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15 de Abril de 2025

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   15/04/2025

A China alertou o governo do Reino Unido nesta segunda-feira, 14, para que trate com justiça os proprietários chineses da British Steel, sob o risco de minar a confiança de investidores no país. O aviso veio dois dias após as autoridades britânicas assumirem o controle da companhia.

A declaração foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores da China, enquanto gestores nomeados pelo governo britânico atuam para evitar o fechamento dos dois últimos altos-fornos do país que ainda produzem o chamado aço virgem a partir de matérias-primas.

No sábado, o Parlamento britânico aprovou uma lei que autoriza o governo a assumir o controle da British Steel e da usina localizada em Scunthorpe, pertencente ao grupo chinês Jingye desde 2020. Embora o grupo ainda seja o proprietário formal da empresa, as operações diárias estão agora sob comando das autoridades britânicas.

“Esperamos que o governo britânico trate com justiça e equidade as empresas chinesas que investem e operam no Reino Unido, proteja seus direitos e interesses legítimos e evite politizar ou superdimensionar a segurança na cooperação econômica e comercial, para não afetar a confiança das empresas chinesas em investir e cooperar no Reino Unido”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, durante coletiva de imprensa semanal em Pequim.

O porta-voz do primeiro-ministro Keir Starmer, Dave Pares, afirmou nesta segunda-feira que, embora o grupo Jingye ainda seja dono da usina de Scunthorpe, no nordeste da Inglaterra, a nacionalização é “uma opção provável no curto prazo”. A longo prazo, segundo ele, o governo pretende atrair um investidor privado interessado no setor siderúrgico.

Também nesta segunda, a British Steel anunciou a nomeação de uma nova equipe executiva, com o objetivo de garantir uma “liderança consistente e profissional” para a planta de Scunthorpe.

 

CNN Brasil - SP   15/04/2025

Com o últimos recuos de Donald Trump, o Brasil intensificou ofensiva para a criação de cotas para as exportações de aço e alumínio aos Estados Unidos, em uma tentativa de escapar das tarifas de 25% sobre os dois produtos.

Na última quinta-feira (10), uma videoconferência foi promovida pelo Itamaraty com o governo americano.

Novas rodadas são esperadas para as próximas semanas, com a possibilidade, inclusive, de uma comitiva técnica viajar aos Estados Unidos.

O esforço tem sido o de aproveitar os últimos recuos dos Estados Unidos para avançar com as cotas comerciais. No caso do aço e do alumínio, porém, as tarifas de 25% anunciadas pela Casa Branca continuam válidas.

Em outra frente, o governo brasileiro iniciou diálogo com China e União Europeia com o objetivo de aumentar a exportação agrícola.

O assunto deve ser uma das principais propostas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levará em viagens, no primeiro semestre, para a China e para a França.

Desde a semana passada, com uma nova taxação aos Estados Unidos, a China passou a buscar parceiros comerciais, como o Brasil, para substituir produtos americanos.

O governo brasileiro vislumbra a oportunidade de elevar de 75% para 80% a participação da China na importação da soja brasileira.

O Japão também é um mercado em potencial, sobretudo em relação à carne bovina, já que o país também entrou na mira dos Estados Unidos.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   15/04/2025

A economia brasileira ficou estagnada na passagem de janeiro para fevereiro e apresenta indicadores de desaceleração nos últimos meses. A constatação faz parte do Monitor do PIB, estudo mensal elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV (Fundação Getulio Vargas), divulgado nesta segunda-feira (14).

O levantamento faz estimativas sobre o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve como prévia do dado oficial, divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O desempenho de fevereiro (0%) é dessazonalizado, ou seja, foram excluídas variações causadas pela época do ano em que os dados foram reunidos, de forma que seja possível comparar períodos diferentes.

Já em comparação com o mesmo mês de 2024, foi identificado crescimento de 2,7%. No acumulado de 12 meses, houve alta de 3,1% no PIB.
Motivos interno e externo

A economista Juliana Trece, coordenadora do estudo, aponta que a estagnação em fevereiro em comparação a janeiro é explicada pelo fato de os crescimentos na indústria e nos investimentos terem sido anulados por retrações no consumo, na agropecuária e nas exportações. Já o setor de serviços ficou estagnado no mês.

“Esses resultados mostram que, apesar de alguns destaques positivos, há perda de força na economia, com retrações em componentes importantes do PIB”, avalia.

No entanto, ela assinala que “apesar de um contexto desafiador, com maior incerteza externa e tendência de aumento da taxa de juros interna, a economia brasileira não registrou retração”.

No cenário externo, a principal preocupação é a guerra tarifária desencadeada pelo presidente americano, Donald Trump, que afeta principalmente a China, mas também prevê tarifas de importação contra os demais países.

No caso do Brasil, haverá uma taxa mínima de 10% na maior parte dos itens exportados. Aço e alumínio pagarão 25%. Para a China, a cobrança supera 100%, medida que foi espelhada pelo governo chinês.

Combate à inflação

No cenário interno, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil Central (BC) prossegue, desde setembro, em trajetória de elevação da taxa básica de juros, a Selic, na tentativa de conter a inflação. Além da alta em março, o Copom sinalizou que elevará a taxa “em menor magnitude” na reunião de maio. O comitê se reúne a cada 45 dias para deliberar sobre a taxa.

Em 12 meses, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na última sexta-feira (11) pelo IBGE, acumula 5,48%, acima do teto da meta do governo - de 4,5%, já contando 1,5 ponto percentual (p.p.) de tolerância. É também o maior patamar desde fevereiro de 2023, quando chegou a 5,60%.

Com juros mais altos, o crédito fica mais caro, consumidores tendem a gastar menos; e empresários, a conter investimentos. O resultado é o desaquecimento da economia, o que se propõe a ser um freio na inflação.
Setores

No período terminado em fevereiro, o consumo das famílias cresceu 2,7% com relação ao mesmo período do ano anterior. No trimestre móvel encerrado em novembro, a alta tinha sido de 4,8%.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que representa o apetite dos empresários por investimentos, teve alta de 8,2% no trimestre móvel encerrado em fevereiro, perdendo força em relação ao período anterior. Em setembro, outubro e novembro de 2024, a expansão tinha sido de 10%.

As exportações terminaram fevereiro com recuo de 2,8% no acumulado de 12 meses. Em novembro havia sido registrada alta de 2,7%. O desempenho negativo das exportações dos produtos agropecuários e da indústria extrativa mineral foi o principal fator responsável pela retração.

Em termos monetários, a FGV calcula o PIB do país em R$ 2,203 trilhões.

Resultado oficial

O Monitor do PIB é um dos estudos que servem como termômetro da economia brasileira. Outro levantamento é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na última sexta-feira (11), que apontou expansão de 0,4% na passagem de janeiro para fevereiro e de 3,8% em 12 meses.

O resultado oficial do PIB é apresentado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Marcada para 30 de maio, a próxima divulgação trará os dados do primeiro trimestre de 2025.

O Estado de S.Paulo - SP   15/04/2025

O impacto da guerra tarifária entre Estados Unidos e China pode representar, até o momento, perdas nas exportações brasileiras de US$ 1,97 bilhão ou R$ 11,5 bilhões. O setor mais afetado deve ser a indústria, aponta um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Mesmo que a agropecuária brasileira tenha potencial de ganho nessa guerra tarifária por conta do aumento das exportações de soja, sobretudo para a China, com incremento de US$ 6,642 bilhões nas vendas externas, a indústria e os serviços deverão ficar no negativo, com reduções de US$ 6,409 bilhões e R$ 2,203 bilhões, respectivamente, aponta o estudo.

Apesar das réplicas e tréplicas de retaliações entre os dois gigantes, a projeção feita pelos economistas do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea) da UFMG considerou as medidas tarifárias tomadas entre os dias 7 e 11 de abril. Isto é, a elevação das tarifas dos Estados para as importações chinesas de 145% e de 10% para os demais países; alta de 25% da taxação de automóveis e aço importados pelos EUA de qualquer país e a elevação de 125% da tarifa de importação da China a produtos dos EUA.

A simulação mostra que de 23 segmentos analisados no Brasil, apenas poucos teriam incremento nas exportações em razão da guerra tarifária, como sementes oleaginosas, vestuário, computadores, produtos minerais, derivados de petróleo, por exemplo.

O aumento das importações seria um movimento mais generalizado, com desdobramentos sobre produtos agrícolas e industriais porque as tarifas afetam preços internacionais. O estudo aponta desdobramentos negativos para a produção local da maioria dos setores, que seria afetada pelos deslocamentos dos fluxos internacionais de produtos.
Efeito reduzido no PIB

O trabalho dos economistas da UFMG mostra que as medidas tarifárias teriam efeito muito pequeno no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, elevando em 0,01%, em razão do aumento das exportações de poucos produtos agrícolas e queda nos preços de importações.

Entre os Estados brasileiros que poderiam sair ganhando com a guerra tarifária estão os grandes produtores de grãos como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Já São Paulo, com forte produção industrial, lidera a lista dos Estados perdedores, seguido pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Agência Brasil - DF   15/04/2025

Sancionada na última sexta-feira (11), a Lei da Reciprocidade Comercial entrou em vigor nesta segunda-feira (14) após ser publicada no Diário Oficial da União.

A legislação autoriza o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras unilaterais aos produtos do Brasil no mercado global. A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto.

O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional no início do mês e sancionado na semana passada, sem vetos, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Tarifaço

A nova lei é uma resposta à escalada da guerra comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a maioria dos países do mundo, mas que se intensificou nos últimos dias de forma mais específica contra a China.

No caso do Brasil, a tarifa imposta pelos EUA foi de 10% sobre todos os produtos exportados para o mercado norte-americano. A exceção nessa margem de tarifas são o aço e o alumínio, cuja sobretaxa imposta pelos norte-americanos foi de 25%, afetando de forma significativa empresas brasileiras, que constituem os terceiros maiores exportadores desses metais para os EUA.

Em discurso durante a 9ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras, na última quarta-feira (9), Lula voltou a criticar a adoção de tarifas comerciais.

No mesmo dia, ele também disse que usará todas as formas de negociação possíveis, incluindo abertura de processo na Organização Mundial do Comércio (OMC), para tentar reverter as tarifas, antes de adotar ações comerciais retaliatórias.
Nova Lei

A Lei da Reciprocidade Comercial estabelece critérios para respostas a ações, políticas ou práticas unilaterais de país ou bloco econômico que "impactem negativamente a competitividade internacional brasileira".

A norma valerá para países ou blocos que "interfiram nas escolhas legítimas e soberanas do Brasil".

No Artigo 3º do texto, por exemplo, fica autorizado o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligado ao Executivo, a "adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços", prevendo ainda medidas de negociação entre as partes antes de qualquer decisão.

O Estado de S.Paulo - SP   15/04/2025

Uma recente pesquisa do Datafolha apontou a economia como o principal problema do País, num empate com a saúde. A preocupação econômica ultrapassou, na avaliação dos entrevistados, questões críticas como violência e corrupção, por exemplo.

É prematuro deduzir que se trata de tendência, pode ser apenas o retrato de um momento captado pela pesquisa, feita de forma presencial com 3.054 pessoas em 172 municípios nos três primeiros dias de abril. Mas o simples fato de o tema ter sido citado de forma espontânea por 22% das pessoas ouvidas dá a dimensão do nível de apreensão com o atual cenário econômico. Em setembro de 2023, ao responder à mesma pergunta sobre qual seria o principal problema do País considerando as áreas que são de responsabilidade do governo federal, apenas 10% responderam com algo ligado à economia.

Saúde também teve 22% das respostas na pesquisa deste mês de abril, enquanto a violência – que aparece de forma recorrente em levantamentos do tipo, em razão da percepção generalizada da fragilidade na segurança pública – foi apenas o terceiro problema mais lembrado, com 11%. Em setembro de 2023, a pesquisa apontou violência e saúde como as duas piores mazelas nacionais, cada uma delas mencionada por 17% dos entrevistados.

A insatisfação com a economia ocorre a despeito de importantes indicadores estarem positivos, como a taxa de desemprego historicamente baixa e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do que se esperava, com expansão de 3,4% em 2024 em relação ao ano anterior. No entanto, há o incontornável fator inflação.

No primeiro bimestre de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação, atingiu 1,47%, quase metade da meta estipulada para o ano inteiro; o custo da cesta básica em 2024 subiu 14,22%, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), quase o triplo da inflação anual (4,83%), e continua subindo: de acordo com acompanhamento do Dieese, em janeiro, em São Paulo – capital com a cesta básica mais cara do País – já valia R$ 851,82, ou 60% do salário mínimo de R$ 1.518,00.

A inflação chegou ao bolso do consumidor, o que já é suficiente para explicar a predominância alcançada pela economia no rol de preocupações do brasileiro. Sem esquecer que, para tentar frear o ímpeto da alta generalizada de preços, a taxa básica de juros da economia (Selic) foi elevada a 14,25%, um patamar que não era visto desde outubro de 2016. Naquela época, em dez reuniões consecutivas o Copom optou por esse patamar, a última delas em agosto, mês em que Dilma Rousseff teve seu mandato presidencial cassado.

Nos oito anos e meio que se seguiram, o brasileiro não conviveu com uma taxa básica tão elevada e que, ao que tudo indica, deve subir ainda mais ao longo de 2025, já que a inflação não dá trégua. E juro básico, como se sabe, não é juro real. Aquele que mais dói no bolso do brasileiro médio, o do cartão de crédito, bateu 438,4% ao ano em setembro de 2024. Levantamento do Banco Central de março mostra como a taxa do rotativo varia de acordo com a instituição, chegando a ultrapassar 900% ao ano em quatro delas.

Inflação e juros altos são uma mistura explosiva, capaz de desestabilizar qualquer governo. E esta gestão, em especial, insiste em não reconhecer que a política lulopetista vem forjando esse quadro, origem da queda vertiginosa da popularidade de Lula. Como revelou a Coluna do Estadão, recortes da pesquisa Genial/Quaest mostram que 67% dos eleitores brasileiros se dizem frustrados com o terceiro governo Lula da Silva, 36% deles muito e 31% um pouco. No Nordeste, outrora reduto inconteste do petista, mais da metade (55%) se mostrou decepcionada.

Mas só se decepcionou quem tinha alguma expectativa positiva. E quem tinha alguma expectativa de que o novo governo de Lula da Silva pudesse ser responsável e prudente para manter o poder de compra da moeda, das duas, uma: ou era ingênuo ou era mal informado.

Infomoney - SP   15/04/2025

A corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos alcançou US$ 20 bilhões no primeiro trimestre de 2025, maior valor já registrado para o período, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14) pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil).

O montante representa alta de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar do avanço, o Brasil teve déficit comercial de US$ 654 milhões, resultado das exportações de US$ 9,65 bilhões e importações de US$ 10,3 bilhões no trimestre.

O desempenho ocorre em meio à elevação de tarifas pelo governo dos EUA sobre produtos como aço e alumínio, medida anunciada em março pelo presidente Donald Trump. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ainda não é possível mensurar o impacto direto da medida nas exportações brasileiras.
Entre os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA estão sucos (alta de 74,4% em relação ao 1º trimestre de 2024), óleos combustíveis (+42,1%), café não torrado (+34%), aeronaves (+14,9%) e semiacabados de ferro ou aço (+14,5%). A carne bovina passou a integrar os dez itens mais exportados, com aumento de 111,8%.

Nas importações, os bens manufaturados representaram 89,2% do total, com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados. As compras de petróleo bruto subiram 78,3%, revertendo tendência de queda. Por outro lado, as importações de gás natural diminuíram no período.

A Amcham destacou o desempenho da indústria brasileira e o crescimento nas importações de bens de alto valor agregado. Em nota, o presidente da entidade, Abrão Neto, defendeu a preservação de um ambiente comercial previsível, afirmando que “é fundamental preservar as condições para que o comércio entre Brasil e Estados Unidos continue gerando inovação, empregos e desenvolvimento para ambos os países”.

O Estado de S.Paulo - SP   15/04/2025

Não há muitas certezas no mundo do dinheiro, mas tradicionalmente essa tem sido uma delas: Quando a vida se torna assustadora, as pessoas se refugiam nos títulos do governo americano.

Os investidores compram títulos do Tesouro dos EUA na suposição de que, aconteça o que acontecer - pânico financeiro, guerra, desastre natural - o governo federal resistirá e manterá suas dívidas, tornando seus títulos a coisa mais próxima de um pacto com os céus.

No entanto, a turbulência nos mercados de títulos na semana passada revelou até que ponto o presidente Trump abalou a fé nessa proposição básica, desafiando a solidez anteriormente irrepreensível da dívida do governo dos EUA. Sua guerra comercial - agora focada intensamente na China - aumentou a perspectiva de uma desaceleração econômica mundial, ao mesmo tempo em que prejudicou a credibilidade americana como administradora responsável da paz e da prosperidade.

“O mundo inteiro decidiu que o governo dos EUA não tem ideia do que está fazendo”, disse Mark Blyth, economista político da Brown University e coautor do livro Inflation: A Guide for Users and Losers.

A erosão da fé na governança da maior economia do mundo parece ser, pelo menos em parte, responsável pela forte liquidação do mercado de títulos nos últimos dias. Quando um grande número de investidores vende títulos de uma só vez, isso força o governo a oferecer taxas de juros mais altas para atrair outros a comprar sua dívida. E isso tende a elevar as taxas de juros em toda a economia, aumentando os pagamentos de hipotecas, empréstimos de automóveis e saldos de cartões de crédito.

Na semana passada, o rendimento do título do Tesouro de 10 anos, que é acompanhado de perto, subiu de pouco menos de 4% para cerca de 4,5% - o aumento mais acentuado em quase um quarto de século. Ao mesmo tempo, o valor do dólar americano vem caindo, mesmo com a expectativa de que as tarifas normalmente o elevariam.

Outros elementos também contribuem para a explicação da liquidação de títulos. Os fundos de hedge e outros agentes financeiros venderam suas participações ao saírem de uma negociação complexa que busca lucrar com a diferença entre os preços atuais dos títulos e as apostas em seus valores futuros. Os especuladores estão se desfazendo dos títulos em resposta às perdas decorrentes da queda dos mercados acionários, buscando acumular dinheiro para evitar a insolvência.

Alguns temem que o banco central da China, que comanda US$ 3 trilhões em reservas cambiais, incluindo US$ 761 bilhões em dívida do Tesouro dos EUA, possa estar vendendo como uma forma de retaliação às tarifas americanas.

Considerando os vários fatores que estão ocorrendo ao mesmo tempo, o aumento acentuado nos rendimentos dos títulos públicos é registrado como algo semelhante a quando os pacientes médicos ficam sabendo que a contagem de glóbulos vermelhos está baixa: pode haver muitos motivos para a queda, mas nenhum deles é bom.

Um dos motivos parece ser um rebaixamento efetivo do lugar dos EUA nas finanças globais, de um porto seguro para uma fonte de volatilidade e perigo.

Como disse Blyth, os títulos do Tesouro passaram dos chamados ativos invariantes de informação - investimentos sólidos como uma rocha, independentemente das notícias - para “ativos de risco” são vulneráveis a serem vendidos quando o medo toma conta do mercado.

O governo Trump defendeu as tarifas em nome de trazer de volta os empregos no setor de manufatura para os Estados Unidos, afirmando que um período de turbulência de curto prazo será seguido por ganhos de longo prazo. Mas, como a maioria dos economistas descreve, o comércio global está sendo sabotado sem uma estratégia coerente. E a maneira caótica com que as tarifas foram administradas - frequentemente anunciadas e depois suspensas - minou a confiança no sistema americano.

Durante anos, os economistas se preocuparam com a possibilidade de uma queda abrupta na disposição dos estrangeiros de comprar e manter a dívida do governo dos Estados Unidos, gerando um aumento acentuado e desestabilizador nas taxas de juros americanas. Segundo muitos indícios, esse momento pode estar se desenrolando.

“As pessoas se sentem nervosas em nos emprestar dinheiro”, disse Justin Wolfers, economista da Universidade de Michigan. “Elas estão dizendo: ‘Perdemos nossa fé nos Estados Unidos e na economia americana’.”

Para os americanos, essa reavaliação ameaça revogar uma forma única de privilégio. Como os Estados Unidos há muito tempo são o porto seguro da economia global, o governo tem encontrado compradores confiáveis para sua dívida a taxas de juros mais baixas. Isso reduziu o custo de hipotecas, saldos de cartões de crédito e empréstimos para automóveis. E isso permitiu que os consumidores americanos gastassem com certa tranquilidade.

Ao mesmo tempo, os estrangeiros que compravam ativos denominados em dólares aumentavam o valor da moeda americana, tornando os produtos importados para os Estados Unidos mais baratos em termos de dólares.

Há muito tempo, os críticos argumentam que esse modelo é insustentável e destrutivo. O fluxo de dinheiro estrangeiro para ativos em dólares permitiu que os americanos se empanturrassem de importações - uma bênção para consumidores, varejistas e financistas - ao mesmo tempo em que sacrificava os empregos na fabricação nacional. As empresas chinesas passaram a dominar os principais setores, tornando os americanos dependentes de um adversário distante para obter bens vitais, como medicamentos básicos.

“O papel do dólar americano como a principal moeda segura fez dos Estados Unidos o principal facilitador das distorções econômicas globais”, escreveu o economista Michael Pettis na semana passada em um artigo de opinião publicado no The Financial Times.

Mas os economistas inclinados a essa visão geralmente prescrevem um processo gradual de ajuste, com o governo adotando a chamada política industrial para incentivar o desenvolvimento de novos setores. Esse pensamento animou a política econômica do governo Biden, que incluiu algumas tarifas contra o setor chinês para proteger as empresas americanas enquanto elas ganhavam tempo para ganhar impulso em setores como o de tecnologia de energia limpa.

Incentivar o setor americano requer investimento, que por sua vez exige previsibilidade. Trump alertou as empresas que a única maneira de evitar suas tarifas é instalar fábricas nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que elevou o protecionismo comercial a níveis nunca vistos em mais de um século.

Até mesmo uma decisão abrupta da Casa Branca de pausar a maioria das tarifas sobre todos os parceiros comerciais, exceto a China, não conseguiu afastar a sensação de que uma nova era está em andamento - uma era em que os Estados Unidos devem ser vistos como um ator potencialmente desonesto.

O fato de Trump não se curvar ao decoro diplomático não é novidade. Seu credo Make America Great Again está centrado na noção de que, como a maior economia do mundo, os Estados Unidos têm o poder de impor sua vontade.

No entanto, a retração no mercado de títulos atesta o choque com a extensão desse princípio. Trump rompeu com oito décadas de fé nos benefícios do comércio global: crescimento econômico, bens de consumo com preços mais baixos e menor risco de guerra.

O fato de os ganhos do comércio terem sido distribuídos de forma desigual agora é um truísmo entre os economistas. A indignação com o desemprego nas comunidades industriais ajudou a levar Trump ao poder, ao mesmo tempo em que alterou a política comercial. Mas muitos economistas dizem que a guerra comercial provavelmente prejudicará ainda mais a sorte da indústria americana.

As tarifas ameaçam os empregos existentes nas fábricas que dependem de peças importadas para fabricar seus produtos. Os impostos foram fixados em taxas que parecem ter sido escolhidas aleatoriamente, disseram os economistas.

“O que o mercado realmente não gostou foi da matemática maluca e aleatória das tarifas”, disse Simon Johnson, economista ganhador do Prêmio Nobel do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. “Parecia que eles não sabiam o que estavam fazendo e não se importavam. É um nível totalmente novo de loucura.”

A consequência imediata das taxas de juros mais altas sobre os títulos dos Estados Unidos é um aumento no valor que o governo federal deve pagar aos credores para manter suas dívidas em dia. Isso reduz os fundos disponíveis para outras finalidades, desde a construção de escolas até a manutenção de pontes.

Os efeitos mais amplos são mais difíceis de prever, mas podem se transformar em uma recessão. Se as famílias forem forçadas a pagar mais por hipotecas e contas de cartão de crédito, elas presumivelmente limitarão os gastos, ameaçando empresas grandes e pequenas. Assim, as empresas deixariam de contratar e expandir.

O caos no mercado de títulos é, ao mesmo tempo, um indicador de que os investidores veem sinais desse cenário negativo já se desenrolando e é, por si só, uma causa de angústia futura por meio de taxas de empréstimo mais altas.

Durante anos, os detentores estrangeiros de títulos americanos procuraram diversificar para outros depósitos de poupança. Ainda assim, o dólar e os títulos do governo dos EUA mantiveram seu status de repositório definitivo.

A Europa e sua moeda comum, o euro, agora parecem mais fortes como parte do reino financeiro global. No entanto, a relutância da Alemanha em emitir dívidas limitou a disponibilidade de títulos para os investidores que buscam outro lugar para depositar suas economias.

Isso pode mudar agora, sugeriu Blyth, economista da Brown. “Se os europeus decidirem emitir um ‘título de sanidade’, o mundo poderá se interessar por ele”, disse ele.

Há muito tempo o governo chinês vem buscando elevar a posição de sua moeda, o renminbi. Mas os investidores estrangeiros dificilmente veem a China como um modelo de transparência ou de estado de direito, o que limita sua utilidade como uma alternativa aos Estados Unidos.

Tudo isso deixa o mundo em um lugar desconcertante. O antigo santuário não parece mais tão seguro. No entanto, nenhum outro lugar parece imediatamente capaz de substituí-lo.

Globo Online - RJ   15/04/2025

As indústrias brasileiras de calçados e de veículos estão otimistas diante das mudanças na economia argentina puxadas pelo novo acordo bilionário do país com o FMI. Ao mesmo tempo que veem perspectiva de mais exportações e estímulo a negócios e investimento com o país vizinho, porém, alertam que o cenário de guerra comercial entre Estados Unidos e China vai trazer desafios adicionais ao Brasil, com novos concorrentes de olho no mercado sul-americano.

Entre as montadoras, por exemplo, a expectativa é de expansão do mercado interno argentino e, por consequência, das exportações de peças e veículos brasileiros para o país vizinho.

Argentina: Inflação sobe para 3,7% em março, 2º mês consecutivo de avanço

— A Argentina é uma extensão do mercado brasileiro. Os investimentos e linhas de produção dos dois países são complementares, ficam sob uma mesma administração. Em 2024, o mercado argentino produziu cerca de 400 mil veículos. A estimativa seria de um crescimento para 600 mil este ano. Com o regime de banda cambial, os carros tendem a encarecer na Argentina e essa previsão pode cair um pouco, mas ficando em cerca de 550 mil — afirma Márcio Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O primeiro trimestre deste ano, diz Leite, da Anfavea, já demonstra avanços. De janeiro a março, o Brasil exportou 67,3 mil veículos para a Argentina, aumento de 120% na comparação com igual período de 2024, quando foram 30,7 mil. Nos primeiros três meses de 2025, o Brasil importou 53 mil veículos argentinos, tendo a balança comercial a seu favor.

Expectativa alta

— A expectativa é que neste ano mais de 50% das vendas de veículos produzidos no Brasil sejam feitas na Argentina. Ainda que haja um pequeno recuo, o Brasil vai exportar de 270 mil a 300 mil veículos para lá — frisa o executivo. — É importante para o Brasil a Argentina estar encontrando um caminho bom, com mercado crescendo e inflação sendo contida.

As preocupações da indústria automobilística nacional estão concentradas nos efeitos indiretos que a taxação de importações do México para os Estados Unidos pelo governo de Donald Trump poderá trazer para o Brasil. Leite explica que 76% das exportações das montadoras mexicanas seguem para o mercado americano.

— Essas medidas dos EUA farão o México ter capacidade excedente de produção. E ele terá de buscar novos mercados. Pelo acordo com o Mercosul, a região e o Brasil serão destino para esse excedente. Então, teremos maior concorrência dos mexicanos, que têm custo de produção entre 15% e 20% mais baixo que o nosso — alerta o presidente da Anfavea.

Mais sapatos enviados

A indústria calçadista brasileira viu as exportações subirem para 31,5 milhões de pares no primeiro trimestre, 14,1% mais que em janeiro a março de 2024. Em valor, o avanço foi de 6,5%, para perto de US$ 270 milhões, movimento puxado por Estados Unidos e Argentina. Em março, o país sul-americano assumiu a dianteira, com um salto de quase 111% nas exportações do Brasil na comparação com igual mês do ano passado.

Para Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados, que reúne as empresas do setor calçadista, a redução do prazo de acesso a câmbio para exportações vai trazer agilidade a esse comércio.

— Agora, assim que a importação entrar na Argentina, já será possível acessar o mercado de câmbio para pagar o produtor exportador. E isso vai trazer mais agilidade. Mas não há, até agora, um cronograma de liberação de valores retidos anteriormente. Há empresas com saldos de um a dois anos a receber — destaca.

De outro lado, como estratégia para forçar a redução de preços na Argentina, o governo anunciou a redução da tarifa de importação sobre roupas e calçados de 35% para 20%.

— O Brasil nunca pagou esse imposto por estar no Mercosul. Mas, no mesmo momento em que há a melhora no câmbio, permitindo a todo exportador brasileiro receber no momento em que a remessa é internalizada - na Argentina, o país baixou a tarifa padrão. E isso pode ser acesso a outros países, mais risco de concorrência — frisou ele, destacando que a principal concorrência poderá vir da China.

Também a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) avalia que, se o novo sistema cambial argentino tiver êxito, será positivo para o comércio entre os dois países. Luiz Ribas Júnior, gestor de Mercado Internacional da entidade.

— Se der certo, pode trazer previsibilidade nos negócios. Para o exportador, pode trazer uma segurança quanto à previsibilidade do câmbio e nas negociações — diz ele.

Ribas Júnior espera ainda que o comércio retome seu fluxo regular, inclusive no que diz respeito ao pagamento de valores em dólares devidos às exportadoras brasileiras e ainda retidos na Argentina:

— A tendência de maior agilidade para o acesso ao mercado de câmbio deve facilitar o comércio, que deve retornar ao seu fluxo normal.

A Argentina é o maior produtor de trigo da América do Sul e o principal fornecedor do mercado brasileiro. No ano passado, foram 4,2 milhões de toneladas, cerca de 63% do volume total de trigo importado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

Em 2024, cada tonelada de trigo importado da Argentina saiu por, em média, US$ 250,19, o quarto melhor preço entre os países produtores.

Presidente-executivo da associação, Rubens Barbosa afirma que o setor não prevê impacto das mudanças cambiais do país nas importações brasileiras, já que o preço segue a cotação internacional da commodity. Mas prevê um aumento no volume de importações por conta na melhora na safra argentina:

— Acredito que vamos importar mais e isso não tem a ver com o preço, mas com a oferta. A produção de trigo na Argentina cresceu e a expectativa para esse ano é que fique entre 17 e 18 milhões de toneladas. Normalmente, de 80% a 85% da nossa demanda vem de lá, mas a produção estava mais baixa.

O Estado de S.Paulo - SP   15/04/2025

As exportações da China subiram 12,4% em março em comparação com o ano anterior, em uma onda de atividade de última hora, à medida que as empresas correram para evitar os aumentos nas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, analistas preveem recuos acentuados nos próximos meses. As importações caíram 4,3%, totalizando US$ 211,3 bilhões em março, segundo informou a administração alfandegária. As exportações, por sua vez, somaram US$ 313,9 bilhões, gerando um superávit comercial de US$ 102,6 bilhões.

“Mas os embarques devem cair nos próximos meses e trimestres”, afirma Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics, em um relatório. “Acreditamos que pode levar anos até que as exportações chinesas voltem aos níveis atuais.”

O superávit comercial da China disparou para um recorde de US$ 992,2 bilhões em 2024, e suas exportações subiram 5,4%, ajudando a compensar o crescimento lento dentro do país, que ainda se recupera da crise no setor imobiliário e dos impactos prolongados da pandemia de Covid-19.

Ao assumir como presidente dos EUA, Trump ordenou primeiro um aumento de 10% nas tarifas sobre importações chinesas. Depois, elevou esse percentual para 20%. Atualmente, a China enfrenta tarifas de 145% sobre a maioria de suas exportações para os EUA, segundo as revisões mais recentes da política comercial de Trump. Em resposta, a China impôs tarifas de 125% sobre produtos dos EUA e adotou outras medidas para atingir setores estratégicos, como restrições à exportação de minerais críticos usados na fabricação de alta tecnologia, como veículos elétricos.

A China teve um superávit comercial de US$ 27,6 bilhões com os EUA em março, com um aumento de 4,5% nas exportações. De janeiro a março, o superávit com os EUA foi de US$ 76,6 bilhões, mesmo com as exportações crescendo apenas 2,3% nos dois primeiros meses do ano.

“Importadores americanos experientes provavelmente anteciparam os aumentos tarifários previstos para abril em diante e adiantaram suas compras”, afirma o ING Economics em um relatório, mas essa tendência deve diminuir à medida que os importadores forem esgotando seus estoques e aguardando os desdobramentos da política comercial imprevisível dos EUA. “Como resultado, é provável que o comércio direto entre EUA e China despenque a partir de abril.”

Impactos das tarifas

Os dados comerciais já mostram alguns impactos das tarifas mais altas: as exportações de produtos de menor valor agregado, como calçados e roupas, caíram, enquanto os embarques de chips de computador, eletrodomésticos e veículos dispararam. Os principais produtos exportados pela China nos primeiros três meses do ano foram máquinas eletrônicas — uma categoria ampla que inclui smartphones e laptops — e produtos de alta tecnologia, segundo o relatório.

Os dados alfandegários mostraram que as exportações totais da segunda maior economia do mundo cresceram 5,8% nos três primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações caíram 7%, resultando em um superávit comercial de US$ 273 bilhões.

Na noite de sexta-feira, Trump isentou da nova tarifa a maioria dos bens relacionados à informática vindos da China, incluindo laptops, smartphones e os componentes necessários para fabricá-los — embora seu governo tenha dito que pretende anunciar medidas específicas nos próximos dias. Esses produtos representaram quase US$ 174 bilhões em importações dos EUA oriundas da China no ano passado.

Ainda assim, as tarifas severas dos EUA sobre produtos chineses levantaram dúvidas sobre se os exportadores chineses poderão acabar desviando suas mercadorias para outros mercados estrangeiros, desistindo dos consumidores americanos devido ao fato de que as taxas de importação mais do que duplicaram.

Os maiores aumentos nas exportações em março foram para os vizinhos do Sudeste Asiático, que viram o valor em dólar das remessas da China crescer 8% em relação ao ano anterior. As exportações para a África subiram mais de 11%, e para a Índia, quase 14%.
“O céu não vai cair”

Um porta-voz da administração alfandegária, Lyu Daliang, disse que a China enfrenta uma “situação externa complexa e severa”, mas que “o céu não vai cair”. Ele destacou as opções diversificadas de exportação da China e o enorme mercado doméstico.

Questionado sobre a queda nas importações chinesas, ele disse a repórteres em Pequim que a China tem sido o segundo maior importador do mundo por 16 anos consecutivos, aumentando sua participação nas importações globais de cerca de 8% para 10,5%. “Atualmente e no futuro, o espaço de crescimento das importações da China é enorme, e o grande mercado chinês continuará sendo uma grande oportunidade para o mundo”, afirmou.

O presidente chinês, Xi Jinping, estava visitando o Vietnã nesta segunda-feira como parte de um giro regional que também o levará à Malásia e ao Camboja — uma oportunidade para reforçar os laços comerciais com outros países asiáticos que também enfrentam tarifas potencialmente altas. Na semana passada, porém, Trump adiou a implementação dessas tarifas por 90 dias. As exportações da China para o Vietnã saltaram quase 17% no mês passado em relação ao ano anterior, enquanto as importações caíram 2,7%.

Globo Online - RJ   15/04/2025

O secretário do Tesouro dos Estados, Scott Bessent, afirmou nesta segunda-feira que não há razão para que as economias dos EUA e da China se distanciem e que, "em algum momento", seria possível chegar a um "grande acordo" com a China apesar das trocas de ameaças tarifárias entre as duas potências econômicas.

"Há um grande acordo a ser alcançado em algum momento", disse Bessent em entrevista à Bloomberg TV, ao ser questionado sobre a possibilidade de que as duas maiores economias do mundo se desvinculem.

"Não há nenhuma razão para que isso aconteça", comentou, "mas pode acontecer".

Tudo está na mesa, diz secretário sobre impostos sobre os mais ricos

Bessent também disse que os republicanos estão considerando todas as opções para ajudar a custear as promessas de campanha do presidente Donald Trump sobre cortes de impostos — incluindo o aumento de tributos para os norte-americanos mais ricos.

“Vamos ver qual é a posição do presidente” sobre o tema, disse Bessent em entrevista durante uma viagem à Argentina nesta segunda-feira. “Tudo está sobre a mesa.”

Bessent afirmou que ele, outros membros do governo e congressistas estão trabalhando na “fase de refinamento” de uma legislação que prorrogaria e potencialmente ampliaria os cortes de impostos de Trump implementados em 2017 — muitos dos quais estão previstos para expirar no fim do ano.

“Temos um amplo consenso, e vamos partir daí”, disse Bessent na residência do embaixador dos EUA em Buenos Aires.

A Bloomberg já havia noticiado neste mês que os republicanos estão avaliando a criação de uma nova faixa de tributação para quem ganha US$ 1 milhão ou mais por ano. O agravamento das perspectivas econômicas também tem pressionado os legisladores a acelerar as negociações fiscais.

Bessent afirmou que trabalha para expandir os cortes de 2017 de forma a incluir isenção de impostos sobre gorjetas e pagamento de horas extras, além de um novo benefício para aposentados que recebem da Previdência Social. Ele também disse querer permitir que os contribuintes deduzam os juros pagos em financiamentos de veículos.

O secretário do Tesouro visitou a Argentina para demonstrar apoio ao país após a liberação de uma nova rodada de financiamento pelo FMI na semana passada. Mais cedo, ele anunciou que os EUA iniciarão negociações comerciais com o país, após se reunir com o presidente Javier Milei e o ministro da Economia, Luis Caputo.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   15/04/2025

As importações de minério de ferro pela China registraram leve recuo em março em relação ao mês anterior, atingindo o nível mais baixo em 20 meses, desafiando as expectativas de analistas de que os embarques mensais aumentariam à medida que as interrupções no fornecimento induzidas pelo clima diminuíssem.

O país asiático, que é o maior consumidor mundial de minério de ferro, trouxe 93,97 milhões de toneladas do principal ingrediente da fabricação de aço no mês passado, o menor volume desde julho de 2023, de acordo com os dados.

Isso representou uma queda de 0,25% em relação às 94,21 milhões de toneladas importadas em fevereiro, quando ciclones na Austrália interromperam o fornecimento, e uma queda de 6,7% em relação às 100,72 milhões de toneladas no mesmo mês de 2024.

O volume de março também ficou bem abaixo das previsões dos analistas de mais de 100 milhões de toneladas.

“As importações de março não atingiram nossas expectativas. A razão pela qual as importações de março não voltaram ao nível normal está provavelmente relacionada ao impacto persistente das interrupções climáticas em fevereiro”, disse Chu Xinli, analista da corretora China Futures, com sede em Xangai.

As importações abaixo do esperado no mês passado levaram a uma queda de 2,6% nos estoques portuários, enquanto os preços do minério de ferro transoceânico subiram 2,5%, segundo dados da consultoria Steelhome.

“Deve haver cargas que chegaram mas ainda não foram liberadas pela alfândega e, portanto, não foram contabilizadas nas importações em março. Como resultado, esperamos que as importações de abril ultrapassem 100 milhões de toneladas”, disse Steven Yu, analista sênior da consultoria Mysteel.

As importações de minério de ferro no primeiro trimestre de 2025 caíram 7,8% em relação ao ano anterior, para 285,31 milhões de toneladas.

Analistas estimaram as importações de minério de ferro em abril entre 100 milhões e 106 milhões de toneladas, com as mineradoras continuando a acelerar os embarques para garantir que atinjam suas metas anuais.

Brasil Mineral - SP   15/04/2025

D’Ambrosio apresentou a visão da empresa sobre a “mineração do futuro” — um modelo sustentável, eficiente e comprometido com a transição energética.

Em painel sobre transição energética, durante a Brazil Emirates Conference, em Dubai, o vice-presidente-executivo da Vale, Alexandre D’Ambrosio, disse que “Dubai e os Emirados representam uma visão do que poderá ser o futuro. E nós, no Brasil, estamos trabalhando para esse futuro”. D’Ambrosio apresentou a visão da empresa sobre a “mineração do futuro” — um modelo sustentável, eficiente e comprometido com a transição energética. Ele destacou que os desastres ambientais do passado foram pontos de inflexão e levaram a Vale a redesenhar suas operações. Hoje, a companhia protege mais de 800 mil hectares de floresta nativa na Serra dos Carajás, operando em apenas 2% dessa área. “Deixamos de falar em mineração versus meio ambiente. Agora falamos em ‘mineração para o meio ambiente’. A mineração sustentável protege a floresta”, afirmou, ao mostrar dados de conservação da empresa.

Na área de logística, a Vale investe há décadas em infraestrutura própria. A mineradora já construiu 2 mil km de ferrovias no Brasil, terminais portuários no Brasil, China, Omã e Malásia, e uma frota de embarcações de última geração. O destaque é o ValeMax, um dos maiores graneleiros do mundo, que permite redução de até 41% nas emissões de carbono por tonelada transportada. Além disso, a Vale está investindo em locomotivas com maior capacidade de uso de biodiesel e testando inovações como velas rotativas em navios, visando avançar ainda mais em transporte de baixo carbono. Outro ponto central foi o avanço dos mega hubs no Oriente Médio voltados à produção de aço de baixo carbono, utilizando o minério de alta qualidade produzido no Brasil. A Vale já tem projetos em andamento em Omã, Arábia Saudita e Abu Dhabi — este último em parceria com o Abu Dhabi Ports. “Esses hubs são uma combinação estratégica entre eficiência logística e descarbonização industrial. Eles representam o futuro do aço verde”, afirmou. D’Ambrosio concluiu sua participação reforçando que o futuro da mineração passa por mais inovação, segurança e colaboração entre governos e empresas. “A logística sustentável faz parte integral da mineração do futuro. E é por esse caminho que a Vale está avançando”.

Valor - SP   15/04/2025

Presidente dos EUA escalou a guerra comercial contra a China, elevando o total cobrado nas importações para 145%; já Pequim entrou na batalha e elevou as alíquotas sobre produtos americanos a 125%.

Ainda que os Estados Unidos não tenham grande relevância no mercado global de minério de ferro, as últimas imposições de tarifas do presidente Donald Trump devem ter efeito indireto sobre o setor a longo prazo. Mas o andamento de novos projetos não deverá ser imediatamente afetado, uma vez que os prazos de implementação são longos e ainda não há clareza sobre se o preço da “commodity” vai se estabilizar em patamares significativamente mais baixos.

O analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, conversou com o Valor, na quarta-feira (9), dia em que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a escalada de tarifas impostas aos produtos chineses, inicialmente para 100% e depois para 125%, elevando o total cobrado nas importações vindas da China para os Estados Unidos para 145%. Também na quarta-feira, Pequim elevou as alíquotas sobre produtos americanos a 84%, patamar que, na sexta-feira (11), subiu a 125%.

O analista do Itaú BBA disse que é difícil falar de um limite para uma eventual queda do preço do minério de ferro e lembrou que a commodity bateu em US$ 40 em 2016. “É difícil colocar uma estimativa nesse sentido. O impacto direto realmente é nos resultados, no curto prazo”, frisou Sasson.

Ele não acredita que as quedas de curto prazo dos preços vão ter impacto significativo em projetos. “Precisaríamos ver em que nível ou patamar de preços se estabiliza. Porque ninguém pensa num projeto que vai demorar anos para ser implementado, exige grandes investimentos de capital, com base na mudança do preço do minério de ferro de três dias”, ressaltou.

Germano Mendes de Paula, professor titular da Universidade Federal de Uberlândia e especialista em mineração e siderurgia, acredita que as companhias vão adotar conduta de “wait-and-see” [esperar para ver], para só num segundo momento tomarem decisões estratégicas, até porque os projetos demoram um bom tempo para serem implantados. “E alguns já passaram do ponto de ‘não-retorno’ (podem atrasar, mas serão concluídos)”, disse Mendes de Paula.

“O fato é que a instabilidade atual é desproporcionalmente alta, mas, como os projetos de mineração tendem a possuir uma vida útil de vários anos, não será com base num preço extremamente volátil que as referidas decisões estratégicas serão tomadas”, acrescentou.

Ilan Arbetman, analista da Ativa Corretora, explicou que as tarifas podem levar a uma redução na produção siderúrgica chinesa, diminuindo a demanda do país asiático por minério de ferro.

“Com maior dificuldade de alocação de produto [aço], você tende a ter um giro mais baixo de estoque e, por conseguinte, a China demandando menos importação de minério de Brasil e Austrália, que são seus grandes supridores. Esse é o cenário”, diz Arbetman, acrescentando que é muito difícil saber o limite para essa queda.

“Mas o ponto é: o mundo mais fechado, o mundo de guerra comercial é o mundo em que você tem o preço de equilíbrio de minério de ferro mais baixo”, acrescentou.

O analista também destacou que, em termos de projetos, os efeitos — sobre desistências ou postergações — só poderão ser vistos na medida em que ficar claro como a guerra tarifária vai se refletir em termos de demanda e patamar de preços para o minério. “Ninguém está definindo nada agora, está esperando. Se essa guerra comercial se alastrar por muito tempo, vai ter gente revisitando plano, fazendo conta para ver se o projeto aprovado no passado continua dando o nível de rentabilidade esperado. Então, esse é, sim, um momento de atenção nesse sentido”.

Infomoney - SP   15/04/2025

Os contratos futuros do minério de ferro registraram ligeira alta nesta segunda-feira, impulsionados por dados otimistas da China, embora as preocupações com a demanda causadas pela intensificação do conflito comercial entre Washington e Pequim tenham persistido, restringindo os ganhos de preços.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,28%, a 706 iuanes (US$96,68) a tonelada.

O minério de ferro de maio, referência na Bolsa de Cingapura, subiu 0,6%, para US$97,7 a tonelada.

Os novos empréstimos bancários na China subiram mais do que o esperado em março, recuperando-se de uma queda acentuada no mês anterior, conforme formuladores de políticas se comprometeram a intensificar os estímulos para fortalecer a segunda maior economia do mundo contra a escalada da guerra comercial com os EUA.

Mas os dados de empréstimos melhores do que o esperado contiveram as expectativas por novos estímulos.

“Quanto melhores forem os dados, menos urgência haverá para revelar mais medidas de estímulo”, disse um analista chinês, referindo-se aos dados de empréstimos e pedindo anonimato por não estar autorizado a falar com a imprensa.

As importações menores do que o esperado no mês passado, juntamente com a demanda firme de curto prazo, sustentaram os preços do principal ingrediente da fabricação de aço.

As importações de minério de ferro da China caíram em março em relação ao mês anterior, atingindo o menor nível em 20 meses, contrariando as expectativas dos analistas de uma recuperação com o fim das interrupções no fornecimento causadas pelo clima.

A produção média diária de ferro gusa, normalmente usada para medir a demanda de minério de ferro, aumentou pela sétima semana consecutiva, atingindo um recorde de 17 meses de 2,4 milhões de toneladas em 10 de abril, segundo uma pesquisa da consultoria Mysteel.

Mas analistas advertiram que a produção de ferro gusa pode atingir o pico nas próximas duas semanas antes de recuar, arrastada pela demanda sazonalmente mais lenta.

AUTOMOTIVO

IstoÉ Dinheiro - SP   15/04/2025

A S&P Global Ratings acredita que há um alto grau de imprevisibilidade em relação à implementação da política tarifária sobre todas as importações de automóveis para os EUA – juntamente com as tarifas sobre o aço e o alumínio -, assumindo um alto risco para os ratings da Ford Motor e da General Motors (GM).

Segundo análise publicada nesta segunda-feira, 14, a S&P espera preços de veículos mais altos (na faixa de 5% a 10%) para os consumidores e uma demanda doméstica reduzida – na faixa de 15,2 milhões a 15,5 milhões em 2025 e de 14,8 milhões a 15,1 milhões até 2026, em comparação com as estimativas anteriores de 15,7 milhões a 16,0 milhões -, o que aumenta a probabilidade de ações de classificação negativas nos próximos trimestres.

“Esperamos quedas de margem para a maioria dos emissores, juntamente com alta volatilidade do fluxo de caixa em 2025 e 2026 para os emissores de automóveis dos EUA, levando à deterioração do crédito, principalmente para alguns fornecedores com classificação mais baixa”, acrescenta o relatório.

Nas próximas semanas, a S&P diz que ajustará ainda mais as previsões específicas para cada emissor, de modo a refletir os riscos de queda.

IstoÉ Dinheiro - SP   15/04/2025

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, reforçou em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira, 14, a preocupação do setor automotivo com o crescimento “contínuo” de carros importados, especialmente da China. Ele destacou que, no trimestre, houve uma alta de 25% nas importações, sendo que do total do mercado interno, 65% foi capturado pelos importados.

Leite evitou fazer uma análise mais aprofundada da declaração dada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, nesta segunda, que prometeu uma ajuda à indústria automobilística nos Estados Unidos. Ele observou, por sua vez, que, pelo tamanho do mercado americano, qualquer mudança lá gerará impactos para o Brasil.

Para o presidente da Anfavea, a fala de Trump nesta segunda sinalizou para “talvez” um arrefecimento nas alíquotas cobrados sobre o setor automotivo do México. “Deve ter uma dosagem um pouco menor do que a gente imaginava, que era uma tributação de imediato para 25%”, disse a jornalistas após se reunir com Haddad no Ministério da Fazenda junto do novo presidente executivo indicado da entidade, Igor Calvet.

Na semana passada, a Anfavea alertou que as tarifas cobradas por Trump nos carros produzidos no México poderiam fazer com que o Brasil enfrentasse uma maior concorrência com a chegada de mais veículos mexicanos aqui.

Segundo Leite, a reunião com Haddad não tratou dos detalhes do que foi comentado hoje por Trump, mas abordou “toda a confusão” que tem causado a política tarifária de Trump. “O governo brasileiro tem feito um bom trabalho. Então, nós temos tido a oportunidade de apresentar para o ministro Haddad e para o vice-presidente Geraldo Alckmin aqueles pontos dos programas anunciados pelo presidente Donald Trump naquilo que pode impactar o Brasil”, disse.

Valor - SP   15/04/2025

Presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite avalia que o governo brasileiro tem feito um bom trabalho nas negociações com os norte-americanos.

Fonte: Presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, afirmou, nesta segunda-feira (14), que a entidade ainda está avaliando os impactos de uma eventual suspensão das tarifas de 25% de importação impostas pelos Estados Unidos sobre veículos e autopeças.

"É um momento que a gente tem evitado fazer comentários, porque nós ainda não conhecemos o detalhe do que foi anunciado", disse Leite, após se reunir, em Brasília, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Ele acredita que Trump pode vir a diminuir um pouco a tarifa de 25% cobrada sobre os automóveis exportados do México para os Estados Unidos, mas reforçou que ainda é cedo para fazer uma avaliação.

"O mercado americano tem um impacto muito grande para o Brasil, mas indireto, principalmente através do México e de outros países que exportam pros Estados Unidos. Então, nós estamos analisando e vendo como isso pode impactar os nossos investimentos fabricados no Brasil", explicou.

Sobre a reunião com Haddad, Leite disse que a guerra tarifária promovida por Donald Trump foi mencionada na conversa com o ministro, mas o objetivo da audiência foi uma visita de cortesia, para apresentar o futuro presidente da Anfavea, Igor Calvet. A jornalistas, Leite avaliou que o governo brasileiro tem feito um bom trabalho nas negociações com os norte-americanos.

"Nós tivemos a oportunidade de apresentar para o ministro Haddad e para o ministro Alckmin aqueles pontos do programa anunciado pelo Trump que podem impactar o Brasil. Então, temos apresentado elementos para o governo conduzir bem a negociação de diplomacia com os Estados Unidos, que até agora tem se mostrado exitosa [pelo lado brasileiro]", comentou o presidente da Anfavea.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que está considerando isenções em suas tarifas sobre veículos e autopeças importados, com o objetivo de dar mais tempo às montadoras para estabelecerem produção nos EUA.

“Estou analisando algo para ajudar as montadoras. Elas estão trocando peças por outras feitas no Canadá, México e em outros países, e precisam de um pouco mais de tempo, porque vão passar a fabricar aqui”, disse Trump a repórteres nesta segunda-feira, no Salão Oval.

As declarações podem oferecer algum alívio às fabricantes afetadas pelas tarifas sobre carros e caminhonetes, mas também aumentam a incerteza sobre a política comercial do governo. As ações da General Motors, Ford e da Stellantis (controladora da Chrysler) subiram após os comentários, revertendo as quedas registradas mais cedo.
As tarifas sobre importações de veículos ameaçam elevar os preços para consumidores americanos e causar rupturas nas cadeias de suprimento automotivas, que são profundamente integradas entre EUA, Canadá e México. Trump argumenta que as tarifas são necessárias para revitalizar a indústria manufatureira do país.

O governo impôs uma tarifa de 25% sobre veículos completos, com tarifas sobre peças programadas para entrar em vigor até 3 de maio. As medidas já preveem exceções para veículos com conteúdo suficiente para atender aos requisitos do acordo comercial da América do Norte.

As três grandes montadoras de Detroit vinham, há semanas, pressionando o governo Trump para excluir determinadas autopeças de baixo custo das tarifas planejadas. Segundo fontes próximas às negociações, Ford, GM e Stellantis aceitaram pagar tarifas sobre carros completos e componentes grandes, como motores e transmissões.

No entanto, as empresas alertaram que tarifas amplas sobre peças aumentariam os custos em bilhões de dólares e poderiam levar a alertas de lucro e cortes de empregos — efeitos contrários ao objetivo de Trump de reforçar a produção local.

Trump também afirmou nesta segunda-feira que pretende aplicar tarifas sobre importações farmacêuticas “num futuro não muito distante”.

As mudanças frequentes nos planos tarifários do presidente têm gerado sinais confusos para mercados, empresas e parceiros comerciais, que buscam entender como lidar com um governo que promete negociar dezenas de novos acordos para reduzir desequilíbrios comerciais.

Tarifas sobre chips semicondutores importados virão em breve, diz Trump

Trump se recusou a dizer se alguns produtos, como smartphones, ainda podem acabar sendo isentos, mas acrescentou: “É preciso mostrar certa flexibilidade. Ninguém deve ser tão rígido”

Na segunda-feira, Trump elogiou as isenções concedidas a eletrônicos populares das tarifas de 125% aplicadas à China, bem como a tarifa global básica de 10%, dizendo que beneficiam empresas americanas como a Apple e citou investimentos da fabricante de chips Nvidia nos EUA.

“Olha, sou uma pessoa muito flexível. Não mudo de ideia, mas sou flexível”, disse Trump a repórteres.

“Ajudei o Tim Cook recentemente, e toda aquela operação”, continuou, referindo-se ao CEO da Apple. “Não quero prejudicar ninguém. Mas o resultado final é que vamos alcançar a grandeza para o nosso país.”

No fim de semana, porém, Trump indicou que o alívio para os produtos de tecnologia será temporário. Ele e seus assessores disseram que essas importações deverão ser alvo de tarifas setoriais específicas futuramente.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Diário do Comércio - MG   15/04/2025

O secretário-executivo do Banco Central, Rogerio Lucca, disse nesta segunda-feira (14) que a autarquia está em diálogo com o governo para melhorar o processo de concessões de financiamentos imobiliários, apontando que o aumento de saques da poupança está reduzindo o funding para crédito habitacional.

A caderneta de poupança no Brasil registrou saques líquidos pelo terceiro mês consecutivo em março, no valor de R$ 11,5 bilhões, segundo o BC. No acumulado do ano, a poupança registra retirada líquida de R$ 45,692 bilhões. Em 2024, a saída líquida foi de R$ 15,5 bilhões.

Em live promovida pelo Banco Central, Lucca argumentou que a população tem aplicado mais em outros instrumentos de investimento, como LCI, LCA e títulos do Tesouro Nacional, o que tem levado a saques maiores da poupança.

“Isso é positivo, as pessoas estão com maior conhecimento, com uma capacidade melhor de investir”, disse.

“Agora, tem outro ponto, a poupança sempre serviu para expandir o crédito imobiliário, e você está tendo uma redução nesse funding. Então estamos debruçados sobre esse tema, temos conversado com o governo e com o mercado para ver o que a gente pode fazer para melhorar esse processo.”
Política monetária

Na live, Lucca também afirmou que o BC estuda temas ligados aos canais de transmissão da política monetária para a economia, apontando que “canais entupidos” demandam que a autarquia faça um esforço maior do que o necessário para atingir o mesmo objetivo de controle da inflação.

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Segundo ele, a atuação do BC para melhorar a qualidade do crédito e os sistemas de garantias auxiliam nesse desentupimento dos canais de transmissão da política de juros.

“Na medida em que eu melhoro a qualidade do crédito, tenho uma efetividade maior da política monetária, mas também melhora para o cidadão, que tem acesso ao crédito de melhor qualidade, e melhora o sistema financeiro”, afirmou.

Entre as outras prioridades do BC para 2025, o secretário-executivo disse que está uma evolução do sistema de portabilidade de crédito e uma padronização para as concessões de financiamentos.

Em outra frente, ele também tratou como prioridade a agenda evolutiva do Pix, incluindo o desenvolvimento de sistemas de pagamento agendado e parcelado, além do uso do Pix como garantia para empréstimos.

A Tribuna - SP   15/04/2025

O déficit habitacional no Brasil é um problema estrutural e persistente que afeta milhões de brasileiros, especialmente as populações de baixa renda. De acordo com o último estudo da Fundação João Pinheiro (FJP), publicado em 2023 com base em dados de 2021, esse déficit era de cerca de 5,8 milhões de moradias, e suas causas são multifatoriais: aluguel excessivo (48,5% do déficit), coabitação (33,4%), habitações precárias (10,8%) e adensamento excessivo (muitas pessoas em pouco espaço, 7,3%). O Sudeste concentra a maior parte (cerca de 40%) por ter a maior população.

O tema pautou um dos principais encontros setoriais na semana passada, o 100º Encontro Internacional da Construção Civil (Enic), realizado em São Paulo, que atraiu a atenção de autoridades, construtoras, fornecedores e de toda a cadeia produtiva do segmento. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os caminhos adotados pelo governo deverão ajudar a reduzir esse déficit. Entre as medidas estão a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), em fevereiro de 2023, que ampliou o atendimento para famílias com renda mensal de até R$ 8 mil em áreas urbanas e de até R$ 96 mil anuais em áreas rurais.

Além disso, beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) foram isentos do pagamento de prestações dos imóveis adquiridos pelo programa.

Mais recentemente, foi anunciada a criação da Faixa 4 do MCMV, voltada para famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, com financiamento de imóveis de até R$ 500 mil. Para viabilizar essa expansão, decreto publicado neste mês regulamenta o uso de recursos do Fundo Social do Pré-Sal no financiamento habitacional, prevendo a destinação de R$ 18 bilhões para essa finalidade, com a expectativa de beneficiar cerca de 120 mil famílias até 2026.

Todos os caminhos são positivos na jornada para reduzir o déficit habitacional; porém, é importante destacar que de nada adiantará a adoção desse conjunto de ações se outras pontas desse tabuleiro não forem devidamente amarradas. A principal delas — e motivo de preocupação do setor da construção civil — é o redirecionamento dos recursos do FGTS para outras finalidades que não o financiamento de moradias.

Em 2024, o Ministério das Cidades estabeleceu regras para a distribuição dos recursos do FGTS, destinando-os também para infraestrutura urbana e saneamento básico. Ainda que sejam áreas imprescindíveis para o pleno desenvolvimento do país, seu financiamento por meio do FGTS reduz um fundo que já vem sofrendo queda nos depósitos devido à ampliação da informalidade e de outras modalidades de emprego sem carteira assinada.

Para o setor da construção civil, que tem no financiamento sua principal ferramenta de alavancagem e que atua com planejamento de longo prazo, um mínimo de segurança financeira e estabilidade econômica é fundamental.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   15/04/2025

Governo vai testar interesse por parte de empresas locais ou prefeituras em assumir operação de trechos ociosos.

Os 10,7 mil km de ferrovias sem tráfego no país - em poder das atuais concessionárias do setor - começam a ser submetidos a testes para medir o interesse por parte de empresas locais ou prefeituras que poderão assumir, direta ou indiretamente, a operação com compromisso de revitalizar-los e explorá-los comercialmente. A ideia é usar a autorização, na modalidade de chamamento público, para atrair investimento para fora dos grandes eixos logísticos que oferecem alta rentabilidade.

Prevista no novo marco legal das ferrovias, a autorização por chamamento público permite identificar projetos ferroviários com algum potencial econômico e oferecê-los com maior flexibilidade em relação à concessão. Na autorização clássica, a iniciativa de empreender parte das empresas que assumem todo o risco de construção e operação, mas se tornam donas da linha. No chamamento, é fixado um prazo alongado de exploração da ordem de 90 anos.

“Temos uma malha ferroviária com milhares de quilômetros não implantados, ociosos ou não utilizados, porém há subtrechos com interesse do privado em explorar”, disse Lucas Asfor, diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ao Valor.

A agência apresentará nesta terça-feira detalhes desses trechos ao mercado em evento na sede do órgão, em Brasília. O regulador publicou no fim do ano passado uma resolução sobre o tema. A norma foi aprovada com base nas diretrizes definidas pelo Ministério dos Transportes.

Asfor explicou que trechos identificados com maior interesse serão priorizados nos estudos econômicos e nos primeiros editais de chamamento. Ele prevê que a primeira rodada deve contemplar o trecho de Varginha (MG) e a Angra dos Reis (RJ) - veja quador acima. O investidor terá oportunidade de fazer o escoamento de produtos do Porto Seco Sul de Minas ao porto marítimo na cidade do Rio.

Os trechos de baixa viabilidade econômica mantidos pelas concessionárias devem passar pelo processo de devolução à União, mediante cobrança de indenizações pelo fato de poderem se livrar do espólio da antiga Rede Ferroviária Federal.

O ministério estima que serão desembolsados cerca de R$ 20 bilhões na devolução na expectativa de que os recursos retornem ao setor na forma de investimento. O cálculo considera a precificação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que define parâmetro de R$ 2 milhões por quilômetro.

Trechos identificados com maior interesse serão priorizados nos estudos econômicos e nos editais

Ao Valor Alessandro Baumgartner, superintendente de transporte ferroviário da ANTT, disse que as devoluções vinham sendo discutidas nas renovações de contrato. “A gente teve prorrogação da MRS e das ferrovias da Vale [Vitória-Minas e Carajás] que não tiveram praticamente devolução nenhuma, mas vamos ter agora o primeiro grande trecho indo para a negociação, que é o da FCA [Ferrovia Centro-Atlântica, do grupo VLI].”

O técnico disse que as próximas renovações passam pelos contratos da Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), da CSN, e do conjunto de concessões do grupo Rumo, em estágios diferentes.

Asfor frisou que, com a nova lei, a União pode tomar a malha inativa antes de negociar a prorrogação dos contratos. “As concessionárias ficavam segurando os trechos sem definir o que fazer. Agora, se identificado que estão ociosos, sem nenhum tráfego, é possível pegar de volta se obviamente já tiver outra empresa para assumir”, disse diretor da ANTT.

Procurada, a MRS informou que, “atualmente, todas as linhas” sob concessão estão “plenamente operacionais”. A Rumo reforçou que “mantém diálogo constante” com o governo. “Alguns trechos estão desativados desde a gestão deficitária” do modelo estatal que tinha uma proposta pública de interiorização do território com transporte de passageiros, incompatível com a configuração atual da economia nacional.

Questionada, FTL informou que “neste momento a empresa não tem comentários” a fazer. A Vale e a VLI não responderam.

Revista Ferroviaria - RJ   15/04/2025

O ministro dos Transportes, Renan Filho, prometeu lançar o edital para a construção da Estrada de Ferro (EF) 118 até dezembro deste ano. O trecho vai fazer parte do Anel Ferroviário do Sudeste, conectando o Espírito Santo ao Rio de Janeiro pelas ferrovias.

A promessa do ministro foi feita na quinta-feira (10), em resposta a um questionamento feito por A Gazeta durante o programa “Bom dia, ministro”, do Canal Gov, e reforça a expectativa do secretário nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, Leonardo Ribeiro, de fazer o leilão este ano.
POD NOS TRILHOS
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

“A Estrada de Ferro 118, a gente também pretende levar a leilão neste ano e garantir o bom andamento desse projeto, que vai fazer uma conexão da malha de Vitória a Minas, no Espírito Santo, com a malha da MRS, em São Paulo, passando pelo Estado do Rio de Janeiro”, declarou o ministro.

Na ocasião, o ministro disse que quer iniciar as obras de duplicação da BR 262 ainda neste ano, com recursos do acordo de Mariana, referente ao rompimento da barragem de rejeitos de minério ocorrido em 2015.
Ferrovia vai ligar o ES ao Rio

A perspectiva é que o investimento do governo federal na construção da ferrovia seja de R$ 3,38 bilhões.

O traçado da EF-118 está dividido em três segmentos principais:

Trecho Norte/Ramal de Anchieta – Da sua extensão total, o trecho de 80 km entre Santa Leopoldina e Anchieta deverá ser construído pela Vale, como contrapartida pela prorrogação antecipada das suas ferrovias, e passará a integrar o contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Para esse trecho, já foi definido o investimento de R$ 6 bilhões pela mineradora; Trecho Central – Um novo percurso de aproximadamente 170 quilômetros ligando São João da Barra (RJ), passando pelo Porto do Açu, até Anchieta (ES); Trecho Sul – Com cerca de 325 quilômetros, conectará São João da Barra a Nova Iguaçu (RJ) e deverá ser executado como investimento adicional, caso acionado pelo governo federal. Esse trecho, chamado brownfield, prevê a utilização de trechos existentes da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

Exame - SP   15/04/2025

Com dimensão continental, o Brasil não aproveita o potencial do transporte de cargas por trilhos para redução de custos logísticos. Uma combinação de herança histórica, falta de planejamento de longo prazo e crédito caro explica a dificuldade em ampliar a malha ferroviária nacional, segundo Natália Marcassa, vice-presidente de Relações Institucionais da Rumo Logística, maior operadora ferroviária do Brasil.

"Hoje a nossa malha ferroviária tem mais ou menos 30 mil quilômetros, mas apenas um terço disso tem operação com carga mesmo", afirma Marcassa em entrevista ao programa EXAME INFRA realizado pela EXAME em parceria com a empresa Suporte.

Economista e ex-secretária dos ministérios dos Transportes e Infraestrutura, Marcassa diz que a ferrovia no Brasil nasceu em 1854 com uma lógica voltada à integração nacional, iniciada no século XIX, ainda no Império.

Toda a estrutura se concentrou no litoral e regiões estratégicas como o Sudeste e parte do Sul, com objetivos até de proteção de fronteiras, o que hoje limita a sua utilidade econômica, como explica a especialista.

Na década de 1950, a malha ferroviária chegou a ter cerca de 37 mil quilômetros. Mas 40 anos depois, a estrutura passou a dar prejuízo de pelo menos US$ 1 milhão por dia. Para responder ao déficit, a Rede Ferroviária Federal, que operava a estrutura, foi liquidada. E o processo de privatização das ferrovias focou mais em reduzir prejuízos do que promover novos investimentos. "A ideia da privatização era parar de perder dinheiro, não ampliar a malha", diz Marcassa.

Os contratos fechados na época permitiam, por exemplo, que as concessionárias abandonassem trechos considerados antieconômicos — o que, na prática, levou os operadores a terem interesse apenas nas rotas com maior rentabilidade.

Como consequência, 56% da atual malha ferroviária do Brasil tem um fluxo inferior a dois trens por dia, aponta relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Divulgado no ano passado, o documento mostra a ociosidade como uma falta de investimentos e de manutenção no setor ferroviário.

Segundo a vice-presidente da Rumo, a lógica só começou a mudar em 2017, com a legislação que permitiu renovações antecipadas das concessões ferroviárias, atreladas a novos investimentos.

"Foi uma remodelagem dos contratos para trazer uma regulação dos dias atuais. Desde então, voltamos a ver investimentos no setor", afirma.

Desafios atuais para ampliação das ferrovias

À frente da principal companhia de operação do setor, Marcassa observa que apesar dos avanços nos últimos oito anos, o custo de financiamento ainda é um grande entrave.

"Não tem acesso a instrumentos de fomento com taxas apropriadas. Uma taxa de quase 15% machuca demais o investimento em infraestrutura. Em ferrovia, nesse valor, é quase impeditivo".

De acordo com a executiva, o apetite de novos investidores no setor ferroviário existe, mas depende das condições de financiamento. Na Rumo, por exemplo, parte do CAPEX da empresa já contratado para este ano, de quase R$ 6 bilhões, prevê obras de ampliação no Porto de Santos, em São Paulo.

Mas, segundo a vice-presidente, a companhia tem apetite para investir ainda mais, porém "não consegue".

A executiva chama atenção para a necessidade de rever a distribuição de riscos nos contratos de concessão.

"A gente evoluiu mais no setor rodoviário do que no ferroviário nesse aspecto. Um contrato com alocação de risco desequilibrada aumenta a incerteza e dificulta o financiamento", afirma.

Os exemplos incluem desde o custo com desapropriações até contrapartidas sociais em regiões vulneráveis, que hoje são arcadas pelas concessionárias sem estar previstas nos contratos.

Além disso, a falta de formalização da regulação ambiental é outro ponto crítico. "No Brasil, a gente tem uma tradição de leiloar sem licença prévia. O concessionário só conhece os riscos depois, o que traz muita incerteza", diz Marcassa.

Mudança estrutural em infraestrutura

A vice-presidente da Rumo vê avanços importantes na meta do Ministério dos Transportes de atrair R$ 200 bilhões em investimentos ferroviários. Assim como o lançamento de leilões no setor.

Como afirmou ao EXAME INFRA o secretário da pasta, George Santoro, estão previstos certames como o da Arco Ferroviário do Sudeste (F118) e Ferrogrão. Uma novidade para esse tipo de transporte que, em 40 anos, registrou apenas três leilões.

Marcassa pondera, no entanto, que o processo é de longo prazo. "Nada em infraestrutura se faz da noite para o dia. O importante agora é ter planejamento, escutar o mercado e modelar bem os projetos. Se a gente não tiver projeto, não sai 1 km a mais de ferrovia".

A Rumo tem ampliado investimentos, especialmente no corredor ferroviário que liga o Mato Grosso ao Porto de Santos, além da modernização dos terminais portuários. A empresa também está em negociação com estados para aproveitar trechos ferroviários ociosos ou abandonados para o transporte de passageiros e trens turísticos.

A companhia negocia repasses de malhas para viabilizar projetos como o TIC (Trem Intercidades), mas o investimento não está no seu plano de negócios, de acordo com a vice-presidente, Natália Marcassa. "Estamos conversando com os estados para viabilizar o uso de áreas que não têm operação. É uma forma de reativar trechos importantes sem partir do zero".

Exame - SP   15/04/2025

A Rumo Logística, maior operadora ferroviária independente do Brasil, trilha para colocar de pé um projeto que promete transformar a infraestrutura do país: uma nova ferrovia de 740 quilômetros entre Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso.

O objetivo é mudar a lógica do escoamento de grãos do Centro-Oeste, hoje dependente da BR-163, rota de 3,5 mil quilômetros classificada como “regular” pela última pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT).

Com esse e outros projetos, a companhia pretende investir entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões em 2025 — patamar que tem se mantido nos últimos anos e deve continuar ao longo da década.

"Estamos avançando de Rondonópolis até Lucas do Rio Verde, o coração da soja. Justamente para que não tenha mais a necessidade dessa soja ser escoada pela BR-163, que é uma pista simples e muito provavelmente terá muita dificuldade de ter uma licença ambiental para fazer uma ampliação de capacidade porque passa dentro da Amazônia. Nossa ideia é chegar até Rondonópolis com essa ferrovia mais ou menos em 2028, 2029", diz Natália Marcassa, vice-presidente de Relações Institucionais da Rumo.

Economista, Marcassa é ex-secretária dos ministérios dos Transportes e Infraestrutura e tem a trajetória marcada pela atuação em políticas públicas de planejamento de transporte e regulação.

Ela contou os planos da empresa no 8º episódio do videocast EXAME INFRA, uma realização da EXAME com a empresa Suporte, onde compartilhou também os desafios para destravar obras de infraestrutura.

"Às vezes eu vejo algum contrato e penso: 'Ah, eu não acredito que eu escrevi'. É um aprendizado enorme entender as dores do privado para investir", afirma.

Planos de expansão da Rumo

Sobre os planos de expansão da Rumo, a vice-presidente diz que os aportes já estão contratados para 2025 e vêm se mantendo no patamar próximo a R$ 6 bilhões nos últimos anos. Em 2023, por exemplo, foram R$ 5,7 bilhões de CAPEX.

Uma prioridade é a ferrovia a partir de Rondonópolis, onde a empresa opera o maior terminal de grãos da América Latina, com capacidade de 40 milhões de toneladas.

A nova frente de investimento para a construção dos 740 quilômetros até Lucas do Rio Verde, é viabilizada pelo modelo de autorização ferroviária. A expectativa é inaugurar o primeiro terminal no trajeto, em Dom Aquino, também no Mato Grosso, já no próximo ano, com capacidade para movimentar 10 milhões de toneladas por ano.

Com isso, a Rumo pretende encurtar o trajeto rodoviário, tirar caminhões da estrada e conectar diretamente as fazendas mato-grossenses ao Porto de Santos, em São Paulo, via trilho.

"A volumetria que a ferrovia tem em termos de grão é impossível de escoar por caminhão. Senão tiver ferrovia, não será possível ampliar todo o potencial que tem de lavoura no Mato Grosso. [Com a ferrovia] vai se ampliar em 60% nos próximos 10 anos sem desmatar um pé. Só transformando a área da pecuária em lavoura. E se não tiver ferrovia, isso não será possível, porque nessa volumetria não dá. E de toda maneira, a ferrovia é mais barata também. À medida que chegamos mais perto do produtor, esse frete ficará mais barato", diz a especialista.

Gargalo em Santos

Na outra ponta da cadeia logística, a Rumo também aposta no Porto de Santos, o principal complexo portuário do país e o maior da região latino-americana.

Um dos projetos mais importantes da companhia é a ampliação de um terminal de uso privado (TUP), fora do porto organizado, operado pela DPW. O investimento prevê dois novos berços de atracação e uma adição de cerca de 10 milhões de toneladas na capacidade para grãos, além de 3 milhões para fertilizantes.

O projeto é fruto de uma parceria da Rumo com a americana CHS, maior cooperativa agrícola dos Estados Unidos e antiga parceira da empresa em outros terminais.

"A gente não dá conta de fazer tudo sozinho. Por isso buscamos parceiros estratégicos como a CHS para acelerar os investimentos", diz Marcassa.

A executiva afirma que há uma corrida contra o tempo para garantir que a infraestrutura acompanhe o crescimento da produção.

"Muito provavelmente, vamos precisar de mais 20 a 25 milhões de toneladas de capacidade em Santos entre 2028 e 2030. Já estamos construindo, mas sabemos que ainda não será suficiente".

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Capacidade duplicada

Além da nova ferrovia em construção, a Rumo está duplicando a Malha Paulista — principal ligação ferroviária entre o interior e o Porto de Santos. A ampliação, resultado da renovação da concessão, deve elevar a capacidade da ferrovia de 30/40 milhões de toneladas para até 80 milhões em 2028.

Já são 55 milhões de toneladas desde que R$ 3,5 bilhões foram investidos pela Rumo nos últimos cinco anos, de um total de R$ 7 bilhões previstos. A ampliação inclui duplicação de trilhos, expansão de pátios de cruzamento e melhorias em terminais.

"Ferrovia é sempre multimodal: envolve caminhão, trilho e porto. A gente precisa encurtar o trecho rodoviário, trazer a carga mais cedo para o trilho e garantir fluidez no terminal portuário. Tudo isso precisa estar conectado", afirma a vice-presidente da companhia.

Marcassa reforça que a lógica de investimento é guiada por volume. "Ferrovia só se sustenta com carga pesada. Custa R$ 27 milhões o quilômetro, contra R$ 5 milhões na rodovia. Sem escala, o investimento não se paga."

Infraestrutura menos poluente, mas sem crédito verde

A especialista também defende o papel ambiental estratégico das ferrovias, que emitem pelo menos 8 vezes menos carbono que o transporte rodoviário. Apesar disso, Marcassa afirma que falta acesso a instrumentos de financiamento voltados à transição ecológica, como o Fundo Clima, para as concessionárias ferroviárias.

"Hoje, 90% das emissões do transporte vêm das rodovias. Só essa ferrovia do Mato Grosso representa 2% a mais da malha nacional e pode neutralizar uma parcela expressiva das emissões", diz a especialista.

A executiva também aponta desequilíbrios no financiamento público. Do crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltado ao transporte, segundo ela, 70% ainda vai para rodovias e somente 30% para ferrovias. "Isso precisa mudar se quisermos acelerar os investimentos", afirma.

Na Rumo há apetite para ampliar os investimentos em Santos, por exemplo, garante. "Mas ainda falta capacidade financeira. Estamos fazendo o que conseguimos com recursos privados".

A vice-presidente observa, por outro lado, que mesmo sem subsídios ou contrapartidas públicas, a companhia acredita que ainda há espaço para crescer, mas chama atenção para a necessidade de créditos mais baratos.

"Com o custo atual, há muitos projetos que simplesmente não se viabilizam", finaliza Natália Marcassa.

Rodoviário

InfraRoi - SP   15/04/2025

O Governo de Minas Gerais, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), concluiu, no início deste mês, as obras de recuperação da MGC-496, trecho de 135,8 quilômetros, entre Pirapora, no Norte, e Corinto na região Central do estado.

A recuperação da rodovia beneficia diretamente uma população de quase 145 mil moradores dos municípios de Corinto, Lassance, Várzea da Palma, Pirapora e Buritizeiro. Os investimentos foram de R$ 117 milhões. As melhorias integram o programa Caminhos pra Avançar, maior conjunto de intervenções rodoviárias nas últimas décadas.

“Melhorar as condições das rodovias é uma das prioridades máximas do Governo de Minas. Os investimentos em infraestrutura, sobretudo no programa Caminhos para Avançar, estão possibilitando reduzir os trechos danificados das estradas e reestruturar a malha viária, tornando o deslocamento mais seguro e confortável, além e alavancar a economia de Minas”, avalia o diretor-geral do DER-MG, Rodrigo Tavares.
Recuperação da MGC-496 traz benefícios econômicos à região

A MGC-497 está localizada em uma região de grande vocação para o agronegócio com muitas fazendas que produzem frutas e grãos para exportação e plantio de eucalipto para produção de carvão vegetal e que dependem, diretamente, das boas condições de mobilidade.

O trecho concentra grande produção ferroligas, tendo Pirapora como referência em empresas do setor que geram milhares de empregos diretos e indiretos. Outro ramo de destaque na área de influência da rodovia é a indústria têxtil. Além disso, a MGC-497 é uma alternativa de tráfego à BR-135.

Com a melhorias das condições da MGC-497 é possível aumentar a acessibilidade dos municípios, reduzir custos, ampliar o acesso a produtos e tecnologias e criar condições potenciais para o aumento da produção e o consequente crescimento econômico.

Valor - SP   15/04/2025

O acordo inclui serviços à BR-369, BR-373, BR-376, PR-090, PR-170, PR-323 e PR- 445.

A CCR, por meio de sua controlada PRVias, assinou um contrato de concessão com a União, por meio da Agência de Nacional de Transportes Terrestres.

Segundo o comunicado divulgado nesta segunda-feira (14), a concessão implica na prestação dos serviços públicos de recuperação, operação, manutenção, monitoração, conservação, implantação de melhorias, ampliação de capacidade e manutenção do nível de serviço do sistema rodoviário.

O acordo se aplica ao Lote PR3 (lote de rodovias integradas no Paraná), que inclui serviços à BR-369, BR-373, BR-376, PR-090, PR-170, PR-323 e PR- 445.

O acordo terá prazo de 30 anos, valendo a partir da data de assinatura de termo de transferência inicial, previsto para ocorrer 30 dias após a assinatura do contrato de concessão.

“A assinatura do contrato de concessão representa a concretização de mais uma importante etapa do planejamento estratégico da CCR, que visa o seu crescimento qualificado, agregar valor aos acionistas e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Brasil”, diz o comunicado.

Globo Online - RJ   15/04/2025

O Chile apresentou na segunda-feira o plano de obras de infraestrutura do chamado Corredor Bioceânico Rodoviário, uma estrada que busca unir o norte do país com Argentina, Paraguai e Brasil para configurar uma nova rota comercial entre o Atlântico e o Ásia-Pacífico.

O projeto está em pauta há uma década e é considerado uma das obras de infraestrutura mais importantes da América Latina, com uma extensão de 2.400 km.

O programa será um dos pontos centrais de discussão da visita oficial que Boric realizará na próxima semana ao Brasil.

O traçado conecta os portos do sul do Brasil com os do norte do Chile, atravessando Mato Grosso do Sul, o chaco paraguaio, as províncias argentinas de Salta e Jujuy, segundo a descrição do projeto.

— É uma boa notícia, porque se trata de uma integração real e concreta — disse o presidente Gabriel Boric, ao apresentar o "Plano de ação do corredor bioceânico" na segunda-feira no palácio presidencial de La Moneda.

O plano considera o desenvolvimento de 22 projetos de infraestrutura no Chile para melhorar rodovias, estabelecer novos pontos de controle da aduana e da polícia, além da atualização dos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, no norte do país.

Não se detalhou o montante de investimento das obras comprometidas. De acordo com o governo chileno, este corredor representa uma melhora significativa frente a outras rotas.

Espera-se que possa reduzir em até 10 dias o transporte entre regiões do Brasil e Paraguai e países do Ásia-Pacífico como China, Coreia do Sul ou Japão.

NAVAL

A Tribuna - SP   15/04/2025

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou na tarde desta segunda-feira (14), durante o Encontro Porto & Mar realizado pelo Grupo Tribuna na Câmara de Santos, a realização de audiências públicas para debater a ampliação da poligonal do Porto de Santos. A área portuária, que atualmente compreende 7,8 milhões de m², será expandida para mais de 20 milhões de metros quadrados.

A proposta de expansão tem como objetivo atrair novos investimentos, gerar empregos e aumentar a competitividade do Brasil. O projeto abrange cidades da Baixada Santista, como São Vicente, Guarujá, Cubatão e Praia Grande.

“Nós estamos hoje iniciando as audiências públicas, onde a gente vai poder ampliar a capacidade do Porto, sobretudo com o olhar para as próximas gerações, saindo de 7,8 milhões de metros quadrados para mais de 20 milhões de metros quadrados”, afirmou.

O texto de abertura da consulta pública ressalta a relevância da proposta e reforça o interesse do Governo Federal em ouvir a população sobre o futuro do maior porto da América Latina. As contribuições podem ser enviadas até o dia 13 de maio. Participe acessando o link disponível.

Investimentos

Além da ampliação da poligonal da área portuária, o ministro também anunciou a concessão do serviço de dragagem do Porto de Santos. A primeira do Brasil ocorreu no canal de Paranaguá, e o processo já está em análise no Tribunal de Contas da União (TCU).

“Nós temos grandes oportunidades que estão sendo colocadas para o futuro do País. E neste ano ainda, nós estamos trabalhando para fazer três grandes leilões lá na B3. É o Santos 10”, pontuou.

De acordo com Silvio Costa Filho, para avançar nas operações com combustíveis, serão implementados os projetos ST08 e STS 39/53. O STS53, também será fundamental para a expansão das atividades relacionadas à movimentação de fertilizantes no Porto de Santos.

“Em quatro anos, nós vamos fazer mais de 60 concessões no País. É o maior volume de concessões da história”, finalizou.

PETROLÍFERO

Valor - SP   15/04/2025

Previsão de crescimento da demanda global em 2025 passou de 1,45 milhão de barris por dia para 1,3 milhão de barris, e para 2026, de 1,43 milhão de barris para 1,28 milhão de barris.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo sua projeção para a demanda global por petróleo para este ano e para 2026 como efeito do impacto esperado das americanas recentemente anunciadas, diz o cartel, em seu relatório mensal.

A previsão de crescimento da demanda global por petróleo em 2025 passou de 1,45 milhão de barris por dia para 1,3 milhão de barris; e, para 2026, a projeção passou para 1,28 milhão de barris, ante a estimativa anterior de crescimento de 1,43 milhão de barris.

“A previsão é de que a demanda por petróleo seja sustentada pela forte demanda por viagens aéreas e pela mobilidade rodoviária saudável, incluindo diesel rodoviário e transporte rodoviário, bem como pelas atividades industriais, de construção e agrícolas em países não pertencentes à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, diz a Opep.

No entanto, o cartel alerta no relatório que “essa previsão está sujeita a incertezas em torno dos acontecimentos econômicos globais em meio às novas tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos”.

De acordo com a Opep, a economia global apresentou uma tendência de crescimento constante no início do ano, mas agora está sujeita a maior incerteza, dada a recente dinâmica relacionada às tarifas. Assim, as previsões de crescimento econômico global foram revisadas para baixo, de 3,1% para 3,0% em 2025.

O relatório diz ainda que, em março, a produção total de petróleo da Opep caiu 78 mil barris por dia, para 26,78 milhões de barris por dia, segundo fontes secundárias. Já a oferta da Opep e aliados, grupo conhecido como Opep+, caiu 37 mil barris por dia, para 41,02 milhões de barris por dia no mês passado.

Com relação ao crescimento da oferta, a Opep reduziu a previsão para países de fora da Opep+ para este ano e o próximo. A previsão é de avanço de 900 mil de barris por dia para 2025, ante projeção anterior de avanço de 1,01 milhão de barris, atingindo uma média de 54,1 milhões de barris.

Para 2026, a projeção também é de avanço de 900 mil barris ante estimativa anterior de 1 milhão de barris, para 55 milhões de barris. O crescimento neste ano e no próximo deve ser impulsionado pelos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina, diz o relatório.

Infomoney - SP   15/04/2025

Os preços do petróleo fecharam com leve alta nesta segunda-feira, com isenção de tarifas dos Estados Unidos para alguns produtos eletrônicos e dados que mostram uma forte recuperação nas importações de petróleo da China em março.

Os ganhos, porém, foram limitados por preocupações de que a guerra comercial poderia enfraquecer o crescimento econômico global e prejudicar a demanda por combustível.

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam com alta de 0,2%, a US$ 64,88 por barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate dos EUA fechou com alta de 0,05% a US$ 61,53.
No final da sexta-feira, o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu a retirada de tarifas elevadas sobre smartphones, computadores e alguns outros produtos eletrônicos importados principalmente da China. Foi o mais recente de uma série de anúncios de políticas que impuseram tarifas e depois voltaram atrás, gerando incerteza para investidores e empresas.

Trump disse no domingo que anunciaria a taxa sobre semicondutores importados na próxima semana.

Enquanto isso, as importações de petróleo da China em março se recuperaram acentuadamente em relação aos dois meses anteriores e subiram quase 5% em relação ao ano anterior, mostraram dados nesta segunda-feira, impulsionadas pelo petróleo iraniano e por uma recuperação nas entregas russas.

No entanto, o Brent e o WTI perderam cerca de US$10 por barril desde o início do mês, e os analistas reduziram as previsões para os preços do petróleo, já que a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou.

Valor - SP   15/04/2025

Até 12 de maio, as 31 empresas inscritas podem apresentar declarações de interesse com as garantias de ofertas para os blocos.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgou a lista de setores ofertados na sessão pública do 5° ciclo da oferta permanente de concessão, em 17 de junho.

A ANP colocou, no total, 16 setores em cinco bacias sedimentares, sendo quatro marítimas e uma terrestre. Cinco deles ficam na Margem Equatorial, com quatro na Bacia da Foz do Amazonas, que entra pela primeira vez no modelo de oferta permanente, e um na Bacia Potiguar, na outra extremidade da Margem. A Bacia da Foz do Amazonas é onde a Petrobras ainda aguarda licença ambiental por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para iniciar a exploração de petróleo.

Os demais são cinco na Bacia de Santos, quatro na Bacia de Pelotas. A única bacia terrestre ofertada terá dois setores na Bacia dos Parecis, no Centro-Oeste do país, entre Rondônia e Mato Grosso.

De hoje até 12 de maio as 31 empresas inscritas podem apresentar declarações de interesse com as garantias de ofertas para os blocos desses 16 setores.

A oferta permanente é uma modalidade segundo a qual as empresas não precisam esperar uma rodada “tradicional” de leilões, ficando permanentemente aptas para arrematar blocos de petróleo. Da mesma forma, o edital só é alterado para inclusão de novas áreas e exclusão de outras, que foram arrematadas por empresas.

A diferença na oferta permanente é que, se for de concessão, as áreas arrematadas são concedidas às empresas. O critério para vencer o leilão de uma área de petróleo sob o regime de concessão é a oferta do bônus de assinatura e o Programa Exploratório Mínimo (PEM).

Na oferta permanente de concessão, vence quem tiver a maior nota, calculada mediante atribuição de pontos e pesos aos critérios de bônus de assinatura e do PEM.

O bônus de assinatura é o valor em dinheiro ofertado pelo bloco. O PEM é um conjunto de atividades que o vencedor da área no leilão se compromete a executar durante a primeira fase do contrato, de exploração.

AGRÍCOLA

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   15/04/2025

A tecnologia tem transformado cada vez mais rápido o mundo e, na agricultura, não é diferente.

Dessa maneira, a Case IH, marca da CNH, anuncia a maior reformulação de máquinas e soluções integradas da sua história e lança uma nova estratégia para os próximos anos.

“Apresentamos um novo conceito que estamos chamando de Inteligência Agronômica e que contempla um ecossistema composto por máquinas, soluções e serviços. É mais do que vender maquinário, estaremos cada vez mais envolvidos nos resultados da operação agrícola, focados em garantir a produtividade e eficiência que o produtor almeja”, explica Christian Gonzalez, vice-presidente da Case IH para América Latina.

Ao todo são 16 lançamentos de máquinas e tecnologia que serão expostos na Agrishow deste ano e contemplam todas as etapas do ciclo produtivo. O objetivo é atender as mudanças que estão ocorrendo no agronegócio, como as janelas de plantio cada vez mais curtas impactadas pelas mudanças climáticas, aumento da população, assim como os avanços tecnológicos e o aumento da produtividade no campo com safras recordes ano após ano.

Equipamentos - A nova geração de pulverizadores Patriot Série 50 chega ao mercado totalmente reformulada, trazendo máxima performance, alta precisão e design moderno. Com quatro modelos (de 2.500 a 4.000 litros), sendo um específico para cana, ganhou nova suspensão e tecnologia avançada de aplicação, com o AIM Command Flex II, sistema de pulverização bico a bico.

E como parte das soluções para pulverização, a Case IH lança oficialmente o SaveFarm, tecnologia de pulverização localizada e em tempo real. Por meio de câmeras instaladas na barra dos pulverizadores, e com a ajuda da Inteligência Artificial, é possível identificar ervas daninhas mesmo em aplicação no meio de uma cultura estabelecida (green on green), o que possibilita uma redução acima de 80% do uso de herbicidas.

Outra novidade é o lançamento oficial do Drone de Pulverização. Com importação e distribuição no Brasil pela marca, possui duas opções de tamanho de 30 (P50) e 70 litros (P150). O drone de 70 litros chega com ganhos em relação ao maior modelo encontrado no mercado brasileiro atualmente (de 50 litros), com 18% a mais de eficiência e 40% a mais de capacidade de tanque.

Reconhecida por introduzir o sistema Axial-Flow no Brasil, com mais de 25 anos de história, a Case IH lança a maior colheitadeira de grãos de um rotor do mundo: a Axial-Flow AF10 Automation (foto). Essa gigante tem motor de 775cv, tanque de grãos com capacidade para 20 mil litros e é ideal para plataformas de 61 pés.

Aliada à mais avançada tecnologia do mercado, graças ao sistema Automation 2.0, conta ainda com manobra de cabeceira autônoma, compartilhamento de mapa entre as máquinas e duplo monitor de última geração Pro 1200 com acesso remoto para suporte do operador.

Para atender a AF10, a marca lança a linha de plataformas Case IH by Macdon. Com chassis articulado, ângulo de ataque ajustável e velocidade de esteira regulável, possui três opções de 25, 50 e 61 pés.

Outro lançamento é a Axial-Flow Série 260 Automation, pioneira em automação real na colheita de grãos, a linha recebeu diversas melhorias em
tecnologia embarcada, com uma nova geração do sistema Automation, inclusão de novas culturas e ainda mais performance.

"Com os lançamentos, a Case IH oferece agora uma família completa de colheitadeiras, da classe 5 a 10, com Automation, telemetria vitalícia e cabine padrão luxo", comenta Gonzalez.

Nova geração de tratores - Os tratores têm papel essencial em diversas etapas do ciclo de cultivo. E a Case IH traz novidades em todas as suas linhas. Como a linha Steiger (425 a 645 cv) que passou por atualização de design e conforto operacional. Já a Puma (140 a 230 cv),
além receber novo styling, ganhou também melhorias no sistema hidráulico e novos monitores Pro700 Plus.

A nova geração de tratores Magnum vem com novas potências (de 265 a 405 cv), monitor atualizado Pro 1200 e transmissão nacional desenvolvida para as aplicações específicas da Agricultura Tropical. Todas as linhas de tratores citadas possuem telemetria vitalícia e suporte remoto.

Outro lançamento é o Puma 260 CVX que chega para inserir a Case IH no mercado de transmissão CVT, em expansão no país. Com diversas possibilidades de aplicação, o modelo traz ainda arquitetura eletrônica com monitores Pro 1200 e conforto operacional com a melhor cabine da categoria.

Encerrando as novidades em tratores, o Farmall C traz força, economia e facilidade operacional. Disponível em dois modelos de 100cv e 110cv, com transmissão HiLo de 24 velocidades, tem a maior capacidade de levante da categoria, telemetria e kit de piloto automático DirectSteer como opcional.

Conectividade e Servitização - Todas as máquinas da Case IH saem de fábrica conectadas, podendo enviar e receber informações em tempo real.

A gestão dessas informações pode ser feita pelo aplicativo FieldOps. Além disso, as máquinas são monitoradas pela rede de concessionários e a fábrica por meio do Case IH Connect Room.

Para trazer ainda mais eficiência e produtividade para o campo, a marca lança também o Case IH Smart Services, pacotes de serviços que podem ser criados de acordo com a necessidade do produtor rural e que contam com planos de manutenção preditiva, suporte remoto, consultorias de performance, treinamentos, entre outros.

“Cada vez mais oferecemos uma integração completa entre máquina e tecnologia e essa integração gera milhões de dados por minuto. Com nossos novos modelos de negócios, buscamos tornar a operação agrícola mais fácil, eficiente e lucrativa”, complementa o vice-presidente.

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