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01 de Julho de 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   01/07/2025

Decisão foi tomada na última reunião do tribunal do órgão sob presidência de Alexandre Cordeiro Macedo, mas ainda não resolve definitivamente o longo imbróglio, que se arrasta há mais de uma década.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou um prazo de 60 dias para que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) apresente um plano de venda das ações que detém da Usiminas, ratificando o entendimento de que a aquisição dos papéis e sua permanência no quadro acionário da siderúrgica mineira com participação relevante ferem a legislação concorrencial.

A decisão foi tomada na semana passada, na última reunião do tribunal do órgão sob a presidência de Alexandre Cordeiro Macedo, mas ainda não resolve definitivamente o longo imbróglio, que se arrasta há mais de uma década. Em 2014, o próprio Cade determinou que a CSN reduzisse sua participação na concorrente Usiminas, atualmente em 12,9%, para menos de 5%.

O mais recente posicionamento veio em cumprimento a uma ordem do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), em ação movida pela Usiminas contra a CSN. Em sentença proferida pela desembargadora Mônica Sifuentes, a Justiça deu prazo até a última quarta-feira (25) para que o Cade se posicionasse sobre o caso.

Agora, a companhia de Benjamin Steinbruch – que também está engajada em outra batalha judicial, com a ítalo-argentina Ternium, atual controladora da Usiminas – terá de informar como pretende se desfazer das ações, embora eventuais parâmetros da operação ainda não tenham sido estabelecidos pelo Cade.

Decisão foi vista como “branda”

O Valor apurou que, embora o novo posicionamento do Cade tenha sido bem recebido pela Usiminas, a decisão foi vista como “branda”. Isso porque o acordo inicial firmado pela CSN com o órgão de defesa da concorrência, de 2014, já havia determinado um prazo para a venda das ações, de cinco anos, mas até agora não foi executado.

A partir de 2019, quando se encerraria, o prazo original passou a ser prorrogado por meio de recursos administrativos interpostos pela CSN. Em 2022, o órgão de defesa da concorrência reafirmou a necessidade de venda das ações, mas tornou “indeterminado” o prazo para que a operação fosse consumada.

A Justiça já havia determinado que a CSN depositasse judicialmente R$ 23,2 milhões como multa pelo descumprimento de uma sentença que acabou estabelecendo prazo adicional de um ano para que a companhia cumprisse, finalmente, os termos previstos no Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) firmado com o Cade em 2014. A desembargadora do TRF-6, em sua última decisão, reconhece o depósito de um seguro garantia, de R$ 30,16 milhões, pela CSN.

Em parecer ao Cade em 23 de junho deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou pela execução imediata do TCD; o reconhecimento, pelo órgão, de que a CSN estava descumprindo suas obrigações e, portanto, sujeita ao pagamento de multa; a nomeação de um interventor judicial que auxilie no processo de desinvestimento; e a venda integral da participação da CSN na Usiminas.

A CSN alcançou uma fatia relevante no capital da Usiminas entre 2011 e 2012, quando chegou a uma participação de 17,4% na siderúrgica mineira, que recorreu ao Cade. Já em 2012, o órgão proibiu que a companhia adquirisse mais papéis da concorrente.

Naquele mesmo ano, a Ternium, que hoje controla a Usiminas, fechou a compra das participações da Camargo Corrêa e da Votorantim na siderúrgica mineira, juntando-se a seu bloco de controle, com uma participação de 43,3%. Em 2023, o grupo ítalo-argentino elevou para 61,3% sua participação no bloco de controle da Usiminas, ao comprar papéis até então detidos pela Nippon Steel.

Houve outro desdobramento na última semana, relacionado a uma ação movida pela companhia de Steinbruch, contra a sócia, por entender que houve troca de controle na Usiminas quando a Ternium chegou à empresa. Desta forma, a Ternium estaria obrigada a estender a oferta de compra de ações para os minoritários, incluindo a CSN, e realizar uma OPA, conforme previsto na Lei das S/As.

Reviravolta no STJ

Depois de sucessivos reveses na Justiça e apesar do entendimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais brasileiro, de que a operação não enseja uma OPA, o grupo de Steinbruch obteve uma vitória importante em outra instância. Em junho de 2024, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em reanálise do caso, entendeu por maioria que a Ternium deve indenizar a CSN.

O entendimento que prevaleceu foi o de que o ingresso da Ternium no bloco de controle da Usiminas resultou em um novo acordo de acionistas e na alteração de direitos políticos. Em dezembro, a 3 Turma do STJ manteve a decisão favorável à CSN, mas reduziu de R$ 5 bilhões para R$ 3,1 bilhões o valor previsto para a indenização.

Essa reviravolta levou a Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB) a ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), levando o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF). Em parecer de sexta-feira (27), a Procuradoria-Geral da República (PGR) entendeu que a ação é válida — na contramão de posições anteriores do Senado e da Casa Civil.

A CSN informou em nota que não comenta processos que tramitam sob sigilo no Cade. Sobre a ADI, disse que os pareceres favoráveis emitidos pelo Senado e pela Casa Civil "reforçam o entendimento de que a disputa com a Ternium não envolve matéria constitucional".

"Essa posição também é respaldada pela Advocacia-Geral da União (AGU), cujo parecer aponta para o não conhecimento da ação. Todos esses documentos convergem no sentido de que a controvérsia se refere à interpretação de uma norma infraconstitucional, matéria que compete exclusivamente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)", diz a nota.

Procuradas, Usiminas e Ternium não se manifestaram.

Infomoney - SP   01/07/2025

O JPMorgan segue com visão pessimista para o setor siderúrgico brasileiro, citando a persistência de desafios relacionados ao aumento das importações de aço, especialmente da China. Apesar das medidas adotadas pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex), como a imposição de cotas de importação, o banco avalia que as ações são insuficientes para conter o fluxo elevado de aço estrangeiro e que o setor enfrenta pressão semelhante à observada entre 2010 e 2015.

Segundo o relatório, o Gecex ampliou de 19 para 23 as NCMs (Nomenclaturas Comuns do Mercosul) cobertas pelas cotas — incluindo aquelas utilizadas para contornar a tributação, chamadas de “NCMs de fuga”.

Mesmo assim, o JPMorgan segue cético quanto à eficácia dessas medidas, ressaltando que a exclusão das importações feitas por regimes especiais ou acordos comerciais da base de cálculo limita o impacto da política.
As siderúrgicas brasileiras continuam pressionando por medidas antidumping, mas o banco observa que há pouca chance de aprovação, dada a preocupação do governo com os efeitos inflacionários dessas medidas, que poderiam afetar programas sociais e os preços de bens industriais como automóveis.

Enquanto isso, a China segue exportando em volumes historicamente elevados. Em maio, as exportações chinesas somaram 10,6 milhões de toneladas — um recorde para o mês —, o que equivale a uma taxa anualizada de 125 milhões de toneladas. Apesar de rumores sobre cortes de produção na China, o JPMorgan destaca que ainda não há anúncio oficial, e que reduções devem ocorrer de forma descentralizada, por província, com impacto estimado em cerca de 20 milhões de toneladas. A projeção do banco é que as exportações chinesas de aço se mantenham em torno de 100 Mt/ano até o fim da década.

O relatório relembra os efeitos negativos da onda de importações no passado. Entre 2010 e 2016, empresas brasileiras sofreram forte deterioração financeira: a Usiminas viu sua margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida) cair de 38% em 2008 para -10,4% no 4T15 e precisou realizar um aumento de capital de R$ 1 bilhão em 2016. Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) também enfrentaram dificuldades semelhantes, com aumento de alavancagem e necessidade de reforço de capital. O JPMorgan destaca que o histórico mostra claramente o impacto negativo das importações sobre o setor nacional.

Apesar do cenário adverso no Brasil, o banco vê um contraste positivo nos Estados Unidos, onde tarifas de importação implementadas desde a gestão Trump — incluindo uma alíquota de 50% sobre o aço — ajudaram a sustentar preços e demanda. Nesse contexto, a Gerdau é apontada como a principal escolha do JPMorgan no setor, por conta de sua exposição relevante à América do Norte. A ação negocia atualmente a 3,8 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda para 2025.

Valor - SP   01/07/2025

Análise dos elementos de prova de dumping considerou o período de julho de 2023 a junho de 2024.

O governo vai investigar a existência de dumping nas exportações da China, Indonésia e Índia para o Brasil de produtos planos de aços inoxidáveis laminados a quente, apresentados na forma de bobinas ou chapas.

A decisão da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) foi publicada hoje no “Diário Oficial da União”.

A análise dos elementos de prova de dumping considerou o período de julho de 2023 a junho de 2024. Já o período de análise de dano considerou o período de julho de 2019 a junho de 2024.

ECONOMIA

Jornal de Brasília - DF   01/07/2025

A maioria das empresas não financeiras do Brasil avalia que a política comercial dos Estados Unidos afetou suas atividades. O aumento da incerteza foi citado por 78,1% dos participantes da pesquisa Firmus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (30).

Poucas companhias, contudo, dizem ter sentido efeitos diretos, como alta nos custos de insumos importados (27,8%) ou concorrência com importados (25,7%). Ao todo, foram 187 respostas completas coletadas entre os dias 12 e 30 de maio.

Em junho, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC ressaltou que o ambiente externo continua “adverso” e “particularmente incerto”, em razão da política econômica dos EUA.

No dia 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma alíquota linear de 10% sobre produtos comprados de outros países, inclusive do Brasil.

Antes, o país já tinha sido afetado pela cobrança de tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio. O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço ao mercado americano. Em junho, os EUA resolveram dobrar a alíquota aplicada ao setor, saltando de 25% para 50%.

Em outra pesquisa trimestral conduzida pelo BC, bancos, cooperativas, instituições de pagamento, gestoras de recursos, seguradoras e entidades fechadas de previdência complementar apontavam que a guerra tarifária aberta pelos EUA colocava o cenário internacional como o principal risco à estabilidade financeira para os próximos três anos.

A Firmus mostrou também uma leve melhora na percepção das empresas sobre a situação econômica brasileira atual na comparação com o primeiro trimestre do ano, com redução do sentimento “discretamente negativo”. Essa, contudo, continua sendo a percepção predominante entre os participantes da pesquisa -43,9%, ante 50% em fevereiro.

As estimativas das companhias para inflação estão em linha com as projeções captadas pelo boletim Focus, que conta com a participação do mercado financeiro.

A mediana das expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano permaneceu em 5,5% -acima do teto da meta perseguida pelo BC (4,5%). No Focus, a projeção para inflação de 2025 estava em 5,46% em 30 de maio -no último dado disponível, a estimativa recuou para 5,2%.

Para 2026 e 2027, tanto as empresas não financeiras quanto o mercado financeiro esperam que a inflação termine em 4,5% e 4%, respectivamente.

A mediana das expectativas das empresas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano permaneceu estável em 2% no período analisado. Na semana passada, o BC voltou a elevar para 2,1% a sua projeção de avanço da economia brasileira para 2025.

O BC fez, em novembro de 2023, a primeira pesquisa piloto para testar o questionário. Na amostra inicial, foram selecionadas cerca de cem empresas, sendo as maiores companhias de cada setor da atividade econômica (exceto dos setores público e financeiro).

Segundo a autoridade monetária, a Firmus tem como objetivo” captar a percepção de empresas não financeiras em relação à situação de seus negócios e às variáveis econômicas que podem influenciar suas decisões.”

Na fase piloto, o BC pretende “avaliar a clareza e a eficácia de diferentes tipos e formulações de perguntas, além de expandir o número de respondentes.” Até o momento, foram realizadas sete rodadas da pesquisa.

IstoÉ Dinheiro - SP   01/07/2025

Os analistas do mercado financeiro reduziram a projeção para a inflação brasileira neste ano pela quinta semana consecutiva e também diminuíram a projeção para a cotação do dólar para o fim de 2025, segundo a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 30, pelo Banco Central.

O levantamento, que capta semanalmente a percepção de uma centena de analistas do mercado financeiro, aponta que a previsão para o IPCA ao fim deste ano passou para 5,20, ligeiramente abaixo da projeção de ganho de 5,24% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira segue em 4,50%.

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

As mudanças ocorreram na esteira da divulgação de números do IPCA-15 de junho na quinta-feira, que desacelerou para 0,36% em maio e para 5,27% em 12 meses.
Dólar

Para o câmbio, a expectativa para o preço do dólar no final de 2025 caiu a R$ 5,70, de R$ 5,72 anteriormente, enquanto que para o fim de 2026 a projeção de cotação recuou para R$ 5,79, ante R$ 5,80 há uma semana.

A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 11,2% neste ano.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

PIB e Selic

Em relação ao crescimento da economia brasileira, a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 ficou inalterada em 2,21%. Para o ano que vem, a expectativa de crescimento subiu para 1,87%, ante 1,85% na semana anterior.

Já para a taxa básica de juros, houve manutenção na expectativa de manutenção da Selic em 15% ao final de 2025. Para 2026, a previsão é de que a taxa atinja 12,50%, no que foi a 22ª semana consecutiva de manutenção desse patamar. No momento, a Selic se encontra em 15,00% ao ano.

Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) elevou a Selic em 0,25 ponto, a 15,00% ao ano, indicando ainda que pode interromper o ciclo de altas já na próxima reunião, mas que não hesitará em elevar os juros novamente caso julgue necessário.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2025

Desde a Segunda Guerra Mundial, o comércio internacional não passava por tantas turbulências, analisa Fernando Honorato, economista-chefe do banco Bradesco. Tudo motivado pelo aumento das tarifas internacionais, capitaneadas pelo republicano Donald Trump, na presidência dos Estados Unidos.

“É um processo que tem forçado empresas a reorganizar suas cadeias produtivas, reduzindo a eficiência econômica global”, resume Honorato, um dos palestrantes do Summit Imobiliário, realizado nesta segunda-feira, 30, em São Paulo, dentro do Dia do Mercado Imobiliário Estadão.

Com a dívida americana também cresce, o dólar perde valor fazendo com que os investidores busquem outras economias. Como o mundo corta juros, ao contrário do Brasil, a economia nacional acaba se beneficiando. O real valoriza e ajuda a segurar a inflação. Entre outros motivos, porque as exportações brasileiras dependem mais da China do que dos Estados Unidos.

“O câmbio (no Brasil) chegou a R$ 6,30 no fim do ano passado, mas hoje o real está se apreciando. Poderia estar ainda mais forte”, afirma Honorato.

Para o economista, a moeda brasileira pode chegar perto dos R$ 5,00 no fim do ano. A curva de juros futuro também se beneficia. A economia real brasileira, portanto, segue resiliente.

O economista do Bradesco enfatizou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superou em oito pontos porcentuais as projeções dos analistas nos últimos cinco anos, puxado sobretudo pelo agronegócio. A taxa de desemprego é a menor da série histórica, apesar das diferenças regionais.

“Essa melhora no mercado de trabalho tem impulsionado o consumo das famílias, que em 2025 deve crescer 4,7% acima da inflação, sustentando setores como o imobiliário, mesmo com a Selic a 15%. A economia real está muito bem.”

Apesar da boa performance atual, Honorato alerta que os juros reais elevados devem provocar a desaceleração da economia no País. “Com a Selic nesse patamar, é difícil manter o ritmo atual da economia”, disse, apontando que 61% das empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, não conseguem obter retorno superior ao custo da dívida.

Ainda assim, o economista avalia que o esfriamento da economia permitirá ao Banco Central reduzir a Selic. A projeção do Bradesco é de que ela chegue a 11,75% em 2026, o que daria algum alívio ao setor produtivo.
Ajuste fiscal para evitar colapso

Mas, passadas as eleições presidenciais do ano que vem, vem o ano de ajuste, espera Honorato. Até mesmo o governo atual, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sinaliza que uma reorganização fiscal será inevitável em 2027, sob pena de um estrangulamento total do orçamento.

“A inflação não está fora de controle, apesar de fora da meta. O Brasil não precisa de medidas radicais, mas sim sinalizar que existe um plano para melhorar o resultado primário. Isso pode ajudar a reconquistar a confiança dos investidores e a derrubar a Selic.”

Pelos cálculos apresentados por Honorato, se o Brasil tivesse crescido ao ritmo da economia mundial nos últimos 45 anos, o PIB nacional, hoje, poderia ter dobrado.

“Se colocarmos de pé uma agenda crível de médio prazo, é possível replicar um cenário como o de 2016, com inflação sob controle e juros baixos. A oportunidade está dada.” Neste cenário, o setor imobiliário e o agronegócio tendem a ser os mais beneficiados.

O Dia do Mercado Imobiliário Estadão tem patrocínio da AW Realty Incorporadora e do QuintoAndar e apoio da CDHU.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2025

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou nesta segunda-feira que “ainda podemos voltar às tarifas de 2 de abril” caso não haja avanço nas negociações comerciais com outros países. Segundo ele, “se os países forem recalcitrantes, as tarifas poderão ser reinstauradas”.

Bessent ressaltou que, embora alguns países tenham negociado de “boa-fé”, o governo americano precisa “considerar algo” caso não feche acordos.

Em entrevista à Bloomberg, Bessent lembrou que o prazo para um desfecho nas tratativas comerciais dado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, está próximo.

“Veremos uma onda de acordos comerciais na semana final antes do prazo de 9 de julho”, afirmou. Ele destacou que, após alcançar acordos de paz, o foco dos Estados Unidos agora está nas “tarifas recíprocas”.

Sobre os impactos dessas tarifas na inflação, o secretário tranquilizou: “Não vemos inflação com as tarifas. Um eventual aumento de preços será pontual”.
Corte de juros

O secretário do Tesouro afirmou que “à medida que a inflação recua, toda a curva de juros pode cair”. Voltando a pressionar o Federal Reserve (Fed) por uma redução de taxas, ele argumentou que “a inflação está muito controlada” e avaliou que o Fed “parece um pouco paralisado no comando neste momento”.

Questionado sobre a possibilidade de presidir o Banco Central, Bessent disse que fará “o que Trump mandar”. “Tenho o melhor emprego em Washington agora.” Ele também informou que o governo vai trabalhar em um sucessor do atual chefe da autoridade monetária americana, Jerome Powell, “nas próximas semanas e meses”.

No campo fiscal, Bessent mostrou otimismo com o projeto de lei tributário em debate no Congresso. Ele declarou estar “confiante”. “Acredito que projeto será aprovado nas próximas horas e Trump vai assiná-lo até 4 de julho.”

O secretário destacou que o texto ajudará no controle do déficit do país e que, se tudo der certo, “vamos mudar a trajetória e reduzir o nível da dívida com o ‘grande e bonito’ projeto”.

Sobre os impactos econômicos do texto, Bessent defendeu que ele “ajudará a impulsionar a economia, ao mesmo tempo em que controla e reduz os gastos” e que, “com o projeto de lei, os mais necessitados terão benefícios do governo”. Rebatendo críticas, disse discordar da ideia de que o projeto corta verbas do Medicaid, sem entrar em detalhes.

Questionado sobre o endividamento dos EUA, o secretário questionou: “Por que iríamos tomar empréstimos de longo prazo com essas taxas de juros atuais?”.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2025

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 5,24% para 5,20%, a quinta baixa seguida. A taxa está 0,7 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Considerando apenas as 65 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a medida passou de 5,22% para 5,14%.

A projeção para o IPCA de 2026 permaneceu em 4,50% pela sétima semana consecutiva, colada ao teto da meta. Considerando apenas as 65 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana oscilou de 4,52% para 4,49%.

O Banco Central espera que o IPCA some 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último ciclo de comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom). O fim do próximo ano é o horizonte relevante do colegiado.

Na última decisão, o comitê aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, de 14,75% para 15,0%, e afirmou que “antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros”, para examinar os impactos do ajuste que já foi realizado.

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 19ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 continuou em 3,83%. Um mês antes, era de 3,85%.

Juros

A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,0% pela segunda semana consecutiva, após o Copom ter elevado a taxa a este nível e afirmado que espera manter os juros neste nível por período “bastante prolongado.”

“Em se confirmando o cenário esperado, o comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirmou o Copom, no último comunicado.

Considerando apenas as 75 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para a Selic no fim deste ano também se manteve em 15,0%.

A mediana para a Selic no fim de 2026 permaneceu em 12,50% pela 22ª semana consecutiva. Considerando apenas as 74 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária também se manteve em 12,50%.

A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 20ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 27ª semana consecutiva.
PIB

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 continuou em 2,21%. Um mês antes, era de 2,13%. Considerando apenas as 41 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, passou de 2,28% para 2,26%.

O Banco Central aumentou a estimativa de crescimento da economia brasileira este ano, de 1,9% para 2,1%, no Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado na última quinta-feira, 26. Segundo a autarquia, a atividade continua resiliente, embora já seja possível observar “certa moderação” no ritmo de expansão.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 aumentou de 1,85% para 1,87%. Um mês antes, era de 1,80%. Considerando só as 40 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,89% para 1,90%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela 13ª semana seguida. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,0%, pela 68ª semana seguida.

Dólar

A mediana para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,72 para R$ 5,70. Um mês antes, era de R$ 5,80. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 passou de R$ 5,80 para R$ 5,79. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,90.

A projeção para o dólar no fim de 2027 continuou em R$ 5,75. Um mês antes, era de R$ 5,80. Já a mediana para o fim de 2028 se manteve em R$ 5,80 pela quarta semana consecutiva.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

MINERAÇÃO

Revista Mineração - SP   01/07/2025

Como parte do plano de expansão de minas e da produção de minério de ferro para 200 milhões de toneladas ao ano no complexo do Pará, a Vale estabeleceu a destinação de metade dos R$ 70 bilhões de investimentos previstos no Programa Novo Carajás até 2030.

A mineradora anunciou ainda que tem buscado novos corpos minerários para desenvolver a produção, especialmente estruturas existentes no Sistema Norte.

No último ano, a Vale produziu 177,5 milhões de toneladas de minério de ferro no Sistema Norte (formado pelas serras Sul, Norte e Leste), além de 265,2 mil toneladas de cobre.

Segundo o diretor do corredor Norte da Vale, Gildiney Sales, o principal deles é na Serra Sul, onde os investimentos são de quase US$ 3 bilhões.

Sales explicou ainda que os outros 50% dos aportes estão aguardando os projetos e estudos dos melhores locais, para iniciar o processo de licença posteriormente.

O projeto em Serra Sul, com 73% de avanço físico, consiste na abertura de novas áreas de lavra, duplicação do transportador de correia de longa distância (TCLD) e implantação de novas linhas de beneficiamento. Também está prevista a ampliação das áreas de estocagem e dos equipamentos de mina.

“Estamos estudando quais serão os próximos (projetos), temos cinco anos para definir e iniciar a implantação e estamos estudando onde é mais fácil, mais rápido, com menor energia, já aproveitando alguma instalação existente”, pontuou.

Ele citou que um dos projetos recém-definidos é o de cobre de Bacaba, para aumentar a produção da área de Sossego, citou ele. A licença prévia para o empreendimento foi obtida em junho e serão investidos aproximadamente US$ 290 milhões durante a fase de implantação.

Outro aporte em andamento são os US$ 750 milhões em Serra Norte, incluindo a Usina 1, onde a companhia pretende eliminar totalmente o uso de água no beneficiamento de minério de ferro até 2027.

De acordo com Sales, mesmo em uma área que já se explora, se houver plano de ampliar a produção, é preciso de licenças ambientais.

A operação da Vale em Carajás ocupa um perímetro que representa apenas 3% de um mosaico de unidades de conservação de florestas da região que somam 800 mil hectares, onde a mata é fechada, com árvores amazônicas de grande porte. Um dos principais ativos é a Floresta Nacional de Carajás.

De acordo com ele, “quando está na área antropizada, um pasto, o processo é mais fácil, mas se estou no meio da floresta tem todo este rito (de licenciamento)”.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   01/07/2025

À medida que a fabricante chinesa Xiaomi se prepara para expandir sua capacidade de produção de veículos elétricos (EVs), a empresa responde à alta demanda com o uso de 1 mil robôs em sua fábrica.

A única fábrica de carros elétricos da Xiaomi ocupa 720 mil metros quadrados em Pequim e inclui também uma concessionária, um centro de entregas e uma pista de testes.

O prédio da fábrica abriga as seis principais etapas de produção: prensagem, fundição, carroceria, pintura, montagem de baterias e montagem final. Em uma visita recente, robôs desempenhavam papéis centrais em todos esses processos.

A empresa destaca especialmente sua tecnologia de gigacasting – técnica de fundição em alumínio que permite produzir grandes peças de estrutura. Um único módulo traseiro, que normalmente exigiria 72 peças soldadas em 840 pontos, é fundido como uma única peça, reduzindo o tempo de produção pela metade.

“A Xiaomi e a Tesla são as únicas na China com prensas de gigacasting dessa categoria”, afirmou um guia da fábrica.

No centro da planta está uma gigante prensa branca, cujas peças são levadas automaticamente a estantes elevadas e inspecionadas por sensores lidar e inteligência artificial, que detecta defeitos com quase 100% de precisão.

Veículos guiados automaticamente (AGVs) transportam peças entre as etapas. Braços robóticos de vários tamanhos executam suas funções com precisão, dando à fábrica uma aparência quase completamente automatizada.

A montagem da carroceria ocorre sem intervenção humana. Portas são instaladas em menos de um minuto. O ambiente é limpo e organizado, diferente de montadoras tradicionais.

Em vez de uma linha de montagem com esteira, AGVs entregam peças acabadas a robôs que montam os veículos – um processo inspirado na produção de smartphones, área original da Xiaomi.

A produção é de um carro a cada 76 segundos, ou cerca de 1 mil unidades por dia. A fábrica opera em dois turnos desde junho de 2024, com mil funcionários por turno.

A Xiaomi já conclui uma segunda fábrica ao lado da primeira e planeja uma terceira planta no lado leste do complexo. Em 19 de junho, o governo municipal de Pequim confirmou a compra de 500 mil m² adicionais por 640 milhões de yuans (US$ 89,3 milhões).

O primeiro EV da Xiaomi, o SU7, lançado em março de 2024, teve forte demanda. Com visual esportivo e integração com os celulares da marca, o modelo tem espera de mais de 30 semanas para entrega, segundo a imprensa chinesa.

Com preço inicial de 215.900 yuans, o SU7 é mais barato que o Tesla Model 3 (a partir de 235.500 yuans na China). Em um ano, foram vendidas 256 mil unidades do SU7, contra cerca de 200 mil do Model 3, segundo a plataforma Dongchedi.

Na última quinta-feira (26), o CEO Lei Jun anunciou o novo SUV YU7, com preço inicial de 253.500 yuans — abaixo dos 263.500 yuans do Model Y da Tesla. Segundo Lei, o YU7 tem maior autonomia, desempenho superior e melhor experiência de uso, embora a Tesla ainda lidere em sistemas de assistência ao motorista.

Nos primeiros três minutos após o lançamento do YU7, foram feitos 200 mil pedidos antecipados, segundo a Xiaomi. A corretora Tianfeng Securities prevê que o novo modelo impulsionará ainda mais o crescimento da empresa, podendo superar as expectativas do mercado.

A Tesla vendeu cerca de 440 mil unidades do Model Y no último ano, de acordo com a Dongchedi. A produção do YU7 já começou, com unidades prontas estocadas à espera de envio.

Diário do Comércio - MG   01/07/2025

Apesar dos altos juros praticados no mercado financeiro e dos elevados preços dos automóveis, o financiamento de veículos tem aumentado no Brasil. De acordo com dados da B3, em maio deste ano, entre novos e usados, foram 602 mil unidades financiadas, alta de 4,3% na comparação com o mesmo período de 2024. Em relação a abril deste ano, o aumento foi de 6,1%.

No segmento de autos leves, houve crescimento de 1,4% ante maio de 2024. Comparado a abril de 2025, o saldo foi 4,7% maior. Já o financiamento de motos cresceu 2,3% em relação a abril de 2025 e 4,7% em relação a maio de 2024.

De acordo com o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg), Glenio Junior, o resultado nacional se repete em Minas Gerais. De janeiro a maio, ele afirma que o financiamento registrou pequeno crescimento no Estado em comparação com o ano passado, atribuído, em especial, ao interesse do consumidor por veículos entre R$ 20 mil e R$ 80 mil. “Este nicho tem melhorado bastante, tem crescido e está se mantendo sustentável”, avalia.

Apesar dos bons resultados, a taxa de juros do Brasil sobe desde setembro do ano passado, impactando as taxas médias de juros para financiar veículos. Em janeiro deste ano, a taxa anual de financiamento de veículos alcançou 29,5% e protagonizou a maior taxa de juros desde que o Banco Central passou a contabilizar as operações de financiamento de automóveis. Mesmo assim, o financiamento de veículos não caiu.

Na visão do economista Gabriel Ivo, trata-se de uma situação que pode parecer contraditória. Pela lógica, com a taxa de juros mais alta, haveria uma redução no consumo, especialmente quando observada a compra parcelada, porém os dados mostram que isso não está acontecendo. “Quando há uma alta na taxa de juros, isso leva um tempo para se manifestar, não é imediato. A médio e longo prazo, esse consumo deve diminuir”, observa.

O economista do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) Bruno Inácio atribui a alta ao bom desempenho das vendas de veículos desde o ano passado. “O mercado já estava muito aquecido e continuou aquecido”, pontua.

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Ele pontua que a demanda por carros está muito alta e atribui os motivos ao cenário econômico. “Estamos com baixas taxas de desemprego, mercado de trabalho pujante, apetite de crédito muito forte do sistema bancário, inadimplência baixa em termos de risco sistêmico e, ao mesmo tempo, crédito direcionado muito intensificado, atendendo principalmente imóveis e automóveis”, avalia.

O economista Gabriel Ivo ressalta que muitos consumidores compram o veículo por necessidade de mobilidade ou para o trabalho, e as instituições financeiras acabam oferecendo condições melhores em linhas de crédito específicas para essas situações. “As pessoas dão preferência ao usado, que é mais barato, mas acabam comprando mesmo com juros altos”, afirma.

Glenio Junior, da Assovemg, também faz essa observação. Na visão dele, está havendo uma mudança no interesse do consumidor. “O consumidor está migrando do carro zero para o carro seminovo, em função dos altos preços dos veículos zero, ou preferindo o consórcio, que tem aumentado mês a mês”.

Disponibilidade de crédito

Outro motivo que pode estar contribuindo para o aumento dos financiamentos é a maior disponibilidade de crédito. Conforme dados do Banco Central, o estoque de crédito livre às pessoas físicas cresceu 0,5% no mês de maio e 12,8% em doze meses, somando R$ 2,3 trilhões no quinto mês do ano.

O crescimento mensal mostrou-se concentrado nas modalidades de cartão de crédito à vista (+1,2%), financiamento para aquisição de veículos (+1,3%) e crédito pessoal não consignado (+0,9%). “Hoje, muitas agências já trabalham com cartão de crédito dividindo a entrada para facilitar a compra do veículo. Além disso, os bancos, em geral, estão com muito dinheiro em caixa para fazer financiamentos de automóveis e motos”, lembra Glenio Junior.
Inadimplência pode aumentar

Apesar do cenário promissor, os bons números podem trazer um impacto negativo, na visão do economista Gabriel Ivo: a inadimplência. Conforme dados do Banco Central, a taxa média de juros das concessões de crédito do sistema financeiro atingiu 31,5% ao ano, e a inadimplência já demonstra pequenas taxas de crescimento.

“O Banco Central já vem apontando isso. As pessoas compram por necessidade, mas poderão ter mais dificuldade para arcar com o compromisso a médio e longo prazo”, observa Ivo.

O economista do BDMG, Bruno Inácio, acredita que, apesar de já manifestar alta, a inadimplência ainda não é um risco. “É um movimento normal no início do ano; depois, ela tende a se estabilizar. Ela não cresceu por causa de risco no sistema, mas sim em função da Resolução 4.966, que mudou um pouco a forma de medir a inadimplência. Ela está maior, mas ainda próxima das baixas históricas”, afirma.

Entretanto, concorda que, se as condições macroeconômicas permanecerem com inflação elevada, com juros contracionistas por muito tempo e as famílias perderem o poder de compra, “aí sim a gente acende o sinal amarelo, mas, por enquanto, ainda não”, completa.
Financiamento de veículos pesados retrai

O número de financiamentos para o segmento de veículos pesados, de acordo com dados da B3, em maio de 2025, foi, no entanto, 2,1% menor do que em maio de 2024 e 2,1% inferior a abril de 2025, o pior resultado entre os segmentos. O desempenho ruim reflete o cenário macroeconômico, segundo os especialistas.

Dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), referentes a maio, mostram que o número de emplacamentos de caminhões apresentou retração de 5% em relação ao mesmo mês de 2024, assim como os implementos rodoviários, que acumularam redução de 13% no mesmo período.

O presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, atribui os maus resultados à insegurança dos transportadores quanto à economia. “O mercado de caminhões vem enfrentando um ambiente desafiador, impactado pelo aumento da Selic, do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e pelo encarecimento do crédito, dificultando as compras de veículos pesados”, afirma.

A taxa básica de juros, combinada ao aumento do IOF, tem dificultado, na avaliação do presidente da Fenabrave, a renovação de frota, sobretudo entre transportadoras que atuam nos setores do agronegócio e da construção civil, segmentos altamente dependentes de financiamento.

O presidente da Assovemg também pontuou que a retração atingiu ainda o mercado de veículos premium em Minas Gerais – aqueles veículos acima de R$ 200 mil.

Valor - SP   01/07/2025

Companhia vai produzir veículos de transporte de passageiros e carrocerias que serão exportados para países da América do Sul e da África.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 445,2 milhões para a Marcopolo produzir veículos de transporte de passageiros e carrocerias que serão exportados para países da América do Sul e da África.

O crédito foi aprovado via BNDES Exim Pré-Embarque direto, modalidade que disponibiliza os recursos diretamente ao exportador antes do embarque da mercadoria. Com sede em Caxias do Sul (RS), a Marcopolo produz ônibus, carrocerias e componentes em 11 unidades, das quais três no Brasil e oito no exterior.

A Marcopolo conta com apoio do BNDES há mais de 30 anos na área de comércio exterior. A empresa já contratou 248 operações, correspondentes a um volume de mais de R$ 5 bilhões.

“A parceria BNDES e Marcopolo tem sido fundamental para impulsionar a nossa competitividade no mercado internacional, incentivando o aumento das exportações, a geração de empregos e o nosso desenvolvimento tecnológico no Brasil. Somos uma empresa brasileira líder na produção de carrocerias de ônibus, com forte atuação global e com produtos exportados presentes em mais de 100 países”, disse o CFO da Marcopolo, Pablo Freitas Motta, em nota.

Nos últimos dois anos, o BNDES aprovou cinco operações de financiamento à produção para exportação de ônibus e carrocerias para ônibus no âmbito do BNDES Exim Pré-embarque, no valor total de cerca de R$ 741 milhões. O banco também financiou exportações de veículos e carrocerias para diversos clientes e países com a linha Exim Pós-embarque, de cerca de R$ 75 milhões.

“O apoio às exportações das empresas brasileiras está alinhado com o objetivo estratégico do governo do presidente Lula de garantir competitividade à indústria brasileira no exterior e de promover o ingresso de divisas no país e de modernização da economia. Com essa estratégia, fortalecemos setores de alto valor agregado, que geram empregos de qualidade e renda”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em comunicado.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2025

Em ano marcado pela alta de juros e por desafios no financiamento, o Top Imobiliário 2025 celebrou a resiliência do setor. Em sua 32ª edição, nesta segunda-feira, 30, a premiação consagrou a Cyrela e a Plano&Plano como as vencedoras da noite. O ranking final celebra as 10 companhias mais ativas entre construtoras, incorporadoras e vendedoras na Região Metropolitana de São Paulo.

Criado em 1993, o Top Imobiliário representa uma parceria do Estadão com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) e apoio do Secovi-SP para contemplar as maiores companhias de São Paulo com base em cinco critérios: número de empreendimentos, blocos, total de unidades residenciais, área construída e Valor Geral de Venda (VGV) lançado.

“O Estadão é o parceiro mais confiável e fiel do mercado imobiliário em São Paulo. Hoje, foi o dia de celebrar essa parceria”, comenta Erick Bretas, CEO da S/A O Estado de S. Paulo. A cerimônia de entrega dos prêmios, com a presença do governador Tarcísio de Freitas, ocorreu logo após o Summit Imobiliário, evento promovido pelo Estadão e pelo Secovi-SP que reuniu grandes executivos para pensar o presente e o futuro do setor.

Durante os painéis, em comemoração ao Dia do Mercado Imobiliário Estadão, debateram-se temas como a tendência dos apartamentos compactos, a reforma tributária e o Minha Casa, Minha Vida (MCMV). “O mercado de São Paulo é um dos mais modernos e criativos do País. E não é um setor que só constrói, ele pensa a cidade”, diz Bretas.

O diretor de jornalismo do Estadão, Eurípedes Alcântara, ressalta que “o Top Imobiliário é um reconhecimento às empresas e aos profissionais que elevam os padrões de excelência do setor e contribuem para a formação de cidades cada vez melhores”.

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida foi apontado como um dos principais motores do avanço do mercado imobiliário em São Paulo. Das mais de 119 mil unidades lançadas na capital paulista entre maio de 2024 e abril de 2025, 74,9% se enquadram no MCMV. Neste mesmo período, a cidade registrou a venda geral de mais de 110 mil unidades, sendo 64,8% no programa.

Nesse ambiente, a Plano&Plano bateu recordes históricos em 2024 ao registrar R$ 3,3 bilhões em VGV lançado, um avanço de 39,9% em relação ao ano anterior. Vencedora na categoria Construtoras no Top Imobiliário 2025, a companhia se especializou em desenvolver produtos lucrativos atuando no segmento popular.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2025

Com grande participação no mercado imobiliário, o Minha Casa Minha Vida (MCMV) responde atualmente por metade dos lançamentos e das vendas de imóveis residenciais novos em todo o País. “Isso mostra a estabilidade do MCMV, mesmo com o aumento da taxa de juros (Selic), que afeta as linhas de crédito, em especial o habitacional”, afirmou o secretário nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Hailton Madureira de Almeida, no Summit Imobiliário, realizado nesta segunda-feira, 30, em São Paulo, dentro do Dia do Mercado Imobiliário Estadão.

De acordo com Almeida, ao longo dos últimos dois anos foram feitos diversos movimentos para melhorar o cenário, entre eles, o secretário destaca a longa discussão no Supremo Tribunal Federal sobre correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o alongamento do prazo de financiamento e a redução da taxa de juros. “Hoje, o programa está estável com a expectativa de fazer 600 mil casas este ano e mais 600 mil em 2026.”

Mesmo com o avanço das iniciativas no setor imobiliário, o Brasil ainda observa o déficit imobiliário, em torno de 6 milhões de domicílios. Para Almeida, uma das explicações para essa questão é a baixa relação entre crédito imobiliário e Produto Interno Bruto (PIB), comparado a outros países.

“No Chile, a relação é de 30%, na Alemanha e nos Estados Unidos passa de 50%. Aqui, tínhamos um patamar perto de 5%, e, este ano, chegamos a 10%. No entanto, temos de planejar ir a 20%, para assim, alcançarmos o volume de 5 milhões, 6 milhões de casas.”

Além do déficit habitacional, o Brasil vivencia a inadequação de casas. De acordo com Almeida, são 20 milhões de casas nesse perfil. Pensando nesse público, o Ministério das Cidades irá lançar um programa em breve que irá oferecer crédito para melhorias habitacionais.

“O brasileiro faz uma casa por etapas, de acordo com a disponibilidade do crédito que ele tem. Com isso, é comum observamos famílias vivendo em imóveis inadequados. O Censo mostrou que há 1,3 milhão de famílias vivendo sem um banheiro em casa.”

Almeida salientou que há ainda o desenvolvimento de um programa de locação social que terá como objetivo atender o público da terceira idade, que segundo ele, conta com uma renda fixa, porém, já não tem mais o foco de financiar um imóvel no prazo de 30 anos.

A expectativa é de que os novos programas sigam o mesmo caminho que as últimas novidades do MCMV. Segundo Almeida, entre eles, está o fato de o programa ter conseguido alcançar quem ganha até dois salários mínimos.

“A família que ganha até dois salários mínimos, em São Paulo, por exemplo, provavelmente está pagando aluguel. E se ela está pagando aluguel, ela tem capacidade de pagar uma prestação. Se juntamos esforços com o financiamento da Caixa, o subsídio do MCMV, a parceria entre os governos locais, conseguimos ofertar o crédito que essa família consegue pagar e, assim, viabilizamos o imóvel”, exemplifica.

Prova dessa matemática é que, em 2024, foram feitos 200 mil financiamentos imobiliários nesta faixa. Este ano, esse grupo já representa 40% dos financiamentos. “Em um país diverso como o Brasil, para que seja possível viabilizar a estrutura financeira para a compra do imóvel é fundamental que haja várias iniciativas”, diz o diretor executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal, Roberto Carlos Ceratto.

Outro destaque foi a criação da faixa 4 do MCMV, com foco em atender o público de classe média que ganha de R$ 8 a R$ 12 mil por mês com financiamentos de até 420 meses para aquisição de moradias no valor de até R$ 500 mil, com taxas em torno de 10%.

Segundo Ceratto, o faixa 4 começou em maio e é um produto que ainda está sendo adequado, mas já apresenta resultados expressivos. “Tivemos mais 560 mil simulações no site. Além disso, já temos 12 mil unidades que estão com o processo de financiamento em andamento.”

O Dia do Mercado Imobiliário Estadão tem patrocínio da AW Realty Incorporadora e do QuintoAndar e apoio da CDHU.

O Estado de S.Paulo - SP   01/07/2025

As campeãs do 32º Top Imobiliário são a Cyrela, na categoria das incorporadoras, e a Plano&Plano, entre as construtoras. No ranking das vendedoras, o grupo Cyrela também conquistou o primeiro lugar, superando a Lopes, que caiu para vice.

O Top Imobiliário é uma parceria do Estadão com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), responsável pelos registros da chegada de novos imóveis ao mercado da capital paulista e cidades da Região Metropolitana de São Paulo.

As dez empresas com os maiores volumes de lançamentos residenciais são classificadas no ranking final, em cada uma das três categorias, e recebem troféus.

Ano-base para a premiação (entregue na segunda-feira, 30), 2024 bateu recorde com 104 mil apartamentos lançados em São Paulo, no valor global de R$ 55 bilhões, segundo o Secovi (Sindicato da Habitação).

Esse desempenho operacional “comprova a pujança de São Paulo”, diz Rodrigo Luna, vice-presidente da Plano&Plano, construtora que lançou 69 torres com 13.670 apartamentos no ano passado.

Como incorporadora, a Cyrela apresentou novos projetos com área total de 830 mil metros quadrados e, na ponta das vendas, lançou 31 condomínios com valor estimado de R$ 7,9 bilhões. Os dados são da Embraesp.

A estratégia de crescimento “é ancorada em inteligência na aquisição de terrenos, agilidade na aprovação de projetos e fortalecimento contínuo das nossas três marcas”, declara o diretor comercial do Grupo Cyrela, Orlando Pereira, referindo-se à Cyrela (luxo e alto padrão), Living (médio padrão) e Vivaz (baixa renda).

Em números redondos, foram lançadas no ano passado 65 mil moradias populares, enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida, e 39 mil de médio e alto padrões. Neste segmento, o avanço foi de 6% no volume de unidades.

Em relação ao MCMV, o salto bateu 79%, atraindo novas empresas para atuar no segmento econômico. A hegemonia se inverte quando se fala de numerário. O valor global de lançamentos (VGL) é de R$ 38 bilhões para as unidades de médio e alto padrões, enquanto para MCMV é de R$ 17 bilhões

Exame - SP   01/07/2025

É nos momentos mais adversos que o mercado imobiliário revela sua resiliência. E, neste ano, mesmo com a escalada dos juros, que acaba
estrangulando a oferta de crédito, e com o aumento no custo dos materiais de construção, é possível vislumbrar caminhos promissores para os lançamentos imobiliários, em especial, nos segmentos de luxo e econômico.

Dados do Anuário DataZAP, mostram que, entre 2023 e 2024, o volume de unidades habitacionais lançadas no país passou de 154 mil para 167 mil, um crescimento de mais de 8%. O estoque de imóveis cresceu em todas as nove capitais analisadas pelo Anuário (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Fortaleza e Recife).

O volume de imóveis transacionados (isto é, aqueles que foram de fato comercializados) também aumentou, passando de 151 mil em 2023 para 162 mil em 2024. Ou seja, as novas unidades estão vendendo. Consequentemente, os imóveis seguem se valorizando.

Segundo as parciais do Índice de Lançamentos Imobiliários, também do DataZAP, a valorização média dos imóveis nas nove capitais analisadas foi de 2,72% no primeiro trimestre deste ano, consideravelmente mais que a inflação de 1,7% registrada pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção). No acumulado anual, o preço dos lançamentos subiu 12,38%.

O que explica esse bom desempenho, apesar das dificuldades colocadas pelo cenário macroeconômico? De um lado, temos o mercado de alto
padrão, ou de “luxo”, que é mais ou menos “imune” à taxa de juros. Afinal, os compradores neste segmento recorrem bem menos ao financiamento bancário.

De outro, a habitação popular, impulsionada por programas como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que se apresenta como grande motor do bom desempenho nos últimos meses. Esse segmento foi, de longe, o maior responsável pelo crescimento registrado em 2024: cerca de 93 mil das 167 mil unidades lançadas naquele ano foram imóveis econômicos.

Os lançamentos do MCMV aumentaram 44,2% na comparação entre 2023 e 2024, e as vendas cresceram 43,3%. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mais de 40% de todos os lançamentos e imóveis vendidos no país estavam enquadrados nesse programa federal. O fenômeno tem tudo para se repetir neste ano. A Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso prevê R$ 18 bilhões para o MCMV. O governo também elevou os limites de renda dos beneficiários. É uma mudança importante, pois contempla a população de renda intermediária, justamente a que mais sofre com o aumento dos juros na hora de comprar um imóvel de médio padrão.

Não por acaso, menos de três semanas após o anúncio das mudanças no MCMV o número de simulações na Caixa Econômica Federal já ultrapassava a marca das 600 mil, sinal do enorme interesse pelas faixas de renda mais elevadas recém-criadas.

Moral da história: embora o contexto econômico do país exija um olhar mais setorizado, podemos, sim, esperar crescimento, com a habitação popular puxando o grosso dos novos lançamentos e o mercado de alto padrão seguindo suas dinâmicas próprias, relativamente independentes do cenário do crédito.

Tendo dito tudo isso, e o médio/alto padrão? Essa categoria, na realidade, segue com uma demanda considerável — segundo o Anuário DataZAP, que monitora as 10 principais capitais do país, foram vendidas 65.868 unidades, em 2024, com um aumento de 5 pontos percentuais na velocidade de vendas e valorização média de 6% no preço quando comparado com o ano anterior. Isso revela que existe um alto volume de transações e oportunidades para profissionais que atuam neste segmento. Esse cenário confirma a resiliência do mercado imobiliário brasileiro.

Rodoviário

IstoÉ Dinheiro - SP   01/07/2025

O governo de São Paulo acaba de encerrar a sua agenda internacional na Ásia após reuniões com representantes de empresas em Tóquio, no Japão. A gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), representada pelo secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, tratou sobre os projetos de concessões público-privadas do túnel imerso Santos-Guarujá (R$ 6,8 bilhões), travessias hídricas (R$ 1,7 bilhão) e o novo Centro Administrativo (R$ 5,4 bilhões).

Os encontros ocorreram com a Japan Bank for International Cooperation (JBIC), a Marubeni Corporation e a Japan International Cooperation Agency (JICA). Também houve tratativas com os grupos empresariais Hitachi e Mizuno. No encerramento da missão, a comitiva paulista se reuniu com a Nippon Export and Investment Insurance (NEXI) e com representantes do Ministério das Finanças do Japão.

Anteriormente, Benini também se reuniu com representantes de diversas empresas e instituições na China, entre elas o Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB), o Bank of China, o China Communications Construction Company (CCCC), o China Development Bank (CDB), o China-Latin America Infrastructure Forum (CLAC), a China Railway Signal & Communication Corporation (CRSC), a CRRC Corporation Limited e o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC).

De acordo com a pasta, os temas abordados envolvem garantia e mitigação de risco para investidores estrangeiros interessados nas concessões, além de sustentabilidade nas obras de infraestrutura.

A comitiva também contou com a presença do presidente da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), André Isper, e do diretor de Assuntos Corporativos da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), Augusto Almudin.

NAVAL

Valor - SP   01/07/2025

Baixos níveis dos rios pioram o quadro desafiador para o sistema logístico global.

As políticas tarifárias erráticas de Donald Trump combinadas com os baixos níveis dos rios estão provocando o pior congestionamento da cadeia de abastecimento da Europa desde a pandemia de covid-19, alertam empresas de transporte e logística.

Barcaças estão tendo que esperar por dias para coletar mercadorias e navios de contêineres enfrentam longas esperas, com os problemas – piores nos portos de Roterdã, Antuérpia e Hamburgo – devendo persistir por pelo menos vários meses.

“Todos os grandes terminais estão superlotados”, diz Caesar Luikenaar, diretor-gerente da WEC Lines, uma empresa de navegação baseada na Holanda. Diversos portos importantes da Europa estão operando com capacidade máxima, segundo Luikenaar.

Albert van Ommen, executivo-chefe da companhia de logística holandesa Euro-Rijn Group, considera o congestionamento o pior desde a pandemia, quando os fluxos de carga se mantiveram surpreendentemente fortes e sobrecarregaram portos que enfrentavam dificuldades com falta de pessoal.

Os problemas são mais um golpe para o sistema logístico global, que até recentemente permitia que muitas empresas operassem com estoques mínimos, confiantes de que os serviços regulares de transporte marítimo reabasteceriam seus produtos de forma pontual e previsível.

A Contargo, uma companhia alemã de logística, alertou seus clientes que as barcaças estão esperando em média 66 horas para carregar contêineres em Antuérpia e 77 horas em Roterdã. Normalmente, as barcaças recebem horários fixos para carregar nos terminais de contêineres, para garantir que elas possam retirar os contêineres com rapidez e eficiência.

Casper Ellerbaek, executivo sênior da DHL da Alemanha, disse que os atrasos ainda não forçaram seus clientes a suspender a produção em razão da falta de componentes, mas esse “drama” continua sendo uma possibilidade.

Van Ommen diz que em Antuérpia, o segundo porto de contêineres mais movimentado da Europa, os navios estão descarregando com três a cinco dias de atraso. “Quando vamos buscar os contêineres com as barcaças, eles não conseguem ser descarregados no horário porque os navios estão atrasados. No fim das contas, o cliente ou o usuário final é que acabam recebendo suas mercadorias com atraso”, explica Van Ommen.

As empresas de logística atribuem a crise a fatores como as grandes mudanças na política tarifária dos EUA sob o presidente Donald Trump, que forçaram as companhias de transporte marítimo a reformular suas rotas para lidar com a mudança repentina nos fluxos globais de comércio.

Os problemas estão sendo agravados pelas restrições ao carregamento de barcaças no rio Reno, depois que uma primavera seca deixou o rio raso demais.

Ao mesmo tempo, os terminais vêm lidando com um realinhamento substancial de alianças entre as companhias de navegação, depois que a Mediterranean Shipping Company da Suíça e a Maersk da Dinamarca, as duas maiores transportadoras de contêineres do mundo, encerraram o acordo de cooperação que mantinham. Essas mudanças podem levar a perturbações de curto prazo porque levam as empresas a alterar seus cronogramas ou mudar de terminais.

Enquanto isso, os portos europeus também enfrentam um aumento no volume de importações vindas da Ásia, uma vez que as tarifas elevadas dos EUA estão fazendo mercadorias serem desviadas para outros destinos.

Ellerbaek, da DHL, atribui o grande crescimento no volume de contêineres da Ásia para a Europa – que ele estima ser de cerca de 7% na comparação anual – a mudanças nas estratégias dos exportadores asiáticos.

“Se observarmos os níveis de crescimento nos diferentes segmentos, não há dúvida de que estamos vendo a Europa absorver uma fatia significativa do mercado que historicamente seria destinada ao mercado americano”, diz Ellerbaek.

Números do setor indicam que os operadores de terminais – a maior parte empresas privadas que alugam cais das autoridades portuárias públicas – estão correndo para contratar novos funcionários e comprar novos equipamentos para tentar aliviar a pressão.

A ECT, uma das principais operadoras de terminais em Roterdã, reconheceu que a instalação está “bastante movimentada”, mas insiste que o fenômeno é comum em portos do norte da Europa.

A empresa atribui os problemas a mudanças nas alianças entre companhias de navegação, ao aumento da demanda e a “incertezas geopolíticas e econômicas”. A HHLA, principal operadora de terminais de Hamburgo, não respondeu imediatamente a um pedido para comentar.

Mark Rosenberg, diretor comercial de portos e terminais da DP World, de Dubai, que controla terminais em portos como os de Antuérpia e Roterdã, diz que as equipes da companhia estão “trabalhando com empenho” para administrar o fluxo de cargas e “amenizar as interrupções sempre que possível”.

“A DP World continua empenhada em manter altos níveis de serviços, investir em capacidade e fortalecer a resiliência em toda a nossa rede de terminais na Europa para ajudar nossos clientes nesse período de transformação generalizada do setor”, diz Rosenberg.

A Autoridade Portuária de Antuérpia-Bruges, responsável pela administração pública do porto, reconheceu que há um “congestionamento prolongado e acentuado”. Acrescentou que “isso gera ineficiências operacionais de curto prazo, mas nossos sistemas continuam funcionando dentro das margens de segurança planejadas”.

Entretanto, há no setor quem demonstre pessimismo quanto à possibilidade de o congestionamento ser facilmente resolvido. Luikenaar diz que algumas companhias de navegação que atendem o mercado local na Europa estão sendo forçadas a gastar uma semana, em vez dos habituais três dias, para retirar contêineres em diferentes terminais de Roterdã e distribui-los aos portos da região.

Segundo ele, será preciso anos de investimentos em capacidade para resolver todos os problemas. “Isso não é algo que se resolve facilmente”, acrescenta.

Petro Notícias - SP   01/07/2025

O estaleiro da Sumitomo Heavy Industries, em Yokosuka, no Japão, realizou a cerimônia de corte de aço para o navio-plataforma (FPSO) destinado a um campo de Gato do Mato, operado pela Shell, no pré-sal da Bacia de Santos. A Modec será a responsável pela construção do navio, que será realizada na China e no Japão.

O FPSO será instalado a uma profundidade de aproximadamente 2.000 metros, a cerca de 200 quilômetros ao sul do Rio de Janeiro. A unidade terá capacidade para produzir até 120 mil barris de óleo por dia, com início das operações previsto para 2029.

Localizado na Bacia de Santos, o projeto Gato do Mato é uma descoberta de gás com condensado no pré-sal, abrangendo dois blocos contíguos: o BM-S-54, sob regime de concessão firmado pela Shell em 2005, e o Sul de Gato do Mato, sob contrato de partilha da produção obtido em 2017. A decisão final de investimento foi anunciada em março.

O consórcio Gato do Mato é formado pela Shell, operadora e detentora de 50% de participação, Ecopetrol (30%), TotalEnergies (20%) e a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), que representa o governo brasileiro no contrato de partilha.

A participação da Shell no projeto deverá aumentar para 70% após a conclusão do acordo recentemente anunciado com a TotalEnergies, que prevê a troca de participações nos campos de Gato do Mato e Lapa.

PETROLÍFERO

Monitor Digital - RJ   01/07/2025

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou nesta segunda-feira as informações consolidadas da evolução do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis no Brasil em 2024. O volume de obrigações da cláusula dos contratos de concessão, partilha e cessão onerosa relativa aos investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) foi de R$ 4,2 bilhões, crescimento de 8,5 % em relação ao ano anterior. Já o montante gerado de participações governamentais atingiu R$ 98,9 bilhões, um crescimento de 2% em relação ao ano anterior.

Os dados publicados estão divididos em cinco seções: Indústria Nacional do Petróleo e Gás Natural; Comercialização; Biocombustíveis; Licitação de Blocos; e Resoluções da ANP. Os dados internacionais, que futuramente comporão o capítulo 1 do Anuário, serão divulgados em 31 de julho. Os quadros, tabelas, gráficos, cartogramas e textos podem ser consultados na página Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2025.

As reservas totais de petróleo apresentaram em 2024 um incremento de 6% em relação a 2023, chegando a 29,2 bilhões de barris. Já as reservas provadas de petróleo somaram 16,8 bilhões de barris, um aumento de 6%. A produção nacional de petróleo caiu 1% em 2024 e atingiu 3,4 milhões de barris/dia. A produção de petróleo do pré-sal alcançou a média de 2,6 milhões de barris/dia no ano, cerca de 78,8% da produção do País. As exportações de petróleo alcançaram o volume de 1,7 milhão de barris/dia, já as importações de petróleo alcançaram 282 mil barris/dia.

No ano passado, as reservas totais de gás natural cresceram 5,1%, alcançando 740,5 bilhões de m³. Já as reservas provadas atingiram 546 bilhões de m³, crescimento de 5,6% em relação ao ano anterior. A produção de gás natural teve acréscimo de 2,5%, pelo décimo quinto ano consecutivo de aumento, e atingiu 153,2 milhões de m³/dia. No pré-sal, a produção de gás natural também aumentou sua participação no total nacional e correspondeu a 76,7% em 2024.

No setor de biocombustíveis, a produção de biodiesel, em 2024, foi 20,4% superior ao ano anterior em decorrência, principalmente, do aumento do teor de mistura no óleo diesel. Já a produção de etanol foi 4,2% superior ao período passado, atingindo a marca histórica de 37 bilhões de litros. O etanol hidratado apresentou maior competitividade dos preços em relação à gasolina C, o que resultou, no ano, num crescimento de 33,9% nas vendas deste combustível.

A produção nacional de derivados cresceu 1,2% em 2024 e atingiu 2,2 milhões de barris/dia, o que correspondeu a 86,4% da capacidade instalada de refino. Já as vendas de derivados pelas distribuidoras registraram crescimento de 0,6%, com destaque para as vendas de querosene de aviação, que cresceram 6,8%.

Valor - SP   01/07/2025

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, está avaliando a sugestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o Japão compre petróleo americano como forma de reduzir os desequilíbrios comerciais entre os dois países.

Ishiba reconheceu a proposta em entrevista ao "Nikkei Asia" na segunda-feira (30) , afirmando, no entanto, que “é uma possibilidade que requer uma análise mais detalhada”.

“Os EUA são, de fato, o maior produtor de petróleo, mas precisamos considerar o preço e o tipo de petróleo que eles produzem”, disse ele, acrescentando: “O petróleo é diferente do gás natural. Não se pode simplesmente dizer: ‘Sim, estamos prontos para comprar muito petróleo dos EUA’.”

Trump vem pedindo que países como Japão e Coreia do Sul invistam em campos de gás natural no Alasca — proposta que o Japão está considerando como forma de diversificar suas fontes de energia.

O comentário surge em um momento em que a segurança energética volta ao centro das preocupações econômicas do Japão, após as tensões no Estreito de Hormuz geradas pela guerra de 12 dias entre Israel e Irã neste mês. Atualmente, o Japão compra cerca de 90% de seu petróleo do Oriente Médio.

Em entrevista ao canal Fox News no domingo, Trump afirmou: “Temos um grande déficit com o Japão, e eles sabem disso. Agora temos petróleo. Eles poderiam comprar muito petróleo; poderiam comprar muitas outras coisas.”

Ishiba reforçou seu objetivo de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, defendendo a transição para fontes renováveis, energia nuclear e outras fontes limpas como hidrogênio e amônia. Segundo ele, a crise energética pode ser transformada em uma oportunidade de desenvolvimento da indústria em torno de tecnologias emergentes. Como exemplo, mencionou uma iniciativa para converter um polo petroquímico em Yamaguchi, no oeste do Japão, em uma base de produção de hidrogênio e amônia como combustíveis não emissores de carbono.

Ainda assim, as tarifas dos EUA impõem desafios ao país, cuja economia é fortemente dependente da exportação de produtos manufaturados, como automóveis. Com as eleições para a câmara alta previstas para 20 de julho, o governo Ishiba está intensificando os esforços para chegar a um acordo com os EUA.

Tóquio busca garantir isenção das tarifas automotivas de 25% impostas pelos EUA em 3 de abril, além das tarifas recíprocas que entraram em vigor em 5 de abril. A tarifa recíproca contra o Japão está programada para subir de 10% para 24% em 9 de julho.

O enviado japonês e aliado político de Ishiba, Ryosei Akazawa, retornou a Tóquio nessa segunda-feira sem resultados concretos, após a sétima rodada de negociações em Washington entre 26 e 29 de junho, que incluiu encontros com autoridades americanas como o secretário de Comércio, Howard Lutnick.

Na entrevista à Fox News, Trump alertou que as tarifas automotivas continuarão a valer para os carros japoneses caso não haja um acordo. “Eles não aceitam nossos carros, enquanto nós aceitamos milhões dos carros deles nos Estados Unidos. Isso não é justo”, argumentou.

Durante a entrevista, Ishiba disse que Tóquio está examinando práticas comerciais que possam ser vistas pelos EUA como injustas, como barreiras não tarifárias e sistemas de concessionárias.

As tarifas são apenas um dos muitos desafios econômicos que o governo Ishiba enfrenta a menos de três semanas das eleições, nas quais sua coalizão tenta manter a maioria após perder o controle da câmara baixa em outubro passado.

Outros ventos contrários incluem: inflação ressurgente, crescimento econômico fraco, tensões no Oriente Médio, e dívida fiscal massiva.

Partidos de oposição estão exigindo cortes de impostos para aliviar o peso sobre os consumidores, embora o governo esteja operando com déficits e os desequilíbrios fiscais devam aumentar com o envelhecimento da população e o crescimento dos gastos com seguridade social.

Ishiba reafirmou sua posição de não ceder aos apelos da oposição por cortes de impostos. Pesquisas recentes mostram que o apoio público ao seu gabinete está se recuperando.

O premiê disse ainda que pretende propor à oposição a criação de um painel multipartidário para debater soluções para os desafios da seguridade social do país. Ishiba destacou a importância de reduzir desperdícios no sistema, mas reconheceu que “há um limite para o quanto se pode reduzir os custos médicos”.

Com nenhuma eleição nacional marcada até outubro de 2028, Ishiba disse que, após o pleito da câmara alta, o Japão terá uma oportunidade de debater os grandes desafios nacionais.

Infomoney - SP   01/07/2025

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira, 30, enquanto o mercado segue mudando seu foco para outros fatores para além da escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio.

A possibilidade de aumento da produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), uma possibilidade para a reunião de agosto do grupo, é um dos destaques do mercado. Além disso, sinalizações da demanda, especialmente com a atividade chinesa, são destaque. Ao final do semestre, as cotações acabaram apresentando um recuo na comparação com o fim de 2024.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em baixa de 0,62% (US$ 0,41), a US$ 65,11 o barril. O WTI caiu 9,22% no semestre. Já o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,09% (US$ 0,06), a US$ 66,74 o barril. O Brent teve queda de 10,70% no semestre.
Os acordos para redução de tensões entre Israel e Irã deram “algum espaço para as expectativas de inflação e permitiu que os investidores se concentrassem nos fundamentos em vez dos riscos geopolíticos extremos”, disse o estrategista-chefe de investimentos da Saxo, Charu Chanana.

Por sua vez, o Irã diz ter “sérias dúvidas” sobre o compromisso de Israel com o cessar-fogo, segundo afirmou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, Abdolrahim Mousavi. De acordo com ele, o país respondeu ao ataque que sofreu e, caso o cessar-fogo não seja cumprido, responderão novamente.

Enquanto isso, a atividade manufatureira na China – o maior importador de petróleo bruto do mundo – encolheu pelo terceiro mês em junho. Os últimos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficiais da China sugerem que a segunda maior economia do mundo reconquistou algum ímpeto em junho, graças a uma recuperação na manufatura e no setor de construção, avalia a Capital Economics.

A consultoria britânica, no entanto, segue cautelosa em relação à perspectiva do país, uma vez que o avanço mais fraco das exportações e o menor impulso fiscal provavelmente desacelerarão a atividade no segundo semestre deste ano.

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