Diário do Comércio - MG 27/11/2024
A Belgo Arames decidiu encerrar as atividades de unidade de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e transferir a produção de steel cord – cabos de aço latonado para reforço de pneus de carros e caminhões – para as fábricas nas cidades de Itaúna, no Centro-Oeste mineiro, e Sumaré (SP). As duas unidades receberam investimentos de R$ 207 milhões nos últimos anos.
A empresa planejou encerrar a produção de steel cord na RMBH no início de 2023 e finalizou o processo em outubro deste ano. O diretor da Unidade de Negócios de rubber reiforcement da companhia, Rodrigo Linhares, apontou a necessidade de reorganizar o processo de produção do steel cord em busca da sustentabilidade do negócio.
“Estudos feitos antes da tomada de decisão mostraram que as unidades de Itaúna e Sumaré já apresentavam melhores condições de estrutura e de localização. O redirecionamento estratégico dos negócios da Belgo reflete sua saúde financeira, sempre orientada para seguir com a sustentabilidade das operações”, declarou.
Belgo Arames investe R$ 20 milhões na fábrica de telas em Contagem
Formada em uma parceria entre a siderúrgica ArcelorMittal e a belga Bekaert, líder mundial em tecnologia na transformação e revestimento de arame de aço, a Belgo Arames é a maior produtora de arames de aço da América Latina. Em Minas, além das unidades de Vespasiano e Itaúna, a empresa mantém fábricas de outros produtos em Contagem e Sabará, ambas na RMBH.
Com o objetivo de modernizar e expandir a produção, suas duas fábricas de steel cord receberam investimentos de R$ 207 milhões nos últimos cinco anos, finalizados no mês passado. A unidade de Itaúna recebeu a maior parte dos aportes. O aumento da produção local é estimado em 35%.
Os aportes incluíram a criação, em Itaúna, de uma nova linha de latonagem – cobertura do arame com camada de latão – e a transferência da produção de bead wire, outro arame usado no reforço de pneu, da fábrica de Osasco (SP) para uma linha de produção mais moderna na fábrica mineira. “Essa decisão estratégica tornou a planta de Itaúna apta a produzir todo portfólio de arames de aço utilizados na fabricação de pneus”, explica Rodrigo Linhares.
Os investimentos tornaram a fábrica itaunense em uma planta integrada. Antes, a unidade recebia os produtos intermediários semiacabados – fio máquina e arames – da usina da Arcelor Mittal em João Monlevade, na região Central do Estado, e da unidade da Belgo Arames de Vespasiano, para serem transformados em fios de aço em Itaúna.
Os fios de aço dão origem aos cabos de aço para pneus de automóveis. Agora, todo o processo é feito na planta de Itaúna. Dividida em duas fases, a de semiproduto e produto final, a produção steel cord da Belgo Arames em Itaúna é responsável por toda a produção da companhia do semiproduto e por 60% do produto final.
Investing - SP 27/11/2024
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pedindo que ele aprove a aquisição da U.S. Steel (NYSE:X) pela Nippon Steel (TYO:5401), a fim de evitar prejuízos aos esforços recentes de fortalecer os laços entre os dois países, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto.
Biden se uniu a um poderoso sindicato dos EUA para se opor à aquisição de 15 bilhões de dólares da famosa empresa norte-americana pela maior siderúrgica do Japão e a encaminhou ao Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS, na sigla em inglês), um painel do governo que analisa os investimentos estrangeiros quanto aos riscos à segurança nacional.
O prazo para a análise do CFIUS termina no próximo mês, antes da posse do presidente eleito, Donald Trump - que tem prometido bloquear o acordo - em 20 de janeiro. O CFIUS pode aprovar o acordo, possivelmente com medidas para tratar de questões de segurança nacional, ou recomendar que o presidente o bloqueie. Ele também pode estender a análise.
"O Japão é o maior investidor nos EUA, com seus investimentos apresentando uma tendência constante de crescimento. A continuidade dessa tendência de aumento dos investimentos japoneses nos EUA beneficia nossos dois países, mostrando a solidez da aliança Japão-EUA para o mundo", disse Ishiba na carta, de acordo com uma cópia vista pela Reuters.
As fontes confirmaram que a carta foi enviada a Biden em 20 de novembro.
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"Sob sua Presidência, essa aliança tem alcançado uma força sem precedentes. Pedimos respeitosamente que o governo dos EUA aprove a aquisição planejada pela Nippon Steel para não lançar uma sombra sobre as conquistas que você tem acumulado nos últimos quatro anos", disse a carta.
A embaixada dos EUA no Japão não quis comentar. O gabinete de Ishiba encaminhou as perguntas ao Ministério das Relações Exteriores, que não se manifestou imediatamente. A Nippon Steel se recusou a comentar e a U.S. Steel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário fora do horário comercial dos EUA.
A abordagem direta de Ishiba parece marcar uma mudança na postura do governo japonês em relação ao acordo, que se tornou uma questão política antes da eleição presidencial dos EUA.
O antecessor de Ishiba, Fumio Kishida, procurou distanciar seu governo da polêmica aquisição, apresentando-a como uma questão de negócios privados, mesmo com a crescente oposição política dos EUA.
A união parecia destinada a ser bloqueada quando o CFIUS alegou, em uma carta enviada às empresas em 31 de agosto, que a transação representava um risco para a segurança nacional ao ameaçar a cadeia de suprimentos de aço para setores críticos dos EUA.
Mas o processo de revisão acabou sendo estendido até depois da eleição para dar ao painel mais tempo para entender o impacto do acordo sobre a segurança nacional e para se envolver com as partes, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
Antes de Ishiba assumir o cargo em 1º de outubro, ele disse que qualquer movimento dos EUA para bloquear o acordo com base na segurança nacional seria "muito perturbador", dadas as relações estreitas entre os aliados.
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Não ficou claro se Biden havia respondido à carta.
O Estado de S.Paulo - SP 27/11/2024
O resultado acima do esperado do IPCA-15 deve pressionar ainda mais as estimativas para a inflação ao final deste ano, avaliam economistas consultados pelo Estadão/Broadcast. O índice avançou de 0,54% em outubro para 0,62% em novembro, resultado muito acima da mediana das expectativas do mercado (0,49%). No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 avançou de 4,35% para 4,77%.
Havia, por outro lado, expectativa de que o chamado “bônus de Itaipu” — um saldo de R$ 1,3 bilhão da conta de comercialização da energia produzida pela hidrelétrica referente aos anos de 2020, 2021 e 2023 — pudesse ser destinado para gerar alívio nas contas de energia ainda este ano, o que, consequentemente, também poderia puxar o IPCA do ano para baixo. Mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu, na manhã desta terça-feira, 26, que esse bônus será usado apenas em janeiro de 2025.
Em um cenário com bônus de Itaipu ainda este ano, a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, calcula que o IPCA de dezembro seria de queda de 0,01%, levando a inflação a encerrar o ano em 4,25%. Com a confirmação do bônus de Itaipu apenas para janeiro, a projeção da Warren para o IPCA de dezembro passou a ser de alta de 0,61% e de 4,9% para o ano.
Assim, o cenário deve manter o Banco Central em alerta sobre o nível da inflação corrente, em um momento em que as expectativas futuras seguem desancoradas, mesmo com o ciclo de alta dos juros já em curso. O BC se reúne nos dias 10 e 11 de dezembro para decidir o novo nível da Selic, e o IPCA-15 desta terça será o dado mais recente de inflação ao consumidor para análise dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom).
Após o IPCA-15, o banco Barclays elevou de 4,6% para 4,8% sua estimativa para o IPCA de 2024. Em relatório, o economista-chefe para Brasil do banco, Roberto Secemski, cita que há expectativa de que os preços dos alimentos sigam pressionados, em linha com o que vem sendo observado nos índices de preço no atacado. Além disso, complementa, o IPCA-15 registrou surpresas para cima, com passagens aéreas, seguro de automóvel e pacotes de viagem — variações que devem se repetir no IPCA fechado do mês e, consequentemente, corroboram a revisão de alta na inflação do ano.
Secemski chama atenção ainda para o nível anualizado da inflação de serviços, que passou de 4,37% para 4,45% nesta leitura. “Esse grupo continua exigindo atenção, conforme frequentemente destacado pelo BC em suas comunicações”, afirma.
Desafio para o Banco Central
Na Tendências Consultoria, o economista Matheus Ferreira adicionou viés de alta à projeção de 4,7% para o IPCA de 2024. Ele calcula que, de outubro para novembro, houve alívio nos serviços subjacentes (0,59% para 0,45%), mas que, no acumulado em 12 meses, o nível segue alto.
“Mesmo com essa desaceleração, ainda estamos em níveis incompatíveis com a meta na inflação. Mantém o desafio para o BC”, disse.
Para o Itaú Unibanco, a leitura do IPCA-15 mostrou que a inflação, inclusive as métricas qualitativas, seguem piorando. Em relatório, a economista do banco Luciana Rabelo reconhece que as principais surpresas do IPCA-15 partiram de itens voláteis, como passagem aérea e pacote turístico. Ela reforça, porém, que os serviços subjacentes aceleraram mais uma vez (5,1% para 5,7%), pelo critério da média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada.
Já o economista Alexandre Maluf, da XP Investimentos, considera que a leitura de hoje deve, inclusive, aumentar as chances de uma aceleração no ritmo de aperto monetário do BC, com uma alta de 0,75 ponto porcentual no juro em dezembro.
Ele calcula que, no caso dos serviços subjacentes, houve aceleração de 4,8% para 5,25% entre outubro e novembro, também pelo critério da média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada. “Isso obviamente torna o trabalho do Banco Central mais complicado”, avaliou. A XP projeta IPCA de 4,9% em 2024 e mantém, por ora, cenário-base com alta de 0,50 ponto no juro básico mês que vem.
Money Times - SP 27/11/2024
A XP Investimentos elevou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano de 2024 de 3,1% para 3,4%. A mudança, segundo a equipe de pesquisa macroeconômica, reflete a desaceleração da atividade doméstica menor do que o esperado no segundo semestre.
“A demanda interna continua sólida, devido sobretudo à resiliência do mercado de trabalho e ao aumento das concessões de crédito”, dizem os especialistas.
Já para 2025, a XP continua a projetar um crescimento econômico mais moderado. O aperto adicional das condições financeiras, o menor impulso fiscal e o fim da capacidade ociosa dos fatores de produção são as principais razões por trás desse cenário.
Por outro lado, eles esperam que os setores menos sensíveis ao ciclo econômico, como a agropecuária, cresçam de forma acentuada no ano que vem. Além disso, o efeito de carrego estatístico para o PIB de 2025 deve maior do que o inicialmente estimado — 0,9% frente a 0,7%.
A casa também revisou a projeção para o crescimento do PIB em 2025, de 1,8% para 2%.
O que esperar do PIB no restante de 2024?
Para o terceiro trimestre deste ano, a XP espera uma alta de 0,9% no PIB. “A atividade econômica permaneceu sólida, com expansão da demanda doméstica e sinais positivos em praticamente todos os setores”, afirmam.
Pelo lado da oferta, a agropecuária retomou o crescimento após a queda observada no segundo trimestre. “Estimamos que o PIB do setor primário tenha crescido 1,8% no 3º trimestre, após contração de 2,3% no 2º trimestre”.
Segundo a equipe da casa, o forte desempenho das atividades pecuárias — especialmente bovinos — compensou os resultados fracos da agricultura. Como exemplo, a produção de cana-de-açúcar, café e milho apresentou queda na comparação anual.
Em relação à indústria, o PIB deve avançar 1% de julho a setembro. Eles projetam que a indústria de transformação apresente novamente crescimento significativo — de 1,2% –, com destaque para os bens de consumo duráveis. Além disso, espera-se que a indústria extrativa tenha se recuperado parcialmente da queda de 4,4% no segundo trimestre e suba 1,7%.
Do lado de serviços, a equipe estima uma desaceleração gradual. “Projetamos ganho de 0,6% no PIB de Serviços do 3º trimestre. Seis dos sete componentes devem apresentar resultados positivos na base trimestral”, dizem.
Já pelo lado da demanda, a absorção doméstica manteve a trajetória de alta, impulsionada tanto pelo consumo quanto pelo investimento, e espera-se aumento de 0,9%. Com relação ao consumo das famílias, eles estimam alta de 1%, refletindo o mercado de trabalho aquecido e o aumento das concessões de crédito.
Por fim, a contribuição do setor externo foi novamente negativa, na esteira do aumento das importações. “Calculamos que a contribuição líquida do setor externo no 3º trimestre tenha sido negativa em 0,1%, já que as importações continuaram em território positivo e as exportações perderam força”.
Os resultados do PIB brasileiro nesse período serão divulgados em 03 de dezembro.
Infomoney - SP 27/11/2024
Os ativos financeiros brasileiros estão com “preços de crise” e tendem a continuar assim no próximo ano, afirmou o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha, nesta terça-feira, destacando que existe uma desconfiança entre agentes que está refletida nas cotações.
Em conversa com jornalistas no começo da tarde, ele afirmou que, do ponto de vista econômico, considerando aspectos como PIB, renda, consumo, mercado de trabalho e até inflação, a primeira metade do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi melhor do que se imaginava.
“Mas isso não conseguiu ser traduzido em uma melhora de percepção política, de agenda econômica Nós estamos vivendo em precificações, não só níveis, mas dinâmicas, que mais habitualmente se vê em momentos em que há deflagradamente uma crise acontecendo ou na iminência de acontecer.”
Para Cunha, que atuou por um período no governo anterior, na equipe do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, os fatores que explicam esse desalinho são a deterioração da percepção fiscal, maior ceticismo com o ambiente global e um ciclo de aperto monetário no Brasil sendo percebido como insuficiente.
“E dificilmente eles vão se dirimir em 2025”, ressaltou o estrategista da BGC Liquidez, uma das maiores corretoras independentes de investimentos no segmento institucional do Brasil, que faz parte da potência global BGC Group, presente em 18 dos principais centros financeiros do mundo.
Em relação ao Brasil, ele afirmou que há uma crise de desconfiança por parte dos agentes, que veem inconsistências nas sinalizações do governo relacionadas ao regime fiscal. Mas ponderou que a sinalização de capacidade de “reação” da administração, mesmo que atrasada, tem evitado um cenário pior.
Cunha acrescentou que já esteve mais otimista em relação ao pacote de medidas de contenção de gastos prometido pela equipe econômica, mas que o governo perdeu um pouco o “timing”. Ele afirmou que ainda acha que as medidas serão positivas, mas que houve um certo desgaste, “perdeu um pouco o efeito surpresa”.
Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a área econômica fechou com o presidente Lula as últimas pendências em torno do pacote de contenção de gastos e que o governo estará pronto para divulgar as nesta semana.
Do ponto de vista da política monetária, o estrategista afirmou que a avaliação é de que o Banco Central está “correndo atrás”. “E eu não acho que esse ambiente desanuvia muito para 2025, disse, chamando a atenção para as conjunturas fiscal e global, que ” talvez não sejam muito amigáveis”.
Do cenário externo, ele pontuou que a eleição do republicano Donald Trump como presidente dos Estados Unidos com domínio do seu partido em ambas as casas do Congresso norte-americano “talvez, no melhor cenário, não atrapalhe tanto” a percepção para fluxos para mercados emergentes.
O Estado de S.Paulo - SP 27/11/2024
O IPCA-15 de novembro veio acima do esperado pelo mercado financeiro e acionou uma série de revisões para cima nas projeções de inflação por parte de bancos e consultorias. A inflação mais alta neste final de ano coloca forte pressão não só sobre o Banco Central, mas principalmente sobre o Ministério da Fazenda, que precisa entregar um pacote de corte de gastos robusto para tentar acalmar o dólar e evitar novos repasses da alta da moeda americana para os preços. O resultado, se nada for feito, seria uma taxa de juros ainda mais alta por parte do Comitê de Política Monetária (Copom).
Como explicou ao Estadão o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, em um primeiro momento, a alta do dólar não é repassada para vários produtos, porque há sempre a expectativa de que a moeda volte para o patamar onde estava. O problema, diz, é quando empresários perdem essa confiança e passam a enxergar a alta como algo permanente – exatamente o que começa a acontecer agora.
Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, revisou de 4,2% para 4,9% a sua estimativa para o IPCA deste ano. Para o ano que vem, a projeção é de 4,85%. Em ambos os casos, o IPCA ficaria acima de 4,5% – limite de tolerância da meta de inflação (3%, com 1,5 ponto de margem para mais ou para menos).
Eduardo Velho, sócio da Equador Investimentos, explica que a alta do dólar começou a ser repassada para os alimentos e outros produtos no atacado. Ele diz que há um componente externo para a valorização da moeda americana, pela eleição de Donald Trump nos EUA, mas outro interno, que é justamente o risco fiscal. Com o mercado de trabalho aquecido no Brasil, os repasses tendem a ser mais intensos, já que a demanda por produtos permanece forte.
“A dinâmica do dólar está vinculada ao cenário externo, mas o peso preponderante tem sido o fator doméstico: percepção de aumento da dívida bruta, do déficit nominal estimado de 8% do PIB tanto em 2024 como em 2025”, afirmou.
Na última reunião do Copom, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de acelerar o ritmo de alta dos juros, de 0,5 ponto para 0,75 ponto, no encontro de dezembro. O BC também alertou sobre a necessidade de estabilização da dívida pública, por meio de “aspectos mais estruturais do orçamento público”, em um recado indireto para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento.
Sem a ajuda da Fazenda, não haverá alternativa para o Banco Central que não seja subir ainda mais a taxa Selic. Isso colocará a economia em um círculo vicioso, com aumento das despesas com juros, do déficit nominal e da dívida bruta. Essa é a razão para o pacote ser visto como decisivo para o restante do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Money Times - SP 27/11/2024
No mercado financeiro brasileiro vai ter um dia agitado nesta terça-feira (26). O principal assunto é o pacote de corte de gastos do governo, que pode ser anunciado ainda hoje.
Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a área econômica fechou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva as últimas pendências em torno do pacote de contenção de gastos.
A expectativa é de que a equipe econômica anuncie um corte de R$ 70 bilhões para os próximos dois anos, sendo de R$ 30 bilhões em 2025. Também está previsto que os reajustes do salário mínimo e benefícios sociais seguirão as regras do arcabouço fiscal. Ou seja, o crescimento dos gastos fica limitado a 2,5% acima da inflação.
Na semana passada, a Fazenda e o Ministério da Defesa fecharam um acordo para fazer ajustes na previdência dos militares, o que promete aliviar mais um pouco os cofres públicos.
Entre as mudanças estão a idade mínima de 55 anos para reserva remunerada, com período de transição; fim da pensão para militares expulsos das Forças por crimes ou mau comportamento; fim da transferência de pensão; e será fixado em 3,5% da remuneração a contribuição dos militares para o Fundo de Saúde.
Além disso, agora de manhã saem os dados da prévia da inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
Segundo as projeções do Investing.com, os preços devem avançar 0,48% no mês de novembro, ante 0,54% em outubro. Já no comparativo anual, a alta é de 4,62%, acima dos 4,47% anteriores.
Vale lembrar que o Banco Central voltou a elevar a Selic, que se encontra no patamar de 11,25%, devido à alta nas projeções de inflação a longo prazo e as incertezas fiscais. Ou seja, esses números vão ser observados de perto pelos economistas.
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) sustentou os 129 mil pontos alcançados na semana anterior, em meio à expectativa pelo novo pacote fiscal e apoio de Wall Street.
O principal índice da bolsa brasileira caiu 0,07%, aos 129.036,10 pontos. Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,8055 (-0,15%).
O que esperar de Wall Street
Do lado internacional, a agenda está esvaziada, com o mercado venda a escalada na tensão dos conflitos na Ucrânia e Oriente Médio.
Além disso, o mercado se preparar para uma semana mais curta nos Estados Unidos, por conta do feriado de Ação de Graças. Mas antes, tem Produto Interno Bruto e PCE nos EUA.
Infomoney - SP 27/11/2024
Os contratos futuros de minério de ferro foram negociados em uma faixa estreita nesta terça-feira, com o iuan mais fraco reforçando as esperanças de corte na taxa de juros pelo banco central da China, enquanto a possibilidade de tarifas mais altas ganhava destaque após uma promessa do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,32%, a 783,0 iuanes (107,90 dólares) a tonelada.
O minério de ferro de referência de dezembro na Bolsa de Cingapura ficou estável em 102,6 dólares a tonelada.
“O Banco Popular da China (PBOC) permitiu que o câmbio dólar/iuan (USD/CNY) ultrapassasse 7,25 durante a noite — um limite que vinha sendo defendido desde o final de julho”, disse o diretor-gerente da Navigate Commodities, Atilla Widnell.
“Com isso, o complexo de metais industriais da China agora reflete expectativas crescentes de que o PBOC poderá cortar as taxas de exigência de reservas mais cedo do que tarde.”
Na segunda-feira, o iuan chinês caiu para o patamar mais fraco em quase quatro meses em relação ao dólar dos EUA, após a promessa de Trump de impor uma tarifa adicional de 10% sobre todos os produtos chineses.
A economia chinesa está agora em posição muito mais vulnerável, dada a prolongada retração imobiliária do país, os riscos de endividamento e a fraca demanda interna.
“A China ainda enfrenta graves ventos contrários estruturais ao crescimento, mas, no mínimo, as configurações das políticas fiscal e monetária estão agora injetando um apoio significativo de forma mais óbvia”, disse o Westpac em nota.
Em outubro, o presidente do banco central chinês havia sinalizado novos cortes no índice de reservas obrigatórias para credores comerciais até o final do ano.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 27/11/2024
A John Deere lançou hoje (26) as novas pás carregadeiras Versão P, que prometem elevar os padrões de conforto e desempenho no setor.
Composta pelos modelos 524 P, 544 P, 624 P, 644 P e 724 P, a linha foi projetada para aplicações em construção e mineração, podendo ser utilizada ainda no setor agrícola.
Com foco na experiência do operador, as novas pás apresentam assento ergonômico e coluna de direção ajustável, diferenciais que – segundo a fabricante – impactam diretamente a produtividade da operação.
Além disso, a balança opcional de fábrica permite que os operadores monitorem a carga em tempo real.
“Essa tecnologia não só aumenta a eficiência, como também proporciona uma gestão mais precisa das operações”, afirma Adilson Butzke, diretor de vendas e marketing da divisão de Construção da John Deere para a América Latina.
Segundo ele, os dados coletados podem ser registrados no John Deere Operations Center, facilitando o gerenciamento das atividades.
Outro ponto de destaque é o design aprimorado das caçambas, que promete melhor retenção de materiais, além das luzes LED, para maior visibilidade em condições de baixa iluminação e economia de energia.
O exclusivo sistema de refrigeração em formato de caixa QuadCool, desenvolvido pela própria John Deere, assegura uma melhor circulação de ar, aumentando o desempenho térmico e facilitando a manutenção dos radiadores.
"Essas inovações contribuem para a eficiência operacional e para a durabilidade das máquinas, reafirmando a confiança dos clientes", acrescenta Butzke.
No Brasil, a 524 P (na imagem acima) se destaca como solução versátil para construção, terraplanagem e agricultura, enquanto a 644 P é a preferida no Peru e no México, atendendo às demandas de construção e suporte à mineração.
Já Paraguai e Argentina também se beneficiarão do modelo 644 P para agricultura e construção.
As novas carregadeiras estarão disponíveis no Brasil a partir de novembro e em toda a América Latina até janeiro de 2025.
Centro de Visitantes – Para celebrar os 10 anos da fábrica no Brasil, a John Deere também lançou seu novo Centro de Visitantes em Indaiatuba (SP), um espaço criado para "proporcionar experiências imersivas aos visitantes".
Com capacidade para receber aproximadamente 600 pessoas, o local conta com campo de testes equipado com arquibancadas, onde é possível assistir a demonstrações ao vivo das máquinas.
O espaço oferece ainda salas de reuniões, Centro de Soluções Conectadas, auditório e receptivo exclusivo para o Programa de Visitas à fábrica, além de uma unidade da John Deere Store.
O Estado de S.Paulo - SP 27/11/2024
Narong Yuenyonghattaporn, funcionário público aposentado de Bangkok, comprou um carro elétrico (EV) fabricado pela GAC Aion no início deste ano. Ele faz parte de um número crescente de motoristas tailandeses que compram veículos elétricos vendidos por montadoras chinesas, mas fabricados na Tailândia, um país que se tornou uma das linhas de frente na batalha global pela supremacia do mercado automotivo.
Nos últimos dois anos, as montadoras chinesas, incluindo BYD, GAC Aion e Chery, anunciaram planos para construir fábricas na Tailândia. As fábricas da BYD e da GAC Aion começaram a operar em julho e, até o momento, os investimentos chineses em fábricas de automóveis tailandesas totalizam pelo menos US$ 1,4 bilhão.
O EV de Narong é um dos 80 mil veículos elétricos a bateria que a Associação de Veículos Elétricos da Tailândia projeta que serão registrados este ano. No ano passado, a Tailândia registrou 76.739 EVs, de acordo com dados do governo, 6,5 vezes o número em 2022.
Embora o ritmo de adoção de veículos elétricos na Tailândia tenha diminuído este ano, como em muitas outras partes do mundo, ele faz parte de uma tendência crescente. As montadoras chinesas, lideradas pela BYD, estão entrando em mercados há muito tempo dominados por fabricantes de automóveis do Japão, dos EUA e da Alemanha. Desde cerca de 2020, as marcas de automóveis chinesas, especialmente os fabricantes de veículos elétricos, têm se expandido internacionalmente em busca de mais receita, já que a concorrência acirrada e o excesso de oferta no país estão consumindo sua participação no mercado.
Mas com as barreiras geopolíticas impedindo a busca de compradores de automóveis na Europa e na América do Norte, essas montadoras chinesas estão entrando agressivamente em mercados de renda média, como Tailândia, Indonésia, Brasil, Malásia e Argentina, onde muitas vezes não há campeões automotivos nacionais para proteger e os governos têm, pelo menos, uma relação um pouco cordial com Pequim.
Na Tailândia, os fabricantes chineses de veículos elétricos estão começando a desafiar as marcas japonesas que há muito tempo dominam o mercado automotivo tailandês. As marcas chinesas compraram enormes outdoors nas rodovias entre o Aeroporto de Suvarnabhumi e Bangkok. Na cidade, mais showrooms agora apresentam veículos da China, enquanto as instalações chinesas de produção de veículos elétricos estão a pouco menos de duas horas de carro de Bangkok. Quando estiverem totalmente operacionais, essas instalações chinesas de veículos elétricos poderão, juntas, aumentar a produção para fabricar pelo menos 320 mil veículos por ano.
“Há alguns fatores que tornam a Tailândia atraente”, diz Eugene Hsiao, diretor de estratégia de ações e automóveis da China da Macquarie, com sede em Hong Kong. “O primeiro e mais óbvio é que a Tailândia, como país, é relativamente amigável com a China. Acho que isso é muito importante. O segundo é que a cadeia de suprimentos automotiva já está bastante desenvolvida. Historicamente, isso foi feito em grande parte pelos japoneses.”
A localização central da Tailândia na região torna o país uma porta de entrada para o mercado mais amplo do Sudeste Asiático, e a própria Tailândia tem um grande mercado automotivo doméstico em comparação com o resto da região, disse um porta-voz da GAC Aion Thailand.
Assim como na Tailândia, os fabricantes de automóveis chineses estão fazendo investimentos em todo o mundo. Liderados por marcas estabelecidas como BYD, SAIC e Chery, eles estão montando carros no país para obter incentivos ou evitar tarifas.
Embora o Brasil tenha restabelecido os impostos de importação sobre veículos elétricos, independentemente da origem, o governo também tem um programa que incentiva as empresas a se descarbonizarem, e as montadoras podem se qualificar para descontos de impostos com base na eficiência energética dos modelos de carros e na densidade da produção local. A fabricação na Hungria poderia permitir que os VEs chineses contornassem as tarifas da UE e, na Malásia, apesar de haver marcas de automóveis locais, o governo oferece isenções fiscais para VEs montados localmente.
Há uma estratégia clara por trás da escolha dos países onde os fabricantes chineses se estabeleceram, diz Hsiao. Nesse caso, maior não significa necessariamente melhor.
“Os melhores mercados em termos de PIB per capita seriam os grandes mercados desenvolvidos, ou seja, os EUA, a Europa e o Japão. Esses mercados são os mais fechados, pode-se dizer”, diz ele, mas há ‘outros mercados menores, mas significativos’ para as marcas de automóveis chinesas.
Setor emergente e estratégico
Pequim identificou o setor de veículos elétricos como um setor emergente estratégico digno de apoio estatal há mais de uma década, distribuindo subsídios para fabricantes e consumidores. Em um determinado momento, havia até 500 empresas de veículos elétricos na China, mas a concorrência e a eliminação gradual dos subsídios levaram à consolidação.
Os fabricantes de automóveis tradicionais da Europa e dos EUA estão lutando para competir ou igualar as ofertas chinesas de veículos elétricos a preços mais baixos. Isso tem afetado seus resultados financeiros. A Volkswagen anunciou no final de outubro planos para cortar salários e fechar fábricas. As montadoras japonesas também têm sido mais lentas na transição para os veículos elétricos, e a maior montadora do Japão, a Toyota, acredita que a transição para os veículos elétricos não ocorrerá tão rapidamente quanto o previsto, apostando nos híbridos.
Essa estratégia parece estar funcionando para a Toyota até o momento, pois ela manteve seu título de maior montadora do mundo no ano passado. Dados da Toyota relativos aos primeiros nove meses deste ano mostraram que a Toyota vendeu quase 3 milhões de veículos híbridos, um aumento de 19,8% em relação ao ano anterior.
A fabricação de automóveis representa 10% do PIB da Tailândia e contribui com cerca de 850 mil empregos, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho. Sua história com a fabricação de automóveis remonta à década de 1960, quando fabricantes japoneses como Toyota, Nissan e Mitsubishi abriram instalações de produção no país. Pouco tempo depois, as marcas americanas e européias vieram em seguida.
Desde o início, a Tailândia dependeu muito de incentivos e tarifas para se transformar em um centro regional de fabricação de automóveis. O país iniciou uma política de substituição de importações - substituindo as importações estrangeiras pela produção nacional - para o setor automotivo na década de 1960, atraindo montadoras estrangeiras para estabelecer instalações de produção no país.
O acordo comercial da Tailândia com a Associação das Nações do Sudeste Asiático, ou Asean, também significa que os fabricantes de automóveis desfrutam de taxas de exportação mais baixas quando vendem na região. O alto imposto de importação do governo tailandês, de até 80% para veículos de passeio e 30% para picapes, incentiva ainda mais os fabricantes de automóveis a continuar produzindo na Tailândia.
Detroit do Sudeste Asiático
Agora, o governo tailandês está apostando que os veículos elétricos permitirão que o país mantenha sua posição como “a Detroit do Sudeste Asiático”.
Bangkok tem um plano “30@30", com a meta de que 30% dos automóveis produzidos sejam veículos elétricos até 2030. No início de 2022, a Tailândia aprovou um pacote de incentivos para promover a adoção de veículos elétricos no país, com o objetivo de transformar a Tailândia em um centro regional de fabricação de veículos elétricos.
Investimentos tangíveis em fabricação de empresas chinesas podem afetar a tomada de decisão de compradores como Narong, o funcionário público aposentado. Como essas empresas instalaram fábricas de montagem na Tailândia, as peças estão mais prontamente disponíveis e a manutenção deve ser mais fácil, ajudando a tranquilizá-lo quanto à confiabilidade dos carros chineses. Uma relação geopolítica menos turbulenta também pode fazer com que compradores como ele estejam mais abertos a dar uma chance aos carros chineses.
“Eles também produzem muitos veículos elétricos para atender ao seu próprio mercado, e o governo deles dá total apoio, e acredito que isso resulta em boas experiências e confiabilidade”, diz Narong.
Mas, embora esses VEs chineses estejam começando a fazer incursões na Tailândia, eles ainda são os desafiantes e ainda não ultrapassaram as montadoras estabelecidas. A ansiedade de carregamento continua sendo um problema que precisa ser resolvido e, na maioria das vezes, a adoção de VEs está acontecendo mais rapidamente em Bangkok. Em regiões montanhosas como Chiang Mai, uma picape Toyota pode continuar a ser a escolha preferida.
A Toyota ainda era a primeira empresa de automóveis na Tailândia no ano passado, com 265.949 veículos vendidos, de acordo com dados de sua subsidiária tailandesa, seguida pela Isuzu, Honda e Ford. A BYD ficou em sexto lugar, com 30.432 carros vendidos, apenas 2 mil veículos a menos que a Mitsubishi, quinta colocada. Coletivamente, as marcas chinesas, lideradas pela BYD, foram responsáveis por 11% da participação no mercado de automóveis novos, mais do que o dobro do ano anterior, enquanto as vendas de veículos japoneses diminuíram. As marcas chinesas foram responsáveis por cerca de 80% das vendas de veículos elétricos na Tailândia no ano passado.
Os descontos fiscais da Tailândia para VEs tornam o país um mercado atraente, diz o porta-voz da GAC Aion Thailand. Outras nações também estão oferecendo descontos em impostos para VEs, o que deve impulsionar ainda mais a demanda.
“A acessibilidade é uma proposta de valor universal”, diz Bill Russo, fundador e CEO da Automobility, uma empresa de consultoria em estratégia e investimentos para o setor automotivo sediada em Xangai.
No entanto, Russo argumenta que a ameaça dos fabricantes de automóveis chineses aos fabricantes de automóveis estabelecidos vai além dos veículos elétricos.
Apesar do discurso sobre a entrada dos veículos elétricos chineses em mercados estrangeiros, a China também está exportando um grande número de veículos convencionais com motor de combustão interna (ICE), diz ele. Russo explica que, como os consumidores na China, o maior mercado automotivo do mundo, estão rapidamente optando por VEs em vez de ICEs, as montadoras do país estão com mais veículos ICE do que o mercado pode absorver. Isso significa que elas estão procurando descarregar milhões de carros em outros lugares. Embora a China não tenha tido muito sucesso vendendo carros movidos a gasolina na Tailândia, outros mercados que ainda estão em dúvida sobre os VEs estão prontos para eles.
“Venda-os para a Rússia, para o México, para o Brasil. Venda-os para onde quer que os consumidores ainda não estejam confiando nos VEs”, diz Russo.
A China exportou 4,91 milhões de veículos no ano passado e ultrapassou o Japão como o maior exportador de automóveis do mundo. Os híbridos plug-in e os veículos elétricos a bateria foram responsáveis por cerca de 25% das exportações, o que significa que as marcas chinesas também estão vendendo muitos veículos a gasolina.
As exportações para a Rússia ainda dominam, mas as montadoras chinesas expandiram enormemente sua participação no mercado do México, Brasil, Turquia e Emirados Árabes Unidos, de acordo com dados compilados pela Automobility.
Os governos estão olhando para as montadoras chinesas apenas pela ótica dos veículos elétricos, de modo que os veículos ICE ainda estão sendo exportados sem tantas barreiras, diz Russo. Isso dá às montadoras chinesas uma oportunidade.
“Você monta suas redes de concessionárias, estabelece sua marca e já tem essa base de apoio”, diz Russo. Uma vez consolidadas como marcas confiáveis, as montadoras podem começar a introduzir os veículos elétricos.
As montadoras empregaram a mesma estratégia na China, diz Russo: “É exatamente isso que elas farão internacionalmente; elas entrarão em todos os países que puderem e depois passarão para os veículos elétricos”.
Valor - SP 27/11/2024
Segundo a Abla, levando em conta projeções da Anfavea, de vendas de 2,45 milhões de carros novos em 2024, as 620 mil unidades absorvidas pelo setor de locação serão 25,3% do total vendido pela indústria
As empresas de aluguel de carros que atuam no Brasil vão terminar 2024 com um total de compras próximo a 620 mil automóveis e comerciais leves, crescimento de 5% na comparação com as 590.870 unidades adquiridas por locadoras no ano passado. Os dados são da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) e foram divulgados nesta terça-feira (26).
De janeiro a outubro de 2024, o total de compras de 0 km feito por locadoras chegou a 502.535 unidades, equivalentes a 25,12% de todos automóveis e comerciais leves vendidos pelas montadoras no período no Brasil.
Segundo a Abla, levando em consideração as estatísticas da Anfavea, que projeta vendas de 2,45 milhões de automóveis e comerciais leves novos em 2024, as 620 mil unidades absorvidas pelo setor de locação representarão 25,3% do total vendido pela indústria no ano. Nos últimos três anos, as locadoras foram responsáveis por absorver mais de 25% das vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil.
O presidente da Abla, Marco Aurélio Nazaré, diz que as projeções ratificam a importância do setor para fazer girar as vendas de veículos. “Mais pessoas, empresas e órgãos públicos estão chegando à conclusão de que é mais inteligente pagar só pelo uso dos veículos do que gastar tempo e dinheiro com a compra, manutenção e com a gestão das frotas próprias”, avalia Nazaré, sinalizando que a elevada taxa de juros colabora para o movimento.
A Abla projetou que as locadoras terminarão 2024 com uma frota total (novos e seminovos) de 1,65 milhão automóveis e comerciais leves, que representam um crescimento de 5,1% na comparação com a frota total de 1.570.820 unidades registrada ao final de 2023. A frota total das locadoras ao final do terceiro trimestre de 2024 chegou a 1,6 milhão automóveis e comerciais leves.
Ainda conforme a Abla, a modalidade de locação que mais crescerá em 2024 será a do Carro por Assinatura, com projeção de aumento de 44% no total da frota do setor destinada a esse perfil de clientes.
Ao final deste ano, serão aproximadamente 880 mil automóveis e comerciais leves destinados para aluguéis de longo prazo (terceirização de frotas), sendo 180 mil deles para os clientes do carro por assinatura. As projeções e estatísticas da Abla foram feitas a partir dos dados do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Tendência de renovação de frota
O presidente da Abla destacou que a tendência da indústria no ano que vem é focar seus esforços na renovação de frota. A sinalização vem diante de um juro elevado no Brasil, que deixa em xeque a capacidade de o setor fazer investimentos para ampliar a frota. As líderes da indústria já sinalizaram que em 2025 suas frotas não devem crescer em meio ao cenário.
“A tendência das locadoras é de reduzir a idade média da frota e, com isso, reduzir o custo de depreciação dos carros”, disse. Além disso, uma frota mais velha representa custos maiores com manutenção no lado das locadoras.
O setor de locação deve fechar 2024 com uma idade média de frota na casa dos 17,8 meses, contra 14,9 meses em 2019, antes do caos provocado pela pandemia na indústria automotiva. No pico da crise, em 2021, essa idade média chegou a 27,4 meses.
Depreciação de carros seminovos
Um dos pontos mais críticos da indústria até o primeiro trimestre era a elevada depreciação do carro seminovo, explicada por fatores como os descontos dado por locadoras no carro zero para incentivar a compra no varejo. “O problema ainda não está totalmente resolvido. Há, sim, uma tendência de estabilização, mas só vai ser resolvido de fato com o reestabelecimento do poder de compra do consumidor”, disse.
Nazaré explicou que a renda baixa favorece a compra do seminovo, que tem um preço melhor do que o zero. “Mas as montadoras subsidiam parte das faixas para a compra do zero. Com isso, o preço do usado é melhor, mas a carga financeira é maior, ao passo que no zero ele tem um preço maior, mas um financiamento mais favorável”, disse.
O presidente da Abla explicou que uma das estratégias usadas pela indústria para contornar a crise no mercado de seminovo foi migrar o mix de frota para carros mais populares, que têm um giro mais rápido na revenda.
O preço do carro mais caro tem colaborado para uma migração de parcela das pessoas que queriam comprar um carro para o modelo de assinatura, segmento em expansão no Brasil. Segundo a Abla, as locadoras devem fechar 2024 com 180 mil carros por assinatura em suas frotas — o que representa 20% da frota total no segmento de aluguel de longa temporada projetada para o fim do ano, de 880 mil.
A frota de aluguel por assinatura no fim de 2024 deverá saltar 44% contra 2023, segundo cálculos da Abla. Mas Nazaré explicou que parte do salto reflete uma mudança metodológica no levantamento, em que antes parte da frota de assinatura estava registrada em outras categorias. “Se em 2023 tivéssemos usado a mesma base, teríamos crescimento menor, mas ainda superior a 20%”, disse.
Já no lado da demanda por aluguel de carros por dia (o chamado RAC), a indústria começou a sentir os efeitos de uma maior diária, reflexo do carro novo mais caro. O cenário, explicou Nazaré, tem levado a um crescimento mais tímido do negócio se comparado a outras vertentes. O número de diárias no RAC deverá saltar 2,1% neste ano contra 2023, segundo projeções da Abla.
“Com a renda comprimida e preço do carro crescendo, obviamente o valor da diária cresce muito e isso reprime a demanda. Isso fez o produto ter uma projeção de crescimento menor do que os demais”, disse.
Valor - SP 27/11/2024
Empresa ameaçou sair do Reino Unido completamente no início deste ano, ao alertar que os objetivos do governo para veículos elétricos são muito ambiciosos
A Stellantis NV planeja fechar uma fábrica de vans em Luton, Inglaterra, em repreensão à determinação do governo de vender mais veículos elétricos. O proprietário da Vauxhall anunciou, nesta terça-feira (26), que pretende transferir a produção de vans elétricas do local de Luton, que emprega cerca de 1.100 pessoas, para sua outra fábrica de vans no Reino Unido, em Ellesmere Port.
Embora a Stellantis tenha dito que está propondo a mudança no contexto do mandato "rigoroso" de EV do governo, também está se reestruturando em vários outros mercados como resultado de seus próprios problemas financeiros.
A Stellantis ameaçou sair do Reino Unido completamente no início deste ano, alertando que os objetivos do governo para veículos elétricos são muito ambiciosos. O Reino Unido introduziu regras que exigem que 10% das vendas de novas vans este ano sejam de emissão zero, aumentando para 70% até o final da década. Os carros de passeio estão sujeitos a metas ainda mais rigorosas.
As montadoras enfrentam multas de até 15 mil euros por veículo se não cumprirem, embora possam evitar penalidades usando um programa de negociação de créditos e excedendo as metas nos anos seguintes. As metas para vans elétricas foram amenizadas após conversas com os fabricantes.
A Stellantis disse que seus planos para Luton estão sujeitos à consulta com funcionários e sindicatos. Ela espera transferir centenas de empregos para Ellesmere Port e investir mais 50 milhões de euros (U$S 63 milhões) lá.
A empresa não está sozinha na redução da produção à medida que a demanda por EV diminui na Europa. Na Alemanha, a Volkswagen AG está pressionando por cortes sem precedentes em sua marca homônima, incluindo possivelmente o fechamento de três fábricas, demissões de milhares de trabalhadores e cortes de salários.
A Stellantis fabrica pequenas vans elétricas em suas marcas Vauxhall, Citroën, Peugeot, Opel e Fiat em Ellesmere Port, após um investimento de 100 milhões de euros para transformar a fábrica em uma planta somente elétrica. A ex-chefe do fabricante no Reino Unido, Maria Grazia Davino, saiu no mês passado para se juntar à rival chinesa BYD Co.
Diário do Comércio - MG 27/11/2024
O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 1,5 ponto percentual na passagem de outubro para novembro. Com o resultado, o indicador atingiu 95,7 pontos, o menor nível desde abril de 2024 (95,2 pontos).
“Em novembro, a cautela cedeu ao pessimismo: a confiança setorial desceu um degrau distanciando-se do patamar que denota percepção otimista, seja em relação à situação corrente ou aos próximos meses”, destacou, em nota, a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo.
Ela avalia que esse movimento, principalmente em relação às expectativas atuais, não representa o enfraquecimento da atividade, que ainda segue “forte”, refletindo o ciclo recente de negócios, mas sim questões relacionadas como a falta de mão de obra qualificada e a consequente elevação dos custos. “Mas a perspectiva de um cenário mais difícil nos próximos meses já reflete na piora das expectativas”, atenta ela.
Houve, nesta leitura, recuo de 1,3 ponto no Índice de Situação Atual (ISA-CST) e queda de 1,7 ponto no Índice de Expectativas (IE-CST). A queda do ISA-CST foi puxada pelo recuo do indicador de volume de carteira de contratos que cedeu 3,5 pontos, para 94,1 pontos, enquanto o indicador de situação atual dos negócios avançou 0,9 ponto, para 96,8 pontos.
Já no IE-CST, os dois componentes recuaram: indicador de demanda prevista nos próximos três meses cedeu 1,9 ponto, atingindo 98,1 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses diminuiu 1,5 ponto, chegando aos 94,0 ponto.
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção caiu 0,7 ponto porcentual, para 79,0%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos caíram 0,6 e 1,6 p.p, respectivamente, nesta leitura.
Materiais de construção, equipamentos e serviços pressionam menos e custo cai
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) também desacelerou de 0,67% para 0,44% entre outubro e novembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). A despeito do arrefecimento na margem, a tendência de aumento nos custos do setor de construção é reforçada pela taxa acumulada em 12 meses, que atingiu 6,08%, informa a FGV.
A taxa representa um avanço expressivo na comparação com o mesmo período no ano passado, quando o índice acumulava 3,33% nessa métrica. Entre outubro e novembro, houve desaceleração em Materiais, Equipamentos e Serviços (0,72% para 0,37%) e em Mão de Obra (0,60% para 0,54%).
As principais influências para baixo no INCC-M de novembro partiram de conta de energia (4,96% para -3, as cerâmicas para revestimento (0,88% para -0,64%), impermeabilizante (-0,52% para -0,49%), massa corrida para parede (0,32% para -0,62%) e tela alambrado/gradil metálico (1,86% para -0,48%).
Na outra ponta, puxaram o índice para cima os itens vergalhões e arames de aço ao carbono (2,78% para 1,12%), pedreiro (0,20% para 0,40%), condutores elétricos (-0,11% para 2,09%), carpinteiro (0,83% para 0,84%) e eletricista (1,14% para 0,70%).
Capitais
Quatro das sete capitais pesquisadas pela FGV registraram desaceleração no INCC-M entre outubro e novembro: São Paulo (0,90% para 0,48%), Rio de Janeiro (0,78% para 0,42%), Brasília (0,45% para 0,33%) e Salvador (0,35% para 0,27%).
Houve, por outro lado, aceleração em Recife (0,53% para 0,72%), Porto Alegre (0,30% para 0,36%) e Belo Horizonte (0,40% para 0,42%).
O Estado de S.Paulo - SP 27/11/2024
Há 70 anos, a moda entre a elite paulistana era morar em apartamentos que fossem os maiores imóveis possíveis: alguns lançamentos da época chegaram a ter 48 cômodos. Hoje, o que os clientes das construtoras de luxo querem é localização privilegiada, espaço bem pensado e acabamento de primeira linha - mesmo que o apartamento tenha apenas três quartos.
O que mudou de lá para cá? É sobre isso que Arthur Monnerat Capela, sócio-diretor comercial e de marketing da construtora Lindenberg fala no evento Summit Imobiliário 2024 - Tendências para a Economia Brasileira e para o Mercado Imobiliário em 2025, que será realizado em São Paulo nesta quinta-feira, 28, das 8h às 18h (as inscrições podem ser feitas aqui).
Em seu painel “O futuro dos empreendimentos de alto padrão” ele tratará sobre o que o consumidor dos imóveis de luxo busca nesses empreendimentos.
Veja a seguir os principais trechos da entrevista:
Um levantamento da consultoria Bain & Company diz que o segmento imobiliário de luxo, de propriedades de mais de R$ 3 milhões, cresceu 339% em 2022 em relação a 2020. Esse é o dado mais recente da consultoria. Como a construtora acompanha esse mercado?
A gente vê uma demanda consistente no alto padrão. No nosso caso aqui, no ano passado, terminamos o ano tendo vendido R$ 610 milhões, se eu somar todos os apartamentos que a gente comercializou no ano. Este ano, já passamos dos R$ 733 milhões e devemos fechar 2024 com mais que isso. Para 2025, queremos crescer pelo menos 20% acima disso.
E o que tem feito esse mercado crescer?
Pela minha experiência, as pessoas querem ter apartamentos bons e estão topando pagar por isso. Elas estão mais tranquilas com essa coisa de que economia do Brasil é cíclica, de que às vezes os juros vão lá para cima, às vezes vão lá para baixo. O que as pessoas querem é uma compra que vai trazer para elas uma boa vida. Tem a ver com comportamento do consumidor, mais do que com a conjuntura econômica.
E o que isso significa?
A Lindenberg fez, em 2024, 70 anos. O nosso fundador, Adolpho Lindenberg, sempre disse que a escolha de um bom projeto começava por três fatores: localização, localização e localização. As pessoas querem estar perto do Parque Ibirapuera, do Clube Pinheiros, do Clube Sírio, de uma praça bem cuidada. Elas querem morar próximas de um lugar para o qual elas possam fugir. Então, quando você junta essa localização a um bom projeto, é sucesso.
E o que é esse bom projeto? Um apartamento de vários quartos?
Os projetos são um espelho de como a sociedade vive ou quer viver. Vou dar um exemplo que para gente foi bem marcante. Há alguns anos, entregamos um prédio no Itaim Bibi de 287 metros quadrados. Ele foi concebido para ter uma planta de quatro suítes e tinha uma planta opcional, que o cliente podia escolher, que era de três suítes, mas com espaços maiores. Dos 24 apartamentos, 22 pediram para ter três suítes. Então ficar atento para onde estão indo os gostos dos nossos clientes é muito importante, entender o que ele considera viver bem é fundamental. O que as pessoas querem agora é espaço. Lá no passado, a gente fazia apartamentos de 800, 900 metros quadrados, às vezes se falava em 48 cômodos, ou seja, era importante que fosse grande, que tivessem muitos cômodos. E hoje é o contrário. Uma planta de 230 metros, de 280 metros quadrados cabe perfeitamente no conceito de vida boa para uma família normal. Elas querem cômodos grandes e integrados. É claro, o projeto, o acabamento tem de ser maravilhoso. Você tem de ter uma arquitetura primorosa e você tem de pensar na funcionalidade da planta.
O que é essa funcionalidade?
Funcional é a palavra. Hoje em dia, por exemplo, todo mundo quer um carro elétrico, se já não tem. Então a gente coloca nos nossos empreendimentos carregador de carro elétrico. As pessoas pedem muito delivery, mas não querem descer para pegar a encomenda. Por segurança, o entregador não pode entrar. Então colocamos uma espécie de elevador só para cargas, que nem tinha em pizzarias antigamente, que a pizza descia da cozinha para o salão. E aí você não precisa sair do seu andar e ir até o térreo do prédio para pegar o que pediu no delivery.
E os juros, eles atrapalham esse mercado?
A gente esperava que eles estivessem mais baixos, né? Mas para nosso cliente de altíssimo padrão, ele não pega dinheiro no banco para pagar o apartamento. Então, isso não afeta diretamente as vendas. Mas, por outro lado, quando ele tem a oportunidade de investir o dinheiro dele nessa alta taxa de juros, isso é uma coisa que atrapalha, porque às vezes ele deixa de comprar para manter os valores aplicados.
Há muitas outras empresas focadas nesse nicho de alto padrão. A competição é muito acirrada?
Existem três coisas que diferenciam um projeto de outro concorrente: localização, qualidade do projeto e tempo de obra. É muito difícil você ter o mesmo tempo de obra, a mesma localização e projetos semelhantes. Claro, em alguns bairros, na Zona Oeste, isso acontece. Então a gente prefere focar em outras áreas para que isso não ocorra.
E como está a questão dos custos de obra?
A mão de obra de um projeto de luxo é mais especializada. Por isso, às vezes, a gente enfrenta alguma escassez e isso aumenta o gasto com trabalhadores. Mas os custos estão muito mais aceitáveis agora que logo após a pandemia, quando houve um grande aumento no preço dos materiais.
IstoÉ Dinheiro - SP 27/11/2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (26), que não faltará crédito para que os empresários da construção civil invistam em empreendimentos residenciais para a população brasileira. Durante a abertura do 99° Encontro Nacional da Indústria de Construção, na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília, Lula ainda voltou a defender a importância de incluir a classe média no Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
“A gente começou construindo casas para as pessoas mais pobres, depois a gente foi evoluindo”, relatou Lula.. “É justo com uma pessoa que ganha R$ 8 mil, R$ 9 mil, R$ 10 mil ser atendida por um programa do governo porque essas pessoas trabalham. Essas pessoas são bancários, metalúrgicos, químicos, gráficos, são pessoas que trabalham por conta própria, são pequenos empreendedores e nós temos que atender essa gente”, concluiu.
“Vão dizer que ‘o Lula só pensa no pobre’, ‘tem que ser muito pobre pro Lula cuidar’, não! Nós queremos cuidar do povo brasileiro. Só que tem uma parte do povo que precisa da mão do Estado e tem outra que não precisa. E essa que não precisa a gente também tem que cuidar facilitando a vida dos empresários. Por isso, quero dizer uma coisa: não faltará crédito para a gente fazer as casas nesse país”, afirmou Lula.
O presidente contou sobre a criação do MCMV, em seu segundo mandato, em 2010, e das negociações, ao longo do tempo, por melhorias nos projetos, como aumento da área útil, qualidade dos acabamentos, infraestrutura social, de lazer e cultura, e adequações nas residências construídas na área rural. Lula cobrou, ainda, que as entidades do setor da construção também fiscalizem os processos de licitação de obras públicas e que as empresas respeitem os resultados para evitar a judicialização dos projetos e atrasos nas obras. “O governo ele pode ser indutor, mas o construtor é quem sabe construir, quem tem essa experiência”, disse.
“E nós temos que fazer as coisas decentes porque se tem uma coisa que a gente precisa tratar é as pessoas mais humildes com respeito. Ele já sofre por ser pobre, ele já sofre por não ter acesso às grandes coisas que outros pequenos grupos têm. Então é preciso que a gente demonstre para ele, no mínimo, respeito”, acrescentou o presidente.
Exame - SP 27/11/2024
“Nunca existiu nada em São Paulo construído nesta altura”. Assim, Efraim Horn, co-CEO da Cyrela, define o novo lançamento da incorporadora, uma torre com 144 metros de altura que será construída em um dos pontos mais altos da cidade, a três quadras da Avenida Paulista. Quando finalizado, em maio de 2029, On the Sky Bela Cintra estará a 956 metros do nível do mar, e será o edifício com vista mais alta da capital.
“Existe apenas uma coisa mais alta na cidade, que é o Pico do Jaraguá. Mas com Deus não vamos competir”, disse Efraim, durante o lançamento do empreendimento para corretores. O evento foi marcado por referências ao céu e às estrelas – mote de marketing do novo empreendimento – que iam desde dress code azul e branco até a aparição do CEO trajado como um cavaleiro Jedi e usando um sabre de luz.
O local escolhido para o lançamento foi a Roda Rico, na Marginal Pinheiros. Com 91 metros de altura, ela é a maior roda gigante da América Latina. “Quando estamos no topo da roda, ainda não chegamos no piso do On The Sky. Em uma comparação exagerada, seriam como três rodas gigantes empilhadas”, afirmou o CEO em entrevista à EXAME, concedida durante os trinta minutos de duração do passeio.
Efraim é o filho mais velho de Elie Horn, fundador da Cyrela, e divide a presidência da empresa com o irmão Raphael desde 2014. Ele é responsável pela visão de produtos e marca, enquanto Raphael cuida da gestão. Embora participe de toda a gestão de projetos, Efraim não costuma dar entrevistas à imprensa. Os lançamentos são raras exceções.
No caso do On The Sky Bela Cintra, Efraim conta que a altura de 144 metros ficou muito próxima dos limites de aeronáutica da região, que estão em 150 metros. “Chegamos à altura máxima.”
O lançamento faz parte da corrida de alto luxo em São Paulo que, nos últimos anos, vislumbrou um novo potencial de crescimento com a verticalização. “Em algumas áreas de São Paulo, sempre foi possível construir prédios um pouco mais altos. Mas as construtoras preferiam fazer duas torres, que é um processo mais barato”, argumenta Efraim.
Para o alto luxo, a palavra de ordem é experiência. E para o CEO, os espigões são a tradução desse movimento. “A maioria delas [das experiências] são efêmeras, mas se você pode comprar uma casa que te proporciona isso para todo o sempre, por que não?”, questiona. Prova disso, segundo Efraim, é que ele próprio nunca antes havia comprado um imóvel da Cyrela até o lançamento do On The Sky Pompeia, precursor do Bela Cintra, com 147 metros.
Corrida vertical em São Paulo
Efraim admite que os espigões trazem desafios técnicos e financeiros para as construtoras que, ainda assim, enxergam vantagem no modelo. “É mais difícil de construir, de vender, o fluxo de caixa piora muito – a entrega é um ano e meio depois [de uma convencional]. Ainda assim, existe sim um reforço da verticalização na cidade.”
Quem deu o pontapé inicial do movimento “para cima” em São Paulo foi a construtora Porte, ao colocar de pé o Platina 220, no Tatuapé. Com 172 metros de altura, o edifício entregue em 2022 tirou o posto de mais alto da cidade do Mirante do Vale, que mantinha o título desde a década de 1960.
Até 2026, o novo prédio mais alto da cidade será o corporativo Paseo Alto das Nações, na Marginal Pinheiros, com 219 metros de altura – uma parceria do Carrefour Properties com as construtoras WTorres e EzTec.
Entre os residenciais, a liderança deve ficar com o Vista Cyrela, lançado ainda este ano. Quando finalizado, em julho de 2029, o edifício terá 206 metros de altura – limite máximo permitido por lei na cidade.
O prédio promete colocar a Cyrela na lista dos 10 edifícios mais altos do Brasil segundo o órgão internacional CTBUH (Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano), que mantém um ranking dos maiores arranha-céus do mundo.
“Não vamos ter concorrência para construir 10 prédios nas alturas [diferentes]. São Paulo é tão grande que cada empreendimento vai estar no seu bairro, ter sua marca e seu público”, diz.
A aposta da Cyrela nas alturas
O primeiro flerte da Cyrela com os espigões veio em 2002, com o lançamento do Mandarim, no Brooklin, com 137 metros de altura. A semente ficou adormecida até o ano passado, quando a construtora lançou o On The Sky Pompeia, com 147 metros de altura, o segundo prédio da família Mandarim, também no Brooklin, com 122 metros de altura, e o Çiragan, nos Jardins, com 125 metros.
Os prédios gigantes Vista Armani e o On The Sky Bela Cintra fecham o portfólio de seis arranha-céus residenciais. E a construtora vê espaço para mais. “Queremos dar a São Paulo a vista que ela merece”, diz. Para 2025, estão programados dois novos espigões da construtora entre as regiões de Pinheiros e Itaim Bibi: um de 206 metros de altura e outro de 180 metros de altura.
O mais recente lançamento terá 305 unidades com metragens de 56 metros quadrados a 169 m². O preço médio do m² será R$ 20 mil, colocando o apartamento mais barato ao preço de R$ 1,1 milhão e o mais caro em R$ 3,3 milhões. O valor geral de vendas (VGV) esperado para o projeto é de R$ 700 milhões.
Como de praxe, a Cyrela não pretende colocar o preço do m² em seu ponto máximo logo de largada, para permitir a valorização do empreendimento para os primeiros compradores. A expectativa de Efraim é que o projeto chegue a R$ 25 mil/m² – valorização de 25% frente ao lançamento.
O bom resultado da construtora na alta renda paulistana tem sido um dos diferenciais que colocam as ações da Cyrela entre as favoritas dos analistas. A incorporadora teve um lucro líquido de R$ 473 milhões no terceiro trimestre deste ano, avanço de 88% ante o mesmo período de 2023 – quase 20% acima das expectativas.
Os analistas do Santander acreditam que a ação da Cyrela está com um ponto de entrada – o papel é negociado a R$ 21,90 segundo o último fechamento, com queda acumulada de 12,42% no ano. Um dos fatores de atenção destacados pelos analistas é o “pipeline de projetos icônicos com forte proposta de valor, que continuam a apoiar um atraente desempenho de vendas.”
O Goldman Sachs também tem recomendação de compra para Cyrela. “O debate atual está focado no impacto do aumento das taxas de juros sobre a demanda pelo produto Cyrela, mas, em nossa opinião, a construtora se beneficia de seu foco na alta renda de São Paulo, que está vendo fundamentos favoráveis de oferta/demanda”, escreveram os analistas.
Para fazer frente ao cenário macroeconômico mais desafiador, Efraim diz apostar em um portfólio “imune” aos ciclos econômicos. “Tentamos fazer um produto que as pessoas comprem, independente do preço”, explica. “Se existe uma Mercedes, que é o sonho de muita gente, custando 20% a menos, todo mundo compra. Temos que fazer produtos especiais com preço ótimo. Não podemos depender da economia.”
O Estado de S.Paulo - SP 27/11/2024
O governo do Rio de Janeiro e a SuperVia confirmaram acordo para substituir a empresa como operadora da rede de trens metropolitanos. As partes firmaram um acordo preliminar em setembro e assinaram os termos definitivos hoje, 25, conforme antecipado pelo Broadcast. Os termos passaram pelas aprovações internas e foram assinados pelos representantes da empresa, acionistas e governo, no Palácio da Guanabara, na capital fluminense.
“Identificamos que a empresa não tinha condições de tocar a operação e, aos poucos, foi desistindo da concessão e deixando de fazer investimentos. Agora, estamos dando um passo muito importante com o objetivo de recuperar o sistema, melhorar a qualidade dos serviços e levar dignidade aos deslocamentos da população. Ainda há muito para ser feito, mas estamos felizes com esse grande avanço”, afirmou em nota o secretário estadual de transporte e mobilidade urbana, Washington Reis.
O acordo estabelece um período de transição de seis meses, prorrogáveis por mais três, no qual a SuperVia seguirá operando os trens, enquanto o governo estadual busca um substituto.
Estado fará aporte de R$ 300 milhões
O governo estadual concordou em fazer um aporte de R$ 300 milhões - diferente dos R$ 360 milhões inicialmente sinalizados - para a empresa sustentar o funcionamento dos trens e das estações, que passaram por um sucateamento devido às dificuldades financeiras da concessionária.
Desse total, R$ 160 milhões serão pagos em seis parcelas mensais, enquanto os R$ 140 milhões restantes em cronograma a ser definido, conforme a necessidade das operações. A SuperVia não poderá usar esse dinheiro para pagar dívidas. Os recursos devem ser usados unicamente na operação dos trens - o que será monitorado pelo administrador do processo de recuperação judicial da empresa.
Por sua vez, a Gumi Brasil - veículo de investimento da japonesa Mitsui, acionista controladora da Supervia - fará um aporte de R$ 150 milhões na empresa.
“Esse acordo significa dizer para a população que o Estado hoje tem elementos que lhe permitam fazer investimento no sistema. Numa futura licitação, o Estado vai buscar outro operador que possa produzir maiores índices de eficiência na prestação de serviço, dando dignidade ao transporte público”, afirmou em nota, o procurador-geral do Estado, Renan Saad.
Futuramente, o governo do Estado pretende fazer novos investimentos na melhoria da qualidade dos serviços e modernizar a operação, de forma que a concessão se torne atraente para um futuro operador.
É a segunda maior malha do País
A SuperVia opera a segunda maior malha ferroviária do País, com 270 quilômetros e 104 estações, atendendo a 12 municípios do Rio de Janeiro. A operação envolve o transporte de cerca de 300 mil passageiros por dia, em média.
A concessionária está em recuperação judicial e cobrava do Estado do Rio de Janeiro débitos atrasados, sob o risco de ir à falência e interromper o funcionamento dos trens. Este ano, a empresa chegou a buscar autorização da Justiça para paralisar a operação, mas o governo obteve liminares impedindo a interrupção dos serviços, nas vésperas das eleições municipais.
A SuperVia informou, em nota, que irá cumprir rigorosamente todas as determinações para a continuidade e a atratividade da operação. A empresa acrescentou que tem confiança na Justiça e no governo do Estado para a homologação do acordo, bem como na definição de um novo operador.
InfraRoi - SP 27/11/2024
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), autarquia da Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), lançou o edital para o Programa de Conservação da Faixa de Domínio (ProFaixa), que tem como objetivo melhorar a manutenção das rodovias estaduais. A iniciativa conta com investimento de R$ 663 milhões e abrange 10,9 mil quilômetros de rodovias, focando na segurança dos motoristas e na preservação da infraestrutura contra fatores climáticos. A conservação do pavimento será abordada em um programa específico que deverá ser lançado em breve.
O ProFaixa terá atividades periódicas e rotineiras para garantir a manutenção das faixas de domínio ao longo das rodovias durante três anos. Alguns dos serviços incluem limpeza de faixa de domínio com remoção de resíduos, capina, poda de árvores, manutenção de sinalizações e pintura de meio-fio, entre outros. Algumas atividades, como roçada, serão realizadas de acordo com o crescimento da vegetação em cada área.
Além dos serviços programados, o ProFaixa também prevê atividades sem ciclos regulares que serão realizadas conforme necessário, como remoção de barreiras, desobstrução de sarjetas e reparos em guarda-corpos e defensas metálicas. Para os trechos que exigirem intervenções de segurança, como remoção de árvores e recomposição de taludes, as ações serão acionadas sob demanda.
Paraná tem plano específico para conservação de rodovias históricas
A histórica Estrada da Graciosa (PR-410), localizada no Litoral, contará com um plano específico de conservação que respeitará suas características originais. Para preservar seu valor histórico, a manutenção incluirá serviços como reparo de pavimento de paralelepípedos, recomposição de muretas com pedras reutilizadas e a limpeza regular dos recantos turísticos.
Atualmente, o DER/PR já conta com contratos de conservação para o pavimento e a faixa de domínio das rodovias estaduais, que serão substituídos pelos novos programas. Esses contratos, além de trazerem soluções modernas, foram planejados com base em levantamentos atualizados sobre a necessidade de cada trecho, garantindo uma manutenção mais alinhada às condições atuais das rodovias.
Valor - SP 27/11/2024
A empresa de mineração Vale anunciou na terça-feira (26) que fechou um acordo de fornecimento de gás natural para 2025 com a companhia Edge, uma empresa que é controlada indireta da Cosan, principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do Brasil e que, por sua vez, também é acionista da mineradora. De acordo com a Vale, a transação foi fechada no dia 13 de novembro e tem o valor de R$ 101 milhões para fornecimento de gás natural para a empresa durante todo o ano de 2025. Conforme explicou a Vale, a escolha da Edge aconteceu por causa de um processo concorrencial que convidou 21 fornecedores e resultou em sete propostas, entre as quais a da Edge era a mais competitiva entre todas analisadas. A mineradora esclarece ainda que houve abstenção e ausência de membros do conselho de administração da Vale com potenciais conflitos de interesse durante o processo para realizar a escolha.
Valor - SP 27/11/2024
Para Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG, os números ilustram o crescimento robusto da atividade de exploração e produção no país
O setor de petróleo e gás registrou um aumento de 20% nas fusões e aquisições de empresas nos nove primeiros meses de 2024, de acordo com levantamento da KPMG, em comparação a igual período do ano passado. Segundo a consultoria, foram realizadas 17 operações até setembro. Dessas, 14 foram feitas entre empresas brasileiras.
Outras três envolveram compradores estrangeiros, sendo que uma operação foi concretizada por empresa de fora adquirindo capital de organização estabelecida no Brasil. Outra envolveu brasileira comprando de estrangeiros ativo no exterior; e a terceira foi feita por estrangeiros adquirindo capital de organização fora do país.
Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG, diz que os números ilustram o crescimento robusto da atividade de exploração e produção no país: “Temos investidores brasileiros fazendo aquisições e também investidores internacionais. Prio e Enauta são empresas de destaque.”
A Enauta e a 3R Petroleum concluíram fusão em agosto, quando criaram a Brava Energia. A Prio adquiriu 40% de participação da chinesa Sinochem no campo de Peregrino, na Bacia de Campos.
Conforme Coimbra, a expectativa é que o aumento das fusões e aquisições se consolide até o fim do ano e se mantenha em 2025: “É provável que se consolide esse crescimento em 2024, em relação ao ano passado, e muito provavelmente em 2025 tenhamos um crescimento mais forte.”
O sócio da KPMG diz que, recentemente, empresas como Shell, BP e Equinor têm dado declarações de que vão investir mais na área de exploração e produção de petróleo e gás.
Monitor Digital - RJ 27/11/2024
A produção da primeira zona de demonstração de óleo de xisto nacional da China, localizada na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, ultrapassou 1 milhão de toneladas até agora este ano, marcando avanço na exploração de óleo de xisto do país, anunciou a China National Petroleum Corporation (CNPC) nesta terça-feira.
O óleo de xisto refere-se principalmente a hidrocarbonetos líquidos presos em formações de rochas de xisto que podem ser extraídas para refino. O produto é frequentemente encontrado em xisto rico em orgânicos e finas camadas intercaladas de rochas carbonatadas, arenitos e siltito.
Desde a criação da Zona de Demonstração de Óleo de Xisto Nacional Jimsar, na Bacia Junggar de Xinjiang, há quatro anos, um total de 306 poços foram construídos. O projeto é desenvolvido em conjunto por duas subsidiárias da PetroChina, a Xinjiang Oilfield e a Tuha Oilfield, sob a CNPC.
De acordo com o engenheiro geológico Chen Yiwei, do campo petrolífero de Xinjiang, o número de novos poços de xisto que entraram em serviço este ano dobrou em comparação a 2023.
“Comparado às reservas de óleo de xisto na América do Norte, as reservas de óleo de xisto na zona de Jimsar são encontradas em regiões mais profundas, têm uma área de distribuição contínua menor, menor maturidade e maior teor de argila, o que torna seu desenvolvimento extremamente desafiador”, disse Chen.
“Diante de condições geológicas complexas e desafios técnicos, alcançamos esse marco através da inovação tecnológica. Isso estabelece uma nova referência para o desenvolvimento eficiente da zona de demonstração de óleo de xisto”, disse o engenheiro. Outro engenheiro, Lu Linmao, disse que a taxa de recuperação de petróleo de reservatórios de qualidade na zona de demonstração melhorou de 44% para 85%, com custos de extração reduzidos.
Os especialistas também inovaram as técnicas de descarte e reciclagem de resíduos para proteger o meio ambiente local, acrescentou Lu. A China estabeleceu três zonas de demonstração de óleo de xisto em nível nacional, em Xinjiang, Heilongjiang e Shandong.
De acordo com o plano da CNPC, a produção anual de óleo de xisto na zona de Jimsar é de 1,7 milhão de toneladas até 2025, com o campo petrolífero de Xinjiang responsável por 1,4 milhão de toneladas e o campo petrolífero de Tuha produzindo 300.000 toneladas.
Segundo a Agência Xinhua, as reservas recuperáveis de petróleo de xisto da China, um dos principais consumidores de petróleo bruto do mundo, ocupa o terceiro lugar no mundo.
Os dados da Administração Nacional de Energia da China mostram que a produção de petróleo bruto do país atingiu 208 milhões de toneladas em 2023, enquanto a produção de petróleo de xisto ultrapassou um recorde de 4 milhões de toneladas.
Infomoney - SP 27/11/2024
Os preços do petróleo caíram nesta terça-feira, ampliando perdas registradas na véspera em meio a negociações voláteis depois que Israel concordou com um acordo de cessar-fogo com o Líbano, reduzindo o prêmio de risco do petróleo.
Os futuros do petróleo Brent caíram 0,20 dólar, ou 0,27%, a 72,81 dólares o barril. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate dos Estados Unidos fecharam a 68,77 dólares o barril, queda de 0,17 dólar, ou 0,25%.
O gabinete de segurança de Israel concordou com um acordo de cessar-fogo com o Líbano, informou o Canal 12. A expectativa é que o acordo entre em vigor na quarta-feira.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que estava pronto para implementar um acordo de cessar-fogo com o Líbano e que “responderia vigorosamente a qualquer violação” do Hezbollah.
Na segunda-feira, os preços do petróleo caíram mais de 2 dólares após diversos relatos de que Israel e Líbano haviam concordado com os termos de um cessar-fogo no conflito Israel-Hezbollah.
Um cessar-fogo poderia pressionar os preços do petróleo porque o governo dos Estados Unidos provavelmente reduziria as sanções ao petróleo do Irã, um apoiador do Hezbollah, disse o analista da StoneX, Alex Hodes, em nota nesta terça-feira.
Valor - SP 27/11/2024
No dia 18 de novembro, os dois países firmaram uma parceria para viabilizar a importação de gás natural produzido na reserva argentina de Vaca Muerta
A estatal boliviana YPFB informou, nesta terça-feira (26), a assinatura de contrato com a TotalEnergies e a Matrix Energia para viabilizar a chegada do gás argentino ao Brasil, por meio do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). “O sistema de dutos dos três países representa um projeto crucial para a integração energética da América do Sul em benefício do mercado regional de gás”, disse a YPFB, em nota.
No dia 18 de novembro, o Brasil e a Argentina firmaram uma parceria para viabilizar a importação de gás natural produzido na reserva argentina de Vaca Muerta. O acordo prevê diferentes rotas de transporte, como o próprio Gasbol, a construção de um novo gasoduto pelo Paraguai, além do processamento do gás para ser levado como forma de gás natural liquefeito (GNL).
Com o acordo assinado nesta terça, a YPFB, a francesa TotalEnergies e a Matrix Energia, controlada pelo fundo de investimentos Prisma e o grupo Duferco, estão autorizadas a operar e administrar o fluxo de gás na região pelo sistema de dutos, de cerca de mil quilômetros, ligando os centros de produção da Argentina aos pontos de consumo no Brasil. O governo boliviano fez ajustes na regulação para permitir o trâmite.
“Esse esforço conjunto das três empresas representa um passo crucial para iniciar o fornecimento de gás natural de Vaca Muerta e das bacias argentinas através do Sistema Integrado de Transporte da Bolívia, ao mercado consumidor brasileiro, promovendo a continuidade das iniciativas recentemente anunciada pelas empresas em causa e fortalece o processo de integração energética regional”, afirmou a YPFB, em nota.
No lado argentino, a TotalEnergies, primeira operadora privada a atuar na Argentina, obteve licenças de exportação para levar o gás para o Brasil por meio de contratos com a Matrix Energia.
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