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22 de Agosto de 2024

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   22/08/2024

Principal produtor brasileiro de aço, com uma conta de luz que é a quarta maior do País, o grupo ArcelorMittal vai montar dois projetos de geração de energia renovável. O investimento, de R$ 1,6 bilhão, soma-se a outro de R$ 4,2 bilhões anunciado no ano passado em um projeto eólico na região Oeste da Bahia. Desta vez, o foco é em parques de energia solar.

“Energia é a sétima maior participação na nossa balança de custos de produção. Nosso consumo anual atinge 1,05 gigawatt (GW), afirmou Jefferson De Paula, presidente do ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM, em entrevista ao Estadão.

Os acordos foram firmados com a Atlas Renewable Energy, líder no desenvolvimento de parques solares na América Latina, segundo informou De Paula, e com a Casa dos Ventos, pioneira na implantação de projetos eólicos no País e que também avança na geração fotovoltaica. Os dois investimentos vão garantir 113 MW de energia firme à siderúrgica.

O principal objetivo do investimento bilionário é, de um lado, a redução de custos com o insumo, pois, como autoprodutor, a empresa consegue alcançar um custo mais competitivo, afirma o executivo. De outro, destaca, a ArcelorMittal obtém redução, no escopo 2, em sua pegada de carbono (menor emissão de CO2). “Com os três projetos, vamos cortar cerca de 200 mil toneladas de CO2", afirma. A empresa tem meta global de reduzir 25% até 2030 e alcançar carbono neutro em 2050.

O projeto com a Casa dos Ventos, situado no mesmo local do complexo eólico Babilônia Centro da joint venture firmada no ano passado, nos municípios baianos de Morro do Chapéu e Várzea Nova, no Oeste do estado. O parque fotovoltaico terá capacidade de gerar 44 MW médios a partir de uma potência instalada de 200 MW. Será um parque no modelo híbrido (eólico e solar).

O investimento nesse novo empreendimento com a Casa dos Ventos será de R$ 690 milhões e a siderúrgica terá 55% de participação no capital da nova joint venture. A parceira, 45%. O projeto contará com recursos do Banco do Nordeste (70% do valor total) e 30% de recursos próprios, informou De Paula.

O parque eólico, com capacidade de gerar 290 MW médios, começa a gerar no início de 2025 e a previsão é estar completo no fim do ano, com 123 aerogeradores, informa o executivo. Está situado a 25 km do ponto de conexão no sistema nacional elétrico (SIN). “Estamos muito satisfeitos nessa joint venture com a Casa dos Ventos.”

Investimento estratégico

Com a Atlas, o investimento solar é maior, de R$ 895 milhões, para gerar 69 MW médios de energia ao ano, de uma potência instalada de 269 MW. O projeto terá 516 mil módulos fotovoltaicos, componentes que, em geral, são importados da China. No parque da Bahia, serão 358 mil módulos.

Situado no município mineiro de Paracatu, o projeto tem um modelo diferente, conhecido como BOT (Build, Operate and Transfer). Ou seja, ao final da construção ele será transferido e será operado pela própria ArcelorMittal, que se torna dona de toda a energia gerada. A Atlas receberá um valor (fee) pela construção do parque, que conta com financiamento do banco Itaú, informa De Paula.

Para escoar a energia desse complexo até uma subestação do Sistema Interligado Nacional, foi incluída no projeto, que recebeu o nome de Parque Luiz Carlos, a construção de uma linha de transmissão com 65 km de extensão. Desse ponto, o insumo será destinado às plantas siderúrgicas e industriais da companhia. O início de operação comercial plena do complexo está previsto para dezembro de 2025.

De Paula diz que a geração de energia dos três empreendimentos eólico e solares irá suprir o consumo de oito siderúrgicas (sendo cinco de fornos elétricos, portanto, eletrointensivas), uma fábrica de arames, centros de serviços e de distribuição de aço, uma laminadora de aço longo, a unidade de galvanização de aço plano de Vega (Santa Catarina) duas minas de ferro, entre outras instalações.

Para a companhia, o investimento em energia é estratégico, o que justifica, na visão do executivo, o aporte total de R$ 5,8 bilhões. Hoje, a empresa compra 45% das necessidades energéticas de suas operações. Com os três projetos, passará a 88% de geração própria renovável.

“Nosso objetivo é ter entre 70% e 90% para modular tanto o fator da intermitência (eólica e solar têm seus picos) quanto no custo, pois em época de estação muito chuvosa o preço da geração hidrelétrica pode cair”, afirma. Mas a autogeração é muito competitiva, diz De Paula.

No ano passado, a ArcelorMittal respondeu por 42% da produção de aço bruto no Brasil — aproximadamente 13,5 milhões de toneladas. O grupo compete tanto em aços planos laminados como em longos com Gerdau, CSN, Usiminas, Simec, Aço Cearense/Sinobras e Aço Verde do Brasil. De meados de 2022, com a aquisição da Siderúrgica de Pecém (renomeada ArcelorMittal Pecém), até 2027, a companhia informa estar investindo R$ 25 bilhões no País.

Sobre novos investimentos em energia, De Paula diz que vai depender, por um lado, do crescimento da economia brasileira, que puxaria para cima o consumo de aço. Por outro lado, da freada das importações de aço oriundas, em grande parte, da China.

Ele diz acreditar que as medidas tomadas em abril pelo governo, de impor cotas e tarifa de 25% para o excedente importado, vão surtir efeito a partir do próximo mês. “Vamos ter aumento nas vendas acima dos 2% a 3% previstos no consumo aparente do País. Se o índice de importação cair de 19% para 10%, por exemplo, no consumo, terá mais aço para ser vendido de produção nacional”, ressalta o executivo.

Diário do Aço - MG   22/08/2024

Recentemente, o grupo Ternium-Techint foi vítima de uma sentença absurda, emanada do Superior Tribunal de Justiça, que o condenou a pagar uma multa de R$ 5 bilhões à CSN pelo fato de ter assumido o controle da Usiminas.

"Contrariando a decisão de cinco instâncias administrativas e judiciais, que deliberaram de outra forma ao longo de 12 anos, uma câmara do STJ determinou o pagamento de uma multa de R$ 5 bilhões, equivalente a três vezes o valor da nossa participação acionária na companhia. A segurança jurídica é muito importante para a continuidade dos investimentos", declarou recentemente o presidente do grupo, Paolo Rocca.

A Ternium informou ainda que a referida multa equivale a 65% do valor de mercado da Usiminas e a três vezes o valor da participação acionária do grupo naquela empresa. A decisão foi surpreendente: contrariou todas as decisões judiciais anteriores e só se viabilizou após a morte de um ministro do STJ e a declaração de impedimento de outro. Os dois substitutos votaram a favor da CSN, contrariando todas as decisões anteriores. A Ternium vai recorrer da sentença.

Agora, novamente, CSN e Ternium se enfrentam na Justiça e, até o momento, a Justiça está ao lado da Ternium. Trata-se do cumprimento de uma decisão do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para que a CSN reduza sua participação na Usiminas a menos de 5%.

A decisão do CADE data de 2014, quando o órgão entendeu que a aquisição de ações da Usiminas pela CSN poderia ser qualificada como atitude anticoncorrencial, pois a empresa poderia ter acesso a informações privilegiadas e utilizá-las a seu favor. Seria como "dormir com o inimigo".

O CADE estabeleceu que a CSN teria o prazo de cinco anos para a venda de suas ações na Usiminas, reduzindo sua participação a menos de 5%. No entanto, o inacreditável aconteceu: em 2022, o próprio CADE, autor da decisão, mudou de opinião, permitindo que a CSN permanecesse com suas ações na Usiminas por tempo indeterminado.

Pode uma coisa dessas?
Felizmente, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 6ª Região pôs ordem nesta bagunça, criticou o CADE e manteve os termos do acordo firmado em 2014. Segundo o informativo JOTA, "Ao julgar o recurso, o desembargador Ricardo Machado Rabelo considerou que permitir a manutenção da decisão do CADE, que retira o prazo para desinvestimento pela CSN, 'cria o precedente para que empresas rivais adquiram participação significativa em seus concorrentes, o que pode trazer inegáveis prejuízos ao mercado e à coletividade'".

Agora, espera-se que as instâncias superiores mantenham esta decisão, para que não se repita o que vimos no caso da multa absurda. Tudo pode acontecer.

A instabilidade jurídica do país levou o grupo Ternium-Techint a declarar à imprensa que pode rever seus investimentos no Brasil. O grupo é o maior produtor de aço da América Latina. Já foram investidos R$ 25 bilhões no Brasil, sendo R$ 15 bilhões em Minas Gerais. Apenas a reforma do alto-forno 3 da Usiminas, em Ipatinga, alcançou o valor de R$ 2,3 bilhões.

A notícia da revisão dos investimentos é péssima para a região. Mais que pendências jurídicas, trata-se de uma disputa mortal entre dois concorrentes. A CSN é controlada por Benjamin Steinbruch, herdeiro do grupo Vicunha, com grande penetração no ambiente político e empresarial brasileiro.

Steinbruch participou da privatização da Vale e da própria CSN. Já teve sonhos políticos e sua capacidade de influência nos ambientes decisórios é imensa.

É muito importante e decisivo que os representantes políticos e empresariais do Vale do Aço se unam na defesa dos interesses regionais, para que a Justiça seja eficaz e não se vergue à vontade de ninguém, mas faça a Lei ser cumprida.

Sem instituições eficazes e o exercício da Justiça, não há desenvolvimento. É o que diz o ODS 16 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), definido pela ONU e adotado pelo Brasil. Sem Justiça, predominam os interesses individuais e a lei do mais forte.

Revista Mineração - SP   22/08/2024

As principais empresas siderúrgicas do Brasil tem debatido como cortar as emissões de um setor responsável por entre 7% e 9% da geração de CO2 no mundo e como pagar a conta. A meta de zerar as emissões exige investimentos consideráveis e uma ampla transformação no processo de produção.

Segundo previsões do CRU Group, a transição para o aço verde — que hoje representa apenas 2% da produção mundial — exigirá um investimento de US$ 600 bilhões por ano a ser repassado para o mercado.

Estimativas apresentadas durante o Congresso Aço Brasil 2024, ocorrido no início de agosto, apontam para o aumento de até 80% no valor do aço até 2050 na busca pela descarbonização do setor.

O levantamento da consultoria aponta ainda que o custo não é só de capital. Segundo as estimativas, até 2050, serão necessárias seis vezes mais eletricidade, 12 vezes mais hidrogênio, duas vezes mais gás natural e 25 vezes mais captura de carbono nos processos para reduzir as emissões.

Outro desafio, segundo os executivos das siderúrgicas, é a vida útil dos equipamentos atuais. A transição para a produção verde exige investimentos e tempo, uma vez que aproximadamente 70% dos altos-fornos no mundo ainda utilizam carvão coque, o que torna a mudança para fontes renováveis um processo gradual e complexo.

“Não há bala de prata. Migrar a este nível requer investimentos monstruosos, temos altos-fornos para décadas e quem deve pagar essa conta não é o capital privado e sim a sociedade como um todo, com os impostos. Ou seja, tem uma complexidade, que não é pequena, mas sem dúvida o que pode ser feito precisa de um componente enorme e importante de política de Estado”, afirma o presidente da Usiminas, Marcelo Chara.

O executivo destaca que o Brasil é grande produtor de etanol, combustível que é uma das fontes para a produção do hidrogênio. De acordo com ele, é possível fazer um processo de transição energética nas siderúrgicas, mas para isso é preciso ter custo competitivo.

Valor - SP   22/08/2024

Segundo ainda o Instituto Aço Brasil, a produção de aço bruto atingiu 3,1 milhões de toneladas, alta de 11,6% na comparação anual

A produção de aço bruto no país ganhou tração em julho e atingiu 3,1 milhões de toneladas, uma alta de 11,6% na comparação anual, segundo levantamento do Instituto Aço Brasil. Contudo, as importações também seguiram em alta e superaram em 22,9% o volume registrado um ano antes, com 592 mil toneladas, apesar da imposição de cotas de importação para nove tipos de aço, pelo governo brasileiro, desde junho.

Conforme o Aço Brasil, as vendas internas fecharam em 1,9 milhão de toneladas no mês passado, variação positiva de 16,5%, e o consumo aparente de produtos siderúrgicos somou 2,3 milhões de toneladas, crescimento de 13,5%, na mesma base de comparação.

Os dados sobre exportações em julho, apontou a entidade, foram pressionados pela contabilização, com atraso, de parte do volume embarcado entre novembro de 2023 e junho deste ano. Isso aconteceu devido à nova dinâmica documental causada por mudança na portaria n°8/23, da Inspetoria da Receita Federal, sobre exportações no Porto de Pecém, que fica na costa do Nordeste.

O atraso foi corrigido em julho, o que elevou artificialmente as exportações para 1,5 milhão de toneladas, distorcendo a variação percentual — frente a julho de 2023, a alta chegou a 81,6%.

Na variação de julho frente a junho, a produção cresceu 7,6% e as vendas internas avançaram 2,3%. Já as importações subiram 38,3% nessa base de comparação e o consumo aparente, 3,5%.

No acumulado de janeiro a julho, a produção de aço bruto no Brasil atingiu 19,4 milhões de toneladas, alta de 3,3% frente a igual período do ano anterior. As vendas internas fecharam em 12,1 milhões de toneladas, avanço de 5,6% na mesma comparação.

Ainda nos mesmos intervalos analisados, as importações registraram 3,3 milhões de toneladas, incremento de 23,7%. As exportações contabilizaram 6,1 milhões de toneladas, com queda de 12,9%.

O consumo aparente de produtos siderúrgicos fechou em 14,7 milhões de toneladas nos sete primeiros meses de 2024, tendo variado 7,4% quando comparado a igual intervalo de 2023.

ECONOMIA

Exame - SP   22/08/2024

O comércio exterior da China alcançou 24,83 trilhões de yuans (US$ 3,46 trilhões) nos primeiros sete meses deste ano, registrando um aumento anual de 6,2%, de acordo com dados divulgados na quarta-feira pela Administração Geral de Alfândegas (GAC).

Lyu Dailiang, porta-voz da GAC, observou que a operação econômica da China tem sido geralmente estável, com o comércio exterior mantendo uma tendência positiva desde o início do ano.

No mesmo período, as exportações totalizaram 14,26 trilhões de yuans, um aumento de 6,7%; enquanto as importações foram de 10,57 trilhões de yuans, um aumento de 5,4%.

O forte crescimento foi atribuído a uma série de fatores, incluindo uma forte demanda interna, manufatura avançada e uma recuperação no comércio global.

A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) permaneceu como o maior parceiro comercial da China, com o volume de comércio bilateral atingindo 3,92 trilhões de yuans nos primeiros sete meses, um aumento de 10,5% em relação ao ano anterior, representando 15,8% do comércio exterior total do país.

Apesar da disputa comercial em andamento após a imposição de tarifas provisórias sobre veículos elétricos chineses pela União Europeia, o comércio entre os dois lados ficou em segundo lugar, com 3,22 trilhões de yuans, seguido pelos EUA com 2,72 trilhões de yuans.

O comércio de mercadorias da China com os países participantes da Iniciativa do Cinturão e Rota aumentou 7,1%, alcançando 11,72 trilhões de yuans nos primeiros sete meses.

Produtos mecânicos e elétricos continuaram a dominar as exportações da China durante o período, representando quase 60% do total.

Em julho, o comércio exterior do país totalizou 3,68 trilhões de yuans, um aumento anual de 6,5%.

Os analistas expressaram otimismo em relação ao volume de comércio atual da China e suas perspectivas para o segundo semestre do ano. Isso é um bom sinal para a economia chinesa manter seu impulso de crescimento.

IstoÉ Dinheiro - SP   22/08/2024

Os membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) observaram que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi sólido no primeiro semestre do ano, embora mais lento do que o ritmo robusto visto no segundo semestre do ano passado. A ata do mais recente encontro de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada nesta quarta-feira, citou que as compras finais domésticas do setor privado (PDFP, na sigla em inglês), que geralmente dão um sinal melhor do que o crescimento do PIB, também moderaram no primeiro semestre, mas menos do que o crescimento do PIB, segundo o documento.

De acordo com a ata, o PDFP se expandiu em um ritmo sólido, apoiado pelo crescimento dos gastos do consumidor e do investimento fixo pelas empresas.

Os participantes da reunião viram a moderação no crescimento da atividade econômica como amplamente alinhada com o que já vinha sendo previsto, diz o documento.

Em relação à dinâmica de preços, quase todos os dirigentes disseram que dados de inflação eram encorajadores.

A ata, entretanto, pontua que quase todos os dirigentes viam necessidade de mais confiança no processo de queda da inflação.

Do lado do emprego, os integrantes do Fomc pontuaram que riscos à meta de emprego aumentaram. Alguns dirigentes viam um risco de que o enfraquecimento do emprego se torne deterioração.

O documento cita ainda que muitos dirigentes notam que cortar juro cedo ou tarde demais pode reverter progressos.

Exame - SP   22/08/2024

A política de aumentar tarifas para produtos importados para os Estados Unidos, proposta pelo candidato republicano Donald Trump, poderia levar a um "caos econômico" e impactar negativamente todas as classes sociais do país por causa do aumento dos preços. A avaliação é de Miriam Sapiro, conselheira sênior do think tank Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), ex-embaixadora e representante de Comércio dos EUA.

"Tenho uma preocupação econômica muito forte: a proposta de Trump de aumentar as tarifas de 10% para 20% para todas as importações e para 60% de tudo o que for importado da China. Essa proposta é um mau imposto nas famílias trabalhadores, um que elas não podem bancar", disse Sapiro durante coletiva para correspondentes estrangeiros na Convenção Democrata, em Chicago.

Segundo ela, alguns estudos mostram que essa política, se levada a cabo, custaria às famílias cerca de 3.900 dólares por ano.

"Em quatro anos, daria quase 16.000 dólares. E as pessoas se perguntam o porquê desse imposto", afirmou. "As tarifas não se aplicam aos países que elas direcionam. Ela impactam os americanos e o país, e são pagas pelos negócios americanos, que repassam esses custos aos consumidores."

Além disso, o aumento substancial proposto por Trump para a China, apontou a especialista, será repassado a todos os cidadãos. "Não importa se uma família é rica ou pobre, mas machuca mais as famílias mais pobres. É o que chamamos de um imposto regressivo", afirmou.

"Caos econômico"

Para ela, essa política poderia gerar um "caos econômico" nos mercados.

"Outros países provavelmente retaliariam o aumento de tarifas americanas sobre seus produtos impondo tarifas de produtos americanos exportados. Essa proposta prejudicará os trabalhadores, fazendeiros", afirmou Sapiro. "Não importa se os EUA estão exportando carros, carne ou milho, será mais caro e menos desejável comprar esses produtos."

As tarifas propostas por Trump sobre todas as importações da China afetariam mais de 400 bilhões de dólares em importações, segundo economistas.

Tarifas, ela alertou, são importantes quando usadas estrategicamente, mas não de uma forma desorganizada, como avalia ser a proposta dos republicanos. "Isso prejudicaria as famílias e a economia americana", afirmou.

Para Sapiro, qualquer estratégia "inteligente" de política comercial dos EUA precisa focar nos trabalhadores americanos.

"Os trabalhadores americanos podem competir de forma justa? Quando é justo, eles podem concorrer com qualquer país. É crítico, portanto, entender se o cenário é justo. Sabemos que há companhias que não seguem as regras. E uma administração Harris não será tímida em confrontá-las", disse.

Apesar de a campanha da vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris criticar o plano de Trump, o qual alcunhou de "imposto de Trump", a gestão de Joe Biden manteve em grande parte as tarifas do mandato do republicano. E anunciou algumas novas tarifas contra importações chinesas em maio deste ano, que afetam cerca de 18 bilhões de dólares em mercadorias, culpando as “práticas comerciais injustas da China”, segundo a Forbes.

Guerra da Ucrânia

Do ponto de vista internacional, Kamala está pronta para liderar, opinou Sapiro, citando o comprometimento da candidata com garantir a capacidade de defesa da Ucrânia contra a Rússia.

"Os 3,5 milhões de eleitores de descendência da Europa Central ou do Leste que vivem na Pensilvânia, Wisconsin e Michigan sabem que ela está com a Ucrânia e contra Vladmir Putin", disse, referindo-se justamente alguns dos estados que serão decisivos na campanha americana.

"Está comprometida a construir uma nova aliança, e incluir novos membros como Polônia, Letônia, Lituânia, Estônia Suécia e Finlândia", prosseguiu, sem detalhar a proposta.

Perguntada pela EXAME sobre se as sanções econômicas dos EUA e outros países do Ocidente à Rússia tinham funcionado, Sapiro pontuou que sanções são instrumentos eficazes, mas precisam ser feitos de forma abrangente pelo máximo número de membros da comunidade internacional.

"As sanções funcionam, de maneira ampla. No caso da guerra da Ucrânia, a administração Biden agiu bastante cedo para organizar as medidas e para garantir que as sanções fossem multilaterais. É uma ferramenta importante. Mas não funciona quando é feita unilateralmente", afirmou.

Sapiro já trabalhou em diversas administrações democratas e atuou no Conselho de Segurança Nacional e no Departamento de Estado americano. De 2010 a 2014, ela liderou as negociações comerciais externas do país.

Durante a coletiva, ela buscou demonstrar por que acredita que Kamala Harris tem melhores propostas para a economia americana e, assim, construir um ambiente favorável à classe média, no qual as pessoas possam educar seus filhos, comprar casas e acessar a saúde.

"Ela e sua mãe alugaram casas na sua adolescência. Ela entende a dignidade e importância de um bom emprego", disse.

O Estado de S.Paulo - SP   22/08/2024

Se nenhum desastre ocorrer até dezembro, o governo Lula completará dois anos de crescimento econômico acima de 2%. Seria um resultado razoável, talvez satisfatório, para um país desenvolvido, mas é medíocre para um grande emergente. O governo aposta numa expansão superior a 2,5%, talvez bem próxima de 3%, para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. No mercado financeiro, a mediana das projeções indica um avanço de 2,23%, segundo a última pesquisa Focus. Em 2023, início do atual governo, o avanço foi de 2,9%. O emprego aumentou desde o ano passado, mas a inflação continua longe do centro da meta (3%) e deverá superar 4,2% até o fim do ano, segundo estimativas correntes. As contas públicas permanecem como um fator de insegurança.

O desemprego caiu para 6,9% no trimestre encerrado em junho. Desde 2014, foi a menor taxa para um segundo trimestre, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população ocupada, 101,8 milhões de pessoas, foi um novo recorde na série histórica. Os primeiros números de julho, fornecidos por outras fontes, também são animadores. O índice de produção industrial subiu de 48,7 pontos em junho para 54,3 no mês seguinte, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o mesmo relatório, o indicador do número de empregados passou de 48,7 pontos em junho para 54,3 no mês seguinte.

A melhora no segundo trimestre foi registrada também pela Fundação Getúlio Vargas. Nesse período, a produção foi 1,1% maior que no primeiro. Na comparação interanual, os últimos dados mostram um avanço de 2,9% em relação ao período abril-junho de 2023. Além disso, o crescimento acumulado em 12 meses chegou a 2,9%, segundo o Monitor do PIB-FGV.

Mas o desempenho geral da economia, no mínimo razoável desde o ano passado, será menos promissor no curto e no médio prazos, de acordo com as expectativas anotadas na pesquisa Focus. Segundo o último boletim, a mediana das projeções do PIB aponta expansão de 1,89% em 2025 e 2% em cada um dos dois anos seguintes.

A inflação seguirá acima do centro da meta e os juros básicos permanecerão elevados. A taxa básica ficará em 10,5% em dezembro deste ano, em 10% no fim de 2025 e em 9% no encerramento dos dois anos seguintes. Segundo o boletim, portanto, os juros básicos serão mantidos até dezembro e reduzidos moderadamente nos anos seguintes. Em declaração recente, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, admitiu a hipótese de uma elevação da taxa neste semestre, se houver dúvidas importantes quanto ao declínio da inflação. No mercado, tem-se mencionado como certa a nomeação de Galípolo para a presidência do BC.

Juros altos são empecilho ao negócios e à expansão do emprego, mas é difícil apostar numa redução da taxa básica neste semestre ou nos primeiros meses de 2025. Geralmente crítico das políticas de aperto monetário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou seu discurso, recentemente, e mostrou-se disposto a apoiar decisões desse tipo, se forem anunciadas pela cúpula do BC. Antes de ser indicado para uma diretoria do BC, Galípolo, convidado pelo ministro Fernando Haddad, trabalhou no Ministério da Fazenda. Foi Haddad quem o indicou para atuar no BC. Esse relacionamento é a explicação mais provável para a mudança de Lula em relação à política monetária.

Quanto mais eficaz a ação do BC, mais velozmente a inflação será controlada e mais prontamente a economia voltará a crescer. Mas o crescimento seguro e duradouro dependerá também da saúde fiscal, isto é, da condição sustentável das contas públicas. Este item, de enorme importância, dependerá principalmente do presidente Lula, nem sempre inclinado a conter o gasto e a conduzir com prudência as contas públicas.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   22/08/2024

Após atingir na semana passada o menor patamar desde novembro de 2022, o preço do minério de ferro voltou a subir nesta semana, impulsionado pelos preços do aço na China, principal mercado consumidor da commodity. Mesmo com a recuperação dos últimos dois dias, analistas ouvidos pelo Broadcast apontam que dúvidas sobre a demanda e a falta de estímulos vigorosos no mercado chinês devem limitar uma recuperação mais expressiva ao longo do ano.

No mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, o contrato mais negociado do minério de ferro para janeiro de 2025 fechou nesta quarta, 21, com alta de 1,21%, a US$ 99,5. Na Bolsa de Cingapura, o minério de referência de setembro teve alta de 0,92%, fechando a US$ 95,50. Já em Qingdao, a commodity registrou uma alta de 0,25%, a US$ 94,71.

Apesar da alta nesta semana, analistas ouvidos pelo Broadcast duvidam da sustentabilidade do movimento de recuperação no curto prazo, considerando que os fatores fundamentalistas que levaram a queda na semana anterior seguem no radar do mercado, com a falta de estímulo fiscal na China também pesando negativamente sobre as perspectivas de demanda nos próximos meses.

O Citi avalia que a alta desta semana acontece em meio a um maior esforço das mineradoras por reajustes e redução de descontos, mas o movimento deve ter efeito limitado e os preços podem cair ainda mais nos próximos meses. Em seguida, haverá uma nova recuperação impulsionada pelo reabastecimento das siderúrgicas, o que deve acontecer no início de 2025.

O banco entende que a China provavelmente não implementará políticas de flexibilização importantes para apoiar o setor imobiliário, o que pesará na demanda pela commodity. “A China está em transição para uma economia liderada por ‘novas forças produtivas’ que requerem menos aço”, dizem os analistas do Citi.

A gerente sênior para metais da S&P Global Commodity Insights, Adriana Carvalho, destaca que a alta dos dois últimos dias foi também impulsionada pela recuperação nos preços do vergalhão. “A alta nos preços do minério de ferro hoje pode ser atribuída simplesmente à recuperação nos preços do vergalhão, que dispararam devido aos estoques relativamente baixos”, avalia.

Carvalho lembra que a confiança geral do mercado permanece baixa, o que deve fazer com que as compras continuem limitadas, somada ao fato de que a demanda de aço da China está em uma tendência estrutural de baixa no longo prazo. “Enquanto algumas usinas de aço de baixa eficiência não forem eliminadas do mercado, a rentabilidade da indústria não deverá melhorar”, aponta.

Ela prevê que as importações de minério de ferro pelo país desacelerem no segundo semestre do ano, pois a produção de aço continuará sendo limitada até 2025 para se alinhar melhor com a demanda.

O CEO da Tarraco Commodities, Gilberto Cardoso, menciona que a alta atual representa uma recuperação em relação à queda da semana anterior, motivada pelo mercado que busca aproveitar preços considerados baixos para repor estoques. “As importações permaneceram altas, indicando excesso de oferta”, afirmou.

Tendência

O analista de commodities da Genial Investimentos, Igor Guedes, prevê que as cotações da commodity devem registrar volatilidade, dada a sua dependência em relação à construção civil chinesa, que vive um momento de incertezas. Incentivos pontuais podem favorecer os preços, mas com impactos limitados na economia real devido às deficiências persistentes do setor. Para ele, os desafios enfrentados atualmente pelo mercado imobiliário mostram uma necessidade de reformulação, que pode levar de cinco a seis anos para ser executada.

No segundo trimestre de 2024, houve aumento nos embarques de minério de ferro, decorrente da sazonalidade favorável no Brasil e do aumento de produção da Vale. Contudo, Guedes aponta que as mineradoras precisam reavaliar suas estratégias comerciais para evitar uma saturação no mercado siderúrgico, visto que o excesso de oferta prejudica uma potencial recuperação de preços.

A expectativa de Guedes é que a cotação do minério de ferro deve ficar próxima da média de US$ 100, com uma projeção de fechamento anual em torno de US$ 95. Ele justificou que os valores não devem reduzir muito, devido ao impacto nos custos de produção das mineradoras menores. Por outro lado, não devem aumentar significativamente por conta dos desafios na construção civil na China. *Com informações da Dow Jones.

Máquinas e Equipamentos

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   22/08/2024

O Grupo Osvaldo Zilli anunciou o relançamento da marca Michigan no Brasil, com foco inicial em pás carregadeiras.

Fundada em 1903 em Chicago (EUA), a marca é mundialmente reconhecida pelo desenvolvimento de maquinários para os setores de construção, logística e infraestrutura.

No ano passado, o Grupo Zilli passou a importar e distribuir produtos de Linha Amarela da Michigan, além de pneus Apollo com exclusividade no país.

Atualmente, as empresas do Grupo, Comazi e Vimazi, já estão atuando com a Michigan nas regiões Centro-Oeste, Norte e parte do Nordeste, consolidando a presença da marca no mercado nacional.

Os investimentos não se limitam às pás carregadeiras, pois o Grupo também aposta em escavadeiras, motoniveladoras, tratores de esteiras, rolos compactadores e empilhadeiras.

A expectativa é que, até 2025, novos modelos sejam lançados no Brasil, ampliando a oferta de produtos no país.

Osvaldo Zilli, líder do Grupo, destaca a simplicidade mecânica e o custo-benefício das máquinas como fatores decisivos, embora alguns componentes tenham mudado ao longo dos anos.

Ele ressalta que o diferencial competitivo está na "combinação de produtos de alta qualidade, pós-venda eficiente e ampla disponibilidade de peças".

“Nosso objetivo é oferecer máquinas que aliem simplicidade, baixo custo de manutenção e robustez, tudo com um atendimento de alto nível”, ressalta.

AUTOMOTIVO

Auto Industria - SP   22/08/2024

O mercado de ônibus é conhecido por seu protagonismo na adoção de novas tecnologias e a transição energética não é uma novidade, se analisados os dados históricos. De 1960 a 1979 convivemos com produção de ônibus movidos a gasolina, de 1981 a 1985 experimentamos os primeiros ônibus movidos a etanol e desde 2005 o País produz ônibus elétricos e modelos a combustão com combustíveis gasosos.

Na última década a média de licenciamentos de chassis de ônibus ficou próxima de 17 mil unidades por ano, enquanto a de exportações na casa das 6,8 mil unidade anuais. Há uma tendência global de queda na demanda de ônibus em decorrência da substituição por modais de transportes mais eficientes e pelo transporte individual. As projeções até 2030 revelam queda na demanda nacional (CAGR -1%) e queda na produção (CAGR -2,9%).

No entanto, para 2024, espera-se crescimento na produção de 31% em relação a 2023 para o cumprimento de contratos previamente estabelecidos. O mercado de ônibus é dependente de licitações e incentivos para manter a previsibilidade de produção. A política industrial relacionada ao Programa Mover poderá trazer maior previsibilidade para indústria local, garantindo investimentos e tornando o setor mais competitivo para exportações.

O processo desde a produção de um chassi por um fabricante local até o encarroçamento do ônibus é moroso e leva de 90 a 150 dias por envolver o registro no Detran Estadual, a vistoria veicular antes que seja emitida a CRV para o emplacamento e, por fim, o licenciamento.

O Brasil é um dos maiores fabricantes de chassis e de carrocerias para ônibus do mundo, possui uma das maiores frotas, no entanto não apresenta crescimento. Apesar da alta densidade populacional nos grandes centros urbanos, a necessidade por transportes públicos mais eficientes e com foco em sustentabilidade tem se mostrado  fator importante na decisão e nas políticas públicas.

Os projetos em mobilidade urbana permitiram a expansão da malha ferroviária, metrô, VLT, faixa exclusiva de ônibus e corredores viários, que contribuíram para redução da frota de ônibus.

Pesquisa CNT de Mobilidade Urbana 2024 revela que o VLT possui um menor custo diário que o ônibus. Destaca-se ainda a motocicleta com custo diário ligeiramente acima do ônibus, contudo trata-se de um transporte individual e mais rápido. Na mesma pesquisa chama atenção o transporte ser apontado como terceiro maior problema urbano (24,3%), ficando atrás somente de falta de segurança e de saúde.

Serviços por aplicativo, carona e transporte individual (bicicleta e motocicleta) têm ganhado relevância nas classes C e D, favorecendo a redução da demanda de ônibus. Nas principais capitais, houve redução de 44,1% na quantidade de passageiros no transporte urbano, aponta o anuário NTU 2023 -2024.

De acordo o Sindipeças, a frota circulante de ônibus apresentou recuou para 389 mil veículos e na última década constatou-se envelhecimento da frota de 8 anos e 9 meses para 11 anos e 3 meses, indicando mercado promissor para reposição e potencial de renovação de frota ainda a ser explorado.

Segundo o E-BUS radar, no Brasil circulam apenas 578 ônibus elétricos (predominantemente trólebus), representando 0,15% da frota total nacional e concentrados no Estado de São Paulo. Se compararmos com outros países da América Latina, a frota eletrificada nacional é menor que as do Chile, Colômbia e México.

Muitas são as rotas para a descarbonização do transporte urbano e todas dependem de um fator importante para se provarem viáveis ao longo do tempo na indústria: escala. Outro fator importante na concepção dos veículos de transporte urbano é autonomia. Para quem decide a compra, o TCO (Total Cost of Ownership) é a prioridade em um mercado altamente competitivo, quando não há uma imposição regulatória direcionando a tecnologia.

Considerando os fatores de decisão expostos e a baixa penetração dos ônibus elétricos movidos a bateria até o momento, devido a seu alto custo de aquisição, que impactam diretamente no TCO, será necessário maior escala global para viabilizar esta rota. De outra forma, os veículos movidos a combustão interna ou mesmo os híbridos,  por possuírem escala e autonomia desejada com menor impacto no TCO, apresentam-se como tecnologia adequada para transição.

Recentemente os principais fabricantes de chassis e encarroçadores apresentaram na Lat.Bus, principal feira do setor realizada em São Paulo, lançamentos que buscam atender os anseios da sociedade pela descarbonização.

Notou-se a predominância de tecnologias de eletrificação para veículos com autonomia intermediária – 250 km. Algumas apostas em tecnologias de combustão interna associadas a combustíveis renováveis e tecnologias híbridas, que apresentam vantagens em autonomia e custo de aquisição.

Existem desafios a serem equacionados para adoção de novas tecnologias elétricas em larga escala, como por exemplo a adaptação das garagens e expansão da rede de carregamento, essenciais para a operação eficiente, além da criação de políticas públicas de incentivo e linhas de financiamento com condições especiais.

Podemos inferir que existem diversos caminhos para a descarbonização e não uma única solução definitiva, uma combinação de soluções que, na dose certa, poderá propiciar um futuro mais limpo e sustentável.

Auto Informe - SP   22/08/2024

As poucas altas e muitas baixas das exportações brasileiras de veículos, em combinação com o substancial aumento de importações sempre que nenhum protecionismo é adotado, abre dois rombos no comércio exterior do Brasil: um moral, outro financeiro.

O déficit moral decorre da difícil aceitação de que a indústria instalada no País há mais de setenta anos é incapaz produzir carros mais exportáveis, como faz a China que após vinte e poucos anos de desenvolvimento deve se tornar o maior exportador de veículos do mundo, com estimativa de embarcar 6 milhões de unidades a outros países.

Já o rombo financeiro acontece porque a importação de bens de alto valor agregado reduz o saldo da balança comercial, hoje dependente de sobreviver só com vendas externas de commodities de baixo valor agregado, que trazem pouco desenvolvimento econômico.

Déficit industrial aumentado
Levantamento da AEB, Associação de Comércio Exterior do Brasil, produzido em julho passado, mostra que os automóveis de passageiros híbridos e elétricos, que têm imposto de importação reduzido, serão os principais responsáveis por alargar de US$ 108 bilhões em 2023 para US$ 123 bilhões o enorme déficit da balança comercial brasileira de produtos industrializados.

A AEB projeta que as importações de automóveis este ano – em sua grande maioria híbridos e elétricos vindos da China – deverão somar US$ 11,5 bilhões, em crescimento de vistosos 98% sobre os US$ 5,8 bilhões de 2023, quando a expansão já havia dado um salto expressivo de 61% ante os US$ 3,6 bilhões importados em 2022.

Se a projeção da AEB for confirmada, de acordo com dados da associação, os automóveis serão, em 2024, o segundo produto mais importado pelo Brasil, ficando só atrás de óleos combustíveis e à frente de petróleo, adubos e fertilizantes.

Enquanto isso estão em queda livre as exportações de carros brasileiros – que são gritantemente inferiores em acabamento e tecnologia aos importados chineses que aprenderam a fazer veículos em vinte anos.
Segundo projeta a AEB as vendas de automóveis brasileiros devem somar US$ apenas 3,7 bilhões este ano, em retração de 10,8% sobre 2023, abrindo déficit anual de US$ 7,8 bilhões só nesta conta.

Saldo negativo ampliado
Para piorar o rombo na balança comercial do setor automotivo no Brasil não se limita às importações de automóveis, mas a todos os produtos desta indústria.

Ainda segundo o levantamento da AEB as importações de veículos de carga devem crescer 12% este ano, para US$ 4 bilhões – impulsionadas principalmente por modelos de menor porte que deixaram de ser produzidos no Brasil, como vans e furgões – enquanto as exportações destes modelos deverá cair 8,5%, para US$ 2,3 bilhões, gerando déficit de US$ 1,7 bilhão.

Já o Sindipeças projeta em quase US$ 12 bilhões o déficit da balança de autopeças, com importações de US$ 20 bilhões e exportações de US$ 8,1 bilhões.

Para pneus – outro item duramente atingido pela concorrência chinesa este ano, mas aqui com qualidade inferior ao produto brasileiro no mercado de reposição – a AEB projeta exportação de US$ 1,2 bilhão, queda de 5% em comparação ao ano anterior, e o dobro disto em importações: US$ 2,1 bilhões, em alta de 13% sobre 2023.

Exportação de empregos e PIB
Todos os quinze produtos mais exportados pelo Brasil este ano são commodities, como soja, minério de ferro e até petróleo, que encabeça esta lista pela primeira vez. Nada contra, mas depender só destes produtos limita bastante as possibilidades de ganhos e de desenvolvimento industrial do País.

Automóveis estão fora da lista dos produtos mais exportados pelo Brasil por causa da dependência de mercados latino-americanos, especialmente da Argentina, o maior mercado externo dos veículos brasileiros, que passa por severos problemas econômicos e vem diminuindo as compras ano a ano.

Em outros mercados como México, Chile e Colômbia as vendas também estão caindo, não só por problemas locais como também por causa da concorrência chinesa que também está chegando com força nestes países com produtos melhores e mais baratos que os brasileiros.

Países que importam muitos produtos industrializados exportam PIB e empregos. Segundo aponta a Associação de Comércio Exterior do Brasil a cada US$ 1 bilhão em importações de manufaturados, além da perda de divisas em si, o País sutenta cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos no Exterior. O contrário também é verdadeiro: ao exportar US$ 1 bilhão são gerados 30 mil empregos aqui e o valor entra como saldo positivo na balança comercial.

Nesta jornada não há caminho bom. Se as importações de carros continuarem a aumentar no ritmo que estão é bastante provável, como já aconteceu antes, que o governo adote barreiras tarifárias para evitar o alargamento do rombo na balança comercial, o que mais uma vez dará à indústria instalada no País a liberdade de continuar a produzir veículos de preços altos e qualidade inferior.

Por outro lado caso nenhuma barreira for adotada os importados tendem a engolir esta indústria, provocando perda de empregos e PIB, além de déficit de desenvolvimento tecnológico. É uma equação difícil de equilibrar mas que precisa de equilíbrio.

Automotive Business - SP   22/08/2024

Com o espaço deixado pela linha Axor, a Mercedes-Benz ampliou o catálogo de seus caminhões extrapesados. A fabricante alemã acaba de lançar novas versões on-road e off-road de sua linha de extrapesados Atego.

O lançamento é uma segunda etapa na renovação da linha iniciada no começo deste ano. Com as novas opões, a Mercedes tenta ter oferta em segmentos de mercado antes cobertos pela gama Axor (encerrada em 2023), como os setores de logística, mineração e construção civil.

O investimento na família Atego se justifica pelo seu bom desempenho comercial. A gama responde por 40% das vendas totais de caminhões da Mercedes no Brasil. No primeiro semestre, foram 3.700 unidades licenciadas.
Como são os novos caminhões extrapesados da Mercedes
Com versões off-road 3133 do Atego, Mercedes está de olho em setores como o de mineração

Dentro desta estratégia, o novo Atego 1933 LS 4x2 foi desenvolvido de olho no segmento de transporte de cargas fracionadas, como operações em portos, indústrias e centros de distribuição, para curtas e médias distâncias.

O cavalo mecânico tem suspensão pneumática e capacidade máxima de tração (CMT) de 45,1 toneladas e é indicado para uso com semirreboques de três eixos entre 41,5 e 43,5 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC). O motor é o OM 926 LA BlueTec 6, de seis cilindros e 321 cv, aliado à caixa automatizada de 12 marchas.

Participe das discussões sobre o impacto do agronegócio na evolução automotiva

Já o off-road 3133 6x4 quer tentar a sorte em segmentos como construção civil, mineração e agronegócio. Tem eixo dianteiro com molas reforçadas e eixos traseiros com redução nos cubos, e é equipado com bloqueio longitudinal e transversal.

O 3133 6x4 tem opções de tanque de diesel de 300 ou 600 litros e usa o mesmo conjunto mecânico do 1933 LS 4x2. Segundo a Mercedes, ele serve a aplicações como caminhão basculante, tanque, guindaste, Romeu-e-Julieta e betoneira.

Automotive Business - SP   22/08/2024

A indústria de autopeças do país vai investir R$ 50 bilhões até 2028 na esteira dos projetos das montadoras que envolvem veículos verdes.

Segundo Gábor Deák, diretor do Sindipeças, a entidade que representa as fabricantes de componentes local, os recursos serão aportados na atualização das linhas para produzir novos componentes, e não em aumento da capacidade produtiva das fábricas.

“O setor está preparado para acompanhar essa evolução que ocorre nas OEMs”, disse Deak na quarta-feira, 21, durante o evento Simea 2024, realizado em São Paulo (SP).

Os recursos previstos pelo setor representam cerca de 38,5% do total anunciado pelas montadoras após a criação do Programa Mover, cerca de R$ 130 bilhões.

“Quando se inicia o desenvolvimento dos veículos começa uma nova parceria entre montadoras e seus fornecedores de insumos e autopeças”, disse Geovani Fagunde, consultor da PwC, em entrevista à AB.

 

FERROVIÁRIO

Portal Fator Brasil - RJ   22/08/2024

No total serão mais de 1.600 quilômetros de ferrovias que cruzam a região Sudeste. Contrato tem validade de três anos e vai garantir ainda mais estabilidade e segurança ferroviária.

Uma parceria entre a MRS Logística, que administra ferrovias nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, e a Loram, empresa global que fornece soluções de manutenção de via permanente ao redor do mundo, vai executar, nos próximos três anos, a remoção de irregularidade acumulada e a correção de perfil dos trilhos em toda a malha ferroviária que a MRS opera. O contrato tem um valor de mais de R$ 100 milhões.

Esses dois processos, que, juntos, são denominados “esmerilhamento” de trilhos, são práticas essenciais para a manutenção de ferrovias de Heavy Haul. A parceria, que transfere para a Loram a operação e manutenção de uma esmerilhadora de 90 rebolos adquirida pela MRS em 2012, trará benefícios significativos para a linha férrea administrada pela MRS. O objetivo é aprimorar ainda mais a segurança ferroviária, prolongar a vida útil dos trilhos, aumentar a eficiência operacional, além de resultar em um contato roda-trilho mais aderente ao projeto, acarretando economia de diesel das locomotivas e, consequentemente, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa.

—Essa colaboração proporciona melhorias para a segurança e estabilidade dos trilhos, bem como o prolongamento da vida útil de nossas vias. Dessa forma, reduzimos a necessidade de substituição precoce de ativos, o que resulta em uma economia significativa. Além disso, a companhia consegue uma maior eficiência operacional, evitando atrasos, aumentando a velocidade média dos trens —explica Eduardo Kitamura, especialista Ferroviário da MRS.

Essa parceria estratégica não apenas reforça o compromisso da MRS com a manutenção de sua ferrovia em padrões de classe mundial e também destaca a importância da colaboração com parceiros globais.

—Reconhecemos a grande responsabilidade de cuidar desse ativo crucial para o nosso cliente e sentimos um imenso orgulho em firmar esta parceria com a MRS, que foi a primeira ferrovia no Brasil a receber uma esmerilhadora Loram, em 2002. Estamos confiantes de que entregaremos um serviço incomparável à MRS, fortalecendo nossa base para juntos explorarmos novas oportunidades de negócio e continuarmos impulsionando o transporte ferroviário no Brasil— comemora Rafael Araújo, diretor Comercial da Loram.

Estas melhorias já vêm sendo colocadas em prática desde fevereiro deste ano, com a conclusão deste primeiro contrato prevista para o mesmo mês de 2027.

MRS — A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. A companhia está entre as melhores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada na década de 90. A malha ferroviária conecta regiões produtoras de commodities minerais e agrícolas a alguns dos principais parques industriais do Brasil aos maiores portos da região Sudeste, o que gera uma operação de transporte diversificada, como contêineres, siderúrgicos, cimento, bauxita, agrícolas, coque, carvão e minério de ferro. Aproximadamente, 20% de tudo o que o País exporta e um terço de toda a carga transportada por trens passam pelos trilhos da MRS.

Loram — A Loram, com 70 anos de experiência, é a líder global no fornecimento de serviços de manutenção de via, inspeção e otimização de infraestrutura ferroviária. A empresa oferece serviços especializados e tecnologias avançadas, com mais de 250 máquinas espalhadas por 27 países, atendendo a partir de sete escritórios globais. A Loram oferece serviços turnkey, incluindo fabricação, manutenção e operação de suas próprias máquinas, que trabalham na renovação e manutenção da via permanente nas principais ferrovias de carga e transporte de passageiros do mundo. A sede no Brasil fica na cidade de Curitiba e é responsável pelos continentes sul-americano e africano. A Loram fornece um serviço incomparável, garantindo entrega de qualidade e soluções inovadoras, com máquinas que possuem 98% de confiabilidade e equipes que seguem altos padrões de segurança.

Revista Ferroviaria - RJ   22/08/2024

O governo do estado está estudando a possibilidade de unificar o Metrô, CPTM e a EMTU em uma única empresa com o objetivo de simplificar e abarcar os profissionais responsáveis pelo planejamento dos transportes no estado.

A declaração foi dada durante a audiência pública referente ao projeto de lei complementar para o fortalecimento da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP).
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade

Dentro dos questionamentos ao longo da audiência destacou-se a possível extinção da EMTU, que seria incorporada a agência reguladora. O assunto está praticamente correlato ao futuro de empresas sobre trilhos como Metrô e CPTM.

No futuro, com o avanço do plano de desestatização total dos transportes sobre trilhos, as estatais remanescentes perderão suas funções inerentes à operação.

Diante deste cenário e das prerrogativas do governo em planejar e ordenar o crescimento da rede, o estado prepara um redesenho completo da estrutura de gerenciamento e planejamento de transportes.

“O Estado vai precisar do seu braço de planejamento, vai precisar do seu braço de obra, por isso que no nosso programa de mobilidade há um capítulo que a gente está estudando, que é justamente um redesenho do setor para que, como disse o colega da Associação dos Engenheiros do Metrô, justamente para o Estado não perder essa capacidade de planejar.”

Segundo a fala de André Isper, secretário executivo de Parcerias em Investimentos, o governo estuda a alocação dos funcionários estratégicos das três empresas de transporte para uma companhia incorporada.

Não se sabe exatamente o que seria esta companhia. Existe a possibilidade de transferir os funcionários para uma única empresa já existente, como o Metrô, ou de extinguir todas as estatais e criar uma nova estrutura de estado para abrigar estes profissionais.

“Então, como diria para os funcionários que hoje estão trabalhando com obra pública, hoje estão no planejamento, esses funcionários vão ser aproveitados provavelmente com uma companhia incorporada, Metrô, CPTM, EMTU, o desenho ainda está sendo estudado, vai continuar existindo, porque, de novo, o Estado não vai perder essa capacidade de planejamento.”

A ideia do governo no longo prazo se torna mais clara. O estado não terá papel como agente de operação dos sistemas sobre pneus e trilhos, esta será uma atribuição exclusiva da iniciativa privada para as linhas atuais e futuras.

“A diferença é o jeito de contratar a obra e o jeito de operar aquela infraestrutura. O ativo é do Estado, ele vai ser revertido, o planejamento é do Estado porque ele decide quantidade, qualidade de serviço”

Para manter tantas operadoras dentro das regras a ARTESP seria fortalecida e a CMCP sairia de um grupo de trabalho para um grande departamento de fiscalização.

“A diferença é que a fiscalização, por haver um contrato, a gente ser obrigado a cumprir um contrato, a gente passa para uma agência reguladora que tem mais capacidade.”

Por sua vez, o estado como agente que direciona a política de transportes e os projetos de longo prazo, de interesse exclusivamente social, é o agente que deverá agir para direcionar as expansões e regramentos.

Em linhas gerais, o fortalecimento da ARTESP e a eventual extinção das estatais de transporte são condições para imprimir maior eficiência dentro do plano que está sendo proposto para a mobilidade sobre trilhos e pneus no estado. Trata-se, portanto, de uma condição específica para o plano de longo prazo.

Dentro deste contexto, não se sabe exatamente o que uma pasta como a Secretaria dos Transportes Metropolitanos faria. É preciso inserir esta pasta, praticamente alienada de suas funções, dentro da nova equação proposta pelo governo Tarcísio.

NAVAL

Valor - SP   22/08/2024

O governo federal planeja fazer mais duas rodadas de leilões em 2024, com previsão de uma licitação em outubro e outra em dezembro, segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos). O ministro falou após o leilão de cinco ativos portuários, realizado nesta quarta (21) em São Paulo.

A meta é de ao menos seis ativos licitados até o fim deste ano, com R$ 4,5 bilhões de investimentos contratados. Os principais terminais que podem ser ofertados são os dois terminais de grãos em Paranaguá (PR), o PAR 14 e o PAR 15. Juntos, eles deverão somar R$ 1,5 bilhão de investimentos. A ideia é que um seja licitado na rodada de outubro e o segundo, em dezembro.

Outro grande projeto que pode sair neste ano é o ITG02, para a movimentação de granéis sólidos minerais em Itaguaí, no Rio de Janeiro. O terminal é conhecido como “área do meio”, por estar localizado entre os empreendimentos da Vale e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O contrato é defendido por outras mineradoras que hoje não têm terminais portuários próprios. Segundo Eduardo Nery, diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), a inclusão desse projeto de cerca de R$ 3 bilhões dependerá da tramitação no TCU (Tribunal de Contas da União).

Infomoney - SP   22/08/2024

O governo federal conseguiu arrendar cinco áreas portuárias em Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro nesta quarta-feira, em leilão que contou com poucos grupos interessados, mas intensa disputa por viva-voz.

O leilão envolveu três áreas no Porto de Recife (PE) — REC08, REC09 e REC10 para graneis como milho e arroz — uma no Porto de Rio Grande (RS) — RIG10 — e uma no Porto do Rio de Janeiro (RJ) — RDJ06.

O certame, o primeiro de arrendamentos portuários neste ano, deveria ter ocorrido no final de maio, mas foi adiado para esta quarta-feira por causa das chuvas no Rio Grande do Sul.

A primeira área – REC08, destinada a movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais e com previsão de investimentos de 51 milhões de reais – foi vencida com apenas um interessado que ofertou 50 mil reais pelo contrato de 10 anos. A empresa vencedora foi a Liquiport, que atua no Porto de Vitória e tem operações no Porto de Recife desde 2022.

A área REC09 – voltada a movimentação e armazenagem de granel sólido e carga geral, especialmente arroz, e com previsão de investimentos de 2,2 milhões de reais – foi arrematada pela Usina Petribú, que afirma ser a usina de cana-de-açúcar mais antiga em operação no Brasil. A empresa começou com proposta de 50 mil reais e venceu a rodada de lances viva-voz contra a Natrio, especializada em importação e distribuição de granéis sólidos, com oferta de 550 mil reais.

A Natrio, porém, venceu a área REC10 – dedicada para movimentação e armazenagem de granéis sólidos e cargas gerais e com estimativa de investimento de 2,9 milhões de reais. A empresa, que considera a área como estratégica para sua expansão, começou com lance de 100 mil reais e venceu a outra interessada no ativo, a Agemar Transportes, com oferta de 3,6 milhões pela outorga de 10 anos.

O terminal no Porto de Rio Grande foi arrematado por 50 mil reais, com oferta feita apenas pela gaúcha Sagres Operações Portuárias. A área – RIG10 – tem expectativa de investimento de 7,8 milhões de reais e é voltada a movimentação e armazenamento de carga geral.

Também com uma única proponente, a área portuária no Rio de Janeiro – RDJ06 – foi arrematada pela carioca Iconic, uma parceria entre Chevron Brasil Lubrificantes e a Ipiranga Lubrificantes, do grupo Ultrapar, com lance de 500 mil reais. A área para armazenagem e movimentação de carga geral líquida, prevê 10,1 milhões de reais em investimentos.

“ÁREA DO MEIO” E STS10

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou após o leilão que o próximo certame portuário deste ano será realizado em outubro e será seguido por um terceiro, em dezembro.

O destaque do pregão de outubro será a área nova (greenfield) em Itaguaí (ITG02), no Rio de Janeiro, localizada em um dos principais portos brasileiros exportadores de minério de ferro e conhecida como “área do meio”. A previsão de investimento é de cerca de 3 bilhões de reais.

A área ITGO2 está interligada por ferrovia (MRS) até a região do quadrilátero ferrífero, em Minas Gerais. O projeto prevê a construção de um píer exclusivo para a área, que já conta com operações do grupo CSN (CSNA3) e da Vale (VALE3).

O ministro ainda afirmou que o leilão da área STS10, no Porto de Santos, e que atrai interesses de gigantes internacionais de logística como Maersk, será realizado em 2025.

“Ao longo destes oito meses temos remodelado a proposta ao lado do TCU (Tribunal de Contas da União)”, disse o ministro. “Entendemos a importância de ampliar a competitividade e a capacidade do Porto de Santos. Até 2050 teremos o Porto de Santos competitivo e atraindo investidores nacionais e internacionais que queiram ampliar investimentos em Santos”, afirmou Costa Filho.

O leilão da grande área STS10 tinha uma expectativa de ser realizado em 2022, com uma previsão de investimento de cerca de 3,3 bilhões de reais.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   22/08/2024

As obras de expansão da rede de gasodutos da Gasmig em Belo Horizonte estão com “todo o gás”. Os bairros Nova Suíça e Jaraguá estão recebendo novos do Sistema de Distribuição de Gás Natural (SDGN). Com previsão de finalização em novembro deste ano, somente no bairro Nova Suíça serão 11,5km de expansão, para o atendimento de 17 clientes comerciais e 812 consumidores residenciais. Aproximadamente 46% das obras já estão concluídas, segundo informações da Gerência de Expansão do Mercado Urbano da Gasmig. Já para atender aos bairros Jaraguá, Indaiá e Liberdade, a previsão é de construir cerca de 16,3 km de gasodutos, com potencial de atendimento de 19 clientes comerciais e 1428 consumidores residenciais.

Metodologia de expansão

Todos os trabalhos da Gasmig para a construção da rede de distribuição de gás natural canalizado de rua são executados conforme as autorizações dos órgãos regulamentadores, seguindo, inclusive, os horários e dias determinados. A companhia realiza suas obras de implantação de dutos prioritariamente pelo método não-destrutivo. Essa metodologia elimina cerca de 90% das aberturas de valas, possibilitando uma obra mais rápida e mais segura. Após a abertura do asfalto para a realização da passagem do gasoduto, o fechamento das valas acontece em até três dias úteis, por uma chapa de aço ou asfalto provisório, apenas para reestabelecer o trânsito. Após a implantação, são instaladas válvulas de segurança e a rede de gás é testada com um gás inerte e, somente após aprovada, é liberada para a gaseificação com o gás natural.

Outras vantagens

Como o gasoduto é subterrâneo, isso reduz o risco de acidentes e dispensa estocagem em recipientes de alta pressão (botijões). Por ser canalizado, o fornecimento do gás é direto e contínuo, evitando surpresas com términos inesperados. Além disso, reduz o tráfego de prestadores de serviços e o trânsito de caminhões. E o pagamento do gás canalizado é feito pós-consumo, com a facilidade de escolha da melhor data para vencimento. A praticidade é outro ponto que deve ser ressaltado no que diz respeito ao uso do gás natural. Isso ocorre porque o consumidor não precisa se preocupar com transtornos de reabastecimento ou controle de estoque, liberando espaço nos estabelecimentos comerciais para utilizações mais funcionais como área para estoque de material, ampliação do ambiente para recebimento dos clientes, e, nos condomínios, as áreas antes ocupadas por vasilhames, podem ser reaproveitadas com espaço gourmet, bicicletário, playground, área de manobra, entre outros.

Atuação

Atualmente, a Gasmig, com uma rede de 1675 km de gasodutos, atende a 47 municípios de 7 mesorregiões do Estado, a saber: Metropolitana de BH, Sul e Sudoeste de Minas, Zona da Mata, Campo das Vertentes, Vale do Rio Doce, Oeste de Minas e Vale do Mucuri. Os clientes da Companhia estão distribuídos entre indústrias, estabelecimentos comerciais e de serviços, postos de revenda de GNV, empresas de distribuição de Gás Natural Comprimido Industrial (GNCI) e de Gás Natural Comprimido Veicular (GNCV). Além disso, também atende a empresas do segmento de cogeração, geração e climatização, bem como a unidades residenciais e usinas termelétricas.

Valor Investe - SP   22/08/2024

Segundo os analistas, entre as empresas juniores, Prio e PetroRecôncavo também têm motivos pra comemorar

As empresas brasileiras do setor de petróleo e gás tiveram um segundo trimestre positivo no geral, com destaque para a Petrobras, que anunciou US$ 2,5 bilhões em dividendos e revisou seu plano de investimentos para baixo, para entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões, enquanto Prio e PetroRecôncavo foram as melhores entre as chamadas empresas juniores, diz o BTG Pactual.

Os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e equipe escrevem, em relatório, que a Petrobras relatou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de US$ 12,2 bilhões, com lucro líquido de US$ 344 milhões, impulsionado por impactos não recorrentes do acordo do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) provisões do plano de reestruturação e despesas não monetárias.

Segundo os analistas, entre as empresas juniores, Prio e PetroRecôncavo se destacaram, com Ebitda ajustado de US$ 546 milhões para Prio, 5% acima da projeção, e R$ 447 milhões para PetroRecôncavo, como esperado, com custos de exploração controlados, o real mais fraco e preços mais altos do Brent. Além disso, sinalizamos o fluxo de caixa forte de ambas as empresas, dizem.

No segmento de distribuidores de combustível, as empresas apresentaram dinâmicas diferentes, e a Vibra foi a que teve melhor desempenho no trimestre, com margem Ebitda acima da projeção, escrevem os analistas. Apesar do Ebitda aquém do esperado, a Ultrapar apresentou resultados robustos, enquanto Raízen relatou números fracos apesar da melhor sazonalidade, com margens menores em distribuição de combustíveis e renováveis.

Por fim, no setor petroquímico, a Braskem registrou outra melhora no Ebitda em base trimestral, que, apesar de ficar 8% aquém da estimativa, marcou o melhor resultado desde o terceiro trimestre de 2022, afirmam os analistas. A geração de caixa, porém, não impressionou, ainda afetada pelo ambiente macroeconômico mais restrito, afirmam.

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