Valor - SP 27/06/2023
Em setembro de 2022, as sirenes de emergência da barragem dos Alemães foram acionadas por dois minutos e meio e a companhia informou que o alerta era uma música "usada em testes periódicos"
O Ministério Público de Minas Gerais, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Ouro Preto, e a Gerdau Açominas assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê a compensação a moradores de Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto (MG), pelo acionamento irregular de sirenes de alerta da barragem dos Alemães. O acordo foi fechado com apoio da Coordenadoria Estadual de Meio Ambiente e Mineração (Cema).
No dia 30 de setembro de 2022, as sirenes de emergência da barragem foram acionadas de forma equivocada, durante dois minutos e meio. A Gerdau informou em nota que o alerta “não foi para evacuação da área, mas sim uma música clássica que é usada em testes periódicos”.
Como parte do termo de ajustamento de conduta (TAC), a Gerdau vai destinar R$ 2,5 milhões a projetos sociambientais para a população que vive na região da barragem. A empresa também deve adotar as medidas necessárias para que não haja um novo disparo irregular das sirenes, além de outras medidas de segurança.
A Gerdau se comprometeu a contratar equipes técnicas independentes e profissionais especializados para elaborar relatórios técnicos e um plano de ação em caso de acionamento indevido de sirenes.
Pelos termos do acordo, a Gerdau deve ainda manter a população regularmente informada, com campanhas educativas para a convivência com o risco. Além disso, qualquer atividade nos sistemas de alerta que possa causar o acionamento indevido do sistema de sirenes deve ser avisada à população e à Defesa Civil com, no mínimo, cinco dias de antecedência.
A empresa está sujeita à multa diária de R$ 5 mil pelo descumprimento de qualquer obrigação prevista no acordo. O valor será destinado ao Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais.
A Gerdau informou em nota que vai cumprir todas as obrigações assumidas no termo de ajustamento de conduta.
“Não houve nenhuma alteração nos níveis de segurança da barragem dos Alemães. A estrutura, que tem Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), é monitorada continuamente. A operação da Gerdau é realizada 100% a seco”, acrescentou a companhia.
Há menos de duas semanas, a Gerdau anunciou um investimento de R$ 3,2 bilhões em Minas Gerais, no período de 2023 a 2025, que será usado na ampliação da capacidade de produção de minério de ferro na mina de Miguel Burnier. A produção deve aumentar de 1,2 milhão de toneladas por ano na mina para 5,5 milhões de toneladas ao ano. O recurso também será usado na construção de um mineroduto ligando a mina à usina de aço da Gerdau em Ouro Branco (MG), a cerca de 15 quilômetros de Miguel Burnier.
IstoÉ Online - SP 27/06/2023
A cotação do dólar passou por uma desvalorização neste primeiro semestre de 2023 que não se via há sete anos no mercado brasileiro. A moeda americana caiu dos R$ 5,23 com que começou o ano para R$ 4,77 na última quinta-feira, o menor patamar para o câmbio desde maio de 2022.
Entre o dia 1º de janeiro e o dia 19, o dólar Ptax para venda, índice de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro calculado pelo Banco Central, registrava um recuo de 8,38%. Este é o maior declínio para um primeiro semestre desde 2016, quando a cotação caiu 17,80%.
O fortalecimento da moeda brasileira reflete uma melhora brusca no humor com que o mercado iniciou o ano em meio às incertezas macroeconômicas globais e o novo governo no Brasil. No final de 2022, logo após as eleições, pesquisas indicavam que gestores, estrategistas e economistas viam o dólar acima dos R$ 5,40 em 2023. Em março, uma enquete dizia que o dólar ultrapassaria os R$ 5,30.
Ainda que 2023 esteja apenas se aproximando da metade, boa parte dessa instabilidade foi atenuada e o País conseguiu se colocar como destino do capital estrangeiro entre os emergentes.
“Temos reservas cambiais bastante robustas e uma certa estabilidade política e econômica, que muitos países emergentes não têm”, destaca Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Braza Bank.
O atual patamar da taxa de juros do País também ajuda a manter o real valorizado. Com a Selic estacionada em 13,75% ao ano e a queda dos indicadores de inflação, o Brasil tem o maior juro real do mundo – o que também atrai investidores estrangeiros que vem atrás de boa rentabilidade a um risco relativamente baixo.
“É um movimento que chamamos no mercado de carry trade, onde você pega o dinheiro do seu país e leva para outro onde vai receber um juros maior, no caso, o Brasil”, explica Gabriel Moraes, assessor de investimentos do escritório Arcani Investimentos.
Com mais dólares entrando no mercado brasileiro, o real conseguiu se fortalecer e se estabilizar abaixo dos R$ 4,80 nos últimos pregões. Para o segundo semestre, no entanto, pairam algumas dúvidas sobre a continuidade dessas quedas.
A projeção mais recente do Boletim Focus indica um dólar a R$ 5 até o final do ano. Moraes destaca que, embora o Focus reúna um resumo das expectativas do mercado, ainda há divergência entre os agentes. Nem todos, diz ele, acreditam que a tendência para o segundo semestre é de valorização do dólar.
DE OLHO NOS JUROS
“Para o dólar voltar para R$ 5, duas coisas precisam acontecer: os juros dos EUA ficarem altos por mais tempo, o que atrai o dinheiro para lá; e os juros do Brasil caírem muito rápido”, explica. “Se o BC baixar os juros em uma velocidade muito rápida, isso pode fazer o dólar se apreciar de novo. Talvez isso explique a tese do dólar aos R$ 5.”
Mas esse não parece ser o cenário base até o momento. Na reunião do dia 21, o BC surpreendeu o mercado ao manter o tom ainda duro contra o combate à inflação, sem sinalizar o início do ciclo de cortes na Selic para agosto, como esperavam analistas.
“Se houver um corte de juros exagerado e sem fundamentos para isso podemos ter uma desvalorização do real. Mas é algo que eu não acredito que o Banco Central vá fazer”, diz Bruno Perottoni. Mantidas as outras condições, o especialista vê espaço para uma cotação mais baixa do que os R$ 5 ao final do segundo semestre.
A cotação do dólar é uma das variáveis mais difíceis de se prever no mercado, por isso especialistas não conseguem cravar o futuro da trajetória da moeda. Ainda assim, para aqueles investidores interessados em dolarizar o portfólio ou turistas com viagens agendadas que precisam comprar a moeda, a desvalorização atual pode indicar uma boa janela de oportunidade.
“Estamos falando da menor cotação em mais de um ano. Considerando o contexto atual, o risco de uma correção é maior do que a oportunidade de uma queda mais acentuada”, diz Diego Costa, chefe de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio.
A recomendação, no entanto, é sempre fazer múltiplos aportes – ou seja, ir comprando aos poucos. “Nós sempre indicamos que os clientes façam suas compras em partes”, diz Haryne Campos, especialista em câmbio na WIT Exchange. “Analisando graficamente, o dólar ainda tem margem para continuar em queda; mas também temos fatores que podem influenciar a alta.”
Agência Brasil - DF 27/06/2023
O mercado financeiro está mais otimista com relação à economia do país. De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto – PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país – aumentou de 2,14% para 2,18%, entre a semana passada e esta.
Há quatro semanas, a previsão era de crescimento de 1,26%. O resultado mantém uma sequência de sete semanas de alta nas expectativas. O boletim Focus apresenta semanalmente as projeções para os principais indicadores econômicos do país.
Para o ano de 2024, a expectativa é de crescimento de 1,22% do PIB. Há uma semana, o mercado previa crescimento de 1,2%. Para os anos subsequentes (2025 e 2026), o mercado projeta altas de 1,83% e de 1,92%, respectivamente.
Inflação
O mercado está mais otimista também com relação à inflação oficial do país, com queda nos índices esperados para 2023 e 2024. Para o ano corrente, as projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,12 (estimativa divulgada na semana passada) para 5,06, conforme divulgado no boletim desta semana.
Apesar de as expectativas estarem melhores do que as divulgadas há uma semana, as projeções ainda estão acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
A expectativa de inflação para 2024 caiu de 4% para 3,98%, entre a semana passada e esta semana; e se manteve estável (3,8%) em 2025. Para 2026, espera-se uma inflação de 3,72%.
Juros e câmbio
Com relação à taxa básica de juros (Selic), principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação, as expectativas do mercado financeiro se mantém estável, em 12,25% para 2023; em 9,5% para 2024; e em 9% e 8,75% para 2025 e 2026, respectivamente.
Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, conforme definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto de 2022, e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
A previsão do mercado para a para a cotação do dólar se manteve estável na comparação com a semana passada – em R$ 5 para o final de 2023; e em R$ 5,10 para 2024.
IstoÉ Online - SP 27/06/2023
A S&P Global reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2023, de 5,5% para 5,2%. Segundo a agência de classificação de risco, “o principal risco de crescimento negativo da China é que sua recuperação perde mais força em meio à confiança fraca entre os consumidores e no mercado imobiliário”. Para a S&P, a falta de um grande estímulo político aumentará o risco para o crescimento do país. “Internamente, conter a alavancagem sem impedir o crescimento requer uma gestão hábil da dívida do governo local e reformas financeiras”, acrescenta. *Com informações do Dow Jones Newswires.
CNN Brasil - SP 27/06/2023
A confiança do consumidor subiu 4,1 pontos em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta segunda-feira (26) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) alcançou 92,3 pontos, maior nível desde fevereiro de 2019, quando estava em 94,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,8 ponto, terceira alta consecutiva.
“Em junho, a recuperação da confiança do consumidor foi motivada tanto pela melhora da percepção sobre a situação corrente quanto das expectativas para os próximos meses, além de ter sido disseminada entre todas as faixas de renda da pesquisa”, afirmou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
“O indicador que mede a intenção de consumo de bens duráveis nos próximos meses foi o principal impulsionador do resultado no mês, sugerindo uma redução do pessimismo na intenção de gastos, frente ao alívio da inflação e a expectativa de queda dos juros no futuro”, explica.
A economista acrescenta que “apesar de parte dos indicadores alcançarem os melhores resultados dos anos recentes, ainda é cedo para confirmar uma melhora sustentada da confiança dos consumidores, principalmente porque a situação financeira das famílias ainda registra nível bastante insatisfatório, sendo um dos principais problemas do consumidor o alto endividamento”.
Em junho, o Índice de Situação Atual (ISA) cresceu 4,4 pontos, para 75,7 pontos, maior nível desde março de 2020, no início da pandemia de covid-19, quando estava em 76,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE) subiu 3,6 pontos, para 104,0 pontos.
O componente que mede a intenção de compras de bens duráveis foi o que mais influenciou a melhora do ICC, com alta de 11,7 pontos, para 91,6 pontos. A FGV lembra que o item havia se distanciado do patamar de 90 pontos desde outubro de 2014, quando estava em 92,5 pontos.
O componente que mede o grau de otimismo com a situação econômica local avançou 2,3 pontos, segundo aumento consecutivo, para 118,4 pontos.
O único item de expectativas com recuo em junho foi o que mede as perspectivas sobre as finanças familiares nos próximos meses, com queda de 4,0 pontos, para 101,3 pontos, “devolvendo parte do otimismo acumulado nos dois últimos meses”.
Na avaliação sobre o momento atual, houve melhora nos dois quesitos investigados. Após três meses de altas modestas, o item que mede a satisfação sobre a situação econômica local no mês de junho subiu de forma mais expressiva, aumento de 3,8 pontos, para 85,5 pontos, o maior nível desde dezembro de 2014, quando era de 87,0 pontos.
O componente de avaliações sobre as finanças familiares no momento cresceu 5,0 pontos, para 66,5 pontos, após duas quedas consecutivas.
A análise por faixa de renda mostra melhora disseminada na confiança, principalmente entre os mais ricos: no grupo de famílias com renda mensal acima de R$ 9.600,01, houve elevação de 6,7 pontos, para 97,2 pontos, permanecendo “girando acima dos 90 pontos alavancado pelas perspectivas para o futuro”.
Entre os consumidores com renda familiar abaixo de R$ 2.100,00 mensais, houve aumento de 2,5 pontos; no grupo que recebe de R$ 2.100,01 a R$ 4.800,00, alta de 1,2 ponto; e no grupo com renda familiar entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00, elevação de 0,5 ponto na confiança.
“O avanço da confiança dos consumidores de menor poder aquisitivo desacelera com a acomodação de suas expectativas depois de um resultado expressivo no mês anterior”, apontou a FGV.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 22 de junho.
Globo Online - RJ 27/06/2023
O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne na quinta-feira e deve aprovar um ajuste no sistema de metas de inflação. Essa é a expectativa do Ministério da Fazenda, que prepara a mudança e já trabalha em possíveis ajustes no novo formato, principalmente a prestação de contas à sociedade.
Formado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela titular do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o CMN tem como principal missão definir as diretrizes da política monetária do país.
O ministro Haddad tem defendido publicamente uma mudança nos parâmetros adotados hoje para que o país tenha um sistema em que a meta de inflação seja contínua. Atualmente, a meta é definida seguindo o ano calendário. Para 2023, o objetivo a ser perseguido pelo BC é manter a inflação em 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Mudar esta sistemática pode ser decisivo para os rumos da taxa de juros no país. O encontro do CMN esta semana será a primeira reunião de Campos Neto com Haddad depois de o BC manter os juros básicos do país em 13,75% ao ano e não sinalizar claramente uma redução da Taxa Selic em agosto, o que irritou o governo.
Em cinco meses, atual presidente já se encontrou com mais chefes de governo do que seu antecessor em quatro anos
O BC divulga nesta terça-feira a Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com a explicação detalhada sobre a decisão, que pode amenizar o tom.
O principal objetivo do BC ao definir a Selic é seguir a meta de inflação, definida pelo CMN. Por isso, o banco precisa prestar contas sobre isso. Além disso, Campos Neto dará entrevista na quinta-feira para apresentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Atualmente, o Banco Central tem três instrumentos para dar satisfação à sociedade em relação à sua atuação para manter a inflação controlada: o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a prestação de contas semestral no Senado e, se descumprir a tarefa de atingir a meta inflacionária, a confecção de uma carta ao Ministério da Fazenda.
Essa carta precisa explicar por que a meta foi descumprida e indicar os passos futuros para a recolocação no caminho de seu objetivo. Como a meta hoje é apurada com o IPCA de janeiro a dezembro, o documento, quando necessário, é enviado à pasta em janeiro do ano subsequente.
Com uma meta contínua, essa periodicidade perderia o sentido. Nesse contexto, técnicos discutem agora se a carta continua sendo necessária. Uma possibilidade é manter a carta em momentos em que a inflação passar por um período "fora da curva". Seria possível ainda fortalecer os outros mecanismos de prestação de contas, como uma apresentação mais detalhada ao Congresso.
O calendário oficial do CMN prevê a discussão sobre as metas de inflação nos meses de junho. Neste ano, seria discutida a meta de 2026 e rediscutidos os objetivos de 2024 e 2025. Mas o que também entrará em discussão agora será implantar um calendário móvel.
Em vez de considerar um ano cheio para atingir a meta, o objetivo seria perseguido num período mais longo. Dessa forma, o BC poderia ser mais suave na sua atuação para manter os preços sob controle.
A avaliação dentro do governo é que uma regra que não siga o ano-calendário poderia atenuar as pressões e reduzir as chances da a política monetária ser muito contracionista - ou seja, com taxas de juros muito elevadas.
Atualmente, as metas são 3,25% neste ano e 3% em 2024 e 2025, com intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A expectativa do mercado é que seja mantida a meta de 3% com a verificação contínua.
A hipótese de mudar numericamente as metas de inflação foi praticamente descartada, apenas de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falar nos seus primeiros meses de gestão sobre a possibilidade de adotar um parâmetro de referência mais elevado. O que está no radar da equipe econômica agora é a adoção de uma meta contínua de inflação.
Itaú prevê meta-contínua
Em relatório, o Itaú afirmou que espera que o CMN confirme a meta de inflação em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 pp, e mude a meta de ano calendário para contínua, redefinindo a política de verificação de cumprimento da meta. Mas, seguindo o padrão internacional, deixando para o Banco Central do Brasil (BCB) definir o horizonte de convergência.
"A mudança da meta ano calendário para meta contínua também está aparentemente em discussão e se for implementada com cuidado pode trazer avanços", afirma o banco, defendendo que a meta pode ajudar a ancorar as expectativas de longo prazo, e que também alinharia o Brasil às melhores práticas internacionais.
Para o Itaú, seria negativo se o CMN determinasse um prazo mínimo de, por exemplo, 24 meses para o BC buscar o cumprimento da meta. "A decisão sobre a meta e a atuação cautelosa do BCB devem ajudar a ancorar as expectativas de inflação e reduzir a inflação para meta de 3% em 2024/2025, sem comprometer as perspectivas para uma gradual flexibilização da política monetária", afirma o banco.
CNN Brasil - SP 27/06/2023
As contas externas brasileiras registraram superávit de US$ 649 milhões em maio, invertendo o déficit de US$ 4,6 bilhões do mesmo mês do ano passado. O resultado é o melhor para meses de maio desde 2021, quando o saldo foi positivo em US$ 1,995 bilhão.
Os dados são do balanço de pagamentos, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, em seu relatório mensal do setor externo.
Nos doze meses encerrados em maio, porém, o déficit das transações correntes acumula US$ 48,5 bilhões, ou 2,45% do PIB, ante US$ 53,8 bilhões (2,73% do PIB) no mês anterior e US$ 51,2 bilhões (2,89% do PIB) em maio de 2022.
No mês passado, a balança comercial contribuiu positivamente para o superávit das transações. Em maio, o setor externo registrou o maior superávit comercial da série histórica, US$ 9,7 bilhões, ante saldo positivo de US$ 3,4 bilhões no mesmo mês de 2022.
As exportações também foram recorde, somando US$ 33,3 bilhões, incremento de 11,2% na comparação interanual. Já as importações de bens diminuíram 11,3% na mesma base de comparação, totalizando US$ 23,6 bilhões.
Ainda na comparação interanual, o déficit em renda primária aumentou US$ 1,1 bilhão; o déficit em serviços reduziu US$290 milhões; e o superávit em renda secundária recuou US$ 309 milhões.
O déficit na conta de serviços totalizou US$ 3,1 bilhões em maio de 2023, inferior ao déficit de US$ 3,4 bilhões observado em maio de 2022.
A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$ 1,2 bilhão, recuo de 35% comparativamente a maio de 2022, influenciada por menores gastos em fretes.
As despesas líquidas na rubrica de viagens internacionais reduziram 11,7% e somaram US$ 634 milhões, com aumentos de 51,8% (para US$ 567 milhões) nas receitas e de 10% nas despesas (para US$ 1,2 bilhão). As despesas líquidas com aluguel de equipamentos somaram US$ 618 milhões, estáveis em comparação a maio de 2022.
O déficit em renda primária somou US$ 6 bilhões em maio de 2023, incremento de 21,3% comparativamente ao déficit de US$ 4,9 bilhões em maio de 2022.
As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 4,6 bilhões, ante US$ 4,2 bilhões em maio de 2022.
Esse aumento nas despesas líquidas, segundo nota do Banco Central, é resultado, na comparação interanual, da redução de 26,2% nas receitas de lucros e dividendos, para US$ 1,7 bilhão.
As despesas líquidas com juros somaram US$ 1,4 bilhão em maio de 2023, US$ 681 milhões superiores ao resultado de maio de 2022, influenciadas por maiores despesas brutas em operações intercompanhia e em outros investimentos.
Investimento direto
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 5,4 bilhões líquidos em maio, aumento de quase 40% em relação ao mês anterior. Em abril, foram registrados US$ 3,312 bilhões.
Para termos de comparação, no mesmo mês de 2022, ingressaram US$ 4 bilhões no Brasil em investimentos diretos.
No mês, houve ingressos líquidos de US$ 4,9 bilhões em participação no capital e de US$ 438 milhões em operações intercompanhias.
Os investimentos acumulados no período de 12 meses totalizam US$ 83,4 bilhões, o equivalente a 4,21% do produto interno bruto (PIB) em maio. Em abril, o acumulado era de US$ 82 bilhões (4,16% do PIB).
Já os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$ 4 bilhões em maio deste ano, sendo US$ 1,8 bilhão em ações e fundos de investimento e US$ 2,2 bilhões em títulos de dívida.
Nos 12 meses encerrados em maio, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 9,8 bilhões.
Reservas internacionais
Com isso, as reservas internacionais chegaram s US$ 343,5 bilhões em maio de 2023, recuo de US$ 2,2 bilhões em relação ao mês anterior. A redução decorreu, principalmente, das contribuições negativas de variações por preços e por paridades, US$ 2 bilhões e US$ 1,9 bilhão, respetivamente.
Contribuindo para elevar o estoque de reservas internacionais, houve retorno líquido de US$ 1 bilhão em operações de linhas com recompra, e receitas de juros que somaram US$ 635 milhões.
CNN Brasil - SP 27/06/2023
O custo da energia elétrica representa o maior obstáculo à competitividade da indústria paulista, conforme mostra uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que avaliou 133 entraves enfrentados pelas empresas.
Depois do preço da energia, o excesso de normas e regulamentos a serem observados, o custo do frete rodoviário, a complexidade da legislação do ICMS, bem como suas frequentes alterações, e os preços elevados dos insumos de fornecedores do Estado completam o top five das maiores dificuldades da indústria de São Paulo.
A Fiesp recebeu respostas de 413 empresas – de pequeno, médio e grande porte – entre os dias 17 de abril e 12 de maio.
A ideia é que a pesquisa sirva de subsídio às propostas a serem levadas pela entidade ao conselho de promoção à reindustrialização criado pelo governo de São Paulo.
A cada obstáculo, o estudo enumera algumas propostas. No caso do custo da energia elétrica, por exemplo, são citadas na pesquisa cinco ações – entre elas, incentivos à autogeração de energia elétrica, bem como o uso de fontes alternativas, como biometano e gás natural.
Já para o custo do transporte por rodovias, a solução apontada é incentivar alternativas logísticas, como ferrovias, hidrovias e transporte de cabotagem, assim como o questionamento da constitucionalidade da tabela de fretes mínimos rodoviários.
CNN Brasil - SP 27/06/2023
Apesar de um primeiro trimestre surpreendente, a maior parte dos países emergentes deve enfrentar acentuada desaceleração em 2023, segundo avaliação da S&P Global Ratings. China e Tailândia são citadas como exceção à tendência, enquanto as previsões para o desempenho do Brasil tiveram considerável melhora para este ano.
Entre os fatores que explicam a perda de fôlego, a instituição cita a demanda fraca de importantes parceiros comerciais, preços ainda elevados e juros em níveis restritivos.
Apesar do arrefecimento de riscos geopolíticos e da pandemia, a apertada política monetária global deve impedir uma recuperação ao longo do segundo semestre, de acordo com a S&P.
A agência aumentou a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina em 2023, de 0,9% a 1,1%, mas cortou a de 2024 (de 1,9% a 1,5%) e em 2025 (de 2,2% a 2,1%).
Para o conjunto de emergentes excluindo China, a expectativa é de crescimento de 3,3% este ano, 4,0% no próximo e 4,3% em 2025.
IstoÉ Dinheiro - SP 27/06/2023
Primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath defendeu, em discurso nesta segunda-feira, 26, que os bancos centrais mantenham a luta contra a inflação “agora”. Ela falou em evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal, e comentou sobre algumas “verdades inconvenientes” do cenário atual.
Gita Gopinath disse que a batalha contra a inflação “está em andamento”, com queda no índice cheio da inflação, mas o núcleo se mostrando mais persistente. Uma “verdade inconveniente” é que a inflação está demorando “muito para voltar à meta”, e com isso os bancos centrais precisam seguir comprometidos em lutar contra a inflação, “apesar dos riscos de um crescimento econômico mais fraco”.
Segundo ela, outro fato “inconveniente” atual é que os estresses financeiros “poderiam gerar tensões entre os preços almejados e os objetivos de estabilidade financeira.
Caso a inflação persista e os bancos centrais tenham de apertar suas políticas bem mais que o mercado espera, as condições financeiras “modestamente apertadas” de hoje poderiam abrir caminho para uma rápida reprecificação de ativos e para um forte avanço nos spreads de crédito. “Temos visto no último ano como, sob certas circunstâncias, o aperto na política pode vir com estresses financeiros significativos, incluindo na Coreia do Sul, no Reino Unido e mais recentemente nos EUA”, apontou.
A terceira “verdade incômoda” destacada por Gopinath em sua fala é que os bancos centrais devem enfrentar mais riscos de alta à inflação que antes da pandemia. Ela menciona questões como mudanças estruturais que afetam a oferta agregada, impulsionadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, e nota que esses fatores podem gerar “choques mais persistentes”. A autoridade do FMI vê ainda “risco considerável que choques de oferta mais voláteis da época da pandemia persistam”.
Gita Gopinath comenta que muitos países buscam concentrar cadeias em seu próprio território, mas diz que isso tende a elevar custos e, “ironicamente, torna os países menos resistentes e mais suscetíveis a choques do lado da oferta”. Os riscos oriundos da mudança climática também devem amplificar flutuações de curto prazo na inflação e na produção, destaca ela.
Nesse contexto, Gita Gopinath defende cautela nas estratégias políticas de “olhar para além dos choques na oferta”. Os bancos centrais podem ter de agir de modo mais duro, em caso de choques disseminados na oferta, recomenda.
Ela também nota que uma abordagem “preventiva” pode permitir um ritmo mais gradual no aperto, o que reduziria riscos à estabilidade financeira.
IstoÉ Dinheiro - SP 27/06/2023
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, adotou um tom otimista sobre a expansão na segunda maior economia do mundo nesta terça-feira, dizendo que o crescimento no segundo trimestre será maior do que nos primeiros três meses do ano.
“Estamos no caminho para atingir a meta de crescimento anual de ‘cerca de 5%’ que estabelecemos no início deste ano”, disse ele aos delegados em uma cúpula do Fórum Econômico Mundial (WEF) na cidade de Tianjin, no norte da China.
“Estamos totalmente confiantes e temos a capacidade de promover o desenvolvimento de alta qualidade da economia da China por um longo período de tempo.”
Os comentários de Li foram feitos em um momento em que Pequim enfrenta crescentes dificuldades econômicas. Depois que a China alcançou sólida expansão de 4,5% no primeiro trimestre, sua recuperação perdeu força em muitos setores, incluindo manufatura , imóveis, varejo e exportações.
Na segunda-feira, a S&P Global cortou sua previsão de crescimento em 2023 para o país para 5,2%, ante 5,5% anteriormente. Foi a primeira vez que uma agência global de classificação de crédito cortou as projeções de crescimento da China neste ano. Seus analistas citaram a fraca confiança entre os consumidores e no mercado imobiliário como os principais riscos.
No início deste mês, uma série de bancos de Wall Street também reduziu suas previsões. O Goldman Sachs disse que a recuperação provocada pela reabertura pós-Covid do país no primeiro trimestre parecia ter “fracassado” no período de abril a junho, pois rebaixou sua previsão anual de 6% para 5,4%.
Para impulsionar o crescimento, o Banco Popular da China cortou suas principais taxas de empréstimo de referência na semana passada pela primeira vez em 10 meses. Mas muitos analistas pediram um pacote de estímulo muito mais ousado, incluindo medidas para estimular o consumo e o mercado imobiliário.
Na terça-feira, Li prometeu fazer mais para apoiar a recuperação.
“Vamos introduzir … medidas mais pragmáticas e mais eficazes”, disse ele, acrescentando que as medidas visam aumentar a demanda doméstica e a vitalidade do mercado.
Li falou em um fórum que foi realizado pessoalmente pela primeira vez em quatro anos. Conhecido como o “Summer Davos”, tem mais de 1.500 participantes, incluindo os primeiros-ministros da Nova Zelândia, Vietnã, Barbados e Mongólia, além da elite empresarial e financeira internacional.
O Estado de S.Paulo - SP 27/06/2023
A maneira como o Banco Central conduz a política de juros abriu um debate entre os economistas do chamado grupo liberal. Uma parte deles entende que a autoridade monetária poderia, pelo menos, ter sinalizado um início de queda da Selic no próximo encontro.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve os juros em 13,75% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado, mas havia uma expectativa majoritária de que o BC abriria o caminho para um corte na reunião de agosto.
Num dos debates econômicos mais acalorados deste ano, o alto patamar da Selic já foi alvo de críticas do governo — encabeçadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva —, dos economistas mais heterodoxos e do setor produtivo.
“Eu senti falta de uma mínima sinalização de que esse início de redução de juros está num horizonte não muito distante”, afirma José Roberto Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Associados e ex-secretário de Política Econômica.
Na avaliação de Mendonça de Barros, uma combinação de fatores poderia ter feito o Copom deixar mais claro essa possibilidade. Ele aponta, por exemplo, a queda das projeções de inflação futura, a deflação de bens, o câmbio abaixo de R$ 5, a sinalização de que a reforma tributária pode avançar, e a expectativa de que a votação do arcabouço fiscal seja concluída na Câmara dos Deputados.
“Quando se junta tudo isso num mundo de incerteza e imperfeição, eu acho que é suficiente para que se pudesse ter tido essa perspectiva de, primeiro, sinalizar e, depois, iniciar o processo de redução dos juros”, afirma Mendonça de Barros. “A reunião foi na quarta-feira, e o Focus de hoje (segunda) já mostrou algo bastante razoável.”
Na pesquisa Focus desta segunda-feira, 26, os analistas consultados pelo Banco Central reduziram as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 e 2024 e mantiveram a de 2025. Elas estão em 5,06%, 3,98% e 3,80%, respectivamente.
Antes da reunião da semana passada do Copom, o economista Eduardo Giannetti — conselheiro econômico de Marina Silva nas disputas presidenciais — defendeu um passo além. Ele afirmou que não havia “mais razão concebível” para que o Banco Central não começasse um movimento de redução dos juros neste mês.
“As expectativas de inflação vêm caindo consistentemente, e isso para o Banco Central é muito importante”, disse Giannetti em entrevista ao Estadão. “Nós já passamos da hora (de reduzir a Selic). Estamos com o juro real muito acima do que precisaria ser.”
Quem vê o BC na direção correta
Os economistas que enxergam um acerto na condução da política monetária avaliam que o Copom não fechou totalmente a porta para uma queda dos juros em agosto. “Eu acho que ele deixou mais portas abertas, inclusive a de agosto”, afirma o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC.
Em sua avaliação, a decisão e a comunicação da autoridade monetária foram corretas com base na “evidência que a gente tem hoje”. Ele cita a projeção de 4% para o IPCA de 2024 relevada no comunicado e apurada no cenário de referência do Copom. O número está acima da meta de inflação estabelecida, de 3%.
O cenário de referência utilizado pelo Copom considera as previsões contidas na pesquisa Focus. Ela mostra um corte dos juros em agosto e a Selic em 12,25% ao fim deste ano. “Ele (BC) chega nesse número de inflação (3,4%) presumindo uma trajetória de juros que começaria em agosto”, diz Schwartsman. “Isso entrega uma inflação acima da meta. Com essa trajetória de juros, o BC não chega lá.”
Mas se as trajetórias de inflação, sobretudo a de 2025, continuarem em queda, Schwartsman afirma que é possível que o BC inicie o corte de juros na próxima reunião. “Se, em agosto, as trajetórias continuarem em queda, (o Copom) pode começar a reduzir os juros, lembrando que, quando chegar agosto ou setembro, o BC já vai estar olhando para (a inflação de) 12 meses até março de 2025", diz.
Há duas discussões importantes que devem dar um norte mais claro para o Copom até a próxima reunião, aponta José Júlio Senna, ex-diretor do BC e chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV, que também não se coloca “entre os críticos do Banco Central”.
Existe uma incerteza em relação ao desenho final do arcabouço fiscal e sobre qual será a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) para a meta de inflação de 2026. “O Banco Central não pode se pautar por ideia, por noções. Não pode fazer uma aposta”, afirma Senna.
O arcabouço fiscal foi votado pelo Senado e ganhou mais despesas fora do limite de gastos, como Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). O texto voltou para a Câmara dos Deputados e deve ser votado na próxima semana.
“Os participantes do mercado receberam muito bem o arcabouço, mas o jogo ainda não acabou. A bola está no campo da Câmara, e o resultado não se conhece”, diz o chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV.
Embora haja críticas de economistas sobre o arcabouço, a avaliação é a de que a nova regra fiscal conseguir evitar um crescimento acelerado do endividamento do País, o que ajudou a reduzir a incerteza e melhorar a percepção de risco dos investidores internacionais com a economia brasileira.
Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco pontuou em sua coluna de domingo, 25, no Estadão, que o arcabouço fiscal “não é uma solução, mesmo sendo um passo na direção certa” e que “o equilíbrio fiscal nunca foi a fé dessas pessoas no governo”.
“Perguntas de livro-texto: como deve se comportar a autoridade monetária quando os ‘fundamentos fiscais’ não estão bons? Como não se preocupar com a inflação se o fiscal está ruim, sem ser catastrófico, e o governo quer capturar a agência reguladora da moeda? Será que a conta fecha?”, escreveu.
Em relação ao CMN, houve uma forte discussão no governo para aumentar a meta de inflação, mas esse debate perdeu força nas últimas semanas e a leitura agora é a de que o órgão deve manter a meta de inflação em 3% para os próximos anos. Uma eventual mudança na meta não seria bem recebida pelo mercado e poderia mexer com as projeções para o IPCA.
No CMN, a mudança que se espera agora é a substituição do regime para apurar a meta de ano-calendário para contínuo.
“O Banco Central tem de agir com segurança. Os custos de reverter movimento e de revelar arrependimento são muito altos. Afetam muitíssimo a credibilidade da instituição. E a credibilidade é a chave da política anti-inflacionária”, diz Senna.
Money Times - SP 27/06/2023
Os contratos futuros de metais ferrosos caíram nas negociações desta segunda-feira (26) na China.
As melhores margens levaram algumas siderúrgicas chinesas a elevar a produção, aumentando a pressão em um mercado já morno, à medida que a última onda de calor prejudicou as atividades de construção ao ar livre e reduziu ainda mais a demanda.
O minério de ferro mais negociado em setembro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com queda de 0,44%, a 797 iuanes (US$ 110,21) por tonelada, o menor nível desde 13 de junho.
Já o minério de ferro de referência em julho na Bolsa de Cingapura subiu 0,42%, a US$ 109,65 por tonelada. O vergalhão na Bolsa de Futuros de Xangai perdeu 1,24%, a bobina laminada a quente caiu 1,37%, o fio-máquina recuou 2,25% e o aço inox teve retração de 0,71%.
Os volumes diários de transações de produtos de aço para construção caíram para 301 mil toneladas em 25 de junho, 12,7% inferior ao da pesquisa anterior e 37% menor em relação à sexta-feira anterior, de acordo com dados da consultoria Mysteel.
Infomoney - SP 27/06/2023
No último final de semana, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, informou que o governo federal articula uma forma de aumentar o poder na Vale (VALE3), com parte do PT defendendo que a mineradora atenda aos “interesses estratégicos nacionais”. De acordo com o colunista, isso incluiria indicar Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, para a presidência da mineradora.
De acordo com dados da Refinitiv até o fim de maio, o maior acionista individual da Vale é a Previ, com 8,69% do capital total, sendo seguida pelo Capital Group, fundo de ações americano, com 7,04%.
Segundo o colunista, outros grandes acionistas, entre eles Bradesco (BBDC4), Mitsui, Blackrock e Cosan (CSAN3), não querem trocar agora o atual presidente, Eduardo Bartolomeu, cujo mandato vai até maio de 2024.
“Menos ainda por um nome como o de Mantega, que não deixou boas lembranças na Fazenda e jamais em sua vida ocupou um cargo de executivo numa empresa privada. Mas a força dos governos nunca deve ser desprezada. A mudança pode não ocorrer agora, e nem com o atual preferido, mas a pressão para que haja uma mexida só crescerá até o ano que vem”, aponta a publicação.
Para Mateus Haag, analista da Guide Investimentos, ainda que haja interesse do governo nesta indicação, acredita que sua aprovação seria pouco provável, principalmente para a diretoria.
“O governo poderia utilizar sua influência em alguns acionistas, como Previ e Bradespar para indicar Mantega para o Conselho de Administração em nossa visão. Na diretoria, haveria poucas chances da indicação ser aprovada pelos demais acionistas. Pesa ainda contra esta indicação a falta de conhecimento e experiência para ocupar o cargo”, avalia.
Porém, apesar de ver poucas chances do ex-ministro Guido Mantega se tornar presidente da Vale, a notícia do interesse do governo em influenciar nas decisões da Vale não é bem recebida.
O analista ainda aponta que pesa ainda negativamente sobre a ação o mau momento do setor de mineração no mundo, que tem levado as ações a caírem 24% no acumulado de 2023.
Apesar da sessão também ser de queda do minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), na China, que encerrou as negociações diurnas com baixa de 0,44%, a 797 iuanes (US$ 110,21) por tonelada, o menor nível desde 13 de junho, a sessão é de leves variações para a Vale. Cabe ressaltar que o minério de ferro de referência na Bolsa de Cingapura subiu 0,42%. Às 12h40 (horário de Brasília) desta segunda-feira (26), os papéis VALE3 tinham leve variação negativa de 0,06%, a R$ 65,86.
COMMUNICA BRASIL - SP 27/06/2023
Durante a participação na feira em Goiás, que tem início em 27/06, a siderúrgica SSAB vai mostrar os benefícios e aplicações da chapa antidesgaste Hardox® em equipamentos do setor de mineração e vantagens como alta produtividade e vida útil otimizada
A SSAB, multinacional sueca líder mundial na fabricação de aços de alta resistência, participa como expositora da segunda edição da BRASMIN 2023 – Feira da Indústria da Mineração, que acontece de 27 e 29 de junho, no Centro de Convenções PUC em Goiânia (GO). A siderúrgica sueca apresenta em seu estande as propriedades e variedades de espessuras e grades que o aço Hardox®, fabricado pela siderúrgica, oferece, além do seu processo de fabricação e diferencial técnico.
"A SSAB também apresentará exemplos de aplicações do aço Hardox® na mineração e seus respectivos benefícios ligados a redução de peso, maior vida útil e produtividade além dos benefícios do aço Hardox® 500 Tuf, a nova geração de chapas antidesgaste para caminhões basculantes, caçambas de escavadeiras e contêineres.
A mineração é um dos setores básicos da economia nacional e responsável pela extração das matérias-primas que são utilizadas pela maioria das indústrias, como metalúrgicas, siderúrgicas, fertilizantes, petroquímica, tratamento de água, construção civil, eletroeletrônica, aeronáutica, farmacêutica, papel, cosmética e muitas outras. Em 2021, o setor mineral, incluindo a transformação dos bens minerais, representou 22,5 % do PIB chegando a 145 bilhões de dólares.
Terra - SP 27/06/2023
Segundo o relatório da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil encerrou o primeiro trimestre do ano, com um acumulado de perdas em 4,6% na receita total, mesmo com crescimento de 5,9% (com ajuste sazonal) no mês de março de 2023 frente ao mês de fevereiro. O relatório também apresentou dados sobre o volume total de máquinas e equipamentos consumidos internamente no país, incluindo tanto os bens produzidos localmente quanto os importados, mostrando um aumento de 6,5% em março, ajustado sazonalmente, em comparação com fevereiro. Apesar desse crescimento, o consumo de máquinas ficou 1,4% abaixo do registrado no mesmo mês de 2022. No acumulado do trimestre, houve uma queda de 8,0%. No mês em questão, a contribuição positiva foi impulsionada pelas importações (+6,5%), cujos resultados em termos de valor foram afetados pela desvalorização de 4,9% do real em relação ao dólar.
Sobre o resultado das exportações, no mês de março de 2023, as exportações de máquinas e equipamentos superaram a marca de US$ 1 bilhão. O setor registrou um aumento de 16% em comparação com o mês de fevereiro de 2023 e de 24,2% em relação ao mesmo mês de 2022. O relatório da Abimaq apresentou dados de 2022 para comparar resultados. É possível analisar no relatório que no primeiro trimestre de 2022, as exportações mantiveram-se em torno de US$ 870 milhões mensais e a partir do segundo trimestre, elevaram-se ligeiramente, alcançando um pouco mais de US$ 1 bilhão. No último mês de março, ocorreu um novo avanço, quando o setor superou as projeções e alcançou o valor de US$ 1,25 bilhão. Segundo a análise realizada no relatório, esse resultado contribuiu para sustentar uma parte importante das vendas de máquinas e equipamentos, mesmo diante da desaceleração das atividades internas.
José Antônio Valente, diretor da empresa de aluguel de equipamentos para construção civil Trans Obra, afirmou que o setor de exportação está contribuindo de maneira positiva nos resultados totais do setor, visto que os números do primeiro trimestre estão abaixo do resultado alcançado no período anterior. "Em toda indústria de máquinas e equipamentos deve-se ter uma atenção especial a qualidade dos serviços oferecidos para que cada empresa contribua em manter sua operação em alto nível e dessa forma ajudar a indústria nacional com serviços e produtos de qualidade para o setor. Os equipamentos da linha amarela, de grande porte, a venda de equipamentos e máquinas auxiliares, aluguel de compactador de solo e a entrega de produtos para os clientes da construção civil devem ser feitas de acordo com o planejamento realizado pelas empresas no ano anterior. Além disso, os números positivos no setor da exportação podem significar um novo rumo entre as empresas do setor".
Um só Planeta - SP 27/06/2023
O combustível, livre de carbono, pode alimentar o processo de fabricação "aço verde" para chapas, vergalhões e outros produtos -- que teriam maior valor agregado
Se a indústria siderúrgica mundial fosse um país, suas emissões somariam os gases de efeito estufa produzidos por China e Estados Unidos combinados, cerca de 40% do total global. Com tamanho potencial para acelerar as mudanças climáticas e suas consequências, o setor precisa mudar radicalmente para manter-se dentro de metas compatíveis com os 1,5°C de aquecimento global acordados em Paris, em 2015, e com isso, levar o mundo a reboque.
A atual década pode ser considerada uma encruzilhada: até 2030, cerca de 71% das plantas movidas a carvão e outros combustíveis fósseis vão chegar ao término de suas vidas úteis, devendo ser reformadas ou substituídas. Manter o modelo atual joga os planos de uma indústria “limpa” por água abaixo. Sendo assim, quais são os caminhos possíveis para esta reformulação colossal em busca do net zero até 2040?
Na visão de um novo estudo alemão, a resposta pode ser resumida em duas palavras: hidrogênio verde. O combustível, livre de carbono, pode servir para alimentar a fundição do minério de ferro em vergalhões, produzindo assim um “aço verde”, potencialmente livre de emissões em sua produção (sem contar aqui emissões secundárias e terciárias, ocorridas na produção da matéria-prima e operação de empresas parceiras, o que coloca desafios à parte).
A pesquisa do think tank Agora Industry, em conjunto com o Wuppertahl Institute, “15 insights para a transformação global do aço” (tradução livre), defende que, em vez de se concentrar em exportar hidrogênio verde puro, países como o Brasil, segundo maior produtor de minério de ferro do mundo (22% de participação no mercado), com um campo promissor na produção de energia limpa, deveriam incorporar a matriz energética livre de carbono aos seus produtos, tornando-se exportadores do aço com o valor agregado “verde”.
Um dos argumentos colocados seria de que a exportação do hidrogênio puro está sujeita a muitas perdas envolvendo transporte e acondicionamento, algo que não ocorre na mesma escala com vergalhões de aço, por exemplo. Para os importadores, a vantagem estaria em obter matéria-prima “verde” para suas indústrias, sem a necessidade de investimento em plantas de produção de hidrogênio verde, algo não tão simples em muitos países. Na projeção do grupo de pesquisa alemão, empregos atuais seriam mantidos, com um acréscimo de 250 mil novos postos no mundo.
Em comparação com o cenário em que esses países exportariam minério de ferro e hidrogênio e seus derivados por navio, a exportação de ferro verde poderia permitir um ganho de cerca de 16% em empregos empregos locais e um aumento de 18% no valor agregado, afirma a pesquisa.
“De acordo com nossa análise, siderúrgicas são mais propensas a considerar a importação de hidrogênio incorporado na forma de ferro verde - uma opção significativamente mais barata. Essa visão sugere que a demanda por importações de ferro verde pode aumentar em comparação com as importações de hidrogênio. Explorar essa ideia pode contribuir para a economia dos países exportadores e representar uma oportunidade valiosa para o Brasil”, avalia o autor principal do estudo, Wido Witecka, em conversa com Um Só Planeta.
Expectativa x realidade do hidrogênio verde no Brasil
Apesar das soluções levantadas pela pesquisa, não se trata de uma varinha mágica, como ressalta Luciano Losekann, professor associado da Faculdade de Economia da UFF (Universidade Federal Fluminense), que acompanha a evolução do setor de energia e as regulações. “Apesar do entusiasmo com o hidrogênio verde, ainda há um longo caminho para a viabilidade, que depende de aprendizado e ganho tecnológico. Uma questão desafiadora é a oferta de eletrolisadores [equipamentos que quebram a molécula do hidrogênio, separando o “verde”, “limpo”, do “cinza”, intenso em carbono], o que pode atrasar a difusão”, pondera.
Como em todo grande setor de produção, o investimento maciço é destacado no estudo europeu como força-motriz da descarbonização. Para realizar tal feito, o raciocínio do think tank alemão defende a atuação governamental, criando regulações para a transição energética do aço e incentivando parcerias internacionais para acelerar a composição de uma cadeia de produção e transformação “verde”.
"Decisões corretas sobre políticas e investimentos hoje nos colocarão no caminho de investimentos compatíveis com zero líquido, que podem garantir o futuro do setor e de seus empregos", projeta Peter Frank, diretor do Agora.
Potencial para impulsionar a indústria nacional do aço
O potencial do hidrogênio verde é uma unanimidade, e sua aplicação no mercado interno brasileiro pode de fato ser um impulso para a siderurgia nacional, avalia Losekann. “O modelo de desenvolvimento do hidrogênio ainda está em aberto. Ainda que os projetos voltados para exportação tenham recebido mais destaque, os projetos voltados para a demanda local podem ser mais atrativos. Nesse sentido, a utilização de hidrogênio pode recuperar a competitividade de setores da indústria brasileira intensivos no consumo de energia.”
O professor nota ainda um detalhe competitivo que a produção de um aço brasileiro “verde” teria. “As barreiras comerciais da Europa, baseadas em conteúdo do carbono de produtos importados, são um fator impulsionador.”
Além do otimismo com o hidrogênio, a pesquisa aponta ainda a eficiência no uso dos materiais, o aumento da reciclagem e o investimento em bioenergia como abordagens complementares na descarbonização do setor siderúrgico. A captura de carbono não é recomendada, por ter aplicação limitada na cadeia de produção.
“Países como o Brasil têm potencial para produzir ferro verde de forma competitiva, beneficiando-se de seu minério de ferro de alta qualidade, potencial para expansão e integração de energia renovável e capacidade de desenvolver uma economia nacional de hidrogênio. Para aproveitar esta oportunidade e contribuir com ousadia para a descarbonização global, seria benéfico promover o diálogo entre a indústria, a sociedade civil e o governo nos níveis estadual e federal. Esse esforço conjunto pode levar à formulação de um plano setorial que assegure os investimentos necessários e gere empregos locais com geração de valor para a sociedade brasileira”, avalia Karina Marzano, gerente de projetos do Agora Industry para transformação industrial no Brasil.
Valor - SP 27/06/2023
Expectativa é que marco de garantias facilite a retomada de automóveis inadimplentes, ajudando a reduzir taxas
Weverton Rocha: “Nos EUA, um carro que está com as prestações atrasadas, o guincho leva” — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O governo espera um grande impacto no mercado de automóveis, maior que o do programa de carro popular, com a aprovação do novo marco de garantias. A proposta permitirá que um carro financiado com as prestações em atraso possa ser retomado pelo credor sem a necessidade de passar pela Justiça, como ocorre hoje. Com isso, a expectativa da equipe econômica é que o juro da modalidade caia. Apesar da visão positiva do Executivo, no entanto, não há estimativas sobre o impacto da medida.
“Nos Estados Unidos, um carro que está com as prestações atrasadas, o guincho leva do meio da rua”, compara o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator do Projeto de Lei 4.188/2021, pautado para votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira. “Mas a taxa é praticamente zero, porque o risco de quem emprestou perder o bem é mínimo.”
No Brasil, historicamente, a recuperação não chega a 20%, segundo o setor bancário.
O PL foi formulado pela equipe do ex-ministro da Economia Paulo Guedes e aprovado na Câmara dos Deputados no ano passado. O governo atual considerou que havia pontos importantes na proposta e o incluiu no pacote de medidas para estimular o crédito, anunciado em abril. No entanto, foram feitas algumas alterações no relatório do senador Weverton, que foi alinhado com o Ministério da Fazenda.
A principal delas, segundo um técnico da área econômica, é a possibilidade de executar dívidas judicial ou extrajudicialmente, a critério do credor. Assim, deixa de ser obrigatória a tramitação pelo Judiciário.
Na avaliação do governo, esse ponto do marco das garantias ataca um gargalo importante no mercado de crédito porque também se aplica às operações sem garantia, que são tradicionalmente mais caras. Ao evitar que a execução dessas dívidas percorra o caminho judicial, a expectativa é que custo desse tipo de linha seja significativamente reduzido.
Com isso, o governo também espera que a mudança ajude a desafogar o Judiciário. Hoje, mais de 40% dos processos em tramitação são execuções de dívida, segundo uma fonte.
O projeto permite ainda ao tomador realizar uma segunda alienação fiduciária de um imóvel financiado. Pelas regras atuais, o imóvel fica “preso” como garantia do próprio financiamento, mesmo que uma parcela grande de seu valor já tenha sido paga.
A medida é acompanhada de perto pelos setores atingidos. A Febraban defende que as mudanças propostas pelos senadores mantenham a essência do que avançou na Câmara, e que o novo marco tenha “instrumentos que maximizam as garantias, desburocratizem procedimentos e confiram ao titular do bem (móvel e imóvel) maior e melhor manejo na sua alocação”.
Já a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirma dar “total apoio” à medida. A entidade diz que sempre defendeu a retomada mais rápida dos bens de inadimplentes, “de forma a não aumentar o custo do financiamento para os clientes que cumprem com seus contratos”.
O professor da FGV Direito Rio Gustavo Kloh avalia que o projeto é positivo do ponto de vista da recuperação e da gestão do crédito, mas tem trechos de preocupação para os consumidores inadimplentes.
“Do ponto de vista do consumidor, tem pontos que podem ser de preocupação, como a previsão da simplificação da reintegração de posse em 60 dias para quem tiver propriedade consolidada”, afirma.
O texto do Senado antecipa outro ponto do pacote de crédito: a simplificação na emissão de debêntures. O pacote contempla um PL que dispensa a realização de assembleia geral e o registro da escritura em junta comercial, por exemplo. A proposta tramita na Câmara sob o número 2.551/2023, mas o mesmo conteúdo foi incluído no relatório que está no Senado, em acordo com os deputados.
Segundo um integrante da equipe econômica, todas as alterações realizadas por Weverton foram negociadas com a Câmara. Assim, a expectativa é que os deputados avaliem rapidamente as mudanças feitas pelo Senado e o texto possa concluir sua tramitação seguir antes do recesso parlamentar, que começa em 17 de julho.
O texto elaborado por Weverton contempla a isenção, a investidores estrangeiros, do Imposto de Renda sobre ganhos com títulos da dívida privada. Esse foi um ponto muito debatido no governo anterior: o de dar a debêntures o mesmo tratamento tributário aplicado a títulos públicos.
A atual equipe econômica ainda examina o que fazer com essa isenção prevista no relatório de Weverton. Isso porque o plano do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é propor uma total reformulação das regras do Imposto de Renda no segundo semestre do ano. A tributação dos ganhos com aplicações financeiras está no escopo dessa revisão.
O senador excluiu do texto a criação das Instituições Gestoras de Garantias (IGGs), tido como o principal ponto do projeto elaborado pela equipe de Guedes. O time de Haddad tinha posição neutra sobre esse ponto, segundo a fonte. No entanto, o Banco Central tinha restrições a ela. O relator considerou o mecanismo “burocrático”.
Portos e Navios - SP 27/06/2023
O município de Itajaí e o governo federal anunciaram nesta segunda-feira (26) a volta da movimentação de contêineres no Porto de Itajaí. A retomada ocorrerá por meio de uma parceria com o Porto de Santos, com manutenção da autoridade portuária pública e municipal e utilização da mão de obra local. A medida deve ser efetivada em cerca de um mês e, para gerenciar as atividades, o vice-prefeito de Itajaí, Marcelo Sodré, assumirá a Superintendência do Porto.
“Acredito que a solução apresentada, numa importante parceria dos governos municipal e federal, é fundamental para que possamos ter essa retomada dos navios de contêineres por aqui. Que possamos somar ideias e esforços nessa solução imediata para a economia da nossa cidade, para o nosso porto, para os trabalhadores portuários, empresários e para todo estado de Santa Catarina, que também é impactado por essa situação”, destacou o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni.
A solução emergencial para o terminal foi apresentada pelo ex-deputado federal e atual presidente nacional do Sebrae, Décio Lima. De acordo com ele, a parceria com o Porto de Santos foi a alternativa mais ágil encontrada para retomada das operações em Itajaí. A solução também foi discutida e aprovada por todas as categorias de trabalhadores portuários da cidade.
“O Porto de Itajaí continuará com a autoridade portuária municipal, esse conceito não será alterado. Para resolver rapidamente o problema de não termos navios, parte da operação do Porto de Santos viria operar no Porto de Itajaí. Se amanhã o ministro dos Portos definir essa formulação, no máximo em 30 dias teríamos navios aqui operando, movimentando cargas e os trabalhadores portuários teriam renda. Em ato contínuo, vamos discutir o edital definitivo por 30 anos ou a ampliação do contrato transitório para 24 meses”, explicou Décio Lima.
A parceria com o Porto de Santos possibilitará a vinda de parte das operações portuárias para Itajaí, com o fornecimento dos equipamentos necessários e a utilização da mão de obra local. Conforme Décio Lima, esse processo já começará a ser discutido nesta terça-feira (27) com o Ministério dos Portos. Ele ainda enfatizou a importância de tornar a Superintendência do Porto de Itajaí uma empresa pública para gerenciar a concessão definitiva do terminal à iniciativa privada.
Nesta semana, o vice-prefeito Marcelo Sodré deve assumir a Superintendência do Porto para conduzir os próximos passos para retomada das operações. “Importante esse apoio que o governo federal está dando neste momento. É um desafio assumir a superintendência, eu já fui diretor comercial do porto e venho acompanhando a situação de perto. Faremos todo possível para trazer a volta da movimentação de contêineres no nosso porto, que é fundamental para toda economia de Itajaí e de Santa Catarina”, ressaltou Marcelo Sodré.
Portos e Navios - SP 27/06/2023
O Porto de São Francis do Sul renotou as certificações ISO 9001 (de Gestão da Qualidade) e 14001 (de Gestão Ambiental), ambas na última versão: 2015. A QMS do Brasil é a certificadora.
A norma ISO 9001 é um conjunto de diretrizes internas que buscam alcançar o gerenciamento de qualidade para atender eficientemente às demandas dos clientes. Já a ISO 14001 especifica os requisitos do sistema de gestão ambiental, focando no comprometimento das empresas no gerenciamento e prevenção dos potenciais impactos ao meio ambiente.
De acordo com o presidente do Porto, Cleverton Vieira, a manutenção da certificação indica que o porto continua investindo nas boas práticas de seu sistema de gestão da qualidade e promove a melhoria contínua de seus serviços. “O atendimento aos requisitos das normas ISO é de suma importância, pois traz reflexos positivos nos serviços prestados aos nossos clientes, além de tornar o porto mais competitivo para atingir as metas de crescimento do mercado portuário.”
Aumenta desembarque de aço no Porto de São Francisco
O polo siderúrgico do norte do Paraná é o principal destino das cargas de aço que chegam ao Porto de São Francisco do Sul.
Entre janeiro e maio, foram descarregadas 1,4 milhão de toneladas de bobinas, barras e chapas de aço, representando um crescimento de 9% com relação a 2022 (1,3 milhão de toneladas).
As grandes empresas de beneficiamento, como ArcelorMittal Vega, recebem o aço e têm nas fábricas catarinenses as maiores clientes: das 885 mil toneladas recebidas este ano pela Arcelor, através do Porto de São Francisco do Sul, 350 mil toneladas (40%) foram destinadas a empresas do estado.
IstoÉ Dinheiro - SP 27/06/2023
O petróleo fechou em alta nesta segunda-feira, 26, na esteira dos conflitos internos na Rússia no último final de semana. Apesar da resolução rápida, analistas apontam que a situação pode ter enfraquecido o presidente russo Vladimir Putin e que estas incertezas geopolíticas afetam perspectivas de oferta da commodity, aumentando o bônus nos preços do óleo. Além disso, o dólar fraco ante rivais no exterior tende a beneficiar a atratividade do petróleo.
O contrato WTI para agosto fechou em alta de 0,30% (US$ 0,21) a US$ 69,37 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro avançou 0,46% (US$ 0,34), a US$ 74,35 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O petróleo abriu o pregão em alta, recuperando parte das perdas registradas na última semana. O movimento acompanhava ponderações do mercado após o grupo militar independente Wagner anunciar uma rebelião armada contra o Kremlin, alegando que foram atacados pelo Ministério da Defesa da Rússia. Embora resolvido rapidamente, o conflito provocou um clima de cautela nos mercados por gerar incertezas quanto ao regime de Putin.
Contudo, analistas do mercado de energia destacam que estas incertezas tiveram efeito positivo sobre o petróleo, pelo bônus de risco para a oferta, considerando que a Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo. “Investidores estão questionando se este poderia ser o primeiro passo para uma guerra civil e, como tal, potencialmente causar turbulência no mercado internacional de energia”, pontuou a Stifel, em relatório. “Por enquanto, porém, os preços seguem estáveis”.
A Hargreaves Lansdown também avalia que instabilidade na Rússia lança incertezas sobre a produção e oferta do petróleo, porém, analisa que ainda existem pressões de baixa sobre a commodity. “As preocupações sobre o efeito das altas taxas de juros nas principais economias sobre o crescimento da atividade econômica e a perda de força da recuperação da China ainda devem conter os preços daqui para frente”, conclui.
No noticiário, Putin anunciou a prorrogação das medidas em resposta ao teto de preços sobre petróleo e derivados russos, fixado pelo G7. O decreto deve vigorar até 31 de dezembro de 2023, proibindo a venda desses produtos para países e empresas que, direta ou indiretamente, cumpram o teto de preços.
Infomoney - SP 27/06/2023
Guiana, o pequeno país sul-americano que descobriu grandes reservas de petróleo nos últimos anos, foi sondado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para se juntar ao grupo. O convite teria vindo do ministro da energia saudita, Abdulaziz bin Salman, e do secretário-geral da Opep, Haitham al-Ghais, segundo dois representantes da Opep informados sobre a abordagem.
Até o momento, o país optou por não aceitar o convite. O vice-presidente da Guiana Bharrat Jagdeo afirmou que a entrada arriscaria a Guiana a ficar em dívida com os esforços da Arábia Saudita e de outros membros que trabalharam para reduzir a oferta global e sustentar os preços do petróleo.
Se a Guiana aderisse, seria o primeiro novo membro em cinco anos e o menor país do bloco em população, com menos de um milhão de habitantes. A expectativa é de que, em breve, o país se torne um dos maiores produtores de petróleo per capita do mundo.
A Exxon Mobil e seus parceiros asseguraram mais de US$ 40 bilhões em projetos de petróleo no país, com a previsão de extrair mais de um milhão de barris por dia até o final da década. O FMI projeta que o PIB da Guiana aumentará 37% em 2023.
Nos últimos anos, a Opep, liderada pela Arábia Saudita, expandiu sua participação com países africanos e firmou uma aliança com a Rússia e outros países da antiga União Soviética e da Ásia, chamada Opep+.
A decisão da Guiana de não ingressar na Opep ocorre no momento em que o grupo vê sua influência sobre a oferta global e os preços diminuir. Os países produtores de petróleo fora da Opep+ devem se expandir mais rapidamente nos próximos cinco anos do que o bloco, de acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado em meados de junho.
Projeta-se que os produtores não pertencentes à Opep aumentem a produção em 5,1 milhões de barris por dia, liderados pelos EUA, Brasil e Guiana, afirmou. Por outro lado, os 23 membros da Opep+ adicionarão uma nova capacidade de 800.000 barris por dia, já que os investimentos na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iraque devem ser compensados por quedas na Rússia e entre países africanos e asiáticos. Fonte: Dow Jones Newswires.
Infomoney - SP 27/06/2023
A produção de petróleo e gás natural na região do pré-sal subiu 5,9% em maio, para 3,2 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), segundo dados preliminares da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O pré-sal representou 77,78% da produção do Brasil no mês passado.
Levando em conta apenas a produção de petróleo, o crescimento também foi de 5,9%, para 2,5 milhões de barris por dia (bpd) e a produção de gás natural subiu para 109 milhões de metros cúbicos diários (m3/d), uma alta de 5,9%.
Segundo os dados da ANP, a produção da Petrobras permaneceu praticamente estável em maio, registrando 2,6 milhões de boe/d, com 2 milhões de bpd de petróleo e 95,7 milhões de m3/d de gás natural.
Os dados, porém, ainda podem passar por atualizações até o fim do mês, destaca a agência.
No País, a produção atingiu 4,1 milhões de boe/d em maio, sendo 3,2 milhões de bpd de petróleo e 144,4 milhões de m3/d. O crescimento nos três casos foi de 1,9%.
O Estado de S.Paulo - SP 27/06/2023
A disputa provocada no governo Lula pelo pedido da Petrobras para fazer prospecção de petróleo na foz do Rio Amazonas está cada vez mais acirrada. Diante do impasse, a Advocacia-Geral da União (AGU) propôs que a Câmara de Conciliação da Administração Pública Federal seja acionada para mediar o conflito. O Ibama, porém, não aceita essa negociação.
“Em licenciamento não se faz acordo. Se a decisão fosse política, caberia. Mas, por ser técnica, não cabe conciliação”, disse ao Estadão o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Na mesma linha, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi categórica. “Em um governo republicano e democrático, decisões técnicas são respeitadas. A palavra está com o Ibama”, afirmou ela.
A oferta feita pela AGU foi apresentada no mês passado ao Palácio do Planalto, mas, para sair do papel, precisa do pedido de uma das partes.
“É plenamente possível buscar soluções para que os estudos da Petrobras sejam feitos em harmonia com a legislação ambiental”, avaliou o ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, hoje um dos nomes cotados para assumir, neste ano, a segunda cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na reunião ministerial do último dia 15, no Planalto, Messias fez questão de destacar que a AGU está “de portas abertas” para ajudar a dirimir divergências e controvérsias dentro do governo.
A Câmara de Conciliação da AGU já selou acordos considerados impossíveis, como o da compensação de dívidas do município de São Paulo com a União, no valor de R$ 23,9 bilhões, para abater créditos decorrentes do uso do Campo de Marte pelo governo federal.
No caso da região batizada pela Petrobras como novo pré-sal, no entanto, o entendimento parece bem mais complicado.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ao Estadão já ter sugerido a entrada da AGU para tentar resolver o imbróglio.
“Não existe dicotomia entre meio ambiente e desenvolvimento econômico. O governo de Jair Bolsonaro era o desequilíbrio ambiental. Agora, nós não podemos ser o desequilíbrio para o outro lado”, observou Silveira.
O Ibama negou, em 17 de maio, pedido da Petrobras para atividade de perfuração marítima na bacia da foz do Rio Amazonas, sob o argumento de que a companhia não conseguiu comprovar a proteção da diversidade biológica e a segurança de comunidades indígenas da região. Oito dias depois, a Petrobras solicitou a reconsideração da análise.
“Somente neste ano, emitimos 23 licenças para a Petrobras, que é o maior cliente do Ibama. Há outros 100 pedidos, mas não tem essa de “vai furar a fila”, “vai entrar de novo e vai ser primeiro”. É uma decisão da equipe técnica”, insistiu Agostinho.
A questão ambiental e climática perpassa todo o governo Lula, como se viu na passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Paris, na semana passada. Mas o racha na equipe, cada vez mais evidente, preocupa o Planalto.
Além do Brasil, países como Estados Unidos, China, Japão, Portugal, França e Inglaterra contam com investimentos na região da Margem Equatorial, que possui potencial de apresentar grandes reservas de petróleo e gás.
“O Brasil tem a última oportunidade de conhecer seu novo pré-sal, que pode estar na Margem Equatorial, entre a costa do Amapá e o Rio Grande do Norte”, comentou Silveira, que integrou a comitiva de Lula à França e acompanhou as discussões sobre um novo pacto global de financiamento da transição energética.
Um dia depois de o Ibama indeferir o pedido da Petrobras, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (AP), deixou o partido Rede-Sustentabilidade, o mesmo de Marina. O estopim para a sua saída foi a divergência com a ministra em relação a esse tema, entre outros motivos.
“A ciência é avessa ao dogma”, alfinetou Randolfe. “Acho ótima a iniciativa da AGU e vou trabalhar para que se busque essa intermediação.”
Na prática, a última palavra será dada por Lula, que, até agora, disse não ver efeito negativo na prospecção de petróleo numa área que está a cerca de 530 km da foz do Amazonas. Ambientalistas sustentam, porém, que explorar a Margem Equatorial quando o mundo defende a diminuição das emissões de carbono é uma atitude contraditória.
Em conversas reservadas, a ministra do Meio Ambiente garantiu que vai resistir às “intempéries”, mesmo com as atribuições da pasta esvaziadas, porque precisa lutar dentro do governo por suas posições.
“A madeira não cresce com sossego. Quanto mais forte o vento, mais fortes são as árvores”, comparou Marina.
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