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23 de Outubro de 2024

INDA

Portal Fator Brasil - RJ   21/07/2022

O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), divulgou no dia 19 de julho (terça-feira), os dados do mês de junho sobre aço planos, onde destacou compras, vendas, estoques, importações e projeções para o mês de julho.

Compras — As compras do mês de junho registraram queda de 13,9% perante a maio, com volume total de 315,7 mil toneladas contra 366,7 mil. Frente a junho do ano passado (347,3 mil toneladas), apresentou queda de 9,1%.

Vendas — As vendas de aços planos em junho contabilizaram queda de 2,9% quando comparada a maio, atingindo o montante de 302,8 mil toneladas contra 312 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 300 mil toneladas, registrou alta de 1%.

Estoques — Em número absoluto, o estoque de junho obteve alta de 1,7% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 789,3 mil toneladas contra 776,4 mil. O giro de estoque fechou em 2,6 meses.

Importações (chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro- galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume) — As importações encerraram o mês de junho com queda de 18,2% em relação ao mês anterior, com volume total de 115,1 mil toneladas contra 140,6 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (226 mil toneladas), as importações registraram queda de 49,1%.

Projeções — Para julho de 2022, a expectativa da rede associada é de que as compras tenham uma alta de 3% e as vendas uma alta de 1,5% em relação ao mês de junho.

SIDERURGIA

IstoÉ Online - SP   21/07/2022

A Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) decidiu nesta quarta-feira revogar tarifas de importação impostas contra aço laminado a frio procedente do Brasil e manteve por cinco anos as tarifas sobre esse tipo de aço importado de China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido.

As decisões da comissão, em uma análise quinquenal, representaram uma vitória para siderúrgicas norte-americanas e brasileiras, ao isolar o mercado norte-americano de importações da China pelos próximos anos.

O aço laminado a frio é usado em aplicações de indústrias como automotiva e de eletrodomésticos e está entre os produtos mais lucrativos das siderúrgicas norte-americanas, que perderam mercado para produtos importados antes das tarifas terem sido impostas em 2016.

Procurado, o Aço Brasil, entidade que representa siderúrgicas brasileiras, não comentou o assunto nesta quarta-feira. A entidade prepara para quinta-feira apresentação à imprensa sobre o mercado brasileiro de aço.

A decisão do ITC, porém, não afeta tarifas adicionais de 25% adotadas pelo governo de Donald Trump em 2018. A indústria siderúrgica brasileira tem tentado reverter essas tarifas, que foram adotadas junto com cotas rígidas de exportação.

Em junho, o presidente Jair Bolsonaro pediu ao atual presidente norte-americano, Joe Biden, que os EUA revissem as cotas para importação do aço brasileiro.

A comissão determinou que a remoção das tarifas sobre o aço dos demais países “provavelmente levaria à continuação da recorrência de dano material” aos produtores domésticos e que isso não aconteceria no caso dos produtos brasileiros.

Brasil Mineral - SP   21/07/2022

Parte do valor captado será investido no plantio de florestas de eucalipto e aquisição de lenha e atingir a capacidade instalada de 600 mil toneladas por ano.

A Aço Verde do Brasil (AVB) captou R$ 400 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) em duas séries, das quais a primeira de R$337,5 milhões e R$ 62,5 milhões, com vencimentos de sete e dez anos, respectivamente. Iniciado em mio, o processo foi concluído neste mês e teve coordenação do Itaú BBA e XP. Os papéis foram oferecidos para investidores qualificados.

A emissão da AVB tem como particularidade o fato de uma indústria siderúrgica realizar a transação com Recebíveis do Agronegócio. Os CRAs são certificados que atendem negócios relacionados a produtores rurais ou cooperativas do setor do agronegócio com o objetivo de estimular e financiar a comercialização, beneficiamento ou industrialização de insumos ou máquinas e implementos utilizados exclusivamente na produção agropecuária.

O CRAs para a siderúrgica foi possível graças à produção integrada à base de biocarbono, ou seja, uma biomassa renovável, ao invés do consumo de combustíveis fósseis, como o coque (oriundo do carvão mineral), sendo certificada com emissão zero de carbono. “Somos a primeira siderúrgica do mundo reconhecida a produzir aço carbono neutro. O movimento dos investidores hoje é de buscar e valorizar empresas que atendam os pilares ESG e demonstrem esse crescimento consistente. Perfil totalmente alinhado à AVB”, afirma Silvia Nascimento, CEO da Aço Verde do Brasil.

Parte do valor captado será investido no plantio de florestas de eucalipto e aquisição de lenha e para atingir gradualmente a atual capacidade instalada de 600 mil toneladas de aços longos por ano. A grande procura pelos CRAs da AVB atendeu a expectativa dos stakeholders quando foi realizada a emissão. explica. No 1º trimestre de 2022 a empresa obteve recorde na receita líquida de quase R$ 370 milhões, crescimento de 29% no volume de vendas em relação ao 1º trimestre de 2021 e 10,3% em relação ao 4º trimestre de 2021. A captação de R$ 400 milhões não altera o nível de alavancagem da companhia, uma vez que os valores ampliarão os recursos já disponíveis em caixa.

A primeira emissão de CRA da AVB no mercado de capitais foi realizada em maio de 2021 no valor de R$ 250 milhões, volume utilizado para fortalecer o caixa da companhia, para compra de produtos agrícolas, plantio e produção de madeira. Na ocasião, os resultados obtidos foram recordes: R$1,4 bilhão e crescimento de 57,4% em receita líquida. Em novembro do mesmo no, a AVB recebeu da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) o registro na categoria B. “Esses números expressivos são resultados da nossa produção verticalizada e eficiência em processos produtivos, além de outras tecnologias que nos posicionam como um diferencial no setor siderúrgico no mundo”, ressalta Gustavo Bcheche, Diretor Financeiro e de Relação com Investidores da AVB “Estamos em um processo de aprendizado e aproximação com o mercado. Além disso, há o comprometimento da direção e do conselho da AVB, consolidando ainda mais o ambiente de governança indispensáveis para esse objetivo”, finaliza Bcheche.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   20/01/2023

Lula da Silva declarou, numa entrevista, que não gosta do Banco Central (BC) autônomo. E não gosta porque, para o lulopetismo clássico, o governo deve mandar na autoridade monetária para definir, conforme critérios políticos, quais devem ser os juros básicos da economia. A autonomia, segundo os petistas, “afeta a soberania popular e nacional” ao “transferir o controle do BC aos bancos privados”, como se lê em um comentário do partido a respeito do projeto de lei que conferiu independência ao BC, em 2021. Nada muito diferente dos manifestos radicais do PT primevo.

De volta ao poder, o presidente Lula mostrou que continua incapaz de compreender que, sem autonomia, o Banco Central depende da boa vontade do governante para fazer seu trabalho de preservação do poder de compra da moeda. A mão pesada de Dilma Rousseff no BC para forçar uma queda dos juros logo no início de seu primeiro mandato, em 2011, a título de impulsionar o crescimento, abriu a picada para o desastre que estava por vir – inflação descontrolada, instabilidade econômica e recessão. Mas Lula e o PT são teimosos.

Em entrevista à GloboNews, o presidente disse que a autonomia formal do BC é “uma bobagem”. Além disso, Lula sugeriu que, se autonomia fosse eficiente, a inflação não estaria tão alta. “Por que, com um banco independente, a inflação está do jeito que está?”, questionou, ignorando o fato, óbvio, de que a inflação só não está mais alta porque o BC tomou as providências necessárias. Aliás, pode-se dizer que, não fosse a autonomia do BC, o então presidente Jair Bolsonaro teria usado a autoridade monetária para seus propósitos eleitoreiros, mandando criar artificialmente um aumento momentâneo do poder de compra dos brasileiros para ganhar votos. Talvez até se reelegesse – vejam só os petistas do que a autonomia do BC nos livrou.

As declarações de Lula, portanto, não surpreendem ninguém, mas são dignas de lamento. É inacreditável que o presidente hesite em reconhecer a importância de um marco institucional tão relevante para o País.

Ao longo de sua história, o PT sempre defendeu o combate à inflação por meio do controle de preços de combustíveis, incentivos setoriais e uma política cambial que reduza a volatilidade da moeda. Não são propostas de um passado distante, mas as diretrizes expressas do programa apresentado por Lula na campanha eleitoral de 2022.

Esse receituário heterodoxo foi testado e reprovado no governo de Dilma, quando o BC ignorou os sinais de deterioração da economia e abriu mão da defesa da moeda, sua função primordial, perdendo o controle da inflação e da ancoragem das expectativas. A combinação entre juros em patamares artificialmente baixos e os efeitos de uma política fiscal expansionista mergulharam o País em uma profunda crise econômica até hoje não totalmente superada.

Foi após esse contexto que ressurgiu o debate sobre a autonomia do Banco Central. Um dos pilares do projeto de lei complementar aprovado pelo Congresso foi o estabelecimento de mandatos fixos para os diretores e o presidente da instituição em períodos não coincidentes com os do presidente da República. Longe de representar privilégio aos membros da autarquia, a proposta deu a eles a blindagem necessária para executar suas atividades sem pressões políticas do governo de plantão, independentemente de seu viés político.

Tema completamente superado, a autonomia do BC é mais um dos vários dogmas aos quais o PT mantém um apego visceral. Quando Lula a critica, trai a si mesmo, pois sabe que a independência que deu ao BC lhe garantiu um primeiro mandato tranquilo. Pior: amplia as incertezas e a volatilidade da economia, desancora as expectativas do mercado e cria um ambiente propício para que um BC sobre o qual ele não tem qualquer poder ou ascendência volte a aumentar a taxa básica de juros. Com o enorme desafio de pacificar o País após os violentos ataques à democracia, Lula deveria abandonar essa retórica inconsequente. Com esse discurso, ele boicota seu próprio governo e castiga justamente os mais pobres, que ele diz tanto defender.

Infomoney - SP   20/01/2023

A vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lael Brainard, reiterou, nesta quinta-feira, que a inflação nos Estados Unidos segue “muito alta” e avisou que ainda deve demorar algum tempo até que os índices de preços voltem à meta de 2%.

Para acelerar o processo, Lael Brainard defendeu que a instituição deve manter a política monetária em território restritivo por um prazo ainda indeterminado.

Ele destacou que, após subir juros em 75 pontos-base em algumas reuniões, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) diminuiu o ritmo de alta a 50 pontos-base em dezembro.

“Isso nos permitirá avaliar mais dados à medida que aproximamos a taxa básica de juros a um nível suficientemente restritivo, levando em consideração os riscos em torno de nossas metas de mandato duplo”, disse Lael, em evento na Universidade de Chicago.
Pressão sobre a atividade

A vice-presidente do Federal Reserve projetou também que a pressão da política monetária sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos deve aumentar este ano. Ela explicou que a transmissão do aperto monetário aos indicadores macroeconômicos tende a acontecer com certo atraso.

“É provável que o efeito total sobre a demanda, o emprego e a inflação do aperto cumulativo ainda esteja por vir”, disse Lael Brainard.

A dirigente explicou ainda que, no inicio do ciclo de alta de juros, o Fed teve que agir de forma agressiva para demonstrar que estava determinado a conter a escalada inflacionária. No entanto, à medida que o processo progrediu, o BC norte-americano enfrenta riscos maiores nos dois lados do mandato duplo, isto é, estabilidade de preços e mercado de trabalho.
Desinflação

A vice-presidente do Federal Reserve afirmou ainda que a moderação da economia pode ajudar a intensificar o processo de desinflação nos EUA. No entanto, a dirigente reconheceu que as incertezas são elevadas.

“A inflação tem diminuído ao longo dos últimos meses, num contexto de crescimento moderado”, disse ela, no discurso na Universidade de Chicago.
Retomada chinesa

Lael Brainard alertou que o rápido relaxamento das restrições contra a covid-19 na China deve afetar a atividade econômica global. “Há incerteza sobre as implicações da saída da China da política zero-covid para a demanda global e a inflação, especialmente em commodities”, explicou.

Agência Brasil - DF   20/01/2023

A inflação teria fechado 2022 em 9% não fossem os cortes de impostos sobre combustíveis e energia elétrica, disse hoje (19) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Em seminário promovido por uma universidade norte-americana, ele defendeu a autonomia do órgão, condenou os atos terroristas do último dia 8 e anunciou o interesse de outros países em adotar o Pix.

De acordo com Campos Neto, parte da desinflação observada no segundo semestre decorreu dos cortes de impostos sobre combustíveis e energia elétrica. “A inflação [oficial pelo IPCA] estaria em 9%, e não em 5,8%, se não fosse essa redução de impostos”, afirmou.

Em relação à taxa Selic (juros básicos da economia), que está em 13,75% ao ano, Campos Neto reconheceu que os juros estão altos, mas disse que um corte no curto prazo pouco ajudaria o país a atrair investimentos. “Entendemos que nossa taxa de juros está alta, mas não manejamos curva futura, só a meta da Selic. Não ajudaria em nada cortar o juro de curto prazo, porque os investimentos usam taxas de longo prazo”, explicou.
Autonomia

Em relação à autonomia do Banco Central, Campos Neto respondeu às críticas feitas ontem (18) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista a uma emissora de TV, Lula classificou de “bobagem” a autonomia do BC e perguntou por que a independência do órgão freou pouco a inflação.

Campos Neto afirmou que, em algumas entrevistas, informações são retiradas de contexto e disse que as declarações deveriam ser vistas sob um olhar mais amplo, da necessidade de a independência existir sob a lei. “Se você olha a entrevista, de um lado, ele se orgulha por [Henrique] Meirelles [ex-presidente do BC] ter tido independência. De outro lado, o que acho que ele quis dizer foi ‘eu não acho que precisamos ter a independência na lei, pode ter a independência sem a lei e fazer as coisas funcionarem’”, disse.

Mesmo assim, o presidente do BC, que tem mandato até o fim de 2024, defendeu a autonomia formal do órgão. “Quando você pensa no que está acontecendo no Brasil e quão difícil foi o processo da eleição no Brasil, acho que o mercado estaria bem mais volátil se o Banco Central não tivesse a autonomia na lei. Seria outro elemento de incerteza”, declarou.

Durante a tarde, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou a intenção do governo de mudar o status do BC. Em postagem nas redes sociais, escreveu que “o presidente [Lula] não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido”.
Atos terroristas

O presidente do BC condenou a invasão de prédios dos Três Poderes ocorridas no dia 8 e reconheceu que os atos antidemocráticos impactam a credibilidade do Brasil no exterior. Segundo ele, a imagem do país perante o mercado externo é essencial para atrair investimentos e manter o ritmo de crescimento da economia.

“O Brasil está passando por momentos difíceis ultimamente. Vimos o que aconteceu no dia 8. Nós condenamos fortemente, é inaceitável. Espero que sejamos capazes de investigar e punir as pessoas responsáveis por isso. Acho que é um dano para a credibilidade do país e precisamos de credibilidade agora para voltar a crescer em ritmo sustentável”, afirmou.
Pix

O presidente do BC também disse que o órgão abrirá o protocolo para a criação do Pix a bancos centrais que tenham interesse. Isso abriria a possibilidade de que o sistema de transferências instantâneas seja aplicado em outros países. Campos Neto disse ter tratado sobre o assunto com o Canadá, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru e Uruguai.

CNN Brasil - SP   20/01/2023

O endividamento dos consumidores brasileiros “explodiu” durante a pandemia e poderá inibir o crescimento do consumo das famílias no atual cenário econômico, afirmou nesta quinta-feira (19) o diretor de Economia e Inovação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Guilherme Mercês.

Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de dezembro, divulgada nesta quinta, a proporção de famílias brasileiras endividadas ficou em 77,9% do total, recorde da série histórica da Peic, iniciada em 2011.

A média anual de 2022 ficou 7,0 pontos porcentuais (p.p.) acima da média de 2021. Na comparação com a média de 2019, antes da Covid-19 se abater sobre a economia, a alta de 2022 é de 14,3 p.p.

Em 2018, a Peic havia registrado o menor endividamento pela média anual, com 60,3% das famílias relatando possuírem dívidas.

Os dados anuais apontam ainda que 17,6% dos entrevistados na Peic se consideraram “muito endividados”, também o maior nível da série histórica. Segundo a CNC, isso significa que, a cada dez famílias brasileiras, em torno de duas comprometem mais da metade de sua renda como pagamento de dívidas.

Segundo Mercês, a explosão do endividamento provocado pela pandemia se deveu aos impactos negativos das restrições ao contato social sobre os negócios e o mercado de trabalho.

Na sequência do auge das restrições ao contato social, houve um aumento “abrupto” da inflação, que se espalhou por todos os países, seguido, como reação, de uma “rápida” elevação na taxa básica de juros, a Selic.

O Banco Central (BC) elevou os juros básicos de cerca de 2,0% ao ano para os atuais 13,75%.

“O cenário atual reflete um quadro de famílias muito endividadas, que agora tem que carregar dívidas muito caras”, afirmou Mercês, em entrevista coletiva para apresentar os dados da Peic.

Como resultado da combinação de excesso de endividamento com encarecimento dessas dívidas, os orçamentos domésticos estão apertados. Esse aperto se tenderá, no cenário atual, a resultar em moderação no consumo das famílias, mitigando, inclusive, os efeitos positivos da elevação dos pagamentos via transferência de renda.

Diante do quadro, é natural que a questão do endividamento excessivo estivesse na ordem do dia desde as eleições presidenciais do ano passado, disse Mercês. Segundo o economista, programas de refinanciamento de dívidas, como o que está sendo debatido pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, são fundamentais, mas não resolvem o problema estrutural.

“Em termos estruturais, o que vai resolver é uma taxa de juro mais baixa, para baixar o custo de crédito de forma geral”, afirmou Mercês.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   20/01/2023

Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quinta-feira, uma vez que o otimismo quanto à recuperação econômica na China, maior produtora mundial de aço, elevou o sentimento de demanda, enquanto os traders continuaram com compras de barganhas após uma recente queda nos preços.

O minério de ferro mais negociado para maio na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,6%, a 852,5 iuanes a tonelada.

A Bolsa de Dalian estará fechada de 21 a 27 de janeiro para os feriados do Ano Novo Lunar. A negociação será retomada em 30 de janeiro.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de fevereiro subiu 1,7%, para 123,70 dólares a tonelada.

Os futuros do minério de ferro registram ganhos em meio ao crescente otimismo com a reabertura da China, o que forçou o planejador estatal da China a emitir seu terceiro alerta este mês sobre especulação excessiva, disse a ANZ Research em nota.

A China deve ser uma força estabilizadora para a demanda de commodities este ano, já que países desenvolvidos enfrentam dificuldades econômicas, disse a BHP Group nesta quinta-feira. A companhia registrou alta dos embarques trimestrais de minério de ferro, superando as expectativas.

O contrato de vergalhão mais ativo na Bolsa de Futuros de Xangai subiu 1,0%, a bobina a quente ganhou 0,9%, o fio-máquina subiu 0,6% e o aço inoxidável subiu 0,1%.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/01/2023

A China deve ser uma força estabilizadora para a demanda de commodities este ano, já que os países desenvolvidos enfrentam dificuldades econômicas, disse a BHP Group nesta quinta-feira, após ter reportado maiores embarques trimestrais de minério de ferro que superaram as expectativas.

A BHP tem a expectativa, assim como a Rio Tinto, de que as medidas da China para apoiar o setor imobiliário local sustentem uma demanda sólida por seus produtos siderúrgicos.

“Espera-se que as políticas pró-crescimento da China, inclusive no setor imobiliário, e uma flexibilização das restrições da Covid-19 apoiem a melhoria progressiva das difíceis condições econômicas do primeiro semestre”, disse a BHP.

A Rio Tinto, no entanto, também disse esta semana que a reabertura da China após restrições por Covid-19 pode aumentar os riscos de curto prazo de escassez de mão de obra e cadeia de suprimentos.

A maior mineradora listada do mundo disse que a produção de minério de ferro das minas em que opera na Austrália Ocidental foi de 74,3 milhões de toneladas nos três meses encerrados em dezembro, um aumento de 1% em relação aos 73,9 milhões de toneladas no ano anterior e superando a previsão de consenso de 71,9 milhões de toneladas.

A gigante de mineração reafirmou sua previsão para o ano fiscal de 2023 para a produção de minério de ferro da Austrália Ocidental entre 278 milhões e 290 milhões de toneladas.

A BHP elevou a previsão de custos para suas divisões de carvão, culpando a inflação e depois que inundações afetaram as operações deste ano. Ao mesmo tempo, reiterou que não faria grandes investimentos em Queensland porque o estado aumentou os pagamentos de royalties.

No cobre, a produção de Escondida, no Chile, foi impactada por bloqueios de estradas que interromperam o fornecimento de materiais para a mina.

Já a produção de níquel caiu 2% para 38.000 toneladas, refletindo o aumento mais lento do que o esperado da refinaria de Nickel West da BHP após a manutenção planejada no trimestre de dezembro.

Valor - SP   20/01/2023

Mineradora controlada por CSN e sócios asiáticos, que prevê investir R$ 13,8 bilhões até 2028, firmou contrato de US$ 500 milhões com a trading Glencore

Pedro Oliva, diretor financeiro: “As condições foram boas, a custo competitivo e refletem o preço de mercado do minério” — Foto: Claudio Belli/Valor

O contrato de US$ 500 milhões de venda antecipada de minério de ferro firmado com a trading Glencore faz parte da estratégia da CSN Mineração em garantir suporte ao seu plano de expansão, de agora até 2028, que vai demandar quase R$ 14 bilhões, visando dobrar a capacidade de produção anual da empresa.

A operação pode ser analisada por dois pontos de vista, disse ao Valor o diretor financeiro da companhia, Pedro Oliva. Primeiro, pela ótica comercial. “As condições foram boas e refletem o preço de mercado do minério; e a Glencore é um importante cliente - uma das maiores tradings de commodities do mundo -, que tem grande capilaridade de venda na China, entregando o produtos em pequenas quantidades, via ferrovias”.

O segundo aspecto, diz o executivo, é financeiro. Envolveu um capital de custo competitivo no mercado, de longo prazo, preservando a política de pagamento mínimo de 80% de dividendos aos acionistas da CMIN. A amortização será feita a cada embarque do minério e precificado ao valor de mercado da commodity.

A operação representou o pagamento antecipado correspondente a US$ 38 por tonelada de minério, do total de 13 milhões de toneladas que serão vendidas à Glencore no prazo de quatro anos, iniciando em 2024 (até 2027). O valor de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões pela cotação do dólar nesta quinta-feira, 19) entraram no caixa da mineradora nesta semana, informou Oliva.

Até o início de 2028, a CMIN prevê elevar seus volumes de ofertas ao mercado (produção própria mais compras de terceiros) de 34 milhões de toneladas, em 2022, para 68 milhões de toneladas. Pelo cronograma, que começa a contar neste ano, serão necessários R$ 2,8 bilhões de recursos ao ano nos seis novos projetos da empresa, situados na região de Congonhas (MG), onde está a mina Casa de Pedra.

Ao todo, eles vão adicionar volume total de 26,9 milhões de toneladas. O principal desses projetos é o denominado Itabirito P15 (com 15 milhões de toneladas de minério ao ano), com conclusão das obras no quarto trimestre de 2025. Para 2023 está previsto o chamado Ultrafinos, de 1 milhão de toneladas, conforme informações apresentadas em dezembro no CSN Day aos seus investidores.

O minério da P15, bem como o de Itabirito P4+, somando quase 20 milhões de toneladas, serão um pellet-feed de alto teor de ferro - entre 66% e 67,5%, destaca Oliva. É muito procurado por produtores de pelotas (pellets) pelo processo de redução direta. Desse produto se faz HBI (hot briquetted iron), que ajuda as usinas de aço a cortar emissões de CO2. “Está escasso no mercado, pois há uma demanda alta em razão da descarbonização”, afirma.

Os demais projetos envolvem operações de recuperação de rejeitos nas atuais unidades de beneficiamento da CMIN, a partir do descomissionamento de barragens. A empresa já não coloca mais rejeitos em barragens, sendo utilizado processo a seco e deposição do material em pilhas.

A direção da companhia, diz o executivo, está confiante na execução do cronograma e também no acesso a funding para concretizar os projetos. “São projetos resilientes, com competitividade e vão trazer retorno à companhia e a seus acionistas”, declara. Além das captações, observa que a mineradora tem uma alta geração de caixa.

Faz parte do plano da mineradora - que abriu capital em fevereiro de 2021 e é controlada pela CSN e um grupo asiático reunindo uma trading e siderúrgicas - a expansão do terminal portuário em Sepetiba, para embarcar 60 milhões de toneladas por ano.

Oliva disse que a companhia prospecta outras alternativas de captação de recursos. Por exemplo, fez emissão de debênture voltada a financiar a expansão portuária. Está em negociação ainda uma operação com o JBIC (banco japonês) e a seguradora Nexi (também do Japão), para obter mais de US$ 1 bilhão.

Segundo o executivo, a operação com Glencore não é a primeira. Esta, na verdade, seria uma renovação da última, que vence no final do ano - uma rolagem parcial, pois era de quase 7 milhões de toneladas anuais.

Na avaliação de Oliva, o mercado global de minério de ferro trabalha com um cenário de covid zero na China e suporte do governo local ao setor imobiliário (que é grande consumidor de aço). Isso deve dar sustentação aos preços. As curvas futuras, diz, indicam cotação entre US$ 115 e US$ 120 a tonelada. “O mercado vive um bom momento, em linha com a dinâmica de oferta e demanda”, afirma.

Nesta semana, o preço do minério na China (62% de teor) girou na faixa de US$ 120 a tonelada.

Valor - SP   20/01/2023

Nova regra americana deve causar desequilíbrios ao favorecer países que têm pactos comerciais com Washington

Um bilionário pacote de subsídios para a transição verde do governo de Joe Biden, que enfureceu os europeus, também preocupa alguns países da América Latina exportadores de commodities, que temem ficar para trás de seus pares na região que já possuem um acordo de livre comércio com os EUA.

A chamada Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) prevê mais de US$ 360 bilhões para gastos relacionados ao clima, incluindo incentivos fiscais para a construção e implantação de infraestrutura de energia limpa. O pacote também fornece subsídios para fábricas instaladas nos EUA, inclusive para produção de veículos elétricos - que demandam alguns dos principais produtos de exportação da América Latina, como lítio, cobre e prata.

Mas para receber os benefícios, as empresas instaladas nos EUA precisam atender a exigência de que a maior parte dos componentes usados na produção sejam fornecidos por empresas que operam no território dos EUA ou em países com acordo de livre comércio com os EUA firmado até 2027.

Esse é o ponto da legislação que está no centro da polêmica dos EUA e seus parceiros comerciais. Na América Latina, a norma coloca Chile, Colômbia e Peru em uma posição privilegiada para fornecer os insumos necessários para a descarbonização da economia americana por já terem acordos de livre comércio com os EUA. A IRA está levando esses países a elevarem os seus investimentos já planejados no setor de mineração.

Nova regra deve causar desequilíbrios ao favorecer países que têm pactos comerciais com Washington

Por outro lado, a IRA deixa de fora importantes produtores de commodities minerais da região - como Brasil, Bolívia e Argentina - que se queixam do tratamento discriminatório por parte da regra americana.

Um dos riscos da estratégia dos EUA, segundo especialistas, é o de causar o desenvolvimento desigual deste setor específico nos vários países latino-americanos.

“A Argentina, por exemplo, tem vários projetos à espera de financiamentos e a Bolívia, embora tenha reservas, ainda engatinha nessa área. Ao mesmo tempo, o Chile já tem um setor mais avançado”, disse o analista da consultoria argentina Perspectiv@s Económicas, Luis Secco. “Um efeito que pode ser esperado dos subsídios dos EUA é o aumento dessa distância entre os produtores”, afirmou Secco.

No caso específico dos minérios latino-americanos, é justamente a Argentina que lidera as queixas e reivindica acesso ao mercado americano para seu lítio e outros produtos minerais.

Para que se qualifique a receber os créditos, a IRA exige que 80% dos insumos sejam “extraídos ou processados” por empresas dos EUA ou de um país com acordo de livre comércio assinado com Washington até 2027. Isso exclui, Argentina e Bolívia - ambos com grandes reservas de lítio.

“A lei americana pode ser fator importante de alteração no equilíbrio do desenvolvimento do setor de mineração nos vários países da América Latina, na medida em que pode causar reflexos no aumento do nacionalismo comercial e econômico enquanto a demanda mundial de matéria-prima para baterias se expande”, declarou Peter Hakim, analista para América Latina do centro de estudos dos EUA Inter-American Dialogue.

“Mas é preciso levar em conta também que a perspectiva econômica global pessimista nos próximos anos, pode ampliar ainda mais o desequilíbrio do setor de mineração na América Latina do que qualquer lei dos EUA”, prosseguiu Hakim. “E, independentemente da IRA, o Chile, por exemplo, estará em melhor posição para se aproveitar do eventual aumento da demanda de lítio e cobre, seja por sua longa experiência na exportação de minérios, capacidade tecnológica e múltiplos acordos comerciais em todo o mundo”, completou.

“Como a lei ainda não foi implementada, as embaixadas argentina e americana e a chancelaria argentina estão liderando as negociações para estabelecer uma exceção e permitir que a Argentina negocie seu produto diretamente com empresas dos EUA nas mesmas condições dos países que têm preferências comerciais”, disse um funcionário do governo de Buenos Aires à agência Bloomberg.

O Equador - cujo presidente, Guillermo Lasso, esteve nos EUA nos últimos dias em busca de acordos comerciais - e o Brasil buscam brechas para também se aproveitarem das vendas aos americanos.

“Um campo importante que poderia se aproveitar dos benefícios da IRA, além da mineração, é o da reciclagem”, disse o analista Andrés Vázquez, da LCB Consultores, de La Paz. Ele assinala que a Brookings Institution apresentou um estudo em 2022 que mostra que entre 40% e 75% de metais não ferrosos para bateria podem ser reciclados a partir de descartes. “Esta é uma grande oportunidade para empresas dos países que têm acordo com os EUA e seriam elegíveis para os créditos americanos, que trariam uma vantagem competitiva enorme sobre empresas de outros países”, afirmou Vázquez.

Em termos numéricos, ainda não se sabe qual impacto o financiamento dos EUA a projetos de mineração pode ter sobre as economias da região. Mas, para alguns especialistas, China e Europa podem aportar maiores investimentos nos países que ficarem de fora das preferências dos EUA.

“Há cada vez mais dinheiro do governo disponível para apoiar essa importante indústria nascente”, disse nesta semana o principal executivo da American Lithium Corp, Simon Clarke à agência Bloomberg. A companhia tem projetos de lítio no Peru. Segundo Clarke, fabricantes de veículos elétricos esperam que uma onda iminente de oferta de lítio esteja a caminho para aliviar seus planos de expansão e, em razão disso, espera para breve alguns “créditos fiscais muito significativos para produtores de minerais essenciais”.

Dono de uma das maiores reservas de lítio e cobre do planeta, o Chile deve receber até 2027 US$ 2 bilhões em novos investimentos para aumentar a produção de lítio. O governo de Gustavo Petro, na Colômbia, pretende tornar o lítio um de seus principais produtos de exportação - para substituir o gradual abandono das vendas de carvão. E o Peru planeja investir quase US$ 590 milhões nos primeiros sete anos de seu polo de lítio de Puno, aumentando a produção nesse período de 22 mil toneladas/ano para 45 mil t/ano.

Entre os metais fundamentais para a produção de baterias, 58% do total das reservas identificadas de lítio, 41% das de cobre, 24% do níquel e 39% da prata estão na América Latina. A China tem se adiantado ao Ocidente nessa corrida e fechado contratos para a compra de grande parte da produção dessas commodities na região. Por isso, a ofensiva americana sobre esses produtos é vista como uma reação esperada.

“A discussão sobre o aumento dos investimentos americanos nos projetos de lítio e cobre no Chile já está presente no país há um bom tempo”, disse o economista Juan Eichholz, analista da CLA Consulting, de Santiago. “Essa expectativa [da IRA] gerou até mesmo tomadas de decisão sobre o aumento dos investimentos em cobre e lítio no país”, explicou.

Diário do Comércio - MG   20/01/2023

Sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos dias de seu mandato, a Lei 14.514/2022, que traz algumas alterações no recolhimento e nos procedimentos administrativos relacionados à distribuição da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), apresentará mudanças que terão efeitos práticos apenas após alteração do Decreto 9.407/2018 pelo atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da atualização das normativas pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Entre as alterações previstas pela medida na Lei 13.540/2017, está o pagamento de royalties a municípios mineradores que são pequenos produtores de substâncias minerais, mas também são impactados pela atividade. Agora, eles receberão as duas parcelas da compensação.

A lista dos contemplados levará em conta os dados do setor mineral de 2022 e os repasses deverão ocorrer a partir de junho. Em 2021, o Estado contava com 511 municípios produtores e 687 impactados.

Quem explica é a consultora tributária da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), Rosiane Seabra. Segundo ela, com a nova resolução, a cidade produtora passa a ter direito ao repasse como impactada, quando esse valor for superior ao repasse como produtora.

“A alteração beneficiará as cidades que antes recebiam um valor considerado irrisório, ou mesmo simbólico, como produtores. Agora, elas terão direito a um repasse que auxiliará na recuperação dos danos provocados pela atividade mineral ao seu território. Um município que recebia apenas R$ 10 mil como produtor, mas que teria o direito de receber R$ 100 mil como afetado pela atividade mineral, por exemplo, passará a receber o valor de R$ 110 mil, ou seja, passará a receber como produtor e afetado”, reforça.

Vale lembrar que os royalties da mineração são distribuídos entre União (10%), Estado (15%), municípios produtores (60%) e municípios impactados (15%).
Quais são os municípios impactados que receberão a Cfem

Os impactados são aqueles cortados pelas infraestruturas utilizadas para o transporte ferroviário ou dutoviário de substâncias minerais; afetados pelas operações portuárias e de embarque e desembarque de substâncias minerais; e onde se localizam as pilhas de estéril, as barragens de rejeitos e as instalações de beneficiamento de substâncias minerais, bem como as demais instalações previstas no plano de aproveitamento econômico.

A reportagem procurou a ANM para tratar do assunto, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. As normativas a serem definidas pelo órgão trarão as regras para a divisão dos tributos entre os municípios impactados. Mas a lei sancionada já garante que não havendo município impactado nas hipóteses previstas, a distribuição será direcionada aos municípios limítrofes, onde ocorrer a extração mineral.

Rosiane Seabra lembra que a regra não vale para cidades em que o valor apurado como produtora é maior do que o valor como impactada. Isso significa que elas continuarão recebendo apenas como cidades produtoras. Para municípios que são somente afetados também não há modificações nas regras de recebimento.

Por fim, embora o repasse ainda não esteja ocorrendo, a medida atende parcialmente um dos vários pleitos da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig).

Em 2013, a entidade foi a primeira instituição municipalista que defendeu a necessidade de o Congresso Nacional estabelecer uma cota da Cfem para municípios afetados e não só para municípios produtores e comemora o que chama de “correção na distorção de recebimento dos royalties” por esses municípios que, além de produtores, são impactados pela atividade mineral.

Máquinas e Equipamentos

Diário do Comércio - MG   20/01/2023

O setor de locação de máquinas, equipamentos e ferramentas de Minas Gerais enfrentou desafios em 2022. A polaridade política com a disputa presidencial, Copa do Mundo e as chuvas impactaram a demanda e o desempenho das empresas. A estimativa é que o faturamento das empresas do setor tenha encerrado o ano entre uma estabilidade frente a 2021 e uma reposição da inflação.

Para 2023, as estimativas ainda são cautelosas e o resultado do setor de locação dependerá dos rumos da economia nacional e de investimentos estratégicos, como por exemplo, em obras de infraestrutura por parte dos governos.

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas, Ferramentas e Serviços Afins do Estado de Minas Gerais (Sindileq), Eugênio Porto Gazzinelli, 2022 foi um ano atípico para o setor.

“Em 2022, tivemos adventos importantes que atrapalharam o setor. Um deles foi a polaridade na disputa do governo federal, que foi iniciada muito antes de outubro. A Copa do Mundo também comprometeu o setor de locação, que ficou bem morno na reta final do ano. O período de chuvas também impactou, uma vez que o nosso setor está ligado à construção civil, que também é impactada pelas chuvas. São muitas as atividades onde estamos presente e que é necessário um clima bom para a execução dos serviços como terraplenagem, compactação, entre outros”.

Dos três fatores que impactaram de forma negativa o desempenho, o mais grave foram as eleições. “O processo eleitoral e a polarização deixaram todo mundo à espera, na expectativa do que seria o ano de 2023. Então, 2022 começou razoavelmente bem e terminou mal”.

O levantamento feito pela entidade aponta que o faturamento do setor de locação se manteve entre uma estabilidade frente a 2021 ou apenas repôs a inflação. Em termos de crescimento, não foi um ano bom para a atividade”.

Em relação à 2023, Gazzinelli explica que o setor inicia o ano confiante e otimista, mas atento aos rumos econômicos.

“A gente sempre começa confiante, faz projeções otimistas para o ano, prevendo um bom crescimento. Mas o que estamos assistindo nos deixa em alerta. A previsão para a economia é de desaceleração e, isso, não é uma boa visão para que se façam investimentos”.

Ainda segundo Gazzinelli, o setor de locação vê com preocupação a estimativa de crescimento da economia brasileira em apenas 1%, segundo previsões otimistas. “É um crescimento aquém do esperado. O novo governo tem colocado como prioridades os investimentos em infraestrutura, saneamento básico e tem ainda o Minha Casa, Minha Vida. Tirando o marco do saneamento, todos os investimentos demandam dinheiro do governo. Hoje, temos o discurso, mas será preciso ir para a prática. Nossa atividade age muito rápido logo que somos solicitados. Os pátios estão cheios, estamos com estoque e conseguimos atender”, reitera.

Uma ação que pode favorecer o setor é o pedido de prorrogação, por dois anos, da transição da vigência do Plano Diretor de Belo Horizonte. A proposta, feita pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e pela a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), segundo Gazzinelli, é importante para a construção civil na Capital. Aprovado em 2019, o Plano, que entrará em vigor em fevereiro, pode inviabilizar a construção civil na Capital.

“Caso entre em vigor, o Plano Diretor vai trazer uma desaceleração do segmento da construção civil e do nosso também. Acho importante retomar a conversa. Da forma que ele foi elaborado, Belo Horizonte vai perder um número bem elevado de obras”.

Em relação a reposição de estoques e compras de máquinas e equipamentos, Gazzinelli explica que as empresas estão sempre investindo, principalmente na busca por produtos de maior tecnologia.

Diferentemente do cenário enfrentado em 2020, quando o setor de locação encontrou dificuldades em comprar máquinas e equipamentos, em função da pandemia, a oferta já está regularizada.

Um dos desafios enfrentados pelo setor é o roubo de máquinas e equipamentos e o aumento de golpes contra as empresas, anteriormente feitos por pessoas físicas e, agora, por jurídicas também. A falta de uma delegacia especializada, segundo o presidente do Sindileq, prejudica o setor, já que não há punição e os golpes são crescentes.

“Como o roubo das máquinas e equipamentos e o estelionato não são considerados crimes violentos, não há um combate efetivo, o que causa muitos prejuízos e desestimula as empresas”, acredita.

O gerente executivo do Sindileq-MG, Allan Rodrigues, explica que as empresas do setor atuam fornecendo equipamentos, máquinas, ferramentas e serviços para diversos setores, sendo os mais fortes o da construção civil, representando 60% das locações; agronegócio, com 30%, e indústria, com 10%.

“Em Minas Gerais, temos 4.692 empresas. É um número muito maior que em anos anteriores, que girava em torno de 1.700. A alta se deu por conta dos anos de 2020, 2021 e até mesmo 2022. A demanda gerada durante a pandemia, já que a construção civil não parou, cresceu muito e o negócio de locação se tornou muito rentável”.

O setor, em Minas Gerais, é responsável por cerca de 50 mil vagas de empregos e um faturamento estimado em torno de R$ 5 bilhões anuais.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   04/04/2022

Objetivo do programa Renovar é retirar de circulação os veículos com mais de 30 anos ou que não tenham mais condições de rodar

O governo vai comprar, a valor de mercado, caminhões, ônibus e outros veículos pesados de carga com mais de 30 anos ou que não tenham mais condições de rodar. Para tanto, utilizará dinheiro captado junto às empresas do setor de petróleo. É o que prevê o programa Renovar, criado pela Medida Provisória (MP) 112, publicada hoje no Diário Oficial da União.

A primeira fase do programa será dirigida a caminhões, ônibus e implementos em final de vida útil. Terão prioridade os transportadores autônomos de carga, informou o Ministério da Economia.

A idade mínima para enquadramento no programa ainda será definida, informa a pasta. Para a formulação do Renovar, foram utilizados como parâmetro 30 anos para caminhões e 20 anos para ônibus e implementos rodoviários. Em 2020, havia 854.244 caminhões e 75.943 caminhões-trator com mais de 30 anos, de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

A adesão ao programa é voluntária e será feita por meio da Plataforma Renovar, operada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). “Todos os passos para elegibilidade do veículo e seu sucateamento serão cursados pela plataforma, com vistas a reduzir os custos de transação do caminhoneiro”, diz nota do ministério. “Na plataforma, o beneficiário poderá fazer o registro das operações relativas ao desmonte ou destruição, como sucata, dos bens elegíveis, além da utilização dos benefícios concedidos no âmbito do programa.”

A plataforma permitirá que o setor privado ofereça produtos e serviços complementares ao Renovar. O Ministério da Economia cita como exemplos: crédito cooperativado, garantia estendida, revisões, seguros, consórcios.

A pasta avalia que o programa contribuirá para maior segurança nas rodovias e para a diminuição de custos de acidentes e de doenças respiratórias. A frota mais jovem proporcionará ainda menor emissão de partículas e gases poluentes. A reciclagem dos veículos ajudará toda uma cadeia econômica, ressalta. Além disso, os caminhões mais jovens aumentarão a produtividade no setor de transportes, reduzirão necessidade de gastos com manutenção e propiciarão menor valor do frete.

O Estado de S.Paulo - SP   04/04/2022

As vendas de veículos novos tiveram o terceiro mês seguido de alta em março mas, na comparação com igual período de 2021 houve queda de 22,5%. Foi o pior março em 18 anos, com um total de 146,8 mil automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos. Já na comparação com fevereiro houve alta de 13,6%.

A combinação de falta de componentes para a produção, aumento de preços e juros elevados segue minando a expectativa de recuperação do setor esperada para este ano. No primeiro trimestre foram comercializados 402,6 mil veículos, 23,7% menos em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados preliminares obtidos com fontes do mercado.

Na comparação com o período pré-pandemia, de janeiro a março de 2020, a queda é de 27,8%. Já em contraponto a 2019, quando não havia nenhum caos sanitário no País, o recuo é de 33,7%. O segmento de automóveis e veículos comerciais leves segue puxando os números para baixo, já que o de caminhões mantém trajetória de crescimento.

Só em veículos leves foram vendidas 135,6 mil unidades em março e 376,4 mil no trimestre, volume 25% inferior ao de 2021 e de 29% ante 2020. Os dados oficiais serão divulgados pela Fenabrave (associação das concessionárias) no dia 5 e pela Anfavea (associação das montadoras) no dia 8.

OS MAIS VENDIDOS

A Fiat segue como a marca que mais vende carros e picapes no País, com 79,1 mil unidades no acumulado do ano. A General Motors vem se firmando no segundo lugar reconquistado após ter despencado em vendas por ter mantido uma de suas fábricas fechadas por quase cinco meses no ano passado em razão da falta de semicondutores. Neste ano, a marca vendeu 50,2 mil unidades.

Em terceiro lugar está a Toyota, com a venda de 40,5 mil automóveis e comerciais leves, seguida por Hyundai, com 40,4 mil e, em quinto, a Volkswagen, com 38,3 mil. A picape Fiat Strada também segue no topo da lista de vendas, com 21,7 mil unidades de janeiro a maio. Na sequência estão Hyundai HB20 (18,7 mil), Chevrolet Onix (17,3 mil), Volkswagen T-Cross (15,6 mil) e Jeep Compass (14,2 mil).

PARADAS NA PRODUÇÃO

Como era previsto, a falta de componentes eletrônicos, em especial semicondutores, segue obrigando as fábricas a suspenderem a produção para evitar veículos incompletos nos pátios. A Renault vai dispensar o pessoal das linhas de montagem de São José dos Pinhais (PR) durante toda a próxima semana.

A Scania deu folga aos trabalhadores de São Bernardo do Campo (SP) nesta sexta-feira, 1º, na segunda-feira, 4, e no dia 11. Na Mercedes-Benz, também de São Bernardo, 600 funcionários retornaram de férias coletivas no último dia 28 e outros 600 ficarão fora da fábrica até dia 8. A Toyota interrompeu a produção nas fábricas de Indaiatuba e Sorocaba (SP) por dois dias em meados de março.

Na Volkswagen, a equipe do segundo turno da unidade de Taubaté (SP) que estava em lay-off (dispensa temporária) volta ao trabalho na segunda-feira, mas a montadora já avalia suspender temporariamente os contratos de outra turma em São José dos Pinhais.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Online - SP   20/01/2023

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) arrefeceu a 0,35% na segunda prévia de janeiro, após registrar alta de 0,38% na mesma leitura de dezembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.

Os três grupos componentes do índice apresentaram as seguintes variações: Materiais e Equipamentos (0,46% para -0,16%), Serviços (0,46% para 0,43%) e Mão de Obra (0,30% para 0,77%).

As maiores pressões para baixo sobre o INCC-M na segunda prévia de janeiro partiram de cimento Portland comum ( -0,07% para -4,36%); vergalhões e arames de aço ao carbono (3,14% para -0,87%); tubos e conexões de PVC (-1,58% para -0,95%); tubos e conexões de ferro e aço (-0,28% para -0,69%); e tijolo/telha cerâmica (-0,02% para -0,26%).

Na outra ponta, puxaram o índice para cima ajudante especializado (0,35% para 0,83%); servente (0,30% para 0,91%); elevador (0,64% para 1,20%); carpinteiro (fôrma, esquadria e telhado) (0,26% para 0,78%) e pedreiro (0,29% para 0,71%).

FERROVIÁRIO

Portos e Navios - SP   20/01/2023

O Ministério dos Transportes abriu uma consulta pública para receber sugestões sobre o setor de transportes no Brasil. A Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (Ferrofrente) fez sua contribuição e propôs alternativas e ideias para a melhora e desenvolvimento do segmento fundamental para o desenvolvimento do País.

A Ferrofrente destacou o peso do modal ferroviário no interior de um sistema de transportes multimodal, que colocam custo e eficiência como duas faces de uma mesma moeda, a competitividade. "Há de se considerar que determinados aspectos precisam ser pensados e refletidos conjuntamente, tais como fatores que têm peso financeiro e ambiental quando comparados, por exemplo, os modais rodoviário e ferroviário, pois este, dado as características de sua utilização, implica em menor poluição, menor dano ambiental em todos os sentidos, como também menor incidência de ruídos e acidentes", disse o presidente da Ferrofrente, o engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves.

A ONG defendeu a importância em conciliar as pesquisas pensando conjuntamente nos conceitos de cidade inteligente e mobilidade inteligente, enxergando na integração o único meio de conciliar estas duas dimensões da mobilidade urbana, ou seja, não conseguimos mensurar projetos isolados, focados num único modal, com base em sua infraestrutura, deslocada dos demais modais e suas respectivas infraestruturas. A integração passa a ser, então, uma demanda amplamente regional que incorpora em si toda a estrutura e infraestrutura que permite a mobilidade de todos os modais, criando formas de integrá-las a partir da intervenção nas
infraestruturas existentes e da criação de novas infraestruturas.

De acordo com José Manoel, é preciso modernizar, ampliar, organizar, integrar, garantir modicidade tarifária, dar mais segurança e conforto aos passageiros e custos competitivos nos deslocamentos dentro do país, despoluindo, desburocratizando, humanizando o caótico sistema de transporte de cargas, gerando economia de escala, reduzindo o preço dos alimentos que chegam à mesa dos trabalhadores, das famílias brasileiras. Por outro lado, tal providência, aumentaria nossa capacidade de competir nos mercados do exterior, enriquecendo assim toda a nação. “Decisões políticas precisam ser tomadas pensando no longo prazo. Há um problema estrutural e um problema cultural, que só vai mudar com educação para cidadania e para política. Temos que voltar a ter orgulho de nossas ferrovias”, declarou o engenheiro.

A entidade propôs ainda a incorporação de Conselhos Gestores junto ao setor ferroviário, como forma de potencializar sua participação junto aos sistemas de transportes. Isto porque esses conselhos agregam vários atores da sociedade civil, a partir de uma participação ativa junto aos gestores das ferrovias, e com isso contribuírem de maneira colaborativa em várias dimensões da gestão, tais como a formulação de diretrizes de trabalho, o acompanhamento, a avaliação das ações com sugestões de melhoria, controles, registros, assessoria, e outras tantas atividades que concorrem para uma gestão mais focada em resultados positivos. "Cabe ressaltar a isenção de interesses políticos e econômicos desses conselhos, porque sendo formados por atores da sociedade civil, o aspecto no qual estão interessados é a promoção da qualidade dos serviços que são prestados à população, visando um objetivo final que é o bem estar social da comunidade", afirmou José Manoel.

A consulta pública abordou sete pontos: Competitividade; Segurança; Qualidade; Inovação e desburocratização; Eficiência e Sustentabilidade; Informação, Comunicação e Articulação Institucional, e Governança.

Rodoviário

Valor - SP   20/01/2023

Associação do setor estima entrega de 140 mil implementos rodoviários em 2023, nova queda anual agora de 9,5%


Sprícigo, da Anfir, estima entrega de 140 mil implementos rodoviários neste ano, nova queda anual agora de 9,5% sobre 2022 — Foto: Silvia Zamboni/Valor

A produção brasileira de implementos rodoviários pode ter o segundo ano consecutivo de queda em volumes em 2023. Após encerrar 2022 com redução de 4,87% no volume de emplacamentos em relação a 2021, com 154,7 mil produtos entregues, a estimativa inicial para este ano fica em torno de 140 mil licenciamentos, 9,5% a menos do que no ano passado. Mas o setor entende que a redução no volume não significa retração, já que houve crescimento da receita em 2022 com lançamento de um produto que mudou o mix de vendas.

A estimativa da Anfir, associação que reúne perto de 150 das maiores montadoras de implementos do país, é que a receita total em 2022 tenha alcançado os R$ 17 bilhões. É uma projeção porque a maioria das associadas ainda não divulgou seus balanços. Se confirmado o valor, trata-se de aumento de cerca de 17%. “Isso deve acontecer como reflexo da entrada do semirreboque 4º eixo no mercado, um produto com maior valor e que em alguns casos foi a opção dos transportadores”, explica José Carlos Sprícigo, presidente da entidade. O uso do 4º eixo permite transportar mais carga no mesmo caminhão. É um produto mais caro, porém mais produtivo para as transportadoras.

Sprícigo avalia que o ano passado foi bom para o setor e que a diferença de 4,87% é “pequena demais para considerarmos como queda”. Ele conta que o desequilíbrio da cadeia logística, surgido a partir de 2020 com a pandemia de covid-19, foi resolvido. Em 2021, o setor enfrentou muitos problemas com abastecimento de insumos e peças, além de alta nos custos. Houve casos até de importação de pneus para que os implementos pudessem ser entregues. Hoje, segundo a Anfir, os prazos de entrega oscilam de 60 a 90 dias dependendo do modelo a ser adquirido.

A expectativa para este ano é de calmaria. “Esperamos seguir com as equações de custo em composições razoáveis para todos. É importante entender que o seu negócio é formado por clientes, sua empresa e seus fornecedores. Só há uma operação saudável se todos os elos estão saudáveis. Não se espreme os parceiros de negócios porque sem eles sua empresa não consegue seguir adiante. É importante a negociação ponderada entre todos os agentes envolvidos porque o objetivo de todos é progredir.”

Mas o ano começou com uma notícia nada boa para o setor: reajuste do aço em torno de 10% no mercado interno. O aço é a principal matéria prima dos fabricantes de implementos. Sprícigo diz que o aumento terá impacto negativo no setor, mas lembra que os preços seguem uma lógica de mercado de oferta e procura, ou seja, ele indica que as negociações é que devem definir o custo final do insumo.

A Anfir trabalha com um cenário para 2023 com a Selic na casa dos 13% e dólar a R$ 5,35. O presidente da entidade classifica a volta do Ministério da Indústria e Comércio como “muito importante para que trace politicas públicas que venham ao encontro do retorno do crescimento da indústria”, mas pondera que ainda existem muitas incógnitas sobre a política econômica do novo governo.

Num setor que se divide em dois segmentos - pesado, com reboques e semirreboques, e leve, também chamado de carroceria sobre chassis - e que tem mais de mil CNPJs espalhados pelo país, não é possível traçar um cenário único. No segmento de pesados atuam as maiores empresas, tem número menor de concorrentes e atendem o Brasil todo. Já a linha leve tem empresas de menor porte, pulverizadas pelo país e com produção mais voltada para o mercado onde estão instaladas.

O segmento de pesados fechou 2022 com 83,1 mil produtos emplacados, queda de 7,97%. A estimativa para 2023 é a entrega de 75 mil implementos, nova redução de 9,8%. Já os fabricantes de leves entregaram no ano passado 71,6 mil implementos, 1,01% a menos na comparação com 2021. Para este ano a previsão é de um volume de 65 mil unidades, outra contração agora de 9,2%. A melhor marca do setor ainda é a de 2011, quando foram entregues 190 mil produtos.

Para além do mercado interno, os fabricantes ampliaram as ofensivas nos países vizinhos e até na África. A expectativa é passar de 7 mil unidades embarcadas em 2023. O que representaria um crescimento significativo. No ano passado foram exportados 4.973 produtos até novembro, último dado oficial até agora, contra 4.632 no mesmo período de 2021.

Para 2023 a Anfir definiu, em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), a agenda no exterior que prevê visitas de exportadores a oito países: República Dominicana, Chile, Panamá, Costa Rica, Colômbia, África do Sul, México e Estados Unidos.

NAVAL

Infomoney - SP   20/01/2023

O impasse envolvendo a privatização da administração do porto de Santos, o maior do país, jogou luz novamente na dificuldade de o governo federal garantir previsibilidade ao setor privado que deseja investir – e lucrar – na infraestrutura logística do país.

“Temos um conjunto de investimentos em infraestrutura que está andando para expandir a capacidade e a demanda do porto que corre o risco de ‘gargalar’”, resume Marcelo Allain, sócio da consultoria BR Infra Group.

No caso do porto de Santos, o modelo de privatização da Santos Port Authority (SPA) chegou a ser feito pelo governo Jair Bolsonaro (PL) e esteve em vias de avançar para leilão. No entanto, no fim de 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) entendeu que era melhor que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumisse para decidir se dará aval ou não à concessão da autoridade portuária pelos próximos 35 anos.

Segundo estimativas do governo anterior, dos R$ 18,5 bilhões de investimentos obrigatórios previstos, R$ 14,1 bilhões serão aplicados em manutenções, durante os 35 anos da concessão. Outros R$ 3 bilhões estão reservados para a construção de um canal submerso para ligar Santos e Guarujá. Outro R$ 1,4 bilhão deve ser injetado em obras como novos acessos rodoviários, modernização portuária e aprofundamento do canal de Santos.

Nos últimos anos, gigantes do setor de logística, como Rumo (RAIL3), CCR (CCRO3) e Prumo investiram bilhões em estradas, ferrovias e infraestrutura portuária. Mas ainda falta muito.

“A realidade das empresas estatais oscila muito, é importante que exista uma previsibilidade da gestão, como ocorre com os aeroportos. Existe um pipeline robusto para a infraestrutura [além do porto]. São cerca de R$ 300 bilhões em projetos de infraestrutura que eu não vejo o motivo para não seguir”, avalia Diogo Mac Cord, sócio-líder de infraestrutura e mercados regulados da EY.

Mac Cord lembra que já houve o primeiro leilão de primeira autoridade portuária no país no ano passado. A Codesa, que atua no porto de Vitória (ES), foi concedida por 35 anos a um valor de R$ 106 milhões, com o compromisso de R$ 850 milhões em investimentos, sendo R$ 335 milhões destinados na ampliação do porto. O vencedor foi um fundo de investimento em logística ligado à Quadra Capital.

Há também no radar a desestatização do porto de Itajaí, em Santa Catarina, e do porto de São Sebastião, em São Paulo, cujo o comando da autoridade portuária é do governo do estado.
Tentativa de diálogo

Para garantir a continuidade dos processos de concessão, governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem conversado com o governo federal para buscar uma solução. Na semana passada, Freitas afirmou que Lula não descartou a concessão da autoridade portuária de Santos.

“Pelo contrário, abriu o diálogo”, relatou o governador na ocasião do encontro. Tarcísio de Freitas lembrou que a privatização é um tema sensível ao governo petista, mas Lula teria dito ao governador paulista que não está “preso a dogmas” e que o presidente saberá tratar o tema com responsabilidade.

Mas o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, faz jogo duro e diz que não cabe a discussão da venda da autoridade portuária, mas melhorias no porto podem ser concedidas. “O canal nós estamos dispostos a discutir com concessionários alternativas mais rápidas e objetivas. A autoridade nós não vamos privatizar”, reforçou França.

Para Marcelo Allain, da BR Infra Group, “fatiar” a concessão do porto em serviços específicos como a dragagem e o aumento do calado, não seria uma alternativa eficiente.

“A ideia de se fazer concessões parciais é bem nova, não me parece que funcione bem porque o conjunto precisa andar. Existem serviços que geram despesa, que o governo precisaria pagar, e outros que geram receita, em que o governo deveria pedir um ágio”, exemplifica.

Outro problema é que ao dividir as concessões, não conseguiria o ganho de se eliminar a burocracia do processo. “A autoridade portuária já enfrenta dificuldades de realizar licitações. Ela tenta há dez anos contratar fornecedores para os serviços de dragagem, mas o certame sempre é questionado e fica suspenso, isso mostra uma limitação do serviço público”, analisa.
Necessidade de modernização

Na avaliação de Mac Cord e Allain, que já estiveram no Programa de Parceria de Investimentos (PPI) do governo federal, o porto de Santos está ficando para trás em inovação por conta da burocracia e falta de investimentos. Eles dão como exemplo a baixa profundidade dos calados dos terminais portuários, que impede que navios maiores – uma tendência do comércio marítimo mundial – acessem o porto.

Os terminais do porto estão espalhados por um canal de 25 quilômetros de extensão. Hoje, esse canal tem profundidade de 15 metros. Toda estrutura terá de ser rebaixada para 16 metros numa primeira etapa, chegando a 17 metros em um segundo momento.

Os terminais de Santos têm autorização para receber embarcações com até 366 metros de comprimento, enquanto grandes portos no mundo já estão aptos a ancorar navios de 400 metros. Ao aprofundar seu canal, este novo calado vai permitir o acesso dessas embarcações, apesar destas não terem Santos como rota atual.

Porto Gente - SP   20/01/2023

Foi uma demonstração inequívoca de diálogo, a visita que o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, fez ao sindicato dos trabalhadores do Porto de Santos, nesta segunda-feira (16). Anunciou que haverá uma sala no ministério para recebê-los em Brasília. A questão de não privatizar, demonstra que este propósito não é central, tampouco bem entendido, tendo em vista o fracasso portuário que foi a gestão anterior. Portanto, há muito o que solucionar, num porto que não atingiu, ainda, parâmetros para alcançar o patamar dos grandes portos asiáticos. No Brasil polarizado, o governo Lula não pode errar.

Somente a análise permite conhecer a realidade dos fatos: o que melhora com a tomada de decisão e como atingir resultados excelentes. No caso do Porto de Santos, o ministro Márcio França tem ao alcance as condições necessárias para construir uma agenda positiva, com excelente desfecho. Não é um desafio complicado, como a transposição do rio São Francisco, mas também é distante de ser trivial. Há muitos interesses comerciais e que competem entre si; entretanto, também dependem de soluções que precisam construir cooperativamente. O secretário de Portos. Pierdomenico, foi uma escolha esplêndida.

No processo de decisão do setor portuário, das cargas aos transportes, tem uma complexidade que passa por instâncias e esqueletos em armários. O entendimento distorcido do papel da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ, promove sua indesejável transfiguração em agência executiva. Assim, deixa de ter uma atuação de modo um pouco mais próximo aos próprios interessados na atuação estatal: a sociedade, as empresas prestadoras de serviços etc.

Atividade portuária e navegação estão passando por importantes mudanças estruturais, impulsionadas pelas novas tecnologias. Assim, intensifica a pressão para reduzir os custos operacionais, do capital e da transição energética. Qual a posição do Porto de Santos em relação ao hidrogênio verde, que já se encontra em nível de projetos nos portos de Suape, Pecém e Açu? Nos portos do hemisfério norte já se implantam rotas de transporte e produção desse novo combustível, junto ao porto. A vida digital vai acelerar a tomada de decisão e inspirar novas visões das cadeias de suprimento. Temas prioritários e exigentes de uma autoridade portuária competente. O protagonismo que o Brasil está tendo no Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, também exige competência nos portos.

Porto de Santos tem história, política e literatura; valores tão promovidos na gestão municipal Davi Capistrano, com preciosas publicações, úteis à inteligência da missão desse poderoso complexo portuário. Com visões indispensáveis: comercial, social e acadêmica; em síntese, o entendimento da inovação, como um estado permanente. A atividade portuária moderna vai além dos limites dos portos. Esse debate está posto na web, remodelando o futuro, as pessoas, as nações e os negócios.

O exemplo do projeto Santos 17, em 2015, uma campanha para dragar o canal de acesso ao porto até 17 metros, mostra a importância de uma alavancagem criativa. Empolgada para superar a impossibilidade de receber navios de grandes calados, a comunidade do porto mobilizou-se serra acima. Os ânimos só esfriaram ao ser demonstrado que o projeto carecia de consistência técnica. Entretanto, a limitação nociva à expansão do porto persiste e, esse desafio, pode ser vencido. Há solução adequada e falta projeto.

Quando assumiu, o governo anterior promoveu e aqueceu o debate portuário com a proposta de privatização dos portos. No final, isto se mostrou um discurso vazio. Hoje não há mais oportunidade de uma proposta politiqueira. Vive-se uma realidade mundial urgente e uma ameaça nacional, por um dispositivo montado nas redes sociais para manipular a opinião pública e coordenar ações. Decerto, o túnel submerso é necessário e inadiável; sem prejuízo da construção do porto oceânico, urgente. Cabe ao ministério de Portos avançar e aplicar, com êxito, práticas empresariais, para solução de problemas públicos.

SEGS.com.br - SP   20/01/2023

O Terminal Portuário São Luís (TPSL), administrado pela VLI – companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais – registrou recorde na movimentação de cargas em 2022. Foram 5,4 milhões de toneladas de carga geral transportadas, representando o maior volume desde 2015, um ano após a companhia ter iniciado a operação do ativo, quando movimentou 4,9 milhões de toneladas. A marca histórica é reflexo do crescimento do Corredor Norte que, por meio da Ferrovia Norte-Sul (FNS), opera o escoamento da produção de grãos do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), Mato Grosso, Pará e Goiás, pelo Terminal Portuário São Luís.

O mix de cargas movimentadas no TPSL inclui insumos minerais e cargas do agronegócio, com destaque para os grãos – mais precisamente soja e milho. Na comparação com 2021, o fluxo desse tipo de carga cresceu 900 mil toneladas. O avanço da produção de grãos aliado a operações logísticas integradas e uma gestão voltada excelência na experiência do cliente são fatores decisivos para o desempenho recorde do terminal. Além disso, boas taxas operacionais, menor tempo de espera e embarque e previsibilidade de line-up estão entre os fatores que também contribuem para o crescimento do TPSL.

"Com o crescimento da produção do Arco Norte, a VLI trabalha para ampliar sua capacidade operacional e atender aos produtores da região, oferecendo um serviço de excelência, focado na experiência do cliente. Para isso, a companhia dedica-se para assegurar melhoria contínua dos processos, de forma que as operações sejam mais eficientes e ágeis", reforça o gerente geral de Operações de Terminais e Portos da VLI, Douglas Marques.

Além de soja e milho, também são transportadas pelo TPSL gusa, manganês e minério, que têm origem no Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Pará. Eles chegam ao terminal por meio da concessão da VLI do tramo norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS) e pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), onde a companhia opera por direito de passagem. As operações acontecem integralmente pelas ferrovias e são conectadas com os Terminais Integradores de Palmeirante (TIPA), Porto Franco (TIPF) e Porto Nacional (TIPN), também operados pela VLI.

Sobre a VLI

A VLI tem o compromisso de apoiar a transformação da logística no país, por meio da integração de serviços em portos, ferrovias e terminais. A empresa engloba as ferrovias Norte Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA), além de terminais intermodais, que unem o carregamento e o descarregamento de produtos ao transporte ferroviário, e terminais portuários situados em eixos estratégicos da costa brasileira, tais como em Santos (SP), São Luís (MA) e Vitória (ES). Por dois anos consecutivos presente no ranking 100 Open Corps – que reconhece o estímulo à inovação aberta –, a VLI transporta as riquezas do Brasil por rotas que passam pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

Portos e Navios - SP   20/01/2023

O Porto de Suape estima crescimento de 8% na movimentação de cargas até dezembro deste ano. A perspectiva positiva é fruto de uma série de fatores: modernização da infraestrutura portuária e do complexo, localização estratégica que o torna o principal entreposto do Norte/Nordeste; e aumento da diversificação das operações de cargas.

Em 2022, mesmo com o prolongamento da pandemia de covid-19, a movimentação de cargas cresceu 12% em relação a 2021, totalizando 24,7 milhões de toneladas. Desse total, 72,1% (17.839.551 toneladas) representaram granéis líquidos (derivados de petróleo); 22,8% (5.625.728 t), cargas conteinerizadas; 2,7% (669.330 t), granéis sólidos; e 2,4% (591.741 t) carga geral solta. Entre as principais cargas movimentadas pelo porto estão combustíveis minerais, óleos minerais, produtos químicos e orgânicos, e cereais.

Essa foi a segunda maior movimentação do porto desde a sua fundação, em 1978. O recorde histórico ocorreu em 2020, ano em que Suape movimentou 25,7 milhões de toneladas, também com ênfase para os granéis líquidos. O número de atracações aumentou em relação a 2021, somando 1.506 (acréscimo de 3,8%).

“O crescimento de Suape está atrelado não só a posição estratégica do porto-indústria na região e no país, mas aos futuros investimentos a serem consolidados, a exemplo da instalação de usinas de produção de hidrogênio verde, o combustível do futuro; da chegada de um novo terminal de contêineres (APM Terminals, do Grupo Maersk) e do programa de inovação que o porto vem desenvolvendo com o Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, localizado no Porto Digital), o que proporcionará mais agilidade e eficiência nas atividades portuárias”, explica o diretor-presidente do Complexo de Suape, Francisco Martins.

Líder nacional na movimentação de granéis líquidos, superando o maior atracadouro do país (Santos), Suape também é o primeiro no transporte de cabotagem (navegação entre portos do Brasil). O total movimentado neste fluxo de navegação foi de 16,4 milhões de toneladas, ou seja, 28% a mais do que em 2021. O número de importação segue igual ao resultado do período anterior, totalizando 5,6 milhões de toneladas. Já o segmento de exportação cresceu 6%, totalizando 2,6 milhões de toneladas.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/01/2023

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou nesta quinta-feira, 19, que conversou ontem com o secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, sobre o Porto de Santos. O diálogo aconteceu após o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tratar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tema na semana passada. Na ocasião, ao Broadcast, Tarcísio afirmou que Lula não fechou as portas para o projeto de privatização, apesar de reconhecer que o assunto é sensível para o governo petista. Hoje, França voltou a dizer que descarta a venda da autoridade portuária, mas admite a possibilidade de serviços específicos, hoje controlados pela estatal, serem concedidos.

“A tese vencedora das eleições é contrária a essa lógica de venda da autoridade portuária. Discutimos sobre a privatização dos serviços que podem eventualmente, serviços novos como, por exemplo, dragagem”, disse França a jornalistas após sair de reunião com a número 2 da Casa Civil, Miriam Belchior.

Ele ainda afirmou que na próxima semana serão convocados os conselhos portuários para que o governo possa fazer as alterações nas direções das companhias docas. “Como nós não fizemos alterações nas autoridades portuárias, os diretores que estão são os mesmos que estavam, a partir dessa semana, com as alterações, semana que vem estarão convocados todos os conselhos portuários para alterar as direções portuárias, e aí começamos do nosso jeito”, disse.

Sobre a conversa com Kassab sobre o Porto de Santos, afirmou que o diálogo foi para fazer uma aproximação de ideias e conceitos. “Tenho impressão de que o próprio governador Tarcísio compreende que, como houve uma alteração eleitoral, as lógicas de você privatizar autoridade estão superadas”, disse.

Ele ainda citou o projeto do túnel seco entre Santos e Guarujá, empreendimento que estava incluído na modelagem de privatização do Porto. Segundo ele, “basta licitar”. “É uma obra que o governo do Estado fez o projeto básico executivo. Basta licitar. Se a gente puder, seria um grande feito, começar com uma obra desse porte”, disse França. Como já mostrou o Broadcast, uma das ideias de Tarcísio de Freitas para o túnel seco, caso a privatização do porto não fosse encaminhada, era de fazer uma Parceria Público-Privada (PPP) para viabilizar a obra, que tem VPL negativo.

PETROLÍFERO

Investing - SP   20/01/2023

Os preços do petróleo subiram 1% nesta quinta-feira, estendendo um rali recente construído em torno da crescente demanda chinesa, enquanto o mercado registrou uma segunda semana consecutiva de grandes aumentos nos estoques dos EUA.

Os contratos futuros de petróleo Brent subiram 1,18 dólar, ou 1,4%, para 86,16 dólares por barril, enquanto os contratos futuros de petróleo nos EUA (WTI) subiram 0,85 dólar, ou 1,1%, para 80,33 dólares por barril. Esses foram os níveis de fechamento mais altos para ambos os contratos desde 1º de dezembro.

A demanda chinesa por petróleo aumentou quase 1 milhão de barris por dia (bpd) em relação ao mês anterior, para 15,41 milhões de bpd, o nível mais alto desde fevereiro, de acordo com os últimos números de exportação publicados pela Joint Organizations Data Initiative.

Os mercados de energia podem ficar mais apertados em 2023, especialmente se a economia chinesa se recuperar e a indústria de petróleo russa enfrentar sanções, disse o chefe da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol, nesta quinta-feira.

"Todos os caminhos parecem levar de volta ao mesmo insumo - a crescente demanda chinesa", disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York.

"Há tanto sentimento otimista por aí, tanto medo, que continua sustentando este mercado."

Petro Notícias - SP   20/01/2023

A Itália deu um passo importante ao estimular a empresa ENI a investir na aquisição de gasodutos no norte da África e na ligação deles com a Europa. A empresa Snam, de 49,9% da participação acionária direta e indiretamente detida pela Eni, comprou dois grupos de gasodutos internacionais que ligam a Argélia à Itália. Mais especificamente, o escopo da transação inclui os gasodutos terrestres que vão das fronteiras da Argélia e da Tunísia à costa da Tunísia (TTPC) e os gasodutos offshore que ligam a costa da Tunísia à Itália (TMPC). Estas participações foram transferidas pela Eni para uma nova empresa (SeaCorridor Srl), da qual a Snam adquiriu 49,9% do capital social, enquanto os restantes 50,1% continuam a ser detidos pela Eni. A Eni e a Snam exercerão o controle conjunto da SeaCorridor sob acordos de governança conjunta. A Snam pagou à Eni um valor total de cerca de 405 milhões de euros na transação.

A transação alavanca as áreas de especialização da Eni e da Snam em transporte de gás em uma rota estratégica para a segurança do suprimento de gás natural da Itália, permitindo potenciais iniciativas de desenvolvimento dentro da cadeia de valor do hidrogênio, também graças aos recursos naturais que o norte da África tem a oferecer. A ligação Norte de África – Europa é um elemento chave da descarbonização progressiva a nível internacional em apoio à transição energética.

AGRÍCOLA

Valor - SP   21/07/2022

Nos primeiros cinco meses do ano, porém, índice PIMAgro caiu em relação ao mesmo período de 2021.


Fonte: FGV Agro

Depois de estagnar no início do segundo trimestre, o PIMAgro, índice do Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) que mensura o ritmo da atividade em diferentes ramos que fazem parte do setor, retomou, em maio, a trajetória de alta que começou a ser ensaiada em novembro de 2021. O indicador subiu 1,5% em relação a abril e 0,9% em comparação com maio do ano passado.

“Mesmo assim, esse maior volume de produção em maio último não foi suficiente para que a produção nos primeiros cinco meses de 2022 superasse o resultado do mesmo período de 2021”, destacou o FGV Agro. Nessa comparação, o índice recuou 0,6%.

O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta de maio foi garantida por um incremento de 1,9% no grupo formado por produtos não-alimentícios, puxado por insumos (10,5%), têxteis (2,3%) e pelo ramo florestal (0,7%). No segmento de produtos alimentícios e bebidas, a variação interanual foi levemente negativa (0,1%), em decorrência sobretudo de uma queda de 9,2% na área de alimentos de origem vegetal.

De janeiro a maio, a queda de 0,6% foi determinada pelo recuo de 2,1% no grupo de produtos não-alimentícios, principalmente por causa de declínios nas áreas de biocombustíveis (16,8%), têxteis (11,3%) e borracha (5,9%). Em alimentos e bebidas, houve aumento nesse intervalo, de 0,8%.

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