IstoÉ Dinheiro - SP 29/04/2025
A Gerdau reportou lucro líquido de R$ 756 milhões no primeiro trimestre de 2025, uma queda de 39,4% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda ficou em R$ 2,397 bilhões, um recuo de 14,7% na comparação anual. A receita líquida, por sua vez, somou R$ 17,375 bilhões, alta de 7,2% ante os três últimos meses de 2024.
A companhia afirma que, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o Ebitda ficou estável em função dos melhores resultados no Segmento da América do Norte, influenciados por maiores volumes de vendas; da redução dos custos das vendas na América do Sul; e da redução de Despesas de Vendas, Gerais e Administrativas em todos os segmentos.
Esses efeitos, segundo a companhia, foram neutralizados pelo desempenho mais fraco do Brasil devido à pressão de preços em algumas linhas de produtos, maiores custos relacionados à parada programada para implementação do novo laminador de bobinas à quente, além dos menores preços na América do Sul.
Sobre o recuo nos resultados em relação ao mesmo período do ano anterior, a companhia credita a variação ao menor resultado da América do Norte, devido às reduções de preços de aço ocorridas ao longo de 2024. O que teria sido parcialmente compensado pelo maior volume de vendas e pela variação cambial.
Valor - SP 29/04/2025
A divulgação dos R$ 243,5 mi em proventos veio junto do balanço da companhia, que registrou receita líquida de R$ 17,3 bilhões no primeiro trimestre
A Gerdau informou nesta segunda-feira (28) que irá distribuir R$ 243,5 milhões em dividendos referentes ao resultado do primeiro trimestre, conforme aprovado pelo conselho de administração da companhia. O volume é equivalente a R$ 0,12 por ação e o pagamento ocorrerá em 19 de maio.
A divulgação dos proventos veio junto do balanço da companhia, que registrou receita líquida de R$ 17,3 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 7,2% na comparação com igual período de 2024.
Em mensagem da administração, a Gerdau reforçou a importância da diversificação geográfica das operações, especialmente em períodos de maior volatilidade. Conforme a companhia, o aumento nas vendas no primeiro trimestre do ano foi puxado por melhores volumes nas operações na América do Norte. O aumento da receita também se explica pela valorização do dólar frente ao real, afirmou a Gerdau.
A Gerdau teve uma queda de 39% no lucro líquido ajustado entre janeiro e março de 2025, para R$ 758 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda, na sigla em inglês) ajustado da siderúrgica recuou 14,6% na comparação com o primeiro trimestre de 2024, para R$ 2,4 bilhões. A siderúrgica afirma que o ebitda foi influenciado por reduções nos preços do aço ao longo de 2024, o que foi parcialmente compensado pelo maior volume de vendas e pela variação cambial.
Segundo a empresa, os desdobramentos da política tarifária dos Estados Unidos e o ambiente desafiador entre oferta e demanda no setor siderúrgico foram os fatores que impactaram o resultado de janeiro a março de 2025.
Em nota, o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que a companhia teve crescimento nos volumes entregues para a América do Norte no primeiro trimestre do ano, mas que o mercado brasileiro seguiu impactado pelas importações de aços longos e planos, que cresceram 30% no período. “A Gerdau está preparada para se adaptar a cenários macroeconômicos voláteis, como o que temos enfrentado no mercado global, assegurando a geração de valor para nossos públicos de interesse”, afirmou o executivo.
No total de remuneração a acionistas referentes ao primeiro trimestre deste ano, a Gerdau aprovou R$ 525 milhões, sendo R$ 243,5 em dividendos e R$ 281 em recompra de ações. Até 11 de abril, foram recompradas 28,5 milhões de ações ordinárias e preferenciais, representando aproximadamente 44% das recompras previstas no programa.
Também ontem, a Metalúrgica Gerdau aprovou o pagamento de R$ 79,1 milhões em dividendos referentes ao 1º trimestre de 2025. O volume é equivalente a R$ 0,08 por ação e será pago em 20 de maio. Na Metalúrgica, o programa de recompra foi concluído, com todas as 6 milhões de ações preferenciais previstas.
Reuters AAJ – 29/04/2025
Por Amy Lv e Lewis Jackson
PEQUIM (Reuters) - A maior siderúrgica listada em bolsa da China, Baoshan Iron & Steel Co, disse que um corte na produção nacional de aço é provável este ano e sinalizou pressões externas sobre uma indústria que já enfrenta excesso de capacidade e demanda vacilante.
A empresa, conhecida como Baosteel, é uma subsidiária da estatal China Baowu Steel Group, a maior siderúrgica do mundo em produção.
"As chances de um corte são altas, como foi mencionado no relatório do governo", disse Cai Yanbo, vice-gerente geral da Baosteel, a jornalistas durante apresentação de resultados de primeiro trimestre da empresa nesta segunda-feira. O executivo fez o comentário quando questionado sobre as negociações para corte de 50 milhões de toneladas na produção de aço da China neste ano.
Cai, no entanto, acrescentou que não espera que as reduções de produção "sejam implementadas neste mês ou no próximo; apelamos às autoridades relevantes para evitarem uma abordagem única para todos enquanto controlamos a produção".
Um corte de produção dessa magnitude ajudaria a reequilibrar o mercado de aço, sustentando os preços da liga e influenciando os preços de matérias-primas.
Pequim disse que planeja reestruturar a indústria siderúrgica por meio de cortes na produção, sem dar mais detalhes como o momento e a escala desses cortes.
As exportações de aço da China em 2025 cairão cerca de 15 milhões de toneladas em meio a aumentos de tarifas de importação em outros países e as exportações indiretas de aço serão reduzidas em 20 milhões de toneladas, de acordo com Zou Jinxin, presidente da Baosteel.
As exportações de produtos manufaturados, como contêineres, veículos e máquinas, são normalmente classificadas como exportações indiretas de aço.
Zou disse que espera que Pequim implemente mais medidas de estímulo para combater choques externos.
As exportações de aço da China atingiram um pico em nove anos no ano passado, a 110,72 milhões de toneladas. Já as vendas externas de aço da Baosteel bateram recorde, a 6,07 milhões de toneladas. A empresa não especificou uma meta para 2025.
O consumo de aço da China em 2025 cairá 2%, acrescentou Zou.
A Baosteel teve alta de 26,4% no lucro líquido do primeiro trimestre sobre um ano antes, ajudada por custos mais baixos.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753))
REUTERS AAJ
Globo Online - RJ 29/04/2025
Até a 4ª semana de abril de 2025, as exportações brasileiras cresceram 11,0% em relação ao mesmo período de 2024, somando US$ 26,01 bilhões. As importações aumentaram 12,1%, alcançando US$ 18,96 bilhões. Com isso, a balança comercial registrou superávit de US$ 7,05 bilhões, representando alta de 8,2%. A corrente de comércio (soma de exportações e importações) avançou 11,4%, totalizando US$ 44,97 bilhões. O consolidado do mês será divulgado no início de maio.
No acumulado do ano, de janeiro até a 4ª semana de abril de 2025, as exportações cresceram 1,8% frente ao mesmo período de 2024, somando US$ 103,32 bilhões. Já as importações subiram 13,2%, atingindo US$ 86,30 bilhões. Como resultado, o superávit comercial foi de US$ 17,03 bilhões, uma queda de 32,7% em relação ao ano anterior. A corrente de comércio aumentou 6,7%, alcançando US$ 189,62 bilhões.
Nas exportações de abril, a agropecuária registrou crescimento de 10,7% (US$ 6,88 bilhões), enquanto a indústria extrativa teve queda de 0,7% (US$ 5,74 bilhões). Já a indústria de transformação apresentou forte expansão de 16,6% (US$ 13,23 bilhões).
Os destaques nas exportações foram, na agropecuária, animais vivos (82,3%), café não torrado (52,4%) e soja (4,0%); na indústria extrativa, pedra, areia e cascalho (71,6%), minérios de níquel (36,9%) e petróleo bruto (7,4%); e, na indústria de transformação, carne bovina (46,1%), produtos semiacabados de ferro ou aço (151,9%) e ouro não monetário (79,4%).
Por outro lado, houve queda nas exportações de produtos como trigo e centeio (-52,2%), látex e borracha natural (-89,7%), algodão (-6,4%), minério de ferro (-11,7%) e açúcar e melaços (-18,1%).
Nas importações, o desempenho até a 4ª semana de abril mostrou aumento de 14,5% na agropecuária (US$ 0,49 bilhões) e 14,7% na indústria de transformação (US$ 17,36 bilhões), enquanto a indústria extrativa recuou 19,5% (US$ 1,00 bilhão).
O Estado de S.Paulo - SP 29/04/2025
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 5,57% para 5,55%, a segunda baixa seguida. Agora, está 1,05 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Considerando apenas as 118 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a medida passou de 5,57% para 5,52%.
A projeção para o IPCA de 2026 passou de 4,50% para 4,51%, passando o teto da meta. Considerando apenas as 112 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, oscilou de 4,54% para 4,50%.
O Banco Central espera que o IPCA some 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último Relatório de Política Monetária (RPM). A autarquia trabalha com o terceiro trimestre de 2026 como horizonte relevante, mas o período deve mudar para o fim do ano que vem na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 6 e 7 de maio.
O colegiado já aumentou a taxa Selic em 3,75 pontos porcentuais desde setembro, para 14,25%, incluindo uma rápida elevação de 3 pontos entre dezembro e março. Na ata da sua última reunião, do dia 19, o Copom indicou que deve elevar os juros novamente em maio, embora com uma alta inferior a 1 ponto porcentual.
A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela décima semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,80% para 3,78%. Um mês antes, estava em 3,78%.
Juros
A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,0% pela 16ª semana seguida — sugerindo que os juros terão de subir 0,75 ponto porcentual acima do nível atual, de 14,25%.
Considerando apenas as 97 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 também permaneceu em 15,0%.
Na última semana, diretores do Banco Central destacaram que o ambiente se tornou muito incerto desde o anúncio de uma série de tarifas pelo presidente americano, Donald Trump. Diante da falta de clareza sobre o futuro, eles deixaram claro que o Copom vai abandonar o forward guidance depois de maio, buscando maior flexibilidade para lidar com o cenário.
“Há duas variáveis em aberto quando falamos sobre o ciclo: uma delas é o orçamento total, e a outra é a extensão do ciclo. Ambas estão em aberto agora, e serão analisadas e comunicadas ao longo do tempo na melhor maneira que acreditemos que vá levar as expectativas para a meta, que temos o mandato de atingir”, disse o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti.
A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela 13ª semana consecutiva. Considerando apenas as 93 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, também continuou em 12,50%.
A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 11ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 18ª semana consecutiva.
PIB
A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 se manteve em 2,0%. Um mês antes, era de 1,97%. Considerando apenas as 76 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, passou de 1,99% para 2,00%.
No mais recente Relatório de Política Monetária (RPM), o Banco Central diminuiu a sua projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,1% para 1,9%. Segundo a autarquia, a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, devido à política monetária contracionista — mas a incerteza sobre a estimativa aumentou.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também se manteve em 1,70%. Considerando só as 72 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, ficou em 1,70%.
A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela quarta semana seguida. Um mês antes, era de 1,99%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 59ª semana seguida.
Dólar
A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 permaneceu em R$ 5,90 pela terceira semana seguida. Um mês antes, era de R$ 5,92. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 passou de R$ 5,96 para R$ 5,95 Quatro semanas atrás, era de R$ 6,00.
A estimativa intermediária para o dólar no fim de 2027 caiu de R$ 5,89 para R$ 5,86. Um mês antes, era de R$ 5,90. A projeção para o fim de 2028 ficou em R$ 5,85. Um mês antes, era de R$ 5,90.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
O Estado de S.Paulo - SP 29/04/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 28, que o País deve manter a tração no comércio exterior e que o Brasil tomou a direção correta nesta temática, com destaque para o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
“O Brasil é uma economia grande demais para ser satélite de outra. Então, manter os canais de comércio abertos com os três grandes blocos econômicos me pareceu uma atitude muito saudável da parte do presidente Lula, inclusive diante das provocações recentes que o Brasil viveu”, afirmou, durante participação no evento J. Safra Macro Day 2025.
Haddad defendeu a tese da reglobalização sustentável — de atenção à questão ambiental alinhada à questão econômica — e de fortalecimento do multilateralismo em meio às incertezas econômicas globais.
Para o chefe da equipe econômica, o momento incerto global representa uma oportunidade para o País. “É o momento de fazer valer a sua diplomacia comercial e obter vantagens importantes do ponto de vista de acordos bilaterais”, disse.
Haddad mencionou que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, está liderando o processo técnico e colhendo subsídios de todos os ministérios para discutir o tema do comércio exterior, sob o respaldo de Lula no diálogo com o mundo. “Quando a incerteza é tamanha, você terá alguma prudência, embora conversas estejam acontecendo”, afirmou.
Subinvestimento
O ministro afirmou que o Brasil vem “subinvestindo” há muito tempo. Ele considera, porém, que o País tem um conjunto de projetos com boas taxas de retorno que podem sair da gaveta se obtiverem sucesso com políticas que estão sendo endereçadas pelo governo. “Já tem produzido resultados concretos, mas podemos melhorar ainda mais”, disse.
Haddad cita como exemplo positivo o trabalho feito pelo Ministério dos Transportes com as parcerias público-privadas (PPP) e concessões. “Nós estamos falando de 30, 35 concessões neste governo contra seis do governo anterior”, salientou. “Isso é com vistas a melhorar a produtividade da economia brasileira”, acrescentou. Ele ainda ressaltou que o aperfeiçoamento nas leis de PPPs e concessões podem refletir novos investimentos no País.
Haddad afirmou que irá à Califórnia nesta sexta-feira, 2, para divulgar o marco regulatório de data centers na Milken Global Conference. “Somos deficitários na balança de serviços e o Brasil é um país que detém as melhores vantagens competitivas em relação a data centers. Acredito que o lançamento dessa política vai fazer esse investimento melhorar muito”, disse.
Para ele, a economia não precisa de estímulos adicionais para performar bem este ano. “Tem tudo para ser puxado pelo consumo das famílias e pelo investimento. Nós não precisamos de um impulso maior do que esse para crescer bem”, afirmou.
O chefe da equipe econômica mencionou que há um conjunto de medidas micro e macroeconômicas para alavancar o investimento no País, como o Desenrola, o Marco de Garantias, o programa Acredita e, agora, o crédito consignado privado.
Proteção contra o populismo
O ministro reiterou que tem uma “confiança inabalável” de que o Brasil pode se desenvolver de forma diferente do que ocorria em anos anteriores.
“Acho que nós podemos dar um salto de qualidade com reformas sérias. Insisto em dizer que a coisa mais importante para o Brasil é reconstituir uma política de Estado. Nós temos que ter uma política de longo prazo no Brasil, mais protegida de populismo. Há uma coisa que se chama Brasil, o nosso país, e que precisa ter uma visão de longo prazo. Isso precisa ser reconstruído, até para você mexer com a esperança das pessoas”, disse.
Haddad voltou a defender a proposta de reforma da renda enviada pela equipe econômica, que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e compensa com a tributação de rendas mais altas, reforçando que o Brasil precisa rever a distribuição de renda. “O Brasil não é sustentável, nem do ponto de vista político, nem do ponto de vista social, nem do ponto de vista democrático”, disse.
O ministro defendeu que é preciso colocar a questão da justiça social não apenas no horizonte econômico, mas também no horizonte da sociedade que deseja construir.
Globo Online - RJ 29/04/2025
A ofensiva tarifária do presidente Donald Trump vem agitando Washington e Wall Street há quase um mês. Se a guerra comercial persistir, a próxima onda de turbulência atingirá muito mais de perto o cotidiano dos americanos.
Judah Levine, chefe de pesquisa na plataforma de reservas de carga Freightos, disse que muitos importadores dos EUA estarão antecipando pedidos de outros parceiros comerciais americanos durante o período de 90 dias de moratória sobre as chamadas tarifas recíprocas de Trump. Isso pode ajudar a amortecer qualquer choque centrado na China através dos portos e redes logísticas.
Com os produtos chineses muito caros, alguns proprietários de carga nos EUA estão recorrendo a fornecedores no Sudeste Asiático.
A Hapag-Lloyd AG, a quinta maior transportadora de contêineres do mundo, disse em um comunicado por e-mail na semana passada que está vendo cancelamentos de cerca de 30% das reservas da China para os EUA. Mas os negócios aumentaram consideravelmente com exportadores do Camboja, Tailândia e Vietnã, disse a empresa, com sede em Hamburgo, Alemanha.
No entanto, o efeito rebote na economia ainda pode ser difícil de navegar nos próximos meses, disse Levine.
— É provável que haja uma desaceleração significativa, e o reinício pode causar algum congestionamento, com a força da recuperação e a interrupção resultante provavelmente correlacionadas à duração da pausa — disse ele.
Com a demanda por produtos da China para os EUA caindo rapidamente, os transportadores de carga reduziram a capacidade para evitar que as tarifas de frete marítimo desabassem. Em abril, houve cerca de 80 cancelamentos de viagens da China para os EUA, aproximadamente 60% a mais do que qualquer mês durante a pandemia de Covid, segundo dados citados por John McCown, um veterano executivo da indústria.
— O setor de transporte marítimo de contêineres nunca enfrentou os ventos macroeconômicos que enfrenta agora — disse McCown em uma nota de pesquisa recente.
A Organização Mundial do Comércio alertou que os bens negociados entre os EUA e a China podem diminuir até 80%, apoiando a descrição do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, de que a situação atual é essencialmente um embargo comercial.
Analistas entrevistados pela Bloomberg esperam que as importações caiam a uma taxa anual de 7% no segundo trimestre — o que representaria a maior queda desde o início da pandemia.
O choque de oferta iminente levou os economistas a revisar suas previsões de inflação, porque isso poderia pressionar os preços para cima. Executivos dizem que os preços dos produtos da China podem dobrar em alguns itens. E isso aconteceria em um momento em que o sentimento do consumidor está se deteriorando rapidamente.
Se a guerra comercial dos EUA com a China continuar por mais algumas semanas, fornecedores e varejistas terão que tomar algumas decisões difíceis sobre o segundo semestre do ano, incluindo quais produtos enviar e quanto aumentar os preços.
Os fornecedores esperam que muitos pedidos sejam cancelados. Isso fará com que os varejistas busquem produtos nos EUA e em outros mercados para preencher as prateleiras, mesmo que sejam de Natal passado. Também será um grande impacto financeiro que muitas empresas provavelmente responderão cortando custos, incluindo empregos, ou assumindo dívidas caras.
Para Foreman, as últimas semanas lhe lembram a pandemia, mas há diferenças importantes. O bloqueio causado pela Covid foi um choque, mas as cadeias de suprimento globais se recuperaram relativamente rápido e vários setores, incluindo brinquedos, tiveram anos recordes.
Agora, o quadro tem potencial de ser “mais traiçoeiro porque, quanto mais isso durar, mais catastrófico será”, disse ele. A Covid também estava cheia de muitas incógnitas sobre o vírus e quanto tempo demoraria para a recuperação. Esse dilema poderia ser amenizado se Trump removesse as tarifas a qualquer momento.
— Os efeitos prolongados podem ser piores. Mas a solução pode vir muito mais rápido — disse Foreman.
O Estado de S.Paulo - SP 29/04/2025
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reuniu-se nesta segunda-feira, 28, com a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), que representa bancos e agências de fomento. A entidade pediu à autoridade monetária uma ampliação do limite de emissões de Letras de Crédito de Desenvolvimento (LCDs) - título de renda fixa que financia a indústria - e um aumento do porcentual permitido para operações de crédito com o setor público.
A LCD foi lançada pelo governo Lula no ano passado e é emitida pelos bancos de desenvolvimento para captar recursos e financiar projetos no setor industrial. Atualmente, o limite de emissões é de até R$ 10 bilhões por ano.
As entidades também querem ampliar o limite atual de 45% do patrimônio de referência para operações de crédito com foco em cidades, devido à demanda por investimentos em infraestrutura, desenvolvimento regional e adaptação às mudanças climáticas. Segundo estudos da ABDE, um aumento de 1 ponto percentual poderia liberar cerca de R$ 1,8 bilhão em novas operações.
“A ampliação dos limites é fundamental para que os bancos de desenvolvimento possam continuar fomentando investimentos estratégicos nos municípios e fortalecendo a infraestrutura necessária para a adaptação climática e o crescimento sustentável”, disse à Coluna do Estadão o presidente da ABDE Celso Pansera, que também comanda a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O encontro também contou a presença do diretor executivo da ABDE, André Godoy; do diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Marcelo Saintive; do diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Gabriel Viegas Neto; e o Diretor Financeiro do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), João Paulo Kleinübing.
Valor - SP 29/04/2025
Exportações de minério de ferro recuam no início de 2025 em meio à guerra tarifária
A indústria mineral brasileira segue como um dos pilares da economia, com contribuição relevante no desempenho do comércio exterior. O setor representou 47% do saldo da balança comercial em 2024, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), com dados do Comex Stat. As exportações de commodities minerais chegaram a US$ 43,4 bilhões, com alta de 0,9% em relação 2023. O minério de ferro foi responsável por 68,7% das vendas externas do setor e o mercado chinês continuou sendo o principal destino. Recebeu em torno de 70% do volume total.
O tarifaço imposto pelo presidente do Estados Unidos, Donald Trump, e a guerra comercial entre americanos e chineses, que vem se intensificando desde o início de 2025, acenderam o sinal de alerta. De janeiro a março, as exportações de minério de ferro e seus concentrados registraram um recuo 25,1% nas receitas em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado reflete em grande medida a queda nos preços internacionais do mineral. No levantamento parcial referente a abril (até o dia 14), as vendas da commodity movimentaram 17,4% menos na comparação com mesmo intervalo do ano anterior.
“Estávamos esperando para 2025 um desempenho semelhante ao de 2024. Essa guerra tarifária agora traz incertezas”, afirma Julio Nery, diretor de assuntos regulatórios do Ibram, destacando que ainda é preciso monitorar os desdobramentos. Ele conta que no início dos anos 2000 havia mais equilíbrio entre os parceiros comerciais da indústria mineral brasileira. A China, no entanto, foi se desenvolvendo e potencializou sua produção de aço, concentrando o mercado ao elevar a demanda por ferro e outros minerais. Nesse sentido, as cotações, sobretudo do minério de ferro, oscilam conforme o ritmo de atividade ou sinais de crise no setor imobiliário chinês.
Real depreciado compensa, em parte, preço do minério ferro em dólar mais fraco”
— Daniel Sasson
Segundo Gilberto Cardoso, CEO da Tarraco Commodities Solutions, grandes bancos globais já têm revisado para baixo as projeções de crescimento da economia chinesa. O minério de ferro, usado para produção de aço na China, tinha há cinco anos uma fatia de mais de 50% empregada em infraestrutura e no setor imobiliário, afirma Cardoso. Essa parcela, acrescenta ele, caiu para aproximadamente 30% porque ganharam mais espaço as aplicações no setor automotivo, máquinas e equipamentos e em automações em geral. “Se os negócios e o consumo diminuírem na China, vai ter queda na produção de aço e efeito negativo no minério de ferro.”
O preço médio do minério de ferro recuou 9% em 2024 na comparação com o ano anterior, indo para US$ 109, conforme o Ibram. Algumas estimativas de mercado apontam para um patamar ainda mais baixo neste ano. O Itaú BBA projeta dinâmicas de oferta e demanda um pouco mais frouxas e uma cotação média de US$ 100. “Mas em termos de volumes, as maiores empresas brasileiras, incluindo a Vale, têm guidance de produção em 2025 muito parecidos com o do ano passado”, afirma Daniel Sasson, analista de commodities do Itaú BBA. Contudo, o banco estima para 2025 um câmbio mais depreciado, na média, em relação a 2024. “O real depreciado acaba compensando, em parte, o preço do minério em dólar mais fraco”, diz Sasson.
Em relação aos outros minerais da pauta de comércio exterior brasileira, os impactos do cenário desafiador de disputa comercial entre as grandes potências tendem a ser menores, avaliam especialistas do setor. Cardoso observa que aumentaram as exportações de cobre, ouro e nióbio no ano passado. As receitas de cobre avançaram 20% em 2024. No acumulado de abril até o dia 14, as exportações desse mineral subiram 19%, sendo um dos destaques positivos na parcial do mês, segundo o MDIC. Cardoso explica que o cobre é usado em eletrificação, mobilidade elétrica, construção civil, infraestrutura e equipamentos, enquanto o nióbio tem aplicações em componentes e ligas para os setores aeroespacial e automovivo.
Além da China, outros destinos das exportações minerais brasileiras são Malásia, Japão, Omã e Alemanha. E entre os destaques emergentes estão o Egito, Filipinas, Bulgária e Taiwan. Conforme Cardoso, uma combinação de eficiência do setor produtivo, melhoria na logística e diversificação geográfica foi determinante para o crescimento do saldo comercial do setor mineral brasileiro em 2024. “Hoje, o crescimento mundial possui pontos de atenção, mas também é uma oportunidade para o Brasil desenvolver outros mercados potenciais. Os minérios brasileiros de alta qualidade e baixa pegada de carbono são um passaporte para indústria verde”, afirma Cardoso.
Valor - SP 29/04/2025
Demanda chinesa resiliente e avanço da transição energética impulsionam os desembolsos
Julio Nery, do Ibram: ‘Tarifaço pesa nas siderúrgicas, e não nas mineradoras’ — Foto: Divulgação
A indústria mineral brasileira mantém o otimismo com os rumos do mercado. A expectativa é que a demanda chinesa por minério de ferro permaneça resiliente e o setor possa assumir cada vez mais um papel relevante no cenário global com o avanço dos minerais críticos e estratégicos, fundamentais para promover a transição energética. Os investimentos previstos entre 2025 e 2029 totalizam US$ 68,4 bilhões, o que representa um aumento de 6,6% em relação ao período anterior (2024-2028), segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
As projeções da entidade ainda levam em conta alguns desafios que envolvem o setor, como as incertezas da guerra comercial entre Estados Unidos e China e as tarifas de 25% impostas pelo presidente americano, Donald Trump, ao alumínio e ao aço importados do Brasil. Os minérios de ferro são os principais componentes na produção siderúrgica. Outra preocupação considerada pelo Ibram foi o comportamento dos preços minerais. Em 2024, no caso do ferro, houve oscilação para baixo - de US$ 135 a tonelada em janeiro para US$ 105 em dezembro.
“Os preços do minério de ferro devem ficar neste ano na faixa entre US$ 95 e US$ 105 a tonelada”, afirma Julio Nery, diretor de assuntos minerários do Ibram. A queda no preço da tonelada no mercado internacional no ano passado não afetou o faturamento da indústria mineral. O relatório do Ibram mostra que a receita cresceu 9,1% em 2024. Atingiu R$ 270,8 bilhões, sendo o minério de ferro responsável por 59% do total. O crescimento foi impulsionado pela valorização do dólar e pelas receitas com o mineral, que registrou alta de 8,6% na comparação anual.
Do total de investimentos previstos nos próximos quatro anos, 28,7% (US$ 19,59 bilhões) serão realizados pelas mineradoras de ferro. Trata-se de um volume 13,4% superior aos aportes feitos nos projetos previstos para o período 2024-2028. Segundo o Ibram, a guerra comercial entre americanos e chineses ainda não afetou o cronograma de investimentos do setor como um todo, mas acendeu o sinal de alerta.
No caso específico do minério de ferro, há uma histórica dependência nacional do mercado chinês. Mesmo em épocas de retração, Pequim sempre demandou grandes quantidades do Brasil, a despeito da concorrência com países mais próximos geograficamente, como a Austrália, considerada uma grande produtora de ferro, mas com qualidade inferior ao produto brasileiro em teor de pureza. “O ferro do Brasil tem um prêmio entre US$ 5 e US$ 10 pela sua qualidade. O minério com maior teor gasta menos energia no processamento e gera menos escória [resíduo usado para produção de cimento]”, afirma Nery.
Em 2024, as exportações de minério de ferro e derivados atingiram 389 milhões de toneladas, das quais praticamente dois terços tiveram a China como destino. Os embarques resultaram em US$ 29,85 bilhões, o que colocou o setor atrás apenas dos segmentos de óleos brutos de petróleo (US$ 44,84 bilhões) e da soja (US$ 42,9 bilhões) em volume de receitas a partir das vendas ao exterior.
Para os EUA, o país exportou US$ 4,677 bilhões em produtos de ferro e aço. Esse volume representou 14,9% das importações americanas nesses segmentos. Apenas o Canadá teve uma participação maior (24,2%). Porém, ao contrário do que ocorre com as vendas aos americanos, o ferro é embarcado para os chineses praticamente em estado in natura, após passar por um processo de beneficiamento (britagem, moagem e separação magnética) para aumentar o teor de pureza.
Na China, o mineral segue para siderúrgicas, que o transformam em produtos de aços longos (como vergalhões) e planos (laminados, chapas moldadas a frio e galvanizados), usados em larga escala na indústria automobilística e naval. Já no caso americano, as exportações de ferro in natura são inexpressivas, segundo o diretor do Ibram. “O tarifaço pesa nas siderúrgicas, e não nas mineradoras”, diz Nery.
Em razão do expressivo parque transformador dos EUA, o ferro nacional majoritariamente é embarcado em forma de aço semi-acabado e de ferro-gusa, já limpo da escória, processo no qual é colocado em altos-fornos juntamente com coque ou carvão vegetal e calcário, para chegar a um produto intermediário para desenvolvimento final do aço nas siderúrgicas americanas.
Segundo Lucas Laghi, head de mineração e siderurgia da XP, as principais siderúrgicas exportadoras de ferro gusa são a ArcellorMittal e a argentina Ternium, ambas não listadas na B3. “No caso de CSN, Usiminas e Gerdau, de capital aberto, as exportações para os EUA são pouco expressivas”, diz Laghi, que não acredita em um “cavalo de pau” nos investimentos já anunciados por parte das mineradoras. “No caso do ferro, o setor está muito atrelado à China e não há sinais que a demanda por aço terá grandes mudanças; talvez [ocorra], no caso de outros metais, como níquel e cobre, mais expostos à volatilidade do crescimento global”.
Valor - SP 29/04/2025
Vale prevê R$ 70 bilhões de aportes entre 2025 e 2030
Nogueira, da Vale: tendência de consumo forte de aço e boa demanda pelo ferro — Foto: José Palma/Divulgação
A demanda por minério de ferro e por metais básicos, como cobre e níquel, deve continuar forte nos próximos anos e estimular os investimentos das mineradoras em inovação, sustentabilidade e transição energética. Só a Vale prevê R$ 70 bilhões de aportes entre 2025 e 2030. A maior parte dos recursos será destinado ao complexo de Carajás, no Pará, que abriga a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo. A empresa estima que a produção de ferro na região atinja 200 milhões de toneladas por ano ao fim desse período.
Em paralelo com o Projeto Carajás, onde também produz cobre, níquel e manganês, a Vale vai investir neste ano US$ 5,9 bilhões em todas as suas operações. Desse total, entre US$ 3,5 bilhões e US$ 4 bilhões serão direcionados especificamente para atividades com o minério de ferro. O objetivo é produzir de 325 milhões a 335 milhões de toneladas do mineral em 2025.
O principal mercado da Vale é a China, com 49% das vendas (187 milhões de toneladas). Isso representa 61% da receita da mineradora. “A tendência é que haja neste ano um consumo forte de aço e uma boa demanda pelo ferro, inclusive com queda do nível de estoque nos portos”, afirma Rogério Nogueira, vice-presidente executivo comercial e de novos negócios da empresa.
As companhias estrangeiras também apostam no potencial brasileiro. A inglesa Anglo American anunciou investimentos de R$ 5 bilhões em obras da planta de filtragem de rejeitos da barragem do complexo Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro (MG), que produziu 25 milhões de toneladas de minério de ferro em 2024. Já a também inglesa Brazil Iron está focando seus investimentos em tecnologias sem emissão de carbono, capazes de obter um minério com maior teor de pureza na produção de “pellet feed”, pelotas e ferro verde (ferro briquetado a quente), na região de Piatã (BA).
A produção de “pellet feed” é uma tendência das mineradoras, em sintonia com as exigências ambientais, por usar o hidrogênio no processo, o que gera um aço sem emissões de carbono. “Já investimos mais de R$ 1,5 bilhão no Brasil em estudos geológicos e em pesquisa e desenvolvimento metalúrgico para converter as matérias-primas em produtos de valor agregado. Vamos investir mais de US$ 5 bilhões na instalação de uma mina, na construção de uma ferrovia de 120 km, em uma planta de pelotização e numa instalação de ferro verde” afirma Emerson de Souza, vice-presidente de relações institucionais da Brazil Iron.
Segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil, a CSN Mineração concentra a sua produção de minério de ferro no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, com destaque para a mina Casa de Pedra, em Congonhas. Os investimentos entre 2025 e 2030 totalizam R$ 13,2 bilhões, dos quais R$ 8 bilhões para construção de uma nova unidade de beneficiamento, chamada Itabirito P15, que produzirá pellet feed. Atualmente, a planta de Casa de Pedra produz cerca de 32 milhões de toneladas por ano de minério de ferro, sem fabricação de pallet feed.
Com atuação na produção de aços planos, o grupo Usiminas conta com uma mina própria no município de Itatiaiuçu (MG), controlada pela Mineração Usiminas. Em 2024, as vendas de minério de ferro ficaram em 8,5 milhões de toneladas, uma queda de 6,5% na comparação anual. A justificativa foi uma parada operacional devido à instalação de tratamento de minério na mina Leste. A operação foi retomada em novembro. Os investimentos de 2024 somaram R$ 337 milhões. Os aportes para 2025 não foram divulgados.
O setor, contudo, não se resume aos grupos tradicionais. Criada em 2016, a Mineração Morro do Ipê, fruto da sociedade entre o grupo suíço Trafigura e o emiradense Mubadala, investiu R$ 1,3 bilhão entre 2021 e 2023 na mina de Tico-Tico, em Brumadinho (MG), ampliando a produção de minério de ferro de 3,5 milhões de toneladas/ano para 9 milhões de toneladas/ano. Para este ano, o foco está na descaracterização (remoção de rejeitos armazenados e novos sistema de segurança) de suas três barragens no município. O investimento previsto é de R$ 200 milhões.
Globo Online - RJ 29/04/2025
O presidente Donald Trump está a caminho de aliviar o impacto das tarifas que afetam a indústria automobilística, com mudanças relacionadas a peças de carros americanos fabricadas no exterior e à chamada sobreposição de tarifas sobre veículos produzidos no exterior.
As montadoras também não seriam responsáveis por outras tarifas sobre alumínio e aço, disse um funcionário da Casa Branca na noite desta segunda-feira.
Essa mudança de postura, anunciada primeiro pelo Wall Street Journal, ocorre enquanto Trump se prepara para viajar a Michigan, o coração da indústria automobilística americana, para marcar os 100 dias de seu segundo mandato.
O presidente Trump está construindo uma parceria importante tanto com as montadoras nacionais quanto com nossos grandes trabalhadores americanos”, disse o secretário de Comércio, Howard Lutnick, em um comunicado enviado por e-mail.
“Esse acordo é uma grande vitória para a política comercial do presidente, pois recompensa as empresas que fabricam no país, ao mesmo tempo em que dá margem para os fabricantes que expressaram seu compromisso de investir nos Estados Unidos e expandir sua produção nacional.”
Veja - SP 29/04/2025
O início de 2025 trouxe uma piora significativa nas condições financeiras da indústria da construção, que resulta na retração do setor, mostra a sondagem da CNI sobre a indústria da construção.
Nas empresas consultadas, aumentou a insatisfação com o lucro operacional e com a situação financeira, enquanto o Índice de Confiança do Empresário da Construção caiu 2,4 pontos, de 49,6 pontos para 47,2 pontos.
Para os empresários do setor, as altas taxas de juros, a elevada carga tributária e a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foram os principais problemas do primeiro trimestre de 2025.
A CNI consultou 316 empresas de pequeno, médio e grande portes, entre 1º e 10 de abril. A pesquisa é realizada em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
As taxas de juros elevadas seguem como o principal obstáculo, de acordo com 35,3% dos empresários. O índice ficou 1,2 ponto percentual acima do registrado no trimestre anterior.
Em seguida aparecem carga tributária elevada (27,8%) e falta ou alto custo de mão de obra qualificada (27,1%).
Também se destacaram a demanda interna insuficiente, que saltou da sétima para a quarta posição, e a falta de capital de giro, que subiu da oitava para a sexta posição.
Valor - SP 29/04/2025
Juros, custos de mão de obra e de insumos e carga tributária contribuem para um ritmo menor de obras
Milagres, daCBA: empresa prevê R$2,3 bi para ampliar produção de alumínio — Foto: Divulgação
Fornecedora de insumos para execução de obras de infraestrutura e de edificações comerciais e residenciais, a indústria mineral tem a expectativa de um crescimento moderado em 2025, em sintonia com o ritmo menor de expansão da construção civil, que deve fechar o ano com um desempenho 2,3% superior ao registrado no exercício passado, segundo projeções da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
No segmento de produtos agregados para construção - minerais granulados que incluem pedra britada, areia e cascalho, entre outros -, a projeção é de um crescimento de 1% na produção deste ano, estima Fernando Valverde, diretor de relações institucionais da Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção (Anepac). “[A expansão] vai depender de outros projetos de infraestrutura”, diz.
Composto por aproximadamente 2,8 mil empresas, muitas de pequeno e médio portes, o segmento de produtos agregados para construção terminou o exercício de 2024 com um volume de 653 milhões de toneladas, 4% a mais que a média anual de crescimento na produção registrada a partir de 2017, mas ainda distante do pico de 745 milhões de toneladas produzidas em 2013. Essa indústria, conforme a Anepac, tem capacidade para produzir em torno de 900 milhões de toneladas.
Fatores como a elevação da taxa de juros, dos custos de mão de obra e insumos, além da carga tributária, contribuem para a desaceleração, embora a construção civil tenha sido beneficiada, principalmente, pela retomada de programas habitacionais e pelo aquecimento do mercado imobiliário. Em 2024, o setor cresceu 4,3%, para R$ 359,5 bilhões em receita, e a produção de insumos típicos para a construção - que incluem produtos de mineração - teve uma expansão de 5,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As vendas do Minha Casa Minha Vida (MCMV), por exemplo, tiveram alta de 43,3%. O anúncio da expansão do programa para a classe média, com a expectativa de contratação de 3 milhões de novas unidades habitacionais até 2026, pode impulsionar o setor e, consequentemente, a demanda por insumos minerais utilizados nos canteiros de obra. Para Valverde, porém, ainda não é possível avaliar o impacto na demanda por produtos agregados para construção.
Apesar do crescimento mais lento da construção civil, a indústria de alumínio - que tem no setor o seu quarto maior mercado consumidor, atrás apenas de embalagens, transportes e eletricidade - espera que a demanda por seus produtos se mantenha consistente. A bauxita extraída das minas é posteriormente processada e transformada em alumínio.
Uma das grandes fornecedoras de alumínio para o mercado doméstico, a Alcoa tem projetos de expansão da capacidade produtiva de suas plantas localizadas em Juruti (PA), Alumar (MA) e Poços de Caldas (MG). Além disso, está de olho na demanda por materiais resistentes às edificações, potencializada pelos eventos climáticos extremos. Segundo Daniel Santos, presidente de Alcoa, o alumínio é uma escolha adequada para estruturas resilientes por causa de sua leveza e resistência à corrosão.
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) se prepara para ampliar a sua capacidade de produção de alumínio, que incluem tarugos, vergalhões e lingotes, e suprir a demanda da construção civil. Para tanto, reservou R$ 2,3 bilhões a serem aplicados entre 2025 e 2029 em projetos de modernização tecnológica das salas fornos e na ampliação da capacidade de processamento de material reciclado para o processo produtivo de alumínio.
Segundo Roseli Milagres, diretora do negócio de produtos transformados e de reciclagem da CBA, as vendas de alumínio primário - que atendem os fabricantes de matérias-primas para a construção civil - cresceram 9% em 2024, atingindo 271 mil de toneladas. “A expectativa para 2025 é de continuidade do fortalecimento de nossas marcas para o atendimento às demandas do setor”, afirma.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/04/2025
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta segunda-feira, 28, que o governo segue buscando avançar para retomar os estudos da Ferrogrão. Dias após posicionamento favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) em processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro reforçou sua defesa ao projeto.
“Acho que para o Brasil e para a infraestrutura nacional, é importante que a gente leve esse projeto adiante”, disse o ministro a jornalistas após evento em Brasília.
Renan Filho afirmou que mantém diálogos com o STF e considera que, se a Suprema Corte “encontrar um campo jurídico, uma solução para esse impasse, vai ser muito importante”.
As disputas em torno da Ferrogrão se arrastam desde 2021 após a suspensão dos estudos por decisão liminar do STF em ação movida pelo PSOL, que aponta riscos ambientais e falta de consulta a comunidades potencialmente afetadas. Após ajustes, há expectativa de que o Supremo autorize a retomada no fim do ano, após a COP30, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
“Nós estamos em diálogo com o STF para garantir que todas essas condicionantes sejam cumpridas”, disse Renan Filho.
Segundo ele, o Ministério dos Transportes revisou o projeto para observar as questões apontadas. “Esperamos que, com a solução saindo do processo judicial, a gente caminhe para a finalização do estudo econômico, financeiro e de engenharia para levar o Ferrogrão a leilão.”
Ao reafirmar sua avaliação de que o projeto é importante para o País, Renan Filho defendeu que outros projetos ferroviários também precisam ganhar fôlego. “Precisamos intensificar ainda mais esse trabalho com a Ferrogrão, com o corredor Fico-Fiol, com a refeição da Malha-Oeste, com a construção das obras da Transnordestina, com o trecho de Açailândia-Barcarena.”
CNN Brasil - SP 29/04/2025
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, iniciou no último domingo (27) conversas preparatórias para a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China. Segundo Rui Costa, a sua missão à China também deve resultar em obras de infraestrutura.
Com a empresa fabricante de material rodante CRRC, o foco do encontro é ampliar parcerias para metrôs, VLTs e trens por meio de projetos do Novo PAC. A companhia já possui investimentos em metrôs nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte.
O ministro também visitou a sede da empresa chinesa CCCC e se reuniu com empresários do setor de infraestrutura.
Com a chinesa Windey Energy, o objetivo do governo brasileiro é ampliar a interação de investimentos.
Rui Costa tem compromissos marcados em Beijing e Xangai. Na quarta-feira (30), o ministro deve se reunir com a presidente do Banco dos Brics, Dilma Rousseff.
Além de Rui Costa, também integram a comitiva o ministro das Comunicações, Frederico Filho, a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci. A previsão é de que Lula viaje à China em maio.
EUA X China
A viagem de Rui Costa acontece em um contexto em que o Brasil busca diversificar seus parceiros comerciais diante do conflito tarifário entre Estados Unidos e China.
Embora o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha dito que está negociando tarifas com o governo chinês, Pequim negou quaisquer negociações.
O Estado de S.Paulo - SP 29/04/2025
Mil quilômetros de estradas rurais em São Paulo serão recuperados até 2026 por meio do Programa de Logística Rural do governo estadual, totalizando investimentos acima de R$ 200 milhões. Também estão previstas construções de pontes metálicas e de concreto, além de novos centros de distribuição e de comércio de produtos agrícolas. Já foram assinadas as ordens de serviço das 20 obras iniciais, orçadas em R$ 18 milhões.
“É o agro que nos coloca na liderança nas exportações, é o agro paulista que representa 20% do agro no Brasil e é em São Paulo que estamos avançando. Tivemos excelentes resultados no ano passado e vamos continuar crescendo em 2025, com investimentos em irrigação, na conectividade e logística, usando os instrumentos que estão à nossa disposição, como o Desenvolve SP. Ninguém segura o agro de São Paulo e vamos dar o exemplo para o Brasil”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas, em fevereiro, quando anunciou os investimentos iniciais do programa.
O Logística Rural é em grande parte baseado em parcerias com os governos municipais. Prefeituras que aderirem ao programa receberão equipamentos – motoniveladoras, caminhões, retroescavadeiras, rolo compressor, entre outros – para a execução de obras de conservação das estradas rurais.
O programa é também a oportunidade para que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento atenda antiga demanda dos municípios para a substituição de pontes de madeira por estruturas de concreto ou metal – que suportam maior peso e, assim, contribuem para uma melhor eficiência do escoamento da produção agrícola e redução de atrasos e perdas na produção. Só neste ano, a previsão é de investimento de R$ 45 milhões em obras de 45 pontes padronizadas.
Também estão no escopo do AgroLogística – que reformula e moderniza o programa anterior do governo que tratava de logística rural, o Melhor Caminho – a instalação de centros de distribuição e de comercialização de produtos agrícolas, além da construção de silos para estoque adequado de produtos.
O governo de São Paulo também firmou convênios com 51 municípios para a aquisição de máquinas agrícolas destinadas a pequenos produtores, dentro do programa Patrulha Rural. O investimento é de R$ 16,2 milhões em maquinários como composteiras, retroescavadeiras e pás-carregadeiras. O objetivo é dar condições para o incremento da renda da agricultura familiar.
Maior conectividade
Além de melhorias na logística, outra frente essencial para o desenvolvimento do agro paulista é a conectividade. É fundamental ter acesso a internet de qualidade, tanto para realizar as mais diversas tarefas ligadas ao cotidiano das atividades agropecuárias, a exemplo de acompanhar a previsão do tempo e verificar o preço dos insumos, quanto para adotar avanços tecnológicos, como a agricultura de precisão e o monitoramento remoto.
Pesquisa recente da consultoria McKinsey revelou que 60% dos produtores agrícolas brasileiros vislumbram o aumento de produtividade como principal motor para lidar com as turbulências e alcançar um futuro mais lucrativo. Na visão dos produtores, são duas as alavancas principais para cumprir esse objetivo: a intensificação de práticas agrícolas sustentáveis, com o aumento do uso de produtos de base biológica e técnicas regenerativas, e a adesão a tecnologias e inovações que melhoram a gestão do campo.
O governo de São Paulo está atento a esse tema e age para ampliar a conectividade no campo, com foco especial em atender pequenos e médios produtores. Para levar internet de alta velocidade a todos os cantos do território paulista, desenvolve parcerias com a iniciativa privada e organizações representativas, gerando condições favoráveis para atrair a instalação de antenas de internet.
Outra ação estratégica é a integração de programas já existentes, como o Rotas Rurais e o SemeAr. O Rotas Rurais foi o primeiro programa de endereçamento rural da América Latina, desenvolvido pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), da Secretaria de Agricultura, em parceria com o Google, usando a tecnologia Plus Code. Por meio desse programa, muitas propriedades rurais foram colocadas no mapa – literalmente, pois o processo envolveu até a definição de Códigos de Endereçamento Postal (CEP). Já o SemeAr desenvolve soluções tecnológicas para pequenos e médios produtores, impulsionando conectividade, inteligência artificial, sensoriamento remoto, automação e rastreabilidade.
Agência Brasil - DF 29/04/2025
O governador do Paraná, Ratinho Júnior, elogiou a parceria entre o estado e o governo federal para viabilizar uma concessão conjunta de mais de 1,2 mil quilômetros (km) de rodovias federais e estaduais. Juntas, essas estradas receberão R$ 36 bilhões de investimentos nos próximos anos, em projeto do Novo PAC. São dois de um total de seis lotes de rodovias.
A declaração de Ratinho foi dada nesta segunda-feira (28), durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, que marcou a assinatura dos contratos de concessão de dois lotes previstos na ação conjunta.
"Fizemos uma proposta ao governo federal, de juntar rodovias estaduais com as rodovias federais, para que essas concessões pudessem ser levadas juntas para o setor privado, para que a gente pudesse buscar mais investidores", afirmou o governador. "[Isso] fez com que a gente criasse o maior pacote de concessão rodoviária da América Latina. Dos EUA para baixo, não tem nada igual na América Latina. São 3,3 mil km de rodovias concedidas, 1,8 mil km de rodovias duplicadas, mais de mil pontes e viadutos. É mais ou menos o tamanho do projeto que estamos colocando de pé. Dois lotes acontecendo e hoje, com muita alegria, assinando mais dois contratos que terão de investimento em torno de R$ 36 bilhões em seis anos, só esses dois lotes", acrescentou.
Ao todo, os contratos terão vigência de 30 anos. Eles foram vencidos pela CCR, que será responsável por R$ 16 bilhões no Lote 3, e a EPR irá aplicar R$ 20 bilhões, no lote 6. As medidas incluem melhorias em manutenção, duplicação de trechos, construção de escapes e de pontos de parada de descanso para motoristas profissionais de carga. Os dois primeiros lotes de concessão rodoviária da parceria entre Paraná e governo federal estão em vigor desde o ano passado e, em setembro, mais dois lotes serão leiloados para completar o conjunto de mais de 3,3 mil km.
"O que nós estamos virando a página neste país é tirando obras do papel, botando obras para andar e resolvendo problemas do passado. Essa gestão do presidente Lula ficará marcada como a gestão que garantiu o maior volume de investimentos privados, associados ao fortalecimento dos orçamentos públicos da nossa história recente", afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Além dos investimentos em obras e manutenção, os contratos exigem que a administração das rodovias concedidas ofereça aos usuários conexão 4G em toda a extensão das estradas, além de serviços médico e mecânico de resgate.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou na noite de ontem ao Brasil após acompanhar o funeral do papa Francisco, no Vaticano, era esperado o evento, mas teve que mudar a agenda para adiantar outros compromissos, segundo Renan Filho.
Goiás e BR-040
O ministro Renan Filho também anunciou o início das obras nas BRs-060/452, no estado de Goiás, que contempla o trecho de Goiânia até Itumbiara, passando por Rio Verde. O evento será realizado nesta terça-feira (29). Na ocasião, segundo o titular do Ministério dos Transportes, a concessionária Rota Verde Goiás, responsável pela administração das rodovias, vai apresentar o Plano de 100 Dias, que contempla ações prioritárias, como recuperação asfáltica, reparos nos sistemas de drenagem, melhorias nas condições de limpeza e conservação da estrada. Serão investidos R$ 6,87 bilhões em uma extensão de 426 km de malha rodoviária.
No dia seguinte, o leilão da BR-040/495, entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, será realizado a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Entre as principais obras previstas, destaca-se a nova subida da Serra de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, que irá desafogar o trânsito na região. Uma das metas é concluir um túnel de 4,8 km que corte a rodovia e está com obras paralisadas desde 2016.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/04/2025
Os leilões de três terminais do Porto de Paranaguá (PR) que serão disputados na quarta-feira, 30, receberam de cinco a seis propostas, cada. Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a Portos do Paraná, que administra o recinto portuário, detalhou que uma das áreas será disputada por seis grupos, um recorde para o setor. O bloco em disputa é composto pelas áreas PAR14, PAR15 e PAR25.
O PAR14 atraiu cinco propostas. O projeto prevê investimentos de R$ 529,2 milhões e deverá gerar 310 empregos diretos na fase de operação. A expectativa é de que o terminal contribua para o aumento das exportações de grãos e fortalecerá a inserção do porto no mercado internacional. O contrato é de 35 anos.
Já o PAR15, com capacidade para movimentar quatro milhões de toneladas por ano, será disputado por seis grupos, o maior número de concorrentes para terminais portuários em leilões da B3. A área receberá investimentos de R$ 293,2 milhões ao longo dos 35 anos de contrato. A expectativa é de criação de 180 novos postos de trabalhos diretos na fase operacional.
Por fim, a disputa pelo PAR25 terá cinco concorrentes. O terminal receberá investimentos de R$ 233,5 milhões, além de um aporte adicional de R$ 331,6 milhões, somando R$ 565,1 milhões.
O Porto de Paranaguá é o segundo maior do Brasil em tamanho e movimentação total de cargas, ficando atrás apenas do Porto de Santos. É o complexo que mais movimenta soja no país (grãos, farelo e óleo) e responsável pela descarga de 33% dos fertilizantes importados pelo Brasil, que é o quarto maior mercado consumidor de fertilizantes do mundo.
Paranaguá será o primeiro porto a regularizar 100% de suas áreas com a promoção de arrendamentos e concessões. O governo está conduzindo cerca de 50 projetos de parceria com a iniciativa privada para o setor portuário. Além de arrendamentos de terminais, também serão ofertadas outras quatro concessões de canais de acesso. Os projetos mais avançados são para Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Também na quarta-feira será leiloado o terminal RDJ11, localizado no Porto do Rio de Janeiro (RJ). Com contrato de modelo simplificado e duração de dez anos, o terminal é destinado à movimentação e à armazenagem de granéis sólidos e carga geral, com previsão de investimentos diretos da ordem de R$ 6,8 milhões.
Petro Notícias - SP 29/04/2025
As empresas que operam em Vaca Muerta, na Argentina, TotalEnergies, Gas Cono Sur, Tecpetrol e Pluspetrol, estão avançando na comercialização de gás para o mercado brasileiro e já garantiram pelo menos nove contratos para mais de 10,5 milhões de metros cúbicos por dia. Há outras cinco ordens pendentes. Os embarques devem chegar por meio de diversos gasodutos, mas a rota Argentina-Bolívia e de lá para o Brasil, é a mais provável. Esse gás vai substituir as importações da Bolívia que tem as suas reservas em tendência de queda. A Ryder Scott Company quantificou e certificou reservas de hidrocarbonetos na Bolívia em dezembro de 2022 registrando um volume de 4,04 TCF de reservas comprovadas de gás natural. Em Comprovado + Provável, esse número aumenta para 4,61 TCF e na categoria mais ampla Comprovado + Provável+ Possível, ele atinge 5,15 TCF. O estudo incluiu a avaliação de 63 campos produtores de hidrocarbonetos. Em dezembro de 2023, Na categoria Comprovada, registrou 4,48 TCF de reservas de gás natural, enquanto na categoria Comprovada + Provável esse número aumenta para 4,85 TCF e na categoria Comprovada + Provável+ Possível, atinge 5,24 TCF.
As autoridades do setor de hidrocarbonetos bolivianas indicam que as medições anteriores carecem de transparência, no entanto, especialistas no assunto também indicam o mesmo, já que os números apresentados pelo presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Armin Dorgathen, estão com quase um ano de atraso e a certificação de 2024 já deveria estar disponível em março deste ano. O governo, por meio do Ministério de Hidrocarbonetos e Energia, está trabalhando em um plano estratégico para otimizar as áreas reservadas aos Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), com o objetivo de promover maior agilidade na execução de projetos de hidrocarbonetos, de acordo com um boletim do ministério.
O gás de Vaca Muerta precisa de novos mercados, pelo menos até que projetos para exportá-lo como Gás Natural Liquefeito (GNL) se concretizem. É o que muitos produtores de gás da Bacia de Neuquén estão fazendo, tendo já assinado acordos de exportação com clientes no Brasil. O governo autorizou quatro exportações para o Brasil, todas usando as redes da Bolívia para chegar a região de São Paulo. As novas autorizações abrangem a subsidiária local da TotalEnergies, a Total Austral, que assinou um contrato com a empresa brasileira MGAS Comercializadora para fornecer até 1,5 milhão de metros cúbicos de gás natural extraído de áreas de Vaca Muerta, como San Roque, Aguada Pichana Este e Rincón de la Ceniza. As brasileiras MTX Comercializadora, Edge Comercialização, MGas Comercializadora e Gas Bridge foram as companhias responsáveis pelos negócios realizados até agora.
A Enarsa, estatal argentina, atrasou a instalação de um medidor bidirecional no Gasoducto de Integración Juana Azurduy (Gija) e ainda está se adequando operacionalmente e do ponto de vista tarifário. Os valores a serem cobrados pelo transporte pela companhia, na exportação, ainda precisam ser homologados, mas a expectativa é vai estar em orno de US$ 9 o milhão de BTU. Um especialista consultado pelo Petronotícias, disse que “Se chegar no Gasbol a esse preço, acho barato. Mas tem de saber se esse preço é na entrada na Bolívia ou em SP. Não temos extensas reservas de gás e onde ele temos ele tem um custo alto de chegar em terra e ser injetado nos gasodutos de transporte. No caso, estamos em busca de suprimento firme, visto que a Bolívia não consegue mais repor os volumes depletados e ficamos a mercê do GNL importado para completar as necessidades do nosso mercado.”
Petro Notícias - SP 29/04/2025
A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) anunciou hoje (28) o lançamento do Projeto Conceitual Avançado de Engenharia do Hub de Biometano. O Contrato de Conexão para o Biometano já foi submetido à aprovação da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A medida está alinhada com a Lei do Combustível do Futuro, que implementou o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano. A empresa afirma que o Gasbol está instalado em regiões com forte potencial de produção de biometano, principalmente em áreas com usinas sucroalcooleiras e outros produtores situados próximos à sua malha. Por isso, o Hub de Biometano foi projetado para integrar de forma eficiente esses agentes ao Sistema de Transporte.
O projeto prevê a possibilidade de implantação da infraestrutura de maneira gradual, seja pelo recebimento de biometano via duto exclusivo ou pelo transporte rodoviário (utilizando caminhões de GNC e GNL). A dimensão da instalação dependerá da demanda do mercado, das avaliações internas da TBG e da interlocução com os órgãos reguladores.
Durante a chamada pública para Aquisição de biometano promovida pela Petrobrás, vários produtores procuraram a TBG para obter mais detalhes sobre o projeto do Hub de Biometano e as condições de conexão ao Sistema de Transporte. Foram identificadas usinas produtoras de biometano nos cinco estados por onde passa o Gasbol, com destaque para São Paulo e Mato Grosso do Sul. O volume potencial de produção é estimado em cerca de 3 milhões de metros cúbicos por dia, evidenciando o interesse do setor e contribuindo para o planejamento dos futuros Hubs.
A conexão ao Sistema de Transporte de gás natural amplia o acesso dos produtores de biometano a consumidores distribuídos em toda a malha nacional de gasodutos, abrindo novas oportunidades de negócio. Isso se torna ainda mais relevante diante da Lei do Combustível do Futuro, que estabelece o aumento progressivo da participação do biometano no mercado de gás natural, começando com 1% em 2026 e chegando a 10%.
“O Hub de Biometano da TBG é de suma importância tanto para a transição energética quanto para a adição de uma fonte adicional de suprimento. Além disso, temos a vantagem competitiva da nossa localização geográfica privilegiada devido à concentração da produção agrícola na região Centro-Sul do país. Estamos preparados para atender em qualquer ponto da nossa malha de gasoduto. O Sistema de Transporte é essencial para escoar a produção e conferir escala ao mercado”, disse o diretor comercial da TBG, Jorge Hijjar.
A TBG também se prepara para contribuir com o “Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano” (PNIIGB), elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que abriu em março a consulta pública sobre a nota técnica metodológica. O plano visa traçar uma estratégia para ampliar a produção, o consumo e a infraestrutura de gás natural e biometano no Brasil. Dessa forma, a transportadora poderá ajudar a dar escala ao mercado e a facilitar a ligação entre produtores e consumidores.
O biometano, produzido a partir de resíduos orgânicos, pode ser utilizado como substituto do gás natural em aplicações residenciais, comerciais, industriais e no setor de transporte, áreas em que a TBG já atua nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
TN Petróleo - RJ 29/04/2025
A PPSA (Pré-Sal Petróleo) encerrou 2024 com lucro líquido de R$ 28,8 milhões e distribuirá R$ 6,8 milhões em dividendos para a União, a serem recolhidos na primeira semana de maio. A empresa registrou R$ 15 milhões em receitas financeiras líquidas ao longo do exercício e encerrou o período com um saldo de R$ 193,6 milhões em caixa. As demonstrações contábeis da PPSA de 2024 e a proposta de distribuição do lucro líquido para o exercício foram aprovadas na última sexta-feira (24) em Assembleia Geral Ordinária.
Também foi aprovado o aumento do capital social da empresa em R$ 25,1 milhões, mediante a utilização dos recursos da reserva de retenção de lucros, sem emissão de novas ações. Com esta aprovação, o capital social passará dos atuais R$ 93,3 milhões para R$ 118,4 milhões. O custeio da empresa advém de um contrato de remuneração firmado com o Ministério de Minas e Energia (MME), tendo executado um orçamento de R$ 131,96 milhões em 2024.
Luis Fernando Paroli (foto), Diretor-Presidente da PPSA, ressalta, entretanto, que o maior valor gerado pela PPSA para a União não está em seu resultado financeiro, mas sim no volume de recursos arrecadados com a comercialização das parcelas de petróleo e gás natural que a União fez jus em contratos de partilha e em acordos de individualização da produção. "Em 2024 foi registrada uma arrecadação recorde de R$ 10,32 bilhões para a União — um crescimento de 71% em comparação ao ano anterior. Para este ano, estamos estimando cerca de R$ 17 bilhões, e esses números continuarão crescendo até o final da década", explicou.
Segundo Samir Awad, Diretor de Administração, Finanças e Comercialização, a PPSA tem preservado sua saúde financeira enquanto faz frente ao crescimento de atividades, e vem apresentando um custo de transação decrescente para a União. "Em 2024, nossas despesas, de R$ 101 milhões, corresponderam a apenas 1% do que arrecadamos para a União. Se fizermos a correspondência da despesa em relação ao volume de óleo comercializado pela PPSA, verifica-se um custo de apenas R$ 3,70 para cada barril comercializado", explicou.
O desempenho da PPSA pode ser conferido no Relatório Anual da Administração, também aprovado na Assembleia, e na íntegra das Demonstrações Contábeis. Ambos estão disponíveis no site da empresa.
Valor - SP 29/04/2025
Vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Zhao Chenxin disse que as importações agrícolas dos EUA são “principalmente de grãos para ração, que são altamente substituíveis”
Autoridades de alto escalão do governo da China disseram nesta segunda-feira (28) que o país poderia prescindir de importações agrícolas e energéticas dos EUA, ao mesmo tempo em que buscam atingir a meta de crescimento do PIB de 5% para o ano, apesar da guerra comercial com os EUA.
Zhao Chenxin, vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão planejador estatal da China, disse que a produção agrícola e energética nacional, juntamente com as importações de outros países que não os EUA, seriam mais do que suficientes para atender a demanda.
“Mesmo se não comprarmos grãos para ração e sementes oleaginosas dos EUA, isso não terá muito impacto na oferta de grãos no nosso país”, disse Zhao.
Seus comentários foram feitos durante uma entrevista coletiva na qual autoridades de Pequim tentaram tranquilizar a população sobre a situação da economia e prometeram ampliar o apoio para mitigar efeitos da guerra comercial do presidente Donald Trump.
Zhao disse que as importações agrícolas dos EUA são “principalmente de grãos para ração, que são altamente substituíveis” e observou que haveria um impacto limitado sobre o fornecimento de energia da China se as empresas parassem de importar petróleo, gás natural e carvão dos EUA.
A perda do mercado chinês seria um golpe substancial para produtores agrícolas americanos, que enviaram cerca de US$ 33 bilhões em produtos para a China em 2023. Os EUA também venderam cerca de US$ 15 bilhões em petróleo, gás e carvão para a China.
Brasil e Argentina estão entre os que deverão vender mais para a China. A participação dos EUA nas importações de alimentos da China caiu de 20,7% em 2016 para 13,5% em 2023, enquanto a do Brasil cresceu de 17,2% para 25,2% no mesmo período.
Apesar do desejo crescente do governo Trump de conversar com Pequim, a China tem demonstrado pouco interesse em negociar e várias vezes já classificou como falsas as afirmações de Washington de que negociações estariam em andamento.
Na semana passada, o governo da China sinalizou que os EUA deveriam cancelar suas tarifas como ponto de partida para negociações comerciais.
Com as tarifas bilaterais EUA-China em mais de 100%, o comércio entre as duas superpotências econômicas começou a cair. Com isso, empresas chinesas começam a dispensar trabalhadores.
Ainda assim, Zhao sustentou que Pequim está “totalmente confiante” em atingir a meta de crescimento de 5% do PIB em 2025, mesmo tendo admitido que “os choques externos estão aumentando”.
O vice-ministro do Comércio da China, Sheng Qiuping, também disse que as exportações continuaram aumentando em abril, após o início da guerra comercial.
Autoridades disseram que vão acelerar a implementação de medidas para estabilizar o emprego e a economia. Elas prometeram aumentar os financiamentos e apoio ao crédito para os exportadores e repetiram promessas de ajudar os fabricantes chineses a vender mais produtos no mercado interno e encontrar novos mercados no exterior.
Zou Lan, vice-presidente do Banco do Povo da China, disse que o banco central vai liberar mais dinheiro para os bancos e cortar as taxas de juros no momento apropriado, prometendo ao mesmo tempo manter a taxa de câmbio do yuan estável.
Uma autoridade do alto escalão do Ministério dos Recursos Humanos da China disse que novas políticas trabalhistas incluem pedidos para que as empresas estatais contratem mais recém-formados de universidades, além do fornecimento de dinheiro extra para subsidiar contratações e a geração de empregos.
A taxa de desemprego urbano do país ficou em 5,2% em março, enquanto a taxa de desemprego entre os jovens foi substancialmente maior, de 16,5%.
“As autoridades chinesas estão em estado de alerta reforçado”, disse Louise Loo, principal economista da Oxford Economics para a China. “Embora tenham sido dadas garantias amplas de estímulo ao consumo das famílias e de apoio a empresas afetadas pelas tarifas, a estabilização do emprego parece ser uma prioridade”.
Agrolink - RS 29/04/2025
De 9 a 15 de novembro de 2025, em Hanover, na Alemanha, a Agritechnica 2025 terá como tema central “Touch Smart Efficiency”, destacando as oportunidades da digitalização no campo. O evento se consolidará como plataforma global para o comércio de máquinas agrícolas, com uma programação pensada especialmente para revendedores.
Diante das crises geopolíticas, da volatilidade de preços, dos juros elevados e de eventos climáticos extremos, o setor agrícola enfrenta forte pressão sobre a produtividade e o planejamento de investimentos. Apesar desses desafios, o avanço da digitalização se apresenta como oportunidade estratégica, exigindo dos revendedores conhecimento técnico e soluções digitais eficazes. Como afirma Ralph Königs, gerente de segmento da Agritechnica, as rápidas inovações tecnológicas impõem a necessidade de atualização constante e capacitação das equipes para manter a credibilidade junto aos agricultores.
"Espera-se que os revendedores integrem tecnologias digitais aos seus portfólios e ofereçam soluções personalizadas aos agricultores. Mas isso muitas vezes é mais fácil dizer do que fazer. As tecnologias envolvidas são complexas e exigem consultas detalhadas, enquanto os rápidos ciclos de inovação em sistemas, máquinas e softwares demandam atualização constante", afirma Ralph Königs, Gerente de Segmento de Negócios para Revendedores da Agritechnica.
Novidades como o formato "Business Matchmaking" e o "Workshop Live 2.0", parte dos Agribusiness Days, abordarão tendências como robótica, IA e agricultura de precisão, também voltadas à formação de jovens talentos. Com tudo isso, a Agritechnica 2025 promete impulsionar o comércio global de máquinas agrícolas, oferecendo suporte prático e estratégico aos revendedores em um mercado cada vez mais digital e competitivo.
"Para manter a credibilidade, os funcionários das concessionárias precisam ser bem treinados em soluções digitais integradas e capazes de apresentá-las de maneira convincente. Quando o desempenho do produto se combina com interfaces de sistema perfeitas, as vendas tornam-se muito mais viáveis", acrescenta Königs.
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