Petro Notícias - SP 23/03/2023
O uso intensivo da água exigido pelo processo de produção do aço levou a ArcelorMittal, uma das maiores produtoras de aço do Brasil, a desenvolver diversas ações para o uso racional desse recurso. O principal objetivo, somado ao olhar sustentável para a utilização da água, é a busca de captação alternativa para antecipar cenários de escassez hídrica. Referência em gestão hídrica na indústria, a ArcelorMittal já implantou em todas as suas unidades de produção o Plano Diretor de Águas, que visa estabelecer estratégias para garantir a disponibilidade dos recursos hídricos, uso eficiente e busca de fontes alternativas para as operações em curto, médio e longo prazos. De acordo com o presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO ArcelorMittal Aços Longos LATAM e Mineração Brasil, Jefferson De Paula, o uso racional da água integra uma das 10 Diretrizes do Desenvolvimento Sustentável da empresa, que há muitos anos já atingiu um alto índice de recirculação: “Além de atender a todos os parâmetros estabelecidos em legislação em relação a captação e descarte, a ArcelorMittal segue as diretrizes descritas no Plano Diretor de Águas, metodologia que garante segurança às operações industriais e redução de impactos nas bacias hidrográficas decorrentes da captação de água para a produção do aço. O nosso índice de recirculação está acima de 97%.”
Um estudo inédito no Brasil sobre a “Previsibilidade de Disponibilidade da Água nas Bacias Hidrográficas em que a ArcelorMittal opera“, está sendo conduzido pela empresa em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O foco do estudo é analisar cenários de adaptação necessários para o enfrentamento das mudanças climáticas. A pesquisa abrange as unidades industriais localizadas nos municípios de Barra Mansa (RJ), João Monlevade (MG), Juiz de Fora (MG), Resende (RJ) e Piracicaba (SP). A metodologia consiste na realização de pesquisas bibliográficas sobre ferramentas que melhor representem o risco hídrico industrial no mundo, associados a estudos teóricos e práticos, de forma a caracterizar a segurança hídrica das bacias hidrográficas. O estudo também prevê uma plataforma digital que apresente a disponibilidade hídrica real e prognósticos para cenários de 10, 20 e 30 anos, com previsão de conclusão em 2024. Além disso, será realizado um diagnóstico com sugestões de implementação de ações efetivas para diminuir o risco de abastecimento, novas fontes de captação e o uso da água a curto, médio e longo prazos.
A unidade industrial de Tubarão, localizada no município de Serra (ES), maior planta de aço da empresa, também é destaque na utilização racional de água. A usina conta com diversificação de fontes de suprimento, que incluem a captação do rio Santa Maria (Grande Vitória), através da concessionária local, e a nova planta de dessalinização da água do mar, inaugurada em 2021. Iniciativa pioneira no Brasil, a planta de dessalinização tem capacidade de produção de até 500m³/h de água industrial. A unidade também prevê fazer o reuso de efluentes tratados do esgoto de Vitória (ES) – parceria com o governo capixaba e a Cesan, concessionária estadual.
TN Petróleo - RJ 23/03/2023
A ArcelorMittal, líder na produção de aço no Brasil, é um dos grandes patrocinadores do Bossa Summit 2023, o maior evento dedicado a investimento em startups do Brasil. O encontro acontece nos dias 23 e 24 de março, no Transamérica ExpoCenter, em São Paulo. A programação do evento prevê palestras, debates, apresentação de cases com os principais nomes do ecossistema de inovação do Brasil.
O evento contará com a participação de executivos e empregados de diversas áreas da ArcelorMittal, além de um painel sobre investimento em startups com a participação do Gerente Geral de Inovação, Novos Negócios e Açolab Ventures, Rodrigo Carazolli (foto). A empresa também transformará uma carreta em arena para discussão de oportunidades de investimento, além de mostrar a sua atuação no segmento de aço e iniciativas em inovação.
A ArcelorMittal já foi reconhecida quatro vezes no Ranking 100 Open Startups, plataforma que conecta grandes empresas, executivos, cientistas e governos, alavancando oportunidades de negócios. A produtora de aço foi premiada pelas iniciativas de inovação aberta, conduzidas por meio do Açolab - 1º hub de inovação da indústria do aço no mundo – e do programa iNO.vc, sendo eleita líder na categoria "Mineração e Metais".
Valor Investe - SP 23/03/2023
Analistas escrevem que combinação de desalavancagem operacional com queda dos preços do minério de ferro e do aço, além das aquisições fizeram a dívida líquida e a alavancagem financeira disparar
A S&P Global Ratings reduziu a perspectiva da nota de crédito da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de positiva para estável, reiterando a classificação em “BB”. A agência de classificação de riscos também manteve a nota nacional em “brAAA” com perspectiva estável.
Os analistas Bruno Matelli e Flavia Bedran escrevem que a combinação de desalavancagem operacional, com a queda dos preços do minério de ferro e do aço, além das aquisições feitas no ano passado, fizeram a dívida líquida e alavancagem financeira da CSN dispararem em 2022.
“A alavancagem da CSN subiu de 1,2 vez a dívida ajustada sobre o Ebitda, em 2021, para 3,3 vez em dezembro do ano passado, o maior patamar desde setembro de 2020”, nota a S&P. A perspectiva para esse ano é que a alavancagem fique entre 3 e 3,5 vezes, mas pode cair para 2,5 vezes, a depender dos preços do minério de ferro.
Com isso, a agência reduziu a perspectiva da nota de crédito, notando que o perfil de dívida da CSN ainda está adequado para a atual classificação. Iniciativas para redução de dívida, como venda de ações da Usiminas ou oferta de ações da CSN Cimentos, podem ajudar a melhorar a alavancagem financeira.
Agência Brasil - DF 23/03/2023
Apesar da desaceleração da economia e das pressões de parte do governo, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
Em comunicado, o Copom informou que o ambiente internacional se deteriorou desde a última reunião do órgão, com bancos nos Estados Unidos e na Europa em problemas e com a inflação na maioria dos países não cedendo. Na economia doméstica, a desaceleração continua, com a inflação acima do teto da meta. O texto menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal em elaboração pelo governo, mas elogia a recente reoneração parcial da gasolina e do etanol.
“Por um lado, a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo. Por outro lado, a conjuntura, marcada por alta volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação às metas em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”, destacou o comunicado. “Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas.”
A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a quinta vez seguida em que o BC não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.
De março a junho de 2021, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto do mesmo ano, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro de 2021 até fevereiro de 2022. No ano passado, o Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica, iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o indicador fechou em 5,6% no acumulado de 12 meses . Desde o fim do ano passado, a inflação vem subindo por causa dos alimentos, da reversão parcial das desonerações sobre os combustíveis e de aumentos típicos de início de ano, como gastos com educação e saúde.
O índice fechou o ano passado acima do teto da meta de inflação. Para 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,75% nem ficar abaixo de 1,75% neste ano.
No Relatório de Inflação divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia 2023 em 5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de março.
As previsões do mercado estão menos otimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras e divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,75%. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 5,89%.
Crédito mais caro
A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 1% para a economia em 2023.
O mercado projeta crescimento menor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 0,88% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) neste ano.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
Globo Online - RJ 23/03/2023
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou nesta quarta-feira que o regramento para as contas públicas elaborado pela equipe econômica do governo Lula - o chamado arcabouço fiscal - levará à redução na taxa básica de juros em 45 dias. Ou seja, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) entre 2 e 3 de maio.
— Só apresentar [a proposta], e se for um bom arcabouço, já vai permitir que na próxima reunião do Copom, daqui a 45 dias, esses juros possam começar a cair. E isso significa que tudo vai ficar mais barato na vida das pessoas. Ou seja, o preço dos produtos, do supermercado, tende a cair, e aqueles que precisam de empréstimo, setor produtivo, agronegócio, comércio, vão pegar [o crédito] a juros mais baratos, investir mais, a economia vai crescer, gerar mais empregos — afirmou a ministra, em entrevista à Rádio Tribuna Livre, do Mato Grosso do Sul.
Pela manhã, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o presidente do Banco Central está fazendo desserviço com a nação. O Copom se reúne a cada 45 dias para analisar o cenário econômico e definir a taxa que valerá até a próxima reunião. O Banco Central anuncia na noite desta quarta-feira se altera ou não a taxa básica de juros (Selic) do país, em meio às críticas do presidente Lula e aliados ao patamar atual de 13,75% ao ano. É a segunda definição sobre juros - com o BC autônomo - no governo Lula.
Além de estarem à frente de dois ministérios e bancos públicos, elas também integram o time do ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Para Tebet, a taxa de juros “precisa cair”, porém, o Brasil deve fazer “o dever de casa” em relação às contas públicas. Isto é, não gastar mais do que arrecada. A nova âncora fiscal elaborada pelo Ministério da Fazenda tem como finalidade traçar a perspectiva de controle efetivo nas contas públicas e abrir caminho para redução dos juros.
— Ninguém pode gastar mais do que recebe (...) Por equívocos do passado, hoje o Brasil gasta muito e gasta mal. Gasta mais do que arrecada, e diante disso fica rolando a sua dívida. Quando você gasta mais do que pode, você entra em uma insegurança, e todo mundo que vai emprestar para você, quer emprestar por juros muito altos. O Brasil cai na mão de bancos que cobram taxas de juros muito altas pela insegurança — disse Tebet.
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Adiamento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta última terça-feira que o anúncio do novo arcabouço fiscal vai ficar para depois da volta da viagem à China, com agenda entre 26 e 31 de março. Inicialmente, a Fazenda esperava divulgar a proposta antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorre nesta quarta-feira.
Lula argumenta que "seria estranho” anunciar e sair do país na sequência, “sem conversar” com o sistema financeiro e o Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará na comitiva presidencial com destino ao país asiático.
A expectativa é que a nova âncora fiscal seja levada ao Legislativo junto com o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, a regra que dá as bases do Orçamento do próximo ano. Na prática, a previsão orçamentário para o próximo ano poderá ser feita com base na nova regra para as contas do governo. O prazo legal para o envio da LDO é 15 de abril.
Infomoney - SP 23/03/2023
Em um ambiente de juros altos e economia crescendo pouco, o momento é pouco propenso a novos investimentos, afirma Alfredo Setubal, o presidente e diretor de Relações com Investidores da Itaúsa (ITSA4), maior holding de investimentos de capital aberto do País.
O executivo acredita que os juros podem cair neste ano no Brasil, mas não hoje, em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decide os rumos da política monetária. Ele considera essencial que o País tenha um arcabouço fiscal.
“O Brasil não pode viver com déficits fiscais crônicos”, disse, em entrevista exclusiva para o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), após a divulgação de resultados da holding. A Itaúsa teve lucro líquido de R$ 13,7 bilhões em 2022, recorde da série. Investidora do Itaú Unibanco (ITUB4), maior banco da América Latina, colhe nele a maior parte do resultado, mas tem buscado diversificar, com ativos como a CCR (CCRO3), a Aegea, de saneamento, e a Alpargatas (ALPA4).
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
Chegou o momento de os juros caírem no Brasil e no exterior?
Lá fora, a inflação continua alta, nos Estados Unidos e em vários países de Europa. Acho que pode ter uma paradinha, quem sabe o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) suba 0,25 ponto em vez de 0,50 ou não suba nada. Mas a tendência no mercado internacional é de os juros continuarem altos.
E no Brasil?
Minha expectativa neste momento é de que a taxa de juros seja mantida na reunião desta semana. A conjuntura internacional é difícil, os fluxos de capital mudando de um lado para o outro, crise bancária, a inflação ainda é alta, com vários setores ainda com inflação de 8%, 10%. Vamos ver queda dos juros no Brasil ainda este ano, acho bem provável. Até pela falta de um novo arcabouço fiscal, para a reunião desta semana vemos manutenção dos juros e viés mais positivo do Banco Central em seu comunicado.
A economia deve crescer menos este ano no Brasil. Como isso pode afetar o resultado da Itaúsa?
A queda da renda das famílias com a inflação no ano passado foi alta. Reajustes salariais nos últimos meses recompuseram um pouco essa queda. Não vemos queda adicional muito grande acontecendo este ano, mas também não vemos recuperação da massa salarial. Taxa de juros influencia, queda de renda influencia, insegurança política e econômica, todos são fatores que levam a confiança do consumidor mais para baixo e uma certa retração. E é o que estamos vendo, com indústria mais devagar, indústria automobilística dando férias. Minha expectativa hoje é de um crescimento da economia abaixo de 1% e muito sustentado pelo agronegócio. Espero que este arcabouço fiscal que vai ser proposto traga tranquilidade maior para empresas e consumidores e que a gente volte a ter nível de confiança maior na economia.
A âncora fiscal é essencial para a economia crescer mais, para os juros caírem?
Acho que sim. O Brasil é um país vulnerável. Só não estamos em situação de maior vulnerabilidade porque temos US$ 320 bilhões em reservas. A nossa dívida é alta para um país emergente, e tem déficit fiscal crônico. O governo Bolsonaro conseguiu reduzir a dívida pública por controle de despesas, mas o déficit continua aí. Se não tiver um arcabouço fiscal que controle o crescimento da dívida pública, isso tudo leva sempre a juro mais alto. Pode ser menor do que é hoje, mas ainda será alto. E a uma economia que cresce pouco. O mercado quer estabilidade econômica, para que os ativos não desvalorizem, e disciplina fiscal.
O novo arcabouço fiscal precisa então deixar claro o controle de despesas que vai trazer?
Sem dúvida, o Brasil não pode viver com déficits fiscais crônicos. Vemos outros países na América Latina que têm esse problema e vemos em que situação eles estão.
Como a crise bancária no exterior pode chegar aqui?
O custo de capital sem dúvida sobe. O Banco Central atua muito fortemente. Os grandes bancos são muito sólidos, com base de capital muito grande. Nos bancos menores também não vejo problemas. Todo mundo apertou a concessão de crédito ao longo de 2022, em função de um cenário que já se mostrava mais desafiador e foi se deteriorando ao longo do ano. Os bancos foram mais contidos. Não vejo crise de inadimplência acontecendo no Brasil, nem este ano nem no próximo. Isso não vai se refletir em crise bancária no Brasil. O sistema é sólido, os bancos menores têm liquidez, os depósitos são garantidos. O Brasil tem no sistema financeiro uma das âncoras, é muito sólido para aguentar os solavancos que vem de fora.
O senhor também não vê uma crise de crédito?
Não. Claro que haverá empresas com mais dificuldade, por conta de uma economia mais desacelerada. A crise de crédito vem muito mais pela economia com performance um pouco mais fraca do que só pela taxa de juros.
Globo Online - RJ 23/03/2023
Ano após ano, incontáveis estudos sobre a competitividade brasileira são lançados, e neles há sempre um vilão em comum: a infraestrutura logística. O cidadão comum pode não ter entendimento claro sobre isso, mas as vias de mão-dupla, com asfaltos esburacados em estradas lotadas com caminhões carregados, têm mais relação com a inflação do que o tempo perdido e o dinheiro gasto com a manutenção do próprio carro.
A maior parte da distribuição de alimentos acabados e prontos para consumo no Brasil é realizada por caminhões - e aqui cabe destacar nosso total respeito aos motoristas, que trabalham incansavelmente pelo abastecimento. Até este ponto não há nada de incomum em relação a outras partes do mundo. Entretanto, a mesma logística que abastece gôndolas pelo país é usada para as enormes cadeias industriais de todos os fins, do setor de alimentos à de bens duráveis. Aí reside um enorme problema para a população.
Os equívocos do passado na aposta quase exclusiva pelo modal rodoviário e o abandono das ferrovias - que são mais competitivas - expõem a população brasileira a um arriscado quadro especulativo que envolve a disputa com o mercado internacional.
É importante deixar claro: somos favoráveis ao comércio livre, sempre. Contudo, tal liberdade exige equidade. E esta equivalência de condições inexiste quando verificamos a malha ferroviária sobrevivente em nosso país, que é direcionada quase que exclusivamente para o escoamento das commodities rumo aos portos e nada ou quase nada voltada para o abastecimento interno de matérias primas.
No caso da cadeia agroindustrial de proteína animal, vimos o efeito disto com extraordinária força nos últimos dois anos. A pressão dos portos, temperada pelo efeito especulativo do mercado, conflitos geopolíticos e intempéries climáticas, elevou o preço da saca de milho e do farelo de soja em cerca de 150%. Para que se compreenda o efeito disto, apenas estes dois insumos representam aproximadamente 70% dos custos de produção dos frangos, suínos e ovos.
A inflação nas gôndolas tem, portanto, relação direta - ainda que não seja a única causa - com a política logística desenvolvida em nosso país ao longo das décadas. O Brasil, entretanto, pode ter nos próximos dias uma ótima oportunidade de iniciar a transformação deste quadro, com a missão presidencial rumo à China.
Somos tradicionais fornecedores de proteínas para o país asiático. Ao longo da última década, enviamos para lá mais de 4,5 milhões de toneladas de carne de frango e 2,1 milhões de carne suína - que geraram emprego e renda para o Brasil com o embarque de produtos de valor agregado, sem causar qualquer dano à nossa oferta interna de alimentos, pelo contrário ajudaram nosso país a ganhar escala produtiva em um mundo cada vez mais concentrado e competitivo. E esperamos expandir ainda mais esta relação, com os pedidos do nosso setor encaminhados ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, como o caso do reconhecimento do Paraná e do Rio Grande do Sul como estados livres de febre aftosa sem vacinação - critério essencial na China para a liberação da exportação de produtos com osso e miúdos suínos. Ainda, a habilitação de novas plantas e armazéns estão entre as pautas prioritárias do setor e que seguramente trarão muitas receitas cambiais ao país, caso aprovadas.
Além disso, esta missão tem a oportunidade de gerar algo ainda maior para o nosso país: tratativas para o aprofundamento das relações comerciais bilaterais por meio da constituição de eventuais acordos de desgravação tarifária e investimentos. Por um lado, ganharíamos competitividade e ampliaríamos a presença da produção brasileira de alimentos, insumos industriais e outros itens desejáveis pelo mercado chinês. Por outro, atrairíamos investimentos e conhecimento técnico relevantes para o nosso país - aqui fazemos menção especial às questões de infraestrutura, por meio das parcerias público-privadas. É o caso, por exemplo, da Ferrovia do Milho - que direciona insumos do Centro-Oeste para o Sul do Brasil, onde se concentra a maior parte da produção de avicultura e suinocultura brasileira.
A intensificação do intercâmbio comercial é uma oportunidade de ouro para ambos os países. O fortalecimento de nossa malha ferroviária é só um exemplo, dentro de uma contrapartida de maior força nas vendas de alimentos brasileiros para as gôndolas chinesas. Neste caso, em especial, veríamos efeitos práticos e duradouros, a estabilidade de preços e a segurança alimentar da nossa população, superando as opções do passado, que permanecem como fantasmas e assombram o nosso futuro. Ao mesmo tempo, utiizaríamos nosso mais notável talento, o de produzir alimentos, para gerar ainda mais riquezas, empregos e renda para o nosso país, apoiando também a segurança alimentar de nosso principal parceiro. Esta sim, é uma via de mão-dupla desejável. Na China, aprendemos que o longo prazo se cultiva e se estrutura a partir de ações rotineiras de curto prazo. Esta visita do presidente da República e equipe ministerial pode ser o início de uma oportunidade para corrigir caminhos e criar uma parceria de longo prazo.
O Estado de S.Paulo - SP 23/03/2023
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) pela manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano é “equivocada” na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a instituição, “o cenário atual indica que o Copom já deveria ter reduzido a Selic nesta reunião” e espera que o processo de redução dos juros tenha início no próximo encontro do comitê, que acontece nos dias 2 e 5 de maio.
Em nota divulgada há pouco, a CNI diz acreditar que a manutenção da taxa de juros é, neste momento, desnecessária para o combate à inflação e apenas traz custos adicionais para a atividade econômica.
“A taxa básica de juros no patamar atual foi um dos fatores determinantes para a desaceleração da atividade econômica no final de 2022, com destaque para a retração de 0,2% no PIB do último trimestre. E seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento da atividade em 2023, quando as previsões para o PIB indicam alta de apenas 0,88%, segundo o Boletim Focus do BC”, destaca a entidade.
A CNI ainda ressalta, sem citar nomes, que é preciso levar em consideração que os eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no País terão influência negativa sobre o mercado de crédito. “Esses acontecimentos têm levado ao aumento de provisões por parte dos bancos, o que reduz a oferta e tende a encarecer o crédito. Assim, deve haver retração das concessões de crédito nos próximos meses, com reflexos negativos sobre a atividade econômica.” A nota destaca ainda as dificuldades enfrentadas pelos bancos nos Estados Unidos e na Europa.
A entidade ainda alerta que “é preciso que o governo tenha cautela na condução dos gastos públicos, para evitar que a taxa Selic permaneça em patamar alto, com prejuízo para a atividade econômica”.
O Estado de S.Paulo - SP 23/03/2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 22, que o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado pelo Banco Central (BC) é “muito preocupante”. Segundo ele, o governo divulgou também nesta quarta, por meio do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do primeiro bimestre, que as projeções para as contas públicas estão melhorando.
“Eu considerei o comunicado do Copom preocupante. Muito preocupante, porque hoje nós divulgamos o Relatório Bimestral da Lei de Responsabilidade Fiscal, mostrando que as nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas, e o comunicado deixa em aberto, no momento em que a economia está retraindo e que o crédito, sobretudo para empresas e famílias, está com problema. O Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida da taxa de juros, que já é hoje a mais alta do mundo”, disse.
Segundo Haddad, a depender das futuras decisões do BC, o resultado fiscal pode ser comprometido. O ministro ainda sinalizou que espera que a ata do Copom atenue o tom do comunicado.
“Obviamente, nós sempre vamos fazer chegar ao Banco Central as nossas observações, como aconteceu no primeiro comunicado da reunião de fevereiro. O primeiro comunicado também veio muito duro. A ata atenuou. Em alguns dias depois a ata veio diferente, uma pouco atenuada. Tomara que isso aconteça de novo. Nós esperamos que isso aconteça de novo, mas nós vamos fazer chegar ao Banco Central a nossa análise do que é mais recomendável para a economia brasileira encontrar o equilíbrio, de trajetória da dívida, da inflação, das contas públicas, do atendimento às demandas sociais”, disse.
Haddad afirmou que as reiteradas críticas que tem feito ao BC e às decisões do Copom de manter os juros em 13,75% ao ano não geram ruídos porque são feitas de “boa-fé”. “Na verdade, não existe ruído quando existe boa-fé. Eu estou aqui de boa-fé emitindo uma opinião que, eu penso que deve ser considerada pela política monetária, de uma pessoa que ocupa o Ministério da Fazenda”, afirmou.
Inflação
O ministro minimizou as preocupações do Copom com a piora do ambiente internacional e com as expectativas de inflação. Ele afirmou que o Brasil está em “uma situação diferente dos demais países, porque a nossa inflação está mais controlada que a do mundo desenvolvido”. Haddad ainda ressaltou que a apresentação do arcabouço fiscal deve melhorar as expectativas para a inflação.
“É só comparar com a inflação europeia. E a taxa de juros dos países desenvolvidos, apesar de ter subido, continua negativa. Não está positiva, enquanto a nossa taxa de juros é a maior do mundo. Está, hoje, rodando, dependendo de como você faz a conta, entre 6,5% e 8% acima da inflação. Então, evidentemente que é diferente da situação do mundo desenvolvido. A Europa está com uma inflação encerrada agora de 8,5%. Não é a realidade brasileira”, disse.
Rui Costa
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), também criticou a manutenção da taxa de juros. “Esta insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e o sofrimento do povo brasileiro. Não dá para compreender, infelizmente, essa decisão do Banco Central”, afirmou. “O Congresso Nacional, que é a casa do povo brasileiro, o Senado Federal, que é a casa do povo brasileiro, precisam discutir isso seriamente. Um Banco Central independente não pode ser independente do povo e aliado dos que cobram juros nas alturas.”
Horas antes de o Copom definir a taxa básica de juros, o ministro disse que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, presta um “desserviço” à população ao manter em 13,75% a Selic. Ele antecipou que o governo já tinha uma reação ensaiada caso o juro não caísse: redobrar as críticas a Campos Neto./Colaborou Weslley Galzo.
IstoÉ Online - SP 23/03/2023
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura ampliaram as perdas nesta quarta-feira, com as perspectivas de demanda temporariamente prejudicadas pela possibilidade de a China reduzir sua produção de aço bruto em cerca de 2,5%.
A meta foi proposta por formuladores de políticas em uma reunião na semana passada, mas ainda não houve conclusão, disseram fontes familiarizadas com o assunto.
Algumas autoridades disseram que um corte de 2,5% é muito alto, já que a economia ainda está se recuperando. A meta deve ser estabelecida antes do final de junho, acrescentaram.
O contrato futuro de minério de ferro para maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com queda de 2,15%, a 865,5 iuanes (125,64 dólares) a tonelada, menor nível desde 15 de fevereiro.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em abril caiu 2,26%, para 120,7 dólares a tonelada, o nível mais baixo desde 13 de fevereiro.
“As notícias (de cortes na produção de aço bruto) podem provocar preocupação no mercado de matérias-primas no curto prazo”, disse Kevin Bai, analista de aço da consultoria CRU Group em Pequim.
Da mesma forma, os preços de outros ingredientes siderúrgicos tiveram perdas, com o carvão metalúrgico caindo 0,38% e o coque, 0,58%.
“A oferta (de carvão metalúrgico) aumentou depois que muitos produtores de carvão retomaram a produção após o acidente no início do mês passado, enquanto consumidores e comerciantes desaceleraram suas compras. Os estoques crescentes pesaram sobre os preços”, disseram analistas da Huatai Futures em nota.
As minas de carvão em várias regiões chinesas receberam ordens para realizar inspeções de segurança no mês passado, depois que um acidente matou pelo menos duas pessoas e deixou mais de 53 desaparecidos.
Valor - SP 23/03/2023
O produto será destinado ao mercado externo, informou a Bamin em comunicado
A companhia de mineração de ferro Bamin, que já produz em baixa escala e tem um projeto grande na Bahia, acaba de firmar contrato de venda de minério de ferro para a gigante Anglo American — quinta desse segmento. O produto será destinado ao mercado externo, informou a Bamin em comunicado.
O contrato prevê volume da produção estimada para este ano da mina Pedra de Ferro, localizada em Caetité (BA), região sudoeste do Estado. A mina vem operando com volume anual da ordem de 1 milhão de toneladas.
Conforme a nota, o acordo com a mineradora anglo-sul-africana é fruto de uma negociação estratégica entre as duas empresas. A Anglo American, afirma a Bamin, irá comprar o produto com destino ao mercado internacional preservando o selo de qualidade da empresa baiana.
A Bamin afirma que extrai e produz um “minério diferenciado”, com teor metálico acima de 65%, o que o classifica na categoria premium. No mercado internacional, o minério de 62%, referência em negociações de traders na China, foi cotado ontem a US$ 121,40 a tonelada.
A mineradora informa ainda que o contrato assinado se deu na forma de “offtake” (modalidade de aquisição de parte da produção), sendo está a sua primeira negociação no formato.
O grupo Anglo American tem no país o sistema de produção Minas-Rio, que envolve uma mina em Conceição do Mato Dentro (MG), um mineroduto até o Porto do Açú, litoral do Rio de Janeiro, onde opera um terminal de exportação. Atualmente, a produção da empresa está na faixa de 24 milhões de toneladas por ano.
A mina Pedra de Ferro opera na capacidade de 1 milhão de toneladas de minério por ano devido à Bamin não dispôr de uma logística integrada de escoamento — sistema mina-ferrovia-porto. A empresa tem um projeto de chegar a 26 milhões de toneladas quando concluir seu projeto, em 2026.
A Bamin desenvolve o corredor logístico — trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL I, com 537 km de extensão, até Caetité — até o Porto Sul, em Ilhéus (BA). Ambos os projetos estão em fase de execução.
Criada em 2005, a mineradora é controlada pelo Eurasian Resources Group (ERG), do Cazaquistão. O projeto integrado mina-ferrovia-porto da companhia tem investimentos orçados em R$ 20 bilhões.
Portos e Mercados - SP 23/03/2023
Os veículos da classe zero emissões e que vão atuar nas minas de minério de ferro, níquel e cobre, custam em média US$ 135 mil, ou R$ 675 mil, e foram trazidos em um único navio chinês
A mineradora Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, é o destino de mais de uma centena de veículos pesados movidos a bateria, que foram descarregados recentemente no Porto de São Francisco do Sul. São caminhões, escavadeiras e empilhadeiras elétricas, cujo custo total chega a US$ 20 milhões, equivalente a R$ 100 milhões. Os 143 veículos são da marca chinesa XCMG, referência mundial entre os fabricantes de maquinário de grande porte.
A moderna tecnologia permite que os equipamentos, que possuem baterias de lítio, possam operar o dia inteiro, sem necessidade de parar para recarregar. Essas baterias medem 2 metros de altura e 2,4 metros de largura e ficam atrás da cabine do veículo.
Fonte: Assessoria
CNN Brasil - SP 23/03/2023
A interrupção na produção de automóveis deve encarecer os preços tanto de carros novos, quanto de usados.
Esta é a avaliação do professor de Finanças Corporativas do Ibmec-SP Paulo Azevedo.
Desde a última segunda-feira (20), montadoras como General Motors, Hyundai e Stellantis promoveram férias coletivas para os funcionários.
“Tem fatores de produção faltando, como chips, e a tendência de dificuldade produtiva aliada a custos fixos das montadoras como pagamento de funcionários continua”, disse, à CNN Rádio.
O professor ainda não acredita que o encarecimento do crédito afeta o choque de oferta.
“Este tipo de choque aconteceria se houvesse muitos carros no pátio e dificuldade de comprar, mas agora há efeito contrário, há menos oferta.”
Isso faz com que “a tendência de subida no preço de carros novos aumenta também o custo para preço dos usados.”
A dica de Paulo Azevedo no momento para comprar um automóvel neste momento é procurar um usado de até 2 anos, como a primeira alternativa para um veículo novo, que está com o preço inflacionado.
“Importante também fazer pesquisa de preço”, completou.
O professor ainda disse que não é possível prever quando a situação dos componentes será resolvida, já que ela depende de diversos fatores, como a inflação global.
Valor - SP 23/03/2023
O novo veículo elétrico da Volvo com lançamento previsto para este ano será fabricado na China e exportado para a Europa e o Japão, disse o executivo-chefe (CEO) da montadora sueca, Jim Rowan, em entrevista ao “Nikkei Asia”.
Jim Rowan, CEO da Volvo Cars — Foto: Divulgação: Volvo Cars
O novo veículo elétrico estratégico terá como alvo um "segmento totalmente novo", disse o CEO da Volvo Cars. "Será um novo grupo demográfico, um cliente mais jovem e muito mais para vendas on-line."
Será um veículo utilitário esportivo (SUV) subcompacto, menor do que os outros modelos da empresa, ou aproximadamente do mesmo tamanho do Toyota Corolla Cross.
Rowan não disse o preço do SUV, apenas que será mais barato que o crossover XC40 EV. A Volvo reduzirá os custos adotando uma plataforma compartilhada do Zhejiang Geely Holding Group, controladora chinesa da montadora, e montando o veículo nas instalações chinesas.
Em 2021, a Volvo anunciou que toda sua nova linha de veículos será elétrica no ano de 2030. A Volvo espera vender 600 mil veículos elétricos por ano até meados desta década - 9 vezes o total do ano passado - com novos modelos representando grande parte desse número. A empresa lançará seis novos modelos elétricos até meados da década, incluindo o SUV EX90, revelado em novembro passado.
"Quando chegarmos a 2025-2026, começaremos a ver o ponto de inflexão em que muitos, muitos mais carros serão vendidos como veículos elétricos do que carros de combustão interna", disse Rowan.
As tensões entre os Estados Unidos e a China levantaram o espectro da dissociação das cadeias de abastecimento internacionais. Mas quando se trata do novo SUV que será fabricado na China, a Volvo “pode exportar esse carro para os Estados Unidos”, disse Rowan.
O chefe da Volvo enfatizou que ter uma cadeia de suprimentos global traz benefícios de custo, embora ele busque modernizar a infraestrutura.
“Uma das coisas em que eu realmente investiria o dinheiro agora é mais digitalização na cadeia de suprimentos, para que possamos obter previsibilidade”, disse Rowan.
Valor - SP 23/03/2023
Fabricantes apostam em crescimento a partir da ampliação de exportações
Com fábricas paralisadas e funcionários em férias coletivas pela baixa demanda, representantes do setor automotivo se reuniram na quarta-feira (22) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Apesar do cenário adverso, que envolve alta nos custos de produção e crédito mais caro, os fabricantes relataram que a crise da escassez de semicondutores ficou para trás e apostam em crescimento a partir da ampliação de exportações.
Presidente da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio Lima Leite admitiu que “gostaria” de uma redução na taxa básica de juros, mas pontuou que a discussão do tema não cabe ao setor. Na reunião, o objetivo foi apresentar um diagnóstico das fabricantes, bem como medidas que podem contribuir para redução do custo de produção e facilitar exportações.
“O Brasil passou de uma crise de produção, pela falta de semicondutores, para um ano que começa com sinais de demanda (fraca)”, observou. “Neste momento, estamos trabalhando muito com foco de exportações, de haver sinergia e convergência regulatória com os demais países.” A elevação nos juros, admitiu o dirigente, impacta o mercado interno e tem levado a um envelhecimento da frota.
“Há dois anos e meio, o mercado tinha 70% das vendas a prazo e 30% à vista. Agora, este mês, temos 70% à vista e 30% a prazo. Isso significa que este consumidor desapareceu e está indo para um mercado de usados”, explicou.
Apesar da paralisação de parte das montadoras, o presidente da Anfavea não acredita na necessidade de demissões em massa no curto prazo.
O Estado de S.Paulo - SP 23/03/2023
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, afirmou nesta quarta-feira, 22, que a crise de produção no setor brasileiro deixou de ser pela falta de semicondutores para sinalização de demanda mais fraca. Ele se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília.
De acordo com ele, o mercado de veículos automotores inverteu a lógica de funcionamento. “O mercado há dois anos e meio vendia 70% das suas vendas a prazo e 30% de vendas à vista. Agora, esse mês, estamos vendendo 70% de vendas à vista e 30% de vendas a prazo. Significa que esse consumidor desapareceu e está indo para mercado de usados e usados com mais de dez anos de uso”, disse após o encontro.
“Temos que ter atenção especial para voltar com esse mercado em patamares mais elevados, inclusive com renovação natural da frota, que é uma frota antiga. O Brasil passou de um mercado que havia uma crise de produção pela falta de semicondutores, e hoje a gente começa o ano com sinais de demanda (fraca)”, continuou.
Apesar da crise enfrentada pelas montadoras, que interromperam produção e anunciaram férias coletivas, Leite descarta a possibilidade de ocorrer demissões em massa no setor no curto prazo. “Não acredito (em demissões em massa). Temos uma grande oportunidade de crescimento e isso foi apresentado, inclusive com exportações e mercado local”, avaliou. “Lembrando que o que limitava nosso crescimento eram os semicondutores e hoje a realidade é uma realidade de que a crise de semicondutores está ficando para trás, então temos um potencial de crescimento muito grande e a gente acredita muito nisso”, emendou.
No encontro com o ministro, classificado por Leite como “positivo”, foram apresentados dados sobre a realidade do setor e os investimentos que o segmento busca fazer no período de transição tecnológica e retomada do mercado. Na avaliação do presidente da Anfavea, o ano começou desfavorável às empresas.
“O mercado começou o ano dando sinais não tão positivos quanto gostaríamos e apresentamos ao ministro o diagnóstico, passando tanto pelo mercado, por reindustrialização, e perspectivas futuras”, afirmou. Ele negou que tenham sido discutidas medidas de curto prazo que pudessem ter impacto no mercado de imediato.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, após dois anos de paradas forçadas por escassez de semicondutores, as montadoras voltaram a interromper a produção, mas, desta vez, também por falta de consumidores. Na última segunda-feira, 20, três grandes grupos, General Motors, Hyundai e Stellantis (dona de Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) suspenderam linhas de produção e decidiram dar férias coletivas.
Na terça-feira, 21, em entrevista à TV 247, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deseja que o País produza mais e importe menos veículos. “Como é que estamos passando o que estamos passando na indústria automobilística?”, questionou o presidente. “Temos que deixar de importar tantos carros e fabricar no Brasil. “Se temos 30 indústrias automobilísticas no Brasil, nós temos que produzir carro aqui”, afirmou.
Valor - SP 23/03/2023
Setor avalia que a crise da escassez de semicondutores ficou para trás, mas pontua que a elevação nos juros impacta o mercado interno e tem levado a um envelhecimento da frota
Com fábricas paralisadas e funcionários em férias coletivas pela baixa demanda, representantes do setor automotivo se reuniram nesta quarta-feira (22) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Apesar do cenário adverso, que envolve alta nos custos de produção e crédito mais caro, os fabricantes relataram que a crise da escassez de semicondutores ficou para trás e apostam em crescimento a partir da ampliação de exportações.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, admitiu que "gostaria" de uma redução na taxa básica de juros, mas pontuou que a discussão do tema não cabe ao setor. Na reunião, o objetivo foi apresentar um diagnóstico das fabricantes, bem como medidas que podem contribuir para redução do custo de produção e facilitar exportações.
"O Brasil passou de uma crise de produção, pela falta de semicondutores, para um ano que começa com sinais de demanda", observou. "Neste momento, estamos trabalhando muito com foco de exportações, de haver sinergia e convergência regulatória com os demais países".
A elevação nos juros, admitiu o dirigente, impacta o mercado interno e tem levado a um envelhecimento da frota.
"Há dois anos e meio, o mercado tinha 70% das vendas a prazo e 30% à vista. Agora, este mês, temos 70% à vista e 30% a prazo. Isso significa que este consumidor desapareceu e está indo para um mercado de usados", explicou.
Apesar da paralisação de parte das montadoras, o presidente da Anfavea não acredita na necessidade de demissões em massa no curto prazo.
"Temos oportunidade muito grande de crescimento com exportações e mercado local. O que limitava o nosso crescimento era os semicondutores, a crise está ficando para trás", acrescentou.
Na audiência, Leite e outros executivos do setor levaram considerações sobre a reforma tributária e garantiram apoio às mudanças na legislação.
Marcio Lima Leite, presidente da Anfavea — Foto: Silvia Zamboni/Valor
Money Times - SP 23/03/2023
Com o primeiro trimestre de 2023 praticamente no fim, construtoras e incorporadoras que atuam no segmento de baixa renda deixaram claro porque são a bola da vez no mercado imobiliário. Esse entendimento ficou evidente na divulgação de seus resultados.
Muito dependente de estímulos governamentais e menos afetado pela taxa Selic, o segmento vive um momento de bom ritmo de vendas.
Contudo, ao que parece, o desempenho tende a melhorar ainda mais quando o governo federal divulgar algumas definições do Minha Casa, Minha Vida. A expectativa é pelo valores máximos dos imóveis de cada faixa do programa habitacional.
Construtoras de baixa renda e programas do governo
Desde o quarto trimestre de 2022, as incorporadoras com foco na baixa renda têm se beneficiado das mudanças anunciadas em meados do ano passado, quando o programa ainda se chamava Casa Verde e Amarela.
A MRV (MRVE3), a Tenda (TEND3) e a Cury (CURY3) vêm elevando os preços dos imóveis e devem continuara na buscar por mais rentabilidade em seus projetos. Outra empresa que reajustou os valores das unidades foi a Plano&Plano (PLPL3).
Com isso, no quarto trimestre, o preço médio das unidades incorporadas pela MRV no Brasil era de R$ 208 mil. Ou seja, 22,7% maior do que o de um ano antes.
Ainda assim, a companhia mineira tem aumentado as vendas. Com os custos de materiais estáveis e os valores dos imóveis em alta, a MRV avalia que suas margens continuarão a melhorar.
Os reajustes de preços também contribuíram para que a Tenda elevasse suas margens. De outubro a dezembro, o valor médio de vendas chegou a R$ 190 mil, 37% acima do mesmo período de 2021.
Os preços ainda estão crescentes. Porém, em ritmo menor. Nos três últimos meses do ano, a companhia lançou R$ 754 milhões. Trata-se do dobro do que havia apresentado no terceiro trimestre.
Tanto MRV quanto Tenda foram muito impactadas pelos incrementos de custos de materiais em 2020 e 2021. À época, não houve o correspondente aumento de preços dos imóveis.
Essas safras ainda compõem a receita das companhias, impactando a margem consolidada. Entretanto, tendem a perder participação ao longo deste ano à medida que as obras dos projetos mais rentáveis avançarem.
Cenário para Cury, Direcional e Plano&Plano
Já a Cury registrou em 2022 seu melhor ano em lançamentos, vendas, geração de caixa e lucro líquido. No quarto trimestre, o preço médio das unidades lançadas estava em R$ 259 mil.
O valor é 7,6% superior ao de um ano antes. Atualmente, está em R$ 282 mil, segundo o presidente da companhia, Fábio Cury. Além disso, a incorporadora manteve suas margens no quarto trimestre e no acumulado de 2022.
Para este ano, a Cury não tem meta de lançamentos, mas buscará apresentar ao mercado R$ 3,8 bilhões, superando os R$ 3,3 bilhões do ano passado. No entanto, a prioridade serão unidades na faixa 3 do programa e imóveis com preços logo acima do teto do Minha Casa, Minha Vida.
Contudo, há expectativa de estabilidade dos custos, já que a incorporadora tem lidado com aumento dos preços de cimento. Ainda assim, há quedas nos preços de aço e de instalações elétricas e hidráulicas.
Todavia, a Plano&Plano vendeu suas unidades ao preço médio de R$ 200,8 mil no quarto trimestre, com alta de 6,7%, na comparação anual. Mais que isso, elevou a margem bruta ajustada em 2,7 pontos percentuais (p.p.).
Já a Direcional Engenharia (DIRR3) perdeu pouco mais de um ponto percentual de margem bruta ajustada em 2022. Porém, manteve o indicador em patamar considerado elevado.
Por outro lado, a companhia tem buscado preços que considera adequados para os imóveis. Com isso, vai priorizar velocidade de vendas e eficiência na execução dos projetos lançados em relação à rentabilidade e crescimento.
Assim como a Cury, a Direcional registrou recordes de lançamentos e de vendas líquidas em 2022. Destinada à baixa renda, a marca que leva o nome da incorporadora tem ganhado participação nos negócios em relação à Riva – voltada para a média renda.
Assim, parte das vendas postergadas por causa das eleições e da Copa do Mundo podem estar ocorrendo neste início de ano, o que explicaria a Direcional estar vivendo seu melhor primeiro trimestre.
Pode Entrar
Na capital paulista, as companhias atuantes na baixa renda terão, neste ano, um estímulo adicional: o programa Pode Entrar.
Com isso, MRV, Tenda e Direcional, entre outras empresas do setor, aguardam o resultado do leilão de compra de 40 mil moradias destinadas a famílias de baixa renda realizado pela prefeitura de São Paulo.
O “Pode Entrar” prevê que cada incorporadora selecionada receberá, por meio de uma conta, antecipação dos recursos para a construção dos imóveis, com liberação do dinheiro à medida que houver avanço das obras.
Todavia, esse programa ainda não foi testado. Mas o setor avalia que seus riscos são menores do que os da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, destinada às famílias de menor renda.
E as construtoras de média renda?
Entretanto, no segmento de média renda, o tom continua a ser de cautela. Afinal, lançamentos e vendas direcionados para essa faixa são mais pautados por fatores macroeconômicos, como inflação e juros.
Sendo assim, bancos privados elevaram, recentemente, as taxas cobradas do crédito imobiliário e a Caixa está prestes a anunciar ajustes.
No último dia 10, o IBGE divulgou que o índice oficial de inflação do país (IPCA) teve aumento de 0,84%, em fevereiro, e alta acumulada de 5,6% no acumulado de 12 meses.
Esses dados contribuíram para o acirramento da preocupação do mercado com a continuidade dos juros no atual patamar por mais tempo.
Antes da divulgação do IPCA, parte dos analistas estava apostando em um início mais rápido dos cortes da Selic em função do risco de desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ainda maior do que a prevista. A projeção é que a economia brasileira cresça 0,5%, em 2023, após a expansão de 2,9% no ano passado.
Nesta quarta-feira (22), o Comitê de Política Monetária (Copom) realiza sua segunda reunião do ano para definir os rumos da Selic e o mais provável é que os juros sejam mantidos em 13,75%.
Diante da volatilidade das expectativas para o médio prazo, o monitoramento da velocidade de vendas de lançamentos e estoques de unidades destinadas às classes média e alta se mostra ainda mais fundamental para a definição se é hora de apresentar outros produtos.
O Petróleo - SP 23/03/2023
A geração de empregos será um dos principais legados durante a execução das obras.
No maior terminal de grãos da América Latina em Rondonópolis (MT), a Rumo opera um sistema ferroviário robusto que transporta mais de 80 mil toneladas de soja diariamente. Com a safra de soja atingindo novos recordes, a Rumo planeja expandir os volumes transportados. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a previsão é que Mato Grosso colha 44,3 milhões de toneladas de soja na atual temporada, representando 30% da produção nacional, com uma produtividade média recorde de 61,59 sacas por hectare.
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O terminal da Rumo em Rondonópolis possui 15 moegas rodoviárias e três tulhas ferroviárias, permitindo o carregamento de três trens simultaneamente. Com equipamentos de última geração, o complexo recebe em média 1.800 caminhões por dia. Trens de 120 vagões partem do local diariamente, transportando em média 11.500 toneladas úteis, equivalente a 261 caminhões.
“É um modelo operacional consolidado e extremamente eficiente. O desenvolvimento que acompanhamos em Rondonópolis, chegará no futuro há outras regiões conforme avançarmos com as obras da nova ferrovia de Mato Grosso”, destaca o diretor Comercial da Rumo, Altamir Perottoni.
De acordo com o estudo “Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32” da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), “a produção de grãos no Brasil deve aumentar 36,8% nos próximos dez anos, chegando a 370,5 milhões de toneladas na safra 2031/2032.”
Para Altamir, a construção da nova ferrovia é essencial para que o setor logístico acompanhe esse avanço. “Chegar até Lucas do Rio Verde representará mais eficiência e menos custos para o produtor. É uma obra robusta e um projeto transformacional para o Estado de Mato Grosso”, afirma.
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Cronograma das obras da Rumo e geração de empregos
A Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso, com custo estimado entre R$ 14 e R$ 15 bilhões, tem o objetivo de conectar a região de Cuiabá com as cidades do Norte e do Sul do Estado, além de se integrar à malha ferroviária nacional. O projeto tem mais de 700 quilômetros de extensão e atravessará 16 municípios, incluindo Campo Verde e Nova Mutum.
No primeiro semestre de 2023, a empresa iniciará a construção da terraplanagem e drenagem dos primeiros 211 quilômetros planejados até Campo Verde, com investimento entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões. A expectativa é que as operações ferroviárias iniciem em 2026, com capacidade instalada entre 32 milhões e 35 milhões de toneladas por ano.
De acordo com dados do Observatório da Indústria da Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso), a geração de empregos será um dos principais legados durante a execução das obras. Mais de 200 mil empregos são previstos no Estado, incluindo 114 mil empregos diretos, 44 mil indiretos e 44 mil induzidos (gerados pela melhoria da renda das famílias de Mato Grosso).
O presidente da Fiemt, Silvio Rangel, avaliou que “essa é uma obra estruturante e de grande impacto para o nosso estado e que tem ligação direta ou transversal com a indústria. A ferrovia trará mais competitividade para as nossas atividades econômicas e vai gerar diversas oportunidades para a nossa população”. A Rumo também destacou a capacidade operacional da ferrovia e a geração de empregos nos próximos anos.
Portal Fator Brasil - RJ 23/03/2023
Assim como o Porto de Porto Alegre.
O primeiro bimestre de 2023 encerra nos portos de Rio Grande e Pelotas com crescimento nas movimentações em relação ao mesmo período de 2021, ano que os portos gaúchos registraram a melhor marca de suas histórias. Os dados reforçam as expectativas de um 2023 de sucesso nas atividades portuárias gaúchas.
Levando em consideração este recorte temporal, o Porto do Rio Grande variou positivamente em 22,95%. Em 2021 foram movimentadas 4.591.852 toneladas, enquanto em 2023 foram 5.645.673 toneladas. Na comparação com o ano passado, quando a estiagem castigou o produtor na lavoura, a queda foi de 10,01%.
Quando separado por segmento de carga, os dados estatísticos mostram a liderança dos granéis sólidos que alcançaram 3.281.356 toneladas. Em segundo lugar aparecem os granéis gerais que juntos atingiram a marca de 1.740.900 toneladas. Na terceira posição estão os granéis líquidos que movimentaram 623.417 toneladas.
Entre os produtos movimentados pelo Porto do Rio Grande estão o fosfato (161,08%), o petróleo cru (102,57%), o arroz (50,58%) e a celulose (0,49%). Quanto ao número de contêineres que passaram pelo complexo portuário nesse período, foram 52.419 unidades movimentadas cheias e outras 39.382 vazias.
Os principais destinos das exportações nesse período foram a Polônia, a China, Camarões, Arábia Saudita, Estados Unidos, Portugal, Coreia do Sul e Espanha, que juntas somam 1.756.593 toneladas. Já as importações são da Argentina, Marrocos, China, Peru, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Bélgica, que somam 654.545 toneladas.
Porto de Pelotas apresenta crescimento de 6,16% — Os meses de janeiro e fevereiro também foram de aumento nas movimentações do Porto de Pelotas. Nesse período, o cais público pelotense movimentou 195.042 toneladas, número que é 6,16% maior do que o registrado no mesmo período de 2021, quando as atividades logísticas alcançaram 183.716 toneladas.
Semanalmente, passam pelo Porto de Pelotas uma média de 15 embarcações, as quais possuem como principais cargas transportadas as toras de madeira, com destino à fábrica da CMPC, em Guaíba, e o clinquer que é o cimento em sua fase bruta de fabricação. No total, foram 184.942 toneladas de toras de madeira e outras 10.100 toneladas de clínquer.
Infomoney - SP 23/03/2023
O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, nesta quarta-feira (22), questionar o governo federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, sobre interesse em dar continuidade ao processo para privatização do Porto de Santos. Com isso, o julgamento do processo foi adiado pelo prazo de 60 dias.
A discussão do processo estava prevista na pauta da sessão desta quarta. No ano passado, o plenário da Corte começou a analisar o projeto do governo Jair Bolsonaro com o voto do ministro Bruno Dantas, hoje presidente do tribunal. Contudo, três ministros – Walton Rodrigues, Benjamin Zymler e Vital do Rêgo – pediram vista e interromperam o julgamento.
Ao retomar o tema hoje, Zymler sugeriu que o TCU questionasse a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a intenção de dar continuidade ao processo. “Para que a gente não faça uma discussão densa, sem que haja uma finalidade pragmática, proponho que o Tribunal realize oitiva do Ministério de Portos e Aeroportos para que o órgão confirme interesse na desestatização. Tal proposta deve-se ao fato de que, após a troca de governo, algumas autoridades terem reportado em entrevistas a perda de interesse do governo federal no projeto”, disse.
A proposta foi defendida pelo ministro Vital do Rêgo e acatada por Bruno Dantas, que afirmou que encaminhará um ofício à pasta. “Como presidente do Tribunal, vou expedir um ofício ao ministro dos Portos e Aeroportos para que se manifeste, no prazo de 15 ou 30 dias, sobre interesse do governo em dar prosseguimento neste processo de desestatização”, disse.
Em paralelo, Dantas solicitará manifestação expressa do ministério sobre dispositivos do seu voto, apresentado em dezembro do ano passado, que tratam da regulação do setor portuário.
O Ministério de Portos e Aeroportos de Lula já sinalizou não ter interesse em dar continuidade ao projeto para o porto em Santos.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a pasta estuda alternativas à política de privatização, como a possibilidade de conceder o serviço de zeladoria do ativo, o que inclui o canal de acesso, ou organizar uma autogestão dessas atividades pelos próprios operadores do porto.
Valor - SP 23/03/2023
O gasoduto Power of Sibéria 2 deve ligar os dois países
Após comunicado conjunto dos presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, não deixar claro se o gasoduto Power of Sibéria 2 - que deve ligar os dois países - sairá do papel, o Kremlin afirmou que Pequim tem a intenção de aumentar as compras de energia russa mesmo sem uma fala assertiva sobre o assunto de autoridades chinesas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou nesta quarta-feira que a China não estaria disposta a aumentar as compras de energia russa mesmo após Xi não abordar o assunto publicamente durante a viagem de três dias que fez a Moscou;
Putin queria que Xi desse o aval para o início da construção do gasoduto Power of Siberia-2 durante a visita, segundo o “Financial Times”. A declaração conjunta dos dois líderes se limitou a dizer que a Rússia e a China “se esforçariam para avançar no estudo e no acordo” dos planos para construir o gasoduto.
Na quarta-feira, Peskov negou que haja falta de vontade por parte da China para avançar com o projeto. Ele disse que as questões sobre aumento do envio de energia para a China foram discutidas e que comentários sobre um possível distanciamento de Pequim sobre o tema eram “desinformação”.
Xi e Putin se encontram — Foto: Sergei Karpukhin, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP
Valor - SP 23/03/2023
Em evento do IBP, Décio Oddone, da Enauta, alertou sobre as dificuldades de explorar novas áreas
“O pré-sal está se esgotando. A exploração do pré-sal vem dando sinais de esgotamento”, alertou Décio Oddone, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e atual presidente da Enauta, em evento realizado na quarta-feira (22), em Brasília. A provocação foi feita a executivos do setor para chamar a atenção para as dificuldades de obter o licenciamento ambiental para áreas que prometem ser as novas fronteiras de exploração de petróleo no Brasil, como a Margem Equatorial e as bacias do Foz do Amazonas e Pelotas.
“Estamos esgotando nossa última fronteira de projetos que estão em carteira para os próximos anos. Após o pré-sal, qual é o futuro da exploração de petróleo no Brasil? Não temos, [pelo menos] não está claro”, disse Oddone, no “Futuro e oportunidades do setor de Óleo e Gás no Brasil”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). Segundo ele, há uma década o setor não consegue licença ambiental para novas áreas.
Oddone afirmou que, enquanto esteve à frente da ANP, alertou o setor sobre o que seria “o fim da era dos leilões bilionários". O aviso foi dado na abertura da 6ª Rodada de leilão promovida pela agência, que ainda reunia grandes reservas do polígono do pré-sal. “Entre os últimos poços perfurados vários não foram bem-sucedidos. Foi uma surpresa negativa, mas é uma realidade”, disse, sobre as atividades de exploração na região.
O executivo defende que, se o Brasil não abrir novas fronteiras de exploração, isso precisa partir de uma “decisão consciente”, após passar por um “debate profundo”, e não suspendendo simplesmente a emissão de licenças ambientais. Para ele, a discussão passa pelo desafio de como o país continuará financiando políticas sociais e gerando renda sem os ganhos advindos do setor, considerando a receita da União, Estados e municípios com royalties e impostos.
Segundo Oddone, o Brasil é desafiado a manter o atual ritmo dos investimentos no setor que projeta alcançar a produção diária de 5 milhões de barris até o fim desta década. Grande parte desse volume será extraído das reservas do pré-sal, que levará o país a assumir o posto de quinto maior exportador de petróleo do mundo.
Durante o evento, Mauricio Tolmasquim, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e, agora, cotado para assumir uma cadeira executiva na Petrobras, buscou tranquilizar o mercado ao garantir que a estatal continuará apostando no pré-sal como principal atividade nos próximos anos. A preocupação surge diante das manifestações do governo e do novo comando da companhia em defesa da retomada de investimentos em refinarias e da suspensão do processo de venda de ativos de atividades secundárias.
“Queria tranquilizar que o foco continuará sendo o pré-sal. É lá que a gente acredita que continua sendo, por alguns anos ainda, a geração de caixa a principal da companhia”, disse.
Para reforçar o argumento de priorizar o pré-sal, Tolmasquim disse que as reservas continuam sendo consideradas “bilhete premiado”, dado ao baixo risco exploratório e ao alto nível de produtividade, além de beneficiar o país com desenvolvimento econômico e social. Ele, porém, defendeu que existe a necessidade de diversificar os investimentos devido à queda da demanda por petróleo no mundo. Isso tem feito as petroleiras investirem em “tecnologias disruptivas”, de baixo custo ambiental.
Outra estratégia para Petrobras, defendida por Tolmasquim, foi “verticalizar” atividades de alto valor agregado, como petroquímica. Além disso, em sintonia com o discurso do governo, ele falou da necessidade de estimular o desenvolvimento do mercado de gás natural, como forma de tornar o produto “mais acessível para indústria” e, “dentro do possível, tentar reduzir a importação do GNL”.
O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, voltou a criticar o imposto de exportação de petróleo bruto, com a alíquota de 9,2%. Para ele, além de inibir investimentos, a decisão do governo retira competitividade da produção do pré-sal no mercado internacional. A MP foi editada no fim de fevereiro para reonerar os combustíveis e estabelecer uma fonte temporária de arrecadação para melhorar o horizonte fiscal do governo com aumento da arrecadação neste ano.
Valor - SP 23/03/2023
Para reforçar o argumento de priorizar a produção no pré-sal, Tolmasquim disse que as reservas continuam sendo consideradas um “bilhete premiado”
Mauricio Tolmasquim, aliado de primeira ordem do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, buscou nesta quarta-feira tranquilizar o mercado ao garantir que a estatal continuará apostando no pré-sal como principal atividade estratégica nos próximos anos. A preocupação surge diante das manifestações do governo e do novo comando da companhia em defesa da retomada de investimentos em refinarias e da suspensão do processo de venda de ativos de atividades secundárias.
“Queria tranquilizar que o foco continuará sendo o pré-sal. É lá que a gente acredita que continua sendo, por alguns anos ainda, a geração de caixa a principal da companhia”, disse Tolmasquim no evento “Futuro e oportunidades do setor de Óleo e Gás no Brasil”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
Com larga experiência na área energética dos governos do PT e, agora, assessor da presidência da Petrobras, Tolmasquim é cotado para assumir uma cadeira de executivo da petroleira brasileira. Ele, que é ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, pode assumir o comando de uma nova diretoria, de transição energética e descarbonização.
Para reforçar o argumento de priorizar a produção no pré-sal, Tolmasquim disse que as reservas continuam sendo consideradas um “bilhete premiado”, dado o baixo risco exploratório e o alto nível de produtividade, além de beneficiar o país com desenvolvimento econômico e social.
Tolmasquim defendeu, porém, que existe a necessidade de diversificar as áreas de investimento devido à queda da demanda por petróleo no mundo. Isso, segundo ele, tem feito as empresas do setor investirem em “tecnologias disruptivas”, de baixo custo ambiental.
De acordo com o representante da Petrobras, as empresas americanas investem metade do que as europeias em fontes de energia “limpa” e as companhias brasileiras aportam menos recursos ainda nessa área do que as americanas.
No evento, Tolmasquim afirmou que a Petrobras não precisa voltar a construir grandes plantas de refino no país, devido ao longo prazo de amortização dos investimentos. Para ele, mais interessante do que isso é concluir o parque de refino existente.
Outra estratégia para Petrobras, defendida por Tolmasquim, foi “verticalizar” atividades de alto valor agregado, como petroquímica. Além disso, em sintonia com o discurso do governo, ele falou da necessidade de estimular o desenvolvimento do mercado de gás natural, como forma de tornar o produto “mais acessível para indústria” e, “dentro do possível, tentar reduzir a importação do GNL”, o gás natural liquefeito.
Mauricio Tolmasquim — Foto: Luis Ushirobira/Valor
Valor - SP 23/03/2023
“Nosso petróleo tem baixo teor de enxofre e é muito valorizado em função da descarbonização. Essa vantagem acaba sendo diminuída ou quase anulada pelo imposto”, disse Roberto Ardenghy
O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, disse nesta quarta-feira (22) que o imposto de exportação de petróleo bruto, com a alíquota de 9,2% fixada por quatro meses, retira competitividade da produção do pré-sal no mercado internacional. A cobrança foi criada pela Medida Provisória (MP) 1.163/23, editada no fim de fevereiro, para estabelecer uma fonte temporária de arrecadação para melhorar o horizonte fiscal do governo.
“Nosso petróleo tem uma característica muito boa que é o baixo teor de enxofre. O petróleo do pré-sal principalmente é ‘low-sulfur’. É muito valorizado em função da descarbonização. Essa vantagem acaba sendo diminuída ou quase anulada pelo imposto”, disse Ardenghy no evento “Futuro e oportunidades do setor de Óleo e Gás no Brasil”, promovido pelo instituto.
Em resposta à taxação das exportações do óleo cru, o IBP entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 736, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a decisão. Os partidos políticos Novo e PL também acionaram a Corte para barrar a nova cobrança.
O IBP projeta o “prejuízo” do imposto de exportação para o setor. “No total, a gente calculou US$ 1,2 bilhão nesses quatro meses. Se você pegar as exportações e colocar 9,2% [da alíquota], vai dar esse valor imediato”, estimou. Para ele, o maior problema é o efeito de paralisia nos investimentos.
“O problema é nos investimentos, nos projetos que estavam sendo aprovados pelas empresas. Muitas empresas vão colocar um freio e isso afeta muito Estados e municípios”, afirmou o presidente do IBP. A jornalistas, ele informou que o Estado do Rio de Janeiro formalizou, esta semana, pedido ao relator do caso no Supremo, ministro Gilmar Mendes, para entrar como parte interessada no processo.
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