FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

03 de Julho de 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   03/07/202

Produtores querem políticas mais restritivas ao material estrangeiro, enquanto consumidores defendem maior concorrência.

A recente renovação do sistema de cotas de importação de produtos de aço pelo governo federal, prorrogado até maio de 2026, reacendeu o debate sobre os rumos da política comercial brasileira. De um lado, as siderúrgicas avaliam que as cotas são insuficientes para conter o avanço de importações a preços reduzidos, especialmente da China. De outro, consumidores de aço, como os setores de máquinas e equipamentos, construção, automotivo e de eletroeletrônicos, defendem o acesso a insumos mais baratos e são contra medidas que encareçam o material.

Em maio, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), renovou por 12 meses a vigência da alíquota de 25% sobre o aço importado da China que exceda a cota. Além disso, elevou de 19 para 23 o número de produtos alcançados pela medida.

Apesar de vista como um avanço técnico, a taxa é considerada insuficiente pelas siderúrgicas. No dia após o anúncio, os papéis de Usiminas, CSN e Gerdau tiveram forte queda. Além disso, haveria caminhos de desvio, já que o aço chinês entra pela Zona Franca de Manaus, que tem regime tributário especial, e por Santa Catarina, que o isenta de ICMS. Por isso, a indústria pede um modelo mais forte.

Rodrigo Scolaro, economista da plataforma de inteligência GEP Brasil, avalia que este cenário contraditório deixa o governo em posição delicada, forçado a equilibrar interesses de setores com demandas opostas. Ao mesmo tempo em que o Brasil negocia com os EUA para ser excluído de tarifas de importação, evita adotar medidas mais rígidas contra a China, seu principal parceiro comercial. Scolaro afirma que esse ambiente de tensão exige cautela, para equilibrar as frentes diplomáticas e o estímulo ao consumo interno.

“Temos um mercado nacional que vem apresentando melhora de consumo, mas existe essa rivalidade. As grandes siderúrgicas tiveram melhora nas vendas por conta do consumo interno, puxado principalmente pela construção civil, que tem menos rivalidade estrangeira e menos interesse de empresas chinesas”, diz.

Essa falta de interesse chinês, no entanto, pode não durar para sempre, já lembrou Dionysio Klavdianos, presidente da Comissão de Materiais da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Há uma barreira de especificação técnica que pode ser vencida. Por ora, o aço importado pelo setor vem da Turquia e do Egito, e em pouca quantidade: as importações da Turquia representaram apenas 1% do material que chegou ao país nos cinco primeiros meses do ano, mostra relatório do Instituto Aço Brasil.

“Desde a pandemia, a construção descobriu que pode comprar aço de fora”, afirma Klavdianos. Isso tem ajudado a segurar o preço do material, na sua avaliação. “O custo do aço nacional tem caído, eles [siderúrgicas] não têm conseguido emplacar aumentos.”

A construção consome mais aços longos (vergalhão) e fio máquina, utilizado na malha que vai nas paredes de concreto usadas na habitação popular. É esse segmento que tem puxado os novos lançamentos de imóveis no país, que cresceram 22,5% nos últimos 12 meses até março, segundo a Cbic. É uma demanda já assegurada de aço para o futuro.

O ponto de atenção para a construção, lembra Klavdianos, é um pleito das siderúrgicas na Camex para elevar a taxa de importação do fio máquina, cuja entrada no país cresceu 47% até maio. O pedido ainda não foi julgado.

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) tem se manifestado contra o aumento das tarifas de importação, sob pena de prejudicar a competitividade dos produtos finais. A entidade afirma que boa parte das empresas não tem porte para comprar diretamente das usinas e se abastece nos distribuidores, onde os preços são mais elevados. “Os insumos, o aço, a borracha e os chips têm que chegar ao Brasil com o mesmo preço da China, que é competitiva, tem preços muito baixos”, afirma Marcos Perez, superintendente de mercado interno da Abimaq. “Se não protegermos a indústria [nacional] de máquinas, vai entrar a máquina importada completa.”

Ele destaca que o setor de bens de capital é altamente competitivo e estratégico para a economia nacional, especialmente por sua capacidade de exportar produtos de alto valor agregado. Equipamentos como implementos agrícolas e máquinas rodoviárias têm tecnologia embarcada e são destinados a mercados exigentes, como os Estados Unidos.

“De um lado está o produtor, que precisa de retorno; de outro, a indústria, que depende de insumos acessíveis”

— Diego Giangreco

Já as siderúrgicas argumentam que a entrada maciça de produtos chineses com subsídios representa uma prática predatória e anticoncorrencial, que enfraquece a indústria nacional ao comprometer a sustentabilidade da cadeia produtiva, o que, na prática, afeta a geração de empregos, desestimula investimentos e ameaça a sobrevivência de setores industriais estratégicos.

O presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, alertou para o forte aumento das importações de aço, especialmente da China. “Nós estamos sendo inundados pelas importações chinesas”, disse.

Segundo o Aço Brasil, a previsão inicial era que 5,3 milhões de toneladas de aço laminado fossem importadas em 2025 - alta de 11,5% sobre 2024. No entanto, só nos cinco primeiros meses deste ano as importações já subiram 33,7%. Se o ritmo for mantido até dezembro, a estimativa é de 6,2 milhões de toneladas de aço entrando no país, o equivalente a 18% da produção nacional de aço bruto e 30% das vendas internas de laminados.

O executivo também rebateu a ideia de que o aço brasileiro é mais caro do que o praticado no mercado internacional.

O movimento de entrada de produtos chineses já se espraia para outros segmentos, como o automobilístico - um dos maiores consumidores de aço no país -, que agora também vê seu mercado ser atingido pela ascensão das montadoras asiáticas. Também preocupa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) a imposição pelos Estados Unidos de tarifas de importação de aço e alumínio, que poderiam causar uma reconfiguração da produção das montadoras. Procurada, a entidade não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Artur Bontempo, analista de minério de ferro e aço da consultoria WoodMackenzie, diz que o setor siderúrgico é intensivo em capital, com investimentos de longo prazo. Nesse contexto, as medidas americanas de controle das importações podem gerar impacto imediato sobre o fluxo de mercadorias e os preços do aço. “Com base nos nossos dados, a exportação de placas representou 21,5% do total produzido em 2024. Por isso, é importante manter os laços comerciais com esse valioso parceiro que são os Estados Unidos”, afirma.

Daí a importância do Brasil tentar reverter o tarifaço do presidente Donald Trump. Ao mesmo tempo, Scolaro lembra que endurecer demais a postura contra a China pode abrir precedentes para retaliações ou medidas de reciprocidade. “Com toda a discussão com os Estados Unidos, a China já demonstrou disposição para a reciprocidade, se necessário”, diz o economista.

Segundo Diego Giangreco, analista sênior da empresa de inteligência de mercado da CRU, o aço segue uma dinâmica de preços regionais, e a América Latina mantém tarifas relativamente baixas - antes da adoção do sistema de cotas, o imposto médio de importação era de 10,8%. “As cotas oferecem alguma proteção ao mercado doméstico, mas de forma parcial”, afirma.

Ele destaca que a China tem praticado preços altamente competitivos, com a bobina a quente sendo exportada a cerca de US$ 445 por tonelada, o que pressiona os mercados locais. “De um lado, está o produtor, que precisa de retorno sobre o capital investido; do outro, a indústria, que depende de insumos a preços acessíveis.”

Valor - SP   03/07/2025

Em maio, o volume de aço importado pelo Brasil voltou a subir na comparação anualizada, a despeito da determinação de cotas para 23 produtos siderúrgicos.

A queda da produção chinesa de aço, confirmada pelos mais recentes dados da World Steel Association, não reduzem os temores de aumento da entrada de produtos siderúrgicos do país asiático em outras nações. Em maio, o volume de aço importado pelo Brasil voltou a subir na comparação anualizada, a despeito da determinação de cotas para 23 produtos siderúrgicos. Quando os volumes máximos são superados, aplica-se uma tarifa de 25% para importação.

Mesmo assim, os dados do Instituto Aço Brasil mostram a resiliência das importações siderúrgicas. Em maio, foram 700 mil toneladas importadas, 24,8% a mais que o mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a maio, o país importou 2,926 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, 26,8% acima do volume registrado nos cinco primeiros meses de 2024.

Esse crescimento das compras externas, grande parte oriunda da China, acontece num cenário em que as margens mais fracas das siderúrgicas têm sido o principal motor da redução da produção de aço no país asiático, movimento que acontece em cenário de tarifas mais elevadas impostas por diversos países aos produtos siderúrgicos chineses. Além disso, a economia local não mostra demanda interna no setor de construção civil, capaz de absorver volumes de produção de aço elevados.

Em maio, segundo dados da World Steel Association, a China produziu 86,6 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, o que significou uma redução de 6,9% na comparação com maio do ano passado. Entre janeiro e maio, a produção foi de 431,6 milhões de toneladas, queda de 1,7% ante os cinco primeiros meses de 2024.

Em relatório recente, o Citi destacou que, embora existam variações expressivas nas comparações entre os meses de 2025 e de 2024, o volume médio de aço produzido anualmente na China tem se mantido em torno de 1 bilhão de toneladas desde 2019. Naquele ano, as siderúrgicas do país fabricaram 0,99 bilhão de toneladas, volume que passou para 1,06 bilhão de toneladas em 2020; 1,03 bilhão de toneladas em 2021; 1,02 bilhão em 2022; 1,01 bilhão em 2023 e 1,00 bilhão no ano passado.

Para o banco, a maior parte da fraqueza da produção da China no segundo semestre do ano passado foi causada mais pelas margens fracas do que pelas determinações de corte do governo. “As expectativas de uma nova rodada de reduções de capacidade impostas pelo governo ainda não se concretizaram em grande escala”, diz o relatório do Citi.

O banco chama a atenção ainda para a produção global “ex-China”, que cresceu 0,2% em maio frente a igual período do ano passado, puxada pela alta de 9,7% da fabricação de aço na Índia.

E a expectativa de que o mercado interno chinês tenha novo fôlego para absorver parte maior da produção local ainda não é palpável. O Goldman Sachs, também em relatório, destaca que no mês passado foi “notável” a tendência de enfraquecimento na construção civil da China.

Segundo o banco, as restrições de financiamento e aprovações tardias de projetos continuam a dificultar a recuperação da infraestrutura, enquanto os imóveis em construção e conclusão permaneceram em forte declínio em relação ao ano passado.

No relatório, o banco estima que a demanda chinesa atual está 4% menor em cimento e aço para construção frente ao ano passado, e 5% a 6% menor para aço plano e alumínio.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   03/07/2025

Há dois consensos dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central: a percepção de que a taxa básica de juros, a Selic, está em nível restritivo; e a de que o módulo restritivo tem que ser maior e por período mais prolongado. A declaração foi feita pelo diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, na 17ª Brazil Equity Conference, evento do Citi em São Paulo.

Segundo Nilton, a desancoragem das expectativas de inflação tem relação com o nível de incerteza atual. “Para mudar o cenário, é mais custoso. Pode ser que amanhã volte a ser um cenário um pouco diferente. Acho que é natural que aumente um pouco a inércia de fazer alterações no cenário”, disse.

O diretor do BC também menciona que um paper (estudo) divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril mostra que países que têm inflações elevadas por um período prolongado de tempo acabam tendo expectativas de inflação mais “backward looking” – ou seja, de que a inflação corrente tem um peso relevante para a expectativa de inflação futura.

Neste caso, o processo de trazer a inflação para a meta é mais custoso e demorado, segundo o FMI, e isso se alinha com a comunicação do Copom de uma taxa de juros mais restritiva do que o usual por um período mais prolongado também, avalia Nilton.

Ele também disse que o estudo do FMI exemplifica que um país com modelo backward looking é o Brasil, enquanto o forward looking – quando a inflação passada não interfere tanto na futura – seria o dos Estados Unidos.

Money Times - SP   03/07/2025

O Goldman Sachs revisou sua projeção e agora espera que os cortes na taxa de juros nos Estados Unidos (EUA) comecem em setembro.

Antes, o banco previa a retomada do afrouxamento monetário apenas em dezembro, com a justificativa de que o auge dos impactos das tarifas impostas por Donald Trump sobre a inflação mensal dificultaria uma redução antecipada.

O economista-chefe do banco, Jan Hatzius, e sua equipe afirmam que as evidências iniciais sugerem que os efeitos tarifários parecem menores do que o esperado. Eles ainda ressaltam que outras forças desinflacionárias têm sido mais fortes.

“Suspeitamos que a liderança do Fed compartilha nossa visão de que as tarifas terão apenas um efeito pontual sobre o nível de preços”, dizem.

Os economistas avaliam também que, embora o mercado de trabalho esteja saudável, tornou-se mais difícil encontrar emprego e a sazonalidade residual e as mudanças na política de imigração representam um risco de queda na folha de pagamento no curto prazo.

“Embora esteja longe de ser claro, acreditamos que as chances de um corte em setembro estão um pouco acima de 50%, pois vemos várias rotas para chegar lá — efeitos tarifários decepcionantes, compensações desinflacionárias maiores e fraqueza genuína do mercado de trabalho ou um susto com a volatilidade mensal”, afirmam.

O Goldman Sachs projeta três cortes de 0,25 ponto percentual nos juros nas últimas reuniões deste ano — setembro, outubro e dezembro. Apesar de antecipar o início do afrouxamento, o banco descarta a possibilidade de um ajuste já em julho, a menos que os dados de emprego desta semana venham significativamente abaixo do esperado.

Para 2026, os economistas ainda estimam mais dois cortes da mesma magnitude, o que levaria a taxa terminal para o intervalo de 3% a 3,25%.

A revisão da estimativa para a taxa terminal — antes entre 3,5% e 3,75% — reflete o fato de os diretores do Fed não terem elevado as expectativas para a taxa de juros de longo prazo acima de 3%. No dot plot da reunião de junho, as 19 projeções permaneceram inalteradas.

Além disso, eles acreditam que um novo presidente da autoridade monetária pode não concordar com a ideia de que uma taxa terminal ligeiramente acima da taxa neutra de longo prazo seja apropriada em um cenário de déficit fiscal e sentimento de risco elevados.

CNN Brasil - SP   03/07/2025

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, disse nesta quarta-feira (2) que a autarquia precisa de bastante tempo para ver os dados de inflação evoluindo para onde a autoridade monetária quer, ressaltando que a meta de 3% será perseguida.

Falando em conferência do Citi, em São Paulo, David afirmou que a percepção de que a Selic, atualmente em 15% ao ano, está em nível restritivo é um consenso estabelecido no Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

“Não existe um número que vá fazer a gente resolver a questão, é sempre uma série, uma construção, e é isso que a gente busca. Então, ‘bastante prolongado’ é que a gente vai precisar de bastante tempo para ver essa série evoluindo para onde a gente quer por ora”, afirmou.

O BC elevou a Selic em 0,25 ponto percentual neste mês, para 15% ao ano, já sinalizando que o ciclo de alta será interrompido no próximo encontro de política monetária, no fim deste mês, e prescrevendo a manutenção da taxa nesse patamar por período bastante prolongado.

"Há sinais de que a política monetária está funcionando e que a economia está retornando para dentro do potencial", comentou o diretor. "Por lei, o BC não tem escolha: a meta é escolhida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e o BC vai perseguir", reforçou.

No evento, David citou ainda uma série de ruídos que podem ter dificultado as análises do mercado sobre o juro neutro no país - nível que não estimula nem arrefece a atividade.

Entre outros pontos, ele citou a aprovação no fim de 2023 da taxação de fundos exclusivos e offshore, que gerou uma demanda extraordinária por títulos isentos. Segundo ele, com esse movimento houve uma redução do spread para captação de crédito por empresas, contrariando o movimento esperado em um momento de aperto monetário.

Após citar outros estímulos pontuais à economia, como o pagamento de precatórios que estavam represados, o diretor afirmou que a avaliação sobre os juros neutros do país deve observar fatores estruturais.

"Quando somamos estas camadas, a percepção de que os juros neutros de 5% são baixos é quase que imediata", afirmou David, em referência aos ruídos que influenciaram a análise do mercado sobre o juro neutro no país. "Se tirar estes eventos, poderia chegar a algo mais próximo do que pensa o BC."

David reafirmou ainda que há sinais de que a política monetária está funcionando e que a economia está retornando para dentro do seu potencial.

Além disso, David afirmou que o mundo passa por um cenário de incerteza mais elevada do que de costume, citando a política econômica dos Estados Unidos.

Infomoney - SP   03/07/2025

s projeções do mercado para a inflação sofreram uma inflexão importante do começo do ano para cá. Na Legacy Capital, gestora que administra R$ 15 bilhões em fundos de investimentos, não foi diferente. Dos 6,30% esperados para 2025 seis meses atrás, a expectativa já caiu para cerca de 4,50%.

A visão é de que, embora a economia siga forte, a elevação de juros pelo Banco Central – que colocou a taxa Selic em 15% ao ano no mês passado – está fazendo seu papel no controle da atividade e do avanço dos preços. E desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o assunto da vez é quando os juros começarão a cair.

Para Pedro Jobim, sócio e economista-chefe da Legacy, é difícil que isso aconteça neste ano – mas é “um pouco menos difícil” do que já foi. “Assim que tiver um pouco mais de convicção a respeito da desaceleração da atividade econômica, o BC pode dar início ao processo de corte de juros”, disse ao programa InfoMoney Entrevista. Ele é o convidado dessa semana, em uma série especial de conversas com painelistas da Expert XP 2025, um dos maiores eventos sobre investimentos do mundo.
“Temos mais quatro reuniões do Copom nesse ano. Acho que o BC ficará parado em três, mas na última do ano, se eventualmente a desaceleração estiver presente, pode-se até começar a namorar a possibilidade de queda”, afirmou – a despeito de a ata do último Copom mencionar cinco vezes que os juros seguirão altos por um período bastante prolongado. “Talvez o período bastante prolongado não seja tão prolongado assim”.

Confira alguns dos principais trechos da entrevista abaixo ou a entrevista completa no player acima:
“Com fim do ciclo de alta dos juros, próxima etapa é buscar o momento da queda”

No começo do ano, chegamos a ter projeção de 6,30% para a inflação em 2025. Fomos reduzindo, e hoje a projeção está um pouco acima de 5%, com um número mais próximo de 4,50% em 2026, quase no limite da meta. O aperto monetário faz efeito, e nossa aposta é na desaceleração da atividade econômica.

Agora, com o ciclo encerrado, a próxima etapa é buscar o momento em que os juros vão começar a cair.

O relatório de inflação do Banco Central sugere que a projeção para o primeiro trimestre de 2027 é de 3,4%, um número já considerado em torno da meta. E assim, fica mais próxima a possibilidade de queda de juros.

“O entendimento é de que seria muito difícil acontecer nesse ano, e ainda acho que é difícil, mas ficou menos difícil. Acho que no começo de 2026 o BC pode fazer algum tipo de ajuste para baixo”
— Pedro Jobim, sócio da Legacy Capital

Será que o Copom estacionou mesmo a Selic em 14,75%? Há quem duvide

“Temos 4 reuniões do Copom nesse ano, e BC deve ficar parado em 3”

Sabemos que, historicamente, o Banco Central considera que uma projeção de 3,3% para a inflação está em torno da meta. Não estamos muito longe disso.

Assim que tiver um pouco mais de convicção a respeito da desaceleração da atividade econômica, o BC pode dar início ao processo de corte de juros. Talvez o “período bastante prolongado” [mencionado na ata da última reunião do Copom] não seja tão prolongado assim. Tanto a ata quanto o relatório de inflação foram no sentido até de desautorizar um pouco, na margem, toda essa ênfase do adjetivo.

O mercado vai ficar buscando os primeiros sinais de atividade para baixo para cravar o início do corte de juros.

“Temos mais quatro reuniões do Copom nesse ano. Acho que o BC ficará parado em três, mas na última do ano, se eventualmente a desaceleração estiver presente, pode-se até começar a namorar a possibilidade de queda. Senão, no começo de 2026”
— Pedro Jobim, sócio da Legacy Capital
“Bolsa está diante de um cenário binário” e dependente da eleição

Temos posições em bolsa, mas não tão representativas para o desempenho do fundo, seja a favor, seja contra.

A bolsa, como outros ativos, está diante de um cenário binário. Para 2027, se você tiver a continuidade desse governo, não é um cenário bom para os ativos. Se tiver troca de governo, é um cenário bom. Isso vai ter implicações bem distintas para juros, bolsa e moeda. Estamos evitando tomar posições maiores em função dessa bifurcação à frente.

Mas acho que em breve isso vai mudar. Até o final do ano a gente espera que bolsa volte a ser um driver de desempenho positivo nos fundos da casa.

Temos posições em algumas empresas que não estão bem precificadas – algumas vendidas, outras compradas. E uma carteira long short também. Mas nada muito relevante no conjunto do nosso risco.

Estamos aguardando para, se for o caso, tomar uma posição maior em bolsa. Esperamos que a perspectiva para o Brasil a partir de 2027 seja melhor.

IstoÉ Dinheiro - SP   03/07/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta quarta-feira seu pedido de renúncia do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, dizendo que o chefe do banco central deveria fazê-lo imediatamente.

Powell foi indicado por Trump para liderar o Fed durante seu primeiro governo. Joe Biden, que sucedeu Trump como presidente, o indicou para um segundo mandato.

Seu mandato como chair do Fed está previsto para terminar em maio de 2026.
Trump reclama da taxa de juros

O embate entre Donald Trump e Jerome Powell vem se arrastando há meses, mas se acentuou nas últimas semana, quando o presidente norte-americano aumentou o tom nas críticas à política de juros do FED.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, apresentou uma carta escrita a mão por Trump em que ele pede que a instituição abaixe a taxa de juros. Ele acredita que a taxa de juros dos EUA deveria ser reduzida para cerca de 1%. Hoje ela se encontra entre 4,25% e 4,5% ao ano.

Na última terça-feira, 1°, ele afirmou ter “duas ou três”opções “top” para substituir Powell.

FED aguardará mais dados antes de reduzir juros

Em resposta às exigências ameaças de Trump, Powell afirmou que o FED deve “esperar e saber mais” sobre o impacto das tarifas sobre a inflação antes de reduzir a taxa de juros.

“Enquanto a economia dos EUA estiver sólida, acreditamos que a coisa prudente a fazer é esperar, saber mais e ver quais serão esses efeitos”, afirmou Powell na última terça-feira na reuniões dos bancos centrais em Portugal.

Questionado sobre os ataques de Trump, o comentário de Powell de que o Fed estava “100%” focado em sua meta de inflação e de emprego.

Infomoney - SP   03/07/2025

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta terça-feira (1º) que o cenário macroeconômico pode permitir, “em breve”, uma reversão do atual ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano, após elevação de 0,25 ponto percentual na última reunião do Copom.

Durante evento sobre governança e inteligência artificial realizado na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, Durigan destacou que os indicadores inflacionários começam a mostrar desaceleração, o que pode abrir espaço para revisão da política monetária.

Motta diz que Câmara e Senado vão atuar em conjunto para barrar aumento de impostos

Presidente da Câmara esteve em jantar com cerca de 50 nomes do mercado financeiro e se comprometeu com a “independência do Congresso”

“Tem muita gente que reclama da inflação. A gente deve se preocupar sempre com inflação, mas ela começa a cair. Maio e junho mostram que, no período de 12 meses, a inflação começa a dar sinais de queda, dando condições para que a gente reveja a política monetária e consiga ter taxas de juros mais baixas no país”, disse o secretário.
Embora tenha evitado comentar diretamente sobre os próximos passos do Banco Central, Durigan defendeu que os fundamentos da economia brasileira são positivos e sustentam uma mudança de cenário.

“Eu não tenho intenção de comentar, de falar, ou orientar qualquer questão sobre política monetária. Mas acho que a gente tem que reconhecer que a situação e as condições do país hoje estão muito boas. A gente, em breve, deve ter condição para reverter a alta de juros.”
Defesa da política econômica

As declarações vieram acompanhadas de uma defesa da política econômica do governo Lula, que segundo Durigan tem garantido crescimento consistente.

“Nesse governo do presidente Lula, todo trimestre o Brasil cresceu de forma consistente. E a gente espera que siga nessa toada até o fim do ano que vem.”

O secretário também reiterou apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem sido o principal articulador econômico do governo e figura central na crise envolvendo o decreto do IOF.

“Tenho muito orgulho de estar com o ministro Haddad, podendo entregar esses bons resultados para o país, o que nem sempre é fácil.”

IOF e equilíbrio entre os Poderes

Questionado sobre a decisão do governo de acionar o STF para restabelecer o decreto presidencial que aumentava o IOF, Durigan endossou a argumentação da Advocacia-Geral da União, afirmando que a ação tem menos conotação política ou econômica e mais relação com a preservação das competências do Executivo.

“O advogado-geral da União falou que é uma questão menos política, menos econômica. É mais de preservar as prerrogativas e competências do Poder Executivo. Eu concordo com essa visão.”

Ainda assim, reconheceu que o Congresso tem prerrogativas constitucionais e que a derrubada do decreto foi uma decisão de mérito, e não uma extrapolação de poderes.

“A decisão do Congresso foi de mérito, uma negativa ao conteúdo do decreto, e não apontando um extravasamento de escopo. O Congresso também tem a prerrogativa de dar a palavra final em determinadas matérias.”

Durigan adotou tom conciliador ao abordar a atual crise institucional e os ruídos entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

“Vocês estão acompanhando a quantidade de problema e ruído que a gente tem. Mas acho que faz parte da democracia e do diálogo institucional.”

O Estado de S.Paulo - SP   03/07/2025

A produção industrial caiu 0,5% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quarta-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é igual à mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, com intervalo entre uma queda de 3,5% a uma alta de 0,4%.

Em relação a maio de 2024, a produção teve alta de 3,3%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma queda de 0,6% a um avanço de 4,9%, com mediana positiva de 3,6%.

No acumulado do ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior, a indústria teve uma alta de 1,8%. No acumulado em 12 meses, a produção subiu 2,8%.

A queda em maio foi puxada por perdas, sobretudo, na produção de veículos e de derivados do petróleo. Houve recuos em 13 dos 25 ramos pesquisados no período.

Entre as atividades, as influências negativas mais importantes partiram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%). Houve contribuições negativas também relevantes em produtos alimentícios (-0,8%), produtos de metal (-2,0%), bebidas (-1,8%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-1,7%) e móveis (-2,6%).

Na direção oposta, entre as 11 atividades com expansão, o maior impacto positivo foi das indústrias extrativas, com alta de 0,8%. O setor acumulou uma expansão de 9,4% em quatro meses seguidos de avanços.

Outras elevações significativas em maio foram registradas por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,0%), produtos de borracha e de material plástico (1,6%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (3,2%) e produtos químicos (0,6%).

A indústria brasileira operava em maio 15,0% aquém do pico alcançado em maio de 2011. Na categoria de bens de capital, a produção está 28,6% abaixo do pico registrado em setembro de 2013, enquanto os bens de consumo duráveis operam 31,5% abaixo do ápice de junho de 2013.

Os bens intermediários estão 11,6% aquém do auge de maio de 2011, e os bens semiduráveis e não duráveis operam em nível 14,4% inferior ao pico de junho de 2013.

MINERAÇÃO

Valor Investe - SP   03/07/2025

O mercado de minério de ferro deve permanecer equilibrado neste ano, mas incertezas no comércio global e possíveis reformas do lado da oferta na China podem pressionar os preços da commodity, avalia o Citi.

As ações de mineradoras e siderúrgicas operaram em alta firme nesta quarta-feira (2), na esteira da valorização do minério de ferro no exterior. O movimento positivo dos papéis do setor limitaram, em alguma medida, um recuo mais profundo do Ibovespa.

As ações da Vale (VALE3), detentoras da maior fatia do principal índice do mercado acionário, saltaram 3,6%, as da CSN (CSN3) avançaram 6,1% e as da Usiminas (USIM5) subiram 5,4%. Os papéis da Gerdau (GGBR4) valorizaram 3,12% e os da Metalúrgica Gerdau (GOAU4), seu braço direto na mineração, tiveram alta de 3,2%.

Lá fora, os contratos futuros do minério de ferro mais negociados, para setembro, fecharam em alta de 1,7% na Bolsa de Dalian, cotados a 722,5 yuan (US$ 100,80) a tonelada.

Segundo o Citi, o mercado de minério de ferro deve permanecer equilibrado neste ano, mas incertezas no comércio global e possíveis reformas do lado da oferta na China podem pressionar os preços da commodity em alguma medida.

Os analistas explicam que um prolongado desacordo comercial poderia, em última análise, prejudicar a produção global de aço e, consequentemente, a demanda por minério de ferro.

Diário do Aço - MG   03/07/2025

A Associação das Mineradoras de Serra Azul de Minas (Amisa) é uma das peças chave da transição para uma economia de baixo carbono naquela região, que abrange os municípios de Itatiaiuçu, Mateus Leme, Brumadinho, Igarapé, entre outros. A Amisa agrega as mineradoras que atuam em Serra Azul: Mineração Usiminas; Arcelor Mittal e Minerita. Essas empresas conseguiram o que parecia impossível: trabalhar de forma conjunta para impulsionar a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento econômico da região, deixando de lado rivalidades empresariais e estilos de trabalho diferentes.

Agora inicia-se a exploração de novas jazidas, onde será extraído um minério de alto teor de pureza, com potencial para mudar a forma como o Brasil e o mundo produzem aço. Das novas jazidas sairá matéria-prima que permitirá a produção de aço com baixa ou quase nenhuma emissão de carbono.

Atualmente, a siderurgia ainda luta para se adaptar aos novos tempos. Os altos fornos, onde o minério de ferro é transformado em ferro gusa, são movidos a energia fóssil- carvão mineral - e as emissões de carbono são muito altas.
Porém, o minério de melhor qualidade poderá estimular a produção de semielaborados, substituindo ou diminuindo e complementando a utilização de ferro-gusa no processo de produção de aço.

São eles o DRI - Ferro de Redução Direta, também conhecido como Ferro-Esponja - e HBI - Ferro Briquetado a Quente. Estes produtos são caracterizados por seu alto teor de ferro (90/97% de ferro metálico) e baixos níveis de elementos indesejáveis.

Suas vantagens para a siderurgia são muito grandes: menor consumo de energia; flexibilidade nas matérias-primas, alta pureza e baixa emissão de carbono.

Sua utilização exigirá modificações no processo de produção das siderúrgicas, como a utilização de fornos elétricos ou movidos a oxigênio. Mas, estes agregados podem também ser utilizados em altos fornos, com eficácia bem menor.

O momento é agora – Conforme a Amisa, Serra Azul reúne todos os requisitos geológicos e logísticos para ser um fornecedor global deste minério estratégico, e na região serão investidos mais de R$ 20 bilhões nos próximos anos para sua produção. Haverá também investimentos em redução de impactos ambientais, geração de empregos e aumento da arrecadação de tributos.

A associação divulgou que “a mineração e a siderurgia têm ciclos longos. O minério que começamos a produzir agora será o insumo da indústria daqui a 5, 10, 20 anos. É por isso que as decisões que tomamos hoje vão determinar se o Brasil será ou não um protagonista da nova economia de baixo carbono. Reduzir essas emissões não é mais uma escolha: é uma exigência de governos, investidores e consumidores".

Para a diretoria da entidade, Minas Gerais tem tudo para liderar esse novo ciclo de desenvolvimento sustentável, garantindo oportunidades para as próximas gerações e fortalecendo o protagonismo mineiro na economia global. Caso nada seja feito, vamos assistir de longe a outros países assumirem esta liderança. Enfim: o futuro de Minas e do Brasil passa por decisões que precisam ser tomadas agora.

Trata-se de um desafio estratégico, do qual a Usiminas assume protagonismo. Em 2024, a Mineração Usiminas faturou quase três bilhões de reais e apresentou mais de quatrocentos milhões de reais de lucro líquido. Vendeu 8,5 milhões de toneladas de minério de ferro, sendo o grosso da produção destinado à exportação. E consolidou-se como a quarta maior produtora de minério de ferro do país.

E agora nos apresenta este programa, com dois parâmetros decisivos. O primeiro deles: investir em transição energética pode ser uma oportunidade de negócios que abre e consolida mercados. E dá lucro.

O segundo: temos que começar agora para conseguirmos alcançar resultados no médio prazo. O futuro não pode esperar.

Há desafios logísticos a serem resolvidos, como a estrutura de escoamento da produção. Mas, tudo a seu tempo. Nada que comprometa o sucesso do empreendimento. Minas Gerais pode estar diante de uma oportunidade histórica e podemos ser reconhecidos como um estado líder na transição para uma indústria mais limpa e sustentável.

IstoÉ Dinheiro - SP   03/07/2025

A Vale reduziu suas estimativas de produção de pelotas para este ano. Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia espera produzir este ano entre 31 milhões a 35 milhões de toneladas do produto, ante expectativa de 38 milhões a 42 milhões. A medida, de acordo com a mineradora, foi tomada em função das atuais condições de mercado de pelotas, ‘enquanto todas as demais estimativas da Vale permanecem inalteradas.”

A companhia anunciou, ainda, que decidiu antecipar manutenções preventivas da usina de pelotização de São Luís2 (MA) ao longo do terceiro trimestre de 2025, paralisando a produção no período. “O pellet feed, que seria utilizado como insumo das pelotizadoras, será direcionado às vendas de finos de minério de ferro, otimizando a geração de valor do portfólio de produtos’, informou a companhia.

“A companhia reitera que a estimativa divulgada hoje (quarta-feira, 2), em linha com as demais, é referente a dados hipotéticos, que de forma alguma constituem promessa de desempenho por parte da Vale ou de seus administradores, e que também envolve fatores de mercado alheios ao controle da Vale e, dessa forma, pode sofrer novas alterações. Oportunamente, a empresa irá reapresentar o item 3 de seu Formulário de Referência, no prazo previsto na Resolução nº 80/2022.

Infomoney - SP   03/07/2025

Os preços futuros do minério de ferro subiram em todos os índices de referência nesta quarta-feira, com a redução dos embarques dos principais exportadores, Austrália e Brasil, enquanto um aumento na produção de ferro-gusa estimulou o sentimento dos investidores.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,69%, a 722,5 iuanes (US$100,81) a tonelada.

O minério de ferro de referência de agosto na Bolsa de Cingapura subiu 1,82%, a US$94,9 a tonelada.
No lado da oferta, os embarques de minério de ferro dos principais produtores, Austrália e Brasil, apresentaram diminuição, enquanto as exportações globais do produto caíram ligeiramente, disse a corretora Everbright Futures em uma nota.

A produção de ferro-gusa, um indicador da demanda de minério de ferro, continuou a aumentar mês a mês, disse a Everbright.

A atividade fabril da China voltou a se expandir em junho, com os dados oficiais do PMI e do Caixin PMI mostrando a maior leitura de produção desde novembro de 2024.

Ainda assim, os preços de revenda de imóveis residenciais na China caíram em ritmo mais rápido em junho, enquanto a alta dos preços de imóveis novos desacelerou, ressaltando a fraqueza persistente no mercado imobiliário do país.

Enquanto isso, os analistas do ANZ observaram que uma proposta da Associação de Ferro e Aço da China para restringir as exportações de certos produtos de aço poderia reter mais oferta no país, potencialmente pressionando os preços.

Money Times - SP   03/07/2025

A revisão para baixo na estimativa de produção de aglomerados de minério de ferro – que incluem pelotas e briquetes – da Vale (VALE3) em 2025 não deve alterar de forma relevante as perspectivas para a companhia, segundo analistas.

A mudança tende a ter impacto pontual e restrito, pois a produção de pelotas representa uma fração menor do portfólio da companhia, disse o analista da Empiricus Research, Ruy Hungria.

“Atrapalha um pouco a perspectiva de resultado, mas o efeito é restrito”, destacou. “O minério de ferro, que é o mais relevante, segue com projeções intactas”, completa.

A Ativa Investimentos citou também a menor geração de caixa no segmento de pelotas e reforçou a visão de um ambiente de prêmios estruturalmente mais pressionado.

“No entanto, dado que o segmento responde por uma parcela limitada do Ebitda consolidado e a parada já poderia fazer com que a produção naturalmente se aproximasse do limite inferior do antigo guidance, avaliamos que a redução efetiva na produção anual será moderada”, disse.

Por volta das 15h desta quarta-feira (2), as ações da Vale subiam 3,6%, a R$ 55,28, impulsionadas pela alta nos preços futuros do minério de ferro, que subiram em todos os principais índices. A oferta caiu, com redução dos embarques da Austrália e do Brasil, enquanto a produção de ferro-gusa aumentou, fortalecendo o sentimento dos investidores.

O minério de ferro referência para agosto na Bolsa de Cingapura avançou 1,82%, para US$ 94,9 a tonelada.

Segundo a corretora Everbright Futures, os embarques dos maiores produtores diminuíram, e as exportações globais recuaram levemente. Já a produção de ferro-gusa segue em alta mensal.

Na China, a atividade fabril voltou a crescer em junho, com os indicadores PMI registrando a maior produção desde novembro de 2024.

A revisão da Vale

A Vale atualizou nesta quarta-feira (2) suas estimativas de produção de aglomerados para 2025, citando as condições atuais do mercado de pelotas. A projeção passou de 38 a 42 milhões de toneladas para 31 a 35 milhões de toneladas no ano que vem. As demais estimativas operacionais foram mantidas.

A Vale informou ainda que irá antecipar manutenções na usina de pelotização de São Luís (MA) durante o terceiro trimestre de 2025. O pellet feed originalmente destinado à pelotização será direcionado às vendas de finos de minério de ferro, segundo a empresa.
O que esperar do 2T25?

No mês passado, o Bradesco BBI estimou que a Vale deverá reportar um Ebitda de US$ 3,6 bilhões no segundo trimestre de 2025, o que representa um avanço de 12% em relação ao trimestre anterior.

Apesar da recuperação no comparativo trimestral, o resultado ainda deve ficar 10% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, pressionado pelos menores preços do minério de ferro no período.

A expectativa do banco é que a produção de minério de ferro alcance 82 milhões de toneladas entre abril e junho, com crescimento de 22% sobre o primeiro trimestre e de 2% na comparação anual.

Já os volumes de vendas devem somar 80 milhões de toneladas, alta de 21% no trimestre, mas estáveis em relação ao mesmo intervalo de 2024.

Em Metais Básicos, a projeção do BBI é de um Ebitda de US$ 518 milhões, com queda de 6% em relação ao primeiro trimestre, mas avanço de 27% na base anual.

Máquinas e Equipamentos

CIMM - SP   03/07/2025

A Komatsu, multinacional japonesa fabricante de equipamentos para os setores de mineração, construção, industrial e florestal, anunciou um novo ciclo de investimentos no Brasil para os próximos anos. A empresa pretende aplicar R$ 100 milhões até 2027 na modernização e expansão da sua unidade fabril em Suzano (SP), que em 2025 celebra cinco décadas de operação no país. A empresa busca ampliar a capacidade produtiva em mais de 50% até 2030, com foco também na exportação para a América Latina e novos mercados, como o africano.

De acordo com informações divulgadas pela empresa nesta quarta-feira (2), o novo aporte se soma aos R$ 161 milhões já investidos entre 2023 e 2025. O investimento contempla a ampliação da infraestrutura com um novo prédio fabril, além da modernização dos processos produtivos por meio da aquisição de robôs de solda, equipamentos de usinagem e uma nova linha de pintura a cátion. Também está previsto o fortalecimento da área de desenvolvimento de produtos, com foco em inovações para o mercado local e internacional.

A fábrica brasileira da Komatsu já possui capacidade para fabricar mais de 3 mil equipamentos por ano, incluindo tratores de esteiras, carregadeiras de rodas, motoniveladoras e escavadeiras hidráulicas. “O mercado brasileiro de equipamentos de construção está em constante evolução e precisamos estar preparados para atender nossos clientes. Além disso, trabalhamos com uma expectativa de aumento da demanda por nossos produtos até 2030”, afirma Jeferson Biaggi, presidente da unidade no Brasil.
Nacionalização

Como parte da estratégia de expansão, a empresa iniciou a produção local da carregadeira de rodas WA380-6 e anunciou a nacionalização da escavadeira de grande porte PC500LC-10M0, além do desenvolvimento de dois novos modelos de harvester florestal específicos para o mercado brasileiro. O portfólio nacional será reforçado também com a produção de carregadeiras compactas e pequenas entre 2025 e 2026.

Segundo a empresa, a nacionalização dos modelos tem como objetivo atender à crescente demanda dos setores de infraestrutura, mineração, agricultura e locação, além de oferecer vantagens como acesso a linhas de financiamento via Finame, redução de impostos e maior disponibilidade de peças e acessórios no mercado nacional.
Mão de obra qualificada

O plano de crescimento da Komatsu no Brasil também envolve a ampliação do time técnico. A empresa prevê quase dobrar o número de engenheiros de desenvolvimento de produtos em 2025, visando acelerar a criação de modelos adaptados às necessidades da América Latina.

A Komatsu já havia investido mais de R$ 100 milhões em 2022, para um novo prédio administrativo e investimentos na modernização dos processos produtivos, que incluíram novos robôs de solda, equipamentos de usinagem HMC (Horizontal Machining Center), máquina laser para processos de corte, pontes rolantes e desmoldador de peças para a área de Fundição. Segundo Biaggi, essas melhorias contribuem para a qualidade dos produtos e segurança no ambiente de trabalho.

Fundada no Japão, a Komatsu escolheu o Brasil como sede da sua primeira fábrica fora do país, inaugurada em 1975 em Suzano. Com fundição própria e processos completos de fabricação, a unidade atende ao mercado nacional por meio de uma rede de distribuidores com presença em todo o território, oferecendo suporte técnico, peças e serviços especializados.

Terra - SP   03/07/2025

O setor de máquinas e equipamentos deve desacelerar no segundo semestre, em razão dos juros elevados e de "entraves estruturais" persistentes no ambiente de negócios brasileiro, disse a associação da indústria, Abimaq, nesta quarta-feira.

A perspectiva segue uma expansão de 15,9% na receita total da indústria nos primeiros cinco meses de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior.

"Embora o setor mantenha uma trajetória de crescimento em 2025, o ritmo será moderado", disse a entidade em comunicado, estimando que o faturamento de junho será menor ante maio.

A diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, no entanto, disse a jornalistas que essa retração estimada para o mês passado é modesta.

"A gente não espera uma queda grande, espera uma queda ao redor de 1%, 2%, no máximo, de receita para o mês de junho", afirmou, destacando, contudo, que a desaceleração deve continuar nos próximos meses.

"Por dois fatores: um, a base de comparação do período anterior é maior... E uma outra informação está relacionada à política macroeconômica supercontracionista do Banco Central, que a gente ainda não viu o impacto no nosso setor... mas que a gente teme que comece a dar resultado nos próximos trimestres."

No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano, sinalizando que a Selic deve permanecer neste patamar por "período bastante prolongado".

Apesar disso, a Abimaq manteve sua projeção de crescimento de 3,7% para a receita líquida de vendas do setor em 2025.

NÚMEROS DE MAIO

A receita líquida da indústria de máquinas e equipamentos aumentou 26,3% em maio na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$27,4 bilhões, segundo dados mensais da Abimaq apresentados nesta quarta-feira em coletiva de imprensa.

O resultado, segundo a entidade, é reflexo de uma melhora da receita levantada no mercado doméstico, onde o setor cresceu 35,5% em maio na mesma base de comparação, para R$21,8 bilhões, em linha com expectativas de crescimento no primeiro semestre.

"Para a segunda metade do ano mantemos a previsão de desaceleração intensa, sobretudo em razão dos efeitos cumulativos do aperto monetário e de um ambiente macroeconômico desafiador", afirmou a Abimaq na apresentação.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos subiu 24% ante maio de 2024, para R$37,6 bilhões. Segundo a associação, parte importante do crescimento de 2025 foi relacionada ao aumento das importações -- que passaram a ocupar 46,5% do mercado nacional em 2025 versus 45,9% no mesmo período de 2024.

As importações do setor no mês de maio totalizaram US$2,7 bilhões, crescimento de 5,2% ano a ano, enquanto as exportações atingiram US$989 milhões no mesmo período, retração de 5,9% em comparação com o mesmo mês de 2024.

Valor - SP   03/07/2025

Segundo a Abimaq, a receita líquida de vendas somou R$ 27,4 bilhões no mês, alta de 26,3% em relação ao mesmo período de 2024.

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos encerrou o mês de maio com números positivos, mas ainda enfrenta desequilíbrios no comércio exterior. Segundo dados da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita líquida de vendas somou R$ 27,4 bilhões no mês, alta de 26,3% em relação ao mesmo período de 2024, e de 3,7% em relação a abril, com dados os ajustes sazonais.

Esse crescimento foi puxado pelo avanço de 35,5% nas vendas domésticas, que movimentou R$ 21,8 bilhões no mês.

A diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella, destacou que o desempenho de maio superou as expectativas, impulsionado principalmente pelo mercado doméstico, mas chamou atenção para o avanço das importações e a crescente perda de competitividade frente à China. “Vemos um acumulado negativo, o que reforça um cenário de preocupação com o comércio exterior”, afirma.

Apesar do bom desempenho interno, o mercado internacional apresenta retrações. As exportações somaram US$ 989 milhões, queda de 5,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior e queda de 5,2% na comparação dos 12 meses. Houve retração nas vendas para os Estados Unidos, de 18,3%, e América do Norte em geral, enquanto mercados como China, Argentina e Emirados Árabes registraram aumentos de 91%, 54,3% e 121,2%, respectivamente.

As importações, por sua vez, cresceram 5,2% e atingiram US$ 2,7 bilhões, o maior volume da série histórica para maio. A China respondeu por 32,4% das compras externas do setor. O consumo aparente alcançou R$ 37,6 bilhões, com expansão de 24% em relação ao mesmo período em 2024. Em relação ao mês de abril deste ano, o crescimento foi de 0,8% - feitos os ajustes sazonais, e de 22%, no acumulado do ano.

Parte importante do crescimento de 2025, foi relacionada ao aumento das importações que passaram a ocupar 46,5% do mercado nacional em 2025 ante 45,9% no mesmo período de 2024. Segmentos como infraestrutura, indústria de base e componentes têm mais de 50% do mercado ocupado por produtos estrangeiros.

O setor também apresentou alta no emprego (8,3% em 12 meses) e na utilização da capacidade instalada (78,9%). A venda interna de tratores e colheitadeiras subiu 66,6% em maio.

Diante do cenário macroeconômico instável e desafiador, a Abimaq projeta desaceleração no segundo semestre. A previsão de crescimento da receita líquida para 2025 foi mantida em 3,7%, com viés de alta.

Sobre os efeitos das políticas monetárias advindas do Banco Central, Zanella afirma que o setor ainda não sentiu impactos diretos, mas demonstrou cautela: “Tememos que os efeitos comecem a dar resultado nos próximos semestres”.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   03/07/2025

Segundo o instituto, a produção industrial mostrou recuo em 13 de 25 atividades na comparação mensal, mas ainda ficou 2,1% acima do patamar pré-pandemia.

Uma queda de 3,9% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, em maio ante abril, ajudou a compor recuo de 0,5% na atividade industrial brasileira como um todo, no mesmo período. A informação consta de comunicado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), veiculada pela instituição nesta quarta-feira (2).

Com a queda de maio, a produção industrial do país ainda ficou 2,1% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). No entanto, a produção de maio ainda permaneceu 15% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, detalharam os pesquisadores do IBGE em comunicado.

Em maio ante abril, a produção industrial mostrou recuo em 13 de 25 atividades.

Produções industriais de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%), produtos alimentícios (-0,8%), produtos de metal (-2,0%), de bebidas (-1,8%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-1,7%) e móveis (-2,6%) foram os destaques.

Em comunicado, o gerente da pesquisa, André Macedo, informou que “o resultado negativo deste mês não apenas intensifica o ritmo de perda em relação ao mês anterior, mas também elimina parte do ganho de 1,5% acumulado nos quatro primeiros meses do ano, comparado ao patamar de dezembro de 2024”.

“O único resultado positivo entre as grandes categorias econômicas foi em bens intermediários, explicado, principalmente, pelo comportamento positivo do setor extrativo, por conta da maior extração de minérios de ferro”, continuou o pesquisador, no comunicado. “Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo duráveis assinalou a maior magnitude de perda e eliminou parte da expansão de 4,1% acumulada nos meses de abril e março de 2025”, detalhou. “Nesse mês, [a produção de bens duráveis] foi pressionada por menor produção de automóveis, eletrodomésticos da linha marrom e motocicletas”, disse.

Ajuste no setor

O recuo de 3,9% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, em maio ante abril, foi o mais intenso desde novembro de 2024 (-6,8%). Com a retração, a atividade contabiliza perda de 4,3% na produção industrial nessa categoria, nos meses de maio e abril, segundo Macedo.

Ao justificar a queda, o pesquisador explicou que houve alta muito forte nessa categoria em março ante fevereiro (3,9%), inclusive muito acima da média nacional da indústria no mesmo período (1,2%). Em maio, assim, teria havido um ajuste em razão de aumento muito intenso em meses anteriores.

Ele também avaliou que o contexto macroeconômico influenciou o desempenho da categoria e citou o aumento da taxa básica de juros do país, a Selic, a partir do segundo semestre do ano passado.

“Claro que [esse resultado] pode ser associado a uma questão de crédito, no contexto de política monetária” disse. “[O cenário atual de juros] deixa mais caro acesso a crédito”, afirmou, a acrescentar que isso, também, deixa mais caro financiamento de carros. Com menor consumo desse bem, isso reduz ritmo de encomendas à indústria, com impacto na atividade industrial da categoria.

CNN Brasil - SP   03/07/2025

A Tesla relatou outra queda recorde nas vendas na quarta-feira (2), já que os danos à marca causados pelas atividades políticas do CEO Elon Musk e o aumento da concorrência continuaram a prejudicar a fabricante de carros elétricos, que antes era de rápido crescimento.

A Tesla informou que vendeu 384.122 carros no segundo trimestre, uma queda de quase 60.000 unidades, ou 13,5%, em relação ao total de vendas do ano anterior. Isso marca a maior queda anual nas vendas da história da empresa.

No entanto, o número representa um aumento de 14,1% em relação ao total dos primeiros três meses de 2025.

Apesar da queda nas vendas, as ações da Tesla abriram com alta de quase 4% no pregão de quarta, após o relatório. Isso porque superaram as previsões de alguns analistas de uma queda muito maior.

As atividades políticas de Musk, especialmente seu papel no governo Trump, provocaram protestos generalizados em showrooms da Tesla nos Estados Unidos e na Europa, além de alguns casos de vandalismo contra seus veículos e instalações.

A empresa não detalha suas vendas por região, mas os dados de registro sugerem que as vendas nos EUA e na Europa caíram acentuadamente. Isso ocorreu apesar do aumento geral nas vendas de veículos elétricos em ambos os mercados.

A empresa também enfrenta uma concorrência cada vez maior, não apenas de montadoras ocidentais tradicionais, mas também de montadoras chinesas. Estas últimas prejudicaram as vendas da Tesla na China, o maior mercado para vendas de veículos elétricos e automóveis e o segundo maior mercado da Tesla.

Notavelmente, a Tesla está prestes a perder o título de maior fabricante mundial de veículos elétricos, com base em vendas anuais, para a montadora chinesa BYD, embora a fabricante ainda não tenha entrado no mercado norte-americano.

Na quarta-feira, a BYD informou ter vendido 1 milhão de veículos elétricos no primeiro semestre deste ano, ficando muito à frente do total de vendas da Tesla no acumulado do ano, de cerca de 721.000.

Durante a maior parte de sua história, a Tesla apresentou fortes ganhos nas vendas anuais, o que ajudou a impulsionar suas ações. Isso fez da Tesla a montadora mais valiosa do mundo, apesar de deter uma fração das vendas totais das montadoras tradicionais.

Mas o relatório de quarta-feira marca o segundo trimestre consecutivo de queda para a empresa, com as vendas caindo pelo menos 13%. Isso segue seu primeiro declínio anual no ano passado. Antes de 2024, a empresa havia registrado apenas uma queda trimestral – em 2020, quando a pandemia fechou fábricas e interrompeu as vendas.

As ações da Tesla sofreram grandes oscilações no último semestre. Elas quase dobraram de valor desde o dia da eleição, atingindo níveis recordes em meados de dezembro, devido à expectativa dos investidores de que a empresa se beneficiaria dos laços de Musk com o presidente Donald Trump. Mas logo perderam todos esses ganhos e mais, caindo mais de 50% em meados de abril.

Desde então, as ações começaram a se recuperar. Primeiro, as ações subiram depois que Musk anunciou, em abril, que deixaria o governo Trump para se concentrar na Tesla, e depois com a notícia do lançamento, há muito prometido, de um serviço de robotáxi. Isso ajudou a elevar as ações da Tesla em 35%, desde a mínima de abril até o fechamento de terça-feira.

O Estado de S.Paulo - SP   03/07/2025

Desde ontem (1), está em vigor uma nova fase da retomada gradual do imposto de importação para veículos eletrificados no Brasil. A medida, que faz parte da política industrial estabelecida ainda em 2023, impacta diretamente os modelos elétricos a bateria (BEV), híbridos plug-in (PHEV) e híbridos plenos (HEV), com aumento nas alíquotas aplicadas sobre os veículos importados.

Com a atualização das tarifas definida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os híbridos convencionais (HEV) passaram a ser tributados em 30%, os plug-in (PHEV) em 28% e os 100% elétricos (BEV) em 25%. Essa escalada vai continuar até julho de 2026, quando todos os eletrificados importados passarão a pagar a alíquota máxima de 35%.
Chinesas tomaram atitudes antes da elevação

Apesar da elevação, o impacto imediato nos preços deve ser menos acentuado para empresas que se prepararam antecipadamente. A BYD, por exemplo, importou um lote com cerca de 7 mil veículos antes da virada da alíquota, justamente para manter os preços mais estáveis nos primeiros meses da nova cobrança.

A empresa também programou para este mês o início da montagem local de veículos em sua fábrica em Camaçari (BA), cuja inauguração ocorreu em evento realizado na última terça-feira, dia 1º.

A GWM adota estratégia semelhante. A marca dará início à montagem de seus veículos em Iracemápolis (SP) ainda neste mês, utilizando os sistemas CKD (totalmente desmontado) e SKD (semi-desmontado), que envolvem a importação de veículos desmontados ou parcialmente montados, permitindo a aplicação de tarifas reduzidas, atualmente de 16% e 18%.
Anfavea defende aplicação imediata da alíquota máxima

Essa logística industrial visa conter os efeitos da alta tributária sobre os modelos importados prontos, permitindo que os preços se mantenham minimamente competitivos no mercado brasileiro. No entanto, a decisão do governo federal tem gerado críticas.

A Anfavea, entidade que representa as montadoras no país, defende a aplicação imediata da alíquota máxima de 35% para todos os eletrificados, alegando que a medida traria maior equilíbrio entre os fabricantes instalados localmente e os importadores.

A tendência é que outras montadoras que ainda não produzem no Brasil revisem suas estratégias. Marcas como a Chery, que já têm planos de nacionalização em andamento, podem acelerar a instalação de linhas de montagem locais.

A nova política de impostos, embora vista com reservas por alguns setores, tem como meta principal fomentar a produção nacional de veículos eletrificados e consolidar uma cadeia industrial mais robusta no país. Importante destacar que os modelos fabricados no Brasil e os que já estavam em estoque antes de julho continuam isentos do novo aumento.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monitor Digital - RJ   03/07/2025

O setor imobiliário teve um desempenho positivo em 2024, com um crescimento nas vendas e nos lançamentos. O lucro líquido combinado das incorporadoras teve crescimento expressivo, saltando 104% no quarto trimestre de 2024 e atingindo R$ 1,7 bilhão, frente aos R$ 841 milhões registrados no mesmo período de 2023. No acumulado do ano, o lucro total do setor chegou a R$ 5,3 bilhões, um aumento de 88% em relação a 2023.

Porém, as perspectivas para 2025 são de um crescimento mais gradual, com um foco em lançamentos com uma gestão mais eficiente das despesas. O cenário macroeconômico, especialmente a alta taxa de juros, exigirá que as incorporadoras adotem uma abordagem mais cautelosa em relação aos novos projetos. A tendência é que o setor continue se consolidando, mas com um ritmo mais lento, focando em iniciativas que ofereçam maior segurança financeira e rentabilidade a longo prazo.

O estudo Incorporadoras Q4 2024 destaca o desempenho positivo setor imobiliário em 2024. Realizado pela Grant Thornton, uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo, o estudo também aponta desafios importantes para 2025, relacionados à alta taxa de juros e ao cenário econômico mais complexo.

Maria Regina Abdo, sócia de Auditoria e líder de Real Estate da Grant Thornton, comenta que a demanda por imóveis de baixa renda (classes C e D) se mantém forte, impulsionada pelos incentivos governamentais. Por outro lado, o mercado de média e alta renda poderá enfrentar desaceleração devido ao aumento das taxas de juros e ao impacto do INCC nos custos de construção. Esse cenário pode afetar as vendas e aumentar os estoques, especialmente em empreendimentos de maior valor.

Thiago Bragatto, sócio de Auditoria e coordenador do estudo, comenta sobre o mercado de alto padrão: “Embora o mercado de alta renda enfrente desafios devido ao aumento da taxa de juros, ele continua sólido, especialmente nos segmentos de luxo e superluxo. A lei do distrato tem se mostrado uma proteção importante, ajudando a mitigar os riscos relacionados aos aumentos nos distratos e à instabilidade econômica.”

Segundo a empresa de auditoria, o estudo corrobora os dados divulgados pela Brain/CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) que mostram um aumento de 18,6% no volume de lançamentos imobiliários entre 2023 e 2024, refletindo a confiança das incorporadoras na recuperação do mercado pós-pandemia. As vendas também cresceram 20,9%, demonstrando que, mesmo em um cenário de juros elevados, o setor manteve um ritmo sólido de negócios.

O cenário econômico de 2025 será desafiador para as incorporadoras, afirma o estudo. Com a Selic ainda elevada, 15% ao ano, em junho de 2025, o financiamento continua caro, impactando diretamente a capacidade de compra dos consumidores. Além disso, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC-DI) segue em alta, atingindo 7,54% nos 12 meses encerrados em março de 2025. Esse cenário pode pressionar ainda mais os custos das incorporadoras, especialmente aquelas que atuam no segmento de média e alta renda, onde o repasse do financiamento ocorre apenas após a conclusão das obras.

A alta taxa de juros levanta preocupações sobre a capacidade de crédito dos consumidores, especialmente para o programa “Minha Casa, Minha Vida”, crucial para o mercado de imóveis de baixo custo. Já para as incorporadoras de alta renda, o aumento dos distratos e os custos relacionados ao IPTU e condomínio para as unidades devolvidas tornam-se riscos crescentes.

Inovação

Apesar de algumas inovações, a adoção de novas tecnologias ainda é limitada no setor. A escassez de mão de obra especializada e a falta de inovação nos processos de construção civil são desafios que as incorporadoras precisam enfrentar. A eficiência operacional e a redução de custos por meio de tecnologias se tornam cada vez mais cruciais para o setor se manter competitivo.

Indicadores financeiros: margem líquida: subiu de 27,4% (março de 2023) para 31,3% (dezembro de 2024), refletindo um controle mais eficaz sobre custos e despesas; receita combinada: atingiu R$ 46,1 bilhões em 2024, com crescimento de 23,7% em comparação a 2023; custos e despesas: os custos cresceram 19,9%, e as despesas administrativas aumentaram 10,1% (acima da inflação de 4,83%), um reflexo do impacto das altas taxas de juros no setor; e despesas comerciais: aumento de 13,5%, indicando o esforço das incorporadoras para manter suas vendas em um ambiente econômico desafiador.
Siga o canal "Monitor Mercantil" no WhatsApp:

O Estado de S.Paulo - SP   03/07/2025

Em meio à falta de recursos para financiar a construção no Brasil, a gestora Central, que administra R$ 1,3 bilhão, centrada no setor imobiliário, acaba de captar um fundo de R$ 200 milhões exatamente com esse objetivo, o financiamento de projetos e aquisição de terrenos, com foco em São Paulo e zona sul do Rio.

A Central, que já terminou de investir seu primeiro fundo, de R$ 1 bilhão, lançado há três anos, ancorado pelo então Credit Suisse, percebeu a demanda de incorporadoras e construtoras por recursos para financiar empreendimentos, na medida em que o crédito bancário ia secando por conta da escassez de recursos da caderneta de poupança, e o mercado de fundos imobiliários com captação restrita por causa dos juros altos e a volatilidade, o que também afeta outros instrumentos do mercado de capitais.

Com a escassez de crédito na praça, as próprias incorporadoras passaram a procurar a gestora, em busca de recursos para financiar a construção ou a aquisição do terreno. E sentido esse apetite, a Central resolveu criar um fundo específico para isso. No fundo anterior, a gestora já havia feito alguns financiamentos do tipo, mas percebeu que havia espaço para uma carteira só com esse foco.
Demanda superou as expectativas

A ideia da carteira era ser de R$ 150 milhões, com tamanho limite de R$ 200 milhões. A demanda, porém, superou em muito esse valor, e alguns investidores, como bancos, ficaram de fora no rateio. Entre os investidores que colocaram dinheiro na carteira está um público de renda bem alta das áreas de private dos bancos e de gestoras de fortunas.

O fundo já nasce com três operações de financiamento contratadas, que somam R$ 70 milhões, em bairros nobres de São Paulo: Vila Nova Conceição, Pinheiros e Jardim Paulistano.

Grandes Construções - SP   03/07/2025

Desenvolvido pela consultoria Grant Thornton, o estudo "Incorporadoras Q4 2024" destaca um desempenho robusto do setor imobiliário em 2024 no país, com crescimento significativo nas vendas e nos lançamentos.

No entanto, o estudo também aponta desafios importantes para 2025, relacionados à alta taxa de juros e ao cenário econômico mais complexo.

O estudo corrobora os dados divulgados pela Brain/CBIC, que mostram um aumento de 18,6% no volume de lançamentos imobiliários entre 2023 e 2024, refletindo a confiança das incorporadoras na recuperação do mercado pós-pandemia.

As vendas cresceram 20,9%, demonstrando que, mesmo em um cenário de juros elevados, o setor manteve um ritmo sólido de negócios.

O lucro líquido combinado das incorporadoras teve crescimento expressivo, saltando 104% no 4º trimestre de 2024 e atingindo R$ 1,7 bilhão, frente aos R$ 841 milhões registrados no mesmo período de 2023.

No acumulado do ano, o lucro total do setor chegou a R$ 5,3 bilhões, um aumento de 88% em relação a 2023.

Confira abaixo os principais indicadores financeiros do setor:
Margem líquida: subiu de 27,4% (março de 2023) para 31,3% (dezembro de 2024), refletindo um controle mais eficaz sobre custos e despesas. Receita combinada: atingiu R$ 46,1 bilhões em 2024, com crescimento de 23,7% em comparação a 2023. Custos e despesas: os custos cresceram 19,9%, enquanto as despesas administrativas aumentaram 10,1% (acima da inflação de 4,83%), um reflexo do impacto das altas taxas de juros no setor. Despesas comerciais: aumento de 13,5%, indicando o esforço das incorporadoras para manter suas vendas em um ambiente econômico desafiador.

Desafios – Apesar do crescimento, o estudo aponta que o cenário econômico de 2025 será desafiador para as incorporadoras.

“Com a Selic ainda elevada, em 14,75% a.a., o financiamento continua caro, impactando diretamente a capacidade de compra dos consumidores”, ressalta o estudo.

Além disso, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC-DI) segue em alta, atingindo 7,54% nos 12 meses encerrados em março.

“Esse cenário pode pressionar ainda mais os custos das incorporadoras, especialmente as que atuam nos segmentos de média e alta renda, nos quais o repasse do financiamento ocorre apenas após a conclusão das obras”, observa o relatório.

A alta taxa de juros também levanta preocupações sobre a capacidade de crédito dos consumidores, especialmente para o programa "Minha Casa, Minha Vida", crucial para o mercado de imóveis de baixo custo.

Já para as incorporadoras de alta renda, o aumento dos distratos e os custos relacionados ao IPTU e condomínio para as unidades devolvidas representam riscos crescentes.

“A demanda por imóveis de baixa renda (classes C e D) se mantém forte, impulsionada pelos incentivos governamentais”, afirma Maria Regina Abdo, sócia de auditoria e líder de Real Estate da Grant Thornton.

Por outro lado, ela ressalta que o mercado de média e alta renda pode enfrentar desaceleração devido ao aumento das taxas de juros e ao impacto do INCC nos custos de construção.

“Esse cenário pode afetar as vendas e aumentar os estoques, especialmente em empreendimentos de maior valor”, completa.

Já o mercado de alto padrão tem demonstrado resiliência. “Embora o mercado de alta renda enfrente desafios devido ao aumento da taxa de juros, ele continua sólido, especialmente nos segmentos de luxo e superluxo”, indica Thiago Bragatto, sócio de auditoria e coordenador do estudo.

“A lei do distrato tem se mostrado uma proteção importante, ajudando a mitigar os riscos relacionados aos aumentos nas ocorrências e à instabilidade econômica”, finaliza.

FERROVIÁRIO

A Tribuna - SP   03/07/2025

Foi criado nesta terça-feira (1°), pelo Governo Federal, um grupo de trabalho para avaliar a execução do contrato do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol 1). A medida foi tomada após a empresa Bahia Ferrovias S.A (Bamin) anunciar o encerramento, em março de 2025, dos acordos de obras da estrada de ferro no trecho entre Uruçuca e Ilhéus, na Bahia.

O colegiado estará vigente pelos próximos 30 dias, com a missão de analisar o andamento do projeto e verificar as etapas concluídas pela empresa, bem como os próximos passos necessários para a continuidade do empreendimento.

O grupo vai se reunir em encontros semanais, nos quais serão debatidos todos os pontos do contrato, inclusive levando o debate a órgãos de defesa da concorrência, às consultorias que estão estruturando o projeto e aos possíveis interessados no corredor ferroviário. Ao final dos trabalhos do grupo, do qual fazem parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Infra S.A., será elaborado um relatório que norteará os próximos passos do órgão.

O trecho da Fiol é uma das prioridades do Governo Federal dentro do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto prevê a ligação por meio de trilhos em 537 quilômetros de extensão, passando por 19 municípios da Bahia.

Os projetos da Fiol e da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) são considerados peças-chave de um futuro corredor bioceânico, atualmente em estudo, que pretende ligar a Bahia ao Porto de Chancay, no Peru, conectando os oceanos Atlântico e Pacífico e encurtando o trajeto de exportação para países asiáticos, especialmente a China

Rodoviário

Grandes Construções - SP   03/07/2025

A ANTT abriu no dia 30 de junho a consulta pública para incluir, de forma obrigatória, a reconstrução de pavimentos nos contratos de concessão rodoviária.

A medida, fundamentada em análise técnica da Superintendência de Infraestrutura Rodoviária – SUROD, busca estabelecer diretrizes claras, previsíveis e duradouras para a restauração profunda das camadas do pavimento, superando o modelo atual, centrado predominantemente em manutenção e conservação.

O aviso da Reunião Participativa nº 8/2025 – que acontecerá dia 22 de julho, das 14h às 18h, em formato híbrido, com participação presencial, no auditório da Agência, em Brasília, e virtual, por videoconferência – foi publicado na edição do Diário Oficial da União – D.O.U. A sociedade está convidada a participar e contribuir para definir o futuro das rodovias do país, o que garantirá rodovias federais concedidas mais seguras, duráveis e de melhor qualidade para os usuários.

De acordo com a nota essa medida significa rodovias mais duráveis e seguras.

Com a reconstrução de pavimentos incorporada como obrigação contratual, os usuários poderão contar com estradas em melhores condições, reduzindo riscos de acidentes, ampliando o conforto nas viagens e trazendo mais eficiência ao transporte de cargas e passageiros.

Trata-se de uma inovação contratual e regulatória que afeta diretamente a vida de quem circula pelas rodovias federais e impacta positivamente toda a logística nacional.

A proposta em debate pretende corrigir distorções que fazem com que trechos severamente deteriorados recebam apenas ações paliativas.

“Com regras claras e prazos definidos, as concessionárias deverão reconstruir segmentos inteiros, assegurando o desempenho adequado das rodovias ao longo da concessão”, diz.

NAVAL

O Estado de S.Paulo - SP   03/07/2025

O Complexo Portuário de Santos, principal origem e destino de exportações e importações de cargas na América Latina, será palco de um grande disputa no setor no País. A licitação do Tecon Santos 10, maior terminal de contêiner da região, está prevista até o final do ano. Com investimento estimado de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões, o terminal está na mira de vários grupos internacionais que atuam em transporte marítimo e movimentação de contêineres.

O certame, no entanto, acaba de parar na Justiça. O maior grupo armador do mundo, a dinamarquesa Maersk, entrou com mandado de segurança cível contra a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) questionando as regras da licitação. Pela modelagem da agência, ficam de fora do leilão os grupos que já operam em Santos, caso da Maersk, dona de 50% da Brasil Terminal Portário (BTP). Outros três operadores no porto são a sua sócia MSC, a CMA-CGM e a DPW World.

Perfil do novo terminal de Santos

O juiz da 21ª Vara Cível Federal de São Paulo, onde a Maersk Brasil entrou com o mandado, concedeu prazo de 10 dias, até o fim desta semana, para que a Antaq preste informações sobre os questionamentos à licitação feitos pela impetrante da ação. O grupo dinamarquês alega que o modelo adotado pela Antaq restringiu a competição no maior leilão portuário do País.

Em nota ao Estadão, a A.P. Moller-Maersk destacou que defende regras claras no edital do Tecon Santos 10 que garantam a livre concorrência e estejam à altura da competitividade desse ativo, estratégico para o País. “Vetar a participação de empresas com ampla experiência internacional, responsáveis pela gestão de alguns dos portos mais eficientes do mundo, sem estudos aprofundados que respaldem essa decisão, reduz significativamente o potencial do projeto no maior porto da América Latina”, acrescentou.

A expectativa é que o leilão do Tecon Santos 10, em acirrada competição, gere mais de R$ 5 bilhões em outorga pela concessão. Esse dinheiro irá reforçar os cofres da União.

De um lado estão companhias que já operam no porto santista, num primeiro momento excluídas da disputa pelas regras do órgão regulador, cujo mote é evitar a concentração em Santos. De outro, grupos com baixa presença no Brasil, ou entrantes, que veem no novo empreendimento a chance de operar no maior porto brasileiro, onde trafega mais de 40% da carga movimentada por ano no País.

O segundo grupo defende uma licitação sem a presença dos atuais incumbentes, em linha com o que foi arbitrado pela Antaq ao definir a modelagem do leilão. A licitação deve ocorrer em duas etapas: a primeira, sem os atuais grupos que já operam em Santos. Caso não haja presença nessa fase, a segunda é aberta a todos interessados.

A medida desagradou os dois maiores armadores do mundo: o dinamarquês Maersk e o italiano MSC, sócios no BTP, além da francesa CMA-CGM, dona da Santos Brasil, e o grupo Dubai Ports World, que opera o DPW Santos, mas não tem a atividade principal de armador.

A CMA-CGM ainda não se manifestou se vai participar do leilão do terminal, pois investiu pesado em 2024 na compra do controle da Santos Brasil, maior terminal do porto santista. Especialistas do setor veem o grupo francês focado no novo ativo, cuja aquisição deve atingir R$ 13 bilhões se adquirir o total das ações da Santos Brasil em uma oferta pública.

Pessoas próximas das companhias operadoras alegam que há deliberada restrição por parte da agência reguladora a que elas participem na primeira fase do leilão. O poder público, argumentam elas, deveria ser responsável por garantir a livre concorrência no setor, como pede o armador dinamarquês em sua ação.

Candidatos que correm por fora e devem surgir na primeira etapa do leilão — se for mantido esse formato pelo Tribunal de Contas da União (TCU) — são o Cosco Group, da China; Hapag-Lloyd, da Alemanha; PSA, de Cingapura; ICTSI, das Filipinas; ONE, do Japão; Evergreen Lines, do Brasil; PIL e a China Merchants. Do Brasil, é apontada a JBS Terminais, operadora da gigante de proteína animal JBS, que pertence aos irmãos Batista.

“Todos os agentes nesse setor estão avaliando o Tecon Santos 10 como uma grande oportunidade”, afirma Alfonso Galhardo, sócio da A&M Infra e especialista em transporte, portos e aeroportos. Para alguns, avalia ele, é a porta de entrada no País. Por exemplo, a PSA, que ainda não está no Brasil, mas procura uma posição há algum tempo. ”Vejo, no mínimo, quatro a cinco grupos na disputa”, diz.

O grupo ICTSI já tem presença no Brasil em dois terminais: Suape (PE) e Rio de Janeiro. A China Merchants tem uma participação acionária no terminal TCP, de Paranaguá (PR).

A JBS Terminais é vista no setor como forte candidata na disputa do terminal — sozinha, em consócio com um grande operador, ou com fundos de investimento. Desde 2024, a empresa é operadora do terminal de contêineres do Porto de Itajaí (SC). Procurada, a empresa não se manifestou. Fontes próximas da JBS disseram ao Estadão que a empresa ainda avalia se participará do certame.

Patrício Junior, diretor de investimentos da América Latina da Terminal Investment Limited (TiL), subsidiária da operadora MSC, é crítico à modelagem da Antaq. “Não justifica o governo ir ao exterior em busca de investimentos ao mesmo tempo que impõe restrições ao capital que aqui já está e investe há 25 anos. Com a desculpa de que é necessário equilibrar o mercado com novos entrantes, os grupos aqui presentes foram colocados à margem do processo”, diz o executivo.

Pelas regras, as incumbentes podem participar de um segundo turno, caso não se verifique interessados no leilão na primeira etapa. Isso é praticamente impossível de acontecer, explicam especialistas, uma vez que o novo terminal, pela sua relevância, será objeto de desejo de muitos operadores desse setor.

Para Cláudio Frischtak, economista e sócio da consultoria em infraestrutura Inter B, não é um bom princípio a restrição de participantes, mesmo que sejam incumbentes, a não ser que se comprove práticas de baixa qualidade. “O que se deve fazer é a maximização da competição, do número de interessados. Se ganhar um incumbente, o importante é a natureza do contrato que vai ser firmado, exigindo as melhores práticas de operação e com cláusulas que impedem a concentração”, afirma.

Segundo o especialista, o problema maior é o atraso da licitação, que já deveria ter ocorrido há vários anos, porque o Porto de Santos está saturado, com demanda superando a oferta de contêineres. “O governo deve é maximizar números de interessados, atraindo quem está olhando o Brasil pela primeira vez. Santos é muito atrativo, o mais atraente da América Latina. Mais competição é melhor que menos competição”, afirma.

Frischtak diz que o pior risco para o governo, ao impor restrições no leilão, é a percepção de que o certame está direcionado para determinado grupo ganhar. Judicialização do certame não é bom para o País. “Essa é mais uma razão para o regulador considerar.”

APM Terminals, CMA-CGM e ICTIS não se pronunciaram. A DPW emitiu nota: “A DPW World esclarece que acompanha e confia na condução e melhor solução do processo pela Antaq e Ministério dos Portos e Aeroportos (Mpor)”.
O argumento da agência reguladora

A Antaq informou, em nota, que o objetivo foi promover e ampliar a concorrência no complexo portuário de Santos. Para isso, alega, foram definidas restrições à participação no leilão do arrendamento do Tecon Santos 10, na primeira fase, de empresas controladas, total ou parcialmente, por operadores que já atuam naquele mercado. “Esta agência reguladora é defensora da competitividade e entende que concentrações de mercado devem ser evitadas”.

Segundo a entidade, a decisão foi tomada, além de outros aspectos, com contribuições apresentadas durante a participação social, visando assegurar maior competição no porto, “em benefício da eficiência logística e do interesse público”.

No caso de não haver propostas válidas na primeira fase do certame, diz que operadores já atuantes no mercado de contêineres em Santos poderão participar, “desde que apresentem compromisso de saírem das participações que atualmente ocupem em terminal localizado no complexo”.

A agência aponta dois critérios técnicos principais que embasaram sua decisão: a concentração de mercado, que ultrapassaria o limite de 30% se um mesmo operador acumulasse o Tecon Santos 10 com outro terminal no porto, e o Índice Herfindahl-Hirschman (HHI), que também indicou níveis de concentração superiores aos aceitáveis para garantir ambiente concorrencial adequado.

O HHI, definido como uma medida de concentração de mercado, calcula a soma dos quadrados das participações de mercado de todas as empresas em um determinado setor. Se o resultado for abaixo de 1.500 indica mercado competitivo; acima de 2.500, altamente concentrado.

Incerteza para investidor estrangeiro

A restrição, ressalta Patrício Junior, da TiL, cria grande incerteza para o investidor estrangeiro. Segundo o executivo, há uma concentração natural no setor. A alemã Hamburg Sud foi comprada pela Maersk porque não conseguiu mais competir. Para ele, a Antaq não considerou dois licenciamentos já aprovados para terminais greenfield futuros em Santos: um da Triunfo Participações (com 5 milhões de TEUs) e outro da Evolve (1,7 milhão de TEUs).

“A Antaq já errou em Itajaí, na licitação temporária do terminal de contêineres. Por que errar de novo em Santos?”, afirma o executivo da TiL. A licitação provisória do terminal no Porto de Itajaí, no segundo semestre de 2023, teve a disputa de dois investidores e foi vencida pela Mada Araújo.

Sem condições de operar o terminal, a Mada repassou a licença para a JBS Terminais, que assumiu em outubro de 2024 e tem anunciado investimento na modernização e expansão. Uma das exigências é de operar ao ritmo de 44 mil TEUs ao mês, mais que o dobro do que faz atualmente. O prazo do arrendamento provisório foi de 24 meses, devendo ser lançado um edital definitivo para nova de licitação.

Cláudio Loureiro, presidente do Centronave (Centro Nacional de Navegação Transatlântica), diz que a modelagem é defeituosa por não apresentar critérios para cada uma das etapas. Por exemplo, o valor mínimo. Ao mesmo tempo, ao limitar participantes, tende a gerar valor menor da outorga. “É um contrassenso da União”, diz.

A preocupação sobre concentração, para Loureiro, parte do princípio de que vão cometer abusos. “A Antaq e os órgãos antitruste são bem avançados para coibir”, afirma.

O executivo, que publicou artigo refutando o modelo adotado para o leilão do terminal, avalia que o TCU poderá rever as restrições ao leilão. Sobre judicialização, diz que o risco avaliado é atrasar o processo e ampliar o estrangulamento já visto no porto em Santos.

Quem está no porto santista

Atualmente, quatro grupos de atuação internacional operam três terminais de contêineres no complexo portuário de Santos —o Tecon Santos, da empresa Santos Brasil, que é o maior de todos; o BTP e o DPW, cujo investidor é o grupo DP World (Dubai Ports World), considerado de “bandeira branca” por não ser armador.

Em conjunto, os três terminais somam capacidade instalada nominal para movimentar, 6,5 milhões de TEUs por ano. Porém, ao se considerar o nível de utilização máxima de um terminal, de até 80% da capacidade instalada, esse volume cai para 5,2 milhões de TEUs. Operar além desse patamar pode ocasionar o colapso das operações, segundo avaliações de especialistas do setor, o que já vem ocorrendo em Santos. A demanda prevista para este ano no complexo santista é de 5,8 milhões de TEUs, segundo operadores.

O Santos Brasil, que em 2024 foi adquirido pela gigante francesa CMA-CGM, terceiro maior grupo armador do mundo, tem capacidade nominal de 2,7 milhões de TEUs. No momento, toca um plano de expansão que eleva o volume em apenas 10% até o final de 2026. Hoje, o Santos Brasil representa 42% do total de contêineres do porto de Santos.

O BTP é a joint venture entre as gigantes Maersk e MSC, cada um com participação de 50%. A Maersk, que foi fundada em 1904, opera o negócio de contêineres por meio de sua divisão de transporte e logística APM Terminals, que tem sede em Haia, Holanda. A concorrente MSC, fundada pelo bilionário italiano Gianluigi Aponte, atua com a subsidiária Terminal Investment Limited (TiL), baseada em Genebra, na Suíça.

O BTP, construído em 2013, atualmente tem capacidade instalada anual de movimentação de 2,4 milhões de TEUs. Situado próximo da área do Tecon Santos 10, o terminal também está em processo de expansão, devendo atingir 2,8 milhões de TEUs em 2027.

O DPW é controlado pela DP World Brasil, que entrou no negócio como acionista minoritário em 2010, com um terço do capital, em associação com o grupo Odebrecht (66,67%), constituindo a Embraport (Empresa Brasileira de Terminais Portuários). Entrou em operação em julho de 2013. No final de 2017, abalado pelo impacto da Operação Lava Jato, a Odebrecht vendeu o controle para a sócia.

Com perfil multipropósito, o DPW, instalado na margem esquerda do canal do porto, tem hoje capacidade de movimentação anual de 1,4 milhão de TEUs e de 3,6 milhões de toneladas de celulose. Com uma ampliação prevista, deve chegar a 1,7 milhão de TEUs.
Perfil do novo terminal de Santos

O Tecon Santos 10, novo nome do STS-10, está localizado na área conhecida como Saboó, na margem direita do canal de Santos. Com cais previsto de 1,5 mil metros de extensão, o terminal terá capacidade nominal para movimentar o equivalente a 3,5 milhões TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés), além de 11 mil toneladas de cargas gerais. Poderá receber quatro grandes embarcações ao mesmo tempo. A área destinada ao projeto é de 622 mil m².

Na execução do empreendimento bilionário são previstas ao menos quatro fases de instalação, até atingir a plena capacidade, em 2034. A primeira etapa estaria pronta em 2027, com 300 mil TEUs. O valor global do contrato, durante os 25 anos de concessão, é de R$ 44,4 bilhões. A concessão poderá ser renovada até duas vezes.

É a segunda tentativa de arrendamento dessa área, num processo recheado de questionamentos desde que surgiu. Ainda como STS-10, o terminal teve o leilão suspenso em 2023 pelo atual governo.

O atual modelo definido pela Antaq gerou descontentamento de quem já está atuando em Santos e foi visto como anticompetitivo ao impor restrição na primeira fase. O argumento da agência é de evitar concentração no porto em mãos dos atuais operadores.

Em 27 de maio, a proposta da agência reguladora foi encaminhada para avaliação do TCU, que poderá fazer ajustes à modelagem. O órgão terá de 75 a 90 dias para dar seu parecer ao modelo de licitação desenhado pela Antaq. A previsão é que o Tecon Santos 10 vá a leilão no final de novembro.

“O novo terminal é um projeto relevante, de grande importância para o porto de Santos, que já está extremamente ocupado e operando acima de 90% da sua capacidade de movimentação de contêineres”, afirma Galhardo, sócio da A&M Infra. “Para o curto e médio prazo não há outra solução que gere respiro na oferta e demanda. Esse terminal já deveria estar pronto e em operação”.

Sobre a modelagem, diz que a definição deve partir de uma política pública e que, independentemente de o leilão ser em uma ou duas etapas, vai haver muitos interessados no certame. “É fundamental que o vencedor seja um player com know-how técnico profundo para tocar o empreendimento”, acrescenta Galhardo.

A construção do terminal envolve ainda questões técnicas a serem solucionadas, diz o especialista. Por exemplo, acessos rodoviário e ferroviário (internos e externos) e a instalação de novo terminal de passageiros na mesma área, entre outras.

Valor - SP   03/07/2025

Todos os navios haviam feito escala em portos russos nas semanas anteriores aos ataques, o que levou alguns especialistas em segurança a sugerir a possibilidade de envolvimento da Ucrânia.

Uma série de misteriosos ataques com minas de fixação contra navios petroleiros abalou o setor de transporte marítimo, alimentando especulações de que as explosões fazem parte de uma campanha de sabotagem com apoio estatal.

Cinco embarcações foram atingidas por explosões deliberadas este ano, com o incidente mais recente inundando da casa de máquinas do petroleiro Vilamoura, de bandeira grega, na semana passada, enquanto ele navegava ao largo da costa da Líbia.

Todos os navios haviam feito escala em portos russos nas semanas anteriores aos ataques, o que levou alguns especialistas em segurança a sugerir a possibilidade de envolvimento da Ucrânia nas explosões.

Kiev não se pronunciou sobre um eventual envolvimento direto, mas suas forças de segurança têm um histórico de ações encobertas contra interesses russos. A inteligência militar da Ucrânia divulgou um comunicado na terça-feira que descreveu o Vilamoura como um petroleiro pertencente à “frota paralela” da Rússia.

Um consultor de segurança do setor disse que inicialmente “todos os dedos” apontam para a Ucrânia. Mas as diferenças na natureza do ataque ao Vilamoura – que foi atingido no fundo do casco, e não na lateral – levantaram hipóteses sobre a possível responsabilidade de outros sabotadores em pelo menos parte dos atentados.

Quatro dos navios atracaram em portos da Líbia, um país dividido entre facções rivais que dependem das receitas geradas pelas exportações de petróleo. Todos os petroleiros também têm histórico de ancoragem próximo a Malta para reabastecimento.

O ataque ao Vilamoura na semana passada ocorreu após um incidente bastante parecido em janeiro e três em fevereiro. Embora a maioria dos incidentes tenha ocorrido no Mediterrâneo, um dos navios foi atingido no Mar Báltico.

Martin Kelly, chefe de consultoria para especialistas em segurança marítima do EOS Risk Group, disse que houve apenas “algumas” semelhanças entre o último incidente e os anteriores.

“Há ainda uma série de outras possibilidades que incluem atores líbios e outros Estados, que têm tanto capacidade quanto, possivelmente, motivos para agir”, disse Kelly.

Antes mesmo da última explosão, Arsenio Dominguez, secretário-geral da Organização Marítima Internacional da ONU, já havia manifestado preocupação com a sequência de ataques. “Confirmo que vamos acompanhar de perto esses incidentes e as investigações em andamento”, disse ele à comissão de segurança da entidade.

Quatro das embarcações pertencem a renomados armadores gregos e cipriotas. O Vilamoura, atingido na semana passada, faz parte do Cardiff Group de George Economou, um empresário do setor de transporte marítimo.

O Seacharm, atingido em janeiro na costa da Turquia, e o Seajewel, atingido em fevereiro na Itália, pertencem à Thenamaris, um grande grupo de transporte marítimo controlado por Nikolas Martinos, O Grace Ferrum, danificado na costa da Líbia em fevereiro, pertence à companhia cipriota Cymare.

O Koala foi danificado em uma explosão no porto russo de Ust-Luga em fevereiro. O navio foi alvo de sanções impostas pela União Europeia em maio, pelo transporte indevido de petróleo russo.

Não há indícios de que os outros navios tenham violado das regras do G7 ao transportar petróleo russo comprado por mais de US$ 60 o barril. Dados de rastreamentos de navios indicam que os navios atacados fizeram escala principalmente em portos russos que escoam petróleo produzido no Cazaquistão, que não está sujeito a sanções.

A TMS Tankers confirmou que seu petroleiro sofreu uma “explosão na casa de máquinas” enquanto transportava 1 milhão de barris de petróleo embarcados em Zuwetina, na Líbia. Não houve feridos nem vazamentos.

“A sala de máquinas foi inundada e o navio perdeu a capacidade de manobrar, mas a entrada de água foi interrompida e ele permaneceu estável”, disse a companhia.

A Thenamaris confirmou que suas embarcações sofreram este ano “incidentes de segurança em momentos distintos e em diferentes localizações geográficas no Mar Mediterrâneo”.

“A Thenamaris, sempre em conformidade com as regras e regulamentos internacionais e europeus, vem cooperando integralmente com as autoridades competentes para apoiar suas investigações em andamento”, disse a companhia.

Portos e Navios - SP   03/07/2025

Levantamento realizado pelo Ministério de Portos e Aeroportos mostra que, no ano passado, foram exportadas 437,3 milhões de toneladas e importadas 65,8 milhões, entre as nações do bloco

Os países que compõem o BRICS movimentaram 503 milhões de toneladas de cargas nos portos brasileiros em 2024, conforme levantamento do Ministério de Portos e Aeroportos, a partir de dados estatísticos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Além do Brasil, integram o BRICS Rússia, Índia, China e África do Sul e os novos membros admitidos: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Os dados foram obtidos a partir dos registros de embarques feitos nos portos do Brasil para os demais países do bloco e dos desembarques portuários com origem nas nações do BRICS ao longo do ano passado. De acordo com o levantamento, foram 437,3 milhões de toneladas exportadas e 65,8 milhões importadas, em 2024.

“Esse grande volume de movimentação portuária, meio bilhão de toneladas, mostra a importância do bloco para a economia brasileira. Com os novos leilões de portos que estamos planejando para 2025 e 2026, vamos modernizar ainda mais e fortalecer a atividade portuária brasileira”, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   03/07/2025

O Senado aprovou uma medida provisória que permitirá usar recursos do Fundo Social do Pré-Sal poderão ser usados para financiar projetos de infraestrutura social, habitação popular e enfrentamento de calamidades públicas. Além disso, o texto também autoriza o leilão de áreas não contratadas, que produzem petróleo por meio de Acordos de Individualização da Produção (os chamados AIPs). As estimativas apontam que o potencial de arrecadação do certame fica entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões só em 2025. A medida foi aprovada com mudanças, na forma de projeto de lei de conversão (PLV 2/2025), e segue para a sanção presidencial.

O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, comemorou a aprovação da medida e escreveu, em uma rede social, que o certame deve acontecer ainda em 2025. “Com essa lei, a PPSA (Pré-Sal Petróleo S/A) fará o leilão ainda esse ano“, afirmou Pietro em uma postagem no LinkedIn.

Pelo projeto aprovado no Senado, a União está autorizada a alienar seus direitos e obrigações decorrentes da celebração de AIPs em áreas não concedidas ou não partilhadas na área do pré-sal e em áreas estratégicas, mediante licitação na modalidade leilão. Além de realizar o certame, a PPSA também será responsável pela redação do edital da licitação. Compete ao Ministério de Minas e Energia, com apoio da PPSA, propor ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o valor mínimo para cada acordo de individualização da produção.

Os chamados AIPs são um tipo de instituto jurídico que evita a produção predatória de jazidas portadoras de hidrocarbonetos que se estendem além dos limites de uma determinada área sob contrato. Quando uma jazida compreende uma Área não Contratada, faz-se necessário que os titulares dos direitos de exploração e produção das áreas adjacentes celebrem, com a União, um acordo de individualização de produção.

Infomoney - SP   03/07/2025

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta próxima de 3% nesta quarta, 2, em uma sessão na qual foram impulsionados pelas perspectivas para acordos sobre as disputas tarifárias e os desdobramentos envolvendo as tensões no Oriente Médio. O Irã vem evitando cooperação internacional sobre seus planos nucleares, o que é alvo de críticas de potenciais ocidentais, enquanto foram renovados os indícios de que o país estaria disposto a bloquear a passagem pelo Estreito de Ormuz em caso de escalada dos conflitos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 3,05% (US$ 2,00), a US$ 67,45 o barril. Já o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 2,98% (US$ 2,00), a US$ 69,11 o barril.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que firmou um novo acordo comercial com o Vietnã que prevê tarifas de 20% sobre todos os produtos vietnamitas exportados aos EUA e de 40% sobre reexportações do país. Autoridades americanas já vinham sinalizando expectativas por uma série de acordos antes do prazo de 9 de julho para o estabelecimento das tarifas recíprocas.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, ordenou que o país suspenda sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) das Nações Unidas. A ordem não incluiu prazos ou detalhes sobre o que a suspensão implicará, mas o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, sinalizou em entrevista à CBS News que ainda está disposto a continuar as negociações com os Estados Unidos.

O exército iraniano carregou minas navais em navios no Golfo Pérsico no mês passado, uma ação que intensificou as preocupações em Washington de que Teerã estaria se preparando para bloquear o Estreito de Ormuz após os ataques israelenses em locais espalhados pelo Irã, de acordo com duas autoridades americanas que informaram à Reuters. Os preparativos, até então não relatados, que foram detectados pela inteligência americana, ocorreram algum tempo depois de Israel ter lançado seu ataque inicial com mísseis contra o Irã em 13 de junho, disseram as autoridades.

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos subiram 3,845 milhões de barris, a 418,951 milhões de barris na semana passada, informou hoje o Departamento de Energia (DoE). Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam queda de 1,7 milhão de barris. Os estoques de gasolina avançaram 4,188 milhões de barris, a 232,126 milhões de barris, enquanto a projeção era de queda de 500 mil barris.

AGRÍCOLA

GauchaZH - RS   03/07/2025

Recém-anunciado, o Plano Safra 2025/2026 divide expectativas na indústria brasileira de máquinas agrícolas. Enquanto na agricultura familiar as vendas devem ganhar fôlego com a ampliação de recursos e juros mais baixos trazidos no novo pacote; no setor empresarial, a perspetiva é de cautela, com a busca por crédito apenas em caso de necessidade. É o que avaliam a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers).

— O Plano Safra não deve influenciar a venda de máquinas. Apenas para pequenos produtores, onde o juros está mais convidativo — diz Cláudio Bier, presidente do Simers.

Ainda assim, com relação à agricultura empresarial, Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, pondera:

— Quem precisar financiar vai pegar esse recurso, porque ainda é muito mais barato que o do mercado (que gira em torno de 20% a 22% atualmente). No entanto, juros de 13,5% são caros, não dá para negar.

Para a agricultura familiar, o Plano Safra trouxe incentivos que vão de recursos a taxas de juro subsidiadas. O limite para a compra de máquinas e equipamentos menores, dentro do Programa Mais Alimentos, por exemplo, foi ampliado de R$ 50 mil para R$ 100 mil. Já a taxa de juro foi mantida em 2,5%. Para máquinas maiores, de até R$ 250 mil, é de 5%.

Já para a agricultura empresarial, a taxa prevista é de 13,5% no Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) e de 12,5% no Moderfrota Pronamp — dentro do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

Otimismo à vista

A Abimaq anunciou, nesta quarta-feira (2), a possibilidade de revisão — para cima — no próximo mês da projeção de crescimento nas vendas de máquinas agrícolas deste ano. Até então, a entidade estimava uma alta de 8% na comercialização, depois de uma queda de 25% em 2024. O desempenho positivo nas lavouras de café, laranja, pecuária e cana-de-açúcar influencia esse cenário.

No Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, dois Estados que acumulam perdas de safra por problemas climáticos seguidos, no entanto, a perspectiva é de queda nas vendas do setor.

— Empresas que têm posição nacional, inclusive, tem redirecionado a sua oferta — observou Bier, do Simers.

Só o Estado gaúcho responde por 65% das indústrias de máquinas agrícolas no país.

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP