Construção Latino-americana - SP 24/07/2023
Para abrir as comemorações, no dia 10 de julho, ocorreu na sede da ArcelorMittal um painel com CEOs de empresas de destaque em inovação no país. “A importância da inovação aberta para a competitividade das empresas” contará com as presenças de Jefferson De Paula (presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Longos e Mineração LATAM), Bruno Lasansky (CEO da Localiza&CO) e Eduardo Fischer (CEO da MRV&CO). A mediação ficou a cargo de Luis Gustavo Lima, da ACE Cortex.
A atuação do Açolab, primeiro laboratório de inovação aberta da indústria do aço no mundo, está focada em aumentar a competitividade da ArcelorMittal, viabilizando novos negócios e projetos de alto valor agregado em parceria com as startups e o ecossistema de inovação. Nestes cinco anos, o hub está conectado a mais de 23 mil agentes do ecossistema de inovação aberta do país – entre eles 6.850 startups e diversas universidades, centros de pesquisa e outras empresas.. “Apesar do pouco tempo, a trajetória do Açolab já é caracterizada pelo pioneirismo, bons resultados e fortalecimento do ecossistema de startups, com envolvimento de clientes e parceiros”, destaca Rodrigo Carazolli, Gerente Geral de Inovação e Açolab na ArcelorMittal.
No evento, também acontecerá o lançamento do podcast sobre inovação e tech do Açolab, conduzido pelo jornalista Thassius Veloso. ““Nosso objetivo é aproximar cada vez mais a ArcelorMittal do público externo. Até o final do ano, serão 10 episódios e o entrevistado da primeira edição será anunciado durante o evento”, completa Carazolli.
Mais sobre o Açolab: O espaço já desenvolveu novos processos, metodologias, conexões e estratégias de engajamento que favoreceram a realização de diversas iniciativas de inovação envolvendo startups, associações, universidades, centros de pesquisa, clientes e empregados.
Em 2021, a ArcelorMittal lançou o Açolab Ventures, fundo de gestão para acelerar startups e o seu ecossistema que está investindo mais de R$ 100 milhões, preferencialmente do Brasil e também da América Latina. A ArcelorMittal busca empresas que com soluções relacionadas à construção civil, experiência do cliente, matérias-primas, canais de venda, logística, produtividade, redução de custo e eficiência ambiental. A estratégia do fundo é identificar startups que tenham solução validada e que desenvolvam novos negócios, produtos e serviços ou incorporem novas tecnologias para aumentar a competitividade e enriquecer a proposta de valor da cadeia da ArcelorMittal.
Desde o anúncio da criação do fundo, mais de 1300 startups já foram analisadas. Até o momento, o Açolab Ventures, que é gerido pela Valetec Capital, aplicou recursos em quatro startups: Sirros (IoT), Beenx (energia) e Agilean e Modularis Offsite Building, ambas do setor da construção civil.
Diário do Aço - MG 24/07/2023
Teve início nesta sexta-feira (21) uma nova rodada da pesquisa semestral com o objetivo de acompanhar a evolução das ações desenvolvidas pela Usiminas para a qualidade de vida e temas ambientais, em especial, o trabalho para redução do material particulado da Usina de Ipatinga. A informação foi divulgada pela empresa.
A escuta está na oitava rodada e deverá ter duração de dez dias junto à comunidade de Ipatinga, com moradores dos bairros próximos à Usina: Bela Vista, Bom Retiro, Cariru, Castelo, Centro, Das Águas, Ferroviários, Horto, Iguaçu, Imbaúbas, Novo Cruzeiro e Vila Ipanema.
Os moradores serão visitados por pesquisadores da empresa CP2, de Belo Horizonte, que estarão devidamente identificados.
Petro Notícias - SP 24/07/2023
A indústria de aço deve passar por situações distintas em diferentes mercados no médio prazo. De acordo com a Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), o consumo global do produto deve crescer 2,3%, ainda afetado pela inflação persistente e altas taxas de juros. Para 2024, a entidade prevê que a maioria das regiões verá uma aceleração no consumo, exceto a China, resultando em crescimento global de aço de 1,7%. Porém, a América Latina está ingressando em um período de desafios em virtude de fracas perspectivas de crescimento e incerteza política. “A demanda por aço contraiu em todos os países da região em 2022, chegando a 68,7 milhões de toneladas (-8,5%). Todos os setores devem ter um crescimento moderado, e a demanda por aço deve crescer em 2023 e 2024 (1,1% e 2,7%, respectivamente)”, estimou o diretor-executivo da Alacero, Alejandro Wagner. Especificamente sobre o Brasil, a demanda de aço no país em 2022 caiu expressivamente (10,6%) e as projeções para 2023 e 2024 são moderadas. “As altas taxas de juros, as dívidas das famílias e o enfraquecimento do mercado de trabalho suprimirão as atividades de construção, bem como a demanda por bens duráveis em 2023 [no Brasil]”, avaliou Wagner. O diretor da Alacero também mostra preocupação com o excesso de capacidade de produção de aço, em especial o da China. “Esse é um cenário muito preocupante, pois os chineses podem exportar quando há queda no mercado, o que afeta a América Latina”, frisou. “A principal consequência do excedente produtivo chinês é o combate com a manufatura nacional de forma desleal, tendo em vista as práticas predatórias de comércio e preços depreciados”, concluiu.
Para começar essa entrevista, seria importante fazer um rápido retrospecto sobre o atual quadro de excesso de capacidade de produção de aço em todo o mundo, comparando também com informações sobre a demanda global por aço. Ao que se deve esse excesso?
A nível global, a capacidade produtiva no setor alcançou um total de 2,463 bilhões de toneladas em 2022. A produção efetiva, por sua vez, chegou a 1,885 bilhão de toneladas, resultando em um excedente produtivo de 578 milhões de toneladas. Esses dados revelam a capacidade significativa da indústria em atender à demanda mundial.
Na América Latina, a capacidade produtiva foi de 105,9 milhões de toneladas no mesmo ano, com uma produção efetiva de 62,1 milhões de toneladas e um excedente produtivo de 44 milhões de toneladas. Embora a região represente apenas 3,3% da produção global, seu excedente produtivo corresponde a 7,6% do excedente total em nível mundial. Isso indica que a América Latina desempenha um papel importante no equilíbrio da oferta e demanda global.
No entanto, a China se destaca como o principal ator da indústria. Com uma capacidade produtiva de 1,149,9 bilhão de toneladas e uma produção efetiva de 1,018 bilhão de toneladas em 2022, a China gera um excedente produtivo de 44 milhões de toneladas. Isso representa 54% da produção global e um significativo 22,8% do excedente produtivo mundial. A influência da China no mercado global é inegável, demonstrando sua posição dominante na produção e no abastecimento da demanda. Assim, a China corresponde a mais da metade da produção com quase ¼ do excedente produtivo, consumindo muitas matérias-primas, como minério de ferro e carvão, para produzir esse aço. Esse é um cenário muito preocupante, pois os chineses podem exportar quando há queda no mercado, o que afeta a América Latina.
Quais as consequências desse excedente chinês para o mercado, sobretudo para os países da América Latina? Isso traria algum impacto para os preços?
O excedente produtivo da China e sua capacidade de comprar commodities de países latino-americanos levam à exportação de produtos industrializados para a região a preços abaixo do mercado, o que causa a desindustrialização e primarização da economia local. Isso implica na manutenção ou aumento das vendas de produtos básicos e na perda de produção de bens industrializados, afetando a geração de valor agregado e empregos.
A posição dominante da China na produção global de aço continuará a representar desafios para a indústria regional, que também busca tornar-se mais sustentável para cumprir metas globais de redução de emissão de carbono.
Especificamente sobre o Brasil, qual a principal consequência desse excesso?
A principal consequência do excedente produtivo chinês é o combate com a manufatura nacional de forma desleal, tendo em vista as práticas predatórias de comércio e preços depreciados. Assim, reconhecemos o importante papel do Instituto Aço Brasil (IABr) em trabalhar pela implementação de medidas de defesa comercial. Assim, o IABr e a Alacero seguem lutando juntos por nossas indústrias nacionais.
Quais mecanismos o Brasil e a América Latina deveriam adotar para manter a competitividade do aço produzido localmente? Como lidar com a ameaça às vendas de aço produzidas na região?
Primeiramente, a região deve continuar realizando um controle comercial a fim de impedir entrada de produtos por dumping, realizar ajustes fiscais e estruturais que sustentem a competitividade perante os mercados externos e fomentar o comércio intrarregional a fim de tornar a América Latina menos suscetível às interferências dos mercados asiáticos e outros blocos comerciais, no que tange às importações.
A partir dessas ações, buscamos diminuir as assimetrias competitivas, como custos com obrigações fiscais, de logística, recursos humanos e financiamentos. No Brasil, por exemplo, vemos que o alto “Custo Brasil” impacta em um crescimento mais moderado e perda de competitividade, e é esse monitoramento que fazemos perante as principais economias latino-americanas, com o objetivo de ampliar a nossa competitividade.
Poderia apresentar, em linhas gerais, as previsões da Alacero sobre oferta, preço e demanda por aço no Brasil no restante de 2023 e em 2024?
Devido às regras da nossa Associação, não pontuamos a respeito de preços. Contudo, para 2023, espera-se uma retomada do consumo global com crescimento de +2,3%, ainda afetado pela inflação persistente e altas taxas de juros. Já para o ano seguinte, 2024, a maioria das regiões experimentará aceleração no consumo, exceto a China, resultando em crescimento global de aço de +1,7%.
A América Latina está entrando em um período desafiador, com fracas perspectivas de crescimento e incerteza política. A demanda por aço contraiu em todos os países da região em 2022, chegando a 68,7 milhões de toneladas (-8,5%). Todos os setores devem ter um crescimento moderado, e a demanda por aço deve crescer em 2023 e 2024 (1,1% e 2,7%, respectivamente).
Sobre o Brasil, o Instituto Aço Brasil pode comentar melhor e as perspectivas deles também estão disponíveis neste link. No entanto, de maneira breve, a demanda de aço do Brasil caiu substancialmente em 10,6% em 2022 devido à produção lenta e à redução de estoque. As perspectivas para 2023-2024 são moderadas devido à política monetária restritiva e à incerteza fiscal. As altas taxas de juros, as dívidas das famílias e o enfraquecimento do mercado de trabalho suprimirão as atividades de construção, bem como a demanda por bens duráveis em 2023. O setor automotivo brasileiro aumentou a produção em 5,4% em 2022, com forte crescimento das exportações de 27,8%, embora o mercado interno estivesse fraco. O setor automotivo perdeu força no início de 2023; espera-se um fraco crescimento de 2,2%, com uma nova melhoria suave esperada em 2024.
Por fim, muitos dos nossos leitores são membros do setor de óleo e gás do Brasil. Poderia falar do peso dessa indústria atualmente na demanda por aço?
Os setores de óleo e gás são importantes parceiros na indústria, principalmente na indústria do aço. Ao mesmo tempo que fazem parte da nossa cadeia de abastecimento de energia, também fazem parte como setores consumidores. Como por exemplo no caso dos tubos sem costura, utilizados para transferência de insumos nestes setores.
O setor de petróleo em 2022, cresceu nas maiores economias da região, principalmente na Argentina (+12,6%), Peru (+5,6%), Brasil (+4,0%) e Colômbia (+2,4%). A exceção ficou com o México que recuou 2,5% no ano. No mesmo ano, o setor de gás também apresentou forte crescimento, com aumento no Peru (+20,5%), Argentina (+6,8%), Brasil (+3,1%) e México (+1,3%). A Colômbia, entretanto, apresentou queda de 8,3% em 2022.
Assim, ao observar a demanda por aço na região cresceu junto com esses setores e, no caso dos tubos sem costura, cresceu 23,6% em 2022, chegando a um consumo de 1,14 milhão de toneladas. Em 2023, até abril, já foram consumidas 380 mil toneladas, representando um crescimento acumulado de 12,5% frente ao mesmo período do ano anterior.
IstoÉ Dinheiro - SP 24/07/2023
Se o desempenho do Brasil no comércio internacional fosse tema de debate de grupos de amigos no WhatsApp, poderia se dizer que a balança comercial fez o L no primeiro semestre deste ano. Um inusitado alinhamento dos astros econômicos — com alta das exportações e baixa das importações, em um ambiente de dólar em queda — tem favorecido o Brasil no cenário global nos últimos meses, com números recordes.
A queda da moeda americana, acumulada em 9,27% na primeira metade do ano, não impediu que as exportações atingissem US$ 165,7 bilhões de janeiro a junho, variação de 1% sobre o mesmo período do ano passado, segundo a Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas este 1% não é o mais que chama a atenção.
Como as importações somaram US$ 120,6 bilhões (queda de 7,1% em relação ao mesmo período do ano anterior), o saldo da balança comercial ficou em US$ 45,1 bilhões, alta de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior. Só em junho, com exportações de US$ 30,1 bilhões e importações de US$ 22 bilhões, o superávit da balança alcançou US$ 10,6 bilhões, valor recorde para o mês em toda a série histórica, iniciada em 1997.
O Brasil tem conseguido melhorar sua performance na corrente internacional de comércio apesar da forte volatilidade do dólar
O principal motor da performance do País mundo afora continua sendo o agro. No primeiro semestre, a soja respondeu por 20% de tudo que o Brasil embarcou para o exterior. Logo em seguida vieram petróleo e seus derivados (11,3%) e minério de ferro (8,2%). Já os principais produtos importados foram óleos combustíveis de petróleo (7,1%) e fertilizantes (5,8%).
Mesmo nos produtos de maior valor agregado, de softwares a aviões, o cenário é positivo. A Embraer é um exemplo. Depois de uma alta de 12,7% no ano passado, a empresa espera aquecimento ainda maior das exportações neste ano. Em seu anúncio de resultados, a companhia afirmou esperar que a receita líquida fique entre US$ 5,2 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2023, o que representaria crescimento de até 27%.
Ao longo de 2023, a Embraer deverá entregar de 65 a 70 jatos, contra 57 no ano passado, enquanto as vendas também devem apresentar forte desempenho, já que a demanda por viagens tem se recuperado da pandemia. A companhia espera restaurar a carteira de pedidos ao nível anterior a 2020.
Empresas exportadoras sentiram menos a volatilidade do dólar pela percepção de menor risco
Na avaliação da pesquisadora Andreza Aparecida Palma, da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), do Ipea, o desempenho das companhias exportadoras não foi prejudicado pela volatilidade do câmbio em função da percepção de menor risco.
O mesmo vale para empresas do agronegócio. O valor máximo do dólar neste ano foi em 4 de janeiro (R$ 5,45) e a cotação mais baixa foi em 26 de junho (R$ 4,77). “Pode parecer uma volatilidade forte, mas a percepção de risco, que exerce influência sobre a taxa de câmbio, também mostra trajetória mais favorável.”
US$ 45,1 bilhões
foi o saldo da balança comercial no primeiro semestre, alta de 31% sobre o mesmo período de 2022
20%
de tudo que o País exportou neste ano foi soja, consolidando o agro como a locomotiva do comércio brasileiro
A sensação de que a maré está mais positiva para o Brasil é o que explica boa parte do fortalecimento do real frente ao dólar, na visão do economista Alexandre Viotto, head de banking da EQI Investimentos.
“Até o gringo que andava sumido resolveu voltar.”
Alexandre Viotto, da EQI Investimentos
Fatores como o Arcabouço Fiscal e o PIB resiliente fazem, segundo ele, com que o País siga como uma das estrelas do mundo emergente em 2023. “Agora temos fatores externos ajudando também nesse processo. Nas cenas dos próximos capítulos, temos boas possibilidades de melhora do rating brasileiro por alguma agência de classificação.”
A força da balança comercial e a trajetória de valorização do real se dão até com o cenário hostil no ambiente internacional. Segundo Marianna Costa, economista-chefe do TC, mesmo com a persistência das incertezas externas atualmente, o horizonte é positivo.
“Arcabouço Fiscal, Reforma Tributária, melhor dinamismo da atividade econômica no início de 2023 e arrefecimento da dinâmica de preços medida pela inflação ao consumidor criam um cenário benigno”, disse.
Diário do Comércio - MG 24/07/2023
O Brasil vai descobrindo aos poucos a Ásia para além da China, no comércio. Para começar, os países da Asean: as exportações para Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura, Tailândia e Vietnã foram de US$ 12,1 bilhões no primeiro semestre de 2023, ante US$ 4,5 bilhões no período, em 2018.
A comparação por país é também significativa. As vendas para Singapura, no coração da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), foram de US$ 4,4 bilhões no primeiro semestre de 2023 (US$ 1,1 bilhão em 2018). Já para a Alemanha, motor da União Europeia, foram de US$ 2,9 bilhões (US$ 2,5 bilhões em 2018).
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“É muito importante ver a Ásia para além da China”, diz Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“Quando olhamos a Ásia no seu conjunto, os números superlativos da China eclipsam outros mercados que são cada vez mais relevantes para o Brasil e para o mundo.”
Até 2021, considerando os primeiros semestres, a China representava 70% da exportação brasileira para a Ásia, diz. Em 2022 e 2023, também nos primeiros semestres, já ficou um pouco abaixo, em 65,9% e 67,9%, respectivamente, com Singapura, Tailândia e Indonésia crescendo a taxas superiores à da China.
O caso de Singapura é explicado em parte pela exportação de um produto específico, “bunker”, óleo combustível para navios. É o maior porto de abastecimento do mundo, com mais de 130 mil navios entrando e saindo a cada ano, e o combustível brasileiro acabou sendo favorecido por uma nova especificação.
Mas no primeiro semestre deste ano a exportação de “bunker” até caiu, em valor, enquanto as vendas avançavam em diversas outras frentes: petróleo bruto, carnes, máquinas e equipamentos, café, minério de ferro e produtos siderúrgicos.
“Não é possível identificar o percentual das vendas que são consumidas em Singapura”, diz Prazeres. “O país está estrategicamente posicionado, isso permite que o porto seja um centro de distribuição para a região, com mercadorias sendo descarregadas dos navios e reenviadas para outros destinos em toda a Ásia.”
Ela sublinha que o Mercosul e Singapura negociam no momento um acordo comercial. “Seria uma porta de entrada para ampliar a presença brasileira nessa região que apresenta grande dinamismo”, diz. “É fundamental que mais empresas brasileiras incluam a Ásia nos seus planos.”
Para o economista Marcos Troyjo, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia (2019-20), desenvolvimentos geopolíticos e econômicos como a ascensão do PIB per capita em países asiáticos de alta população, como a Indonésia, além da Índia e da própria China, “estão criando oportunidades enormes para o Brasil”.
“Com a Ásia assumindo cada vez mais o papel de epicentro da economia global, o comércio com o Brasil só tende a crescer”, afirma ele, também ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do Brics), de Xangai.
Troyjo sublinha que no último ano a proporção do PIB brasileiro ligada ao comércio externo passou de 35%. “O redirecionamento das cadeias globais de valor”, acrescenta, não só pelas mudanças geopolíticas mas por eventuais acordos comerciais e a aceleração de reformas, abre panorama “excelente”, como qualifica, para a economia brasileira.
Alerta, porém, que “essas grandes perspectivas podem ser colocadas em risco se acontecer uma combinação indesejável de estagnação de reformas e imediatismo de políticas visando os próximos ciclos eleitorais”.
Troyjo diz ainda que, “num contexto global em que a segurança alimentar e energética se tornou primordial, as lacunas de infraestrutura no Brasil deixaram de ser desafio doméstico” para se transformarem numa questão global.
Diante de Asean e da Ásia como um todo, o comércio com a Europa avança mais lentamente, como mostra o contraste nas exportações para Singapura e para a Alemanha, enfatizado por Troyjo.
Para Prazeres, “como a UE possui uma economia madura, não é esperado que a importação do bloco apresente grandes crescimentos, mas, apesar de menos dinâmico, o mercado segue sendo altamente significativo”.
Anota o salto na exportação de petróleo bruto brasileiro no ano passado, que pode ter sido influenciado pela guerra, e avalia que o acordo comercial Brasil-UE tornaria as vendas mais competitivas –além de favorecer investimentos e parcerias entre as regiões, o que estimularia os fluxos comerciais.
A economista Karin Costa Vazquez, do Centro para a China e a Globalização, de Pequim, e professora da O.P. Jindal Global University, na Índia, anota que “os mercados asiáticos estão em expansão”, daí o contraste com a Europa, e faz um alerta sobre problemas futuros, com ou sem o acordo Brasil-UE.
“O CBAM [sigla em inglês para mecanismo de controle de emissão de carbono na fronteira] pode ser um grande obstáculo para Brasil e UE“, diz, em referência à tarifa aprovada em maio pelo Parlamento Europeu e que entra vigor em três anos.
Ela tem defendido que o novo governo brasileiro aproxime o Mercosul da Asean, sobretudo Indonésia e Vietnã, e de outros gigantes asiáticos como a Índia, ampliando as listas de produtos e o nível das preferências concedidas mutuamente. (Nelson de Sá)
Infomoney - SP 24/07/2023
Os ministérios do Planejamento e da Fazenda projetaram nesta sexta-feira que o governo central fechará 2023 com déficit primário de 145,4 bilhões de reais, equivalente a 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB), resultado pior do que o previsto em maio, de rombo de 136,2 bilhões de reais (1,3% do PIB), conforme relatório bimestral de receitas e despesas.
Segundo o relatório, o Orçamento deste ano tem um excesso de despesas de 3,2 bilhões de reais em relação ao limite do teto de gastos, o que indica necessidade de bloqueio de verbas discricionárias nesse montante. Em maio, havia uma restrição estimada em 1,7 bilhão de reais.
Nesta semana a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda melhorou a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica neste ano, vendo agora um crescimento de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB), de 1,9% em maio.
Globo Online - RJ 24/07/2023
A autonomia do Banco Central, ao mesmo tempo em que fortalece a instituição, enfraquece a presidência do órgão. E isso é uma boa notícia. Agora, todos os diretores do Banco também têm mandatos fixos de quatro anos e não podem ser retirados do cargo. Por isso, cada um deles terá — além da autonomia de voto nas reuniões do Copom — o direito de se comunicar como bem entender, sem a necessidade de aprovação de qualquer assessoria vinculada ao órgão, muito menos do próprio presidente.
A confusão provocada esta semana em torno de um suposto documento interno que teria tentado instituir uma “lei da mordaça” sobre os diretores — negado pelo Banco Central — teve um efeito líquido positivo e educativo para o país. A nota encaminhada pelo próprio Banco, intitulada “Esclarecimentos sobre a Política de Comunicação do Banco Central do Brasil” na noite de quarta-feira, oficializou o que já era óbvio: “Todo dirigente do BC tem pleno direito de expressar livremente suas opiniões nos canais que considerar adequados, sem necessidade de quaisquer autorização ou aprovação prévias.”
É verdade que a comunicação do Banco Central tem influência direta sobre as expectativas, e isso aumenta a responsabilidade sobre cada palavra dita pelos seus diretores. Isso quer dizer que eles terão que medir com precisão cada comunicado e entrevista, porque haverá efeitos sobre o mercado financeiro, o que significa influenciar o dólar, as projeções de inflação, os juros, e, em última instância, o próprio crescimento do PIB.
Mas o país e o próprio mercado terão que aprender a conviver com as opiniões divergentes entre os integrantes do Copom. Isso já é normal em economias desenvolvidas, como a dos Estados Unidos, onde os presidentes dos bancos centrais regionais — e que votam no colegiado que decide os juros — concedem entrevistas que mexem com os ativos. É comum que cada um deles seja monitorado pelo mercado individualmente. Uns são considerados mais hawkish, ou falcões, mais conservadores com a política de juros, enquanto outros são vistos como dovish, ou pombas, menos ortodoxos.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom), que decide os rumos das taxas de juros, é composto pelo presidente do Banco Central e outros oito diretores. Na prática, eles sempre tiveram autonomia de voto, mas, como eram indicados de forma indireta pelo presidente do órgão (o poder da caneta sempre foi do presidente da República), a tendência era que caminhassem na mesma direção, pelo menos publicamente. Agora, o debate de ideias ficará mais intenso e haverá maiores discordâncias.
Tudo isso fortalecerá a instituição e ajudará para que o país conviva com taxas de juros e inflação mais baixas, o objetivo final do projeto de autonomia do Banco.
Boa fase
Desde o início do ano, quase R$ 20 bilhões de recursos estrangeiros entraram na bolsa brasileira, segundo dados da B3 compilados pelo Clube do Pai Rico (veja no gráfico). Somente em julho, foram R$ 2,84 bi. Ontem, o dólar recuou para R$ 4,78, e o Ibovespa teve forte alta, de 1,81%, voltando para os 120 mil pontos. A expectativa de queda dos juros pelo Banco Central, já na próxima reunião de agosto, estimula a entrada na bolsa. O mercado já dá como certa a queda dos juros, mas ainda se divide sobre a intensidade, se 0,25 ou 0,5 ponto.
Filme repetido
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que o preço do óleo diesel no Brasil está 13% abaixo do mercado internacional. Já a gasolina, 17% mais barata. No mercado financeiro, há quem diga que o programa de paridade de importação praticado pela Petrobras acabou. Na média, isso significa que o diesel vendido pela empresa está R$ 0,46 mais barato, enquanto a gasolina, R$ 0,50. No passado, esse tipo de subsídio minou recursos do caixa da empresa, que passou por uma crise de confiança. Além disso, segurar preços abaixo da paridade desestimula investimentos e aumenta o risco de faltar produto no país.
CNN Brasil - SP 24/07/2023
O Banco Central divulgou nesta sexta-feira (21) o Questionário pré-Copom enviado aos economistas do mercado financeiro antes da reunião do colegiado, nos dias 1º e 2 de agosto.
O documento volta a perguntar o que os especialistas acham que o Comitê de Política Monetária fará nas próximas três reuniões, incluindo os encontros de setembro e novembro.
Além da decisão em si, o questionário pergunta o que os economistas acham que estará na comunicação do Copom, tanto no comunicado no dia da reunião, como na ata na semana seguinte e a sinalização de próximos passos da política monetária.
Na ata da reunião de junho, o BC expôs que a maioria do colegiado já vê condições para uma queda de juros na próxima reunião se o processo desinflacionário e de reancoragem de expectativas continuar.
Em entrevista coletiva após o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o comunicado, na avaliação do colegiado, já tinha deixado essa “porta aberta”, apesar de o texto não ter trazido sinalização clara sobre o assunto.
Além das projeções usuais dos economistas para inflação – incluindo passagens aéreas -, PIB, taxa de câmbio e Selic em 2023 e 2024, o Questionário pré-Copom trouxe um campo para recolher diversas projeções para o mercado de trabalho brasileiro neste e no próximo ano.
O questionário também mantém o pedido de projeções sobre os indicadores fiscais do país e previsões de PIB e inflação na China, Estados Unidos e Área do Euro.
Money Times - SP 24/07/2023
Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta sexta-feira (21), puxados para baixo por um setor imobiliário que oscila e restrições à produção de aço.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 0,1%, a 846,5 iuanes (US$ 118,09 ) por tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em agosto caiu 0,9% para US$ 113,8 por tonelada métrica.
De acordo com relatórios da Mysteel, a maioria das relaminadoras em Tangshan, principal centro de produção de aço, implementou restrições de produção nesta sexta-feira, resultando em queda da taxa operacional entre as 35 relaminadoras pesquisadas para 12,77%, de 46,81% na quarta-feira.
Algumas siderúrgicas em Tangshan receberam notificação para suspender um alto-forno até o final do mês, acrescentou a Mysteel.
No último relatório da Mysteel, sete alto-fornos em Tangshan, com uma capacidade de produção combinada de 26 mil toneladas por dia, estão programados para manutenção entre 21 e 31 de julho.
“Os preços do minério de ferro cairão para US$ 100 por tonelada até o quarto trimestre de 2023, à medida que a demanda de aço da China diminuir no segundo semestre do ano”, disse o Commonwealth Bank of Australia em uma previsão nesta sexta-feira, assumindo impacto limitado de quaisquer medidas de apoio às políticas anunciadas nas próximas semanas.
“Nossa maior preocupação continua sendo o setor imobiliário da China, no qual as condições estão claramente piorando. Acreditamos que a confiança entre os compradores de imóveis levará tempo para se estabilizar.”
Ainda assim, o banco atualizou sua perspectiva de preço do minério de ferro para 2024, esperando que a demanda por aço e o setor imobiliário da China se estabilizem no próximo ano.
Money Times - SP 24/07/2023
A Órama atualizou o seu par de operações long & short, que consiste em uma operação casada (simultânea), na qual um investidor mantêm uma posição comprada em uma ação e vendida em outra, com papéis de commodities, com Vale (VALE3) na ponta compradora e Gerdau (GGBR4) na vendedora.
Segundo o analista, a performance das empresas de aço estão pouco uniformes.
Apesar de destacar o fato da Gerdau apresentar performance positiva ao longo deste primeiro semestre, com um negócio diversificado aliado ao endividamento baixo, o analista Phil Soares diz que no primeiro trimestre houve um enfraquecimento na demanda de minério de ferro por parte da China, com uma queda relevante no preço de venda.
“Acreditamos que os papeis da Vale foram descontados demais, bem como os da Gerdau premiados demais, e com isso vislumbramos um retorno parcial desta tendência”, coloca.
A operação
O analista explica que esta operação foi montada por ter um horizonte substancialmente menor do que o que é natural para um investimento com base em análise fundamentalista.
“Queremos 20% de retorno em até 180 dias. Recomendamos liquidar metade da operação no primeiro objetivo e o restante no segundo objetivo. Caso os preços caminhem adversamente, recomendamos cancelar a operação com 12% de perda, no ratio do stop loss”, coloca.
Soares afirma ainda que qualquer mudança de sentimento do mercado em relação ao setor de aço e minério de ferro deverá afetar tanto as ações de Vale quanto às da Gerdau, “então você fica protegido deste tipo de impacto”.
“O objetivo aqui é somente se beneficiar dos preços relativos”, completa.
O Estado de S.Paulo - SP 24/07/2023
A Vale está mudando a estratégia para o futuro dos caminhões e trens que levam seu minério. A tão propalada eletrificação do transporte de carga vai ficar em segundo plano nos próximos anos, dando lugar a veículos movidos a combustíveis renováveis, como etanol, diesel verde (HVO) e amônia verde, apurou o Estadão/Broadcast.
Apesar da mudança, a meta de redução das emissões de carbono está mantida. Nos escopos 1 e 2, que incluem respectivamente transporte e energia da operação, o corte planejado nas emissões é de 33% até 2030 e de zero até 2050. Trata-se, portanto, de uma mudança de rota tecnológica, caminho dessa descarbonização para tornar o processo mais viável estrutural e financeiramente.
A eletrificação não será deixada de lado, mas tende a assumir papel auxiliar ou ficar restrita ao transporte de algumas minas no Brasil e no mundo, em caminhões com cargas menores, disse ao Estadão/Broadcast a diretora de Energia e Descarbonização, Ludmila Nascimento. Por trás da mudança, estão as limitações tecnológicas da eletrificação e a falta de infraestrutura associada no interior do País. Os combustíveis renováveis, além de maior eficiência energética, alcançam mais facilmente os rincões onde a Vale atua.
O último anúncio da companhia vai nessa linha. A Vale encomendou mais três locomotivas elétricas da Wabtec Corporation para uso na Estrada de Ferro Carajás (EFC), onde trafega o maior trem de minério de ferro do mundo, com 330 vagões e 45 mil toneladas do produto. As locomotivas elétricas não vão substituir as atuais, movidas a diesel, mas sim os chamados “helper dinâmicos”, equipamentos que também consomem diesel para auxiliar em trechos de aclive. Nesse caso, a recarga advém também do próprio processo de freio da composição.
Ao combinar diesel e eletricidade, os trens assumem um funcionamento híbrido, que deve anteceder o emprego de motores a amônia. “Trabalhamos com diversas soluções ao mesmo tempo, mas a amônia é a maior aposta para as locomotivas”, disse Ludimila. O desenvolvimento do motor a amônia é, inclusive, tema das conversas da Vale com empresas como a própria Wabtec, que vai começar estudos em laboratório.
O movimento foi alvo da explanação do gerente de desenvolvimento de tecnologia da Vale, Alexandre Alves, em evento sobre energia organizado em junho pelo consulado do Reino Unido, no Rio de Janeiro.
“Se temos uma certeza na Vale hoje, é que a solução baseada em eletrificação em baterias não vai passar de caminhões de 100 toneladas. É muito improvável que vá alcançar (caminhões com) 320, 400 toneladas de payload (carga útil)”, disse Alves da Silva, a uma plateia de executivos reunida no Museu do Amanhã.
A Vale criou o programa de eletrificação PowerShift há cinco anos, mas só começou a introduzir veículos elétricos em sua frota no ano passado, com caminhões de 72 toneladas adaptados em operações no Brasil e na Indonésia. O mesmo aconteceu com duas locomotivas de pátio de manobra 100% elétricas, que operam na Estrada de Ferro Vitória-Minas, em Vitória (ES), e na Estrada de Ferro Carajás, em São Luís (MA). Segundo Alves da Silva, no entanto, as baterias não darão voos mais altos no transporte pesado da Vale.
“No início, acreditávamos que a eletrificação resolveria nosso problema de mobilidade em caminhões de mineração e ferrovias. Tudo que tentamos nessa direção deu errado. O que entendíamos há cinco anos como uma bala de prata, hoje não passa de uma bala de latão. Olhávamos para isso de maneira muito inocente”, continuou.
Ao fim do evento, questionado pelo Estadão/Broadcast sobre qual seria o futuro do transporte da Vale, o executivo foi direto: etanol para caminhões e amônia verde para os trens. O emprego desses insumos, reconheceu, exige adaptações nos motores, mas contam com facilidades como oferta e logística que se aproximam daquela dos combustíveis fósseis, indesejados.
Limites da eletrificação
Sobre as dificuldades do processo de eletrificação, o gerente da Vale citou desde aspectos básicos, como aplicação das baterias de veículos leves para pesados e eficiência, até logísticos. Nesse último ponto, disse, seria preciso adaptar a lógica operacional para recarregar baterias diariamente. E a isso se soma a falta de infraestrutura.
“Nossas minas, assim como as nossas ferrovias, estão posicionadas e muito mal supridas de energia elétrica. Se colocamos na conta os carregadores e tudo quanto seria necessário à substituição do diesel, chegamos a números que não param de pé”, disse.
Alves da Silva assinalou, ainda, a resistência dos fornecedores em aderirem à transição porque o negócio de modelos a combustíveis fósseis têm forte receita pós-venda, ligada à manutenção. “Romper com isso (motor a combustão) para uma plataforma padrão elétrica, onde o número de partes rotativas cai muito e o ‘aftersale’ vai minguar, traz uma reação de fornecedores”.
Líder do centro da mobilidade do futuro da McKinsey, Felipe Fava diz que é difícil viabilizar a eletrificação de caminhões acima de 22 toneladas de carga sobre cavalo, o que pode chegar a 40 toneladas no total. Trata-se de peso bem inferior ao dos veículos mais leves da Vale.
O especialista não comenta especificamente o caso da mineradora, mas afirma que a quantidade de baterias é proporcional ao peso da carga, o que eleva o custo do veículo em si e também da operação, já que exige maior tempo de carregamento.
“Uma bateria de um carro elétrico pesa 500 quilos, o que sobe para 2 toneladas em um caminhão médio. Em um caminhão pesado, a depender da distância e do peso de carga, as baterias podem chegar a 5 toneladas”, diz.
Por mais que se use carregamento rápido, diz Fava, um caminhão elétrico desse porte requer de seis a oito horas de recarga, o que dificulta operações contínuas (24h/7 dias), caso das minas da Vale. “Uma alternativa é fazer o ‘battery swapping’ (troca da bateria para recarga), mas fazer a substituição de uma bateria dessas (grandes) também não é tão simples”, disse.
O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ (Gesel/UFRJ), Nivalde de Castro, afirma que a correlação da quantidade de baterias com o peso do veículo inviabiliza as antigas aspirações da Vale. Ele diz, ainda, que a falta de infraestrutura é um limitador fatal, sobretudo no caso das ferrovias, que teriam de ser amplamente eletrificadas a alto custo de investimento.
Alternativas
Segundo Castro, uma das rotas de descarbonização do transporte mais promissora é a do hidrogênio verde. “Há um cenário de transição que é testar óleo diesel com uma porcentagem de hidrogênio, entre 5% e 15%, o que reduz significativamente as emissões (de carbono). Nessa linha, a amônia, que pode ser considerada um derivado do hidrogênio, vai bem também, porque é mais fácil para transportar e armazenar”, diz ele sobre a solução futura da Vale para trens.
Sobre o etanol para caminhões pesados, ambos os especialistas dizem ser opção viável, mas que depende de adaptações no motor. “É viável, mas é uma alteração de projeto original, o que implica em alguma perda de eficiência”, diz Fava. Segundo o especialista da Mckinsey, a grande vantagem fica por conta da infraestrutura de distribuição já existente.
Segundo Alves da Silva, há pelo menos três tecnologias para transitar do diesel ao etanol: uma em que o diesel se mantém com um determinado percentual da mistura (pilotagem); outro em que o diesel é 100% substituído pelo etanol (combustão quente); e uma última em que diesel e etanol entram no mesmo motor, mas de forma apartada, a depender da escolha do motorista. Essa última opção é a mais cotada hoje na Vale, porque abre espaço para o uso de diesel verde (HVO). “A flexibilidade do ponto de vista do insumo é sempre mais desejável”, resume o gerente, que foi por anos pesquisador e professor universitário.
Uma alternativa factível, diz Fava, da Mckinsey, seria o biogás, o que exigiria a substituição da frota atual por veículos próprios para gás. Alves da Silva afastou a possibilidade porque o emprego do biogás resultaria necessariamente na emissão de metano para a atmosfera, gás de efeito estufa considerado 86 vezes mais nocivo que o gás carbônico.
“Entre 2% e 5% do metano do gás utilizado na combustão no motor sai pelo cano de descarga dos veículos, e isso invalida o biogás como opção ambientalmente correta para nós”, disse o gerente da Vale.
Valor - SP 24/07/2023
No norte do país asiático, segundo índice Platts, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com baixa de 0,8%, passou a exibir valorização de 3,4% em julho e queda de 1,7% em 2023.
Depois do entusiasmo dos investidores com as promessas de mais estímulo econômico na China, os preços do minério de ferro se ajustaram aos fundamentos ainda fracos do mercado e voltaram a recuar nesta sexta-feira (21).
Segundo a agência Reuters, Moody's e S&P Global emitiram na quinta-feira (20) alertas sobre a maior empresa imobiliária comercial da China, Dalian Wanda Group, aumentando a preocupação de que o país possa estar prestes a assistir ao maior episódio de inadimplência desde a crise da Evergrande.
O setor de propriedades chinês responde por mais de 30% do consumo interno de aço, com reflexo direto na demanda de minério de ferro.
No norte do país asiático, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com baixa de 0,8%, para US$ 115,35 a tonelada, após ter tocado a máxima em mais de um mês na véspera.
Com isso, a commodity passou a exibir valorização de 3,4% em julho e queda de 1,7% em 2023. No primeiro semestre, o preço médio foi de US$ 118,17 a tonelada no mercado à vista.
Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em setembro, fecharam o dia em baixa de 0,1%, para 846,50 yuan por tonelada.
Construção Latino-americana - SP 24/07/2023
“A Manitou é uma marca reconhecida mundialmente pela boa qualidade de seus equipamentos, o que, juntamente com a nossa marca principal Komatsu, nos permite oferecer no mercado peruano um excelente portfólio de produtos de classe mundial que, juntamente com nosso reconhecido pós-venda, faz com que nossos clientes estejam protegidos, seguros e confiantes nos produtos que vendemos”, afirma XXX, da Komatsu Peru.
A representação da Manitou via Komatsu no Peru passou por algumas fases. Nos dois primeiros anos, houve a consolidação e fortalecimento da marca no mercado peruano nos setores de construção e mineração, aumentando o market share para 60%. Nos anos seguintes, entraram os modelos Mining no setor de mineração, o que permitiu à Komatsu atingir entre 75% e 80% do market share.
“A Komatsu Peru é uma importante parceira da Manitou e vem fazendo um trabalho de excelência na região. Acreditamos muito no potencial da empresa e faremos a nossa parte para que eles cresçam cada vez mais nos segmentos de mineração e construção”, afirma Marcelo Bracco, diretor geral da Manitou para a América Latina.
Por volta de 2020, Komatsu e Manitou desenvolveram o acessório Manitou Scaler, que é utilizado com o equipamento de mineração MTX733, o que permitiu ampliar a gama de aplicações de mineração dos equipamentos Manitou. “Esse desenvolvimento foi realizado com sucesso, resultando em um acessório adequado para o trabalho de desparafusamento ou desamarração dentro dos poços e que é oferecido pela Manitou para todo o mundo”, explica XXX.
De acordo com XX, o mercado de mineração tem uma alta demanda por equipamentos em que atributos como qualidade, confiabilidade e eficiência são o denominador comum. “Temos a expectativa de investimentos em trabalhos de manutenção e expansões de projetos atuais, mas também de novos projetos que ainda devem surgir”, comenta XX.
A Komatsu Peru também introduziu as minicarregadeiras Manitou no mercado peruano e segue fazendo esse trabalho até hoje, com grande sucesso, dada a alta qualidade do equipamento e o excelente suporte pós-venda que a Komatsu tem no mercado local. De acordo com XXX, atualmente a empresa está desenvolvendo outros mercados, como o florestal, o agrícola e o avícola. “Isso se deve ao fato de que, como líderes indiscutíveis do mercado, cabe a nós fazer com que as aplicações cresçam para continuar avançando na venda dos produtos Manitou”, lembra XX.
Segundo Leonardo Figueroa, gerente de vendas da Manitou para a América do Sul, a parceria entre as empresas tende a crescer, uma vez que o mercado peruano está aberto a conhecer novos produtos e serviços. “Vamos acompanhar a demanda e dar todo suporte à Komatsu para que ela consiga atender às necessidades dos clientes”.
A expectativa da Komatsu é que o mercado peruano cresça moderadamente nos próximos anos, entre 5% e 10% ao ano. Com relação à marca Manitou, a empresa acredita que pode aumentar as vendas em 10% ao ano, um crescimento que se baseará fundamentalmente no desenvolvimento e na expansão dos mercados atuais, sendo esta uma tarefa que cabe à Komatsu Peru liderar.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 24/07/2023
A Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) realizará, na próxima semana, dia 27 de julho, a partir das 15h, o Webinar Sobratema Atualização das Tendências no Mercado da Construção, com o objetivo de apresentar o comportamento do mercado de máquinas no primeiro semestre e avaliar as perspectivas para o segundo semestre de 2023. Para acompanhar a transmissão ao vivo, acesse o Canal da Sobratema no Youtube.
O consultor Mario Miranda, coordenador do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, trará aos participantes do Webinar as atualizações das informações apresentadas em dezembro de 2022, que projetavam uma elevação da ordem de 4% nas vendas tanto de equipamentos para construção, como de máquinas da linha amarela (movimentação de terra).
Contudo, nos primeiros seis meses deste ano, a Sobratema estima uma desaceleração nas vendas da linha amarela. Mesmo assim, as perspectivas seguem positivas, uma vez que, historicamente, o segundo semestre sempre apresentou um melhor cenário para comercialização de máquinas.
Outro ponto favorável é a expectativa de queda da taxa de juros, o que beneficia melhores taxas de financiamento. Além disso, os bancos das fabricantes têm trabalhado para favorecer o mercado.
Após a apresentação de Miranda, será promovido um debate com a participação da economista Andrea Bandeira, da Ex Ante Consultoria Econômica, Eduardo Lema, diretor da Mills Rental, Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, e Leonardo Pinheiro Magalhães, engenheiro da Magalhães Junior Engenharia, que abordarão os pontos levantados na palestra, acrescentando avaliações do ponto de vista macroeconômico e da perspectiva de usuários de equipamentos.
Com isso, os participantes terão uma visão ampla do mercado de máquinas para 2023.
Infomoney - SP 24/07/2023
A China anunciou nesta sexta-feira (21) uma série de medidas para estimular o consumo de automóveis no país. Segundo o Diário do Povo, citando a agência de notícias Xinhua, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma informou que as medidas serão adotadas para otimizar a compra, uso, gestão e comercialização de automóveis, além do promover o desenvolvimento sustentável da indústria de veículos de energia nova (NEVs).
As cidades identificadas como as de maior restrição de compra de automóveis serão incentivadas a aumentar as cotas anuais, enquanto o descarte de veículos que não cumpram os padrões de emissão será acelerado, disse a comissão. Essas medidas também vão incentivar a troca de carros considerados obsoletos e facilitar o comércio e registro de veículos usados.
Além disso, mais projetos-piloto serão implementados no setor de veículos utilitários e a construção de infraestrutura de recarga em estações de ônibus será incrementadas.
A comissão comunicou ainda que serão feitos esforços para a redução do custo de compra e utilização dos veículos de energia nova, incluindo ajuste dos preços e taxas de eletricidade relacionados a esses veículos. Também será dado mais suporte ao crédito, como seguro para baterias e serão ampliados os estacionamentos.
As medidas foram anunciadas após a divulgação, na quarta-feira (19) de uma diretriz do Comitê Central do Partido Comunista da China e do Conselho de Estado para impulsionar o crescimento da economia privada.
Portal GCN - SP 24/07/2023
A Volkswagen anunciou neste domingo (23) que desistiu de suspender temporariamente os contratos de trabalho de 800 funcionários na fábrica em Taubaté (SP). O motivo, segundo nota enviada pela empresa, é o bom desempenho das vendas do Polo.
A montadora daria início a um lay-off na unidade de Taubaté a partir de 1º de agosto. Neste modelo, os contratos são suspensos de forma temporária e os trabalhadores têm parte dos salários pagos pela empresa, além de ajuda do governo federal. A parada seria de dois meses.
"Em razão do desempenho positivo do modelo Polo, a Volkswagen do Brasil decidiu ajustar as medidas de flexibilidade para a fábrica de Taubaté (SP), cancelando o lay-off previsto para iniciar em 1º de agosto, com duração de dois meses para um turno de produção, e aplicando férias coletivas de dez dias para os dois turnos da unidade, iniciando em 31/7", diz nota.
Segundo a empresa, no Paraná, está mantido o lay-off. Já a unidade do ABC e a de São Carlos (SP) permanecem com funcionamento normal. "A fábrica de São José dos Pinhais (PR) segue com um turno em layoff desde 5 de junho. As unidades Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), e São Carlos (SP) estão operando normalmente", afirma o texto.
A medida havia sido anunciada há cerca de uma semana, pouco depois do fim do programa de subsídio para venda de carros do governo federal. De acordo com a montadora, a flexibilização de contratos está prevista em acordo coletivo firmado entre o sindicato e funcionários.
De janeiro a junho, o Volkswagen Polo acumula vendas de 37,7 mil unidades, ocupando a segunda posição do segmento de automóveis, segundo dados da Fenabrave (Fenabrave Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores). O modelo é o segundo mais vendido no acumulado do ano no segmento, atrás do Onix, da General Motors, que teve emplacamentos de 44,1 mil unidades.
A fábrica de Taubaté é responsável pela produção do Polo Track e do Novo Polo. O veículo foi um dos poucos a registrar alta nas vendas em seu segmento entre os meses de abril e maio, com crescimento de 25,9% sobre abril.
A venda de veículos novos teve queda depois do anúncio do programa do governo, enquanto não se sabia detalhes. Os emplacamentos caíram cerca de 30% de 25 a 30 de maio, na comparação com o mesmo período de abril, segundo dados obtidos pela Folha de S.Paulo.
Como funciona o Lay-off
O lay-off é uma suspensão temporária dos contratos de trabalho, prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Neste tipo de ação, que só pode ser acionada em momentos de crise econômica no setor, os trabalhadores ficam em casa e têm seus salários custeados parte pela empresa, parte pelo governo.
Além disso, o lay-off precisa ser aprovado em assembleia de trabalhadores, em negociação com os funcionários, o sindicato e a empresa. A medida pode ser aplicada por período que vai de dois a cinco meses.
Durante o período, os trabalhadores mantêm benefícios como plano de saúde e devem participar de cursos custeados pela empresa ou com apoio do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Produção de carros tem maior alta em 9 meses
Após dois meses em baixa, a produção industrial de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 7,4% entre maio e abril deste ano, segundo os dados mais recentes divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
É a maior alta do setor em nove meses, desde agosto de 2022, quando foi de 13,2%. O resultado está ligado à volta da produção nas montadoras, com o fim da pandemia de Covid-19 e à ao programa federal de descontos para a compra de carros populares.
Valor - SP 24/07/2023
Fonte: Protótipo da Afeela (Sony Honda) apresentado no CES 2023 Foto: Bloomberg
A Honda Motor emergiu como uma estrela no rali do mercado de ações japonês deste ano. Os investidores comemoram seu compromisso de aumentar a produção de veículos elétricos.
Na sexta-feira, as ações da Honda haviam subido 44% este ano, superando a Toyota Motor e outras grandes montadoras japonesas durante o período. No geral, o índice referencial de ações Nikkei 225 subiu 24% em 2023.
A alta da Honda reflete os "grandes movimentos no preço das ações" de outras montadoras tradicionais que mudaram seu foco para os veículos elétricos, disse Christopher Richter, analista da CLSA. "É o mercado dizendo que esta empresa tem futuro por ter um plano que parece crível."
Em 2021, a Honda estabeleceu uma meta de fabricar apenas veículos elétricos (EVs) ou veículos movidos a células de combustível de hidrogênio até 2040. Em 2022, anunciou planos para produzir 2 milhões de EVs e lançar 30 modelos elétricos até 2030.
A reação do mercado aos movimentos foi atrasada pelo impacto da escassez de chips na produção, mas Richter disse que os investidores têm sinalizado sua aprovação este ano, pois "o fluxo de notícias da Honda finalmente se tornou consistente o suficiente".
A ênfase da Honda na eletrificação foi dada em 4 de julho, quando revelou um acordo para reduzir sua participação na Yachiyo Industry, uma subsidiária japonesa que ganha um quarto de sua receita com a fabricação de tanques de combustível para veículos tradicionais, enquanto também produz outras peças, como tetos solares. O controle da Yachiyo, parte da cadeia de suprimentos da Honda desde 1953, será assumido pela fabricante indiana de autopeças Samvardhana Motherson International.
Shinji Kakiuchi, analista do Morgan Stanley MUFG Securities, disse que a transação da Yachiyo foi um exemplo de "reestruturação de fornecedores" da Honda, já que estava "de olho na era BEV (veículo elétrico a bateria)".
Em outubro passado, a montadora aumentou sua participação na fabricante de lâmpadas automotivas Stanley Electric em 4 pontos percentuais, para cerca de 10%. A Honda também planeja aumentar sua participação em 7 pontos percentuais, para 40%, na Hitachi Astemo, fundada em 2021 pela combinação de três afiliadas da Honda e uma subsidiária da Hitachi para fortalecer o desenvolvimento de tecnologias autônomas e elétricas.
Nos últimos 12 meses, a Honda também formou joint ventures com fabricantes de baterias como LG Energy da Coreia do Sul e GS Yuasa do Japão e garantiu o fornecimento de baterias da Contemporary Amperex Technology (CATL) da China.
A Honda disse em maio que buscaria uma receita operacional de 1 trilhão de ienes (US$ 7 bilhões), a maior de todos os tempos, no ano fiscal de 2024, e aumentaria o retorno aos acionistas.
Seiji Sugiura, do Tokai Tokyo Research Institute, disse que as promessas ajudaram as ações da Honda, mas acrescentou que "os preços parecem ter atingido o pico e começaram a se ajustar" às fortes mensagens recentes das montadoras rivais sobre os veículos elétricos. De um mínimo de 2.990,5 ienes em janeiro, as ações da Honda atingiram 4.583 ienes em junho, a maior alta em uma década, antes de cair para fechar em 4.380 ienes na sexta-feira.
O desafio da Honda será manter a lucratividade enquanto expande seus negócios de veículos elétricos, disse Satoru Aoyama, analista e diretor sênior da Fitch Ratings Japan.
"Ter uma meta de 100% EV não é ruim, mas estou preocupado com a fase de transição até 2030 ou 2035", disse ele, observando que os EVs são um negócio caro.
Richter, da CLSA, disse esperar "alguns ajustes na avaliação" por volta do próximo ano, quando a Honda lançar novos modelos de veículos elétricos em seus principais mercados da China e da América do Norte.
Por enquanto, esses novos modelos são "uma grande incógnita", disse ele. "Eles têm um bom plano. Eles estão pensando profundamente sobre isso. Agora estamos chegando ao próximo estágio, que é a execução."
Aoyama questiona se a Honda pode se manter lucrativa enquanto fabrica 2 milhões de veículos elétricos até 2030, quando produziu apenas cerca de 4 milhões de carros nos últimos dois anos.
"Ele precisa aumentar mais sua produção e vendas para que a meta pareça viável", disse ele, acrescentando que a demanda do consumidor por carros menores que são uma especialidade japonesa "não é necessariamente otimista".
A receita operacional da Honda nos últimos cinco anos fiscais de veículos de quatro rodas caiu abaixo de seus veículos de duas rodas, dos quais é o maior fabricante mundial. No ano fiscal de 2023, as motocicletas geraram 488,7 bilhões de ienes de lucro operacional, contra uma perda operacional de 16,6 bilhões de ienes em automóveis.
O presidente-executivo da Honda, Toshihiro Mibe, disse a repórteres em abril que sua empresa tem "melhorado constantemente sua estrutura de ganhos", citando custos fixos reduzidos e um ponto de equilíbrio melhorado.
"Vamos nos esforçar para estabelecer uma estrutura de negócios que gere ganhos estáveis, mesmo na era EV", disse ele. "Estamos no meio de uma mudança em nosso modelo de negócios."
Valor - SP 24/07/2023
Ideal é adensar mais áreas que já dispõem de infraestrutura, diz vereador.
Grandes capitais do país passam, atualmente, por revisões de seus Planos Diretores. Além de São Paulo, que acabou de aprovar novo plano, o do Rio de Janeiro também está em revisão, tendo passado por primeira votação.
Em São Paulo, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), presidente da comissão que tratou do projeto de revisão do plano, comentou sobre mudanças que consideram o crescimento de ocupação em determinadas regiões, com a disponibilização de maior oferta de infraestrutura urbana: “A expansão das ZEUs [zonas de expansão urbana] busca aumentar a oferta de imóveis”, disse. E acrescentou: “Isso, conciliado com as novas normas de habitações sociais, irá promover uma melhor equalização da cidade e utilização do transporte público”.
Posteriormente, afirmou, as normas de zoneamento e a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) serão revisadas a fim de complementar o plano diretor estratégico e promover essas áreas específicas. “Iremos trabalhar a LPUOS no segundo semestre.”
O vereador Rafael Aloisio Freitas (Cidadania), presidente da comissão especial responsável por discutir proposta de atualização do Plano Diretor do Rio de Janeiro, disse que uma das premissas é promover adensamento em locais com infraestrutura instalada - como transporte e saneamento - e que ainda tenham margem para suportar aumento populacional.
Freitas disse que os dados disponíveis indicam que uma maior quantidade de empregos está nas zonas Central e Norte da cidade: “Portanto, o ideal é promover adensamentos nessas áreas, para atender o objetivo de reduzir o tempo que as pessoas gastam em deslocamento pela cidade. Uma das premissas do Plano Diretor é ter mais construções e oportunidades ao longo dos eixos de transporte”, afirmou.
A partir de agosto, disse Freitas, os vereadores vão apresentar emendas ao projeto de lei que trata da revisão. “As etapas seguintes são o debate sobre essas emendas e a votação em plenário em segunda discussão, que pretendemos que ocorra em setembro ou outubro deste ano. Após as duas votações na Câmara Municipal, o projeto vai para sanção do prefeito.”
A presidente do departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Marcela Marques Abla, faz recomendações. Abla diz que foi apresentada à primeira proposta, pela prefeitura, em julho de 2022 e a nova versão foi entregue meses depois, com mais de 200 emendas. Este ano houve novas mudanças, sem levar em conta as posições apresentadas em audiências públicas sobre o tema, segundo ela. A especialista é a favor da criação de um fórum de entidades para o acompanhamento do Plano Diretor do Rio.
Em vídeo recente, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse que o tema é “supercomplexo” e envolve “uma série de questões da cidade”. “A Câmara de Vereadores está discutindo esse tema com toda responsabilidade. O governo não tem uma posição fechada, que tem que ser isso ou ser aquilo”, afirmou ele.
CNN Brasil - SP 24/07/2023
Está aumentando o interesse de russos pelos imóveis de luxo no Rio de Janeiro, tanto para compra quanto para locação, apontam dados da WhereInRio, imobiliária especializada em clientes de alto padrão.
Os apartamentos e casas que este público procura na capital carioca estão entre os mais caros, custando de R$ 5 milhões a até R$ 40 milhões.
Há quem prefira alugar os espaços, desembolsando entre R$ 15 mil a R$ 35 mil por mês.
Confira os imóveis de alto padrão no Rio de Janeiro que enchem os olhos dos russos:
Segundo Frederic Cockenpot, CEO da WhereInRio, a desvalorização do real durante a pandemia de Covid-19 foi um dos grandes impulsionadores desse interesse dos estrangeiros em propriedades no Rio.
Desde então, esse movimento se tornou tendência de mercado imobiliário, ganhando ainda mais tração após o início da guerra na Ucrânia.
Os números da WhereInRio mostram a forte alta desse cenário: antes da crise sanitária, os clientes internacionais demandavam cerca de 2% dos atendimentos. Hoje, já chegam a 35%.
“Do público de investidores de fora, os russos já atingiram 15% dos clientes. Os europeus são 25%, latinos americanos também são 25% e norte americanos são 35%”, detalha.
O CEO ressalta que a maior parte deste público é formada por empresários, funcionários de multinacionais e altos executivos, com um poder aquisitivo mais alto.
“Os que pensam em se mudar para o Rio, primeiramente alugam um imóvel e, no momento em que acham o apartamento certo, eles se mudam para comprar. Além disso, tem o russo que vem para desfrutar da cidade e fazer turismo, e acabam fazendo as locações por temporada.”
Perfil dos imóveis
Os imóveis de alto padrão são os preferidos pelos russos pela infraestrutura e planejamento moderno, além de estarem localizados nas áreas mais ricas da capital fluminense.
“Os locais preferidos são os bairros da zona sul, como Leblon, Ipanema, São Conrado, Copacabana e Lagoa. Além destes, há um interesse nas regiões da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, devido aos prédios novos e que oferecem boa infraestrutura interna.”
Portos e Mercados - SP 24/07/2023
Os portos de São Francisco do Sul e Imbituba, ambos sob gestão do Estado de Santa Catarina, fecharam o 1º semestre de 2023 com alta na movimentação e volumes históricos para o período, que somam a operação de mais de 11,2 milhões de toneladas.
O crescimento operacional vem acompanhado da realização de diversos investimentos em infraestrutura, como o início da obra de recuperação e reforço do Cais 3, no porto da Região Sul catarinense, e a entrega da revitalização total do Terminal Graneleiro do complexo portuário do Norte.
“A decisão estratégica de cuidar da logística de Santa Catarina traz resultados como estes. Estamos investindo nos nossos portos, aeroportos e estradas para isso: valorizar quem trabalha, com boas condições para o escoamento da produção e garantir mais competitividade ao estado. Não tenho dúvida de que alcançaremos números ainda mais importantes”, destaca o governador Jorginho Mello.
“É gratificante constatar que o trabalho que está sendo desenvolvido pela direção dos portos e por essa gestão do Governo do Estado, com protagonismo para a atividade portuária, e a confiança da iniciativa privada, estão rendendo bons frutos e ótimas perspectivas de crescimento futuro”, afirma o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins.
Porto de São Francisco do Sul
A movimentação de cargas no Porto de São Francisco do Sul atingiu o patamar inédito de 7,5 milhões de toneladas. O número representa um aumento de 21% com relação ao primeiro semestre de 2022, quando foram movimentadas 6,2 milhões de toneladas de mercadorias. O recorde foi confirmado com a divulgação dos dados de junho (1,26 milhão de toneladas de carga movimentada), pouco mais do que o movimentado em maio (1,23 milhão).Em 2023, a exportação chegou a 4,4 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pelos grãos (soja, 3,1 milhões, e milho, 930 mil). Já a importação atingiu 3,1 milhões de toneladas, liderada pelos produtos siderúrgicos, como bobinas, barras e chapas de aço (1,6 milhão), e fertilizantes (1 milhão).
Porto de Imbituba
Já Imbituba somou o recorde de 3,7 milhões de toneladas movimentadas de janeiro a julho, o que representa crescimento de 6,4% na tonelagem total, se comparado ao realizado no mesmo período do ano passado, quando foram movimentadas 3,5 milhões de toneladas. Este ano, foram atendidos 145 navios (+4,3%), principalmente de produtos para exportação. O volume de cargas enviadas ao exterior cresceu 33,7% e representou 52,1% da tonelagem total transportada via Porto de Imbituba.Os granéis sólidos permanecem na liderança absoluta dentre os segmentos de cargas atendidas via portuária do sul do Estado de SC, com 83,1% do total movimentado e alta de 12,9%.
Mantendo praticamente a mesma tonelagem de jan-jun/2022, a operação de contêineres vem em seguida, com 11,3% da totalidade do que passou por Imbituba, em termos de toneladas. As principais cargas transportadas de janeiro a junho foram o coque de petróleo, farelos de milho e soja, contêineres, sal e milho.A expectativa de ambos os portos é continuar em linha ascendente de movimentação, encerrando 2023 com novos recordes anuais.
Portos e Navios - SP 24/07/2023
Os portos do Rio Grande do Sul movimentaram mais de 20 milhões de toneladas de cargas no primeiro semestre. O Porto do Rio Grande é o responsável pela maior parte das movimentações, com 19.097.639 toneladas. Na sequência, aparecem os Portos de Pelotas e de Porto Alegre, com 638.976 toneladas e 375.697 toneladas, respectivamente. Os granéis sólidos lideram a estatística, seguidos por carga geral e granéis líquidos.
As atracações ultrapassaram 1.800 embarcações no período. O Porto do Rio Grande recebeu 1.513 navios, 257 barcaças passaram pelo Porto de Pelotas e outras 66 pelo Porto de Porto Alegre. Além dos três portos públicos, também estão incluídos nos dados as movimentações dos terminais de uso privado e arrendados, além dos estaleiros Rio Grande e EBR.
Entre as mercadorias com destaque de movimentações no Porto do Rio Grande estão a soja, com variação positiva de 118.05%; a ureia, com 42.94%; o fosfato, com 16.04%; o arroz, com 12.67%; o cloreto de potássio, com 9.83%; e o farelo de soja, com 6.74% de aumento. A movimentação de contêineres também variou positivamente em 11.38%.
Durante o mês de junho, o Porto de Pelotas realizou o embarque de 2.997 toneladas de soja, carregamento que ainda não havia sido registrado neste ano. Além disso, foram 98.258 toneladas de clínquer, que é o cimento na fase bruta de fabricação, e outras 537.721 toneladas de toras de madeira para o beneficiamento da celulose.
O cais público do Porto de Porto Alegre contabilizou no primeiro semestre desse ano 375.697 toneladas movimentadas. A maior parte constituída de insumos para a produção de fertilizantes, com 217.186 toneladas. O trigo aparece na segunda posição, com a movimentação de 53.003 toneladas.
O terceiro produto mais movimentado no Porto de Porto Alegre é a cevada, com 47.783 toneladas. O sebo bovino é o quarto colocado, com 34.774 toneladas, seguido pelo sal e por carga geral, com 22.732 toneladas e 219 toneladas.
Valor - SP 24/07/2023
Duas resoluções sobre o fornecimento de bens e serviços para o setor serão alteradas.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai alterar duas resoluções relativas a exigências de conteúdo local no fornecimento de bens e serviços para o setor de petróleo e gás natural.
A primeira delas envolve a acreditação (reconhecimento formal pela ANP) de certificadoras de conteúdo local.
A agência vai realizar consulta e audiência públicas, por um período de 45 dias, para debater a proposta de uma nova resolução que vai estabelecer os requisitos e os procedimentos para acreditação das certificadoras.
Certificadoras são órgãos que conferem e atestam o cumprimento dos percentuais mínimos obrigatórios de conteúdo local estabelecidos por lei no fornecimento de bens e serviços para a indústria de petróleo.
Segundo a ANP, foram identificadas oportunidades para aperfeiçoar as regras. A Resolução 869/2022, que trata do tema, será revogada e substituída por uma nova.
A segunda mudança será na resolução que regulamenta relatórios de prestação de contas do cumprimento de obrigações de conteúdo local previstas nos contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural.
Análise de impacto regulatório realizado pela ANP apontou a alteração da resolução. As propostas de alteração serão submetidas a consulta e audiência públicas.
Valor - SP 24/07/2023
O barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro fechou em alta de 1,88% e o Brent para o mesmo mês teve aumento diário de 1,80%.
O petróleo fechou a sessão desta sexta-feira (21) em alta firme e acumulou ganho de até 2% nesta semana. Após dois dias em que a commodity energética oscilou entre ganhos e perdas moderadas, os contratos foram impulsionados pela liberação de mais estímulos econômicos na China e um comentário de uma autoridade da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que sinalizou disposição em cortar mais a oferta global, caso o cartel julgue necessário.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para setembro fechou em alta de 1,88%, a US$ 77,07, subindo 2,19% na semana. Já o Brent, a referência global, para o mesmo mês teve aumento diário de 1,80% e semanal de 1,50%, a US$ 81,07 por barril.
O petróleo ignorou a contínua valorização do dólar hoje e focou em fatores importantes para a oferta e demanda global. No lado da demanda, a notícia de que as autoridades em Pequim anunciaram novas medidas para aumentar as vendas de veículos e produtos eletrônicos na China ressoou bem entre investidores.
Há esperança de que novos estímulos sejam adotados em breve para acelerar a recuperação tímida da economia chinesa. O Politburo, comitê executivo do Partido Comunista, se reúne no fim deste mês.
No entanto, após anos em que dificultou a vida das empresas, será difícil para Pequim impulsionar o investimento e as contratações no setor privado, alerta Julian Evans-Pritchard, economista-chefe para China da Capital Economics. “Embora partes do setor de serviços se beneficiem de uma postura oficial mais favorável, grande parte da cautela atual entre as empresas privadas reflete ventos econômicos contrários mais amplos contra os quais ajustes regulatórios têm efeito limitado”, diz o analista em relatório.
Já na parte da oferta, repercutiu no mercado uma fala do ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al Mazroui, em entrevista à agência “Reuters”. Segundo ele, os cortes de oferta adotados pela Opep, até agora, são suficientes, mas outra mudança na produção do cartel “está a um telefonema de distância”, caso seja necessário.
Valor - SP 24/07/2023
Entidade sugeriu a viabilidade da exploração e produção da Margem Equatorial, em linha com o programa Gás para Empregar.
A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) apresentou na quinta-feira (20) ao governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, uma pauta com cinco propostas para desenvolver o mercado de gás no país. As propostas serão encaminhadas ao consórcio de governadores do Nordeste.
Em reunião com associadas e representantes de distribuidoras de gás natural, a Abegás sugeriu a viabilidade da exploração e produção da Margem Equatorial, em linha com o programa Gás para Empregar, “cumprindo o compromisso social de desenvolvimento, emprego e renda para a população mais pobre”. Parte da Margem Equatorial localiza-se entre o Maranhão e o Rio Grande do Norte.
A Abegás propôs ainda o aumento das infraestruturas de escoamento da produção, de estações de tratamento (UPGNs) e de gasodutos de transporte, além da viabilização do insumo para as indústrias química, petroquímica e de fertilizantes.
“Olhando para o mundo, o apoio a esta pauta reduz a exposição do Brasil na dependência de fertilizantes e preserva a agricultura brasileira”, afirma a Abegás, em nota.
Uma outra proposta envolve a criação de “corredores azuis”, sustentáveis, para atendimento a modais de transporte de carga e de ônibus municipais, em substituição ao óleo diesel. A entidade mapeou as principais rodovias que podem receber tais corredores.
Além disso, a Abegás defendeu o aumento da oferta do insumo para melhorar condição comercial e de competitividade da indústria nacional, também em linha com o programa Gás para Empregar.
“O Brasil precisa gerar renda e empregos, e o setor de gás canalizado tem muito a colaborar. Precisamos de políticas públicas para evoluir rapidamente com a construção de infraestrutura e o crescimento da oferta nacional, garantindo a segurança energética e ganhos ambientais”, disse o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.
"O Governador mostrou entusiasmo com o projeto dos corredores sustentáveis e se comprometeu a levar ao Governo Federal, através dos ministros e do Consórcio dos Governadores do Nordeste, toda essa pauta", afirmou o diretor-presidente da Bahiagás, Luiz Gavazza.
Valor - SP 24/07/2023
Material, entregue ao MME, foi produzido para a Coalizão pela Competitividade do Gás Natural como Matéria-Prima pelo IEPUC, do Rio.
Fonte: André Passos Cordeiro, da Abiquim: proposta é chamar os demais agentes para o debate, a partir de dados do estudo — Foto: Gabriel Reis/Valor
A oferta de gás natural no Brasil, uma das potenciais alavancas do projeto de “neoindustrialização” encampado pelo governo federal, poderia triplicar até o fim da década, segundo estudo encomendado pela Coalizão pela Competitividade do Gás Natural como Matéria-Prima, que reúne diferentes associações representativas da indústria, ao Instituto de Energia da PUC-Rio (IEPUC).
Já apresentada à equipe do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, a primeira fase do estudo, que busca mapear a relação entre oferta e a demanda no país até 2032 em mais de 245 páginas, mostra que haveria gás natural disponível para atender também às necessidades de matéria-prima da indústria química e de fertilizantes em diferentes cenários.
“A conclusão é que há gás em quantidade suficiente, mas isso vai depender de decisões governamentais e de políticas públicas. O estudo identificou a oferta potencial nos próximos anos e, agora, vai entrar nas questões de natureza econômica e técnica para que essa oferta seja viabilizada”, disse ao Valor o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), que lidera a Coalização, Joaquim Maia.
No melhor cenário, indicou o executivo, o potencial de produção de gás no país chegaria a 135 milhões de metros cúbicos diários, em 2029. Atingir esse volume, porém, vai depender de novos investimentos e de decisões estratégicas dos produtores de óleo e gás no país, que tem elevado a reinjeção em seus campos.
Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro, com o estudo em mãos, a intenção é chamar os diferentes agentes - governo, produtores de óleo e gás, consumidores e provedores de serviço e infraestrutura - para discutir um meio de viabilizar o aumento da oferta de gás como matéria-prima.
“A conclusão é que há gás natural em quantidade suficiente no país”
— Joaquim Maia
“Não queremos discutir a redução de margem das empresas, mas montar, em conjunto, um cenário de negócios que viabilize a produção de gás para a indústria brasileira sem afetar negócios dos atores privados”, disse. Da mesma forma, acrescentou, uma solução para essa equação deve passar por múltiplas medidas.
Conforme o estudo, o percentual da produção total de gás que é disponibilizada ao mercado vem caindo nos últimos dez anos e atingiu menos de 40% em 2022, em boa medida pelo aumento dos níveis de reinjeção para otimizar a produção de óleo. No pré-sal, indica o relatório, o volume reinjetado supera 60 milhões de metros cúbicos ao dia, o equivalente a mais de 40% da produção total no país.
O estudo traz uma estimativa do volume total de gás que hoje é reinjetado nos campos do pré-sal e poderia ser redirecionado ao mercado, se não houvesse gargalos de infraestrutura e considerando-se o nível de contaminantes em cada área. Dessa análise, destacou Maia, da Abemi, constatou-se que as áreas com maior potencial de produção não possuem níveis elevados de gás carbônico (CO2), como Bacalhau e Tupi.
Conforme o relatório, pouco mais de 50% do gás reinjetado é referente ao gás carbônico separado nas plataformas e de gás natural de arrasto. Dessa forma, quase metade do volume reinjetado, ou cerca de 30 milhões de metros cúbicos por dia, poderia ser disponibilizado no mercado se houvesse capacidade de escoamento, duplicando o volume disponibilizado pelo pré-sal até 2027.
Além dessa oferta potencial, o estudo mapeou outras duas grandes áreas de gás natural que estão em fase de desenvolvimento na bacia de Campos (BM-C-33 - Pão de Açúcar) e na bacia de Sergipe-Alagoas. Juntas, essas áreas vão ofertar mais 30 milhões de metros cúbicos por dia a partir de 2027.
Na avaliação da Coalizão, o governo tem demonstrado vontade de avançar nessa discussão e há uma “janela de oportunidade” para que se estabeleçam soluções para a indústria brasileira. “É preciso haver coordenação dos agentes”, disse o presidente da Abiquim, acrescentando que o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na condição de potencial financiador dos investimentos em infraestrutura e do lado da demanda terá papel relevante nessas discussões.
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