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27 de Agosto de 2024

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   27/08/2024

O governo do Canadá anunciou, nesta segunda-feira, que está aplicando uma tarifa de importação de 100% sobre importações de veículos elétricos da China em linha com medida já adotada pelos Estados Unidos e após um plano similar divulgado pela Comissão Europeia.

O anúncio ocorreu após um incentivo vindo do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, durante uma reunião com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e ministros do gabinete no domingo. Sullivan deve fazer sua primeira visita a Pequim na terça-feira.

Trudeau disse que o Canadá também imporá uma tarifa de 25% sobre o aço e alumínio chineses. “Atores como a China escolheram dar a si mesmos uma vantagem injusta no mercado global”, disse o premiê.

Não houve resposta imediata da China. As autoridades chinesas devem discutir as tarifas americanas durante a reunião com Sullivan. O presidente dos EUA, Joe Biden, em maio, aplicou novas tarifas sobre veículos elétricos chineses, baterias, células solares, aço, alumínio e equipamentos médicos. “Os EUA acreditam que uma frente unida, uma abordagem coordenada sobre essas questões beneficia a todos nós”, disse Sullivan a repórteres ontem.

Biden disse que os subsídios do governo chinês para veículos elétricos e outros bens de consumo garantem que as empresas da China tenham vantagem injusta no comércio global. “Estamos fazendo isso em alinhamento, em paralelo, com outras economias ao redor do mundo que reconhecem que este é um desafio enfrentado por todos”, disse Trudeau sobre as novas tarifas.

Os únicos veículos elétricos de fabricação chinesa atualmente importados para o Canadá são da Tesla, feitos na fábrica da empresa em Xangai.

 

Brasil Mineral - SP   27/08/2024

O processo, contra o setor de embalagens de aço, tem como objetivo elevar as alíquotas de importação de folhas metálicas

A Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) lidera um grupo de organizações e entregou manifesto ao presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, mostrando posicionamento contrário ao processo “antidumping” movido pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O processo, contra o setor de embalagens de aço, tem como objetivo elevar as alíquotas de importação de folhas metálicas, matéria-prima das latas de alimentos e tintas, o que resultaria em elevação de preços de itens da cesta básica como sardinha, atum e leite em pó, além de tintas e vernizes.

Além da Abeaço, assinaram inicialmente o manifesto a presidência da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), Prefeitura de Cajamar, Prefeitura de Abreu e Lima, Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE PE), Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica, da Comunicação Gráfica e dos Serviços do Estado de Pernambuco (Sindgraf PE), presidência Estadual do Movimento Democrático Brasileiro (MDB-PE) e Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (SIMMEPE PE). Também se posicionam a favor do manifesto a Senadora Maria Teresa Leitão de Melo (PE) e a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes (PE). O documento entregue declara a oposição das entidades às iniciativas que podem elevar os preços das embalagens de aço. “As consequências do ato desestruturarão as economias locais, gerando desemprego e a retração econômica nas regiões. Entramos em defesa do setor e da cadeia regional de fabricantes de embalagens de aço, que garante cerca de 25 mil empregos diretos e 100 mil empregos indiretos em todo o Brasil”, explica Thais Fagury, presidente da Abeaço.

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (GECEX /CAMEX) deliberou no início de 2024 que as folhas metálicas utilizadas para embalagens de alimentos e produtos para a construção civil não sofreriam alteração nas alíquotas de importação. A Abeaço havia reforçado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) que uma postura contrária teria impactos sobre os preços de alimentos, entre eles alguns que fazem parte da cesta básica, como sardinha, vegetais (milho, ervilha, seleta de legumes, entre outros) e leite em pó; além de outros materiais da construção civil tradicionalmente embalados em latas de aço. “Dados comprovam que a única beneficiada com a elevação da tarifa de importação sobre as folhas metálicas de aço seria a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que exerce monopólio nacional desta matéria-prima utilizada em embalagens”, complementa Thais.

Infomoney - SP   27/08/2024

As ações de mineradoras e siderúrgicas registram ganhos na linha dos ganhos do minério nesta segunda-feira (26). Às 11h (horário de Brasília) desta segunda-feira (26), as mineradoras CSN Mineração (CMIN3, R$ 5,69, +2,52%) e Vale (VALE3, R$ 58,29, +1,55%) avançam, enquanto CSN (CSNA3, R$ 12,44, +1,55%), Gerdau (GGBR4, R$ 18,45, +0,93%) também subiam. Já Usiminas (USIM5, R$ 6,53, -0,76%) destoa e tem leve queda.

Os preços futuros do minério de ferro se recuperaram nesta segunda-feira, atingindo o valor mais alto em quase duas semanas, apoiados por um dólar mais fraco e perspectivas de aumento da demanda de aço na próxima temporada de pico de construção na China, principal mercado consumidor do minério.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 3,45%, a 750,5 iuanes (105,40 dólares) a tonelada, atingindo o maior valor desde 13 de agosto.

O minério de ferro de referência para setembro na Bolsa de Cingapura subiu 4,4%, para 100,3 dólares a tonelada, também marcando o maior valor desde 13 de agosto.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   27/08/2024

O mercado financeiro voltou a subir, pela sexta vez seguida, as projeções para a inflação deste ano. O relatório Focus - uma pesquisa feita pelo Banco Central com profissionais das instituições financeiras - divulgado nesta segunda-feira, 26, aponta para uma expectativa de IPCA de 4,25% este ano. Na semana passada, esse número estava em 4,22% e, um mês atrás, em 4,1%. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto, para mais ou para menos.

A projeção para a inflação de 2025 também subiu, de 3,87% para 4%. As projeções para os horizontes mais longos não mudaram, mas também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 12.ª e 60.ª semana consecutiva, respectivamente.

No caso da taxa Selic, o mercado manteve a projeção para o fim deste ano se manteve em 10,5%, enquanto para 2025 ficou em 10%. Os analistas, no entanto, elevaram as expectativas para a Selic em 2026, subindo a projeção de 9% para 9,5% ao ano após 14 semanas de estabilidade. O mercado manteve o consenso de que os juros encerrarão 2027 em 9%, projeção das últimas 14 semanas.

Na semana passada, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, rechaçou a interpretação de que suas falas recentes colocaram o BC “no corner”, mas repetiu que o Comitê de Política Monetária (Copom) “não hesitará” em aumentar a taxa básica de juros se for necessário.

“Na minha interpretação, posição difícil para o BC não é ter de subir juros. Posição difícil é inflação fora da meta, que é uma situação desconfortável. Subir juros é uma situação cotidiana para quem está no BC”, afirmou ele, durante evento promovido pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
PIB maior

A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024 subiu de 2,23% para 2,43%. Para 2025, no entanto, caiu de 1,89% para 1,86%. Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 55 semanas e 57 semanas, respectivamente.

A última estimativa divulgada pelo BC, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, indicava crescimento de 2,3% para o PIB brasileiro este ano. O Ministério da Fazenda, por sua vez, projeta que o PIB brasileiro cresça 2,5%.

IstoÉ Dinheiro - SP   27/08/2024

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 26, que a autoridade monetária está em posição conservadora e de cautela diante de indicações de que a atividade econômica no Brasil está resiliente e mostrando bastante dinamismo, com “todas as alternativas na mesa” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Em evento do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina, Galípolo disse que o crescimento da demanda por bens e serviços não pode acontecer de maneira desordenada e com falta de sincronia em relação à oferta, o que afetaria a inflação.

“A função do Banco Central é ser mais cauteloso em função desses dados que podem estar sinalizando uma economia que me parece estar em um estágio distinto da economia norte-americana, que passou a dar sinais de moderação, enquanto aqui a gente vem assistindo um cenário de resiliência maior da atividade”, disse.

“Por isso que o Banco Central assumiu uma posição mais conservadora, interrompeu o ciclo de corte e ficou dependente de dados.”

Economistas têm revisado para cima as expectativas para a atividade econômica, com o boletim Focus do BC desta segunda-feira apontando para uma alta de 2,43% no PIB de 2024, ante previsão de 2,23% na semana passada. A alta na estimativa veio após o indicador de atividade do BC (IBC-Br) para junho ter indicado crescimento de 1,4% sobre maio, bem acima do esperado por economistas.

O mercado de trabalho também tem sistematicamente apresentado números positivos. Nesta segunda, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que dados sobre o emprego formal no país a serem divulgados nesta semana serão fortes.

Na apresentação, Galípolo ainda afirmou que as expectativas para a inflação no país seguem em processo de desancoragem mesmo diante de projeções de mercado apontando para taxas de juros mais restritivas à frente.

Em sua última reunião, o Copom manteve a taxa básica de juros em 10,50% ao ano e incluiu em seu cenário a possibilidade de elevar a Selic se necessário para levar a inflação à meta de 3%

IstoÉ Dinheiro - SP   27/08/2024

O aumento das importações de serviços e a queda no superávit da balança comercial fizeram o déficit das contas externas atingir o maior nível desde 2019 para os sete primeiros meses do ano, divulgou nesta segunda-feira (26) o Banco Central (BC). De janeiro a julho, o resultado ficou negativo em US$ 25,552 bilhões. O déficit mais do que dobrou em relação ao mesmo período de 2023, quando tinha ficado em US$ 12,54 bilhões.

Também chamadas de transações correntes, as contas externas medem a vulnerabilidade de um país diante de crises externas. O indicador é formado pela soma do saldo da balança comercial, da balança de serviços (exportações menos importações de serviços), pela renda primária (que engloba remessas de lucros ao exterior e pagamentos de juros de empréstimos) e pelas transferências pessoais de brasileiros que vivem no exterior às famílias.

Apenas em julho, as contas externas registraram déficit de US$ 5,162 bilhões, alta de 45,1% em relação ao mesmo mês de 2023.

O principal fator responsável pelo aumento no déficit das contas externas foi o aumento das importações de serviços, entre outros serviços. Isso levou a balança de serviços, que engloba transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais, a fechar os sete primeiros meses do ano com déficit de US$ 28,937 bilhões, contra resultado negativo de US$ 22,159 bilhões no mesmo período de 2023.

Paralelamente, após crescimentos sucessivos até 2023, o superávit da balança comercial está recuando em 2024. De janeiro a julho, o país exportou US$ 44,696 bilhões a mais do que importou. Nos sete primeiros meses do ano passado, o resultado estava positivo em US$ 49,789 bilhões.

Segundo o Banco Central, o aumento do déficit das contas externas está ligado ao crescimento da economia. Quando o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) cresce, o país importa mais produtos e serviços.
Turistas no exterior

Dentro da conta de serviços, as contas externas também medem os gastos de turistas brasileiros no exterior. Nos sete primeiros meses do ano, os turistas brasileiros gastaram US$ 8,403 bilhões em outros países. Apesar da alta do dólar, essas despesas tiveram queda mínima em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizaram US$ 8,465 bilhões.

Apenas em julho, os gastos de turistas no exterior atingiram US$ 1,384 bilhão, exatamente o mesmo nível de 2023. Como o dólar acumula alta de 19,56% nos 12 meses terminados em julho, a estabilidade nos gastos pode ser explicada pelo aumento da renda dos turistas brasileiros que saem do Brasil.
Investimentos diretos

O saldo negativo das contas externas costuma ser compensado pelos investimentos estrangeiros diretos, investimentos das empresas que geram empregos no país. De janeiro a julho, as companhias estrangeiras investiram US$ 45,065 bilhões no Brasil, alta de 20,15% em relação aos mesmos meses de 2023.

Apenas em julho, os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 7,258 bilhões, com pequena alta em relação aos US$ 7,1 bilhões registrados em julho do ano passado.

IstoÉ Online - SP   27/08/2024

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 412,5 milhões na quarta semana de agosto. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 26, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,002 bilhões e importações de US$ 5,589 bilhões. No mês, o superávit acumulado é de US$ 4,504 bilhões e, no ano, de US$ 54,060 bilhões.

Até a quarta semana do mês, as exportações caíram 0,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, com queda de 15,9% em Agropecuária, crescimento de 1,7% em Indústria Extrativa e avanço de 6,5% em Indústria de Transformação.

Já as importações tiveram crescimento de 16,0% na mesma comparação, com avanço de 30,3% em Agropecuária, queda de 0,1% em Indústria Extrativa e crescimento de 16,8% em Indústria de Transformação.

MINERAÇÃO

IstoÉ Online - SP   27/08/2024

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta segunda-feira, 26, que a política de mineração do Brasil está superada. Ele também cobrou uma nova estrutura sobre o assunto do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Lula deu as declarações no Ministério de Minas e Energia depois de reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

“Ainda temos, Alexandre, que fazer uma outra estrutura, nova política de mineração, porque nossa política de mineração está superada”, disse o presidente a Silveira. “Precisamos saber a importância que ela tem para a gente fazer agora. Para ver nesses minerais críticos que nós temos uma forma de enriquecer e criar condições de ser outro passaporte para que o povo brasileiro possa crescer, como foi o pré-sal”, declarou Lula.

Revista Mineração - SP   27/08/2024

A Samarco reativou a usina conhecida como P3 e agora passa a operar com duas Usinas de Pelotização no Complexo de Ubu, no Espírito Santo. A reativação acontece na semana em que a mineradora celebra 47 anos de atividade e representa mais um passo para consolidar o plano de negócios da empresa de alcançar 60% da sua capacidade produtiva até o final do ano, operando de forma mais segura e sustentável.

Prevista inicialmente para março de 2025, a retomada da P3 foi antecipada para operar com o excedente de minério da Usina de Pelotização, conhecida como P4, otimizando processos de produção. Atualmente, a empresa opera com 30% da capacidade, o equivalente a cerca de 9 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro por ano. Desde a retomada, em dezembro de 2020, até julho deste ano, foram produzidas 30,7 milhões de toneladas. A previsão é atingir os 100% até 2028.

Com investimentos de R$ 1,6 bilhão para alcançar a meta, a expansão inclui ainda a construção de uma nova planta de filtragem de rejeitos e a reativação de mais um concentrador no Complexo de Germano, em Mariana e Ouro Preto (MG). Quando estiver operando com essa capacidade, a produção será ampliada para cerca de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro por ano.

Para a ampliação da capacidade produtiva, a Samarco gerou cerca de 3 mil postos de trabalho no Espírito Santo e em Minas Gerais, com prioridade para a contratação de moradores das comunidades vizinhas e de grupos minorizados, como mulheres, pessoas com deficiência, negros (as) e LGBTI+. Do total, são cerca de 600 empregos diretos.

“Reativar mais uma usina, a P3, no mês do nosso aniversário é simbólico. Esse retorno, antes do prazo previsto, representa o compromisso que temos com todos os nossos empregados e contratados e, sobretudo, o compromisso com a nossa função social nos territórios onde atuamos”, pontuou o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.

Para o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a retomada da Usina de Pelotização 3 é importante para o estado, principalmente, na geração de tributos, empregos e oportunidades para as empresas fornecedoras da Samarco. “Temos que comemorar, pois a retomada da usina vai trazer desenvolvimento que será revertido para toda a sociedade”, disse.

Inicialmente, a P3 vai operar gradativamente até atingir a sua capacidade total, que acontecerá quando o Concentrador 2, localizado no Complexo de Germano, em Minas Gerais, entrar em funcionamento até o final de 2024. Em paralelo, a Samarco segue com o aperfeiçoamento tecnológico do concentrador, medida que permitirá o aumento da produção, utilizando um sistema de filtragem e empilhamento a seco, sem disposição de rejeitos em barragens.

A usina de pelotização que está sendo reativada recebeu atualização tecnológica e manutenção dos equipamentos de instrumentação e automação, e está entre as mais modernas do mundo, a exemplo da P4, até então a única das quatro usinas da Samarco em operação desde a retomada gradual da produção em dezembro de 2020.

Segundo o diretor de operações, Sérgio Mileipe, o retorno da P3 é um marco que a Samarco deseja compartilhar com toda a sociedade. “Voltar a operar de forma gradual, segura e consciente de onde queremos chegar é mostrar para todas as pessoas envolvidas que estamos convergindo esforços em prol do desenvolvimento dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais”, afirmou.

Valor - SP   27/08/2024

A BHP, maior mineradora do mundo em valor de mercado, reportou lucro líquido de US$ 7,9 bilhões em seu ano fiscal finalizado em junho, 39% abaixo do lucro dos US$ 12,9 bilhões reportados no mesmo período do ano anterior.

O resultado foi impactado por uma perda excepcional de US$ 5,8 bilhões, após impostos, composta predominantemente por uma baixa contábil de US$ 2,7 bilhões na sua subsidiária australiana de níquel, e pela cobrança de US$ 3,8 bilhões relacionada ao rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG).

No ano fiscal de 2024, a BHP Brasil reconheceu uma cobrança no demonstrativo de resultados de US$ 3,8 bilhões em relação ao rompimento da barragem, que reflete a mudança na avaliação dos custos estimados para resolver todos os aspectos da reivindicação do Ministério Público Federal e das obrigações do acordo. Em 30 de junho de 2024, a provisão da BHP Brasil para o rompimento da barragem de Samarco era de US$ 6,5 bilhões.

Já a baixa contábil, segundo a mineradora, reflete o excesso de oferta no mercado global de níquel, que resultou em uma queda acentuada nos preços futuros do metal no curto a médio prazo; a escalada nos custos de capital para a Western Australia Nickel; e também mudanças nos planos de desenvolvimento, incluindo a decisão do grupo, anunciada em 11 de julho, de suspender temporariamente as operações da Nickel West e o projeto West Musgrave na Western Australia Nickel.

Ajustado a estes efeitos, o lucro da companhia foi de US$ 13,6 bilhões para o ano, ante ao resultado de US$ 13,4 bilhões no ano anterior e às expectativas dos analistas de um ganho de US$ 13,52 bilhões, de acordo com um consenso compilado pela Visible Alpha.

No ano fiscal, a receita da companhia somou US$ 55,7 bilhões, uma alta 3% em relação ao ano fiscal de 2023. Este aumento foi principalmente devido aos preços médios realizados mais altos para minério de ferro e cobre, combinados com maiores volumes de vendas, parcialmente compensados por preços médios realizados mais baixos para carvão térmico e níquel.

“A BHP apresentou um conjunto robusto de resultados no ano fiscal de 2024, com base em um desempenho operacional sólido. Entregamos volumes recordes na Western Australia Iron Ore, onde ampliamos nossa liderança como o produtor de minério de ferro de menor custo do mundo. Em nossos ativos globais de cobre, aumentamos os volumes totais de cobre em 9% pelo segundo ano consecutivo e esperamos entregar mais 4% no ano fiscal de 2025”, disse Mike Henry, executivo-chefe da BHP.

Como resultado, os diretores da BHP declararam um dividendo final de US$ 0,74 por ação, elevando o pagamento anual da mineradora para US$ 1,46 por ação. Seu dividendo final representou 53% do lucro ajustado, abaixo dos 59% do ano anterior.

Valor - SP   27/08/2024

Em seu lugar, foi nomeado Enéas Diniz, diretor na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e que recentemente deixou o cargo de diretor superintendente da CSN Mineração

A CSN Mineração anunciou nesta segunda-feira (26) que Victoria Steinbruch renunciou ao cargo que tinha no conselho de administração da companhia.

Em seu lugar, foi nomeado Enéas Diniz, diretor na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e que recentemente deixou o cargo de diretor superintendente da CSN Mineração.

Victoria é filha do controlador da CSN, Benjamin Steinbruch, e estava no colegiado da mineradora desde 2021. Ela permanece como diretora adjunta da presidência na CSN.

O Estado de S.Paulo - SP   27/08/2024

A empresa Vale anunciou, em fato relevante, na noite desta segunda-feira, 26, a escolha de Gustavo Pimenta como próximo presidente, a assumir o posto em 1º de janeiro. O executivo foi eleito pelo conselho de administração, de forma unânime, “ao fim de rigoroso processo de seleção suportado por empresa de padrão internacional, em conformidade com o Estatuto Social da Vale, políticas corporativas, regulamento interno do colegiado e legislações aplicáveis”. Uma das maiores empresas de capital aberto do País, a Vale apresentou lucro líquido de US$ 2,769 bilhões (R$ 15,2 bilhões, na cotação desta segunda-feira) no segundo trimestre do ano, alta de 210% ante igual período de 2023.

O anúncio do nome de Gustavo Pimenta é o fim de uma disputa que produziu, além de uma lista oficial de candidatos, uma corrida paralela em que se enfrentaram nomes ligados ao governo Lula, de alas representadas pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, também avaliou o currículo de um potencial candidato.

Em reportagem há 10 dias, o Estadão/Broadcast revelou que, antes de ser reduzido a uma lista tríplice, o rol de 15 sugestões de executivos para CEO apresentado pela consultoria Russell Reynolds ao conselho de administração seria redimensionado a quatro nomes favoritos dos membros do colegiado, e que a essa lista menor seria acrescentado um executivo da companhia — conforme pessoas próximas ao processo de sucessão, “provavelmente Gustavo Pimenta”, sinalizando que o executivo era o mais cotado para a cadeira.

Quem é o novo CEO da Vale

Gustavo Pimenta chegou à Vale em novembro de 2021, na gestão do atual CEO, Eduardo Bartolomeo. Descrito como uma pessoa serena e de fácil interlocução, Pimenta é formado em Economia e tem a seu favor o amplo domínio do negócio e dos aspectos financeiros da mineradora, além de uma boa dose de experiência internacional. Antes de chegar à Vale, foi CFO (vice-presidente financeiro) global da AES Corporation, nos EUA. Já havia atuado, também, no Citigroup nos EUA como vice-presidente de Estratégia e M&A, conforme seu perfil no LinkedIn.

No fato relevante, é apresentado como “um executivo com experiência global nos setores financeiro, de energia e mineração, e com uma carreira desenvolvida ao longo de mais de 20 anos no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa”. O texto acrescenta: “Em 2021, assumiu a posição de vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale S.A. Também foi responsável pelas áreas de Suprimentos e Energia & Descarbonização. Antes de juntar-se à Vale, Pimenta foi executivo da AES por 12 anos, acumulando ampla experiência como CFO Global, diretor de Planejamento e Estratégia e vice-presidente de Performance e Serviços da empresa. Também atuou como vice-presidente de Estratégia e M&A no Citigroup em Nova York. É formado em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e tem mestrado em Finanças e Economia pela Fundação Getulio Vargas”.

“Agradeço a confiança do conselho para liderar a Vale nesse novo ciclo”, afirmou o próximo presidente da companhia. “Vamos juntos nessa jornada, intensificando o diálogo com todos os nossos stakeholders (públicos de interesse) e priorizando a segurança das pessoas, das operações e do meio ambiente. Tenho certeza de que seguiremos avançando em nossa missão, com foco em geração e distribuição de valor, elevando a Vale a patamares ainda mais altos.”
Seleção com sobressaltos

O cronograma previa que a contratação da consultoria para auxiliar na seleção poderia ocorrer até 30 de junho, mas já em maio o conselho escolheu a Russell Reynolds.

No início de julho, a lista de 15 recomendações da consultoria vazou, e três executivos informaram publicamente que estavam declinando da corrida pela liderança da mineradora. Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer; Cristiano Teixeira, CEO da Klabin; e Pedro Parente, ex-presidente da BRF e da Bunge informaram que não desejam participar da disputa.

Conforme apurou o Estadão/Broadcast à época, a ideia passou a ser acelerar a escolha do novo CEO, diante dos impactos negativos que o processo de sucessão vinha trazendo à companhia. A indefinição sobre a liderança da empresa afetou a imagem da mineradora, seus negócios e a cotação de seus papéis na B3 e na Bolsa de Nova York. O quadro preocupante vinha se desenhando desde o primeiro trimestre, quando as investidas do governo para apontar o novo CEO — à época, a tentativa foi em favor do nome do ex-ministro Guido Mantega — extravasaram os bastidores.
Transição da liderança

O processo de transição seguirá o cronograma já divulgado pela companhia. “Agradecemos mais uma vez o empenho e a dedicação do Eduardo Bartolomeo nos últimos anos e contamos com seu apoio no processo de transição”, afirmou o presidente do conselho de administração, Daniel Stieler.

As falas do presidente do conselho e do CEO

“Estamos muito felizes e confiantes com a escolha de Gustavo Pimenta para liderar a Vale”, afirmou o presidente do conselho de administração da Vale, Daniel Stieler. “Ele reúne as competências necessárias para que possamos aspirar um novo ciclo virtuoso para a companhia, orientado por nosso propósito, e com grande potencial de geração de valor a todos os nossos públicos de relacionamento. O processo sucessório evidenciou o alto nível de integridade, transparência e robustez da governança da Vale.”

O atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou: “Estou muito otimista com a escolha de Gustavo Pimenta para liderar a Vale. É um profissional com reconhecida competência e compromisso com a Vale do Futuro, uma Companhia que se torna mais segura e confiável a cada dia. Com Gustavo Pimenta, acredito que a Vale seguirá firme em sua jornada rumo à liderança na mineração sustentável e na criação de valor para todos os stakeholders (públicos de interesse)”.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   27/08/2024

Medida é necessária para atender à demanda da picape S10, que foi renovada há menos de dois meses

A General Motors anunciou a contratação de cerca de 200 empregados por prazo determinado na fábrica de São José dos Campos (SP). Segundo a empresa, a retomada parcial do segundo turno é necessária para atender à demanda da picape S10, que foi renovada há menos de dois meses.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o segundo turno na unidade estava desativado desde outubro de 2023.

A empresa não revelou a duração dos contratos com os novos trabalhadores. Informações do sindicato dão conta de que as contratações ocorrerão em outubro, com duração de um ano, prorrogável por mais um.

Ainda segundo o sindicato, trabalham na fábrica de São José 3.150 funcionários. Com as novas contratações, o ritmo de produção diária da S10, destaca a entidade, passará de 170 veículos para 176.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   27/08/2024

O Documento (MT) – A 1ª Ferrovia Estadual, lançada pelo Governo de Mato Grosso em 2021, já previa a chegada dos trilhos até Cuiabá. No contrato com a Rumo está prevista a construção de 743 quilômetros de trilhos, que se dividirão em dois ramais, um interligando os municípios de Rondonópolis a Cuiabá, e o outro, Rondonópolis com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.

A Ferrovia deve entrar em operação total a partir de 2030 e passará por 16 municípios do Estado, fazendo conexão com a malha ferroviária nacional e o Porto de Santos.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade

Relembre o caso

O Governo de Mato Grosso criou a solução, por meio de lei aprovada pela Assembleia Legislativa em 2020, que permitiu que a iniciativa privada explorasse ferrovias no Estado.

Em 2021, o Governo aprovou a proposta da Rumo e declarou a empresa habilitada a assinar o contrato de adesão e obter a autorização para construção, implantação e exploração da ferrovia estadual. No projeto aprovado à época consta a operação entre Rondonópolis e Cuiabá.

O processo de autorização do projeto foi conduzido pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), e o contrato é fiscalizado pela Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (Ager).

Andamento das obras

As obras começaram em 2022 e, desde então, já foram concluídos sete viadutos com extensões entre 23 metros e 181 metros, que estão localizados entre Rondonópolis e Juscimeira. Em Rondonópolis também foi concluída a construção de aproximadamente três quilômetros de trilhos e outros cinco estão em andamento.

Conforme a Rumo, as construções concluídas correspondem ao pacote de 19 viadutos e passagens inferiores e superiores que são chamadas de Obras de Artes Especiais (OAE), previstas nos primeiros 200 quilômetros de implantação do projeto. A construção da infraestrutura ferroviária desse trecho representará um investimento entre R$ 4,0 bilhões e R$ 4,5 bilhões.

Rodoviário

Diário do Aço - MG   27/08/2024

Pelo menos duas empresas estão aptas a participar do leilão de concessão da BR-381, de Belo Horizonte a Governador Valadares, agendado para a próxima quinta-feira (29), na Bolsa de Valores de São Paulo (SP). A confirmação de que há instituições com interesse no pregão ocorreu nesta segunda-feira (26), durante a abertura dos envelopes de propostas para a outorga da rodovia.

Segundo informações repassadas à reportagem do Diário do Aço, os grupos Corretora Opportunity e Corretora Sita Aterpa são os interessados. O leilão para análise e julgamento das propostas está agendado para a próxima quinta-feira (29), às 14h, na Bolsa de Valores de São Paulo. O edital de concessão refere-se a 303,4 km da BR-381/MG, entre Belo Horizonte e Governador Valadares.

"Essa é a primeira vitória: apareceram grupos interessados e agora vamos aguardar o leilão de concessão para a definição de um vencedor. E, se Deus quiser, iremos realizar esse sonho de 30 anos de ter a rodovia duplicada e transformar essa rodovia da morte em rodovia da vida", avalia Clésio Gonçalves, líder do Movimento Pró-Vidas da BR-381.

Mudanças atendem desejos do mercado
Esta é a quarta tentativa do governo federal de privatizar a gestão da rodovia desde 2017. Após algumas mudanças no antigo projeto, o pregão pode ser enfim realizado. A nova proposta de concessão da BR-381 incorporou mudanças resultantes de estudos técnicos aprofundados e políticas públicas atualizadas do Ministério dos Transportes.

Entre as alterações, estão a ampliação de capacidade e melhorias entre os km 427 e 458,4 (Lotes 8A e 8B), que foram excluídas da nova versão do projeto de concessão e serão executadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) por meio de dois editais, um para o lote 8A e outro para o lote 8B.

Edital do leilão
O edital de concessão refere-se a 303,4 km da BR-381/MG, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Com mais de R$ 9 bilhões em investimentos, o projeto será leiloado no próximo dia 29 de agosto. O investimento da futura concessionária será de R$ 9 bilhões ao longo dos 30 anos de contrato. Serão 134 quilômetros de duplicações (entre obras remanescentes e novos trechos), 83 quilômetros de faixas adicionais, quase 10 quilômetros de marginais, 20 passarelas e 15 passagens de fauna.

Praças de pedágio
Está previsto o atendimento ao usuário da via com Centro de Controle de Operações (CCO) e Bases do Serviço Operacional (BSO) para apoio das equipes de atendimento médico de emergência, atendimento mecânico e atendimento aos demais incidentes na via. Estão previstas cinco praças de pedágio, distribuídas da seguinte forma: Caeté, João Monlevade, Jaguaraçu, Belo Oriente e Governador Valadares.

Conforme o edital, a cobrança da tarifa de pedágio somente poderá ter início após a conclusão das metas dos Trabalhos Iniciais previstas até o 12º mês, relativas a todo o Sistema Rodoviário.

NAVAL

Petro Notícias - SP   27/08/2024

Encerrando a maratona de novidades anunciadas nesta segunda-feira (26) em Brasília, o governo apresentou medidas para a indústria naval e para os setores de gás de cozinha (GLP) e refino. Na primeira delas, o presidente Lula assinou uma Medida Provisória que cria incentivos para o segmento naval e para o setor de petróleo e gás no Brasil. A meta é ampliar investimentos, a produtividade e a competitividade do segmento industrial no Brasil, trazendo repercussões positivas em diversos níveis da cadeia. A MP foi assinada durante cerimônia na sede do Ministério de Minas e Energia.

A expectativa é que, já no curto prazo, a iniciativa permita a construção de mais de 15 navios-tanque de médio porte nos estaleiros do país. Os principais usos devem ser na cabotagem de petróleo e derivados ao longo da costa brasileira, criando oportunidades de competitividade para os estaleiros nacionais. Segundo o governo, a medida tem potencial para gerar R$ 2,4 bilhões para a economia brasileira.

Além disso, Lula assinou um projeto de lei que visa ampliar o acesso ao Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha. O objetivo da proposta é atender mais de 20 milhões de famílias até 2025. O projeto será encaminhado ao Congresso Nacional. O texto propõe aumento da disponibilização de recursos para o Auxílio Gás, que atende a aproximadamente 5,6 milhões de famílias atualmente. A ideia é ampliar o montante destinado ao programa para R$ 13,6 bilhões durante o ano de 2026.

O projeto de lei também atende a uma demanda antiga do setor de GLP: a determinação da destinação específica do auxílio para a compra de botijões. Atualmente, o valor é distribuído às famílias junto com o Bolsa Família, sem a garantia de que os recursos sejam empregados diretamente na compra de GLP. O governo vai subsidiar o botijão de gás para famílias do Cadastro Único. Os beneficiários usarão um aplicativo para comprar o botijão em revendedores credenciados, e a Caixa pagará aos revendedores conforme um preço-teto definido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Por fim, o governo também assinou um decreto que revoga o último ato que trata do processo de vendas dos ativos de refino no Brasil, reforçando a nova política de investimentos da Petrobrás. Assim, fica extinto o Comitê Técnico Integrado para o Desenvolvimento do Mercado de Combustíveis, demais Derivados de Petróleo e Biocombustíveis (CT-CB), que tratava do processo de vendas dos ativos de refino do Brasil.

PETROLÍFERO

Valor - SP   27/08/2024

Os grandes consumidores industriais estão otimistas de que o decreto do programa Gás para Empregar poderá aumentar a oferta de gás natural no mercado, já que estabelece novas regras para as etapas de escoamento e tratamento do gás, além de definir critérios de precificação e de reinjeção, o que pode estimular o setor.

O programa tem sido alvo de fortes críticas do mercado, que viu na minuta do decreto que circulou informalmente a possibilidade de que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) intervenha no mercado para exigir das empresas a ampliação da produção do insumo para comercialização. Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre Silveira negou que o decreto represente uma intervenção do governo no mercado.

O texto foi aprovado na reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e é uma promessa que faz parte da agenda política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), que tenta destravar a oferta do energético à indústria.

O diretor de gás da Abrace, associação que representa os grandes consumidores livres de energia, Adrianno Lorenzon, aponta alguns encaminhamentos importantes, como a reinjeção, acesso a gasodutos de escoamento, processamento terminal de GNL (que o setor chama de infraestrutura essencial) e a participação da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) na elaboração de um plano integrado de infraestrutura.

“Parece que esses são os três principais pilares ali no decreto, além da resolução do CNPE, nos parece que vai focar na questão da PPSA, da forma de comercialização do gás na União. Então juntando o decreto mais a resolução do CNPE [que permite a venda direta de gás natural ao mercado], nos parece que esses seriam os pilares que eles estão tentando atacar”.

Segundo Lorenzon, o fato de a ANP poder olhar o plano de desenvolvimento dos produtores e identificar correções de rota é algo natural e previsto. “Não entendo que provoque quebra de contrato ou uma insegurança. Talvez a letra fria cause um certo alvoroço, um receio de que haja uma intervenção muito forte, mas acho que desde o ano passado, desde a criação do Gás para Empregar, esse é um assunto que está sendo discutido publicamente”, acrescenta.

A fala de Lorenzon não é consenso, já que outros especialistas apontam que revisitar os planos de desenvolvimento pode gerar insegurança jurídica, comprometer a confiança dos investidores e afetar a previsibilidade do setor. Segundo o diretor de infraestrutura da Alvarez & Marsal, Rivaldo Moreira Neto, a revisão de planos de desenvolvimento de projetos que tiveram investimentos realizados, inclusive planos já aprovados da ANP anteriormente traz bastante preocupação para o setor.

A sócia do Rolim Goulart Cardoso Advogados, Maria João Rolim, pondera que em mercados competitivos têm que se trabalhar numa lógica de mercado, não numa lógica de intervenção de regulação de preço.

“A forma mais forte de regular o mercado é regular preço. Aí deixa de ser preço para ser tarifa. O mercado tem que aumentar a competição e tem mecanismos próprios para se adaptar e para refletir também o preço das commodities de uma forma real. Por outro lado, eu entendo o lado do consumidor. Há formas de melhorar as condições para os consumidores mexendo em outros instrumentos regulatórios que permitam fazer com que o preço varie menos (...) Não é mexendo no preço que você vai resolver a questão da volatilidade do mercado que é volátil mesmo”, diz Rolim.

Da mesma maneira, a Coalizão pela Competitividade do Gás Natural Matéria Prima, grupo de entidades que atuam em prol do gás para a indústria, vê o programa como indutor para melhorar a produção, escoamento, processamento, transporte e distribuição do gás natural no Brasil.

“O gás natural a preços competitivos e com oferta constante, cria as bases para a o desenvolvimento econômico e sustentável do país, permitindo a descarbonização da economia e contribuindo para a transição energética no setor industrial”, diz André Passos, presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), entidade que faz parte da coalizão.

Valor - SP   27/08/2024

Texto, entre outros pontos, cria nova regra para etapas de escoamento e tratamento do gás, que terá precificação regulada pela ANP dentro das discussões do programa Gás para Empregar, do governo federal

O setor de petróleo e gás natural está apreensivo de que a versão final do decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (26), com o objetivo de reduzir o preço do gás natural no Brasil, permita que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) intervenha no mercado para exigir das empresas a ampliação da produção do insumo para comercialização.

A minuta do decreto do Gás para Empregar que circulava antes da cerimônia estabelece que a ANP terá que fixar redução da reinjeção de gás natural “ao mínimo necessário”, incluindo a fixação do volume máximo do insumo a ser reinjetado nos poços. A versão final do texto, no entanto, não retornou da Casa Civil e deve ser publicada, nos próximos dias, no Diário Oficial da União (DOU).

O texto, entre outras coisas, cria uma nova regra para as etapas de escoamento e tratamento do gás, que terá precificação regulada pela ANP dentro das discussões do programa Gás para Empregar, do governo federal, e que foi aprovado na reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A preocupação gira em torno da estabilidade regulatória, da segurança jurídica e da preservação dos contratos.

ANP "sobrecarregada com diversas atribuições”

A ex-secretária de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME) e atual presidente da Associação Brasileira do Biogás, Renata Isfer, destaca como avanços a possibilidade de planejamento do setor, o acesso às infraestruturas essenciais por terceiros, promovendo uma abertura de mercado, e a inclusão do biometano, um gás renovável com aplicações semelhantes às do gás natural, nas discussões. No entanto, ela ressalta que os investidores precisam ter a garantia de que as regras não serão alteradas.

“A possibilidade de extinguir concessões e contratos com base em uma nova regra introduzida por decreto é realmente preocupante. Além disso, é igualmente preocupante o fato de a ANP já estar sobrecarregada com diversas atribuições”, afirma.

Insegurança jurídica

Na avaliação do diretor de infraestrutura da Alvarez & Marsal, Rivaldo Moreira Neto, a revisão de planos de desenvolvimento, de projetos que tiveram investimento realizado, inclusive planos já aprovados da ANP anteriormente traz bastante preocupação para o setor.

Segundo o especialista, revisitar os planos de desenvolvimento pode gerar insegurança jurídica, comprometer a confiança dos investidores e afetar a previsibilidade do setor. Isso porque, ao modificar contratos já estabelecidos e planos previamente aprovados, há um risco significativo de desestabilizar o ambiente regulatório, o que pode levar empresas a reconsiderarem seus investimentos no país.

“Uma vez que trata-se de projetos já em armamento, já em operação, com investimentos já realizados. Então esse fator de revisão traz uma incerteza grande para projetos que já vinham operando, que já tiveram seu investimento contratado, realizado, com base numa regra anterior ao decreto”, diz.

"Tiro vai sair pela culatra"

Para uma fonte do setor que falou em condição de anonimato, o decreto tem caráter intervencionista e pode não surtir no mercado os efeitos esperados pelo governo. Segundo a fonte, a reinjeção é uma ação definida "campo a campo" pelas petroleiras e incluída nos planos de desenvolvimento de produção – anexos aos contratos de concessão das áreas de petróleo.

Em paralelo, as empresas terão que alterar sistemas de plataformas, com parada de produção de petróleo, para atender às metas de reinjeção que venham a ser estabelecidas. "O tiro vai sair pela culatra. O efeito nos preços não vai ser imediato e ainda pode desestimular investimentos em projetos de petróleo com gás associado", disse a fonte. Gás associado é aquele encontrado junto com petróleo nas jazidas, como ocorre no pré-sal.

Além disso, diz a fonte, se o texto da minuta que circula no mercado for o mesmo do decreto, há uma questão inconstitucional, pois, neste caso, uma medida infralegal está alterando pontos que estão previstos na Nova Lei do Gás. Isso abre espaço para a judicialização, aponta.

O Estado de S.Paulo - SP   27/08/2024

O governo federal lançou nesta segunda-feira, 26, uma série de medidas que alteram profundamente o mercado de gás natural do País, conforme antecipou o Estadão em abril. O objetivo é tentar reduzir o preço do produto, depois de várias tentativas frustradas feitas em governos anteriores.

Entre as principais ações da pasta estão a possibilidade de a Agência Nacional do Petróleo (ANP) rever o porcentual de gás que é reinjetado nos poços pelas petrolíferas durante a produção de petróleo em alto-mar, o estabelecimento de um preço-teto para a remuneração de uso de gasodutos, além de a estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) poder também vender o seu gás diretamente às distribuidoras.

Quem ganha e quem perde?

Se por um lado as medidas foram comemoradas pelos grandes consumidores de gás do País, como a indústria, por outro, houve críticas pesadas de especialistas ligados ao setor de petróleo.

Os consumidores entendem que é preciso uma intervenção mais direta do governo, depois de a Lei do Gás, aprovada em 2021, não ter alcançado o objetivo de aumento de oferta e redução dos preços. Eles alegam que o setor de petróleo no País foca na extração do óleo, em detrimento do gás, o que acaba impactando vários tipos de negócios, como a produção de alumínio, vidro e químicos, que dependem de energia barata.

Já as petrolíferas entendem que o governo está provocando quebra de contratos e falam até em judicialização. A reinjeção de gás nos campos, por exemplo, foi aprovado nos planos de desenvolvimento pela ANP, e uma alteração agora provocaria forte aumento de custos, com adaptações das plataformas de petróleo, o que levaria anos.

Além disso, há o entendimento de que a produção de petróleo no País irá desacelerar, porque a reinjeção do gás aumenta a pressão nos poços e facilita a extração.
Gás elevado

Hoje, o custo do gás natural no País gira em torno de US$ 14 o milhão de BTU. Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), Lucien Belmonte, a expectativa é de que as medidas possam provocar uma redução de custo entre 35% a 40%, ou seja, para algo próximo a US$ 8,5 ou US$ 9.

Uma das queixas dos consumidores é de que as petrolíferas, principalmente a Petrobras, conseguem extrair o gás com custos entre US$ 2 a US$ 3, mas que o preço dispara pelo lucro obtido no escoamento do produto.

O Gás Natural Liquefeito (GNL), que chega ao País de navio e é mais caro, é usado como referência pelas empresas para elevar os preços. Já o setor de petróleo argumenta que há um custo de oportunidade, e que se as empresas tivessem de recorrer aos mercados internacionais, pagariam o valor mais elevado.

O Ministério de Minas e Energia (MME) entende que o gás é um produto estratégico para a indústria, e isso justificaria as medidas. O setor de petróleo por seu lado, entende que há uma intervenção nas empresas e acredita que a medida será inócua, porque, além de demorar, não haverá aumento expressivo da oferta de gás.
Gás turbinou disputa entre Prates e Silveira

A reinjeção de gás por parte da Petrobras foi um dos pontos de atrito entre o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, e o ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Silveira chegou a cobrar publicamente o presidente sobre a reinjeção de gás por parte da empresa. Já Prates, por sua vez, sempre alegou que havia justificativas técnicas.

“Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, de gerar emprego e combater desigualdade, prefiro que ele feche a cara, mas que nós possamos lograr êxito na política pública”, disse o ministro, em junho do ano passado.

Alguns dias depois, Prates rebateu, também publicamente. “Não adianta só berrar pelo jornal, nem achar que um está rindo demais e outro está fazendo careta. Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto e convergir”, disse, durante coletiva no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao lado do presidente do banco, Aloizio Mercadante. “Se não tem gás para todos os segmentos, vamos trabalhar o mix (de oferta de energia) em vez de criar polêmica onde não existe.”

TN Petróleo - RJ   27/08/2024

A partir de agora, a Pré-Sal Petróleo (PPSA) poderá planejar a comercialização dos volumes de gás natural da União, já processados, diretamente aos seus clientes. A autorização foi concedida nesta segunda-feira (26), por meio de Resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que permitiu que a PPSA pudesse contratar, junto às estruturas existentes, o escoamento e o processamento do volume do gás natural que cabe aÌ€ União.

Hoje, a PPSA vende o gás natural da União na saída dos navios-plataforma que estão em produção, restringindo a competitividade. Com a autorização obtida, a PPSA pretende assinar, em breve, com a Petrobras um contrato de adesão ao Sistema Integrado de Escoamento (SIE) de gás natural – composto por gasodutos de escoamento marítimos e terrestres que promovem a interligação das Rotas 1, 2 e 3. Segundo Tabita Loureiro (foto), Presidente Interina e Diretora Técnica da PPSA, isso permitirá que a empresa realize, em breve, o 1º Leilão de Gás Natural da União, visando comercializar a produção da União de 2025.

"A resolução do CNPE é mais um marco na construção de um mercado de gás natural competitivo e muda totalmente a dinâmica da comercialização do gás natural da União. Planejamos comercializar nosso gás natural na saída do SIE em breve, se possível a partir de janeiro de 2025. O próximo passo será aderir ao Sistema Integrado de Processamento (SIP), para que a produção da União de 2027 possa ser processada nas plantas de propriedade da Petrobras, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e seja vendida diretamente ao mercado", explicou Tabita.

Hoje, a União dispõe de uma parcela de cerca de 150 mil metros cúbicos por dia de gás natural em seis contratos. No entanto, de acordo com os estudos da empresa, nos próximos anos, este volume aumenta para cerca de 3 milhões de metros cúbicos por dia.

Segundo Samir Awad, Diretor de Administração, Finanças e Comercialização, a nova dinâmica ampliará a concorrência, o que, consequentemente, deverá trazer ganhos maiores para a União. "Acabamos de realizar, com enorme sucesso, o 4º Leilão de Petróleo da União, em que vimos uma resposta muito efetiva do mercado. Estamos trabalhando para fazer processos cada vez mais competitivos, transparentes e não discriminatórios. O 1º Leilão de Gás Natural da União já nasce nesse novo modelo, com o gás natural sendo vendido na saída do SIE. É um novo momento que promete resultados muito melhores para o país", disse Samir.

Óleo para o refino

A Resolução do CNPE, publicada nesta segunda-feira, também estabeleceu como sendo de interesse da Política Energética Nacional que a PPSA, com o apoio técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia (MME), realize estudos sobre a viabilidade técnica e econômica para a execução de leilão de contrato de longo prazo para refino de petróleo da União, especificamente em unidades no território nacional, com o objetivo de ampliar a cadeia de refino e petroquímica.

De acordo com o documento, a PPSA deverá apresentar, no estudo, quais as condições necessárias para a viabilização técnica e econômica dos leilões de contrato de longo prazo e sugerir as condições de comercialização. A empresa tem 180 dias a contar de hoje para encaminhar o trabalho ao CNPE.

Valor - SP   27/08/2024

Na contramão das previsões, o consumo de gás natural no setor industrial, responsável por cerca de 60% do total consumido, está estagnado há mais de 10 anos

A perspectiva de que a inserção do gás natural no Brasil poderia modernizar os sistemas energéticos, criar um mercado com oferta abundante do insumo a preços competitivos e desencadear um ciclo virtuoso de investimentos na indústria ainda não se confirmou. Na contramão das previsões, o consumo de gás natural no setor industrial, responsável por cerca de 60% do total consumido no país, está estagnado há mais de 10 anos.

Isso ocorre, especialmente, porque os preços do insumo no mercado nacional estão entre os mais elevados do mundo. No Brasil, o gás natural chega às indústrias por US$ 21 por milhão de BTUs, em média. O valor é muito superior ao dos Estados Unidos, onde a molécula do gás custa US$ 2,5 por milhão de BTUs, e representa mais do que o dobro da média de US$ 9 por milhão de BTUs praticada no mercado europeu.

Para mudar esse cenário, é preciso avançar na discussão sobre as medidas necessárias para melhorar a oferta e os preços do gás natural, identificando as oportunidades para transformar esse energético em uma vantagem competitiva para a nossa indústria.

Um longo caminho já foi percorrido para a reestruturação do mercado brasileiro de gás natural. Nos últimos dois anos, a Nova Lei do Gás - instrumento necessário para a reforma do setor -, permitiu avanços importantes como o aumento no número de carregadores autorizados, a entrada de outros supridores e novos contratos nas distribuidoras.

No entanto, por si só, a Lei não é suficiente para a criação de um mercado aberto, dinâmico e competitivo. O número de contratos de consumidores industriais no ambiente de contratação livre ainda é pequeno, indicando que há grandes desafios a serem superados para garantir o desenvolvimento do mercado de gás brasileiro.

A efetiva modernização do setor depende de avanços em várias frentes. Uma delas é a melhoria do ambiente regulatório. O decreto assinado pelo governo caminha nessa direção. Com a Nova Lei do Gás, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu uma série de atribuições e precisa dar celeridade à agenda regulatória já estabelecida.

Diversas barreiras e lacunas dificultam a gestão eficiente da malha de transporte e o acesso às infraestruturas essenciais do gás natural. A solução dessas questões requer a adoção de normas adequadas para garantir a concorrência e a atração de investimentos para o setor. A abertura do mercado exige, ainda, que as regulamentações estaduais reflitam o novo modelo, dando mais segurança e previsibilidade aos consumidores livres.

Outro ponto importante é a garantia de suprimento. Apesar das projeções demonstrarem que a indústria brasileira tem potencial para substituir fontes energéticas mais poluentes por gás natural, o que se observa, na prática, é que a demanda pelo insumo não vem sendo atendida adequadamente. As deficiências no abastecimento têm causado problemas como ociosidade nas caldeiras a gás natural e a paralisação de fábricas de fertilizantes, o que prejudica a capacidade das empresas de enfrentar os competidores internacionais.

Os consumidores de gás veem com expectativa o anúncio de novos projetos que prometem aumentar a oferta de gás natural. Entre os planos futuros, destaca-se a entrada em operação do Gasoduto Rota 3, prevista para este ano, com capacidade para escoar 18 milhões de metros cúbicos ao dia.

Além disso, o desenvolvimento do Projeto Raia está em andamento e deve começar a operar em 2028, com a estimativa de produzir cerca de 14 milhões de metros cúbicos ao dia. Há, ainda, a previsão de que se anuncie, até o fim deste ano, a decisão de investimento no Projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), que tem potencial para produzir até 18 milhões de metros cúbicos de gás natural ao dia a partir de 2030.

Além dos projetos de aproveitamento do gás nacional, o governo brasileiro e representantes do setor industrial discutiram, recentemente, com autoridades bolivianas a possibilidade de a indústria nacional comprar o insumo diretamente daquele país. Com a perspectiva de autossuficiência da Argentina, há uma janela de oportunidade na contratação de gás da Bolívia que pode atingir 4 milhões de metros cúbicos ao dia no curto prazo.

Outros 2 milhões de metros cúbicos ao dia podem ser trazidos da Argentina pela infraestrutura de gás boliviana, atualmente ociosa. Se concretizados, esses acordos devem elevar a oferta e proporcionar uma redução de cerca de 30% no custo do gás natural para as empresas.

Estamos diante de um momento decisivo para a evolução da indústria de gás natural brasileira. Para que isso se torne realidade, precisamos de um ambiente com maior previsibilidade, que estimule investimentos de longa maturação e ajude o país a ter uma oferta compatível com a demanda e com os projetos de expansão das empresas.

A construção de um mercado de gás natural competitivo, capaz de atender às transformações das cadeias de produção, depende de políticas públicas voltadas à redução dos preços, ao aumento da oferta e à ampliação dos investimentos na infraestrutura do setor. A definição dessas políticas deve ser feita com transparência, articulação e governança entre os diferentes órgãos públicos com competência para estimular o mercado de gás natural como os ministérios de Minas e Energia; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e da Fazenda; a ANP; o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade); e as agências reguladoras dos estados.

O governo federal tem ouvido os representantes de diferentes elos da cadeia e traçado um diagnóstico acertado dos obstáculos que precisam ser vencidos na área de gás natural. Entretanto, ainda há grandes entraves para o desenvolvimento e a modernização do setor. Com uma política adequada, poderemos corrigir as distorções e ter um mercado de gás natural competitivo, que promova a neoindustrialização e contribua para o crescimento da economia e a geração de empregos no país.

Antonio Ricardo Alvarez Alban é empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Valor - SP   27/08/2024

WTI para entrega em outubro fechou em alta de 2,06%, a US$ 77,46 por barril; Brent com igual vencimento avançou 2,95%, a US$ 81,43

Os preços dos contratos futuros do petróleo fecharam esta segunda-feira em forte alta, chegando próximo dos 3%, após uma intensificação das tensões no Oriente Médio durante o fim de semana, com uma série de bombardeios efetuados por Israel e o grupo terrorista Hezbollah, do Líbano.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em outubro fechou em alta de 2,06%, a US$ 77,46 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o contrato do barril do petróleo tipo Brent com igual vencimento avançou 2,95%, a US$ 81,43.

“Estão se intensificando as preocupações de que os ataques do fim de semana aprofundem e ampliem o envolvimento do Irã no conflito”, disse o analista Vivek Dhar, do Commonwealth Bank of Australia.

Embora a expectativa mais comum do mercado seja de uma possível resposta iraniana que prejudique Israel sem desencadear um conflito regional mais amplo, a resposta de Israel será igualmente importante, afirma Dhar. “Isso poderia incluir um ataque ao fornecimento de petróleo e à infraestrutura relacionada do Irã, colocando em risco de 3% a 4% do fornecimento global de petróleo.”

O Irã, que é o principal financiador do Hezbollah, afirmou por meio de seu ministro de Relações Exteriores, Abbas Araqchi, que a resposta do país à morte de um dos líderes do grupo terrorista libanês será “definitiva e calculada”.

Além das tensões no Oriente Médio, a decisão do governo do leste da Líbia de pausar as operações de campos de petróleo da região também impulsionou os preços na sessão.

Em meio a uma disputa pelo controle do banco central do país com o governo da capital libanesa de Trípoli, as autoridades da Líbia oriental ordenaram a interrupção completa das atividades de produção e exportação da commodity energética.

“Esses são barris ‘reais’ que podem ser perdidos, o que restringiria o mercado físico enquanto [a interrupção] durasse”, disse Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS Group. Quanto tempo essa interrupção pode durar “é a parte difícil de avaliar”, completou.

A Líbia já estava enfrentando uma produção irregular neste mês após interrupções em alguns de seus principais campos. Grande parte das exportações do país são enviadas por portos no leste, abastecendo em grande parte os mercados da Europa.

Globo Online - RJ   27/08/2024

O presidente Luíz Inácio Lula da Silva aprovou uma mudança no mercado de gás natural no país nesta segunda-feira. Em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), foi aprovada uma resolução que permite à estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) contratar o volume de gás natural que cabe União no escoamento e processamento desse combustível.

Além disso, ela poderá concorrer diretamente com a Petrobras na comercialização do gás ao mercado. A ideia é ajudar a baixar o preço do produto.

A PPSA é a estatal que gerencia os contratos de produção no pré-sal. É ela que fica com o óleo e o gás que cabe à União nas reservas de pré-sal.

A partir da resolução, ela poderá acessar os sistemas de processamento e o escoamento do gás produzido nos campos, que são localizados no mar e poderá comercializá-lo.

Hoje, a empresa não possui autorização para vender gás natural após as unidades de processamento, conhecidas no setor como UGPN, sendo obrigada a vender a fatia do gás que cabe à União na plataforma. O escoamento é feito por gasodutos operados pela Petrobras.

A resolução prevê que a estatal poderá comercializar gás natural, GLP (gás de cozinha) e demais líquidos produzidos pelo processamento do gás natural.

Nova precificação

Além disso, um decreto permite à Agência Nacional de Petróleo (ANP) precificar os custos de escoamento e tratamento de gás. O modelo foi inspirado no setor elétrico, onde a Aneel regula os preços de toda a cadeia, da geração à distribuição.

Pelo texto, cabera à ANP regular tarifas de escoamento e processamento nos mesmos moldes do que ocorre nas etapas de transporte e distribuição — que têm preços fixados.

O escoamento e processamento ocorrem do campo à costa. Depois que o gás é tratado, tem as etapas de transporte e distribuição.

Ministro defende equilíbrio da concorrência

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a medida vai equilibrar a concorrência.

— O que aprovamos hoje é resultado efetivo dos esforços do Programa Gás Para Empregar. Estamos equilibrando o mercado nacional do gás, oferecendo aumento da disponibilidade e moderação nos preços ao consumidor final. O governo federal e o povo brasileiro serão beneficiados com a implantação dessa política — disse em reunião com o presidente Lula.

AGRÍCOLA

Cultivar - RS   27/08/2024

A Yanmar destaca na Expointer 2024 um diversificado portfólio de equipamentos destinados ao setor agrícola. A empresa levou para a feira uma ampla gama de soluções, incluindo tratores com potências que variam de 24 a 105 cavalos-vapor, colhedoras de grãos, máquinas para construção civil, motores industriais e grupos geradores, todos voltados para aplicações no campo. O grande destaque foi a nacionalização dos tratores YM 347 e Solis 60, que agora podem ser adquiridos com condições especiais de financiamento.

A nacionalização desses modelos oferece aos produtores rurais uma vantagem significativa, permitindo a compra através de programas como o Finame do BNDES e o Mais Alimentos do Pronaf. Esses programas oferecem taxas de juros mais baixas, facilitando o acesso ao crédito e impulsionando a mecanização agrícola, especialmente para os agricultores familiares, que frequentemente enfrentam dificuldades em acessar outras modalidades de crédito no mercado financeiro.

Fernando Figueiredo, gerente comercial agrícola da Yanmar, ressaltou a importância desses recursos financeiros para o agronegócio brasileiro. Segundo ele, apesar dos desafios, como as variações climáticas e as interrupções na produção de aves, o estado do Rio Grande do Sul demonstrou resiliência e capacidade de adaptação. Figueiredo acredita que a diversificação de culturas e o acesso ao crédito rural serão fatores decisivos para a continuidade dos investimentos em mecanização nesta edição da Expointer, fortalecendo ainda mais a produtividade no campo.

Além dos tratores nacionalizados, a Yanmar apresentou outras soluções destinadas a atender as variadas demandas dos produtores rurais brasileiros. A empresa expôs uma linha de tratores que vai de 24 a 105 cavalos de potência, uma colheitadeira de grãos projetada para propriedades menores, e uma série de máquinas de construção civil, como miniescavadeiras e minipás carregadeiras, que auxiliam na manutenção das propriedades rurais. Também foram apresentados motores industriais e grupos geradores, essenciais para garantir a energia necessária para atividades como a pulverização agrícola com drones.

Anderson Oliveira, gerente comercial de construção civil e de produtos de força da Yanmar South America, destacou que a empresa oferece soluções completas para todas as etapas da produção agrícola. Desde a preparação do terreno até a colheita, passando pela manutenção da propriedade, os equipamentos da Yanmar são projetados para maximizar a eficiência e a durabilidade, mesmo em condições adversas. Oliveira enfatizou a robustez dos motores TNV, que permitem longas jornadas de trabalho sem comprometer o desempenho, garantindo assim o preparo adequado do solo e o sucesso no plantio.

Exame - SP   27/08/2024

A Massey Ferguson, marca de máquinas agrícolas que produz tratores, colheitadeiras e pulverizadores e pertencente ao grupo AGCO, lança em outubro a segunda temporada do Master Mechanic, um reality show que quer encontrar o melhor mecânico agrícola do Brasil.

O objetivo do programa é destacar as habilidades técnicas desses profissionais e contar as histórias e desafios diários dos mecânicos agrícolas essenciais para o funcionamento do agronegócio brasileiro.

Nesta temporada, seis mecânicos das concessionárias da Massey Ferguson, vindo do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, competirão pelo título de melhor mecânico do Brasil.

Selecionados e divididos em duplas por sorteio, eles serão apresentados em três episódios que serão exibidos nos dias 10, 17 e 24 de outubro no canal do YouTube da marca.

"A adequação do conjunto trator e implemento é crucial para garantir que os equipamentos trabalhem em harmonia, entregando a produtividade esperada pelo agricultor. A capacidade dos mecânicos em ajustar e calibrar sistemas automatizados será fundamental”, afirma Bruno Pianca, gerente de serviços da Massey Ferguson.

Na segunda edição, o programa traz um novo desafio com a solução de plantio de alta tecnologia formada pelo trator MF 8S e pela plantadeira Momentum – máquinário que compõe o portifólio da Massey Ferguson.

"O setor está atraindo cada vez mais jovens talentos que se destacam pela facilidade em lidar com tecnologias avançadas e pela rápida capacidade de aprendizado”, diz o gerente.

De acordo com Piança, o avanço das tecnologias embarcadas nas máquinas agrícolas tornou indispensável a capacitação dos mecânicos agrícolas – a tecnologia embarcada refere-se a sistemas e componentes eletrônicos integrados diretamente em dispositivos ou produtos, responsáveis por executar tarefas específicas e controlar funções do produto.

Por estarem incorporados dentro do dispositivo, não são visíveis e muitas vezes não podem ser facilmente modificados ou atualizados pelo usuário, por isso o nome embarcado.

O corpo de jurados para a competição inclui José Fernando Schlosser, professor da Universidade Federal de Santa Maria; Cezar Bronzati, membro da equipe de serviços da AGCO; e Sandra Nalli, fundadora da Escola do Mecânico.

A dupla vencedora receberá, além de um troféu exclusivo, R$ 20 mil e uma viagem para Buenos Aires com acompanhante, que inclui uma visita à fábrica da Massey Ferguson em General Rodriguez.

Setor de máquinas agrícolas no Brasil

Em 2023, as vendas de máquinas agrícolas no Brasil caíram 13,2% em 2023 em comparação com o ano anterior. No total, a indústria entregou 60.981 mil unidades de maquinários, incluindo tratores e colheitadeiras, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Para este ano, a entidade prevê uma retração nas vendas de máquinas agrícolas. A expectativa é de uma queda de 11%, totalizando 54.300 mil unidades – a previsão abrange tratores, colheitadeiras e equipamentos rodoviários, que também atendem ao setor do agronegócio.

Cultivar - RS   27/08/2024

Na Expointer 2024, a Valtra leva ao mercado sua nova série de tratores, a Q5. Com potência variando entre 265 e 305 CV, os modelos foram lançados recentemente para complementar o portfólio da marca.

Segundo Cláudio Esteves, diretor comercial da Valtra no Brasil, a Expointer não é apenas uma ocasião para negócios, mas também um momento de reencontro com os clientes. Pela primeira vez na Expointer, a marca apresenta aos produtores gaúchos os tratores da Série Q5, que prometem alta produtividade e eficiência, aliadas a um menor consumo de combustível e custos reduzidos de manutenção.

A Série Q5 é composta pelos modelos Q265, Q285 e Q305, todos equipados com motores AGCO Power de 7,4 litros e transmissão CVT. A linha se destaca por combinar alta performance com versatilidade, visando atender as demandas de produtores que buscam otimização nas operações agrícolas.

Um dos diferenciais da Série Q5 é a tecnologia SmartTurn, que permite ao trator realizar manobras automaticamente, sem a necessidade de intervenção do operador. Essa característica, junto com a cabine ergonomicamente projetada e a premiada interface de usuário SmartTouch, visa aumentar o conforto e a produtividade durante o trabalho no campo.

O Sistema Valtra SmartTouch oferece uma interface intuitiva e amigável, com uma tela touchscreen que facilita o ajuste dos comandos do trator e do piloto automático. Além disso, as soluções integradas de agricultura de precisão, como a integração ao sistema FMIS, simplificam a gestão da frota, possibilitando diagnósticos remotos e assegurando o máximo de tempo de atividade das máquinas.

Fábio Dotto, diretor de marketing de produto da Valtra e Fendt, destaca que a Série Q5 não só proporciona alta produtividade e eficiência, mas também aumenta a rentabilidade das operações agrícolas. A cabine confortável e as tecnologias automatizadas garantem maior rendimento e bem-estar ao operador, tornando a linha Q5 uma escolha estratégica para os produtores que buscam inovação e eficiência no campo.

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