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23 de Agosto de 2024

INDA

IstoÉ Online - SP   23/08/2024

O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) informou nesta quinta-feira, 22, que as vendas de aços planos somaram 335,7 mil toneladas em julho de 2024, o que representa uma alta de 8,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com junho, o volume é 0,9% menor. A entidade projeta que as vendas cheguem a 339,1 mil toneladas em agosto.

Os principais produtos que registraram evolução porcentual nas vendas no mês de julho ante igual período do ano anterior foram laminados a frio, com aumento de 70,6%, para 67,5 mil toneladas, seguida pela comercialização de chapas grossas, que aumentaram 8,2% e atingiram 335,7 mil toneladas. As vendas de laminados a quente totalizaram 182,4 mil toneladas no mês, alta de 1,3% na comparação anual.

Segundo o Inda, o volume de aço importado em julho foi de 219,2 mil toneladas, valor 8,4% maior ante o mesmo mês em 2023. Entre destaques de importações está a bobina laminada a quente, que registrou a entrada de 43,9 mil toneladas no Brasil, alta de 80,4%. Em igual intervalo de comparação, houve aumento de 50,7% dos embarques do exterior para o Brasil de bobinas laminadas a frio, alcançando 56,1 mil toneladas em julho.

As importações de chapa grossa caíram 40,9% em julho sobre igual mês do ano anterior, para 5.499 toneladas em julho. Em igual intervalo, galvalume recuou 25,6%, atingindo 44,5 mil toneladas.

Com relação às compras realizadas pelo setor de distribuição, em julho foram adquiridas 349,5 mil toneladas de aço, o valor é 15,8% maior na comparação com o mesmo período do ano anterior, mas houve queda de 1% ante junho.

As compras de laminados a quente por parte dos distribuidores somaram 199,6 mil toneladas em julho, o que representa um aumento de 8,7% na comparação anual, mas foi registrado recuo de 12,7% no intervalo mensal. Os distribuidores também compraram 46,3 mil toneladas de laminados a frio, número 36,8% maior ante julho de 2023 e alta 0,8% ante o mês imediatamente anterior.

Infomoney - SP   23/08/2024

As usinas siderúrgicas iniciaram um novo movimento de alta de preços de aço plano no Brasil, mas os reajustes seguem limitados pelas importações, que apesar de estarem sob a mira de cotas continuam pressionando o desempenho do setor no país, segundo relato do presidente da entidade que reúne distribuidores, Inda, nesta quinta-feira.

A expectativa da entidade para as importações de aço plano no Brasil este ano é de estabilidade sobre o recorde do ano passado ou crescimento de 5%, afirmou o presidente do Inda, Carlos Loureiro, em entrevista à imprensa.

Em julho, as importações de aços planos cresceram 8,4%, para 219,2 mil toneladas, mas no acumulado do ano seguem mostrando alta de 19,8%, a 1,5 milhão de toneladas, segundo os dados do Inda.

“Estamos vendo claramente que o preço chinês vai depender de como vai ser o preço do carvão e do minério (de ferro)”, disse o executivo. “Se continuarem caindo, os preços (de aço) vão continuar recuando”, acrescentou.

O executivo citou dados de preços de laminados a quente no mercado internacional que mostram que a queda nos custos de matéria-prima está sendo repassada para os preços do aço, que segundo Loureiro “já estão abaixo do custo marginal de produção”, o que caracteriza prática de dumping.

“É assustador cair (preço de) minério e carvão e isso ser repassado para os preços da China. Na medida em que a China está em desespero de venda, porque o mercado de lá está encolhendo eles vão forçar bastante a venda para fora”, disse o presidente do Inda.

Segundo ele, a CSN foi a primeira usina nacional a anunciar uma nova rodada de aumento de preços após reajustes aplicados em agosto. A companhia vai elevar seus preços em cerca de 5% a partir de setembro, movimento que tende a ser seguido pelas rivais.

O diretor comercial da CSN, Luis Fernando Martinez, afirmou na semana passada que a companhia iria manter a política de “redução de descontos” nos preços de seus produtos siderúrgicos em meio a uma tentativa de recuperar recuo de margem de lucro.

Mas como o custo de placas para laminação no Brasil segue elevado em relação ao cenário externo, as usinas locais seguirão pressionadas pelas importações, comentou Loureiro. O executivo citou que já está havendo crescimento de importações de produtos fora das cotas, como aço ligado a boro, que apresenta características similares aos produtos incluídos na medida de proteção comercial tomada pelo governo no final de abril.

Segundo ele, a expectativa em torno das importações este ano decorre da forte base de comparação com o segundo semestre do ano passado e da implementação da política de cotas de importação.

Diante do cenário de instabilidade, os estoques dos distribuidores seguem controlados, disse Loureiro. Em julho, o volume estocado de aço plano pelo setor era de 943,3 mil toneladas, equivalente a 2,8 meses de vendas, aumento de 1,5% ante junho.

“Apesar de todos esses movimentos de preços, os estoques estão se mantendo em níveis interessantes”, disse Loureiro. “Não é racional, indicado, que a gente tente ganhar especulando com estoque”, acrescentou.

“Esta havendo certa disciplina dos distribuidores, não deixando que o estoque suba demais”, disse o presidente do Inda. “A média de 2,8 está dentro do histórico, que é o número que precisamos para manter nossos mercados abastecidos”, afirmou.

Em julho, as vendas dos distribuidores subiram 8,2% sobre um ano antes, para 335,7 mil toneladas, segundo os dados do Inda, que estima crescimento de 1% em agosto, com viés de alta se o reajuste de preços se firmar e inspirar um possível movimento de antecipação de compras, disse Loureiro.

SIDERURGIA

Exame - SP   23/08/2024

Mesmo com a introdução de cotas tarifárias para proteger a indústria siderúrgica nacional, o Brasil registrou um aumento significativo nas importações de aço em 2024. Segundo dados da associação Aço Brasil, o país importou 3,3 milhões de toneladas de aço nos primeiros sete meses do ano, representando um crescimento de 23,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento ocorre em um contexto de proteção tarifária introduzida em junho, destinada a conter a entrada de aço chinês a preços predatórios. As informações são da Bloomberg.

A China, maior fornecedora de aço para o Brasil, continua a desempenhar um papel central nesse aumento das importações. Em 2023, o Brasil já havia importado 5 milhões de toneladas de aço, sendo mais da metade desse volume proveniente da China. O influxo de aço barato para a América Latina, impulsionado por tarifas proibitivas em outras regiões, tem pressionado ainda mais o mercado siderúrgico brasileiro, que luta para manter sua competitividade.

O governo brasileiro, em resposta, implementou um sistema de cotas tarifárias que visa regular as importações de 11 tipos de produtos siderúrgicos. As tarifas adicionais são aplicadas apenas quando as importações excedem as cotas estabelecidas, o que gerou expectativas de uma possível redução nas importações desses produtos em mais de 25% até o final do ano. A Aço Brasil acredita que, se o sistema for devidamente aplicado, pode haver uma diminuição significativa na entrada desses produtos no país.

Cotas são eficazes?

Apesar das medidas, o aumento expressivo nas importações registrado até julho levanta preocupações sobre a eficácia das cotas tarifárias e a capacidade do governo de controlar o fluxo de aço estrangeiro no mercado interno. A leve redução na participação das importações chinesas em julho é vista como um sinal positivo, mas ainda é cedo para afirmar que as medidas surtirão o efeito desejado a longo prazo.

Com a economia global em constante mudança e a pressão das importações de baixo custo, o Brasil precisa de uma estratégia robusta e flexível para enfrentar os desafios do setor siderúrgico. A aplicação rigorosa das cotas tarifárias, juntamente com medidas adicionais de proteção, será crucial para garantir a sustentabilidade da indústria nacional e evitar uma dependência excessiva de fornecedores estrangeiros, especialmente em um momento de incertezas econômicas globais.

As próximas etapas incluem a avaliação contínua da eficácia das cotas e a possível introdução de novas políticas para fortalecer a posição da indústria siderúrgica brasileira no mercado internacional. O futuro do setor dependerá da capacidade do governo e da indústria de trabalhar juntos para encontrar soluções que promovam o crescimento sustentável e protejam os interesses nacionais em um ambiente de crescente competição global.

SEGS.com.br - SP   23/08/2024

O aumento do Imposto de Importação para 11 produtos de aço passará a ser de 25%. A decisão foi aprovada em abril pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior, o Gecex-Camex. Anteriormente, as tarifas variavam de 9% a 12,6%.

A justificativa governamental para a decisão está no crescimento observado da entrada de produtos estrangeiros no Brasil. A nova tarifa será aplicada a produtos que ultrapassarem uma cota de 30% acima da quantidade comprada entre 2020 e 2022. A decisão é válida por 12 meses.

Desde então, um dos setores essenciais para a economia que vem sendo beneficiado por essa nova legislação é o Transporte Rodoviário de Cargas (TRC). Ele é responsável por grande parte da movimentação das mercadorias siderúrgicas no país. Na visão de Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística - transportadora especializada no transporte de aço -, a medida pode impactar o segmento de diversas maneiras.

“Com o aumento da tarifa para a importação, abre-se a possibilidade de crescimento do mercado interno, com aumento de produção e demanda interna e, consequentemente, a possibilidade de aumento nos fretes operados no mercado, visto que a margem das indústrias siderúrgicas poderá aumentar. Muitas transportadoras e autônomos serão direcionados para as indústrias que obtiverem um melhor valor de frete, e o mercado precisará se reorganizar em relação aos valores praticados”, descreve o executivo.

O pedido de aumento das alíquotas partiu das siderúrgicas nacionais, que se sentiam prejudicadas pelo aumento da entrada de produtos importados no país. Para a indústria, faltam investimentos internos e um mercado mais atrativo para os potenciais clientes.

Na visão do TRC, essa medida, além de aumentar a produção interna, automaticamente elevará a demanda de frete na siderurgia. “Temos acompanhado um grande investimento político e financeiro em setores como infraestrutura, automotivo e saneamento, áreas que necessitam de produtos da siderurgia. Além disso, também estamos em ano eleitoral, então os players políticos tentarão fomentar obras, que acarretarão o aumento da demanda”, pondera Franco.

Desde o final de 2023, as siderurgias brasileiras de aço têm pressionado o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por medidas de proteção para frear as importações do produto.

Em contraponto, as empresas que utilizam a compra de aço também se movimentaram para que a decisão fosse revogada. As fabricantes produtoras de aço argumentaram que os preços dos produtos mencionados são considerados elevados no Brasil.

Por outro lado, o TRC entende que o impulsionamento das indústrias nacionais favorecerá a competitividade do mercado. Na TKE, por exemplo, a aposta será no desenvolvimento interno para continuar se destacando no setor.

“Acredito que haverá um aumento na demanda do transporte, mas será necessário um aumento nos valores de frete. Apesar disso, posso dizer que temos um bom relacionamento com nossos embarcadores do setor e procuramos ser um diferencial competitivo para eles. Atualmente, consideramos apenas continuar evoluindo nosso atendimento, ou seja, personalizando de acordo com cada perfil e oferecendo nossos serviços com mais assertividade”, finaliza Franco.

Petro Notícias - SP   23/08/2024

Esta é uma iniciativa especial que merece apoio e deixa um exemplo para outras companhias brasileiras. A ArcelorMittal, maior produtora de aço no Brasil, está com inscrições abertas para o Programa Expert 2024 até o dia 6 de setembro. A iniciativa visa atrair profissionais que desejam compartilhar seus conhecimentos e contribuir para soluções inteligentes e fazer a diferença para as pessoas e o planeta. “Na ArcelorMittal todas as pessoas são bem vindas. Estamos comprometidos em criar um ambiente inclusivo onde cada pessoa se sinta respeitada e valorizada para contribuir com seu melhor“, reforça a Analista de Atração Erika Minardi. São disponibilizadas vagas nas áreas de Aciaria, Laminação, Redução, Logística, Manutenção, Qualidade, CTO, Beneficiamento, Renováveis, Processos e Geologia na Siderurgia, Mineração e BioFlorestas.

Os pré-requisitos para os interessados são: mínimo de 5 anos de formação acadêmica e solidez de experiência na área de interesse. “Nos primeiros dois meses será proporcionada uma experiência de integração e aprendizagem, contemplando uma imersão na cultura, valores da ArcelorMittal e no desenvolvimento de habilidades profissionais, alinhadas com modelo de competências da empresa“, explica Érika. Há vagas para as unidades em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso, valorizando a diversidade. Os interessados devem fazer a inscrição exclusivamente pelo link https://brasil.arcelormittal.com/seja-arcelormittal/expert.

Petro Notícias - SP   23/08/2024

A produção de aço bruto no país atingiu 19,4 milhões de toneladas entre janeiro e julho de 2024, representando uma alta de 3,3% frente ao mesmo período do ano passado. As vendas internas fecharam em 12,1 milhões de toneladas, um avanço de 5,6% na mesma comparação. Ainda nos mesmos intervalos analisados, as importações registraram 3,3 milhões de toneladas entre janeiro e julho de 2024, uma alta de 23,7%; e as exportações contabilizaram 6,1 milhões de toneladas, queda de 12,9%. O consumo aparente de produtos siderúrgicos fechou em 14,7 milhões de toneladas nos sete primeiros meses de 2024, tendo variado 7,4% quando comparado a igual intervalo de 2023. Já em julho de 2024 frente a julho de 2023, a produção de aço bruto atingiu 3,1 milhões de toneladas, alta de 11,6%, e vendas internas fecharam em 1,9 milhão de toneladas, variação de 16,5%. O consumo aparente de produtos siderúrgicos fechou em 2,3 milhões de toneladas, variação de 13,5%, na mesma comparação. Todas as informações são do Instituto Aço Brasil.

Os dados sobre exportações em julho de 2024 ante julho de 2023 sofreram impacto pela contabilização com atraso, pelos órgãos competentes, de parte do volume embarcado entre novembro de 2023 e junho de 2024, devido a nova dinâmica documental causada pela mudança de uma portaria da Inspetoria da Receita Federal, sobre exportações no Porto de Pecém. Esse atraso só foi corrigido em julho, o que elevou artificialmente as exportações para 1,5 milhão de toneladas naquele mês e distorceu a variação percentual. As importações, em igual comparação, atingiram 592 mil toneladas, ou 22,9% de aumento. Na variação de julho frente a junho, a produção variou 7,6%; as vendas internas, 2,3%; exportações, pelo mesmo efeito estatístico explicado anteriormente, também sofreram distorção; importações subiram 38,3%; e o consumo aparente, por fim, subiu 3,5%. O Índice de Confiança na Indústria do Aço em agosto elevou-se 4,3 pontos em comparação a julho, fechando em 57,7 pontos, refletindo confiança maior dos CEOs da indústria do aço sobre a situação atual de suas empresas e as perspectivas.

 

Diário do Aço - MG   23/08/2024

No início da tarde desta quinta-feira (22), Pedro Teixeira, vice-presidente Jurídico e Relações Institucionais da Ternium, empresa que pertence ao grupo ítalo-argentino Techint, e é acionista na Usiminas, concedeu entrevista coletiva à imprensa regional sobre a disputa judicial travada com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Conforme já divulgado pelo Diário do Aço, a terceira turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu no dia 18/6 – curiosamente, última sessão antes do recesso judiciário –, por 3 votos a 2, que a Ternium teria que pagar uma indenização de cerca de R$ 5 bilhões à CSN.

No Vale do Aço, Pedro Teixeira atualizou a disputa jurídica travada pelas duas siderúrgicas e garantiu que a Ternium continuará recorrendo da decisão em todas as instâncias, por entender que a última decisão contraria uma jurisprudência firmada e consolidada no país pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – que tem competência legal e técnica – e por instâncias judiciais ao longo de 12 anos, incluindo decisão anterior da própria Terceira Turma do STJ.

“A Ternium vai recorrer em todas as instâncias, principalmente porque essa decisão está equivocada. Essa decisão declara que houve alienação de controle em 2012 quando a Ternium ingressou no grupo de controle de Usiminas. Isso não aconteceu e essa decisão reflete algo que não corresponde à realidade”, garantiu o representante da empresa.

Pedro também reitera que o valor da multa é um “absurdo” e justificou o posicionamento com números. “A Usiminas hoje tem o valor de mercado de R$ 7 bilhões e a multa é de R$ 5 bilhões, por uma parcela das ações, não pela totalidade. Falando sobre a questão da decisão, que é outro absurdo, a CSN pede no processo para que seja realizada uma oferta pública para que ela venda suas ações e a Ternium. E a decisão recente do STJ, ela concede à CSN algo que ela não pediu. A CSN não pediu uma indenização. A decisão, além de ela ser equivocada por se basear num fato que não aconteceu, ela é equivocada porque ela concede algo que não foi pedido”, reiterou.

A siderurgia e o Vale do Aço
Matheus Valadares
Pedro Teixeira, vice-presidente Jurídico e Relações Institucionais da Ternium, concedeu entrevista à imprensa

Pedro afirmou que, assim como já adiantado por Paolo Rocca, líder do grupo Techint, os investimentos da Ternium, devido à decisão do STJ, serão revistos, caso a decisão judicial permaneça. A decisão, pode inclusive, gerar uma insegurança jurídica que afeta o mercado como um todo.

“Como já foi declarado pelo nosso presidente global, os investimentos estratégicos, sim, estão sendo avaliados. Os investimentos correntes, principalmente em meio ambiente, segurança, nas comunidades, nos projetos sociais, permanecem. Mas os investimentos estratégicos são fundamentais para fazer com que a Usiminas mantenha sua competitividade, inclusive ganhando novos mercados”, pontuou

Conforme analisado pelo Diário do Aço junto à base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o setor industrial representou 58,79% dos R$ 17,6 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) municipal de Ipatinga em 2021.

A participação da indústria no indicador foi ainda maior que nos anos de 2019 e 2020, quando o setor significou 44,79% e 44,60%, respectivamente. O geógrafo William Passos, coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, ligado ao Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), campus Ipatinga, ressalta a importância histórica das indústrias no Vale do Aço, que em conjunto, “formam um dos mais importantes parques industriais do interior de Minas Gerais”. Além disso, a força desse parque industrial gerou a principal metropolização do interior da região Sudeste do Brasil fora do estado de São Paulo, conforme comprovado por William em sua tese de doutorado defendida no IPPUR/UFRJ e antecipada ao Diário do Aço em 26 de maio de 2019.

“A atividade industrial é a força motriz do desenvolvimento regional, sobretudo em regiões de interior, que são mais carentes de desenvolvimento. Quanto mais forte a atividade industrial, mais desenvolvida economicamente é uma região. Exatamente por este motivo, muitas regiões do Brasil desejam ou se esforçam para atrair indústrias. Historicamente, as políticas de desenvolvimento regional no Brasil são políticas de implantação de polos industriais. No caso do Vale do Aço, isso se deu pela viabilização de um pujante polo industrial metalossiderúrgico, liderado pela Usiminas”, ressaltou o coordenador estatístico.

William ainda comentou sobre a dependência industrial da região, e que uma possível crise no setor prejudicaria a economia dos municípios.

“Como o Vale do Aço é altamente dependente de seu parque industrial metalossiderúrgico, uma eventual crise no setor, que signifique corte de gastos ou investimentos, repercute na economia regional com demissões e achatamento salarial. A economia metropolitana vem sentindo isso. Ao longo de todo o ano passado e dos primeiros meses deste ano, o Vale do Aço experimentou forte desaceleração da geração do emprego com carteira assinada e essa desaceleração foi puxada pela Indústria, em particular o segmento metalúrgico, no qual está inserido a Usiminas”, completou.

O caso

A decisão do STJ foi anunciada 12 anos depois da CSN judicializar a questão, alegando que a companhia ítalo-argentino deveria ter realizado uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) pelas ações da Usiminas depois de comprar as participações da Votorantim e da Camargo Corrêa.

A CSN sustenta que aquela transação caracterizou uma mudança de controle – o que deveria disparar o direito de tag along dos minoritários segundo o artigo 254-A da Lei das SA. Com isso, a Ternium deveria ter chamado uma OPA e oferecer R$ 36 por ação, o mesmo preço pago à Votorantim e à Camargo Corrêa – um prêmio de 83% em relação ao preço de tela.

A Ternium, por outro lado, argumentou que nada mudou na configuração de controle, já que existia um acordo de acionistas que obrigava decisões colegiadas entre ela, a Nippon Steel e o fundo de previdência dos funcionários da Usiminas. (Ao comprar as partes da Camargo e Votorantim, a Ternium apenas as teria sucedido neste acordo.)

“Essa tese foi desmentida de forma técnica e detalhada pela CVM, em mais de uma oportunidade, em processos específicos analisando o caso. E também foi desmentida pela decisão da Justiça de São Paulo, na primeira instância, pelo Tribunal de São Paulo e pelo próprio Superior Tribunal de Justiça”, sustenta o vice-presidente Jurídico e Relações Institucionais da Ternium.

Brasil Mineral - SP   23/08/2024

A worldsteel divulgou que a produção mundial de aço bruto alcançou 152,8 milhões de toneladas em julho de 2024, um recuo de 4,7% em relação ao mesmo mês do último ano.

A worldsteel divulgou que a produção mundial de aço bruto alcançou 152,8 milhões de toneladas em julho de 2024, um recuo de 4,7% em relação ao mesmo mês do último ano. A Ásia e a Oceania produziram 112,7 milhões de toneladas em julho, 6,4% a menos sobre julho do último ano. Apenas a China produziu 82,9 milhões de toneladas, um decréscimo de 9% quando comparado a julho do ano passado, enquanto a Índia produziu 12,3 milhões de toneladas no mês, um incremento de 6,8% sobre o mesmo mês de 2023. Japão e Coreia do Sul produziram 7,1 milhões de toneladas e 5,5 milhões de toneladas de aço bruto em julho, respectivamente, com quedas de 3,8% e 3,4% na comparação com o mesmo mês de 2023.

Os países do Bloco Europeu produziram 10,8 milhões de toneladas de aço em julho de 2024, ou 5,7% a mais do que no mesmo mês de 2023. A Alemanha teve produção estimada de 3,1 milhões de toneladas e cresceu 4,8% em julho, quando comparado ao mesmo mês do ano passado. Países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia e Reino Unido, produziram 3,7 milhões de toneladas e cresceram 0,6% sobre julho de 2023. A produção da Turquia somou 3,1 milhões de toneladas, 4% superior na comparação com julho do último ano.

A África -- Egito, Líbia e África do Sul – produziu 2 milhões de toneladas de aço bruto em julho, incremento de 4% na comparação com julho do último ano, enquanto os países da CIS produziram 7,5 milhões de toneladas, e caíram 0,8% aumentaram em 9,1% a produção, sendo que a Rússia teve produção estimada de 6,3 milhões de toneladas, um retrocesso de 3,1% sobre julho de 2023. Os países do Oriente Médio - Irã, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos – registraram produção de 3,7 milhões de toneladas de aço bruto, um recuo de 10,1% na comparação com julho de 2023. A produção do Irã somou 1,8 milhão de toneladas e despencou 18,7% no mês.

A produção na América do Norte caiu 2,4% em julho de 2024, somando 8,8 milhões de toneladas. Apenas os Estados Unidos produziram 6,9 milhões de toneladas, 2,1% a mais do que em julho de 2023, enquanto a produção na América do Sul alcançou 3,7 milhões de toneladas, aumento de 6%% sobre julho de 2023, sendo que o Brasil registrou produção de 3,1 milhões de toneladas em julho, um crescimento de 11,6% quando comparado com julho do último ano. No acumulado do ano até julho, a produção mundial de aço bruto somou 1,107 bilhão de toneladas, o que representa um leve decréscimo de 0,7% em relação ao mesmo período de 2023.

Portal Fator Brasil - RJ   23/08/2024

Pelo segundo ano consecutivo. Companhia recebe novo reconhecimento por suas práticas de gestão de emissões de gases de efeito estufa.

A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, conquistou pela segunda vez consecutiva o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, um reconhecimento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) concedido a organizações que alcançam o nível mais alto de qualificação e transparência no inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE). O resultado, que foi divulgado no dia 21 de agosto (quarta-feira), refere-se ao ciclo de 2024 do programa.

O documento possui reconhecimento nacional e internacional e atesta a confiabilidade dos dados referentes às emissões de GEE dos escopos 1, 2 e 3 da empresa. A adesão ao programa é voluntária e ocorre por meio do Registro Público de Emissões (RPE).

—A Gerdau segue evoluindo em sua jornada de aprendizado e implementação de práticas e iniciativas voltadas para a redução de suas emissões de gases de efeito estufa. Conquistar o Selo Ouro pela segunda vez consecutiva reforça nosso compromisso com a gestão e transparência na divulgação das emissões, além de indicar que estamos no caminho certo para construir um futuro ainda mais sustentável—afirma Cenira Nunes, gerente -geral de Meio Ambiente da Gerdau.

Entre as ações promovidas pela Gerdau que contribuíram para essa conquista está o monitoramento de emissões na unidade de Ouro Branco (MG), que passou a ser feito de forma online na central termoelétrica (CTE). Em paralelo, o monitoramento também passou a ser feito diariamente na coqueria e no setor de carboquímicos, além de ter sido implementado nos altos-fornos, garantindo um importante avanço no acompanhamento desses dados.

Nessa mesma unidade, que é a maior planta para produção de aço da Companhia no mundo, a Gerdau possui uma iniciativa pioneira na busca por alternativas para reduzir o consumo de carvão mineral, por meio da utilização de biomassa de eucalipto e casca de serragem como combustível para os altos-fornos. Em 2023, a planta atingiu 2% no uso do chamado biocoque, o que equivale a cerca de 30 mil toneladas de biomassa, evitando a emissão de mais de 90 mil tCO2e.

A Gerdau possui, atualmente, uma das menores médias de intensidade de emissão de GEE (CO2e), de 0,91t CO2e por tonelada de aço, o que representa um valor cerca de 50% inferior à média global do setor, de 1,91 tCO2e por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões para 0,82t CO2e por tonelada de aço.

O inventário da Companhia foi verificado por uma empresa independente e, posteriormente, submetido à avaliação da equipe do Programa Brasileiro GHG Protocol. Os inventários podem receber os Selos Ouro, Prata e Bronze, conforme a transparência e a completude dos dados reportados.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   23/08/2024

O cenário desenhado por Roberto Padovani, economista-chefe do BV, para a taxa de juros básica da economia mudou esta semana. Até aqui ele previa a manutenção da Selic em 10,5%, que ainda é a visão preponderante entre os analistas para a próxima reunião do Copom. Padovani, no entanto, mudou de opinião esta semana e acredita agora no início de um ciclo de alta de juros em setembro que deve se estender até janeiro do ano que vem, com "ajustes finos" de 0,25 pontos percentuais, somando um ponto ao fim do período, o que levaria a taxa para 11,50%.

Ele concorda com Roberto Campos Neto, que em entrevista à Míriam Leitão, falou sobre uma perspectiva de desinflação global e o que vai melhorar o fluxo cambial e ajudar a conter a inflação no Brasil. E avalia que o dólar está voltando para o seu patamar de normalidade, após "exageros", devendo se estabilizar numa cotação próxima dos R$ 5,30. Se todos os dados parecem melhores, porque mudar a projeção para juros mais altos? Foi o que perguntei ao economista que elencou três motivos. O primeiro deles, diz é a dificuldade de se trazer a inflação para a meta de 3%.

-Independentemente de achar os juros brasileiros muito elevados, e são, o fato é que mesmo com os níveis atuais, de 10,5% , a inflação de julho ficou no teto da banda, 4,5%, o núcleo de serviços está em 4,8%. O fato é que o Banco Central não está conseguindo fazer a inflação convergir para o centro da meta que é 3%. A segunda razão para a mudança no cenário é o fato de as projeções para a inflação continuarem desancoradas para 2025, 2026 e 2027 - explica Padovani.

Ele acrescenta:

- Não vai haver descontrole inflacionário, mas o fluxo cambial que venha para o Brasil não será suficiente para colocar a inflação no centro da meta.

O terceiro motivo está ligado à transição no Banco Central. O economista admite que as últimas declarações de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária da instituição e o mais cotado até o momento para assumir a cadeira da presidência, ajudaram a acalmar o mercado, mas não resolveram as expectativas divergentes. Mas mais do que isso, Padovani explica que observando os momentos de transição de outros bancos centrais mundo afora há uma tendência de adoção de uma política mais restritiva nesses momentos:

- Há uma tendência da nova diretoria ser mais conservadora para construir a reputação.

Os juros mais altos seguram a atividade econômica, que tem se mostrado mais forte do que os analistas estimavam no iniciam do ano, as previsões iniciais eram de crescimento do PIB abaixo de 2%, agora se aproximam de 3%. O Monitor do PIB da FGV, divulgado na semana passada, mostra crescimento de investimentos em máquina e equipamentos, o que aponta para mais crescimento futuro. Com a Selic mais alta esses investimentos sofreram uma desaceleração, admite o economista. Mas o Brasil precisa crescer, isso é bom para a economia, é mais emprego, renda, produção de riqueza. Padovani concorda com isso, mas pondera que essa não é a missão do Banco Central:

- A função do Banco Central é olhar o crescimento no curto prazo. A capacidade do país crescer é dada por um bom ambiente de negócios, o que melhora com a Reforma Tributária, a oferta de infraestrutura, como estrada e portos, e a qualificação de mão de obra. Os juros baixos fazem parte dessa equação, ajuda. O problema é que há o chamado ciclo político dos negócios, que é o incentivo que os políticos têm para estimular a economia, fazer com que o crescimento econômico seja mais forte e com isso aumento as chances de vitória nas eleições de governo. Ao BC cabe gerenciar o curto prazo. Como há autonomia, há uma atuação no sentido de equilibrar a política fiscal do governo, de gastos, com o controle inflacionário.

O fato, é que as declarações recentes de Campos Neto reafirmam que nada está decidido, o Copom decidirá mesmo em setembro para onde andará os juros da economia brasileira. Até lá, é esperar e lidar com as idas e vindas do mercado.

Globo Online - RJ   23/08/2024

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, voltou a dizer nesta quinta-feira que a autoridade pode aumentar a taxa básica de juros, a Selic, caso os indicadores econômicos apontem essa necessidade.

Ele comentou também que suas falas recentes não contradizem a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e que, na verdade, reforçam o conteúdo do documento. Segundo Galípolo, desconfortável é ter inflação acima da meta, e não a necessidade de subir os juros.

— A minha interpretação é que posição difícil para o Banco Central é inflação fora da meta. A inflação fora da meta é uma situação desconfortável. Ter que subir juros é uma situação cotidiana para quem está no Banco Central — disse.

Galípolo, apontado como principal candidato a assumir a presidência do Banco Central no próximo ano, após encerramento do mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, esteve em evento promovido pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo.

Ele mencionou ainda que não há uma relação mecânica entre câmbio e política monetária, ressaltando que o BC está de olho em uma série de outras variáveis econômicas para balizar sua decisão em relação à taxa de juros.

Infomoney - SP   23/08/2024

O mau momento da indústria levou o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos, um termômetro da situação atual da atividade econômica, para seu menor nível em quatro meses. O índice principal caiu de 54,3 em julho para 54,1 em agosto, informou a S&P Global.

O indicador da manufatura recuou de 49,6 para 48,0 no mês, sinalizando uma deterioração nas condições de negócios do setor de produção de bens pelo segundo mês consecutivo e a maior taxa de deterioração desde dezembro.

A prévia do PMI de serviços, no entanto, avançou de 55,0 para 55,2, na mesma comparação.

De acordo com a pesquisa, todos os cinco componentes do PMI da indústria enfraqueceram em agosto, com destaque para novos pedidos e evolução do emprego.

Os prazos de entrega dos fornecedores também encurtaram na maior extensão desde fevereiro, em um sinal de que os fornecedores estão menos ocupados em meio à demanda mais fraca por matérias-primas. A compra de insumos pelas fábricas caiu na taxa mais acentuada em oito meses.

Chris Williamson, economista chefe de Negócios da S&P Global Market Intelligence comentou em nota que o cenário de “pouso suave” da economia americana parece menos convincente quando a análise vai além da superfície dos números principais. “O crescimento tornou-se cada vez mais dependente do setor de serviços, pois a manufatura, que geralmente lidera o ciclo econômico, entrou em declínio”, destacou.

Ele comparou que a relação entre pedidos e perspectiva de estoques do setor industrial caiu para um dos níveis mais baixos desde a crise financeira global.

No entanto, do ponto de vista da política monetárias, as principais conclusões da pesquisa são que a inflação continua a retornar lentamente aos níveis normais e que a economia corre o risco de desacelerar em meio a desequilíbrios.

MINERAÇÃO

Valor - SP   23/08/2024

Ritmo menor de produção de aço na China, demanda mais fraca e oferta sazonalmente maior devem manter pressão nos próximos meses.

Desde o início do ano, o minério de ferro já perdeu cerca de um terço de seu valor - hoje, nos portos da China, a tonelada vale menos de US$ 100 - e não há muitos sinais positivos no horizonte. A fraqueza da produção de aço na China, a demanda desaquecida e a oferta sazonalmente maior no segundo semestre devem seguir pressionando os preços da commodity.

Maiores produtores mundiais de aço, que tem como principal insumo o minério de ferro, os chineses acabam ditando o comportamento dos preços no mercado internacional. Com forte volatilidade nas últimas semanas, a commodity recuou a US$ 91,90 por tonelada no mercado à vista na sexta-feira (16), o menor preço desde novembro de 2022.

Ontem (22), no norte da China, a tonelada de minério era negociada a US$ 97, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, queda de 0,9% ante a véspera. No mês, a baixa chegou a 3,9% e, em 2024, a desvalorização acumulada estava em 31%.

O ponto principal por trás da performance mais fraca da commodity são as medidas de estímulo insuficientes do governo chinês para resgatar o setor imobiliário, que não tem dado sinais de melhora, na avaliação do analista Daniel Sasson, do Itaú BBA.

Além disso, diz Sasson, a atividade econômica na China, em áreas como infraestrutura e manufatura, que consomem aço e vinham com desempenho relativamente forte, parecem estar perdendo ritmo. Nesse ambiente, a produção chinesa de aço mostra recuo de 2,7% no ano, maior que a queda de 1,5% projetada pelo banco.

“Parece uma diferença pequena, mas a produção de aço da China é tão grande que qualquer ponto percentual tem uma diferença relevante”, pondera o analista. No ano passado, os chineses produziram 1,02 bilhão de toneladas de aço bruto, segundo dados da World Steel Association.

Assim, uma queda de 3% em 2024 corresponderia a 30 milhões de toneladas a menos de aço produzido. Considerando-se a correlação entre aço e minério de ferro, serão cerca de 45 milhões de toneladas a menos de demanda da commodity. “É muito significativo. A CSN, que é o segundo maior exportador do Brasil, tem um volume um pouco maior que 40 milhões de toneladas”, destaca Sasson.

Soma-se a isso o fato de o segundo semestre ser um período sazonalmente mais forte para a produção de minério. Até agora, aponta o analista, Vale, CSN e mineradoras australianas continuam com produção forte. O Itaú BBA projeta preço médio de US$ 110 por tonelada para a commodity em 2024 - o que implica preço médio de US$ 105 por tonelada ao longo do segundo semestre -, contra US$ 120 em 2023.

“De fato, há uma pressão de preços, embora esperada, porque tem uma questão sazonal que também afeta essa dinâmica. Tem sido um pouco mais severa do que a gente esperava”, diz o analista do Bradesco BBI Rafael Barcellos.

Além disso, observa Barcellos, os preços do aço têm caído ante a demanda mais fraca e houve uma mudança de especificação do aço longo para a China, o que levou a um movimento de desestocagem mais forte. “Acho que isso acentuou o movimento de queda do preço de aço na região, o que acaba pressionando, obviamente, o minério de ferro”, aponta. A previsão do Bradesco BBI é que o minério de ferro volte a orbitar na faixa de preço dos US$ 115 no quarto trimestre. Para o começo de 2025, o banco projeta a commodity a US$ 110 a tonelada.

Para o economista Matheus Zimmermann, da Manchester Investimentos, o preço do minério deve ficar entre US$ 100 e US$ 110 a tonelada em 2024. Para 2025, a estimativa é de US$ 100 por tonelada, sem revisão no momento “porque é preciso ver um equilíbrio entre a oferta e demanda acontecer primeiro”, pondera.

Para entender o preço da commodity, Zimmermann aponta que é necessário olhar para os canais de precificação, ou seja, os setores que mais consomem a matéria-prima na China, o imobiliário e a infraestrutura. “O grosso está concentrado no mercado imobiliário e em infraestrutura, e são os que vêm sofrendo. Por isso o preço do minério vem apanhando. A construção civil, para fins imobiliários e infraestrutura, corresponde de 50% a 60% de todo esse canal de precificação e consumo do minério”, aponta.

No Santander, não há expectativa de maior estímulo econômico na China nos próximos meses. “Eles não querem muita volatilidade nos preços de imóveis e não têm uma grande disposição de estimular o consumo agora”, diz o analista Yuri Pereira.

Por enquanto, no banco, não há revisão de preços para o minério de ferro em 2024, que deverá fechar o ano em US$ 130 a tonelada. A estimativa é de US$ 115 por tonelada da commodity para 2025.

Para o Itaú BBA, com dois terços do ano transcorridos, se os preços caírem além dos níveis atuais, há risco de alguma revisão para baixo da projeção de preço médio para 2024. Os preços médios para 2025 também poderão ser revistos.

AUTOMOTIVO

Exame - SP   23/08/2024

O projeto do empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis de ter uma montadora brasileira, a Lecar, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira, 22. Ele anunciou que vai construir uma fábrica no Espírito Santo, no município de Sooretama, a pouco mais de 100 quilômetros de Vitória. Isso se soma a outra mudança nos planos: agora, a produção será de um carro híbrido, e não mais de um 100% elétrico, como havia sido anunciado inicialmente.

De acordo com Assis, a mudança ocorreu devido à diminuição da alta demanda por carros elétricos e pela aposta no modelo híbrido para o Brasil, caminho que diversas montadoras presentes no país vêm seguindo. A previsão é de que a fábrica esteja construída e operando em agosto de 2026.

A construção do prédio ficará sob responsabilidade da Machine Desenvolvimento. Para a linha de montagem, a Lecar poderá contar com a Comau, multinacional italiana especializada em automação industrial e robótica avançada. Às margens da BR-101, a área onde ficará a fábrica conta com 460 mil metros quadrados. A empresa terá isenção e benefícios fiscais do governo estadual referentes à construção e funcionamento por um período de 10 anos.

A escolha pelo Espírito Santo se deu após a desistência pela disputa pela planta de Camaçari, que foi comprada pela BYD do governo da Bahia. “Depois de avaliarmos opções em vários estados, chegamos à conclusão de que o Espírito Santo, terra onde a empresa teve sua origem, seria o melhor local para materializarmos este sonho”, diz Assis.

Investimento

Apesar de ousado, o projeto levanta uma série de dúvidas. Uma delas é em relação ao investimento anunciado de R$ 870 milhões, sendo R$ 240 milhões em obras de instalações e R$ 630 milhões em automação para a linha de montagem. De acordo com o empresário, o capital será proveniente de recursos próprios e de investidores privados. A empresa ainda analisa a busca de financiamentos junto à Sudene, BNB, Bandes, Finep e BNDES.

O que chama a atenção é o valor, bem abaixo de outros já anunciados por montadoras para ampliação ou mesmo construção de fábricas no Brasil. Um dos exemplos é a própria BYD, que deve injetar cerca de R$ 3 bilhões. "Nossos números são factíveis com empresas conceituadas no mercado. Queremos abrir a caixa-preta de investimentos em montadoras. Vamos abrir, em breve, a planilha de custos", garante Assis.

O carro

O carro, chamado de Lecar 459 híbrido, é a aposta do empresário para o mercado brasileiro. Em relação ao primeiro protótipo, ainda elétrico, ganhou linhas mais arredondadas, muito similares às dos carros da Tesla. A ficha técnica diz que ele será equipado com dois motores, um elétrico, com 163 cavalos de potência, associado a um motor a combustão, flex, de 122 cavalos de potência. Ele segundo motor será produzido por uma empresa do grupo Renault, no Paraná.

Ainda segundo a Lecar, a autonomia elétrica será de 100 quilômetros, e a combinada, em torno de 1.000 quilômetros. Nas dimensões, o carro terá 1.522 mm de altura, 4.350 mm de comprimento, 2.700 mm de entre-eixos e uma largura de 1.820 mm. O câmbio será automático.

Automotive Business - SP   23/08/2024

A Zeekr confirmou oficialmente que inicia suas atividades no Brasil ainda em 2024. A marca de carros elétricos pertence ao grupo Geely (que também controla marcas como Volvo e Lynk & Co) e começa as operações no último trimestre do ano.

Quem será responsável por liderar as operações no país será Ronaldo Znidarsis, que acumula passagens por montadoras como Renault, Nissan e Volkswagen.

“Estamos seguros de que nossos produtos inovadores irão surpreender e entusiasmar os consumidores brasileiros, apoiados por uma rede de concessionárias altamente qualificada que garantirá um atendimento à altura do padrão premium que nossos clientes merecem", afirmou.

Em evento realizado há alguns meses na China, a própria Zeekr revelou que iniciaria a pré-venda de seus carros no Brasil em setembro. As entregas acontecerão a partir de outubro.

Inicialmente, o portfólio da Zeekr no Brasil incluirá o crossover 001 e o SUV médio X, conforme antecipado em reportagem da Automotive Business.

O 001 é um crossover com ares de perua. Tem 4,97 metros de comprimento, 1,99 m de largura, 1,56 m de altura e 2,99 m de entre-eixos. As versões têm potência entre 272 cv e impressionantes 1.265 cv - isso na configuração esportiva FR.

A versão topo de linha mais “convencional” tem dois motores e 544 cv. A bateria é de 100 kWh e a autonomia de 620 km, no ciclo WLTP. Esta, que atende sob alcunha de Base, bem como outras duas opções, com potência que pode chegar a 789 cv, serão comercializadas no Brasil.

Rede terá entre 10 e 12 lojas nas maiores capitais do Brasil

Como antecipamos, a marca terá entre 10 e 12 lojas espalhadas pelas principais capitais do país. A loja conceito da Zeekr ficará localizada em área nobre de São Paulo (SP).

Seguindo a tendência de companhias da estirpe da Porsche, a empresa promete pontos de venda requintados em cidades como Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), bem como outras praças estratégicas.

Globo Online - RJ   23/08/2024

Com algumas dúvidas, Claudio Pérez comprou o seu primeiro carro familiar de origem chinesa. Dois anos depois, o caminhoneiro chileno não se arrepende da compra e afirma que seu próximo veículo também será fabricado na China.

"A marca chinesa é estigmatizada, mas a caminhonete é impecável, não tive problemas", diz Pérez, 47 anos, que trocou os carros coreanos por um modelo chinês da marca Jetour.

Ele não se convenceu a princípio devido à má reputação dos primeiros modelos chineses, mas precisava comprar um carro com urgência. Recebeu a indicação da marca e não se arrepende.

As montadoras chinesas pisaram no acelerador e, com alternativas que aliam preço e qualidade, conseguiram conquistar o mercado da América Latina, superando Estados Unidos e Brasil.

Nos últimos cinco anos, a China quadruplicou as vendas para a região. Se em 2019 vendeu automóveis por US$ 2,18 bilhões (R$ 8,78 bilhões na cotação da época), em 2023 atingiu US$ 8,56 bilhões (R$ 41,43 bilhões na cotação da época), 20% do total medido em dinheiro, para se tornar o principal fornecedor da América Latina, segundo o International Trade Center (ITC, em inglês).

Veja uma galeria de automóveis elétricos das marcas mais conhecidas

Os Estados Unidos, que ocupavam o primeiro lugar até 2021, chegaram a 17%, enquanto os carros fabricados no Brasil caíram de 14% para 11% no ano passado.

No mercado emergente de veículos elétricos, o domínio é maior: 51% das vendas na região correspondem a carros do gigante asiático, enquanto praticamente todos os ônibus elétricos são chineses.

"O crescimento dos fabricantes de automóveis chineses nos últimos anos tem sido exponencial, graças a melhorias significativas na qualidade, tecnologia e design", disse à AFP Andrés Polverigiani, gerente de inteligência de marketing automotivo da consultoria Nyvus.

Competir de igual para igual

Nenhum outro mercado fora da Ásia tem uma participação tão alta de automóveis desta origem, prova da importância da China, segundo parceiro comercial da região, nas economias latino-americanas, segundo o ITC.

Na União Europeia e nos Estados Unidos, dois mercados com uma forte indústria automotiva, a imposição de tarifas a impediu de avançar com maior força.

Embora pequeno, o mercado chileno é considerado um dos mais competitivos do mundo. Praticamente livres de tarifas devido a uma ampla gama de acordos comerciais, 80 marcas de 28 origens oferecem mais de 600 modelos de veículos.

O desembarque de carros chineses nos portos do país parece incessante.

"Um carro chinês aqui compete com as mesmas características de um americano ou europeu. As tarifas mais baixas também levaram a preços muito competitivos", destaca o presidente da Associação Nacional Automotiva do Chile, Diego Mendoza.

No ano passado, os carros chineses representaram quase 30% das vendas no país.

Assim como no Chile, Equador, Peru e Colômbia, a aposta da China é dominar o mercado, enquanto no Brasil e no México, os grandes fabricantes regionais, a China busca vender e também produzir.

A gigante BYD está construindo a maior fábrica de carros elétricos fora da Ásia em Camaçari, na Bahia, com capacidade para produzir 150 mil veículos por ano. A GWM também comprou uma fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (leste de São Paulo) para produzir 100 mil unidades elétricas por ano.

"O Brasil é um país com grande volume de vendas, ainda com baixa presença de veículos elétricos e baixa presença de chineses. Se eu fosse executivo de uma empresa automotiva chinesa, também veria o mercado brasileiro com muito interesse", comenta à AFP Cassio Pagliarini, especialista da Bright Consulting.

Mais pelo mesmo preço

A China conseguiu atrair consumidores após se associar a grandes fabricantes, em alianças que permitiram baixar processos de produção e melhorar tecnologias.

"As pessoas os testavam e os adotavam de acordo com suas preferências", diz Rubén Méndez, gerente de marketing da Movicenter, onde carros são vendidos no Chile.

Em relação aos preços, José Carlos De Mier, representante da Nyvus no México e em Porto Rico, explica que "em alguns países da América Latina, as marcas de origem chinesa oferecem mais pelo mesmo preço".

Na América Latina, os automóveis chineses permitiram o acesso ao primeiro veículo a segmentos da população de média ou baixa renda e a expansão de tecnologias mais limpas em cidades poluídas como Santiago, Bogotá ou Cidade do México, explica Sebastián Herreros, economista da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

"Todos os nossos países têm que avançar rapidamente para a eletromobilidade devido a um desafio quase de sobrevivência e a China é um parceiro ideal: tem a escala de produção e a capacidade de vender a preços convenientes", acrescenta Herreros.

Exame - SP   23/08/2024

A Ford anunciou nesta quarta-feira o cancelamento de um projeto para desenvolver SUVs elétricos em razão da baixa demanda.

A decisão deve gerar perdas de até US$ 1,9 bilhão, que inclui US$ 400 milhões em baixas contábeis e US$ 1,5 bilhão em despesas adicionais relacionadas ao fim do projeto.

A decisão inclui a mudança do modelo para uma versão híbrida de um SUV, além do adiamento no lançamento uma nova caminhonete elétrica para 2027. A Ford optou por reduzir os gastos com elétricos em cerca de 10%. A categoria, que tinha 40% do orçamento total, agora terá 30%.

“Esses veículos precisam ser lucrativos e, se não forem lucrativos com base em onde o cliente está e o mercado está, nós iremos... tomar essas decisões difíceis”, disse o diretor financeiro John Lawler.

As decisões da Ford ocorrem à medida que o ritmo de adoção de veículos elétricos diminuiu entre os consumidores que, ao contrário da primeira onda de compradores, estão mais desencorajados pelos altos preços e pela infraestrutura de carregamento público insuficiente, segundo o Financial Times.

Fabricantes como Tesla e Ford cortaram os preços, e o presidente-executivo da Ford, Jim Farley, preocupou-se publicamente com a concorrência de VEs de menor preço produzidos por montadoras chinesas, embora ainda não tenham chegado ao mercado dos EUA.

A Ford também está lidando com investidores que ficaram decepcionados com os custos de garantia inesperadamente altos durante o segundo trimestre, o que fez com que ela não atendesse às expectativas de Wall Street. As ações da empresa caíram cerca de 20% no período, mas subiram 1,5% na quarta-feira.

Entre os novos projetos da montadora estão o lançamento de uma van comercial elétrica em 2026 e mais dois modelos de caminhonete para 2027. Um desses trabalhos está sendo coordenado por um ex-executivo da Tesla.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   23/08/2024

As vendas de moradias usadas nos Estados Unidos subiram mais do que o esperado em julho, revertendo quatro quedas mensais consecutivas, uma vez que a melhora da oferta e a redução das taxas de hipoteca ofereceram expectativa de que a atividade pode se recuperar nos próximos meses.

As vendas de moradias aumentaram 1,3% no mês passado, atingindo uma taxa anual ajustada sazonalmente de 3,95 milhões de unidades, informou a Associação Nacional de Corretores de Imóveis nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas subiriam para uma taxa de 3,93 milhões de unidades.

As revendas de casas, que representam uma grande parte das vendas de moradias nos EUA, caíram 2,5% na base anual em julho. O preço médio das casas existentes aumentou 4,2% em relação ao ano anterior, para 422.600 dólares. Os preços dos imóveis subiram em todas as quatro regiões do país.

As revendas de moradias são contabilizadas no fechamento de um contrato. As vendas em julho provavelmente refletiram os contratos assinados nos dois meses anteriores, quando a taxa média da hipoteca de taxa fixa de 30 anos estava oscilando em torno de 7,0%.

A taxa média da hipoteca de taxa fixa de 30 anos foi de 6,49% na semana passada, perto de uma mínima de 15 meses e mais de meio ponto percentual abaixo do visto no mesmo período do ano passado, segundo dados da agência de financiamento hipotecário Freddie Mac.

Esse valor diminuiu em relação à máxima de 7,22% registrada em seis meses no início de maio, em meio a sinais do Federal Reserve de que fará um corte na taxa de juros em setembro.

“Apesar do ganho modesto, as vendas de casas ainda estão lentas”, disse Lawrence Yun, economista-chefe da NAR. “Mas os consumidores estão definitivamente vendo mais opções, e a acessibilidade está melhorando devido aos juros mais baixos.”

O estoque de moradias aumentou 0,8%, para 1,33 milhão de unidades no mês passado. A oferta cresceu 19,8% em relação a um ano atrás.

FERROVIÁRIO

IstoÉ Dinheiro - SP   23/08/2024

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou nesta quinta-feira, 22, a reabertura da Audiência Pública nº 12/2020, sobre a prorrogação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica S.A. (FCA). A decisão se deu por demanda de ajustes nos estudos e documentos jurídicos submetidos em 2021, porque, depois disso, foram implementadas novas diretrizes públicas.

O atual contrato de concessão da FCA tem término previsto para 2026. A proposta para renovação estende-se por 30 anos, contemplando investimentos de quase R$ 24 bilhões. A ferrovia possui uma extensão de 7.856,8 km, atravessando os Estados de Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e o Distrito Federal. A renovação inclui quase 5.725 km de trilhos e abrange os corredores Centro-Leste, Centro-Sudeste, Minas-Bahia e Minas-Rio.

As sessões de audiência pública serão realizadas entre 30 de setembro e 7 de outubro em localidades impactadas pela ferrovia. As contribuições por escrito poderão ser enviadas de 30 de agosto a 14 de outubro de 2024, por meio do sistema ParticipANTT.

“A reabertura dessa audiência pública reflete o compromisso da ANTT e da FCA com a transparência e o envolvimento da sociedade no processo de renovação contratual, garantindo que as partes interessadas tenham a oportunidade de contribuir e se informar sobre os desenvolvimentos propostos para a concessão que se estende por várias regiões do Brasil”, considera o relator do projeto e diretor da ANTT Guilherme Theo Sampaio.

Propostas

Com a renovação do contrato, a FCA propõe investimentos em infraestrutura visando à resolução de conflitos urbanos e a melhoria da conectividade ferroviária. Estão previstas obras no Posto de Aratu/BA para um novo acesso ferroviário e estudos para a implementação de um novo serviço de trem de passageiros entre Valparaíso (GO) e Brasília (DF).

Além disso, a concessionária planeja a recapacitação para o transporte de carga em diversos trechos e a instalação de diversas estruturas para mitigar conflitos urbanos em 40 municípios, incluindo viadutos, pontes, passarelas e passagens inferiores.

A concessionária deverá lidar com os impactos da futura linha do metrô de Belo Horizonte (MG), incluindo adaptações necessárias na infraestrutura ferroviária e custos operacionais adicionais. Outra atualização é a obrigatoriedade de a concessionária manter um inventário atualizado a cada três anos de todos os bens da concessão, disponibilizando-o para consultas e fiscalizações do governo, o que busca transparência e manutenção adequada dos ativos.

Rodoviário

Exame - SP   23/08/2024

As concessões das rodovias do Lote Nova Raposo e Rota Sorocabana, que serão leiloadas pelo governo de São Paulo, preveem a implantação e revitalização de 46,42 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas. Segundo detalhes dos editais, o investimento previsto para essa proposta é de R$ 25 milhões.

De acordo com o governo estadual, serão instalados 21,47 quilômetros de ciclofaixas, 14,1 km de novas ciclovias e 10,85 km de melhorias em ciclovias existentes. As futuras concessionárias serão responsáveis por apresentar um levantamento monitorado de todos os trechos onde há circulação de ciclistas, as condições atuais e as ampliações planejadas.

“Na Rota Sorocabana, a instalação de ciclovias está prevista no trecho mais urbano de Sorocaba, na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), e a revitalização de dez quilômetros na Rodovia João Leme dos Santos (SP-264), entre Sorocaba e Salto. Já no Lote Nova Raposo, a previsão é de instalação de ciclofaixa entre São Paulo e Cotia, nas marginais da SP-270, do km 10,94 ao km 32,41”, explica a diretora da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), Raquel França Carneiro.

Os contratos vão prever ainda que as empresas que assumirem as concessões serão obrigadas a realizar estudos de viabilidade para a implantação de mais quilômetros de vias para uso de bicicletas, como a avaliação de trechos onde há maior circulação de usuários. Para as rodovias onde não estão previstas obras de ampliação, as ciclovias também deverão ser consideradas.

“É importante reforçar que, durante a concessão, teremos monitoramento das necessidades de ciclovias. Ou seja, ao longo dos 30 anos de contratos, pode ser que as iniciativas privadas instalem mais ciclovias, dependendo do perfil e necessidade da região e atendendo às normas técnicas vigentes”, esclarece Raquel.

Os estudos para as ciclovias e ciclofaixas contaram com a aplicação da metodologia iRAP (International Road Assessment Programme, na sigla em inglês), um programa internacional de segurança viária que mapeia o trecho rodoviário e indica as medidas necessárias para aumentar a segurança da rodovia e dos usuários, incluindo pedestres e ciclistas.

A ciclovia é uma área específica para a circulação de ciclistas em duas mãos de direção, pavimentada, sinalizada e segregada dos passeios e calçadas destinados à circulação de pedestres. Já a ciclofaixa é um espaço delimitado na própria pista, junto aos demais veículos, sinalizada a partir de uma pintura ou demarcação no chão.

No caso das rodovias, elas são implementadas na pista de rolamento ou no acostamento da via. De acordo com o Decreto nº 63.881/2018, que regulamenta o Plano Cicloviário do Estado de São Paulo (Lei nº 10.095/1998), um dos objetivos da implementação de infraestrutura viária de ciclovias ou ciclofaixas em rodovias estaduais pavimentadas é garantir a segurança dos usuários.

Leilões devem acontecer até o fim de 2024

Com edital lançado durante o terceiro trimestre de 2024, o leilão e a assinatura do contrato devem ser realizados até o fim do ano. Antes da aprovação da modelagem final e da autorização para a publicação do edital, entre março e abril deste ano, a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) realizou consultas e audiências públicas para receber sugestões e contribuições da população a respeito dos projetos. Ao todo, foram 2.315 manifestações recebidas — 436 para a Rota Sorocabana e 1.879 para o Lote Nova Raposo.

Os projetos Rota Sorocabana e Lote Nova Raposo fazem parte da lista de projetos de concessões e privatizações do governo Tarcísio de Freitas. A administração estadual afirma que já são 24 projetos qualificados e uma carteira de mais de R$ 470 bilhões.

Infomoney - SP   23/08/2024

Analistas do Goldman Sachs avaliam que o leilão de concessão da BR-381/MG marcado para a próxima quinta-feira (29) apresenta desafios em termos de fluxo de caixa ao vencedor no curto prazo, mas implica uma criação potencial de valor de 7% para CCR (CCRO3) e 32% para a Ecorodovias (ECOR3).
De acordo com Bruno Amorim e João Frizo, tanto a CCR quanto a Ecorodovias estão avaliando o pipeline de leilões promovidos pelo governo e ambas poderiam potencialmente apresentar uma proposta para este leilão, dadas as taxas de retorno atrativas e a revisão do projeto desde tentativas anteriores de leilão.
Eles relembraram que o governo teve duas tentativas de leilão para este projeto nos últimos anos, uma em 2022 e uma em 2023, que não tiveram lances de investidores.
O contrato contempla a concessão por 30 anos de um trecho rodoviário de 303,4 km entre Belo Horizonte e Governador Valadares. As obrigações incluídas no leilão envolvem mais de 106 quilômetros de duplicação de novos trechos e implantação de quase 83 quilômetros de faixas adicionais.
Após essas ocorrências, citaram os analistas, o governo revisou o projeto, que buscando mitigar parte dos riscos de investimentos e aumentar a taxa interna de retorno do projeto para atrair mais concorrência para o ativo.
Conforme a equipe do Goldman Sachs, atualmente, o leilão da BR-381 consiste em um capex total de cerca de 5,5 bilhões de reais com uma taxa de retorno real regulatória de 11,97% — como referência, projetos recentes tiveram uma TIR em termos reais entre 9% e 10%.
“Este projeto teria um nível de fluxo de caixa livre (FCF) negativo nos anos iniciais, dado o perfil de capex, com cerca de 75% do total nos primeiros sete anos da concessão”, afirmaram. “Isso pode representar um desafio para potenciais licitantes, pois implica um risco maior de capex de curto prazo.”
Sob as suposições do governo para tráfego, capex e opex, e considerando um custo médio de capital para CCR e Ecorodovias, análise de Amorim e João Frizo sugere que a concessão implica uma criação de valor potencial de 7% e 32% como percentual do valor de mercado, respectivamente.
“Embora reconheçamos a alta geração potencial de valor presente líquido (VPL) sob as suposições do governo, notamos que a competição potencial para este projeto pode reduzir os retornos”, ponderaram os analistas em relatório enviado na noite de quarta-feira.
“Além disso, o maior risco de capex deste projeto — 75% do capex nos primeiros 7 anos da concessão — pode justificar um custo de capital acima do usado em nossas estimativas de VPL — também reduzindo os retornos.”
A equipe do Goldman Sachs também estimou que, como referência, para cada desconto de 1 ponto percentual nas tarifas oferecidas, a TIR em termos reais diminui em cerca de 0,2 ponto, enquanto cada aumento de 1% no capex para todo o projeto leva a uma redução em torno de 0,2 ponto na TIR.

NAVAL

Valor - SP   23/08/2024

Empresas que movimentam granéis e contêineres têm feito investimentos para aumentar a capacidade de carga e descarga e a eficiência das operações.

Operadores privados que atuam no complexo portuário de Rio Grande (RS) estão apostando na modernização de estruturas. Empresas que movimentam granéis e contêineres têm feito investimentos com o objetivo de aumentar a capacidade de carga e descarga e a eficiência das operações.

Uma dessas companhias é a Wilson Sons, que opera o terminal de contêineres, o Tecon Rio Grande. O Tecon atende a mais de 3 mil clientes e tem a capacidade de operar 1,4 milhão de TEUs (unidade padrão para calcular o volume de um contêiner) em seus 900 metros de cais.

Sua capacidade de armazenagem é de 25 mil TEUs. O terminal também pode receber embarcações New Panamax, a maior dimensão disponível na América Latina, com 366 metros de comprimento e largura de 52 metros.

Segundo Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande, as cargas do agronegócio representam 52% do volume total no terminal, que gira em torno de 800 mil TEUs por ano. Entre os principais produtos estão tabaco, arroz, madeira, carne de suínos e de frango. Esta última representou, sozinha, 11% das exportações no primeiro semestre, volume que caiu devido aos efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul em abril e maio.

“A carne de frango costuma girar de 16% a 19% das exportações, mas sofremos os efeitos das dificuldades logísticas e de produção da indústria devido à tragédia climática”, explica.

Em relação à carne de suínos, o presidente do Tecon Rio Grande informa que há um projeto para retomar uma operação que envolvia o transporte da proteína até a Rússia, em contêineres que retornavam com fertilizantes.

“Era um projeto logístico bem interessante, que parou por causa da guerra com a Ucrânia. Mas agora existe a chance de ter um serviço novo com um armador que faria uma conexão no Marrocos para retomar esse comércio”, afirma Bertinetti.

Neste ano, foi feito um aporte de R$ 1,4 milhão para ampliar a eficiência operacional do Tecon Rio Grande. Entre as iniciativas, está o COT, ou Centro de Operação do Terminal, ação estratégica que cria uma célula de inteligência para, a partir de análise de dados, fazer um planejamento mais eficiente das movimentações de pátio e navio.

A infraestrutura tem um painel (“videowall”) em que são apresentados indicadores de performance (KPIs) e oferece uma visão das operações em tempo real e gestão da automação. A intenção é modernizar a área e favorecer uma governança unificada de todos os sistemas, com mais produtividade.

A criação do CCM, o Centro de Controle de Manutenção, também foi incluída no investimento. O objetivo é acelerar o monitoramento em tempo real dos ativos, utilizando tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e aumentando a visibilidade de dados para a tomada de decisão.

A processadora de soja e produtora de biodiesel Bianchini está investindo R$ 100 milhões em suas estruturas em Rio Grande, onde possui um terminal portuário e uma fábrica. Com os aportes, serão construídas novas linhas de esteiras, balanças e estruturas, que devem possibilitar a duplicação da capacidade de carregamento de navios.

A previsão é que as obras estejam concluídas até a colheita da safra de verão 2024/25. Em Rio Grande, a capacidade estática da Bianchini é de 1,2 milhão de toneladas, e a empresa tem condições de embarcar cerca de 2,6 mil toneladas por hora. Com os investimentos, esse volume passará para 5 mil toneladas por hora.

“Hoje, nós enchemos um navio da categoria Panamax em 36 horas. Com as obras, vamos ganhar agilidade e conseguiremos fazer o trabalho em até 24 horas”, explica Antônio Carlos Bacchieri Duarte, coordenador das operações portuárias da Bianchini.

Durante as enchentes de maio, um armazém de grãos da Bianchini em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, teve sua estrutura comprometida. O local tem capacidade para 400 mil toneladas e mantinha 100 mil toneladas de soja. Parte desse volume foi salvo, e acabou transferido para a unidade da Bianchini em Rio Grande.

A Bianchini comercializa 2,5 milhões de toneladas de grãos por ano, o equivalente a 14% da safra do Rio Grande do Sul.

Além de ponto de embarque de grãos, o porto de Rio Grande é porta de entrada de fertilizantes para abastecer a produção agrícola gaúcha e de outros Estados. Entre os principais operadores do segmento no complexo está a Yara, que mantém um moderno parque de produção, mistura e expedição do insumo.

A Yara iniciou em 2023 as operações a plena capacidade no local, de 1,1 milhão de toneladas por ano de granulação e produção e 2,2 milhões de toneladas por ano de mistura e ensaque, após finalizar, em 2021, um investimento de R$ 2 bilhões na unidade em Rio Grande.

“Nessa unidade, temos capacidade para descarregar mais de 3 milhões de toneladas de ingredientes para fertilizantes e produzir mais de 1 milhão de toneladas de granulados, além de expedir 2 milhões de toneladas. A diferença entre o que fabricamos e o que conseguimos expedir são produtos importados de outras fábricas da Yara”, explica Lucas Elizalde, diretor de Operações da companhia para a região Sul.

Em 2022, a companhia fez outro aporte, de R$ 30 milhões, no seu primeiro sistema de “shiploader” no país. O equipamento permite o carregamento a granel dos fertilizantes diretamente para os navios, além de possibilitar o transbordo de produtos entre embarcações, tornando a operação de píer ainda mais ágil e ampliando o leque de localidades atendidas a partir da unidade.

“Conseguimos carregar 18 mil toneladas em cada navio, que são usados tanto para cabotagem, atendendo demandas de outros Estados, ou para exportações para a Argentina”, diz o diretor.

Elizalde conta que outros R$ 100 milhões foram investidos em 2023 em ações de melhoria e manutenção nas novas operações em Rio Grande. A mesma quantia será aportada neste ano.

A empresa tem mais duas unidades no Estado. Uma fica em Porto Alegre, e é praticamente 100% abastecida por insumos transportados de Rio Grande pela hidrovia da Lagoa dos Patos e Lago Guaíba. A outra fica em Cruz Alta, no norte gaúcho, para onde mais de 50% dos produtos são transportados por ferrovia.

“A partir de Rio Grande, conseguimos transportar, para nossas unidades, 350 mil toneladas no modal hidroviário e 150 mil no ferroviário”, comenta Elizalde.

Devido às enchentes em Porto Alegre, a unidade da capital gaúcha, às margens do Rio Gravataí, na divisa com Canoas, foi alagada e ficou fora de operação durante dois meses. “Começamos a retomada em julho, mas os trabalhos ainda não estão a 100%”, afirma o executivo.

Nesse período, a planta de Cruz Alta conseguiu aumentar a produção para compensar as perdas. No entanto, segundo o diretor de Operações da Yara para a região Sul, as entregas de fertilizantes foram afetadas pelas enchentes “em maio, em junho e, um pouco, em julho.”

Valor - SP   23/08/2024

Wilson Sons, CLI, Porto Sudeste e Santos Brasil são possíveis alvos de venda.

Bastante aquecido, o setor portuário brasileiro caminha para nova onda de fusões e aquisições (M&A, na sigla e inglês), à medida que cresce o interesse de investidores estrangeiros pelos ativos. As operações na mesa de negociação somam ao menos R$ 7 bilhões, considerando apenas a participação dos controladores nas empresas de capital aberto à venda. O interesse, segundo fontes envolvidas nessas transações, tem sido pela correlação dos portos com o agronegócio e com o setor de óleo e gás, além de grandes operadores globais em busca de consolidação.

No momento, ao menos quatro ativos estão à venda, segundo fontes: Wilson Sons, CLI (Corredor Logística e Infraestrutura), Porto Sudeste e Santos Brasil. “Estamos observando movimentação das operadoras globais”, disse uma fonte, que pediu anonimato. Segundo ela, os armadores estão se posicionando em busca de consolidação e no Brasil o olhar tem sido pela região Sudeste. O jogo, segundo a fonte, está nas mãos desses grandes operadores, que direcionam os fluxos globais de produtos.

O primeiro negócio que deve sair, segundo interlocutores, deverá ser a venda do controle do Wilson Sons ao fundo de infraestrutura americano I Squared, segundo fontes. A venda da fatia da Ocean Wilsons na Wilson Sons é um processo antigo no mercado, mas aqueceu apenas recentemente. A companhia vale R$ 7,3 bilhões na bolsa, segundo dados do Valor Data, com base no fechamento de 22 de agosto. A controladora detém fatia de 56,5%.

Em 2011 o ativo chegou a ser oferecido, mas a operação não deslanchou. Na época, o principal desafio foi a precificação, além da dificuldade de achar um grupo interessado em todos os ativos da companhia, que opera terminais de contêineres bem-sucedidos, mas relativamente pequenos, além de serviços de rebocadores, ativos offshore e centros logísticos. No processo, o BTG Pactual trabalha para os vendedores. O Bank of America e Santander atuam para a I Squared, de acordo com fontes.

A gestora, que tem cerca de US$ 40 bilhões de ativos de infraestrutura sob sua gestão em todo o mundo, abriu escritório no Brasil em meados de 2023 e desde então já anunciou a compra de 49% da empresa de geração distribuída Órigo Energia.

Outro processo que está na rua, apurou o Valor, é o da CLI. Os atuais controladores, a australiana Macquarie Asset Management e a gestora IG4 Capital, engajaram o Citi no processo de venda, disseram fontes na condição de anonimato.

Uma pessoa a par do tema afirma que o processo está em fase de estudo preliminar e que não há conversas com potenciais interessados, que ainda não foram identificados. A saída da IG4 é apontada como natural, dado que a gestora de private equity (que compra participação em empresas) entrou no ativo no fim de 2020. Já o Macquarie, que comprou uma fatia da empresa em 2022 e tem uma visão de mais longo prazo, não necessariamente sairia do negócio, dizem fontes. A CLI opera terminais de grãos no Porto de Itaqui (MA) e em Santos (SP) - estes últimos, em sociedade com a Rumo, que tem 20%.

O Mubadala também busca um comprador para o Porto Sudeste, conforme fontes. O UBS BB e Goldman Sachs foram mandatados para assessorar a transação, disseram interlocutores.

“Esse tipo de atividade no Brasil vai continuar ativo e a maioria dos portos tem exposição a commodities, seja grão, seja líquidos (petróleo), que segue aquecido”, disse uma das fontes consultadas pelo Valor. Segundo essa fonte, o setor vai demandar muito investimento, levando a mais crescimento, algo que tem atraído o interesse global. Além dos grandes fundos de infraestrutura, o setor também tem sido olhado de perto por tradings. O fato das receitas dos portos estarem, mesmo que indiretamente, ligadas ao dólar, também tem ajudado a ampliar o interesse pelos ativos aos olhos dos estrangeiros.

Segundo uma fonte, o interesse chinês tem chamado a atenção, incluindo a da gigante China Merchants Port.

Outro ativo portuário que pode ser alvo de aquisição é a Santos Brasil, que opera terminais de contêineres e, mais recentemente, granéis líquidos. Trata-se de um investimento já bastante maduro do Opportunity, principal controlador da empresa. Nos últimos anos, têm sido apontados como principais interessados a Maersk e a MSC, grupos de navegação que já operam terminais de contêineres em Santos e querem expandir sua atuação no porto, mas fontes dizem que neste momento não há nada em curso.

A percepção é que nos últimos meses o preço da empresa vinha alto demais para a negociação, em meio à movimentação aquecida e às filas em Santos. Porém, o cenário pode mudar caso avance o projeto de um novo terminal de contêineres em Santos, o chamado STS10. Após declaração do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, de que a licitação poderá ser feita em 2025, as ações da Santos Brasil despencaram 8,9% na quinta-feira (22), e encerraram o pregão a R$ 12,62.

De todo modo, no momento o processo está morno, segundo fontes. Além disso, a discussão sobre o STS10 ainda depende de uma série de decisões, e pode haver fatores positivos para a empresa, como a possível ampliação do terminal, que também está na agenda do governo.

O porto de Itapoá é outro ativo sobre o qual, segundo fontes, existe expectativa para uma operação futura de M&A. O porto tem como controlador a Portinvest, veículo formado pelo grupo Battistella e pela gestora BRZ. A Maersk é sócia minoritária com 30% da companhia. Pessoas próximas ao grupo, porém, negam o interesse em vender o ativo. Uma delas afirma que hoje a empresa está em fase de expansão e não seria o momento de saída para os atuais sócios.

Rafael Schwind, do escritório Justen Pereira, lembra que não é novidade o interesse de estrangeiros no setor portuário no Brasil, algo que já vem sendo notado na última década. “E hoje estamos vendo mais uma vez esse interesse, seja em leilões, seja na aquisição de controle”, afirma. Schwind frisa também que investidores estrangeiros ainda são pouco presentes nesse setor e que, com isso, há espaço para uma participação maior.

Especialista do setor portuário, Casemiro Tercio, da 4 Infra, aponta que o interesse do estrangeiro também ocorre por grupos, do agro por exemplo, que buscam a verticalização. “A verticalização do agro elimina custos de transação”, lembra. Do lado de investidores financeiros, como fundos, o olhar se volta, segundo ele, para ativos maduros. Já no segmento de contêineres, explica, o interesse se trata de um movimento de defesa. “Essas empresas olham os ativos para proteger seus negócios, que é a navegação”, diz.

Marcos Pinto, sócio-diretor da A&M Infra, também afirma que grupos de navegação devem buscar cada vez mais investimento em terminais, principalmente com a vinda de navios de grande porte ao país.

Procurados, Wilson Sons, I Squared, IG4, Macquarie, Mubadala, Opportunity, BRZ e China Merchants não comentaram.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   23/08/2024

A Petrobras já encontrou e produz óleo no pré-sal da Bacia de Campos, mas ainda serão feitos mais estudos exploratórios para ampliar a produção na região. A informação foi passada por representantes da Unidade de Negócios da Petrobras na Bacia de Campos (UN-BC) durante reunião realizada na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) Norte Fluminense.

O encontro, com a participação de autoridades públicas e presidentes de diversas entidades e sindicatos e que ocorreu conjuntamente com a reunião mensal do Conselho Empresarial do Norte Fluminense, contou ainda com homenagens da federação e da Firjan SENAI à Petrobras. A solenidade foi marcada pela entrega de miniatura de uma plataforma fabricada no FabLab da Firjan SENAI com registro dos 50 anos da descoberta na Bacia de Campos.

"A instalação das operações da Petrobras na região representa não apenas um avanço significativo na exploração e produção de petróleo, mas também um impulsionador crucial para o desenvolvimento econômico e social. A federação se orgulha de contribuir com a formação de mão de obra qualificada, estimulando pequenos e médios fornecedores e fornecendo uma série de estudos capazes de atrair novas empresas para a região. A produção em novos poços do pré-sal, se confirmada, será um novo marco que se soma a uma série de projetos de energias renováveis na região", destacou o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.

Bruno Pereira, gerente de Serviços Especiais da Petrobras na UN-BC, afirmou que novos recursos têm sido aportados para que algumas plataformas continuem em operação até 2050. Mas o horizonte pode ser ainda maior, diante da possibilidade de descoberta de novas áreas do pré-sal na região. "Sim, existe pré-sal na Bacia de Campos, Já temos poço produzindo, ou seja, existe camada de óleo abaixo da camada de sal. Logicamente, a campanha de exploração atualmente em vigor é que vai demonstrar se há novo potencial para desenvolver, e isso pode trazer excelentes notícias num futuro breve", afirmou.

Gerente Operacional da UN-BC, Geraldo Barros de Miranda ressaltou ainda o mercado de descomissionamento - processo de retirada de antigas plataformas e sua destinação para o desmantelamento, sempre de forma segura, sustentável, seguindo as certificações internacionais, com o reaproveitamento de suas partes e peças em outros processos industriais -, vai movimentar cerca de US$ 8 bilhões apenas nas unidades da Bacia de Campos – 70% do volume nacional. "A Bacia de Campos foi pioneira na exploração de águas profundas, e agora somos pioneiros também no processo de descomissionamento. Até 2028 serão 23 unidades e outras 40 unidades entrarão neste processo a partir de 2028", afirmou, lembrando que a segunda plataforma a iniciar o descomissionamento está atualmente no Porto do Açu.

Em junho, durante o Macaé Energy – evento correalizado pela Firjan, Sebrae RJ e Prefeitura de Macaé –, o gerente-geral da Unidade de Negócios da Petrobras na Bacia de Campos (UN-BC), Alex Murteira Celem, anunciou que a companhia se prepara para explorar, em 2025, novos poços do pré-sal que poderão ser "o futuro da Bacia de Campos".

Gerente de Projetos de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Thiago Valejo aproveitou o encontro para apresentar a atuação da federação nos mercados de petróleo, gás natural, energias e indústria naval, incluindo a divulgação da mais recente edição do Anuário de Petróleo da Firjan, lançado em 13/8. Segundo Valejo, além do Panorama Naval no Rio 2024, lançado na terça-feira (20/8), no planejamento da federação, até o fim do ano, está previsto a apresentação de um caderno de petroquímica e fertilizantes, parte da cadeia de valor do petróleo e pauta de interesse especial para a região Norte Fluminense.

Estiveram presentes na reunião na sede da Firjan Norte Fluminense, representantes do governo do Estado e de diversas entidades como AIC, CDL Crea, ACIC, Inea, ACIM Macaé e Sindicato Rural. Os representantes da Petrobras fizeram ainda uma visita para conhecer as dependências, salas de aula e laboratórios da Firjan SENAI Campos.

Petro Notícias - SP   23/08/2024

A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) anunciou um investimento de R$ 2,5 bilhões para os próximos 30 anos no Paraná, dentro do escopo do novo contrato de concessão da empresa, que teve seu início no mês de julho deste ano. Deste total, R$ 505 milhões serão investidos já nos primeiros cinco anos. O montante será destinado à ampliação da rede de distribuição com a construção de mais de mil quilômetros de gasodutos; à expansão para todas as regiões do Estado; e à inclusão do biometano no portfólio de suprimento, sempre com foco na sustentabilidade.

A empresa prevê a expansão da sua rede canalizada de distribuição em 122% com a construção de novos gasodutos. A companhia planeja ainda conectar mais de 60 mil novos clientes, resultando em um crescimento de 108% no número de usuários. Além disso, a Compagas prevê a oferta de gás canalizado para 22 novas cidades no Paraná, totalizando 34 municípios atendidos e abrangendo 70% do PIB do Estado. A distribuidora também pretende cobrir todas as 10 mesorregiões do Paraná e promover o uso do biometano como combustível sustentável em suas redes.

“Estamos com um movimento importante na Companhia de fomentar o uso do biometano em nossas operações. Temos um olhar atento às transformações para descarbonização, em especial pelas indústrias, e por isso, vamos contribuir para o fornecimento de um gás renovável e eficiente para todos os nossos clientes”, explicou o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr.

O investimento de R$ 505 milhões nos próximos cinco anos será utilizado para expandir o fornecimento de gás natural e biometano, além de conectar clientes no Norte do Paraná e na Lapa. Este montante faz parte do valor total previsto no novo contrato de concessão, que é válido até 2054. Ainda no planejamento de médio prazo, a ideia da distribuidora é, até 2029, conectar mais de 34 mil novos usuários, construir 250 km de redes de distribuição e modernizar o serviço de operação e distribuição.

Segundo Lamastra, a expectativa é um crescimento de 47% na base de usuários, além da ampliação do volume de gás natural distribuído no residencial (84%), industrial (34%), comercial (21%) e veicular (16%). Com isso, espera-se atingir 342 novos comércios, 87 indústrias e seis novos postos de GNV (gás natural veicular). “Estamos entusiasmados com as possibilidades que o futuro traz para nós da Compagas e para nosso Estado. Ampliaremos neste novo capítulo de nossa história nossa participação do mercado paranaense com um gás canalizado mais limpo e sustentável. A Companhia seguirá junto de seus clientes contribuindo para o desenvolvimento das indústrias, comércios e para o conforto nos lares paranaenses”, finalizou o executivo.

Veja abaixo a lista de projetos para os próximos cinco anos divulgada pela Compagas:

Londrina e Maringá – O projeto contempla, até 2029, o investimento de R$ 100 milhões para a construção de 60 km de rede que atenderá os segmentos industrial, residencial, comercial e veicular da região Norte. Além disso, o atendimento será 100% a biometano, conectando mais de 3 mil clientes comerciais e residenciais no bairro Gleba Palhano, em Londrina.

Araucária a Lapa – Os R$ 108 milhões em investimento serão para a construção de 50 km de gasoduto a partir de Araucária, passando por Contenda até a Lapa para abastecer a fábrica do Grupo Potencial.

Região Metropolitana de Curitiba (RMC) – São mais de R$ 13,9 milhões para levar o gás canalizado a novos bairros de Curitiba e a municípios da região metropolitana, para atender milhares de novos consumidores.

Biometano – O primeiro contrato para fornecimento de biometano para inserção na rede de distribuição de gás no Paraná foi assinado com a empresa H2A, que vai fornecer 20 mil m³/dia a partir de julho de 2025. A parceria viabiliza a construção de uma usina em Carambeí, nos Campos Gerais, para a produção do gás renovável em uma cadeia circular, a partir de dejetos do polo leiteiro. O compromisso da Compagas é ter 15% de biometano no volume de distribuição até 2026 e, para isso, novos contratos serão firmados nos próximos meses.

Corredores Sustentáveis – Neste ano a Compagas anunciou o início da operação da primeira rota do Projeto Corredores Sustentáveis no Paraná, que conecta os municípios de Paranaguá e Londrina, interligando as regiões Leste e Norte do Estado. Nesse percurso, 11 postos de abastecimento de veículos leves e pesados movidos a gás, especialmente caminhões, já estão em funcionamento.

IstoÉ Dinheiro - SP   23/08/2024

A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) negou, em reunião nesta quinta-feira, recurso da Petrobras contra decisão proferida em junho sobre a responsabilidade da estatal pelo correto abandono de poços explorados antes da criação da agência, em agosto de 1997, os chamados “poços órfãos”.

A Petrobras entende que a ANP e a Agência Nacional de Mineração (ANM), que substituiu o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), seriam os responsáveis pelo pagamento do abandono dos poços.

Em apenas um poço (2-PE-1-SP), concluído pela Petrobras em 1959, e que sofreu intervenção em 1987 para produção de água termal – vazando em seguida água a 71 graus para um afluente do rio Paraná, causando impacto ambiental -, a estatal pediu ressarcimento de R$ 10,254 milhões à ANP, após solucionar o problema.

As decisões da diretoria se referem a poços órfãos (ou seja, já abdicados/abandonados pela empresa) localizados em Alagoas (poços 1-PBA-1-AL, 3-PIA-23-AL e 1-RSL-1- AL), em São Paulo (poço 2-PE-1-SP) e na área do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e sua zona de amortecimento.

De acordo com o relator do processo, o diretor da ANP, Fernando Moura, não há suporte para exigir das autarquias ressarcimento por danos causados na atividade de exploração do poço, que beneficiou a Petrobras e a empresa Rio Paraná Turismo e Águas Quentes, que explorou o poço depois da estatal.

“Com fundamento de responsabilidade objetiva da Petrobras de recuperação do meio ambiente degradado, nego provimento para ratificar integralmente a Resolução 357/2024”, votou Moura, em referência à decisão da ANP proferida em junho.

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