Portal Fator Brasil - RJ 25/09/2023
Dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no dia 21 de setembro (quinta-feira) registraram alta de 14,6% nas compras em agosto, ante ao mês de julho, com volume total de 345,8 mil toneladas contra 301,8 mil. — Ante agosto do ano passado, a soma foi 350,9 mil toneladas, uma queda de 1,5%.
Vendas — As vendas de aços planos em agosto contabilizaram alta de 10,7% quando comparada a julho, atingindo o montante de 343,4 mil toneladas contra 310,2 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 334,9 mil toneladas, registrou alta de 2,5%.
Estoques — Em número absoluto, o estoque de agosto obteve alta de 0,3% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 843,9 mil toneladas contra 841,6 mil. O giro de estoque fechou em 2,5 meses.
Importações (Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro-
Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume) — As importações encerraram o mês de agosto com alta de 14,2% em relação ao mês anterior, com volume total de 231,0 mil toneladas contra 202,2 mil. Comparando-se ao mesmo mês do
ano anterior (147,7 mil ton.), as importações registraram alta de 56,4%.
Projeções — Para setembro de 2023, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma queda de 3% em relação ao mês de agosto— disse o presidente-executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro.
Infomoney - SP 25/09/2023
A Usiminas (USIM5) comunicou que foi suspensa a decisão liminar da justiça de Minas Gerais que bloqueava R$ 346,7 milhões da siderúrgica, em ação movida em julho pelo Ministério Público do Estado, que acusa a empresa de emissão de poluição atmosférica na região da usina siderúrgica de Ipatinga.
Na última quarta-feira (20), segundo comunicado, o desembargador Fábio Torres de Sousa, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, “deferiu a antecipação de tutela recursal para suspender a eficácia da referida decisão liminar até o julgamento do Agravo de Instrumento, suspendendo, em consequência, as determinações de bloqueio de valores nas contas da Usiminas e de comunicação ao mercado sobre a existência da ACP e da aludida ordem de bloqueio”.
O bloqueio era referente a processo que pede reparação de dano moral coletivo em razão da emissão de poluentes atmosféricos conhecidos por “pó preto” em Ipatinga há décadas, segundo o MPMG. Segundo o ministério público, a empresa assinou um termo de ajustamento de conduta em 2019 para implantação de ações para resolver o problema com prazos para redução das emissões até 2028.
A Usiminas disse “discordar das alegações e argumentos aduzidos pelo MPMG nos autos da ACP, que ainda se encontra em estágio inicial, não tendo sequer começado a fase de especificação e produção de provas”.
Valor - SP 25/09/2023
O intuito é comprar a empresa inteira para aumentar seu portfólio de ativos siderúrgicos e elevar sua participação no mercado de fornecimento de metal para o setor automotivo, disseram as pessoas
A Stelco Holdings Inc., maior siderúrgica do Canadá, está avaliando fazer uma oferta pela United States Steel Corp., aumentando a lista crescente de pretendentes à icônica empresa americana, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
A Stelco pretende comprar a empresa inteira para aumentar seu portfólio de ativos siderúrgicos e elevar sua participação no mercado de fornecimento de metal para o setor automotivo, disseram as pessoas. A Stelco está negociando a entrada de um potencial parceiro em sua oferta, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque os detalhes são privados.
Nenhuma decisão final foi tomada e a Stelco pode optar por não fazer uma oferta, disseram as pessoas.
O interesse da Stelco surge em meio à revisão de alternativas estratégicas da US Steel, com sede em Pittsburgh, que coincidiu com uma oferta rejeitada da rival Cleveland-Cliffs Inc.
A US Steel caiu 0,6%, para fechar US$ 31,23 nas negociações de Nova York na quinta-feira, dando à empresa um valor de mercado de cerca de US$ 7 bilhões. A Stelco caiu cerca de 1%, para US$ 27,68, o que lhe confere um valor de mercado de cerca de US$ 1,5 bilhão.
Representantes da Stelco e da US Steel não quiseram comentar.
A Stelco é a sucessora dos ativos da US Steel no Canadá, que o CEO Alan Kestenbaum adquiriu após falência em 2017.
A Cleveland-Cliffs anunciou em agosto que fez uma oferta de US$ 7,25 bilhões em dinheiro e ações pela empresa, provocando choque em toda a indústria siderúrgica americana que estava emergindo de sua era historicamente mais lucrativa.
Os United Steelworkers, que têm o direito de licitar pela US Steel, disseram que darão esse direito exclusivamente à Cleveland-Cliffs.
O Estado de S.Paulo - SP 25/09/2023
Não é apenas o Brasil que vem batalhando para reduzir a inflação à custa de taxas reais de juros elevadas. O curioso é que até o início de 2020 vivíamos a situação oposta. Havia, entre os países desenvolvidos, o fenômeno que Larry Summers chamou de estagnação secular, em que o aumento da longevidade, proporcionada pelos progressos nos campos médico e sanitário, elevou em tal intensidade a poupança dos mais jovens que chegamos a um quadro de insuficiência da demanda agregada, de baixo crescimento econômico e de taxas reais de juros muito baixas.
A pandemia mudou radicalmente este quadro. Após um período de pouco mais de um ano, no qual o afastamento social gerou um adicional “excesso de poupanças”, impedindo que os enormes estímulos fiscais e monetários expandissem rapidamente a demanda agregada, ocorreu o inevitável superaquecimento das economias, que elevou as taxas de inflação. Os bancos centrais ao redor do mundo tiveram de colocar as políticas monetárias em território restritivo, mas na dosagem do remédio estão sendo obrigados a levar em conta que os juros neutros não são mais baixos, e determinados predominantemente pela transição demográfica, e sim altos, devido à política fiscal expansionista.
No campeonato mundial, que vem sendo disputado entre os bancos centrais ao redor do mundo, o Brasil fica com a taça do que pratica as taxas de juros mais elevadas. Mas deve essa “vitória” à política fiscal, que é a causa do nível elevado da taxa real de juros de equilíbrio. No Brasil também há uma transição demográfica, que eleva as poupanças dos mais jovens, mas quem determina a taxa neutra de juros é o governo, que não abdica de elevar os gastos na busca do maior crescimento do PIB.
Com isso, o Banco Central tem um dilema: ou mantém a taxa de juros mais alta por mais tempo, e entrega a inflação na meta, ou limita seu aumento, contentando-se em atingir uma meta implícita de inflação superior à que foi fixada pelo governo. No passado já vivemos esse problema, quando em 2011 o Banco Central trabalhou com uma meta implícita superior ao centro do intervalo determinado pelo CMN. Naquele período, a política fiscal também era expansionista e, como era previsível, a inflação cresceu obrigando a que, mais tarde, ocorresse uma elevação da taxa de juros de tal intensidade que provocou uma recessão.
Se não conseguimos aprender com a história dos demais países, que reconhecem os limites que a política fiscal impõe à política monetária, pelo menos poderíamos aprender com a nossa própria história, evitando repetir os erros do passado.
IstoÉ Dinheiro - SP 25/09/2023
Presidente da distrital de Boston do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Susan Collins não descarta aperto monetário adicional e concorda com projeções dos dirigentes que mostram juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos, de acordo com resumo de discurso preparado para evento da Maine Bankers Association e divulgado pelo BC dos EUA.
Segundo Susan Collins, é cedo demais para ter certeza de que a inflação está em trajetória sustentável à meta de 2% ao ano.
“Embora os dados recentes tenham sido encorajadores, a inflação continua elevada demais. Alguns componentes importantes ainda não registraram uma melhora sustentada”, afirmou ela, destacando que a inflação de serviços excluindo moradia não mostrou alívio consistente com estabilidade de preços.
A dirigente destacou que a atividade econômica nos Estados Unidos continua crescendo acima da tendência – mas ponderou que está otimista de que a estabilidade de preços pode ser restaurada com aumento apenas modesto na taxa de desemprego.
No entanto, ela se disse realista sobre as incertezas em torno da economia. “Essa fase da política monetária requer paciência considerável”, comentou.
Investing - SP 25/09/2023
O mundo inteiro está aguardando ansiosamente o fim do ciclo de aumento das taxas do Fed. Os investidores sonham à noite com taxas de juros baixas e novos máximos históricos nos mercados financeiros com regularidade. Mas isso pode estar a alguns anos de distância, se é que vai acontecer, pelo menos essa é a opinião do analista do Rabobank, Michael Every.
Com suas últimas previsões, o banco central dos EUA já reduziu o número de cortes esperados na taxa de juros de 2024 para 2026. Ao mesmo tempo, a taxa de juros básica prevista para 2026 foi elevada para 2,9%. Isso significa que, mesmo daqui a três anos, a lacuna para a política de taxa de juros zero ainda é muito maior do que a trajetória atual da inflação para a meta de 2%.
Todos apontam que o Cortes nas taxas de juros chegará, mas não na medida que os mercados ainda esperam. O analista Philip Marey vê o piso em 3,5%, ainda mais alto do que a meta de 2,9% do Fed para 2026. Isso significa que certas partes da economia ainda terão dificuldades, mesmo em 2026, porque os bancos não estão dispostos a oferecer dinheiro barato a seus clientes.
O mercado de arte, em particular, mostra os excessos da política monetária do EZB e do Fed na última década. As pessoas estavam dispostas a gastar dinheiro até mesmo em uma banana presa em uma parede.
Um artista dinamarquês recebeu 67.000 euros de um museu por seu último projeto de arte intitulado "Take the Money and Run" (Pegue o dinheiro e corra), que agora ele terá de devolver. O objeto de arte consistia em duas telas em branco e o tribunal ordenou que o artista entregasse sua taxa.
Durante o período de juros baixos, era possível ganhar dinheiro com esse tipo de arte, mas isso acabou, explica Every.
O que não parece nem um pouco bizarro nesse setor específico tem implicações muito piores nos mercados globais. Every fala de ingenuidade ao supor que o Fed estará disposto a tirar todas as carroças da lama. E há muitos envolvidos até as orelhas na bagunça, principalmente o BCE.
Se o Fed não reverter seu ciclo de aperto e mantiver as taxas de juros altas em comparação com a fase de taxas de juros baixas, todos os empréstimos em eurodólares entrarão em colapso, de acordo com Every.
E há muitos indícios de que isso ocorrerá. A previsão de inflação do FOMC baseia-se no pressuposto de que o crescimento dos salários nominais sofrerá uma desaceleração significativa. O que é improvável, já que a United Auto Workers, por exemplo, está exigindo aumentos salariais de 40% para seus membros.
As previsões também se baseiam na suposição de que não haverá mais choques de oferta e demanda, como diz Every. Uma suposição tão ingênua quanto a dos mercados de que o próximo período de taxa de juros zero é iminente.
A Rússia impôs uma proibição de exportação de gasolina e diesel, enquanto a Índia está restringindo significativamente as exportações de viagens. Ao mesmo tempo, a OPEP está mantendo seus cortes de produção, enquanto faltam investimentos em infraestrutura e está surgindo uma economia paralela dispendiosa para contornar as sanções.
Um estudo do FMI mostra que os choques de inflação só podem ser resolvidos dentro de cinco anos em 60% dos casos. Se esses choques forem baseados em choques comerciais, como na crise do petróleo de 1973 a 1979, a taxa de sucesso é ainda pior e o fim está fora do período de cinco anos.
Os EUA assinaram uma aliança com 32 países da orla do Atlântico para combater a Iniciativa Cinturão e Rota da China. O candidato republicano à presidência, Donald Trump, quer impedir as importações de fentanil com o envio da Marinha dos EUA, invocando uma lei de 1798 que lhe permite criar campos de internamento e ordenar deportações em massa.
A China já restringe as exportações de terras raras e está pronta para, a qualquer momento, cortar o acesso do mundo à commodity que é vital para a transformação de energia e para o setor de chips (ETR:VVSM).
Paralelamente, os republicanos publicaram um documento que visa a uma reestruturação abrangente da economia dos EUA. Além de aumentar anualmente as tarifas de importação, ele também inclui a exigência de que pelo menos 50% da criação de valor de um produto ocorra nos EUA.
Como o banco central pode fazer previsões nessas condições que não levam em conta tudo isso?
A resposta é simples: não importa o que o Fed diz. Só importa o que ele faz, como explicou Michael Maharrey. Embora o próprio banco central dos EUA controle as taxas de juros, ele está certo em suas previsões de taxas de juros em apenas 37% das vezes.
Em 2006, apesar de todas as evidências, as pessoas insistiam que não havia bolha imobiliária. Quando isso não podia mais ser negado, foi dito que o problema estava limitado ao setor subprime. Quando Bernanke começou a inundar o mercado com dinheiro em 2008, ele prometeu que todos os títulos seriam descartados novamente assim que a emergência estivesse sob controle. Mas, até o momento, isso não aconteceu, diz Maharrey.
Com base nesse histórico, Maharrey chega a uma conclusão interessante. Justamente porque o Fed está falando em manter as taxas de juros altas por mais tempo, a probabilidade de as taxas de juros chegarem a zero até o final do próximo ano e a economia entrar em uma grande recessão é maior do que as previsões do Fed se concretizarem.
O Estado de S.Paulo - SP 25/09/2023
A balança comercial, que é a conta do que um país importa e exporta, tem sido positiva para o Brasil há muitos anos. É uma de nossas fortalezas para tempos duros ou maduros. Os superávits têm sido contínuos, os recordes, batidos. Mais do que isso, o bom desempenho das exportações brasileiras tem impacto específico no crescimento do Produto Interno Bruto, na criação de emprego e renda, nas reservas internacionais e em tantos outros aspectos da economia.
Num mundo em que a globalização se impôs e se mantém como necessidade, o Brasil precisa estender e ampliar as conexões com seus atuais e futuros parceiros de negócios. Ao procurar um novo mercado ou um novo cliente, o exportador adquire conhecimento, inova, melhorando seu produto e seus métodos. Além disso, transmite essas inovações para toda a cadeia produtiva à qual se liga. Ou seja, a produtividade se espraia para toda a sociedade, o que também funciona como um impulso para a criação de oportunidades individuais.
O dinamismo do comércio exterior reafirmou-se agora, mais uma vez. De janeiro a agosto, o superávit comercial foi de US$ 62,4 bilhões, o que representou uma alta de 43% em relação a 2022. Há estimativas de que o superávit do ano poderá chegar a US$ 90 bilhões, o maior da série histórica, iniciada em 1989.
A expectativa é de números robustos. Os bons resultados se devem em grande parte ao crescimento do agronegócio, que se firmou como um dos mais poderosos e competitivos do mundo. As exportações do setor cresceram dos US$ 5,3 bilhões em 2002 para US$ 74,3 bilhões no ano passado. Os números não deixam de impressionar: nos últimos 20 anos, as exportações do agronegócio aumentaram 13 vezes.
A força das commodities é outro pilar desse vigor do comércio exterior brasileiro.
Mas há desafios, entre os quais conquistar uma presença maior dos produtos manufaturados em nossa pauta de exportações. O potencial é significativo, dada a qualidade e a competitividade da indústria brasileira.
Os resultados do comércio exterior se inserem no quadro de melhoria das expectativas para a economia brasileira em 2023. Já é praticamente consenso que o PIB deve crescer 3%, bem acima do que se esperava. E a inflação dá sinais de que se manterá estável e os juros apontam para uma taxa de um dígito no ano que vem.
Embora discreta e sem euforia, a balança comercial é um componente a mais nesse cenário de aumento das possibilidades de que 2024 seja um ano bem melhor que o projetado. Podemos crescer mais, principalmente como resultado do avanço das medidas fiscais e a redução da taxa de juros.
Money Times - SP 25/09/2023
Os preços atuais do minério de ferro têm surpreendido o mercado. A trajetória impressionante, com os contratos futuros na Ásia sendo negociados em torno de US$ 120 a tonelada mesmo em meio a preocupações com o setor imobiliário chinês, levanta questionamentos quanto ao caminho que o ingrediente siderúrgico deve traçar daqui para frente.
Os preços do minério de ferro vêm se beneficiando de indicadores mais positivos na China e esforços por parte do governo para tentar reerguer a economia do gigante asiático.
Além disso, o consumo por aço segue resiliente, enquanto as taxas de utilização dos alto-fornos por parte das siderúrgicas roda em níveis elevados, o que impacta diretamente na demanda pelo minério de ferro.
Demanda por aço dá suporte, mas…
Em relatório extenso, a Genial Investimentos destaca que, após o término das paradas programadas para manutenção em Shanxi, que afetaram a produção até o fim do primeiro semestre do ano, um número crescente de siderúrgicas retomou a operação de seus alto-fornos em agosto.
A demanda por aço deve continuar recebendo suporte com os gastos do governo chinês com infraestrutura, avalia a corretora. No entanto, as vendas de imóveis comerciais de incorporadoras privadas continuarão diminuindo no longo prazo devido às mudanças demográficas e a uma migração mais lenta das áreas rurais para as cidades.
“Além disso, a desaceleração global, através da Europa, potencial recessão dos EUA (acreditamos em um pouso suave), Brasil (que, por mais que os juros estejam baixando agora, a demanda por aço continua enfrentando desafios), Coreia do Sul (juros altos e com exportações diminuído), além de outros, podem levar a um crescimento mais lento das exportações na China, tanto do aço cru para mercados globais como também de produtos da cadeia downstream do aço”, acrescenta.
As estimativas da Genial apontam que o setor imobiliário, que responde por atualmente ~35% do consumo de aço da China, verá sua demanda pelo material cair em 22% em 2023 (aproximadamente 250 milhões de toneladas).
“Apesar do crescimento esperado em infraestrutura potencialmente compensar parte disso, acreditamos que a demanda global de aço irá diminuir em 5% ano a ano em 2023, para ~1.740 milhões de toneladas”, completa.
Mais ventos contrários do que a favor
Dessa forma, por enxergar que a crise imobiliária chinesa é estrutural, e não momentânea, a Genial acredita que a curva de minério de ferro mostrará sinais de desaceleração, olhando entre o fim de 2023 e 2024.
Apesar dos ventos contrários para o mercado, a Genial atualizou suas projeções para a curva do minério de ferro com a perspectiva de uma desaceleração mais suave.
As premissas atuais da casa indicam preços de US$ 100/tonelada para a média do quarto trimestre do ano. Para 2024, espera-se que a commodity fique no patamar de US$ 95/tonelada. A Genial segue com o mesmo nível de curva para o longo prazo (2028), em US$ 75/tonelada.
VALE3 ou CMIN3?
A Genial está com recomendação de compra para uma das mineradoras brasileiras da Bolsa. Mesmo após um primeiro semestre mais fraco, analistas da corretora estão construtivos com Vale (VALE3), que deve se beneficiar de gatilhos tanto no curto quanto no longo prazo.
Além da recomendação de compra, a Genial vê potencial de a ação da Vale chegar a R$ 83. O novo preço-alvo considera a nova curva de minério de ferro projetada, com queda menos intensa em 2023 e 2024.
No caso da CSN Mineração (CMIN3), a recomendação para as ações é de “manter”, com preço-alvo de R$ 5.
Infomoney - SP 25/09/2023
Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta sexta-feira, com o índice de referência de Cingapura voltando a ultrapassar o nível de US$ 120 por tonelada, impulsionados por políticas de apoio da China à economia e depois que a Rio Tinto interrompeu os trabalhos em uma mina de Pilbara após um incidente.
Dando mais sustentação aos preços, os estoques de minério de ferro importado da China nos principais portos atingiram o nível mais baixo em três anos nesta semana, com 115,92 milhões de toneladas, devido aos maiores volumes de descarga e menos chegadas, de acordo com a consultoria Mysteel.
No entanto, os preços do insumo para fabricação de aço caminhavam para uma queda semanal em meio a preocupações persistentes com o conturbado setor imobiliário da China, maior produtora mundial de aço.
O minério de ferro de referência para outubro na Bolsa de Cingapura subiu 3,2%, a US$ 121,20 por tonelada. O contrato caiu mais de 1% esta semana, depois de atingir um pico de seis meses na semana passada.
O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,9%, a 871,50 iuanes (US$ 119,38) por tonelada.
Traders comemoraram reportagens da mídia estatal dizendo que a China continuaria a derrubar as barreiras de acesso ao mercado e a aumentar as medidas de apoio à economia privada, citando 22 medidas emitidas pela Administração Estatal de Regulamentação do Mercado.
Vale (VALE3): Ações sobem em setembro com alta do minério; confira o que analistas esperam daqui para frente
A Rio Tinto, a maior produtora de minério de ferro do mundo, disse que interrompeu os trabalhos em uma unidade de Pilbara, na Austrália, depois que um arbusto e uma rocha de um metro quadrado caíram da saliência de um abrigo de rochas em uma área adjacente à unidade.
O Morgan Stanley aponta que, embora continue monitorando novas atualizações, já que o assunto é altamente delicado, está de uma certa forma aliviado pela avaliação inicial da empresa não indicar nenhum dano estrutural ou impacto material.
Ainda no radar, estão as preocupações com o setor imobiliário da China, atingido por uma crise e que amenizaram o rali do minério de ferro.
“O crescimento lento da China e as preocupações dos investidores com os setores imobiliário e financeiro parecem persistir”, disseram os analistas do Westpac em uma nota.
Infomoney - SP 25/09/2023
Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW entraram na corrida pelo setor de veículos elétricos global. Embora ainda muito atrás de Tesla e BYD, que monopolizam o setor, a Volkswagen é a terceira maior empresa do mundo em desenvolvimentos de elétricos.
Os fabricantes de automóveis alemães, como grupo, orçaram 380 bilhões de euros em pesquisa, desenvolvimento e construção de fábricas nos próximos cinco anos, principalmente focados na eletromobilidade, afirma o grupo lobby da indústria VDA.
Mercedes e BMW estão lançando modelos elétricos de luxo que poderão desafiar a Tesla daqui a dois ou três anos. As grandes margens dos seus consumidores de veículos à gasolina permitem grandes recursos para a dispendiosa transição elétrica, diz Philippe Houchois, chefe de investigação automóvel na Europa e nos EUA no Jefferies.
Porém, a VW tende a não resistir por tanto tempo, diz Ferdinand Dudenhoeffer, diretor do Centro de Pesquisa Automotiva na Alemanha, já que perdeu um quarto de seu valor no ano passado e tem um formato de governança, que a assemelha a uma estatal.
Valor - SP 25/09/2023
Enquanto marcas novatas querem prorrogação da isenção de imposto, veteranas defendem benefício só para quem produz no país
Bastos: “Sem o benefício da isenção do imposto vai demorar para termos uma cultura mínima da nova tecnologia” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor
Carros que podem ser carregados na tomada são isentos de Imposto de Importação desde 2016. Parte das montadoras com fábricas no Brasil e com longa história de investimentos no país reivindica exclusividade nessa isenção tributária. Mas o grupo que só importa defende que o benefício seja estendido a todos como forma de o consumidor ter acesso a todas as tecnologias e poder conhecer os veículos de novas empresas que se preparam para produzir no país.
“Sem a continuidade da isenção do Imposto de Importação para carros elétricos vai demorar para termos uma cultura mínima dessa tecnologia”, afirma o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos.
Em agosto, segundo a ABVE, a participação dos carros 100% elétricos e os chamados híbridos plug-in atingiu 4,7%. No acumulado do ano a fatia ficou em 3,8%. A entidade defende que o imposto volte a subir apenas quando a fatia de elétricos e híbridos plug-in atinja 5% a 6% das vendas no país durante um ano completo.
A diferença do híbrido plug-in em relação ao híbrido convencional (que tem um motor elétrico e outro a combustão) é a possibilidade de carregar a bateria na tomada. Isso ajuda a ter uma carga cheia na maior parte do tempo, o que aumenta o uso do motor elétrico.
Bastos estima que a partir de 2025 haverá quantidade de carros elétricos suficiente para o consumidor estar familiarizado com a tecnologia e, ao mesmo tempo, o país estará mais preparado para oferecer uma melhor infraestrutura de carregamento pública.
No início do mês, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, criticou o que chamou de “invasão chinesa”, referindo-se às marcas que têm elevado vendas em toda a América do Sul e que trazem grande parte dos modelos elétricos vendidos hoje.
Na semana passada, o presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, disse ser favorável ao fim da isenção do Imposto de Importação para as empresas que não produzem no Brasil. E, ao mesmo tempo, mostrou-se favorável à criação de cotas de veículos isentos da tributação apenas para montadoras que já produzem no Brasil.
Anfavea grita aos quatro cantos sem ter informação fundamentada”
— Alexandre Baldy
A posição dos dirigentes das montadoras com fábricas no país tem o foco em duas marcas chinesas - BYD e Great Wall . Sãos as que mais importam carros elétricos. Ao mesma tempo, ambas anunciaram planos de investir em produção nacional.
A Great Wall comprou uma fábrica que pertencia à Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) e pretende iniciar a produção em 2024. A BYD anunciou planos de começar a produzir em 2024. Mas, por enquanto, negocia com o governo da Bahia a possibilidade de instalar-se na fábrica que pertencia à Ford em Camaçari e que recentemente voltou para as mãos do estado baiano.
“Nossa intenção não é ter uma válvula de escape para ganhar dinheiro no Brasil; temos planos sérios para o país”, destaca Bastos, que também é o diretor de Assuntos governamentais da Great Wall.
As declarações de dirigentes ligados à Anfavea também provocaram a reação dos representantes da BYD. “A Anfavea grita aos quatro cantos sem ter informações fundamentadas”, diz o conselheiro da BYD no Brasil, Alexandre Baldy. O executivo acredita que o governo já tomou a decisão de elevar o Imposto de Importação dos elétricos gradativamente, “em curva de transição”.
Na semana passada, o secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Uallace Moraeira, disse que o assunto está sendo analisado pelo governo, mas não há decisão tomada porque a prioridade, agora, é o Programa Mobilidade Verde (antigo Rota 2030), que oferece incentivos fiscais em troca de metas como projetos de pesquisa e redução de consumo de combustível e de emissões de poluentes.
A situação tem provocado um racha entre as entidades que representam marcas de veículos. A Anfavea está mais alinhada às empresas que buscam proteção às fábricas já instaladas no país e tentam frear a entrada dos produtos chineses. Já as marcas chinesas são representadas pela ABVE. Não há clima, por enquanto, para que as novas empresas se interessem por serem sócias da Anfavea mesmo quando se tornarem fabricantes.
Valor - SP 25/09/2023
“Queremos o Estado do Rio no coração das nossas atividades industriais”, afirma presidente da companhia na América do Sul
A Stellantis, dona das marcas Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot, anunciou nesta sexta-feira (22) o investimento de R$ 2,5 bilhões para fabricar três novos modelos de veículos na fábrica de Porto Real, no Estado do Rio.
Em evento na sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o presidente da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa, disse que a fábrica irá priorizar fornecedores nacionais.
“Queremos o Estado do Rio no coração das nossas atividades industriais”, afirmou Filosa.
— Foto: Alexandre Campbell / Valor
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse que o investimento anunciado pela companhia deve estimular que outras empresas sigam o mesmo caminho. “Estamos muito gratos. Isso é fruto do que possibilitamos ao empreendedor. Quando um ator importante faz um investimento vultuoso desse, a tendência é que outros sigam e gere um aumento da produção.”
Segundo Castro, a decisão da Stellantis foi viabilizada pelo trabalho de sua gestão de melhorar o ambiente de negócios no Estado. “Estamos revisando a cadeia de fornecedores, que vai ser fundamental para atrair investimentos. A tributação da cadeia é muito pesada. Os fornecedores não podem perder competitividade. Trabalhamos para aumentar a atratividade de investimentos como o da Stellantis.”
No encontro, a Stellantis também apresentou o novo Citroën C3 AirCross, modelo que será produzido em breve na unidade fabril de Porto Real.
A fábrica é uma das cinco unidades produtivas da Stellantis instaladas na América do Sul. O montante é destinado ao desenvolvimento de novos produtos, pesquisa e desenvolvimento, e modernização das instalações, sistemas e equipamentos da unidade industrial.
Outro modelo está em desenvolvimento na unidade no Rio e começará a ser produzido nos próximos anos. “É uma planta estratégica para o desenvolvimento do grupo na América do Sul”, afirmou Filosa.
O Estado de S.Paulo - SP 25/09/2023
Como a proposta de mudanças no zoneamento de São Paulo pode transformar um bairro? O Estadão selecionou sete vizinhanças das regiões sul, oeste, norte e leste da cidade que terão parte das quadras sujeitas a regras mais flexíveis ou restritivas caso o projeto de lei da Prefeitura seja aprovado e promulgado na versão divulgada na terça-feira, 19, pela gestão Ricardo Nunes (MDB).
As propostas serão apresentadas em audiência pública virtual em 2 de outubro. Após eventuais ajustes, serão enviadas para a Câmara Municipal. No Legislativo, o projeto poderá passar por alterações, a exemplo do que ocorreu na revisão do Plano Diretor neste ano. Em entrevista ao Estadão, o relator do projeto, o vereador Rodrigo Goulart (PSD), sinalizou que discute mudanças.
A verticalização divide opiniões na cidade. Moradores de parte dos bairros com mais prédios novos criticam os possíveis impactos do boom imobiliário, como na incidência solar, no trânsito e no valor dos imóveis. Por outro lado, há aqueles que defendem o avanço dessas construções em áreas próximas do transporte, para aumentar a população que tem acesso às melhores infraestrutura de comércios, serviços, habitação e emprego.
O projeto de revisão do zoneamento amplia as quadras de vizinhanças de estações de metrô e trem e de corredores de ônibus que receberão incentivos para a construção de prédios altos, como descontos na principal taxa cobrada do setor, por exemplo. Hoje, esses eixos concentram a maior parte dos novos apartamentos lançados na cidade.
A expansão não é tão expressiva em bairros na periferia. Esses possíveis novos eixos de verticalização ficam em quadras majoritariamente a até 700 metros das estações de metrô. A mudança tende a influenciar no padrão construtivo, na paisagem e no dia a dia do bairro, porém as alterações variam a depender da atuação do mercado imobiliário.
Como a revisão do zoneamento pode mudar a Vila Mariana?
O mapa acima mostra um dos principais trechos do distrito Vila Mariana, zona sul, no entorno da Rua Vergueiro e de estações da Linha 1-Azul. As quadras em laranja serão transformadas em eixo de verticalização, com incentivos para a construção de prédios de apartamentos sem limite de altura. Hoje, a maioria desses endereços é classificada como Zona Mista, que permite construções de até 28 m.
Um desses novos eixos é o lado ímpar da Rua Otávio de Morais Dantas. Hoje, é permitido construir prédios altos exclusivamente nos endereços pares. Desse modo, há basicamente um condomínio vertical de um lado da via e sobradinhos do outro.
Mais um eixo sugerido é o perímetro formado pelas Ruas Rio Grande, Dr. Álvaro Alvim, Dr. Ferreira da Rosa, Humberto I e França Pinto. Há condomínios verticais anteriores à atual legislação no local, mas a maioria dos imóveis é mais horizontal.
Nesse caso, a ampliação tem chance de ser alterada, pois há alguns conjuntos de casas com características associadas a vilas no perímetro, inclusive com portão e acesso restrito à noite. O projeto indica que vilas reconhecidas após análise “caso a caso” por um órgão municipal sejam transformadas em Zona Predominantemente Residencial, com imóveis de até 10 m de altura e mais restrições voltadas a dificultar demolições.
Outro destaque na Vila Mariana é a mudança proposta para a centenária Chácara das Jaboticabeiras. Embora o tombamento do local já determine limitações construtivas, com altura máxima de 10 m a 50 m, a depender do endereço, o projeto sugere restrições para um perímetro mais amplo, que inclui trechos das vias que circundam a área protegida: as Ruas Joaquim Távora e Umberto I e a Avenida Cons. Rodrigues Alves.
Como a revisão do zoneamento pode mudar Pinheiros?
Pinheiros é um dos distritos que tiveram verticalização mais evidente nos últimos anos, especialmente no entorno da estação Sumaré, da Linha 2-Verde, como mostrou o Estadão. Na zona oeste, é um dos locais com maior oposição de parte dos atuais moradores ao boom dos prédios altos, também relacionado à presença de estações da Linha 4-Amarela, como Fradique Coutinho.
Os possíveis novos eixos de verticalização ficam em quadras majoritariamente a até 700 metros das estações de metrô. Esses locais majoritariamente eram Zonas Mista e de Centralidade, que permitem respectivamente prédios de até 28 m e 48 m.
No projeto de lei, as chamadas de Vilas do Sol (que tem movimento de moradores contra a permanência como eixo) continuam na área voltada à verticalização. Há mobilização de uma parte dos moradores para mudar o zoneamento do local.
Alguns endereços com ruas estreitas no distrito também seguem no mapa oficial, por enquanto. É o caso da Rua Francisco Iasi — que tem uma faixa de rolamento e hoje é composta basicamente por sobrados residenciais. A proposta da gestão Nunes sugere que vias estreitas podem não virar eixo.
Como a revisão do zoneamento pode mudar Moema?
Vizinhanças da Linha 5-Lilás também passarão a ter mais quadras com eixos de verticalização, na zona sul. A ampliação de áreas voltadas a prédios altos é maior principalmente no entorno das Estações Moema, Eucaliptos e Campo Belo (nesse terceiro caso, a área de influência do metrô chega a se encontrar com a da Linha 9-Esmeralda).
A expansão também abarca outras estações, mas em menor volume. Isso porque há travas na legislação atual e no projeto que impedem alguns tipos de zonas (como Predominantemente e Estritamente Residenciais) de serem transformadas em eixos.
No distrito Moema, em uma área conhecida como Indianópolis, as Avenidas Cotovia, dos Eucaliptos, do Pavão e Rouxinol poderão ter mais 13 quadras transformadas em eixo, por exemplo. Hoje, esses endereços misturam prédios anteriores à legislação atual, casas e vários comércios em imóveis de um ou dois pavimentos.
Como a revisão do zoneamento pode mudar Perdizes?
Como o Estadão mostrou, o distrito Perdizes (que inclui a Pompeia) passa por nova onda de verticalização com os incentivos para prédios nos eixos da futura Linha 6-Laranja. Esse território é um dos que terão a expansão mais expressiva de áreas para prédios altos, pois praticamente não tem zonas que impedem esse tipo transformação (diferentemente do que ocorre na Vila Madalena, por exemplo).
Uma das principais transformações poderá ser entre as Ruas Caiubi, Cel. Melo de Oliveira e Wanderlei, que ganharão mais de 15 quadras de eixo. Isso porque os endereços ficam majoritariamente a até 700 metros das futuras Estações Perdizes e Sesc-Pompeia.
Também estão propostos novos eixos próximos do Allianz Parque e do Sesc. Nesses endereços citados, há edifícios verticais, anteriores principalmente à atual legislação urbanística, mas também a presença de casas, sobradinhos e outras construções horizontais, parte utilizadas por comércios e serviços. Isto é, com potencial para ter uma transformação expressiva do entorno.
Como a revisão do zoneamento pode mudar a Vila Madalena?
O entorno da Estação Vila Madalena, da Linha 2-Verde, é um dos eixos de metrô que menos têm mudanças previstas na proposta de revisão da Lei do Zoneamento. Em parte, isso se deve à presença de Zonas Predominantemente e Estritamente Residenciais naquele trecho da zona oeste, cuja transformação em área para prédios altos é vetada pelo Plano Diretor.
Ainda há quadras que deixarão de ser eixo de verticalização. O efeito disso ainda é incerto, porque já há prédios altos em obras na Rua Valdir Niemeyer, por exemplo, e, além disso, projetos protocolados antes da mudança na lei são autorizados a serem construídos mesmo após a mudança legal, por causa do chamado “direito de protocolo”. Isto é, mais prédios poderão ser erguidos mesmo após a revisão ser aprovada se tiverem autorização anterior.
Entre os novos eixos, algumas áreas já têm prédios altos e há também a presença de equipamentos públicos, como escola estadual. Isso indica menor potencial de transformação se comparado ao impacto que foi o atual zoneamento para aquele entorno, que expressivamente se verticalizou.
Como a revisão do zoneamento pode mudar o Tatuapé?
O Tatuapé se tornou um dos principais polos de arranha-céus da cidade, com o mais alto edifício paulistano, o Platina 220. Os mesmos incentivos que permitiram a construção desse prédio no distrito da zona leste poderão ser estendidos a mais quadras.
Entre a expansão sugerida para o distrito, estão como a Rua João Barbosa e quadras do cruzamento das Ruas Padre Adelino e Tuiuti, na vizinhança da Linha 3-Vermelha. Nesses locais, hoje há casinhas, sobrados e comércio predominantemente em imóveis baixos, de até dois pavimentos. Isso porque a lei atual limita novas construções na maioria desses endereços para até 28 m de altura.
Como a revisão do zoneamento pode mudar o Tucuruvi?
Os eixos de grande parte dos bairros da zona norte perto de metrô, trem e corredor de ônibus estão “travados” até o envio de um projeto de lei específico para a Câmara, o PIU Arco Tietê. Esse é um dos motivos de ter expansão de eixo de verticalização menor do que outras regiões paulistanas, embora também expressiva.
Um dos distritos com maior potencial de transformação é, nesse caso, o Tucuruvi. Localizado em uma das pontas da Linha 1-Azul, terá cerca de 10 quadras transformadas em áreas voltadas a prédios altos. O entorno é, em grande parte, formado por casas e outras construções baixas e tem restrição de altura de até 28 m, o que mostra grande possibilidade de mudanças.
Proposta libera prédio alto no seu bairro? Busque endereço em mapa interativo
A partir de dados georreferenciados disponibilizados pelo Município, o Estadão elaborou um mapa interativo inédito com as mudanças propostas para a expansão dos eixos. O material mostra as quadras que deixarão de permitir a construção de prédios altos se for aprovado o projeto de lei da revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – mais conhecida como zoneamento.
Além disso, a ferramenta indica os “eixos previstos”, que são aqueles cujos incentivos municipais e permissão para construir prédios sem limite de altura são liberados após o início da obra de metrô e corredor. Algumas dessas quadras foram excluídas do novo projeto de lei.
A ferramenta do Estadão apresentada abaixo permite consulta interativa e a busca por endereço. Mais informações sobre o projeto e a respectiva tramitação estão disponíveis na sequência, após a visualização do mapa.
(A base de dados divulgada pela Prefeitura apresenta um pequeno problema na indicação de ao menos sete eixos previstos que têm a exclusão sugerida pelo projeto de lei, referentes a locais em cabeceiras de drenagem. O mapa será atualizado assim que o detalhamento complementar for divulgado pela Prefeitura. Os eixos previstos que podem ser excluídos e não aparecem no mapa ficam em trechos dos distritos Cidade Dutra, Grajaú e Jardim ngela, na zona sul, e Parque do Carmo e Guaianases, na leste.)
O Estado de S.Paulo - SP 25/09/2023
Municípios como Piracicaba, São José do Rio Preto e Sorocaba tiveram aumentos de dois dígitos no preço do metro quadrado em 12 meses
O preço do metro quadrado dos imóveis residenciais subiu até 38% nas principais cidades do interior paulista. Os destaques são Piracicaba, São José do Rio Preto e Sorocaba, que tiveram alta de dois dígitos nos preços nos últimos 12 meses, de acordo com dados da consultoria Geobrain reunidos pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
O avanço dos preços é resultado de uma série de fatores, como a maior procura por qualidade de vida e aumento do número de profissionais que trabalham em home office - heranças da pandemia de covid-19, que levaram a população a buscar imóveis no interior.
A professora de economia da ESPM, Cristina Helena de Mello, diz que houve ainda um represamento de compras de imóveis por causa do aumento dos juros nos últimos anos combinado com elementos como a queda significativa da renda da população decorrente da pandemia. Junta-se a isso o início de afrouxamento da política monetária, com cortes de 0,5% na taxa Selic, em agosto e setembro, sinalizando maior redução no financiamento imobiliário.
A retomada do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) também tem elevado a busca por imóveis no interior, como mostra Pedro Diniz, de 22 anos. Após três meses de procura, ele fechou a compra do seu primeiro imóvel neste ano, em Sorocaba, para morar com a noiva Luana. O apartamento de R$ 204 mil, construído pelo Grupo ADN, fica na zona oeste da cidade.
“Pelo valor que pagamos, foi ótimo porque o apartamento tem varanda, suíte e sala bem disposta. O condomínio vai ficar pronto em 2025 e tem academia, piscina e área de lazer. Enquanto isso, vou continuar morando na casa dos meus pais”, afirma Diniz. “Como todo bom brasileiro, comprei no programa Minha Casa Minha Vida.”
Atualmente, empresas como MRV, Grupo ADN e Rodobens Negócios Imobiliários (RNI) têm lançamentos de condomínios residenciais no interior do Estado paulista.
A ADN Construtora vende, em média, 40 apartamentos ao mês em Sorocaba. Todos os apartamentos contam com elevador, têm ao menos 40m², salão de festa, redário, área para piquenique, churrasqueira e loja autônoma. Neste ano, a ADN lançou o condomínio Atlanta Residence em Sorocaba, com volume geral de vendas (VGV) de R$ 75 milhões e 320 unidades com dois dormitórios.
A empresa também tem planos para lançamentos em Piracicaba. Neste ano, um projeto chegará ao município com 220 unidades, com VGV estimado em R$ 48 milhões. Para o primeiro trimestre de 2023, a ADN terá um lançamento na cidade com VGV de R$ 63 milhões. “Temos seis áreas já compradas em Piracicaba, totalizando VGV de R$ 432 milhões em lançamentos projetados até 2026, diz Caio Maroni, diretor comercial do Grupo ADN.
A grande maioria dos imóveis vendidos no interior paulista conta com uma vaga de garagem por apartamento, como é o caso das residências vendidas pela RNI em Piracicaba. “Ter uma vaga de garagem por apartamento no interior do Estado é um diferencial de venda. Há demanda de transporte particular. Em Piracicaba, temos até mesmo algumas vagas para visitantes”, diz o diretor técnico e de novos negócios da RNI, Clovis Sant’Anna.
Minha Casa Minha Vida
No programa MCMV, as incorporadoras podem atuar em três frentes diferentes ao preparar uma estratégia de lançamento imobiliário. O valor máximo dos imóveis para as faixas 1 e 2 do programa do governo federal fica entre R$ 190 mil e R$ 264 mil, dependendo da região do País. A última faixa teve aumento e passou a permitir a venda de imóveis de até R$ 350 mil em todo o Brasil.
As incorporadoras Cury, Direcional, MRV, Plano & Plano e Tenda, que lançam imóveis do Minha Casa Minha Vida tiveram alta de lucro no segundo trimestre deste ano. No total, as cinco tiveram lucro líquido de R$ 424 milhões no período. O número é expressivo diante de um prejuízo de R$ 154 milhões entre abril e junho de 2022.
A ampliação do teto de financiamento, acompanhada do parcelamento em até 420 meses na Caixa Econômica Federal, ajudou a aumentar o valor de venda dos imóveis no País neste ano. Na MRV, o preço médio de venda subiu 20% em um ano e chegou a R$ 227 mil no segundo trimestre. A construtora tem hoje cerca de 60 empreendimentos em 25 cidades do interior paulista e 8 mil residências à venda. A empresa planeja mais oito lançamentos até o fim de 2023.
O diretor-executivo comercial da MRV, Thiago Ely, afirma que a compra de imóveis, além de moradia, serve de opção de investimento atualmente. “Do ano passado até hoje, a moradia no interior de SP valorizou mais de 25%, entre o que foi lançado e o que custa hoje, se provando como alternativa de investimento, especialmente com tanta gente machucada por perdas na bolsa de valores”, afirma Ely.
Com o ciclo de queda da taxa Selic, o setor imobiliário deve ganhar ainda mais força tanto no interior de SP quanto em todo o País. Porém, o entusiasmo precisa ser visto com algumas reservas, na visão de Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners.
“A partir do momento da correção da taxa de financiamento, especialmente pela Caixa Econômica Federal, a queda da Selic passa a ter um impacto direto positivo. A queda da Selic pode ter efeitos não intencionais, como a alta do dólar, o que pode eventualmente causar aumento da inflação e dos materiais de construção, o que tem impacto negativo no setor. No final depende do balanço dos impactos negativos e positivos. A meu ver, o lado da demanda terá mais peso nessa equação”, afirma Braz.
Money Times - SP 25/09/2023
Mesmo a população de 1,4 bilhão de habitantes da China não seria suficiente para preencher todos os apartamentos vazios espalhados pelo país, disse um ex-funcionário de um departamento do Estado no sábado (23), em uma rara crítica pública ao mercado imobiliário atingido pela crise do país.
O setor imobiliário da China, que já foi o pilar da economia, despencou desde 2021, quando o gigante do setor imobiliário China Evergrande Group deixou de pagar suas obrigações de dívida após uma restrição a novos empréstimos.
Incorporadoras de grande nome, como a Country Garden Holdings, continuam à beira da inadimplência até hoje, mantendo o sentimento dos compradores de imóveis deprimido.
No final de agosto, a área útil combinada de casas não vendidas era de 648 milhões de metros quadrados, segundo os dados mais recentes do National Bureau of Statistics (NBS).
Isso equivaleria a 7,2 milhões de residências, de acordo com os cálculos da Reuters, com base no tamanho médio das residências de 90 metros quadrados.
Isso sem contar os inúmeros projetos residenciais que já foram vendidos, mas ainda não foram concluídos devido a problemas de fluxo de caixa, ou as várias casas compradas por especuladores na última recuperação do mercado em 2016 que permanecem vagas, que juntas constituem a maior parte do espaço não utilizado, estimam os especialistas.
“Quantas casas vagas existem atualmente? Cada especialista dá um número muito diferente, com o mais extremo acreditando que o número atual de casas vagas é suficiente para 3 bilhões de pessoas”, disse He Keng, 81 anos, ex-vice-chefe do departamento de estatísticas.
“Essa estimativa pode ser um pouco exagerada, mas 1,4 bilhão de pessoas provavelmente não conseguirão ocupá-las”, disse He em um fórum na cidade de Dongguan, no sul da China, de acordo com um vídeo divulgado pela mídia oficial China News Service.
Sua visão negativa do setor economicamente significativo em um fórum público contrasta fortemente com a narrativa oficial de que a economia chinesa é “resiliente”.
“Todos os tipos de comentários que preveem o colapso da economia chinesa continuam surgindo de vez em quando, mas o que entrou em colapso foi essa retórica, não a economia da China”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em uma recente coletiva de imprensa.
Investing - SP 25/09/2023
A burocracia no segmento de construção pode custar até R$ 59 bilhões ao setor público e privado até 2025. O desperdício se daria por causa da perda da arrecadação com atração de capital, competitividade do setor e criação de novos empregos. Os dados são de pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) elaborada pela Deloitte.
Além das perdas com dinheiro, a burocracia na construção atrasa o setor. O levantamento afirma que o prazo para conclusão de obras de infraestrutura aumenta em 16 meses. No caso da construção imobiliária, a conclusão é 13 meses depois.
O estudo ouviu 40 executivos das maiores construtoras imobiliárias e de infraestrutura do Brasil. Eis quais o grupo considera ser os maiores problemas de burocracia no setor:
prazos demorados dos órgãos públicos – citado por 78% dos entrevistados; aprovação dos documentos pela prefeitura – citado por 74%; dificuldades no acompanhamento processual – citado por 68% dos executivos do setor de imobiliário e 43% para os de infraestrutura; insegurança jurídica – citado por 63% dos entrevistados da imobiliária e por 57% da infraestrutura. A pesquisa afirma que a solução para esses problemas está na adoção de tecnologias nos serviços. Dos entrevistados, 59% disseram ter notado melhora total ou parcial na tramitação dos processos com as inovações digitais.
“Muitos órgãos já iniciaram a digitalização para envio de documentos, sobretudo depois da pandemia, mas ainda há espaço para inovações e incentivos à transformação digital na administração pública”, diz um texto da Fiesp enviado à imprensa. Eis a íntegra (PDF – 84 kB).
O estudo da Fiesp foi realizado de março a abril de 2023 com executivos de todas as regiões do Brasil.
Infomoney - SP 25/09/2023
O governo federal vai lançar em outubro a contratação de 188 mil unidades da linha subsidiada do programa Minha Casa Minha Vida, e também pretende utilizar imóveis da União desocupados para impulsionar o atendimento às famílias mais pobres, disse à Reuters o ministro das Cidades, Jader Filho.
“Eu acredito que a gente publica isso (contratações) na primeira semana de outubro. O ano que vem vai ser um ano de obras”, disse o ministro em entrevista na quinta-feira.
O programa habitacional, que foi retomado este ano depois de ficar praticamente parado no governo de Jair Bolsonaro, tem como meta entregar 2 milhões de novas moradias até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo a metade na chamada faixa 1, de pessoas com renda até 2.640 reais, e que havia sido encerrada pelo governo anterior.
Neste pacote voltado à população de baixa renda, uma das intenções é investir na recuperação de prédios antigos, dentro do chamado “MCMV Retrofit”, que recupera edifícios em desuso para servirem de moradia. Dentro dessa linha, o governo federal está fazendo um levantamento, por meio da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), do Ministério da Gestão, de imóveis do próprio governo federal que poderão ser usados no programa.
O governo ainda não tem um número de edifícios que poderiam ser utilizados, mas a ideia é que imóveis hoje sem uso, construídos ou recebidos pelo governo federal – como prédios de Estados e municípios – possam ser doados para serem usados no programa.
“A SPU está fazendo esse levantamento para discutir conosco e a gente definir bons projetos para que possam ser usados no MCMV”, explicou o ministro.
Normalmente localizados em áreas urbanizadas, especialmente em grandes cidades, os imóveis da União atualmente em desuso têm a vantagem de já contarem com a infraestrutura urbana em seu entorno, que em áreas mais distantes precisa ser construída para atender aos empreendimentos habitacionais.
“Você dá uma vida para o centro de nossa cidade e dá oportunidade das pessoas viverem em áreas que já estão com todos os equipamentos. Os governos estaduais, municipais, federal, não precisam gastar mais. Já tem transporte, escola, posto de saúde, a comunicação já está estabelecida. Tem emprego, tem comércio”, disse o ministro.
“Então, você não tem que construir nada novo, já está feito lá. E com isso você ainda traz ainda pessoas pra ocuparem aquele espaço. E com isso obviamente você reaquece a economia daquelas localidades”, acrescentou.
Das contratações que serão lançadas no próximo mês, o governo programa que 28 mil sejam dentro da linha do MCMV Entidades, em que associações recebem o recurso para gerenciar a construção ou reforma de unidades dirigidas a grupos específicos que elas representam; 30 mil para área rural, e os outros 130 mil para a linha regular do programa, que pode incluir construção ou reforma de imóveis.
Transporte sustentável
Logo depois de voltar de Nova York, onde falou sobre desenvolvimento sustentável nas cidades, o ministro revelou ainda que iniciou uma discussão dentro do governo para uma transição do transporte público brasileiro, hoje baseado principalmente em ônibus a diesel, para uma versão mais sustentável.
Jader Filho admitiu, no entanto, que não é uma mudança simples. As dificuldades vão desde o custo – hoje um ônibus elétrico custa três vezes o preço de um ônibus a diesel – até a infraestrutura para abastecer esses ônibus. Ao mesmo tempo, lembra que, além de uma necessidade ambiental, existe também a questão da tarifa, em um modelo baseado em um combustível que vem aumentando constantemente.
“Nós estamos discutindo isso. Estamos conversando com a Casa Civil justamente sobre esse modal, estamos conversando com o ministro Alexandre Silveira (de Minas e Energia)”, revelou o ministro.
“De fato é uma questão que tem duas vantagens importantes. Uma, quando você faz essa transferência de modal, por exemplo para o elétrico, você tira de dentro o combustível que hoje é o principal custo para uma tarifa que já está muito cara para o cidadão comum. Do outro você está atendendo uma necessidade ambiental.”
No entanto, o ministro admitiu que as mudanças são complexas dentro de um cenário que é todo estruturado para favorecer o atual modelo de negócios, ao mesmo tempo em que falta infraestrutura para uma mudança.
“Tem que ter infraestrutura. Não é simples assim você chegar numa cidade, em qualquer cidade do Brasil, e jogar um ônibus elétrico lá. Como é que vai funcionar, como vai abastecer, como vai circular? É uma discussão que precisa envolver os municípios e já estamos conversando também com a Federação Nacional dos Prefeitos”, disse. “Teremos que trabalhar modelos diferentes para cada tipo de município, elétrico, hidrogênio verde, biodiesel.”
Na linha da preocupação com o aumento das tarifas, o Ministério das Cidades estuda alternativas para manter o subsídio ao transporte público incluído pelo governo anterior no “pacote de bondades” eleitoral, que repassou 2,5 bilhões de reais aos municípios para evitar aumento de tarifa, disse o ministro.
Jader Filho revelou que ainda está sendo discutido com o Ministério da Fazenda se haverá espaço no Orçamento, mas de qualquer maneira o repasse não será puro e simples. O ministério estuda uma contrapartida de garantia de qualidade na prestação do serviço.
“No ano passado não houve nenhum tipo de retorno sobre aspectos da qualidade do serviço prestado, então a gente precisa discutir essa questão”, disse. “Claro que isso passa pelo presidente, por outros ministérios, saber a disponibilidade de recursos. Mas o que advogo é que se nós vamos discutir isso, vamos discutir primeiro como os recursos vão ser empregados e a qualidade do serviço. Não pode ser o recurso pelo recurso.”
CNN Brasil - SP 25/09/2023
O governo federal pretende realizar três leilões de rodovias ainda neste ano, além de preparar para apresentar, também ainda em 2023, um plano nacional de ferrovias. O objetivo é triplicar a participação do modal ferroviário nas rotas de exportação do país até 2032.
As informações foram detalhadas por Renan Filho, ministro dos Transportes, que falou em entrevista ao diretor editorial da CNN em Brasília, Daniel Rittner.
Os projetos fazem parte dos planos do governo de atrair mais parceiros privados para os projetos de infraestrutura, ao mesmo tempo em que amplia, também, os investimentos públicos no setor, afirmou Renan.
“Esperamos fazer 35 novos leilões durante os quatro anos do presidente Lula, sendo de 14 a 15 nos dois primeiros anos. Para isso, precisamos fazer um exercício de busca de investidores”, disse ele.
“E será diferente do ano passado, que não teve investimentos porque o teto de gastos bancado pelo ex-ministro [da Economia] Paulo Guedes transformou o Brasil em um país que investe muito pouco, aí não dá para fazer ferrovia. Precisamos investir um pouco mais de recursos públicos para ter mais capacidade de atrair capital privado.”
Os três trechos das concessões rodoviárias a serem realizadas antes de dezembro abarcam o segundo lote de rodovias do Paraná, previsto para o fim deste mês, a BR-381, em Minas Gerais, e o trecho de Juiz de Fora até Belo Horizonte da BR-040, também em Minas.
“Ano que vem, esperamos fazer 10 leilões, inclusive com o início das concessões inteligentes, que são concessões com menor período, com menos capex [investimentos] e mais opex [manutenção], para garantir a melhoria da nossa malha e auferir a demanda”, contou o ministro.
Já o planejamento para as ferrovias inclui ampliar a participação dos trilhos na logística brasileira. Eles representam, hoje, 13% dos percursos de acesso aos portos brasileiros e de escoamento das exportações do país.
“A gente quer elevar isso para 40% até 2040”, disse Renan, “Hoje 87% de tudo o que a gente exporta chega aos portos por rodovia.”
A Tribuna - SP 25/09/2023
A pouco mais de três meses do fim da vigência do Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto), os operadores portuários têm pressa em garantir a prorrogação do benefício fiscal e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que articula a viabilização da medida. Informou ter mantido conversas com o ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, e também fará contatos no Congresso Nacional.
“Eu vou procurar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para, no mês de outubro, estar com o texto resolvido, por parte do relator, para que a gente possa aprovar essa matéria no Congresso Nacional”, afirmou.
O Governo Federal optou por converter uma medida provisória (MP) que garantiria a prorrogação do texto em um projeto de lei (PL). O benefício fiscal para importação de equipamentos e investimentos em infraestrutura nos portos brasileiros chega ao fim em 31 de dezembro.
Em paralelo, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 4.885/2016, que trata sobre o Reporto, está sob a relatoria do deputado federal Paulo Alexandre (PSDB) na Comissão de Finanças e Tributação, que já prometeu tratar o relatório com “celeridade”.
Para o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, a existência de dois projetos de lei não atrasa o processo. “O projeto original, de autoria do deputado federal e ex-ministro de Portos Leônidas Cristino (PDT-CE), precisa de adequações".
Aquino disse que há tempo hábil para a apreciação do PL. “O projeto (PL 4.885/2016) está de forma terminativa na Comissão da Câmara. O relatório do deputado Paulo Alexandre, sendo votado, não irá a plenário. Não havendo objeção, seguirá para o Senado, onde tem perspectiva de aprovação na Comissão de Infraestrutura, também sem necessidade de ir a plenário”.
O Reporto também pode ser incluído na reforma tributária, por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, mas, com a fase de transição até 2033, é preciso editar uma medida que garanta o regime fiscal até 2027.
Valor - SP 25/09/2023
A petroleira reafirmou sua meta de produzir mais de 21 mil BOPD até o fim de 2025
A Seacrest Petróleo, empresa independente criada em 2020 a partir da aquisição de 27 campos terrestres da Petrobras no Espírito Santo, informou, esta semana, que está iniciando seu programa de perfuração no campo de Inhambu, localizado em solo capixaba.
Em nota, a empresa comunicou ainda que alcançou a marca de produção de 10 mil barris de óleo equivalente por dia (BOEPD) nos polos de Cricaré e Norte Capixaba. Atualmente, a produção de petróleo pela empresa está no patamar de 9.179 BOPD, esclareceu a Seacrest no texto. Esse patamar é 14,2% superior à média de 8.033 BOPD registrada no segundo trimestre deste ano.
A Seacrest Petróleo reafirmou na nota sua meta de produzir mais de 21 mil BOPD até o fim de 2025. O cronograma traçado pela petroleira, listada na Bolsa de Oslo, na Noruega, prevê ainda uma produção de mais de 30 mil BOPD até o fim de 2027.
Valor - SP 25/09/2023
O barril do petróleo WTI com entrega prevista para novembro subiu 0,45%, na sessão desta sexta (22), e o do Brent para o mesmo mês cedeu 0,03%
O petróleo terminou a sessão desta sexta-feira (22) sem direção única, mesmo movimento observado no acumulado semanal dos contratos futuros da commodity energética, que seguiu reagindo à restrição de exportações da Rússia enquanto investidores avaliaram índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) fracos nos EUA e Europa.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para novembro subiu 0,45%, hoje, e teve alta marginal de 0,01% na semana, a US$ 90,03. Já o barril do Brent, a referência global, para o mesmo mês cedeu 0,03% na sessão desta sexta e 0,70% no acumulado semanal, a US$ 93,27.
A suspensão temporária de exportações de petróleo da Rússia, anunciada ontem, continuou dando suporte aos contratos sob a perspectiva de redução da oferta no curto prazo. “Não há como escapar do quão apertado está o mercado de petróleo. Tudo o que você precisa saber sobre o petróleo começa pelo lado da oferta”, diz Edward Moya, analista-sênior de mercados da Oanda. Segundo ele, a suspensão das exportações russas se sobrepôs à rodada de PMIs fracos nas principais potências globais.
Nos EUA, o PMI composto (que engloba os setores de serviços e indústria) indicou estagnação da atividade em setembro ao recuar para 50,1 pontos, segundo leitura da S&P Global. Já na Europa, os PMIs da zona do euro, Alemanha, França e Reino Unido novamente ficaram abaixo de 50 pontos, o que sinaliza contração da atividade econômica.
“As perspectivas para a demanda por petróleo começarão a parecer muito mais fracas nos EUA, mas o aperto no mercado é tão extremo que ainda deveremos ver o petróleo a US$ 100 nos próximos um ou dois meses”, projeta Moya.
O Estado de S.Paulo - SP 25/09/2023
OCDE reforça o otimismo com o PIB do País, mas o agro sozinho não garante crescimento
O otimismo revelado pelo Ministério da Fazenda com a recente elevação da estimativa para o desempenho da economia neste ano, que passou de 2,5% para 3,2%, recebeu da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) um reforço de peso, com projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro exatamente no mesmo patamar: 3,2%.
No caso da OCDE, a revisão foi ainda mais consistente, já que na previsão anterior, de junho, a alta era de 1,7%. Ou seja, acrescentando 1,5 ponto porcentual ao cálculo, quase dobrou a aposta. O mercado financeiro também tem revisado para cima suas projeções, mas se mantém um passo atrás, com 2,89%. De qualquer forma, são sinais positivos para uma economia que iniciou o ano sob prognósticos que, no máximo, chegavam a 1%.
A melhora do quadro em um ano particularmente difícil, com a desaceleração econômica na China e as sequelas de uma prolongada guerra entre Rússia e Ucrânia, continua a ser creditada ao setor agropecuário que, pelos cálculos da Fazenda, deve crescer 14% no ano. Pelo monitoramento feito até aqui, 2023 será o ano do agro, que tem puxado para cima a economia nacional.
A OCDE atribui aos efeitos do clima os resultados agrícolas favoráveis no Brasil. Mas essa é apenas uma parte da questão. De fato, as reviravoltas climáticas que destroem culturas pelo mundo, como a de algodão nos Estados Unidos, estão castigando menos a agricultura nacional, que registra safras recorde no ano.
Mas, com produção competitiva em nível mundial, o agro tem se beneficiado dos investimentos feitos em pesquisa e desenvolvimento. Iniciativas que, aliadas ao aumento de participação no comércio internacional, respondem pelos resultados surpreendentes, muito além das previsões mais otimistas feitas no início do ano pela própria Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e por institutos de pesquisa, que variavam entre 2,5% e 10% de alta no PIB agrícola.
Apesar do desempenho extraordinário, o agro não tem como sustentar sozinho o PIB. O IBC-Br, espécie de prévia do PIB calculado pelo Banco Central, já demonstra arrefecimento da economia neste segundo semestre. Embora a desaceleração tenda a ser menos intensa do que o esperado, a queda do PIB agrícola é certa.
Indústria e serviços, com maior influência no cálculo final do PIB, amargam resultados medíocres neste ano e isso se reflete numa taxa de investimentos menor a cada trimestre, incapaz de fazer a economia brasileira caminhar para um crescimento sustentável. É possível que um pequeno avanço de serviços possa contribuir positivamente.
Mas somente o investimento tem o poder de incrementar o emprego, o crescimento real da renda – não apenas aquele puxado por programas de transferência, como o Bolsa Família – e o consequente aumento do consumo capaz de movimentar a economia sem contribuir para a elevação da inadimplência.
O caminho, claro, passa pela estabilidade fiscal e monetária e por uma inadiável política industrial.
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