Money Times - SP 31/05/2023
O Brasil avançará com um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a exportação de tubos e chapas de aço à Argentina, que usará os materiais em etapa da construção do gasoduto Presidente Néstor Kirchner, disse o Itamaraty nesta terça-feira.
O desenrolar consta em comunicado divulgado pelo ministério após encontro bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente argentino, Alberto Fernández. Diversos líderes sul-americanos estão no Brasil para uma cúpula em Brasília.
No encontro, Lula destacou a Fernández que “não há nenhum obstáculo jurídico para o envolvimento do BNDES e que o Brasil avançará no financiamento para permitir as exportações dos produtos brasileiros”, segundo o comunicado.
Lula visitou a Argentina no começo deste ano, enquanto é previsto que Fernández retorne ao Brasil no final de junho.
Diário do Comércio - MG 31/05/2023
“Brasileira de nascimento. Mineira de coração”, diz um dos slogans da Gerdau. Siderúrgica fundada há mais de 120 anos no Rio Grande do Sul, chegou a Minas Gerais no final dos anos de 1980 e, desde então, tem cada vez mais apostado no protagonismo do Estado para sua história, operações e ações nos campos social, cultural, esportivo e de sustentabilidade.
Atualmente, Minas responde por cerca de 70% da produção total e gera 11 mil empregos diretos dos cerca de 17 mil empregos diretos da empresa no Brasil. Assim, não por acaso, o Estado também tem sido destino certo de investimentos bilionários da companhia nos últimos anos. O último deles, anunciado em maio, prevê R$ 5 bilhões a serem aplicados na modernização e ampliação das unidades mineiras, no aumento do maciço florestal e na geração de energia limpa, principalmente a eólica e a solar.
E novos aportes vêm por aí. Dessa vez, na área de mineração. O novo pacote de investimentos será aplicado especificamente em ações de sustentabilidade e será anunciado nos próximos meses. Tamanha importância poderia, quem sabe, levar Minas, no futuro, a abrigar a sede da empresa, como ocorre hoje com São Paulo.
As informações e declarações são do CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, que, nesta entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, falou sobre a atuação da empresa não apenas sob o ponto de vista operacional, mas também nas áreas social e de meio ambiente.
Na conversa, Werneck, que também é mineiro, falou ainda sobre tendências macroeconômicas mundiais, mercado doméstico, taxa de juros, construção civil, investimentos em infraestrutura, novas tecnologias, consumo de aço per capita, reindustrialização do País e descarbonização.
“A Gerdau só chegou até aqui porque sempre equilibrou a geração de resultados econômicos e financeiros com a devolução para a sociedade daquilo que ela vem nos emprestando ao longo dos anos. Isso deveria ser o papel de todo empresário e de toda empresa no mundo”, frisou.
A empresa tem feito investimentos robustos em Minas Gerais nos últimos anos. Qual o objetivo?
Pela própria característica do minério e do aço, Minas Gerais se tornou um grande ímã para a Gerdau ao longo do tempo e hoje a gente é, de fato, uma empresa mineira de coração. A Gerdau nasceu no Rio Grande do Sul e era natural que ao longo do tempo fixasse novas raízes em Minas Gerais. Hoje a sede está em São Paulo e quem sabe, no futuro, também não haverá uma sede em Minas? A companhia é mineira de coração e vai estar cada vez mais presente no Estado. Temos feito investimentos muito significativos em nossas operações e estamos planejando, agora, um novo ciclo muito intenso de aportes, dessa vez, na mineração. Mas quando a gente fala ‘mineira de coração’ amplia a possibilidade de querer estar no Estado não somente para gerar resultados financeiros. Queremos uma presença que transcenda a geração de resultados econômicos. E o coração traz o envolvimento emocional e a vontade de contribuir para a sociedade no que diz respeito às grandes dificuldades do Brasil, seja na formação de cidadania, na educação, no empreendedorismo ou na melhoria do dia a dia das pessoas. A presença em Minas, dentro do slogan de ‘moldar o futuro’ está ligada a moldar Minas Gerais em vistas de uma economia, uma sociedade e uma vida cada vez melhor para todos os mineiros e mineiras.
Os investimentos fora da linha operacional estão relacionados com esse objetivo?
Estão alinhados para a contribuição que queremos dar para uma sociedade cada vez melhor. Nossa experiência de muitos anos nos Estados Unidos, por exemplo, nos mostrou que o esporte é uma grande fonte de melhoria da sociedade. Imaginem quantas crianças em Minas Gerais crescem sem uma formação adequada e o esporte tem se tornado um grande meio para a formação desses cidadãos e cidadãs. Os patrocínios que temos feito no vôlei do Minas ou nos clubes de futebol incluem centenas de iniciativas relacionados à categoria de base, ao apoio às crianças que muitas vezes vêm do interior e não recebem um apoio do adequado para educação ou saúde. Por isso, para nós, mais do que estampar nossa marca nas camisas, está a alegria de no futuro ver grandes atletas contribuindo com a melhoria de tudo o que ainda precisa ser feito no Brasil.
E dentro do core-business, as cifras bilionários anunciadas para a usina em Ouro Branco visam à modernização da planta?
Quando adquirimos a usina de Ouro Branco, há muitos anos, ela era um ativo muito focado na produção de semiacabados, produtos voltados para a exportação. A gente tem feito uma transformação intensa na unidade voltada para a produção de produtos finais para os consumidores internos. Estamos investindo numa segunda ampliação da produção de bobinas a quente, que atende os setores de máquinas e equipamentos, óleo e gás e construção. Mas também visa uma modernização, já que a planta está chegando ao final de um ciclo de sua existência. São investimentos que visam transformar a usina em uma das produtoras de aço mais modernas do mundo, reduzindo a missão de COâ‚‚, buscando cada vez mais alternativas que tornem a planta sustentável. Um pacote de investimento muito significativo que começou ano passado e vai se estender pelos próximos anos.
Como está a demanda no mercado doméstico? Há tendência de melhora?
O mercado doméstico no Brasil é muito poderoso. Exemplo disso é o próprio consumo de aço por habitante, um indicador importante e medido, inclusive, pelo Fórum Econômico Mundial, porque o consumo de aço mede a riqueza de um país. E no Brasil, o consumo de aço não tem evoluído nos últimos 20 anos. Está, em média, em 100 kg por habitante por ano. A Coreia do Sul, por exemplo, chega até 900 kg. Ou seja, há uma diferença de patamar de geração de riqueza e de melhoria da qualidade de vida. O consumo no Brasil pode ampliar nos próximos anos e, em ele ampliando, vai haver uma melhoria no dia a dia das pessoas. Vemos de forma muito otimista e não ficamos presos no que acontece num determinado mês ou trimestre, nossa visão é de longo prazo e olhando o Brasil no longo prazo, vemos as possibilidades que o País tem. Depois de 122 anos, a gente aprendeu a olhar para frente. Parar de se queixar das coisas e criar, de fato, soluções para que a gente possa melhorar o País.
Onde estão essas potencialidades de consumo de aço?
Na habitação existem possibilidades quase infinitas, assim como na construção não residencial. A construção metálica consegue ser mais rápida e gerar muito menos impacto ambiental. Nos países mais desenvolvidos as construções metálicas permitiram a geração de riqueza ao longo do tempo. Por isso, a Gerdau tem investido em novos negócios, por meio da Gerdau Next. No Brasil, temos a Brasil ao Cubo, uma empresa de construção metálica que faz boa parte das suas atividades num galpão industrial e depois transfere essa construção praticamente pronta para ser montada em qualquer local. Durante a pandemia usamos esse modelo de negócio para construir hospitais em 100 dias – um recorde de construção no Brasil. Hospitais que depois viraram legado para a sociedade, sendo integrados à rede pública de saúde e hoje são utilizados pela população.
A retomada do “Minha Casa, Minha Vida” pode impulsionar ainda mais esse consumo?
É só questão de tempo. Esses programas são fundamentais não apenas para o consumo de aço em si, mas também para criar condições para resolver problemas importantes que o Brasil tem, como a própria habitação. Mas a Gerdau também tem suas próprias iniciativas. Queremos ser protagonistas na busca por soluções. A Gerdau só chegou até aqui porque sempre equilibrou bem a geração de resultados econômicos e financeiros com a devolução para a sociedade daquilo que ela vem nos emprestado. Isso deveria ser o papel de todo empresário e de toda empresa no mundo.
O programa Pró-trilhos prevê investimentos bilionários em ferrovias no Brasil. A Gerdau pode voltar a avaliar a produção de trilhos no País, como ocorreu em 2011?
Essa produção de trilhos no Brasil vem de muitos e muitos anos e bate com muitas outras do ponto de vista do planejamento de longo prazo e dos investimentos em infraestrutura que serão feitos no País. O governo não vai ter condição de resolver sozinho todos esses problemas e entendemos que as parcerias com a iniciativa são uma solução importante. O Brasil tem tido dificuldade de reinvestir a depreciação da sua infraestrutura, não só a ferroviária, mas também a rodoviária e é imprescindível que ações sejam tomadas. Nos Estados Unidos temos observado uma demanda adicional de aço, emprego e renda, devido a um grande pacote do governo federal para investir em infraestrutura. Essas parcerias são imprescindíveis para solucionar problemas como esses também no Brasil. E, à medida que sentirmos confiança e vermos como esses investimentos serão transformados em realidade, certamente, estaremos presentes analisando todas as possibilidades para contribuir. A produção de trilhos certamente vai ser um debate que vai voltar para a mesa no futuro.
É impossível falar de Gerdau, de Minas e não falar de mineração. Quais são os planos da empresa para o setor? Temos novos ativos no radar?
A mineração é muito importante para a Gerdau em vários aspectos. Em primeiro lugar, ela nos ajuda a trazer competitividade para nossa operação na totalidade. Fazemos investimentos contínuos para que ela possa suprir as necessidades internas de minério, mas a Gerdau não quer se tornar um futuro produtor de minério para vender ou exportar. Queremos produzir para nosso consumo próprio. Mas também, a mineração é uma grande fonte de geração de riqueza e de renda. De toda forma, para nós, a mineração só faz sentido, se conseguirmos, de fato, ter uma atividade sustentável e responsável. Desde fevereiro não utilizamos mais barragem de disposição de rejeitos e todo o processamento passou a ser feito através do empilhamento a seco. Além disso, vamos anunciar ao longo dos próximos trimestres, novos investimentos para a área, que vão estar relacionados a uma mineração sustentável. Vamos mostrar para o mundo que a mineração em Minas e a nossa, principalmente, podem ser feitas absolutamente alinhadas aos conceitos mais modernos de sustentabilidade.
Como estão as operações de grafeno? Novas soluções serão lançadas neste ano?
O grafeno é, sem dúvida, um dos materiais mais poderosos que a humanidade descobriu e desenvolveu ao longo dos últimos anos. Mas ele não é um produto que vai existir sozinho, ele vai coexistir com outros já existentes e o aço é um deles. Nossos investimentos na área visam encontrar aplicações para podermos entregar produtos cada vez mais sustentáveis, leves e resistentes aos nossos clientes. Um exemplo prático é uma linha de tintas, feita através da Gerdau Next. São tintas que ao serem aplicadas em estruturas de aço, permitem que essas estruturas tenham maior durabilidade e maior resistência à oxidação. São novas possibilidades, mas um exercício de longo prazo que, provavelmente daqui a 100 anos, terá se tornado realidade.
Como avalia, hoje, o cenário econômico internacional?
Existem megatendências que estão ficando absolutamente claras. Uma delas é a desglobalização. Tudo aquilo que a gente viu no passado, de busca de cadeias globais mais competitivas em países que tinham condições ou custos mais baratos, está indo no caminho contrário. Depois do conflito entre a Ucrânia e a Rússia e a própria Covid, surgiu a necessidade de os países buscarem novamente a interiorização de suas capacidades produtivas. O que se chama no mercado de reshoring ou nearshoring está acontecendo fortemente. Na nossa operação nos Estados Unidos, estamos vendendo mais aço para a construção de fábricas de semicondutores locais. Megatendências como essa indicam que temos que reconfigurar a empresa todos os dias para que ela esteja pronta para atender as necessidades. Outra diz respeito à sustentabilidade. A menor emissão de COâ‚‚ vai, de certa forma, no futuro, contribuir muito para os nossos negócios. São movimentos positivos.
E o nacional, considerando o contexto de juros elevados e ambiente político?
Sem dúvida o País precisa voltar, em algum momento, a ter juros mais baixos. Vimos o quanto de riqueza, investimentos e possibilidade de consumo foi gerado quando o Brasil conseguiu viver num ciclo de juros baixos e é inevitável que o País volte, num futuro mais breve possível, a ter uma economia de juros baixos. É imprescindível e questão de tempo. Mas para nós a grande possibilidade e o grande desejo é que o País possa novamente voltar a enxergar a indústria nacional como uma grande geradora de riqueza. A indústria tem reduzido sua participação no PIB ao longo do tempo. Em 20 anos, o PIB brasileiro da indústria saiu de mais de 20% para baixo de 10%. Um país da nossa característica não tem possibilidade de um futuro melhor se a indústria não for muito poderosa. É claro que as reformas de curto prazo, como a tributária, vão nos ajudar a melhorar o ambiente de negócios, mas a retomada da indústria brasileira é fundamental para a evolução que o País precisa.
O que a própria indústria pode fazer para contribuir para a retomada desse protagonismo?
Isso é uma mudança de imagem, deveríamos trabalhar mais para mostrar para as pessoas que a indústria brasileira é muito competitiva. Na Gerdau, essa questão de competitividade e de performance é olhada com muito carinho, porque faz muita diferença. A gente só chegou aos 122 anos porque sempre cuidou muito bem da performance operacional. Medimos e comparamos nossos indicadores e vemos que dentro dos nossos muros somos muito competitivos. Não ficamos devendo nada para ninguém. Existe uma imagem de que a indústria do aço é ultrapassada, que não investe ou que polui. Mas ao entrar hoje numa planta da Gerdau, nem se sabe que está produzindo aço ali dentro, tamanha organização e limpeza. A questão é que fora dos porões da usina existe um ambiente de baixa competitividade e de aumento de custo. E aí fica muito difícil competir.
Quais são as frentes de atuação da Gerdau tendo em vista a descarbonização?
Esta é uma preocupação muito relevante para a indústria do aço e a Gerdau é referência no mundo em termos de baixa missão de COâ‚‚. Temos um modelo de negócio baseado na economia circular, por meio da reciclagem de sucata, que faz com que nossa emissão seja inferior à média mundial. Esse modelo de negócio foi criado há muitos anos e ter essa posição competitiva é muito relevante também para nossos clientes. Mas temos que encontrar alternativas em vistas de descarbonizar ainda mais o setor e à medida que as tecnologias forem aparecendo, vamos poder, de fato, ser uma indústria carbono neutro. Este é mais um exercício de longo prazo, não existem tecnologias disponíveis no momento, mas temos planos muito consistentes de seguirmos dando nossas contribuições à descarbonização.
Correio Braziliense - DF 31/05/2023
O Índice Geral de Preços - Mercado apresentou nova queda neste mês de maio. Desta vez, o indicador medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou deflação de 1,84%, se comparado com o mês anterior. Com isso, o índice já acumula queda de 2,58%, somente em 2023, e de 4,47%, nos últimos 12 meses.
O economista da FGV, André Braz, coordenador da pesquisa, explica que o resultado do mês de maio reflete a queda recente no preço de grandes commodities, como milho, soja e minério de ferro. Segundo o economista, além do aumento da oferta desses produtos, a desaceleração de grandes economias, com o consequente aumento nas taxas de juros no Brasil e em outros países, ajuda a esclarecer a queda do índice.
“A gente sabe que juro alto tem um efeito colateral de desacelerar a atividade econômica e isso também diminui a demanda por uma série de insumos, dentre eles essas grandes commodities, e esse comportamento ajuda a frear a inflação ao produtor”, comenta o coordenador.
Mesmo assim, o economista avalia que a queda poderia ser maior, não fosse o processo inflacionário de outros setores, como o de serviços e o de bens duráveis, que ainda seguem em alta nos preços de seus produtos.
Deflação ainda maior para o produtor
O IGP-M é calculado através da média entre os índices de preços ao Produtor Amplo (IPA) e ao Consumidor (IPC), além do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Neste mês, o IPA registrou a maior queda em toda a série histórica, ao recuar 2,72%, e contribuiu para mais um mês de queda no IGP-M. Os outros índices tiveram leve alta. O IPC subiu 0,48%, enquanto que o NCC subiu 0,40%.
André Braz lembra que, como o Índice do Produtor responde por 60% do índice geral, a tendência é que os próximos meses ainda sejam de queda nos preços. “É um processo que vai durar, pelo menos, por mais uns dois meses. A estimativa é de que esses preços continuem bem comportados, ainda, pelos próximos meses, aumentando a chance desse efeito também ajudar a conter a inflação ao consumidor”, explica.
Infomoney - SP 31/05/2023
As contas do Governo Central registraram superávit primário em abril, quando a diferença entre as receitas e as despesas ficou positiva em R$ 15,604 bilhões, de acordo com o Tesouro Nacional. O resultado sucedeu o déficit de R$ 7,085 bilhões em março.
O saldo – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o melhor desempenho para o mês desde 2022, quando o resultado havia sido positivo em R$ 30,2 bilhões.
O superávit do mês passado foi um pouco menor que a mediana das expectativas do mercado financeiro, que previa saldo positivo de R$ 15,932 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 19 instituições financeiras.
O dado de abril, porém, ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de saldo positivo entre R$ 9,700 bilhões e R$ 23,600 bilhões.
Nos quatro primeiros meses do ano, o resultado primário foi um superávit de R$ 47,165 bilhões, o melhor resultado desde 2022, quando chegou a R$ 84,675 bilhões.
Em abril, as receitas tiveram queda real de 1,5% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 2,2%. Já as despesas cresceram 8,1% em abril, já descontada a inflação. No acumulado de 2023, a variação foi positiva em 2,8%.
Em 12 meses até abril, o Governo Central apresenta superávit de R$ 22,3 bilhões.
A meta fiscal para este ano admite um déficit de até R$ 230 bilhões nas contas do Governo Central.
Composição
As contas do Tesouro Nacional – incluindo o Banco Central – registraram um superávit primário de R$ 36,359 bilhões em abril, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 125,798 bilhões.
Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 20,755 bilhões no mês passado. No primeiro quadrimestre, o resultado foi negativo em R$ 78,632 bilhões.
As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 93 milhões em abril e acumulam superávit de R$ 9 milhões em 2023 até o mês passado.
Teto de gastos
As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 8% no acumulado do ano até abril na comparação com igual período de 2022, segundo o Tesouro Nacional.
Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação no ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 18,5%.
As despesas do Poder Executivo variaram 7,9% no período – a margem nesse caso também é de 18,5%.
O Estado de S.Paulo - SP 31/05/2023
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou na noite de segunda-feira, 29, que o Brasil entrou em uma “janela em que provavelmente” a queda da inflação vai continuar. “A gente tem uma inflação que parece que vai engrenar uma melhora, mesmo que lenta, ao mesmo tempo que a atividade tem surpreendido para cima”, afirmou, em premiação em Fortaleza.
O chefe da autoridade monetária disse que, pela primeira vez, o Brasil passa por um surto de inflação global com índices de preços abaixo da média internacional e que isso se deve ao fato de o BC ter iniciado o ajuste monetário mais rápido.
Nesse ponto, ele frisou que a inflação cheia no Brasil foi a que mais caiu entre os emergentes. No entanto, as médias de núcleos, observadas pelo BC, caem lentamente, o que demanda cuidado. “Ainda tem um trabalho a ser feito”, afirmou.
Campos Neto também expressou otimismo com a meIhora das expectativas de inflação no longo prazo, que, observou, seguem bastante elevadas em razão do debate sobre a meta e as incertezas fiscais.
Referindo-se ao novo arcabouço fiscal, aprovado pela Câmara, Campos Neto disse que a parte das incertezas fiscais está sendo endereçada. “Então, a gente entende que isso vai melhorar”, afirmou o presidente do BC, após mostrar que, apesar da meIhora das expectativas nas últimas semanas para a inflação de 2023 e 2024, as projeções de longo prazo do mercado seguem em 4%, quando a meta é de 3%.
Campos Neto citou ainda a redução do potencial de crescimento do Brasil ao explicar os juros altos e defender reformas que melhorem a produtividade, que, pontuou, ficou parada na volta da pandemia.
Construção Latino-americana - SP 31/05/2023
A XCMG Brasil lançou Paving Expo 2023 a Sonda de Perfuração XZ200 e o caminhão betoneira 100% elétrico, além de exibir no estande a linha completa de equipamentos para o setor de pavimentação. A feira aconteceu de 24 a 26 de maio, no Expo Center, em São Paulo.
Satisfeito com o número de visitantes especializados, como também de clientes e, ainda, antevendo as boas oportunidades de negócios pós-feira, Renato Torres, diretor comercial da XCMG Brasil, enfatizou a importância dos eventos presenciais. “À exemplo da edição anterior, Paving Expo 2023 foi um sucesso de público e de negócios para a XCMG Brasil”, frisou.
Aproveitando a grande visitação da Paving Expo, com o foco em sustentabilidade, a multinacional chinesa trouxe seu primeiro caminhão betoneira 100% elétrico (emissão zero carbono), como também exibiu suas soluções imprescindíveis ao setor. Foram eles os Rolos Compactadores de Pavimentação XD103, XMR403S, XS123BR e a Perfuratriz XE200. A Sonda de Perfuração XZ200 é utilizada em método não destrutivo. Possui uma estrutura compacta para a construção de infraestruturas de redes fibra óticas, saneamento de água e esgoto, implantação de redes de gás e energia renovável. Trata-se de uma perfuratriz compacta, sendo uma ótima opção para obras dentro da cidade. O peso de 8,5t facilita manobras.
Durante o evento, o público especializado pode reconhecer os benefícios dos equipamentos empregados na execução de canteiros de obras em rodovias, barragens, aeroportos e obras industriais. À exemplo do Compactador Tandem Vibratório XD103 adequado para compactar pavimento asfáltico, camada de base e sub-base. É ideal para compactação da camada asfáltica superior. Já o Rolo Compactador XS123BR foi desenvolvido para compactação superior dotado de rolo compactador vibratório de cilindro e motor Cummins. Para esse equipamento específico, a XCMG Brasil disponibiliza dois modelos: com cilindro pé de carneiro e cilindro liso.
Com peso operacional de 4t., o Equipamento de Compactação Leve XMR403S apresentado destina-se à compactação de camadas de superfície, meio-fio, projetos de asfalto e cimento, compactação de camadas de base e sub-base, materiais de areia e cascalho. Ideal para a construção de estacionamentos e compactação de pistas de condução, como ciclovias e manutenção de estradas.
Sobre a XCMG:
Fundada em março de 1943 na China, a XCMG ocupa hoje a 1ª posição no setor de máquinas pesadas no mercado chinês e a 3ª no mundo. O Grupo XCMG é constituído por diversas fábricas de máquinas pesadas para construção civil, mineração e agronegócios, oferecendo as linhas mais completas e competitivas do mercado.
Construção Latino-americana - SP 31/05/2023
A Sotreq, especializada em soluções em peças e equipamentos, participou da 6ª edição da Paving e reforçou seu posicionamento no setor.
Para a companhia, este é um momento de importância única para o setor do país, que recentemente anunciou um investimento de aproximadamente R$ 18,8 bilhões na área de transporte s, marcando a retomada e intensificação das obras de preparação de rodovias no Brasil. Segundo o Ministério dos Transportes, esse investimento permitirá a entrega de 861 quilômetros pavimentados e revitalizados, além de reativar 670 quilômetros de obras anteriormente paralisadas.
A Sotreq aproveitou a oportunidade para explorar e compartilhar perspectivas sobre o mercado de pavimentação brasileiro.
Para isso, oito máquinas e equipamentos da linha de pavimentação da Cat ficaram expostas, incluindo os compactadores utilitários da classe de duas toneladas, CB2_5GC e CB2.7GC, os compactadores de asfalto duplo-tandem, CB7 e CB10, o compactador pneumático CW34, o compactador utilitário combinado, CC34B, o compacto de solo com tambor liso, CS11GC, e a minicarregadeira 243D3.
Tiago Amaral, gerente de Máquinas da Sotreq, explica que, ao levar soluções de alta qualidade e a renomada linha de pavimentação Cat, com desempenho superior, eficiência e durabilidade, a Sotreq está contribuindo para atender às demandas desse mercado em expansão. “Estamos comprometidos em fornecer o que há de melhor em tecnologia e inovação, impulsionando o progresso e o sucesso dos projetos de pavimentação em todo o país”, avalia. Ele complementa ainda que a equipe especializada da Sotreq estará disponível durante o evento para fornecer informações detalhadas sobre cada equipamento, suas aplicações e benefícios específicos.
O Estado de S.Paulo - SP 31/05/2023
É uma das concorrências determinantes de nossos tempos: os países que podem produzir baterias para veículos elétricos vão ganhar décadas de vantagens econômicas e geopolíticas.
O único vencedor até agora é a China.
Apesar de bilhões em investimentos do ocidente, a China está tão à frente — na mineração de minerais raros, no treinamento de engenheiros e na construção de grandes fábricas —, que o resto do mundo pode levar décadas para alcançá-la.
Em 2030, a China produzirá mais que o dobro de baterias do que quaisquer outros países juntos, de acordo com estimativas da Benchmark Minerals, empresa de consultoria do setor.
Veja a seguir como a China controla cada etapa da produção de baterias de íons de lítio, desde a extração das matérias-primas do solo até a fabricação dos carros, e por que essas vantagens provavelmente vão durar.
Mineração
As empresas chinesas têm participações em produtores nos cinco continentes.
Os carros elétricos usam cerca de seis vezes mais minerais raros do que os veículos convencionais por causa da bateria, e a China tem a oportunidade de decidir quem recebe os minerais primeiro e a que preço.
Embora a China tenha poucas jazidas subterrâneas dos ingredientes essenciais, o país tem adotado uma estratégia de longo prazo para ter acesso a um abastecimento barato e constante. As empresas chinesas, recorrendo à ajuda do Estado, adquiriram participações em mineradoras nos cinco continentes.
A China é dona da maioria das minas de cobalto no Congo, que tem a maior parte da oferta mundial desse material escasso e necessário para o tipo mais comum de bateria. As empresas americanas não conseguiram acompanhar o ritmo e até mesmo venderam minas para as concorrentes chinesas.
Como consequência, a China controla 41% da mineração de cobalto do mundo, além da maior parte da mineração de lítio, que carrega a carga elétrica de uma bateria.
As reservas globais de níquel, manganês e grafite são muito maiores e as baterias utilizam apenas uma quantidade ínfima delas. Mas o fornecimento contínuo desses minerais para a China ainda dá uma vantagem a Pequim. Os investimentos do país na Indonésia vão ajudar a transformá-lo no maior controlador de níquel até 2027, de acordo com previsões da CRU Group, uma empresa de consultoria.
O grafite é extraído principalmente na China. Os fabricantes dos EUA sintetizam grafite a um custo bem maior.
Os países ocidentais também são donos de minas no exterior e estão tentando alcançar a China. No entanto, eles têm demonstrado maior relutância em investir em países com governos instáveis ou práticas trabalhistas precárias. E têm demorado a aumentar a sua produção.
Uma nova mina pode levar mais de 20 anos para atingir a produção plena. Embora os EUA estejam investindo para explorar suas reservas expressivas de lítio, o esforço chocou-se com uma série de preocupações locais e ambientais.
Refino
A maior parte da matéria-prima é enviada para a China para ser refinada.
Independentemente de quem extrai os minerais, quase tudo é enviado para a China para ser refinado em materiais para uso em baterias.
Depois que o minério é extraído do solo, ele costuma ser pulverizado e, então, tratado com calor e químicos para isolar os compostos minerais. O processo é dispendioso: o cobalto gera cerca de 390 gramas de resíduos para cada meio quilo de cobalto em pó refinado.
O refino exige uma quantidade enorme de energia. Os minérios da bateria precisam de três a quatro vezes mais energia para serem produzidos do que o aço ou o cobre. A forma preferencial de lítio, por exemplo, tem que ser aquecida, vaporizada e seca. Apoiadas pelo governo com terrenos e energia baratas, as empresas chinesas conseguem refinar minérios em um volume maior e a um custo menor do que todos os demais concorrentes. Isso tem provocado o fechamento de refinarias em outros lugares.
O refino também costuma gerar poluição e as refinarias chinesas são beneficiadas por normas ambientais menos rigorosas. A moagem de grafite ocasiona poluição do ar. O processamento do níquel gera resíduos tóxicos, que devem ser descartados em estruturas especiais no oceano ou no subsolo. Os especialistas dizem que recorrer a métodos mais sustentáveis para processar minérios para baterias aumenta os custos.
Hoje, os EUA têm pouca capacidade de processamento. Uma refinaria normalmente leva de dois a cinco anos para ser construída. Treinar profissionais e adequar os equipamentos pode levar mais tempo. A primeira refinaria de lítio da Austrália, que tem participações chinesas, foi aprovada em 2016, mas só conseguiu produzir materiais com lítio para baterias no ano passado.
Peças
A China produz a maioria das peças presentes numa bateria.
O país tornou-se tornou o maior produtor de baterias em parte por descobrir como fabricar peças de forma eficiente e a um custo menor.
A peça mais importante é o cátodo, que é o polo positivo da bateria. De todos os materiais de uma bateria, os cátodos são os mais difíceis e exigem um consumo alto de energia para serem produzidos. Até sete meses atrás, o cátodo mais comum usava uma combinação de níquel, manganês e cobalto, também conhecidos como cátodos NMC. Esse preparado permite que a bateria armazene muita eletricidade num espaço pequeno, proporcionando uma autonomia maior para um carro elétrico.
A China investiu numa alternativa mais barata que já foi adotada por metade do mercado de cátodos. Conhecidos como LFP, sigla para lítio-ferro-fosfato, esses cátodos usam ferro e fosfato, amplamente disponíveis, em vez de níquel, manganês e cobalto.
Para os países ocidentais, o LFP é uma oportunidade para contornar os gargalos no fornecimento de minérios. Mas a China produz quase todos os LFPs do mundo.
Atualmente, os EUA produzem apenas cerca de 1% dos cátodos do mundo, todos eles sendo do tipo NMC. As empresas americanas estão interessadas no LFP, porém precisam unir forças com as chinesas que têm experiência na produção deles.
Montagem
A China também fabrica a maior parte das baterias e dos carros.
O país tem o maior número de veículos elétricos em circulação e praticamente todos eles usam baterias produzidas na China. Em 2015, Pequim aprovou políticas para impedir rivais estrangeiros e aumentar a demanda por parte dos consumidores. Os fabricantes chineses de baterias, como a CATL e a BYD, cresceram em detrimento de seus concorrentes japoneses e sul-coreanos e se tornaram os maiores do mundo.
Oito anos depois, o governo Biden está adotando agora uma estratégia semelhante para promover o desenvolvimento de baterias nos EUA.
Mas em uma indústria com despesas enormes e margens de lucros pequenas, as empresas chinesas têm uma grande vantagem depois de anos de financiamento estatal e de experiência.
A montagem da bateria é complexa e técnica. Para montar uma, os materiais do cátodo e do ânodo são presos a chapas metálicas finas, cada uma delas tem aproximadamente um quinto da espessura de um fio de cabelo humano. Elas depois são empilhadas com separadores, umedecidos com eletrólitos e enrolados. O processo todo precisa acontecer em ambientes que minimizem as partículas no ar e a umidade.
A China pode construir fábricas de baterias pagando quase metade do preço em países da América do Norte ou da Europa, de acordo com Heiner Heimes, professor da Universidade RWTH Aachen, na Alemanha. As principais razões: as despesas com mão de obra são menores e há mais fabricantes de equipamentos na China.
Os investidores americanos continuam receosos em investir nos veículos elétricos. Os carros convencionais ainda são lucrativos, os trabalhadores americanos precisam ser treinados para desempenhar novas habilidades e os incentivos do governo dos EUA para ajudar a indústria de veículos elétricos podem desaparecer com o próximo presidente./Tradução de Romina Cácia
Valor - SP 31/05/2023
Combinadas, as subsidiárias Hino Motors e a Mitsubishi Fuso Truck & Bus teriam cerca de US$ 15,7 bilhões em vendas, com um total de aproximadamente 45.000 funcionários
Toyota Motor e Daimler Truck concordaram em fundir suas subsidiárias de fabricação de caminhões, a Hino Motors e a Mitsubishi Fuso Truck & Bus, para aumentar as margens e desenvolver novas tecnologias, como combustíveis alternativos e direção autônoma.
As quatro empresas assinaram um memorando de entendimento para reunir a Hino e a Mitsubishi Fuso sob uma única empresa, de propriedade conjunta da Toyota e da Daimler Truck, de acordo com um comunicado divulgado nesta terça-feira (30).
Combinados, eles teriam cerca de 2,2 trilhões de ienes (US$ 15,7 bilhões) em vendas, com base nos resultados de seus últimos anos fiscais, com um total de aproximadamente 45.000 funcionários.
A holding que combina a Hino e a Mitsubishi Fuso pode gerar para as empresas conhecimentos de gestão e ajudar a reduzir os custos de aquisição e desenvolvimento.
A Hino Motors foi pega em um escândalo no ano passado por deturpar anos de dados de emissões durante os testes de motores, tornando-se uma grande dor de cabeça para a Toyota, que possui pouco mais de 50% da fabricante de caminhões e ônibus.
O acordo também pode dar à Daimler Truck a capacidade de enfrentar suas metas de melhoria de margem de forma mais agressiva, uma vez que os ganhos da Mitsubishi Fuso têm sido um obstáculo à lucratividade.
Com os esforços para descarbonizar agravados por questões de segurança e escassez de motoristas de caminhão, “a situação em torno desta indústria continua desafiadora”, disse o CEO da Hino, Satoshi Ogiso, durante entrevista nesta terça-feira. “Vejo isso como uma oportunidade única na vida.”
Embora nenhum valor para o possível negócio tenha sido anunciado, as empresas planejam assinar um acordo até março de 2024, integrar os negócios até o final do mesmo ano e, eventualmente, buscar uma listagem no Japão.
Valor - SP 31/05/2023
Incrível que um governo que diz pretender colocar a agenda verde no centro de seu planejamento tente ressuscitar uma má ideia em circunstâncias tão inoportunas
O programa de incentivo ao carro popular foi ajeitado às pressas, sabe-se lá com que finalidade, e parece ter nascido morto. Ele foi concebido sem que se definam contrapartidas de receitas para a redução de impostos, que também não foram definidos - os mais cotados são IPI e PIS-Cofins, mas o IOF no crédito pode ser incluído. Mesmo com os descontos nos preços, os automóveis populares, ainda que passem a custar um pouco abaixo dos R$ 60 mil, continuarão inacessíveis. Eles seguirão três condicionantes, o que torna impossível estimar seu custo a priori. A conta dos especialistas varia de R$ 2 bilhões a R$ 8 bilhões, enquanto a do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em menos de R$ 1 bilhão. Os detalhes do plano, anunciado na semana passada, serão divulgados em 15 dias, mais um caso de uma ideia (ruim) anunciada, correndo depois atrás do dinheiro, que não se sabe se existe.
Em princípio, dentro da agenda passadista de Lula, havia a impressão de que se tratava de incentivar o carro popular a curto e médio prazos, aumentando as vendas hoje deprimidas da indústria automobilística e, com isso, as de toda sua enorme cadeia de fornecedores e de serviços. Se fosse isso já seria um grande equívoco, mas pelo visto, o erro será de curta duração. No dia em que Lula anunciou seu plano, Haddad mencionou que algumas medidas teriam de ficar para o ano que vem, por motivos óbvios, ou seja, porque o ministro da Fazenda corre contra o tempo para arrumar mais recursos e, assim, manter de pé o arcabouço fiscal recém aprovado pela Câmara, que depende sobretudo de aumento da arrecadação.
No dia seguinte, em entrevista à GloboNews, Fernando Haddad disse que o programa do carro popular terá duração de uns “três ou quatro meses”, enquanto representantes da indústria contavam com pelo menos um ano, prazo no qual acrescentariam vendas de 200 mil a 300 mil veículos. As intenções do governo tornaram-se ainda mais obscuras e incongruentes quando o ministro disse que o pouco tempo do incentivo era uma resposta imediata para desafogar os lotados pátios das montadoras, ou dar fluxo a estoques excessivos. É um mistério por que o Planalto está preocupado com o excesso de estoques apenas das montadoras quando sabe que outros setores da economia estão com o mesmo problema.
Haddad mencionou o crédito restritivo e os juros altos para explicar que, com a queda do custo do dinheiro e a retomada da economia, que ele estima para já, a redução de impostos não seria mais necessária. Ainda que assim fosse, há mais pontos nebulosos. Os descontos, como foi divulgado, variarão de 1,5% a 10,96%, uma gradação que depende do grau de nacionalização do veículo, de sua eficiência energética e do preço. No entanto, nenhum dos carros que poderiam ser considerados de “entrada” no mercado, mesmo com o abatimento máximo, custaria menos de R$ 61,4 mil (Folha de S. Paulo, 26 de maio).
É possível que sejam então fabricados novos carros, ainda mais simples, que ganharão o incentivo da redução de impostos. Então isso nada teria a ver com os estoques existentes, e daria um empurrão de um trimestre na produção, ou um pouco mais, para ser interrompido em seguida. As montadoras, no entanto, por várias razões, desembarcaram do carro popular há um bom tempo. Várias argumentaram que ele não era lucrativo, ou que suas margens de ganho eram bastante reduzidas. Concentraram-se em modelos mais caros.
Entre o auge do carro popular, em 2013, quando foram vendidos 3,57 milhões de veículos (total, não apenas dos modelos mais simples) e agora há um milhão de veículos a menos de vendas. Embaladas pelo avanço da demanda puxada pelos populares, as montadoras elevaram sua capacidade de produção para 4,5 milhões de unidades. A ociosidade hoje ronda os 50%, fábricas já vêm sendo fechadas e as indústrias tentam se adequar ao mercado que, para complicar um problema já complexo, está em completa transformação no mundo todo, com a chegada do carro elétrico, direção autônoma etc. Não foi à toa que, seja qual for o programa que finalmente sairá, as montadoras não se comprometeram com a manutenção dos empregos.
Entre o período de pico e o fim do carro popular, a economia mudou. Houve a maior recessão em quase 100 anos, perda significativa de renda da população, alta do desemprego e um aumento do endividamento das famílias, que ainda não parou de crescer. As chances de que a tentativa de impulsionar artificialmente a demanda dê errado são enormes. Além disso, o mundo caminha em outra direção, de revolucionar a mobilidade urbana, incentivando a redução do uso de transporte individual e ampliando a dos coletivos, eletrificados, com maior tecnologia, e, principalmente, minimizando ou, de preferência, dispensando o uso de combustíveis fósseis.
Parece incrível que um governo que lançou um programa que se apoia no aumento de receitas e que diz pretender colocar a agenda verde no centro de seu planejamento seja capaz de ressuscitar uma má ideia e, ainda mais, em circunstâncias tão inoportunas.
O Estado de S.Paulo - SP 31/05/2023
A Câmara Municipal de São Paulo votará em primeiro turno nesta quarta-feira, 31, a nova versão do projeto de lei de revisão do Plano Diretor, que define as regras e incentivos para construções na cidade. A proposta tem sido criticada por liberar prédios mais altos a até 1 km de estações de metrô e corredores de ônibus e por outras mudanças. O Ministério Público ajuizou uma ação para suspender temporariamente a tramitação, mas o pedido de liminar ainda não foi apreciado. A contestação na Justiça foi criticada pelos vereadores que lideram a revisão.
Em coletiva de imprensa na terça-feira, 30, o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), destacou que o texto que será submetido para votação é o mesmo substitutivo apresentado na semana passada pelo relator da revisão, o vereador Rodrigo Goulart (PSD). Há a previsão de que novas mudanças sejam feitas ao longo da tramitação até a segunda votação, ainda sem data definida.
A revisão do Plano Diretor estará em vigor ao menos até 2029, quando uma nova versão a princípio deverá ser aprovada. Esta terça-feira também foi marcada por novas manifestações públicas sobre o projeto de lei. Há posicionamentos favoráveis e contrários à aprovação.
Uma das críticas é da campanha “SP não está à venda”, que chama a população a lotar a caixa de e-mails dos vereadores com mensagens contrárias e alega que o projeto atenderia às demandas das empreiteiras, não da população. A mobilização é liderada pela Minha Sampa, em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Rede Nossa São Paulo, o departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SP), o Instituto Pólis, o Perifa Sustentável e o Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (Labcidade), ligado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
“Se for aprovada, vai perpetuar um modelo de verticalização excludente que prioriza prédios de alto padrão com vagas de garagem para uma única família morar, ou seja, construímos mais para quem tem mais dinheiro, e o acesso de quem realmente precisa fica prejudicado”, diz a campanha. “É preciso questionar a ausência de estudos de viabilidade, as mudanças na obrigatoriedade das construtoras investirem em Moradia Social e Desenvolvimento Urbano e a liberação da construção de prédios de qualquer tamanho, em qualquer lugar e de qualquer jeito.”
Entre os pontos criticados pela campanha, está a ausência de estudos de viabilidade apresentados para o substitutivo, as mudanças na obrigatoriedade das construtoras investirem em moradia para a baixa renda e a liberação da construção de prédios sem limite de altura. “O debate é cheio de termos técnicos que a maioria da população nunca ouviu falar, e as discussões ocorreram sem a ampla participação da população: a parte mais importante nesta história”, argumenta.
A outra manifestação pública desta terça foi feita pelo Secovi-SP, organização que representa as empresas do mercado imobiliário, como construtoras e incorporadoras. Em comunicado institucional, afirma que a nova versão proposta para o Plano Diretor “amplia o que deu certo na sua concepção e permite maior inclusão de pessoas em áreas dotadas de infraestrutura urbana”.
Também diz que a proposta faz a “adequação necessária aos parâmetros que determinaram o adensamento ao longo dos eixos de transporte”, que são as quadras mais próximas de metrô, trem e corredor de ônibus, onde há uma série de incentivos vantajosos para a construção e que o projeto propõe ampliar de um raio de 600 m para até 1 km de distância. “Uma revisão é isso: examinar como está, prevenir e corrigir o que for necessário, garantir que funcione”,
O Secovi-SP argumenta que a ampliação dos eixos e outras mudanças — como a liberação para que prédios construam três vezes a área do terreno no miolo dos bairros, em vez de duas, como é hoje — permitirão que a população que mora em áreas mais afastadas se mude para apartamentos mais próximos de comércios, serviços e emprego. O texto ainda cita um documento elaborado por 35 entidades do setor, que analisou a proposta como uma “evolução” e sugeriu 18 alterações (segundo a organização, 8 foram atendidas). “É inadmissível que, nesse território com infraestrutura instalada, não se estruturem modelos de ocupação compatíveis com as necessidades dos seus habitantes e da cidade”, diz.
Em coletiva de imprensa na terça-feira, a Presidência da Câmara alegou que a tramitação estaria ocorrendo de forma transparente. Também destacou ter acatado um dos pedidos da Promotoria ao aumentar as próximas audiências públicas para um total de oito, a próxima na quinta-feira, 1º.
Na ação, o MP alega que o texto substitutivo “desconfigurou” a proposta da gestão Nunes, que era até então discutida nas audiências públicas, e que pontos sensíveis foram alterados “sem qualquer critério técnico”. Por isso, seria necessária a suspensão temporária em tutela de urgência até a apresentação de estudos técnicos sobre os impactos das mudanças e um maior volume de discussão pública, visto que estavam marcadas apenas três audiências públicas para discutir a nova versão.
Uma das mudanças foi a retirada de um trecho proposto pela Prefeitura para “frear” o boom de 250 mil microapartamentos perto de estações de metrô e corredores de ônibus, que limitaria a liberação para a construção de vagas de estacionamento “gratuitas” (sem a cobrança da chamada outorga onerosa) apenas para unidades de ao menos 30 m². O substitutivo propõe essa regra apenas para empreendimento totalmente residenciais, que são menos da metade do que é construído nessas áreas, enquanto os de uso misto (apartamento com comércio no térreo, por exemplo) poderá ter uma vaga para cada unidade habitacional.
A mudança ocorre em conjunto com outra que amplia a área de influência dos eixos de transporte de 600 m para até 1 km, no caso de estações de trem e metrô, e de 300 m para até 450 m, em corredores de ônibus. Esses locais têm uma série de incentivos urbanísticos atrativos, como a permissão para construir sem limite de altura e alguns descontos na cobrança da chamada outorga onerosa quando seguem determinados padrões (como ter comércio no térreo, por exemplo). O novo texto do PL também prevê que a Prefeitura dê 10% de área construída “grátis” para os empreendimentos sem nenhuma vaga de garagem.
Por outro lado, há um desestímulo à construção de microapartamentos por meio do aumenta do fator de interesse social, pois os de até 30 m² passarão a exigir o mesmo pagamento daqueles que têm 70 m² ou mais, enquanto os de metragem mediada ficarão mais atrativos. Hoje, esse fator é mais vantajoso para imóveis até 50 m². A diferença será de fator 0,8 para 1 na base do cálculo.
Também há um trecho que prevê a expansão do Parque Burle Marx, com a anexação de áreas de Mata Atlântica do entorno, consideradas por especialistas como parte da última mata ciliar do Rio Pinheiros. Se for aprovada, a expansão vai mais do que dobrar a área do Burle Marx, ultrapassando os 330 mil m².
Outra mudança que chamou a atenção no novo texto do PL é a criação de um novo tipo de zoneamento: as Zonas de Concessões, que abrangerão todas as áreas públicas concedidas à iniciativa privada e com projetos de concessão em desenvolvimento. Esses locais ganharão regramentos específicos, como de limites de altura, por exemplo.
O novo texto também mantém as mudanças mais significativas da primeira versão do PL, como a que permitirá prédios com apartamentos maiores e mais vagas perto dos eixos de transporte. Um estudo do Insper identificou que o tamanho máximo de unidades em prédios residenciais perto de metrô, trem e corredores de ônibus passará de 80 m² a 120 m², com a possibilidade de terem duas garagens “gratuitas”, em vez do limite de uma sem o pagamento da outorga previsto hoje pela lei.
O mesmo estudo também apontou que empreendimentos com unidades medianas (de 60 a 80 metros quadrados) poderão ter até 33% mais vagas de garagem do que hoje. Os possíveis impactos da nova versão ainda serão ainda calculados.
A versão apresentada nesta semana também prevê regras diferenciadas para a criação de habitação de interesse social, como permitir que sejam alugadas. Para os especialistas ouvidos, algumas mudanças não estão claras e podem desestimular esse tipo de projeto imobiliário.
Câmara deve aprovar PL que mudará Santo Amaro, Interlagos e Vila Andrade
Nesta quarta-feira, também é esperado que a Câmara aprove em segunda e definitiva votação o PL do Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Arco Jurubatuba, que prevê incentivos para a verticalização de Santo Amaro, Interlagos e da Vila Andrade. A proposta ainda inclui a criação e o prolongamento de vias, a implantação de cinco parques e a remoção de famílias de áreas de risco para habitação de interesse social.
A estimativa é captar cerca de R$ 1,9 bilhão para obras na região. Um dos objetivos é um aumento populacional de 56,2% em 30 anos, de 135 mil para 211 mil habitantes. A lista de locais com mais incentivos para serem transformados inclui o centrinho de Santo Amaro, algumas quadras das Avenidas das Nações Unidas, João Dias e Guido Caloi e as proximidades da Estação Autódromo, da Linha 9-Esmeralda, dentre outros.
A retomada do projeto de lei ocorre no momento em que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) busca acelerar investimentos e obras, com a proximidade do pleito em que tentará reeleição e o atraso no cumprimento das metas. O prefeito tem conseguido ampla maioria na Câmara para aprovar projetos urbanísticos, como o PIU do centro.
O projeto de lei do PIU Arco Jurubatuba esteve parado no último ano em parte pela judicialização. Com o argumento de que o PIU se encaixa em regra federal que exige Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) para projetos de grandes dimensões, o Ministério Público de São Paulo obteve liminar para suspender a tramitação na Câmara. Esse tipo de levantamento é feito há décadas para as operações urbanas, por exemplo, como as da Água Branca e Faria Lima.
O PL também instituirá o Projeto Estratégico Interlagos, com regras específicas para a área do complexo que inclui o autódromo, o que tem gerado resistência por parte de associações ligadas ao automobilismo, principalmente por permitir o encerramento do kartódromo (ligado à história de Ayrton Senna). Entre as mudanças, estão a liberação para construir prédios e a implantação de um parque em parte do local.
A princípio, essas mudanças seriam viabilizadas por meio de concessão pública, aprovada em projeto de lei em 2019. Ao Estadão, a gestão Nunes confirmou ter desistido desse modelo de parceria público-privada, mas não há impedimento de que a medida seja retomada por outro prefeito.
Consultor Jurídico - SP 31/05/2023
A PGR (Procuradoria-Geral da República), em seu parecer sobre a ADI 6.553, derruba qualquer hipótese de prejuízo ambiental com a construção da Ferrogrão (EF-170).
A Medida Provisória 758/2016 — transformada na Lei 13.452/2017 — apresenta, na verdade, um saldo ambiental positivo. Para compensar os 862 hectares suprimidos do Parque Nacional do Jamanxim, o legislador ampliou a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós em 51.135 hectares.
O 0,054% retirado do Parque Nacional do Jamanxim viabiliza o investimento de R$ 21,57 bilhões ao longo da concessão de 69 anos. Representa compensações socioambientais estimadas em R$ 765 milhões e a geração de mais de 42 mil empregos.
Além de sua dimensão socioeconômica, o empreendimento está em consonância com o Acordo de Paris, que busca a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável.
Levantamento da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA) indica que a Ferrogrão, com seus 160 vagões capazes de transportar 100 toneladas cada um, vai reduzir o fluxo de caminhões ao longo da BR-163, principal rota de escoamento entre o Centro-Oeste e Norte. A estimativa é que cada viagem da ferrovia substituirá o equivalente a 400 caminhões, grandes emissores de GEE.
Reduz a poluição e problemas como congestionamentos, acidentes e outras externalidades que envolvem o transporte rodoviário.
Com 858.860,00 hectares, o Parque Nacional do Jamanxim foi criado pelo decreto presidencial de 13 de fevereiro de 2006. Cerca de 71% de sua área se encontra no município de Itaituba (PA) e 29% em Trairão (PA). O ato de criação não foi submetido a debates públicos, discussão com setores da sociedade ou mesmo aprovação do Congresso. Bastou uma canetada do presidente.
Agora, a ADI impetrada pelo PSOL no STF (Supremo Tribunal Federal) alega que a mudança dessa mesma unidade de conservação — que uma vez foi criada por decreto — não poderia ser feita por medida provisória.
Quando aprovou a MP e permitiu a sanção da Lei 13.452/2017, o Senado, assim como a Câmara dos Deputados, afastou quaisquer inconstitucionalidades materiais relacionadas à proposição. Ademais, o parecer do procurador-geral da República chama atenção para o fato de que o desenvolvimento sustentável representa um justo equilíbrio entre economia e ecologia.
"A redução de 0,054% da área do Parque Nacional do Jamanxim para permitir a construção da ferrovia (EF-170) destinada a escoar a produção agrícola e, com isso, facilitar o transporte e o abastecimento em diversas regiões do país, além da consequente redução na emissão de poluente originados pela circulação de caminhões de transporte de cargas, não viola, mas, ao contrário, concretiza o princípio do desenvolvimento sustentável, uma vez que não se visualiza prejuízo ambiental relevante ocasionado pela pequena redução da área de proteção ambiental em relação ao desenvolvimento econômico proporcionado pela construção da ferrovia", defende o procurador-geral.
Essa mesma defesa é compartilhada pelo governo federal. O Ministério do Meio Ambiente, em matérias noticiadas na imprensa, alega que o empreendimento terá impacto ambiental positivo, uma vez que reduzirá o fluxo de cargas na BR-163. Mitigar a ocupação desordenada no trajeto da rodovia é outro ponto observado pela pasta como um impacto positivo da Ferrogrão.
Como representante do estado do Pará no Senado, defendo esse sentimento que é compartilhado pela população paraense e luto pela construção da ferrovia. É necessário viabilizar a Ferrogrão e assegurar todos os seus impactos positivos, sejam eles socioeconômicos ou ambientais. Além dos grãos produzidos no Centro-Oeste, os 160 vagões da ferrovia têm o potencial e a capacidade de trazer, ao longo do trecho de 933 km de trilhos, mais desenvolvimento, emprego e renda.
IstoÉ Online - SP 31/05/2023
A soja, a celulose, os sucos cítricos e o fertilizantes foram destaque na pauta de mercadorias movimentadas no Porto de Santos em abril. Com isso, o resultado para os granéis sólidos vegetais registrou recorde para o mês, com 7,6 milhões de toneladas, informa a Autoridade Portuária de Santos é uma empresa pública vinculada ao Ministério dos Portos e Aeroportos.
Dentre as cargas de exportação, a soja somou 5 milhões de toneladas em abril, volume 12,5% acima do mesmo período do ano passado, elevando o acumulado do ano para 14,7 milhões de toneladas (+5%).
A celulose atingiu 663,9 mil toneladas, 6,2% a mais ante abril do ano passado, somando 2,6 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre (+2,1%). Os embarques de sucos cítricos cresceram 98,6%, somando 241,9 mil toneladas, elevando o acumulado do ano para 946,8 mil toneladas (+28,3%).
O fertilizante foi a carga de destaque nas importações, totalizando 670,8 mil toneladas no mês de abril, 4,1% superior ao mesmo período de 2022.
Conforme a autoridade portuária, esse resultado elevou o movimento mensal de granéis sólidos (7,6 milhões de toneladas) em 4,9%, caracterizando-se como recorde para o mês de abril. Igualmente, o desempenho dos sucos cítricos foi determinante para aumento de 0,3% nos granéis líquidos (1,5 milhão de toneladas).
A carga conteinerizada somou em abril 393,1 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), ficando 5,4% abaixo do mesmo período anterior. No acumulado do ano atingiu 1,4 milhão de TEU, 8,7% menor que o primeiro quadrimestre de 2022.
Os embarques de açúcar apresentaram redução de 11,3%, somando 738,6 mil toneladas. O acumulado do ano atingiu 3,8 milhões de toneladas (- 8,3%).
A movimentação do Porto em abril totalizou 13,7 milhões de toneladas, abaixo 0,4% do resultado apresentado no quarto mês de 2022. O acumulado do ano soma 50,2 milhões de toneladas, 4,4% a menos do que o mesmo período do ano passado.
O movimento de navios atingiu 440 atracações no mês (+5,5%) e 1.722 no quadrimestre (+4,1%).
A participação acumulada do Porto de Santos na corrente comercial brasileira apresentou crescimento, atingindo 28,1% até abril.
De acordo com a autoridade portuária, 30,8% das transações comerciais com o exterior que passaram pelo complexo portuário de Santos tiveram a China como país parceiro. São Paulo se mantém como o Estado com maior participação (54,7%) nas transações comerciais com o exterior, por meio do Porto de Santos.
Portal Fator Brasil - RJ 31/05/2023
A agenda do presidente da Petrobras Jean Paul Prates e do presidente da Transpetro Sérgio Bacci, em Rio Grande, iniciou com a realização de uma reunião no Estaleiro Rio Grande (ERG), onde foram debatidos pontos referentes à retomada da indústria naval na zona sul. Lideranças políticas locais, estaduais, federais e diretores da Ecovix e Estaleiro do Brasil, também estiveram presentes.
Na ocasião, o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, entregou ao presidente da Petrobras uma nota técnica contendo sugestões que poderiam auxiliar na retomada do setor na zona sul do estado. Entre os pontos listados no documento, destacam-se a ausência de uma política nacional de incentivo e sugestão de revisão da forma de contratação de construção de plataformas no país.
Na sequência, Prates e os integrantes da comitiva participaram de uma visita no Estaleiro Rio Grande, onde foi possível conhecer mais sobre o espaço e ver in loco as potencialidades da estrutura. —As estruturas estão prontas para trabalhar. Estamos aqui analisando as condições finais para a retomada de todo esse processo no Brasil todo, mas particularmente aqui é simbólico para nós— afirmou Prates.
Outra reunião aconteceu na Câmara do Comércio, reunião promovida pela Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), onde foi tratado sobre a implementação de testes na produção de biocombustíveis, a partir da utilização de matéria prima renovável. O governador do estado, Eduardo Leite, esteve presente no encontro.
A estatal realizará um investimento de R$ 45 milhões para transformar a RPR na primeira biorrefinaria do país. A expectativa é de que os primeiros testes aconteçam no mês de novembro deste ano. De acordo com Prates os testes na RPR demonstram o compromisso da companhia com a transição energética, uma vez que a Petrobras possui participação acionária na refinaria, junto à Ultra e a Braskem.
— A Petrobras é pioneira no desenvolvimento de tecnologia capaz de impulsionar oportunidades para o biorrefino no Brasil. Em parceria com os nossos sócios na Refinaria de Petróleo Riograndense, estamos perseguindo a descarbonização dos nossos processos, gerando produtos com conteúdo renovável, mais sustentáveis e eficientes para a sociedade —disse Jean Paul.
Já o governador Eduardo Leite lembrou que o investimento feito pela Petrobras irá se somar às inciativas do governo gaúcho para transformar o estado em um grande hub de produção de energia, a partir de meios sustentáveis. —A gente sabe que esses R$ 45 milhões de reais para investimentos na fase de testes são um primeiro passo concreto que vai viabilizar um investimento muito maior do que este—.
Petro Notícias - SP 31/05/2023
O estaleiro chinês Dalian Shipbuilding (DSIC) concluiu a entrega do casco do FPSO que será instalado futuramente no campo de Bacalhau, na Bacia de Santos. Para lembrar, a engenharia, aquisição, construção e instalação da embarcação estão nas mãos da japonesa Modec, que subcontratou o estaleiro DSIC para a construção de um casco. O campo de Bacalhau será operado pela norueguesa Equinor, que irá investir US$ 8 bilhões no desenvolvimento do ativo.
Em uma atualização recente, a Dalian Shipbuilding confirmou que o casco do FPSO Bacalhau foi oficialmente entregue no dia 26 de maio, sendo esse sétimo novo casco de FPSO construído pelo player chinês. O FPSO tem 364 metros de comprimento, 64 metros de largura e 33 metros de profundidade, calado projetado de 22,65 metros, deslocamento de mais de 460 mil toneladas e área de convés de 17,4 mil metros quadrados, equivalente a três campos de futebol padrão.
A embarcação marca a primeira aplicação do casco modelo M350 da Modec, desenvolvido para uma nova geração para FPSOs. O navio conta com design de casco duplo completo e foi desenvolvido para acomodar um topside maior. A unidade terá uma capacidade de armazenamento maior do que os FPSOs construídos a partir da conversão de navios-tanque convencionais. Segundo a Modec, esse será um dos maiores FPSOs já entregues ao Brasil.
Com uma capacidade de produção de 220 mil barris por dia, o que equivale a uma planta terrestre de processamento de óleo e gás com uma área de 10 quilômetros quadrados, o peso do módulo superior de tratamento de óleo e gás do FPSO Bacalhau chega a 50 mil toneladas. A embarcação inteira tem até 34.000 tubos, pesando cerca de 4.000 toneladas, e o comprimento total dos cabos é de cerca de 800.000 metros.
O desenvolvimento de Bacalhau, que será composto por 19 poços submarinos vinculados ao FPSO, possui reservas recuperáveis de mais de dois bilhões de barris de óleo equivalente (boe), incluindo a área de Bacalhau Norte. O início da produção na área está previsto para 2024.
Investing - SP 31/05/2023
O petróleo operava em queda nesta terça-feira, 30, devido a preocupações com o crescimento da economia global, principalmente nos EUA, maior país consumidor do produto no mundo, ofuscando o alívio em relação ao acordo sobre o teto da dívida pública no país.
Às 10h58 de Brasília, o petróleo norte-americano cedia 3,55%, a US$70,09 por barril, enquanto o Brent, que serve de referência para a Petrobras (BVMF:PETR4), se desvalorizava 3,48%, a US$ 74,42 por barril, no mercado futuro.
O presidente norte-americano, Joe Biden, e o líder republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, anunciaram um acordo no fim de semana, após semanas de negociações tensas sobre o aumento do teto da dívida de US$ 31,4 trilhões.
O acordo deve elevar o limite de endividamento por dois anos, adiando as negociações geralmente tensas para depois da eleição presidencial de 2024, além de restringir alguns gastos do governo. Isso encerrou as preocupações com um possível calote dos Estados Unidos em suas obrigações, o que teria graves repercussões econômicas ao redor do mundo.
O acordo ainda precisa passar por ambas as casas do Congresso, profundamente dividido, mas as lideranças dos dois lados parecem confiantes em seu avanço.
A notícia, no entanto, não ajudou a animar o mercado petrolífero nesta terça-feira, diante do temor dos operadores de que, após a remoção dessa ameaça econômica, o Federal Reserve possa se sentir encorajado a aumentar os juros novamente em sua próxima reunião, em junho, o que poderia desaquecer a atividade econômica para combater a inflação.
Esse cenário acabou fortalecendo o dólar, que atingiu a máxima de dois meses na terça-feira, tornando o petróleo mais caro para os compradores estrangeiros.
Os operadores também estão preocupados com o vigor da recuperação econômica da China, maior importadora de petróleo do mundo, antes da divulgação de importantes dados sobre a indústria manufatureira e o setor de serviços em maio, previstos para quarta-feira.
Esses números devem mostrar se houve uma desaceleração maior da retomada econômica no país durante o mês, após uma sequência de indicadores fracos em abril.
O que também deve atrair a atenção dos participantes do mercado é a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) no fim de semana, após alguns sinais mistos da Arábia Saudita e da Rússia no sentido de realizar mais cortes de produção. O cartel e seus aliados reduziram inesperadamente a produção de petróleo em abril.
"Houve uma queda nas posições especulativas de venda no Brent na semana passada, após o aviso da Arábia Saudita, embora as posições vendidas no WTI tenham aumentado, não fornecendo nenhuma indicação clara sobre o sentimento do mercado", ressaltaram os analistas do ING em uma nota.
"A possibilidade de outro corte na produção pela Opep+ em sua reunião de junho parece ser pequena por enquanto, mas não pode ser descartada completamente."
Valor - SP 31/05/2023
Presidente brasileiro também se comprometeu a garantir o fornecimento de energia hidrelétrica
Em reunião bilateral com o argentino Alberto Fernandez, nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que já não há obstáculos jurídicos para financiamento do BNDES para a construção de um gasoduto no país vizinho.
Lula também se comprometeu a garantir o fornecimento de energia hidrelétrica à Argentina e sinalizou com uma possível cooperação entre as estatais de comunicação dos dois países.
Sobre o gasoduto Nestor Kirchner, o Brasil usará seu principal banco de fomento para financiar as exportações de tubos e chapas de aço fabricados por aqui.
Os dois líderes acertaram ainda os detalhes da visita de Estado que Fernandez fará ao Brasil em 26 de junho, para as comemorações dos 200 anos de relação diplomática entre os vizinhos.
Durante o encontro, novos acordos de cooperação deverão ser assinados, conforme informações do Ministério das Relações Exteriores.
Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, no Itamaraty — Foto: Ricardo Stuckert/PR
Petro Notícias - SP 31/05/2023
O hub do gás natural e o cenário de Macaé como Capital da Energia foram acentuados em reunião entre o prefeito da cidade, Welberth Rezende e o diretor executivo de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Júlio César Moreira. A cidade de Macaé está trabalhando a questão da produção de fertilizantes (que utiliza o gás como matéria prima), a fábrica de vidros e atratividades como o gasoduto Rota 5: “O gás é matéria prima dos fertilizantes, o Tepor está aqui com logística, temos a distância pequena da capital, diversos projetos estão sendo consolidados como ainda a ampliação do parque termelétrico. A rede de apoio e serviços já identificou e a cidade tem tudo pra explodir nos próximos anos. Macaé é uma Ferrari com esse potencial de matéria prima”, comparou o prefeito, assegurando a parceria com o IBP.
Para o prefeito da cidade, é importante para Macaé a aproximação com o IBP dentro do atual cenário de desenvolvimento econômico. “Temos o maior hub de óleo do mundo, todas as empresas multinacionais estão em Macaé. O município tem todo o arranjo produtivo definido, infraestrutura e potencial de crescimento”, ressaltou o prefeito, acrescentando que a segurança jurídica da cidade, a ampliação do aeroporto, a segunda maior rede hoteleira do Estado também impulsionam a atração de novos investimentos, como indústrias.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Vianna, explicou que o IBP esteve em Macaé, na semana passada, para a discussão da aplicação de cursos de qualificação e apontou que o governo municipal alavanca o desenvolvimento econômico como uma base para aplicação em políticas públicas: “Macaé possui celeridade, segurança jurídica e eficiência, estamos com ambiente de negócios e desenhamos um plano de ações de aceleração da economia com o plano de energia. Macaé é a única cidade brasileira que faz parte de um fórum de sete cidades produtoras de energia e em breve teremos um grande evento de economia do mar”, afirmou.
O cenário do gás natural foi analisado pelo diretor executivo de Exploração e Produção do IBP, Júlio César Moreira. “O gás no Rio e a nível nacional vai cumprir um papel super importante neste processo de transição energética e também como agente de energia, vamos ver o gás e a possibilidade de gerar o hidrogênio cinza”. Júlio Moreira convidou o prefeito para os próximos eventos de petróleo e energia que o IBP participa, como a OTC Brasil e ressaltou a importância da parceria. “O Estado do Rio está em um cenário de bonança para os próximos anos, com 180 bilhões de dólares de investimentos previstos em descobertas já realizadas principalmente no pré-sal”, finalizou.
TN Petróleo - RJ 31/05/2023
A Pré-Sal Petróleo (PPSA) divulgou nesta terça-feira, 30, o Relato Integrado 2022, documento que disponibiliza informações qualificadas, coesas e transparentes sobre o modelo de negócio e as atividades da empresa. Nele são apresentadas a estratégia, as iniciativas de governança, o desempenho obtido em 2022 e as perspectivas futuras. É uma prestação de contas à sociedade sobre tópicos relevantes da companhia, aliados ao seu Planejamento Estratégico.
O ano de 2022 foi marcado, mais uma vez, por excelentes resultados para a PPSA. Como previsto nos estudos da companhia, a produção de petróleo no regime de partilha de produção foi quase o quádruplo daquela de 2021 e, ao final do ano, foi contabilizada uma arrecadação recorde de R$ 4,71 bilhões para o Tesouro Nacional com a comercialização da parcela de petróleo e gás natural da União, 285% a mais do que no ano anterior.
Além disso, a PPSA passou a gerir 19 contratos de partilha de produção, contra 17 em 2021, e se prepara para receber mais quatro em 2023, fruto do 1º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha. Internamente, a empresa busca a garantia de altos padrões de governança, eficiência, transparência, ética e integridade.
Acesse nosso Relato Integrado – https://www.presalpetroleo.gov.br/wp-content/uploads/2023/05/Relato-Integrado-PPSA2022_30-05.pdf
Acesse o Resumo Executivo do Relato Integrado - https://www.presalpetroleo.gov.br/wp-content/uploads/2023/05/Resumo-Executivo-do-Relato-Integrado_2022_Mod30-05.pdf
Valor - SP 31/05/2023
Setor vê prioridade para produção de fertilizantes, teme repetição de erros do passado e busca maior interlocução com governo federal
Paulo Pedrosa: necessidade de pacificação entre potenciais beneficiados pela iniciativa para não inviabilizar programa — Foto: Leo Pinheiro/Valor
A indústria marcada pelo uso intensivo de eletricidade e gás natural na produção tem buscado maior coordenação entre os interlocutores com o governo no debate sobre o Gás para Empregar, novo programa de reindustrialização apoiado na oferta ampla e mais barata do combustível. A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) pregou ontem, em encontro com jornalistas, a pacificação entre os potenciais beneficiados pela iniciativa como forma de não inviabilizar novamente o esforço de abertura do mercado de gás no país.
O Gás para Empregar, anunciado em março, é a terceira iniciativa de governo em menos de uma década para fomentar o consumo do combustível. O setor de fertilizantes apareceu como o setor mais valorizado no enfoque do programa. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem destacado a importância de reduzir o grau de dependência de fertilizantes importados, estimado em 80%.
O presidente-executivo da Abrace, Paulo Pedrosa, explicou que o Brasil, puxado especialmente pelas reservas dos campos do pré-sal, poderá dobrar a oferta de gás natural de 50 milhões de metros cúbicos (m3) por dia.
“A gente está vendo muitos movimentos voltados para o uso do gás como matéria-prima, na produção de fertilizante, construção de gasoduto ou de termelétricas. Isso não pode ser uma coisa pequena”, disse Pedrosa, sobre o receio de só um setor da indústria ser beneficiado.
O gás tem que vir para descarbonizar a indústria, e não para carbonizar o setor elétrico”
— Paulo Pedrosa
Ele lembrou que o governo Fernando Henrique foi Programa Prioritário de Termelétricas (PPT), no racionamento de energia, para compensar a falta de geração das hidrelétricas. “O programa veio e entregou um gás barato para termelétricas, mas acabou. Não transformou o mercado de gás, só um segmento beneficiado”, afirmou.
Para Pedrosa, o governo poderá aumentar a oferta de gás para o setor produtivo sem se preocupar em ampliar o volume destinado para o sistema elétrico. Isso porque, na corrida pela transição energética, o setor já conta com grande oferta das hidrelétricas e tem aumento crescente de geração eólica e fotovoltaica (solar).
“O gás tem que vir para descarbonizar a indústria, e não para carbonizar o setor elétrico”, disse o presidente da entidade ao defender o papel do gás natural como combustível da transição para a economia de baixo carbono.
Conforme antecipou o Valor, a Abrace preparou um estudo sobre o impacto da redução do preço da molécula para a indústria nacional, em que o Brasil contará com o acréscimo de R$ 1,5 trilhão no PIB até 2032 e gerará 2,6 milhões de empregos em dez anos. O documento foi entregue ontem ao ministro de Minas e Energia.
A jornalistas Pedrosa e o diretor de gás natural da Abrace, Andrianno Lorenzon, comentaram sobre novas sinalizações do governo sobre o programa, como rever a estratégia de enviar uma medida provisória (MP) ao Congresso para ampliar as atribuições da PPSA, estatal responsável por representar a União nos contratos do pré-sal e comercializar o óleo no mercado.
Agora, o governo considera mandar um projeto de lei (PL) para evitar ação na Justiça contra o plano de permitir que a estatal faça permuta (ou swap) do petróleo do pré-sal pelo gás que abastecerá a indústria. Com o projeto de lei, a proposta não teria eficácia imediata como na MP.
Na proposta da Abrace, a PPSA pode ficar encarregada de fazer leilões diários de gás e de longo prazo, como já acontece no setor elétrico. “O governo pode atuar como um ‘matchmaker’ do mercado. No caso da PPSA, por exemplo, a gente defende que ela organize os leilões diários de gás, para ficar como se fosse uma CCEE [Câmara de Comercialização de Energia Elétrica] e criar um mercado secundário de gás no Brasil”, defendeu Pedrosa.
Sobre a necessidade de expandir a malha de gasodutos, a Abrace apoia o financiamento da construção da infraestrutura com recursos do governo. Isso, porém, não poderia onerar a tarifa de energia como já surgiu em emendas “jabutis” no Congresso, com a proposta do Brasduto.
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