Valor - SP 28/09/2023
A companhia, que passou a fabricar aços longos laminados — vergalhões e fio-máquina — em 2018, tem plano de elevar sua capacidade de produção de aço bruto de 730 mil toneladas para 1,2 milhão de toneladas
Para poder crescer, sem comprometer o caixa e a alavancagem financeira da companhia, a siderúrgica Aço Verde do Brasil (AVB), querem atrair “parceiros estratégicos”. A empresa contratou o banco UBS para abrir um processo internacional que busque interessados em ser sócios na siderúrgica — estão no radar fundos de private equity, institucionais e de investimentos e até potenciais grupos do setor dispostos a participar do projeto de expansão. Não está também descartada uma oferta pública de ações (IPO).
O Valor apurou com fontes do setor que o banco suíço UBS vai abrir na próxima sema uma sala de informações (“data room”) para que os interessados possam conhecer os números da AVB.
A companhia, que teve um longo caminho de construção e passou a fazer aços longos laminados (vergalhões e fio-máquina) em 2018, planeja elevar a capacidade de produção de aço bruto de 730 mil toneladas para 1,2 milhão de toneladas. No atual cenário da indústria do aço, no país e globalmente, não há da parte dos acionistas disposição de se endividar e correr riscos, relatou uma fonte.
Essa duplicação de capacidade custaria em torno de R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões — principalmente em duas novas unidades de produção — uma aciaria e nova laminadora na planta industrial que fica em de Açailândia, no Maranhão.
Após trajetória difícil para montar a AVB, em que a alavancagem foi às alturas e comprometeu o futuro da empresa, os acionistas avaliam que o projeto possa ser feito com investidores que veem valor no modelo da AVB. É considerada uma produtora de “aço verde”, pois tem uma operação certificada de emissão neutra de dióxido de carbono (CO2).
No final de 2022, conforme os últimos dados da empresa de auditoria internacional SGS, a AVB manteve inalterado o selo de usina de aço longo carbono com emissão neutra, reconhecida pela World Steel Association (WSA). O resultado do ano repetiu as 0,02 toneladas de CO2 emitidas para cada tonelada de aço fabricada.
Ao se observar a corrida mundial pela descarbonização na siderurgia, maior emissora de CO2 do setor industrial (responde por 7%), a mini-mill de aços longos de Açailândia já vivenciou esse processo. A empresa aproveita os gases gerados no processo (em circuito fechado) nas linhas de produção e vem investindo em térmicas para gerar energia usando os gases. Além disso, a meta é geração zero de resíduos na usina.
A siderúrgica, que é controlada 100% pela família mineira Nascimento, dona do grupo Ferroeste — e que tem Silvia Nascimento como CEO desde o ano passado —, vislumbra, no cenário de “economia verde” global, atrair um investidor que queria participar de uma produtora de aço verde para atuar em mercados como o europeu, que vem valorizando esse tipo de produto dentro de suas regras climáticas, segundo uma fonte a par dessa estratégia dos acionistas da AVB afirmou ao Valor.
Produto com esse perfil, obtido em produção sustentável, terá demanda quase cativa nos mercados que ficam cada vez mais rígidos na questão climática. Por ser obtido de processos com emissão neutra de CO2, tem preferência de compra, prêmio no preço de venda e a empresa recebe vantagens em financiamentos bancários.
A AVB começou a ser erguida em 2007, mas ficou pronta somente no final de 2015, após muitos percalços no meio do caminho (como a quebra do Lehman Brothers em 2008 e a crise econômica do Brasil entre 2014 e 2017). Começou produzindo ferro-gusa, em alto-forno a carvão vegetal. Atualmente são dois equipamentos modernos, cuja produção abastece a aciaria de tarugos de 600 mil toneladas ao ano.
Com a aquisição de uma laminação apta a fazer 600 mil toneladas anuais, a partir de 2018 entrou no mercado de aços laminados (fio-máquina, vergalhões e trefilados), disputando clientes de vário setores. A AVB abriu competição com as gigantes ArcelorMittal e Gerdau — que têm 85% das vendas de aços longos —, a mexicana Simec, Sinobras e CSN.
Ao fim de junho, a AVB informou, em balanço trimestral — publicado como se fosse empresa com ações negociadas em bolsa —, que sua alavancagem financeira era de 0,8 vez na relação dívida líquida sobre Ebitda (sigla em inglês de lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização). O caixa fechou em R$ 720 milhões. A dívida bruta da empresa era de R$ 1,22 bilhão.
A siderúrgica fechou o primeiro semestre com receita líquida de R$ 845,8 milhões — recuo de 13% ante os seis meses de 2022. O Ebitda foi de R$ 271,4 milhões (menor 37%) e lucro líquido de R$ 187,7 milhões (menos 37%), com margens Ebitda e líquida de 32,1% e 22,2%, respectivamente. Foram vendidas 189 mil toneladas de produtos laminados (mais 14,5% no período).
A capacidade da laminação da siderúrgica vem sendo ocupada gradativamente — neste ano está operando em patamar superior a 400 mil, com plano de atingir a plena capacidade em 2025, conforme informações passadas ao Valor em entrevista no balanço divulgado em agosto. Possui flexibilidade de poder vender no mercado interno, ou ao exterior, em caso de preços atrativos, tanto ferro-gusa quanto tarugos. A prioridade é atender o mercado de vergalhões (construção civil) e também de fio-máquinas (usos industriais).
Montar a siderúrgica exigiu investimentos superiores a R$ 1,5 bilhão, disse ao Valor, em entrevista em outubro de 2022, a CEO da companhia. Ela destacou na época: “A AVB é um projeto vocacional, que juntou empreendedorismo do acionista, minério de ferro rico de Carajás e base florestal, de onde se produz o biocarbono que vai aos altos-fornos”.
Em nota, após a publicação da reportagem do Valor, a AVB informou que a empresa “está constantemente analisando oportunidades de mercado para viabilizar crescimento operacional, mas até o momento não definiu realização, termos ou condições de uma operação”. E que “inexiste, na presente data, qualquer deliberação societária da companhia sobre qualquer oferta pública de valores mobiliários ou operações de capitalização envolvendo investidores externos”.
O Estado de S.Paulo - SP 28/09/2023
O presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou que a companhia está sob a iminência de promover demissões por conta do cenário atual que a indústria do aço vive no País. A fala foi feita durante o 33.° Congresso Aço Brasil, realizado nesta quarta-feira, 27, em São Paulo.
O executivo avaliou o momento atual em que a indústria siderúrgica brasileira vive, apontando que o forte aumento no volume do aço importado, sobretudo da China, vem prejudicando a produção brasileira. Werneck acrescentou que a Gerdau já tem 600 trabalhadores em suspensão temporária do contrato de trabalho por conta da redução da produção na empresa.
“Se não forem tomadas decisões por parte do governo nos próximos 30 dias sobre o aumento da tarifa de importação, a situação ficará preocupante. É preciso a adoção de ações urgentes para que a tarifa suba 25%, ou então teremos muita dificuldade”, afirmou o executivo.
De acordo com Werneck, a Gerdau já possui duas plantas, uma no Ceará e outra em São Paulo, que estão paralisadas.
O diagnóstico do presidente da Gerdau foi acompanhado pelo presidente da ArcelorMittal Brasil e presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson De Paula, que confirmou a possibilidade de problemas sociais caso o cenário se mantenha.
“Vamos produzir 1,3 milhão de toneladas de aço a menos por causa do cenário atual de importações. A nossa capacidade está entre 15 milhões a 16 milhões de toneladas, mas vamos produzir menos. Se o cenário continuar igual, haverá um problema social no País”, afirmou De Paula.
Reforçando a gravidade do assunto, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, afirmou que a decisão do governo de antecipar o fim do desconto de 10% na alíquota de importação de 12 produtos siderúrgicos foi “inócua”.
O executivo comparou a taxa de importação do Brasil em relação a países como Estados Unidos, México e União Europeia, onde a tarifa é de aproximadamente 25%, segundo aponta a entidade.
Importações em alta
Segundo Jefferson De Paula, as importações de aço vão aumentar cerca de 40% em 2023 na comparação com o ano passado. O executivo acrescentou ainda que a projeção para o final do ano é de que ocorra uma queda de 6% nas vendas internas.
Segundo ele, um dos principais impeditivos para a aceleração do crescimento no País são os juros. “A queda continuada dos juros nos parece factível, mesmo que consequentes do risco inflacionário do passado recente”, afirmou.
O executivo defendeu ainda a adoção de incentivos por parte do governo para iniciativas de baixo carbono voltado para a indústria e desenvolvimento de pesquisas: “A indústria siderúrgica será transformada completamente em termos de tecnologia e processamento”.
De Paula afirmou que a disponibilidade de sucata e oferta de gás natural com preços compatíveis serão vitais para a redução das emissões de CO2 no setor. “A neutralidade de carbono passa necessariamente pela oferta de energia limpa, um dos pilares da ‘neoindustrialização’ no Brasil.”
Investing - SP 28/09/2023
Grandes produtores de aço do Brasil fizeram nesta quarta-feira a mais forte cobrança pela criação de mecanismos de proteção comercial pelo governo federal dos últimos anos, com dirigentes de empresas como Gerdau (BVMF:GGBR4) e ArcelorMittal citando possibilidade de onda de demissões diante da capacidade ociosa de 40% do setor.
O presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou que a companhia está perto de promover demissões no Brasil. O executivo citou a necessidade de o governo criar imposto de importação de 25% sobre o aço como forma de proteger o mercado interno de competição com material que tem chegado principalmente da China.
"Estamos hoje na iminência de ter que promover demissões e desligamentos", disse Werneck durante conferência do setor promovida pela entidade Aço Brasil. Ele defendeu a tomada de "decisões urgentes" pelo governo nos próximos 30 dias para "reprimir essa demanda predatória que está vindo".
De janeiro a agosto, as compras de material siderúrgico pelo Brasil de outros países somaram 3,18 milhões de toneladas, crescimento de 49,5%, segundo dados do Aço Brasil. O volume é quase o mesmo da capacidade produtiva total da siderúrgica CSP, da ArcelorMittal, instalada no Nordeste.
Somente em agosto, as importações de aço pelo Brasil atingiram o maior patamar desde julho de 2021, a 495,7 mil toneladas, avanço de 55,6% sobre o mesmo período de 2022, de acordo com a entidade.
"Temos hoje na Gerdau 600 pessoas com suspensão de contratos de trabalho", afirmou Werneck. "Temos planta no Ceará que está completamente parada. Em São Paulo... de norte a sul do país que não estão operando", disse o executivo.
"E as pessoas que estão em casa estão aguardando uma decisão do governo federal que possa resolver este problema", disse o presidente da Gerdau, se referindo ao pleito do setor pela tarifa de importação de 25%.
O presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou durante o evento que há possibilidade de perda de 15 mil postos de trabalho no setor.
Mais cedo, ele antecipou que a entidade vai elevar em breve a projeção de alta das importações neste ano de 25,6% para 40% a 42%.
Já o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula, disse que a companhia vai produzir 1,3 milhão de toneladas a menos de aço este ano que o orçado pela companhia.
"Temos hoje capacidade de 15 milhões a 16 milhões de toneladas (no Brasil). Fizemos orçamento no começo do ano para a máxima capacidade, mas se vamos produzir a menos, vocês podem entender que isso vai acabar gerando um problema social no país", disse o executivo durante o fórum.
"O Brasil não cresce. Nos últimos 10 anos o PIB cresceu apenas 0,7%", disse De Paula, defendendo um "plano de governo que funcione" no longo do prazo, com um crescimento no investimento em infraestrutura.
Valor - SP 28/09/2023
Entre os diferentes tipos de uso, o que mais demandou estruturas de aço foi de energia (46,8% do total), seguido pelo industrial (29,4%), infraestrutura (7,8%) e residencial (2,2%)
O faturamento dos fabricantes de produtos de aço para construção, que ainda têm mais da metade de sua capacidade de produção ociosa, cresceu 13,2% ano passado. Os dados constam de três pesquisas do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), em parceria com a Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem), realizadas pela E8 Inteligência. O CBCA é gerido pelo Instituto Aço Brasil.
Entre os fabricantes de estruturas de aço utilizadas em torres para o setor de energia, na indústria, no setor de infraestrutura e residencial, entre outros, o resultado somou R$ 16,2 bilhões em 2022.
A produção atingiu 1 milhão de tonelada de aço para esses usos, valor estável sobre 2021. O setor, no entanto, tem capacidade produtiva para 2,3 milhões de toneladas, o que aponta para uma taxa de utilização de 46%.
Entre os diferentes tipos de uso, o que mais demandou estruturas de aço foi de energia (46,8% do total), seguido pelo industrial (29,4%), infraestrutura (7,8%) e residencial (2,2%).
Perguntados sobre os principais desafios enfrentados, 68,3% das 349 empresas consultadas disseram ser o custo da matéria-prima e 43,6% a tributação.
Também foi feita uma pesquisa com fabricantes de telhas de aço e steel deck (lajes de aço galvanizado e concreto). As 106 empresas ouvidas faturaram R$ 8,4 bilhões em 2022, aumento de 18,3% em um ano.
Elas produziram 504,3 milhões de toneladas. O uso da capacidade produtiva também foi baixo, de 42%.
Para esse segmento, a dificuldade mais apontada foi a concorrência com material importado ou não qualificado, segundo 57,4% dos entrevistados, seguido pelo custo da matéria-prima (47,5%).
Já o faturamento dos fabricantes de perfis galvanizados, que incluem light steel frame e drywall, cresceu 28,4% em 2022, para R$ 1,38 bilhão. Foram produzidas 96,1 mil toneladas dos produtos, quase um terço da capacidade produtiva de 262,2 mil toneladas.
As obras residenciais são os maiores usuários dos perfis galvanizados, com 61% das vendas de light steel frame e 34,6% de drywall.
Para 64% das 35 empresas consultadas, a maior dificuldade é a concorrência com material importado ou não qualificado, seguida pela baixa cultura de uso dos sistemas (35,7%).
Valor - SP 28/09/2023
Com a estrutura atual de alíquotas de importação no mundo, que se movimentou em busca de proteção contra a China, boa parte da produção do país asiático tem sido deslocada para a América do Sul e inundado o mercado brasileiro, explicou o empresário
O empresário Jorge Gerdau Johannpeter disse nesta quarta-feira (27) que está “extremamente preocupado” com a crescente oferta de aço chinês no mercado brasileiro e indicou que pode haver redução expressiva nas taxas de operação do setor se nenhuma medida para conter o avanço das importações for adotada. "Se não conseguirmos esses 25% [ de alíquota de importação], há risco de a China bombardear o Brasil e nos obrigar a reduzir a capacidade em 10%, 20% ou 30%", afirmou.
Com a estrutura atual de alíquotas de importação no mundo - que se movimentou em busca de proteção contra a China -, boa parte da produção do país asiático tem sido deslocada para a América do Sul e inundado o mercado brasileiro, explicou.
"O problema não é conjuntural, é estrutural. E receio que, pelos nossos processos históricos [de negociação com o governo], não vamos conseguir os 25% de alíquota de importação", afirmou, durante o Congresso Aço Brasil 2023. O setor já levou ao governo um pedido de elevação da alíquota, em caráter emergencial, mas ainda não teve sucesso. Setores consumidores de aço alegam que a indústria quer usar o aumento de imposto para elevar os preços de seus produtos.
"É preciso se conscientizar de que se não houver pressão política maior junto a congressistas, não vamos conseguir", afirmou. O empresário disse ainda que, pela primeira vez em décadas de vivência no setor, avalia que os métodos históricos de negociação adotados pelo setor, agora para atingir os 25% de alíquota de importação e acompanhar o resto do mundo, não devem funcionar.
"Não vejo capacidade decisória pelos processos burocráticos convencionais. Estou sentindo insegurança do processo decisório governamental", afirmou. "Provavelmente vamos ter de mudar nossa atitude política".
Jorge Gerdau Johannpeter — Foto: Divulgação/Aço Brasil
Investing - SP 28/09/2023
A ArcelorMittal Brasil vai produzir 1,3 milhão de toneladas a menos de aço este ano que o orçado pela companhia, afirmou o presidente da empresa, Jefferson De Paula, durante fórum do setor nesta quarta-feira.
"Temos hoje capacidade de 15 milhões a 16 milhões de toneladas (no Brasil). Fizemos orçamento no começo do ano para a máxima capacidade, mas se vamos produzir a menos, vocês podem entender que isso vai acabar gerando um problema social no país", disse o executivo durante fórum promovido pelo Aço Brasil.
De Paula fez o comentário no contexto da demanda do setor para que o governo federal imponha imposto de importação de 25% sobre aço importado, acompanhando medidas semelhantes tomadas por países e regiões como México e União Europeia.
Valor - SP 28/09/2023
Segundo o Instituto Aço Brasil, a previsão de crescimento de 25,6% das importações certamente será revista
Em vias de revisar para cima a projeção para as importações de aço em 2023, a indústria siderúrgica brasileira vê risco de suspensão da operação em usinas locais e demissões caso a taxa de ociosidade permaneça em 40% e o governo não adote medidas emergenciais para coibir a entrada cada vez mais volumosa de produto importado. Segundo o Instituto Aço Brasil, a previsão de crescimento de 25,6% das importações certamente será revista para algo entre 40% e 42%.
Em painel na manhã desta quarta-feira (27) durante o Congresso Aço Brasil 2023, que reuniu presidentes das grandes siderúrgicas com operações no país, a avaliação foi unânime: se não houver elevação da alíquota de importação para 25% no curtíssimo prazo, haverá necessidade de adoção de mais medidas nessa linha — na Gerdau, já há 600 funcionários com contrato de trabalho suspenso (lay-off), em diferentes unidades.
“Se não estamos vivendo uma tempestade perfeita, estamos enfrentando uma situação dramática”, disse o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula. Conforme o executivo, a multinacional investiu R$ 12 bilhões nas operações brasileiras, na última década, e tem, no país, fábricas que são consideradas “benchmark” sob diferentes critérios dentro do grupo. “Estamos enfrentando uma competição desigual com a China”, acrescentou.
Para o presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, a elevação das importações de aço, em um momento de declínio do consumo aparente nacional, configura uma tempestade perfeita, mas esse problema é estrutural, e não apenas conjuntural. “É o segundo ano em que isso acontece e não há expectativa de que essa situação se atenue”, comentou.
O desequilíbrio entre oferta e demanda de aço visto neste momento no mercado brasileiro decorre, principalmente, do volume crescente das exportações chinesas para o país e a América do Sul, onde ainda não foram impostas barreiras à entrada desses produtos. Segundo o Instituto Aço Brasil, há excesso de capacidade de 567 milhões de toneladas no mundo, boa parte concentrada na China, que, hoje, é alvo de 240 processos por práticas comerciais desleais.
Para o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, a vantagem da tempestade perfeita é que há fim. “Tenho uma visão otimista das oportunidades que o setor tem pela frente, como, por exemplo, a transição energética. Mas temos de resolver alguns problemas para ver o céu abrir no menor prazo possível”, disse, classificando as importações chinesas como “predatórias”.
Portas abertas para a China
Segundo o presidente executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, em 2000, a China representava 1,4% das importações brasileiras de produtos siderúrgicos. Hoje, essa fatia chega a 54,2%, ou 1,7 milhão de toneladas. Enquanto outros países procuraram se defender do avanço chinês no comércio internacional, acrescentou, o Brasil acabou facilitando a entrada de seus produtos.
O setor já levou ao governo um pleito de elevar a 25% a alíquota de importação de aço, em caráter emergencial, mas tem enfrentado resistências. “Setores consumidores têm procurado o governo, sob o argumento de que o aumento da alíquota visa ao aumento de preços [no mercado doméstico]”, contou Marco Polo.
Essa argumentação, conforme os executivos, não encontra fundamentos, uma vez que a indústria experimenta, hoje, taxa de ociosidade de 40%. Portanto, uma elevação dos preços, na esteira da alíquota maior, não resultaria em vendas internas maiores para as siderúrgicas aqui instaladas.
“Vamos enfrentar uma situação difícil com a China. Estou muito preocupado com o que está acontecendo agora e está vindo pela frente. Todos deveríamos nos mobilizar para colocar medidas de curto prazo para que a China não eleve ainda mais sua oferta”, ressaltou Werneck, da Gerdau. Para o executivo, se medidas emergenciais não forem adotadas em 30 dias, há risco real de "danos". “Temos 600 funcionários em lay-off. No Ceará, temos uma planta completamente parada, de Norte a Sul temos turnos que não estão operando”, afirmou.
De acordo com De Paula, da ArcelorMittal, a China tem hoje 200 milhões de toneladas de sobrecapacidade de aço e está instalando mais 100 milhões de toneladas, também subsidiadas pelo governo, ao mesmo tempo em que o PIB local perde tração. “Não é um problema conjuntural, é estrutural”, avaliou. “Se continuar essa ociosidade de 40%, vamos [o setor] ter de parar plantas”.
O executivo disse ainda que, em 2023, a ArcelorMittal Brasil vai produzir 1,3 milhão de toneladas a menos do que havia orçado inicialmente por causa desse cenário complexo no mercado interno. A companhia pode produzir entre 15 e 16 milhões de toneladas por ano no país e a previsão original era operar a plena capacidade.
Diário do Comércio - MG 28/09/2023
Quedas de 5% na produção, 6% nas vendas internas, 2,3% no consumo aparente e 0,3% nas exportações. Por outro lado, alta de 40% nas importações. Essas são as previsões das siderúrgicas no Brasil para o fechamento de 2023, cenário que, somado à atual ociosidade de 40% da capacidade produtiva das usinas, é avaliado pelo setor como uma “tempestade perfeita”.
Um dos principais problemas causadores dessa situação se trata da significativa entrada de aço no País, provinda, principalmente, do mercado chinês. Somente em agosto deste ano, a China enviou quase 300 mil toneladas do produto siderúrgico para o Brasil, de um total de 496 mil toneladas importadas. Os chineses são acusados de práticas predatórias ao subsidiar os preços das mercadorias.
A evolução fica ainda mais evidente quando se avalia os primeiros oito meses de 2023 em comparação ao início dos anos 2000. No período, o volume de importações brasileiras de aço das siderúrgicas chinesas saltou de 1,4% para 54,2%. E a tendência é que a quantidade se estenda ainda mais, visto que o país asiático vem tentando escoar grande parte seu excesso produtivo à América do Sul.
Para tentar conter a “inundação” de aço e voltar a crescer, a indústria tem clamado por medidas emergenciais. Uma delas refere-se à solicitação feita ao governo federal para taxar a importação em 25%, o mesmo percentual praticado por 27 países da União Europeia, além dos Estados Unidos e México. A alíquota adotada hoje no Brasil é de 9,6%, exceto para alguns produtos.
Conforme o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, é preciso cessar esse movimento que tem afetado todo o setor. De acordo com ele, se a “tempestade” demorar muito para passar, será grande o estrago ocasionado às siderúrgicas e à economia. Ainda segundo o dirigente, para tentar avançar sobre o debate tarifário, a entidade pediu uma audiência, em caráter de urgência, com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Estamos com uma previsão de 4,8 milhões de toneladas de aço importado. Mais o que entra de importação indireta, são 9 milhões de toneladas. Isso representa 15 usinas mini-mills ou duas grandes usinas, e precisamos parar esse processo de maneira a preservar as nossas plantas (siderúrgicas), funcionando com a utilização adequada e mantendo empregos”, ressaltou Lopes à reportagem do DIÁRIO DO COMÉRCIO durante a 33ª edição do Congresso Aço Brasil.
CEOs analisam a situação da siderurgia e suas possíveis resoluções
A preocupante situação da siderurgia brasileira e as possíveis resoluções para os problemas também foram analisados por executivos de algumas das principais siderúrgicas do País. No último dia do evento, realizado entre terça-feira (26) e ontem (27), em São Paulo, os dirigentes participaram do painel “desafios e tendências da indústria do aço na visão dos CEOs”.
Para o presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração Latam, Jefferson de Paula, o atual cenário é dramático e pode acabar gerando, inclusive, um problema social. Conforme ele, a empresa reviu suas projeções para este ano devido à situação adversa e vai produzir, no País, 1,3 milhão de toneladas de aço a menos do que previa antes.
Por sua vez, o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que algumas usinas da empresa estão paralisadas em virtude das altas importações. Apesar disso, ele foi otimista em sua análise e frisou que já passou por “tempestades” como essa e que o setor tem oportunidades pela frente diante das transformações da sociedade, como a transição para uma economia de baixo carbono.
Enquanto isso, o diretor presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, ressaltou que a situação é estrutural e se repete pelo segundo ano seguido, sem perspectivas de que se amenize. E o diretor presidente da Villares Metals, Armin Andreas Wuzella, salientou que uma possível queima de estoque das siderúrgicas neste fim de ano pode atrapalhar ainda mais o setor.
Investing - SP 28/09/2023
A Usiminas (BVMF:USIM5) espera reativar seu maior equipamento de produção de aço bruto, o alto-forno 3 da usina de Ipatinga (MG), em meados de outubro, após fim de reforma bilionária iniciada em abril que tinha previsão de conclusão em agosto, afirmou o presidente do sindicato local de trabalhadores nesta quarta-feira.
"A informação que temos é que eles acreditam que na primeira quinzena de outubro vai religar", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (MG), Geraldo Magela Duarte, ao ser questionado pela Reuters.
Procurada, a empresa não comentou quando pretende religar o equipamento.
"Não há uma data definida, está faltando 1% dos trabalhos da reforma, coisa simples, se der tudo certo nos testes", acrescentou o dirigente.
A expectativa inicial era que o alto-forno 3 fosse religado em 10 de agosto, afirmou, acrescentando que a empresa não contratou funcionários adicionais para o início da operação do equipamento.
O alto-forno 3 está parado desde abril para uma reforma geral que tem investimento estimado em 2,7 bilhões de reais. A capacidade do equipamento é de cerca de 3 milhões de toneladas por ano, mas a companhia vinha operando com ele a cerca de 60% deste volume antes da reforma, que deve gerar ganhos de produtividade para empresa, segundo afirmaram executivos da companhia no final de julho.
Se a previsão se confirmar, o religamento pode contribuir para pressionar o mercado interno já intensamente abastecido por importações de aço, principalmente da China e da Rússia.
Siderúrgicas que operam no Brasil estão cobrando o governo para impor Imposto de Importação de 25% sobre o aço como forma de proteção comercial.
Nesta quarta-feira, os presidente-executivos de Gerdau (BVMF:GGBR4), Gustavo Werneck, e Arcelor Mittal Brasil, Jefferson De Paula, afirmaram em congresso que, se o governo não criar a alíquota em breve, o setor poderá iniciar uma onda demissões diante de um quadro marcado por 40% de capacidade ociosa.
Enquanto o alto-forno 3 não é religado, o sindicato conversa com a Usiminas sobre a implementação de um esquema de trabalho de quatro dias em dois turnos, com folga de quatro dias, a chamada escala "4 x 4" de 12 horas, disse Duarte.
Também em outubro, na segunda quinzena, o sindicato deve iniciar campanha salarial, disse o dirigente. A data-base da usina em Ipatinga é 1º de novembro.
Valor - SP 28/09/2023
Gerdau informa que tem 600 empregados em layoff, usina parada no NE e fechamento de turnos em outras; ArcelorMittal diz que produzirá 1,3 milhão de toneladas a menos
A caminho de revisar para cima a projeção para as importações de aço em 2023, a indústria siderúrgica brasileira poderá suspender operações e vê risco de demissões “iminentes” no setor, caso a taxa de ociosidade permaneça nos atuais 40% e o governo não adote medidas emergenciais para coibir a entrada cada vez mais volumosa de produto importado, em especial da China.
Segundo o Instituto Aço Brasil, a previsão de crescimento de 25,6% das importações para este ano certamente será revista para algo entre 40% e 42%. “Dentro da minha larga vivência nesse processo de concorrência, estou extremamente preocupado”, disse o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, durante debate, nesta quarta-feira (27), no Congresso Aço Brasil 2023, entre os presidentes de siderúrgicas com operações no país.
No painel, a posição dos executivos foi unânime: se não houver elevação da alíquota de importação para 25% no curtíssimo prazo, a exemplo do que já fizeram países como Estados Unidos, México e os da União Europeia, haverá necessidade de adoção de medidas mais drásticas, como suspensão de operação e demissões. Na Gerdau, já são 600 funcionários com contrato de trabalho suspenso (lay-off), em várias unidades.
“Se não estamos vivendo uma tempestade perfeita, estamos enfrentando uma situação dramática”, disse o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula. Conforme o executivo, a multinacional investiu R$ 12 bilhões nas operações brasileiras na última década e tem, no país, fábricas que são consideradas “benchmark” sob diferentes critérios dentro do grupo, mas a competição com o produto chinês é desigual.
O desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado brasileiro decorre principalmente do volume crescente das exportações chinesas para o país e a América do Sul, onde ainda não foram impostas barreiras à entrada desses produtos. Do excesso de capacidade de 567 milhões de toneladas no mundo, boa parte está concentrada na China, que hoje é alvo de 240 processos por práticas comerciais desleais.
Para o presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, a elevação das importações de aço em um momento de declínio do consumo aparente nacional configura uma tempestade perfeita. E esse problema é estrutural, e não apenas conjuntural. “É o segundo ano em que isso acontece e não há expectativa de que essa situação se atenue”, comentou.
Para o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, a vantagem da tempestade perfeita é que há fim. "Tenho uma visão otimista das oportunidades que o setor tem pela frente. Mas temos de resolver alguns problemas para ver o céu abrir no menor prazo possível”, disse, classificando as importações chinesas como “predatórias”.
Segundo o presidente executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, em 2000, a China representava 1,4% das importações brasileiras de produtos siderúrgicos. Hoje, essa fatia chega a 54,2%, ou 1,7 milhão de toneladas. Enquanto outros países procuraram se defender do avanço chinês no comércio internacional, acrescentou, o Brasil acabou facilitando a entrada de seus produtos.
O setor já levou ao governo um pleito de elevar a 25% a alíquota de importação de aço, em caráter emergencial, mas tem enfrentado resistências. “Setores consumidores têm procurado o governo, sob o argumento de que o aumento da alíquota visa ao aumento de preços [no mercado doméstico]”, contou Marco Polo.
Essa argumentação, conforme os executivos, não encontra fundamentos, uma vez que a indústria experimenta hoje taxa de ociosidade de 40%. Portanto, uma elevação dos preços, na esteira da alíquota maior, não resultaria em vendas internas maiores para as siderúrgicas.
“Se não conseguirmos esses 25% [de alíquota de importação], há risco de a China bombardear o Brasil e nos obrigar a reduzir a capacidade em 10%, 20% ou 30%", afirmou Jorge Gerdau. O empresário avalia que os métodos históricos de negociação do setor, adotados agora para atingir os 25% de alíquota de importação, não devem funcionar. Uma alternativa seria elevar a pressão junto aos congressistas. “Não vejo capacidade decisória pelos processos burocráticos convencionais. Estou sentindo insegurança do processo decisório governamental. Provavelmente vamos ter de mudar nossa atitude política”, disse.
Para Werneck, presidente da Gerdau, se medidas emergenciais não forem adotadas em 30 dias, há risco real de “danos”. “Temos 600 funcionários em lay-off. No Ceará, temos uma planta completamente parada, de Norte a Sul temos turnos que não estão operando”, afirmou.
De acordo com De Paula, da ArcelorMittal, a China tem hoje 200 milhões de toneladas de sobrecapacidade de aço e está instalando mais 100 milhões de toneladas, também subsidiadas pelo governo, ao mesmo tempo em que o PIB local perde tração. “Se continuar essa ociosidade de 40%, vamos [o setor] ter de parar plantas”, disse.
O executivo afirmou ainda que, em 2023, a ArcelorMittal Brasil vai produzir 1,3 milhão de toneladas a menos do que havia orçado inicialmente por causa desse cenário complexo no mercado interno. A companhia diz que pode produzir entre 15 e 16 milhões de toneladas por ano no país e a previsão original era operar a plena capacidade.
Investing - SP 28/09/2023
O governo tem lidado com o problema fiscal e a tendência é que esse risco melhore "bastante" à frente, disse nesta quarta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apontando uma "desinflação acentuada" no Brasil, ainda que o trabalho para segurar a alta de preços não esteja "100% feito" e o cenário ainda demande uma política contracionista.
Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Campos Neto afirmou ser importante persistir no ajuste das contas públicas, enfatizando que esse movimento é “alinhado” ao que tem afirmado o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
"O governo tem endereçado esse tema, o Congresso tem medidas que serão aprovadas e que vão ajudar. Então, eu acho que a tendência é esse fator de risco melhorar bastante", disse.
Para Campos Neto, mesmo que as metas fiscais estabelecidas no arcabouço fiscal não sejam cumpridas “exatamente”, os agentes de mercado vão observar o esforço feito nesse sentido.
Em seu comunicado mais recente, o Comitê de Política Monetária (Copom) defendeu que as metas fiscais sejam perseguidas, considerando a importância de buscar esses alvos para ancorar as expectativas de inflação.
Na apresentação, o presidente do BC repetiu mensagem passada nos comunicados da autarquia ao afirmar que o processo de desinflação no Brasil está em curso, mas ainda requer uma política monetária contracionista. Em seguida, apresentou uma série de dados positivos.
"Podemos ver o Brasil com uma desinflação acentuada", afirmou, ressaltando que indicador recente de inflação teve a maior parte de sua alta relacionada ao reajuste da gasolina, medida que ele considerou correta.
Campos Neto disse ainda que os núcleos de inflação seguem em queda no país e as expectativas para os preços estão ancoradas para os próximos anos, apesar de as projeções ainda não estarem no centro da meta -- que é de 3,25% para 2023 e de 3,0% para os três anos seguintes, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O presidente do BC avaliou que, nesse sentido, a decisão do governo de ter mantido a meta de inflação em 3% para 2026 foi acertada, e ajudou a autarquia a iniciar o processo de corte de juros.
"Hoje é reconhecido que a gente tem de fato a inflação voltando para meta, não está ainda com trabalho 100% feito, mas com um custo baixo", disse.
Os comentários vieram depois de o BC ter cortado a Selic duas vezes em 0,50 ponto percentual nos últimos meses, com sinalização de mais reduções da mesma magnitude até o final do ano. A taxa básica de juros está em 12,75% atualmente.
Campos Neto afirmou ainda que o juro real no Brasil é alto, mas tem baixado e há perspectiva de que seja menor.
Questionado por parlamentares sobre a relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do BC disse que nunca ajudou o ex-mandatário em questões eleitorais. Ele ainda afirmou ser importante conversar com presidentes da República, ressaltando que terá encontro com Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira.
"O Banco Central não é oposição, não é partido, é um órgão técnico, a gente quer trabalhar para melhorar a situação do Brasil", disse.
O Estado de S.Paulo - SP 28/09/2023
Centenas de trabalhadores de uma fábrica em Shenyang, no nordeste da China, soldam máquinas automatizadas, de 87 metros de extensão, que são usadas para escavar túneis de metrô. Em outra fábrica da cidade, trabalhadores montam robôs que fabricantes de painéis solares usarão para otimizar sua produção.
Shenyang é capital da Província de Liaoning, uma das três maiores Províncias no nordeste da China que constituem o berço da indústria pesada chinesa. Agora, o governo central, enfrentando uma economia nacional que diminuiu de ritmo em razão de uma crise no setor imobiliário que não tem solução simples, volta a atenção para cidades como Shenyang. Pequim espera incrementar produtividade e eficiência das fábricas da região.
Mas essas fábricas contam apenas uma parte da história da economia do nordeste chinês, sublinhando os desafios diante dos formuladores políticas em Pequim, que estão apelando para o que muitos economistas acreditam ser uma cartilha ultrapassada, com foco em investimentos na indústria em vez de mais benefícios sociais para os consumidores.
A taxa de natalidade da região está despencando: um quarto da população tem mais de 65 anos, e essa fatia cresce cerca de 2 pontos porcentuais anualmente, enquanto a fatia de adultos economicamente ativos declina aproximadamente na mesma proporção. Menos gente está comprando residências novas, os preços dos apartamentos estão caindo, e os guindastes das construções estão menos ativos.
O nordeste da China é como Michigan e Ohio da manufatura chinesa, mas com uma população consideravelmente mais idosa que a da Flórida. De muitas maneiras, a região é uma combinação dos problemas internos mais profundos diante da economia do país.
A região é pesadamente endividada. A renda pública diminui em razão do colapso no setor imobiliário. As pensões são responsabilidade dos três governos provinciais da região — Liaoning, Jilin e Heilongjiang — e seu custo é cada vez mais alto.
Numa noite recente, Zhang Shaocheng, de 70 anos, funcionário aposentado de uma fábrica de tintas estatal, aguardava com outros idosos para assistir um filme ao ar livre gratuitamente no pátio de uma fábrica de maquinário desativada em Shenyang. Zhang aprecia o fato de as fábricas de hoje emitirem menos poluição do que as do passado, em que trabalhou, mas ele e outros idosos contam com o governo para cuidar deles. “O ar está bom agora, e eu tenho uma pensão”, afirmou Zhang.
Conforme a economia da China diminuiu de ritmo este ano, o nordeste do país tem se aproximado perigosamente da recessão. Garantir que a economia do coração industrial da China possa continuar crescendo e sustentando um gasto crescente com pensões e produzindo cada vez mais itens de exportação tornou-se prioridade em Pequim.
No início de setembro, quando chefes de Estado reuniram-se na cúpula do Grupo dos 20, em Nova Délhi, o líder supremo da China, Xi Jinping, viajou para o nordeste chinês.
A região detém importância estratégica; abrange áreas sensíveis que fazem fronteira com a Coreia do Norte e a Rússia; é lar de grande parte da indústria armamentista da China, construída inicialmente com assessoria soviética, nos anos 50; é a maior produtora chinesa de grãos e petróleo; e bastião do Partido Comunista Chinês desde os anos 40, assim como reduto de um nacionalismo com frequência estridente.
Xi pediu ação rápida. O que emergiu após a viagem e de comunicados a meios de imprensa em Liaoning organizados pelo governo nacional é um plano com foco principalmente em mais investimentos públicos, um tema recorrente nas políticas de Pequim. Um aspecto notável do programa envolve tecnologia digital — passos como modernizar fábricas de carros com robôs.
Medidas capazes de elevar a confiança do consumidor, porém, como aumentos de benefícios para desempregados e em pensões, ou pagamentos diretos a lares para estimular o consumo, não estão presentes no programa. Passos nesse sentido, até aqui, não foram dados para ajudar a economia nacional.
O maior passo dado até aqui para aumentar a demanda por itens do nordeste chinês é também a medida mais capaz de irritar o Ocidente: vender mais para a Rússia. Os fabricantes chineses de automóveis capturaram metade do mercado russo de veículos, por exemplo, depois que os competidores ocidentais se retiraram da Rússia no ano passado, após a invasão à Ucrânia.
“O nordeste é um importante acesso para o nosso país se abrir para o norte”, declarou Xi durante sua visita a Harbin, a capital de Heilongjiang.
De muitas maneiras, o nordeste da China é um alvo natural para estímulo econômico com base em investimento público. Em outras partes do país, muitos jovens procurando trabalho evitam empregos em fábricas, buscando trabalhar em escritórios mesmo que por metade dos salários da indústria. Mas o nordeste ainda tem muitas famílias multigeracionais de técnicos.
“No nordeste, a cultura de manufatura é forte”, afirmou Li Kai, economista da Universidade Nordestina, em Shenyang.
As minas de ferro, as siderúrgicas e as fábricas de maquinário da região são pouco afetadas por questões comerciais como as restrições dos Estados Unidos sobre semicondutores super-rápidos. Uma fábrica de Shenyang que produz assentos de carro para a alemã BMW, por exemplo, importa da Itália chips menos avançados para os complexos movimentos do assento.
“Não é um chip de última geração, então não há impacto, afirmou Kou Chuang, diretor de negócios da fábrica, que é propriedade de duas fabricantes chinesas de peças automotivas, Jinbei e Yanfeng.
Shenyang também aderiu a um recente movimento nacional de cidades chinesas no sentido de aliviar regras de hipotecas. Qualquer comprador pode agora se qualificar para obter a mesma taxa de juro com desconto permitida a compradores de primeiras residências, mesmo que tenha imóvel já totalmente quitado.
O nordeste chinês é lar de muitas empresas estatais, e algumas delas buscaram mais eficiência privatizando-se parcialmente.
O grupo Northern Heavy Industries, de Shenyang, expandiu-se rapidamente desde os anos 50 e passou por uma reforma corporativa em 2013. Hoje, o Fangda Group, um conglomerado privado de Liaoning, possui a maioria das ações. O Bingshan Group, gigante na fabricação de equipamentos de refrigeração em Liaoning, tem um terço do capital de propriedade do governo municipal de Dalian, onde fica sua sede, mas vendeu uma pequena participação para a japonesa Panasonic.
Para estabilizar o gasto em consumo na região, o governo está investindo na construção de shopping centers com temáticas culturais e museus, para estimular moradores e turistas a gastar.
Autoridades de Liaoning incrementaram os recursos destinados a instituições culturais como a Trupe de Balé de Liaoning, que se apresentou 30 vezes em 2022 e mais de 40 este ano.
A companhia apresentou recentemente a composição original “Homem de Ferro”, sobre trabalhadores da indústria nos anos 50, esperando atrair à província espectadores idosos e jovens. “Nós queremos que os nossos jovens saibam o que seus pais fizeram”, afirmou a diretora do balé, Qu Zijiao.
A temporada de turismo no verão retomou depois da suspensão dos controles anticovid, em dezembro. O clima fresco torna o nordeste um destino popular quando outras partes da China fervem sob temperaturas escaldantes.
A contadora Sue Sui, de 50 anos, radicada em Pequim, passeava na praia em Dalian numa tarde de meados de setembro. Ela afirmou que não conseguiu visitar a região durante o verão intenso (Hemisfério Norte) porque todos os hotéis que ela podia pagar estavam lotados. “Há um gasto de vingança no turismo”, afirmou ela.
Mas as fraquezas no gasto em consumo persistem. O nível de compras no varejo por pessoa na Província de Liaoning é hoje apenas um terço do nível em Pequim ou Xangai e metade do nível em Províncias vibrantes do sudeste chinês.
Quase não havia maneira de gastar dinheiro entre os bem preservados edifícios de tijolos do complexo fabril em que Zhang, o aposentado, e outros idosos foram assistir o filme ao ar livre. Uma pequena cafeteria escondia-se numa loja sem vitrine nem letreiro de identificação, numa esquina distante e mal iluminada. Na noite do filme, o local estava quase vazio. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO
IstoÉ Dinheiro - SP 28/09/2023
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari, defendeu que manter juros elevados por mais tempo seria um sinal da resiliência da economia dos Estados Unidos, e não de uma recessão econômica no país.
“Se tivermos que manter juros elevados por mais tempo, isso significa que economia está mais forte do que esperávamos, não uma recessão”, notou ele, durante entrevista à CNBC.
O dirigente reforçou que o objetivo do BC norte-americano não é abalar completamente a economia, apenas controlar a inflação persistente.
Kashkari observou que existem riscos de alta para a inflação nos EUA, como nova aceleração do setor imobiliário e a necessidade de equilibrar amplamente as cadeias de oferta e demanda.
Questionado se a escalada no mercado de energia poderia resultar em juros ainda mais restritivos, o dirigente afirmou que os preços do petróleo não necessariamente implicariam em nova elevação das taxas.
Segundo ele, o Fed deve observar os efeitos do aperto na economia e trabalhará para preservar alguns aspectos, como a robustez do mercado de trabalho, mas mantendo o foco em atingir a meta de inflação em 2%. “Talvez já fizemos o necessário na política monetária para garantir o retorno sustentado da inflação, mas não sabemos ainda”, disse, acrescentando que espera manutenção dos juros em níveis restritivos durante o próximo ano.
Jornal de Brasília - DF 28/09/2023
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,4 ponto em setembro, a 91,0 pontos, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em agosto, o indicador havia atingido 91,4 pontos.
Com o resultado anunciado nesta quarta-feira, a média móvel trimestral do índice subiu 1,0 ponto.
Entre os três componentes do ICI, dois apresentaram alta em setembro. O Índice de Situação Atual (ISA) avançou 1,2 ponto, a 89,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 2,0 pontos, a 92,4 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) teve alta de 0,9 ponto porcentual, a 81,7%.
Agência Brasil - DF 28/09/2023
Influenciado por fatores externos e domésticos, o dólar voltou a superar a barreira de R$ 5 pela primeira vez em quatro meses. A bolsa de valores teve uma pequena recuperação, encerrando sequência de cinco quedas.
O dólar comercial fechou esta quarta-feira (27) vendido a R$ 5,048, com alta de R$ 0,061 (+1,22%). Exceto pelos primeiros minutos de negociação, a cotação ficou acima de R$ 5 durante quase toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 14h30, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,08.
Com o desempenho desta quarta, o dólar está no maior nível desde 31 de maio, quando tinha fechado em R$ 5,07. A divisa acumula alta de 1,96% em setembro, mas cai 4,93% em 2023.
O mercado de ações teve um pequeno dia de trégua. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 114.327 pontos, com pequena alta de 0,12%. Ações de petroleiras, mineradoras e companhias aéreas tiveram fortes altas, mas papéis de bancos e de varejistas caíram.
Esta foi a terceira alta seguida do dólar, que iniciou uma sequência de altas na última semana após o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) indicar que pode elevar os juros básicos nos Estados Unidos pelo menos uma vez até o fim do ano para conter a inflação e o aquecimento da maior economia do planeta.
As taxas de longo prazo dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do planeta, atingiram o maior nível desde 2013. Juros altos em economias avançadas pressionam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
Em meio a uma expectativa de nova elevação dos juros nos Estados Unidos, o atual ciclo de queda da taxa Selic (juros básicos da economia) também pressiona o dólar. Isso porque a diferença entre as taxas brasileiras e norte-americanas cai, apesar de estar entre as maiores do mundo. Dificuldades para o governo cumprir a promessa de zerar o déficit primário no próximo ano também contribuíram para o pessimismo entre os investidores.
A Agência Brasil está divulgando matérias sobre o fechamento do mercado financeiro apenas em ocasiões extraordinárias. A cotação do dólar e o nível da bolsa de valores não são mais informados todos os dias.
Exame - SP 28/09/2023
O minério de ferro se recuperou com o forte aumento dos lucros do setor industrial chinês.
Depois de iniciar a semana em queda por conta das preocupações com a fraqueza da atividade de construção no país, a matéria-prima siderúrgica subiu até 1,7% nesta quarta-feira, 27, em Singapura, para US$ 117 a tonelada.
Os lucros da indústria na China subiram 17% em agosto, a maior alta em mais de um ano. É um sinal de que as medidas para impulsionar o mercado imobiliário e estimular os gastos do consumidor surtiram efeito.
A construção normalmente responde por cerca de 60% da demanda por aço na China, na maior parte para novos imóveis, mas as montadoras e fabricantes de eletrodomésticos também são consumidores importantes.
As incertezas em torno do setor imobiliário chinês e sobre a demanda pelos produtos industriais do país empurrou o minério de ferro para um tombo de 13% no segundo trimestre, mas a commodity já acumula alta de 7% no terceiro.
No próximo trimestre, espera-se que as obras de infraestrutura aumentem, com a retomada de projetos de governos locais, informou o jornal estatal Securities Daily.
Brasil Mineral - SP 28/09/2023
A expectativa é a geração de 290 empregos, além de minerar 1,2 milhão de toneladas de minério de ferro
A MPP Mineração anunciou investimento de R$ 50 milhões na expansão de suas operações com ferro e manganês em Corumbá (MS). A expectativa é a geração de 290 empregos, além de minerar 1,2 milhão de toneladas de minério de ferro no próximo ano. O comunicado foi feito durante reunião entre o governador Eduardo Riedel, o secretário Jaime Verruck e o coordenador de Mineração da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Eduardo Pereira, e os diretores da MPP Mineração.
Os recursos da MPP serão destinados à aquisição de equipamentos de extração e beneficiamento. A empresa iniciou a abertura de túneis para a extração de manganês, mineral estratégico para a transição energética do Brasil e do mundo. Todo o minério de ferro extraído será exportado para os Estados Unidos, Europa e Ásia. O coordenador de Mineração, Eduardo Pereira, que também é o presidente do Ceter/MS (Conselho Estadual do Trabalho), disse que a geração de empregos por parte da mineradora MPP, para as cidades de Corumbá e Ladário, pode alcançar mil funcionários contratados direto e indiretamente, a partir da Casa do Trabalhador em Corumbá.
Pereira diz ainda que o Distrito Minerário de Ferro-Manganesífero de Urucum detém 58,3% das Reservas (medida e indicada) de manganês e aproximadamente 3% das reservas de ferro (do Brasil. Na reunião, o CEO Patrick Panero disse que o Governo Federal vai receber a Portaria de Lavra do Ministério de Minas e Energia para a mina 224 no Morro do Rabicho, rica em minério de ferro e manganês de alta qualidade.
De acordo com o governador Eduardo Riedel, o Maciço de Urucum, onde se encontra a mina, possui a terceira maior reserva de minério de alto teor e a primeira de manganês de alta qualidade do Brasil. (Com informações do Campo Grande News)
IstoÉ Dinheiro - SP 28/09/2023
O faturamento líquido total do setor de máquinas e equipamentos brasileiro cresceu 18,2% em agosto, na comparação com julho, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Na comparação com agosto do ano passado, o faturamento líquido total da indústria recuou 4,4%.
No acumulado de janeiro a agosto, o faturamento do setor caiu 8,5% e no acumulado de 12 meses, a queda foi de 8,2%.
Consumo
O consumo aparente de máquinas e equipamentos fabricados no Brasil em agosto avançou 15,1% na comparação com julho. Na comparação com agosto do ano passado, o consumo aparente de máquinas e equipamentos caiu 5,7%.
De janeiro a agosto, o consumo aparente de máquinas e equipamentos registrou baixa de 7,9% e no acumulado de 12 meses a queda foi de 7,2%.
O consumo aparente de bens industriais é definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações.
Exportações
As exportações brasileiras de máquinas e equipamentos cresceram 25,2% em agosto em relação a julho. Na comparação com agosto do ano passado, os embarques de máquinas e equipamentos para o exterior cresceram 16,3%.
No ano, de janeiro a agosto, as exportações de máquinas e equipamentos cresceram 18,1%. Em 12 meses até agosto, as vendas ao exterior de máquinas e equipamentos aumentaram 15,3%.
“Houve aumento das exportações em praticamente todas as regiões do globo, com quedas observadas apenas no Chile, Colômbia, China e Reino Unido, dentre os mercados de maior relevância”, afirmam os economistas da Abimaq.
Ainda de acordo com a entidade, a maior parte das vendas externas no ano foi direcionada para a América do Norte, que absorveu 35,3% do total de máquinas e equipamentos exportados pelo País. A América do Sul, por sua vez, absorveu 33,5% do total das exportações, com cerca de um terço disso sendo vendido para a Argentina.
As importações, por sua vez, cresceram 12,4% em agosto em relação a julho e 10,9% na comparação com agosto de 2022. No acumulado do ano, as importações de máquinas e equipamentos cresceram 13,8% e em 12 meses, em 14,4%.
Nucci
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria de máquinas e equipamentos brasileira encerrou o mês de agosto mostrando um crescimento de 0,5% em relação a julho, anulando parte da queda entre junho e julho, atingindo 75,4% em 2023.
Segundo a entidade, em agosto o setor operou, em média, em dois turnos. A carteira média de pedidos no mês de agosto caiu para 10,2 semanas de atividade, ainda de acordo com a Abimaq, mas registrou melhora nos setor de fabricantes de máquinas para transformação de metais (0,6%). No setor fabricante de máquinas para bens de consumo, por sua vez, a carteira de pedidos estabilizou depois de ter crescido quase 3,0% em julho.
Valor - SP 28/09/2023
Havia 30.287 carregadores de veículos elétricos em todo o Japão no fim de agosto, incluindo 9.237 carregadores rápidos, de acordo com a empresa de mapeamento Zenrin
Uma startup japonesa instalará mil estações de carregamento rápido para veículos elétricos em Tóquio, mais do que o número de postos de gasolina, nos próximos 18 meses, disse a empresa na terça-feira, como parte de um esforço crescente para ampliar a infraestrutura de carregamento no país. .
O plano da Terra Motors, com sede em Tóquio, elevaria o número total de postos de carregamento rápido na capital para cerca de 1.500 – mais de 50% a mais do que os cerca de 900 postos de gasolina constantes ao fim de março.
“Com tantas estações de carregamento, podemos eliminar as preocupações dos usuários sobre onde carregar os seus veículos”, disse o fundador e presidente da Terra, Toru Tokushige
Os hubs da Terra serão equipados com carregadores ultrarrápidos de 150 quilowatts. A empresa irá instalá-los primeiro nas lojas da rede de varejo de eletrodomésticos Kojima, com planos de eventualmente expandir para estacionamentos de correios, drogarias e supermercados.
“É importante colocar estações de carregamento perto das casas das pessoas, em locais que frequentam como parte da sua rotina diária”, disse o diretor de operações da Terra, Kosuke Nakagawa.
O preço exato em seus postos ainda está sendo determinado, disse a startup.
Um carro elétrico de passageiros geralmente é equipado com uma bateria de aproximadamente 60 quilowatts-hora, enquanto modelos maiores, como veículos utilitários esportivos, podem vir com uma bateria de 100 kWh. Com base em cálculos aproximados, o carregador ultrarrápido da Terra poderia carregar este último em 40 minutos, em comparação com 150 minutos usando o carregador rápido médio no Japão.
A Terra levantou 4 bilhões de ienes (US$ 27 milhões de ienes) da Osaka Gas, Tokyo Century e outros investidores por meio de uma colocação privada de novas ações em junho. Irá aproveitar este financiamento, bem como subsídios governamentais, para cobrir os custos de instalação e operação das novas estações de carregamento.
“Custará mais de 10 bilhões de ienes no total para instalar mil estações de recarga”, disse Tokushige.
Havia 30.287 carregadores de veículos elétricos em todo o Japão no fim de agosto, incluindo 9.237 carregadores rápidos, de acordo com a empresa de mapeamento Zenrin. O governo japonês pretende aumentar para 300 mil e 30 mil até 2030, respetivamente, mas o esforço para reforçar a infraestrutura de carregamento do Japão abrandou devido ao mercado relativamente pequeno do país para veículos elétricos.
Tesla, BYD e outras montadoras estão intensificando sua entrada no Japão, inclusive por meio de modelos elétricos menores, adequados para as estradas estreitas do país. Os planos da Terra poderiam ajudar a encorajar uma maior adopção de veículos elétricos, que atualmente representam cerca de 2% das vendas de automóveis de passageiros no Japão.
Valor - SP 28/09/2023
A Mitsubishi Motors decidiu retirar-se da produção de automóveis na China, apurou o “Nikkei Asia”. A empresa iniciou negociações finais de retirada com a chinesa Guangzhou Automobile Group (GAC), uma grande montadora com a qual a Mitsubishi tem uma joint venture.
As vendas da Mitsubishi na China estão lentas devido à popularidade dos veículos elétricos e à ascensão das marcas locais. Outras montadoras japonesas também estão enfrentando dificuldades e poderão rever suas estratégias no país.
A GAC Mitsubishi Motors possui uma fábrica na província de Hunan. A empresa interrompeu a produção em março e não retomará as operações. A fábrica de Hunan é a única da Mitsubishi na China.
Espera-se que a GAC utilize a planta para a produção de veículos elétricos e tente manter um certo nível de emprego. A GAC tem uma participação de 50% na GAC Mitsubishi, a Mitsubishi Motors detém 30% e a trading Mitsubishi Corp. detém 20%. A GAC Mitsubishi permanecerá como entidade corporativa, mas a Mitsubishi Motors e a Mitsubishi Corp. retirarão seus investimentos.
A Mitsubishi vendeu 38.550 carros na China em 2022, uma queda de cerca de 60% em relação ao ano anterior. Para inverter a tendência, lançou um híbrido, o SUV Outlander, para o mercado chinês no outono passado, embora as vendas tenham ficado abaixo das projeções.
À medida que se retira da China, a Mitsubishi dedicará recursos ao Sudeste Asiático e à Oceania, regiões que representam cerca de um terço das vendas consolidadas da Mitsubishi.
De acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, as vendas de veículos elétricos em 2022 aumentaram 80%, para 5,36 milhões de carros, representando cerca de 20% de todas as vendas de automóveis novos no país. A Mitsubishi não desenvolveu veículos elétricos de forma proprietária na China, uma vez que a GAC forneceu esses veículos.
Além disso, a concorrência com os fabricantes chineses está aquecendo. De acordo com a empresa de pesquisas MarkLines, as vendas de automóveis de passageiros na China em 2022 totalizaram 23,56 milhões de unidades, com as marcas chinesas respondendo por 50,7% dessas vendas, 5,2 pontos percentuais acima do ano anterior.
As empresas japonesas conquistaram 18,3% do mercado, uma queda de 2,8 pontos percentuais.
Makoto Uchida, executivo-chefe (CEO) da Nissan Motor, lamentou recentemente as condições do mercado. “Não estamos em um nível em que possamos obter lucro devido aos descontos extremamente pesados”, disse ele. “Estamos considerando nossas opções, incluindo a revisão de nossa estratégia, como nossas joint ventures na China”.
A Mitsubishi começou a exportar veículos comerciais para a China na década de 1970 e esteve envolvida numa joint venture com a Soueast Motor de 2006 a 2021. A GAC Mitsubishi Motors foi criada em 2012 e vendeu 140 mil veículos em 2018, o seu ano de pico.
Valor - SP 28/09/2023
A falta de consenso na associação do setor pode atrasar a divulgação do novo plano que, mais uma vez, deve se pautar em benefícios tributários para estimular a fabricação local
Às vésperas da publicação de um novo programa de incentivo para o setor automotivo, as fabricantes de veículos têm feito movimentos desarticulados. As divisões dentro da Anfavea (associação das montadoras) abriram espaço para as fabricantes chinesas, que não fazem parte da entidade, apresentarem suas propostas ao governo.
A falta de consenso pode atrasar a divulgação do novo plano que, mais uma vez, deve se pautar em benefícios tributários para estimular a fabricação local. A eficiência energética será a base, com ênfase no uso do etanol e na eletrificação.
A Anfavea espera que a segunda etapa do programa Rota 2030 que deve se chamar Mobilidade Verde inclua o retorno gradual do Imposto de Importação.
Em sua última apresentação de dados sobre produção e vendas, o presidente da associação, Márcio de Lima Leite, defendeu o retorno da cobrança do imposto de importação (35%) sobre veículos eletrificados e o estabelecimento de cotas para a chegada desses carros ao país. O principal alvo são as marcas chinesas.
Outro ponto levantado é uma nova taxa com base em regras ambientais. Essa questão, que não passou por votação na entidade, busca limitar a entrada de manufaturados vindos de países que têm legislações ambientais mais permissivas que as normas brasileiras.
A entidade diz que o Brasil deixou de arrecadar neste ano cerca de R$ 2 bilhões por conta da isenção do Imposto de Importação sobre elétricos. Desse total, R$ 1,1 bilhão é relativo a veículos importados da China.
O engenheiro Cassio Pagliarini, que é sócio da consultoria Bright, acredita que o possível retorno do imposto de importação terá uma progressão lenta. "Ninguém vai conseguir se instalar aqui se houver uma taxa alta."
Pagliarini lembra que não é possível apresentar um carro elétrico nacional no curto prazo, por isso as importações devem continuar viáveis para que haja a massificação da tecnologia e a melhoria da infraestrutura de recarga.
A ideia agrada a montadoras que trazem poucos veículos "verdes" para o Brasil e planejam investir na produção nacional de modelos híbridos flex ou mesmo alimentados apenas por eletricidade. Entre essas estão a Volkswagen e o grupo Stellantis, que reúne as marcas Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e RAM.
Mas essas empresas não dividem a mesma mesa. Devido à disputa que envolve a manutenção dos benefícios fiscais na região Nordeste, GM, Volks e Toyota iniciaram uma cruzada que incluiu dossiês e visitas frequentes aos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento.
O alvo das queixas é o grupo Stellantis que produz veículos Fiat Jeep e RAM na cidade de Goiana (PE) , e aí os temas se misturam. Além de presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite é vice-presidente Sênior de relações institucionais e jurídico da montadora na América do Sul.
Na última coletiva de imprensa da associação, no dia 5 de setembro, Leite apontou para as fotos dos ex-presidentes e se defendeu das afirmações feitas nos bastidores por algumas das associadas da entidade.
"Naquela galeria há 19 presidentes da Anfavea, e eu sou o vigésimo. Nunca se discutiu aqui benefícios regionais, Sudam, Sudene, nenhum tipo de incentivo. Temos pilares básicos na associação, e um deles é produzir no Brasil. Mas onde se vai produzir no Brasil, não é competência da Anfavea."
"Nenhum desses presidentes se posicionou sobre questões regionais, e agora, igualmente, eu faço o mesmo."
As rusgas públicas que dificultaram as negociações com o governo são inéditas. "Nunca houve uma cisão como essa, até a ABVE [Associação Brasileira do Veículo Elétrico] se entende melhor", diz Cassio Pagliarini, que trabalha no setor automotivo desde 1980.
Enquanto as associadas da Anfavea se desentendem, as montadoras chinesas procuram se aproximar do governo. Há cerca de dez dias, representantes da GWM se reuniram com Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Os executivos apresentaram propostas para o novo programa de incentivo à indústria.
O encontro, portanto, aconteceu uma semana antes das agendas de GM, Toyota e Volkswagen com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A ida a um ou outro ministério também é sinal de desencontro. Montadoras têm se queixado da falta de articulação entre as pastas desde o anúncio do programa que reduziu temporariamente o preço de veículos novos à venda no mercado nacional.
Um exemplo é o que ocorre com as discussões sobre transição energética, tema central do novo programa. Embora a indústria esteja sob a responsabilidade de Alckmin, é a Fazenda que cuida do tema mais importante quando o assunto é viabilidade dos carros elétricos.
Um executivo do setor definiu a situação como um emaranhado de iniciativas que não se conversam. Nesse aspecto, as disputas dentro da Anfavea não têm ajudado a unir as pontas, pois falta consenso entre as associadas. Enquanto isso, os chineses avançam.
Em nota, a GWM disse "apoiar a estratégia do governo de não se limitar apenas a discutir a alteração ou não da alíquota de importação para veículos elétricos". "Acreditamos que o governo vai apresentar um programa robusto, capaz de promover uma verdadeira reindustrialização do setor automotivo brasileiro", disse Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM. Embora o plano não seja tão robusto assim, a fala busca estreitar o relacionamento com Brasília.
"A GWM entende que ainda não chegou o momento de discutir a revisão das alíquotas de imposto de importação, pois esses volumes ainda são muito baixos", diz a nota enviada pela montadora chinesa. "Para que os consumidores brasileiros tenham acesso a novas tecnologias, é importante não desestimular o crescimento do mercado de veículos eletrificados."
A empresa tem investido em temas que agradam tanto ao governo federal como ao de São Paulo. A fábrica de Iracemápolis (interior de SP) está recebendo um investimento de R$ 10 bilhões e, além da produção de carros de passeio e comerciais leves, há a estratégia voltada para a produção de veículos pesados abastecidos com hidrogênio verde.
A BYD é ainda mais agressiva em sua estratégia de se aproximar das diferentes esferas do poder. Não por acaso, criou um posto de conselheiro para Alexandre Baldy, que foi ministro das Cidades na gestão de Michel Temer.
Antes de Baldy, a montadora teve Eduardo Paes, atual prefeito do Rio, entre seus executivos.
Espera-se que, no próximo mês, a empresa chinesa anuncie seus planos definitivos para a produção na Bahia. A Ford reverteu a propriedade de seu complexo industrial em Camaçari para o estado, afirmando que o processo ocorrerá mediante o ressarcimento de investimentos realizados na área. Espera-se que o espaço abrigue a fábrica chinesa.
Embora haja um empenho conjunto para conseguir segurar a volta do imposto de importação, BYD e GWM têm uma briga direta no segmento de veículos compactos elétricos. Os modelos Dolphin e Ora 3, que custam R$ 150 mil, querem o posto de mais vendido da categoria. Mas é disputa à moda antiga, sem as intrigas registradas entre as associadas da Anfavea.
A Anfavea espera que a segunda etapa do programa Rota 2030 que deve se chamar Mobilidade Verde inclua o retorno gradual do Imposto de Importação — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Valor - SP 28/09/2023
O sindicato está em greve, mas durante as negociações reduziu suas demandas por aumentos salariais, de 40% para 36%
O CEO da Tesla Inc., Elon Musk, criticou o United Auto Workers (UAW) na terça-feira, dizendo que as demandas do sindicato “levariam a GM, a Ford e a Chrysler à falência rapidamente”.
O presidente Joe Biden endossou as exigências do UAW por um grande aumento salarial durante uma visita a um piquete em uma fábrica da GM no subúrbio de Detroit na terça-feira.
O sindicato está em greve contra a General Motors Co., Ford Motor Co. e Stellantis NV, fabricante das marcas Jeep, Chrysler e Dodge, mas durante as negociações reduziu suas demandas por aumentos salariais, de 40% para 36%.
A Tesla e outras empresas de veículos puramente elétricos, como Lucid Group Inc. e Rivian Automotive Inc., não são sindicalizadas. Elas normalmente usam planos de compra de ações por parte dos funcionários como complemento da remuneração geral.
O UAW teme que os VE, que normalmente requerem menos peças móveis e menos trabalhadores para serem fabricados, lhes custem empregos e reduzam os salários.
Musk não está sozinho ao dizer que uma grande vitória para o UAW poderia significar problemas para os fabricantes de automóveis de Detroit.
“Se o UAW conseguir tudo o que está pedindo, isso prejudicará muito claramente a competitividade das três grandes empresas”, disse Patrick Kaser, gerente de portfólio da Brandywine Global, em entrevista na semana passada.
Em 2017, o UAW começou a trabalhar para organizar os trabalhadores na fábrica da Tesla em Fremont, Califórnia, enquanto a empresa lutava para desenvolver o sedã Modelo 3. Em 2018, Musk tuitou “Nada impede a equipe da Tesla em nossa fábrica de automóveis de votar no sindicato. Poderiam fazer isso amanhã se quisessem. Mas por que pagar taxas sindicais e abrir mão de opções de ações por nada?”.
Assim, o esforço do sindicato na fábrica de Fremont nunca ganhou força suficiente para chegar a votação. Um grupo bipartidário de membros do conselho trabalhista dos EUA decidiu em 2021 que Tesla violou repetidamente a lei federal em Fremont, inclusive ao “interrogar coercivamente” apoiadores sindicais e demitir um por causa de seu ativismo. Tesla negou qualquer irregularidade e está recorrendo da decisão.
Em fevereiro, o sindicato Workers United acusou a Tesla de demitir dezenas de trabalhadores em resposta a uma campanha sindical na fábrica da empresa em Buffalo, Nova York.
Apesar dos ventos contrários, ganhos significativos para os trabalhadores do UAW nas fabricantes de automóveis tradicionais de Detroit, combinados com o elevado apoio público aos sindicatos, poderiam mais uma vez inspirar os trabalhadores da Tesla a organizarem-se, disse Catherine Fisk, professora de direito laboral na UC Berkeley.
“A sindicalização é extremamente difícil segundo a lei dos EUA”, disse Fisk. “Dito isto, os trabalhadores sindicalizaram-se com sucesso contra probabilidades ainda mais duras na década de 1930. Já aconteceu antes, pode acontecer de novo – é apenas um processo torturante.”
A Tesla tem margens de lucro superiores às do setor e Musk prometeu perseguir aumento de volume, em vez dos lucros. Assim, a fabricante de veículos elétricos baixou o preço dos seus veículos este ano, mesmo quando os fabricantes de automóveis de Detroit estão a fazer a dispendiosa mudança da produção de motores de combustão interna para veículos elétricos.
A Tesla e outras empresas de veículos puramente elétricos, como Lucid Group Inc. e Rivian Automotive Inc., não são sindicalizadas — Foto: Bloomberg
Valor Investe - SP 28/09/2023
Números de investimentos e o mercado de imóveis do país continuam fracos e estão levando a uma nova crise na maior construtora do país, a Evergrande
O inferno astral da China não termina. Parecia que o país se encaminhava para uma recuperação após um longo lockdown causado pela pandemia da covid-19. Contudo, nos últimos meses a economia passou a perder tração novamente.
Apesar de dados do comércio e indústria terem vindo acima do esperado por analistas, números sobre investimentos e o mercado de imóveis do país continuam fracos: no ano é registrada uma queda de 8,8% nos investimentos para desenvolvimento imobiliário, enquanto o preço das moradias novas e existentes no país registra deflação. É o que aponta um relatório do BTG Pactual assinado pelos analistas Luiza Paparounis e Arthur Mota.
A cereja do bolo da crise imobiliária chinesa é a delicada situação da maior construtora do país, a Evergrande. A piora do cenário fez a empresa abandonar o seu plano de reestruturação na sexta-feira (22/09). Como resultado, suas ações afundaram, e registram perdas de mais de 8% nos últimos cinco dias. No pregão desta segunda-feira (25/09), os papéis caíram mais de 20%. Na sessão desta terça-feira (26/09) o índice Xangai Composto teve queda de 0,43%, a 3.102,27 pontos.
Outra grande construtora do país, a Country Garden Holdings (Cogard), também deu o calote em um título de divida no valor de US$ 15 milhões na segunda-feira passada, após quitar outro de US$ 22,5 milhões em agosto. A confiança dos investidores foi afetada, e muitos títulos de alto rendimento estão agora sendo negociados abaixo de 10 centavos, depois de terem chegado perto de 80 centavos em junho.
Choques de regulação para conter alavancagem
O setor imobiliário vem enfrentando um cenário bastante complicado no país desde 2021. A crise é um reflexo de fatores estruturais, mas acontece principalmente por conta de choques regulatórios e restrições adotadas pelo país ao longo da última década, dizem os analistas.
Na China, uma prática comum entre as incorporadoras é a de utilizar o dinheiro arrecadado para imóveis ainda na planta para concluir a construção de outras unidades. Como resultado, o tempo de construção de residências e a quantidade de obras não concluídas aumentou significativamente nos último meses. A média móvel de 12 meses de residências em construção ultrapassou a quantidade de novas construções nos últimos 48 meses em 2016.
Incomodada com esse alto nível de endividamento das incorporadoras e desenvolvedoras imobiliárias nos últimos anos, e buscando evitar uma instabilidade na economia, as autoridades chinesas estabeleceram em 2020 um conjunto de critérios para acesso à liquidez. Contudo essas regras travaram o mercado, que já encarava queda na demanda.
Ao limitar ainda a contratação de novos financiamentos pelas empresas, o governo reduziu a confiança dos empresários, que diminuíram significativamente a quantidade de novas construções e paralisaram obras dadas às dificuldades de fluxo de caixa.
Taxa de entrega de imóveis caiu pela metade
A aceleração das vendas em 2014, impulsionada por políticas de apoio do governo durante a crise imobiliária anterior, não foi acompanhada por uma melhoria na liquidez e na capacidade de execução das empresas do setor. Como resultado, houve um aumento no atraso de entrega de imóveis já vendidos.
Em um prazo entre um e dois anos para construção, a taxa de entrega saiu de 80% em 2014, para 40% até o final do ano passado. Após a reabertura e aceleração da entrega de obras paralisadas, a taxa subiu para 50%. A situação atual só não é pior, apontam os analistas, por conta da contração das vendas registrada no país nos últimos dois anos.
Estímulos serão suficientes?
Para reanimar o setor, diversas medidas de estímulo foram anunciadas pelo governo chinês. O destaque é a redução das regulamentações relacionadas à aquisição de residências, especialmente por conta da diminuição das taxas mensais de hipotecas existentes.
No entanto, as medidas anunciadas até o momento podem ter um impacto limitado no aquecimento de todas as áreas do mercado imobiliário, concentrando a melhora na finalização de projetos em andamento e vendas de moradias já finalizadas, ressaltam os analistas do BTG.
Apesar de os analistas verem espaço para estabilização do setor ao longo dos próximos trimestres, entendem que há uma mudança estrutural da economia chinesa, reflexo das transformações de sua demografia. Nesse sentido, o volume de novos imóveis vendidos permanecerá em uma trajetória menos benigna do que a verificada na última década.
Magdalene Teo, diretora da área de renda fixa na Ásia da Julius Baer, acredita que provavelmente assistiremos a novas tentativas de flexibilização nesse mês e um corte da taxa de juros já em novembro".
Portos e Navios - SP 28/09/2023
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) realizará consulta e audiência públicas entre 9 de outubro a 22 de novembro a fim de obter contribuições, subsídios e sugestões para a concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá.
O projeto é inédito. No relato do voto, Lima Filho, diretor relator da matéria, ressaltou a importância da audiência pública para as contribuições e melhorias ao modelo. “Entendo que as principais questões controversas foram adequadamente enfrentadas na instrução processual. Há, como indicado pela Assessoria Especial de Concessões de fato, temas que demandam uma maior reflexão e amadurecimento. No entanto, corroboro as considerações no sentido de que esses temas poderão ser debatidos concomitantemente ao procedimento de audiência pública”, disse.
O diretor geral da Agência, Eduardo Nery, ressaltou a curva de aprendizagem que o setor portuário obtém a partir do projeto, que inicia em Paranaguá e poderá ser utilizado como modelo para outros portos. Os estudos foram elaborados pela Infra S.A.
O escopo da concessão abrangerá a ampliação, manutenção e exploração do canal de acesso aquaviário, pelo prazo de 25 anos. Das principais melhorias previstas no projeto destacam-se: aprofundamento, ampliação e alargamento do canal, o alargamento da bacia de evolução e o aprofundamento da área de fundeio nº 6. Com isso, a previsão é passar para 13,3 metros ainda na fase de implantação e chegar a 15,5 metros após a concessão.
Na modelagem proposta, o futuro concessionário executará todos os investimentos necessários para atingir a meta estabelecida, incluído serviços de dragagem, derrocagem, sinalização náutica, batimetria, programas e monitoramentos ambientais, dentre outros.
De acordo com o projeto, esse incremento de calado é essencial para garantir melhores condições operacionais, permitindo o atendimento de embarcações maiores, atualmente restritas à profundidade e condições do canal, além da segurança à navegação.
O presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, destacou a importância de o estado estar à frente de uma concessão pioneira no País. “Esse processo é fundamental para a segurança da navegação e para o nível de serviço dos nossos portos. O atendimento de navios maiores permite que os usuários do porto firmem novos acordos comerciais, que até então não podemos atender devido às restrições operacionais. Além disso, no aspecto operacional, o porto ganha maior eficiência e agilidade”, destacou.
Portos e Navios - SP 28/09/2023
No mês de agosto, foram movimatadas 15,16 milhões de toneladas, resultado que também é recorde para o mês
O movimento geral de cargas no Porto de Santos, de janeiro a agosto de 2023, foi de 111,4 milhões de toneladas, aumento de 1,2% sobre o volume operado no mesmo período de 2022, confirmando a expectativa de crescimento recorde. No mês, o resultado foi de 15,16 milhões de toneladas, número 3,6% maior que o de agosto de 2022, representando recorde para o mês e a quarta melhor marca mensal da história. A melhor marca também foi neste ano, em junho (15,6 milhões).
No acumulado do ano, os embarques somaram 83,42 milhões de toneladas, aumento de 3,8% sobre o acumulado de janeiro a agosto do ano passado. Já os embarques somaram 28,01 milhões, queda de 5,9% sobre o resultado de 2022.
Em agosto, os embarques registraram aumento de 9,9%. Foram 11,69 milhões de toneladas (10,63 em agosto de 2022). O acréscimo reflete a movimentação de granéis vegetais sólidos, que teve aumento de 9,2% sobre o resultado do ano passado, e agosto de 2022. Destaque para o milho, que foi a principal carga em volume, com 3,26 milhões de toneladas, subindo 42,1%. No total das cargas de grãos, foram 8,1 milhões de toneladas, o melhor resultado da história.
A movimentação de contêineres no Porto de Santos no mês de agosto apresentou resultado positivo em tonelagem: 1,2% em relação ao mesmo mês do ano passado — foram 4,8 milhões de toneladas.
Em TEUs, houve decréscimo de 1,7% (448.817 em 2023 contra 456.478 em 2022. No ano, houve queda de 5,8%: são 3,10 milhões de TEUs em 2023 ante 3,29 milhões nos oito primeiros meses de 2022.
O número de atracações no ano subiu 3,6%, sendo 3.584 em 2023 contra 3.461 em 2022. A participação acumulada de Santos na corrente comercial brasileira foi de 28,3% em agosto.
Valor - SP 28/09/2023
A petrolífera espera retornar cerca de 44% do fluxo de caixa operacional aos acionistas e utilizar US$ 1,5 bilhão vindos da venda de ativos no Canadá em recompra de ações, alcançando US$ 9 bilhões em proventos
A TotalEnergies planeja aumentar distribuição aos acionistas e impulsionar a produção de petróleo e gás, conforme seu novo plano estratégico divulgado nesta quarta-feira.
A petrolífera francesa espera retornar cerca de 44% do fluxo de caixa operacional aos acionistas neste ano e utilizar US$ 1,5 bilhão vindos da venda de ativos no Canadá em programa de recompra de ações, alcançando US$ 9 bilhões em proventos.
A empresa também aumentou em definitivo sua meta de distribuição para mais de 40% do fluxo de caixa operacional além de 2023, projetando investimentos entre US$ 16 bilhões e US$ 18 bilhões por ano entre 2024 e 2028.
Segundo a TotalEnergies, a produção de petróleo e gás deve crescer entre 2% e 3% ao ano nos próximos cinco anos, puxada principalmente pelas operações de gás natural liquefeito, gerando US$ 3 bilhões em fluxo de caixa adicional em 2028.
Sobre seu portfólio de baixa emissão de carbono, a empresa afirma que quer aumentar geração de energia em mais de 100 terawatt-hora até 2030 ao investir US$ 4 bilhões por ano. O fluxo de caixa da unidade deve superar US$ 4 bilhões em 2028.
A empresa pretende montar um portfólio que combina ativos de energia renováveis, usinas a gás de geração combinada e estocagem de energia, projetando um retorno sobre capital investido de 12%.
Infomoney - SP 28/09/2023
Os estoques de petróleo bruto dos Estados Unidos caíram na semana passada, enquanto os estoques de gasolina e outros derivados aumentaram, informou a Administração de Informação de Energia (AIE) nesta quarta-feira.
Após a publicação dos dados, os contratos do petróleo Brent e do petróleo dos EUA (WTI) ampliaram altas e atingiram máximas da sessão, a 96,03 e 93,44 dólares por barril, respectivamente.
Os estoques de petróleo bruto caíram 2,2 milhões de barris na semana passada, para 416,3 milhões de barris, em comparação com as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters para uma queda de 320.000 barris.
Os estoques de petróleo bruto no centro de entrega de Cushing, Oklahoma, caíram 943.000 barris na última semana, disse a AIE.
O refino de petróleo recuou 239.000 barris por dia na última semana, disse a AIE.
As taxas de utilização de refinarias caíram 2,4 pontos percentuais na semana.
Já os estoques de gasolina nos EUA aumentaram 1 milhão de barris na semana, para 220,5 milhões de barris, disse a AIE, em comparação com as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters para uma queda de 120.000 barris.
Estoques de derivados, que incluem diesel e óleo para aquecimento, aumentaram 400.000 barris na semana, para 120,1 milhões de barris, contra as expectativas para uma queda de 1,3 milhão de barris, mostraram os dados da AIE.
Importações líquidas de petróleo dos EUA aumentaram 1,77 milhão de barris por dia, disse a AIE.
Valor - SP 28/09/2023
Mudança no mercado chinês reflete tendência do mercado mundial de energia
Em agosto, um dos executivos mais poderosos da indústria petrolífera da China agitou os mercados mundiais ao fazer uma previsão categórica: a demanda chinesa por petróleo poderá atingir seu teto neste ano.
Perguntado sobre como a desaceleração da economia chinesa poderia afetar a demanda interna por petróleo, o executivo-chefe da China National Offshore Oil Corporation (Cnooc), Zhou Xinhuai, previu que o segundo semestre de 2023 será mais fraco que o primeiro, indicando que a demanda crescerá menos em ternos anuais e que “talvez neste ano a demanda interna por petróleo atinja seu pico”.
Pode ter sido uma projeção exagerada, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a demanda só parará de crescer significativamente e se estabilizará por volta de 2027 e que atingirá seu teto em 2030, como parte da tendência geral de afastamento em relação a todos os combustíveis fósseis. Seja qual for a data, analistas concordam que a China - cuja demanda por petróleo triplicou nos últimos 20 anos, segundo a AIE - se aproxima de um ponto de inflexão que terá repercussões por toda a indústria petrolífera.
“Veremos o pico da demanda chinesa por petróleo até o fim da década e, em seguida, o da demanda mundial por petróleo”, disse Neil Beveridge, analista sênior de energia da AB Bernstein.
Ciarán Healy, analista de mercado de petróleo da AIE, disse que o “mercado chinês é um microcosmo do mundo”. “O que ocorre lá é um reflexo das mudanças no mercado mundial de petróleo.”
No cerne da diminuição do apetite chinês por petróleo está a rápida adoção dos veículos elétricos (VEs) no país, segmento liderado pelas próprias montadoras locais. Os VEs representaram 37% de todas as vendas de carros novos na China em agosto, segundo dados do HSBC Global Research.
À medida que os VE vão tomando conta do mercado automotivo na China, o país passa a depender menos do petróleo importado, o que acelera a mudança na matriz energética chinesa.
Matriz energética da China está mudando para carvão e renováveis. A China tem sido o motor da demanda mundial por petróleo desde sua adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001. Cerca da metade do aumento mundial na demanda por petróleo desde 2000 veio da China, que triplicou seu consumo durante o período, de acordo com estimativas da BP.
Mas o fato de a China, mesmo com um crescimento econômico menor, ser um pilar do mercado mundial de petróleo ajuda a ofuscar o fato de que a commodity possivelmente não é o elemento mais importante da matriz energética da China. Além disso, a China vem passando rapidamente a depender menos do petróleo em função da disseminação dos VEs.
Michal Meidan, chefe de análises sobre a China no Oxford Institute of Energy Studies, diz que o petróleo representa apenas 19% da matriz energética do país. “Do ponto de vista do sistema energético, a China é provavelmente autossuficiente em 85% de suas necessidades energéticas”.
Ao incrementar a frota de VEs, “eles gradualmente passam a depender menos da gasolina e do petróleo importado”. “É aí que o carvão e as energias renováveis entram em cena”, acrescenta Meidan.
Segundo o relatório Statistical Review of World Energy mais recente da BP, o carvão representa 56% do suprimento de energia na China, em comparação aos 27% da média mundial e aos 28% dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O petróleo e gás representam apenas 26% da oferta de energia na China. O restante vem das fontes de energia renováveis.
Para as refinarias, os negócios não serão mais como costumavam ser”
— Mukesh Sahdev
À medida que os carros na China passam a ser cada vez mais elétricos, o país passa a depender mais das fontes renováveis e do carvão, produzidos localmente, e menos dos demais países.
Enquanto outros países da OCDE vêm trocando o carvão por fontes de energia fósseis mais limpas, como o gás natural, a China optou por saltar do carvão diretamente para as fontes renováveis. Uma transição intermediária para o gás aumentaria sua dependência em relação ao mercado internacional de fontes de energia.
“A grande história de independência energética da China no futuro é essa camada de base da pirâmide [de carvão e outros combustíveis fósseis], com uma camada em cima impulsionada por energias renováveis e baterias”, disse Lin Ye, analista da empresa de pesquisas de mercado Rystad.
O que menos petróleo para a China significa para as metas climáticas. Em 2012, a China alterou sua Constituição para fazer da sustentabilidade um ponto central nas políticas nacionais. Em setembro de 2020, em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, o presidente da China, Xi Jinping, comprometeu o país a atingir o pico de emissões antes de 2030 e a neutralidade de carbono até 2060.
As metas de emissão de carbono da China são mais modestas que as de outros países da OCDE, que, em sua maioria, prometeram reduções entre 25% e 30% antes de 2030 e a neutralidade de carbono antes de 2050. A meta da Índia é chegar à neutralidade em 2070.
Ainda assim, analisadas dentro do contexto, as metas chinesas são ambiciosas. Embora seja grande, a economia da China também é relativamente pobre em termos per capita. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o PIB per capita chinês não chega nem a 25% do americano.
Isso significa que a China precisa equilibrar por um lado programas de crescimento que exigem uso intenso de recursos e por outro iniciativas de redução nas emissões carbono. De acordo com dados de 2020 da União Europeia, as emissões de carbono anuais per capita chinesas são só 60% das americanas.
Calcula-se que o país cumprirá suas metas, mas a tensão entre a transição verde e a segurança energética continua sendo um desafio.
“A segurança energética tornou-se uma prioridade para o país desde o ano passado, por questões geopolíticas”, disse Evan Li, chefe de análises de transição energética na região Ásia-Pacífico do HSBC.
Os altos preços da energia e a escassez de oferta causaram “obviamente muita apreensão”, segundo Li. “Portanto, recentemente vimos um relaxamento no uso do carvão e dos combustíveis fósseis em geral. Isso é uma das coisas que poderiam retardar a China.”
Petroquímicos começam a guiar mercado de petróleo da China. À medida que o uso do petróleo se aproxima de seu pico, a China e outros países vêm sendo cada vez mais movidos pela demanda por petróleo para uso em produtos não relacionados a combustíveis - principalmente petroquímicos. Segundo a AIE, 85% do crescimento adicional da demanda mundial por petróleo até 2029 será para uso em petroquímicos.
Isso levará as refinarias de petróleo na China e em outros países, que tradicionalmente eram guiadas pela necessidade de produzir combustíveis para transporte, a investir alto para reconfigurar o que são capazes de produzir.
“Você não pode mais olhar para o quadro macro, precisa começar a pensar em produtos individuais”, disse Mukesh Sahdev, chefe de comercialização de petróleo na Rystad Energy. “Para as refinarias, os negócios não serão mais como costumavam ser.”
A China já é o maior produtor de produtos petroquímicos do mundo e ruma a ampliar essa liderança. De acordo com dados do JPMorgan, a China aumentou a capacidade anual de produção de etileno em 22,2 milhões de toneladas desde 2017 e deve elevá-la em mais 15,1 milhões de toneladas até o fim de 2025.
“A transição que já ocorreu na China está ocorrendo cada vez mais em outras partes do mundo”, disse Parsley Ong, chefe da área de energia na Ásia do JPMorgan. “A nova capacidade [produtiva] pelo mundo está cada vez mais sendo direcionada aos produtos químicos.”
Além disso, como a nova capacidade sendo instalada inclui tecnologias que permitem a produção de matérias-primas químicas diretamente a partir do petróleo e do óleo combustível, a China poderá depender menos de importações de produtos petroquímicos - e fortalecer a resistência das cadeias de suprimentos para o setor industrial.
Mais acordos voltados ao novo mundo do petróleo. A demanda na China por tecnologias e experiência no ramo petroquímico tem motivado uma série de acordos com empresas estrangeiras. A entrada de investimento estrangeiro em petroquímica na China desde o início de 2022 passou dos US$ 5 bilhões, de acordo com dados da Dealogic.
Em agosto, a Sinopec criou um empreendimento conjunto com a Ineos, do Reino Unido, para um projeto de produção de etileno em Tianjin. Em julho, a Saudi Aramco, petrolífera estatal Arábia Saudita, adquiriu participação de 10% na Rongsheng Petrochemical, de Zhejiang, proprietária de 51% da Zhejiang Petrochemical, por 24,6 bilhões de yuans (US$ 3,4 bilhões).
Esse é mais recente em uma série de acordos petroquímicos assinados entre chineses e sauditas nos últimos 12 meses, nos quais a Saudi Aramco fornece grande financiamento e know-how petroquímico para refinarias chinesas em troca de longos contratos de compra de petróleo.
As estatais chinesas também passam por transformações, tendo elevado os investimentos em bens de capital, o que, segundo analistas, reflete um esforço para impulsionar a produção local de petróleo e aumentar a presença no setor de fontes de energia renováveis.
O orçamento de gastos de capital da Sinopec aumentou 22%, de 141,6 bilhões de yuans, em 2019, para 172,5 bilhões de yuans, em 2022. O orçamento da Cnooc aumentou 30%, de 72 bilhões de yuans para 94 bilhões de yuans no mesmo período.
“A PetroChina está entrando nas energias renováveis, a Cnooc está usando o que sabe sobre exploração marítima para produzir energia eólica”, disse Meidan. “A Sinopec, em função de sua grande presença no varejo, está tentando entrar no [segmento de] hidrogênio e nos veículos a célula de combustível [...] Essas coisas complementam o que elas já estão fazendo.”
A forma como a China vê a segurança no abastecimento foi se desenvolvendo com sua matriz energética e sua experiência no mercado de petróleo, segundo Meidan, o que dá a Pequim mais confiança de que seu suprimento de petróleo transportado por mar seja capaz de resistir a choques de mercado e riscos geopolíticos.
“Eles estão mais otimistas, e acho que há um reconhecimento maior de que depender do Oriente Médio também significa interdependência”, disse ela. “A China precisa deles, mas os grandes fornecedores também precisam da China.” (Tradução de Sabino Ahumada)
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