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02 de Julho de 2025

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   02/07/2025

Em mais um capítulo jurídico na longa disputa entre a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Ternium pela Usiminas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, deu parecer procedente a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) no Supremo Tribunal Federal (STF).

A ação se deu após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar que a Ternium pague uma indenização de R$ 5 bilhões à CSN por ter deixado de realizar uma oferta pública de ações (OPA) em 2012, quando adquiriu as participações da Votorantim e da Camargo Corrêa no bloco de controle da Usiminas, chegando a 27,7% da companhia. A CSN contesta o uso de uma ADI para discutir o caso (leia mais abaixo a nota da companhia).

Segundo a AEB, a decisão do STJ contrariou a análise técnica da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as decisões de mérito da primeira e segunda instâncias da Justiça Federal, além de uma decisão anterior do próprio STJ em março de 2023, nas quais a sinalização era de que a porcentagem atingida pela Ternium não se classificava como mudança de controle e, portanto, não gerava a necessidade de OPA.

A AEB afirmou que o parecer favorável do procurador-geral da República à ação movida pela entidade é mais um “importante passo” na defesa da segurança do mercado de capitais.

Para a entidade, após manifestações igualmente fortes da CVM e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no âmbito da ADI, a PGR “endossa” a necessidade de posição técnica e previsibilidade das regras.

A AEB lembra que a ADI, que tem como amicus curiae entidades como Fiemg, CNT, ATP e ACMinas, visa obter um posicionamento sobre a inconstitucionalidade de decisão do STJ que alterou regras estabelecidas há décadas pela CVM para a realização de oferta pública de aquisição em casos de compra de participações em empresas listadas.

A ADI foi referendada também pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), que, em abril deste ano, publicou nota técnica confirmando que a OPA não deve se aplicar a transações onde não há transferência de controle.

No pedido da ADI, a associação afirma que a decisão do STJ gera imprevisibilidade e incerteza no mercado, pois estabelece que a caracterização de um novo controlador para realização de OPA pode ocorrer mesmo sem controle majoritário na companhia e até vários anos após a operação.

Em seu parecer, que data da sexta-feira, 27, o procurador-geral da República afirma que a interpretação da CVM se dá por razões de ordem técnica e prestigia a segurança jurídica, a previsibilidade negocial e a estabilidade do mercado de capitais.

Assim, contrariar o entendimento do órgão regulador tornaria incerto o montante de valores necessário para a alienação de controle. “As manifestações da Advocacia-Geral da União e dos órgãos interessados coincidem em tomar a posição da CVM como adequada e razoável”, diz ainda.

A expectativa é de que, uma vez que os órgãos consultados já deram seus pareceres, relator da ação no STF, o ministro André Mendonça possa colocar o assunto na pauta a partir de agosto. No entanto, não há um prazo para que o caso seja avaliado.
O que diz a CSN, em nota

Em relação à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) entende que os pareceres favoráveis emitidos pelo Senado e pela Casa Civil da Presidência da República reforçam o entendimento de que a disputa com a Ternium não envolve matéria constitucional. Essa posição também é respaldada pela Advocacia-Geral da União (AGU), cujo parecer aponta para o não conhecimento da ação.

Todos esses documentos convergem no sentido de que a controvérsia se refere à interpretação de uma norma infraconstitucional, matéria que compete exclusivamente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A batalha no Cade

Em outro campo de disputa, o de regulação da concorrência, o Cade, na semana passada, determinou um prazo de 60 dias para que a CSN apresente um plano de venda das ações que detém da Usiminas.

A decisão foi tomada na última sessão de julgamento presidida por Alexandre Cordeiro, mas o processo tem acesso restrito, por isso a deliberação não teve publicidade. A informação foi confirmada pelo Estadão/Broadcast com uma fonte do conselho. Procurada, a CSN informou que não comenta processos que tramitam sob sigilo no Cade.
Quando começou a briga entre as empresas

A disputa entre a CSN e o grupo ítalo-argentino Ternium/Techint em torno das ações da Usiminas já dura mais de uma década. O imbróglio teve início em 2011, quando a CSN iniciou um movimento de compra de ações da Usiminas com o objetivo de formar uma posição forte para assumir o controle da siderúrgica mineira.

A ofensiva da empresa foi vista por analistas e especialistas do setor como uma preparação a uma proposta hostil de compra da concorrente, uma vez que já detinha fatia relevante de ações — cerca de 17% do capital total.

A Usiminas recorreu ao Cade para que a sua concorrente direta no mercado de aços planos — que se tornou sua maior acionista em 2012 — vendesse as ações e ficasse com no máximo 5%, sem direitos nas decisões da companhia. Em 2014 o órgão antitruste determinou a venda, com prazo até 2019.

Três anos depois, em 2022, o Cade atualizou o acordo com a CSN e retirou o prazo. Em ação da Usiminas na Justiça de Minas Gerais, a primeira instância fixou prazo de um ano para a alienação dos papéis. Em 2024, o Tribunal Regional Federal da 6ª região (TRF-6) manteve a obrigação de venda e rejeitou recurso da CSN.

Exame - SP   02/07/2025

A produção de aço e ferro, alicerces da infraestrutura e do desenvolvimento global, é também uma das mais intensivas em carbono. Anualmente, o setor é responsável por aproximadamente 24% das emissões industriais de gases de efeito estufa (GEE) e cerca de 8% das emissões globais de CO2 (dióxido de carbono equivalente).

Este cenário impõe uma reavaliação estratégica profunda, na qual a descarbonização não é apenas uma meta ambiental, mas uma necessidade imperativa para a sustentabilidade do planeta. Sem uma transformação na siderurgia, os objetivos climáticos globais serão inatingíveis.

Um desafio de proporções siderúrgicas

Com a vasta maioria dessas emissões – cerca de 95% – provenientes de altos-fornos a carvão, a transição para um futuro de baixo carbono na siderurgia depende intrinsecamente da eletrificação. Isso implica a adoção massiva de fornos elétricos a arco (FEAs) alimentados por eletricidade renovável, viabilizando a produção de aço de baixo carbono em escala.

A matéria-prima que alimenta esses FEAs é crucial: sucata de aço e ferro de redução direta (DRI), como o ferro briquetado a quente (HBI). Quando o HBI é produzido com energia renovável, ele ganha a denominação de Ferro Verde.

O Ferro Verde (HBI) detém um potencial transformador para reduzir drasticamente a pegada de carbono do setor. Estudos especializados indicam que sua utilização pode levar a uma redução de até 99% nas emissões de CO2 em comparação com a metalurgia tradicional baseada em alto-forno a carvão. Este avanço representa um salto qualitativo para a sustentabilidade industrial e para o enfrentamento da crise climática.

Os aliados na jornada da descarbonização

Em um movimento estratégico para fortalecer sua economia verde, o Canadá incluiu o minério de ferro de alta pureza – essencial para a produção do ferro verde – em sua Lista de Minerais Críticos. Essa decisão, impulsionada pela demanda por descarbonização da indústria siderúrgica global, posiciona o Canadá na vanguarda da oferta de materiais sustentáveis.

A medida canadense não só visa garantir o abastecimento para si e seus aliados, mas também incentiva investimentos e o desenvolvimento de cadeias de valor mais limpas para esses minerais estratégicos, reforçando o compromisso do país com a transição energética global.

Já no Brasil, a Vale e a Brazil Iron emergem como aliadas estratégicas na descarbonização da indústria siderúrgica com a promessa de produzir ferro verde (HBI) de alta qualidade para cadeia do aço.

A Brazil Iron, por exemplo, pretende produzir ferro verde (HBI) e ferro de baixo carbono, fornecendo a matéria-prima essencial para a transição dos altos-fornos a carvão para os fornos elétricos a arco.

A meta da Brazil Iron, ao produzir ferro verde para uso em FEAs, é evitar cerca de 17,5 milhões de toneladas de emissões de CO2e por ano em comparação com as rotas tradicionais de alto-forno a carvão. Ao longo da vida útil do projeto, a estimativa é que sejam evitadas aproximadamente 473 milhões de toneladas de emissões de CO2e,

O objetivo de zerar emissões líquidas zero passa pelo desenvolvimento de um projeto que utilizará energias renováveis, tecnologia de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS) e hidrogênio verde (H2).

Legado para o planeta

A experiência de mercado nos ensina que a transformação de uma indústria tão robusta e fundamental não ocorre sem compromisso e inovação. O papel do ferro verde é, portanto, não apenas técnico, mas também estratégico para o futuro do nosso planeta.

Reduzir em até 99% as emissões em um dos maiores poluidores industriais é um passo monumental em direção a um futuro mais seguro e sustentável. Esse alinhamento entre a produção industrial e as metas climáticas globais é o melhor legado que podemos deixar para as próximas gerações.

*Emerson Souza é o Vice-Presidente de Relações Institucionais da Brazil Iron. O executivo assumiu essa posição após ter comandado o departamento de comunicação da companhia por dois anos.

 

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   02/07/2025

Nos últimos meses, a indústria brasileira tem refletido a complexa realidade econômica do País. Mesmo com juros elevados e uma desaceleração econômica, o setor demonstrou resiliência, conforme dados do IBGE. No entanto, essa estabilidade é um sinal de retomada ou uma pausa no crescimento? O cenário sugere que a economia busque um ponto de equilíbrio após uma série de desafios.

A indústria tem sido responsável pela maior parte da criação de empregos, evidenciando sua importância no contexto atual. No entanto, a pesquisa de produção industrial do IBGE mostrou estabilidade após duas quedas consecutivas, o que gera incertezas sobre o futuro do setor. A estabilidade, com variação nula na produção, reflete uma economia que está absorvendo os impactos de juros altos e inflação persistente.

Outro fator relevante é o acesso ao crédito. A alta das taxas de juros, num cenário de inflação e instabilidade econômica, tem afastado os empresários de novos investimentos. Mesmo com a resiliência da indústria, os efeitos dessa política monetária restritiva são notáveis, colocando um freio no crescimento do setor.

Com os dados mais recentes indicando estabilidade na produção industrial, surgem dúvidas sobre o futuro imediato do setor. O sentimento de frustração é evidente, pois muitos esperavam um pequeno crescimento que não se concretizou. Contudo, é possível interpretar a estabilidade como um sinal de que a indústria está atingindo um ponto de equilíbrio.

O desempenho futuro da indústria dependerá de vários fatores. Se houver uma redução nas taxas de juros e maior estabilidade cambial, o setor poderá começar a crescer de forma mais consistente.

Entretanto, é essencial que o Brasil continue avançando em reformas estruturais, como a redução da carga tributária e a melhoria da infraestrutura, para garantir que a indústria não apenas se recupere, mas também consiga competir de forma mais eficaz no cenário global.

A indústria brasileira está num momento de transição. Embora tenha demonstrado resiliência diante dos desafios impostos pelos juros altos e a inflação, a falta de crescimento mais robusto gera dúvidas sobre sua aceleração nos próximos meses.

A estabilidade observada pode ser interpretada como um sinal de que o setor está absorvendo as dificuldades econômicas atuais, mas o futuro dependerá de fatores como a redução dos juros e maior confiança no ambiente político e econômico do País.

O cenário exige cautela, mas oferece oportunidades para quem souber navegar nas incertezas e buscar soluções criativas para os desafios estruturais.

CNN Brasil - SP   02/07/2025

A contração da atividade industrial do Brasil se aprofundou em junho, quando uma queda substancial nas encomendas de exportação provocou forte retração nas vendas totais, mostrou nesta terça-feira (1º) a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI).

O índice, compilado pela S&P Global, caiu a 48,3 em junho de 49,4 em maio, indo mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e marcando a deterioração mais intensa nas condições operacionais desde julho de 2023.

Além disso, o resultado leva ao pior desempenho trimestral do setor desde o quarto trimestre de 2023.

Os volumes de produção caíram pelo segundo mês seguido, o que as empresas associaram à fraqueza da demanda e à falta de novos negócios. A taxa de contração foi a mais forte em dois anos.

As novas encomendas continuaram a cair, chegando a três meses de redução e marcando o ritmo mais forte de queda em um ano e meio. O que mais pressionou as vendas em geral foi o fraco desempenho dos novos pedidos de exportação, que sofreram o terceiro mês seguido de contração e a mais forte desde o início de 2023.

Os participantes da pesquisa destacaram que houve menos encomendas das Américas do Norte e do Sul.

Diante desse cenário, as empresas cortaram empregos pela primeira vez em quase dois anos.

Os dados ainda mostraram leve aceleração nas pressões de custos, embora a taxa de inflação tenha sido a segunda mais fraca desde março de 2024.

Foram citados preços mais altos de componentes eletrônicos, alimentos e metais. Ao mesmo tempo, houve ligeiro aumento nos preços cobrados pelos produtos.

Ainda assim, esperanças de recuperação da demanda e de taxa de juros mais baixas sustentaram a confiança das empresas em junho, com o nível de sentimento positivo avançando para o maior patamar em 14 meses.

O Estado de S.Paulo - SP   02/07/2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 1º, na cerimônia de lançamento do Plano Safra 2025/2026, que o governo está reduzindo a carga tributária das exportações brasileiras por meio do Imposto de Valor Agregado (IVA), previsto na reforma tributária. Ele pontuou que o mercado internacional está “muito protecionista” e tende a ficar mais.

“Nós temos que nos proteger”, disse, em discurso no Palácio do Planalto. Ele completou que a questão sanitária é um elemento, mas a ecológica é outra dimensão muito importante para fazer valer a competitividade do Brasill.

“Estamos tirando carga tributária da nossa exportação por meio da introdução do Imposto de Valor Agregado. Pouco se fala disso, mas talvez seja a mudança mais dramática que nosso sistema tributário vai viver”, afirmou o ministro. Segundo ele, isso é o contrário do que alguns países da América do Sul “celebrados pela oposição” estão fazendo.

Ele ainda afirmou que os ministros da Casa Civil e da área de infraestrutura estão melhorando a logística, via PAC, para dar vazão às exportações brasileiras.

Haddad disse que os investimentos em logística nos últimos governos “simplesmente minguaram” e foram retomados neste ciclo de governo. Exemplificou que o governo passado fez quatro concessões de rodovias em quatro anos, enquanto o governo Lula tem a meta de fazer 30. “Quem está retomando o investimento em logística é o governo do presidente Lula”, defendeu.

O titular da Fazenda reconheceu a existência do que chamou de “disputa ideológica” no país, e pediu que celebrem o crescimento da economia independente de posição política.

Por fim, Haddad disse que o governo atual não quer apenas que o País cresça. “O governo quer que o País cresça muito e ele está crescendo 3% ao ano em média, o dobro do que ele vinha crescendo nos dez anos anteriores. Mas agora é hora de buscar crescimento com justiça social”, finalizou.

Infomoney - SP   02/07/2025

O déficit em conta corrente do Brasil atingiu 3% do PIB em 2024, após registrar 1,4% em 2023. Isso acabou levando preocupação aos analistas com relação à sustentabilidade das contas externas brasileiras.

Segundo Luíza Pinese, economista da XP, que participou do programa Morning Call da XP nesta terça (1), a deterioração foi impulsionada, principalmente, pela redução do saldo comercial e pelo aumento no déficit das contas de serviços.

“Vale lembrar que o PIB avançou 3,2% em 2024 e isso acabou levando a maiores importações de bens, o que piora o saldo comercial e elevou a deterioração do déficit de transações correntes”, explicou.
“Também essa atividade doméstica mais robusta cria maiores despesas de serviços importados, serviços de transportes, aluguel de equipamentos, e acaba piorando o déficit e transação corrente”, complementou.
Estabilidade

Mas, segundo ela, “a visão daqui para frente é que vamos ter uma desaceleração da atividade econômica no país”. Assim, o déficit em transações correntes não deve ter piora ou deterioração adicional, avalia.

“O que nós projetamos hoje é estabilidade, com déficit em transações correntes em torno de 3% do PIB tanto para esse ano quanto para o ano que vem”, disse.

A XP projeta que o PIB vai avançar 2,5% esse ano e 1,7% em 2026. Portanto, uma desaceleração em relação ao ano passado. “Isso vai acabar levando a apoiar os dados de déficit da transação corrente”, comentou.

E esse ano está sendo marcado por uma safra recorde de grãos. ”Isso não foi refletido nas exportações do Brasil, muito por conta de entraves comerciais, e a nossa projeção para o segundo semestre desse ano é que a exportações darão uma tração a mais por conta desse embarque tardio”, afirmou. Com isso, a balança comercial terá mais equilíbrio.

Apesar das incertezas globais persistentes e das condições financeiras mais apertadas, os fluxos de Investimento Direto no País (IDP) para o Brasil continuam robustos. A XP projeta US$ 70 bilhões em entradas líquidas de IDP neste ano, com uma leve desaceleração para US$ 65 bilhões em 2026, à medida que o crescimento econômico global perde força.

Infomoney - SP   02/07/2025

A manufatura dos Estados Unidos permaneceu lenta em junho, com o volume de novos pedidos mostrando fraqueza e os preços pagos pelos insumos aumentando, sugerindo que as tarifas do governo Trump sobre produtos importados continuaram a prejudicar a capacidade de planejamento das empresas.

O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou nesta terça-feira que seu PMI de manufatura subiu para 49,0 no mês passado, em comparação com a mínima de seis meses de 48,5 em maio.

Esse foi o quarto mês consecutivo em que o PMI ficou abaixo da marca de 50, o que indica contração no setor que responde por 10,2% da economia. Economistas consultados pela Reuters previam leitura de 48,8.

A pesquisa juntou-se aos dados fracos sobre o mercado imobiliário, os gastos dos consumidores e o aumento do número de desempregados, sugerindo que o impulso da economia desacelerou ainda mais no segundo trimestre, mesmo com a provável recuperação do Produto Interno Bruto uma vez que o peso de um déficit comercial recorde diminuiu devido à queda das importações.

Uma medida da demanda doméstica cresceu em seu ritmo mais lento em mais de dois anos no trimestre de janeiro a março. As tarifas abrangentes do presidente Donald Trump, que levaram as empresas e as famílias a antecipar as importações e as compras de produtos para evitar preços mais altos decorrentes das tarifas, confundiram o cenário econômico.

Economistas alertaram que pode levar algum tempo para que as distorções relacionadas às tarifas sejam eliminadas dos dados econômicos.

O Estado de S.Paulo - SP   02/07/2025

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC) pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a decisão do Congresso Nacional que derrubou o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O pedido foi protocolado na mesma ação apresentada pelo governo Lula para reverter a decisão do Congresso e manter o decreto em pé. O processo é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. As confederações que representam o setor produtivo pediram para serem aceitas como amici curiae (amigos da Corte) – quando organizações são ouvidas e podem emitir pareceres sobre o assunto.

Juridicamente, o que está em discussão é se o Congresso Nacional poderia derrubar o decreto de Lula. A Constituição permite ao Legislativo anular medidas do presidente que exorbitem do poder de regulamentação ou dos limites da legislação.

O governo defende a legalidade do decreto de Lula e diz que o ato teve o objetivo de regulamentar o IOF, mesmo com a consequência para a arrecadação. As organizações empresariais, por outro lado, alegam que o decreto presidencial teve cunho arrecadatório, extrapolando os limites dados por lei, e defendem a decisão do Congresso.

“A edição do ato normativo foi expressamente justificada pelo Poder Executivo como medida necessária para incrementar a arrecadação federal e reduzir o déficit orçamentário previsto para o exercício de 2025", diz o pedido.

“Nesse campo, as estimativas oficiais apontaram expectativa de aumento de receita na imodesta ordem de R$ 20,5 bilhões ainda no corrente ano, tudo a demonstrar que a finalidade predominante das alterações foi arrecadatória, não regulatória.”

MINERAÇÃO

Revista Mineração - SP   02/07/2025

Com operações em Mariana e Nova Lima, em Minas Gerais, a Cedro Mineração tem aumentado seus investimentos apostando em três linhas de atuação prioritárias: soluções tecnológicas de ponta, logística verde que minimiza o impacto ambiental e compromisso social.

Atualmente, a companhia produz cerca de 7 milhões de toneladas por ano de minério de ferro e tem como meta alcançar 25 milhões de toneladas até 2030. Para isso, a empresa vai investir R$ 7 bilhões na ampliação da produção do chamado “minério verde”, também conhecido como pellet feed, uma matéria-prima com baixos níveis de impurezas e capaz de reduzir em até 50% a emissão de CO2.

Além disso, a Cedro adota práticas inovadoras como a filtragem e empilhamento a seco, tecnologia que elimina completamente o risco de barragens de rejeito, e o reaproveitamento de 85% da água utilizada em seus processos.

O fundador e Presidente do Conselho da Cedro Mineração, Lucas Kallas, acredita que o Brasil pode se reinventar no mercado global atendendo a demanda por esse tipo de minério mais sustentável que vem de países da Europa e do Oriente Médio.

“O futuro da mineração – e dos negócios em geral – passa necessariamente por soluções estruturantes e integradas, e que também tragam benefícios para as pessoas e a sociedade. Nossa visão é de que crescimento e sustentabilidade não são opostos, mas são interdependentes. Precisamos ser agentes de mudanças positivas, transformando a maneira de fazer negócios nas indústrias em que atuamos”, diz Kallas.

A estratégia de investimentos da Cedro também tem como pilar fundamental a logística. A empresa construirá um ramal ferroviário próprio com cerca de 26 km de extensão, com aportes de R$ 1,5 bilhão e um potencial de retirar até 5 mil caminhões por dia das rodovias.

A ferrovia terá capacidade para realizar o transporte de 24 milhões de toneladas por ano de minério de ferro e carga geral, eliminando gargalos logísticos e ampliando a competitividade dos produtos brasileiros.

A iniciativa não só reduz custos, a emissão de carbono e riscos operacionais, mas também beneficiará mineradoras na região da Serra Azul (MG), tornando o transporte mais seguro, eficiente e ambientalmente responsável.

A construção e operação da ferrovia devem gerar cerca de 4 mil postos de trabalho diretos e indiretos, impulsionando o desenvolvimento regional.

Outra frente importante para os planos de crescimento da Cedro foi a concessão que a companhia recebeu para o terminal ITG02 no Porto de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Com investimentos previstos de R$ 3,6 bilhões, o terminal é uma peça-chave para verticalizar a logística da Cedro e de várias pequenas e médias mineradoras.

Revista Mineração - SP   02/07/2025

A Itaminas, sediada Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), realizou a primeira exportação direta de minério de ferro para o mercado internacional. A operação contou com a infraestrutura do Porto Sudeste, localizado no litoral do Rio de Janeiro, conforme previsto em parceria fechada em março deste ano.

Além de aumentar a agilidade e a competitividade da Itaminas, a exportação direta dos produtos aumenta a autonomia comercial da mineradora e amplia o acesso a diferentes destinos globais.

A previsão da mineradora é de exportar 4 milhões de toneladas de minério por ano para novos mercados internacionais, como o Oriente Médio.

Para o CEO da Itaminas, Thiago Toscano, a exportação direta é um passo fundamental na consolidação da empresa como uma mineradora de referência no Brasil, além de abrir portas para novas oportunidades de negócio.

Alinhada com a estratégia de internacionalização da empresa, a iniciativa em parceria com o Porto Sudeste busca expandir o volume exportado, além de diversificar os destinos.

O vice-presidente de Operações da Itaminas, Argeu Géo Filho, destaca que a nova rota logística vai impactar na redução de prazos para entrega do minério de ferro no exterior, ampliando o alcance de mercados internacionais.

A diretora de Operações da Itaminas, Clacione Clás, reforça que a exportação direta fortalece a cadeia de valor, com a integração entre produção, transporte e embarque.

Um dos principais corredores logísticos do país, o Porto Sudeste fornece via marítima acesso a mercados da Ásia, Oriente Médio e Europa, potencializando o fluxo de commodities do interior de Minas Gerais para o exterior. O empreendimento recebe insumos vindos da Ferrovia Central do Brasil (EFCB) e de rodovias.

Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   02/07/2025

Empresa investe em produtos inteligentes, design sustentável para reduzir seu impacto climático. Dívida sustentável para financiar mudanças é outra frente estratégica.

Para o grupo sueco Electrolux, a inovação não é apenas um vetor de competitividade, mas parte central da estratégia de sustentabilidade da companhia. A multinacional sueca, presente em 67% dos lares brasileiros com as marcas Electrolux e Continental e prestes a completar 100 anos no Brasil, tem estruturado seus processos de desenvolvimento de produto com foco em circularidade, eficiência energética e prolongamento do ciclo de vida — tanto dos eletrodomésticos quanto dos bens que eles ajudam a conservar, como roupas e alimentos.

Esse direcionamento vem sendo aprofundado em diversas frentes: do uso crescente de materiais reciclados à criação de lavadoras que filtram microplásticos e aspiradores com estações de limpeza automática. É o que explicaram executivos da companhia em visita de jornalistas à sede da empresa em Estocolmo, na Suécia, em maio. O objetivo, segundo os porta-vozes, é gerar valor ambiental sem abrir mão da viabilidade econômica e da experiência do consumidor.

“A sustentabilidade faz parte do nosso DNA. Precisamos fazê-la de qualquer maneira, seja qual for o ambiente político”, afirmou o CEO global da companhia, Yannick Fierling, em entrevista, reforçando que o compromisso da empresa com a agenda ESG vai além de tendências momentâneas ou pressões externas.

A Electrolux, com faturamento anual de US$ 14,5 bilhões e 41 mil funcionários, estabeleceu metas climáticas ambiciosas para 2030, alinhadas ao Acordo de Paris e validadas pelo Science Based Target initiative (SBTi). Entre elas, estão a redução, até 2030, de 85% das emissões operacionais (escopos 1 e 2) e de 42% das emissões indiretas (escopo 3), que incluem fornecedores e o uso dos produtos por clientes. “Isso representará uma queda de 97% nas emissões diretas em relação a 2015”, afirma Elena Breda, líder de Tecnologia e Sustentabilidade.

O programa “For The Better 2030” também prevê alcançar a neutralidade de carbono até 2050. As iniciativas para atingir essas metas envolvem aumento da eficiência energética, uso de materiais reciclados e renováveis, transporte de baixa emissão e eliminação de gases de efeito estufa de alto impacto. Até o fim de 2025, a meta é operar com 65% de energia renovável, elevar a eficiência energética em 12,5% e melhorar em 25% o uso da água nas fábricas.

A Electrolux já reduziu em 36% suas emissões de escopos 1 e 2 e em 31% as de escopo 3, com base em 2021. Atualmente, 94% da eletricidade e 64% da energia nas fábricas vêm de fontes renováveis, e 91% das unidades operam com “zero resíduo para aterro” — meta que deve chegar a 100% até o fim de 2025. No Brasil, a nova fábrica em São José dos Pinhais (PR) segue padrões de baixa emissão e alta eficiência energética, de água e gestão de resíduos, segundo Leandro Jasiocha, CEO do grupo Electrolux para a América Latina.

A operação brasileira, segunda maior do grupo, lidera inovações adaptadas ao mercado local, como lavadoras de parede com capacidade para 3 quilos - usadas em pequenos apartamentos ou em academias, por exemplo - e purificadores que reduzem o uso de garrafas plásticas. “O Brasil é estratégico porque conseguimos inovar e escalar soluções rapidamente e testar modelos que depois podem ser exportados para outros mercados”, afirma Jasiocha.

Para o CEO global, Fierling, a valorização da sustentabilidade cresce entre consumidores e investidores. “Dois em cada três clientes enxergam valor — e um valor crescente — em sustentabilidade”, disse, destacando que isso tem facilitado o acesso a crédito verde e financiamentos com condições favoráveis. “Estamos tendo acesso a crédito verde por causa dos esforços de sustentabilidade que estamos fazendo e dos objetivos que estamos buscando.”

Desde a criação de seu próprio framework com critérios para emissões verdes e investimentos com os recursos, o Green Financing Framework, a empresa já realizou seis emissões de títulos sustentáveis. Em 2022, tinha cerca de US$ 650 milhões entre títulos verdes e debêntures atreladas a metas ESG. Os recursos são destinados a projetos voltados à eficiência energética nas operações, uso de energia renovável e desenvolvimento de produtos mais ecoeficientes para alimentos, bebidas e lavanderia.

Contudo, para seguir com suas metas sustentáveis, a empresa tem um desafio grande, especialmente no escopo 3. Em um estudo realizado há alguns anos, a empresa identificou que 86% do impacto climático de um eletrodoméstico ocorre durante o seu uso, e não nas etapas de fabricação, transporte ou nos materiais empregados. Diante disso, o foco tem sido desenvolver equipamentos mais eficientes e estimular mudanças de comportamento nos consumidores.

Em 2023, os produtos com maior eficiência energética e no uso de água representaram 29% das vendas e geraram 38% do lucro bruto. Além disso, 97% dos itens com gases refrigerantes passaram a usar substâncias de baixo impacto climático. Só na América Latina, a eficiência dos produtos evitou a emissão de 64 mil toneladas de CO₂ em comparação a 2022 — o equivalente ao combustível usado por 50 mil carros dando a volta ao planeta. Isso se deve, em grande parte, à maior eficiência dos produtos.

Segundo Elena Breda, líder de Tecnologia e Sustentabilidade, é essencial ajudar o consumidor nessa jornada. O lançamento do selo EcoPlus na América Latina, que destaca os produtos mais eficientes no consumo de energia e água, faz parte desse esforço. “Queremos guiá-los a adotar hábitos mais sustentáveis. Pequenas mudanças em milhões de lares podem gerar um grande impacto”, afirma.

Inovação em produtos com foco em sustentabilidade

A Electrolux alia tecnologia embarcada e design orientado a comportamento para ganhar ecoeficiência. Com a inflação e crises energéticas, indústrias têm sido pressionadas para investir em P&D para alinhar seu portfólio a metas de descarbonização global.

Toda proposta passa por avaliação de ciclo de vida (LCA), e têm prioridade as soluções que reduzem consumo de energia, água ou materiais e estendem a vida útil dos produtos. Até 2030, a meta é dobrar a “duração” das roupas com metade do impacto ambiental. “Muitas roupas são descartadas após menos de dez usos e vão parar em lugares como o deserto do Atacama. Compramos, não gostamos e simplesmente deixamos de lado”, afirma Luana Inocentes, diretora global de Portfólio para Cuidados com Tecidos e Louças.

As lavadoras, por exemplo, têm interface inteligente que sugere ciclos mais sustentáveis e, pelo ícone smart leaf feedback, indicam configurações de menor impacto. “Quando o usuário opta por lavar a 30°C em vez de 40°C, ele reduz em até 25% o impacto ambiental daquela lavagem, economiza energia e ainda prolonga a vida útil da roupa”, explica Inocentes. Outras inovações incluem programas de lavagem a frio e uso de vapor para refrescar roupas, tudo baseado em pesquisas como o Kerr Index. A Electrolux também desenvolve o Care Index, que relaciona temperatura e número de ciclos à preservação do tecido.

Modelos como a LEH17 economizam até 72 L de água por ciclo e reutilizam parte do recurso. A LEB18, lançada no Brasil, filtra até 95% dos microplásticos e fiapos de pets. A função autodose ajusta automaticamente o sabão ao peso da carga, evitando excesso e desbotamento. “Sabemos que 90% dos consumidores veem barreiras para adotar hábitos mais sustentáveis. Mas eles também acreditam que as empresas devem ajudar nessa jornada. E é esse o nosso papel”, comenta Inocentes.

Em aspiradores de pó, a ergonomia e a manutenção simples reduzem o contato do usuário com a sujeira. Modelos premium têm estação de coleta automática, e versões acessíveis facilitam a remoção do pó - ao reduzir o atrito de uso, reduz descarte precoce, o que tem valor ambiental e econômico. Nos fornos conectados, a interface Cook Smart Touch ajusta temperatura, vapor e tempo ao alimento escolhido, e a limpeza pirolítica reforça a “jornada do consumidor sem fricção”.

O processo de inovação da empresa segue uma lógica baseada no modelo “triple diamond”, com quatro fases: identificação da oportunidade, entendimento profundo do consumidor, conceituação e validação, e decisão de investimento, de acordo com Mathieu Riviere, designer principal de Experiência e Inovação. A governança inclui comitês multidisciplinares que avaliam, a cada etapa, se um projeto avança, recua ou é interrompido.

A empresa tem uma área específica para pensar inovação na cozinha, inclusive com um piloto de uma cozinha compartimentada, com divisões refrigeradas para cada tipo de alimento, controle inteligente de temperatura e umidade para conservar o máximo possível os alimentos e usabilidade de ponta.

Com esse modelo de design centrado no usuário - com validação constante, regionalização e métricas de valor - a empresa contabiliza que os produtos mais eficientes da marca vendidos em 2024 tenham poupado o uso de até 1,4 bilhão de litros de água e 300 milhões de kWh de energia, segundo estimativas internas.

Insumos mais sustentáveis como motor de descarbonização

O uso dos produtos é, hoje, a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa no escopo 3 da companhia. Mas está longe de ser o único desafio da empresa. O grupo Electrolux trabalha também no aumento do percentual de conteúdo reciclado e menos poluentes em insumos. O grupo anunciou recentemente uma nova meta global de conteúdo reciclado: até 2030, pretende que 35% dos plásticos e aço utilizados na fabricação de seus produtos devem ser desta origem. Com essa nova meta, pretende atingir mais de 40% de todo o material adquirido para produção de seu portfólio – o triplo do escopo da meta anterior.

“A fabricação de insumos é a segunda maior fonte de emissões da Electrolux, atrás apenas do uso dos produtos pelos consumidores”, afirma Sara Hallin Sandstrom, diretora de design para CMF (Cores, Materiais e Acabamento, na tradução ao português) e Expressão de Marca. Segundo a executiva, a estratégia de design da Electrolux é pautada por três princípios: design escandinavo, integração natural com os ambientes domésticos e sustentabilidade. “A sustentabilidade é um fator presente em todas as fases do desenvolvimento do produto, desde a escolha dos materiais até o design final”, diz.

Sandstrom explica que a empresa tem investido, por exemplo, no aumento do uso de plástico reciclado. Em 2024, este volume cresceu mais de 70% em 2024, com o lançamento de produtos contendo mais de 50% de plástico reciclado, um grande desafio que precisa da coordenação dos times de design, pesquisa e desenvolvimento e também o engajamento dos fornecedores.

Outra frente é a eliminação de tintas e revestimentos em plásticos que dificultam o reaproveitamento de materiais. A ideia é manter os materiais "o mais puros possível”, facilitando a reciclagem. “Nos itens maiores, buscamos atemporalidade; nos menores, podemos ousar mais em cores e texturas. São como joias da cozinha”, explica Sandstrom.

Além disso, a empresa tem investido em conectividade de produtos e modelos de negócios circulares. No primeiro caso, ao permitir o monitoramento da performance e uso dos eletrodomésticos, pode, por exemplo, oferecer atualizações de software que melhoram a experiência do usuário ao longo do tempo. Em alguns mercados, como a Suécia, a Electrolux explora ainda modelos de negócios circulares, permitindo que consumidores aluguem eletrodomésticos, como aspiradores robôs, pagando por mês ou por uso. A empresa estuda expandir essa alternativa para outras regiões. O modelo modular, com produtos-base e acessórios opcionais, permite atender tanto consumidores sensíveis a preço quanto os que buscam uma experiência completa.

Empreitada imobiliária

Em um movimento inédito para o setor, a Electrolux está entrando no ramo imobiliário com um projeto sustentável ao lado de sua sede, no bairro de Stadshagen, em Estocolmo. A empresa construiu um prédio com 114 apartamentos de 28 a 65 m², totalmente equipados com seus eletrodomésticos e vendidos a partir de R$ 1,5 milhão — 40 unidades já foram comercializadas.

O projeto, batizado de Greenhouse Sthlm Development, terá 85 mil m² de área total, sendo 40 mil destinados a moradias, e será concluído em cinco etapas até 2034. Também incluirá espaços para empresas interessadas em se instalar na região. A construção utiliza madeira e materiais menos poluentes, como forma de demonstrar que é possível unir escala e sustentabilidade.

Segundo Ulrika Kagstrom, chefe do projeto, o objetivo principal é ajudar a reduzir o déficit habitacional em Estocolmo, agravado pelo alto endividamento das famílias e por um sistema de moradia baseado em associações, que dificulta novos empreendimentos. Apesar disso, ela destaca que a Electrolux não pretende se tornar uma incorporadora.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   02/07/2025

A Renault registrou uma perda de € 9,5 bilhões em sua participação na Nissan após mudar a forma como contabiliza a fatia na parceira japonesa em dificuldades. A montadora francesa está reestruturando sua aliança de 26 anos com a Nissan e reduzirá aos poucos a participação na parceira japonesa, que chegou a ser de 43%, para 10%.

O processo tem sido dificultado pela queda das ações da Nissan, que perderam quase 40% de valor nos últimos 12 meses. A Renault atualmente tem 36% da japonesa, incluindo uma fatia de 18,7% mantida em um fundo fiduciário na França que pretende vender.

Nesta terça-feira (1), a Renault informou que um novo método contábil alinharia o valor de sua participação com o preço das ações da Nissan, acarretando na perda não monetária em seu balanço do semestre encerrado em 30 de junho, a ser publicado ainda neste mês.

“Embora essa mudança contábil implique um ajuste significativo nas demonstrações financeiras do Grupo Renault, ela não altera os compromissos estratégicos e operacionais entre o grupo Renault e a Nissan”, destacou.

A montadora francesa informou que as mudanças - motivadas pela aplicação das regras dos Padrões Internacionais de Resultados Financeiros (IFRS) - não impactariam seu caixa nem o cálculo de seus dividendos.

A divulgação da perda extraordinária chega após a súbita saída do executivo-chefe (CEO) da empresa, Luca de Meo, para comandar a fabricante de artigos de luxo Kering, o que derrubou as ações da Renault após o anúncio, em junho.

Antes da mudança da contabilização desta terça-feira, as ações da Renault vinham superando as das rivais, graças à exposição limitada tanto à guerra comercial dos EUA quanto à concorrência cada vez maior no mercado chinês.

De Meo deixou a montadora quando estava prestes a delinear a segunda fase de uma estratégia de crescimento para a Renault, depois de ter assumido o comando quando a empresa estava deficitária e tê-la revigorado, deixando-a com uma margem de lucro recorde.

Por sua vez, a Nissan vem dando sequência a uma abrangente reestruturação, que envolve o fechamento de 7 de 17 fábricas e o corte de 20 mil empregos pelo mundo sob o novo CEO da montadora, Ivan Espinosa.

Como parte da reestruturação, a Nissan planeja cortar 250 empregos em sua fábrica no Reino Unido, em Sunderland, por meio de um programa de demissão voluntária. A empresa também tentou reforçar sua posição de caixa de curto prazo atrasando pagamentos a fornecedores.

A montadora japonesa chegou a abrir negociações de fusão com a Honda, mas a Renault quis que a rival oferecesse um valor mais alto pela Nissan.

A Renault estava aberta a uma fusão entre as montadoras japonesas, mas o fim das negociações complicou seus planos de redução da participação na Nissan.

Globo Online - RJ   02/07/2025

Em meio à chegada de novas marcas chinesas disputando a atenção do consumidor brasileiro para carros elétricos e híbridos importados, a BYD (Build Your Dreams) inaugura nesta terça a primeira unidade de uma montadora chinesa no país. A fábrica de Camaçari, onde no passado funcionou uma unidade da Ford, vai produzir o SUV Song Plus, um híbrido plug in, e o elétrico Dolphin Mini.

A BYD anunciou investimentos de R$ 5 bilhões no país, sendo que R$ 1,4 bilhão foram desembolsados na unidade baiana, que já emprega quase mil pessoas e deve abrir mais três mil vagas, segundo a empresa. O objetivo da BYD, que vem liderando uma guerra de preços baixos na China, é produzir 50 mil unidades ainda este ano e subir para 150 mil em 2026.

As obras da fábrica da BYD começaram em março de 2024, e a ideia era iniciar a produção no primeiro semestre deste ano, logo após o Carnaval. Mas houve atrasos no cronograma depois que a BYD teve problemas com uma empresa terceirizada chinesa, a Jinjiang Group, que foi acusada pelo Ministério do Trabalho da Bahia de submeter 163 operários chineses trazidos para a obra a condições degradantes de trabalho.

Em maio deste ano, o MPT processou a BYD e outras duas. A ação civil pública pede o pagamento de R$ 257 milhões por danos morais coletivos. Em nota, a BYD disse que mantém um compromisso "inegociável" com os direitos humanos e informou que vai se manifestar nos autos da ação civil pública.

Sistema SKD

Na primeira fase da fábrica da BYD, estão sendo preparados o galpão principal (que ainda está sendo finalizado) para a montagem dos carros no sistema SKD (Semi Knocked Down, que é a importação de veículos semidesmontados).

A empresa já anunciou o desenvolvimento de um motor flex, que vai equipar o híbrido Song Plus fabricado aqui. A BYD também pretende desenvolver um centro de pesquisa e tecnologia na Bahia.

Milad Kalume Neto, especialista no setor automotivo, afirma que é comum que no início das atividades locais de montadoras globalizadas sejam utilizados os SKDS. Mesmo aquelas que começam já com algum fornecimento de peças nacionais, iniciam com baixo índice de nacionalização.

— Começar com SKD e passar para CKD (importação de veículos desmontados) e, dependendo do volume vendido, ter produção local, é natural. Depois vai nacionalizando o fornecimento de itens como pneus, bancos e outros. E a BYD vai fazer isso — afirma Kalume Neto, acrescentando:

— O mais importante é ter nacionalização da produção de baterias. A Toyota, por exemplo, que já produz veículos eletrificados no Brasil, ainda utiliza baterias importadas, não produz aqui. Mas para isso acontecer, é preciso ter volume de vendas relevante — explica o especialista, lembrando que o Brasil deve se tornar base exportadora da BYD para países vizinhos.

Veja uma galeria de automóveis elétricos das marcas mais conhecidas

Na disputa pelo mercado de eletrificados, lembram os especialistas, a BYD, também tem a vantagem de ser uma green tech, empresa de tecnologia verde, que além de fabricar os veículos, detém a produção de baterias para seus carros elétricos e também faz o beneficiamento do lítio, mineral usado nas baterias.

A BYD adquiriu, em 2023, direitos minerais sobre duas áreas no Vale do Lítio, região rica em lítio em Minas Gerais.

Como previsto em lei, a BYD terá 12 meses para deixar de produzir os veículos com os kits SKD e iniciar o processo de nacionalização. Enquanto isso não acontece, a BYD fez um pedido de redução tarifária ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) nos kits SKD e CKD, de 5% para carros elétricos e 10% para híbridos. Hoje, as taxas são de 20% para híbridos e 18% para elétricos. A análise será feita pela Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

Para veículos importados já montados, o imposto de importação está sendo recomposto e deve chegar a 35% em 2026. Neste mês de julho, a taxa sobe de 18% para 25% para carros elétricos e de 20% para 28% para os híbridos plug-in.

A Anfavea, associação que representa as montadoras já instaladas no país, defende a antecipação para agora da cobrança dos 35% sobre veículos importados, alegando que isso pode impactar investimentos das fabricantes em novas tecnologias anunciados recentemente.

A fábrica da BYD em Camaçari será a maior da empresa fora da China (existe outra unidade na Tailândia) e é uma espécie de espelho da unidade de Changzhou, no distrito nacional de Alta Tecnologia. Na China, a fabricação de um carro nessa unidade leva em média 4 horas.

A fábrica de Changzhou, visitada pelo GLOBO, tem quatro linhas de produção e alto grau de automação, robôs alemães e japoneses em praticamente todas as etapas de fabricação.

Para celebrar a inauguração da fábrica, a BYD anunciou descontos nos carros que serão produzidos na Bahia. O preço do Dolphin Mini está em torno de R$ 120 mil e o Song Plus em torno de R$ 200 mil. No ano passado, a BYD vendeu 77 mil veículos no Brasil e este ano, as vendas totalizam 47 mil.

Mercado em crescimento

O mercado de eletrificados deve vender este ano 170 mil unidades. Outras marcas chineses estão trazendo seus modelos ao país, acirrando a concorrência. A GWM vai começar a produzir no fim de julho o SUV Haval 6 e a picape Poer em sua unidade no interior de São Paulo.

A GAC, a Omoda e Jaecoo e a Geely, também entraram na briga pelo consumidor brasileiro. A Omoda & Jaecoo, do grupo Chery, comercializa desde abril os modelos Omoda E5 (um SUV elétrico) e Jaecoo 7 (um SUV elétrico plug in) por R$ 210 mil e R$ 230 mil, respectivamente. A montadora também tem intenção de produzir no Brasil.

A Geely acirra a concorrência trazendo ao Brasil o modelo EX5, um SUV elétrico que marca o retorno da marca ao país, desta vez com modelos 100% elétricos. O lançamento está previsto para julho, em concessionárias da Renault, marca com a qual a chinesa tem parceria no Brasil.

A GAC, sexta maior fabricante de veículos da China, desembarcou no Brasil em maio, com o início das vendas de seus elétricos no país. Serão oferecidos cinco modelos, quatro elétricos e um híbrido, entre R$ 169,9 mil a R$ 299,9 mil. A montadora tem planos de produzir no Brasil.

— Nossa estratégia para o Brasil é totalmente baseada nas condições locais. O compromisso é oferecer veículos com tecnologia de ponta, a preços justos e compatíveis com poder de compra do consumidor brasileiro — diz Alex Zhou, CEO da GAC Brasil.

Valor - SP   02/07/2025

A montadora também reduzirá em cerca de 30% a capacidade de produção planejada, já que os altos custos continuam limitando a adoção desses veículos eletrificados.

NikkeiA Honda Motor anunciou nesta segunda-feira que está adiando o início da produção no Japão de módulos de próxima geração de células a combustível, antes previsto para o ano fiscal de 2027, para uma data indefinida. A montadora também reduzirá em cerca de 30% a capacidade de produção planejada, já que os altos custos continuam limitando a adoção desses veículos eletrificados.

A empresa japonesa estava prestes a receber um subsídio de até 14,7 bilhões de ienes (US$ 102 milhões) do Ministério da Economia, Comércio e Indústria para iniciar a produção em uma fábrica em Moka, na província de Tochigi, ao norte de Tóquio. No entanto, decidiu abrir mão do subsídio devido às mudanças no cronograma e na escala do projeto.

Os veículos com células a combustível funcionam com energia gerada pela reação entre hidrogênio e oxigênio, sem emissão de dióxido de carbono.

Contudo, tanto os veículos quanto o combustível de hidrogênio ainda são caros e menos competitivos em relação aos modelos a gasolina. Assim como os veículos elétricos, os custos elevados têm limitado seu sucesso.

O módulo de célula a combustível de nova geração que a Honda planejava desenvolver prometia reduzir pela metade os custos de fabricação e dobrar a durabilidade em comparação com o modelo atual. Com as mudanças nos planos de produção, a meta de vender 60 mil unidades até 2030 e centenas de milhares na segunda metade da década pode precisar ser revista para baixo.

A Isuzu Motors pretende lançar um caminhão de grande porte movido a célula a combustível, desenvolvido em parceria com a Honda, por volta de 2027. A Isuzu disse que não pode fazer declarações definitivas sobre planos futuros de produtos, mas que “não há impacto nos planos de lançamento até o momento.”

Caminhões com células a combustível são vistos como possíveis catalisadores para a popularização dessa tecnologia. O hidrogênio tem densidade energética por peso maior que as baterias de veículos elétricos, sendo mais adequado para viagens de longa distância.

No entanto, o número de postos de abastecimento de hidrogênio tem diminuído no Japão e no estado da Califórnia, nos EUA, devido aos altos custos de manutenção e à baixa utilização. Os investimentos relacionados à produção de hidrogênio também estão caindo globalmente, outro fator que enfraquece as perspectivas de demanda por veículos movidos a células a combustível.

A Honda mantém a meta de que 100% de suas vendas globais de carros novos sejam compostas por veículos elétricos e a célula a combustível até 2040. A empresa acredita que o mercado de sistemas de célula a combustível "continuará crescendo no futuro" e seguirá com atividades comerciais voltadas para veículos de passeio e comerciais, máquinas de construção e outros setores.

Entre os planos de eletrificação de outras montadoras japonesas, a Nissan Motor cancelou em maio os planos de construir uma fábrica de baterias para veículos elétricos no sul do Japão, enquanto a Toyota Motor adiou a construção de uma planta de baterias na mesma região.

Infomoney - SP   02/07/2025

O CEO da Tesla, Elon Musk, passou a supervisionar as vendas na Europa e nos Estados Unidos, deixando o vice-presidente sênior Tom Zhu responsável pela Ásia, após a saída de Omead Afshar, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

Afshar era responsável pelas operações de vendas e fabricação na América do Norte e Europa, mas o antigo braço direito de Musk deixou a fabricante de veículos elétricos no mês passado, sendo o mais recente executivo sênior a sair em um momento difícil para a Tesla, que enfrenta queda nas vendas na maioria de seus principais mercados.

Com a saída de Afshar, Musk e Zhu dividiram suas responsabilidades, e Zhu, baseado na China, ficará à frente das operações globais de fabricação da Tesla, disseram as fontes, que preferiram não se identificar por tratar-se de informações privadas.

Representantes da Tesla não responderam aos pedidos de comentário.

O foco de Musk na Europa é significativo, considerando que o continente é atualmente o mercado mais fraco da fabricante de veículos elétricos. O bilionário afirmou isso em maio, durante entrevista à Bloomberg News no Fórum Econômico do Catar. Apenas 512 novos Teslas foram registrados no Reino Unido em abril, uma queda de 62% em relação ao ano anterior, enquanto Dinamarca, Holanda e Suécia tiveram quedas ainda maiores ano a ano.

Em maio, as vendas totais da Tesla na Europa caíram pelo quinto mês consecutivo, quase 30%, enquanto o mercado mais amplo de veículos elétricos na região cresceu aproximadamente na mesma proporção.

Embora Musk tenha prometido voltar seu foco para a Tesla após um período em Washington, suas afiliações políticas e envolvimento com os esforços de corte de custos da administração Trump prejudicaram a imagem da marca na Europa. A linha de veículos envelhecida da Tesla e a falta de modelos híbridos também a tornaram menos competitiva frente a montadoras chinesas emergentes, como a BYD Co.

Com Zhu agora responsável pela fabricação global, seus subordinados diretos incluem Hrushi Sagar, que supervisiona a fábrica da Tesla em Fremont, Califórnia, e Jason Shawhan, responsável pela Gigafactory Texas, disseram as fontes familiarizadas com as novas linhas de reporte. Troy Jones permanece como vice-presidente de vendas na América do Norte e agora responde diretamente a Musk, acrescentaram, preferindo não se manifestar publicamente.

Não está claro se essa estrutura de gestão é definitiva ou se as linhas de reporte ainda podem mudar.

Zhu ingressou na Tesla em abril de 2014 e rapidamente ascendeu, liderando a construção e início das operações da primeira fábrica da empresa no exterior, em Xangai, como vice-presidente da Grande China. Em abril de 2023, foi promovido a vice-presidente sênior de automóveis, ampliando sua responsabilidade para produção, vendas, entregas e serviços globais, e mudou-se para os EUA.

No ano passado, Zhu foi realocado para a China em um papel mais focado na região, após a Tesla enfrentar obstáculos tecnológicos e regulatórios para o lançamento de seus recursos avançados de assistência ao motorista.

Desde então, as autoridades chinesas divulgaram diretrizes preliminares sobre a transmissão de dados automotivos para o exterior, medida vista como potencialmente facilitadora para a expansão dos recursos avançados de assistência ao motorista da Tesla no país.

A Tesla deve divulgar seus números de entregas do segundo trimestre nesta semana. As entregas de veículos elétricos devem cair 19% em relação ao ano anterior, para 360 mil unidades, escreveu o analista Ryan Brinkman, do JPMorgan Chase & Co. As entregas do primeiro trimestre da Tesla, por sua vez, atingiram o nível mais baixo em quase três anos.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   02/07/2025

A licitação da nova sede do governo de São Paulo, na região central da capital paulista, deve atrair construtoras e fundos de investimentos. A tendência é a formação de consórcios para a disputa do projeto, que prevê R$ 5,4 bilhões em investimentos. “O projeto está atrativo, tem interesse de mercado, e a gente deve ter um leilão bem-sucedido”, afirmou à Coluna o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. “Antes de lançar um edital, a gente verifica a viabilidade, discute muito com o mercado para fazer os ajustes e garantir, de fato, a atratividade”, comentou.

A consulta pública sobre o projeto foi realizada entre janeiro e março, tendo recebido 268 contribuições, com 64% das sugestões total ou parcialmente acolhidas pelo governo. As alterações resultaram em ajustes no edital, especialmente em temas como desapropriações, garantias e alocação de riscos.

Entre as empresas participantes da consulta apareceu o grupo espanhol Acciona, que atua com concessões de infraestrutura. A empresa foi, inclusive, responsável pela transformação da antiga estação ferroviária Júlio Prestes na Sala São Paulo, nos Campos Elísios, a poucos metros de onde ficará a futura nova sede do governo paulista.
Construtora e assessoria também opinaram

Outra interessada no projeto foi a Construcap, construtora que fez a sede da Natura, em Cajamar (SP); o Templo de Salomão, no Brás; e a reforma do Mineirão, em Belo Horizonte, entre outras obras. A consulta teve participação também da Sete Partners, holding de investimentos e assessoria financeira em projetos nas áreas de construção, varejo, energia e tecnologia. As empresas informaram que a licitação está em fase em avaliação interna.

O novo complexo paulista reunirá sedes de secretarias e órgãos estaduais atualmente espalhados por mais de 40 imóveis da cidade. A nova estrutura terá capacidade para cerca de 22,7 mil servidores, distribuídos em sete edifícios e dez torres. Também estão previstos teatro, auditórios, salas multiuso e áreas de lojas - estas últimas poderão ser exploradas como fontes de receita extra pelas concessionárias.

O edital para a concessão foi publicado em 24 de junho, e a abertura das propostas está prevista para 10 de outubro. A concessão será na modalidade de Parceria Público-Privada (PPP), com prazo de 30 anos. O critério de julgamento será o maior desconto sobre a contraprestação anual máxima, fixada em R$ 824,3 milhões.
Favela do Moinho

O governo trabalha na desapropriação da Favela do Moinho, na mesma região, onde será construída uma estação de trem e um parque público. Isso dependerá do direcionamento das 880 famílias para outras moradias, numa iniciativa que também envolverá o governo federal, que é o dono do terreno ocupado pela comunidade. “A gente tem que, imediatamente, entrar, ocupar o terreno e transformar aquilo em equipamento”, afirmou Freitas à Coluna. “Com as pessoas já assistidas, dentro do programa habitacional, não podemos perder tempo”, ressaltou.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   02/07/2025

A Transnordestina Logística S.A. (TLSA) estuda a construção de terminais para carga e descarga no caminho da Ferrovia Transnordestina nos estados de Piauí, Pernambuco e Ceará. A tendência é de que pelo menos cinco portos secos sejam construídos ao longo da linha férrea.

Esses detalhes foram repassados em entrevista ao Diário do Nordeste por Tufi Daher Filho, presidente da Transnordestina Logística S.A. (TLSA), companhia responsável pela construção da ferrovia. Cinco infraestruturas denominadas de portos secos estão em análise para serem construídas na região.

Um porto seco tem a mesma estrutura existente em portos marítimos (a exemplo do Pecém) e fluviais (como o de Manaus), incluindo operação alfandegária e incentivos fiscais.

Em vez de estar ligado a um modal aquático, como embarcações, está instalado dentro do continente, completamente cercado por terra. Em geral, está associado com modais rodoviários e/ou ferroviários.

Um desses portos secos já foi anunciado. Será em Quixeramobim, no sertão central cearense, com investimento que pode chegar próximo de R$ 1 bilhão e está sendo construído pela Value Global Group, empresa responsável pelo projeto, e que deve ser concluído até 2027.

Conforme informações do Governo do Ceará, o empreendimento deve ocupar uma área de 360 hectares e chegar a R$ 300 milhões de faturamento anual, gerando mais de 1,3 mil empregos diretos e indiretos.

O governo estadual também reforça que está em estudo um segundo porto seco no Estado, em Missão Velha, na mesma cidade onde a TLSA avalia um terminal próprio. Caberá à Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) entender a viabilidade do empreendimento.

TRANSNORDESTINA COMEÇA A FUNCIONAR EM 2025, GARANTE PRESIDENTE DA TLSA

Tufi reafirmou o compromisso em colocar a Transnordestina para operar ainda em 2025, no fim do ano, em espécie de operação assistida.

Essa funcionalidade será feita entre estruturas chamadas pela TLSA de terminais intermodais, isto é, que funciona de forma similar a um porto seco, mas em tamanho menor e sem as funções alfandegárias e de incentivos fiscais.

Um desses terminais será da própria empresa, em Bela Vista do Piauí (PI). Já o outro ficará em Iguatu, no Centro-Sul do Ceará, mas segundo Tufi Daher, a estrutura que está sendo construída na cidade cearense “é privada” e não pertence à TLSA.

“Iguatu vai ser, na nossa visão, a primeira estrutura intermodal para o transporte de grãos que vai sair do Piauí. Vai chegar em Iguatu para abastecer toda aquela bacia leiteira, aquelas granjas da região. Estamos com bastante segurança de que, no final deste ano, a gente começa a fazer os primeiros transportes. Não são grandes volumes, não pode se comparar com volume para exportação, mas começa em fase de comissionamento a funcionar a Transnordestina”, explicou.

O presidente da TLSA enfatizou a questão do terminal a ser construído no Porto do Pecém, destino da Transnordestina. A empresa vai começar em 2026 a construir a própria estrutura, com previsão de entrega no segundo semestre de 2027.

“Estamos em conversas quase que semanais com o Porto do Pecém, integrando as nossas estruturas com as existentes. Queremos chegar com a ferrovia e estar com o porto pronto. No Ceará, a gente tem conversas com vários setores: combustíveis, fertilizantes, cimento. Onde tiver uma demanda que faça sentido para um transporte ferroviário de longa ou média distância e de grande volume, pode ter certeza que esses lugares vão ser certamente portos intermodais de transporte”, apontou.

COMO ESTÁ A CONSTRUÇÃO DA TRANSNORDESTINA?

Os trabalhos para a montagem da ferrovia transcorrem a todo vapor no interior do Ceará na chamada fase 1. Ela interliga o São Miguel do Fidalgo (PI) ao Porto do Pecém (CE) passando por Pernambuco.

Nos mapas recém-divulgados pela empresa, três trechos estão concluídos no território cearense. Atualmente, a ferrovia está finalizada entre a divisa do Ceará e Pernambuco, chegando até Acopiara.

Entre Acopiara e Itapiúna, outros quatro trechos estão em obras de execução de infraestrutura (lotes 4, 5, 6 e 7), assim como o lote 11, que interligará Caucaia e o Porto do Pecém, o último da ferrovia em solo cearense. Somados, esses espaços têm 235 quilômetros (km) de linha férrea.

Os últimos três trechos estão com estágios diferentes. O lote 8 (Itapiúna – Baturité), de 46 km, foi contratado no início de junho. No segundo semestre, os lotes 9 (Baturité – Aracoiaba) e 10 (Aracoiaba – Caucaia) serão contratados, finalizando todas as partes de pré-construção da ferrovia.

As obras de infraestrutura são realizadas em cada trecho antes de receberem os trilhos. Ao todo, 32 mil km de linha férrea foram compradas da China pela TLSA, e vão chegar ao Ceará pelo Porto do Pecém, conforme expôs Tufi Daher Filho. Esse material será utilizado para os lotes restantes.

“No final deste ano, a gente começa a montar o lote 4 de superestrutura. Em 2026, a gente já monta o lote 5. No começo de 2026, monta o lote 11. Vamos deixar o lote 11 praticamente montado no primeiro semestre de 2026”, elencou o presidente da TLSA.

Migalhas - SP   02/07/2025

O Instituto Kabu, o Centro Santo Dias de Direitos Humanos ajuizaram ação civil pública contra a ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres, acusando a autarquia de atropelar o direito à consulta prévia, livre e informada no processo de concessão da ferrovia EF-170, a Ferrogrão.

A ação foi protocolada na vara Federal de Itaituba/PA e busca suspender o trâmite do projeto no TCU - Tribunal de Contas da União até que o direito dos povos indígenas seja respeitado.

Em 2020, indígenas da caiapó bloqueiam a rodovia BR-163, em protesto contra a construção da ferrovia Ferrogrão, em Novo Progresso/PA.

Segundo a petição inicial, a ANTT avançou com a desestatização da Ferrogrão - que prevê quase mil quilômetros de trilhos entre Sinop/MT e o distrito de Miritituba, em Itaituba/PA - sem garantir o consentimento das comunidades afetadas, descumprindo frontalmente a convenção 169 da OIT - Organização Internacional do Trabalho, incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro.

A ferrovia corta ou passa nas imediações de áreas como as Terras Indígenas Baú, Menkragnoti e Panará, regiões marcadas por histórico de conflitos e elevado risco de desmatamento.

Segundo a inicial, em fevereiro de 2024, a própria ANTT reconheceu em ofício que não realizou corretamente a consulta aos indígenas, e se comprometeu a cooperar com o Instituto Kabu para assegurar a observância do direito.

No entanto, conforme narram os autores, logo em seguida a agência incluiu o projeto entre os que seriam levados a leilão ainda em 2025, sem qualquer novo diálogo com as comunidades ou observância dos protocolos indígenas. A prática foi classificada pelos advogados como confissão de culpa seguida de reincidência institucional.

"O traçado da Ferrogrão, que intercepta vasta área na Amazônia Legal, afeta áreas (bio)socioambientalmente protegidas, incluindo várias terras indígenas. Desse modo, a ANTT, ao não cumprir sua obrigação de realizar as consultas exigidas por lei, violou tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, ou seja, numa falha sistêmica na salvaguarda desses direitos. Adicionalmente, a decisão de avançar com o projeto apesar das irregularidades apontadas, reflete postura de arbitrariedade, desrespeito e omissão por parte da ANTT", diz a peça inicial

A ação também aponta fragilidades nos estudos de viabilidade técnica, ambiental e econômica do empreendimento, elaborados sob responsabilidade da concessionária EDPL - Estação da Luz Participações e do ministério dos Transportes.

Documentos técnicos juntados aos autos indicam falhas metodológicas, omissão de impactos sobre comunidades isoladas e negligência com o patrimônio histórico e arqueológico da região do Tapajós. O risco estimado de desmatamento com a implantação da ferrovia chega a 500 mil hectares.

Além da paralisação do processo de concessão, os autores pedem que a ANTT seja condenada a pagar R$ 1,7 bilhão por dano moral coletivo às comunidades indígenas representadas pelo Instituto Kabu.
Processo: 1001591-51.2025.4.01.3908
Veja a inicial.

MPF

Na última segunda-feira, 1º, o MPF ingressou no processo como parte autora, ratificando integralmente os pedidos da petição inicial.

O MPF ratificou integralmente os pedidos formulados e apontou que a matéria já é objeto de acompanhamento no processo administrativo 1.23.000.000523/2023-09, instaurado especificamente para fiscalizar a observância da convenção 169 no contexto da Ferrogrão.
Veja a manifestação do MPF.

Rodoviário

A Tribuna - SP   02/07/2025

Em visita ao Grupo Tribuna, o vice-governador Felicio Ramuth (PSD) destacou investimentos em infraestrutura, que servem de atrativo para a iniciativa privada. Falou sobre obras como a terceira pista da Imigrantes, o leilão do serviço de travessias hídricas e a expectativa pelo início da operação comercial da segunda fase do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Confira trechos.

O prazo para a operação comercial do VLT está mantido para o final do ano?
A ideia é fazer operações assistidas (em horário limitado) com passageiros até o final desse ano. Depois, tudo dando certo, você libera para a operação sem ser o que a gente chama de assistida.

E com relação à terceira pista da Imigrantes?
O prazo do início da obra (da nova Imigrantes) é o final de 2026. O contrato (para o projeto executivo) já foi assinado (no dia 13, o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, disse em Santos que a iniciativa está em desenvolvimento de projetos, o básico e o executivo, com expectativa de obtenção das licenças até meados do ano que vem).

As travessias estão com leilão marcado para 17 de outubro. Qual a expectativa?
São 14 travessias hídricas. Todas serão alteradas para (embarcações) eletrificadas. Então, nós vamos ter sustentabilidade, além de reforma. A gente colocou R$ 50 milhões de investimentos em dez balsas da região de Santos, além das estações (de barcas) da Praça da República e de Vicente de Carvalho. Mas está previsto um investimento de R$ 2 bilhões na licitação. A partir do terceiro ano, a empresa começa a trocar as balsas por unidades eletrificadas.

E quanto às rodovias que atendem Litoral Norte e Bertioga?
Sobre a Mogi-Bertioga (agora administrada pelo consórcio Novo Litoral), a obra também já está em andamento, já foi licitada. A gente tem a oportunidade de criar marginais nas estradas, além de melhorar a descida. Foi assinado o contrato em 2024. Os projetos executivos já estão em aprovação para iniciar as obras já no ano que vem, e aí são cinco anos para que a gente tenha todas (prontas).

E com relação ao TIC (Trem Intercidades) entre São Paulo e Santos? O que dá para afirmar?
Já foi contratado o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em fevereiro, para apoio técnico na estruturação do projeto do Trem Intercidades. Não dá tempo de deixar pronto o de Santos ainda, mas vamos deixar contratado o de Santos até o fim desta gestão (no final de 2026).

Qual o impacto da reformulação da Artesp (Agência Reguladora de Transporte) para os serviços prestados no Estado?
O mais importante de tudo isso é você ter uma boa regulação. A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) foi absorvida. Para você ter uma ideia, o orçamento dela para o ano que vem é de R$ 450 milhões. O da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para o Brasil todo, é de R$ 100 milhões.

E já são sentidos os efeitos da privatização da Sabesp, uma bandeira do governador?
Um conhecido da área de construção civil me disse que mudou a negociação com a Sabesp. Há agilidade na forma como tem atendido os empreendedores, pois não se precisa mais seguir a lei de licitação. Mas isso ainda não é percebido pelo cidadão. A gente vai ter 100% do esgoto tratado até 2029 e a universaliza-ção do atendimento. Então, essa realidade muda, mas o valor (da privatização) percebido ainda é muito menor, na minha opinião, do que será nos próximos anos.
Mas a falta d’água na temporada ainda é um desafio...

Vocês tem uma característica específica do fornecimento de água, principalmente em momentos de pico. Então, tudo isso está sendo mais bem coordenado com os prefeitos, mas ainda não é um resultado percebido.

Qual a importância das ações do Estado na atração de investimentos à Baixada Santista?
O volume recorde de investimentos em obras de infraestrutura aponta, para a iniciativa privada, um olhar de que existe uma vontade política de desenvolvimento para a região. Isso faz toda a diferença para o empreendedor. O olhar especial também está na segurança pública.

Está previsto reforço para a região nessa área?
Já foram 600 novos policiais designados para a Baixada, 300 civis e 300 militares. Há muito tempo não havia uma reposição tão grande. A Muralha Paulista (integração de sistemas municipais de vigilância ao estadual) também avança.

NAVAL

Petro Notícias - SP   02/07/2025

A Petrobrás movimenta a cadeia do setor de óleo e gás. A estatal assinou quatro contratos de longo prazo com a holandesa Fugro, avaliados em aproximadamente US$ 340 milhões, para inspeção e monitoramento de infraestrutura submarina crítica no Brasil. Após um processo de licitação, a Fugro foi selecionada para operar os contratos com base em tarifas diárias. Cada um deles será vinculado a um navio específico — dois operados diretamente pela Fugro e dois por empresas parceiras — todos equipados com veículos operados remotamente (ROVs) da própria Fugro.

Os contratos terão início no quarto trimestre de 2025, com duração de quatro anos e possibilidade de prorrogação por mais um ano. Três deles, incluindo o do navio Fugro Aquarius, substituirão contratos atuais que expiram ainda este ano, mas com termos e condições mais vantajosos. O quarto contrato é novo.

Segundo a Fugro, os novos acordos permitirão ampliar suas capacidades de operações remotas, incluindo o pilotagem de ROVs a distância — técnica que foi usada pela primeira vez no Brasil a partir do Fugro Aquarius em 2023, em colaboração com a Petrobrás.

“Esses novos contratos demonstram o valor profundo da nossa parceria com a Petrobrás no setor offshore brasileiro. Ser escolhidos para esse trabalho crucial, que se estenderá por toda a década, reforça nosso compromisso com a inovação e com a excelência, enquanto colaboramos para garantir um futuro energético responsável e resiliente na região”, afirmou Céline Gerson, diretora do Grupo Fugro nas Américas e presidente da Fugro nos EUA.

NOVOS CONTRATOS PARA NAVIOS DE APOIO

A Petrobrás também concedeu dois novos contratos de longo prazo com DOF Group para o afretamento de um navio de apoio à ancoragem (AHTS) e um navio de apoio a ROVs (RSV).

O primeiro contrato é para o AHTS Skandi Logger. Construída em 2009 e com capacidade de tração de 250 toneladas (bollard pull), a embarcação foi contratada por quatro anos e iniciará suas operações com a Petrobrás em fevereiro de 2026.

O segundo contrato é para o navio Skandi Achiever, que atuará como RSV pelo período de quatro anos. O contrato prevê o uso de dois ROVs de classe de trabalho (WROVs) e guindaste submarino. A nova campanha terá início em dezembro de 2025, em continuidade direta com o contrato atual da embarcação com outro cliente no Brasil.

PETROLÍFERO

Valor - SP   02/07/2025

No mês, o país produziu 3,679 milhões de barris de petróleo por dia (bbl/d), um aumento de 10,9% em relação a maio de 2024.

O Brasil registrou recordes de produção de petróleo e gás natural em maio, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP). No mês, o país produziu 3,679 milhões de barris de petróleo por dia (bbl/d), um aumento de 10,9% em relação a maio de 2024.

Confira resultados e indicadores da Petrobras e das demais companhias de capital aberto no portal Valor Empresas 360

A produção de gás natural em maio deste ano foi de 172,30 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), aumento de 18,3% na comparação com igual mês de 2024. No total, a produção de petróleo e gás do Brasil em maio foi de 4,763 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d).

Produção no pré-sal

O pré-sal também registrou recorde de produção de petróleo e gás, com a marca de 3,803 milhões de boe/d, um aumento de 14,8% em comparação a maio do ano passado. No mês, a camada do pré-sal representou 79,8% do total nacional, por 163 poços. De maneira isolada, a produção de petróleo foi de 2,943 milhões de bbl/d e a de gás natural, de 136,75 milhões de m³/d na região.

Os campos marítimos produziram 97,6% do petróleo em maio e 87,6% do gás natural. Os campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, foram responsáveis por 89,30% do total produzido no mês.

Em maio, o aproveitamento de gás natural foi de 97,5% no país. Foram disponibilizados ao mercado 55,41 milhões de m³/d e a queima foi de 4,29 milhões de m³/d. Houve um aumento de 20,9% na queima em relação a maio de 2024.

Operado pela Petrobras, em consórcio com Shell e Petrogal, o campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor em maio, com 822,71 mil bbl/d de petróleo e 41 milhões de m³/d de gás natural.

O Estado de S.Paulo - SP   02/07/2025

Numa vitória para o governo, o Senado aprovou nesta terça-feira, 1°, o projeto da medida provisória do Fundo Social (MP 1291/2025), incluindo a permissão para que o governo leiloe petróleo e gás excedentes do pré-sal — com um potencial de arrecadação de até R$ 20 bilhões.

O texto, que já havia sido aprovado pela Câmara, precisa ser sancionado até quinta-feira, 3, para não perder a validade. O governo estima que as alterações não causarão impacto fiscal.

A proposta principal foi aprovada por votação simbólica — sem registro individual —, mas com manifestações contrárias de Rogério Marinho (PL-RN), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Marcos Rogério (PL-RO), Izalci (PL-DF), Jaime Bagattoli (PL-RO), Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Eduardo Girão (Novo-CE). O PL apresentou um requerimento para derrubar a possibilidade dos leilões dos excedentes do pré-sal, mas foi rejeitado por 37 a 17.

A MP atualiza o Fundo Social, criado em 2010 com o objetivo de transformar a receita da exploração de óleo e gás em recursos para o desenvolvimento social e regional. A medida provisória determina que recursos do Fundo Social podem ser usados para financiar projetos de infraestrutura social, habitação popular e enfrentamento de calamidades públicas.

Antes, o dinheiro só podia ser aplicado em áreas como educação, cultura, esporte, saúde pública, ciência e tecnologia, meio ambiente e adaptação às mudanças climáticas. O Fundo Social é abastecido com recursos dos royalties do petróleo.

“Isso não é medida eleitoreira, não. É programa deste governo. Esse Fundo Social é para os mais pobres, para construir casas para o povo, investir em educação, não para entregar dinheiro para distribuição de lucros e dividendos para ricos fora do País”, disse o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), antes da votação.

Durante a tramitação em comissão, o relator, deputado José Priante (MDB-PA), incluiu um trecho para permitir que recursos do Fundo Social sejam considerados como uma das fontes do programa Minha Casa, Minha Vida, além de alterar o porcentual destinado para educação e saúde de 50% para 55%.

O texto também estabelece uma aplicação mínima regional, em 2025 e em 2026, dos recursos do Fundo Social para projetos de desenvolvimento de infraestrutura social e de habitação de interesse social: 30% no Nordeste, 15% no Norte e 10% no Centro- Oeste.

Valor - SP   02/07/2025

De acordo com a Firjan, a produção média da Bacia de Campos no Rio foi de 570 mil barris por dia de óleo, contra 434 mil barris/dia produzidos em média pelos demais Estados.

A produção de petróleo na porção fluminense da Bacia de Campos, no primeiro trimestre, ficou 30% acima da soma da extração nos demais Estados do país, desconsiderando a produção da Bacia de Santos no Rio de Janeiro, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O levantamento é parte do Anuário de Petróleo 2025 da entidade, lançado recentemente.

De acordo com a Firjan, a produção média da Bacia de Campos no Rio foi de 570 mil barris por dia de óleo, contra 434 mil barris/dia produzidos em média pelos demais Estados nos três primeiros meses deste ano.

Segundo Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, o Norte Fluminense já produziu 13,1 bilhões de barris de petróleo e, a partir de 2020, reverteu o declínio natural com a entrada de novas produtoras na região.

"Poderíamos adicionar cerca de 10,7 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a uma nova Bacia de Campos, se aumentarmos o fator de recuperação dos atuais 17% para próximo da média mundial de 30%", afirmou Caetano, em comunicado.

Os dados serão apresentados pela Firjan no evento Macaé Energy, que será realizado esta semana.

Valor - SP   02/07/2025

Preços referenciais do petróleo caíram de mais de US$ 80 por barril, em janeiro, para US$ 67, nesta semana, apesar do recente salto observado durante o conflito entre Israel e Irã.

Duas das maiores petrolíferas do Oriente Médio pretendem desacelerar sua onda de aquisições, diante da longa queda em suas receitas com petróleo, que limita suas negociações pelo mundo. Nos últimos três anos, a Saudi Aramco, maior produtora de petróleo do mundo, e a Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc) foram as compradoras mais ativas do setor com o anúncio de mais de US$ 60 bilhões em aquisições por meio das quais se expandiram nas áreas de gás, produtos químicos e lubrificantes.

Agora, segundo assessores e fontes a par dos planos, as empresas gigantes energéticas do Golfo Pérsico decidiram desacelerar seus planos de fusões e aquisições para reavaliar a situação, pois começam a sentir a mordida da queda nos preços do petróleo.

Os preços referenciais do petróleo caíram de mais de US$ 80 por barril, em janeiro, para US$ 67, nesta semana, apesar do recente salto observado durante o conflito entre Israel e Irã. Analistas preveem que o excesso de oferta no mercado exercerá ainda mais pressão negativa sobre os preços.

A Arábia Saudita já anunciou a intenção de "fazer um balanço" de seus gastos diante da queda das cotações do petróleo, agora abaixo do valor mínimo necessário para equilibrar as receitas e despesas em alguns países do Golfo Pérsico.

Foco nos dividendos

Segundo um executivo sênior de banco especializado no setor de energia, a Saudi Aramco e a Adnoc foram instruídas por seus governos proprietários a "concentrar-se mais nos dividendos e menos no crescimento".

Alguns negócios ainda deverão ser feitos, disseram fontes próximas às empresas, em especial, no setor de gás, mas não no mesmo ritmo. Elas também confirmaram que nenhuma das empresas disputa a compra da Castrol, o negócio de lubrificantes colocado à venda pela BP.

"Em qualquer ambiente incerto, há uma necessidade de ser mais seletivo", disse um executivo. O lucro líquido da Saudi Aramco varia US$ 900 milhões para cada mudança de US$ 1 no preço do petróleo.

Qualquer desaceleração na onda de compras reverberaria no cenário internacional de fusões e aquisições do setor de energia, dada a escala das atividades das empresas do Golfo Pérsico.

A Saudi Aramco anunciou pelo menos US$ 8 bilhões em negócios nos últimos três anos, incluindo uma participação na empresa petroquímica chinesa Rongsheng, a compra da empresa de gás natural liquefeito (GNL) MidOcean, um negócio com a marca de lubrificantes americana Valvoline e um investimento na Horse Powertrain, uma firma que projeta e constrói motores de combustão interna.

Em junho, a empresa anunciou que estudava como fornecer mais GNL para a Índia e a possibilidade de comprar parte do projeto de GNL da Woodside Energy , na Louisiana.

O executivo-chefe da Saudi Aramco, Amin Nasser, respondeu a uma recente pergunta sobre como os preços mais baixos do petróleo afetaram as contas da empresa dizendo que sempre busca "melhorar a eficiência" nos gastos. Também observou, entretanto, que a força financeira da Saudi Aramco permite à empresa "investir de forma anticíclica".

A Adnoc tem sido ainda mais ativa e atualmente trabalha em transações no valor de mais de US$ 52 bilhões, segundo a Dealogic. Isso inclui uma oferta de US$ 18,7 bilhões pela produtora australiana de petróleo e gás Santos, um negócio de US$ 15,5 bilhões pela empresa química alemã Covestro e um acordo para criar uma empresa química de US$ 60 bilhões chamada Borouge Group International, na qual terá uma participação de 47%.

Para facilitar as operações, a empresa de Abu Dhabi criou um "banco de investimento interno" e em 2024 lançou a XRG, uma plataforma para aquisições internacionais. Em junho, a XRG declarou a ambição de ser um dos três principais conglomerados químicos do mundo e uma das cinco principais empresas na área de gás, destacando que começaria a trabalhar para alcançar isso "imediatamente". Também assumiu como prioridade investir nos Estados Unidos durante o segundo mandato de Donald Trump.

Uma fonte a par dos planos da Adnoc observou que, como parte das metas ambiciosas, seria necessário tempo para digerir os negócios anunciados e integrar essas operações. A fonte também destacou a dificuldade de realizar negócios dada a atual incerteza quanto aos preços do petróleo.

Um renomado advogado do setor de energia comparou a recente onda de aquisições com a conduzida por empresas estatais chinesas entre 2009 e 2013. Assim como ocorreu com os chineses na época, agora a Saudi Aramco e a Adnoc querem reduzir o ritmo e fazer um levantamento do que já compraram. "Eles não querem ser vistos como um dinheiro cego", disse a fonte.

Adnoc e Saudi Aramco não quiseram comentar as informações.

Valor - SP   02/07/2025

Economista, com 20 anos de companhia, entra no lugar de Evelyn Vilchez, que assume uma nova posição na sede da Chevron nos Estados Unidos depois de dois anos à frente da empresa na região.

A petroleira americana Chevron anunciou na segunda-feira (30) a executiva Patricia Pradal como presidente de exploração e produção da companhia na América do Sul. A economista, com 20 anos de companhia, entra no lugar de Evelyn Vilchez que, depois de dois anos à frente da empresa na região, assume uma nova posição na sede da Chevron nos Estados Unidos, disse a companhia em nota.

A atuação da Chevron na região está presente no Brasil, no Suriname, no Uruguai e no Peru. No último leilão de áreas de petróleo no Brasil, a companhia americana levou nove blocos na Foz do Amazonas em consórcio com a chinesa CNPC.

Formada em economia e administração de empresas pela Universidade Candido Mendes, com MBA em Negócios de Petróleo pelo MBP-COPPE/UFRJ, Pradal ocupou cargos na Chevron nas áreas de desenvolvimento de negócios, comercial, planejamento estratégico e relações corporativas, conforme a companhia. A economista atua ainda em projetos da petroleira no setor de novas energias.

Pradal é membro do comitê setorial de petróleo e gás do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP/Abep) e foi uma das fundadoras do comitê de diversidade da instituição. Atualmente participa do conselho da Câmara de Comércio Brasil-EUA (Amcham), como presidente do comitê de energia. Pradal é ainda diretora-conselheira do Lide-Rio e membro do conselho da Câmara de Comércio Brasil-Texas (Bratecc).

Na América do Sul, a Chevron tem portfólio de negócios em atividades de “upstream” e “downstream”. A petroleira tem 33 projetos de exploração em águas profundas e rasas no Brasil, Suriname, Uruguai e Peru.

Em “downstream” no Brasil, a Chevron produz aditivos para lubrificantes na fábrica da Oronite, em Mauá (SP) e vende lubrificantes pela joint venture Iconic Lubrificantes. Em combustíveis, a Chevron atua por meio da marca Texaco.

Valor - SP   02/07/2025

A reserva estratégica de petróleo dos EUA está, atualmente, nos níveis mais baixos desde a década de 1980.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (1) que está esperando o momento certo para recompor a reserva estratégica de petróleo do país.

"Achamos que vamos conseguir baixar os preços [do barril]", disse ele, durante um evento com empresários na Casa Branca. "Quando o mercado estiver bom, vamos enchê-la".

A reserva emergencial de petróleo dos EUA está, atualmente, nos níveis mais baixos desde a década de 1980. A queda ocorreu na gestão do ex-presidente Joe Biden, que utilizou os estoques para ajudar a baixar os preços dos combustíveis nos EUA, em meio às incertezas do mercado.

A declaração de Trump ocorreu após o Senado americano aprovar o projeto de corte de gastos e de impostos apoiado pela Casa Branca, chamado por Trump de “lei grande e linda”, que prevê o reabastecimento da reserva, enquanto, por outro lado, dificulta a execução de projetos de energia renovável.

De última hora, os senadores retiraram um imposto que seria instaurado sobre energias solar e eólica. Apesar disso, o texto aprovado ainda prevê o fim gradual de subsídios para projetos eólicos e solares que entrarem em operação após 31 de dezembro de 2027.

AGRÍCOLA

Jornal de Brasília - DF   02/07/2025

Linha considerada estratégica para a agricultura empresarial, o Moderfrota empresarial (principal linha para a aquisição de máquinas agrícolas) terá R$ 9,5 bilhões em recursos programados na safra 2025/26, com taxa de juros de 13,5% ao ano. O volume é estável ante o ano-safra anterior quando foram ofertados R$ 9,5 bilhões, mas com aumento de 2 pontos porcentuais nos juros.

Já para o Moderfrota Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), os recursos somam R$ 3,08 bilhões, com juros de 12,5% ao ano, ante R$ 2,8 bilhões com juros de 10,5% ao ano ofertados na temporada anterior. O Plano Safra 2025/26 da agricultura empresarial será divulgado na manhã desta terça-feira no Palácio do Planalto.

O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) terá R$ 4,5 bilhões em recursos no Plano Safra 2025/26, com juros de 10% ao ano. O valor é estável em relação ao ofertado na linha no Plano Safra 2024/25, de R$ 4,5 bilhões com juros de 8,5% ao ano. O PCA para silos de até 12 mil toneladas (6 mil toneladas na temporada passada) terá R$ 3,7 bilhões, ante R$ 3,30 bilhões ofertados na safra passada. Os juros serão de 8,5% ao ano em comparação com 7% ao ano da temporada passada.

O RenovAgro (Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis) terá R$ 5,8 bilhões em recursos, com juros de 10% ao ano – na edição anterior, foram R$ 5,45 bilhões para a linha com juros de 8,5% ao ano. O Renovagro para conversão de pastagens terá R$ 2,1 bilhões com juros de 8,5% ao ano, montante um pouco superior ao do plano anterior, que havia reservado R$ 2 bilhões para a ação com juros de 7% ao ano. O Renovagro ambiental terá R$ 250 milhões em recursos com juros de 8,5% ao ano, contra R$ 230 milhões com juros de 7% ao ano direcionados para a modalidade no ciclo anterior.

No caso do Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária), o Plano Safra 2025/26 reservou R$ 1,9 bilhão com juros de 13,5% ao ano. O valor é nominalmente superior ao R$ 1,80 bilhão reservado na última edição com juros de 11,5% ao ano.

Uma mudança feita pelo Ministério na safra atual foi a fusão do Inovagro com o Moderagro. O Inovagro terá R$ 6,80 bilhões com juros de 12,5% ao ano. Neste caso, o valor também ao superior ao reservado no Plano Safra anterior, que era de R$ 6,5 bilhões para as duas linhas com juros de 10,5% ao ano.

O Proirriga (Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido) passou de R$ 2,60 bilhões com juros de 10,5% ao ano na safra passada para R$ 2,75 bilhões com juros de 12,5% ao ano no Plano Safra 2025/26. O Procap Agro Giro terá R$ 1,05 bilhão com juros de 13,5% ao ano, ante R$ 1 bilhão com juros de 11,5% ao ano na safra anterior.

Ainda nas linhas de investimento, o Pronamp investimento terá R$ 6,4 bilhões com juros de 10% ao ano, totalizando R$ 9 bilhões somando aos R$ 2,6 bilhões provenientes de recursos obrigatórios Já o investimento empresarial terá R$ 1,7 bilhão com juros de 12,5% ano, valor estável ante a safra passada.

Os limites de financiamento das linhas de investimento da agricultura empresarial foram mantidos inalterados no Plano Safra. A exceção é o Inovagro, no qual o limite de financiamento passou de R$ 2 milhões por ano por beneficiário para R$ 4 milhões.

No PCA, o limite de financiamento por cooperativa para armazenamento de grãos foi mantido em R$ 200 milhões. Para produtores individuais, o limite de financiamento ficou em R$ 50 milhões por ano para grãos e R$ 25 milhões por ano para outros produtos.

Ao todo, as linhas de investimento somarão R$ 101,5 bilhões no Plano Safra 2025/26, 5,41% menos que os R$ 107,3 bilhões da temporada passada. O Plano Safra 2025/26 oferecerá na temporada que começa nesta terça-feira um total de R$ 516,2 bilhões em financiamentos para médios e grandes produtores, 1,5% a mais do que a oferta de crédito na temporada 2024/25, de R$ 508,6 bilhões.

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