Construção Latino-americana - SP 30/08/2023
O “Relatório do Aço” publicado recentemente pelo Instituto Chileno de Aço (ICHA) destaca uma queda acentuada de 8,1% no consumo aparente de aço durante o primeiro semestre de 2023, situando-se em 1.182.000 toneladas. Este número marca o recorde mais baixo dos últimos cinco anos.
O diretor executivo do ICHA, Juan Carlos Gutiérrez, comentou que “em 2023 persiste uma recessão. Há uma diminuição da atividade mineira, imobiliária e industrial, uma situação económica recessiva que se manifesta com relevância no setor da construção. desencadear o menor consumo de aço.
Em relação às tendências de importação, Gutiérrez destacou uma mudança significativa. “Acabou a tendência de aumento da participação das importações que se observava desde 2021. No primeiro semestre de 2023, a participação das importações passou de 72% em 2022 para 67% até agora este ano”, assegurou
Resultados por famílias de produtos
Aços Longos: No primeiro semestre de 2023 foi reportado um volume de 506 mil toneladas, 106 mil toneladas a menos que o mesmo período de 2022, refletindo uma queda de 17,3%.
Aços Planos: O consumo aparente apresentou leve queda de 0,7% em relação ao primeiro semestre de 2022, com volume total de 654 mil toneladas.
Chapas Grossas: Em contrapartida, esta categoria teve um aumento de 21,1% em relação ao primeiro semestre de 2022, totalizando 129 mil toneladas.
Projeção do consumo aparente de aço no Chile
Gutiérrez destacou que “a projeção do consumo aparente de aço para 2023 mostra, na faixa esperada, uma queda de 0,8% atingindo um consumo de 2.269 mil toneladas, enquanto para 2024 a estimativa preliminar é que o consumo aparente chegue a 2,58 mil toneladas, consistente com a queda de 0,5% no investimento em construção projetada pela Câmara Chilena de Construção”.
O executivo acrescentou que “a queda no consumo aparente de aço no Chile equivalente a -30,4% para o ano de 2022 em relação ao ano anterior, posiciona-se como a segunda maior contracção dos últimos 27 anos, causada pela actual recessão económica que o país enfrenta, atrás apenas da recessão de 2009”.
Valor - SP 30/08/2023
A companhia vai iniciar fase de “due diligence” com as proponentes
A U.S. Steel anunciou nesta terça-feira que assinou acordos de confidencialidade com uma série de interessados na aquisição da empresa e vai iniciar fase de “due diligence” com elas.
Em carta a acionistas, o diretor-presidente da siderúrgica, David Buritt, e o presidente do conselho, David Sutherland, reiteraram que a U.S. Steel recebeu diversas propostas que vão desde ativos até a empresa como um todo.
A rival Cleveland-Cliffs é uma das empresas que já divulgou sua proposta, fazendo uma oferta de US$ 35 por ação da U.S. Steel, envolvendo dinheiro e papéis, para comprar a empresa toda.
A U.S. Steel diz que vai realizar um processo de competição justo entre as várias propostas recebidas para criar o máximo de valor possível aos acionistas da siderúrgica.
“Não sabemos quanto tempo esse processo vai demorar, mas tanto conselho quanto diretoria e assessores estão se movimentando para completá-lo o mais rápido possível”, diz a empresa.
Valor - SP 30/08/2023
Empresa do grupo Aço Cearense, com usina em Marabá, superou recuperação judicial e eleva produção de aços longos a 850 mil toneladas por ano
Ian Corrêa: “Investimento na Sinobras está sendo feito com recursos próprios” — Foto: Divulgação
Aos 15 anos de operação, e após superar uma recuperação judicial pedida em 2017, a Siderúrgica Norte Brasil - Sinobras prevê completar, em outubro, seu plano de duplicação, interrompido em 2015 pela crise econômica do país e retomado em 2020. No todo, a empresa está investindo ao redor de R$ 1 bilhão para dobrar sua capacidade de produção de aços longos - vergalhões, fio-máquina e produtos trefilados.
A Sinobras foi fundada em 2007 pelo grupo Aço Cearense e iniciou operação em 2008. O grupo opera com beneficiamento e distribuição de aços planos, tanto de material local quanto importado. O grupo, que faturou R$ 5,57 bilhões no ano passado, encerrou a recuperação judicial - pedida em 2017, coim dívida de R$ 1,83 bilhão - em setembro de 2022.
Ian Corrêa, vice-presidente de operações do Aço Cearense, disse ao Valor que a situação financeira do grupo está toda equacionada (com baixa alavancagem) e com geração de caixa sustentável. “Todo esse investimento na Sinobras estamos fazendo com recursos próprios”, diz. Mais da metade do valor foi aplicado de 2020 para cá.
Atualmente a siderúrgica, que fica em Marabá (PA), está apta a fazer 450 mil toneladas de aço bruto - em aciaria que utiliza sucata e ferro-gusa a carvão vegetal - e 380 mil toneladas de produtos laminados por ano. Com a expansão, a capacidade vai a 850 mil toneladas de produtos, distribuídas entre vergalhões, fio-máquina e produtos trefilados.
Corrêa afirma que a empresa vê potencial de demanda no país nos próximos anos, com demanda da construção imobiliária e de obras de infraestrutura e aplicações industriais. Além disso, a Sinobras quer ocupar mais fatias de mercado no país - além do Norte e Nordeste, a siderúrgica atinge os mercados do Sudeste, Centro-oeste e Sul, com uma grande base de pequenos e médios distribuidores.
No segmento de aços longos, a Sinobras concorrê com as gigantes ArcelorMittal e Gerdau, com a mexicana Simec e com a Aço Verde do Brasil (AVB), do Maranhão.
O executivo informa que o novo laminador começa a operar em outubro, fazendo os primeiros lotes de produtos para homologação. A produção comercial será de fato iniciada até final do ano e a previsão será de produzir 300 mil toneladas em 2024. Com o equipamento moderno, a siderúrgica prevê aumento de competitividade. A previsão é ocupar toda a capacidade, de 500 mil toneladas, ao final de dois anos.
Como parte dessa expansão, a Sinobras realizou investimentos em uma linha de transmissão de energia, de 11 km e 230 KV, interligando sua fábrica à Eletronorte, para ganhar mais garantia e estabilidade no suprimento de eletricidade. A empresa é autoprodutora elétrica, com 1% de participação na Hidrelétrica de Belo Monte. A empresa ampliou também seu pátio de sucata, para 170 mil toneladas, e os galpões para fabricação do material trefilado.
Segundo Corrêa, para ganhar mais agilidade nas entregas de aço aos clientes no país, o grupo criou neste ano a Aço Cearense Logística, que reuniu frota própria de 150 carretas. “A empresa fará toda a logística - da frota própria e dos terceiros contratados - para transporte e entrega dos nossos produtos (Aço Cearense e Sinobras)”, afirma Corrêa.
No ano passado, a Sinobras obteve receita líquida de R$ 2,6 bilhões, registrando lucro líquido de R$ 630 milhões, conforme balanço financeiro da companhia. A produção (laminados e semi-acabado) somou 392 mil toneladas em 2022. A receita da empresa foi 9% superior à de 2021, mas o lucro líquido caiu em relação aos R$ 900,94 milhões daquele ano. A siderúrgica respondeu por quase 47% da receita líquida do Aço Cearense, de R$ 5,57 bilhões.
Assim como o grupo, em meados do ano passado a Sinobras foi totalmente liberada pela Justiça da recuperação judicial. Segundo Corrêa, a siderúrgica está com a saúde financeira equacionada, com alavancagem baixa. A dívida, maior parte em debêntures, era de R$ 200 milhões no fim de 2022.
Enquanto finaliza sua duplicação, a siderúrgica trabalha com a Vale um projeto novo em Marabá, a 3 km da sua usina. O objetivo é construir uma nova aciaria de tarugos para abastecer a nova laminação a partir do início de 2027. A aciaria será acoplada a uma unidade de produção de ferro-gusa com tecnologia da Tecnored, empresa controlada da mineradora. A Tecnored usará minério superfino de ferro da Vale e biomassa para produzir o ferro-gusa que alimentará a aciaria de tarugo.
O projeto, ainda sem definição de valor de investimento, está na fase final de estudo de engenharia, que começou no início deste ano. A seguir será avaliada a viabilidade econômica. “A construção e operação ficará a cargo da Sinobras; a Vale dará o aval financeiro para o empreendimento”, afirma Corrêa.
A previsão é que a planta da Tecnored, também de 500 mil toneladas, começará a operar no final de 2025, demandando um ano de aprimoramento do processo de produção. A aciaria começaria a ser construída no início de 2026.
Para suprir a nova laminadora até 2027, a Sinobras vai importar tarugos, e/ou fazer potenciais compras no mercado interno. “Não será um problema. O grupo tem expertise de adquirir aço no exterior, de diversas fontes”, diz.
Money Times - SP 30/08/2023
A mineradora Vale (VALE3) avalia que a demanda por aço de sua principal cliente, a China, está declinante, mas não tanto quanto alguns indicadores mostram, e considera que a segunda maior economia do mundo é resiliente, apesar de sofrer com as incertezas sobre estímulos que garantam as metas de crescimento.
Em entrevista à Reuters, o vice-presidente Executivo de Soluções de Minério de Ferro, Marcello Spinelli, considera que o maior consumidor global da commodity, matéria-prima do aço, tem uma economia firme, o que deixa a companhia “cautelosamente otimista” com a China.
O vice-presidente pontuou que há uma desconfiança muito grande de analistas em relação ao mercado de construção civil na China, após problemas de liquidez de desenvolvedores imobiliários.
O que muitos dos analistas não enxergam nos números, segundo Spinelli, é que existem não desenvolvedores que estão produzindo casas em patamares bem elevados, o que “acaba compensando, não 100%, mas compensando para um declínio mais moderado”.
“Hoje a grande divergência que os mineradores enxergam é que nos números microeconômicos aparecem que os estoques de minério estão baixos, estoques de aço estão baixos. Existe uma demanda (por aço) acontecendo, mas quando se concilia com os números de properties (do setor de construção) há essa divergência”, comentou Spinelli.
“A gente enxerga que há demanda, ela está declinante, mas não tanto como alguns indicadores isolados mostram para alguns analistas. Esse é o primeiro ponto”, acrescentou ele, destacando que em segundo lugar é preciso admitir que há uma “questão não declarada pela China ainda sobre seu apetite de estimular a economia”.
“Isso não está claro ainda, se eles estão dando pílulas homeopáticas”, exemplificou.
Os estoques de minério de ferro nos portos da China estão nos menores níveis em quase três anos, somando cerca de 118 milhões de toneladas, segundo dados da consultoria SteelHome, enquanto os preços estão ainda se segurando acima de 110 dólares por tonelada, mas distante da máxima do ano de cerca de 130 dólares e abaixo das máximas de 150 dólares/tonelada de 2022.
No curto prazo pós-pandemia, o mercado talvez tenha esperado que a China passasse por um boom econômico, o que não aconteceu, pontuou o executivo, destacando que a economia do país asiático pode estar caminhando mais estável do que o mercado esperava, mas que está ainda firme.
“Há muita volatilidade porque ninguém sabe o que o governo central vai tomar de decisão (sobre estímulos). A gente tem que esperar um pouco, mas a China está lá, viva, resiliente, economicamente resiliente e segue firme”, declarou.
Embora a Vale esteja diversificando, com apostas no setor de metais básicos e produtos de minério de ferro com maior valor agregado, a companhia ainda é fortemente dependente de vendas para os chineses, que levaram 190,107 milhões de toneladas de minério de ferro e de pelotas da empresa em 2022, ou cerca de 63% das vendas totais desses produtos da gigante mineradora, segundo dados da companhia.
O executivo citou também que a alta dos preços da commodity nas últimas semanas se deu porque houve sinais positivos com redução de taxas de juros e negociação de dívidas de cidades menores com o governo central da China.
“Foram duas ações muito boas, mas precisa de mais”, frisou Spinelli.
“Otimistas cuidadosos, é o que somos. Existe uma estabilização da economia em um patamar muito alto e com algum ajuste sim, vai declinar (o crescimento) isso moderadamente nos próximos cinco, dez anos, mas de maneira que já está prevista”, disse Spinelli.
Globo Online - RJ 30/08/2023
Em um cenário de juros altos e endividamento elevado, a confiança da indústria brasileira voltou a cair em agosto, segundo dados do FGV Ibre divulgados nesta terça. O patamar atual é o pior registrado desde agosto de 2020, no auge da pandemia de coronavírus.
Os dados mostram que o Índice de Confiança da Indústria teve queda de 0,5 ponto, a 91,4 pontos.
- Os resultados mostram que os empresários ainda continuam bastante afetados pela conjuntura macroeconômica atual, que sustenta ainda taxa de juros e endividamento nas famílias em patamares elevados, dificultando a recuperação da demanda e mantendo as empresas com nível de estoques alto, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo - apontou Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, em nota de divulgação do indicador.
De acordo com o especialista, o ritmo "morno" de atividade deve se manter até o final do ano, mas pode haver alguma melhora no emprego.
- Para os próximos meses, as perspectivas sobre os negócios reforçam a ideia de um segundo semestre com nível de atividade morno, porém com alguma melhora no mercado de trabalho - avaliou.
O Estado de S.Paulo - SP 30/08/2023
Há uma nova queda de braço no governo, que terá de ser arbitrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a reforma ministerial. Os ministros Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão) e Simone Tebet (Planejamento) decidiram apoiar um déficit primário entre 0,5% e 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB) para o governo central (Tesouro, Previdência e BC), em 2024, e levarão a ideia para a reunião da Junta Orçamentária, ainda nesta terça-feira, 29.
A proposta pode provocar o descumprimento da regra aprovada recentemente pelo Congresso. Motivo: o arcabouço que substituiu o teto de gastos prevê justamente déficit primário zero no ano que vem, mas essa equação depende do aumento da arrecadação federal em pelo menos R$ 130 bilhões.
Os três ministros vão se reunir com o titular da Fazenda, Fernando Haddad, ainda nesta terça-feira, 29, e tentar convencê-lo a apoiar déficit maior por considerarem irreal a meta fixada. Tebet, por exemplo, já havia dito que era preciso algo mais ambicioso.
Não vai ser, porém, uma batalha fácil. Até agora, Haddad tem se mostrado contrário à ideia de flexibilizar a regra para aumentar os gastos em 2024, um ano eleitoral.
Sabe-se, porém, que quem vai decidir a nova disputa é mesmo Lula. O governo envia a proposta de Orçamento de 2024 ao Congresso nesta quinta-feira, 31. Na prática, economistas já vinham dizendo que será muito difícil conseguir zerar o déficit no ano que vem, principalmente às vésperas das corridas municipais.
IstoÉ Dinheiro - SP 30/08/2023
Os comerciantes brasileiros ficaram ligeiramente mais otimistas em agosto, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) aumentou 0,3% em relação a julho, na série com ajuste sazonal, interrompendo uma sequência de três meses de quedas.
O indicador alcançou 110,6 pontos em agosto, na zona de satisfação, embora esteja em patamar 10,8% inferior ao registrado em agosto de 2022. De acordo com a CNC, o aumento da inadimplência empresarial preocupa o varejo.
“Segundo dados do Banco Central, houve um crescimento acelerado da inadimplência acima de 90 dias no crédito com recursos livres entre as pessoas jurídicas desde a segunda metade de 2022. Aproximadamente 3,3% do crédito destinado às empresas está em situação de inadimplência há mais de três meses, o maior porcentual desde agosto de 2018”, ressaltou a entidade.
A CNC lembrou que o Icec de agosto trouxe perdas nos componentes que avaliam a situação da empresa tanto em relação ao mês anterior quanto na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
“As condições de operação no varejo estão mais restritas, sobretudo nos segmentos mais dependentes de vendas a prazo e com alta alavancagem empresarial”, justificou Izis Ferreira, economista responsável pela pesquisa da CNC, em nota oficial.
Na passagem de julho para agosto, a avaliação das condições atuais cresceu 1,0%, para 87,4 pontos, com melhora nos quesitos economia (alta de 3,4%, para 74,6 pontos) e setor (0,4%, para 83,1 pontos), mas ligeira queda para o quesito empresa (-0,1%, para 104,4 pontos).
Quanto às expectativas, houve redução de 0,2% em agosto ante julho, para 141,7 pontos, com recuos nos quesitos economia (-0,3%, para 131,1 pontos) e empresa (-0,7%, para 152,3 pontos), mas melhora na perspectiva para o setor (alta de 0,6%, para 141,6 pontos).
Já as intenções de investimentos cresceram 0,2% em agosto ante julho, para 102,9 pontos, com expansão na intenção de contratação de funcionários (0,7%, para 119,3 pontos) e em estoques (0,3%, para 91,5 pontos), mas queda na empresa (-0,3%, para 97,8 pontos).
O aumento na intenção de contratações de funcionários em agosto pode ser atribuído “à aproximação de datas relevantes do calendário de vendas no varejo neste segundo semestre, ao alívio da renda vindo da inflação mais baixa e da resiliência do mercado de trabalho”, avaliou a economista Izis Ferreira.
A entidade aponta que, embora o nível de endividamento e inadimplência entre os consumidores permaneça elevado, o início do processo de redução da taxa básica de juros, a Selic, “trouxe certo alívio”.
“Isso repercutiu no otimismo dos comerciantes de bens duráveis (eletroeletrônicos, móveis, decorações, cine/foto/som, materiais de construção e veículos), com o índice de confiança desse grupo atingindo 105,3 pontos”, diz a nota da CNC.
Exame - SP 30/08/2023
Como o cenário econômico da China não dá sinais de recuperação, analistas reduziram suas expectativas para o crescimento, preços e comércio e preveem um maior afrouxamento da política monetária.
Economistas agora calculam uma expansão do PIB de 5,1% em 2023 em relação ao ano anterior, de acordo com a estimativa mediana da pesquisa mais recente da Bloomberg. O número está abaixo da expectativa anterior de 5,2% e aproxima as projeções da meta do governo, de cerca de 5%, uma taxa vista por muitos como conservadora quando foi estabelecida em março.
O rebaixamento é atribuído em parte às projeções mais baixas de crescimento no terceiro trimestre: economistas preveem que o PIB cresça 4,4% no período de julho a setembro na comparação anual, abaixo da expectativa anterior de 4,6%. O crescimento deve se desacelerar para 4,5% em 2024, abaixo da projeção anterior de uma expansão de 4,8%.
A dinâmica de crescimento se desacelera “devido à piora do declínio do investimento imobiliário residencial e ao peso dos fracos números das exportações”, disse Mike Gallagher, diretor de pesquisa da Continuum Economics. A empresa de pesquisa vê uma expansão de 4,9% para o PIB neste ano.
A China tem 30% de chance de um “pouso forçado” em 2023, apesar dos esforços do país para estimular a economia por meio das políticas fiscal e monetária, acrescentou Gallagher.
O pessimismo coincide com dados recentes que mostram uma deterioração das perspectivas econômicas para a China. Os empréstimos bancários atingiram o nível mais baixo dos últimos 14 anos no mês passado, enquanto a deflação se instala e as exportações encolhem.
Mais estímulos na economia chinesa
Os fracos números econômicos levaram a algumas medidas por parte das autoridades chinesas. Neste mês, o Banco Popular da China (PBOC) reduziu a taxa para empréstimos de um ano, no maior corte em três anos. Mas, mesmo com esse corte na taxa de juros – o segundo deste ano – o governo de Pequim tem evitado lançar estímulos em grande escala como os implementados em crises passadas.
Economistas preveem que o PBOC reduza essa taxa básica – a chamada taxa de mecanismo de empréstimo de médio prazo – em mais 10 pontos-base nos últimos três meses do ano.
Também projetaram uma redução de 10 pontos-base na taxa preferencial para empréstimos de cinco anos, usada como referência para hipotecas. Em uma decisão que surpreendeu, o banco central não mexeu na taxa na semana passada, refletindo a dificuldade do governo em equilibrar a necessidade de garantir a estabilidade do sistema bancário com a tentativa de restaurar a confiança.
Economistas também mantiveram as projeções de que o banco central vai reduzir em 25 pontos-base neste trimestre a taxa de compulsório (RRR), ou o valor em caixa que bancos precisam manter como reservas.
As expectativas de mais auxílio também circularam na mídia estatal chinesa. O banco central pode considerar cortar a RRR no quarto trimestre para melhorar a liquidez no mercado financeiro, de acordo com reportagem publicada na primeira página do China Securities Journal nesta terça-feira, que citou analistas.
A liquidez no mercado monetário doméstico encolheu recentemente, principalmente devido à valorização dos títulos de governos locais, apesar do corte da taxa básica do PBOC no início deste mês, de acordo com a reportagem. A possibilidade de outro corte dos juros não pode ser descartada, segundo o artigo, que cita Wen Bin, economista-chefe do Minsheng Bank.
Todos os economistas consultados pela Bloomberg reduziram suas previsões para os principais indicadores. A projeção é que os preços ao consumidor subam apenas 0,7% em 2023, abaixo da estimativa anterior de 0,9%. O índice de preços ao consumidor recuou em julho pela primeira vez desde fevereiro de 2021.
Money Times - SP 30/08/2023
As moedas do México e da Colômbia acumulam uma valorização expressiva até este momento de 2023. De acordo com o histórico dos pesos no Investing em relação ao dólar, os ganhos são de, respectivamente, 15,9% e 17,8%. Na outra ponta, o dólar acumula desvalorização de 7,3% até agora frente ao real.
Kelly Gallego Massaro, presidente executiva da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), explica que, neste ano, a fraqueza global do dólar tem incentivado investimentos estrangeiros em países emergentes, daí a valorização do peso mexicano, colombiano e também do real.
De acordo com Massaro, fatores domésticos também pesam nesses movimentos. Segundo ela, no México, a retomada do turismo aumentou a demanda pela moeda local. Já a Colômbia teve melhora na balança comercial, com avanço das exportações de petróleo e minério de ferro.
“No caso do real, o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos ainda é grande, apesar da tendência de queda da taxa Selic, e tivemos melhora nas perspectivas conjunturais com o andamento da reforma fiscal”, avalia.
Dólar: os gatilhos para a moeda disparar
Apesar da queda na base anual, alguns gatilhos impulsionam a busca pelo dólar, como a cotação estando abaixo de R$ 5 desde abril e as férias de julho, que corroboraram pela demanda alta da moeda norte-americana.
Segundo um levantamento da Travelex Confidence, a procura pela divisa americana disparou 44% em julho, na comparação com o mesmo período de 2022.
Em contrapartida, a venda de dólar recuou 7% ante junho. No entanto, a demanda cresceu no comparativo com maio deste ano, com avanço de 28%. Em relação a maio de 2022, a venda de dólar foi 58% maior.
O Estado de S.Paulo - SP 30/08/2023
A Reforma Tributária, enfim, parece ter ganhado corpo e tração, ainda que sob protestos e críticas de alguns setores econômicos que foram surpreendidos com a celeridade da votação na Câmara dos Deputados, que parece não ter entendido muito bem o desenho desse novo sistema, bem como quais os impactos financeiros que essa reforma irá causar – especialmente para o setor de infraestrutura, que foi contemplado apenas com a promessa de uma possível redução de impactos do IBS e da CBS sobre a aquisição de bens de capital.
Os investimentos em infraestrutura de portos, aeroportos, ferrovias, estradas e energia, por exemplo, são parte essencial do desenvolvimento socioeconômico do país. Contudo, por se tratar de projetos que envolvem cifras milionárias/bilionárias, os governos do mundo inteiro concedem à iniciativa privada o encargo de desenvolvê-los, visando, com isso, redução de custos e maior eficiência, considerando a expertise desses agentes.
Como contrapartida para atrair esses investimentos, os governos sempre tiveram um protagonismo na estruturação de um plano de incentivos fiscais, já que os agentes privados estão mais inclinados a participar de grandes empreendimentos quando existe uma redução de custo.
Nesse sentido, sempre se destacaram os incentivos fiscais para aquisição interna ou importação de ativos. No Brasil, podemos citar o REIDI (Lei 11.488/2007), no âmbito federal, que permite a suspensão de PIS e COFINS na aquisição (interna ou importação) e locação de máquinas e equipamentos, materiais de construção e até mesmo prestação de serviço de construção civil. No âmbito estadual, sempre se destacaram os benefícios de suspensão do ICMS nas importações ou diferimento do imposto nas aquisições internas ou do Diferencial de Alíquota (DIFAL) do ICMS, que representam um interessante mecanismo de preservação de caixa.
Não obstante, visando uma simplificação do sistema tributário, a reforma veda a concessão de benefícios fiscais, prevendo apenas alíquotas reduzidas para determinados setores, dentre os quais não estão contempladas as obras de infraestrutura.
De fato, o texto menciona que a Lei Complementar poderá reduzir o impacto do imposto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte. Porém, considerando que não existe mais a possibilidade de concessão de benefícios fiscais e que sequer as obras de infraestrutura estão contempladas com redução de alíquota ou em regimes tributários diferenciados, não se vislumbra margem para que a Lei Complementar crie mecanismos que realmente reduzam os custos desses projetos. Dito de outra forma, não parece que seja possível uma desoneração imediata como o REIDI, que representa uma redução de custo de cerca de 10%.
O argumento que poderia ser suscitado é no sentido que a Lei Complementar “poderá” prever a recuperabilidade dos créditos no curto prazo. Não obstante seja difícil saber como será a redação dessa Lei Complementar, ainda que seja possível prever uma sistemática célere – o que seria um desafio, considerando que o cronograma para início de operação e auferimento de receita desse tipo de projeto é longo – fato é que está sendo admitida a necessidade de desembolso de caixa com alíquota média de 27% (alíquota agregada da CBS e IBS). No caso, as novas regras tributárias irão impor que o agente privado seja capaz de obter no mercado de crédito valores muito maiores, o que, por consequência, onera ainda mais o financiamento desses empreendimentos.
Ainda, cabe mencionar que, atualmente, os serviços de engenharia civil são tributados pelos municípios a uma alíquota máxima de ISS de 5% e, como mencionado acima, são contemplados pelo REIDI, para suspensão do PIS e COFINS. Assim, ao mencionar apenas redução de impactos na aquisição de bens de capital, a proposta deixa de considerar um relevante aumento de custo do projeto que deverá ser observado nas obras de infraestrutura.
Veja, a história vem nos mostrando que normas tributárias possuem um caráter indutor de conduta, e a concessão de incentivos é uma grande aliada para atração de novos investimentos no setor de infraestrutura, especialmente diante da necessidade de reduzir o custo na fase de implementação do empreendimento. No caso, o incentivo fiscal não visa apenas baratear o acesso a um bem, mas, especificamente, garantir a viabilidade financeira para alocação em um maior número de empreendimentos.
Quando se olha, por exemplo, para os estudos sobre os novos empreendimentos relacionados a produção de hidrogênio verde – aqui destacado em razão do seu impacto no processo de transição energética –, fica claro que investidores devem buscar países que são protagonistas no desenvolvimento de políticas públicas, em especial tributária, de forma a viabilizar um melhor retorno do investimento.
Portanto, dadas as novas condições impostas pela reforma tributária, visualiza-se um risco eminente de o Brasil ser preterido em face de outros países ou, no mínimo, o investidor não será capaz de pulverizar seu capital em diversos empreendimentos, retardando o crescimento de infraestrutura essencial para o país. Assim, é urgente a necessidade de o Governo, agora junto com os Senadores, trabalhar em alterações na proposta para garantir mecanismos capazes de atrair investidores e viabilizar as obras de infraestrutura no país.
IstoÉ Dinheiro - SP 30/08/2023
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, advertiu nesta terça-feira (29) o governo dos Estados Unidos que as medidas para “politizar” as relações comerciais são “desastrosas” para a economia mundial.
A secretária americana do Comércio, Gina Raimondo, está em uma visita de quatro dias à China para tentar reduzir as tensões com a segunda maior economia do mundo.
Ela se reuniu nesta terça-feira com o primeiro-ministro Li Qiang, que criticou as restrições comerciais americanas, que Washington considera necessárias para a segurança nacional.
“A politização das questões econômicas e comerciais e a extensão excessiva do conceito de segurança não apenas afetarão gravemente as relações bilaterais e a confiança mútua, como também prejudicarão os interesses das empresas e das populações de ambos os países, e terão um impacto desastroso na economia mundial”, disse Li a Raimondo, segundo a agência oficial de notícias Xinhua.
As relações entre as duas potências estão no pior nível em várias décadas, em grande parte devido às restrições comerciais americanas.
O presidente Joe Biden promulgou este mês uma ordem executiva para restringir determinados investimentos americanos em alguns setores delicados de alta tecnologia da China, o que Pequim chamou de “antiglobalização”.
As novas medidas, que devem entrar em vigor no próximo ano, afetam setores como os semicondutores e a Inteligência Artificial.
Neste sentido, o primeiro-ministro fez um apelo para que o governo dos Estados Unidos mude de rumo, ao afirmar que “as duas partes devem fortalecer a cooperação mutuamente benéfica, reduzir o atrito e o confronto, e promover conjuntamente a recuperação econômica mundial e enfrentar os desafios globais”.
Gina Raimondo destacou a importância de uma comunicação aberta e citou áreas de “preocupação global”, como a mudança climática, a Inteligência Artificial ou a crise de fentanil, e disse a Li que Washington deseja “trabalhar como duas potências globais para fazer o que é correto para toda a humanidade”.
“O mundo espera que façamos mais, juntos, para resolver estes problemas”, disse.
– “Reduzir mal-entendidos” –
A secretária também reiterou a mensagem do governo dos Estados Unidos de que não está buscando desvincular o país da economia da China.
“Buscamos manter nossa relação comercial de 700 bilhões de dólares (3,4 trilhões de reais na cotação atual) com a China, e esperamos que esta relação possa proporcionar estabilidade à relação geral”, disse.
Gina Raimondo também se reuniu nesta terça-feira com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, e descreveu a relação comercial entre os dois países como “uma das mais importantes do mundo”.
“Administrar esta relação de maneira responsável é fundamental para nossas duas nações e, de fato, para todo o mundo”, afirmou na parte da reunião aberta aos jornalistas.
Ela também ressaltou que Washington “nunca comprometeria a proteção da nossa segurança nacional”, mas acrescentou que o governo dos Estados Unidos não pretende “frear a economia da China”.
Gina Raimondo também deve visitar a capital econômica do país, Xangai, antes de retornar aos Estados Unidos na quarta-feira.
A viagem da funcionária de alto escalão do governo americano a Pequim é parte dos esforços de Washington nos últimos meses para tentar reduzir as tensões com a segunda maior economia do mundo.
Em uma reunião na segunda-feira entre a secretária americana do Comércio e o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, os dois aprovaram a criação do que Washington chama de “troca de informações para reduzir os mal-entendidos sobre as políticas de segurança nacional dos Estados Unidos”.
Wang, no entanto, expressou “preocupações sérias” sobre questões como as tarifas americanas sobre bens chineses, suas políticas de semicondutores, as restrições aos investimentos em ambas as direções, os subsídios discriminatórios e as sanções contra empresas chinesas”.
Washington defende tais políticas como necessárias para “eliminar o risco” em suas cadeias de suprimento, mas Wang advertiu que “vão contra as regras do mercado e o princípio da concorrência justa e só prejudicam a segurança e estabilidade da indústria global e das cadeias de suprimentos”.
O Estado de S.Paulo - SP 30/08/2023
Depois de pregões nervosos nos mercados globais e da surpresa para cima na inflação brasileira na semana passada, os investidores reduziram as apostas para uma possível aceleração no tamanho de corte da taxa Selic. Mas teria o cenário externo e doméstico mudado tanto desde a última decisão sobre os juros, a ponto de criar um racha na unanimidade do Banco Central a favor de manter o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual nas próximas reuniões do Copom?
Do lado externo, houve uma disparada nas taxas de longo prazo dos juros americanos, diante de dados mais fortes do que o esperado da economia dos Estados Unidos e de um discurso ainda duro do Federal Reserve, sinalizando a possibilidade de não somente elevar os juros mais uma vez, como também mantê-los em patamar alto por mais tempo, mesmo que um aperto derradeiro seja evitado. Com isso, as taxas dos títulos do Tesouro americano de 10 anos chegaram a bater o maior nível desde 2007.
O mau humor externo ajudou a pressionar o dólar, que subiu para perto de R$ 5,00 no início da semana passada, mas que voltou a recuar para cerca de R$ 4,90 com o alívio interno após a aprovação final do arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados. É bom lembrar que, na última reunião do Copom, o dólar estava ao redor de R$ 4,75.
Seria essa piora no câmbio o suficiente para mudar o plano de voo do Copom de cortes de 0,50 ponto na Selic? Certamente, não. Apenas se o dólar saltasse para um patamar de R$ 5,30, por exemplo, para que se temesse uma eventual pressão sobre as expectativas inflacionárias. E uma vez tomada a decisão de iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com uma redução de 0,50 ponto, mesmo com a divergência de quatro diretores do BC, a piora no balanço de riscos teria de ser bem mais drástica para fazer o Copom recuar.
Por outro lado, o que poderia fazer o ritmo de corte ser acelerado para 0,75 ponto? Na última ata, o Copom citou “uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”.
Nenhuma informação nova sobre essas condições alterou o cenário para o Copom. As expectativas de médio prazo estão estacionadas em 3,50% (acima da meta de 3%), a desaceleração da economia (hiato do produto) segue gradual e, com base no IPCA de agosto, a inflação de serviços continua cedendo, mas ainda em ritmo lento. Para as reuniões de setembro e novembro, cortes de 0,50 ponto parecem garantidos. Já para dezembro, a história pode ser outra.
Infomoney - SP 30/08/2023
Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram as quedas nesta terça-feira, com traders permanecendo cautelosos com a redução das margens do aço e a falta de quaisquer sinais claros de melhora na demanda downstream, apesar de uma série de medidas de estímulo introduzidas no fim de semana para reavivar o sentimento.
O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 1,04%, a 810,5 iuanes (111,22 dólares) por tonelada.
A fraqueza contínua ocorreu após “expectativas de que as medidas de apoio não produziriam um crescimento significativo na demanda e, em vez disso, as finanças frágeis do setor siderúrgico provavelmente limitarão a sua capacidade de retomar a atividade”, disseram analistas da ANZ.
Os investidores estão perdendo a paciência com o que consideram medidas incoerentes e lentas por parte da China para reanimar a sua economia em crise e neutralizar uma crise imobiliária cada vez mais profunda.
A redução das margens do aço também agiu como um obstáculo para o consumo de matérias-primas, incluindo minério de ferro.
As siderúrgicas chinesas sofreram graves perdas entre janeiro e julho, com os lucros industriais caindo 90,5% no ano, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas.
O minério de ferro de referência para setembro na Bolsa de Cingapura, no entanto, subiu 0,29%, para 112,6 dólares a tonelada.
Outros ingredientes siderúrgicos também registraram perdas, com destaque para o carvão metalúrgico e coque em Dalian, que caíram 2,69% e 2,14%, respectivamente.
“O controle da produção não resultou em uma queda acentuada na produção de aço no curto prazo, ao mesmo tempo em que a demanda downstream permanece fraca”, disseram analistas da Sinosteel Futures.
Valor - SP 30/08/2023
Agência Nacional de Mineração (ANM) passa por crise institucional; servidores estão em greve por tempo indeterminado devido a questões remuneratórias
Diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann defendeu o fortalecimento da ANM — Foto: Valor
Desde sua criação, em 2017, a Agência Nacional de Mineração (ANM) vive um “caos institucional” em função da falta de recursos e estrutura, afirmou nesta terça-feira (29) Karen Pires, especialista em recursos minerais da ANM, na Exposibram, conferência promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Os servidores da ANM estão em greve por tempo indeterminado devido a questões remuneratórias.
Em sua fala durante o painel "Certificação de ouro: tecnologias e mercado", Pires disse que a agência conta com 150 fiscais para todo o país, que tem 39 mil empreendimentos de lavra e 86 mil processos na fase de pesquisa mineral.
"Não existe certificação nem rastreabilidade sem dados estruturados", afirmou a especialista, acrescentando que os sistemas existentes capazes de viabilizar essas finalidades "não conversam entre si". "Há um longo caminho para chegar à certificação do ouro", acrescentou.
Diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann defendeu o fortalecimento da ANM. A opinião de Jungmann foi apoiada pelo mediador do painel, deputado federal Joaquim Passarinho (PL-PA).
Também presente ao debate, o diretor de Geologia e Produção Mineral do Ministério das Minas e Energia (MME), José Luiz Ubaldino de Lima, afirmou que a implementação de sistemas de rastreabilidade sofisticados pode ter custos elevados, proibitivos para alguns dos integrantes da cadeia produtiva do ouro. Lima destacou ainda o problema da falta de padronização na coleta, armazenamento e compartilhamento de dados entre os atores da cadeia.
Lima defendeu que o desenvolvimento de sistemas para certificação e rastreabilidade não seja feito pela ANM e que a tecnologia empregada seja pública.
Jornal de Brasília - DF 30/08/2023
O TRF-6 (Tribunal Regional Federal da 6a Região) decidiu por 2 votos a 1 acatar recurso do MPF (Ministério Público Federal) e suspender as licenças da empresa Tamisa para exploração de minério de ferro na Serra do Curral, cartão-postal de Belo Horizonte.
Dois desembargadores já haviam se posicionado a favor da suspensão. O terceiro voto, contrário, foi apresentado nesta terça-feira (29), encerrando o julgamento do mérito da ação.
Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa Tamisa não respondeu aos contatos da reportagem, para comentar a decisão, até a publicação deste texto.
Uma decisão liminar contrária às licenças havia sido tomada em dezembro do ano passado pelo TRF-6. O projeto da empresa previa a retirada de 31 milhões de toneladas de minério de ferro em 13 anos. A autorização para a exploração é de abril de 2022.
Parte da Serra do Curral já é protegida. Mas outras áreas ainda pertencem a mineradoras. A Polícia Federal investiga empreendimentos na região.
A ação do MPF contra a atividade da mineradora na Serra do Curral, proposta pelo procurador Edmundo Antonio Dias, que atua na área de povos e comunidades tradicionais em Minas Gerais, tem como sustentação a presença de uma comunidade quilombola na região, a Manzo Ngunzo Kaiango, que não foi consultada sobre o empreendimento, conforme preveem a legislação brasileira e tratados internacionais.
No processo, a empresa argumentou que os estudos realizados durante o processo de licenciamento ambiental do empreendimento concluíram que não haveria impactos para o território, crenças e práticas da comunidade quilombola, visão que não prevaleceu ao final do julgamento no TRF-6.
A comunidade Manzo Ngunzo Kaiango foi reconhecida pela Fundação Cultural Palmares em 2007. Ao todo tem 37 famílias, que somam 182 pessoas. Em 2017, foi registrada como Patrimônio Cultural Imaterial de Belo Horizonte, após aprovação unânime do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município.
Em 2018, foi reconhecida como patrimônio cultural de Minas Gerais pelo IEPHA, Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. Nos dois registros foi ressaltada a importância da atuação estatal para garantir a manutenção das práticas culturais, religiosas e sociais do quilombo.
A Serra do Curral tem sua face norte voltada para Belo Horizonte, no extremo sul da capital. Essa parte já passou por tombamento pela prefeitura da cidade. Na região está, por exemplo, o Parque das Mangabeiras, um dos principais do município.
A área que a Tamisa conseguiu licença para minerar, agora suspensa pela Justiça Federal, fica no município de Nova Lima, vizinho a Belo Horizonte. A Serra do Curral possui ainda afinidade histórica com a capital. Seu nome vem de Curral del Rei, um ponto de apoio para tropeiros a partir do qual foi erguida Belo Horizonte.
Valor - SP 30/08/2023
O setor pede aumento da fiscalização para coibir a “lavagem” de ouro extraído ilicitamente e ações de combate ao garimpo ilegal
Raul Jungmann: “Se você tem um licenciamento que demora muito, passa a ser um tempo insuportável” — Foto: Divulgação
Desde o ano passado, representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) se reuniram por três vezes com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na pauta dos encontros, entre outros temas, o aumento da fiscalização para coibir a “lavagem” de ouro extraído ilicitamente e ações de combate ao garimpo ilegal. Em 2022 e novamente neste ano, o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, esteve na Suíça para conversar com autoridades e membros da iniciativa privada sobre a certificação e a rastreabilidade do ouro produzido no Brasil.
“Das exportações do Brasil para a Suíça, 70% são ouro”, justifica Jungmann, à frente desde o ano passado do instituto que reúne mais de 160 empresas, responsáveis por 85% da produção mineral brasileira. As investidas do Ibram contra o garimpo ilegal e o comércio ilícito de ouro são apenas dois exemplos de bandeiras ligadas à sustentabilidade empunhadas por executivos e instituições presentes à Exposibram, maior conferência de mineração do país, iniciada na noite de segunda-feira.
Num esforço para demonstrar que a chamada “mineração sustentável” não tem conflito estrutural com a preservação do meio ambiente, assuntos como o combate à mudança climática, a proteção da Floresta Amazônica e o empoderamento das populações indígenas permearam os dois primeiros dias do evento. A transição energética - dos combustíveis fósseis para fontes limpas - também ganhou ênfase na programação do evento.
“Podemos virar a grande máquina, como país, de suprimento desses insumos para viabilizar a descarbonização do Hemisfério Norte”, disse Ana Cristina Cabral, presidente da mineradora Sigma Lithium, em sua participação na palestra de abertura da Exposibram, referindo-se à demanda por minerais estratégicos para a fabricação de carros elétricos.
Como outros espectadores, a executiva destacou o fato de o painel inicial ser “balanceado”: três participantes mulheres e três homens. Em 2022, na conferência realizada em Belo Horizonte, havia duas mulheres e quatro homens no palco no ‘talk show’ que deu início ao evento.
Ainda no contexto da transição energética, a relevância dos minerais estratégicos - categoria que abrange o lítio, o nióbio e o cobre, entre outros - foi reafirmada ontem pela confirmação de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançará até o fim do ano um fundo de capital para a exploração destas matérias primas. Participante de um painel sobre mineração para transição energética, o chefe do departamento de Indústria de Base e Extrativa do banco de fomento, Flávio Mota, esclareceu também que o fundo está em fase de escuta de atores de mercado.
Mota confirmou ainda que o Fundo Nacional sobre Mudança de Clima realizará captação no exterior no valor de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) em títulos verdes (“green bonds”). O governo brasileiro será responsável pelo hedge (proteção) contra as variações cambiais, disse. Mota. Atualmente, o fundo conta com recursos de R$ 600 milhões.
“Sem mineração, ninguém vai avançar na política de mobilidade elétrica”, afirmou Juan Camilo Nariño, presidente da Associação Colombiana de Mineração, que participou da discussão com o representante do BNDES.
Para além das questões relacionadas à sustentabilidade, o setor enxerga dificuldades nos prazos de licenciamento de projetos de mineração. “O tempo regulatório tem de sair do tempo geológico, onde o cliente era a indústria de base, [...] mais lenta, para um tempo tecnológico. Porque o nosso cliente é a indústria de tecnologia”, frisou Ana Cristina Cabral, da Sigma Lithium, no painel de abertura.
Jungmann, do Ibram, enfatiza que o setor não está pressionando por uma flexibilização de regras, mas necessita de prazos mais curtos. “Se você tem um licenciamento que demora muito, extremamente burocrático ou, talvez, por falta de pessoal, você tem um tempo que é insuportável”, resumiu.
No fronte regulatório, o setor atravessa um momento de fragilidade devido a uma greve por tempo indeterminado dos servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM), encarregada de regular e fiscalizar o setor. A crise na agência antecede a paralisação, segundo explicou Karen Pires, especialista em recursos minerais da ANM que participou ontem de painel sobre certificação de ouro.
O especialista se queixou da falta de recursos e de estrutura da agência desde sua criação, em 2017. De acordo com a Pires, a agência conta com 150 fiscais para todo o país, onde há 39 mil empreendimentos de lavra e 86 mil processos na fase de pesquisa mineral.
“Não existe certificação nem rastreabilidade sem dados estruturados”, afirmou Pires, acrescentando que os sistemas existentes capazes de viabilizar essas finalidades não “conversam” entre si. “Há um longo caminho para chegar à certificação do ouro”, acrescentou.
Também presente ao debate, o diretor de Geologia e Produção Mineral do Ministério das Minas e Energia (MME), José Luiz Ubaldino de Lima, afirmou que a implementação de sistemas de rastreabilidade sofisticados pode ter custos elevados, proibitivos para alguns dos integrantes da cadeia produtiva do ouro. Lima destacou ainda o problema da falta de padronização na coleta, armazenamento e compartilhamento de dados entre os atores da cadeia.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 30/08/2023
A Case Construction Equipment anuncia o lançamento da retroescavadeira 580N Series 2 HD no país.
O modelo chega ao mercado nacional com a promessa de unir potência do motor com eficiência e precisão nos movimentos, além de novos opcionais e mais conforto e segurança para o operador.
A máquina está sendo apresentada ao público na 46ª edição da Expointer, na qual a fabricante participa junto à concessionária Forza J Malucelli, responsável pela distribuição da marca nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Segundo a empresa, a nova retroescavadeira pode ser usada em obras da construção civil, projetos de infraestrutura, agricultura e atividades de rental.
“Nossos clientes receberão uma máquina mais ágil, com melhor manobrabilidade para suas aplicações e mais produtividade”, destaca Carlos França, líder da CASE para a América Latina.
“Além disso, a conectividade vem de fábrica, com recursos de telemetria que permitem diferentes possibilidades de gerenciamento da frota em tempo real”, acrescenta.
Além do lançamento, a Case expõe na feira a pá carregadeira 621E, que traz motor eletrônico de 142 hp com certificação Tier 3/MAR-I, dispondo de duas curvas de potência e dois modos de trabalho (standard e eco).
“No eco, o equipamento pode proporcionar ao produtor rural uma redução de consumo de até 10% em relação ao standard”, destaca a companhia.
Valor - SP 30/08/2023
Sob a liderança Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, filho mais velho do fundador, plano da empresa é ampliar produção de carros mais baratos
Andrade Filho, presidente do grupo, mostra a linha de montagem de Anápolis a Alckmin: “O programa do governo deu uma chacoalhada em todo o mercado” — Foto: Divulgação
O grupo CAOA anunciou ontem um investimento de R$ 3 bilhões e a abertura de 800 novos empregos na fábrica de veículos em Anápolis (GO). A decisão chama a atenção não apenas pelo tamanho do investimento, que se equipara aos das grandes montadoras do país, mas também por vir daquela que é a única empresa brasileira a assumir a produção de automóveis no Brasil. Mas também: trata-se do maior passo que o grupo dá desde a morte de seu fundador, há dois anos.
Com a morte de Carlos Oliveira Andrade, cujas iniciais deram o nome à empresa que ele fundou há mais de quatro décadas, o grupo passou para o comando de dois filhos. Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, prestes a completar 24 anos e o atual presidente, e Carlos Philippe de Oliveira Andrade, de 21, que termina estudos no exterior, foram preparados pelo pai para uma sucessão que aconteceu rapidamente devido à morte prematura do “Dr. Carlos”, como era chamado o médico paraibano que ganhou fama ao se tornar um empresário bem-sucedido.
Foi Andrade Filho que mostrou ontem ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin, a linha de montagem que precisa dos investimentos para acelerar o ritmo de produção, principalmente do modelo Chery Tiggo5X Sport, que terá a capacidade produtiva ampliada em 150%. O plano total de investimentos será realizado em cinco anos.
O sucesso do modelo é resultado de estratégia de vendas da nova direção da CAOA. O lançamento dessa versão do utilitário esportivo compacto, ao preço de R$ 119.990, aconteceu simultaneamente ao anúncio, no início de junho, do programa de incentivos fiscais do governo federal, que ofereceu descontos para carros abaixo de R$ 120 mil.
O programa já foi encerrado, mas o preço foi mantido, atraindo filas de espera pelo modelo. Além disso, recentemente o grupo também reduziu o preço do Icar, o modelo 100% elétrico, importado, que passou a custar também R$ 119.990.
“O programa do governo deu uma chacoalhada em todo o mercado”, destaca Andrade Filho. Segundo o empresário, a abertura de mais 800 postos de trabalho na fábrica onde hoje trabalham 2 mil profissionais, é “uma virada de chave” no grupo. Os investimentos, diz, ajudarão a eliminar gargalos de produção na unidade inaugurada há 16 anos.
“Vamos ampliar nossa participação no mercado brasileiro”, diz Andrade Filho. “E vamos continuar investindo em novos produtos e renovação dos atuais, além de novas tecnologias de eletrificação”, completa.
Por meio de parcerias com a área acadêmica, como universidades estaduais e a federal de Goiás, o grupo empresarial mantém um centro de pesquisa e eficiência energética.
A CAOA tem um acordo de cooperação com a montadora Chery e licença da coreana Hyundai para produzir carros das duas marcas no Brasil. O grupo é também importador da japonesa Subaru e tem concessionárias Ford, entre outros serviços.
O grupo informou que o novo projeto prevê também a manutenção de investimentos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, marketing e de pós-venda, além da ampliação da rede de concessionárias.
Além de vasta propaganda na TV, o grupo brasileiro costuma encher páginas de jornais e revistas com anúncios comparativos dos seus veículos. A empresa não revela, porém, o tamanho da receita.
A história do fundador da CAOA é bem conhecida no setor. Dr. Carlos era médico em Campina Grande (PB), quando, em 1979 decidiu comprar um Ford Landau. Não chegou a receber o veículo porque a concessionária faliu. Propôs ao dono da revenda comprar a loja descontando a parte do carro que lhe devia. Em menos de seis anos transformou-se no maior revendedor Ford da América Latina.
Com a abertura do mercado, nos anos 1990, ele foi o primeiro representante da Renault no Brasil. A parceria acabou de forma não amigável e foi parar na Justiça. O acordo com os chineses veio depois desse episódio, até o grupo inaugurar a fábrica de Anápolis, em 2007. Outra fábrica mais antiga, que pertencia à Chery, em Jacareí (SP) está temporariamente fechada.
O novo capítulo da história da CAOA, com planos de expansão e emprego em Goiás, acontece num momento que envolve importantes decisões do governo sobre o futuro do programa de incentivos fiscais para o setor automotivo no Nordeste e Centro-Oeste.
Na região Centro-Oeste os benefícios são menores do que no Nordeste. No entanto, ambos terminam no fim de 2025. Movimentos pró-prorrogação dos benefícios por um lado e contra, por outro, dividem empresas, governadores e parlamentares e têm sido assunto das discussões da reforma tributária.
Money Times - SP 30/08/2023
Desde 2020, o setor imobiliário na China vem passando por uma reestruturação para evitar excesso de movimento especulativo, que afetaria o desenvolvimento sustentável futuro do país.
Na época, o governo estabeleceu a regra de “três linhas vermelhas” para regular o excesso de dívida assumida pelas incorporadoras e construtoras. Além disso, a demanda especulativa de imóvel também foi reprimida com maior custo de crédito imobiliário para quem já possuía um imóvel próprio.
A própria intenção da compra do setor também ficou afetado com o lockdown na pandemia por Covid, conflitos geopolíticos, quebra de cadeias globais, regionalização de produção e recessão global. Os compradores chineses estão preocupados e segurando suas poupanças e consumo até que o cenário econômico externo seja mais claro.
Atualmente, os preços de imóveis estão em processo de ajustes com descontos, principalmente nas cidades menores, para que o novo equilíbrio de oferta e demanda seja atingido gradualmente.
Já as construtoras e incorporadoras que cresceram aceleradamente durante a fase de expansão no ciclo imobiliário, usando a elevada alavancagem financeira, estão mais expostas aos riscos nesse processo de ajustes. É o caso da Evergrande e Country Garden, duas das maiores construtoras da China.
No caso, a Evergrande pediu proteção contra bancarrota em Nova York, enquanto a Country Garden perdeu o prazo para o pagamento de empréstimo nesse mês.
Com dinheiro fácil e com taxas de juros baixo de 1% a 2% nos anos anteriores, essas construtoras alavancaram e se comprometeram com vários mega projetos imobiliários, pagando um preço altíssimo por disputa de terrenos nas regiões de maior valorização em diversas províncias da China.
Com a mudança de cenário econômico e redução de venda, o efeito multiplicador de alavancagem fez os estoques de imóveis concluídos e não concluídos dessas duas construtoras chinesas crescerem.
A redução da entrada de caixa e o gasto com obras em andamento levou muitas empresas a atingirem endividamentos alarmantes. Para complicar ainda mais a situação financeira dessas empresas, os aumentos e potencial manutenção de elevada de taxas de juros de crédito (entre 5% e 6%) nos Estados Unidos elevaram os custos financeiros dessas duas empresas que tinha feito financiamento em dólar, agravando mais o problema de liquidez dessas empresas.
A reestruturação imobiliária vai desestabilizar o setor bancário?
O setor bancário chinês está blindado. Com a medida governamental anti-especulativa das três linhas vermelhas, o alto nível endividamento dessas construtoras vem reduzindo significativamente desde 2020. Conforme mostram suas demonstrações financeiras divulgadas, as métricas relacionadas às dívidas, tais como dívidas em dinheiro, em capital e em ativos, têm reduzido consideravelmente.
Os novos investidores ou sócios atuais mais capitalizados estão aproveitando esse momento de desconto para aumentar sua participação nas construtoras, reduzindo também alavancagem financeira dessas empresas.
As construtoras e incorporadoras também tem focado para concluir os imóveis em andamento para serem entregues mais rápido possível. As conclusões das obras também preservam o valor dos ativos dados como garantia para os credores.
Os bancos continuam recebendo normalmente o pagamento dos mutuários dos créditos imobiliários, sendo que a taxa de poupança na China é um dos maiores do mundo. De acordo com o levantamento da NBS, a taxa de poupança das famílias chinesas em relação à renda disponível tem apresentado uma tendência de aumento. Essa taxa média era de 29% (2013-2019) e passou para 33% (2020 -2022). E há evidência que essa taxa aumentou ainda mais em 2023.
Diferente das outras crises imobiliárias no mundo, os mutuários chineses têm poupança para honrar suas dívidas imobiliárias. Se tiver um bom desconto ou um crédito barato, eles poderiam adquirir mais imóveis para seus parentes e futuras gerações. Por isso, apesar das restruturações do setor, os mutuários chineses não só estão pagando parcelas, mas também estão antecipando pagamento de todo saldo devedor para os bancos.
E o Brasil com isso?
O setor financeiro brasileiro não está exposto financeiramente com os problemas de endividamento das construtoras chinesas. O valor dos títulos de dívidas chineses na carteira dos fundos de investimentos ou carteira de créditos dos bancos e investidores brasileiros é mínima, até porque a maioria dessas dívidas foram emitidas no mercado doméstico.
Diferentes da crise imobiliário americano de 2008, onde alguns investidores que atuavam no Brasil sofriam com prejuízos de derivativos imobiliários. A exposição das ações dessas construtoras na Bolsa chinesa também é irrelevante no Brasil.
O impacto negativo mais relevante foi o setor de minério de ferro. A demanda e preço da commodity já caíram consideravelmente com a reestruturação. A demanda de madeira reflorestada para móveis e material de construção também foram afetados. Apesar de ser demorado, a recuperação gradual do setor imobiliário poderá sustentar pelo menos estabilidade dessas commodities durante esse processo de ajuste.
Por outro, tem setores brasileiros que se beneficiam com essa situação, por exemplo, as empresas de construção ou incorporações brasileiras. Os materiais de construção, os moveis e os utensílios domésticos e eletrônicos importados da China estão mais baratos por lá devido ao excesso de produção e de estoque por conta da menor demanda doméstico da China. A queda desses preços ajuda reduzir o custo de construção das incorporadoras, aumentando suas margens de lucros operacionais. Isso também favorece todos os compradores de imóveis novos no Brasil por reduzir a inflação no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC/FGV).
Embora o novo modelo de desenvolvimento da China dependa mais do setor de alta tecnologia e menos do setor imobiliário, o governo continua atento a evolução da reestruturação do segmento para reduzir as consequências econômicas da crise imobiliária e colocá-lo de volta na rota de recuperação.
Na última sexta, por exemplo, o critério que classificava como os primeiros compradores nas grandes cidades foi revisto para que eles pudessem comprar segundo imóvel. Mais medidas de incentivos poderão ser lançadas gradualmente para garantir a estabilidade durante o processo de ajuste e reequilibrar a oferta e demanda de imóveis de forma sustentável.
*As análises e opiniões são de responsabilidade exclusiva do autor e não representam uma visão das instituições da qual o autor pertence.
Diário do Comércio - MG 30/08/2023
O preço médio do metro quadrado do imóvel à venda em Belo Horizonte subiu 0,04% no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período no ano passado (2022), e atingiu o valor médio de R$ 4.750. Os dados do mercado imobiliário são do Relatório de Compra e Venda da plataforma QuintoAndar, divulgados esta semana.
O estudo mostra que quando comparado com o primeiro trimestre deste ano, o preço médio do metro quadrado negociado aumentou 5,56%. O valor médio é medido por meio de todos os anúncios publicados na plataforma, cujos contratos foram fechados no período analisado.
O analista de dados do QuintoAndar, Thiago Reis, explica que o cenário geral do mercado é positivo. “A balança comercial brasileira está melhor do que se esperava e o crescimento do PIB tem superado as expectativas do mercado”, avaliou.
Ele explica que a alta, mesmo que pequena, em Belo Horizonte, é reflexo da elevação do ticket médio praticado no mercado. “Houve queda na demanda por unidades econômicas e aumento de participação de mercado de unidades de médio e alto padrão”, explica.
Uma tendência já noticiada pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO em junho deste ano, quando dados do levantamento do desempenho do mercado imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima, divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), mostrou uma preferência por imóveis de alto padrão por parte das construtoras.
Thiago Reis explica que, como sinalizado na última edição do relatório, a alta dos juros reduziu a procura dos imóveis mais econômicos. Porém, ao analisar o panorama atual do mercado imobiliário, ele avalia como positivo, por alguns fatores. Ele relembrou da queda de juros anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), no início do mês, que reduziu a taxa básica de juros de 13,75% para 13,25%. “Então, a gente espera que nos próximos meses, a taxa deve continuar a cair e as condições de financiamento devem melhorar gradualmente”, disse.
Outro fator pode ser associado à aprovação do novo Minha Casa, Minha Vida, o fato também é considerado uma boa notícia na avaliação do analista. “O redesenho do Minha Casa, Minha Vida será uma importante fonte de demanda para o segmento econômico. Muita gente que adiou o sonho da casa própria, agora pode tomar a decisão com a ampliação dos valores”, analisou.
Negociações mais acirradas
Outro item avaliado pelo estudo é o desconto aplicado nas negociações, ou seja, a diferença entre o preço anunciado e o efetivo valor pago no contrato. Em Belo Horizonte, o desconto médio aplicado no segundo trimestre deste ano foi de 4,5%. Alta de 0,4 ponto percentual com relação ao mesmo período do ano passado, quando o índice era de 4,1%. Com relação ao primeiro trimestre do ano, o registro foi de queda de 0,8 ponto percentual. No primeiro trimestre do ano, o desconto aplicado médio estava em torno de 5,3%. “A maior queda desde 2020, o que dá uma dimensão ainda melhor da mudança. O mercado está mais aquecido e a margem de negociação está reduzindo”, avalia.
Mais caros, mais procurados e mais valorizados
O estudo analisa também o preço negociado, a procura pelos bairros e a valorização. De acordo com o estudo, a Savassi é o bairro com o maior preço médio de metro quadrado negociado no período. No segundo trimestre deste ano, a média do metro quadrado na localidade foi negociado a R$ 8.667. Em segundo lugar está o Sion, a R$ 7.380 e em terceiro o Anchieta, a R$ 6.093. Santa Efigênia e Prado, finalizam o top5 dos bairros mais caros, com média do metro quadrado sendo negociado a R$ 5.764 e R$ 5.667, respectivamente.
No ranking da procura, o Centro deixou o segundo lugar e passou a ocupar o topo da lista de bairros mais procurados. E duas novas localidades entraram na top10: Cidade Nova, na região Nordeste, ocupando o oitavo lugar e Lagoa, na região do Venda Nova, em décimo. Outros se mantiveram como bem procurados e ocupam a lista dos dez principais são: Buritis, Castelo, Sagrada Família, Lourdes, Ouro Preto, Prado e Savassi.
Quanto aos bairros que mais valorizaram no período analisado está o Sagrada Família (14,5%), Sion (13%), Cidade Nova (8,7%), Buritis (8%), Gutierrez (2,8%) e Santo Antônio (2%). O bairro Serra e Anchieta, registraram as maiores desvalorizações no preço médio do metro quadrado negociado, registrando no período queda de 24,1% e 21,4%, respectivamente.
Agência Brasil - DF 30/08/2023
O Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou, nesta terça-feira (29), um relatório que propõe a realização de compensações ambientais e a oitiva de indígenas para solucionar o impasse sobre a construção da Ferrogrão, nova ferrovia que ligará Sinop, no norte de Mato Grosso, a Itaituba, no Pará.
As sugestões foram elaboradas pelo Centro de Soluções Alternativas de Litígios do STF após o ministro Alexandre de Moraes enviar o caso para conciliação judicial e determinar a suspensão da Lei nº 13.452/2017. A norma alterou os limites do Parque Nacional do Jamanxim para permitir a construção da ferrovia.
Durante dois meses, o grupo de conciliação ouviu representantes de diversos órgãos do governo federal e de comunidades indígenas. Caberá ao ministro avaliar as conclusões obtidas pelos conciliadores.
A construção da Ferrogrão é articulada desde o governo Michel Temer. São esperados investimentos de R$ 8,4 bilhões no projeto de concessão. Com 933 quilômetros de extensão, o projeto da ferrovia pretende resolver problemas de escoamento da produção agrícola de Mato Grosso para o norte do país.
Contudo, os impactos ambientais são os entraves para a obra. O projeto exclui 862 hectares do Parque Nacional do Jamanxim, atinge terras indígenas e outras áreas de conservação ambiental.
Diário do Comércio - MG 30/08/2023
Os contratos de concessão rodoviária terão novas regras a partir desta sexta-feira (1º). A nova política pública para remodelagem e otimização desses contratos trará pré-requisito e critérios de adequação aos chamados contratos estressados, que são concessões antigas que fracassaram.
Entre as orientações da portaria, publicada ontem no Diário Oficial da União, estão o início imediato de execução de obras, preferencialmente de ampliação de capacidade e segurança viária; e a antecipação do cronograma de execução de obras.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o governo tentava encontrar uma fórmula para destravar investimentos e evitar uma bomba-relógio, já que vários ativos estavam a ponto de serem devolvidos em série.
Na lista dos que estavam em vias de serem devolvidos estavam os aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Viracopos, em Campinas (SP). Também estão em relicitação a ferrovia Rumo Malha Oeste, e cinco rodovias: Arteris Fluminense, Eco 101, MSVia, Via 040 e Concebra.
De acordo com o ministro dos Transportes, Renan Filho, a nova medida tem potencial de injetar R$ 40 bilhões nos setores ferroviário e rodoviário durante os quatro anos da atual gestão.
Renan Filho diz ainda que a recente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), permitindo a renegociação de contratos sem necessidade de relicitação de ativos, foi fundamental para a definição da nova política pública. Na prática, a decisão autorizou soluções alternativas para os contratos problemáticos caso haja consenso entre governo e empresas.
O acompanhamento e a fiscalização dos novos contratos ficarão a cargo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A fiscalização deve ocorrer, de preferência, a cada três meses e, com o acompanhamento da execução das obras.
Caberá à Corte de Contas providenciar a deliberação e a assinatura do novo termo aditivo em até 15 dias corridos após a formalização da solução pelo TCU. (Ana Paula Branco)
Valor - SP 30/08/2023
Principal preocupação é com a possibilidade de abrir caminho para privatização do Porto de Santos, promessa de campanha de Tarcísio de Freitas
Apesar de ter uma negociação avançada para que o Republicanos assuma o controle do Ministério de Portos e Aeroportos, integrantes do Palácio do Planalto admitem preocupação, nos bastidores, com a possibilidade de que isso facilite o caminho para a privatização do Porto de Santos.
O motivo é que, no atual desenho de uma iminente reforma ministerial, a pasta deve ficar com o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), cujo partido é o mesmo do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
A ideia de privatizar o Porto de Santos é uma das principais promessas de campanha de Tarcísio, mas vem esbarrando, principalmente, na postura do atual ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), que é contra a medida e rival político do governador de São Paulo.
Com a possível substituição dele por Silvio Costa Filho, entretanto, o caminho ficaria livre para a volta da articulação pela entrega do Porto à iniciativa privada, já que o possível novo ministro e Tarcísio são do mesmo partido.
Diante do risco, interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitem que uma possibilidade é tentar costurar um acordo, antes da nomeação de Costa Filho, para que ele faça um compromisso de não levar a privatização à frente. O problema é que o deputado deverá se reportar também ao atual presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que trabalha para projetar Tarcísio de Freitas como uma liderança nacional da sigla.
Ocupar o Ministério de Portos e Aeroportos é estratégico para o Republicanos. Além da grande capacidade de receber emendas parlamentares, a nomeação vai retirar Márcio França do caminho. O atual ministro tem sua base política em Santos, justamente onde fica o maior porto brasileiro. Na prática, a perda do ministério pode representar uma grande derrota para ele e o PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Na sexta-feira (18), quando se reuniu com França, Lula ouviu do aliado que ele gostaria de permanecer no comando da pasta.
Por conta disso, uma alternativa seria encaixar Silvio Costa Filho em outro cargo na Esplanada, como no futuro Ministério de Micro e Pequenas Empresas, que Lula confirmou nessa terça-feira que criará. O Valor apurou que a pasta foi oferecida ao Republicanos pelo menos duas vezes, mas foi recusada em ambas as oportunidades.
A última oferta aconteceu na noite dessa segunda-feira (28), pelos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em nome de Lula. Na ocasião, a estrutura foi oferecida ao líder da bancada, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB ), e a Silvio Costa Filho.
Embora a oferta da pasta já tenha sido feita anteriormente, Lula avalizou que fosse retomada a conversa, com novos argumentos. Primeiro, de que o presidente já formalizaria nesta terça-feira a decisão de recriar a pasta, materializando o novo ministério. Em segundo lugar, o partido foi informado de que Lula pretende investir na nova pasta, garantir um orçamento atraente, porque milhões de brasileiros desejam empreender.
Mesmo assim, os ministros ouviram dos porta-vozes do Republicanos que o partido não tem interesse no ministério. O argumento é de que a direção nacional da sigla já sinalizou aos dirigentes de todos os Estados que o partido deve ficar com a pasta de Infraestrutura.
Desenvolvimento Social
Em outra frente, o governo negocia com o PP a entrada do deputado André Fufuca (PP-MA) em um ministério. A possibilidade mais forte até o momento é uma divisão do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), de modo que o atual titular da pasta, Wellington Dias (PT), permaneça à frente de programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Já o partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), levaria uma nova pasta responsável por ações de assistência social.
O destino do BPC é ponto de atrito. Um segmento do governo defende que o programa, voltado a pessoas com deficiência ou com 65 anos e baixa renda, fique como “prêmio de consolação” para o Centrão, e só o Bolsa Família permaneça sob a gestão de Dias. O benefício, no entanto, é estratégico. Para se ter uma ideia, na prática, foi responsável pelo repasse de aproximadamente R$ 40,8 bilhões entre janeiro e junho deste ano. Em 2022, a política pública bateu R$ 70 bilhões em repasses.
Há ainda, segundo interlocutores do Planalto, a movimentação do PP para ocupar o MDS em sua totalidade, sem divisão. Essas fontes afirmam que a proposta ainda está sendo analisada, embora as versões a respeito do tema sejam contraditórias dentro do próprio Palácio. Um ministro de Lula disse ao Valor acreditar que essa alternativa dificilmente se concretizará. Outra fonte, do segundo escalão, afirma que a entrega do MDS inteiro ao PP é a possibilidade mais forte “no retrato do momento”. Lula reúne-se nesta quarta-feira com Dias, Costa e Padilha. A expectativa é que o tema seja tratado no encontro.
Portos e Navios - SP 30/08/2023
O Porto de Santos movimentou em julho 15,3 milhões de toneladas de mercadorias, registrando a melhor marca para esse mês e ficando 5,2% acima do apurado em julho do ano passado (14,5 milhões de toneladas). Esse desempenho elevou em 0,8% o movimento acumulado do ano, que soma 96,3 milhões de toneladas, também recorde para o período.
As cargas do agronegócio lideram o crescimento, destacando-se a soja, com 2,1 milhões de toneladas em julho (+65,7%) e 26,7 milhões de toneladas no acumulado do ano (+16,3%); seguida pelo açúcar, com 2,2 milhões de toneladas no mês (+4,9%) e 10,4 milhões de toneladas nos 7 primeiros meses do ano (+4,9%).
O volume embarcado de milho no ano soma 4,3 milhões de toneladas, um crescimento de 3,7%. A expectativa é que esses embarques cresçam, ainda mais, tendo em vista a entrada neste segundo semestre da segunda safra dessa commodity.
O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, revela que a previsão é encerrar o ano com 18,8 milhões de toneladas de milho embarcadas, 28,4 milhões de toneladas de soja e 21,4 milhões de toneladas de açúcar. “O ciclo do escoamento do milho no Porto de Santos é de julho a dezembro, intercalando com a safra de soja (1º semestre)”, explica Pomini. E acrescenta: “a infraestrutura para atendimento às safras agrícolas está em expansão no complexo portuário de Santos. Players multinacionais de alimentos vêm fazendo investimentos na capacidade do Porto para movimentação de grãos e o último deles foi a Cofco, com o STS11, que já está com obras de expansão em andamento e será o maior terminal para granéis vegetais do país”.
O Porto de Santos escoou 27,2% das exportações nacionais de milho, de janeiro a julho, e 36,1% das exportações de soja.
No geral, os embarques atingiram no mês 11,6 milhões de toneladas, um crescimento de 8,6%, e no acumulado do ano, 71,7 milhões de toneladas, 2,9% acima do mesmo período de 2022. Já as descargas somaram 3,7 milhões de toneladas, ficando 5,2% abaixo do apurado em julho do ano anterior. O acumulado do ano chegou a 24,5 milhões de toneladas, também apresentando redução de 4,8%.
Destacaram-se, também, os embarques de granéis líquidos, como suco cítrico, com crescimento mensal de 16,1% e acumulado no ano de 8,3%; e de álcool, no mês 111,7% e nos 7 primeiros meses do ano 35,1%.
A movimentação de cargas conteinerizadas somou 420,3 mil TEUs, ficando 4,6% abaixo de julho do ano passado (440,6 mil TEUs), apesar de caracterizar-se como a segunda maior movimentação mensal no Porto para essa modalidade. O acumulado do ano se mantém 6,5% abaixo do mesmo período anterior, totalizando 2,6 milhões de TEUs.
Os granéis sólidos somaram no ano 52,8 milhões de toneladas, um crescimento de 7% e os granéis líquidos atingiram 10,8 milhões de toneladas, 1,5% a menos do que o mesmo período do ano anterior.
A atracação de navios nos sete primeiros meses do ano atingiu 3.125 embarcações, crescimento de 3,8%.
Infomoney - SP 30/08/2023
Os preços do petróleo subiram mais de um dólar por barril nesta terça-feira, com a queda do dólar, enquanto os investidores debatiam o potencial impacto do furacão Idalia, que deve atingir a Flórida esta semana, sobre oferta e demanda de energia.
Os futuros do petróleo Brent subiram 1,07 dólar, ou 1,3%, para 85,49 dólares por barril, enquanto os futuros nos EUA fecharam a 81,86 dólares por barril, uma alta de 1,06 dólar, ou 1,3%.
O índice do dólar americano caiu nesta terça-feira, depois de dados terem mostrado que as aberturas de vagas de empregos nos EUA, uma medida da procura de trabalho, caíram em julho. A fraqueza no mercado de trabalho poderia encorajar o Federal Reserve a desacelerar os aumentos das taxas de juros, disseram especialistas.
Um dólar mais fraco torna o petróleo denominado em dólares menos caro para os investidores que detêm outras moedas, aumentando a procura.
Enquanto isso, estava previsto que o furacão Idalia atingiria a força da categoria 3 — classificado como um grande furacão, com ventos máximos sustentados de pelo menos 179 km/h (111 mph) — antes de atingir a costa do Golfo da Flórida nas primeiras horas de quarta-feira, de acordo com o Miami Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Washington.
A tempestade provavelmente terá impacto nos sistemas de distribuição de combustível e afetará o consumo de combustível nas regiões afetadas pouco antes do feriado federal do Dia do Trabalho, em 4 de setembro, disse Robert Yawger, analista da Mizuho.
Não se espera que o sistema climático atinja as principais plataformas de produção de petróleo no Golfo do México dos EUA. No entanto, a grande petroleira Chevron retirou alguns funcionários de três plataformas na região.
A produção continuava nas instalações de petróleo e gás operadas pela Chevron no Golfo do México.
Embora Idalia não represente um grande risco de abastecimento, aponta para um risco crescente de potenciais interrupções futuras no Golfo do México, no que se espera ser uma temporada movimentada de furacões, observou Yawger.
TN Petróleo - RJ 30/08/2023
A BW Energy concluiu ontem, 28/08, a aquisição dos Polos Golfinho e Camarupim localizados na Bacia do Espírito Santo e vai operar de aproximadamente 10.000 barris de produção diária de petróleo.
Após a conclusão, a BW Energy passa a deter 100% de participação (WI) nos Polos Golfinho e Camarupim e 65% de WI no bloco BM-ES-23. O fechamento da transação segue um período de produção estável de petróleo após o reinício do FPSO Cidade de Vitória após reparos e modernizações.
"Temos o prazer de concluir a transação para nos tornarmos proprietários da produção de materiais e fluxo de caixa no Brasil e de diversificar nossa base de produção e recursos. Temos uma forte organização local pronta para assumir a operação e capturar um potencial significativo de criação de valor através de já identificou oportunidades de desenvolvimento em fases e exploração de campo próximo”, disse Carl K. Arnet, CEO da BW Energy.
A presente divulgação está de acordo com as normas internas da Petrobras e com as disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto 9.355/2018.
Os campos cedidos respondem por 6,6% da produção operada pela Petrobras no Estado do Espírito Santo, e sua transferência não impacta as demais atividades da Petrobras na região, onde a empresa mantém operações de importantes campos em águas profundas, a exemplo do Parque das Baleias, além de 6 áreas exploratórias. A Companhia mantém seus compromissos de investimento no Estado do Espírito Santo, com destaque para a implantação de uma nova unidade de produção no Campo de Jubarte (FPSO Maria Quitéria) e para a interligação de novos poços, projetando um incremento da sua curva de produção até 2027.
Além dos campos offshore, a Petrobras permanece com outras operações no estado, como as unidades de processamento de gás natural de Cacimbas (UTGC) e Sul Capixaba (UTGSUL) e o Terminal Aquaviário Barra do Riacho.
Sobre os Polos Golfinho e Camarupim
O Polo Golfinho está localizado em lâmina d’água entre 1.300 m e 2.200 m, compreendendo os campos de Golfinho, produtor de óleo, e Canapu, produtor de gás não associado, e o bloco exploratório BM-ES-23.
O Polo Camarupim está localizado em lâmina d’água entre 100 m e 1.050 m, compreendendo os campos unitizados de Camarupim e Camarupim Norte, ambos de gás não associado.
A Petrobras detinha 100% de participação nos conjuntos de concessões dos Polos Golfinho e Camarupim, com exceção do bloco exploratório BM-ES-23, em que possuía participação majoritária de 65%, em parceria com a Aquamarine Exploração Ltda (20%) e Inpex Petróleo Santos Ltda (15%). A Petrobras era a operadora em todas as concessões.
A produção total média do campo de Golfinho em julho de 2023 foi de 10,2 mil bpd de óleo e 114,6 mil m3/dia de gás. As demais áreas não se encontram em produção.
Sobre a BWE - A BWE é uma subsidiária integral da BW Energy Ltd., empresa de E&P com foco em reservatórios de petróleo de baixo risco, para desenvolvimento em fases e com acesso às instalações de produção existentes.
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