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24 de Novembro de 2023

SIDERURGIA

Investing - SP   24/11/2023

O mercado de aço deve registrar um recuo de 3% na produção no Brasil em 2024 em comparação a este ano, para 30,4 milhões de toneladas, disse o Instituto Aço Brasil, entidade que representa siderúrgicas com operação no país, nesta quinta-feira.

Nas vendas internas, o Aço Brasil projetou queda de 6% em 2024, para cerca de 18 milhões de toneladas, diante de maiores importações.

A entidade espera que as importações avancem 20% no próximo ano, para cerca de 6 milhões de toneladas, sendo lideradas pela China. Por outro lado, as exportações devem crescer 1,3%, totalizando aproximadamente 12 milhões de toneladas.

As importações estão em uma trajetória crescente nos últimos anos, e o setor negocia junto ao governo federal a adoção de uma alíquota de importação de 25% para alguns produtos siderúrgicos de forma a proteger a indústria nacional.

Em 2022, as importações de aço eram de cerca de 3,3 milhões de toneladas e este ano devem ficar em aproximadamente 5 milhões, conforme projeção do instituto.

"A situação é dramática e vai gerar consequências drásticas para a siderurgia brasileira", disse o presidente do conselho do Instituto Aço Brasil, Jefferson de Paula, a jornalistas.

"Se não tiver uma proteção emergencial vamos parar unidades, haverá desemprego, postergar investimentos e há risco de desabamento do mercado interno", afirmou o presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

A nova alíquota de importação teria de ser aprovada até o fim do ano para ser implementada ainda no primeiro trimestre de 2024, caso contrário, as medidas e demissões começarão a ser adotadas a partir do primeiro trimestre do próximo ano, de acordo com executivos do instituto.

"O pleito é emergencial. Pode ser por um ano ou um ano e pouco", disse de Paula.

As conversas com o governo para adoção dessa alíquota emergencial de importação de 25% estão em andamento, e, apesar de a medida precisar ser discutida no âmbito do Mercosul em função da Tarifa Externa Comum (TEC), de Paula afirmou acreditar que o governo será sensível ao impacto sobre o setor.

"Acreditamos que o governo será sensível, entenderá o impacto sobre o segmento e o que isso representa em empregos e faturamento", disse ele.

IstoÉ Dinheiro - SP   24/11/2023

O investimento no setor de aço brasileiro deve somar R$ 12,5 bilhões este ano e, no período de 2024 a 2027, chegar a R$ 50 bilhões, conforme estimativas do Instituto Aço Brasil. Mas os investimentos estão ameaçados pela invasão do aço chinês, conforme o presidente do Conselho Diretor da entidade, Jefferson De Paula.

Enquanto as importações avançam 48,6%, as vendas internas recuam 6,8%, na variação de abril a outubro. A deterioração do cenário fica clara, destaca De Paula, quando se observam os dados de janeiro a abril: as importações avançavam ao ritmo de 18,5% e as vendas internas caíam 3,6%.

Outro dado que indica o agravamento da situação, disse o executivo, é o aumento da taxa de penetração das importações: a média dos últimos dez anos foi de 12,3% e a de outubro deste ano, de 18%.

Numa janela de observação mais ampla, o Instituto Aço Brasil chama a atenção para a evolução desde o ano 2000, quando o volume de importação da China era de 12 mil toneladas, que se dissolviam no total de importação brasileira, de 930 mil toneladas. Já em 2023, na janela de janeiro a outubro, o Brasil importou 2,36 milhões de toneladas do país asiático, mais do que a metade do total de compras do exterior, de 4,2 milhões de toneladas.

O impacto das importações diretas neste ano, conforme estimativas da entidade, é de perda de faturamento na ordem de R$ 30,6 bilhões; impostos diretos não pagos pelo setor de R$ 5,13 bilhões; perda efetiva de arrecadação de R$ 2,8 bilhões; e 248 mil empregos exportados.

As mais recentes projeções da entidade indicam recuo anual de 8% na produção (31,35 milhões de toneladas); de 5,6% nas vendas internas (19,2 milhões de toneladas); e de 1% nas exportações (11,8 milhões de toneladas). O consumo aparente deve ficar estável em 23,5 milhões de toneladas.

Para 2024, a previsão é de produção de aço bruto de 30,4 milhões de toneladas, queda de 3%. As vendas externas devem cair 6%, a 18 milhões de toneladas. As exportações avançam 1,3%, a 12 milhões de toneladas, de acordo com os estudos da entidade. As importações crescem 20%, a 6 milhões de toneladas. O consumo aparente avança 1%, a 23,8 milhões de toneladas.

O cenário global de aço é de excesso de capacidade, destacou o executivo. No ano passado, o volume excedente alcançou 564 milhões de toneladas, sendo 191 milhões de toneladas localizados na China. O cenário não tem indicação de melhora. Até 2030, a previsão é de aumento da capacidade adicional, no sudeste asiático, de 100 milhões de toneladas.

Produção brasileira

No acumulado de janeiro a outubro, a produção de aço bruto no Brasil recuou 8%, a 26,6 milhões de toneladas.

As vendas internas caíram 5,3%, a 16,4 milhões de toneladas, com laminados longos registrando recuo de 7,8% e a de laminados planos, queda de 4,2%.

As exportações tiveram queda de 2,5%, a 9,9 milhões de toneladas, enquanto as importações saltaram 54,8%, a 4,1 milhões de toneladas. O consumo aparente ficou praticamente estável, com leve alta de 0,3%, a 20 milhões de toneladas.

Valor - SP   24/11/2023

Aumento das importações da China acendeu a luz amarela do setor siderúrgico e deixa governo em posição delicada

O forte avanço do aço importado no mercado brasileiro deixa o governo em uma posição delicada. Se ceder ao pleito das siderúrgicas instaladas no país e elevar a 25% a alíquota de importação, colocará mais pressão sobre um série de setores consumidores, como máquinas e equipamentos e construção civil, que já vêm enfrentando outros desafios.

Por outro lado, se não atendê-las, corre o risco de deixar a porteira do mercado local aberta sobretudo para as siderúrgicas chinesas, que nos últimos anos vêm usando o mercado internacional para sustentar taxas de operação de suas usinas, praticamente todas estatais. Para 2023, estima-se que os chineses vão exportar 100 milhões de toneladas de aço, das quais apenas 3 milhões de toneladas para o Brasil, o que deixa claro que, se houver apetite local para mais, o país asiático tem a fornecer.

O aumento das importações acendeu a luz amarela do setor siderúrgico em maio. Desde então, representantes da Indústria e do Instituto Aço Brasil, que reúne essas empresas, participaram de conversas com técnicos e autoridades do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em busca de algum tipo de proteção, que até o momento não veio — para dizer que não veio nada, o novo governo reverteu a redução de 10% da tarifa externa comum (TEC) do Mercosul.

Com o agravamento da situação nos últimos meses, o Instituto Aço Brasil anunciará ainda hoje a revisão das estimativas para 2023, incluindo possivelmente a expectativa de recorde de 5 milhões de toneladas de compras externas, o equivalente a um salto de mais de 50% frente a 2022. Ao mesmo tempo, as vendas internas devem recuar ao menos 6%, apesar do ambiente de demanda relativamente saudável, evidenciando o ganho de participação do produto importado, que até agora chega a 24%, versus 12% na última década.

Conforme as siderúrgicas, o recorde de importações em dez anos reflete o excesso de capacidade de cerca de 550 milhões de toneladas de aço no mundo, incluindo 190 milhões de toneladas na China. Para proteger a indústria local, já em 2018 os Estados Unidos impuseram tarifa de 25% ao produto importado, em movimento acompanhado na sequência pela União Europeia.

Neste ano, o México, que tem se alinhado aos Estados Unidos na nova geopolítica global, adotou a alíquota de 25%, após a aço importado responder por 40% do consumo aparente nacional. Essas medidas naturalmente deslocaram o volume disponível no mercado internacional para países com menos proteção, caso do Brasil, onde alíquota sobre importados é de cerca de 10%, mas pode cair a quase zero quando o aço entra por Santa Catarina, que concede redução de ICMS. Nada muito novo quando se trata de commodities e seus ciclos, mas um problema real.

Da mesma forma, os setores produtivos que consomem aço estão alarmados com a possibilidade de mais esse aumento de custos. Segundo esses fabricantes, automóveis, máquinas e equipamentos, eletrônicos e imóveis do “Minha Casa, Minha Vida”, entre outros bens, ficarão mais caros se a tarifa subir. E, assim como já começou na siderurgia, haverá demissão, em indústrias que são grandes empregadoras.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, o pleito das siderúrgicas gera distorções — ao não destacar, por exemplo, que o aumento de importações se dá sobretudo em laminados a quente — e penaliza setores que, hoje, têm concorrência mais acirrada com importados do que o próprio aço.

Em máquinas e equipamentos, comentou, as importações já respondem por 45% do consumo aparente nacional. “Uma medida como essa, que protegeria a matéria-prima e não o bem transformado, traria uma mensagem contraditória ao objetivo de reindustrialização”, disse Velloso ao Valor. “Ela aumenta o custo do investimento no Brasil”, acrescentou. Importante consumidora de aços longos, a construção alega que apenas 4% do vergalhão usado no país é importado. Para o fio máquina, que é mais usado na construção de baixa renda — como Minha Casa, Minha Vida —, essa fatia é de 10%, e ambos seriam afetados se o pleito das siderúrgicas for atendido.

Em todos os casos — produtores de aço e consumidores —, a constatação é a de que o país tem um grave e antigo problema estrutural, o chamado custo Brasil. Somente reformas profundas poderiam equiparar a produção nacional e a internacional em termos de competitividade, e isso ainda levará anos. Neste momento, como diz o ditado, em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Cada vez mais, a leitura é que a decisão do governo sobre o aço acabará sendo política.

Brasil Mineral - SP   24/11/2023

A produção mundial de aço bruto alcançou 150 milhões de toneladas em outubro de 2023, um aumento de 0,6%

A worldsteel divulgou que a produção mundial de aço bruto alcançou 150 milhões de toneladas em outubro de 2023, um aumento de 0,6% na comparação com o mesmo mês de 2022. A Ásia e a Oceania produziram 108,8 milhões de toneladas em outubro, um aumento de 0,8% sobre outubro de 2022, sendo que a China produziu 79,1 milhões de toneladas, 1,8% a menos que em outubro do ano passado, enquanto a Índia produziu 12,1 milhões de toneladas no mês, um incremento de 15,1% sobre o mesmo mês do último ano. Japão e Coreia do Sul produziram 7,5 milhões de toneladas e 5,5 milhões de toneladas de aço bruto em outubro, respectivamente, com incrementos de 2,6% e 6,5% na comparação com o mesmo mês de 2022.

Os países do Bloco Europeu produziram 10,6 milhões de toneladas de aço em outubro de 2023, ou 7,1% a menos que no mesmo mês de 2022. O destaque fica para a Alemanha, com produção de 2,9 milhões de toneladas e retração de 8,8% sobre outubro de 2022. Países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia e Reino Unido, produziram 3,6 milhões de toneladas, uma desaceleração mínima de 0,2% sobre outubro de 2022. A Turquia produziu 3 milhões de toneladas, 4,2% superior a outubro do ano passado.

A África – Egito, Líbia e África do Sul – produziu 1,9 milhão de toneladas de aço bruto em outubro, 3,5% superior na comparação com outubro do último ano. Já os países da CIS produziram 7,4 milhões de toneladas, 12,9% mais que no mesmo mês de 2022, com destaque para a Rússia, que teve um volume de produção estimado de 6,3 milhões de toneladas, o que representa acréscimo de 9,5% sobre outubro de 2022. Os países do Oriente Médio - Irã, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos – registraram produção de 5 milhões de toneladas de aço bruto, 5% a mais que em outubro de 2022. O Irã produziu 3,1 milhões de toneladas no mês, um crescimento de 3,5%.

A produção na América do Norte ficou estável em relação com outubro do último ano e somou 9,3 milhões de toneladas. Apenas os Estados Unidos produziram 6,8 milhões de toneladas, 3,4% superior a outubro do último ano, enquanto a produção na América do Sul alcançou 3,4 milhões de toneladas, 8,7% a menos do que em outubro de 2022. O Brasil teve produção estimada de 2,6 milhões de toneladas e registrou recuo de 10,2% em outubro de 2023 na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano até outubro de 2023, a produção mundial de aço bruto somou 1.567 bilhão de toneladas, o que representa um leve acréscimo de 0,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Diário do Comércio - MG   24/11/2023

A siderurgia nacional segue constatando com números que atravessa um momento difícil e que a situação pode piorar ainda mais, caso medidas não sejam tomadas pelo governo federal para conter a importação de aço no País. Nessa quinta-feira (23), o Instituto Aço Brasil apresentou os resultados do setor até outubro, uma nova projeção para o fechamento do ano, além das estimativas iniciais para o próximo exercício. E vários indicadores apresentados estão negativos.

A entidade mostrou que, nos dez primeiros meses de 2023, as siderúrgicas brasileiras tiveram uma produção de aço bruto 8,1% menor, frente a igual período de 2022. Ao mesmo tempo, viram as vendas internas caírem 5,3%, as exportações 2,5% e o consumo aparente crescer apenas 0,3%. Por outro lado, conforme enfatiza o presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil, Jefferson de Paula, assistiram às importações “tomarem” o mercado doméstico, com uma elevação de 54,8%.

O cenário desafiador, que inclui uma ociosidade das usinas de 40%, levou a uma revisão para baixo de alguns valores previstos para este ano. Em setembro, a previsão era de quedas de 5% na produção e de 0,3% nas exportações, enquanto a importação de aço subiria 42,6%. Agora, o setor prevê reduções de 8% e 1% e uma alta de 48,6%, respectivamente. Já o prognóstico das vendas internas passou de um recuo de 6% para 5,6% e do consumo aparente de 1,5% para estabilidade.

Mas existe a possibilidade de que a “tempestade perfeita” não cesse tão cedo. Tanto é que, para o ano que vem, o instituto está prevendo que as empresas produtoras de aço fabriquem uma quantidade 3% inferior ao que será registrado ao fim de 2023, vendam internamente 6% a menos e observem a importação de produtos siderúrgicos crescerem 20%. Como alento, a projeção indica que os embarques devem expandir na casa dos 1,3% e o consumo aparente no País 1%.

Brasil deixou de empregar 248 mil pessoas devido ao impacto das importações diretas

A “inundação de aço”, sobretudo, da China, mercado que responde por 56,7% das importações brasileiras, vem deixando rastros profundos na economia. Segundo o Aço Brasil, com o impacto da importação direta, que será de 5 milhões de toneladas neste ano, 248 mil pessoas deixaram de ser empregadas, o que resultaria em uma massa salarial anual de quase R$ 9 bilhões. Neste caso, o governo federal deixou de arrecadar mais de R$ 1,3 bilhão somente de Imposto de Renda (IR).

O mesmo motivo levou a uma perda de faturamento na siderurgia de R$ 30,6 bilhões. Já os impostos diretos não pagos pelo setor foram de R$ 5,13 bilhões e a perda efetiva de arrecadação no Brasil, sob efeitos indiretos da importação, de R$ 2,8 bilhões. Projetando receber diretamente 6 milhões de toneladas de aço em 2024, os números serão ainda piores, de acordo com a entidade, que busca uma solução emergencial para conter a entrada de produtos siderúrgicos no País.
Governo está sensível à situação e pode rever a alíquota de importação

Há alguns meses, o setor de aço está tentando convencer o governo a alterar a alíquota de importação de 9,6% para 25%. O percentual é o mesmo praticado por Estados Unidos, México e 27 países da União Europeia. O presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, diz que o Executivo federal está sensível à situação e escutando todos os lados, o que inclui os consumidores, que acreditam que se aumentar a tarifa, o valor do aço nacional subirá.

De Paula demonstra otimismo. “Estamos em situação de emergência. Quanto mais rápido tomar essa decisão melhor, mas sabemos que tem alguns trâmites: estamos no Mercosul, tem outros itens a serem resolvidos pelo governo. Nós acreditamos que até o final do ano, o governo tome essa decisão e no primeiro trimestre do ano que vem esteja implementado”, disse, reiterando que, caso não seja tomada, a partir desse período, o setor terá que se adequar ao novo mercado.

ECONOMIA

Infomoney - SP   24/11/2023

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou que não vê um vetor óbvio para a continuidade do processo de desinflação global à frente. Ele ressaltou, no entanto, que a expectativa é que o processo continue, apesar de lento.

Campos Neto voltou a citar que houve uma coordenação entre política monetária e fiscal durante a pandemia que não se repetiu após o fim da crise sanitária. “Muitos países estão com dificuldade de sair dos programas fiscais que foram criados. O fiscal é sempre mais fácil de fazer do que de tirar.”
O presidente do Banco Central citou que teses aventadas sobre o processo de desinflação não se confirmaram, como a expectativa de que o juro mais alto levaria a atividade a encolher e o desemprego a aumentar, com isso os salários cairiam e pressionariam a inflação para baixo.

Campos Neto voltou a citar a preocupação com a trajetória fiscal nas grandes economias, a exemplo dos Estados Unidos. O aumento recente da dívida pública americana – que deve continuar à frente -, somado ao nível elevado de juros, aumentou o custo de rolagem, explicou. A consequência desse processo, emendou, deve ser a diminuição da liquidez, não só para as empresas, mas para o mundo emergente.

“Devemos fazer o dever de casa. Há um estrangulamento de liquidez já encomendado, mesmo que os Estados Unidos desacelere e a taxa de juros caia, não vai cair o suficiente para reverter.”

O presidente do BC participa de evento da Endeavor, em São Paulo.

CNN Brasil - SP   24/11/2023

A piora na previsão para no resultado das contas públicas deste ano, divulgada nesta quarta-feira (22) pela equipe econômica, expõe a situação difícil do governo de apoiar o ajuste fiscal na arrecadação — sua aposta para equilibrar as contas em 2024, dizem especialistas consultados pela CNN.

“Esses dados reforçam as incertezas para 2024. É incerto assumir um compromisso com o déficit zero quando sua estrutura fiscal está permanentemente mais pesada do lado das despesas e não há contrapartidas sólidas”, analisa a diretora da Instituição Fiscal Independente do Senado Federal (IFI), Vilma da Conceição Pinto.

Em relatório bimestral, o governo revisou a projeção de déficit primário de R$ 141,4 bilhões (1,3% do Produto Interno Bruto, PIB) para R$ 177,4 bilhões (1,7% do PIB).

O principal impacto está nas receitas administradas, que tiveram redução de R$ 22 bilhões. Este impacto se concentrou em dois aspectos, depósitos judiciais da Caixa (R$ 12,6 bilhões) e queda de arrecadação com II, IRPJ, Cofins e CSLL (R$ 9 bilhões).

Os especialistas explicam que a queda de arrecadação com os impostos mencionados aconteceram por conta da redução na previsão de inflação e na retração da atividade econômica nos últimos meses.

“A inflação tem um efeito descompassado sobre despesas e receitas. Primeiro é sentido o efeito sobre as receitas, depois sobre as despesas. Com menor inflação, os valores a serem tributados são menores, e a receita sofre erosão. O efeito da inflação nos contratos de despesas tende a demorar mais para acontecer”, explica o especialista em contas públicas, Murilo Viana.

A queda nos depósitos judiciais da Caixa não configura uma perda de receita, mas sim que este valor será “empurrado para frente”. Ou seja, apesar de prejudicar o balanço de 2023, pode fortalecer a busca pelo déficit zero em 2024.

Do lado das despesas, houve aumento total de R$ 21,9 bilhões. O valor se concentra em lei que compensa estados e municípios pela queda de arrecadação (R$ 16,3 bilhões) e traz regras para o cumprimento do piso da saúde (R$ 4,3 bilhões).

Essa estimativa segue aquém da meta informal mencionada pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de um déficit primário de 1% do PIB, e também da oficial, de R$ 213,6 bilhões (2% do PIB).

O estouro no limite estabelecido pelo novo arcabouço fez o governo contingenciar mais R$ 1,1 bilhão do Orçamento. Com a decisão, o total bloqueado este ano sobe de R$ 3,8 bilhões para R$ 4,9 bilhões,

Vilma destaca que o retorno do piso da saúde e educação, a elevação de valores em investimento e mesmo as regras do novo arcabouço representam gastos permanentes. As receitas que teoricamente compensariam este aumento, por outro lado, são incertas.

O governo trabalha para aprovar medidas no Congresso para elevar a arrecadação em 2024. Enquanto a parcela das ações aprovadas podem não gerar a arrecadação “prometida”, outras correm risco de não serem aprovadas até o próximo ano.

“É um desequilíbrio fiscal grande e consistente. É difícil acomodar isso. O cenário para 2024 exige um olhar mais cuidadoso para as despesas”, diz Vilma.

CNN Brasil - SP   24/11/2023

O governo brasileiro estruturou um programa com ações que visam reduzir o chamado Custo Brasil. Os projetos da agenda foram definidos por um grupo de trabalho no final de outubro e passam por simplificação do sistema tributário, desenvolvimentos em energia e logística, além de aprimoramentos de mecanismos de financiamento.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) calculou o Custo Brasil em R$ 1,7 trilhão — quase 20% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor mede a despesa adicional que empresas nacionais enfrentam para produzir localmente, comparada à média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A elaboração contou com quase 1,3 mil sugestões da sociedade civil. Os custos calculados são divididos em 12 eixos que vão desde as despesas para abrir um negócio até para encerrá-lo. A principal queixa do setor produtivo foi o sistema tributário (18,8%); seguido por energia (16,6%) e transportes (14,3%).

A secretária de Competitividade e Política Regulatória do Mdic, Andrea Macera, afirmou em entrevista à CNN que a reforma tributária vai ao encontro com esta agenda. Destacou ainda o potencial da regulamentação de lei complementar que simplifica estatuto de obrigações acessórias, unificando documentos e cadastros fiscais, para redução do Custo Brasil.

“De fato, nosso sistema é complexo, muitos chamam de manicômio tributário, e traz um custo de pagamento e compreensão que onera demasiadamente as empresas. A reforma tributária, ainda que não seja a proposta original da PEC 45, vai ao encontro da redução do Custo Brasil”, disse.

Dados divulgados pelo Mdic indicam que o contencioso administrativo tributário no Brasil equivale a 25,8% do PIB, ante 0,28% da média da OCDE. O tempo gasto para pagar impostos no Brasil correspondem a 1.501 horas, superior às 164 horas da média da OCDE.

Um grupo de trabalho (GT) do governo com 17 ministérios, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), elencou 17 projetos prioritários para esta agenda, além de 24 que ficam sob monitoramento do governo. Segundo a secretária, a ideia é de que as primeiras entregas do programa aconteçam nos próximos seis meses.
Financiamento, logística, energia e Novo PAC

No âmbito do financiamento, o governo quer, por exemplo, tramitar projeto de lei que cria uma nova modalidade de debêntures para investimentos em infraestrutura.

Também olha para aprimoramentos no marco legal referente a alienação fiduciária e outros instrumentos do sistema de garantias. Macera celebrou a recente sanção do Marco das Garantias de Empréstimos.

No documento que detalha o programa, o governo também menciona desejo de aperfeiçoar a Taxa de Longo Prazo (TLP) do BNDES. Uma das ideias avaliadas é “levar em conta as expectativas dos agentes de mercado, especialmente em cenários onde se antecipa uma redução das taxas de juros reais no futuro”, diz.

Para logística e transporte, o governo quer regulamentar o marco legal de cabotagem, aprovado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Deseja remover barreiras à navegação hidroviária e racionalizar taxas portuárias. O custo logístico no Brasil foi estimado em 11,6% do PIB, três pontos percentuais acima da média da OCDE.

Na mira do programa também estão regulamentações do marco legal das ferrovias e do marco legal do transporte público coletivo, além do aprimoramento da política nacional de mobilidade urbana. Outras medidas olham para infraestruturas de comunicação.

Medidas na área de energia querem desenvolver a produção onshore de gás natural e remover barreiras à entrada de novas empresas neste mercado. Aprimorar o marco regulatório do setor elétrico e buscar a expansão do livre mercado também aparecem listados.

Parte das ações também aparecem listadas entre as medidas institucionais do Novo PAC. Macera destaca a capacidade da agenda de redução do Custo Brasil para impulsionar o principal programa de investimento do Lula 3.

“Essas medidas potencializam as ações do PAC, a medida que tem por objetivo remover entraves regulatórios, simplificar, reduzir burocracia. A ideia, tanto do PAC quanto das medidas trabalhadas no GT do Custo Brasil é mudar a percepção do investidor e atraí-lo, promovendo o emprego e renda no país”, disse.
Metas e observatório

Sobre os próximos passos do programa, Andrea Macera indica que a ideia do governo é levar ao ar no primeiro trimestre de 2024 o “observatório do Custo Brasil”, que vai conter as informações desta agenda, bem como avanços obtidos.

“Vamos ter uma metodologia, com auxílio da FGV, que permita fazer o seguinte cálculo: dentre os 17 projetos sob execução somados aos 24 projetos em monitoramento, a medida que as soluções forem implementadas, o quanto isso impacta na redução do Custo Brasil?”, explica.

Segundo a secretária, o GT ainda não trabalha com metas — isso porque a prioridade neste primeiro momento foi moldar uma agenda de consenso no governo. Ela destaca que o objetivo vem sendo cumprido até aqui, com harmonia entre os Ministérios envolvidos, o que permite que metas sejam estabelecidas adiante, para serem cumpridas até 2026.

IstoÉ Dinheiro - SP   24/11/2023

Os ministérios da Fazenda e do Planejamento anunciaram nesta quarta, 22, bloqueio adicional de R$ 1,1 bilhão em despesas no Orçamento deste ano. Com isso, o contingenciamento em 2023 para o cumprimento do teto de gastos passou para R$ 5 bilhões. A equipe econômica também ampliou em R$ 36 bilhões a estimativa de rombo nas contas públicas. A previsão agora de déficit para 2023 é de R$ 177,4 bilhões, o equivalente a 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo cálculos do Tesouro Nacional. A previsão anterior, de setembro, previa que as despesas superariam as receitas (sem considerar os gastos com juros) em R$ 141,4 bilhões (1,3% do PIB).

O valor do déficit, porém, é ainda mais elevado se for considerada a metodologia do Banco Central, que é a usada para aferir a meta fiscal. Neste caso, o rombo previsto é de R$ 203,4 bilhões, o equivalente a 1,9% do PIB – apenas R$ 10,2 bilhões abaixo da meta prevista para este ano e quase o dobro do patamar almejado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O BC, que é responsável por consolidar o resultado das contas públicas, já havia informado que não consideraria as receitas de exercícios anteriores ou privatizações para o resultado primário – é o caso das contas do PIS/Pasep e os recursos oriundos da venda da Copel, que somam R$ 26 bilhões.

“Temos uma divergência técnica. Foram levantados R$ 26 bilhões que foram contabilizados como ‘acima da linha’ pelo Tesouro, e o Banco Central entende que seria ‘abaixo da linha’. Não tem efeito prático”, afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Segundo ele, a metodologia do BC remonta à época da hiperinflação, quando o governo não tinha condições de calcular as receitas e despesas. “Isso não é o que há de mais moderno.”

Para a equipe econômica, a piora no resultado foi puxada por diversos fatores. No caso das receitas, a incerteza em relação a futuros depósitos judiciais da Caixa Econômica Federal e a menor inflação influenciaram o resultado. “São R$ 12,6 bilhões relativos a depósitos judiciais da Caixa, que podem não ocorrer neste ano. Foi mais prudente retirar do relatório”, disse o secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Paulo Bijos.

Outros R$ 9 bilhões estão relacionados a tributos federais afetados pela redução da inflação. Do lado das despesas, o aumento foi puxado pelas compensações a Estados e municípios por perdas do ICMS e dos fundos de participação e recomposição do mínimo da Saúde, que acarretará um aumento de gastos de R$ 4,3 bilhões.

Apesar das surpresas negativas em 2023, o secretário do Tesouro afirmou que “nada muda” sobre o compromisso da equipe de zerar o déficit em 2024.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   24/11/2023

Órgãos regulatórios na China prometeram intensificar a supervisão do mercado de minério de ferro local e alertaram operadores a não especular ou impulsionar os preços da commodity, segundo comunicado conjunto divulgado nesta quinta-feira, 23. O anúncio veio após recentes saltos nos preços do minério.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR), principal órgão de planejamento chinês, afirmou que os reguladores se reuniram com alguns operadores de minério de ferro e empresas do mercado de futuros.

Reguladores pediram às empresas que não exagerem nos aumentos de preços ou façam estoques de minério. Elas também foram orientadas a não fazer movimentos especulativos ou manipular o mercado futuro, de acordo com o comunicado. Não há detalhes sobre as empresas que participaram da reunião.

Ainda segundo o comunicado, a CNDR e outros reguladores – a Administração Estatal de Regulamentação do Mercado e a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China – irão acompanhar o mercado de perto e reprimir eventuais violações.

Após o comunicado, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Commodities de Dalian passou a cair e, por volta das 2h55 (de Brasília), era negociado a 970 yuans (US$ 135,56), com queda de 1,5%. Fonte: Dow Jones Newswires.

Valor - SP   24/11/2023

Com isso, a valorização acumulada em novembro foi reduzida a 9,5%. No ano, os ganhos se aproximam de 15%

Os preços do minério de ferro passaram por leve correção no mercado à vista nesta quinta-feira, acompanhando o desempenho negativo dos contratos futuros, após terem atingido na véspera a máxima, de US$ 136 por tonelada, em quase um ano e meio.

Na China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com baixa de 0,9%, para US$ 134,80 a tonelada, na primeira queda da semana.

Com isso, a valorização acumulada em novembro foi reduzida a 9,5%. No ano, os ganhos se aproximam de 15%.

Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em janeiro, fecharam o dia também com perda de 0,8%, para 976,50 yuan (cerca de US$ 135,40) por tonelada.

Diário do Comércio - MG   24/11/2023

O detalhamento das fórmulas de cálculo para distribuição da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) aos municípios afetados pela atividade de mineração foi divulgado ontem pela Agência Nacional de Mineração (ANM), por meio da Resolução ANM nº 143/2023.

A norma regulamenta o Decreto 11.659, de 23 de agosto de 2023, que traz percentuais de distribuição dos royalties a essas localidades e revoga a Resolução ANM nº 6/2019.

Do total de 1.504 municípios que podem ser beneficiados pela redistribuição, estima-se que 361 sejam mineiros. Na época do anúncio do decreto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse que a mudança fortalece o municipalismo ao compensar de forma mais equilibrada aqueles que mais são afetados.

O superintendente de Arrecadação e Fiscalização de Receitas da ANM, Daniel Pollack, destaca que a nova resolução traz critérios que são mais justos para que seja feita uma distribuição mais equitativa da Cfem.

A consultora tributária da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), Rosiane Seabra, destaca que a novidade trazida pela Lei 14.514, de 29 de dezembro de 2022, se refere à possibilidade de municípios limítrofes aos produtores de minérios e pequenos produtores receberem a parcela da Cfem de afetados sob determinadas condições.

“Com base na nova lista que será publicada, a listagem provisória, a gente vai ter uma dimensão dos municípios que podem ser beneficiados com a nova resolução da ANM”, observa a consultora.

A lista de municípios para a distribuição dos recursos represados referentes ao ciclo de distribuição que começou em junho de 2023 deve ser divulgada ainda nesta sexta-feira (24) no site da ANM, com todas as orientações aos gestores municipais.

Conforme o decreto do governo federal, as localidades afetadas pela mineração recebem em conjunto 15% da arrecadação da Cfem, divididos em parcelas diferentes conforme o impacto da atividade sobre elas, como a existência de infraestrutura ferroviária e de portos usada para transporte de minérios.
Resolução sobre a Cfem foi a mais rápida elaborada pela ANM

De acordo com a agência, a resolução foi a mais rápida que a ANM já editou considerando as etapas regulatórias de participação social. Foram realizadas reuniões participativas com as entidades representativas dos municípios, tomada de subsídios, audiência pública e contribuições por escrito. Todo esse processo levou cerca de 90 dias.

A nova resolução estabelece também a revisão anual dos dados relacionados aos cálculos de compensações aos entes federativos afetados e a divulgação, no site institucional até 10 de maio de cada ano, da lista anual de municípios aptos a receber os recursos.

Para o diretor-geral da ANM, Mauro Sousa, a nova resolução representa um marco significativo, com diretrizes claras, novos critérios e metodologias de cálculo para determinar as compensações devidas aos locais impactados de forma mais justa e equitativa.

Rodoviário

O Estado de S.Paulo - SP   24/11/2023

Muitos brasileiros gastam fortunas em busca de aventura em diversos locais do mundo. Outros, mais radicais, arriscam suas vidas em escaladas no monte Everest, no Himalaia, ou nas ondas gigantes de Nazaré, em Portugal. Mas se o objetivo é se expor perigosamente, não precisam sair do Brasil. Basta enfrentar algumas de nossas rodovias. Contam com crateras nas pistas, não têm acostamentos, a ultrapassagem é impossível e exigem perícia de corredor de Fórmula 1.

As invasões de comunidades prejudicam expansões e animais domésticos podem atravessar a qualquer momento o asfalto. Existem quebra-molas inesperados e desvios impensáveis. Há também a visão de carros destruídos ou caminhões tombados nas laterais.

Um dos maiores exemplos é a BR-381, em Minas Gerais, que nesta semana teve seu leilão de concessão à iniciativa do trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, de 306 km, fracassado por falta de propostas. A novela da duplicação das pistas dessa BR já dura décadas.

A BR-381, uma das muitas vias do Brasil que recebe a alcunha de “rodovia da morte”, liga São Paulo, nosso principal polo industrial, ao Vale do Aço, onde estão as maiores reservas de minério de ferro do mundo e algumas das principais usinas siderúrgicas do Brasil. Une regiões populosas. Pela importância econômica, relevância logística e utilidade social, devia ser uma das melhores do país. Em Minas, principalmente no trecho de cerca de 200 km entre Belo Horizonte e Ipatinga, o que se vê são evidências de um país falido que não consegue concluir suas obras mais importantes.

O pior trecho é a saída de Belo Horizonte. O trânsito já costuma engarrafar ainda dentro da capital mineira, na ponte que atravessa o rio das Velhas. No calor, os moradores das comunidades em torno estão prontos para vender garrafas de água logo que os veículos começam a parar. No frio, vendem cabos e carregadores de celular. É a luta pela vida de um lugar pobre.

A região é extremamente montanhosa e acidentada. É rotina algum motorista imprudente perder a paciência com a via estreita, executar uma ultrapassagem indevida e encontrar a morte numa batida frontal, incluindo a família. Ônibus que caíram nos abismos matando boa parte de seus passageiros não são histórias incomuns.

A política sempre tenta se aproveitar da rodovia, que é a obra mais esperada pela população de Minas. “Vou transformar a estrada da morte em estrada da vida”, disse o então candidato Lula, em setembro de 2022, em plena campana presidencial. A promessa de Bolsonaro ocorreu em julho de 2021. “Sai, a duplicação sai. Conversei com o Tarcísio (de Freitas, então ministro) há pouco e ele me botou a par. Depende de o TCU liberar e eu acho que o TCU vai liberar. Liberando, imediatamente nós partimos para as licitações”, disse.

Dilma Rousseff, em campanha para a reeleição em 2014, chegou a assinar a ordem de serviço para a duplicação das pistas. Em Minas, criticou seus antecessores pela demora na obra. “Aqueles que criticam o atraso da BR-381, por que não respondem o porquê não fizeram a rodovia antes?! Eles estiveram à frente do Governo Federal por oito anos e nada fizeram. Podem até me criticar, mas deveriam responder essa pergunta antes”, disse a presidente. No poder, o presidente Michel Temer entrou em conflito com a bancada de Minas quando seu governo tentou retirar parte dos recursos para as obras. O presidente Lula, que incluiu a obra no PAC, em 2009 também prometeu que faria a obra. Treze anos depois, culpou o “golpe” contra a Dilma pela paralisia.

Hoje, quem passa pelas pistas da BR-381 pode perceber que idas e vindas no andar de cima da administração pública tem consequências danosas. A estrada alterna trechos duplicados, trechos arruinados, trechos desgastados, túneis prontos e túneis paralisados. É confusa, perigosa. É uma mostra evidente de que vivemos sob administradores públicos displicentes e inconstantes.

O trecho mais perigoso da BR, os 116 km entre Belo Horizonte e a cidade de João Monlevade (onde há uma unidade da siderúrgica Arcelor Mittal), foi concluído em 1960. Dez anos depois, a estrada chegou a Governador Valadares, totalizando seus 306 km. Mas o desenvolvimento do Brasil logo deixou as vias obsoletas devido à magnitude do tráfego, que inclui enormes carretas a levar equipamentos para siderúrgicas, como a Usiminas, em Ipatinga, e a principal unidade da Arcelor (antiga Acesita), em Timóteo.

Em 2006, no primeiro mandato do presidente Lula, foi aprovado o estudo de viabilidade técnica e econômica de duplicação do trecho Governador Valadares a Belo Horizonte. Solução tida como definitiva. A pretensão era executar as obras, divididas em dois túneis e nove lotes, no segundo mandato de Dilma Rousseff. Uma empresa espanhola, a Isolux, venceu seis lotes. Nenhuma outra empreiteira se interessou pelo trecho mais movimentado, a partir de Belo Horizonte até o município de Caeté, de 31 km, por apresentarem valores acima do orçamento sigiloso do DNER (hoje DNIT).

Em 2015, a Isolux abandonou as obras alegando problemas de custos e construção. A solução do atual governo é que as obras sejam tocadas pela iniciativa privada por meio do pagamento de pedágio. Mas, devido à especificidade da região, o valor das tarifas pode ser até quatro vezes maior que o do trecho paulista da rodovia.

O Painel da Confederação Nacional de Transportes de Consultas de Dinâmicas de Acidentes Rodoviários já registrou que morrem anualmente em média 260 pessoas por ano no trecho mineiro da BR-381, que inclui a rota para São Paulo. Proporcionalmente, a maioria dos acidentes ocorrem nos 100 sinuosos quilômetros entre Belo Horizonte e João Monlevade, onde a estrada foi construída seguindo uma antiga rota de burros que contornava as montanhas. É uma pista que não perdoa erro dos motoristas, muito menos imprudência.

As mortes da BR-381 são uma característica trágica dessa obra especifica. Mas a estrada é apenas uma integrante da longa lista de empreendimentos públicos brasileiros que não ficam prontos nunca. Podemos citar desde a megalomaníaca Transamazônica, da década de 70, à ferrovia Transnordestina, prevista para ser concluída em 2010 e longe do final. As obras da ferrovia Norte-Sul se estenderam por quase quarenta anos. Também prevista para ficar pronta em 2010, a transposição ainda atende um número de brasileiros aquém do previsto. A refinaria Abreu e Lima, fora o escândalo de corrupção, funciona parcialmente. As refinarias previstas para a Maranhão e Ceará foram abandonadas após as obras de terraplanagem.

Após consumir cerca de R$ 40 bilhões, o Comperj, que produziria produtos petroquímicos, foi deixada de lado e governo busca um novo escopo para reduzir os prejuízos. Devido à concepção inviável do projeto, a empresa que cuidava da concessão da BR-040, que liga o Juiz de Fora a Brasília, abandonou o negócio. Um novo modelo foi anunciado. O metrô de Belo Horizonte não ganha estações novas desde 2002.

É possível contar a história do Brasil apenas por meio de uma BR como a 381. Dos caminhos do tráfico do ouro até os dias de hoje. Ciclos de pujança econômica se alternam com momentos de decadência. Milhões construíram suas vidas ao longo de suas pistas. Mas há um padrão: o setor público sempre fica aquém do mínimo que deveria oferecer à população que tenta usufruir seus serviços. Nesse caso, inclusive, permitindo que brasileiros coloquem suas vidas em risco pela inoperância alheia.

NAVAL

Monitor Digital - RJ   24/11/2023

Estudo do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), divulgado em outubro, mostra que os portos brasileiros estavam (em 2021) 15 anos atrasados em relação à média mundial em termos de acessos e a demanda de cargas atingiu a capacidade operacional portuária (em TEUs). O Porto do Rio tenta superar esses 15 anos de atraso como adoção de novas tecnologias logísticas.

Maior agilidade, redução de custos, aumento de eficiência e otimização de pessoal são alguns dos resultados mensurados pela Rio Brasil Terminal, que tem a concessão no Porto do Rio de Janeiro desde 1998, um ano após a implantação da Plataforma Inteligente de Logística da Athenas Logistics.

O impacto da adoção desta tecnologia se reflete não somente na área operacional, mas também na gestão e nos processos regulatórios dos terminais e armazéns da empresa, que faz parte do grupo ICTSI, maior operador portuário independente do mundo, presente em 19 países.

Entre os ganhos na gestão, destaca-se a redução de prazo de faturamento na importação, que caiu, em média, de 3 horas para 10 minutos nos clientes à vista e de 1 hora e 30 minutos para 5 minutos nos clientes a prazo.

Mais de 150 equipamentos foram conectados à plataforma através de dispositivos com Internet das Coisas, como balanças, scanners, portais de OCR e tablets, e mais de 20 sistemas estão integrados à solução, como Siscomex Importação, Receita Federal, comunicação com bancos e outros.

A solução da Athenas conta com quase 200 usuários únicos internos por semana, além de outros 500 usuários únicos externos.

Incentivo fiscal para portos: setor fala em perda 40% | Monitor Mercantil

Para Rogério Magela, CEO da Athenas, esta integração entre hardware e software e entre operação e gestão, associada a tecnologias avançadas, como Inteligência Artificial, Digital Twin 3D, IoT, robôs e algoritmos poderosos, é a chave para elevar a eficiência e a segurança de terminais e armazéns a outro patamar.

“A otimização verdadeira só acontece quando há inteligência logística de ponta a ponta, atravessado todos os processos operacionais, culminando em um faturamento sem perdas e automatizado, e no desembaraço de documentos com a imediata retirada ou recebimento das cargas.”, pontua Magela.

“Com a integração de sistemas, tornou-se possível acompanhar e identificar os ganhos de eficiência no processo de liberação das cargas e, com isso, mostrar aos clientes o quanto agrega valor operar com a Rio Brasil Terminal. O acesso aos dados propicia acompanhamento em tempo real dos indicadores e painéis de relatórios, o que permite uma tomada de decisão mais rápida e assertiva”, afirma Roberto Lopes, CEO da Rio Brasil Terminal.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   24/11/2023

Um país que produz quase 5 milhões de barris de petróleo por dia, quase 90% desse total em campos onshore (em terra), tem muito a ensinar ao Brasil, cuja produção hoje é predominantemente offshore (no mar). E é justamente atraído pelo novo momento vivido pelo onshore brasileiro que o Canadá volta os olhos ao país. Prova disso é a forte presença de empresários canadenses no Mossoró Oil & Gas Expo. Promovida feira que acontece até amanha (23), no Expocenter da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró.

Ao todo, 12 empresários canadenses participam da oitava edição do Mossoró Oil & Gas Expo. A ideia, além de gerar novos negócios, é compartilhar tecnologias e conhecimento que podem ser aplicados no onshore brasileiro. Segundo Nadine Lopes, representante do Consulado do Canadá no Brasil, o intercâmbio do Canadá com o mercado brasileiro onshore é de longas datas. Remonta à extinta feira Brasil Onshore, da qual a única delegação estrangeira era a canadense.

“Vieram a crise econômica brasileira de 2014, a operação Lava Jato, a pandemia de Covid-10. A Brasil Onshore foi extinta e a Mossoró Oil & Gás começou a emergir, e hoje é esse sucesso retumbante”, confirma, Nadine Lopes observa que, diferentemente de anos atrás, ume época fortemente marcada pela presença da gigante Petrobras, hoje o mercado é diversificado, com empresas de tamanhos distintos, a maioria, pequenas.

Segundo Nadine, o Canadá dispõe de estrutura desenvolvida e experiência de sobra. “E há muita coisa que o país gostaria de compartilhar, de fazer parcerias nesse otimismo que envolve o novo cenário de muitos playres privados”, acrescenta.

Novas tecnologias

Esse intercâmbio apresenta às empresas atuantes no onshore brasileiro novas técnicas relativas, por exemplo, à redução de emissão de metano no onshore em campos maduros, campos exploratórios, transporte (gasoduto), em qualquer operação no setor da indústria de óleo e gás que vai emitir metano e/ou CO2.

“Estamos mostrando o que estão fazendo no Canadá para tentar diminuir essas emissões e estão conseguindo reduzir. Se por um lado continuam com as atividades de exploração e produção, por outro lado conseguem reduzir a emissão de metano, de sequestro carbono, estocar carbono”, diz.

O Mossoró Oil & Gas Expo também permite o acesso de empresas a novas tecnologias em matéria de petróleo e gás, aplicadas em países adeptos de tecnologias de ponta. Na Arena Inovação, por exemplo, coube à Austral Engenharia apresentar tecnologia desenvolvida no Canadá, voltada à substituição de motores convencionais por de ar permanente.

Valter Lima, técnico da empresa, explica que essa modalidade oferece maior eficiência energética, portanto, reduz o consumo de energia, o que é o grande ponto para redução de custo e do impacto ambiental. Ele informa que, no sistema convencional, a uso de gás natural (metano) para impulsionar abertura e fechamento de válvulas. E, cada ciclo, o gás é dispersado na atmosfera.

Além dessas grandes empresas, Valter Lima considera a tecnologia acessível também para operadores de menor porte. E aponta outras vantagens. “Apesar de ter investimento inicial maior, o custo operacional em médio prazo muito reduzido por causa da economia de energia. Há vantagem direta do custo energético, como também aumento da confiabilidade, menos perda de produção em razão de paradas de equipamentos”, observa.

Petro Notícias - SP   24/11/2023

Outra empresa que tem marcado presença na Mossoró Oil & Gas é a operadora independente PetroReconcavo. A companhia foi uma das protagonistas no processo de desinvestimento da Petrobrás, adquirindo importantes ativos. Agora, olhando para o futuro, a PetroReconcavo quer ampliar sua atividade exploratória e também investir em midstream, construindo novas plantas de processamento de gás. Em conversa com o Petronotícias, o diretor de Comercialização, Regulação e Novos Negócios da companhia, João Vitor Moreira, revelou que a petroleira irá manter o seu ritmo de perfuração em 2024 e continuar investindo em perfuração e workover. Além disso, uma nova planta de processamento de gás localizada na Bahia deve iniciar sua operação entre dezembro e janeiro. “A companhia continuará investindo na frente de midstream, especialmente nas unidades de processamento de gás natural. Essa será uma linha de investimento crucial para a empresa, proporcionando redução de custos imediata, além de possibilitar uma melhor monetização da nossa produção de gás natural”, disse.

Como avalia a feira deste ano? O balanço está sendo positivo até aqui?

A participação da PetroReconcavo na feira desde 2019 tem sido um sucesso contínuo. A edição deste ano expandiu-se com um novo pavilhão, contando com um aumento significativo de prestadores de serviço e empresas operadoras. Esse crescimento reforça a retomada expressiva da atividade onshore, indicando uma tendência que, a meu ver, é irreversível. Os níveis de investimento das empresas do onshore têm aumentado progressivamente.

Estamos entrando no quinto ano do programa de desinvestimento da Petrobrás, com a conclusão da venda de seus primeiros ativos. O que observamos na feira é um claro indício de que o setor onshore brasileiro realmente renasceu. Ficamos extremamente satisfeitos com os resultados obtidos até agora.

Como foi a operação da PetroReconcavo em 2023? Quais são os principais destaques?

A companhia manteve um ritmo acelerado ao longo do ano. Em março, concluímos a aquisição da Maha Energy Brasil e desde então temos focado no que chamamos de “foco orgânico”, ou seja, no desenvolvimento da produção de nossas próprias reservas.

Chegamos a um ponto em que, após adquirir os campos, é crucial concentrar esforços no desenvolvimento. Nos últimos oito meses, conseguimos aumentar a produção de forma bastante atrativa. No último trimestre, divulgamos ao mercado um aumento significativo na produção em comparação com trimestres anteriores, ultrapassando a marca de 28 mil barris de óleo equivalente por dia, com 40% dessa produção sendo de gás natural.

Estamos investindo na perfuração de poços, contando atualmente com 2 sondas de perfuração e 11 sondas de workover próprias. Isso reflete um pouco do que foi nosso ano. Em resumo, estamos em um caminho robusto de crescimento da produção e esperamos manter esse ritmo até o final de 2023 e nos anos subsequentes.

Este ano, estamos construindo nossa primeira planta de gás no estado da Bahia. Ao longo dos próximos anos, planejamos continuar investindo em infraestruturas necessárias para absorver a capacidade de produção adicional.

Quando a nova planta deve entrar em operação?

A planta de São Roque estará concluída agora em dezembro e aguardará a autorização regulatória da ANP para operar. Esperamos que, ainda em dezembro, e no mais tardar em janeiro, ela esteja pronta para operação.

Esta planta será responsável por absorver parte da capacidade de tratamento de gás, aliviando um gargalo positivo que começamos a observar. Por muito tempo, o Nordeste teve muita capacidade de processamento e pouca produção de gás. Contudo, estamos começando a ver um aumento significativo na produção nos estados produtores de gás, impulsionado pelos produtores independentes. A PetroReconcavo, em particular, mais do que dobrou a produção de gás nos estados em que opera. Isso reflete a necessidade de investirmos em infraestrutura, novos dutos e destinação dessa produção.

Portanto, a planta de São Roque deverá entrar em operação em dezembro, e no próximo ano já devemos começar a pensar em novas instalações para o processamento de gás natural.

E como está o planejamento da companhia para 2024?

Em 2024, manteremos o ritmo de investimento na produção. A empresa tem planos ambiciosos de perfuração, utilizando três sondas de perfuração próprias. Atualmente, somos a única empresa que verticalizou completamente essa atividade exploratória. Conseguimos perfurar nossos poços, realizar o trabalho de complementação, executar operações de estimulação e colocar esses poços em produção. Estamos muito preparados para investir tanto na perfuração quanto no aumento da produção. Nossa perspectiva é de seguir um ritmo robusto de crescimento da produção até 2026.

A companhia continuará investindo na frente de midstream, especialmente nas unidades de processamento de gás natural. Essa será uma linha de investimento crucial para a empresa, proporcionando redução de custos imediata, além de possibilitar uma melhor monetização da nossa produção de gás natural.

Petro Notícias - SP   24/11/2023

O Plano Estratégico da Petrobrás para o quinquênio 2024-2028 (PE 2024-28+) foi aprovado hoje (23) pelo Conselho de Administração da companhia, prevendo investir US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos, um crescimento de 31% em relação ao ciclo anterior. Primeiro plano desta gestão, o PE 2024-28+ visa preparar a Petrobrás para o futuro e fortalecer a companhia, iniciando um processo de integração de fontes energéticas essencial para uma transição energética justa e responsável.

“Aumentamos os investimentos totais da Petrobrás com responsabilidade, foco na disciplina de capital e compromisso de manter o endividamento sob controle. Também intensificamos os investimentos em baixo carbono com projetos rentáveis para geração de valor no longo prazo. Vamos fazer a transição energética de forma gradual, responsável e crescente, investindo em novas energias e sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleo ainda necessária para atender a demanda global de energia e financiar a transição energética“, disse o presidente da empresa, Jean Paul Prates.

Os investimentos serão realizados prioritariamente com recursos próprios da Petrobrás gerados pelas suas operações. A dívida bruta da companhia seguirá limitada a US$ 65 bilhões, patamar considerado saudável para empresas do segmento e porte da Petrobrás. O CAPEX do segmento Exploração e Produção (E&P) representa 72% do total, seguido pelo Refino, Transporte e Comercialização (RTC) com 16%, Gás e Energia (G&E) e Baixo Carbono com 9% e o Corporativo com 3%. O CAPEX do E&P para o período 2024-2028 soma US$ 73 bilhões, com cerca de 67% destinados para o pré-sal, que tem grande diferencial competitivo econômico e ambiental, com produção de óleo de melhor qualidade e com menores emissões de gases de efeito estufa. O segmento de E&P mantém sua relevância para a companhia com o foco em ativos rentáveis e investimentos compatíveis com uma visão de longo prazo alinhada à transição energética. Ao mesmo tempo, a companhia mantém grandes projetos de revitalização em águas profundas (REVIT), além de projetos complementares, a fim de aumentar os fatores de recuperação em campos maduros.

“Ainda serão necessários investimentos em exploração e produção para que a demanda de energia seja atendida. Por isso, buscamos a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética com a menor pegada de carbono possível“, explica Jean Paul Prates. “Nossa operação reconhecida pela excelência em tecnologia, segurança e baixas emissões nos credencia a desalojar operações menos eficientes. É fazer nossa parte para que essa indústria se comprometa integralmente com a solução para a crise climática”, complementou o presidente.

Serão destinados US$ 7,5 bilhões para projetos de exploração no quinquênio, sendo US$ 3,1 bilhões para exploração na Margem Equatorial; US$ 3,1 bilhões para exploração nas Bacias do Sudeste; US$ 1,3 bilhão para outros países. Está incluída neste investimento a perfuração de cerca de 50 poços em áreas onde a empresa possui direito de exploração em blocos adquiridos. O segmento de E&P mantém a premissa de dupla resiliência – econômica e ambiental- e alto valor econômico, com portfólio viável a cenários de baixos preços de petróleo no longo prazo, com Brent de equilíbrio médio prospectivo de US$ 25 por barril, e com compromisso de intensidade de carbono de até 15 KgCO2e por barril de óleo equivalente até 2030. A curva de produção considera a entrada de 14 novas plataformas (FPSOs) no período 2024-2028, dez das quais já contratadas. Está sendo construída uma nova geração de plataformas, mais modernas, mais tecnológicas, mais eficientes e com menores emissões.

Com este plano, a Petrobrás projeta atingir em cinco anos a produção de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia. As projeções de produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural para 2024 foram acrescidas em aproximadamente 100 mil bpd/boed, na comparação com o plano anterior, considerando o bom desempenho dos campos, as previsões de ramp-ups e entrada de novos poços. Nos anos de 2025 e 2026, a projeção de produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural ficaram inferiores ao projetado no plano anterior em cerca de 100 mil bpd/boed. Esta diferença deve-se principalmente às condições atuais do mercado fornecedor, onde alguns sistemas de produção e projetos complementares de águas profundas tiveram seus cronogramas impactados. Para 2027, as projeções de produção de óleo e produção total e comercial de óleo e gás natural foram mantidas com relação ao plano anterior. Para o acompanhamento do Plano, considera-se uma margem de variação de +-4%.

O CAPEX da área de Refino, Transporte e Comercialização (RTC) totaliza US$ 17 bilhões para o período 2024-2028. O segmento segue com foco no melhor aproveitamento dos ativos de refino e logística e maior eficiência energética, visando ampliar a capacidade de produção de diesel e aumentar gradualmente a oferta de produtos para mercado de baixo carbono. Cabe esclarecer que, nesse PE 2024-28+, a previsão de CAPEX de Comercialização e Logística, divulgada no plano passado, passou a ser apresentada de forma agregada como CAPEX de Refino, Transporte e Comercialização (RTC), em alinhamento à visão desse segmento. O PE 2024-28+ prevê o aumento de capacidade de processamento nas refinarias em 225 mil barris por dia (bpd) e da produção de diesel S-10 em mais de 290 mil bpd até 2029, suportado pela entrada de grandes projetos como o Trem 2 da RNEST, revamps de unidades atuais e implantação de novas unidades de produção de diesel (HDT) na REVAP, REGAP, REPLAN, RNEST e GASLUB. Um dos destaques do novo plano é a ampliação do Programa Reftop para todo o parque de refino. Por meio deste programa, a Petrobras vem atingindo as suas metas de eficiência e confiabilidade e economizou cerca de US$ 589 milhões entre 2021 e 2023 a partir das ações implementadas nas refinarias do Sudeste. Com o Reftop, a Petrobras almeja colocar seu parque industrial entre os melhores do mundo em eficiência operacional e energética até 2030.

No segmento de biorrefino, serão investidos US$ 1,5 bilhão. Esses investimentos suportarão o crescimento da capacidade de produção de Diesel R5, com 5% de conteúdo renovável, na REPAR, RPBC, REDUC e REPLAN. No horizonte do Plano, também estão previstos recursos para instalação de plantas dedicadas de bioquerosene de aviação e diesel 100% renovável na RPBC e no GASLUB, que serão concluídas após 2028. O Plano fortalece a Petrobrás no mercado brasileiro, integrando a cadeia de valor desde a produção, refino, logística até o mercado. Serão investidos US$ 2,1 bilhões em iniciativas para remoção de gargalos logísticos, com ampliação e adequação da infraestrutura, investimento em terminais para otimizar as operações, ampliação de modais e melhoria da eficiência e resiliência. Entre os projetos, está a construção de quatro navios da classe handy, que serão operados pela Transpetro, além de estudos para outras embarcações.

No segmento de Petroquímica, a Petrobras planeja atuar de forma integrada, maximizando sinergias com seu parque de refino e produção de óleo e gás. Estão em estudo investimentos em petroquímica considerando tanto projetos nos atuais ativos como aquisições. O CAPEX da área de Gás & Energia soma US$ 3 bilhões no quinquênio. O segmento avança na atuação competitiva e integrada no comércio de gás e energia e no aprimoramento do portfólio, atuando para a inserção de fontes renováveis, alinhada às ações de descarbonização. Uma das prioridades da Petrobrás neste segmento é ampliação da infraestrutura e portfólio de ofertas de gás natural. Considerando os investimentos em produção e escoamento de gás no segmento E&P, a companhia planeja aumentar a oferta de gás nacional da Petrobras investindo cerca de US$ 7 bilhões nos próximos cinco anos.

Em 2024, entra em operação o Rota 3 com planta de processamento com capacidade de 21 MMm³/dia e gasoduto com capacidade de 18 MMm³/dia. Em 2028, entra em operação o gasoduto do Projeto Raia (BM-C-33), com capacidade de 16 MMm³/dia; e, em 2029, o gasoduto do projeto Sergipe Águas Profundas – SEAP, com capacidade de 18 MMm³/dia. A Petrobrás destinará US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, mais que o dobro do plano anterior. São contempladas iniciativas e projetos de descarbonização das operações assim como o desenvolvimento e amadurecimento de negócios no segmento de energias de baixo carbono, com destaque para biorrefino; eólicas; solar; captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e hidrogênio.”A Petrobras está voltando a investir em projetos de novas energias. Vamos escolher projetos rentáveis, priorizando parcerias para redução de risco e compartilhamento de aprendizados. Com esta nova frente, queremos também desenvolver as vantagens competitivas regionais do Brasil“, comenta Prates.

TN Petróleo - RJ   24/11/2023

A primeira usina termoelétrica a utilizar gás natural extraído no Pré-Sal foi inaugurada nesta quarta-feira (22/11). Com potência de 565,5 MW, a UTE Marlim Azul é capaz de fornecer eletricidade para mais de 2 milhões de domicílios. O empreendimento está localizado no Complexo Logístico e Industrial da cidade de Macaé, no Rio de Janeiro.

A usina está em uma localização favorável para a logística, já que é próxima do Porto de Imbetiba, do Aeroporto de Macaé e das rodovias BR-101, RJ-168 e RJ-106. O Terminal de Cabiúnas, destino do gás natural oriundo do Pré-Sal, está a 25 km de distância da nova usina, o que facilita o escoamento.
Atualmente, as usinas termoelétricas movidas a gás natural respondem por 8,99 % da matriz energética centralizada do Brasil. Em valor nominal, são 17,6 GW. As fontes de energia renováveis centralizada representam 83,84%, incluindo hídrica, solar, eólica e biomassa.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, lembra que a inauguração da nova usina representa uma importante adição ao setor elétrico. “A Marlim Azul foi pioneira, ao ser o primeiro projeto vencedor nos leilões de energia relacionados ao gás natural do pré-sal no Brasil, marcando um momento histórico em nossa indústria”, afirma.

A UTE Marlim Azul foi contratada no Leilão de Energia Nova A-6, em 2017. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou R$ 2 bilhões para a construção. Estima-se a geração de aproximadamente 7.000 empregos diretos e indiretos.

O gás natural é extraído nos campos de Búzios e a oferta é limitada à capacidade do gasoduto, 20 milhões de metros cúbicos por dia. O consumo de gás da UTE estimado, em média, é de 1,5 a 2 milhões de metros cúbicos a cada 24 horas.

Consulta pública
No início do mês o MME abriu consulta pública para avaliação de proposta que permite a redução de inflexibilidade de usinas termelétricas com Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEARs). O objetivo é reduzir custos e ampliar a flexibilidade operativa no Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Sem nos distanciar da necessária segurança energética, vamos continuar investindo, cada vez mais, em energia limpa e renovável. Nosso claro objetivo é que o país, com segurança, qualidade no suprimento e tarifa justa para o consumidor, mantenha a capacidade de integrar as fontes renováveis”, completa o ministro Alexandre Silveira.

A ideia principal é conciliar interesses sistêmicos e dos agentes setoriais e evitar que usinas termelétricas apresentem geração inflexível por razões contratuais, em momentos nos quais o sistema elétrico seja suficientemente suprido por outras fontes menos custosas. A UTE Marlim Azul pode ser uma das usinas a ter seu período de inflexibilidade reduzida se as discussões sobre o tema avançarem.

Infomoney - SP   24/11/2023

O petróleo estendeu as perdas da quarta-feira e fechou em queda nesta quinta-feira, 23, ainda em reação às dúvidas levantadas após o adiamento da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e em dia de liquidez limitada, devido ao feriado do Dia de Ações de Graças dos Estados Unidos.

No pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro de 2024 operava em queda de 1% (US$ 0,77), a US$ 76,33 o barril, enquanto o Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 0,77% (US$ 0,63), a US$ 81,25 o barril.
Na visão da Oanda, a reação inicial do mercado após o adiamento da reunião da Opep+ pareceu sugerir “que os traders encaram isto como uma falta de unidade por trás dos cortes na oferta no início do novo ano”.

Ainda que tenha havido mais de uma especulação ao longo do dia, a análise alerta que é necessário esperar até a reunião para saber de fato há unidade do cartel e se a Arábia Saudita e a Rússia precisarão de fazer “alguma mudança adicional” para manter os preços da commodity elevados.

Olhando para a nova data da reunião, a Capital Economics avalia que a Arábia Saudita e a Rússia irão prorrogar os cortes voluntários da produção. “Para o resto do grupo, poderá haver uma reversão das cotas de produção de volta aos seus níveis de junho para alguns dos produtores africanos do grupo, como a Nigéria, para refletir as recentes melhorias na oferta.”

Já o Julius Baer destaca que a situação está “tensa” nos mercados de petróleo e as notícias recentes ofereceram muitas informações para avaliar, com a política petrolífera se caracterizando como “uma fonte de drama” de mercado e de volatilidade de preços à medida que o ano termina. “O clima do mercado já é bastante pessimista, o que acarreta os riscos de movimentos contrários no curto prazo.”

TN Petróleo - RJ   24/11/2023

O Rio Grande do Norte terá papel decisivo no processo para que o Brasil dobre a produção de petróleo dentro da curva de expansão prevista para os próximos dez anos. A afirmação é do superintendente de Petróleo e Gás Natural da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Marcos Frederico Farias. O protagonismo do estado e as experiências exitosas na exploração dos campos maduros, especialmente na região de Mossoró, são estratégicos para contribuição significativa dentro da expectativa da EPE.

Segundo o executivo, que participou nesta terça-feira (21) da conferência “O onshore brasileiro como vetor de integração energética”, no Mossoró Oil & Gas Expo, a feira é outra amostra do potencial potiguar no cenário previsto para os próximos dez anos da produção de petróleo. O evento, observa ele, é reflexo do momento positivo e das oportunidades que despontam em Mossoró e região a partir do novo momento vivido pelo setor no estado, que produz atualmente cerca de 42 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia).

“A gente vê essa feira e entende que, tudo que está acontecendo aqui, aponta para o fortalecimento do setor, para o aumento da produção, diferente da situação de oito anos atrás, por exemplo. A gente vê hoje empresas que aumentaram em até quatro vezes a produção, e isso é reflexo do bom momento do setor”, conclui.

Produção em dobro

De acordo com a expectativa de crescimento para a próxima década, a produção brasileira de petróleo passará dos atuais 200 mil barris de óleo equivalente ao dia (boe/dia) para algo em torno de 500 mil barris boe/dia. Áreas com produção já consolidada, como o Rio Grande do Norte, e outras com potencial ainda a ser explorado estão no radar da EPE como celeiro de oportunidades.

“Além da parte do RN, a gente entende também que na parte do Recôncavo, na parte da Bacia do Parnaíba tem todo um conjunto de oportunidades que convergem para o aumento na produção. A gente está falando do aproveitamento dos campos que estão aí, mas essa expectativa está contemplando a expansão, os novos poços. É um grande potencial que, naturalmente, dobrará a produção”, explica.

A conferência da qual participou Marcos Frederico aconteceu na Arena Petróleo e Gás teve a mediação de Pedro Alem, do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), e contou com a participação de Márcio Félix, presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo (Abpip) e George Câmara.

Transição

Uma palestra inaugural ministrada pelo ex-CEO da 3R Petroleum, Ricardo Savini, marcou a abertura da programação de conferências nas três arenas que integram o Mossoró Oil & Gas Expo, maior evento do onshore brasileiro. Na apresentação, o executivo alertou que “a indústria de óleo e gás terá papel predominante na transição”. Segundo Savini, o processo de transição energética com foco em uma economia de baixo carbono é tendência global. E, embora o foco desse sejam os combustíveis fósseis, ele acredita a indústria do petróleo ainda permanecerá forte por muito tempo.
O Mossoró Oil & Gas Expo é uma iniciativa do Sebrae no Rio Grande do Norte e Redepetro RN e segue até a próxima quinta-feira (23). O evento vai além das discussões em torno das temáticas debatidas nas conferências realizadas nas arenas Petróleo e Gás, Inovação e ESG.

Também integra a programação da feira o PetroSupply Meetings, encontros de negócios que aproximam empresas fornecedoras de bens e serviços do setor de petróleo e gás dos grandes players do segmento que estarão presentes no Moge. A grade de atividades do Mossoró Oil & Gas inclui ainda iniciativa voltada à área acadêmica, com a realização do Simpósio de Petróleo e Gás do Onshore Brasileiro, que, neste ano, está na quarta edição. O evento é realizado pela Ufersa.

Valor - SP   24/11/2023

Novo relatório calcula que os produtores precisariam chegar a 2030 com metade de seu orçamento de capital anual alocado a projetos de energia limpa se quiserem estar alinhados com o Acordo de Paris

Os gastos dos produtores de petróleo e gás em projetos de energia limpa deveriam representar metade do investimento total anual do setor em 2030 para que estejam alinhados às metas climáticas mundiais, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

O órgão, que atua como supervisor mundial na área energética, também advertiu as empresas de petróleo e gás que investem em novos projetos de captura de carbono que essa tecnologia não deve ser vista como um substituto para a redução de emissões e que ela "não pode ser usada para manter o status quo".

Os produtores de petróleo e gás representam apenas 1% do investimento mundial em energia verde e em 2023 destinaram a essa área US$ 20 bilhões, o equivalente a 2,5% de seu capital, segundo a AIE, de forma que precisariam realizar uma enorme reorientação estratégica de investimentos até 2030 para atingir as metas ambientais.

"A indústria de petróleo e gás está diante de um momento da verdade na COP28 em Dubai", disse o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol, referindo-se à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que começa no dia 30 de novembro.

"Com o mundo sofrendo os impactos de uma crise climática cada vez pior, continuar com os negócios como de costume não é social nem ambientalmente responsável."

A análise é a mais incisiva da AIE desde 2021, quando deixou a indústria dos combustíveis fósseis desconcertada ao sustentar que, para atingir as metas climáticas, não poderia haver espaço em seus planos para novos projetos de exploração de petróleo e gás.

A AIE foi fundada após o embargo de petróleo árabe de 1973 para dar assessoria em questões de segurança energética e conta com membros de países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como EUA, Reino Unido e Japão.

O novo relatório calcula que os produtores de petróleo e gás precisariam chegar a 2030 com metade de seu orçamento de capital anual alocado a projetos de energia limpa se quiserem estar alinhados com o Acordo de Paris sob o clima de 2019, que almeja limitar o aquecimento mundial médio a bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais ou, como meta ideal, a 1,5°C.

A British Petroleum afirma estar na liderança entre as grandes produtoras de petróleo que tentam reduzir as emissões. Informou que em 2030 cerca de 50% dos gastos de capital do grupo estariam destinados a negócios de "transição", o que inclui os postos de abastecimento com serviços de conveniência e carregamento de veículos elétricos.

No entanto, a empresa de combustíveis fósseis encolheu neste ano seus planos de redução de emissões e reduziu o ritmo de abandono da área de petróleo e gás, diante do aumento dos lucros com essas operações.

As duas superpetrolíferas dos EUA, Chevron e ExxonMobil, optaram por não investir em sua própria geração de energia renovável e, em vez disso, concentraram-se em tecnologias de baixa emissão de carbono, como as relacionadas ao hidrogênio, à captura e armazenamento de carbono e aos biocombustíveis.

A Chevron gastará apenas US$ 2 bilhões de seu orçamento total de gastos de capital, de US$ 14 bilhões, em investimentos na área de baixas emissões de carbono. A Exxon comunicou em dezembro que no total planeja gastar US$ 17 bilhões em iniciativas de menor emissão até o fim de 2027, enquanto os investimentos em bens de capital permaneceriam em US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões ao ano durante o período.

A Shell divulgou que planeja investir cerca de US$ 5 bilhões em média por ano entre 2023 e 2025 em energia de baixas emissões de carbono, em comparação com gastos de capital totais anuais de US$ 22 bilhões a US$ 25 bilhões em 2024 e 2025.

A francesa TotalEnergies da França pretende destinar 33% de seus gastos de capital entre 2023 e 2028, ou cerca de US$ 5 bilhões por ano, para investimentos considerados de baixo carbono.

Nos últimos dois anos, vários produtores de petróleo e gás encolheram os compromissos com energia limpa, em meio ao aumento nos preços do petróleo e gás e à preocupação quanto à segurança energética provocada pela invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia.

Birol disse que as empresas de petróleo têm se mostrado lentas em investir em energia limpa, pois "não veem que vão lucrar" com isso, mas argumentou que o retorno financeiro dos combustíveis fósseis é menos estável e apenas um pouco mais alto que o da energia limpa.

A AIE estimou que o retorno sobre o capital empregado na indústria de petróleo e gás foi de 6% a 9% entre 2010 e 2022, em comparação ao de 6% dos projetos de energia limpa.

As empresas precisavam "abandonar a ilusão de que quantidades incrivelmente grandes de captura de carbono são a solução", acrescentou Birol, com a AIE advertindo que as políticas atuais exigiriam uma quantidade "inconcebível" de 32 bilhões de toneladas de carbono sendo capturadas anualmente até 2050.

"A indústria precisa se comprometer a ajudar genuinamente o mundo a atender a suas necessidades energéticas e metas climáticas", disse.

Para Birol, continuar com os negócios como de costume não é social nem ambientalmente responsável — Foto: Jason Alden/Bloomberg

Valor - SP   24/11/2023

Segundo a reguladora, os estudos servirão como subsídio para conceder autorizações a empresas reguladas interessadas na atividade

A Agência Nacional da Petróleo (ANP) aprovou nessa quinta-feira (23) o início de estudos preliminares para identificar e mapear oportunidades para estocagem subterrânea de gás natural em áreas pertencentes à União.

Segundo a reguladora, os estudos servirão como subsídio para conceder autorizações a empresas reguladas interessadas na atividade.

Além do plano de estudos geocientíficos para o armazenamento de gás natural, a ANP também prevê implementar medidas como ampliar a oferta e o transporte de gás; promover ações que estimulem o novo mercado para elevar a competitividade; estimular atividades mais seguras e sustentáveis.

AGRÍCOLA

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   24/11/2023

Com o objetivo de apresentar um panorama e as principais tendências do mercado de máquinas agrícolas, o executivo Carlo Martorano, vice-presidente global de compras e materiais da Massey Ferguson e AGCO América do Sul, participou no dia 22 de novembro, do Painel “Perspectivas e Tendências 2024 – Máquinas Agrícolas e de Construção”, realizado em São Paulo no Congresso AutoData Perspectivas e Tendências.

O debate ainda contou com a presença de Thiago Wrubleski, diretor da CNHi e Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo Construction Equipment América Latina.

Martorano destacou que em 2023 a AGCO manteve o processo de evolução na linha de produtos investindo em tecnologia e qualidade para atender as necessidades dos diferentes perfis de produtores rurais especialmente impactados pelos desafios climáticos.

“Conseguimos manter o foco em inovação para tornar as tarefas na agricultura mais sustentáveis e que, ao mesmo tempo, trouxeram bons resultados de produtividade. Foi um imenso desafio diante das adversidades climáticas que tivemos especialmente na região Sul do país”, afirmou.

Para 2024, o executivo ressaltou que há previsão de leve queda nas vendas, porém crescimento em relação à média dos últimos 10 anos da indústria. Além disso, afirmou que a empresa está atenta para dar suporte para o produtor rural ser carbono neutro.

“Temos o compromisso de incentivar o produtor a reduzir e até zerar suas emissões, inclusive acabamos de ganhar o prêmio de Trator Sustentável do Ano 2024 na Agritechnica, maior feira de agricultura da Europa, com a máquina E 107 Vario, da Fendt. Trata-se de um trator movido 100% à energia elétrica com uma potência superior a 60 cv. Isso demonstra que investimos em tecnologia para fornecer as melhores soluções visando a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade do agronegócio”, disse.

Por fim, Martorano afirmou que integra um grupo de estudo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) que discute a participação da China no mercado agrícola brasileiro para que exista uma competição leal, já que no Brasil convivemos com a instabilidade no valor das commodities e na China, esse cenário é diferente.

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