FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

22 de Agosto de 2023

SIDERURGIA

Valor Investe - SP   22/08/2023

Analistas reavaliaram as perspectivas para as companhias no segundo semestre
O J.P. Morgan elevou o preço-alvo dos papéis preferenciais de Gerdau de R$ 28 para R$ 28,50, potencial de alta de 13,7% sobre o fechamento da última sexta-feira, reiterando recomendação neutra. Há pouco, as ações subiam 0,48%, cotadas em R$ 25,19.

Os analistas Rodolfo Angele e Tathiane Martins Candini escrevem que a Gerdau tem boas perspectivas operacionais com demanda resiliente por aços longos e com a reestruturação dos seus negócios.

“No entanto, acreditamos que 2023 será um ano de normalização nos preços e as ações devem seguir a deterioração nos resultados”, afirma o banco, vendo o potencial já precificado nos papéis.
Eles também reiteraram recomendação neutra para Usiminas PNA, com preço-alvo em R$ 7,50, potencial de 9,5%, mantendo posicionamento cauteloso com a siderúrgica por conta da sua exposição ao setor de aços planos no Brasil.

“A companhia também passa por reformas no seu principal alto-forno, processo delicado que tem efeitos operacionais”, comentam. Com isso, a Usiminas deve enfrentar um segundo trimestre desafiador antes de melhorias em 2024.

Há pouco, Usiminas caia 1,02%, a R$ 6,78.

Infomoney - SP   22/08/2023

O segundo trimestre foi marcado por resultados pouco empolgantes para mineradoras e siderúrgicas. Com o preço do minério e do aço recuando, companhias como Vale (VALE3), CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) tiveram balanços fracos e a palavra “China” apareceu – ainda mais – como uma constante nos documentos de publicação e nas teleconferências.

O país asiático, por ser o maior consumidor de aço e de minério do mundo, sempre tem papel de destaque nos press releases de resultados dessas empresas. Agora, como ele vem frustrando as expectativas do mercado ao longo do ano quanto a sua recuperação, ganhou mais espaço.

Após o fim das políticas de restrições impostas pela Covid-zero, grande parte dos especialistas esperava que a China iria deslanchar e trazer um forte crescimento econômico – o que não vem acontecendo. Dados macroeconômicos, por lá, sucessivamente mostram um crescimento menor do que o esperado.

Isso leva a uma deterioração dos preços das commodities, o que diminui as margens de lucratividade das empresas do setor de siderurgia e mineração.

Para a Vale, o Itaú BBA aponta que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ficou em linha o consenso, mas houve deterioração anual dos resultados com um desempenho mais fraco na divisão de ferrosos, prejudicado por preços realizados mais baixos e custos mais altos, que mais do que compensaram a ligeira melhoria nos volumes.

Já para a CSN “o trimestre foi marcado por deterioração no aço (custos mais altos) e mineração (preços mais baixos)”, apontou o JP Morgan sobre o resultado da CSN.

A Vale trouxe um Ebitda de US$ 4,1 bilhões, recuando 25% na base anual. A CSN registrou uma queda de 31% no mesmo número, para R$ 2,2 bilhões.

No caso das siderúrgicas, houve ainda a explicação – e reclamação – de que o aço chinês estaria “invadindo o Brasil”.

Com a economia bambeando por lá, bem como a compra de aço, as siderúrgicas chinesas passaram a exportar mais seus produtos, que têm preço menor do que os nacionais (segundo executivos, por conta de subsídios governamentais), para o Brasil. Pedidos de defesa para o aço brasileiro foram, inclusive, uma constante nas teleconferências.

“Há uma demanda enfraquecida. Estamos vendo com preocupação alguns fatores, como elevada taxa de juros e a importação de produtos acabados, que se incrementou sensivelmente”, disse Marcelo Chara, diretor executivo (CEO) da Usiminas.

“A pressão de importados dificultou muito nossa vida. Não foi fácil segurar os preços, mas estamos vendo melhora no segundo semestre”, comentou Benjamin Steinbruch, diretor presidente da Companhia Siderúrgica Nacional.
A entrada de concorrência no mercado brasileiro foi apontada por alguns analistas como um dos motivos que levou os resultados da CSN, da Usiminas e da Gerdau virem um pouco piores do que o esperado – esta última trouxe um Ebitda de R$ 366 milhões, queda de 81% no ano e a Gerdau teve um Ebitda ajustado de R$ 3,7 bilhões, recuo de 43% no ano.

 

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   22/08/2023

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – subiu de 4,84% para 4,9% neste ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (21), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,86%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para 2023 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em julho, influenciado pelo aumento da gasolina, o IPCA foi de 0,12%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa ficou acima das observadas no mês anterior (-0,08%) e em julho de 2022 (-0,68%). Com o resultado, a inflação oficial acumula 2,99% no ano. Em 12 meses, a inflação é de 3,99%, acima dos 3,16% acumulados até junho.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Diante da forte queda do IPCA, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, iniciou, neste mês, um ciclo de redução da Selic.

A última vez em que o BC tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano, para os dois anos.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano ficou em 2,29%, a mesma do boletim da semana passada. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,33%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

A previsão para a cotação do dólar está em R$ 4,95 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,00.

O Estado de S.Paulo - SP   22/08/2023

O desempenho pior dos ativos brasileiros em agosto aponta o grau de vulnerabilidade da economia nacional ao cenário internacional. Principalmente na China, mas também nos Estados Unidos (e um polo afeta o outro), há a impressão de que o pouso suave da economia global no pós-Covid pode vir a não ser tão suave assim.

Na China, problemas estruturais e conjunturais parecem se entrelaçar de forma cada vez mais forte. Uma corrente de analistas teme que as dificuldades atuais sejam o prenúncio de uma das mais sérias crises do modelo econômico vitorioso que, com adaptações e retoques, vêm entregando desde os anos 80 um dos mais fabulosos "milagres" que o mundo já assistiu.

Segundo relatório da consultoria BRCG pelo economista Livio Ribeiro, especialista em China, "há um senso de inadequação que poucas vezes vimos nas políticas públicas chinesas, e não vemos qualquer sinal de melhora no curto prazo. Isso nos incomoda (ainda não estamos assustados, mas andamos nessa direção)..."

Ribeiro foi muito feliz nas suas projeções sobre o comportamento da economia chinesa este ano. O economista cantou a pedra, já há vários meses, de que o país asiático, após sua atrasada reabertura pós-Covid da economia na virada de 2022 para 2023, iria decepcionar os mais otimistas e seria um motor para a economia global menos potente do que o sonhado.

Ribeiro identifica um problema fundamental de demanda na economia chinesa, com a reticência dos consumidores na antecipação de problemas futuros, o que é reforçado por fenômenos como o alto desemprego dos jovens (afeta a renda) e os problemas no mercado residencial (afeta o patrimônio).

Crítico das ações recentes das autoridades econômicas chinesas, o especialista aponta que "há um problema relevante de demanda, que não está sendo devidamente tratado pelas autoridades. Esconder dados negativos (desemprego dos jovens deixará de ser divulgado para "melhorias"), cortar juros (em economia com repressão financeira, favorecendo as empresas, que são, de fato, as tomadoras finais de crédito) e insistir em políticas pelo lado da oferta não levarão à estabilização da confiança e ao crescimento sustentável".

Nos Estados Unidos, o quadro é bastante complexo, mas, no frigir dos ovos, a forte alta recente da rentabilidade dos títulos do Tesouro americano é o que mais importa para o Brasil, com impacto evidentemente negativo. O comportamento dos juros americanos está ligado à percepção de que a economia e o mercado de trabalho permanecem aquecidos mesmo com todo o aperto monetário já ocorrido, e que isso fará com que o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) mantenha sua taxa básica em patamares elevados por mais tempo do que se imaginava.

Mas é exatamente essa alta forte do juro que cria temores de que o pouso da economia americana acabe não tendo a "suavidade" almejada pelos mercados.

Em sua conta da rede "X", o antigo Twitter, o economista Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central, recomendou a leitura de interessante carta aos investidores do gestor americano Alex Gurevich, fundador e 'cio' (chief Information officer) da HonTe Advisors, sediada em São Francisco, Califórnia.

A carta é uma detalhada análise da conjuntura econômica americana e global, mas, no frigir dos ovos, Gurevich considera que já há forças deflacionárias em ação e que tendem a crescer com as defasagens típicas da política monetária. Como o Fed não vai mudar sua instância anti-inflacionária severa de uma hora para a outra, "é quase impossível ter esperança de que não se permitirá que o pêndulo vá longe demais na direção deflacionária".

Para Volpon, sintetizando a carta de Gurevich, "o cenário hoje aponta para um aumento das forças desinflacionárias, colocando em risco o que sempre foi uma probabilidade pequena de um pouso suave".

Em teoria, caso China e Estados Unidos surpreendam negativamente na seara da atividade econômica, criam-se forças desinflacionárias globais que poderiam até ser favoráveis à desinflação no Brasil é à queda dos juros domésticos.

Mas a forma como o mundo influencia no Brasil economicamente é bem mais complexa do que isso. Menos crescimento global também significa menor preço de commodities. Commodities em alta historicamente são favoráveis à economia brasileira e reduzem o risco País. E o simples fato de os dois principais motores da economia global ratearem de forma difícil de prever - caso isso de fato ocorra - tende a semear incerteza e reduzir o apetite de risco mundial, o que é negativo para emergentes com vulnerabilidades como o Brasil.

O Estado de S.Paulo - SP   22/08/2023

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta que o PIB da indústria de transformação recue 0,9% em 2023 (+0,6% para o PIB industrial como um todo). Como aponta o economista Marcelo Souza Azevedo, gerente de análise econômica da CNI, depois de superar o problema de falta ou alto custo de matérias-primas trazido pela pandemia, a indústria se depara agora com freios como demanda interna insuficiente e taxas de juros elevadas.

Na Sondagem Industrial da CNI de junho, o entrave mais citado pelos respondentes (37%) foi a demanda interna insuficiente, seguido pela elevada carga tributária (33,7%) e taxas de juros elevadas, com 31,3%. A falta ou alto custo da matéria prima, que foi mencionada como problema por mais de 65% dos respondentes no primeiro trimestre de 2021, caiu no segundo trimestre de 2023 para 14,8%.

Azevedo nota que há diferenças setoriais relevantes no desempenho recente de diferentes segmentos industriais. No período inicial da pandemia, com o reequipamento dos lares para o trabalho remoto e para tornar mais confortável o enclausuramento forçado dos moradores, segmentos como móveis, eletroeletrônicos e computadores "bombaram". No entanto, por serem bens de longa vida útil, o boom da pandemia acabou representando antecipação do consumo, que é parte da explicação da demanda interna insuficiente no caso desses segmentos.

Já a alta das taxas de juros afetam bens duráveis de valor elevado e muito dependentes de crédito, como veículos automotores, especialmente. Mas a compressão da renda líquida pelo aumento do endividamento dos consumidores acaba disseminando o enfraquecimento da demanda para outros segmentos, mesmo entre os bens não duráveis, explica o economista.

Silvia Matos, coordenadora de conjuntura macroeconômica do IBRE-FGV, e com base também nos números das sondagens da CNI, observa que o cenário complicado para a indústria de transformação, que é ainda pior quando se exclui segmentos ligados às commodities, inclui fraqueza dos bens de capitais, por redução da demanda tanta interna quanto externa - neste segundo caso, com a contribuição da desaceleração econômica mundial e, em particular, na América Latina.

A projeção do IBRE é de recuo de 0,8% da indústria de transformação em 2023, muita parecida com a da CNI (-0,9%).

Matos chama a atenção de que os dados das sondagens da CNI representam, de certa forma, uma "volta aos nossos velhos problemas" de alta taxas de juros, sistema tributário complexo e distorcivo e escassez de mão de obra, depois que o choque externo de escassez mundial de insumos trazido pela pandemia saiu de cena.

"Os velhos protagonistas ganham notoriedade novamente", comenta a economista.

No segmento da construção civil, segundo Azevedo, da CNI, a elevada taxa de juros está completando um ano como principal problema mencionado pelos respondentes, com 40,8% assinalações no segundo trimestre, segundo a Sondagem Indústria da Construção Civil CNI de junho. Já a falta ou alto custo da matéria-prima recuou de mais de 55% de assinalações no primeiro trimestre de 2021 para 11,9% no segundo trimestre de 2023.

Outras das principais dificuldades da construção no segundo trimestre foram elevada carga tributária (28,3% de assinalações), burocracia excessiva (26,4%) e falta ou alto custo do trabalhador (21,4%).

Para 2024, Azevedo vê uma melhora no desempenho da indústria, pelas melhores expectativas e clareamento do horizonte trazidos pela reforma tributária, pela prevista continuidade da queda da taxa de juros e pela possível implementação da proposta ventilada pelo governo da depreciação acelerada de máquina e equipamentos. Esta última poderia trazer investimento adicional de até R$ 15 bilhões para a indústria brasileira, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

 

Infomoney - SP   22/08/2023

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) cedeu 0,06% na segunda prévia de agosto, após cair 0,72% na mesma leitura de julho, informou nesta segunda-feira (21) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O movimento foi puxado por um recuo menos intenso na margem do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), de queda de 1,03% para contração de 0,08%, e aceleração do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), de alta de 0,03% para 0,22%.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, caiu 0,12% na segunda prévia de agosto, após subir 0,04% na mesma leitura em julho.
IPAs

Os preços ao produtor agropecuário medidos pelo IPA-M agro subiram 0,12% na segunda prévia do IGP-M de agosto, ante queda de 2,29% na mesma leitura de julho. Nos preços industriais medidos pelo IPA-M industrial, houve perda no ritmo de deflação entre as leituras, de 0,57% para 0,16%.

Nas aberturas por estágios de processamento, os Bens intermediários caíram 0,43%, ante recuo de 1,22%, com destaque para o subgrupo materiais e componentes para a manufatura (-1,40% para -0,71%).

Os Bens finais passaram de queda de 0,97% em julho para recuo de 0,74% em agosto. O movimento foi puxado pelo subgrupo combustíveis para o consumo (-7,05% para -2,86%).

Já as matérias-primas brutas subiram 1,00% nesta leitura, ante queda de 0,88%. Contribuíram para o movimento da abertura os itens soja em grão (-1,23% para 5,43%), café em grão (-12,45% para -2,93%) e milho em grão (-4,78% para -0,10%). Em sentido oposto, destacam-se os itens minério de ferro (5,00% para 2,51%), cana-de-açúcar (0,19% para -0,45%) e mandioca/aipim (-1,25% para -3,58%).
Influências

As maiores pressões para cima sobre o IPA-M na segunda prévia de agosto partiram de soja em grão (-1,23% para 5,43%), minério de ferro (5,00% para 2,51%) e farelo de soja (-2,66% para 5,81%), junto com banana (4,56% para 7,22%) e óleo de soja refinado (3,85% para 5,71%).

Por outro lado, puxaram o índice para baixo batata-inglesa (8,35% para -23,96%), leite in natura (-6,48% para -2,50%) e ovos (-2,08% para -3,94%), seguidos por celulose (-10,73% para -10,00%) e mandioca/aipim (-1,25% para -3,58%).

 

IstoÉ Online - SP   22/08/2023

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,410 bilhões na terceira semana de agosto (dias 14 a 20). De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 21, o valor foi alcançado com exportações de US$ 7,320 bilhões e importações de US$ 4,909 bilhões. No mês, o superávit acumulado é de US$ 6,589 bilhões e no ano, de US$ 60,144 bilhões.

Até a terceira semana do mês, a média diária das exportações registrou aumento de 5,9% na comparação com igual período de 2022, com alta de US$ 43,95 milhões (15,2%) em Agropecuária; crescimento de US$ 39,93 milhões (13,1%) em Indústria Extrativa; e queda de US$ 9,73 milhões (-1,3%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações tiveram recuo de 18,4% no período, também na comparação pela média diária, com queda de US$ 8,17 milhões (-32,9%) em Agropecuária; redução de US$ 11,44 milhões (-15,5%) em Indústria Extrativa e diminuição de US$ 191,2 milhões (-18,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Exame - SP   22/08/2023

No período entre janeiro e julho deste ano, o comércio internacional da China com os demais países do Brics (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul) registrou um crescimento notável de 19,1%, atingindo a marca de 2,38 trilhões de iuanes (aproximadamente US$ 326,85 bilhões), conforme dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas (GAC, na sigla em inglês) nesta segunda-feira, 21.

Este novo dado representa uma parcela significativa de 10,1% do valor total do comércio exterior chinês durante o período mencionado, o que indica um incremento notável de 1,6 ponto percentual.

Em relação às exportações, as trocas comerciais entre a China e esses países alcançaram o montante de 1,23 trilhão de iuanes, refletindo um robusto crescimento anual de 23,9%. Por outro lado, as importações chinesas provenientes dos países do Brics atingiram 1,15 trilhão de iuanes, com um crescimento anual de 14,3%.

Os números da GAC também trouxeram à luz um dado interessante: empresas privadas chinesas estão expandindo consistentemente suas operações para os mercados dos demais países do Brics, resultando em um notável aumento no volume de comércio dessas entidades.

Ao longo dos sete meses analisados, o comércio exterior dessas empresas com as economias do Brics totalizou 1,36 trilhão de iuanes, com um crescimento anual substancial de 29,4%. Esse valor representa cerca de 57,1% do volume total de comércio entre a China e os demais países do Brics durante o mesmo período.

Desde a criação do mecanismo do Brics em 2006, a cooperação econômica e comercial entre essas nações têm passado por um processo contínuo de fortalecimento e desenvolvimento. Esse processo tem conferido ao mecanismo um papel de destaque como motor impulsionador da recuperação econômica global.

Xi Jinping fortalece cooperação no Brics com visita à África do Sul

A convite do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, o presidente chinês Xi Jinping participará da 15ª Cúpula do Brics em Johanesburgo, África do Sul, e realizará uma visita de estado ao país de 21 a 24 de agosto, conforme anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores da China.

Esta ocasião marca o primeiro envolvimento presencial do presidente chinês em uma reunião de líderes do Brics, um grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Além disso, esta viagem será a primeira de Xi à África desde o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, ocorrido em 2022.

O embaixador chinês na África do Sul, Chen Xiaodong, destacou a importância da visita, afirmando que ela trará novo vigor ao mecanismo de cooperação do Brics e marcará uma nova etapa nas relações entre China e África do Sul, bem como na cooperação mais ampla entre China e África.

Durante a cúpula, Xi Jinping se unirá aos demais líderes do Brics para discutir projetos de cooperação que atendam às necessidades de desenvolvimento dos cinco países e estejam em conformidade com os interesses de seus povos. A reunião também proporcionará espaço para abordar questões de energia, economia, comércio e agricultura, além de explorar a criação de mecanismos de colaboração para jovens e pessoas com deficiência.

Esta cúpula é particularmente significativa, visto que marca a primeira reunião presencial dos líderes do Brics em três anos e a terceira vez que a cúpula é realizada na África, demonstrando a relevância contínua do grupo para a cooperação global entre mercados emergentes e países em desenvolvimento.

Além disso, Xi Jinping realizará uma visita de estado à África do Sul, sua quarta visita oficial ao país e a primeira em cinco anos. A relação entre China e África do Sul, marcada por uma parceria estratégica abrangente, tem sido crucial para ambos os países ao longo dos anos. Esta visita é ainda mais significativa, pois marca o 25º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre as duas nações.

Durante a visita, Xi e o presidente sul-africano Ramaphosa emitirão uma declaração conjunta, reafirmando o compromisso de fortalecer a parceria estratégica abrangente e construir uma comunidade sino-africana com um futuro compartilhado. Os dois líderes também trabalharão para aprofundar a colaboração nos setores de infraestrutura energética, comércio e investimento, além de assinar acordos relacionados ao comércio, eletricidade e cooperação científica e tecnológica.

Adicionalmente, a discussão sobre questões internacionais e regionais será uma parte importante das conversas entre os dois líderes, com foco na intensificação da cooperação em assuntos globais e em instituições multilaterais. A China demonstra seu compromisso em promover a justiça e a equidade global, apoiar a paz e o desenvolvimento de todos os países e defender os interesses comuns das nações em desenvolvimento.

Esta visita também proporcionará a oportunidade de aprofundar a cooperação entre China e África, com a realização do Diálogo de Líderes China-África. Após este diálogo, uma declaração conjunta será emitida, destacando a solidariedade e cooperação entre os dois lados, bem como iniciativas práticas em apoio à industrialização e modernização agrícola da África.

Em resumo, a visita de Xi Jinping à África do Sul e sua participação na 15ª Cúpula do Brics são marcos importantes que fortalecerão ainda mais a cooperação entre as nações, promovendo o desenvolvimento comum e a colaboração em diversas áreas-chave.

O Estado de S.Paulo - SP   22/08/2023

Bob Basu ficou surpreso quando a demanda por facelifts, abdominoplastias e lipoaspirações disparou no início da pandemia. Mas a surpresa é bem maior com o fato de ela não ter acabado ainda — em meio a uma recuperação de três anos e um verão movimentado, quando, segundo a maioria das previsões, a economia deveria estar em profunda recessão.

Em vez disso, a clínica do cirurgião plástico de Houston vai de vento em popa. Os procedimentos cosméticos dobraram em relação ao período anterior à pandemia e a expectativa é que eles aumentem mais 15% este ano. Ele aumentou os preços, contratou outro cirurgião e, mesmo assim, está com a agenda lotada até quase o fim do ano.

“Toda festa tem seu fim, mas esta continua rolando”, disse Basu. “A nossa previsão era de que as coisas iriam esfriar este ano — as pessoas estão enfrentando a inflação, estão preocupadas com a recessão e a volatilidade econômica. Mas digo com alegria que estava errado: a demanda só cresce.”

Não é nenhum segredo que os Estados Unidos parecem ter se esquivado dos piores temores dos economistas de uma recessão. Muitos donos de empresas começaram 2023 se preparando para o pior — na expectativa de cortar orçamentos e demitir funcionários. Esse medo era particularmente agudo para aqueles, como Basu, em setores da economia especializados em coisas desejáveis, mas não necessárias, que muitas vezes são as primeiras a serem cortadas quando a situação fica difícil.

Entretanto, o verão de 2023 está se tornando um período de crescimento inesperado. Com a taxa de desemprego perto do menor nível registrado em 50 anos, a inflação diminuindo e os salários aumentando mais rápido que os preços, as empresas e as famílias ainda estão gastando: os pedidos de produtos fabricados nos EUA dispararam em junho e dados recentes mostram que as vendas no varejo e as despesas com restaurantes subiram pelo quarto mês consecutivo em julho. O Fed de Atlanta agora prevê que o crescimento econômico chegará a 5% neste trimestre.

As motocicletas da Ducatis e da BMW estão sendo vendidas como pão quente. As reservas para cruzeiros estão atingindo recordes. E multidões estão gastando bilhões para ver Taylor Swift, Beyoncé e “Barbie”. De um modo geral, os americanos gastaram mais com restaurantes, bares, lojas de roupas e de ferragens em julho do que no mês anterior, de acordo com os dados federais.

“Tivemos três anos de momentos incomuns e intrigantes e, sinceramente, este verão é apenas mais um deles”, disse Claudia Sahm, fundadora da empresa de consultoria Sahm Consulting e ex-economista do Federal Reserve. “As pessoas falam em recessão há dois anos — até mesmo desejando isso —, mas a economia ainda está forte. A inflação está diminuindo, o desemprego está permanecendo baixo. As coisas não estão desmoronando.”

Os donos de negócios em todo o país dizem que a demanda continua intensa. Apesar das precauções anteriores, como cortes no marketing ou atrasos em investimentos, muitos dizem estar positivamente surpresos com o fato de as pessoas continuarem gastando. Em vez de demitir funcionários, alguns estão contratando mais trabalhadores ou oferecendo horas extras para poder dar conta da demanda.

Na cidade de Coeur d’Alene, Idaho, Kelicia e Ken Thompson compraram recentemente uma segunda van para dar conta da demanda por tosas, cortes de unhas e esfoliações faciais de animais de estimação. O serviço de cuidados para pets móvel tem 120 clientes recorrentes, além de uma lista de espera que passou de uma dúzia de pessoas para mais de 45 em questão de meses.

“Chegamos a um ponto em que temos de dizer às pessoas: ‘estamos tão ocupados que não fazemos ideia de quando será possível encaixar você na nossa agenda’”, disse Kelicia. “Se tínhamos alguma preocupação em relação a este ano, elas sumiram rapidinho.”

Conforme as boas notícias se acumulam, economistas e analistas estão reavaliando suas previsões de uma recessão – empurrando suas projeções para uma retração econômica num futuro mais distante ou descartando-as completamente. Os funcionários do Fed, que estavam preocupados com uma recessão “moderada” no primeiro semestre, não esperam mais uma desaceleração iminente. E os economistas dos dois maiores bancos do país, JPMorgan Chase e Bank of America, recentemente jogaram fora suas previsões de recessão e disseram esperar que o crescimento econômico continue até o fim de 2024.

“A combinação de geração de empregos forte, número de vagas alto e demissões limitadas não é um indicativo de uma recessão”, Michael Feroli, economista-chefe do JPMorgan nos EUA, escreveu em uma nota de pesquisa este mês. “A probabilidade de uma retração diminuiu.”

Bob Henig, dono de uma concessionária de motocicletas BMW e Ducati em Jessup, Maryland, planeja vender um recorde de 550 motos este ano, em 2022, vendeu 400. Ele esperava que as vendas caíssem este ano, como aconteceu no início da Grande Recessão, quando uma interrupção repentina na demanda levou a dois anos de prejuízos e demissões.

Entretanto, os negócios estão em alta, apesar dos preços altos e das taxas de juros maiores. As vendas estão prestes a aumentar 7% este ano — abaixo dos 9% de crescimento que Henig registrou no ano passado, mas ainda está bem distante da queda de 14% de 2009.

“As pessoas têm falado de um tudo sobre recessão, e nós já passamos por isso antes, então apertamos nossos cintos”, disse ele. “Porém, agora estamos olhando em volta e simplesmente não vemos nenhum sinal de desaceleração. Nossas vendas continuam crescendo.”

Implícita nesse momento favorável, no entanto, está uma sensação de que a economia ainda pode azedar — mesmo que não seja tão cedo, ou tão drasticamente como se temia antes. O Fed aumentou as taxas de juros enfaticamente na esperança de abrandar a economia o suficiente para controlar a inflação. E embora isso esteja começando a funcionar — a inflação, a uma taxa anual de 3,2%, caiu consideravelmente em relação ao pico de 9,1% registrado neste período no ano passado —, também está desacelerando partes importantes da economia, entre elas a contratação, habitação e produção. Apesar desse abrandamento ter sido gradual até agora, não está claro por quanto tempo isso pode continuar.

Como consequência, muitos empresários dizem estar suspendendo investimentos e expansões, embora a demanda esteja excepcionalmente robusta. Os custos maiores e as condições mais rigorosas para tomar empréstimos também são fatores para essas decisões.

Hening, por exemplo, está guardando na gaveta os planos de um novo depósito e espera gastar US$ 20 mil com novos elevadores para motocicletas. Há pouco tempo, quando sua loja precisou de uma reforma, ele e um funcionário consertaram o drywall, trocaram instalações e pintaram o showroom em vez de contratar alguém para fazer os serviços.

“Mesmo com os negócios a todo vapor, estamos sendo muito cautelosos com quaisquer gastos desnecessários”, disse ele. “Não estou cancelando os planos de expansão, mas também não vou começar a investir nisso até ter certeza de que não vai ser preciso entrar no modo de sobrevivência.”

Muitos ainda estão esperando para ver como serão os próximos meses. Há sinais de possíveis problemas — os americanos estão atingindo níveis recordes de endividamento para bancar suas despesas e as taxas de inadimplência de hipotecas e de financiamentos de carros estão aumentando aos poucos. Há também preocupações constantes de que a economia talvez ainda esteja muito aquecida, o que poderia levar o Fed a manter as taxas de juros altas por mais tempo, aumentando as chances de uma desaceleração.

Mas, por enquanto, o otimismo é abundante. Os executivos da Royal Caribbean Group, que opera 63 navios de cruzeiro em todo o mundo, disseram que as viagens deste verão “superaram as expectativas significativamente”. A empresa arrecadou US$ 6,4 bilhões no primeiro semestre do ano, o dobro do que faturou no mesmo período em 2022. As reservas para 2024 já atingiram recordes.

“Sem dúvida o contexto de demanda muito saudável que estamos vendo é bastante encorajador”, disse o CEO Jason Liberty numa divulgação de resultados no mês passado. “O que tem sido uma surpresa para nós é... a demanda continuar atingindo níveis recordes consideravelmente” mesmo com os preços aumentando.

A história é parecida em Houston, onde a clínica de cirurgia plástica de Basu está recebendo dezenas de novas ligações por dia. O aumento da procura começou em meados de 2020, quando boa parte do país ainda estava confinada. As pessoas estavam trabalhando de casa, onde passavam várias horas por dia encarando o próprio rosto no Zoom. “A demanda veio das coisas que elas passaram a observar”, disse Basu. Os agendamentos para lifting de pescoço, facelifts e cirurgia de mamas atingiram novas máximas.

Esse ritmo acelerado continuou, mesmo depois da vida voltar ao normal. As pessoas estão marcando os procedimentos com maior antecedência para que possam agendar férias e compromissos de trabalho presenciais, disse Basu. Ele continua contratando e espera adicionar mais alguns cirurgiões, enfermeiras e anestesistas ao quadro de funcionários da clínica.

“É difícil de acreditar, mas ainda estamos no modo de expansão”, disse Basu. “É claro que é recomendável ser criterioso — lemos as manchetes como todo mundo —, mas não há sinais de desaceleração.”/Tradução de Romina Cácia

 

CNN Brasil - SP   22/08/2023

A China surpreendeu os investidores nesta segunda-feira (21), ao decidir não cortar uma taxa de juros muito importante no país, que influencia as hipotecas.

Segundo economistas, essa opção dificultará o retorno da confiança no problemático setor imobiliário do país, que derrubou as perspectivas para a segunda maior economia do mundo.

O Banco Popular da China (PBOC) anunciou hoje um corte sua taxa básica de empréstimo de um ano em 10 pontos base, de 3,55% para 3,45%. No entanto, a autarquia manteve sua taxa básica de empréstimo de cinco anos (LPR), que está em 4,2%, inalterada.

O corte na taxa de um ano era amplamente esperado, mas a falta de movimento na taxa de cinco anos surpreendeu negativamente.

Quase todos os analistas consultados pela Reuters previam que a taxa de cinco anos, que serve como taxa de referência para hipotecas, seria reduzida em pelo menos 15 pontos-base.

O resultado foi “abaixo do esperado”, escreveram Julian Evans-Pritchard e Zichun Huang, da Capital Economics, em uma nota de pesquisa na segunda-feira.

“Por si só, a última rodada de cortes [de juros] é muito pequena para ter um grande impacto”, escreveram os economistas chineses. “[Isso] fortalece nossa visão de que é improvável que o PBOC adote os cortes muito maiores nas taxas, que seriam necessários para reviver a demanda por crédito.”

O LPR define os juros que os bancos comerciais cobram de seus melhores clientes e funciona como referência para empréstimos para famílias e empresas. A taxa de um ano afeta a maioria dos empréstimos novos e pendentes, enquanto a taxa de cinco anos influencia o preço de empréstimos de prazo mais longo, como hipotecas.

Uma redução na taxa diminuiria o custo dos empréstimos para quem contraísse empréstimos ou pagasse juros.

As ações em Hong Kong e na China continental, bem como a moeda chinesa, enfraqueceram com as notícias. O Hang Seng (HSI) de Hong Kong fechou em queda de 1,8%, caindo ainda mais em um mercado baixista, enquanto o Shanghai Composite (SHCOMP) fechou em queda de 1,2%.

O yuan chinês perdeu quase 6% em relação ao dólar no período acumulado de 2023, com preocupações sobre o futuro da economia chinesa, que relatou mais um mês de dados econômicos sem brilho na semana passada.

Além de enfrentar uma crise no setor imobiliário, a China luta contra a deflação, as exportações mais fracas e o desemprego recorde entre os jovens.
‘Longe de ser suficiente’

Economistas esperavam cortes na taxa básica de juros depois que a China fez uma redução surpresa em outra taxa, sua facilidade de empréstimo de médio prazo (MLF), na semana passada. Ele baixou isso em 15 pontos-base, para 2,5%.

A taxa preferencial do empréstimo está vinculada ao MLF, por isso novas reduções na taxa nesta segunda-feira estavam “praticamente garantidas”, de acordo com a Capital Economics.

Mas ainda que o PBOC tivesse atendido às expectativas cortando as taxas tanto quanto o esperado, ainda estaria “longe de ser suficiente para impulsionar o crescimento”, disseram analistas do Goldman Sachs em nota.

O banco central afirmou no último domingo (20) que realizou uma reunião no final da semana passada com bancos comerciais estatais, agências governamentais e outras instituições para discutir o apoio político necessário.

Durante a reunião, a recuperação econômica da China foi descrita como um processo que acontece em ondas e como parte de um movimento de “zigue-zague”, afirmou em comunicado conjunto com os reguladores financeiros e de valores mobiliários.

“As grandes instituições financeiras devem tomar a iniciativa de agir e aumentar os empréstimos, e os grandes bancos estatais devem continuar a desempenhar um papel de apoio”, disseram.

“Devemos prestar atenção para manter o ritmo de crescimento estável dos empréstimos, orientar adequadamente as flutuações de crédito e aumentar a estabilidade do apoio financeiro à economia real.”
Dores de cabeça crescentes

O anúncio de segunda-feira aumenta as preocupações sobre a situação da economia da China.

Na segunda-feira, o UBS rebaixou sua previsão econômica para o país, dizendo que agora espera um crescimento de 4,8% para 2023 e 4,2% para 2024. Isso se compara às projeções anteriores de 5,2% e 5%, respectivamente.

O rebaixamento foi feito “à luz de uma desaceleração imobiliária mais profunda e prolongada, além do enfraquecimento da demanda global”, disse o economista chinês Tao Wang em um relatório de pesquisa.

“O crescimento econômico da China desacelerou desde abril, à medida que a crise imobiliária se aprofundou. O apoio político do governo tem sido indiscutivelmente menor do que o indicado no início do ano e menor do que esperávamos”.

A China tentou reforçar o apoio, com o PBOC cortando ambas as taxas LPR em junho pela primeira vez desde agosto de 2022. Isso foi quando a economia estava sendo atingida por novos bloqueios de Covid e uma desaceleração imobiliária cada vez maior.

Mas depois de alcançar um início sólido no início do ano, o quadro econômico piorou. A desaceleração foi registrada em vários setores da economia em julho e a pressão se agravou no vasto mercado imobiliário.

Na semana passada, dados oficiais mostraram que os gastos do consumidor, a produção industrial e o investimento em ativos fixos desaceleraram ainda mais em julho, na comparação com o ano anterior. Enquanto isso, as exportações chinesas naquele mês sofreram a maior queda em mais de três anos.

Os mercados chineses também foram afetados na semana passada por “preocupações crescentes relacionadas ao mercado imobiliário e seu contágio para a economia financeira”, observaram analistas do Goldman Sachs em um relatório de pesquisa no sábado.

Os investidores estão preocupados com a dívida multibilionária de uma das principais incorporadoras imobiliárias da China, a Country Garden. Ultimamente, a empresa deixou de fazer alguns pagamentos e suspendeu a negociação de títulos onshore, contribuindo para o temor de inadimplência.

Na semana passada, a Evergrande, outro desenvolvedor chinês problemático, entrou com pedido de falência nos Estados Unidos, aumentando o nervosismo sobre uma crise mais ampla. Isso significa que será ainda mais difícil para os formuladores de políticas forjar uma reviravolta.

“Reavivar a demanda exigiria cortes de taxas muito maiores ou medidas regulatórias para restaurar efetivamente a confiança no mercado imobiliário”, disse a Capital Economics na segunda-feira.

“O quadro geral é que a abordagem do PBOC à política monetária é de uso limitado no ambiente atual e não será suficiente, pelo menos por si só, para colocar um piso abaixo do crescimento.”

 

O Estado de S.Paulo - SP   22/08/2023

Diante das pressões setoriais por aumento das exceções na reforma tributária, em tramitação no Senado, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, pediu hoje um teto de 25% nas alíquotas dos impostos sobre valor agregado criados pela proposta de emenda constitucional.

Durante debate sobre o tema promovido por Fiesp e Esfera Brasil, Josué disse que as exceções são necessárias e meritórias, porém defendeu que a indústria não seja onerada, já que será necessário aumentar a alíquota de referência do IVA para cobrir o custo das exceções.

“Não podemos permitir que a indústria venha a ser onerada. A indústria só quer que alíquota máxima seja estabelecida em 25%”, declarou o empresário, ponderando que a alíquota pode subir se houver aumento no número de exceções.

O presidente da Fiesp também expressou preocupação com a amplitude aberta pela redação, na reforma, da aplicação do imposto seletivo, que vai recair sobre produtos prejudiciais à saúde e o meio ambiente.

Segundo Josué, é preciso que a redação seja mais específica, limitando os setores afetados pelo novo tributo. “Há muita coisa na zona cinzenta”, reclamou.

Por fim, Josué classificou como legítimo o pleito das montadoras do Sul e do Sudeste contra a prorrogação dos incentivos à produção de automóveis no Nordeste. O benefício, que tem previsão para terminar em 2025, beneficia a fábrica do grupo Stellantis em Pernambuco, e tem a oposição de concorrentes instalados em outras regiões.

“Admiramos o Nordeste, entendemos a necessidade de promoção do desenvolvimento da região, mas o incentivo dado à montadora já foi estendido por diversas vezes”, afirmou o presidente da Fiesp.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   22/08/2023

Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura ampliaram os ganhos nesta segunda-feira para o maior nível em três semanas com o alívio por parte dos traders de que as siderúrgicas da principal província produtora da China ainda não implementaram cortes de produção e com o mais recente estímulo monetário do governo.

O contrato de minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,91%, a 777 iuanes (106,35 dólares) a tonelada, a maior cotação desde 26 de julho.

O minério de ferro de referência para setembro na Bolsa de Cingapura subiu 0,56%, para 107,45 dólares a tonelada, o maior nível desde 31 de julho.

A China cortou sua taxa básica de juros de um ano na segunda-feira, como esperado, mas surpreendeu os mercados ao manter inalterada a taxa de cinco anos, que influencia o preço das hipotecas.
Em uma pesquisa da Reuters com 35 analistas do mercado, todos os participantes previram cortes em ambas as taxas.

A decisão do banco central veio depois que a China disse que coordenaria o apoio financeiro para resolver os problemas de dívida do governo local, como parte dos esforços para sustentar uma recuperação econômica cada vez mais instável e tranquilizar os investidores preocupados.

O consumo de minério de ferro permanece resiliente em meio aos altos níveis de produção de gusa, embora as siderúrgicas estejam cautelosas sobre os volumes de compra, disseram analistas da Huatai Futures em nota.

“O mercado foi impulsionado por relatos de que as siderúrgicas chinesas não estavam cortando a produção tanto quanto se temia”, disseram analistas da ANZ em nota.

“Embora os fundamentos do aço tenham melhorado na semana anterior, ainda estão sob pressão em meio ao ambiente macroeconômico fraco em geral, juntamente com a demanda sazonalmente lenta”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.

Money Times - SP   22/08/2023

As ações da Vale (VALE3) têm andado de lado nos últimos dias, apesar do impulso renovado que o minério de ferro ganhou com estímulos recentes implementados pelo governo da China na tentativa de reaquecer a segunda maior economia do mundo.

Em dia com os contratos futuros da commodity ampliando a alta nas Bolsas asiáticas para máximas em três semanas, a Vale continuou emperrada nos R$ 61, patamar que vem mantendo nos últimos seis pregões. No ano, a companhia acumula uma queda aproximada de 28% na Bolsa e figura entre os destaques negativos do Ibovespa.

A China anunciou hoje um novo corte nos juros, com redução da taxa de um ano em meio a esforços para estimular a demanda por crédito no país. O banco central chinês manteve, por outro lado, a taxa de cinco anos inalterada.

A taxa de empréstimo primária de um ano (LPR) caiu para 3,45%, enquanto a LPR de cinco anos permaneceu em 4,20%.

Segundo a Reuters, analistas avaliam a decisão de manter os juros de cinco anos como um movimento de cautela por parte do governo chinês com a queda acelerada do iuan.

Riscos de queda persistem

Na opinião do Goldman Sachs, embora o desempenho da commodity esteja se mostrando mais resiliente que o esperado neste ano, riscos de queda à frente persistem. Segundo os analistas, o mercado de minério de ferro está virando para uma fase de sobreoferta.

“Também permanece o risco de cortes compulsórios de aço na China, o que potencialmente poderia levar a um choque negativo de demanda para o mercado e os preços”, acrescenta a instituição, que tem recomendação “neutro” para os ADRs (American Depositary Receipts, recibos de ações de uma empresa estrangeira negociada nos Estados Unidos) VALE.

Vitorio Galindo, head de análise fundamentalista da Quantzed, avalia que a falta de sinais de uma retomada mais eficiente da economia chinesa, mesmo com o discurso de estímulos por parte do governo, é o que está pressionando o mercado.

“A gente não chegou a ter uma demanda mais forte na ponta, no setor de construção civil, para ter uma melhora em siderurgia e mineração“, diz.

No caso da Vale, o analista acredita que nem a recuperação operacional deve levantar as ações.

“Se ela aumentar a produção e reduzir os custos, será bom para ela, mas ao mesmo tempo deve jogar o minério mais para baixo. Esses gatilhos operacionais podem, na verdade, piorar o preço da ação. Seria um aumento de produção no mundo, uma sobreoferta”, destaca, em discurso que remete ao do Goldman Sachs.

Nesse sentido, Galindo não vê a Vale como uma barganha. Sem grandes avanços do minério de ferro, não há como justificar uma potencial alta das ações da mineradora, afirma.
A visão dos otimistas

Problemas enfrentados pela Vale no primeiro semestre do ano acabaram impactando o sentimento do mercado em relação à capacidade de entrega da mineradora.

Felipe Leão, especial da Valor Investimentos, comenta que o aspecto operacional central da tese da companhia que poderia levantar as ações vai de encontro com o fato de a Vale conseguir convencer o mercado de que sua produção ficará dentro do guidance proposto até 2026.

Leão destaca, no entanto, que a Vale vem trabalhando para entregar algumas linhas acima do esperado.

“Tem alguns projetos de expansão em algumas minas, algumas ambições de crescimento que parecem mais alcançáveis. Há boas notícias, principalmente vindo do Sistema Norte, com prêmios mais altos e custos gerais até um pouco mais baixos.”

Leão defende que dá para ter mais confiança de que o pior momento operacional da Vale passou.

“A Vale continua sendo um dos principais nomes para qualquer montagem de carteira. Existem até uns números que ela ainda pode entregar bem neste próximo semestre”, completa.

O BTG Pactual reiterou em relatório recente a compra das ações da Vale, com preço-alvo de R$ 94. O banco defende que a empresa continua sendo um dos nomes favoritos para se expor à retomada da economia chinesa e enxerga como positiva a entrada da Cosan (CSAN3) no conselho da empresa.

A monetização de metais básicos como gatilho para geração de valor a investidores de longo prazo também torna a tese atrativa.

“Em nossas estimativas revisadas, a Vale é negociada a ~4 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2023 e um yield (rendimento) de fluxo de caixa implícito de 9%. Acreditamos que a empresa pode retornar cerca de 10-12% de yield aos acionistas na forma de dividendos/recompra”, completa o time de análise do banco.

Em nota enviada neste mês ao Money Times, a Vale diz que continua mantendo uma visão positiva da economia da China.

“Mesmo no ano muito difícil de 2022, a economia da China mostrou uma resiliência notável, com o PIB expandindo 3% para um recorde de mais de 121 trilhões de RMB. A Vale acredita que a demanda de aço da China ainda é resiliente e se mantém em níveis elevados, apoiada por fundamentos sólidos no longo prazo. O progresso contínuo da urbanização, o desenvolvimento dos setores industriais e os investimentos em descarbonização trarão novas oportunidades para a demanda chinesa de aço e minério de ferro. As comparações entre países sugerem que a demanda chinesa pode se estabilizar e permanecer em níveis semelhantes nos próximos anos.”

 

Valor - SP   22/08/2023

A maior mineradora do mundo em valor de mercado informou lucro líquido de US$ 12,9 bilhões em seu ano fiscal até junho

A BHP, maior mineradora do mundo em valor de mercado, reportou lucro líquido de US$ 12,9 bilhões em seu ano fiscal até junho, 58% abaixo do lucro de US$ 30,9 bilhões reportado no mesmo período do ano anterior.

O resultado do ano passado incluiu um ganho excepcional de US$ 7,1 bilhões, em grande parte devido à fusão de sua unidade de petróleo com a australiana Woodside Energy. Os analistas esperavam um lucro de aproximadamente US$ 13,3 bilhões, de acordo com um consenso do Visible Alpha compilado a partir de 15 previsões.

Os diretores declararam um dividendo final de US$ 0,80 por ação, elevando o pagamento anual da mineradora para US$ 1,70 por ação. Os analistas esperavam um dividendo total em torno de US$ 1,72 por ação.
“Nossos resultados financeiros para o ano foram fortes, sustentados por uma produção robusta juntamente com disciplina de custos, à medida que administramos preços de commodities mais baixos e pressões inflacionárias”, disse o presidente-executivo, Mike Henry, em comentário que acompanha os resultados.

Efeito China

Os ganhos foram pressionados pelos preços mais fracos das commodities, que caíram devido às preocupações com o crescimento econômico da China, o maior comprador de muitos metais e minerais, e às perspectivas para os países desenvolvidos após fortes aumentos nas taxas de juros.
No gigante asiático, uma crise imobiliária prolongada é especialmente preocupante para as mineradoras, dada a importância do setor para a economia do país e a demanda por metais. Outro lote de dados econômicos decepcionantes para julho levou vários bancos de investimento globais a reduzir as previsões sobre a taxa de crescimento anual da China.
A mineradora recebeu 12% menos por seu cobre no último ano fiscal em relação ao período do ano anterior e 18% menos por minério de ferro, o principal ingrediente do aço. O preço médio de seu carvão metalúrgico, também usado para fabricar aço, caiu 22% em relação ao ano anterior, depois de subir em 2022, em grande parte devido a preocupações com o abastecimento depois que a invasão russa da Ucrânia interrompeu os fluxos comerciais.

A produção, por outro lado, cresceu. A BHP produziu mais cobre, minério de ferro, níquel e carvão térmico do que no mesmo período do ano anterior. Sua produção de carvão siderúrgico ficou estável em relação ao ano anterior.

Agência Brasil - DF   22/08/2023

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública de Minas Gerais firmaram um acordo com a mineradora Vale definindo medidas para reparação dos danos causados em Barão de Cocais (MG). No município, mais de 400 moradores precisaram deixar suas casas devido aos riscos de rompimento da barragem Sul Superior, localizada na Mina de Gongo Soco.

A prefeitura também assinou o acordo. Conforme pactuado entre as partes, a Vale desembolsará ao todo R$ 527,5 milhões. Este valor já inclui cerca de R$ 44,5 milhões indicados pela mineradora como despesas já realizadas em ações reparatórias, em antecipações das indenizações e em auxílios emergenciais.

Os riscos na Mina de Gongo Soco foram identificados no pente-fino realizado após a tragédia ocorrida em Brumadinho (MG) no início de 2019, quando 270 pessoas perderam suas vidas na avalanche de rejeitos liberada no colapso de outra barragem da Vale. Diante do episódio, a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o MPMG adotaram medidas para cobrar reavaliações das condições de segurança de diversas estruturas.

Nos casos considerados mais críticos, foi determinada a evacuação de áreas que seriam atingidas em uma eventual tragédia. Ao todo, quase mil pessoas precisaram deixar suas casas em todo o estado de Minas Gerais. Em Barão de Cocais, as evacuações tiveram início em fevereiro de 2019 e envolveram as comunidades de Socorro, Vila do Gongo, Tabuleiro e Piteiras.

Vista de uma estrada perto da mina Gongo Soco operada pela Vale SA que foi evacuada, em Barão de Cocais - REUTERS/Washington Alves/Direitos Reservados

A barragem Sul Superior é uma das três que se encontram no nível 3, o último na escala de classificação da ANM, reservado para estruturas que registram risco iminente de ruptura. A barragem foi construída pelo método de alteamento a montante, o mesmo associado à tragédia em Brumadinho. Anos antes, em 2015, outra estrutura similar se rompeu em Mariana (MG), causando 19 mortes e impactando dezenas de municípios na Bacia do Rio Doce. De acordo com a Vale, a barragem Sul Superior foi construída em 1982 e foi desativada em 2008. A mineradora afirma que ela vem sendo monitorada permanentemente e está em processo de descaraterização.
Programas

O acordo para reparação dos danos em Barão de Cocais foi assinado na última sexta-feira (18), em audiência conduzida pela desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta, coordenadora do Centro Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de 2º Grau do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ele encerra uma ação civil pública onde o MPMG cobrava diversas medidas em benefício das comunidades. Os atingidos, no entanto, não participaram das reuniões de negociação.

Em nota, o MPMG sustenta que o acordo foi elaborado em interlocução com as famílias. Também aponta que um dos destaques é a destinação de recursos para ações de estruturação das políticas públicas de saúde no município. Foram previstos seis programas em torno dos seguintes assuntos: compensação e desenvolvimento de Barão de Cocais; transferência de renda; requalificação do turismo e cultura; segurança; fortalecimento do serviço público municipal; e demandas das comunidades atingidas.

A celebração do acordo contou ainda com a interveniência da Arquidiocese de Mariana, que é responsável pela Igreja Mãe Augusta do Socorro, a mais antiga de Barão de Cocais. Construída em 1737, ela deverá ser restaurada pela Vale.

A mineradora divulgou nota afirmando que o acordo reforça seu compromisso com a reparação das comunidades impactadas. "Uma auditoria técnica independente será contratada para acompanhamento dos resultados do acordo, assim como assessoria técnica independente para auxiliar as comunidades atingidas a selecionar, formatar e apresentar projetos", acrescenta o texto.

Boa parte das famílias que deixaram suas casas em 2019 ainda vive em imóveis alugados pela mineradora Vale, sem previsão para retorno, o que depende da conclusão do processe de descaracterização da barragem. Em algumas localidades, os moradores puderam retornar. A situação, no entanto, não é confortável, segundo depoimento da moradora Cleonice Martins Gomes em audiência pública sobre o tema realizada há três meses pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

"Vivemos com medo. Quando passa uma ambulância, já pensamos que é a sirene da barragem. Tomamos remédios controlados que não usávamos antes, remédios de pressão. Estamos pagando com dinheiro dos nossos próprios bolsos", contou. Na ocasião, Cleonice lamentou a falta de suporte aos atingidos e cobrou da Vale indenização pela desvalorização dos imóveis. Ela avaliou que as famílias não eram ouvidas pela mineradora e que direitos previstos em lei foram descumpridos.

Jucidialmente, os atingidos conquistaram em junho de 2019, o direito a um auxílio emergencial mensal a ser pago pela Vale. A mineradora chegou a pedir à Justiça a descontinuidade do benefício em 2020, alegando que mantê-lo seria assistencialismo, o que seria atribuição do poder público. O argumento, no entanto, foi rejeitado e os repasses foram prorrogados.
Descaracterização

Após a tragédia de Brumadinho, a ANM editou resolução estabelecendo datas para a eliminação de todas as barragens erguidas pelo método de alteamento a montante. Em Minas Gerais, o assunto ganhou tratamento específico pela Lei Mar de Lama Nunca Mais. Ela estabeleceu a obrigatoriedade de concluir todo o processo em três anos.

O prazo se encerrou em fevereiro do ano passado, quando apenas sete das 54 barragens desse tipo existentes no estado estavam completamente descaracterizadas. Diante do cenário, o MPMG procurou diversas mineradoras para estabelecer novos compromissos, entre eles, o pagamento de indenizações. A Vale concordou em pagar uma quantia de R$ 236 milhões.

Em agosto do ano passado, a mineradora apresentou novo cronograma indicando que a eliminação de todas as suas estruturas construídas pelo método de alteamento a montante será concluída até 2035. De acordo com a Vale, a conclusão da descaracterização da barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, está prevista para 2029.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   22/08/2023

Montadoras atingiram essa marca em 2011, mas desta vez apostam que será um novo patamar


Bento, presidente da Abraciclo: “Em 2023 estamos consolidando a recuperação que começou e foi interrompida pela pandemia” — Foto: Gabriel Reis/Valor.

Em 2011, os fabricantes de motocicletas instalados no país montaram pouco mais de 2 milhões de unidades. O melhor ano da história do setor, no entanto, se tornou a linha de largada de quedas anuais seguidas que reduziram a produção a 890 mil motos em 2016. O início da reação em 2018 foi interrompida já em 2020 pela parada nas fábricas durante o pior momento do isolamento social provocado pela pandemia de covid-19. Com 2021 e 2022 “andando de lado”, sob o efeito do coronavírus, o setor finalmente voltou a olhar para o futuro em 2023 e prevê retomar o volume de 2 milhões de motocicletas em até cinco anos.

Mas dessa vez a produção estaria ancorada numa realidade diferente, entende a Abraciclo, entidade que representa dez montadoras instaladas no Polo Industrial de Manaus responsáveis por 96% do mercado. Não deve ser só um ponto numa curva, mas se tornar o novo patamar para a indústria. O otimismo leva em consideração a melhora da economia e uma mudança de cultura em relação ao papel da moto na mobilidade, principalmente nas grandes cidades.

“A imagem do motociclista que atrapalhava o trânsito mudou. Durante a pandemia foi ele que levou documentos, remédios e comida quando ninguém queria ou não podia sair de casa”, diz Marcos Bento, presidente da Abraciclo desde abril. “Em 2023 estamos consolidando a recuperação que começou e foi interrompida pela pandemia. Este é o primeiro ano sem efeito da covid-19 e o crescimento se mostra consolidado.”

No acumulado dos sete meses fechados de 2023, as fabricantes filiadas à Abraciclo montaram 887 mil motos, crescimento de 14,3% sobre o mesmo período de 2022. Os emplacamentos somaram 903,2 mil, alta de 21,4%, incluindo importações e vendas de montadoras ainda não ligadas à associação, como as indianas Bajaj e Royal Enfield, que começaram a produzir no Brasil no fim do ano passado.

As expectativas da entidade para 2023 são de expansão de 10,4% (1,56 milhão de unidades) na produção e de 10,9% (1,51 milhão de motos) nos licenciamentos. “Para quem começou o ano com muitas expectativas (incertezas), o momento é muito bom”, diz Bento.

O início do que promete ser uma redução gradual da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, neste mês, animou ainda mais o setor. Cerca de um terço das motos novas são vendidas a prazo, principalmente na baixa cilindrada (até 160 cc), e as taxas de juros cobradas nos financiamentos têm peso importante na tomada de decisão da compra pelo cliente. Outro um terço é vendido à vista e outro terço por meio de consórcios.

Além da queda dos juros, Bento acredita na melhora de outros indicadores, como aumento da renda e do nível de emprego, crescimento do PIB, inflação menor, câmbio controlado e os efeitos da reforma tributária. “A sinalização da queda da taxa de juros é importante, mas precisa cair um pouco mais”, diz. “Como já havia uma expectativa grande quanto a isso (queda da Selic), acho que o efeito vai ser rápido”, afirma, completando que a concorrência entre os bancos, com participação das fintechs, amplia a oferta de crédito para quem compra a moto zero.

Com a economia dando sinais positivos, a “mudança de cultura em relação à motocicleta” pode deslanchar produção e vendas. Bento defende que a moto ganhou espaço como opção mais econômica na mobilidade em geral, seja como fonte de renda, lazer ou na rotina casa-trabalho-escola. Preço de aquisição e consumo de combustível menor, baixo custo de manutenção e facilidade de estacionamento jogam à favor da motocicleta. E atraiu um cliente que, a a partir do pós-pandemia, optou por não voltar a usar o transporte público.

Mas o setor tem suas “dores do crescimento”. Desde o começo da pandemia, com a paralisação das fábricas por alguns meses, se formou uma fila por espera de produto que ainda persiste. Ela chegou a ser de 100 mil unidades no começo deste ano, cerca de um mês de produção. O presidente da Abraciclo garante que, hoje, a demora na entrega de motos está limitada a “alguns modelos ou cores”. E até o fim do ano deve ser eliminada.

Bento conta que dois dos grandes problemas que o setor enfrentou nos últimos anos foram minimizados, mas não eliminados. A falta de insumos e peças praticamente desapareceu. E a alta de custos, principalmente na logística e das commodities, perdeu força. “Exige um monitoramento constante (com os fornecedores). Já a economia mundial desaquecida segurou a alta de preços (logística e commodities), mas acomodou num patamar mais alto.”

A aprovação do texto da reforma tributária na Câmara dos Deputados mantendo as prerrogativas da Zona Franca de Manaus deu alívio ao setor. Agora os fabricantes se voltam para o debate no Senado, tentando manter a isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). Apesar de a isenção estar garantida até 2073, o tema não é unanimidade nos meios políticos e empresariais.

“Entendemos que não se trata de um benefício para a indústria. Quem deixa de pagar o IPI no fim é o consumidor”, defende Bento. O dirigente já esteve reunido com o senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da reforma no Senado. Ele argumenta que o setor hoje gera 16,3 mil empregos diretos e perto de 150 mil indiretos, com mais de 1,5 mil fornecedores em todo o país. “A Zona Franca é um programa previsto na Constituição. A indústria investiu na região tendo como cenário 2073. O que defendemos é a manutenção de um contrato que dê segurança a quem investe”, afirma.

Valor - SP   22/08/2023

Esta semana, centro de conciliação da Corte também promoverá rodada de acordos com a Petrobras
Em uma semana, o Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal Superior do Trabalho (Cejusc-TST) obteve acordos em 34 processos trabalhistas envolvendo a Volkswagen. O valor conciliado entre empresa e trabalhadores passou de R$ 10,5 milhões.
Ao longo desta semana, a unidade promoverá outra pauta temática, com recursos envolvendo a Petrobras.

A pauta temática com a Volkswagen ocorreu entre 14 e 18 de agosto, quando foram realizadas 78 audiências de conciliação. Em 51% foram firmados acordos. Há, ainda, 28 processos com negociação em andamento.

Conforme o Cejusc, um dos diferenciais para a obtenção dos resultados foi a participação de contadores da empresa nas audiências de conciliação. Isso teria agilizado a negociação e facilitou a definição dos valores.

Este ano, o TST tem intensificado esforços para a negociação em processos que tramitam na Corte, por meio do Cejusc-TST. O órgão é coordenado pelo vice-presidente do tribunal, ministro Aloysio Corrêa da Veiga.

Além de facilitar o acesso à conciliação, a unidade agiliza a realização de audiências. Equipes especializadas da Justiça do Trabalho atuam na mediação de conflitos para que trabalhadores e empregadores participem da construção das decisões.

No site do Cejusc na internet, um formulário eletrônico permite fazer pedidos de conciliação em recursos que tramitam no TST (com informações do TST).

Rodoviário

Infomoney - SP   22/08/2023

Os dois primeiros leilões de concessão de rodovias do atual governo federal acontecem nos dias 25 e 29 de setembro. Tratam-se de dois lotes – dos seis a serem concessionados – do pacote Rodovias Integradas do Paraná. Mas os principais grupos operadores de infraestrutura veem o negócio com cautela.

Tanto a EcoRodovias (ECOR3) quanto a CCR (CCRO3) estudam ainda a entrada na disputa. A favor está o fato de serem lotes de muito tráfego, já que envolvem trechos que passam pela região metropolitana da capital paranaense.

Marcelo Guidotti, CEO da EcoRodovias disse a analistas do mercado, para comentar os resultados do segundo trimestre, que os sistemas que vão a leilão são bastante “conhecidos e resilientes”.

O executivo, no entanto, reclamou que “são dois lotes que têm taxa de retorno inferior ao que está sendo usado por outros projetos”.

E acrescentou que “é preciso avaliar os riscos alocados, a complexidade do capex e o fato de que são rodovias que há dois anos não estão sendo recuperadas”.

Ele considera que neste último ponto pode-se trazer um custo a mais inicial e prejudicar a taxa de retorno à concessionária.
Leilão de Rodovias: Seletividade nos projetos

Como a EcoRodovias tem novas concessões com extensas obras a serem executadas, a expressão usada pelo CEO para os futuros leilões é “bastante critério”.

“Vamos ser mais seletivos e seguramente iremos escolher os projetos que sejam confortáveis à nossa capacidade (financeira)”, disse Guidotti.

Enquanto isso, Waldo Perez, CFO da CCR (CCRO3), também pontuou que o grupo está sendo criterioso com a participação nos próximos leilões de rodovia.

“Com relação aos lotes do Paraná, há como sempre, os competidores, que devem ser os mesmo, que tem ido frente a frente conosco”, disse.

“Vale lembrar que isso está em análise e os retornos estão um pouco apertados nesses dois lotes”, complementou o executivo da CCR, durante teleconferência para comentar os resultados do 2º trimestre.

Assim como a EcoRodovias, a CCR olha de muito perto a alta alavancagem e compromissos com as recentes concessões conquistadas. Mas crescimento orgânico segue no radar.

Poder de fogo

“Para novos investimentos ainda temos poder de fogo. Vale mencionar que também temos alternativa de reciclagem de portfólio para abrir espaço no balanço”, afirmou Peres a analistas.

“Também conforme já fizemos no passado recente estamos abertos às parcerias onde há uma sinergia”, destacou. “São formas de crescermos de uma forma cautelosa, sustentável e sem onerar excessivamente o balanço”, pontou.

O CFO da CCR disse ainda que a estratégia é fazer apostas de novas concessões exclusivamente no Brasil nos modais de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos, que são os que já atuam.

Nos dois lotes do Paraná a serem leiloados em setembro, o executivo fala em R$ 40 bilhões de capex. “Estamos analisando com muito carinho”, destacou.

Queda de preço de insumos

O fato de a projeção de capex (investimentos em capital) ter caído em razão da queda de preço dos principais insumos e materiais de obras ajuda, por outro lado, as operadoras de infraestrutura a olharem com mais atenção aos novos leilões.

O CEO da EcoRodovias destacou na tele de resultados a redução de preço de insumos e materiais para construção pesada.

“Estamos experimentado momento de deflação. O índice das obras (Índice Nacional de Custo de Construção) está praticamente estável”, afirmou.

Guidotti vê esse aspecto como importante para a manutenção do capex dentro do estimado, mas evitou dizer que esse cenário poderá provocar grandes economias de custo à empresa.
Pressão menor

“A pressão como todas as commodities tem diminuído de forma significativa desde 2021. Tivemos reduções relevantes em todos nossos insumos”, disse Waldo Perez.

“O aço caiu 9% do ano passado para esse ano. Só neste ano o CAP (cimento asfáltico de petróleo) reduziu 11,5%. Tudo isso tem influência no capex de cada um de nossos projetos”, ressaltou o executivo.

“Então nossas precificações já contemplavam preços e insumos maiores que estavam hoje, porém são investimentos de 10 anos, 15 anos. Ou seja, fazemos toda uma gestão de contratação para nossa área de suprimentos de forma a mitigar inesperados aumentos”, finalizou.

NAVAL

A Tribuna - SP   22/08/2023

Os portos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre movimentaram 23.732.837 toneladas entre janeiro e julho deste ano, perfazendo alta de 6,95% em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para as movimentações de granéis sólidos. Os dados foram divulgados pelo setor de Estatística da Portos RS, na última quinta-feira (17).

Segundo a Portos RS, do total operado pelos três portos públicos, 14.738.074 foram de granéis sólidos; 6.773.864, de carga geral; e 2.220.899, granéis líquidos. No mesmo período passaram pelas unidades da Portos RS 2.139 navios. Destes, 1.753 navios passaram por Rio Grande, 79 em Porto Alegre e 307 barcaças tiveram como destino a unidade de Pelotas.

Em relação ao mesmo período do ano passado a movimentação de soja em grãos na unidade de Rio Grande registrou aumento de 67,60%. Em segundo lugar na movimentação apareceu a ureia, com 32,99%, e na terceira posição está o farelo de soja, com 11,09% de aumento nas movimentações. A lista é seguida pelo arroz, com 10,35%, e pelo fosfato, com 10,16%.

Quanto à origem das importações, a Argentina aparece na primeira posição, com 604.538 toneladas. Em segundo está a China, com 584.529 toneladas, e em terceiro o Canadá, com 387.192 toneladas. Já o destino das exportações é liderado pela China, com 3.796.016 toneladas, seguido pela Indonésia, com 767.648 toneladas, e pelo Vietnã, com 735.623 toneladas.

Na unidade de Pelotas, as movimentações de janeiro a julho alcançaram 777.212 toneladas, sendo grande parte composta de toras de madeira, que atingiu 645.749 toneladas. Esta carga é transportada por meio de barcaças pela hidrovia até a fábrica da CMPC, em Guaíba, onde acontece o beneficiamento da celulose.

A movimentação de soja no cais público pelotense atingiu 6.195 toneladas e a de clínquer, que é o cimento em sua fase bruta de fabricação, chegou a 125.268 toneladas. O resultado total das movimentações é o segundo maior dos últimos dez anos, perdendo apenas para 2021, quando foram 843.776 toneladas.

Na unidade de Porto Alegre, foram movimentadas de janeiro a julho 462.260 toneladas, sendo 272.791 de insumos para a produção de fertilizantes. O segundo produto mais movimentado no cais comercial porto-alegrense é a cevada, com 67.927 toneladas, seguido pelo trigo, com 53.003 toneladas e pelo sebo bovino, com 45.588 toneladas.

A Tribuna - SP   22/08/2023

O projeto de concessão do canal de acesso do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, e melhorias na bacia de evolução foram contemplados no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

O PAC está organizado em medidas institucionais e nove eixos de investimento. O terminal de Itajaí ficou listado no eixo “Transporte Eficiente e Sustentável”, no subeixo “Portos.” O primeiro empreendimento, “Concessão do Canal de Acesso”, foi classificado pelo programa de investimentos como ‘Projeto’ e está dentro da modalidade de ‘Estudos e Projetos – Obra pública e Concessão’. O segundo, “Melhorias da Bacia da Evolução”, foi classificado como ‘Obra’ e pertence à mesma modalidade.

“É com muita satisfação que recebemos a notícia de que o Porto de Itajaí agora integra a retomada de investimentos do Novo PAC 2023. O programa do Governo Federal reconheceu a importância das obras de melhoria da Bacia da Evolução, onde pretende-se dar sequência à segunda etapa do projeto de ampliação, e, ainda, temos o projeto de concessão do canal de acesso aprovado, cuja responsabilidade é nossa e está sempre em análise de estudos”, destacou o superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga.

O Novo PAC é coordenado pelo Governo Federal ao qual estabelece parcerias com o setor privado, estados, municípios e movimentos sociais. O programa busca acelerar o crescimento econômico e a inclusão social e tem o plano de investir 1,7 trilhão de reais em todos os estados do Brasil. Deste valor, 1,4 trilhão de reais serão investidos entre 2023 e 2026.

Em um dos nove eixos, "Transporte Eficiente e Sustentável", o Novo PAC busca retomar os investimentos no setor de logística: rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. O Governo Federal pretende investir neste eixo 349,1 bilhões, liberando 220,9 bilhões ao longo destes quatro primeiros anos.

No subeixo “Portos”, serão destinados 54,8 bilhões do valor, sendo 47,4 deles levantados até 2026, buscando retomar investimentos públicos no setor e realizar “investimentos em obras de manutenção e ampliação da capacidade portuária, além de equacionar interferências urbanas no entorno dos portos para aumentar a sua eficiência.”

Somado a isso, o Governo Federal informa que serão realizadas novas parcerias público-privadas, sob a responsabilidade das Autoridades Portuárias, para maior eficiência na prestação dos serviços aos usuários.

No subeixo “Portos”, na modalidade ‘Estudos e Projetos – Obra pública e Concessão’, do tipo Público, serão destinados 200 milhões em investimentos a seis portos encaixados na modalidade – sendo o Porto de Itajaí um deles.

Segundo o Governo Federal, os terminais portuários são estratégicos nas relações comerciais do Brasil com o mundo, e sua a retomada de investimentos públicos e atração de investimentos privados irão permitir a otimização da principal porta de exportação dos produtos brasileiros.

PETROLÍFERO

Valor - SP   22/08/2023

População também votou pelo fim dos projetos de mineração na reserva florestal de Choco Andino
A população do Equador votou no domingo (20) para interromper a exploração de petróleo no Parque Nacional de Yasuni, uma reserva amazônica, após 58% do país votar para interromper os projetos na região. A população de Quito também votou pelo fim dos projetos de mineração na reserva florestal de Choco Andino.

A votação que determinou o fim das atividades predatórias nas reservas florestais aconteceram em paralelo à eleição geral do país, cujo segundo turno será disputado entre a esquerdista Luisa González, ligada ao ex-presidente Rafael Correa, que governou o país de 2007 a 2017, e o empresário liberal Daniel Noboa, de centro-direita.

Os projetos em desenvolvimento em Yasuni terão o prazo de um ano para serem encerrados.
O grupo de defesa de Yasuni, o Yasunidos, declarou que a votação marca o “o triunfo da utopia dos povos e nacionalidades e que o grande vencedor das eleições é o Yasuní”.

Instituições como a Petroecuador e o Banco Central do Equador (BCE) estimam que o Estado perderá entre US$ 14 bilhões e US$ 16 bilhões em receitas nos próximos 20 anos com o fim da exploração de petróleo em Yasuni.

Já a população de Quito também aprovou a proibição de todos os tipos de mineração (desde a artesanal até as de grande porte) na reserva florestal de Choco Andino.

Mais de 67% dos habitantes da capital defenderam a preservação do local, que tem uma área de 124.296 hectares ao noroeste de Quito, onde vivem mais de 3 mil espécies de plantas, 640 aves, 150 mamíferos, 90 répteis e 120 anfíbios.

O Estado de S.Paulo - SP   22/08/2023

A Transpetro planeja se internacionalizar e o primeiro passo nessa direção será dado ainda este ano. Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, o presidente da companhia, Sérgio Bacci, revela que está perto de assinar o primeiro memorando de intenções internacional para fornecer os serviços que já presta no Brasil para a Petrobras e mais de 170 clientes.

Com a iniciativa, o executivo visa aumentar a receita da empresa com novos negócios. Para tanto, criou uma gerência com esse foco ligada diretamente à presidência, enquanto também acelera a retomada dos estaleiros brasileiros com uma licitação de 25 navios, prevista para janeiro.

“Quero ampliar o leque da Transpetro para além da Petrobras. Tem algumas coisas acontecendo. A Margem Equatorial começa no Brasil, mas passa pela Guiana, Guiana Francesa, Suriname. Esses países não têm know how (experiência) com exploração e produção de petróleo”, afirmou.

A ida para o Suriname está ligada às grandes descobertas de petróleo e gás natural daquele país na Margem Equatorial, região ainda desconhecida na parte brasileira por falta de licença ambiental para exploração, mas que pode servir de aprendizado para a Transpetro, assim como para a Petrobras, que abriu as portas para a subsidiária.

“A Petrobras começou essa conversa com o Suriname para fazer uma parceria e conseguimos uma agenda com o chanceler do Suriname, que esteve recentemente em Belém (Cúpula da Amazônia)“, informou.

Bacci explica que o Suriname não tem nenhuma expertise em exploração de petróleo e gás, assim como em logística. Por isso, vai precisar montar uma infraestrutura com a contratação de serviços, como o de tancagem (armazenamento de fluidos em tanque), e a construção de dutos e navios.

“É apenas um memorando de entendimentos, mas temos uma boa perspectiva porque o Suriname não tem experiência. Nós somos o maior operador logístico da América Latina”, disse Bacci, cujas conversas seguem com a estatal local, a Suriname’s National Energy , Oil and Gas Company (Staatsolie). A assinatura do memorando está inicialmente prevista para setembro.

Segundo ele, a entrada no Suriname deve abrir também as portas para a vizinha Guiana, que também explora a Margem Equatorial. “A Guiana já está operando, tem a Shell, a Exxon, já está um pouco mais avançado que o Suriname, mas, se conseguimos operar no Suriname, as portas começam a se abrir”, avaliou.

Bacci afirmou que faz agora o caminho inverso do que ocorria na Transpetro no governo anterior, que estava sendo enxugada para ser vendida. O objetivo é ampliar o alcance da empresa, mas consciente de que a atuação deve se restringir à América do Sul. “Na América do Sul, a Transpetro é a maior empresa de logística, vamos aproveitar esse know how que temos para buscar negócios”, disse.

Ship to ship

Para aumentar os ganhos, a estatal também quer reduzir custos. Para isso, planeja aumentar as operações ship to ship (transferência de óleo e gás de um navio para outro), que pode economizar até 30% dos custos com os portos. “Na baía de Todos os Santos, no prazo de um mês já fizemos seis operações ship to ship. Nesses quase oito meses (de governo), fizemos 326 operações no Brasil, todas exitosas e sem nenhum litro de vazamento, sem nenhum problema de segurança”, disse.

Além da economia, a atividade também ajuda a liberar espaço nos portos, já que, para fazer a operação de transferência de combustível ou petróleo, utiliza-se apenas um berço do porto (e não dois, como seria necessário) ou nenhum, se a operação for realizada em alto-mar. Outra operação que vem ganhando força são as ship to barge (navios para barcaça).

“Estamos fazendo também ship to barge, essa é uma operação que começamos em Itacoatira, em Belém/Manaus. Possivelmente, em breve, teremos contrato com uma empresa que traz combustível da América do Sul, do Peru, para levar para os Estados Unidos em uma barcaça oceânica, estamos em negociação”, informou.

Navios

Bacci, que atuou anos à frente do Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval), quer colocar em prática tudo o que cobrou durante anos das autoridades: a construção de navios no Brasil apoiada em regras de conteúdo nacional.

Para isso, vem conversando com a Casa Civil para levar adiante, de preferência nos estaleiros brasileiros, a encomenda de 25 navios anunciados pela Petrobras dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado no último dia 11 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio de Janeiro.

“Não será a qualquer preço e não será a qualquer prazo. Vou trabalhar no sentido de agilizar a construção no Brasil. Temos o decreto que o presidente Lula assinou para discutir a questão da nacionalização e estamos conversando com a Casa Civil para ver como nos inserimos nesse processo para agilizar a construção desses navios”, disse.

A ideia do executivo é lançar em janeiro do ano que vem a licitação de três lotes com navios dos tipos Gaseiro (gás/7 mil toneladas), Panamax (até 50 mil toneladas) e Aframax (até 80 mil toneladas). Ele diz ver total condição de construção dos navios no Brasil. Para deixar o processo transparente, vai levar todas as etapas ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladora Geral da União (CGU). A concentração em lotes, segundo Bacci, tem por objetivo dar economicidade de escala para os estaleiros.

“A indústria naval não pode errar de novo. Outro erro talvez não tenha recuperação. Eles estão muito conscientes porque isso pode custar muito caro ao País”, ressaltou Bacci, referindo-se aos problemas enfrentados no setor pelos indícios de corrupção na Operação Lava a Jato. Alguns estaleiros, como o Eisa e o Mauá, no Rio de Janeiro, por exemplo, estão em recuperação judicial e podem ficar fora do processo.

No entanto, Bacci aponta pelo menos cinco estaleiros que teriam condições de competir, separados ou em consórcio, da oferta que será lançada pela companhia, com pré-qualificação prevista para ocorrer até outubro: EAS; Promar; Enseada Paraguassú; Ecovix e Wilson Sons.

“Se eu tiver cinco propostas disputando os três lotes já estarei satisfeito”, disse, destacando que quem ganhar um lote não poderá disputar outro, mas que os estaleiros podem fazer parcerias para agilizar a construção. “Não tenho a menor dúvida de que dá para fazer aqui no Brasil”, afirmou.

Ele reconhece, porém, que isso não será suficiente para recuperar a indústria naval brasileira, abatida pela Operação Lava jato, mas prevê possíveis encomendas também da Marinha para fomentar o setor.

“O sistema Petrobras não vai resolver os problemas da indústria naval, mas vai começar a impulsionar a indústria naval e, com a Marinha ajudando, começamos a fazer a indústria naval andar de novo e começar a ser competitiva”, disse, reforçando que a indústria precisa de segurança no longo prazo.

“Não dá para ser um soluço ou um voo de galinha. Tem que ter encomendas de longo prazo, uma demanda de pelo menos 15 anos. Aí, sim, a indústria naval pega no tranco, como foi com os barcos de apoio”, disse Bacci.

Entre 2003 e 2015, segundo o executivo, o País construiu mais de 250 navios de apoio ao setor de petróleo e gás e chegou a ser o segundo maior construtor desse tipo de embarcação no mundo, perdendo apenas para a Noruega. “Podemos sim ser competitivos”, concluiu Bacci.

Valor - SP   22/08/2023

Perda de força do petróleo coincidiu com um salto nos juros de mercado globais, em especial nos EUA.

Os contratos futuros do petróleo reverteram os ganhos do começo da sessão e terminaram o dia em baixa, pressionados pela preocupação dos investidores sobre a política monetária nos EUA e as dificuldades enfrentadas pela economia da China. Os dois países são os maiores compradores globais da commodity.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para outubro fechou em baixa de 0,67%, a US$ 80,12. Já o barril do Brent - referência global - para o mesmo mês cedeu 0,40%, a US$ 84,46.

A perda de força do petróleo coincidiu com um salto nos juros de mercado globais, em especial nos EUA, onde o rendimento dos títulos do Tesouro atrelados à inflação (TIPS) de 10 anos ultrapassaram 2% pela primeira vez desde 2009.

Para Edward Moya, analista-sênior de mercados da Oanda, a principal ameaça ao preço do petróleo é um potencial fortalecimento do dólar nesta semana por conta do Simpósio de Jackson Hole do Federal Reserve (Fed). O presidente do BC americano, Jerome Powell, fará seu tradicional discurso no evento às 11h05 (de Brasília) de sexta-feira, 25.

Moya também cita uma perspectiva de demanda global que tem deteriorado por conta da situação econômica na China, que enfrenta dificuldade para impulsionar o crescimento e terá de lidar com uma piora da crise no setor imobiliário.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) cortou os juros referenciais, as chamadas Loan Prime Rates (LPRs), de um ano em 10 pontos-base, a 3,45%. A decisão foi mais tímida que o esperado, especialmente considerando a manutenção da LPR de cinco anos em 4,2%.

“Por si só, a última rodada de cortes é muito pequena para ter um grande impacto. Ela apenas reverte parcialmente o aumento recente dos juros reais por conta da inflação mais baixa”, diz Julian Evans-Pritchard, chefe do setor de China da Capital Economics.

Para ele, o PBoC tende a usar as mudanças na política monetária como uma sinalização de novos estímulos, e portanto ajustes nas taxas de compulsório e empréstimos bancários devem seguir o corte da LPR de um ano.

 

TN Petróleo - RJ   22/08/2023

Os investimentos do Novo PAC, lançado pelo Governo Federal neste mês de agosto, trarão R$ 335 bilhões para o setor de petróleo e gás natural nos próximos anos. Esta indústria é de grande relevância para o Brasil e tem um amplo potencial de crescimento nos campos do Pré-sal e nos que estão em processos de estudos na Margem Equatorial. Dos R$ 335 bilhões previstos, R$ 243,8 bi serão investidos até 2026.

Estão contemplados na nova fase do programa 54 empreendimentos, sendo a maior parte deles voltados ao desenvolvimento da produção (19) e gasodutos e oleodutos (18). Também haverá investimentos em exploração marítima; escoamento da produção; refino; descarbonização; e estudos em fertilizantes, petroquímica, navios e descomissionamento verde de plataformas.

Dentro dos estudos da Petrobras na Margem Equatorial, está prevista a perfuração de três poços. Integra o programa, ainda, o gasoduto do projeto Sergipe Águas Profundas I e II; implantação de biorrefino na refinaria de Mataripe (BA); projeto integrado Rota 3, na Bacia de Santos; conclusão da Refinaria Abreu e Lima e construção de novas unidades na Refinaria de Paulínia. Além disso, para reduzir as emissões de carbono na atmosfera, está prevista uma unidade de Captura e Estocagem de Carbono em reservatório subterrâneo.

Para o Ministério de Minas e Energia, o Novo PAC promove a redução da dependência externa brasileira de combustíveis e derivados fósseis, elevando a produção de petróleo e gás natural de melhor qualidade, com poucos contaminantes e de baixo carbono. Ao mesmo tempo, o programa potencializa a exportação de produtos industrializados com a retomada do apoio a iniciativas de ampliação do refino em solo brasileiro.

O programa prioriza a retomada de investimentos para a garantia da segurança energética com a prospecção de novos campos e dá especial atenção aos investimentos em transição energética.

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP