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23 de Dezembro de 2022

SIDERURGIA

Money Times - SP   23/12/2022

O Itaú BBA rebaixou a recomendação de Usiminas (USIM5) para “market perform” (desempenho esperado em linha com a média do mercado), com um novo preço-alvo ao fim de 2023 de R$ 8.

O corte reflete uma postura mais conservadora sobre a divisão de aço da companhia, explica o time de análise da instituição.

“A rentabilidade da Usiminas provavelmente deve ficar pressionada em 2023, considerando que no primeiro semestre a companhia se envolverá mais em um negócio de ‘margem móvel’ – usando mais placas adquiridas de terceiros devido à manutenção do Alto-Forno 3”, afirmam Daniel Sasson e equipe, em relatório publicado nesta quarta-feira (21).

Na avaliação do BBA, apesar da forte geração de caixa de 9% esperada para 2023, existe potencial de alta limitado para a ação, que é negociada a 4,1 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para ano que vem.

O BBA estima uma queda anual de 13% dos preços domésticos do aço para a Usiminas, tendo como principais fatores preços globais menores e negociações com o setor automotivo caminhando para um desconto de 10-15%.

A instituição tem nova projeção de Ebitda a R$ 3 bilhões em 2023, queda de quase 40% no comparativo anual, influenciado por um aumento de custos e crescimento estável dos volumes de aço doméstico no próximo ano.

Dentro do universo, Gerdau (GGBR4) se sobressai como preferência de BBA. Em papel e celulose, Suzano (SUZB3) é a top pick dos analistas, uma vez que avaliam que a companhia continua oferecendo uma proposta de risco-retorno atrativa.

Valor - SP   23/12/2022

Investidores acompanham a formação do novo governo e seguem a movimentação das commodities

O Ibovespa apresenta forte volatilidade no pregão de hoje, oscilando entre ganhos e perdas enquanto investidores monitoram a formação da equipe ministerial do governo eleito. Para além da pressão negativa do exterior e do baixo volume de negócios, que acirra a oscilação de preços, a maior pressão negativa da sessão vem da performance das ações ligadas às commodities metálicas, refletindo incertezas sobre o processo de reabertura da economia chinesa.

Por volta das 13h, o Ibovespa caía 0,17%, aos 107.246 pontos. A mínima intradiária era de 107.043 pontos, enquanto a máxima alcançou os 108.383 pontos. O volume projetado de negócios para o índice no dia era de R$ 18,59 bilhões. Em Nova York, S&P 500 tombava 1,85%, aos 3.805 pontos, Dow Jones cedia 1,35%, para 32.922 pontos, e Nasdaq perdia 2,61%, aos 10.430 pontos.

Entre as commodities, mesmo com o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian registrando alta de 0,68%, as empresas ligadas à commodity recuavam na sessão, refletindo as incertezas sobre o processo de reabertura da economia chinesa e em movimento de correção após registrarem ganhos robustos nas últimas semanas. Vale ON -1,18%, CSN ON -1,90%, Usiminas PNA -1,14% e Gerdau PN -2,14%. Já Petrobras ON e PN recuperavam 0,22% e 1,61%, respectivamente.

"Com o afrouxamento recente da política de "covid zero", a China enfrenta seu maior surto de infecções desde o início da pandemia, o que claramente não ajuda no quadro da demanda. Para além do impacto das restrições, o mercado imobiliário com uso intensivo de metais continua muito fraco. Até agora, o apoio do governo teve pouco impacto. Ainda não se sabe o quão úteis serão as últimas medidas", escrevem estrategistas do ING.

Localmente, investidores seguem de olho em Brasília. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou mais cedo uma nova leva de ministros. Foram apresentados 16 nomes, com destaque para o do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), indicado para acumular a função com o comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

O mercado espera, adicionalmente, anúncios para a equipe econômica do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Segundo apurou o Valor, Guilherme Mello deverá ser secretário de Política Econômica, Marcos Barbosa Pinto assumirá como secretário de Reformas, Rogério Ceron ficará na secretaria do Tesouro Nacional e Robinson Barreirinhas assumirá a pasta da Receita Federal.

Segundo analistas ouvidos pelo PRO, em um ambiente de muita volatilidade e pouca liquidez, os ativos pouco reagiram aos nomes apresentados, apesar de ser consenso o sentimento de que não houve piora no sentimento. A expectativa agora fica por conta da nomeação para o ministério do Planejamento, que tende a ser um nome mais alinhado ao mercado, após André Lara Resende ter possivelmente rejeitado o convite.

Portal Fator Brasil - RJ   23/12/2022

Rebranding chancela nome pelo qual empresa é conhecida no mercado e consolida movimento estratégico orientado pelos pilares Gente, Inovação, Clientes e Sustentabilidade.

A Belgo Bekaert Arames, líder brasileira na transformação de arames de aço, está de cara e nome novos. A empresa apresenta sua nova marca — Belgo Arames —, criada para refletir sua evolução estratégica no Brasil e para chancelar a maneira pela qual é nomeada e conhecida no mercado.

E não foi apenas o nome que ficou mais fácil de ser pronunciado. O primeiro rebranding em 47 anos da Belgo parte de um conceito simples, com movimentos flexíveis para ressaltar a maleabilidade do arame de aço e com cores que remetem à sua história: a empresa foi fundada em 1975 por meio de uma parceria estratégica entre a ArcelorMittal (à época Belgo-Mineira) e a Bekaert, representadas pelo laranja, vermelho e azul, respectivamente.

A nova marca também celebra o resultado de um processo de transformação cultural e digital no qual a empresa investe desde 2019. —Essa mudança coroa um movimento de muito amadurecimento, iniciado ao definirmos o nosso propósito, que é criar uma vida melhor para todos. É comum ver empresas que mudam a marca e depois se preocupam com o restante, mas aqui fizemos o inverso. Tratamos primeiro nossas questões internas, nos reinventamos — de uma indústria tradicional para uma totalmente inovadora — para agora estampar essa nova imagem, com identidade e personalidade bem definidas— conta Ricardo Garcia, CEO da Belgo Arames.

Uma das importantes conquistas desse amadurecimento foi a criação da Gerência de Diversidade, Inclusão e Responsabilidade Social, composta pelos grupos de afinidade Equidade de Gênero, Pessoas com Deficiência, Migrantes em Vulnerabilidade, Equidade Racial, LGBTI+ e Gerações. Dentre os compromissos assumidos nessa área, está o de ter 30% de mulheres contratadas até 2030. Atualmente, dos 3.434 empregados, 16% são mulheres. A empresa já dobrou a presença feminina em cargos de liderança. Das 484 mulheres empregadas em 2020, 7,9% eram líderes. Já em 2022 o número saltou para 15,5%.

Outra evolução é a criação da Diretoria de Inovação e Digital, composta pelas áreas de Digital, Inovação, Propriedade Intelectual, Fronteira Tecnológica, Corporate Venture Building, Corporate Venture Capital, e-commerce, Analytics e Inteligência Artificial. Nesta frente, a Belgo lançou recentemente a linha de produtos easyworks, com os primeiros gabiões da América Latina produzidos em malha soldada para trazer mais sustentabilidade, produtividade e estética aos projetos geotécnicos e da construção civil; e a Belgo Cerca Rápida, startup corporativa com um projeto pioneiro e único para padronizar e acelerar em até cinco vezes a instalação de cercas rurais no país. Em parceria com a ArcelorMittal e o Centro Tecnológico CIT SENAI, está investindo na criação do primeiro Centro de Desenvolvimento da Tecnologia de Manufatura Aditiva por Deposição a Arco (CDT MADA) do país.

O fomento a políticas e ambientes cada vez mais saudáveis para seus empregados também caracterizam essa nova fase. Atualmente, a Belgo adota jornadas híbridas de trabalho, home office e horário flexível para cargos administrativos, disponibiliza espaços de coworking e de inovação para potencializar a criação e contribuição das equipes dentro de um pensamento ágil e intraempreendedor.

—Como resultado, a Belgo é uma das 30 melhores empresas de grande porte para trabalhar no Brasil, de acordo com o ranking Lugares Incríveis para Trabalhar, realizado pelo UOL e Fundação Instituto de Administração (FIA). Também nos destacamos em gestão de pessoas e desempenho financeiro entre as empresas de Mecânica e Metalurgia presentes no anuário Época Negócios 360º e estamos entre as que mais praticam inovação aberta com startups, segundo o ranking das Top 100 Open Corps. Esses reconhecimentos apontam que estamos no caminho certo— celebra Garcia.

Virada de chave —No dia 15 de dezembro, a Belgo iniciou a divulgação da mudança da marca para o público interno, em primeira mão. Já no dia 16 de dezembro (sexta-feira), o dia D, a empresa apresenta a novidade para a mercado, com alteração na fachada de todas as suas nove unidades no Brasil, localizadas em Minas Gerais, nas cidades de Contagem, Vespasiano, Sabará e Itaúna; na Bahia, na cidade de Feira de Santana; e em São Paulo, nas cidades de Osasco e Sumaré. A comunicação com os clientes também é prioritária e feita por várias frentes, desde contato presencial a uma campanha de mídia, que entrará no ar em janeiro.

Segundo o Diretor de Marketing e Produtos Comerciais da Belgo, Roberto Milhomem, essa primeira fase de rebranding recebeu o investimento de cerca de 1 milhão de dólares. —Teremos uma comunicação pessoal muito intensa para fazermos essa virada o mais rápido possível, envolvendo todos os nossos públicos. A partir das próximas semanas nossos produtos já chegam ao mercado com nova embalagem, mais limpa, moderna e atraente, reforçando nosso novo momento e também valorizando o ponto de venda de nossos clientes— afirma.

—Liderar o primeiro rebranding dessa marca tão forte e consolidada no mercado é um desafio interessante, que vai desde a percepção do mercado até o completo alinhamento com os pilares estratégicos, conduzido por nossa equipe interna. O slogan que lançamos para esse novo momento também reflete bem o que desejamos para as próximas décadas da companhia: uma Belgo moderna como nunca e forte como sempre —completa Milhomem.

A chegada de um novo nome e uma nova logomarca encerra um ano em que a projeção de receita líquida chega aos R$ 6,5 bilhões, frente aos R$ 6,4 bilhões de 2021. É também a coroação de um ano em que os investimentos foram focados em desenvolver novos produtos e soluções para os clientes, além de ampliar a capacidade produtiva, com a finalização da primeira fase de expansão da fábrica de steel cord (cabos de aço para pneus radiais) em Itaúna (MG), que recebeu mais de R$ 200 milhões nos últimos quatroanos. —Queremos continuar sendo a primeira escolha dos nossos clientes, construindo relacionamentos de longo prazo. Agora, temos uma marca que reflete nosso investimento em tecnologia, pessoas, sustentabilidade e inovação —conclui Milhomem.

Para 2023, a empresa prevê continuar ampliando sua capacidade produtiva, com investimentos previstos de R$ 40 milhões na fábrica de arames para fibra ótica e na de cercamentos. —São mercados nos quais nosso foco se acelera, como o de soluções em barreiras fixas e móveis para NR12 —finaliza Ricardo Garcia.

Valor Investe - SP   23/12/2022

Banco também revisou recomendações para os papéis das companhias do setor de commodities

O Itaú BBA revisou suas recomendações e preços-alvo para os papéis das empresas de siderurgia e mineração e papel e celulose.

O banco cortou a recomendação de Usiminas de compra para neutro e o preço-alvo de R$ 9 para R$ 8, com potencial de alta de 13,7% sobre o fechamento de ontem.

A casa também elevou o preço-alvo dos recibos de ação (ADRs) de Vale negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) de US$ 16 para US$ 18, potencial de 8,49%, reiterando recomendação neutra.

O banco reiterou recomendação de compra para Gerdau, com preço-alvo em R$ 37, potencial de alta de 21,4%, e neutra para Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), com preço-alvo em R$ 16, potencial de alta de 12,3%.

Os analistas liderados por Daniel Sasson escrevem que a expectativa para o Brasil é de desaceleração econômica, com fraqueza no Produto Interno Bruto (PIB), além de juros e inflação ainda em patamares elevados.

Esse cenário mais desafiador impacta diretamente as siderúrgicas do país, com dinâmica mais limitada na venda de aços. O banco estima que os preços devem cair entre 10% a 13% no ano que vem, pressionando os resultados.

“Nós gostamos da resiliência da Gerdau por conta de sua diversificação geográfica, dado a perspectiva positiva da sua unidade nos Estados Unidos, e seu balanço reforçado pode indicar maiores retornos aos acionistas”, ponderam.

Já as mineradoras ainda aguardam sinais mais robustos de recuperação da atividade econômica na China, após medidas do governo para impulsionar o setor de construção. O banco estima que o minério vai ficar em torno de US$ 105 a tonelada no ano que vem.

“Vemos potencial limitado para Vale neste momento e os múltiplos parecem justos”, comentam. Se o minério subir para US$ 120 a US$ 130 a tonelada, com recuperação chinesa robusta, a perspectiva da mineradora pode melhorar.

Papel e celulose

O banco cortou os preços-alvo de Suzano e de Klabin de R$ 70 para R$ 63 e R$ 27 para R$ 24, respectivamente, potenciais de alta de 30,1% e 22,7% sobre os fechamentos de ontem. A recomendação de compra foi mantida para as duas empresas.

Os analistas liderados por Daniel Sasson escrevem que o setor de papel e celulose se mantém como uma boa defesa contra a volatilidade doméstica mesmo com um cenário mais desafiador para os preços da commodity.

O banco manteve a estimativa de preço da celulose em US$ 650 a tonelada para 2023, apontando que a adição de capacidade na produção da commodity deve ser parcialmente mitigada por um maior custo marginal, dando maior sustentação aos preços.

Neste sentido, os analistas veem Suzano e Klabin se beneficiando, ambas com exposição ao dólar, destacando que os investidores já precificaram a queda nos preços da celulose, criando um bom ponto de entrada nas ações.

O setor de embalagens também deve se manter resiliente no Brasil mesmo com o cenário de incerteza econômica, o que beneficia Klabin, bastante exposta a esse mercado, com 52% das suas receitas geradas no país.

Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   23/12/2022

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira, 22, que vai demorar para a inflação americana voltar ao normal, sendo que há possíveis “contratempos” no caminho.

Em artigo publicado no Yahoo, ele reafirmou que o Federal Reserve (Fed) tem a responsabilidade primária de controlar a inflação. “Eu designei pessoas altamente qualificadas para liderar essa instituição, dada a importância de seu mandato duplo de emprego máximo e preços estáveis. Mas os americanos devem ter confiança de que meu plano está funcionando”, destacou.

Ele acrescentou que combater a inflação e dar às famílias mais espaço para respirar é sua principal prioridade econômica. “Estamos fazendo progressos importantes na transição da recuperação histórica para um crescimento estável. Nos últimos meses, os salários aumentaram mais rapidamente do que os preços, os preços da gasolina estão em seus níveis mais baixos desde o verão passado, e a inflação ano a ano está diminuindo”, disse.

Ademais, o líder comentou que os EUA estão lutando contra a crise climática e criando empregos industriais bem remunerados para o futuro da energia limpa. “Estamos investindo na fabricação de semicondutores, trazendo de volta cadeias de suprimentos críticas do exterior e baixando os preços de tudo, de carros a lava-louças. As empresas estão investindo bilhões de dólares em todo o país em novas linhas de produção, criando milhares de empregos bem remunerados”, defendeu.

O Estado de S.Paulo - SP   23/12/2022

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 3,2% no terceiro trimestre de 2022, a ritmo anualizado, de acordo com dados revisados do Departamento do Comércio local divulgados nesta quinta-feira, 22. O número ainda ficou acima do previsto por analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, que previam avanço anualizado no mesmo ritmo da segunda leitura divulgada em novembro, de 2,9%.

Com a confirmação de resultado positivo, a economia dos EUA superou a recessão técnica em que entrou no segundo trimestre, quando seu PIB encolheu 0,6%, marcando a segunda contração trimestral consecutiva.

O Departamento do Comércio também divulgou que índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 4,3% no terceiro trimestre. O PCE é a medida de inflação preferida do Fed, que tem meta de inflação de 2%.

Análise

Para a consultoria High Frequency Economics, a economia americana ainda cresce, com consumidores gastando, mas em 2023 a trajetória será de desaceleração.

A HFE diz que, para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de qualquer modo, o foco é em reduzir a inflação, o que “significa que os juros seguirão mais elevados por mais tempo no próximo ano”.

Diário do Comércio - MG   23/12/2022

O dinamismo da indústria mineira levou o setor a crescer acima da média nacional nos últimos anos. Em 2022, porém, alguns fatores levarão o parque produtivo do Estado a um avanço menor que o restante do País. O desaquecimento econômico global, com impacto principalmente na exportação e nos preços das commodities, e burocracias para obtenção de licenciamentos estão entre eles.

As projeções da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) dão conta de que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor deve encerrar o ano com crescimento de 1,14%, enquanto a média nacional deverá chegar a 1,95%. Já para o próximo exercício, as estimativas são de uma evolução de 1,5% no Estado e de 0,2% no Brasil.

De acordo com o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, o movimento deste exercício vai na contramão do que ocorreu nos últimos anos. Ele explica que a indústria mineira sofre mais impactos do que a nacional quando o assunto é mercado externo.

“De maneira geral, setores voltados para exportação tiveram um desempenho inferior, em função da retração econômica mundial, enquanto as atividades direcionadas ao mercado interno foram melhores”, disse.

Segundo balanço apresentado pela entidade, a alta da indústria neste ano será puxada por energia e saneamento (9,8%) e pela construção (7%).

Já para 2023, os destaques serão: construção (4,02%), energia e saneamento (3,67%) e indústria extrativa (1,4%). Vale dizer que esta última, neste exercício, deverá ter queda de 0,36%.

Em relação ao PIB em geral do Estado, as projeções da entidade são de crescimento de 4,6% neste ano e de 1,3% em 2023.

Ao detalhar os desempenhos, o economista-chefe da Fiemg, João Gabriel Pio, detalhou que a evolução em 2022 será impulsionada pela agropecuária. Outros setores, como a indústria extrativa e de transformação, vão sofrer uma queda de quase 1%.

Já para 2023, a instituição projeta que a economia mineira sofra uma desaceleração. “A performance dos serviços que irá impulsionar a atividade econômica em 2022 não terá a mesma força em 2023. Além disso, haverá um leve aumento na indústria”, disse o economista.

Cenário é incerto

Roscoe, por sua vez, falou sobre o cenário de incertezas que ainda paira sobre o novo governo federal e os efeitos que trarão para a economia como um todo. Segundo ele, embora ainda não haja impacto nos números, já houve redução de expectativa de investimento dos empresários.

“As primeiras decisões do governo deixam os setores muito apreensivos, todo mundo sem saber entender os fatos e que não estão indo na direção correta. Várias medidas fundamentais para o Brasil sair da crise melhor que outros países começam a ser abaladas. Houve uma mudança considerável do humor daqueles que investem. Todo mundo vai sentar e esperar. Grandes investimentos não vão parar, mas, um novo ciclo de expansão vai aguardar uma definição melhor da política econômica do próximo governo”, avaliou.
Mdic

Questionado sobre a escolha do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o dirigente industrial acenou com uma avaliação positiva. Para ele, o político tem boa relação com os empresários do setor e é experiente.

“É um homem público experimentado, governou São Paulo por quatro mandatos e fez boas gestões de maneira muito eficiente no Estado. Ele tem boa interlocução conosco, acho que com boa parte do segmento industrial. Então eu acho que é um bom nome, detém prestígio junto ao governo, é vice-presidente da República, acredito que vai ser positivo para o setor de Indústria e Comércio”, disse.

Roscoe também revelou que ligaria nesta quinta-feira para o novo ministro. “A gente imediatamente vai entrar em contato com ele para parabenizá-lo”, adiantou.

O Estado de S.Paulo - SP   23/12/2022

Já sabemos que o futuro vice-presidente, Geraldo Alckmin, também vai ser o ministro que vai comandar o desenvolvimento da indústria, mas não sabemos qual será a política industrial.

O PT não sabe o que quer. O relatório final do governo de transição é vago quando trata sobre a indústria. Fala em reverter o processo de desindustrialização, explorar investimentos em ações coordenadas entre os setores público-privado, “promover o engajamento da indústria na transição tecnológica” para uma economia verde e limpa e mais competitiva no mercado externo, porém são palavras vazias porque não estão acompanhadas de ações concretas.

A indústria brasileira é excessivamente protegida, conta com as tarifas alfandegárias que estão entre as seis mais elevadas do planeta, com mecanismos de reserva de mercado interno, com subsídios e renúncias tributárias e tem à sua disposição um bancão de desenvolvimento, o BNDES, que poucos países têm. E, no entanto, a indústria de transformação vai se desidratando a cada ano.

A velha desculpa de que enfrenta excessivo custo Brasil, infraestrutura sucateada ou não existente, câmbio baixo demais e juros altos não explica sua baixa competitividade. Outros setores que dependem até mais da infraestrutura, do câmbio mais desvalorizado e do juro alto, como o agronegócio, vão muito bem, porque têm mercado externo.

As “diretrizes” do PT ainda sugerem que o governo Lula adote o investimento público e a redução do custo do crédito para fortalecer a indústria nacional. E, no entanto, não há investimento público quando o Tesouro está espremido como bagaço de laranja e quando os juros estão lá em cima, porque têm de combater a inflação produzida pela deterioração das contas públicas.

A ideia de derrubar a Taxa de Longo Prazo (TLP) cobrada pelo BNDES exigiria suprimentos de capitais (funding) abundantes e também mais baratos, que não estão disponíveis por aí, ou ainda mais subsídios, que o Tesouro não pode proporcionar.

Sim, é preciso acordos comerciais, para abrir mercado externo para o produto industrial. No entanto, sem abrir mão do protecionismo não há como avançar em acordos comerciais. As exportações da indústria de veículos, por exemplo, estão travadas até mesmo para a Argentina. Sem desenvolvimento de modelos elétricos, será difícil obter mercado lá fora, que enfrenta prazos cada vez mais rígidos de proibição das vendas de veículos movidos a combustíveis fósseis.

O Brasil não tem problemas geopolíticos, é grande exportador de commodities – o que hoje é vantagem –, mas tem contra a indústria a questão fiscal mal resolvida (ou não resolvida), o desrespeito das regras do jogo e falta de estratégia.

Diário do Comércio - MG   23/12/2022

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG) chegou a 49,7 pontos em dezembro, voltando a mostrar falta de confiança dos empresários, ao ficar abaixo dos 50 pontos, após 28 meses acima desse patamar. O resultado indica queda de 2,7 pontos frente a novembro (52,4 pontos) e representa o terceiro recuo seguido neste tipo de comparação, refletindo a avaliação dos industriais de piora no cenário atual e a moderação do otimismo para os próximos seis meses.

O resultado advém de uma série de fatores culminantes da desaceleração da atividade no Brasil e nas principais economias globais. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Icei ficou 3,2 pontos abaixo da sua média histórica mensal (52,9 pontos) e foi 7 pontos inferior ao apurado em dezembro de 2021 (56,7 pontos), sendo o menor para o mês em seis anos.

O indicador resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.

Para a analista da gerência de Estudos Econômicos da Fiemg, Daniela Muniz, a perda da força do efeito de normalização da economia pós-pandemia contribuiu para a piora das condições atuais. E para as expectativas, que se aproximou dos 50 pontos, mas ainda manteve a perspectiva otimista, mesmo que em menor intensidade, contaram vários fatores, como as incertezas da política econômica a ser adotada pelo novo governo, bem como o arcabouço fiscal que vigorará no País.

“Os dois puxaram para baixo, mas o que pesou mais foi o componente de condições atuais. Os resultados refletem a desaceleração da atividade econômica e também as incertezas do futuro. A inflação continua elevada, mesmo que em processo de arrefecimento, o crédito está mais caro e escasso, e a desaceleração global continua pesando sobre as commodities e pressionando setores exportadores”, explica.
Condições atuais pesam no otimismo da indústria

De maneira detalhada, o componente de condições atuais recuou 5,6 pontos ante novembro (54 pontos) e marcou 48,4 pontos neste mês. Com a retração, o indicador voltou a ficar abaixo dos 50 pontos, indicando que os empresários perceberam piora na situação atual das economias do País e do Estado, bem como dos seus negócios. Na comparação com dezembro de 2021 (50 pontos), o índice decresceu 1,6 ponto, e foi o mais baixo para o mês em seis anos.

O componente de expectativas, por sua vez, diminuiu pela terceira vez consecutiva e registrou 50,4 pontos em dezembro. Com o recuo, o indicador ficou bem próximo dos 50 pontos, mostrando perspectivas menos otimistas para os próximos seis meses. O indicador reduziu 1,2 ponto em relação a novembro (51,6 pontos) e 9,7 pontos frente a dezembro de 2021 (60,1 pontos), sendo o menor para o mês em seis anos.

“Enquanto houver incertezas, a tendência é que os empresários fiquem cautelosos e a confiança diminua. Devemos esperar para ver o que o novo governo vai colocar como prioridade para a pauta do ano que vem para saber como ficará o nível de otimismo. Algumas coisas já estão se esclarecendo em um movimento que causa maior tranquilidade no mercado e a tendência é que os empresários se posicionem melhor no decorrer do ano que vem”, avalia.
Análise por porte de empresa

De maneira geral, o levantamento da Fiemg sinalizou perspectivas positivas junto a empresas de médio e grande portes e negativas para as pequenas. Nas condições atuais, todos os portes apresentaram pessimismo em relação à situação do Estado e do País. Já quanto à própria empresa, as percepções mostraram-se mais favoráveis para as de médio porte.

Já o componente de expectativas para os próximos seis meses também sinalizou perspectivas positivas junto a empresas de médio e grande portes e negativas para as pequenas. Todos os tipos de empresas representadas indicaram pessimismo quanto ao futuro da economia brasileira e apenas as de grande porte mostraram-se otimistas quanto ao futuro da economia mineira. Sobre seus próprios negócios, apenas as pequenas indicaram pessimismo.

MINERAÇÃO

IstoÉ Online - SP   23/12/2022

O minério de ferro de Dalian subiu nesta quinta-feira, impulsionado pelas esperanças de melhora na demanda por aço na China em 2023, enquanto Pequim busca garantir o crescimento econômico, mesmo com os surtos locais de Covid reduzindo a atividade industrial e a demanda do consumidor.

A maior produtora mundial de aço, a China, implementará medidas políticas para apoiar a economia e buscar uma melhora no crescimento no início de 2023, informou a mídia estatal na quarta-feira, citando o gabinete.

Na semana passada , os líderes chineses prometeram se concentrar na estabilização da economia em 2023 e intensificar os ajustes de política.

A contrato de minério de ferro na Bolsa de Commodities de Dalian, na China encerrou o comércio com alta de 0,7%, a 817,50 iuanes (117,14 dólares) a tonelada.

Mas as preocupações com o impacto econômico dos surtos de Covid-19 no curto prazo pesaram no contrato de janeiro de referência do ingrediente siderúrgico na Bolsa de Cingapura, que caiu 1,2%, para 110,90 dólares a tonelada, às 04:16 (horário de Brasília).

“A economia está lutando para se recuperar do aumento dos casos de Covid”, disse Iris Pang, economista-chefe do ING para a Grande China.

Outros insumos siderúrgicos de Dalian caíram, com carvão metalúrgico e coque perdendo 2,2% e 3%, respectivamente.

Os benchmarks do aço foram moderados, com o vergalhão na Bolsa de Futuros de Xangai em queda de 0,4%, enquanto a bobina laminada a quente subiu 0,1%. O aço inoxidável caiu 0,7%.

Infomoney - SP   23/12/2022

A mineradora Vale (VALE3) aprovou nesta quinta-feira (22) novo desenho do Comitê Executivo, visando se adequar as mudanças estratégicas realizadas nos últimos anos. A companhia simplificou substancialmente seu portfólio, com foco exclusivo em negócios e geografias nos quais tem vantagens competitivas evidentes, informou.

A Vice-Presidência Executiva de Soluções de Minério de Ferro, sob a liderança de Marcello Spinelli, é criada para acelerar o desenvolvimento de produtos e de soluções inovadoras em minério de ferro e o aperfeiçoamento da estratégia de marketing do portfólio.

Para acelerar a implementação do modelo de gestão Vale no negócio de Minério de Ferro, é criada a Vice-Presidência Executiva de Operações, sob a liderança de Carlos Medeiros. Com a gestão das operações de mineração, pelotização e logística, a área irá aprofundar a padronização de processos e promover mais segurança, estabilidade operacional, flexibilidade e eficiência crescentes para a produção da Vale.

Já Vice-Presidência Executiva de Projetos, sob a liderança de Alexandre Pereira, foi criada exclusivamente para implementação de projetos-chave ao plano estratégico da Vale.

Para reforçar a segunda linha de defesa e o modelo de gestão de riscos da mineradora, além de seguir impulsionando a jornada de excelência técnica, é criada a Vice-Presidência Executiva Técnica. A área incorpora as atribuições da atual Vice-Presidência Executiva de Segurança e Excelência Operacional e recebe atribuições adicionais, como exploração mineral e inovação operacional, aumentando a concentração de competências técnicas. Rafael Bittar, atual Diretor de Geotecnia, assume a posição.

Nesse contexto, a Vice-Presidência Executiva de Estratégia e Transformação de Negócios é extinta e Luciano Siani Pires deixa a mineradora em janeiro de 2023 após mais de 14 anos na companhia. “Atuando na Vale desde 2008, com diferentes desafios em múltiplas áreas, incluindo a posição de Vice-Presidente Executivo de Finanças e Relações com Investidores (2012-2021), Luciano foi responsável pelo desenho da estratégia da Vale para os próximos 20 anos”, afirmou a empresa.

“Além dessas alterações estruturais, outros ajustes de responsabilidade do Comitê Executivo foram aprovados”, diz o comunicado.

Exame - SP   23/12/2022

A Justiça do Reino Unido examinará, a partir de 2024, uma ação coletiva que reivindica bilhões de libras da mineradora australiana BHP por sua responsabilidade no rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, Minas Gerais, que deixou 19 mortos em 2015 — informaram fontes vinculadas ao processo nesta quinta-feira, 22.

O grupo BHP está na mira porque era coproprietário, junto com a brasileira Vale, da mineradora Samarco, que administrava a barragem de rejeitos de minério de ferro que se rompeu em 5 de novembro de 2015.

Este evento provocou um desastre, considerado como a pior tragédia ambiental do Brasil.

Mais de 200 mil demandantes, entre ele o povo indígena Krenak, fazem parte desta ação, segundo o escritório de advocacia Pogust Goodhead, responsável por sua defesa, enquanto um número equivalente de clientes se prepara para ingressar nesta mesma demanda.

O escritório, que conseguiu uma vitória depois de quatro anos de procedimentos, diz que este é o maior litígio coletivo já apreciado por um tribunal de âmbito civil na Inglaterra.

No total, a quantia reivindicada à BHP por mais de 400 mil demandantes poderia superar £ 10 bilhões (€ 11,4 bilhões), detalhou o escritório de advocacia, frente aos £ 5 bilhões em danos estimados inicialmente quando a ação foi apresentada.

A data de início do julgamento, cujas audiências estão previstas para se estender por até oito semanas, está "marcada para 9 de abril de 2024", anunciou o Tribunal Superior de Justiça do Reino Unido em sua decisão proferida na quarta-feira e consultada pela AFP.

"Agora é o momento de evitar mais delongas e de fazer avanços substanciais na resolução da disputa", disse o juiz.

A barragem se rompeu perto da cidade de Mariana, em Minas Gerais, liberando uma gigantesca enxurrada de rejeitos e lama que soterrou por completo o distrito de Bento Rodrigues, matando 19 pessoas e deixando mais de 600 moradores desalojados.

Em seguida, o fluxo de rejeitos chegou ao Oceano Atlântico, percorrendo 650 quilômetros através do leito do Rio Doce. Pelo caminho provocou a morte de milhares de animais, devastou áreas protegidas e deixou 280 mil pessoas sem água.

Trata-se de uma "decisão processual", que "não tem nada a ver com o mérito da ação no Reino Unido", reagiu nesta quinta-feira a mineradora BHP, grupo que é cotado tanto na bolsa de Londres como na de Sydney, em um comunicado enviado à AFP.

A empresa "contesta as reivindicações em sua totalidade e continuará a se defender" neste caso. Além disso, acredita que a ação é redundante com outros processos judiciais em curso no Brasil.

AUTOMOTIVO

Jota - DF   23/12/2022

Com a tendência de aumento de consumidores interessados em veículos mais sustentáveis e a queda na intenção de ter automóveis particulares nas próximas décadas, as empresas de transporte por aplicativo deverão liderar a adoção de carros elétricos no Brasil. É o que aponta estudo da McKinsey sobre o futuro da mobilidade sustentável no país, que prevê que, até 2040, os carros elétricos devem representar 85% da frota de veículos por aplicativo. Esse número é quatro vezes maior do que o estimado para os carros elétricos de uso pessoal, que devem chegar a 21% da frota no mesmo período.

Segundo a pesquisa da McKinsey, os veículos elétricos têm sintonia com o modelo de negócio do transporte pela alta rodagem e previsibilidade das áreas de deslocamento. E, também, pela utilização do carro majoritariamente nos centros urbanos, permitindo a otimização do uso em relação aos pontos de recarga.

“Hoje, a economia que o motorista de aplicativo tem com o uso do carro eletrificado chega a 80% em relação ao modelo por combustão, quando analisamos os custos com combustível e manutenção. Sabemos, no entanto, que esse automóvel ainda tem um valor de aquisição muito alto para o motorista”, destaca Thiago Hipólito, diretor de Inovação e Líder do DriverLAB na 99, um centro especialmente focado em novas soluções para condutores da empresa.

Em estudo sobre a descarbonização do setor automotivo do Brasil, realizado em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) propõe que haja estímulo ao consumo de carros mais “limpos” com medidas como menor tributação, descontos ou isenções em recarga e pedágio, rodízio e financiamentos com métrica ESG (dados ambientais, sociais e de governança das empresas).

Atualmente, o setor de transporte representa cerca de 13% do total das emissões de CO² do país, segundo dados da Anfavea. “A indústria automotiva precisa saber como direcionar seus investimentos para as próximas gerações de veículos e para inserir o Brasil nas estratégias globais de motorização com foco total na descarbonização”, afirma o vice-presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes.

Segundo o levantamento da McKinsey, a expectativa é de que as receitas com veículos elétricos atinjam US$ 65 bilhões em 2040. Além disso, deverão ter 11 milhões de automóveis elétricos circulando no Brasil, representando 20% de toda a frota.

Dados recentes da Anfavea sinalizam um crescimento acelerado da frota de elétricos no país. O emplacamento de automóveis elétricos cresceu 43,75% entre janeiro e novembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, de 30,4 mil para 43,7 mil unidades. Já o aumento no emplacamento de caminhões e ônibus elétricos foi de 205% na mesma comparação, e passou de 329 para 1.004 unidades.

Além disso, o número de modelos de veículos elétricos e híbridos (que têm tanto motor elétrico quanto a combustão) deu um salto de 92 novos modelos de janeiro a novembro de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021.
Brasil precisa de política nacional para a mobilidade elétrica

Apesar de o país ainda não ter visão consolidada de longo prazo, o estudo da McKinsey cita diferentes iniciativas que contribuem com o processo de eletrificação da frota de veículos. Entre elas está o Programa Rota 2030, que visa ampliar a inserção global da indústria automotiva brasileira e possui princípios de sustentabilidade ambiental, e o Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve).

Para Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), que também é diretor de Comunicação e Assuntos Corporativos da fabricante de carros elétricos BYD, o maior desafio que o setor enfrenta é justamente a falta de uma política nacional de mobilidade elétrica. Segundo ele, o Brasil é o único grande país que não tem uma política para o setor.

“Há esforços de alguns municípios e da sociedade civil para a eletrificação das frotas, mas, sem a coordenação da agenda pelo governo federal, o setor fica fragilizado”, diz Maluf. “O Rota 2030 não resolveu todos os gargalos. Para se ter uma ideia, o carro elétrico ainda tem uma tributação maior que o carro a combustão”, completa.

Gustavo Tannure, CEO da EZVolt, fabricante de tecnologias de recarga de carros elétricos, afirma que a falta de incentivos e de políticas públicas é o maior desafio tanto para a aquisição de veículos elétricos como para a implementação de infraestrutura. Para ele, é preciso sensibilizar o poder público para que a eletromobilidade sustentável se torne parte da agenda político-econômica tanto na esfera federal quanto estadual e municipal. “Havendo um crescimento mais acelerado da frota de veículos elétricos no país, inevitavelmente os investimentos seguirão o mesmo ritmo”, declara.

Para avançar com mais rapidez na agenda da descarbonização, a Anfavea defende investimentos de mais de R$ 150 bilhões nos próximos 15 anos em tecnologia e infraestrutura pela cadeia automotiva, pelos produtores de combustíveis e energia e pelo governo. “A discussão sobre infraestrutura é feita em todo mundo. Nessa transição, carros elétricos vão caminhar junto com os abastecidos com biocombustíveis”, afirma Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Conforme Hipólito, o país está em um estágio incipiente do desenvolvimento da indústria de veículos elétricos e concorda que será necessária uma grande quantidade de capital para construir uma capacidade de produção, infraestrutura e incentivos financeiros para impulsionar a adoção. “O futuro da mobilidade elétrica depende de uma junção de esforços de diferentes players do mercado”, destaca.
Aliança pela Mobilidade Sustentável

Com esse foco, a 99 lançou em abril deste ano a Aliança pela Mobilidade Sustentável, com a participação de montadoras, empresas de locação e instituições financeiras. O objetivo é pensar soluções para tornar o acesso aos veículos elétricos mais fácil, além de promover a infraestrutura necessária para que os motoristas parceiros rodem em suas viagens.

Entre os parceiros da iniciativa está a BYD, líder mundial na fabricação de veículos elétricos, que teve uma parceria exitosa com a Didi Chuxing (“DiDi”), companhia global da qual a 99 faz parte, em um projeto em Shenzen, na China, para substituição de toda a frota de ônibus urbanos e táxis movidos a combustíveis fósseis por veículos elétricos. Maluf afirma que a Aliança pela Mobilidade é importante para ampliar esforços e debates para alavancar a frota de carros elétricos no Brasil.

Segundo Maluf, o Brasil atingiu a marca de 1% da frota composta por carros elétricos e pode seguir o exemplo de outros países que, a partir desse patamar, tiveram forte aceleração da inserção de modelos elétricos na frota. “Acredito que chegamos a um momento de inflexão e o setor vai entrar em rota de crescimento significativo”, aposta Maluf. Por conta dessa expectativa, a BYD, que até o momento só focava no Brasil em negócios B2B (quando empresas fazem transações diretamente com outras empresas), vai atender, a partir do próximo ano, também o motorista individual.
Expansão das estações de carregamento

Fomentar a expansão das estações de carregamento está entre as metas da Aliança pela Mobilidade, que pretende contribuir com a criação de 10 mil pontos públicos de carregamento em todo o Brasil até 2025. Conforme os dados da McKinsey, a previsão é de que o país tenha 12 mil pontos de recarga nos próximos três anos.

Outra parceira da iniciativa, a EZVolt, que está no Brasil desde 2019, possui cerca de 3 mil usuários ativos e mais de 300 eletropostos próprios e deve inaugurar, ainda neste ano, mais dois hubs de recarga rápida no município de São Paulo. Na Aliança pela Mobilidade serão ofertadas tarifas subsidiadas aos motoristas parceiros da 99 nas recargas realizadas nos eletropostos da empresa, além de acesso gratuito às áreas de convivência que estão sendo implementadas em alguns dos eletropostos.

A pesquisa da McKinsey revela ainda que, para quem faz uso intenso do carro, como é o caso dos motoristas de aplicativo, o custo total de propriedade (TCO, na sigla em inglês) do veículo elétrico deve se tornar equivalente ao do automóvel à combustão muito antes daqueles que utilizam o carro para fins pessoais.

Considerando os veículos de entrada, por exemplo, com valores abaixo de R$ 200 mil, essa equivalência deve ocorrer já em 2023 para quem roda mais de 150 quilômetros por dia. Para aqueles que dirigem cerca de 30 quilômetros por dia, a equiparação deve ocorrer em 2030.

A Aliança pela Mobilidade conta com parceria de empresas ligadas ao setor de energia (Enel X Way, Raízen, Tupinambá Energia, EzVolt e Zletric), montadoras (CAOA Chery e BYD), locadoras (Movida e Unidas), uma instituição financeira (Banco BV) entre outras.

Entre as ações realizadas está a iniciativa em parceria com a Movida que colocou 50 carros elétricos à disposição dos motoristas parceiros da 99 na cidade de São Paulo. Além disso, veículos da CAOA Chery e da BYD já estão circulando em testes com os motoristas para que possam ser colhidas informações sobre o uso prático desses veículos no transporte por aplicativo.

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   23/12/2022

A Comporte Participações arrematou por R$ 25,755 milhões na tarde desta quinta-feira, 22, em leilão na B3, a concessão do Metrô de Belo Horizonte, atualmente controlado pela estatal federal CBTU. O valor mínimo da concessão era de R$ 19,324 milhões. Com uma única proposta, que representa um ágio de 33%, o leilão durou por mais de 10 minutos.

O leilão estava previsto para começar às 14h na sede da B3, em São Paulo, e começou com um atraso de 40 minutos. O governador reeleito de Minas, Romeu Zema, estava presente na B3, que incluiu também representantes do governo federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que estruturou a operação.

A Comporte Participações é um dos maiores grupos de transporte de ônibus urbanos e rodoviários no Brasil, que pertence ao empresário Nenê Constantino, fundador da companhia aérea Gol.

Ao todo, serão precisos R$ 3,7 bilhões em investimentos para modernizar e ampliar o metrô mineiro. O consórcio vencedor se comprometeu a investir R$ 440 milhões, o estado de Minas Gerais vai entrar com mais R$ 460 milhões e o governo federal com R$ 2,8 bilhões.

Pelo edital da concessão, a empresa vencedora vai operar o serviço por 30 anos e deverá modernizar e fazer mais uma estação na Linha 1 do metrô da capital mineira, além de construir a Linha 2, que terá uma extensão de 10,5 km e sete estações.

Atualmente, o metrô de Belo Horizonte possui 28 km e 19 estações, que transportam diariamente cerca de 100 mil pessoas. Com a concessão, modernização e extensão das linhas, pode chegar a 270 mil passageiros por dia.

A concessão do metrô foi marcada na capital mineira por protestos dos metroviários e por uma disputa judicial. Os funcionários da CBTU entraram em greve na semana passada. Na Justiça, o PT entrou com ação para barrar o leilão, mas não conseguiu. A própria equipe de transição de governo federal pediu pela suspensão, mas o BNDES decidiu manter.

O prazo para entrega das propostas terminou na última segunda-feira (19) e as informações eram de que um único grupo entregou o envelope.

No evento, o diretor de privatização e concessão do BNDES, Fábio Abrahão, disse que o leilão de hoje encerra um ciclo, começado em 2019, e que contou com outras privatizações na B3, somando ao todo 40 leilões. “Estes leilões confirmam o compromisso de investimento no Brasil que superam R$ 270 bilhões.”

NAVAL

A Tribuna - SP   23/12/2022

Após cinco anos de suspensão, a Santos Port Authority (SPA) recebe, nesta quinta-feira (22), a Declaração de Cumprimento (DC) do Código Internacional para a Proteção de Navios e Instalações Portuárias, o ISPS Code. A certificação é concedida pela Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos).

A Declaração de Cumprimento do ISPS Code é uma certificação internacional. Ela atesta que o Porto de Santos atende a todas as exigências de segurança, assim como ocorre com as empresas certificadas com a ISO, que atesta qualidade, com base em padrões estabelecidos em todo o mundo.

Mas, nem sempre foi assim. A Declaração de Cumprimento estava suspensa desde 2017. Naquele ano, foram identificadas não conformidades no sistema de segurança do Porto de Santos.

A partir daí, a SPA, estatal que administra o Porto de Santos, passou a atender às solicitações da Conportos. Entre elas, estavam a aplicação de diversos procedimentos operacionais e investimento na ordem de R$ 55 milhões.

A autoridade portuária também ficou responsável pela elaboração de um Plano de Segurança Portuária, já aprovado pela Conportos. O material trata de medidas de proteção, de controle de acesso, monitoramento, além do manuseio de cargas, ações de prevenção, treinamentos e demais detalhamentos.

ISPS Code
Após o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, a Organização Marítima Internacional (IMO) decidiu acelerar a implementação do ISPS Code em todo o mundo, visando melhorar a segurança de pessoas e instalações portuárias. Com isso, novas disposições foram adotadas na Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar (Solas) e, em 2004, os requisitos entraram em vigor.

O objetivo era estruturar a avaliação de ameaças e de definir ações de proteção às embarcações e terminais portuários. Evitar embarques de drogas, acesso de pessoas não autorizadas, roubo, pirataria e ataques às instalações estão entre os focos do plano.

A Tribuna - SP   23/12/2022

O Porto de Suape, em Pernambuco, contará com um terminal de gás que exigirá investimentos de R$ 2 bilhões. Além de centenas de oportunidades de trabalho para construção, a iniciativa vai gerar 240 empregos fixos no empreendimento, batizado de Regás e que será controlado pela holding OnCorp. A operação terá a participação da Shell.

Para o diretor-presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Francisco Martins, o Regás dará maior competitividade comercial a Pernambuco, garantindo mais opções às indústrias e outros setores da cadeia produtiva. “Teremos um player privado fazendo a regaseificação em Suape e oferecendo o produto para o mercado, trazendo economia nos custos de produção e, consequentemente, redução de preços para os consumidores”.

De acordo com o diretor-executivo da OnCorp, João Mattos, a posição geográfica do porto foi levada em conta para a instalação do terminal, Ele também destacou um diferencial de Suape em relação a outros portos brasileiros.

“Um fator importante é a vocação do Porto de Suape, que tem um grande polo industrial na própria planta. Você não encontra isso com facilidade em outros portos brasileiros”.

O Regás funcionará no Cais de Múltiplos Usos (CMU) de Suape, que passará a funcionar somente para esse tipo de operação. A área arrendada é de 33.375 metros quadrados e o complexo será remunerado em R$ 6,2 milhões pela cessão de 48 meses.

A operação se dará por meio de um navio-indústria que ficará ancorado no CMU. A transformação do gás natural liquefeito (GNL) na forma gasosa será realizada pelo navio, conectado por gasodutos a uma estação de transferência, para posterior distribuição a cidades de Pernambuco e estados vizinhos.

Porto Gente - SP   23/12/2022

É polêmica a posição manifestada pelo presidente, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Vander Costa, em ofício enviado ao vice-presidente da República do governo eleito, Geraldo Alckmin. Ao considerar fundamental a manutenção da atual estrutura do ministério da Infraestrutura: de maneira unificada e integrada, com o comando sobre todos os modais do setor, contradiz fatos. Parece que essa alegação não leva em conta a real situação dos portos, que há muito precisa mudar, e o modelo atual de ministério, há década, vem se mostrando ineficaz.

Nas últimas duas décadas, a governança dos portos vem mudando, no mundo. As relações público-privadas buscam ser mais ágeis, com as novas tecnologias da informação, que ampliam a capacidade de monitorar, do dono da carga. A crise financeira num crescendo e escassez global, obrigam os governos a fazerem mais com menos. Talvez o presidente da CNT desconheça a realidade do Porto de Santos, cujas políticas são formuladas pelo modelo de ministério que ele propugna e a sua resultante vai no sentido contrário do desenvolvimento. No que diz respeito a alcançar resultados, metas não foram atingidas, caracterizando uma estrutura dispersa e desintegrada.

O modelo de ministério de Transportes propugnado pelo presidente da CNT junto ao próximo governo federal, representa os últimos quatro anos ruidosos e de atraso dos portos brasileiros, incluindo um privilégio acintoso, em troca de apoio eleitoral, aos portos do Paraná. Um movimento impulsionando a privatização, que o único processo realizado, e mal-acabado do Porto de Vitória / ES, tem conclusão duvidosa. Em poucas palavras, foi um desmonte dos principais portos brasileiros. Portanto, é fundamental reeditar a SEP do segundo mandato do presidente Lula.

Vem sendo aventada a hipótese de ser criado o ministério ou secretaria dos Portos e Aeroportos. Não é o ideal, mas se traduz por um significativo avanço na concentração de esforços atrelados a propósito, em que a autoridade portuária tem papel central e o Conselho de Autoridade Portuária – CAP deve reconquistar o seu papel deliberativo, bem como fortalecer a participação da comunidade do porto. Pautas essas que são mais bem negociadas no âmbito de um setor ad hoc, cuja finalidade é fomentar produtividade no porto. Um debate em que portos e CNT, juntamente, têm a mesma realidade a tratar, da movimentação mais ágil de mercadorias e pessoas nas logísticas intermodais, por terra, ar e água.

Portogente, líder entre os concorrentes, amplia essa conversa na web. A produtividade do comércio marítimo do Brasil será o grande trunfo para um enfrentamento exitoso da turbulência na economia global que se aproxima. Para conquistar novas oportunidades e fortalecer relações com mercados globais, portos produtivos são determinantes, para entregar no tempo certo e por menor custo. Esse debate aberto, sem fronteiras e conectando o mundo, tem início no pé desta página.

O Estado de S.Paulo - SP   23/12/2022

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vai propor uma conversa direta com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o futuro ministro de Porto e Aeroportos, Márcio França, anunciado nesta quinta-feira, 22, para tentar convencer a nova gestão federal de que é preciso avançar com o leilão do Porto de Santos, em São Paulo, maior complexo portuário da América Latina.

Mais cedo, logo depois de ter sido nomeado ministro por Lula, Márcio França afirmou que o porto de Santos, em São Paulo, não seria mais concedido à iniciativa privada. Ele disse que a decisão está tomada e que o novo governo vai manter, apenas, a atual estrutura da autoridade portuária.

O plano de concessão de Santos, que estava previsto para os próximos meses, era aguardado como a segunda maior concessão do governo Bolsonaro, depois da oferta de ações feitas da Eletrobras. A minuta do edital de concessão vem sendo analisada pelo Tribunal de Contas da União.

O Estadão apurou que essa deve ser uma das primeiras agendas que Tarcísio pretende viabilizar no início de seu mandato, para tentar dar andamento ao processo de privatização do porto, rota de entrada e saída de 29% de todas as transações comerciais do Brasil.

Questionado pelo Estadão, França foi taxativo. “Não será feito o leilão. A autoridade portuária vai continuar estatal. O que faremos são concessões de áreas dentro do porto, de terminais privados. Onde já foi feito, a gente respeita. Agora, há situações que não foram homologadas e que vão passar pelo crivo dos técnicos do novo governo”, disse o futuro ministro. “Nós não temos problemas de ter concessões privadas, mas precisamos de alguns controles. Temos de rever isso. Nós pedimos que fosse tudo adiado para que o presidente possa opinar.”

Dentro do governo paulista, a aposta é de que, com diálogo, é possível reverter a posição já adiantada por Márcio França. Segundo interlocutores, Tarcísio de Freitas, que já foi ministro da Infraestrutura, acredita que, ao se aprofundar no assunto, o governo petista restará convencido de que, assim como já fez com estradas e aeroportos, a oferta do Porto de Santos é o caminho para garantir os investimentos necessários para a expansão de uma estrutura que já chegou ao limite.

Tarcísio tem sinalizado que vai buscar uma relação de parceria com o governo Lula e que sua gestão e a do petista, conforme definiu uma fonte do alto escalão paulista, “são sócias e querem que São Paulo cresça, para o bem de todos”. Procurado, Tarcísio de Freitas não comenta o assunto.

O tema é de tal relevância para o novo chefe do governo paulista, que, segundo o Estadão apurou, já acionou o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que ocupará o cargo de Secretário de Governo do Estado de São Paulo. O pedido foi que ele entrasse nas conversas com o futuro governo federal a respeito da concessão do porto.

França disse na quinta que o novo governo não é contra as concessões, mas que cada estratégia será repensada a partir de 2023. “A questão portuária e aeroviária é estratégica para o País. Não me parece que tenha muito sentido a gente ter como concorrente outras empresas estatais de outros países para concorrer com a gente”, comentou. “O governo não tem problema em fazer concessões de áreas públicas, mas a autoridade que continua controlando tem que seguir pública.”

O processo de concessão do Porto de Santos estava avançado e Tarcísio de Freitas, desde o ano passado, tentou fazer com que o leilão acontecesse ainda neste ano, mas houve atraso em diferentes etapas do processo. Hoje, a minuta do edital está no Tribunal de Contas da União (TCU), última etapa que faltava para que a data do leilão fosse marcada.

O que está em jogo é um leilão previa exigências de investimentos de R$ 18,5 bilhões em projetos de melhorias, ampliação e manutenção. Outros R$ 2,9 bilhões seriam reservados para a construção de um canal submerso para ligar Santos e Guarujá. Pelo plano, a atual gestora do porto, a estatal Santos Port Authority (SPA, antiga Codesp), seria integralmente privatizada. É isso o que a gestão petista não quer.

Por trás do plano de privatização do porto estava a necessidade de aumento de capacidade do complexo. O plano de expansão logística nacional aponta que o Brasil precisaria investir cerca de R$ 75 bilhões por ano, até 2035, para fazer frente às necessidades do País em todo setor de transporte. Neste ano, porém, a União conta com cerca de R$ 6,5 bilhões para todo setor logístico federal.

Edeon Vaz, diretor executivo do Movimento Pró-Logística, especializado em rotas do agronegócio, diz que, caso o governo petista mantenha o cancelamento do leilão, terá que apresentar uma saída para manter a estrutura. “Em Santos, quem atua já são empresas concessionadas ou terminais privados. Se a concessão da gestão do porto não é a solução, será necessário achar outra forma de garantir a ampliação de uma estrutura que não pode parar e que é uma das mais importantes do mundo”, comentou. “É uma rota vital para o agronegócio e demais setores do País e depende desse crescimento para continuar assim.”

Governo paulista quer túnel Santos-Guarujá

O governo de São Paulo não está disposto a abrir mão de uma das obras mais emblemáticas que foram incluídas no processo de concessão do Porto de Santos e que, agora, está suspensa: o túnel submerso que prevê a ligação das cidades de Santos e Guarujá.

Hoje, esse caminho é feito por estrada, em um trecho de 43 quilômetros de extensão. Outra opção é cruzar os municípios por meio de uma balsa. Já o túnel submerso terá apenas 1,7 quilômetros de extensão.

O valor desta obra está estimado em R$ 2,9 bilhões e foi incluído como uma das exigências do leilão. Uma vez pronta, a estrutura deverá ser utilizada por aproximadamente 40 mil pessoas por dia.

O Estadão apurou que, se não houver acordo com o governo federal, a gestão paulista pretende tocar o projeto sozinha. A obra poderia ser feita com uso de recursos públicos e por meio de contrapartidas envolvendo, por exemplo, a oferta de uma nova concessão estadual de um trecho da Rodovia Mogi-Bertioga.

Portos e Navios - SP   23/12/2022

Foram quatro anos de recordes sucessivos; dezembro segue com projeção de fechar 2022 com movimentação de mais de 160 milhões de toneladas

O Porto de Santos superou, já em novembro, a movimentação acumulada de cargas em todo o ano passado (147,0 milhões de toneladas), somando 150,4 milhões de toneladas, um crescimento de 11,5% em relação ao período janeiro-novembro do ano passado. Os embarques apresentaram crescimento de 15,7%, chegando a 109,8 milhões de toneladas. Os desembarques aumentaram 1,5%, totalizando 40,6 milhões de toneladas.

As mercadorias do agronegócio continuaram a se destacar no acumulado do ano, principalmente a soja em grão (+12,2%), o milho (+85,0%), a celulose (+57,2%) e as carnes (+29,4%).

A movimentação de contêiner também manteve crescimento, que chega a 5,3% comparado a mesma base do ano anterior, totalizando 4,6 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), também a maior marca para o período.

Todos os segmentos de carga apresentaram crescimento significativo e estabeleceram suas maiores marcas para o período. A carga geral solta cresceu 42,3%, somando 8,9 milhões de toneladas, com destaque para a celulose (7,4 milhões de toneladas). Os granéis sólidos tiveram alta de 16,7%, acumulando 76,2 milhões de toneladas, com destaque para os embarques de soja em grão (25,4 milhões de toneladas), milho (13,3 milhões de toneladas) e açúcar (18,9 milhões de toneladas) e para as descargas de fertilizantes (7,4 milhões de toneladas). Os granéis líquidos somaram 17,4 milhões de toneladas, alta de 4,6%, sobressaindo-se o óleo combustível (2,8 milhões de toneladas) e os sucos cítricos (2,4 milhões de toneladas).

O fluxo de navios nos 11 meses do ano foi de 4.757 atracações, crescimento de 7,4%.

A movimentação no mês de novembro também foi recorde, atingindo 12,2 milhões de toneladas, crescimento de 8,2% sobre o mesmo mês do ano passado, caracterizando-se também como a maior marca para o mês de novembro.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   23/12/2022

A Nova Transportadora do Sudeste (NTS) conseguiu fechar dois importantes negócios antes do final do ano. A empresa anunciou hoje (22) que firmou acordos para o início de transporte para dois novos carregadores: Shell (entrada) e Gerdau (saída). Os contratos estabelecem o transporte de gás natural até 28 de dezembro. Atualmente, a NTS já movimenta gás em sua infraestrutura para outras duas petroleiras (Petrobrás e Galp).

“Por oferecer capacidade já contratada que se encontra em ociosidade, o contrato interruptível permite que novos carregadores possam usufruir da rede de forma mais dinâmica, sem necessidade de chamada pública – um diferencial que dá agilidade ao processo”, destacou o diretor comercial da NTS, Helder Ferraz (foto).

A NTS declarou ainda que quer aumentar a oferta de capacidade de transporte disponibilizada, ampliando sua base de clientes, em uma expansão coordenada. “O mercado de gás natural e as regiões que precisam de fornecimento ganham mais competitividade em suas atividades, com maior oferta de energia e infraestrutura de transporte”, acrescentou Ferraz.

Já a diretora global de suprimentos da Gerdau, Flávia Souza, destaca que o novo contrato representa uma evolução na gestão de seu portfólio e dos riscos no ambiente de contratação livre. “Além disso, o acordo ressalta o pioneirismo da empresa no mercado de gás a fim de criar alternativas de suprimento competitivas e sustentáveis para a nossa usina em Ouro Branco (MG)”, disse Flávia.

Por fim, o diretor-presidente da Shell Energy Brasil, Christian Iturri, disse que o contrato de curto prazo é um marco para a companhia, pois é a execução do primeiro acordo para transporte de gás natural para a região Sudeste. “Ela é ainda mais especial por ter na outra ponta a Gerdau, com quem compartilhamos a visão de buscar soluções de energia limpa – e nesta estratégia, o gás natural é fundamental”, acrescentou.

Valor - SP   23/12/2022

Prates é senador pelo PT do Rio Grande do Norte

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva bateu o martelo ontem e irá indicar o senador em fim de mandato Jean-Paul Prates (PT-RN) como presidente da Petrobras. Os dois se reuniram durante a tarde desta quinta-feira em Brasília, quando discutiram os últimos detalhes antes de a informação ser formalizada.

A escolha foi confirmada ao Valor por fontes da cúpula do PT. De acordo com integrantes da legenda, os dois conversaram sobre detalhes da política que deve ser adotada pela empresa pública para a área de produção de petróleo e energia a partir do próximo ano.

Jean-Paul Prates integrou a antiga Petrobras Internacional (Braspetro), nos anos 1980, e participou da elaboração da Lei Petróleo, em 1997. Foi suplente da atual governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra (PT), a quem substituiu quando ela foi eleita para o cargo executivo, em 2018.

No Senado, foi relator em fevereiro deste ano de doisprojetos de lei que interferiam na política de preço dos combustíveis. As propostas, aprovada no Senado, pararam na Câmara. Mudavam a tributação no setor e criavam uma conta de estabilização

Após as eleições presidenciais, foi escolhido por Lula para acompanhá-lo na COP-27, conferência da ONU sobre mudanças climáticas. O evento aconteceu no Egito e a ideia era que Prates auxiliasse o presidente nas conversas com líderes estrangeiros e representantes de organizações especializadas no tema da energia.

A partir da sua indicação para a presidência da Petrobras, que deve acontecer nas próximas semanas, o senador do Rio Grande do Norte deverá passar pelo crivo dos órgãos de controle à luz da Lei das Estatais.

A participação de Prates na campanha política de Luiz Inácio Lula da Silva será o ponto principal a ser escrutinado, na visão de especialistas ouvidos pelo Valor. Isso porque, ao longo da campanha presidencial, foi noticiado que o senador contribuiu na construção do programa de governo, na área de energia, óleo e gás.

Nos últimos meses, Prates recorreu a seus advogados para construir um parecer que rejeite qualquer entrave legal e sustente sua indicação para o cargo.

Em 2020, ele foi candidato à prefeitura de Natal, mas não foi eleito. Já nas eleições mais recentes, foi o primeiro suplente de Carlos Eduardo Alves (PDT), também derrotado.

Jean-Paul Prates é advogado e economista, ambientalista, empreendedor e dirigente sindical. Tem mais de 25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais.

Cursou Direito na UERJ e Economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, tornou-se Mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania. Na França, concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.

Na área de petróleo, participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no final da década de 80.

Em 1991 fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo. Em 1997, ele participou da elaboração da Lei do Petróleo. Também foi o redator do Contrato de Concessão oficial brasileiro e do Decreto dos Royalties.

Procurada, a assessoria de imprensa do senador não quis se pronunciar sobre a indicação.

IstoÉ Online - SP   23/12/2022

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, nesta quinta-feira, 22. A commodity chegou a mostrar mais força mais cedo, com sinais da China no radar, mas perdeu fôlego na esteira da piora do apetite por risco nos mercados em geral, com a expectativa de manutenção de um aperto monetário duro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), e do fortalecimento do dólar.

O petróleo WTI para fevereiro fechou em queda de 1,02% (US$ 0,80), a US$ 77,49 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 1,48% (US$ 1,22), a US$ 80,98 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os contratos chegaram a subir quase 2%, mais cedo. A Bloomberg reportou que a China pode relaxar mais medidas para conter a covid-19, agora em relação a visitantes do exterior, e a reabertura econômica do país tende a apoiar a demanda. Por outro lado, há o temor de que possa haver forte onda de casos da doença, o que para a High Frequency Economics pesará nos preços do setor de energia num primeiro momento.

O petróleo perdeu força na esteira de um quadro negativo nas bolsas de Nova York. Leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA com número acima do esperado para o terceiro trimestre reforçou a expectativa de juros altos durante mais tempo pelo Fed, para conter a inflação, o que tende a pesar na atividade e, em consequência, no consumo do óleo.

A Oanda vê o petróleo oscilando, com investidores “aparentemente pronto para os feriados” de fim de ano. Ela afirma que há dúvida sobre o que ocorrerá na China, com a reabertura, e acrescenta que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) mostra-se pronta a se adaptar nos próximos meses ao que a demanda pelo óleo exigir. Para a Oanda, o WTI “parece ter um piso no nível de US$ 70” o barril e o nível inicial de resistência em US$ 80 o barril.

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