Investing - SP 24/08/2023
O presidente-executivo da CSN (SA:CSNA3), Benjamin Steinbruch, afirmou nesta quarta-feira que a empresa não vai fazer uma oferta pelo grupo siderúrgico norte-americano US Steel, uma vez que o ativo é "muito grande" para os interesses da companhia, apesar do objetivo do grupo brasileiro em diversificar negócios nos Estados Unidos.
Steinbruch afirmou à Reuters durante conferência do Santander Brasil (BVMF:SANB11) que a CSN tem interesse em expandir presençanos EUA, mas que a empresa foca em ativos de menor porte.
"Nós não estamos interessados na US Steel. É um ativo muitogrande e estamos comprometidos com redução de alavancagem", disse Steinbruch. "Estamos interessados em ativos menores nosEstados Unidos", acrescentou, negando rumores do mercado de quea CSN tenha apresentado uma oferta pela US Steel.
A CSN vendeu uma usina siderúrgica nos EUA em 2018 para a Steel Dynamics por 400 milhões de dólares e ainda mantém uma usina na Alemanha, a Stahlwerk Thüringen (SWT), ondea empresa produz aço longo.
Os EUA são atualmente um destino importante para exportações de aço da CSN, mas isso tem sido limitado pela capacidade da usina siderúrgica da companhia em Volta Redonda, dedicada a atender o mercado interno, e por medidas de limitação àsimportações de aço pelos EUA tomadas pelo governo do ex-presidente Donald Trump em 2018.
A CSN terminou o segundo trimestre com alavancagem de 2,78 vezes após 1,31 vez um ano antes. A companhia tem meta de reduzir o endividamento para uma relação de 1,75 a 1,95 vezdívida líquida sobre Ebitda.
No começo deste mês, Steinbruch afirmou durante conferênciacom analistas após a publicação dos resultados do segundotrimestre que a CSN tem como opções um eventual IPO de suadivisão de cimentos e acertar uma parceria para sua unidade deenergia elétrica.
Money Times - SP 24/08/2023
O Itaú BBA revisitou a tese de investimento da CSN (CSNA3) para incorporar os resultados do segundo trimestre do ano e novas estimativas ao minério de ferro e à divisão de aço.
As projeções de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2023 foram cortadas em 6%, a R$ 10,4 bilhões. Para 2024, o resultado esperado é de R$ 9,7 bilhões, 1% menor que o modelo anterior.
O BBA aproveitou a atualização para introduzir o preço-alvo para 2024, de R$ 11, o que implica potencial de queda para a ação. Esse é o mesmo valor sugerido para o fim de 2023.
A recomendação de “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”) foi mantida sob a previsão de um yield (rendimento) de fluxo de caixa livre fraco após 2024, com a alavancagem ainda se mantendo como um importante fator a ser monitorado devido aos investimentos pesados esperados para a divisão de mineração.
Divisão de aço sob pressão
Analistas do BBA esperam que a divisão de aço permaneça sob pressão no segundo semestre de 2023, dado o cenário doméstico ainda difícil, marcado por preços menores e volumes fracos. Segundo a instituição, isso deve ofuscar a leve melhora no custo de caixa por tonelada.
Por outro lado, o BBA enxerga potencial para surpresas positivas relacionadas a custos se as taxas operacionais começarem a melhorar, “visto que a produção de aço no primeiro semestre de 2023 foi limitada por paradas para manutenção não programadas”.
“Estimamos Ebitda de R$ 2,4 bilhões para a divisão em 2023 (vs. R$ 2,8 bilhões anteriormente) e R$ 3,3 bilhões para 2024 (vs. R$ 3,4 bilhões antes)”, completa.
Para o segmento de mineração, o BBA acredita que a empresa entregará volumes resilientes e custos de produção menores no segundo semestre do ano. Mesmo com um cenário macro mais fraco para o minério de ferro, a instituição acredita que a CSN conseguirá entregar o topo do guidance de produção de 39-41 milhões de toneladas em 2023.
O Ebitda estimado para a divisão de mineração é de R$ 6 bilhões em 2023 e R$ 4,3 bilhões em 2024.
Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.
Investing - SP 24/08/2023
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado nesta quarta-feira, 23, o Itaú BBA manteve recomendação underperform, equivalente à venda, para as ações da CSN (BVMF:CSNA3), com preço-alvo de R$11. Segundo o banco, as divisões de siderurgia e de mineração devem continuar fracas e outros negócios devem ganhar relevância no futuro.
De acordo com os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Bárbara Soares, a alavancagem segue como ponto de monitoramento, com perspectiva de fluxo de caixa ainda desafiadora.
“Espera-se que a fraca geração de FCF da CSN após 2024 dificulte o processo de desalavancagem financeira”, reforçam.
A expectativa do banco é que a CSN reporte EBITDA de R$10,4 bilhões em 2023, 6% abaixo da projeção anterior, e de R$9,7 bilhões em 2024, 1% de diminuição frente ao esperado anteriormente.
O Estado de S.Paulo - SP 24/08/2023
Em meio a um ambiente de alto nível de importações de aço da China, o presidente e acionista da CSN, Benjamin Steinbruch, realizou encontros com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para articular ações de defesa comercial contra a entrada do aço chinês no Brasil.
Segundo o executivo, o último encontro com Alckmin foi recente. Há conversas regulares com o político para discutir medidas de defesa comercial contra a forte entrada de aço chinês, em meio a uma batalha do setor para garantir um ambiente competitivo mais favorável.
“Estamos pedindo essa atenção porque é necessário. Ele respondeu que está verificando a questão, mas essas análises ocorrem em um ritmo demorado”, disse Steinbruch ao Estadão/Broadcast.
O boletim da World Steel Association (WSA) mostra que mais de 52% do total de aço importado no Brasil é oriundo da China. O país asiático atingiu uma produção de 626,5 milhões de toneladas de aço bruto e deve fechar o ano com mais de 1 bilhão de toneladas de aço se o ritmo atual se mantiver, aponta o documento.
Na avaliação de Steinbruch, as exportações de aço chinesas estão chegando ao Brasil em função de o País não adotar medidas de restrição. “Com a China é difícil competir. Não faz sentido vendermos minério para a China e eles exportarem aço aqui”, afirmou o executivo. “Estamos pedindo essa atenção ao governo porque precisamos”, acrescentou.
Steinbruch ponderou ainda que a produção média de aço no Brasil é de 1,6 milhão de toneladas ao mês, enquanto que a China, no geral, tem capacidade para produzir, em um mês, cerca de 130 milhões.
Nesta quarta-feira, 23, o executivo participou do painel Perspectivas de Grandes Empresários para a Economia Brasileira durante a realização da 24° Conferência Anual Santander. Na palestra, o empresário sinalizou otimismo com o desenvolvimento econômico do Brasil.
Incerteza
Durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre da CSN, o diretor-executivo Luis Fernando Martinez havia mencionado que esperava uma restrição maior da produção siderúrgica chinesa a partir do segundo semestre deste ano, em função de dois fatores: o foco em diminuir o nível de poluição e por conta de pressão nas margens (diferença entre o custo de produção e o preço de venda).
Em entrevista recente ao Estadão/Broadcast, o diretor-executivo da Associação Latino-americana do Aço (Alacero), Alejandro Wagner, afirmou estar cético no curto prazo quanto a uma possível redução na produção do aço chinês impulsionada pelo combate à poluição. Apesar do posicionamento, o diretor avaliou o movimento como possível no longo prazo.
Em julho, o relatório da World Steel apontou que a China manteve os níveis de produção de aço em patamares elevados, com um acumulado de 90,8 milhões de toneladas no mês, valor 11,5% maior na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Valor - SP 24/08/2023
CEO e presidente do conselho de administração da companhia ponderou, no entanto, que o país precisa reduzir mais rapidamente o juro real
O Brasil está vivendo um bom momento e tem condições de atrair mais investimentos, mas precisa reduzir mais e mais rapidamente o juro real, disse nesta quarta-feira o CEO e presidente do conselho de administração da CSN, Benjamin Steinbruch. “Um juro de 10% continua sendo alto. A gente precisa ter juro mais compatível com a realidade do mundo”, comentou durante a 24ª Conferência Anual Santander.
Otimista com o Brasil, com os negócios do grupo e com os segmentos em que atua, o empresário disse ainda que não se surpreenderá se houver retomada nas emissões de bônus ou ofertas de ações (IPOs) nos próximos meses. “No começo do ano, estava menos pessimista que a maioria e agora estou um pouco menos otimista que a maioria”, afirmou. “Mas estou otimista. Acho que os negócios estão bem encaminhados, as reformas estão caminhando. As coisas estão melhores e não me surpreenderia se entre, outubro e novembro, houvesse emissão de bonds ou IPOs, antecipando o que era esperado para o primeiro semestre”.
Esse ambiente mais propício, explicou o empresário, deve-se ao fato de as empresas estarem bem estruturadas, de existir mercado relevante no país e de os preços terem caído de maneira geral, mesmo que eventualmente apertando um pouco mais as margens. Na outra ponta, indicou que está mais cauteloso em relação à alavancagem financeira, uma vez que os investidores, hoje, estão mais conservadores e querem correr menos risco do que antes.
“É preciso estar preparado porque haverá muitas oportunidades”, afirmou, acrescentando que a CSN foi bem sucedida nas últimas aquisições que fechou, citando especificamente energia e cimento. Na siderurgia, apontou, há muito espaço para crescimento, tendo em vista o atraso do país no consumo de aço — por aqui, consome-se o equivalente a metade da média mundial. Da mesma forma, há potencial de crescimento em cimento. “Na mineração, a questão é China e não acredito em China recessiva, acho que é um mercado crescente”, observou.
Para o empresário, o país precisa avançar também na reforma tributária e liberar recursos que estão em discussão na justiça (cerca de R$ 2,7 trilhões) para investir em crescimento. “Imaginem o que podemos fazer para o Brasil se conseguirmos de alguma forma desburocratizar e agilizar um assunto que tem interesse não só para nós, contribuintes, mas para o governo em si?”, afirmou.
— Foto: Claudio Belli/Valor
Exame - SP 24/08/2023
Maior empresa brasileira produtora de aço e uma das líderes globais na produção de aços especiais para o mercado automotivo, a Gerdau acaba de anunciar uma parceria inédita com o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, a etapa brasileira da maior e mais popular competição automobilística mundial.
A empresa será a fornecedora oficial de aço do evento, que acontece nos dias 3, 4 e 5 de novembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Sustentabilidade na F1
O produto será utilizado na modernização de estruturas do autódromo, que receberá o aço 100% reciclável da Gerdau seguindo parâmetros de sustentabilidade alinhados com as diretrizes do GP São Paulo de F1 e da própria Fórmula 1.
Dentre os novos equipamentos que serão instalados no autódromo, destaca-se um sistema fixo de estruturas em aço para a transmissão audiovisual da prova, abrangendo todo o circuito, e um megamastro que exibirá a bandeira brasileira. Todas as intervenções realizadas no equipamento esportivo ficarão de legado para a cidade de São Paulo e para os demais eventos que ocorrerão no local.
O anúncio foi realizado durante um evento na sede global da Gerdau em São Paulo, na manhã desta quarta-feira, dia 23, que contou com a presença de Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, Alan Adler, CEO do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, além de jornalistas e convidados.
“Estamos muito orgulhosos de fazer parte de um evento tão icônico para a cultura e o esporte brasileiro, como é o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1. A Gerdau, ao longo de seus 122 anos de história, acompanhou diversas transformações no setor automotivo e enxerga a parceria atual como uma grande oportunidade para promover a produção de aço 100% reciclável e de baixo carbono, oferecendo uma alternativa mais sustentável para um dos maiores eventos esportivos do mundo, que é o GP de São Paulo de Fórmula 1”, explica o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck.
Alan Adler, CEO do GP de São Paulo de F1, destacou as metas definidas pelo evento para redução de emissões de carbono. “Somos também agentes e disseminadores da cultura da sustentabilidade. Por isso, estamos muito contentes com a parceria que firmamos com a Gerdau, empresa que prioriza a economia circular, promovendo a reciclagem de material, e mitigando o impacto no meio ambiente. Tudo isso está em linha com as iniciativas do GP São Paulo para a preservação ambiental.”
Produção sustentável
Além de ser 100% reciclável, o aço da Gerdau tem uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa, de 0,89 t de COâ‚‚e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de COâ‚‚e por tonelada de aço.
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Como é o aço reciclável da Gerdau?
O aço Gerdau que estará presente no evento é resultado de um processo que engloba a cadeia da reciclagem de sucata metálica, envolvendo mais de 1 milhão de pessoas, incluindo catadores e cooperativas. A reciclagem, baseada no conceito da economia circular, também tem efeitos positivos na mitigação das mudanças climáticas: poupa recursos naturais, reduz o consumo de energia e a emissão de gases de efeito estufa.
“Essa parceria inédita com o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 é mais um passo na estratégia da Gerdau de produzir aços inovadores que ajudem nas soluções dos dilemas e problemas da sociedade. O aço Gerdau, que já é utilizado em diversas aplicações para o mercado automotivo, agora chega à etapa brasileira da categoria mais prestigiada e inovadora do automobilismo mundial”, conclui Werneck.
Vale destacar que a Gerdau é líder no fornecimento de aços especiais no mundo, insumo fundamental para a indústria automotiva, a partir da produção de aços com baixa pegada de carbono em suas unidades industriais no Brasil e nos Estados Unidos.
A empresa também é a maior recicladora de sucata da América Latina e produz aço emitindo menos da metade da média mundial de gases de efeito estufa em relação ao setor de aço, graças à sua matriz de produção sustentável, parcialmente baseada na reciclagem de sucata metálica.
IstoÉ Online - SP 24/08/2023
A propensão dos brasileiros ao consumo voltou a aumentar em agosto, impulsionada pelo freio na inflação no País, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,4% em relação a julho, descontados os efeitos sazonais, para 101,1 pontos, o maior patamar desde abril de 2015, quando havia alcançado 102,9 pontos.
O indicador retornou à zona de otimismo, acima dos 100 pontos, pela primeira vez em mais de oito anos, frisou a CNC. Em relação a agosto de 2022, o ICF subiu 23,1% em agosto de 2023.
Segundo a entidade, a pesquisa sinaliza uma retomada plena do otimismo das famílias em relação às suas perspectivas de consumo, com todos os subitens mostrando tendência de recuperação.
“Os resultados apontam um crescimento consistente da intenção de consumo desde janeiro de 2022, quando o índice voltou aos níveis anteriores à pandemia de covid-19, de 99,3 pontos”, observou a CNC, em nota.
Na passagem de julho para agosto, seis dos sete componentes do ICF registraram avanços: emprego atual (alta de 1,1%, para 125,0 pontos), renda atual (1,0%, para 118,7 pontos), nível de consumo atual (1,8%, para 85,6 pontos), perspectiva de consumo (0,7%, para 105,1 pontos), acesso ao crédito (2,2%, para 91,5 pontos) e momento para aquisição de bens duráveis (3,4%, para 63,4 pontos). O único componente com recuo foi o de perspectiva profissional (-0,2%, para 118,1 pontos).
“A inflação corrente caindo mais do que o esperado tem deixado os consumidores mais dispostos a consumir. Em julho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou uma inflação anual aproximadamente quatro vezes menor do que há um ano. Além disso, o consumidor sente maior segurança no emprego, com o mercado de trabalho apresentando alta nas contratações formais, mesmo que em menor intensidade”, ressalta a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, no relatório do indicador.
E ponderou: “Embora otimistas e com juros de mercado desacelerando, o endividamento ainda em nível elevado limita a capacidade de consumo e os efeitos benéficos da maior renda disponível. Tanto que 40 em cada 100 consumidores ainda indicam que estão comprando menos do que há um ano. Nesse contexto, as vendas no varejo têm demonstrado dificuldade de sustentar crescimento de forma uniforme entre os segmentos.”
No recorte por gênero, a pesquisa mostrou melhora na propensão às compras tanto entre os homens quanto entre as mulheres. A intenção de consumo dos homens subiu de 100,6 pontos em julho para 102,2 pontos em agosto, na zona de otimismo, enquanto a das mulheres cresceu de 97,9 pontos para 99,7 pontos, ainda no campo negativo (abaixo de 100 pontos), apesar do avanço.
“Do total de consumidoras, 41,2% apontam que estão mais seguras no emprego atualmente, e 10,6% afirmaram estar desempregadas. Entre os homens, 43,5% afirmam estar mais seguros no trabalho, e somente 7,8% apontam desocupação”, completou a CNC.
O Estado de S.Paulo - SP 24/08/2023
O dinheiro é o meio que viabiliza as trocas. Mas isso é pouco, pois também tem a capacidade de ser estocado, seja pelo medo do futuro ou mesmo por representar a forma mais líquida de riqueza, numa economia marcada pelo entrelaçamento de ativos e passivos entre pessoas, empresas e governos.
A taxa de juros emerge daí. Da mediação entre aqueles agentes que precisam de dinheiro e aqueles que o possuem e se dispõem a emprestar sua forma mais líquida de riqueza. Com a estruturação de economias complexas, com livre fluxo internacional de divisas e integração financeira, a taxa de juro alcançou a condição de ferramenta mais essencial da política econômica.
O Brasil passa por um momento de intensa discussão sobre a taxa de juro. O Banco Central (BC) do Brasil finalmente aceitou a realidade de que o juro básico de toda a economia (Selic) em 13,75% ao ano (a.a.) já não fazia sentido em meio à desaceleração econômica e à reversão das expectativas inflacionárias.
Com a estimativa média do mercado de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo de 4% em 2024, a Selic em 13,75% resulta em taxa real de juro de quase 10% a.a. Agora, com o valor de 13,25%, o juro real ainda está próximo de 9%.
Por que a taxa segue sendo estratosférica? O excelente texto do Relatório de Inflação de junho de 2023, do próprio Banco Central, pode qualificar o conceito e a discussão sobre a taxa de juros neutra. No box Taxas de juros neutras: evidência internacional, a definição está posta: “A taxa neutra é a taxa de juros real consistente com a economia em pleno emprego e a inflação na meta. Quando a taxa de juros real ex-ante da economia (...) está no mesmo nível da taxa de juros real neutra, a política monetária não é nem contracionista nem expansionista, a demanda cresce em linha com o crescimento potencial da economia e a inflação está na meta”.
Qual será esta taxa de juros neutra? O mesmo Relatório de Inflação do Banco Central, de março deste ano, aponta 4,0% a.a. para um período mais longo, apresentado em box do mesmo relatório de dezembro de 2021.
A literatura internacional discute os determinantes da taxa neutra de juro e identifica mudanças demográficas, desaceleração do crescimento da produtividade, aumento da desigualdade de renda e efeitos de políticas públicas como preponderantes. Todos esses elementos jogaram importante papel na forte tendência à queda da taxa neutra em economias desenvolvidas e emergentes, desde os anos 80 do século 20. Na ponta inversa, o crescimento das dívidas públicas pesa como elemento mais importante para aumentar a taxa.
Na comparação realizada pela autoridade monetária nacional acerca das estimativas de taxas neutras para outros países, uma perplexidade emerge. As taxas de Índia, Estados Unidos, Chile e Reino Unido variam entre 0,6% e 1,0% a.a. As taxas mais altas são as de México (2,6%) e Colômbia (2,0%). No caso do Brasil, a taxa é simplesmente 4,5%. Não há explicação para uma diferença desta.
Mas não para por aí. O relatório de março deste ano, a partir de diversos modelos, afirma que, para o Brasil, a taxa real de juros deve atingir 7% ao final de 2023, 5,6% ao final de 2024 e 4,8% ao final de 2025. Muito acima da taxa real neutra de 4% estimada pelo Banco Central, indicando uma forte posição contracionista da política monetária.
Mas qual a razão para tamanho juro real, tão acima da tal taxa neutra? E o que explica o juro neutro do Brasil ser tão maior que o da quase totalidade dos países?
Pior ainda, na literatura a taxa neutra de juros é aquela capaz de manter a inflação em linha com a meta e a “economia em pleno emprego”, como o relatório citado indica. Não parece ser essa a situação de nossa economia.
A realidade do trabalho no Brasil é diferente. Numa força de 107,6 milhões de pessoas, temos 8,6 milhões de desempregados, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, para o segundo trimestre de 2023. Muita gente não procura emprego pelo desalento e nada menos do que 13,1 milhões de trabalhadores no setor privado não têm vínculo formalizado pela assinatura de carteira de trabalho, enquanto 25,2 milhões são trabalhadores por conta própria e grandes “empreendedores por necessidade”, frequentemente muito endividados.
Uma sociedade democrática não pode aceitar tamanha obscuridade dos conceitos e modelos. Afinal, estamos tratando do preço mais essencial da economia, o preço que define se uma empresa vai investir ou não. Estamos falando do quanto tiraremos dos nossos tributos ou de efetivas políticas públicas para pagar os juros da crescente dívida pública, fortemente impactada pelos juros reais praticados pelo BC.
Para honrar sua autonomia, o Banco Central tem a obrigação de ao menos explicar como a taxa de juros neutra do Brasil é tão mais alta do que a dos outros países, assim como as razões de estimar a taxa real de juros em patamar tão acima da neutra no horizonte relevante de tempo. A não ser que a nossa autoridade monetária prefira ter súditos a cidadãos.
O Estado de S.Paulo - SP 24/08/2023
As agruras econômicas dos anos pós-pandêmicos têm ocasionado intensos debates intelectuais e sobre políticas. Algo com que quase todos concordam, porém, é que a crise pós-covid se assemelha muito pouco à crise financeira global de 2008. Mas a China — a segunda maior economia do planeta dependendo de como se calcula — certamente parece balançar à beira de uma crise muito parecida com a situação em que o restante do mundo se encontrou em 2008.
Eu não confio suficientemente no meu próprio entendimento sobre a China para julgar se o país vive seu momento Minsky, o ponto em que todos de repente se dão conta de que uma dívida insustentável é, de fato, insustentável. E de fato eu duvido que alguém — incluindo as autoridades chinesas — saiba responder essa questão.
Mas eu acho que nós somos capazes de responder uma pergunta mais condicional: se a China realmente passa por uma crise em estilo 2008, esta crise transbordará de alguma maneira importante para o restante do mundo? E a resposta é bastante clara: não. Por maior que seja a economia chinesa, os Estados Unidos estão pouco expostos financeiramente ou comercialmente aos problemas da China.
Antes de eu chegar aí, contudo, falemos sobre por que a China de 2023 se assemelha às economias do Atlântico Norte, tanto a americana quanto a europeia, em 2008.
A crise de 2008 foi ocasionada pelo estouro de uma enorme bolha imobiliária transatlântica. Os efeitos da bolha estourada foram amplificados por perturbações financeiras, especialmente o colapso dos ditos “shadow banks” — instituições que agiam clandestinamente como bancos, criando riscos de corridas a bancos mas prescindindo amplamente de regulamentações e das redes de segurança fornecidas a bancos convencionais.
E agora chega a China, com um setor imobiliário ainda mais inchado que o dos países ocidentais antes de 2008. A China também tem um enorme e altamente atribulado setor de shadow-banking; além de problemas peculiares, como dívidas enormes de governos locais.
A boa notícia é que a China não é como a Argentina nem a Grécia, que deviam quantias imensas a credores estrangeiros. A dívida em questão aqui é, essencialmente, de dinheiro que a China deve para si mesma. E deveria ser possível, em princípio, para o governo nacional resolver a crise por meio de alguma combinação entre resgates de devedores e abatimentos para credores.
Mas o governo da China tem competência suficiente para gerir o tipo de restruturação financeira que sua economia precisa? As autoridades chinesas têm determinação suficiente ou clareza intelectual para fazer o que é necessário ser feito?
Eu me preocupo especialmente com a segunda questão. A China precisa substituir o investimento imobiliário insustentável por maior demanda de consumo. Mas alguns relatos sugerem que autoridades chinesas mais graduadas continuam suspeitas em relação a gastos de consumo “supérfluos” e também resistem à ideia de “dar poder para os indivíduos tomarem mais decisões a respeito da maneira que eles gastam seu dinheiro”. E não é nada tranquilizador o fato das autoridades chinesas estarem respondendo à possível crise pressionando os bancos para emprestar mais, basicamente continuando a política que levou a China à situação em que ela se encontra.
Portanto, a China poderá entrar em crise. Se entrar, como isso nos afetará?
A resposta, até onde eu consigo perceber, é que a exposição dos EUA a uma possível crise chinesa é supreendentemente pequena.
Quanto os EUA têm investido na China? O investimento direto — que envolve controle — na China e em Hong Kong é de aproximadamente US$ 215 bilhões. Investimentos em carteira — basicamente ações e obrigações — estão na casa de pouco mais de US$ 300 bilhões. Então estamos falando de um total em torno de US$ 515 bilhões.
Este número pode parecer grande, mas para uma economia enorme como a nossa, não é. Considerem uma comparação. Neste momento, há muitas preocupações a respeito do setor imobiliário comercial dos EUA, especialmente em relação aos prédios de escritórios — que provavelmente encaram uma redução permanente na demanda em virtude do aumento no trabalho remoto. Bem, os prédios de escritórios dos EUA valem hoje cerca de US$ 2,6 trilhões, aproximadamente cinco vezes mais que o nosso investimento total na China.
Por que uma economia tão grande atraiu tão pouco investimento dos EUA? Basicamente, eu argumentaria, porque, dadas as arbitrariedades das políticas chinesas, muitos possíveis investidores temem a possibilidade da China se tornar uma armadilha de baratas: você consegue entrar, mas pode não conseguir sair.
Mas o que dizer da China enquanto mercado? A China é uma importante jogadora no comércio mundial, mas não compra muito dos EUA — apenas cerca de US$ 150 bilhões em 2022, menos de 1% do nosso PIB. Portanto uma crise chinesa não surtiria muito efeito direto na demanda por produtos americanos. O efeito seria maior em países que vendem mais para a China, como Alemanha e Japão, e algo poderia ricochetear nos EUA por meio das vendas a esses países. Mas o efeito geral ainda seria pequeno.
Uma crise na economia chinesa poderia até surtir um pequeno efeito positivo nos EUA, porque reduziria a demanda por matérias-primas, especialmente petróleo, o que possivelmente reduziria a inflação.
Nada disso significa que nós devamos aplaudir a possibilidade de uma recessão chinesa ou tripudiar sobre os problemas de um outro país. Mesmo que por razões puramente egoístas, nós devemos nos preocupar com o que o regime chinês poderá fazer para distrair a atenção de seus cidadãos dos problemas domésticos.
Infomoney - SP 24/08/2023
Os contratos futuros de minério de ferro ampliaram os ganhos nesta quarta-feira, com os preços na China subindo mais de 5%, à medida que crescia o otimismo em relação às perspectivas de demanda no maior produtor de aço do mundo, impulsionado em parte por medidas de apoio.
A falta de diretivas claras e novas por parte das autoridades chinesas para que as siderúrgicas reduzissem a produção e limitassem os volumes deste ano aos níveis de 2022, bem como a redução da oferta de sucata de aço e os baixos estoques, também sustentaram os preços do ingrediente siderúrgico.
O minério de ferro mais negociado para janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian, da China encerrou as negociações do dia com alta de 3,7%, a 817 iuanes (US$ 112,13) por tonelada, ampliando seus ganhos de um rali de 10 sessões para cerca de 14%. Mais cedo, o contrato chegou a subir 5,6%.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de setembro de referência do minério de ferro avançou 2,1%, para US$ 112,95 por tonelada, após atingir US$ 113,90, o maior nível desde 26 de julho.
Outros ingredientes siderúrgicos também avançaram, com destaque para o carvão metalúrgico e o coque na bolsa de Dalian ganhando 4,1% e 2,9%, respectivamente.
A contínua política de apoio da China à sua economia em crise e os atuais fundamentos da oferta e demanda alimentaram a recuperação generalizada do mercado ferroso, disseram os analistas.
“O mercado também é impulsionado pela ausência de diretivas governamentais para cortar a produção de aço”, disseram estrategistas de commodities da ANZ em nota.
A China produziu 626,51 milhões de toneladas de aço bruto entre janeiro e julho, um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa anterior era que Pequim continuaria a restringir a produção de aço este ano para limitar as emissões de carbono.
Diário do Comércio - MG 24/08/2023
A CNH Industrial está investindo neste ano US$ 18,5 milhões na planta de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O líder da Case – que é marca da CNH Industrial – para a América Latina, Carlos França, conta que parte dos aportes, US$ 10 milhões, foram para a ampliação e modernização da linha de tratores de esteiras. “No mês passado, passamos a ser a fonte global de abastecimento. Até então, eram duas, uma nos Estados Unidos e outra em Contagem, por uma decisão estratégica”, explica.
De acordo com ele, vários fatores foram levados em consideração na escolha do município para a concentração de linha de produção desse produto, entre eles a cadeia de suprimentos adequada para atender às novas demandas, logística de transporte e capacitação de recursos humanos. “Foi feito um estudo de viabilidade”, frisa.
O executivo diz que a produção dessa linha da Case está crescendo mês a mês e deve se estabilizar em 2024. Além de abastecer o mercado doméstico e da América Latina, a linha terá como destino os Estados Unidos, países da Europa e da Ásia.
Apesar de Contagem ter se tornado base mundial de trator de esteiras, não foram feitas novas contratações e o que aconteceu na unidade foi um remanejamento de colaboradores. A companhia informou que, se necessário, em 2024, quando a linha estiver funcionando de forma plena, podem acontecer contratações. A CNH Industrial tem aproximadamente 8,5 mil funcionários no Brasil. Em Contagem, são aproximadamente 1600 colaboradores.
O restante das inversões na fábrica – na casa dos US$ 8,5 milhões – são para a modernização da unidade, como robotização e otimização dos processos.
Lançamento
Ontem, durante o primeiro Case Eagle Day de 2023, foi feito o lançamento da nova retroescavadeira Case 580N Series 2HD, mais completa que o modelo anterior e que une a potência do novo motor CNH com a suavidade e a precisão nos movimentos, além de ter novos opcionais e mais conforto e segurança para o operador. Segundo França, tudo isso acaba impactando o aumento da produtividade para o cliente.
A retroescavadeira pode ser usada em obras da construção civil, projetos de infraestrutura, agricultura, governo e para o mercado de aluguel. “É uma máquina mais ágil, com melhor manobrabilidade para suas aplicações. Além disso, a conectividade vem de fábrica, com recursos de telemetria que permitem diferentes possibilidades de gerenciamento da frota em tempo real”, destacou.
O executivo explicou que o evento, que reuniu clientes e concessionários de todo o Brasil, apresentou o retorno das demandas ouvidas ao longo do ano. “Foram colhidos 200 argumentos, que foram categorizados entre reclamações, sugestões e elogios”, conta.
Ele acrescenta que há argumentos já conhecidos pela companhia, alguns são novos e chegam a ser utilizado na melhoria de produtos, inclusive com itens que passaram a ser de série. Uma das contribuições foi a adoção da tampa antivandalismo para o tanque de combustível de retroescavadeira.
Inauguração
Além do lançamento da retroescavadeira, durante o Case Eagle Day foi realizada a inauguração do Case SiteConnect Center – a central de dados da fábrica de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que dispõe de uma equipe de especialistas para dar todo suporte nas máquinas.
A empresa oferece um pacote de serviços conectados: o Case SiteConnect, que coloca o concessionário em contato direto com o cliente final para antecipar as manutenções de forma proativa e o Case SiteWatch para o próprio cliente monitorar as informações de sua máquina.
Neste ano, a Case passou a entregar 100% de suas máquinas conectadas, com recursos em telemetria. Com suporte em tempo real, é possível realizar a manutenção preditiva, identificação de problemas ou falhas iminentes, otimização do uso de combustível e análise de desempenho.
Infomoney - SP 24/08/2023
As vendas de moradias novas nos Estados Unidos subiram 4,4% em julho na comparação com junho, informou nesta quarta-feira (23) o Departamento de Comércio, ao ritmo anual sazonalmente ajustado de 714 mil. Analistas consultados pelo FactSet previam alta menor, de 1,4%.
Em junho, o ritmo anualizado de vendas de casas novas foi revisado, de 697 mil antes informado a 684 mil. No ritmo atual, o estoque de residências novas nos EUA seria vendido em 7,3 meses.
O Estado de S.Paulo - SP 24/08/2023
As incorporadoras que atuam no mercado imobiliário de baixa renda, listadas na B3, como Cury, Direcional, MRV, Plano & Plano e Tenda, mostraram alta generalizada de lucro no segundo trimestre, consolidando um movimento que tender a se prolongar nos próximos meses, segundo analistas e empresários.
A melhoria foi baseada no ganho de margem bruta, o que ocorreu graças à subida dos preços de vendas dos imóveis dentro do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e à estabilidade dos custos de construção. Pela frente, há um conjunto de fatores que deve melhorar ainda mais o poder de compra dentro do programa, abrindo espaço para expansão dos lançamentos e vendas, diluição de despesas e novos aumentos da margem.
Juntas, as cinco incorporadoras tiveram lucro líquido total de R$ 424 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 154 milhões no mesmo período de 2022. A receita líquida avançou 14,5%, para R$ 4,3 bilhões. Por sua vez, a margem bruta ajustada média saltou de 26,9% para 31,6%.
Na MRV, o preço médio de venda dos apartamentos chegou a R$ 227 mil no segundo trimestre, alta de 20% em um ano. Na Cury, atingiu R$ 278,3 mil, avanço de 16,7%. E na Tenda foi a R$ 203 mil no trimestre, alta de 15% no mesmo período, chegando a R$ 210 mil no mês de julho com os novos incentivos ao MCMV. Segundo as empresas, esse movimento continuará.
A iniciativa consolida um processo de recuperação da rentabilidade, que havia sido afetada pela disparada dos preços de materiais de construção principalmente ao longo de 2020 e 2021, afirmam analistas.
“O aumento da margem já é resultado das novas vendas. As empresas têm conseguido subir os preços de modo consistente, enquanto o cenário de custos também está mais benevolente”, diz a analista de mercado imobiliário do Santander, Fanny Oreng, em entrevista ao Estadão/Broadcast. “Estamos vendo uma recuperação de margem de empresas que sofreram muito na pandemia e estão voltando aos patamares históricos e sustentáveis. E essa tendência vai continuar.”
Vale lembrar que as incorporadoras deste segmento não têm correção dos contratos de venda dos imóveis pela inflação, pois o repasse do cliente para o financiamento bancário acontece ainda na planta. Por isso, a margem cai quando o orçamento da obra supera o previsto, conforme visto nos trimestres anteriores. A solução, em geral, foi represar lançamentos e subir o preço das novas vendas. Deu certo, segundo analistas.
“Os números dos balanços são resultado da inflação controlada e da melhora dos parâmetros do Minha Casa Minha Vida (MCMV). São ventos de cauda que vão durar”, afirma o analista André Mazini, do Citi. “Está claro que a trajetória de progressão da margem deve ser de crescimento. Olhando para frente, as novas vendas têm perspectiva de mais crescimento de preço dadas as novas benesses do programa”, complementa Hugo Grassi, também do Citi.
Expansão de lançamentos e vendas
O sócio e presidente da consultoria Brain Inteligência Estratégia, Fábio Tadeu Araújo, avalia que as condições de mercado estão extremamente favoráveis para a expansão dos lançamentos e das vendas no curto prazo. “Vemos indícios de um fortíssimo crescimento do Minha Casa Minha Vida. A probabilidade de crescimento nos próximos 12 meses é superior 20%, com uma boa possibilidade de alta acima dos 30%”, estima.
Uma das razões é que o setor foi turbinado pelo atual governo. Um dos pontos foi a subida do limite de preço das unidades do programa MCMV para R$ 350 mil em todo o território nacional. Até então, o teto era de R$ 264 mil em apenas três capitais (São Paulo, Rio e Brasília) e ficava abaixo disso nas demais cidades.
Isso permitirá às construtoras continuar a subir os valores de vendas e ganhar margem. O programa também baixou juros e aumentou os subsídios para a compra de moradias, garantindo que haverá poder de compra dos consumidores.
Outro passo importante foi a elevação em R$ 28,8 bilhões do orçamento do FGTS para o MCMV em 2023, passando para R$ 96,9 bilhões. “Este será o maior orçamento em termos reais da história do FGTS para habitação”, enfatiza Araújo.
Pela frente, existem outros catalisadores. A Caixa Econômica Federal passou a conceder financiamento com recursos do FGTS em um prazo de até 35 anos em vez de 30 anos. Isso ajuda a diluir o valor da parcela e representa um aumento do poder de compra dos mutuários.
A medida já estava prevista em lei desde o início deste ano, mas o banco só fazia isso para clientes com situação financeira mais folgada, o que não passava de 10% dos empréstimos. Após mudanças nos parâmetros, esse patamar está passando de 50%, de acordo com relatos de construtoras.
Por fim, outro impulso deve vir ainda em novembro, com a implementação do ‘FGTS Futuro’ pela Caixa. Essa medida também já deveria ter entrado em vigor no começo do ano. Quando colocada em prática, permitirá que os recursos a serem recebidos pelos trabalhadores no fundo possam entrar no cálculo da capacidade de pagamento ao financiar um imóvel pelo programa. Haveria, portanto, um aumento nessa capacidade de pagamento de aproximadamente 8% - o valor depositado na conta do trabalhador do fundo mês a mês.
Captação de recursos em Bolsa
As perspectivas mais favoráveis para o segmento ajudam a explicar o sucesso das emissões subsequentes de ações (follow on) pelas empresas do setor. A MRV captou R$ 1 bilhão e a Direcional, R$ 430 milhões. Depois, Plano & Plano e Tenda anunciaram intenção de fazer emissões de até R$ 500 milhões e R$ 250 milhões, respectivamente. A Cury, que é forte geradora de caixa, não manifestou intenção de seguir esse caminho até o momento.
Valor - SP 24/08/2023
Evento na B3 ocorre duas semanas após a conclusão da privatização da Copel
Ratinho Júnior, governador do Paraná: “É o maior programa de concessão de rodovias dos Estados Unidos para baixo” — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), desembarca em São Paulo nesta sexta-feira (25) para acompanhar a realização do leilão do primeiro lote de concessão de rodovias no Estado, evento programado para ocorrer às 14h na sede da B3.
A expectativa é de uma disputa entre dois grupos. Vence a empresa ou o consórcio que oferecer a menor tarifa para os pedágios na abertura dos envelopes.
O lote em disputa diz respeito a 473 quilômetros de rodovias federais e estaduais em Curitiba, na região metropolitana e nas áreas Centro-Sul e Campos Gerais do Paraná.
Quem vencer receberá licença para operar por 30 anos e deverá investir pelo menos R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427. Há ainda mais R$ 5,2 bilhões de custos operacionais.
O evento marca a estreia de um ambicioso pacote de concessões de rodovias no Estado que vem sendo propagandeado pelo governador como “o maior programa de concessão de rodovias dos Estados Unidos para baixo”. Trata-se de um programa dividido em seis lotes com projetos de investimentos que somam R$ 50 bilhões.
A próxima etapa, com abertura de envelopes também na B3 nos mesmos moldes da disputa desta sexta, está marcado para o dia 29 de setembro. Nesse segundo lote serão concedidos mais 605 quilômetros de trechos que passam por Curitiba, litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro. Engloba as rodovias federais BR-153, BR-277 e BR-369 e as estaduais PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855.
Os lotes seguintes (3, 4, 5 e 6) ainda estão em fase de análise pelo Tribunal de Contas da União. Os leilões serão desencadeados, segundo o governador, ao ritmo das liberações por parte do órgão. No total, serão 3,3 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada, um terço disso de rodovias estaduais.
Em entrevista ao Valor, Ratinho elegeu o pacote de concessões de rodovias como o mais relevante de sua gestão em razão da necessidade de aumento da capacidade de carga no Estado, pressão exercida pelo crescimento industrial e agrícola.
O segundo item em grau de relevância, segundo avaliação do governador, foi a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel), concluída no dia 8.
A operação, que excluiu do governo do controle societário da companhia, movimentou pelo menos R$ 4,5 bilhões na B3. “Ali foi importante porque permite à Copel sair das amarras que são impostas às estatais, o que limitava a companhia para competir. Hoje a Copel é a quinta maior empresa de energia do país. Com a privatização, tem potencial para se tornar a terceira”, disse.
Na agenda de privatizações e concessões do Estado, o governador destaca ainda a chamada Ferroeste, um projeto de 1.300 quilômetros de ferrovias com previsão de R$ 50 bilhões de investimentos ao longo de aproximadamente 15 anos - “o único projeto férreo estadual que entrou no PAC”, exalta - e um conjunto de Parcerias Público Privadas (PPPs) na área de saneamento.
Agência Brasil - DF 24/08/2023
A Petrobras Transporte (Transpetro) pretende lançar em janeiro do ano que vem edital para a contratação de 25 navios que serão construídos no Brasil, para ampliar sua frota própria. O anúncio foi feito pelo presidente da companhia, Sérgio Bacci, na abertura da Navalshore 2023, no Rio de Janeiro. Os objetivos são atender prioritariamente à holding Petrobras, contribuindo para reduzir custos de afretamento, e fortalecer o protagonismo da Transpetro na retomada da indústria naval brasileira.
Bacci disse que para tornar a indústria mais forte, é necessária uma política de Estado de longo prazo, que inclua linhas de créditos acessíveis, regras adequadas de conteúdo local e encomendas públicas e privadas perenes. “Estamos desenvolvendo, em conjunto com a Petrobras, o programa TP 25, que prevê a contratação de pelo menos 25 embarcações para cabotagem, apoiando dessa forma a geração de encomendas de médio e longo prazo no Brasil”, explicou.
Negócios
A Transpetro pretende levar sua expertise em logística e estimular potenciais parcerias na busca por novos negócios. A companhia negocia atualmente a assinatura do primeiro memorando de intenções internacional com a Suriname's National Energy, Oil and Gas Company (Staatsolie), estatal daquele país, para avaliar as possibilidades de negócios. Bacci destacou que a companhia pode ser um ator importante para apoiar países que estão se desenvolvendo na questão logística. “Vamos buscar novos clientes no Brasil ou no exterior. Estamos conversando com representantes da Argentina e da Guiana, entre outros países”.
Infomoney - SP 24/08/2023
Os estoques de petróleo dos Estados Unidos caíram 6,134 milhões de barris na semana encerrada no dia 18 de agosto, para 433,528 milhões de barris, informou nesta quarta-feira (23) o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). A queda veio acima da previsão de recuo de 2,4 milhões de barris projetada pelos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
Os estoques de gasolina subiram 1,468 milhão de barris, a 217,626 milhões de barris, ante expectativa de baixa de 500 mil barris. Já os estoques de destilados subiram 945 mil barris, a 116,688 milhões de barris, quando se esperava alta de 200 mil barris.
A taxa de utilização das refinarias nos EUA caiu de 94,7% na semana anterior a 94,5% na mais recente, segundo o DoE. A previsão era de 95,1%.
Já os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing caíram 3,133 milhões, a 30,669 milhões de barris. A produção média diária de petróleo no país subiu de 12,7 milhões para 12,8 milhões na semana mais recente.
Valor - SP 24/08/2023
O barril do petróleo WTI com entrega prevista para outubro recuou 0,94%, a US$ 78,89 (menor valor de fechamento desde 26 de julho), e o do Brent para o mesmo mês cedeu 0,98%
O petróleo fechou em baixa próxima de 1% nesta quarta-feira (23), pressionado por preocupações quanto à demanda global após os índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e de economias europeias virem piores que o esperado nas leituras preliminares de agosto medidas pela S&P Global.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para outubro recuou 0,94%, a US$ 78,89 (menor valor de fechamento desde 26 de julho, segundo levantamento da FactSet). Já o barril do Brent, a referência internacional, para o mesmo mês cedeu 0,98%, a US$ 83,21.
Nos EUA, o PMI composto — que engloba os setores de serviços e indústria — caiu 50,4 pontos em agosto, enquanto o da zona do euro recuou a 47 pontos. Já no Reino Unido, houve baixa para 47,9 pontos. Leituras abaixo de 50 pontos indicam contração da atividade econômica.
“Embora o mercado permaneça em um déficit moderado de oferta por enquanto, as preocupações com a demanda continuam a pesar sobre os preços futuros”, disse Robbie Fraser, gestor de pesquisa e análise global da Schneider Electric.
Estoques nos EUA
No fim da manhã desta quarta, a forte queda de 6,134 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA deu algum apoio aos contratos futuros, que limitaram as perdas. No entanto, a inesperada alta nos estoques de gasolina moderou o ímpeto positivo.
“O mercado de petróleo irá permanecer apertado no curto prazo e, a menos que observemos uma redução prolongada na demanda, os preços provavelmente encontrarão um lar acima do nível de US$ 80”, projeta Edward Moya, analista-sênior de mercados da Oanda.
Segundo ele, o próximo teste da commodity energética será a resposta do dólar ao Simpósio de Jackson Hole do Federal Reserve (Fed), que começa amanhã e contará com um discurso do presidente da autoridade monetária americana, Jerome Powell, na manhã de sexta-feira (25).
“Se uma fraqueza do dólar emergir de Jackson Hole, isso poderá ser o catalisador para mandar o petróleo de volta às máximas do mês passado”, diz Moya.
TN Petróleo - RJ 24/08/2023
Em relação ao novo projeto de plataforma do tipo FPSO para os campos de Barracuda e Caratinga, a Petrobras esclarece que a unidade é uma das seis já previstas dentro do Programa de Renovação da Bacia de Campos. Os dois primeiros FPSOs – Anita Garibaldi e Anna Nery – começaram a produção de óleo em 2023.
Dentro da governança da Petrobras, em fases de evolução de maturidade do projeto, foi definido em setembro de 2022 pela de contratação de um FPSO afretado, e a partir dessa definição foram estabelecidas as bases para a estratégia da contratação. Cumpre esclarecer os campos de Barracuda e Caratinga fazem parte da chamada Rodada Zero da ANP, onde não há exigência legal de conteúdo local. A Petrobras cumpre as exigências de conteúdo local, bem como todas as normativas pertinentes, estabelecidas pela ANP nos contratos de Concessão e Partilha de Produção para a contratação de todas as suas unidades de produção.
É importante destacar que o cancelamento do processo licitatório teria consequência direta de atraso do projeto, com prejuízo para a Petrobras e para o Brasil, com o respectivo diferimento ou perda de rendas oriundas de tributos e royalties. Adicionalmente, inviabilizaria o atendimento dos compromissos assumidos com a ANP em termos extensão da concessão.
A Petrobras entende ainda que há um desafio expressivo já posto para a indústria nacional. A demanda de fabricação de módulos de FPSO previstos na carteira de projetos da companhia, para entrada em operação até 2028, supera a demanda histórica da indústria naval, considerando o atendimento ao conteúdo local previsto nos contratos de concessão, partilha e cessão onerosa. Para além disso, a empresa identifica um valor na disponibilidade de uma cadeia local de fornecedores de bens e serviços, incluindo manutenção e descomissionamento, aptos a atender à demanda da empresa com preços competitivos, inclusive assegurando maior resiliência no cumprimento de seu Planejamento Estratégico num cenário de rearranjo geográfico de cadeias produtivas globais.
Portanto, a Petrobras reconhece a necessidade de apoio à indústria local para atendimento a essa carteira e a empresa está em diálogo constante com governo, entidades de classe e fornecedores, através de grupos de trabalho que foram criados em 2023. Através desses grupos, estão sendo elaboradas de forma conjunta, medidas necessárias para que a indústria nacional possa gerar emprego e renda para o país e possa atender aos prazos requeridos pelos projetos da Petrobras.
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