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22 de Dezembro de 2022

INDA

Portal Fator Brasil - RJ   22/12/2022

Desempenho da Distribuição de Aços Planos dos associados do Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço(Inda) no mês de novembro divulgou no dia 20 de dezembro (terça-feira), as compras do mês de novembro registraram queda de 10,3% perante a outubro, com volume total de 284 mil toneladas contra 316,5 mil. Frente a novembro do ano passado (283,2 mil ton.), apresentou alta de 0,3%.

Vendas — As vendas de aços planos em novembro contabilizaram queda de 6,3% quando comparada a outubro, atingindo o montante de 290,6 mil toneladas contra 310 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 282,2 mil toneladas, registrou alta de 3%.

Estoques — Em número absoluto, o estoque de novembro obteve queda de 0,8% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 831,3 mil toneladas contra 837,9 mil. O giro de estoque fechou em 2,9 meses.

Importações ( Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro- Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume) — As importações encerraram o mês de novembro com queda de 12% em relação ao mês anterior, com volume total de 156,7 mil toneladas contra 177,9 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (241,5 mil toneladas), as importações registraram queda de 35,1%.

Projeções — Para dezembro de 2022, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma queda de 20% em relação ao mês de novembro.

SIDERURGIA

Diário do Vale - RJ   22/12/2022

Investimento faz parte de estratégia apresentada pela empresa em evento para investidores

Benjamin Steinbruch fala durante apresentação no CSN Day. (Foto: Reprodução)

Volta Redonda – “Investir no exterior, onde há mais estabilidade e previsibilidade, traz mais segurança para o investidor”. O presidente e CEO da CSN, Benjamin Steinbruch, disse essa frase durante o CSN Day. A empresa pretende construir uma usina de aços longos construída a partir do zero nos Estados Unidos.

A unidade deve iniciar a operação de até 2026. O plano prevê uma capacidade de produção de 350 mil toneladas anuais e a geração de Ebitda em torno de 50 milhões de dólares (cerca de R$ 265 milhões) por ano. Os investimentos da siderúrgica para os próximos três anos estão estimados em R$ 2,4 bilhões.

A medida está listada como “Oportunidade em estudo” e reflete a disposição de internacionalização dos ativos da CSN, explicada pelo, como resultado da maior estabilidade e previsibilidade do mercado nos Estados Unidos e Europa.

Steinbruch mencionou durante uma de suas falas no CSN Day, um exemplo do ocorrido com a SWT, siderúrgica da Companhia na Alemanha. A direção do grupo teria sido pressionada a vender a unidade por US$ 480 milhões, mas manteve o ativo, que agora apresentou lucro de US$ 220 milhões em um ano. 

Investimentos no Brasil

Além dos investimentos no exterior, a CSN estuda ampliar sua capacidade de produção de folhas metálicas em 130 mil toneladas por ano, e a de aço pré-pintado em 112 mil toneladas por ano. 

Perspectivas de mercado para 2023

A CSN prevê que o mercado internacional deve estabilizar os preços em patamares mais elevados que os do período pré-pandemia. Nos Estados Unidos, a CSN espera ajustes na política monetária para controle da inflação, e demanda por aço sustentando preços nos patamares atuais. Para a China, a CSN prevê recuperação da economia com flexibilização das medidas de combate à Covid-19 e alta dos preços por aumento de demanda e pressão das siderúrgicas locais, que estão com margens negativas.

Valor - SP   22/12/2022

A companhia ofereceu 9.300 ienes por ação em uma oferta para fechar o capital da trading, que deve ser lançada no final de fevereiro

A Nippon Steel Corp. ofereceu pagar até 136,6 bilhões de ienes (US$ 1 bilhão) para fechar o capital da Nippon Steel Trading.

A Nippon Steel, que atualmente possui 34,5% da Nippon Steel Trading, eventualmente possuiria 80% da empresa, com a Mitsui & Co. detendo os 20% restantes, se o negócio for bem-sucedido e a empresa for fechada, de acordo com um comunicado na quarta-feira.

A Nippon Steel ofereceu 9.300 ienes por ação em uma oferta para fechar o capital da trading, que deve ser lançada no final de fevereiro. A oferta representa um prêmio de 88% sobre o preço de fechamento de quarta-feira de 4.960 ienes, de acordo com cálculos da Bloomberg.

Construção Latino-americana - SP   22/12/2022

Segundo o relatório trimestral do Instituto Aço Chileno (ICHA), o consumo aparente de aço no Chile experimentaria uma das quedas mais importantes dos últimos 27 anos. “Nos três primeiros trimestres de 2022, foi registrado um consumo aparente de 1.825.000 toneladas, o que é quase equivalente ao volume do ano de 2020 no mesmo período (1.829.000 toneladas), mas com um contexto econômico e político muito diferente”, afirmou Juan Carlos Gutiérrez, diretor executivo da organização. A queda no consumo aparente no período de janeiro a setembro de 2022 foi de 23,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No período analisado, o consumo aparente de longos atingiu o volume de 861 mil toneladas. Este é o menor valor observado no quinquênio 2018-2022, e reflete uma queda de 24% em relação a 2021.

A maior queda foi sofrida pelo consumo aparente de aços planos, especificamente chapas grossas, que chegou a 160 mil toneladas, uma queda de 65,9% ou 308 mil toneladas em relação ao mesmo período de 2021. “Trata-se de um produto relevante, pois é utilizado principalmente em investimento industrial, mineração e obras civis “, disse o ICHA.

Para este ano, Gutiérrez destacou que se projeta terminar com um consumo aparente de aço dentro da faixa esperada, ou seja, com uma contração de 26,3%, chegando a 2.421.000 toneladas. “Isso pode posicioná-lo como a segunda maior contração dos últimos 27 anos, causada pela atual recessão econômica que o país enfrenta, atrás apenas da recessão de 2009”, disse o executivo.

Projeções

Para 2023, o ICHA projeta uma leve recuperação no consumo aparente de aço, que pode oscilar em torno de +0,8%, chegando a 2.442 mil toneladas. No entanto, Gutiérrez afirmou que isso será impactado pelos níveis de investimento em construção que ocorrerem ao longo de 2023, além de outros fatores, como a crise econômica global e o desenvolvimento da guerra na Ucrânia.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   22/12/2022

A arrecadação federal é a maior em novembro desde 2013, de acordo com dados da Receita Federal divulgados nesta quarta. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 3,5%. O resultado, R$ 172 bilhões, veio um pouco acima do consenso do mercado , que era do R$ 171,5 bilhões. O acumulado do ano chegou a R$ 2,008 bilhões, subindo 8,8% em termos reais, atingindo o máximo histórico.

O principal fator de crescimento da arrecadação foram as receitas atreladas ao lucro das empresas, que cresceram 15,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior em termos reais devido ao aumento da arrecadação mensal por estimativa e ao pagamento atípico das empresas do setor de commodities da ordem de R$ 2 bilhões.

Por outro lado, o Imposto sobre a Produção Industrial e o PIS/Cofins caíram 29,1% e 3,6%, respectivamente, refletindo os cortes de impostos implementados neste ano, este último especificamente sobre os combustíveis. Para Tiago Sbardelotto, economista da XP, o aumento da arrecadação está muito concentrado em poucas atividades, já que combustíveis, serviços financeiros e extração de petróleo e gás respondem por quase quatro quintos da variação. Assim, uma reversão dessas atividades, principalmente nos preços dos combustíveis, poderia ter um forte efeito negativo nas receitas.

- Mantemos a visão de que a arrecadação continuará crescendo nos próximos meses, mas a moderação dos preços e a desaceleração da atividade econômica, conforme observado nos dados recentes, podem impor uma tendência de queda a partir do início de 2023. Ao todo, esperamos uma arrecadação total de R$ 2,217 bilhões neste ano - afirmam em comunicado.

Agência Brasil - DF   22/12/2022

As contas externas tiveram saldo negativo de apenas US$ 60 milhões em novembro, informou hoje (21) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2021, o déficit havia sido de US$ 8,509 bilhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países.

A diferença na comparação interanual se deve ao saldo da balança comercial, que aumentou US$ 7,5 bilhões, enquanto os déficits em serviços e renda primária (lucros e dividendos) recuaram US$ 212 milhões e US$ 665 milhões, respectivamente.

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destaca que o resultado comercial é o maior da série histórica para os meses de novembro e foi o principal responsável pela melhora nas transações correntes do mês. Segundo ele, isso deve ao aumento das exportações no mês passado, que cresceram 39,3%, enquanto as importações cresceram apenas 3%.

“No mesmo mês de novembro as importações ficaram praticamente paradas enquanto as exportações continuaram a crescer”, disse, explicando que o resultado foi específico em novembro, já que, de janeiro a novembro, exportações e importações cresceram em patamares similares, em média 21%.

Em 12 meses, encerrados em novembro, o déficit em transações correntes é de US$ 52,357 bilhões, 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 60,805 bilhões (3,26% do PIB) em outubro de 2022 e déficit de US$ 47,511 bilhões (2,89% do PIB) no período equivalente encerrado em novembro de 2021.

Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 44,616 bilhões, contra saldo negativo de US$ 38,617 bilhões de janeiro a novembro de 2021.
Balança comercial e serviços

As exportações de bens totalizaram US$ 28,889 bilhões em novembro, aumento de 39,3% em relação a igual mês de 2021. As importações somaram US$ 23,749 bilhões, incremento de 3% na comparação com novembro do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 5,140 bilhões no mês passado, ante saldo negativo de US$ 2,333 bilhões em novembro de 2021.

Em linha com a movimentação de comércio exterior, o déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) somou US$ 2,549 bilhões em novembro, redução de 7,7% ante os US$ 2,761 bilhões em igual mês de 2021.

“Como a conta de serviços também responde ao aumento da demanda por serviços e produtos importados, com o aquecimento da economia, é natural que víssemos um déficit”, disse Rocha. As despesas líquidas com transportes totalizaram US$ 1,485 bilhão, ante US$ 1,655 bilhão em novembro de 2021, queda de 10% que também ajuda a explicar a redução na conta de serviços.

No caso das viagens internacionais, seguindo a tendência dos meses anteriores, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil cresceram na comparação interanual e chegaram a US$ 443 milhões em novembro, contra US$ 320 milhões no mesmo mês de 2021. As despesas de brasileiros no exterior passaram de US$ 618 milhões em novembro do ano passado para em US$ 1,084 bilhão no mesmo mês de 2022.

Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit chegando a US$ 641 milhões, ante déficit de US$ 298 milhões em novembro de 2021, contribuindo para elevar o saldo negativo em serviços. Segundo Rocha, em geral, essa conta é mesmo deficitária e significa que os brasileiros que viajaram ao exterior fizeram gastos superiores ao dos estrangeiros que vieram ao Brasil.

Os valores continuam crescendo na comparação interanual e representam momentos diferentes da pandemia de covid-19. Em novembro de 2022, com uma economia bastante aberta; e novembro de 2021, ainda com restrições impostas pela pandemia. Já olhando os gastos mês a mês, os valores ficaram em torno do déficit de US$ 600 milhões nos últimos meses, apontando estabilidade nos gastos de viagens internacionais.

Segundo Rocha, olhando apenas as despesas de brasileiros no exterior, essa estabilidade é mais bem definida, com gastos em torno de R$ 1,1 bilhão desde março deste ano. “Recuperou os níveis mais baixos durante a pandemia, mas ficou estável”, disse.

De março a novembro de 2019, período semelhante imediatamente pré-pandemia, os gastos médios foram de R$ 1,5 bilhão, 26% maiores que os atuais. “Parece ser a atividade em que o nível de gastos ainda não retomou os patamares pré-pandemia”, completou.
Rendas

Em novembro, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 2,955 bilhões, com redução de 18,4% ante os US$ 3,619 bilhões no mesmo mês de 2021. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, que remetem os lucros para fora do país, do que de brasileiros no exterior.

A redução do déficit, segundo Rocha, se deve à base de comparação em 2021 já bastante elevada. “A atividade econômica das empresas no país, que tem capital estrangeiro, a sua lucratividade parece já ter se reparado em 2021 [após a queda com a pandemia de covid-19]”, explicou.

No caso dos lucros e dividendos associadas aos investimentos direto e em carteira, houve déficit de US$ 2,310 bilhões no mês de novembro deste ano, frente ao observado em novembro de 2021, de US$ 2,904 bilhões, redução de 20,5%. Já as despesas líquidas com juros tiveram queda de 9,4% e passaram de US$ 724 milhões para US$ 656 milhões.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 303 milhões, contra US$ 205 milhões em novembro de 2021.
Investimentos

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 8,338 bilhões no mês passado, ante US$ 5,031 bilhões em novembro de 2021 e estão bem distribuídos, seja por componente, faixa de valores e setores em que esses recursos estão sendo alocados. É o melhor resultados desde novembro de 2019, ou seja, já superam o período pré-pandemia.

No mês passado, houve ingressos líquidos em participação no capital de US$ 4,817 bilhões, como com compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros. Enquanto isso, as operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) tiveram superávit de US$ 3,520 bilhões.

Nos 12 meses encerrados em novembro, o IDP totalizou US$ 77,112 bilhões, correspondendo a 4,09% do PIB, em comparação a US$ 73,805 bilhões (3,96% do PIB) no mês anterior e US$ 52,721 bilhões (3,2% do PIB) em novembro de 2021.

Para Rocha, o déficit em baixa nas transações correntes e os investimentos elevados no país demonstram a solidez das contas externas brasileiras. Segundo ele, os investimentos foram expressivos ao longo do ano, com valores de dois dígitos, mais de R$ 10 bilhões, como em fevereiro e abril.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo. Neste mês, até o dia 16 de dezembro, o Banco Central já contabilizou R$ 3,343 bilhões de investimentos diretos.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingresso líquidos de US$ 3,542 bilhões em novembro de 2022, compostos por US$ 2,359 bilhões em investimentos em ações e fundos de investimento e US$ 1,182 bilhão em títulos de dívida.

O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 331,505 bilhões em novembro, aumento de US$ 5,959 bilhões em comparação ao mês anterior. O resultado decorreu, primordialmente, de contribuições positivas das variações de paridades, US$ 2,832 bilhões, e de preços, US$ 1,627 bilhão. A receita de juros totalizou US$ 573 milhões.

Money Times - SP   22/12/2022

A confiança do consumidor norte-americano se recuperou em dezembro, com a inflação recuando e o mercado de trabalho permanecendo forte, mas os temores de uma recessão no próximo ano persistiram, mostrou uma pesquisa nesta quarta-feira.

O Conference Board disse que seu índice de confiança do consumidor aumentou para leitura de 108,3 este mês, de 101,4 em novembro.

Economistas consultados pela Reuters previam queda para 101,0.

A pesquisa dá mais ênfase ao mercado de trabalho, que segue apertado.

As expectativas de inflação em 12 meses dos consumidores caíram para 6,7%, menor nível desde setembro de 2021, de 7,1% no mês passado.

Última atualização por Vitória Pitanga - 21/12/2022 - 12:45

IstoÉ Dinheiro - SP   22/12/2022

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta quarta-feira, 21, que o aumento do déficit em transações correntes acumulado em 12 meses no País reflete a dinâmica de reabertura da economia e recuperação da atividade. Ele concedeu entrevista coletiva para comentar os resultados do setor externo de novembro, divulgados hoje pela autarquia.

De janeiro a novembro, as transações correntes acumulam déficit de US$ 44,616 bilhões, maior do que os US$ 38,6 bilhões contabilizados no mesmo período de 2021, mas inferior ao nível acumulado em 2019 no período (US$ 62,3 bilhões). “Já temos o maior déficit em transações correntes desde o período pré-pandemia, o que mostra os efeitos da reabertura e da recuperação da atividade”, afirmou.

Apesar do aumento nominal do déficit, Rocha notou que o rombo tem diminuído como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) e atingiu 2,78% em novembro, o menor nível desde abril.

“Temos uma situação nas transações correntes em que o déficit vem aumentando, é um sinal de que a economia tem crescido, e parte desse crescimento da demanda é absorvida pela importação de bens e serviços e pelo envio de renda ao exterior. Mas podemos ver que o PIB cresceu mais e, portanto, o déficit em transações correntes como porcentual do PIB se reduziu no período”, disse.

Receita de empresas

Os lucros de empresas que têm donos brasileiros, mas operam no exterior, atingiu o maior nível da série histórica no acumulado de 2022, disse Fernando Rocha. Esse movimento ajuda a explicar o menor déficit na conta de lucros e dividendos de novembro, de US$ 2,310 bilhões, ante US$ 2,904 bilhões no mesmo mês de 2021.

Na coletiva para comentar os dados do setor externo, Rocha destacou também a interrupção da trajetória de aumento dos déficits em renda primária. Em novembro, a rubrica teve saldo negativo de US$ 2,955 bilhões, menor do que o déficit de US$ 3,619 bilhões contabilizado em igual mês de 2021.

O especialista acrescentou que os Investimentos Diretos no País (IDP) atingiram um nível elevado em novembro, de US$ 8,338 bilhões, mas também bem distribuído entre os seus componentes. O maior crescimento da economia brasileira, afirmou, explica o desempenho da rubrica em 2022. No acumulado do ano, o IDP soma US$ 82,291 bilhões, ante US$ 51,618 bilhões no mesmo período do ano passado.

Diário do Comércio - MG   22/12/2022

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG) chegou a 49,7 pontos em dezembro, voltando a mostrar falta de confiança dos empresários, ao ficar abaixo dos 50 pontos, após 28 meses acima desse patamar. O resultado indica queda de 2,7 pontos frente a novembro (52,4 pontos) e representa o terceiro recuo seguido neste tipo de comparação, refletindo a avaliação dos industriais de piora no cenário atual e a moderação do otimismo para os próximos seis meses.

O resultado advém de uma série de fatores culminantes da desaceleração da atividade no Brasil e nas principais economias globais. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Icei ficou 3,2 pontos abaixo da sua média histórica mensal (52,9 pontos) e foi 7 pontos inferior ao apurado em dezembro de 2021 (56,7 pontos), sendo o menor para o mês em seis anos.

O indicador resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.

Para a analista da gerência de Estudos Econômicos da Fiemg, Daniela Muniz, a perda da força do efeito de normalização da economia pós-pandemia contribuiu para a piora das condições atuais. E para as expectativas, que se aproximou dos 50 pontos, mas ainda manteve a perspectiva otimista, mesmo que em menor intensidade, contaram vários fatores, como as incertezas da política econômica a ser adotada pelo novo governo, bem como o arcabouço fiscal que vigorará no País.

“Os dois puxaram para baixo, mas o que pesou mais foi o componente de condições atuais. Os resultados refletem a desaceleração da atividade econômica e também as incertezas do futuro. A inflação continua elevada, mesmo que em processo de arrefecimento, o crédito está mais caro e escasso, e a desaceleração global continua pesando sobre as commodities e pressionando setores exportadores”, explica.
Condições atuais pesam no otimismo da indústria

De maneira detalhada, o componente de condições atuais recuou 5,6 pontos ante novembro (54 pontos) e marcou 48,4 pontos neste mês. Com a retração, o indicador voltou a ficar abaixo dos 50 pontos, indicando que os empresários perceberam piora na situação atual das economias do País e do Estado, bem como dos seus negócios. Na comparação com dezembro de 2021 (50 pontos), o índice decresceu 1,6 ponto, e foi o mais baixo para o mês em seis anos.

O componente de expectativas, por sua vez, diminuiu pela terceira vez consecutiva e registrou 50,4 pontos em dezembro. Com o recuo, o indicador ficou bem próximo dos 50 pontos, mostrando perspectivas menos otimistas para os próximos seis meses. O indicador reduziu 1,2 ponto em relação a novembro (51,6 pontos) e 9,7 pontos frente a dezembro de 2021 (60,1 pontos), sendo o menor para o mês em seis anos.

“Enquanto houver incertezas, a tendência é que os empresários fiquem cautelosos e a confiança diminua. Devemos esperar para ver o que o novo governo vai colocar como prioridade para a pauta do ano que vem para saber como ficará o nível de otimismo. Algumas coisas já estão se esclarecendo em um movimento que causa maior tranquilidade no mercado e a tendência é que os empresários se posicionem melhor no decorrer do ano que vem”, avalia.
Análise por porte de empresa

De maneira geral, o levantamento da Fiemg sinalizou perspectivas positivas junto a empresas de médio e grande portes e negativas para as pequenas. Nas condições atuais, todos os portes apresentaram pessimismo em relação à situação do Estado e do País. Já quanto à própria empresa, as percepções mostraram-se mais favoráveis para as de médio porte.

Já o componente de expectativas para os próximos seis meses também sinalizou perspectivas positivas junto a empresas de médio e grande portes e negativas para as pequenas. Todos os tipos de empresas representadas indicaram pessimismo quanto ao futuro da economia brasileira e apenas as de grande porte mostraram-se otimistas quanto ao futuro da economia mineira. Sobre seus próprios negócios, apenas as pequenas indicaram pessimismo.

Infomoney - SP   22/12/2022

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O exportador brasileiro sempre enfrentou burocracia e complicados processos para inserir seus produtos ou serviços no mercado global. Finalmente, agora a resiliência do empresário será – ao menos parcialmente – compensada com o novo marco cambial que entrará em vigor no próximo dia 31 de dezembro.

As melhorias alcançarão todo o ambiente de negócios que envolve o envio e recebimento de recursos do exterior, com o Banco Central (BC) passando de protagonista a coadjuvante nas operações.

Se hoje a autarquia federal monitora quase todas as etapas do comércio internacional, algumas previamente, com a Lei 14.286/2021, as empresas e bancos ganharão autonomia para realizar suas operações cambiais, ou seja, o BC concede liberdade em troca de mais responsabilidade para exportadores, importadores e agentes financeiros.

O arcabouço regulatório que rege o câmbio brasileiro envolve hoje 40 leis e 440 artigos, algumas delas criadas há mais de um século. Tudo isso será substituído por uma única lei com 29 artigos. Trata-se de uma adequação do mercado de câmbio à nova realidade do Brasil e do mundo, um inequívoco avanço para a economia como um todo e, em especial, aos agentes do comércio exterior.

Na prática, a modernização deverá funcionar como uma espécie de desembaraço de fios, uma limpeza nos procedimentos que envolvem remessas de capital entre países, desburocratizando e acelerando processos. Ao agilizar e simplificar as operações cambiais, é esperado que a legislação provoque redução de custos no comércio exterior, ajudando as empresas a compensarem parcialmente os prejuízos com um velho inimigo: o alto custo Brasil.

Com a modernização, ao contrário do que ocorre até agora, as empresas deverão ficar mais livres para investir no comércio exterior e a expectativa é que as fintechs participem mais ativamente, assim como outras organizações do segmento de tecnologia poderão estar envolvidas.

Outro benefício direto aguardado pelos empresários é o aumento da segurança jurídica nas transações comerciais, aval relevante para os negócios e fator de atração de investimentos. Por todos esses motivos, a mudança da política cambial pode levar o Brasil a ampliar sua participação nas cadeias globais de valor.

Em relação à entrada do Brasil na OCDE, a nova Lei Cambial cria as bases para o país participar da entidade por meio da adesão aos códigos de liberalização, um dos requisitos para ser aceito na Organização.

Ao longo de dois anos, o setor produtivo foi convidado pelo BC a participar das discussões sobre as mudanças na legislação cambial. Nós, da Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB, estivemos em três ocasiões com os diretores do banco e pudemos opinar e apresentar sugestões. Certamente, nos primeiros meses surgirão dúvidas e ajustes serão necessários, mas é natural que haja um período de adaptação.

Com a nova Lei Cambial, as empresas inseridas no mercado internacional, deverão ter processos operacionais mais modernos e, portanto, reduzir a distância para as grandes economias globais, podendo vislumbrar o futuro de forma mais clara e otimista. O grande anseio dos exportadores é tornar mais competitivos seus produtos e serviços, melhorando sua inserção no mercado global.

O novo marco cambial tem tudo para ser uma das metas para alcançarmos esse objetivo. Esperamos avançar com ajuda das reformas tributária e administrativa, que contribuirão para a transformação e o enriquecimento da pauta de exportações brasileiras.

O Estado de S.Paulo - SP   22/12/2022

Há um ditado no mundo da política monetária: somente falcões vão para o céu dos diretores de bancos centrais. Entre os homens e mulheres encarregados de administrar o dinheiro de suas economias, fortaleza para controlar uma economia que cresce com força demais — tirar a tigela de ponche da sala assim que a festa esquenta, conforme colocou certa vez um presidente do Federal Reserve — está entre os atributos mais admiráveis. Mas durante os 20 anos que precederam a pandemia de coronavírus, os problemas macroeconômicos mais prementes em muitas das maiores economias do mundo foram pouco crescimento e inflação baixa. Aos diretores dos bancos centrais foi cruelmente negada, portanto, a oportunidade de uma retirada virtuosa com tigelas de ponche.

O acentuado e persistente aumento na inflação iniciado em 2021, contudo, concedeu aos atuais diretores de bancos centrais um momento para brilhar. Em 2023, a maioria dos países controlará a inflação, mas sob grave sofrimento. O problema cresceu em dimensões angustiantes em 2022, após a invasão russa à Ucrânia mandar às alturas preços de alimentos e energia. Muitas economias testemunharam níveis de inflação que não eram vistos há décadas. O índice de elevação nos preços ao consumidor chegou a 9% nos Estados Unidos e a 10,7%, um recorde, na zona do euro — e subiu muito mais em certas economias emergentes particularmente atribuladas.

Esses preços em elevação são resultado de uma confluência de forças inflacionárias. Medidas pandêmicas de alívio e políticas monetárias complacentes alimentaram um aumento no gasto dos consumidores. Esse gasto ultrapassou a capacidade de resposta de fábricas e portos, com frequência em razão de problemas de oferta associados a climas extremos, novos surtos de covid-19 e outros choques. Os estratosféricos preços do petróleo, do gás natural e dos grãos ocasionados pela guerra na Ucrânia jogaram gasolina na fogueira.

Conforme a inflação aumentou, um intenso debate econômico irrompeu em relação à força com que os bancos centrais deveriam brecar suas economias — aumentando taxas de juros, por exemplo — para controlar o aumento dos preços. Algumas figuras mais pacificadoras aconselharam pisar leve nos freios, argumentando que, em razão de tanto da inflação observada ser associada a problemas de oferta, o problema deveria, em grande parte, resolver-se por si só. Outros argumentaram que, enquanto os consumidores estivessem dispostos a gastar, um alívio nas pressões sobre os preços em parte da economia deixaria as pessoas com mais dinheiro para esbanjar e aumentaria preços em outros setores.

Até o início de 2022, a segunda visão começou a conquistar muitos diretores de bancos centrais. O Federal Reserve, que em 2021 tinha esperado paciente que os preços baixassem naturalmente, aumentou sua taxa de juros 0,25 ponto porcentual em março, 0,5 em maio e, de maneira impressionante, 0,75 ponto em junho, setembro, outubro e novembro. Mas no início diretores de bancos centrais tiveram esperança de que a inflação pudesse ser controlada sem uma recessão que esmagasse o crescimento. Em março, o presidente do FED, Jerome Powell, afirmou que “o registro histórico dá alguns argumentos ao otimismo”, em relação à capacidade do banco central em produzir uma “aterrissagem suave”.

Em agosto, o tom de Powell tinha mudado. Juros mais altos eventualmente fariam a inflação baixar, afirmou ele, mas “também ocasionarão alguma dor”. Outros diretores de bancos centrais concordaram. “Pela primeira vez em quatro décadas”, notou Isabel Schnabel, integrante da diretoria do Banco Central Europeu, “bancos centrais têm de provar o grau de sua determinação em proteger a estabilidade dos preços”. Projeções do FED começaram a mostrar um aumento no desemprego em 2023; o Banco da Inglaterra projetou queda no PIB britânico.

De fato, conforme notou o Banco Mundial, ao longo do último meio século, o mundo raramente testemunhou uma mudança no sentido de políticas que restringem crescimento tão sincronizada como a que se formou durante 2022. Uma exceção foi 1982, quando formuladores de políticas de todo o planeta se dedicaram a pôr fim em um problema inflacionário que durava uma década. Eles foram bem-sucedidos, mas no processo induziram uma recessão global. Foi um tempo de dificuldade para muita gente, mas considerado um triunfo pela maioria dos diretores de bancos centrais. Em 2023, desafortunadamente, a profissão parece tender a revelar uma nova geração de heróis.

Globo Online - RJ   22/12/2022

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira que pretende enviar ao Congresso Nacional um projeto para que se estabeleça um novo arcabouço fiscal ainda no primeiro semestre do ano que vem. Haddad comentou o resultado da votação, na Câmara dos Deputados, da PEC da Transição, proposta de Emenda à Constituição que abre espaço no Orçamento de 2023 e muda o teto de gastos para permitir a ampliação das despesas acima da inflação.

Entenda: Folga para aumento de gasto público sem expansão fiscal é de R$ 122 bilhões, mostra estudo da FGVTesouro: Nova regra fiscal deve vir acompanhada de redução de despesa ou de aumento de receita

– O que a PEC diz? Que enquanto não tiver um novo arcabouço fiscal, vale a norma constitucional do teto de gastos. Assim que o Congresso aprovar um novo arcabouço fiscal por lei complementar, é isso que vai organizar as finanças públicas a partir de 2024 – disse Haddad.

O texto pode ser enviado antes disso, segundo o futuro ministro.

– Desconstitucionalizamos o teto para aprovar um novo arcabouço fiscal, que eu pretendo mandar para o Congresso ainda no primeiro semestre do ano que vem. Se eu puder mandar antes, melhor. Mas, para eu mandar, quero conversar com vários economistas, várias escolas, quero chegar numa forma que seja boa, submeter ao presidente da República e encaminhar uma coisa robusta, que estabilize as contas públicas e que seja confiável e crível de que será cumprido. E não uma regra que pode ser a mais maravilhosa do mundo mas que faz quatro anos que não se cumpre.

Futuro ministro: Não estamos em um momento em que a expansão fiscal vai ajudar a economia, diz Haddad

Aprovado na Câmara, o texto da PEC amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões para o ano que vem. Inicialmente, a proposta era ampliar o teto por dois anos, mas o período de validade caiu pela metade após costura entre Haddad e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A PEC permite também que outros R$ 23 bilhões sejam gastos em investimentos fora do teto.

Haddad também disse que discutirá ainda nesta quarta-feira, com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os nomes para ministérios do Planejamento e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Nesta quarta-feira, foi divulgado que o economista André Lara Resende foi convidado para chefiar a pasta do Planejamento, mas resiste a aceitar o convite. Já para a pasta do Deselvolvimento, o futuro governo chegou a convidar Josué Gomes, presidente da Fiesp, para o cargo, mas declinou.

– Tenho uma reunião com o presidente Lula sobre isso hoje. Estou indo para lá para discutir esse assunto com ele.

Infomoney - SP   22/12/2022

Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 8,338 bilhões em novembro, informou nesta quarta-feira, 21, o Banco Central (BC). No mesmo mês do ano passado, o montante havia sido de US$ 5,031 bilhões. O resultado ficou dentro das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 4,50 bilhões a US$ 9,00 bilhões, com mediana de US$ 7,10 bilhões.

No acumulado do ano até novembro, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 82,291 bilhões. O valor já supera a estimativa do BC para este ano, que é de US$ 80 bilhões. A projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.

No acumulado dos 12 meses até novembro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 77,112 bilhões, o que representa 4,09% do Produto Interno Bruto (PIB).

Dívida externa bruta

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em novembro é de US$ 318,987 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2021 terminou com uma dívida de US$ 325,440 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 251,245 bilhões no penúltimo mês do ano, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 67,742 bilhões no fim de novembro.

MINERAÇÃO

Diário do Comércio - MG   22/12/2022

A CSN Mineração, braço de operações minerárias da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), confirmou que vai investir R$ 13,8 bilhões no complexo de Casa de Pedra, em Congonhas (Campo das Vertentes). O capex foi anunciado ao mercado junto à atualização de outras projeções do grupo durante evento com investidores e prevê a elevação da capacidade de produção da planta entre 2023 e 2027.

Serão aportados, em média, R$ 2,76 bilhões por ano. O montante total é relativo à fase 1 do projeto de adição de 33 milhões de toneladas à sua capacidade atual de produção de minério de ferro e superior ao apresentado no encontro com acionistas do ano passado. Naquela época foram projetados R$ 12 bilhões para as mesmas intervenções. Procurada, a empresa não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre os motivos que levaram ao reajuste do projeto em quase R$ 2 bilhões.

Essa primeira fase compreende os projetos de aumento de qualidade (CMAI 3, Rebritagem e Espirais), Expansão da Planta Central, Recuperação de Rejeitos das Barragens, Expansão do Tecar (Fase 60 Mtpa) e parte dos projetos de Itabirito, com o desenvolvimento da P4 e da P15. A companhia prevê aumentar progressivamente a capacidade da Casa de Pedra, chegando a 39 milhões de toneladas no próximo ano, a 40 mt em 2024, 55 mt em 2026 e 68 mt em 2027.

Já a segunda etapa da expansão, a ser implantada entre 2027 e 2031, vai permitir à CSN Mineração alcançar uma capacidade de 116 milhões de toneladas a partir de 2032. A conclusão dos projetos vai permitir à empresa alcançar a quinta posição no ranking de produção de minério de ferro no mundo e assumir a liderança em teor de ferro com um portfólio de produtos premium.
Siderúrgica prevê aportes de R$ 4,4 bi em 2023

Em fato relevante divulgado por ocasião do evento, a siderúrgica também projetou investimentos consolidados de R$ 4,4 bilhões para 2023. Já para o intervalo de 2024 a 2027, a expectativa é de R$ 5,5 bilhões a R$ 6,5 bilhões anualmente.

No mesmo documento, o grupo siderúrgico também comunicou que espera vender 4,670 milhões de toneladas de aço em 2023. O volume representaria alta de cerca de 4,2% ante o projetado para este ano, segundo fato relevante divulgado ao mercado.

O número estimado para 2023 compara-se aos 4,48 milhões de toneladas agora esperados para este ano. A CSN havia projetado inicialmente vendas de 5,104 milhões de toneladas em 2022, mas executivos da companhia já haviam sinalizado um número menor.

Além disso, a empresa espera um custo caixa entre US$ 19 e US$ 21 por tonelada no próximo exercício, enquanto estima produção e compras de minério de ferro de terceiros de 39 milhões a 41 milhões de toneladas no mesmo período.

Já em energia, segmento em que a CSN vem elevando seu foco com a aquisição da CEEE-G neste ano e até planos para uma oferta inicial de ações (IPO) da CSN Energia no futuro, a estimativa da companhia é de um Ebitda de R$ 23 milhões em 2022.

Por fim, a empresa também comunicou que vai elevar os preços do aço no Brasil em 10% a partir de 1º de janeiro. O aumento servirá para manter a diferença de preços entre o aço importado e o nacional em cerca de 12%.

Vale destacar que os preços do aço no mercado internacional têm subido nas últimas semanas em meio à flexibilização de medidas de isolamento social na China e perspectiva de pacotes de apoio à economia pelo maior produtor e consumidor da liga no mundo. A perspectiva de maior consumo de aço no país asiático também tem puxado para cima os preços de insumos.

Veja - SP   22/12/2022

A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou por meio de nota técnica que a queda na quantidade de multas aplicadas pelo órgão registrada neste ano tem origem na falta de fiscais para atender a demanda no país.

A justificativa foi dada em resposta a um requerimento de informação do deputado Elias Vaz (PSB-GO) enviado ao Ministério de Minas e Energia. Um relatório com dados do antigo DNPM e da ANM referentes ao período de 2012 a 2022 indicou que de 2015 até hoje houve queda de 30% no quadro de funcionários da agência reguladora da mineração e de 49% nas multas emitidas no período.

“Essa queda é absurda. Temos um governo que promove a destruição ambiental. Por exemplo, a agência atuou nos desastres de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, e o mais lógico seria que o órgão aumentasse o quadro de pessoal logo após, mas o que vimos foi justamente o contrário, uma falha criminosa na fiscalização”, afirma Vaz.

O deputado também identificou redução da aplicação do Orçamento destinado ao Ministério de Minas e Energia, responsável pela agência. Segundo a LOA de 2022 aprovada pelo Congresso, o recurso para o ministério seria de 29,6 milhões de reais. Até julho, a Pasta havia utilizado 3,2 milhões de reais, apenas 11% do previsto para o ano.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   22/12/2022

O volume total deve ficar entre 1.100 e 1.150 unidades; em receita a expansão é de 16% na comparação com 2021

Daniel Paixão, presidente no Brasil, estima que poderia ter entregue até 100 motos a mais em 2022 e prevê expansão “conservadora” de 20% em 2023 — Foto: Silvia Zamboni/Valor

Apesar das restrições causadas por uma cadeia logística mundial ainda desequilibrada, a fabricante italiana de motos premium Ducati fecha 2022 como o melhor ano de sua história no Brasil. O volume total deve ficar entre 1.100 e 1.150 unidades, crescimento de 9% sobre o ano passado. Em receita a expansão chega a 16%. Mesmo abaixo da estimativa inicial de 1.250 a 1.300 motos, a direção da companhia comemora a marca atingida quando completa 10 anos do início da produção local no Polo Industrial de Manaus.

“São 10 mil motos produzidas no Brasil quando comemoramos 10 anos no país”, afirma Daniel Paixão, presidente da subsidiária brasileira desde maio. “2022 não foi aquilo que esperávamos no começo do ano. Ainda temos algumas motos paradas esperando a chegada de componentes. Mas mesmo diante de fatores que não são normais ao negócio crescemos 9% em volume e 16% em receita.” A montadora traz da Itália a quase totalidade das peças para montagem das motos em Manaus.

Se de um lado a Ducati deixou de colocar no mercado cerca de 100 unidades ao longo do ano, perto de um mês de produção, de outro ganhou no pós-venda. Paixão explica que o cliente acabou rodando mais com a moto que já possuia enquanto esperava para trocar por uma zero. Isso impulsionou a venda de peças e serviços.

As motos de alta cilindrada, acima das 500 cc, são usadas principalmente para lazer, o que inclui viagens de longa distância. Isso impõe à Ducati dois desafios: ter peças disponíveis para reposição e uma base de atendimento que não deixe o “ducatista”, como se autodefinem os apaixonados pela marca, sem apoio técnico.

“Num país com as dimensões continentais do Brasil, é um desafio enorme garantir que o nosso cliente terá peças e técnicos em qualquer lugar onde ele estiver”, afirma Paixão. Para isso a montadora tem acelerado a expansão da rede de concessionários. Eram 17 no fim de 2021 e deve fechar este ano com 20. Para 2023 são previstos mais quatro.

Neste ano a Ducati abriu sua primeira loja na região Norte, em Manaus. E já planeja ter mais uma loja em outro Estado nortista, provavelmente ainda no próximo ano.

O executivo garante que a montadora tem em estoque, no centro de distribuição em Cajamar (SP), perto de 93% de todas as peças usadas nos seus modelos. Os 7% são componentes “muito específicos”, mas que podem chegar ao Brasil, vindos da Itália, em até três dias. “O que acontece é que por questões burocráticas as peças podem ficar paradas na alfândega e ainda temos o tempo de transporte das peças dentro do país. Uma peça para chegar em Manaus, por exemplo, pode demorar até 14 dias.”

A falta de componentes pode ter sido o principal motivo para limitar o crescimento da montadora, mas não foi o único. Paixão conta que as incertezas políticas e econômicas em um ano de eleição impactaram a tomada de decisão de compra de uma moto que varia de R$ 64 mil a R$ 160 mil. Alguns modelos de produção limitada podem variar de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. E mesmo quase dois meses após a definição de quem vai comandar o país nos próximos quatro anos, as incertezas perduram.

“Motos de alta cilindrada, ainda mais a Ducati, é sempre um bem de lazer. Não é um bem de primeira necessidade. Então o cliente pode esperar um pouco mais para fechar um negócio esperando algumas definições”, afirma.

Com o cenário político e econômico mais definido dentro do país e uma cadeia logística mais estabilizada no mundo, Paixão acredita que as vendas podem crescer “de forma conservadora” 20% em volume em 2023. O que preocupa o executivo no curto prazo é a chega do inverno na Europa. Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, os europeus enfrentam escassez de gás, o que tende a se tornar crítica nos primeiros meses do próximo ano. Com menos gás, a prioridade deve ser o aquecimento doméstico, hospitais e escolas, deixando a indústria num segundo plano.

“Se alguém diz que não está preocupado com isso temos de analisar o motivo. Porque teremos dois efeitos. O primeiro é a ameaça de falta de peças por conta da capacidade de produção da indústria na Europa. E outro é sobre o aumento de custo, provocando inflação no continente”, diz o executivo português com experiência em vários países da Europa.

Paixão diz que a Ducati vive um momento de diversificação do perfil do seu cliente. Aquela imagem de que o “ducatista” é homem de meia idade e com situação econômica já resolvida ainda perdura, mas a presença de jovens e, principalmente, de mulheres deve mudar essa percepção num futuro próximo. Um dos três modelos lançados neste ano, a Multistrada V2 S, caiu no gosto feminino.

“A mulher está deixando a garupa para assumir a direção da moto. E temos de ter uma atenção especial para isso”, diz. A Ducati está preparando ações especiais para as mulheres em 2023.

NAVAL

A Tribuna - SP   22/12/2022

Os processos de dois arrendamentos de áreas do Porto de Santos ficarão para o próximo ano. Porém, caberá ao novo governo a definição sobre a realização dos certames. Uma das áreas tem como foco a movimentação de contêineres, no cais do Saboó, e a outra, de fertilizantes, na região de Outeirinhos.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura, o tema deverá ser debatido pela equipe que coordena a transição entre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Porém, ainda não há uma resposta se os processos irão avançar ou seguir o mesmo plano da desestatização da Santos Port Authority (SPA), que deve ser reavaliada.

Os processos de arrendamento estão em andamento há alguns anos. Em outubro, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou a documentação do leilão do STS10. A área, que fica no Saboó, é a aposta do Governo Federal para aumentar a capacidade de movimentação de contêineres no cais santista.

O novo terminal terá uma área total de 601.101 metros quadrados. No passado, a área foi dividida entre terminais da Rodrimar, da Deicmar e de uma parte do Ecoporto Santos.

A capacidade da futura instalação, a partir do sexto ano contratual, está estimada em 2,2 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) por ano. A previsão é alcançar 2,4 milhões de TEU por ano a partir do 11º ano da concessão.

Os investimentos totalizam R$ 2,7 bilhões. Hoje, o Porto de Santos conta com uma capacidade de movimentação de 5,3 milhões de TEU nos terminais já existentes. E no ano passado, 4,8 milhões de TEU entraram ou saíram do País pelo cais santista. É justamente esse volume que torna necessária a implantação de um novo terminal de contêineres.

Havia uma polêmica sobre a participação de empresas no leilão. A Antaq autorizou a concorrência de empresas verticalizadas, mas incluiu cláusulas contratuais para prevenir eventuais práticas anticompetitivas.

“Não será admitida a formação de consórcio entre empresas armadoras de grupos econômicos distintos que detenham titularidade de exploração de instalações portuárias dedicadas à movimentação e armazenagem de contêineres e carga geral no complexo portuário de Santos. A proposta vale às empresas controladas, controladoras, coligadas e entidades sujeitas ao mesmo controle comum”, destacou a agência reguladora.

Fertilizantes
O projeto do STS53, na região de Outeirinhos, é polêmico e divide opiniões. Segundo as previsões do Governo Federal, a área prevê a movimentação e a armazenagem de granéis minerais e deve receber investimentos de mais de R$ 650 milhões.

De acordo com o Ministério da Infraestrura, a área é composta por dois terrenos distintos, um adjacente ao cais e outro na retroárea. A implantação do novo terminal deverá ser feita em duas fases. A movimentação, em sua fase final, deve chegar a 5,1 milhões de toneladas ao ano. No total, são 87.981 metros quadrados.

O lote está localizado em região destinada à movimentação de granéis sólidos minerais, de acordo com o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto. Porém, há o temor do Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais, de que a implantação do STS53 e a instalação de equipamentos inviabilizem as atracações de navios de cruzeiros na região. O Governo Federal contesta a alegação.

PETROLÍFERO

IstoÉ Online - SP   22/12/2022

O presidente russo, Vladimir Putin, inaugurou o campo de gás natural de Kovykta, na Sibéria, nesta quarta-feira (21), o que aumentará as exportações para a China em meio a uma crise entre Moscou e o Ocidente.

“Estamos inaugurando o campo de Kovykta, o maior da Sibéria Oriental”, disse Putin em uma cerimônia televisionada, acrescentando que isso “dará um sério impulso ao desenvolvimento” das regiões orientais da Rússia.

Suas reservas alcançam 1,8 trilhão de metros cúbicos, segundo o presidente russo.

“O funcionamento deste local permitirá garantir o fornecimento confiável de gás (…) tanto para empresas russas quanto para parceiros estrangeiros”, enfatizou Putin.

Esta jazida apresenta “novas oportunidades de desenvolvimento econômico e social, bem como outras para o aumento das nossas exportações”, acrescentou o CEO da gigante energética russa Gazprom, Alexei Miller.

Localizado perto do lago Baikal, na Sibéria, este campo de Kovykta deve abastecer o gasoduto Power of Siberia, que começou a enviar gás do leste da Sibéria para a China no final de 2019.

Os esforços para desenvolver novos campos e construir o gasoduto Power of Siberia para fornecer gás de seus territórios orientais para um mercado em rápida expansão começaram há uma década.

A inauguração do Kovykta ocorre em um momento de qeda das exportações de gás russo para a Europa, devido ao aumento das tensões desde o início da ofensiva de Moscou na Ucrânia.

As autoridades russas querem ampliar suas entregas para 20 bilhões de metros cúbicos por ano, graças, sobretudo, às reservas do depósito Kovykta.

Moscou planeja construir o gasoduto Power of Siberia 2 a partir de 2024 para fornecer gás à China via Mongólia, outro sinal de que a Rússia se volta para a China para reagir às sanções ocidentais.

TN Petróleo - RJ   22/12/2022

A Petrobras, em continuidade ao comunicado divulgado em 23/12/2021, informa que finalizou hoje, a venda da totalidade de suas participações no conjunto de 11 concessões de campos terrestres de produção de óleo e gás, com instalações integradas, localizadas no estado de Sergipe, denominados conjuntamente de Polo Carmópolis, para a empresa Carmo Energy S.A..

O valor da venda é de US$ 1,1 bilhão, sendo que: (i) US$ 275 milhões já foram pagos, a título de sinal; (ii) US$ 548 milhões pagos na data de hoje, fechamento da transação, já considerando os ajustes devidos; e (iii) US$ 275 milhões em 12 meses.

A presente divulgação está de acordo com as normas internas da Petrobras e com as disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto nº 9.355/2018.

Essa operação está alinhada à estratégia de gestão de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade.

Sobre o Polo Carmópolis

O Polo Carmópolis compreende 11 concessões de produção terrestres, localizadas em diferentes municípios do estado de Sergipe, além de incluir acesso à infraestrutura de processamento, escoamento, armazenamento e transporte de petróleo e gás natural.

Também fazem parte do Polo Carmópolis, o Polo Atalaia, que contém, dentre outros ativos, o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo) e o Oleoduto Bonsucesso-Atalaia, que escoa a produção de óleo do Polo Carmópolis até o Tecarmo.

A produção média do Polo Carmópolis em novembro de 2022 foi de 4,5 mil barris de óleo por dia e de 22 mil m3/dia de gás. A partir desta data a Petrobras transfere a operação dos campos para a Carmo Energy.

Sobre a Carmo Energy

A, Carmo Energy, uma subsidiária de um grupo internacional, tem uma vasta experiência em operação e serviços em O & G. Entra com esta operação no setor de projetos O&G onshore no Brasil. Durante o processo de cessão, a Carmo Energy foi qualificada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) como operadora C, cumprindo todas as condicionantes exigidas pela ANP para autorização da operação, estando plenamente preparada e capacitada para assumir a operação de todo o Polo. As demais empresas do mesmo grupo internacional têm presença no Brasil há mais de 20 anos, em setores como a transmissão e a geração de energia.

Valor - SP   22/12/2022

Início das atividades depende de Avaliação Pré-Operacional (APO)

A exploração da Margem Equatorial, região que abrange as bacias marítimas de exploração e produção de petróleo e gás próximas à Linha do Equador, no Norte e Nordeste, deve ficar para 2023. O Valor apurou que a Petrobras ainda aguarda a definição, junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da data para a realização da Avaliação Pré-Operacional (APO) para perfuração em águas profundas no Amapá.

A atividade é um dos pré-requisitos para a emissão da licença ambiental que libera a companhia para iniciar a perfuração, o que vai marcar o retorno das atividades à Margem Equatorial. Essa região, que se estende do litoral do Rio Grande do Norte ao Oiapoque (AP), no extremo norte do país - e inclui as bacias Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar -, tinha campanha exploratória prevista para começar até fim deste ano.

Margem Equatorial se estende do litoral do Rio Grande do Norte ao Oiapoque (AP), no extremo norte do país

De acordo com fontes, a realização da APO ainda depende da liberação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará. Depois da APO, ainda está prevista a realização de um simulado, antes da emissão da licença ambiental. O diretor de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges, disse no início de novembro que a companhia começava a deslocar a sonda de perfuração para o Amapá para o simulado.

Até agora, no entanto, as atividades não avançaram. De acordo com a estatal, a APO vai ser realizada em data a ser definida “em breve” junto ao Ibama. “A Petrobras está envidando todos os esforços e mobilizando os recursos necessários para a realização da APO”, disse a companhia em nota.

Com a APO, o ano de 2023 deve marcar o retorno da Petrobras a uma região que está há anos sem receber novas atividades de exploração de petróleo e gás no país. A companhia aposta em estudos nessa região para garantir uma nova frente de produção nas próximas décadas, conforme a estratégia que adotou de focar na produção de petróleo de menor custo e menos emissões no contexto da transição energética.

Nos últimos anos, ocorreram grandes descobertas na Guiana e Suriname, próximos ao norte do Brasil, assim como na costa oeste africana, que têm estruturas semelhantes a essa região do país.

Por isso, as reservas da Margem são a principal aposta da Petrobras para manter o nível de produção de petróleo e gás a partir da década de 2030, quando deve ocorrer um declínio natural na produção dos campos na Bacia de Santos.

De acordo com o diretor da Petrobras, Fernando Borges, o declínio natural nas reservas é de cerca de 10% a cada ano. Durante teleconferência com analistas este mês, ele disse que a companhia tem que incorporar a cada ano 300 mil barris por dia às reservas para manter a produção na faixa atual.

A Margem Equatorial é considerada uma nova fronteira, ou seja, ainda não há muito conhecimento geológico sobre a região, pois ocorreram poucas atividades exploratórias nessas bacias até o momento, principalmente em águas profundas, onde a Petrobras pretende atuar. A petroleira vai começar a exploração da região com uma perfuração no Amapá, a 160 quilômetros da costa e em 2800 metros de profundidade.

O plano de negócios da empresa para o período de 2023 a 2027 prevê a perfuração de 16 poços na região. A companhia vai destinar para essa região 49% dos investimentos exploratórios no período, que somam ao todo US$ 6 bilhões.

A proximidade das bacias com a Floresta Amazônica é um dos pontos que preocupa ambientalistas. Há ressalvas a respeito dos impactos sobre a biodiversidade da região, assim como os efeitos sobre comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. O aumento de resíduos, do tráfego aéreo e eventuais impactos sobre as atividades pesqueiras são algumas das preocupações. Outra questão é o fluxo das correntes marítimas na região, que contribuem para que eventuais vazamentos cheguem de forma rápida a países vizinhos.

Há ainda, segundo ambientalistas, a existência de um grande sistema de recifes de corais na costa Amazônica, que pode ser afetado pelas atividades. Segundo a ONG WWF-Brasil, representação da ONG de origem suíça World Wide Fund for Nature, as atividades colocam em risco a presença de habitats marinhos sensíveis e pouco conhecidos.

Entretanto, especialistas apontam que o avanço das atividades na Margem pode aumentar as receitas diretas e indiretas, como de royalties e do setor de serviços, em Estados como Maranhão, Pará e Amapá. Além disso, apontam que a produção de petróleo e gás naquela região abre novas perspectivas de desenvolvimento e industrialização do Norte e Nordeste.

Valor - SP   22/12/2022

O ano de 2023 pode marcar o retorno da Petrobras a uma região que está há anos sem receber novas atividades de exploração

O ano de 2023 pode marcar o retorno da Petrobras a uma região que está há anos sem receber novas atividades de exploração de petróleo e gás no país, a Margem Equatorial. A companhia aposta em estudos nessa região para garantir uma nova frente de produção nas próximas décadas, conforme a estratégia que adotou de focar na produção de petróleo de menor custo e menos emissões no contexto da transição para uma economia de baixo carbono.

nicialmente prevista para começar até o fim deste mês, uma perfuração da Petrobras em águas profundas no Amapá depende ainda da emissão de uma licença ambiental. A proximidade com a Floresta Amazônica e eventuais impactos sobre povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, no entanto, tornam o tema sensível.

A seguir, o Valor explica a importância da Margem Equatorial e as polêmicas relacionadas à região.

1- O que é a Margem Equatorial?

A região abrange as bacias marítimas de exploração e produção de petróleo e gás próximas à Linha do Equador, no Norte e Nordeste. A Margem Equatorial se estende do litoral do Rio Grande do Norte ao Oiapoque (AP), no extremo norte do país, e inclui as bacias Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

Margem equatorial — Foto: Valor

2- Por que é importante?

O petróleo e o gás são recursos não-renováveis, por isso, as reservas disponíveis se reduzem conforme ocorre a extração. Hoje, 75% da produção de petróleo brasileira vem da Bacia de Santos (RJ/SP/PR/SC), onde estão os principais campos do pré-sal, mas analistas apontam que o potencial de novas grandes descobertas nessa bacia tem caído.

Por outro lado, nos últimos anos, ocorreram grandes descobertas na Guiana e Suriname, próximos ao norte do Brasil, assim como na costa oeste africana, que têm estruturas semelhantes a essa região do país.

Por isso, as reservas da Margem Equatorial são a principal aposta da Petrobras para manter o nível de produção de petróleo e gás a partir da década de 2030, quando deve ocorrer um declínio natural na produção dos campos na Bacia de Santos (RJ/SP/PR/SC).

De acordo com o diretor executivo de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges, o declínio natural nas reservas é de cerca de 10% a cada ano. Durante teleconferência com analistas este mês, ele disse que a companhia tem que incorporar a cada ano 300 mil barris por dia às reservas para manter a produção na faixa atual.

3 - Quais são as sensibilidades da região?

A Margem Equatorial é considerada uma nova fronteira, ou seja, ainda não há muito conhecimento geológico sobre a região, pois ocorreram poucas atividades exploratórias nessas bacias até o momento, principalmente em águas profundas, onde a Petrobras pretende atuar.

A proximidade das bacias com a Floresta Amazônica é um dos pontos que preocupa ambientalistas. Há ressalvas a respeito dos impactos sobre a biodiversidade da região, assim como os efeitos sobre comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. O aumento de resíduos, do tráfego aéreo e eventuais impactos sobre as atividades pesqueiras são algumas das preocupações.

Outra questão é o fluxo das correntes marítimas na região, que contribuem para que eventuais vazamentos cheguem de forma rápida a países vizinhos, em especial a Guiana Francesa.

Há ainda, segundo ambientalistas, a existência de um grande sistema de recifes de corais na costa Amazônica, que pode ser afetado pelas atividades.

4 - Qual é a posição dos ambientalistas?

O avanço das atividades de exploração na Margem Equatorial tem sido alvo de críticas de ambientalistas. Segundo a ONG WWF-Brasil, representação da ONG de origem suíça World Wide Fund for Nature as atividades colocam em risco a presença de habitats marinhos sensíveis e pouco conhecidos. “É alarmante o fato de que os recifes amazônicos não são protegidos por qualquer tipo de unidade de conservação, as quais representam uma das ferramentas mais básicas para conservação da biodiversidade”, diz a ONG em nota.

Daniela Jerez, analista de políticas públicas da WWF-Brasil, acredita ainda que o país deveria direcionar recursos para fontes de energia limpas e renováveis, no contexto da transição para uma economia de baixo carbono. “Entendemos que, no cenário de mudanças climáticas, abrir novas fronteiras exploratórias de petróleo e gás, que na melhor das hipóteses só se tornariam produtivas após 2030, não é o melhor caminho para o país", afirma.

5- Qual é a posição da indústria?

Especialistas apontam que o avanço das atividades na Margem pode aumentar as receitas direitas e indiretas, como de royalties e do setor de serviços, em estados como Maranhão, Pará e Amapá. Além disso, apontam que a produção de petróleo e gás naquela região abre novas perspectivas de desenvolvimento e industrialização do Norte e Nordeste.

O Instituto Brasileiro do Petróleo e do Gás (IBP) lembra que diversos poços já foram perfurados na região sem acidentes. Além disso, aponta, as estruturas similares a corais presentes na região se encontram a 120 metros de profundidade, enquanto a atividades de perfuração previstas devem ocorrer a mais de dois mil metros de profundidade, distante das formações.

Há ainda controvérsias em relação aos recifes. O professor de geologia Marinha da Universidade Federal Fluminense (UFF) Alberto Figueiredo diz que as estruturas encontradas na região são algas calcárias sobre granitos, e não arrecifes de corais, e que, em grande parte não têm vida. Segundo ele, as estruturas são, inclusive, similares às encontradas nas bacias onde a Petrobras já produz.

6 - O que aconteceu por lá até agora?

As primeiras perfurações na Margem Equatorial ocorreram na década de 1970, sem grandes descobertas que viabilizassem a produção comercial. Até o momento, a maior parte das atividades ocorreu em águas rasas, mas a expectativa é de grande potencial em regiões mais profundas.

A maioria dos blocos exploratórios sob concessão na região é fruto da 11ª Rodada da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2013. Na época, a presidente da ANP era Magda Chambriard, que hoje participa da equipe de transição para o governo Lula, que assume em janeiro.

Muitos dos contratos assinados nesse leilão, no entanto, estão suspensos devido às dificuldades para a obtenção das licenças ambientais para prosseguir com a exploração.

Em 2017, britânica BP chegou a iniciar o planejamento logístico para atividades no Pará, mas o processo não seguiu adiante. No ano seguinte, a francesa TotalEnergies teve um pedido para perfurar na Foz negado pelo Ibama. O órgão ambiental argumentou que faltou apresentação de soluções logísticas adequadas para eventuais cenários de emergência. As companhias optaram por vender as fatias de blocos que operavam na Margem para a Petrobras.

Outra companhia desistiu da região este ano. No começo de 2022, a petroleira alemã Wintershall DEA decidiu encerrar todas suas operações no Brasil e fechar o escritório no Rio de Janeiro. A companhia tinha blocos nas bacias Potiguar e Ceará, mas saiu do país para se concentrar em regiões e projetos que estejam de acordo com as metas climáticas que definiu no contexto da transição energética.

Nas últimas décadas, campanhas de levantamentos de dados sísmicos apontaram o potencial das reservas na Margem. Este ano, a companhia de levantamento de dados sísmicos anunciou um projeto para levantar 60 mil quilômetros de dados 2D em alta resolução na Margem Equatorial. O objetivo é usar novas tecnologias para definir melhor as estruturas da região.

7 - Quem vai investir na Margem?

A princípio, a Petrobras. A companhia vai começar a exploração da região com uma perfuração em águas profundas na costa do Amapá, a 160 quilômetros da costa e em 2800 metros de profundidade.

O diretor de exploração e produção da Petrobras indicou em uma teleconferência recente com analistas que um segundo poço na Margem deve ocorrer na Bacia Potiguar.

O plano de negócios da Petrobras para o período de 2023 a 2027 prevê a perfuração de 16 poços na região. A companhia vai destinar para essa região 49% dos investimentos exploratórios no período, que somam ao todo US$ 6 bilhões.

Diretores da estatal, entretanto, já afirmaram que a companhia pode buscar parceiros para desenvolver eventuais descobertas nessa região no futuro.

8 - O que falta para começarem as atividades?

A Petrobras depende da emissão de uma licença ambiental para o início da primeira perfuração. De acordo com a estatal, no momento o andamento do processo de licenciamento depende da realização de uma avaliação pré-operacional (APO), que vai ser realizada em data a ser definida “em breve” junto ao Ibama. “A Petrobras está envidando todos os esforços e mobilizando os recursos necessários para a realização da APO”, disse a companhia em nota.

O diretor de exploração e produção da Petrobras disse em novembro que a companhia começava a deslocar a sonda de perfuração para o Amapá.

9 - Como a Petrobras está se preparando para isso?

A Petrobras conduz uma série de estudos para identificação de possíveis impactos decorrentes de operações. A companhia quer aplicar tecnologias para a preservação e manutenção das características físicas e biológicas do ambiente durante as atividades. Em paralelo, a estatal prevê desenvolver projetos socioeconômicos na região, com foco no cuidado ambiental.

A inovação é uma das apostas para reduzir os custos de atuar na região, com o uso de tecnologias como inteligência artificial e “big data”, o uso massivo de dados.

10 - Qual é a posição de outras empresas além da Petrobras?

As empresas aguardam os resultados das primeiras campanhas da Petrobras para definir as estratégias.

Em novembro, o presidente da Enauta, Décio Oddone, disse que a companhia não tem previsão de realizar perfurações nos blocos exploratórios que opera no Pará-Maranhão. “A perfuração que a Petrobras sinaliza que pretende fazer na Margem Equatorial vai ser uma indicação para nós do ponto de vista do licenciamento ambiental na região e da atratividade”, disse o executivo, que foi diretor-geral da ANP de 2016 a 2020.

A principal operadora das descobertas na Guiana, próxima à Margem brasileira, é a ExxonMobil. Outra grande petroleira que pode olhar para a região é a Shell. Em entrevista ao Valor em setembro, a diretora global de exploração e produção da empresa, Zoe Yujnovich, disse que uma eventual decisão sobre o tema vai considerar os fundamentos econômicos e a resiliência de carbono dos projetos.

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