Agência Brasil - DF 28/02/2023
A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 0,8% para 0,84%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (27), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,5%, a mesma previsão há nove semanas seguidas. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.
A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, variou para cima, de 5,89% para 5,9% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,02%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,8% e 3,75%, respectivamente.
Para 2023 a previsão está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro dos intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em janeiro, puxado principalmente pelo aumento de preços de alimentos e combustíveis, o IPCA ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Com as projeções para a inflação acima das metas para 2023 e 2024, o BC prevê que os juros podem ficar altos por mais tempo que o previsto. A autarquia não descarta a possibilidade de novas elevações caso a inflação não convirja para o centro da meta definida pelo CMN, como o esperado, em meados de 2024.
Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic termine o ano em 12,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica cai para 10% ao ano. E para 2025 e 2026, a previsão é Selic em 9% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final de 2023. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,30.
CNN Brasil - SP 28/02/2023
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,1 ponto em fevereiro, após queda de 0,2 ponto em janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com o resultado, o índice atingiu 92,0 pontos, o menor nível desde julho de 2020, quando havia atingido 89,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) cedeu 0,1 ponto porcentual, a 78,7%, o pior resultado desde maio de 2021 (77,8%).
O Índice de Situação Atual (ISA) cedeu 0,3 ponto, para 92,8 pontos. Dentro dos quesitos do ISA, o resultado foi puxado pelo indicador que mede o nível de estoques, que recuou 3,6 pontos, para 106,6 pontos.
Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).
Em contrapartida, ainda dentro do ISA, a percepção dos empresários em relação à situação atual subiu 2,0 pontos para 92,9 pontos, o que, segundo a FGV, parece estar relacionado a uma ligeira melhora da demanda, que avançou 0,9 ponto, para 92,8 pontos.
Houve queda da confiança em 8 dos 19 segmentos industriais monitorados em fevereiro, de acordo com a FGV. O Índice de Expectativas (IE) caiu 1,8 ponto para 91,4 pontos.
A tendência dos negócios para os próximos seis meses também apresentou queda, de 2,5 pontos, para 89,4 pontos, ainda abaixo dos 100 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).
No horizonte mais curto, de três meses, as perspectivas sobre emprego caíram 0,8 ponto, para 94,8 pontos, pior patamar desde julho de 2020 (93 pontos).
Apesar disso, o indicador se mantém abaixo dos 100 pontos, ainda sinalizando uma desaceleração das contratações à frente.
O indicador que mede as perspectivas sobre a produção para os próximos três meses também apresentou retração, recuando 2,0 pontos para 90,5 pontos.
“Em fevereiro, a confiança da indústria apresentou nova queda, refletindo maior cautela dos empresários quanto ao futuro dos negócios. O resultado, contudo, é bem heterogêneo, com perspectivas mais favoráveis para a categoria de bens não duráveis. Apesar de ligeira melhora da demanda interna, os resultados mostram aumento do nível dos estoques” afirma o economista do Ibre/FGV Stéfano Pacini, em nota.
“As perspectivas futuras voltam a ficar mais pessimistas, com empresários projetando queda na produção e nas contratações para o primeiro semestre. O cenário ainda parece indefinido para a indústria, com sinais diversos entre os diversos segmentos”, acrescenta o economista.
IstoÉ Online - SP 28/02/2023
Os preços de commodities importantes mantiveram trajetória de queda e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) passou a cair 0,06% em fevereiro, depois de subir 0,21% no mês anterior.
A expectativa em pesquisa da Reuters para o dado divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira era de variação positiva de 0,05%. Em 12 meses, o índice passou a acumular avanço de 1,86%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 0,20% no mês, ante alta de 0,10% registrada em janeiro.
“O recuo dos preços de grandes commodities sustenta o IPA em queda e contribui para um novo recuo da taxa em 12 meses, que passou de 3,00% para 0,42%, o menor patamar desde março de 2018”, disse em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.
Entre os destaques do mês ele citou a soja, que acelerou a queda para 3,68%, de 0,92% em janeiro, e bovinos, que perderam 2,74% este mês, abandonando alta anterior de 0,65%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta para 0,38% em fevereiro, depois de subir 0,61% no mês anterior.
“A inflação ao consumidor também cedeu diante da contribuição menos intensa do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja variação média desacelerou de 2,04% para 0,46%”, explicou Braz. Nessa classe de despesa, a FGV destacou o comportamento do item passagem aérea, que acelerou a queda a 4,08% em fevereiro, de 0,21% em janeiro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,21% no período, de 0,32% antes.
O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
O Estado de S.Paulo - SP 28/02/2023
Lula está muito ansioso com o cenário econômico. Petistas defendem que o governo faça tudo o que estiver a seu alcance para que a economia acelere já neste ano, aumentando os salários, os investimentos públicos, e pressionando o Banco Central para cortar juros. O governo teme que uma recessão fortaleça a oposição e reabilite o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A reação do governo ao quadro econômico é compreensível, mas a dose parece exagerada. A cada estocada no Banco Central, ou a cada decisão que põe em dúvida a estabilidade fiscal, Lula fica mais perto de perder a confiança de uma parte importante do mercado que ainda aposta no sucesso de seu governo: os estrangeiros. Sem a confiança dos investidores de fora, que ainda veem o Brasil com bons olhos, a situação econômica ficará ainda mais difícil. O cenário temido por Lula se tornaria uma profecia autorrealizável.
É forte o contraste entre o mercado local e estrangeiro. Em reuniões com investidores, fundos locais, que têm sofrido com resgates bilionários, mostram um enorme pessimismo. É muito comum ouvir que o governo “já deu errado”. Os estrangeiros, por outro lado, vêm aportando dinheiro por apostar que Lula, um político experiente, seria pragmático o suficiente para elevar impostos e segurar os gastos. Em um mundo aflito pela guerra no leste europeu e pela rivalidade entre China e Estados Unidos, o Brasil é um lugar atraente para investimentos.
Se os estrangeiros estiverem certos, a economia deve voltar a crescer, e os investidores locais acabarão se estabilizando. Mas a paciência dos estrangeiros está diminuindo.
As decisões das próximas semanas serão muito importantes para mantê-los confiantes no pragmatismo de Lula, a começar pela reoneração dos combustíveis. O aumento dos impostos sobre a gasolina é uma questão de pouco tempo, como os próprios petistas reconhecem, mas o adiamento por mais um ou dois meses seria mais um sinal da dificuldade de Lula de aceitar medidas amargas para sustentar sua política econômica. Outras decisões a serem tomadas em breve incluem a nomeação de novos diretores para o Banco Central, e a formulação da nova regra fiscal, com a imposição de limites para gastos.
Os investidores sabem que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não ganhará todas as disputas, mas esperam que Lula reconheça o risco que está assumindo ao levantar dúvidas constantes sobre a sua própria política econômica. É natural que o governo demonstre preocupação, mas é preciso tomar cuidado com a dose. Com as divisões internas impedindo que o governo siga uma linha consistente para as políticas fiscal e monetária, o risco de decisões erradas aumenta, com chance maior de crescimento baixo e inflação alta por mais tempo.
Agência Brasil - DF 28/02/2023
A arrecadação recorde e o aumento nos royalties de petróleo fizeram as contas públicas registrarem, em janeiro, o segundo melhor resultado positivo da série histórica para o mês. No mês passado, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou superávit primário de R$ 78,326 bilhões, divulgou hoje (27) o Tesouro Nacional.
Em valores nominais, esse é o maior superávit para o mês desde o início da série histórica, em 1997. Ao descontar a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conta mais usada pelos analistas, o resultado foi o segundo melhor da série histórica. O resultado de janeiro só é inferior ao do mesmo mês em 2022.
O resultado veio melhor que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Economia, os analistas de mercado esperavam resultado positivo de R$ 55,3 bilhões no período.
O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece meta de déficit primário de R$ 231,5 bilhões para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). Em janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote que pretende aumentar a arrecadação e revisar gastos para melhorar as contas públicas e diminuir o déficit para cerca de R$ 100 bilhões.
Receitas
Apesar da arrecadação recorde de janeiro, as receitas começaram o ano crescendo em ritmo menor que o das despesas. No último mês, as receitas líquidas cresceram 8,3% em relação a janeiro do ano passado em valores nominais. Descontada a inflação pelo IPCA, o crescimento atingiu 2,4%. Impulsionadas pelo Bolsa Família no valor de R$ 600, as despesas totais subiram 12,1% em valores nominais e 6% após descontar a inflação.
Em relação ao pagamento de impostos, houve crescimento de R$ 9,87 bilhões acima da inflação no Imposto de Renda (+11,1% acima da inflação), motivado principalmente pelo aumento do lucro das empresas retido na fonte. Em grande parte, essa alta reflete o aumento do lucro das empresas e energia e de petróleo. A arrecadação da Previdência Social subiu R$ 3,88 bilhões acima da inflação (+9,2%), refletindo a melhoria do mercado de trabalho.
Com a queda do petróleo no mercado internacional, as receitas com royalties caíram R$ 2,57 bilhões (-13,4%) descontada a inflação no mês passado na comparação com janeiro de 2022. Atualmente, a cotação do barril internacional está em torno de US$ 74 após ter chegado a US$ 120 no meio do ano passado, por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Despesas
Do lado das despesas, houve queda de R$ 3,5 bilhões com créditos extraordinários, principalmente as despesas associadas ao combate à pandemia de covid-19. No entanto, esse recuo foi compensado pelo aumento de outros gastos.
Subiram os gastos com programas sociais após a Emenda Constitucional da Transição, que oficializou o valor mínimo do Bolsa Família para R$ 600. A medida teve impacto de R$ 5,7 bilhões acima da inflação nos gastos em janeiro.
Em contrapartida, os gastos com o funcionalismo federal caíram 2,9% em janeiro descontada a inflação. A queda reflete o congelamento de salários dos servidores públicos que vigorou entre julho de 2020 e dezembro de 2021 e a falta de reajustes em 2022.
Em relação aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o governo federal investiu R$ 1,667 bilhão no primeiro mês do ano. O valor representa alta de 109,4% descontado o IPCA em relação ao mesmo período de 2022. Essa alta se deve à Emenda Constitucional da Transição, que garantiu espaço fiscal para a recomposição dos investimentos públicos.
O Estado de S.Paulo - SP 28/02/2023
Em termos econômicos, desde o fim da 2.ª Guerra, em 1945, o liberalismo se impôs, com a redução do papel do Estado e a força do livre-comércio e com a criação do FMI, do Banco Mundial e do Gatt (depois Organização Mundial do Comércio – OMC). A globalização, que aproximou países, empresas e pessoas, possibilitou a proliferação de acordos comerciais e o estabelecimento de cadeias produtivas baseadas na eficiência. O fim da URSS, em 1991, com a nova ordem baseada numa única superpotência, a entrada da China na OMC, em 2001, e a realocação das cadeias produtivas para a China confirmaram a ordem liberal.
A volta da China como potência econômica e comercial global trouxe o elemento geopolítico à cena econômica. Com Donald Trump, em 2017, são introduzidas medidas restritivas dos EUA contra a China, começam o esvaziamento da OMC e a perda de força das regras multilaterais de comércio. Essa tendência é agravada pela pandemia e, mais recentemente, pelo conflito Rússia/Ucrânia e pelas tensões entre China e Taiwan, acelerando a configuração de uma nova ordem econômica.
A nova ordem econômica mostra que a eficiência na definição de políticas econômicas é substituída por objetivos de segurança, soberania e poder. Evidências disso são o ataque ao livre-comércio, a negociação de acordos comerciais regionais (não bilaterais), a realocação das cadeias produtivas, o crescente número de restrições comerciais por razões políticas e a busca de autossuficiência.
A globalização passa por importantes ajustes com a descentralização das cadeias de produção, o aumento dos subsídios e do custo do transporte e a desorganização e os altos preços nos mercados agrícola e energético. Considerações sobre meio ambiente e mudança de clima passaram a ter impacto sobre as negociações comerciais. O nacionalismo, representado pelo fortalecimento das economias domésticas para conseguir uma autonomia soberana em áreas consideradas estratégicas, e a definição de novas políticas industriais nos EUA afetaram diretamente o liberalismo e o livre-comércio, gerando tensões, com impactos globais. O populismo fortaleceu o intervencionismo protecionista. Considerações de poder com base na segurança nacional passaram a influir na aplicação de controle de exportações como arma política, a exemplo das sanções, que incluíram, entre outras coisas, a limitação do comércio dos semicondutores, a retirada de empresas chinesas da Bolsa de NY e o congelamento de reservas.
Assim, a emergência da China e da Ásia como eixos de poder econômico, a disputa com os EUA e a guerra na Ucrânia podem levar a uma nova guerra fria, em outras bases, com divisão do mundo (Ocidente/Eurásia) não em função de disputa ideológica ou militar, mas econômica, tecnológica e comercial.
Em resumo, a nova ordem econômica está baseada na segurança de abastecimento, e não no just in time; na realocação das cadeias produtivas; na segurança energética; no controle de investimentos; na formação de blocos regionais; na utilização da moeda como arma geopolítica; e no mundo com crescimento reduzido e alta inflação.
Qual o impacto da nova ordem sobre o Brasil? Colocando a casa em ordem, com políticas econômicas que respondam com eficiência aos desafios internos de aumento da produtividade e competitividade, e com uma visão pragmática em relação às transformações econômicas e políticas que estão ocorrendo, poderíamos ser um dos beneficiários das novas circunstâncias internacionais.
A emergência da China e da Ásia, sob o aspecto econômico, foi muito favorável aos produtos agrícolas brasileiros que encontraram novos mercado e preços elevados, tornando o Brasil um dos três maiores exportadores mundiais de alimentos. A realocação das cadeias de produção poderá abrir oportunidades para o Brasil em nível regional, com investimentos em áreas de nosso interesse. O mercado de carbono, com a adequada proteção do meio ambiente, em especial da Floresta Amazônica, poderá representar ganhos financeiros significativos para empresas e para o País.
Este é o pano de fundo quando se diz que o mundo mudou, coincidindo com o início do novo governo. São muitas as consequências negativas da nova ordem econômica sobre o Brasil. Estarão elas sendo levadas em conta pelo atual governo com visão estratégica? Como enfrentar o enfraquecimento do multilateralismo, com a perda de relevância da OMC, deixando países como o Brasil sem proteção jurídica para o desrespeito das regras internacionais? Como enfrentar as restrições comerciais políticas, os altos custos, as transformações tecnológicas com o 5G e a inteligência artificial? Como serão respondidas as restrições às exportações brasileiras, sobretudo pela política ambiental em relação à Amazônia, assim como aquelas em razão da aprovação de nova regulamentação europeia de desmatamento? Como reduzir a vulnerabilidade, representada pela concentração das exportações em poucos mercados e produtos, e pela dependência dos semicondutores, fertilizantes e insumos farmacêuticos? E a política para a reindustrialização?
Estamos voltados aos temas do século passado, como a conclusão das negociações do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, o ingresso na OCDE e o financiamento de projetos em países vizinhos. Acorde, Brasil!
O Estado de S.Paulo - SP 28/02/2023
Indústrias desperdiçaram o equivalente a R$ 500 bilhões no ano passado por não utilizar toda a capacidade dos recursos já existentes em seus parques industriais. A constatação é de um levantamento realizado pela Cogtive, startup de software para otimização de indústrias. De acordo com a pesquisa, 30% das indústrias operam com capacidade abaixo do esperado, especialmente por paradas de linha, má gestão dos processos, baixo desempenho dos ativos e problemas na alocação da mão de obra.
Uso do potencial oculto poderia gerar acréscimo de 5,6% no PIB
Caso o potencial oculto das fábricas fosse explorado, o acréscimo seria de 5,6% no PIB brasileiro, diz a Cogtive. Na indústria de alimentos e bebida, há uma incidência de 55,32% de capacidade oculta (na casa dos R$ 276 bilhões); seguida da farmacêutica, com 9% (R$ 45 bilhões).
O estudo é baseado em pesquisas da consultoria Mckinsey, que demonstram o porcentual de perda de produtividade atrelado à capacidade oculta, e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), sobre a baixa adesão a ferramentas da chamada indústria 4.0 nos parques brasileiros. Além disso, o levantamento considerou métricas especificas de casos reais de sucesso a partir de conversas com mais de 20 clientes Cogtive ao longo dos últimos anos.
IstoÉ Dinheiro - SP 28/02/2023
A nova gestão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem como uma das prioridades trabalhar pela “reindustrialização” da economia nacional, como já colocou o presidente da instituição de fomento, Aloizio Mercadante, mas a estratégia não passará, como no passado, por oferecer crédito a juros menores em larga escala. É o que garante José Luís Gordon, escalado na equipe de Mercadante como diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior.
Economista especializado em políticas de fomento à inovação, Gordon diz que o foco do apoio à “reindustrialização” será a modernização tecnológica e os negócios nascentes. O objetivo é dobrar o apoio do BNDES à inovação, do atual 1% da carteira de crédito – cerca de R$ 4,6 bilhões -, para 2%. De acordo com o diretor do BNDES, a carteira de crédito do banco já chegou a ter 5,5% destinados para inovação empresarial.
“O BNDES saiu da agenda de inovação”, afirmou Gordon. “Como é que eu vou ter uma indústria competitiva internacionalmente? Não dá para ficar com o País fechado. Então temos que abrir o País, mas tem que ter um País competitivo. Como é que eu vou competir se eu não tenho capacidade inovativa nas indústrias brasileiras? Como um banco de desenvolvimento não apoia a inovação?”, completou o diretor.
O apoio à inovação buscará parcerias e lançará mão de fontes de recursos não reembolsáveis ou com juros diferenciados para dar forma a linhas específicas. Essas fontes têm recursos limitados e, portanto, as condições mais vantajosas não serão oferecidas em todas as linhas do BNDES.
Escolas conectadas
A primeira ação, segundo Gordon, será colocar em prática uma linha de financiamento, com recursos não reembolsáveis, para a instalação de equipamentos para conectar escolas públicas à internet. A política está sendo desenhada pela Casa Civil. Os recursos virão do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), formado com contribuições obrigatórias das empresas do setor.
Como os recursos são não reembolsáveis, não se trata de empréstimos. Os valores serão repassados a governos, municipais e estaduais, que cuidam das redes de ensino, mas a indústria poderá se beneficiar da demanda por equipamentos. A previsão é que a linha tenha cerca de R$ 1 bilhão em quatro anos, incluindo R$ 150 milhões previstos já para este ano.
O passo seguinte, conforme Gordon, será desenvolver duas novas linhas de financiamento, capazes de combinar diferentes instrumentos de apoio, incluindo recursos não reembolsáveis.
Uma das linhas será focada em parques tecnológicos, sediados em universidades ou institutos de pesquisa e ensino, com empresas âncora e firmas inovadoras nascentes, as chamadas startups. A outra será focada no apoio direto a essas startups, com uma visão de todo o ciclo de crescimento das empresas, oferecendo os instrumentos financeiros mais adequados para cada fase, como investimento em participação acionária, via fundos ou diretamente, emissão de títulos de dívida e empréstimos tradicionais.
Segundo Gordon, há a intenção de atrair, para essas duas novas linhas, outras instituições especializadas no apoio à inovação, inclusive que operem recursos, como o Senai, o Sebrae, a Embrapii e a Finep, a agência de fomento à inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que aplica a principal fonte de recursos públicos para esse apoio, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
A ideia é lançar mão dessas fontes de recursos, algumas não reembolsáveis, para compor o orçamento das linhas de financiamento, o que permitiria oferecer condições mais vantajosas, inclusive de crédito. No caso da linha para as startups, por exemplo, recursos não reembolsáveis de subvenção à inovação da Finep poderiam ser usados nas primeiras fases de desenvolvimento tecnológico, de maior risco, enquanto a participação acionária e, posteriormente, o crédito, entrariam em fases mais avançados, quando a viabilidade econômica de um produto inovador já estivesse comprovada. Outras fontes com condições especiais ou não reembolsáveis operadas pelo próprio BNDES, como o Fundo Clima, poderiam entrar na conta.
Gordon não mencionou valores para as duas linhas, ainda em discussão, mas eles tendem a ser pequenos na comparação com o crédito total do BNDES para a indústria, que, apesar de bilionário, vem diminuindo nos últimos anos, na esteira da retração geral do BNDES, iniciada em 2016, pelo governo Michel Temer (MDB). Em 2021, o banco liberou R$ 10,4 bilhões para o setor, 16,2% do total. No auge dos desembolsos do banco, em 2010, empresas industriais receberam R$ 163,8 bilhões em financiamentos, em valores corrigidos, ou 46,8% do total.
Alguma recuperação mais geral do crédito do BNDES para a indústria seria impulsionada por ajustes na TLP, taxa de juros que baliza os financiamentos da instituição de fomento. No último dia 15, Mercadante sinalizou que os planos de ajuste visam tornar a TLP menos volátil e a aproximá-la do juro médio da dívida pública. Para Gordon, mesmo que os ajustes se restrinjam a isso, já bastarão para atrair maior demanda da indústria pelas linhas do banco.
Conforme especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, a atuação do BNDES com crédito mais barato deve ser estratégica e não voltada para todo o setor industrial. Entre as críticas à expansão do BNDES nos governos anteriores do PT está o fato de que os custos fiscais de oferecer crédito a juros menores pelo banco de fomento são elevados. Ao mesmo tempo, cria uma proteção para as empresas que conseguem esses empréstimos – ainda que sejam muitas, não são todas -, o que cria distorções e atrapalha a política monetária.
Indústria menor
Além disso, a expansão do BNDES entre meados dos anos 2000 e meados dos anos 2010 não interrompeu a tendência de desidratação da indústria no Brasil. Ao longo de toda a década de 1970, a indústria da transformação respondeu por entre 20% e 21% da economia nacional. A partir de 1980, essa participação na economia começou a cair. Em 2021, ficou em 11,9%, conforme dados compilados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Ainda que a perda quantitativa de peso na economia seja um movimento estrutural do processo de desenvolvimento, uma tendência global, que passa pelo aumento do peso do setor de serviços, no caso do Brasil, houve também perda de qualidade, na avaliação de Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi. Segundo o especialista, os ramos de alta intensidade tecnológica foram os que mais perderam espaço.
“A indústria é muito mais do que simplesmente só a indústria. A economia está migrando para serviços, mas quais os serviços queremos na economia? Os serviços da economia alemã são de alta complexidade tecnológica. Quem puxa esse serviço de alta complexidade tecnológica é a indústria. Se temos uma indústria fraca, incapaz de demandar, não conseguimos ter o serviço de alta competitividade, que gera os bons empregos, melhor remunerados”, disse Gordon, do BNDES.
Frequentemente, economistas citam uma série de fatores para explicar a desidratação da indústria nacional, para além das tendências globais de aumento do peso dos serviços. São eles inflação e juros elevados, câmbio desfavorável – quando a cotação do dólar fica baixa demais perante o real, dificulta as exportações e favorece as importações de produtos fabricados no exterior -, desequilíbrios nas contas do governo – que contribuem para inflação e juros elevados -, incertezas políticas, gargalos de infraestrutura, o complexo sistema tributário, a falta de mão de obra qualificada, o elevado custo da energia e a forma como foi feita a abertura comercial nos anos 1990.
A Federação das Indústria do Rio (Firjan), tradicionalmente, defende ações transversais, que afetem a todas as empresas industriais. A política de oferecer juros mais baixos no crédito do BNDES afetaria apenas um dos diversos problemas da indústria e, mesmo assim, não atingiria a toda as empresas. Para o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, no quadro atual, facilitar um pouco o crédito para pequenas e médias empresas teria um efeito relativamente pequeno na economia.
Por isso, mais eficaz seria avançar em reformas que melhorassem o “equilíbrio macroeconômico” no longo prazo. “Batemos muito na tecla da reforma tributária, porque sabemos da importância dela para o equilíbrio de longo prazo da economia”, afirmou Goulart.
Propostas
Em documento com 62 propostas para elevar a produtividade, lançado ano passado, a Firjan destaca o reforço da atuação via fundos de garantia como principal papel do BNDES no momento. A referência é o Peac, principal ação do banco de fomento para mitigar a crise econômica causada pela covid-19, em 2020. Com um aporte de R$ 20 bilhões do Tesouro Nacional, o programa temporário avalizou em torno de R$ 92 bilhões em empréstimos concedidos por bancos comerciais. Embora esse tipo de instrumento não ofereça como resultado principal juros mais baixos, facilita o acesso ao crédito para empresas que, normalmente, têm seus pedidos negados.
Segundo Gordon, a repetição desse tipo de medida está no radar da nova diretoria do BNDES, mas a iniciativa ficará a cargo do conjunto de ações para as pequenas e médias empresas. No caso da indústria, as linhas estratégicas em gestação poderiam lançar mão de fundos garantidores direcionados para ampliar o leque de instrumentos oferecidos.
Cagnin, do Iedi, também defende uma atuação estratégica do BNDES, em vez de voltar a oferecer juros mais baixos para toda a indústria. Um dos destaques deveria ser uma linha de crédito focada, especificamente, na modernização de maquinário. “É para trocar o maquinário, mas por qual maquinário? Um maquinário mais próximo da fronteira tecnológica. Não é para comprar uma máquina nova num padrão tecnológico obsoleto. Isso é um processo transversal de modernização produtiva”, disse Cagnin.
O financiamento à compra de bens de capital, tanto máquinas e equipamentos quanto veículos, é um dos principais instrumentos oferecidos pelo BNDES à indústria. A Finame, linha de crédito específica para bens de capital, é quase toda operada de forma indireta – o BNDES repassa os recursos para a rede de bancos comerciais credenciados, que firmam os empréstimos com os clientes finais. Além disso, segue regras de conteúdo local – apenas o maquinário produzido no País, com um porcentual mínimo de insumos nacionais, é credenciado para ser comprado com empréstimos da Finame.
O desenho das políticas industriais do Brasil é um alvo frequente da crítica de especialistas. Um livro sobre políticas públicas que deram errado – lançado no ano passado pelo economista Marcos Mendes, professor do Insper que integrou a equipe econômica do governo Temer – tem no apoio à indústria um de seus protagonistas. O conteúdo local e a proteção comercial são marcas históricas das políticas industrias, mas, para João Fernando Oliveira, professor de engenharia da USP e presidente do Conselho de Administração da Embrapii, novas tentativas deveriam partir de uma “análise” nas “cadeias de valor” da indústria.
Historicamente, diz Oliveira, as políticas de proteção tendem a beneficiar a “base” das cadeias, a produção de insumos, geralmente, concentrada em poucas e grandes companhias – como as indústrias de aço ou de máquinas e equipamentos – que são influentes politicamente e pressionam os governos. São atividades intensivas em capital, mas que não geram tantos empregos industriais. A maior parte dos empregos – e dos produtos – está nos elos posteriores das cadeias de valor, que usam os insumos produzidos pela base.
Só que, em parte por causa da proteção na base, os insumos produzidos no Brasil acabam ficando mais caros, e podem ser de pior qualidade, do que os importados, o que acaba por tirar competitividade e apertar as margens das indústrias nos elos posteriores das cadeias. Para Oliveira, as políticas industriais seriam mais eficazes se focassem em garantir as melhores matérias-primas e o melhor maquinário pelo menor custo possível para todos os demais elos das cadeias de valor.
“Se o governo estiver preocupado em desenvolver uma política para ‘reindustrializar’ o Brasil, e isso é muito importante, ele tem que lembrar de fazer uma análise, em algumas cadeias de valor, sobre qual é o custo e o preço de venda ao longo da cadeia”, afirmou Oliveira, completando que, em praticamente todos os casos, as indústrias do fim da cadeia, com maior valor agregado, têm margens apertadas e não conseguem competir.
Importados
Eventual apoio para a modernização de maquinário que implicasse a aquisição de importados teria que passar por mudanças nas regras de conteúdo local do BNDES, mas, de acordo com Gordon, isso não está nos planos da nova diretoria. Exceções condicionadas poderiam ser adotadas apenas em linhas para segmentos nascentes, como foi feito na indústria de energia eólica, exemplo sempre citado como bem-sucedido.
Quando os primeiros parques eólicos foram selecionados em leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no início dos anos 2000, o BNDES tinha uma linha de crédito com juros muito baixos para viabilizar os projetos. Como turbinas e pás das torres de geração eram todas importadas, o banco flexibilizou as exigências de conteúdo local, mas conforme um cronograma, em que os mínimos exigidos iam subindo ao longo do tempo, incentivando a instalação de fábricas de pás e montagem de motores no País.
Se uma estratégia semelhante for adotada, será em linhas específicas para segmentos industriais nascentes, diz Gordon. Segundo o diretor do BNDES, esse será o passo seguinte, no planejamento da nova gestão do banco, após lançar linhas de financiamento para parques tecnológicos e para startups. Algumas atividades são candidatas óbvias, como a geração de energia eólica offshore e a fabricação de hidrogênio verde, que poderia se beneficiar da eletricidade renovável gerada pelos próprios parques eólicos em alto mar para produzir o combustível, frequentemente apontado como a melhor alternativa para na transição para uma economia de baixo carbono.
Monitor Digital - RJ 28/02/2023
A arrecadação recorde e o aumento nos royalties de petróleo fizeram as contas públicas registrarem, em janeiro, o segundo melhor resultado positivo da série histórica para o mês. No mês passado, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou superávit primário de R$ 78,326 bilhões, divulgou nesta segunda-feira o Tesouro Nacional.
Em valores nominais, esse é o maior superávit para o mês desde o início da série histórica, em 1997. Ao descontar a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conta mais usada pelos analistas, o resultado foi o segundo melhor da série histórica. O resultado de janeiro só é inferior ao do mesmo mês em 2022.
O resultado veio melhor que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Economia, os analistas de mercado esperavam resultado positivo de R$ 55,3 bilhões no período.
O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece meta de déficit primário de R$ 231,5 bilhões para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). Em janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote que pretende aumentar a arrecadação e revisar gastos para melhorar as contas públicas e diminuir o déficit para cerca de R$ 100 bilhões.
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Apesar da arrecadação recorde de janeiro, as receitas começaram o ano crescendo em ritmo menor que o das despesas. No último mês, as receitas líquidas cresceram 8,3% em relação a janeiro do ano passado em valores nominais. Descontada a inflação pelo IPCA, o crescimento atingiu 2,4%. Impulsionadas pelo Bolsa Família no valor de R$ 600, as despesas totais subiram 12,1% em valores nominais e 6% após descontar a inflação.
Em relação ao pagamento de impostos, houve crescimento de R$ 9,87 bilhões acima da inflação no Imposto de Renda (+11,1% acima da inflação), motivado principalmente pelo aumento do lucro das empresas retido na fonte. Em grande parte, essa alta reflete o aumento do lucro das empresas e energia e de petróleo. A arrecadação da Previdência Social subiu R$ 3,88 bilhões acima da inflação (+9,2%), refletindo a melhoria do mercado de trabalho.
Com a queda do petróleo no mercado internacional, as receitas com royalties caíram R$ 2,57 bilhões (-13,4%) descontada a inflação no mês passado na comparação com janeiro de 2022. Atualmente, a cotação do barril internacional está em torno de US$ 74 após ter chegado a US$ 120 no meio do ano passado, por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Do lado das despesas, houve queda de R$ 3,5 bilhões com créditos extraordinários, principalmente as despesas associadas ao combate à pandemia de covid-19. No entanto, esse recuo foi compensado pelo aumento de outros gastos.
Subiram os gastos com programas sociais após a Emenda Constitucional da Transição, que oficializou o valor mínimo do Bolsa Família para R$ 600. A medida teve impacto de R$ 5,7 bilhões acima da inflação nos gastos em janeiro.
Em contrapartida, os gastos com o funcionalismo federal caíram 2,9% em janeiro descontada a inflação. A queda reflete o congelamento de salários dos servidores públicos que vigorou entre julho de 2020 e dezembro de 2021 e a falta de reajustes em 2022.
Em relação aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o governo federal investiu R$ 1,667 bilhão no primeiro mês do ano. O valor representa alta de 109,4% descontado o IPCA em relação ao mesmo período de 2022. Essa alta se deve à Emenda Constitucional da Transição, que garantiu espaço fiscal para a recomposição dos investimentos públicos.
IstoÉ Dinheiro - SP 28/02/2023
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura ampliaram as perdas nesta segunda-feira devido às preocupações com a demanda mais fraca no curto prazo, depois que o centro de produção de aço Tangshan foi obrigado no sábado a fechar parte da capacidade em resposta à forte poluição.
O governo de Tangshan disse que lançaria uma resposta de emergência de nível 2 a partir de domingo para lidar com a previsão de forte poluição do ar nesta semana. A cidade do norte é uma das maiores produtoras de aço da China.
Várias usinas planejam reduzir sua capacidade de sinterização entre 30% e 50% para atender às exigências do governo, disse a consultoria Mysteel em um relatório.
Não ficou claro quanto tempo durariam as restrições de produção. A cidade de Handan, também importante produtora de aço, implementou restrições semelhantes a partir de domingo.
O contrato futuro de minério de ferro para maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou o dia de negociações com queda de 2,53%, a 885,5 iuanes (127,14 dólares) a tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de referência do minério de ferro para março foi negociado a 123,4 dólares a tonelada, queda de 2,64%.
“São principalmente as restrições de produção [em Tangshan e Handan] que derrubaram os preços futuros esta manhã”, disse um analista de aço de Xangai, recusando-se a ser identificado porque não está autorizado a falar com a imprensa.
As restrições de produção ocorrem antes da abertura em 5 de março da reunião anual do parlamento da China, um dos eventos de maior destaque do ano, quando Pequim normalmente faz esforços extras para garantir céu limpo.
O aumento dos estoques portuários também está contribuindo para os ventos contrários ao minério de ferro, disseram analistas do banco ANZ em nota. Os estoques totais subiram 1,2% na semana passada, para o nível mais alto desde setembro, acrescentaram.
Valor Investe - SP 28/02/2023
Retomada da economia chinesa pode aumentar a demanda por commodities no mundo, em especial de petróleo e minério de ferro, e manter os preços das matérias-primas em patamares elevados, mas não nos níveis alcançados na pandemia
Passado o “boom” das commodities, puxado pela retomada das economias de diversos países após a fase mais dura da pandemia, as matérias-primas mergulharam em um mar de volatilidade em 2022. Primeiro, a invasão russa à Ucrânia, que jogou os preços das mercadorias energéticas, metálicas e agrícolas para o alto. Na época, o minério de ferro e o petróleo ultrapassaram o patamar de US$ 100.
Depois, a partir do segundo semestre do ano passado, a desaceleração da economia chinesa, provocada pela rígida política de covid zero e pela crise no setor imobiliário, voltou a colocar a demanda por commodities em cheque, dada a participação relevante da China no mercado, em especial de minério e petróleo. Consequência disso, houve uma forte correção de preços.
Ainda, em um terceiro momento, já no fim do ano passado, uma onda de protestos contra as medidas de isolamento levou o governo chinês a afrouxar a política de covid zero. Mais uma vez, as cotações, em especial do minério de ferro, subiram com a boa fé de que a demanda chinesa por commodities voltaria pujante.
Diante de tal otimismo, o mês de janeiro de 2023 foi marcado pela continuidade do rali das matérias-primas, com o mercado na expectativa pela reabertura da economia chinesa. Até que chegou o Ano Novo chinês. “A festividade puxou uma recuperação da atividade econômica, mas não com a mesma força que o mercado aguardava. Ao mesmo tempo, o dólar se fortaleceu e segurou a guinada das commodities, em especial as relacionadas à China”, explica Lucas Brunetti, analista de commodities da Garde Asset Management.
A expectativa era a de que a diminuição das restrições melhorasse a mobilidade na China e, consequentemente, o aumento do consumo de combustíveis elevasse a demanda por petróleo e derivados. “Estamos vendo isso, em certa medida, mas não na velocidade que o mercado esperava. Houve uma euforia com o anúncio da reabertura, mas agora já deu uma esfriada”, complementa Brunetti.
Mesmo assim, pondera o analista da Garde, ainda existe um otimismo por parte do mercado para as commodities neste ano. Os investidores estão apostando no crescimento da economia chinesa para aumentar a demanda por matéria-prima e, assim, puxar os preços para cima.
Parte da confiança também está relacionada à mudança nas projeções para as economias dos Estados Unidos e Europa. Isso porque, acrescenta Brunetti, havia antes um temor generalizado de recessão nos países desenvolvidos em razão do ciclo de alta de juros, que ainda está em curso. Mas os indicadores econômicos mais recentes têm levado o mercado a rever as expectativas para um cenário de desaceleração mais branda de ambas as economias.
No que diz respeito à retomada da China, Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, é um pouco mais cética e avalia que, passado o Ano Novo chinês, o mercado agora começa a entrar em modo de cautela para entender melhor para onde a economia chinesa vai caminhar.
“A produção siderúrgica continua patinando, a crise no setor imobiliário não dá sinais de arrefecimento, então a produção de aço na China deve ser menor do que em 2022. E isso faria com que os preços do minério caíssem até o final do ano”, diz. Atualmente, ela espera que o preço do minério de ferro chegue a US$ 90 a tonelada até o final de 2023.
Mineração e siderurgia
Entre as empresas de mineração e siderurgia listadas na bolsa, Gabriela mantém preferência pelas ações da Gerdau (GGBR4). “É a nossa favorita, bastante diversificada e bem administrada. Os papéis estão sofrendo agora, mas por um movimento de realização de lucros porque subiram muito”, destaca.
Nas recomendações fornecidas por analistas de bancos, corretoras e casas de análise ao Valor PRO, oito instituições têm recomendação de compra para as ações da Gerdau, enquanto uma tem recomendação neutra, com preço-alvo médio de R$ 36,25. Para a Metalúrgica Gerdau (GOAU3; GOAU4), são duas recomendações de compra e uma neutra, com preço-alvo de R$ 16,5.
Ainda, para os papéis da CSN (CSNA3), são cinco recomendações de compra e duas neutras, com preço-alvo médio de R$ 19,55. No caso da CSN Mineração (CMIN3), são seis recomendações de compra e uma neutra, com preço-alvo médio de R$ 5,88.
As ações da Usiminas (USIM5) têm, ao todo, nove recomendações, das quais quatro são de compra e cinco são neutras. A média das estimativas de preço-alvo dos papéis da companhia é de R$ 10,21.
Para as ações da Vale (VALE3), o consenso de analistas aponta oito recomendações de compra, uma neutra e uma recomendação de venda. Na média de estimativas, o preço-alvo para os papéis da companhia é de R$ 98,7. Gabriela diz ter uma visão cautelosa para os papéis da mineradora, dado o patamar de preço atual das ações da empresa na bolsa.
Petróleo
Em relação ao cenário para o petróleo, Gabriela vê a oferta bastante limitada. Além dos impactos na cadeia produtiva causados pela pandemia, ela lembra que a guerra afetou ainda mais a commodity, uma vez que a Rússia, que é um grande produtor de petróleo e gás, reduziu a produção por causa dos embargos feitos pelos países do Ocidente. Ao mesmo tempo, tem também a Opep, que ainda não retomou o patamar de produção de antes da crise de covid-19.
“A Ucrânia em um cenário ainda delicado de guerra e sem previsão de solução deve continuar pressionando o petróleo, que deve ver um aumento na demanda por causa da retomada da China. Com uma oferta limitada e uma demanda maior, os preços da commodity devem permanecer em patamares significativos ", contextualiza. Ainda assim, a analista-chefe do Inter projeta o preço do barril entre US$ 80 e US$ 90 ao longo deste ano, um patamar considerado lucrativo para as empresas do setor, diz.
Olhando para as empresas de petróleo, Gabriela tem as “juniores” como preferidas para se beneficiar do preço da commodity no mercado internacional. Em relação à Petrobras, a analista-chefe afirma que a casa está fugindo de estatais federais neste primeiro ano de governo Lula. Assim, as ações de Prio (PRIO3), 3R (RRRP3) e PetroRecôncavo (RECV3) ganham mais espaço diante da possibilidade de interferência política na Petrobras (PETR3; PETR4).
Das companhias “juniores”, a 3R é a única que tem 10 recomendações de compra entre os analistas de bancos, as corretoras e casas de análise da base do Valor PRO. O preço-alvo das ações da empresa é de R$ 85,62.
Para os papéis da Prio, são nove recomendações de compra e uma recomendação neutra, segundo as informações fornecidas ao Valor PRO, com preço-alvo médio de R$ 47,52. No caso da PetroRecôncavo, são oito recomendações de compra e uma neutra, com preço-alvo de R$ 38,87.
As ações da Petrobras se diferem entre os pares setoriais por terem mais recomendações neutras do que de compra - são cinco contra quatro, respectivamente. O preço-alvo para os papéis da estatal é de R$ 33,04.
Proteína animal
Olhando para as commodities agrícolas, em especial a proteína, Manuela Granja, analista de frigoríficos do Inter, destaca que o cenário para a exportação de carne bovina continua favorável para o Brasil, uma vez que o país está entrando no ciclo positivo do gado, o que deve aumentar a oferta em 2023. Um obstáculo é que recentemente identificou-se um caso de vaca louca na carne brasileira. No entanto, tudo que se sabe é que deve ser um caso pontual, o que não deve prejudicar o cenário de exportação brasileiro.
Um contrapeso, porém, diz respeito ao consumo doméstico. Com a inflação e os juros pesando no orçamento dos brasileiros e no nível de endividamento das famílias, muitas pessoas acabam optando pelo consumo de frango, suíno e ovos.
Mas apesar da maior procura pela carne de frango, o momento é de atenção para a proteína animal. Nos últimos dias, a Argentina e o Uruguai confirmaram os primeiros focos de gripe aviária de alta patogenicidade em seus territórios. A doença foi verificada em aves silvestres, que apareceram mortas em parques nacionais.
A aproximação desses países com o Brasil, maior exportador global de carne de frango, coloca o mercado em compasso de cautela em relação às empresas do setor. Depois que a contaminação nos países vizinhos foi divulgada pela imprensa, as ações da BRF foram impactadas negativamente, com investidores avessos ao risco de a gripe aviária chegar em território brasileiro pelas rotas migratórias.
E é com este pano de fundo que os papéis da BRF (BRFS3) têm hoje cinco recomendações neutras e quatro de compra, com preço-alvo de R$ 15,63. “A BRF tem a questão operacional da companhia, que está em fase de reestruturação, então tem muito o que acompanhar ainda, além da perspectiva incerta para a carne de frango”, ressalta Manuela.
Na visão da analista, a única companhia com possibilidade de aproveitar o cenário positivo para a oferta de gado e de proteínas em geral é a Minerva (BEEF3), em razão da diversificação de plantas na América do Sul, que tem custos inferiores em relação às empresas que atuam em outras regiões. Conforme análises fornecidas ao Valor PRO, a Minerva tem oito recomendações de compra e duas neutras, com preço-alvo de R$ 18,94.
No entanto, é importante o investidor acompanhar os desdobramentos em torno da confirmação do caso de “vaca louca” no Pará, que levou o Ministério da Agricultura a suspender as exportações de carne bovina à China. Isso porque o embargo pode interferir no desempenho das ações da empresa.
Ainda entre os frigoríficos, a Marfrig (MRFG3) tem cinco recomendações de compra e três recomendações neutras, com preço-alvo médio de R$ 19,02. Para as ações da JBS (JBSS3), por sua vez, são oito recomendações de compra e duas neutras, com preço-alvo de R$ 41,86.
Infomoney - SP 28/02/2023
A Vale (VALE3) prevê um salto na produção de aglomerados de alta qualidade de minério de ferro até 2026, em busca de capturar maiores prêmios, apontou a mineradora brasileira em apresentação ao mercado nesta segunda-feira.
Uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a Vale planeja produzir de 50 milhões a 55 milhões de toneladas de aglomerados de alta qualidade da commodity em 2026, ante 32 milhões no ano passado. A companhia reafirmou projeção feita ao final do ano passado em evento de investidores.
Já o prêmio médio deverá subir para US$ 8 a US$ 12/tonelada por tonelada, ante US$ 7/tonelada na mesma comparação, calculou a companhia.
“A siderurgia está explorando alternativas para reduzir emissões, que irão demandar minério de ferro de alta qualidade”, disse a empresa.
Em sua apresentação, a companhia afirmou ainda que a oferta global de minério de ferro deverá seguir “sob restrições por muito mais tempo” e estimou que 400 milhões de toneladas de minério de ferro no mundo necessitarão de reposição até 2030.
A empresa vem enfrentando dificuldades para obter licenciamento, cujos processos foram classificados pela companhia como complexo e com “padrões ESG mais rigorosos”.
Atualmente, a Vale prevê produzir de 340 milhões a 360 milhões de toneladas de minério de ferro em 2026, ante 308 milhões ano passado.
Cabe destacar que, às 11h35 (horário de Brasília), as ações VALE3 caíam 0,91%, a R$ 84,27, afetada pela queda dos contratos futuros de minério de ferro na China e em Cingapura, depois que o centro de produção de aço chinês Tangshan foi obrigado no sábado a fechar parte da capacidade em resposta à forte poluição.
Valor - SP 28/02/2023
Balança comercial brasileira de manufaturados teve saldo negativo recorde de US$ 128,246 bilhões em 2022
A balança comercial brasileira de manufaturados encerrou 2022 com saldo negativo recorde de US$ 128,246 bilhões. O alerta partiu do presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso.
A Abimaq ressaltou que, em série histórica da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, é possível perceber que o desempenho em 2022 foi pior do que o saldo negativo de 2021, de US$ 111,277 bilhões, e o maior desde série iniciada sobre esse dado em 1990.
Para Velloso, o desempenho negativo é resultado de ambiente desfavorável no Brasil nos últimos anos à exportação de itens industriais. “Exportar [manufaturados] no Brasil não é difícil; é muito difícil”, resumiu Velloso.
Velloso explicou que o setor de máquinas e equipamentos é um dos que lideram exportações de manufaturados no país. “Ano passado exportamos em torno de US$ 12,1 bilhões, e aguardamos crescimento de 8% em 2023. É um setor que exporta bastante”, disse. No total, as exportações de manufaturados do Brasil giraram em torno de US$ 99,2 bilhões em 2022.
Porém, essas vendas externas ocorrem em meio a uma série de barreiras internas à competitividade do manufaturado brasileiro em relação a seus concorrentes, ressaltou Velloso.
Ao citar os obstáculos, o presidente da Abimaq ressaltou ausência de infraestrutura e logística adequadas, que diminuam custos de transporte de manufaturados, bem como de matérias-primas usadas para elaborar manufaturados. “Aluguel de contêiner, despachante, tudo subiu de preço”, disse. Os fretes para o exterior também encareceram após a pandemia, acrescentou.
“Também tivemos aumento do preço de matéria-prima, muito mais grave do que aumento do frete”, acrescentou Velloso. Como exemplo citou o aço, muito demandado pela indústria.
Outro obstáculo citado por Velloso é a ausência de linhas mais eficazes de crédito para exportação e para seguro de exportação. No caso desse último, ele frisou ser essencial por dar mais segurança ao exportador brasileiro de manufaturados - que não poderia resolver facilmente problema de pagamento, por exemplo, com cliente fora do país.
Ao mesmo tempo, é preciso alguma estabilidade no câmbio, lembrou. No caso de máquinas e equipamentos, Velloso comentou que, com atual volatilidade do dólar, fica difícil definir qual cotação a ser usada em contratos de exportação de máquinas e equipamentos.
“Temos um monte de problemas a resolver para o Brasil voltar a ser exportador [forte] de manufaturados. É melhoria de competitividade”, notou. “Exportar [manufaturado] não cai do céu”, disse.
Valor - SP 28/02/2023
A Nissan Motor investirá US$ 250 milhões para expandir a produção de motores em uma fábrica no estado americano do Tennessee, como parte de uma estratégia de eletrificação no mercado norte-americano, informou a montadora japonesa na segunda-feira.
A Nissan planeja começar a fabricar quatro modelos de veículos elétricos em 2026 em sua fábrica de Canton, no estado do Mississippi. Para fornecer componentes para esses veículos elétricos, a Nissan expandirá a produção de motores e outras peças do chamado “trem de força” na fábrica de Decherd, no Tennessee.
O investimento segue a aprovação em agosto passado da Lei de Redução da Inflação, que incentiva as montadoras a fabricar veículos elétricos nos Estados Unidos. A Nissan espera que os elétricos representem 40% de sua linha no mercado até março de 2031.
A fábrica de Decherd faz principalmente motores, transmissões automáticas e outras peças para veículos de combustão interna, enquanto os motores de veículos elétricos são apenas uma pequena parte do mix.
A Lei de Redução da Inflação concede até US$ 7.500 em incentivos fiscais para cada veículo elétrico. O diretor operacional da Nissan, Ashwani Gupta, disse que a empresa está expandindo a produção em resposta à nova lei.
A lei é “desafiadora, mas, por outro lado, é uma oportunidade para acelerar a eletrificação competitiva”, disse Gupta.
A Nissan atualizou as metas para sua estratégia de eletrificação de longo prazo. EVs e híbridos devem representar 55% das vendas globais de carros novos até o ano fiscal de 2030, acima dos 50% originalmente.
A Nissan também fortalecerá os serviços de software para novos veículos a serem lançados a partir de 2025. Gupta disse que a empresa desenvolverá "software 100% Nissan" e que todas as atualizações serão oferecidas on-line, mas não forneceu mais detalhes.
O Estado de S.Paulo - SP 28/02/2023
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), dará sinal verde nesta terça-feira, 28, para o início dos estudos de um pacote de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) que deve se somar às promessas de desestatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) e da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) nos próximos anos.
A carteira de investimentos a ser discutida vai incluir 1,8 mil km de rodovias estaduais, a transferência do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, para o centro da capital e o trem intercidades entre São Paulo e Campinas. Também será estudada a viabilidade de conceder serviços de manutenção das escolas do Estado e de recuperar o Casarão da Avenida Paulista como sede do Museu da Diversidade.
A largada dos estudos para viabilizar ao menos 15 destes projetos será dada em reunião do Conselho de Desestatização do governo, vinculado à Secretaria de Parceria em Investimentos e presidido pelo vice-governador Felicio Ramuth (PSD). A maioria das propostas na mesa indica ênfase de Tarcísio em parcerias público-privadas em detrimento das concessões comuns.
O secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, afirmou que o modelo foi pouco explorado na gestão tucana e vai reduzir custos operacionais para o Estado. “O governo passado tinha um medo de fazer PPP, ia para concessão e, ao fazer concessão, ele acabava aumentando a tarifa de algum grupo”, disse.
A PPP funciona como uma concessão patrocinada, quando o governo cede o serviço para uma empresa privada, mas banca uma parcela dos custos envolvidos. Já na concessão comum o serviço é pago pelo próprio usuário.
Entre os projetos que serão estudados, estão as Linhas 11, 12 e 13 do Metrô e da CPTM, com previsão de lançamento de leilão para 2024; as Linhas 10 e 14, com estimativa para 2025; e o trem São Paulo-Campinas, cujo leilão deve ser realizado no fim de novembro deste ano.
Também entra no pacote de parcerias a transformação de travessias litorâneas, como a ligação Santos-Guarujá, em PPPs. A proposta, segundo o governo, viabiliza outro projeto a ser discutido nesta terça-feira, a construção de um túnel entre os municípios, que já foi atrelada por Tarcísio, quando ministro, à privatização do Porto de Santos.
Na segunda-feira, 27, o governador voltou a tratar do assunto, em evento do grupo Voto. “Privatizar o Porto de Santos é a diferença entre prosperidade e pobreza na Baixada Santista” disse.
Segundo a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, a pasta ainda vai apresentar um grupo de concessões patrocinadas com foco na contenção de enchentes e prevenção de desastres. Um lote de projetos será destinado à criação de uma PPP em que a empresa fique responsável pela execução de drenagem e contenção de encosta.
Outro projeto foca na realização de uma PPP para construção, operação e manutenção de barragens, que esteja atrelada a um serviço de remoção de resíduos e sedimentos acumulados no fundo dos rios. Tal proposta seria viabilizada pela venda de ativos do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e ganhou espaço no pacote de projetos após os deslizamentos que provocaram mortes no litoral paulista.
“Você ganha muito mais eficiência, diminui alguma descontinuidade da prestação do serviço. A gente vai continuar aportando, porque é um serviço que a gente sabe que é deficitário, mas é essencial”, afirmou a secretária Natalia Resende sobre o modelo de concessão patrocinada.
No caso da privatização da Emae, o governo lançou edital para realizar um estudo que avalie o valor da empresa, etapa necessária para a venda dos ativos. Já os estudos para a desestatização da Sabesp devem ter início em março.
Para modelar os leilões em formato de PPPs, Rafael Benini e Natalia Resende propõem a criação de um fundo garantidor para atrair a iniciativa privada. A ideia é usar as desestatizações para acumular receitas e gerar fluxo de caixa para garantir que o Estado possa pagar sua fatia às empresas que prestam o serviço. A venda da Sabesp e da Emae, por exemplo, poderia contribuir com recebidos para este fundo.
O governo também estuda como diretriz instalar o sistema de “free flow” nas rodovias concedidas em parcerias público-privadas - caso do lote de rodovias do litoral paulista que será adaptado para PPP e retomado.
A proposta substitui as praças de pedágio, cujo preço da tarifa foi alvo de críticas em leilões anteriores. No mecanismo, os veículos são cobrados pelo trecho que rodou na estrada, por meio do uso de tags e da leitura da placa dos carros. Se o motorista não pagar a cobrança, a receita das multas contribuiria para o fundo.
Outro edital interrompido no ano passado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) no ano passado que deve ser retomado é a concessão de serviços de loterias no Estado por 20 anos. Na ocasião, a Corte de Contas viu falta de clareza no estudo de viabilidade econômico-financeira. A proposta agora é fazer novo estudo para que o projeto gere fluxo de caixa para as PPPs.
Valor - SP 28/02/2023
De acordo com a Abecip, apesar da queda, o volume representa o terceiro maior resultado para um mês de janeiro na série histórica
As concessões de financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 11,9 bilhões em janeiro de 2023, uma queda de 15,2% em relação a dezembro de 2022, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança. (Abecip) Comparado a janeiro do ano passado, houve recuo de 18,4%.
De acordo com a Abecip, apesar da queda, o volume representa o terceiro maior resultado para um mês de janeiro na série histórica.
Nos últimos 12 meses encerrados em janeiro de 2023, o volume financiado somou R$ 176,5 bilhões, redução de 15% em relação ao período anterior.
Em termos de unidades, foram financiados em janeiro de 2023, nas modalidades de aquisição e construção, 41,3 mil imóveis. Comparado a dezembro de 2022, houve queda de 16,3%. Em relação a janeiro do ano passado, recuo foi de 31,6%.
Em 12 meses até janeiro de 2023, foram financiados 694,1 mil imóveis com recursos da poupança SBPE, resultado 20,4% inferior ao do período anterior.
A poupança SBPE registrou, em janeiro de 2023, saques líquidos de R$ 27,22 bilhões. Na avaliação da Abecip, o primeiro mês do ano é tradicionalmente um período de saques. Em 22 anos dos últimos 29, a captação foi negativa em janeiro.
Conforme a entidade, “a prevalência de saídas de recursos no mês de janeiro reflete, em parte, a concentração de gastos típicos de início de ano (IPTU, IPVA, despesas escolares etc)”. Mas, pondera a associação, “também podem ter contribuído para resultados negativos da poupança a inflação, que se vem mostrando resistente, e a Selic em patamar elevado, que beneficia as aplicações atreladas ao CDI”.
A forte saída de recursos levou o saldo da poupança para o patamar de R$ 742,3 bilhões em janeiro de 2023, queda de 2,8% em relação ao final de 2022. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, redução foi de 4,7%.
O Estado de S.Paulo - SP 28/02/2023
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, voltou a defender hoje a privatização do Porto de Santos, no litoral paulista, como o caminho para levar prosperidade à região. “Quero privatizar o Porto de Santos porque isso é a diferença entre prosperidade e pobreza na Baixada Santista”, declarou o governador ao participar de fórum realizado pelo grupo Voto.
Além de enfatizar os benefícios que a privatização traria para a competitividade do porto, Tarcísio, ao defender a privatização, comentou que a Baixada Santista se tornou pobre, com a habitação marcada pela presença de casas de palafitas, e comandada pelo crime organizado.
Ao citar o desenvolvimento econômico entre os pilares de seu governo, ele apontou a necessidade de o Estado atrair investimentos em energia, uma vez que traz de fora 70% do que consome em energia: “São Paulo tem de ser locomotiva e não uma Maria Fumaça”.
O governador frisou ainda que a qualificação da mão de obra não pode depender apenas de serviços mantidos pela indústria, casos de Sesi e Senai. Nesse sentido, assinalou que o governo estadual vai “apostar muito” na capacidade do setor público para fazer o Estado crescer.
Divergências
A tentativa do governador paulista em privatizar o Porto de Santos encontra resistência no governo federal, em especial do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que é ex-prefeito de Santos. O plano estava em andamento no governo Bolsonaro, que já tinha encaminhado uma minuta do edital de concessão para o Tribunal de Contas da União.
Ao Estadão, antes de assumir o controle do órgão, França afirmou que a autoridade portuária continuaria sendo estatal. “Nós não temos problemas de ter concessões privadas, mas precisamos de alguns controles. Temos de rever isso. Nós pedimos que fosse tudo adiado para que o presidente possa opinar.”
Após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entretanto, o governador de São Paulo disse que o chefe de Estado “não fechou as portas” sobre o megaleilão do Porto de Santos. “Ele disse que, obviamente, essa questão da privatização é um tema sensível, mas que ele também não está preso a dogmas, a conversar internamente”, afirmou Tarcísio, em janeiro. “Sabemos quanto o tema é sensível para eles, temos que tratar com responsabilidade.”
Maior complexo
O Porto de Santos é o maior complexo da América Latina e rota de entrada e saída de 29% de todas as transações comerciais do Brasil. O modelo de leilão do governo Bolsonaro previa exigências de investimentos que chegavam a R$ 18,5 bilhões em projetos de melhorias, ampliação e manutenção. Outros R$ 3 bilhões estariam reservados para a construção de um canal submerso para ligar Santos e Guarujá. Pelo plano, a atual gestora do porto, a estatal Santos Port Authority (SPA, antiga Codesp), seria integralmente privatizada, o que não ocorrerá mais.
Por trás do projeto de privatização está a necessidade de aumento de capacidade do complexo. O plano de expansão logística nacional aponta que o Brasil precisaria investir cerca de R$ 75 bilhões por ano, até 2035, para fazer frente às necessidades do País em todo setor de transporte. Neste ano, porém, a União conta com cerca de R$ 6,5 bilhões para o setor logístico federal.
Petro Notícias - SP 28/02/2023
A holandesa SBM Offshore anunciou ao mercado uma atualização sobre o andamento das obras de novos navios-plataformas (FPSOs) que serão afretados para a Petrobrás. No momento, a empresa trabalha na construção dos FPSOs Sepetiba, Almirante Tamandaré e Alexandre de Gusmão. A companhia ressalta, no entanto, que ainda sente os efeitos da pandemia de covid-19 e da pressão inflacionária.
“Apesar do recente relaxamento das medidas contra a covid-19 na China [onde os navios estão sendo construídos], que devem melhorar a mobilidade de pessoal e material, as atividades de construção continuam a sofrer impactos, especialmente com o aumento temporário esperado de casos positivos no país. As equipes de projeto estão trabalhando em estreita colaboração com as equipes de clientes e contratados na busca de mitigar os impactos na execução do projeto”, explicou a SBM Offshore.
O FPSO Sepetiba, que será instalado no campo de Mero, na Bacia de Santos, está atualmente passando por atividades de integração e comissionamento. O projeto visa o primeiro óleo ainda em 2023. A unidade terá capacidade de processar até 180 mil barris de petróleo por dia e 12 milhões de m³ por dia de gás. O projeto conta com menos de 75% de avanço físico.
O FPSO Almirante Tamandaré será a sexta unidade de produção definitiva do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. O primeiro óleo está previsto para o segundo semestre de 2024. A SBM anunciou que o casco da plataforma está em fase de conclusão no estaleiro. A fabricação dos topsides também está progredindo bem, ainda de acordo com a companhia holandesa. O FPSO Almirante Tamandaré terá capacidade de processamento diário de 225 mil barris de óleo e 12 milhões de m³ de gás natural. A embarcação está com avanço físico entre 50% e 75%.
Por fim, o FPSO Alexandre de Gusmão, também previsto para o campo de Mero, terá capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo e 12 milhões de m³ de gás por dia. A fabricação dos topsides e do casco do navio está em andamento. O primeiro óleo está previsto para 2025. O navio está com avanço físico entre 25% e 50%.
Valor - SP 28/02/2023
Obra de 573 quilômetros transportará gás natural da Patagônia para as cidades argentinas e centros industriais no leste
Em um deserto varrido pelo vento no interior da Argentina, tubos de aço pretos do comprimento de um ônibus se estendem em linha em direção ao horizonte. A cena é o sinal mais claro de que uma das maiores reservas de xisto do mundo finalmente poderá cumprir sua promessa.
Trabalhadores na formação geológica conhecida como Vaca Muerta estão construindo um duto de 573 quilômetros que transportará gás natural da remota Patagônia para as cidades argentinas e centros industriais no leste. O projeto, juntamente com a expansão planejada de um oleoduto na mesma região, ajudará a aliviar os gargalos que sufocaram a produção de combustíveis fósseis de que o país precisa desesperadamente para fortalecer sua economia.
Embora a indústria de energia da Argentina tenha visto uma série de promessas não cumpridas nos últimos anos, a construção do gasoduto é um passo irrefutável em direção ao objetivo de reduzir a dependência do país das importações de combustível — e quem sabe até recuperar o status que ocupou há 20 anos como importante exportador de energia.
O progresso em Vaca Muerta ocorre quando o boom do xisto nos EUA diminui, a guerra na Ucrânia tumultua o mercado global de gás e as perspectivas de crescimento na produção de petróleo se voltam para países da América do Sul, como Guiana e Brasil. Mas há riscos, como controles de preços e de fluxos de capitais.
“Medidas críticas estão sendo tomadas — não faltará nenhuma infraestrutura para sustentar o crescimento de Vaca Muerta no curto e médio prazos”, disse Marcelo de Assis, pesquisador de petróleo e gás da Wood Mackenzie no Rio de Janeiro. “Mas ainda há riscos acima do solo. Os limites de preços são uma política para ciclos eleitorais, mas os perfuradores precisam de estabilidade de longo prazo e os controles de capital são um desincentivo.”
O gasoduto é, em grande parte, produto do atual governo de esquerda, liderado pelo presidente Alberto Fernández. Fernández, cujo mandato termina este ano, também fixou os preços do petróleo muito acima dos níveis de mercado em 2020 para evitar dizimar a produção de Vaca Muerta durante a crise causada pela pandemia. Embora a administração anterior, liderada por Mauricio Macri, tenha ajudado a reduzir a dependência do país das importações de gás, a energia renovável foi o foco maior.
A desenvolvedora do gasoduto, a estatal Energia Argentina, planeja tê-lo pronto até 20 de junho, feriado nacional da independência. Seria uma vitória após anos de contratempos, incluindo a pandemia e alegações de corrupção — sem mencionar a quase inadimplência da petrolífera estatal YPF.
IstoÉ Dinheiro - SP 28/02/2023
Os preços do petróleo caíram cerca de 1% nesta segunda-feira, com fortes dados econômicos norte-americanos levando os investidores a se prepararem para mais aumentos nas taxas de juros do Federal Reserve dos EUA para combater a inflação, o que pode desacelerar o crescimento econômico e a demanda por petróleo.
As perdas foram limitadas por preocupações com o abastecimento de petróleo depois que a Rússia interrompeu as exportações para a Polônia por meio de um importante oleoduto.
O petróleo Brent caiu 0,71 dólar, ou 0,9%, para 82,45 dólares o barril, enquanto o petróleo bruto nos EUA (WTI) caiu 0,64 dólar, ou 0,8%, para 75,68 dólares.
As novas encomendas de bens de capital importantes fabricados nos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em janeiro, enquanto os embarques se recuperaram, sugerindo que os gastos das empresas com equipamentos aumentaram no início do primeiro trimestre.
Esses dados econômicos positivos ajudaram os mercados de ações globais a se recuperarem, mas as ações permaneceram perto das mínimas de seis semanas, com os investidores se preparando para avanços nas taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa.
O diretor do Fed Philip Jefferson disse que a inflação de serviços nos Estados Unidos permanece “teimosamente alta”.
Aumentando as preocupações com a demanda global de petróleo, o aumento das tensões sino-americanas atingiu os mercados de ações na China e em Hong Kong, enquanto os investidores aguardavam sinais políticos do próximo Congresso Nacional do Povo.
(Reportagem adicional de Noah Browning em Londres, Mohi Narayan em Nova Delhi e Sudarshan Varadhan em Cingapura).
Petro Notícias - SP 28/02/2023
A Nova Transportadora do Sudeste (NTS) foi autorizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) a pré-operar o Gasig, como forma da companhia capitalizar uma oportunidade de mercado, adquirindo o gás de empacotamento a um preço competitivo – 11% Brent (considerando a média Brent dos últimos três meses: novembro, dezembro e janeiro). Essa é a primeira grande obra de gasoduto no Brasil nos últimos 10 anos. O projeto da empresa conecta a UPGN do pólo Gaslub, em Itaboraí, ao Gasoduto Gasduc III, em Guapimirim, tem 11 km de extensão e teve sua construção realizada em cinco meses. O gasoduto, que viabilizará o escoamento da produção pela Rota 3 (produção da Bacia de Santos), representa a retomada do crescimento do mercado de transporte de gás natural no estado do Rio, em linha com a abertura do mercado de gás. O gasoduto tem capacidade de transportar até 18,2 milhões de m³ por dia.
“A NTS quer atender as necessidades reais dos carregadores, com expansões da malha e aumento de capacidade, reduzindo gargalos que possam surgir com a ampliação do atendimento a futuras demandas”, disse o CEO da empresa, Erick Portela (foto). De acordo com seu plano estratégico, a NTS prevê investir até R$ 12 bilhões em novos projetos nos próximos oito anos. A maior parte desse valor, cuja execução depende de aprovações de órgãos governamentais e societários, terá por objetivo ampliar a capacidade de seus gasodutos de transporte e gerar flexibilidade para suportar o escoamento do gás nacional, contribuindo para a segurança energética do país. A empresa quer concretizar o chamado “corredor do pré-sal” – 300 km de dutos — sobretudo loops (seção paralela a gasodutos existentes) — que permitirão aumentar em 24 milhões de m³/dia a oferta de gás para as regiões mais industrializadas do Brasil.
Para lembrar, a NTS é uma empresa nacional, criada em 2017, que tem mais de 2000 km de malha e capacidade de entrega de 67 milhões de m³, respondendo por 50% de todo o gás natural transportado no Brasil. Seus dutos ligam os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo aos gasodutos da TAG e TBG, assim como a terminais de GNL e plantas de processamento de gás.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 28/02/2023
Apesar de serem usadas majoritariamente nas lavouras, as máquinas agrícolas não estão livres de incidentes. Nesse sentido, recente levantamento mostra que a colisão é a principal causa de sinistros desse tipo de produto.
Para chegar a essa constatação, a FF Seguros realizou amostragem de mil sinistros de máquinas agrícolas registrados no decorrer dos últimos quatro anos, de 2019 a 2022. O levantamento mostrou, ainda, que colheitadeiras aparecem no topo de perdas totais. A segunda colocação ficou com os tratores.
No caso das colheitadeiras (34,3% do total), acidentes ou colisões representam 29% das ocorrências mapeadas pela seguradora. O superintendente de agro da FF Seguros, Guilherme Frezzarin, destaca, porém, que os incidentes podem ocorrer por diversas razões.
“Em sua maioria, os sinistros ocorrem devido aos acidentes por variados motivos, como batidas e a entrada de pedras e pedaços de madeira na plataforma da colheitadeira que acabam danificando componentes”, diz Frezzarin. Com 9,7%, incêndios foram o segundo principal motivo de sinistros de colheitadeiras.
O levantamento indica que os tratores aparecem na segunda posição da lista de sinistros de máquinas agrícolas por causa, com 27,5% do total registrado. Dentro da categoria, acidentes e colisões somam 54%. Na sequência, aparecem plataformas de corte (10,8%) e pulverizadores (9,5%). Razões que, segundo Frezzarin, reforçam a necessidade de cuidado com esse tipo de máquina.
“O trator fica mais exposto às ocorrências de acidentes e recomendamos que seja protegido por seguro”, afirma.
“Os tratores são fundamentais para rebocar e transportar cargas e implementos. É a máquina mais versátil, estando sempre presente nas operações agrícolas em vários momentos durante a safra”, diz o executivo. “Justamente por essa razão, por ser a máquina mais utilizada no campo, o trator fica mais exposto às ocorrências de acidentes e recomendamos que seja protegido por seguro”, avalia o superintendente da FF Seguros.
Cultivar - RS 28/02/2023
A Fendt apresentou hoje (27/2) protótipo de trator movido a hidrogênio. Foi durante cúpula sobre hidrogênio promovida pelo Ministério de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento Regional e Energia do Estado da Baviera (Alemanha).
A Fendt está desenvolvendo protótipos de tratores movidos a hidrogênio com células de combustível para investigar o potencial de desempenho do hidrogênio na maquinaria agrícola. Esses tratores serão testados em duas fazendas na região de Haren durante o período do projeto, que também visa pesquisar os requisitos técnicos para a infraestrutura de hidrogênio adequada para a agricultura.
Juntamente com outros parceiros, a empresa participa do projeto modelo agrícola H2Agrar na Baixa Saxônia, para pesquisar uma infraestrutura de hidrogênio para uso agrícola. Os protótipos dos tratores movidos a hidrogênio serão entregues para uso em fazendas em Haren em abril de 2023. O objetivo do projeto é estabelecer uma infraestrutura para hidrogênio na região modelo de Emsland, com foco na redução das emissões de CO2 em veículos agrícolas. O projeto já ganhou o prêmio DLG Agrifuture Concept Award 2022.
Hubert Aiwanger, Ministro de Estado da Baviera para Economia, Desenvolvimento Regional e Energia, destacou a importância do hidrogênio para resolver problemas no setor agroflorestal. A energia gerada a partir de fontes renováveis, como agro-PV e energia eólica, pode ser utilizada para produzir hidrogênio, assim como o biogás e resíduos florestais.
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