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27 de Julho de 2023

SIDERURGIA

Valor - SP   27/07/2023

A ArcelorMittal divulgou lucros mais baixos no segundo trimestre nesta quinta-feira, após uma queda nos embarques de aço e menores preços médios de venda do aço.

A siderúrgica com sede em Luxemburgo obteve lucro líquido de US$ 1,86 bilhão no trimestre, queda de 52,6% em comparação com US$ 3,92 bilhões no ano anterior, com receita que caiu 16%, para US$ 18,61 bilhões.

O lucro da empresa antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) chegou a US$ 2,60 bilhões, uma queda de 49% no ano.

O resultado se compara às expectativas dos analistas de US$ 1,45 bilhão em lucro líquido e US$ 2,49 bilhões em Ebitda para o trimestre, de acordo com um consenso fornecido pela empresa.

As vendas da ArcelorMittal foram afetadas pelos menores volumes de embarque de aço e pelos menores preços médios de venda do aço, que caíram 16% no trimestre em comparação com o ano anterior, afirmou.

A empresa embarcou 14,2 milhões de toneladas de aço no trimestre, ante 14,5 milhões de toneladas no primeiro trimestre do ano, e produziu 14,7 milhões de toneladas de aço bruto, ante 14,5 milhões de toneladas no primeiro trimestre.

Os embarques de aço caíram 1,2% em comparação com o segundo trimestre do ano passado, informou a empresa.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   27/07/2023

O governo federal vem anunciando, em especial nas palavras do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, um programa de reindustrialização do país, baseado na competitividade e no aumento de produtividade.

É, sem dúvida, um discurso direcionado mais ao setor do que à sociedade. Falta, entretanto, detalhar tal iniciativa que não se sustentará nem a curto nem a médio prazo sem clareza nas medidas a serem adotadas porque promessas e intenções não são capazes, por si só, de aumentar a competitividade industrial e, muito menos, de transformar o setor.

O Brasil, embora esteja honrosamente entre a 10ª e 12ª maiores economias do mundo, ocupa a vergonhosa 61ª posição no ranking de competitividade (é a 5ª pior entre as 65 nações objeto do estudo). Além disso, é apenas o 87º colocado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e amarga a 6ª pior posição no mundo no Coeficiente de Gini, que mede a desigualdade socioeconômica dos países.

É difícil acreditar que os investidores e os industriais do setor privado se convençam da seriedade da promessa do governo sem conhecer sequer a carga tributária à qual o país será submetido, em especial o setor produtivo, como resultado da reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional.

Mas não é só. O setor ainda desconhece qual a política de austeridade fiscal a ser aplicada para o controle da inflação e da redução drástica do déficit público, hoje em torno de R$ 800 bilhões/ano. Também não sabe com clareza qual é o programa do governo de redução de custos e como serão obtidos os recursos para investimento em infraestrutura portuária, ferroviária, rodoviária e saneamento básico.

Tampouco há clareza quanto à política do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES), suas prioridades e taxas para empréstimos de longo prazo.

Embora o novo governo já tenha entrado no segundo semestre de gestão, muitos pontos de suas ações anunciadas ainda permanecem obscuros. E isso não é bom. Políticas industriais necessitam de segurança jurídica, pois a maturação somente se dá em longo prazo, em 10 a 15 anos.

Sem isso o Brasil não conseguirá deixar a vexatória posição que ostenta no ranking mundial de competividade, elaborado pelo IMD Competitiveness Center, em parceria com a Fundação Dom Cabral e recentemente publicado pelo jornal Valor Econômico. Esse índice aponta que, entre 65 nações analisadas, superamos penas a África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela.

O estudo do IMD examinou cerca de 300 dados econômicos e sociais dos países e realizou 6.000 entrevistas com executivos, concluindo que os resultados negativos são fruto da percepção negativa sobre a legislação tributária e sobre o nível de facilidade de fazer negócios.  Outros fatores importantes também foram analisados, como inovação, marcos regulatórios e a revolução do sistema educacional.

Mais do que promessas genéricas, o Brasil precisa de uma política agroindustrial clara e inovadora. Não se pode perder de vista a importância econômica para o país das atividades provenientes do solo e do subsolo. Agrobusiness, agroindústria, mineração e metalurgia, juntos, são responsáveis por irrigarem a economia nacional.

O agrobusiness, sozinho, é responsável por mais de 25% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Responde, ainda, por 30% das exportações e oferece 21% dos empregos no país. A indústria mineral e a dos combustíveis de petróleo ou de minerais e óleos brutos de petróleo ou minerais crus, somados, garantem mais de 5% do PIB, 26% das exportações e de 10 a 12% dos empregos. Em resumo, o solo e o subsolo são responsáveis por mais de 30% do PIB, quase 60% das exportações e 1/3 dos empregos formais no país.

Esses números dão a dimensão da importância do meio ambiente e dos recursos naturais para a economia brasileira. Fundamental, portanto, que o haja segurança jurídica para o agrobusiness e para a indústria mineral, com regras ambientais claras, transparentes e duradouras, englobando financiamentos, plano safra e combate às invasões de terras produtivas, dentre outras medidas.

No setor industrial, a baixa produtividade é um problema indisfarçável que precisa ser enfrentado com urgência. Enquanto a produtividade média da indústria sul-coreana nos últimos 50 anos cresceu à taxa de 4,3% ao ano, no Brasil esse crescimento patinou em meros 0,7% ao ano, o que acarretou inclusive enormes reflexos negativos nos salários e, portanto, na renda familiar dos cidadãos. O aumento da produtividade na Coréia do Sul representou aumento médio real de remuneração de 4,3% ao ano, os brasileiros tiveram aumento real médio de apenas 0,3% ao ano. Não é preciso dizer em qual país houve melhoria na qualidade de vida e no processo distributivo de renda.

Eis, nesse particular do crescimento da produtividade, intrínseca relação com a questão educacional. O Brasil nunca priorizou a educação e sem ela não alcançaremos os índices de produtividade e sociais dos países desenvolvidos e dos emergentes asiáticos. Em todos eles, a educação universal e de qualidade foi mola mestra do desenvolvimento.

O Brasil pode caminhar para mudança de patamar se implementar uma profunda mudança, com adoção de ensino fundamental e ensino médio em tempo integral; investimentos em novas escolas para alunos em tempo integral, remuneração digna de professores com plano de cargos e salários estabelecidos, fiscalizados e cumpridos, acompanhado de capacitação, reciclagem e incentivos; adequação da grade curricular com disciplinas voltadas às novas tecnologias e exigências do mercado de trabalho; estabelecimento e cumprimento de metas.

Em educação não cabe política entre amigos e nem partidária. O verdadeiro salto nesse segmento exige política de estado, afinal é a base de tudo. Mais que isso: é o único caminho para a redução da vergonhosa desigualdade de renda e capaz de gerar aumento do valor adicionado da economia dentro do país.

Todos aspiramos a eliminação do abismo social que diferencia cidadãos da mesma nação, discriminando e penalizando a maior parte da população. Todos aspiramos ser brasileiros de classe única.

Globo Online - RJ   27/07/2023

O Federal Reserve, banco central americano, voltou a elevar os juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira após ter realizado uma pausa em seu ciclo de aperto monetário no mês passado.

Com a elevação, as taxas vão para o intervalo entre 5,25% e 5,5%, maior patamar desde 2001. É o 11º aumento em quase um ano e meio.

O anúncio ocorre uma semana antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Para analistas, no entanto, o atual patamar elevado dos juros americanos não deve impedir que o nosso BC inicie o ciclo de cortes da Selic em agosto. A influência deve ser mais presente no decorrer do processo de redução.

"Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica vem crescendo em ritmo moderado. Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação segue elevada", destaca o banco, em comunicado.

A decisão foi unânime e já era esperada pelo mercado. Desde a manutenção das taxas no mês passado, os dirigentes do banco já haviam sinalizado para a possibilidade de novas elevações.

No comunicado, os dirigentes do Fed destacam que continuarão avaliando informações adicionais e suas implicações para a política monetária.

"Ao determinar a extensão do endurecimento adicional da política que pode ser apropriado para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo, o Comitê levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, os atrasos com os quais a política monetária afeta a atividade econômica, a inflação e os fatores econômicos e financeiros", ressaltam.

No comunicado, os membros do banco ressaltam que o Fed estaria preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surgissem riscos que pudessem impedir o alcance de suas metas.

Nesse sentido, as avaliações da autoridade monetária levarão em conta uma ampla gama de informações, "incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias, expectativas de inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais".

Dependência de dados

Em coletiva após o anúncio, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que o BC continua fortemente comprometido a trazer a inflação de volta à meta.

O dirigente disse que os efeitos totais do aperto do Fed ainda não foram sentidos e reforçou a dependência de dados para as próximas reuniões.

Powell ressaltou que a inflação "moderou um pouco" desde meados do ano passado, mas ponderou que o Fed tem um "longo caminho pela frente".

O presidente do Fed deixou a porta aberta sobre qual será o próximo movimento do banco na reunião de setembro. Segundo ele, os dirigentes do Fed estão avaliando a necessidade de novas elevações “reunião por reunião”.

— É possível manter, mas também subir na reunião de setembro - destacou.

Powell disse que não vê a inflação voltando para 2% até cerca de 2025 e que trazer a inflação de volta à meta “provavelmente exigirá algum período de crescimento abaixo da tendência.” Ele ainda ressaltou que o Fed não está prevendo mais uma recessão para os EUA para este ano. Por outro lado, afastou a possibilidade de cortes nos juros no curto prazo.

— Não quero usar o termo otimista, mas há uma chance de pouso suave para economia — disse.

No comunicado, o Fed destacou que continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e dívidas de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências, conforme anunciado anteriormente.

O Fed reiterou que o setor bancário é “sólido e resiliente”, ao mesmo tempo em que alertou que o aperto do crédito deve pesar sobre a economia após as falências de bancos regionais dos EUA no início deste ano.

E o Brasil?

Para os analistas, o patamar elevado dos juros americanos não exercerá forte influência no curto prazo nas decisões de política monetária do nosso BC.

— Um discurso mais hawk (favorável à retirada de estímulos) do Fed poderia afetar a decisão do BC, porém mais na intensidade do ciclo de cortes do que no timing, dado que a sinalização é de que os cortes devem se iniciar mesmo nessa reunião de agosto. Os fatores domésticos devem ser mais preponderantes para a decisão do Copom — disse o economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz.

Na mesma linha segue o economista-chefe da Kínitro Capital, Sávio Barbosa:

— Uma taxa de juros mais alta nos EUA limita um pouco o quanto a Selic pode recuar sem que você tenha uma pressão adicional no câmbio. Esse debate deve ocorrer mais no próximo ano, quando a Selic estiver rodando os 10%. Não coloca nenhum impedimento para que o Brasil inicie o ciclo de corte de juros agora na reunião de agosto.

Fim do ciclo?

Barbosa avalia que o discurso adotado por Powell pode ser considerado um pouco mais dovish (favorável à manutenção de estímulos), pois o dirigente não buscou defender fortemente as projeções divulgadas pelo BC no mês passado.

Ao divulgar suas projeções macroeconômicas, o Fed havia sinalizado para a possibilidade de duas novas altas.

— Se ele viesse com uma posição defendendo muito as projeções, isso seria um sinal que ele está disposto a dar mais uma alta de juros, mesmo com a inflação benigna na margem. Mas ele se mostrou muito dependente dos dados.

O economista-chefe da Kínitro destaca que há um cenário mais benigno para a inflação global daqui para frente. O cenário-base da casa é que o BC americano não precise mais elevar os juros.

Para Kautz, a possibilidade de alta na reunião de setembro permanece na mesa, mas parece menos provável.

— Nosso cenário é de que o ciclo de aperto monetário chegou ao fim, dada nossa expectativa de dados de inflação e atividade mais fracos nos próximos meses.

Na avaliação de Barbosa, da Kínitro, o cenário de corte de juros segue distante. Apesar da inflação estar desacelerando, ela continua longe da meta do Fed. Para que haja convergência, uma queda mais forte da atividade terá que ocorrer.

— Acreditamos que ele vai precisar manter essa taxa de juros por um período prolongado. A tendência é que a atividade comece a moderar e a inflação só deve ir para a meta com aumento de desemprego nos EUA.

Após a reunião, as bolsas americanas fecharam mistas. O índice Dow Jones subiu 0,23% e o S&P caiu 0,02%. A Bolsa Nasdaq cedeu 0,12%.No Brasil, o Ibovespa engatou a quinta alta consecutiva e o dólar recuou no menor patamar desde abril de 2022.

Combate à inflação

O objetivo da alta dos juros pelo Fed é combater a inflação elevada no país. Os últimos indicadores de inflação vêm apresentando desaceleração, contudo determinados setores da economia americana, como o de serviços, seguem apresentando aumento nos preços. A alta nos preços de novas casas também tem sido observada pelos membros do BC.

O índice de preços de despesas com consumo pessoal (PCE) subiu 3,8% em maio em relação ao ano anterior.

O núcleo do índice, que exclui componentes voláteis de alimentos e energia, avançou 4,6% também na base anual.

Apesar da desaceleração, os números seguem distantes da meta de 2% do Fed. Além disso, a atividade econômica não tem demonstrado forte desaceleração, mesmo com as altas de juros já realizadas.

O mercado de trabalho, outra variável observada pela autoridade monetária, manteve-se forte, com a taxa de desemprego chegando a 3,6% em junho, patamar considerado ainda baixo.

Monitor Digital - RJ   27/07/2023

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne na próxima semana para decidir os rumos em relação à taxa básica de juros, a Selic. A Selic atualmente está em13,75% ao ano, taxa que foi decidida no dia 21 de junho de 2023.

Para os seis analistas que opinam nesta matéria, a reunião acontece em um momento em que o mercado está mais otimista. Na terça-feira (25), o IBGE divulgou dados sobre o IPCA-15, que veio com deflação de -0,07%. Essa foi a primeira variação negativa do indicador desde setembro de 2022, quando o índice caiu 0,37%.

Na última semana também, o Ministério da Fazenda elevou a estimativa oficial do PIB para 2,5% em 2023. No último mês de maio, a projeção era de alta de 1,91%. Para 2024, o Ministério também reduziu a estimativa para a inflação oficial para 3,30% enquanto em maio a projeção era de 3,63%.

Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital, acredita que, em meio a esse cenário mais otimista, é possível esperar que o Banco Central reduza os juros em 0,25% na próxima reunião e que haja novas quedas ao longo do segundo semestre, possivelmente subindo o nível de redução até o final do ano. Para ele, até o momento, a decisão de manter a taxa em 13,75% foi correta.
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“Na minha opinião, a postura do presidente do Banco Central foi muito acertada, apesar da pressão muito grande, mas foi necessário. O Brasil tem um histórico de entender e saber lidar com a inflação, enquanto temos outros países mais desenvolvidos que nós com dificuldades de conter a inflação”, afirma.

Na sua opinião, “ao analisar os números, acredito que a partir de agora deve-se iniciar uma queda de 0,25% na próxima reunião, o que será muito benéfico, pois no momento que a taxa de juros cai, gera-se um incentivo para o empresário e a indústria faz mais investimentos no seu negócio. Ter uma taxa de juros mais baixa vai fazer com que a população busque financiamentos e que as empresas destravem e façam investimentos necessários”.

Já Carlos Hotz, planejador financeiro e sócio-fundador da A7 Capital, acredita que o mercado já vem observando uma queda nas taxas de juros futuras devido à expectativa consolidada de que o Banco Central vai cortar os juros nos próximos meses e derrubar a Selic para perto de 12,00% ao ano até o final de 2023, ante os 13,75% atuais. Ele diz que, diferente de uma boa parte do mercado, acredita em um corte de 0,50 ponto da Selic em agosto.

“Na nossa visão, a inflação de serviços pode ter um rápido ajuste, não precisa de três, quatro, cinco meses”, disse Hotz. De acordo com ele, com os preços de transportes e alimentos se ajustando para baixo e a economia rodando com juros reais de aproximadamente 10%, há espaço para um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic antes mesmo de haver desaceleração na inflação de serviços.

Prefixados

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, acredita em uma possível queda de 0,25% na próxima reunião, já que não viu qualquer evento local novo que justificasse uma aceleração da queda que levasse a uma diminuição maior de juros.

Para o especialista, ainda pode ser interessante para o investidor aplicar em prefixados, porém sabendo que o ganho será menor do que se tinha meses atrás. “Quando se tem um cenário de queda de taxa de juros, o melhor investimento são os investimentos prefixados, mas a gente já está muito próximo de iniciar o corte e o mercado já precifica isso antecipadamente, então o melhor momento para se comprar prefixado foi quando a expectativa em relação às taxas de juros ainda estava alta e esse movimento já passou. O ponto de inflexão já aconteceu desde meados de março, ou seja, ainda existe um prêmio a ser capturado em investimentos prefixados, mas é um prêmio mais magro com um risco maior agora”, comenta.

Ele recomenda ter uma parcela menor em prefixados e ressalta que, para o momento atual, faz mais sentido investir em ativos indexados ao IPCA porque qualquer evento que faça a inflação voltar a subir gera um ganho adicional do carrego do papel. Em contrapartida, o investidor acaba sofrendo um pouco também com a parcela prefixada. “A estratégia para capturar algum movimento especulativo ficou com a margem muito estreita, então agora o investidor tem que se contentar com receber menos e ainda mais ter a estratégia de carregar para o vencimento mais do que nunca”, diz.

Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, o Banco Central irá optar por uma queda de 0,25% nos juros e seguir uma linha mais cautelosa de queda mais lenta. “Até agora, o Copom não tem se mostrado tão agressivo em decisões de política monetária, então eu acho que o comitê vai seguir à risca a cartilha e reduzir em 0,25% mesmo com o IPCA-15 vindo melhor que o esperado”, diz.

De acordo com Cohen, a renda fixa ainda assim irá continuar atrativa, mesmo que o mercado já tenha precificado as quedas, afinal a taxa ainda permanecerá alta, pois as quedas serão em ritmo mais lento.

Em relação à bolsa, Cohen acredita que vale esperar o Ibovespa voltar, pois subiu demais. “Eu esperaria voltar um pouco, pois estamos com uma alta exagerada, como acontece principalmente com as empresas ligadas a commodities. Com os juros caindo cada vez mais, acho que vale a pena também nos próximos meses investir em fundos imobiliários”, comenta.

Segundo Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital, apesar de haver perspectiva de cortes nas taxas de juros, a aplicação em renda fixa pós-fixada continua valendo a pena para papéis de até dois anos, pois a taxa deve cair, mas de forma moderada.

Na visão de Ana, os títulos prefixados estavam mais atrativos há alguns meses quando o mercado ainda não enxergava a queda da taxa Selic. Com os últimos dados de inflação e a possibilidade mais próxima de queda dos juros, as curvas futuras caíram e as taxas dos títulos prefixados acompanharam essa queda.

“Desta forma, os títulos com maiores prêmios são os de longo prazo, de quatro anos ou mais, porém aqui o risco é maior, pois envolve muitas incertezas no meio do caminho, como alta de inflação, uma política fiscal expansionista ou mudanças na condução do BC, o que levariam à necessidade de subir novamente a Selic”, afirma. Por isso, a especialista acaba dando preferência aos investimentos em títulos pós-fixados e os que remuneram de acordo com o IPCA.

Douglas Medeiros, sócio da Matriz Capital, acredita que o investidor, iniciante ou não, precisa priorizar nesse momento a escolha de títulos que possuem liquidez. “Desse modo, ele não fica com o seu capital preso a um único investimento, podendo tomar decisões rápidas e acompanhar a mudança do mercado”, analisa.

Ele também ressalta que, mesmo com taxas atraentes, o investidor deve ter o cuidado de analisar quais são as empresas emissoras dos títulos, se elas são saudáveis ou não. E, se for investir em títulos públicos federais, por exemplo, qual o vencimento do título, pois ele corre o risco de ter o seu dinheiro investido em um título muito longo, que, em uma mudança de cenário de taxa de juros, deixa de ser atraente.

O Estado de S.Paulo - SP   27/07/2023

A economia mundial mostra sinais de resiliência em 2023, apesar da inflação persistente e de uma lenta recuperação na China, disse o Fundo Monetário Internacional na terça-feira, 25, aumentando as chances de que uma recessão global possa ser evitada, exceto em crises inesperadas.

Os sinais de otimismo no último Relatório Econômico Mundial do FMI também podem dar aos formuladores de políticas globais uma confiança adicional de que estão funcionando seus esforços para conter a inflação sem causar sérios danos econômicos. O crescimento global, no entanto, continua baixo para os padrões históricos, e os economistas do fundo alertaram que ainda há sérios riscos.

“A economia global continua se recuperando gradualmente da pandemia e da invasão da Ucrânia pela Rússia, mas ainda não está fora de perigo”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, na terça.

O FMI elevou sua previsão para o crescimento global este ano para 3%, de 2,8% em sua projeção de abril. O órgão previu que a inflação global diminuiria de 8,7% em 2022 para 6,8% este ano e 5,2% em 2024, à medida que as taxas de juros mais altas façam efeito em todo o mundo.

A perspectiva era mais otimista, em grande parte, porque os mercados financeiros — que haviam sido afetados pelo colapso de vários grandes bancos nos Estados Unidos e na Europa — se estabilizaram, em sua maioria. Outro grande risco financeiro foi evitado em junho, quando o Congresso agiu para elevar o limite de endividamento do governo dos EUA, garantindo que a maior economia do mundo continuasse a pagar suas contas em dia.

Os novos números do FMI foram influenciados pela expectativa de aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve em 0,25 ponto porcentual, o que de fato ocorreu nesta quarta-feira, 26. O Fed tem aumentado agressivamente as taxas para tentar conter a inflação, elevando-as de quase zero em março de 2022 para uma faixa de 5,25% a 5,50% hoje.

Os formuladores de políticas têm tentado esfriar a economia sem esmagá-la e mantiveram as taxas estáveis em junho para avaliar como a economia dos EUA estava absorvendo os custos de empréstimos mais altos que o Fed já havia aprovado.

Enquanto países como os Estados Unidos continuam lutando contra a inflação, o FMI exortou os bancos centrais a manterem o foco na restauração da estabilidade de preços e no fortalecimento da supervisão financeira.

“Esperamos que, com a inflação começando a recuar, tenhamos entrado no estágio final do ciclo inflacionário que começou em 2021 disse Gourinchas. “Mas a esperança não é uma política e o objetivo pode ser bastante difícil de executar.”

Ele acrescentou: “Continua sendo crítico evitar flexibilizar a política monetária até que a coexistência mostre sinais claros de relaxamento sustentado”.

As autoridades do Fed divulgaram nesta quarta sua decisão sobre a taxa de juros de julho, e os formuladores de políticas já haviam previsto anteriormente que as taxas poderiam aumentar mais uma vez em 2023, além do movimento desta quarta. Embora os investidores duvidem que finalmente esse movimento final de alta dos juros ocorrerá, as autoridades provavelmente desejam ver mais evidências de que a inflação está caindo e a economia está esfriando antes de se comprometer em qualquer direção.

O FMI disse na terça-feira que espera que o crescimento nos Estados Unidos desacelere de 2,1% no ano passado para 1,8% em 2023 e 1% em 2024. A entidade espera que o consumo, que permaneceu forte, comece a diminuir nos próximos meses, à medida que os americanos diminuam suas economias e as taxas de juros aumentem ainda mais.

O crescimento na zona do euro deve ser de apenas 0,9% este ano, prejudicado por uma contração na Alemanha, a maior economia da região, antes de subir para 1,5% em 2024.

Os formuladores de políticas europeus continuam ocupados com a luta para desacelerar a inflação. Na quinta-feira, espera-se que o Banco Central Europeu aumente as taxas de juros para os 20 países que usam o euro como moeda ao nível mais alto desde 2000. O foco vai desde o quão altas as taxas vão ficar até quanto tempo elas podem permanecer em níveis destinados a conter a economia e acabar com as pressões inflacionárias domésticas geradas pelo aumento dos salários ou lucros corporativos.

Os formuladores de políticas aumentaram as taxas, já que a economia se mostrou um pouco mais resiliente do que o esperado este ano, apoiada por um mercado de trabalho forte e preços de energia mais baixos. Mas as perspectivas econômicas ainda são relativamente fracas, e alguns analistas esperam que o Banco Central Europeu esteja perto de interromper os aumentos das taxas de juros em meio a sinais de que sua política restritiva está pesando no crescimento econômico.

Na segunda-feira, um índice de atividade econômica na zona do euro caiu para seu nível mais baixo em oito meses em julho, com a indústria manufatureira contraindo ainda mais, e o setor de serviços desacelerando.

Na próxima semana, espera-se que o Banco da Inglaterra aumente as taxas de juros pela 14ª vez consecutiva, em um esforço para forçar a queda da inflação na Grã-Bretanha, onde os preços em junho subiram 7,9% em relação ao ano anterior.

A Grã-Bretanha desafiou algumas expectativas, incluindo as de economistas do FMI, ao evitar uma recessão neste ano. Mas o país ainda enfrenta um conjunto desafiador de fatores econômicos: a inflação está se mostrando obstinadamente persistente em parte porque um mercado de trabalho apertado está elevando os salários. As famílias estão cada vez mais preocupadas com o impacto das altas taxas de juros em suas hipotecas, já que as taxas de pagamento tendem a ser redefinidas a cada poucos anos.

Uma recuperação mais fraca do que o esperado na China, a segunda maior economia do mundo, também está pesando na produção global. O FMI apontou para uma forte contração no setor imobiliário chinês, consumo fraco e confiança morna do consumidor como motivos para se preocupar com as perspectivas da China.

Dados oficiais divulgados neste mês mostraram que a economia da China desacelerou acentuadamente na primavera em relação ao início do ano, com a queda das exportações. Uma queda no mercado imobiliário se aprofundou e alguns governos locais endividados tiveram que cortar gastos após ficarem sem dinheiro.

Gourinchas disse que as medidas que a China tomou para restaurar a confiança no setor imobiliário são um passo positivo e sugeriu que o apoio direcionado às famílias para aumentar a confiança poderia fortalecer o consumo.

Apesar de motivos para otimismo, o relatório do FMI deixa claro que a economia mundial não está bem.

A guerra da Rússia na Ucrânia continua a representar uma ameaça que pode elevar os preços globais de alimentos e energia, e o fundo observou que o acordo recentemente rescindido que permitia a exportação de grãos ucranianos poderia pressagiar ventos contrários. O FMI prevê que a rescisão do acordo pode levar os preços dos grãos a subir em até 15%.

“A guerra na Ucrânia pode se intensificar, aumentando ainda mais os preços dos alimentos, combustíveis e fertilizantes”, disse o relatório. “A recente suspensão da Iniciativa de Grãos do Mar Negro é uma preocupação a esse respeito.”

CNN Brasil - SP   27/07/2023

O processo de valorização do real em relação ao dólar deve se acentuar ao longo dos próximos meses depois que a Fitch Ratings elevou de “BB-” para “BB” a nota de crédito soberano no Brasil, segundo especialistas ouvidos pela CNN.

Para o economista Fábio Silveira, sócio-diretor da consultoria MacroSector, a redução de rating é “sempre uma boa notícia”, e tende a provocar uma pressão baixista para o dólar já neste ano.

Segundo o economista, a decisão contribui para reduzir o custo de financiamento e atrair investimentos para o país, o que eleva a oferta de divisas internacionais, reduzindo seu custo.

“O ingresso de capitais no Brasil deve se manter, gerando um bom fluxo de capital estrangeiro no país”, explica.

Como consequência, explica o especialista, há uma tendência de valorização do real frente ao dólar nos próximos meses.

De janeiro ao dia 24 de julho deste ano, o dólar registrou a maior desvalorização em oito anos, com uma queda acumulada de 9,05%, segundo levantamento realizado pela TradMap. A última grande desvalorização da moeda americana neste intervalo de tempo foi em 2016, quando caiu 15,86%.

“Se hoje o mercado trabalha com dólar a R$ 5 ou R$ 5,10 no final do ano, essa taxa de cambio tende a sofrer uma pressão baixista adicional”, pontua.

No longo prazo, o economista avalia que a inflação deve sentir essa pressão também. “Essa notícia, se manter uma tendência no longo prazo, também contribui para um movimento de queda da inflação em 2024”, afirma

Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos e especialista em renda variável, concorda que a decisão pode “derrubar ainda mais a cotação do dólar frente ao real”.

Ele explica que a redução na avaliação de risco reflete a melhora na avaliação da agência em relação a capacidade do brasil em honrar seus compromissos financeiros.

O especialista destaca que a Fitch elogiou a política monetária do Banco Central e ressaltou a queda da inflação no último ano.  A agência também a melhora da expectativa da trajetória da dívida, pontuou Boragini, e espera que o brasil alcance um superávit comercial recorde em 2023.

“Uma notícia positiva para o Brasil, e que pode sim, refletir na bolsa”, avalia o especialista de renda variável.
Mercado hoje

Mas o impacto positivo da decisão da Fitch para os mercados não deve ser sentido no curtíssimo prazo, pontuam os especialistas.

Para Gustavo Cruz, Estrategista Chefe da RB Investimentos, a medida foi ofuscada pela agenda do dia, com o anúncio do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.

“No curtíssimo prazo, o impacto é menor, porque a agência S&P já tinha feito um movimento e surtiu um impacto maior no dia”, explica.

“Ainda mais tendo uma decisão de juros nos EUA hoje”, ressalta o especialista.

Por volta das 11h15, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 0,46%, aos 121.443 pontos. No mesmo horário, o dólar perdia 0,27%, a R$ 4,73.

No longo prazo, Gustavo concorda que a decisão favorece o fluxo de recursos para o Brasil.

“Diversos fundos internacionais têm uma limitação por nota mesmo, o país precisa estar em determinado patamar de rating para receber alocação de recursos”, explica.

MINERAÇÃO

Valor - SP   27/07/2023

Por trás dessa queda estão as preocupações com a situação econômica da China e, mais especificamente, com seu setor imobiliário.

O Grupo Rio Tinto definiu o que provavelmente será o tom para as maiores mineradoras do mundo: lucros e dividendos menores à medida que a economia cambaleante da China lança uma sombra sobre todo o setor.

Apenas dois anos atrás, a indústria de mineração estava em crise. O boom na demanda quando o mundo emergiu da pandemia combinado com gargalos de oferta para criar uma bonança para o setor, com quase todas as principais commodities atingindo máximas históricas. Isso significou lucros e retornos recordes para as empresas que mineram as matérias-primas que mantêm o mundo funcionando.

No entanto, a economia global mudou. A inflação tem perseguido o Ocidente, ameaçando levar as principais economias à recessão, e, mais importante, para a indústria de mineração, a economia da China passou a oscilar, especialmente o setor imobiliário crucial que suga grande parte do minério de ferro do mundo.

Hoje, o impacto ficou claro. A Rio Tinto divulgou uma queda acentuada nos lucros e dividendos, com ambos caindo cerca de um terço em relação ao ano anterior. No entanto, é uma comparação com dois anos atrás - quando os lucros atingiram um recorde - que é mais impressionante. Nesse período, os lucros subjacentes da Rio caíram de US$ 12,2 bilhões para US$ 5,7 bilhões e seus dividendos passaram de US$ 9,1 bilhões para US$ 2,9 bilhões.

Mesmo assim, os resultados da Rio estiveram amplamente alinhados com as expectativas dos analistas, e seu dividendo foi consistente com sua política de ganhos subjacente de 50%. A empresa também reportou receita de US$ 26,7 bilhões.

Por trás dessa queda estão as preocupações com a situação econômica da China e, mais especificamente, com seu setor imobiliário. A produção da China cresceu mais lentamente do que o esperado no último trimestre e outros dados estão dando sinais de alerta, desde o consumo até o comércio. Os principais líderes chineses sinalizaram uma postura mais “dovish” na política daqui para frente, mas ainda devem adiar estímulos maciços.

Na China, o setor imobiliário está em queda há dois anos, em parte devido a uma repressão do governo à alavancagem corporativa e familiar. Economistas apontaram a crise imobiliária e a fraca confiança do setor privado como os principais desafios para a meta oficial de crescimento econômico do país de cerca de 5% este ano.

O CEO da Rio, Jakob Stausholm, disse na quarta-feira que estava confiante de que o governo da China poderia enfrentar com sucesso os desafios impostos.

“Estamos profundamente enraizados na economia chinesa, é o nosso maior mercado”, disse Stausholm. “Os chineses têm uma capacidade impressionante de administrar a economia. Com certeza eles têm alguns desafios, mas no passado eles tiveram isso e administraram bem.”

As ações da Rio caíram 1,6% nas negociações de Londres, elevando a queda deste ano para 8,5%.

Unidade de crescimento

A queda nos lucros ocorre em um momento crucial para a indústria de mineração, com o setor agora pronto para um período de crescimento após anos focados nos retornos dos acionistas.

A própria Rio concluiu seu maior negócio em uma década no ano passado, gastando US$ 3,1 bilhões para obter mais controle de uma gigantesca mina de cobre na Mongólia. Também pretende construir uma mina no maior depósito inexplorado de minério de ferro do mundo, na Guiné, e desenvolver um negócio de lítio.

Os rivais da Rio têm sido ainda mais ambiciosos.

A Glencore Plc passou grande parte deste ano envolvida em uma briga contundente com a Teck Resources Ltd. depois de fazer uma oferta não solicitada pela empresa canadense. A última reviravolta na saga ocorreu no mês passado, quando a Glencore propôs comprar o negócio de carvão siderúrgico da Teck por cerca de US$ 8 bilhões como alternativa à sua oferta total de aquisição.

A BHP Group, a mineradora número 1, comprou no início deste ano a produtora de cobre OZ Minerals Ltd. por cerca de US$ 6,4 bilhões, seu maior negócio em anos.

A Anglo American Plc é a próxima grande mineradora a divulgar resultados, com os resultados do primeiro semestre esperados para quinta-feira, junto com os da Teck. A Vale SA apresentará relatório na sexta-feira, com a Glencore e a BHP chegando no próximo mês.

Money Times - SP   27/07/2023

Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quarta-feira (26), com os traders recebendo positivamente a decisão da China de lançar mais estímulos, embora as preocupações persistentes com a demanda por aço limitassem os ganhos.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 1,8%, a 866,0 iuanes (US$ 121,09 ) por tonelada.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em setembro avançou 0,4% para 113,6  a tonelada.

Os principais líderes da China prometeram na segunda-feira intensificar políticas de apoio à economia em meio a uma tortuosa recuperação pós-pandemia, com foco no aumento da demanda doméstica.

“A reunião do Politburo continha a indicação mais forte até o momento de políticas de estímulos significativas nos trabalhos destinados a impulsionar a atividade econômica na China”, disse o National Australia Bank em nota nesta quarta-feira.

Novos dados, no entanto, reacenderam as preocupações relacionadas à demanda por aço.

A produção global de aço bruto caiu 1,1% em relação ao ano anterior, para 943,9 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2023, devido à menor produção na Europa e nas Américas, mostraram dados da World Steel Association na terça-feira (25).

A produção na China, maior produtora e consumidora mundial do metal, aumentou 1,3%, para 535,6 toneladas em janeiro-junho, de acordo com os dados.

Money Times - SP   27/07/2023

A Vale (VALE3) divulga nesta quinta-feira (27), após o fechamento do mercado, seus números do segundo trimestre de 2023, abrindo caminho para o setor de mineração e siderurgia na temporada de resultados.

Após volumes de produção e vendas em linha com as expectativas do mercado, a companhia deve ser a exceção positiva na categoria, amparada por uma base de comparação mais fraca.

Cabe ressaltar que a Vale foi uma das ações mais penalizadas no primeiro semestre do ano por conta da forte correção do minério de ferro e de resultados aquém do esperado entregues no início do ano.
Recuperação nos volumes

Segundo a XP Investimentos, a companhia conseguiu mostrar em seu relatório operacional melhorias tanto em volumes quanto na qualidade do minério de ferro.

Na avaliação do BTG Pactual, mesmo com uma queda de cerca de 10% nos preços do minério de ferro no segundo trimestre de 2023, a Vale conseguirá manter seus resultados “amplamente estáveis”, com risco para alta devido a uma recuperação sazonal e operacional dos embarques.

Para a Genial Investimentos, os dados de produção e vendas sinalizam uma retomada sequencial nos resultados da companhia. Ainda assim, não será um grande trimestre para a Vale, avalia.

Além do “problema persistente” dos custos e a decepção com os preços realizados para o minério de ferro, um dos pontos levantados pela instituição é que, embora as vendas de finos estejam se normalizando após os problemas enfrentados no primeiro trimestre devido ao grande volume de chuvas, causando restrições de carregamento, o ritmo de fechamento do gap entre produção e vendas está mais lento do que o esperado.

A redução da desproporcionalidade veio um pouco menor que o esperado e levou a um volume de vendas (de 63,3 milhões de toneladas) ligeiramente abaixo das projeções da corretora.

A Genial ressalta, no entanto, que a Vale no segundo trimestre deve obrigatoriamente apresentar crescimento substancial de Ebitda.

O Itaú BBA está confortável com sua estimativa de US$ 4,1 bilhões para o Ebitda da Vale no segundo trimestre, amparado por uma performance mais forte da divisão de ferrosos, o que deve mais do que mitigar resultados mais fracos no segmento de metais básicos. Os US$ 4,1 bilhões representam uma queda de quase 26% em comparação com o segundo trimestre de 2022, mas uma melhora sequencial de mais de 11% nos números.

A receita líquida estimada pelo BBA para a Vale é de US$ 9,49 bilhões. O lucro líquido esperado é de US$ 1,35 bilhão, tombo anual de 77,9% e recuo de 26% trimestre a trimestre.

Máquinas e Equipamentos

Diário do Comércio - MG   27/07/2023

A indústria de máquinas e equipamentos registrou nova queda na receita líquida total em junho frente a um ano antes, de acordo com dados divulgados ontem pela associação do setor, Abimaq.

A receita líquida total da indústria recuou 10,3% ante junho de 2022, a R$ 24,85 bilhões, enquanto o consumo aparente de máquinas e equipamentos caiu 8% na mesma base de comparação, informou a entidade. Em maio, a receita líquida do setor já tinha registrado queda de 15,6% na comparação ano a ano.

Segundo a Abimaq, a receita líquida de vendas teve alta moderada de 0,5% em junho na base sequencial, puxada pelo crescimento das vendas no mercado doméstico.

“De forma geral, a gente vê ainda um quadro negativo em relação ao ano passado, mas na ponta, uma sinalização de melhora dos números, que é o que esperamos ao longo do ano”, disse a diretora-executiva de Economia, Estatística e Competitividade da Abimaq, Cristina Zanella, sobre a variação positiva mês a mês.

Ela reforçou que a entidade revisou suas projeções e agora espera queda de 3,4% no ano. No semestre, a receita total do setor acumula declínio de 8,9%.

“Existe também alguns indicadores que reafirmam nossa previsão de melhora”, disse o diretor-executivo de Assuntos Jurídicos e de Financiamentos da Abimaq, Hiroyuki Sato, citando a valorização da Bolsa brasileira, do real e a expectativa de queda de juros e de aprovação da reforma tributária no Senado.

E continuou: “Tudo isso nos leva a crer que o segundo semestre desse ano será melhor que o primeiro”.
As importações nacionais subiram 19,4% em junho contra mesmo período no ano anterior, enquanto as exportações tiveram leve alta de 1%. Frente a maio, contudo, tanto a exportação (-21,3%) quanto importação (-12,8%) do setor recuaram.

Cristina Zanella também disse que a entidade tem olhado a medida do governo federal de liberar às companhias o uso do instrumento de depreciação acelerada já em 2024 com “bons olhos”. A medida permite que empresas deduzam de imediato da base de cálculo de tributos os investimentos em máquinas e equipamentos, com potencial impacto fiscal de R$ 3 bilhões a 15 bilhões.

“A gente acha que vai trazer resultados positivos para a indústria de máquinas. Primeiro porque vai abrir renovação de investimentos para os setores que poderão ser beneficiados pela medida, e eles seriam multiplicadores de melhor atividade nos demais segmentos da economia”, finalizou.

IstoÉ Dinheiro - SP   27/07/2023

A boa notícia do setor de máquinas e equipamentos em junho, a segunda alta consecutiva no faturamento líquido total, foi o fato de ela ter sido puxada pelo mercado doméstico, disse nesta quarta-feira, 26, a diretora-executiva de Economia, Estatística e Competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Cristina Zanella. O faturamento do setor cresceu 0,5% sobre junho.

“É o segundo mês consecutivo de crescimento das receitas líquidas de vendas na ponta, mas a boa notícia é que neste mês foi o mercado doméstico que puxou o crescimento”, disse a diretora da Abimaq, acrescentando que, quando eram apresentados os números nos meses anteriores, o que puxava o resultado de vendas mês a mês eram as exportações.

Em junho, ao contrário, houve uma retração das exportações na ponta – as exportações caíram 21,3% na margem. Ainda assim, de acordo com Zanella, no ano o faturamento do setor recua 8,9%. Esse resultado deverá ser revertido no segundo semestre com um crescimento, de acordo com a diretora da Abimaq, com um crescimento de 13%. Com isso, o setor deverá encerrar o ano registrando uma queda de 3,4%.

A expectativa de crescimento do faturamento do setor de máquinas e equipamentos no segundo semestre, de acordo com Zanella, está associado aos programas do governo federal de retomar as obras de infraestrutura. Segundo ela, o setor de saneamento já começa a mostrar resultados traduzidos em aumento de máquinas para este seguimento.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   27/07/2023

As montadoras de carros de luxo em geral se mantiveram bem, apesar do crescimento lento em todo o setor, pois os problemas de oferta diminuíram e os clientes mais ricos são menos afetados pela inflação.

A Mercedes-Benz Group AG elevou sua previsão de lucro para o ano após se beneficiar de melhores preços em seus carros e vans no segundo trimestre.

A montadora disse que agora espera que o fluxo de caixa livre industrial fique “ligeiramente acima” do nível do ano anterior, em vez de em linha com ele. O lucro antes de juros e impostos em 2023 também ficará no mesmo nível do ano passado, melhor do que a previsão anterior de que ficaria um pouco abaixo, disse a empresa em comunicado nesta quarta-feira.

A empresa alemã também disse que sua unidade de vans agora espera gerar um retorno ajustado sobre as vendas entre 13% e 15% para este ano, acima da projeção anterior de 11% a 13%.

Preços mais altos e aumento das vendas unitárias ajudaram a evitar os efeitos prejudiciais das taxas de câmbio, custos maiores de materiais e de commodities, além de investimentos, disse a Mercedes.

As montadoras de carros de luxo em geral se mantiveram bem, apesar do crescimento lento em todo o setor, em parte porque os problemas de oferta diminuíram e os clientes mais ricos são menos afetados pela inflação recorde. As ações da Aston Martin Lagonda Global Holdings Plc subiram na quarta-feira, depois que anunciou que a receita do segundo trimestre superou as metas.

Mesmo as montadoras do mercado de massa na Europa continuam otimistas. A fabricante de Jeep, Stellantis NV, divulgou resultados do primeiro semestre melhores do que o esperado na quarta-feira, ao mesmo tempo que elevou suas visões da indústria para o ano inteiro para a Europa e algumas outras regiões. A Renault SA, que divulgará seus resultados na quinta-feira, atualizou sua perspectiva em meio a custos mais baixos e forte demanda por novos modelos como o crossover Austral.

Valor - SP   27/07/2023

Ao todo, sete montadoras uniram forças para instalar pelo menos 30.000 carregadores rápidos, o que deve significar um investimento coletivo de ao menos US$ 1 bilhão, segundo o WSJ.

Sete fabricantes globais de automóveis, incluindo General Motors Co. e Stellantis NV, estão unindo forças para instalar pelo menos 30.000 carregadores rápidos para veículos elétricos na América do Norte.

As novas estações serão compatíveis com o padrão de carregamento da Tesla Inc. e com o concorrente Combined Charging System, sendo que os primeiros carregadores vão estar disponíveis no verão do hemisfério Norte de 2024, de acordo com um comunicado conjunto nesta quarta-feira.

O empreendimento é apoiado pela GM, Stellantis, Hyundai Motor Co, Kia Corp, Honda Motor Co Ltd, Mercedes-Benz Group AG e BMW AG. O Wall Street Journal informou anteriormente que as empresas investiriam coletivamente pelo menos US$ 1 bilhão no esforço.

O carregamento rápido nos EUA está se tornando mais competitivo à medida que as redes se abrem para o design de plugue da Tesla, que rapidamente se tornou o padrão. GM, Ford Motor Co., Rivian Automotive Inc. e Mercedes disseram que adotariam a rede Supercharger da Tesla na América do Norte, mesmo quando anunciaram planos de construir suas próprias estações.

A Electrify America, de propriedade majoritária da Volkswagen AG, disse em junho que oferecerá conectores de carregador Tesla em sua rede norte-americana até 2025.

A expansão da disponibilidade de carregamento é crucial à medida que a adoção de veículos elétricos acelera e as montadoras estabelecem metas de vendas elevadas. A GM planeja fabricar 1 milhão de veículos elétricos nos EUA em 2025, enquanto a Ford mira uma produção anual de 2 milhões até 2026. Já a Stellantis espera que metade de todas as vendas sejam elétricas até 2030.

O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, disse que, embora a expansão da infraestrutura de carregamento seja um “interesse comum” de todas as montadoras para melhorar a adoção e a lucratividade dos veículos elétricos, eles desconfiam do domínio da Tesla.

“Não queremos que esses usos sejam manipulados a ponto de se tornarem uma ferramenta de marketing nas mãos de nossos concorrentes para conquistar nossos clientes”, disse Tavares em uma teleconferência com repórteres na quarta-feira para discutir os ganhos trimestrais. “Isso é algo que precisamos estar estrategicamente atentos.”

A joint venture ainda sem nome abrirá suas primeiras estações em áreas metropolitanas e ao longo das principais rodovias dos EUA, de acordo com o comunicado. As empresas não forneceram detalhes adicionais sobre quando planejavam concluir as 30.000 estações de carregamento.

No ano passado, a Electrify America operou 3.737 conectores ultrarrápidos nos EUA, atrás dos 13.878 da Tesla, de acordo com a BloombergNEF. A nova joint venture de carregamento de sete montadoras planeja quase dobrar o número de carregadores rápidos instalados.

Valor - SP   27/07/2023

O Grupo Volkswagen divulgou na quinta-feira receita mais alta, mas lucro após impostos mais baixo para o segundo trimestre. A empresa confirmou sua projeção para 2023.

A montadora alemã disse que o lucro após impostos foi de 3,79 bilhões de euros (US$ 4,20 bilhões), queda de 3,0% em comparação com os 3,91 bilhões de euros do segundo trimestre do ano passado. Os ganhos antes dos impostos foram de 5,45 bilhões de euros, 6,0% acima dos 5,14 bilhões de euros de um ano antes. A receita cresceu 15,1%, para 80,06 bilhões de euros, ante 69,50 bilhões de euros um ano antes.

O lucro operacional atingiu 5,60 bilhões de euros, um aumento de 4,49 bilhões de euros em relação ao ano anterior, com uma margem de 7%. A margem da empresa foi de 6,8% no segundo trimestre de 2022.

A Volkswagen confirmou sua projeção geral para o ano inteiro, mas reduziu sua meta de entregas para entre 9 milhões e 9,5 milhões de veículos, ante 9,5 milhões divulgado anteriormente. A gigante automobilística aponta para um crescimento de receita entre 10% e 15% e um retorno operacional sobre as vendas entre 7,5% e 8,5%.

“Como previsto, as interrupções na cadeia de suprimentos continuaram arrefecendo no primeiro semestre de 2023, com a pressão mudando da escassez de semicondutores para atrasos de transporte e logística”, disse a empresa. "O segundo semestre deve ser sustentado por custos mais baixos de matéria-prima e gradualmente diminuindo os gargalos logísticos."

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Online - SP   27/07/2023

O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 1,3 ponto em julho, a 95,2 pontos, informou nesta quarta-feira (26) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o ICST retraiu 0,1 ponto.

“A confiança do setor da Construção tem oscilado entre altos e baixos ao longo do ano, sem recuperar o patamar de neutralidade (100 pontos). Em julho prevaleceu o sentimento de melhora, refletindo a alta dos dois componentes do ICST”, afirma a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, em nota.

A coordenadora destaca que houve recuperação do indicador de demanda futura, que registrou o melhor resultado desde outubro de 2022. “Com o maior otimismo em relação à demanda, aumentaram também as assinalações de aumento do quadro de pessoal nos próximos meses, o que pode sustentar o mercado de trabalho aquecido no setor”, avalia Castelo.

Nas aberturas do mês, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 1,5 ponto, para 94,0 pontos. Contribuíram para o avanço do ISA-CST os seus dois componentes: a situação atual dos negócios, que avançou 1,7 ponto, para 92,7 pontos, e o indicador de volume de carteira de contratos, que subiu 1,0 ponto, para 95,2 pontos.

Pelo lado das expectativas, o Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 1,4 ponto, para 96,7 pontos, o maior nível desde outubro de 2022 (103,2 pontos) empatado com abril deste ano. Apenas o indicador da demanda futura contribuiu para esse crescimento, ao avançar 3,6 pontos, para 100,1 pontos, o maior nível desde outubro de 2022 (102,8 pontos). O indicador de tendência dos negócios nos seis meses seguintes recuou 0,9 ponto, para 93,2 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção retraiu 0,7 ponto porcentual (p.p.), para 79,5%. O NUCI de Mão de Obra também caiu 0,7 p.p., para 80,6%, e o NUCI de Máquinas e Equipamentos cedeu 1,4 p.p., para 74,7%.

Infomoney - SP   27/07/2023

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) desacelerou para 0,06% em julho, ante alta de 0,85% em junho, informou nesta quarta-feira (26) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa acumulada em 12 meses pelo indicador arrefeceu de 4,29% para 3,15%.

Em julho, o índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços ampliou deflação, de 0,09% para 0,16%, e o referente à Mão de Obra desacelerou de 1,81% para 0,38%.
Nas aberturas, houve queda de Materiais e Equipamentos (-0,15% para -0,26%), com destaque para o subgrupo materiais para acabamento (0,23% para -0,07%). Em contrapartida, houve aceleração de Serviços (0,18% para 0,77%), com destaque para projetos (0,04% para 0,81%.)
Influências

As principais influências para baixo no INCC-M de julho foram de tubos e conexões de PVC (-3,06% para -3,29%), vergalhões e arames de aço ao carbono (0,95% para -1,01%) e placas cerâmicas para revestimento (0,06% para -0,74%), além de condutores elétricos (-2,51% para -0,54%) e eletrodutos de PVC (-1,90% para -0,62%).

Por outro lado, puxaram o resultado para cima os itens projetos (0,04% para 0,81%), pedreiro (2,13% para 0,29%) e eletricista (2,23% para 0,59%), junto com armador ou ferreiro (1,87% para 0,54%) e carpinteiro (1,65% para 0,50%).
Capitais

Quatro das sete capitais pesquisadas pela FGV em julho apresentaram decréscimo em suas taxas de variação no INCC-M: Brasília (1,94% para -0,17%), Recife (1,47% para 1,13%), Porto Alegre (-0,04% para -0,07%), e São Paulo (1,35% para -0,07%). Em contrapartida, houve acréscimo em Salvador (-0,10% para 0,01%), Belo Horizonte (-0,14% para -0,03%) e Rio de Janeiro (0,09% para 0,41%).

O Estado de S.Paulo - SP   27/07/2023

Mudança nas regras, aprovada no mês passado, vai ampliar oferta de terrenos e diversificar o modelo dos apartamentos

O novo plano diretor da cidade de São Paulo, aprovado no mês passado pela câmara dos vereadores e promulgado nas últimas semanas pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), vai ampliar a oferta de terrenos para as incorporadoras, facilitar a oferta de vagas nos empreendimentos e incentivar a diversificação das tipologias dos novos apartamentos. Mas as mudanças não devem ser imediatas. A expectativa é de que os primeiros empreendimentos erguidos sob as novas regras só comecem a surgir no mercado no ano que vem e os lançamento em 2025.

Nesse movimento, o preço dos terrenos deve desacelerar comparado ao ritmo de crescimento verificado nos últimos anos. Mas isso não significa queda no preço dos imóveis, já que haverá um aumento de custo para as incorporadoras, segundo especialistas. Para o consumidor, as mudanças serão percebidas no formato dos prédios, com unidades híbridas. Num mesmo empreendimento, será possível ter apartamentos maiores, com 100 metros quadrados (m²), e studios de 30 m², além de áreas comerciais.

No momento, construtoras e incorporadoras avaliam como prosseguir com os investimentos, repensando projetos e decidindo quais os próximos passos do setor que também aguarda por uma retomada no crescimento. “O novo plano diretor melhora a situação para os empreendedores devido à maior oferta de terrenos. Já para a população, esperamos que vá abrir o leque de opções de apartamentos para compra”, afirma Eder Kenke Nörnberg, diretor da consultoria imobiliária CBRE.

A grande novidade da nova legislação é a ampliação das áreas próximas do transporte público em que é possível construir mais. Na maior parte da cidade, a regra é que as edificações podem ter uma área construída equivalente ao tamanho do terreno. Já nessas áreas próximas do transporte público, o coeficiente de aproveitamento é de até quatro vezes.

No plano anterior, o incentivo valia para terrenos em um raio de até 600 metros das estações de metrô e trem e de até 300 metros no caso de corredores de ônibus. No novo plano, o limite salta para 700 metros e 400 metros, respectivamente. Além disso, basta que o quarteirão esteja na zona do raio, e não, necessariamente o terreno.

Na prática, isso estende o incentivo para áreas ainda mais distantes. Mas essas mudanças têm um custo. Lucas Rietjens, analista da Guide Investimentos, diz que as medidas devem encarecer os imóveis e que as incorporadoras devem repassar ao consumidor o aumento de custo do metro quadrado em áreas próximas ao transporte público.

Na visão de José Roberto Graiche Junior Presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), formada por cerca de 90 empresas, ao criar apartamentos com 60 m² ou mais, as construtoras devem incluir varandas maiores, mais dormitórios ou um escritório, medidas que podem fazer os moradores ficarem mais tempo no mesmo imóvel.

Para Junior, o plano diretor de SP tende a frear a escalada de preços das propriedades. “Os preços dos terrenos na cidade subiram desde o anúncio do plano diretor porque ganharam maior potencial de construção. Mas o preço tende a crescer menos do que poderia devido à escassez de terrenos no futuro, por questão de oferta e demanda”, afirma.

Construtoras e incorporadoras ainda estão em etapa de estudos a respeito do plano diretor para elaborar novos projetos, que devem surgir entre o fim do ano e o começo de 2024, com lançamentos para o ano seguinte. Silvio Iamamura, diretor de operações imobiliárias e novos negócios da EZTEC, diz que a empresa já avalia como vai lidar com as mudanças trazidas pelo plano diretor. “Toda mudança na legislação urbanística gera impacto. Novas estratégias estão sendo estudadas”, afirma.

Com investimentos engatilhados para o biênio 2023-2024 - aproximadamente R$ 1,2 bilhão em investimentos -, o presidente da construtora Tarjab, Carlos Borges, vê como positiva a revisão do plano diretor de São Paulo. O empresário conta que, a princípio, as mudanças previstas na legislação não devem impactar na tomada de decisão da companhia, que só passa a avaliar essas mudanças para os aportes feitos a partir de 2025.

“Eu acho que a revisão foi positiva de uma forma geral”, avalia Borges. “O plano não traz nenhum risco para a cidade, ele traz mais possibilidades de que mais pessoas tenham acesso a morar em regiões de maior infraestrutura.”

Apesar de causar algum impacto ao setor, Caio Nabuco de Araujo, analista de fundos imobiliários na Empiricus Research, afirma que o plano diretor não deve alterar o tom do mercado imobiliário de forma estrutural. “Após a diluição das propostas iniciais, há poucas mudanças significativas para o planejamento estratégico das empresas, como eventuais ganhos ou perdas de margens”, diz Araujo.

Para o sócio e fundador da incorporadora Idea!Zarvos, Otávio Zarvos, a atualização do plano diretor que regerá a criação de novos empreendimentos imobiliários pelos próximos 10 anos teve poucas mudanças e continua privilegiando áreas mais nobres da cidade, em bairros como os Jardins, Pinheiros, ou Itaim.

“As construtoras são agentes de investimentos, não são agentes de desenvolvimento urbanos, não é papel delas desenvolver o espaço urbano. As empresas vão para onde elas acreditam que terão retorno financeiro, cabe ao poder público incentivar que elas cheguem em mais regiões”, afirma.

Por se tratar de uma incorporadora com foco em empreendimentos de alto e altíssimo padrão, Zarvos avalia que o novo plano diretor não deve ter um impacto direto nos próximos lançamentos da companhia. “Fundamentalmente, o plano diretor não vai mudar muita coisa nos apartamentos.”

Ainda segundo o empresário, além de não fomentar que o dinheiro circule em mais áreas da cidade, a junção de fatores econômicos do País podem retrair ainda mais os investimentos de novos empreendimentos imobiliários fora de áreas nobres da capital, já que projetos voltados para classe média costumam ser mais sensível a oscilações econômicas. “Vamos ver as empresas continuar a investir em áreas de maior poder aquisitivo”, diz.

Custo adicional para grandes empreendimentos

Para o consultor sênior de terrenos da CBRE, Vitor Perrotta, o incorporador vai se deparar com um aumento no custo da chamada “Cota de Solidariedade”, contrapartida paga por empreendimentos de grande porte para a Prefeitura de São Paulo investir em habitações de interesse social.

No plano diretor vigente até então, todo empreendimento com uma área computável de 20 mil metros quadrados ou mais devia pagar um valor equivalente a 10% do valor venal do terreno a título de Cota de Solidariedade. No novo plano, essa fatia subirá para 20%. Ou seja, um empreendimento de 20 mil metros quadrados equivale a um condomínio de 200 apartamentos.

Na avaliação da professora de economia da ESPM, Cristina Helena de Mello, a cota social é um ponto de tensão do plano diretor e pode atrapalhar o lançamento de novos projetos, já que o valor dessa nova regra ainda precisa ser estudado pelas companhias. “A exigência de uma cota social pode atrapalhar a viabilização de novos investimentos, porque as empresas terão que entender como comercializar esse novo modelo, o que impacta diretamente nos custos do projeto”, diz Cristina.

Novo plano flexibiliza oferta de vagas de garagem nos edifícios

O plano diretor vigente libera as incorporadoras a oferecer uma vaga de garagem por apartamento, independentemente do tamanho. No novo plano, apartamentos com menos de 30 metros quadrados não têm direito a vaga, a menos que a incorporadora pague um extra por isso. Já apartamentos de 30 metros quadrados a 60 metros quadrados têm direito a uma vaga. Os apartamentos maiores podem ter mais de uma vaga: a cada 60m² adicionais, é possível adicionar mais uma vaga.

Ligia Rocha, sócia-diretora da JWurbana Arquitetura e Urbanismo, aponta falhas no plano diretor, como o fato de estimular o aumento de carros por condomínio e ampliar a concentração da população em áreas nobres, enquanto pode empurrar a população de renda mais baixa ainda mais para a periferia.

“O novo plano diretor não fez uma revisão voltada ao equilíbrio social da cidade, não lidou com o ajuste do plano para construir para quem precisa, não foi participativo ao considerar pouco ou quase nada sobre os pedidos da sociedade civil e não garantiu o direito à cidade, à moradia e à melhoria do transporte público e da mobilidade, como prevê a Constituição Federal”, afirma Ligia.

Para a especialista, o trânsito nas áreas nobres tende a piorar devido ao aumento de vagas de estacionamento em imóveis de alto padrão, em vez de estimular o uso do transporte público.

Infomoney - SP   27/07/2023

As vendas de moradias novas nos Estados Unidos registraram queda de 2,5% em junho na comparação com maio, informou nesta quarta-feira, 26, o Departamento de Comércio, ao ritmo anual sazonalmente ajustado de 697 mil. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam recuo maior, de 5,3%.

Em maio, o ritmo anualizado de vendas de casas novas foi revisado, de 763 mil antes informado a 715 mil. No ritmo atual, o estoque de residências novas nos EUA seria vendido em 7,4 meses.

NAVAL

Valor - SP   27/07/2023

Inhaúma tem 321,6 mil metros quadrados, com galpões e equipamentos para construção naval e foi usado para converter navios petroleiros em plataformas flutuantes para produzir petróleo no pré-sal.

A Petrobras decidiu tentar pela segunda vez arrendar as instalações de estaleiro no Rio de Janeiro, para reduzir o prejuízo com o aluguel mensal da área, que assumiu em 2011. Na primeira tentativa, em 2020, não recebeu ofertas consideradas atrativas.

A empresa lançou nova licitação para o arrendamento da área esta semana. Localizado no Rio de Janeiro, o estaleiro Inhaúma foi usado para converter navios petroleiros em plataformas flutuantes para produzir petróleo no pré-sal.

A área tem 321,6 mil metros quadrados, com galpões e equipamentos para construção naval. Foi arrendada pela Companhia Brasileira de Diques (CBD), em processo mediado pelo então governador do Rio Sérgio Cabral, depois condenado pela Operação Lava Jato.

Na época, a Petrobras defendia que as instalações, em águas abrigadas e com calado de sete metros, poderiam ser usada para trazer ao Brasil a construção de navios-plataforma antes feitos em estaleiros exterior.

Com a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato e a suspensão de novas encomendas a estaleiros brasileiros, porém, a unidade está fechada desde 2016, quando entregou sua última plataforma.

Desde então, a estatal vem pagando um aluguel de cerca de R$ 8 milhões por mês. Ao todo, o contrato já custou à empresa R$ 541 milhões. Ainda faltam R$ 190 milhões a pagar até o fim da vigência, em 2031.

Em 2020, a Petrobras recebeu proposta pelo estaleiro, mas com valor bem abaixo do que considerava justo. Agora, espera que a nova expectativa gerada para a indústria naval brasileira possa melhorar o interesse.

A retomada de investimentos na indústria naval brasileira é uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e já levou a mudanças na visão da Petrobras sobre o tema.

A estatal diz que pode contratar módulos para a construção de plataformas no Brasil e abriu um grupo de trabalho para avaliar encomendas de navios petroleiros.

Além disso, prevê para os próximos cinco anos o desmantelamento de 26 plataformas de produção que estão fora de operações. O primeiro contrato nesse sentido foi assinado no início de julho, com Ecovix e Gerdau.

O trabalho será conduzido no Estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, que desmontará a plataforma P-32 e enviará a sucata para reprocessamento em siderúrgica da Gerdau.

Esse segmento é uma das principais apostas do governo para retomar a contratação de mão de obra pelos estaleiros, que chegaram a ter mais de 80 mil empregados durante o auge da atividade, em 2014, e hoje têm cerca de 20 mil.

Fontes do setor dizem que há interesse de empresários pelo uso da área do Inhaúma para a atividade de desmantelamento.

O estaleiro, que já foi conhecido como Ishikawagima, teve seus tempos áureos no primeiro ciclo de retomada da indústria naval brasileira, nos anos 1970, quando o país chegou a exportar navios para grandes petroleiras internacionais.

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   27/07/2023

Os estoques de petróleo dos Estados Unidos recuaram 600 mil barris, na semana encerrada no dia 21 de julho, para 456,82 milhões de barris, informou nesta quarta-feira (26) o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda de 2,2 milhões de barris.

Os estoques de gasolina caíram 786 mil barris, a 217,6 milhões de barris, ante expectativa de baixa de 1,7 milhão de barris. Já os estoques de destilados recuaram 245 mil barris, a 117,949 milhões de barris, quando se esperava queda de 600 mil barris.
A taxa de utilização das refinarias nos EUA recuou de 94,3% na semana anterior a 93,4% na mais recente, segundo o DoE. A previsão era de 94,4%.

Já os estoques de petróleo em Cushing caíram 2,609 milhões, a 35,739 milhões de barris. A produção média diária de petróleo no país também recuou, de 12,3 milhões na semana anterior a 12,2 milhões na mais recente.*

Valor - SP   27/07/2023

A commodity energética foi pressionada pela queda dos estoques dos EUA e pela decisão de política monetária do Federal Reserve, que elevou sua taxa de juros nesta quarta (26).

Os contratos futuros do petróleo encerraram a quarta-feira (26) em queda firme, encerrando uma sequência de quatro sessões consecutivas de ganhos. As perdas foram impulsionadas após dados mostrarem que os estoques de petróleo dos Estados Unidos caíram menos que o esperado pelo mercado. Ao mesmo tempo, os agentes também avaliavam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que elevou sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual (p.p.).

O barril do petróleo do Brent, a referência global, para outubro caiu 0,83%, a US$ 82,56, enquanto o WTI, a referência americana, com entrega prevista para setembro recuou 1,07%, a US$ 78,78.

Números publicados pela manhã mostraram que os estoques de petróleo nos EUA caíram 600 mil barris na semana encerrada na última sexta (21), conforme apontou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. A queda foi menor que a projeção de baixa de 2,2 milhões de barris, de economistas consultados pelo "Wall Street Journal”.

Além disso, os investidores acompanharam a decisão de política monetária do Fed, que veio em linha com a maioria das estimativas do mercado e colocou a taxa de juros americana no patamar mais elevado em 22 anos. O comunicado trouxe poucas alterações em relação à decisão de junho. No documento, o Fed afirma que a inflação permanece muito elevada e que segue atento aos seus riscos.

“Em nossa visão, a reunião de hoje encerra o ciclo de alta da política monetária americana”, avalia André Cordeiro, economista-sênior do Inter. “Acreditamos que o Fed irá pular a reunião de setembro, mas adotando tom cauteloso no comunicado, deixando em aberto sobre as novas altas”, completa.

Valor - SP   27/07/2023

Agência vê declínio significativo na produção de hidrocarbonetos antes de 2030.

Para sustentar o atual nível de produção de petróleo e gás natural no país, é fundamental elevar o investimento na exploração de novas áreas para repor e mesmo ampliar as reservas da commodity, para atender ás necessidades do país. Essa é a avaliação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que enxerga declínio significativo da produção de hidrocarbonetos no Brasil antes de 2030, considerando o atual nível de reservas provadas.

Na semana passada, a ANP apresentou um balanço da exploração de petróleo no país em 2022. Exploração é a atividade que avalia a eventual existência de petróleo ou gás natural em jazidas. Nesta etapa, petroleiras contratam equipamentos específicos para perfurar poços em busca de novos reservatórios.

No documento, Claudio Jorge de Souza, diretor da ANP, diz que é urgente vencer os obstáculos que ainda impedem a exploração em novas fronteiras, como as da Margem Equatorial. “É imperioso dar atenção ao elevado potencial existente nas bacias de nova fronteira, seja em mar ou em terra”, disse.

A agência salienta o “baixo desempenho” da área de exploração, especialmente nos últimos três anos. Segundo a ANP, 2022 foi o terceiro ano seguido sem a conclusão, pelas petroleiras, de análises e estudos para confirmar a existência de hidrocarbonetos, como levantamentos sísmicos 2D e 3D. “Tal fato, ainda que indesejável, não significa que não possam ter sido iniciadas campanhas em 2022, mas que nenhuma campanha foi concluída nesse ano”, ressalta a ANP. É com os resultados dos estudos que se declara a comercialidade.

A ANP registrava 295 blocos de petróleo e gás natural sob contrato no país no fim de 2022, somando mais de 186 mil quilômetros quadrados (km2) de bacias. Do total, 138 são localizados em bacias marítimas, 55% da área contratada, e 157 estão situados em bacias terrestres (45% do total).

Dos 295 blocos contratados, 246 estão ativos e 49 com operações suspensas, sendo 20 deles localizados na Margem Equatorial, de acordo com o levantamento da ANP. “Em grande maioria, a suspensão devia-se ao atraso no processo de licenciamento ambiental”, destaca o estudo da agência.

O especialista no setor, Marcus D’Elia, da Leggio Consultoria, afirma que o principal ponto é que os investimentos para os próximos cinco anos garantam que o país alcance o nível máximo de produção dos 5 milhões de barris por dia em 2030. Hoje em dia, o patamar está em torno de 4 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) por dia.

“Nos últimos anos, os investimentos desaceleraram como efeito da pandemia, já que não tínhamos uma previsão clara de quanto ficaria o valor do barril de petróleo. Agora, acreditamos que o barril fique em torno de US$ 60 a US$ 80 pelos próximos oito anos. Mas hoje algumas outras forças de mercado se colocam na equação, como a transição energética, que se torna uma nova variável na avaliação de projetos.”

Para D’Elia, o Brasil tem vantagens competitivas neste momento, por oferecer boas condições de investimentos em cenário de transição energética.

A ANP registrou também assinatura, no ano passado, de 63 contratos, todos no regime de concessão, sendo 58 relativos ao terceiro ciclo de oferta permanente e cinco da 17ª rodada de licitação de blocos. É o maior número desde 2017.

O ponto de vista e os números da ANP foram divulgados em meio a um debate sobre a exploração de novas reservas de petróleo na Margem Equatorial brasileira, no momento em que projetos de descarbonização ganham corpo no país e no mundo, num esforço para cumprimento de metas para reduzir emissões de gases de efeito estufa.

A Petrobras tenta obter licenciamento ambiental no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a perfuração de um poço localizado na Bacia da Foz do Amazonas, no Amapá. Depois de ter a licença negada pelo Ibama, a empresa enviou novo ofício sobre o tema ao órgão há duas semanas, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir, no início de julho, não ser necessária a apresentação de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para explorar áreas que foram leiloadas.

Agência Brasil - DF   27/07/2023

No período de 2023 a 2028, entrarão em operação no país 23 novas unidades estacionárias de produção (UEPs), que são as plataformas de produção de petróleo e gás. Desse total, 19 UEPs ficarão no estado do Rio de Janeiro, uma em São Paulo, uma no Espirito Santo e duas em Sergipe. O dado consta do Anuário de Petróleo 2023, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

As 23 plataformas de produção responderão pela geração de cerca de 21 mil novos postos de trabalho, sendo 6,9 mil diretos, nas plataformas, e 13,8 mil indiretos, nos diversos segmentos da cadeia produtiva, que envolvem, entre outras atividades, apoio marítimo, manutenção e reparo, escoamento da produção, reposição de equipamentos e peças, operações portuárias e bases de apoio, e transporte de passageiros.

O especialista de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Sávio Bueno, destacou nesta quarta-feira (26), em entrevista à Agência Brasil, que esse quantitativo de empregos não inclui o efeito multiplicador na economia, com movimentação em hotéis e no comércio, por exemplo. O gerente de Projetos de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Thiago Valejo, completou que mais de 17 mil postos de trabalho deverão ser localizados no território fluminense.

Entre 2023 e 2025, 13 plataformas entrarão em operação, com 3,9 mil novos postos de trabalho diretos e 7,8 mil indiretos. E, entre 2026 e 2028, mais 10 novas UEPs, com 3 mil novos postos diretos e 6 mil indiretos.
Remuneração

Sávio Bueno destacou que a entrada em operação das novas plataformas movimentará o mercado de trabalho no país, oferecendo oportunidades de remuneração elevada, tanto para profissionais com formação superior, como técnica. De acordo com levantamento da Firjan, feito em junho deste ano com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), os salários médios iniciais no setor de extração de petróleo e gás alcançam R$ 13.685. “A maior parte das atividades exige nível tecnológico elevado”, comentou Thiago Valejo.

A Firjan identificou as principais formações profissionais demandadas pelas empresas que atuam na exploração de petróleo e gás. Para o nível superior, os destaques são engenharias mecânica, química e elétrica; administração; economia e contabilidade. Em nível técnico, a maior procura é para especialistas em mecânica, eletrônica, mecatrônica, automação e elétrica.
Produção

Savio Bueno informou que até o final da década, a produção nacional de petróleo deverá alcançar cerca de 4,8 milhões de barris diários, número bem superior aos 3 milhões de barris/dia atuais. A maior parte da produção deverá ficar no estado do Rio de Janeiro, que já detém 85% da produção nacional, “com potencial de alcançar, até 2025, mais de 90%”. Bueno diz acreditar que até 2028, a participação do Rio de Janeiro deverá cair um pouco, porque as novas UEPs de São Paulo, Espírito Santo e Sergipe entrarão em operação. Além disso, haverá declínio dos campos da Bacia de Campos. “Ainda assim, o Rio de Janeiro deverá responder por uma parcela maior que a atual na produção de petróleo e gás”.

Thiago Valejo comentou que esse é um processo natural que se observa com a entrada em funcionamento de novas plataformas em outras unidades da Federação. Mesmo assim, estimou que o volume de produção do Rio de Janeiro se manterá elevado, devendo atingir entre 87% e 88%, em 2030, “volume que é muito maior do que hoje”. O gerente da Firjan lembrou que o Rio de Janeiro “sempre foi líder na produção de petróleo”.

Valor - SP   27/07/2023

Petroleira tem ligeira queda na produção de petróleo e gás natural, de 0,6%, frente ao segundo trimestre de 2022.

O relatório de produção da Petrobras do segundo trimestre, divulgado na noite de quarta-feira (26), mostrou queda nas exportações de petróleo em um cenário de aumento do processamento nas refinarias nacionais. Esse maior uso das refinarias, por sua vez, aconteceu em meio a três quedas no preço cobrado pela empresa na gasolina e a um aumento expressivo das vendas do derivado no país.

A Petrobras exportou, no segundo trimestre deste ano, 411 mil barris por dia de petróleo, o que representou uma retração de 22,6% na comparação com igual período do ano passado.

O fator de utilização total das refinarias da estatal no segundo trimestre foi de 93%, alta de quatro pontos percentuais frente ao mesmo período em 2022. O documento mostra também que a petrolífera vendeu 1,7 milhão de barris ao dia de derivados, um avanço de 0,3% na comparação com igual período de 2022.

As vendas de gasolina somaram, entre abril e junho, 434 mil barris ao dia, uma alta de 15,7% frente a igual período do ano passado. Isso ocorreu, segundo a estatal, por conta do ganho de participação da gasolina sobre o etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex, bem como do aumento do mercado ciclo Otto.

No segundo trimestre, o crescimento das vendas de gasolina aconteceu na esteira de três reduções de preço do derivado realizadas pela estatal, que significaram um recuo total de 20,75% do produto nas refinarias.

Além disso, a venda de gasolina no segundo trimestre cresceu 4,8%, ante o primeiro trimestre. Foram as maiores registradas para o mesmo período nos últimos seis anos, mesmo com o desinvestimento de algumas refinarias.

A Petrobras informou ainda que a produção de petróleo, gás natural e líquido de gás natural (LGN) no segundo trimestre somou 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia (BOE ao dia, o que corresponde a uma ligeira queda de 0,6% na comparação com igual período de 2022.

A produção de petróleo e LGN ficou em 2,1 milhões de barris/dia entre abril e junho, queda de 0,6% frente a igual período de 2022, enquanto a produção de gás natural foi de 501 mil BOE/dia, um recuo de 0,2% na comparação com o segundo trimestre do ano passado.

Segundo a empresa, a produção de óleo no pré-sal foi de 1,708 milhão de barris/dia, 0,4% superior ao primeiro trimestre, devido, principalmente, à fase crescente da produção (ramp-up) da plataforma P-71, no campo de Itapu, na Bacia de Santos, e ao início de produção do navio plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Almirante Barroso, no campo de Búzios, também na Bacia de Santos. Em relação ao mesmo trimestre de 2022, a produção no pré-sal cresceu 6,2%.

A produção do pós-sal foi de 346 mil barris ao dia, 9,7% inferior ao primeiro trimestre, principalmente pelo maior volume de perdas com paradas e manutenções, da venda do campo de Albacora Leste e do declínio natural da produção, efeitos parcialmente compensados pelo início de produção do FPSO Anna Nery e pela entrada de cinco novos poços de projetos na Bacia de Campos. No comparativo anual a queda foi de 20,3%.

Infomoney - SP   27/07/2023

A Petrobras (PETR4) registrou uma produção total, em média, de óleo, LGN e gás natural no segundo trimestre de 2023 (2T23) de 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), uma redução de 0,6% em relação à produção do segundo trimestre do ano passado (2T22) e 1,5% abaixo da produção do 1T23.

Com relação ao petróleo, a estatal produziu em média de 2,1 milhões de barris por dia (bpd) no segundo trimestre no Brasil, queda também de 0,6% ante o mesmo período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre houve um recuo ainda maior, de 1,8%, adicionou a companhia.

Segundo a estatal, o desempenho se deve em função, principalmente, do maior volume de perdas por paradas e manutenções, do declínio natural de campos maduros e de desinvestimentos, efeitos parcialmente compensados pelo ramp-up da P-71, no campo de Itapu, e pelo início de produção dos FPSOs Almirante Barroso, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos e Anna Nery, no campo de Marlim, além de novos poços de projetos complementares, na Bacia de Campos.

A produção no pré-sal, por sua vez, alcançou 1,708 milhão bpd (barris por dia) no 2T23, volume 6,2% acima do 2T22 e 0,4% superior ao 1T23.

Já a produção do pós-sal no 2T23 foi de 346 mil bpd, 20,3% inferior ao 2T22 e 9,7% abaixo do 1T23.

A produção no exterior foi de 35 Mboed (mil barris de óleo equivalente por dia), referente aos campos da Bolívia, Argentina e Estados Unidos, um recuo de 2,8% na comparação com 1T23 e de 5,4% na comparação anual.
Diesel e gasolina
O volume de vendas de derivados no 2T23 aumentou 1,5% em relação ao 1T23, principalmente por conta da gasolina, em razão da maior competitividade, e do GLP, pela sazonalidade de consumo. Comparadas ao 2T22 as vendas ficaram em linha, mesmo após a saída da REMAN.

De acordo com o relatório, as vendas de diesel foram de 721 Mbpd (mil barris por dia) no 2T23, uma redução de 3,8% em relação ao 2T22, mas alta de 0,8% frente ao 1T23.

A produção de diesel foi de 721 Mbpd entre abril e junho de 2023, uma elevação de 9,7% frente ao 1T23 e de 1,4% na comparação anual.

Já as vendas de gasolina foram de 434 Mbpd no 2T23, um aumento de 15,7% em relação ao 2T22 e de 4,8% frente ao 1T23.

A produção de gasolina teve alta de 7,4% na comparação com o 1T23 e de 4% na comparação com 2T22.

As vendas de óleo combustível no 2T23 registraram queda de 3% em relação ao 1T23 devido, principalmente, à redução no segmento marítimo, com o encerramento da temporada de cruzeiros em abril. No segmento industrial, por outro lado, houve aumento de vendas devido a maior competitividade frente às alternativas de suprimento dos clientes na região Norte.

No comparativo com o 2T22, houve crescimento de 7,1%, das vendas, principalmente devido a maior competitividade
da Petrobras frente à alternativa do cliente.

A produção de óleo combustível aumentou 20,1% no 2T23 em relação ao 1T23, com consequente elevação da exportação.

AGRÍCOLA

Money Times - SP   27/07/2023

Há 1 mês, o Governo Federal anunciou o lançamento do Plano Safra 2023/2024, política focada em incentivos à produção do setor do agronegócio que permite que o produtor realize o custeio do novo ciclo.

E o setor de máquinas agrícolas tem uma importância significativa para que os produtores possam atingir bons índices de produtividade, principalmente nas culturas de soja e milho, que respondem pela maior parte da demanda dos equipamentos.

Dessa forma, o Agro Times conversou com Pedro Estevão, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) sobre os desafios do setor em 2023.
Plano Safra

De acordo com Estevão, da Abimaq, o volume divulgado no novo plano agrícola ficou bem acima do disponibilizado no ciclo 2022/2023, ainda que abaixo dos R$ 34 bilhões solicitados pela Abimaq.

“No ciclo passado, tivemos em torno de R$ 11 bilhões, e em 2023, se você somar os recursos do Pronaf, Pronamp e Moderfrota o volume total é de R$ 17,8 bilhões, bem acima do ano passado, ainda que abaixo do que pleiteamos. Em 12 meses, temos um faturamento de R$ 84 bilhões, assim, faltam recursos. Vemos o Governo bem sensível na hora de adicionar novos recursos, ainda que sinalizem novos aportes caso haja uma escassez, com isso, enxergamos de bom tamanho o que foi anunciado”, explica.

Para o vice-presidente da entidade, a nota negativa do novo Plano Safra fica por conta das taxas de juros.

“Apesar do Modefrota estar em 12,5% e o Moderfrota e o Pronamp em 10,5%, taxas bem abaixo do mercado, os patamares ainda são altos, claro que isso não depende do Governo e sim do Banco Central. Por outro lado, sabemos que se você abaixa muito os juros, significa que a subvenção fica maior e consequentemente o Plano Safra tem menos recursos, então sempre defendemos um volume maior, ainda que os juros fiquem maiores”, diz.
Desafios do ciclo 2023/2024
Juros

O vice-presidente da Abimaq ressalta que, entre 2020 e 2022, o setor de máquinas agrícolas contou com bons resultados em meio a pandemia de covid-19.

Assim, o setor de máquinas cresceu 17% em 2020, 42% em 2021 e 2% em 2022, um crescimento muito grande nos últimos 3 anos, segundo a Abimaq

“Por outro lado, houve um recuo de 20% no primeiro semestre de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado e um dos problemas é o juros. No ciclo passado, os volumes do Plano Safra se esgotaram em 2 meses e o produtor rural foi obrigado a recorrer ao mercado, com juros de 16% ao ano, o que dificulta os investimentos,” pontua.

Ainda assim, o vice-presidente prevê um alívio para os produtores no atual ciclo, em função da queda dos custos de produção.
Conectividade

O vice-presidente da Abimaq destaca os desafios com a conexão de internet nas lavouras brasileiras, já que muitas das máquinas agrícolas precisam estar conectadas à rede para operarem na sua máxima capacidade.

“As novas máquinas exigem conectividade, já que elas entregam uma maior produtividade a partir da conexão, com respostas mais rápidas e assertivas, com uma leitura ambiental”, diz.
Educação

Por fim, Estevão destaca a necessidade de educar os produtores sobre o uso correto das máquinas agrícolas.

“O uso correto não parte apenas do operador, mas também do proprietário. É preciso saber qual máquina comprar e porquê comprar, para tirar os melhores resultados na operação agrícola. Segundo estudo do Ministério da Agricultura e da Embrapa, se tivéssemos 85% da área rural do Brasil com cobertura 4G, isso resultaria em um incremento de produtividade de 4%, que representa uma fortuna”, conclui.

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