “raso”, dentre outros pontos. Um diagnóstico da Prefeitura indicou, contudo, que a maioria das áreas do PIU não tem “indicação de inundações significativas”, exceto o entorno da Favela da Linha e do Cingapura Madeirite.
‘Leilão tem tudo para acontecer’, diz secretária
Secretária municipal de Urbanismo e Licenciamento, Bete França disse à reportagem estar otimista com o leilão — cujo edital deve ser finalizado por volta de novembro, para realização no próximo semestre, em 2026. Também afirmou que o sucesso do PIU é prioridade para a gestão Nunes. “O prefeito fez esforço pessoal para aprovação na Câmara”, afirmou.
“Na minha opinião, o leilão tem tudo para acontecer (ter um vencedor)”, resumiu. “Da nossa parte, estamos tranquilos em dar continuidade ao processo”, completou.
Ela diz que questionamentos estão sendo esclarecidos com todos os envolvidos. Avalia, ainda, que o grupo Votorantim ainda teria motivos para se interessar, pois o potencial construtivo aumentaria significativamente com o leilão.
“Claro que aparecem dúvidas. Todo leilão tem dúvidas. Precisa ter segurança jurídica para participar. E é isso que se está construindo”, garante. Recentemente, o leilão bilionário da Operação Urbana Faria Lima obteve desempenho abaixo do esperado após questionamentos judiciais às vésperas do certame, dentre outros aspectos.
A secretária reconhece que o usucapião coletivo da Favela do Nove foi um “problema jurídico complexo”, mas avalia que se chegou a uma boa solução com o Decreto de Utilidade Pública. “(O usucapião) Não é um obstáculo (para o PIU)”, garante.
O que diz representante dos moradores?
Presidente da Associação de Moradores do Ceasa, Xandão está preocupado com o leilão. Ele e outros representantes das comunidades foram surpreendidos com a sinalização da possível desistência da Altre, o que tem gerado reivindicações por uma resolução nas reuniões do conselho gestor da área do PIU, principalmente em relação ao local onde as moradias populares seriam erguidas.
Essas unidades serão voltadas aos moradores das duas favelas e de ocupações irregulares em áreas condominiais do conjunto habitacional Cingapura Madeirite. A lei aponta que serão 853 unidades habitacionais, além de pequenos comércios e equipamentos públicos.
Foi adiada a reunião extraordinária marcada para a segunda-feira, 13, que debateria as intervenções eletivas incluídas no leilão. Seria realizada junto ao conselho gestor da área, composto por representantes da Prefeitura e da sociedade civil. Não foi definida nova data, mas há reunião ordinária marcada para o fim de novembro.
“A gente está bastante apreensivo com essa situação”, diz Xandão. Ele chama o panorama “nebuloso” e “complicado”. “Nada está garantido ainda”, completa.
Para ele, um dos motivos da relutância do interessado privado seria a equação financeira. Tanto que defende que poucas intervenções eletivas sejam incluídas no edital (selecionadas pela Prefeitura com base nas indicações da lei e do conselho gestor). Por outros motivos, como algumas terem perdido parte da função ou poderem ser absorvidas por órgãos públicos, o Município tem sinalizado no mesmo caminho.
Xandão explica que o sucesso da lei seria a oportunidade das famílias saírem de habitações precárias, com pouca ventilação, vulneráveis e sem endereço oficial. “Como representante da comunidade, o PIU não é só moradia: é qualidade de vida, dignidade, saúde, trabalho e realização de sonhos. De sair da vulnerabilidade e ir para uma unidade habitacional”, define.
Ele também aponta para a dificuldade das famílias permanecerem de outra forma, diante da valorização da Vila Leopoldina. “É a única oportunidade de continuar morando no bairro. Estou aqui há 45 anos.”
O que propõe o PIU?
O PIU contempla áreas de passado industrial e de ocupações irregulares — ligadas à criação da Ceagesp no fim dos anos 1960, o que atraiu mão de obra formal e informal. Em décadas mais recentes, terrenos vizinhos ao perímetro do projeto passaram por valorização imobiliária, com a construção de condomínios de alto padrão e empreendimentos corporativos.
Naquele entorno, há duas favelas instaladas ao longo do desenvolvimento do Ceagesp: a Favela do Nove (em via pública que contornam o portão 9 do entreposto) e a Favela da Linha (sobre uma desativada ferrovia vizinha). O PIU também inclui o conjunto habitacional Cingapura Madeirite, datado dos anos 1990 e com diversos problemas de regularização fundiária e construções indevidas nas áreas condominiais.
O PIU é discutido publicamente desde 2016, quando foi apresentado o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Tornou-se projeto de lei em 2019, porém, com questionamentos no caminho, foi aprovado em definitivo em 2023.
Dentre as dificuldades, estava principalmente a mobilização de vizinhos contrários à construção de habitação popular em um terreno da SPTrans na Avenida Imperatriz Leopoldina. O local acabou removido da proposta antes da aprovação final pelos vereadores.
O PIU prevê redesenho urbanístico da região, com grandes quadras industriais fatiadas por novos acessos e a instalação de comércios, serviços e equipamentos públicos no térreo das edificações. O atendimento habitacional às famílias em situação de vulnerabilidade é uma das principais mudanças esperadas. Ao todo, são 106 mil m² de áreas (públicas e privadas) consideradas como “transformáveis”.
O projeto é faseado e deve levar de uma a duas décadas para ser concluído, porém os prazos ainda serão definidos nos termos de compromisso. As famílias serão removidas apenas após a entrega da nova moradia.
No caso das favelas, esses lugares se tornarão vias públicas. Já construções irregulares no Cingapura Madeirite serão demolidas. Os equipamentos públicos novos ainda serão definidos, como posto de saúde, centro de educação infantil, restaurante escola com centro de capacitação profissional e outras opções.
Segundo a lei, caso o leilão fique deserto, o coeficiente de aproveitamento pode passar a ser quatro vezes a área do terreno. Esse é o mesmo dos chamados “eixos de verticalização, como áreas perto de metrô, um dos mais flexíveis da cidade.
Com de 15 a 20 anos de PIU, espera-se que a população do perímetro aumente em mais de 700%, de 1,2 mil para 10 mil pessoas. Também é projetado crescimento de empregos, de 18 mil para 42 mil.
Por que a Votorantim tem interesse na Vila Leopoldina?
Um dos principais bairros de passado industrial da capital paulista, a Vila Leopoldina também está atrelada a parte da memória do grupo Votorantim, por sete décadas. Foi no bairro que funcionou a Metalúrgica Atlas, fábrica de equipamentos pesados do grupo.
Em 2014, a Votorantim começou a fazer mapeamento de seus ativos imobiliários, parte deles no bairro. Dois anos depois, apresentou a manifestação de interesse do PIU à Prefeitura.
Em paralelo, deu início às locações do Atlas Office Park, em 2016. O empreendimento do segmento corporativo é estabelecido em quatro blocos de escritórios - de três andares cada -, além de praças internas e outras instalações.
Por volta de 2018, por sua vez, o grupo começou o retrofit das instalações da antiga Atlas, transformadas no Spark, “hub de inovação” para diferentes empresas. Segundo balanço recente, por lá, passa uma média de 1,2 mil pessoas por dia, sem contar eventos do galpão Arca — como as recentes edições do SP-Arte Rotas Brasileiras.
Em comum, todos esses empreendimentos na Vila Leopoldina têm baixa estatura: estão em predinhos ou galpões. Uma maior verticalização seria possível principalmente se vencer o leilão do PIU.
Ao todo, a Altre é responsável por mais de 100 mil m² de ativos no bairro. “Conhecida por seus condomínios de alto padrão, comércio diversificado, localização estratégica e proximidade com o Parque Villa-Lobos, a região também expressa, de forma evidente, os contrastes urbanos típicos da capital paulista”, diz descrição da empresa sobre o entorno.
Na descrição, a empresa reconhece problemas históricos, como de alagamentos e diferentes formas de vulnerabilidade social. O perímetro do PIU está nas proximidades do Rio Pinheiros, abrangendo terrenos de solo mole, como mostra a Carta Geotécnica de São Paulo (veja mapa interativo aqui).
IstoÉ Dinheiro - SP 16/10/2025
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que espera definir, até o dia 15 de novembro, as adequações para permitir o uso do Fundo da Marinha Mercante (FMM) em projetos ferroviários nas áreas de influência dos portos, as chamadas poligonais.
“Temos quase R$ 30 bilhões do Fundo da Marinha Mercante em caixa. Há grande importância de o trilho chegar no porto. Tenho convicção de que temos bons projetos. Com linhas de crédito, podemos estimular mais operações nos portos”, disse Costa Filho.
Atualmente, 70% do FMM vai para a indústria naval e outros 30% para operações portuárias. Para ampliar o escopo, o MPor está alinhando com a Casa Civil as adaptações na portaria que rege o uso.
A fala do ministro foi feita durante cerimônia de entrega a empresários do setor portuário de certificados de participação em programas de incentivo fiscal para projetos de infraestrutura. Esses projetos utilizam incentivos do governo federal por meio do Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI) e de debêntures incentivadas e de infraestrutura.
Valor - SP 16/10/2025
O acordo estende a concessão da controlada da Ecorodovias por mais 40 meses e 4 dias — cerca de 3 anos e 4 meses —, para até 21 de outubro de 2042
A Ecorodovias disse nesta quarta-feira (15) que a agência reguladora de serviços públicos do transporte do Estado de São Paulo autorizou a extensão do contrato de concessão da controlada Ecopistas, responsável pelas rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto.
Confira resultados e indicadores da Ecorodovias e das demais companhias de capital aberto no portal Valor Empresas 360
O acordo estende a concessão da controlada da Ecorodovias por mais 40 meses e 4 dias — cerca de 3 anos e 4 meses —, para até 21 de outubro de 2042. O aditivo visa reequilibrar economicamente e financeiramente o contrato da Ecopistas, já que a empresa realizou investimentos, principalmente em obras na rodovias Carvalho Pinto, que não estavam previstos originalmente no contrato.
Monitor Digital - RJ 16/10/2025
A movimentação portuária em agosto, primeiro mês após a entrada em vigor do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, foi 7,8% superior à registrada no mesmo período do ano passado. A carga transportada entre janeiro e agosto também foi recorde, atingindo 914,8 milhões no acumulado do ano, um crescimento de 2,8% em relação aos números de 2024. As informações do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) confirmam a alteração de rotas provocada pelas restrições impostas pela elevação das tarifas pelos EUA e mostram que o Brasil soube se ajustar ao tarifaço. Houve crescimento acentuado de exportações para outros destinos como Índia (volume 348% maior), México (97%), Argentina (50%) e China (12%), nosso maior parceiro comercial, e queda de 17% no volume exportado para os Estados Unidos. As exportações cresceram 3,2% no mês em relação a agosto de 2024.
“O recorde na movimentação de carga nos portos do país, aliado ao aumento da exportação de produtos, reforça o interesse do Brasil frente a outros mercados internacionais. Nós estamos trabalhando para expandir ainda mais o volume de carga no modal aquaviário, pois isso se reflete no aumento de emprego e da renda do povo brasileiro”, destacou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
De acordo com os dados da Antaq, o crescimento de agosto foi maior nos terminais privados (11%), mas o porto público que teve maior alta no mês foi Itajaí, em Santa Catarina (412%), em decorrência da retomada das atividades pelo Governo Federal. No acumulado de 2025, Itajaí já dobrou a movimentação de todo o ano passado, chegando a 2,5 milhões de toneladas.
Houve recorde também no transporte de longo curso (exportação e importação), atingindo 95,4 milhões de toneladas, no transporte de cabotagem (entre portos brasileiros), com 28,2 milhões de toneladas, e também no transporte interior (entre portos fluviais), chegando a 8,1 milhões de toneladas.
Por tipo de carga, o maior crescimento registrado em agosto foi em granel líquido (25%), volume recorde para o mês (32,5 milhões de toneladas). Somente em petróleo e derivados, passaram pelos portos brasileiros 22,5 milhões de toneladas em agosto, um crescimento de 33,4% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O relatório também aponta crescimento de 11,3% na exportação de minério de ferro em agosto (42,2 milhões de toneladas), e de 3,4% na exportação de milho (10,7 milhões de toneladas).
IstoÉ Dinheiro - SP 16/10/2025
O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de tarifas de 100% a 150% sobre produtos chineses ligados aos setores marítimo, logístico e de construção naval. A ação busca “reduzir a dependência de fontes chinesas” e “fortalecer a segurança econômica e de cadeias de suprimentos” do país, segundo documento que será publicado na quinta-feira, 16, no Federal Register, o diário oficial dos EUA.
De acordo com o texto, as novas tarifas entram em vigor em 9 de novembro e abrangem uma ampla gama de equipamentos usados em portos e transporte intermodal. Entre os produtos afetados estão guindastes “ship-to-shore” (STS), aqueles usados para descarregar contêineres de embarcações, e chassis intermodais e suas partes, como trailers e semi-reboques empregados no transporte de cargas marítimas e ferroviárias.
A tarifa também se aplica a equipamentos “fabricados, montados ou contendo componentes de origem chinesa”, inclusive aqueles produzidos “por empresas controladas ou substancialmente influenciadas por nacionais chineses”.
A medida também altera a forma de cobrança da taxa sobre navios estrangeiros transportadores de veículos, que passa a ser calculada com base em toneladas líquidas, em vez da antiga métrica por unidade de automóvel.
O valor foi fixado em US$ 46 por tonelada, limitado a cinco cobranças por embarcação ao ano. A regra vale para navios construídos fora dos EUA, enquanto embarcações do governo americano e as inscritas no Maritime Security Program ficarão isentas até abril de 2029.
O USTR justificou que a imposição de tarifas de 100% sobre guindastes e chassis intermodais da China tem por objetivo “aumentar a alavancagem dos EUA” e responder às “práticas e políticas investigadas” do país asiático. A proposta também prevê tarifas adicionais – de até 150% – sobre outros equipamentos portuários, como pórticos de pneus de borracha, guindastes sobre trilhos, empilhadeiras automáticas, reachstackers, straddle carriers, tratores de terminal e top loaders.
O documento também abre uma consulta pública até 10 de novembro sobre possíveis ajustes nas tarifas. Além disso, guindastes STS contratados antes de 17 de abril de 2025 e entregues até 18 de abril de 2027 ficarão isentos da alíquota de 100%.
O USTR ainda revogou a possibilidade de suspender licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL), medida que, segundo o texto, busca evitar “disrupções de curto prazo” no setor energético.
IstoÉ Dinheiro - SP 16/10/2025
Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira, 15, enquanto as tensões entre EUA e China se estendem, apesar das expectativas para o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo chinês, Xi Jinping. Os preços da commodity também são pressionados por preocupações de excesso de oferta.
O petróleo WTI para novembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 0,73% (US$ 0,43), a US$ 58,27 o barril. Já o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 0,77% (US$ 0,48), a US$ 61,91 o barril.
Nesta quarta, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que as negociações sino-americanas sobre comércio continuam e que ainda espera um encontro entre Trump e Xi no fim de outubro, na Coreia do Sul. No entanto, em evento, ele não descartou a possibilidade de Washington usar “muitas medidas” contra Pequim, elevando as tensões entre os dois países.
Para o Ritterbusch, a menos que haja um grande avanço nas discussões entre as duas principais potências econômicas do mundo nas próximas semanas, o cenário aponta para que o WTI seja movido para uma nova faixa de negociação mais baixa, limitada por cerca de US$ 55 na baixa e US$ 61,50 na alta. “No geral, prevemos algumas grandes oscilações de preço à frente”, acrescenta.
Apesar do cessar-fogo alcançado em Gaza, o mercado ainda mantém as atenções voltadas para o Oriente Médio, com incertezas sobre a paz na região. Nesta quarta, o Exército israelense informou que um dos corpos entregues pelo Hamas na véspera, como parte da negociação, não é de um dos reféns. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exigiu que o grupo cumpra os termos acordados.
A renovação do tom agressivo de Bessent contra a China sobre a compra de petróleo russo pelo país deu certo suporte para os preços do óleo durante a sessão, assim como o anúncio do Reino Unido de novas sanções contra Moscou.
Ainda no radar de notícias, na Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), Arábia Saudita e a Rússia, os dois principais produtores do grupo, têm enfrentado tensões sobre a política de produção de petróleo.
Valor - SP 16/10/2025
Empresas correm contra o tempo para emitir a documentação necessária, o que está causando atrasos, cancelamentos, e o aumento dos custos de frete do transporte marítimo.
As tarifas retaliatórias impostas pela China sobre o setor portuária, que entraram em vigor nesta quarta-feira (15), estão provocando uma disrupção no comércio de petróleo, à medida que empresas de logística correm contra o tempo para emitir a documentação necessária, o que está provocando atrasos e cancelamentos, além do aumento dos custos de frete do transporte marítimo.
As taxas foram anunciadas na última sexta-feira pelo governo chinês, em mais um episódio na nova escalada na guerra comercial entre Pequim e Washington, às vésperas do encontro entre Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul.
Por conta das tarifas, alguns dos proprietários das embarcações estão revendo suas estruturas corporativas para reduzir participação acionária de pessoas físicas e/ou jurídicas de origem americana.
Algumas empresas com mais de 25% de capital norte-americano começaram a retirar China e Hong Kong da lista de destinos para os quais estão dispostas a navegar, afirmaram.
Está surgindo um mercado de dois níveis: um para navios que continuarão indo à China — e que estão cobrando prêmios mais altos — e outro para aqueles que não irão, que buscam alternativas criativas, como transferências de carga entre navios em alto-mar, disseram os comerciantes e corretores. Alguns navios totalmente carregados estavam parados em portos chineses desde quarta-feira.
As taxas chinesas, que respondem a uma medida similar de Washington, desestabilizaram o comércio de petróleo na Ásia, enquanto transportadoras e comerciantes tentam avaliar sua exposição às cobranças e buscar informações sobre isenções e exceções. As tarifas representam mais de US$ 6 milhões por viagem de petroleiros supergrandes à China — um valor impressionante que afetará os armadores norte-americanos e, em última instância, o consumidor chinês.
Mesmo excluindo navios construídos na China e petroleiros sancionados, cerca de um sexto da frota mundial de 877 VLCCs (Very Large Crude Carriers) pode ser afetado pelas medidas de Pequim, disse Anoop Singh, chefe global de pesquisa marítima da Oil Brokerage Ltd., acrescentando que a proporção pode mudar à medida que o setor obtenha mais clareza. “Não é apenas a escassez de navios compatíveis com as exigências chinesas, mas também a incerteza sobre o que exatamente constitui um navio compatível, o que está elevando os custos de frete no curto prazo.”
A decisão de Pequim de penalizar embarcações ligadas aos EUA está gerando uma corrida por documentos que comprovem que os navios que chegam aos portos chineses pertencem a empresas com menos de 25% de participação americana, disseram os comerciantes e corretores. Isso causou congestionamento nos portos chineses, com afretadores correndo para cancelar ou substituir petroleiros afetados, afirmaram.
O plano abalou os preços de frete em vários mercados marítimos, sendo os VLCCs os mais impactados devido à posição da China como o maior importador mundial de petróleo bruto. A Unipec, braço comercial da estatal chinesa Sinopec, foi o maior afretador pontual de navios transportando petróleo cru e combustível no ano passado, segundo análise da corretora marítima Poten & Partners.
Os custos de afretamento de VLCCs do Oriente Médio para a China já dispararam 49% desde o anúncio chinês, mostram dados da Baltic Exchange. As viagens partindo do Golfo dos EUA estão 11,5% mais caras.
TN Petróleo - RJ 16/10/2025
A produção de petróleo da União atingiu 168 mil barris por dia (bpd) em agosto, considerando os contratos de partilha de produção (CPPs) e os acordos de individualização da produção (AIPs). Com esse resultado, a União se consolida como a quarta maior produtora de petróleo do país, posição que ocupa desde julho, atrás apenas da Petrobras, da Shell e da TotalEnergies. Os dados integram o Boletim Mensal da Produção, divulgado nesta quarta-feira (15) pela PPSA (Pré-Sal Petróleo).
Nos contratos de partilha, a parcela de petróleo da União foi de 150,78 mil bpd, com destaque para Mero, responsável por mais de 65% da produção, com 97,41 mil bpd. Já nos AIPs, a produção da União somou 16,73 mil bpd, um crescimento de 42% em relação a julho, impulsionado pela entrada em operação do AIP de Jubarte e pelo aumento do excedente em óleo em Tupi.
No gás natural, o destaque foi o crescimento de 21% na parcela da União nos CPPs, que alcançou 519,68 mil m³ por dia, reflexo do aumento da exportação em Búzios e Sépia. Nos acordos de individualização da produção, com a entrada de Jubarte, a produção de gás da União avançou em relação a julho, chegando a 132,5 mil m³ por dia.
Produção total em regime de partilha
A produção total dos campos sob regime de partilha chegou a 1,38 milhão de bpd, ligeiramente abaixo do mês anterior (queda de 2%) devido à menor produção em Mero decorrente da parada programada do FPSO Sepetiba. Desde o início da série histórica, em 2017, a produção acumulada em regime de partilha soma 1,35 bilhão de barris, sendo 93,84 milhões de barris destinados à União.
A produção acumulada de gás natural em regime de partilha desde o início da série histórica soma 4,45 bilhões de m³, dos quais 272 milhões de m³ correspondem à parcela da União.
Valor Investe - SP 16/10/2025
No segmento de refino, a taxa de utilização das refinarias deve subir para 94%, impulsionada pela sazonalidade que tradicionalmente aumenta a demanda por combustíveis no período
A Petrobras deve divulgar um resultado operacional robusto no terceiro trimestre, impulsionado por um aumento na produção de petróleo e maior atividade de refino, diz o Citi.
Os analistas Gabriel Barra, Pedro Gama e Andrés Cardona escrevem que a produção de petróleo da Petrobras deve ser 2,4 milhões de barris por dia, um crescimento de 5% na comparação com o trimestre anterior.
No segmento de refino, a taxa de utilização das refinarias deve subir para 94%, impulsionada pela sazonalidade que tradicionalmente aumenta a demanda por combustíveis no período.
Apesar da boa expectativa, eles mantiveram um posicionamento mais cauteloso por conta da tendência de aumento da alavancagem. O pagamento de dividendos acima da geração de caixa, somado aos investimentos previstos, pode pressionar o balanço.
Eles acreditam que há grandes chances de a Petrobras participar do leilão do pré-sal em novembro, o que pode exigir um desembolso de aproximadamente R$ 4,8 bilhões, afetando dividendos para o quarto trimestre.
Outro ponto de atenção é a estratégia da diretoria da Petrobras de aumentar sua presença no mercado de distribuição de combustíveis para grandes clientes, o que é negativo em termos de alocação de recursos.
O Citi tem recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo em US$ 12 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 1,5% sobre o fechamento de ontem.
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Infomoney - SP 16/10/2025
Com o preço do petróleo no mercado internacional se aproximando dos US$ 60, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, foi às redes sociais para comentar sobre o preço da commodity. Sem entrar em detalhes, ela afirmou que “uma figura vale mais do que muitas palavras”, ao postar um gráfico com a cotação do barril em queda.
A postagem ocorre em um momento em que a estatal vem vendendo gasolina com preço 10% maior em relação ao mercado internacional e, por outro lado, comercializando diesel entre 4% e 7% mais barato em relação ao exterior.
Para especialistas ouvidos pelo GLOBO, a estatal estaria fazendo uma espécie de subsídio cruzado. Segundo Sérgio Araújo, presidente da Abicom, a associação que reúne os importadores, a estatal já vende gasolina no Brasil com preço maior há quase dois meses ante o preço internacional.
— Não sabemos exatamente o critério para precificar. Há subsídio cruzado, aparentemente, já que o diesel está com valor abaixo da paridade. Hoje é difícil responder se a estatal vai ou não reduzir o preço da gasolina, já que um movimento de redução na gasolina pode indicar a necessidade de aumento no diesel.
Ontem, em evento no Rio de Janeiro, Magda não comentou se a Petrobras vai ou não alterar os preços dos combustíveis. Perguntada se haveria uma redução, ela explicou as métricas que leva em consideração em sua política de preços:
— Paridade de preço de importação, paridade de preço de exportação e market share. É estabilidade de preço e evitar sobressaltos ao mercado brasileiro. Isso vale para diesel e gasolina. Não estamos fazendo nada de diferente — disse Magda.
Nesta quarta-feira, segundo a Abicom, a Petrobras vende gasolina no Brasil 9% mais cara em relação ao exterior, ao contrário do diesel, que está 4% mais barato.
Segundo Pedro Rodrigues, da CBIE, o preco do Brent vem sendo afetado com as tensões entre China e EUA, que freiam o otimismo sobre a demanda energética. Além disso, o mercado avalia o alerta da agência internacional de energia (IEA, na sigla em inglês) para possível superávit mundial em 2026, gerando cautela.
O petróleo opera em baixa, em torno dos US$ 62. Em junho deste ano, chegou aos US$ 77.
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