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14 de Outubro de 2025

SIDERURGIA

Money Times - SP   14/10/2025

A Usiminas (USIM5) deve registrar lucro líquido de R$ 104 milhões no terceiro trimestre, segundo estimativas da Genial, o que representa uma queda de 18,8% frente ao trimestre anterior e baixa de 43,9% na comparação anual.

A corretora espera que a companhia alcance Ebitda de R$ 411 milhões, queda de 3,6%, e que o resultado financeiro líquido fique em torno de R$ 80 milhões negativos – afetado pela valorização do real frente ao dólar e pelo aumento dos juros da dívida.

A instituição estima receita líquida de R$ 6,5 bilhões, recuo de 2% frente ao trimestre anterior, refletindo a fraqueza do segmento de aço — responsável por R$ 5,7 bilhões, queda de 3% — parcialmente compensada pela mineração (MUSA), com receita estimada em R$ 926 milhões, alta de 2%.

Somando os mercados interno e externo, a Usiminas deve embarcar 1,08 milhão de toneladas de aço, praticamente estável, mas com preço consolidado 3% menor.

Na mineração, os embarques devem alcançar 2,47 milhões de toneladas, leve alta, com preço médio de R$ 376/t. O bom desempenho do minério (índice 62% Fe +4%) e a queda dos fretes spot compensam o impacto cambial.

Estabilização da Usiminas

A Usiminas deve mostrar uma estabilização operacional, com custos próximos da normalidade e melhor gestão do capital de giro, o que deve liberar caixa e elevar o fluxo de caixa livre (FCF) para cerca de R$ 300 milhões, segundo estimativas da Genial.

Esse resultado representaria alta em relação ao trimestre anterior e reversão da queima observada um ano antes, mesmo em um contexto de preços deprimidos no aço.

A corretora entende que a empresa deve focar em atravessar o período de margens comprimidas, preparando-se para uma possível recuperação a partir de 2026, embora esse ainda não seja o cenário base.

A companhia deve investir cerca de R$ 300 milhões no trimestre, em linha com o plano anual.

Brasil Mineral - SP   14/10/2025

Uma recuperação de 1,3% é prevista para 2026, elevando a demanda global para 1,772 milhões de toneladas.

A Associação Mundial do Aço (worldsteel) divulgou sua mais recente Perspectiva de Curto Prazo (SRO) para a demanda global por aço em 2025 e 2026. A demanda global por aço em 2025 deverá permanecer estável em comparação com 2024, atingindo cerca de 1,750 milhão de toneladas. Uma recuperação de 1,3% é prevista para 2026, elevando a demanda global para 1,772 milhões de toneladas. "Apesar de uma escalada considerável da guerra comercial global e das incertezas inerentes, estamos cautelosamente otimistas de que a demanda global por aço atingirá o fundo do poço em 2025 e demonstrará um crescimento moderado em 2026. Essa perspectiva positiva é sustentada pela resiliência demonstrada da economia global, pela força contínua dos investimentos em infraestrutura pública na maioria das principais economias do mundo e pela esperada facilidade nas condições de financiamento”, disse Alfonso Hidalgo de Calcerrada, economista-chefe da Associação Espanhola de Produtores de Aço (UNESID) e presidente do Comitê de Economia da worldsteel.

O crescimento projetado para 2026 é impulsionado por uma combinação de fortes tendências regionais. Existe uma desaceleração na demanda por aço da China, aliada ao forte crescimento em economias em desenvolvimento como Índia, Vietnã, Egito e Arábia Saudita. Além disso, prevemos o tão esperado retorno do crescimento da demanda por aço na Europa. No entanto, o caminho a seguir não está isento de desafios. Primeiro, o setor manufatureiro global continua a enfrentar a pressão dos altos custos de produção e das constantes pressões de acessibilidade sobre os consumidores. Segundo, a escalada das tensões comerciais está tendo um impacto direto e negativo na demanda por aço em economias fortemente dependentes da exportação de produtos com uso intensivo de aço, como máquinas e componentes automotivos. Por fim, as incertezas geopolíticas atuam como um grande impedimento, abalando a confiança de consumidores e investidores e reduzindo a demanda por aço em mercados-chave.

A worldsteel prevê ainda que a demanda por aço na China continuará em declínio em 2025, com queda de aproximadamente 2,0%. Essa previsão representa uma moderação da tendência de queda observada desde 2021, impulsionada principalmente pela retração contínua do mercado imobiliário. Olhando para 2026, projeta-se que o declínio desacelere ainda mais para 1,0%, à medida que o mercado imobiliário se estabiliza. Acreditamos que os riscos para nossa perspectiva atual de demanda por aço na China pesam negativamente. Um ambiente comercial global mais difícil representa um risco significativo de queda, potencialmente desacelerando a demanda por aço do setor manufatureiro. Além disso, as pressões financeiras persistentes sobre os governos locais podem restringir os investimentos em infraestrutura, reduzindo ainda mais a demanda.

A demanda por aço no mundo em desenvolvimento, excluindo a China, deverá apresentar um crescimento robusto, com um aumento de 3,4% em 2025 e um aumento de 4,7% em 2026. Essa expansão é impulsionada principalmente pelo forte desempenho na Índia e em alguns países da ASEAN e MENA. Nossas projeções sugerem que a demanda indiana por aço continuará a crescer, com um crescimento de cerca de 9% entre 2025 e 2026, impulsionada pelo crescimento contínuo em todos os setores que utilizam aço. Em 2026, a demanda por aço na Índia deverá ser quase 75 milhões de toneladas maior do que em 2020. Por quase uma década, a partir de meados da década de 2010, a demanda por aço na África permaneceu praticamente estável, oscilando em torno da marca de 35–40 milhões de toneladas. No entanto, uma mudança significativa está em andamento desde 2023, com indicadores claros de um forte ressurgimento na construção e no consumo de aço em todo o continente.

Nos últimos três anos, o worldsteel identificou que a demanda por aço na África cresceu em média 5,5% ao ano, impulsionada principalmente pela atividade robusta nas regiões Norte e Leste. Esse impulso renovado elevou a demanda por aço na África para cerca de 41 milhões de toneladas em 2025 e é sustentado pela melhoria dos fundamentos macroeconômicos e da governança. Por exemplo, a maioria das principais economias da África alcançou recentemente maior estabilidade, observando uma redução notável na volatilidade da inflação e das taxas de câmbio. Além disso, várias nações africanas estão buscando ativamente agendas ambiciosas de diversificação econômica, apoiadas por reformas importantes. Esses desenvolvimentos podem estar abrindo caminho para um período potencialmente sustentado de crescimento da demanda por aço no continente.

“Prevemos um crescimento relativamente forte de 5,5% na demanda por aço na América Central e do Sul este ano. Essa expansão projetada é impulsionada principalmente por uma recuperação de dois dígitos na Argentina — recuperando-se de um declínio expressivo de mais de 30% em 2024 — e um sólido crescimento de 5,0% no Brasil, onde iniciativas de habitação social apoiadas pelo governo continuam a impulsionar o consumo de aço para a construção civil. Essa previsão de crescimento de 5,5% deve elevar a demanda total de aço da região para aproximadamente 50 milhões de toneladas. No entanto, é importante observar que esse nível é 2 milhões de toneladas inferior ao consumo registrado em 2013. Isso reflete claramente a persistente tendência de desindustrialização que tem marcado a trajetória econômica da região desde o início dos anos 2000.

A previsão é de que o mundo desenvolvido registre uma queda de 0,5% na demanda por aço em 2025, marcando o quarto ano consecutivo de queda desde 2021. No entanto, prevê-se uma recuperação em 2026, com crescimento projetado de 1,5%, já que a demanda por aço na UE e nos EUA deverá atingir o fundo do poço em 2025 e apresentar um crescimento modesto posteriormente. Por outro lado, a demanda por aço no Japão e na Coreia deverá permanecer contida ao longo de 2026. “Esperamos que a demanda da região UE+Reino Unido cresça 1,3% em 2025 e 3,2% em 2026. O tão esperado retorno do crescimento da demanda por aço na UE reflete o impacto do aumento dos gastos com infraestrutura e defesa no continente, em combinação com a melhoria das condições macroeconômicas, como inflação mais baixa, flexibilização das condições de crédito e melhorias na renda familiar real”.

A demanda por aço nos EUA deverá se recuperar 1,8% em 2025, graças à antecipação da produção, em vista do aumento de tarifas e do crescimento contínuo dos gastos com infraestrutura. Em 2026, a demanda por aço deve crescer 1,8%, impulsionada pela demanda reprimida na construção residencial e no investimento privado, pela flexibilização das condições de financiamento e pela redução da incerteza. Um aumento adicional pode advir do lançamento do programa de estímulo "One Big Beautiful Bill", que pode impulsionar diversos setores.

Valor Investe - SP   14/10/2025

Trégua de Trump com a China e visão positiva para temporada de resultados orientam fluxo a mineradoras e siderúrgicas do Ibovespa

As principais ações de mineradoras, metalúrgicas e siderúrgicas da bolsa de valores registraram alta com a valorização do preço do minério de ferro no mundo nesta segunda-feira (13). Os papéis também subiram graças à possível trégua comercial entre Estados Unidos e China após o anúncio de aumento de tarifas de importação contra o país feito por Donald Trump na última sexta.

O contrato futuro do minério de ferro para novembro subiu 1,40% na bolsa de valores de Singapura, onde uma tonelada da commodity metálica era avaliada a US$ 107,85.

As ações do setor no Ibovespa subiam em paralelo: Vale (VALE3), de maior peso no Ibovespa, liderava o rali no setor com alta de 1,49%. A Usiminas (USIM5) tinha o maior avanço entre pares, com ganhos de 6,35%. e CSN (CSNA3) acumulou retorno de 6,32%, enquanto seu braço, a CSN Mineração (CMIN3), ganhava 2,38%. Gerdau (GGBR4) subiu 2,13%.

Com a temporada de resultados do terceiro trimestre no horizonte, analistas do BTG Pactual avaliam que as mineradoras de ferro, como CSN Mineração e Vale, devem performar melhor do que siderúrgicas no Brasil. O aumento dos preços de ferro será compensado, por outro lado, pela valorização cambial no período, considerando o faturamento das empresas com exportações, principalmente a Vale.

O alívio no cenário internacional também beneficia os papéis. Entre a última sexta e esta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, baixou o tom contra a China. O mandatário declarou que aumentaria a tarifa sobre importações chinesas em até 100%, e dobraria qualquer medida retaliatória vinda do outro lado do Pacífico. Mas ele afirmou hoje em postagem na rede social "que os Estados Unidos quer ajudar a China, e não feri-la".

Além da influência internacional, os preços de aço no Brasil estão subindo, conforme afirma o Bank of America em relatório nesta segunda. A indústria vem sendo bombardeada por exportações chinesas a preços menores, o que prejudica ações das companhias. Segundo o banco americano, o preço do aço laminado subiu 4% em setembro, enquanto aço rápido saltou 8%.

"Contudo, este movimento vem gerando respostas mistas entre compradores, causando incerteza sobre se esse aumento será plenamente repassado", disse o BofA.

O BTG Pactual destaca a Gerdau como favorita entre as siderúrgicas para a temporada de resultados do terceiro trimestre. Os analistas apostam que a divisão americana da Gerdau deve ter bom desempenho a ser apresentado a acionistas.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   14/10/2025

Dos quatro itens que compõem o Boletim Focus, três mantiveram suas projeções para 2025 estáveis: Produto Interno Bruto, câmbio e taxa básica de juros (Selic). A única variação apresentada nas expectativas do mercado financeiro foi relativa à inflação oficial do país, que recuou para 4,72%.

Há uma semana, as expectativas eram de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, que mede a inflação do país) fecharia o ano em 4,80%. Há quatro semanas, as projeções estavam em 4,83%.

Para os anos subsequentes, as projeções do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se mantêm estáveis há semanas tanto para 2026 (4,28%), como para 2027 (3,9%). O Boletim Focus foi divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central.

A estimativa de inflação para 2025 se mantém acima do teto da meta que deve ser perseguida pelo BC.

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

IBGE

Segundo a prévia da inflação oficial do país, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em setembro os preços aumentaram 0,48%. O resultado se deve principalmente à alta no preço da energia elétrica.

Com isso, no acumulado de 12 meses (finalizado em setembro), o IPCA chegou a 5,17%, ainda que, no mês anterior, o índice tenha ficado negativo, em -0,14% – o que caracteriza situação de deflação, quando os preços recuam, ficando mais baratos.

A prévia da inflação mostra que os preços dos alimentos caíram pelo quarto mês seguido. Em setembro, o recuo foi 0,35% e impacto de -0,08 p.p. Em agosto, a queda foi 0,53%.
Selic

Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros (Selic), definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Este é o mesmo percentual projetado pelo Focus há 16 semanas consecutivas.

Para os anos de 2026 e 2027, o Boletim Focus projeta redução dessa taxa para 12,25% e 10,50%, respectivamente.
Incertezas

As incertezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento interno estão entre os fatores que levaram à manutenção da Selic. De acordo com o Copom, a taxa de juros atual deverá ser mantida “por período bastante prolongado” para garantir que a meta da inflação seja alcançada.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB

Estabilidade também com relação às expectativas do mercado financeiro para a economia do país. Segundo o Boletim Focus, pela quinta semana consecutiva espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos no país brasileiro feche o ano de 2025 com um crescimento de 2,16%.

Para 2026, há quatro semanas seguidas o mercado projeta um crescimento econômico de 1,80%. Já para o ano de 2027, as projeções de crescimento caíram de 1,90% para 1,83%, da semana passada para a atual.
Câmbio

O dólar deverá custar R$ 5,43 ao final de 2025, segundo projeta o mercado. Há quatro semanas, as expectativas eram de que a moeda norte-americana estaria sendo comercializada a R$ 5,50.

Para o final de 2026, as expectativas são, pela terceira semana consecutiva, de queda na cotação da moeda dos Estados Unidos. Há quatro semanas, as projeções do mercado estava em R$ 5.60. Já para 2027, as projeções são de que o dólar feche o ano a R$ 5,51. Há quatro semanas, as projeções estavam em R$ 5,60.

IstoÉ Dinheiro - SP   14/10/2025

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,523 bilhão na segunda semana de outubro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 13, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,928 bilhões e importações de US$ 5,404 bilhões.

No ano, de janeiro a outubro de 2025, o superávit soma um total de US$ 47,977 bilhões, resultado de US$ 269,363 bilhões em exportações e US$ 221,386 bilhões, bilhões em importações.

O superávit do acumulado deste ano é 17,4% menor que o do mesmo período de 2024 (quando estava em US$ 62,794 bilhões).

Outubro

Nas duas primeiras semanas de outubro, o superávit na balança foi de US$ 2,498 bilhões, crescimento de 68% na comparação com o mesmo período de 2024.

Até a segunda semana de outubro, comparado ao mesmo período de outubro do ano passado, as exportações cresceram 8,6% e somaram US$ 11,571 bilhões. O resultado se deu devido ao crescimento nos três setores: de 15% em Agropecuária, que somou US$ 2,350 bilhões; de 17,4% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 2,697 bilhões e de 3,7% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 6,475 bilhões.

Por outro lado, as importações caíram 1% nas primeiras duas semanas de outubro e totalizaram US$ 9,073 bilhões na mesma comparação, com queda de 4,8% em Agropecuária, que somou US$ 161,63 milhões; queda de 30,5% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 388,51 milhões e, por fim, crescimento de 1% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 8,467 bilhões.

Globo Online - RJ   14/10/2025

O que levou a China a dar uma guinada de 180 graus no trato com os Estados Unidos — depois das reuniões em maio, em Genebra, e em junho, em Londres — e impor restrições à exportação de terras raras, ponto nevrálgico das negociações, ainda é um mistério para o economista Roberto Dumas, professor de economia chinesa do Insper. A reação do presidente Donald Trump, anunciada na última sexta-feira — uma sobretaxa de 100% sobre a entrada de produtos chineses no mercado americano — já era esperada, segundo Dumas. Na avaliação do especialista, enquanto os EUA agem por arroubos, a China tem sido mais estratégica. E os efeitos da guerra comercial, segundo ele, devem ter mais impacto sobre a economia americana do que sobre a chinesa.

— O primeiro efeito já aparece na curva de longo prazo dos juros americanos, que começa a subir. Com a escalada do conflito, o mercado já precifica a possibilidade de a China vender parte dos títulos americanos que compõem suas reservas. Mesmo antes de Pequim agir, os investidores se antecipam para não perder dinheiro. Isso encarece a dívida pública americana e pressiona a inflação — explica Dumas.

A inflação americana, pontua o economista, já está em 2,9%, acima da meta de 2%, e pode chegar a 3,5%.

— Para o americano, isso é muito. Eles não são como a gente, o planejamento financeiro de uma família lá é de dez anos. Isso pode até derrubar um governo. A China deu uma cartada pesada”, avalia o economista.

A sobretaxa imposta por Trump eleva a taxação sobre produtos chineses chegam a 157%, o que configura embargo, diz Dumas. A economia chinesa também não sairá ilesa. "Vai dar uma beliscada", admite o especialista. Mas, numa ditadura como a da China, tensão social e câmbio são controlados “na marra”. Além disso, há deflação na economia chinesa, o que favorece exportações. Para escoar os produtos que antes seriam enviados ao mercado americano, e também para garantir suas compras estratégicas, a China já articula novas rotas comerciais.

— Antes mesmo de anunciar esse último movimento, a China já havia interrompido a compra de sorgo e soja dos EUA. Isso fez dobrar as exportações brasileiras e também aumentou as da Argentina. Os produtos que iriam para os EUA estão sendo redirecionados para a Europa e para o Brasil. A guerra comercial entre EUA e China é boa notícia para os produtores de commodities agrícolas, mas ruim para a indústria, pois o Brasil pode ser inundado com produtos chineses, como carros elétricos — pondera.

O projeto chinês de controle da cadeia de suprimentos para o desenvolvimento da inteligência artificial já havia sido anunciado em 2022, no 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC). Isso não impediu, até agora, as tratativas com o governo Trump sobre o comércio de terras raras. A justificativa oficial da China para a guinada foi a política americana do “Small Yard, High Fence” — estratégia adotada ainda sob o governo de Joe Biden, que restringe exportações de tecnologias críticas (como semicondutores, IA e computação quântica) a países adversários, com foco claro na China.

— É difícil entender o que motivou essa reviravolta. Trump e Xi Jinping vinham sendo cordiais. Com essa mudança, o encontro entre os dois está em “hold”. A liberação dessas exportações é fundamental para os EUA — inclusive para a defesa militar — e isso havia sido acertado em Genebra. Ao informar que avaliará caso a caso, a China rompeu o combinado. Mas não fez isso sem estratégia — afirma Dumas.

Nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que ainda espera um encontro entre Trump e Xi, mas alertou que “todas as opções estão sobre a mesa” para retaliar a decisão da China. Segundo ele, houve “comunicação substancial” entre representantes dos dois países no fim de semana.

Dumas destaca que a China responde por 70% da produção global de terras raras — cerca de 270 mil toneladas, que somam US$ 170 milhões. O Brasil, por exemplo, produz apenas 20 toneladas.

— Não é que essas terras sejam, de fatos, raras. O problema é que a extração é complexa. Implantar um projeto desses leva de cinco a dez anos. Não é como ferro. Por isso o tema é tão delicado — conclui.

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2025

Nos últimos meses, tem aumentado a sensação de desconforto em relação aos rumos da economia global. Em meio a um cenário de tensões geopolíticas e incertezas trazidas pelas políticas comerciais de Donald Trump, as dúvidas não vêm apenas dos Estados Unidos: elas se espalham também pela Europa e Ásia. O ponto comum entre essas grandes economias é o desequilíbrio fiscal e o avanço do endividamento.

Um indicativo do crescente mal-estar com a economia global é o aumento da taxa de rendimento dos títulos de 30 anos das grandes economias. O avanço em papéis de países como Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido e até no Japão é um sinal claro de que investidores estão mais desconfiados da capacidade dos governos de manter suas contas equilibradas. Nessas nações, o rendimento está acima da média dos últimos 25 anos.

No Japão e no Reino Unido, o rendimento alcançou o mais alto patamar desse período. Isso significa que os investidores estão cobrando mais para emprestar a esses países, dado que consideram que os riscos se elevaram.

Nos Estados Unidos — onde a taxa de rendimento desses títulos está em 4,75%, enquanto a média dos últimos 25 anos é de 3,88% —, o impacto das tarifas sobre importações é apenas uma das dúvidas em relação ao futuro da economia. A crescente dívida do governo é outro problema que acende o alerta em boa parte dos analistas.

A França também vive um dilema com o rumo das contas públicas, em meio a um impasse político. Na Ásia, há uma preocupação com a política fiscal expansionista da provável nova primeira-ministra do Japão, Sanae Takaich, e com o ritmo do crescimento chinês.

“Acho que os riscos vêm de todos os lados”, afirma Luis Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners. “Mas boa parte é fiscal.”

A questão fiscal emergiu como um problema em quase todas as economias com a pandemia de covid-19, em 2020. À época, diversos países adotaram medidas de estímulos para suportar a interrupção das atividades.

Sócia da consultoria Tendências, a economista Alessandra Ribeiro destaca que o aumento do gasto público em todo o mundo, inclusive em países ricos, já é uma dinâmica conhecida do investidor. Ela pondera, porém, que novos fatores têm elevado as incertezas e que a sensação é de que a economia global está “azedando”.

Por ora, o cenário global não é de crise, mas os diversos focos de incerteza com o descontrole das contas públicas deixam a economia mundial numa conjuntura delicada, muito mais sensível à qualquer tropeço. De forma geral, essa conjuntura mais tensa tem sido contrabalanceada por um dólar mais fraco.

“Parece que a economia está andando numa linha tênue. O risco geopolítico aumentou e o risco fiscal no resto do mundo também”, afirma Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management. “A inflação também não está vindo forte, o que ajuda muito. E, no final, o dólar se enfraqueceu. Quando o dólar se enfraquece, é bom para o resto do mundo.”

Por outro lado, Alessandra Ribeiro destaca que o fato de a situação fiscal da França estar piorando pode gerar uma turbulência mundial. A França tem a segunda maior economia da União Europeia, atrás apenas da Alemanha. Se em 2010, a crise em países menores como Espanha e, principalmente, Grécia já tumultuou o cenário global, uma deterioração na França teria impactos maiores.
O que está acontecendo nesses países?

Nos Estados Unidos, o dilema fiscal estava no radar desde antes da campanha presidencial do ano passado. Eleito para um novo mandato, o presidente Donald Trump desenhou uma fórmula arriscada em seu governo, na qual as tarifas de importação vão ajudar a bancar o projeto orçamentário já aprovado e batizado de “One Big Beautiful Bill” (Um grande e belo projeto). Isso deve aumentar a dívida pública dos Estados Unidos em cerca de US$ 3,3 trilhões (R$ 18 trilhões) ao longo dos próximos anos.

A grande dúvida é se essa equação vai parar de pé. Em novembro, a Suprema Corte dos EUA deve julgar se o presidente Trump tem o poder de impor tarifas. “Se Trump perder, acho que a gente vai ter um problema. Não vai ficar com a receita para fechar o buraco”, avalia Leal.

Mesmo se as tarifas continuarem valendo, os Estados Unidos seguirão com um déficit nas contas públicas, o que levará ao aumento do endividamento. No ano passado, a dívida dos EUA chegou a 98% do PIB, um pouco acima do observado em 2023 (97% do PIB).

Em maio, a agência de classificação de risco Moody’s — uma das mais importantes do mundo — rebaixou a nota de crédito do país de ‘Aaa’ para ‘Aa1’ e alterou a perspectiva de negativa para estável diante do aumento da dívida do país. A Moody’s estima que a dívida americana vai alcançar 134% do PIB de 2035.

Ribeiro, da Tendências, acrescenta que o fator extra de preocupação em relação aos EUA é a tentativa de interferência de Trump no Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Com o término do mandato do atual presidente do Fed, Jerome Powell, em maio, cresce a tensão entre os investidores de que o indicado a substituí-lo seja alguém mais condescendente com a inflação.

O ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) Kenneth Rogoff disse, no fim de setembro, estar preocupado com a possibilidade de uma crise fiscal nos EUA. “Existe a probabilidade de que nos próximos cinco anos os Estados Unidos tenham problemas fiscais sérios”, afirmou ao participar de evento promovido pelo Itaú BBA. “E a França também já está com esses problemas”, acrescentou.
Qual a situação da França?

A crise fiscal também que atinge a França se soma a um impasse político que culminou na renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu na segunda-feira, 6. Na sexta-feira, 10, ele foi reconduzido pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

O rendimento dos títulos de 30 anos franceses estão hoje em 4,32%. A média dos últimos 25 anos é de 3,31%.

O país viu o seu endividamento crescer de forma acelerada nos últimos anos. Sem uma estabilidade política, os analistas não enxergam uma solução para o dilema das contas públicas tão cedo. No ano passado, o governo francês registrou um déficit de 5,8% do PIB. É um desempenho pior do que o observado em outros países da zona do euro, como Itália e Grécia, que enfrentaram duras crises no início dos anos 2010.

No Japão, há uma dúvida com a agenda econômica da provável nova primeira-ministra, Sanae Takaichi. Ela venceu a disputa dentro do Partido Liberal Democrata (PLD) e deve ser a primeira mulher a liderar o governo japonês — Takaichi ainda precisa do aval do parlamento. Na sexta-feira, 10, a aliança em torno da política sofreu um abalo com a saída do partido Komeito da coalizão.

Conservadora, Takaichi prometeu aumentar o gasto público, num contexto em que a dívida já é elevada e que a inflação roda acima da meta de 2%. “O problema do Japão é mais conjuntural. A líder do PLD é vista como expansionista, mas acho que é uma questão de colocar os pingos nos ”is" e não ir tão longe assim”, diz Leal.

A relação dívida/PIB do Japão é superior a 200% há cinco anos. Hoje, o rendimento dos títulos de 30 anos do país está variando entre 3,2% e 3,3% — o patamar mais elevado dos últimos 25 anos.
Como está o crescimento chinês?

Por fim, a economia chinesa vem apresentando dados fracos de crescimento. O país lida com uma crise imobiliária e um cenário complexo. A taxa de poupança é alta — cerca de 40% do PIB — e a predisposição do chinês para consumir é baixa.

“As coisas acabam se misturando. A China tem um problema de consumo por causa do excesso de poupança. Esse excesso de poupança acaba gerando um sobre investimento, que vai gerar um excesso de capacidade”, afirma Leal. “Esse excesso de capacidade acabou criando uma bolha imobiliária e, quando ela estoura — dado que boa parte da poupança é em imóvel —, você piora ainda mais a situação de consumo.”

O futuro econômico da China depende, em parte, de como a economia global vai se rearranjar com o tarifaço de Donald Trump. Hoje, 32% das manufaturas produzidas no mundo são fabricadas pelos chineses, mas eles só consomem 12%. O excedente acaba sendo exportado.

No primeiro semestre, a antecipação de exportações, por causa do tarifaço, ajudou a economia chinesa a ter um desempenho acima do esperado, mas analistas apontam para o risco de a China crescer abaixo da sua meta de 5% neste ano. Em abril, a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) era de 4%.

Em agosto, o gigante asiática colheu uma série de dados econômicos decepcionantes para seus padrões. A produção industrial cresceu 5,2% na comparação anual de agosto, abaixo do apurado em julho (5,7%). Também em agosto, as vendas no varejo subiram 3,4%, um resultado também mais fraco do que o do mês anterior (alta de 3,7%).

“Para a China sustentar taxas de crescimento elevadas, será fundamental fortalecer o consumo doméstico, idealmente por meio de reforços à seguridade social, o que aumentaria a confiança das famílias e estimularia a demanda doméstica”, informou o Itaú em relatório divulgado na sexta-feira, 10. O banco estima crescimento de 4,7% neste ano e de 4% em 2026.
O que o Brasil tem a ver com isso?

Para o economista Marco Antonio Caruso, do Santander, o modo mais expansionista como diferentes países do mundo têm conduzido sua política fiscal favoreceu o Brasil recentemente. Segundo ele, a percepção de risco em relação à situação fiscal brasileira acabou se reduzindo. “Essas questões externas fizeram com que o grau de atenção para o quadro do Brasil diminuísse. Surgiu uma certa tolerância com o País.”

Alessandra Ribeiro, da Tendências, no entanto, diz que uma intensificação desses riscos internacionais pode fazer com que investidores recorram a ativos considerados mais seguros, como o ouro. Nesse caso, ainda que a situação fiscal dos Estados Unidos não seja das melhores, capitais também podem ser desviados para o país — tido como mais estável.

“Não vejo o Brasil se beneficiando disso. Se os riscos se concretizam, acaba havendo um efeito negativo no PIB global e nós somos contaminados.”

CNN Brasil - SP   14/10/2025

O aumento do investimento empresarial deve compensar o crescimento mais fraco do consumo e do comércio global e vai manter a economia dos Estados Unidos crescendo perto da tendência, segundo pesquisa da Associação Nacional de Economia Empresarial. Porém, o aumento lento do emprego, a alta do desemprego e inflação mais rígida prejudicam as perspectivas.

Os novos impostos de importação do governo Trump continuam sendo um obstáculo para o desempenho da economia, concluiu a pesquisa, com mais de 60% dos 40 economistas consultados.

A pesquisa estima que as tarifas reduzirão em até meio ponto percentual o crescimento econômico, com a queda das importações e exportações e o aumento dos preços ao consumidor como resultado das taxas. Nenhum dos economistas esperam que as tarifas impulsionem o crescimento.

Mas a versão mais recente da pesquisa trimestral da NABE, divulgada como parte da reunião anual do grupo, mostrou melhora das opiniões mais pessimistas sobre as perspectivas dos EUA oferecidas mais cedo neste ano, quando as preocupações com o impacto econômico das tarifas e os riscos de uma guerra comercial mais ampla estavam no auge.

A mediana das projeções aponta que a economia crescerá 1,8% em 2025, em torno da maioria das estimativas do potencial subjacente, em comparação com a taxa de 1,3% projetada na pesquisa de junho.

A inflação medida pelo índice de preços preferido do Federal Reserve, o PCE, deve encerrar o ano em 3%, ligeiramente abaixo dos 3,1% projetados em junho.

Mas ela deve diminuir apenas para 2,5% em 2026, segundo as projeções da pesquisa, em comparação com 2,3% na pesquisa de junho, um retorno mais lento em direção à meta de 2% do Fed.

A taxa de desemprego, por sua vez, deve subir até o próximo ano, embora menos do que se temia em junho, para 4,5% contra 4,7% na pesquisa anterior.

A expectativa é de que o Federal Reserve corte a taxa de juros, embora em um ritmo um pouco mais lento do que o previsto pelos investidores, com apenas mais um corte previsto para este ano, em comparação com as duas reduções de 0,25 ponto percentual atualmente precificadas nos contratos vinculados à taxa de juros referencial do banco central.

A pesquisa destacou um dos enigmas contínuos que as autoridades do Fed, em particular, estão tentando entender: a expansão do PIB que começou a surpreender para cima, enquanto o crescimento do emprego continua morno.

Os economistas consultados pela NABE, por exemplo, veem um crescimento médio de apenas 29 mil empregos por mês até o final deste ano, com uma "recuperação limitada e gradual" para cerca de 75 mil no próximo ano, abaixo da previsão de 97 mil em junho.

O investimento empresarial, impulsionado pelo aumento de capital destinado à capacidade de computação e à inteligência artificial, pode explicar parte da desconexão.

O investimento previsto "melhorou acentuadamente", segundo a última pesquisa, e agora a estimativa é de que cresça 3,8% este ano, em comparação com 1,6% em junho, e que continue a expandir a uma taxa de 1,7% no próximo ano, de 0,9% previsto em junho.

Globo Online - RJ   14/10/2025

As exportações da China cresceram no ritmo mais rápido em seis meses, superando amplamente as previsões — um sinal de resiliência que dá a Pequim uma posição mais forte na mais recente guerra comercial com os Estados Unidos.

As exportações aumentaram 8,3% em setembro em relação ao ano anterior, chegando a US$ 328,6 bilhões, o maior total mensal de 2025 até agora, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas, divulgados nesta segunda-feira. O avanço foi superior à estimativa mediana de 6,6% em uma pesquisa da Bloomberg com economistas, e mostra que ainda não há sinais de desaceleração no fluxo recorde de produtos que deixam os portos chineses.

Os embarques para os Estados Unidos despencaram 27% — no sexto mês consecutivo de quedas de dois dígitos —, mas essa retração foi mais do que compensada pelo forte crescimento das vendas para regiões como a União Europeia. No total, as exportações para destinos fora dos EUA aumentaram 14,8%, o ritmo mais rápido desde março de 2023.

— As exportações da China permaneceram resilientes apesar das tarifas americanas, graças à diversificação de mercados e à forte competitividade — disse Michelle Lam, economista para a Grande China do Societe Generale SA. — O impacto limitado das tarifas dos EUA sobre o comércio total até agora provavelmente encorajou a China a adotar uma postura mais firme nas negociações comerciais entre os dois países.

A força da demanda de mercados fora dos Estados Unidos significa que as empresas chinesas devem ser menos afetadas pelo novo aumento nas tarifas ameaçado pelo presidente Donald Trump. As maiores vendas ao exterior também estão dando impulso a uma economia doméstica em deflação e que ainda luta para reverter a queda na demanda e nos preços dos imóveis.

A China deve divulgar os dados do terceiro trimestre da atividade econômica no próximo dia 20, e a maioria dos analistas prevê uma desaceleração em relação à primeira metade do ano. Ainda assim, o bom desempenho nos dois primeiros trimestres mantém o país a caminho de atingir a meta oficial de crescimento, em torno de 5%.

“O crescimento mais rápido das exportações da China em setembro mostra que os embarques para mercados fora dos EUA estão compensando a forte queda nas exportações destinadas aos Estados Unidos sob tarifas mais altas. Isso provavelmente reflete tanto uma maior expansão em mercados não americanos quanto transbordos via terceiros países, para aproveitar tarifas relativamente mais baixas”, aponta Eric Zhu, analista da Bloomberg Economics.

Empresas buscam mercados alternativos

As empresas têm respondido ao aumento das tarifas americanas buscando mercados alternativos ou redirecionando produtos indiretamente para a maior economia do mundo. Os embarques para a África dispararam 56% no mês passado — o ritmo mais rápido desde fevereiro de 2021 —, enquanto as exportações para a América Latina se recuperaram 15,2%, revertendo as quedas observadas em junho e agosto.

As exportações para a União Europeia cresceram mais de 14%, o maior aumento em mais de três anos, e as destinadas ao bloco comercial do Sudeste Asiático, composto por dez países, avançaram quase 16%.

O Vietnã foi um dos principais parceiros comerciais a registrar os maiores aumentos, com as exportações chinesas para o país subindo quase 25%, mesmo com o ritmo geral de crescimento moderado.

A Capital Economics chamou o Vietnã de “principal centro de redirecionamento” e afirmou que os números mais recentes sugerem que “o redirecionamento continua sendo um fator essencial para compensar as tarifas dos EUA.”

As importações da China cresceram 7,4% em setembro, muito acima das previsões, à medida que o país aumentou as compras de nações como Japão, Coreia do Sul, Países Baixos e Taiwan. Com isso, o superávit comercial total da China chegou a US$ 90,5 bilhões — um aumento de quase 11% em relação ao mesmo mês de 2024.

E como a China tem reduzido as compras de produtos americanos, como soja, seu superávit comercial com os EUA na verdade aumentou ligeiramente de agosto para setembro, chegando a cerca de US$ 23 bilhões. As exportações chinesas para a UE superaram as importações em quase US$ 23 bilhões, resultando no menor superávit comercial com o bloco desde março.

— O ambiente externo atual continua sombrio e complexo — disse Wang Jun, vice-chefe da autoridade alfandegária em Pequim. — O comércio exterior enfrenta incertezas e dificuldades crescentes. Considerando a base alta do ano passado, será preciso trabalho árduo para estabilizar o desenvolvimento do comércio no quarto trimestre.

Na semana passada, a China anunciou amplos controles globais de exportação sobre produtos que contenham até mesmo vestígios de certos minerais de terras raras, o que levou Donald Trump a reagir ameaçando cancelar uma reunião presencial planejada com o presidente Xi Jinping — a primeira em seis anos.

O líder americano também anunciou planos para impor uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses, além de restrições abrangentes a “qualquer e todo software crítico.”

Voltou atrás

Posteriormente, o governo Trump sinalizou abertura para um acordo com a China a fim de conter as novas tensões comerciais, embora tenha alertado que os recentes controles de exportação anunciados por Pequim representam um grande obstáculo às negociações.

No mês passado, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que os dois lados realizariam outra rodada de negociações em Frankfurt, na Alemanha, antes da data de 10 de novembro, quando expira a trégua tarifária.

Segundo estimativas da Bloomberg Economics, um aumento de 100% nas tarifas americanas elevaria as taxas efetivas sobre produtos chineses para cerca de 140% — um nível que praticamente paralisaria o comércio. Embora a taxa atual esteja 25 pontos percentuais acima da média mundial, o domínio da China na manufatura tem mantido suas exportações em fluxo.

No entanto, a exposição limitada ao mercado americano das exportações chinesas que mais crescem — que vão de baterias de lítio a navios e veículos elétricos — deve facilitar para Pequim conter qualquer nova disrupção no comércio, segundo Lynn Song, economista-chefe para a Grande China do ING Bank NV.

—Até agora neste ano, a China tem mostrado que, embora não deseje uma guerra comercial, está disposta a revidar conforme necessário diante de escaladas — disse ele. — A resiliência das exportações provavelmente reforçará a confiança nessa abordagem antes das conversas previstas para o final deste mês.

Infomoney - SP   14/10/2025

Apesar de uma leve alta na confiança em outubro, a indústria brasileira acumula 10 meses seguidos de pessimismo, revelou o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado nesta segunda-feira (13) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Neste mês, o indicador subiu 1 ponto, alcançando 47,2 pontos.

Apesar do avanço, o resultado ainda permanece abaixo da linha de 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança. Desde janeiro, o indicador está abaixo desse patamar.

Em nota, o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, ressaltou que ainda é cedo para falar em reversão do quadro.
“O final do ano costuma ser mais favorável para a indústria e isso costuma se refletir nas expectativas. É possível que o Icei melhore, mas não que essa falta de confiança que vem desde o início do ano se reverta”, afirmou.
Componentes

Os dois componentes do índice registraram melhora em outubro. O Índice de Condições Atuais subiu 1,3 ponto, passando de 41,9 pontos para 43,2 pontos. O aumento reflete uma percepção menos negativa dos empresários em relação à situação das empresas e da economia brasileira. Mesmo assim, o indicador segue bem abaixo dos 50 pontos, o que revela que, para a maioria dos industriais, as condições atuais ainda são piores do que há 6 meses.

O Índice de Expectativas, que mede as perspectivas para os próximos 6 meses, avançou 2,9 pontos e atingiu 49,1 pontos, a terceira alta consecutiva. O dado mostra que, embora as expectativas continuem negativas, o pessimismo vem diminuindo gradualmente.

A melhora é puxada principalmente por projeções menos desfavoráveis para a economia e uma visão mais otimista sobre o desempenho das próprias empresas.

Pesquisa mensal conduzida pela CNI, o Icei avalia a confiança de empresários da indústria brasileira. O levantamento ouviu 1.164 empresas industriais em todo o país entre 1º e 7 de outubro. Desse total, 458 são de pequeno porte, 444 de médio porte e 262 são grandes indústrias.

CNN Brasil - SP   14/10/2025

O JPMorgan Chase anunciou nesta segunda-feira (13) a Security and Resiliency Initiative, um plano de US$ 1,5 trilhão para os próximos dez anos voltado a "facilitar, financiar e investir em indústrias críticas para a segurança e a resiliência econômica nacional".

Segundo comunicado do banco, a iniciativa prevê investimentos diretos de até US$ 10 bilhões em participações acionárias e capital de risco, com foco em empresas dos Estados Unidos que busquem "impulsionar o crescimento, estimular a inovação e acelerar a manufatura estratégica".

De acordo com o presidente e CEO Jamie Dimon, "tornou-se dolorosamente claro que os Estados Unidos se tornaram excessivamente dependentes de fontes não confiáveis de minerais críticos, produtos e manufatura".

Ele afirmou que a segurança do país depende da força e da resiliência da economia americana, e defendeu mais velocidade e investimento, além da remoção de "obstáculos como regulamentações excessivas, atrasos burocráticos e paralisia partidária".

O plano do JPMorgan se concentrará em quatro áreas principais: cadeias de suprimentos e manufatura avançada (incluindo minerais críticos e robótica), defesa e aeroespacial, energia e resiliência (como armazenamento de baterias e rede elétrica) e tecnologias estratégicas e de fronteira, como inteligência artificial, cibersegurança e computação quântica. Essas áreas abrangem 27 subsegmentos, que vão de construção naval a nanomateriais e energia nuclear.

O banco destacou que já planejava financiar cerca de US$ 1 trilhão em apoio a clientes desses setores, mas pretende elevar o volume em até US$ 500 bilhões adicionais, um aumento de 50%.

A iniciativa envolverá também a contratação de novos especialistas e a criação de um conselho consultivo externo formado por líderes dos setores público e privado.

Jornal de Brasília - DF   14/10/2025

O ritmo de compras de bens duráveis de outros países pelo Brasil, que apresentava alta de dois dígitos até o início deste ano, se reduziu com força nos últimos meses, em mais um sinal de enfraquecimento da economia como consequência dos juros altos.

As importações de duráveis (bens como eletrodomésticos, eletrônicos e móveis) caíram em julho pela primeira vez desde novembro de 2023 na comparação anual -em agosto, as compras voltaram a cair, e ficaram praticamente estáveis em setembro, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços).

O principal motor desse movimento é a China, de onde o Brasil compra mais de 50% das importações de duráveis. Houve queda nas compras de fornecedores chineses mesmo com as tarifas de 30% impostas pelos Estados Unidos ao gigante asiático -o temor da indústria era de que isso poderia intensificar a invasão do mercado brasileiro pelo país.

Entre julho e setembro, os chineses enviaram US$ 423,9 milhões bens duráveis a compradores brasileiros, uma redução de 11,1% na comparação com 2024.

Nos últimos três meses encerrados em setembro, o Brasil comprou US$ 135,8 milhões em smartphones do gigante asiático, uma queda de 2,9% ante o mesmo período do ano passado. Outro exemplo é dos refrigeradores, em que as importações da China somaram US$ 44,6 milhões entre julho e o mês passado, queda de 18,8%.

“O Brasil estava em um ritmo de importação muito elevado. Esse movimento tem a ver com a desaceleração da atividade econômica”, explica Lia Valls, pesquisadora associada do FGV/Ibre e responsável pelo Icomex (Indicador de Comércio Exterior).

Ela aponta que a queda nas importações foi generalizada, atingindo todos os grandes mercados, o que reforça o cenário de fraqueza da economia brasileira. No caso dos Estados Unidos, que é a segunda origem dos bens duráveis importados pelos brasileiros, foram adquiridos US$ 20,8 bilhões desses produtos em setembro, uma queda de 27,8%.

Os números do Mdic mostram um movimento parecido em máquinas e equipamentos.
O crescimento acima de 20% em boa parte do ano passado se reduziu a 3% no segundo trimestre de 2025 e chegou a cair em agosto, sempre em relação ao mesmo período do ano anterior. Em setembro, houve crescimento, mas influenciado pela importação de uma plataforma de US$ 2,4 bilhões de Singapura.

José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), reforça que a queda em bens duráveis pode ser explicada pelo fato de a economia estar desacelerando, refreada pelo nível elevado dos juros.

O Banco Central vem subindo a taxa básica da economia brasileira, a Selic, desde setembro do ano passado: os juros passaram de 10,5% ao ano para os atuais 15% ao ano.

No caso de bens não duráveis e semi duráveis, que são menos dependentes de crédito, os dados mostram crescimento significativo nas importações de setembro em relação ao mesmo período do ano passado: subiram 46,7% e 9,3%, respectivamente.

Mas a fraqueza da economia não é o único fator que explica a perda de ritmo nas importações de duráveis e máquinas e equipamentos, aponta Castro. Ele lembra que o Brasil importou muito da China ao longo do ano passado e início deste ano, e formou estoques importantes.

“O Brasil importou muito no último ano, em um crescimento de dois dígitos, mas a economia passou a perder ritmo. Então estamos estocados em um momento em que a economia começa a se desacelerar”, avalia o especialista.

Para o presidente da AEB, há também uma leve perda de ritmo da economia mundial, o que pode ter influência na perda de ritmo das importações. “A China, há dois anos, estava vendendo muito a preços altos. Agora, está vendendo a preços bem mais baixos”, afirma.

Os dados do Banco Central já vinham apontando para o enfraquecimento da atividade: em julho, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) caiu 0,50% na comparação com o mês anterior, na terceira queda consecutiva.

Outro sinal de perda de ritmo da atividade econômica brasileira vem do mercado de trabalho. O Brasil gerou 147 mil vagas de trabalho formal em agosto, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, o pior resultado da história para o mês.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   14/10/2025

A Rio Tinto informou que as remessas de minério de ferro das operações na região de Pilbara, na Austrália, tiveram pouca variação no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, em relatório de produção divulgado nesta segunda-feira. A companhia disse que deve produzir mais bauxita em 2025 do que o previsto anteriormente, após um segundo recorde consecutivo de produção trimestral.

A mineradora disse que embarcou 84,3 milhões de toneladas métricas de minério de ferro durante os três meses até setembro, marginalmente menor do que as 84,5 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. A empresa afirmou que continua a esperar que as remessas anuais fiquem na extremidade inferior de sua orientação de 323 milhões a 338 milhões de toneladas, após os impactos dos ciclones no primeiro trimestre do ano.

No negócio de bauxita, a Rio Tinto revisou sua orientação de produção anual para cima, para entre 59 milhões e 61 milhões de toneladas. A mineradora havia previsto anteriormente uma produção de 57 milhões a 59 milhões de toneladas este ano. A atualização é “impulsionada pela excelência operacional em nosso negócio de bauxita, especialmente em Amrun”, disse a empresa.

Sobre o cobre, a empresa cita que a produção total está a caminho de atingir o limite superior da projeção para o ano inteiro, impulsionada pelo forte aumento de produção em Oyu Tolgoi, na Mongólia. “Nossa mina Kennecott em Utah, nos EUA teve o desempenho esperado durante o trimestre, enquanto a grande manutenção planejada no concentrador e na fundição foi iniciada com sucesso”, acrescenta.

Infomoney - SP   14/10/2025

Os contratos futuros de mineração de ferro registraram ganhos segunda-feira, impulsionados pelas exportações de aço robusta da China, juntamente com a redução nos embarques de minério, o que superou as preocupações com as novas negociações comerciais entre China e Estados Unidos.

A mineração de ferro de referência para novembro na Bolsa de Cingapura subiu 0,79%, para US$ 107,2 por tonelada, depois de atingir mais cedo o nível mais alto desde 22 de setembro, em US$ 107,45.

O contrato de janeiro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China subiu 1,13%, atingindo uma máxima desde 26 de setembro, a 804,5 iuanes (US$ 112,82) por tonelada.
Os preços dos principais ingredientes de fabricação de aço apagaram as perdas registradas mais cedo depois que a divulgação de dados robustos de exportações de aço em setembro melhorou o sentimento.

As cotações foram sustentadas por embarques menores dos principais fornecedores de minérios, Austrália e Brasil, na semana encerrada em 12 de outubro, segundo dados da consultoria Mysteel.

Além disso, os preços foram impulsionados pela demanda sólida, com a produção média diária de metal quente entre as siderúrgicas chinesas atingindo 2,42 milhões de toneladas na semana encerrada em 10 de outubro, um aumento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Mysteel.

No entanto, os ganhos dos preços foram contidos pela cautela em relação ao recrudescimento da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, revelou taxas adicionais de 100% sobre as exportações da China para os EUA, juntamente com novos controles de exportações sobre “todo e qualquer software crítico” até 1º de novembro, depois que a China anunciou a expansão das restrições sobre elementos de terras raras, essenciais para os setores de semicondutores e de defesa.

Isso já havia derrubado os preços, mas também gerou esperanças de que a China revelasse estímulos para combater o efeito negativo sobre seu crescimento econômico, disseram os analistas.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   14/10/2025

Indústria automotiva brasileira tem sentido os efeitos do aperto monetário, apontado como fator que tem freado o ritmo de produção do setor

Os embarques brasileiros de veículos para a Colômbia, terceiro principal destino das exportações do Brasil, cresceram 55,2% no acumulado deste ano. A alta não é por acaso: chegou ao fim, em 30 de setembro, o acordo bilateral entre os dois países que previa a venda anual de até 50 mil veículos do Brasil sem tarifas de importação.

Para o presidente da Anfavea, Igor Calvet, o salto dos embarques para aquele país foi influenciado por um movimento de antecipação das exportações, diante da expectativa do fim do acordo, em vigor desde 2017.

“O que nós temos agora são ainda 11 mil veículos da cota remanescente dos dois primeiros anos do acordo, que poderão ser usados, na visão brasileira, até o final de 2026. Há ainda uma discussão jurídica, sobretudo por parte dos colombianos, de que esse volume restante deve ser usado até o final deste ano”, disse ele, na quarta-feira (8), em coletiva que apresentou os dados de setembro do setor.

De todo modo, a dúvida que paira é se os veículos brasileiros, que agora serão taxados em 16,1%, continuarão competitivos para o mercado colombiano ou se serão substituídos pelos veículos de outros países com os quais a Colômbia já possui acordos de livre comércio.

“Há mercados, como os próprios Estados Unidos, a China, a Coreia, que já detém acordos de livre comércio com a Colômbia”, disse Calvet. “Nós seremos um parceiro menos preferencial para a Colômbia do que outros mercados”.

Ainda não é possível avaliar o quão competitivo permanecerá o Brasil frente à sobretaxa que entrou em vigor com o fim do acordo entre os dois países. Mas o fato é que qualquer taxação tende a diminuir as exportações brasileiras. “Esperamos que as negociações avancem, porque é um mercado super importante para o Brasil. Outros países, se nós não agirmos rapidamente, terão acesso preferencial ao mercado colombiano”, afirmou o presidente da Anfavea.

A indústria automotiva brasileira tem sentido os efeitos do aperto monetário, apontado como fator que tem freado o ritmo de produção do setor. No trimestre encerrado em setembro, a produção de veículos caiu 0,8%, após altas de 10% nos dois anteriores, o que acende alerta sobre o desempenho do ano. Uma queda nas exportações, até então o melhor indicador do segmento, pode surgir como mais um sinal de desaquecimento, se concretizada.

No acumulado de janeiro a setembro, as exportações brasileiras de veículos tiveram alta de 51,6%, somando 430,8 mil veículos, que já superam o total de embarques de 2024 (398,5 mil). Os embarques para a Colômbia no acumulado deste ano responderam por quase 10% do montante.

No cenário mais catastrófico, em que o Brasil perderia competitividade e deixaria de exportar para a Colômbia, o risco é uma queda proporcional nas exportações totais do setor.

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2025

Em novembro chega ao mercado mais uma marca chinesa: a Leapmotor. Mas trata-se de uma chinesa um tanto abrasileirada. Isso porque a empresa chega pelas mãos da Stellantis. Responsável por um em cada cinco carros vendidos no país, o conglomerado detém o controle de nada menos do que Fiat (incluindo a submarca Abarth), Jeep, Peugeot, Citroën e Ram.

Com uma atuação tão ampla, por que, afinal, a empresa decidiu vender carros de mais uma marca localmente? É isso que o Jornal do Carro responde a seguir, ao tratar de como fica o portfólio do grupo com a chegada da “Leap”.

Segundo a própria organização, o plano é sempre garantir oferta de produtos abrangente e assegurar que o consumidor encontre ali o que procura. “O cliente precisa de liberdade de escolha. Por isso não apostamos em um caminho único”, contou Erica Schwambach, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Stellantis, em evento recente para falar dos planos da Leapmotor para a região.

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Leapmotor agrega oferta que hoje Stellantis não tem

Com início das vendas prometido para novembro, a marca vai entrar na briga com outras montadoras chinesas, como BYD e GWM. A estratégia é garantir uma oferta aos consumidores que buscam carros com mais recursos digitais e novas tecnologias de propulsão.

Os primeiros produtos serão o SUV híbrido C10 e o elétrico B10. Com isso, a nova marca agrega uma oferta que hoje, de fato, o grupo não tem.

No médio prazo, uma das possibilidades é produzir carros da “Leap” no Brasil. Os executivos da Stellantis dizem que esse plano está “em estudo”. Espaço para isso existe. O conglomerado conta com três fábricas no Brasil: em Betim (MG), Goiana (PE) e Porto Real (RJ). Esse último, enfrenta baixa ocupação da capacidade produtiva.

Marcas da Stellantis atendem a diferentes nichos de mercado

Enquanto a “Leap” briga para encontrar seu espaço, as marcas da Stellantis já estabelecidas no Brasil seguem com atuação dedicada a outros segmentos. A Fiat permanece como uma fabricante generalista, de alto volume.

Entre janeiro e setembro de 2025, liderou as vendas de veículos no país por larga margem, respondendo 21% do total de veículos leves licenciados. A escala da frente italiana da companhia está apoiada em veículos de entrada e picapes leves e médias, como Strada e Toro.

A Fiat conta ainda com a submarca Abarth, que eleva carros da linha tradicional da empresa ao patamar esportivos.

A Jeep também tem contribuição forte no grupo. Respondeu por quase 5% do tamanho do mercado brasileiro em 2025. Com valor de marca relevante para o consumidor local, oferece utilitários esportivos com ares aventureiros.

Na frente francesa, a Stellantis conta com a Citroën e a Peugeot. A primeira foi reposicionada como marca popular, de entrada, além de ter furgões e veículos utilitários. Mesmo com posicionamento de preço mais acessível, trata-se apenas da 13ª mais vendida do país, com só 1,5% de participação.

A Peugeot tem presença ainda mais modesta. Ocupa a 17ª posição do ranking de licenciamentos, respondendo por menos de 1% dos carros vendidos no país até setembro.

A marca traz proposta de design e sofisticação, mas segue prejudicada por erros estratégicos cometidos anos atrás, quando o cliente enfrentava problemas no pós-venda.

Por fim, a Stellantis conta com a Ram, última marca lançada pela companhia no pais antes da Leapmotor, em 2018. Com foco em picapes de luxo, em poucos anos de presença no mercado, tornou-se uma grife no campo, cobriçada por agroboys e agrogirls.

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2025

Conteúdo analisado: Postagens dizem que o governo federal negocia pelas costas a redução de impostos para importação de veículos eletrificados desmontados pela empresa BYD. A medida, segundo os posts, destruiria a indústria nacional, formada por montadoras estabelecidas no Brasil e que produzem aqui desde os anos 1950, com perda de milhares de empregos e investimentos bilionários.

Onde foi publicado: TikTok.

Contextualizando: Uma disputa recente entre montadoras tradicionais do mercado e a chinesa BYD, de carros elétricos e híbridos, vem repercutindo nas redes sociais. Ela envolve pleitos feitos pelos dois lados ao governo federal relativos a tarifas de importação de veículos eletrificados desmontados. Postagens sobre o tema viralizaram no TikTok, com alegações de que o Brasil “negocia pelas costas” com a China e “está prestes a assinar uma sentença de morte à indústria automobilística”. Neste Contextualizando, o Comprova detalha o que estava em jogo e qual foi a decisão do governo.

Carta das montadoras contra pedido da BYD

O caso ganhou repercussão após as montadoras Volkswagen, Toyota, Stellantis e General Motors tornarem pública carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva dias antes da reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), em 30 de julho, para deliberar sobre pleitos da BYD.

A montadora chinesa havia reivindicado, em fevereiro, a redução temporária de imposto de importação para automóveis semimontados (Semi Knocked Down ou SKD) e desmontados (Completely Knocked Down ou CKD) de 20% para 10%, no caso dos carros híbridos, e de 18% para 5%, no caso dos veículos elétricos.

Nesses modelos, kits pré-montados ou peças são exportados para o país de destino para receber acabamento final — neste caso, na linha de montagem que a BYD está construindo em Camaçari, na Bahia. Segundo o consultor automotivo Milad Neto, a estratégia é comum na indústria e consiste em uma etapa de transição entre a importação e a produção nacional.

Na carta enviada ao presidente em 15 de julho, as montadoras diziam que a indústria nacional de automóveis sofreria “forte abalo” caso fosse aprovada a redução, o que, segundo elas, impactaria diretamente a demanda por autopeças e mão de obra local.

“(A medida) representaria, na verdade, um legado de desemprego, desequilíbrio da balança comercial e dependência tecnológica”, diz trecho da carta.

Em entrevista ao Estadão, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, disse que a redução pleiteada pela BYD comprometeria a projeção de investimentos de R$ 180 bi da indústria automotiva.

“Se mudar as regras do jogo, as empresas instaladas no país reavaliam, obviamente, todos os investimentos que foram anunciados”, disse o presidente da Anfavea, que representa as montadoras.

Reação da BYD

A BYD divulgou uma resposta em 30 de julho, na mesma data da reunião do Gecex-Camex. No texto, intitulado “Por que a BYD incomoda tanto?”, a empresa se diz “atacada por concorrentes obsoletos”, aos quais se refere como “dinossauros”. Segundo a carta da BYD, as montadoras, em tom dramático, se dirigiram ao presidente da República “implorando para ele abortar a inovação”.

Ainda de acordo com a BYD, sua proposta “não é um atalho nem uma esperteza fiscal”, diz. “Não é nenhuma novidade, outras montadoras já adotaram a mesma prática antes de ter a produção completa local”, destaca a montadora chinesa.

Decisão do governo

Em meio à disputa, o governo decidiu contemplar, em parte, os dois lados. Não reduziu as taxas de importação de veículos eletrificados desmontados, mas criou uma cota com alíquota zero, por um prazo de seis meses, para a importação dos modelos até atingir o valor de US$ 463 milhões. Por outro lado, reduziu o prazo para elevar a alíquota ao teto de 35% — agora previsto para janeiro de 2027, e não mais para julho de 2028.

“Com a antecipação do cronograma, o Gecex busca adequar a política tarifária aos investimentos esperados para os próximos anos no setor automotivo do País, trazendo novas tecnologias para o consumidor e cada vez mais adensamento à cadeia produtiva nacional”, diz a nota do governo.

Embora a medida não atenda integralmente ao desejo das montadoras, que defendiam a antecipação para julho de 2026, Igor Calvet considerou que a decisão é aceitável.

“[A mudança] é o máximo aceitável sem colocar em risco os investimentos atuais e futuros da cadeia automotiva nacional. Nós esperamos que essa discussão esteja definitivamente encerrada, sem qualquer possibilidade de renovação”, afirmou, em comunicado.

Decisão não privilegia nenhum dos lados

Na avaliação de Milad Neto, o governo foi “imparcial”, por não atender integralmente os dois lados, e “tendencioso” a beneficiar a indústria nacional.

“Ao não reduzir a taxa de importação de desmontados como pedido pela BYD, o governo deu um aviso: ‘olha, quer ter algum benefício? Produza aqui’”, disse Neto.

Para o consultor automotivo, a antecipação da elevação da alíquota para 35% vai encarecer os eletrificados chineses e, por consequência, dar mais tempo para a indústria nacional poder se desenvolver e fazer frente à nova realidade do mercado.

“A decisão do governo, a meu ver, está correta. Não prejudica nenhum dos lados e fomenta o nosso desenvolvimento”, comentou Neto.

Ele acrescentou: “Não permitindo que qualquer indústria, seja ela chinesa ou de outra origem, somente monte o veículo no Brasil, o que não agrega em nada, a decisão do governo exige que haja uma troca de tecnologia com a cadeia produtiva nacional, estimulando o parque tecnológico brasileiro”.

Já para o conselheiro para a indústria da mobilidade Ricardo Bacellar, a decisão do governo representa um “perde-perde” para os dois lados. Na avaliação dele, o ponto central que deveria ser discutido, tanto pela BYD quanto pelas outras montadoras junto ao governo, é a carga total de impostos que incide sobre toda a cadeia automotiva nacional, o que trava o desenvolvimento da indústria.

“O chamado ‘custo Brasil’ é muito alto já há um bom tempo”, disse Bacellar, que comanda o canal “Papo de Garagem” no YouTube. “Este é o real problema, que não foi discutido. Essa disputa entre lado A e lado B por tarifas de importação não ajuda em nada. Perde-se tempo e energia e não se discute o que realmente interessa”.

Fontes consultadas: Notícias na imprensa e pronunciamentos no site do governo federal e no canal da Anfavea no YouTube. O Comprova também ouviu o consultor automotivo Milad Neto e o conselheiro para a indústria da mobilidade Ricardo Bacellar.

Por que o Comprova contextualizou este assunto: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições. Quando detecta nesse monitoramento um tema que está sendo descontextualizado, o Comprova coloca o assunto em contexto. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Sobre a indústria automotiva, o Comprova mostrou recentemente que a Toyota suspendeu atividades devido a temporal e não por suposta crise, que um vídeo inventou fechamento de montadoras e fez falsa projeção de desemprego e que carros da BYD foram cedidos a órgãos públicos dentro da lei, não em troca de benefícios.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   14/10/2025

A Cyrela (CYRE3) e a Eztec (EZTC3) já podem se preparar para abocanhar boa parte da fatia do novo crédito imobiliário anunciado pelo governo na última sexta-feira (10). É que o modelo deve abrir espaço para uma retomada no mercado de construção de média e alta renda, segundo análises do Goldman Sachs e do Bradesco BBI.

A proposta reformula o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que é a principal fonte de financiamento para esse segmento, e promete dar mais liberdade aos bancos no uso dos recursos da poupança.

Entre as mudanças, está o aumento do teto de valor dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. A Caixa Econômica Federal também ampliou o limite de financiamento, conhecido como LTV (sigla em inglês para loan-to-value), de 70% para 80%. A ideia é permitir que mais famílias acessem o crédito habitacional e estimulem o setor de construção civil.
Atualmente, os bancos precisam direcionar 65% dos depósitos da poupança para o crédito imobiliário, 20% vão para o compulsório do Banco Central e 15% podem ser usados livremente. Com a mudança, 100% dos recursos poderão ser aplicados, desde que as instituições originem novos financiamentos. A implementação será gradual, com adoção completa prevista para 2027.

Para o Goldman Sachs, a medida tende a favorecer empresas como Cyrela e Eztec, que têm foco em empreendimentos de média e alta renda. O banco americano, porém, diz que o sucesso da proposta depende da adesão das instituições financeiras, ainda vista como incerta. O SBPE enfrenta saques recorrentes, resultado da diferença entre a rentabilidade da poupança e a taxa básica de juros (Selic).

Melnick (MELK3) registra queda 60,7% no lançamentos no 3º trimestre

As vendas brutas e líquidas foram de, respectivamente, R$ 177 milhões e R$ 153 milhões

Mesmo assim, o Goldman mantém uma visão positiva para a Cyrela. Os analistas citam a estratégia barbell da companhia, que combina lançamentos voltados a públicos de baixa e alta renda, como uma vantagem para sustentar o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, sigla em inglês para return on equity). As ações da empresa estão sendo negociadas a cerca de cinco vezes o preço sobre lucro (P/L), abaixo da média histórica de 11 vezes observada nos últimos 12 anos.

Já o Bradesco BBI avalia que o novo modelo pode facilitar o acesso ao crédito para mutuários de renda média, embora ainda faltem detalhes sobre sua execução. Para o banco, a reforma chega em um momento de pressão sobre o SBPE, que tem enfrentado saídas persistentes de recursos e desequilíbrio entre empréstimos de longo prazo e fontes de financiamento de curto prazo.

Ainda assim, o Bradesco ressalta que a reação dos bancos privados será determinante para o sucesso do novo modelo. Parte do setor teme que as novas regras possam, na prática, reduzir a atratividade do crédito imobiliário, freando a oferta em vez de ampliá-la.

Implementação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que 2026 será um ano de teste antes da implementação total, prevista para 2027.

Durante o anúncio em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que a medida tem potencial para fortalecer a classe média e alavancar a construção civil. O governo também publicou uma linha complementar de crédito para reformas, voltada a famílias com renda mensal de até R$ 9.600, com juros entre 1,17% e 1,95% ao mês.

Haddad classificou a reforma como um projeto de modernização do sistema de financiamento, com foco em canalizar “o dinheiro mais barato da economia” para a construção. Segundo ele, o novo modelo traz garantias de segurança e estabilidade para o setor financeiro.

Para o mercado, a principal questão agora é a adesão dos bancos e o comportamento dos depósitos de poupança. Se o novo modelo conseguir manter a atratividade desses recursos e aumentar a liquidez do crédito imobiliário, o setor pode entrar em uma nova fase.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   14/10/2025

Ao todo, a via suspensa com trilhos tem 2,7 km de extensão com quatro estações, uma ligada à do trem metropolitano e outras em cada um dos três terminais do aeroporto internacional

Após quatro atrasos na entrega do "people mover" aeromóvel, como é chamado o sistema de trens projetado para ligar a estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) aos três terminais do aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) diz não haver previsão para ele entrar em funcionamento. A conclusão consta em uma nota técnica do órgão regulador, após vistoria realizada em 1º de setembro passado, dia seguinte da última data prometida para início de operação do sistema pela GRU Airport, concessionária responsável pela gestão do aeroporto internacional e pelo consórcio AeroGru, contratado para executar o projeto e fazer sua gestão por dez anos.

Procurados sobre o documento da Anac, tanto a concessionária quanto o consórcio não responderam à reportagem até a publicação deste texto.

Na nota técnica, publicada primeiro pelo site MetrôCPTM e confirmada pela Folha, a agência lembra que não há confiabilidade de prazos, uma vez que a entrega do APM (Automated People Mover, transportador de pessoas automatizados, na tradução) foi postergada quatro vezes: de fevereiro de 2024 para outubro seguinte, a fevereiro de 2025 e, por último, para 31 de agosto passado.

Na vistoria, foi constatado, afirma o documento, que o sistema não se encontrava em operação, permanecendo em fase de comissionamento e testes com cargas, sem passageiros, evidenciando, além do descumprimento contratual, a ausência de previsibilidade quanto à conclusão das etapas críticas do projeto.

Diz que o grave cenário é marcado pela inexistência de um cronograma confiável.

Um processo foi aberto pela Anac em março do ano passado, após o primeiro atraso, para apurar as razões do descumprimento de prazo. A apuração pode levar a aplicação de multa, com variação de acordo com a duração total da falta de entrega.

"Questões construtivas, de implantação da tecnologia e fluxos do consórcio construtor implicaram mudanças no cronograma de entrega, conforme informações prestadas pela concessionária", diz a agência à Folha.

Na nota técnica, a Anac afirma que os atrasos são sempre informados na véspera da entrega prometida e que da última vez foi feito em 29 de agosto, a dois dias do término do prazo de 31 de agosto, "o que é totalmente incompatível a um projeto dessa magnitude e complexidade, cujo cronograma e marcos de entrega certamente são [ou deveriam ser] geridos pela concessionária com antecedência muito maior que dois dias".

A agência reclama pelo fato de não ter sido informada na vistoria sobre uma nova data de entrega do início de operação. O documento diz também que, embora obras civis estejam próximas da finalização, os sistemas de automação, controle e integração operacional permanecem inconclusos.

Afirma que os testes de carga de apenas um veículo ainda estavam em execução e não havia operação plena, tampouco testes com passageiros. "Até mesmo pequenos ajustes apontados da última visita [14 de março passado] não foram solucionados", diz o texto, apontando falta de operação de elevadores.

Na justificativa para o último adiamento, diz a nota técnica, a concessionária disse que trabalhava ainda em uma operação inicial parcial, condicionada a uma autorização de segurança, com uma série de limitações em relação ao projeto pleno do sistema. No texto a Anac diz que há falta de transparência nas informações.

No mês passado, a agência afirmou à reportagem que havia identificado pendências no processo de certificação do sistema – uma delas seria a implantação de reforço nas portas de plataforma, para se evitar acidentes como os ocorridos em estações do metrô de São Paulo neste ano.

O "people mover" em via elevada precisou ser construído porque a estação da CPTM não chega ao aeroporto. O transporte aos três terminais de Cumbica atualmente é feito em ônibus.

Os três trens do sistema começaram a circular em testes no início do ano – primeiro aos fins de semana, como acompanhou a Folha –, inclusive com peso, e em busca de certificações. Passaram a rodar primeiro aos domingos e depois progressivamente ao longo dos dias.

Atualmente, conforme apurou a reportagem, os testes são realizados durante oito horas por dia, com trens circulando à noite e durante a madrugada.

Ao todo, a via suspensa com trilhos tem 2,7 km de extensão com quatro estações, uma ligada à do trem metropolitano e outras em cada um dos três terminais do aeroporto internacional. Quando o sistema estiver inaugurado, esse trajeto final será feito em aproximadamente seis minutos.

O veículo, que circula por meio de propulsão pneumática, é composto por dois carros articulados que pesam 16 toneladas e deverá levar até 200 passageiros por viagem. Eles rodam em dois trilhos, como se fossem trens convencionais.

O custo total foi estimado no ano de 2023 em pouco mais de R$ 300 milhões. O pagamento é custeado com recursos da outorga da GRU Airport.

Rodoviário

IstoÉ Dinheiro - SP   14/10/2025

De passagem pelo Rio de Janeiro para participar de um evento que discutiu a importância da segurança jurídica para os projetos de rodovias e ferrovias, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio, disse nesta segunda-feira, 13, que é preciso avançar na discussão sobre a independência do orçamento dos reguladores. O objetivo é minimizar os impactos dos contingenciamentos adotados pela União.

“Vejo espaço para a discussão, sobretudo, com o olhar do Congresso Nacional, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do próprio Executivo. A agência contribui para o êxodo dos projetos de infraestrutura. Só em leilões exitosos são quase R$ 150 bilhões de valores contratados para execução nos próximos 10 anos. Somos superavitários”, afirmou ele. “A independência que queremos é financeira. A autonomia administrativa e decisória já existe. Isso é muito bem alinhado e arregimentado”, disse.

Para Sampaio, o Brasil vive um “alinhamento de astros” que incentiva as concessões. “Há uma maturidade institucional de todos os órgãos do ecossistema. Temos mecanismos regulatórios que não deixam o contrato desequilibrado a curto, médio e longo prazo e taxas internas de retorno compatíveis com o risco do projeto”, comentou a jornalistas durante o evento Regulation Week FGV.

Sampaio foi aprovado pelo Senado para o o cargo de diretor-geral da ANTT em agosto. Ele já ocupava o posto desde fevereiro deste ano como interino após fim do mandato de Rafael Vitale.

NAVAL

CNN Brasil - SP   14/10/2025

A DTA Engenharia protocolou na Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) um pedido de impugnação do edital de concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR).

O leilão, marcado para quinta-feira (16) na B3, é inédito no país e prevê R$ 1,23 bilhão de investimentos em um contrato de 25 anos de duração.

A concessão é tida no governo como uma espécie de projeto-piloto para o novo modelo de dragagem em grandes portos. Outros estuários -- como Santos (SP) e Itajaí (SC) -- devem passar pelo mesmo processo.

O contrato abrange dragagem de manutenção e aprofundamento, balizamento, gestão de tráfego marítimo (sistemas VTS/VTMIS) e derrocamento.
De acordo com a DTA, o edital apresenta "inconsistências técnicas, jurídicas e regulatórias" capazes de comprometer a isonomia entre os licitantes e a livre concorrência no porto paranaense.

A empresa, que tem tradição em atividades de dragagem no Brasil, aponta riscos de concentração e verticalização de mercado.

O pedido alerta sobre a possibilidade de integração vertical entre operadores portuários já instalados, como o TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá), controlado pelo grupo estatal chinês China Merchants Port Holdings (CMPort), e empresas de dragagem vinculadas a conglomerados estatais estrangeiros, como a CCCC (China Communications Construction Company), controladora da CHEC Dredging/Shangai Dredging-SDC.

"Esse arranjo pode criar vantagem artificial sobre concorrentes privados nacionais por meio de subsídio cruzado e financiamento soberano, distorcendo as condições de competição, dado o evidente conflito de interesse", afirma a DTA.

A empresa também questiona a ausência de vedação expressa à participação de grupos econômicos beneficiados por apoio financeiro direto ou indireto de governos estrangeiros, prática conhecida como "state aid", violando os princípios da isonomia e da vantajosidade previstos na Lei nº 14.133/2021.

Com base nessa argumentação, a DTA quer que a Antaq revise o edital e inclua um veto à participação de operadores portuários em Paranaguá em consórcios com empresas de dragagem, bem como proíba o ingresso de companhias controladas por Estados estrangeiros ou beneficiadas por subsídios soberanos.

A DTA pede ainda a exigência de comprovação formal de que as licitantes estrangeiras atuam em regime de livre mercado, com avaliação prévia do Cade (Conselho Administrativa de Defesa Econômica) sobre riscos de concentração e integração vertical.

PETROLÍFERO

Valor - SP   14/10/2025

Foi constituído um consórcio entre as partes, com a criação de uma joint venture que disciplinará as operações e investimentos voltados ao desenvolvimento das concessões

A PetroReconcavo anunciou nesta segunda-feira (13) que finalizou a transferência da participações e operação de sete concessões no Rio Grande do Norte para a Mandacuru Energia por US$ 5 milhões.

O pagamento de 20% do montante será efetuado hoje, 15% a serem pagos seis meses após esta data, e o saldo remanescente, de 65% do total será destinado ao longo de até dois anos.

Nos termos acordados, foi constituído um consórcio entre as partes, com a criação de uma empresa conjunta (joint venture) que disciplinará as operações e investimentos voltados ao desenvolvimento das concessões.

A Mandacuru já operava as concessões Cardeal e Colibri em parceria com a PetroReconcavo e agora esse acordo é expandido para as concessões Acauã, Baixa do Algodão, Fazenda Curral, Fazenda Malaquias, Pajeú, Rio Mossoró e Três Marias.

“A conclusão desta transação reforça a estratégia da companhia de otimização do portfólio e alocação eficiente de capital, com foco em ativos de maior atratividade econômica e potencial de retorno”, afirma, em comunicado.

Valor - SP   14/10/2025

Contrato de partilha de produção tem duração de 30 anos, com opção de prorrogação por mais 10 anos, e inclui um período de exploração de sete anos

A empresa estatal de energia da Argélia, Sonatrach, disse nesta segunda-feira (13) que assinou um contrato no valor de cerca de US$ 5,4 bilhões com a Midad Energy, da Arábia Saudita, para exploração e desenvolvimento de petróleo e gás na Bacia de Illizi.

O contrato de partilha de produção tem duração de 30 anos, com opção de prorrogação por mais 10 anos, e inclui um período de exploração de sete anos.

A Midad Energy financiará integralmente o investimento, incluindo US$ 288 milhões alocados para a exploração. O perímetro de Illizi Sul fica a cerca de 100 quilômetros ao sul da cidade argelina de In Amenas, perto da fronteira com a Líbia.

O acordo foi antecipado pela Ennahar TV.

A Sonatrach é a maior produtora de petróleo e gás da Argélia e tem buscado ativamente parcerias estrangeiras para aumentar a produção e modernizar a infraestrutura.

A empresa já assinou acordos com parceiros internacionais, incluindo um contrato recente de US$ 850 milhões com a chinesa Sinopec para desenvolvimento e exploração de hidrocarbonetos.

No início deste mês, o ministro de energia da Argélia disse que o país planeja investir US$ 60 bilhões em seu setor de energia nos próximos cinco anos, com foco na exploração e produção.

O país do Norte da África, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), quer fortalecer seu papel como um fornecedor chave de energia para os mercados internacionais, ao mesmo tempo em que atende à demanda doméstica e faz a transição para fontes mais sustentáveis.

A Midad Energy faz parte da Alturki Holding, da Arábia Saudita, que tem investimentos em serviços industriais e de energia, incluindo operações de petróleo e gás upstream.

AGRÍCOLA

Agrolink - RS   14/10/2025

O agronegócio brasileiro passa por um reposicionamento estratégico global, sendo o terceiro maior exportador agrícola do mundo e ampliando sua influência por meio de práticas sustentáveis e tecnologia. Com 70% da produção destinada ao mercado interno, o setor ainda tem espaço para expansão, mas seu futuro dependerá de liderança em inovação, responsabilidade socioambiental e presença ativa em fóruns internacionais, como a COP-30.

O 1º AgroLegal Summit, promovido pela AASP, reuniu especialistas para debater marcos regulatórios, tecnologia, LGPD e segurança jurídica no campo, consolidando-se como um fórum qualificado para discutir questões decisivas para o futuro do setor. “A segurança Jurídica no campo é tão importante quanto a produtividade. O AgroLegal Summit nasce como um fórum qualificado para debater marcos regulatórios, propriedade rural, tecnologia, LGPD e outras questões decisivas para o futuro do agronegócio brasileiro.”, comenta Antonio Freitas, Diretor da AASP e Coordenador do 1º AgroLegal Summit.

Durante o evento, foram analisados o crescimento do Brasil no agro, baseado em produtividade, tecnologia e políticas agrícolas eficientes, e o impacto do Tarifaço, que apresenta oportunidades para abertura de novos mercados e redefinição de estratégias comerciais. O país exporta atualmente 30% da produção agrícola e registrou recorde histórico em exportação de carne bovina, alcançando 144 países.

“Essa é a primeira grande reunião mundial, depois da nova gestão Trump. É a primeira vez que mais de 100 chefes de Estado irão se reunir”, explica. “Essa COP não será para negociar nada novo, ou criar algo novo, mas sim para ter novos rumos nessa reaproximação geopolítica que acontece no mundo”, finaliza.

IstoÉ Dinheiro - SP   14/10/2025

As exportações brasileiras de produtos agropecuários alcançaram em setembro o recorde de US$ 14,954 bilhões, informou o Ministério da Agricultura, em nota. O valor, o maior para o mês já registrado na série histórica, é 6,1% superior ao obtido em setembro de 2024, o equivalente a um aumento de US$ 864 milhões ante os US$ 14,090 bilhões registrados um ano antes. O setor representou 49% dos embarques totais do País no último mês, em comparação com 49,5% de setembro de 2024.

Em nota, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou os 444 mercados abertos para produtos agropecuários desde o início de 2023. “Os resultados de setembro mostram, mesmo diante de um cenário externo desafiador, a competitividade do agronegócio brasileiro e o acerto na estratégia reforçada a partir de 2023 de abertura, ampliação e diversificação de mercados e produtos”, afirmou o ministro.

O aumento foi influenciado, principalmente, pela alta de 7,4% dos volumes embarcados que compensou o recuo de 1,1% dos preços médios internacionais, segundo nota técnica da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais da pasta.

No último mês, os seis principais setores exportadores do agronegócio brasileiro foram complexo soja (US$ 3,8 bilhões e 25,7% do total); carnes (US$ 3,2 bilhões e 21,2% do total); cereais, farinhas e preparações (US$ 1,6 bilhão e 10,8% do total); complexo sucroalcooleiro (US$ 1,45 bilhão e 9,7% do total); café (US$ 1,3 bilhão e 8,6% do total); e produtos florestais (US$ 1,2 bilhão e 8,1% do total). Juntos, estes setores responderam por 84,1% do total embarcado pelo agronegócio em setembro. “Com efeito, houve uma pequena desconcentração da pauta exportadora, com aumento das vendas dos demais setores”, observou a secretaria.

Na nota, a secretaria destacou o aumento das exportações em setembro da carne bovina in natura, com US$ 1,77 bilhão (+55,6%); da carne suína in natura, com recorde de US$ 346,1 milhões (+28,6%) e do milho, com US$ 1,52 bilhão (+23,5%). “Já entre os produtos potencialmente mais afetados pelo tarifaço, destaque para o café, com US$ 1,3 bilhão (+9,3%), e os pescados, cujas exportações somaram US$ 38,7 milhões, com aumento de 6,1% em volume”, observou a pasta.

Entre os destinos, a China se manteve como a principal importadora de produtos do agronegócio brasileiro em setembro, seguida por União Europeia e Estados Unidos. Ao logo do último mês, também cresceram as exportações de produtos agropecuários brasileiros para o México, União Europeia, Irã, Índia e Filipinas.

Os embarques brasileiros à China avançaram 40,7% em setembro, com as vendas externas atingindo US$ 4,9 bilhões no mês, aumento de US$ 1,42 bilhão em valor nominal. A China respondeu por 32,8% dos embarques de produtos agropecuários brasileiros no último mês, ante 24,8% de setembro de 2024. “O produto que mais se destacou na pauta brasileira para a China foi a soja em grãos, com vendas de US$ 2,87 bilhões (+57,9%) e 6,77 milhões de toneladas (+57,1%) embarcadas, respondendo por 58,4% das exportações do setor agropecuário para aquele mercado. Foi o maior valor já exportado da oleaginosa para a China em setembro, assim como a maior quantidade comercializada”, acrescentou a secretaria. A China comprou 92,3% de todo o volume exportado pelo Brasil da oleaginosa no último mês.

Em setembro, o País desembolsou US$ 1,76 bilhão com a importação de produtos agropecuários, aumento de 7,3% ante igual mês de 2024. Os principais produtos agropecuários importados pelo Brasil no último mês foram trigo, papel, fibras e produtos têxteis, óleo de palma e salmões. “Além desses produtos, o setor precisou importar inúmeros insumos necessários à produção agropecuária: fertilizantes (US$ 1,56 bilhão; +4,3%); defensivos agrícolas (US$ 844,03 milhões; +32,7%)”, destacou a pasta na nota técnica.

Acumulado do ano

De janeiro a setembro, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 126,585 bilhões, alta de 0,7% ante os nove meses do ano passado. Entretanto, a participação do agronegócio nas exportações brasileiras ficou em 49,1% no acumulado deste ano, ante 49,3% do ano passado.

Juntos, complexo soja (US$ 44,54 bilhões), carnes (US$ 22,53 bilhões), produtos florestais (US$ 12,42 bilhões), café (US$ 11,23 bilhões) e complexo sucroalcooleiro (US$ 10,93 bilhões) representaram 80,3% das vendas externas do agronegócio brasileiro entre janeiro e setembro deste ano. China, União Europeia e Estados Unidos seguiram como os principais destinos, respondendo juntos por mais da metade das exportações do setor, segundo dados do ministério.

As importações de produtos agropecuários cresceram 5,4% nos nove meses do ano em relação a igual período do ano anterior, para US$ 15,248 bilhões, equivalente a 7,2% do total internalizado pelo País no período. De janeiro a setembro deste ano, foram destaques os crescimentos das importações de álcool, borracha natural e óleo de palma.

O saldo da balança comercial do setor ficou positivo em US$ 111,337 bilhões de janeiro a setembro deste ano, acima dos US$ 111,289 bilhões de igual período de 2024.

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