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24 de Maio de 2023

SIDERURGIA

Brasil Mineral - SP   24/05/2023

Produção atingiu 161,4 milhões de toneladas em abril de 2023, uma queda de 2,4% sobre o mesmo mês do ano passado

A worldsteel divulgou que a produção de aço bruto atingiu 161,4 milhões de toneladas em abril de 2023, uma queda de 2,4% sobre o mesmo mês do ano passado. A Ásia e Oceania produziram 121,1 milhões de toneladas em abril, um recuo de 1,5% na comparação com abril de 2022. Entre os países asiáticos, a China produziu 92,6 milhões de toneladas em abril de 2021, um decréscimo de 1,5% em relação a abril de 2022, enquanto a Índia registrou 10,7 milhões de toneladas no mês, 3,2% a mais que em abril de 2022. A produção japonesa caiu 3,1% e a coreana cresceu 3%, respectivamente, no mês, com volumes de 7,2 e 5,7 milhões de toneladas de aço bruto em abril deste ano.

A produção africana (Egito, Líbia e África do Sul) totalizou 1,3 milhão de toneladas de aço bruto em abril, 4,8% superior em relação ao mesmo mês do último ano. Os países da Comunidade Europeia produziram 11,1 milhões de toneladas no mês, 11,7% a menos na comparação com abril de 2022, com destaque negativo para a Alemanha, que produziu 3,2 milhões de toneladas, mas a produção registrou queda de 3,8% no mês.

A Comunidade dos Países Independentes da ex-URSS produziram 7,5 milhões de toneladas e aumentou 5,9% na comparação com abril do ano passado. A Rússia teve uma produção estimada de 6,4 milhões de toneladas e um crescimento de 1,9% sobre abril de 2022. Outros países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia, Reino Unido, produziram 3,5 milhões de toneladas em abril, um decréscimo de 17,3% sobre abril de 2022. O Oriente Médio (Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos) produziu 4,2 milhões de toneladas, 4,2% a mais na comparação com abril do último ano. O destaque ficou com o Irã, com produção de 3,1 milhões de toneladas e 5,9% superior a abril do último ano.

A região da América do Norte produziu 9,2 milhões de toneladas de aço bruto em abril, um recuo de 4,6% em relação ao mesmo mês de 2022. Do total, os Estados Unidos responderam por 6,6 milhões de toneladas, mas um decréscimo de 5,3% sobre abril de 2022. A América do Sul produziu 3,6 milhões de toneladas de aço bruto em abril de 2023, um déficit de 2,2% na comparação com o mesmo mês do último ano. Em abril, o Brasil produziu 2,8 milhões de toneladas de aço bruto, mas registrou volume 5,9% inferior quando comparado a abril de 2022. No primeiro quadrimestre de 2023, a produção mundial somou 622,7 milhões de toneladas de aço bruto, o que corresponde a uma ligeira queda de 0,3%, quando comparada com o mesmo período do ano anterior.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   24/05/2023

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), de 1,6% para 1,9% em 2023. A estimativa para a inflação também aumentou. As previsões estão no Boletim Macrofiscal divulgado nesta terça-feira (23).

Segundo o Ministério da Fazenda, a elevação da projeção se deve ao aumento do crescimento esperado para este ano, que se reflete na divulgação de indicadores econômicos com resultados melhores do que os projetados para o primeiro trimestre e para o início do segundo trimestre.

Para o setor agropecuário, por exemplo, a projeção de crescimento no ano foi revisada de 10,4% para 11%. A previsão de crescimento para a Indústria avançou ligeiramente, de 0,4% para 0,5%, enquanto a projeção para Serviços cresceu de 0,9% para 1,3%, destaca o relatório.

O crescimento esperado para 2024 manteve-se em 2,3% e, para 2025, ficou em 2,8%.
Inflação

A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou de 5,31% para 5,58%. A estimativa segue acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%.

"A revisão da projeção de IPCA foi motivada, sobretudo, pela mudança na alíquota do ICMS sobre a gasolina e pelos reajustes previstos para jogos de azar e plano de saúde, apenas parcialmente compensados pela redução anunciada para o preço da gasolina, sem resposta à queda nos preços internacionais do petróleo", diz o boletim.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 5,34%, conforme previsão da SPE, contra 5,16% previstos no boletim anterior, divulgado em março. Na projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, caiu de 3,85% para 2,06%.
Outros parâmetros

O relatório também atualizou as previsões para as contas públicas. A projeção de déficit primário (resultado negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública) variou de R$ 99,01 bilhões para R$ 100,67 bilhões.

O valor incorpora o pacote de medidas fiscais anunciadas em janeiro. Na ocasião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que esperava uma queda do déficit para cerca de R$ 100 bilhões neste ano.

Quanto à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), principal parâmetro usado para comparar o endividamento dos países, a previsão caiu ligeiramente de 77,6% para 77,09% do PIB.

Infomoney - SP   24/05/2023

Novidades sobre a votação do arcabouço fiscal, anúncios sobre mudanças na política de preços da Petrobras (PETR3;PETR4), temores sobre o teto da dívida dos EUA.

Apesar de tantos acontecimentos, em boa parte do mês, o dólar tem fechado as sessões abaixo dos R$ 5 (mas não tão abaixo desse patamar), relativamente “comportado”, com leve baixa de 0,3% no mês e acumulando queda de cerca de 6% no ano. Nesta terça (23), o dólar comercial ficou estável, com variação positiva de 0,03% frente ao real, a R$ 4,972 na compra e na venda.

Mas a divisa americana seguirá abaixo de R$ 5? E, mais do que isso: ela tem espaço para cair mais?

Analistas de mercado têm revisado constantemente para baixo as projeções para o dólar ao fim de 2023. Mas, ainda assim, veem o dólar acima de R$ 5 nos últimos dias do ano.

O último relatório Focus, com projeções de analistas de mercado para os principais indicadores da economia elaborado pelo Banco Central, com uma leve mudança de R$ 5,20 na semana anterior para R$ 5,15 no último levantamento, apontou o documento apresentado na última segunda-feira (22).

No início do mês, o Itaú havia revisado a sua projeção de taxa de câmbio em 2023 também para R$ 5,15 por dólar (anteriormente: R$ 5,30), e em 2024 para R$ 5,25 por dólar, ante visão anterior de R$ 5,40.

“A revisão se dá pela estabilização no ambiente externo, em especial com a menor preocupação na margem com uma crise
bancária global, tal que o dólar pode ficar mais fraco até o final do ano”, apontaram os economistas. Segundo eles, na mesma direção, no mês de abril, houve também alguma queda no prêmio de risco doméstico, principalmente após a divulgação do novo arcabouço fiscal.

“Para que a melhora seja duradoura, consideramos importante que a meta de inflação seja mantida, que as medidas de aumento de receita anunciadas pelo governo sigam avançando e que novos compromissos de elevação de despesas sejam
evitados”, apontam.

Mas há quem veja que outros fatores como preponderantes para o dólar estar abaixo de R$ 5.

Em recente análise, Lívio Ribeiro, pesquisador associado do FGV IBRE, apontou que, no último dia 16, quando o dólar teve forte alta de 1,12% (ainda assim, mantendo-se abaixo dos R$ 5), um dos dias de movimento mais forte de maio, um fator que movimentou o câmbio foi a frustração do mercado ao ver os dados de alta frequência da atividade chinesa para o mês de abril. “Esse movimento foi observado no mundo todo, e mais intensamente nas economias emergentes com maior relação comercial com a China”, afirmou.

Ribeiro ressalta que, em se tratando de câmbio a maior parte da atenção deve ficar concentrada no cenário externo.

“Quando o tema é analisar a dinâmica cambial, temos um ‘cacoete’ de superestimar a importância das variáveis domésticas, e não é assim. No comportamento da moeda, o mundo é quem determina; a dinâmica doméstica só tempera”, ilustra.

E, nesse caso, Ribeiro diz que o próximo mês será ditado por dois vetores antagônicos. O primeiro, é o comportamento da economia chinesa e seu efeito especialmente nas economias mais dependentes da exportação de commodities.

“A segunda frente são as dúvidas sobre o comportamento relativo da dinâmica monetária de Estados Unidos e Europa”, afirma, citando os diferentes estágios de ambas as economias em seu trajeto de política monetária, com os Estados Unidos mais próximos de concluir o processo de alta dos juros básicos (ainda que com algumas divergências recentes no mercado).

“Quando observamos o comportamento recente do DXY, que é o dólar ante as principais moedas do mundo, existe claramente um espelho euro-dólar, com um alinhamento favorável ao enfraquecimento do dólar – o que tem ajudado as moedas de maneira geral”, diz. “Mas a evolução dessa dinâmica deverá ser reavaliada com a próxima rodada de discussão de política monetária pelos bancos centrais – Fed e Banco Central Europeu -, em junho”, apontou o pesquisador do IBRE.

Hideaki Iha, da Fair Corretora, explica, olhando para o cenário doméstico, que a perspectiva de aprovação do arcabouço fiscal nesta semana já está incorporada aos preços, mas acaba ajudando um pouco o movimento do real, em referência à possibilidade de que o plenário da Câmara dos Deputados vote o novo marco fiscal nesta semana.

Contudo, vê que o dólar se mantém abaixo de R$ 5,00 no curto prazo em razão da sazonalidade favorável para a balança comercial, com fluxo expressivo do agronegócio, e da perspectiva de manutenção da taxa real de juros ainda elevada, mesmo com sinais de melhora nas expectativas de inflação e perspectiva de corte da taxa Selic (atualmente a 13,75% ao ano) no segundo semestre.

Cabe ressaltar que ontem, pela manhã, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a redução das projeções para o IPCA em 2023 caíram “muito em função de preços de combustíveis”. Já as expectativas mais longas, para 2025 e 2026, seguem acima de 4% em razão das incertezas sobre a meta de inflação.

“Estamos na época forte de exportação de soja e o juro alto também ajuda. Mas não vejo o dólar se mantendo abaixo de R$ 5,00. O Fed não deve cortar os juros neste ano como parte do mercado espera, e pode até ser que haja uma alta em junho”, afirma Iha, ressaltando que houve também na segunda-feira declarações duras de dirigentes do BC americano sobre os juros.

O Citi, por sua vez, apontou que a nova âncora fiscal, prestes a ser aprovada no Congresso, ajudou a reduzir as incertezas. Assim, estima o câmbio a R$ 5,00 por dólar no curto prazo. Por outro lado, as incertezas domésticas devem ser retomadas parcialmente, com as negociações em torno da reforma tributária. A projeção é do dólar em torno de R$ 5,10 no horizonte de seis a 12 meses, de uma projeção anterior de R$ 5,20.

Já no início do mês, o Credit Suisse apontou que o dólar poderia ficar abaixo de R$ 5. “Notamos que o desempenho positivo deste ano reverteu apenas parcialmente a depreciação substancial que a moeda sofreu nos últimos anos”, avaliaram Solange Srour, Rafael Castilho e Francisco Lima Filho em nota.

O modelo do banco de projeção para o câmbio – baseado em diferenciais de taxas de juros, prêmios de risco, índices de inflação diferenciais e termos de troca – corrobora a avaliação de que o real tem mais espaço para subir. A previsão do modelo ficou em um dólar a R$ 4,82 no fim de abril.

Infomoney - SP   24/05/2023

O Ministério da Fazenda trabalha com a possibilidade de fechar o ano com um resultado primário negativo inferior ao equivalente a 1% do PIB, que o próprio ministro Fernando Haddad estipulou como meta para o ano. A afirmação foi feita por Guilherme Mello, secretário de Política Econômica da pasta, durante explicações das estimativas atualizadas do Boletim MacroFiscal.

No documento, as projeções do chamado Prisma Fiscal ainda mostram uma previsão de um déficit primário de 1% do PIB ao final do ano, em linha com a anunciada em abril, com manutenção tanto da estimativa para a arrecadação (de R$ 2,35 trilhões) como da despesa total do governo central (R$ 2,02 trilhões).

No entanto, o governo trabalha com a possibilidade de elevar a arrecadação, mesmo sem recorrer à criação de novos tributos ou da elevação de alíquotas do existentes. “Um tema que a gente tem repetido várias vezes é a necessidade recompor a base fiscal, de recuperar o nível de arrecadação que teve no passado”, afirmou Mello, ao responder uma pergunta sobre o risco de elevação da carga tributária no País.

Ele afirmou que isso é possível combatendo os chamados gastos tributários, que muitas vezes são privilégios para determinados setores ou grupos sociais que acabam erodindo a base fiscal. Dois exemplos recentes de como isso pode ser feito, disse o secretário, foram a vitória no Congresso com a questão do ICMS na base de cálculo do PIS/Confins e a decisão do Poder Judiciário sobre as subvenções do ICMS para custeio na base de cálculo de tributos federais.

“É um exemplo que ocorreu no Legislativo e outro que ocorreu no Judiciário em que se recupera mais de um centena de bilhões de reais de arrecadação, sem criar nenhum novo tributo e sem aumentar alíquota, apenas recompondo alguma lógica do sistema tributário que foi perdida com essas alterações”, explicou, destacando que são receitas recorrentes.

São ganhos nessa linha, aliados a outras medidas, como a aprovação do novo arcabouço fiscal, das mudanças no Carf, da regulação de setores ainda não formalizados, da Reforma Tributária e de mudanças na tributação sobre a renda, que o secretário utiliza para estimar a possibilidade entregar um resultado primário melhor que o previsto.

Diário do Comércio - MG   24/05/2023

A desaceleração econômica, influenciada, em especial, pela alta taxa de juros, está prejudicando os resultados da indústria mineira. A pesquisa Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) mostra que o setor em abril voltou a apresentar queda da produção e do emprego. O indicador de produção ficou em 44,4 pontos, a oitava redução em 12 meses. E o emprego encerrou abril com 49,3 pontos.

Os estoques de produtos finais aumentaram e encerraram o quarto mês de 2023 acima do planejado pelas empresas, indicando que a demanda foi inferior à esperada, com 54,4 pontos. A utilização da capacidade instalada ficou abaixo da habitual para abril, sinalizando ociosidade da indústria e chegou a 43,2 pontos.

Os indicadores utilizados na sondagem variam no intervalo de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam evolução positiva.

A economista da Gerência de Economia e Finanças da entidade, Daniela Muniz, explica que o recuo na produção em abril era esperado, já que é um mês com menor número de dias úteis que em março, entretanto foi mais intenso que o usual para o período.

O número de empregados também recuou, após dois meses apresentando elevação, o que, segundo ela, não significa necessariamente uma tendência. “O cenário da economia ainda está marcado pelo endividamento e inadimplência elevados”, diz.

Ela ressalta que os juros elevados causam impactos negativos, desestimulando os investimentos. “Isso impacta todo o setor produtivo, com destaque para aqueles que necessitam mais do crédito para poder vender, como é o caso do segmento automotivo”, observa. Afinal, crédito difícil e caro reduz a capacidade de expansão do consumo.

A CNI já divulgou, em várias ocasiões, que considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, e espera que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie o processo de redução da Selic.

Sondagem do mesmo mês da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrou cenário semelhante ao verificado em Minas, com queda no emprego e na produção, além de redução na utilização da capacidade instalada e aumento dos estoques.

Para a economista, ainda é precoce falar em mudança na perspectiva de crescimento para este ano em razão dos últimos resultados. “Antes de falar se o crescimento será robusto ou menor em 2023, é necessário avaliar uma série de variáveis macroeconômicas. Também é importante considerar como será o arcabouço fiscal, se ele será crível e se o governo vai de fato conseguir equilibrar as contas públicas”, diz.

Para o coordenador do curso de Ciências Econômicas do Ibmec BH, Ari Francisco de Araujo Junior, a médio prazo a situação é bem complicada devido ao ambiente econômico, marcado por várias incertezas. “Talvez a principal seja que o governo atual ainda não disse ao que veio”, diz.

Ele acrescenta que o governo brasileiro não tem um programa fiscal bem desenhado. “O governo se apresenta num contexto de déficits orçamentários relativamente elevados, o que implica em precisar demandar recursos do mercado financeiro. Portanto, o próprio governo acaba gerando taxas de juros mais elevadas, dado que ele é um demandante de recursos do mercado financeiro”, observa.

Além disso, o professor ressalta que com gastos altos, o governo se torna incapaz de reduzir impostos de modo generalizado na economia.
Perspectiva

Conforme a sondagem da Fiemg, o otimismo dos empresários do Estado apresentou recuo, mesmo com as perspectivas positivas quanto à demanda, à compra de matérias-primas e ao número de empregados nos próximos seis meses. As expectativas foram as menores para o mês de maio desde 2020.

Para a economista da Fiemg, a recuperação do setor passa pela redução da taxa de juros com cenário propício para que isso ocorra, o que passa pelo equilíbrio das contas públicas e redução da inflação. Ela acrescenta que é importante que o governo implemente as reformas tributária e administrativa.

Ainda conforme a sondagem, as intenções de investimento também diminuíram e ficaram abaixo das registradas há um ano. O indicador de intenção de investimento registrou 57 pontos em maio. Esse resultado é 3,2 pontos abaixo do observado no mês anterior (60,2) e 3,4 pontos a menos do que o alcançado em maio de 2022 (60,4).

O Estado de S.Paulo - SP   24/05/2023

Há sinais de que tanto o governo quanto o Banco Central seriam simpáticos à introdução de uma meta contínua de inflação, substituindo a meta para ano calendário que vigora atualmente.

No Reino Unido, por exemplo, a meta é de uma inflação em 12 meses (média de preços no presente comparada à média de preços um ano antes) de 2%. A margem de tolerância é de 1 ponto porcentual (pp). Assim, o Banco da Inglaterra (BC) tem que escrever uma carta para o ministro das Finanças se a inflação em 12 meses subir acima de 3% ou cair abaixo de 1%. Nessa comunicação, o BC britânico tem de apresentar seu plano para trazer a inflação de volta à meta.

A inflação em 12 meses no Reino Unido atualmente está acima de 10%, por causa dos efeitos da pandemia. Na verdade, o sistema britânico inclui uma troca de cartas abertas entre o BC e o Ministério das Finanças (chamado de Chancelaria do Exchequer). A última troca foi em 23 de março, com o presidente do BC enviando uma carta, respondida no mesmo dia pelo chanceler do Exchequer.

No Brasil, como se sabe, o BC escreve uma carta aberta para o Ministério da Fazenda se a inflação no ano calendário fechado ficar além ou aquém das bandas de tolerância de 1,5pp, para cima e para baixo, em torno da meta central, de 3,25% este ano e de 3% em 2024 e 2025.

Caso se adote uma meta contínua no Brasil, a carta aberta do BC provavelmente passaria a ser escrita quando a inflação acumulada em 12 meses ficasse acima ou abaixo das bandas de tolerância da meta. Como essa situação pode perdurar por períodos relativamente longos quando há grandes choques - como ocorre hoje em dia, por causa da pandemia, no Brasil, Reino Unido e grande número de países -, talvez fizesse sentido um sistema de trocas de cartas abertas entre o BC e a Fazenda, por meio do qual o plano de volta à meta fosse monitorado e reajustado, como no sistema britânico.

De qualquer forma, uma eventual mudança da meta, de relativa ao ano calendário para contínua, ainda deixaria em aberto a espinhosa questão sobre o nível da meta.

Do lado do governo, já houve várias manifestações, inclusive do presidente Lula, de que seria desejável aumentar a meta. Roberto Campos Neto, presidente do BC, por outro lado, embora tenda a frisar que essa de fato é uma decisão do Executivo - majoritário no Conselho Monetário Nacional (CMN), que formalmente define a meta -, já deixou evidente que não gosta da ideia.

Na visão de Campos Neto e de uma expressiva corrente do mercado (embora haja também lideranças do sistema financeiro com posição oposta), aumentar a meta de inflação para, por exemplo, 4% ou 4,5% não vai reduzir o juro real e tende a elevar rapidamente as expectativas inflacionárias na mesma medida. Mais ainda, as expectativas já teriam subido por causa da suposição, engendrada pelo próprio governo, de que a meta será elevada.

O economista José Júlio Senna, especialista em política monetária do IBRE-FGV, considera que transformar a meta de inflação brasileira em uma meta contínua é uma boa ideia, mas elevá-la seria muito ruim.

Em artigo na edição de maio do Boletim Macro Ibre, Senna avalia que, pelas manifestações recentes do BC, a ideia da meta contínua está na mesa, "com boa probabilidade de vingar".

A decisão será tomada em junho, na reunião do CMN, quando - a se seguir o procedimento habitual - a meta de inflação de 2026 será anunciada. Porém, se o CMN decidir aumentar a meta de inflação, é plausível que também reveja as metas de pelo menos alguns dos anos anteriores a 2026.

Em seu artigo, Senna aponta que o argumento de que a elevação da meta é neutra, porque as expectativas de inflação já teriam se ajustado antecipadamente a ela, só seria verdadeiro se desaparecesse por completo a possibilidade de nova alta da meta no futuro. Evidentemente, isso é algo praticamente impossível num país que muda a Constituição para afrouxar a política fiscal, por exemplo, como se trocasse de roupa.

Havendo a chance de que a meta volte a ser elevada no futuro, a hipotética primeira elevação levaria, segundo o especialista em política monetária, a um prêmio de risco associado à possibilidade de novas mudanças de meta (que poderia até ser maior que o atual prêmio pelo mesmo motivo). Em resumo, deve haver um efeito pernicioso sobre as expectativas de inflação.

Senna vê a possibilidade de que ao menos parte do governo esteja ciente do risco mencionado acima. Assim, ele enxerga como possível que governo anuncie em junho a transformação da meta em contínua, mas mantendo o nível de 3%.

Para o economista, esse desfecho seria "excelente" e "superadequado" no atual momento da economia brasileira. Mas Senna alerta que um eventual aumento da banda de tolerância (hoje em 1,5pp), mesmo que mantida a meta,"poderia neutralizar, no todo ou em parte, os inegáveis benefícios de manutenção da meta em 3,0% e sua transformação em objetivo contínuo".

Globo Online - RJ   24/05/2023

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira, o texto principal do novo marco para as contas públicas, que vai substituir o teto de gastos na definição das regras para o crescimento das despesas federais. Ainda serão analisadas separadamente sugestões de mudanças no projeto do arcabouço fiscal antes dele seguir para o Senado. (leia mais abaixo).

O texto foi aprovado por 372 votos a 108.

Apenas a federação PSOL-Rede e a oposição orientou voto contra. O PL liberou a bancada.

Na noite desta terça, um destaque do PSOL foi rejeitado. Quatro destaques do PL serão votados na quarta-feira.

Prioridade do governo neste ano, o projeto foi enviado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad em abril. Desde então, foram semanas de reuniões para acertar o texto final. Novas mudanças foram feitas nesta terça para garantir a votação.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), encabeçou as negociações que acabaram endurecendo o texto sob protestos até mesmo de integrantes do PT.

Haddad atuou então para evitar que emendas do próprio partido ao relatório do deputado Cláudio Cajado (PP-AL). O temor do ministro era da pressão interna do partido fazer o texto não ser votado ou ser ainda mais apertado, em possível retaliação.

O texto foi levado a plenário ontem depois de o relator do projeto alterar três pontos sensíveis que vinham gerando críticas, especialmente de parlamentares do chamado Centrão: aumento de despesas em 2024, Fundeb (fundo de educação básica) dentro da regra e formas de contingenciamento em caso de descumprimento das metas.

— Agradeço, presidente Arthur Lira. Vossa excelência pode ter certeza de que escreveu esse relatório ao meu lado, ao lado dos líderes e ao lado de todos estes parlamentares. Podem ter certeza de que essa lei é melhor do que o teto de gastos, que se tornou anacrônico. Ele foi importante no passado, mas esse momento contemporâneo exige de nós uma lei moderna, contemporânea, que é o que nós estamos apresentando e iremos votar — disse Cajado, aliado fiel de Lira.

Além de partidos da oposição como o PL e o Novo, deputados do PSOL e da Rede votaram contra a proposta.

— Queremos mais investimentos públicos e não a destinação de recursos para os poderosos — disse Tarcísio Mota (PSOL-RJ).

O líder do PT, Zeca Dirceu (PR), disse que o texto não é perfeito, mas defendeu o projeto:

— O país vai perceber a redução do custo de vida, da taxa de juros. É um bom modelo, não é perfeito, mas permite avançar — afirmou.

Despesas em 2024 muda

Para Um dispositivo inserido no primeiro relatório de Cajado, e agora alterado, fixava uma alta real de 2,5% nas despesas em 2024. Esse é o limite máximo para o aumento de despesas acima da inflação previsto na regra fiscal.

Junto com uma mudança no cálculo da inflação, essa medida poderia ampliar os gastos no próximo ano. Agentes do mercado financeiro calculam que o extra chegaria a R$ 80 bilhões, o que é contestado pelo relator e pelo governo. Ambos estimam que as despesas aumentariam de R$ 10 bilhões a R$ 20 bilhões em relação ao projeto do governo.

Pela regra original do arcabouço fiscal, as despesas podem subir o equivalente a 70% da alta real das receitas, respeitando o intervalo de 0,6% a 2,5% (acima da inflação). A primeira versão do relatório estabelecia porém que, em 2024, essa alta será de 2,5%, independentemente da arrecadação. Como a previsão de diversos especialistas é que as despesas subiriam abaixo desse teto, a diferença configura um gasto extra para o governo.

A mudança que foi feita agora é para atrelar esse gasto a uma eventual alta de arrecadação. Para 2024, o crescimento das despesas será apurado em dois momentos.

Primeiro, considerando a arrecadação acumulada entre julho de 2022 e junho de 2023. Depois, considerando o ano de 2023 cheio (janeiro a dezembro) comparado ao projetado em 2024.

A diferença entre esses dois momentos, se for positiva, vira um aumento de despesas real limitada a 2,5%.

A justificativa é que o governo Lula não poderia ser penalizado por uma queda de receita do governo Bolsonaro. E que precisava capturar um aumento de arrecadação no segundo semestre deste ano.

Depois de 2024, o cálculo da despesa permanece sendo feito apenas em um momento, considerando a alta de arrecadação nos 12 meses encerrados em junho do ano anterior.

Cálculo da inflação

Outra mudança que leva ao aumento de gastos é com relação ao cálculo da inflação. O relatório de Cajado determina que a inflação usada para corrigir os gastos seja a calculada num período de 12 meses até junho do ano anterior.

Caso o IPCA do ano fechado seja maior, o relator permitiu que a diferença pode se tornar expansão de despesas. Os cálculos dos economistas para 2024 se baseiam no fato de que já se sabe que a inflação de 2023 (de janeiro a dezembro) será maior do que o índice registrado em 12 meses até junho de 2023. Isso está mantido no relatório.

Contingenciamento linear

Por pressão dos deputados, o relator também estabeleceu que um eventual contingenciamento (bloqueio) de despesas ao longo do ano para cumprir as metas fiscais será linear. Ou seja, precisará bloquear na mesma proporção os investimentos, o custeio da máquina pública e emendas parlamentares.

Os deputados pressionaram por essa mudança para garantir que não houvesse um tratamento diferenciado e apenas as emendas fossem bloqueadas.

Fundeb e DF

Havia pressão de parlamentares para excluir o Fundeb (fundo de financiamento da educação básica) do limite de gastos do arcabouço. O Fundeb, porém, continuará no limite de gastos.

— Vai ter um artigo que deixa claro que o crescimento (do Fundeb) de 2% a cada ano vai ser acrescentado na base, vai ser cumulativo. Isso garante que o Fundeb não terá competição com a base.

Na prática, é o crescimento real da despesa do Fundeb vai ser incorporada na base de cálculo, de maneira que não vai concorrer com outras despesas.

Também será mantido dentro do limite o Fundo para financiar os gastos do governo do Distrito Federal, o que vinha sendo criticado por parlamentares da região. Metade do orçamento do DF depende de recursos federais.

— Vou ter uma reunião com a bancada do GDF (governo do Distrito Federal) para mostrar que não vai haver prejuízo. O GDF vai ter sempre crescimento acima da inflação, com ganho real — disse Cajado.

Destaques

Foram apresentados cinco destaques de bancadas ao texto, que serão analisadas separamente. São alterações sugeridas pelos partidos, que precisam, necessariamente, serem votadas. O PSOL, partido da base do governo, apresentou um destaque para retirar do texto os gatilhos para sanções em caso de descumprimento da meta.

O União Brasil, também da base, não apresentou destaques, mas apoiou uma das emendas protocoladas pelo PL.

O partido de Jair Bolsonaro apresentou quatro destaques: voltar a ser crime de responsabilidade o descumprir da meta fiscal; retirada do fundo constitucional de banca gastos do Governo do Distrito Federal dos limites do arcabouço; retirar o piso de 0,6% para aumento de gastos, dessa forma os gastos poderiam crescer abaixo desse percentual; e eliminar a possibilidade de crescimento maior das despesas em 2024.

O deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, afirmou que eles não concordaram com a licença para um crescimento maior de gastos em 2024 e, por isso, apoiaram a apresentação de destaque do PL.

— (O ideal seria) suprimir. Fomos surpreendidos com esse artigo", disse — disse Elmar.

O projeto está sendo analisado depois de Cajado alterar pontos sensíveis no texto que vinham gerando críticas especialmente de parlamentares do chamado Centrão.

Como funciona a nova regra?

As despesas crescerão acima da inflação.Pelo novo arcabouço fiscal, a alta será equivalente a 70% do incremento real da receita no ano anterior.As despesas sempre crescerão entre 0,6% e 2,5% ao ano acima da inflação. O objetivo é criar um mecanismo anticíclico. Ou seja, em momentos de economia mais fraca, o gasto seria maior. E em momentos de alta, isso não vira gasto.

Metas com intervalo

As contas públicas perseguirão uma meta de resultado. O objetivo é zerar o déficit fiscal do governo em 2024.Essa meta tem um intervalo de cumprimento em percentual do PIB. A meta estará cumprida se oscilar 0,25 ponto do PIB para cima ou para baixo.Caso o resultado fique abaixo do piso da meta, os gastos no ano seguinte só poderão crescer o equivalente a 50% da alta real da receita.Se o resultado ficar acima do limite da meta, o excedente será usado para investimentos.

Investimentos

Haverá um piso para os aportes em investimentos. Esse piso será de cerca de R$ 75 bilhões, que é o investimento deste ano, mais a inflação do ano. O governo pode gastar mais que isso, se desejar e encontrar espaço no Orçamento.

Caso o novo arcabouço seja aprovado e implementado, o governo prevê:

Zerar o déficit público da União no próximo ano;Superávit de 0,5% do PIB em 2025;Superávit de 1% do PIB em 2026.

Medidas de ajuste

O relator adotou medidas de ajuste fiscal caso a meta fiscal não seja cumprida. Essa meta será anual e fixada no início de cada governo. O resultado é a diferença entre as despesas e as receitas do governo.

O presidente Lula conseguiu garantir que o reajuste do salário mínimo fique fora das sanções previstas em caso de descumprimento da meta.

Caso a meta fiscal seja descumprida por um ano, o governo fica proibido de:

Criar cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;Alterar estrutura de carreira que implique aumento de despesa;Criar ou majorar auxílios;Criar ou reajustar despesas obrigatórias;Conceder ou ampliar incentivos fiscais.

Se as metas foram descumpridas por dois anos, ficam proibidos, além de todas as medidas anteriores:

Aumento e reajuste de pessoalAdmissão de pessoalRealização de concurso público

Presidente poderá fazer ajuste

Em caso de descumprimento da meta e acionamento dos gatilhos, o presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional, acompanhada de projeto de lei com medidas de aumento de receita ou de corte de gastos. Caso essas medidas sejam sejam suficientes para ajustar as contas, os gatilhos serão reduzidos.

Despesas obrigatórias

O relator também incluiu outro gatilho para acionar medidas de ajuste fiscal. Esse gatilho será acionado caso as despesas obrigatórias do governo atinjam 95% dos gastos totais. Nesse caso, são acionados todas as medidas de ajuste fiscal previstas para o caso de descumprimento da meta, como reajuste para servidores. Hoje, a proporção de despesas obrigatórias é de 90%.

Contingenciamento

O relator também mudou a dinâmica de contingenciamento (bloqueio de despesas), caso se observe que a meta não será cumprida ao longo do ano.

Punição

O relator também fez alterações sobre a forma como o presidente da República será punido em caso de descumprir as metas fiscais.

O que o relator estabeleceu: só é crime se o governo não fizer contingenciamento, respeitados os limites estabelecidos na lei; e autorizar gastos como criação de cargos e auxílios mesmo se a meta for descumprida.

IstoÉ Dinheiro - SP   24/05/2023

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a alta a 0,45% na terceira quadrissemana de maio, após subir 0,60% na segunda leitura do mês. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 12 meses, o indicador acumula variação positiva de 3,39%, ante 3,54% na segunda quadrissemana.

Entre as oito classes de despesas que compõem o indicador, seis desaceleraram no período, com destaque para o comportamento do grupo Educação, Leitura e Recreação (-1,90% para -2,57%), puxado por passagem aérea (-13,96% para -10,42%).

Também houve decréscimo nos grupos Alimentação (1,02% para 0,79%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,41% para 1,20%), Comunicação (1,35% para 0,74%), Transportes (0,63% para 0,50%) e Vestuário (0,73% para 0,61%). Nestas classes de despesa, vale destacar o comportamento dos itens: hortaliças e legumes (8,37% para 5,77%),

medicamentos em geral (2,54% para 1,66%), tarifa de telefone móvel (3,74% para 2,07%), gasolina (0,32% para -0,26%) e roupas masculinas (1,11% para 0,50%).

Por outro lado, a FGV registrou aceleração nos grupos Habitação (0,60% para 0,77%) e Despesas Diversas (0,62% para 0,81%), com destaque para tarifa de eletricidade residencial (0,64% para 1,06%) e jogo lotérico (6,63% para 9,46%), respectivamente.

Influências

As principais pressões negativas sobre o IPC-S da terceira quadrissemana de maio, além de passagem aérea, vieram dos itens mamão papaya (-6,43% para -9,11%); gasolina (0,32% para -0,26%); óleo de soja (-3,47% para -4,88%) e óleo diesel (-2,99% para -3,86%).

Na outra ponta, as maiores influências de alta no indicador nesta leitura vieram de tomate (20,51% para 15,52%); tarifa de ônibus urbano (3,09% para 4,03%); plano e seguro de saúde (manteve alta de 1,06%); tarifa de eletricidade residencial (0,64% para 1,06%) e aluguel residencial (1,03% para 0,94%).

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   24/05/2023

(Reuters) – Os contratos futuros do minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram para o nível mais baixo em mais de uma semana nesta terça-feira, ampliando as perdas após o rali da semana passada, com o aumento do pessimismo sobre as perspectivas de demanda na China, maior produtora mundial de aço.

Os preços de referência do ingrediente siderúrgico caíram mais de 20% em relação ao pico deste ano, pouco acima de 130 dólares a tonelada alcançados em meados de março, quando o sentimento era positivo à medida que a China entrava em sua alta temporada de construção na primavera e após o abandono das rígidas restrições da Covid-19.

Com a temporada de construção chegando ao fim e a demanda por aço não atendendo às expectativas, enquanto a economia doméstica apresenta um desempenho desigual em meio a um setor imobiliário lento, analistas disseram que o consumo de minério de ferro da China pode permanecer fraco.

O contrato de referência do minério de ferro para junho na Bolsa de Cingapura caiu 2,5%, para 99,55 dólares a tonelada, atingindo uma baixa intradiária de 99,30 dólares, o nível mais fraco desde 12 de maio.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 3%, a 707 iuanes (102,28 dólares) a tonelada, depois de atingir 704 iuanes, a menor cotação desde 15 de maio.

O minério de ferro recuou após o rali da semana passada, estimulado pela esperança de que a China implemente medidas adicionais de apoio à sua economia.

“No entanto, considerando a falta de mudanças significativas nas políticas monetária e fiscal, prevê-se que o ciclo econômico da China atinja seu ponto mais baixo no terceiro trimestre”, disse a consultoria do setor e provedora de dados Mysteel em seu cenário semanal.

A Mysteel disse que o declínio no investimento imobiliário e na nova atividade de construção na China no período de janeiro a abril sinalizaram a fraqueza contínua na demanda de aço.

Money Times - SP   24/05/2023

As ações da Vale (VALE3) operam em queda nesta terça-feira (23), a R$ 66,95. A empresa renovou as mínimas do dia depois que o ativo chegou a negociar a R$ 66,88 no início do pregão.

O movimento acontece em linha com outras ações do setor de mineração e siderurgia, que são destaque de queda no pregão.

Por volta das 11h20, os papéis da Vale recuavam 1,67%, a CSN (CSNA3) tinha -0,75%, a Usiminas (USIM5) -1,9% e a CSN Mineração (CMIN3) -1,46%.

O desempenho dos papéis acontece na esteira do minério de ferro na China, que ampliou as perdas após o rali da última semana.

O contrato de referência do minério de ferro para junho na Bolsa de Cingapura caiu 2,5%, para US$ 99,55 a tonelada. A commodity atingiu uma baixa intradiária de US$ 99,30, o nível mais fraco desde 12 de maio.

Já o minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 3%, a 707 iuanes (US$ 102,28) a tonelada, depois de atingir 704 iuanes, a menor cotação desde 15 de maio.

A queda da commodity reflete o aumento do pessimismo sobre as perspectivas de demanda na China, maior produtora mundial de aço.

AUTOMOTIVO

Infomoney - SP   24/05/2023

Dados da Fenabrave mostram que a venda de motos elétricas no Brasil tem crescido mês a mês. Apenas em março deste ano, foram registrados mil emplacamentos de veículos do tipo, uma alta de 83% em relação a fevereiro e de 55% em comparação a março do ano passado. Os motivos para essa adesão variam do baixo custo de aquisição em relação a um carro elétrico à acessibilidade de carregamento, já que as motocicletas podem ser recarregadas em tomadas comuns em poucos minutos.

E é mirando neste comportamento dos consumidores que a Boram Motos Elétricas vai inaugurar uma fábrica própria na Zona Franca de Manaus, em julho, para a montagem de motocicletas dentro do país. A empresa começou sua história em 2019, importando veículos da China e revendendo no Brasil, em um modelo de negócio que pavimentou a abertura de oito lojas próprias na região Norte.

Segundo Thiago Freire, sócio-fundador e CEO da Boram, a construção do espaço é fundamental na  estratégia de ampliar a presença dentro do país. Projetada no modelo in-company, dentro de um galpão já existente, inicialmente a linha de produção terá capacidade de montar até 30 veículos por dia, com a possibilidade de aumentar o fluxo diário conforme a demanda.

O custo total da obra foi de R$ 10,2 milhões. Destes, R$ 3,6 milhões foram destinados à infraestrutura do espaço e outros R$ 6,6 milhões foram investidos na importação de peças e insumos para o começo da produção. Com a fábrica já em funcionamento, a Boram espera aumentar seu faturamento anual em até cinco vezes, dos R$ 13 milhões atuais para R$ 69 milhões.

“A fábrica tem capacidade de produzir 2,5 mil motos por mês, mas já se torna viável a partir de 500 unidades. Essa foi mais uma estratégia econômica e financeira do que uma decisão de mercado”.

O portfólio da Boram conta com cinco modelos de motos elétricas, que custam entre R$ 14,7 mil a R$ 19,9 mil, com autonomia de até 80 km e velocidade máxima de até 85 km/h. Ainda neste ano, a empresa espera lançar uma versão premium, com preço ainda não divulgado, que pode chegar a rodar 100km a 110 km/h.

Do Amazonas para o Brasil

Há algumas décadas, a Zona Franca de Manaus tem sido a escolha de muitas empresas que decidem construir fábricas no Brasil. Isso acontece em razão dos incentivos fiscais destinados à região, que podem chegar a uma redução de 88% no Imposto sobre Produtos Industrializados e até à isenção de outros tributos federais, como IPI, PIS e Cofins, a depender do setor em que a companhia atua.

“Começamos a ter demanda de outros estados e, para atender os pedidos, teríamos um impacto tributário muito alto. Diante disso, fizemos uma validação de qual seria o ponto de partida para a abertura de uma fábrica, como o volume mínimo necessário para fazer sentido”, detalha Thiago. “Chegamos a conclusão de que com 500 motos elétricas o nosso projeto já parava em pé, então fomos atrás do que fazer para alcançar este número”.

Com a fábrica na Região Norte, o problema seria a logística, para escoar os produtos da Zona Franca para outras regiões do país. A solução para a companhia foi um sistema de logística dividida, com instalação de centros de distribuição auxiliares em outros estados.

Em São Paulo, a escolha foi pela cidade de Valinhos, que fica próxima da capital, mas também dá acesso para as rotas do interior do estado. É a partir da unidade de 600 m² que, efetivamente, as motos devem seguir para a casa dos compradores ou para os representantes comerciais.

Embora projete crescimento nos próximos meses, a empresa diz que um gargalo para o setor no país é a falta de infraestrutura para veículos elétricos, que ainda sofre com falta de pontos de carregamento. Para ‘atacar’ este ponto sensível, a Boram prevê investimentos e parcerias para a promoção do modelo de estações de carregamento (swapping stations, em inglês), em que os motoristas podem deixar suas baterias removíveis recarregando enquanto estão em alguma atividade.

“Isso não é uma iniciativa individual da Boram, mas um posicionamento de todo o mercado. Nós já vemos surgir várias startups com o objetivo de cuidar só da troca de baterias e pontos de recarga”, destaca Thiago. “As cidades estão se eletrificando e a Boram tem ajudado nesse caminho por meio das swapping stations, um projeto que é executado por uma das nossas verticiais”.

Terra - SP   24/05/2023

Primeira montadora a produzir caminhões elétricos no País, a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) iniciou os testes do primeiro ônibus também movido a bateria que deve chegar ao mercado no próximo ano, segundo informou o presidente da companhia, Roberto Cortes.

Chamado de e-Volksbus, o veículo, ainda um protótipo, foi apresentado nesta terça-feira, 23, na fábrica do grupo em Resende (RJ), onde será produzido. Ele vai utilizar vários componentes que já equipam o e-Delivery, caminhão da marca que foi desenvolvido no País e teve, até agora, 350 unidades vendidas no mercado brasileiro e algumas exportadas para México, Argentina, Paraguai e Guatemala.

Além da questão de descarbonização, por não emitir poluentes, o ônibus 100% elétrico terá vantagens em relação aos movidos a diesel porque a manutenção e o custo de operação serão inferiores. De acordo com Cortes, por ser um veículo mais simples, com menos peças, os gastos com manutenção serão até 50% inferiores. O custo de operação, que envolve energia elétrica em vez de combustível, será entre 50% e 70% inferior.

"Mesmo que o preço do ônibus elétrico seja duas vezes e meia, ou mais, em relação a um a diesel, ele se paga em até cinco anos pela redução da manutenção e da operação", afirma Cortes. Ele ressalta que essa diferença de preços é basicamente pela economia de escala, mas, futuramente, com o aumento da produção, a tendência é que vá diminuindo a uma curva que, em algum momento, será mais barato que um ônibus a combustão.

Como o veículo será produzido também pelo sistema modular que a VWCO adota em todos os seus produtos fabricados em Resende, a adaptação para diferentes configurações. Segundo a empresa, trata-se de um conceito para flexibilizar a construção de veículos elétricos e liberar mais espaço para baterias.
Modelos elétricos já rodam pelo País

Já existem ônibus elétricos rodando em alguns Estados, produzidos pela empresa brasileira Eletra e pela chinesa BYD. Em São Paulo, por exemplo, há 100 elétricos operando no transporte de passageiros. A Mercedes-Benz vai iniciar a produção de seu modelo elétrico em São Bernardo do Campo (SP) no segundo semestre e a Marcopolo também terá ônibus com essa tecnologia.

Cortes também informa que o grupo comercializou 500 ônibus com a tecnologia Euro 6, obrigatória também para caminhões a partir deste ano. Eles são 5% mais econômicos em uso de combustível e emitem 80% a menos de NOx e 50% menos de material particulado na comparação com a tecnologia anterior, além de serem mais seguros, mais confortáveis para motoristas e passageiros. Entre os clientes que vão operar com esses veículos estão a Auto Viação Chapecó, a Tursan e a Vabene Transtur.

CNN Brasil - SP   24/05/2023

O governo federal deve anunciar nesta quinta-feira (25) um programa de incentivo para a volta do “carro popular” no Brasil. Neste dia, quando se celebra o Dia da Indústria, os empresários aguardam o possível lançamento das primeiras diretrizes de um plano de política industrial, ainda em estágio inicial.

A intenção do governo com a volta deste segmento é oferecer veículos com preço até R$ 55 mil, de acordo com alguns anúncios já feitos por autoridades sobre o assunto.

Mas, ter carros nesse patamar, segundo especialista consultado pela CNN, é muito difícil nos parâmetros de tecnologia, segurança e comodidade que os veículos oferecem hoje.

Antonio Jorge Martins, coordenador dos cursos automotivos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), faz um comparativo com os produtos eletrônicos que existem hoje no mercado e que também são caros.

“O celular, por exemplo, é uma evolução que não vai mais voltar. Ninguém quer um celular ‘tijolo’ como os antigos, só para pagar mais barato. Ninguém quer mais televisão de tubo. Esse é o mesmo movimento com os carros”.

Para algumas montadoras e para os concessionários, o tema é visto com certa urgência em um momento de queda de vendas, fábricas suspendendo a produção e sindicatos de trabalhadores temendo demissões.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a fábrica de automóveis não está vendendo bem “porque o pobre não pode comprar um carro popular por R$ 90 mil”.

“Vamos fazer carros a preços mais compatíveis, aumentar as prestações. Eu brigava muito com a minha equipe econômica, na época não era o Haddad e falava: olha, o povo mais pobre sofre as consequências dos juros, mas eles não reclamam, porque, para eles, o que interessa é se a prestação do bem que ele vai comprar cabe no bolso”, disse o presidente.
Dificuldades

Segundo Martins, houve uma mudança brutal no Brasil e no mundo ao longo dos últimos 25 anos. De uma forma geral, fez com que houvesse alterações no próprio setor automotivo e até no gosto do consumidor.

“Os anos 1990 foi a época que surgiu o carro popular com o Itamar Franco. Era um veículo desprovido de conforto e de segurança. Nos dias de hoje, os veículos, de uma forma geral, possuem bastante conectividade e itens de segurança que são até obrigatórios.”

Martins pontua que não gosta de caracterizar o veículo como “carro popular”, mas sim como “carro de entrada”.

“Nos últimos, anos houve uma elevação dos custos de peças, componentes, principalmente de semicondutores, além de uma desvalorização cambial significativa. Tem também a inflação que assola o país nos últimos anos, fazendo com que todos esses custos fossem repassados aos preços dos veículos.”

Uma nova estratégia de atuação de todas as montadoras mundiais, apontada por Martins, e que dificultará ainda mais a queda dos preços, é de deixar de focar em volume. “Quando a empresa foca em volume, não foca em rentabilidade. Ou seja, as marcas estão substituindo a quantidade produzida pela margem de rentabilidade”.

Na visão do especialista, é difícil voltar com os carros populares somente por meio da redução de impostos que ficam ao encargo do governo federal — impostos de importação, IPI e PIS Cofins.

“Fica muito difícil de reduzir o preço de um veículo de tal forma a alcançar um patamar R$ 50.000, já que hoje o patamar tá da ordem de R$ 70.000.”

O especialista da FGV completa dizendo que as montadoras não são de baixar preço, apenas alteram as condições de comercialização. “As marcas flexibilizam as formas de pagamentos, mas as matrizes exigem que as subsidiárias tenham margem de lucratividade e, com isso, continuarem realizando investimentos para evoluírem em seus produtos, o que encarece no final”.
Montadoras

A CNN entrou em contato com as montadoras Volkswagen, Stellantis, Renault, GM e Hyundai para saber a posição delas referente ao tema. Todas confirmaram que estão acompanhando as discussões, mas que só vão se posicionar após as definições acerca do assunto.

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) também disse que só vai se manifestar assim que o governo divulgar as diretrizes.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, disse, em nota, que as medidas sobre o setor automotivo estão em estudos e que serão divulgados assim que forem concluídos. Porém, ressaltou que ainda não tem previsão para a divulgação.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   24/05/2023

As vendas de moradias novas nos Estados Unidos cresceram 4,1% em abril ante março nos Estados Unidos, à taxa anualizada e ajustada de 683 mil, informou nesta terça-feira (23) o Departamento do Comércio. Analistas ouvidos pela FactSet projetavam 660 mil.

Já o nível de março foi revisto, de 683 mil anteriormente informados para 656 mil.

O Estado de S.Paulo - SP   24/05/2023

Uma nova versão para o projeto de lei (PL) de revisão do Plano Diretor de São Paulo foi apresentado em uma audiência pública nesta terça-feira, 23, com uma série de alterações que incentivam a construção de edifícios mais altos na cidade. Uma das principais mudanças permite que prédios sem limite de altura e com acesso a diversos incentivos atraentes para o mercado imobiliário sejam construídos em um raio de até 1 km de estações de metrô e trem, regra que hoje é de 400 m e está ligada à crescente verticalização perto de “eixos de transporte”, em locais como Brooklin, Butantã e Pinheiros. Também há mudanças que ampliam o máximo de área construída nos “miolos” dos bairros.

A proposta de alteração foi apresentada pelo vereador Rodrigo Goulart (PSD), relator do projeto de revisão do Plano Diretor e parte da base governista do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na Câmara Municipal. A orientação do presidente da Casa, Milton Leite (União Brasil), é de que eventuais mudanças sejam feitas no texto até a quinta-feira, 25, quando será submetido para a primeira votação. A previsão é que o PL passe por mais duas audiências públicas na semana que vem e seja aprovado em segunda e definitiva votação ainda no início de junho.

O novo artigo referente à área de influência dos “eixos de transporte” também dobro de 150 para 300 metros a área ao longo de corredores de ônibus, que terão acesso aos muitos incentivos da Prefeitura. Entre eles, estão a possibilidade de construir mais sem o pagamento da chamada “outorga onerosa” quando o empreendimento atende determinadas características (como a presença de comércio no térreo, por exemplo) e a autorização para construir até quatro vezes a área do terreno, dentre outras.

Como o Estadão mostrou, os eixos concentram hoje mais da metade dos apartamentos lançados na cidade, com crescimento especialmente em vizinhanças de classes média e alta, e, com a mudança, essa verticalização adentrará quadras mais internas dos bairros. Esse tipo de zoneamento foi proposto pelo Plano Diretor, em 2014, com o objetivo de aumentar a população de mora perto de meios de transporte de massa e reduzir os longos deslocamentos pela cidade, porém parte dos empreendimentos têm sido destinada para locação temporária e uma população de maior renda, que, por vezes, não utiliza metrô, trem ou ônibus no dia a dia.

A nova versão do PL também incentivará mais prédios nas quadras no interior dos bairros. Nesses locais, o empreendimento poderá construir até três vezes a área do terreno em vez da permissão de duas vezes hoje em vigor, mediante o pagamento da “outorga onerosa” à Prefeitura. As vizinhanças seguirão, contudo, sujeitas às regras de altura de cada zoneamento, lei que também está em processo de revisão e será enviada em breve à Câmara. Nos “centrinhos de bairro”, onde há amplo comércio, o máximo hoje é de 48 metros. O limite atual foi idealizado no Plano Diretor a fim de evitar uma grande verticalização dos eixos e incentivar a construção de prédios mais altos perto do transporte de massa.

Para urbanistas ouvidos pelo Estadão, a nova proposta incentiva a verticalização como um todo na cidade, por ampliar a área de influência dos eixos e mudar o coeficiente básico nos miolos de bairro, praticamente anulando a distinção entre zonas em bairros com transporte mais desenvolvido, como os do centro expandido. Hoje, o alto volume de novas construções perto de estações de metrô em Pinheiros e na Vila Mariana, por exemplo, tem atraído reclamações de moradores antigos, que alegam uma dita descaracterização e piora na qualidade de vida.

A avaliação é de que a nova versão traz muito mais alterações do que o PL apresentado pela gestão Nunes em um contexto de poucos dias até as votação e com apenas duas audiências públicas para discussão. Uma justificativa técnica e um levantamento com o impacto da mudança na cidade e nos cofres públicos não foi apresentado. Por isso, há o entendimento de que mudanças significativas possam ser aprovadas “no escuro”, por falta de tempo hábil para a identificação das eventuais consequências.

“Tudo o que se discutiu até agora praticamente não vale mais, mudou tudo”, avalia o urbanista Nabil Bonduki, professor da USP e relator do atual Plano Diretor. Se aprovada, a nova versão do Plano Diretor estará em vigor ao menos até 2029.

“A minuta não enfrenta os problemas reais da cidade e simplesmente atende a uma demanda para ampliar a produção imobiliária em áreas já consolidadas, aumentando os conflitos nos bairros e deixando a periferia às moscas”, descreve o urbanista Fernando Tulio Salva Rocha Franco, pesquisador na ETH Zurique, diretor do instituto Zerocem e ex-presidente do IAB/SP.

No texto, também foram identificadas anotações em meio aos novos regramentos, como uma que diz “Ver definição da Jacu-Pe^ssego se ela não é PIU”. Para os especialistas, isso indica que a nova versão foi definitiva há pouco, sem tempo hábil para um revisão mais atenta.

Outra mudança que chamou a atenção no novo texto do PL é a criação de um novo tipo de zoneamento na cidade: as Zonas de Concessões, que abrangerão todas as áreas públicas concedidas e com projetos de concessão em desenvolvimento. Para os urbanistas ouvidos pelo Estadão, a alteração permitirá praticamente uma “folha em branco” para a criação de regramentos fora dos que estão previstos na atual legislação e para áreas com características muito variadas, como parques, cemitérios, centros culturais e equipamentos desportivos.

“Vai ficar difícil até para o tribunal de contas e as pessoas monitorarem”, aponta Rocha Franco. “Se a Prefeitura resolver conceder todos os CEUs poderá definir outra regra de uso e ocupação para a área. E se liberar algum tipo de construção dentro de parques concedidos?”, questiona Nabil Bonduki.

Os especialistas também avaliam que o projeto diminui ainda mais a influência municipal no desenvolvimento urbano da cidade, com alterações defendidas pelo setor imobiliário e novas regras que preveem a aplicação de recursos originalmente municipais pelo próprio setor privado. Um exemplo é a outorga onerosa, cobrada das incorporadoras para a construção acima de um limite básico na cidade e destinada hoje a um fundo voltado especialmente à habitação para a baixa renda e à mobilidade.

Em vez de pagar efetivamente o montante ao Município, o PL permite que o setor privado pague a outorga por meio da execução de obras públicos, com um valor de 90% do que deveria ser pago ao fundo. “É o Estado abrindo mão de controlar política urbana. Isso tem consequências gigantesca, que depois vai rebater em déficit habitacional, no meio ambiente e na infraestrutura”, diz a professora do Insper e pesquisadora Bianca Tavolari.

O novo texto também mantém as mudanças mais significativas na primeira versão do PL, como a que permitirá prédios com apartamentos maiores e mais vagas perto dos eixos de transporte. Um estudo do Insper identificou que o tamanho máximo de unidades residenciais perto de metrô, trem e corredores de ônibus passará de 80 m² a 120 m², com a possibilidade de terem duas garagens “gratuitas”, em vez do limite de uma sem o pagamento da outorga onerosa previsto hoje pela lei.

O mesmo estudo também apontou que empreendimentos com unidades medianas (de 60 a 80 metros quadrados) poderão ter até 33% mais vagas de garagem do que a regra atual. Na prática, o levantamento estima que o número máximo de vagas poderia crescer em 12%, porém não considerou a nova versão da proposta, cujos possíveis impactos serão ainda calculados.

A versão apresentada nesta semana do PL também prevê regras diferenciadas para a criação de habitação de interesse social, como a permissão que sejam disponibilizadas para a locação. Para os especialistas ouvidos, algumas mudanças não estão claras e podem até desestimular esse tipo de produção imobiliária na cidade.

FERROVIÁRIO

Portal Fator Brasil - RJ   24/05/2023

Para garantir eficiência logística . Com a aquisição, a empresa deixará de emitir 60% nas emissões de CO2 em relação ao modal rodoviário.

O Grupo Inpasa vai mais que dobrar a capacidade de movimentação de Etanol no modal ferroviário, elevando o volume total transportado para 1,01 bilhão de litros ao ano. Para isso, a empresa adquiriu 50 vagões e dois locomotivas, em um negócio ao redor de R$ 100 milhões, que serão operacionalizados pela Rumo, maior operadora de ferrovias do Brasil.

Atualmente, o grupo entrega Etanol para 23 estados brasileiros e outros quatro continentes, por meio dos modais rodoviário, dutoviário, fluvial, marítimo e ferroviário. Com a aquisição de vagões próprios, a empresa além de ampliar a distribuição por trilhos, vai reduzir em até 60% as emissões de CO2.

Os vagões e locomotivas serão operados pela Rumo pelo prazo de dez anos, durante o período de locação da Inpasa, e após esse período a concessionária terá um ativo para uso por 30 anos. Os materiais rodantes devem trafegar no trecho entre Rondonópolis (MT) e Paulínia (SP), percorrendo aproximadamente 1,2 mil km, até chegar em um dos maiores mercados consumidores de combustíveis do Brasil – São Paulo. O trecho a ser percorrido pela via ferroviária representa 17 mil viagens de caminhões por ano nas estradas do país.

O grupo é responsável por 10% do mercado nacional brasileiro de Etanol, o que corresponde a 5,9 milhões de automóveis abastecidos. Além disso, são 100 milhões de litros exportados ao ano com certificação EU RED para todos os países da União Europeia e Japão. —Por meio da ferrovia, vamos otimizar o custo logístico e dar mais segurança ao transporte e entrega aos clientes —afirma o diretor comercial de Etanol da Inpasa Brasil, Gustavo Mariano Oliveira.

—A Inpasa, que é a maior produtora de etanol da América Latina e líder no fornecimento do biocombustível no país, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), tem apostado em modais mais eficientes e ecológicos. Nosso propósito é ser referência mundial em energias limpas e renováveis — reforça o presidente do grupo, José Lopes.

Oportunidade a partir da viabilização da estrutura logística —Para a Rumo, este é mais um importante passo para a agenda de crescimento da Companhia e para contribuir com a viabilização da infraestrutura logística e a redução de custo de transporte da Inpasa, que já é parceira da concessionária desde 2021. —Estamos falando de um modelo inovador que decidimos estabelecer com nossos parceiros desde 2022 —afirma o vice-presidente comercial da Rumo, Pedro Palma. —A partir desta operação conjunta, colocaremos em operação um modelo de negócio capaz de proporcionar cadência e previsibilidade no suprimento de etanol da Inpasa para as regiões que atende, e estabilidade e ganhos de produtividade da nossa empresa —acrescenta o executivo.

Como a vida útil dos vagões é estimada em 40 anos, a Rumo deverá ter um ativo para uso por 30 anos após o período de término da locação pela Inpasa. A manutenção dos vagões é de responsabilidade da operadora. Além de representar um passo estratégico comercial, a parceria com a Inpasa vai de encontro aos planos de crescimento da Rumo no mercado de biocombustíveis.

— A Rumo já transporta aproximadamente 20% do volume do biocombustível do estado de São Paulo. Além disso, futuramente, com a conclusão das obras da Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso, que estão sendo desenvolvidas pela Rumo, conseguiremos trazer ainda mais velocidade e dinamismo para o escoamento da produção —explica Palma.

Equipamentos com tecnologia de ponta — Os vagões foram desenvolvidos e fabricados pela Greenbrier Maxion, a maior operação ferroviária da América do Sul, em aço com baixa liga estrutural, com alta resistência mecânica e à corrosão atmosférica e com capacidade para 105 mil litros, um aumento de 2 mil litros em relação ao modelo convencional. Os veículos foram projetados para o carregamento superior e descarregamento inferior, com descarga central, além de serem equipados com o Engate tipo "E" Double Shelf com haste "F", com operação rotativa inferior, mais robusto e antidesacoplamento, e com válvula sensora de carga.

De acordo com a fabricante, outro grande diferencial dos vagões é o truque tipo Motion Control® – Truques Premium, desenvolvido especificamente para as condições operacionais e de via permanente das ferrovias brasileiras, proporcionando, por meio da otimização do comportamento dinâmico do vagão, um aumento significativo da segurança operacional e vida útil dos componentes, além da redução no custo de manutenção.

A Greenbrier Maxion acredita que este é o início de uma grande parceria com a Inpasa, que está buscando ampliar sua logística, com sustentabilidade e produtividade. Os vagões, que foram desenvolvidos de acordo com as especificações técnicas sugeridas pelo cliente, atendem a todas as necessidades de operação e escoamento, garantindo um transporte seguro e eficiente.

Para Luis Gustavo Rocha Vilas Boas, diretor executivo de vendas e marketing da Greenbrier Maxion, a aquisição de ativos pelos chamados “usuários finais” tem crescido nos últimos anos. —É um modelo de negócio novo e que demonstra o interesse das empresas em ampliar o transporte de carga por ferrovias, que, é mais eficiente, seguro, sustentável e econômico —destaca. Segundo Luis Gustavo, a indústria ferroviária tem tecnologia, capacidade e projetos inovadores para atender esse novo modelo de negócio, alavancando assim o modal ferroviário brasileiro de carga.

Inpasa —O Grupo Inpasa nasceu em 2007 no Paraguai e, desde 2018, passou a atuar também no Brasil com sedes nas cidades de Sinop e Nova Mutum, em Mato Grosso, e Dourados, no Mato Grosso do Sul. Além de ser uma das pioneiras na produção de Etanol de Milho no Brasil, a companhia tem ampliado a participação de mercado por meio de outros produtos à base de milho, como o DDGS, OIL Premium e a tecnologia IOP.

A empresa tem se destacado pela atuação em sustentabilidade tendo como boas práticas a produção de energia por meio de vapor, o circuito fechado de água para toda indústria, o reaproveitamento das cinzas e o estímulo a outras cadeias produtivas, por meio de seus produtos e serviços.

Rumo —A Rumo é a maior operadora de ferrovias do Brasil e oferece serviços logísticos de transporte ferroviário, elevação portuária e armazenagem. A Companhia opera 12 terminais de transbordo, seis terminais portuários e administra cerca de 14 mil quilômetros de vias férreas nos estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. A base de ativos é formada por 1.400 locomotivas e 35 mil vagões. A Rumo está presente na 18ª carteira do ISE B3, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 que reconhece as empresas que são referências em práticas ESG.

Greenbrier Maxion —Nascida a partir da FNV (Fábrica Nacional de Vagões), a Greenbrier Maxion atualmente é formada pela união das empresas norte-americanas The Greenbrier Companies e Amsted Rail Inc., além da brasileira Iochpe-Maxion. Localizada em Hortolândia-SP, possui 79 anos de atuação no Brasil, sendo considerada a maior operação ferroviária da América do Sul. Possui capacidade de produção acessível e eficiente, com expertise em projetos de vagões de carga, truques, serviços de reforma, adaptação e modernização de vagões e seus componentes. Os vagões GBMX possuem tara reduzida, maior eficiência, confiabilidade, aumento na capacidade de carga, facilidade nas operações de carga e descarga e na sua manutenção. Os truques ferroviários são produzidos com tecnologia de ponta para garantir o melhor desempenho dinâmico, aumento na vida útil de seus de seus componentes e redução do custo de manutenção. Outro destaque da Greenbrier Maxion é a linha especializada em serviços ferroviários, que recebe vagões que necessitam de revisão, manutenção, reforma e transformação.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   24/05/2023

MAC 11 e MAC 12, no Porto de Alagoas, e POA01, no Porto de Porto Alegre, são os primeiros certames de terminais aprovados pela Antaq em 2023.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou, em Reunião Ordinária de Diretoria do dia 18 de maio (quinta-feira), a realização de certames para arrendamentos de terminais nos estados de Alagoas e Rio Grande do Sul.

Ao todo foram três terminais autorizados pela autarquia a serem licitados. Dois deles são no Porto de Maceió (AL): os terminais MAC 11 e MAC 12, destinados à movimentação de combustíveis. Para o primeiro, são previstos investimentos de mais de R$ 20 milhões e, para o segundo, a previsão é de mais de R$ 37 milhões investidos. Ambos possuem o prazo de arrendamento de 25 anos.

Em seu voto, o relator dos três processos de autorização de leilão, diretor Lima Filho, ressaltou que, ao longo da elaboração processual do terminal MAC 11 de Maceió, houve a necessidade de divisão da área em dois terminais, o MAC 11 e o MAC 11A. Este segundo está em fase final de estruturação e logo passará para análise da Diretoria Colegiada.

—Vale ressaltar que a área MAC 11 seria maior do que a que se constata na versão atual dos estudos. Durante o debate público travado na fase de instrução processual foram levantadas preocupações de cunho concorrencial que ensejaram a divisão da área em duas, sendo elas a MAC 11 e MAC 11A. A segunda está na fase de ajustes finais dos documentos técnicos e será tema de deliberação pela Diretoria em breve —disse.

O terceiro terminal autorizado pela Diretoria da Antaq para leilão é o POA 01, localizado no Porto de Porto Alegre (RS). Para o empreendimento, que terá o prazo de arrendamento de dez anos, estão previstos investimentos de R$ 17 milhões. O terminal é destinado à movimentação e armazenagem de granel sólido vegetal.

Os três terminais serão leiloados na forma de arrendamento simplificado. Nessa modalidade, regulamentada pelo Decreto 8.033/2013, os arrendamentos são isentos de audiência pública e podem também ser dispensados da análise de mérito pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em razão do pequeno porte e do reduzido risco apresentado.

Vale lembrar que essa é a primeira aprovação de certame de terminal no ano de 2023. Após a aprovação por parte da Antaq, o processo segue para o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) para aprovação e, em seguida, a marcação da data do leilão.

PETROLÍFERO

Money Times - SP   24/05/2023

O mercado acompanha de perto o cabo de guerra envolvendo a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Rio Amazonas, que ganha mais tensão com a perspectiva de a Petrobras (PETR4) recorrer ainda nesta semana contra a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de negar o pedido de licença para perfuração na região.

Até esta quarta-feira (24), a empresa estatal deve entrar com um pedido de reconsideração antecipadamente ao vencimento do prazo legal, no fim deste mês. Na semana passada, o órgão de proteção ambiental negou à petroleira a licença para perfurar a Foz do Amazonas, que integra a Margem Equatorial brasileira, considerada uma fronteira com grande potencial exploratório de petróleo, por preocupações quanto a potenciais danos ambientais.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, chegou a comentar sobre o assunto em entrevista à CNN, vendo como difícil a possibilidade de o órgão reverter sua decisão por pressão política.

“A Petrobras pode reapresentar o pedido, mas muito provavelmente a equipe técnica não vai mudar o seu parecer sem que haja alteração no projeto”, afirmou Agostinho.

O que Petrobras ganharia com licença?

A Bacia da Foz do Rio Amazonas faz parte da Margem Equatorial, situada no litoral entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte.

Apesar de o plano exploratório ainda estar em fases de estudo – a Petrobras tem mantido uma sonda e outros recursos mobilizados na área -, a Matriz Equatorial é estratégica para a estatal e pode dar uma grande vantagem competitiva para a companhia no setor petrolífero, que caminha para o movimento global de transição energética.

A partir de descobertas recentes, a Margem Equatorial passou a ser vista como uma área de importante potencial para a exploração de petróleo, segundo a Petrobras.

“Consideramos que a sociedade tem o direito de saber qual o real potencial da área, bem como participar do desenvolvimento regional e nacional”, declarou a empresa, em março.

Na avaliação de Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, a Margem Equatorial tem boas chances de agregar reservas importantes e capacidade de produção para a Petrobras no futuro.

A aposta na área é tão grande que a companhia estima que quase metade (49%) de seu capex (investimentos) exploratório para 2023-27 será voltado para a Margem Equatorial. Dos 42 poços previstos dentro do período, 16 devem se situar na região.

Também em março, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) divulgou cálculos apontando que a exploração de petróleo na Margem Equatorial poderia levar a uma produção de aproximadamente 1,1 milhão de barris de óleo por dia (bpd) na curva de produção nacional a partir de 2029.

Os números consideram início de produção na região em 2026, com o pico atingindo 1,1 milhão de bpd entre 2029 e 2036, antes de começar a recuar.

A previsão foi feita com base em informações geológicas disponibilizadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e considera a exploração nas áreas já contratadas na região, reservas estimadas de 30 bilhões de barris e um fator de recuperação de 25%.
Divisão no governo

Ministros do governo Lula se dividem quanto à decisão do Ibama. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, se mostrou contra a decisão do Ibama, defendendo a necessidade de estudar a área para decidir, no futuro, sobre a exploração de petróleo.

Enquanto isso, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é contra à proposta de explorar a Foz do Amazonas, destacando os potenciais impactos socioambientais que a atividade exploratória poderia causar na área. Vale lembrar que o Ibama está subordinado à pasta comandada por Marina Silva.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também soltou declarações sobre o posicionamento do órgão ambiental, sugerindo que acha “difícil” que a exploração de petróleo na bacia traga problemas ambientais para a Amazônia.

“Se explorar esse petróleo der problema para a Amazônia, certamente não será explorado, mas eu acho difícil porque são 530 km de distância da Amazônia”, comentou Lula nesta semana, em reunião de cúpula do G7 no Japão.

CNN Brasil - SP   24/05/2023

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta terça-feira (23), em meio a perspectivas por aperto na oferta, após alerta do ministro de Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, sobre reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) marcada para junho. Com isso, a commodity venceu a cautela em Wall Street, diante do impasse pelo teto da dívida nos EUA.

O contrato do WTI para julho fechou em alta de 1,19% (US$ 0,86), em US$ 72,91 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 1,12% (US$ 0,85), a US$ 76,84 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

As cotações iniciaram o dia no vermelho, com a falta de acordo entre republicanos e democratas sobre o teto da dívida. No entanto, os preços viraram para cima, de olho na questão da oferta.

O ministro saudita disse no Qatar Economic Fórum para os investidores que apostam na queda dos preços do petróleo ficarem atentos poucos dias antes da reunião planejada da Opep+, em 4 de junho, segundo noticiou a Reuters.

Esse pode ter sido um sinal de que o grupo está considerando cortar a produção mais uma vez em meio a perspectivas desanimadoras para o crescimento econômico global, afirmou o analista Craig Erlam, da Oanda, em relatório. A fala do ministro saudita contribuiu para a alta nos preços, na avaliação da corretora Ira Epstein.

A Eurasia também prevê o aperto do mercado no segundo semestre, com o barril de Brent custando pouco acima dos US$ 90.

A projeção se baseia não só na possibilidade de cortes da Opep+, mas também na probabilidade que calcula em 75% de a China atingir ou exceder a meta de avanço do PIB de 5% para 2023, o que fortaleceria a demanda no país. Além disso, a Índia deverá manter o seu consumo a níveis resilientes, de acordo com a análise.

Infomoney - SP   24/05/2023

A recém-empossada direção da Petrobras (PETR4) trouxe novas diretrizes estratégicas em relação à política de desinvestimentos da estatal, que mudaram drasticamente os planos das juniors oils, como são chamadas no mercado PRIO (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3), Petrorenconcavo (RECV3) e Enauta (ENAT3).

Além de terem novas oportunidades de aquisição minguadas, as empresas sofreram também, neste começo de ano, com os impactos da desvalorização do preço do petróleo no mercado internacional, assim como pelo solavanco gerado com a taxação das exportações da commodity, por parte do governo.

Ao menos, ao que tudo indica, o imposto sobre as exportações, foi um mal menor, que não deve se estender muito além de junho. Entretanto, a perspectiva da queda do preço do barril do tipo Brent acendeu um alerta para o setor, já que a receita delas acaba sendo prejudicada.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos, por exemplo, revisou sua previsão para a média do preço do barril do petróleo Brent em 2023, de US$ 85 para US$ 79. Enquanto isso, para o próximo ano, a projeção foi diminuída de de US$ 81 para US$ 74.

Diante deste cenário e após a safra de resultados do primeiro trimestre, o Goldman Sachs atualizou as suas estimativas para PRIO, 3R Petroleum e Petroreconcavo, reduzindo o preço-alvo de todas elas. O banco alegou o cenário macroeconômico para a redução, principalmente devido aos preços mais baixos do Brent.

Assim, para 3R Petroleum, a recomendação seguiu como compra, mas com preço-alvo de R$ 40,50, ante R$ 57,49 anteriormente. Para PetroRecôncavo, a recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 23,30 (de R$ 26,20). Para Prio a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 55,90 (antes era R$ 59,80).

Para onde vão as petroleiras júniores?

Com todas essas complicações, o que as empresas sinalizaram como estratégia, de agora em diante, é de redução do apetite para aquisições, voltando-se aos ganhos internos de eficiência.

A PRIO (PRIO3) destacou que focará no crescimento orgânico depois de assumir totalmente no início do ano o seu maior ativo, Albacora Leste, adquirido da Petrobras.

No mais, a Petroreconcavo (RECV3), que já tirou do radar a finalização da compra do polo Bahia Terra, junto à estatal, quer “olhar mais para dentro”, ganhando eficiência e elevando a produção.

Enquanto isso, a Enauta (ENAT3) se prepara para operar em 2024 seu sistema definitivo do campo na Bacia de Santos.

Por fim, a 3R Petroleum (RRRP3) tem um trunfo ainda: será a última petroleira júnior a assinar um contrato de aquisição de um campo de petróleo com a Petrobras (PETR4).

Trabalho interno a fazer

Se faltam oportunidades de aquisições, restam os desafios internos – que não são poucos. Conforme a XP, apesar dos desafios macroeconômicos e da queda do preço do Brent, as empresas apresentaram bons resultados no 1T23.

Mas ressaltou os impactos dos efeitos não recorrentes nas operações das petroleiras, especialmente relacionados aos ativos recém-adquiridos, demonstrando a dimensão dos desafios da integração de novas operações.

“Embora as oportunidades de fusões e aquisições ainda estejam sendo observadas, as empresas parecem estar mais focadas na eficiência operacional e no crescimento orgânico da produção”, afirmou a XP.
“Os planos de desenvolvimento dos campos estão exigindo cada vez mais da gestão, e um planejamento adequado é fundamental para evitar impactos negativos nos resultados”, complementou.
Se protegendo

A PRIO aponta em seu relatório do 1T23 que a melhor proteção contra a volatilidade do Brent é a redução de seu lifting cost, que são os custos de extração de petróleo. Esse item é um obsessão do setor e no caso das petroleiras júniores algo crucial, por conta de seus campos estarem em estágio de incremento de produção.

O próprio lifting cost da PRIO sofreu um baque entre o último trimestre do ano passado e o primeiro deste: o índice saltou de US$ 8,6 para US$ 9,5 o barril, tudo por conta da incorporação de Albacora Leste, cujos custos de operação começaram mais altos dos que os campos já existentes.

Segundo Roberto Monteiro, CEO da PRIO, “a história (de Albacora Leste) é de melhoria de eficiência operacional”. Na teleconferência dos resultados do 1T23, o executivo destacou também os próximos passos da empresa com foco no plano de revitalização do Campo de Frade nesse trimestre e do Campo de Wahoo no 3T23.

Monteiro, embora tenha citado que a PRIO continua buscando oportunidades de aquisição, descarta haver um processo desse tipo transformacional na empresa. Para ele, “o crescimento orgânico passa a ter uma relevância cada vez maior para a companhia”.

Alegria para uns e tristeza para outros

A 3R Petroleum (RRRP3), depois de conseguir a última licença junto ao Ibama do Polo Potiguar, que era a condição final para o fechamento da compra do ativo junto a Petrobras, deve finalmente assinar o closing com a estatal nos próximos dias.

Rodrigo Pizzarro, CFO da 3R, deu até a data de início provável de operação do Polo Potiguar na teleconferência de resultados do 1T23: 1º de junho.

Tamanha ansiedade da petroleira júnior, depois de meses de agonia de fechamento ou não do acordo devido às incertezas com a política de desinvestimentos da nova administração da Petrobras, tem uma forte causa: o ativo representará 45% da produção total de petróleo da companhia.

A 3R chegou a comentar na última apresentação de balanço os esforços concentrados na empresa para assumir o polo com 22 campos de petróleo, que além de mobilização de pessoal, incluía a aquisição pela 3R de um inventário de ferramentas e equipamentos vitais para continuidade fluida da operação.

Alegria para a 3R, frustração para a Petroreconcavo (RECV3), que não conseguiu fechar a compra do Polo Bahia Terra com a Petrobras.

O assunto esfriou tanto que saiu da pauta da última teleconferência de resultados da companhia, enquanto as anteriores reservavam amplo espaço a essa discussão.

A petroleira júnior se viu ainda no primeiro trimestre do ano entre a piora do preço do petróleo e custos extraordinários com a interdição do Polo Bahia Terra sob controle da Petrobras, dificultando o escoamento e comercialização de produção de seu gás, já que utiliza a infraestrutura de forma compartilhada com a estatal.
Diálogo com a Petrobras

O CEO da Petroreconcavo, em meio à indefinição da política da Petrobras para o setor, acha necessário que as petroleiras júniores dialogarem com a estatal sobre questões que envolvem a indústria de óleo e gás.

Já Décio Oddone, CEO da Enauta, voltou a afirmar que o sistema definitivo do Campo de Atlanta, na Bacia de Santos, será finalizado em 2024 e colocará a empresa em outro nível de produção de petróleo.

“O mais importante é que cada trimestre que passa a gente está ficando cada vez mais próximo de entregar o sistema definitivo pra ter mais volume (de petróleo no campo) em Atlanta”, ressaltou.

Por fim, o executivo diz que a empresa segue buscando oportunidades de aquisição no Brasil e exterior, mas não ofereceu detalhes.

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