ADVFN - SP 23/10/2023
Na semana que começa, teremos as leituras preliminares dos PMIs de outubro da Alemanha, zona do euro, Reino Unido, Japão e Estados Unidos. Falando nos norte-americanos, o país vai divulgar o índice de atividade do Fed Chicago, o S&P Case-Shiller de preços de imóveis, as vendas de imóveis novos, os estoques de petróleo, pedidos de seguro-desemprego, pedidos de bens duráveis, a leitura preliminar do PIB do terceiro trimestre, vendas pendentes de imóveis, o índice PCE e as rendas e gastos pessoais, e o Michigan/Reuters de confiança do consumidor.
Na zona do euro, o BCE divulga a nova política monetária e se o banco vai aumentar os juros ou mantê-los. Além disso, tem os índices de confiança do consumidor e a base monetária. A Alemanha publica o índice Gfk de confiança do consumidor, e o IFO de confiança do empresário. O Reino Unido publicará a taxa de desemprego. O Japão divulga o índice de indicadores antecedentes
A Agência Internacional de Energia (AlE) publica o World Energy Outlook (WEO), que traz um panorama sobre o mercado de demanda e oferta de energia. Além disso, à meia-noite do domingo, 29 de outubro, acaba o horário de verão na Europa.
A temporada de balanços continua a todo o vapor. Teremos os ganhos de WH Group, Anglo American, Stora Enso, UPM, TotalEnergies, Volkswagen, Bunge, Equinor, Coca-Cola, Verizon, General Eletric, Dow, 3M, General Motors, Visa, Microsoft, Alphabet, IBM, Boeing, Meta, International Paper, Amazon, Intel, Mastercard, Ford, Merck, US Steel, Chevron e Exxon Mobil
A agenda doméstica de indicadores e eventos está bem mais esvaziada. Na segunda, atenções voltadas para o Boletim Focus, com as estimativas do mercado financeiro. Os agentes aguardam as previsões para a inflação, principalmente, após o corte anunciado no litro da gasolina pela Petrobras. Destaque ainda para o IPCA-15 de outubro, que será divulgado na quinta. Na sexta, atenções para o resultado do Tesouro em setembro.
O principal destaque da próxima semana (23-27 de outubro) será o início da temporada de balanços do terceiro trimestre de 2023 (3T23). Entre as empresas que compõem o índice Ibovespa, as primeiras a apresentar os seus relatórios de desempenho financeiro serão: Klabin, Santander, Weg, na quarta-feira (25); Gol, Hypera, Multiplan, Suzano e Vale (26); e Usiminas (27). A Petrobras divulgará o seu relatório de produção e vendas do 3T23 na quinta-feira (26).
Fora do principal índice da B3, os destaques serão as companhias em recuperação judicial, Americanas (31) e Oi (8/11) – veja o calendário completo abaixo.
Na agenda de eventos, na quarta (25), a Associação Nacional dos Participantes em Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (ANFIDC) realiza em São Paulo o Encontro Nacional ANFIDC, para debater o mercado de FIDCs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), principalmente agora, com a nova regulamentação para os fundos de investimentos. A ideia geral do evento é informar ao mercado das tendências do segmento dos FIDC Multicedentes e Multissacados, ampliar o conhecimento e entendimento sobre o setor e divulgar a indústria. Mais informações: www.6encontroanfidc.com.br
Na sexta (27), a partir das 8h30, a Suzano realiza o seu encontro anual com investidores “Suzano Investor Day”, em formato híbrido, em São Paulo (SP).
Entre os indicadores corporativos previstos, na terça-feira (24), a World Steel Association (WSA) apresentará os dados da produção mundial de aço do mês de setembro. Por aqui, também serão divulgados os dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), na quinta-feira (26) e do Instituto Aço Brasil.
Confira a agenda semanal completa:
Segunda-feira (23/10/2023)
Indicadores econômicos
Índice IPC-S – FGV (08h00)
Monitor do PIB – FGV (08h00)
Relatório Boletim Focus – BC (08h25)
Índice de Atividade Nacional do Fed de Chicago (09h30)
Prévia da Confiança do Consumidor (11h00)
Eventos Importantes do dia
Divulgação de Resultados
Terça-feira (24/10/2023)
Indicadores econômicos
Índice de preços ao produtor (IPP) (*18h00)
Prévia do PMI Composto (*19h00)
Prévia do PMI Composto (*21h30)
Confiança do Consumidor GfK (03h00)
Prévia do PMI Composto (04h30)
Taxa de Desemprego (03h00)
Prévia do PMI Composto (05h30)
Prévia do PMI Composto (04h15)
Prévia do PMI Composto (05h00)
Índice IPC-S Capitais – FGV (08h00)
Índice de Manufatura e Serviços do Fed de Richmond (11h00)
Variação de estoques de petróleo API (17h30)
Eventos Importantes do dia
World Steel Association (WSA) apresentará os dados da produção mundial de aço do mês de setembro
Divulgação de Resultados
Kimberly-Clark
General Eletric
Verizon
General Motors
3M
Microsoft (Após)
Visa (Após)
Alphabet (Após)
Neoenergia
Indústrias ROMI
Quarta-feira (25/10/2023)
Indicadores econômicos
Confiança do Consumidor (*18h00)
Taxa de Inflação e Inflação ao consumidor (CPI) (*21h30)
Índice Coincidente (02h00)
IFO – Clima Empresarial da Alemanha (05h00
Empréstimos Bancários (05h00)
Sondagem do Consumidor- FGV (08h00)
Índice do Mercado Hipotecário dos Estados Unidos (08h00)
Vendas de Casas Novas (11h00)
Variação de estoques de combustível EIA (11h30)
Eventos Importantes do dia
Divulgação de Resultados
Klabin
Santander Brasil
Weg (Após)
IBM (Após)
Quinta-feira (26/10/2023)
Indicadores econômicos
Investimento Estrangeiro (*20h50)
Preços de Importações e Exportação (*21h30)
Taxa Marginal de Empréstimo (09h15)
Sondagem da Construção – FGV (08h00)
INCC-M – FGV (08h00)
Transações correntes (08h30)
Investimento estrangeiro direto (08h30)
IPCA-15 (09h00)
Índice de preços ao produtor (IPP) (09h00)
Pedidos de seguro-desemprego (09h30)
Pedidos de bens duráveis (09h30)
1ª prévia da variação do PIB trimestral (09h30)
Balança Comercial (09h30)
Núcleo Preços do PCE (09h30)
Estoques no Atacado (09h30)
Vendas Pendentes de moradia (11h00)
Índice de Manufatura do Fed do Kansas (12h00)
Eventos Importantes do dia
Petrobras – Relatório de Produção
Divulgação de Resultados
Mastercard
Caterpillar
Merck&Co
Intel (Após)
Amazon (Após)
Ford (Após)
Gol
Hipera (Após)
Multiplan (Após)
Copasa (Após)
Suzano (Após)
Vale (Após)
Sexta-feira (27/10/2023)
Indicadores econômicos
Tóquio – Taxa de Inflação e Inflação ao consumidor (CPI) (*20h30)
Índice de preços ao produtor (IPP) (*21h30)
Lucro industrial (*22h30)
Confiança do Consumidor (03h45)
Confiança do Consumidor (05h00)
Confiança Empresarial (05h00)
Vendas Industriais (07h00)
Sondagem da Indústria – FGV (08h00)
Renda Pessoal (09h30)
Gastos Pessoais (09h30)
Preços do PCE (09h30)
Sondagem do consumidor do Fed Michigan (11h00
Contagem de Sondas Baker Hughes (14h00)
Eventos Importantes do dia
Suzano Investor Day
Divulgação de Resultados
Usiminas
Exxon Mobil
Chevron
IstoÉ Dinheiro - SP 23/10/2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou no fim do período da tarde desta sexta-feira, 20, o gabinete da pasta na avenida Paulista, em São Paulo, onde teve durante todo o dia uma agenda de reuniões com empresários e participou, pela manhã, do lançamento de uma resolução que obriga companhias abertas a publicar, a partir de 2026, relatórios com informações financeiras relacionadas à sustentabilidade.
Haddad também esteve reunido com o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que fez uma visita institucional ao ministro.
Durante a tarde, o ministro recebeu executivos da indústria siderúrgica, reunidos em um grupo liderado pelo Instituto Aço Brasil, a associação que representa os produtores de aço.
Além disso, Haddad se reuniu no gabinete em São Paulo com Leonardo Barchini, chefe da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI).
Com o relatório da reforma tributária prestes a ser apresentado no Senado, o ministro encerrou a agenda de compromissos públicos em uma reunião com o economista Bernard Appy, secretário extraordinário responsável por assessorar tecnicamente o ministério na construção da proposta de emenda constitucional que muda a forma como os impostos são recolhidos no Brasil.
Portal Fator Brasil - RJ 23/10/2023
Além de ser a primeira colocada na categoria Mineração e Metais, a empresa ocupou o segundo lugar na classificação geral nacional do Ranking Top Open Corps divulgado no dia 18 de outubro (quarta-feira).
A ArcelorMittal está mais uma vez entre as três corporações brasileiras que mais praticam inovação aberta com startups no Brasil. No Ranking da 100 Open Startups, a produtora de aço venceu no segmento de Mineração e Metais pelo terceiro ano consecutivo e passou à segunda colocação no Top 3 na classificação geral nacional. A premiação foi realizada no Rio de Janeiro (RJ), no dia 18 de outubro (quarta-feira), véspera do Dia da Inovação.
Organizado pela 100 Open Startups, plataforma de inovação aberta pioneira e líder na América Latina,o ranking é publicado desde 2016 e chega a sua oitava edição em 2023. Além das Top 100 Open Corps, foram reconhecidas as corporações líderes em 30 categorias setoriais, as TOP 100 Open Startups, as startups líderes em 30 categorias, as TOP 100 Open Corps Middle Market, as TOP 100 Open Scaleups, os TOP Ecossistemas e as TOP Open Cities.
De acordo com o levantamento, o volume de negócios gerados para as startups com investimento das grandes empresas totalizou R$ 6,4 bilhões em 2023, em 54 mil contratos, o que representa mais do que o dobro em relação ao total do ano anterior (de julho de 2022 a junho de 2023), que foi de R$ 2,7 bilhões.
Inovação no DNA 0151A premiação é um reconhecimento aos investimentos realizados pela ArcelorMittal Brasil em inovação aberta e no relacionamento com o ecossistema, em especial com startups. A inovação é um dos pilares da estratégia de negócio e está no DNA da companhia. A empresa foi pioneira na América Latina a ter um processo de produção do aço integrado; a produzir carvão vegetal a partir de fontes renováveis; a lançar um e-commerce para venda de aço no Brasil; e também a lançar o primeiro laboratório de inovação aberta no mundo —o Açolab.
O hub completou cinco anos no mês de julho e consolidou o seu objetivo de cocriar soluções inovadoras que gerem valor para a empresa e para a sociedade, estando conectado atualmente a cerca de 25 mil atores do ecossistema, sendo 7 mil startups. Em 2021, a empresa apresentou o Açolab Ventures ao mercado, fundo de gestão de R$ 110 milhões destinado para acelerar startups que compartilhem da mesma visão de futuro da ArcelorMittal. Até o momento, foram realizados investimentos em quatro startups, escolhidas entre mais de 1.400, que somaram mais de R$ 26 milhões.
A ArcelorMittal também conta com o iNO.VC – Programa de Transformação Digital –, que tem como premissa acelerar a transformação digital da empresa por meio da integração de empregados, startups, universidades, hubs de inovação e demais entidades parceiras. O programa busca melhorias digitais em todos os processos da empresa, além de inovações para a indústria automotiva, máquinas e equipamentos, construção civil, eletrodomésticos e energia, incluindo oleodutos e gasodutos, estruturas off-shore e torres eólicas.
Em 2021 e 2022, o programa iNO.VC gerou o retorno financeiro dos projetos desenvolvidos de US$ 24 milhões. A previsão, para 2023, é que o ganho acumulado com projetos de inovação seja de US$ 36 milhões.
Pesquisa e Desenvolvimento — Globalmente, o Grupo ArcelorMittal mantém 12 unidades do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento espalhados pelo mundo com mais de 1.600 pesquisadores que ajudam a fomentar parcerias inovadoras com a iniciativa privada e os poderes públicos locais. Em 2022, o Grupo investiu cerca de US$ 286 milhões nos Centros de P&D. Localizado na unidade de Tubarão da ArcelorMittal, o Centro de P&D do Brasil atende às demandas do negócio em três temas: desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de processos e desenvolvimento de aplicações. São mais de 200 projetos em andamento no país e 67 instituições acadêmicas parceiras, com mais de 100 estudantes envolvidos.
A inovação também é impulsionada pela ArcelorMittal Sistemas — empresa de tecnologia da ArcelorMittal, fundada há 35 anos —, que desenvolve soluções de TI para todas as unidades do Grupo no Brasil e em outros países. A área está focada em diversos investimentos estratégicos para fomentar a transformação digital e promover a inovação do negócio, entre os quais Centro de Excelência em Analytics com foco em inteligência artificial e projetos de robótica.
IstoÉ Dinheiro - SP 23/10/2023
O presidente do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, descartou a possibilidade de cortes nos juros americanos antes de meados de 2024. Em entrevista à CNBC, Bostic defendeu que os dirigentes precisam ser “cautelosos e resolutos” nas próximas decisões de política monetária, ecoando comentários do presidente do BC americano, Jerome Powell.
Para ele, a economia ainda está forte e deve manter tendência positiva no longo prazo, porém, os indicadores estão começando a “mover rumo à meta” de controlar a inflação. Bostic espera que a atividade econômica desacelere em breve, sem causar uma recessão e dando apoio para o processo de redução da inflação que, na visão dele, já está em andamento no país.
Questionado sobre o nível neutro dos juros nos EUA, Bostic evitou dar uma previsão ou afirmar se o nível estaria mais alto. “Não sei se nível neutro aumentou nos últimos anos, mas é possível. Não temos como dizer qual será o nível nos próximos cinco anos”, comentou o dirigente. “Estamos apenas começando a repensar nossos frameworks e como economia funciona no pós-pandemia”.
Bostic também comentou brevemente sobre a recente volatilidade nos mercados financeiros, ao reiterar que o Fed não controla diretamente o mercado de títulos e que a recente escalada dos Treasuries está associada ao seu funcionamento dinâmico. Sobre a situação fiscal dos EUA, o dirigente preferiu não classificar a situação como insustentável e expressou confiança de que “o presidente Joe Biden e o Congresso conseguirão chegar a uma resolução” da dívida americana.
IstoÉ Online - SP 23/10/2023
O Banco Central divulgou nesta sexta-feira, 20, o Questionário Pré-Copom (QPC) enviado a analistas de mercado antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária, nos dias 31 de outubro e 1º de novembro. No mês passado, o colegiado reduziu a Selic em 0,50 ponto porcentual pela segunda vez seguida, para 12,75%, e sinalizou cortes da mesma magnitude nos encontros seguintes.
O questionário começa pela tradicional pergunta sobre o que os analistas esperam das decisões do Copom nas próximas três reuniões (novembro, dezembro e janeiro), incluindo o que acham que o BC incluirá no comunicado e na ata também sobre os próximos passos da política monetária.
Para o cenário externo, seguem os pedidos por projeções sobre PIB e inflação de Estados Unidos, China e Área do Euro neste ano e no próximo.
Desta vez, porém, o BC incluiu uma pergunta específica sobre a projeção dos economistas para as taxas de juros norte-americanas de curto prazo e de 10 anos – em 2023, 2024, 2025 e no longo prazo. “Se não tiver uma projeção para essas variáveis, fique à vontade para preencher com uma expectativa que considere aproximadamente consistente com o restante de seu cenário macroeconômico”, ressalta o documento.
O QPC mantém as perguntas sobre o cenário para inflação – desagregando por componentes livres e administrados – câmbio, Selic, barril de petróleo e um questionário abrangente sobre o PIB em 2023 e 2024. No curto prazo, pede projeções para o IPCA, serviços e médias de núcleos em outubro, novembro, dezembro e janeiro.
O BC repete as questões sobre os principais riscos para a inflação de 2023 e 2024, além das perguntas específicas sobre o impacto potencial do El Niño em ambos os anos.
O instituição também repete as perguntas sobre o resultado fiscal do governo neste e nos próximos anos, o cenário de longo prazo para a dívida pública até 2032 e uma estimativa para o potencial de arrecadação com as medidas enviadas ao Congresso.
Por fim, em substituição aos questionamentos sobre hiato do produto, balanço de pagamentos e mercado de crédito – que estavam no questionário de setembro – a autoridade monetária retoma as perguntas sobre o mercado de trabalho, tanto pela taxa de desemprego, quanto pelo rendimento dos empregados e o saldo do Caged acumulados em 2023 e 2024.
Investing - SP 23/10/2023
A China promoverá uma recuperação econômica sustentada, concentrando-se na expansão da demanda doméstica e, ao mesmo tempo, afastando os riscos financeiros, disse o presidente do Banco do Povo da China, Pan Gongsheng, em um relatório publicado neste sábado.
O banco central tornará sua política mais "precisa e vigorosa", ao mesmo tempo em que orientará as instituições financeiras a cortar as taxas reais de empréstimo e reduzir os custos de financiamento para empresas e indivíduos, disse Pan no relatório publicado no site do banco.
O relatório é significativo porque é a primeira vez que o presidente comenta sobre a política após a publicação dos dados econômicos do terceiro trimestre. Ele descreve as prioridades de curto prazo das autoridades e foi entregue ao Parlamento do país.
Pan disse que seriam feitos esforços para ativar os mercados de capitais e aumentar a confiança dos investidores.
Ele também se comprometeu a "implementar ajustes de política macro em resposta às mudanças na situação econômica, fortalecer efetivamente a supervisão financeira, concentrar-se na expansão da demanda doméstica, aumentar a confiança e prevenir riscos e promover uma recuperação sustentada da economia".
A economia da China cresceu a uma taxa mais rápida do que a esperada no terceiro trimestre, enquanto o consumo e a atividade industrial em setembro também surpreenderam positivamente, sugerindo que uma recente enxurrada de medidas está ajudando a reforçar uma tentativa de recuperação.
O país manterá o iuan estável, evitará o risco de flutuações anormais nos fluxos de fundos internacionais e manterá a estabilidade no mercado de câmbio, disse Pan.
O país impulsionará firmemente seu esquema de internacionalização do iuan, estabelecerá um sistema de alerta e controle de riscos para investimentos no exterior e protegerá os ativos em moeda estrangeira do país, acrescentou.
Também orientará as instituições financeiras para ajudar a resolver os riscos da dívida do governo local, disse ele.
Pan também disse no relatório que a China resolverá o risco de inadimplência dos títulos de grandes empresas imobiliárias, evitando o contágio de riscos nos mercados de ações, títulos e câmbio e garantindo a operação estável dos mercados financeiros.
O Estado de S.Paulo - SP 23/10/2023
No começo do ano, os economistas apuraram a direção do vento, fizeram suas orações, jogaram os búzios e solenemente previram que o crescimento do PIB em 2023 não passaria de 0,9%. Hoje a previsão consensual é que o crescimento poderá alcançar 3%. Não é pouca diferença. Imaginando um deflator implícito de 5%, a diferença desse ajuste (que também atende pelo nome de erro) é da ordem de R$ 220 bilhões.
Afora uma provável má vontade – a mãe do pessimismo – com o governo recém-eleito, os economistas do mercado citavam a alta taxa Selic, a desaceleração global e a queda das commodities para sustentar suas aziagas previsões. De fato, os juros reais superaram 10% em junho de 2023, o nível mais alto desde maio de 2007. Temos ainda juros siderais. A economia global, sim, perdeu fôlego. A estimativa mais recente do FMI é de um crescimento de 3% em 2023, contra 3,5% no ano passado. As commodities estão caindo quase 10% no acumulado de 12 meses até setembro. E ainda assim a economia brasileira cresce muito mais que o esperado. Por que será?
Há, em primeiro lugar, o avanço da agropecuária. Ela, sozinha, tem diminuta participação direta no PIB e não carrega o piano, mas seu crescimento foi excepcional em 2023. Nos primeiros três meses, a expansão foi de 19% em relação ao mesmo período de 2022. No segundo trimestre, ela cresceu mais 17%. São números polpudos. Sem dessazonalização, o crescimento da agropecuária no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior foi nada menos que 138%, recorde da série histórica. As exportações, irmãs siamesas da agropecuária, também ajudaram a impulsionar a economia. O aumento do PIB das exportações foi de 7% no primeiro trimestre e saltou para 12% no segundo, sempre em comparação com o mesmo período de 2022. Mas o que bombou mesmo foi o impulso fiscal. Essa é a marca de 2023. O resultado primário do governo central até julho passou de um superávit de R$ 74,8 bilhões no ano passado para um déficit de R$ 73,7 bilhões agora. A PEC da Transição permitiu um gasto adicional de R$ 145 bilhões em 2023. Pelas contas da Instituição Fiscal Independente, o gasto com Bolsa Família deve subir de R$ 88 bilhões em 2022 para R$ 169 bilhões agora. Trata-se de um aumento real de mais de 500% em relação ao que foi gasto no último ano do segundo mandato de Lula da Silva.
Assim, o PIB sobe mesmo com taxas de juros escorchantes. Não há mistério. O difícil é prever quanto tempo isso poderá durar. A bola de cristal dos economistas mostra forte redução do déficit em 2024 e um crescimento do PIB de cerca da metade do que teremos neste ano. Talvez errem novamente. A conferir.
Diário do Comércio - MG 23/10/2023
Com uma série de investimentos públicos e privados programados para a próxima década, o Nordeste deve ser a região do país com maior crescimento econômico no período 2025-2033, segundo projeções da Tendências Consultoria.
A recessão iniciada em 2014 interrompeu um período em que a região crescia acima da média nacional, embora em patamares inferiores aos verificados no Norte e Centro-Oeste.
Esses dois últimos devem continuar com bom desempenho ao longo dos próximos anos, também impulsionados por mais investimentos — e pelo agronegócio, no caso do Centro-Oeste.
Lucas Assis, economista e analista da Tendências Consultoria, destaca que o maior crescimento dessas três regiões em relação ao Sul e Sudeste não representa necessariamente uma redução significativa das desigualdades regionais do país, embora seja uma boa notícia.
Os investimentos programados para o Sudeste, por exemplo, superam os esperados para o Nordeste em valores monetários, mas são menores, proporcionalmente, ao tamanho da sua economia. Ou seja, em regiões mais desenvolvidas, esses aportes de investimento têm impactos menores.
“O Nordeste vai ser a região que vai liderar, em termos de variação interanual do PIB [Produto Interno Bruto], o crescimento da próxima década. Os investimentos vão impulsionar a região nos próximos anos, mas o Sudeste deve seguir como o principal motor da economia brasileira”, afirma Assis.
“Por mais que haja essa expectativa de crescimento [para o Nordeste], ela não deve se reverter, ao menos nos próximos dez anos, em uma melhora da heterogeneidade econômica do país. As vulnerabilidades econômicas e essa marcante desigualdade devem permanecer.”
No Nordeste, a consultoria destaca o investimento da Petrobras de cerca de US$ 8 bilhões na Refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca (PE), para ampliar a capacidade de refino no país. A primeira unidade, com capacidade para refinar 115 mil barris de petróleo por dia, está em operação desde 2014. O projeto do chamado trem 2 acrescenta capacidade de refino de 150 mil barris.
No mesmo estado, o grupo automotivo Stellantis investirá aproximadamente US$ 1,5 bilhão para ampliação do parque de fornecedores em Goiana (PE).
Outro destaque é o investimento de aproximadamente US$ 830 milhões para implantação de uma refinaria no Complexo do Pecém (CE), da empresa Noxis Energy.
Ecio Costa, professor titular de Economia na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e sócio na CEDES Consultoria e Planejamento, destaca a importância dos investimentos programados do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de quase R$ 100 bilhões no estado (R$ 700 bilhões em todo o Nordeste).
“O Nordeste tem uma necessidade de investimentos em infraestrutura muito grande, mas a gente tem que ver na realidade o quanto disso vai sair do papel e ser efetivamente concretizado. Os PACs anteriores tiveram um índice de conclusão muito baixo”, afirma Costa.
Quase metade da lista de obras do Novo PAC é composta por promessas ressuscitadas das versões anteriores do plano.
Em Pernambuco, segundo ele, um dos gargalos é a infraestrutura viária, que tende a melhorar com obras como o Arco Metropolitano e a duplicação de alguns trechos da BR-104, que corre em paralelo à BR-101 pelo interior.
Ele cita também o impacto do programa do Bolsa Família com valores mais elevados, em setores como as indústrias de alimentos e bebidas.
No Norte, a Tendências destaca os investimentos em mineração da Vale no Pará e obras para redução de gargalos logísticos para o escoamento da produção agropecuária do Centro-Oeste.
Na região central, além do agronegócio, destacam-se três grandes projetos de novas fábricas no setor de papel e celulose em Mato Grosso do Sul.
Lucas Assis, da Tendências, afirma que um dos principais riscos para a concretização dessas projeções e desses investimentos é o desempenho dos projetos ligados ao setor público. “A situação fiscal deteriorada deve seguir limitando desembolsos públicos”, afirma.
Mesmo os investimentos privados podem ficar limitados por fatores como juros altos, inflação em patamar elevado e aumento de incertezas globais que restrinjam o fluxo de recursos para países emergentes.
A consultoria espera um crescimento médio do país de 2,5% de 2025 a 2033, semelhante ao verificado de 1996 a 2005, mas abaixo da média 2006-2014 (3,5%), período que antecedeu a última grande recessão. (Eduardo Cucolo)
O Estado de S.Paulo - SP 23/10/2023
Estudo mostra que, para recuperar o selo de bom pagador, País terá que controlar contas e, ao mesmo tempo, aprovar reformas para elevar a produtividade e garantir crescimento mais robusto
Há alguns meses, duas agências de classificação de risco melhoraram sua percepção sobre a economia brasileira. A Fitch elevou a nota do rating soberano do País de BB- para BB. A S&P, por sua vez, manteve a nota em BB-, mas alterou a perspectiva, antes estável, para positiva, abrindo caminho para revisar a nota de crédito ao longo dos próximos meses. Fazia anos que o rating do País não era alterado e, na última vez em que isso aconteceu, os movimentos se deram em contextos muito diferentes e negativos.
As notícias, portanto, foram recebidas com muito alento e interpretadas como um primeiro passo na direção da retomada do grau de investimento, classificação que o Brasil perdeu em 2015. A aprovação definitiva do novo arcabouço fiscal no Legislativo e o avanço da reforma tributária sobre o consumo na Câmara, hoje em tramitação no Senado, trouxeram uma dose extra de otimismo à economia, e a recuperação do grau de investimento parecia realmente ser uma questão de tempo.
Um estudo realizado pelo Banco Santander e publicado pelo Estadão, no entanto, mostrou a necessidade de um esforço bem maior e de um tempo bem mais longo para que o País possa retomar o selo de bom pagador. A dívida brasileira, na proporção do Produto Interno Bruto (PIB), está 20 pontos porcentuais maior que a de países que possuem o grau de investimento.
O problema, no entanto, não é apenas a dívida mais elevada. À medida que o endividamento aumentava, o PIB avançava muito pouco – em média, a economia cresceu apenas 0,8% ao ano entre 2011 e 2019. No mesmo período, países com grau de investimento cresciam sete vezes mais, enquanto economias com a mesma classificação de risco que o Brasil tem hoje avançavam cinco vezes mais.
O estudo do Santander mostrou o quão distante o Brasil de 2023 está do Brasil que conquistou o grau de investimento pela primeira vez. Na proporção do PIB, a dívida bruta, que correspondia a 62,3% em 2008, subiu a 88,4%; a dívida líquida avançou de 37,6% para 61,2%. O resultado primário, antes superavitário em 3,3% do PIB, transformou-se em um déficit de 2%; o déficit nominal, por sua vez, saiu de 2% para 8,8% do PIB.
Se as receitas permaneceram inalteradas em 35,8% do PIB, os gastos foram elevados de 37,8% em 2008 para 44,6% neste ano; os investimentos caíram de 21,6% para 18,3%; e a poupança, de 19,5% para 15,5%. Não por acaso, a economia, que crescia a 5,1% em 2008, hoje desacelerou para 2,1%. O comportamento da dívida, afinal, influencia o comportamento da economia como um todo.
Poucos foram os países que perderam e recuperaram o grau de investimento, processo que, em média, levou de seis a sete anos, mas todos apresentaram perspectivas de crescimento superiores às de seus pares. O Brasil, de acordo com o estudo do Santander, deve levar mais tempo que a média para reconquistar o selo de bom pagador.
As projeções quanto à trajetória da dívida mostram que ela continuará a crescer, mas menos do que avançaria sem o arcabouço fiscal, o que não deixa de ser positivo. A economia, no entanto, tem avançado menos do que poderia e bem menos do que a de países emergentes. Quando retomaram o selo de bom pagador, em 2013, o Uruguai apresentava uma perspectiva de crescimento acima de 5,6% e a Colômbia, em 2011, de 4,2%.
Ao anunciar uma melhora na percepção de risco sobre a economia brasileira, tanto a S&P quanto a Fitch ressaltaram a importância da aprovação da reforma da Previdência e da autonomia do Banco Central e reforçaram a relevância de políticas pragmáticas para promover a sustentabilidade da dívida pública. Além de cortar gastos públicos, no entanto, aprovar reformas estruturais que aumentem a produtividade será crucial para o aumento da nota de classificação de risco do País.
Desistir de zerar o déficit em 2024 seria uma decisão com efeitos desastrosos para a economia. Mas manter a meta tampouco será suficiente para recuperar o grau de investimento. Reencontrar o caminho para o crescimento econômico será essencial, e, pelo histórico recente do País, um objetivo tão ou mais desafiador.
Exame - SP 23/10/2023
O minério de ferro caiu pela quinta semana seguida — a sequência mais longa em um ano — diante das preocupações persistentes com a crise imobiliária na China e o conflito no Oriente Médio.
As ações chinesas já apagaram todos os ganhos desde o salto que deram com a reabertura do país no ano passado, em meio a preocupações com o endividamento do setor imobiliário do país, um pilar fundamental da demanda por metais.
Demanda chinesa por minério de ferro
O mercado de minério de ferro também é pressionado por expectativas de menor demanda por parte das usinas siderúrgicas chinesas durante o resto do ano.
Veja - SP 23/10/2023
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostram que o país já bateu recorde nas exportações de máquinas para construção e mineração — como pás carregadeiras, escavadeiras, niveladoras e compactadoras, a chamada linha amarela — neste ano: 2,5 bilhões de dólares em negócios.
Entre janeiro e setembro, houve aumentos expressivos de vendas para Canadá (108,8%), Peru (74,8%), México (44,7%) e Estados Unidos (40,9%).
O salto está ligado à capacidade das empresas que investiram na produção desses equipamentos no Brasil e à retomada pós-Covid no cenário externo.
No ano passado, o Brasil foi o sexto maior exportador desses equipamentos, depois de China, Japão, Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Sul.
Valor - SP 23/10/2023
Grupos enfrentam futuro incerto após boom de investimentos de 10 anos
O futuro parecia brilhante para a Aiways, uma startup de veículos elétricos de Xangai, quando ela foi fundada em 2017. Liderada por ex-executivos da Volvo e do setor automotivo estatal, a companhia tinha entre seus investidores a gigante tecnológica Tencent, o grupo de aplicativo de transporte DiDi e a grande fabricante de baterias CATL.
Mas passados seis anos, a Aiways não conseguiu ser lucrativa, suspendeu a produção em uma fábrica importante e está lutando para pagar seus funcionários e vender seus automóveis.
“Fomos empurrados para um beco sem saída e esperamos apenas que o governo possa ser justo conosco”, escreveram os funcionários em uma carta divulgada em agosto, à qual o “Financial Times” teve acesso, pedindo às autoridades para iniciarem os procedimentos de falência e que a companhia pagasse os salários pendentes.
Um colapso das vendas em vários grupos automobilísticos da China está alimentando as expectativas de uma onda de consolidação que deixará apenas um punhado de empresas no maior mercado automobilístico do mundo.
Embora algumas montadoras chinesas estejam se tornando nomes conhecidos, como a BYD, apoiada pelo megainvestidor Warren Buffett, centenas de outras que proliferaram durante o “boom” de investimentos da última década agora enfrentam um futuro incerto.
Há cerca de 50 marcas nacionais de veículos elétricos na China, que produzem carros puramente elétricos ou híbridos, de acordo com informações compiladas pela companhia de pesquisas MarkLines.
Mas até 2030, “haverá entre 10 e 12 grandes montadoras chinesas operando em grande escala”, segundo afirma o analista do UBS Paul Gong.
Desde que a Tesla desencadeou uma guerra de preços na China no fim do ano passado, o ritmo de consolidação do setor acelerou. A WM Motor, outra startup de veículos elétricos baseada em Xangai e fundada por um ex-presidente da Volvo China, disse aos credores na semana passada que iniciou procedimentos de reestruturação no começo do mês.
Outras companhias chinesas como a Singulato Motors e a Levdeo, envolveram-se em processos de falência nos últimos meses, enquanto a Enovate, outra startup de Xangai, suspendeu sua produção em abril.
“Os cortes nos preços são o novo normal no mercado automobilístico da China e estes continuarão até que as montadoras menores sejam eliminadas”, diz Zhang Xiang, professor visitante do departamento de engenharia da Universidade de Ciência e Tecnologia Huanghe.
A exportação é amplamente considerada como uma das soluções para o excesso de capacidade no setor de veículos elétricos da China. Mas a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) sancionada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, – que visa minar o domínio da China em setores críticos –, e a recém-lançada investigação da União Europeia aos subsídios concedidos pela China aos fabricantes de veículos elétricos locais contribuem para a incerteza sobre a viabilidade dessa estratégia.
Pequim também apertou os critérios para a emissão de licenças para produção de veículos elétricos, numa tentativa de enfrentar o excesso de capacidade crescente. As taxas anuais de utilização nas fábricas de veículos elétricos em todo o país serão de apenas 33% em 2023, segundo projetaram analistas do Citigroup em uma nota a investidores divulgada em maio.
“Depois que essas montadoras menores forem eliminadas, apenas uma pequena parcela de sua capacidade de produção será adquirida e reutilizada por outras montadoras, enquanto a maior parte irá para o lixo”, diz Zhang.
A Aiways distinguiu-se de outras montadoras nacionais nascidas no boom dos subsídios da China aos veículos elétricos, com um foco inicial e bem-sucedido nos mercados internacionais. Mas suas dificuldades recentes colocaram em destaque as vendas fracas e os desafios do financiamento em todo o setor.
A companhia, liderada pelo ex-diretor de vendas da Volvo na China, Fu Qiang, e um ex-executivo da montadora estatal SAIC, Gu Feng, estabeleceu uma subsidiária na Alemanha apenas cinco meses depois de sua criação.
Dados da Aiqicha, uma provedora chinesa de informações corporativas, mostram que a Aiways levantou mais de 33 bilhões de yuans (US$ 4,5 bilhões) desde a sua fundação. Até o fim de 2022, a companhia havia exportado 6.259 automóveis para mais de 15 países, incluindo Alemanha, França, Costa Rica e Emirados Árabes Unidos. Esse número foi superior aos de concorrentes nacionais como Xpeng e Nio, segundo dados da companhia e da Associação de Veículos de Passageiros da China.
Mas a Aiways vem tendo dificuldades para progredir na China. As vendas consolidadas aumentaram de 2.698 unidades em 2021, um ano após ela ter lançado seu primeiro veículo elétrico, para 4.626 em 2022, segundo dados da Wind. Isso se compara a mais de 151.000 carros movidos a bateria vendidos em setembro pela BYD, a maior fabricante de automóveis da China.
Em janeiro de 2022, Zhang Yang, um ex-vice-presidente da concorrente Nio, foi nomeado presidente-executivo, substituindo o cofundador Gu Feng, em uma reorganização administrativa para aumentar as vendas.
Entretanto, em julho o controle da companhia foi transferido para um grupo de trabalho de “governança temporária” liderado pelo cofundador Fu e o ex-banqueiro central chinês Zhu Xiaohua.
Numa última tentativa de tornar a empresa lucrativa, Zhu e Fu estão agora elaborando planos para reestruturar e vender veículos no mercado internacional sob uma nova entidade e uma nova marca, segundo disseram funcionários.
A Aiways disse que começou a pagar os salários atrasados dos funcionários na China há poucas semanas.
“A Aiways suspendeu sua produção e está em processo de obter novos financiamentos e uma nova direção para uma companhia reestruturada... Zhu e Fu assumiram, e a estratégia é vender automóveis no mercado internacional”, disse a companhia em um comunicado, acrescentando que as equipes da Aiways na China e na Europa estão trabalhando no plano.
Fontes do setor não têm tanta certeza do sucesso das mudanças. “Eles foram os primeiros a ir para a Europa, mas nunca foram muito bem capitalizados e esperavam gerar receitas com as vendas de veículos, mas estas nunca se materializaram”, diz Tu Le, da consultoria Sino Auto Insights. Os investidores da Aiways agora temem “jogar dinheiro bom atrás de dinheiro ruim”, acrescenta Le.
A questão que permanece é saber qual será a situação de outras montadoras à medida que a guerra de preços prossegue – ou quanto dinheiro terá sido gasto antes de uma reestruturação. Como diz Zangh, da Universidade Huanghe: “A tecnologia está avançando rapidamente... as linhas de produção de automóveis construídas há quatro ou cinco anos não têm muito valor útil.”
O Estado de S.Paulo - SP 23/10/2023
A GWM (Great Wall Motors), fabricante de carros chineses que vai iniciar a produção de modelos híbridos e elétricos em Iracemápolis (SP) em maio do próximo ano, pode trazer para o Brasil fornecedores de componentes de alta tecnologia ainda não fabricados localmente.
Segundo o presidente da empresa no Brasil e na América Latina, James Yang, o tema está em estudo pela matriz, mas, por enquanto, o principal foco é buscar fornecedores que já tenham operações locais.
O grupo está em fase de fechamento de contratos com vários fornecedores. O objetivo é ter 40% de índice de nacionalização no médio prazo, também para poder exportar seus veículos para países da região que têm acordo comercial com o Brasil.
Outra chinesa, a BYD, que acaba de assumir as instalações da fábrica da Ford em Camaçari (BA), deve enfrentar a mesma situação. O grupo iniciará a produção de carros eletrificados no fim de 2024 e também busca fornecedores. Um que deve ser favorecido é a Bridgestone, fabricante de pneus que também tem planta na região.
“Fornecedores locais, e outros nacionais e internacionais, serão atraídos porque nosso desejo é ter um amplo polo produtivo na Bahia”, diz Alexandre Baldy, assessor especial da BYD. Ele ressalta que, na China, o grupo tem mais de 70% da produção de peças internamente, “para ter garantia de uniformidade e sustentabilidade da produção”. O grupo tem investimentos de R$ 3 bilhões para três fábricas.
Imposto de Importação
A GWM comprou a antiga fábrica da Mercedes-Benz e está promovendo mudanças necessárias nas instalações, que antes produziam carros premium a combustão. O aporte anunciado é de R$ 10 bilhões até 2026, mas pode ocorrer algum ajuste, seja o de adiantar ou atrasar investimentos, a depender de decisões e projetos em andamento no setor.
No momento, está em discussão no governo o retorno do Imposto de Importação (II) integral para carros elétricos e híbridos, o que resultaria em aumento de preços e possivelmente queda de vendas num momento em que esse segmento começa a crescer gradualmente no País.
Outra medida que deve ser anunciada em breve é o Programa Mobilidade Verde (antigo Rota 2030), que trará novas regras e incentivos para a descarbonização no mercado brasileiro.
Fornecedores nacionais e internacionais serão atraídos porque nosso desejo é ter um amplo polo produtivo na Bahia”
Alexandre Baldy, assessor especial da BYD
A alíquota normal de II para carros importados é de 35%, mas em 2015 foi zerada para modelos elétricos e reduzida a até 4% para híbridos. “Nós estudamos o mercado brasileiro durante 12 anos e agora viemos para cá com o objetivo de longo prazo, independentemente de políticas momentâneas”, afirma Yang. “No longo prazo, o objetivo é manter o valor anunciado.”
Para ele, embora as vendas de carros elétricos estejam aumentando, sua participação no mercado ainda é pequena, de 0,5% neste ano, e de 3,2% para híbridos, o que não justifica a volta da cobrança do II. O melhor, avalia o executivo, seria estabelecer um calendário de alta progressiva da alíquota ao longo de quatro anos, período em que as fabricantes poderiam amortizar os custos da produção local.
Nesse intervalo, haveria cotas isentas do imposto para empresas que introduzem novas energias para a mobilidade com base não só na produção atual, mas na capacidade instalada resultante de investimentos.
“O Brasil tem uma grande matriz energética renovável e por isso deveria incentivar novas tecnologias, e não as tradicionais”, diz Yang. A proposta foi levada recentemente ao vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Turismo. Yang afirma ter confiança de que a empresa está no caminho certo porque (a eletrificação) é um movimento mundial. Ele acredita que o governo brasileiro também está alinhado com essa tendência pois, segundo ele, “beneficia o consumidor e a sociedade com a descarbonização”.
Previsibilidade
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que inicialmente defendia o retorno integral da alíquota, alega que as matrizes das grandes fabricantes dificilmente vão querer investir em produção local enquanto não houver uma definição do período em que a medida será mantida.
“Esse prazo não pode ficar indefinido; precisamos de previsibilidade, do contrário será mais viável continuar importando do que fazer grandes investimentos para a produção local”, justifica o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Ele também defende cotas, mas com base na produção atual das montadoras que, na sua maioria, é de modelos flex a combustão.
A entidade reúne 13 fabricantes de automóveis e apenas uma, a General Motors, se pronunciou oficialmente contrária ao retorno do II neste momento. Para a companhia, a alíquota integral só deveria ser restabelecida quando a venda de carros elétricos representar 5% do mercado.
Valor - SP 23/10/2023
Presidente da Stellantis para América do Sul, Antonio Filosa observou que o Brasil é o segundo maior mercado para a Jeep no mundo e disse que não descarta a possibilidade de produzir no país o Avenger, veículo 100% elétrico
O presidente da Stellantis para América do Sul e futuro CEO global da Jeep, o italiano Antonio Filosa, disse que sua missão à frente da marca será crescer valorizando a marca e mantendo um equilíbrio entre volume e rentabilidade.
O executivo observou que o Brasil é o segundo maior mercado para a Jeep no mundo e disse que a marca não descarta a possibilidade de produzir no país o Avenger, veículo 100% elétrico da Jeep.
“A minha missão global é crescer organicamente balanceando rentabilidade com volume. Fazer isso agregando valor à marca. Foram eixos adotados no Brasil e na América do Sul que deverei perseguir globalmente”, afirmou Filosa, em entrevista coletiva.
“A gente estudou e não me parece uma ideia ruim”, afirmou o executivo, sobre a possibilidade de produzir a marca Avenger no país.
Filosa acrescentou que qualquer caminho para a eletrificação da Jeep terá como pilar estratégico a localização. “Nós queremos dar empregos a brasileiros e argentinos. Queremos mais fornecedores brasileiros e argentinos. Não vamos transferir emprego ou engenharia para fora do Brasil ou Argentina”, afirmou.
O executivo, que comanda a operação na América do Sul há seis anos, vai assumir no dia 1º de novembro a marca Jeep globalmente em substituição a Christian Meunier, que segundo Filosa deixou a companhia para investir em projetos pessoais. O executivo vai deixar a sede da Stellantis no Brasil, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, para ocupar a sede global da Jeep, em Auburn Hills, no Estado americano do Michigan.
O desafio de Filosa será reaquecer as vendas da marca Jeep, que registram queda desde que alcançaram seu pico em 2019, quando atingiram quase 1 milhão de unidades comercializadas no mundo.
No ano passado, a marca teve queda de 12% nas vendas globais, para 684,6 mil unidades. No primeiro semestre deste ano, teve outra queda de 12%.
Filosa considera que a escolha do seu nome tenha relação com o desempenho alcançado com a Stellantis na América do Sul em sua gestão e, especialmente, o desempenho da Jeep. As linhas Renegade e Compass, criadas no Brasil, contribuíram para transformar a América Latina no segundo mercado da Jeep no mundo, respondendo por 16% das vendas globais da marca, atrás da América do Norte.
Na América do Sul, a marca Jeep tem 4% de participação, com 109 mil unidades vendidas até setembro. A Fiat, outra marca do grupo, tem 14,5%, com 394 mil unidades vendidas.
Filosa acrescentou que todas as marcas cresceram na América do Sul nos últimos cinco anos. As vendas da marca RAM mais que triplicaram, chegando a 15 mil unidades. Citröen passou de 1,4% para 1,6% de participação em cinco anos; Peugeot passou de 2,4% para 3% no mesmo intervalo; Jeep subiu de 3% para 4%; Fiat passou de 9,6% para 14,5%. O grupo lidera o mercado com 23,8% de participação na América do Sul, ante 16,7% há cinco anos atrás, com liderança no Brasil, na Argentina e no Chile.
Na América do Sul, Filosa será substituído por outro italiano, Emanuele Cappellano, que foi diretor financeiro da subsidiária latino-americana até 2021 e nos últimos dois anos foi CEO para América do Norte, além de CEO do fabricante de óculos Marcolin.
Filosa disse que foi pego de surpresa pelo convite. “Tinha acabado de comprar casa na Bahia e de colocar Wi-Fi para trabalhar da praia. Obviamente não estava no meu radar. Mas apesar de todo o amor que tenho pelo Brasil não poderia deixar passar essa oportunidade”, afirmou.
Ele acrescentou que espera voltar ao Brasil pelo menos uma vez a cada dois meses para visitar a fábrica da Jeep em Goiana (PE). Ele disse que vai acompanhar de perto as mudanças que podem ocorrer com a reforma tributária.
Em relação à Argentina, Filosa disse que vai acompanhar as eleições presidenciais neste fim de semana. Ele observou que as pesquisas mostram possibilidade do candidato ultraliberal Javier Milei se eleger no primeiro ou no segundo turno. E ponderou que, independentemente de quem vença a eleição na Argentina, o novo presidente terá como principal missão compor as reservas internacionais. Para isso precisará ampliar as exportações e, consequentemente, precisará do apoio do Brasil, que é um dos seus principais parceiros comerciais.
Presidente da Stellantis para América do Sul e futuro CEO global da Jeep, o italiano Antonio Filosa — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
Infomoney - SP 23/10/2023
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vetou o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa paulista (Alesp) que isentava o pagamento de Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para carros elétricos. O objetivo era incentivar o uso de veículos menos poluentes no estado.
O motivo do veto foi exposto na sexta-feira (20) no Diário Oficial do Estado. No mesmo dia, o governador enviou outro projeto, em caráter de urgência, propondo a isenção “exclusivamente para veículos a hidrogênio e híbridos com motor elétrico ou com motor a combustão que utilize alternativa ou exclusivamente etanol”.
Se aprovada, a medida valerá entre 2024 e 2025 para automóveis que custem até R$ 250 mil. Depois, esses modelos passarão a pagar gradualmente imposto de 1% a 4% entre 2026 e 2029. O texto também inclui a isenção de IPVA para ônibus ou caminhões movidos exclusivamente a hidrogênio ou a biometano entre 2024 e 2028.
Ao justificar o veto do projeto aprovado pela Alesp, Tarcísio afirmou, entre outros motivos, que a proposta “está em descompasso com o vigor da produção do etanol e com as perspectivas de utilização do biometano produzido no estado”.
A decisão foi tomada um dia após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmar que carros elétricos “são uma ameaça aos nossos empregos”, defender o etanol como combustível sustentável e dizer que a perda de arrecadação com impostos sobre a gasolina é uma preocupação.
Zema também criticou a transição para o carro elétrico, que segundo ele passa necessariamente pela extinção de “milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não vai ter mais sentido: peças de motor a combustão, escapamentos, uma série de itens não são utilizados no carro elétrico”.
Críticas à decisão
O presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos, afirmou que “falta um pouco de profundidade nesse debate, principalmente das autoridades públicas”. “Acho que o governador [Tarcísio] deveria se aprofundar um pouco mais, assim como sua equipe, para entender de onde é possível maximizar a descarbonização e não tratar as coisas com limites”.
Bastos diz que o Brasil — e particularmente São Paulo — pode trabalhar com uma combinação das três tecnologias disponíveis para a descarbonização (híbridos, híbridos plug-in e elétricos), pois a matriz energética do país é limpa e tem os biocombustíveis. “Podemos trabalhar desde os biocombustíveis até a energia elétrica e nossa indústria automobilística é forte e pode produzir todos eles”.
Tarcísio visitou em abril a fábrica da Great Wall Motor (GWM) em Iracemápolis, que foi adquirida da Mercedes-Benz, e anunciou que pretendia retirar a cobrança do IPVA de carros híbridos e elétricos em 2024. Na época, ele afirmou que sua intenção era “reduzir ou mais provavelmente zerar o IPVA desses veículos”.
Importado pela GWM, o elétrico Dolphin foi o modelo eletrificado mais vendido no Brasil em setembro.
Outra justificativa dada pelo governador para vetar o projeto é que a concessão de incentivo fiscal deve considerar, entre outros aspectos, as especificidades da matriz energética paulista, fundamentalmente a diversidade e a abundância de recursos energéticos disponíveis no estado oriundos da biomassa.
Bastos contrapõe a declaração, afirmando que 30% da energia de São Paulo é gerada de biomassa — muitas vezes do bagaço de cana. “Então, quando abasteço um carro elétrico, estou usando 30% de energia de bagaço de cana [que é uma biomassa]”, alega o presidente da ABVE.
Há uma discussão atualmente se os carros elétricos são a melhor opção para o mercado brasileiro, devido à existência do etanol. Um estudo da empresa alemã Mahle aponta que um carro 100% elétrico emite mais gás carbônico no Brasil do que um movido a álcool, por exemplo (emissão de 17,6 toneladas de CO2 em dez anos, contra 12,1 toneladas do biocombustível). Na Bolívia, onde dois terços da energia elétrica é gerada por combustíveis fósseis, um elétrico emite mais CO2 até do que um carro movido a gasolina (32,5 toneladas a 31,3).
Resposta a Zema
A associação também se posicionou em relação à declaração de Zema sobre o veículo elétrico ser “uma ameaça aos empregos”. Em nota, a ABVE manifestou sua decepção com as declarações “hostis ao desenvolvimento do mercado de veículos elétricos e híbridos no Brasil”, tanto do governador mineiro quanto do paulista.
A entidade disse estar surpreendida com a posição dos dois, considerando que os maiores investimentos anunciados pelo setor automotivo nos últimos meses foram justamente em novas tecnologias e na renovação das linhas de produção para fabricar esse tipo de veículo. Inclusive com a aquisição de plantas industriais desativadas, pois a chinesa BYD assumiu a fábrica abandonada da Ford na Bahia.
“Não faz sentido as autoridades dos principais estados do país criarem insegurança a empresas que já se comprometeram a gerar empregos de qualidade e trazer inovação tecnológica à indústria brasileira”, afirmou o presidente da ABVE.
O Estado de S.Paulo - SP 23/10/2023
A General Motors (GM) enviou neste sábado, 21, telegramas comunicando a demissão de funcionários das fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. Em nota, a montadora afirma que a decisão deve-se à necessidade de adequar o quadro nas fábricas paulistas por conta da queda nas vendas internas e nas exportações.
A companhia ocupa atualmente a terceira posição no mercado brasileiro, com 14,9% de participação, atrás da Volkswagen, com 15,9%, e da Fiat, com 23%.
A medida, segundo a empresa, foi tomada após várias tentativas de ajustes, como a suspensão temporária de contratos de trabalho, o chamado layoff, férias coletivas e dias de folga, além da proposta, rejeitada pelos trabalhadores, de abertura de um programa de demissões voluntárias.
“Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, diz a GM. A montadora não informou o número total de trabalhadores demitidos.
Sindicato vê quebra de acordo
O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos afirma ter recebido a notícia com surpresa, e acusa a empresa de não cumprir um acordo de manutenção dos empregos. Na unidade, a GM produz o utilitário esportivo TrailBlazer e a picape S10.
O sindicato convocou todos metalúrgicos da companhia para uma assembleia neste domingo, 22, às 10h, na sede da entidade. “Desde já, a entidade exige o cancelamento de todas as demissões e a reintegração de todos os trabalhadores”, diz o comunicado.
Valor - SP 23/10/2023
O Grupo BHP, a maior mineradora do mundo com base na capitalização de mercado, está altamente exposto ao país, com cerca de 60% da sua receita global proveniente desse mercado
A rapidez com que as políticas imobiliárias da China podem se traduzir em confiança do mercado é fundamental para estabilizar a segunda maior economia do mundo, disse Mike Henry, CEO da gigante de mineração global BHP, em uma entrevista ao "Nikkei CNBC".
As empresas do setor não imobiliário não podem ignorar o impacto do abrandamento do crescimento da China nos últimos anos. O Grupo BHP, a maior mineradora do mundo com base na capitalização de mercado, está altamente exposto ao país, com cerca de 60% da sua receita global proveniente desse mercado.
Nos últimos meses, Pequim lançou medidas para estimular o seu setor imobiliário assolado pela crise, tais como a redução dos percentuais mínimos de entrada para 20% e 30% para compras de primeira e segunda habitação, respectivamente.
“Teremos que ver com que rapidez essa mudança na política se traduz em confiança no terreno”, disse Henry na sede da empresa em Melbourne. “Se isso se traduzir rapidamente, esperaremos que o impulso econômico aumente durante o resto deste ano civil até 2024.”
Ele acrescentou: “Se não, se essa tradução da política em confiança demorar um pouco mais, então poderemos ver a recuperação e o crescimento demorarem um pouco mais também”.
Henry também disse que no início deste ano a BHP estava “muito otimista sobre como a economia [chinesa] se desenvolveria” em 2023.
A BHP e outras empresas mineradoras estavam em alta no início da década de 2000, quando a China ainda registrava um crescimento econômico de dois dígitos, enquanto o país estava ávido por minerais, incluindo cobre e minério de ferro, para alimentar a expansão. Mas ao longo da última década, o crescimento abrandou consideravelmente. Em 2022, a economia expandiu apenas 3% – um dos seus desempenhos anuais mais fracos em décadas.
O Banco Mundial reduziu este mês sua previsão de crescimento para a China em 2024 de 4,8% para 4,4%. A China anunciou na quarta-feira que o produto interno bruto (PIB) cresceu 4,9% em termos anuais no período julho-setembro, acima das expectativas do mercado de 4,4%. Embora o resultado possa indicar sinais de estabilização, o setor imobiliário permanece incerto. A incorporadora imobiliária Country Garden Holdings disse no mesmo dia que não é capaz de cumprir todas as suas obrigações de dívida offshore.
Além do fraco crescimento da China, a indústria mineradora global enfrenta outros problemas, como o esgotamento das minas e o declínio do teor de minério. Ainda assim, espera-se que a procura por minerais críticos necessários para energias renováveis e baterias aumente.
“Estamos todos enfrentando o desafio coletivo de precisar descarbonizar os sistemas energéticos mundiais”, disse Henry. "O desafio para a indústria mineradora é ser capaz de desenvolver mais cobre, mais níquel, mais matérias-primas siderúrgicas e [...] mais fertilizantes para a produção agrícola de uma forma rápida, econômica e sustentável."
Em maio, a BHP adquiriu a mineradora australiana Oz Minerals, dando-lhe mais acesso a recursos de cobre e níquel.
“Avaliamos as opções para reinvestir o capital em maior crescimento do negócio, proporcionando mais retornos em dinheiro aos acionistas, potenciais aquisições de novas oportunidades e assim por diante”, disse Henry.
Reduzir as emissões internamente também é um desafio. A BHP anunciou que gastará US$ 4 bilhões até o final de 2030 em esforços de descarbonização. O objetivo é reduzir as emissões em 30% em 2030 em comparação com 2020.
Atualmente, cerca de 40% das emissões de Escopo 1 e 2 da BHP – ambas relacionadas às atividades de mineração – provêm do uso de eletricidade. Outros 40% vêm do diesel usado em caminhões para transportar minério de ferro e outros metais.
Toda a eletricidade nas operações de mineração de cobre da BHP em Escondida, no Chile, provém de energias renováveis, em comparação com cerca de 50% para o lado australiano do seu negócio. A empresa trabalha na eletrificação de caminhões e locomotivas para reduzir o consumo de diesel.
A BHP montou instalações na Austrália para treinar pessoas novas no setor. “Precisávamos repensar a forma como projetamos parte do nosso trabalho, para torná-lo aberto, menos desgastante fisicamente e aberto a uma gama mais ampla de pessoas”, disse Henry. Os estagiários incluem mulheres e pessoas de origem indígena.
A utilização da inteligência artificial (IA) também ajudaria a empresa a encontrar mais depósitos, mais rapidamente e com maior profundidade de mina – um ponto crítico, dado que os mineiros estão lutando para encontrar depósitos ricos.
"Queremos que [a IA] seja democratizada na empresa, de modo que as pessoas no chão de fábrica possam fazer uso de ferramentas de IA para realizar seu trabalho e para poder trazer suas ideias e engenhosidade [...] para melhorar o negócios mais rapidamente", disse Henry.
O Estado de S.Paulo - SP 23/10/2023
Os bairros mais nobres de São Paulo foram os que mais tiveram crescimento no número de vendas de imóveis na cidade entre junho e agosto de 2023. Vila Clementino, Itaim Bibi e Alto de Pinheiros compõem o topo do ranking de bairros com mais negócios no período, segundo estudo elaborado pela empresa de tecnologia imobiliária Loft.
A Vila Clementino, cujo metro quadrado custa, em média, R$ 12.793, ficou em primeiro lugar no ranking, com aumento de 79% nas vendas. O bairro popular Cidade Tiradentes, localizado a 35 quilômetros do centro da capital paulista, foi o “intruso” no pódio, ficando em segundo lugar, com crescimento de 63%. Lá, o metro quadrado custo R$ 2.866. O terceiro lugar ficou com Itaim Bibi e quarta, Alto de Pinheiros (ver mapa).
Eduardo Leite elogia Haddad, mas vê Lula com agenda antiga e defasada, que não muda o País
O gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi, afirma que o crescimento das regiões nobres se dá por fatores macroeconômicos do País. O crescimento dos negócios em regiões mais ricas e queda de transações em bairros mais periféricos reflete como tem se acentuado a disparidade de renda da população.
“Atribuímos a ampliação da diferença dos negócios fechados em bairros nobres em relação a bairros mais pobres à taxa de juros, que influencia no financiamento imobiliário”, diz Takahashi. Segundo ele, quem busca apartamento de alto padrão nos bairros mais valorizados tende a depender menos ou não precisar de financiamento, diferentemente do que acontece com quem busca imóvel em bairros mais desvalorizados. “O acesso ao financiamento está mais difícil agora, mesmo com a queda da Selic nos últimos meses. Quem pode comprar à vista aproveita as oportunidades que aparecem”, diz Takahashi.
Segundo estimativa da empresa, o tempo médio para a venda de um imóvel no Brasil é de 16 meses, em parte, devido à falta de dados de mercado para orientar os proprietários na hora de precificar uma residência para a venda.
A análise da Loft abrange apenas as transações de apartamentos, que correspondem à maioria dos negócios imobiliários na cidade de São Paulo. “O estudo tem como base o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), com dados coletados junto à Prefeitura. Não são transações da Loft ou parceiras. São todas as transações da cidade. São dados externos, e não só da própria empresa. Enriquecemos a base de dados com a inserção de bairros para fazer nossas análises, assim como fazemos os preços de anúncios por metro quadrado”, afirma Takahashi.
Segundo o levantamento, em números absolutos de negócios fechados, o destaque ficou com o bairro da Santa Cecília, que teve 160 transações, seguida pelo Itaim Bibi, com 149, e pela Vila Romana, com 126.
O presidente da incorporadora Idea!Zarvos, Otávio Zarvos, afirma que o público de alta renda de São Paulo se concentra em poucos bairros, como Jardins, Pinheiros e Itaim Bibi, por motivos relacionados à cultura, ao status e à proximidade aos locais de trabalho.
“A classe super alta, no máximo, dá uma ‘beliscada’ em imóveis perto dos que já tem. Mas ela vai ficar ali e os terrenos ali estão acabando. Em alguns bairros, eles praticamente acabaram. Se você quiser fazer um prédio no Itaim, não tem, tem de demolir outro”, afirma Zarvos.
O diretor comercial da startup de crédito Creditú, Armando Botelho, afirma que houve aumento na procura por imóveis em regiões nobres da capital paulista devido a uma combinação de fatores, como o retorno ao trabalho presencial em muitas empresas. Porém, a taxa de juros em patamar elevado como esteve desde o ano passado ainda inibe as compras de residências em regiões mais afastadas do município, fora do centro expandido, o que tende a melhorar com uma retomada da economia.
“A queda do juro, quando de fato chegar ao financiamento imobiliário, pode fazer com que a parcela se encaixe melhor na renda do brasileiro. O mercado tem hoje algumas oportunidades, dado o momento de juro, inflação e plano diretor da cidade de São Paulo, fatores que impactam no preço dos imóveis”, diz Botelho.
Precisamos fazer a manutenção da diversidade no espaço urbano. Ela não acontece sozinha
Ligia Rocha, sócia diretora da JWurbana
Já na visão da sócia diretora da JWurbana Arquitetura e Urbanismo, Ligia Rocha, a concentração do público de alta renda em poucos bairros já conhecidos por esse perfil de moradores tende a ampliar a desigualdade social e prejudicar a segurança pública na cidade. “Precisamos fazer a manutenção da diversidade no espaço urbano. Ela não acontece sozinha. O mercado age no mesmo território e deixa o público cada vez mais homogêneo, empurrando as classes mais baixas cada vez mais para a periferia”, afirma Ligia.
A especialista diz ainda que a cidade deveria ter um planejamento urbano voltado à criação de uma cidade funcional para todos, e não apenas para a parte da população mais rica. “O Plano Diretor de São Paulo precisava de um ajuste fino para dar certo a tentativa de levar o desenvolvimento imobiliário para mais bairros. Mas fizemos o oposto. O plano ampliou a capacidade do mercado de agir nos mesmos lugares de sempre. Deveríamos restringir a construção nas áreas mais consolidadas, até porque essas regiões não são infinitas”, diz.
Cidade Tiradentes e Aricanduva
O ranking da Loft mostra o crescimento no número de transações em dois bairros da Zona Leste da capital paulista que não estão entre os mais nobres da cidade: Cidade Tiradentes e Aricanduva.
O preço do metro quadrado (m²) na Cidade Tiradentes é estimado em R$ 2.866, enquanto o valor do m² em Aricanduva é mais de duas vezes maior, sendo de R$ 6.190. Os preços são muito inferiores aos cobrados em bairros nobres, que variam entre R$ 10.714 em Higienópolis e R$ 16.190 no Jardim Europa.
Para Takahashi, em Aricanduva, quem tem dinheiro está comprando imóvel. “A possibilidade é de pessoas aproveitando oportunidades de preço, porque o bairro não está muito valorizado. É uma oportunidade com boa infraestrutura”, diz.
No extremo da Zona Leste, a Cidade Tiradentes ainda carece de opções de transporte. A estação do Monotrilho, por exemplo, que conectará a região à estação Vila Prudente da linha verde do Metrô, ainda não foi inaugurada e segue sem previsão de lançamento. Prevista inicialmente para 2022, a estação gera preocupação pela sobrecarga ao metrô que o bairro pode gerar.
A diretora de incorporação da Plano&Plano, Renée Silveira, focada em imóveis de interesse social, afirma que a Zona Leste ainda tem muitas oportunidades para o mercado imobiliário. Desde 2007, a empresa lançou 8 mil apartamentos em 54 empreendimentos, sendo que mais de 7.500 unidades lançadas no período foram vendidas.
“A Zona Leste tem um terço da população da cidade. Sendo a região mais populosa, a região tem a maior demanda de domicílios. Ainda há necessidade de 64 mil moradias novas apenas nessa área”, diz Silveira.
Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Valter Caldana, o aumento de vendas nos bairros da Zona Leste da capital paulista representa apenas as exceções que confirmam a regra de que o desenvolvimento imobiliário ainda está centrado nos bairros nobres.
“O estudo demonstra uma forte distorção entre a produção de unidades de apartamentos e a demanda, do ponto de vista da sociedade. Há um descasamento entre as necessidades da sociedade. A produção de apartamentos está focada em nichos de mercado. Essa distorção é o que tem sido muito grave em São Paulo, reflexo do modelo de produção segregador na cidade. Ele segrega fisicamente pessoas em segmentos sociais, etários, culturais e em modelos familiares”, afirma Caldana.
Apartamentos pequenos e médios
Os apartamentos pequenos tiveram maior crescimento de vendas nos bairros do Ipiranga, Cachoeirinha, Vila Madalena, Butantã, Moema (Pássaros) e Itaim Bibi, reforçando a dominância das vendas nas regiões nobres da cidade. O ranking considera apartamentos de até 90 m², número que abrange não só a área privativa, mas também trechos de áreas comuns.
Já os apartamentos de médio porte tiveram vendas concentradas em Moema (Pássaros) e Vila Romana. Esses imóveis tinham até 139 m² de área construída.
A Tribuna - SP 23/10/2023
Portos, terminais e navios verdes constituem um cenário em expansão nas trocas comerciais entre países. Porém, o avanço em investimentos e iniciativas zero carbono dependem de um esforço conjunto de empresas e de políticas governamentais. A forma para percorrer essa rota sustentável, gerando eficiência, competitividade e retorno econômico no setor, foi uma das principais discussões do segundo dia do TOC Americas 2023, que termina hoje, no Centro de Convenções do Panamá, na Cidade do Panamá.
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Moderador do painel Descarbonização do Porto e Operações de Terminais, o vice-presidente adjunto da região da América Latina e Caribe da HPC Hamburg Port Consulting GmbH, Marcelo Garcia D’Antona, comentou em sua apresentação inicial que as empresas que atuam no comércio global e os governos buscam viabilizar os chamados corredores verdes
“São rotas específicas onde o transporte de bens e mercadorias com emissão zero de gases estufa pode ser rapidamente colocado em prática, levando em consideração os aspectos econômicos, logísticos e políticos. Os terminais portuários desempenham um papel crucial dentro desses corredores, atuando como hubs pivotais que facilitam o movimento de mercadorias para as comunidades locais e mercados globais”.
D’Antona afirmou que haverá uma pressão crescente sobre os portos para reduzir sua pegada de carbono. “Os portos são responsáveis por uma variedade de emissões diretas e indiretas de carbono em suas atividades logísticas, incluindo aquelas provenientes da infraestrutura em terra movida a diesel (como empilhadeiras e guindastes), consumo de eletricidade não renovável em edifícios, iluminação e máquinas, bem como emissões indiretas de veículos que os utilizam para recepção e entrega das cargas, juntamente com os armazéns associados”.
O especialista afirmou ainda que todas essas atividades oferecem oportunidades para a descarbonização, por meio de uma combinação de eletrificação (usando fontes de energia renovável), eficiência energética aprimorada, tecnologias inteligentes para melhorar o transporte e a entrega e o fornecimento de eletricidade em terra para navios atracados. Contudo, a colaboração é fundamental no processo de descarbonização.
“Dada a natureza multifacetada e complexa das operações portuárias, uma abordagem colaborativa envolvendo todos os interessados será essencial para maximizar a adoção de tecnologias neutras em carbono. Os portos devem empregar uma ampla gama de estratégias em todos os aspectos de suas operações para diminuir significativamente suas emissões. Tecnologias inovadoras já estão disponíveis para fazer melhorias substanciais nessa área, e a adoção precoce pode conferir uma vantagem competitiva aos portos visionários”.
Tecnologia e sustentabilidade
No mesmo debate, o diretor regional da Portwise, Guilherme Peixoto, destacou a mudança de percepção no TOC Americas, que nas últimas edições teve debates aprofundados sobre o tema automação e, em 2023, viu a busca pela descarbonização e adoção de combustíveis verdes ganhar espaço.
No Panamá, ele apresentou a visão da companhia de “otimização das operações portuárias e sua contribuição para a melhoria da eficiência energética, ressaltando a importância de se planejar adequadamente os projetos e as operações em terminais de contêineres para alcançar os resultados esperados em relação à descarbonização”.
Outra debatedora do painel sobre descarbonização, a gerente comercial do Porto Itapoá (SC), Patrícia Lia Brentano, afirmou que “as empresas têm metas, cada uma mais arrojada e diferente da outra, para descarbonização, e os corredores verdes que estão sendo impulsionados pelos donos da carga vão atingir obviamente os terminais que são parte integrante dessa cadeia”.
Patrícia citou ainda uma inovação do porto catarinense. “A gente conseguiu fazer uma validação do quanto é gasto por contêiner movimentado, quanto isso gera de carbono. Aí, junto com a Ambipar (empresa de gestão ambiental), conseguimos fazer uma validação e uma precificação para quando os clientes precisarem”.
A gerente comercial exemplifica: “Por exemplo, eles têm um passivo de carbono, precisam se creditar para poder reduzir a sua taxa de emissão no ano, então vão lá no portal, lançam os contêineres movimentados e verificam quanto foi a emissão de carbono na operação portuária, no Porto Itapoá. Com isso, eles poderão verificar o preço gerado e fazer essa compra, que é certificada pela Ambipar”.
Acompanhando todas as discussões nos painéis do dia, o empresário e apresentador do programa Porto 360°, da TV Tribuna, Maxwell Rodrigues, contou que o setor mostra estar pronto para ser verde, podendo começar imediatamente, mas dando um passo por vez. “Há uma forte tendência para o uso de equipamentos eletrificados nas operações portuárias. A preocupação com fontes limpas é a tendência futura nas operações”.
Rodrigues disse ainda que, ao olhar para o futuro, as empresas esperam que haja redução de custos nas operações, o que somente ocorrerá com a fabricação de equipamentos em alta escala. “Segundo a perspectiva desses especialistas, todo esse movimento poderá ser sentido a partir de 2026 e deverá se estabilizar em meados de 2036. Eles afirmaram ainda que hoje os equipamentos eletrificados são 5% mais eficientes do que os operados a diesel”.
O representante regional do TOC Americas, Victor Gallardo, destacou que a união entre tecnologia e sustentabilidade é o futuro. “Estaremos vivendo em um porto claro, limpo e verde no futuro. É imperativo que se você quiser continuar exportando os seus produtos para outros continentes, precisa dispor de um produto e um serviço verdes. Tecnologia sem papel, amigável com o ambiente, mais sustentável e, obviamente, mais inclusiva, é relevante”.
Automação
O gerente comercial da DP World, Rodrigo Gomes, destacou o avanço da automação nos portos. “As empresas estão olhando de uma maneira diferente a gestão da automação nos portos espalhados pelo mundo e, principalmente, como é que isso está acontecendo em Santos efetivamente”.
Gomes afirmou que na DP World Santos há equipamentos totalmente automatizados, “pilotados, gerenciados fora da área de operações. Olhamos a questão da produtividade e, obviamente, a segurança”.
O representante da DP World salientou que o TOC Americas possibilita o intercâmbio de conhecimentos e expertise entre os atores da cadeia global de exportação e importação. “É uma oportunidade de compartilhar não só aquilo que nós temos de melhor, como o que a gente vai ver e aprender também. É importantíssimo”.
Gomes também compartilha da ideia de Santos sediar uma edição do TOC Americas. “Olhando a questão da representatividade que o Porto de Santos tem nas Américas, eu acho que já está mais do que na hora de trazer um TOC para Santos, quem sabe no ano que vem”.
TOC Americas em Santos?
Perguntado se o Porto de Santos poderia sediar uma edição do TOC Americas, o representante regional do evento, Victor Gallardo, não descartou a possibilidade. “Em 2009, realizamos (a conferência) no Rio de Janeiro. Foi desafiador, em uma outra época, outra área, outro mundo, mas, agora, eu penso que Santos tem um potencial fantástico para o futuro. Vou continuar trabalhando para levar o TOC Americas ao Porto de Santos um dia. Quem sabe, conseguimos?”.
Porto Gente - SP 23/10/2023
Com a falta de competitividade, porto de Santos deixa de movimentar cerca de US$ 20 bilhões ao ano
A resiliência da atividade econômica em 2023 fez com que o FMI elevasse sua estimativa de crescimento global este ano para 3%. Porém, o cenário geopolítico permanece complexo, com riscos econômicos e crédito apertado. Esse panorama faz com que as nações tenham maior incerteza ao investirem em projetos de desenvolvimento de infraestrutura. Embora no Brasil não seja diferente, com previsão de crescimento da economia de 2,1% este ano, há oportunidades de investimento claras e potenciais como a modernização dos portos e dragagens de aprofundamento, que trariam impactos muito positivos sobre a economia local.
A demanda de cargas atingiu a capacidade operacional dos portos (em TEUs) em 2021, o que faz da ampliação dos terminais de contêineres uma prioridade para o setor. Já há falta de espaço nos terminais, com insuficiência de número de berços e de calado. As profundidades dos canais de acesso dos portos são claramente deficientes e precisam com urgência de um programa de dragagem adequado. Para se ter uma ideia, o porto de Santos já precisaria hoje aprofundar o calado operacional em 1,5m para atender aos atuais navios que já frequentam o porto. Com tal limitação, o setor deixa de transportar cerca de um milhão de toneladas por ano.
Para essa modernização e expansão dos portos, que estão 15 anos atrasadas em relação à média mundial em termos de acessos, necessita-se de projetos de curto e longo prazos, como uma rápida retomada de leilões de concessões de terminais e programas de dragagem, que ajudarão a estimular uma nova onda de investimentos.
"A perda de competitividade nacional atrasa o crescimento econômico, atrasando também o desenvolvimento e a geração de novos empregos no país. Para alcançarmos a média mundial, precisamos promover investimentos em terminais com capacidade para atender navios maiores e mais eficientes energeticamente; aumentar a capacidade de armazenamento de carga, mantendo alta a produtividade das embarcações no carregamento e descarregamento; e utilizando navios maiores, não sobrecarregar a utilização de berços", afirma Claudio Loureiro de Souza, Diretor-Executivo do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (CENTRONAVE), que reúne 19 armadores de atuação mundial e que operam em várias modalidades do transporte marítimo de Longo Curso. Os associados do CENTRONAVE movimentam cerca de 97% de toda a exportação e importação brasileira em contêineres, atendem a 30 segmentos da economia, e abrem novos mercados para a indústria e o agro negócio em cerca de 170 países.
"Um programa de dragagem contribuirá para a chegada de uma nova geração de navios maiores e mais eficientes. Com isso, menores serão os gastos com combustível e o impacto ambiental, já que um navio maior consome proporcionalmente até 68% menos combustível por TEU transportado", acrescenta Loureiro.
Por falta de competividade, o porto de Santos, o maior da América Latina, deixa de movimentar cerca de 500 mil TEUs por ano, o que gera uma perda estimada de US$ 21 bilhões ao ano em receitas de importações e exportações, afetando diretamente a balança comercial do país. Hoje, o Brasil recebe apenas navios de até 11.500 TEUs, enquanto a Ásia, Europa e América do Norte têm capacidade de operar embarcações de até 24.000 TEUs.
A Tribuna - SP 23/10/2023
Os descontos de até 65% em tarifas do Porto de Santos devem entrar em vigor no dia 29, data do início da temporada de cruzeiros 2023/2024. A medida beneficiará armadores de transatlânticos, navios verdes, de longo curso e cabotagem. As tabelas foram aprovadas pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e a previsão é que sejam publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU).
Inicialmente, os descontos valeriam para embarcações verdes, de longo curso e cabotagem, conforme anunciado pelo então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, em 17 de junho. Porém, as tabelas foram alteradas, incluindo navios de cruzeiros. A versão final foi aprovada pelo Conselho de Administração da Autoridade Portuária de Santos (Consad) e apresentada a Costa Filho pelo presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, na última terça-feira, em Brasília.
Segundo a APS, os critérios que incentivam os navios verdes são baseados em pontuação no score do índice da ESI (Environmental Ship Index), que varia de zero a 100 a partir da análise do uso de tecnologias para sistemas ou combustíveis que permitam a redução de emissão do óxido de nitrogênio (NOX) e óxido de enxofre (SOX) para além dos limites regulamentares exigidos. O desconto máximo será de 15% quando o score se situar entre 71 e 100 pontos.
Já para incentivar a cabotagem — navegação entre os portos da costa brasileira —, os descontos para um mesmo navio aumentarão conforme a frequência de atracações nos portos, até o máximo de 65%, quando este ultrapassar 48 escalas. Os mesmos tetos de redução tarifária e frequência também valem para embarcações de longo curso. Para os transatlânticos, o desconto está relacionado ao maior número de passageiros, chegando ao teto de 60% acima de 650 mil.
Para o ministro de Portos e Aeroportos, a medida incentiva o turismo, pois estimula a geração de empregos no País. “A cada quatro turistas que chegam, um emprego é gerado no Brasil. Os cruzeiros marítimos vão contribuir para aquecer a economia nacional. Da mesma forma que o incentivo à cabotagem e à preservação ambiental vão resultar em ganhos importantes para os brasileiros”.
O presidente da APS, Anderson Pomini, ressaltou que, a pedido do ministro, foram feitos os estudos que permitiram a concessão dos descontos. “Esta política do Ministério de Portos e Aeroportos atende a uma determinação do Governo Federal, que visa gerar mais empregos, renda e, consequentemente, justiça social por meio dos portos brasileiros. O Porto de Santos, assim, cumpre a sua parte nesta importante tarefa”.
Conforme a Autoridade Portuária, a vigência dos descontos será pelo prazo inicial de 12 meses, a contar após dez dias da publicação das tabelas. No caso dos navios verdes e de cabotagem, a medida deve estar vinculada a acordo com, ao menos, a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), e a aplicação restrita à nova estrutura tarifária.
Descontos
Navio de cruzeiros
Passageiros por armador/Desconto
Até 9.999 - sem
De 10 mil a 79.999 – 10%
De 80 mil a 149.999 –20%
De 150 mil a 299.999 – 30%
De 300 mil a 449.999 – 40%
De 450 mil a 649.999 – 50%
Acima de 650 mil – 60%
Navio verde
Pontuação ESI/Desconto
De 0 a 30 - sem
De 31 a 50 – 5%
De 51 a 70 – 10%
De 71 a 100 – 15%
Navio de longo curso
Escalas/Desconto
De 1 a 2 – sem
De 3 a 4 – 25%
De 5 a 7 – 30%
De 8 a 11 – 35%
De 12 a 23 – 45%
De 24 a 47 – 55%
Acima de 48 – 65%
Navio de cabotagem
Escalas/Desconto
De 1 a 2 – 30%
De 3 a 4 – 35%
De 5 a 7 – 40%
De 8 a 11 – 45%
De 12 a 23 – 50%
De 24 a 47 – 60%
Acima de 48 – 65%
Fonte: Conselho de Administração da Autoridade Portuária de Santos (Consad)
O Estado de S.Paulo - SP 23/10/2023
Dono de um português impecável, o kuwaitiano Haitham Al Ghais, é o primeiro secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a visitar o Brasil. A poucas horas de deixar o País, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast no salão vermelho do hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde lembrou dos seis anos que morou em Brasília e de quando vendia petróleo do Kuwait para as refinarias da Petrobras.
Na conversa, o secretário-geral afirma que o mercado de petróleo segue “equilibrado”, sem interrupções relacionadas ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas e que, por ora, nada tende a mudar com relação aos cortes de oferta anunciados esse ano e que foram postergados até 2024. Em caso de necessidade, garantiu, os 13 países da organização têm condições de elevar produção imediatamente para dar segurança ao mercado.
Biocombustíveis ganham protagonismo com agenda verde e transição energética
Al Ghais rechaça a imagem de cartel que a Opep carrega nos 63 anos de existência e diz que o grupo continua de “portas abertas” para o Brasil, um dos três países que aumentarão a produção de petróleo fora da Opep nos próximos anos - ao lado de Estados Unidos e Guiana. A Venezuela, país fundador da organização, lembra o secretário-geral, tem agora boa chance de elevar produção após a redução de sanções impostas pelos Estados Unidos.
Os países membros da Opep estão investindo em energia renovável, inclusive hidrogênio, classificado por especialistas como o substituto do petróleo a partir de 2050. Mas isso não quer dizer que estão deixando a commodity de lado, afirma Haitham Al Ghais, que passou esta semana no Brasil a convite do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e tem presença garantida na COP28, no final do ano, nos Emirados Árabes. Assim como Prates, Al Ghais entende que existem várias transições energéticas e não apenas uma, e que cada país encontrará o seu caminho. Mas a mensagem de não investir em petróleo, segundo ele, é equivocada. “É muito importante nos lembrarmos que o acordo de Paris não é sobre escolher que tipo de energia nós temos que usar, o assunto é reduzir as emissões”, afirmou.
A Opep promoveu um corte de oferta em outubro de 2022 e outro depois, em abril, que foi estendido até 2024. A situação do Oriente Médio pode encerrar esses cortes antes desse prazo?
Há problema no fornecimento de petróleo até agora? Essa é a pergunta. Não vemos problemas até agora. Vemos, ao contrário, desafios econômicos. Por exemplo, a volta da economia chinesa não foi tão rápida como todos esperavam. (...) Só recentemente estamos vendo notícias mais positivas sobre o crescimento da China. E há outros desafios, como inflação na Europa e nos Estados Unidos. Por isso esses cortes foram feitos. Foram cortes preventivos e proativos, para estabilizar o mercado.
Qual é a estratégia da Opep para dar segurança ao mercado de petróleo ante a guerra Israel x Hamas?
Primeiro esperamos que tudo se acalme politicamente. Essa é uma crise humana. Na Opep, não nos metemos na área política, nosso foco há 63 anos é a estabilidade do mercado internacional de petróleo. Essa crise não é a primeira. Essa não é a primeira guerra. Passaram-se muitos eventos durante a história da Opep. O importante é que os países membros continuam investindo no setor petrolífero e têm capacidade de produção adicional, o que dá segurança ao mercado. É isso o que a Opep oferece.
Nosso papel é sempre manter capacidade adicional para estabilizar o mercado, para ver se tem demanda, problemas, crises. Esperamos que a situação se acalme porque ninguém ganha nessas situações. Mas os fundamentos do mercado, de demanda e oferta, ainda estão equilibrados. Não é preciso fazer nada por enquanto.
Qual volume adicional a Opep teria para colocar no mercado?
Não divulgamos esse número. Cada país tem a sua própria capacidade extra. Mas agora o que sabemos é que o mercado tem bastante fornecimento para fazer frente à atual demanda. Vemos que a demanda está crescendo 2,4 milhões de barris por dia esse ano na comparação com 2022. Isso se deve a uma economia mundial que avança principalmente na Ásia, na China e na Índia.
A Opep traça cenários ou prazos para essa guerra?
Tem guerra, mas tem muita diplomacia também, um forte esforço diplomático mundial para acalmar a situação. Para ser honesto com vocês, esperamos não precisar traçar prazos e cenários sobre a guerra. Mas temos reuniões ministeriais e a próxima vai ser no fim de novembro. Veremos como vai estar a situação. Guerras e temas políticos são questões para ministros de relações exteriores. Temos dados de demanda e oferta de petróleo e estamos olhando como o mercado vai se desenvolver. Sabemos o que fazer se for necessário.
O Brasil já foi sondado para entrar na Opep no passado. O senhor esteve com o presidente Lula. Qual foi o objetivo da visita?
Foram conversas muito boas com o presidente Lula, com o vice-presidente e ministros. Todos reconhecem o valor e a importância da Opep e o que ela faz pela economia mundial, para estabilizar o mercado de petróleo. Não tem nada concreto, mas nós vamos continuar em diálogo com o Brasil. Nós na Opep acreditamos na importância do diálogo, com parceiros da indústria, com consumidores de petróleo, como China, Índia e União Europeia, com países que não são membros, como a Rússia, e até com a indústria dos Estados Unidos. E o Brasil é um país importante, com uma produção que aumenta a cada ano. Nós acreditamos que esse diálogo é muito importante agora. Vamos ver o que vai sair dessas conversas, passo a passo.
O Brasil já exporta 45% do que produz e esse porcentual pode superar 60% nos próximos anos. A Opep quer ter um país como esse?
Nossa porta está aberta para todo mundo, inclusive para o Brasil. Temos uma política de portas abertas. O Brasil é um grande país produtor e exportador de petróleo. Mas entrar na Opep ou não é uma questão para o governo brasileiro decidir.
Não houve convite formal, então? Foi só bate-papo?
Sim, foi um bate-papo, por assim dizer. Mas veja, há sempre importância em se manter diálogo. Essa é a primeira visita de um secretário-geral da Opep ao Brasil. E vamos continuar nesse diálogo. Eu recebi um convite para voltar ao Brasil em setembro de 2024, para a Rio Oil & Gas. Todos os países membros da Opep têm bom relacionamento bilateral com o Brasil, que tem papel muito importante na área de energia, não só para petróleo. A Petrobras tem tecnologias que são impressionantes e que não se resumem só ao pré-sal.
Mas como atender esse crescimento?
Tudo isso vai precisar de muito mais energia. Por isso na Opep sempre falamos que temos de continuar investindo no petróleo. Tudo que nos cerca é feito de petróleo. Então abandonar o petróleo assim em uma década ou duas não é possível. Hoje, 30% da matriz energética é petróleo, assim como há 30 anos.
Como o senhor vê o potencial do hidrogênio verde, um combustível que está sendo planejado com o substituto do petróleo no futuro?
Entre nossos países membros há muitos que estão investindo em hidrogênio, na tecnologia envolvida, e em outras fontes de energia renovável. Pessoalmente eu não duvido do hidrogênio verde. Nós falamos sempre em transições energéticas, no plural. Porque cada país tem o próprio caminho para alcançar e chegar ao mesmo objetivo, que é cuidar do meio ambiente. Não pode ter um caminho para todos os países. O Brasil tem um caminho próprio, meu país, Kuwait, tem um caminho próprio, mas o objetivo para nós todos é a mesma coisa. Por isso, nós sempre dizemos que somos países exportadores de petróleo, mas também somos países investidores em energias renováveis.
Qual tipo de investimento está acontecendo nos países produtores?
Por exemplo, os Emirados Árabes Unidos, onde vai ter a COP28, têm uma companhia chamada Masdar, que investe só em energia renovável e em 40 países no mundo. Não investe dentro dos Emirados, só em outros países. Nós na Opep, temos o fundo Ofid (Opep for Internacional Development), criado em 1976, que só investe em países fora da Opep também. Até hoje temos investidos mais de US$ 25 bilhões em países que ainda não se desenvolvem na área de saúde, educação, infraestrutura e também energia renovável.
Sobre transição, como a Opep avalia a corrida pela energia renovável?
Quando a Agência Internacional de Energia traça cenários, às vezes passa a mensagem de que o mundo vai parar de investir em óleo e gás. Isso é muito perigoso, porque se o mundo não tiver bastante investimento, vai ter problema com o fornecimento no futuro.
O Estado de S.Paulo - SP 23/10/2023
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que uma equipe de funcionários da petroleira encerrou neste domingo, 22, uma visita à Bolívia. Na ocasião, foram discutidas questões sobre o suprimento de gás natural para o Brasil e novos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho.
“Nosso time de técnicos finalizou hoje uma bem-sucedida missão à Bolívia. Foram discutidas questões relativas ao suprimento de gás natural para o Brasil e, principalmente, condições para novos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho com quem temos uma relação histórica e uma infraestrutura de conexão importante como o Gasbol”, postou Prates, neste domingo, em uma rede social. Gasbol é o nome dado ao gasoduto Brasil-Bolívia.
Prates acrescentou que os técnicos da Petrobras também se reuniram com integrantes do Ministério de Hidrocarbonetos e Energias, para conversas sobre energia renovável, fertilizantes e lítio.
“A meu pedido, a nossa equipe também se encontrou com membros do Ministerio de Hidrocarburos y Energias da Bolívia a respeito de energia renovável, fertilizantes e lítio. A equipe foi ontem conhecer a produção da YLB (Empresa Publica Nacional Estratégica de Yacimientos de Lítio Bolivianos S/A) em Potosi”, acrescentou o executivo brasileiro.
Segundo Prates, está em curso uma reaproximação gradual, que trará novidades no “curto prazo”.
“A evolução destas tratativas iniciais de reaproximação entre os dois países (e suas respectivas estatais) tanto nos segmentos de gás natural e fertilizantes, quanto sobre energia renovável e minerais críticos como o lítio, vai ocorrer de forma mútua e gradualmente construtiva. Haverá novidades no curto prazo e certamente teremos foco e dedicação máxima na reconstrução das parcerias com nosso importante país vizinho”, escreveu.
Valor - SP 23/10/2023
A virada brusca durante a tarde foi motivada por um movimento de realização de lucros em meio aos fortes ganhos da commodity energética nos últimos dias por conta das incertezas geopolíticas no Oriente Médio
O petróleo fechou em queda nesta sexta-feira (20) após exibir alta de mais de 1% na maior parte da sessão. A virada brusca durante a tarde foi motivada por um movimento de realização de lucros em meio aos fortes ganhos da commodity energética nos últimos dias por conta das incertezas geopolíticas no Oriente Médio. Assim, os contratos futuros avançaram até 2% no acumulado desta semana.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para dezembro fechou a sessão em queda de 0,33% mas subiu 2,00% na semana, a US$ 88,08. Já o do Brent, a referência global, para o mesmo mês cedeu 0,24%, hoje, e teve alta semanal de 1,40%, a US$ 92,16.
Embora o movimento de hoje tenha sido de queda, os riscos geopolíticos por conta da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas ainda podem fazer com que o petróleo atinja patamares mais altos no curto prazo.
“Embora não sejamos especialistas em geopolítica, a possível consequência mais imediata disso é se Israel e seus aliados concluírem que o Irã desempenhou um papel significativo na coordenação do ataque a Israel. Nesse caso, é mais do que provável que os EUA reforcem a aplicação de suas sanções sobre as exportações de petróleo do Irã, depois de terem feito vista grossa este ano. Também poderá haver ataques à infraestrutura de produção de petróleo no Irã, ou na região em geral, como retaliação”, diz Kieran Tompkins, economista de commodities da Capital Economics.
Ele acrescenta ainda que um possível embargo sobre a venda de petróleo de países árabes à Israel teria pouco impacto, já que o país consome pouco óleo em relação ao resto da demanda global. Além disso, um embargo às exportações para o Ocidente, como ocorreu na crise do petróleo na década de 1970, é improvável, segundo a visão de Tompkins.
Mas, olhando para o impacto que o petróleo sofreu com a guerra da Ucrânia em 2022, o analista alerta que os preços podem atingir novas máximas anuais, caso todos os riscos que envolvem o conflito no Oriente Médio se materializem. “Se esses riscos se concretizarem, suspeitamos que o preço do petróleo Brent possa se estabelecer em algum lugar entre US$ 110 e US$ 130 por barril, mas não descartamos a possibilidade de os preços subirem acima disso por curtos períodos”, alerta.
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