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10 de Novembro de 2025

ECONOMIA

Globo Online - RJ   10/11/2025

As exportações brasileiras somaram US$ 31,97 bilhões em outubro, uma alta de 9,1% frente a igual período do ano passado. E isso apesar de as vendas para os EUA terem sofrido forte queda, de 37,9%, como resultado do tarifaço do presidente americano, Donald Trump contra o Brasil.

No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 289,73 bilhões, um recorde.

Mas por que o Brasil conseguiu ampliar, no conjunto, suas exportações apesar das perdas expressivas nos embarques para os Estados Unidos? O que explica o avanço nas vendas externas do Brasil?

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, avaliou que o resultado da balança comercial de outubro foi melhor do que o esperado. Ele estimou que a redução nas vendas ao mercado americano deve ficar entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões, bem abaixo das previsões iniciais, que chegavam.

— Muitas empresas conseguiram contornar a dificuldade de exportar para os Estados Unidos e abriram novos mercados. O caso típico é o da carne — explicou. — No início do ano, durante o tarifaço, todos tinham a expectativa de que ele provocaria uma perda de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões nas exportações brasileiras. No fundo, as exportações vão terminar o ano com um pequeno crescimento. Todo aquele cenário de queda forte previsto por diferentes analistas não vai se concretizar. Nesse momento, o cenário está bom.

Castro lembrou ainda que o Brasil conseguiu ampliar as vendas à China em um momento em que os EUA enfrentavam dificuldades para exportar para aquele país, o que impulsionou as vendas dos produtores brasileiros.

— Seguramente, o Brasil está diversificando mercados. Os exportadores brasileiros estão se virando para tentar mitigar os efeitos das tarifas — diz Welder Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e consultor internacional.

Para a economista da XP, Luiza Pinese, as exportações vêm apresentando desempenho expressivo no segundo semestre. Os embarques de carnes aumentaram, enquanto os preços do café e do minério de ferro permanecem em níveis favoráveis, ela observa.

— A safra robusta de grãos e a recuperação da economia argentina também têm sustentado o crescimento das vendas externas — avalia.

O economista da ZQuest Investimentos, Lucas Barbosa, destacou que o superávit de US$ 7 bilhões em outubro é expressivo, considerando as diversas barreiras que o comércio mundial tem enfrentado nos últimos meses, especialmente em 2025:

— Mesmo em meio a questões tarifárias, restrições sanitárias, como as aplicadas ao frango, problemas de safra, como no caso do café, e tarifas específicas impostas pelos Estados Unidos, as exportações brasileiras atingiram o maior volume da série histórica, ressaltou.

Ao analisar o desempenho por países, Barbosa observou que, apesar da queda das vendas para os EUA, o volume total de exportações vem atingindo recordes graças à diversificação da pauta de produtos e dos mercados de destino. Ele destacou que as exportações para a Turquia cresceram 69,4%, para o Egito 58,8% e para os Emirados Árabes 55,8%, entre outros países que ganharam relevância nas vendas externas brasileiras.

As estatísticas mostram que as vendas para a Ásia tiveram alta de 21,2%, liderada pela China, que ampliou suas compras em 33,4% (US$ 2,3 bilhões). Também cresceram as vendas para:

Índia (+55,5%)Cingapura (+29,2%) Filipinas (+22,4%)

O aumento na venda de produtos para a Ásia foi puxado por:

soja (+64,5%)óleos brutos de petróleo (+43%)minério de ferro (+31,7%)carne bovina (+44,7%)

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Em outubro, as exportações brasileiras somaram US$ 31,97 bilhões e as importações, US$ 25,01 bilhões, com saldo positivo de US$ 6,96 bilhões e corrente de comércio de US$ 56,98 bilhões.

Amcham: tarifaço prejudica EUA e Brasil

Para o presidente da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Abrão Neto, no entanto, a terceira queda consecutiva das vendas para os EUA evidencia a intensificação dos efeitos negativos das tarifas sobre o fluxo comercial entre os dois países, impactando cadeias produtivas integradas, investimentos e empregos em ambas as economias.

— A forte contração nas exportações brasileiras para o mercado americano em outubro reforça a urgência de uma solução para normalizar o comércio bilateral. É essencial que o valioso impulso político gerado pelo recente encontro entre os presidentes Lula e Trump seja aproveitado para alavancar avanços concretos nas negociações entre os dois países — afirmou.

O Estado de S.Paulo - SP   10/11/2025

Desde o Plano Real (julho/1994), a inflação brasileira esteve relativamente sob controle, embora tenha ficado, quase sempre, acima do centro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Já a taxa básica de juro real, medida pela Selic acumulada em cada ano, menos a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mesmo ano, tem se mantido entre as mais altas do mundo.

Para a maioria dos economistas, a razão é o descontrole fiscal e o crescente endividamento público, que neste artigo será mensurado pela relação entre a Dívida Bruta do Governo Geral e o Produto Interno Bruto (DBGG/PIB).

É fato que o desajuste fiscal tende a elevar as taxas reais de juros, não só a efetivamente observada, como também a chamada taxa neutra, aquela que faria a inflação convergir para a meta e o PIB efetivo para o potencial. No entanto, essa relação não é direta e é muito difícil quantificá-la.

Por exemplo, no período 2003-2010, o setor público consolidado gerou superávit primário médio anual de 3,2% do PIB. A relação DBGG/PIB, no final de 2010, estava em 51,7%, quase 30 pontos porcentuais abaixo da atual. Entre 2008 e 2009, o Brasil obteve a classificação de grau de investimento pelas três principais agências classificadoras de risco. Apesar disso, a taxa básica real de juro (Selic), na média do período, foi de 8,5% ao ano.

Outra explicação frequente para juros reais tão elevados é a baixa taxa de poupança da economia brasileira. De fato, há uma relação inversa entre essa variável e o juro real, principalmente nos países emergentes, mas não na magnitude encontrada no caso brasileiro. Em postagem recente no blog do Ibre-FGV, o economista Bráulio Borges mostrou que a taxa básica de juro real no Brasil, no período 2000-2019, foi quase o triplo da observada em economias emergentes com níveis de poupança semelhantes ao nosso.

Em janeiro de 2005, os economistas Persio Arida, Edmar Bacha e André Lara Resende publicaram um denso estudo intitulado Crédito, juros e incerteza jurisdicional: conjecturas sobre o caso do Brasil. O viés contra o credor, tanto no Judiciário como nos órgãos políticos, foi identificado como uma das principais explicações para os nossos elevados juros reais. Além disso, a não conversibilidade internacional da moeda brasileira, as restrições ao fluxo de capitais com o exterior (hoje menores) e o enorme volume de poupança forçada e do crédito direcionado também foram citados.

As causas dos elevados juros reais, há muito tempo praticados no Brasil, são múltiplas e há necessidade de mais pesquisas e menos ideologia para compreender o problema.

Quanto ao nível atual da Selic (insustentáveis 10% real, ao ano), uma das causas, além das citadas, é o fato de a meta de inflação de 3% ser excessivamente ousada e irrealista, dadas várias condicionantes da economia brasileira.

Globo Online - RJ   10/11/2025

As exportações da China sofreram uma contração inesperada em outubro, à medida que a demanda global não conseguiu compensar a forte queda nos embarques para os Estados Unidos — um golpe para uma economia que já vinha desacelerando em meio ao fraco consumo e aos baixos investimentos domésticos.

Com a redução de 10% nas tarifas sobre produtos chineses pelos EUA a partir da próxima segunda-feira, um dos efeitos do acordo entre Trump e Xi, é possível que o comércio entre as duas maiores economias do mundo tenha uma recuperação até o fim do ano. Na quarta-feira, a China anunciou que removerá as tarifas retaliatórias sobre alguns produtos agrícolas dos EUA e suspenderá os controles de exportação sobre diversas empresas americanas.

O efeito, no entanto, pode ser limitado, já que as tarifas sobre produtos chineses ainda permanecem mais altas do que as aplicadas a países como o Vietnã.

E se a desaceleração da demanda no restante do mundo continuar, isso pode reduzir ainda mais os embarques e afetar a economia de forma mais ampla nos dois últimos meses do ano. No trimestre passado, o crescimento econômico da China já havia desacelerado para o ritmo mais fraco em um ano, mesmo com o forte desempenho das exportações.

O país corre o risco de enfrentar uma desaceleração ainda mais acentuada nos próximos meses. Analistas preveem o crescimento mais fraco neste trimestre desde os últimos três meses de 2022, quando a nação se aproximava do fim dos rigorosos lockdowns da política de Covid Zero.

A fraqueza pareceu ser ampla em outubro, quando os embarques para a União Europeia subiram 1%, o crescimento mais lento desde a queda registrada em fevereiro.

As exportações para alguns outros grandes mercados caíram, com as vendas para a Coreia do Sul, Rússia e Canadá recuando em dois dígitos. A China não divulga dados de comércio bilateral com todos os países na primeira publicação; o restante das estatísticas deve ser divulgado ainda neste mês.

“Nos próximos meses, as exportações da China para outros mercados emergentes estarão sob maior escrutínio por parte dos participantes do mercado”, disse Homin Lee, estrategista macro da Lombard Odier em Cingapura. “Elas são indicadores cruciais para a narrativa de mercado sobre a expansão internacional das marcas chinesas de tecnologia e de consumo.”

Mesmo com a queda geral nas exportações em outubro, o total ainda superou US$ 3 trilhões nos primeiros 10 meses do ano — a primeira vez que esse patamar é alcançado tão rapidamente. Combinado ao fraco desempenho das importações durante boa parte do ano, o superávit comercial vem atingindo novos recordes, somando US$ 965 bilhões até agora em 2025.

As importações totais da China desaceleraram acentuadamente em outubro e cresceram apenas 1%, resultando em um superávit de US$ 90,1 bilhões. O yuan ofereceu menos impulso às exportações após se valorizar neste ano em relação ao dólar e atingir, no mês passado, seu nível mais forte em quase um ano. Essa valorização torna os produtos chineses relativamente mais caros para os compradores no exterior.

A fraqueza nas vendas para mercados fora dos EUA — especialmente na América Latina e entre os dez países do Sudeste Asiático que compõem a Asean — “sugere que a força relativa do yuan e as restrições de importação do México começam a se tornar um fator”, afirmou Lee, da Lombard Odier em Cingapura.

Ainda assim, os preços de exportação chineses caíram em todos os meses, com exceção de um, desde meados de 2023, devido à deflação interna — o que compensou a valorização da moeda e tornou os embarques mais baratos.

Como resultado, as empresas chinesas provavelmente continuarão ampliando o espaço conquistado no exterior durante a guerra comercial com os Estados Unidos. Sinais de recuperação surgiram no fim do mês passado, quando o número de contêineres movimentados nos portos chineses saltou quase 14% na semana encerrada no dia 2 deste mês.

“Embora os efeitos de compensação de embarques antecipados possam pesar um pouco sobre o crescimento das exportações nos próximos meses, esperamos que o crescimento das exportações da China continue resiliente em 2026, sustentado por fatores estruturais favoráveis”, disseram analistas do Goldman Sachs Group, liderados por Xinquan Chen, em uma nota.

Como esse adiantamento de embarques tem beneficiado a economia ficou evidente em outro conjunto de dados divulgado no fim da sexta-feira (hora local). Ele mostrou que o saldo em conta corrente no terceiro trimestre disparou para o recorde de US$ 196 bilhões, impulsionado por um superávit comercial de bens também recorde, de US$ 270 bilhões.

Monitor Digital - RJ   10/11/2025

Um relatório de think tanks sobre o plano de desenvolvimento econômico e social da China para o período do 15º Plano Quinquenal (2026–2030) foi divulgado nesta sexta-feira em um seminário sobre a compreensão da quarta sessão plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), em Beijing.

Intitulado “O Estágio Crítico para Basicamente Realizar a Modernização Chinesa – Plano Estratégico para o Desenvolvimento Econômico e Social da China no Período do 15º Plano Quinquenal”, o relatório foi divulgado em conjunto pelos think tanks chineses do Instituto de História e Literatura do Partido do Comitê Central do PCCh e da Agência de Notícias Xinhua.

O relatório resume as principais conquistas no desenvolvimento econômico e social durante o período do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) e delineia os planos estratégicos de desenvolvimento econômico e social para o período do 15º Plano Quinquenal.

O 14º Plano Quinquenal da China: repercussões globais e o desafio do 15º | Monitor Mercantil

Os 14 planos quinquenais da China implementados nas últimas décadas impulsionaram significativamente o desenvolvimento econômico e social do país, trazendo os dois milagres do rápido crescimento econômico e da estabilidade social de longo prazo, de acordo com o relatório dos think tanks.

Desde que o 1º Plano Quinquenal (1953–1957) estabeleceu as bases industriais para o desenvolvimento, a China cresceu e se tornou a segunda maior economia do mundo, de acordo com o documento.

A preços constantes, o PIB da China em 2023 foi 223 vezes maior que o de 1952, enquanto o PIB per capita aumentou 89 vezes no mesmo período.

Conforme o documento, a trajetória de desenvolvimento da China durante o período do 14º Plano Quinquenal foi verdadeiramente significativa e extraordinária. A força econômica, as capacidades científicas e tecnológicas e o poder nacional abrangente do país atingiram novos patamares, enquanto seu soft power cultural e a influência global da cultura chinesa aumentaram significativamente. Isso marca um passo sólido e poderoso na grande jornada para a construção de um país socialista moderno em todos os aspectos.
Pessoas assistem a um desfile de Ano Novo em Shanghai, no leste da China, em 1º de janeiro de 2025. (Xinhua/Wang Xiang) Principais objetivos do 15º Plano Quinquenal

Os principais objetivos para o desenvolvimento econômico e social no período do 15º Plano Quinquenal incluem:
Conquistas significativas em desenvolvimento de alta qualidade Melhorias substanciais na autossuficiência e força científicas e tecnológicas Novos avanços no aprofundamento abrangente da reforma Notável progresso cultural e ético em toda a sociedade Mais melhorias na qualidade de vida do povo Novos avanços importantes na promoção da Iniciativa Bela China Mais progressos no fortalecimento do escudo de segurança nacional, disse o relatório

O relatório também fornece uma visão abrangente dos princípios fundamentais que orientam o desenvolvimento econômico e social da China, incluindo a defesa da liderança geral do Partido, a colocação do povo em primeiro lugar, a busca pelo desenvolvimento de alta qualidade, o aprofundamento abrangente da reforma, a promoção de um mercado eficiente e um governo de bom funcionamento e a garantia do desenvolvimento e segurança.

De acordo com o relatório, a China, com seus planos quinquenais únicos e sistemáticos, contribuirá com mais de suas forças para enfrentar os desafios globais de uma maneira que se alinhe tanto com suas necessidades nacionais quanto com as aspirações do mundo.

Em um mundo cheio de mudanças e incertezas, a formulação e a implementação do 15º Plano Quinquenal permitirão que a China mantenha seu papel como o principal motor e âncora da paz e do desenvolvimento mundiais, apresentando uma visão de certeza inabalável e duradoura para a comunidade global, segundo o relatório.

O Estado de S.Paulo - SP   10/11/2025

Como é comum no Brasil, há novamente pressão do governo para que o Banco Central reduza os juros. Estamos a menos de um ano da eleição e uma redução na Selic leva em torno de seis meses para surtir efeito na atividade econômica, portanto é normal que a ansiedade do mundo político se manifeste. Mas isso é improdutivo. Já escrevi aqui e repito: nada melhor para evitar a queda dos juros do que pressionar o BC a reduzir os juros.

Digo isso com conhecimento de causa. Em 2003, quando assumi o Banco Central, elevamos os juros em 0,5 ponto percentual na primeira reunião porque as condições exigiam. Um ministro disse que o presidente Lula ordenaria um corte na próxima oportunidade. Na reunião seguinte, elevamos os juros em 1 ponto percentual. Autoridades monetárias vivem de independência e legitimidade diante do mercado, portanto não podem hesitar.

Em fevereiro, quando o Copom elevou a Selic em um ponto percentual, escrevi que isso não apenas era necessário diante do quadro na ocasião, como era importante para o presidente do BC, Gabriel Galípolo, para demonstrar independência em relação ao governo. Galípolo era visto pelo mercado como próximo ao presidente Lula, o que poderia dificultar seu início de mandato. A gestão de Galípolo passou no teste.

Na terça-feira, quando for divulgada a ata da reunião do Copom, saberemos detalhes da decisão — acertada — de manter os juros em 15% ao ano. As razões são claras: inflação ainda acima da meta no horizonte relevante, desancoragem das expectativas e incertezas externas e internas — nessa área, a política fiscal expansionista é o problema.

Um detalhe importante é que o Copom deixou claro que o atual nível dos juros parece ser suficiente para trazer a inflação para a meta de 3% ao ano — o que significa que não há motivo para novas elevações da Selic. É um fator positivo, sinal de que a política monetária está fazendo efeito, apesar de a política fiscal atuar na direção contrária.

Caso o governo adote uma política fiscal menos expansionista, estarão dadas condições para o BC reduzir os juros. Portanto, não é a pressão política que criará essas condições econômicas favoráveis — e, sim, uma redução no gasto público, com o fortalecimento do arcabouço fiscal. Seria desastroso para todos se o BC cedesse à pressão e reduzisse os juros na marra. O prejuízo para o país seria maior e por um prazo muito mais longo do que o esforço para reduzir a inflação. Graças a nossos avanços institucionais, o Banco Central é independente e resistente a pressões.

Infomoney - SP   10/11/2025

Após reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, disse esperar, ainda este mês, resultados positivos no tópico das negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre tarifas. O representante da CNI indicou que esses resultados poderão vir após a COP30.

“Acreditamos que, tão logo essa mesa de negociação se consolide, teremos boas notícias a anunciar, possivelmente ainda neste mês”, disse Alban.

Ele apresentou a Alckmin, nesta quinta-feira (6), dados atualizados e propostas da indústria para subsidiar o governo brasileiro nas tratativas com Washington. Entre elas, estão a suspensão temporária das tarifas adicionais impostas aos produtos brasileiros – demanda já apresentada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião recente com o presidente americano Donald Trump -, a criação de um mecanismo institucional de diálogo comercial de alto nível, a eliminação da bitributação, além do estímulo a alianças tecnológicas e investimentos bilaterais em áreas estratégicas como energia, minerais críticos, saúde, infraestrutura digital e inovação.
O vice-presidente ressaltou o papel da iniciativa privada junto ao governo para resolver a questão tarifária com os EUA. “O presidente Lula solicitou ao presidente Trump que suspenda a tarifa adicional de 40% enquanto durarem as negociações. Estamos otimistas com os próximos passos”, disse Alckmin ao lado do líder da CNI.

Por fim, o vice afirmou que é importante avançar rápido. “Essa é a orientação do governo do presidente Lula: diálogo, negociação, rapidez e buscas a solução”, completou.

Veja - SP   10/11/2025

Num texto com oito parágrafos, o comunicado do Copom, que manteve a taxa de juros em 15% ao ano, a palavra “mas” aparece duas únicas vezes num trecho inicial do comunicado. A conjunção aqui aparece como adversativa, que contrapõe ideias, e foi o que chamou a atenção do economista Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. Para ele, o comunicado do Copom foi duro do início ao fim — e o “mas” do texto cumpre papel de trava. “O comitê reconhece o cenário, mas afirma que não é agora o momento de flexibilizar”, destacou. Termos como “elevada incerteza”, “cautela” e “estratégia de manutenção” indicam Selic alta por mais tempo do que o mercado esperava.

Já Felipe Prata, sócio-fundador da Nest Asset Management, resume o espírito da mensagem: “corte só com evidências, não com promessas.” Para o economista, isso só deve acontecer a partir de março de 2026.

O Estado de S.Paulo - SP   10/11/2025

Além do mercado de trabalho aquecido e da inflação de serviços resistente, uma série de medidas governamentais darão fôlego extra à atividade em 2026 e impõem um desafio adicional para o Banco Central iniciar o ciclo de afrouxamento da Selic, a taxa básica de juro. A avaliação é de Roberto Secemski, economista-chefe para Brasil do Barclays, que continua a esperar o primeiro corte a partir de março.

“Não podemos descartar a possibilidade de um corte em janeiro, mas isso exigiria uma fraqueza incontestável dos dados e uma desaceleração mais clara do mercado de trabalho e dos componentes mais resilientes da inflação”, disse Secemski em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast.

O economista pondera que é difícil precisar como esse conjunto de iniciativas, que envolve desde a ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) até o programa que subsidia reformas de residências, irá surtir efeito na atividade, mas o saldo deve ser positivo, o que o levou a elevar a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem de 1,7% a 2%.

Em conjunto com os dados de emprego e inflação, o quadro aponta para um ciclo modesto de redução do juro básico, que deve chegar a 12,75% em setembro do ano que vem, projeta Secemski. Na visão dele, o Banco Central deve ter abordagem bastante gradual em sua comunicação para sinalizar quando o afrouxamento monetário vai começar.

A seguir, os principais trechos da entrevista:
O sr. elevou a estimativa para alta do PIB em 2026, de 1,7% a 2%, devido principalmente a políticas fiscais expansionistas. Como o quadro de atividade mais resiliente e política fiscal mais frouxa afeta os próximos passos para a política monetária?

O principal ponto é que não são apenas medidas fiscais, é uma combinação de programas de caráter mais expansionista que se materializam ao longo dos próximos trimestres. Levantamos ao todo R$ 225 bilhões no ano que vem que poderiam de alguma forma adentrar a economia: um impulso relevante de crédito habitacional, seja via Minha Casa Minha Vida ou Sistema Financeiro Habitacional (SFH), inclusive agora com o programa Reforma Casa Brasil, com linhas subsidiadas, e a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil — que ainda que seja fiscalmente neutra, não é neutra do ponto de vista de consumo —, entre outras iniciativas do governo. Tudo isso sugere uma sustentação da economia que pode ser relevante e mantém o PIB rodando acima de seu potencial por mais algum tempo. Esse número de R$ 225 bilhões impressiona, e há uma dificuldade em medir quanto se traduz em impulso à atividade, mas tudo isso sugere um ambiente em que parte do esforço da política monetária seguirá neutralizado, de certa forma, por iniciativas de cunho expansionista, o que enseja espaço relativamente pequeno para redução dos juros.
Quão pequeno é esse espaço?

Projeto 2,25 pontos porcentuais de corte da Selic no ano que vem, começando em março e indo até setembro, o que considero um ciclo de afrouxamento restrito. As condições monetárias em geral seguirão apertadas, com transmissão para a atividade nos próximos trimestres, então há fatores que apontam em direções diferentes atuando sobre a atividade econômica. Por isso aumentamos a expectativa para a alta do PIB no próximo ano, mas ela é contrabalançada pela política monetária e pela composição diversa dos impactos de vários programas na economia. Mas tem duas políticas incontestáveis que devem ter efeito no consumo e de forma relativamente rápida: a isenção do IR a partir de fevereiro, e o programa de reformas de casas do governo.

Além destas medidas com efeito positivo na atividade, há outros fatores que impedem um corte antes de março e redução maior da Selic?

Voltando um passo atrás, é incontestável que a atividade econômica e a inflação têm evoluído na direção esperada da política monetária. A questão é se estão enfraquecendo mais rápido do que o esperado. Acho que, para justificar um adiantamento de planos de corte, não. Quando olhamos a atividade em detalhes, a desaceleração não está sendo acompanhada de enfraquecimento do mercado de trabalho. Há sinais tênues de que um ponto de inflexão está próximo: a taxa de desemprego deixou de cair, mas não está subindo. Os salários reais seguem crescendo, mas em ritmo menor. Então temos a atividade desacelerando, mas o mercado de trabalho continua robusto. Claro que há também um desafio de ‘timing’, porque o emprego é o último elo da atividade a reagir, mas esse setor justifica alguma cautela antes de o Banco Central declarar que a missão está cumprida.

E a inflação? O sr. tem destacado bastante a resistência dos serviços em suas últimas análises.

Temos visto melhora da inflação, mas muito ancorada na moeda, que apreciou, o que se traduz em desaceleração de bens comercializáveis e alimentação, mas não muito em itens não comercializáveis, mais especificamente serviços — principalmente os subjacentes. Nas últimas duas leituras do IPCA houve uma surpresa baixista com o núcleo de inflação de serviços, mas explicada por apenas um item: seguro de veículos, que caiu 8% nos últimos dois meses. Ao mesmo tempo, vemos movimentos que causam desconforto: aluguéis subiram 0,95% no último mês e a parte de serviços intensivos em mão de obra dentro do IPCA-15 subiu 6,4% em 12 meses — maior nível em 28 meses. Na superfície, vemos a atividade e a inflação se movendo na direção correta e esperada, mas essa desaceleração não é um processo maduro. Tem essas duas questões não resolvidas: a força do mercado de trabalho e o efeito disso na inflação.
Ainda assim, os últimos dados de atividade mostraram perda de ímpeto, e espera-se um resultado fraco para o PIB do 3º trimestre, a ser conhecido no início de dezembro. Qual a sua previsão para este dado? E ele pode ser um gatilho para o Copom suavizar a comunicação na última reunião de 2025?

Minha projeção, ainda preliminar, é de alta de 0,2% para o PIB do terceiro trimestre na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior. Mas acho que mais importante do que o ‘headline’, será a composição deste crescimento. É importante lembrar que o BC tem revisado para cima suas estimativas para o hiato do produto (diferença entre o PIB efetivo e potencial), e parte do exercício de política monetária é induzir a uma abertura do hiato, que agora está positivo, ou seja, com a economia crescendo acima do seu potencial, e precisa passar para campo negativo. Não tem como fazer uma omelete sem quebrar os ovos. Acho que uma mudança de comunicação do BC em dezembro dependeria muito mais dos motivos da surpresa do que de uma potencial surpresa negativa com a atividade em si. Reforço que o ponto mais importante é o mercado de trabalho.
Nesse cenário, um corte em janeiro está descartado?

Não podemos descartar essa possibilidade, mas um corte em janeiro exigiria uma fraqueza incontestável dos dados e uma desaceleração mais clara do mercado de trabalho e dos componentes mais resilientes da inflação. Este não é nosso cenário-base.
Como o BC pode sinalizar ao mercado o início do corte de juros sem levar a uma precificação exagerada de redução da Selic?

A comunicação do BC tem sido muito cautelosa e ele está começando a colher alguns frutos dessa abordagem, não só com a queda das projeções inflacionárias de curto prazo, mas também para 2027 e 2028, embora elas sigam distantes da meta (3%). De qualquer forma, minha impressão é a de que a comunicação do BC deve evoluir de forma gradual ao longo das próximas reuniões, com inflexões aos poucos. Tendemos a ver mudanças na margem nos próximos encontros, que seguem dependentes da evolução do cenário. Uma virada mais forte poderia machucar o processo de reconquista da credibilidade do BC.

Ao longo de outubro, vimos queda, ainda que modesta, das taxas longas e intermediárias na curva de juros futuros, apesar de questões como a derrota da MP alternativa à alta do IOF e das discussões acerca do projeto do IR, agora aprovado. O mercado está mais leniente com a questão fiscal? E quão preocupado o sr. está com as contas públicas?

Fazendo uma observação, o DI de janeiro de 2029 tem oscilado entre 13% e 13,5% há cinco meses, e o de janeiro de 2031 está relativamente estável nesse período, próximo a 13,5%. A volatilidade dos DIs tem sido baixa, devido a uma combinação de dólar fraco, de um ‘carry trade’ alto e de parte dos participantes do mercado com perspectiva de mudança da política fiscal a partir de 2027. Dito isso, acho que é inquestionável que a complacência do mercado sobre o fiscal aumentou quando comparada há um ano. Não só falando da meta, mas do quadro geral, o fundamento fiscal brasileiro é frágil, mas diante de um ambiente externo de certa forma mais favorável aos emergentes, essa preocupação foi postergada, mas segue existindo. O fato de que os juros reais estão perto de 10% com a dívida como proporção do PIB próxima de 80% é insustentável, e o que permite essa complacência temporária do mercado é o dólar fraco, o ‘carry’ mais forte e o fato de que as eleições de 2026 estão começando a entrar no horizonte.
Como o investidor estrangeiro está olhando para o Brasil?

O gringo tem mostrado mais entusiasmo pela moeda brasileira do que pelos juros, com o dólar fraco e ‘carry trade’ elevado. A percepção é que vale mais a pena correr risco na moeda do que no juro, porque a moeda tem ‘drivers’ a favor dela e um ‘upside’ maior, por causa do panorama global da moeda americana, e porque faltam catalisadores no curto prazo para quebrar aquele ‘range’ do DI.

Infomoney - SP   10/11/2025

A deflação dos preços ao produtor da China diminuiu em outubro e os preços ao consumidor voltaram a ficar positivos, segundo dados divulgados neste domingo (9), com o governo intensificando seus esforços para conter o excesso de capacidade e a concorrência acirrada entre as empresas.

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Apesar da melhora nos números principais, os analistas alertam que as pressões deflacionárias sobre a segunda maior economia do mundo ainda não acabaram, e o governo pode ter que implementar medidas adicionais para estimular a demanda.

‘A demanda continua fraca, mas a recuperação do IPC (preços ao consumidor) indica que as políticas do lado da oferta estão surtindo efeito, e o equilíbrio entre oferta e demanda em muitos setores está melhorando’, disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.
‘A tendência futura da inflação dependerá do grau de fortalecimento das políticas do lado da demanda.’

O índice de preços ao produtor (PPI) caiu 2,1% em outubro em relação ao ano anterior, mostraram os dados do Escritório Nacional de Estatísticas, em comparação com um declínio esperado de 2,2% em uma pesquisa da Reuters com economistas. O índice tem se mantido negativo desde outubro de 2022 e caiu 2,3% em setembro.

Os preços ao consumidor (IPC) subiram 0,2% em relação ao ano anterior, revertendo uma queda de dois meses e superando a estimativa de que não haveria mudanças.

Em relação ao mês anterior, o IPC subiu 0,2% em outubro, depois de ter subido 0,1% em setembro, em comparação com a previsão de que não haveria mudanças.

O núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, subiu 1,2% em relação ao ano anterior em outubro, acelerando em relação ao aumento de 1% em setembro e atingindo um máxima em 20 meses.

Os preços dos alimentos caíram 2,9% em relação ao ano anterior, após uma queda de 4,4% em setembro.

Os números de outubro indicam que os esforços do governo para controlar a concorrência excessiva ajudaram a estabilizar os preços, mas a demanda doméstica morna e as tensões geopolíticas continuam a obscurecer as perspectivas de negócios.

‘É muito cedo para concluir que a deflação acabou’, disse Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management. ‘Precisamos aguardar mais alguns meses de dados para julgar se a dinâmica da deflação mudou fundamentalmente.

MINERAÇÃO

Investing - SP   10/11/2025

Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian caíram nesta sexta-feira e fecharam com perda em base semanal, com o enfraquecimento da demanda por aço e os cortes na produção siderúrgica pressionando os preços na China, principal mercado consumidor do minério.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China caiu 1,87%, para 760,5 iuanes (US$106,77) a tonelada. O contrato encerrou a semana com queda de 3,95%.

O minério de ferro de referência de dezembro na Bolsa de Cingapura recuava 2,46%, para US$101,35 a tonelada. O contrato caiu 4,51% até o momento nesta semana.

Para controlar a deflação, a China busca eliminar o excesso de capacidade em vários setores, com destaque para o setor siderúrgico, no qual o rápido crescimento da capacidade pesou sobre a lucratividade, disseram analistas do ANZ.

Dados da SteelHome mostraram cortes na produção de alto-forno na principal região siderúrgica do norte da China, levando a um declínio na produção de aço.

Os preços do minério devem permanecer em baixa, com a demanda de aço enfraquecendo novamente no terceiro trimestre, uma vez que o consumo nos setores imobiliário e de infraestrutura e manufatura diminuiu frente ao ano anterior, sem nenhuma melhora significativa no quarto trimestre, disse a corretora chinesa Galaxy Futures.

O chanceler alemão Friedrich Merz e o ministro das finanças Lars Klingbeil pediram patriotismo europeu para proteger a indústria siderúrgica da UE, após a Comissão Europeia ter proposto no mês passado cortar quase pela metade as cotas de importação de aço isentas de tarifas, dobrando a taxa fora da cota para 50%.

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A ArcelorMittal, a segunda maior siderúrgica do mundo, superou as expectativas de lucros do terceiro trimestre e apresentou uma perspectiva positiva para 2026, embora tenha observado que a demanda geral permaneceu fraca no trimestre e não houve sinais de reabastecimento.

Money Times - SP   10/11/2025

A Vale (VALE3) abriu vantagem diante da Petrobras (PETR4) e do Itaú Unibanco (ITUB4) e se consolidou como o nome mais recomendado para investir em novembro, mostra levantamento do Money Times que mapeou 18 carteiras recomendadas de ações divulgadas por bancos e corretoras para este mês.

No último mês, a mineradora dividiu a primeira colocação com a petrolífera e com o banco, com os três nomes consistentemente entre as preferências de analistas em meio ao bom desempenho do Ibovespa (IBOV). Dessa vez, Vale acumulou 11 recomendações, enquanto Itaú e Petrobras tiveram 10 indicações cada.

No último mês, o principal índice da bolsa brasileira avançou 2,26%, enquanto acumula alta superior a 27% no ano. As ações da Vale, no acumulado do ano, sobem mais de 18%.

No fim de outubro, a mineradora reportou ao mercado lucro líquido de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior e acima das estimativas do mercado, de US$ 2,1 bilhões, segundo a LSEG.

A receita líquida de vendas somou US$ 10,4 bilhões, crescimento de 9% na comparação anual e em linha com o esperado, enquanto o Ebitda ajustado avançou 21%, para US$ 4,37 bilhões, também conforme projetado. A margem Ebitda proforma subiu de 39% para 42%.

Analistas da XP Investimentos destacam o desempenho positivo da Vale em outubro, que refletiu o aumento de preços do minério de ferro ao longo do mês e outro sólido desempenho operacional reportado no 3T25.

Na avaliação da casa, a tendência é de continuidade ao longo dos próximos trimestres caso o minério se mantenha acima de US$ 100 por tonelada.

Já o Safra pondera que, além de a Vale proporcionar indexação do portfólio, o cenário para a produção e custos da empresa é mais positivo, juntamente com prêmios de minério de ferro potencialmente mais altos.

“Acreditamos que seu valuation relativamente mais barato em comparação com as grandes empresas australianas, o leve posicionamento dos investidores e o seu desempenho inferior aos preços do minério de ferro suportam nossa visão positiva”, dizem os analistas.

Enquanto isso, o banco acredita que a gestão da Vale manterá uma abordagem mais amigável aos acionistas em relação a dividendos extraordinários ou recompra de ações.
Itaú e Petrobras

Sobre o Itaú, a Empiricus Research aponta que a gestão atual provou ter a capacidade de navegar bem os ciclos de crédito desde que tomou posse, em 2021 – um período de vigorosa elevação de juros no Brasil, seu principal mercado.

“Acreditamos que a companhia deve manter a boa execução nessa frente, que ganha mais relevância diante da esperada alta da inadimplência ao longo do ano, dada a Selic elevada”, dizem os analistas.

Por fim, sobre Petrobras, a Ágora Investimentos pondera que um ambiente global que deve manter a volatilidade do petróleo elevada, sobretudo diante do aumento da oferta da commodity ao longo dos próximos meses, mantendo possivelmente a cotação do petróleo brent abaixo dos US$ 65/barril.

“Em relação à dinâmica da empresa, acreditamos que a aceleração dos investimentos e eventuais aquisições poderiam limitar o espaço para dividendos, o que tem sido pilar central da tese de investimentos da empresa.

“Por outro lado, as expectativas pelo aumento de produção ao longo dos próximos anos e seu valuation atrativo ainda deixam a tese de investimentos da Petrobras interessante”, diz a casa.
As ações mais indicadas para novembro
Empresa Ticker Indicações
Vale VALE3 11
Petrobras PETR4 10
Itaú Unibanco ITUB4 10
Copel CPLE6 9
Prio PRIO3 7
Rede D’or RDOR3 7
Sabesp SBSP3 7
Direcional DIRR3 7
Cyrela CYRE3 7 Levantamento

O levantamento do Money Times levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 18 instituições. Para novembro, foram indicadas 65 ações, somando 194 recomendações.

Participaram do levantamento Ágora Investimentos, Andbank, Ativa Investimentos, BB Investimentos, BTG Pactual, Daycoval, Empiricus Research, EQI Investimentos, Genial Investimentos, Itaú BBA, Monte Bravo, Planner, RB Investimentos, Rico, Santander, Safra, Terra Investimentos, e XP Investimentos.

Investing - SP   10/11/2025

As importações de minério de ferro pela China em outubro superaram 100 milhões de toneladas pelo quinto mês consecutivo, sustentadas por embarques robustos impulsionados pelos preços mais altos e pela demanda resiliente do maior consumidor do mundo.

A China trouxe 111,3 milhões de toneladas do principal ingrediente de fabricação de aço no mês passado, segundo dados da Administração Geral de Alfândega divulgados nesta sexta-feira.

O volume de outubro aumentou em relação aos 103,84 milhões de toneladas do mesmo mês de 2024 e foi o segundo maior total mensal até agora neste ano, apesar de uma queda de 4,32% em relação a um recorde mensal em setembro.

Os principais fornecedores aumentaram os embarques para cumprir metas anuais, enquanto os preços mais altos do minério no mês passado também incentivaram algumas mineradoras de alto custo a aumentar a oferta, disse Xinli Chu, analista da corretora China Futures.

Os preços do minério de ferro no mercado transoceânico subiram quase 4% em outubro, apoiados por apostas em um acordo comercial entre a China e os Estados Unidos.

Como os preços se mantiveram bem acima do nível-chave de US$100, mineradoras de maior custo foram incentivadas a ampliar a oferta, especialmente quando a perspectiva de preços para o próximo ano era de baixa, disseram analistas.

Enquanto isso, a demanda permaneceu firme na China, com a produção média diária de metal quente mantendo-se em 2,4 milhões de toneladas, 3% maior do que no mesmo período de 2024, segundo dados da consultoria Mysteel.

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Nos primeiros 10 meses de 2025, as importações de minério de ferro da China aumentaram 0,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 1.028,9 milhões de toneladas.

As importações de minério persistentemente altas levaram a um acúmulo nos estoques portuários, que pesaram sobre os preços até agora em novembro.

Os estoques nos principais portos chineses aumentaram 4% em relação ao mês anterior, para 145,42 milhões de toneladas, de acordo com dados da Mysteel.

AUTOMOTIVO

Infomoney - SP   10/11/2025

A Honda reduziu nesta sexta-feira em 21% sua previsão de lucro para o ano fiscal atual, afetada por custos extraordinários com veículos elétricos, queda nas vendas na China e em outros mercados asiáticos, além da escassez de peças equipadas com chips da Nexperia.

A segunda maior montadora do Japão reduziu sua previsão de lucro operacional para o ano fiscal que termina em março de 2026, para 550 bilhões de ienes (US$3,65 bilhões), ante os 700 bilhões de ienes previstos anteriormente.

No primeiro semestre do atual ano fiscal, a divisão automobilística da Honda registrou prejuízo operacional, em grande parte devido a despesas extraordinárias de 224 bilhões de ienes relacionadas a veículos elétricos. A empresa agora prevê que sua participação nas vendas globais de veículos elétricos será de 20% em 2030, abaixo da meta anterior de 30%.
A empresa agora prevê vender 925.000 veículos na Ásia — incluindo a China — no atual ano fiscal, uma queda de mais de 10% em relação à meta anterior de 1,09 milhão de carros.

A entrada das montadoras chinesas intensificou a concorrência no Sudeste Asiático, o que levou as empresas da região a oferecerem aos consumidores maiores incentivos ou preços mais baixos, afirmou nesta sexta-feira o vice-presidente executivo, Noriya Kaihara.

“Reconhecemos que uma revisão fundamental é necessária para a Ásia”, disse Kaihara. “No entanto, deste ano fiscal em diante, não haverá modelos particularmente novos.”

IMPACTO DA ESCASSEZ DE CHIPS E DAS TARIFAS

A redução da previsão de lucro anual da Honda incluiu um prejuízo de 150 bilhões de ienes relacionado à escassez de chips da empresa holandesa Nexperia.

Kaihara afirmou que a empresa busca retomar a produção normal na semana de 21 de novembro, após ter suspendido a fabricação em uma unidade no México na semana passada e ajustado as operações nos EUA e no Canadá.

A interrupção resultou da dependência da empresa em um único fornecedor para algumas peças, disse Kaihara.

A Honda também previu um prejuízo de 385 bilhões de ienes devido às tarifas norte-americanas, o que representa 65 bilhões de ienes a menos do que a estimativa anterior.

Kaihara afirmou que as tarifas provavelmente permanecerão em vigor, mas observou que a Honda se beneficia de um alto índice de produção local na América do Norte, onde a demanda por veículos híbridos é forte.

A montadora registrou uma queda de 25% no lucro operacional entre julho e setembro, para 194 bilhões de ienes, ante 257,9 bilhões de ienes no mesmo período do ano anterior.

Seu negócio de motocicletas sofreu com volumes mais fracos no Vietnã, mas a forte demanda no Brasil e na Tailândia ajudou a compensar essa queda, permitindo que a empresa mantivesse uma alta lucratividade.

Exame - SP   10/11/2025

Produtores automobilísticos japoneses como Suzuki, Toyota e Honda passaram a fazer investimentos pesados na Índia, visando mover suas produções para o país, aproveitando os baixos custos de operação e ampla força de trabalho.

A medida também destaca a importância econômica da Índia como alternativa à dependência que muitos países, especialmente na Ásia, têm na China. Combinadas, a Toyota, que é líder mundial na produção de carros, e a Suzuki, que lidera o mercado da Índia com uma fatia de 40%, planejam investimentos de 11 bilhões de dólares no país até 2030, que também é o terceiro maior mercado automobilístico do mundo.

Além disso, a Honda também anunciou que pretende que a Índia seja o centro de produção e exportação para um dos seus novos modelos de carro elétrico, que explora outra vantagem indiana – o país se mantém totalmente fechado a veículos elétricos chineses, o que significa que o novo modelo da Honda não enfrentaria competição direta imediata de marcas como a BYD, que vem crescendo em popularidade.

Pouco lucro na China, oportunidades na Índia

Fabricantes japoneses estão tendo dificuldades em lucrar no mercado chinês, em meio a uma guerra comercial entre as próprias marcas chinesas, o que afeta diretamente o preço competitivo dos veículos.

"A Índia é uma boa opção como mercado substituto da China", disse à Reuters Julie Boote, analista do setor automotivo da Pelham Smithers Associates em Londres. "Por enquanto, os japoneses acham que é um mercado muito melhor porque não precisam lidar com os concorrentes chineses", disse ela.

Além disso, os nomes japoneses enfrentam competição acirrada à medida que a China se alastra para mercados em países do sudeste asiático, região onde marcas japonesas possuem grandes parcelas do mercado.

De acordo com a Reuters, o investimento anual japonês no setor de transporte da Índia aumentou mais de 7 vezes entre 2021 e 2024, atingindo 294 bilhões de Yen (cerca de US$ 2 bilhões) no ano passado. Ao mesmo tempo, o investimento japonês na China caiu 83% no mesmo período, para apenas 46 bilhões de yen, ou cerca de US$ 200 milhões.

A Toyota visa com seus investimentos expandir a produção de sua fábrica no estado de Karnataka, no sudoeste da Índia, em 100.000 veículos a mais por ano, e abrir uma nova fábrica na região de Maharashtra, no oeste do país. De acordo com apuração da Reuters, a marca pretende lançar 15 novos modelos na Índia até 2030. Com isso, estima-se que a produção indiana da marca ultrapasse os 1 milhão de veículos por ano.

“O mercado indiano é extremamente importante e está destinado a crescer no futuro", disse o presidente da Toyota, Koji Sato, a jornalistas no Japan Mobility Show da semana passada. O executivo também notou que outras marcas também estariam de olho no país.

Já a Suzuki visa adquirir uma fatia do mercado de 50%, planejando lançar 8 novos modelos de SUVs no país também até 2030, e ampliar sua produção de 2,5 milhões para 4 milhões de carros por ano. “Gostaríamos de consolidar a Índia como o centro global de produção da Suzuki", declarou o presidente Toshihiro Suzuki a jornalistas às margens do Mobility Show. "Queremos aumentar as exportações da Índia.”

A Honda, por sua vez, tem na Índia o maior mercado para suas famosas motocicletas, mas agora visa também ampliar seus negócios em quatro rodas, disse o Executivo Chefe da marca Toshihiro Mibe ao The Mobility Show. O país será palco para a produção do carro elétrico da série “Zero”, com um modelo projetado para exportação ao Japão e a outros mercados asiáticos.

As oportunidades também são favorecidas pelos incentivos do primeiro-ministro Narendra Modi, com incentivos fiscais, processos burocráticos mais simples, e limites governamentais no investimento chinês. Como resultado, tanto a Toyota quanto a Suzuki são majoritariamente donas de suas unidades da Índia, e a Honda tem 100% de posse de seus negócios no país.

“A postura protecionista da Índia em relação aos países vizinhos é uma bênção disfarçada para as montadoras japonesas", disse à Reuters Gaurav Vangaal, da S&P Global Mobility. "Por causa disso, elas veem uma oportunidade de expandir os investimentos na Índia, aumentando sua competitividade de custos em relação aos concorrentes locais.”

CONSTRUÇÃO CIVIL

A Tribuna - SP   10/11/2025

Além de preocupações com as contas públicas, o ano de 2025 vai terminando com a Selic em 15%, fato que causa dificuldades no mercado imobiliário, pois impacta os financiamentos. Entretanto, a previsão de especialistas é que a taxa comece a cair nos primeiros meses do ano que vem. Diante disso, o economista e professor do Insper Ricardo Humberto Rocha prevê um 2026 melhor para o setor da construção civil. “Com os juros caindo, você tem demanda por imóveis novos”.

O mercado espera queda da Selic a partir do primeiro trimestre. O que esperar de mudança em relação a crescimento econômico e disposição para fazer investimentos no setor imobiliário?

Se olharmos o que está nos contratos futuros da B3 (Bolsa de Valores), a maior queda projetada é a partir de junho ou julho do ano que vem, com meio ponto percentual na Selic. Não é muito, mas, muitas vezes, é o necessário para sinalizar uma mudança. Quanto ao crescimento, não vejo o PIB (Produto Interno Bruto) além de 2,5%. Mesmo com a Selic caindo, vai demorar para baixar de dois dígitos, porque há incerteza quanto à parte fiscal. Agora, com os juros caindo, você tem demanda por imóveis novos. Então, pode ser que o setor se dê bem. Porém, não vai ser porque o Brasil vai crescer, mas por causa de realocação de investimento, que sai da renda fixa para compra de imóvel novo. Mas, gato escaldado tem medo de água fria. Somos um país que gasta muito, sem planejamento para 2026.

Seja como for, o mercado imobiliário tem a ganhar com a redução, ainda que ela seja pequena?

Como 2026 é um ano eleitoral, imóveis sempre são pontos seguros na cabeça do investidor. Então, pode ser que tenha demanda, principalmente para unidades de alto padrão.

O setor imobiliário é altamente dependente de financiamento. A queda da Selic deverá estimular a compra de imóveis, inclusive por quem não entra nas linhas populares do governo e, hoje, está sujeito a taxas mais altas?

Há uma demanda reprimida na classe média. Se ela sente que está empregada e consegue comprar, ela compra o imóvel. Por outro lado, tem que ver até que ponto os bancos vão aumentar a oferta de crédito, pois existe o risco de inadimplência, caso as coisas não andem bem.

O Governo tem estimulado o crédito habitacional. Mas, o setor privado, se a Selic passar realmente a cair, deverá emprestar? Como vê esse cenário?

O sistema bancário tem volume de empréstimo associado a sua capacidade de captação. Com a Selic em queda, é mais fácil competir com CDB (Certificado de Depósito Bancário) e Tesouro Direto. Portanto, quando os juros estão mais baixos, eles têm maior facilidade de captar.

A caderneta de poupança é importante para sustentar o financiamento habitacional, mas ela tem perdido recursos para investimentos de renda fixa. O cenário de mais resgates deve continuar em 2026?

Com juro alto, continua. Como as plataformas se popularizaram, ficou fácil para bancos digitais oferecerem 100% do CDI. Agora, quando cair a Selic, o investidor de poupança deve ficar mais feliz.

Voltando a falar sobre o Governo Federal, há muita preocupação com o rombo fiscal. Qual risco isso traz para a economia?

O risco maior está em uma eventual reeleição do presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva), e ele reiterar que sua política de expansão fiscal continua. Muita gente que votou nele, inclusive do mercado financeiro, vê um governo pior do que o da ex-presidente Dilma Rousseff em expansão fiscal. O investidor é pragmático. Se o mercado perceber piora a partir de 2027, com gasto além do ideal, pode-se antecipar uma crise.

Qual é a previsão para a inflação no ano que vem?

Vai estar próxima à deste ano. Será difícil cumprir a meta, como aponta o Boletim Focus, pois pega muito o consumo de alimentos por parte da população de menor renda. O mercado dá como inflação 4,20% ou 4,30% em 2026. Já para 2027, a estimativa é 3,80%. Um ano depois, 3,5%. A inflação tem a questão dos gastos do governo, que injeta dinheiro na economia. Assim, se não cresce a produtividade, os preços não caem. Dificilmente os preços vão cair de maneira efetiva, a não ser quando promovermos reforma fiscal mais forte.

E o dólar? Ele seguirá no patamar atual?

Taxa de câmbio, para o final do ano que vem, é difícil de prever. Em um cenário otimista, ficaria próxima do que está hoje. Não vejo avançar ou recuar. Para o real se valorizar mais, teria de ter muita notícia boa, como tirar a taxação dos Estados Unidos, demanda por commodities aumentar...O câmbio é sensível ao fluxo. Não vejo ele subir muito, porque a taxa de juro alta atrai dinheiro de curto prazo. Enquanto houver uma taxa elevada, a tendência é do dinheiro ficar no Brasil, e isso pressiona o dólar para baixo.

O mercado de trabalho registra a menor taxa de desemprego (5,6%) vista nas últimas décadas. Como deve ser a geração de empregos?

De alguma forma, a economia está funcionando. Não acho que vai haver piora nos indicadores.

Qual foi o impacto do tarifaço dos Estados Unidos?

Não foi elevado nem para os Estados Unidos, nem para o Brasil. Talvez, o americano esteja pagando mais pela carne. Porém, os preços dos EUA se mantêm muito altos. O estado mais pobre, na relação de renda per capita, é o Mississippi, que possui renda maior por pessoa do que a maior parte dos países europeus. Existe muito dinheiro para consumo.

Os dois países estão negociando. O senhor acredita em acordo vantajoso para o Brasil?

Não arriscaria falar sim ou não. Tem coisas que estão em negociação, mas em caráter político. Também há questão geopolítica da Venezuela, e não sei o que os americanos vão pedir ao Brasil e o que o Brasil vai fazer. Nem sabemos qual a moeda de troca para o tarifaço.

Diário do Comércio - MG   10/11/2025

Com a proposta de unir urbanismo inteligente e qualidade de vida, o bairro planejado Granja Marileusa, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, projeta atingir a marca de R$ 1 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV) até 2028. Pouco mais de uma década após o lançamento, a região já abriga 4 mil moradores e atraiu 30 grandes empresas, firmando-se como um dos principais vetores de crescimento da cidade.

Nos últimos seis anos, o território acumula R$ 500 milhões em VGV, distribuídos entre condomínios residenciais horizontais e nove torres verticais. O local concentra ainda centros comerciais, entre eles um open mall com 80 operações nos segmentos de gastronomia, lazer, cultura e serviços.

A expectativa, segundo a gerente de marketing e estratégia da Algar Empreendimentos e da Granja Marileusa, Renata Alves, é lançar 2,6 mil lotes nos próximos anos em um espaço que ultrapassa 2 milhões de metros quadrados (m²). “Temos uma segunda etapa com mais 2 milhões de metros quadrados, capazes de acomodar mais de 20 mil pessoas. Vai chegar ao tamanho de muitas cidades brasileiras”, destaca.

Entre os empreendimentos locais, destacam-se o condomínio fechado de lotes residenciais do grupo Alphaville, a torre Edge, com apartamentos studio, e o edifício-office, com salas de metragens flexíveis. A combinação de infraestrutura e localização estratégica, próxima ao aeroporto e às principais vias da cidade, segue atraindo diferentes perfis de público – de profissionais de tecnologia e empreendedores a famílias e professores universitários.

Com 44 câmeras de monitoramento e ronda 24 horas, a segurança é apontada como um dos principais diferenciais da região, ao lado da mobilidade. “Priorizamos um traçado com mais rotatórias e menos semáforos, valorizando a acessibilidade e a circulação de pedestres”, acrescenta Renata Alves.

Na área da saúde, o bairro planejado em Uberlândia já possui uma unidade de prevenção e recuperação do câncer, um hospital da Unimed e clínicas de serviços especializados. Segundo a gestora, o Granja Marileusa ainda dispõe de espaço para receber novos grupos e reserva uma área de 40 mil metros quadrados para a instalação de um futuro hospital.
Sênior Living e articulação comunitária entre as principais tendências para o futuro

Com o olhar voltado ao futuro, o desenvolvimento do Granja Marileusa é pautado por constantes diálogos com moradores e empreendedores de Uberlândia já instalados – muitos deles de empresas de tecnologia. Somados aos feedbacks locais, a gestão comandada pela Algar Empreendimentos também amplia horizontes fora do País, em busca de novos conceitos para aplicação local.

Um dos exemplos é o Senior Living, modelo de moradia planejada para atender ao público da terceira idade, que demanda infraestrutura adaptada, convivência comunitária e maior oferta de serviços nas proximidades. Para a gestora do bairro planejado, a proposta reflete uma tendência marcada pelas transformações demográficas no País.

“Estamos sempre em contato com pessoas, empresas e associações para trazer inovações ao Granja Marileusa. Olhamos com atenção para essa mudança na pirâmide demográfica e já estamos em conversas com empresas interessadas nesse tipo de empreendimento”, conclui.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   10/11/2025

O Governo de São Paulo comunicou nesta sexta-feira, 7, a prorrogação do prazo da consulta pública sobre o projeto da Linha 16-Violeta de metrô.

A decisão está expressa em aviso publicado no Diário Oficial através da Secretaria de Parcerias em Investimentos, pasta responsável pela nova linha.

O prazo final para que as pessoas em geral enviem as duas manifestações sobre o transporte e a 16-Violeta em específico agora será em 24 de novembro.

A extensão do prazo permitirá ao Estado coletar mais manifestações sobre as estações, túneis, obra em si e entre outros.

O projeto recentemente destacado por este site, virou polêmica com uma associação de empresários da Mooca, questionando o local definido para o Pátio Henry Ford, onde trens deverão ser estacionados e passar por manutenção no futuro.

O grupo pede maior diálogo com o Metrô e setores responsáveis, mas também a escolha de outro local para a implantação do pátio de trens, mas solicitou na última quarta, 5, a prorrogação do prazo desta consulta.

Sobre a Linha 16-Violeta

Com orçamento estimado atualmente em R$ 37,5 bilhões, a primeira fase da Linha 16-Violeta do Metrô contará com 19 km de extensão.

Para o atendimento aos passageiros serão construídas 16 estações entre a região da Paulista (Teodoro Sampaio) até a Zona Leste em Abel Ferreira, após Anália Franco.

O edital do leilão para concessão à iniciativa privada deve ser publicado no primeiro trimestre de 2026, com a licitação programada para o segundo semestre do mesmo ano.

Rodoviário

Valor - SP   10/11/2025

Em seis leilões realizados desde janeiro, ao menos 12 companhias apresentaram propostas

As licitações de novas concessões rodoviárias do governo federal atraíram uma gama ampla de investidores. Em seis concorrências realizadas desde janeiro, ao menos 12 grupos apresentaram propostas - isso sem contabilizar as empresas consideradas inabilitadas, os processos competitivos de contratos repactuados junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e os projetos feitos em parceria com Estados, nos quais os governos estaduais assumiram a modelagem.

Em fevereiro, o leilão da Rota Agro Norte teve só um interessado, o consórcio da 4UM com o Opportunity. Em abril, o corredor Rio de Janeiro-Juiz de Fora ficou com o consórcio formado por Construcap e as espanholas Copasa e OHLA. Em julho, o leilão da ponte São Borja-São Tomé ficou com um grupo argentino, que depois foi desclassificado, colocando a CS Infra, da Simpar, como vencedora.

Em agosto, a Rota Agro também teve um vencedor que depois foi inabilitado: a Azevedo Travassos, então controlada pela Reag. Quem assumirá o projeto deverá ser a Way Concessões. Em outubro, os dois lotes do Paraná - o 4 e o 5 - ficaram respectivamente com a EPR e com o Pátria. E, na última semana, a Way Concessões arrematou a Rota Sertaneja.

Além desses vencedores, houve outros grupos que participaram das licitações deste ano, mas não venceram: a espanhola Sacyr, o consórcio da XP com construtoras, a VF Gomes, a Motiva (CCR), a Mota-Engil e a francesa Vinci.

Se considerados os projetos estaduais com participação da União, a conta aumenta

Se considerados também os projetos estaduais com participação da União, a conta aumenta. Em maio, foi feita a licitação da Rota da Celulose, do governo do Mato Grosso do Sul, mas com estradas federais. No leilão, o consórcio da K-Infra com a Galápagos ficou em primeiro lugar, mas também foi inabilitado. Com isso, o grupo da XP deverá assumir o projeto. Na disputa, também participaram o BTG e a Way.

Em setembro, houve o leilão do túnel Santos-Guarujá, que foi conduzido pelo governo de São Paulo, e foi arrematado pela Mota-Engil. A Acciona foi outro grupo que entrou a concorrência.

Adicionalmente, o governo federal deverá contratar novos investimentos junto a Motiva (CCR), Ecorodovias e Arteris, por conta da repactuação de concessões rodoviárias existentes.

A Motiva e a Ecorodovias já formalizaram a renegociação da MSVias e da Eco101, respectivamente. A Arteris deverá ter o processo competitivo de duas concessões neste ano: a Autopista Fluminense, em que o grupo deverá seguir à frente do ativo, e a Fernão Dias - nesta última, há três interessados analisando o projeto, entre eles, segundo fontes, estão grupos que ainda não têm contratos rodoviários federais e que poderão engrossar a lista de novos investidores de 2025.

NAVAL

IstoÉ Dinheiro - SP   10/11/2025

A Transpetro, braço de transporte da Petrobras, lançou nesta sexta-feira, 7, a terceira licitação pública internacional do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. O novo edital prevê a contratação de quatro novos navios de médio porte da classe MR1 (Medium Range), com 40 mil toneladas de porte bruto (TPB), destinados ao transporte de petróleo e derivados pela costa brasileira.

A licitação será realizada em lote único, no qual os quatro navios serão contratados de um mesmo proponente. A concorrência permite a participação de todos os estaleiros que atendam aos critérios técnicos, legais e econômicos do edital. As empresas interessadas terão o prazo de 90 dias para apresentar suas propostas.

Segundo o cronograma da Transpetro, o primeiro navio deve ser lançado em até 33 meses, após a formalização do contrato. A nova concorrência irá consolidar a contratação dos 16 navios atualmente previstos no Plano de Negócios da Petrobras para o período 2025-2029.

“O lançamento da nossa terceira licitação representa o cumprimento de uma meta estratégica do Sistema Petrobras. Com a contratação de todos os navios previstos no atual Plano de Negócios da holding, avançamos na ampliação da frota própria operada pela Transpetro e reforçamos nosso papel como indutores do desenvolvimento da indústria naval brasileira, disponibilizando oportunidades de encomendas perenes ao mercado”, afirmou em nota o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci.

Assim como nas demais licitações do programa, os navios MR1 deverão incorporar soluções para maior eficiência energética e menor emissão de gases de efeito estufa, conforme as diretrizes da Organização Marítima Internacional (IMO).

“As embarcações poderão ser abastecidas alternativamente com biocombustíveis como o etanol, estarão aptas para atuar em portos eletrificados e contarão com equipamentos modernos que contribuem para a redução da pegada de carbono. Os futuros navios deverão ser até 20% mais eficientes em termos de consumo, propiciando uma redução de 30% nas emissões de gases do efeito estufa”, informou a estatal.

A Tribuna - SP   10/11/2025

Valorizar a indústria naval e gerar empregos qualificados são as intenções da decisão do Governo Federal que incentiva a construção de navios-tanque no Brasil. Segundo a resolução do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), aprovada no mês passado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), parte desses navios usados para transportar gases, petróleo e derivados deve ser construída no País.

De acordo com a regra estabelecida, pelo menos metade das peças e serviços usados na fabricação dos navios-tanque grandes (acima de 15 mil toneladas) devem ser da indústria nacional. No caso das embarcações menores, que prestam apoio às atividades marítimas, esse percentual sobe para 60%.

“O conteúdo local é instrumento de política pública para o desenvolvimento industrial. É adotado por muitos países e está presente na Nova Indústria Brasil (NIB). Seu objetivo é desenvolver as cadeias industriais em setores nos quais o país já possui capacidades internas construídas, gerando desenvolvimento tecnológico, emprego e renda no Brasil”, explica, em nota, o MDIC.

Decretos
A pasta lembra que a exigência é para as empresas que queiram se beneficiar da Depreciação Acelerada para navios, prevista nos Decretos 14.871/2024 e 12.242/2024. Os dois autorizam e regulamentam a concessão de quotas diferenciadas desse mecanismo para máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos, além de navios-tanque e embarcações de apoio marítimo.

“Toda vez que uma empresa adquire um bem de capital, o empresário pode abater seu valor no Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Em condições normais, esse abatimento é paulatino e pode levar até 20 anos. Com a depreciação acelerada, o abatimento é feito em apenas dois anos”, detalha o MDIC. “As embarcações alvo do benefício antecipado precisam cumprir exigências de conteúdo local em sua fabricação”, emenda.

Mensuração e fiscalização
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ficará responsável pela mensuração e fiscalização do cumprimento dos índices para a obtenção do benefício fiscal de depreciação acelerada.

“A ANP, em atividade que já faz parte da sua rotina, fiscalizará os certificados de conteúdo local emitidos e encaminhará as informações pertinentes ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a quem compete o acompanhamento, o controle e a avaliação final da concessão do benefício”, diz a agência, em nota. .

As informações referentes ao cumprimento do índice de conteúdo local serão encaminhadas pela ANP em até três meses após a conclusão de cada etapa da construção. Caberá ao MDIC definir as etapas de construção dos navios-tanque.

Reativação do mercado é desafio e pode gerar gargalos
O diretor da Graf Infra Consulting, Andre Zajdenweber, lembra que a implementação da política de conteúdo local traz alguns ônus e desafios para o setor.

No caso dos empregos, diz ele, a obrigatoriedade de altos percentuais em engenharia e montagem exige que as empresas invistam pesadamente em capacitação de mão de obra e na retomada da infraestrutura, elevando o custo inicial.

O setor naval brasileiro teve queda acentuada no emprego, caindo de mais de 80 mil diretos, em 2014, para menos de 15 mil - perda superior a 80%. São cerca de 20 estaleiros de grande porte existentes no Brasil.

“Nesse cenário de encolhimento da cadeia de suprimentos naval no Brasil, a reativação após anos de baixa demanda impõe o risco de fornecedores locais inexperientes ou com escala de produção diminuta. Isso pode gerar gargalos, atrasos, baixa qualidade e maior custo na aquisição de máquinas e equipamentos”.

Já com relação à competitividade da frota nacional, o especialista observa que há risco de a indústria nacional opere com pouca escala de produção e encomendas descontinuadas. “Pode levar a um ciclo de dependência, onde a competitividade da cadeia de fornecedores não amadureça o suficiente para competir internacionalmente, permanecendo vulnerável a futuras mudanças na política doméstica”, diz.

O aumento da competitividade da indústria naval, explica ele, dependerá da estabilidade dessa política no longo prazo.

Resiliência e soberania
Se a política de conteúdo local for bem-sucedida, espera-se que o impacto na cadeia de petróleo e gás seja significativo, de acordo com o especialistas, trazendo resiliência e soberania energética ao País.

“A política busca garantir que o Brasil mantenha capacidade industrial para renovar sua frota logística, essencial para a exploração do pré-sal e o transporte de cabotagem, reduzindo a vulnerabilidade do suprimento a choques de oferta globais ou à indisponibilidade de estaleiros internacionais”, detalha.

A exigência de percentuais específicos em máquinas, equipamentos e materiais fomenta o desenvolvimento e a capacitação da cadeia de suprimentos naval, garante Andre Zajdenweber. “Ao desenvolver fornecedores locais de navipeças, a política reduz o risco operacional e os custos de manutenção, reparo e revisão da complexa frota offshore”, finaliza.

Efeitos positivos
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, considera a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) extremamente positiva para o setor e traz efeitos diretos na competitividade dos estaleiros brasileiros. “A fixação do conteúdo local mínimo em 50% para navios-tanque e 60% para embarcações de apoio marítimo é fundamental para que os estaleiros nacionais possam participar de forma mais equilibrada dos editais internacionais, como os da Transpetro, nos quais concorrem com estaleiros asiáticos fortemente subsidiados por seus governos”, argumenta.

Viabilizar a aplicação do mecanismo de depreciação acelerada, segundo Rocha, melhora as condições financeiras dos projetos e torna o preço final dos navios produzidos no Brasil mais competitivo. “Na prática, reduz a assimetria entre os custos nacionais e os preços praticados em países como China e Coreia do Sul, onde a indústria naval tem incentivos robustos e financiamento público estruturado”. Além do impacto econômico direto, a decisão representa um passo importante na política de fortalecimento da indústria naval brasileira, de acordo com ele, pois “estimula a geração de empregos qualificados, movimenta a cadeia produtiva local e aumenta a capacidade do País de produzir embarcações estratégicas com maior autonomia tecnológica e industrial”.

Portal Fator Brasil - RJ   10/11/2025

Projeto autorizado pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) amplia capacidade do porto e reforça política do governo federal para modernizar a infraestrutura portuária.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 848 milhões para ampliar e modernizar o terminal de contêineres do Porto de Salvador, operado pela Tecon Salvador, subsidiária da empresa Wilson Sons. Os recursos são do Fundo da Marinha Mercante (FMM). O projeto havia sido autorizado em 2024, durante a 56ª reunião ordinária do Conselho Diretor do Fundo (CDFMM), vinculado ao Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).

O financiamento permitirá a expansão do pátio de armazenagem, a aquisição de novos equipamentos e a execução de obras de infraestrutura e modernização tecnológica, reforçando a eficiência e a sustentabilidade das operações portuárias. Com as melhorias, o terminal terá capacidade dobrada de movimentação, passando dos atuais 553 mil para mais de 1 milhão de TEUs por ano (unidade equivalente a um contêiner padrão). O número de movimentos de carga no cais também deve crescer, saltando de 70 para mais de 100 contêineres por hora.

O porto terá o dobro da capacidade — Os investimentos consolidam o Porto de Salvador como um dos principais terminais de contêineres do Nordeste, com impacto direto na geração de emprego e renda na Bahia e no fortalecimento da competitividade do comércio exterior brasileiro.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante:— A expansão do terminal de Salvador contribuirá para reduzir gargalos logísticos, fortalecer a integração comercial entre Estados das Regiões Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste e do Norte, sobretudo Bahia, Minas Gerais, Goiás e Tocantins, e os mercados externos, além de ampliar a competitividade das exportações nacionais—

O empreendimento também reforça o papel estratégico do governo federal, por meio do MPor, na coordenação de políticas que conectam desenvolvimento regional, modernização portuária e sustentabilidade ambiental.

Fundo da Marinha Mercante — O projeto do Tecon Salvador foi priorizado pelo Conselho Diretor do FMM em 2024, o que garantiu à empresa o direito de buscar o financiamento no BNDES (instituição credenciada ao fundo). Após a devida análise técnica e financeira das condições do projeto, o banco aprovou, em 2025, a operação de crédito.

Essa sequência, priorização e contratação do financiamento, é uma etapa essencial da política de fomento à indústria naval e portuária do FMM. Enquanto a priorização é um ato de reconhecimento técnico e estratégico, a aprovação pela instituição financeira representa o início efetivo da execução do investimento, com a liberação dos recursos previstos.

O Fundo da Marinha Mercante é um instrumento financeiro administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e operado por bancos públicos, como o BNDES. Tem como finalidade financiar a construção, modernização, ampliação e reparo de embarcações e estaleiros brasileiros, além de projetos logísticos e portuários que impulsionem o transporte aquaviário no país.

IstoÉ Dinheiro - SP   10/11/2025

Os portos brasileiros movimentaram 120,4 milhões de toneladas de cargas em setembro, marcando um duplo recorde. Esse foi o maior volume para o mês na série histórica, representando um aumento de 4,84% em relação ao ano passado. Entre janeiro e setembro foram 1,04 bilhão de toneladas, 3,25% mais que no mesmo período de 2024 e também o melhor desempenho dessa parcial em toda a série histórica.

Segundo os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), houve ainda desempenho histórico na navegação de longo curso, cabotagem e navegação interior. A primeira foi responsável pela movimentação de 87,7 milhões de toneladas de cargas, um aumento de 3,35%; a movimentação de cabotagem atingiu 25,1 milhões de toneladas, um crescimento de 1,28%; e a navegação interior movimentou 7,5 milhões de toneladas, uma alta de 50%.

Outros recordes entre os segmentos aconteceram nas movimentações de granéis sólidos e líquidos, e nas cargas conteinerizadas. Foram movimentados 72,8 milhões de toneladas de granéis sólidos no nono mês do ano, um crescimento de 4,72%, enquanto os granéis líquidos movimentaram 28,3 milhões, um aumento de 6,49%.

As cargas conteinerizadas atingiram movimentação de 14,1 milhões, uma alta de 7,12%, isso representa 1,3 milhão de TEUs – desse total, 0,9 milhão de toneladas foram movimentadas em longo curso e 0,4 milhão por cabotagem. Por fim, a carga geral movimentou 5,2 milhões de toneladas (-6,85%).

Ao longo do mês de setembro, as cargas que tiveram a maior movimentação foram: Minério de Ferro, com movimentação de 36,6 milhões de toneladas e crescimento de 1,92%; Petróleo e Derivados (Óleo Bruto) que atingiu movimentação de 18,8 milhões e alta de 8,85%; e Milho que movimentou 10,1 milhões e avançou 12,89%.

Públicos e privados

Os portos públicos movimentaram 43,8 milhões de toneladas de cargas em setembro de 2025. O número representa aumento de 3,26% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Entre os 20 portos públicos que mais movimentam no País, o com maior crescimento porcentual no nono mês do ano foi o Porto de Santana (AP). O aumento foi de 40,12%, em comparação com setembro de 2024, e a movimentação atingiu 0,4 milhão de toneladas.

Nos terminais autorizados houve um crescimento de 5,77% na movimentação em relação a setembro do ano passado. O setor movimentou 76,6 milhões de toneladas de cargas. Entre os 20 TUPs que mais movimentaram em setembro, o com o maior crescimento de movimentação, comparado ao mesmo mês do ano passado, é o Terminal Marítimo Ponta Ubu (ES) com uma alta de 121,1%. O terminal movimentou 1,2 milhão de toneladas de cargas.

PETROLÍFERO

Valor - SP   10/11/2025

Não há transição energética sem mineração, afirma Alexandre Silveira, que defende exploração de forma sustentável

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que os setores de mineração e de petróleo vão financiar a formação de um novo fundo nacional voltado para a transição energética. O fundo será levado por Silveira e pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, para análise pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

O Valor apurou que a proposta deve ser encaminhada ao CNPE na reunião prevista para dezembro. Inicialmente, o conselho deve estudar as origens de recursos do fundo, via grupo de trabalho. Esse grupo vai estudar quem será o administrador do fundo de transição energética — que pode ser, por exemplo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A União arrecada recursos do pré-sal de várias formas. Um dos caminhos é o Fundo Social do Pré-Sal, composto com a arrecadação das receitas do pré-sal, cujas áreas são licitadas pelo regime de partilha de produção.

Outra fonte de arrecadação são os leilões de concessão de áreas de petróleo, por meio dos bônus de assinatura.

O governo também levanta receita com a venda do óleo-lucro, que é a parte que corresponde à União nos contratos de partilha de produção, administrados pela estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA).

O governo conta ainda com 50% dos royalties do petróleo — o restante é dividido entre Estados e municípios, entre outros caminhos.

Em participação durante o lançamento da pedra fundamental das obras do parque solar Noronha Verde, da Neoenergia, em Fernando de Noronha, neste sábado (8), Silveira afirmou que as potencialidades minerais são grande fonte de recursos para acelerar o crescimento da transição energética do Brasil.

“Não há transição energética sem mineração. Então, uma das fontes que pode financiar esse fundo é a mineração, que deve ser feita de forma sustentável, em especial, os minerais críticos e estratégicos”, disse Silveira.

O ministro de Minas e Energia prosseguiu: “Outra fonte é o petróleo. A nossa grande riqueza nacional é exatamente a nossa pluralidade energética”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs na sexta-feira (7), em sessão temática da COP30, em Belém, que o mundo encontre formas de direcionar parte dos lucros com exploração de petróleo para transição energética.

Ele voltou a defender a exploração de potássio para reduzir a dependência da importação de fertilizantes nitrogenados e disse que parte dos recursos dos royalties dos minerais deve ser destinada para o "fortalecimento" das Forças Armadas.

Silveira disse também que o leilão de reserva de capacidade, voltado para a segurança energética, será o último que terá a contratação de térmicas a óleo. O certame contratará energia de usinas que geram sem interrupção, para atender ao sistema elétrico em momentos críticos, como o horário de ponta, quando a energia solar sai do sistema com o pôr do sol.

*O repórter viajou a convite da Neoenergia

Petro Notícias - SP   10/11/2025

A Petrobrás está intensificando os estudos para elevar a capacidade de produção de suas plataformas próprias, especialmente aquelas localizadas no pré-sal. A companhia está realizando uma avaliação técnica detalhada das novas unidades que podem ter seus volumes de extração ampliados. A informação foi revelada nesta sexta-feira (7), durante teleconferência com investidores sobre os resultados do terceiro trimestre.

“Já temos, por exemplo, a P-70 e a P-71, que estão no campo de Tupi, produzindo cerca de 159 mil barris por dia, um pouco além dos 150 mil de barris por dia. Já encomendamos um estudo para a P-78, que vai entrar em produção no próximo mês, e da P-79”, disse a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobrás, Renata Baruzzi.

Já a diretora de exploração e produção da companhia, Sylvia Anjos, explicou que o aumento da capacidade, é possível devido à operação em “reservatórios extremamente produtivos“. Um caso de sucesso já realizado foi o da P-71, onde a colocação de uma válvula no ano passado permitiu um aumento de 10 mil barris por dia na produção, um exemplo de ajuste técnico que está sendo replicado onde for viável.

“Todo avanço como esse é individual para cada unidade. É feito um trabalho técnico rigoroso, anuências com os órgãos reguladores e com os fabricantes e a sociedade classificadora”, afirmou Sylvia. A diretora citou com entusiasmo o campo de Búzios seu potencial “espetacular” e por ser um campo “supergigante“. A alta produtividade do reservatório, caracterizado por uma estrutura de rochas com cavidades, faz com que cada poço “produza muito mais do que o esperado,” o que reforça a viabilidade do investimento em ampliação de capacidade.

No final de outubro, a Petrobrás anunciou que um de seus FPSOs afretados, o Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, atingiu a vazão recorde instantânea equivalente a 270 mil barris de óleo por dia no último sábado (25/10). A produção máxima padrão da unidade gira em torno dos 250 mil barris de óleo por dia. Contudo, o projeto da unidade, afretada à SBM Offshore, já contempla margens que possibilitam alcançar produção de até 270 mil bpd em alguns momentos, sem necessidade de obras.

Infomoney - SP   10/11/2025

A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou resultado do terceiro trimestre de 2025 (3T25) e dividendos de R$ 12,2 bilhões (cerca de US$ 2,3 bilhões) na noite da última quinta-feira (6).

As expectativas para os resultados, aponta a XP Investimentos, eram elevadas, considerando a queda nos preços do petróleo, o fluxo de caixa decepcionante no 2T25 e a expectativa em torno do novo plano estratégico.

“Ainda assim, a Petrobras entregou resultados acima do esperado”, aponta a equipe de análise. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado totalizou US$ 11,95 bilhões (+17% trimestre a trimestre), superando as estimativas da casa e as do consenso em 5%”, apontam Regis Cardoso e João Rodrigues, analistas da XP. O lucro líquido foi de aproximadamente US$ 6,1 bilhões, 37% acima da estimativa da XP.
Para o Morgan Stanley, os resultados operacionais foram fortes, impulsionados pelo crescimento da produção, e levaram a um aumento sequencial do FCF (fluxo de caixa livre) para US$ 2 bilhões (após arrendamentos), em comparação com os US$ 800 milhões do 2T25.

A Genial Investimentos ressalta o resultado operacional e financeiro robusto no 3T25, com expansão de margens, forte geração de caixa e execução acelerada de projetos estratégicos. A receita líquida consolidada somou R$ 127,9 bilhões, avanço de 7,4% trimestralmente, impulsionada pelo aumento de 8% na produção total e exportações recordes de 814 kbpd (mil barris por dia), que compensaram parcialmente o Brent ainda em patamar moderado após um trimestre marcado por grande volatilidade no preço da commodity.

Capex e dividendos

Por outro lado, a XP aponta que o principal ponto de atenção foi o aumento do capex. Os investimentos reportados foram de US$ 5,5 bilhões (versus US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões nos últimos trimestres e alta de 24% ante o 2T25), impulsionados principalmente por projetos de desenvolvimento do pré-sal. Com isso, elevou o gasto acumulado no ano para US$ 14 bilhões, de um orçamento anual de US$ 18,5 bilhões.

Apesar disso, a Petrobras atendeu às expectativas elevadas de geração de FCFE (fluxo de caixa livre ao acionista) e anunciou distribuição de dividendos de cerca de US$ 2,3 bilhões (yield de 3%).

O Goldman Sachs, embora reconheça que os dividendos anunciados no trimestre (principal foco dos investidores) ficaram essencialmente em linha com o que o mercado esperava, apontou que o resultado acima do esperado no Ebitda ajustado e no fluxo de caixa operacional foi compensado pelo capex em caixa maior do que o previsto no trimestre.

“Buscaremos entender melhor, durante a teleconferência de resultados, quais foram os principais fatores que impulsionaram a aceleração sequencial do capex no 3º trimestre (incluindo se houve outra expectativa de investimentos, como ocorreu no 4º trimestre de 2024) e as implicações para o capex no 4º trimestre”, avalia o Goldman. O banco americano também espera ouvir os comentários da administração sobre o novo plano estratégico da Petrobras, com projeção de ser divulgado em 27 de novembro.

O Bradesco BBI acredita que o capex pode ofuscar os fortes resultados operacionais, já que se manteve persistentemente alto ao longo do ano e aumentou ainda mais dias antes da apresentação da atualização estratégica da empresa. “Talvez a empresa devesse abordar melhor a inflação da cadeia de suprimentos nos negócios offshore”, avalia.

A Genial também ressalta que, apesar do resultado operacional acima das estimativas, o fluxo de caixa livre foi pressionado pelo maior volume de investimentos no trimestre – ainda que maior parte dos volumes estejam sendo alocados no melhor segmento de negócio que a empresa pode atuar (Exploração & Produção).

A casa de análise também ressalta que resta aguardar o Planejamento Estratégico 2026-2030. “Vale lembrar que no trimestre passado a empresa oficializou via fato relevante o interesse em ingressar no segmento de distribuição. Sendo assim, apesar do recorde recente de produção e sólidos resultados, fortes emoções não devem ser descartadas até o dia do evento em si”, aponta a casa de análise.

O Itaú BBA aponta que os resultados operacionais mais robustos e a melhoria na eficiência fiscal compensaram o aumento das despesas de capital, e os dividendos ordinários ficaram em linha com a sua previsão, em US$ 2,2 bilhões (rendimento de 3,0%).

“Ainda assim, considerando que a execução das despesas de capital tem sido um tema central em nossas recentes conversas com investidores, acreditamos que o mercado provavelmente reagirá negativamente ao aumento dos gastos, ofuscando o resultado operacional positivo. Isso é particularmente relevante, visto que a aceleração das despesas de capital no segundo semestre de 2025 pode gerar preocupações sobre a capacidade da empresa de cumprir os esforços de otimização de capital previstos no Plano Estratégico”, avalia o BBA.

O BBI, por sua vez, não acredita que o plano seja um catalisador significativo. “Além de uma curva de produção mais forte, esperamos poucas mudanças na perspectiva de capex”, reforça.

Para o BTG Pactual, o trimestre reforçou como a dinâmica operacional da Petrobras continua a se traduzir em fluxo de caixa e dividendos, mesmo em um ambiente de preços de petróleo menores. Ainda assim, a dívida líquida subiu para US$ 59 bilhões e, combinada com um preço de brent mais baixo, limita a flexibilidade. “Mantemos nossa visão de que a prioridade da gestão segue sendo preservar os dividendos ordinários, mesmo à custa de uma alavancagem temporariamente maior. Sob a atual combinação de capex crescente e brent menor, dividendos extraordinários permanecem improváveis”, aponta.

BBA, JPMorgan, Goldman Sachs seguem com recomendação de compra ou equivalente para os ativos da estatal, enquanto a Genial possui recomendação de manutenção para os papéis.

O Bradesco BBI tem recomendação de compra para os ativos, mas faz ponderações. O banco prevê uma deterioração dos dividendos nos próximos trimestres devido à atividade de fusões e aquisições (leilão de exploração e produção + avaliação de investimentos e etanol de milho), com o rendimento de 2026 previsto para cair para 8% (de 10% em 2025). Ainda assim, acredita que a empresa continua subvalorizada.

Globo Online - RJ   10/11/2025

Em teleconferência com analistas para falar do resultado financeiro do terceiro trimestre deste ano, Fernando Melgarejo, diretor-executivo Financeiro de Relacionamento com Investidores da Petrobras, disse que a poço da Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, será um dos mais profundos que serão perfurados pela companhia.

Ontem, a estatal anunciou lucro líquido de R$ 32,7 bilhões no terceiro trimestre deste ano, apenas 0,6% acima dos R$ 32,5 bilhões do mesmo período do ano passado. Apesar da queda de 13,9% na cotação do barril de petróleo, a Petrobras atribuiu o ganho levemente maior no trimestre ao aumento de 8,1% na produção, ao avanço da venda de derivados e das exportações, além da redução de 11% das despesas operacionais.

Esse é o primeiro resultado após a estatal ter recebido aval do Ibama, no último dia 20 de outubro, para perfurar o primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial, no litoral norte do país.

-- Essa conquista foi fruto de um rigoroso processo de discussão com o Ibama e comprova a robustez da estrutura da Petrobras na proteção do meio ambiente, com os mais elevados padrões de segurança. A profundidade total do poço é superior a 7 mil metros, o que o posiciona entre os mais profundos já perfurados pela companhia. Essa complexidade técnica reforça a capacidade tecnológica da Petrobras. Vamos operar na Margem Equatorial com total segurança e responsabilidade -- afirmou.

Quinto poço mais profundo

Segundo Sylvia Anjos, diretora executiva de Exploração e Produção da Petrobras, o poço da Foz do Amazonas é o quinto mais profundo da Petrobras.

— Só de rocha perfurada na Bacia da Foz do Amazonas é superior à coluna rocha do pré-sal. A gente até acha que pode ser até antes, mas cinco meses é o que vemos com mais segurança. O primeiro poço do pré-sal durou mais de um ano — disse ela.

Ela lembra que a bacia da Foz do Amazonas tem a previsão hoje de receber oito poços.

-- Estamos esperando encontrar petróleo, mas lembro que, em Bacia de Campos, apesar de já termos conhecimento geológico, o petróleo só foi encontrado no nono poço. Esse primeiro poço vai nos permitir compreender melhor o sistema petrolífero, mas ele não é suficiente. Estamos prevendo a perfuração de oito poços nessa região -- afirmou Sylvia.

Ela lembrou que, além da Bacia da Foz do Amazonas, a estatal tem planos para o litoral do Rio Grande do Norte, que também faz parte da Margem Equatorial.

-- Além disso, no Rio Grande do Norte, já realizamos duas descobertas. Os volumes não foram grandes o suficiente para viabilizar a produção neste momento, mas estamos perfurando mais um poço na região e, dependendo da acumulação, poderemos formar algum núcleo de produção lá -- avalia Sylvia.

Mais produção por plataforma

Ele voltou a falar sobre a busca da Petrobras em acelerar os projetos de olho na eficiência.

-- O cenário tem sido desafiador, especialmente com a queda do Brent, que impacta não apenas a Petrobras, mas todo o setor, tanto no Brasil quanto no exterior. Esse contexto exige um esforço constante para aprimorar nossa eficiência, e estamos focados nisso. Estamos acelerando tudo aqui dentro -- disse Fernando Melgarejo, diretor-executivo Financeiro de Relacionamento com Investidores da Petrobras.

Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, também falou em colocar o pé no acelerador.

-- Vamos continuar colocando o pé no acelerador para antecipar cada vez mais os projetos. Um exemplo marcante para nós é a P-79. Quando assumimos a diretoria, não havia expectativa de quando a P-79 sairia do estaleiro. Falava-se em agosto de 2026. E agora ela vai sair já na segunda-feira, dia 10 de novembro, do estaleiro na Coreia. É esse tipo de resultado que estamos buscando. É gestão, e não tem mais dinheiro, mas sim mais acompanhamento e eficiência, para que possamos entregar os projetos dentro do custo, do prazo e da qualidade requerida -- afirmou ela.

Perguntada por analistas sobre as perspectivas futura, a diretora evitou falar sobre os planos, já que a companhia divulga o novo plano de negócios para o período 2026-2030 no próximo dia 27 de novembro. A Petrobras disse que uma dos principais estratégias é ampliar a capacidade de produção das plataformas.

Melgarejo lembrou que , além da FPSO Almirante Tamandaré (cujo volume de produção passou de 225 para 270 mil barris por dia), obteve parecer favorável do Ibama para ampliar sua capacidade nominal de produção em outras cinco plataformas. Segundo ele, essas ampliações de capacidade vão permitir ampliar a produção em 115 mil barris por dia.

-- E a cada 100 mil barris por dia a mais de produção representa mais US$ 2 bilhões de receita no ano -- afirmou Melgarejo.

Renata antecipou que, para as plataformas próprias, a área de Engenharia da estatal está avaliando e estudando até onde consegue elevar a produção.

-- Temos a P-71 e a P-70, que já está produzindo um pouco acima da capacidade nominal. A capacidade é de 150 mil barris por dia, e atualmente está em 159 mil. Já encomendamos um estudo para a P-58, que entra em produção no próximo mês, e estamos analisando até onde a P-79 poderá chegar -- detalhou Renata.

O diretor de financeiro acrescentou ainda preocupação com a evolução do preço do petróleo no ano que vem:

-- Enxergamos um risco maior para o Brent no próximo ano, porque o cenário apresenta uma faixa de variação muito ampla. Essa percepção faz parte do processo de reorganização que estamos conduzindo. Do ponto de vista da receita, estamos aumentando a quantidade, e isso melhora nosso planejamento, tanto em termos de resultado atual quanto de perspectiva futura. Já do ponto de vista de opex e capex (gasto e investimento), estamos atuando com cautela.

Politica de dividendos será mantida

A companhia também afirmou que vai pagar R$ 12,16 bilhões em dividendos ordinários aos seus acionistas referentes ao terceiro trimestre de 2025. O governo federal vai abocanhar 28,67% desse total. Nos primeiros seis meses deste ano, a estatal já havia distribuído R$ 20,38 bilhões em ganhos. O diretor financeiro lembrou que a política de dividendos vai ser mantida para os próximos anos, que distribui aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre se a dívida bruta estiver até US$ 75 bilhões.

-- Vamos manter a política de dividendos. Não haverá ajustes. Vamos rever projetos e fazer mais por menos -- afirmou Melgarejo.

Valor - SP   10/11/2025

A implementação de um mecanismo do poluidor-pagador poderia contribuir para diminuir a injustiça climática

A exploração do petróleo na Margem Equatorial tem suscitado debates acalorados. A temperatura subiu ainda mais com a expedição da licença pelo Ibama para as atividades da Petrobrás às vésperas da COP30. O intuito desse artigo é desenvolver uma análise que aponte possíveis caminhos para o que nos parece ser um descaminho.

O ponto de partida é que o planeta precisa, com urgência, diminuir radicalmente e rapidamente o uso de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão). Segundo o Painel Científico Internacional sobre Mudanças do Clima (IPCC), as mudanças climáticas representam a maior ameaça para o futuro da humanidade. Diante disso, deveríamos substituir rapidamente o uso de combustíveis fósseis por fontes de energias renováveis (solar, eólica, biocombustíveis etc.), além de mudar os atuais insustentáveis padrões de consumo. Sob este ângulo, a produção de petróleo na Margem Equatorial vai na contramão da história.

Por outro lado, o Brasil tem muitos desafios estratégicos pela frente. Como levar dignidade e bem-estar aos mais de 60 milhões de brasileiros classificados pelo IBGE como pobres? Como proteger e restaurar o nosso patrimônio natural, dilapidado pelo desmatamento, queimadas, poluição etc? Como adaptar as cidades e as zonas rurais aos impactos crescentes das mudanças climáticas? Esses são desafios estratégicos e essenciais para que o Brasil trilhe o caminho de uma prosperidade sustentável e inclusiva.

Para enfrentá-los, precisaremos de um grande mutirão envolvendo todos: governos, sociedade civil, universidades e empresas. Esse mutirão deve buscar o aumento da eficiência dos programas atualmente em desenvolvimento para ampliar seus impactos positivos. Entretanto, isso não será suficiente. Vencer esses desafios vai requerer recursos financeiros vultosos e que não estão atualmente disponíveis nem no orçamento público nem no privado.

No contexto internacional, praticamente todos os países produtores seguem investindo na abertura de novos poços de petróleo. Isso vai contra as recomendações do IPCC para evitar cenários catastróficos das mudanças climáticas. É claro que um erro não justifica outro. Esse é o descaminho coletivo que estamos vendo a humanidade trilhar.

Quais seriam os caminhos possíveis? Primeiro, o Brasil, ocupando a presidência da COP e usufruindo do atual prestígio internacional do país, deveria propor um grande acordo global com os demais produtores de petróleo, visando à redução progressiva da perfuração e da produção de combustíveis fósseis até um limite considerado apropriado. Isso está em linha com os conceitos que vêm sendo objeto de negociação nas últimas COPs: eliminação total (“phase out”) ou transição para reduzir (“transition away”) o consumo de combustíveis fósseis.

Em segundo lugar, o Brasil poderia se comprometer a destinar 10% dos resultados financeiros da produção de petróleo na Margem Equatorial para a Amazônia. Isso poderia ter três focos: ambiental, social e econômico. Na agenda ambiental, os investimentos seriam direcionados para a redução do desmatamento e das queimadas, recuperação florestal produtiva e restauração ecológica. Na agenda social, os recursos seriam investidos em melhoria da qualidade de vida, educação, saúde e geração de renda, com foco nas camadas mais pobres. Na agenda econômica, os investimentos poderiam focar na sociobioeconomia. Haveria ganhos tanto para a mitigação quanto para a adaptação às mudanças climáticas na região.

Considerando uma produção estimada em cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo por dia na Margem Equatorial, a um valor médio de US$ 80 por barril, teríamos um valor bruto de venda da ordem de US$ 32 bilhões por ano. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) poderia fixar uma “Alíquota Socioambiental Amazônia” como royalty ou participação especial, definida antes do início da produção. Uma alíquota de 10% teria um valor de cerca de US$ 3,2 bilhões por ano, que poderiam ser gerenciados pelo BNDES através do Fundo Amazônia. Isso poderia ser destinado tanto a projetos quanto ao custeio de políticas públicas estruturantes de longo prazo, com a necessária transparência e avaliações independentes.

Adicionalmente, o Brasil poderia destinar 10% dos resultados financeiros da produção de petróleo de outras regiões para a adaptação às mudanças climáticas nas demais regiões do país. Considerando que a produção brasileira em 2024 foi da ordem de 3,3 milhões de barris de petróleo por dia, uma “Alíquota Socioambiental Mata Atlântica” de 10% poderia gerar um valor de cerca de US$ 9,6 bilhões por ano.

É claro que haverá a necessidade de aprimorar o marco legal e regulatório brasileiro para a inclusão destas alíquotas socioambientais na cadeia produtiva do petróleo e demais combustíveis fósseis. Vale lembrar que o conceito de uma “taxa de carbono” vem sendo discutido há muito tempo, e existem diversos estudos sobre o tema. Aqui usamos números apenas de forma ilustrativa para mostrar o potencial de instrumentos como esses. Do ponto de vista conceitual, trata-se da aplicação do consagrado princípio do “poluidor-pagador”, que já é bem estabelecido no direito ambiental brasileiro.

Além de assumir compromissos domésticos, o Brasil poderia convidar os demais países produtores de petróleo a criar um grande pacto, destinando 10% dos resultados financeiros da produção de petróleo para as agendas de mitigação e adaptação climática. Considerando uma produção global de 103 milhões de barris por dia em 2024, uma alíquota de 10% resultaria em cerca de US$ 300 bilhões por ano. A gestão desses recursos poderia ser feita por meio do Fundo de Florestas Tropicais (TFFF) e outros mecanismos de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas globais. Esse valor seria algo expressivo e afastaria a sombra da maquiagem verde do setor de combustíveis fósseis (“greenwashing”).

Por fim, o Brasil poderia convidar países que possuem um histórico de compromissos com a conservação de florestas tropicais para entrar nesse mutirão. A Noruega, por exemplo, produz cerca de 1,7 milhão de barris de petróleo por dia e, se adotasse uma alíquota semelhante à proposta para o Brasil, poderia contribuir com cerca de US$ 4,9 bilhões por ano.

Esperamos que os conceitos e estimativas apresentados aqui contribuam para o debate sobre como enfrentar a imperiosa e urgente transição energética visando a rápida substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis. Além disso, a implementação do mecanismo do poluidor-pagador poderia contribuir para a diminuição da injustiça climática que penaliza os povos indígenas e populações tradicionais - guardiões das florestas - e as populações pobres de todo o mundo. Esses segmentos podem desempenhar um papel fundamental para entregar soluções baseadas na natureza. Esse pode ser um caminho para o enfrentamento da crise climática no Brasil e no planeta.

Virgilio Viana é engenheiro florestal pela Esalq/USP, Ph.D. pela Universidade de Harvard, superintendente geral da Fundação Amazônia Sustentável, membro da Pontifícia Academia de Ciências Sociais do Vaticano, professor da Fundação Dom Cabral e membro do Conselho de Adaptação Climática da COP30.

José Carlos Carvalho é engenheiro florestal (UFRRJ) e Doutor Honoris Causa (UFLA), com 45 anos de atuação em gestão ambiental. Foi presidente do Ibama, ministro do Meio Ambiente e secretário de Meio Ambiente de MG. É sócio-diretor da Seiva Consultoria em Meio Ambiente & Sustentabilidade.

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