Valor - SP 09/05/2025
Ebitda ajustado ficou em R$ 2,509 bilhões nos primeiros três meses de 2025, alta de 27,6% ante R$ 1,966 bilhão um ano antes
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) teve prejuízo líquido de R$ 732 milhões no primeiro trimestre de 2025, 52,5% maior que a perda de R$ 480 milhões no mesmo período de 2024, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira. Os valores referem-se aos atribuíveis aos sócios controladores.
A receita líquida aumentou 12,3% entre os dois períodos, de R$ 9,713 bilhões para R$ 10,908 bilhões. O custo dos produtos vendidos tiveram aumento de 11,3%, para R$ 8,375 bilhões.
O lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 2,509 bilhões nos primeiros três meses de 2025, alta de 27,6% ante Ebitda ajustado de R$ 1,966 bilhão um ano antes.
Globo Online - RJ 09/05/2025
Incerteza foi a palavra usada nos comunicados do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve para explicar suas decisões. Aqui, a taxa Selic subiu para 14,75%, nos Estados Unidos os juros não foram reduzidos e permanecem entre 4,25% e 4,5%. E o futuro? Aqui houve alguma indicação de que os juros não devem subir mais, mas nada muito garantido. Nos Estados Unidos, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse não ter pressa em baixá-los. O que significa que a tensão com Donald Trump vai continuar. E a incerteza.
O BC definiu o cenário brasileiro como marcado por “expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”. Ou seja, as projeções de inflação estão altas e acima da meta e a economia, por incrível que pareça, continua forte, apesar desse choque de juros. Ontem mesmo, o IBGE informou que a produção industrial de março subiu 1,2%, uma surpresa positiva.
Todo mundo achava que a Selic subiria meio ponto percentual. Mas havia uma divisão no mercado sobre se isso seria o fim do ciclo de alta ou se o BC indicaria uma nova alta. E ele, com a sua linguagem hermética, disse que nada pode decidir por enquanto. Porque o cenário permanece de “elevada incerteza”, ainda não se sabe a dimensão do efeito da atual elevação da taxa e por isso é preciso ter “cautela” e “flexibilidade”. Continuou o parágrafo falando que vai ficar “vigilante” para decidir a “calibragem do aperto monetário”.
O dilema no Brasil é que, apesar da forte alta de juros, as projeções continuam indicando que a inflação está acima do teto da meta. Os dados da economia estão ainda fortes, apesar de sinais “incipientes de moderação no crescimento”. Mas uma taxa de juros de quase 15% é, convenhamos, uma aberração. A última vez que o Brasil teve juros de 14,75% foi em 2006, mas na época eles estavam caindo. Agora a Selic consegue estar mais alta do que quando a inflação estava em dois dígitos em 2015/2016.
Nos Estados Unidos, os juros foram mantidos por causa de Donald Trump e de sua política tarifária que não se sabe que impacto terá na inflação. Um integrante do FOMC disse ao Financial Times que “a incerteza sobre o cenário econômico aumentou ainda mais. Os riscos de desemprego maior e inflação maior cresceram”. Nada pior para quem toma decisões sobre juros do que encontrar os dois riscos ao mesmo tempo. O Fed, como se sabe, tem que perseguir duas metas, manter a inflação em 2% e manter o desemprego baixo.
Nos dois bancos centrais as decisões foram unânimes e isso foi importante por motivos diferentes. Aqui, é o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, firmando sua presidência, lá é Powell, em luta contra os ataques de Trump.
Desde dezembro, o Fed não corta mais os juros. Inicialmente pelas ameaças de Trump que foram vistas como inflacionárias, depois pelas decisões que anunciou que foram piores do que o esperado. Os sinais que os dirigentes do Fed têm dado é de que ficarão parados, sem mexer nas taxas, até que os efeitos das tarifas fiquem mais claros. Os economistas dos bancos internacionais se perguntam quando os cortes dos juros americanos serão retomados. Antes havia uma aposta que cairiam em junho. Agora não se sabe.
Na entrevista que concedeu após o anúncio, Powell foi perguntado por que ele não pediu uma reunião com Donald Trump. Ele disse que nunca pediu uma reunião com um presidente e nunca pedirá. Trump tem ameaçado demiti-lo, mas a lei não permite.
Essa incerteza externa atinge o Brasil, tanto que o comunicado começa com uma frase assim: “o ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica dos Estados Unidos, principalmente acerca da política comercial e seus efeitos”. Mas o grande problema continua a ser interno: como lidar com uma inflação que não está fora de controle, porém permanece acima do teto da meta.
É evidente que deixado a Selic nesse nível por um tempo, a política monetária fará seu efeito de redução da atividade e da inflação. Essa taxa de 14,75% já é muito restritiva. O mais acertado seria parar a elevação, manter esse patamar por um tempo, e aguardar o efeito defasado da política monetária. Aperto de política monetária não é apenas subir juros indefinidamente, pode ser manter juros altos pelo tempo necessário.
Infomoney - SP 09/05/2025
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 14,75% ao ano – o maior patamar em quase 20 anos –, anunciada na noite de quarta-feira (8), desagradou as entidades que representam a indústria, pelo natural impacto de contração que deve trazer à atividade econômica nos próximos meses. Mas foi considerada necessária pela maioria dos representantes da atividade varejista, que mostraram preocupação com a ainda forte inflação de serviços.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a nova elevação da Selic impõe um fardo ainda mais pesado à economia e trará consequências negativas para emprego, renda e bem-estar da população.
“Embora o controle da inflação seja o objetivo primordial do Banco Central, a elevação da Selic traz riscos significativos à economia, que está em processo de desaceleração mais acentuado do que esperávamos no final de 2024”, disse em nota o presidente da CNI, Ricardo Alban.
A CNI estima que o Produto Interno Bruto (PIB) vai crescer 2,3% em 2025, uma queda de 1,1 ponto percentual em relação ao ano passado. Para a indústria o crescimento deve ser de 2%, ante 3,3% em 2024. “Caso a estimativa se concretize, isso representaria o menor crescimento da economia nos últimos cinco anos e está diretamente relacionado à política monetária contracionista”, criticou Alban.
A Confederação pede que o Copom nas próximas reuniões deve considerar a defasagem dos efeitos da política monetária contracionista, intensificada a partir de setembro de 2024; um limite de até 8,8% para a taxa de juros real; a recente política comercial dos Estados Unidos, com imposição de tarifas; e a forte desaceleração do impulso fiscal, observada desde o segundo semestre de 2024 e que deve se manter ao longo de 2025.
Já a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) considera excessivo o aumento da taxa básica de juros para 14,75% ao ano, patamares superiores aos registrados há uma década, quando o país enfrentava uma inflação de dois dígitos.
“A Federação destaca que o cenário de juros elevados já restringe de forma significativa a atividade econômica, especialmente relacionadas à indústria, que encerrou o primeiro trimestre do ano praticamente estável. A esse quadro soma-se a recente perda de dinamismo no mercado de trabalho, o que contribui para a desaceleração necessária que direcionará a inflação à meta no médio prazo”, disse a Firjan em nota.
Para a Firjan, o cenário atual de incertezas globais, caracterizado por conflitos geopolíticos e tensões comerciais, exige uma análise cuidadosa e a manutenção de juros elevados pode agravar ainda mais a já comprometida competitividade do Brasil.
“Diante desse contexto e de um problema fiscal crônico, que impede uma redução consistente da taxa Selic, a Federação enfatiza a urgência de uma reforma fiscal estrutural. Políticas públicas orientadas para a inovação, infraestrutura, capital humano e redução dos custos de produção são essenciais para garantir um desenvolvimento socioeconômico sustentável no Brasil.”
Por sua vez, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), embora reconheça a importância do controle da inflação para a estabilidade econômica, alerta que o atual cenário pode agravar a desaceleração da economia brasileira.
A entidade lembra que a intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e outros países têm reduzido as projeções de crescimento global, provocando efeitos deflacionários sobre o Brasil, especialmente com a queda nos preços das commodities.
“Esse contexto contribui para aprofundar a desaceleração da atividade econômica doméstica já em curso, e a adoção dessa medida tende a intensificar ainda mais o enfraquecimento da economia, com impactos negativos sobre a geração de empregos e a renda das famílias”, afirmou em nota Flávio Roscoe, presidente da entidade.
Roscoe também defendeu uma condução de uma política monetária mais equilibrada, que alie o controle da inflação ao estímulo ao crescimento econômico e à competitividade da indústria nacional. “Em momentos de elevada incerteza, torna-se ainda mais necessária que a política monetária seja conduzida com cautela, considerando os efeitos defasados das medidas já adotadas e o atual nível significativamente contracionista da taxa de juros, para evitar impactos desproporcionais sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho”, ressaltou.
Comércio varejista destaca inflação alta
Se as organizações industriais forma críticas à decisão do Banco Central, as representantes do comércio varejistas se mostraram mais flexíveis. Para a FecomercioSP, o comportamento da inflação dos serviços exigia um aumento na taxa, porém de menor magnitude que os 0,50 ponto percentual aplicados.
Elevação em 0,5 p.p., anunciada nesta quarta-feira, sinaliza preocupação do Copom quanto ao poder de compra da população em meio à disparada dos preços no setor. “Trata-se, antes de tudo, de uma resposta do órgão à preocupante escalada da inflação, mesmo em uma conjuntura de juros já elevados”, comentou a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em nota.
“Dados recentes, como a escalada de preços dos serviços, não davam outra opção ao comitê. Serviços intensivos em mão de obra registram uma média móvel anual de 6% de alta, enquanto os subjacentes estão em 4,5%. Particularmente sensíveis ao nível de atividade econômica e ao aumento da renda disponível pela população, esses dois segmentos refletem como a demanda continua aquecida no País”, explicou a entidade, que destacou ainda que o mercado de trabalho permanece bastante ativo.
Na leitura conjuntural da FecomercioSP, o ciclo de alta da Selic pode estar terminando. “O aumento anunciado nesta quarta-feira pode ser o último, já que o BC indicou essa possibilidade e os efeitos dos reajustes anteriores ainda não foram sentidos. Agora, é momento de aguardar os reflexos e, só então, definir os próximos passos.”
Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), A decisão do Copom de aplicar a sexta alta consecutiva da Selic veio totalmente em linha com as expectativas dos analistas do mercado financeiro e com a sinalização dada pelo Comitê na última reunião.
Segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, apesar da desaceleração gradual da atividade econômica interna e do aumento das incertezas externas, que tendem a diminuir a pressão sobre os preços, houve aceleração da inflação corrente, que se mantém acima da meta anual.
Isso “num contexto de expansão fiscal e expectativas inflacionárias ainda desancoradas, justificando uma política monetária contracionista”, disse Gamboa em nota.
Mas nem todos os representantes do varejo têm essa visão. Para Felipe Queiroz, economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (APAS), enquanto os Estados Unidos apostaram na estabilidade monetária, com foco em estimular a atividade econômica, o consumo e os investimentos, o Brasil segue na contramão desse movimento.
“O Banco Central opta por manter uma política de juros elevados, o que funciona, na prática, como um freio à atividade econômica. A continuidade desse ciclo é, em nossa avaliação, equivocada, sobretudo diante do contexto internacional e dos desafios envolvendo a economia brasileira”, advertiu o economista da associação.
“É importante lembrar que o mundo vive um ciclo neoprotecionista, em que os países buscam fortalecer sua produção e seu mercado interno. Com a taxa Selic nos patamares atuais, o Brasil favorece o rentismo e a especulação, em detrimento da geração de empregos, do investimento produtivo e do crescimento econômico de médio e longo prazo. Por isso, acreditamos que, neste momento, a decisão mais adequada seria, no mínimo, a manutenção da taxa de juros, sendo desejável, inclusive, o início de um ciclo de redução”, sugeriu.
CNN Brasil - SP 09/05/2025
A Selic no patamar de 14,75% tem algumas justificativas que residem no cenário macroeconômico atual, sobretudo na política fiscal, a inércia da inflação e a pressão dos serviços, indicam analistas ouvidos pela CNN.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou os juros em 0,5 ponto, jogando a taxa básica no maior patamar desde 2006.
Com a pressão em cima da inflação acima da meta, para especialistas é óbvio que o Comitê de Política Monetária (Copom) fizesse um movimento altista em relação à Selic.
“O que a gente tem hoje é justamente esse cenário que faz com que haja necessidade das taxas de juros estarem em um patamar restritivo”, diz o economista do Instituto Brasileiro de Economia (FGV-Ibre) Matheus Dias.
O cenário internacional acaba afetando pouco pelo lado comercial, mas isso tem um impacto financeiro, afirma Dias. Com uma maior volatilidade internacional, o interno também acaba afetado diretamente pela falta de controle do consumo.
“A questão dos impactos [da inflação] acabam sendo muito difíceis de se estimar e aí vem a incerteza elevada e consequentemente essa dificuldade nas decisões de política monetária. O Banco Central age com mais cautela em meio a esse momento de incerteza e volatilidade”, aponta.
Para o economista e sócio da G5 Partners Luis Otávio Leal, cada momento histórico tem seu problema. Para ele, algo que mantém a política de juros alta para os padrões econômicos mundiais é a estrutura da economia brasileira.
Fed mantém juros inalterados nos EUA entre 4,25% e 4,5% em meio incertezas | Money News
Um dos grandes problemas que constroem essa inércia reside também na inflação de serviços.
Entre 2003 e 2004 a inflação chegou próximo de níveis de 16% e por isso os juros chegaram na época a 19,75% em 2005.
Quando em 2006, segundo Leal, o Brasil estava em um processo de desaceleração da inflação e consequentemente de redução dos juros, a inflação de serviços estava em 6,04%.
“O que temos em comum tanto em 2006 e quanto agora em 2025 é um processo muito forte de inflação de serviços. É muito difícil você conseguir trazer essa inflação de serviços para baixo com o aumento do salário mínimo no ano passado próximo dos 8%”, aponta.
“As similaridades entre esses períodos estão em um momento onde havia uma política de valorização do salário mínimo como a gente tinha agora e em 2006. Isso gera uma inércia da inflação muito grande”, revela.
A questão fiscal também foi citada como ponto para a decisão. Em nota, o BC ressaltou que política fiscal atua na percepção das expectativas do mercado.
“O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”.
Para Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), o fator de gastos públicos ajuda a pressionar as decisões do colegiado.
“Apesar da desaceleração gradual da atividade econômica interna e do aumento das incertezas externas, que tendem a diminuir a pressão sobre os preços, houve aceleração da inflação corrente, que se mantém acima da meta anual, num contexto de expansão fiscal e expectativas inflacionárias ainda desancoradas, justificando uma política monetária contracionista”.
Money Times - SP 09/05/2025
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril deve reforçar uma política monetária contracionista, desafiando o Banco Central (BC) no curto prazo. A expectativa é que a inflação brasileira suba 0,42% este mês, após avanço de 0,56% em março.
Como sinalizado na leitura do IPCA-15, o indicador deve confirmar um cenário desafiador para no curto prazo, com o acumulado de um ano do IPCA acima do teto da meta de inflação perseguida pelo BC em 2025. O alvo é 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para baixo ou para cima.
Em 12 meses, o índice deve acumular alta de 5,52%, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Money Times. A leitura será divulgada às 9h (horário de Brasília) desta sexta-feira (9).
Para Rafael Cardoso, Julio Cesar Barros e Antonio Ricciardi, economistas do banco Daycoval, o indicador deve refletir pressões dos alimentos e reajustes dos remédios, além de deflação das passagens aéreas, atenuando a alta de serviços.
Para a equipe, a projeção é de que o IPCA de abril varie 0,42%. Portanto, deve apresentar alta em função dos preços dos alimentos, serviços e do reajuste sazonal dos preços dos medicamentos.
Já os serviços subjacentes devem seguir pressionados e constituem um desafio relevante para o Banco Central. “Com isso, a política monetária deve seguir contracionista”, apontam.
IPCA de abril deve recuar, com destaque para alimentação e gasolina
A estrategista da Warren Investimentos, Andréa Angelo, diz que, o IPCA de abril deve recuar em relação à inflação cheia de março (0,56%), em 0,40%, com destaques aos grupo de alimentação a domicílio e a gasolina.
Para ela, em alimentação, os subgrupos de frutas, bebidas e infusões, tubérculos, raízes e legumes, aves e ovos e leite e derivados estão entre os que mais contribuirão para baixo na leitura.
Já em gasolina, é apontada uma nova queda, de 0,80%, após o item ter recuado 0,29% na prévia do mês. “Vemos risco altista (de 3 p.p) em relação ao que consideramos para este item, visto que, segundo nossas contas, a ANP aponta para queda menos intensa em abril de -0,10%”, afirma.
Adicionalmente, o grupo de saúde e cuidados pessoais e o item de energia elétrica também devem contribuir para uma variação menor, quando comparados com a prévia de abril.
Em saúde e cuidados pessoais, o destaque se dá ao subgrupo de higiene pessoal, especialmente perfume — que deve sair de uma alta de 2,5% na última divulgação para algo em torno de 0,8%. Na comparação com o IPCA de março, a queda no índice será ainda maior, de 0,56% para 0,40%, com praticamente os mesmos destaques de baixa.
Na parte qualitativa, é esperado recuo em ambos os núcleos de serviços subjacentes e intensivos em trabalho, de 0,55% e 0,52% para 0,50% e 0,46%, respectivamente, na comparação com a prévia do mês.
Contudo, as projeções de curto prazo apontam altas de 0,34% para o IPCA de maio de 0,37% para o de junho.
“Para o ano de 2025, a nossa projeção de inflação é de 5,50%, com balanço de riscos baixista em razão da possibilidade de queda de gasolina no curto prazo, enquanto para 2026 temos 4,50%, cujos riscos são predominantemente altistas, com cenário de alimentação e atividade econômica mais fortes”, finaliza.
O Estado de S.Paulo - SP 09/05/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende estreitar os laços econômicos com a Europa. “Eu quero fazer um acordo comercial com a União Europeia”, declarou, ressaltando o interesse mútuo: “E a UE quer muito fazer um acordo conosco”.
Ao falar sobre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump a elogiou: “Von der Leyen é fantástica. Espero encontrá-la em breve”. As declarações foram feitas durante entrevista à imprensa na Casa Branca, nesta quinta-feira, 8.
Trump mencionou possíveis ajustes tarifários, sugerindo que um “modelo de 10% (de tarifas) é provavelmente o limite mais baixo”. Ao ser questionado sobre a aplicação de impostos a filmes estrangeiros, respondeu em tom de brincadeira: “James Bond não precisa se preocupar”. Em tom mais sério, advertiu empresas que possam deixar o país, como a Mattel: “Colocaremos 100% de tarifas em brinquedos se a Mattel sair dos EUA.”
O acordo anunciado nesta quinta com a União Europeia prevê a arrecadação de US$ 6 bilhões em receita externa com tarifas de 10%, além de gerar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação para produtores rurais e industriais dos EUA. “Muitos mais acordos virão - FIQUE ATENTO!”, escreveu o presidente americano. “Este acordo mostra que, se você respeita a América e traz propostas sérias para a mesa, a América ESTÁ ABERTA PARA NEGÓCIOS”, afirmou em publicação na Truth Social.
Entre os pontos destacados está a criação de uma Zona Comercial de Aço e Alumínio e uma cadeia farmacêutica segura, medidas que, segundo Trump, reforçam a segurança nacional de ambos os países. Além disso, o acordo facilitará o acesso de produtos agrícolas e máquinas americanas ao mercado britânico.
Na entrevista à imprensa realizada na Casa Branca, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que o Reino Unido também anunciará a compra de US$ 10 bilhões em aviões da Boeing. Outro ponto relevante é a nacionalização da British Steel pelo governo britânico, parte das negociações bilaterais.
O mercado britânico também estará mais aberto para etanol, carne bovina e equipamentos agrícolas dos EUA. Em contrapartida, o Reino Unido poderá exportar 100 mil carros para os EUA pagando apenas 10% de tarifas, um alívio para a indústria automotiva britânica.
China
Trump disse que a reunião entre representantes americanos e chineses na Suíça, prevista para acontecer neste fim de semana, será “interessante” e que a potência asiática “quer muito” fazer negócio.
“A China quer fazer algo; teremos conversas muito substanciais no fim de semana. Queremos competir na China, gostaria de ver o mercado chinês aberto”, afirmou.
O republicano ressaltou que as tarifas sobre a China não podem subir mais do que 145%, mas que elas podem diminuir. “Sabemos que isso vai diminuir. Acho que teremos uma boa semana com a China; eles têm muito a ganhar”, acrescentou, ao mencionar que pode pedir ajuda aos chineses para a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Infomoney - SP 09/05/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (8) que a tarifa básica de 10% que seu governo aplicou a quase todos os países continua definida, mesmo depois de seu governo anunciar o primeiro acordo comercial bilateral nesta quinta-feira.
Em entrevista a repórteres na Casa Branca, Trump disse acreditar que 10% é um valor baixo para as tarifas, que foram criadas em parte para corrigir práticas comerciais abusivas do passado.
Nesta quinta, Trump e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciaram um acordo comercial que mantém uma tarifa de 10% sobre os produtos importados britânicos, enquanto Londres concordou em reduzir suas tarifas de 5,1% para 1,8% e oferecer maior acesso aos produtos norte-americanos.
O acordo anunciado por Trump no Salão Oval foi o primeiro desde que ele desencadeou uma guerra comercial global com uma enxurrada de taxas sobre os parceiros comerciais após seu retorno à Casa Branca em janeiro.
“Isso abre um mercado enorme para nós”, disse Trump.
“Este é um dia realmente fantástico e histórico”, disse Starmer por telefone.
Os EUA têm sido pressionados pelos investidores a fechar acordos para diminuir a escalada de sua guerra tarifária, depois que a política frequentemente caótica de Trump derrubou o comércio global, ameaçando aumentar a inflação e provocar uma recessão.
As principais autoridades dos EUA se envolveram em uma série de reuniões com parceiros desde que o presidente, em 2 de abril, impôs uma tarifa de 10% sobre a maioria dos países, junto de taxas mais altas para muitos, que foram então suspensas por 90 dias.
Valor - SP 09/05/2025
Companhia possui um histórico de venda de minério de ferro para a China com mais de 50 anos
Para Tracy Xie, Vale pode se beneficiar do novo posicionamento ambiental adotado pelas siderúrgicas chinesas — Foto: Heka Producciones/Valor
A China é o principal parceiro de negócios da Vale e a expectativa na mineradora é de que o país asiático mantenha o posto nos próximos anos. Em 2024, a Vale obteve uma receita operacional líquida (ROL) de US$ 18,5 bilhões por meio de negócios realizados com a China, valor equivalente a 49% de sua receita líquida no ano, que somou US$ 38 bilhões.
Os embarques de minério de ferro da Vale para o país oriental somaram 187 milhões de toneladas em 2024, o que representou 60% do volume total de vendas da commodity e 61% das receitas obtidas pela companhia com o minério. A China também respondeu por 13% das receitas da mineradora com níquel e cobre, dois metais classificados como estratégicos para a transição energética para uma economia de baixo carbono.
O perfil de demanda de aço na China, no entanto, passa por uma transição. O mercado imobiliário, que tradicionalmente respondia por 40% do consumo de aço chinês - e, portanto, do minério de ferro - apresentou uma performance menor em 2024, na casa de 30%, devido a mudanças demográficas, com um menor ritmo de crescimento da população, e um excesso de oferta de imóveis novos nos últimos anos.
Mesmo diante dessa retração no mercado imobiliário, a produção de aço chinesa se manteve na casa de um bilhão de toneladas em 2024. As obras de infraestrutura e a indústria manufatureira, principalmente a indústria automobilística e em especial no segmento de veículos elétricos, e os fabricantes de painéis solares e de equipamentos para geração de energia eólica, puxaram a demanda por minério de ferro e também por níquel e cobre.
A indústria do aço é responsável por 15% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na China, mas assumiu compromissos de aumentar a sustentabilidade ambiental da atividade nos próximos dois anos. Para Tracy Xie, country manager da Vale na China, o novo posicionamento ambiental das siderúrgicas chinesas é uma ótima oportunidade para a Vale ampliar sua relação comercial com os clientes asiáticos.
Companhia possui um histórico de venda de minério de ferro para a China com mais de 50 anos
“A Vale fornece minerais estratégicos e soluções pioneiras de baixo carbono para apoiar a China a atingir suas metas de descarbonização e o crescimento de sua economia”, diz a executiva. “Desenvolvemos produtos inovadores, como um briquete de minério de ferro capaz de reduzir em até 10% as emissões de carbono no alto-forno das siderúrgicas, e modelos de negócio como os Mega hubs, que permitem o desenvolvimento de soluções para uma produção de aço com menor emissão”, afirma Xie.
Os Mega hubs são unidades de negócios da Vale dedicados a produção de pelotas e ferro briquetado a quente (HBI) com um processo produtivo que utiliza gás natural e dispensa o uso de carvão, permitindo uma redução de 60% nas emissões de gás carbono (CO2).
Em outubro de 2024, a Vale e a siderúrgica chinesa Jinnan Iron & Steel Group concluíram um acordo para implementar um Mega hub em Omã que demandará investimentos de US$ 600 milhões. A unidade está programada para entrar em operação em 2027 com capacidade para processar 18 milhões de toneladas de minério de ferro de baixa qualidade por ano, produzindo 12,6 milhões de toneladas de concentrado de alta qualidade.
A Vale possui um histórico de venda de minério de ferro para a China com mais de 50 anos. O primeiro carregamento da commodity da mineradora brasileira para o país asiático ocorreu em 1973, um ano antes do estabelecimento formal de relações diplomáticas entre o Brasil e a China. Desde então, a mineradora brasileira já exportou mais de 2,9 bilhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro para os asiáticos.
Para realizar a operação logística, a Vale idealizou nos anos 2000 uma linha de navios graneleiros com capacidade de transportar 400 mil toneladas de minério de ferro em uma única viagem, o Valemax, o maior graneleiro do mundo. Em relação ao tradicional graneleiro Capesize, que tem capacidade na casa de 170 mil toneladas, o Valemax permite uma redução de até 41% nas emissões de GEE no transporte marítimo.
Infomoney - SP 09/05/2025
Os preços do minério de ferro caíram nesta quinta-feira, com os investidores avaliando as perspectivas de enfraquecimento da demanda em meio a novas expectativas de cortes na produção de aço bruto na China, principal consumidor.
O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), na China,, encerrou as negociações diurnas com queda de 2,73%, a 693,5 iuanes (US$95,82) a tonelada métrica, seu valor mais baixo desde 11 de abril.
O minério de ferro de referência para junho na Bolsa de Cingapura também operava em baixa.
“São principalmente as expectativas retomadas de cortes na produção de aço que estão influenciando o movimento do mercado, com a queda de preços dos ingredientes de fabricação de aço mais dramática do que a do aço”, disse Zhuo Guiqiu, analista da corretora Jinrui Futures.
As autoridades relevantes estão avançando ativamente no controle da produção nacional de aço bruto, disse a Associação de Ferro e Aço da China, apoiada pelo Estado, em uma nota nesta semana.
Em março, a China divulgou um plano para reestruturar sua gigantesca indústria siderúrgica por meio de cortes na produção, sem detalhar o prazo e a escala.
“Essa declaração da associação siderúrgica reforçou essas expectativas (de corte na produção de aço).
Além disso, a produção de metal quente deve atingir um pico em breve”, disse Zhuo, da Jinrui.
A produção de metal quente, um produto de alto-forno, é normalmente usada para medir a demanda de minério de ferro.
A fraqueza do mercado de ferrosos ocorreu apesar de Pequim ter injetado uma série de estímulos monetários na quarta-feira, como parte dos esforços para amenizar os danos econômicos causados pela guerra comercial com os Estados Unidos.
Valor - SP 09/05/2025
Exportações da commodity para a China aumentaram 6,3% em 2024; em valor, alta foi de 1%, impactada pela baixa nas cotações
Patrícia Seoane, da PwC, vê cenário pouco positivo para o setor: “Há excesso de oferta e os estoques estão em alta” — Foto: Divulgação
A mineração é um dos setores mais importantes na pauta de exportações brasileira. Em 2024, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as vendas do setor somaram US$ 43,4 bilhões e responderam por 47% do saldo da balança comercial do país. O minério de ferro é o principal item dessa pauta, e a China é o principal destino das exportações, absorvendo 71% do total.
Só no ano passado, os embarques de minério de ferro brasileiro para o mercado chinês cresceram 6,3%, atingindo 276,6 milhões de toneladas. Isso representa quase 70% do volume das vendas globais do país, considerando todos os tipos de minério exportados. E a perspectiva para 2025 é de mais um ano de crescimento nos volumes. Mas, apesar da alta, as vendas de ferro do Brasil para a China aumentaram apenas 1% em dólar.
Isso acontece apesar da crise no mercado imobiliário chinês, um dos principais impulsionadores para a demanda do mercado global de minério de ferro. Patrícia Seoane, líder da PwC Brasil para a indústria de mineração, observa que a demanda do mercado de construção na China teve queda no primeiro trimestre do ano, assim como o consumo de aço. Patrícia explica que a cotação do minério de ferro vem em baixa desde o ano passado. “Alguns traders da China têm aproveitado esse momento para refazer os estoques.”
Segundo a Vale, maior exportadora de minério do Brasil, a China passa por uma grande mudança em seu modelo, que antes era baseado no mercado imobiliário, e agora está mais focado em consumo e manufatura. “Percebemos um momento econômico bem mais positivo, com estímulo ao consumo, e as ações do governo estão sendo muito concretas. Vemos que há uma demanda sólida na China para os nossos produtos”, informou a empresa, em nota.
De acordo com a companhia, houve redução da dependência de minério de ferro do mercado imobiliário de 40% para 30%. Por outro lado, a Vale projeta que a produção chinesa de aço tende a se manter acima de 1 bilhão de toneladas.
A empresa considera que o setor de infraestrutura na China “continua forte e o de manufatura também acelerou, com linha branca, veículos elétricos”. Além disso, a Vale aponta que os projetos chineses de descarbonização seguem firmes, o que demanda muito minério de alta qualidade.
Enquanto isso, a China segue sendo o principal mercado da Vale, com uma participação de 61% na receita, considerando apenas os negócios referentes ao minério de ferro. Para continuar crescendo no mercado chinês, a mineradora brasileira aposta em novos modelos de negócio, como os mega hubs voltados para a produção de aço de baixo carbono como hidrogênio verde, e em produtos inovadores, como o briquete de minério de ferro desenvolvido para a indústria siderúrgica. Segundo a companhia, o produto pode reduzir em até 10% as emissões de gases do efeito estufa no alto-forno.
Patrícia Seoane observa que o Brasil tem capacidade produtiva para atender rapidamente a um crescimento mais forte da demanda chinesa por minério de ferro. No entanto, ela vê um cenário pouco positivo para a indústria mineradora em relação às cotações do ferro. “Há um excesso de oferta e os estoques estão em alta”, afirma. “Além disso, a entrada em operação de novos projetos, como o de Simandou, na República da Guiné tendem a aumentar a oferta de ferro disponível no mercado global.”
Na visão da economista Rita Silva, professora da Universidade Positivo, esse cenário tende a manter as cotações em baixa por mais tempo. “Mesmo que a demanda chinesa aumente, a alta dos estoques compensaria o efeito sobre o preço”, avalia. Quanto ao aumento da oferta disponível, ela acredita que as mineradoras saberão controlar a produção para manter o mercado em equilíbrio.
Jorge Guinle, CEO da Timbro, empresa brasileira de trading, observa que apesar do comportamento errático, o mercado de minério de ferro apresenta boas oportunidades na China. Segundo ele, a empresa pretende investir em um trade próprio de mineração no país, para importar o ferro e comercializar o minério no mercado chinês. “Isso abre a possibilidade de trabalhar com minério de diferentes origens, para criar a melhor oferta de qualidade e preço”, explica.
A grande incógnita do mercado, no entanto, ainda são os efeitos da guerra global de tarifas deflagrada pelo presidente americano Donald Trump. “Embora o minério de ferro tenha sido pouco afetado diretamente, ainda não conseguimos enxergar todo o impacto desse cenário, caso não se chegue a um acordo sobre as tarifas”, alerta Patrícia, da PwC. “O Brasil tem uma oportunidade de ocupar espaços no mercado, a depender de sua capacidade de se manter neutro nessa guerra.” Um acordo entre EUA e China começou a ser negociado esta semana e deve trazer novos elementos a essa equação.
Valor - SP 09/05/2025
Ebitda ajustado ficou em R$ 1,427 bilhão nos primeiros três meses de 2025, alta de 27,1% ante R$ 1,123 bilhão um ano antes
A CSN Mineração teve prejuízo líquido de R$ 357 milhões no primeiro trimestre de 2025, ante lucro líquido de R$ 558 milhões no mesmo período de 2024, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira. Os valores referem-se aos atribuíveis aos sócios controladores.
A receita líquida aumentou 21,7% entre os dois períodos, de R$ 2,805 bilhões para R$ 3,412 bilhões. O custo dos produtos vendidos tiveram aumento de 18,4%, para R$ 2,238 bilhões, entre os dois períodos.
O lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 1,427 bilhão nos primeiros três meses de 2025, alta de 27,1% ante Ebitda ajustado de R$ 1,123 bilhão um ano antes.
Valor - SP 09/05/2025
Fabricantes da China são responsáveis por 76% dos mais de 17 milhões de veículos elétricos comercializados em 2024
A invasão já está acontecendo e surpreendendo o mercado e os consumidores. As fabricantes chinesas são responsáveis por 76% dos mais de 17 milhões de veículos eletrificados comercializados em 2024 em todo o mundo, segundo a Associação Chinesa de Carros de Passageiros e a consultoria londrina Rho Motion. Os Estados Unidos incluem-se entre os poucos países que se colocam contra esse avanço. O imposto de 100% sobre os eletrificados chineses significa, na prática, uma “proibição” de venda destes veículos no mercado americano. O cenário, porém, pode mudar com as negociações iniciadas pelos dois países nesta semana em torno das tarifas.
A montadora chinesa é a líder no mundo em vendas de eletrificados, com 4,2 milhões de unidades saindo de suas fábricas em 2024, passando a americana Tesla, com 1,7 milhão, e que atua somente com os puramente à bateria. “O Brasil foi eleito nosso principal foco de investimento fora da China, o que demonstra a confiança da companhia no potencial do país”, diz Alexandre Baldy, vice-presidente sênior e head de marketing da BYD do Brasil.
A fábrica da BYD em construção em Camaçari (BA) será a maior fora da Ásia. Com um custo de R$ 5,5 bilhões, o empreendimento inclui um plano de transformar a região em um polo de inovação tecnológica e sustentabilidade voltado à mobilidade elétrica. A expectativa é que a instalação tenha capacidade para produzir 150 mil unidades anuais. O modelo de entrada, o Dolphin Mini, com um custo de R$ 118 mil, será o primeiro a ser construído na fábrica, ainda em 2025. “Temos 165 concessionárias em operação, cobrindo todos os Estados do país. E queremos fechar 2025 com 272, ampliando ainda mais o acesso dos brasileiros à mobilidade elétrica”, afirma Baldy.
No Brasil, em 2024, a BYD emplacou 76 mil veículos. “Tudo o que precisei foi resolvido com rapidez e sem burocracia”, afirma Sandro Souza Chiuvetto, empresário de São José do Rio Preto (SP), dono de um BYD Seal 100% elétrico e com 20 mil km. Isto é, dentro da garantia de oito anos para a bateria e de seis anos para o carro, que ainda tem a revisão gratuita durante três anos, o que atrai o consumidor brasileiro. “O prazo para consertos e peças, na minha opinião, é o mesmo de outras montadoras. Já tive um Honda em que tive de esperar 100 dias por um virabrequim - peça fundamental em motores de combustão interna - e um Up!, da Volkswagen, quando fiquei 40 dias parado esperando por um para-choque. Hoje, nenhuma concessionária trabalha com estoque”, diz.
Brasil foi eleito o principal foco de investimento da BYD fora da China, afirma Alexandre Baldy
Os donos de veículos elétricos geralmente procuram as concessionárias próprias por conta da ausência de mecânicas independentes e para manter a garantia. “Estamos investindo fortemente em infraestrutura para garantir agilidade e eficiência no pós-venda. Nosso centro de autopeças em Cariacica (ES) teve seu estoque ampliado de 318 mil peças para 718 mil, um aumento de 94%”, diz Baldy, ressaltando que a montadora expede 2.661 itens por dia do local.
A possibilidade de reduzir o consumo de combustível tem sido outro atrativo para alguns consumidores. “Tenho um BYD Song Plus híbrido há um ano e meio, hoje com 20 mil km, e com certeza meu próximo carro continuará sendo um híbrido”, diz Thierry Alvarez, gerente de inteligência de mercado na HM Engenharia. Inicialmente, parecia uma escolha arriscada, mas o custo-benefício foi irresistível, segundo Alvarez. “Meu gasto mensal de combustível saiu de perto de R$ 1.000 para R$ 90. A economia me ajudou a bancar uma instalação de um ponto de recarga no meu prédio. Como concessionária, você é apenas mais um cliente, diferente do atendimento mais humanizado de uma Honda ou Toyota ”. Ele relata, porém, estar esperando até hoje a substituição de uma calota aerodinâmica.
Já a GWM vai fabricar carros como o SUV híbrido Haval H6 - o mais vendido pela montadora no país - na nova fábrica em Iracemápolis (SP), que ainda será inaugurada em 2025. Só nesse início de ano, já venderam 5.767 unidades do H6. A empreitada no Brasil terá um investimento de R$ 10 bilhões até 2032. “Neste momento, nossa operação ainda depende de importação de peças da China, mas já temos 100 fornecedores cadastrados em vias de homologação. Temos também programas regulares de testes, desenvolvimento e capacitação e logo mais inauguraremos uma academia no Senai Ipiranga para treinamento de fornecedores. Assim que a fábrica começar a funcionar, aceleraremos todo esse pós-venda”, afirma Ricardo Bastos, diretor de assuntos institucionais da GWM Brasil.
O Estado de S.Paulo - SP 09/05/2025
A produção de veículos no mês de abril foi a maior em seis anos para o período. As montadoras fabricaram 228,2 mil veículos no mês passado, o que representa crescimento de 2,8% na comparação com o mesmo período de 2024. Frente a março, a alta foi de 20,1%, conforme balanço divulgado hoje pela Anfavea, a entidade que representa as fábricas de automóveis.
No acumulado de janeiro a abril, a produção de veículos somou 811,2 mil unidades, volume 6,7% acima do total produzido nos quatro primeiros meses do ano passado.
As vendas, de 208,7 mil veículos no mês passado, recuaram 5,5% na comparação com abril de 2024, quando o mercado contou com um calendário com dois dias úteis a mais. Na margem - ou seja, de março para abril -, houve alta de 6,7% na comercialização de veículos zero quilômetro no País.
O volume vendido nos quatro primeiros meses do ano foi de 760,4 mil veículos, 3,4% acima do total licenciado no mesmo período de 2024, o que confirma a tendência de desaceleração após o crescimento de 14% do ano passado.
Por outro lado, as exportações seguem mostrando recuperação consistente, com crescimento de 69,3% no comparativo interanual de abril. Na margem, os embarques das montadoras tiveram aumento de 18,9%. Os 46,3 mil veículos exportados no mês passado levaram para 161,9 mil unidades o total vendido ao exterior desde o início do ano, alta de 47,8% puxada pela retomada dos pedidos da Argentina.
Taxa de juros maior
Uma preocupação para o setor, segundo a Anfavea, é a elevação dos juros de referência da economia, a Selic, que chegou a 14,75% ao ano, após decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira, 7. Segundo o novo presidente da entidade, Igor Calvet, o nível atual dos juros está muito diferente do previsto na virada do ano e deve ter impacto nas compras de carros, que dependem de crédito.
Apesar disso, a Anfavea vai esperar os resultados do segundo trimestre para decidir se revisa ou não as previsões ao desempenho do setor no ano. Por ora, elas apontam para uma alta de 6,3% do mercado. Esse prognóstico supera o crescimento de 3,4% registrado até abril.
“É um impacto bastante grande que precisamos observar ao longo dos próximos meses, quando essa medida terá efeitos práticos. A subida para 14,75% é um cenário muito diferente daquele que todos tínhamos no final do ano passado e no início desse ano”, comentou Igor Calvet, que assumiu há 16 dias a presidência da Anfavea.
“Há doze meses, a Selic estava em 10,5%, e hoje estamos chegando a 14,75%. Então, é uma mudança de perspectiva para os agentes do setor automotivo e também para os nossos consumidores, que terão que passar por todas as análises de crédito e terão taxas de juros, no final, maiores”, acrescentou.
Conforme o presidente da Anfavea, a taxa nos financiamentos de veículos, que poucos meses atrás atingiu o pico de 29,3%, está agora em 28,5%. “Mas tivemos uma subida de 0,5 (ponto porcentual) ontem. Então, esses dois mercados, tanto o de pesados quanto o de leves, serão impactados ao longo dos próximos meses”, afirmou Calvet.
“Se tivermos uma expectativa futura de mais juros, a restrição de crédito vai acontecer, e acontecendo a restrição de crédito teremos um grande problema aí de fluxo de emplacamentos ao longo do segundo semestre”, reforçou o executivo.
Em particular, a Anfavea ressaltou que o aumento de juros coloca um fator adicional de preocupação sobre o desempenho do mercado de caminhões, que está estagnado neste ano, com queda de 0,4% no acumulado de janeiro a abril.
Carros importados
Ao mesmo tempo, a associação voltou apontar avanço dos carros importados, que, frisou Calvet, capturou o crescimento do consumo de veículos. Praticamente um a cada cinco automóveis vendidos no Brasil (19,7%) vem do exterior, incluindo nesta conta as importações que complementam o portfólio das montadoras com fábricas no País. Enquanto as vendas de importados subiram 18,7% no período de janeiro a abril, as de veículos nacionais cresceram apenas 0,2%.
Esses dois temas, estagnação do mercado de pesados e entrada de carros importados, serão alvo de ações da Anfavea nos próximos meses, prometeu Calvet.
Automotive Business - SP 09/05/2025
O segmento de caminhões mostra sinais de arrefecimento mais significativos em razão principalmente dos juros. O quadrimestre registrou alta tímida na produção de pesados e recuo nas vendas pela primeira vez no ano.
Segundo balanço da Anfavea, associação das montadoras, de janeiro a abril a produção de caminhões no Brasil atingiu 42,8 mil unidades. O número é 4,3% superior ao primeiro quadrimestre de 2024.
Só em abril, a produção foi de 11 mil caminhões. Com isso, houve queda de 5,5% em relação a igual mês do ano passado e recuo de 6% na comparação com março.
Já os licenciamentos de caminhões anotaram queda em todos os cenários de comparação. As 37,1 mil unidades nos quatro meses inicias de 2025 representam discreta queda de 0,4% em relação ao mesmo recorte de 2024.
Juros acendem o sinal amarelo no setor de caminhões
Em abril foram vendidos 9,3 mil caminhões. Volume 13% inferior a igual mês do ano passado e -0,3% em relação a março. Para o presidente da Anfavea, Igor Calvet, vai ser preciso acompanhar de perto e com atenção o desempenho de caminhões no ano, particularmente devido aos juros.
Pela primeira vez no acumulado esses dados comparativos a 2024 caíram. Temos evidência que a safra seja muito boa esse ano, mas a elevação da taxa de juros pode ocasionar um fator adicional de preocupação no mercado de camihões, afirmou o executivo.
Há uma procura menor porque os estoques começaram a subir e os ajustes de produção são necessários. Não que o mundo tenha acabado, mas preocupa e temos de observar e acompanhar esse mercado, completa o vice-presidente da Anfavea, Alexandre Parker.
O sinal amarelo na produção e vendas de caminhões, na verdade, está aceso já há algum tempo em razão da taxa de juros. Agora, deve ficar mais forte já que na quarta, 8, o Copom aumentou em 0,5% a Selic, que agora é de 14,65%.
Doze meses atrás essa taxa era de 10,5%. Isso terá impactos nos próximos meses, mas vamos continuar trabalhando para que o setor continue avançando, diz Igor.
Exportações de caminhões têm forte alta
A expectativa de safra recorde e as exportações, contudo, podem compensar o segmento de caminhões. As vendas externas de 8,1 mil unidades no primeiro quadrimestre representam alta de quase 80%.
Em abril foram 2,1 mil caminhões embarcados. Queda de 18,3% em relação a março, mas crescimento de outros 80% ante idêntico mês de 2024.
Valor - SP 09/05/2025
Em 2024, o segmento bateu novo recorde no Brasil, com 177.358 veículos eletrificados emplacados
Pedro Dias Leite, Marli Olmos, Liu Xiaoshi, Li Fang e Rodrigo Zeidan (esq. para dir.), no painel sobre a indústria automotiva — Foto: Heka Producciones/Valor
Tudo indica que a conquista gradual do mercado brasileiro pelos carros elétricos chineses parece um caminho sem volta, como sugerem os números das vendas de veículos no ano passado e os exemplos de avanços semelhantes em outros países. O que ainda não está tão claro, de acordo com os debatedores do painel “Reinventando a Indústria Automotiva: A Aceleração dos Veículos Elétricos”, é a velocidade com que esse processo se desenvolverá, em razão da resistência colocada pelas fabricantes tradicionais estabelecidas no país há décadas, assim como a capacidade de a indústria nacional assumir a produção das baterias que, atualmente, são importadas da China.
“O carro elétrico será dominante no Brasil, sim”, afirmou Liu Xiaoshi, vice-secretário-geral da plataforma think tank China EV 100, que promove o desenvolvimento da indústria dos carros elétricos no país. “O Brasil esteve na vanguarda dos biocombustíveis com o etanol, que ainda continua um caminho avançado na indústria automotiva. A próxima fase é a eletrificação e sem dúvida haverá um aumento na venda dos carros elétricos”, acrescentou Liu durante o debate, mediado por Pedro Dias Leite, diretor executivo de jornalismo da CBN.
Em 2024, o segmento de carros elétricos e híbridos bateu novo recorde no Brasil, com 177.358 veículos eletrificados emplacados, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Destes, exclusivamente elétricos a bateria foram 61.615, representando 34,7% do total de veículos eletrificados vendidos no país em 2024.
Para Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shanghai e da Fundação Dom Cabral (FDC), as montadoras da China são supercompetitivas e estão partindo para uma guerra de preços. “As chinesas estão pagando imposto de importação que, gradativamente, chegará a 35% em julho de 2026, enquanto as empresas brasileiras, ineficientes, continuam vendendo carros com a cabeça na década de 1980”, afirmou Zeidan.
A BYD passou a americana Tesla em vendas de elétricos no primeiro trimestre de 2025. No Brasil, lidera. Entre janeiro e março, vendeu mais de 21 mil veículos, segundo a ABVE. Na somatória de 2024, emplacou mais de 75 mil carros. A empresa está construindo em Camaçari (BA) a maior fábrica da companhia fora da Ásia, com um investimento de R$ 5,5 bilhões. Outra chinesa que está prestes a iniciar a fabricação de carros no país, em instalações da antiga Mercedes-Benz, em Iracemápolis (SP), é a GWM, que investirá R$ 10 bilhões até 2032.
“As chinesas estão entrando no Brasil para produzir carros híbridos, mas com planos para os elétricos”, disse Marli Olmos, jornalista do Valor especializada na indústria automotiva. Segundo ela, um dos grandes desafios do Brasil é chegar à produção de baterias - atualmente, existe a montagem com componentes importados da China. “Precisamos de escala para produção em massa e para baratear esses custos. Enquanto não tivermos um preço acessível, não vamos vender uma quantidade adequada ao tamanho de nosso mercado, que hoje é o sexto do mundo e o oitavo maior produtor de veículos globalmente, com 2,5 milhões de unidades/ano.”
Os chineses são disparados os maiores fabricantes do planeta, com 31,3 milhões de unidades em 2024, seguidos pelos Estados Unidos, com 11,9 milhões, segundo dados de 2024 da Organização Internacional dos Construtores de Automóveis (OICA).
Fang Li, diretora-executiva para a China no World Resources Institute (WRI), afirmou que o carro elétrico é também uma conexão de economias. Como exemplo, citou projetos chineses para resolver problemas como a poluição no Chile e na Colômbia, onde fundos foram usados para a compra de ônibus elétricos. “São mais de 20 mil em uso em Bogotá e 4 mil em Santiago, diminuindo a emissão de carbono. Além disso, a iniciativa estimula a melhoria na infraestrutura de energia. A produção de cada carro elétrico demanda, por exemplo, 1,5 a 2 toneladas de aço, o que favorece a produção do metal no país”, ponderou Fang.
Questionado sobre o uso do etanol para o desenvolvimento de veículos a hidrogênio, Liu explicou que a China não tem tantos recursos de etanol vindos da cana-de-açúcar. Seria uma oportunidade para o Brasil exportar o etanol verde. “Mas toda a cadeia do hidrogênio é mais longa, com tecnologias mais complexas para a produção, com armazenamento e transporte com altos custos. Temos metas de produzir um milhão de carros com hidrogênio até 2035. Já os elétricos tiveram um desenvolvimento muito rápido”, frisou.
Em 2024, as vendas de carros novos no Brasil registraram um crescimento de 15% em meio a um cenário de baixa na taxa de juros. Em 2025, as projeções estão em queda diante de juros mais altos e do avanço chinês. A indústria automotiva brasileira, no entanto, defende um freio nesta expansão e reivindica uma alíquota de importação de 35%.
O grande salto dos elétricos ainda estaria limitado pela questão do preço para o consumidor final, segundo Zeidan. “O carro elétrico já é completamente viável, já tem escala no mundo inteiro. Estamos presos no paradigma da substituição da importação e o Brasil poderia rever esse modelo”, disse o professor ao defender a busca por investimentos de empresas chinesas para transferência de tecnologia.
“Estamos num momento importante do cenário geopolítico. Temos oportunidades de saltos tecnológicos e estamos criando barreiras tarifárias. Vamos deixar o futuro passar pela nossa frente. O futuro vai se sobrepor a qualquer coisa que a gente queira.”
Exame - SP 09/05/2025
A maior montadora do mundo está prestes a enfrentar um ano fiscal desafiador.
A Toyota anunciou, nesta quinta-feira, 8, uma projeção de queda de cerca de 20% no lucro operacional até março, pressionada por fatores como a valorização do iene e a adoção de tarifas sobre veículos e autopeças exportados para os Estados Unidos .
Segundo a companhia, os tributos aplicados entre abril e maio por determinação do presidente Donald Trump devem representar um prejuízo imediato de US$ 1,3 bilhão. A estimativa, porém, não contempla os meses seguintes — cenário que a montadora classifica como "altamente incerto".
Incerteza global
O presidente da Toyota, Koji Sato, afirmou que o ambiente regulatório do setor automotivo global está em transformação constante.
A política tarifária do governo dos Estados Unidos, liderado por Trump, tem provocado instabilidade nas previsões de grandes fabricantes, que evitam fazer projeções de médio prazo . No início de abril, Washington impôs tarifas de 25% sobre veículos importados, estendendo-as para componentes automotivos logo depois.
As dificuldades enfrentadas pela Toyota expõem um dilema maior do Japão: o país, cujas exportações de automóveis são carro-chefe da balança comercial com os EUA, encontra barreiras para negociar isenções ou acordos mais vantajosos com a Casa Branca. Autoridades japonesas estimam que os custos diretos de um dos fabricantes locais tenham chegado a US$ 1 milhão por hora desde o início das tarifas .
Outras montadoras também sentem os efeitos
Apesar do baque nos lucros, a Toyota ainda projeta crescimento nas vendas na América do Norte: um aumento de 237 mil veículos no período. Isso se deve ao fato de que a maior parte dos carros vendidos pela marca nos EUA já é fabricada localmente — apenas cerca de 500 mil unidades são exportadas do Japão anualmente.
O cenário é mais preocupante para empresas como Mazda, Subaru e Mitsubishi, que dependem majoritariamente das exportações. Honda e Nissan, segunda e terceira maiores montadoras do Japão, ainda não divulgaram seus resultados mais recentes, mas o mercado já espera impacto negativo.
Impacto global
Fora da Ásia, montadoras também estão revendo suas expectativas. A General Motors reduziu sua projeção de lucro para 2025 em mais de 20%, citando o aumento de custos provocado pelas tarifas. Na Europa, diversas empresas optaram por suspender suas previsões até que o cenário se estabilize.
Reflexo na economia japonesa
Dada a importância da indústria automotiva para o país, o Banco Central do Japão revisou para baixo sua projeção de crescimento econômico, alertando para os riscos sistêmicos de uma guerra comercial prolongada. Com fábricas, fornecedores e empregos em jogo, o Japão busca saídas diplomáticas para evitar prejuízos maiores.
CNN Brasil - SP 09/05/2025
A alta no custo dos materiais e da mão de obra sustentou a inflação da construção no Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) passou de um avanço de 0,39% em março para uma elevação de 0,52% em abril.
O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de uma alta de 0,24% em março para uma elevação de 0,45% em abril.
O custo dos Materiais e Equipamentos passou de um aumento 0,24% em março para alta de 0,43% em abril, enquanto os Serviços saíram de alta de 0,23% para aumento de 0,57%.
Já o índice que representa o custo da Mão de Obra manteve-se com uma elevação de 0,61% em abril, ante uma alta também de 0,61% em março.
Governo quer leiloar ferrovia EF-118 ainda neste ano, diz ministro
Agência Brasil - DF 09/05/2025
O leilão da ferrovia EF-118 deve ocorrer ainda neste ano, declarou nesta quinta-feira (8) o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Planejada para conectar o município de Nova Iguaçu (RJ) a Santa Leopoldina (ES), a estrada de ferro tem 575 quilômetros e deve promover a integração da malha ferroviária do Sudeste e garantir o acesso ferroviário a importantes terminais portuários.
“A gente espera levar a Estrada de Ferro-118 a leilão ainda neste ano, no segundo semestre”, disse o ministro após o leilão da Rota da Celulose realizado pela B3.
Além da EF-118, o governo federal espera realizar outros dois ou três leilões ferroviários já no próximo ano.
“Com essa movimentação agora do mercado internacional, em virtude do tarifaço promovido pelos Estados Unidos, está havendo uma movimentação muito grande no setor de infraestrutura, sobretudo com a entrada mais veemente das possibilidades de investimentos chineses no Brasil. E isso melhora ainda mais o ambiente para concessões ferroviárias”, disse o ministro.
De acordo com Renan Filho, o governo quer aproveitar a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China nesta semana para tratar sobre os leilões ferroviários. A expectativa é que o Ministério dos Transportes lidere a assinatura de alguns protocolos para garantir melhores condições para leilões ferroviários.
“Dado que o Brasil é um país de dimensões continentais, os investimentos em ferrovias são robustos e eles não conseguem muitas vezes ficar de pé somente com o investimento privado. E como há restrições para o investimento público no nosso Orçamento, a gente precisa ter soluções inovadoras”, falou.
Também presente ao leilão realizado hoje, a ministra do Planejamento e do Orçamento, Simone Tebet, destacou que o tema das ferrovias estará presente nessa viagem do governo federal à China.
“Quando o ministro [dos Transportes] Renan fala que não há dinheiro público no Brasil, eu diria até que hoje no mundo [não há dinheiro] para se fazer ferrovias, porque o custo dela é muito maior do que de rodovias. E não há investimento privado no Brasil suficiente. Daí temos que abrir as mentes e acharmos investimentos, parcerias e fundos internacionais para uma parceria com investimento privado nacional”, falou.
Rota da Celulose
Após ter fracassado na tentativa de conceder a Rota da Celulose à iniciativa privada no ano passado, o trecho foi arrematado hoje (8) pelo consórcio K&G Rota da Celulose, que é composto pela K Infra Concessões e pela Galápagos Participações.
O consórcio vencedor bateu outras três concorrentes e ofereceu o maior desconto sobre a tarifa de pedágio, com deságio de 9% e um aporte de R$ 217.389.913,70.
Para o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, a concorrência no leilão de hoje foi possível porque houve uma revisão na modelagem.
“Nós remodelamos alguns pontos e diluímos alguns investimentos que estavam concentrados no início do projeto e isso melhorou um pouco o ativo do projeto. E agora tivemos a participação mais efetiva dessas empresas”, disse o governador.
Na entrevista a jornalistas, o ministro dos Transportes declarou estar confiante em relação ao cumprimento das obrigações da concessão da Rota da Celulose, embora a K-Infra, uma das empresas que compõem o consórcio vencedor do leilão, esteja enfrentando um processo de caducidade por uma outra concessão, da Rodovia do Aço.
“Dessa vez ela está em um consórcio. O líder do consórcio não é ela, mas a Galápagos. E também não há nada que impeça a participação dessas empresas que participaram. Por isso é muito importante que o leilão seja feito aqui na B3, o que garante transparência e apuração profunda em relação à participação das empresas”, disse ele.
Ele também disse estar todos muito otimistas com o cumprimento do contrato.
“O contrato anterior era bem diferente desses contratos atuais, que são mais modernos e têm uma maior capacidade de ‘enforcement’ para garantir o cumprimento das obrigações”, reforçou o ministro.
Exame - SP 09/05/2025
O Consórcio K&G Rota da Celulose, formado pela K-Infra e pela Galápagos Participações, venceu nesta quarta-feira, 30, o leilão rodoviário da Rota da Celulose, no Mato Grosso do Sul.
O grupo ofereceu desconto sobre a tarifa de 9% e uma outorga de R$ 217,4 milhões. Consórcio Caminhos da Celulose, formado pela XP e construtoras, que ofereceu 8% de desconto; o BTG Pactual Infraestrutura III (do mesmo grupo controlador da EXAME), que deu lance de 4% de desconto; e a Rotas do Brasil (consórcio entre a Way e Kinea), que propôs 5% de deságio.
O edital previa que o vencedor do leilão seria a empresa que apresentasse o maior desconto sobre a tarifa de pedágio. O certame foi realizado em uma parceria entre o Ministério dos Transportes e o Governo de Mato Grosso do Sul.
O Consórcio vai administrar 870,3 quilômetros das rodovias federais BR-262/267 e estaduais MS-040/338/395. O edital prevê 30 anos de contrato e R$ 10,1 bilhões em investimentos para modernizar a infraestrutura da rodovia. Serão R$ 6,9 bilhões em investimento e R$ 3,2 bilhões em custos operacionais.
O trecho abrange as regiões central e leste de Mato Grosso do Sul, onde está localizada a maior indústria de celulose do mundo, e inclui os principais corredores rodoviários que conectam a capital, Campo Grande, ao Sudeste do país. A rodovia passa por nove municípios e beneficia diretamente 1,2 milhão de moradores do estado.
Essa foi a segunda tentativa de licitar a Rota da Celulose. Em dezembro do ano passado, não houve interessados. Entre os ajustes do edital estão a ampliação dos prazos para a conclusão das obras essenciais.
Quais serão as melhorias na Rota da Celulose
O projeto prevê a duplicação de 115 km de rodovias, a construção de 457 km de acostamentos e 245 km de terceiras faixas, além de 12 km de vias marginais. Serão implantados 38 km de contornos urbanos, 25 acessos, 22 passagens de fauna e 20 alargamentos de pontes, além de obras de arte especiais totalizando 3.780 m². Com essas intervenções, toda a malha viária contará com 100% de acostamento. A maior parte dos investimentos será concentrada nos oito primeiros anos do contrato.
Três pontos de parada e descanso para motoristas profissionais serão implantados ao longo das rodovias MS-040, BR-262 e BR-267. O projeto também inclui a instalação de pórticos de pedágio automático (Free Flow), tecnologia de pesagem eletrônica dinâmica (HS-WIM), 484 câmeras de reconhecimento óptico de caracteres (OCRs) e um sistema avançado de comunicação com os usuários.
Além disso, serão instalados 26 pontos de recarga para veículos elétricos ao longo da malha rodoviária, com duas unidades em cada Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU), facilitando o acesso à mobilidade sustentável.
Valor - SP 09/05/2025
CMPort, uma das maiores operadoras globais de terminais de contêineres, planeja ampliar negócios
A China representa hoje o maior mercado consumidor da carne de frango do Paraná e do Brasil em geral e os portos paranaenses são o principal corredor de exportação de frango congelado do mundo. Outra commodity que é exportada em grande volume para o país asiático é o grão de soja. Em relação à importação, grande parte dos fertilizantes desembarcados nos portos paranaenses são oriundos da China.
“Em 2024, foram movimentadas 12.265.386 toneladas de cargas para a China pela Portos do Paraná, empresa pública que administra os portos de Paranaguá e Antonina”, informa Gabriel Perdonsini Vieira, diretor de operações portuárias da empresa. As cargas movimentadas somam US$ 7,8 bilhões em valor FOB (free on board) - que representa um acordo entre o comprador e o vendedor em que o preço da mercadoria inclui apenas o custo do produto e do transporte até o porto de embarque ou local de origem. “Ou seja, os valores apresentados não são comercializados pela Portos do Paraná.” Também no ano passado foram importadas 4.298.099 toneladas da China, principalmente fertilizantes, representando US$ 5,5 bilhões de FOB.
Vieira acrescenta que nos últimos cinco anos, o volume exportado para China tem aumentado. De janeiro a março deste ano foram 3.398.471 toneladas, volume levemente menor que em igual período de 2024, que operou 3.545.837 toneladas. Essa grande movimentação de cargas gerou, em novembro de 2024, a assinatura de uma carta de intenções entre a Portos do Paraná e representantes de uma das maiores operadoras globais de terminais de contêineres, a China Merchants Port Holdings (CMPort), acionista do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP).
“O Paraná foi o primeiro lugar do Brasil onde a CMPort escolheu investir em 2018 e, anos depois, a empresa continua aplicando no Estado, o que mostra a credibilidade e a relevância que o Paraná tem”, diz o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. O documento visa a promoção conjunta e colaboração comercial, a construção de portos verdes e inteligentes, o intercâmbio de pessoal para troca de experiências e a cooperação técnica sobre a agenda ESG (ambiental, social e governança).
O Estado de S.Paulo - SP 09/05/2025
Ainda que pese o impasse em torno da Margem Equatorial, o Brasil conseguiu atrair elevado interesse estrangeiro na Offshore Technology Conference (OTC), maior conferência mundial da indústria de petróleo e gás em águas profundas, que termina nesta quinta-feira, 8, em Houston, e atraiu cerca de 30 mil pessoas. O País é considerado uma grande fronteira exploratória, com o benefício de novas áreas a serem descobertas, além de estar afastado de conflitos geopolíticos e menos afetado por questões políticas e as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O principal ponto de atração foi a Margem Equatorial, entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, e considerado uma espécie de segundo pré-sal no Brasil. A Bacia de Pelotas, em fase inicial e localizada no litoral dos Estados do Rio de Janeiro e de Espírito Santo, além das mudanças nas regras de conteúdo local, também foram temas de interesse estrangeiro, conforme representantes brasileiros ouvidos pelo Estadão/Broadcast na OTC.
“Vemos a abertura de novas fronteiras como a Margem Equatorial como crucial para o Brasil manter papel estratégico na segurança energética global”, disse o vice-presidente de ativos do Pré-Sal da Shell Brasil, Pablo Tejera Cuesta, em painel na feira.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, aproveitou o palanque global na abertura da OTC para enfatizar o esforço da companhia para iniciar os testes exploratórios na Margem Equatorial e a pressão nos custos por conta da queda dos preços do petróleo no mercado internacional diante das incertezas tarifárias. “Não há futuro para as empresas petrolíferas sem exploração. Por isso, estamos nos esforçando muito para explorar a Margem Equatorial do Brasil”, disse ela.
A Petrobras teve o seu pedido negado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 2023, e, desde então, vem cumprindo uma série de exigências do órgão. O último foi a entrega, em fevereiro, do centro de despetrolização, em Oiapoque, no Amapá, uma espécie de hospital de animais em caso de acidentes. A companhia aguarda o aval do Ibama para, então, fazer uma grande simulado no local. Os exercícios preparativos começaram nesta semana.
Outra ação da Petrobras foi convidar o governador do Amapá, Clésio Luís, para a OTC. Em sua primeira vez na feira, ele defendeu a exploração da Margem Equatorial e propôs a criação de um fundo soberano para gerir os recursos que virão dos royalties, com parte sendo destinada à proteção da floresta amazônica. “Tem um negócio gigante se abrindo, novo para nós, que está começando agora. O Amapá precisa muito dessa matriz econômica, e o Brasil ainda mais”, disse ele, em entrevista ao Estadão/Broadcast.
De acordo com o governador, da série de eventos que participou na capital do petróleo, houve grande interesse estrangeiro. “Tivemos uma resposta muito positiva. E, quando falávamos que a Margem Equatorial Brasileira é do lado da Guiana, do Suriname e da Venezuela, aumentava o interesse”, afirmou.
O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, alertou para o risco do imbróglio envolvendo a Petrobras e o Ibama respingar no leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), previsto para junho. “Evidentemente, quando as empresas colocam um preço no leilão, levam em consideração todos os elementos de valor. Um deles é se existe já licença prévia. Então, a não existência da licença prévia é claro que pode impactar, sem dúvida”, disse ele.
Do total dos blocos que serão ofertados pela ANP, 65 estão localizados na Margem Equatorial, sendo 47 na Bacia da Foz do Amazonas. Trata-se do mesmo local onde a Petrobras tenta perfurar o primeiro poço após ter o seu pedido negado pelo Ibama, em 2023. O leilão está agendado para o dia 17 de junho.
No entanto, caso a licença saia, poderia atrair mais o interesse para o certame, de acordo com a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos. “Ninguém vai deixar de ir por causa disso. Mas, por outro lado, se (o Ibama) der a licença, acho que vai atrair mais gente”, avaliou, em conversa com o Estadão/Broadcast.
A executiva reiterou o otimismo com a obtenção do aval do Ibama para começar os testes exploratórios na Margem Equatorial. “Fizemos todo o possível para obter a licença ambiental. Então, estamos prestes a recebê-la. Como geólogos, somos otimistas. Eu espero voltar ao Brasil e obter a licença”, disse ela, durante evento da Câmara de Comércio Brasil-Texas (Bratecc), em paralelo à OTC.
Quanto à Bacia de Pelotas, a diretora da Petrobras disse que espera que a fase inicial, a chamada aquisição sísmica, seja concluída até o primeiro semestre de 2026, para que depois seja feita a análise e escolha das áreas de interesse. A área é “gigantesca”, com 29 blocos, segundo ela.
As novas regras de conteúdo local no Brasil para o setor de petróleo e gás também foram alvo de questionamentos do público estrangeiro ao Brasil. A principal mudança foi a transferência de excedentes de conteúdo local entre contratos, desde que cumpridas as exigências, e foi positiva, na visão de Magda, da Petrobras.
O Estado de S.Paulo - SP 09/05/2025
A queda no preço do petróleo no mercado internacional deve afetar toda a indústria petroleira, e a Petrobras não ficará imune. Especialistas avaliam que fornecedores serão pressionados a promover ajustes para viabilizar os projetos da estatal. O alerta foi feito nesta semana pela presidente da companhia, Magda Chambriard, durante discurso na Offshore Technology Conference (OTC), a maior conferência global do setor de petróleo e gás em águas profundas, realizada em Houston, no Texas (EUA).
“O que realmente nos impacta é a queda do preço do petróleo. Esse é um problema real, e temos de cobrar dos nossos fornecedores para nos ajudar e nos apoiar, fornecendo projetos simples e de menor custo”, disse Magda na abertura do evento.
Para ter uma ideia, no auge dos desdobramentos da pandemia do covid-19, quando o petróleo tipo Brent chegou ser cotado a U$ 20 o barril, a pior crise da indústria em 100 anos, a estatal colocou 62 plataformas em hibernação.
“É lógico que o momento de hoje é muito diferente... diante do movimento de queda, do jeito que aconteceu, de US$ 80 para US$ 60 (o barril), é natural que se faça a revisão, quando se olha o portfólio, a estrutura de custos é muito diferente?, explica o analista de energia da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman.
Ele observa, no entanto, que a curva futura do petróleo já projeta uma recuperação para cerca de US$ 65 o barril. Além disso, o analista destaca que a Petrobras concentra a maior parte de seus projetos na região do pré-sal - que apresenta maior resiliência econômica em comparação a campos em lâminas d’água menores e tem qualidade de óleo superior. Esses fatores são considerados pela estatal na hora de definir eventuais ajustes. “Vamos ver, ao longo dos próximos dias e meses, se essas mudanças de fato se concretizarão.”
Impacto
Segundo Mahatma Ramos dos Santos, diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a Petrobras terá de rever seus projetos caso o preço do petróleo se mantenha no patamar atual. Ele lembra que, no Plano de Negócios 2025–2029 da estatal, uma das premissas para alcançar os resultados financeiros projetados é a cotação média do Brent em US$ 83 por barril em 2025. No entanto, o valor atual está cerca de US$ 20 abaixo disso — girando em torno de US$ 62.
“Esse temor, apontado na fala da presidente Magda, reflete um sentimento geral da indústria, mas também uma preocupação com a saúde financeira e a rentabilidade dos próprios projetos da Petrobras”, explica Santos.
Segundo ele, pelos próprios cálculos da estatal, cada variação de US$ 10 no preço do barril, para cima ou para baixo, gera um impacto no fluxo de caixa operacional da empresa, ou seja, da capacidade de gerar caixa, de US$ 5 bilhões.
“Então, se a gente está falando de uma diferença de US$ 20, a gente está falando de um impacto de até US$ 10 bilhões, o que é muito significativo para o resultado financeiro da Petrobras e reforça esse temor da Magda, que sinaliza e orienta sua cadeia de supridores que pode haver espaço para renegociação dos termos de serviços de bens da cadeia”, afirma.
Santos observa ainda, que as negociações terão como pano de fundo a expectativa com o menor crescimento da economia global e, por consequência, da demanda por petróleo e seus derivados, principalmente por parte da China, atual maior consumidor de petróleo e derivados do mundo. Além disso, explica o diretor, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep +) acenou com o aumento da oferta a partir de junho, e declarações do presidente americano, Donald Trump, reforçaram a tendência de queda dos preços globais. Tudo isso, alerta ele, deve manter o preço baixo da commodity.
“E quando há queda da cotação do preço do petróleo, a rentabilidade e o resultado financeiro de toda a indústria do petróleo é diretamente afetada, inclusive da Petrobras, que é uma das grandes petroleiras do mundo”, diz.
Valor - SP 09/05/2025
Pelas estimativas de três bancos e corretoras, companhia atingirá lucro líquido médio de R$ 34,9 bilhões, receita líquida de R$ 130 bilhões e Ebitda de R$ 64,3 bilhões
O aumento da produção de óleo e gás nos três primeiros meses do ano deve levar a Petrobras a registrar resultados melhores na comparação com os obtidos em igual período do ano passado. Estimativas compiladas pelo Valor junto a três bancos e corretoras apontam para um lucro líquido médio de R$ 34,9 bilhões, uma receita líquida de R$ 130 bilhões e um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 64,3 bilhões. Caso se confirmem, as estimativas significarão aumentos de 47,25% no lucro, de 10,47% na receita e de 7,16% no Ebitda.
O Valor teve acesso às previsões da Ativa Investimentos, do BTG Pactual e do UBS BB. As projeções de lucro líquido variaram dos R$ 24,7 bilhões da Ativa aos R$ 41,3 bilhões do BTG, enquanto as estimativas para receita variaram entre os R$ 121,2 bilhões da Ativa e os R$ 137,3 bilhões do BTG. Para o Ebtida, a variação ficou entre os R$ 60,7 bilhões da Ativa e os R$ 67,2 bilhões do BTG.
No primeiro trimestre, a estatal produziu 2,77 milhões de barris de óleo equivalente, 5,4% a mais que no primeiro trimestre de 2024.
O BTG Pactual — em relatório assinado pelos analistas Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez — ressaltou que, depois da reação negativa no quarto trimestre, principalmente devido ao aumento dos investimentos, o foco dos investidores permanecerá na evolução desses aportes. Segundo os analistas, o eventual crescimento do capex (investimento) poderia comprometer futuros pagamentos aos acionistas.
De acordo com o relatório, investimentos menores e uma produção maior deverão ser chave para uma recuperação das ações da companhia. Os analistas do BTG ressaltaram ainda que a empresa deve se beneficiar, no primeiro trimestre, de melhores margens de refino, além de custos menores das unidades de produção devido ao avanço operacional e a menores paradas de manutenção.
Relatório do UBS BB assinado por Matheus Enfeldt, Tasso Vasconcellos e Victor Modanese aponta que “a grande pergunta que temos para o trimestre é o capex”. “A grande discussão em tese é como o caixa de investimentos vai afetar as expectativas de dividendos”, diz o relatório, que acrescenta que os resultados do primeiro trimestre de 2025 carregam um risco particular, dado o carregamento dos investimentos feitos no quarto trimestre de 2024.
O Santander — em relatório assinado por Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz — aponta que a expectativa de avanço do Ebitda é baseada no aumento da produção e na queda do custo de extração, além das maiores margens de refino. Por outro lado, é esperado um resultado mais fraco no segmento de gás e energia, com um impacto negativo de US$ 283 milhões devido ao acordo com a EIG Energy. Em março, a petroleira brasileira fechou acordo para pagar US$ 283 milhões e encerrar processo, sem admissão de culpa, movido pela companhia americana, que alegava prejuízos com investimentos no FIP Sondas, da Sete Brasil, companhia que entrou em recuperação judicial depois que a estatal cancelou a compra de sondas de exploração.
O Santander divulgou estimativas em dólar para os resultados da Petrobras no primeiro trimestre. A expectativa do banco para o lucro líquido é de US$ 5,393 bilhões, 12% a mais que nos três primeiros meses do ano passado. Em dólares, as estimativas para receita líquida e Ebitda ajustado foram, respectivamente, de US$ 20,621 bilhões e de US$ 11,359 bilhões, quedas de 13% e de 9% frente ao primeiro trimestre de 2024.
Infomoney - SP 09/05/2025
(Reuters) – O Citi Research reduziu nesta quinta-feira sua previsão de preço do Brent para o período de 0 a 3 meses para US$ 55 por barril, em comparação com uma estimativa anterior de US$ 60.
“Um acordo entre os Estados Unidos e o Irã e a flexibilização das sanções poderiam fazer com que o Brent caísse para US$ 50; sem acordo e até mesmo com uma ação escalonada (por exemplo, para conter o programa nuclear do Irã), os preços poderiam voltar para mais de US$ 70”, disseram os analistas do Citi em uma nota.
O Estado de S.Paulo - SP 09/05/2025
O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, alerta para o risco do imbróglio envolvendo a Petrobras e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em torno da Margem Equatorial respingar no leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), previsto para junho.
“Evidentemente quando as empresas colocam um preço no leilão, levam em consideração todos os elementos de valor. Um deles é se existe já licença prévia. Então, a não existência da licença prévia é claro que pode impactar, sem dúvida”, diz ele, em entrevista exclusiva ao Broadcast, às margens da Offshore Technology Conference (OTC), em Houston. Do total dos blocos que serão ofertados pela ANP, 65 estão localizados na Margem Equatorial, sendo 47 na Bacia da Foz do Amazonas. Trata-se do mesmo local onde a Petrobras tenta perfurar o primeiro poço após ter o seu pedido negado pelo Ibama, em 2023.
O leilão está agendado para o dia 17 de junho. “Sem dúvida, o valor pode ser afetado por conta desse índice de insegurança”, reforça Ardenghy.Apesar disso, ele afirma que está “otimista” com as chances de obtenção da licença do Ibama pela Petrobras. “Estou otimista de que a licença vai sair porque foi tudo absolutamente cumprido. Essa é uma atividade segura e o Brasil é líder mundial”, justifica.
Por outro lado, caso a licença do Ibama saia, será positivo para o leilão, prevê o presidente do IBP. Segundo ele, a Margem Equatorial dominou os debates da OTC, com grande interesse estrangeiro no tema. O fato de a Guiana ter tido sucesso na extração de petróleo do seu lado contribui, avalia. “O Brasil hoje é uma fronteira exploratória muito importante. Nós estamos longe do Oriente Médio, não temos nenhum problema político, geopolítico, e o nosso porto é aberto, podemos exportar para quem quisermos”, afirma Ardenghy. “Ninguém vai deixar de ir por causa disso. Mas, por outro lado, se [o Ibama] der a licença, acho que vai atrair mais gente”, disse a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos em entrevista exclusiva ao Broadcast, às margens da Offshore Technology Conference (OTC), em Houston.
Valor - SP 09/05/2025
Segundo Roberto Ramos, presidente da Braskem, o gás brasileiro não tem atendido à demanda das unidades da companhia e, por isso, a empresa busca alternativas
A petroquímica Braskem tem avaliado as opções para contornar a pressão sofrida pelo setor petroquímico global, com a inundação de exportações dos Estados Unidos e da China. Roberto Ramos, presidente da Braskem, disse que uma das alternativas é importar gás dos Estados Unidos para o Brasil a preços mais competitivos.
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Segundo o executivo, o setor petroquímico passa por um ciclo de baixa, pressionado pelos grandes volumes de polietileno exportados pelos Estados Unidos e de polipropileno da China. A prática levou à queda dos preços desses produtos no mercado internacional. Mas, ainda assim, há mercados que dependem da importação desses produtos, utilizados para confecção de diferentes tipos de plásticos.
“Conseguimos do governo brasileiro a imposição de tarifas de importação [de polietileno e polipropileno]. Agora esperamos que essas tarifas se mantenham com o tempo. Isso nos dá uma proteção. Mas precisamos reduzir nossa dependência do nafta, temos que passar a produzir mais com gás natural”, afirmou Ramos.
Ao participar de inauguração da Braskem Idesa de um terminal de importação de etano em Coatzacoalcos, cidade no Golfo do México, Ramos disse a jornalistas que o gás brasileiro não tem atendido à demanda das unidades da companhia e, por isso, a empresa busca alternativas: “Vamos importar mais gás dos Estados Unidos [para o Brasil], assim como estamos fazendo para cá [no México].”
O plano, segundo Ramos, complementa o projeto de aumento do fornecimento de etano à Braskem no Rio, pela Refinaria Duque de Caxias (Reduc), previsto para ser ampliado em 2027.
A Braskem Idesa, braço mexicano da petroquímica, inaugurou nesta quarta-feira (7) um terminal para importar etano dos Estados Unidos que irá abastecer a fábrica de polietileno da companhia no país. A matéria-prima será levada por navios próprios da Braskem de Houston até a costa sudeste mexicana.
A Braskem Idesa é composta por 75% de participação da brasileira e 25% da Idesa, petroquímica mexicana controlada por uma das companhias do bilionário Carlos Slim.
Sobre o novo empreendimento no México, Roberto Ramos disse que é um marco na história da companhia: “Nunca conseguimos receber a quantidade de gás que contratamos, por várias razões. Entre as quais o fato de que a produção de petróleo declinou no México mais do que o previsto, e o gás aqui é associado, sai junto com o petróleo. Nunca conseguimos encher nossas plantas. O terminal nos dá liberdade e independência.”
A presidente da Braskem Idesa, Isabel Figueiredo, havia dito no dia anterior sobre a importância do terminal para a companhia, especialmente pelo momento de pressão no setor e pela falta de suprimentos da estatal mexicana Pemex. A executiva afirmou que a Pemex, que deveria fornecer 100% do etano necessário para a fábrica de polietileno da Braskem no México, inaugurada em 2016, estava entregando menos de 60% da matéria-prima.
A dificuldade levou a fábrica da Braskem Idesa a operar com cerca de 80% da capacidade, com situações em que precisou suspender as operações por períodos determinados pela falta da matéria-prima.
A produção da Braskem Idesa tem como destino principal o próprio México, com 60%. Os outros 40% são exportados, com destaque para América Central e Norte da América do Sul. Segundo Figueiredo, a Braskem Idesa tem 20% de participação no mercado de polietileno no México.
*A repórter viajou a convite da Braskem.
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