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27 de Fevereiro de 2023

SIDERURGIA

O Petróleo - SP   27/02/2023

Saiba quais vagas estão abertas

A Gerdau é uma multinacional na área de aço que está presente em 10 países.

Essa gigante do aço conta com milhares de colaboradores mundo afora e abre suas portas para talentos brasileiros..

Os principais produtos que a empresa produz têm base de aço e minério de ferro.

São produtos que estão presentes em vários setores econômicos como: construção civil, agroindústria, automotivo, energia eólica, óleo e gás, açúcar e álcool, rodoviário e naval.

Entre os produtos destaque da empresa estão os aços longos, aços especiais e aço 100% reciclável.

Para trabalhar com a Gerdau, se espera que seus colaboradores conheçam seus produtos e processos, especialmente o cuidado com o meio ambiente.

Banco de talentos e oportunidades

Um dos lemas da Gerdau é que o futuro se molda, isso quer dizer que a empresa busca talentos capazes de se adaptar às novas demandas.

As oportunidades são principalmente para os Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, além da busca de talentos para Estados Unidos e Canadá.

Ultrapassar fronteiras é com a Gerdau, que oferece oportunidades de trabalho nas áreas de mecânica, silvicultura, contabilidade e finanças; administração e gestão; recursos humanos; tecnologia da informação; aquisição e cadeia de suprimentos; produção e operações; segurança, saúde e meio ambiente; vendas e marketing.

Conheça 5 passos para se candidatar às vagas de emprego na Gerdau.

Cinco passos para se candidatar às vagas da Gerdau.

1.Acesse o site com o painel de vagas e clique no link Trabalhe Conosco, acesse as vagas disponíveis. 

2.Mantenha seu currículo atualizado e em arquivo de fácil acesso. 

3.Há alguns modos de realizar a busca por vagas: o candidato pode digitar a palavra chave, de acordo com suas qualificações; pode selecionar de acordo com a região; ou pode abrir todas as vagas disponíveis e se candidatar de acordo com seu perfil. 

4.Depois de ler os requisitos da vaga, inserir o currículo, clique na opção candidatar-se agora e siga os passos solicitados. 

5.Mantenha seu e-mail de registro atualizado e verifique a validação da candidatura por meio dele, verifique também a caixa de spam. 

Quais são os benefícios que a Gerdau oferece?

Além de valorizar a capacitação e qualificação dos funcionários, a Gerdau oferece salários acima da média de outras empresas; 

A assistência médica e odontológica, é outro destaque; 

Acesso a serviços em instituições vinculadas à indústria, como creche e serviços escolares para filhos; 

Vale refeição; Previdência privada; Auxílio transporte ou transporte fretado dependendo do local; 

Benefício farmácia; Seguro de vida, entre outros.

A Gerdau espera que desde seu colaborador mais humilde até o pesquisador mais qualificado, compreenda que esta é uma empresa que investe em desenvolvimento, atuando em grandes dimensões.

Os funcionários podem ter nível alfabetizado ou especializações. Contudo, a empresa valoriza pessoas que se conectam com as demais e com seu trabalho em busca das melhores soluções.

Trabalhar na Gerdau não se trata de cumprir tarefa

Quem busca trabalhar numa empresa que historicamente cresce com novos começos e recomeços, ou seja, melhorar aquilo que já existe, saiba que a Gerdau cultiva esta perspectiva.

A empresa tem um segmento em que se tornou a maior recicladora de sucatas ferrosas da América Latina, há muitas possibilidades de trabalho.

Além disso, por estar presente na vida das pessoas e em produtos como automóveis, aviões, residências, a Gerdau é uma empresa que valoriza criatividade e crescimento.

O Petróleo - SP   27/02/2023

Visando aumentar o seu quadro de colaboradores no estado do Rio de Janeiro, a ArcelorMittal está dando início a mais um processo seletivo, com vagas de emprego para o município de Resende. Grande oportunidade para quem busca uma volta ao mercado de trabalho.

A empresa está anunciando vagas para operador e técnico de manutenção elétrica. Confira os requisitos necessários, suas atribuições e como se candidatar. Leia com atenção.

Vagas anunciadas pela ArcelorMittal para o estado do RJ

Operador laminação desbaste acabador

Este profissional deverá possuir conhecimento em ponte rolante, utilização de maçarico, além de Pacote Office. É necessário ter nível básico em inglês.

O colaborador irá Realizar tarefas de produzir laminados, desbastar e acabar o produto, operar dispositivos de comandos e atuar nos aparelhos, inspecionar, ajustar e corrigir falhas dos produtos e conservar bom estado dos aparelhos, bem como controlar o produto, para atender as metas de produzir e manter a qualidade.

Técnico de manutenção elétrica

Este profissional deverá possuir formação técnica em elétrica, eletrotécnica, automação ou mecânica, além de conhecimento em elaboração de desenho e conhecimento de planilhas elétricas. Também é necessário ter nível básico em inglês.

O contratado irá executar as atividades inerentes à manutenção eletro eletrônica preditiva, preventiva e corretiva da área, podendo executar inspeções, conforme os procedimentos internos, normas de segurança vigentes e programas definidos, visando garantir a funcionalidade e disponibilidade de máquinas e equipamentos e o cumprimento das metas definidas de produção e padrões de qualidade exigidos.

Como se candidatar

Aqueles profissionais que estiverem interessados em um das vagas cima, a ArceloMittal pede que acessem  página de recrutamento e seleção, cadastre o currículo e aguarde a convocação do departamento de recursos humanos.

Além de salário compatível com o cargo, o colaborador contratado terá acesso à assistência médica e odontológica, auxílio academia, vale-alimentação, previdência privada, seguro de vida e refeitório no local.

Miqueias dos Santos

Miquéias dos Santos Sacramento é bacharel em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo, pela FACIIP. Atuou na assessoria de comunicação da SEDUR (antiga Sucom) e hoje é jornalista no site O Petróleo onde escreve conteúdos para as editorias de Empregos e Carreiras.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   27/02/2023

Nos últimos dias abriu-se uma enorme discussão sobre juros e a inflação, o que, claramente nos traz um trade-off – sem economês, um dilema. Maiores taxas de juros combatem a inflação, o que, por definição, é desejável; por outro lado, estas mesmas maiores taxas de juros tendem a afetar negativamente o crescimento econômico.

Não se pretende, aqui, apesar da minha visão, nos colocar de um lado ou de outro: se devo fazer concessões em termos da inflação para um maior crescimento do produto e do emprego, ou vice-versa. Objetiva-se discutir os fundamentos da inflação brasileira e o papel das taxas de juros nesse processo. Além disso, não será uma discussão de conjuntura econômica, apesar de também se adequar a ela, mas de como essas variáveis e instrumentos se movem ou são utilizados no Brasil.

Conforme a macroeconomia básica, vista na Curva de Phillips, há um trade-off (que podemos “traduzir” como opção conflitiva) entre a inflação e a taxa de desemprego – ou crescimento da economia. Nessa visão, um processo inflacionário deve ser combatido por meio do aumento das taxas de juros, que, ao apertar o crédito, diminuiu o consumo (financiável) e o investimento e, dessa forma, diminuiu as pressões de demanda. Consequentemente, isso tenderia a reduzir a inflação, mas (a conjunção é de fato adversativa), ao mesmo tempo, geraria uma piora tanto no produto quanto no emprego.

Essa, a meu ver, é uma visão simplória da inflação. Em especial porque relaciona meramente o instrumento, as taxas de juros, com seu papel para conter a inflação de demanda. De outra forma, o Banco Central (BC) do Brasil só poderia usar as taxas de juros para combater a inflação se esta fosse considerada de demanda.

A inflação, além das pressões de demanda, tem outras causas: pressões de custos (oferta), indexação e expectativas. Mas o fiscal, tão falado, também não afeta a inflação? Sim, também via demanda e a chamada “aritmética desagradável”, em que o excesso de gastos do governo financiado de maneira não sustentável gera desequilíbrios no mercado de produto (pressões de demanda), mas também afeta as expectativas. Mas meu ponto central não está associado às questões fiscais.

Quer gostemos ou não, uma variável-chave na contenção da inflação brasileira é a taxa de câmbio. E isso não vem do momento atual. Se estende, pelo menos, desde os anos 1970 e 1980. O fato é que desvalorizações cambiais (num regime de câmbio flutuante depreciações seria mais apropriado) tendem a gerar inflação. Por meio da inflação de custos derivados do encarecimento dos produtos importados, inclusive insumos e matérias-primas? Sim. Porém a análise ainda está incompleta.

Em países com histórico inflacionário, como o Brasil e latino-americanos, a taxa de câmbio cumpre um importante papel na determinação da inflação. Vamos aos argumentos.

Primeiramente, vamos discutir a indexação. Tais economias tendem a ser muito indexadas. É a forma com a qual os agentes defendem seus contratos da carestia. Temos a indexação formal, que recai sobre títulos do Tesouro, aplicações financeiras, aluguéis, tarifas públicas, etc. Mas nem todo produto ou serviço pode ser indexado via contratualização. Eu não posso, por exemplo, pôr uma regra formal para o aumento do “cafezinho” consumido na padaria da esquina. Não há contrato para isso. Fica, então, a pergunta: o cafezinho eu não indexo? Indexo, sim, mas informalmente. Isso era mais claro ao final dos anos 1970 e início dos 1980, quando a taxa de câmbio era um referencial para o aumento de preços. Uma desvalorização cambial era entendida – e ainda é – como um gatilho para aumento dos preços.

A reboque vêm as expectativas inflacionárias. Estas não se limitam ao câmbio, mas também são influenciadas pelo câmbio. Como visto, desvalorizações da taxa de câmbio tendem a gerar expectativas de aumento de preços e, consequentemente, podem se materializar em maiores níveis de inflação. Em resumo, o câmbio cumpre um importante papel em influenciar a inflação, principalmente nos países em desenvolvimento. Agora, resta-nos associar toda esta discussão com as taxas de juros.

Um aumento das taxas de juros domésticas, ao aumentar o retorno dos ativos financeiros ao mesmo tempo que compensa o risco país, tende a gerar entradas de capitais. Essa maior oferta de moeda estrangeira, por sua vez, pressiona o mercado cambial no sentido de uma valorização da nossa moeda. Com isso, arrefece o processo inflacionário derivado da indexação informal e das expectativas, além de diminuir o custo de bens e serviços importados.

Em conclusão, existe um intricado relacionamento entre inflação, taxa de câmbio e taxa de juros. Analisar taxa de juros meramente como um instrumento para combater a inflação de demanda é reducionismo. Dito isso, concluo com uma pergunta: será que no Brasil realmente usamos a taxa de juros unicamente para conter a inflação de demanda?

Infomoney - SP   27/02/2023

A política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) precisará ser mais rígida, com a taxa básica de juros podendo chegar até 6,5%, e o custo de reduzir a inflação para a meta de 2% até 2025 provavelmente estará associado a pelo menos uma leve recessão. Essa é a conclusão de um estudo realizado por um grupo de economistas, que inclui o vice-presidente de pesquisa do Deutsche Bank, Peter Hooper, e o chefe de pesquisa dos EUA no JPMorgan, Michael Feroli.

Segundo o relatório, as estimativas levam em conta um modelo simples de três equações da economia para estimar quão alto se deve esperar que a taxa básica de juros suba para trazer a inflação de volta à meta nos próximos três anos e qual será o custo em termos de desemprego. Dessa forma, o estudo destaca que a mediana da taxa de juros pode atingir um pico de 5,6% no segundo semestre de 2023, podendo também subir para 6,0% e 6,5%. “É importante ressaltar que, mesmo nos casos em que as taxas de juros são altas, a inflação permanece acima dos 2% do Fed no final de 2025”, diz o texto.

Portanto, os pesquisadores inferiram que, mesmo assumindo expectativas de inflação estáveis, há dúvidas sobre a capacidade do Fed de arquitetar um “pouso suave” no qual a inflação retorne à meta de 2% até o final de 2025 sem uma recessão branda. “Esse exercício nos leva a concluir que o Fed e outros bancos centrais terão dificuldade em atingir suas metas de desinflação sem um sacrifício significativo na atividade econômica”, conclui o estudo.

Crítica ao Fed

O grupo de economistas também criticou a “falha” e o “erro significativo” do Fed em não agir preventivamente em 2021 diante de uma forte demanda. No entanto, para ele, o abandono do gradualismo em 2022 ajudou a estabilizar as expectativas de inflação. “Se o Fed não tivesse descartado o gradualismo do último quarto de século em 2022, a política monetária estaria ainda mais atrasada, com a tendência da inflação e as expectativas de inflação em um caminho mais alto do que hoje. Ou seja, se os formuladores de políticas tivessem escolhido aumentar as taxas em incrementos de 25 pontos-base, o custo da desinflação necessária seria maior.”

Por fim, o documento pondera que, desde que os formuladores de políticas mantenham uma postura restritiva até 2023 e possivelmente além, o Fed parece estar a caminho de se aproximar da meta de 2% dentro de um horizonte razoável. “Como o presidente Jerome Powell argumentou, o custo de uma flexibilização prematura provavelmente seria alto e, em nossa opinião, mais alto do que o custo de restrições políticas temporariamente excessivas”, ressalta.

Jornal de Brasília - DF   27/02/2023

Representantes dos principais setores da economia brasileira têm demandas específicas para o primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas concordam com três pontos que devem estar entre as prioridades do país: crescimento econômico, aumento no poder de compra dos brasileiros e melhora no sistema de cobrança de impostos.

A apresentação da nova regra fiscal (que substitua o teto de gastos) até março, a redução dos juros e o controle da inflação estão no centro das atenções do setor produtivo. Representantes também defendem políticas que ampliem a competitividade da indústria nacional.

Passada a pandemia, setores que conseguiram manter bons resultados em 2020 e 2021 vivem uma espécie de ressaca e esperam a retomada do crescimento. No fim do ano passado, dados que medem a atividade econômica já mostravam uma perda de ritmo. O nível de emprego melhorou, mas a renda média engatou trajetória de queda em 2021 e chegou aos menores patamares da década. O desafio agora é crescer mesmo com tantos obstáculos.

O setor de eletroeletrônicos é um dos que não conseguiu um bom resultado em 2022 nem com a Copa do Mundo, chamariz para a venda de televisores, segundo a Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Eletroeletrônicos).

Desde o início da pandemia, os lares precisaram ser adaptados para o trabalho remoto, o que impulsionou as vendas, mas o fim de 2021 anunciava que a bonança acabaria.

No segmento de ar-condicionado, a associação projeta queda de 60% e, entre os refrigeradores, de 13%. Para as TVs, José Jorge do Nascimento, presidente-executivo da Eletros, diz que, com esforço, o setor deve empatar com 2021, um ano sem qualquer impulsionador de vendas.

Reforma tributária é prioridade, mas falta consenso

Apesar de haver consenso entre os representantes de que a cobrança de impostos tem que mudar, a reforma tributária é vista de maneiras diferentes de acordo com o setor e mesmo entre os segmentos industriais.

O diretor-executivo da Abvtex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), Edmundo Lima, destaca a complexidade na gestão dos impostos estaduais, o ICMS.

“Uma empresa do varejo que atue em todos os estados tem que lidar com dezenas de alíquotas de ICMS. É tudo muito complexo. A unificação de alíquotas e a simplificação é muito importante para nós”, afirma.
A Abvtex representa nomes como Arezzo&CO (Anacapri, Reserva, Arezzo, Alexandre Birman), C&A, Centauro, Riachuelo, Dafiti, Malwee, Marisa, Renner, e os grupos Soma (Animale, Farm, Hering, Cris Barros, NV) e InBrands (Ellus, Richards, Bobstore, VR, Herchcovitch;Alexandre e Salinas).

Na indústria, a reorganização e simplificação tributária é tida como fator essencial para a reindustrialização. “A indústria passou de 27% do PIB para menos 11%. Claro, serviços e agronegócio cresceram, mas nós fundamentalmente perdemos competitividade. Aí o grande item da pauta é o custo Brasil e, nisso, o grande tema é a reforma tributária”, diz Marco Polo de Mello Lopes, coordenador da Coalizão Indústria.

O grupo reúne entidades de 14 setores, entre eles a Aço Brasil (da qual Marco Polo é presidente-executivo), Eletros e fabricantes de plástico, máquinas, brinquedos e a indústria da construção, entre outros.

“Temos uma agenda Brasil que atende a todos e todos os setores abriram mão das suas reivindicações específicas”, diz Marco Polo. Na sexta (17), o grupo se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e apresentou as pautas conjuntas do setor. Além de tributos, demandas sobre transição energética e financiamento de exportações também foram tratadas.
IPI, transição de novas regras e benefícios regionais

O que deve ser o ponto de discórdia entre a Eletros, o governo e outros setores (e mesmo na própria indústria) é a manutenção ou não do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Na base da Eletros há diversas fábricas instaladas na Zona Franca de Manaus. Atualmente, bens fabricados na região estão protegidos do corte de 35% do IPI. A medida tomada no governo Jair Bolsonaro (PL) atinge 4.000 produtos feitos em outras regiões e foi mantida pela nova gestão.

A Zona Franca de Manaus tem como um dos seus diferenciais a isenção do IPI sobre os bens lá produzidos e, com a redução do imposto em todo o país, veria essa vantagem diminuir.

A blindagem pretendeu manter a competitividade desses produtos, tornando-os mais baratos do que seus similares importados. As propostas mais avançadas de reforma tributária acabam com o IPI.

Para a Eletros, a vantagem tributária da Zona Franca precisa ser mantida. O segmento mantém ainda outros pontos de atenção sobre a reforma tributária, como o período de transição e a situação de estados e municípios que investiram em polos industriais.

“Há estados em que o benefício tributário aumenta conforme a distância com a capital. A reforma precisa entender essas particularidades regionais, não podemos acabar preterindo estados e regiões.”

Corte na compensação para exportadores desequilibrou balança comercial

Para Marco Polo de Mello Lopes, da Aço Brasil, das siderúrgicas, é essencial acabar com a cumulatividade de impostos. “Temos um regime que você fica com uma conta de débito, outra de crédito e, quando vai exportar, fica um resíduo tributário muito forte, de 6,5%, em média, e de 7% para a siderurgia”, afirma.

Ele tem defendido o aumento da alíquota do Reintegra, mecanismo de compensação tributária de exportações, hoje em 0,1% (já foi de 3%). O ajuste seria um paliativo, segundo ele, enquanto a reforma não é aprovada.

“Onde a gente deveria ter o melhor resultado em exportações, que é a balança comercial de manufaturados, que tem o maior valor agregado, mais que minério ou soja, acumulamos déficit”, afirma. Esse déficit, diz ele, saiu de US$ 78 bilhões em 2020 para US$ 128 bilhões, em 2022.

A pauta conjunta da indústria inclui ainda o alongamento no pagamento de impostos. Como é hoje, o prazo para recebimento de vendas costuma ser maior do que o de recolhimento de tributos. “Principalmente nas pequenas e médias indústrias, ele [o empresário] tem de recorrer aos bancos. O que a gente vem propondo também aos estados é para que haja uma compatibilidade entre os prazos.”
Varejo têxtil quer fiscalização de concorrentes internacionais

A tributação do ecommerce e o enfrentamento a plataformas estrangeiras (como a Shein) são pontos de destaque entre as reivindicações do varejo têxtil. A Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) é outra crítica à insuficiência da fiscalização sobre essas empresas. O setor aponta para uma falta de isonomia na tributação.

Enquanto as empresas brasileiras estão sujeitas a impostos em todas as etapas, as plataformas estariam usando o benefício de isenção para trocas entre pessoas físicas para evitar o imposto de importação (se cobrado do cliente em todas as operações, tornaria os produtos mais caros).

O outro problema, segundo a Abvtex, é etiquetagem e segurança, normas às quais o varejo é obrigado a atender. “A partir de testes que fizemos e de conversas com consumidores, entendemos que não há o cumprimento dessas normas.”

As varejistas de moda também querem discutir o imposto para importação. Lima diz que a tarifação subiu de 20% para 35% em 2007. Na época, veio de uma pressão da indústria e seria temporário. “Era um tempo para que a indústria investisse e se tornasse mais competitiva, mas a alíquota nunca mais voltou.” A média internacional desse tipo de imposto fica entre 16% e 18%.
Consumidor precisa de confiança para desligar ‘luz amarela’

O modo como o governo Lula enfrentará temas como emprego e renda será importante também para o varejo têxtil, diz Edmundo Lima, da Abvtex.

“Há expectativa que trate a questão social com mais força, pois foi o discurso ao longo de toda a campanha. Para a gente, é importante não só em relação ao emprego, mas na manutenção de benefícios e a na valorização do salário mínimo”, afirma.

A retomada do consumo e da confiança dos consumidores está entre as apostas de setores para melhorar o desempenho.

Para Ivo Dall’Acqua Júnior, vice-presidente da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo), o nível de confiança do consumidor está baixo. O ano também começou com “sacolejos” no varejo (com Americanas e outras grandes redes relatando dificuldades financeiras). “Percebemos que o consumidor está cauteloso, mas há um otimismo porque parece que o cenário vai se definindo e parece que a economia vai caminhar”, afirma.

A Eletros avalia existir uma crise do consumo, que precisa ser enfrentada com geração de emprego e distribuição de renda. O controle de gastos pode favorecer a redução de juros e da inflação, com efeitos sobre os custos de insumos e do crédito, avalia.

Na indústria da construção, medidas tomadas pelo governo nestes primeiros dias foram bem recebidas, como a retomada do Minha Casa, Minha Vida.

A Abrainc (associação das incorporadoras) diz que o programa será fundamental no desempenho do setor. A Cbic (câmara da indústria da construção) elogiou a intenção de acabar com saques anuais do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O setor, que viu seus resultados dispararem na pandemia, quando o ambiente doméstico passou a receber ainda mais atenção, agora se espreme diante da alta dos juros.
Início tenso na relação com o Agro

No agronegócio, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) diz que suas expectativas são as mesmas do período eleitoral. O documento endereçado aos “próximos governantes” trata de questões como segurança alimentar, desenvolvimento econômico, social e sustentável.

O setor, no entanto, está irritado com o que considera ter sido o esvaziamento do Ministério da Agricultura, e dos acenos do novo governo às pautas ambientais, como mostrou a Folha. A estatal Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) passou a ser subordinada ao Desenvolvimento Agrário e agora é comandada por Edegar Pretto, que tem ligação histórica com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Propostas mais avançadas para a reforma tributária

Duas PECs (propostas de emenda à Constituição) tratam do assunto e têm, em comum, a unificação de impostos.

1) PEC 45 – RELATÓRIO DEPUTADO AGUINALDO RIBEIRO
Substitui cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por um Imposto sobre Bens e Serviços e um Imposto Seletivo sobre cigarros e bebidas alcoólicas
Transição de seis anos em duas fases, uma federal e outra com ICMS e ISS
Substitui a desoneração da cesta básica pela devolução de imposto para famílias de menor renda
2) PEC 110 – RELATÓRIO SENADOR ROBERTO ROCHA
Criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) com fusão do PIS e Cofins
Criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), com fusão do ICMS e ISS
Substitui IPI por um imposto seletivo sobre itens prejudiciais à saúde e meio ambiente
Criação do Fundo de Desenvolvimento Regional, abastecido com recursos do IBS
Restituição de tributos a famílias de baixa renda
3) PL 3887/2020 – PROPOSTA DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) com fusão do PIS e Cofins
Mantida regra atual de desoneração da cesta básica
4) PL 2337/2021 – TEXTO APROVADO NA CÂMARA
Isenção do IRPF na faixa até R$ 2.500 e correção de média de 13% nas demais faixas
Desconto simplificado máximo de R$ 10.563,60 (hoje, limite é de R$ 16.754,34)
Tributação de dividendos, com isenção para o Simples e lucro presumido
Corte da alíquota-base do IRPJ de 15% para 8%
Corte da CSLL em até 1 ponto percentual
Fim dos JCP (Juros sobre Capital Próprio)
Fontes: Câmara dos Deputados e Senado Federal

O Estado de S.Paulo - SP   27/02/2023

Em mais uma demonstração da resiliência da inflação e do desafio que o Banco Central (BC) terá para aproximar a inflação da meta, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,76% em fevereiro. O indicador avançou em relação a janeiro, quando havia ficado em 0,55%, e registra alta de 5,63% no acumulado de 12 meses, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não foram estes, no entanto, os números que mais preocuparam os analistas.

Dos nove grupos que compõem o IPCA-15, oito registraram alta – a exceção foi Vestuário. Puxado por reajustes sazonais registrados no início do ano em mensalidades escolares, o grupo Educação teve a variação mais elevada, com 6,41%. Alimentos e Bebidas também subiram mais do que o esperado, assim como os aluguéis residenciais.

A média dos núcleos da inflação avançou 0,68%, ante 0,58% em janeiro. Ao captar a tendência geral dos preços e eliminar os efeitos de choques temporários que até afetam o índice de forma imediata, mas que são rapidamente revertidos – caso das mensalidades escolares –, os núcleos expõem a força da inflação dos demais itens, cujos comportamentos são mais estáveis. O índice de difusão, por sua vez, atingiu 67,03% em fevereiro, mesma variação de janeiro, delineando o alto grau de espraiamento da inflação entre os itens que compõem o índice.

O IPCA-15 reforça a tese de que não parece haver espaço para o Banco Central iniciar um ciclo de corte de juros tão cedo. As projeções de inflação pioram há semanas; para 2023, atingiram 5,89%, segundo o último boletim Focus, e para 2024, 4,02%. Já há quem preveja que o IPCA deve ultrapassar os 6% em 2023.

Muito desse resultado está relacionado a ações destrambelhadas para tentar reeleger o presidente Jair Bolsonaro, principalmente as desonerações tributárias, que reduziram a inflação de forma artificial e geraram perda de receitas sem qualquer contrapartida. Mas parte desse pessimismo é uma resposta ao discurso que o presidente Lula da Silva tem pregado em relação à política econômica – desde o menosprezo à responsabilidade fiscal até as críticas à autonomia do Banco Central.

Há novas pressões no caminho. Em março, o governo federal – assim espera-se – deve voltar a tributar a gasolina e o etanol, medida acertada sob o ponto de vista fiscal e ambiental, mas que inegavelmente afetará o bolso dos consumidores. Em abril, será a vez do reajuste anual dos medicamentos, que já subiram, em muitos Estados, em razão do aumento das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em maio, o salário mínimo chegará a R$ 1.320 – piso que tem muita relevância nos serviços, retroalimentando o comportamento de preços do setor que foi o último a se recuperar, mas que tem aproveitado o arrefecimento da pandemia de covid-19 para repassar custos mais altos.

Domar a inflação não é um desafio exclusivamente nacional. Nos Estados Unidos e na Europa, o mercado de trabalho continua aquecido e a inflação resiste, a despeito do aumento dos juros. No caso brasileiro, ainda há outras especificidades. Os juros altos elevaram o temor sobre uma crise de crédito e levaram o governo a avaliar medidas de apoio para reduzir a inadimplência e prover liquidez ao mercado, tudo para evitar o risco cada vez maior de uma recessão.

Mais importante do que isso seria apresentar de uma vez a nova âncora que substituirá o teto de gastos. Quem diz isso não são operadores de mercado, mas o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e profundo conhecedor da inflação. “Poderíamos ter uma inflação mais baixa desde que houvesse uma sinalização do governo em relação ao novo arcabouço fiscal”, disse ele, ao Estadão, do alto de uma experiência de mais de 20 anos na coordenação do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe), um período em que diversos planos econômicos para controlar a inflação foram lançados sem sucesso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu anunciar a nova âncora em março. Que o faça o quanto antes.

Correio Braziliense - DF   27/02/2023

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve fechar 2022 com alta de 3%, ante 4,68% registrados em 2021, de acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). O indicador oficial, que mede o nível da atividade econômica, será divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas analistas já preparam o terreno para dados que confirmem uma desaceleração da atividade no 4º semestre, que deve se estender ao longo de 2023.

Inflação e juros altos, dissipação do impulso da retomada pós-pandemia, renda baixa e menor disposição para o consumo, são alguns dos motivos listados para explicar o crescimento mais tímido. A atividade econômica vem apresentando sinais de desaceleração desde o 3º trimestre do ano passado, quando a economia avançou apenas 0,4%, a expectativa é de que no 4º semestre essa variação possa vir menor ou até mesmo no campo negativo.

Uma nota, divulgada em dezembro pelo então Ministério da Economia, apontava que a economia brasileira cresceria 3%, mesmo se a atividade econômica ficasse estagnada no 4º trimestre. No entanto, o mercado tem apresentado projeções um pouco mais pessimistas. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) medido pelo Banco Central, considerado um indicador prévio de desempenho do PIB, encerrou acumulando alta de 2,90%, um pouco abaixo do desempenho estimado.

O economista do Banco Original Eduardo Vilarim afirma que se enquadra nesta visão um pouco mais pessimista. “Eu imagino uma queda de 0,1% no 4º trimestre e, com isso, fecharia o ano com uma alta de 2,9%. Algumas casas estão um pouco mais otimistas e apontam para um PIB um pouco mais constante no 4º trimestre, em 0%, e outras apontam uma alta de 0,1%. Eu me coloco na ponta um pouco mais pessimista”, diz. Vilarim atribuiu a desaceleração no último trimestre a alguns fatores: “Indústria e comércio, sobretudo o varejo, foram duas atividades que contraíram bastante no 4º trimestre. Você consegue atribuir esse efeito a vários fatores diferentes, política monetária, por exemplo, é um dos maiores fatores negativos para a atividade.”

Segundo o economista Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais (NCN) do FGV/Ibre, o maior impacto da variação em comparação a 2021 vem de um crescimento inflado pela retomada da pandemia. “Podemos atribuir essa desaceleração muito grande a um crescimento sobre um número que tinha ido muito mal no ano anterior, com a covid-19. Com a retomada das atividades presenciais e o fim do isolamento social, o setor de serviços avançou bastante e de certa forma este é o setor mais importante, por representar a maior parcela do PIB. Isso puxou as demais atividades”, afirma.

Serviços decolando

O setor de serviços deve ser o grande destaque do PIB em 2022. Segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, o segmento, que representa cerca 78% do PIB doméstico, encerrou o ano passado em alta de 8,3%, ampliando o distanciamento com relação ao nível pré-pandemia para 14,4% acima do volume apresentado em fevereiro de 2020. Houve um crescimento, sobretudo no último mês, quando o setor apresentou expansão de 3,1%, com efeitos sazonais da Black Friday e Copa do Mundo.

A principal influência positiva para o ano veio do grupo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que cresceu 13,3%. Outro destaque foi a alta de 24% em serviços prestados às famílias, terceira maior influência no indicador, puxada por segmentos como restaurantes, hotéis, bufê, catering e condicionamento físico.

“O setor de serviços foi o último a se recuperar com relação ao período de lockdown, sendo que verificamos uma demanda reprimida que impulsionou a retomada da atividade além do esperado. Cabe reforçar que o setor de serviços é composto, entre outros itens, pelo Turismo, Hotelaria, Bares, Restaurantes, Salões de Beleza etc, todos impactados pela covid-19”, destacou o economista Renan Silva, professor do Ibmec Brasília.

O desempenho positivo do setor de serviços vem descolado dos demais segmentos, como a indústria, que ainda não deu sinais concretos de recuperação, e também não deve se sustentar a longo prazo. “O nível de atividade dos serviços também parece explicar o número do varejo, ao passo que as famílias trocaram consumo de bens por serviços no curto prazo”, avaliou Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

Indústria estagnada

A produção industrial brasileira registrou estagnação em dezembro e encerrou 2022 com queda acumulada no ano, indicando que deve seguir patinando em 2023 diante dos juros elevados, das incertezas econômicas e do crescimento global fraco. O resultado de dezembro deixou o setor 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia e 18,5% abaixo do nível recorde da série, de maio de 2011. O setor é o que mais vem apresentando dificuldade de recuperação, fechou o ano com perdas acumuladas de 0,7%, depois de avançar 3,9% em 2021 e de contrair 1,1% em 2019 e 4,5% em 2020 (-4,5%).

De acordo com analistas, o setor ainda sofre com a crise de abastecimento causada pela pandemia. O coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do FGV/Ibre, lembra que a indústria já vem perdendo participação na composição do PIB significativamente nos últimos anos. “A indústria vem sofrendo uma queda muito grande já há algum tempo, se você pensar que antes ela tinha peso de 35% e hoje pesa apenas 11,7% no PIB. O setor vem decrescendo sua participação no PIB de forma bem sistemática”, ressalta.

A capacidade de consumo de bens duráveis, segundo Considera, é o que impede o setor de se recuperar. “O principal segmento, em termos de geração de emprego e giro da economia, é a indústria de bens duráveis, como produtos eletrônicos, móveis, eletrodomésticos e veículos. A queda no consumo de bens duráveis, com uma crise como foi a da pandemia e política monetária apertada, faz com que a indústria não recupere. Além disso, houve alguns cancelamentos de vendas para o exterior, a exportação de automóveis para a Argentina, por exemplo, é uma coisa muito importante para o Brasil e isso, de certa forma, estancou durante o ano de 2022”, pontua Considera. Ainda de acordo com o coordenador, outro fator que assombra é a falta de motivação para investimento a longo prazo, com o empresariado perdendo a confiança quanto ao consumo potencial futuro, reduzindo a exposição à atividade industrial.

Política monetária

Entre as justificativas para a desaceleração da economia estão a queda da renda real dos trabalhadores e o endividamento das famílias em patamares recordes. Ademais, a política monetária contracionista do Banco Central, com vistas ao controle inflacionário, elevou da taxa de juros aos atuais 13,75%, o que também compromete o consumo.

Segundo o economista Renan Silva, professor do Ibmec Brasília, juros e inflação são dois fatores preponderantes para um ambiente econômico favorável. “No Brasil, a inflação mediana histórica é alta, corroendo a renda e retraindo o consumo, lembrando que 60% do PIB advém do consumo das famílias. Os juros altos representam um choque de custos para as empresas e para as pessoas físicas, pois o crédito fica impraticável, alavancando o risco dos agentes da economia”, afirma.

De acordo com o economista, inflação e juros altos dificultam o consumo de bens duráveis, que é o principal vetor industrial. “Neste sentido, é importante se atentar para o fato de que a política monetária restritiva tende a inibir também o consumo dos serviços que integram este grupo, que possuem caráter supérfluo e deixam de ser demandados na medida em que a condição financeira das famílias se deteriora”, acrescentou o analista, que prevê um desempenho ainda mais atenuado neste ano.

Sem perspectivas de baixa da inflação e corte na taxa básica de juros, as projeções para o PIB de 2023 indicam uma desaceleração ainda maior, com alta de apenas 0,8% no ano. “O baixo crescimento pode ser explicado pelos efeitos refratários da elevação dos juros ao longo de 2022. O problema está na sinalização do governo por maiores gastos e alocações de recursos por parte dos bancos públicos, o que denotam maior pressão inflacionária, contribuindo, possivelmente, para a manutenção dos juros no patamar atual, inibindo o crescimento em 2023”, destaca Silva.

“A inflação é o pior dos mundos. Para se ter ideia, a alimentação é o que mais sofre com pressões inflacionárias, que é de consumo essencial e afeta principalmente os mais pobres. Enquanto isso, para os mais ricos, ela inibe o consumo de bens duráveis. Isso é uma barreira para o crescimento do país”, finaliza Claudio Considera.

O Estado de S.Paulo - SP   27/02/2023

Na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022, sob os auspícios do Parlamento russo, o presidente Vladimir Putin autorizou a ação militar que foi chamada por ele de “operação especial” contra a Ucrânia. O território da Bielorrússia foi utilizado como corredor para o posicionamento de tanques na fronteira ucraniana. Um ataque cibernético, que dificultava o contato telemático entre os cidadãos do país, foi o ponto de partida da ofensiva que completou um ano na sexta-feira passada.

Ao longo dos últimos 12 meses a comunidade internacional se posicionou de forma contrária ao conflito. Importantes sanções econômicas foram aplicadas aos russos. Contas pessoais de autoridades políticas e militares foram bloqueadas, produtos advindos de setores produtivos russos passaram a ser boicotados e empresas encerraram suas atividades naquele país, sinalizando a sua insatisfação com as atitudes do presidente Putin.

Alguns analistas internacionais construíram hipóteses de que a guerra não duraria muito tempo. A discrepância em capacidades materiais entre os dois países em litígio garantiria, segundo esses especialistas, uma rápida vitória russa. É importante ressaltar que as Forças Armadas russas contam com um poderoso arsenal de guerra, incluindo capacidades nucleares resultantes da liderança soviética na guerra fria.

A guerra, todavia, tem se mantido e gerado efeitos sobre a economia global. Num mundo interdependente, aquilo que acontece em uma região do mundo acaba por reverberar em toda a comunidade internacional. Para citar alguns dos impactos desta crise de segurança, podemos verificar um aumento considerável dos preços do petróleo no mundo, a crescente preocupação acerca da disponibilidade de gás natural para diversos países europeus e a atenção de algumas organizações internacionais relativa à possibilidade de um quadro de insegurança alimentar em algumas regiões.

A Rússia ocupa a 11.ª posição entre as maiores economias do mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Classificados como uma potência média, os russos contam com vantagens produtivas importantes especialmente na área de energia. A produção de grãos e de outros produtos primários representa uma relevante participação do país na economia global. A volatilidade dos preços desses produtos gerou, nos últimos anos, preocupação das autoridades econômicas do país, e em guerra a Rússia se torna um fator de impacto ainda mais forte em diversos setores.

As sanções aplicadas à Rússia geraram, neste ano, um movimento de crescimento da inflação em muitos países do mundo, puxado especialmente pela elevação do preço do barril de petróleo. Os Estados Unidos, para além de utilizarem parte de sua reserva petrolífera, já passaram a abrir canais de diálogo com outros países produtores de petróleo, como, por exemplo, a Venezuela. A diminuição da oferta deste insumo no mundo, ocasionada pelo conflito, tem impactado toda a cadeia logística internacional.

A Alemanha, maior economia do bloco europeu, está sob intensa vigilância no sentido de que depende amplamente do gás natural russo. Nos momentos de grande tensão na Ucrânia, o presidente russo ameaçou interromper o abastecimento energético da Europa ocidental num dos momentos de maior sensibilidade térmica da região. A clara desaceleração da economia russa atinge níveis recordes em 2023, mas é necessário observar que os efeitos deste contexto não impactam apenas a Rússia.

A FAO, agência do sistema ONU para questões agrárias e alimentares, já produziu alertas a respeito da emergência alimentar que pode ser ocasionada pela interrupção do fornecimento de grãos russos e ucranianos para países da Ásia, da África e da América do Sul. Os preços destes produtos básicos têm alcançado margens de preço elevadas.

Em recente encontro com o presidente brasileiro em Washington, o presidente Joe Biden expressou a sua preocupação com os rumos da guerra no leste europeu. Para além dos impactos econômicos, a incerteza geopolítica advinda deste contexto tem colocado a comunidade internacional em alerta. Os países que compõem a aliança militar do Atlântico Norte, a Otan, têm se posicionado no tabuleiro internacional sem movimentos bruscos. Embora haja auxílio de diversos países para defender a Ucrânia dos ataques russos, ainda é cedo para declarar-se inimigos de Moscou.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas encontra-se numa situação de letargia. A Rússia é um dos cinco membros com assento permanente naquela organização e dispõe, portanto, de capacidade de veto das possíveis resoluções contra o conflito. Países como a Suécia e a Finlândia já negociam sua entrada na Otan como forma de se resguardar de ofensivas russas futuras.

A China, que hoje apresenta-se como principal antagonista geopolítico dos Estados Unidos, é cautelosa em adotar um discurso contrário ao presidente Putin. O conflito que inicialmente duraria poucos dias estendeu-se por um longo ano, marcado por muitas mortes e uma crise de refugiados que desestabilizou os fluxos migratórios europeus. Por mais atento que um analista seja em relação ao contexto de crise na Ucrânia, sugerir cenários sobre os destinos da guerra é uma tarefa que pode ser perturbadora.

A guerra atrapalha enormemente os negócios. Momentos de conflito entre países importantes da comunidade internacional foram, também, quadros de recessão e de instabilidade econômica. Não há, entretanto, um horizonte imediato para a solução da guerra. O conflito deve durar por mais tempo e gerar maiores impactos sobre a ordem econômica global. O mercado tem se adaptado às novas perspectivas, mas ainda com grandes incertezas. O mundo está em mudança e a guerra é um fator de alerta entre os agentes econômicos.

O Estado de S.Paulo - SP   27/02/2023

Os reajustes das mensalidades escolares no início do ano letivo pressionaram a prévia da inflação oficial no País em fevereiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) acelerou de 0,55% em janeiro a 0,76% neste mês, taxa mais elevada desde abril do ano passado, informou nesta sexta-feira, 24, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O economista Felipe Rodrigo de Oliveira, da gestora de recursos MAG Investimentos, projeta que o IPCA no encerramento de fevereiro fique próximo de 0,85%, devido aos aumentos acima do esperado em educação e à persistência da inflação de serviços. Ele calcula que o índice de difusão de serviços, que mede a proporção de itens pesquisados com aumentos de preços, passou de 56,9% em janeiro para 80% no IPCA-15 de fevereiro, “o que mostra que a inflação desse setor não vai ceder tão rápido neste ano”, afirmou Oliveira.

“Isso também mostra o tamanho do desafio que o Banco Central tem pela frente, de trazer a inflação para o centro da meta”, acrescentou o economista da MAG Investimentos.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços em fevereiro. O único com redução foi Vestuário, -0,05%.

Os gastos das famílias brasileiras com Educação passaram tiveram uma elevação de 6,41% em fevereiro, respondendo por quase metade da inflação do mês. Os cursos regulares aumentaram 7,64%, devido aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. Houve elevação nos gastos com o ensino médio (10,29%), ensino fundamental (10,04%), pré-escola (9,58%), creche (7,28%), ensino superior (5,33%), curso técnico (4,50%) e pós-graduação (3,47%).

Os custos de Habitação também subiram (0,63%), puxados pelo encarecimento do aluguel residencial, condomínio, taxa de água e esgoto, gás encanado e energia elétrica. Já os preços de alimentos (0,39%) e transportes (0,08%) subiram menos.

A queda de 9,45% nos preços das passagens aéreas desacelerou o ritmo de alta de transportes em fevereiro. Todos os combustíveis também recuaram: etanol (-1,65%), gás veicular (-1,59%), óleo diesel (-0,59%) e gasolina (-0,04%). Na direção oposta, emplacamento e licença subiram 1,62%, incorporando a fração mensal do IPVA de 2023. Houve aumentos também nos ônibus urbanos, trem e táxi.

Em alimentação, foram registrados aumentos na cenoura, hortaliças e verduras, leite longa vida, arroz e frutas. Por outro lado, houve redução nos preços da cebola (-19,11%), tomate (-4,56%), frango em pedaços (-1,98%) e carnes (-0,87%).

Na avaliação da economista Tatiana Nogueira, da XP Investimentos, o resultado do IPCA-15 de fevereiro mostra viés de alta para o custo da alimentação no domicílio, mas os combustíveis surpreenderam negativamente. A XP Investimentos projeta que a inflação fechada de fevereiro seja de 0,70%. Para 2023, a corretora manteve a projeção de IPCA de 5,70%, quase 1 ponto porcentual acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que tem como limite superior de tolerância uma alta de 4,75%.

Para o economista Fabio Romão, da LCA Consultores, as altas esperadas nos custos de Educação e de Saúde sinalizam que o IPCA suba 0,77% em fevereiro, encerrando o ano de 2023 em 5,7%.

O IPCA-15 acumulado em 12 meses desacelerou de 5,87% em janeiro para 5,63% em fevereiro.

O Estado de S.Paulo - SP   27/02/2023

Os dados da economia americana divulgados recentemente sugerem que o Federal Reserve (Fed), banco central do país, errou pela segunda vez no ciclo atual de combate à inflação. Na primeira vez, diante da volta da inflação com o arrefecimento da pandemia, o Fed avaliou que o fenômeno era transitório, decorrente de gargalos no sistema produtivo que seriam revertidos automaticamente com a volta à normalidade.

Como o problema era, pelo menos em parte, decorrente de excesso de demanda devido a políticas fiscais expansionistas, a taxa de inflação acelerou, atingiu o nível mais elevado em mais de 40 anos, forçando o Fed a acelerar o aumento da taxa de juros.

Após elevar a taxa de juros para o intervalo entre 4,25% e 4,50%, com aumentos de 0,75 e 0,50 ponto de porcentagem, o Fed decidiu desacelerar os aumentos de juros para 0,25 ponto de porcentagem, na suposição de que a desaceleração da inflação ocorrida nos últimos meses, por causa da queda dos preços das commodities, seria o resultado da política monetária, e que a manutenção desse aperto monetário seria suficiente para levar a inflação para a meta.

Os dados da economia de janeiro deram o sinal de alerta. Foram gerados 517 mil postos de trabalho no mês, contra expectativa de 190 mil; a taxa de desemprego caiu de 3,5% para 3,4% da força de trabalho; e os salários médios cresceram 4,34%. Ao mesmo tempo, as vendas no varejo aumentaram 3,0% em janeiro em relação a dezembro (expectativa de 1,9%) e, sem considerar as vendas de automóveis, cresceram 2,3% (expectativa de 0,9%).

A inflação desacelerou menos do que a esperada. O CPI, Índice de Preços ao Consumidor, variou 0,5% no mês de janeiro em relação a dezembro, e a taxa de inflação anual atingiu 6,4% contra expectativa de 6,2%. Os núcleos surpreenderam, com aumento de 0,4% no mês e 5,6% em 12 meses (expectativas de 0,4% e 5,5%, respectivamente); o Índice de Preços ao Produtor, PPI, aumentou 0,7% no mês; e o núcleo do índice variou 0,6% (expectativas de 0,4% e 0,3%, respectivamente).

Diante das elevadas taxas de inflação ainda vigentes (6,0% ao ano), a taxa de juros real continua em níveis baixos e negativa. Com isso, diretores do Fed passaram a reforçar a mensagem de que a taxa de juros deverá superar 5,0% ao ano no final deste ciclo e permanecer em níveis elevados por um longo período de tempo, e os aumentos podem ser acelerados. Mais juros pela frente.

MINERAÇÃO

Valor - SP   27/02/2023

Com isso, a principal matéria-prima do aço voltou a exibir desvalorização, ainda que leve, de 1,8%, em fevereiro

Os preços do minério de ferro no mercado à vista acompanham a piora de desempenho dos contratos futuros, que voltaram à mira dos órgãos reguladores na China e em Cingapura, e encerraram a semana em baixa.

Segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro recuou 2,7% nesta sexta-feira no norte da China, para US$ 126,65 por tonelada, dando continuidade às perdas do dia anterior.

Com isso, a principal matéria-prima do aço voltou a exibir desvalorização, ainda que leve, de 1,8%, em fevereiro. No ano, os ganhos acumulados estão em 7,9%.

Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), o contrato mais negociado, para maio, encerrou a sessão diurna com baixa de 0,7%, a 905,50 yuan US$ 130,80) por tonelada.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   27/02/2023

O fato dos veículos elétricos exigirem menos pessoas para serem fabricados é algo conhecido, o que não se sabe é o efeito que isso terá sobre a força de trabalho

Embora construído na Inglaterra, o motor a gasolina de um Mini é um mapa da Europa: projetado na Alemanha, com um alternador da França, uma bobina de ignição da Itália e uma bomba de refrigeração da Áustria. Cada passo do processo envolve uma pessoa, quando não várias. Mesmo assim, nenhuma dessas peças será necessária em sete anos, quando a marca for totalmente elétrica.

O mesmo vale para aqueles que fornecem motores para a Volvo, Mercedes-Benz, Jaguar, Ford ou qualquer uma das marcas que estabeleceram datas para o término para as vendas dos carros movidos a motores a combustão na Europa.

O fato dos veículos elétricos exigirem menos pessoas para serem projetados e fabricados é algo bem conhecido. O que continua abstrato é o efeito que isso terá sobre a força de trabalho da região quando as demissões começarem.

Este mês, a Ford anunciou que pretende eliminar 40% de toda a sua equipe de engenharia na Europa. A mudança para os veículos elétricos está afastando a marca (e muitas outras) dos modelos menores, enquanto os modelos restantes são movidos a bateria e portanto mais rápidos de projetar e mais simples de montar.

A dura realidade é que o anúncio da Ford é apenas o primeiro corte, compreendendo uma pequena parte de toda uma máquina que será desativada dentro de cerca de uma década.

Hoje, a indústria automobilística da Europa emprega 3,5 milhões de pessoas diretamente na fabricação. Jim Farley, presidente-executivo da Ford, estima que os veículos elétricos necessitem de 40% menos pessoas para serem produzidos – o equivalente a 1,4 milhão de empregos se aplicado em toda a indústria.

Esses são cargos altamente qualificados, de alta produtividade e bem remunerados, geralmente em áreas geográficas que de outra forma seriam mais atrasadas economicamente. É só olhar para a fábricas da Nissan em Sunderland, no Reino Unido, ou para a Eslováquia, que tem quatro fábricas que produzem, anualmente, um carro para cada cinco pessoas que vivem no país.

Novas funções, novos empregos

Sim, poderá haver criação de empregos, novas funções nas novas fronteiras do desenvolvimento de baterias e softwares – um estudo de 2021 do Boston Consulting Group estima a criação de 581 mil funções na Europa. Mas fingir que eles serão preenchidos com engenheiros de motores a combustão reciclados seria fantasioso.

Algumas empresas oferecem treinamento, outras não substituirão os funcionários que forem se aposentando. Mas isso apenas amenizará o problema, sem eliminá-lo.

Talvez a coisa mais dolorosa para os trabalhadores que perdem seus empregos é que a marcha para o cadafalso dos veículos elétricos foi iniciada por políticos e reguladores. As agências reguladoras da Europa decidiram que os novos carros da região precisavam chegar a zero emissões até 2035.

Danos colaterais

Esta é, sem dúvida, a escolha certa para o planeta. Mas essa necessidade criará danos colaterais enormes.

Hoje, a Europa é líder mundial em carros com motores a combustão, já que é a sede da Ferrari, da Mercedes-Benz e da Volkswagen (o Japão e a cidade americana de Detroit também merecem espaços nesse pódio).

Mas é a China, que previu a revolução das baterias há mais de uma década e se posicionou como líder mundial da área, que está em melhor posição para dominar o cenário automotivo do futuro.

O hidrogênio, com sua baixa densidade energética, é uma solução imperfeita para carros, a menos que seja usado como um estoque mais amplo de energia renovável, mas pelo menos ele se vale de muitos dos mesmos perfis de cadeias de fornecimento que existem hoje.

Se 15 anos atrás as autoridades europeias tivessem adotado uma decisão estratégica e coordenada de aprofundar essa tecnologia, ela teria, se bem-sucedida, protegido os empregos que, hoje, se veem diante da extinção.

Até Mate Rimac, o croata que inventou o hipercarro elétrico e cuja empresa foi adquirida parcialmente pela Porsche, diz que a região “deu um tiro no pé” com suas políticas.

Os cortes de empregos que estão por vir são a vítima inevitável de escolhas políticas deliberadas adotadas por reguladores que não estarão no cargo quando as filas do seguro-desemprego da região incharem por causa de suas decisões.

Mesmo que você concorde que a política era necessária, ainda assim é verdade que a Europa pôs uma bomba sob os empregos do setor automotivo da região. Agora, não pode reclamar quando a coisa toda explodir.

Operário monta motor a combustão em fábrica de Dauvrin, na França — Foto: Balint Porneczi/Bloomberg

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monitor Digital - RJ   27/02/2023

O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 0,8 ponto em fevereiro, para 94,4 pontos, após quatro meses seguidos de queda. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,4 ponto. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Pelo terceiro mês consecutivo, o revés na carteira de contratos afetou a percepção sobre a situação atual das empresas, indicando um arrefecimento do crescimento dos negócios. De fato, o Indicador de Evolução Recente da Atividade, que atingiu um pico em novembro do ano passado, caiu para baixo do nível de neutralidade desde janeiro. O que enseja o questionamento se o atual ciclo de crescimento teria se esgotado. Por outro lado, depois de quatro quedas consecutivas, as expectativas voltaram a melhorar, impulsionadas pela perspectiva de melhora da demanda nos próximos meses. Ou seja, o pessimismo que contaminou o setor desde outubro diminuiu significativamente em fevereiro, liderado pelo segmento de edificações, que reagiu de forma positiva ao anúncio de retomada do Programa Minha Casa Minha Vida”, avaliou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Ibre.

A alta do ICST, neste mês, foi influenciada exclusivamente pela melhora das perspectivas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 1,7 ponto, para 93,4 pontos, menor nível de maio de 2022 (92,5 pontos). A queda do ISA-CST se deve à piora na percepção dos empresários sobre o indicador que mede o volume de carteira de contratos que caiu 1,7 ponto, para 95,3 pontos, e o do indicador que mede a situação atual dos negócios, que recuou 1,5 ponto, para 91,7 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 3,4 pontos, para 95,6 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (103,2 pontos). A alta foi em decorrência da melhora do indicador de demanda prevista, que subiu 4,0 pontos, para 97,4 pontos, e do indicador de tendência dos negócios, que avançou 2,5 pontos, para 93,7 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da construção recuou 1,2 ponto percentual (p.p.), para 77,7%. O Nuci de mão de obra caiu 1,4 p.p., para 79,0%, enquanto o de máquinas e equipamentos ficou estável ao variar 0,1 p.p., para 71,9%.

Há um ano, o custo dos materiais figurava como a segunda principal limitação à melhoria dos negócios. Demanda insuficiente era a principal dificuldade. Em 2023, nota-se o efeito da desaceleração dos preços dos materiais acentuada no segundo semestre do ano passado: houve redução expressiva no número de assinalações no quesito, que foi superado por escassez de mão obra qualificada, confirmando o aquecimento setorial. Por sua vez, a demanda insuficiente apesar de assumir o topo da lista, tem menos assinalações que em fevereiro de 2022.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) varia 0,21 % em fevereiro, percentual inferior ao apurado no mês anterior, quando o índice variara 0,32%. O INCC-M acumula alta de 0,53% no ano e de 8,76% em 12 meses. Em fevereiro de 2022, o índice subira 0,48% no mês e acumulava alta de 13,04% em 12 meses. A taxa do índice relativo a materiais, equipamentos e serviços passou de -0,12% em janeiro para 0,32% em fevereiro. O índice referente à mão de obra variou 0,10% em fevereiro, ante 0,77% em janeiro.

No grupo materiais, equipamentos e serviços, a taxa correspondente a materiais e equipamentos variou 0,16% em fevereiro, após queda de 0,26% no mês anterior. Três dos quatro subgrupos componentes apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura, cuja taxa passou de -0,55% para -0,06%.

A variação relativa a serviços passou de 0,53% em janeiro para 1,10% em fevereiro. Neste grupo, vale destacar o avanço da taxa do item projetos, que passou de 0,18% para 1,87%. A taxa de variação referente ao índice da mão de obra variou 0,10% em fevereiro, após subir 0,77% em janeiro.

Apenas a capital de Belo Horizonte apresentou decréscimo em sua taxa de variação. Em contrapartida, seis capitais apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Salvador, Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.

FERROVIÁRIO

Grandes Construções - SP   27/02/2023

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou a construção e exploração de estrada de ferro localizada entre São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) pelo prazo de 99 anos.

Trata-se de um requerimento particular da TAV Brasil (Empresa Brasileira de Trens de Alta Velocidade).

Publicada no Diário Oficial da União (DOU) de quarta-feira (22), a decisão foi a 39ª autorização ferroviária aprovada desde a criação do modelo de operação, cujo objetivo é viabilizar investimentos do setor privado na construção de ferrovias, sem a necessidade de leilão e pagamentos de outorga.

"As autorizações são um instrumento estratégico que fomenta a competitividade, o equilíbrio da matriz de transportes e a multimodalidade, como no caso do transporte de cargas e de passageiros", afirmou o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale.

“O objetivo é promover o desenvolvimento da malha ferroviária brasileira de forma mais célere e desburocratizada e conectar de forma mais ampla a malha férrea aos grandes portos brasileiros", ressaltou.

Após assinatura do Contrato de Adesão pela ANTT, as empresas devem assinar o documento no prazo de 30 dias.

Além disso, existem outros marcos que precisam ser respeitados nos próximos anos – como apresentação de licença ambiental prévia e licença de instalação e licença de operação – cada um com seus devidos prazos.

A partir das autorizações, cabe a cada empresa conduzir as tratativas para tirar o projeto do papel, assumindo os riscos do negócio. Assim, serão da iniciativa privada – e não do Estado – as obrigações de obtenção dos licenciamentos, o desenvolvimento dos projetos de engenharia e de viabilidade socioambiental, a busca de financiamento e definição das etapas da obra.

Enquanto isso, a ANTT faz o acompanhamento dos projetos em todas as autorizações.

Até o momento, das 39 autorizações deliberadas pela Agência, 33 tiveram contratos de adesão assinados e 6 estão em vias de assinatura para a implantação de novas estradas de ferro pelo regime de autorização.

A projeção de recursos privados desses empreendimentos já autorizados ultrapassa R$ 170 bilhões, com previsão de 12 mil km de novos trilhos, cruzando 19 unidades da Federação.

NAVAL

Portos e Mercados - SP   27/02/2023

Avaliação é que ainda existem desafios a serem enfrentados para que setor portuário do país avance em automação e se torne referência

Trabalhadores portuários muitas vezes precisam atuar em ambientes adversos, expostos a condições climáticas variadas, cargas pesadas e perigosas, bem como a riscos de acidentes. Na visão de especialistas, para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos seus colaboradores e se destacar, o setor precisa começar a investir em automação e tecnologia o mais rápido possível.

O Brasil vem crescendo em modernização e automação de seus portos nas últimas décadas, sistemas automatizados de movimentação de cargas, integração de tecnologia de informação e comunicação já estão presentes no setor. Entretanto, para Estevão Paes Leme, especialista técnico em automação industrial da Firjan/Senai, sempre há espaço para melhorias, principalmente quando nos comparamos a outros países desenvolvidos.

“Há muitos desafios a serem enfrentados para que o Brasil se torne um país líder em automação no setor portuário. Alguns dos principais desafios incluem a falta de investimentos em tecnologias de ponta, questões regulatórias que dificultam a modernização dos portos e a resistência de algumas partes interessadas em aceitar mudanças significativas”, comentou Leme.

De acordo com o vereador Chico Nogueira (PT), presidente da Comissão Permanente de Assuntos Portuários e Emprego da Câmara Municipal de Santos (SP), o trabalho portuário tem necessidade urgente de automação. Nogueira acredita que a tecnologia pode auxiliar em atividades de alto risco, como solda, e em espaços confinados, contribuindo para que portuários possam desenvolver funções nas áreas de gestão e comando.

“Essas atividades degradantes que existem ainda no porto são muito ruins e acabam fazendo com que o trabalhador desenvolva doenças ocupacionais e tenha uma vida insalubre”, alertou. Nogueira citou o soldador, que passa por desafios constantes ao realizar a montagem e o reparo de estruturas metálicas de grandes alturas, dimensões ou de geometrias variadas como em plataformas marítimas, navios e contêineres, por exemplo.

Para auxiliar esse tipo de projeto, a Fronius do Brasil lançou, em fevereiro, um sistema que reúne ferramentas para executar soldagem, em diferentes técnicas, tanto em superfícies verticais quanto circulares, por controle remoto. O sistema consiste em um carrinho motorizado que conduz o arame de solda na velocidade desejada por meio de um sistema de trilhos fixado por suporte magnético ou a vácuo para ligas não ferrosas. O equipamento conta com pêndulo para comportar e direcionar a tocha de solda, seguidor de juntas e caixa de comando conectado a mecanismo dos controles.

Segundo a companhia, a operação do sistema pode ser feita por um controle remoto básico, que executa funções como modo de soldagem com ou sem arco voltaico, sentido e velocidade de deslocamento do veículo, ajuste e velocidade de soldagem da tocha, tempo de permanência no ponto, entre outros. Já o controle remoto Pro permite ajustar os parâmetros, corrigir a potência da fonte de solda TPS/i e visualizar os comandos e acionar a programação pelo display sensível ao toque.
https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/brasil-precisa-investir-em-tecnologia-e-automacao-nos-portos-aponta-especialista

IstoÉ Online - SP   27/02/2023

O terminal PAR50 do porto de Paranaguá, destinado à movimentação e armazenagem de granéis líquidos, foi arrematado pelo FTS Group em leilão da B3 nesta sexta-feira, pelo valor de 1 milhão de reais, informou a administradora Portos do Paraná.

A nova arrendatária assume a área com a obrigação de investir o valor mínimo de 338,2 milhões de reais em obras de ampliação da capacidade operacional, incluindo a construção de uma extensão no píer de líquidos e dois novos berços para o segmento.

O leilão teve apenas uma proposta, mas que já foi bem superior ao valor inicial de outorga, de 1 real, possibilitando a regularização de mais uma área portuária e conferindo mais oportunidade de investimento nos portos do Estado.

Inicialmente, havia a expectativa de licitação de duas áreas no leilão desta sexta-feira da B3. Além do PAR50, o leilão também previa a concessão do PAR09, de granéis sólidos.

O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, disse à Reuters por telefone que pelo menos dois grupos com investidores estrangeiros estavam interessados no PAR09.

Depois de visitar o porto e manter conversas com seus executivos, esses grupos decidiram não participar do referido leilão, pois não tiveram tempo hábil de resolver questões de governança interna, segundo Garcia.

Especificamente, faltou a aprovação dos boards dessas empresas, algumas localizadas no exterior, para participar do certame, disse ele.

Segundo o executivo, os interessados, que ele não pôde nomear, aguardam a eventual republicação do edital. Não houve nenhum questionamento de modelagem por parte dos investidores, o que às vezes acontece neste tipo processo, afirmou Garcia.

Garcia comentou ainda que a autoridade portuária pretende republicar o edital proximamente. O plano é tentar fazer o leilão do PAR09 ainda no primeiro semestre.

Os investimentos previstos nos dois terminais somam 1,2 bilhão de reais, sendo 910,6 milhões de reais para a PAR09 além dos 338,2 milhões do PAR50. Com isso, os portos paranaenses devem receber mais de 3,2 bilhões de reais de capex, com três leilões já finalizados e quatro em andamento.

A área arrematada do PAR50 tem aproximadamente 85 mil metros quadrados e atualmente conta com 18 tanques verticais já instalados e capacidade total de aproximadamente 70.181 metro cúbicos. O novo contrato de arrendamento tem vigência de 25 anos.

Valor - SP   27/02/2023

Secretário do Ministério de Portos e Aeroportos disse que deverá haver rodada até maio

O governo federal prepara uma nova rodada de leilões de terminais portuários, a serem realizados entre abril e o início de maio, segundo Roberto Gusmão, secretário-executivo do Ministério de Portos e Aeroportos. Ele não confirmou quais ativos serão licitados, mas disse que a ideia é fazer uma rodada robusta.

“Teremos vários leilões, principalmente em portos do Nordeste. Temos terminais em Maceió, em Mucuripe [no Ceará]. Acreditamos que em abril, no máximo maio, possamos fazer uma nova rodada de arrendamentos. Além disso, temos algumas renovações de TUPs [Terminais de Uso Privado], que precisam ter uma modelagem diferente. Também estamos fazendo isso”, afirmou.

O secretário falou após a realização do leilão do terminal PAR50, no Porto de Paranaguá (PR), destinado à movimentação de granéis líquidos. O evento foi realizado na sexta-feira (24), na sede da B3, em São Paulo.

Inicialmente, além do PAR50, seria licitado um segundo terminal em Paranaguá, o PAR09, voltado a granéis sólidos vegetais. O arrendamento exigia investimentos de R$ 911 milhões. No entanto, não foram recebidas propostas pelo ativo e, portanto, a concorrência foi cancelada.

Segundo Gusmão, uma das metas da nova rodada, prevista para abril, é viabilizar a licitação deste outro terminal paranaense.

Além disso, o diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Eduardo Nery, destacou que há outros projetos em estágio avançado que poderão entrar, como um terminal de granéis líquidos em Maceió, que será apreciado pelo órgão, e outros projetos em análise simplificada no Tribunal de Contas da União (TCU), como terminais em Porto Alegre destinados a granéis sólidos e a carga geral. “Vai ser feito um esforço conjunto para liberar esses terminais e termos um pacote interessante ainda neste semestre”, disse.

Questionado sobre a desestatização do Porto de Santos, Gusmão afirmou que não há decisão. “A definição está com o ministro Márcio França e o presidente Lula”, disse. “Não é novidade que, como governo, temos uma diferença de entendimento sobre a privatização. Entendemos que uma autoridade portuária forte tem condições de fazer seu papel de agente do desenvolvimento e atrair investimentos privados.”

O leilão do PAR50, realizado na sexta, teve apenas um interessado: a FTS Participações, do grupo Fortesolo, que ofereceu outorga de R$ 1 milhão pelo ativo. O arrendamento prevê investimentos de R$ 338,2 milhões no contrato, que terá 25 anos de duração.

O grupo já havia conquistado, em março de 2022, outro terminal em Paranaguá, o PAR32, dedicado a carga geral, principalmente açúcar ensacado. Além disso, a empresa também atua no porto transportando fertilizantes.

Segundo Alex Ávila, diretor institucional da FTS Participações, a vitória no leilão faz parte de uma estratégia de diversificação da companhia, que com o novo contrato passará a atuar no setor de granéis líquidos. “Queremos ampliar o portfólio de clientes, aumentando nossas possibilidades no porto.”

O executivo destaca que até a assinatura do contrato há diversas etapas a serem superadas. A licitação do terminal chegou a ser alvo de oito ações que tentaram barrar o leilão, sem sucesso. Os questionamentos partiram do setor sucroalcooleiro do Estado.

Petro Notícias - SP   27/02/2023

A Subsea 7 garantiu uma extensão de contrato com a Petrobrás para uma de suas embarcações de apoio a oleodutos (PLSVs). O acordo prorroga o contrato vigente da embarcação Seven Cruzeiro de fevereiro até novembro deste ano. A empresa não revelou o valor do negócio, mas disse que era um contrato “considerável”, o que significa que vale entre US$ 50 milhões e US$ 150 milhões.

“Esta extensão reflete nosso histórico de entrega de atividades PLSV bem-sucedidas no Brasil, alcançando altos padrões de segurança e um forte desempenho operacional. Esperamos continuar nosso relacionamento de sucesso com a Petrobrás”, comentou o vice-presidente da Subsea 7 no Brasil, Daniel Hiller.

Os navios do tipo PLSV lançam e recolhem tubulações no mar, utilizadas para conectar as plataformas a sistemas de produção de petróleo. O Seven Cruzeiro possui um guindaste AHC de 100 toneladas, um guindaste AHC de 25 toneladas e dois veículos operados remotamente (ROVs). A embarcação de 146 metros de comprimento pode acomodar 120 pessoas e é capaz de operar em profundidades de até 3.000 metros.

PETROLÍFERO

Valor - SP   27/02/2023

Mudança tem como objetivo evitar que a crise provocada pelas chuvas no litoral de SP tenha impactos no abastecimento de combustíveis do Estado

Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB) – Foto: Ana Paula Paiva/Valor

A interrupção da operação dos oleodutos que ligam o Porto de São Sebastião até a refinaria de Cubatão pode fazer com que parte dos navios da Petrobras seja deslocada para o Porto de Santos, afirmou nesta sexta-feira (24) o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB).

"Esses 121 quilômetros de petróleo que chegam lá em São Sebastião e vêm até Cubatão, neste instante, estamos verificando esses dutos, porque haveria chance de algum duto ter ficado prejudicado com desbarrancamento. A Petrobras está verificando e, se houver essa situação, durante um período, parte dos navios não vão parar em São Sebastião, vão parar em Santos, que é um porto público", disse França.

O ministro se pronunciou em coletiva após reunião com prefeitos do litoral e Vale do Ribeira, junto também com os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).

França aproveitou para "reforçar a necessidade" de se ter portos públicos. "Muitas vezes, não teria como colocar um navio da Petrobras nesse instante. O navio da Petrobras, quando entra aqui no porto, paralisa outras operações, porque tem preferência. É por isso que tem que ter porto público, porque senão você fica desabastecido de gasolina, óleo diesel em todo o Estado de São Paulo", afirmou.

Valor – SP   27/02/2023

Conjuntura de maior produção americana, boicote à energia russa e queda nos barris produzidos no Mar do Norte favorece exportação de petroleiras dos EUA para a Europa

A guerra na Ucrânia ressalta a volta do petróleo como fonte de influência financeira e poder geopolítico dos Estados Unidos.

À medida que o Ocidente passou a rejeitar a maior parte da energia russa e começou uma campanha de pressão contra as receitas do petróleo do Kremlin, as exportações recordes do produto dos EUA ajudaram a suprir a demanda europeia para produzir gasolina, diesel e para a aviação.

Desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, a média mensal de cargas enviadas para o continente por via marítima saltou 38%, em comparação com o período anterior de 12 meses, de acordo com a empresa de monitoramento de navios Kpler. Uma frota de petroleiros do tamanho de arranha-céus transportou mais petróleo para a Alemanha, a França e a Itália - maiores economias da União Europeia -, assim como para a Espanha, que sozinha elevou suas compras em cerca de 88% no período.

O aumento dos carregamentos de petróleo do Golfo do México para a Europa, que a Kpler estimou em 1,53 milhão de barris por dia em janeiro, levou o continente a superar a Ásia como destino do petróleo dos EUA nos últimos meses.

O comércio é um reflexo de como os EUA recuperaram a influência na área energética no cenário mundial. Suas exportações de petróleo sustentaram os países aliados durante as duas guerras mundiais, mas depois disso o declínio na produção reduziu essa influência sobre os mercados mundiais.

Hoje, as consequências da guerra sublinham como o boom do xisto reconstruiu a alavancagem energética dos EUA nos últimos 15 anos. Inovações nas técnicas de fraturamento hidráulico e perfuração horizontal de poços que extraíram grandes volumes de combustíveis fósseis reformularam o comércio de energia e os preços à imagem dos campos de xisto do oeste do Texas e de outras regiões.

As remessas de gás natural dos EUA para a Europa mais do que dobraram no ano passado, segundo a Casa Branca, e protegeram as famílias e os fabricantes do continente do impacto do corte de fornecimento pela Rússia. Para analistas, o aumento da produção de petróleo dos EUA ajudou a acalmar os mercados nos últimos meses, à medida que o Ocidente restringia a maioria das exportações russas com a imposição de embargos e tetos de preços inéditos.

“Os EUA estão de volta e na posição mais predominante que já tiveram na energia mundial desde os anos 1950”, disse Daniel Yergin, historiador da área de energia e vice-presidente da S&P Global. “Hoje a energia dos EUA se tornou um dos alicerces da segurança energética europeia.”

No caso do petróleo, a diferença de preço crescente entre o petróleo europeu e o americano transformou os embarques transatlânticos em uma opção lucrativa para os comerciantes do setor e, cada vez mais, para os especuladores.

A produção dos campos de petróleo do Mar do Norte, entre o Reino Unido e a Noruega, está em queda há tempos, o que sustenta o preço do petróleo tipo Brent, a referência usada na Europa. Ao mesmo tempo, as petrolíferas dos EUA produziram quase um recorde em 2022, 11,9 milhões de barris/dia, de acordo com a Energy Information Administration, que prevê altas históricas para 2023 e 2024.

Isso tem enfraquecido o preço do petróleo tipo West Texas Intermediate (WTI), o padrão dos EUA, e ampliado a diferença entre ele e o Brent, segundo Gus Vasquez, chefe da área de preços do petróleo na América da empresa de relatórios de preços Argus Media.

Antes da guerra na Ucrânia, os comerciantes de petróleo costumavam considerar um desconto de US$ 3 ou US$ 4 no WTI com relação ao Brent como suficiente para cobrir os custos do transporte para a Europa e outros. Esse spread disparou depois da invasão russa e em alguns momentos superou os US$ 10 por barril.

Na sexta-feira, os contratos do petróleo Brent a serem entregues em abril estavam acima dos do WTI em US$ 6,84 por barril.

“No transporte marítimo, quanto maior a carga, melhor”, disse Sean Strawbridge, executivo-chefe do Porto de Corpus Christi, ressaltando a conjuntura favorável ao petróleo produzido nos EUA.

“Os EUA continuarão a produzir petróleo em grandes quantidades daqui para a frente”, disse Gregory Brew, analista de energia do Eurasia Group. “A grande questão é: o que a Europa vai decidir?”

Valor - SP   27/02/2023

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril fechou em alta de 1,23% nesta sexta (24) e o do Brent para o mesmo mês avançou 1,16%

O petróleo avançou nesta sexta-feira (24) e terminou a semana próximo da estabilidade, recuperando-se após fortes quedas em sessões recentes. De olho no futuro corte na exportação do óleo da Rússia, os contratos da commodity no mercado futuro sustentaram ganhos hoje, mesmo diante da valorização do dólar no exterior, após dados fortes de inflação nos Estados Unidos.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril fechou em alta de 1,23%, a US$ 76,32, acumulando queda de 0,30% na semana. Já o barril do Brent para o mesmo mês subiu 1,16% nesta sexta e 0,19% na semana, a US$ 83,16.

Anunciado no último dia 10, a Rússia planeja realizar um corte de 500 mil barris por dia (bpd) em suas exportações de petróleo em março, em retaliação às sanções de países aliados à Ucrânia. Assim como ontem, a perspectiva de menor oferta disponível puxou os preços no mercado futuro para cima.

Mais cedo, o petróleo chegou a recuar cerca de 1%, após o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA subir mais que o esperado em janeiro, o que, em tese, pressiona mais o Federal Reserve (Fed, o BC americano) a subir juros. O aperto monetário agressivo nos EUA tende a fortalecer o dólar e enfraquecer a economia global, dois fatores negativos para o petróleo.

“Os riscos de que o Fed tenha de levar a economia à recessão estão aumentando. A situação está ficando feia em Wall Street e a aversão ao risco corre solta”, o que pode pesar sobre o petróleo, na avaliação do analista Edward Moya, da Oanda.

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