Exame - SP 10/04/2025
Poucas vozes se posicionam tão fortemente contra as práticas comerciais chinesas como a de Gustavo Werneck, CEO da gigante metalúrgica Gerdau. Com a nova onda de tarifaços liderada por Donald Trump nos Estados Unidos — e a retaliação imediata da China — Werneck é, portanto, uma voz a ser ouvida.
Para o executivo, ações que evitem uma invasão chinesa de produtos subsidiados são urgentes.
Werneck vê o tarifaço de Trump e suas consequências como uma janela de oportunidade para que o Brasil acelere o debate sobre defesa comercial. Mas faz questão de separar os termos: “Minha questão nunca é proteção. É defesa. Queremos apenas condição de competir de igual para igual”, diz.
No mercado de aço, explica, o produto importado da China chega ao país com preços tão baixos que nem sequer cobrem o custo da matéria-prima no país asiático. “É impossível imaginar o aço chinês entrando no Brasil com preço menor do que o que a China paga no minério. Isso é claramente dinheiro do governo chinês para manter emprego e renda lá, e evitar confusão social”, afirmou Werneck em entrevista à EXAME durante o South Summit Brazil 2025, evento de inovação que acontece em Porto Alegre.
Segundo ele, os subsídios chineses criam uma competição artificial, e o setor siderúrgico brasileiro não consegue sobreviver num cenário em que o aço entra no país mais barato do que o custo de produção nacional.
Em entrevista recente à EXAME, Werneck minimizou os efeitos da tarifa americana sobre as operações da Gerdau nos Estados Unidos — já que a produção no país é 100% voltada ao consumo interno. Pelo contrário: ele vê o movimento com bons olhos. “Toda a nossa produção de aço é nos Estados Unidos, é como se fôssemos uma empresa americana. Qualquer incentivo para produção local, redução de custos de energia e investimentos em infraestrutura nos favorecem.”
No Brasil, o cenário é o oposto. O aço chinês entra subsidiado e abaixo do custo, diz Werneck, o que representa uma ameaça direta à competitividade da indústria nacional.
Risco de desvio de aço
Com os Estados Unidos e a China travando mais um capítulo da guerra comercial, Werneck vê um movimento previsível — e perigoso: o redirecionamento do excedente de aço chinês para mercados mais frágeis. “Especialmente nos países da América Latina, que são muito frágeis no sentido da sua economia, da dependência de acordos e da falta de competitividade”, afirma.
Na prática, isso significa que o aço que não consegue mais entrar nos Estados Unidos com preços subsidiados vai buscar refúgio em países como o Brasil, México, Colômbia, Chile e Argentina — onde barreiras são menores. A pressão sobre a indústria local, já enfraquecida, tende a se intensificar.
“O que está ruim pode piorar. A não ser que o Brasil coloque mecanismos de defesa comercial para equilibrar o jogo, e no prazo mais curto possível”, diz Werneck. Segundo ele, essa movimentação exige urgência — e posicionamento político. “O Brasil está do lado das empresas brasileiras, de uma indústria moderna e competitiva? Ou vai continuar deixando a porta aberta?”, questiona. “Agora é hora do governo dar clareza e senso de urgência.”
Gustavo Werneck, CEO da Gerdau: antes de falar com a EXAME, Werneck participou de um debate sobre sustentabilidade no South Summit Brasil 2025 (Leandro Fonseca /Exame)
Cadeia dividida, reação fraca
Na avaliação de Werneck, parte da dificuldade do Brasil em reagir ao avanço chinês também está na desarticulação entre os próprios setores produtivos. “Aqui a minha voz é única, e me surpreende isso. Os setores vão lá e combatem, mas ao mesmo tempo estão pedindo defesa comercial para eles mesmos”, afirma. “Nos Estados Unidos, existe o entendimento de que a cadeia toda precisa ser protegida. Aqui, o cliente briga com o fornecedor na frente do governo.”
A crítica é direta: falta uma política industrial coesa, que trate a indústria nacional como prioridade estratégica.
“Se a indústria não é importante para o Brasil, então que se diga isso claramente — e a gente toma a decisão de investir em outro lugar”, disse. “O que complica é a falta de clareza e de segurança.”
A expectativa do setor é por novas medidas até o fim de maio. Caso isso não ocorra, ele antecipa que a Gerdau pode revisar planos de investimento no Brasil.
“Vamos ter que rever nossas decisões, não só de curto prazo, mas também de alocação de capital no longo prazo.”
Indústria x desindustrialização
O executivo volta a lembrar o peso da indústria no PIB brasileiro — que caiu nas últimas décadas — e os impactos disso em inovação, arrecadação e geração de emprego. “A indústria representa 23% do PIB, mas responde por 66% dos investimentos em inovação, 40% dos impostos federais e 25% da contribuição previdenciária. Como é que mantém um país sem isso?”
IstoÉ Dinheiro - SP 10/04/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que não quer que a U.S. Steel Corp vá para o Japão, sugerindo que ele não apoia a oferta da Nippon Steel pela produtora de aço norte-americana.
A fala pareceu contradizer as ações recentes do governo Trump. Na segunda-feira, Trump instruiu um painel de segurança nacional a dar uma nova olhada na oferta de US$14 bilhões da Nippon Steel pela U.S. Steel para ajudar a determinar se “mais ações” são apropriadas, aumentando as esperanças de que o negócio poderia receber um sinal verde.
Após o comentário mais recente de Trump, as ações da U.S. Steel caíam 13% nas negociações pós-mercado desta quarta-feira.
“Não queremos vê-la indo para o Japão”, disse Trump, acrescentando: “Amamos o Japão”.
“Não queremos que vá para o Japão ou qualquer outro lugar, e estamos trabalhando com eles”, disse Trump.
A U.S. Steel e a Nippon Steel não responderam de imediato aos pedidos da Reuters por comentários.
A fusão entre as empresas havia sido bloqueada em janeiro por Joe Biden, que estava no fim do seu mandato na Presidência dos EUA, por motivos de segurança nacional.
Após a decisão de Biden, as duas empresas processaram o Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA, que examina riscos de segurança nacional relacionados a investimentos estrangeiros, alegando que Biden havia prejudicado a decisão do comitê e violado o direito das empresas a uma análise justa.
No mês passado, o governo Trump apresentou uma moção para estender dois prazos no processo, a fim de dar ao governo mais tempo para concluir as negociações sobre fusão com as empresas.
Veja - SP 10/04/2025
Após ser taxada em 125% pelos Estados Unidos, China pode desviar parte das exportações para o Brasil e empresas emitem alerta
Por Márcio Juliboni Atualizado em 9 abr 2025, 17h41 - Publicado em 9 abr 2025, 17h18
Diversos setores da indústria brasileira temem ser apanhados pelo fogo cruzado da guerra comercial travada entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo. A escalada do embate, nos últimos dias, acirra o temor de que o Brasil seja invadido por produtos chineses e de outras nações da Ásia que seriam, originalmente, destinados ao mercado americano. Entre os setores que já manifestaram sua preocupação, estão o têxtil, o calçadista e o de eletroeletrônicos.
Desde sua posse em janeiro, o presidente Donald Trump promoveu sucessivos aumentos das tarifas cobradas sobre as importações chinesas. Inicialmente, o republicano estabeleceu uma sobretaxa de 10%. Em março, a alíquota subiu para 20%. Em 2 de abril, quando assinou a ordem executiva que estabelece tarifas recíprocas contra todos os parceiros comerciais, Trump estabeleceu uma segunda taxa de 34% sobre as mercadorias chinesas. Com isso, a alíquota total seria de 54%.
A China reagiu com a imposição de uma sobretaxa também de 34% sobre os produtos americanos. Trump determinou, em resposta, uma terceira taxa de 50%, elevando a sobretaxa para um total de 104%. O aumento foi acompanhado por um ultimato da Casa Branca para que Pequim recuasse e retirasse a sobretaxa de 34%. Em vez disso, a China determinou que a alíquota subisse para 84%. Nesta quarta-feira 9, Trump suspendeu por 90 dias a vigência das tarifas recíprocas (exceto a tarifa mínima de 10% aplicada a todos os países, incluindo o Brasil). A colher de chá, contudo, não se aplica à China, cuja sobretaxa total foi elevada hoje para 125%.
É nesse contexto que a indústria teme que as mercadorias que os chineses pretendiam vender nos Estados Unidos acabem desviadas para cá. É verdade que a relação comercial com a China tem sido lucrativa para o Brasil. No ano passado, por exemplo, acumulamos um superávit de 30,7 bilhões de dólares, mas isso não significa que todos os setores sejam igualmente beneficiados.
A indústria têxtil foi uma das primeiras a alertar sobre os riscos de uma invasão asiática, liderada pela China, mas também por produtos de outros países como o Vietnã e o Camboja, cujas sobretaxas para entrar no mercado americano serão de 46% e 49%, respectivamente, se Trump levar adiante o plano de restaurá-las dentro de 90 dias. Em nota à imprensa, a Abit, que representa o setor, afirmou que o protecionismo americano “representa um grande risco para a indústria têxtil e de confecção do Brasil”.
“Com a perda de competitividade nos Estados Unidos, países altamente taxados podem intensificar suas exportações para o mercado brasileiro, muitas vezes por meio de práticas desleais de comércio, como subsídios e dumping. Essa avalanche de produtos importados pode prejudicar a produção nacional, afetando investimentos e empregos”, afirma a associação.
A preocupação é compartilhada pelo setor calçadista, que teme a concorrência dos mesmos países asiáticos. Segundo a Abicalçados, que representa o setor, a imposição de sobretaxas muito maiores à China, ao Vietnã e à Indonésia pode desviar parte da produção destinada aos americanos para o Brasil. Haroldo Ferreira, presidente da associação, afirmou em nota à imprensa que a situação “deve fazer com que os asiáticos busquem alternativas para desovar sua produção. E, entre essas alternativas, certamente teremos o próprio mercado brasileiro e países para onde exportamos nossos calçados.”
Os fabricantes de eletroeletrônicos também emitiram alerta semelhante. Para a Abinee, que representa o setor, o Brasil não pode entrar na guerra tarifária, mas “deve sim se armar para enfrentar uma concorrência ainda maior no mercado interno, uma vez que países como China, Coreia do Sul e Vietnã deverão redirecionar suas exportações para outros mercados”.
A Abinee recomenda ainda que a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia seja acelerada, para que o país consiga “ampliar suas exportações para a Europa, aproveitando-se de uma demanda crescente por produtos manufaturados no Brasil”.
A importação predatória de produtos chineses já é uma realidade para alguns setores, como a siderurgia. Nos últimos anos, as siderúrgicas chamam a atenção para o aço chinês que chega aos portos brasileiros por preços inferiores aos do minério de ferro necessário para fabricá-lo. No ano passado, o governo adotou um sistema de cotas e tarifas para frear as importações, mas a avaliação geral é de que a medida fracassou antes mesmo do fim do prazo de vigência, no mês que vem. Agora, o setor defende que o governo adote ações mais duras, como a imposição de uma sobretaxa de 25% sobre todas as importações de produtos siderúrgicos da China e o fechamento de brechas legais, como a entrada de aço pela Zona Franca de Manaus.
Infomoney - SP 10/04/2025
O CEO da Gerdau (GGBR4), Gustavo Werneck, afirmou que o mês de maio é o prazo final para o governo federal apresentar soluções eficazes para a indústria nacional de aço enfrentar de forma justa a concorrência da China. Em fevereiro, o executivo havia alertado que, caso não houvesse uma resposta rápida por parte do Estado, a companhia poderia rever seus planos de investimento no país. A Gerdau prevê investir R$ 6 bilhões no Brasil em 2025.
“Seguimos com uma agenda muito positiva. O governo tem sido bastante aberto nesse debate, mas ainda não conseguimos encontrar soluções concretas. Ainda assim, estou confiante de que, até o fim de maio, o governo federal — por meio do Ministério da Indústria e Comércio — possa adotar mecanismos de defesa comercial mais robustos do que os que temos hoje. Caso isso não ocorra, teremos que tomar decisões de curto e médio prazo para manter o nível de competitividade necessário”, disse Werneck para o InfoMoney.
O executivo participou nesta quarta-feira (9) do South Summit Brazil, em Porto Alegre. Durante sua palestra, ele disse que o setor não quer nenhum tipo de proteção do governo, mas igualdade, porque não é possível competir com países nos quais o governo coloca dinheiro, coloca subsídio e não torna essa competição justa.
O país importou 4,8 milhões de toneladas de aço no ano passado, segundo dados de entidades da indústria. Isso representa mais de 20% das vendas internas.
“É chocante perceber que, hoje, entra aço chinês no Brasil a um preço mais baixo do que o que a própria China paga pelo minério de ferro”, afirmou o CEO, cuja empresa também atua há 35 anos nos Estados Unidos. As importações chinesas de minério de ferro em 2024 atingiram 1,24 bilhão de toneladas, um recorde.
Werneck afirmou ainda que a Gerdau tem feito esforços para manter a competitividade frente ao aço chinês e, pela primeira vez, tem conseguido oferecer ao mercado alternativas para substituir o produto asiático.
Não é só a Gerdau que crítica a presença do aço chinês no Brasil. No início deste ano, o setor pediu ao governo brasileiro a imposição de uma tarifa de 25% sobre o aço do país, em resposta aos impactos gerados por medidas protecionistas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Grandes Construções - SP 10/04/2025
O aumento das tarifas sobre o aço importado nos Estados Unidos não foi um impeditivo para que as exportações do produto brasileiros para os norte-americanos registrasse um avanço em março.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) publicados nesta segunda-feira (7/4), quase 70% de todas as exportações de aço do Brasil tiveram como destino os EUA entre os meses de janeiro e março deste ano.
Somente neste mês, o volume exportado para os EUA cresceu 40%, na comparação com o mesmo período no ano anterior, e atingiu 661,1 mil toneladas. Além disso, o valor obtido com a venda do aço para o país também cresceu, passando de US$ 363 milhões, em 2024, para US$ 385 milhões neste ano, o que representa um avanço de 6,1%. De janeiro a março, o crescimento foi de 34%, enquanto que o valor obtido pelas exportações aumentou 17,8%.
Enquanto houve crescimento do valor obtido com as exportações de aço para os Estados Unidos, as vendas do mesmo produto para todos os países do mundo (incluindo os EUA) caíram 11%, apesar de o volume ter avançado 7,6%. Desde janeiro, o valor obtido com a exportação de aço brasileiro teve queda de 3,8%.
As tarifas de 25% sobre a importação de aço e alumínio nos EUA entraram em vigor no último dia 12 de março. A medida vale para todos os países que comercializam com os norte-americanos e esses produtos não sofrerão com a taxa adicional anunciada pelo presidente Donald Trump na última quarta-feira (2) que, no caso do Brasil, é de 10%.
Na semana passada, o Instituto Aço Brasil, que representa o setor nas negociações do MDIC com os Estados Unidos, considerou que a prioridade ainda segue na defesa da restauração do acordo de cotas de exportação para o produto firmado em 2018 e que estabelecia um limite de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados (placas) e 687 mil toneladas de laminados por ano.
“O não reestabelecimento do acordo será prejudicial a ambos os países, razão pela qual o Aço Brasil mantém sua confiança na continuidade do diálogo entre os dois governos, de forma a retomar o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos”, sustentou, em nota.
Infomoney - SP 10/04/2025
Os países-membros da União Europeia (UE) aprovaram nesta quarta-feira, 9, uma lista inicial de produtos norte-americanos que estarão sujeitos a tarifas, dando ao bloco o poder de impor taxas sobre alguns produtos já na próxima semana. A comissão informou que os impostos podem começar a ser cobrados a partir de 15 de abril.
Os 27 membros da UE votaram para adotar uma nova versão reformulada da lista original, que foi modificada após o feedback dos países-membros.
Uma série de produtos – incluindo soja, suco de laranja, carne e motocicletas – estão na linha de fogo da UE. O uísque norte-americano foi retirado da lista em uma medida que visa proteger os fabricantes de bebidas do bloco.
A votação supera um obstáculo crucial para a Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, para responder à série de taxas que o presidente dos EUA, Donald Trump, está impondo para lidar com o que o republicano considera políticas injustas em outros países.
“Essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, afirmou a comissão, em um comunicado. Fonte: Dow Jones Newswires.
IstoÉ Online - SP 10/04/2025
O presidente americano, Donald Trump, deu uma guinada em sua guerra comercial nesta quarta-feira (9), ao anunciar uma “pausa” de 90 dias nas tarifas aplicadas para dezenas de países, com exceção da China, sobre a qual imporá taxas de 125% em resposta à retaliação de Pequim.
“Devido à falta de respeito que a China demonstrou em relação aos mercados globais (…), estou aumentando a tarifa imposta à China pelos Estados Unidos para 125%, com efeito imediato”, escreveu Trump em sua rede, Truth Social.
“Esperamos que em um futuro próximo, a China se dê conta de que os dias em que roubava os Estados Unidos e outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”, acrescentou.
Horas após utilizar um linguajar chulo para sugerir que seus parceiros o estariam bajulando para negociar acordos comerciais “sob medida”, o republicano voltou atrás, ao menos parcialmente.
Como mais de 75 países solicitaram negociações, ele autorizou “uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato”, acrescentou.
“Essa foi a estratégia dele desde o início”, declarou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, referindo-se ao presidente, que aposta nas tarifas para reduzir o déficit comercial americano, sanear as contas públicas e realocar várias atividades industriais.
Bessent apontou o dedo para a China, que considera “um problema” para o mundo.
A pausa dá um refresco ao mercado de ações. Por volta das 18h30 GMT (15h30 de Brasília), o Dow Jones operava em alta de 5,61%; o índice Nasdaq, de 7,44%, e o S&P, de 6,22%.
O mesmo ocorreu com o petróleo: o preço do barril de petróleo Brent do Mar do Norte subiu 0,97%, para 63,43 dólares, e o do West Texas Intermediate teve uma elevação de 1,17%, para 60,28 dólares. Ambos haviam perdido 5% durante a sessão.
Trump recomendou que se aproveitasse a queda nos mercados para “comprar” ações.
“Fiquem tranquilos! Tudo vai dar certo”, prometeu o presidente americano nesta manhã em sua rede social, depois que as tarifas adicionais sobre produtos de 60 parceiros comerciais entraram em vigor.
Para dar uma ideia da ofensiva tarifária, a UBS Investment Research publicou uma análise segundo a qual o preço de um iPhone 16 Pro Max de 256 GB, montado na China, poderia passar de US$ 1.199 (R$ 7.265) para US$ 1.549 (R$ 9.386), um aumento de 29%. Isto antes do anúncio das tarifas maiores a Pequim.
A China reagiu de imediato. Anunciou que aumentará suas tarifas alfandegárias sobre produtos americanos para 84%, em vez dos 34% inicialmente previstos, a partir das 04h01 GMT (01h01 de Brasília) da quinta-feira.
“Continuaremos tomando medidas firmes e enérgicas para proteger nossos direitos e interesses legítimos”, advertiu um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
E não se descarta uma escalada diplomática entre China e Estados Unidos, cuja relação já é tensa.
Pequim instou, nesta quarta-feira, seus cidadãos a redobrarem a cautela ao viajarem para os Estados Unidos.
– Europa responde –
Antes da pausa, a União Europeia, sujeita desde meados de março a tarifas americanas de 25% sobre o aço e o alumínio e, desde quarta-feira, a um imposto de 20% sobre todos os seus produtos, adotou, nesta quarta-feira, suas primeiras contramedidas sobre mais de 20 bilhões de euros (R$ 133,7 bilhões) em bens “fabricados nos Estados Unidos”.
A lista inclui produtos agrícolas como soja, aves e arroz.
Também prevê sobretaxas de até 25% sobre madeira, motocicletas, produtos plásticos e equipamentos elétricos.
Na próxima semana, mais medidas podem ser anunciadas.
Bruxelas afirma estar disposta a suspendê-las “a qualquer momento” se alcançar um acordo “justo e equilibrado” com Washington.
A guerra comercial global gera temores de aumento da inflação e queda no consumo e no crescimento econômico.
Se continuar, poderá alterar a globalização como a conhecemos, com suas cadeias de produção espalhadas por diversos países e seus gigantescos navios de carga carregados de camisetas baratas ou sofisticados componentes eletrônicos.
IstoÉ Dinheiro - SP 10/04/2025
Dois passos para a frente e um para trás: ao anunciar uma pausa nas chamadas tarifas “recíprocas”, Donald Trump parece, agora, concentrar suas atenções na China.
Seguem abaixo os diversos anúncios de impostos aduaneiros feitos pelo presidente americano:
China, principal alvo
Pequim é o principal alvo das tarifas americanas, que começaram em 10%, depois subiram para 20%, sob a justificativa de o governo chinês não combater duramente o tráfico de substâncias usadas na produção de fentanil.
Para reduzir o déficit comercial com a China, Trump aumentou a taxa em 34% na semana passada. Pequim respondeu com uma tarifa de 34% sobre todos os produtos americanos.
Diante da represália, o presidente americano acrescentou mais 50%, para um acumulado de 104% desde a última quarta-feira.
A China respondeu com uma nova taxa, de 84%, e Trump anunciou horas depois que o imposto sobre os produtos chineses passaria a 125%.
Restante do mundo
Todos os produtos que entram nos Estados Unidos estão sujeitos a uma sobretaxa de 10% desde a semana passada. Tarifas adicionais a dezenas de países estavam previstas para hoje, mas Trump decidiu adiar por três meses a sua aplicação.
O imposto mínimo de 10%, no entanto, ainda representa um aumento significativo para a maioria dos produtos: as importações europeias eram taxadas anteriormente em menos de 3%, em média.
De todas as importações que entram nos Estados Unidos, mais de 87% dos produtos foram taxados em menos de 10% em 2023, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC).
México e Canadá
Embora tenham ficado de fora das tarifas da semana passada, Canadá e México foram os primeiros alvos das tarifas aduaneiras de Trump, que acusou os dois países e a China de combaterem de forma insuficiente o tráfico de fentanil.
O presidente americano impôs uma taxa de 25% sobre todos os bens de seus vizinhos, e de 10% sobre os produtos energéticos do Canadá, que já começou a retaliar.
Trump deu um passo atrás e levantou temporariamente as tarifas sobre os produtos que entram nos Estados Unidos sob o T-MEC, que representam quase metade do comércio entre os três países, segundo a Casa Branca.
Setores
O presidente americano quer proteger a indústria nacional e promover mais investimentos no país. Por esse motivo, impôs no mês passado tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, uma medida que afeta principalmente o Canadá, mas também o Japão, a Austrália e a UE.
Nessa categoria, entra o imposto de 25% sobre as importações de automóveis, para incentivar as empresas a retomar a fabricação nos Estados Unidos.
Outros setores aguardam a sua vez. Trump reiterou sua vontade de impor novos impostos sobre a madeira para construção, os produtos farmacêuticos e os semicondutores.
O Estado de S.Paulo - SP 10/04/2025
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira, 9, que o governo vai trabalhar para tentar reduzir a alíquota mínima de 10% de imposto ao que o Brasil exporta aos Estados Unidos, determinada na semana passada por Donald Trump. Em entrevista à imprensa, ele voltou a falar que o caminho será pelo diálogo e pela negociação com os americanos.
Alckmin também repetiu que, embora o Brasil tenha ficado na lista de países que tiveram o menor nível de tarifa atribuída por Trump, o entendimento do governo é de que essa sobretaxa não deveria ser aplicada diante do perfil de trocas comerciais entre os dois países.
“EUA com o Brasil tem superávit. E dos dez produtos que eles mais exportam, oito, a alíquota é zero. Não paga imposto de importação para entrar no Brasil. E a tarifa média final de todos os produtos é 2,7%”, afirmou após participar de cerimônia da Pedra Fundamental do Projeto Sucuriú, da Arauco, em Inocência (MS), no qual foi acompanhado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.
“Então, o caminho é o caminho do diálogo, da negociação e nós vamos trabalhar no sentido de reduzir essa alíquota que entendemos que não é boa, não é só para o Brasil, não é boa para o mundo.
O ministro também citou o caso da tributação sobre o aço, lembrando que as empresas brasileiras, taxadas em 25% – assim como outras no mundo – importam carvão siderúrgico dos Estados Unidos para produzir aqui. “Nós fazemos o semielaborado e vendemos para eles fazerem o elaborado. É uma cadeia, também vai onerá-los. Então, por isso, avançar no diálogo e na negociação”, disse.
Trump anuncia pausa nas tarifas, mas alíquota mínima para o Brasil permanece
Diante do colapso do mercado global, Trump recuou abruptamente nesta quarta-feira, 9, e disse que interromperia a implementação de suas tarifas recíprocas pelos próximos 90 dias, citando novas negociações com nações estrangeiras sobre comércio.
Ao mesmo tempo, ele aumentou o imposto sobre as importações chinesas para 125%. A China havia anunciado pela manhã uma retaliação aos EUA elevando suas tarifas sobre produtos americanos para 84%.
Em uma postagem no Truth Social, Trump disse que sua tarifa mínima anterior, de 10% sobre outros países, permaneceria em vigor – como é caso do Brasil, que continua sendo taxado.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse a repórteres que Trump estava pausando suas chamadas tarifas “recíprocas” sobre a maioria dos maiores parceiros comerciais do país, mas mantendo sua tarifa de 10% sobre quase todas as importações globais
IstoÉ Dinheiro - SP 10/04/2025
País asiático elevou taxas de importação sobre produtos americanos em retaliação, após ter seus bens taxados em 104% por Donald Trump. Expectativa de recessão abala bolsas de valores.A China reagiu nesta quarta-feira (09/04) às barreiras tarifárias impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e elevou a taxa de importação de produtos americanos a 84%, aprofundando a guerra comercial entre os dois países. A medida entra em vigor na quinta-feira.
Pequim também impôs restrições de importação a 18 empresas americanas, principalmente em setores relacionados à defesa, ampliando a lista de outras 60 companhias já sancionadas na disputa.
A medida foi tomada após Trump cumprir sua ameaça e elevar a 104% o total de tarifas sobre produtos chineses importados a partir desta quarta-feira, mesma data em que entram em vigor tarifas adicionais contra cerca de 60 países e a União Europeia.
“A escalada das tarifas dos EUA sobre a China é um erro em cima de um erro, que infringe seriamente os direitos e interesses legítimos da China e prejudica seriamente o sistema de comércio multilateral baseado em regras”, disse o Ministério das Finanças da China. O país já havia indicado que pretendia “lutar até o fim” para defender seus direitos comerciais.
Já aUnião Europeia se diz aberta ao diálogo com a Casa Branca, mas também não descarta ações de retaliação. As autoridades do bloco votam nesta quarta-feira um primeiro lote de contramedidas, que deve aumentar a taxa de importação sobre uma série de produtos dos EUA.
No entanto, a proposta da UE foi discutida como resposta às tarifas impostas por Trump há cerca de um mês sobre importações de aço e alumínio, e não à recente taxa de 20% sobre as exportações da UE que passou a valer nesta quarta-feira.
Espera-se que os produtos americanos mais impactados sejam soja, vestuário, motocicletas, frutas, madeira e derivados de ferro, aves, aço e alumínio, que podem enfrentar tarifas alfandegárias de 25% para entrar nos países da UE. Outros itens estão sujeitos a uma taxa de 10%.
A lista completa de produtos, que ainda não foi oficialmente divulgada, tem 66 páginas. Conforme relatado pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine, algumas taxas devem entrar em vigor já na próxima semana, enquanto outras só serão impostas em meados de maio.
Economia americana em perigo
As tarifas punitivas de Trump abalaram uma ordem comercial global que existe há décadas e eliminaram trilhões de dólares do valor de mercado de centenas de empresas.
Desde que a medida foi anunciada, os principais índices de ações nos EUA têm sido pressionados. O S&P 500, que reúne 500 empresas de capital aberto americanas, sofreu sua maior perda desde sua criação na década de 1950.
Os títulos do Tesouro dos EUA também foram afetados pela turbulência do mercado e ampliaram suas perdas nesta quarta-feira, em um sinal de que os investidores estão se desfazendo até mesmo de seus ativos mais seguros. O dólar também teve um dia de queda e ficou mais fraco em relação a outras moedas.
Apesar o risco de umaestagnação global da economia, incluindo uma recessão prevista nos EUA, Trump diz não ter interesse em rever a estratégia até o momento. Em discurso no jantar do Comitê Nacional Republicano do Congresso em Washington na noite de terça-feira, o republicano afirmou que os países afetados estão ansiosos para negociar com ele.
“Estou lhes dizendo, esses países estão nos ligando. Eles estão loucos para fazer um acordo. ‘Por favor, por favor, senhor, faça um acordo. Eu farei qualquer coisa, senhor'”, disse ele, imitando em tom irônico os líderes estrangeiros.
Ações entram em retração em todo o mundo
A entrada em vigor do novo conjunto de tarifas impostas pelos EUA e o anúncio da sobretaxa contra a China voltou a derrubar ações em todo o mundo .
Taiwan liderou as perdas na Ásia, com o índice Taiex caindo 5,9%. No Japão, a bolsa de valores de Tóquio encolheu 3,9% e o índice Topix, que agrega um número mais amplo de empresas domésticas, ficou 3,4% mais baixo.
As ações de tecnologia foram as mais prejudicadas no país. Empresas como SoftBank Group, Advantest e Tokyo Electron viram o valor de suas ações reduzirem entre 6 a 8%.
Em Seul, as ações caíram a 1,74%, atingindo a maior baixa em 18 meses. Os mercados australianos também se juntaram à liquidação global, com os papéis de energia e recursos naturais liderando as quedas. O principal índice de referência do país, S&P/ASX 200, caiu 1,8%, e a carteira mais ampla All Ordinaries fechou em queda similar de 1,85%.
Na Nova Zelândia, a derrocada foi menor, de 0,71%. No país, o banco central cortou sua taxa básica de juros e sinalizou que vai reduzir os custos de empréstimos para evitar uma desacelaração imediata da economia.
Os índices europeus também abriram em forte queda nesta quarta-feira.
O índice DAX, da Alemanha opera com perdas de 2,59%. Em Paris, o CAC 40 caiu 2,1%, e o FTSE 100, do Reino Unido, cedeu 2%.
Um dos principais índices europeus que reúne 600 empresas de 17 países, o Stoxx 600, opera em 2,7% negativos.
China inverte perdas com medidas internas
Espera-se que oscilações para cima também ocorram, enquanto os investidores reagem às contramedidas impostas pelos países.
Com isso, a bolsa de valores de Hong Kong, subiu 0,7% nesta quarta-feira, enquanto o índice Shanghai Composite, da China, reverteu as perdas iniciais, ganhando 1,3%.
No país, as corretoras estatais se comprometeram a ajudar a estabilizar os preços das ações domésticas e dezenas de empresas listadas anunciaram planos de compra de ações.
BOL - SP 10/04/2025
O presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, disse nesta quarta-feira que as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos na semana passada ameaçam desancorar as expectativas de inflação, mesmo que também impactem o crescimento, deixando a porta aberta a uma mudança na taxa de juros seja para cima ou para baixo, com um aumento do obstáculo para qualquer movimento.
"Dada a importância primordial de manter as expectativas de inflação de longo prazo ancoradas e o provável aumento da inflação de curto prazo decorrente das tarifas, a barreira para o corte dos juros, mesmo diante de uma economia enfraquecida e do possível aumento do desemprego, está mais alta", disse Kashkari em um ensaio divulgado pelo banco.
"Por outro lado, dado que a demanda por capital de investimento provavelmente será menor... a política monetária está ficando um pouco mais apertada por si só, reduzindo a necessidade imediata de elevar os juros para manter as expectativas de inflação de longo prazo ancoradas."
Essas forças, segundo ele, deixam o Fed em uma situação de espera por enquanto.
"O obstáculo para alterar a taxa de juros de uma forma ou de outra aumentou devido às tarifas", disse ele. "Como as últimas semanas nos lembraram, nada é certo e nenhuma resposta de política monetária, para cima ou para baixo, deve estar completamente fora de cogitação."
A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada, de impor tarifas rígidas e abrangentes sobre os parceiros comerciais desencadeou uma escalada das tensões comerciais e perdas nos mercados de ações devido a preocupações com uma desaceleração econômica.
Nesta quarta-feira, a China anunciou que imporá uma tarifa de 84% sobre os produtos dos EUA, depois que Trump elevou as taxas dos EUA sobre a China para 104%.
Com as tarifas muito mais altas e mais amplas do que o esperado, disse Kashkari, o impacto sobre a economia e a confiança também será maior e levará a preços mais altos, menos investimentos e menos produção econômica.
Ao mesmo tempo, com a recente alta da inflação, o risco de que as expectativas de inflação possam aumentar e levar a uma alta persistente dos preços subiu consideravelmente, disse ele.
O Fed tem mantido sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro, e as autoridades têm dito que não têm pressa em ajustar os juros.
Os comentários de Kashkari são os mais diretos até o momento, mas são particularmente notáveis pelo fato de levantarem explicitamente a possibilidade de um aumento nos juros.
Os mercados têm apostado fortemente que a resposta do Fed às tarifas será uma série de cortes de juros a partir do próximo mês.
O Estado de S.Paulo - SP 10/04/2025
O vai e vem das tarifas de Donald Trump já afeta o dia a dia das empresas e o planejamento dos negócios, por conta da forte volatilidade que provocou nos mercados e o aumento da incerteza com os rumos da economia mundial. A preocupação com o tema ficou nítida em evento esta semana do Bradesco BBI, que reuniu 158 companhias em São Paulo, incluindo nomes como Embraer, Suzano, Aegea, Equatorial e Petrorecôncavo. O tema tarifa esteve presente na maior parte das apresentações.
A Iguá pode ter seu cronograma de investimentos em novos leilões de concessão de saneamento afetado pela escalada da tensão entre os Estados Unidos e a China. O CEO da companhia, Roberto Barbuti, afirmou que o ambiente de incerteza e volatilidade joga contra nas decisões de investimentos relevantes. “Estamos em um momento em que a tomada de decisões relacionadas à alocação de capital é mais difícil e a guerra comercial pode impactar a decisão de participar em outros leilões de concessão”, disse.
As empresas estão tendo que parar para avaliar o cenário, afirma o vice-presidente do Bradesco, responsável pelo banco de atacado, Bruno Boetger. “Estamos no olho do furacão.” As tarifas têm potencial para provocar inflação nos Estados Unidos e desencadear uma desaceleração da economia americana, que pode respingar na economia mundial e afetar os lucros das empresas pelo mundo. “Ainda falta entender ganhadores e perdedores, mas os mercados emergentes são beneficiados”, disse o executivo.
Suzano vê menor espaço para reajustes
O presidente da Suzano, Beto Abreu, pondera que o atual momento de imposição das tarifas desacelera as negociações de aumento de preços de celulose que a empresa vinha fazendo nos últimos meses. “Redução de demanda traz problemas para produtores de custo mais altos. É natural que haja desaceleração de negociações de aumento de preço no curto prazo”, disse no evento. Para o executivo, a maior preocupação da companhia e de todas as indústrias é uma possível recessão. “O momento é de cautela para alocação de capital, com muitas incertezas”, afirmou.
Na Embraer, que exporta muito para os Estados Unidos, o momento também é de entender o cenário. “Estamos avaliando os impactos para a companhia”, disse o vice-presidente de finanças e relações com investidores, Antônio Garcia. Executivos do comando da empresa têm conversado também com o governo brasileiro para negociar.
A fabricante de aeronaves também importa muitos componentes americanos para montar os aviões no Brasil, e que depois são vendidos para lá. Assim, o cálculo de uma eventual tarifa não pode ser linear. No ano passado, a American Airlines fez encomenda de 133 aeronaves E175 para a Embraer em um pedido que supera US$ 7 bilhões, um dos maiores já feitos na aviação comercial.
Há temor com cadeias de abastecimento
Para a gestora Perfin, que tem investimentos bilionários na área de infraestrutura, a maior preocupação do tarifaço se dá no fornecimento de insumos. “O que mais preocupa é como vai se comportar a cadeia de suprimentos. Vimos isso na pandemia e esse é um ponto que temos que monitorar”, afirma Ralph Rosenberg, sócio da gestora. A maior preocupação é com equipamentos com fornecedor únicos e que são produzidos nos Estados Unidos ou na China.
“O ano de 2025 exige mais cautela do que se não houvesse crise. A arma continua sendo custo baixo”, disse o CEO da Petrorecôncavo, José Firmo. Nesse ambiente, a alocação de capital da petroleira exige mais cuidado, disse o executivo. Ao mesmo tempo, disse que a atual variação nos preços do petróleo não muda os planos da companhia, já acostumada com as oscilações da commodity.
As medidas mais drásticas de Trump, que têm surpreendido pela intensidade, provocaram um choque que tem feito empresários segurarem investimentos e adiar decisões de negócios, à espera de mais clareza, avalia sócio da gestora SPX, Leonardo Linhares. “O canal que mais me preocupa é a China”, afirma, ressaltando a dependência do Brasil das exportações para o país asiático. “O Brasil não é uma ilha”, disse ele.
O Estado de S.Paulo - SP 10/04/2025
Os preços das matérias-primas no mercado internacional têm despencado em resposta à desaceleração da economia mundial que se avizinha por causa do tarifaço imposto por Donald Trump. O índice CRB (Commodity Research Bureau Index), que mede o desempenho de 19 matérias-primas no mercado mundial, entre agrícolas, metálicas e energia, caiu 8,43% na última semana. No ano, até a segunda-feira, 7, acumulava perdas de 3,53%.
As cotações de várias matérias-primas registraram recuos expressivos, na casa de dois dígitos na última semana, como o petróleo tipo Brent (-17,87%), cobre (-18,45%), minério de ferro (-12,50%), café (-12,22%) e suco de laranja (-11,29%), por exemplo. Já a soja, o açúcar e o algodão tiveram quedas, porém menores na comparação com os demais produtos, de 4,37%, -5,51% e 3,80%, respectivamente.
“Os preços das commodities caíram porque o nível de atividade vai perder fôlego no mundo”, diz o economista Fabio Silveira, sócio da consultoria MacroSector. Ele não trabalha com cenário de recessão mundial, mas espera um recuo no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 3,2% no ano passado para 2,5% este ano e de 2,2% em 2026.
Silveira acredita que a retração de preços das matérias-primas deve continuar, sobretudo se a guerra tarifária entre os países, com réplicas e tréplicas de retaliações entre China e os Estados Unidos, seguir ganhando fôlego.
Na segunda-feira, o índice CRB estava em 344 pontos e tinha recuado 10% em relação ao pico mais recente, atingido em 20 de fevereiro deste ano (383). Depois do tombo da pandemia, as cotações das commodities vinham se recuperando nos últimos cinco anos. Agora, com a guerra tarifária, o quadro se inverteu.
Flávio Serrano, economista-chefe do Bmg, diz que a queda atual dos preços das commodities é a maior já registrada desde a crise sanitária. Silveira observa que há espaço ainda para um recuo de cerca de 10% no CRB, que deve voltar para 300 pontos. “Esse é o patamar de 2023, quando a economia mundial estava semiparalisada por causa da pandemia”, lembra.
Reflexos no Brasil
José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da consultoria MB Agro, observa que, enquanto os preços da soja e do algodão, por exemplo, caem no mercado internacional, as cotações seguem firmes no mercado interno brasileiro, apesar da grande safra. Na sua análise, isso revela que o Brasil pode se sair bem nas exportações do agronegócio, suprindo a demanda de mercados gigantes como a China, antes ocupados pelos Estados Unidos.
No café, por exemplo, diz Hausknecht, tanto o Brasil como o Vietnã exportam para os Estados Unidos. Mas o Vietnã tem agora uma tarifa de 46%, enquanto a do Brasil é de 10%. “O Brasil vai ganhar competitividade.”
Serrano lembra que o Brasil exporta 80% da soja, 65% do petróleo e cerca de 60% do minério de ferro para a China. “Teoricamente, não devemos ser tão afetados pelas tarifas, devemos sofrer menos”, diz o economista. Mas ele ressalta que o País precisa se inserir com mais produtos no comércio mundial e ter mais flexibilidade nas transações bilaterais entre países e regiões.
De toda forma, nessa guerra tarifária marcada por retaliações, Silveira acredita que, numa primeira leitura, para soja e algodão será mais fácil o País ocupar fatias de mercado deixadas pelos EUA. Já no caso do suco de laranja, cujo preço caiu 53,96% neste ano no mercado internacional e os EUA são um grande comprador, será mais difícil realocar as vendas.
Dificuldades também devem atingir a realocação do aço brasileiro, taxado agora em 25% pelos EUA. É que a China é o maior produtor e exportador de aço no mundo e a perspectiva é a de que o gigante asiático inunde os mercados com seu produto, dificultando o redirecionamento das exportações brasileiras.
Balança comercial e inflação
Mesmo com cenário menos negativo para o Brasil, esse rearranjo do comércio internacional provocado pela guerra tarifária, com desdobramentos sobre os preços, deve afetar, segundo Silveira, o saldo da balança comercial brasileira.
No ano passado, o superávit foi de US$ 75 bilhões e, para este ano, o economista projeta US$ 55 bilhões. “Será um saldo comercial menor, mas ainda razoável”, diz ele, lembrando que, em 2023, o superávit foi de quase US$ 100 bilhões.
Já em relação aos desdobramentos da guerra tarifária nos preços e na inflação, o cenário é incerto. Preços das commodities em queda deveriam aliviar a inflação, sobretudo de alimentos, hoje o principal foco de pressão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
No entanto, observam os economistas, é preciso considerar o comportamento da taxa de câmbio, que é o fiel da balança na conversão dos preços em dólar para real.
No ano passado, a taxa média de câmbio foi de R$ 5,39. “Estamos no meio do tiroteio”, diz Silveira. Pelos desafios da economia brasileira, sobretudo na parte fiscal, o economista projeta que o câmbio médio deste ano oscile entre R$ 5,80 e R$ 5,90, uma alta de 10% em relação a 2024. Se essa hipótese se confirmar, o câmbio poderá anular o alívio que a queda de preços internacionais das commodities deveria trazer para a inflação.
Além disso, os preços da soja, milho e algodão seguem firmes no mercado interno, apesar do cenário externo de cotações em queda.
Para Serrano, os desdobramentos da guerra tarifária para a inflação brasileira são ainda incertos. Ao mesmo tempo que pode haver maior estímulo às exportações de alimentos para destinos antes dominados pelos americanos, o que pode reduzir a oferta interna e pressionar preços, no caso dos bens industriais e do petróleo há risco de ocorrer um movimento inverso.
Ou seja, por conta das restrições impostas pelos EUA, pode haver um aumento da oferta de bens manufaturados no mercado brasileiro, sobretudo vindos da Ásia e com preço baixos, o que poderia gerar um efeito desinflacionário.
Também por conta do petróleo, cujo barril está cotado agora por volta de US$ 60 e que já caiu 18% este ano, o economista acredita que haveria espaço, teoricamente, para cortar o preço da gasolina. E isso ajudaria a reduzir a inflação. No entanto, na sua avaliação, a Petrobras não deverá mexer nos preços tão cedo porque há muita incerteza e volatilidade no mercado.
Globo Online - RJ 10/04/2025
A escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China preocupa a equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva diante de um tombo praticamente contratado na economia mundial e da possibilidade de que um eventual acordo entre os dois países afete o Brasil. Por outro lado, há um cálculo sobre o alívio na inflação causado pela queda no preço dos combustíveis.
Sylvia Anjos, diretora de Exploração & Produção da Petrobras disse na manhã desta quarta-feira que a queda do preço do barril de petróleo assusta. O barril do tipo Brent, referência no mercado internacional, caiu abaixo de US$ 60, menor nível em quatro anos.
A China decidiu elevar ainda mais as tarifas de importação sobre produtos americanos, em resposta a Donald Trump, nesta quarta-feira. O Ministério das Finanças chinês afirmou que vai aumentar para 84% as taxas sobre importações dos Estados Unidos a partir de amanhã, depois de os americanos imporem uma tarifa total de 104% à China.
Integrantes do governo Lula medem os impactos dessa crise, mas avaliam que são grandes as chances de uma recessão nos Estados Unidos — e no mundo — por conta do cenário de incertezas.
Um cenário extremo, com a manutenção desse patamar de tarifas com a China faria a economia dos EUA cair 3% neste ano, calculam membros do governo brasileiro, com efeitos no mundo inteiro. Porém, um acordo entre americanos e asiáticos é o cenário mais provável com o qual negociadores brasileiros trabalham.
Apesar disso, mesmo se houver um alívio nas taxas, não haveria motivos para investidores colocarem recursos na economia real sem qualquer previsibilidade sobre os desdobramentos da guerra comercial, segundo essa análise.
No Brasil, isso afetaria principalmente petróleo e minérios — estes últimos dependendo de como a China reagir com incentivos internos. Apenas em abril, o barril do Brent já acumula uma baixa de cerca de 18%. A cotação de minérios como cobre e minério de ferro também está em queda.
No caso do petróleo, o cálculo é que a redução da cotação da commodity vai aliviar os preços dos combustíveis no mercado brasileiro, o que pode ser disseminado no restante da economia. Uma inflação mais baixa poderia aliviar o trabalho do BC e antecipar o fim da alta da Selic. O efeito colateral da queda do petróleo, porém, é menor receita via royalties.
Um outro impacto calculado são possíveis efeitos colaterais no Brasil de um eventual acordo entre EUA e China. Uma negociação que aumente a venda de produtos agrícolas americanos para os chineses poderia afetar as vendas brasileiras no médio prazo, porque o país é concorrente dos Estados Unidos nesses produtos.
Um ponto positivo, destacou um negociador brasileiro, é que existe um canal aberto para o diálogo com os EUA. Por isso, pelo menos por enquanto, a ideia é não repetir o que outros países têm feito, adotando as mesmas tarifas impostas pela Casa Branca.
O Brasil quer cotas para exportar aço sem a tarifa de 25% adotada por Trump e tenta convencer os americanos a reduzirem a alíquota de 10% que passou a incidir nas importações de todos os produtos brasileiros.
Valor - SP 10/04/2025
Demanda por produtos como minério de ferro e cobre deve ser afetada por guerra comercial
A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China trouxe apreensão para os mercados de commodities metálicas nesta quarta-feira (9), quando o presidente Donald Trump anunciou que vai aumentar para 125% o imposto de importação válido para produtos chineses. Bancos e analistas acreditam que o contencioso pode levar a menor crescimento da economia e do comércio mundiais este ano e, portanto, se traduzir em queda de demanda para minério de ferro, níquel, cobre, aço e alumínio, entre outros produtos. A China é o maior consumidor de commodities minerais do mundo.
A curtíssimo prazo, porém, pode haver algum alívio, uma vez que Trump também anunciou uma pausa, por 90 dias, no imposto de importação aplicado a todos os demais países que não retaliaram os EUA e que serão taxados com uma tarifa “mínima” de 10%.
Em relatório, o UBS aponta que o ambiente de tarifas unilaterais e recíprocas pode seguir prejudicando o crescimento econômico, o sentimento do consumidor e a alocação de capital pelas empresas.
O banco suíço alerta ainda que, num cenário de recessão global, o minério de ferro - junto com cobre, alumínio e zinco - pode sofrer nova rodada de desvalorização. Embora algumas mineradoras como a Glencore possam se beneficiar de oportunidades pontuais nesse “novo mundo tarifário”, o cenário geral é de fragilidade para a demanda em 2025.
Daniel Sasson, analista do Itaú BBA, afirma que a relação entre oferta e demanda no minério de ferro no curto prazo não justificaria, por si só, a queda da commodity de US$ 105 por tonelada cerca de US$ 95 por tonelada em uma semana. “O ponto é a expectativa de desaceleração de crescimento econômico global. Aí não tem muito jeito. Menor crescimento global é ruim para commodities, não tem o quê fazer.”
Ontem, o minério de ferro caiu 2,68%, cotado a US$ 93,88 por tonelada, em Dalian, na China.
Sócio-diretor da A&M Infra, Rafael Marchi afirma que o receio é que essa guerra tarifária cause uma recessão nos Estados Unidos ou na China, o que deve pressionar o mercado de curto prazo. Segundo ele, embora o fluxo de minério de ferro seja mais intenso para a China, grande parte da produção siderúrgica é destinada à exportação para o mercado americano.
“A partir do momento em que essa cadeia se quebra, as siderúrgicas chinesas param de comprar e o mundo fica receoso”, afirma. “Indiretamente, esse fluxo de aço pode ser redirecionado. Sobre o minério, países como México e Brasil podem se beneficiar desta disputa comercial com um fluxo maior de exportação de outros países, exceto a China, para os EUA”, afirma. Marchi acredita que, a médio e longo prazos, as cadeias de produção tendem a se reequilibrar com o possível redirecionamento do minério de ferro para outros polos produtores de aço, que enfrentam tarifas significativamente mais baixas que as aplicadas à China.
“A queda do preço do minério de ferro, mesmo que no curto prazo, acaba tirando do mercado produtores de alto custo que não estão no Brasil”, diz Marchi.
Esse movimento de isolamento comercial, impulsionado pelas tarifas, acende um novo sinal de alerta: o risco de uma pressão inflacionária adicional nos Estados Unidos, o que pode forçar o Federal Reserve a manter juros elevados por mais tempo, o que tende a esfriar setores-chave como a construção civil, a indústria automobilística e outras cadeias intensivas em aço - impactando a demanda global por minério de ferro.
Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Corretora, a decisão dos Estados Unidos de limitar a 10%, por 90 dias, as tarifas cobradas de mercados que não a China traz um certo alívio. “Traz um pouco de racionalidade para a cena e abre a porta de negociação para que [os países] se sentem à mesa.”
Money Times - SP 10/04/2025
Enquanto a guerra comercial se estende, os analistas calculam os impactos das novas tarifas impostas por Donald Trump terão nas empresas brasileiras. Para a Vale (VALE3), os efeitos podem ser limitados e os investidores podem acabar ganhando com isso.
Os analistas do Itaú BBA consideram que, mesmo com as quedas recentes no preço do minério de ferro, a commodity é a que tem o melhor desempenho em relação as demais, e que o impacto direto dos Estados Unidos não são tão relevantes nessa indústria.
“Como 70% da produção de aço dos EUA é baseada em fornos elétricos (EAF), o país depende muito mais de sucata e energia, não sendo um player relevante no mercado marítimo de minério de ferro”, avaliam em relatório recentemente divulgado.
Os EUA até têm um superávit em relação às suas necessidades de minério de ferro, produzindo cerca de 46 milhões de toneladas por ano, importando cerca de 5 milhões e exportando cerca de 11 milhões de toneladas. O Brasil, inclusive, é um dos principais fornecedores de minério de ferro para os EUA, mas os analistas destacam que os volumes são pouco significativos.
Segundo o BBA, em 2024, os EUA importaram menos de 3 milhões de toneladas de minério de ferro do Brasil, o que representou menos de 1% das exportações totais brasileiras de minério de ferro. Para a Vale, isso representa apenas 3% da receita líquida em 2024.
Os analistas, no entanto, não descartam o impacto indireto que as tarifas podem trazer. Os possíveis efeitos colaterais de uma guerra comercial mais intensa levariam a uma queda no crescimento do PIB global e uma potencial redução na produção de aço da China.
“Apesar de acreditarmos que o mercado já antecipa uma deterioração adicional nos preços do minério de ferro, a performance abaixo do esperado da Vale em relação aos preços do minério melhorou a relação risco-retorno da ação”, avaliam.
Com isso, VALE3 segue como a principal escolha da casa por ter uma avaliação atrativa mesmo em cenários adversos. Considerando o preço-alvo do Itaú BBA de US$ 13 e o preço atual da ação (de quando publicaram o relatório) de US$ 8,85, o potencial de valorização é de 46,9%.
Valor - SP 10/04/2025
A União Europeia está considerando a proibição da fibra de carbono em veículos automotores, o que pode prejudicar os fabricantes japoneses do material, que detêm mais da metade da participação no mercado global, apurou o “Nikkei Asia” na terça-feira.
A repressão proposta, que visa combater os potenciais riscos à saúde associados ao descarte do material compósito, seria o primeiro conjunto de restrições desse tipo imposto em qualquer lugar do mundo.
A União Europeia está considerando uma emenda à sua Diretiva de Veículos em Fim de Vida (VFV) com o objetivo de tornar o desmantelamento e a reciclagem desses veículos mais ecológicos. Um projeto de revisão, anunciado recentemente pelo Parlamento Europeu, o órgão legislativo da União Europeia, adicionou a fibra de carbono à lista de materiais nocivos em veículos.
Quando a fibra de carbono, comumente ligada à resina, é descartada, finos filamentos condutores podem ser transportados pelo ar. Eles podem causar curto-circuitos se entrarem em máquinas, bem como dor se entrarem em contato com a pele e membranas mucosas humanas.
A atual Diretiva ELV designa chumbo, mercúrio, cádmio e cromo hexavalente como substâncias perigosas. Embora essas substâncias possam ser usadas em peças automotivas por serem consideradas exceções à restrição de uso, os principais fabricantes de automóveis e peças estão reduzindo seu uso para proteger sua imagem de marca. O uso de fibra de carbono provavelmente será afetado de forma semelhante se for adicionado à lista.
A fibra de carbono, mais resistente que o aço e mais leve que o alumínio, é usada em componentes de aeronaves e outras aplicações. O mercado mundial, que totalizou US$ 5,48 bilhões em 2024, deverá crescer a uma taxa média anual de 11%, chegando a US$ 17,08 bilhões até 2035, de acordo com a empresa de pesquisa americana Roots Analysis.
Espera-se que os veículos elétricos liderem o crescimento do mercado, visto que a redução do peso da carroceria é uma prioridade maior do que nos veículos com motor a combustão. Os automóveis representam de 10% a 20% de todas as aplicações de fibra de carbono.
Toray Industries, Teijin e Mitsubishi Chemical, uma unidade do Mitsubishi Chemical Group, detinham uma participação de mercado global combinada de 52% em 2024. Essa participação ultrapassou 70% há vários anos, mas diminuiu devido à entrada de empresas taiwanesas e sul-coreanas no mercado.
A Toray, que detém a maior fatia do mercado global de fibra de carbono, obteve lucro por meio de contratos de fornecimento em larga escala, como os de pás de turbinas eólicas e aeronaves Boeing. No ano fiscal encerrado em março de 2024, a Toray registrou uma receita operacional básica de 13,2 bilhões de ienes (US$ 89,82 milhões) sobre 290,5 bilhões de ienes em vendas de compósitos de fibra de carbono, que representaram cerca de 12% do lucro e das vendas totais da empresa.
Por meio de suas redes na Europa, a Toray está investigando por que a fibra de carbono foi adicionada à lista.
A empresa não divulga quanto da fibra de carbono que produz é destinada à fabricação de carros. Mas um representante afirmou: "Este não é um problema para uma empresa individual, e precisamos nos coordenar com grupos da indústria de fibras e automóveis para lidar com isso."
Aplicações automotivas representam o terceiro maior segmento dos negócios de fibra de carbono da Teijin, atrás de aeronaves e geração de energia eólica, e 50% dos negócios de fibra de carbono automotiva da empresa estão na Europa. Se restrições forem impostas ao uso de fibra de carbono, a Teijin poderá considerar otimizar seu portfólio de produtos e regiões com base no conteúdo das restrições.
O projeto de alteração à Diretiva ELV será discutido pelo Parlamento Europeu, pela Comissão Europeia — que é o órgão executivo da União Europeia — e pelo Conselho Europeu, órgão decisório. Se for adotado, a proibição deverá entrar em vigor em 2029. Mas, com a forte oposição esperada das indústrias e fabricantes afetados, o veto poderá eventualmente ser retirada.
Os fabricantes estão preocupados que as restrições ao uso de fibra de carbono em veículos se espalhem para outros produtos que fazem uso extensivo de fibra de carbono, como pás de geração de energia eólica e aeronaves. A União Europeia proibiu o uso de chumbo, mercúrio e outras substâncias em equipamentos eletrônicos em princípio, após designá-los como materiais nocivos na Diretiva ELV.
Exame - SP 10/04/2025
O Tesla Cybertruck, carro criado por Elon Musk como mais um modelo da fabricante de carros elétricos Tesla, tem gerado debates sobre seu sucesso no mercado automotivo.
Após um ano de lançamento, dados de vendas e análises de especialistas sugerem que a Cybertruck enfrenta desafios significativos para atingir as expectativas iniciais.
Inicialmente, Elon Musk projetou vendas anuais de 250 mil unidades da Cybertruck. No entanto, em seu primeiro ano completo, a Tesla comercializou cerca de 40 mil unidades, um número consideravelmente inferior à meta estabelecida.
As vendas globais da Tesla apresentaram uma redução de 13% no primeiro trimestre de 2025, totalizando 337 mil unidades, abaixo das expectativas do mercado que era de 408 mil.
Design e conformidade com normas internacionais
O design da Cybertruck, caracterizado por linhas angulares e carroceria em aço inoxidável, distancia-se da estética tradicional dos carros ao redor do mundo. Essa abordagem ousada, embora alinhada com a visão de Musk de inovar o mercado de picapes, resultou em desafios de conformidade com as normas de segurança de pedestres em alguns países, o que limita seu potencial de exportação.
A Cybertruck tem sido alvo de críticas em relação à sua funcionalidade e desempenho em condições off-road. Vídeos de "falhas da Cybertruck" e comparativos desfavoráveis com picapes tradicionais, como a Ford F-150 e a GM Silverado, têm circulado nas redes sociais, afetando a percepção do público sobre o veículo.
A Tesla não está fabricando a versão de entrada da Cybertruck que Elon Musk prometeu em 2019.
O preço da versão básica da picape, com autonomia de 250 milhas, começaria em US$ 39.900. Atualmente, a versão básica da picape, com autonomia de 325 milhas, tem preço inicial de US$ 82.235. O site de notícias automotivas Jalopnik informa que a queda no valor de revenda tornou as Cybertrucks usadas consideravelmente mais acessíveis.
O Estado de S.Paulo - SP 10/04/2025
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Márcio de Lima Leite, lamentou o atraso na regulamentação do programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover). Anunciado pelo governo Lula no ano passado, o programa foi uma promessa para reduzir as emissões de carbono e estimular a indústria.
Em sua última entrevista à imprensa à frente do cargo, nessa terça-feira, 8, Leite disse que o mercado aguarda há meses o decreto sobre as alíquotas do IPI Verde. Segundo ele, a falta de previsibilidade já impacta os investimentos.
“Há um atraso nos investimentos. Ainda não temos o número exato, mas já começamos a ver. Tem impactado investimentos do setor automotivo, não apenas os fabricantes de veículos, mas também o setor de autopeças”, afirmou Leite.
Leite será substituído no posto por Igor Calvet, o primeiro executivo contratado do mercado para presidir a entidade que representa as fábricas de automóveis.
O Mover foi sancionado por Lula em junho passado, em uma tentativa de estimular a produção de tecnologias sustentáveis na indústria automotiva. Desde então, o mercado aguarda um decreto que regulamenta o programa, a exemplo das alíquotas do chamado IPI Verde.
Exame - SP 10/04/2025
As tarifas de 25% que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs sobre o setor de autopeças e na importação de automóveis podem provocar, no curto prazo, o encolhimento em 1 milhão de veículos, passando de 15,9 milhões para 14,9 milhões o total de automóveis vendidos ao ano, indica a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O principal fator por trás dessa retração é o aumento do preço final dos veículos, estimado entre US$ 3 mil e US$ 12 mil por unidade. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea que deixa o cargo no dia 15 de março, explica que com a elevação das tarifas de importação na área o custo de produção sobe e é repassado ao consumidor.
Além da queda nas vendas, a Anfavea projeta redução no nível de emprego e na produção local. "Ainda é cedo pra dizer se isso vai acontecer também no mundo ou só nos Estados Unidos. Mas há um estudo, ainda em andamento, que aponta que o crescimento que iria ocorrer de 4% no mercado mundial não será mais [nesse patamar]. Mas de quanto será? Ainda é cedo para poder dizer", afirmou Leite na divulgação do levantamento nesta terça-feira, 8.
Produção de veículos cai 12,6% em março e Anfavea alerta para impacto de tarifas dos EUA no setor Motor taxado, freios não: tarifas de Trump sobre autopeças vão criar 'pesadelo' regulatório
EUA deve atrasar eletrificação da frota
O tarifaço de Trump no setor também deve ter um efeito direto na transição da frota para veículos eletrificados.
Como boa parte da tecnologia e dos componentes para carros e ônibus elétricos, por exemplo, é importada, a imposição de tarifas entre 25% e, em alguns casos de 50% sobre esses itens, encarece ainda mais a produção e freia o avanço desse segmento, de acordo com a associação representantes da montadoras.
O presidente da Anfavea também destaca que o governo norte-americano retirou estímulos fiscais e financeiros de US$ 7,5 mil por carro elétrico comprado e reduziu investimentos em infraestrutura voltada à mobilidade elétrica.
A perspectiva, segundo a entidade, é que os Estados Unidos fiquem para trás na corrida pela eletrificação automotiva, num momento em que outros países intensificam seus investimentos e políticas públicas na área.
China quase triplica produção de automóveis em 14 anos e reorganiza mapa de fabricação no mundo
Deslocamento de investimentos
No médio prazo, as tarifas também devem provocar um redirecionamento de investimentos pelo mundo, criando capacidade ociosa em outros países produtores, como México, Coreia do Sul e Canadá que exportam principalmente para os EUA.
O levantamento mostra que, em 2024, o México vendeu 3,2 milhões de veículos ao país. Embora aparentemente pequeno, o número representa 76% da produção mexicana. "A indústria automotiva do México é uma indústria que destina à exportação para os Estados Unidos. E isso terá uma redução que vai impactar os principais mercados da América Latina", afirma Leite.
O Canadá exportou 900 mil unidades para os EUA, o que representa 69% da produção local. Já a Coreia do Sul produziu no ano passado 1,6 milhão de unidades, 38% de sua capacidade. Apesar desses serem as nações mais impactadas pelo tarifaço – a China pouco exporta nesse setor para os EUA –, o presidente da Anfavea chama atenção para os efeitos indiretos que as tarifas terão sobre outros países.
Um dos principais pontos de atenção é o México, que tende a se beneficiar com a necessidade das montadoras de investir mais nos EUA. Isso pode gerar capacidade ociosa nas fábricas mexicanas — atualmente são 37 plantas automotivas e mais de mil fabricantes de autopeças —, que poderá ser usada para abastecer outros mercados, incluindo o Mercosul, com quem o México mantém acordo de livre comércio.
Por essa lógica, a associação projeta que o mercado latino-americano, em especial o Brasil, poderá enfrentar maior concorrência dos produtos mexicanos – que têm livre comércio com o país e menor custo de produção.
"Quando um executivo brasileiro for negociar com a matriz global investimentos para o Brasil, ele vai ter que fazer um esforço muito maior para convencer os acionistas. Eles vão questionar: por que investir no Brasil se há capacidade ociosa em outros países?", afirma Leite.
Apesar disso, a entidade avalia que o Brasil pode se beneficiar se souber aproveitar o momento para ampliar suas exportações. "Existem também oportunidades. O Brasil tem que se valer desse momento para aumentar suas exportações", diz a Anfavea.
As distorções criadas pelas tarifas impactam ainda a cadeia global do setor automotivo. Entre os efeitos esperados estão a queda da demanda mundial, o redirecionamento das exportações para outros mercados, o aumento da capacidade ociosa no mundo e uma crescente falta de previsibilidade, o que dificulta a tomada de decisão sobre novos investimentos.
Valor - SP 10/04/2025
Parceria prevê que marca chinesa terá acesso à fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, para futuramente produzir no país
A francesa Renault e a chinesa Zhejiang Geely Holding Group deram um passo importante no acordo para produção e distribuição de carros eletrificados (elétricos e híbridos) no Brasil. Durante evento nesta quarta-feira (9), as duas montadoras confirmaram que, a partir de julho, o SUV elétrico EX5 será o primeiro veículo da marca chinesa a ser vendido no país.
Com a parceria, firmada em fevereiro, a Geely terá acesso à fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR), para produção dos carros no futuro. No entanto, a montadora ressalta que os detalhes de produção ainda não estão disponíveis, já que as empresas ainda aguardam a aprovação completa do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do órgão regulatório equivalente na China para iniciar as operações.
Nesta primeira fase, a ideia é instalar 23 concessionárias dedicadas à marca Geely em 19 cidades. O objetivo final é chegar a uma cobertura com 105 concessionárias, distribuídas em todos os Estados. Uma das barreiras enfrentadas pela parceria, assim como por todo o setor, é falta de infraestrutura mais robusta para carregamento das baterias
A previsão é que as primeiras unidades do EX5, ainda vindas de fora do país, sejam vendidas a partir de julho, com a opção de pré-venda para os compradores. No mesmo mês, ocorre a primeira recomposição da alíquota de importação de eletrificados, que vai para 25%, no caso de carros elétricos, e para 30%, para carros híbridos. A tributação vai aumentar de forma progressiva até julho de 2026, quando chega a 35% para todos os tipos de motorização.
Segundo o CEO da Renault América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, apesar da coincidência, o prazo para aumento do imposto não foi determinante para a estratégia de lançamento. “Qualquer questão de benefício ou tributação reduzida é alguma coisa pontual. Nós não temos intenção de trazer um monte de carro e deixar parado”, afirmou. Uma das queixas recorrentes do setor é que algumas montadoras, principalmente chinesas, estao acelerando as importações para aproveitar o imposto menor.
Em alguns momentos, as marcas vão até ser concorrentes”
— Luiz Pedrucci
O executivo ressaltou que a parceria não altera em nada os planos já existentes da Renault, que apostou em modelos eletrificados com a linha E-Tech, que conta com Kwid, Megane e Kangoo.
“A partir desse momento, a Renault, como empresa, passa a gerenciar duas marcas. Apesar de a gente trabalhar com muitas sinergias operacionais, nós não buscamos complementariedade. Cada marca vai ter o seu espaço, os seus clientes e a sua jornada. Em alguns momentos, as marcas vão até ser concorrentes”, afirmou Pedrucci.
A chegada da Geely é mais um capítulo da onda chinesa no mercado brasileiro. Segundo dados da Anfavea, em 2024, de cada dois carros importados fora do Mercosul, um veio da China. As importações de veículos do país asiático cresceram 229% em um ano e a participação chinesa, no segmento de importados, passou de 10% para 26%.
Enquanto a concorrente da BYD e da GWM ganha impulso acelerado na distribuição, a Renault se alia a um parceiro para melhorar a sua capacidade produtiva no Paraná e acelerar o desenvolvimento de eletrificados.
Lançado há poucos meses como um produto global da Geely, o EX5 é um SUV médio, do segmento C, que promete estilo semelhante aos demais carros chineses modernos. Ou seja, combinação de central multimídia com painel digital, poucos botões e um assistente virtual que atende a 200 comandos de voz.
O motor elétrico conta com 218 cv de potência e 32,6 kgfm de torque. A única bateria disponível terá 60,2 kWh de capacidade, o que pode render até 530 km no ciclo chinês, mais otimista que o Inmetro. (*Da Autoesporte)
Infomoney - SP 10/04/2025
A montadora chinesa de veículos eletrificados BYD encaminhou entre fevereiro e março ao governo federal três pedidos para redução de tarifa de importação de carros e picapes parcialmente desmontados, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Na terça-feira (08), a associação de montadoras de veículos Anfavea defendeu que o governo federal não deve aprovar três pedidos de grupos chineses para redução de imposto de importação sobre CKDs e SKDs de carros elétricos e híbridos. As siglas se referem a kits de peças produzidas em outros país e que são usadas para montagem de veículos inteiros no Brasil. Na ocasião, a entidade não informou nomes dos grupos que fizeram os pedidos.
Procurado pela Reuters, o MDIC afirmou em nota no final da terça-feira que a BYD apresentou em 25 de fevereiro dois pedidos de redução tarifária, de 35% para 10%, que vão ficar em consulta pública até 11 de abril para depois seguirem para análise pela Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Um dos pedidos feitos em fevereiro envolve “automóvel semidesmontado, incompleto, assim classificado o automóvel que, com exceção da carroceria, se apresenta inteiro ou parcialmente desmontado, cujo consumo energético não seja superior a 0,66 megajoule por quilômetro”. O segundo pleito de fevereiro se refere a “automóvel semidesmontado, incompleto, assim classificado o automóvel que, com exceção da carroceria, se apresenta inteiro ou parcialmente desmontado, com autonomia de, no mínimo 250 quilômetros em PBEV (híbrido plugin)”.
A BYD ainda fez uma terceira requisição, em 17 de março, também para redução tarifária de 35% para 10%. Neste caso, o pleito envolve uma picape, semidesmontada, com cabine dupla e capacidade de carga de abaixo de 5 toneladas, híbrida plugin. Neste caso, o período de consulta pública vai até 1º de maio, antes de ser encaminhado para análise pela Camex, segundo a pasta.
A BYD lançou no final do ano passado uma picape híbrida plugin no Brasil chamada de Shark.
Procurada, a montadora não pode comentar o assunto de imediato.
Valor - SP 10/04/2025
Foi o melhor desempenho desde 2012 para o período, segundo a Abraciclo, associação que representa 11 montadoras instaladas no Polo Industrial de Manaus
A produção de motocicletas no Brasil no primeiro trimestre superou as 500 mil unidades e marcou o melhor desempenho desde 2012 para o período. Segundo números divulgados, na manhã desta quarta-feira (9), pela Abraciclo – associação que representa 11 montadoras instaladas no Polo Industrial de Manaus e cerca de 97% do mercado total –, foram fabricadas 501,1 mil motos entre janeiro e março, alta de 14,4% sobre o mesmo período de 2024.
Somente em março, foram montadas 158,3 mil motocicletas no polo, com crescimento de 1,4% na comparação anual e queda de 10,4% sobre fevereiro. A redução em relação ao mês anterior é explicada pelo fato de o Carnaval ter ocorrido este ano em março, reduzindo os dias de produção.
Apesar do bom desempenho do começo do ano, a Abraciclo ainda mantém a estimativa de expansão de 7,5% para a produção em 2025, atingindo 1,88 milhão de motos.
As vendas no primeiro trimestre somaram 474 mil unidades, o melhor desempenho trimestral da história do setor, com alta de 9,6% na comparação com o mesmo período de 2024. Também foi o melhor mês de março do setor, com o emplacamento de 166 mil motocicletas, crescimento de 8,7% sobre o mesmo mês do ano passado e de 6,5% em relação a fevereiro.
A projeção da Abraciclo para as vendas de motos em 2025 é de 2,02 milhões de unidades, representando expansão de 7,7% na comparação com 2024.
As exportações continuam sendo o ponto de atenção do setor. Apesar de crescimento de 2,8% no primeiro trimestre, foram embarcadas apenas 9.643 motocicletas no período. Em março foram exportadas 4 mil unidades, queda de 1,2% na comparação anual e alta de 44,8% sobre fevereiro. As estimativas do setor para o mercado externo são de exportação de 35 mil motos, alta de 13% sobre o ano passado.
Valor - SP 10/04/2025
Resultados do primeiro trimestre serão de cerca de 2,8 bi de euros (US$ 3,1 bilhões), informou a empresa, em comunicado detalhando os dados preliminares
A Volkswagen AG relatou um declínio no lucro operacional do primeiro trimestre, à medida que as montadoras começam a lidar com o impacto das tarifas dos EUA que estão aumentando os custos para o setor. Os resultados do período serão de cerca de 2,8 bilhões de euros (US$ 3,1 bilhões), informou a empresa, nesta quarta-feira (9), em comunicado detalhando os dados preliminares.
O valor, abaixo dos 4,6 bilhões de euros do ano anterior, ficou "significativamente" abaixo das expectativas do mercado, em parte devido ao impacto das tarifas americanas sobre carros em trânsito no início de abril, afirmou a montadora. A VW também citou as regulamentações de CO2 na Europa e os custos de reestruturação.
A receita foi de cerca de 78 bilhões de euros, pouco abaixo das estimativas dos analistas. As ações da Volkswagen nos EUA reduziram os ganhos após o relatório, sendo negociadas em alta de 6,8% às 14h35 em Nova York. As ações subiram após o governo americano anunciar que suspenderia tarifas mais altas na maioria dos países.
A empresa manteve sua perspectiva financeira para o ano inteiro, que não inclui os efeitos das tarifas automotivas.
Exame - SP 10/04/2025
O governo anunciou na semana passada a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) com a criação de uma nova faixa de renda para famílias com renda de até R$ 12 mil por mês e imóveis de R$ 500 mil.
Analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) consideram que está é uma notícia positiva para as incorporadoras de baixa renda sob cobertura do banco. Isso vale, sobretudo, para aquelas que já possuem operações no nicho da classe de média renda, como Cury e Direcional.
Hoje, os compradores de imóveis nessa faixa de renda são elegíveis para as condições de financiamento no SBPE com taxa média 12,7% ao ano. Caso essa taxa passe para 10,5% ao ano pelo programa graças à nova faixa, isso significa que as novas condições de financiamento devem aumentar o poder de compra das famílias em 21%. Antes, a maior faixa do programa era a 3, que atende famílias com rendimentos que variam de R$ 4.700,01 até R$ 8.000,00.
A análise do BTG Pactual também chama a atenção para o Fundo Social, a fonte adicional de recursos para a criação da nova faixa. Ele deve receber grandes fluxos de royalties de petróleo do pré-sal nos próximos anos, de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões por ano entre 2025 e 2026. Por essa razão, a equipe do banco considera que a faixa 4 deve ser sustentável.
Outra novidade aguardada é um provável aumento na elegibilidade de renda para os compradores das demais faixas.
Quais construtoras listadas serão beneficiadas?
A novidade é positiva para todas as construtoras de imóveis de baixa renda cobertas pelo BTG Pactual. Em menor grau, será positiva também para algumas empresas de médio e alto padrão que operam no nicho de média renda, como Cyrela e Eztec.
"Em nossa cobertura, Cury e Direcional devem ser os principais beneficiários, pois têm a maior exposição a essas faixas de renda, com uma faixa de 20% a 30% de suas operações no nicho de média renda do SBPE, que pode ser substituído pela nova faixa", afirmam os analistas do banco em relatório.
Já a MRV tem uma exposição menor à faixa 4, enquanto a Plano&Plano e a Tenda estão mais focadas nas duas primeiras faixas, mas também devem se beneficiar.
Divisor de águas
Em entrevista à EXAME na véspera do anúncio da nova faixa do Minha Casa, Minha Vida, o vice-presidente Comercial e de Marketing da MRV classificou a provável mudança como um "divisor de águas".
“Há uma parcela significativa da população que não se encaixava nas faixas que existiam até então, que ainda enfrentava dificuldades para financiar um imóvel. Com o anúncio, poderemos atender um público que hoje acaba ficando refém de taxas de juros muito altas no financiamento tradicional”, disse.
Ely conta que, na MRV, 13% do estoque se enquadraria a essa nova faixa, o que permitirá um aumento na velocidade das vendas da empresa.
Exame - SP 10/04/2025
O mercado da construção civil no Brasil está favorável para as construtoras que atuam no segmento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
Com o aumento da demanda por moradia e os incentivos do governo, empresas que focam nesse público têm crescido a passos largos, com obras cada vez mais modernas e eficientes.
A paulistana Munte, fundada pelo paulista Juliano Salvador, é um exemplo claro dessa tendência. Com um portfólio diversificado e ambições altas, a empresa se prepara para dobrar de tamanho e faturar 250 milhões de reais em 2025.
O início
A história da Munte começou em 2007, quando Juliano Salvador, engenheiro formado pela Universidade de São Paulo, decidiu sair de grandes construtoras e apostar no seu próprio negócio.
"Eu queria ser empresário desde moleque. Vi meu pai, que era engenheiro, passar por altos e baixos, e isso me fez perceber que o mercado era instável. Queria mudar isso na minha vida", diz Salvador. “Sempre quis ser milionário.”
O começo foi desafiador. Salvador, que até então trabalhava em grandes construtoras, como a Matec, decidiu pedir demissão para se lançar em um novo projeto.
"Eu sabia que teria que começar do zero. Não tinha o nome ou o reconhecimento de grandes empresas, mas sabia que o importante era entregar qualidade e cumprir prazos", lembra ele.
Em 2008, a Munte foi oficialmente fundada, com o primeiro projeto sendo a construção de uma escola no Jardim Anália Franco, em São Paulo.
Em seu primeiro ano, a empresa fechou contratos significativos e faturou 9 milhões de reais, o que, segundo Salvador, foi um ótimo começo.
"Fizemos algumas obras grandes, uma delas foi no shopping da Zona Sul de São Paulo e outra na Faria Lima, na Juscelino Kubitschek. Isso deu muita visibilidade à empresa", relembra.
Marca de altíssimo padrão
Depois de 16 anos, a Munte se tornou referência no setor. A empresa já executou mais de 300 contratos, incluindo projetos de grande porte, como a revitalização do Shopping Ibirapuera, o maior retrofit de fachadas da América Latina.
"O Ibirapuera é um ícone, e estamos deixando ele ainda mais moderno. São 190.000 metros quadrados de área transformada. Um projeto que nos dá muito orgulho", afirma Salvador.
Essa revitalização será concluída até o final de 2025 e inclui a modernização de todas as áreas internas e externas do shopping, que recebe mais de 1,4 milhão de visitantes mensais.
Outro marco importante da Munte foi o projeto do Instituto Baccarelli, em Heliópolis, onde estão construindo o primeiro teatro em uma favela no Brasil.
"É gratificante saber que estamos contribuindo para a educação e o futuro das crianças de uma comunidade tão importante de São Paulo. Este projeto tem um valor que vai além da obra", diz Salvador.
O teatro terá capacidade para 540 pessoas e é um passo importante para o desenvolvimento cultural da comunidade.
Além desses grandes projetos, a Munte também está apostando no mercado de luxo com o lançamento do braço Muntelier.
A marca é focada em imóveis de altíssimo padrão e já está executando casas de até 25 milhões de reais.
"Esse é um mercado que, apesar de mais nichado, não tem crise. As pessoas continuam investindo em imóveis de alto padrão, principalmente no Brasil, onde a classe média está crescendo e buscando mais qualidade de vida", afirma Salvador.
Conexão Miami-Dubai
A empresa também já tem um pipeline de novos projetos que pode totalizar 650 milhões de reais nos próximos anos.
"Estamos muito animados com o que vem pela frente. Temos projetos incríveis no radar, desde novos empreendimentos residenciais até projetos comerciais de grande porte", afirma Salvador.
A empresa também está se expandindo para outras regiões do Brasil, com novos lançamentos previstos para Campinas, São José dos Campos e Rio de Janeiro.
Além de expandir sua atuação no Brasil, a Munte também está se internacionalizando. A empresa tem um escritório em Miami desde 2019 e agora planeja abrir uma unidade em Dubai.
"A ideia é levar nossa expertise para mercados mais consolidados e diversificar ainda mais os nossos negócios", conta o empresário.
A decisão de investir nos Estados Unidos e no Oriente Médio foi baseada na economia mais estável desses locais e na oportunidade de dolarizar os negócios.
Foco em inovação
O segredo do crescimento da Munte está na capacidade de inovar e focar no cliente. A empresa foi uma das pioneiras no Brasil a adotar o conceito de Lean Construction, uma metodologia que busca reduzir desperdícios e otimizar o tempo das obras.
"Essa metodologia é um dos nossos maiores diferenciais. Conseguimos entregar projetos dentro do prazo e com o custo certo, sem perder qualidade", explica Salvador.
Além disso, a Munte também se destaca pelo uso de tecnologia de ponta, como o BIM (Modelagem da Informação da Construção), para planejar e executar obras com mais precisão.
O objetivo é evitar erros durante a construção e garantir a entrega dentro do prazo acordado.
Salvador também acredita que a personalização é essencial para o sucesso. "Cada cliente tem suas próprias necessidades e sonhos. A nossa missão é entregar não apenas uma construção, mas um espaço que seja funcional, confortável e que atenda às expectativas de quem vai morar ou trabalhar ali", afirma.
A sustentabilidade também está no DNA da Munte. A empresa tem investido em soluções ecológicas em seus projetos, como o uso de materiais sustentáveis, sistemas de eficiência energética e soluções de reaproveitamento de água.
"O mercado está pedindo mais responsabilidade ambiental. Estamos incorporando cada vez mais práticas sustentáveis, não apenas porque é tendência, mas porque acreditamos que isso faz a diferença para o futuro do país", afirma Salvador.
O futuro
O olhar da Munte para o futuro é otimista e focado na expansão. Em 2025, a empresa irá continuar sua caminhada no setor de Minha Casa Minha Vida, com novos projetos de grande porte.
"O Minha Casa Minha Vida tem sido um segmento muito importante para nós. É um mercado em que acreditamos e estamos conseguindo trazer inovação e qualidade, mesmo para empreendimentos de médio padrão", diz Salvador.
A Munte também está avançando no mercado de imóveis comerciais e industriais. A empresa está em processo de execução de grandes galpões logísticos e está orçando novos projetos no setor hospitalar e de varejo.
"Temos um portfólio bem diversificado. Queremos continuar atuando em vários segmentos, sem perder o foco na qualidade e na entrega no prazo", afirma o empresário.
Com a criação do braço Muntelier, especializado em imóveis de alto luxo, a Munte se prepara para entregar imóveis de 20 a 250 milhões de reais.
"Estamos apostando em um mercado que, apesar de ser desafiador, está em crescimento contínuo. Nossa ideia é expandir cada vez mais, tanto no Brasil quanto fora dele, sempre com a mesma missão: entregar obras que mudam vidas", diz Salvador.
Exame - SP 10/04/2025
A Cury Construtora e Incorporadora começou 2025 com forte desempenho. No primeiro trimestre, a lançou 14 empreendimentos que somam um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 2,78 bilhões — número recorde e quase o dobro do registrado no quarto trimestre do ano passado. As vendas líquidas também cresceram: subiram 48% na comparação trimestral e somaram R$ 2,1 bilhões.
O salto nas vendas vem em meio a uma estratégia de concentrar lançamentos no primeiro semestre. Das 14 novas obras, nove estão em São Paulo e cinco no Rio de Janeiro. As 9.132 unidades lançadas marcam crescimento de 125% em relação ao trimestre anterior. Mesmo com o aumento no volume, o preço médio por unidade caiu 11,6% em relação ao 4T24, para R$ 304,8 mil, reflexo do mix de produtos.
A empresa também teve melhora nos repasses e na geração de caixa. No trimestre, foi repassado R$ 1,12 bilhão, crescimento de 26,7% na base anual. A geração de caixa operacional ficou positiva em R$ 25,7 milhões — o 24° trimestre consecutivo nesse campo, segundo a companhia.
A VSO (velocidade de vendas sobre oferta) líquida foi de 45,4% no trimestre, leve alta em relação ao trimestre anterior, mas abaixo dos 47,9% do 1º trimestre do ano passado. No acumulado de 12 meses, a VSO ficou em 72,6%. Já o estoque total encerrou o trimestre em R$ 2,53 bilhões, com 99% das unidades ainda em construção.
Valor - SP 10/04/2025
Projeto mobiliza consórcios da Acciona, Odebrecht, CCCC e WeBuild; valor da obra e interferência no porto são temores
O leilão da concessão do túnel Santos-Guarujá está marcado para agosto, mas companhias do setor privado já estão mobilizadas para estudar o projeto, visto como extremamente desafiador. Fontes que acompanham o tema dizem que ao menos quatro grupos de empresas estão mobilizados. Os chineses da CCCC, com a construtora portuguesa Mota-Engil; a espanhola Acciona; a italiana WeBuild, com a Andrade Gutierrez; e a OEC (Odebrecht Engenharia e Construção), que está perto de fechar uma parceria com a EGTC, da Queiroz Galvão, e com uma terceira companhia, que viabilizaria a parte financeira do consórcio.
Segundo as fontes, a Odebrecht vinha tendo conversas com diferentes gestoras e empresas estrangeiras - como a própria WeBuild e com chineses - para viabilizar o consórcio, o que depende de um parceiro com recursos e acesso a crédito. Uma pessoa a par do tema afirmou que, com o terceiro acionista, que está em fase avançada de negociação, a equação financeira ficaria resolvida. Além disso, a construtora já teria contratado uma empresa internacional especializada em projetar esse tipo de túnel, dado que se trata de uma técnica nunca usada no Brasil.
Para o projeto em Santos, a Acciona também já firmou uma parceria com a Ballast Nedam, empresa holandesa especializada em afundamento de túneis, segundo fontes. O grupo espanhol está analisando a iniciativa há mais de um ano e está se reunindo quase quinzenalmente com o governo para discutir o projeto. Nesse processo, chegaram a acontecer conversas com a Vinci para um consórcio, mas a francesa acabou ficando de fora, afirmaram pessoas a par do tema. Porém, parte dos atores que acompanham o projeto avalia que a companhia está interessada no leilão, mas tem como prioridade outros empreendimentos de mobilidade em São Paulo, que demandam investimentos altos.
Procurada, a Acciona disse que está “constantemente analisando oportunidades” e que “o mercado brasileiro apresenta ativos relevantes”. CCCC, Odebrecht, EGTC e Andrade Gutierrez preferiram não comentar. Mota-Engil, Webuild e Ballast Nedam não responderam até o fechamento da reportagem.
A licitação é vista no mercado como bastante desafiadora, dado que a construção deverá demandar um volume elevado de recursos, utilizar uma técnica de engenharia inédita no Brasil e gerar interferências no maior porto do país. Por outro lado, o fato de tanto o governo de São Paulo quanto o federal estarem aportando recursos na obra e compartilhando riscos importantes do projeto pesa a favor da viabilidade do leilão, dizem as fontes de mercado.
Preocupações do mercado incluem taxa de retorno e valor de ‘capex’ subdimensionados, e interferências na operação do porto
Um dos problemas apontados no projeto é a taxa de retorno, que estaria desatualizada, segundo pessoas a par do tema. A percepção é que a modelagem foi feita em um cenário de juros inferiores ao patamar atual, e que, dado o risco do empreendimento, é preciso ajustar o indicador.
Outra fonte aponta também fortes riscos em relação ao cálculo do “capex” (investimento em bens de capital), estimado nos estudos em R$ 5,8 bilhões. A avaliação é que o montante está desatualizado, e que parte do projeto não traz um detalhamento suficiente e gera incertezas. Com isso, o valor previsto para a obra pode ser consideravelmente maior.
Analistas também dizem que possíveis impactos no fluxo de navios é uma preocupação. “O desafio está em tocar uma obra dessa em paralelo com a operação portuária. Há um desafio operacional para o porto e para a empreiteira”, afirma Casemiro Tércio Carvalho, sócio da 4 Infra.
Para Jennyfer Tsai, engenheira civil e consultora de infraestrutura, além das interrupções no canal de acesso, há uma preocupação quanto às áreas destinadas para a construção dos módulos que vão compor o túnel - a técnica de engenharia empregada prevê que a estrutura do túnel seja construída fora e depois afundada no local onde será imerso.
O edital prevê quatro possíveis áreas dentro do Porto de Santos onde poderão ser instalados esses estaleiros para a construção dos módulos. Porém, Tsai afirma que em todas elas há conflitos com projetos de terminais em estudo pela autoridade portuária, o que gera dúvidas sobre o uso dos terrenos. “Se nenhum deles for possível, isso vai onerar o projeto.”
Sobre o tema, a Autoridade Portuária de Santos (APS) disse que atua “para que qualquer proposta de localização esteja alinhada ao planejamento portuário vigente, assegurando a compatibilidade com os projetos estratégicos em andamento” e que “a definição da localização será responsabilidade da futura concessionária”.
Em relação às possíveis interferências no porto, a APS afirmou que “a obra do túnel, tão necessária, será feita com a maior responsabilidade e poderá ter as interrupções de navegação planejadas com antecedência, em sinergia com os terminais”.
A Secretaria de Parcerias em Investimentos de São Paulo afirmou que a implantação do túnel foi planejada para minimizar interferências na operação portuária. “A interrupção do canal de navegação está prevista para ocorrer por apenas dois dias a cada quinze, por módulo - sendo seis módulos previstos atualmente, número que pode ser reduzido”, disse, em nota. A pasta afirmou também que os parâmetros atuais de taxa de retorno e de capex “foram definidos com base em estudos robustos”.
Apesar das preocupações, fontes e analistas destacam que temas relevantes foram mitigados de forma satisfatória, por exemplo, riscos de demanda, riscos na etapa de desapropriações para as obras, riscos geológicos, entre outros. “Não vejo entraves regulatórios no projeto. A matriz de risco já trata de temas importantes”, diz Carvalho.
O leilão está marcado no dia 1º de agosto. Vencerá a disputa quem oferecer o maior desconto sobre as contraprestações anuais que serão pagas à empresa, de até R$ 304 milhões. Caso o deságio chegue a 100%, será possível ofertar também desconto sobre o aporte público, de até R$ 4,96 bilhões.
Portos e Navios - SP 10/04/2025
Durante audiência pública no Senado, na última terça-feira (8), o ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, apresentou o plano de trabalho da pasta para os próximos dois anos, destacando investimentos em aviação, modernização portuária e infraestrutura hidroviária. A audiência foi realizada em conjunto pelas comissões de Infraestrutura e de Desenvolvimento Regional, a pedido dos senadores Confúcio Moura, Professora Dorinha Seabra e Augusta Brito.
No setor portuário, o ministro destacou a movimentação recorde de 474 milhões de toneladas em 2024 e o papel dos portos nas exportações brasileiras. O senador Marcos Rogério defendeu uma abordagem intermodal para a infraestrutura nacional.
A senadora Tereza Cristina cobrou agilidade na liberação de licenças ambientais para hidrovias, consideradas fundamentais para a redução de custos logísticos. Costa Filho alertou para o atraso do Brasil na exploração desse modal, comparando com os EUA e a Europa, e anunciou investimentos de R$ 940 milhões em 2025, incluindo R$ 372 milhões para dragagem. Os senadores Jayme Campos e Esperidião Amin elogiaram os planos, com Amin sugerindo uma análise estatística mais precisa baseada no ano de 2019.
Globo Online - RJ 10/04/2025
Produtores de petróleo do Texas, tradicionalmente aliados do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, demonstraram frustração com a queda acentuada nos preços da commodity provocada pela guerra comercial iniciada pelo presidente. Nesta quarta-feira, o preço do petróleo chegou a ser negociado abaixo de US$ 60, o menor patamar em quatro anos, em meio aos temores de que o mundo mergulhe numa recessão provocada pelo tarifaço de Trump.
Mesmo que os preços voltem a US$ 65, os operadores de xisto provavelmente desligariam 25 sondas de perfuração e manteriam a produção de petróleo dos EUA estável, alertaram analistas do Citigroup no mês passado.
A queda seria ainda mais prejudicial porque a produção dos poços de xisto diminui muito mais rápido do que a dos poços convencionais no Golfo do México ou em outros lugares, caindo 60% ou mais no primeiro ano. Isso significa que é preciso perfurar novos poços apenas para manter a produção estável.
— Você vai ver a Bacia do Permiano começar a declinar com o barril a US$ 50 — disse Sheffield. — Uma vez que isso começar, será impossível voltar a aumentar a produção.
Com seus poços de fácil perfuração, a Bacia do Permiano e outras regiões de xisto transformaram os EUA em um produtor flexível no mercado global de petróleo, capaz de aumentar rapidamente a oferta quando a demanda dispara. No entanto, uma queda significativa na produção poderia colocar isso em risco.
Menor atividade de perfuração significa perda de empregos, sondas paradas e uma possível erosão da capacidade produtiva caso os preços do petróleo voltem a subir, como aconteceu após a Covid-19.
— Não acho que o governo entenda que temos uma base de funcionários e serviços excelente — disse Edwards, o ex-presidente da associação que hoje dirige uma pequena produtora independente.
Uma das companhias mais afetadas pela queda dos preços do petróleo é a Liberty Energy, empresa de fraturamento hidráulico anteriormente liderada pelo secretário de Energia dos EUA, Chris Wright. As ações caíram 37% desde os anúncios tarifários de 2 de abril.
— Esses são tempos críticos, e Chris Wright sabe disso — disse Edwards. — Ele é um dos nossos.
O Estado de S.Paulo - SP 10/04/2025
A diretora de Produção e Exploração da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse nesta quarta-feira, 9, que a queda da cotação internacional do petróleo do tipo Brent “assusta” a indústria, mas garantiu que os projetos da Petrobras são resilientes até um preço de US$ 28 por barril, valor bem inferior ao nível atual. Em uma semana, o preço do Brent despencou da casa dos US$ 75 por barril para a casa dos US$ 60, na esteira das tarifas do governo Donald Trump nos Estados Unidos.
“Vemos o Brent caindo e isso assusta. Mas todos os nossos projetos são resilientes a um Brent a US$ 28 por barril. Temos projetos resilientes para passar por altos e baixos. E quem é da indústria sabe que crises não são exceções, crise é regra, e temos momentos de calmaria entre elas. Não é para quem tem coração fraco”, disse Anjos.
A executiva reiterou que todas as carteiras de projetos da Petrobras são “resilientes” aos preços atuais e a “todas as questões” da conjuntura.
“Tudo é de longo prazo. Aprovamos os projetos resilientes, projetos que vão ser instalados daqui a dois, três, quatro, cinco anos”, disse após participar do Fórum Brasileiro de Líderes de Energia Óleo e Gás, na Fundação Getúlio Vargas. “Eu sou otimista, mas se você olhar, depois do que passamos em 2020 (pandemia de covid-19), isso aqui é brincadeira”, avaliou a executiva, referindo-se à queda do preço do petróleo devido à guerra comercial.
Questionada sobre uma possível redução do preço dos combustíveis pela estatal, como vem pleiteando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a executiva evitou comentar, por não ser decisão da sua área. Ela destacou, porém, que o aumento da produção de gás natural, outra demanda do governo, está sendo cumprida.
Silveira estava previsto para o evento, mas ficou em Brasília de “stand by” para uma possível reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informaram os organizadores do encontro.
Reposição de reservas
A diretora da Petrobras voltou a dizer que a companhia tem de repor reservas de óleo e gás, indo à Margem Equatorial, no Norte do País, para repetir o movimento que fez no Sudeste ao descobrir o pré-sal, que na prática repôs os ativos decadentes da Bacia de Campos, cujo auge foi em 2009.
“Hoje esse é o nosso desafio: manter essa produção crescente, e ter reposição de reserva. Se não, perdemos a garantia de segurança energética que o País precisa. Na década de 1970, houve falta de combustíveis. Sábado e domingo não tinha combustível nas bombas. De 2006 para cá, somos autossuficientes e não podemos deixar de ser”, disse.
“Precisamos de fronteiras exploratórias novas e, nesse sentido, é fundamental a Margem Equatorial Brasileira”, continuou, defendendo a operação da estatal na região, que aguarda licença ambiental do Ibama.
Anjos lembrou que a região de interesse da Petrobras no momento, no litoral do Amapá, tem alto fluxo de navios cargueiros e que a Margem Equatorial como um todo já teve mais de 600 poços perfurados em águas rasas sem implicações ambientais.
“O modelo que queremos testar na Margem Equatorial é o de águas profundas e ultraprofundas, e temos garantias que não vai ter nenhum problema ambiental”, disse.
TN Petróleo - RJ 10/04/2025
A BRAVA Energia registrou aumento de 80% na produção do primeiro trimestre de 2025, com uma média de 71.057 barris por dia. A produção de petróleo da companhia foi de 58.751 barris por dia no período, enquanto a produção de gás natural ficou em 12.306 barris de óleo equivalente por dia.
O FPSO Atlanta apresenta eficiência operacional acima do previsto para uma etapa ainda de testes (produção iniciada em dezembro de 2024), com dois poços produzindo dentro do planejado. A conclusão da conexão de outros dois poços deverá ocorrer ainda em abril.
Em Papa-Terra, os dados de março foram impactados por dias planejados de vazão reduzida, medida que permite a otimização de sistemas que darão mais resiliência à operação do ativo durante o ano.
A operação do Complexo Potiguar apresentou oscilação esperada em março, enquanto a Companhia implementa projetos de reativação de poços e ampliação da injeção de vapor em campos de óleo pesado do ativo. O Complexo Recôncavo registrou desempenho estável em março em relação ao mês anterior, mantendo o alto nível de eficiência operacional, justificado pela adição de poços durante o início de 2025.
A BRAVA informou, ainda, que o operador obteve, no fim de março de 2025, a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para retomada da operação no Campo de Manati, que deve ser efetivada ainda em abril. A Companhia detém participação não-operada de 45% em Manati.
Valor - SP 10/04/2025
Para Roberto Ardenghy, a volatilidade da cotação nos últimos dias reflete as instabilidades deste momento como reação dos agentes de mercado
Com as idas e vindas de tarifas dos Estados Unidos, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, afirma que ainda é cedo para dizer se haverá uma mudança estrutural na tendência de preços de petróleo. Na visão dele, a volatilidade da cotação nos últimos dias reflete as instabilidades deste momento como reação dos agentes de mercado. “O mercado de petróleo é sofisticado e sensível às notícias. O produto em si circula por muitas mãos até chegar ao consumidor final, então são muitas expectativas, que o mercado tenta antecipar.”
A cotação do petróleo nesta quarta-feira (9) corroborou a fala do executivo. A commodity do tipo Brent subiu 4,23% e fechou a US$ 65,48. A alta do dia ainda foi pequena diante da queda acumulada, de 12,03% desde o anúncio do tarifaço de Donald Trump em 2 de abril.
Os preços da commodity foram ajudados pelo anúncio do presidente americano de recuar do que havia sido decidido na semana passada. Trump informou nesta quarta que irá interromper as tarifas recíprocas por 90 dias devido à disposição dos governos de negociarem com os Estados Unidos. A exceção é para a China, que teve aumento das tarifas para 125%.
“Ainda precisamos entender como vão ficar as tarifas e como os fornecedores da cadeia global vão se rearranjar. Estamos vivendo uma guerra tarifária. O mercado de petróleo talvez seja o mais sensível a qualquer cataclisma geopolítico ou novidade que afete o mundo”, afirmou o presidente do IBP. “Qualquer protecionismo diminui o comércio internacional e gera tendência de recessão, mas ainda é cedo para dizermos se essa será a realidade.”
Além da guerra tarifária de Trump, Ardenghy diz que a decisão da Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) de aumentar a oferta da commodity em 411 mil barris por dia a partir de maio também pressionou as cotações. A decisão do grupo foi considerada por analistas como uma surpresa pelo volume da retomada de produção, que seria equivalente a três meses, com base no plano inicial do ano passado.
Para o presidente do IBP, ainda que o volume decidido pela Opep+ tenha sido maior que o esperado, o anúncio do grupo não fez o instituto brasileiro rever as estimativas para o mercado. O IBP espera que o petróleo chegue a dezembro entre US$ 80 e US$ 60 por barril, considerando um cenário mais otimista e outro mais pessimista, respectivamente.
“A decisão da Opep+ não nos fez rever estimativas porque não há mudanças na demanda. Esperamos um aumento de 4 milhões de barris por dia na demanda de 2025, em comparação com o ano passado, de 99 milhões de barris para 103 milhões”, disse.
Infomoney - SP 10/04/2025
Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram alta de 2,553 milhões de barris, a 442,345 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam queda menor, de 2,1 milhões de barris.
Os estoques de gasolina tiveram queda de 1,6 milhão barris, a 237,977 milhões de barris, enquanto a projeção era de queda de 900 mil barris.
Já os de destilados recuaram 3,544 milhões de barris, a 111,082 milhões de barris, contrariando previsão de alta de 200 mil barris.
A taxa de utilização da capacidade das refinarias subiu de 86,0% para 86,7%, praticamente em linha com a projeção de 86,6% dos analistas.
Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing tiveram alta de 681 mil barris, a 25,759 milhões de barris. A produção média diária de petróleo caiu levemente a 13,458 milhões de barris na semana.
Já os estoques das reservas especiais, conhecidas como SPRs, subiram 300 mil barris, a 396,7 milhões de barris.
O Estado de S.Paulo - SP 10/04/2025
A Brava Energia tem a perspectiva de encontrar uma solução para o desinvestimento dos campos de petróleo em que opera na Bahia ainda esse mês. A condição é uma proposta de preço que faça sentido para a empresa. O CEO da companhia, Décio Oddone, disse à Coluna que não há um negociador único do outro lado da mesa. Ou seja, a empresa segue aberta a ouvir interessados, buscando a melhor opção.
Oddone participou nesta quarta-feira, 9, de um painel em evento organizado pelo Bradesco BBI, em São Paulo, ao lado do CEO da PetroReconcavo, José Firmo, e do CEO da Origem Energia, Luiz Felipe Coutinho.
Negociações no segmento são constantes
Na conversa, Firmo afirmou ao público composto por investidores que a empresa vê e discute constantemente possibilidades de integração com outras empresas, sem grandes movimentos, que ele chama de “malabarismos de M&A (fusões e aquisições, na sigla em inglês)”.
“Não pode passar um mês sem que conversemos sobre o que se faz no mundo inteiro: ‘farm-in’, ‘farm-out’; perfurar poços juntos; integração e parcerias”, afirmou.
Questionado pela Coluna ao fim do painel, Firmo disse ter interesse nos campos da Bahia da Brava Energia, assim como se interessa por outros ativos do setor. “Os M&As vão acontecer, mas mais via parcerias e integrações. Temos interesse em ativos da Bahia, como temos em outros. Mas não existe necessidade de precipitação de nenhum dos lados”, afirmou.
Para ele, a precificação correta dos ativos é o que deve determinar o fechamento dos negócios.
Infomoney - SP 10/04/2025
Os preços do petróleo fecharam com alta de mais de 4% nesta quarta-feira, recuperando-se das mínimas de quatro anos registradas no início da sessão, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que aumentaria ainda mais as tarifas sobre a China, mas faria uma pausa nos aumentos de tarifas que anunciou na semana passada para a maioria dos outros países.
Trump autorizou uma pausa de 90 dias como parte de seu plano tarifário, mas também aumentou a taxa tarifária para a China para 125%, com vigência imediata. A tarifa de 104% sobre a China, anunciada anteriormente, havia entrado em vigor mais cedo nesta quarta-feira.
Os contratos futuros do Brent LCOc1 fecharam com alta de US$ 2,66, ou 4,23%, a US$ 65,48 por barril. Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) fecharam em alta de US$2,77, ou 4,65%, a US$62,35.
Ambos os contratos perderam cerca de 7% no início da sessão, antes da reversão.
Ibovespa Ao Vivo: Bolsa dispara 3% com Trump anunciando pausa nas tarifas
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“Chegamos a um ponto de inflexão no conflito comercial, com Trump dando aos países que demonstraram desejo de trabalhar em um acordo para se livrar das tarifas algum tempo para resolvê-lo”, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group.
“O que Trump está fazendo é colocar a China em uma ilha econômica sozinha”, disse Flynn.
A China anunciou tarifas adicionais sobre os produtos americanos, impondo tarifas de 84% sobre os produtos americanos a partir de quinta-feira, em retaliação à política tarifária do presidente Donald Trump.
No entanto, a escalada da guerra comercial entre a China e os EUA continuou a pressionar os preços do petróleo.
O conflito comercial está alimentando os temores de uma recessão global, disse o analista do UBS Giovanni Staunovo.
“Embora a demanda de petróleo provavelmente ainda não tenha sido afetada, as crescentes preocupações com uma demanda de petróleo mais fraca nos próximos meses exigem preços mais baixos para desencadear ajustes na oferta e evitar um mercado com excesso de oferta”, acrescentou Staunovo.
TN Petróleo - RJ 10/04/2025
O governador João Azevêdo entregou, na manhã desta terça-feira (8), as obras do gasoduto de Cabedelo, nas quais foram investidos mais de R$ 9,5 milhões. O projeto abrangeu a construção de 20 km de rede dos quais 12 km são da linha tronco entre Intermares e o Porto de Cabedelo, já construídas e em operação.
O gasoduto irá atender com gás canalizado clientes dos mercados residencial e comercial dos bairros de Intermares, Ponta de Campina, Poço, Camboinha, Areia Dourada, Formosa, Ponta de Mato, Centro, até o Porto de Cabedelo. Além do mercado industrial, com a oferta de gás ao Porto de Cabedelo, Moinho Dias Branco e outros empreendimentos ao longo do gasoduto.
Com a inauguração desta terça-feira, a rede de gás canalizado da Companhia Paraibana de Gás (PBGás) chega a 400 km, beneficiando os municípios de João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Conde, Alhandra, Santa Rita, Bayeux, Mamanguape, Queimadas, Ingá, Caldas Brandão (Cajá), São Miguel de Taipú, Gurinhém, Sobrado, Mogeiro e Pedras de Fogo. Neste mês de março, a PBGás superou a marca de 34 mil clientes nos segmentos residencial, comercial, industrial e postos de combustíveis.
Na ocasião, o governador João Azevêdo ressaltou que a entrega representa mais uma ação do programa Paraíba 2025/2026. “Essa é uma obra importante porque traz desenvolvimento e oferece às indústrias e às residências um combustível menos poluente. A nossa gestão tem executado grandes investimentos para promover o desenvolvimento sustentável, gerar emprego e renda, resultado do equilíbrio fiscal e financeiro do Estado”, frisou.
O secretário da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos, Deusdete Queiroga, evidenciou a realização de obras estruturantes do governo em Cabedelo. “O gasoduto é mais uma obra importante do governo em Cabedelo, que chega pela PBGás, uma empresa indutora do desenvolvimento da Paraíba. Além da Ponte do Futuro, que é um grande complexo rodoviário, a cidade tem sido contemplada com as obras do Porto de Cabedelo, o que representa geração de emprego e renda”, falou.
O presidente da PBGás, Jailson Galvão, afirmou que a cidade de Cabedelo é estratégica para o projeto de expansão da rede de gás pela quantidade de prédios, condomínios, bares e restaurantes, indústrias e o próprio Porto de Cabedelo. “A chegada do gasoduto traz desenvolvimento econômico e sustentável, o gás natural é um combustível aliado da transição energética. Esse é um marco para a PBGás porque estamos gerando infraestrutura energética para a região portuária e oferecendo as vantagens desse produto aos diversos segmentos”, sustentou.
O prefeito de Cabedelo, André Coutinho, agradeceu ao governador João Azevêdo pelos investimentos no município. “Quem ganha com as ações do governo em Cabedelo é a população, o comércio, a indústria. Estamos sendo contemplados também com a Ponte do Futuro, uma importante obra de infraestrutura rodoviária, e nós somos gratos pela parceria”, disse.
O gerente corporativo de Engenharia do Moinho Dias Branco, uma das indústrias contempladas com o gasoduto, Ivanaldo Sérgio Carvalho, destacou a importância da ação do Governo do Estado para o empreendimento. “Essa é uma obra que nos traz segurança, reduz custos, é um projeto estratégico, que permite o impulsionamento de negócios e que vai alavancar o desenvolvimento da região”, pontuou.
Prestigiaram a solenidade os deputados estaduais Chico Mendes, Luciano Cartaxo e João Gonçalves; o vice-prefeito de João Pessoa, Léo Bezerra; a vice-prefeita de Cabedelo, Camila Holanda; vereadores do município; além de auxiliares da gestão estadual, dentre eles Ricardo Barbosa (presidente da Companhia Docas), Roberto Paulino (secretário Chefe de Governo), Robson Barbosa (secretário de Energia e do PAC) e Marcelo Cavalcanti (superintendente da Superintendência de Administração do Meio Ambiente – Sudema)
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