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02 de Maio de 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   02/05/2025

A siderúrgica informou ter alcançado um lucro líquido de US$ 805 milhões no primeiro trimestre, queda de 14,2% frente aos US$ 938 milhões no mesmo período do ano passado

A ArcelorMittal afirmou que as tarifas americanas e o apoio europeu às siderúrgicas locais estão elevando os preços, mas alertou para potenciais interrupções devido à incerteza do comércio global.

Isso pode levar a uma demanda por aço menor do que a prevista pela empresa no início deste ano, afirmou a ArcelorMittal em um comunicado na quarta-feira. Em fevereiro, a maior produtora de aço do Ocidente viu o consumo fora da China crescer de 2,5% a 3,5% este ano, à medida que os clientes reabastecem seus estoques.

Em fevereiro, o governo do presidente Donald Trump estendeu uma tarifa de 25% sobre as importações de aço para países que anteriormente estavam isentos, incluindo Canadá e México, que estão entre os principais fornecedores estrangeiros do país. A Europa também reforçou medidas protecionistas para combater a onda de oferta chinesa barata que tem pressionado os preços nos últimos anos.

"Olhando para o futuro, é apropriado ter cautela quanto às perspectivas de curto prazo", disse o CEO, Aditya Mittal, no comunicado. "A crescente incerteza em torno dos termos do comércio global está prejudicando a confiança empresarial e corre o risco de causar mais perturbações econômicas se não for resolvida rapidamente."

Não está claro se a crescente guerra comercial beneficiará ou prejudicará os negócios. A ArcelorMittal tem fluxos significativos de materiais de suas operações no Canadá e no México para os EUA, mas salvaguardas mais rígidas na Europa e na Índia também podem potencialmente aumentar os lucros nessas regiões.

No início deste mês, a União Europeia anunciou que adiaria por 90 dias a implementação de suas contratarifas contra os EUA em resposta às taxas impostas às suas exportações de aço e alumínio. No entanto, o bloco alertou que as medidas entrarão em vigor caso as negociações não produzam resultados satisfatórios.

A siderúrgica informou ter alcançado um lucro líquido de US$ 805 milhões no primeiro trimestre, queda de 14,2% frente aos US$ 938 milhões no mesmo período do ano passado. Apesar da queda, o resultado representa uma melhora significativa em relação ao prejuízo líquido de US$ 390 milhões registrado no último trimestre de 2024.

As vendas caíram 9% em relação ao ano anterior, para US$ 14,8 bilhões, mas ficaram praticamente estáveis em relação ao trimestre anterior, segundo a empresa.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização do primeiro trimestre, de US$ 1,58 bilhão, superou as estimativas de US$ 1,56 bilhão.

Valor - SP   02/05/2025

Empresa espera, contudo, que os resultados melhorem no 2º tr, impulsionados pelas operações da Argentina, enquanto a Usiminas, no Brasil, deve se manter estável, mitigando números piores no México

A Ternium teve lucro de US$ 67 milhões no primeiro trimestre, queda de 81,4% na comparação anual. As receitas da siderúrgica ítalo-argentina chegaram a US$ 3,93 bilhões, redução de 18% sobre o mesmo período de 2024.

Confira os resultados e indicadores da Usiminas e das demais companhias de capital aberto no portal Valor Empresas 360

A companhia destaca melhoria de margens nas suas operações de siderurgia e nos volumes de minério de ferro, o que ajudou a reduzir o impacto nos resultados dos menores preços.

A companhia movimentou 3,85 milhões de toneladas de aço no primeiro trimestre, redução de 1% no ano. Já a movimentação de minério de ferro chegou a 1,79 milhão de tonelada, alta de 26% no mesmo período.

A empresa espera que seus resultados melhorem de maneira sequencial no segundo trimestre, impulsionados pelas operações da Argentina, enquanto a Usiminas, no Brasil, deve se manter estável, mitigando números piores no Méxicoo.

IstoÉ Online - SP   02/05/2025

A Vallourec fechou um contrato com a Allseas para o fornecimento de aproximadamente 18 mil toneladas de tubos premium de aço carbono sem costura, destinados ao projeto offshore Búzios 10, operado pela Petrobras no campo de Búzios, no Rio de Janeiro. A fabricação dos tubos será totalmente nacional, realizada na unidade da empresa em Jeceaba (MG), o que reduzirá significativamente a pegada de carbono do projeto.

O contrato, cujo valor não foi revelado, inclui ainda uma opção adicional para quase 5 mil toneladas de tubos. A iniciativa reforça o posicionamento estratégico da Vallourec no mercado brasileiro, especialmente em projetos offshore complexos. O acordo também inclui o uso do Pipe Navigator, uma plataforma digital que permite o acesso facilitado a documentos e análises relacionados aos produtos fornecidos.

Segundo a Petrobras, a previsão é que a instalação da infraestrutura submarina, a cargo da Allseas, comece no terceiro trimestre de 2026, com início da produção previsto para 2028. A plataforma envolvida, a P-82, terá capacidade diária de produção de 225 mil barris, fortalecendo ainda mais a liderança brasileira em produção no pré-sal. Com informações de Notícias de Mineração.

IstoÉ Online - SP   02/05/2025

A Gerdau reportou um Ebitda ajustado de R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre de 2025, superando as expectativas dos analistas, apesar de representar uma queda anual de aproximadamente 15%. O lucro líquido ajustado foi de R$ 758 milhões, uma redução de 39% comparado ao mesmo período do ano anterior, refletindo principalmente desafios no mercado brasileiro.

O desempenho positivo foi impulsionado especialmente pelos resultados robustos na América do Norte, onde a receita líquida avançou mais de 16% em relação ao trimestre anterior. Este crescimento foi atribuído à maior demanda nos Estados Unidos, motivada por mudanças favoráveis na política comercial, incentivando clientes a aumentar estoques de aço produzido localmente.

A receita líquida total da empresa alcançou R$ 17,38 bilhões, um crescimento anual de 7,2%, também acima das projeções do mercado. A estabilidade no desempenho operacional em relação ao trimestre anterior, sustentada pelos bons resultados na América do Norte, reforça a capacidade da Gerdau de navegar por condições desafiadoras e capitalizar oportunidades estratégicas no cenário internacional. Com informações de Infomoney.

Monitor Digital - RJ   02/05/2025

A indústria de processamento de aço no Estado do Rio de Janeiro está com o alerta vermelho ligado neste início de 2025. As medidas antidumping anunciadas pelo Governo Federal no ano passado, com o intuito de frear a escalada do aço importado na indústria brasileira, não surtiram o efeito esperado, e o setor já fala em congelar os investimentos e estuda demissões que podem chegar até 30% de toda a cadeia produtiva do aço até o final de 2025.

Anunciada em junho do ano passado, pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), o Governo Federal elevou para 25% o imposto de importação de vários tipos de aço e estabeleceu cotas de volume de importação para esses produtos. No entanto, o mercado externo, principalmente o chinês, onde a produção de aço conta com o subsídio do governo local, também acompanhou essas medidas, reduzindo em mais 13,3% o valor do produto em 2024. Resultado, a importação subiu 24% no ano passado, na comparação com 2023, chegando à marca de 6,2 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Aço Brasil.

Essa crescente atinge em cheio as indústrias chamadas processadoras de aço, que são conhecidas como indústria de transformação. Apesar de não fazerem parte da produção de aço nacional, o setor metalmecânico fluminense tem sido severamente impactado com a enxurrada de produtos manufaturados, como aços planos, produtos da linha branca e folhas de flandres, afetando toda a cadeia industrial.

De acordo com a Associação dos Processadores de Aço do Estado do Rio de Janeiro (Aproaço), somente o setor de processamento gera cerca de 20 mil empregos diretos no estado, com uma arrecadação de R$ 4,5 bilhões em impostos. No cenário atual, com a perda da competitividade frente ao mercado externo, a estimativa é que um terço dos empregos sejam perdidos no estado em empresas de médio e grande porte, além do fechamento de indústrias de pequeno porte, gerando uma grave crise no setor.

“A conta é bem simples. Não existe competitividade com o mercado externo quando o produto importado chega ao Brasil mais barato do que o próprio custo de sua produção local. A gama de produtos que estão sendo enviados ao Brasil só está aumentando. Diante disso, qual a necessidade da nossa mão de obra? E porque o empresário deve continuar investindo na expansão industrial, em equipamentos e tecnologia? São perguntas que nos levam a enxergar um cenário caótico, caso não consideremos medidas mais justas de proteção a indústria brasileira e de preservação dos empregos. Estamos falando de mais de 100 mil trabalhadores, diretos e indiretos, que vivem do setor do aço, somando o polo siderúrgico, a cadeia metalmecânica e a área de serviço”, explicou Haroldo Filho, presidente da Aproaço.

Posicionado entre os 10 maiores produtores de aço no mundo, o Brasil tem no Estado do Rio de Janeiro o segundo maior produtor nacional, com 8,626 milhões de toneladas produzidas em 2024. No entanto, sem uma perspectiva concreta de quais medidas antidumping serão adotadas pelo governo brasileiro neste ano, frente a escalada do aço importado, o setor já acena para uma possível redução na produção e reavaliação de investimentos. Esse prognóstico, de acordo com Haroldo Filho, vai refletir diretamente no setor de processamento, causando uma segunda onda de prejuízos e demissões.

“Estamos falando de um grande efeito dominó. Se as siderúrgicas – que estão no topo da cadeia produtiva – acumulam prejuízos pela falta de regras comerciais mais justas quanto a importação do aço, a consequência será sentida por todos abaixo deste guarda-chuva. Teremos menor competitividade, redução na demanda e perda direta de mão de obra. Não há como frear esse reflexo negativo nos processadores de aço, sem que seja adotado um caminho diferente do cenário até o momento. O aço excedente subfaturado do mercado externo vai colapsar a economia de municípios no Estado do Rio”, explicou o presidente da Aproaço.

No Sul Fluminense, região que concentra grande parte das indústrias processadoras de aço no estado, devido sua proximidade com as usinas siderúrgicas, o cenário pode ser ainda mais devastador. Muitas cidades cresceram nas últimas décadas, em especial nos últimos 10 anos, por conta do desenvolvimento do setor industrial. O município de Pinheiral, por exemplo, com cerca de 25 mil habitantes, possui 19 indústrias processadoras de aço, que somadas correspondem a 40% dos empregos de carteira assinada. Em Barra do Piraí, dos 16 mil postos de trabalho, 30% correspondem ao setor industrial. Já Volta Redonda, um a cada quatro empregos de carteira assinada são oriundos do setor do aço.

De acordo com a Aproaço, um processo de desindustrialização pode gerar mais do que o fechamento das empresas e perdas de emprego. A consequência avaliada pela associação é de um cenário econômico caótico devido a perda da renda das famílias e queda acentuada na arrecadação dos municípios.

“A arrecadação de impostos em Pinheiral aumentou de R$ 87 milhões para R$ 186 milhões nos últimos sete anos, devido ao crescimento da indústria de processamento de aço. Uma recessão do setor impacta diretamente nos investimentos de uma administração pública, que terá menos recursos e mais gente desempregada. E este efeito cascata atingi o mercadinho do bairro, o salão de cabeleireiro, os prestadores de serviço, já que a circulação de dinheiro será extremamente menor. Isso sem avaliar os empregos indiretos no setor de transporte e logística. Por isso, ao falar de mecanismos de defesa comercial, estamos avaliando muito mais do que números e o faturamento das empresas. O que está em jogo é a manutenção de milhares de empregos que serão preservados através de regras mais justas, que funcionam como uma segurança jurídica para que o segmento possa continuar investindo e fazendo do aço um meio para o desenvolvimento econômico do estado, que tem no setor cerca de 10% do seu PIB”, finalizou.

Já segundo o Instituto Aço Brasil, embora o uso do aço no país esteja em constante crescimento – com produção de 33,7 milhões de toneladas em 2024 -, o setor enfrenta desafios, principalmente no mercado externo. A queda nas exportações (-18,1%), o aumento das importações e as novas tarifas de 25% impostas pelos EUA impõem limites à competitividade internacional, exigindo estratégias ágeis e investimento contínuo em tecnologia e eficiência.

CNN Brasil - SP   02/05/2025

A ArcelorMittal alertou nesta quarta-feira (30) que os atrasos na resolução das interrupções do comércio global devido às tarifas de importação poderão afetar suas previsões iniciais de consumo de aço para este ano, particularmente nos Estados Unidos e na China.

As ações da siderúrgica, que chegaram a cair 4% mais cedo, recuavam 1,7% perto do final do pregão europeu, pressionadas pelos comentários de executivos da companhia que ofuscaram o resultado da empresa no primeiro trimestre, que ficou acima do esperado pelo mercado.

A segunda maior siderúrgica do mundo havia dito anteriormente que esperava para 2025 um crescimento da demanda global de aço de 2,5% a 3,5%, excluindo a China, o maior consumidor e produtor mundial da liga.

“Olhando para o futuro, uma medida de cautela sobre a perspectiva de curto prazo é apropriada.”

“O aumento da incerteza em relação aos termos do comércio global está prejudicando a confiança dos negócios e corre o risco de causar mais perturbações econômicas se não for resolvido rapidamente”, disse o presidente-executivo, Aditya Mittal.

Os produtores de aço europeus já estavam enfrentando aumento de custos de energia e intensa concorrência de importações chinesas, fatores agravados pelas tarifas de importação dos EUA.

Os comentários da ArcelorMittal ecoaram os feitos pela sueca SSAB, que disse esperar uma perspectiva mais incerta para suas divisões de aço devido às tarifas.

A ArcelorMittal teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$1,58 bilhão no primeiro trimestre, superando a estimativa média de analistas de US$1,55 bilhão, segundo dados da empresa.

A companhia vendeu cerca de 13,6 milhões de toneladas de aço no primeiro trimestre, um pouco acima do período do ano anterior.

Ainda assim, o grupo disse que os spreads do aço na Europa se recuperaram de níveis insustentavelmente baixos, com a perspectiva reforçada por um plano de ação da Comissão Europeia anunciado em março para tornar o setor siderúrgico europeu mais competitivo e protegê-lo do impacto das tarifas dos EUA.

A ArcelorMittal reafirmou perspectiva de investimento em 2025, mantendo a previsão na faixa de US$ 4,5 bilhões a US$ 5,0 bilhões para o ano.

Grandes Construções - SP   02/05/2025

A Belgo Arames completa 50 anos de atividades neste mês de abril. Criada em 1975, a empresa é fruto da parceria estratégica no Brasil entre a ArcelorMittal, uma das maiores produtoras de aço do mundo, e a Bekaert, maior fabricante mundial de arames.

Com sede em Contagem (MG), a produtora de arames possui oito plantas industriais nos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Em meio às comemorações, a Belgo reforça os seus pilares estratégicos nas áreas de Inovação, Gente, Cliente, Desempenho e Sustentabilidade e segue de olho no futuro.

“Ao celebrar nossos 50 anos de história, reafirmamos nosso compromisso com investimentos estratégicos em inovação tecnológica, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento humano”, afirma Rodrigo Archer, CEO da empresa.

Um exemplo é o investimento na fábrica de telas, em Contagem (MG), com a finalidade de ampliar a capacidade da produção de cercamentos urbanos e da linha de gradis para a proteção de máquinas e equipamentos em 2025.

Trajetória – A operação da Belgo Arames teve início com a inauguração de sua primeira unidade fabril produtora de steel cord (arame para pneus) da América Latina.

Com investimentos contínuos em tecnologia e processos ao longo dos anos, a empresa tem ampliado sua atuação e hoje atende os segmentos automotivo, agronegócio, cercamentos urbanos, construção civil, óleo e gás, energia, telecom e aplicações especiais. Ela oferece um mix de produtos e serviços que atendem com tecnologia de ponta, confiabilidade e qualidade aos mais diversos perfis de clientes.

O impacto dessa jornada de meio século está presente no dia a dia de milhares de brasileiros, muitas vezes sem que percebam. Do arame que protege os patrimônios até as molas do colchão para o descanso.

De cinco pneus produzidos no Brasil, afirma a empresa, quatro possuem arames steel cord da Belgo, que garantem mais segurança aos motoristas. Além do arame para pneus, o seu portfólio de produtos e soluções conta com fibras de aço e cordoalhas para a construção civil; arame para flexpipe (mangueira para extração de petróleo), arame para cabos e torres de transmissão de energia e dados e até arames para linha branca (trempe de fogão, geladeira, etc).

“Além disso, Belgo é referência no agronegócio brasileiro com arames lisos e farpados líderes em seus segmentos”, diz Archer.

Planos – Para 2025, o foco da Belgo está no fortalecimento de sua posição no mercado por meio de investimentos em tecnologia avançada de automação, como o uso de Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT).

Para os próximos anos, a empresa também deverá investir em infraestrutura, sustentabilidade, desenvolvimento de talentos, diversidade e inclusão.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu pistas de como será o seu governo nos próximos meses ao avaliar os 100 primeiros dias do seu segundo mandato à frente da Casa Branca. O republicano demonstrou confiança de que a sua agenda econômica produzirá bons frutos, indicou que as tarifas recíprocas são só o começo e voltou a fazer críticas ao Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

“Mal começamos. Você ainda nem viu nada. Está tudo a caminho”, disse Trump, no início de seu discurso, que durou uma hora e meia, na cidade de Warren, em Michigan.

O republicano celebrou a queda da inflação nos primeiros 100 dias do seu governo, dizendo que o valor dos ovos, da gasolina, da energia, de medicamentos e as taxas das hipotecas estão em queda. Nos arredores, contudo, americanos se queixavam de preços ainda elevados, conforme relatos da imprensa americana. O índice de confiança do consumidor americano caiu de 92,9 em março para 86 em abril, abaixo das expectativas de analistas consultados pela Factset.

Pesquisas recentes têm apontado maior rejeição ao governo Trump, um sinal de que suas políticas focadas em questões comerciais e imigratórias não estão agradando. Em Wall Street, bancos e consultorias têm cortado as projeções de crescimento dos EUA neste ano em meio às incertezas. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) passou a prever uma recessão suave nos EUA no segundo semestre.

“Será um impacto enorme para todos. Leva um tempo para se concretizar, mas já estamos vendo os efeitos no sentimento do consumidor, nos mercados e na popularidade de Trump”, disse o CEO da consultoria Eurasia, Ian Bremmer, em vídeo compartilhado em seu perfil no X, após o discurso de Trump sobre os 100 primeiros dias de governo.

O republicano voltou a dizer que a prioridade do seu governo não é o mercado financeiro, mas as ruas. “Eu gosto de Wall Street, mas eu ainda gosto mais da Main Street”, disse, citando o termo que é usado com frequência em seu governo para se referir à economia local.

Trump voltou a criticar o presidente do Fed, Jerome Powell. “A inflação está basicamente baixa, e as taxas de juros caíram, apesar de eu ter uma pessoa no Fed que não está fazendo um bom trabalho”, disse Trump. Na sequência, afirmou que não se deve criticar o Fed e que a autoridade deve ter independência para fazer o que quiser. “Mas eu sei muito mais do que ele (Powell) sobre taxas de juros”, emendou.
Risco fiscal e big techs

Para a britânica Capital Economics, os próximos 100 dias do governo Trump devem ser marcados por uma mudança de foco de tarifas e comércio para política fiscal. Essa poderia ser uma agenda mais positiva para a economia dos EUA, bem como para os ativos americanos, na sua visão. “Embora o fluxo aparentemente interminável de notícias sobre tarifas tenha dominado o discurso no último mês, suspeitamos que a política fiscal será o maior foco doméstico nos próximos 100 dias”, diz o economista-chefe da Capital Economics para os EUA, Paul Ashworth.

Ele alerta para riscos também no campo fiscal. Se um acordo não for alcançado no Congresso, os mercados podem ficar ainda mais nervosos com o teto da dívida americana, que atingiria um ponto crítico em agosto ou setembro, na sua visão. O secretário do Tesouro americano, Scott Besset, disse que espera que o projeto de lei fiscal seja assinado e entregue até o dia 4 de julho. Por sua vez, Trump afirmou que culpará os democratas se o acordo para o corte de impostos não for fechado no Congresso.

Em Wall Street, há a expectativa de recuperação dos ativos americanos após o golpe tarifário, que derrubou o valor das ações, estressou o mercado de títulos, em especial, do Tesouro dos EUA, e desvalorizou o dólar frente a outras moedas fortes. “Os próximos 100 dias serão mais favoráveis para o mercado de ações e o dólar à medida que o foco de seu governo muda para a política fiscal”, prevê o economista-chefe de Mercados da Capital Economics, John Higgins.

De acordo com ele, o comportamento dos mercados financeiros vai influenciar nos próximos 100 dias da gestão Trump 2.0 e também a reação do mundo empresarial. Quanto ao mundo corporativo, Higgins diz que as empresas podem adotar “barreiras eficazes” contra as políticas de Trump.

Reportagem do Punchbowl News indicou que a Amazon passaria a exibir o impacto das tarifas no preço final dos produtos, mas a companhia desmentiu tal intenção. Ao falar a jornalistas, mais cedo, Trump disse que ligou para o fundador da Amazon, Jeff Bezos, e o chamou de “boa pessoa”. Em seu discurso, ele mencionou investimentos da big tech e de outras gigantes da tecnologia como Apple, Nvidia e TSMC, de chips.

Depois das doações milionárias e gestos públicos de apoio, as lideranças do Vale do Silício se calaram em meio ao tarifaço. Diferentemente de Wall Street, que criticou em peso as alíquotas muito acima do esperado, os magnatas das big techs têm preferido atuar nos bastidores e não bater de frente com o republicano, conforme relatos da imprensa internacional.

Ao falar a apoiadores, Trump citou ainda Elon Musk e disse que o bilionário ajudou muito os EUA através do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), com “cortes de gastos, eficiência e descoberta de fraudes”. Para a Capital Economics, o Doge “parece ter tido sucesso limitado” e pode ser “silenciosamente arquivado” nos próximos 100 dias de seu governo.

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2025

A economia dos Estados Unidos encolheu em um ritmo anual de 0,3% de janeiro a março, a primeira queda em três anos. Ela foi desacelerada por um aumento nas importações, já que as empresas americanas tentaram comprar produtos estrangeiros antes que o presidente Donald Trump impusesse tarifas maciças.

A expansão de janeiro a março do Produto Interno Bruto (PIB) — a produção de bens e serviços do país — caiu após avanço de 2,4% nos últimos três meses de 2024. As importações diminuíram em 5 pontos percentuais o crescimento do primeiro trimestre. Os gastos dos consumidores também sofreram forte desaceleração. E os gastos do governo federal caíram 5,1%.

Mas o investimento empresarial cresceu 21,9%, pois as empresas investiram em equipamentos. E uma categoria nos dados do PIB que mede a força subjacente da economia cresceu a uma taxa anual saudável de 3% de janeiro a março, acima dos 2,9% no quarto trimestre de 2024. Essa categoria inclui gastos do consumidor e investimento privado, mas exclui itens voláteis como exportações, estoques e gastos do governo.

Trump herdou uma economia sólida que havia crescido constantemente, apesar das altas taxas de juros impostas pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) para combater a inflação.

Suas políticas comerciais erráticas — incluindo tarifas de 145% sobre a China — paralisaram as empresas e ameaçaram aumentar os preços e prejudicar os consumidores

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2025

O PIB dos Estados Unidos caiu no primeiro trimestre pela primeira vez desde 2022. Foi uma desaceleração forte; após crescimento médio trimestral de 3% nos últimos dois anos, a maior economia do mundo agora encolheu 0,3%. As tarifas de Donald Trump foram as principais responsáveis por isso: o PIB caiu porque as empresas correram para importar produtos e formar estoques antes que as novas taxas entrassem em vigor.

Com esses números, é possível que os Estados Unidos já estejam em recessão. Mas quanto tempo ela pode durar? A resposta permanece intimamente ligada à análise do próprio Trump e ao seu processo decisório. Este, aliás, foi um dos temas centrais das reuniões de instituições financeiras, em Washington, na semana passada, à margem do encontro semestral do FMI e do Banco Mundial.

Investidores do mundo inteiro discutiram os limites do impulso protecionista dos EUA e avaliaram como outras iniciativas de Trump — como a reforma do Estado e as disputas com o sistema judiciário — podem influenciar o cenário político e econômico.

Cabe destacar que o Brasil ocupou posição secundária nessas discussões, com menor interesse em comparação a anos anteriores. Na América do Sul, o foco recaiu sobre a Argentina e seu novo regime cambial.

Voltando a Trump, parte das discussões concentrou-se nos momentos em que o presidente demonstrou flexibilidade, ou mesmo recuou em algumas iniciativas. Um exemplo foi a decisão de suspender por 90 dias a aplicação de tarifas recíprocas acima de 10%, além do tom mais moderado diante da possibilidade de demitir o presidente do Federal Reserve.

Durante os debates em Washington, analistas se debruçaram sobre esses sinais. A maioria concorda que Trump está empenhado em impor sua visão de país — incluindo tarifas em patamares historicamente elevados —, mas diverge quanto aos detalhes das negociações comerciais, cortes de gastos, iniciativas de desregulamentação e diversos outros pontos.

Muitas dessas políticas, inclusive, estão em permanente contradição, alimentando tensões internas na equipe e ampliando a imprevisibilidade. O que une assessores e conselheiros do presidente, até agora, é a lealdade incondicional ao chefe. Assim, o núcleo decisório da Casa Branca permanece centralizado e marcado pela impulsividade pessoal de Trump.

Nos momentos de recuo recentes, dois pontos merecem atenção. Primeiro, muitos desses movimentos coincidiram com deterioração aguda nos mercados de juros futuros. A Casa Branca parece atenta ao risco de elevação mais acentuada do custo de capital ou, no limite, a uma crise de liquidez. Em segundo lugar, Trump demonstrou sensibilidade à pressão de grandes grupos empresariais. Quando “campeãs nacionais” alertaram a administração sobre os riscos das tarifas, o presidente abriu exceções nos setores de tecnologia e automóveis.

Ainda assim, o muro tarifário segue firme, assim como as demais prioridades da agenda econômica de Trump. Para uma mudança mais robusta de estratégia, será necessário um fator adicional: queda ainda mais pronunciada de popularidade. Pesquisas de opinião já indicam piora para a Casa Branca, como taxa média de aprovação em 44%, mas o desconforto tem estado mais associado ao estilo de governar do presidente, e não ao conteúdo de sua agenda. A tendência é que um impacto maior nas pesquisas demore mais tempo, provavelmente meses, para se traduzir em mudança efetiva de rumo.

Infomoney - SP   02/05/2025

O apetite dos investidores estrangeiros por ativos dos Estados Unidos pode diminuir, a menos que o dólar se desvalorize ainda mais, disse o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius, alertando que uma trajetória descendente é esperada mesmo na ausência de uma desaceleração econômica significativa.

“O dólar ainda está muito valorizado Espero que os investidores estrangeiros estejam menos dispostos a continuar aumentando a participação dos EUA em seus portfólios”, disse Hatzius em uma entrevista.

Hatzius disse que, embora os EUA mantenham vantagens importantes, como tendências de produtividade mais altas em comparação com a Europa, o desempenho relativo do país está começando a se desgastar, e isso provavelmente se mostrará mais claramente nos mercados de câmbio.

Os EUA têm um déficit em conta corrente de mais de um trilhão de dólares, o que significa que o país depende da demanda externa para financiar seu déficit comercial, disse Hatzius.

Porém, com a participação dos ativos dos EUA nos portfólios de investidores estrangeiros já em níveis elevados, será difícil sustentar as necessidades de financiamento sem uma desvalorização do dólar, disse ele.

O índice do dólar caiu cerca de 9% desde a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, uma vez que os planos do governo de impor tarifas sobre os parceiros comerciais abalaram os investidores e prejudicaram os mercados financeiros.

A possibilidade de contração da economia dos EUA ganhou força no mercado nos últimos meses devido às políticas protecionistas de Trump, mas Hatzius disse que o dólar deve cair mesmo sem uma recessão nos EUA.

“Se a economia desacelerar mais e o (Federal Reserve) reduzir mais a taxa de juros, isso contribuiria para o caso mas não estou defendendo a desvalorização do dólar com base em uma previsão de recessão ou em cortes muito agressivos de juros, acho que haverá uma desvalorização do dólar mesmo que os cortes sejam relativamente moderados.”

Hatzius disse que o Fed poderia estar em posição de cortar a taxa de juros já na próxima semana, quando ocorrerá sua reunião de política monetária, se o banco central dos EUA não tivesse sido limitado pelo impacto inflacionário das tarifas.

“Se não fosse pelo fato de que esse choque negativo no crescimento está ocorrendo juntamente com um choque positivo na inflação, eles (Fed) já estariam pensando em cortar”, disse Hatzius.

Na semana passada, as autoridades do Fed levantaram a possibilidade de o banco central dos EUA estar aberto a reduzir os juros nos próximos meses se o impacto inflacionário das tarifas for temporário.

Essas falas foram feitas após um discurso do chair do Fed, Jerome Powell, neste mês que deixou os investidores preocupados com a possibilidade de o banco central relutar em reduzir os juros.

O Goldman Sachs espera uma contração no crescimento econômico do primeiro trimestre dos EUA, mas não está projetando uma recessão para este ano, embora Hatzius tenha dito que as previsões econômicas são difíceis devido à alta incerteza contínua sobre as tarifas.

A estimativa antecipada do Produto Interno Bruto para o primeiro trimestre será divulgada na quarta-feira e deverá mostrar uma desaceleração acentuada para 0,3%, de 2,4% no quarto trimestre, de acordo com uma pesquisa da Reuters.

O Goldman espera que o crescimento econômico dos EUA desacelere para 0,5% no quarto trimestre, em relação ao ano anterior. O banco espera três cortes nos juros, de 25 pontos-base cada, em junho, julho e setembro.

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2025

A dívida bruta deve ultrapassar a marca de R$ 10 trilhões em 2026, segundo reportagem publicada pelo Estadão/Broadcast, e o gasto com o pagamento dos juros deve chegar a R$ 1 trilhão ainda neste ano, cifra inédita na série de estatísticas fiscais do Banco Central (BC) iniciada em 2001. Os dados ilustram a escalada do endividamento público e provam a insuficiência do arcabouço fiscal como instrumento para estabilizar sua trajetória.

Nos últimos dez anos, a dívida bruta mais que dobrou. De R$ 3,252 trilhões em 2014, o endividamento atingiu R$ 8,984 trilhões no fim do ano passado. Na proporção do Produto Interno Bruto (PIB), por sua vez, o avanço foi de cerca de 20 pontos porcentuais, de 56,28% para 76,50% do PIB. Em 2028, a projeção é de que ela atinja R$ 11,314 trilhões, o equivalente a 89,27% do PIB, segundo previsões do mercado coletadas pelo BC.

O governo Lula da Silva sustenta não haver riscos de insolvência, cenário com o qual ninguém, de fato, trabalha no mercado financeiro. Mas isso não significa que não haja problemas, pois uma dívida elevada é, por óbvio, cara. Segundo o BTG Pactual, apenas a Bolívia precisa captar mais dinheiro que o Brasil para rolar sua dívida.

Ainda que não haja expectativa de calote, o aumento da dívida causa impactos na inflação e exige do Banco Central que mantenha a taxa básica de juros elevada por mais tempo, o que afasta investimentos e dificulta o crescimento econômico.

Não é por outra razão que economistas cobram do governo que faça um ajuste fiscal e volte a alcançar superávits primários, ou seja, um saldo positivo entre receitas e despesas, com exceção dos gastos com juros da dívida. Eis o único caminho para conter o endividamento e, consequentemente, os juros e a inflação de maneira sustentável.

Com uma meta de inflação a perseguir, o BC não pode simplesmente baixar os juros para impedir que a dívida e seu custo aumentem mais. O governo, no entanto, ajudaria muito se trabalhasse em conjunto com o BC para fazer da política fiscal uma aliada da política monetária, e não sua oponente.

Seria, ademais, uma maneira de desobstruir os canais de transmissão da política monetária, que hoje, nas palavras do presidente do BC, Gabriel Galípolo, exigem que “as doses do remédio sejam mais elevadas para que você consiga atingir o mesmo efeito”.

Mas o governo já deu mostras suficientes de que não fará nada nesse sentido. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reconheceu que o arcabouço fiscal terá de ser modificado, mas afirmou que isso só será possível em 2027 – ou seja, depois das eleições presidenciais de outubro do ano que vem.

Uma vez que se coloca de forma tão contrária à revisão de gastos, o governo deveria ao menos preservar a arrecadação para impedir a piora da dívida até lá. Mas não é o que tem ocorrido. A prometida reforma do Imposto de Renda foi abandonada para dar lugar a um projeto cujo principal objetivo é isentar todos aqueles que ganham até R$ 5 mil mensais.

O governo tampouco conseguiu encontrar espaço para incluir programas prioritários em sua agenda no Orçamento, como o Pé-de-Meia, que paga bolsas para incentivar estudantes de baixa renda a concluírem o ensino médio. Até agora, também não encontrou uma forma de financiar o Auxílio Gás, que terá o alcance quadruplicado até o ano que vem.

E, enquanto o BC aumenta os juros para conter a demanda e a inflação, o governo abre a torneira para ampliar o crédito consignado privado e criar mais uma faixa para financiar a aquisição de moradias pela classe média no Programa Minha Casa Minha Vida.

Culpar o ex-presidente do BC foi a estratégia do governo enquanto a instituição esteve sob a liderança de Roberto Campos Neto, e na falta de um discurso melhor a ladainha foi repetida depois das reuniões do Copom de janeiro e março.

É por essas e outras que o mercado financeiro passou a acompanhar a evolução da dívida bruta com lupa nos últimos meses. Pouco importa alardear o cumprimento da meta de déficit zero quando várias despesas são excluídas do cálculo. A dívida fala mais alto.

IstoÉ Dinheiro - SP   02/05/2025

A atividade industrial da China contraiu em abril no ritmo mais rápido em 16 meses, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 30, mantendo vivos os apelos por mais estímulos já que o pacote de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interrompeu dois meses de recuperação.

A leitura contrasta com a convicção das autoridades chinesas de que a segunda maior economia do mundo está bem posicionada para absorver o choque comercial dos EUA e sugere que a demanda doméstica continua fraca, já que os proprietários de fábricas lutam para encontrar compradores alternativos no exterior.

Os fabricantes vinham adiantando as remessas em antecipação aos impostos, mas a chegada dos impostos pôs fim a essa estratégia – pressionando as autoridades para que finalmente abordem o reequilíbrio da economia.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial da China caiu para 49,0 em abril, contra 50,5 em março, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas, a leitura mais baixa desde dezembro de 2023 e abaixo da expectativa de 49,8 em uma pesquisa da Reuters. O PMI não manufatureiro, que inclui serviços e construção, caiu de 50,8 para 50,4, mas permaneceu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

“A queda acentuada nos PMIs provavelmente superestima o impacto das tarifas devido aos efeitos do sentimento negativo, mas ainda sugere que a economia da China está sob pressão à medida que a demanda externa esfria”, disse Zichun Huang, economista de China na Capital Economics. “Embora o governo esteja intensificando o apoio fiscal, é improvável que isso compense totalmente o peso, e esperamos que a economia cresça apenas 3,5% este ano.”

Huang acrescentou que a negatividade entre os entrevistados da pesquisa “provavelmente exagera o impacto das tarifas”, observando que “o índice de novos pedidos de exportação caiu de volta ao seu nível mais baixo, sem contar as interrupções causadas pela Covid-19, desde abril de 2012”.

A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aplicar sobre a China tarifas de importação de 145% ocorre em um momento particularmente difícil para a China, que está lutando contra a deflação devido ao crescimento lento da renda e a uma prolongada crise imobiliária.

Pequim tem dependido amplamente das exportações para sustentar a frágil recuperação econômica desde o fim da pandemia e só começou a tomar medidas para impulsionar a demanda doméstica de forma mais séria no final do ano passado.

Zhao Qinghe, estatístico da agência de estatísticas, disse que a queda se deveu em grande parte a “mudanças acentuadas no ambiente externo (da China)”, em uma nota que acompanha a divulgação.

Uma pesquisa separada do setor privado, também divulgada nesta quarta-feira, mostrou queda acentuada nos novos pedidos de exportação e uma desaceleração geral da atividade industrial.

O PMI de indústria do Caixin/S&P Global caiu a 50,4 em abril, de 51,2 em março.

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2025

Tarifas mais altas sobre importações de produtos chineses aos Estados Unidos estão prejudicando a segunda maior economia do mundo, à medida que os pedidos de exportação despencam, segundo pesquisas mensais com gerentes de fábricas chinesas divulgadas nesta quarta-feira, 30.

A pesquisa oficial da Federação Chinesa de Logística e Compras mostra que os pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril, com Pequim e Washington em um impasse após o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenar tarifas combinadas de até 145% sobre produtos chineses.

A China impôs tarifas de até 125% sobre produtos dos EUA, com algumas isenções. Também ordenou outras formas de retaliação, como restrições mais rígidas às exportações de minerais estrategicamente importantes usados em produtos de alta tecnologia, como veículos elétricos.

Empresas americanas estão cancelando pedidos da China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação.

Atividade industrial

O Índice de Gerentes de Compras da Indústria (PMI) chinês caiu para 49 em abril, o menor nível em 16 meses, vindo de 50,5 em março. Na escala do índice, 50 marca a linha divisória entre expansão e contração.

“A forte queda nos índices provavelmente exagera o impacto das tarifas devido aos efeitos do sentimento negativo, mas ainda assim sugere que a economia da China está sob pressão com o enfraquecimento da demanda externa”, disse Zichun Huang, da Capital Economics, em relatório.

Grandes fabricantes provavelmente serão mais afetados do que os menores, que são mais intensivos em mão de obra, já que a China ainda mantém uma vantagem de custos para esses produtos, afirmaram economistas da ANZ Research.

“O custo da manufatura da China para indústrias leves pode ser um quinto do dos EUA, o que dificilmente mudará”, disseram eles em um relatório.

Crescimento de 5% em 2024

No início da semana, altos funcionários econômicos chineses realizaram uma entrevista coletiva para mostrar o apoio de Pequim à economia e sua capacidade de fazer mais para conter o impacto das tarifas.

A economia cresceu a um ritmo sólido de 5% ao ano em 2024, e o Partido Comunista estabeleceu uma meta de crescimento semelhante para este ano.

Mas isso foi antes de Trump intensificar sua guerra comercial, impondo tarifas ainda mais altas com o objetivo de forçar os fabricantes a transferirem a produção para os Estados Unidos.

“No geral, em abril, a expansão da oferta e da demanda desacelerou, com as exportações prejudicadas e o emprego diminuindo levemente. Os fabricantes buscaram reduzir estoques, a logística sofreu atrasos e os preços permaneceram sob pressão. O otimismo do mercado enfraqueceu significativamente”, escreveu Wang Zhe, economista sênior do Caixin Insight Group.

Segundo Wang, o sentimento empresarial estava em um dos níveis mais baixos já registrados.

Embora algumas exportações chinesas provavelmente sejam redirecionadas para outros países, a guerra comercial de Trump aumentou o risco de recessão nos EUA e seu impacto deve se espalhar pela economia global.

O Fundo Monetário Internacional afirmou em uma atualização recente que as perspectivas para as economias dos EUA e mundial neste ano e no próximo pioraram significativamente.

O Fundo previu que a economia global crescerá apenas 2,8% este ano, abaixo da estimativa de 3,3% feita em janeiro.

Globo Online - RJ   02/05/2025

O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, tem buscado contato com Pequim para iniciar negociações sobre as tarifas que Washington impôs à China, de acordo com um veículo de mídia estatal.

Segundo uma publicação do Yuyuantantian, uma conta do Weibo afiliada à Televisão Central da China (CCTV), que frequentemente sinaliza as visões de Pequim sobre comércio, o governo dos EUA entrou recentemente em contato com a China por diversos canais . A publicação citou pessoas não identificadas com conhecimento do assunto, sem fornecer mais detalhes.

A publicação lança uma nova luz sobre as manobras nos bastidores entre as duas maiores economias do mundo. Trump afirmou repetidamente que o presidente Xi Jinping precisa contatá-lo para dar início às negociações sobre tarifas e, no início da semana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que cabe a Pequim dar o primeiro passo para reduzir a tensão.

Trump argumentou ontem, durante uma reunião de gabinete, que a recente queda no fluxo de cargas indicava que Pequim logo precisaria se envolver com ele. O presidente disse estar “descontente” com a acentuada redução no comércio entre os dois países porque queria que “a China se saísse bem”, mas tratando os EUA de forma justa.

Ainda na quarta-feira, Trump expressou confiança de que acabaria conversando com Xi, apesar da relutância do líder chinês em se envolver diretamente com seu homólogo. “Vai acontecer”, disse Trump.

“A China não precisa conversar com os EUA até que estes tomem medidas significativas”, afirmou a publicação do Yuyuantantian. Do ponto de vista da negociação, os EUA são “claramente a parte mais ansiosa no momento”, acrescentou, citando a pressão enfrentada pelo governo Trump em várias frentes.

Em Washington, dados oficiais mostraram que a economia dos EUA se contraiu no início do ano pela primeira vez desde 2022, após um aumento monumental nas importações antes das tarifas e um consumo mais moderado. Os dados forneceram um primeiro vislumbre dos efeitos em cadeia das políticas comerciais de Trump.

Ao mesmo tempo, os preços de alguns dos vendedores mais populares de produtos “made in China” já sugerem que os consumidores americanos arcarão com grande parte da conta, apesar da alegação de Trump de que Pequim suportaria o peso principal de suas tarifas de 145%.

Money Times - SP   02/05/2025

O Comitê de Política Monetária (Copom) acontece na próxima semana, e o mercado, apesar de não querer uma nova alta neste momento para a taxa Selic, pode esperar que ela ocorra — ao menos, em 0,50 ponto percentual (p.p.).

Isso porque, segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, no Brasil, o cenário permanece desafiador para a condução da política monetária.

A guerra das tarifas recíprocas anunciadas pelos Estados Unidos (EUA), e as posteriores retaliações com a China, resultaram em elevação dos índices de incerteza global a níveis históricos.

“Embora as tarifas tenham viés inflacionário para os EUA, acreditamos que o excesso de oferta de bens industriais chineses resultará em uma ligeira desaceleração dos preços no Brasil”, dizem. “Nossas novas hipóteses contemplam o viés altista da atividade brasileira que se vinha observando nos dados do primeiro trimestre, com a incorporação da desaceleração global, em nossa economia”, completam.

Contudo, o banco destaca que o efeito na atividade e nos preços, a longo prazo, abre margem para que o Banco Central pratique juros um pouco menores do que no cenário anterior.

Cenário doméstico no Brasil: Selic a 14,75% e PIB a 1,8%

Passando um pouco para o âmbito nacional, é estimado que o PIB brasileiro cresça 1,8% em 2025 — isso, considerando os dados mais fortes do primeiro trimestre do ano.

Na estimativa, o desvio do comércio de bens industriais chineses para o resto do mundo, antes exportados para os EUA, devem ter impacto baixista nos preços. Isso, ao mesmo tempo, em que a queda das commodities energéticas devam trazer um alívio aos preços de combustíveis.

Por outro lado, o Bradesco estima que, com a maior demanda chinesa por soja, milho e carnes, é provável um aumento dos prêmios dos preços domésticos em relação às cotações internacionais.

Devido a esses fatores, a o departamento econômico do banco informa que o cenário do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano, não foi alterado, permanecendo uma estimativa de 5,6%. Já para 2026, o efeito desinflacionário de bens industriais se combina com a desaceleração da atividade decorrente do aperto monetário e do menor PIB global, levando o indicador de 3,8%, para 3,7%.

Do lado do BC, o Bradesco acredita que o colegiado seguirá o plano de subir a taxa Selic em mais 0,5 p.p., encerrando o ciclo em 14,75% ao ano. “A mudança do cenário global nos parece forte o suficiente para que o colegiado debata a possibilidade de interrupção do ciclo de alta já na próxima reunião“, dizem.

Contudo, os analistas ressaltam que a comunicação prévia, o nível da desancoragem das expectativas e do modelo em relação à meta devem fazer o Copom optar por seguir com o aperto monetário por mais uma reunião, dada a ausência, neste momento, de clareza sobre os desfechos do cenário global.

No segundo trimestre, a desaceleração da economia permitirá que o corte de juros se inicie em dezembro, chegando a 11,75% em 2026.

No caso do dólar, a visão é de um número “mais fraco” no âmbito global, com uma projeção de câmbio para o final de 2025 e de 2026 na faixa dos R$ 5,80.

Além disso, para a equipe, usualmente, uma desaceleração do crescimento na China tenderia a causar uma depreciação do real. No entanto, a pauta exportadora à China ficou um pouco menos sensível ao ciclo econômico.
A incerteza histórica com o troca-troca das tarifas

O começo dessa troca de farpas tarifária, começou ao início do mês de abril, e agora, essa elevação traz a possibilidade de uma mudança relevante no nível de preços dos produtos importados pelos EUA — mesmo que atualmente as tarifas, que superam os 10% mínimos, estejam suspensas por 90 dias.

Para a equipe, ainda que a suspensão revele algum recuo diante da forte reação de preços de ativos, ela não remove a baixa previsibilidade econômica.

Atualmente, além da tarifa mínima, outros recortes setoriais específicos também ocorreram no período. No caso de aço e automóveis, por exemplo, a tarifa é de 25%, enquanto no de petróleo, as tarifas seguem zeradas. Para smartphones, computadores, semicondutores e outros produtos eletrônicos de origem chinesa, por outro lado, as tarifas estão temporariamente isentas.

Mas, nem tudo são flores. Apesar da suspensão, as retaliações dos outros países e o conflito direto com a China adicionaram camadas de imprevisibilidade ao cenário. Isso porque, com a escalada relevante das tensões, uma das maiores economias do mundo elevou em até 125% a tarifa de importação de produtos americanos.

A equipe do Bradesco ressalta que há receios de que o conflito comercial possa se estender para uma disputa financeira, afetando ativos e a mobilidade de capitais entre os países.

“Esse nível de tarifas jamais foi visto na história americana”, destacam. “As consequências são potencialmente severas em preços, custos e planos de compras e investimentos, através do aperto das condições financeiras, da imprevisibilidade operacional das companhias e da incerteza quanto ao nível de demanda com que as empresas irão se deparar”.

Nas estimativas do banco, a tarifa média ponderada de importação dos EUA está próxima de 30%, partindo de pouco abaixo de 5% no final do ano passado e já considerando a suspensão de 90 dias das tarifas adicionais, onde essa conta é particularmente influenciada pelas tarifas impostas à China, supondo a manutenção da participação dos produtos importados chineses na pauta dos EUA.

No entanto, essa participação deve se reduzir bastante nos próximos meses, uma vez que os produtos serão muito caros. “Ainda assim, a tarifa média ponderada seguirá acima de 20%. No primeiro mandato do presidente Trump, as tarifas médias subiram de aproximadamente 2,5% para 4,5%”, pontuam.
EUA pós ‘tarifaço’ de Trump: O que o Bradesco projeta a longo praz0?

Nesse contexto, as estimativas de crescimento norte-americano, por exemplo, foram revisadas pelo banco, de 2,0% para zero, neste ano. Além dela, a estimativa para o núcleo da inflação dos EUA também foi reajustada, de 2,5% para 3,6%, considerado um patamar elevado para os padrões norte-americanos.

“Essa elevação de tarifas deve trazer uma mudança relevante no nível de preços dos produtos importados pelos EUA, sejam eles bens de consumo finais ou intermediários”, ponderam. “Do lado das empresas norte-americanas, pode haver alguma compressão nas margens operacionais, mas, mesmo assim, o consumidor final deverá pagar uma parte desse aumento de custos”.

Em relação ao crescimento, é entendível que esse nível de incerteza irá trazer alguma paralisação aos investimentos, onde o baixo horizonte de previsão, aumento do custo de financiamento nas curvas de mercado, queda dos preços de ativos e redução da riqueza, pressionem o PIB — que deve desacelerar a partir do segundo trimestre.
O que os primeiros 100 dias de Trump mostraram para o mercado? Veja o que esperar dos próximos anos no Giro do Mercado de hoje

Para o Federal Reserve, a equipe destaca que haverá uma clara divergência entre seus dois mandatos. Isso porque, por um lado, a inflação irá subir. Por outro, a economia vai desacelerar e isso terá impacto sobre o mercado de trabalho.

“Entendemos que o comitê irá avaliar com cautela os próximos meses, mas, ao final do ano, terá acumulado evidências de que o risco de recessão é superior ao risco do descontrole inflacionário, fazendo dois cortes ainda em 2025, dizem.

Para o Bradesco, o PIB global deve desacelerar de 3,1%, para 2,3%. “Em momentos de quedas relevantes das bolsas globais, acima de 10%, é comum vermos recuo importante da produção industrial global e, consequentemente, do PIB como um todo”, explicam.

A equipe ressalta que é um efeito “bastante estressado”. No entanto, por ora, é considerado um impacto bem menor, visto que não está sendo observada disputas se acirrando entre países taxados — mas sim disputas concentradas com os EUA.

“É possível que novos acordos comerciais sejam feitos, fluxos de comércio se rearranjem, a produção global se realoque e os governos consigam coordenar estímulos e evitar uma recessão profunda. De fato, até aqui, o maior impacto deve ficar nos EUA”, pontuam.

Além disso, a estimativa é de que outras regiões também sejam afetadas. Para a Europa, é esperado uma redução de aproximadamente 0,4 p.p. do PIB. Já no caso da China, maior alvo das tarifas, uma redução de 1 p.p.

MINERAÇÃO

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2025

Reconduzido para seu terceiro mandato como conselheiro da Vale e o segundo como presidente do Conselho de Administração da mineradora, Daniel Stieler acredita que a gigante brasileira está pronta para navegar em qualquer cenário, inclusive o atual, de incerteza global deflagrada pelo tarifaço de Donald Trump. De olho nos clientes asiáticos, a companhia está desenvolvendo um novo produto, de menor teor de ferro, voltado principalmente à demanda das siderúrgicas asiáticas, com lançamento previsto até julho.

Stieler, que recebeu o Estadão/Broadcast na sede da Vale, no Rio de Janeiro, afirma que a companhia voltará a ser uma das melhores do mundo em performance, preferindo destacar os múltiplos à referência do valor de mercado. “Não há por que a Vale não ter múltiplos financeiros iguais aos de nossos principais concorrentes.” Leia abaixo os principais trechos da entrevista:
Como a Vale está enfrentando a instabilidade global deflagrada pelo tarifaço iniciado pelos EUA?

Acreditamos que essas décadas de trabalho ajudaram a construir bastante resiliência para navegar em qualquer tipo de cenário. As geografias onde a gente atua, principalmente no Brasil, em Carajás (no Pará), são as melhores reservas mundiais de minério de ferro - que é o carro-chefe da companhia. Estamos também investindo muito no cobre porque acreditamos. Não há por que a Vale não ter múltiplos financeiros iguais aos de nossos principais concorrentes.

Mas como a empresa está se movimentando?

Queremos estreitar bastante a relação com clientes, principalmente da Ásia. É importante que essas relações comerciais sejam fortalecidas. E se tivermos a oportunidade de construir boas soluções em cima de produtos que temos, de ferro ou de pelota, ou de briquete, nós, do Conselho, apoiaremos. O ponto é estreitar a relação com os clientes, ter uma estratégia comercial usando as vantagens competitivas que temos: megahubs, um portfólio superior, entregar um minério de ferro de qualidade flexível.

E o novo produto, de menor teor de ferro, que a Vale deve lançar até julho?

Temos que focar em soluções que atendam as expectativas dos nossos clientes, ouvir os clientes. Quando trouxemos o Rogério Nogueira (vice-presidente Executivo Comercial e Desenvolvimento), foi no sentido de desenhar uma estratégia comercial que conseguisse identificar uma vantagem competitiva que temos com um minério de ferro de alta qualidade. As composições do nosso minério também me proporcionam isso. A Vale, pela qualidade de seu produto, consegue ter bastante resiliência em qualquer cenário, mas queremos estreitar bastante a relação com os nossos clientes, principalmente da Ásia.

A companhia voltará a ser uma das maiores do mundo?

Sim. Endereçamos bem os principais “overhangs” (incertezas). Queremos voltar a estar entre as melhores companhias em termos de performance. Temos boas reservas, somos uma empresa quase secular. Ser a maior do mundo ainda não é uma ambição declarada. Mas queremos buscar um valor mais perto dos múltiplos dos nossos principais concorrentes. E temos a nossa estratégia. Isso está no mandato dos nossos administradores. Precisamos estar mais perto em termos de reconhecimento de valor em função das entregas.
Qual é a jornada da Vale nesse sentido?

A disciplina na gestão de capital hoje é bastante importante. É o que temos discutido com bastante profundidade. A questão de gestão de projetos, gestão de custo e estabilidade de produção - com segurança e inovação - são os direcionadores mais importantes que temos na nossa estratégia. Em paralelo a isso tem todo esse processo de discussão que queremos.
Qual discussão?

São três pilares. Você tem uma companhia orientada para resultados. Tem o processo de inovação, ser referência em segurança, ter excelência operacional, a simplificação de processos e o nível de automação ou de inovação responsável. Precisamos ser ágeis, manter a competitividade, e investir nos talentos na companhia. E cada vez mais a gente entende a questão de construir um relacionamento confiável e ter parceiros confiáveis.

Que parceiros são esses?

Queremos que o meio onde a gente atua tenha confiança na companhia. Isso é uma questão reputacional. Queremos ser reconhecidos como uma empresa que agrega valor. Precisamos que as comunidades entendam que onde atuamos, levamos desenvolvimento econômico; e que promovemos inclusão social, programas de proteção na questão ambiental, nas questões de reparação.

As relações com o governo já trouxeram tensão à companhia durante o processo de sucessão do presidente. Como estão agora?

Queríamos aprimorar e aproximar os vários stakeholders da companhia. O poder concedente é um deles. Mais as comunidades, os funcionários, os parceiros e fornecedores.
Mas por parte do governo, há boa vontade?

Há uma boa vontade das partes (governo e Vale). A pauta é bastante positiva dos dois lados - a Vale agregando aqui para o seu negócio, o governo entendendo o quanto a Vale pode trazer de benefício para a sociedade. É isso que queremos. Queremos ser reconhecidos, ser um parceiro confiável. Precisamos dessas articulações. E o governo quer trazer valor para a sociedade.
Como está a Vale por dentro, após a escolha de Gustavo Pimenta para presidente e a pacificação do Conselho, que sofreu um racha durante o processo de sucessão do CEO?

A cada dia que passa a gente percebe o quanto foi importante esta decisão de escolher Pimenta. Ele é bastante preparado, tem debatido bastante com o Conselho todas as estratégias de atuação, de comunicação, de compromissos. Debatemos com bastante profundidade a questão de Mariana, a questão da renovação da concessão das ferrovias, um diálogo bem responsável. Então, as decisões foram tomadas de propostas construídas entre os dois colegiados (Conselho de Administração e Comitê Executivo, formado pelo presidente e sete vice-presidentes).

Nos EUA e no Brasil, o ânimo de compromissos sócio-ambientais arrefeceu na onda conservadora. Como a Vale vai se posicionar?

A Vale não revisou nenhum compromisso. O movimento de sustentabilidade vai persistir e a gente precisa ser protagonista, até pela envergadura que a Vale tem. Então, nós acreditamos, somos fiel a ela. E acreditamos que isso agrega valor para a companhia. Claro que sempre avaliamos os tempos e movimentos. Precisamos engajar parceiros e clientes importantes, mas acreditamos na questão social, na ambiental, no mundo mais descarbonizado.

IstoÉ Dinheiro - SP   02/05/2025

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, manter a multa de R$ 86 milhões aplicada pela Controladoria-Geral da União (CGU) sobre a mineradora Vale, após o órgão federal ter concluído que a empresa omitiu informações sobre a estabilidade da barragem de Brumadinho (MG).

Os ministros da Primeira Seção do STJ rejeitaram um recurso da empresa e confirmaram a aplicação da Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) ao caso, por entenderem que a Vale atentou contra a administração pública ao ter omitido as informações.

A barragem da Mina Córrego do Feijão rompeu em 25 de janeiro de 2019. A lama destruiu parte da cidade mineira e 272 pessoas morreram soterradas. Além disso, a avalanche de rejeitos alcançou o rio Paraopebas e causou extenso dano ambiental pelo interior mineiro, atingindo vários municípios.

Segundo apuração posterior da CGU, antes da tragédia a Vale inseriu informações falsas no Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM), comprometendo a atuação preventiva da Agência Nacional de Mineração (ANM) e dificultando a fiscalização da estrutura.

Conforme a investigação, a Vale deixou de informar às autoridades, por exemplo, um incidente considerado grave pela própria empresa, ocorrido em junho de 2018, durante a instalação de Drenos Horizontais Profundos (DHP) na barragem de Brumadinho.

Outra fraude teria sido a emissão pela Vale, antes da tragédia, de uma Declaração de Condição de Estabilidade para a barragem, ainda que o Fator de Segurança medido pela empresa estivesse ficado abaixo das melhores práticas recomendadas.
Julgamento

A Vale havia acionado o STJ para tentar derrubar a multa, alegando que as condutas indicadas como lesivas não poderiam ter sido enquadradas como corrupção, nos moldes descritos pela legislação.

Ao final do julgamento, prevaleceu o voto da relatora, ministra Regina Helena Costa, para quem não existe limitação na aplicação da lei somente a casos de corrupção em si, pois a legislação tem como objetivo punir diferentes atos lesivos à administração pública.

Ela enfatizou que a Vale violou a legislação “ao prestar informações inadequadas ao Poder Público e omitir-se no dever de noticiar fatos relevantes sobre a denominada Barragem I (“B1”)”.

Em seu voto, a ministra-relatora afirmou que a Vale “dificultou a ação fiscalizatória preventiva da Agência Nacional de Mineração (ANM), embaraçando a atuação da autarquia que, privada de dados essenciais ao exercício de sua relevante função, foi impedida de atuar no sentido de evitar o nefasto acidente”.

O entendimento foi seguido por todos os demais nove ministros da Primeira Seção, colegiado do STJ responsável por julgar questões de direito público. Eles enquadraram a Vale no artigo 5º, inciso V, da Lei Anticorrupção.

O dispositivo descreve como ato lesivo à administração pública “dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional”.

Valor - SP   02/05/2025

PIB americano decepciona ao encolher 0,3% no 1º trimestre

Os papéis da Vale passam por uma queda mais intensa no começo da sessão. Hoje foram divulgados dados mais fracos na China e nos Estados Unidos, o que reforçou preocupações sobre uma estagflação nos EUA e uma recessão global.

Por volta das 10h40, as ações da Vale recuavam 1,73%. Outras ações de commodities metálicas também registravam queda, caso de CSN (-1,49%) e CSN Mineração (-0,97%), por exemplo. Já o Ibovespa tinha queda de 0,29%, aos 134.696 pontos.

Nesta manhã o Departamento de Comércio dos Estados Unidos trouxe que o Produto Interno Bruto (PIB) registrou uma contração de 0,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, em base anualizada. O resultado ficou abaixo do esperado por participantes do mercado, já que o consenso de analistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal” apontava para um crescimento anualizado de 0,4% do PIB.

Também foi divulgado que o deflator do PCE americano subiu 3,6% em base anualizada no primeiro trimestre, enquanto o núcleo do indicador, que exclui itens voláteis, como os preços de energia e de alimentos, teve alta de 3,5%.

Na China, o índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa, apurado pelo grupo de mídia Caixin e pela agência S&P Global, caiu para 50,4 em abril, ante 51,2 em março. Com isso, o indicador privado da atividade manufatureira mostrou desaceleração em abril, mesmo mês em que os EUA impuseram tarifas pesadas aos produtos importados chineses.

Globo Online - RJ   02/05/2025

O carregamento do primeiro embarque de minério produzido na região de Carajás, no Pará, levou quatro dias: apenas em 3 de maio o navio Docevirgo seguiu rumo ao porto japonês de Oita. Entre os presentes estavam Eliezer Batista (1924–2018), o executivo que presidia a então Companhia Vale do Rio Doce — conhecido por gerações mais novas como pai de Eike Batista —, e o governador do Maranhão, Luiz Rocha (1937–2001).

Quando embarcou a primeira leva de minério de Carajás, a Vale já mantinha 30 anos de relações comerciais com o Japão. O país ainda é um dos mais relevantes para a companhia brasileira na Ásia: está atrás apenas da China, importando cerca de 24 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

Caneco... vazio

Já o navio Docevirgo não está mais entre nós. Fabricado no estaleiro carioca Caneco, no Caju, em 1980, o cargueiro pertencia à própria Vale. Em 1995, foi vendido a uma armadora de Malta e rebatizado como Macedonia Hellas. Em 2003, foi novamente vendido e passou a operar sob bandeira do Panamá, com o nome de Wisdom. Seis anos depois, foi vendido como sucata e demolido na Índia.

O Estaleiro Caneco, fundado em 1886, afundou antes: faliu em 2006. Três anos atrás, o governo do Rio arrematou seu terreno de 135 mil metros quadrados por R$ 96 milhões.

Grandes Construções - SP   02/05/2025

O Beumer Group América do Sul, especialista em movimentação automatizada de materiais, fechou dois contratos com a Gerdau S.A. para o fornecimento de máquinas para o pátio de estocagem da usina siderúrgica Gerdau Açominas em Ouro Branco.

Com a "dobradinha", o Beumer Group América do Sul fornecerá uma nova recuperadora de rodas com caçamba tipo ponte, uma empilhadeira com lança basculável e uma recuperadora de rodas com caçamba tipo lança para uso nos pátios de estocagem da usina siderúrgica da Gerdau.

O escopo do projeto, que visa aumentar a eficiência operacional da usina siderúrgica, também inclui engenharia, compras, fabricação (incluindo inspeção e diligenciamento), transporte para o local e serviços de campo (supervisão de montagem eletromecânica, de testes e de comissionamento).

A Gerdau S.A. é uma das principais produtoras de aços longos das Américas e uma das maiores recicladoras e fornecedoras de aços especiais do mundo. A usina siderúrgica Gerdau Açominas, em Ouro Branco/MG, é o carro-chefe da empresa no Brasil, com uma capacidade de produção de mais de oito milhões de toneladas de aço por ano.

A usina siderúrgica está em operação há mais de 30 anos e precisava investir em novas máquinas e substituir algumas em seu pátio de estocagem para garantir a eficiência contínua de suas operações com minério de ferro.

Em um contrato, a Beumer América do Sul fornecerá uma nova recuperadora de rodas de caçamba FAM - tipo ponte com duas rodas de caçamba e um transportador de interno à estrutura tipo ponte com 36 metros de comprimento.

A planta foi projetada para uma capacidade de cerca de 1.200 toneladas por hora. O outro pedido é para uma empilhadeira de minério de ferro com uma lança basculável de 30 metros, projetada para uma produção de 1.700 toneladas por hora, e uma recuperadora tipo lança de 43 metros com rodas de caçambas, projetada para uma produção de 975 toneladas por hora.

O importante contrato foi celebrado após a aquisição e integração pelo BEUMER Group das antigas operações da FAM no Brasil, Peru e Chile. Sobre a conquista, Bruno Rocha Ribeiro, Chefe de Gerenciamento de Projetos, BEUMER Brasil.

“A celebração de ambos os contratos com a Gerdau S.A. para a modernização da usina siderúrgica, em meio a uma forte concorrência internacional e local, comprova a experiência e o profissionalismo de nossa equipe no Brasil. Ao combinar as habilidades e a experiência das marcas FAM e Beumer, nos destacamos na mineração e no manuseio de minério de ferro em ambientes desafiadores. Continuamos a implementar soluções que melhoram a eficiência e reduzem os custos operacionais para nossos clientes.”

Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   02/05/2025

Diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella reforça que, para superar os entraves econômicos, o país precisa de políticas mais robustas de ganho de competitividade

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos encerrou o primeiro trimestre com números positivos, mas os sinais de desaceleração em março acenderam sinal amarelo. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o faturamento total dos primeiros três meses de 2025 foi de R$ 67,5 bilhões, alta de 15,2% em relação ao mesmo período ano passado, com destaque para o mercado interno, que continua sendo o principal motor da atividade.

Somente em março, a receita líquida total de vendas atingiu pouco menos de R$ 24 bilhões, crescimento de 16,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, com queda de 5% em relação a fevereiro, feitos os ajustes sazonais. Ainda em março, a receita doméstica somou R$ 18,1 bilhões — alta de 12,9% no comparativo anual, com queda de 9,8% frente ao mês anterior.

A diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella, reforça que, para superar os entraves econômicos, o país precisa de políticas mais robustas de ganho de competitividade. “A Selic voltou, novamente, a ser uma das mais elevadas do mundo. Estamos em um longo período de transição. Então, são todos os fatores que tiram a competitividade da indústria de máquinas, não só da indústria de máquinas, mas de todos os produtores do Brasil”, afirmou.

Zanella reforçou que, apesar da recente aprovação de uma reforma tributária, seus efeitos serão sentidos a longo prazo na indústria de equipamentos, a depender de muitas ações e políticas públicas.

“A reforma tributária foi bastante defendida pela indústria de forma geral. Sabíamos ser um dos setores mais afetados pelo sistema tributário que deixa muito resíduo na cadeia e acaba levando impostos para quem exporta. Então, sabemos que [a reforma] vai ajudar, vai trazer um bom retorno. Quando olhamos somente para a indústria de máquinas, só de resíduo tributário, tem sete pontos percentuais em relação à receita. Então, isso vai ser um ganho importante lá na frente”.

Déficit comercial e novo protagonismo chinês

As exportações também revelam uma trajetória desigual. Em março, o setor vendeu US$ 1,03 bilhão para o exterior, registrando alta de 19,1% em relação a fevereiro e de 2,6% na comparação anual. Mesmo assim, o acumulado do ano apresenta retração de 5,8%, somando US$ 2,64 bilhões, puxado por quedas nas vendas de máquinas para construção, indústria de transformação e petróleo.

Os principais destinos também mudaram de perfil. Os embarques para os Estados Unidos caíram 30,2% no trimestre, seguidos por recuos semelhantes no México (30%) e no Canadá (27,2%). Na Europa e na América do Sul, por outro lado, houve crescimento importante das exportações, de 16,1% e 12,9%, respectivamente.

Na América do Sul, o destaque em termos de exportação foi a Argentina, com avanço expressivo de 59,3%, especialmente na compra de máquinas agrícolas e para construção civil. Já a China se destacou como principal novidade do trimestre: as exportações para o país cresceram 203,1%, fazendo com que passasse a ocupar a sexta posição entre os maiores destinos, com participação de 3,1% do total exportado — ante 1% no mesmo período de 2024. A Abimaq ressaltou, porém, que essa alta pode ter sido motivada por negócios pontuais.

O consumo aparente atingiu R$ 34 bilhões em março de 2025, aumento de 16,8% em relação ao mesmo mês de 2024, com queda de 8,4% comparado a fevereiro deste ano. No acumulado do trimestre, o crescimento foi de 23,5%. O crescimento do consumo trimestral foi impulsionado, em grande medida, pela expansão das importações, que avançaram 30% em reais.

Do lado das importações, os números apontam um crescimento expressivo, com destaque para os setores da agricultura, infraestrutura e componentes. No acumulado do primeiro trimestre, as importações do Brasil somaram US$ 30,6 bilhões — o país importou US$ 2,6 bilhões em máquinas e equipamentos em março, com alta de 9,4% em relação ao mês anterior — e encerraram o trimestre com crescimento de 12,9% frente ao mesmo período de 2024, o maior valor já registrado para esse intervalo na série histórica. A China respondeu por 34% dessas compras, consolidando-se como principal fornecedor e superando tradicionais potências industriais como Estados Unidos e Alemanha.

China se espalha

Zanella observou que a China, com seus preços e custos mais competitivos, tem facilitado sua entrada no mercado brasileiro, impactando a indústria nacional de máquinas e equipamentos. Esse fenômeno reflete uma tendência global, na qual o país asiático tem expandido sua presença em diversos países, incluindo o Brasil.

“Quando olhamos para o mercado americano, além do México e do Canadá, a China é um dos principais fornecedores de máquinas dos Estados Unidos. E ao analisarmos o mercado mundial de máquinas e equipamentos, antes liderado por grandes países como a Alemanha e os Estados Unidos, hoje é liderado pela China com bastante folga. Então, não é só o Brasil que sofre com as invasões de máquinas chinesas”, ponderou.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   02/05/2025

Espera-se que as montadoras japonesas permaneçam em uma posição difícil, visto que exportam muitos veículos para os EUA

A flexibilização das tarifas automotivas promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve criar mais obstáculos para Mazda e Mitsubishi, dependentes de importações, mas ajudar a Honda, que fabrica localmente a maior parte de seus automóveis para o mercado americano.

De acordo com um decreto assinado na terça-feira, peças automotivas importadas estão parcialmente isentas das tarifas se forem utilizadas na fabricação de veículos acabados nos Estados Unidos.

Montadoras nacionais e estrangeiras receberão uma compensação tarifária equivalente a 15% do valor total dos veículos montados em solo americano.

A compensação se refere à taxa de 25% prevista para entrar em vigor no sábado para peças automotivas importadas. A isenção efetivamente proporciona 3,75% de alívio tarifário com base nos preços de varejo sugeridos pela fabricante para veículos acabados.

Essa isenção tarifária permanecerá em vigor por um ano. A compensação será parcialmente eliminada no segundo ano e, em seguida, encerrada no terceiro ano.

Portanto, quanto mais uma montadora fabrica nos Estados Unidos e utiliza peças de origem local, menos ela pagará em custos tarifários. A isenção também garantirá que as tarifas sobre autopeças não se acumulem sobre as tarifas sobre produtos de aço e alumínio.

Os impostos anunciados sobre componentes automotivos importados geraram ampla oposição de montadoras que compram muitas de suas peças fora dos Estados Unidos. O alívio tarifário é essencialmente um período de carência de dois anos.

Espera-se que as montadoras japonesas permaneçam em uma posição difícil, visto que exportam muitos veículos para os Estados Unidos. Uma tarifa de 25% sobre automóveis importados prontos já está em vigor.

Mas o impacto variará, dependendo de quão fortemente a montadora depende da produção americana. A Honda fabrica localmente cerca de 70% dos automóveis que vende nos Estados Unidos, a maior proporção entre as montadoras japonesas, de acordo com dados de fontes como a Nomura Securities.

Isso coloca a Honda à frente quando se trata de se beneficiar das isenções tarifárias. A Toyota e algumas outras montadoras japonesas têm taxas de produção local de cerca de 50% a 60% para os Estados Unidos.

Enquanto isso, a Mazda importa cerca de 80% dos automóveis que vende no mercado americano e a Mitsubishi depende totalmente de importações.

"Parece que o impacto será muito diferente entre as montadoras", disse um gerente de uma empresa japonesa.

Uma empresa com grande presença de produção nos Estados Unidos ainda enfrentará obstáculos para impulsionar a aquisição local de componentes. Com as compensações em vigor, um veículo montado com 85% de conteúdo fabricado nos Estados Unidos estaria praticamente livre de tarifas, de acordo com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Mas nenhuma fabricante conseguiu atingir esse limite.

As grandes montadoras americanas importam, em média, cerca de 60% de suas peças para veículos vendidos no mercado interno. Para as montadoras japonesas, o número gira em torno de 40% a 50%. Até mesmo a Tesla importa cerca de 30% de seus componentes.

"Os principais obstáculos tarifários permanecem", disse Dan Levy, analista do Barclays, na terça-feira, referindo-se às tarifas sobre peças automotivas e veículos.

A pressão das montadoras americanas levou Trump a recuar nas tarifas sobre peças automotivas. Na terça-feira, ele fez um discurso para marcar seu 100º dia no cargo em Warren, cidade de Michigan que abriga várias fábricas de automóveis.

A executiva-chefe da General Motors (GM), Mary Barra, expressou gratidão a Trump em um comunicado na terça-feira e repetiu seu objetivo declarado de proteger os empregos americanos.

"Acreditamos que a liderança do presidente está ajudando a nivelar o campo de atuação para empresas como a GM e nos permitindo investir ainda mais na economia dos Estados Unidos", disse Barra.

A GM anunciou os resultados do primeiro trimestre naquele dia, mas adiou sua projeção para o ano completo até quinta-feira, citando "relatórios recentes sobre atualizações na política comercial".

As chamadas Três Grandes, Ford, General Motors e Chrysler (Stellantis) serão significativamente afetadas pelas tarifas, assim como suas contrapartes japonesas. Com exceção da Ford, duas das três importam até metade de seus veículos prontos para o mercado americano.

Os impostos sobre peças foram motivo de especial preocupação. Espera-se que as tarifas aumentem os custos em quase US$ 108 bilhões na indústria automobilística americana como um todo, de acordo com o Centro de Pesquisa Automotiva, com sede nos Estados Unidos.

O ônus dos custos suportado pelas Três Grandes seria de US$ 41,7 bilhões, segundo o relatório. Cerca de metade disso viria de tarifas sobre peças. Em contraste, as tarifas sobre peças contribuiriam com cerca de 40% dos custos adicionais em toda a indústria automobilística americana como um todo.

Seis organizações que representam o setor automobilístico americano tomaram a medida incomum de enviar ao governo Trump uma carta se opondo às tarifas.

"Muitas já estão em dificuldades e enfrentarão paralisações na produção, demissões e falência", dizia a carta de 21 de abril sobre os fornecedores.

Atingir a meta do governo de criar empregos nos Estados Unidos significará estimular o aumento do investimento doméstico no curto prazo. Isso não será uma tarefa fácil, considerando fatores como os altos custos trabalhistas nos Estados Unidos.

O Estado de S.Paulo - SP   02/05/2025

A General Motors está reduzindo suas expectativas de lucro para o ano, já que a montadora se prepara para um impacto potencial de tarifas automotivas de até US$ 5 bilhões em 2025. A empresa anunciou no início desta semana que estava reavaliando suas previsões para 2025 devido à guerra comercial.

Na ocasião, a GM disse que sua perspectiva financeira inicial para o ano inteiro não contemplava o impacto potencial. Nesta quinta-feira, 1º, a montadora disse que agora prevê lucros ajustados para o ano inteiro antes de juros e impostos (Ebitda) em uma faixa de US$ 10 bilhões a US$ 12,5 bilhões. A orientação inclui uma exposição tarifária atual de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões. A GM previu anteriormente um Ebitda ajustado para 2025 entre US$ 13,7 bilhões e US$ 15,7 bilhões.

A previsão revisada ocorre depois que o presidente Donald Trump assinou ordens executivas na terça-feira para relaxar algumas de suas tarifas de 25% sobre automóveis e autopeças, uma reversão significativa, já que os impostos de importação ameaçavam prejudicar os fabricantes nacionais.

As montadoras e análises independentes indicaram que as tarifas poderiam aumentar os preços, reduzir as vendas e tornar a produção dos EUA menos competitiva em todo o mundo.

Trump retratou as mudanças como uma ponte para que os fabricantes de automóveis mudem mais a produção para os Estados Unidos. Ainda assim, não está claro o impacto que as tarifas mais amplas de Trump terão sobre a economia dos EUA e as vendas de automóveis.

A maioria dos economistas afirma que as tarifas — que, em última análise, poderiam atingir a maioria das importações — aumentariam os preços e desacelerariam o crescimento econômico, possivelmente prejudicando as vendas de automóveis, apesar do alívio que o governo pretende oferecer em relação às políticas anteriores.

Em uma carta aos acionistas nesta quinta-feira, a CEO da General Motors, Mary Barra, disse que a montadora espera manter seu forte diálogo com o governo Trump sobre comércio e outras políticas em evolução.

“Como você sabe, há discussões em andamento com os principais parceiros comerciais que também podem ter um impacto”, disse ela. “Continuaremos a ser ágeis e disciplinados e os atualizaremos assim que soubermos mais.”/AP

Valor - SP   02/05/2025

A montadora europeia Stellantis reduzirá nesta quinta-feira os preços no Japão em até 500 mil ienes (US$ 3.500) para modelos de seis grandes marcas, incluindo Jeep e Peugeot, para impulsionar as vendas.

A ideia é compensar problemas em outros mercados causados por desaceleração da demanda por veículos elétricos e tarifas dos Estados Unidos.

A medida, que se aplica apenas ao Japão, é o primeiro corte de preços amplo da empresa no país e ocorre em um momento em que a indústria automobilística enfrenta o aumento dos custos de mão de obra e materiais.

Os preços cairão para pelo menos 10 modelos, com uma média de cerca de 250 mil ienes cada. O híbrido plug-in Tonale, da Alfa Romeo, terá um corte de 500 mil ienes em relação ao seu preço atual de 7,12 milhões de ienes. O primeiro veículo elétrico da Jeep, o Avenger, que agora custa 5,8 milhões de ienes, ficará 300 mil ienes mais barato.

A maior queda em termos percentuais se aplicará ao utilitário esportivo Peugeot 2008 GT, cujo preço cairá 7%, para 4,01 milhões de ienes.

A Stellantis, criada em 2021 a partir da fusão da Fiat Chrysler Automobiles com o Groupe PSA da França, sofreu uma queda com a desaceleração da adoção global de veículos elétricos, com as vendas totais caindo 12% em volume no ano fiscal de 2024, para 54,15 milhões de unidades.

A empresa também tem enfrentado dificuldades específicas no Japão, onde as vendas caíram 24% no ano fiscal de 2024, para 25.667 unidades — o menor número desde a criação de uma filial japonesa em 2022. Considerando as vendas totais das marcas individuais antes da fusão, foi o número mais baixo da última década.

A desvalorização do iene elevou os preços dos veículos importados, com o GT 2008 subindo quase 30% desde 2021. As vendas totais de veículos importados no Japão caíram pelo sexto ano consecutivo no ano fiscal de 2024, recuando 6%, para 230.230 unidades.

Com as vendas de veículos elétricos fracas nos principais mercados da Stellantis, Estados Unidos e Europa, e as tarifas americanas alimentando preocupações sobre uma redução nos gastos do consumidor nesses mercados, a Stellantis espera impulsionar as vendas no Japão, onde vê mais espaço para crescimento.

Outras montadoras no Japão têm aumentado os preços. A Daihatsu anunciou um aumento de aproximadamente 80 mil ienes para seu minicarro kei Move Canbus em abril. A Nissan Motor também aumentou os preços de dois modelos comerciais naquele mês.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   02/05/2025

Após destinar mais de R$ 111 bilhões em recursos para a reconstrução do estado do Rio Grande Sul, atingido por enchentes catastróficas em maio do ano passado, o governo federal tenta agora fazer com que as obras sejam concretizadas, especialmente as moradias e os equipamentos públicos, como escolas e postos de saúde.

O trabalho é conjunto, porque prefeituras e governo do estado precisam encaminhar laudos técnicos e projetos. Em entrevista à Agência Brasil, o secretário da Casa Civil para o apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul, Maneco Hassen, explicou o estágio atual de gestão dos trabalhos no estado.

“Hoje, nós temos três focos principais. Um, obviamente, é a habitação, que é o principal, mais da metade do nosso tempo é isso. Dois, são os planos de trabalho dos municípios com a Defesa Civil, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, especialmente esses três ministérios. Já tem mais de 1 mil obras autorizadas para os municípios, como reconstrução de uma escola, de uma creche, de um posto de saúde, estrada, ponte. E terceiro, são as obras de proteção à região metropolitana, o fundo de R$ 6,5 bilhões com recursos depositados”, explicou.

No caso das moradias, o governo federal autorizou a construção de 7,4 mil imóveis em conjuntos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. Nenhuma dessas obras está concluída, mas a ideia é que parte delas seja entregue em até 10 meses, por meio de bônus contratual.

“[Para] aqueles que já foram autorizados a iniciar a obra, o prazo é um ano, um pouco mais. Mas se as construtoras terminarem em dez meses, [haverá um] plus de 5% no valor. A gente colocou esse incentivo para estimular a rapidez, né, mas a previsão é cerca de um ano”, observou.

A demanda estimada do governo federal é que seja necessária a construção de 22 mil imóveis para reassentar as famílias atingidas no Rio Grande do Sul.

Novo ritmo

Enquanto as novas moradias estão em construção, Maneco Hassen aposta na Compra Assistida, uma modalidade criada pelo governo federal que libera R$ 200 mil para beneficiários comprarem uma casa em qualquer cidade do estado, fora das áreas de risco.

Apesar de ser uma opção alternativa, a medida ganhou fôlego nas últimas semanas, com a assinatura de 1,5 mil contratos.

“Depois que a gente alinhou os processos, e que as prefeituras conseguiram nos enviar a maioria dos cadastros e dos laudos comprovando a destruição do imóvel, o programa ganhou ritmo e a gente, tem toda semana, feito atos de entrega pelo Rio Grande do Sul.”
Caso a caso

Sobre as obras estruturais nos municípios, como escolas, creches, unidades de saúde, estradas e pontes, Maneco Hassen disse que a maioria ainda não foi iniciada e, por isso, a pasta tem atuado em atendimentos individualizados.

“Há 60 dias, a gente se reuniu na secretaria e, durante três dias, atendemos 120 municípios em momentos separados, para entender porque não andava e como é que a gente pode ajudar a acelerar. E esse é um trabalho que a gente continua fazendo”, garantiu o secretário.
Fundo de adaptação

Em relação às obras de proteção contra enchentes na região metropolitana, Maneco disse que a pasta segue “cobrando” o governo do estado para atualizar os projetos e poder acessar os recursos destinados.

O atraso nessas atualizações gerou um impasse no andamento das obras, cujos recursos estão parados no Fundo de Apoio à Infraestrutura para Recuperação e Adaptação a Eventos Climáticos Extremos (Firece), criado no fim do ano passado.

FERROVIÁRIO

Veja - SP   02/05/2025

A Secretaria de Parcerias em Investimentos do governo de Tarcísio de Freitas colocou na rua, nesta quarta, uma consulta pública sobre o projeto de concessão do Complexo Turístico da Estrada de Ferro Campos do Jordão.

A consulta começa dia 5, vai até o dia 23 de junho e tem como objetivo colher contribuições da sociedade civil, especialistas, empresas e demais interessados que possam colaborar com o aperfeiçoamento da modelagem do projeto, diz o governo.

O projeto prevê a concessão da Estrada de Ferro Campos do Jordão, com investimentos estimados em 400 milhões de reais voltados à modernização e reforma da linha férrea, incluindo trilhos, trens e equipamentos associados.

Com 47 quilômetros de extensão, o complexo conta com a ferrovia de perfil turístico, o Parque Reino das Águas Claras, com 38.000 metros quadrados, e o Museu de Memória Ferroviária, além de oficinas, estações e ativos culturais que serão implementados ao longo do contrato.

“Trata-se de um ativo com alto potencial turístico e forte sinergia com os parques estaduais de Campos do Jordão e Capivari, já concedidos. A proposta busca valorizar o patrimônio histórico da ferrovia, fomentar o turismo sustentável e impulsionar o desenvolvimento regional por meio da requalificação e reabertura de estruturas fundamentais para o turismo e a economia local”, diz o governo paulista.

As sugestões recebidas durante o período da consulta pública serão analisadas pela equipe técnica da SPI. Com base nas contribuições, os estudos poderão ser ajustados antes da publicação do edital, prevista para o segundo semestre de 2025.

Diário do Comércio - MG   02/05/2025

O governo federal não vai prosseguir com a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), caso a VLI Logística não considere mudanças nas últimas renovações de concessão ferroviária, como nos valores de outorga e novos investimentos, e enquanto oferecer condições menos vantajosas que as concorrentes Rumo Logística, do Grupo Cosan, MRS Logística e Vale. O Ministério dos Transportes avalia a relicitação da FCA, dividida em trechos, caso não chegue a um acordo com a concessionária.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30), na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, durante o leilão da concessão do trecho das BRs 040 e 495, o ministro da Pasta, Renan Filho (MDB), disse que uma nova licitação da malha ferroviária gera interesse no mercado.

“Pode ser leilão. A FCA só vai renovar se oferecer condições melhores para renovação antecipada do que Rumo, MRS e Vale. Por questões óbvias, porque se nós precisamos rever as renovações feitas anteriormente, uma renovação feita agora precisa levar em consideração o que foi revisto”, declarou.

Em abril, o Ministério dos Transportes chegou a um acordo com a MRS para revisão dos valores do contrato na renovação antecipada da concessão da Malha Regional Sudeste, ferrovia que corta os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A empresa deverá pagar uma outorga de R$ 2,8 bilhões à União para administrar a ferrovia até 2056.

A negociação fechada entre o governo federal e a MRS é uma revisão da renovação contratual feita na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em 2022, que não previa pagamento de outorga. A transação foi firmada por meio da Secretaria de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (Secex Consenso) e do Tribunal de Contas da União (TCU).

No final do ano passado, o governo Lula III já havia fechado outro acordo no âmbito da renovação de uma concessão de ferrovia, dessa vez com a Vale, nas renovações das concessões da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), realizadas em 2020, também sob o governo Bolsonaro. Com o novo acordo, a mineradora agora deverá pagar aproximadamente R$ 17 bilhões à União, entre R$ 11,3 bilhões em outorgas e R$ 6 bilhões de novos investimentos.

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O ministro Renan Filho afirmou que a VLI tem que considerar mudanças como essas para que a renovação antecipada da FCA ainda seja possível, ao mesmo tempo, o Ministério dos Transportes também se planeja para a realização de um novo leilão da ferrovia.

“Se a companhia tiver interesse em fazer uma renovação levando em consideração as correções feitas nos outros contratos, ainda há um espaço para discutir. Mas as duas vertentes estão caminhando paralelamente”, destacou Filho.

Em nota, a VLI declarou que segue em negociações para renovação antecipada da concessão e já adaptou suas propostas às novas normas técnicas e regulatórias determinadas pelo atual governo, “refletindo as revisões contratuais em discussão com outras concessionárias de ferrovias”.

Além de investimentos significativos em via permanente, modernização e expansão da frota de locomotivas e vagões e automação, a companhia afirmou que incluiu nas suas propostas aportes financeiros para melhoria de mobilidade urbana e indenizações referentes à devolução de trechos, que poderão ser destinados a outras finalidades de infraestrutura.
Futuro da FCA

A expectativa é que o futuro da FCA seja definido em breve. Em março, a agência Infra S.A. começou a entregar ao Ministério dos Transportes os estudos de viabilidade de uma possível relicitação dos trechos da ferrovia por lotes. Esses estudos serão comparados na mesa de negociações com a proposta que a VLI apresentar.

A Ferrovia Centro-Atlântica é a maior linha férrea em extensão do Brasil, com 7,2 mil quilômetros ao longo de sete estados e o Distrito Federal (DF). Além de Minas Gerais, a FCA passa pela Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. A FCA é responsável por cerca de 65,3% das 61,2 milhões de toneladas de cargas transportadas pela VLI em todas suas ferrovias.

Em Minas Gerais, estado onde a maioria das cargas da FCA são transportadas, a estimativa da companhia de logística é que, caso a renovação antecipada da concessão aconteça, o volume transportado aumente 32% ao longo do novo ciclo – a capacidade dos trilhos mineiros da Ferrovia Centro-Atlântica sairia das atuais 35,8 milhões de toneladas para 47,3 milhões de toneladas.

As projeções da VLI no volume de carga transportada na FCA em Minas Gerais se devem a estudos de demanda que projetam o crescimento de setores como o agronegócio e a siderurgia. A empresa possui atualmente 70 clientes, sendo 40 somente no Estado.

Rodoviário

Globo Online - RJ   02/05/2025

O consórcio Nova Estrada Real, formado pela brasileira Construcap e pelas espanholas Sociedad Anonima de Obras y Servicios Copasa e Ohla Concesiones SL ofereceu desconto de R$ 14 (14%) sobre a tarifa básica de pedágio e venceu o leilão da BR-040/495/RJ/MG, ligação entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. O valor do pedágio foi estabelecido em R$ 0,35513 por quilômetro. Também disputaram a rodovia, as empresas EPR e Sacyr, que deram lances de, respectivamente, 1% e 3,08% de desconto sobre o pedágio, mas acabaram superadas.

A espanhola OHLA tem bastante tradição no setor rodoviário, já foi detentora de uma carteira de concessões no Brasil, que foi vendida à Arteris há cerca de 15 anos. A espanhola Copasa também atua na área de infraestrutura, em saneamento e atividades industriais. A Construcap, que lidera o consórcio, é uma empresa brasileira, fundada em 1944, que atua em diversos segmentos, como construção pesada, montagem eletromecânica, mercado industrial e comercial. A empresa tem sede em São Paulo e opera em todo o Brasil.

— Parabenizamos o governo federal e todos os órgãos atuantes pela condução exemplar deste e dos demais leilões, que se destacam pela transparência, segurança jurídica e pela confiança transmitida a todos os investidores, com inovações relevantes e modelos regulatórios e de negócios muito bem consolidados — disse Francisco Campos Junior, diretor da Construcap, após a vitória. Ele garantiu que o consórcio vai realizar os investimentos pactuados nos prazos estabelecidos.

Importante corredor logístico

A BR-040 é um dos mais importantes corredores logísticos do país para escoamento de bens e serviços entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de fomentar o turismo em cidades como Petrópolis e Itaipava. A concessão, de 30 anos, vai requerer investimentos de R$ 5 bilhões, segundo o Ministério dos Transportes, além de mais R$ 3 bilhões em custos operacionais. O ministério estabeleceu como critério para escolher o vencedor a empresa que oferecesse o maior desconto sobre a tarifa de pedágio.

Pedágio será cobrado por quilômetro rodado

João Pedro Cortez, assessor financeiro do consórcio, disse que os motoristas pagarão a tarifa de pedágio por quilômetro rodado. São três praças de pedágio nos 218 quilômetros da rodovia e o valor estabelecido pelo edital (sem o desconto) foi R$ 0,35513 por quilômetro.

— O desconto oferecido é dado sobre o todo. Na parte metropolitana, por exemplo, a cobrança só se inicia no quinto ano — disse Cortez.

Segundo o Ministério dos Transportes, a tarifa básica do pedágio subirá para que novos investimentos sejam realizados. Durante a concessão, o valor do pedágio só poderá ser reajustado com a entrega de obras importantes, como a Nova Subida da Serra de Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Tiago Barros, diretor sênior da A&M Infra, observa que o edital prevê a manutenção de três praças de pedágio em Xerém e Areal, no Rio, e o pedágio de Simão Pereira (em Minas) será mudado para Comendador Levy Gasparian, no Rio. O contrato de concessão prevê a obrigatoriedade de adoção do modelo free-flow para a cobrança de pedágios na praça de Xerém, na baixada fluminense, medida que deverá melhorar a fluidez do tráfego na região.

Se considerado o valor da tarifa por quilômetro do edital, o valor previsto na modelagem da concessão para as praças de pedágio seria de R$ 21,37 (para automóveis, caminhonetes e furgões), montante cerca de 47% superior aos valores atualmente aplicados de R$ 14,50 para esses veículos.

— Os valores efetivos dependerão, naturalmente, do deságio do lance vencedor e de atualização da tarifa base. Ao longo da concessão, o valor da tarifa de pedágio será atualizado anualmente pelo IPCA e estão previstas também reclassificações tarifárias (com aumento real do valor de pedágio) de até 12,5%, atreladas principalmente à implantação de obras de melhorias na rodovia — explica.

Barros calcula que, com o desconto, o valor total da viagem deve ficar por volta de R$ 55,00 considerando a passagem pelas três praças, em um sentido. Isto em valores compatíveis com janeiro de 2023, segundo o edital. Mas o valor exato dependerá ainda da inflação acumulada durante o prazo transcorrido até o início da cobrança pela nova concessionária, o que depende do cumprimento de algumas etapas ainda daqui pra frente.

Gargalos no Rio

O ministro dos Transportes, Renan Filho, que esteve na B3, disse que havia três gargalos rodoviários no Rio: a Serra das Araras, a BR-493 no trecho Magé/Manilha, no Arco Metropolitano e a Serra Petrópolis. Nos dois primeiros, as obras já estão em andamento e agora com a concessão da BR-040, o terceiro gargalo também entrará em obras.

— Temos um túnel na Serra de Petrópolis com 4,6 quilômetros, que tem quase 80% das obras prontas, mas elas estão paradas e inacabadas. A concessão prevê ainda mais dois túneis na descida da serra, com 620 metros — explicou o ministro, lembrando que a rodovia tem importância econômica para municípios do Rio e de Minas, como Duque de Caxias, Petrópolis, Matias Barbosa, Simão Pereira e Juiz de Fora.

Atualmente, a rodovia é administrada pela Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio de Janeiro (Concer), da Triunfo. A concessão venceu em 2021, mas a Concer conseguiu, através de decisões judiciais, continuar operando a rodovia. Isso porque a concessionária esperava receber um adicional no contrato para viabilizar a nova pista da Serra de Petrópolis, desde 2014.

O governo federal havia se comprometido a aportar recursos para a realização da obra, mas segundo a Concer os pagamentos não foram feitos na totalidade. Isso provocou um desequilíbrio financeiro na concessionária, que entrou em recuperação extrajudicial em 2017.

Congestionamentos frequentes

A obra denominada "Nova Subida da Serra", na região de Petrópolis é crucial para a região para melhorar problemas de congestionamentos e está orçada em R$ 1,5 bilhão. Motoristas se queixam da falta de manutenção das pistas no trecho de serra, do fluxo intenso de caminhões, de congestionamentos frequentes e infraestrutura precária para socorro a veículos com problemas.

O edital do Ministério dos Transportes prevê “compartilhamento de risco” na construção do túnel da serra. Segundo o ministério, “o que exceder ao valor precificado nos estudos técnicos para a execução do túnel deve ser objeto de reequilíbrio econômico-financeiro, na proporção de 90% em favor, se positiva, da concessionária ou, se negativa, do poder concedente”. As obras na serra foram iniciadas em 2013, mas pararam em 2016 por falta de recursos.

As obras na rodovia foram divididas em quatro lotes, e devem levar entre cinco e seis anos para ficarem prontas, depois da assinatura do novo contrato de concessão. O lote 1 (duplicação entre o posto de pedágio de Xerém e a interseção do Belvedere nos dois sentidos) deve ser iniciado apenas em 2028 e concluído em 2030, segundo o edital.

O lote 2 (conclusão do túnel de 4,6 km e duplicação entre o Belvedere e a entrada do túnel) tem previsão de início em 2029 e conclusão no ano seguinte. Os lotes 3 e 4 (implantação de faixas adicionais entre Bingen e Duarte da Silveira, além da abertura de dois túneis novos na descida devem ser iniciados em 2030 e concluídos em 2031.

Em nota, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avalia que a retomada imediata das obras da Nova Subida da Serra de Petrópolis é peça-chave para que esse processo de modernização da rodovia seja realmente efetivo.

“Trata-se de um pleito histórico da federação, mas, mais do que isso, de uma demanda histórica da sociedade fluminense, que convive há décadas com os riscos e limitações do atual traçado da serra”, disse em nota o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

A rodovia, diz a Firjan, é essencial para o escoamento de bens industriais, insumos agrícolas e produtos manufaturados, além de ser vital para a integração econômica entre o Sudeste e outras regiões do país. Também tem papel estratégico para o sistema portuário fluminense, já que pela rodovia circula grande parte das cargas provenientes de Minas Gerais com destino aos portos do Rio de Janeiro, bem como mercadorias que chegam ao estado para abastecer o interior mineiro.

De acordo com a Firjan, o Rio de Janeiro é o segundo maior parceiro comercial de Minas Gerais, e as obras e melhorias na BR-040 garantirão mais segurança, previsibilidade nas operações logísticas e redução de custos. Além disso, a modernização da rodovia trará benefícios diretos para a indústria, especialmente para os distritos industriais no entorno do trecho, como Duque de Caxias, Três Rios e outros.

O edital prevê a construção de novos trechos, ampliação de faixas de rolamento e melhorias em interseções. Está prevista a instalação de iluminação inteligente por LED, sistemas de monitoramento de pontos críticos e zonas urbanas, além de Pontos de Parada e Descanso (PPDs) para caminhoneiros.

O edital também busca corrigir deficiências estruturais da concessão anterior, como manutenção e recuperação do pavimento, modernização da sinalização e instalação de radares. Haverá a implantação do sistema de free flow (pedágio sem canela) na Baixada Fluminense, desconto no valor do pedágio para usuários frequentes e para pagamento com tag, além de instalação de wi-fi.

NAVAL

A Tribuna - SP   02/05/2025

O primeiro leilão de terminais portuários de 2025 somou R$ 857,1 milhões em outorgas (valor recebido pelo poder público), com a concessão de quatro áreas, sendo três no Porto de Paranaguá (Paraná) e uma no Rio de Janeiro. Os leilões ocorreram ontem, na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. No total, dez proponentes participaram das disputas pelos ativos, que contaram com três vencedores distintos.

Os quatro terminais portuários leiloados nesta quarta-feira somam cerca de R$ 1 bilhão em investimentos diretos, com a maior parte construída nas três áreas do Porto de Paranaguá: PAR15, PAR14 e PAR25. Ao incluir as obras de infraestrutura pública, a cifra chega a R$ 2,1 bilhões. Os terminais paranaenses serão concedidos por 35 anos e o do Rio de Janeiro (RDJ11), por dez anos.

O PAR15 foi arrematado pela Cargill Brasil por R$ 411 milhões. O operador será responsável por implantar quatro balanças e dois tombadores até o quinto ano de contrato, além de integrar sua operação ao Píer T, com capacidade mínima de movimentação de 2,2 milhões de toneladas por ano.

Já a operação do PAR14 foi conquistada pelo BTG Pactual Commodities Sertrading. Com área de 82.436 metros quadrados, exigirá investimentos mínimos de R$ 1,187 bilhão, o maior montante do lote concedido ontem. Serão R$ 529 milhões referentes a aportes no próprio terminal e R$ 477 milhões em infraestrutura pública.

Entre as melhorias previstas estão a construção dos novos berços do “Píer T”, com sistemas modernos de despoeiramento, elevadores de canecas, torres de transferência e balanças de fluxo. A conexão com o sistema Moegão será obrigatória na fase inicial, com a instalação de duas linhas transportadoras capazes de movimentar até 2 mil toneladas por hora.

O PAR25 teve como vencedor o Consórcio ALDC, composto pelas empresas Louis Dreyfus e Amaggi. O grupo ganhou com uma outorga de R$ 219 milhões. O terminal de 43,2 mil metros quadrados deve atrair cerca de R$ 565 milhões em investimentos, sendo R$ 233 milhões no próprio terminal e R$ 331 milhões para obras de infraestrutura pública.

Os certames atingiram recordes no número de participantes e volumes de investimento no setor portuário, segundo o governador do Paraná, Ratinho Junior.

Com proposta única, o Consórcio Porto do Rio de Janeiro arrematou o terminal RDJ11. O grupo vencedor, composto pelas empresas Triunfo Logística e Sul Real GMBL, ofertou outorga de R$ 2,1 milhões.

O RDJ11 terá contrato de dez anos e prevê investimentos de R$ 6,8 milhões. Fará movimentação e armazenagem de granéis sólidos e carga geral.

A Tribuna - SP   02/05/2025

O avanço do transporte de carga por cabotagem no Brasil, incentivado pelo Programa BR do Mar (Lei Federal 14.301/2022, cujo decreto presidencial de regulamentação deve sair em maio), é fundamental para reequilibrar a matriz logística nacional, reduzindo a sobrecarga nas rodovias e promovendo um modal mais sustentável.

Essa foi a conclusão dos participantes do primeiro painel do Summit Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro, realizado nesta terça-feira (29), pelo Grupo Tribuna, em Santos. O tema foi Navegação e o Afretamento Marítimo das Embarcações Estrangeiras.

Desafios para crescer
Os debatedores deixaram claro, porém, que a expansão da cabotagem, que é a navegação entre portos dentro do País, enfrenta desafios estruturais, como a escassez de embarcações brasileiras, gargalos na indústria naval, dificuldade de afretamento de navios estrangeiros e carência de mão de obra qualificada.

A necessidade de aumentar a capacidade da frota nacional foi uma preocupação recorrente. Segundo o diretor comercial da Aliança Navegação e Logística, José Roberto Duque, a cabotagem representa apenas 3% a 4% da matriz de transportes brasileira, frente aos cerca de 35% a 40% observados em países como China e EUA. “Nós temos muito para crescer. É nosso trabalho convencer o cliente que a cabotagem vale a pena”, afirmou.

Ele destacou o esforço recente da Aliança em realizar a docagem (manutenção fora da água) de um de seus navios no Porto de Suape (Pernambuco), como sinal de apoio à indústria nacional. “Depois de anos fazendo fora, trouxemos para o Brasil usando o Fundo da Marinha Mercante.”

Afretamento e segurança jurídica
O afretamento de embarcações estrangeiras é apontado como solução imediata para atender à crescente demanda, mas esbarra em entraves regulatórios. Diretor de Operações da Santos Brasil, Bruno Stupello ressaltou que é preciso destravar contratos de arrendamento antigos para que os terminais consigam investir para atender melhor a cabotagem. “Estamos falando de aumento de capacidade, de ter a disponibilização de navios de cabotagem para conseguir atrair mais cargas, com um modal mais eficiente. Mas precisamos falar também da facilidade do terminal de investir e ampliar a capacidade ao longo da gestão contratual. Temos equipamentos mais eficientes e sustentáveis, mas a burocracia impede a substituição”.

A diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Flávia Takafashi, explicou que a regulação da agência é importante para a segurança jurídica e operacional. “A cabotagem não será aberta a empresas estrangeiras, apenas embarcações poderão ser afretadas por empresas brasileiras autorizadas. Isso garante controle e segurança.” Ela alertou que a ausência de regulação pode trazer embarcações com padrão técnico inferior: “Segurança não é opcional.”

Para o advogado Marcel Nicolau Stivaletti, da RMM Advocacia, a proteção do setor precisa ser estratégica. “A BR do Mar amplia as possibilidades de afretamento, mas exige que empresas tenham lastro nacional. A Antaq tem sido cuidadosa na aplicação da lei, mesmo diante da ausência de decreto regulamentador.”

Importância da regulação
Embora a regulação seja vista por alguns como um freio, os painelistas convergiram quanto à sua importância. “Regular não é engessar, é proteger. É garantir que só quem está apto participe do mercado”, afirmou Takafashi.

A advogada Eliane Octaviano Martins, diretora da Maritime Law Academy, ressaltou que a regulação brasileira também atende compromissos internacionais: “O Brasil é signatário de tratados que exigem padrões de segurança e sustentabilidade. Não basta assinar, é preciso cumprir.”

Ela acrescentou que a cabotagem é estratégica para metas de descarbonização e adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Regulamentação prestes a sair
Aguardada há três anos, a regulamentação do Programa de Estímulo ao Transporte por Cabotagem, conhecido como BR do Mar, está a poucas semanas de ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A expectativa do governo é que a cerimônia aconteça no Porto de Suape (Pernambuco), no próximo dia 20 de maio.

“O BR do Mar já teve grandes benefícios, como ampliar a participação da cabotagem, trazendo maior concorrência. Só no ano passado, a gente teve uma ampliação de contêineres de 25%. Mas uma parte da lei ainda depende de decreto, que é a parte de afretamento de embarcações estrangeiras”, afirmou a secretária-executiva do Ministério de Portos e Aeroportos, Mariana Pescatori.

Ela também ressaltou que a regulamentação abrirá caminho para o conceito de embarcações sustentáveis. “Quanto mais embarcações verdes a empresa trouxer, mais ela vai poder trazer embarcações estrangeiras. Isso será bastante relevante.”

Trabalho e inclusão
A advogada Nathália Caroline Fritz Neves, do Salomão Advogados, elogiou o estímulo ao conceito de embarcações sustentáveis com viés ambiental, mas também ressaltou o aspecto social, com a promoção de trabalho digno e de vagas não discriminatórias. “Precisamos de um olhar para isso, mas é importante que seja algo efetivo. A obrigatoriedade, de certa forma, limita a atividade. Mas devemos fomentar a regulação por incentivo.”

O juiz Frederico Messias, coordenador do Núcleo de Estudos de Direito Marítimo da Escola Paulista de Magistratura, também alertou para a importância estratégica da legislação. “Sou liberal e defensor do mercado. Mas há setores do Estado que precisam ser pensados de forma estratégica, e a cabotagem é um deles.”

Ambiente para investimentos
O advogado Marcelo Sammarco, da Sammarco Advogados, disse que o Brasil precisa aproveitar sua vocação natural para a cabotagem. “Não basta apenas ter a regulação, uma lei que ampare e fomente investimentos. Precisa ter um ambiente de infraestrutura que possa suportar essa demanda. Isso passa também pela questão do trabalho. Mas o decreto deve pavimentar um caminho para a expansão nesse segmento”, ponderou.

Na visão da gerente de produto da Norcoast, Patrícia Lia Brentano, o afretamento é “o menor dos problemas” da navegação de cabotagem atualmente. “A desburocratização que envolve a cabotagem e a logística portuária no Brasil tem que acontecer. Mostrar como é a venda do nosso negócio é importante, para que todos os setores estejam na mesma página. Precisamos de celeridade para que resolvamos nossos problemas. Temos outros gargalos”, completou.

Expectativa para o decreto
Pedro Calmon, advogado na PCFA Advogados e especialista em Direito Marítimo, afirma que o decreto previsto para o próximo dia 20 é um marco importante. “Traz o BR do Mar para o nosso cenário. Aproveitamos muitos dispositivos que vieram da lei. Porque, em que pese não incentivar uma construção nacional, por meio do afretamento de embarcação de bandeira estrangeira, fomenta um desenvolvimento da Marinha Mercante nacional, com a entrada de novos players que vão se aventurar.”

IstoÉ Dinheiro - SP   02/05/2025

Quatro terminais dos portos do Rio de Janeiro e de Paranaguá, no Paraná, foram leiloados na manhã desta quarta-feira (30) na B3, bolsa de valores sediada em São Paulo. O terminal do Rio de Janeiro teve apenas uma oferta, mas os três terminais do Porto de Paranaguá foram alvo de muita disputa, principalmente a área chamada de PAR15.

Realizado pelo Ministério de Portos e Aeroportos e pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), este foi o primeiro leilão de arrendamento portuário do ano.

Neste leilão, foram licitadas as áreas RDJ11, localizada no Porto do Rio, e PAR14, PAR15 e PAR25, instaladas no porto de Paranaguá. O critério de julgamento adotado foi o maior valor de outorga.

Para a área RDJ11, houve apenas uma proposta, e o vencedor foi o Consórcio Porto do Rio de Janeiro, que ofereceu R$ 2,1 milhões como valor de outorga.

A área PAR25 teve cinco propostas e, por isso, houve também uma disputa em viva-voz após as ofertas iniciais. Como ofereceram ofertas mais baixas na primeira etapa, o BTG Pactual Commodities Sertrading e a Rocha Graneis foram eliminados e não puderam participar da modalidade viva-voz.

Após uma disputa acirrada, que se encerrou após 21 lances, a empresa que saiu vencedora do leilão do terminal PAR25 foi o Consórcio ALDC, que ofereceu R$ 219 milhões como valor de outorga. O consórcio ALDC bateu a ICTSI Américas B.V, com quem travou uma grande disputa, e o Consórcio Interalli Grãos Terminais.

Para o terminal PAR14 também houve cinco proponentes e lances em viva-voz. Como as empresas Potencial Agro e Rocha Graneis Sólidos de Exportações fizeram as menores ofertas iniciais, não puderem participar da etapa de viva-voz.

Nessa etapa, a empresa vencedora foi o BTG Pactual, com a oferta de R$ 225 milhões pelo terminal PAR14. Após 26 lances, O BTG Pactual bateu o ICTSI Américas B.V, após grande disputa, e a Infra II Investment.

Já para o terminal PAR15, o mais disputado deste leilão, houve seis propostas iniciais e, por isso, também houve lances em viva-voz entre os três primeiros colocados. O Consórcio ALDC, a ICTSI Américas B.V e a Infra II Investment ficaram de fora dessa disputa.

Após 55 lances, o leilão do terminal PAR25 foi vencido pela Cargill Brasil Participações, com o lance de R$ 411 milhões, como valor de outorga. A Cargill bateu a Arco Norte Infraestrutura e Logística, que brigou lance a lance pelo terminal, e o BTG Pactual Commodities Sertrading.

Segundo a Antaq, o leilão teve o objetivo de ampliar a capacidade logística para o escoamento da produção agrícola, viabilizar uma infraestrutura de transporte moderna, eficiente e segura, além de promover ganhos econômicos por meio da geração de emprego e renda”.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (foto), informou que governo deve realizar mais de 42 leilões de terminais portuários até 2026, com aporte estimado de R$ 22,85 bilhões.
Características

O Terminal RDJ11, do Rio de Janeiro, foi leiloado pelo modelo simplificado, com contrato de dez anos. De acordo com o ministério, esse empreendimento é destinado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos e carga geral. Com área total de 7.787 metros quadrados, o terminal RDJ11 tem previsão de investimentos diretos em torno de R$ 6,8 milhões.

O Porto do Rio de Janeiro, atualmente sob a administração da estatal PortosRio, é um dos mais tradicionais e movimentados do país. Localizado na costa oeste da Baía de Guanabara, o complexo tem vocação para o manuseio de cargas gerais, conteinerizadas, siderúrgicas e granéis.

O leilão das áreas de Paranaguá foi realizado pela Portos do Paraná, empresa pública responsável pelos portos de Paranaguá e Antonina. Segundo a empresa, os três espaços colocados à disposição do mercado são destinados ao armazenamento e à movimentação de granéis sólidos vegetais, majoritariamente soja, farelo e milho. Os três espaços somam 169 mil metros quadrados, área maior que a do Estádio do Morumbi, em São Paulo.

Diferentemente de outros portos públicos no Brasil, a Portos do Paraná realiza seus próprios leilões desde 2019, quando passou a ser a primeira autoridade portuária a obter autonomia administrativa. Desde então, cinco leilões de áreas foram realizados, somando cerca de R$ 60 milhões arrecadados em outorgas, totalizando R$ 1,3 bilhão em contratos.

O investimento no PAR14, em Paranaguá, será de R$ 1,187 bilhão ao longo de 35 anos. A área desse terminal, informou o ministério, é de 82.436 metros quadrados e terá capacidade para movimentar 6,8 milhões de toneladas por ano.

Com área de 43.279 metros quadrados (m²) e capacidade para movimentar 4 milhões de toneladas por ano, o PAR15 receberá aporte de R$ 656,85 milhões durante os 35 anos de contrato.

O PAR25 também movimenta e armazena granéis sólidos vegetais e tem previsão de investimentos diretos de R$ 216,98 milhões ao longo de 35 anos.

O Porto de Paranaguá é o segundo maior do Brasil em tamanho e movimentação total de cargas, ficando atrás apenas do Porto de Santos. É o maior movimentador do complexo de soja no país (grãos, farelo e óleo) e responsável pela descarga de 33% dos fertilizantes importados pelo Brasil, que é o quarto  maior mercado consumidor de fertilizantes do mundo.

Paranaguá é o primeiro porto a regularizar 100% de suas áreas com a promoção de arrendamentos e concessões. No ano passado, o complexo movimentou cerca de 60 milhões de toneladas. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, a expectativa é de que os novos investimentos dobrem a capacidade de escoamento da safra agrícola pelo Porto de Paranaguá.

Valor - SP   02/05/2025

A China CSSC Holdings e a China Shipbuilding Industry eram originalmente uma única empresa estatal, até que o governo chinês as separou em 1999, visando promover a concorrência.

Duas subsidiárias importantes da China State Shipbuilding Corp. (CSSC), o maior grupo de construção naval do mundo, registraram lucro em 2024 graças a um grande volume global de encomendas.

A China CSSC Holdings relatou um aumento de 5% na receita, para 78,5 bilhões de yuans (US$ 10,8 bilhões), gerando um salto de 22% no lucro líquido, para 3,6 bilhões de yuans.

A receita da China Shipbuilding Industry aumentou 19%, para 55,4 bilhões de yuans. O lucro líquido foi de 1,3 bilhão de yuans, em comparação com um prejuízo de 780 milhões de yuans em 2023.

As duas empresas registraram uma onda de encomendas de navios que podem atingir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa estabelecidas pela Organização Marítima Internacional (OMI).

A China CSSC Holdings e a China Shipbuilding Industry são empresas listadas na CSSC. As duas empresas irmãs eram originalmente uma única empresa estatal, até que o governo chinês as separou em 1999, visando promover a concorrência.

Em 2019, elas se uniram novamente e, em setembro de 2024, o grupo anunciou planos para a China CSSC Holdings absorver a China Shipbuilding Industry.

As construtoras navais agora enfrentam o risco de uma escalada das tensões comerciais. Em meados de abril, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos anunciou um cronograma de taxas portuárias para navios de fabricação chinesa e todos os navios cargueiros de fabricação estrangeira.

Para toda a indústria naval da China, a carteira de pedidos inacabados era de 208,72 milhões de toneladas de porte bruto no final de 2024, segundo dados do governo. Isso é mais que o quádruplo do nível anual de pedidos concluídos.

Acredita-se que a CSSC Holdings e a China Shipbuilding Industry tenham uma carteira de pedidos suficiente para manter a produção em andamento por enquanto.

No entanto, a controladora CSSC está preocupada. Um documento divulgado recentemente sobre o processo de fusão alertou que o ambiente externo está cada vez mais incerto devido à instabilidade da economia global e ao crescente protecionismo no comércio internacional.

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   02/05/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que todas as compras de petróleo ou produtos petroquímicos iranianos devem parar e qualquer país ou pessoa que comprar produtos do Irã estará imediatamente sujeita a sanções secundárias.

“Eles não poderão fazer negócios com os Estados Unidos de nenhuma forma, maneira ou jeito”, escreveu o republicano no Truth Social nesta quinta-feira.

Os comentários de Trump ocorrem após o adiamento das mais recentes negociações dos EUA com o Irã sobre seu programa nuclear, que estavam previstas para ocorrer em Roma no sábado. Uma autoridade de alto escalão iraniana disse à Reuters que uma nova data será definida “dependendo da abordagem dos EUA”.
O governo de Trump tem visado Teerã com uma série de sanções a entidades, incluindo um terminal de armazenamento de petróleo bruto com sede na China e uma refinadora independente que os EUA acusaram de estar envolvida no comércio ilícito de petróleo e petroquímicos.

Sanções secundárias são aquelas em que um país busca punir outro país por negociar com um terceiro, bloqueando o acesso a seu próprio mercado, uma ferramenta particularmente poderosa para os Estados Unidos devido ao tamanho de sua economia.

Segundo analistas, para realmente reprimir exportações de petróleo do Irã, os EUA teriam que impor sanções secundárias a entidades como bancos chineses que facilitam a compra de petróleo iraniano. A China é o maior comprador de petróleo bruto iraniano.

Infomoney - SP   02/05/2025

Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte queda nesta quarta-feira, 30, ampliando as perdas da sessão anterior, em meio a rumores de que a Arábia Saudita estaria disposta a ampliar sua produção e suportar um período prolongado de preços baixos da commodity. O mercado também absorveu a alta do dólar no exterior e os dados fracos sobre a economia norte-americana, que elevaram as preocupações sobre a demanda por petróleo no país.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para junho caiu 3,66% (US$ 2,21), fechando a US$ 58,21 o barril. O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 3,51% (US$ 2,22), para US$ 61,06 o barril. No mês, o brent caiu 15% e o WTI teve baixa de 18%, na maior queda mensal desde novembro de 2021.

Durante a sessão, a commodity acelerou queda depois que a Reuters informou que autoridades sauditas estão sinalizando a aliados e especialistas do setor de petróleo que o país não está disposto a sustentar o mercado com novos cortes na oferta e que pode lidar com um período prolongado de preços baixos.

Petrobras divulga prévia “neutra” e analistas projetam dividendo de US$ 2,4 bi no 1T

A companhia divulgou um aumento de +5,4% na base trimestral na produção média de óleo, LGN e gás natural, chegando em 2,77 milhões de boed

Antes, os futuros da commodity refletiam a contração inesperada do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre e o dado fraco da ADP sobre a criação de vagas de emprego pelo setor privado americano.

Outro dado que influenciou o mercado de petróleo – desta vez exercendo pressão de alta – foi a queda nos estoques da commodity nos EUA. Segundo o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), os estoques de petróleo recuaram 2,696 milhões de barris na semana passada, contrariando as expectativas.

Na China, as três maiores empresas de energia do país sinalizaram uma demanda mais fraca por derivados de petróleo e preços mais baixos do petróleo bruto na segunda maior economia do mundo.

Valor - SP   02/05/2025

Estima-se que 30% do gás natural não descoberto do mundo esteja sob o Oceano Ártico

O desenvolvimento de gás natural no Alasca ressurgiu como um tópico crucial nas relações Estados Unidos-Japão, enquanto os países se preparam para uma segunda rodada de negociações na quinta-feira sobre os planos tarifários do presidente americano, Donald Trump.

Trump afirmou que Japão e Coreia do Sul estão interessados em investir, embora o projeto já tenha fracassado diversas vezes. Em vez de descartar a ideia como inviável, o Japão precisa encontrar uma maneira de envolver outros países asiáticos, usando o projeto a seu favor desta vez.

Já em 1998, o “Nikkei Asia” noticiou que a Marubeni planejava um estudo de viabilidade com uma grande petrolífera americana e outros parceiros para a produção de GNL nos campos de gás da encosta norte do Alasca. O objetivo era construir um gasoduto até a costa do Pacífico, onde o gás seria liquefeito e exportado para o Japão, Coreia do Sul e Taiwan.

A produção deveria ter começado em 2007. Mas o projeto, quase idêntico ao proposto pelo atual governo Trump, nunca se concretizou.

"Consideramos isso, mas o ambiente em torno do projeto na época nos impediu de comercializá-lo", disse uma fonte da Marubeni.

Como parte da equipe que acompanhou os planos da Marubeni, a fonte afirmou ter sentido “uma forte sensação de déjà vu quando o GNL do Alasca foi mencionado” em uma cúpula em fevereiro entre o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba e Trump.

O projeto do Alasca teria uma capacidade de produção anual de 20 milhões de toneladas — quase um terço do consumo total do Japão.

Há muitas vantagens nessa ideia, que surgiu repetidamente nas últimas décadas. O Alasca possui uma abundância de petróleo bruto e gás natural inexplorados. O GNL extraído lá levaria sete dias para chegar ao Japão, metade do tempo que o GNL do Golfo do México leva para ser transportado pelo Canal do Panamá, e não precisaria passar por gargalos geopolíticos como o Estreito de Ormuz ou o Mar da China Meridional.

Mas aqueles familiarizados com o assunto concordam que a comercialização é um desafio. North Slope está localizada no Oceano Ártico, em um clima extremamente frio. O transporte de gás natural para a Costa Oeste dos Estados Unidos requer 1.300 quilômetros de gasoduto, que, segundo uma fonte do governo japonês, precisaria atravessar "três cadeias de montanhas e 800 rios".

O projeto está estimado em US$ 44 bilhões, e os preços dos equipamentos e materiais só aumentam. Há também preocupação com a resposta morna da Exxon Mobil, ConocoPhillips e outras empresas de energia com interesses em North Slope, um contraste notável com o entusiasmo de Washington e do governo estadual do Alasca.

As empresas não querem acabar comprando GNL a um preço alto, mesmo que isso seja benéfico para a segurança energética.

"Avaliaremos cuidadosamente se é economicamente viável e sustentável", disse o presidente do Comitê de Comércio Exterior do Japão, Tatsuo Yasunaga, em entrevista coletiva.

Mas a inclusão do GNL do Alasca em negociações tarifárias abrangentes entre o Japão e os Estados Unidos complica a situação.

Automóveis e autopeças representaram cerca de um terço das exportações do Japão para os Estados Unidos em 2024, totalizando 7 trilhões de ienes (US$ 49 bilhões). Acredita-se que o impacto da tarifa de 25% de Trump sobre carros importados seja da ordem de trilhões de ienes. Uma desaceleração na indústria automobilística também afetaria fabricantes de aço, produtos químicos e outros materiais.

Trump também anunciou tarifas "retaliatórias" separadas para parceiros comerciais dos Estados Unidos, incluindo o Japão. Uma vez em vigor, elas poderão reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) real do Japão em 0,6%, de acordo com uma estimativa.

O aumento das compras de GNL americano e os investimentos no projeto do Alasca são algumas das poucas moedas de troca que o Japão tem nas negociações tarifárias. Tóquio precisará ponderar os riscos associados ao projeto de GNL em relação à possibilidade de evitar tarifas e uma desaceleração econômica.

Estima-se que 30% do gás natural não descoberto do mundo esteja sob o Oceano Ártico. Trump expressou interesse em comprar a Groenlândia, provavelmente de olho nos recursos do Ártico e na posição do território em rotas estratégicas de navegação.

Enquanto isso, a Rússia liderou o caminho na exploração de recursos e rotas de navegação do Ártico, produzindo GNL em suas regiões ao norte e enviando o combustível para a Europa e a Ásia usando quebra-gelos. Com o Ártico se tornando um campo de batalha pelo domínio energético entre os Estados Unidos e a Rússia, o desenvolvimento de GNL no Alasca pode assumir uma importância estratégica ainda maior.

Os Estados Unidos vincularam o GNL do Alasca não apenas a tarifas, mas também à cooperação em segurança.

Em visita à Ásia em março, o governador do Alasca, Mike Dunleavy, assinou uma carta de intenções com o presidente taiwanês, Lai Ching-te, para vender 6 milhões de toneladas anuais de GNL para a ilha.

Taiwan não pode facilmente virar as costas para os Estados Unidos, dada a ameaça de uma crise no Estreito de Taiwan. Existe a possibilidade de os Estados Unidos também vincularem o GNL do Alasca a questões como compras de equipamentos de defesa e aumento dos gastos com defesa em negociações com o Japão.

É importante que os importadores asiáticos de GNL coordenem uma resposta. O Japão não pode ser visto como hesitante em investir no Alasca se Taiwan for visto como adepto da ideia. A decisão de investir deve depender da capacidade do projeto de fornecer um suprimento de energia estável e acessível. A coordenação também será fundamental para determinar quem investe o quê em troca de quanto GNL, aumentando a viabilidade do projeto.

Energia e defesa são dois lados da mesma moeda. Quando o mundo estava unido na busca pelo livre comércio, a oferta e a demanda de energia, e o preço, eram determinados pelo mercado. Com Trump agora impulsionando o risco global e uma guerra comercial, a energia será cada vez mais valorizada por sua importância estratégica.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   02/05/2025

A indústria de máquinas agrícolas, tratores e colheitadeiras, vendeu 3.991 unidades em março. Isso representa uma queda de 11,5% frente às vendas de 4.509 tratores e colheitadeiras registradas em março do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

No trimestre, de janeiro a março deste ano, foram vendidas 11.997 unidades, um crescimento de 13% sobre as 10.621 máquinas agrícolas vendidas em igual período do ano passado. No mercado interno, as vendas de máquinas agrícolas em março caíram 12,8% em relação a março do ano passado.

No acumulado dos primeiros três meses de 2025, a indústria de máquinas e colheitadeiras agrícolas colocou 10.949 unidades no mercado interno, um crescimento 17,5% sobre as 9.323 unidades vendidas no mesmo período de 2024.

As exportações somaram 403 unidades em março, mostrando um crescimento de 2,8% sobre as 392 unidades embarcadas no mesmo mês do ano passado. Já no acumulado dos primeiros três meses deste ano, as exportações despencaram 20%, para 1.038. No mesmo período do ano passado foram embarcadas 1.298 unidades.

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INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

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