Agência Brasil - DF 31/01/2023
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,48% para 5,74% para este ano.
A estimativa consta do Boletim Focus de hoje (30), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,9%. Para 2025 e 2026, as estimativas são de inflação em 3,5%, para ambos os anos.
A previsão para 2023 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, que é de 3%, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em carta ao Ministério da Fazenda, o Banco Central explicou que a inflação só ficará dentro da meta a partir de 2024, quando deverá se situar em 3%, e em 2025 (2,8%). Para esses dois anos, o CMN estabelece uma meta de 3% para o IPCA.
Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, teve aumento de 0,55%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou com uma taxa de 5,79% acumulada no ano. A meta estava em 3,5%, com a mesma margem de tolerância, e podia variar entre 2% e 5%.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Já para 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 8,5%, ao final dos dois anos.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano variou de 0,79% para 0,8%. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,5%.
Para 2025 e 2026, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,89% e 2%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final de 2023. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,30.
CNN Brasil - SP 31/01/2023
Na semana da primeira reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central deste ano, Roberto Campos Neto voltou de férias e seu primeiro compromisso em São Paulo foi um encontro com Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foi uma reunião de alinhamento, como disseram interlocutores do governo à coluna.
A reunião, que aconteceu na manhã desta segunda-feira no escritório da Fazenda na capital paulista, chamou atenção do mercado financeiro pela proximidade com o Copom, num ambiente de críticas à independência do BC e ao sistema de metas para inflação feitas por Luis Inácio Lula da Silva.
Campos Neto e Haddad têm se falado constantemente e vão manter diálogo frequente para alinhamento de tudo que está sendo feito pelo governo, fontes disseram à CNN.
A visita do presidente do BC foi considerada uma “gentileza”, uma iniciativa que reforça a disposição em manter canal aberto no debate sobre política monetária, a cargo do Copom, e da fiscal, sob a gestão de Fernando Haddad.
Nas últimas semanas o BC foi alvo de críticas pelo presidente da República, que questionou o atual patamar de juros, 13,75% ao ano, e as metas de inflação a serem perseguidas pelo Copom, consideradas muito baixas por Lula.
A meta para o IPCA de 2023 é de 3,25%, e de 3% para 2024 e 2025. A expectativa dos agentes econômicos, segundo relatório Focus, estima que a inflação fique em 5,74% este ano, o que significaria um terceiro ano seguido de descumprimento da meta pela autoridade monetária.
Fontes ouvidas pela coluna descartam mudança da meta de inflação por enquanto, considerando o ruído que isso pode causar, além de afetar a credibilidade do Banco Central.
Na próxima quarta-feira o Copom anuncia decisão sobre os juros e deve manter a Selic em 13,75% ao ano. O mercado tem maior expectativa sobre o comunicado da decisão que deve conter alertas sobre os efeitos que uma política fiscal irresponsável e o debate deslocado sobre as metas para o IPCA que podem impactar a inflação e a redução dos juros este ano.
Segundo Focus, a Selic deve terminar 2023 em 12,5%, com início de cortes na taxa só no terceiro trimestre. A estratégia do Copom já visa inflação do início de 2024, quando o IPCA deve se aproximar dos 3%, objetivo do BC para o ano que vem.
Agência Brasil - DF 31/01/2023
As contas do setor público consolidado, formado por governo federal, estados, municípios e empresas estatais, registraram superavit primário de R$ 126 bilhões em 2022. As informações, divulgadas hoje (30) pelo Banco Central (BC), mostram que, em dezembro, o setor público consolidado teve déficit primário de R$11,8 bilhões, ante superavit de R$123 milhões em dezembro de 2021.
No mês, o Governo Central e as empresas estatais foram superavitários em R$ 6,2 bilhões e R$ 637 milhões, respectivamente, enquanto os governos regionais tiveram déficit de R$18,6 bilhões.
O resultado primário é formado pelas receitas menos as despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. Assim, quando as receitas superam as despesas, há superavit primário.
Segundo o relatório de Estatísticas Fiscais do BC, em 2022, os juros nominais do setor público consolidado, apropriados pelo critério de competência, alcançaram R$ 586,4 bilhões, o que representa 5,96% do Produto Interno Bruto (PIB), ante R$ 448,4 bilhões (5,04% do PIB) em 2021. Em dezembro, os juros nominais ficaram em R$ 59 bilhões, comparativamente a R$ 54,4 bilhões em dezembro de 2021.
O resultado nominal do setor público consolidado, formado pelo resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 460,4 bilhões (4,68% do PIB) em 2022, ante R$ 383,7 bilhões (4,31% do PIB) em 2021. Em dezembro, o déficit nominal atingiu R$ 70,8 bilhões, comparativamente a R$ 54,2 bilhões em dezembro do ano anterior.
Dívida Pública
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), que corresponde ao balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais, fechou em 2022 em R$ 5,7 trilhões, o que corresponde a 57,5% do PIB, com elevação de 1,7 ponto percentual.
“Esse aumento decorreu, sobretudo, dos juros nominais apropriados (+6 pontos percentuais), da variação da paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (+1,4 ponto percentual) e do efeito da valorização cambial de 6,5% no ano (+1 ponto percentual), parcialmente contrabalançados pelo crescimento do PIB nominal (-5,3 pontos percentuais) e pelo superávit primário (-1,3 ponto percentual)”, informou o BC.
Globo Online - RJ 31/01/2023
Está previsto para amanhã o primeiro anúncio do Banco Central (BC) sobre juros desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa é que sejam mantidos em 13,75%. Mas é outro o motivo que preocupa os agentes econômicos. O discurso populista de Lula contra o BC, repetido ad nauseam no início do mandato, alimenta a especulação de que o governo tente levar o Conselho Monetário Nacional (CMN) a rever as metas de inflação para os próximos dois anos.
Lula já acusou o BC de incompetência e afirmou que as metas de inflação são duras demais, por isso os juros são altos — duas acusações sem amparo na realidade. Em vigor desde 1999, o sistema de metas é um dos pilares da credibilidade do real. Ao divulgar com antecedência o percentual que o BC deve perseguir, o CMN ancora as expectativas de consumidores, empresários e investidores. O objetivo deste ano é 3,25%. Em 2024 e 2025, de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Há pressão crescente de economistas heterodoxos para que esse objetivo seja aumentado, sob o argumento de que ele dificulta o trabalho do BC ao obrigá-lo a manter o juro alto demais. Trata-se de um equívoco. O BC não estabelece a taxa real de juros, obtida subtraindo a inflação do juro nominal (a Selic de 13,75%). Elevar a meta só contribuiria para deteriorar as expectativas inflacionárias, obrigando a autoridade monetária a praticar juros ainda mais altos para conter a alta de preços.
O resultado, diz relatório da consultoria A.C. Pastore & Associados, viria na forma de “aumento da inflação, com a taxa real dos juros permanecendo alta e o crescimento econômico mais baixo”. É um erro achar que basta subir a meta para que os juros reais caiam. Haveria alta descontrolada dos preços, mantendo o custo do crédito nas alturas. Seria, para empregar o lugar-comum repetido no relatório, equivalente a “tentar apagar o fogo com gasolina”.
É verdade que a inflação ficou acima do teto da meta nos últimos dois anos. O problema da análise heterodoxa é fechar os olhos para as causas. Com o objetivo de se reeleger, Jair Bolsonaro elevou os gastos públicos, aquecendo a demanda. De um lado, o governo aumentava a temperatura e, de outro, o BC tinha de ser mais conservador para esfriá-la.
Com Lula, a incerteza aumentou. Cada ataque ao BC inspira desconfiança. Só falar em mexer nas metas já contribui para gerar inflação. Em fevereiro, o governo deverá indicar um novo nome à diretoria de política monetária do BC. Alguém de perfil heterodoxo traria insegurança. Nas duas próximas reuniões do CMN, em fevereiro e junho, todos estarão de olho na decisão do trio formado pelos ministros Fernando Haddad, Simone Tebet e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Seria temerário se prevalecesse a mentalidade “só um pouquinho de inflação não dói”. Foi o que aconteceu no governo Dilma Rousseff, com o BC sob Alexandre Tombini. O resultado foi uma recessão desnecessária e dolorosa.
As expectativas continuam a mostrar deterioração na projeção de inflação. O maior temor é a gestão das contas públicas. Se Lula fosse mais austero no plano fiscal, o mercado confiaria na capacidade de pagamento do governo e não exigiria juros tão altos para financiar seus gastos. O BC teria então mais espaço para baixar os juros. Lula tem de repetir os acertos de seu primeiro governo, não os erros do governo Dilma.
IstoÉ Online - SP 31/01/2023
O Comitê Monetário do Federal Reserve (Fed, banco central americano) avaliará nesta semana um novo aumento de suas taxas de juros, que o mercado espera ser de menor magnitude que os anteriores, dada a moderação da inflação e o enfraquecimento do mercado imobiliário.
A inflação bateu um recorde de 40 anos nos Estados Unidos em 2002. O banco central dos EUA aplica uma política de aumentos sustentados das taxas de juros para elevar o custo do crédito e, assim, conter o consumo e o investimento, que pressionam a alta dos preços.
Graças a esta política sistemática, o mercado imobiliário e as vendas de varejo dão sinais de fragilidade, e o aumento dos salários começa a moderar, parâmetros que foram levados em conta pelo Fed, cuja atual evolução sugere um aumento das taxas de juros inferior aos últimos adotados pelo organismo.
“Um ritmo mais lento de aumentos dos juros dará ao comitê tempo para avaliar todos os efeitos econômicos do endurecimento (de sua política monetária) até agora”, disse Madhavi Bokil, vice-presidente sênior da Moody’s Investors Service.
Os mercados esperam que o Fed adote um aumento de 25 pontos-base em suas taxas de referência ao final de sua reunião de dois dias, que começa na terça-feira (31). Essa decisão significaria um aumento reduzido pela segunda vez consecutiva.
Desta forma, a taxa de juros de referência do Fed ficaria entre 4,50% e 4,75%, nível registrado pela última vez em 2007.
Em dezembro, o Fed anunciou uma alta de 50 pontos-base, um aumento que ficou abaixo dos 0,75 ponto percentual das quatro reuniões anteriores.
O Fed não quer “continuar pressionando até que a economia entre em recessão”, disse à AFP Rubeela Farooqi, da High Frequency Economics.
– A batalha continua –
A batalha contra a inflação “está longe de ser vencida”, adverte o especialista da Moody’s.
Embora a demanda pareça estar se moderando e os gargalos do lado da oferta tenham se solucionado lentamente, o gasto dos consumidores continua resistindo.
Essa conjuntura impede que a inflação caia mais rapidamente e sugere que a “taxa terminal” do Fed – o nível no qual ele deixará de aumentar as taxas de juros – permanece desconhecida.
Bokil explicou à AFP que o mercado de trabalho – com níveis de desemprego historicamente baixos em 3,5% – teria que ceder um pouco para que a inflação realmente caísse e se aproximasse da meta do Fed.
O Federal Reserve tem como meta uma inflação anual de 2%, um nível considerado saudável para a economia.
– “Pouso suave” –
O fato de o mercado de trabalho não ter entrado em colapso com o aperto da política monetária faz com que muitos especialistas pensem em um “pouso suave” da economia, em que a inflação cai sem provocar perdas significativas de empregos ou uma grande recessão.
“Ninguém disse que organizar um pouso suave é fácil, mas nossa suposição básica é que, se o Fed parar de aumentar as taxas em breve, o risco de uma recessão grave é muito pequeno”, explicou Ian Shepherdson, da Pantheon Macroeconomics.
Se o Fed aumentar muito os juros, um “grande perigo” seria uma recessão desnecessária, acrescentou.
CNN Brasil - SP 31/01/2023
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) registrou alta de 0,21% em janeiro, após subir 0,45% no mês anterior, informou nesta segunda-feira (30) o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Em 12 meses, o índice acumula alta de 3,79%.
O resultado mensal veio em linha com a expectativa de analistas, segundo pesquisa da Reuters.
Em janeiro de 2022, o índice havia subido 1,82%, com alta de 16,91% acumulada em 12 meses.
O índice é conhecido como “inflação do aluguel” por ser usado para reajustar grande parte de contratos do setor.
Segundo o instituto, entre os índices componentes do IGP-M, o índice ao produtor segue registrando arrefecimento das pressões inflacionárias.
“O preço das matérias-primas brutas desacelerou de 2,09% para 1,55% e, entre os bens intermediários, cuja taxa passou de -0,30% para -1,06%, a queda foi intensificada diante do comportamento de combustíveis e lubrificantes para a produção, cujos preços recuaram ainda mais passando de -2,26% para -5,05%”, diz André Braz, Coordenador dos Índices de Preços, em nota de divulgação.
“Na contramão da inflação ao produtor segue a do consumidor, que passou de 0,44% para 0,61% em dezembro, por força do reajuste das mensalidades de escolas e cursos, cujos preços subiram em média 4,55%”, afirma.
Composição do índice
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,10% em janeiro, após alta de 0,47% em dezembro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais caiu 0,05% em janeiro. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de -0,29%.
“A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -0,29% para 2,64%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,10% em janeiro, após queda de 0,09% no mês anterior”, diz a pesquisa.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -0,30% em dezembro para -1,06% em janeiro.
“O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -2,26% para -5,05%. O índice de Bens Intermediários, obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,21% em janeiro, ante alta de 0,13% em dezembro”.
O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 1,55% em janeiro, após alta de 2,09% em dezembro.
“Contribuíram para alta menos intensa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (16,32% para 9,26%), cana-de-açúcar (0,28% para -0,60%) e bovinos (1,55% para 0,65%). Em sentido oposto, destacam-se os seguintes itens: leite in natura (-4,75% para 0,22%) soja em grão (-1,52% para -0,92%) e milho em grão (-0,69% para 0,40%)”.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,61% em janeiro, após alta de 0,44% em dezembro.
“Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (-0,26% para 2,04%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item cursos formais, cuja taxa passou de 0,00% em dezembro para 4,55% em janeiro”.
Registraram decréscimo nas taxas de variação os grupos Alimentação (0,99% para 0,61%), Habitação (0,42% para 0,09%) e Vestuário (0,67% para 0,25%).
“Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: hortaliças e legumes (9,75% para 2,10%), tarifa de eletricidade residencial (1,27% para -0,94%) e roupas (1,01% para 0,24%)”.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,32% em janeiro, ante 0,27% em dezembro.
“Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de dezembro para janeiro: Materiais e Equipamentos (0,37% para -0,26%), Serviços (0,43% para 0,53%) e Mão de Obra (0,16% para 0,77%)”.
IstoÉ Online - SP 31/01/2023
Divórcio ou apenas efeito da covid? Em 2022, a China pode não ter sido o maior parceiro comercial dos Estados Unidos pela segunda vez desde 2008, como resultado de uma tensão de intensidade incomum.
Os dados do comércio exterior de todo o ano passado ainda não são conhecidos, mas os divulgados para novembro pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos confirmam: as importações de produtos da China já não fluem no mesmo ritmo.
É certo que 2022 baterá o recorde de importações da China para os Estados Unidos, mas, nos primeiros 11 meses do ano, os americanos terão importado mais, em valor, da União Europeia do que do gigante asiático, segunda maior economia do mundo. Exceto em 2019, quando a guerra comercial entre os dois países estava em pleno apogeu, isso não acontecia desde 2008.
“Houve um realinhamento da globalização desde 2018”, explicou Robert Koopman, professor da American University em Washington e ex-economista-chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC). “As empresas buscam diversificar seus abastecimentos, para evitar a tensão geopolítica sino-americana, os efeitos da pandemia e as perturbações causadas pelos riscos climáticos” em uma área geográfica específica, explicou.
Após dois anos de queda, em 2019 e 2020, sob efeito da guerra comercial entre as duas potências, e após as dificuldades no comércio mundial devido à pandemia, as importações americanas de produtos chineses se reativaram em 2021, mas sem voltar ao nível anterior.
– Substituição –
Acima de tudo, segundo um estudo do Peterson Institute for International Economics (PIIE), as importações da China foram retomadas em um ritmo mais lento do que antes da guerra comercial, ao contrário das compras do restante do mundo.
“Definitivamente, houve uma certa substituição de fornecedores”, que passaram da China para outros países, como Vietnã e México, ressaltou Mary Lovely, pesquisadora do PIIE, explicando que isso se deve, em parte, aos próprios investidores chineses, que abriram fábricas fora do seu país de origem.
“No México, é diferente”, explicou Mary. “Houve algum investimento chinês, porém, mais do que tudo, tratam-se de multinacionais que desejam se aproximar do mercado americano.”
Em constante evolução há duas décadas, as exportações vietnamitas também ganharam impulso desde 2018, mais do que dobrando de valor, tornando aquele país asiático um dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos.
As importações de outros países asiáticos também crescem com força: Taiwan, Coreia do Sul e Malásia ganham fatias do mercado nos Estados Unidos.
– Desacoplamento? –
Seriam esses os primeiros sinais de desacoplamento entre as economias americana e chinesa? O tema divide os especialistas, que ainda carecem de retrospectiva sobre o impacto da política tarifária americana e a crise sanitária nesse intercâmbio.
Ryan Sweet, economista-chefe para os Estados Unidos da Oxford Economics, destacou que os americanos, uma vez levantados os confinamentos, “gastaram muito dinheiro em produtos que costumam ser importados, mas, agora, gastam mais com serviços, o que repercute na demanda de bens e, portanto, nas importações”.
A essa opinião se soma, em parte, Emily Benson, pesquisadora do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington, para quem, “embora a pandemia não tenha terminado, os atores econômicos e governos começam a agir como se fosse o caso, e o comércio volta a níveis normais”.
Uma das consequências da “reorganização do comércio mundial” e da “diversificação geográfica é ver que as redes de abastecimento já não começam na China, e sim no Sudeste Asiático ou mais perto dos Estados Unidos”, acrescentou Emily. Normas americanas, como a recente Lei de Redução da Inflação (IRA) ou a Lei dos Chips, que pretende retornar aos Estados Unidos parte da produção de semicondutores, “são indicadores claros do desejo do governo de Joe Biden de se desvincular da China”, indicou Robert Koopman.
O entrelaçamento das duas economias é tamanho que, no entanto, esse efeito parece difícil de se obter. “A tensão aumenta entre Estados Unidos e China”, reconheceu Ryan Sweet. “Mas isso não significa que os Estados Unidos deixarão de importar produtos chineses. Com o tempo, veremos uma diversificação dos fornecimentos, principalmente porque os fabricantes não irão colocar todos os ovos na mesma cesta.”
CNN Brasil - SP 31/01/2023
A economia global enfraquecerá este ano, com o aumento das taxas de juros e a guerra da Rússia na Ucrânia continuando a pesar sobre a atividade. Mas os economistas estão mais otimistas do que há alguns meses.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta segunda-feira (30) que agora espera que o crescimento global desacelere de 3,4% em 2022 para 2,9% em 2023. Isso é acima da previsão de 2,7% em outubro.
A atualização nas perspectivas reflete a “reabertura repentina” da China, que o FMI disse que “abre caminho para uma rápida recuperação da atividade”. Ele também citou uma resiliência inesperada em várias economias no segundo semestre de 2022, bem como uma melhora nas condições financeiras globais à medida que a inflação começa a diminuir e o dólar americano cai de suas máximas.
“A perspectiva é menos sombria do que em nossa previsão de outubro e pode representar um ponto de virada, com o crescimento chegando ao fundo do poço e a inflação caindo”, escreveu Pierre-Olivier Gourinchas, diretor de pesquisa do FMI, em um blog.
Novas previsões
O FMI enfatizou que o crescimento neste ano “permanecerá fraco pelos padrões históricos”. Entre 2000 e 2019, a média anual foi de 3,8%.
Os bancos centrais precisarão continuar sua campanha agressiva para reduzir a inflação, alta de décadas, o que resultará em uma desaceleração da atividade econômica. Ele previu que “nove em cada dez economias avançadas provavelmente irão desacelerar”.
Nos Estados Unidos, o crescimento deve desacelerar de 2% em 2022 para 1,4% em 2023. A Europa – cuja economia se mostrou surpreendentemente resistente apesar da crise energética da região, em parte devido a um inverno ameno até agora – prevê crescimento entre os 20 países que usam o euro caem de 3,5% para 0,7%.
O Reino Unido deverá registar uma contração de 0,6%. É a única economia do G7 projetada para encolher este ano.
Ainda assim, o FMI vê algumas melhorias nas perspectivas. Um dos principais motivos é a China.
Pequim encerrou sua rígida política de “covid zero” no final do ano passado, reabrindo suas fronteiras e se afastando das duras políticas de quarentena e testes que impediram o crescimento da segunda maior economia do mundo. Sua expansão de 3% em 2022 foi um dos piores desempenhos do país em décadas.
O FMI agora prevê que o crescimento na China se recuperará para 5,2% este ano, notavelmente acima de sua estimativa anterior.
As tendências da inflação também são promissoras. O FMI observou que “as medidas gerais [estão] diminuindo na maioria dos países”, mesmo que os aumentos de preços de bens e serviços excluindo alimentos e energia ainda não tenham atingido o pico em muitos casos.
A leitura anual da inflação nos EUA atingiu uma alta em junho, enquanto a inflação na Europa caiu desde outubro, quando atingiu um recorde.
A previsão do FMI é que a inflação global diminua de 8,8% em 2022 para 6,6% em 2023 e 4,3% em 2024. Antes da pandemia, estava perto de 3,5%.
Enquanto isso, uma retração na força do dólar americano desde novembro tem sido útil para mercados emergentes e economias em desenvolvimento. A alta acentuada do dólar tornou mais cara a importação de commodities, incluindo alimentos e energia, e elevou o custo do pagamento de juros de algumas dívidas.
Os riscos para as perspectivas permanecem substanciais, alertou o FMI. A recuperação da China pode perder força se futuras ondas de coronavírus mantiverem as pessoas em casa ou se o vulnerável setor imobiliário desacelerar acentuadamente.
A inflação pode permanecer elevada por mais tempo do que os bancos centrais gostariam, exigindo uma política monetária mais rígida. A guerra na Ucrânia continua sendo uma fonte importante de incerteza. Uma escalada pode aumentar as interrupções nos mercados de alimentos e energia.
Por enquanto, porém, está se sentindo um pouco melhor nos próximos 12 meses – embora enfatize que não serão fáceis.
“Desta vez, as perspectivas econômicas globais não pioraram”, escreveu Gourinchas. “Essa é uma boa notícia, mas não o suficiente. O caminho de volta à plena recuperação, com crescimento sustentável, preços estáveis e progresso para todos, está apenas começando”.
Infomoney - SP 31/01/2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (30), que trabalhará para concluir o acordo entre Mercosul e União Europeia ainda no primeiro semestre de 2023. Após encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, no Palácio do Planalto, o mandatário defendeu, no entanto, mudanças nos termos das tratativas mantidas por seus antecessores.
“Alguma coisa tem que ser mudada. Ele não pode ser feito tal como ele está lá. Nós vamos tentar mostrar ao lado europeu o quanto estamos flexíveis e queremos que os europeus nos mostrem quanto eles serão flexíveis”, afirmou.
Lula lembrou que quase conseguiu chegar a um final feliz nas negociações para um acordo entre os blocos em seu segundo mandato à frente da Presidência da República. Mas dois pontos principais teriam travado as negociações. De um lado, Brasil e Argentina não aceitavam medidas que limitassem sua reindustrialização. Do outro, franceses adotavam postura protecionista em relação à produção agrícola.
“Uma coisa que para nós é muito cara são compras governamentais. Eu queria deixar claro que, em um país em via de desenvolvimento como o Brasil, as compras governamentais são uma forma de se fazer crescerem pequenas e médias indústrias brasileiras. Se abrirmos mão disso, nós estamos jogando fora a oportunidade de nossas pequenas e médias empresas crescerem. Vamos sentar na mesa da forma mais aberta possível”, salientou.
“Na hora da negociação, você tem que decidir se senta à mesa para dizer ‘sim’ ou para dizer ‘não’. O meio termo é negociar algo que melhore para aqueles que se sentem prejudicados”, disse.
“Mas eu quero dizer ao chanceler Olaf Scholz que nós vamos fechar esse acordo, se tudo der certo, quem sabe, até o meio deste ano. Até o fim deste semestre é nossa ideia de tentar encaminhar para que a gente tenha um acordo e comece a discutir outros assuntos, porque temos muitas coisas pela frente, e não apenas esse acordo”, prosseguiu.
Negociado por mais de 20 anos, o acordo UE-Mercosul teve um anúncio de conclusão geral em 2019, mas ainda há um longo caminho pela frente para sua efetiva entrada em vigor. Isso porque o tratado precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados integrantes de ambos os blocos econômicos.
Na prática, significa que o acordo terá que ser aprovado pelos parlamentos e governos nacionais dos 31 países envolvidos, uma tramitação que levará anos e poderá enfrentar resistências.
Lula também foi questionado sobre uma possível adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). Criada em 1961, e com sede em Paris, a organização atualmente conta com 37 países, incluindo algumas das principais economias desenvolvidas do mundo, como Estados Unidos, Japão e países da União Europeia. É vista como um “clube dos ricos”, mas também tem entre seus membros economias emergentes latino-americanas, como México, Chile e Colômbia.
Embora tenha exaltado a postura favorável ao multilateralismo em seus outros dois mandatos, o presidente admitiu o desinteresse naquela época de ingressar ao grupo. Agora, no entanto, Lula diz que a postura pode mudar.
“Obviamente que o Brasil tem interesse em participar da OCDE. O que nós queremos é saber qual é o papel do Brasil na OCDE. Qual é o papel do Brasil? Você não pode participar em qualquer organismo internacional sendo cidadão menor, inferior, como se você estivesse sendo observador”, disse.
“Estamos dispostos a discutir outra vez e saber quais são as condições de entrada de um país do tamanho do Brasil na OCDE”, continuou.
Durante sua fala a jornalistas, Lula voltou a defender uma reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), de modo que o Conselho de Segurança seja formado por mais países (inclusive pelo Brasil, que pleiteia a posição desde a formação do organismo internacional, até mesmo a Alemanha, alijada em razão da posição adotada na Segunda Guerra Mundial), em uma representação mais fiel à atual correlação de forças na cena política internacional.
“Nós queremos que o Conselho de Segurança da ONU tenha força, tenha mais representatividade, que possa falar mais uma linguagem que o mundo está necessitando. Quando a ONU estiver forte, vamos evitar certamente possíveis guerras que acontecem, porque hoje elas acontecem por falta de negociação, de um conjunto de países que interfiram nisso. Nós vamos continuar brigando”, afirmou.
Lula também defendeu a importância de se retomar o funcionamento adequado da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a criação de um grupo de países para discutir a paz no mundo – e que neste momento se debruce sobre possíveis soluções para a guerra provocada pela invasão da Rússia ao território da Ucrânia.
“O que é preciso é constituir um grupo com força suficiente para ser respeitado numa mesa de negociação. E sentar com os dois lados”, disse. “O Brasil está disposto a dar uma contribuição”, ressaltou.
Lula citou a participação de países como a Índia, a Indonésia e, principalmente, a China nesse processo. “Nossos amigos chineses têm um papel muito importante. Está na hora da China colocar a mão na massa”, continuou. Lula também comparou com o esforço empregado para debelar a crise econômica em 2008, quando foi criado o G20.
“Temos que criar outro organismo, da mesma forma que criamos o G20, quando aconteceu a crise econômica em 2008, queremos propor um G20 para por fim ao conflito Rússia e Ucrânia”. Lula garantiu que vai levar a ideia ao presidente americano, Joe Biden, em visita aos Estados Unidos em fevereiro, e ao presidente chinês, Xi Jinping, em março, quando for visitar a China.
O presidente brasileiro confirmou ter sido contra o envio de munições de tanques de guerra à Ucrânia por não concordar com o conflito do país com a Rússia. O pedido foi feito na semana passada pelo próprio governo alemão, que, por sua vez, tem ajudado diretamente a Ucrânia com envio de armamentos.
“O Brasil não tem interesse em passar as munições, para que elas não sejam utilizadas para a guerra entre Ucrânia e Rússia. O Brasil é um país de paz, o último contencioso nosso foi na guerra do Paraguai. O Brasil não quer ter participação, mesmo que indireta”, disse.
Do lado alemão, Olaf Scholz falou que a guerra é uma violação do direito internacional e voltou a condenar a Rússia.
“Essa guerra não é uma questão europeia, mas uma questão que diz respeito a todos nós. É uma violação flagrante do direitos internacionais e da ordem internacional que acordamos em conjunto. Ninguém pode mexer em fronteiras de forma violenta, isso são tradições que pertencem ao passado”.
O chanceler alemão também comentou os ataques golpistas ocorridos no Brasil em 8 de janeiro, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiu o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“As imagens (…) ainda estão muito presentes na nossa memória e nos deixa profundamente consternados. Ainda vemos alguns resquícios dessa destruição e são sinais de que temos que defender a democracia. Os democratas devem cerrar fileiras diante de um ataque de tal maneira ultrajante contra nossas instituições”, disse.
“A democracia brasileira é forte e foi capaz de resistir a esse ataque. O que é impressionante e serve de modelo”, continuou.
Em sua fala, Scholz defendeu uma colaboração entre Alemanha e Brasil na luta contra mudança climática, com foco na proteção da Floresta Amazônica, ampliação do uso de energias renováveis e produção de hidrogênio verde.
O chefe de Estado também destacou a importância do acordo entre União Europeia e Mercosul e falou em uma “transformação social justa” das duas economias.
“Ao Brasil cabe um papel fundamental na proteção do clima do nosso planeta. Sem a proteção das florestas tropicais no Brasil e na América Latina, não vamos conseguir alcançar as metas do Acordo de Paris e de garantir as bases da nossa existência”, afirmou.
“Lula e eu concordamos que o acordo UE-Mercosul é do interesse de ambas as regiões, e ambos queremos que haja um rápido avanço nesta questão. O acordo deve preparar caminho para a transformação de nossas economias e fortalecer a cooperação tecnológica e industrial. Deve também fortalecer a proteção ambiental e climática, e elevar os padrões em matéria de direitos trabalhistas e sociais”, pontuou.
Ao final de seu discurso, o chanceler alemão disse estar “muito feliz” com a “volta do Brasil à cena mundial”. “Vocês fizeram falta”, disse, em comparação velada à postura entendida como isolacionista do governo anterior.
IstoÉ Online - SP 31/01/2023
Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram os ganhos após o feriado de Ano Novo Lunar de uma semana na China, ao subir mais de 3% para uma máxima do contrato nesta segunda-feira, com o otimismo em torno das perspectivas de demanda para a maior produtora de aço do mundo.
O contrato de minério de ferro para maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 2%, a 873,50 iuanes (129,40 dólares) a tonelada, depois de atingir a máxima contratual de 890 iuanes.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de março de referência do ingrediente siderúrgico subiu 1,1%, para 127,80 dólares a tonelada, diminuindo frente a uma máxima da sessão de 130,55 dólares.
“Precisamos esperar para ver se o rali de reabertura mantém a vivacidade com que entrou no período de férias ou se esse otimismo agora está se esgotando”, disse o diretor administrativo da Navigate Commodities, Atilla Widnell.
O sentimento geral do mercado foi positivo, com os traders comemorando os dados mostrando que as viagens de férias do Ano Novo Lunar dentro da China aumentaram 74% em relação ao ano passado, depois que as autoridades eliminaram as restrições de viagens da Covid-19.
Somando-se ao clima otimista, o banco central disse no domingo que renovaria três ferramentas de empréstimo para aumentar o apoio a setores específicos da economia.
No mercado spot, o minério de ferro com teor de 62% de referência foi negociado a 130,00 dólares a tonelada, depois de já ter alcançado na véspera o maior valor desde junho, com base em dados da consultoria SteelHome.
A australiana Fortescue Metals disse na sexta-feira que esperava uma recuperação econômica sólida na China, principal compradora de minério de ferro.
Mas preocupações com uma intervenção regulatória, já que a China alertou contra a especulação de preços, podem reduzir os ganhos.
A China “se tornará mais vigorosa e expressiva em sua narrativa sobre o que considera preços supervalorizados do minério de ferro – se eles continuarem subindo”, disse Widnell.
Money Times - SP 31/01/2023
O Santander engrossa a fila de instituições que já lançaram suas apostas para a temporada de resultados do quarto trimestre de 2022 do setor de mineração e siderurgia.
Em linha com as projeções de Bradesco BBI e XP Investimentos, o Santander acredita que as mineradoras estão no ponto para entregar a melhor performance do período, enquanto produtores de aço vão apresentar mais uma leva de números mais fracos.
Para as companhias de mineração, analistas esperam que a CSN Mineração (CMIN3) se sobressaia positivamente, seguida por Vale (VALE3).
Entre as siderúrgicas brasileiras, Usiminas (USIM5) terá a pior performance, com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) despencando 49% no comparativo trimestral, estimam. Gerdau (GGBR4) também deve reportar queda (-32% t/t).
A CSN (CSNA3), junto com CSN Mineração e Vale, é cotada como um dos destaques positivos do setor na temporada.
Top pick
O Santander segue com Vale como ação top pick. A estimativa dos analistas para a produção de minério de ferro é de 80 milhões de toneladas no quarto trimestre do ano passado, com a recuperação dos resultados vindo principalmente dos volumes de vendas mais fortes e de sólidos preços realizados. O Ebitda esperado para a mineradora é de US$ 5,1 bilhões.
“Continuamos vendo riscos para cima para os preços do minério de ferro e reconhecemos que as incertezas relacionadas à atividade econômica global podem continuar pesando sobre os preços da commodity nos próximos meses. Porém, esperamos que a oferta persistentemente fraca e um suporte de custos maior limitem o risco de queda nos níveis atuais”, afirmam Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, em relatório publicado na última semana e divulgado nesta segunda-feira (30).
Os analistas acreditam que a combinação de uma produção de minério de ferro sazonalmente mais fraca no primeiro semestre de 2023 com melhorias graduais na atividade econômica chinesa irá destravar um momentum melhor para os preços da matéria-prima siderúrgica.
“Estimamos uma média de US$ 100/tonelada para os preços do minério de ferro em 2023, com os preços mostrando desempenho acima de US$ 100/tonelada no primeiro semestre de 2023”, completam.
É cedo para comemorar?
Na avaliação do Inter Research, o quarto trimestre de 2022 das mineradoras e siderúrgicas não deve vir fora do normal. Para a instituição, é possível que a Vale se apresente como destaque positivo da safra, embora chame atenção para alguns pontos, como operações do Sistema Norte ainda afetadas e a unidade de metais básicos com alguns reflexos de parada.
O Inter adota uma posição de cautela em relação à Vale – na verdade, ao movimento de recuperação da economia chinesa, citando a incerteza em relação ao ritmo de retomada da atividade no país.
Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, explica que o que tem contribuído para a alta dos preços do minério de ferro é o otimismo que o mercado tem gerado sobre o processo de reabertura da segunda maior economia do mundo e de estocagem sazonal antes do Ano Novo Lunar.
“Todo ano tem essa busca maior por minério de ferro por conta do feriado”, afirma.
Por isso, com a China voltando do feriado prolongado de Ano Novo Lunar, fevereiro será um mês “extremamente importante” para entender ou antecipar como será realmente a demanda chinesa para o restante do ano, acrescenta Joubert.
Para completar, a analista ainda vê o setor imobiliário chinês em situação delicada.
“O setor está passando por mudança estrutural. Você precisa entender o patamar de demanda e oferta e qual será o preço de equilíbrio”, diz. A recomendação do Inter é “neutro” para Vale.
O Santander tem recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para Vale, CSN, CSN Mineração e Gerdau. A Usiminas é “neutro” pela classificação do banco.
Valor - SP 31/01/2023
Grupo de 1.061 atingidos movem uma ação contra a Tüv Süd no Tribunal Regional Superior de Munique
A Associação de Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão, de Brumadinho (Avabrum) entregou hoje (30) ao primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, um ofício pedindo ajuda no diálogo com a Tüv Süd, consultoria responsável pela auditoria de segurança da barragem de Brumadinho (MG). Um grupo de 1.061 atingidos movem uma ação contra a Tüv Süd no Tribunal Regional Superior de Munique.
A acusação é de negligência, que levou ao rompimento da barragem e à morte de 270 pessoas e perdas na flora e na fauna. O pedido de indenização é de 450 milhões de euros (em torno de R$ 2,5 bilhões).
No ofício, a associação também pede para seja designado um representante do governo alemão para organizar as conversas entre a empresa e os atingidos. "Nós, familiares das vítimas e atingidos da maior tragédia-crime industrial do Brasil, exigimos que a Tüv Süd nos trate com respeito. A Tüv Süd, através da sua certificação fraudulenta da barragem desmoronada no Brasil, é parcialmente responsável pelas nossas perdas e pelas mortes", diz um trecho do ofício.
Os atingidos também pedem interferência do chanceler no caso, exigindo que a Tüv Süd se abstenha de adotar manobras legais para proteger seus interesses e assuma sua responsabilidade parcial pelas mortes e prejuízos.
A Avabrum acrescentou que tem apoio do IG BCE, entidade que representa trabalhadores na Alemanha, e pelo seu presidente Michael Vassiladis.
Valor - SP 31/01/2023
O plano permitirá à Renault avançar com a divisão de seu negócio de carros elétricos, conhecido como Ampere, que a empresa deseja listar em uma oferta pública inicial ainda neste ano
A Renault concordou em reduzir sua participação na Nissan Motor, após longas negociações para resolver atritos em sua aliança de duas décadas, e, assim, abre-se caminho para as montadoras competirem com mais eficiência em uma indústria automobilística em rápida mudança.
A montadora francesa reduzirá sua participação na Nissan para manter uma participação cruzada de 15% com o restante de sua fatia a ser transferida para um fundo francês para uma venda coordenada ao longo do tempo, disseram as empresas na segunda-feira. O plano, que ainda requer a aprovação final dos respectivos conselhos de administração das empresas, permitirá à Renault avançar com a divisão de seu negócio de carros elétricos, conhecido como Ampere, que a empresa deseja listar em uma oferta pública inicial ainda neste ano.
O acordo ocorre após meses de negociações tensas e que quase fracassaram no final do ano passado, devido a divergências sobre propriedade intelectual e sobre a avaliação do negócio de veículos elétricos da Renault, disseram pessoas familiarizadas com a situação. Datada de 1999, a aliança foi estabelecida quando a Renault resgatou a Nissan com uma injeção de dinheiro para formar uma das maiores parcerias automotivas do setor. Ao longo dos anos, rivalidades e suspeitas mútuas aumentaram com as tensões se espalhando na política nipo-francesa, quando a Renault pensou em fundir as duas empresas para culminar na queda do ex-líder Carlos Ghosn.
A Renault vem avançando em uma reviravolta sob o comando do CEO, Luca de Meo, incluindo a difícil saída da Rússia, seu segundo maior mercado, após a invasão da Ucrânia. Desde março do ano passado, depois que Meo lançou planos para uma reforma profunda, as ações da Renault subiram 75%.
“Uma estrutura de capital redimensionada deve ajudar a manter a aliança viável, mantendo as sinergias e abrindo oportunidades estratégicas para ambos os lados”, disse o analista da Jefferies, Philippe Houchois, em nota. “A Renault resistiu à pressão para vender nos níveis atuais e agora está em posição de alocar melhor o excesso de capital para crescimento e acionistas.”
"O anúncio amplamente esperado da Renault de que venderá sua participação de 43,3% na Nissan para ficar com apenas 15% potencialmente desbloqueia 4 bilhões de euros antes dos impostos para ajudar a suavizar a transição para os BEVs e tornar a aliança mais equitativa. A Nissan também investirá no Ampere, o negócio EV puro da Renault, que ajudará nas economias de escala do BEV. A participação indesejada de 28,4% da Nissan será transferida para um fundo e alienada quando “comercialmente razoável”, diz Michael Dean, analista automotivo da Bloomberg Intelligence.
Renault, Nissan e a parceira júnior Mitsubishi Motors planejam avançar por meio de colaborações em projetos específicos, inclusive na Índia, América do Sul e Europa. A Nissan também investirá no negócio de veículos elétricos e software da Renault, Ampere, com o objetivo de se tornar um acionista estratégico, de acordo com o comunicado. A Bloomberg News informou pela primeira vez sobre o par chegando a um acordo sobre o reequilíbrio e os principais projetos em princípio na semana passada.
A Nissan pode investir de US$ 500 milhões a US$ 750 milhões em uma participação de cerca de 15% na Ampere, disseram pessoas familiarizadas. O acordo com a Nissan é crucial para Meo seguir em frente com sua própria estratégia, envolvendo uma divisão em cinco unidades diferentes, incluindo também uma entidade separada para o legado de negócios de motores de combustão da Renault com a nova parceira chinesa Zhejiang Geely Holding.
Os diretores independentes da Nissan endossaram as propostas da Renault no início deste mês com um evento para o anúncio oficial planejado provisoriamente para 6 de fevereiro em Londres, disseram pessoas familiarizadas com a situação.
Aproximação
Os dois lados estão se aproximando de uma decisão desde o início do ano passado. Um acordo final abordará um desequilíbrio de poder que há muito incomoda os executivos no Japão. Embora a Renault detenha a maior participação de 43% com direito a voto, a Nissan fabrica mais carros enquanto possui uma participação de 15% na montadora francesa sem direito a voto.
Os crescentes custos de eletrificação e a rápida inovação tecnológica significam que Renault e Nissan não podem se dar ao luxo de desperdiçar alguns dos benefícios derivados da aliança, como compras comuns e plataformas de carros.
A colaboração contínua em vários projetos industriais foi uma condição crucial para a Renault obter a aprovação do reequilíbrio da aliança do governo francês, seu acionista mais poderoso. A Renault propôs trabalhar em 10 projetos comuns, disseram as pessoas.
Portos e Mercados - SP 31/01/2023
O Porto Itapoá movimentou 950.512 TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade de contêiner de 20 pés) no ano de 2022, representando um crescimento de 7,6% em relação ao que foi movimentado pelo Terminal em 2021. O número de navios que passaram por Itapoá também cresceu: foram 555 navios em 2022, número 4,68% maior do que no ano anterior. As exportações pelo Terminal também cresceram cerca de 11% no último ano.
Para o presidente do Porto Itapoá, Cássio Schreiner, os números consolidam o Terminal norte-catarinense entre os Top 5 do Brasil. “Tivemos uma evolução bastante significativa em nossos indicadores, principalmente pelo esforço e comprometimento de nossa equipe e isso está sendo percebido pelo mercado”. Um ponto importante nessa evolução, aponta Schreiner, foi a transição ou migração de clientes de outros terminais portuários para Itapoá.
Uma das operações que teve grande impacto positivo foi o segmento de cargas refrigeradas chamadas comumente de reefer. Schreiner explica que a localização do Porto Itapoá é bastante estratégica nesse sentido: “Paraná e Santa Catarina são grandes produtores de proteína animal para exportação”.
No ano passado, as exportações deste tipo pelo Porto Itapoá cresceram 41% em relação a 2021. As operações reefer por cabotagem (dentro do território brasileiro), cresceram mais de 50% na saída e 47% na chegada destas cargas. Atualmente, o Terminal conta com 2.892 tomadas dedicadas a contêineres refrigerados.
A cabotagem como um todo foi um elemento importante no crescimento do porto, tendo crescido 57% entre um ano e outro. “Em 2022, passamos a operar com novos armadores e, consequentemente, oferecer novas linhas para nossos clientes”, analisa Schreiner.
Valor - SP 31/01/2023
Segundo o ministro da Fazenda, após a queda da produção da Bolívia, não faltará demanda mesmo com o pré-sal, e por isso "financiar a indústria de aço no Brasil para fazer gasoduto, que tem o gás como garantia, não é se contradizer"
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (30) que existe interesse crescente pelo aproveitamento do gás do pré-sal e que, segundo conversas que teve com a indústria química, haverá demanda suficiente para esse gás e para a oferta do gasoduto de Vaca Muerta, na Argentina.
"Com a queda da produção de gás da Bolívia, não vai faltar demanda de gás no Brasil mesmo que utilize a produção do pré-sal. Então financiar a indústria de aço no Brasil para fazer gasoduto, que tem o gás como garantia, não é se contradizer" afirmou o petista, que foi questionado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) se não era contrassenso financiar obras no exterior diante das demandas internas.
"É possível pensar em parcerias com os argentinos, como no caso do gás ou do potássio, até porque do ponto de vista econômico é sustentável. Talvez nem precisasse de financiamento público", disse Haddad. "A gente deveria explorar essa questão sem dogmatismo. Lembrando que tem uma discussão ambiental que deve ser considerada por causa do xisto, mas que, pelos relatos que tive, americanos resolveram de forma diferente, com preocupação ambiental."
"A matriz energética que está se desenhando no Brasil é complexa, mas envolve uma transição que pode ser uma das mais rápidas que pode ser feita no mundo", disse. "Estamos bem posicionados para produzir insumos para a bateria elétrica, insumos para energia limpa, estão à mão. Temos oportunidades muito boas e a reforma tributária pode ajudar muito", acrescentou.
Haddad durante reunião na Fiesp — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo
CNN Brasil - SP 31/01/2023
É provável que um painel da Opep+ recomende manter a atual política de produção de petróleo do grupo quando se reunir nesta semana, disseram dois delegados da Opep+ à Reuters nesta segunda-feira (30).
Ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia, conhecidos coletivamente como Opep+, devem realizar uma reunião virtual em 1º de fevereiro.
O painel, chamado Joint Ministerial Monitoring Committee (JMMC), pode convocar uma reunião completa da Opep+, se justificado.
O JMMC deveria seguir uma reunião do comitê técnico conjunto da Opep+, o JTC, em 31 de janeiro. Isso foi cancelado, disseram três fontes da Opep+ à Reuters nesta segunda-feira.
O JTC aconselha o JMMC e a reunião ministerial geral da Opep+ sobre os fundamentos do mercado.
Infomoney - SP 31/01/2023
O mercado de petróleo foi abalado neste fim de semana e início de segunda-feira (30) com as notícias de que locais no noroeste do Irã foram atingidos por ataques de drones na noite de sábado (28). Uma forte explosão atingiu uma fábrica da indústria militar perto da cidade de Isfahan, no centro do Irã, durante a noite, no que Teerã disse no domingo ter sido um ataque de drones.
O Wall Street Journal informou que os ataques foram supostamente executados por Israel, “de acordo com autoridades dos EUA e pessoas familiarizadas com a operação”.
Os ataques parecem principalmente direcionados a locais militares (como fábricas de armas, instalações de Veículos Aéreos Não Tripulados, ou UAV) em vez de instalações relacionadas a armas nucleares que foram alvo de ataques anteriores. Separadamente, ocorreu um incêndio (extinto) em uma refinaria de petróleo, mas não está claro se estava relacionado aos ataques antes mencionados, visto que também houve um terremoto na região.
Uma declaração do Ministério da Defesa do Irã disse que o ataque na cidade de Isfahan causou “danos menores”, enquanto a Axios relatou que o ataque às instalações do Ministério da Defesa do Irã em Isfahan foi “específico, cirúrgico e bem-sucedido”.
Neste cenário, os analistas de mercado destacaram quais seriam os possíveis impactos no mercado de petróleo.
Em relatório no fim de semana, o Goldman Sachs destacou que os preços do petróleo deveriam abrir em alta na sessão desta segunda (o que aconteceu), mas o risco para a oferta global parece relativamente limitado no momento.
As instalações de produção de petróleo do Irã estão localizadas principalmente no sudoeste do país e não foram alvo dos ataques. Além disso, os analistas opinam que o forte foco político do Ocidente em evitar os altos preços da energia provavelmente torna ataques nesse sentido altamente improváveis.
“Além disso, o Irã é um exportador global marginal de petróleo no momento e qualquer interrupção significativa pode ser compensada pela recém-criada capacidade ociosa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) após seu recente corte de cota de produção de 2 milhões de barris por dia (mb/d) em novembro.
“Assim, o foco para os investidores é, em vez disso, o risco de uma escalada adicional e quaisquer possíveis interrupções no Estreito de Ormuz, entre o golfo de Omã ao sudeste e o golfo Pérsico ao sudoeste, e um importante ponto de trânsito no mercado de petróleo, através do qual cerca de 20 mb/d de petróleo flui”, apontam os analistas.
Eles também veem tais interrupções como altamente improváveis no momento. No entanto, em um cenário hipotético de uma interrupção em grande escala, acham improvável que o mercado se normalize tão rapidamente como ocorreu após os ataques de Abqaiq (cidade saudita onde houve um ataque de drones que atingiu as fábricas de petróleo da Saudi Aramco) em 2019.
“Na época, o mercado mostrou notável resiliência a uma queda de produção de cerca de 0,6 mb/d em seu pico devido a uma combinação de alta capacidade ociosa, estoques abundantes, reservas estratégicas de petróleo disponíveis significativas e elasticidades de oferta/demanda mais altas. Todos esses ‘amortecedores’ se deterioraram desde então e, em nossa opinião, o mercado está mal posicionado para lidar com uma disrupção tão grande sem preços significativamente mais altos na curva”, avaliam.
Os analistas ainda não veem nenhuma possibilidade de retorno a um acordo no estilo Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA), que trata sobre o acordo nuclear com o Irã, no futuro previsível.
A sessão para o petróleo
Cabe destacar que o petróleo abriu em alta nesta segunda-feira, mas virou para queda, à medida que os aumentos iminentes das taxas de juros pelos principais bancos centrais e os sinais de exportações russas mais fortes compensaram as crescentes tensões no Oriente Médio por causa do ataque de drones no Irã e as esperanças de um impulso no demanda chinesa.
Às 10h35, os contratos para março do brent e do WTI caíam 0,65%, na casa dos US$ 86 e US$ 79 o barril, respectivamente.
Os investidores esperam que o Federal Reserve suba as taxas de juro em 25 pontos base na quarta-feira, seguindo-se no dia seguinte um aumento de meio ponto do Banco de Inglaterra e do Banco Central Europeu, e qualquer desvio deste cenário seria um choque.
Além das reuniões do banco central, a reunião de quarta-feira dos principais ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia, conhecida como OPEP +, também será um foco.
É improvável que a reunião do comitê da Opep+ na quarta-feira leve a um ajuste na política de produção de petróleo – embora a corretora PVM tenha dito que poderia surpreender com um pequeno corte.
“A próxima onda de estímulo de preços está preparando o cenário para oscilações significativas nos preços do petróleo nesta semana”, disse Stephen Brennock, da PVM. “No entanto, é improvável que o preço caia abaixo de US$ 80 e você terá dificuldade para chegar perto de US$ 100.”
Sobre a ataque de drones no Irã, Stefano Grasso, gerente sênior de portfólio da 8VantEdge em Cingapura, disse que, embora ainda não esteja claro o que está acontecendo no Irã, qualquer escalada provavelmente interromperá o fluxo de petróleo.
Petro Notícias - SP 31/01/2023
A estatal venezuelana de petróleo PDVSA está exigindo pré-pagamento em dinheiro antes dos carregamentos de petróleo. A empresa, em dificuldades financeiras e de caixa, endureceu os termos para os compradores após uma interrupção de um mês na maioria das exportações de petróleo e combustível por calotes sucessivos ou por pagamentos de dívidas realizadas com tradings internacionais. O novo presidente-executivo da companhia, Pedro Tellechea, implementou a mudança neste mês. Ele reforça que as medidas implementadas no ano passado, depois que vários compradores deixaram de pagar pelo petróleo. Sua determinação congelou os carregamentos, até afastou alguns navios que começaram a receber petróleo, até que a revisão fosse concluída e os contratos de venda pudessem ser modificados.
Na última sexta-feira (27), cerca de 30 navios, incluindo 21 superpetroleiros, esperavam perto dos portos para carregar cerca de 45 milhões de barris de petróleo bruto e combustível para exportação. Outros quatro navios haviam embarcado, mas aguardavam autorização para partir. Os novos termos restringem uma ampla variedade de modalidades de contrato a alguns que exigem pré-pagamento de cargas totalmente em dinheiro ou permitem o pagamento por meio de bens e serviços à Venezuela, mas devem ser recebidos antes que a Venezuela libere o petróleo, de acordo com os documentos.
Os novos modelos estabelecem prazos inferiores a 30 dias para a conclusão de transferências bancárias ou liquidação de saldos devedores. Nos casos de trocas em que a venda de petróleo exceda o valor dos bens ou serviços, a Venezuela deve receber qualquer saldo pendente em espécie. Mesmo os compradores de longo prazo devem cumprir as novas regras que exigem o pagamento integral em dinheiro antes de cada entrega de petróleo. Até os contratos com a cubana Cubametales e a estatal iraniana Naftiran Intertrade Co (NICO) estavam entre os poucos ainda em vigor. Um outro contrato com a Chevron, para o pagamento da dívida, não foi afetado. A PDVSA continuou a carregar navios fretados pela Chevron e descarregar importações da empresa americana. Um contrato para pagar uma dívida com a China com petróleo continuou, embora o cliente tenha enfrentado mais de 30 dias de atrasos no carregamento.
Antes das sanções dos EUA, a PDVSA costumava receber cartas de crédito como garantias se os compradores fossem liberados para se tornarem clientes estabelecidos e os pagamentos fossem concluídos em 90 dias. Os mecanismos de auditoria foram suspensos há cerca de dois anos, quando as sanções forçaram a saída de clientes tradicionais, que foram substituídos por intermediários pouco conhecidos e sem histórico de vendas de petróleo. Agora, a maioria dos contratos propostos implica uma forma de troca, então a PDVSA paga com petróleo em troca do governo receber alimentos, remédios ou serviços, incluindo reconstrução de casas e equipamentos de telecomunicações.
Petro Notícias - SP 31/01/2023
A britânica bp lançou hoje (30) a nova versão do seu relatório “bp Energy Outlook”, que apresenta as principais tendências e incertezas em torno da transição energética até 2050. Um dos principais destaques do documento é a previsão de menor demanda por petróleo e gás nos próximos anos. A queda será impulsionada pela queda no uso do transporte rodoviário, à medida que a eficiência da frota de veículos melhora e a eletrificação dos veículos rodoviários acelera. O relatório completo, em inglês, pode ser lido na íntegra por meio deste link.
Mesmo assim, a bp afirma que o petróleo continuará a desempenhar um papel importante no sistema energético global pelos próximos 15 a 20 anos em todos os cenários analisados. “As perspectivas para o gás natural dependem da velocidade da transição energética, com o aumento da demanda nas economias emergentes, na medida que crescem e se industrializam, realizando sua transição para fontes de energia de baixo carbono lideradas pelo mundo desenvolvido”, completou a empresa.
Além disso, a petroleira britânica afirmou que a recente escassez de energia e os preços mais altos destacam a importância da transição dos hidrocarbonetos ser realizada de forma ordenada, de modo que a sua demanda caia de acordo com os suprimentos disponíveis. “Os declínios naturais nas fontes de produção existentes significam que é necessário continuar o investimento em petróleo e gás natural nos próximos 30 anos, inclusive no cenário Net Zero”, acrescentou a bp.
Os três principais cenários considerados no Outlook — Net Zero, Accelerated e New Momentum — foram atualizados para levar em consideração dois grandes acontecimentos do último ano: a guerra Rússia-Ucrânia e a aprovação da Lei de Redução da Inflação nos EUA.
“Os eventos do ano passado destacaram a complexidade e a interconexão do sistema energético global. A ampliação do foco na segurança energética, como resultado da guerra Rússia-Ucrânia, tem o potencial de acelerar a transição energética à medida que os países buscam aumentar o acesso à energia produzida internamente, grande parte da qual provavelmente virá de fontes renováveis e outros combustíveis não fósseis”, disse o economista-chefe da bp, Spencer Dale. “Mas os eventos também mostram como interrupções relativamente pequenas no fornecimento de energia podem levar a graves custos econômicos e sociais, destacando a importância de que a transição seja ordenada, de modo que a demanda por hidrocarbonetos caia de acordo com os suprimentos disponíveis”, concluiu.
Veja abaixo alguns dos outros principais tópicos abordados no relatório:
• O orçamento de carbono está se esgotando. Apesar do aumento acentuado nas ambições dos governos, as emissões de CO2 aumentaram todos os anos desde a COP de Paris em 2015 (barra 2020). Quanto maior o atraso na tomada de medidas decisivas para reduzir as emissões de GEE de forma sustentada, maiores são os prováveis custos econômicos e sociais resultantes.
• O apoio do governo à transição energética aumentou em vários países, incluindo a aprovação da Lei de Redução da Inflação nos EUA. Mas a escala do desafio da descarbonização sugere que é necessário um apoio maior, incluindo políticas para agilizar o licenciamento e a aprovação de energia e infraestrutura de baixo carbono.
• A interrupção no fornecimento global de energia e a decorrente da escassez de energia causada pela guerra Rússia-Ucrânia aumentam a importância atribuída à abordagem de todos os três desafios da energia: ser segura, acessível e com baixo teor de carbono.
• A guerra tem efeitos duradouros no sistema energético global. O maior foco na segurança energética aumenta a demanda por fontes renováveis produzidas nos mercados internos e outros combustíveis não fósseis, ajudando a acelerar a transição energética.
• A recente escassez de energia e os preços mais altos destacam a importância da transição dos hidrocarbonetos ser realizada de forma ordenada, de modo que a sua demanda caia de acordo com os suprimentos disponíveis. Os declínios naturais nas fontes de produção existentes significam que é necessário continuar o investimento em petróleo e gás natural nos próximos 30 anos, inclusive no cenário Net Zero.
• O sistema de energia global está se descarbonizando, liderado pelo crescente domínio da energia eólica e solar. A energia eólica e solar respondem por todo ou a maior parte do crescimento na geração de energia, auxiliados pela contínua competitividade de custos e uma capacidade crescente de integrar altas concentrações dessas fontes de energia variáveis em sistemas de energia. O crescimento da energia eólica e solar requer uma aceleração significativa no financiamento e construção de novas capacidades.
• O hidrogênio de baixo carbono desempenha um papel crítico na descarbonização do sistema energético, especialmente em processos e atividades de difícil redução na indústria e transporte. O hidrogênio de baixo carbono é dominado pelo hidrogênio verde e azul, com o hidrogênio verde crescendo em importância ao longo do tempo. O comércio de hidrogênio é um mix entre oleodutos regionais que transportam hidrogênio puro e marítimos globais de derivados de hidrogênio.
O Petróleo - SP 31/01/2023
A intervenção do governo nos mercados de energia deve adicionar outra camada de incerteza nos mercados de petróleo. WoodMac: o choque de prioridades entre governos e indústria está cada vez mais visível. Outro desafio relacionado a isso é fazer com que as empresas de petróleo e gás realmente aumentem a produção para aumentar a segurança energética.Impostos extraordinários, limites de preço e pedidos de mais produção de petróleo e gás marcaram 2022 em petróleo e gás. Parece que teremos muito mais do mesmo este ano, especialmente com os governos ocidentais dobrando suas ambições de redução de emissões.
Os lucros recordes que as grandes empresas de petróleo e gás obtiveram no ano passado, graças à alta dos preços das commodities energéticas, levaram os governos da UE e do Reino Unido a impor impostos inesperados.
O objetivo era sustentar as finanças do estado em um momento em que as economias lutavam para continuar em meio à alta dos preços da energia. No entanto, também levaram a alertas da indústria de que as decisões de investimento serão afetadas, e não de forma positiva.
Contagem de plataformas de petróleo dos EUA cai novamente
Os governos europeus, juntamente com os seus homólogos do Reino Unido e dos Estados Unidos, encontraram-se numa posição em que, por um lado, tinham de motivar mais produção de petróleo e gás, mas, por outro, tinham de manter os seus compromissos com a energia transição.
De acordo com um novo relatório de Wood Mac, esse conflito de prioridades tornará um ano complicado em petróleo e gás em 2023.
Para começar, observaram os autores, algumas empresas de petróleo e gás já estão cortando seus planos de gastos por causa dos impostos inesperados. Faz sentido para eles fazerem isso porque os governos não deram nenhuma indicação de que serão cancelados se os preços do petróleo e do gás caírem, o que eles já fizeram.
Outro desafio relacionado a isso é fazer com que as empresas de petróleo e gás realmente aumentem a produção para aumentar a segurança energética.
Fornecimento recorde de petróleo não atenderá ao aumento da demanda em 2023
Se o exemplo dos EUA servir de referência, as empresas de petróleo e gás provavelmente resistirão aos pedidos de reinvestimento dos lucros em mais produção. O governo Biden pediu repetidamente aos produtores de petróleo e gás que bombeassem mais, independentemente dos planos de descarbonização do governo, mas a indústria não respondeu favoravelmente.
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O que tem respondido favoravelmente é a maior demanda por gás natural, que tem impulsionado a maior produção da commodity e, consequentemente, a queda do preço do gás no maior produtor mundial, o que tem proporcionado algum alívio aos consumidores de energia.
O alívio foi ajudado pela menor demanda européia por gás dos EUA, graças ao inverno quente, que manteve o armazenamento de gás relativamente cheio.
A reviravolta aqui é que, como o armazenamento de gás está cheio, os compradores europeus de gás serão forçados a reduzir suas compras de gás natural liquefeito dos EUA pelo menos durante parte deste ano.
Isso significa uma temporada de reabastecimento mais lenta e, provavelmente, preços mais baixos contínuos. Estes, por sua vez, podem levar a uma desaceleração do crescimento da produção de gás nos Estados Unidos, o que restringirá a oferta.
Depois, há todo o esforço de descarbonização, que de forma alguma motiva novas explorações de petróleo e gás, embora a perfuração offshore esteja em alta e forte. Simplesmente não há como conciliar as ambições de emissão dos governos e a segurança de longo prazo do fornecimento de petróleo e gás. Isso significa que o setor continuará atento e extremamente cauteloso nas decisões de investimento.
Uma desaceleração no boom dos lucros apoiará esse sentimento. O FT informou esta semana que, embora os lucros do Big Oil para 2022 sejam enormes, este ano pode ser um pouco diferente devido ao declínio dos preços. De acordo com estimativas da S&P Capital IQ citadas no relatório, os lucros coletivos da Big Oil este ano podem chegar a US$ 50 bilhões abaixo do volume do ano passado, que ficou em torno de US$ 200 bilhões.
Agora, US$ 150 bilhões ainda seriam bastante altos em relação aos lucros – seria, de fato, o segundo maior resultado líquido para as grandes petrolíferas na história, depois do recorde do ano passado. No entanto, provavelmente continuará a alimentar recompras de ações e aumentos de dividendos, em vez de generosidade com nova produção. Isso é especialmente provável no contexto das expectativas de que a economia global pode entrar em recessão este ano.
De acordo com John Kemp, da Reuters, a questão sobre a recessão global é quando, e não se. Em uma coluna recente, o analista de mercado da agência argumentou que ou a economia desaceleraria por causa da inflação e a recessão resultaria, ou os bancos centrais continuariam com sua abordagem agressiva em relação à referida inflação e eventualmente causariam uma recessão.
No primeiro cenário, a recessão começará no primeiro semestre do ano e, no segundo, poderá ser adiada para o segundo semestre ou mesmo no início de 2024. Nesse contexto, e com impostos inesperados em vigor, o setor está bastante justificado em seguir o caminho cauteloso e não pular em apelos do governo para bombear mais petróleo e gás.
A cautela pode até aumentar se, como espera Wood Mac, alguns governos agirem para aumentar os impostos sobre dividendos e os impostos sobre recompra de ações. E isso sugere que a segurança energética que esses mesmos governos desejam aumentar motivando mais produção de petróleo e gás será deixada para as forças do mercado, independentemente dos esforços do governo.
Fabiane Melo
Fabiane Melo é formada em jornalismo e Economia e já atuou em grandes portais do Brasil onde administrou vários blogs sobre Energia, Petróleo e Gás, Offshores e Indústrias. Sua especialização passa pela criação de artigos sobre Petróleo e Energia. Atualmente, é redatora do O Petróleo.
O Petróleo - SP 31/01/2023
O número total de plataformas de perfuração ativas nos Estados Unidos permaneceu o mesmo esta semana, de acordo com novos dados da Baker Hughes publicados na sexta-feira.
A contagem total de sondas ficou em 771 esta semana 161 sondas acima da contagem de sondas desta vez em 2022 e 304 sondas abaixo da contagem de sondas no início de 2019, antes da pandemia.
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As plataformas de petróleo nos Estados Unidos caíram 4 esta semana, para 609. As plataformas de gás subiram 4, para 160. As plataformas diversas permaneceram iguais em 2.
A contagem de plataformas na Bacia do Permiano aumentou em 3, enquanto as plataformas no Eagle Ford permaneceram as mesmas.
O Frac Spread Count da Primary Vision, uma estimativa do número de equipes completando poços inacabados – um uso mais frugal das finanças do que a perfuração de novos poços aumentou durante a semana encerrada em 20 de janeiro. . São 7 tripulações a menos do que há um mês e 1 a mais do que há um ano.
A produção de petróleo bruto nos Estados Unidos permaneceu a mesma em 12,2 milhões de bpd na semana encerrada em 20 de janeiro, de acordo com as últimas estimativas semanais da EIA . Os níveis de produção dos EUA aumentaram em 600.000 bpd em relação ao ano anterior.
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Às 12h10 ET, o benchmark WTI estava sendo negociado em queda de US$ 0,96 no dia (-1,19%) a US$ 80,04 por barril.
O benchmark Brent estava sendo negociado em queda de US$ 0,73 (-0,83%) a US$ 86,74 por barril no dia, e em alta de cerca de US$ 0,40 por barril em relação à última sexta-feira.
O WTI estava sendo negociado a US$ 79,56 minutos após a divulgação dos dados, uma queda de quase 1,79% no dia.
CNN Brasil - SP 31/01/2023
A Shell combinará suas divisões de produção de petróleo e gás e gás natural liquefeito (GNL) como parte de mudanças mais amplas sob o novo CEO Wael Sawan, em um movimento que a empresa disse que pode resultar em alguns cortes de empregos.
A nova divisão, que combina as operações mais lucrativas da Shell, será chefiada pelo atual diretor upstream Zoe Yujnovich, informou a empresa em comunicado nesta segunda-feira (30).
Sawan assumiu o cargo em 1º de janeiro após liderar a divisão integrada de gás da Shell, que incluía os negócios de GNL e renováveis do grupo, com a promessa de simplificar e melhorar as operações da empresa.
Sob a reestruturação interna, as operações de renováveis serão combinadas com as operações de refino e comercialização de petróleo da Shell, lideradas pelo atual diretor de downstream, Huibert Vigeveno, informou a empresa.
A reforma reduzirá o tamanho do comitê executivo da Shell de nove membros para sete, em um esforço para “simplificar ainda mais a organização e melhorar o desempenho”.
As mudanças podem resultar em cortes de empregos “relativamente limitados” em toda a empresa, disse um porta-voz.
A Shell passou por uma grande reestruturação pela última vez após a pandemia de coronavírus em 2020, quando o então CEO Ben van Beurden cortou mais de 10% da força de trabalho da empresa como parte de seu esforço para conduzir a empresa em direção à transição energética.
“Menos interfaces significam maior cooperação, disciplina e velocidade, permitindo-nos focar no fortalecimento do desempenho em todos os negócios e gerar fortes retornos para nossos investidores”, disse Sawan no comunicado.
As mudanças entrarão em vigor no dia 1º de julho.
A estratégia da Shell exige cortes em suas emissões de gases de efeito estufa e a construção de um grande negócio de baixo carbono.
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