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08 de Abril de 2025

SIDERURGIA

Globo Online - RJ   08/04/2025

Nos primeiros três meses deste ano, os Estados Unidos foram responsáveis por comprar quase metade da produção brasileira de aço e alumínio destinada ao exterior. Até março, o Brasil vendeu US$ 1,52 bilhão para os EUA, o equivalente a 47% das exportações para o mundo inteiro (US$ 3,2 bilhão). Agora, esse volume está na mira do presidente americano, Donald Trump, que implementou uma tarifa de 25% para esses produtos.

Os dados de aço, alumínio e produtos dessas categorias que podem ser afetados pela decisão de Trump foram divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

As tarifas sobre o aço foram anunciadas antes das taxas gerais — nesse caso, o Brasil será taxado em 10%. Essa tarifa específica entrou em vigor em março.

Em quilos, foram exportadas para o mundo 2.946.254.171 entre janeiro e março de 2025, um aumento de 3,9% em relação ao ano anterior. A venda para os EUA representaram 70% desse volume.

Na última sexta-feira, os dados da Balança Comercial mostraram que as importações brasileiras de produtos dos Estados Unidos cresceram 17,6% no mês de março (US$ 3,53 bilhões). Porém, de acordo com os dados, o volume de exportações apresentou uma queda de 13,3%, somando US$ 3,27 bilhões.

Mas mesmo com a queda geral das exportações para os EUA, o aço ainda se manteve em alta. As exportações brasileiras de produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço cresceram 23,9% em março, totalizando US$ 372,66 milhões.

Durante a entrevista de divulgação dos dados da balança comercial, Herlon Alves Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foi questionado se esse aumento poderia estar relacionado a uma corrida para antecipar os embarques antes da vigência das tarifas anunciadas pelos EUA. Ele afirmou que é um comportamento comum.

— Não posso fazer essa afirmação, mas posso afirmar que é um comportamento comum no comércio internacional quando se anuncia alguma medida. É um comportamento esperado, agora se foi diretamente relacionado aí talvez o próprio setor possa responder.

Setor automotivo

O setor automotivo também foi taxado por Trump, mas o impacto tende a ser menor. O Brasil exportou, neste ano, o equivalente a 12% de suas vendas ao exterior para os Estados Unidos. Em relação às exportações para o mundo todo, foram US$ 1,2 bilhão exportados, alta de 11,2% em relação a março de 2024.

Globo Online - RJ   08/04/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta segunda-feira (7) o início de uma revisão da proposta de aquisição da siderúrgica americana US Steel por parte de sua rival japonesa Nippon Steel, uma fusão bloqueada por seu antecessor Joe Biden, alegando razões de segurança nacional.

O ex-presidente americano paralisou um acordo avaliado em 14,9 bilhões de dólares (R$ 87,7 bilhões, na cotação atual) para que a companhia japonesa adquirisse a siderúrgica norte-americana, alegando motivos de segurança nacional.

"Ordeno ao Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS) que realize uma revisão da aquisição da US Steel por parte dos compradores para me ajudar a determinar se pode ser apropriado tomar novas medidas", assegurou Trump em um memorando para seu gabinete.

A revitalização do assunto reacendeu também as esperanças de um eventual acordo, informou a imprensa americana, enquanto as ações da US Steel (USS) disparavam 16% no fechamento do pregão da Bolsa de Valores de Nova York nesta segunda-feira.

As ações da Nippon Steel também subiam nesta terça-feira (data local) na bolsa de Tóquio, 11%, impulsionadas pelo anúncio de Trump.

A USS disse em comunicado enviado à AFP que a medida de Trump "valida a decisão audaz" de seu Conselho de Administração de "desafiar a ordem ilegal do presidente Biden".

David McCall, presidente do sindicato United Steelworkers, se posicionou contra a medida de Trump: "Independentemente de quanto escrutínio receba o acordo USS-Nippon proposto, não altera a ameaça urgente que representa para a nossa segurança nacional e econômica, para o futuro a longo prazo da indústria siderúrgica e dos empregos de nossos membros".

A Nippon Steel anunciou em fevereiro que apresentaria uma "proposta audaz" para investir na US Steel, anunciou um porta-voz governamental japonês.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   08/04/2025

As tarifas anunciadas recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem ter impacto duplamente negativo sobre a economia americana — aumento da inflação, com redução no crescimento. Em evento no Banco Central, em São Paulo, economistas disseram que o Federal Reserve, o Fed, equivalente do BC no país, pode não ter espaço para reduzir as taxas de juros.

Na semana passada, o líder republicano assinou um decreto impondo tarifas a quase todos os países. O anúncio levou a uma derrocada nos mercados, que chegaram a se recuperar parcialmente nesta segunda-feira após rumores de que a medida seria suspensa por 90 dias. No entanto, a Casa Branca logo negou a suspensão, levando a uma nova queda nos índices.

A guerra comercial do republicano deve se agravar na próxima quarta-feira, dia 9, quando entram em vigor impostos ainda mais elevados para outros países, como a China. Consulte abaixo, pelo nome do país, a lista completa.

Para Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, as medidas do governo Trump devem reduzir as vendas de produtos para os Estados Unidos, o que pressionaria o mercado consumidor, aumentando a inflação e reduzindo o crescimento do PIB.

Impacto sobre o câmbio é incerto

O impacto sobre o câmbio é incerto, diz o economista, mas uma economia americana muito fraca pode provocar uma aversão global ao risco — cenário que tende a fortalecer o dólar e pressionar as moedas de países emergentes.

— Normalmente uma economia americana forte significa um dólar forte. Uma economia americana fraca significa um dólar fraco. Uma economia americana muito fraca não significa um dólar muito fraco, mas um dólar forte. Por quê? Porque uma economia americana muito fraca começa a gerar uma aversão ao risco global — afirmou Salles.

O economista afirma ainda que já há sinais iniciais de que as expectativas de inflação nos Estados Unidos começam a desancorar — ou seja, investidores começam a considerar que a inflação pode estar saindo do controle. E, segundo ele, há motivos para acreditar que esse movimento deve ganhar força.

Se as expectativas de inflação permanecerem sob controle, ele diz que o Fed poderá cortar os juros para estimular a economia. Agora, se as expectativas realmente se desancorarem, o Fed teria que manter os juros altos, mesmo com a economia fraca, para tentar conter a inflação.

Fernando de Paula Rocha, economista-chefe e sócio da JGP, avalia que as tarifas devem provocar um aumento de preços nos Estados Unidos, já que haverá menos produtos chegando ao país. Com isso, a demanda tende a cair.

— Se a gente vier a pensar assim nos países produtores, nos asiáticos principalmente, eles não vão conseguir vender mais para os Estados Unidos na mesma magnitude que eles vendiam, eles vão tentar desovar no resto do mundo.

Como os EUA vão comprar menos, o que se espalha globalmente é um choque de demanda negativa — uma freada no comércio e na economia. Rocha entende que, num primeiro momento, haverá impacto desinflacionário devido à reconfiguração das cadeias globais de comércio. No entanto, ele ressalta que um real mais desvalorizado poderia atenuar esse efeito.

— Acho que poderia ter, eventualmente, falando de emergentes, um primeiro momento de menos inflação, com queda de commodity, queda de gasolina, combustível. Mas, num segundo momento, talvez o câmbio desvalorizado afete isso, quer dizer, mitigar esse efeito, talvez neutralizar até esse efeito.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/04/2025

As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2025 – a expansão da economia e o índice de inflação – ficaram estáveis na edição desta segunda-feira (7) do Boletim Focus. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).

Para este ano, a expectativa para o crescimento da economia está em 1,97%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país – também foi mantida em 1,6%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2% para os dois anos.

Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,90 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,99.
Inflação

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – para 2025 foi mantida em 5,65% nesta edição do Boletim Focus. Para 2026, a projeção da inflação ficou em 4,5%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,78%, respectivamente.

A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Puxada pela alta da energia elétrica, em fevereiro a inflação oficial ficou em 1,31%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior resultado desde março de 2022 quando tinha marcado 1,62%, e o mais alto para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%). Em 12 meses, o IPCA soma 5,06%.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 14,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

A alta do preço dos alimentos e da energia  e as incertezas em torno da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros em um ponto percentual na última reunião, em março, o quinto aumento seguido da Selic em um ciclo de contração na política monetária.

Em comunicado, o Copom informou que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação na expansão. Segundo o colegiado, a inflação cheia e os núcleos (medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia) continuam em alta. O órgão alertou que existe o risco de que a inflação de serviços permaneça alta e informou que continuará a monitorar a política econômica do governo.

Em relação às próximas reuniões, o Copom informou que elevará a Selic “em menor magnitude” na reunião de maio e não deixou pistas para o que acontecerá depois disso. Além de esperada pelo mercado financeiro, a elevação em um ponto havia sido anunciada pelo Banco Central na reunião de janeiro.

Até dezembro próximo, a estimativa do mercado financeiro é que a taxa básica suba para 15% ao ano. Para 2026, 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida para 12,5% ao ano, 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/04/2025

Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas projeções para a inflação e o crescimento do Brasil neste ano e no próximo, com as expectativas em relação ao patamar da taxa de juros em 2025 e 2026 também inalteradas, após uma semana marcada por aumento dos temores com uma guerra comercial global, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, mesma previsão da pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira se manteve em 4,50%.

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 1,97% neste ano, mesma projeção da semana anterior. Em 2026, a expectativa ficou inalterada em crescimento de 1,60%.

Sobre a política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 15,00%, no que foi a 13ª semana consecutiva com essa expectativa, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. No momento, a Selic se encontra em 14,25% ao ano.
‘Tarifaço’

O resultado vem na esteira de uma semana marcada por aumento dos temores sobre uma recessão global provocada por uma guerra comercial ampla, com os mercados reagindo ao anúncio de novas tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira passada.

Trump anunciou a implementação de uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA, com alguns países recebendo tarifas mais altas devido ao seu desequilíbrio comercial com a economia norte-americana.

Ao contrário da expectativa de agentes financeiros, as medidas de Trump ainda não provocaram negociações com os parceiros dos EUA, com China e União Europeia seguindo o caminho da retaliação, enquanto o presidente norte-americano não fornece sinais de que pode recuar. Esse cenário impulsionava as preocupações de uma guerra comercial global e uma consequente desaceleração econômica.

No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 para R$5,90, de R$5,92 na semana passada, e queda da projeção para 2026 a R$5,99, de R$6,00 anteriormente.

A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 5,52% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.

O Estado de S.Paulo - SP   08/04/2025

Quando, em 2009, a China tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil, interrompeu quase 80 anos de liderança absoluta dos EUA nessa posição. Desde então, a China se consolidou como nosso maior mercado, respondendo, sozinha, por quase um terço de todas as exportações brasileiras. Em 2023 foram US$ 104,3 bilhões; em 2024, US$ 94,4 bilhões. Também vem da China a maior parcela de produtos importados pelo Brasil: no ano passado foram US$ 63,6 bilhões, enquanto dos EUA vieram US$ 40,6 bilhões.

O Brasil se beneficiou da abertura da China ao mercado global, iniciada no final da década de 1970 – depois da conversão chinesa a uma espécie de capitalismo de Estado, totalmente controlado pelo regime comunista. Foi um ganho quase “passivo”, já que do lado brasileiro o avanço na abertura de mercado foi mínimo e a forte intervenção estatal na economia, que ainda se mantém, tenha feito do Brasil também um modelo que lembra algo do capitalismo de Estado, embora a democracia tenha sido restaurada com o fim do regime militar.

O resultado é que, com baixa competitividade e fraca diversificação internacional, o País ingressa numa nova ordem econômica mundial espremido entre dois gigantes, com forte dependência da China e poder de barganha restrito com os EUA. A busca por novos mercados recentemente passou a ser intensificada, mas já num cenário de muita apreensão e incertezas. É recomendável que o Brasil atue diplomaticamente, mas pode fortalecer-se ao buscar associações que aumentem sua importância na disputa. Afinal, como num jogo de xadrez, o valor de cada peça depende muito da posição que ela ocupa no tabuleiro.

Como advertiu, em entrevista ao Estadão, o professor Matias Spektor, da Fundação Getulio Vargas (FGV), alguns setores industriais brasileiros poderão ser varridos do mapa com “uma enxurrada de produtos chineses” redirecionados a outros mercados depois da taxação de Donald Trump de 34% à China.

O Brasil não está preparado para uma invasão generalizada de produtos da China, que, saliente-se, é muito forte no comércio de eletrônicos, produtos têxteis, brinquedos, produtos químicos e agrícolas. Trata-se de uma ameaça concreta à indústria com potencial de abrir uma crise com o governo. Basta lembrar o protesto recente das montadoras que resultou numa sobretaxa à importação dos carros elétricos chineses. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou, no início do ano, que ainda estuda apresentar ao Ministério do Desenvolvimento um pedido para que as montadoras chinesas de carros elétricos sejam investigadas por suposta prática de dumping. Essa reação deve se verificar nos demais setores afetados.

Acostumada a uma economia excessivamente fechada e protecionista, a indústria nacional passou a investir pesadamente em lobbies e proporcionalmente menos na inovação e na produtividade necessárias para enfrentar a competição global. Na outra ponta, o agronegócio, que ampliou significativamente a produção investindo em tecnologia, ocupa o topo do comércio em diversos produtos, mas fica à mercê de preços que são fixados no mercado internacional. Entre as commodities agrícolas, a soja é o destaque, e dois terços da produção são exportados, tendo a China como principal comprador. Portanto, qualquer reviravolta mundial pode afetar seriamente a balança comercial brasileira.

A acertada e rápida reação do Congresso Nacional, que aprovou por unanimidade o Projeto de Lei da Reciprocidade, que abre ao governo a possibilidade de retaliação a barreiras comerciais que possam ser consideradas injustas sem a necessidade de aprovação de organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), é muito bem-vinda num momento de incertezas como o atual. Mas deve servir apenas como uma espécie de seguro, que o País contrata na esperança firme de não usar. O jogo agora ficou mais duro e com mais interesses em disputa.

Infomoney - SP   08/04/2025

Agentes de mercado aumentaram as apostas de que o Federal Reserve cortará os juros ainda este ano e passaram a considerar a possibilidade de uma redução emergencial, antes mesmo da próxima reunião do banco central, em meio a temores de recessão global provocados pelas tarifas anunciadas pelo governo dos EUA.

Os mercados passaram a precificar 125 pontos-base de cortes até o fim do ano, o equivalente a cinco ajustes de 0,25 ponto percentual, segundo contratos de swap de juros overnight.

Embora parte do movimento tenha sido revertida, a alta foi significativa: na semana passada, apenas três cortes estavam totalmente precificados. Os swaps também apontam cerca de 40% de chance de uma redução de 25 pontos-base já na próxima semana — antes da decisão de política monetária marcada para 7 de maio.
A reprecificação rápida reflete o temor que domina os mercados globais, com o presidente dos EUA, Donald Trump, mantendo a postura firme em relação às tarifas comerciais anunciadas na semana passada. “Esqueçam os mercados por um segundo”, disse ele a jornalistas no domingo à noite.

Investidores estão se desfazendo de ativos de risco e buscando segurança nos títulos públicos, o que derrubou os rendimentos. O juro do Treasury de dois anos — mais sensível à política monetária — chegou a cair 22 pontos-base nesta segunda-feira, para 3,43%, acumulando queda de cerca de 50 pontos-base desde o anúncio das tarifas, na última quarta-feira.

“Não há boas notícias. O mercado está ficando feio”, disse Michael Brown, estrategista da Pepperstone. “O que o mercado quer é uma mudança de postura, seja da Casa Branca ou do Fed. No momento, nenhuma parece provável, o que aumenta a perspectiva de mais dor econômica e nos mercados.”

Cortes emergenciais de juros são incomuns e foram usados pela última vez pelo Fed no início da pandemia de Covid-19, em 2020. Em agosto, operadores chegaram a esperar uma medida fora do calendário quando as ações caíram diante do desmonte de posições em iene, mas o Fed manteve a linha.

Na semana passada, o volume de contratos futuros de juros com vencimento em abril disparou, encerrando a quinta-feira em nível recorde. Pelo menos uma operação de grande porte parece estruturada para lucrar com uma mudança de política monetária antes da próxima reunião do Fed, considerando a data de vencimento do contrato.

Na Europa, os títulos alemães também dispararam nesta segunda, com o rendimento do papel de dois anos recuando até 20 pontos-base, para pouco acima de 1,60%, menor nível desde outubro de 2022. Moedas de refúgio, como o iene e o franco suíço, ganharam força ante o dólar.

Recessão à vista

Nos últimos dias, o JPMorgan Chase passou a prever recessão nos EUA ainda em 2025. O economista-chefe Michael Feroli projeta que o Fed inicie os cortes em junho e mantenha a trajetória de redução a cada reunião até janeiro.

O Goldman Sachs também revisou suas projeções na semana passada. Agora, considera três cortes como cenário-base tanto para o Fed quanto para o Banco Central Europeu.

Governos ao redor do mundo correm para negociar com autoridades dos EUA e tentar reduzir as tarifas aplicadas sobre suas exportações. A incerteza sobre a possibilidade de acordos derrubou os mercados.

Operadores também reduziram apostas de cortes no BCE e no Banco da Inglaterra, diante da expectativa de que os dois precisarão agir para proteger suas economias. Nos dois casos, os swaps agora indicam três cortes de 0,25 ponto até o fim do ano, com cerca de 50% de chance de um quarto ajuste.

Ainda assim, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou na sexta-feira que não pretende agir com pressa, mesmo diante da turbulência. Em discurso, disse que a inflação ainda elevada exige cautela, já que as tarifas devem pressionar os preços temporariamente.

“Não espere que o Fed salve os mercados com um corte emergencial”, disse Elias Haddad, estrategista da Brown Brothers Harriman. “Esta é uma crise causada por decisões políticas, e não há motivo para o Fed socorrer os mercados financeiros.”

O Estado de S.Paulo - SP   08/04/2025

O choque tarifário provocado por Donald Trump abalou o comércio mundial e aumentou a incerteza na economia global. Na leitura dos analistas, a confusão criada pelo presidente dos Estados Unidos aumenta o risco de a economia norte-americana enfrentar uma recessão, um cenário que certamente afetaria o desempenho econômico de todo o mundo.

O tamanho do estrago ainda é difícil de ser mensurado pelos economistas, mas já é possível dizer que os investimentos e a cadeia global de negócios estão abalados e há uma piora na perspectiva de médio e longo prazos da economia global.

Num relatório publicado pelo Goldman Sachs na noite de domingo, 6, por exemplo, os economistas do banco aumentaram a probabilidade de recessão nos Estados Unidos de 35% para 45% nos próximos 12 meses.

“Estamos (...) elevando a probabilidade de recessão nos próximos 12 meses de 35% para 45%, após um forte aperto nas condições financeiras, boicotes de consumidores estrangeiros e um aumento contínuo na incerteza em relação à política econômica, fatores que devem reduzir os investimentos de capital mais do que havíamos assumido anteriormente”, escreveram os economistas do banco.

A sacudida de Trump na economia global já era esperada desde a eleição presidencial do ano passado e se consolidou na última quarta-feira, 2, quando ele anunciou uma taxa mínima de 10% a todos os parceiros comerciais, bem como tarifas “recíprocas” de até 49% a 60 outros parceiros comerciais.

No desenho apresentado por Trump, o Brasil entrou na tarifa mínima de 10% que entrou em vigor no sábado. As tarifas recíprocas para a China serão de 34% (além dos 20% já anunciados anteriormente), enquanto os produtos da União Europeia serão taxados em 20%. Para o Japão, Coreia do Sul e Índia, as sobretaxas serão de 24%, 25% e 26%, respectivamente. Essas taxas passam a vigorar na quarta-feira, 9.

“É um cenário agressivo de tarifação, e o mundo está com pouca boa vontade com os Estados Unidos, tendo essa ideia de retaliação”, diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. “O aumento de incerteza acaba afetando a percepção de consumidores e investidores. Quem vai consumir com intensidade? Quem investir com intensidade?”, questiona.

Na sexta-feira, 4, a China anunciou medidas retaliatórias contra os EUA e uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados do território americano. Nesta segunda-feira, 7, Trump ameaçou o país asiático de com tarifa adicional de 50%, caso essa medida não seja derrubada.

“Os impactos mudam todo o dia porque começamos a ver respostas de outros países”, diz Marcela Rocha, economista-chefe na Principal Asset Management no Brasil. “Quando analisamos as direções das tarifas anunciadas e a retaliações, especialmente da China, o que vemos é que o impacto para os Estados Unidos pode ser de uma combinação de estagflação.”

Com a escalada da guerra comercial, as Bolsas de valores de todo o mundo passaram a desabar. No Brasil, o dólar voltou a superar o patamar de R$ 5,90. Nesta segunda-feira, 7, a moeda norte-americana subiu 1,30%, cotada a R$ 5,9106.

A guerra comercial detonada por Trump em seu primeiro mandato ajuda a dimensionar qual pode ser o tamanho do atual choque tarifário para a economia global e o Brasil. De 2018 a 2019, as tarifas impostas por Trump levaram o PIB global a desacelerar de 3,6% para 2,9% de 2018 para 2019, lembra Alessandra Ribeiro, sócia e diretora de macroeconomia e análise setorial da Tendências Consultoria.

“Houve uma queda importante de 0,7 (ponto porcentual), e isso tirou 0,2 ponto de porcentagem do PIB brasileiro”, afirma Alessandra. “Nos momentos em que a economia global desacelera, o Brasil desacelera junto. É muito correlato.”

Se essa magnitude de redução do PIB se repetir agora, o crescimento econômico global deve cair dos 3,2% para algo próximo de 2,5%, segundo Alessandra. “Já estávamos num cenário de crescimento mais baixo. Um crescimento de 2,5% para a economia é bem ruim.”

Para a economia brasileira, por ora, os analistas ainda trabalham com um avanço do PIB próximo de 2% em 2025 — depois de um crescimento de 3,4% no ano passado. A leitura é que a tarifas de Trump devem prejudicar mais a indústria, mas podem, eventualmente, beneficiar o agronegócio se o País reforçar os seus laços ainda mais com a China ou se aproximar de outros países.

“A tarifa que o Trump impôs (ao Brasil) foi a menor de toda a lista. Devemos ter como efeito uma aproximação com mais intensidade dos chineses, tanto do ponto de vista de exportação como de importação. Num primeiro momento, o País tende a ter uma exportação maior, especialmente de soja e carnes neste ano, por causa desse efeito da guerra comercial aumentada entre China e Estados Unidos”, afirma Vale.

“A indústria tende a sofrer mais em termos de produção e exportação. Eu acho que esse caminho está consolidado, infelizmente. As commodities agrícolas tendem a ter um desempenho melhor”, acrescenta.

Em 2017, ano em que Trump, assumiu a presidência norte-americana pela primeira vez, a corrente de comércio (soma de importação e exportação) com os Estados Unidos era de US$ 54,6 bilhões. Em 2024, subiu a US$ 81 bilhões. Com a China, a corrente saltou de US$ 75 bilhões para US$ 158 bilhões.
Tendência de o comércio com a China crescer

“No longo prazo, a tendência é o Brasil se aproximar cada vez mais da China”, diz Vale. “A corrente de comércio do Brasil com a China é o dobro da dos Estados Unidos e tende a ficar o triplo em cinco anos.”

Há também sempre a dúvida se o governo brasileiro não vai lançar mão de novas medidas para estimular a economia num eventual cenário de desaceleração global. Como em anos anteriores, o governo voltou a antecipar o pagamento de 13.º salário de aposentados e pensionistas. Também anunciou um novo programa de consignado privado e liberou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os trabalhadores que foram demitidos e não puderam acessar o saldo retido na conta por terem aderido à modalidade de saque-aniversário.

“Temos de ter no radar outras coisas que possam vir”, afirma Alessandra. “Estamos vendo ações para sustentar o consumo doméstico. No curto prazo, você segura o impacto negativo, mas a conta vem, porque tudo isso se dá às custas de um fiscal mais complicado.”

IstoÉ Dinheiro - SP   08/04/2025

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,769 bilhão na primeira semana de abril. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 7, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,145 bilhões e importações de US$ 4,376 bilhões.

No ano, o superávit acumulado é de US$ 11,751 bilhões.

Até a primeira semana de abril, a média diária das exportações registrou alta de 11,4% em relação à média diária do mesmo mês de 2024.

O resultado se deu devido a crescimento de US$ 13,64 milhões (3,7%) em Agropecuária, avanço de US$ 19,92 milhões (5,9%) em Indústria Extrativa e aumento de US$ 126,63 milhões (19,0%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações tiveram crescimento de 9,9% na mesma comparação, com avanço de US$ 12,76 milhões (51,2%) em Agropecuária, alta de US$ 4,2 milhões (5,7%) em Indústria Extrativa e aumento de US$ 84,35 milhões (9,5%) em produtos da Indústria de Transformação.

O Estado de S.Paulo - SP   08/04/2025

As demissões voluntárias iniciaram 2025 com maior recorrência do que em 2024, em um quadro de emprego formal ainda aquecido, a despeito dos sinais de desaceleração da atividade econômica, conforme estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast. No primeiro bimestre deste ano, 37,8% de todas as dispensas de trabalhadores com carteira assinada foram voluntárias, ante uma fatia de 36,0% dos desligamentos ocorridos no acumulado de janeiro e fevereiro do ano anterior.

“Veio um emprego formal forte e meio que superou as expectativas e as projeções de geração de emprego para fevereiro. Por causa da desaceleração da atividade econômica que já vinha sendo vista no final de 2024 e início de 2025, esperávamos que isso tivesse um rebatimento mais forte no mercado de trabalho, principalmente o formal, só que não foi o que aconteceu”, ressalta a pesquisadora Janaína Feijó, do FGV Ibre.

O estudo tem como base os microdados do Novo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho. No mês de fevereiro, houve uma criação líquida de 431.995 vagas formais, um recorde da série histórica iniciada em janeiro de 2020. As demissões a pedido registraram leve queda de 1,6%, mas alcançando ainda o segundo maior valor da série histórica, 806.014 em fevereiro, ante o ápice histórico de janeiro, de 819.019 desligamentos voluntários.

As demissões a pedido somaram então 1,625 milhão no acumulado do primeiro bimestre de 2025, um crescimento de 15,5% em relação ao mesmo período de 2024, além de um salto de 32,9% em relação a 2023. Segundo a FGV, os dados “evidenciam uma tendência consistente de alta nas demissões voluntárias, indicando que os trabalhadores estão cada vez mais buscando melhores oportunidades no mercado”. Num momento de mercado de trabalho formal aquecido, jovens e trabalhadores com maior escolaridade se mostram mais propensos a pedir demissão.

A pesquisadora lembra que a tendência é de que haja um rebatimento no mercado de trabalho fruto de uma desaceleração da atividade econômica, mas isso ainda não ocorreu.

“Isso não afetou a dinâmica de empresas formais ainda no mercado de trabalho brasileiro”, diz. “Quando olhamos o resultado das admissões, percebemos que muitas pessoas estão entrando no mercado de trabalho. Então, o que acontece é que há essa migração de um posto formal para outro posto formal que tem uma maior qualidade. Pode ser que exista uma parcela desse fenômeno que possa ser atribuída ao microempreendedorismo, mas não sabemos quantificar qual é essa parcela.”

Segundo Feijó, além do fato de ter aumentado o contingente de trabalhadores atuando sob o regime de CLT, outro indício de migração de profissionais para vagas mais qualificadas no próprio mercado formal é o aumento no salário real.

“Vemos também um crescimento de pessoas contratadas com ensino médio completo ou superior completo. Isso também faz com que pessoas que têm mais qualificação consigam melhores oportunidades no mercado formal. Tudo isso faz com que essas pessoas que pedem demissão voluntariamente tenham mais oportunidades nesse mercado. Elas têm como escolher”, avalia Feijó.

Mulheres lideram as demissões voluntárias

Quanto ao perfil de quem pede demissão, as mulheres tiveram uma taxa mais alta do que a os homens. Considerando todas as dispensas de trabalhadoras mulheres, 40,2% foram a pedido no primeiro bimestre de 2024, fatia que subiu a 42,1% no primeiro bimestre de 2025. Entre as demissões de homens, 33,0% foram voluntárias no primeiro bimestre do ano passado, subindo a 34,6% no primeiro bimestre deste ano.

“Quem pede demissão é justamente quem tem maior nível educacional e pessoas que são mais jovens, de 18 a 29 anos”, aponta Feijó. “Essas características de faixas etárias mais jovens e grau de instrução mais elevado faz com que elas consigam acessar as melhores oportunidades, porque sabemos que a educação ainda é o principal fator a influenciar a contratação de um indivíduo. E pessoas mais jovens têm um custo menor de migrar de um trabalho para o outro, porque geralmente estão no início da sua fase profissional.”

Em relação à escolaridade, a proporção de demissões a pedido foi maior entre os desligamentos de trabalhadores com ensino superior completo: essa fatia subiu de 45,1% no primeiro bimestre de 2024 para 45,4% no primeiro bimestre de 2025.

Nos demais níveis educacionais, a proporção de demissões voluntárias entre os desligamentos foi menor, mas também cresceram em relação ao ano anterior: a taxa de desligamentos a pedido entre trabalhadores com ensino médio completo ou ensino superior incompleto avançou de 35,8% no primeiro bimestre de 2024 para 37,6% no primeiro bimestre de 2025; e a fatia de demissões voluntárias para postos de ensino fundamental incompleto cresceu de 29,9% para 32,5% no período.

Em relação à faixa etária, as demissões voluntárias foram mais frequentes no primeiro bimestre de 2025 entre os jovens, alcançando 46,5% das dispensas na faixa etária de menos de 17 anos e 42,8% entre aqueles de 18 a 24 anos, enquanto o grupo de 60 anos ou mais teve a menor taxa, de 27,8%.

O Estado de S.Paulo - SP   08/04/2025

Sem se deixar abater pelo colapso do mercado de ações que se estende há dias, o presidente Donald Trump ameaçou nesta segunda-feira, 7, impor tarifas adicionais à China, levantando novas preocupações de que sua iniciativa, que ele chama de “reequilíbrio da economia global”, poderia intensificar uma guerra comercial global destrutiva.

A ameaça de Trump, feita nas redes sociais, veio depois que a China disse que retaliaria as tarifas dos EUA, que o presidente anunciou na semana passada.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% (...) até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão tarifas ADICIONAIS de 50% à China, a partir de 9 de abril”, escreveu ele na Truth Social. “Além disso, todas as conversas com a China sobre as reuniões solicitadas por eles conosco serão encerradas!”

Não fica claro na mensagem do presidente americano se isso seria uma nova tarifa de 50% ou se a tarifa anunciada na quarta-feira, 2, de 34%, seria elevada para esse patamar. Se for uma nova taxa de 50%, as tarifas dos EUA sobre as importações da China anunciadas por Trump chegariam a um total de 104%.

Os novos impostos se somariam às tarifas de 20% anunciadas em fevereiro e março e às tarifas separadas de 34% anunciadas na semana passada. Isso não só poderia aumentar os preços para os consumidores americanos, como também poderia dar à China um incentivo para inundar outros países com produtos mais baratos e buscar parcerias mais profundas com outros parceiros comerciais.

Até o meio-dia desta segunda-feira, o índice Dow Jones Industrial Average havia caído 2%. O S&P 500 havia caído 1,5%, e o Nasdaq Composite estava com queda de 1,2%. A queda nos mercados foi brevemente revertida pela manhã, após uma notícia falsa de que Trump estava considerando uma pausa em seus planos tarifários. A negociação frenética, que fez com que as ações disparassem antes de despencarem novamente, mostrou como os investidores estão ansiosos por qualquer sinal de notícias encorajadoras.
Sem pausa

A conta da Casa Branca também disse que eram “notícias falsas” que Trump estava considerando uma pausa. O presidente republicano manteve suas decisões, apesar dos temores de que poderia estar empurrando os EUA para uma recessão, insistindo que suas tarifas são necessárias para reconstruir a manufatura doméstica e redefinir as relações comerciais com outros países.

“Seja forte, corajoso e paciente, e a GRANDEZA será o resultado!”, escreveu ele no Truth Social.

Ele acusou outros países de “tirar vantagem dos bons e velhos EUA” e disse que “nossos ‘líderes’ do passado são os culpados por permitir isso”. Trump também pediu ao Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) para reduzir as taxas de juros. Na sexta-feira, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou que as tarifas poderiam aumentar a inflação e disse que “há muita espera e observação em andamento, inclusive por nós”, antes que qualquer decisão seja tomada.

Os investidores esperam que o BC dos EUA reduza suas taxas de juros de referência pelo menos quatro vezes até o final deste ano, de acordo com o FedWatch do CME Group, um sinal de que as preocupações com a inflação serão eclipsadas pelos temores de demissões e de uma economia em retração.

Trump passou o fim de semana na Flórida, chegando na quinta-feira à noite para participar de um torneio financiado pela Arábia Saudita em seu campo de golfe em Miami. Ele se hospedou no Mar-a-Lago, seu clube particular em Palm Beach, e jogou golfe em duas de suas propriedades próximas.

No domingo, ele publicou um vídeo de si mesmo dando uma tacada e disse aos repórteres a bordo do Air Force One (o avião presidencial) naquela noite que havia vencido um campeonato de golfe. “É bom ganhar”, disse Trump. “Vocês ouviram que eu ganhei, certo?”

Ele também disse que não recuaria em suas tarifas, apesar da turbulência nos mercados globais. “Às vezes, é preciso tomar remédio para consertar alguma coisa”, disse Trump.

O Goldman Sachs emitiu uma nova previsão dizendo que uma recessão se tornou mais provável, mesmo que Trump volte atrás em suas tarifas. A instituição disse que o crescimento econômico desaceleraria drasticamente “após um forte aperto nas condições financeiras, boicotes de consumidores estrangeiros e um aumento contínuo na incerteza política que provavelmente deprimirá os gastos de capital mais do que supúnhamos anteriormente”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a União Europeia se concentraria no comércio com outros países além dos Estados Unidos, dizendo que há “grandes oportunidades” em outros lugares.

Trump disse que conversou com o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba para iniciar negociações comerciais. Ele reclamou no Truth Social que “eles trataram os EUA muito mal em relação ao comércio” e que “eles não levam nossos carros, mas nós levamos MILHÕES dos deles”.

Ishiba disse que comunicou a Trump que está “fortemente preocupado” com o fato de as tarifas desencorajarem os investimentos do Japão, que foi o maior investidor nos EUA nos últimos cinco anos. Ele descreveu a situação como uma “crise nacional” e disse que seu governo negociaria com Washington para instar Trump a reconsiderar as tarifas.

O assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, sugeriu que os países precisariam fazer muito mais do que simplesmente reduzir suas próprias tarifas para chegar a acordos, dizendo que teriam de fazer mudanças estruturais em seus códigos tributários e regulatórios.

“Vejamos o Vietnã”, disse ele na CNBC. “Quando eles vêm até nós e dizem: ‘Vamos chegar a zero tarifas’, isso não significa nada para nós, porque o que importa é a barreira não tarifária.”

Fissuras na coalizão

Nesta segunda-feira, Trump se reunirá com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, e espera-se que eles realizem uma coletiva de imprensa conjunta à tarde.

Trump tem se esforçado para manter uma frente unida, após as caóticas disputas internas de seu primeiro mandato. No entanto, a turbulência econômica expôs algumas fraturas em sua coalizão díspar de apoiadores.

Bill Ackman, gerente de fundos de hedge, criticou o secretário de Comércio, Howard Lutnick, no domingo, por considerá-lo “indiferente à queda do mercado de ações e da economia”. Ele disse que a Cantor Fitzgerald, a empresa financeira dirigida por Lutnick antes de ele entrar para o governo Trump, estava lucrando por causa dos investimentos em títulos.

Na segunda-feira, Ackman pediu desculpas por suas críticas, mas reiterou suas preocupações com as tarifas de Trump.

“Estou apenas frustrado ao ver o que acredito ser um grande erro de política ocorrer depois que nosso país e o presidente fizeram um enorme progresso econômico que agora está em risco devido às tarifas”, escreveu ele no X.

O principal assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse ao canal Fox News que Ackman deveria “abrandar um pouco a retórica”. Ele insistiu que outros países, e não os Estados Unidos, “suportarão o peso das tarifas”.

O bilionário Elon Musk, um dos principais conselheiros de Trump sobre a reforma do governo federal, expressou ceticismo sobre as tarifas no fim de semana. Musk disse que as tarifas aumentariam os custos da Tesla, sua montadora de automóveis elétricos.

Infomoney - SP   08/04/2025

Durante décadas, a maior fábrica de automóveis do mundo foi o complexo da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha. Mas a BYD, fabricante chinesa de carros elétricos, está construindo duas fábricas na China, cada uma capaz de produzir o dobro de carros que Wolfsburg.

Dados recentes do banco central da China mostram que bancos controlados pelo estado emprestaram US$ 1,9 trilhão a mais para tomadores industriais nos últimos quatro anos. Nas periferias de cidades por toda a China, novas fábricas estão sendo construídas dia e noite, e fábricas existentes estão sendo modernizadas com robôs e automação.

Os investimentos e avanços da China na manufatura estão gerando uma onda de exportações que ameaça causar fechamentos de fábricas e demissões não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.
“O tsunami está vindo para todos”, disse Katherine Tai, que foi representante de comércio dos Estados Unidos durante o governo do ex-presidente Joe Biden.

As altas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, anunciadas na quarta-feira, que fizeram as ações na Ásia e em outros lugares despencarem, foram a resposta mais drástica até agora ao impulso de exportação da China. Do Brasil e Indonésia ao Tailândia e União Europeia, muitos países já se moveram de forma mais discreta para aumentar as tarifas também.
Fábricas em cidades de toda a China, incluindo a instalação da Zeekr em Ningbo, estão sendo modernizadas com robôs e automação. Crédito Qilai Shen para o The New York Times.

Os líderes chineses estão furiosos com a recente proliferação de barreiras comerciais, especialmente as últimas tarifas de Trump. Eles se orgulham da alta taxa de poupança da China, longas jornadas de trabalho e abundância de engenheiros e programadores de software, além de suas legiões de eletricistas, soldadores, mecânicos, trabalhadores da construção civil e outros profissionais qualificados.

Na televisão estatal, na noite de sábado, um âncora leu solene uma declaração do governo condenando os Estados Unidos: “Está usando tarifas para subverter a ordem econômica e comercial internacional existente” para “servir aos interesses hegemônicos dos Estados Unidos.”

Cinco anos atrás, antes da bolha imobiliária estourar, guindastes erguendo torres de apartamentos pontuavam praticamente todas as cidades da China. Hoje, muitos desses guindastes desapareceram e os que restaram raramente se movem. A pedido de Pequim, os bancos rapidamente mudaram seus empréstimos do setor imobiliário para a indústria.

A China está usando mais robôs industriais do que o resto do mundo combinado, e a maioria deles é fabricada na China por empresas chinesas, embora alguns componentes ainda sejam importados. Após vários anos de crescimento rápido, as instalações gerais de novos equipamentos de fábrica já aumentaram mais 18% neste ano. Quando a Zeekr, uma fabricante chinesa de carros elétricos, abriu uma fábrica há quatro anos em Ningbo, a duas horas de carro ao sul de Xangai, a instalação tinha 500 robôs. Agora possui 820, e muitos mais estão planejados.

À medida que novas fábricas entram em operação, as exportações da China estão acelerando rapidamente. Elas aumentaram 13,3% em 2023 e mais 17,3% no ano passado.

O financiamento dos bancos estatais também está impulsionando um boom em pesquisa e desenvolvimento corporativo. A Huawei, um conglomerado que fabrica itens tão variados quanto smartphones e peças de automóveis, acaba de abrir um centro de pesquisa em Xangai para 35 mil engenheiros, que possui 10 vezes mais espaço para escritórios e laboratórios do que a sede do Google em Mountain View, Califórnia.
Novo centro de pesquisa da Huawei em Xangai, 27 de março de 2025. A instalação, com 104 edifícios projetados separadamente, possui laboratórios, escritórios e até mesmo seus próprios trens para um circuito de oito paradas. (Keith Bradsher/The New York Times)

Líderes de todo o mundo estão lutando para decidir se devem aumentar as barreiras comerciais para proteger o que resta dos setores industriais de seus países.

A China tem expandido rapidamente sua participação na manufatura global por décadas. O crescimento ocorreu principalmente à custa dos Estados Unidos e de outras potências industriais de longa data, mas também de países em desenvolvimento. A participação da China aumentou para 32% e continua crescendo, a partir de 6% em 2000.

A produção fabril da China é maior do que a soma da manufatura dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, Coreia do Sul e Grã-Bretanha.

Mesmo antes de Trump vencer um segundo mandato, os funcionários da administração Biden alertaram durante seu último ano no cargo sobre a sobrecapacidade industrial na China. Eles aumentaram algumas tarifas, notavelmente sobre carros elétricos.

Mas durante seus primeiros três anos, os funcionários da administração Biden se concentraram principalmente em controles de exportação mais rígidos para tecnologias como semicondutores de alto nível, citando preocupações de segurança nacional. Eles mantiveram tarifas de 7,5% a 25% que Trump havia imposto a metade das exportações da China para os Estados Unidos em seu primeiro mandato.

Permanece incerto como a abordagem muito mais rigorosa do presidente desta vez se desenrolará. Tarifas ocasionalmente desaceleraram o crescimento das exportações da China, mas não o pararam. Outras nações estão em alerta máximo para a possibilidade de que as exportações chinesas possam ser desviadas para outros lugares, ameaçando as economias de aliados de longa data dos EUA, como a UE e a Coreia do Sul.
Cinco anos atrás, guindastes preenchiam os horizontes da China enquanto torres de apartamentos surgiam. Agora, muitos desapareceram ou estão parados, à medida que os bancos, sob ordens de Pequim, mudam os empréstimos do setor imobiliário para a indústria. Crédito Qilai Shen para o The New York Times.

Robert E. Lighthizer, que foi representante de comércio dos EUA no primeiro mandato de Trump, disse que as últimas tarifas dos EUA “são um remédio há muito atrasado — a verdadeira causa raiz são décadas de políticas industriais chinesas que criaram uma sobrecapacidade impressionante e desequilíbrios globais.”

Globo Online - RJ   08/04/2025

A China prometeu nesta terça-feira que lutará contra as tarifas dos Estados Unidos "até o fim", depois que o presidente Donald Trump ameaçou adotar taxas adicionais, em uma nova escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta. Apesar do temor de uma recessão global provocada pelas tarifas, que resultou em uma queda expressiva das Bolsas na segunda, Trump parece descartar no momento uma pausa em sua política comercial agressiva.

A China, o principal rival econômico de Washington, mas também um parceiro comercial essencial, respondeu ao anúncio de tarifas da semana passada com medidas similares de retaliação, ao divulgar taxas de 34% sobre os produtos americanos a partir da próxima quinta-feira (9). Pouco depois, Trump reagiu com a ameaça de novas tarifas, que elevariam os impostos dos Estados Unidos sobre os produtos chineses a um total de 104%.

— Tenho um grande respeito pela China, mas não podem fazer isso — disse Trump na Casa Branca.

A China denunciou as "pressões, ameaças e chantagens" dos Estados Unidos, em declarações do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian.

Por sua vez, um porta-voz do Ministério do Comércio advertiu que "a ameaça dos Estados Unidos de aumentar as tarifas contra a China é um erro após o outro e expõe, mais uma vez, a natureza chantagista dos Estados Unidos".

"Os Estados Unidos insistem em seguir seu próprio caminho, e a China lutará até o fim", acrescentou o porta-voz, antes de explicar que o país asiático adotará "contramedidas" para defender seus "direitos e interesses", embora, ao mesmo tempo, tenha solicitado o "diálogo".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu nesta terça-feira que os países evitem uma "escalada" nas tensões comerciais, durante uma conversa com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

Von der Leyen "pediu uma resolução negociada para a situação atual e enfatizou a necessidade de evitar uma escalada", indicou a Comissão.

Já o Vietnã anunciou que comprará mais produtos americanos, incluindo equipamentos de segurança e defesa. O governo vietnamita tenta adiar a aplicação das grandes tarifas anunciadas por Washington.

O país do sudeste asiático, uma potência do setor têxtil, tem como principal mercado de suas exportações os Estados Unidos. Na semana passada, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 46% aos produtos vietnamitas, e o Vietnã pediu ao presidente americano para adiar a aplicação em 45 dias para dar tempo às negociações.

Mercados voláteis

As Bolsas registraram uma recuperação nesta terça-feira, após uma segunda-feira de quedas generalizadas nos mercados da Ásia, Europa e Estados Unidos.

Na Ásia, Tóquio fechou em alta de mais 6%, após a queda de 8% na véspera. Na Europa, os principais índices abriram em alta.

Os analistas temem que a guerra comercial provoque mais inflação, mais desemprego e menos crescimento. Trump alega que a economia dos Estados Unidos foi "saqueada" durante anos pelo resto do mundo.

Na semana passada, ele anunciou uma tarifa geral de 10% sobre todos os produtos importados, à qual são adicionadas tarifas específicas por países, incluindo os Estados da União Europeia (20%) ou o Vietnã (46%), que devem entrar em vigor na quarta-feira (9).

Os 27 países da UE tentam buscar uma resposta comum e na segunda-feira propuseram uma isenção total e recíproca de direitos alfandegários para os produtos industriais, incluindo automóveis.

"Não é suficiente", respondeu Trump, que critica a Europa por não comprar produtos industriais americanos em quantidade considerada suficiente.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou em uma entrevista ao canal Fox News que as tarifas de importação anunciadas em 2 de abril servirão para colocar os Estados Unidos em uma posição de força.

Segundo Bessent, uma vez que recebam garantias de outros países sobre como abrirão ainda mais seus mercados aos produtos americanos, "o presidente Trump estará pronto para negociar". Ele disse que "quase 70 países" já entraram em contato com Washington.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   08/04/2025

Os preços futuros do minério de ferro afundaram nesta segunda-feira, puxados pelas tarifas retaliatórias entre EUA e China que ampliaram a guerra comercial global.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 3,36%, a 762,5 iuanes (US$104,31) a tonelada.

No início da sessão, os preços caíram para 754 iuanes, valor mais baixo desde 21 de março.
O minério de ferro de maio de referência na Bolsa de Cingapura recuava 2,8%, a US$97,8 a tonelada, tendo alcançado uma mínima de quase três meses no início da sessão, a US$96,4.

Choques externos nos mercados globais, impulsionados pelas novas tarifas dos EUA, pressionarão os preços do minério de ferro no curto prazo, disse a corretora Galaxy Futures em nota.

O mercado acionário chinês recuou nesta segunda-feira diante do agravamento da disputa entre as duas maiores economias do mundo, que ameaça prejudicar os fluxos comerciais e provocar uma desaceleração na demanda global.

A China retaliou na sexta-feira com tarifas adicionais de 34% sobre todas as importações dos EUA, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma tarifa de 34% sobre a maioria dos produtos chineses.

Problemas com a guerra comercial têm ofuscado o aumento da demanda pelo ingrediente de fabricação de aço, em meio à elevação da produção pelas siderúrgicas durante a temporada de pico de construção em março e abril.

A produção de ferro gusa, normalmente usada para medir a demanda de minério de ferro, registrou um aumento mensal de 14.500 toneladas para 2,3873 milhões de toneladas, de acordo com dados da corretora Everbright Futures.

Revista Mineração - SP   08/04/2025

O terminal da Ilha Guaíba (TIG) da Vale, em Mangaratiba (RJ), acaba de implantar um sistema autônomo de operação em três máquinas de pátio, com investimentos de US$ 10 milhões. A adoção da tecnologia, que permite que os equipamentos operem sem estar tripulados, possibilitou retirar pessoas de atividades com exposição a riscos, tornando o ambiente de trabalho mais confortável e inclusivo, com ampliação da possibilidade de contratação de pessoas com deficiência.

Segundo a Vale, com o sistema autônomo também já foi possível identificar ganhos na eficiência da operação. As máquinas de pátio do TIG funcionam como empilhadeiras e recuperadoras, ou seja, empilham o minério que chega pela ferrovia no pátio e também retiram esse material do pátio, colocando em correias transportadoras. O minério segue pelas correias até o embarque nos navios.

Além disso, a mineradora ressalta que a adoção da tecnologia permitiu o aumento da taxa de recuperação em 12,3% com relação ao método manual anterior, influenciando positivamente a capacidade de produção do porto.

O vice-presidente técnico da Vale, Rafael Bittar, destaca que os investimentos em tecnologia e inovação são estratégicos, buscando aumentar a segurança e a confiabilidade das operações.

“Nossa produção é cada vez mais próxima da mineração do futuro, reduzindo a exposição das pessoas ao risco e aumentando a agilidade e a produtividade do negócio. A automação tem papel central nesta evolução e seguiremos investindo em tecnologia para aprimorar nossas operações e contribuir para que a mineração seja cada vez mais segura e sustentável”, afirma.
Tecnologia promove segurança e inclusão

Outro destaque da implantação do sistema autônomo no TIG é a melhoria das condições de trabalho dos operadores e a promoção de um ambiente de trabalho mais inclusivo e colaborativo.

“Antes, os empregados passavam a maior parte do turno na cabine das máquinas. Agora, trabalham em um ambiente administrativo, com menos exposição ao risco, mais infraestrutura e integração com outras equipes, podendo inclusive contribuir com outros processos”, aponta o diretor de Operações de Portos Sul, Leandro Luiz Barbosa.

Thainá Viana trabalha na operação de máquinas de pátio há cerca de dez anos e comemora a evolução do sistema. “A questão da segurança é fundamental, mas também ganhamos muito por estar em um ambiente mais confortável e que permite a interação e convivência com outras pessoas. Isso melhora nossa rotina e amplia nossa possibilidade de aprendizado e crescimento”, avalia.

Cerca de 70 empregados das equipes de manutenção e de operação foram treinados para trabalhar no novo sistema e nenhum empregado foi desligado por conta da adoção da tecnologia. A implantação das máquinas autônomas possibilitou que empregados com deficiência passassem a atuar na operação das máquinas de pátio.

AUTOMOTIVO

Globo Online - RJ   08/04/2025

Com as tarifas sobre importação criadas nos EUA, a indústria automotiva é uma das mais atingidas porque está baseada em um modelo de cadeias globais de produção. As montadoras começam a reagir traçando estratégias.

A Stellantis NV, dona da Jeep, está disposta a ajudar seus fornecedores a arcar com os custos das tarifas para suportar o impacto inicial da guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A montadora delineou um programa no qual os fornecedores poderiam solicitar ajuda da empresa para efetuar os pagamentos mensais das tarifas ao governo dos EUA, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto ouvia pela Bloomberg. A Stellantis se recusou a comentar.

Marlo Vitous, chefe de compras da Stellantis na América do Norte, apresentou o plano durante uma reunião com fornecedores em Detroit na semana passada, disse a fonte.

Não está claro qual percentual do custo a Stellantis está disposta a pagar, e os fornecedores teriam de cumprir diversos requisitos para se qualificar para o programa, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada ao discutir os planos, pois eles ainda não são públicos.

As discussões evidenciam como a indústria automotiva está começando a assimilar os impactos iniciais da escalada da guerra comercial de Trump.

Uma tarifa de 25% sobre importações de automóveis para os EUA entrou em vigor na última quinta-feira, enquanto uma taxa sobre peças está prevista para começar até 3 de maio. Espera-se que as medidas aumentem drasticamente os custos e desestruturem as cadeias de suprimento.

A Stellantis, que também fabrica os veículos Ram, Chrysler e Dodge, anunciou na semana passada que suspenderia temporariamente a produção em fábricas no Canadá e no México em resposta às tarifas, provocando centenas de demissões nos EUA.

A empresa e outras montadoras também lançaram descontos e outras medidas para manter os consumidores nas concessionárias.

Muitos fornecedores estão em situação financeira frágil, tendo acumulado dívidas para investir na produção de veículos elétricos que não atingiu as expectativas. Agora, alguns fabricantes de peças estão pressionando as montadoras para que os ajudem a absorver os custos das tarifas.

— Eles estão falando, com expectativa contida, sobre estarem dispostos a apoiar os fornecedores com os custos associados às tarifas — disse Mitch Zajac, advogado especializado em setor automotivo e cadeia de suprimentos na Butzel Long, em Detroit, que está assessorando clientes sobre o plano da Stellantis.

Os fabricantes de peças devem fazer os pagamentos das tarifas à Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA antes que suas mercadorias possam ser liberadas para entrada no país, disse Zajac. Em vez de aumentar o preço dos componentes nos contratos com fornecedores, a Stellantis está discutindo um pagamento mensal em valor fixo para os fornecedores elegíveis, a fim de ajudar a compensar esse custo, explicou.

— Haverá algum tipo de avaliação da criticidade das peças, talvez, ou da possibilidade de recorrer a fontes alternativas ou duplas para as peças — disse Zajac, alertando que o dinheiro não está garantido e que o processo ainda está em estágio inicial.

As ações da Stellantis caíam 6,2% por volta das 12h41 desta segunda-feira, acompanhando a queda do mercado em geral. As ações da montadora acumulam queda de cerca de 30% no ano.

Infomoney - SP   08/04/2025

A Denza, marca de luxo da montadora de veículos elétricos BYD, prepara o terreno para chegar ao Brasil. Após registrar patentes de alguns dos possíveis novos modelos, a empresa fez sua primeira publicação em uma rede social com o nome da marca nesta segunda-feira (7), em meio ao seu lançamento na Europa.

“Denza está chegando na Europa. Em breve, no Brasil”, diz uma publicação do Instagram feita por um perfil que pertence à Denza, confirmou o InfoMoney. Por enquanto, o lançamento está previsto para 2025, mas sem uma data específica divulgada. No último mês, a BYD registrou modelos como Denza D9 e Z9 junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

A marca foi fundada em 2011 como uma joint-venture entre Mercedez-Benz e BYD, mas a fabricante chinesa fez uma sequência de compras de participação da marca até retomar o controle de todas as ações em setembro de 2024, publicou a Bloomberg à época.
Nesta segunda-feira, a BYD anunciou oficialmente a chegada da Denza na Europa, em um movimento que busca competir com marcas de luxo como BMW e Mercedez-Benz.

A versão D9 registrada pela marca no Brasil é uma minivan luxuosa para 7 pessoas com versões híbridas, elétrica e plug-in na China. Versões completas podem possuir painéis, central multimídia e telas para passageiros. O Z9, também na categoria de luxo, possui versões sedã e perua, com assessórios como telas para passageiros, câmeras de estacionamento e até geladeira.

Na conversão direta de Yuan para Real, os veículos são negociados na China por valores que vão da faixa de R$ 200 mil a R$ 400 mil, valor que desconsidera custos de importação.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monitor Digital - RJ   08/04/2025

A ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), anunciado na semana passada pelo Governo Federal, tornou ainda mais favorável o cenário para quem deseja conquistar a casa própria com recursos do FGTS. Agora, famílias com renda mensal de até R$ 12 mil podem financiar imóveis de até R$ 500 mil, com prazos estendidos e condições mais acessíveis. Antes, o teto do MCMV era para imóveis de até R$ 350 mil e o programa atendia famílias com renda de até R$ 8 mil na faixa 3.

Para Thiago Ely, diretor executivo comercial da MRV&CO, a mudança vai impulsionar ainda mais as vendas e contribuir para a redução do déficit habitacional no Brasil. “Há uma parcela significativa da população que não se encaixava nas faixas que existiam até então e que ainda enfrentava dificuldades para financiar um imóvel. Com o anúncio, poderemos atender um público que hoje acaba ficando refém de taxas de juros muito altas no financiamento tradicional”, analisa.

A Faixa 4 deve beneficiar até 120 mil famílias e impulsionar o mercado de habitação econômica. Cerca de 13% do estoque atual da MRV se enquadra na nova categoria – e a expectativa é de aumento na velocidade das vendas. “A alta da Selic encarece o crédito imobiliário tradicional, mas o MCMV garante taxas entre 4% e 10,5% mais TR, sem impacto direto da Selic. Nas faixas mais baixas, os juros reais chegam a ser negativos, considerando a inflação atual”, explica Ely.

A mudança promete ser um divisor de águas para construtoras que participam do programa, entre elas a MRV. Hoje, cerca de 90% das vendas líquidas da empresa vêm do programa do Governo Federal.

“O mercado está reagindo positivamente. A combinação entre políticas públicas, iniciativas estaduais que complementam os subsídios e um ambiente de crédito mais acessível para a população de média renda cria um ciclo virtuoso, que movimenta a economia e reduz o déficit habitacional”, conclui Ely.

O cenário se torna ainda mais atrativo com o início do calendário de saque do FGTS de 2025, liberado na última sexta-feira. “Com o valor disponível, muitas famílias poderão dar entrada no imóvel ou amortizar parcelas, o que reforça o momento ideal para transformar o sonho da casa própria em realidade”, acrescenta.

A MRV registrou recordes históricos em 2024. Foram quase 40 mil unidades vendidas, com R$ 10 bilhões em vendas líquidas – crescimento de 17,4% em relação a 2023 e de 70,3% em relação a 2022. Do total, cerca de 90% das vendas ocorreram via MCMV.
Aluguel

Enquanto o financiamento pelo MCMV oferece previsibilidade, o aluguel tradicional segue pressionado. Em 2023, os reajustes médios foram de 16%, e em 2024, chegaram a 13,5% – ambos muito acima da inflação. “Quem financia um imóvel pelo MCMV paga, em muitos casos, parcelas mais baixas do que o aluguel na mesma região”, afirma Ely.

No MCMV, as condições de financiamento são significativamente mais protegidas das oscilações da taxa Selic do que no crédito imobiliário tradicional. As taxas de juros são pré-fixadas e não variam conforme a política monetária. Para as famílias de menor renda, os juros podem, inclusive, ser negativos em termos reais.

Na Faixa 1, os encargos são os mais baixos do programa, permitindo prestações que, muitas vezes, ficam abaixo do valor de mercado dos aluguéis na mesma localidade. Já nas Faixas 2 e 3, os juros variam entre 4% e 8% ao ano, acrescidos da Taxa Referencial (TR), patamar ainda bastante inferior à Selic vigente. Considerando um cenário de inflação entre 5% e 5,5%, o programa oferece, em diversos casos, taxas efetivas abaixo da inflação — um diferencial importante frente ao financiamento habitacional convencional.

Valor - SP   08/04/2025

Ao todo, a incorporadora lançou 774 unidades e vendeu 863 unidades no primeiro trimestre, o que representa uma alta de 18,9% e 12,4%, respectivamente

A incorporadora Moura Dubeux reportou aumento de 15,9% no volume de lançamentos no primeiro trimestre do ano, para 402 milhões, em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Nos três primeiros meses de 2025, as vendas e adesões líquidas avançaram 48,1%, contra o mesmo período do ano passado, somando R$ 551 milhões.

Em comparação ao trimestre imediatamente anterior, o volume caiu 12,6%, enquanto as vendas cresceram 5,8%, refletindo a postura mais cautelosa por conta do cenário econômico adverso.

“Do ponto de vista macro, o Brasil não dá bons sinais, com juros, inflação, déficit fiscal. Porém, nas praças em que a gente atua, o mercado ainda está consumindo bem. É um momento para a gente fazer uma análise”, diz Diego Villar, presidente da incorporadora, ao Valor.

Ao todo, a incorporadora lançou 774 unidades e vendeu 863 unidades no primeiro trimestre, o que representa uma alta de 18,9% e 12,4%, respectivamente frente o atingido no mesmo intervalo de 2024.

O total de distratos no trimestre foi de R$ 57 milhões, o que representa 9,4% das vendas e adesões brutas da Moura Dubeux. Com a inadimplência sob controle, Villar diz que a empresa está acelerando lançamentos no segundo trimestre.

A incorporadora deve começar a comercializar o seu maior empreendimento já lançado no Recife neste trimestre, um residencial de luxo com vista para o Rio Capibaribe, com apartamentos de 300 a 450 metros quadrados.

O executivo diz que aguarda mais clareza na economia para definir a estratégia para a segunda metade do ano. “Vamos esperar para entender para onde vai a Selic e para onde vai o desemprego”, comenta o executivo.

O nível de estoques na Região Nordeste, onde a empresa atua há 40 anos, permanecem baixos. Além disso, a região é mais impactada por benefícios sociais. “Obviamente, isso não atinge o cliente que consome nossos produtos, mas promove um maior dinamismo econômico na região”, afirma Villar.

Pelo lado negativo, o executivo diz sentir mais dificuldade de contratar mão de obra. Desde sua oferta pública inicial de ações (IPO), em 2020, a Moura Dubeux saiu de 1,2 mil funcionários para 7,2 mil. “Obviamente, o próximo salto não deve ser tão grande. A gente deve chegar a 9 mil funcionários”, diz.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   08/04/2025

A expectativa é que a expansão, que deve custar R$ 3,4 bilhões, beneficie 110 mil passageiros

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou, nesta segunda-feira (7), o início das obras de extensão da Linha 4-amarela do metrô de São Paulo até Taboão da Serra, na região metropolitana.

A previsão, segundo a gestão estadual, é que a obra seja concluída em 2028. A obra vai ligar a Vila Sônia, localizada na zona oeste, ao município da Grande São Paulo.

A expectativa é que a expansão, que deve custar R$ 3,4 bilhões, beneficie 110 mil passageiros. O contrato de expansão foi firmado em junho de 2024.

Serão ampliados 3,3 quilômetros e instaladas duas estações: a Chácara do Jockey e Taboão da Serra.

Atualmente, a linha amarela tem 12,8 km de extensão e 11 estações. Com a ampliação, terá 16,1 km e 13 estações.

Desde 2022, há um ônibus gratuito que faz o trajeto da estação Vila Sônia até o Largo do Taboão, localizado no início da cidade. Com a extensão, a previsão é que o tempo de viagem de ida e volta de toda a linha seja de 55 minutos.

Durante o anúncio, o prefeito de Taboão da Serra, Engenheiro Daniel (União Brasil), afirmou que a cidade sofre com problemas de segurança e saúde, mas o principal é o de mobilidade urbana, que deve melhorar com a entrega do metrô.

O gestor aproveitou a presença de Tarcísio de Freitas para pedir ajuda na construção de um hospital municipal – o republicano afirmou que vai ajudar.

Em fala emocionada, o governador enalteceu a importância da obra, disse que a extensão do metrô vai melhorar de qualidade de vida da população e gerar emprego.

Mais tarde, em entrevista a jornalistas, Tarcísio afirmou que a expectativa é que as novas linhas poupem tempo de viagem para descomprimir as vias. "Vamos fazer esse deslocamento aqui de Taboão para o centro em pouco mais de 20 minutos", afirmou.

Atrasos em obras

A grupo CCR foi cobrado em relação a atrasos em outras obras, como a expansão da Estação Santo Amaro, que não foi finalizada, e atrasos nas obras das linhas 8 e 9.

Márcio Hannas, presidente da divisão de mobilidade da CCR, afirmou que a empresa possui capacidade de assumir a nova obra.

"A gente não daria um passo se não tivesse condições de assumir mais esse compromisso com o Estado de São Paulo. É claro que a gente enfrenta, às vezes, dificuldades não previstas. A obra sempre tem os seus percalços, eventualmente, mas nós não temos dúvidas que esse é um projeto que a gente tem condições de fazer e vamos fazer da melhor forma", afirmou Hannas.

Tarcísio afirmou ainda que este é o início de um projeto de expansão que visa contemplar outras regiões metropolitanas de São Paulo, com o ABC e Embu das Artes.

Revista Ferroviaria - RJ   08/04/2025

A paralisação das obras do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), na Bahia, nesta semana aumenta a pressão para a venda da Bamin. A ferrovia faz parte do complexo que inclui mineração e porto, e pertence ao grupo Eurasian Resources – que, sem fôlego para continuar o desenvolvimento, busca um comprador capitalizado para o negócio.

Há dois interessados no ativo: a Brazil Iron, que já fez uma proposta mas não tem exclusividade na negociação, e um consórcio formado pela Cedro Participações, BNDES e Vale, que ainda não tomou a decisão de colocar uma oferta, apurou o Pipeline.
POD NOS TRILHOS
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

O projeto da Fiol conta com três trechos, que vão totalizar 1,5 mil quilômetros de extensão, ligando o futuro Porto de Ilhéus à cidade de Figueirópolis, no Tocantins, com conexão à Ferrovia Norte-Sul. Vai demandar quase US$ 5 bilhões em investimentos. Só para terminar o trecho 1, que está 75% concluído, o investimento estimado é de pouco menos de US$ 1 bilhão.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abriu investigação para apurar a suspensão das obras. O projeto está no escopo do novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo.

A britânica Brazil Iron fez uma proposta de US$ 1 bilhão, dado o tamanho do capex ainda pela frente, para levar a Bamin e assinou um contrato de confidencialidade – mas só passa a ter exclusividade na negociação mediante um primeiro pagamento. A empresa já teria os recursos para financiar o projeto, que envolveria financiamento de bancos, agências de exportação e parceiros operacionais, apurou o Pipeline.

A empresa está interessada principalmente na parte logística, para escoar a produção de seu projeto de minério e ferro briquetado a quente na Bahia. Se não levar a Bamin, a Brazil Iron pode tentar negociar com o comprador da empresa um acordo para usar a infraestrutura logística da Bamin.

Já a Cedro, do empresário mineiro Lucas Kallas, está em conversas com potenciais investidores, incluindo fundos árabes, para financiar o projeto em parceria com a Vale e o BNDES. A Vale não ficaria com mais de 50% do projeto, já que a mina tem uma produção relativamente pequena, de menos de um milhão de tonelada atualmente, e não teria sinergia com a operação da mineradora, que não tem projetos na região.

NAVAL

Globo Online - RJ   08/04/2025

A subsidiária da empresa de Hong Kong Hutchison Holdings teria descumprido o contrato que lhe permite operar dois portos no Canal do Panamá, segundo o resultado de uma auditoria divulgado nessa segunda-feira (7), após as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o controle da via interoceânica.

"Há muitos descumprimentos" no contrato de concessão de 1997, renovado por 25 anos, em 2021, para a Panama Ports, subsidiária da Hutchison Holdings, anunciou o controlador panamenho, Anel Flores.

Segundo o funcionário, entre outras irregularidades, o Panamá não recebeu da companhia US$ 1,2 bilhão (R$ 7 bilhões) por suas operações nos portos de Balboa (Pacífico) e Cristóbal (Atlântico). Além disso, a empresa se beneficiou de "muitas isenções fiscais" e houve irregularidades em uma auditoria prévia para justificar a renovação do contrato.

- Este é um tema muito delicado - ressaltou Flores, que também anunciou que apresentará nos próximos dias as denúncias correspondentes ao Ministério Público.

Visita de Hegseth

O anúncio do resultado da auditoria foi feito horas antes da chegada ao Panamá do chefe do Pentágono, Pete Hegseth, em meio a acusações dos Estados Unidos de uma suposta interferência da China no Canal.

Washington considera uma "ameaça" à segurança nacional e regional que uma empresa de Hong Kong opere dois portos nos extremos do canal, por onde passam 5% do comércio marítimo mundial.

No entanto, Flores negou que o anúncio do descumprimento do contrato guarde relação com a visita do secretário de Defesa americano: - Esta é uma ação autônoma do Panamá.

Analistas já haviam previsto que a auditoria apontaria supostas irregularidades, o que facilitaria a retirada da concessão da empresa chinesa pelo Panamá, para contentar Washington.

Futuro da concessão

A Controladoria, instituição autônoma encarregada de fiscalizar os fundos públicos, iniciou em janeiro uma auditoria na Panama Ports para verificar se ela cumpria o contrato que lhe permite operar os dois portos nos acessos ao canal. Esse processo começou depois que Trump ameaçou repetidas vezes tomar o controle do canal, argumentando que a China o estaria operando.

Em 4 de março, a Hutchison anunciou que venderia 43 portos em 23 países, incluindo suas operações no Panamá, para um consórcio americano. No entanto, o negócio não foi concluído em 2 de abril, conforme o previsto, pois há uma investigação de reguladores chineses.

Semanas atrás, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, disse que o resultado da auditoria determinaria o futuro da concessão. Flores informará nos próximos dias à Autoridade Marítima do Panamá sobre as irregularidades.

A Suprema Corte analisa duas ações de nulidade contra o contrato. O procurador-geral panamenho, Luis Carlos Gómez, afirmou que ele é inconstitucional.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   08/04/2025

Depois de dobrar a participação no campo de gás de Manati, na Bahia, com a compra de 10% da petroleira GeoPark no final de março, a GBS Storage parte agora para concretizar o plano de tornar o campo baiano o primeiro a estocar gás natural no Brasil, uma prática comum em outros países e que vai ajudar a dar maior flexibilidade ao mercado. O campo de Manati é um dos maiores de gás não associado ao petróleo do País. Sócio da Petrobras e da Brava no ativo, o presidente da GBS, Celso Silva, disse ao Estadão/Broadcast que a novidade deve virar realidade no início de 2027.

De acordo com Silva, a Lei do Gás abriu espaço para a implantação de estocagem subterrânea de gás natural no Brasil, e, apesar de a regulamentação ainda carecer de alguns detalhes, já é possível começar a colocar a atividade em prática. O próximo passo, informa, será bater o martelo sobre o projeto com os demais sócios, o que está previsto para maio. A Petrobras é operadora do campo, com 35%, e a Brava detém os demais 45%. Com a mudança de propósito, a governança do consórcio terá que ser modificada.

A previsão é de que a preparação do reservatório para estocagem dure cerca de 18 meses e não consuma muitos recursos, por já contar com uma infraestrutura instalada. Manati já foi um dos maiores produtores de gás não associado do Brasil, chegando a abastecer 30% do mercado. Foi escolhido em meio a 547 campos pesquisados, segundo o executivo. A ideia é estocar entre 200 e 300 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ou cinco dias de consumo do País.

“Essa tese tem sido desenvolvida por esse grupo já faz algum tempo, onde a primeira questão a ser resolvida era analisar, de fato, se existia algum local onde você pudesse fazer esse tipo de projeto no Brasil. Pegamos os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e contratamos um consultor internacional. Pegamos todos os campos existentes no Brasil, produzindo ou não, e Manati é, de longe, o mais adequado, pela localização, tamanho, dados técnicos, porosidade, impermeabilidade, enfim, tudo aquilo que a boa técnica recomendava, e a logística também”, explica Silva.

Outra vantagem é que o campo já está ligado à malha de gasodutos do Nordeste, ao terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Bahia, e próximo de um centro de consumo no Recôncavo Baiano (Aratu, Camaçari, Candeias).

“A plataforma já está lá, os poços já estão lá, a unidade de processamento de gás está lá, a unidade de compressão está lá. Então, para entrar em operação, precisamos apenas alguns ajustes em válvulas, em estações de medição. Não é um valor alto, principalmente comparado a investimentos de E&P (Exploração e Produção) é muito pouco, é um valor pequeno", informa Silva.

Manati já chegou a produzir 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia (m3/d). Quando entrou em manutenção, em março do ano passado, entregava cerca de 2 milhões de m3/d, e declinando. O declínio do campo, inclusive, foi o motivo da saída dos sócios mais focados na produção, Prio, em 2023, e GeoPark, que venderam suas participações para GBS, informou Silva.

A transação com a GeoPark, a mais recente, foi realizada por meio de uma contraprestação total de US$ 1 milhão (líquido de US$ 12 milhões de passivos relacionados a obrigações de descomissionamento ou abandono). Também envolveu ajustes de capital de giro e pagamentos contingentes, com base no desempenho do campo ou em sua potencial conversão para uma instalação de armazenamento de gás natural.

Sobra

Silva prevê que por volta de 2027, o Brasil terá uma sobra estrutural de gás natural, onde haverá momentos em que o País vai precisar do gás, e de outros em que será possível estocar. Ele cita a entrada plena da exportação de gás natural do pré-sal para a Rota 3; a importação de gás da Argentina e Bolívia; terminais de Gás Natural Liquefeito (GNL); projetos de gás em Sergipe etc.

“E também em função da intermitência da geração elétrica, em função das renováveis, da necessidade de você ter gás 100% flexível para atender as termelétricas. Também por causa de toda essa desverticalização da Petrobras, onde ela saiu da distribuição, saiu do transporte. Isso gera, no nosso entendimento, uma ferramenta para que se possa fazer esse balanceamento. Porque todo mundo sabe que no final de semana as indústrias consomem menos gás", explica.

Antes, a Petrobras fazia esse balanceamento, conta Silva, mas, depois que a estatal teve que reduzir sua predominância na distribuição e transporte, o mercado precisou criar novos instrumentos para aproveitar melhor o gás natural produzido, reduzindo assim a necessidade da queima do insumo, em linha com a transição energética. Outra alternativa seria devolver o ativo para a União em 2029, quando termina a concessão, e fazer o descomissionamento do campo. Ou, ainda, pedir mais prazo para a concessão, até esgotar o reservatório.

Com a opção para a estocagem, o consórcio terá que encerrar a concessão e pedir uma autorização da ANP e do Ibama para o novo negócio, que requer baixo investimento por já contar com uma infraestrutura instalada. O gás natural restante no reservatório será usado como base para a nova configuração. Além disso, terá de ser criada uma empresa com todos os requisitos de governança, com presidente, diretores e estatuto, que dará continuidade ao campo de Manati, que já produziu, desde que entrou em operação, em 2007, 28 bilhões de metros cúbicos de gás natural.

“Um campo, que já produziu 6 milhões de m3/d durante 17, 18 anos, levou retorno sobre o patrimônio (ROE) para os sócios, levou impostos para a Bahia, como você termina com isso tudo” Não, o que queremos dizer é que esse campo vai continuar aqui para os próximos 50, 100 anos, gerando receita, mantendo os empregos e dando toda a opcionalidade que o mercado de gás precisa”, conclui Silva.

O Estado de S.Paulo - SP   08/04/2025

Já abaladas pelo efeito Trump, as ações da Petrobras aprofundaram a desvalorização na Bolsa de Valores brasileira, a B3, nesta segunda-feira, 7, depois da divulgação de que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, procurou a estatal para pedir a redução no preço dos combustíveis. A informação sobre essa abordagem foi divulgada pela CNN Brasil.

Procurados pelo Estadão/Broadcast, o Ministério de Minas e Energia (MME) e Silveira não comentaram a informação sobre o pedido de redução de preços.

Só nesta segunda-feira, a Petrobras perdeu R$ 23,1 bilhões em valor de mercado. Com a quarta queda seguida do papel, a empresa furou o piso de setembro de 2023, recuando a R$ 445,8 bilhões. As ações ordinárias (ON) despencaram a R$ 35,63, queda de 5,57%; as preferenciais, a R$ 33,18, queda de 3,97%; e a ADR da estatal na Nyse (a Bolsa de Nova York), a US$ 11,19, queda de 5,73%

O Estadão/Broadcast apurou que Silveira apresentou à Petrobras argumentos que na avaliação do governo justificariam a viabilidade da redução de preços de combustíveis. Dentre eles, é mencionada a perspectiva do aumento da produção de petróleo pelos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+.

Na semana passada foi anunciado que a produção no mês que vem seria elevada em 411 mil barris por dia (bpd). O grupo de países mencionou “fundamentos saudáveis” e uma “perspectiva positiva” do mercado. O petróleo está em queda no mercado internacional, também puxado pelo temor de uma recessão causada pelo “tarifaço” de Trump, e consequentes retaliações de outros países.

Segundo interlocutores, o ministro Silveira fez uma argumentação à Petrobras baseada no cenário externo, reforçando o respeito à governança da companhia. Ainda de acordo com fontes, não foi apresentado um dado quantitativo de qual seria a redução nos preços considerada ideal para o governo.

Petrobras não comenta, mas mexida paira no ar

A estatal disse que não vai comentar a fala do ministro, nem apontou uma possível direção para o preço dos combustíveis.

Contudo, o analista Vitor Sousa, da Genial, afirma que tanto diesel quanto gasolina negociam com prêmio em relação à paridade com os preços internacionais (PPI), da ordem de 5%.

“Existe espaço para cortar, o problema é o Brent voltar”, disse Sousa, referindo-se à alta volatilidade do petróleo no mercado internacional. A commodity estava em queda no final de março, mas voltou a se recuperar nos primeiros dias de abril, voltando a despencar com mais força após as taxações do governo de Donald Trump.

Como lembra o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, a estatal costuma evitar transferir a volatilidade dos preços para o mercado interno, com os últimos reajustes seguindo o mantra de petróleo e dólar mais baixos, o que não é o caso no momento, com a moeda americana tocando os R$ 5,91.

Ele vê, no entanto, que a porta de reajustes da estatal nunca está totalmente fechada.
Alta do dólar deve frear queda nos preços

Apesar da queda do preço do petróleo de quase 13% no mês, o dólar segue firme, em alta de quase 4% em abril. Para Arbetman, qualquer alteração nos preços no momento vai depender do que a companhia classifica como estrutural.

“Eu, por exemplo, não esperava o último reajuste”, disse o analista se referindo à queda de 4,6% anunciada pela empresa a partir de 1º de abril, em um momento em que o preço do petróleo se recuperava e dias após o ministro Silveira fazer as mesma afirmações de agora, de que “já era hora de a Petrobras analisar a redução de preços”.

Com a queda no valor do preço do petróleo no mercado internacional, o valor dos combustíveis nas refinarias brasileiras tem ficado mais caro em relação ao preço internacional, o que pode levar a Petrobras a reajustar principalmente o preço da gasolina, há 272 dias sem alteração, aponta levantamento do Estadão/Broadcast. Uma eventual queda, porém, esbarra na alta do dólar, que se aproxima novamente dos R$ 6, refletindo a aversão ao risco por temor à recessão mundial.

Em julho passado, a gasolina teve aumento de R$ 0,20 por litro nas refinarias da estatal. Na sexta-feira, 4, o preço no Brasil estava em média 5% acima do Golfo do México, de acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

No dia 1º de abril, a Petrobras reduziu o diesel em R$ 0,17 o litro, mas não mexeu na gasolina. Apesar dessa redução, o preço do diesel continua 5% mais caro no mercado internacional do que no Brasil. A queda de preços está arrastando para baixo também as ações da estatal, que já acumulam recuo de 9,85% no mês, no caso das ações preferenciais, e de 11,6% nas ordinárias. Com isso, o valor de mercado da estatal cai hoje para R$ 450 bilhões, até aqui, o menor market cap desde dezembro de 2023.

Nos polos de importação de Itacoatiara, no Amazonas, e Aratu, na Bahia, a gasolina estava com o preço 7% acima dos preços externos no fechamento de sexta-feira, 4. Na média, o preço da gasolina está 5% mais caro do que no Golfo do México, usado como parâmetro para importação, o que poderia puxar uma redução de R$ 0,13 por litro no combustível.

Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), os contratos futuros do petróleo e seus derivados registraram uma segunda sessão consecutiva de perdas substanciais na última sexta-feira, 4, levando os preços internos para uma diferença também de 5% em relação ao mercado internacional, no cálculo da consultoria. Hoje, a depressão continua, com a commodity do tipo Brent registrando queda de 1,71%, por volta das 15h, cotada a US$ 64,28 o barril.

“Em um novo capítulo do que vem se configurando como uma guerra comercial global, a China anunciou tarifas de 34% sobre quaisquer importações norte-americanas no país, alimentando a incerteza sobre o crescimento da atividade econômica no curto prazo”, avaliou o Cbie em relatório nesta segunda-feira, ressaltando que o preço do barril foi ainda pressionado por um desempenho robusto do dólar e pela perspectiva de retorno da oferta da Opep+.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast em meados de março, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que poderia baixar os preços caso os combustíveis no Brasil fiquem muito mais caros do que os patamares praticados no mercado internacional. “Se o preço (no Brasil) ficar muito acima do mercado (externo) e enxergarmos que a tendência é essa, vamos mexer certamente. Da mesma forma, se ficar abaixo vamos mexer também”, disse Magda.

Valor - SP   08/04/2025

O projeto prevê uma unidade com capacidade de produzir 180 mil barris de petróleo por dia

A diretoria da Petrobras aprovou o projeto do novo navio-plataforma Búzios 12, que vai aumentar a produção do megacampo do pré-sal da Bacia de Santos. O projeto prevê uma unidade com capacidade de produzir 180 mil barris de petróleo por dia (barris/dia) e potencial de extração de gás natural e envio para o mercado brasileiro.

Com o sinal verde da Petrobras, segundo a diretora de exploração e produção da companhia, Sylvia Anjos, as áreas técnicas vão preparar o edital para a licitação da unidade, que deve ser realizada ainda este ano.

Anjos, em entrevista exclusiva ao Valor, contou que Búzios 12 será um hub de escoamento de gás natural de outras plataformas instaladas no campo (Búzios 8, 9, 10 e 11), cujos respectivos projetos não previam o processamento e o escoamento do gás natural para o continente.

A configuração dessas plataformas, somada à ausência de infraestrutura de escoamento, levou a Petrobras a reinjetar o gás natural nos poços. A implantação de Búzios 12, agora, abre espaço para que o gás das outras quatro plataformas possam ser transportadas para terra.

Após o início de operação do gasoduto submarino Rota 3, a produção de gás que será concentrada no hub a partir de Búzios 12 permitirá que o gás natural seja levado para a unidade de processamento (UPGN) no Complexo Boaventura (ex-Gaslub), no Rio de Janeiro.

A plataforma deve ser licitada no modelo “build, operate and transfer” (BOT), modelo no qual a plataforma é construída e operada nos primeiros anos por uma empresa que será contratada pela Petrobras, e posteriormente é transferida para a companhia.

Até então, a Petrobras vinha adotando o modelo de afretamento de plataformas, no qual a empresa contrata uma companhia para construir um FPSO e o aluga por um prazo determinado à estatal – que fica responsável por operar a unidade.

A troca pelo “BOT” deve ser feita pela estatal para os próximos FPSOs devido à dificuldade de obtenção de financiamento para construção dessas unidades pelas afretadoras. Com o "BOT", a Petrobras financia o projeto.

Agência Senado - DF   08/04/2025

Está na pauta de votações do Plenário do Senado na quarta-feira (9) um projeto de lei com incentivos para a pesquisa científica e a inovação na cadeia produtiva petrolífera. Outra proposta que está pautada é o projeto que aumenta as penas para roubo de cabos de energia.

O primeiro item da pauta é a PEC 2/2016 — do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) —, que transforma o acesso ao saneamento básico em um direito constitucional para todos os brasileiros. A proposta passará pela primeira das três sessões de discussão necessárias para votação em segundo turno.

Em seguida, passará pela segunda sessão, em primeiro turno, a PEC 37/2022, do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). A proposta inclui guardas municipais e agentes de trânsito no sistema de segurança pública.
Petróleo e gás

O PL 5.066/2020 tem por objetivo incentivar a pesquisa e a inovação na exploração de petróleo e gás natural. O autor é o senador Plínio Valério (PSDB-AM). O projeto determina que os contratos de concessão deverão ter uma cláusula para o investimento mínimo em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Pelo menos 5% seriam destinados a pesquisas para aquisição de dados geológicos, geoquímicos e geofísicos em bacias sedimentares localizadas em áreas terrestres; e 10% seriam destinados a instituições e centros de pesquisas localizados em cada uma das regiões do Brasil.

Também poderão ser beneficiadas pesquisas nas áreas de fontes renováveis de energia e sistemas de transmissão e distribuição; eficiência energético-ambiental, conservação e uso racional do petróleo, gás natural, derivados e biocombustíveis; e preservação do meio ambiente.
Roubo de cabos

O PL 4.872/2024, por sua vez, aumenta as penas para furto, roubo e receptação de fios, cabos ou equipamentos usados para fornecimento ou transmissão de energia elétrica ou de telefonia. A punição para furto deve variar de dois a oito anos de prisão. Para roubo a pena será dobrada, podendo chegar a 16 anos de reclusão. A pena também será agravada quando os equipamentos forem relacionados à infraestrutura essencial. O autor do projeto é o agora ex-deputado federal Sandro Alex (PSD-PR).

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