Diário do Comércio - MG 27/10/2023
Em setembro, as distribuidoras de aços planos reduziram as compras. Com queda de 6,6% frente a agosto e de 2% frente a setembro, foram adquiridas 322,8 mil toneladas de aço em todo o País. O volume ficou muito próximo às vendas, que chegaram a 323,3 mil toneladas no nono mês de 2023. A posição de cautela do setor se deve ao aumento desenfreado das importações de aço, que está pressionando as usinas em relação aos preços, que podem cair.
Conforme os dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), em setembro, as vendas pelas distribuidoras registraram queda de 5,8% quando comparada a agosto, atingindo o montante de 323,3 mil toneladas contra 343,4 mil. Frente ao mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 323,5 mil toneladas, o volume ficou estável.
O presidente do Inda, Carlos Loureiro, explica que o setor segue comprando apenas o necessário para atender a demanda por aço. Isso porque há uma oferta maior de aços planos no mercado, estimulada pela elevada importação. Apesar de as usinas seguirem segurando os preços, a pressão é grande para redução.
“Em setembro, a diferença entre o volume de vendas nas distribuidoras, 323,3 mil toneladas, e a compra, 322,8 mil toneladas, foi muito pequena, cerca de 500 toneladas. As compras ficaram menores que as vendas. Então, realmente, a postura do setor é de muita disciplina no sentido de não deixar o estoque subir frente ao cenário de alta volatilidade”.
Conforme os dados do Inda, em número absoluto, o estoque de setembro foi reduzido em 0,1% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 843,4 mil toneladas contra 843,9 mil. Assim, o giro de estoque fechou em 2,6 meses.
Importações de aço em alta
As importações cresceram 34,1% em setembro na comparação com o mês anterior, chegando, então, ao volume total de 309,8 mil toneladas contra 231 mil. Já em relação à igual mês de 2022, as importações registraram alta de 184,9%.
Com o volume, de janeiro a setembro, as compras de aço no exterior já somam 1,79 milhão de toneladas, superando em 52,1% o volume registrado em igual intervalo de 2022.
“Setembro, realmente, foi um mês fora da curva nas importações, resultando, assim, na maior compra mensal de aço plano comum. O produto veio, basicamente, da China. Das 339 mil toneladas importadas, 280 mil toneladas são de aço chines. O volume de importação representa uma Usiminas”, disse Loureiro.
Dumping
Conforme o representante do Inda, o preço mais competitivo do aço vindo da China estimula as importações. Analisando a situação, Loureiro ressalta que o país asiático tem praticado dumping.
“Pelos custos, a gente vê que, realmente, não é um problema de preço baixo. Está muito claro o dumping. Hoje, definitivamente, as usinas chinesas estão vendendo abaixo do custo fixo, sem levar mais absolutamente nada em conta. O valor praticado não cobre mão de obra, energia, frete, investimentos. A cada tonelada que sai da China, sai um cheque de US$ 150 por tonelada de subsídio do governo chinês para cobrir os prejuízos das usinas. Por isso, cabe uma discussão de se ter, ainda que provisório, algo para segurar as importações. Não estou entrando no mérito de proteção de mercado, a não ser que o dumping seja uma atividade normal e lícita”, disse Loureiro.
Importação de aço pode interferir nas negociações de preços com as usinas
Com o aumento expressivo das importações de aço, o mercado segue instável e as negociações devem ficar desfavoráveis para as usinas, uma vez que com a alta importação, a tendência é de queda dos preços.
As negociações com as montadoras de aços planos para o próximo ano, podem ser desfavoráveis para as usinas. Já que o cenário atual é de alta importação e desaceleração da indústria automotiva. “Será difícil para as usinas manterem os preços. As condições para as usinas discutirem são muito mais no sentido de desconto do que de manutenção dos valores”, disse.
Agência CMA - SP 27/10/2023
As vendas de aços planos ficou estável em setembro em relação ao mesmo período de 2022, ficando em 323,3 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Na comparação mensal, houve baixa de 5,8%, quando foram vendidas 343,4 mil toneladas.
No mês passado, as compras de aços planos recuaram 2,9%, em base de comparação anual, para 322,8 mil toneladas. Com relação a agosto, em que foram compradas 345,8 mil toneladas, as aquisições caíram 6,6%.
Em número absoluto, o estoque de setembro obteve queda de 0,1% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 843,4 mil toneladas contra 843,9 mil. O giro de estoque fechou em 2,6 meses.
As importações encerraram o mês de setembro com alta de 34,1% em relação ao mês anterior, com volume total de 309,8 mil toneladas contra 231 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (108,7 mil t), as importações registraram alta de 184,9%.
Projeções
Para outubro de 2023, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 5% em relação ao mês de setembro.
Excesso de importações
Segundo o presidente do Inda, Carlos Jorge Loureiro, há uma importação excessiva em galvalume, com consumo aparente de 90,3. Ele sugere que o governo crie barreiras para limitar a importação, o que deve ocorrer via aumento de imposto de importação.
“Provavelmente teremos aumento da importação em outubro, por que as importações já estão compradas até dezembro. Mas se houver imposto, a importação pode cair nos próximos meses”, comentou.
BOL - SP 27/10/2023
As siderúrgicas brasileiras devem entrar em posição desfavorável nas discussões com montadoras sobre preços de aços planos para o próximo ano, diante do atual cenário marcado por volume crescente de importações da liga e perspectiva de produção de veículos cortada para baixo pelas fabricantes neste mês.
"Vai ser uma briga muito boa, vai ser difícil para as usinas manterem o preço", afirmou o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, nesta quinta-feira ao comentar sobre mercado de aços planos brasileiro.
A entidade divulgou mais cedo que as vendas de aços planos pelos distribuidores caíram 5,8% em setembro ante agosto, ficando estáveis sobre um ano antes, a 323,3 mil toneladas.
A divulgação ocorreu depois que o Aço Brasil, representante das siderúrgicas, informou na terça-feira queda de 9,3% na produção de aço em setembro e vendas internas caindo 6% na comparação com o mesmo mês de 2022.
"Por enquanto, ninguém está fechando nada. Está tudo no ar... As condições para as usinas discutirem preços são muito mais no sentido de se ter descontos", afirmou Loureiro.
E depois de um setembro que viu as importações de aços planos no Brasil subirem 185% frente a um ano antes, a perspectiva para outubro não é de recuo na entrada de material importado, disse o executivo.
"Provavelmente vamos ter em outubro aumento de importação, porque todo aquele material que está no porto pode ser internalizado" diante de receios de imposição pelo governo federal de tarifa de importação.
A indústria siderúrgica nacional tem defendido o estabelecimento de Imposto de Importação de 25% sobre as importações de aço, diante do avanço das importações brasileiras do material, que tem como principal fornecedor a China.
"Outubro, novembro e dezembro já estão comprados", acrescentou Loureiro, referindo-se à tendência de fortes importações pelo país e citando que as siderúrgicas chinesas estão exportando a preços abaixo do custo fixo com ajuda de subsídio estatal.
Em setembro, o volume de aço plano no porto de São Francisco do Sul (SC), principal entrada de aço importado no Brasil, aguardando internalização somava cerca de 300 mil toneladas, segundo estimativas do Inda. Loureiro não mencionou o volume atual armazenado no terminal, mas afirmou que apesar de ter "diminuído um pouco, continua alto".
Com a tendência de queda nos preços, os distribuidores de aços planos mantêm a estratégia de evitar estoques elevados do material para evitar prejuízos. Em setembro, os estoques nas empresas associadas ao Inda somaram 843,4 mil toneladas, praticamente estáveis ante agosto e equivalentes a 2,6 meses de vendas, dentro da média histórica do setor.
Loureiro afirmou que o aço nacional laminado a quente está 15% a 16% mais caro que o importado, diferença chamada pelo setor de "prêmio".
O peso sobre os preços no mercado interno deve aumentar em novembro, disse o presidente do Inda, uma vez que a Usiminas pode retomar a produção do alto-forno 3 de Ipatinga (MG), parado desde abril para reforma geral.
A Usiminas tinha previsto anteriormente um religamento em agosto, mas o processo foi adiado por diversas vezes, com o mais recente acontecimento em torno do equipamento envolvendo a morte neste mês de um operário que trabalhava na obra de reforma.
"A curto prazo, é mais provável que os preços no Brasil caiam, se nada for feito" para conter as importações, disse o presidente do Inda. "Principalmente quando tiver a volta da Usiminas ao mercado", acrescentou, referindo-se ao alto-forno 3.
A expectativa do Inda para outubro é de crescimento de 5% nas vendas ante setembro, para 339,5 mil toneladas.
Revista Mineração - SP 27/10/2023
Pela primeira vez o prêmio será realizado no Espírito Santo, Ceará e Santa Catarina. As inscrições serão abertas nesta quinta-feira (26).
Após os eventos de lançamento do Prêmio Mulher, nos respectivos Estados participantes (horário previsto: 20h), nesta quinta-feira (26/10), serão abertas oficialmente as inscrições para a 3ª edição do Prêmio Mulher ArcelorMittal. A iniciativa é voltada a identificar e reconhecer mulheres, em diversas áreas de atuação, que estejam à frente de negócios, projetos ou trabalhos sociais transformadores e façam a diferença em suas comunidades.
Criada em 2019, a premiação terá uma novidade neste ano. A abrangência será ampliada também para o Ceará, além do Espírito Santo e Santa Catarina. Nestes estados estão localizadas, respectivamente, unidades produtivas da ArcelorMittal.
Segundo a companhia, a ideia com esta mudança é aumentar o número de beneficiadas com o Prêmio Mulher ArcelorMittal. Em alinhamento aos princípios e valores da Política de Diversidade & Inclusão da produtora de aço podem participar: mulheres, cisgêneros e transgêneros, acima de 18 anos, residentes nos estados participantes e à frente de projetos privados, públicos ou do terceiro setor
Lançamentos
O lançamento oficial do Prêmio Mulher ArcelorMittal será realizado simultaneamente nos três estados, no dia 26 de outubro. No Espírito Santo, o evento será em formato híbrido, a partir das 19 horas, no auditório do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A solenidade terá como convidados presenciais as finalistas, ganhadoras das duas últimas edições e parceiros, e será transmitida ao vivo pelo canal no Youtube da ArcelorMittal Tubarão.
Durante o evento de lançamento, será promovida palestra com a jornalista Cris Pelajo. Comunicadora, apresentadora e escritora com mais de 26 anos de experiência na TV, ela escreveu recentemente o livro “Uma sobe e puxa a outra: Histórias reais para impulsionar mais mulheres”.
“O prêmio é uma oportunidade para reconhecer o papel fundamental que as mulheres desempenham em nossa sociedade, e também uma contribuição para que continuem a liderar projetos transformadores”, explica Jorge Oliveira, CEO ArcelorMittal Aços Planos LATAM.
No Ceará, em solenidade na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), ocorrerá palestra com a empresária Luiza Helena Trajano, uma das maiores representantes do empoderamento feminino, que atualmente preside o Conselho de Administração do Magazine Luiza e o Grupo Mulheres do Brasil.
O grupo foi criado em 2013 com o intuito de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o País por meio do protagonismo feminino e atualmente possui cerca de 120 mil participantes, em 155 núcleos no Brasil e no exterior.
Já em Santa Catarina será realizada a palestra Power Skills – Desenvolvendo Habilidades-chave para atingir seu potencial máximo, com Dafna Blaschkauer, referência em liderança feminina e uma das principais executivas do Brasil.
Dafna é formada em Administração de Empresas pela FEA-USP com mais de 25 anos de experiência em posições de Liderança, atuando em empresas como Nike, Apple e Microsoft. Apaixonada por compartilhar conhecimento, é autora do best seller “Power Skills”.
As inscrições poderão ser feitas até 21 de janeiro de 2024, no site do prêmio (clique aqui). A divulgação das finalistas acontecerá no dia 26 de fevereiro e o evento de premiação, com apresentação das vencedoras em maio, em data e local a serem definidos.
Categorias concorrentes
Empresas privadas com fins lucrativos: Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa (ME) Empresa de Pequeno Porte (EPP); Média ou Grande empresa; Setor Público; Terceiro Setor; Empregada ArcelorMittal Aços Planos; Imprensa (Reportagem); Acadêmicas (estudantes). Avaliação e premiação
Todas as propostas concorrentes serão avaliadas por uma Comissão Julgadora. O júri é formado por representantes da sociedade com experiência nos segmentos contemplados pelo Prêmio Mulher ArcelorMittal. Os critérios observados são criatividade, sustentabilidade, impacto, qualidade, clareza e o potencial de transformação (social e/ou econômico).
O concurso prevê duas premiações, sendo que a primeira será um treinamento com carga horária de 32 horas, a ser ministrado em conjunto, para as 63 finalistas (sendo 21 de cada Estado e três de cada categoria), em cada Estado. Todas receberão certificado de participação.
Ao final, a vencedora de cada categoria receberá um cartão-presente, no valor de R$ 5 mil. Também será conferido um troféu, certificado, além de exclusiva medalha com a marca do Prêmio, um presente da ArcelorMittal.
O quê: Prêmio Mulher ArcelorMittal – 3ª edição
Quando: inscrições de 26 de outubro de 2023 a 21 de janeiro de 2024.
Inscrições: https://brasil.arcelormittal.com/premiomulher
Agência Brasil - DF 27/10/2023
A prévia da inflação oficial no mês de outubro ficou em 0,21%, abaixo da taxa de setembro, que foi 0,35%. O resultado divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços das passagens aéreas, que subiram 23,75% e representam 0,16 ponto percentual (p.p.) do índice.
No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) soma 3,96%. No acumulado de 12 meses foi de 5,05%, acima dos 5% registrados em setembro.
Influências
Apesar de o item transporte ter representado o maior impacto positivo na taxa - subiu 0,78% e respondeu por 0,16 p.p do IPCA-15, o comportamento dos preços dos combustíveis ajudou a inflação não ser maior, com queda de 0,44%, motivado pelas baixas da gasolina (-0,56%), etanol (-0,27%) e gás veicular (-0,27%). Apenas o diesel teve alta, 1,55%.
Sete dos nove grupos pesquisados registraram alta em outubro. Os outros itens com resultado positivo foram habitação, artigos de residência, vestuário, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, e educação.
Alimentação
O item alimentação e bebidas foi o que mais segurou a prévia da inflação. Houve um recuo de 0,31% nos preços, o que respondeu por -0,07 p.p. no IPCA-15. Entre os alimentos que fizeram o custo da alimentação no domicilio ficar menor, destacam-se o leite longa vida (-6,44%), feijão-carioca (-5,31%), ovo de galinha (-5,04%) e carnes (-0,44%).
Metodologia
Para medir a prévia da inflação, o IBGE coletou as informações de preços no período de 15 de setembro a 13 de outubro. O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
Em setembro, o IPCA cheio, ou seja, a inflação oficial, foi de 0,26%.
Infomoney - SP 27/10/2023
Apesar da surpresa com a magnitude da alta dos preços das passagens aéreas em outubro, que trouxe impacto nos preços dos serviços, o dado do IPCA-15 do mês divulgado nesta quinta-feira (26) pelo IBGE foi considerado benigno pelos economistas e uma fonte de alívio para as próximas tomadas de decisão do Banco Central. Os especialistas destacaram a continuidade da desaceleração dos núcleos do indicador, dos serviços subjacentes e do índice de difusão no mês.
A prévia da inflação oficial do país subiu 0,21% no mês, pouco acima do consenso Refinitiv, que previa alta de 0,20%.
Laiz Carvalho, economista para Brasil do BNP Paribas, comenta que o banco estava com uma projeção até mais baixa que a mediana do mercado (de 0,18%), mas que a inesperada variação de quase 24% nas passagens aéreas – o tem, considerado muito volátil, veio praticamente o dobro da estimativa – trouxe impacto direto no grupo de Transportes.
Mas ela ponderou que, de maneira geral, o IPCA-15 pode ser considerado muito bom, não só pela composição em si, mas por causa das medidas de núcleo. A média dessas medidas ficou em 0,23%, ante expectativa do mercado de 0,30%. “E, apesar do número de serviços ter vindo mais alto, por causa das passagens aéreas, os subjacentes vieram em 0,14%, abaixo do que a gente estava esperando”, avalia.
A tendência de desaceleração da inflação continua e isso é uma boas notícia para o BC, mesmo com o cenário de bastante volatilidade e incerteza global, destaca Laiz. “Não deve mudar o caminho do BC para 2023. A gente continua esperando uma redução de 50 pontos-base na reunião da semana que vem, para 12,25%. E no final do ano mais uma redução de 50 pontos, com a Selic fechando em 11,75%”, prevê.
Além desses destaques, Claudia Moreno, economista do C6 Bank, cita os preços da alimentação em domicílio, que continuam em queda, com recuo de 0,52% em outubro. “Foi a quinta deflação seguida desse grupo, que tem um peso importante no cálculo da inflação. Um dos destaques do grupo é a deflação de leites e derivados (-2,8%), que acumula queda de 6,3% em 12 meses. Vale lembrar que o preço de leites e derivados em geral subiu 22% no ano passado”, compara
Claudia também observa que, no acumulado de 12 meses, a inflação de já mostra uma pequena desaceleração na margem, recuando de 5,6% para 5,4% até outubro. “Os núcleos do Banco Central também desaceleram nessa métrica, acumulando até outubro alta de 4,8%, abaixo dos 5,1% medidos até setembro”, observa.
Mesmo com esse comportamento, a economista do C6 Bank segue acreditando que a inflação de serviços continuará resiliente, em função de um mercado de trabalho aquecido. “Mantemos nossa projeção de que inflação deverá fechar o ano em 5,2% e subirá para 5,5% em 2024”, estima.
André Nunes de Nunes, economista chefe do Sicred, também atribuiu às passagens aéreas o desvio em relação às projeções, mas lembra que isso foi parcialmente compensado por uma leitura mais fraca em bens industriais, de -0,01%, ante uma expectativa de +0,08%. Ela foi puxada pela queda nos itens duráveis (-0,16%), com destaque para veículos usados (-0,87%) e aparelhos telefônicos (-1,7%).
Na inflação de serviços, ele destaca os preços dos subjacentes, que ficaram em 0,14%, ante projeção de 0,32%, especialmente os preços de seguro voluntário de veículos (-2,19%) e de conserto de automóvel (-0,39%).
“Com isso, a inflação desse grupo importante para o Copom continuou desacelerando nos últimos 12 meses, de 5,2% para 4,9%. É um movimento expressivo de desaceleração, de forma que tende a trazer segurança para que o Copom continue flexibilizando o aperto monetário no ritmo atual”, comenta.
Inflação na meta
Rafaela Vitória, economista chefe do Inter, afirma que a desaceleração do IPCA-15 para 0,21% no mês indica que inflação oficial ficará dentro da meta este ano. “A abertura dos dados mostra um qualitativo bastante benigno, com queda na média dos núcleos e também em serviços subjacentes. “A difusão também permanece baixa, em 47%, mostrando que a queda da inflação é mais disseminada”, afirma.
A economista comenta ainda que os dados indicam que atividade deve seguir mais fraca nesse início do 4º trimestre, um cenário que deve permitir a continuidade da redução da Selic.
“De fato, o cenário é compatível com uma aceleração dos cortes da taxa de juros, mas o cenário externo com maior volatilidade e os juros maiores dos títulos do tesouro americano aumentam a incerteza e devem indicar a manutenção da cautela por aqui no afrouxamento monetário. Mantemos nossa expectativa de cortes de 50 nas próximas 3 reuniões e Selic terminal de 9% em 2024.”
Alex Agostini, economista chefe da Austin Rating, atribuiu a redução da inflação na margem – de 0,35% em setembro para 0,21% em outubro – à queda da gasolina, lembrando que o indicador anunciado hoje nem considerou o recente reajuste para baixo nos preços anunciado pela Petrobras.” Ou seja, o indicador pode novamente ter um resultado bastante moderado em novembro”, estima.
Sobre o índice de difusão, Agostini aponta que a média em 2023 está 54,9%, muito abaixo da média de 70,115 observada entre janeiro e outubro de 2022. “Reforça o cenário de que a inflação está, de fato, desacelerando de forma muito consistente, respondendo a medidas de elevação da taxa de juros. Permite ao BC continuar reduzindo a taxa Selic em pelo menos 0,50 ponto percentual na reunião de 1º de novembro”, prevê.
A Austin reviu sua projeção para o IPCA cheio do mês, de 0,25% para 0,17%. “Com isso, também revisamos a projeção para o ano, saiu de 4,70 para 4,50. Portanto o BC vai cumprir a meta de inflação neste ano, algo que há três meses atrás era praticamente impensável”, diz Agostini.
Andrea Damico, economista chefe da Armor Capital, também cita como destaques no mês, os serviços subjacentes – que excluem a variação da passagem aérea –, a redução dos núcleos e a continuidade da desaceleração de bens industriais. “Do ponto de vista da abertura, da desagregação, o dado foi bem favorável e benigno para a inflação”, confirma.
Ela também acredita que o dado de hoje reforça a continuidade do ciclo de queda imposto pelo BC, apesar do cenário externo mais desafiador, com mais vetores de risco. Para Andrea, o Copom vai continuar reduzindo os juros no ritmo de 50 pontos-base devido a essa tendência benigna da inflação corrente. “E isso está acontecendo nos núcleos, nos bens industriais e nos serviços subjacentes”, reforça.
Essa trajetória benigna também é destacada por Gustavo Sung, economista chefe da Suno Research. “De forma geral, esse IPCA-15 não altera o nosso cenário. Os últimos dados vêm mostrando que a inflação brasileira segue mais controlada. Além disso, o Boletim Focus continua mostrando estabilidade das expectativas de inflação”, lembra.
Ele cita ainda que, para 2023, o mercado já começou a projetar uma inflação terminal dentro do intervalo da meta, embora para períodos mais longos siga estável há algumas semanas – levemente acima da meta de 3,0% – por conta das incertezas que há no cenário como, por exemplo, o risco fiscal.
“O Banco Central enxerga uma melhora no cenário, mas é preciso que a inflação continue dando sinais claros de convergência para meta, principalmente as medidas subjacentes, para continuar a trajetória de cortes na taxa de juros”, analisa.
Rafael Costa, analista do time de estratégia macro da BGC Liquidez, por sua vez, comenta que há uma visão de um cenário de desinflação consistente, reforçada pelos bons resultados de hoje na inflação serviços subjacentes e na média dos núcleos.
A opinião de Ariane Benedito, economista da Esh Capital, o qualitativo do indicador não deixa dúvidas da desaceleração gradual da inflação brasileira, embora ela deva ganhar um pouco de tração na medição nos últimos meses do ano. “No entanto, esse fator já está inserido em nossas projeções finais de 4,6% de inflação para 2023.”
Na análise do Itaú, a inflação subjacente, tanto nos serviços como na indústria, foi melhor do que o esperado, reforçando uma sequência de dados de inflação com uma quebra benigna.
“Na média móvel de três meses, com dados dessazonalizados e anualizados, a leitura do IPCA-EX3, subjacente a serviços e bens, desacelerou para 2,8%, ante 3,3% em setembro e 6,3% em junho deste ano. A métrica de difusão, tanto para o índice cheio quanto para o núcleo IPCA-EX3, continuou apresentando queda adicional, sinalizando maior desinflação à frente”, diz a análise do banco.
Infomoney - SP 27/10/2023
Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve variação positiva, subindo 1,11% em setembro ante agosto, informou nesta quinta-feira (26) o IBGE. A inflação da indústria acumula queda de 7,92% em 12 meses e o índice acumulado no ano chegou a -5,43%. Essa é a menor taxa acumulada no ano já registrada para um mês de setembro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2014.
Em setembro, 13 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações positivas de preço quando comparadas ao mês anterior. Em agosto, apenas 10 atividades tinham apresentado variações positivas de preço em relação ao mês anterior.
As atividades industriais com as variações de preço mais expressivas em setembro foram refino de petróleo e biocombustíveis (8,28%), bebidas (-5,09%), indústrias extrativas (3,86%) e impressão (1,78%).
Já as maiores influências vieram de petróleo e biocombustíveis (0,85 p.p.), indústrias extrativas (0,19 p.p.), bebidas (-0,13 p.p.) e outros produtos químicos (0,12 p.p.).
Alexandre Brandão, analista do IPP, afirmou em nota que, assim como ocorreu em agosto, houve aumento nos preços de refino, que é o segundo setor de maior peso na indústria brasileira. “Ele só fica atrás de alimentos, cuja variação recente não a coloca entre as quatro mais expressivas”, explicou.
O Estado de S.Paulo - SP 27/10/2023
A prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) foi uma boa surpresa. Ficou em 0,21%, abaixo de 0,28%, que era a expectativa média dos analistas. No período de 12 meses, o IPCA-15 ficou em 5,05%.
Para quem não se familiarizou com a sopa de siglas dos medidores de preços, o IPCA-15 é a mesma inflação de 30 dias, com a diferença de que, em vez de se ater ao mês-calendário inteiro, é medida do dia 15 de um mês ao dia 15 do mês seguinte.
A novidade mostrada por esse levantamento foi a de que a inflação do setor de serviços, a mais resistente a ser domada pela política de juros, começou a se enquadrar.
Pela evolução demonstrada, dá para contar, para todo este mês de outubro com uma inflação em torno de 0,25%. Deve ajudar nessa desaceleração dos reajustes de preços, a redução das cotações da gasolina decidida há duas semanas.
A principal consequência dessa evolução mais moderada do custo de vida é o ritmo da política monetária (política de juros). O Copom vai se reunir dia 1º/11 para mais uma redução dos juros básicos (Selic). Já ficou avisado de que o corte planejado é de 0,5 ponto porcentual, para 12,25% ao ano. Apesar dessa predisposição, subsiste a pressão para que o corte seja maior, de 0,75 ponto porcentual. No entanto, pesam contra isso dois fatores, um interno e outro externo.
O fator interno é o rombo nas contas públicas, maior do que o prometido pelo ministro da Fazenda, que tende a alargar-se à medida que o governo vai cedendo às pressões dos gastadores de sempre. Desarranjo fiscal é mais dinheiro circulando na economia, ao contrário do que pretende o Banco Central, que é dinheiro mais curto.
Na área externa dois focos de tensão podem trabalhar contra juros mais baixos por aqui. Um deles é a tendência de alta dos preços do petróleo em consequência da guerra de Israel contra o Hamas. O outro foco é o jogo dos grandes bancos centrais, especialmente o do Fed (banco central dos Estados Unidos), que pode entender como inevitável novo puxão nos juros, que por lá estão nos 5,50% ao ano.
Ainda nessa quarta-feira, o Departamento do Comércio divulgou os números do PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre. E veio um PIB bem mais volumoso do que o esperado: avanço de 4,9% em termos anuais. Como o mercado de trabalho por lá continua pressionado (mais procura de mão de obra pelas empresas), a atividade econômica mais forte tende a produzir mais inflação.
Daí porque o Fed pode vir a puxar ainda mais pelos juros, o que bastaria para encarecer o dólar e puxar as aplicações financeiras ao redor do mundo em direção à renda fixa. A conferir.
IstoÉ Dinheiro - SP 27/10/2023
O crescimento da atividade econômica americana duplicou no terceiro trimestre em projeção anual comparado com o trimestre anterior, impulsionado pelo consumo das famílias, uma informação que segue distanciando a perspectiva de uma recessão e uma boa notícia para o presidente Joe Biden em campanha pela reeleição.
O crescimento do PIB americano alcançou os 4,9% em projeção anual (o valor de 12 meses se as condições forem mantidas no momento da medição) no trimestre julho-setembro, segundo a primeira estimativa do Departamento de Comércio publicada nesta quinta-feira (26).
Os analistas esperavam entre 4% a 4,7%.
“Nunca acreditei que necessitaríamos de uma recessão para baixar a inflação”, reagiu Biden, felicitando-se pelo dado, em um comunicado.
“É um testemunho da resiliência dos consumidores e trabalhadores americanos”, sustentada pela política oficial “Bidenomics”, acrescentou o mandatário em plena campanha, ressaltando, mais uma vez, o termo que cunhou para se referir às suas medidas na área econômica.
Os americanos continuaram gastando e sustentaram o principal motor da maior economia mundial: o consumo.
Dedicaram a maior parte de seus salários à eletricidade, saúde e medicamentos, serviços financeiros e seguros. Também compraram equipamentos de informática e viajaram.
“O investimento imobiliário também aumentou”, destacou Rubeela Farooqi, economista-chefe da High Frequency Economics, em uma nota.
– Crescimento “explosivo” –
Na comparação trimestre a trimestre, os dados mostram 1,2% para o terceiro trimestre.
É um crescimento “explosivo”, apontou Kathy Bostjancic, economista-chefe da companhia de seguros Nationwide.
No segundo trimestre, a expansão da economia americana já havia surpreendido com uma cifra de 2,1% em projeção anual, e 0,5% sobre o trimestre anterior.
A tão anunciada desaceleração chegará finalmente?
O crescimento continuará no quarto trimestre, mas a um ritmo “significativamente” menor, prevê Farooqi, já que as altas taxas de juros “devem ter um impacto maior sobre os consumidores e as empresas no futuro”.
O economista-chefe da Associação de Banqueiros Imobiliários (MBA), Mike Fratantoni, também espera que a situação se enfraqueça, já que “a poupança acumulada durante a pandemia segue diminuindo e os salários aumentam, mas lentamente”.
– Nova ameaça de “shutdown” –
Há anos, a inflação reduz o poder de compra dos salários nos Estados Unidos. E o Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) tenta, aumentando as taxas e encarecendo o crédito, esfriar a economia, fazendo a pressão sobre os preços diminuir.
Suas taxas de juros de referência estão em máximas desde 2001 e o custo dos empréstimos disparou.
Não tem conseguido, no entanto, frear o crescimento.
Os americanos têm empregos e, portanto, renda. E muitas famílias de maior poder aquisitivo ainda mantêm poupanças da época do covid.
A famosa “aterrissagem suave”, como é conhecida uma queda de inflação sem que se dispare o desemprego nem que se produza uma recessão, parece uma realidade mais próxima.
A maior ameaça agora é a de uma paralisia das finanças públicas ou “shutdown” a partir de 17 de novembro, se o novo do presidente da Câmara dos Representantes, recém-eleito, Mike Johnson, não conseguir votar uma nova lei de orçamento que permita o funcionamento do governo federal.
A inflação, em setembro, marcou 3,7% anual, segundo o IPC publicado pelo Departamento do Trabalho. Enquanto, o índice PCE, seguido pelo Fed, será publicado na sexta-feira.
O objetivo do Fed é que ela fique na marca dos 2% anuais.
Valor - SP 27/10/2023
Commodity voltou a exibir desvalorização em outubro, de 0,8%, e no ano, a alta foi reduzida a 1,65%
Depois de três dias de ganho, na esteira do novo estímulo econômico na China, os preços do minério de ferro perderam força e encerraram o dia em queda no mercado transoceânico, com o foco voltado novamente à fraca demanda chinesa de aço e receios de que as siderúrgicas locais tenham de conter a taxa de operação para reduzir emissões de poluentes.
No norte do país asiático, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com baixa de 1%, para US$ 119 por tonelada.
Diante disso, a commodity voltou a exibir leve desvalorização em outubro, de 0,8%. No ano, a alta foi reduzida a 1,65%.
Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em janeiro, fecharam o dia com ganho de 0,7%, para 876,50 yuan (cerca de US$ 119,75) por tonelada.
Globo Online - RJ 27/10/2023
A mineradora Vale fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de US$ 2,84 bilhões, o que significa uma queda de 36% na comparação com o lucro de US$ 4,46 bilhões em igual período do ano passado. Segundo balanço divulgado hoje pela mineradora, a variação cambial foi um dos principais fatores que explicam o resultado.
Ainda assim, o lucro ficou ligeiramente acima do esperado pelos analistas de mercado, informou o Valor. Em reais, o lucro da companhia recuou 40,46% em base anual, para R$ 13,86 bilhões no terceiro trimestre, enquanto a receita líquida caiu 0,22%, para R$ 51,96 bilhões, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado avançou 6,04%, para R$ 20,45 bilhões.
A receita líquida da companhia entre julho e setembro foi de US$ 10,62 bilhões, uma alta de 6,98% frente aos US$ 9,93 bilhões do terceiro trimestre do ano passado. Na mesma comparação, o Ebitda, que é um indicador de geração de caixa, cresceu 14%, para US$ 4,18 bilhões. No terceiro trimestre de 2022, o Ebitda foi de US$ 3,67 bilhões.
No balanço divulgado hoje, a Vale informou que o lucro foi afetado principalmente pelo ajuste na variação cambial acumulada em 2022 e pela marcação a mercado do valor das debêntures participativas. Esses efeitos, segundo a Vale, foi negativo em US$ 2,73 bilhões.
O resultado financeiro líquido da mineradora entre julho e setembro foi negativo em US$ 385 milhões, contra um resultado positivo de US$ 2,35 bilhões em igual período do ano passado.
os maiores preços realizados de minério de ferro e os maiores volumes de vendas de minério de ferro e pelotas trouxeram um ganho de US$ 480 milhões. Além disso, houve uma redução no lucro tributável que trouxe efeitos positivos de US$ 677 milhões.
Diário do Comércio - MG 27/10/2023
O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) lançou, nessa quinta-feira (26), em sua sede em Brasília, o Projeto de Descarbonização do Setor Mineral. O principal objetivo da iniciativa é constatar nos processos industriais da atividade minerária quais são as fontes de emissões de CO2 para identificar oportunidades de mitigação ou redução dos lançamentos na atmosfera.
Inicialmente, 11 companhias já confirmaram participação no projeto, sendo Alcoa, Anglo American, CBMM, Gerdau, Hydro, Kinross, Lundin Mining, MRN, Samarco, Nexa e a Vale. Juntas, essas empresas vão formar o primeiro grupo da iniciativa, que deve ser fechado em 15 participantes. Posteriormente, o Ibram pretende abrir novos grupos, podendo participar tanto mineradoras associadas à entidade quanto não associadas.
O projeto para descarbonizar a mineração brasileira é resultado de uma parceria entre o Ibram, o governo britânico no Brasil e o Mining Hub, braço de inovação da entidade. A iniciativa terá duração de 12 meses e, nesse período, será feito um levantamento da situação atual de cada mineradora no que diz respeito as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Aquelas que estão menos evoluídas, uma consultoria parceira da entidade vai aplicar ações para avançarem.
Além disso, serão analisadas as fontes dos processos minerários que mais lançam na atmosfera e as alternativas tecnológicas para substituí-las, reduzindo, assim, as emissões de carbono. Um exemplo é a troca de combustível fóssil para renovável e a utilização do hidrogênio verde.
Inventário de emissões de CO2 da mineração brasileira
Paralelamente ao projeto de descarbonização da atividade minerária do País, o Ibram está elaborando o 3º Inventário de Gases e Efeito Estufa do setor mineral. Em conjunto, as duas iniciativas servirão de base para o instituto estruturar, a partir de 2024, um roadmap do carbono na mineração, o que irá permitir estipular metas setoriais de redução de emissões de CO2.
“Há 10 anos não temos resultados, então, estamos atualizando. Já temos indícios que muitas ações foram feitas pelas empresas para reduzir as emissões, ou seja, o 3º inventário comparado ao de 2013, certamente, terá melhorias nos números. Vamos apresentá-lo até o início de 2024”, destacou o diretor de Assuntos Associativos e Mudança do Clima do Ibram, Alexandre Mello.
“Com esse trabalho do inventário e o de descarbonização, ou seja, as oportunidades identificadas para reduzir as emissões, vamos começar no ano que vem um roadmap do carbono na mineração e construir a curva de abatimento das emissões do setor mineral, que é solicitado pelo governo e por vários investidores internacionais. Também vamos definir as metas de redução”, completou.
Artigos da Reforma Tributária podem prejudicar o setor, diz Ibram
Na última quarta-feira (25), o Ibram emitiu um comunicado sobre o novo relatório da Reforma Tributária, apresentado no mesmo dia pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A entidade pediu que dois artigos do texto sejam revistos: o 136, que se refere às contribuições para os fundos estaduais de financiamento da infraestrutura, que oneram produtos primários e semielaborados, e o 153, que cria um Imposto Seletivo (IS).
O diretor de Relações Institucionais do Ibram, Rinaldo Mancin, destaca que a reforma tributária é vista pela entidade como um grande avanço para a sociedade. Ele ressalta, porém, que partes do documento colocam “jabutis” no caminho da mineração, podendo causar prejuízos ao setor.
Conforme o dirigente, em qualquer lugar do mundo que se tenha IS, o imposto é voltado para a saúde pública, tributando, por exemplo, produtos como álcool e tabaco. No entanto, no texto apresentado por Eduardo Braga, pretende-se criar uma tributação especial sobre itens como petróleo e minério, o que, segundo Mancin, afetará todas as cadeias produtivas do País.
“Não existe setor na economia que não precise de petróleo. Então, o impacto de você cobrar o imposto sobre petróleo vai impactar desde o produtor de alface ao de carro sofisticado. O mesmo acontece para a mineração. São poucos setores econômicos em que a mineração não está presente. Ela está na construção civil, na indústria automobilística. Ou seja, vai elevar a carga tributária do Brasil em 2%, 1% do petróleo e 1% do minério, impactando todas as cadeias produtivas do País”, questionou.
Investing - SP 27/10/2023
O Conselho de Administração da Vale (BVMF:VALE3) aprovou nesta quinta-feira a distribuição de proventos aos acionistas de cerca de 10 bilhões de reais, ou 2,331661567 reais por ação, com base no lucro apurado no balanço de 30 de setembro.
Do montante total, referente à antecipação da destinação do resultado do exercício de 2023, 1,565890809 real por ação será como dividendos e 0,765770758 real por ação como juros sobre o capital próprio, segundo informou a companhia em fato relevante ao mercado.
O pagamento da remuneração ocorrerá em 1º de dezembro de 2023, adicionou a empresa.
Uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a Vale também anunciou um novo programa de recompra que prevê a aquisição de até 150 milhões de ações ordinárias e seus respectivos ADRs, representando cerca de 3,5% do número de ações em circulação. O prazo de vigência do novo programa é de 18 meses.
A companhia prevê publicar nesta quinta-feira seu balanço financeiro do terceiro trimestre, após o fechamento do mercado.
O Estado de S.Paulo - SP 27/10/2023
Setores ligados à mineração e à exploração de petróleo e gás estão insatisfeitos com o novo relatório da reforma tributária, apresentado nesta quarta-feira pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), e já se articulam para garantir mudanças no texto.
A principal preocupação é com a cobrança de até 1% sobre a extração desses recursos não renováveis. A nova taxação foi criada pelo relator no âmbito do Seletivo, chamado de “imposto do pecado”, que vai incidir sobre atividades prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
A proposta estabelece que o tributo será cobrado “independentemente da destinação”, ou seja, poderá alcançar vendas internas e externas, o que é visto como um contrassenso.
“O texto geral do senador Eduardo Braga é enfático ao dizer que a carga tributária não incidirá sobre as exportações”, afirma Raul Jungmann, ex-ministro e atual diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O temor é de que o produto brasileiro fique mais caro e perca competitividade.
Jungmann também vê redundância na cobrança, uma vez que o setor já paga royalties. “Em 2021, recolhemos R$ 10,3 bilhões via CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). No ano passado, foram R$ 7,1 bilhões”, afirma. O desenho do novo imposto, que prevê alíquota de até 1% sobre o valor de mercado do produto, também é alvo de críticas: “Extremamente difícil de definir. Vai incitar uma disputa feroz”.
Para o Ibram, há ainda a questão dos minerais estratégicos, que poderão ser sobretaxados. “São minerais decisivos para a superação das mudanças climáticas e a transição para a economia de baixo carbono”, afirma o diretor-presidente.
A nova cobrança também movimentou o setor de óleo e gás, que prevê impacto nos preços. “Vai afetar todos os consumidores: os que abastecem seus carros, os que compram o botijão de GLP e os que voam de avião. Ou seja, vai gerar pressão inflacionária”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy.
O seletivo, argumenta Ardenghy, é tradicionalmente voltado a “atividades supérfluas, como cigarro, bebidas alcoólicas e outros setores que não têm a importância econômica da produção de petróleo”.
Ele diz que a essencialidade dos combustíveis já foi reconhecida em lei e que se trata de um mercado gigantesco. “O Brasil consome 390 milhões de litros de diesel, gasolina e outros combustíveis por dia”, afirma.
Durante a apresentação do parecer, o senador Eduardo Braga justificou a taxação: “Os recursos naturais não renováveis são um patrimônio nacional que nós extraímos e exportamos sem nenhuma oneração”. Para o relator, trata-se de uma cobrança “bastante equilibrada”, que ajudará o País a fazer investimentos estratégicos.
Braga frisou que o imposto será regulamentado via lei complementar, a qual poderá trazer excepcionalidades. “Terras raras, por exemplo, é um minério estratégico. De repente, esse minério não deve pagar 1% na extração. Lítio também”, afirmou.
Segundo o senador Efraim Filho (União-PB), a taxação foi tratada pelo relator como uma forma de compensar o impacto do fim do IPI no financiamento dos fundos de desenvolvimento regional e no FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e FPE (Fundo de Participação dos Estados). “Os fundos precisavam desses recursos extras”, diz Efraim.
Ele fez um paralelo da tributação com os royalties do petróleo, que são pagos pelas petroleiras aos Estados e municípios produtores como forma de compensar danos ambientais. “Sempre se tentou compartilhar os recursos dos royalties, para não ficarem concentrados em apenas um local. Essa regra acaba fazendo com que essa riqueza, do minério e do petróleo, seja distribuída para todo o Brasil”.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 27/10/2023
Novidade no portfólio da marca, a primeira linha de minicarregadeiras articuladas da New Holland Construction promete maximizar a produtividade por meio de maior capacidade de elevação e carga de tombamento.
Recém-lançada na América do Norte, a linha inclui os modelos ML12, ML12T, ML15, ML22X e ML23, capazes – segundo a fabricante – de manobrar em espaços apertados em todas as necessidades operacionais dos segmentos de construção leve e paisagismo.
"As novas minicarregadeiras articuladas foram projetadas para permitir que nossos clientes realizem mais em espaços confinados, com maior produtividade e precisão", afirma Daniel Kakareka, gerente de produtos da New Holland Construction North America.
“Realmente, essa linha redefine a maneira como abordamos as tarefas de paisagismo e construção leve", acrescenta.
De acordo com a empresa, os novos modelos oferecem grande capacidade de elevação, garantindo que os operadores possam manusear diferentes cargas com facilidade, além de contarem com recursos exclusivos para aumentar a estabilidade e a segurança.
Modelos – Com 25 cv de potência, o modelo ML12 apresenta capacidade de elevação de 2.425 libras, carga de tombamento de 2.205 libras e altura de elevação de 85,4 polegadas.
Com largura de 36,2 polegadas, o modelo traz recursos como diferencial eletro-hidráulico, tração hidrostática nas quatro rodas e acoplador de fixação mecânica CII.
Com a mesma potência e largura, o modelo ML12T (na imagem acima) se destaca pelo braço telescópico e altura de elevação de 111 polegadas.
A elevação estendida permite manusear materiais de caminhões maiores, enquanto o alcance ampliado proporciona maior flexibilidade às tarefas de descarga, nivelamento e classificação.
O modelo oferece carga de tombamento múltiplo de até 1.650 libras – dependendo da posição da carregadeira – e peso operacional de 2.646 libras, sendo indicado para cenários de construção leve, como a movimentação de detritos leves e paletes.
Por sua vez, o modelo ML15 é capaz de transportar materiais mais pesados, incluindo elementos de aço, madeira e concreto.
Com potência de 26 cv, a máquina tem capacidade de elevação de 3.086 libras, carga de tombamento de 3.307 libras e peso operacional de 3.472 libras.
Por sua vez, o modelo ML22X é apresentado como a primeira minicarregadeira articulada elétrica da marca.
Quando totalmente carregada, a bateria de íons de lítio de 24,9 kW alimenta a máquina de 5 a 6 h, dependendo da tarefa.
A bateria pode ser totalmente recarregada em aproximadamente 8,7 h, enquanto o conector de carga rápida fornece carga completa em menos de 2 h.
O modelo traz capacidade de elevação de 4.850 libras, carga de tombamento de 4.528 libras e altura de elevação de 96,5 polegadas.
Já o modelo ML23 apresenta altura de elevação de 96,5 polegadas, carga de tombamento de 4.982 libras e capacidade de elevação de 4.850 libras.
Com 26 cv de potência a 2.300 rpm, a ML23 pode se deslocar com velocidade máxima de 12,4 m/h, tornando-se a mais rápida entre todos os novos modelos de minicarregadeiras articuladas da fabricante.
"Esses cinco modelos representam um marco significativo em nossa oferta de equipamentos para paisagismo e construção", diz Kakareka.
"As máquinas personificam nossa busca por máxima eficiência e versatilidade, buscando fornecer as ferramentas que nossos clientes precisam para se destacarem em seu trabalho", finaliza.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 27/10/2023
No dia 23 de novembro, o 18º Tendências no Mercado da Construção apresenta dados inéditos do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção de 2023, além de trazer uma avaliação das perspectivas para a economia brasileira.
As inscrições para acompanhar o evento estratégico da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) já estão abertas no site oficial do evento.
O evento é direcionado a todos os setores usuários de equipamentos nos mais diversos níveis de gestão, assim como ao mercado financeiro e à indústria de equipamentos, peças de reposição e serviços.
“No ano passado, tivemos um público de cerca de 23 mil pessoas, que assistiram à transmissão ao vivo ou posteriormente pelo site e pelo Canal do YouTube da Sobratema”, comenta Paulo Oscar Auler Neto, vice-presidente da Sobratema.
Na avaliação de Auler Neto, o Tendências é um evento reconhecido por levar ao público um panorama abrangente e assertivo do mercado.
“O evento oferece uma avaliação de oportunidades, gargalos e desafios nos setores de construção, rental, mineração e agronegócio, contribuindo para uma visão de curto e médio prazo das demandas do mercado de equipamentos”, diz ele.
A sondagem é construída ao longo do ano por um grupo de especialistas composto por construtoras, locadoras e consultores, além da participação de dealers e fabricantes.
“Essas informações são de suma importância para o planejamento estratégico das empresas e, por isso, o mercado espera ansiosamente essa avaliação”, destaca Auler Neto.
Segundo o vice-presidente da Sobratema, o levantamento ainda está em elaboração, mas é possível prever que as vendas no ano serão inferiores às de 2022.
“O mercado iniciou o ano otimista e com forte expectativa em aumento de vendas”, comenta.
“Na medida que este cenário não se concretizou, a frustação de alguns negócios e projetos, aliada a incertezas no cenário político-econômico, está levando a uma retração do mercado, com expectativa de uma volta de crescimento em 2024”, analisa.
A nova edição será apresentada por Mario Miranda, consultor da Sobratema e coordenador do Estudo.
Já a avaliação das perspectivas econômicas para o próximo ano fica a cargo do economista Luís Artur Nogueira.
Após as apresentações, o Tendências no Mercado da Construção traz um debate com a participação de Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, e Christiano Kunzler, CEO da InfraBrasil, além dos palestrantes.
Valor - SP 27/10/2023
O declínio que se espalha para marcas premium indica que mesmo os compradores de luxo estão mais reticentes, uma vez que a inflação permanece elevada, apesar do aumento das taxas de juro
A desaceleração da economia global começou a impactar a Mercedes-Benz Group AG e a Volkswagen AG, depois que a demanda reprimida deu lugar à realidade de taxas de juros crescentes e inflação elevada.
A Mercedes divulgou, na quinta-feira, uma queda nas margens do terceiro trimestre em relação ao ano anterior, depois que os preços médios dos automóveis caíram e a inflação aumentou o custo de tudo, desde componentes até mão de obra. A Volkswagen disse que está redobrando esforços na redução de custos após resultados decepcionantes.
A concorrência de preços em veículos elétricos é “brutal”, disse o diretor financeiro da Mercedes, Harald Wilhelm, em teleconferência com a imprensa. “O ambiente atual não é saudável e sustentável daqui para frente.”
O declínio que se espalha para marcas premium como a Mercedes e a Porsche AG indica que mesmo os compradores de luxo estão mais reticentes, uma vez que a inflação permanece elevada, apesar do aumento das taxas de juro. A fabricante do carro esportivo 911 disse esta semana que espera um ano desafiador pela frente, devido às crescentes tensões geopolíticas e à desaceleração da economia na China.
Como parte de uma mudança mais ampla, a Mercedes está direcionando recursos para os seus veículos mais caros, incluindo Maybach, AMG e G-Wagon, e longe de modelos de entrada menos rentáveis, como o compacto Classe A. Os preços médios de seus carros caíram para 74.600 euros (US$ 78.640), ante 75.400 euros um ano atrás.
A desaceleração da economia global sublinha os esforços para controlar os custos. Na VW, os custos mais elevados arrastaram os retornos do terceiro trimestre da marca VW para 3,4%, contra 4,7%, aumentando a urgência de impulsionar os planos para elevar as margens de longo prazo para 6,5% até 2026 – o que equivale a um ganho sustentado nos lucros de cerca de 10 bilhões de euros (US$ 10,5 bilhões).
“Não podemos estar satisfeitos com a nossa rentabilidade, que no terceiro trimestre ficou aquém das nossas metas ambiciosas”, disse o diretor financeiro, Arno Antlitz, num comunicado.
A VW disse na quinta-feira que implementará um programa de desempenho, que busca elevar sua margem de longo prazo para mais de 10%. Durante o terceiro trimestre, os retornos foram de 6,2%.
Valor - SP 27/10/2023
Segundo o acordo, que só entrará em vigor se for aprovado pelos membros do UAW, o sindicato dos trabalhadores do setor, os salários aumentariam cerca de 25%
O acordo provisório entre a Ford e o sindicato do setor automobilístico (UAW - United Auto Workers, em inglês) está sob análise da entidade como o melhor pacto para os funcionários em mais de 50 anos.
“Conseguimos o acordo mais lucrativo para os membros desde que Walter Reuther foi presidente”, disse o vice-presidente do UAW, Chuck Browning, em uma atualização gravada publicada no X (ex-Twitter). Reuther liderou o sindicato de 1946 até sua morte em 1970.
Segundo o acordo, que só entrará em vigor se for aprovado pelos membros, os salários aumentariam cerca de 25% durante a vigência de um contrato de quatro anos. Há também proteção contra a inflação para os salários, de acordo com a atualização.
O salário mais alto chegaria a US$ 40 por hora. Isso equivale a cerca de US$ 80 mil por ano, com base em 2 mil horas, ou 50 semanas de 40 horas por ano, mas a participação nos lucros e as horas extras aumentariam o salário líquido. Os salários iniciais aumentarão 68%.
A General Motors (GM) e a Stellantis, agora, têm a tarefa de cruzar a linha de chegada tendo o acordo com a Ford como modelo. “Com a Ford fechando um acordo, esperamos que os outros dominós caiam com GM e Stellantis esta semana. Foi um desastre [de uma] greve do UAW e um olho roxo para a indústria automobilística”, disse Dan Ives, analista da Wedbush.
Esses temores eram de uma greve que se estendesse até novembro. O acordo ainda precisa ser ratificado, mas o prolongamento das paralisações já não parece provável.
Demorou cerca de nove dias para que o acordo provisório de 2019 entre a GM e o UAW concluísse todas as etapas, incluindo a ratificação. Isso encerrou uma greve de 40 dias. Os próximos passos incluem uma reunião de liderança com o Conselho Ford do UAW em 29 de outubro. Se esse conselho votar a favor do acordo, ele irá aos membros para ratificação.
Para a Ford, a greve de 2023, que completa 41 dias na quinta-feira, parece que durará cerca de 50 dias. O processo na Stellantis e na GM ainda não está na fase provisória de acordo.
Valor - SP 27/10/2023
A receita e o lucro para o ano atingirão o limite superior de sua projeção, disse a empresa, à medida que as vendas nos EUA bateram recorde
A Hyundai Motor Co. divulgou lucros no terceiro trimestre que superaram as previsões dos analistas, graças às fortes vendas de modelos de luxo e veículos elétricos, bem como à contínua fraqueza do won coreano.
O lucro operacional consolidado nos três meses até setembro aumentou 146% em relação ao ano anterior, para 3,8 trilhões de won (US$ 2,8 bilhões), superando a estimativa média de 3,6 trilhões de won de 24 analistas. As vendas aumentaram 8,7%, para 41 trilhões de won.
A Hyundai disse que vendeu quase 169 mil modelos elétricos no período, um aumento de mais de 33% em relação ao ano anterior. As vendas globais totais de veículos ultrapassaram 1,04 milhão, aumentando cerca de 2% fora da Coreia, ajudadas pela América do Norte, Europa e Índia, disse. Mas caíram 33% na China.
A empresa reconheceu um conjunto de potenciais ameaças ao seu negócio, incluindo o aumento das taxas de juro e da inflação, um abrandamento econômico, turbulências resultantes de conflitos militares e pressão salarial ligada a atividades sindicais. Ainda assim, disse que o dinamismo da receita deverá ganhar tração graças à melhoria da produção, à forte procura pelas principais marcas e aos níveis de estoque mais baixos.
As vendas de modelos de luxo, incluindo Genesis e veículos utilitários esportivos, representaram quase 60% do total trimestral, enquanto os veículos movidos a bateria representaram 6,3%. O won enfraqueceu cerca de 2,4% em relação ao dólar no trimestre.
A Hyundai também anunciou pagamento em dinheiro de 1.500 won por ação aos acionistas, ou rendimento de 0,8% para investidores com ações ordinárias.
A Hyundai disse que planeja lançar mais modelos EV globalmente, incluindo o Kona EV, Genesis GV60, Electrified G80 e GV70, bem como seu Ioniq 6. O SUV Santa Fe de quinta geração deve ajudar no impulso das vendas este ano, disse.
Recorde dos EUA
A receita e o lucro para o ano atingirão o limite superior de sua projeção, disse a empresa, à medida que as vendas nos EUA – impulsionadas pela popularidade de modelos de luxo como Genesis e Palisade e veículos elétricos – bateram recorde.
“Os concessionários nos EUA adoraram o nosso novo modelo Santa Fe e esperamos que ganhe popularidade ainda este ano”, disse Seo Gang-Hyun, vice-presidente da Hyundai, acrescentando que a montadora está gastando menos em incentivos para veículos movidos a gasolina no futuro.
“Estabelecemos um sistema de comunicação bem-sucedido com nosso centro de design local e centro de P&D para refletir o que os consumidores locais desejam nos EUA.”
Embora a Hyundai reconheça o risco de uma recessão global e de uma desaceleração da procura de veículos elétricos, não tem planos de alterar a sua produção de carros movidos a bateria.
“As vendas de veículos elétricos podem ser menores do que o esperado no próximo ano”, disse Seo. “Mas isso não afetará a receita total devido à nossa flexibilidade em ajustar a produção” de carros elétricos e movidos a gás, disse ele.
“Não planejamos reduzir radicalmente nossas vendas planejadas de VEs”, disse ele. “Ainda acreditamos que o mercado está entrando em veículos elétricos.”
A abordagem EV da empresa é digna de nota, disse Kim Jin-Woo, analista da Korea Investment & Securities.
“É impressionante que a Hyundai tenha mantido a sua estratégia de EV, sem aderir à tendência recente de suspender ou atrasar as produções”, disse Kim. “Eles provavelmente estão confiantes nos veículos elétricos porque as vendas de carros movidos a bateria ainda não representam uma grande parte de suas receitas e acreditam que são competitivos em qualidade.”
Turbulência
A guerra Israel-Hamas afetará os lucros da Hyundai no próximo trimestre, disse Seo, visto que é uma das principais montadoras do país. A empresa vende cerca de 5.000 veículos lá por trimestre.
Outro risco é que a greve dos United Auto Workers [nos EUA] possa levar a um aumento salarial nas fábricas da Hyundai na Geórgia e no Alabama, disse ele.
“Não pertencemos ao UAW, mas provavelmente deveríamos conversar com nossos funcionários para negociações salariais”, disse Seo. “Mas embora a Ford Motor Co. tenha concordado com um aumento de 25%, isso não significa que devamos optar pelo mesmo valor.”
Automotive Business - SP 27/10/2023
Suzuki, Toyota e Great Wall Motor (GWM) foram as montadoras reprovadas no ranking anual de automóveis do Greenpeace no Leste Asiático. A relação avalia o volume de vendas de carros eletrificados e dá notas às montadoras. As três receberam as avaliações mais baixas.
Segundo o a entidade, a Toyota é a maior montadora do mundo, e menos de um em cada 400 veículos vendidos em 2022 foram veículos elétricos a bateria (BEVs). Já a Suzuki não vendeu nenhum BEV no ano passado.
A maior montadora da China, a SAIC, registrou o maior volume de vendas de veículos elétricos, mas ficou apenas em terceiro lugar no ranking devido ao seu lento progresso na descarbonização da cadeia de abastecimento, informou a entidade. Em 2022, três em cada dez veículos vendidos pela fabricante eram EVs.
O ranking do Greenpeace avalia as 15 maiores fabricantes de automóveis e seus projetos para o fim da produção dos veículos com motor de combustão, para descarbonização da cadeia de abastecimento, para dimunição do uso de recursos e para a economia circular.
Mercedes-Benz e BMW receberam as pontuações máximas no ranking deste ano, mas ambas as montadoras continuam a vender mais veículos com motor de combustão.
Venda de elétricos ainda patina
A Great Wall Motor e a Hyundai-Kia continuaram a aumentar as suas vendas de SUVs, o que, para o Greenpeace, agrava o risco climático. Em 2022, a participação dos utilitários esportivos nas vendas totais da sul-coreana ultrapassou pela primeira vez os 50%.
“Devido ao alto consumo de aço e à baixa eficiência de combustível, os SUVs têm uma pegada de carbono maior do que os veículos menores”, informou o Greenpeace.
Segundo o documento, as montadoras tradicionais venderam poucos EVs fora da China e da Europa. A SAIC é a única fabricante incluída no ranking com vendas consideráveis de veículos com emissão zero na Índia, Tailândia e Indonésia.
“Infelizmente, gigantes da indústria como a Toyota, a Volkswagen e a Hyundai não reduzem as suas emissões tão rapidamente como muitas pessoas acreditam. Apesar do rápido crescimento nas vendas de elétricos, surpreendentes 94% dos carros vendidos no ano passado pelas maiores fabricantes do mundo eram movidos a combustíveis fósseis”, afirmou, por comunicado, Ada Kong, diretora adjunta do programa da Greenpeace na Ásia Oriental.
“Os principais fabricantes de automóveis precisam de acelerar os projetos de descarbonização, em vez de se gabarem da sua quota mínima de vendas de veículos eléctricos”, disse Kong.
Valor - SP 27/10/2023
Trata-se de uma nova tentativa da empresa de ingressar no mercado automobilístico chinês e aproveitar o que qualificou de “ofensiva” chinesa em outras regiões
A Stellantis vai investir 1,5 bilhão de euros na aquisição de cerca de 20% do capital da startup chinesa de veículos elétricos Leapmotor. Trata-se de uma nova tentativa da empresa de ingressar no mercado automobilístico chinês e aproveitar o que qualificou de “ofensiva” chinesa em outras regiões.
A Stellantis, que fabrica automóveis Jeep nos EUA e detém as marcas Fiat e Citroën na Europa, vai formar uma nova joint-venture para vender os veículos elétricos da Leapmotor fora da China.
A montadora europeia, além disso, assumirá duas cadeiras no conselho de administração da empresa, que tem ações registradas na bolsa de Hong Kong, e nomeará o CEO da nova joint-venture.
O investimento marca uma nova tentativa da Stellantis de fazer incursões na China, em uma época de concentração de capital no mercado local, após ter desfeito parcerias anteriores no país consideradas decepcionantes.
A Stellantis também planejou contribuir para levar os modelos da Leapmotor a outros mercados, como o europeu, dentro de dois anos, disse seu CEO, Carlos Tavares, ao optar por pegar carona em um afluxo de carros elétricos chineses que causa preocupação entre as montadoras ocidentais.
“Em todo lugar encontramos ofensiva chinesa, quer gostemos ou não”, disse Tavares à imprensa. “Não queremos ser vítimas da ofensiva chinesa ao mundo, queremos comandá-la e controlá-la.”
A Stellantis, formada pela fusão do grupo ítalo-americano Fiat Chrysler e a PSA francesa em 2021, considerou tarefa difícil competir na China. Em julho do ano passado, desfez uma joint-venture com o Guangzhou Automobile Group, que administrava uma montadora de Jeeps no país.
A Leapmotor, fundada em 2015, é parte do grande número de empresas chinesas de veículos elétricos atingidas pela desaceleração do crescimento da economia e por uma guerra de preços. O grupo, que abriu o capital em Hong Kong no ano passado e produz carros de faixa média a alta de preço e sofisticação na China, registrou um prejuízo líquido de 5,1 bilhões de yuans (US$ 734 milhões) em 2022, com as vendas tendo crescido mais de 150%, para mais de 111 mil carros.
Prevê-se que o prejuízo anual da empresa se reduzirá para cerca de 4,5 bilhões de yuans neste ano. Como base de comparação, o lucro líquido da BYD, a concorrente chinesa da Tesla, triplicou no primeiro semestre deste ano, para 10,95 bilhões de yuans. O grupo, respaldado por Warren Buffett, que também está ingressando na Europa e em outros mercados, contabilizou vendas mensais de quase 250 mil veículos elétricos híbridos plug-in (PHEVs, nas iniciais em inglês), cerca de um terço de todas as vendas de veículos elétricos realizadas na China.
Analistas do Citi têm encarado com otimismo a Leapmotor, destacando a experiência da equipe executiva em tecnologia de inteligência artificial e as fortes competências em pesquisa e desenvolvimento.
Embora os grupos do exterior respondam por dois terços das vendas de automóveis com motor a combustão interna na China, quatro em cada cinco veículos elétricos atualmente vendidos no país são produzidos por empresas chinesas, segundo dados da consultoria Automobility, de Xangai.
Tu Le, da empresa de assessoria Sino Auto Insights, disse que o investimento na Leapmotor marcou “uma reviravolta de 180 graus” da parte de Tavares, que no ano passado alertou para a crescente interferência do governo chinês nas empresas ocidentais operantes no país.
“É um reconhecimento de que o mercado da China é importante demais para abandonar e que a Stellantis não tem a competência, sozinha, para ser competitiva”, acrescentou.
Tavares foi claro em afirmar que a Stellantis “deixará a Leapmotor comandar a incursão na China”, e disse que seus empreendimentos anteriores no país foram “uma lição de humildade”.
Ao trazer a tecnologia e os modelos da Leapmotor para o exterior, no entanto, a Stellantis está mudando de tática em um setor que, até agora, tentou competir com concorrentes chinesas por meio da produção de carros mais baratos.
Não mais do que um mês atrás a UE anunciou uma investigação antissubsídios no setor de veículos elétricos chinês, na tentativa de blindar as fabricantes europeias antes de serem alijadas do mercado por serem derrotadas na guerra de preços.
Tavares disse que há alguma dose de “dissimulação” na Europa, mas que, em última instância, o mercado permanece aberto à concorrência chinesa, que ele quer encabeçar. Argumenta que fornecer veículos elétricos mais acessíveis aos consumidores europeus será proveitoso, em última instância, e que a Stellantis poderá fomentar a realização de alguma produção industrial conjunta em suas unidades de montagem europeus com a Leapmotor se ela precisar contornar quaisquer medidas de comércio exterior.
“Temos de estar um passo à frente do que a liderança política vai fazer, uma vez que nosso tempo de processamento é muito mais longo”, acrescentou Tavares.
Em julho, a Volkswagen disse que investirá US$ 700 milhões na concorrente chinesa Xpeng, em iniciativa que visa impulsionar as fracas vendas da montadora no país. Grupos chineses de menor porte, entre os quais o Aiways e a WM Motor, sediados em Xangai, foram atingidos por crises de financiamento nos últimos meses.
Infomoney - SP 27/10/2023
A Ford teve lucro líquido de US$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre, um salto em comparação ao prejuízo de US$ 800 milhões registrados em igual período do ano passado. O resultado representa um lucro de US$ 0,39 por ação, em termos ajustados, mas ainda levemente abaixo dos US$ 0,46 projetados pela FactSet.A receita do trimestre aumentou 11% na comparação com igual período no ano passado, a US$ 43,8 bilhões.
A empresa informou no balanço que retirou temporariamente seu guidance para o lucro antes de juros e imposto de renda (EBIT) para 2023, enquanto aguarda a ratificação do acordo trabalhista provisório dos EUA, em referência à greve conduzida pela United Auto Workers (UAW).
Depois da publicação do balanço, a ação da Ford caía 3,26% no after hours de Nova York, por volta das 17h25 (de Brasília).
Valor - SP 27/10/2023
Modelo movido a célula de combustível de hidrogênio é resultado de parceria da empresa gaúcha com fabricantes chinesas
James Bellini, presidente do conselho da Marcopolo, representa a família que fundou a companhia em Caxias do Sul — Foto: Divulgação
Kent Phang fala com muita naturalidade enquanto faz a demonstração do funcionamento de um ônibus movido a hidrogênio exposto numa feira do setor, na Europa. Para um chinês, esse tipo de veículo, de fato, começa a ser um meio de transporte corriqueiro. “Só na minha cidade já existem 30 postos de abastecimento de hidrogênio”, afirma ao perceber que nem todos estão tão familiarizados como ele. Phang é diretor de vendas da Allenbus, uma das duas empresas com a quais a brasileira Marcopolo fez parceria para produzir ônibus movidos a hidrogênio na China.
O veículo movido a hidrogênio é novidade para muita gente. Mesmo em países desenvolvidos, a solução ainda passa por testes. Mas a gaúcha Marcopolo já entrou nessa atividade por meio de sua fábrica em Changzhou, na China.
O ônibus que Phang usa para explicar a evolução do uso do elemento químico no processo de eletrificação dos veículos foi exposto, no início do mês, na Busworld, em Bruxelas. Além da Allenbus, fornecedora do chassi da célula de combustível, a parceria envolve a Sinosynergy, outra chinesa que produz a parte central das células de combustível. A Marcopolo, fundada em Caxias do Sul (RS) há 74 anos, desenvolveu a carroceria.
Veículos movidos a células de combustível de hidrogênio, funcionam como um elétrico. Mas a energia usada para carregar as baterias não sai de um carregador ou tomada. O motor elétrico do veículo é alimentado pela energia produzida pela célula a combustível gerada num processo de combinação de oxigênio como hidrogênio que, no caso, é armazenado em cilindros de alta pressão.
A vantagem do hidrogênio, em relação ao elétrico convencional é a maior autonomia e carregamento mais rápido. Mas o custo ainda é alto porque o manuseio é mais complexo e o transporte do hidrogênio tem de ser em alta pressão. Tudo isso requer muita segurança.
Com capacidade para 53 passageiros, o modelo da Marcopolo, o Audace Fuel Cell, é um rodoviário. A versão que foi exposta do produto fabricado na China e já homologado para a Europa, carrega os cilindros no bagageiro. E antes que alguém questione onde vão as malas, Phang diz que existe a opção de colocar os cilindros de hidrogênio sobre a carroceria. Com quatro cilindros, o veículo supera 500 quilômetros, segundo a empresa. Com seis cilindros é possível chegar aos 900 quilômetros.
Na Europa, o grupo alemão Daimler , ao qual pertence a Mercedes-Benz, lançou recentemente um ônibus que usa hidrogênio como extensor de autonomia. O veículo é elétrico, com baterias recarregáveis em tomadas. Mas leva também hidrogênio em cilindros. A conversão do hidrogênio em energia elétrica proporciona carga extra para a bateria.
Na Marcopolo, o desenvolvimento de veículos a partir de novas fontes de energia permite à companhia expandir operações fora do país. No primeiro semestre, da receita líquida consolidada de R$ 3 bilhões - aumento de 43,3% na comparação com o mesmo período de 2022 - R$ 378,4 milhões vieram de exportações a partir do Brasil e R$ 770,3 milhões das operações internacionais.
Com fábricas próprias ou joint ventures, o grupo gaúcho produz em países como Estados Unidos, México, Austrália, Argentina e Colômbia, além da China.
Há pouco tempo, a Marcopolo deixou de ser só encarroçadora para começar a produzir também ônibus elétricos completos. Ou seja, além da carroceria, começou a produzir chassis.
Decidimos tomar uma atitude para participar da descarbonização”
— James Bellini
“Achamos que deveríamos tomar uma atitude para participar de um mercado com potencial de expansão, voltado à descarbonização e no qual nossos clientes estavam atuando num ritmo mais lento”, destaca James Bellini, presidente do conselho de administração da Marcopolo e filho de Paulo, fundador da empresa gaúcha. A família Bellini é a maior acionista do grupo.
O Attivi, modelo elétrico integral (com chassi e carroceria) da Marcopolo tem sido apresentado em diversas cidades brasileiras. Segundo Bellini, o veículo está em fase de homologação em São Paulo, onde está em curso uma das maiores licitações envolvendo ônibus elétricos do país.
A capital paulista tende a desencadear uma onda de eletrificação do transporte público no país. A lei municipal de Mudanças Climáticas determina que até o fim de 2024 pelo menos 20% da frota de coletivos urbanos da cidade seja formada por modelos 100% elétricos. Esse tipo de veículo custa, em média, três a quatro vezes mais do que o convencional a diesel. Com financiamento de bancos internacionais, a Prefeitura de São Paulo oferece subsídios para custear parte da diferença de preço entre o elétrico e um convencional.
A Eletra é outra empresa brasileira que avança com a venda de ônibus elétricos em cidades como São Paulo, Salvador, Vitória e interior paulista. Entre as multinacionais, a Mercedes-Benz já vendeu 50 unidades do seu modelo elétrico para São Paulo e, de olho no potencial de exportação, expôs o chassi na Busworld. Também a Volvo inicia, em novembro, a demonstração em São Paulo do seu modelo elétrico, já testado em Curitiba.
Na Europa, os ônibus elétricos começam a se tornar uma tendência até em cidades bem servidas por metrô. A belga Van Hool apresentou em Bruxelas o primeiro de 56 ônibus que percorrerão duas linhas de um novo sistema de ônibus rápido (BRT) em Paris.
Numa parceria com a Kiepe Electric e Alstom, os elétricos biarticulados que vão rodar na capital francesa têm 24 metros de comprimento e capacidade para 140 passageiros cada. Mas o principal diferencial será a possibilidade de carregar as baterias por meio de placas instaladas no solo.
IstoÉ Dinheiro - SP 27/10/2023
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) arrefeceu para 0,20% em outubro, ante alta de 0,24% em setembro, informou nesta quinta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses pelo indicador atingiu 3,37% no período.
Em outubro, o índice relativo a Mão de obra desacelerou de 0,48% para 0,29%, enquanto Materiais, equipamentos e serviços avançou de 0,07% para 0,14%.
Nas aberturas, houve aceleração de Materiais e Equipamentos (0,04% para 0,07%), com destaque para a aceleração de materiais para estrutura (-0,13% para -0,02%). Em Serviços também houve aceleração nesta leitura (0,38% para 0,79%), puxado pelo item projetos (0,19% para 0,68%).
Influências
As principais influências para baixo no INCC-M de outubro foram vergalhões e arames de aço ao carbono (-1,71% para -0,82%); massa de concreto (1,17% para -0,28%); esquadrias de ferro (0,0% para -0,54%); cimento Portland comum (-1,14% para -0,29%) e massa corrida para parede (0,54% para -0,63%).
Por outro lado, puxaram o resultado para cima estaca de concreto (0,0% para 2,10%); blocos de concreto (0,44% para 0,58%); projetos (0,19% para 0,68%); aluguel de máquinas e equipamentos (0,78% para 1,47%); e elevador (0,21% para 0,59%).
Capitais
Três das sete capitais pesquisadas apresentaram decréscimo nas suas taxas de variação: Salvador (0,21% para 0,0%); Rio de Janeiro (0,35% para 0,05%) e Porto Alegre (0,85% para 0,42%).
Em contrapartida, houve aceleração em Brasília (0,26% para 0,47%); Belo Horizonte (0,12% para 0,47%) e Recife (-0,02% para 0,05%), enquanto São Paulo repetiu a taxa de variação nas duas leituras (0,13%).
Grandes Construções - SP 27/10/2023
Em outubro, o Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE caiu 1,8 ponto, para 96,3 pontos, interrompendo a sequência de alta observada nos três últimos meses
Na média móvel trimestral, o índice avançou 0,4 ponto. “A queda na confiança de outubro foi a maior desde novembro do ano passado, devolvendo assim parte da melhora dos últimos meses”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
O maior pessimismo no setor foi disseminado em quase todos os segmentos. Segundo a coordenadora, houve aumento expressivo das assinalações que apontam carteira de contratos abaixo do normal na infraestrutura, cenário que os projetos do PAC podem reverter.
Ainda assim, as empresas do segmento são as mais otimistas com a demanda dos próximos meses.
“Enfim, a piora pode ser um revés pontual, resultado de dificuldades com os negócios em um contexto de mão de obra mais cara e difícil ou refletir um ritmo aquém do esperado dos novos negócios”, assinalou.
“Nos próximos meses será possível confirmar se houve, de fato, essa inflexão do ciclo esperado”, afirmou a pesquisadora.
De acordo com o FGV IBRE, a queda do ICST neste mês foi influenciada tanto pelo Índice de Situação atual (ISA-CST) quanto pelo Índice de Expectativas (IE-CST).
O ISA-CST recuou 1,9 ponto, para 94,6 pontos. Ambos os indicadores que compõem o ISA-CST também registraram quedas: enquanto o indicador de situação atual dos negócios cedeu 0,9 ponto, para 93,8 pontos, o indicador de volume de carteira de contrato caiu 2,8 pontos, para 95,4 pontos.
No contexto das expectativas, o IE-CST recuou 1,6 ponto, para 98,2 pontos, influenciado exclusivamente pela queda de 3,7 pontos do indicador de demanda prevista nos próximos três meses, para 98,8 pontos.
Já o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses subiu 0,5 ponto, alcançando 97,6 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção manteve-se estável ao variar -0,1 p.p., para 79,3%.
Já o NUCI de Mão de Obra também variou -0,1 p.p., para 80,6%, enquanto o NUCI de Máquinas e Equipamentos variou -0,4 p.p., para 72,6%.
Pelo segundo mês consecutivo, a falta de mão de obra qualificada superou a demanda insuficiente entre os quesitos de limitação à melhoria dos negócios.
“A questão está assumindo uma dimensão importante, preocupando as empresas e começando a impactar os custos”, avaliou Castelo.
CNN Brasil - SP 27/10/2023
Esqueça o Evergrande. Há um novo representante da prolongada crise imobiliária da China: o Country Garden.
A construtora de casas, que já foi a maior do país, ficou inadimplente em um título internacional pela primeira vez, depois de não efetuar o pagamento dentro de um período de carência que expirou na semana passada, de acordo com relatórios separados da Bloomberg News e do Financial Times.
O Country Garden não respondeu aos pedidos de comentários por telefone ou e-mail. O Citigroup, supostamente o agente fiduciário do título com autoridade para aplicar seus termos, não quis comentar.
A incorporadora, que tem US$ 190 bilhões em passivos, evitou a inadimplência em várias ocasiões no mês passado. No entanto, a persistente fraqueza do mercado imobiliário chinês e um ambiente difícil de refinanciamento prejudicaram sua capacidade de levantar dinheiro suficiente para pagar a dívida de US$ 15 bilhões que vence em junho de 2024. No início deste mês, a empresa alertou os investidores de que poderia entrar em default.
A empresa está se encaminhando para uma reestruturação da dívida e, possivelmente, para um colapso financeiro desordenado que causaria novas ondas de choque na economia chinesa.
Veja aqui o que você deve saber sobre a ascensão e queda do Country Garden e o futuro do outrora badalado setor imobiliário da China.
O que é Country Garden?
Até o ano passado, a Country Garden era a maior incorporadora imobiliária da China, especializada em imóveis residenciais.
Listada em Hong Kong e sediada em Foshan, na província de Guangdong, a empresa desenvolveu 3.000 projetos em todo o país e converteu mais de 1.400 vilas rurais em cidades.
O grupo também desenvolve imóveis comerciais, como hotéis, estacionamentos e lojas de varejo, embora tenha se expandido bastante em outras áreas, como robótica e serviços agrícolas.
A Country Garden também é responsável por uma grande quantidade de empregos na China, empregando cerca de 300.000 pessoas, de acordo com seu recente relatório anual.
No entanto, a empresa, que já foi aparentemente resistente, vem enfrentando dificuldades de caixa nos últimos tempos. Suas vendas de apartamentos caíram 81% em setembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. A incorporadora relatou um prejuízo recorde de US$ 7 bilhões no primeiro semestre de 2023.
Os problemas do Country Garden lembram os da Evergrande, que já foi uma poderosa incorporadora chinesa e entrou em default em 2021. A Evergrande entrou com pedido de falência nos Estados Unidos em agosto, depois de registrar perdas de US$ 81 bilhões nos últimos dois anos.
Como ela chegou até aqui?
Embora a confiança no setor imobiliário da China tenha sido abalada desde o colapso do Evergrande, o Country Garden reacendeu os temores em agosto, quando sua crise de liquidez veio a público.
Foi quando surgiram relatos de que a empresa havia deixado de pagar os juros de dois títulos em dólares americanos, chamando a atenção para seus problemas gerais de endividamento.
Em 10 de outubro, a empresa disse que havia perdido um pagamento de HK$ 470 milhões (dólares de Hong Kong, equivalente a R$ 300 milhões) devido a um título vencido, acrescentando que “esse não pagamento pode fazer com que os credores relevantes do grupo exijam a aceleração do pagamento de dívidas relevantes devidas a eles ou busquem uma ação de execução”.
Os investidores vêm se preparando há meses para uma inadimplência do Country Garden, que poderia repercutir em toda a segunda maior economia do mundo, uma vez que o setor imobiliário é responsável por cerca de 25% a 30% do PIB da China.
As ações da Country Garden em Hong Kong se tornaram uma ação de baixo custo este ano. Ela foi removida como componente do principal índice Hang Seng da cidade em agosto.
A empresa é dirigida por Yang Huiyan, uma das mulheres mais ricas da China. Recentemente, ela investiu mais de sua própria riqueza na empresa em dificuldades, e sua fortuna despencou junto com o preço das ações.
O que esperar do setor imobiliário da China?
A China tem excesso de apartamentos, o suficiente para fornecer moradias para toda a população de 1,4 bilhão de pessoas, de acordo com uma estimativa recente, e não há fim à vista para a crise.
O mercado imobiliário continua sendo um grande obstáculo para a economia da China e terá um impacto sobre o crescimento global, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada.
Os preços das casas novas caíram em setembro, o que representa o terceiro mês consecutivo de queda, de acordo com dados divulgados na última quinta-feira pelo National Bureau of Statistics (NBS), apesar dos esforços de Pequim para fortalecer o setor.
O setor entrou em crise há mais de dois anos, depois de uma repressão liderada pelo governo aos empréstimos das incorporadoras. Pequim implementou uma série de medidas de estímulo para reavivar o crescimento, incluindo a redução das taxas de hipoteca e a eliminação das restrições à compra de casas nas cidades.
Em uma coletiva de imprensa na semana passada, Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e Pacífico do FMI, disse que a China precisa ter uma “estratégia abrangente” para o setor imobiliário, o que envolve garantir que todas as casas pré-financiadas sejam construídas. Na China, a maioria das casas novas é vendida antes de ser construída.
“Há um problema com os desenvolvedores, que precisa ser resolvido”, disse ele. “Até que isso seja feito, isso afetará a confiança.”
O Estado de S.Paulo - SP 27/10/2023
A privatização do Porto de Santos é um tema superado, segundo o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini. “O controle do Porto de Santos continuará sendo público”, reforçou o executivo durante evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta quinta-feira, 26.
O encontro contou também com a participação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Ele afirmou que, nesta sexta-feira, 27, será anunciado o fim do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI) do Porto de Santos.
Costa Filho tem uma agenda prevista na Autoridade Portuária de Santos na tarde de sexta. De acordo com o ministro, o foco da atuação do governo no Porto de Santos está nas dragagens, movimento urbano, aumento de capacidade e reformas.
Outorgas portuárias
O Ministério de Portos e Aeroportos planeja lançar o programa Navegue Simples até dezembro de 2023. A iniciativa visa simplificar o trâmite de processos para todos os tipos de outorgas portuárias.
Costa Filho destacou que, atualmente, esses trâmites duram entre dois anos e meio e três anos. Com o Navegue Simples, a expectativa é que o tempo caia para de seis a oito meses. “Isso é uma forma de acelerar a carteira de empreendimentos portuários no Brasil”, disse.
O programa acontecerá em parceria com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para desburocratizar o setor e agilizar novas autorizações de terminais de uso privado (Tup).
Petro Notícias - SP 27/10/2023
O Diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobrás, Carlos Travassos, também esteve presente na feira OTC Brasil 2023. Em breve conversa com jornalistas durante o evento, o executivo comentou sobre a atual situação da indústria naval brasileira e como a Petrobrás pode contribuir com a retomada desse segmento. Travassos disse que a Petrobrás está abrindo um diálogo com as empresas do setor naval para demonstrar as novas demandas previstas para os próximos anos. E deu um indicativo de que a construção de módulos para as próximas plataformas será uma dessas oportunidades. Ele também já havia declarado que a Petrobrás pretende ir ao mercado em 2024 para contratar 36 novos barcos de apoio, com preferência por estaleiros nacionais. O diretor afirmou que a Petrobrás sozinha não será capaz de puxar a retomada naval no Brasil e que cabe ao Estado, como um todo, desenhar um programa de estímulo e reaquecimento dos estaleiros nacionais.
Em sua opinião, qual é o papel da Petrobrás na retomada da indústria naval brasileira?
O nosso papel nesse processo é demonstrar a nossa demanda e o que pode ser feito no Brasil. Há duas semanas, estive no estaleiro BrasFELS, localizado em Angra dos Reis (RJ), e vi o estaleiro cheio de trabalhadores e uma carreira cheia de módulos. Portanto, estamos nos aproximando das empresas e mostrando as oportunidades que temos pela frente para a indústria local.
Nesse sentido, acredito que cabe ao Estado, ao governo, ao BNDES e as empresas desempenhar o seu papel de viabilizar a execução desse trabalho. Portanto, o principal papel da Petrobrás é apresentar essa demanda, manter o diálogo e estar próxima dessas entidades. Apresentei recentemente um material na Fiesp algumas semanas atrás, no qual demonstramos a demanda que temos por módulos fabricados no Brasil, com o conteúdo local que está em vigor atualmente.
O que efetivamente mudou nessa relação entre Petrobrás e indústria naval?
O que mudou é que nos aproximamos das empresas para estabelecer um diálogo e mostrar as nossas necessidades. Nossa principal necessidade é ter projetos implementados dentro do preço e prazo estabelecidos. A partir do momento em que abrimos mão de ter um projeto dentro desses parâmetros, criamos um cenário adverso para todos os envolvidos.
O senhor acredita que a Petrobrás, por si só, não é capaz de retomar a indústria naval brasileira? Quem, então, seria o agente responsável por liderar esse processo?
As empresas têm apresentado suas dificuldades e necessidades, e acredito que a partir desse ponto, cabe ao Estado desempenhar um papel fundamental em viabilizar esse processo [de retomada]. O Estado desempenha um papel crucial em viabilizar um segmento industrial importante [como o naval], pois é gerador de emprego e intensivo em mão de obra. O papel da Petrobrás é demonstrar a sua demanda e aproximar-se do setor naval.
Por outro lado, a indústria naval precisa identificar sua vocação, o que é fundamental para qualquer negócio.
A Petrobrás, assim como qualquer empresa de óleo e gás, enfrenta uma demanda sazonal. Se descobrimos petróleo e temos viabilidade de negócio, há encomendas para a indústria naval. Se não encontramos petróleo, não há negócio e, consequentemente, não há encomendas.
A indústria naval é caracterizada por ciclos longos e necessita de continuidade. É por essa razão que afirmo que a Petrobrás, por si só, não pode recuperar a indústria, pois não temos uma demanda constante que sustente a perenidade dessa indústria.
Valor - SP 27/10/2023
Dados divulgados na véspera mostraram aumento dos estoques semanais nos EUA
Os contratos futuros do petróleo registram queda firme nesta quinta-feira, em resposta ao avanço do dólar no mercado internacional e também à subida dos estoques semanais da commodity nos Estados Unidos, segundo dados publicados na véspera. Ao mesmo tempo, no pano de fundo, segue o conflito no Oriente Médio.
Por volta das 9h20 (de Brasília), o contrato futuro do petróleo Brent — referência mundial — para o mês de dezembro recuava 2,42%, negociado a US$ 87,94 o barril. Já a referência americana do West Texas Intermediate (WTI) para dezembro tinha queda de 2,85%, negociado a US$ 82,96 o barril.
Por sua vez, no mesmo horário acima, o índice DXY, que mede a relação do dólar com uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, tinha alta de 0,29%, a 106,83 pontos.
A moeda sobe na espera dos dados do produto interno bruto (PIB) americano e impulsionada pelo movimento nos rendimentos dos Treasuries.
Na véspera, o Departamento de Energia dos EUA mostrou que os estoques de petróleo subiram 1,372 milhão de barris na semana passada, terminada em 20 de outubro. Economistas consultados pelo "The Wall Street Journal" esperavam estabilidade do indicador.
Com o aumento, os estoques de petróleo totalizaram 421,12 milhões de barris. O número forte impacta os negócios hoje.
Valor - SP 27/10/2023
Dado se refere à produção de petróleo, LGN e gás, em barris de óleo equivalente por dia, na comparação com o mesmo período de 2022
A produção de petróleo, gás natural e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras no terceiro trimestre somou 2,88 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia), o que corresponde a uma alta de 8,8% na comparação com igual período de 2022. As informações fazem parte do relatório de produção da companhia no terceiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira (26).
A produção de petróleo e LGN ficou em 2,84 milhões de boe/dia entre julho e setembro, uma alta de 9% frente a igual período do ano passado, enquanto a produção de gás natural foi de 525 mil boe/dia, um avanço de 6,3% na comparação com os mesmos meses do ano passado.
Segundo a empresa, o resultado se deu em função do melhor desempenho operacional das plataformas do pré-sal e do menor volume de perdas por paradas e manutenções.
Também influiu na produção mais elevada o processo de aumento de extração (ramp-up) das plataformas P-71, no campo de Itapu, e do navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Almirante Barroso, no campo de Búzios, além do FPSO Anna Nery, no campo de Marlim.
A empresa destacou ainda a entrada de novos poços de projetos complementares nas bacias de Campos e Santos. “Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo declínio natural de campos maduros e por desinvestimentos”, disse a Petrobras, no relatório.
Exportações
As exportações de petróleo no terceiro trimestre foram de 599 mil barris por dia (barris/dia), uma alta de 65% frente ao terceiro trimestre de 2022.
Na comparação com o segundo trimestre deste ano, as exportações aumentaram 31,5%, principalmente de petróleo, em função da maior produção de óleo cru.
As importações diminuíram 33,3% ante igual período no ano passado, e em 17,9%, frente ao segundo trimestre, em virtude de menores compras de derivados e pelo aumento de produção das refinarias.
A estatal vendeu 1,8 milhão de barris de derivados, um aumento de 1,3% na comparação com igual período de 2022.
A companhia destacou ainda que o fator de utilização total das refinarias da Petrobras terceiro trimestre de 2023 foi de 96%, uma alta de oito pontos percentuais frente a igual período do ano passado. Segundo a companhia, é o maior resultado trimestral desde 2014.
“Essa maior utilização e a disponibilidade operacional das refinarias possibilitaram aumento da produção de diesel e gasolina, ao mesmo tempo que a otimização operacional incrementou a produção de asfalto e reduziu a produção de óleo combustível”, disse a petroleira, no relatório.
O Estado de S.Paulo - SP 27/10/2023
A Exxon Mobil e a Chevron, as duas maiores empresas petrolíferas dos EUA, comprometeram-se neste mês a gastar mais de US$ 50 bilhões cada uma para comprar empresas menores em negócios que lhes permitiriam produzir mais petróleo e gás natural nas próximas décadas.
No entanto, um dia após a Chevron anunciar sua aquisição, a Agência Internacional de Energia divulgou um relatório concluindo que a demanda por petróleo, gás e outros combustíveis fósseis atingiria seu pico até 2030, com o aumento das vendas de carros elétricos e do uso de energia renovável.
A desconexão entre o que as empresas petrolíferas e muitos especialistas em energia acham que acontecerá nos próximos anos nunca foi tão acentuada.
As grandes empresas petrolíferas estão dobrando a perfuração de petróleo e gás e processando-os em combustíveis para uso em motores, usinas de energia e maquinário industrial. E, com poucas exceções, elas não estão gastando muito em alternativas como energia eólica e solar e baterias para carros elétricos.
“Eles estão investindo o dinheiro que têm na boca”, disse Larry Goldstein, diretor de projetos especiais da Energy Policy Research Foundation, uma organização sem fins lucrativos de Washington especializada em petróleo, gás natural e produtos petrolíferos.
As autoridades da AIE, que os Estados Unidos e seus aliados criaram durante uma crise do petróleo na década de 1970, acham que as empresas petrolíferas estão fazendo uma aposta ruim. Eles apontam para o crescimento incrivelmente rápido da energia renovável e das vendas de carros elétricos, ciclomotores e outros veículos — 1 em cada 5 veículos novos vendidos este ano será movido a bateria, em comparação com 1 em cada 25 em 2020.
“A transição para a energia limpa está acontecendo em todo o mundo e é imparável”, disse Fatih Birol, diretor executivo da agência.
Os tipos de energia que as pessoas e as empresas usam — e como as usam — nas próximas décadas terão enormes consequências ambientais e econômicas. A maioria dos estudiosos do clima afirma que eliminar as emissões de gases de efeito estufa, que são causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis, até 2050 é essencial para evitar os piores efeitos da mudança climática.
Os executivos do setor de petróleo rejeitam as projeções da AIE, dizendo que o mundo precisará de seus produtos por muito tempo.
“Eu pessoalmente discordo, as grandes empresas discordam, a Opep discorda, todo mundo que produz petróleo e gás discorda”, disse Scott Sheffield, CEO da Pioneer Natural Resources, que a Exxon concordou em comprar por US$ 60 bilhões há duas semanas. A AIE, acrescentou Sheffield, não entende “a demanda por nossos produtos”.
Ele prosseguiu: “Quem vai substituir o combustível de aviação? Quem substituirá os produtos petroquímicos? Que alternativas substituirão tudo isso?”
A compra da Pioneer expandirá a presença já muito grande da Exxon na Bacia do Permiano, uma grande área rica em petróleo e gás que fica entre o Texas e o Novo México. O negócio mais do que dobra as propriedades da Exxon na bacia.
E a proposta de aquisição da Hess pela Chevron é uma aposta gigantesca na produção em águas profundas ao largo da costa da Guiana, a perspectiva de petróleo que mais cresce no Hemisfério Ocidental. O acordo faria da Chevron uma parceira menor da Exxon, a principal operadora do campo.
Ambos os acordos proporcionam às empresas investimentos em campos onde os custos de produção são baixos e em áreas amplamente estáveis, quando os futuros suprimentos de petróleo de lugares como a Rússia e a Venezuela são mais duvidosos.
Os executivos do setor de petróleo não estão alheios às crescentes preocupações com as mudanças climáticas. Eles afirmam que a consolidação os ajudará a investir mais na tecnologia relativamente não testada de captura de dióxido de carbono, o principal gás de efeito estufa, e enterrá-lo no subsolo para sempre. Elas também dizem que pretendem investir somas substanciais em hidrogênio, um combustível potencialmente mais limpo.
“A consolidação, neste momento, tem a ver com dar às empresas a escala para serem mais resilientes e atenderem a várias prioridades ao mesmo tempo”, disse Daniel Yergin, historiador do petróleo que escreveu sobre ondas anteriores de fusões no setor petrolífero em seu livro The Prize.
A AIE concorda que a demanda por petróleo persistirá por algum tempo, mas em níveis muito mais baixos. Isso fará com que os preços caiam, tornando mais difícil para muitas empresas competir com grandes produtores, como a Arábia Saudita, que podem produzir petróleo a um custo muito baixo.
Os executivos do setor de petróleo concordam que a produção de petróleo e gás a custos mais baixos será essencial e argumentam que acordos, como a compra da Pioneer pela Exxon e a aquisição da Hess pela Chevron, ajudarão as empresas a se tornarem mais eficientes. Sheffield, da Pioneer, disse que as grandes empresas petrolíferas europeias, como a Shell e a BP, também terão que crescer em breve.
“Há um número excessivo de empresas públicas”, disse Sheffield. “É melhor para as empresas independentes se consolidarem em empresas maiores. A segurança energética vem com empresas maiores.”
Mas uma coisa que Sheffield e outros executivos não estão interessados é em se afastar muito do que sabem fazer melhor. Com exceção de algumas empresas petrolíferas europeias, como a BP, Equinor e ENI, a maioria das empresas do setor não está investindo muito em coisas como carregamento de veículos elétricos, energia nuclear, parques eólicos ou baterias.
Ambientalistas como Mark Brownstein, vice-presidente sênior do Environmental Defense Fund, disseram que as grandes empresas petrolíferas estão perdendo uma importante oportunidade de se reinventar.
“Vejo essa onda de fusões e aquisições mais como participantes do setor tentando espremer a última luz do modelo de negócios existente do que como parte de uma transição para o futuro”, disse Brownstein. “Trata-se mais de aquisição de ativos para continuar a fornecer fluxo de caixa.”
Valor - SP 27/10/2023
Ritmo de vendas de maquinários para o campo está menor neste ano
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, disse que o patamar de juros elevados no país e a queda na rentabilidade dos produtores rurais, com o tombo nos preços das commodities agrícolas neste ano, frearam os negócios do setor. O ritmo de vendas de maquinários para o campo está menor e o faturamento das empresas deste ramo deve cair 20% em 2023, para cerca de R$ 75 bilhões. No ano passado, os negócios renderam R$ 94 bilhões.
“Estamos com uma queda de 20% nas vendas de máquinas agrícolas, mas quando se olha os demais ramos da Abimaq a queda está um pouco acima de 10%”, disse à Globo Rural. “A queda de vendas das máquinas agrícolas tem a ver com a queda de renda no campo. Os preços das commodities caíram, os preços dos insumos também, mas não acompanharam, e a pecuária está com problema de renda baixa também. Então diminuiu o investimento”, completou.
A demora do Banco Central para iniciar o ciclo de redução da Selic, disse Velloso, também interfere nos negócios do setor. “Na indústria como um todo, um grande problema nosso é o custo de capital. Hoje em média, tirando o agro, que tem o Plano Safra, o financiamento de máquinas está custando na ordem de 20% a 24% ao ano, e isso inviabiliza o retorno de investimento”, apontou.
Mas mesmo o dinheiro do Plano Safra 2023/24, cuja taxa de juros é de 12,5% em linhas como o Moderfrota, não tem sido utilizado no ritmo habitual neste ano. “Hoje tem recursos [no Moderfrota] e não estamos vendendo”, destacou Velloso.
De julho a setembro deste ano, foram desembolsados R$ 2,3 bilhões em operações do Moderfrota, principal linha para aquisição de máquinas e equipamentos, dos R$ 11,8 bilhões disponibilizados no Plano Safra 2023/24. O resultado é 44% menor que o alcançado nos três primeiros meses da temporada passada, quando haviam sido liberados R$ 4,2 bilhões. Ao todo, o desempenho das linhas de investimentos para médios e grandes produtores está 35% menor na comparação com o trimestre inicial do ciclo 2022/23.
Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Abimaq, disse que os produtores não estão acessando tanto o Moderfrota por conta dos juros considerados altos diante da expectativa de queda nos próximos meses. “O produtor vê que pode baixar a taxa no ano que vem e resolve esperar, não faz o investimento”, apontou.
Mesmo assim, parte do setor tem investido capital próprio ou buscado outros tipos de financiamentos para comprar máquinas. “O Moderfrota está sendo menos demandado do que a venda está caindo, ou seja, o produtor está se virando com outra coisa”, completou.
Apesar desse cenário, a perspectiva é que os recursos para compra de máquinas e equipamentos no Plano Safra 2023/24, que inclui linhas do Pronaf, devem acabar no fim do ano, disse Pedro Estevão. “A indústria fatura mais de R$ 70 bilhões e o Plano Safra disponibilizou cerca de R$ 16 bilhões nesses programas. Não supre toda a demanda, está muito longe”.
Pedro Estevão disse que ainda não há nenhum gatilho que indique aumento nos ritmos das vendas de máquinas agrícolas para o ano que vem. A demanda mais contida acompanha a desaceleração na expansão de novas áreas, puxada pela queda nos preços de soja e milho.
“Em 2020, 2021 e 2022 houve aumento de 12 milhões de hectares de área plantada, é muita coisa, cerca de 5% ou 6% ao ano de aumento. Nesses anos, teve mercado de reposição de máquinas e expansão de área. Em 2023, não tem mercado de expansão. Já em 2024, se não tiver expansão significa que as vendas ficariam iguais às deste ano”, apontou.
“O que faz aumentar a área é a rentabilidade. Se não tem aumento de área ou é pequeno, isso não gera demanda para máquinas e investimentos. O cenário é de que o ano que vem será igual a esse”, concluiu Estevão.
José Velloso, presidente da Abimaq, disse que, na indústria em geral, 80% das compras de máquinas são feitas com capital próprio e que 95% dos investimentos no Brasil são realizados por empresas que têm lucro real, o que aumenta a concentração de renda dos mais ricos e a distância para os pequenos negócios. “O pequeno, que não tem dinheiro em caixa, não investe, por isso a taxa de investimento cai. O investimento é menor do que a depreciação. O Brasil está sendo sucateado, repondo menos do que está envelhecendo. E há concentração de renda, pois quem investe está no lucro real”.
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