IstoÉ Dinheiro - SP 26/04/2023
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram para uma mínima de mais de quatro meses nesta terça-feira, uma vez que a fraca demanda por aço na China levou as usinas a reduzirem a produção, aumentando a possibilidade de um excesso de oferta da matéria-prima siderúrgica.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 1,9%, a 711 iuanes (102,85 dólares) a tonelada, tendo atingido anteriormente 710,50 iuanes, o menor nível desde 20 de dezembro.
O contrato de referência do minério de ferro para maio na Bolsa de Cingapura caiu 0,8%, para 103,05 dólares a tonelada. Mais cedo, chegou a atingir 102,35 dólares, a menor cotação desde o início de dezembro.
Algumas usinas na China, maior produtora mundial de aço, agora prejudicadas pela fraca demanda por aço e uma queda nos preços “começaram a limitar ativamente a produção”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.
De acordo com a consultoria da indústria e provedora de dados Mysteel, cerca de 52 dos 126 altos-fornos em Tangshan, a principal cidade siderúrgica da China, entraram em manutenção.
O minério de ferro spot com teor de 62% para entrega na China caiu para 107 dólares a tonelada nesta terça-feira, 3 dólares abaixo do registrado na véspera, que por sua vez representava a menor cotação desde o início de dezembro, de acordo com a consultoria SteelHome.
O investimento em infraestrutura na China aumentou 8,8% ano a ano no primeiro trimestre, ao passo que o investimento no setor imobiliário caiu 5,8%.
O setor de infraestrutura da China pode continuar se beneficiando este ano dos projetos iniciados no final de 2022, embora o crescimento possa enfraquecer em 2024 se nenhum projeto de grande escala começar este ano, disse a Associação Mundial do Aço em um relatório trimestral na semana passada.
Espera-se que o setor manufatureiro do país mostre apenas uma recuperação moderada em 2023-2024, com desaceleração das exportações, disse o grupo com sede em Bruxelas.
Infomoney - SP 26/04/2023
As ações da Usiminas (USIM5) acumulam quedas em abril, de 3,5%, e neste ano, de 1,8%, enquanto recuam 38% nos últimos doze meses. No pregão desta terça-feira (25), às 13h30, as ações da Usiminas recuavam 1,4%, cotadas a R$ 7,02, impactadas pela retração dos preços do minério de ferro, o que derruba também outras ações do setor.
Semana passada, a siderúrgica abriu a safra de resultados das grandes companhias do Ibovespa com um lucro 57% menor, mas com desempenho acima do esperado.
Diante deste cenário, confira a análise das ações da Usiminas (USIM5) e as perspectivas de agora em diante.
Análise técnica USIM5
Para Alexandre Milen, analista de Investimentos e CEO da Harami Research, apesar da existência de uma Linha de Tendência de Alta (LTA) e de um gap de continuação desta linha, confirmado pelo grande aumento de volume [veja gráfico abaixo], a LTA foi quebrada no dia 24/04/2023, “demonstrando tendência de queda no ativo no curto prazo”.
Gráfico USIM5: janeiro/23 a abril/23
Enquanto isso, para a Levante, no curto prazo, há uma consolidação de preços vista entre o suporte na faixa dos R$ 7,00 e a resistência em R$ 9,00. “Apenas o rompimento de um desses níveis pode dizer algo quanto ao próximo movimento das ações”, destaca.
A Levante acrescenta que a Usiminas sofreu os impactos causados pelo pós-pandemia, por fornecer um tipo de material muito relacionado à indústria e que a inflação gerada nos últimos anos impactou negativamente esse seguimento.
Gráfico diário Usiminas: novembro/22 a abril/23
Fonte: Profitchart; Elaboração: Levante Research, até 24/4
“Outros fatores trouxeram volatilidade para a Usiminas, como as despesas altas de reforma em fornos industriais”, acrescentou.
“Por esses motivos entendemos que, no longo prazo, a ação da Usiminas não tem tendência definida de preços, já que fez uma grande movimentação de alta e, entre os anos de 2021 e 2023, devolveu boa parte”, destacou a Levante.
Gráfico semanal Usiminas: dezembro/21 a abril/23
Fonte: Profitchart; Elaboração: Levante Research, até 24/4
Em um cenário otimista, a Levante aponta o rompimento positivo dos R$ 9,00, com entrada de volume comprador e preço fixando acima dessa região. Ao contrário, em um cenário pessimista, aponta o rompimento dos R$ 7,00 e a busca de um novo suporte mais baixo.
Conforme a Levante, as ações de Usiminas contam com tendência indefinida no longo e no médio prazos, enquanto no curto estão em consolidação. Os pontos de suporte apontados pela Levante são R$ 7,00 (1) e R$ 8,20 (2). Já as resistências estão em R$ 8,00 (1) e R$ 9,00 (2).
Usiminas: Médio e longo prazos
Conforme Milen, no médio prazo, a ação da Usiminas – apesar de estar com médias móveis cruzadas para venda, desde março de 2022 – está, atualmente, de forma lateral, sem uma tendência definida.
“Apesar desta lateralizado, é importante ficar de olho no suporte de R$ 6,60, que, se rompido, poderá indicar forte queda”, acrescentou ele.
Gráfico semanal de USIM5: outubro/22 a abril/23
Fonte: Trvd. Elaboração: Alexandre Milen, até 24/4
Por fim, analisando o longo prazo, a despeito da lateralização, no momento, a ação apresenta tendência de baixa, “pelo cruzamento de médias móveis exponenciais, indicando venda”.
“Além disso, ultrapassando o suporte de R$ 7,00 poderá atingir o próximo suporte, em R$ 5,10“, completou Milen.
Diário do Aço - MG 26/04/2023
Empresas líderes dos setores de siderurgia, mineração e celulose estarão reunidas para participarem como demandantes do 16º Encontro de Negócios da Expo Usipa, que será realizado entre os dias 19 e 21 de julho, durante o período diurno da feira de negócios. A informação foi divulgada pela organização do evento.
Neste ano, o Encontro de Negócios terá a participação de 11 empresas demandantes: Aperam South America, ArcelorMittal, ArcelorMittal Pecém, Bemisa, Cenibra, CSN, Gerdau, Ternium, Usiminas, Vale e Vallourec.
Com a participação dessas gigantes do setor, são esperadas mais de 1.500 reuniões de negócios nesta edição do encontro, todas com o objetivo de criar network e gerar novos negócios, como conta o presidente da Usipa, Lucas Lima. “O evento é uma oportunidade única para os expositores apresentarem seus produtos e serviços diretamente para os decisores de compra das empresas demandantes, o que pode resultar em novos negócios e parcerias comerciais”, disse.
O Encontro de Negócios é o diferencial da Expo Usipa diante de outras feiras de negócios. Nele, expositores e demandantes têm um momento de estarem frente à frente pessoalmente, conhecendo as necessidades da demandante e apresentando soluções de serviços e produtos.
Para acomodar esse grande evento no período diurno da feira de negócios, é montada toda uma estrutura propícia para negócios, como explica Luiza Elizabete, gerente administrativa da Usipa. “O Encontro de Negócios requer uma estrutura que facilite as reuniões entre demandantes e expositores. Para isso, a nossa equipe monta uma estrutura com salas individuais climatizadas, para compradores das empresas demandantes, para que possam ter privacidade e conforto, além da segurança para protagonizar grandes negócios”.
A 33ª Expo Usipa
A Expo Usipa reúne empresas de diversos segmentos, como mineração, siderurgia, metalurgia, energia, logística, tecnologia, educação, entre outros.
O evento é realizado anualmente em Ipatinga, Minas Gerais, e atrai milhares de visitantes de todo o país. Este ano, a Expo Usipa será realizada entre os dias 19 e 21 de julho.
Para mais informações sobre a Expo Usipa e o 16º Encontro de Negócios, acesse o site oficial do evento: www.expousipa.com.
Valor - SP 26/04/2023
A performance negativa das bolsas de Nova York também impactou o índice doméstico
O Ibovespa fechou a sessão de hoje em baixa, novamente pressionado pelo movimento de queda das commodities metálicas e, consequentemente, das ações de mineradoras e siderúrgicas. A performance negativa das bolsas de Nova York também impactou o índice doméstico.
O referencial local caiu 0,70%, aos 103.220 pontos. Na mínima intradiária, o índice à vista tocou os 102.633 pontos, e, na máxima, os 103.947 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 16,30 bilhões no Ibovespa e R$ 20,35 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 caiu 1,58%, aos 4.071 pontos, o Dow Jones fechou em queda de 1,02%, aos 33.530 pontos, e o Nasdaq registrou perda de 1,98%, aos 11.799 pontos.
Os recuos expressivos de Vale ON (-2,72%), CSN ON (-2,56%), Usiminas PNA (-0,98%) e Gerdau PN (-3,50%) pressionaram o Ibovespa hoje, repetindo o roteiro do pregão anterior. O minério de ferro registrou nova queda em Dalian nesta terça-feira, desta vez de 1,86%, aos 711 yuans (cerca de US$ 102,70) a tonelada. As dúvidas em relação à demanda da China e o crescimento na oferta pesam sobre os preços da commodity, que tem peso importante nas empresas que formam o Ibovespa.
Analistas do Barclays atentam que, mesmo com a China apresentando dados de atividade robustos nas últimas semanas (o PIB cresceu 4,5% ano a ano no período, acima do consenso do mercado), o mercado não tem refletido isso nem nas cotações dos índices do país asiático, nem nos preços das matérias-primas consumidas em ampla escala pela economia chinesa.
"Achamos que os mercados têm razão. Embora os dados acumulados no ano tenham sido definitivamente mais fortes até aqui, esperamos um enfraquecimento sequencial nos próximos trimestres, com queda na demanda reprimida e sem a presença de estímulos tão fortes do governo como vistos no passado. Com o feriado da Golden Week chegando, uma nova onda de covid-19 no radar e preocupações geopolíticas potencialmente tornando as famílias mais cautelosas, os próximos dias provavelmente serão de consolidação", dizem.
No noticiário corporativo, Santander units subiu 0,73% e impulsionou pares após reportar lucro líquido gerencial de R$ 2,140 bilhões no primeiro trimestre de 2023, o que representa alta de 26,7% ante o trimestre imediatamente anterior e queda de 46,6% na comparação com o mesmo período de 2022. O resultado ficou levemente acima das projeções dos analistas consultados pelo Valor, que apontavam um ganho de R$ 2,060 bilhões.
Analistas do BB Investimentos dizem que o resultado mostra a continuidade de um momento de pressão sobre o Santander, embora disfarçada de alívio, já que o que se viu foi melhora diante do trimestre anterior em diversas linhas. Eles acrescentam que o ambiente de juros elevados – status que se estende incrementalmente a cada dia – permanece sendo o principal detrator para o banco já que não apenas mantém custos de captação punitivos, mas também penaliza as receitas de tesouraria, por conta da estrutura de ativos e passivos, e ainda direciona a alta da inadimplência, uma vez que as parcelas mais suscetíveis dos segmentos de clientes vai se endividando e perdendo capacidade de pagamento.
"Com isso, o espaço de manobra se mantém baixo, à medida que o banco luta para imprimir algum crescimento de carteira, mas se obriga a fazê-lo de forma seletiva, em linhas menos rentáveis, retroalimentando as margens apertadas. Dado o contexto acima, acreditamos que os próximos trimestres devem permanecer sendo desafiadores para o Santander, e esperamos performance de neutra a negativa para suas ações no curto prazo", dizem.
Lá fora, pressão adicional. As bolsas de Nova York fecharam em queda robusta, provocada pela preocupação de que a economia dos EUA entre em recessão. Ontem, o First Republic Bank informou que o seu volume de depósitos caiu quase pela metade no primeiro trimestre. Já a UPS registrou resultados em linha com o esperado pelo mercado, mas alertou que os volumes de entregas devem diminuir em 2023.
Tal preocupação foi intensificada pela queda do índice de confiança do consumidor americano em abril a 101,3, menor nível dos últimos nove meses. Segundo a economista Katherine Judge, do CIBC, o movimento refletiu uma forte deterioração no componente de expectativas à medida que os americanos projetam piora nas condições da economia à frente.
Agência Brasil - DF 26/04/2023
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o movimento de alta de juros implementado pela autoridade monetária brasileira foi feito durante o período eleitoral, o que, em sua avaliação, demonstra que critérios técnicos prevalecem em relação a políticos nas decisões do BC.
A afirmação foi feita nesta terça-feira (25), em Brasília, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Segundo ele, “nunca na história deste país, nem na história do mundo, foi feito um movimento de alta de juros tão grande no período eleitoral, mostrando que o Banco Central, mesmo no período eleitoral, entendeu que a inflação ia subir”, explicou.
Campos Neto lembrou que essa movimentação foi iniciada, no Brasil, antes de grande parte dos outros países. “O Brasil foi um dos primeiros a subir os juros. Fez uma subida muito grande no ano eleitoral, e a gente pode ver a comparação com outros anos eleitorais. Se o Banco Central não tivesse feito esse movimento, a gente teria tido uma inflação de 10%, em vez de 5,8%”, argumentou.
“Aí, hoje, pra gente controlar a inflação – e a expectativa do ano que vem, que seria muito mais alta do que os 10% – a gente estaria com juros de 18,75% [ao ano]”, acrescentou, ao reiterar a defesa pela autonomia do BC. “É importante entender que o BC atua de forma autônoma e acumulou antes. E quanto mais cedo você atua, menos custo tem para a sociedade”, complementou.
Inflação
Campos Neto descreveu o cenário financeiro do Brasil com a média dos núcleos de inflação em 7,8% e a taxa Selic em 13,75% ao ano.
“Olha que curioso: a gente está com o núcleo de inflação [de] 7,8% e com a juros de 13,75%. Na última vez que o juro estava [em] 14,75%, o núcleo de inflação estava mais ou menos o mesmo nível que está hoje. A gente tem uma inflação um pouquinho mais baixa do que quando os juros estavam em 14,25%. O fato de termos atuado antes funcionou”, argumentou.
Na avaliação do presidente do BC, as medidas adotadas pela autoridade monetária têm sido aplicadas de forma suave para evitar grandes choques no prazo imediato.
“Um dos parâmetros que está no mandato [no BC] é a suavização. Sim, o BC suaviza. Se eu quisesse combater o choque no período curto, eu teria que ter juros muito altos [posteriormente]. A gente não vai fazer isso. Suavizar significa alongar o horizonte para ter uma inflação controlada num horizonte que seja relevante, com o mínimo custo social possível”, disse.
Credibilidade
O presidente do Banco Central acrescentou que o objetivo é também o de evitar alongar demais esse "horizonte", uma vez que é necessário, ao governo, manter a credibilidade.
“Quando você alonga demais o horizonte, eventualmente você perde credibilidade, e, se perder a credibilidade, a expectativa de inflação lá na frente sobe e contamina os preços presentes. Aí, depois, o custo é muito mais caro”, ponderou.
“O mundo não gira na Selic [taxa básica de juros]. Grande parte dos juros é prefixada. Controlar os juros de um dia não garante [queda para] o resto da curva de juros, que é determinada pelo preço que as pessoas estão dispostas a emprestar para o governo. Portanto, se eu não tiver credibilidade eu posso fazer cair os juros curtos, mas os demais vão subir porque a economia não gira no juro curto”, disse.
Segundo Campos Neto, o que possibilita uma queda de juros sustentável é a capacidade de se fazer os juros a curto prazo caírem, e essa curva se perpetuar e propagar.
IstoÉ Online - SP 26/04/2023
Os principais bancos centrais do mundo vão reduzir a frequência de suas operações de liquidez em dólar com o Federal Reserve dos Estados Unidos a partir de maio, enviando o sinal mais claro até agora de que a volatilidade do mercado financeiro do mês passado praticamente acabou.
O Fed começou a oferecer dólares em leilões diários a partir do final de março, depois que a quebra do Silicon Valley Bank e a venda do Credit Suisse provocaram nervosismo nos mercados financeiros e aumentaram o risco de escassez de liquidez que poderia ter se transformado em uma crise financeira mais ampla.
Mas os bancos centrais da zona do euro, de Japão, Reino Unido e Suíça agora retornarão aos seus leilões semanais habituais, indicando que o apoio extraordinário não é mais necessário, pois os mercados estão funcionando como pretendido.
Embora houvesse alguma aceitação nos leilões diários nos primeiros dias, especialmente da Suíça, a instalação diária mal era usada e havia pouco ou nenhum interesse na maioria dos dias.
“Esses bancos centrais estão prontos para reajustar a provisão de liquidez em dólares norte-americanos conforme garantido pelas condições do mercado”, afirmou o BCE em comunicado.
As linhas de swap são garantias de liquidez para aliviar as tensões nos mercados de financiamento globais e têm sido uma característica permanente da cooperação entre os principais bancos centrais por mais de uma década.
As operações de liquidez em moeda local dos bancos centrais também foram pouco utilizadas no mês passado, sugerindo que a liquidez abundante, parte do sistema bancário na última década, continua mantendo o setor bancário bem lubrificado.
Ainda assim, alguns formuladores de política monetária têm alertado que a volatilidade provavelmente deixará uma marca mais permanente, tornando os bancos mais cautelosos na forma como emprestam, elevando os custos dos empréstimos e apertando os padrões de empréstimo.
Isso poderia reduzir a necessidade de os bancos centrais aumentarem as taxas de juros em sua luta contra a inflação altíssima, conforme os bancos comerciais fazem seu trabalho por eles.
A extensão de tal aperto está longe de ser clara, no entanto, e ainda pode levar semanas, ou até meses, para que as autoridades avaliem o impacto a longo prazo.
Os grandes bancos centrais, com a notável exceção do Banco do Japão, têm aumentado as taxas em ritmo acelerado, com a expectativa de que o Fed e o BCE ajam neste sentido novamente na próxima semana.
O Estado de S.Paulo - SP 26/04/2023
O resultado das transações correntes ficou positivo em março deste ano, em US$ 286 milhões, informou nesta terça-feira, 25, o Banco Central. Este é melhor desempenho para meses de março desde 2006, quando o saldo foi positivo em US$ 1,063 bilhão. Em fevereiro, o resultado foi deficitário em US$ 3,030 bilhões.
O número da conta corrente em janeiro ficou dentro do levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 6,270 bilhões a superávit de US$ 3,900 bilhões, mas menor que a mediana positiva de US$ 1,000 bilhão.
Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 9,480 bilhões em março, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,857 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 6,432 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 2,630 bilhões.
No primeiro trimestre de 2023, a conta corrente teve rombo de US$ 11,821 bilhões. Nos 12 meses até março deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 52,251 bilhões, o que representa 2,66% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde abril de 2022, quando ficou em 2,56%.
A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 32 bilhões em 2023. A projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
O Estado de S.Paulo - SP 26/04/2023
A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 171,056 bilhões em março, segundo dados da Receita Federal divulgados nesta terça-feira, 25. O resultado representa uma queda real (descontada a inflação) de 0,42% na comparação com março do ano passado, quando o recolhimento de tributos somou R$ 164,147 bilhões, em termos nominais. Em relação a fevereiro deste ano, houve alta real de 6,83%.
O resultado das receitas veio abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro, calculada em R$ 172,368 bilhões, em pesquisa do Estadão/Broadcast. O intervalo ia de R$ 151,07 bilhões a R$ 183,5 bilhões.
O Fisco apontou que em março houve uma queda real de 5,87% nos recolhimentos de IRPJ e da CSLL em razão, principalmente, do desempenho das empresas que recolhem por estimativa mensal.
Por outro lado, houve um crescimento real de 6,03% na arrecadação da contribuição previdenciária, em razão do crescimento da massa salarial.
Acumulado do ano
No acumulado do ano até março, a arrecadação federal somou R$ 581,795 bilhões, o maior volume para o período da série histórica iniciada em 1995.
O montante ainda representa um avanço real de 0,72% na comparação com os primeiros três meses de 2022.
Desonerações
As desonerações totais concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal de R$ 37,293 bilhões no primeiro trimestre deste ano, valor maior do que em igual período de 2022, quando ficaram em R$ 19,283 bilhões.
Apenas no mês passado, as desonerações totalizaram R$ 12,389 bilhões, quase o dobro do registrado em março do ano passado (R$ 6,434 bilhões).
CNN Brasil - SP 26/04/2023
A arrecadação do governo federal foi de R$ 171 bilhões em março de 2023 — valor 0,42% inferior ao registrado no mesmo período de 2022. Para especialistas consultados pela CNN, a queda é influenciada pela desaceleração da economia e o avanço dessas cifras na sequência do ano depende da revisão de incentivos fiscais.
Segundo a Receita Federal, que divulgou o dado nesta terça-feira (25), o resultado pode ser explicado por desonerações em impostos federais. O governo federal reduziu, por exemplo, as alíquotas de PIS/Cofins para combustíveis, o que acarretou em decréscimo da arrecadação.
“Esse valor estava dentro da expectativa. Quando a gente decompõe a receita do período, há um impacto das desonerações, mas também um movimento de alta inflacionária. Como a gente teve uma inflação maior, então em termos reais há uma queda de arrecadação”, explica Cristina Helena de Mello, professora de economia da ESPM.
Economista e professor de MBAs da FGV, Robson Gonçalves aponta que apesar de a queda na arrecadação ser discreta, o dado aponta para a desaceleração da economia. “Essa desaceleração já foi sentida no último trimestre do ano passado e tem continuidade no primeiro de 2023”, afirma.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, indica que a arrecadação deve “arrefecer” também na sequência do ano, por conta da desaceleração econômica.
“Com a desaceleração da atividade, o crescimento da arrecadação deve continuar arrefecendo ao longo do ano, e o governo deve continuar focado em aumentar as receitas por meio de medidas de redução de subsídios”, explica.
Robson Gonçalves reitera que o avanço da arrecadação depende da revisão de incentivos fiscais — movimento que vem sendo um dos focos da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Os próximos meses vão depender da reversão das desonerações que foram feitas em 2022, como a dos combustíveis, mas também da atividade econômica. Com as expectativas baixas para o PIB, a arrecadação não deve avançar, a menos que sejam tomadas medidas para reverter outros benefícios fiscais”, explica.
Outros destaques
A economista-chefe do Inter indica que, além de PIS/Cofins, as “maiores desacelerações” ficaram por conta do IRPF, com a queda de preços das commodities, e do imposto de importação.
O PIS/Pasep e a Cofins apresentaram arrecadação de 32,6 milhões, representando decréscimo real de 5,76%. O IRPJ e a CSLL totalizaram uma arrecadação de R$ 33,6 bilhões, com decréscimo real de 5,87%.
A Receita Previdenciária teve arrecadação de R$ 47 bilhões, com acréscimo real de 6,03%. Esse resultado pode ser explicado pelo crescimento real de 11,62% da massa salarial, segundo a Receita.
De acordo com Cristina Helena de Mello, a divulgação também trouxe resultados positivos, motivados por um programa de litigiosidade fiscal do governo federal, que cria alternativas para acordos de pagamento de dívidas.
As Outras Receitas Administradas pela Receita apresentaram arrecadação de R$ 3,6 bilhões, com acréscimo real de 37,60%. Segundo a Receita, o programa de redução de litigiosidade somou, aproximadamente, 1,2 bilhão no mês, e explica o avanço.
Infomoney - SP 26/04/2023
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou ligeiramente em abril, após ter se recuperado em março. Segundo o FGV/Ibre, o indicador caiu 0,2 ponto no mês, para 86,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 0,3 ponto, após quatro meses de queda, mantendo-se em 86,1 pontos.
Em abril, a acomodação da confiança foi influenciada pela estabilidade das avaliações sobre a situação atual e uma ligeira piora das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) variou 0,1 ponto, para 72,1 pontos, o melhor resultado desde outubro de 2022 (74,5 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) cedeu 0,4 ponto, para 97,6 pontos.
Para Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do FGV/Ibre, a confiança dos consumidores se fixou em abril patamar considerado baixo em termos históricos.
“Assim como no mês anterior, a heterogeneidade dos resultados torna difícil uma sinalização mais clara sobre as perspectivas futuras. Há um aumento do pessimismo das famílias com renda familiar mais baixa e redução para as famílias de maior poder aquisitivo”, comentou em nota
Segundo ela, esse cenário pode estar relacionado ainda a um alto endividamento das famílias, principalmente as de menor renda, junto com um aumento das perspectivas de inflação para os próximos meses e a dificuldade de acesso ao crédito. “Ainda que o novo arcabouço fiscal tenha sido apresentado, isso está gerando incerteza, o que afeta as decisões no curto prazo”, disse.
Correio Braziliense - DF 26/04/2023
A PEC de Transição foi aprovada em 21/12/22 e se tornou a Emenda Constitucional nº 126. Ela determina que o teto dos gastos seja substituído por regime fiscal sustentável definido por lei complementar. Em 18 de abril, o governo Lula entregou ao Congresso o Projeto de Lei Complementar nº 93/2023, que apresenta o arcabouço fiscal (AF). Ele deve pôr fim a uma era em que a política fiscal brasileira foi marcada por fanatismo e autoritarismo. Mas essa é uma história que precisa ser contada do início.
Era uma vez uma presidente chamada Dilma Rousseff, que foi derrubada por conspiração liderada por seu vice, Michel Temer. O vice, após assumir, deu giro de 180 graus na política econômica. Eleito por coligação liderada pelo Partido dos Trabalhadores, Temer destruiu direitos trabalhistas que vigoravam desde 1943 (CLT) e fez aprovar a Emenda Constitucional nº 95, que botou na Constituição uma aberração chamada Teto de Gastos.
O teto determinava que as despesas primárias (DP) fossem reajustadas só pelo IPCA, um indexador ainda por cima inadequado. Nos 20 anos anteriores à aprovação do teto, a variação acumulada do IPCA foi de 261%, a do deflator implícito do PIB, 390%, e a do PIB nominal, 749%. Se o teto fosse aplicado nos 20 anos anteriores a 2016, as DPs teriam encolhido de 19,9% do PIB para 8,5% do PIB. O teto era na verdade um esmagador de gastos.
O arcabouço fiscal (AF) veio substituir a aberração. Sua maior virtude é ser democrático. O teto estava previsto para durar 20 anos e só podia ser alterado por emenda constitucional. O arcabouço fiscal, pelo contrário, permite ao presidente eleito definir, por lei ordinária, os parâmetros fiscais do seu governo.
O arcabouço fiscal de Lula é centrista, nem desenvolvimentista nem austericida. Ele parte de um deficit primário de 0,5% do PIB em 2023 para chegar a um superavit de 1% do PIB em 2026. O histórico de Lula me leva a confiar nas projeções. Durante seus oito anos de mandato, ele manteve superavit primário médio de 2,2% do PIB. Lula não pode perseguir hoje o superavit de 2% porque precisa gastar para reconstruir as redes de proteção social e a máquina pública que Bolsonaro tentou destruir.
O ajustamento previsto no AF vai exigir que a despesa primária cresça até 70% do crescimento da receita primária, com piso de 0,6% e teto de 2,5%. As viúvas do teto não gostaram da regra. Elas preferem cortes radicais de gastos. Alegam que o arcabouço fiscal exige aumento da carga tributária. Na verdade, o AF de Lula exige apenas a retomada do crescimento. Sempre que o PIB aumenta, a receita cresce proporcionalmente. O Brasil cresceu bem durante o governo Lula: em média, 4,1% ao ano. Mas cresceu apenas 0,8% ao ano desde o impeachment.
Para que o PIB volte a crescer, o governo precisa investir. O AF cria um piso de R$ 75 bilhões para os investimentos públicos, que pode receber bônus de R$ 25 bilhões. Como o PIB é de R$ 10 trilhões, tais investimentos vão representar entre 0,75% e 1% do PIB. É muito pouco.
A retomada do crescimento teria que ser comandada por investimentos privados. Dificilmente isso vai ocorrer se o Banco Central (BC) mantiver a Selic real em 8,5%. A saída estaria na oferta de crédito subsidiado por bancos federais. Tal saída foi dificultada pelo AF. Ele incluiu no limite (apertado) das despesas primárias os repasses aos bancos oficiais.
O teto de Temer, em seu escandaloso radicalismo, excluía tais repasses do limite de gastos. O que motivou Haddad a ser mais realista que o rei? Não teria sido a crítica pública do presidente do BC aos empréstimos subsidiados? É preocupante a submissão de Haddad a Campos Neto.
A lei da autonomia do BC condiciona a manipulação dos juros ao cumprimento de metas de inflação ditadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Lula tem maioria no CMN, que é presidido por Haddad. As atuais metas de inflação (3,25% em 2023 e 3% em 2024 e 2025), extremamente irrealistas, foram fixadas por Paulo Guedes. Se elas fossem aumentadas, o BC não teria pretexto para manter a Selic em 13,75%.
Haddad não aumentou as metas de inflação porque Campos Neto desaprovou. A palavra final sobre as metas passou a ser do Banco Central. A lei tornou o BC autônomo, Fernando Haddad o tornou independente. A covardia do ministro pode fazer prevalecer a mentalidade austericida do BC, inviabilizando a retomada do crescimento, condição sine qua non para a viabilidade do arcabouço fiscal.
Valor - SP 26/04/2023
Mineradora britânica produziu 15,1 milhões de toneladas no período refletindo melhor desempenho nas operações do Brasil e na África do Sul
A Anglo American registrou produção de 15,1 milhões de toneladas de minério de ferro no primeiro trimestre, um crescimento de 14,5% na comparação anual, refletindo melhor desempenho nas operações do Brasil e na África do Sul.
A mineradora britânica destaca que a produção de minério de ferro no complexo Minas-Rio foi de 5,65 milhões de toneladas, um crescimento de 16% na comparação anual, com menor efeito de chuvas gerando melhor eficiência operacional.
As vendas de minério de ferro da Anglo American alcançaram 14,5 milhões de toneladas entre janeiro e março, alta de 5% na comparação anual. Em Minas-Rio, as vendas chegaram a 5,04 milhões de toneladas, alta de 12% sobre o mesmo período de 2022.
A companhia reiterou sua meta de produção de minério de ferro para 2023 no intervalo entre 57 e 61 milhões de toneladas, incluindo 22 a 24 milhões de toneladas nas operações em Minas-Rio.
Em outras commodities, a Anglo American destaca crescimento de 28% na produção de cobre, a 178 mil toneladas, com início de operações em nova mina no Peru, e de 59% no carvão siderúrgico, a 3,5 milhões de toneladas, com melhor desempenho operacional.
A produção de níquel subiu 4%, a 9,7 mil toneladas, enquanto manganês avançou 5%, a 84,1 mil toneladas. Diamantes ficaram estáveis no ano, a 8,9 milhões de quilates. Já platina caiu 6%, a 901 mil onças.
Valor - SP 26/04/2023
Média de prévias compiladas pelo Valor aponta para lucro líquido US$ 2,267 bi no 1º tri, o que, caso se confirme, significaria queda de 39,1% ante o 4º tri/22
Os embarques de minério de ferro abaixo do esperado devem levar a Vale a apresentar, nesta quarta-feira (26), resultado relativo ao primeiro trimestre mais fraco que nos três meses anteriores. A piora nos números é esperada a despeito dos preços realizados nas vendas de finos de minério terem sido maiores entre janeiro e março que nos último trimestre de 2022. A média de três prévias de bancos sobre o desempenho da mineradora no primeiro trimestre mostra lucro líquido US$ 2,267 bilhões, o que, caso se confirme, significaria queda de 39,1% ante o quarto trimestre do ano passado e recuo de 49,1% na comparação com os três primeiros meses de 2022.
O Valor compilou as projeções de Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual para os resultados da mineradora no primeiro trimestre. A média das previsões apontou também para receita líquida de US$ 8,849 bilhões - queda de 25,9% ante o quarto trimestre de 2022 e de 18,2% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado - e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 4,003 bilhões, o que seria 19,9% menor que nos três últimos meses do ano passado e 37,2% abaixo do primeiro trimestre de 2022. As projeções para o lucro líquido variaram entre US$ 1,673 bilhão do Itaú BBA e US$ 2,618 bilhões do BTG.
O Itaú BBA revisou os números projetados para o resultado da Vale depois que a empresa divulgou o relatório de produção, no dia 18 de abril. Em relatório assinado pelos analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, o banco ressalta que a alta dos preços realizados frente ao quarto trimestre não vai ser suficiente para atenuar os baixos volumes e o maior custo de produção de minério de ferro.
Na semana passada, a Vale anunciou produção de 66,774 milhões de toneladas de minério de ferro e vendas de 45,861 milhões de toneladas de finos de minério, o principal produto da companhia. Em termos de vendas, houve queda de 43,5% ante o quarto trimestre de 2022 e recuo de 10,6% na comparação com os três primeiros meses do ano passado. A média dos preços realizados para os finos de minério entre janeiro e março, de US$ 108,6 por tonelada, foi 13,6% maior que no quarto trimestre do ano passado e 23,2% menor na comparação anual.
“Os volumes de venda de minério de ferro e os preços (de finos e pelotas) foram mais fracos que o esperado”, resumem os analistas do Itaú BBA no relatório em que revisam a projeção de Ebitda no primeiro trimestre de US$ 4,1 bilhão para US$ 3,7 bilhão.
O Bradesco BBI também destaca, em relatório assinado por Thiago Lofiego, Isabella Vasconcelos e Camilla Barder, que os embarques sazonalmente mais fracos e os custos mais altos suplantaram os preços mais elevados do minério de ferro.
Os analistas do Bradesco BBI projetam um custo caixa C1 - custo de produção da mina ao porto - de US$ 23,9 por tonelada no primeiro trimestre deste ano, contra US$ 21,7 por tonelada nos últimos três meses do ano passado. As razões para essa alta, segundo o relatório do banco, passam por uma menor diluição dos custos fixos e por custos maiores de “demurrage”, que é uma espécie de multa pela estadia de navios além da planejada para embarque ou desembarque de uma mercadoria.
O Estado de S.Paulo - SP 26/04/2023
O novo presidente do grupo Whirlpool no Brasil chega ao País com muitos desafios. Aos 47 anos, o mexicano Juan Carlos Puente é o primeiro executivo estrangeiro a dirigir a empresa. Criada em 1954 pelo boliviano naturalizado brasileiro Hugo Etchenique, como Brastemp, a companhia foi vendida no ano 2000 para a americana Whirlpool e, nos últimos 11 anos, foi comandada pelo paulistano João Carlos Brega.
Segundo maior mercado da Whirlpool, atrás apenas da matriz norte-americana, a filial brasileira enfrenta dias difíceis. Depois da explosão de vendas no início da pandemia, quando os consumidores deixaram de gastar com serviços e compraram mais produtos para casa, o mercado recuou. Hoje, a venda de eletrodomésticos como geladeiras, fogões e lavadoras está abaixo do nível registrado antes da pandemia.
Com 26 anos de empresa e pós-graduação em Harvard, Juan já comandava a divisão da Whirlpool do norte da América Latina, a partir de Monterrey, cidade localizada no noroeste do México, perto da fronteira com os EUA. A partir deste mês, ele virá pelo menos uma vez a cada 30 dias, para passar uma semana por aqui, de onde vai comandar a operação de toda a América Latina. Sua missão será transformar a empresa líder em todos os países do continente - e fazer a filial brasileira voltar a crescer.
“Desde quando vim para o País pela primeira vez, há 20 anos, fiquei fascinado com a dinâmica do mercado brasileiro, com coisas muito avançadas e outras menos, mas em geral um País bastante exemplar para a Whirlpool Corporation”, afirmou o executivo ao Estadão, em sua primeira entrevista depois de assumir o cargo em substituição a Brega. Com 28 anos de empresa e 60 de idade, Brega sai da operação da companhia para atuar na presidência do Conselho de Administração.
Puente chega em um momento difícil para o mercado de eletrodomésticos no Brasil. Com inflação alta, juros elevados e confiança do consumidor em baixa, as vendas da indústria de linha branca recuaram por sete trimestres seguidos. Como líder de mercado, com fábricas em Rio Claro (SP) - que produz fogões e lavadoras -, Joinville (SC) - refrigeradores -, e Manaus (AM) - aparelhos de ar condicionado e fornos de micro-ondas -, a Whirlpool também sentiu o impacto.
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Em 2022, a receita líquida de vendas da companhia, de R$ 10,8 bilhões, caiu 5,1% em relação ao ano anterior. Foi o primeiro recuo desde 2018, quando o grupo passou a operar só com eletrodomésticos, depois de se desfazer da Embraco, fabricante de compressores.
As vendas da indústria de linha branca no ano passado voltaram ao patamar de 2008, ligeiramente abaixo de 2015, ano de recessão. “A queda foi forte, porque adiantou-se (no Brasil) a compra (de eletrodomésticos) nos dois anos de pandemia, provavelmente mais do que em outros países”, afirma Puente.
Ao contrário dos fabricantes de automóveis, que nos últimos meses deram férias coletivas e colocaram trabalhadores em lay-off para adequar a produção ao ritmo mais fraco de vendas, o ajuste na Whirlpool foi por outro caminho. A empresa optou por não repor as vagas de quem pediu demissão. Brega ressalva que podem ter férias coletivas em linhas de produção específicas, mas não há, segundo ele, fábricas da companhia paradas. “Nada impactante como na indústria automobilística”, compara.
No final do ano passado, a companhia informou ao mercado que, para 2023, esperava estabilidade de vendas na América Latina ou uma pequena queda. Como o Brasil responde por quase a metade do mercado da região, essa projeção é válida para o desempenho da empresa no País. Puente admite que, no curto prazo, o mercado está complicado por causa do cenário econômico.
Governos de esquerda
Assim como acontecerá agora no Brasil, Puente presidiu a Whirlpool no México sob um governo de esquerda. Andrés Manuel López Obrador, conhecido como Amlo, preside o México desde 2018. Ao ser questionado sobre eventuais mudanças na economia, Puente evita entrar em polêmicas. “Somos uma companhia apartidária e temos de aprender a jogar em qualquer tipo de jogo, e os nossos investimentos são de longo prazo.”
Em gestões passadas do PT, o setor de linha branca teve um grande impulso por políticas de incentivo ao consumo. Houve a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, o que resultou em um grande crescimento de vendas dos produtos. Mas, diante do cenário atual de aperto nas contas públicas, é improvável que essa fórmula seja novamente usada.
Bernardo Gallina, vice-presidente jurídico da companhia para América Latina, conta que já existem iniciativas de tentar incluir eletrodomésticos no programa Minha Casa, Minha Vida. No entanto, o executivo diz que o movimento é incipiente, até porque o programa ainda não foi totalmente restabelecido. Na opinião de Brega, a mudança no mercado e o aumento da demanda e da produção têm de ocorrer de forma sólida, baseada na queda dos juros, no aumento do emprego e na confiança do consumidor.
Puente diz que o mercado de linha branca pode se recuperar até 2024. Mas ele acredita que, no médio prazo, a partir de 2024, os fundamentos da demanda estarão sólidos para que a produção da indústria volte a crescer até em níveis maiores do que antes da pandemia. Mas ressalta que esse avanço deverá ser gradual.
Investimento em inovação
O executivo mexicano destaca que a companhia vem mantendo os investimentos de 3% a 4% do faturamento em inovação de produtos. Neste ano, por exemplo, serão 45 lançamentos, ante 40 no ano passado. Esse é um dos pilares que, somados a ganhos de eficiência e capilaridade da marca, integram a estratégia da empresa para enfrentar o avanço das concorrentes asiáticas.
Quanto à possibilidade de o Brasil vir a se tornar um polo industrial exportador relevante, o novo presidente para América Latina diz que a base de fornecedores locais de algumas indústrias é muito concentrada, o que, na opinião dele, tira a competitividade em relação a outros países. Isso, sem contar o encarecimento da produção em razão da carga tributária. ”Temos de trabalhar na cadeia de valor completa para que o Brasil seja competitivo”, diz Puente.
Canal Rural - SP 26/04/2023
Encontro promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) nesta segunda-feira (24) defendeu a criação de uma taxa única sobre o consumo, o chamado de Imposto de Valor Agregado.
O IVA nacional vai substituir um conjunto de cinco tributos vigentes: Cofins, ICMS, IOF, IPI, ISS e PIS.
O modelo, que já é usado em 89% dos países do mundo, tem como objetivo acabar com a guerra fiscal entre estados, diminuir a taxa de juros, reduzir mão de obra para calcular os tributos da empresa e, na outra ponta, baixar o preço do produto para o consumidor final.
A mudança também favoreceria a competitividade do mercado interno, de acordo com o secretário extraordinário da Reforma Tributária, do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.
Nesse modelo do IVA, cada etapa da cadeia produtiva paga o imposto referente ao valor que adicionou ao produto ou serviço – que será debitado no valor final com uma alíquota padrão de 25%.
Apesar dessa alíquota padrão, estuda-se uma taxa diferenciada, chamada de taxa de equilíbrio, para setores mais prejudicados. No caso do agronegócio, por exemplo, a intenção é manter alíquota zero para a pecuária leiteira.
O Estado de S.Paulo - SP 26/04/2023
Do ponto de vista urbanístico, a receita ideal, com algumas variações, indica a necessidade da existência de uma cidade compacta. Ou, pelo menos, é algo que ficou mais cristalizado após a pandemia: um espaço urbano em que a vida fica mais fácil. A distância entre a residência e o trabalho ou a escola, assim como ao lazer, se torna mais aceitável. Facilita a mobilidade. Mas os dados mostram – e a maioria das pessoas que vivem em grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, conhece essa realidade – que na prática, tudo é diferente.
Para Jose Police Neto, que hoje ocupa a subsecretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado de São Paulo e a coordenação do Laboratório de Cidades do Insper, existe um debate em pauta que não pode ser negligenciado.
Segundo ele, em termos de se pensar em uma cidade eficiente, que melhora a qualidade de vida dos habitantes, o que é melhor? Ele cita explicitamente o exemplo da capital paulista. Investir bilhões de reais em uma linha de metrô que vai trazer milhares de pessoas todos os dias da periferia para o centro e levá-las de volta, ou usar a mesma verba para aumentar a disponibilidade de habitação em áreas centrais da cidade?
“No caso da Linha Laranja, por exemplo, são entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões que serão investidos para transportar entre 400 mil e 600 mil pessoas ao dia”, estima o também ex-vereador.
Police Neto, um dos participantes do Summit Imobiliário, uma parceria do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi-SP) e o Estadão, que ocorreu no último dia 19, diz não ser contra a construção da linha. Segundo ele, a obra vai pagar uma dívida antiga com os moradores de Brasilândia, que agora vão poder chegar com mais qualidade ao centro da cidade. No entanto, ele faz uma provocação de um debate para o futuro. “É exatamente isso que estamos pesquisando no Insper. Qual o impacto que teríamos se os mesmos recursos fossem investidos, por exemplo, em regiões como a Luz ou o Belenzinho?”, pergunta.
Economia local
O gestor público diz acreditar que os desdobramentos dessa segunda opção, no longo prazo, seriam mais benéficos, até porque estimularia também a própria economia local.
“O Plano Diretor escreve a cidade para a frente, portanto, agora, eu vou querer produzir novas linhas de transporte a partir do desenho onde as pessoas moram cada vez mais longe do centro ou vou trazer as famílias de volta por meio de uma outra indução de investimento?”, indaga Police Neto.
Em linhas gerais, como mostrou Letícia Quintanilha, gerente de Mobilidade Sustentável da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Clima da Prefeitura do Rio de Janeiro, que também participou do evento, a discussão urbana em curso na capital fluminense segue o mesmo dilema.
“Existe também todo esse debate, a partir da perspectiva ambiental. A redução dos deslocamentos também reduz a poluição”, afirma Quintanilha. No Rio, segundo a administradora pública, um dos programas em curso visa a atrair novos investimentos do setor habitacional para um centro que tradicionalmente apresenta uma vocação única para o comércio e os serviços.
“A diversidade de usos é benéfica para a cidade. O que você precisa é tirar o melhor proveito da infraestrutura que já existe”, comenta.
Espraiamento
Mas o desafio no Rio, assim como em São Paulo, é grande, admite Quintanilha. “Sem dúvida que a cidade continua se espraiando por outras forças. A própria atuação do mercado acaba muitas vezes fazendo ocorrer esse movimento de espraiamento.” Em fase de revisão do Plano Diretor na Câmara, o debate, segundo uma das gerentes da Prefeitura do Rio, tem um tema central.
“Quanto teremos ainda de expandir e quanto, na verdade, não faz mais sentido, por causa das estruturas que podemos aproveitar. Como as redes de transporte e as linhas de metrô e trem. Muitas centralidades, inclusive, foram formadas de forma espontânea e muitas vezes gerando aquilo que chamamos de cidade de 15 minutos”.
Custo é empecilho para sustentabilidade
O caminho da sustentabilidade, na teoria, é mais do que necessário. Mas, na prática, existem várias barreiras que ainda precisam ser puladas, como analisa Carlos Alberto de Moraes Borges, CEO da construtora Tarjab. “A principal barreira, ainda, é a questão do custo. Existe também a cobrança do consumidor, que é tímida, porque ele rateia em pagar mais, além das questões regulatórias.”
Para o executivo, entretanto, faz parte do trabalho da própria empresa buscar educar os clientes. “Não podemos apenas falar em metro quadrado. Mas temos de mostrar o padrão construtivo e indicar que ele é sustentável.”
Revista Ferroviaria - RJ 26/04/2023
Correio do Estado – A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) descartou nos estudos da relicitação da Ferrovia Malha Oeste o ramal de 348 km que liga Campo Grande a Ponta Porã por considerar que coloca em risco todo certame por ser inviável financeiramente já que deve dar prejuízo de R$ 613 milhões ao longo dos 60 anos de concessão.
O custo de investimento e outras despesas de R$ 1,594 bilhão não compensaria a receita estimada de R$ 981 milhões no mesmo período.
O ramal tem início em Campo Grande, e passa por importantes cidades produtores do agronegócio, como Sidrolândia, Maracaju, o distrito de Itahum, em Dourados, até chegar a Ponta Porã.
Em Maracaju, haveria até mesmo a possibilidade de, no futuro, conectar-se a Ferroeste. Ferrovia que está sendo desenvolvida pelo governo do Paraná, e que chegaria até Mato Grosso do Sul.
Os argumentos da ANTT
A Nota Técnica conjunta 04/2023, de vários departamentos da autarquia com dados de consultoria externa, ressalta que, “apesar de o ramal de Ponta Porã/MS ser citado nos estudos de estruturação, ele não será objeto do trecho ferroviário a ser concedido, conforme diretrizes definidas”, explicando que “o Ramal de Ponta Porã não se mostrou viável em termos financeiros e, por tal motivo, foi desconsiderado das próximas etapas do estudo”.
É que o trecho teve o Valor Presente Líquido (VPL) negativo de R$ R$ 613 milhões. O VPL é uma fórmula usada no setor que corresponde a soma de todas as receitas e despesas estimadas nos 60 anos de concessão, com cada uma delas descontada para o presente pela taxa de juros projetada.
Caso esse valor resulte maior do que de zero, significa que os benefícios auferidos durante o período de análise serão suficientes para cobrir todo os investimentos e as despesas operacionais. O que não foi o caso do ramal.
Para chegar na exclusão do trecho foi feito estudo de mercado com duas projeções. Uma excluindo o ramal e outra considerando as receitas e despesas sem os 348 Km da linha ferroviária. No levantamento sem o trecho ferroviário, o VPL fica R$ 31 milhões, saldo positivo levando em consideração a projeção de receita líquida de R$ 21,840 bilhões e R$ R$ 21,808 bilhões em investimentos e outras despesas (entre eles impostos).
No estudo incluindo o ramal, a receita líquida sobe para R$ 22,820 bilhões, porém os investimentos necessários crescem muito mais, para R$ 23,402 bilhões, um saldo negativo de R$ 582 milhões, que somados aos R$ 31 milhões obtido nos cálculos sem o ramal deixam o saldo negativo do VPL em R$ 613 milhões.
O custo de investimento e outras despesas chegariam a R$ 1,594 bilhão enquanto a receita estimada seria de R$ 981 milhões.
“Note-se que a inclusão deste ramal no objeto da concessão reduz o VPL do projeto em R$ 613 MM, uma vez que os ganhos observados nas receitas são superados pelos aumentos das linhas de Opex e PECLD, impostos sobre EBIT e, principalmente, Capex”, é afirmado no documento.
Com a análise destas projeções, o estudo conclui que o saldo negativo de R$ 582 milhões “resultar-se-ia na inviabilidade financeira da relicitação da Malha Oeste como concessão comum, sendo necessária uma estruturação alternativa de modo a viabilizar a licitação”, ressaltando que “deste modo, a partir da avaliação marginal do impacto da inclusão do Ramal Ponta Porã na concessão e da indicação de que o Ramal destrói valor, resta comprovada a inviabilidade financeira do Ramal Ponta Porã.”
A decisão faz parte dos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental da autarquia divulgados na semana passada para a relicitação da ferrovia que, desta maneira, acabou ficando com a extensão de 1.625,3 km, com investimento de R$ 18,1 bilhões em melhorias na linha férrea (troca de dormentes e trilhos, entre outras obras) e compra de vagões e locomotivas.
Pelo levantamento, a Malha Oeste vai abranger entre os municípios de Mairinque/SP a Corumbá/MS, conectando-se a Bolívia e atravessando os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Há a conexão com os portos de Ladário e Porto Esperança, em Mato Grosso do Sul, além de conexão com o Porto de Santos, em São Paulo, e ao Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
Portos e Navios - SP 26/04/2023
O Porto de Porto Alegre encerrou o primeiro trimestre de 2023 com o crescimento de 6,66% nas movimentações em relação ao mesmo período do ano passado. O cais comercial da capital registrou em 2022 181.839 toneladas, enquanto que nos três primeiros meses desse ano foram 193.951 toneladas.
Ao longo dos últimos 90 dias passaram pelo Porto de Porto Alegre 33 navios que realizaram operações envolvendo graneis sólidos, líquidos e carga geral. Entre as movimentações destacam-se os insumos para a produção de fertilizantes, a cevada, o sebo bovino e os transformadores elétricos.
De acordo com o gerente de operações do Porto de Porto Alegre, Matheus Evangelho, esse aumento na movimentação Portuária mostra a capacidade estratégica de colaboração do Porto para com o Estado, incrementando o recolhimento de ICMS e conectando a cadeia logística dos produtos movimentados.
TN Petróleo - RJ 26/04/2023
Com o aprendizado das crises mundiais recentes – pandemia da Covid-19 e guerra Rússia e Ucrânia –, as produções nacionais ganharam maior vantagem estratégica frente às importações de matérias-primas. Celeiro mundial de alimentos, o agronegócio brasileiro, porém, ainda importa mais de 85% de fertilizantes usados na atividade. Como maior produtor de gás natural no país, o Rio de Janeiro pode reverter a situação de dependência do Brasil na área de petroquímica, transformando o estado fluminense em um hub petroquímico e de fertilizantes, conforme demonstra o estudo “Petroquímica: atração de investimentos para o Rio de Janeiro”, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Lançado nesta terça-feira (25/4), na sede da federação, o estudo evidencia o potencial de desenvolvimento da indústria petroquímica e de fertilizantes do Rio, a partir do uso do gás natural como insumo. Além disso, a federação destaca que o estado fluminense também é um hub de atração de investimentos para a nova fronteira energética mundial, o hidrogênio, com diversos projetos em desenvolvimento e com potencial integração com o gás natural.
“Para que as indústrias sejam atraídas e se instalem no Rio de Janeiro, além da disponibilidade de matéria-prima, que temos, também é fundamental a implementação de projetos de infraestrutura e logística”, argumenta o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano. Ele lembra que o potencial de investimentos da petroquímica no estado, a partir do gás natural, pode chegar a
R$ 65 bilhões, como mapeado pela federação no ano passado.
Insumos para petroquímica
Como protagonista da produção de gás nacional, proveniente do pré-sal, o Rio de Janeiro responde por 100% da produção de etano no país, insumo base da petroquímica nacional. Para aumentar ainda mais a produção do etano, a Firjan propõe que parte do gás reinjetado nos poços seja disponibilizado para a indústria, o que poderia produzir 932 mil toneladas de polietileno, com base nos dados de 2022. Essa produção potencial é equivalente a 1,14 vezes o total importado desse produto pelo país em 2022, com base em um cenário de aproveitamento total retirada a parcela para o gás de rede consumido via distribuição.
Ainda mais. Em torno de 18 bilhões de metros cúbicos (m³) de gás natural foram reinjetados nos campos produtores no estado no ano passado. Se esse volume de gás fosse aproveitado, poderia demandar, por exemplo, pelo menos, duas UPGNs (Unidades de Processamento de Gás Natural) de capacidade equivalente à unidade de Cabiúnas, localizada em Macaé. A partir delas seria possível obter mais de 10 milhões toneladas/ano de correntes de saída após o processamento do gás, distribuídas em: 5,9 milhões t/ano de metano; 1,3 milhão t/ano de etano; 1,8 milhão t/ano de propano; 796 mil t/ano de butano; e 362 mil t/ano de C5+.
“É importante lembrar que o Rio de Janeiro tem potencial para 4 hubs integrados de gás natural, além da previsão de cinco plantas para geração de hidrogênio verde, que poderão ser aplicadas no processo de fabricação de fertilizantes nitrogenados, como amônia e a ureia”, cita Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan.
A publicação da federação traz também artigos de entidades e empresas parceiras, além governo do estado, na defesa do tema: ABIQUIM – “Impactos da alteração da especificação do gás natural”; ABEMI, líder da Coalizão pela Competitividade do Gás Natural para matéria-prima – “A importância da retomada da indústria química no Brasil e no Rio de Janeiro a partir do gás natural”; Braskem – “Quando dividir significa multiplicar: fracionar o gás para alavancar o crescimento”; Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar do RJ – “A indústria petroquímica no estado do Rio de Janeiro e seu potencial de atração de investimentos e geração de empregos”; e Firjan SENAI SESI – “Petroquímica e fertilizantes no Rio de Janeiro: necessidade, oportunidade e rotas para seu desenvolvimento”.
Para baixar o estudo “Petroquímica: atração de investimentos para o Rio de Janeiro” clique no link https://www.firjan.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=2C908A8A877C66450187B5D78E9F185B
Valor - SP 26/04/2023
Petrobras envia novo navio-plataforma à Bacia de Campos (RJ)
Carlos Romeiro, gerente da Petrobras: FPSO Anita Garibaldi tem capacidade de armazenar 1,6 milhão de barris e pode descarregar 1 milhão de barris/dia — Foto: Divulgação
A Petrobras vai lançar ao mar nesta quarta-feira (26) o navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Anita Garibaldi, após concluir fase de testes no Estaleiro Jurong, em Aracruz (ES), onde a unidade está atracada. É a segunda plataforma de um pacote de 18 FPSOs que a Petrobras pretende implantar nos próximos cinco anos, seja por construção, seja por afretamento, e integra o plano de revitalização do campo de Marlim, na bacia de Campos (RJ). Junto com outro FPSO, o Anna Nery, o Anita Garibaldi vai substituir nove plataformas, que estão em fase de desativação, conhecida no jargão da indústria como “descomissionamento”.
A substituição é vista na empresa como um ganho de eficiência, com espaço para redução de 50% nas emissões de gases de efeito estufa, com menos unidades mais modernas fazendo o mesmo trabalho de produção. As primeiras plataformas que devem sair dos campos de petróleo serão a P-32, P-33 e P-36. Após uma avaliação, as nove plataformas podem ser desmontadas e vendidas como sucata ou negociadas para empresas que atuam no mercado de afretamento, uma espécie de aluguel.
O modelo de navio-plataforma permite que se armazene a produção até a chegada de embarcações denominadas aliviadoras, que transportam a produção de petróleo para o continente. O Anita Garibaldi tem capacidade de armazenar 1,6 milhão de barris, com possibilidade de descarga de 1 milhão de barris/dia em 24 horas, segundo o gerente de unidades afretadas de produção da Petrobras, Carlos Romeiro.
O FPSO Anita Garibaldi “nasceu” na China, a partir da conversão de um navio petroleiro. Nesta nova configuração, terá capacidade de acomodar 160 pessoas. Todos os módulos de produção de petróleo foram montados no país asiático. Ele chegou ao Brasil no fim de dezembro para passar pelo comissionamento (testes prévios à produção) antes de iniciar operação comercial, prevista para o segundo semestre deste ano. Quem vai liderar a equipe será a gerente de operações da nova plataforma, a engenheira Amanda Barbosa, da Modec. Ela disse que a decisão de partir com a embarcação nesta quarta é por causa da janela meteorológica. A plataforma estava passando pelos testes e ajustes finais antes de sair do estaleiro, numa viagem que deve durar dois dias.
Ao chegar ao campo, o FPSO será ancorado e interligado aos poços de petróleo por meio de linhas submersíveis. Depois, vêm os testes finais. De propriedade da japonesa Modec e afretado por 25 anos à Petrobras, o FPSO Anita Garibaldi tem capacidade de produzir 80 mil barris de petróleo por dia e 7 milhões de metros cúbicos (m3) de gás natural. Parte do gás moverá as centrais geradoras de energia elétrica instaladas no navio, com capacidade para 84 megawatts (MW). O restante será escoado por gasoduto.
A unidade será conectada em 43 poços, sendo 25 produtores de petróleo (cinco novos) e 18 injetores de água, usados em processo que aumenta a extração do óleo das jazidas. “É o primeiro projeto de revitalização em águas profundas”, disse Romeiro. O campo de Marlim está localizado a aproximadamente 130 quilômetros da costa brasileira, foi descoberto em meados da década de 1980 e perfurado em águas rasas, com profundidade de cerca de 600 metros. Depois, teve avanços na perfuração para águas mais profundas, acima de 1 mil metros.
Considerado um campo maduro (com produção em declínio), Marlim será revitalizado junto com o campo de Voador. A Petrobras abriu o processo de venda em 2020, mas no fim de 2021 a estatal desistiu da alienação por considerar os ativos resilientes, com potencial ainda viável de exploração e produção.
A meta da Petrobras é alcançar volume de 900 mil barris de óleo equivalente por dia na Bacia de Campos. Parte da produção de óleo que será destinada ao Anita Garibaldi virá dos poços dos campos de Marlim e Voador, no pós-sal e outra parte, do campo do pré-sal de Brava, vizinho a Marlim. Os FPSOs Anita Garibaldi e Anna Nery vão produzir, juntos, 150 mil barris/dia de petróleo e 11 milhões de m3 de gás natural. Anna Nery já se encontra no mar.
Agroplanning - SP 26/04/2023
Produtos da indústria brasileira também estarão no evento, com dois pavilhões de expositores; setor faturou R$ 299 bilhões em 2021 no Brasil, segundo ABIMAQ
As principais inovações para o campo serão apresentadas na Agritechnica 2023, o maior evento mundial de máquinas agrícolas, que será realizado entre 12 e 18 de novembro, em Hanover (Alemanha). Com o tema “Produtividade Verde”, a feira vai debater de que forma as soluções tecnológicas contribuem para a agricultura de precisão, para atender à crescente demanda por alimentos e rações de qualidade, preservando os recursos naturais.
A indústria brasileira estará representada no evento com estandes individuais e coletivos em dois pavilhões para divulgação dos produtos desenvolvidos no Brasil. Entre os expositores estão o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), que levará um coletivo de associados, e a Associação Brasileira de Máquinas (ABIMAQ) que, em parceria com a ApexBrasil, apresentará as principais inovações da indústria nacional.
Uma das empresas expositoras confirmadas é a METISA (Metalúrgica Timboense S.A), presente na Agritechnica desde 2003. A indústria de peças agrícolas está no mercado há mais de 80 anos, com presença em mais de 50 países. “Devido à nossa participação constante na feira, temos crescido significativamente na Europa, um mercado bastante competitivo e exigente. A Agritechnica nos proporciona a oportunidade de encontrarmos nossos clientes, detectar novas oportunidades de negócios, observar nossos concorrentes e aprender sobre as tendências futuras ligadas à agricultura”, explica Solange Sdrigotti, responsável pela área de vendas para a Europa da empresa.
De acordo com dados da ABIMAQ, em 2021, o setor de máquinas e equipamentos faturou R$ 299 bilhões e as exportações representaram 20% deste valor. Das 8,6 mil empresas do setor, 53% venderam para outros países. Desde 2010, os principais destinos das exportações são os Estados Unidos, Argentina, Países Baixos, Chile, Paraguai, México, Peru, Colômbia e Alemanha.
Automação no campo – Entre as novidades tecnológicas que serão apresentadas na Agritechnica estão soluções de assistência ao motorista e sistemas de otimização de máquinas agrícolas, tecnologias de agricultura de precisão, conceitos de direção autônoma e o aprimoramento da interface homem-máquina.
“A tecnologia avançou muito nos últimos anos e hoje temos máquinas autônomas, que utilizam sensores inteligentes e navegação por satélite (GPS), por exemplo, para a gestão direcionada das terras agrícolas. Mas apesar dessa acelerada transformação digital no campo, ainda há muita pesquisa em desenvolvimento para aumentar a produtividade e a eficiência de forma sustentável e, certamente, muitos desses resultados estarão presentes na Agritechnica”, destaca Timo Zipf, diretor da Sociedade Agrícola Alemã (DLG), organizadora do evento.
“Líderes da indústria, empresas de médio porte e startups de todos os continentes levarão ao evento as principais inovações nas áreas de motores, eletrônica, tecnologia de acionamento, hidráulica, cabines e elevadores de força, bem como peças de reposição e desgaste. Com este portfólio de expositores, a Agritechnica busca elevar a automação das máquinas de trabalho a um novo patamar, com foco principalmente na interface homem-máquina.” explica Brena Bäumle, diretora da Bäumle Organização de Feiras, representante oficial da DLG para o Brasil.
Uma das soluções é do consórcio de pesquisa “Driver’s Cabin 4.0”, que tem a adesão da fabricante de máquinas CLAAS, e propõe um sistema de assistência automatizado para o motorista. O projeto desenvolvido por pesquisadores do Karlsruhe Institute of Technology (KIT) é uma interface homem-máquina adaptável, capaz de reconhecer o nível atual de estresse do motorista e fornecer, automaticamente, recomendações individuais de ação. Os cientistas examinam o nível de estresse usando o rastreamento ocular ou a frequência cardíaca. Ao constatar que o motorista está estressado, o sistema gera recomendações de ação, que são projetadas no para-brisa, no campo de visão do operador, por meio de realidade aumentada. Além de monitorar o estresse e indicar as ações para minimizar os riscos, podem ser integradas ao sistema outras informações úteis como a previsão do tempo ou dados sobre a poluição do solo, por exemplo.
O uso de robôs no trabalho de campo, como por exemplo os que identificam e removem automaticamente as ervas daninhas, é outra tendência que chegará com destaque na Agritechnica 2023. Muitos dos investimentos das startups visam desenvolver e comercializar máquinas agrícolas autônomas que, com baixo peso operacional e esteiras ajustáveis, podem fazer o trabalho de uma forma que protege o solo e traz mais eficiência em termos de energia do que a tecnologia convencional. Estes equipamentos possuem sensores para detectar obstáculos no caminho e assumem trabalhos monótonos, cansativos e às vezes perigosos, liberando os profissionais para outras atividades.
Sobre a Agritechnica – A Agritechnica terá uma programação com eventos ao vivo, shows de demonstração e uma nova série de ‘Palcos de Especialistas’, explorando tópicos como pulverização inteligente, sensoriamento remoto, conectividade, equipamentos agrícolas autônomos e sistemas alternativos de powertrain, bem como soluções para obter maior eficiência e economia de recursos no campo como pneus, lastros e sistemas de assistência.
Com mais de 2 mil visitantes sul-americanos na última edição, a Agritechnica é uma oportunidade tanto para profissionais da indústria de máquinas e equipamentos, quanto para produtores e gestores. Com o alcance global da feira, os expositores podem atingir grandes produtores e compradores pelo mundo, como Cazaquistão, França, Reino Unido e Alemanha, por exemplo. “A feira conta com 23 pavilhões internos, além de uma área externa de exposições. Os espaços para brasileiros na Agritechnica seguem abertos, tanto para estandes individuais quanto para pavilhões coletivos, e uma nova rodada de inscrições está prevista para junho, se ainda houver vagas”, explica Brena Bäumle.
Os eventos parceiros da Agritechnica são Systems & Components, para o mercado B2B para a indústria fornecedora internacional no setor de máquinas agrícolas e fora de estrada — que deve concentrar boa parte das inovações de tecnologia; e o “Inhouse Farming – Feed & Food Show”, a nova plataforma DLG para os sistemas agrícolas e alimentares do futuro, com fortes laços com os profissionais agrícolas.
Agritechnica Hanover 2023
Data: 12 a 18 de novembro de 2023
Local: Pavilhão de exposições de Hanover, Messegelände (Alemanha)
Informações: https://www.agritechnica.com/pt/
Agritechnica em números:
2.800 expositores de 53 países 440 mil m2 de área de exposição divididos em 23 pavilhões cobertos 400 mil visitantes, oriundos de 135 países
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