Valor - SP 07/04/2025
Diretor de Estatísticas no ministério, Herlon Brandão explicou que a medida entrou em vigor em 12 de março e as commodities tem embarque antecipado, ou seja, empresas embarcam bens e depois declaram
O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Herlon Brandão, afirmou nesta sexta-feira (04) que ainda não foi possível verificar o impacto da tarifa de 25% sobre a venda de aço e alumínio do Brasil para os Estados Unidos.
Ele lembrou que a medida entrou em vigor em 12 de março e que as commodities têm embarque antecipado. "Os dados de aço e alumínio estão sujeitos ao que chamamos de embarque antecipado, ou seja, as empresas embarcam os bens e depois declaram. Então tem um certo tempo entre a gente registrar na estatística, que é o que a empresa declarou, e o que foi embarcado", explicou Brandão em entrevista coletiva.
Ele disse que o embarque de aço semifaturado para os Estados Unidos cresceu 23,9% em março na comparação com igual mês de 2024. Brandão disse que pode ter havido um movimento das empresas terem antecipado o embarque para fugirem da tarifa, mas não é possível quantificar isso nas estatísticas até o momento.
"Pode ser alguma antecipação de embarque, mas a gente ainda não consegue perceber um efeito direto", disse. "Não tem nenhum efeito ainda na balança comercial a alteração na política comercial dos Estados Unidos", completou.
Previsão
Brandão afirmou que a projeção de um superávit de US$ 70,2 bilhões para o saldo da balança comercial em 2025 não leva em consideração o tarifaço promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
"Na medida em que qualquer choque influencie os fluxos, isso vai ser captado na previsão", disse Brandão. Ele lembrou que haverá uma nova projeção para o saldo em julho, mas que as exportações brasileiras tendem a ser resilientes, mesmo em momentos de choques.
"Volume da exportação brasileira é resiliente, já vimos isso em outros momentos de choque. Não é esperado que mude rapidamente o volume de exportações, as pessoas não deixarão de consumir alimentos e combustíveis", afirmou Brandão.
Ele reconheceu que o choque tarifário pode levar a uma queda, mas isso só será possível saber ao longo dos próximos meses. "Choque pode levar uma queda, claro. Por isso vamos refazer previsão em julho, devido às incertezas", afirmou, lembrando que essa revisão trimestral já acontece todo ano.
O diretor também lembrou que o saldo das exportações considera todos os países, e não somente os embarques para os Estados Unidos.
Por fim, Brandão explicou que, no começo do ano, havia incerteza sobre a trajetória das exportações e importações, por isso o Mdic divulgou uma faixa de valor para expectativa do saldo. "Agora, dados realizados até março ajudam a projetar saldo esperado para balança comercial."
Alimentos
Brandão afirmou que o impacto das tarifas zeradas de imposto importação de alguns alimentos foi marginal no resultado de março. "As tarifas entraram em vigor somente em 14 de março, então o impacto pode ficar mais claro no próximo mês."
O governo zerou o imposto de importação para café, carne bovina, milho, sardinhas, massas, biscoitos, azeite e óleo de girassol, numa tentativa de baixar a inflação dos alimentos.
O Estado de S.Paulo - SP 07/04/2025
Se o tarifaço global de Donald Trump fez um estrago no dia seguinte ao seu anúncio, a percepção de analistas é de que o setor mínero-metalúrgico no Ibovespa (o principal indicador da B3, a Bolsa de São Paulo) deve sofrer ainda mais agora que o governo da China decidiu retaliar os americanos. A soma das perdas de todas as companhias desse segmento no índice chegou a R$ 25,92 bilhões entre quinta, 3, e sexta-feira, 4 - somente a Vale com uma perda acumulada de R$ 19,79 bilhões em dois dias. Em seguida vem a Gerdau, com baixa de R$ 2,13 bilhões.
O movimento acontece em função das incertezas que se instalaram no mercado mundial após os movimentos de protecionismo feitos pelas maiores economias do mundo.
Após os EUA anunciarem tarifas de 34% aos produtos chineses, a China informou que vai impor taxas também de 34% sobre todos os itens importados dos Estados Unidos. O governo chinês informou que as tarifas passarão a valer a partir da próxima quinta-feira, 10. Haverá ainda controles sobre a exportação de minerais críticos e matérias-primas para a produção de chips.
“A percepção do mercado é de que estamos mais distantes de um acordo entre os dois países”, diz o analista de commodities (matérias-primas em dólar) da Genial, Igor Guedes. “É um sentimento muito negativo da amplitude da guerra comercial e de medo de uma recessão global provocada pelo impacto das desacelerações dos dois países.”
Na leitura do BTG Pactual, a intensificação das tensões comerciais entre EUA e China pode resultar em uma desaceleração mais acentuada da economia chinesa, o que reduziria a demanda por produtos brasileiros e os preços internacionais de commodities.
Segundo Guedes, o tarifaço de Trump deve diminuir as exportações chinesas, que era, até então, a saída econômica do país para manter a estimativa de crescimento econômico de 5% este ano.
“O que o governo chinês vem fazendo é se apoiar nas exportações, para tentar compensar a economia doméstica enfraquecida”, afirma. “A China desacelerando mais rápido e exportando menos, não sustenta produção de aço e, no momento que a siderurgia perde representatividade, a demanda por minério cai e impacta a Vale.”
‘É como se estivesse ocorrido estouro de barragem’
Guedes ressalta que o preço da ação da Vale no pregão desta sexta-feira, 4, está próximo do valor da mineradora após o desastre da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 2019. “Naquela época, chegou a R$ 49. O mercado está precificando como se estivesse ocorrido um estouro de uma barragem e isso é ruim.”
Segundo a XP, as tarifas relativamente mais altas para a China e países asiáticos podem elevar os riscos associados às tendências gerais de exportação de minério de ferro para o mercado chinês.
“O anúncio das ‘tarifas recíprocas’ de Trump gerou instabilidade no comércio internacional em todo o mundo, adicionando ao cenário incerto para as principais economias, commodities e mercados de ações”, diz a XP em relatório.
IstoÉ Dinheiro - SP 07/04/2025
Para o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, as tarifas recíprocas anunciadas pelos Estados Unidos nesta semana deveriam “acender um alerta” para possíveis novos fluxos de produtos que antes era direcionados ao país norte-americano e que, agora, podem buscar mercado no Brasil.
Na sua visão, a mudança não deve redirecionar produtos chineses, que já enfrentavam taxação nos EUA e, por isso, já exportavam menos aço para o país do presidente Donald Trump. No entanto, outras nações, como o Vietnã, podem começar esse movimento. O que, na visão do Aço Brasil seria preocupante.
“A defesa comercial tem de ser vista como algo prioritário”, afirma Lopes. Ele lembra que, na investigação de dumping do aço fino laminado a frio, que apontou a prática de dumping, o governo optou por não estabelecer taxas até o fim do processo. Para ele, esse é um indicativo de falta de urgência com o tema.
IstoÉ Dinheiro - SP 07/04/2025
A queda de 13,3% nas exportações brasileiras para os Estados Unidos em março foi influenciada pela redução nas vendas de óleos de petróleo (-90%), de instalações de equipamentos de engenharia (-21,7%), e de aeronaves e outros equipamentos (-62%), informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Já o aço bruto, que foi tarifado em 25% por Donald Trump a partir de 12 de março, registrou crescimento nas vendas aos Estados Unidos em 23,9%.
O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do MDIC, Herlon Brandão, pontuou que o aumento pode estar relacionado com eventuais antecipações de embarques que tentaram evitar a tarifa mais alta.
A pasta, no entanto, não pode confirmar essa relação de causa-efeito.
“Talvez o próprio setor possa responder, não podemos afirmar que é causa-efeito, mas é um comportamento que se observa no comércio internacional”, disse o técnico, ponderando também que os dados de aço e alumínio seguem a regra do embarque antecipado, ou seja, primeiro as empresas embarcam, e depois declaram o que foi exportado.
IstoÉ Dinheiro - SP 07/04/2025
Pequim aplicará tarifa em resposta à decisão do presidente americano de aumentar taxas cobradas para o país. Governo chinês também restringirá exportações de terras raras.A China anunciou nesta sexta-feira (04/04) a imposição de tarifas adicionais de 34% sobre as importações oriundas dos Estados Unidos, em retaliação à sobretaxa de igual valor imposta pelo presidente americano, Donald Trump, a produtos chineses anunciada há dois dias.
Em comunicado, o Ministério do Comércio do país asiático informou que as cobranças entrarão em vigor em 10 de abril. As tarifas se somam a taxas já existentes de 20% e elevam a alíquota total a 54% – mesmo nível cobrado pelos EUA.
Pequim decidiu também restringir as exportações aos EUA de terras raras, materiais essenciais para a produção de produtos de alta tecnologia, como semicondutores e baterias de veículos elétricos.
O governo chinês adicionou ainda 16 empresas americanas à lista de entidades sujeitas a controles de exportações, sob o argumento de que elas representam uma ameaça à segurança nacional e aos interesses da China.
Os chineses também formalizaram mais uma queixa no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas recíprocas. Além delas, Trump também taxou importações de aço, alumínio e veículos em 25% para todos os países.
Guerra Comercial
A troca de tarifas entre duas maiores economias do planeta aprofunda uma guerra comercial que deixa os mercados financeiros sob estresse. As bolsas da Ásia e da Europa tiveram mais uma sessão de fortes perdas, enquanto o dólar perdeu força globalmente.
A resposta chinesa é a primeira mais concreta entre as principais economias do mundo desde o anúncio do Trump na quarta-feira. O ministro da Economia da França, Eric Lombard, disse que a União Europeia não necessariamente usará tarifas retaliatórias, com o uso de instrumentos alternativos.
“A resposta pode ser muito forte, mas não devemos responder exatamente com as mesmas armas que os EUA usaram, pois, se o fizermos, isso também pode ter um efeito negativo na Europa”, afirmou à rede de notícias BFMTV.
Outras potencias globais apostam na via da negociação. Na Índia, alvo de uma tarifa de 26%, o ministério do Comércio destacou que conversa com Washington sobre a possibilidade de um acordo comercial e que “estuda as oportunidades que podem surgir dessa nova política comercial dos EUA”.
O Estado de S.Paulo - SP 07/04/2025
A balança comercial brasileira registrou um saldo positivo de US$ 8,155 bilhões em março, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O resultado, o maior valor para o mês da série histórica, representa um aumento de 13,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O superávit foi alcançado com exportações de US$ 29,178 bilhões e importações de US$ 21,023 bilhões.
O número divulgado nesta sexta-feira, referente a março, não foi impactado pelas tarifas recíprocas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira, 2, a diversos países. O Brasil foi contemplado com a menor alíquota, de 10%.
Já o aço bruto, que foi tarifado em 25% por Donald Trump a partir de 12 de março, registrou crescimento nas vendas aos Estados Unidos em 23,9% (leia mais abaixo).
Exportações
Em março, as exportações registraram alta de 5,5% na comparação com o mesmo período em 2024, devido a crescimento de US$ 1,13 bilhão (16%) em Agropecuária; queda de US$ 0,99 bilhão (-15,3%) em Indústria Extrativa e avanço de US$ 1,4 bilhão (10,1%) em produtos da Indústria de Transformação.
O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do MDIC, Herlon Brandão, pontuou que os embarques para China voltaram a crescer em março com a maior exportação da soja. O volume de soja vendida cresceu 16,5% no mês, com alta de 7% no valor.
As exportações de café aumentaram 92,7% no mês, com alta de 83,2% nos preços. Já a exportação de petróleo teve queda de 20,3%, e o minério de ferro caiu 16,5%%. No caso da carne bovina, os embarques aumentaram 40,1%.
Exportação de aço para os EUA cresce 23,9%
A queda de 13,3% nas exportações brasileiras para os Estados Unidos em março foi influenciada pela redução nas vendas de óleos de petróleo (-90%), de instalações de equipamentos de engenharia (-21,7%), e de aeronaves e outros equipamentos (-62%), informou o MDIC. Já o aço bruto, que foi tarifado em 25% por Donald Trump a partir de 12 de março, registrou crescimento nas vendas aos Estados Unidos em 23,9%.
Brandão pontuou que o aumento pode estar relacionado com eventuais antecipações de embarques que tentaram evitar a tarifa mais alta. A pasta, no entanto, não pode confirmar essa relação de causa-efeito.
“Talvez o próprio setor possa responder, não podemos afirmar que é causa-efeito, mas é um comportamento que se observa no comércio internacional”, disse o técnico, ponderando também que os dados de aço e alumínio seguem a regra do embarque antecipado, ou seja, primeiro as empresas embarcam, e depois declaram o que foi exportado.
Importações
As importações tiveram aumento de 2,6% em março ante o mesmo mês do ano passado, com aumento de US$ 0,11 bilhão (22,8%) em Agropecuária, queda de US$ 0,47 bilhão (-33,0%) em Indústria Extrativa e alta de US$ 0,88 bilhão (4,8%) em produtos da Indústria de Transformação.
Houve uma pequena queda, de 1,2%, nos bens de consumo. A queda maior nas compras foi registrada em combustíveis, com recuo de 26,9%.
A importação de veículos automóveis de passageiros caiu 38,5%, o que influenciou nas compras feitas da Argentina, que caíram 17,5% no mês, destacou Brandão.
Projeção para 2025
O MDIC projetou que a balança comercial vai fechar 2025 com superávit de US$ 70,2 bilhões, 5,4% abaixo do registrado no ano passado. No início do ano, a pasta não cravou uma expectativa para o saldo deste ano; tinha apenas apontado que a balança poderia ficar com saldo positivo de US$ 60 bilhões a US$ 80 bilhões. No ano passado, o saldo comercial foi de US$ 74,2 bilhões.
Agora, a pasta espera que as exportações somem US$ 353,1 bilhões neste ano - número 4,8% maior em relação a 2024. A projeção do início do ano era de que as exportações somassem de US$ 320 bilhões a US$ 360 bilhões em 2025. No ano passado, o valor foi de US$ 337 bilhões.
Nas importações, a expectativa é de US$ 282,9 bilhões, um avanço de 7,6% na comparação com o valor importado no ano passado, de US$ 262,9 bilhões. Na projeção do início do ano, o Mdic disse que esperava importações entre US$ 260 bilhões a US$ 280 bilhões.
Já para a corrente de comércio a previsão para 2025 é de US$ 636,1 bilhões, contra US$ 599,9 bilhões, um avanço de 6%. Em janeiro, a expectativa é de que esse dado ficasse entre US$ 580 bilhões e US$ 640 bilhões.
Globo Online - RJ 07/04/2025
As importações brasileiras de produtos dos Estados Unidos cresceram 17,6% no mês de março, totalizando US$ 3,53 bilhões. No acumulado do ano, de janeiro a março, a alta foi de 14,7%, com o volume importado atingindo US$ 10,31 bilhões.
O movimento ocorre justamente no mês em que o governo norte-americano anunciou um tarifaço sobre produtos estrangeiros, incluindo os do Brasil.
A medida, implementada pelo presidente Donald Trump no dia 2 de abril, impôs tarifas extras de 10% para produtos brasileiros, como aço e alumínio — setores onde os EUA são o principal destino de exportação do Brasil. A taxação ficou no mesmo patamar dos produtos do Reino Unido, mas abaixo dos 20% cobrados da União Europeia e dos 34% aplicados à China.
Apesar disso, o Brasil aumentou suas compras dos EUA, especialmente de produtos industrializados, eletrônicos, químicos e combustíveis.
Por outro lado, o país viu suas exportações para os EUA recuarem 13,3% em março, somando US$ 3,27 bilhões, e acumularem queda de 0,8% no trimestre, com US$ 9,66 bilhões exportados.
Esse desequilíbrio resultou em um déficit comercial de US$ 0,26 bilhões com os EUA em março, ampliando o saldo negativo para US$ 0,65 bilhões no acumulado de 2025.
Aumento na exportação de aço
Mesmo com a queda geral das exportações para os EUA, um produto se destacou: o aço. As exportações brasileiras de produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço cresceram 23,9% em março, totalizando US$ 372,66 milhões.
Durante a coletiva de divulgação dos dados da balança comercial, Herlon Alves Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foi questionado se esse aumento poderia estar relacionado a uma corrida para antecipar os embarques antes da vigência das tarifas anunciadas pelos EUA. Ele afirmou que é um comportamento comum.
— Não posso fazer essa afirmação, mas posso afirmar que é um comportamento comum no comércio internacional quando se anuncia alguma medida. É um comportamento esperado, agora se foi diretamente relacionado aí talvez o próprio setor possa responder.
Balança Comercial
No total, o Brasil fechou março com um superávit de US$ 8,15 bilhões na balança comercial, com exportações totais de US$ 29,18 bilhões (+5,5%) e importações de US$ 21,02 bilhões (+2,6%). No entanto, o saldo com os EUA foi negativo, em contraste com superávits registrados com países como Argentina (+US$ 0,58 bilhões) e China (+US$ 4,25 bilhões).
O governo divulgou nesta sexta que a balança comercial brasileira deve fechar o ano com um superávit de US$ 70,2 bilhões, queda de 5,4% em relação a 2024. Essa foi a primeira projeção para 2025.
O Estado de S.Paulo - SP 07/04/2025
A retaliação da China contra as tarifas recíprocas dos Estados Unidos deflagrou uma nova onda de preocupações e volatilidade nos mercados internacionais. A intensificação da guerra comercial amplificou a probabilidade de recessão global e dificulta possíveis acordos, segundo analistas.
O país asiático decidiu nesta sexta-feira, 4, taxar em 34% os produtos importados dos Estados Unidos. A medida veio em resposta ao tarifaço promovido pelo presidente americano, Donald Trump, e aumentou o receio de que a guerra comercial ganhe maiores proporções e prejudique tanto as economias diretamente envolvidas no conflito quanto aquelas menos afetadas pela tarifação, como é o caso do Brasil.
Em resposta, o índice de volatilidade VIX - termômetro do medo em Wall Street - saltou mais de 40%, ao maior nível desde agosto de 2024, com as bolsas de Nova York registrando perdas de mais de 3%. A reação dos mercados foi de intensificar a fuga de ativos de risco e busca por segurança em escala global. Na Europa, Milão liderava perdas, caindo mais de 7% em determinado momento da sessão, com o subíndice bancário tombando mais de 6%. Entre commodities, o cobre derretia 7%, enquanto as perdas do petróleo chegavam a 8%.
A Capital Economics classificou a reposta chinesa como “agressiva” e uma “escalada que torna um acordo comercial entre as duas superpotências como altamente improvável no curto prazo”.
“(O presidente chinês) Xi Jinping parece sentir que a economia da China é forte o suficiente para resistir a qualquer coisa que Trump faça contra ela em seguida”, diz a consultoria britânica, em nota a clientes, referindo-se ao fato de que Trump ameaçou impor tarifas adicionais a quaisquer países que respondessem com retaliação.
Cenário ‘mais perturbador’
O economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman, afirmou que a retaliação da China torna o ambiente “potencialmente mais perturbador”. Na sua visão, a maneira como a política tarifária do presidente dos Estados Unidos foi desenhada, tentando eliminar os déficits país a país dificulta uma negociação com as nações atingidas.
“Isso dificulta a negociação, torna mais provável que tenhamos retaliação. Vemos isso na China hoje, e isso torna (o cenário) potencialmente mais perturbador”, disse Kasman, em teleconferência com investidores.
Para Kasman, o relatório de emprego dos EUA de março foi um sinal claro da “resiliência subjacente” da economia americana, mas as tarifas de Trump ofuscam os números. A economia dos EUA criou 228 mil empregos em março, acima das Projeções Broadcast, que apontavam intervalo de 90 mil a 180 mil vagas, com mediana de 140 mil.
Na noite de quinta, antes do anúncio chinês desta sexta-feira, o JPMorgan já havia revisado para cima a probabilidade de recessão global e nos EUA, de 40% para 60%.
Economista sênior do Inter, André Valério estima que a intensificação da guerra comercial, especialmente se outros países se juntarem à abordagem chinesa, amplia as probabilidades de queda no comércio internacional e de recessão global.
“Tudo indica que a política tarifária de Trump será mais prejudicial ao crescimento do que à inflação. Tendo herdado uma economia robusta, com um mercado de trabalho saudável, as medidas anunciadas na quarta-feira têm o potencial de encerrar o atual ciclo de expansão da economia americana”, alerta Valério.
Para o economista, é este cenário que motiva os mercados a apostarem em queda dos juros do Federal Reserve (Fed) no curto prazo, com especulações sobre uma redução já na próxima reunião, em maio, e cerca de quatro cortes em 2025. “No Brasil, o mercado reduz a precificação de alta da Selic para maio, com uma alta residual de 25 pontos-base (0,25 ponto porcentual) ganhando força”, diz.
Situação brasileira
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, avalia que a resposta da China não é uma boa notícia, mas não piora a situação brasileira. “O dia deve ser ruim no mercado, com manutenção da aversão a risco. Ontem (quinta-feira, 3), enquanto a maior parte das bolsas estava caindo, o Brasil estava no zero a zero”, observa. “O Brasil está sendo visto como um vencedor, porque ficamos com o piso das tarifas e a importância do comércio exterior com outros países é menor”, ressalta.
Leal destaca que a economia brasileira é pouco dependente das exportações, com cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do País correspondendo às exportações. “Digamos que o impacto (da retaliação chinesa) seria marginal. Grande parte da nossa balança comercial é composta por produtos agrícolas e as pessoas terão que continuar comendo”, afirma o economista, que também avalia que o impacto seria positivo na inflação brasileira, com viés de baixa com a queda expressiva do preço das commodities ao redor do mundo.
Segundo o economista, a tendência para o câmbio é de dólar mais fraco no mundo, uma vez que o movimento tarifário proposto pelo presidente americano, Donald Trump, enfraqueceu a moeda nos últimos dias.
Em relação à Selic, Leal afirma ser cedo para mudar as projeção de juros, mas é esperada uma política monetária menos contracionista, o que pode contribuir com um crescimento maior da economia brasileira em 2026, depois de um 2025 mais fraco.
Para Leal, a reação chinesa implica em menor espaço de negociação da política tarifária para os Estados Unidos. “Isso diminui as expectativas do mercado de que o impacto das medidas do Donald Trump possam ser menores, apontando para um cenário de estagflação nos EUA”, considera.
Adicionalmente, o economista aponta que a China deve buscar mercados alternativos para os seus produtos, com uma inundação de produtos chineses pelo mundo, o que pode impactar a concorrência nos setores automobilístico e têxtil. “Continuamos no ‘wait and see’ para o Brasil”, conclui.
IstoÉ Dinheiro - SP 07/04/2025
O Santander Brasil revisou o cenário de projeções macroeconômicas brasileiras, em relatório, elevando a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, de expansão de 1,8% para 2%, como reflexo da tendência mais forte do que o esperado para a setor agropecuário no primeiro trimestre deste ano e seus efeitos secundários.
“Além disso, vemos um impacto positivo da recente medida de crédito consignado no consumo das famílias”, pontua o banco, que manteve a projeção de crescimento de 1,5% para a atividade em 2026.
O Santander também elevou a projeção para a Selic no final de 2025, de 14,5% para 14,75%, enquanto a taxa de juros terminal foi reduzida de 15,50%, a partir da reunião de junho, para 15,25%. Já para o final de 2026, a estimativa do banco, de 13%, foi mantida. “Ao mesmo tempo, reconhecemos que o impacto do Liberation Day provavelmente será dovish: as tarifas seriam vistas como um choque de oferta, com as incertezas e a fraqueza do USD aumentando a chance do ciclo terminar até junho”, salienta.
Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o banco reduziu a projeção de 2025 (de 6% para 5,8%), devido à apreciação do câmbio em patamar abaixo do esperado anteriormente. “A persistência do câmbio na casa dos R$ 5,70 pode exercer pressão baixista adicional de mais 20/30 pontos-base no IPCA do ano”, acrescenta.
Por outro lado, a expectativa do Santander para o IPCA de 2026 passou de 4,6% para 5%, com a tendência para a inflação no médio prazo ainda preocupante.
O banco reduziu ainda as projeções para a taxa de câmbio de 2025 (R$ 6 para R$ 5,90) e de 2026 (R$ 6,15 para R$ 6), influenciado por fatores internos, como a taxa de juros elevada e expectativa de melhora nos ingressos de fluxos comerciais nos próximos meses com a supersafra.
Quanto ao déficit primário, o Santander reduziu a projeção de resultado negativo em 0,8% do PIB para negativo em 0,7% em 2025, com as receitas ainda em tendência positiva, apesar de os gastos continuarem pressionados. À frente, o banco destaca a necessidade de bloqueio de cerca de R$ 15 bilhões para cumprir a banda inferior da meta fiscal. Para 2026, a projeção de déficit primário equivalente a 1% do PIB está mantida.
O Estado de S.Paulo - SP 07/04/2025
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita brasileiro vinha crescendo acima da média global nos últimos três anos, reduzindo assim sua distância para o patamar médio mundial, segundo cálculos do pesquisador Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), obtidos com exclusividade pelo Estadão/Broadcast. Entretanto, se as previsões atuais para o crescimento da atividade econômica do Brasil e do mundo se confirmarem, a defasagem do PIB per capita do Brasil para o do mundo voltará a aumentar em 2025.
Em 2024, o PIB per capita do Brasil subiu a um ápice histórico de US$ 19.594 — segundo a conversão em paridade de poder de compra em dólares —, resultado 7,3% menor que os US$ 21.139 da média mundial. Essa defasagem chegou a -8,6% em 2021, descendo a -8,5% em 2022, -7,9% em 2023, até os -7,3% de 2024.
“Em 2025, a elevação dos juros tem a intenção de desacelerar o crescimento e a expansão do emprego, o que tende a exigir mais da produtividade para o PIB não parar de crescer. Voltamos a crescer mais do que o mundo nos últimos anos e seria lamentável se interrompêssemos essa tendência antes de voltarmos a alcançar pelo menos o PIB per capita mundial”, avaliou Hecksher.
Em meio às elevadas incertezas globais, agravadas pelo tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a estimativa de alta para o PIB global neste ano está, por ora, em 3,1%, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para o PIB brasileiro, a projeção é de um avanço de 2,1%.
“Se as duas previsões acertarem, nossa distância para o mundo volta a aumentar”, explicou o pesquisador do Ipea.
Os cálculos de Hecksher têm como base os dados das Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informações do Banco Mundial e projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). A conversão pelo método de Paridade de Poder de Compra (PPC) não considera a cotação da taxa de câmbio de mercado, mas sim o valor necessário para comprar a mesma quantidade de bens e serviços no mercado interno de cada país em comparação com o mercado nos Estados Unidos.
Antes de ceder para abaixo da média global, em 2016, o PIB per capita brasileiro rodou acima do patamar médio mundial por pelo menos 16 anos, entre os anos 2000 e 2015, aponta a série histórica calculada por Hecksher. No ano de 2011, o PIB per capita brasileiro chegou a ser 12,9% superior ao global: US$ 18.545 para o resultado brasileiro ante US$ 16.420 da média mundial.
Em 2016, o PIB per capita brasileiro começa a perder para a média global, ficando 3,3% inferior. Após anos de piora contínua, a defasagem do PIB per capita brasileiro chegou a uma distância máxima de 8,6% abaixo da média mundial, em 2021.
“Somos classificados como país de ‘renda média alta’, mas nosso PIB per capita está abaixo da média mundial desde 2015. Chegamos a ter um PIB per capita 12,9% maior que o mundial em 2011, mas passamos a crescer menos do que a média mundial, que nos ultrapassou em 2015, quando nosso PIB per capita estava em queda. No pior momento, em 2021, chegamos a ficar 8,6% abaixo da média. Nos três anos seguintes, crescemos mais do que a média e reduzimos nossa desvantagem para 7,3%”, resumiu Hecksher.
O pesquisador justifica que o Brasil enfrentou uma sucessão de crises entre os anos 2014 a 2021.
“Mesmo quando recuperamos algum crescimento, em 2017, 2018, 2019 e 2021, crescemos sempre em ritmo mais lento que o mundial. E em 2020, a pandemia prejudicou mais a saúde e a economia no Brasil do que no resto do mundo. Só em 2022, 2023 e 2024 voltamos a crescer mais do que a média mundial. O ideal seria mantermos essa aproximação pelo menos até voltarmos a superar a média mundial”, defendeu.
O Estado de S.Paulo - SP 07/04/2025
DAinda que muitos analistas tenham “comemorado” o fato de o Brasil, assim como outros países da América Latina, ter sido “agraciado” com a tarifa geral mínima de 10% sobre todas as importações oriundas do País, o desvio de comércio decorrente do aumento generalizado das tarifas pelos Estados Unidos sobre as importações de outros países deverá ter um efeito bastante importante sobre a economia brasileira.
A China foi o país diretamente mais atingido, com tarifa adicional de 34%, o que, somado às tarifas já preexistentes, deverá gerar tarifas superiores a 70%. Em seguida vêm outros países do leste asiático, como Vietnã, Tailândia, Camboja, Laos, entre outros, todos com tarifas acima de 40%; e a União Europeia, cuja tarifa mínima foi definida em 20%. Isso além das tarifas para produtos específicos, como automóvel, aço e alumínio (25%).
Todos (exceto a União Europeia) são países cuja estrutura produtiva está diretamente ligada à China, rotas de passagem das exportações chinesas de produtos industriais para os Estados Unidos, como aparelhos audiovisuais, celulares, eletrodomésticos, vestuário, calçados etc.
Essa distribuição indica que o objetivo é reverter o processo de desindustrialização da economia americana. O propósito é eliminar a competitividade desses produtos nos Estados Unidos e, supostamente, incentivar as empresas a deslocar sua produção para o país.
Isso também explica por que os países da América Latina foram contemplados com a tarifa mínima de 10%, na medida em que são países exportadores de alimentos e minerais, não competitivos nos mercados de produtos industriais.
Esse efeito é reforçado pela provável desaceleração da economia chinesa, fortemente dependente das exportações para os Estados Unidos, que serão taxadas em mais de 60%.
Com a redução da demanda nos Estados Unidos, uma parte importante da oferta desses países terá de procurar outros mercados, e a América Latina, inclusive o Brasil, deverá ser um dos principais destinos desses produtos.
De um lado, isso vai significar menos pressão inflacionária (exceto se a taxa de câmbio entrar em trajetória de desvalorização). De outro, vai afetar negativamente a produção industrial no Brasil, o que deverá gerar desindustrialização e redução do crescimento do PIB.
Qual dos efeitos vai ser dominante, é impossível prever, e vai, em grande parte, depender da reação da política fiscal à desaceleração do setor industrial. Quanto mais expansionista a política fiscal, maior o efeito inflacionário via desvalorização do real.
Globo Online - RJ 07/04/2025
O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou nesta sexta-feira que o impacto econômico das novas tarifas provavelmente será significativamente maior do que o esperado, e o banco central americano deve garantir que isso não leve a um problema crescente de inflação.
— Embora a incerteza permaneça elevada, agora está ficando claro que os aumentos de tarifas serão significativamente maiores do que o esperado. O mesmo provavelmente será verdade para os efeitos econômicos, que incluirão inflação mais alta e crescimento mais lento — disse Powell em discurso nesta sexta-feira na conferência anual da Society for Advancing Business Editing and Writing (Sociedade para o Avanço da Edição e Redação de Negócios, em tradução livre).
As declarações do chefe da autoridade monetária acontecem após o anúncio do presidente Donald Trump de novas tarifas abrangentes sobre importações de todo o mundo, o que já começou a provocar respostas retaliatórias de governos estrangeiros.
Bolsas de todo o planeta caem firme nesta sexta, diante da retaliação da China e perspectivas de desaceleração global após as duas maiores potências firmarem as restrições. No Brasil, o Ibovespa chegou a cair mais de 3%, e o petróleo chegou ao menor nível desde 2021, após previsões de que a demanda pelo óleo diminua em todo o mundo.
O tom de Powell foi mais cauteloso do que em sua coletiva de imprensa de 19 de março, quando ele disse que o impacto inflacionário das tarifas deveria ser transitório.
— Embora as tarifas sejam altamente propensas a gerar pelo menos um aumento temporário na inflação, também é possível que os efeitos sejam mais persistentes — disse Powell nesta sexta.
Ele então enfatizou que a ação do Fed se concentrará em conter qualquer aumento na percepção pública de que a inflação está escapando ao controle do banco central.
— Nossa obrigação é manter as expectativas de inflação de longo prazo bem ancoradas e garantir que um aumento único no nível de preços não se torne um problema de inflação contínuo. Estamos bem posicionados para esperar por maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes em nossa postura política — disse ele.
Trump pede para que Powell abaixe juros
O presidente do Fed e os membros do comitê de política monetária estão enfrentando um caminho estreito para levar a economia de volta ao pleno emprego com baixa inflação. As tarifas anunciadas pela administração Trump na quarta-feira desafiam o mandato do Fed de manter preços estáveis e emprego máximo.
Autoridades do Fed se reunirão novamente nos dias 6 e 7 de maio em Washington para definir a nova taxa básica de juros do país.
Pouco antes do discurso de Powell, Trump disse no Truth Social que este é um momento “PERFEITO” para Powell cortar as taxas de juros. “Ele está sempre ‘atrasado’”, Trump postou. “CORTE AS TAXAS DE JUROS, JEROME, E PARE DE BRINCAR DE POLÍTICA!”
Ações caíram cerca de 11% neste ano, segundo o índice S&P 500, e os rendimentos dos títulos do governo de 10 anos caíram abaixo de 4% na manhã de sexta-feira, devido aos riscos de curto prazo para o crescimento.
Powell falou após a divulgação do relatório de empregos de março, o payroll, que mostrou que as folhas de pagamento não agrícolas aumentaram em 228 mil no mês passado. A taxa de desemprego subiu para 4,2%. Alguns analistas estão descontando a importância do relatório à luz das notícias sobre tarifas. Sobre os dados atuais, Powell disse que a economia “ainda está em um bom lugar”.
A Bloomberg Economics estimou que as tarifas anunciadas por Trump até agora podem levar a taxa tarifária média efetiva nos Estados Unidos para cerca de 22%, de 2,3% em 2024.
Os analistas estão aumentando as suas estimativas de probabilidade de recessão e os contratos futuros mostram investidores apostando em até quatro cortes na taxa básica de juros neste ano.
Tarifas — essencialmente um imposto sobre importações — podem aumentar os preços de uma variedade de bens e serviços de consumo e reduzir as margens de lucro de empresas que tentam manter os preços.
A inflação está acima da meta de 2% desde 2021, e um descumprimento contínuo pode testar a confiança do público na meta de preços.
Um aumento nos preços induzido por tarifas que produzisse efeitos secundários com novos aumentos na inflação — e expectativas públicas de preços mais altos no médio prazo — faria com que as autoridades hesitassem em cortar a taxa e aumentassem a possibilidade de um aumento.
Se as tarifas resultarem em um choque de preços único com efeitos negativos no crescimento e nas contratações, então as autoridades do Fed podem considerar a necessidade de um corte, embora com algum atraso enquanto aguardam mais dados.
O Estado de S.Paulo - SP 07/04/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 4, que este é um “momento perfeito” para que o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Jerome Powell, corte as taxas de juros no país. “Corte os juros, Jerome, e pare de brincar de política!”, escreveu o republicano em publicação na rede Truth Social poucos minutos antes de Powell fazer um discurso sobre as perspectivas econômicas dos EUA.
Trump também afirmou que Powell está “sempre atrasado”, mas que agora “poderia mudar a sua imagem”. Ele destacou que “os preços da energia caíram, as taxas de juros caíram, a inflação caiu, até mesmo os ovos caíram 69% e os empregos aumentaram, tudo isso em dois meses”. “Uma GRANDE VITÓRIA para os Estados Unidos”, escreveu.
Em outra publicação, o ex-presidente relatou ter tido uma “conversa muito produtiva” com o secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, To Lam. “Ele me disse que o Vietnã quer reduzir suas tarifas a ZERO, caso consiga chegar a um acordo com os EUA. Agradeci em nome do nosso país e disse que aguardo com expectativa um encontro em um futuro próximo”, escreveu.
Nesta sexta, enquanto os mercados financeiros recuavam pelo segundo dia e a China dizia que atingiria os Estados Unidos com suas próprias tarifas punitivas, Trump emitiu uma nota desafiadora sobre sua abordagem, prometendo que “MINHAS POLÍTICAS NUNCA MUDARÃO”.
Ele sustentou em uma série de postagens no Truth Social que sua estratégia econômica está funcionando, ao mesmo tempo em que apresentou um relatório de novos empregos melhor do que o esperado — refletindo as contratações antes de anunciar sua última rodada de tarifas — como um sinal de que a economia continua forte.
Os mercados globais contaram uma história diferente, já que os principais índices dos EUA caíram para o vermelho horas depois que a China anunciou novas tarifas retaliatórias sobre os Estados Unidos, sinalizando uma guerra comercial mais ampla. O S&P 500 caiu cerca de 2,5%, na esteira de seu pior dia desde 2020.
Revista Mineração - SP 07/04/2025
A New Holland Construction, fabricante de equipamentos da CNH, está celebrando 75 anos de atuação no Brasil. Para comemorar a data histórica, a empresa recebeu clientes e parceiros para uma comemoração nesta quinta-feira (03/04), em Belo Horizonte (MG).
A marca, que iniciou sua trajetória em 1950 com a montagem de máquinas em um galpão no bairro do Brás, em São Paulo, hoje está estabelecida em Minas Gerais, onde estão localizados, a fábrica em Contagem, e o Centro de Experiência do Cliente (CEC), em Sarzedo, inaugurado recentemente com investimentos de R$ 12 milhões.
Já a fábrica, inaugurada em 1970, recebeu cerca de R$ 106 milhões de aporte para modernização e aumento da capacidade de produção de 2023 até agora. Atualmente, abriga um portfólio completo com cinco linhas de produtos produzidas localmente: retroescavadeiras, escavadeiras, pás carregadeiras, motoniveladoras, tratores de esteira, além dos rolos compactadores, mini escavadeiras e minicarregadeiras – produzidos nas mais diversas plantas fabris do grupo.
O líder da New Holland Construction para a América Latina, Pedro Silva, explica que o CEC em Sarzedo é um espaço que oferece demonstrações de produtos e serviços, realiza testes de engenharia, além da capacitação técnica e comercial da rede de concessionários.
“Somente nos últimos 15 anos, lançamos mais de 50 novos modelos no mercado e estamos prontos para fazer ainda mais. O setor de infraestrutura está em constante evolução e sabemos que os desafios são muitos. Por isso, nosso foco está em oferecer soluções versáteis, que aumentem a eficiência, melhorem a produtividade e reduzam o tempo de operação”, afirma Silva.
No último ano, a New Holland Construction apresentou uma série de novidades, com lançamentos de produtos e serviços desenvolvidos a partir das percepções e necessidades dos usuários em campo. São eles:
Linha de retroescavadeiras – B110C , B95C e B80 Pá carregadeira – W12D Mini escavadeira E35D Plataforma de gerenciamento de frota My New Holland Construction, Pá carregadeira compacta W80
“Para o setor de mineração, oferecemos produtos da linha pesada com capacidade de até 40 toneladas, que envolvem motoniveladoras, tratores de esteira, carregadeiras e escavadeiras, com demandas principalmente em Minas Gerais e no Pará”, aponta o executivo.
Para celebrar os 75 anos de história, a New Holland Construction lançou a motoniveladora Titanium, versão comemorativa e limitada. A máquina é uma releitura da consagrada RG170.B EVO, com pintura especial na cor cinza e placas personalizadas com numeração sequencial de 1 a 75.
“Quisemos marcar este momento de celebração destacando uma das nossas máquinas mais tradicionais e reconhecidas pelo público: a motoniveladora. A Titanium tem tudo para ser um sucesso entre os clientes apaixonados pela marca e se tornar um precioso item de colecionador, pois cada máquina é única”, explica a gerente de marketing da marca para a América Latina, Mariana Bicalho.
Inovação e conectividade
Alinhada às tendências globais do mercado, 100% das máquinas da New Holland Construction já saem de fábrica com sistema de telemetria embarcado, que garante mais eficiência, menor custo operacional e maior rentabilidade para os clientes e levando em consideração que, além de Contagem, o mercado é abastecido pelas fábricas da Europa, Japão, Índia e Estados Unidos.
Com as máquinas conectadas, é possível realizar a manutenção preditiva, identificação de problemas ou falhas iminentes, otimização do uso de combustível, análise de desempenho, além da programação de tarefas, aumentando a produtividade e reduzindo o tempo ocioso da máquina.
75 anos marcados
As mais de sete décadas da marca no Brasil foram marcadas por participações em importantes obras no país. Primeiro como Moto Agrícola Indústria e Comércio, depois como Fiat Tratores, Fiatallis, e, finalmente, como New Holland Construction.
As máquinas atuaram na construção de grandes marcos, como:
Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, localizada no Rio São Francisco entre os estados de Alagoas e Bahia; Rodovia Belém-Brasília, primeira ligação por terra entre o Norte do Brasil e as regiões Sudeste e Sul; Furnas, no Rio Grande, em Minas Gerais; Brasília, símbolo do modernismo; Ponte Rio-Niterói, um marco na engenharia nacional; Metrô de São Paulo, o primeiro do país; Itaipu, uma das maiores hidrelétricas do mundo, cuja energia é compartilhada entre o Brasil e Paraguai.
A New Holland Construction foi também a precursora no lançamento da primeira escavadeira hidráulica do Brasil, o modelo S90, em 1973.
“A marca nasceu e cresceu juntamente com um Brasil que se preparava para encarar o desafio de se desenvolver. Temos muito orgulho por participar ativamente e fazer parte do crescimento da infraestrutura do país, sempre próximos dos clientes e atentos às oportunidades do mercado”, afirma Pedro Silva.
IstoÉ Online - SP 07/04/2025
“Os EUA são um mercado importante para as marcas de luxo da JLR”, disse a empresa em nota. “À medida que trabalhamos para abordar os novos termos comerciais com nossos parceiros de negócios, estamos tomando algumas ações de curto prazo, incluindo uma pausa nos embarques em abril, à medida que desenvolvemos nossos planos de médio a longo prazo”, informou a companhia.
Analistas de mercado avaliam que a indústria automotiva do Reino Unido seja fortemente atingida pelas novas tarifas americanas, que ocorrem em um momento em que as montadoras britânicas buscam contornar a queda da demanda interna e enfrentam necessidade de reequipar suas fábricas para a transição para veículos elétricos.
“A indústria já está enfrentando vários ventos contrários e este anúncio chega no pior momento possível”, disse o presidente executivo da Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Automóveis do Reino Unido (SSMT, na sigla em inglês), Mike Hawes, na última semana.
O número de carros fabricados no Reino Unido caiu 13,9% para 779.584 veículos em 2024, de acordo com a SMMT. Mais de 77% desses veículos foram exportados.
Os veículos são o principal bem exportado pelo Reino Unido para os Estados Unidos, com embarques somando US$ 10,7 bilhões em 12 meses até setembro. Montadoras britânicas tentaram contornar as sobretaxas de Trump elevando o aumento da exportação com criação de estoque no mercado americano antes da entrada em vigor do tarifaço. As exportações de carros para os EUA aumentaram 38,5% em relação ao ano anterior em dezembro, 12,4% em janeiro e 34,6% em fevereiro, segundo a SSMT.
Valor - SP 07/04/2025
Fabricante das marcas Jeep, Ram e Chrysler anunciou cortes temporários de empregos apenas sete horas após a entrada em vigor de uma tarifa de 25% sobre todos os carros estrangeiros importados pelos EUA
A Stellantis colocou 900 funcionários de licença em cinco fábricas nos Estados Unidos e anunciou uma paralisação temporária no Canadá e México, na primeira grande repercussão para os trabalhadores automotivos americanos da nova guerra tarifária lançada pelo presidente americano Donald Trump.
A fabricante das marcas Jeep, Ram e Chrysler anunciou esses cortes temporários de empregos apenas sete horas após a entrada em vigor de uma tarifa de 25% sobre todos os carros estrangeiros importados pelos EUA.
Trump tem propagandeado as tarifas como uma maneira de trazer atividades industriais de volta aos EUA, mas analistas alertam para seu grande efeito desestabilizador sobre as cadeias mundiais de suprimentos automotivos e para o risco de perda de empregos, à medida que os preços dos veículos, americanos comecem a subir e as vendas, a cair.
A Stellantis informou que suas fábricas de transmissões, estamparia e fundição em Michigan e Indiana seriam afetadas, pois fornecem peças para as montadoras no Canadá e no México. A fábrica canadense em Windsor suspenderá a produção por duas semanas a partir da próxima semana, enquanto a unidade mexicana em Toluca será fechada por um mês.
Em memorando interno enviado na manhã de quinta-feira (3), o chefe da Stellantis na América do Norte, Antonio Filosa, disse que a empresa ainda avalia os impactos de médio e longo prazo das novas tarifas dos EUA, mas advertiu que “ações imediatas” eram necessárias.
“São medidas que tomamos com seriedade e que são necessárias dada atual dinâmica do mercado”, disse Filosa.
México e Canadá desempenham um papel crucial na cadeia de suprimentos automotiva e foram poupados das chamadas tarifas recíprocas contra parceiros comerciais dos EUA anunciadas por Trump na quarta-feira.
Os veículos exportados por esses dois países que estiverem em conformidade com acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), assinado em 2020, continuarão isentos das tarifas. Ainda assim, o custo de produção dos veículos fabricados no Canadá e no México aumentará, pois componentes não fabricados nos EUA estarão sujeitos às novas tarifas.
A Stellantis acrescentou, no entanto, que a tarifa de 25% sobre veículos montados no exterior de início seria aplicada independentemente das isenções do USMCA, até que o valor dos componentes fabricados nos EUA possa ser determinado.
A firma de consultoria Anderson Economic Group, de Michigan, destacou que os trabalhadores automotivos seriam afetados não apenas no México e no Canadá, mas também em Michigan, Ohio, Indiana, Texas, Carolina do Sul e Alabama — Estados que votaram em Trump.
Segundo o fundador da firma, Patrick Anderson, a viabilidade econômica de uma fábrica de automóveis fica comprometida quando a produção cai.
“Você verá uma queda nas vendas. A queda nas vendas leva à perda de empregos. Essas perdas de empregos provavelmente superarão qualquer ganho decorrente da realocação da produção para dentro de uma região local [nos EUA].”
A Stellantis está em uma posição melhor do que as demais montadoras europeias e japonesas, pois fabrica 60% dos veículos vendidos nos EUA dentro do próprio país. Ainda assim, parte dos 40% restantes estará sujeita às novas tarifas de 25%.
Mesmo antes das tarifas, a Stellantis já enfrentava dificuldades com o alto patamar de seus estoques nos EUA e a baixa demanda por veículos na Europa, o que levou à saída abrupta do então executivo-chefe Carlos Tavares em 2024.
Sob a liderança interina do presidente do conselho de administração, John Elkann, a empresa tem tentado fortalecer laços com o governo Trump, com promessas de investimento de bilhões de dólares nos EUA.
Elkann e outras montadoras americanas também fizeram forte lobby para que as empresas que fizeram altos investimentos para produzir veículos na América do Norte sejam poupadas da guerra tarifária de Trump. No entanto, o presidente dos EUA seguiu em frente com as tarifas, apesar dos alertas dos executivos de que a medida prejudicaria toda a indústria automotiva, inclusive as marcas americanas.
O Estado de S.Paulo - SP 07/04/2025
O Largo da Batata, em Pinheiros, na capital paulista, é assim chamado por ter sido um importante ponto comercial para a venda desse alimento por agricultores na década de 1920, embora o nome tenha sido oficializado apenas em 2012. No seu entorno, também eram vendidos outros itens de produtores de municípios próximos, como Cotia, Itapecerica da Serra e Carapicuíba, o que levou à criação do Mercado Municipal de Pinheiros, a poucos metros dali.
A região também tem uma histórica vocação para ser um eixo de transportes. Se hoje é servida por opções de ônibus e uma estação de metrô da Linha 4-Amarela, inaugurada em 2010, era percorrida por bonde na década de 1930. Com o passar dos anos, a região se viu cada vez mais ocupada por prédios corporativos. Eles, entretanto, ficavam mais à frente na Av. Brigadeiro Faria Lima.
A área do Largo ficou, então, com a Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat, lojas de comércio popular e galpões usados para armazenar mercadorias. Com o desenvolvimento imobiliário, essa configuração vem mudando.
Segundo dados do Índice FipeZap, Pinheiros é atualmente um dos bairros mais valorizados da cidade, ao lado do Itaim Bibi. Para a compra, o preço médio do metro quadrado de uma moradia é de R$ 17.976, uma alta de 7,8% em 12 meses terminados em fevereiro. Para aluguel, o metro quadrado no bairro sai por R$ 90,90, tendo uma elevação de 9,1% em 12 meses.
De acordo com levantamento feito pelo Estadão com dados da plataforma imobiliária Zap, o preço médio do metro quadrado no entorno do Largo da Batata vai de R$ 9,8 mil a R$ 21 mil. Já os preços dos imóveis, na maioria usados, vão de R$ 574.350 a R$ 1.678.099.
De olho no potencial da região, nomes como SKR, Benx e You.Inc têm empreendimentos residenciais novos no entorno do Largo da Batata.
A valorização do mercado imobiliário do bairro, que tem terrenos cada vez mais disputados por grandes construtoras, leva o preço do metro quadrado residencial ao patamar de R$ 21 mil nesses novos projetos.
No Ollie 117, da SKR, localizado bem no começo da rua dos Pinheiros, a variedade de plantas simboliza os diferentes perfis de compradores de imóveis na área. Para investidores, há studios de 24 m² a 31 m². Para moradores, há plantas de um, dois ou três dormitórios.
A vocação corporativa da região fez a empresa colocar um espaço de coworking no prédio, algo que nem todo residencial tem hoje em São Paulo. O lazer ficou dividido em duas áreas: uma piscina no 10º andar e um espaço para festas no 26º, o mais alto do edifício.
O diretor de desenvolvimento e gestão de projetos na SKR, João Leonardo Castro, diz que a empresa acredita no desenvolvimento da região e que o Ollie 117, lançado no começo do ano passado, está com 60% das unidades vendidas. A SKR também terá outro lançamento na Deputado Lacerda Franco, próximo ao Largo da Batata, reforçando sua aposta na região
“Esse eixo comercial da Faria Lima tem muitos clientes da própria região porque pessoas que querem morar perto do trabalho”, afirma Castro. O executivo conta que conseguir compor terrenos na região é um dos maiores desafios para erguer novos prédios.
Além do projeto da SKR, um pouco mais à frente, a região conta com um projeto de luxo da Even, o Faena, que tem hotel e apartamentos residenciais. Localizado na Av. Eusébio Matoso, mais perto dos Jardins, o preço médio do metro quadrado é mais elevado, chegando a R$ 40 mil.
Segundo especialistas, apesar da chegada de novos projetos, o processo de valorização imobiliária do Largo da Batata e de seu entorno ainda não atingiu seu ápice e pode ser uma oportunidade para investidores.
“Creio que a valorização continua em ascensão. A área denominada Faria Lima Nova, que engloba o entorno do largo, tem atraído empresas de TI, telecomunicações, mercado financeiro e jurídico. A realização do próximo leilão de Cepacs previsto para o segundo semestre deve aumentar o potencial construtivo na região”, diz Gustavo Favaron, presidente do GRI Club, organização internacional que reúne 17 mil executivos do setor imobiliário, de 103 países.
Prédios corporativos
Embora a Faria Lima seja o CEP dos empreendimentos corporativos mais caros de São Paulo, a região do Largo da Batata não constava nessa lista. Isso começou a mudar em 2021, com a inauguração do Faria Lima Plaza, um dos prédios mais valorizados da região, com preço médio de locação de R$ 165 por metro quadrado, de acordo com a consultoria imobiliária JLL.
“É um empreendimento de alto padrão que trouxe bons inquilinos, grandes marcas. Isso traz todo um público que pode mudar a região”, afirma Fábio Martins, líder de gerenciamento de propriedades na JLL.
Avaliado em R$ 1,2 bilhão, o prédio abriga escritórios de multinacionais, como Shopee e Uber, as maiores locatárias. Em breve, a Klabin deve transferir a sede para o novo prédio, com o qual já tem contrato de locação fechado por 10 anos. Com as três empresas, o edifício tem ocupação de mais de 90% das suas lajes.
Alexandre Alfer, responsável pelos fundos imobiliários da Capitânia, gestora que é dona de 40% do prédio, afirma que o lançamento do empreendimento, desenvolvido pela VR Investimentos junto à HSI, foi um dos acontecimentos que mais trouxeram valorização imobiliária à região, assim como a estação de metrô. A aquisição da participação que estava nas mãos da XP se deu porque a empresa diz ter visto uma oportunidade de valorização, uma vez que os aluguéis estavam relativamente baixos para a localização do prédio.
“Hoje, a gente já tem aluguel chegando próximo à faixa de R$ 200 o m² e temos apenas meio andar vago”, afirma Alter.
Revitalização
Procurada, a Jacarandá Capital não concedeu entrevistas, assim como a Benx e a You.Inc., mas o Estadão apurou que a gestora comprou diversas propriedades na região do Largo da Batata. Nas ruas Fernão Dias e Martim Carrasco, a empresa comprou 29 imóveis e construiu uma espécie de shopping a céu aberto, que abriga lojas, restaurantes e cafés.
O projeto chamado Lapi, um acrônimo de Largo de Pinheiros, começou a tomar forma em 2019, com o estúdio de arquitetura SuperLimão formatando como ele ficaria. A maior parte da área de 20 mil m² já está aberta e a última parte ficará pronta em meados deste ano. Ao lado do Lapi, foi criado um grande estacionamento para permitir que o espaço receba também o público que transita pela região de carro.
O Lapi tem hoje como inquilinos nomes como Vans, Pingado e Livraria Cultura.
Para Thiago Rodrigues, sócio do SuperLimão, o objetivo principal do Lapi era unificar os diversos imóveis adquiridos, trazendo o pedestre para dentro das quadras e costurando as fruições. A intenção não era criar um shopping tradicional ou um open mall, e sim regenerar a área, trazendo luz, pessoas, segurança e vitrines para as calçadas, aplicando conceitos urbanísticos contemporâneos.
“Acabamos criando espaços acolhedores, com segurança, iluminação e música. Trabalhamos até mesmo no tipo de cheiro que a área ia ter”, diz Rodrigues.
Com o leilão de Cepacs da Faria Lima, que deve ser o último, ainda não se sabe o que será feito com as áreas que estão nas mãos da Jacarandá. Segundo especialistas, a região tem vocação para projetos residenciais, e a necessidade menor de Cepacs para moradias em vez de prédios corporativos reforça isso.
O Estado de S.Paulo - SP 07/04/2025
A cidade de São Paulo passa por um forte processo de verticalização, com cada vez mais pessoas mudando para apartamentos. De acordo com o levantamento Mapa dos Condomínios 2025, produzido pela administradora de condomínios Lello, a capital paulista ganhou 7 mil prédios nos últimos dez anos, levando o número total para 31.747.
O salto de 35% desde 2014 foi puxado por edifícios residenciais, que são 92% dos novos, ante 8% de comerciais ou de uso misto. Com o aumento dos prédios, o setor de condomínios movimenta R$ 25 bilhões por ano na cidade.
Em 2024, devido a um represamento de lançamentos e obras em razão da pandemia de covid-19, houve um número recorde de novos condomínios chegando ao mercado: 818. Para este ano, o número previsto pela Lello é de 550 entregas, podendo oscilar entre 10% e 15% para mais ou para menos, a depender do ritmo das obras.
A Zona Sul concentra a maior parte dos novos projetos na cidade, com 39% do total, seguida pela Zona Leste com 23%. A Zona Oeste detém 16%, a Zona Norte 14% e a Zona Central 8% dos condomínios da capital paulista. A verticalização do município seguiu as diretrizes do Plano Diretor de 2014, que passou por revisões nos últimos anos, e estimula construções de moradias próximas a eixos de transporte, especialmente para moradia social.
Em relação ao tamanho dos empreendimentos, a média na cidade é de 1,69 blocos e 75 apartamentos por condomínio. Contudo, há variações regionais: a Zona Norte e a Zona Leste apresentam condomínios com o maior número médio de apartamentos, sendo 118 e 103 respectivamente, enquanto a Zona Sul tem a menor média, com 58 apartamentos por empreendimento.
O preço médio da taxa de condomínio na cidade é de R$ 983 mensais, totalizando cerca de R$ 11.796 por ano. No entanto, os preços variam bastante. A Zona Sul tem o maior valor médio de condomínio, com R$ 1.198, enquanto a Zona Leste ficou o menor, com R$ 701. Já as zonas Oeste, Norte e Central tiveram valores intermediários, sendo R$ 936, R$ 864 e R$ 701, respectivamente.
A diretora de marketing da Lello, Angélica Arbex, lembra que, além da oferta de lazer do prédio, a variação no valor também é influenciada pelo número de unidades em cada condomínio.
“Condomínios maiores têm valor de condomínio menor. Se você tem uma região da cidade com grandes conjuntos, essa é a primeira diferenciação. Na sequência, a principal coisa que influencia o valor do condomínio é a folha de pagamento”, afirma. Os pagamentos dos funcionários normalmente representam 50% do valor total pago pelos moradores.
Para Arbex, o mais importante é que a taxa de condomínio esteja adequada à realidade econômica dos seus moradores, e diz que investimentos de manutenção e melhorias ajudam a valorizar todos os apartamentos do edifício. Portanto, manter a taxa de condomínio baixa a todo custo pode ser problemático para os moradores.
“É tipicamente aí que o barato sai caro. Se você começa a economizar a qualquer custo, você não pinta o condomínio, você não faz a arrecadação para fazer a atualização elétrica e hidráulica, você não cuida do elevador e acaba desvalorizando os imóveis”, diz Arbex.
Verticalização
O crescimento do número de prédios na cidade abriu oportunidades não só para síndicos e administradores de condomínios, mas também para corretores de imóveis.
Para o presidente do Creci de São Paulo (Crecisp), José Augusto Viana Neto, a verticalização da cidade aumentou a possibilidade de vender imóveis, impulsionando as carreiras de corretores.
“Os corretores estão muito satisfeitos com o mercado, que está funcionando mesmo com os juros elevados. Os lançamentos são todos vendidos, nada fica encalhado”, afirma.
Viana Neto diz que as vendas de propriedades usadas, por outro lado, passam por um momento delicado depois das restrições da Caixa para o uso do programa de moradia social Minha Casa Minha Vida. “Todas as categorias de mercado vão bem em imóveis novos. Já os usados estão sofrendo. Vendia muito com o Minha Casa Minha Vida com teto de R$ 350 mil e aumento da entrada para 50% do valor total causou uma redução brusca”, diz.
Urbanismo
O desenvolvimento da cidade nos últimos dez anos seguiu uma lógica favorável à venda de apartamentos para a baixa renda que ficam próximos a locais com oferta abundante de transporte público.
A ideia por trás disso era aumentar o número de pessoas que moram nessas áreas para deixá-las mais próximas de regiões comerciais, evitando o aumento do trânsito. Por isso, muitas unidades habitacionais, especialmente das faixas 1 e 2 do programa Minha Casa Minha Vida, não têm vagas de garagem.
A estratégia é uma forma de driblar os altos preços cobrados pelas construtoras em apartamentos por causa dos elevados custos dos terrenos em bairros nobres que concentram escritórios, como Itaim Bibi, Pinheiros, Avenida Paulista, Berrini e Chácara Santo Antônio.
Para o arquiteto e urbanista João Fernando Pires Meyer, da FAU-USP, a verticalização nos eixos de transporte, conforme prevê o Plano Diretor, é uma boa forma de evitar o espraiamento da população para as periferias, o que causaria um efeito econômico negativo para a cidade, com gastos em infraestrutura, trânsito cada vez maior e danos ambientais. Na sua visão, o saldo é positivo, apesar de existirem pontos de desvirtuação da proposta.
“O crescimento na extrema periferia leva a uma sobrecarga do sistema de transportes. Quando as pessoas moram mais perto do trabalho, é melhor para toda a cidade.
Por isso, São Paulo optou por adensar as áreas próximas aos eixos de transportes”, afirma.
Meyer, porém, aponta alguns problemas, como brechas da legislação que levaram ao adensamento de áreas próximas a estações de metrô e linhas de ônibus por uma parte da população de renda elevada, que usa o carro no dia a dia, distorcendo a proposta inicial do plano, apesar de a maioria das moradias ser voltada para a baixa renda.
“A revisão do zoneamento, do ano passado, tornou permanente a disponibilização dos terrenos dos Eixos de transporte de massa (alta densidade) para população de renda alta, que não anda de Metrô, comprometendo um dos principais objetivos do Plano Diretor”, diz.
Exame - SP 07/04/2025
O governo federal anunciou nesta semana mudanças no Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para atender famílias de classe média. Em entrevista à EXAME, o ministro das Cidades, Jader Filho, responsável pode coordenar o programa, confirmou que a nova faixa do Minha Casa Minha Vida, direcionado para quem recebe até R$ 12 mil, começará a operar em maio deste ano.
A expectativa do ministro é que 240 mil unidades sejam contratadas na nova faixa em 2025 e 2026. No total, com todas as faixas, o objetivo do governo é entregar 3 milhões de unidades ao fim do mandato.
"O programa começa a funcionar a partir da primeira quinzena de maio, quando a Caixa vai deixar o seu sistema preparado para atender ao Minha Casa Minha Vida para a classe média", afirma Jader.
O ministro afirma ainda que as famílias da faixa 3, com renda de até R$ 8.000, também poderão financiar imóveis de até R$ 500 mil, aumento em relação ao limite anterior de R$ 350 mil.
Jader Filho destaca que haverá uma redução de 1 ponto percentual nas taxas de financiamento para famílias na nova faixa de renda em relação ao que é praticado pelos bancos atualmente.
“Agora, vamos oferecer uma taxa de 10,5% ao ano, para facilitar para essas famílias. Antes, a Caixa trabalhava com uma taxa de 11,5%. A redução visa garantir que mais pessoas da classe média consigam acessar o financiamento”, diz.
Além das medidas anunciadas, o ministro afirma que o governo estuda flexibilizar as limitações de financiamento para imóveis usados. Em 2024, a gestão petista limitou o valor de financiamento para imóveis usados em meio à alta de contratações nessa modalidade. A ideia era manter a essência do programa, para atender mais pobres e garantir recursos para imóveis novos.
Na entrevista, Jader disse ainda que o governo deve anunciar em breve um programa para financiamento de reformas em imóveis e construção de banheiros, além de afirmar que a gestão está fazendo todos os esforços para atingir a meta de universalização do saneamento.
Veja a entrevista completa com o ministro das Cidades, Jader Filho.
Qual vai ser o incremento de unidades com a nova faixa em 2025 e 2026?
A meta inicial estabelecida pelo presidente foi de 2 milhões de unidades habitacionais em quatro anos. Isso foi um sucesso. Depois fizemos algumas alterações no programa, e a meta passou para 2,5 milhões. Com a inclusão das unidades do Faixa 4, vamos chegar em 3 milhões de unidades habitacionais. Vão ser 120 mil unidades em 2025 e mais 120 mil em 2026 [adicionais, com a inclusão da nova faixa no programa].
Quais serão os critérios específicos para as famílias da faixa 4? Como será a divulgação mais detalhada?
O programa começa a funcionar a partir da primeira quinzena de maio, quando a Caixa vai deixar o seu sistema preparado para atender ao Minha Casa Minha Vida para a classe média (Faixa 4). O juro será de 10,5% ao ano. As famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil poderão adquirir imóveis de até R$ 500 mil.
A faixa 3 vai manter o mesmo valor de financiamento?
A faixa 3, com famílias de R$ 4.400 a R$ 8.000, também poderá acessar imóveis de até R$ 500 mil, enquanto o limite anterior era de R$ 350 mil.
O senhor pode explicar melhor sobre o recurso de R$ 18 bilhões do Fundo Social do pré-sal?
O Minha Casa, Minha Vida para a classe média foi uma solicitação do presidente Lula devido à falta de recursos na poupança, que tradicionalmente financiava essa faixa de renda. Com a Selic tão elevada, está saindo muito dinheiro da poupança. Para 2025, por exemplo, se estima que até R$ 30 bilhões saiam da poupança. Então, criamos essa nova faixa para atender às famílias de R$ 8 a R$ 12 mil, que estavam desassistidas.
E como será a questão de subsídios? As taxas 3 e 4 vão seguir apenas com taxas diferenciadas?
Exatamente. Terá uma taxa de juros subsidiada, pois antes o que a Caixa estava trabalhando para essa faixa de renda era uma taxa de 11,5%. Agora vamos trabalhar com uma taxa de 10,5% ao ano, para facilitar para essas famílias. Já para a faixa 3, a taxa de juros fica entre 7% e 8,6%, dependendo da análise da Caixa. Esses são os benefícios específicos para cada faixa de renda, buscando facilitar para que as famílias consigam se organizar financeiramente e, assim, conseguir o financiamento.
E em relação à aquisição de imóveis usados ou imóveis em áreas rurais, haverá alguma restrição para as famílias da nova faixa?
Não, na verdade, a população vai buscar dentro do mercado o que for a sua oportunidade de conseguir fazer o processo de financiamento. No caso dos imóveis usados, você tem algumas limitações, porque não dá para financiar o imóvel como se fosse novo, mas a pessoa pode, sim, fazer o processo de financiamento, e as famílias terão que seguir as normas conforme sua faixa de renda. Há uma diferenciação entre a faixa 1, a faixa 2 e a faixa 3 e 4.
Quais serão diferenciações?
Dependendo da região do país, o valor máximo do imóvel vai variar, pois os imóveis usados tendem a ser mais baratos em algumas áreas, e isso acaba influenciando o processo de financiamento. Então, é um pouco disso. Mas o principal é que, se o imóvel for usado, o financiamento também poderá ser feito, mas é necessário que o município ou a região tenha essa infraestrutura necessária para facilitar esse processo.
Os imóveis usados serão limitados pelo valor, como no ano passado, ou será mantido o limite de R$ 500 mil para as faixas?
Em algumas regiões, como no Norte e Nordeste, não houve limitação de valor para imóveis usados. Mas em regiões como o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, houve uma limitação devido ao grande volume de imóveis usados que estavam sendo adquiridos, o que comprometeria a capacidade de financiar novos imóveis. O que aconteceu foi um ajuste para que, ao final do ano, a gente pudesse garantir recursos para o financiamento de imóveis novos. Para 2025, estamos estudando flexibilizar essa questão novamente, principalmente em regiões onde a demanda por imóveis usados não é tão alta. Como sempre, esses ajustes são feitos de acordo com a necessidade e o comportamento do mercado.
Uma preocupação que surgiu foi com relação à entrada no financiamento, que chegou a 50% do valor do imóvel em algumas regiões. O governo está considerando flexibilizar esse percentual?
A questão da entrada em si não foi alterada. O que fizemos foi reduzir o valor do financiamento em determinadas regiões, como expliquei, para evitar um excesso de financiamento de imóveis usados, o que comprometeria a capacidade de financiar novos imóveis. Porém, sobre essa questão da entrada: sim, estamos discutindo. Vamos conversar com o Conselho Curador e analisar as condições para flexibilizar a exigência da entrada, principalmente para facilitar o acesso das famílias ao financiamento. Essa é uma questão que estamos avaliando, mas ainda não temos uma decisão final. O que posso dizer é que estamos atentos às necessidades da população e buscando maneiras de tornar o programa mais acessível para todos.
Qual a expectativa econômica e social com a inclusão da classe média na nova faixa do programa? O impacto no PIB será significativo?
O Minha Casa Minha Vida foi responsável por 54% dos lançamentos imobiliários no Brasil em 2024. A construção civil teve um PIB de 5,1%, bem acima do PIB geral do Brasil, que foi de 3,8%. Só nos anos de 2023, 2024 e 2025, mais R$ 380 bilhões serão injetados na economia, o que também gera emprego e ajuda as famílias a realizarem o sonho da casa própria. Esses investimentos têm um impacto direto na economia, gerando mais empregos na construção civil e movimentando a economia em diversas regiões do país, o que é crucial para o crescimento do setor e para a melhoria das condições de vida da população.
E sobre o programa de crédito para reformas de casa, especialmente para combater a falta de banheiros e a questão de saneamento, há novidades?
O presidente Lula nos pediu para enfrentar a questão dos banheiros e das reformas das casas. O programa de reformas está sendo discutido com a Casa Civil, assim como o programa de construção de banheiros. Estamos trabalhando para que ambos os programas sejam lançados em breve, para melhorar a qualidade de vida das famílias, especialmente nas áreas mais carentes. O foco principal será garantir que todos os brasileiros tenham acesso a condições mínimas de habitabilidade, como banheiros adequados e melhorias nas moradias. Em breve, o presidente Lula deve anunciar esses programas oficialmente.
Em relação ao saneamento, o senhor acredita que o Brasil conseguirá alcançar a meta de universalização até 2033?
O governo federal está comprometido com a universalização do saneamento. Temos R$ 60 bilhões em contratos ativos para investimentos em saneamento, com R$ 20 bilhões contratados somente nos primeiros anos do governo. Estamos incentivando parcerias público-privadas para trazer mais investimentos ao setor e garantir que a universalização aconteça até 2033. O presidente Lula tem se dedicado a garantir que a população tenha acesso a serviços de qualidade em todas as áreas, e o saneamento é uma prioridade para ele.
Vamos conseguir atingir essa meta?
O governo federal vai fazer tudo o que for possível para alcançar essa meta. A união de esforços entre o setor público, os estados e os municípios será fundamental para garantir que todos tenham acesso a serviços de água tratada e esgoto até 2033. A universalização do saneamento não é apenas uma meta, mas um compromisso com a saúde e o bem-estar da população brasileira. Estamos investindo, buscando parcerias e aperfeiçoando as políticas públicas para alcançar esse objetivo.
Monitor Digital - RJ 07/04/2025
Uma nova rota marítima que passa pelo Brasil poderá reduzir os custos em 30%, e a China passa a ser um excelente parceiro para várias nações pois “oferece a estabilidade que outros países não oferecem”, analisou Fabiana D’Atri, superintendente de Economia da Bradesco Asset e diretora de Economia do Conselho Empresarial Brasil–China (CEBC).
A economista abordou estes e outros temas no debate “A Economia Chinesa Hoje: Cenários e Obstáculos”, realizado nesta quinta-feira no CEBC. O evento contou também com o embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do Conselho, na abertura, e moderação de Tulio Cariello, diretor de Conteúdo e Pesquisa da entidade. Fabiana D’Atri comentou ainda sobre a conexão da Bolsa brasileira com a Bolsa de Xangai.
Recém-chegada da China, ela trouxe análises atualizadas diretamente do país, com foco nos fatores que têm determinado o desempenho recente da economia chinesa e nas perspectivas para os próximos anos, além de comentar os impactos, naquele país, das medidas anunciadas quarta-feira (2) pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Falou ainda das oportunidades para aumento da parceria do Brasil com o país asiático.
Fabiana destacou que o sucesso da ferramenta de IA Deepseek “contribuiu enormemente para a confiança que o chinês hoje tem na sua capacidade produtiva de inovação e capacidade intelectual, revertendo a falta desta confiança que existia anteriormente”. Salientou que, ainda que existam “críticas e incertezas, há hoje um olhar mais generoso sobre o modelo atual e a capacidade de o país responder a eventos externos, especialmente no que tange à tecnologia”.
Ela avalia que a situação do país no momento atual está melhor e que o governo pode entregar o crescimento de 5%, embora alguns analistas de mercado projetem 4,5%. Contou ainda, que em setembro de 2024, houve uma mudança na condução da política econômica, que “o estímulo não é pequeno”, visto o Deepseek, o estímulo ao setor privado, ao consumo interno, a estabilização do setor imobiliário, e que até agora as exportações não colapsaram.
A economista lembrou ainda os desafios das questões estruturais. Sobre o setor imobiliário, preocupação nos últimos tempos, Fabiana diz que esta área “não vai melhorar, mas parou de piorar”. As novas tarifas de 54% impostas pelos EUA “vão certamente impactar”, que a deflação (overcapacity) instiga soluções, a dívida interna, especialmente dos governos locais “não tem solução fácil”, o desemprego não é comentado.
Sobre este último aspecto, ela diz que as novas tecnologias com robôs industriais não criam empregos como o setor imobiliário criava, e que crescem “indústrias escuras”, onde uma pessoa aparece uma vez por semana para averiguar a produção realizada por robôs em locais sem luz, e que portanto, há necessidade de qualificação dos jovens.
Sobre o estímulo ao consumo, ela disse que “o governo foi bastante assertivo ao oferecer descontos de forma que a sociedade teve a percepção de que estava sendo feito algo, que a decisão veio de cima, não veio das plataformas de comércio”.
Ela também comentou as iniciativas para deter o déficit fiscal, os preços ativos desde a virada politica em setembro passado, como endereçar a deflação, as causas e consequências da involução, as desigualdades sociais, com a necessidade de implementar medidas de bem-estar social, a desigualdade entre as gerações, dentre outros aspectos da vida cotidiana da China.
Sobre a nova relação com os EUA, Fabiana revelou que o governo tem como estratégia a mínima retaliação, que as tarifas são administráveis, e principalmente, que a China vem se preparando há anos para que eventos externos impactem o mínimo.
Finalmente, disse que “há cartas na manga” para lidar com estas tarifas e que há planejamento de medidas a serem adotadas no segundo semestre a partir da avaliação de como as questões geopolíticas acontecerem até julho. Quem quiser acompanhar toda a apresentação de Fabiana, pode entrar no canal do CEBC no Youtube.
Infomoney - SP 07/04/2025
O Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, conhecida como Opep+, reiterou neste sábado a necessidade de cumprimento das cotas de produção de petróleo.
Em comunicado, o comitê informou que, durante reunião virtual hoje entre grupo de membros, o colegiado “observou que alguns países não atingiram a compensação total e reiterou a importância de atingir a compensação integral” de qualquer volume produzido acima das cotas. Os países devem enviar planos de compensação antecipados e atualizados até 15 de abril, segundo a Opep+.
O reforço do comitê da Opep+ ocorre após a organização ter comunicado nesta semana o aumento da produção de petróleo em maio, em níveis acima do esperado anteriormente. A decisão pressionou os preços da commodity.
Na reunião deste sábado, o comitê ministerial da Opep+ também revisou os dados de produção de petróleo bruto para janeiro e fevereiro deste ano, segundo a nota à imprensa. Ainda segundo o comunicado, reconheceu os ajustes voluntários adicionais de produção feitos pelos oito países da Opep+ que foram anunciados em 3 de abril.
Segundo o comitê, os ajustes visam apoiar a estabilidade do mercado. A adesão dos países a estes ajustes acordados entre os membros da Opep+ serão monitorados pela organização.
Valor - SP 07/04/2025
Brent recuou 10,73% na semana; se preços permanecerem baixos, Petrobras pode ter espaço para reduzir cotações dos combustíveis
A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar a produção da commodity a partir de maio deste ano em volume maior do que o previsto surpreendeu o mercado, preocupa petroleiras e jogou mais incertezas no difícil cenário global de curto e médio prazos.
O anúncio do cartel se deu na quinta-feira (3), um dia depois do “tarifaço” do presidente americano Donald Trump. Na visão de analistas e de executivos do setor, a combinação dos dois fatores aumentou ainda mais as incertezas. As sobretaxas americanas sobre o comércio tendem a desacelerar a economia mundial, o que pode reduzir o crescimento dos países e a demanda por petróleo. Mas, mesmo diante desse quadro já complexo, a Opep optou por triplicar o volume de oferta adicional em relação ao plano anterior, de 2024, o que fez tombarem os preços do petróleo.
Na sexta-feira (4), o petróleo tipo Brent, referência mundial, fechou a US$ 64,95 por barril, queda de 6,44% sobre a véspera e de 10,73% no acumulado da semana.
Um cenário com preços mais baixos para o Brent pode ajudar a Petrobras a reduzir os preços do diesel e da gasolina no mercado doméstico. Em 1º de abril, a empresa cortou o preço do diesel em R$ 0,17 por litro, queda de 4,6%. Foi a primeira vez que a petroleira reduziu o preço do combustível desde dezembro de 2023. A gasolina, que teve aumento em julho de 2024, ainda segue sem alteração.
Mas a redução do preço do Brent, se mantida a mais longo prazo, também deve levar o Brasil a ter menos receitas com a exportação de petróleo. Em 2024, a commodity foi o principal item da pauta exportadora brasileira, superando a soja, com vendas de US$ 44,9 bilhões, alta de 5,23% sobre 2023.
Daniel Osorio, chefe da área de energia da Hedgepoint para os Estados Unidos e América Latina, diz que o Brasil está em situação difícil: “O aumento da produção dos membros da Opep pode tornar mais difícil para a Petrobras e outros ‘players’ brasileiros competirem na Europa e na Ásia.”
Na quinta-feira, a Opep, responsável por cerca de 40% da produção global de petróleo, decidiu elevar a oferta da commodity em 411 mil barris por dia a partir do mês que vem. O volume equivale a três meses do plano de retomada da oferta anunciado em dezembro. A ideia naquele momento era acrescentar à produção do cartel 140 mil barris/dia, a partir de abril de 2025, incluindo ainda maio e junho. Até aí pode se dizer que o anúncio da oferta feito esta semana era esperado desde o fim do ano passado. Mas o que surpreendeu foi o acréscimo de um número muito maior de barris de uma única vez.
Diante da conjuntura, o Goldman Sachs reviu a estimativa da cotação do petróleo para US$ 66 por barril no fim de 2025, redução de US$ 5 por barril em relação à previsão anterior. Segundo o banco, além da decisão do cartel, as tarifas anunciadas por Donald Trump também elevam o risco, o que deve trazer maior volatilidade até o fim do ano.
Osorio, da Hedgepoint, diz que o anúncio da Opep tem relação com políticas internas do grupo. “Embora o momento possa parecer estranho, é importante considerar que a Rússia vinha expressando preocupações sobre o crescimento da produção do Cazaquistão há algum tempo, especialmente após a ampliação do gigantesco campo petrolífero Tengiz, operado pela Chevron. A decisão reflete tensões regionais contínuas, em vez de uma resposta direta às tarifas [de Trump]”, afirma.
O analista da Hedgepoint avalia que já era esperado que a Opep retomasse os níveis de produção em 2025, mas que essa decisão somada às tarifas de Trump pode ter efeitos incertos: “O que é certo é que muitos países serão forçados a negociar com os Estados Unidos. As empresas já estão buscando formas de mitigar os efeitos dessas novas tarifas.” A queda da cotação do petróleo, acrescenta, pode levar os produtores de petróleo a reduzir os níveis de oferta em campos mais caros, o que deve levar as petroleiras a reavaliarem planos de investimentos.
O Citi classifica o conjunto tarifas americanas e decisão da Opep como um “golpe duplo” para o setor de petróleo e gás, elevando os riscos sobre o crescimento econômico global e a demanda pela commodity. Em relatório, o banco afirma que a escolha da Opep de triplicar o volume de retomada da produção, em relação ao que era previsto anteriormente, acelerou a queda do petróleo: “A mudança de política do grupo de produtores parece vir de um período de tensões sobre certos membros que excederam os limites de produção.”
Felipe Perez, analista da S&P, diz que, apesar das incertezas trazidas pela Opep, há a ideia de que as tarifas de Trump têm vida curta e são instrumentos de negociação que podem estar sendo usadas em conversas com a Arábia Saudita, membro da Opep: “A Opep tem desafios de trazer consenso entre os membros. Caso a tendência continue de queda de preço, o produtor americano vai considerar os planos de produção e ir contra com a campanha americana por mais perfuração, o ‘drill, baby, drill’.” Para Perez, o preço do barril mais baixo pode ajudar a Opep a conter alguns membros que, por terem alto capital privado estrangeiro na produção, estavam acima das cotas.Donald Trump. Na visão de analistas e de executivos do setor, a combinação dos dois anúncios aumentou ainda mais as incertezas. As sobretaxas americanas sobre o comércio tendem a desacelerar a economia mundial, o que pode reduzir o crescimento dos países e a demanda por petróleo. Mas mesmo diante desse quadro já complexo, a Opep optou por triplicar o volume de oferta adicional em relação ao plano anterior, de 2024, o que fez tombarem os preços do petróleo.
Infomoney - SP 07/04/2025
O receio de recessão se faz presente nos mercados mundiais por conta do tarifaço anunciado por Donald Trump, intensificado pela retaliação da China aos EUA. Com isso, o petróleo Brent chega a níveis mínimos de preços não vistos desde o início de 2021, quando passou a subir devido à pré-invasão da Ucrânia (momento de posicionamento de tropas russas na fronteira da Ucrânia).
Às 9h45 (horário de Brasília), o WTI de primeiro vencimento caía 6,63% (US$ 62,51), enquanto o brent tinha baixa de 6,14% (US$ 65,83).
“Por conta desse receio de recessão global, o petróleo sente muito, pois uma desaceleração mundial significa menos demanda global pela commodity. Isso faz com que alguns ativos brasileiros sangrem muito e, hoje, cairão novamente, como Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3), PetroRecôncavo (RECV3), entre outras do ramo”, caso da Brava (BRAV3), conforme aponta Vitor Agnello, analista educacional da CM Capital.
Na véspera, os ativos já haviam caído forte e, no pré-market da Bolsa de Nova York, os ADRs (recibo de ações ) da PETR3 caíam cerca de 5%.
O Bradesco BBI aponta que a China respondendo às tarifas dos EUA aumenta a percepção de que uma guerra comercial completa provavelmente ocorrerá, e isso é ruim para o preço do petróleo.
China anuncia tarifas adicionais de 34% sobre os EUA e acirra guerra comercial
Pequim também anunciou que está adicionando várias entidades dos EUA a uma lista de controle de exportação e classificando outras como uma entidade “não confiável”
Por outro lado, as tarifas incluirão o petróleo vindo dos EUA para a China e, portanto, podem criar algumas oportunidades para empresas que exportam petróleo para a China.
O analista da CM Capital aponta que, por sua vez, um ativo que sentiu ontem e agora tende a se beneficiar em momentos globais como esses é o próprio ouro. Isso porque o ouro, o ativo mais seguro da história do mundo, sempre serviu como um ativo de hedge, ou seja, proteção de patrimônio.
Veja - SP 07/04/2025
A principal categoria, em termos de volume e renda para o agro brasileiro é de alimentos (1). Atualmente, o Brasil é líder no comércio global de soja, carne bovina, carne de frango, suco de laranja, café e açúcar, além de 2º no milho. Um estudo da Embrapa mostrou que o setor é responsável por alimentar 800 milhões de pessoas.
Outro segmento é o de agroprodutos (2), que incluem: algodão, fumo, couro, papel e celulose e outros. São commodities pouco lembradas pela população em geral, mas que abastecem indústrias têxteis, de embalagens, fumo, vestuário e outras. No setor de bioenergia (3), o país se destaca na produção e exportação de etanol, atrás somente dos Estados Unidos. Na subcategoria do etanol de cana, o Brasil dispara como líder, já que outros países tradicionalmente produzem etanol a partir do milho ou da beterraba. O Brasil ainda tem o biodiesel, bioeletricidade, que ampliam o uso de fontes renováveis na matriz energética global. E quem deve crescer também é o biocombustível de aviação.
A exportação de produtos embalados (4) ou industrializados tem ganho relevância no agronegócio brasileiro, agregando valor aos produtos e ampliando o alcance de marcas nacionais. Exemplos como cafés especiais, chocolates, carnes processadas, azeites, doces e confeitos, produtos à base de frutas, entre outros conquistam mercados exigentes mundo afora indo direto para as gôndolas. Além da exportação direta, modelos como global sourcing e marketplaces facilitam a comercialização, conectando empresas brasileiras a consumidores internacionais. Segundo a ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), o faturamento do setor com vendas externas somou US$ 66,3 bilhões em 2024, crescimento de 6,6%, o que coloca o Brasil como líder mundial nas exportações de alimentos industrializados. Os maiores itens da lista são as carnes processadas (US$ 26,2 bilhões), produtos do açúcar (US$ 18,9 bilhões); e óleos e outros derivados da soja (US$ 10,7 bilhões).
O Brasil não exporta somente produtos ou alimentos. Uma tendência crescente no mundo dos negócios é a internacionalização de restaurantes e franquias (5), com redes de churrascarias, cafeterias e fast-food brasileiros podendo conquistar consumidores globais. Temos, ainda a exportação de serviços (6), como startups de tecnologia agrícola, consultorias, serviços de advocacia, de comunicação, soluções logísticas e ambientais, que levam inovação e eficiência para produtores e empresas em diversos países, além do recebimento de royalties.
Por fim, o agro exporta insumos (7) e equipamentos agrícolas (8). Fertilizantes, defensivos químicos, insumos biológicos, vacinas e insumos veterinários são essenciais para a segurança alimentar e de animais de companhia; enquanto máquinas, bens de capital e tecnologias como drones, robôs e softwares impulsionam o agronegócio de diversos países a se tornarem cada vez mais tecnificados.
O futuro das exportações do agro brasileiro é repleto de oportunidades, e a diversificação destas demonstra a capacidade do setor de se adaptar às demandas globais. Aos poucos, o agro vai se tornando também um fornecedor estratégico de serviços, tecnologias, equipamentos, franquias e muito mais. Agregação de valor que cria oportunidades e desenvolvimento aos brasileiros, além de trazer mais recursos ao país.
Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) da Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em harvenschool.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinícius Cambaúva e Rafael Rosalino.
Money Times - SP 07/04/2025
A China anunciou tarifas adicionais de 34% sobre os produtos dos Estados Unidos na sexta-feira, a mais séria escalada em uma guerra comercial com o presidente Donald Trump, que alimentou os temores de uma recessão e desencadeou uma derrocada no mercado de ações global.
As taxas se somam às tarifas de 10% a 15% aplicadas a produtos agrícolas no valor aproximado de US$ 21 bilhões em março e ameaçam praticamente acabar com as dezenas de bilhões em comércio agrícola entre as duas nações.
As exportações agrícolas dos EUA para a China caíram drasticamente durante a primeira guerra comercial, depois que Pequim impôs tarifas de até 25% sobre soja, carne bovina, carne suína, trigo, milho e sorgo em retaliação às tarifas sobre produtos chineses impostas por Trump.
Desde então, Pequim diversificou suas importações agrícolas, aumentando as compras de fornecedores liderados pelo Brasil e impulsionando a produção doméstica em busca de maior segurança alimentar.
Como resultado, a China agora está usando os bilhões que ainda gasta anualmente com produtos agrícolas dos EUA como uma arma na escalada da guerra comercial , com menos risco para sua própria segurança alimentar.
A China continua sendo o maior mercado de exportação para os agricultores americanos. Os líderes e comerciantes agrícolas dos EUA descreveram a China como “insubstituível”, mesmo quando procuram mercados alternativos.
A China importou US$29,25 bilhões em produtos agrícolas dos EUA em 2024, uma queda de 14% em relação ao ano anterior, ampliando uma queda de 20% em 2023.
A seguir, um resumo desse comércio:
Soja
Cerca de metade da soja dos EUA, a maior exportação agrícola do país para a China, foi enviada para a nação asiática em 2024, totalizando US$12,8 bilhões em comércio, de acordo com dados dos EUA.
No entanto, a China tem dependido cada vez mais da soja brasileira, mais barata e abundante, para reduzir sua dependência dos suprimentos dos EUA. Isso fez com que a participação de mercado dos EUA na China caísse de 40% em 2016 para 21% em 2024, de acordo com dados da alfândega chinesa.
Milho
Os EUA foram o principal fornecedor de milho da China durante décadas, até que Pequim aprovou as compras brasileiras em 2022.
As importações chinesas de milho dos EUA caíram para US$561 milhões em 2024, de US$2,6 bilhões um ano antes, com o aumento da produção doméstica, de acordo com dados da alfândega chinesa.
Embora a demanda de milho da China tenha aumentado na última década para apoiar seu enorme setor pecuário, o Brasil ultrapassou rapidamente os EUA como o principal fornecedor da China.
Carnes
A China é um mercado importante para as exportações americanas de coxas de frango, orelhas de porco e miúdos – produtos para os quais há pouca demanda nos Estados Unidos.
A China comprou US$2,54 bilhões de carne e vísceras dos EUA em 2024, abaixo dos US$4,11 bilhões em 2021.
Centenas de exportadores de carne dos EUA foram jogados em um limbo administrativo no início deste ano, quando a China permitiu que seus registros de exportação caducassem. Embora alguns tenham sido registrados novamente, muitos exportadores de carne bovina ainda estão sem licenças.
Algodão
A China é responsável por cerca de um quarto dos embarques de algodão dos EUA em valor.
As remessas de algodão dos EUA para a segunda maior economia do mundo ficaram em US$1,49 bilhão em 2024, abaixo dos US$1,57 bilhão em 2023, de acordo com os dados do U.S. Census Bureau, já que os ventos contrários econômicos reduziram a demanda por têxteis e vestuário.
Sorgo
As importações chinesas de sorgo dos EUA aumentaram ligeiramente, mas o país está tentando reduzir sua dependência do grão para ração americano, que é usado principalmente como substituto do milho.
A China importou US$1,73 bilhão em sorgo dos EUA em 2024, acima dos US$ 1,52 bilhão em 2014.
As exportações de sorgo dos EUA para a China estão enfrentando forte concorrência da Austrália e da Argentina, além do milho brasileiro, quando este está mais barato.
Trigo
A China importou quase US$ 600 milhões em trigo dos EUA em 2024, o maior valor em três anos. Mas a China reduziu as importações gerais de trigo nos últimos meses em meio a uma ampla oferta local, o que provavelmente afetará os embarques dos EUA.
Canal Rural - SP 07/04/2025
Atualmente, a legislação já permite sacar o FGTS em algumas situações, como na demissão sem justa causa, na concessão da aposentadoria, para quitação de financiamento imobiliário ou em casos de câncer (trabalhador ou dependentes).
O Projeto de Lei 4515/24 tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Trabalho; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
“A mudança na lei contribuirá para a subsistência do trabalhador rural e de sua família”, disse o autor da proposta, deputado Defensor Stélio Dener (Republicanos-RR), ao lembrar que o agronegócio representa hoje quase 27% das ocupações no Brasil.
Para virar lei, a proposta que libera saque do FGTS para compra de máquinas agrícolas tem que ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
Sobre o FGTS
Segundo o governo, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador que fosse demitido sem justa causa, criando para ele uma reserva financeira. Portanto, esse é um benefício social em prol do trabalhador celetista. O benefício foi instituído pela Lei nº 5.107 de 1966 e conta com mais de 50 anos de história.
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