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02 de Dezembro de 2025

SIDERURGIA

Investing - SP   02/12/2025

As ações da Algoma Steel Group Inc (NASDAQ:ASTL) caíram 7,6% na segunda-feira após a Bloomberg informar que a siderúrgica canadense demitirá 1.000 funcionários e fechará seu alto-forno no norte de Ontário nos próximos meses, citando perdas devido às tarifas americanas.

A empresa sediada em Sault Ste. Marie também encerrará sua operação de produção de coque enquanto acelera sua transição para a produção de aço em fornos elétricos a arco até o início de 2026, um ano antes do cronograma previsto, de acordo com um comunicado enviado à Bloomberg.

A Algoma culpou diretamente as tarifas de 50% do governo Trump sobre o aço estrangeiro pelas medidas drásticas, afirmando que essas tarifas "alteraram fundamentalmente o cenário competitivo e limitaram drasticamente nossa capacidade de acessar o mercado americano".

A empresa relatou uma queda de 13% nas vendas durante o terceiro trimestre, com despesas diretas de tarifas chegando a C$ 89,7 milhões. A Algoma descreveu o mercado siderúrgico dos EUA como "praticamente fechado para nós", levando os governos do Canadá e de Ontário a fornecerem C$ 500 milhões em empréstimos de emergência.

Atualmente empregando aproximadamente 2.500 trabalhadores, a Algoma implementará as demissões a partir de 23 de março, reduzindo sua força de trabalho em 40%.

"Esta transição é necessária para proteger o futuro da Algoma diante dessas forças de mercado extraordinárias e externas, e continuaremos a defender um ambiente comercial competitivo e justo para o aço canadense", disse a empresa à Bloomberg.

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Valor - SP   02/12/2025

Acordo foi fechado após a Thyssenkrupp finalizar um plano de financiamento para sua unidade siderúrgica até o fim da década e acertar com os sindicatos um processo de reestruturação

A unidade siderúrgica da Thyssenkrupp começará a implementar de imediato cortes de pessoal e redução de capacidades, preparando o terreno para a possibilidade de venda da área que passa por dificuldades.

O acordo foi fechado após a Thyssenkrupp finalizar um plano de financiamento para sua unidade siderúrgica até o fim da década e acertar com os sindicatos um processo de reestruturação. Isso inclui apoio para montar uma usina siderúrgica verde em sua instalação principal, em Duisburg.

A executiva-chefe da unidade, Marie Jaroni, disse que a direção e os trabalhadores conseguiram “cortar o nó górdio para que possamos tornar a Thyssenkrupp Steel preparada para o futuro”. Segundo a empresa, as duas partes concordaram em manter os termos “confidenciais”.

A divisão de siderurgia da Thyssenkrupp é uma das maiores da Europa, e o conglomerado tinha explorado a possibilidade de vender metade dela ao bilionário tcheco Daniel Kretínský. No ano passado, o grupo de Kretínský, EP Corporate, adquiriu uma participação inicial de 20% na unidade, mas desistiu dos planos de ampliar esse porcentual depois que o magnata indiano Naveen Jindal apresentou uma oferta concorrente em setembro. Jindal continua a fazer a diligência devida na empresa.

“Neste momento, estamos engajados em discussões construtivas com a Jindal Steel – e concentrados em uma diligência prévia detalhada”, informou a Thyssenkrupp. A empresa acrescentou que as negociações formarão “a base para quaisquer possíveis próximos passos”.

Há um ano, a Thyssenkrupp apresentou um plano para reduzir a produção de aço em algo entre 8,7 milhões e 9 milhões de toneladas e cortar o número de funcionários em suas fábricas em 40%, o equivalente a 11 mil empregos, em uma tentativa de deixar a unidade em uma base sólida e estável.

O conglomerado, que tem sede em Essen, está em meio a um longo processo de reestruturação, que tem como objetivo desmembrar suas cinco divisões principais em empresas separadas e transformar a Thyssenkrupp em uma holding.

No início deste ano, aproveitando o entusiasmo pelas ações do setor de defesa, a Thyssenkrupp desmembrou sua divisão marítima, a TKMS, com uma listagem separada na Bolsa de Valores de Frankfurt.

Mas o grupo enfrenta mais dificuldades para encontrar uma solução de longo prazo para sua divisão siderúrgica, que tem de lidar com a baixa demanda em seus principais mercados, os altos custos da energia e uma enxurrada de importações baratas da Ásia.

Passivos consideráveis com pensões e aposentadorias, que somam cerca de 2,7 bilhões de euros, também se mostraram um grande empecilho para possíveis compradores, segundo analistas.

Os desafios com que a divisão siderúrgica se defronta obrigaram a Thyssenkrupp a reduzir seu valor em 1 bilhão de euros no ano passado, na sequência de outra desvalorização de 2,1 bilhões de euros em 2023.

A Thyssenkrupp apresentará seus resultados financeiros do ano completo em 9 de dezembro. Nos primeiros nove meses de seu ano fiscal – até o fim de junho de 2025 –, a unidade siderúrgica registrou uma queda nas encomendas de pouco mais de 10%, para 7,3 bilhões de euros, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Consultor Jurídico - SP   02/12/2025

O Superior Tribunal de Justiça negou seguimento ao recurso extraordinário ajuizado pelo Grupo Ternium para contestar, no Supremo Tribunal Federal, a decisão que obrigou o conglomerado a pagar indenização por não ter feito oferta pública de aquisição para as ações dos sócios minoritários da Usiminas.

O recurso tentava reverter acórdão da 3ª Turma do STJ que promoveu uma reviravolta no caso em junho do ano passado, depois de o colegiado ter inicialmente afastado essa obrigação em março de 2023.

Responsável pela admissibilidade dos recursos enviados ao STF, o vice-presidente do STJ, ministro Luis Felipe Salomão, negou seguimento à tentativa do grupo ítalo-argentino por entender que a posição da 3ª Turma está em conformidade com a jurisprudência do Supremo.

A Corte Especial, em sessão virtual, confirmou, por unanimidade, a decisão de Salomão.

Isso não significa que o STF não vá se pronunciar sobre o caso. Uma associação de importadores e exportadores (AEB) ajuizou ação direta de inconstitucionalidade no âmbito da mesma discussão.

O objetivo é estabelecer interpretação conforme os dispositivos da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/1976), que o STJ usou para condenar o grupo a pagar indenização.

A pedido do relator do caso no STF, ministro André Mendonça, já se manifestaram sobre a discussão a Casa Civil, a CVM, o Cade, a Advocacia-Geral da União e o Senado. Há ainda uma tentativa de cercar o governo brasileiro para influenciar decisões judiciais sobre o caso.

Para a ação foi adotado o rito abreviado, que dispensa a decisão liminar e avança diretamente ao mérito. O processo está concluso ao relator — ou seja, pronto para ser decidido ou levado a julgamento no Plenário.
Recurso barrado

Para o STJ, o recurso ao Supremo é incabível porque não há afronta ao artigo 93, inciso IX da Constituição Federal, que trata da suficiência da fundamentação das decisões judiciais.

Isso porque o STF já decidiu, de forma vinculante, que a Constituição exige que acórdãos devem deixar clara a motivação para a solução adotada para a controvérsia, ainda que não haja argumentação detalhada sobre todos os pedidos das partes.

Além disso, o Grupo Ternium suscitou ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal e da segurança jurídica, que não podem ser analisados pelo STF porque decorrem de interpretação da lei federal.

“No caso, conforme consignado na decisão agravada, foram declinados, de forma satisfatória, os motivos da compreensão adotada no acórdão objeto do recurso extraordinário, proferido em julgamento de embargos de declaração, o qual recebeu efeitos infringentes”, disse Salomão.
Disputa pela Usiminas

A disputa pela Usiminas teve início em 2011, quando o bloco de controle da empresa era composto por Nippon Steel, Votorantim, Camargo Corrêa e Caixa de Empregados da Usiminas (CEU).

O Grupo Ternium comprou todas as ações da Votorantim e da Camargo Corrêa e parte da cota da CEU, assumindo 43,3% das ações ordinárias dentro do bloco de controle da companhia.

Não houve alteração do sócio majoritário, que continuou sendo a Nippon Steel, com 46,12% das ações. Por esse motivo, as instâncias ordinárias entenderam que não era necessária a oferta pública de aquisição (OPA).

Previsto no artigo 254-A da Lei 6.404/1976, esse procedimento serve para proteger os minoritários de alterações abruptas no rumo das empresas das quais são sócios. A parte que ingressa no bloco de controle deve comprar as ações dos minoritários por um preço mínimo de 80% do valor pago por ação com direito a voto.

No caso da Usiminas, essa conta é ainda mais relevante porque o Grupo Ternium ingressou no bloco de controle pagando muito mais do que o valor de mercado das ações.

Inicialmente, o STJ teve a mesma conclusão das instâncias ordinárias. Mas, nos embargos de declaração, percebeu que, apesar de a Nippon Steel continuar sendo sócia majoritária da Usiminas, a companhia passou por mudanças importantes na forma de comando. A aprovação das chamadas resoluções ordinárias passou a demandar quórum de 65% da massa acionária do bloco controlador, o que só seria possível pelo consenso entre Grupo Ternium e Nippon Steel.

Já as resoluções especiais passaram a demandar quórum de 90% das ações — ou seja, a concordância dos três membros controladores.

Na prática, um veto do Grupo Ternium em qualquer uma dessas situações seria suficiente para inviabilizar sua implementação, o que implica uma mudança efetiva do bloco de controle e consequências na estrutura gerencial da Usiminas.

A conclusão, na ocasião, foi de que o grupo deveria ter feito a oferta pública de ações. Em razão do tempo que passou desde a entrada do grupo no controle da siderúrgica,  a obrigação foi convertida em perdas e danos, a serem apurados em liquidação de sentença.

Valor - SP   02/12/2025

O local para a planejada siderúrgica da U.S. Steel nos Estados Unidos será definido já em junho ou julho de 2026, disse um executivo da Nippon Steel ao “Nikkei Asia”, enquanto a unidade busca uma recuperação com o apoio financeiro de sua controladora japonesa.

A U.S. Steel pretende iniciar as operações na nova siderúrgica com forno elétrico a arco já em 2029. O estado anfitrião receberá investimentos maciços e espera-se que crie muitos novos empregos.

"Recebemos consultas de muitos estados e estamos analisando cuidadosamente locais que possuam infraestrutura, como energia elétrica, e que sejam rentáveis", disse Takahiro Mori, vice-presidente executivo da Nippon Steel.

A Nippon Steel havia projetado que a U.S. Steel contribuiria com 80 bilhões de ienes (US$ 516 milhões) para seu lucro operacional, excluindo perdas com a desvalorização de estoques, para o ano fiscal que termina em março de 2026. Mas, ao anunciar os resultados do período de abril a setembro, em novembro, a controladora reverteu a projeção e afirmou que a contribuição seria zero. A Nippon Steel concluiu a aquisição da U.S. Steel por US$ 14 bilhões em junho.

"Acreditamos que a U.S. Steel acabará por dar uma contribuição significativa, mas, dada a grande incerteza em torno da economia americana, precisamos esperar para ver como as coisas se desenvolvem", disse Mori.

A Nippon Steel também decidiu compartilhar tecnologia avançada com a U.S. Steel, a primeira transferência desse tipo para o exterior pela empresa japonesa. Ela investirá US$ 11 bilhões na siderúrgica americana até 2028 para reformar instalações de produção existentes e construir novas para chapas de aço elétrico com grãos orientados, utilizadas em transformadores para data centers. "Investir na indústria siderúrgica leva tempo, mas US$ 11 bilhões certamente mudarão a estrutura de lucros", disse Mori. "A U.S. Steel vinha investindo pouco até agora."

No fim de novembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou David Shapiro, conselheiro-chefe do Departamento de Comércio, para o conselho da U.S. Steel.

A nomeação foi feita "sob a autoridade da ação preferencial", disse Mori, referindo-se às ações preferenciais da U.S. Steel que o governo dos Estados Unidos detém, conferindo-lhe poder de veto e outros direitos.

"Shapiro também esteve presente durante as negociações de aquisição, então nos conhecemos bem", disse Mori.

Em uma carta à administração da U.S. Steel para anunciar a nomeação, Trump escreveu que "o Governo dos Estados Unidos deve monitorar de perto a U.S. Steel e seu cumprimento do Acordo" entre o governo dos Estados Unidos e as duas empresas para manter a produção de aço nos Estados Unidos.

Enquanto seus negócios no Japão continuam enfrentando desafios devido à superprodução chinesa, a Nippon Steel está posicionando a Índia como um pilar de crescimento ao lado dos Estados Unidos.

"A indústria siderúrgica na Índia é protegida por tarifas, e é um dos poucos mercados no mundo onde a demanda está em expansão", disse Mori. Uma joint venture entre a Nippon Steel e a europeia ArcelorMittal vai construir uma nova siderúrgica na Índia.

"As expectativas do governo local são altas, e o processo de avaliação ambiental está progredindo em um ritmo excepcionalmente rápido, então esperamos obter a aprovação em breve", disse Mori.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   02/12/2025

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 1º, que a China vem exportando desinflação ou deflação para o Brasil, a depender dos produtos. Em um evento da XP, em São Paulo, ele destacou que a quantidade de produtos importados do país asiático cresceu, enquanto os preços caíram ao longo deste ano.

“No final do dia, ele está ali amortecendo, vamos dizer assim, um impacto que seria ainda maior, tanto para déficit de transações correntes quanto para a inflação”, disse o banqueiro central.

A deflação é o oposto da inflação, e acontece quando os preços dos produtos caem ao longo do tempo. Já a desinflação é a diminuição do ritmo de crescimento da inflação.

Galípolo afirmou que o crescimento do déficit em transações correntes do Brasil é mais uma evidência de que a economia do País está resiliente. Sobre a China, ele acrescentou que, na última sexta-feira, 28, o Pix atingiu recorde de transações, por causa da Black Friday e do pagamento do 13º salário. Plataformas que importam da China também atingiram recorde de vendas, disse.

Impacto das tarifas

O presidente do Banco Central voltou a afirmar que os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre a economia global não ocorreram como era imaginado. Ele ponderou que há uma discussão sobre a possibilidade de ainda haver uma defasagem, mas ressaltou que, por ora, o cenário esperado não ocorreu.

Galípolo acrescentou que, especificamente sobre o impacto na inflação, a visão predominante no mercado é de que o tarifaço deve representar mais uma mudança no nível de preço do que um processo inflacionário. “Por isso você não vê uma desancoragem na inflação nos outros períodos”, pontuou.

Galípolo também observou que, à frente, a expectativa é de menos inflação relacionada ao efeito da inteligência artificial (IA) sobre o ganho de produtividade, o que tende a permitir um “mercado de trabalho mais solto”. “Essa combinação de ganho de produtividade com o mercado de trabalho mais solto teria um cenário menos inflacionário”, disse.

Ele destacou que essa é a visão da maior parte dos investimentos estrangeiros, mas enfatizou que há mais cautela entre os banqueiros centrais. “Sempre existe uma ressalva maior por parte dos banqueiros centrais e por parte do mercado, acho um otimismo maior em relação ao do AI.”

IstoÉ Dinheiro - SP   02/12/2025

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,45% para 4,43% este ano. A estimativa foi publicada no boletim Focus desta segunda-feira (1º), divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2026, a projeção da inflação variou de 4,18% para 4,17%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,8% e 3,5%, respectivamente.

Pela terceira semana seguida, a previsão foi reduzida, após a divulgação do resultado da inflação de outubro, a menor para o mês em quase 30 anos. Com isso, a estimativa alcançou o intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC.

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

A redução na conta de luz puxou a inflação oficial para baixo e fez o IPCA fechar outubro em 0,09%, o menor para o mês desde 1998, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Em setembro, o índice havia marcado 0,48%. Em outubro de 2024, a variação havia sido de 0,56%.

Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses é 4,68%, a primeira vez, em oito meses, que o patamar fica abaixo da casa de 5%. No entanto, ainda acima do teto da meta do CMN.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O recuo da inflação e a desaceleração da economia levaram à manutenção da Selic pela terceira vez seguida, na última reunião, no mês passado.

No entanto, o colegiado não descarta a possibilidade de voltar a elevar os juros “caso julgue apropriado”.

Em nota, o BC informou que o ambiente externo se mantém incerto por causa da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Já no Brasil, a autarquia destacou que a inflação continua acima da meta, apesar da desaceleração da atividade econômica, o que indica que os juros continuarão altos por bastante tempo.

A estimativa dos analistas de mercado é que a taxa básica encerre 2025 nesses 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 9,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida; isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Os bancos ainda consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Diário do Comércio - MG   02/12/2025

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) Setorial registrou alta entre outubro e novembro de 2025 em todos os portes de empresas, em quatro das cinco regiões do País e em 19 dos 29 setores avaliados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, com o aumento do índice, nove setores superaram a marca de 50 pontos, o que indica confiança. No mês anterior, apenas cinco setores superaram esse patamar.

Apesar da melhora, a desconfiança ainda predomina entre os industriais: 20 setores avaliados seguem abaixo dos 50 pontos.

“De uma forma geral, vemos uma melhora da confiança muito atrelada a expectativas melhores das empresas com relação a elas mesmas ou à economia brasileira. [No entanto], a avaliação da empresa ou da própria economia ainda é bastante negativa, especialmente por conta da elevação da taxa de juros, o que penaliza a indústria. Então, essa avaliação ainda segura a [retomada da] confiança”, explica.
Setores com maior confiança:

• Perfumaria, limpeza e higiene pessoal – 56,9
• Farmoquímicos e farmacêuticos – 53,5
• Extração de minerais não-metálicos – 51,5
• Máquinas e materiais elétricos – 51,1
Setores menos confiantes:
• Biocombustíveis – 40,6
• Couros e artefatos de couro – 41,7
• Metalurgia – 42,4
• Máquinas e equipamentos – 45,4
Falta de confiança

O Icei cresceu pelo segundo mês seguido em todos os portes de empresas. Nas pequenas indústrias, houve alta de 1,6 ponto, levando o indicador ao maior nível desde janeiro (48,3). Entre as médias, foi a terceira elevação consecutiva, alcançando 48,7 pontos. Já as grandes empresas registraram avanço de 0,3 ponto, chegando a 48,9 pontos.

Mesmo ainda abaixo da linha dos 50 pontos, a proximidade desse limite indica que a falta de confiança está menos disseminada. “Os índices mostram, portanto, apenas uma redução dessa falta de confiança na passagem de outubro a novembro”, complementa Azevedo.

Confiança

Em novembro, quatro regiões brasileiras registraram aumento da confiança industrial. O Nordeste permaneceu estável.

O Centro-Oeste voltou a se destacar, após oscilações fortes nos meses anteriores, com alta de 3,5 pontos e retorno ao território de confiança, atingindo 53,1 pontos.

No Norte, o indicador cresceu 1,8 ponto, alcançando 48,6 pontos. Sudeste (0,5 ponto) e Sul (1,2 ponto) emplacaram o terceiro mês seguido de alta, mas continuam abaixo dos 50 pontos, indicando falta de confiança dos industriais.
Icei por região:

• Norte – 48,6
• Nordeste – 52,1
• Sudeste – 47,3
• Sul – 46,3
• Centro-Oeste – 53,1

Veja - SP   02/12/2025

Num país acostumado a ciclos bruscos de aperto e afrouxamento monetário, a mensagem de Gabriel Galípolo nesta segunda-feira, 1, soou quase como um manifesto pela imobilidade. Falando em evento promovido pela XP, em São Paulo, o presidente do Banco Central afirmou que “não há qualquer tipo de adição ou modulação em relação a minha última fala na quinta-feira” capaz de alterar a perspectiva de manter a taxa Selic “no atual patamar de 15% ao ano”. O tom, firme e pouco dado a nuances, pareceu direcionado tanto aos mercados financeiros quanto ao próprio governo, que pressiona por juros mais baixos para animar a economia.

A insistência em manter o discurso imutável ocorre num momento em que parte do governo, especialmente a ala mais política do Planalto, aposta num relaxamento monetário para recuperar o crescimento antes das eleições municipais.

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira ofereceu um sopro de alívio: a projeção de inflação de 2025 caiu de 4,45% para 4,43%; a de 2026, de 4,18% para 4,17%. Com essas revisões, a inflação entra dentro do limite da meta, que é de 4,5%. Mas nem isso foi capaz de mudar o discurso de Galípolo.

A estratégia de manter os juros altos pelo “tempo que for necessário” não é isenta de riscos. Juros altos por muito tempo podem esfriar demais a economia, afetar o crédito e inibir investimentos. Mas cortar cedo demais poderia reacender a inflação e corroer a credibilidade duramente conquistada nos últimos anos. Em Brasília, o jogo político pressiona por um desfecho; na Faria Lima, o mercado opera entre a cautela e o ceticismo.

Por enquanto, Galípolo parece confortável interpretando o papel de guardião austero. A pergunta, como sempre no Brasil, não é se a taxa Selic vai cair, mas quando e a que custo político e econômico.

IstoÉ Dinheiro - SP   02/12/2025

A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 permaneceu em 2,16%, pela 5ª semana seguida. Considerando apenas as 30 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa caiu de 2,15% para 2,14%.

O Banco Central (BC) diminuiu a sua estimativa de crescimento da economia brasileira este ano, de 2,1% para 2,0%, no Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre. Segundo a autarquia, a redução ocorreu devido aos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, e a sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre. Esses fatores, porém, foram parcialmente compensados por prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, disse.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também seguiu estável, em 1,78%, pela 5ª semana consecutiva. Considerando só as 29 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,78% para 1,77%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 passou de 1,88% para 1,83%. Quatro semanas antes, era de 1,90%. Já a estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,00%, pela 90ª semana seguida.

*Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Infomoney - SP   02/12/2025

O índice de atividade industrial (PMI) dos EUA elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu para 48,2 em novembro, ante 48,7 em outubro, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 1º de dezembro.

O resultado de outubro contrariou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta do índice a 49,2.

A leitura abaixo de 50 sinaliza que o setor manufatureiro dos EUA permaneceu em contração no mês passado.

MINERAÇÃO

Money Times - SP   02/12/2025

O Vale Day, evento da mineradora (VALE3) que será realizado nesta terça-feira (2) em Londres, deve detalhar os próximos passos operacionais e financeiros da companhia. O evento acontece após o anúncio de dividendos e em meio a uma valorização de 42% das ações em dólares no ano, acima dos 19% registrados pelos pares globais.

Na avaliação do Bradesco BBI, o evento tende a confirmar a disciplina financeira e a capacidade da Vale de elevar eficiência e reduzir custos.

Segundo o banco, em relatório assinado por Rafael Barcellos e Renato Chanes, a empresa deve apresentar o andamento das operações de minério de ferro em Vargem Grande e Capanema, a evolução dos projetos em Serra Sul e as ações adotadas para contornar restrições geotécnicas em Serra Norte.

Em metais básicos, o banco espera novos sinais sobre a expansão do cobre — especialmente nos projetos Carajás, Bacaba, Salobo e Cristalino — e sobre medidas para fortalecer a rentabilidade do níquel.

O BBI também projeta mais clareza sobre a alocação de capital após 2026, sobre a política de remuneração aos acionistas e sobre o cumprimento das obrigações relacionadas a Mariana e Brumadinho, além de avanços nas pautas de ESG, concessões ferroviárias e licenciamento.

O banco mantém visão construtiva para a ação, citando geração de caixa sólida mesmo em cenário de preços moderados e espaço para valorização adicional caso a execução supere as projeções.

De modo geral, analistas do mercado financeiro têm dito que a Vale demonstra flexibilidade operacional e capacidade de ajustar seu mix de produtos conforme o mercado, além de seguir bem posicionada para cumprir o guidance de produção de 2025.

Nos nove primeiros meses do ano, a Vale registrou lucro líquido de US$ 6,2 bilhões. No último dia 27, a companhia anunciou o pagamento de R$ 15,3 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.

Infomoney - SP   02/12/2025

Os preços futuros do minério de ferro avançaram pela quarta sessão nesta segunda-feira, impulsionados pela forte compra de cargas de grau médio, embora os ganhos tenham sido limitados por manutenções de altos-fornos de siderúrgicas na China no final do ano.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China subiu 1,14%, para 801 iuanes (US$113,24) a tonelada.

O minério de ferro de referência de janeiro na Bolsa de Cingapura avançava 1,42%, US$103,65 a tonelada.
A produção de aço de alto-forno da China caiu na semana passada, uma vez que algumas usinas iniciaram a manutenção anual, com a utilização da capacidade diminuindo 0,6 ponto percentual, de acordo com dados da consultoria Mysteel.

Apesar do enfraquecimento dos fundamentos, os preços do minério de ferro foram sustentados pela forte demanda por minérios de grau médio, disse a Mysteel.

A oferta de minério de ferro no exterior deve continuar a se recuperar em dezembro, enquanto as margens fracas dos altos-fornos e a manutenção mais pesada no final do ano apontam para novas quedas na produção de ferro-gusa, disse a corretora Everbright Futures.

Os governos da União Europeia pediram que os EUA removessem as tarifas de 50% sobre o aço e o alumínio que introduziram em agosto sobre 407 produtos ‘derivados’, como turbinas eólicas e motocicletas, ou então a UE manteria suas tarifas sobre esses produtos norte-americanos até que uma solução fosse encontrada.

Os estoques totais de minério de ferro nos portos da China caíram 0,42% em relação à semana anterior, para cerca de 139 milhões de toneladas, em 28 de novembro, de acordo com dados da SteelHome.

Consultor Jurídico - SP   02/12/2025

A recente decisão da Suprema Corte inglesa, que responsabilizou a mineradora anglo-australiana BHP pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), marca um dos capítulos mais relevantes da história jurídica e socioambiental brasileira. Tratou-se de um julgamento emblemático não apenas pela dimensão do desastre que, relembre-se, causou dezenas de mortes, deixou centenas de famílias desabrigadas e comprometeu mais de 50 municípios nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Foi também paradigmático pelo caminho que as vítimas necessitaram percorrer para ver juridicamente reconhecido o seu direito à reparação.

A tragédia de Mariana permanece como o maior desastre socioambiental do Brasil. Passados quase dez anos, inúmeras vítimas ainda aguardam indenizações integrais, e muitos municípios seguem enfrentando a demora da Justiça brasileira em dar uma resposta efetiva. Foi justamente essa morosidade que levou municípios e vítimas a buscarem a jurisdição inglesa, já que uma das proprietárias da Samarco, a BHP, poderia ser responsabilizada em seu próprio foro. Esse movimento, que tem sido também discutido no Brasil no âmbito de uma ADPF em curso no STF, suscitou o debate sobre a legitimidade de municípios litigarem no exterior.

Não há impedimento para reparação no exterior

A posição vencedora, com a qual concordo integralmente, é claríssima: não há qualquer impedimento constitucional para que municípios brasileiros busquem reparação em tribunais estrangeiros. Trata-se de matéria também de direito internacional privado, pois, se particulares podem pleitear indenizações fora do país, com maior razão também podem fazê-lo os entes públicos diretamente afetados por danos causados por empresas estrangeiras em território nacional, especialmente diante de um dano socioambiental de tamanha magnitude.

A Justiça inglesa reconheceu sua competência para julgar o caso e o fez aplicando o direito brasileiro, algo que muitos ainda desconhecem ou interpretam de forma equivocada. Não houve “importação” de normas estrangeiras para julgar a BHP; ao contrário, o tribunal inglês aplicou o direito do local do dano, isto é, o direito do nosso país, conforme exige a própria lógica do direito internacional privado. Para isso, contou com a participação de especialistas brasileiros, como o professor Ingo Sarlet, que esclareceram aos magistrados ingleses o funcionamento das normas e jurisprudência brasileiras.

O que ficou demonstrado, à luz do nosso ordenamento jurídico, foi que a BHP não exerceu a devida diligência na operação da barragem. Houve avisos técnicos, alertas de risco e conhecimento prévio da instabilidade da estrutura. A empresa, mesmo assim, assumiu conscientemente os riscos, permitindo a continuidade da operação até que o rompimento produzisse a devastação que conhecemos. Por isso, o tribunal estabeleceu a responsabilidade direta e objetiva da mineradora pelos danos socioambientais — exatamente como prevê a regra do direito brasileiro.
Exemplo para crimes socioambientais

A decisão foi, portanto, uma vitória significativa para os municípios, para as milhares de vítimas que, por quase uma década, enfrentam as consequências dessa tragédia e também para o direito brasileiro, que, o contrário do que afirmam alguns observadores, sai completamente fortalecido, mostrando-se um notável exemplo ao mundo de como tratar crimes socioambientais cometidos por corporações multinacionais.

Além disso, com a decisão vindo a público em plena vigência da COP30, que voltou os olhos do mundo para o Brasil e para a urgência da proteção ambiental, a sentença assume valor simbólico importante: reforça que desastres ambientais não ficam impunes quando atravessam fronteiras e quando envolvem atores econômicos globais.
Momento das indenizações

Agora, o processo ingressa em uma segunda fase, que será dedicada à valoração dos danos para a devida quantificação das indenizações, etapa essa prevista para julgamento em outubro de 2026. A Justiça inglesa já reconheceu que o que foi pago no Brasil a título de indenização deve ser abatido do valor total, evitando duplicidade de pagamentos, mas também assegurando que as reparações sejam adequadas e proporcionais ao dano real sofrido pelos prejudicados. Com isso, as vítimas podem, finalmente, vislumbrar uma resposta concreta depois de tantos anos de espera angustiante.

A sentença de Londres inaugura um precedente global de grande relevância para o direito em geral, e para o direito internacional privado, em especial, ao demonstrar que buscar reparação no exterior não apenas é possível, como há de ser decisivo para garantir justiça. E reafirma que empresas transnacionais devem observar padrões rígidos de diligência onde quer que atuem, sob pena de responderem globalmente por catástrofes que poderiam ter sido evitadas.

AUTOMOTIVO

Automotive Business - SP   02/12/2025

O Salão do Automóvel 2025 atraiu um público de 516 mil visitantes em 10 dias de evento. A RX, empresa organizadora do evento, divulgou o balanço na noite do último domingo, 30.

Igor Calvet, presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), celebrou o sucesso da feira.

Batemos a marca de meio milhão de visitantes, comprovando o que já notávamos pelos corredores do Anhembi: o retorno do Salão do Automóvel é um sucesso absoluto.
Salão do Automóvel voltou após cobrança de Lula

A edição de 2025 marcou o retorno do Salão do Automóvel após sete anos. A última edição havia acontecido em 2018, no São Paulo Expo.

Desde então, a pandemia e a falta de interesse das montadoras esfriaram o interesse da indústria pelo Salão do Automóvel.

O retorno do evento, inclusive, só ganhou força após uma fala do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que cobrou a volta do Salão.

Ele esteve presente na abertura oficial da mostra, no dia 20 de novembro.

Todos os estandes tiveram área limitada em até 500 metros quadrados. Isso acabou com as áreas megalomaníacas das grandes montadoras. Essa limitação também ocorreu para reduzir os gastos dos expositores.

O alto valor para garantir um espaço no Salão era uma das grandes queixas das fabricantes de carros.
Pista de test drive e venda de carros liberada

A falta de interatividade por parte dos visitantes também constava entre as principais reclamações. Isso foi resolvido, em partes, com uma pista coberta de test-drive dentro do Distrito Anhembi.

A área tinha mais de 14 mil metros quadrados. Ao longo dos 10 dias de feira, mais de 10 mil testes foram realizados. Os visitantes puderam dirigir vários modelos de carros sem qualquer custo.

A venda de veículos, algo terminantemente proibido em edições passadas, também aconteceu.

A Kia, uma das primeiras marcas a confirmar presença no Salão 2025, vendeu 119 carros. Foram 49 Sportage, 34 Niro, 29 Carnival, cinco EV5 e dois EV9.
Salão do Automóvel 2027 está confirmado e com data marcada

Anfavea e RX já confirmaram o Salão do Automóvel 2027. A próxima edição está prevista para 30 de outubro a 7 de novembro de 2027.

Caoa Changan, Caoa Chery, GAC, Hyundai, Kia, Omoda Jaecoo, Renault, Toyota, Suzuki Motos e as marcas do grupo Stellantis estarão presentes.

Valor - SP   02/12/2025

A montadora japonesa Honda está reorganizando seus negócios de motores na China, buscando mudanças na estrutura de propriedade de joint ventures com empresas locais e aumentando a eficiência antes do término de uma de suas parcerias no país, em 2028.

A Honda mantém joint ventures separadas na China com o Dongfeng Motor Group e opera o Guangzhou Automobile Group (GAC), ambas empresas estatais. Em 1998, a montadora japonesa estabeleceu a Dongfeng Honda Engine, uma joint venture de motores com a Dongfeng, bem como uma parceria para veículos acabados com a GAC, chamada GAC Honda Automobile. Em 2003, também criou a Dongfeng Honda Automobile para veículos acabados. Cada uma delas opera como uma joint venture meio-a-meio desde a formação.

Após dois anos e meio de negociações, a Dongfeng agora planeja vender toda a sua participação na Dongfeng Honda Engine. A GAC Honda planeja comprar essas ações e, em seguida, aumentar ainda mais sua própria participação, tornando a Dongfeng Honda Engine uma subsidiária integral até o fim deste ano.

O lançamento da Dongfeng Honda Engine e da GAC Honda deu início à produção de veículos de quatro rodas da Honda na China. Em 1999, o sedã Accord foi o primeiro carro da Honda a ser produzido no país, fabricado pela GAC Honda com motores da Dongfeng Honda Engine.

Atualmente, porém, a demanda por motores a gasolina continua a diminuir, visto que veículos elétricos e híbridos plug-in representam a maioria dos carros novos vendidos no mercado chinês. A Dongfeng Honda Engine registrou um prejuízo líquido de 227 milhões de yuans (US$ 32 milhões) no ano fiscal encerrado em dezembro de 2024. Uma divergência surgiu entre a Dongfeng Honda Engine e a GAC Honda devido a questões como preços dos motores e distribuição de lucros.

A Honda decidiu que precisava reavaliar o relacionamento e abordou a Dongfeng na primavera de 2023, instando-a a vender sua participação na joint venture. Inicialmente, a Dongfeng resistiu, mas as mudanças no mercado e a deterioração dos lucros a levaram a aceitar a venda.

O acordo permitirá à Honda "divulgar custos e realizar compras conjuntas, o que levará a uma maior eficiência nos negócios", disse Masayuki Igarashi, chefe de operações regionais da Honda na China. Essa reestruturação também lançará as bases para futuras negociações da Honda com outros parceiros.

Os contratos da Honda para joint ventures de veículos acabados na China expiram em 2028 para a GAC Honda e em 2043 para a Dongfeng Honda. Embora a empresa ainda tenha a opção de estender ou alterar seu acordo com a GAC Honda, Igarashi disse aos executivos da GAC que a Honda "não discutirá nada além de 2028 até que os problemas na Dongfeng Honda Engine sejam resolvidos". A montadora japonesa espera iniciar negociações completas com a GAC.

"Ainda estamos realmente indecisos sobre o que faremos", disse Igarashi sobre os planos para a GAC Honda após 2028. As vendas de veículos novos da Honda na China ainda estão em dificuldades, com queda de 20% no período de janeiro a outubro, totalizando 520 mil unidades. Esse número representa uma queda significativa em relação ao período de 2019 a 2021, quando a empresa vendia mais de 1,5 milhão de veículos por ano na China.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   02/12/2025

Parcerias têm por objetivo formar uma área que comporte projetos de alto padrão e ter recursos para bancar sua compra

O avanço dos “retrofits” no alto padrão aponta para as maiores dificuldades para se conseguir lançar um empreendimento desse tipo em São Paulo: conseguir formar um terreno que comporte a empreitada e ter recursos para bancar a sua compra. A união de empresas em um único empreendimento é uma maneira de vencer essa dificuldade, que pode envolver demolir prédios inteiros.

Como explica Pedro Kopstein, da incorporadora gaúcha Kopstein, o mercado de São Paulo, no alto padrão, tem o diferencial de não aceitar permutas de terreno por imóveis no projeto futuro. Os proprietários de casas, comércios e até prédios que estão na área desejada pelos incorporadores querem ser pagos em dinheiro, o que exige um investimento alto já na largada. Dividir a conta com mais incorporadoras facilita esse momento.

Pedro atua em São Paulo com a incorporadora Liv Inc, na qual tem como sócio João Pedro Camargo, herdeiro do grupo Esfera. Eles lançaram em outubro o edifício Plenitude, projeto de alto padrão nos Jardins, com apartamentos de 530 m2, e cobertura de 1,5 mil m2. O projeto é dividido com a incorporadora RFM.

Na área do Plenitude, antes havia um prédio de 15 andares e 25 unidades. Os investidores tiveram que comprar todas elas, uma a uma, por valores que começaram em pouco mais de R$ 2 milhões e terminaram em cerca de R$ 25 milhões. “Quem tem o sangue frio de esperar, consegue [um preço maior]”, diz Camargo.

Em outro projeto da Liv, nos Jardins, foi preciso pagar caro na outorga onerosa - contrapartida financeira para construir acima dos limites básicos de uma área -, para que não fosse necessário ter unidades compactas no prédio. Segundo ele, sem os estúdios, o pagamento subiu de R$ 7,5 milhões para R$ 23 milhões. Camargo afirma que, “num cenário macro de juros hostis para qualquer empreendimento, o terreno com outorga corresponde a mais de 60% do custo total do projeto”.

A empresa já tem dois prédios lançados e um em pré-lançamento, feitos com recursos próprios e de seus sócios. Há mais dois em andamento. Um deles, na Vila Nova Conceição, também conta com participação da Melnick Partners, empresa da também gaúcha incorporadora Melnick.

Leandro Melnick, presidente da incorporadora, e Pedro se conhecem desde a escola e já tinham feito um projeto em conjunto em Porto Alegre.

A diferença do preço de venda dos imóveis de alto padrão em São Paulo e em Porto Alegre chega a quase três vezes, afirma Pedro, o que ajuda a explicar o interesse dos gaúchos pelo mercado imobiliário paulistano. No Plenitude, o preço médio de venda é de R$ 50 mil por metro quadrado.

Leandro conta que teve um papel na aproximação da Liv com a RFM, para o Plenitude. Na época, ele era presidente da Even. Após sua saída, em 2023, assumiu o cargo Márcio Moraes, que era presidente da RFM, empresa com a qual a Even tinha iniciado uma joint venture no ano anterior. “Fiz essa química acontecer”, afirma Leandro. Sua empresa ainda tem 7,62% de participação na Even, via fundo Melpar Invest.

Em São Paulo, a Melnick Partners tem projetos também com Even e Yuny. Para a empresa, é mais confortável atuar por aqui como Melnick Partners do que ter uma operação própria de incorporação. Dessa forma, não compete diretamente com as companhias que aborda, explica Leandro.

Com a Liv, no projeto da Vila Nova Conceição, a parceria ajudou na compra de um prédio residencial de dez andares, que será demolido. Com isso, o projeto vai passar de 18 para 29 andares.

Camargo e Pedro adiantam que o empreendimento terá arquitetura assinada por Sig Bergamin, Murilo Lomas e Felipe Hess, no primeiro projeto de Bergamin, arquiteto e designer de interiores, na área de incorporação imobiliária.

A compra desse terreno levou dois anos. O projeto será lançado em meados de 2026, com unidades de 415 m2 e R$ 800 milhões em valor geral de venda (VGV).

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   02/12/2025

Agência Infra Uma política pública para definir regras e padronizar as modelagens para projetos de concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas) de ferrovias de cargas e de passageiros foi publicada nesta quinta-feira (27) pelo Ministério dos Transportes.

A Portaria 870, que estabelece a Política Nacional de Outorgas Ferroviárias, prevê que os projetos podem ser modelados com uso de contas vinculadas, além de estabelecer que os contratos podem utilizar de recursos de outorgas e outros, como dinheiro do orçamento, para garantir a viabilidade dos projetos.

A política é uma etapa inicial de uma reformulação considerada necessária para melhorar a viabilidade dos projetos de ferrovia no país e, com isso, ampliar a implantação desse modo de transporte no país. Nesta semana, o ministério lançou sua política para o tema anunciando o lançamento de até oito concessões em 2026.

Entre os indicativos da política pública para a elaboração de editais de parcerias, o ministério determinou que sejam considerados não apenas os investimentos, mas também parâmetros de operação que possam dar atendimento a usuários por trechos de ferrovia, por exemplo. Também indicou a necessidade de uso de parâmetros operacionais nas concessões que levem a adequada prestação do serviço.

A portaria também prevê que as concessionárias podem se utilizar de receitas acessórias, entre elas a exploração comercial e imobiliária, para a viabilização dos projetos. Também determina que as concessionárias criem SPE (Sociedade de Propósito Específico) para administrar a concessão.

Mesmo sendo uma política para novas concessões, o ministério indicou que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), responsável pela fiscalização dos contratos, deve aplicar as diretrizes da portaria nos contratos de concessão vigentes. A agência está conduzindo um processo de renovação regulatória do setor.

Rodoviário

O Estado de S.Paulo - SP   02/12/2025

O governo de São Paulo planeja usar a concessão da Rota Mogiana, que envolve 520 quilômetros de rodovias, para impulsionar o turismo no interior do Estado. Com um investimento previsto de R$ 8,9 bilhões, as estradas atravessam 19 municípios, cujas atividades turísticas incluem comércio de flores e vinícolas, a exemplo de Holambra (SP) e Ribeirão Preto (SP).

Segundo a Secretaria de Parcerias em Investimentos, a concessão da Rota Mogiana à iniciativa privada valerá por 30 anos. O leilão vai acontecer em fevereiro do próximo ano.

A gestão prevê obras que incluem duplicação de pista em 217 quilômetros; implantação de terceira faixa em 138 quilômetros; e adequação ou construção de 135 pontos de ônibus.

NAVAL

Porto Gente - SP   02/12/2025

A extensa linha noturna de luzes dos navios na entrada da barra de Santos, aguardando cais para atracar, expõe uma realidade contraproducente, que precisa ser vencida com estruturas que agilizem a logística, acarretem crescimento regional moderno, grandioso e sustentável. O aumento consistente da demanda que ocorre no Porto de Santos, somado às limitações estruturais dos terminais existentes, evidencia a necessidade de ampliar a capacidade operacional desse complexo portuário. A fila de navio é mais do que um sintoma conjuntural, é expressão objetiva de um gargalo sistêmico que restringe produtividade, competitividade e previsibilidade logística.

Neste cenário, o projeto STS10 assume centralidade estratégica.

Do ponto de vista técnico, o STS10 representa a expressão mais relevante da infraestrutura portuária brasileira no horizonte das próximas décadas. Sua concepção prevê ganhos de escala, aumento de berços dedicados, maior eficácia no manuseio de contêineres e na integração com modais terrestres – elementos essenciais para reduzir tempos de ciclo, ampliar janelas operacionais e manter a capacidade do porto alinhada ao crescimento da hinterlândia, hoje a mais diversificada e robusta do País.

A Região Metropolitana da Baixada Santista, composta por nove municípios contíguos, dispõe de um conjunto institucional que inclui a Agência Metropolitana da Baixada Santista – AGEM e um parque acadêmico de 12 universidades. Porém, a ausência de um planejamento metropolitano orientado por dados e integrado ao sistema portuário, limita o aproveitamento pleno do potencial regional. A expansão portuária não pode ser tratada como fenômeno isolado e, por isto, demanda: ordenamento territorial, áreas metropolitanas, logística urbana e integração tecnológica.

Nesse contexto, o STS10 precisa ser analisado dentro de modelos de relação porto-cidade já consolidados internacionalmente, que associam desenvolvimento portuário aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e às diretrizes da Agenda Porto-Cidade 2030. A ampliação da capacidade portuária deve vir acompanhada de mitigações de impactos, compensações socioeconômicas, transparência decisória e dispositivos de governança que garantam equilíbrio entre eficiência operacional e qualidade urbana.

Obras correlatas, como o túnel imerso que conectará as margens do canal de acesso ao porto, evidenciam que a infraestrutura necessária ao complexo portuário contemporâneo demanda intervenções complexas e processos de desapropriação baseados em justiça social, segurança jurídica e previsibilidade. O STS10 se insere nesse mesmo ambiente técnico: exige análises multicritério, estudos de impacto operacional, avaliações de riscos, simulações hidrodinâmicas e projeções de demanda de longo prazo, conforme práticas internacionais de gestão portuária.

Debater o projeto STS10 em toda a sua plenitude implica a análise da sua relação porto-cidade, como processo evolutivo, levando em conta o tempo que passou desde que a Baixada Santista tornou-se porto organizado. Uma porta aberta para um comércio pujante pelos principais oceanos e conexão com os principais centros comerciais do Planeta. Portanto, não é apenas discutir um novo terminal, mas avaliar e efetivar a capacidade da região de operar dentro de parâmetros modernos de competitividade global. Trata-se de alinhar Santos aos principais hubs internacionais e se manter como nó logístico central na matriz do comércio marítimo do Atlântico Sul.

PETROLÍFERO

Monitor Digital - RJ   02/12/2025

Nesta terça-feira, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou presença na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada no Complexo Portuário de Suape, em Recife, acompanhado de Magda Chambriard, presidente da Petrobras, para evento que marca o aumento da capacidade de processamento da unidade. A previsão é que a ampliação irá dobrar a capacidade produtiva da refinaria dos atuais 130 mil barris de derivados de petróleo por dia para 260 mil.

Foi projetada também a instalação de uma usina fotovoltaica e a geração de pelo menos 10 mil empregos. As obras vão ser entregues de forma escalonada até 2029, divulgou a Petrobras. Executivos da companhia e da unidade participaram de entrevista coletiva nesta segunda-feira, em Recife, para detalhar a ampliação da capacidade de processamento. Participaram a presidente da Petrobras (de forma remota); o gerente executivo de Sistemas de Superfície, Refino, Gás e Energia, Flavio Fernando Casa Nova; e o gerente geral da Refinaria Abreu e Lima, Marcio Maia, além de outras fontes ligadas à agenda do presidente da República em Pernambuco.

Em junho deste ano, a Petrobras anunciou os primeiros contratos, resultados de licitações, para conclusão da construção do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima. Com valor aproximado de R$ 4,9 bilhões, os acordos contemplaram a implantação da Unidade de Coqueamento Retardado (UCR), da Unidade de Hidrotratamento de Diesel S10 (UHDT-D), e da Unidade de Destilação Atmosférica (UDA), alinhando-se às diretrizes do Plano de Negócios 2025-2029. Os contratos foram assinados com a empresa Consag Engenharia S.A.

Magda Chambriard ressaltou algumas vezes que a Rnest é estratégica para o Brasil, “hub da Petrobras nas regiões Norte e Nordeste”.

Foi estimado que a UCR terá potencial para processar até 75 mil barris/dia de carga, enquanto a UHDT-D poderá operar com até 82 mil barris/dia. Já a UDA contará com capacidade de 130 mil barris/dia. “Os volumes reforçam a relevância da Rnest na ampliação da produção de derivados de maior valor agregado no parque de refino da Petrobras, promovendo ganhos em produtividade e contribuindo para o fornecimento de combustíveis com baixo teor de enxofre”, afirmou a Petrobras na ocasião da assinatura dos contratos.
Investimentos

A Rnest iniciou suas operações em 2014 com o primeiro conjunto de unidades (Trem 1). É considerada a mais moderna refinaria da Petrobras e contribui para atender à demanda nacional por derivados de petróleo. A unidade opera com tecnologias avançadas e tem o maior nível de automação do parque de refino da companhia. Em março deste ano, foram concluídas as obras de modernização do Trem 1. Antes, em dezembro de 2024, a Rnest iniciou a operação da unidade SNOX, primeira do tipo no refino brasileiro, responsável por reduzir emissões de óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) e por produzir ácido sulfúrico, um novo produto comercializado pela refinaria, que, além de rentável, contribuiu com a preservação do meio ambiente.

No total, as obras do Trem 2 da Rnest têm potencial de gerar, aproximadamente, 30 mil empregos diretos e indiretos. A previsão da Petrobras é que as unidades entrem em operação em 2029, permitindo dobrar a capacidade instalada da refinaria, passando dos atuais 130 mil barris/dia para 260 mil barris/dia, tornando-se a segunda maior refinaria da Petrobras em capacidade de processamento de petróleo.

Valor - SP   02/12/2025

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidiu manter as cotas de produção da commodity em uma reunião realizada no domingo (30)

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira (1), com investidores reagindo a tensões geopolíticas e após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidir manter as cotas de produção da commodity em uma reunião no domingo (30). O cartel também concordou em criar um mecanismo para avaliar a capacidade máxima de produção do petróleo de seus membros.

No fechamento, o futuro do petróleo Brent (a referência mundial) com vencimento em fevereiro teve alta de 1,26%, cotado a US$ 63,17 por barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O WTI (a referência americana) com entrega prevista para janeiro subiu 1,32%, a US$ 5932 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex).

No front geopolítico, a Ucrânia lançou ataques contra a infraestrutura energética da Rússia, provocando a suspensão das operações em Novorossiysk. A escalada de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela também está no radar dos investidores.

Valor - SP   02/12/2025

Se conseguir transformar a renda da Margem Equatorial em base para a transição ecológica e a resiliência climática, Brasil terá dado um passo que poucos países conseguiram dar

Algumas semanas antes da abertura da COP30 em Belém, o Ibama autorizou a Petrobras a realizar perfuração exploratória na bacia da foz do Amazonas, o trecho mais sensível da Margem Equatorial, faixa de cerca de 2.200 quilômetros de potencial petrolífero entre o Amapá e o Rio Grande do Norte. O timing parecia desfavorável. O Brasil buscava se apresentar como liderança global na agenda climática e, de repente, avançava em uma nova fronteira de petróleo e gás a aproximadamente 500 quilômetros da foz do maior rio do mundo e perto do Amazon Reef, o maior recife de corais da América do Sul. A expectativa era de forte reação internacional: diplomatas temiam ruído, ONGs preparavam protestos e analistas previam constrangimento para o país justamente na conferência que ele próprio sediaria.

Mas isso não ocorreu. O tema quase não entrou nos debates centrais da COP30, tampouco gerou protestos substanciais ou questionamentos incisivos. Para entender por que o assunto não ganhou tração, é preciso combinar três elementos que raramente aparecem juntos nas análises: o tamanho real do ativo econômico, a singularidade da estrutura de emissões brasileira e a lógica fiscal associada à exploração.

As estimativas atuais apontam para cerca de 10 bilhões de barris recuperáveis na Margem Equatorial como um todo, sendo aproximadamente 6 bilhões na foz do Amazonas. Considerando o barril de Brent na casa de US$ 70 e câmbio próximo de R$ 5,40, o valor bruto dessa reserva supera R$ 3,8 trilhões. Os custos de extração, com base em projetos semelhantes na Guiana, variam entre US$ 15 e US$ 30 por barril mesmo em águas profundas. Diante de um preço tão superior ao custo, supor margens líquidas próximas a 50% não é exagero. O excedente econômico potencial pode ultrapassar R$ 2 trilhões ao longo de três ou quatro décadas - algo equivalente a cerca de 16% do PIB atual ou a vários anos de programas sociais relevantes.

Sem novas descobertas significativas, a produção brasileira tende a entrar em declínio entre 2030 e 2035, quando os campos mais maduros do pré-sal começarão a perder pressão. As reservas provadas hoje não se renovam no ritmo necessário para manter o país entre os grandes produtores. Isso implicaria redução gradual da participação do petróleo na arrecadação, que passou de menos de 1% do PIB em 2015 para aproximadamente 1,6% em 2024. Estimativas de Bráulio Borges indicam que, com a Margem Equatorial, essa fatia poderia se estabilizar entre 2,5% e 3% do PIB na próxima década, algo entre R$ 250 bilhões e R$ 350 bilhões anuais - impacto difícil de ignorar diante das restrições fiscais do país.

O segundo ponto, frequentemente mal compreendido por observadores estrangeiros, é que o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Mais de 50% da oferta interna total de energia já provém de fontes renováveis, ante pouco mais de 14% da média global. “Em termos de descarbonização do setor de energia, o mundo quer ser o que o Brasil é hoje dentro de duas ou três décadas”, reitera Borges. Na geração elétrica, cerca de 91% são renováveis. Isso ajuda a explicar as emissões brasileiras: enquanto em boa parte do mundo cerca de três quartos das emissões vêm da queima de combustíveis fósseis, no Brasil aproximadamente 70% decorrem do desmatamento, das queimadas e da agropecuária (sobretudo do metano entérico). Em outras palavras, mesmo uma expansão de 30% a 40% na produção de petróleo teria efeito marginal sobre as emissões nacionais. O grande desafio climático do país continua sendo o uso do solo.

A crítica internacional, sobretudo quanto às emissões geradas pela queima do petróleo exportado, é legítima. Mas é importante distinguir emissões de produção das emissões de consumo - tema central hoje nas negociações multilaterais. O Brasil continua sendo um dos poucos grandes países com emissão per capita de energia relativamente baixa e cuja contribuição climática depende muito mais de como trata suas florestas do que de quanto petróleo produz.

Esse contexto ajuda a explicar por que tantos especialistas veem na Margem Equatorial a possibilidade de financiar a agenda climática brasileira. As receitas - royalties, participações especiais e tributos - poderiam sustentar um fundo soberano voltado à descarbonização, com capacidade de apoiar a recuperação de milhões de hectares de pastagens degradadas, a pecuária de baixo carbono, a restauração florestal, a adaptação de cidades costeiras e a consolidação de um mercado regulado de carbono. Países como Noruega e Guiana utilizam parte de sua renda petrolífera para fins semelhantes; o Brasil teria escala potencialmente maior. Para isso, no entanto, será decisivo o desenho institucional do fundo e o grau de blindagem contra pressões de curto prazo.

Nada disso significa minimizar riscos. Operar perto do Amazon Reef e da foz do Amazonas exige padrões rigorosos de segurança. Um vazamento seria severo. Risco zero não existe, mas risco controlado depende de tecnologia, protocolos robustos e fiscalização independente - ponto que deve estar no centro do debate público.

O obstáculo mais difícil, porém, não é ambiental nem técnico: é político. Quando os recursos começarem a entrar no Orçamento, haverá disputas legítimas por sua destinação - segurança pública, saúde, combate à desigualdade, infraestrutura, dívida pública. Com a fragilidade fiscal atual, será difícil blindar integralmente esses recursos para a agenda climática. Muito provavelmente apenas parte deles será alocada em ações estruturantes de mitigação e adaptação.

O verdadeiro desafio, portanto, não é decidir apenas se a exploração deve ou não ocorrer, mas como garantir que a renda de um recurso finito gere benefícios permanentes para o clima e a sociedade. O Brasil reúne uma combinação rara: reservas relevantes, matriz energética limpa e enorme urgência social. Se conseguir transformar a renda da Margem Equatorial em base para a transição ecológica e a resiliência climática, terá dado um passo que poucos países conseguiram dar. Caso contrário, perderá uma oportunidade histórica de converter riqueza temporária em legado duradouro.

Luiz Schymura é pesquisador do FGV Ibre e escreve mensalmente

E-mail: luiz.schymura@fgv.br

Valor - SP   02/12/2025

FMI estima que valores atinjam US$ 8,2 trilhões até 2030; no Brasil, a cada real para renováveis, R$ 4,50 foram para petróleo e gás em 2023

Os subsídios globais aos combustíveis fósseis atingiram a marca de US$ 7 trilhões no último levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), de 2022. Além de recorde, o patamar chama a atenção por refletir um aumento de US$ 2 trilhões em relação ao volume de 2020. O resultado reflete o financiamento de vários países ao consumo de energia de origem fóssil em virtude da alta dos preços após a invasão russa na Ucrânia. A questão, no entanto, não se limita a fatores conjunturais. A tendência é que esses subsídios atinjam US$ 8,2 trilhões até 2030, estima o FMI.

Os cálculos da entidade, citados pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em plenária que antecedeu a COP30, consideram a expansão do consumo dos combustíveis fósseis nos países emergentes nos próximos anos. Os subsídios concedidos em 2022 representaram 7,1% do PIB mundial, mais que os 4,3% que os governos gastaram em educação e dois terços do que destinaram à saúde. Tal cenário vai na contramão dos esforços globais para conter o aquecimento do planeta em 1,5º C sobre os níveis pré-industriais estabelecido no Acordo de Paris.

O ano de 2024 marcou o recorde de emissões relacionadas a petróleo, gás fóssil e carvão, segundo o Global Carbon Project, em um movimento oposto ao esperado, que é o de redução de emissões em 43% até 2030 para que o mundo consiga limitar os impactos climáticos decorrentes do aumento da temperatura. Os subsídios aos combustíveis fósseis, neste cenário, fomentam os gases poluentes e caminham em paralelo à transição energética, como demonstram os números Agência Internacional de Energia (IEA, da sigla em inglês).

No ano passado, os investimentos globais em energias limpas somaram US$ 2 trilhões, valor recorde e o dobro do investido em combustíveis fósseis. Novos recursos estão previstos a partir do acordo entre 17 países, assinado na abertura da Assembleia Geral da ONU, que fixou meta global de alcançar 11 terawatts de energias renováveis até 2030, além de triplicar a geração de energia limpa e dobrar a eficiência energética nesse período.

É difícil acabar porque o lobby da indústria do petróleo domina ações governamentais no mundo todo”

— Paulo Artaxo

Esforços à parte, os subsídios, na visão de especialistas, sobrevivem por inércia política. “Uma vez criados, setores inteiros passam a depender deles e resistem a qualquer mudança. No consumo, funcionam como amortecedores de preço; cortar significa aumento imediato na bomba de gasolina ou na conta de luz, e isso gera protestos. Na produção, o lobby das petroleiras os defende em nome da segurança energética e da competitividade. O resultado é que programas continuam mesmo depois que a crise passa”, diz Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa. “Mas a verdade é simples: manter esses subsídios é sustentar o atraso da transição e a aceleração dos impactos climáticos. Se quisermos proteger nossas economias, precisamos redirecionar esse dinheiro para uma economia limpa.”

No Brasil, 2022 e 2023 foram marcados pelo aumento dos subsídios ao consumo de diesel e gasolina, principalmente por redução da PIS/Cofins, com renúncias de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões anuais, conforme o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Em 2023, o governo federal destinou quase R$ 100 bilhões a subsídios energéticos: R$ 81,7 bilhões (82%) para petróleo e gás e R$ 18 bilhões (18%) para renováveis.

“Na prática, para cada real em renováveis, R$ 4,50 foram para fósseis”, afirma Unterstell. Os subsídios à produção, segundo Alessandra Cardoso, assessora política do Inesc, são resistentes às mudanças. “Um dos fatores que explicam a permanência dos subsídios está no forte poder político do setor de óleo e gás”, diz.

Nesse sentido, o físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Academia Brasileira de Ciências, é categórico: “É difícil acabar porque o lobby da indústria do petróleo domina ações governamentais no mundo todo, financiando campanhas políticas. Essa ligação entre a indústria do petróleo e o sistema político global é fortíssima. Por isso em nenhuma das COPs, com exceção da COP28, os combustíveis fósseis, principais causadores das mudanças climáticas, foram sequer mencionados”, diz.

Preocupações climáticas à parte, especialistas reconhecem que a recente crise energética global destacou a importância da energia acessível, tanto que os subsídios sem precedentes em 2022 foram o dobro dos registrados em 2021, que já eram quase cinco vezes maiores do que os níveis de 2020, segundo a IEA. A questão é complexa e envolve empresas, governos e agências de exportação.

Carine Lacerda, especialista em engajamento do setor privado do Instituto Clima e Sociedade, observa que o principal canal de subsídio aos fósseis são os orçamentos domésticos: governos gastam pesado para manter gasolina, diesel e gás baratos para as populações. Há distorções no sistema atual que favorecem os combustíveis tradicionais, especialmente quando a intervenção mantém os preços abaixo do valor de mercado. “Evidências indicam que subsídios fósseis atrasam a transição ao distorcer preços relativos”, diz Lacerda.

AGRÍCOLA

O Estado de S.Paulo - SP   02/12/2025

O mercado de insumos agrícolas no Brasil é altamente concentrado e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no ano de 2020, identificou e publicou o diagnóstico por meio dos Cadernos do Cade: Mercado de Insumos Agrícolas. Um estudo que abarcou os mercados de sementes, agrotóxicos, fertilizantes e de máquinas e implementos agrícolas.

O Plano Nacional de Fertilizantes 2050: uma estratégia para os fertilizantes no Brasil, publicado pelo governo federal em 2023, reconhece que o Brasil possui uma dependência crônica anual de importação de aproximadamente 85% dos fertilizantes utilizados no território nacional. Sendo o potássio o exemplo mais crítico, pois importamos cerca de 97% do que é utilizado no País.

Com horizonte até 2050, o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) quer criar o ambiente e os incentivos necessários para uma grande redução da dependência de fertilizantes importados e possibilitar a competição de diferentes fontes e origens de matérias-primas, fertilizantes e nutrientes a serem ofertados à agropecuária nacional, visando à ampla concorrência. O PNF destaca o papel importante das cadeias emergentes, como os fertilizantes orgânicos, os remineralizadores derivados de rochas silicáticas e os bioinsumos destinados à nutrição vegetal e ao biocontrole.

Os remineralizadores já são regulados pela Lei n.º 6.894, de 1980 (alterada pela Lei n.º 12.890, de 2013) e pelo Decreto n.º 4.954, de 2004 (modificado pelo Decreto n.º 8.384, de 2014).

O Programa Nacional de Bioinsumos (PNB), instituído pelo Decreto n.º 10.375, de 26 de maio de 2020 (modificado pelo Decreto n.º 11.940, de 2024) foi publicado com a finalidade de ampliar e de fortalecer a utilização de bioinsumos no País para beneficiar o setor agropecuário. Um dos objetivos do PNB era a atualização das normas referentes aos bioinsumos.

Com relação à atualização das normas referentes aos bioinsumos, o Congresso Nacional se antecipou e em 2021 a Câmara dos Deputados iniciou o debate relacionado à construção de uma lei para os bioinsumos. O debate aconteceu no Congresso Nacional e resultou na publicação da Lei n.º 15.070, de 23 de dezembro de 2024, conhecida como Lei dos Bioinsumos, que está em processo de regulamentação. A lei abarca todos os bioinsumos utilizados na agropecuária.

Verifica-se, portanto, que nos últimos anos, o Brasil está se movimentando e avançando na construção de novas alternativas, de novos modelos de negócios para o complexo sistema de produção e fornecimento de insumos agropecuários. Alguns objetivos políticos foram definidos no PNF e no PNB, a construção da pavimentação normativa necessária ao avanço na direção do objetivo almejado está ocorrendo e as alocações orçamentárias, pública e privada, estão acontecendo. A iniciativa privada está investindo e o Plano Safra vem dando maior atenção aos insumos das cadeias emergentes.

Reduzir a concentração do mercado de insumos, diminuir a dependência de insumos importados (fertilizantes e moléculas para a produção de agrotóxicos), fomentar a concorrência, conferir maior autonomia aos agricultores e incentivar insumos que sejam mais amistosos ao solo, ao meio ambiente e à saúde da população, mantendo e até melhorando a competitividade dos produtos agrícolas, é um processo importante, inteligente e salutar.

Para a população brasileira é sempre bom ter possibilidades para novas parcerias entre universidades, laboratórios, empresas públicas e privadas e os produtores agropecuários.

Ter a possibilidade de desenhar novas alternativas de parcerias para que não prevaleçam sempre e apenas aqueles mesmos caminhos para onde o dinheiro flui porque o produto será protegível por uma patente ou porque determinados investidores e pesquisadores sentem que aquele será o projeto ou unicórnio que dará o retorno de US$ 1 bilhão.

É salutar edificar ferramentas que permitam práticas diferentes e a construção de alternativas que promovam a existência de maior variabilidade de opções na cadeia de produção de alimentos e reduza a influência preponderante do modelo da economia de commodities e da concentração no processo produtivo.

A orientação para o caminho unidirecional da concentração já demonstrou não ser a melhor alternativa para o conjunto dos envolvidos na atividade econômica. Uma maior distribuição de oportunidades e lucros ao longo das cadeias produtivas é importante, desejável e fortalece o conjunto e não apenas alguns.

A inovação de produtos é importante, mas a inovação empresarial é igualmente admirável, pois reduz a concentração e fomenta a concorrência. A concorrência é um elemento vital para se ter um sistema capitalista saudável, ela garante que os consumidores tenham uma variedade de opções e não sejam compelidos a contentar-se com produtos ou serviços muitas vezes abaixo do padrão e com preços inflacionados. Um ambiente favorável à inovação empresarial pode também inibir os movimentos das grandes empresas no sentido de absorver as novas empresas, incorporando suas tecnologias e produtos para reforçar seu poder de mercado.

A Lei de Bioinsumos é um exemplo de norma que não buscou favorecer a concentração do mercado. Pelo contrário, ao permitir a produção de bioinsumos para uso próprio, construir um mercado para inóculos de bioinsumos e permitir a coleta de comunidades de microrganismos na propriedade para uso na produção de bioinsumos para uso próprio, a lei promoveu uma mudança profunda. Criou um ótimo ambiente para o florescimento de novas empresas, um excelente mecanismo de independência para os agricultores e uma boa ferramenta de moderação de preço no mercado de bioinsumos. Além de incentivar o desenvolvimento regional com a produção descentralizada de bioinsumos e com a criação de mais empregos especializados no campo.

Já o remineralizador opera com um modelo de negócio diferente daquele dos fertilizantes convencionais, seu modelo de negócio está mais próximo ao modelo de negócio do calcário. Trata-se, portanto, de um produto com modelo de negócio com vocação regional, pois a viabilidade econômica é maior se a área de produção do remineralizador estiver localizada em até 400 km da área agrícola onde será utilizado.

O Brasil tem uma rica biodiversidade que poderá ser amplamente utilizada para a produção de bioinsumos e os minerais viáveis para a produção de remineralizador estão espalhados pelo território nacional. Representam oportunidades reais para empresas de biotecnologia, empresas de mineração, cooperativas, agricultores, e trabalhadores brasileiros. Bioinsumos e remineralizadores são insumos fundamentais para a prática da agricultura regenerativa, que visa restaurar e melhorar a saúde do solo, regenerar a biodiversidade e os ecossistemas nos ambientes agrícolas. Modelo de agricultura que certamente será a agricultura convencional do amanhã.

A vanguarda da comunidade científica brasileira já se posiciona favoravelmente às mudanças que estão ocorrendo, especialmente o grupo que não está vinculado a contratos com empresas interessadas na manutenção da concentração do mercado de insumos e na continuidade da dependência do Brasil de insumos importados.

O Estado de S.Paulo - SP   02/12/2025

A norte-americana AGCO, fabricante de máquinas agrícolas, espera encerrar 2025 com maior volume de vendas no Brasil, puxado pela comercialização de equipamentos para grãos no Cerrado.

Dona das marcas Massey Ferguson, Valtra, Fendt e Ptx, prevê crescimento de 5% a 6% nas vendas por aqui, em linha com o mercado. “A safra melhor e o bom momento da pecuária ajudaram”, avalia Rodrigo Junqueira, gerente-geral da AGCO para América do Sul.

Para 2026, o cenário é otimista, com expectativa de redução dos juros e a necessidade do agricultor de renovar a sua frota, diz. A AGCO quer crescer entre 3% e 5% no Brasil no próximo ano. O País perfaz cerca de 12% das vendas globais da AGCO. Em 2024, a companhia faturou US$ 11,7 bilhões globalmente.

Demanda por consórcios em alta

A AGCO viu a demanda por consórcios aumentar este ano. “Agricultores tiveram dificuldade de renovar sua frota com o aumento dos juros e voltaram a buscar consórcio”, diz Junqueira. Até outubro, o crescimento da modalidade na linha Massey Ferguson foi de 35%.
Expansão da Fendt compõe estratégia

A AGCO começou a operar na Argentina com a Fendt. Serão três concessionárias na região de Buenos Aires, com um portfólio que inclui tratores, pulverizadores e colheitadeiras. A ideia é que a marca alemã de máquinas de alta potência conquiste os produtores argentinos em metade do território já em 2026.

Oportunidade

Os juros altos e a restrição de crédito também impulsionam a procura por consórcio para financiar máquinas da New Holland. A fabricante comercializou R$ 1,1 bilhão de janeiro a outubro nesta modalidade, alta de 24% ante igual período de 2024. Eyji Cavalcante, gerente comercial do consórcio, conta à coluna que o total de cotas vendidas avançou 17%. As Regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste concentraram o maior volume, com R$ 478 milhões, R$ 337 milhões e R$ 185 milhões, respectivamente.
Bons ventos

A Fortgreen, fabricante brasileira de fertilizantes e biológicos listada nas bolsas de Londres e Dublin, projeta atingir R$ 1 bilhão em faturamento em 2026 com o lançamento de produtos e a ampliação das vendas para novos mercados. A empresa fechou o ano-calendário de 2024 com R$ 804 milhões, e o ano fiscal encerrado em julho com R$ 870 milhões. Em 2026, deve investir R$ 28,3 milhões na melhoria dos processos fabris.
Reforço no caixa

A Zilor, empresa paulista do setor sucroenergético, concluiu a emissão de R$ 300 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), fechada em novembro. Dividida em três séries, com prazos entre sete e dez anos, a captação amplia o prazo médio da dívida e diversifica as fontes de financiamento da companhia. Segundo Andre Inserra, o presidente, os recursos vão garantir liquidez para continuar investindo em crescimento.
Pega carona

A VLI registrou o melhor outubro de seus 15 anos de operação, com 4,05 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil) movimentados nas ferrovias e 4,04 milhões de toneladas nos portos. O fluxo de grãos foi decisivo para o desempenho da malha da VLI em outubro: foram 2,03 milhões de toneladas transportadas nas ferrovias, alta de 14% ante 2024, e 1,29 milhão de toneladas nos portos, aumento de 42%. O volume acompanha a safra recorde de grãos em 2024/25, estimada em 350,2 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Várias frentes

O desempenho dos dois corredores da VLI também foi destaque. No Norte, a ferrovia bateu recorde mensal, com 1,45 bilhão de TKU, e também anual, somando 14,9 bilhões de TKU em 12 meses. Já o Corredor Sudeste atingiu a marca de 1,43 milhão de toneladas transportadas em ferrovia. A movimentação no Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita, o Tiplam, alcançou 1,2 milhão de toneladas elevadas no mês, também recorde.

Financiamentos ligados à sustentabilidade crescem no agronegócio, segundo o Banco do Brasil. Hoje, cerca de R$ 173 bilhões da carteira de agro do banco têm carimbo ESG. “Temos expectativa de crescer em torno de R$ 30 bilhões nesses próximos anos”, diz Gilson Bittencourt, vice-presidente de Agronegócios. A meta é alcançar ao todo R$ 500 bi em carteira ESG até 2030.
Sojicultor pode ver luz no fim do túnel em 2026

Um maior equilíbrio entre oferta e demanda global de soja em 2026 pode interromper a queda de preços, disse André Pessôa, presidente da Agroconsult. “Vamos produzir mais ou menos o que deveremos consumir”, projetou em evento com exportadores na semana passada. Isso sinaliza melhor rentabilidade dentro e fora da porteira.

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