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22 de Maio de 2023

INDA

ADVFN - SP   22/05/2023

Em meio a uma agenda de poucos indicadores internos, as atenções dos investidores nacionais se voltarão na próxima semana para a votação e aprovação do novo regime fiscal na Câmara dos Deputados. O mercado também acompanhará o comportamento do exterior e as percepções sobre o futuro da política monetária americana, além dos desdobramentos da série de medidas anunciadas na semana pela Petrobras e sem impacto sobre os papéis.

A agenda de indicadores domésticos para a próxima semana está esvaziada. Na segunda, os investidores avaliarão, como fazem tradicionalmente, as previsões da Pesquisa Focus do Banco Central, logo no início do dia. Na quinta- feira, o destaque é a divulgação do IPCA-15 de maio, às 9h, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na próxima semana (22 a 26 de maio), o noticiário corporativo nacional terá a divulgação de resultados da Oi e dos distribuidores de aço, perspectivas da Raízen, além da presença do setor elétrico e de mineração na Câmara, com possíveis votações de projetos e sabatina do ministro Alexandre Silveira sobre as ações da pasta. A semana também terá um leilão de rodovias mineiras na B3, na sexta-feira.

Para a próxima semana, os Estados Unidos divulgarão uma série de dados econômicos importantes, como o PCE, o PIB, a leitura da ata da reunião do Fed dos dias 2 e 3 de março, vendas de imóveis novos, os estoques de petróleo, pedidos de seguro-desemprego, índice de atividade nacional do Fed Chicago, vendas pendentes de imóveis, bens duráveis, renda e gastos pessoais, estoques no atacado, e confiança do consumidor Michigan/Reuters.

O Reino Unido publica a inflação, o índice de preços ao produtor e as vendas no varejo. A zona do euro divulga o saldo em conta corrente. O HCOB e o S&P Global publicam os PMIs preliminares de maio dos setores industrial e de serviços da Eurozona, Alemanha, Reino Unido, Japão e Estados Unidos.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE divulga o relatório mensal do crescimento do PIB dos países-membros. A Alemanha divulga o índice de confiança do empresário IFO, o Gfk de confiança do consumidor e o PIB.

Na Ásia, o Japão publicará o índice de indicadores antecedentes. Da China, o banco central publica a decisão da taxa de juros na noite do próximo domingo.

Fique de olho
Na segunda-feira (22), a operadora Oi, em recuperação judicial, apresenta os resultados do quarto trimestre de 2022 após o fechamento do mercado. A companhia, que está em uma segunda recuperação judicial, adiou a divulgação dos números anteriormente prevista para 26 abril devido ao seu status jurídico e negociações com os credores, que impactaram a elaboração das demonstrações financeiras. A empresa também adiou a divulgação das demonstrações financeiras referentes ao primeiro trimestre de 2023 para o dia 14 de junho.

Na próxima quarta-feira (24), a Raízen – joint venture entre a Cosan e a Shell – apresenta suas perspectivas para o ano para investidores e analistas no Raízen Day, a partir das 9h

O debate sobre o aproveitamento das potencialidades energéticas e minerais foi sugerido pelo presidente da CI, senador Confúcio Moura (MDB-RO). O tema da tarifa sobre a energia de Itaipu foi apresentado pelo senador Esperidião Amin (PP-SC). Segundo o parlamentar catarinense, a Tarifa de Energia de Otimização (TEO) de Itaipu foi fixada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) R$ 69,04/MWh. O valor aplicado às demais hidrelétricas em 2023 é de R$ 15,05/MWh. A TEO se destina a cobrir custos incrementais com a operação e manutenção das usinas hidrelétricas. Se a de Itaipu é maior, isso significa obviamente que ela tem custos variáveis maiores. Cabe-nos escrutinar os motivos, argumenta Amin.

Ainda na área de energia, tramitam no Plenário da Câmara em regime de urgência – ou seja, podem ser votados a qualquer momento – os projetos do deputado Lafayette de Andrada (PL 1292/23), que muda várias regras do marco regulatório da GD, e o de Decreto Legislativo (PDL) 65/23, de autoria do deputado Beto Pereira (PSDB-MS), que suspende partes da Resolução Normativa 1.059/23 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em vigor desde fevereiro. Associações de energia elétrica calculam que o PL 1292/23 pode elevar em R$ 93 bilhões a conta dos subsídios pagos por consumidores nas contas de luz. Já os deputados afirmam que a regulamentação da Anel limita o consumidor que gera a sua própria energia de transferir eventuais excedentes para outro imóvel de sua propriedade, entre outros pontos debatidos em audiência na Câmara, na última quarta-feira (17).

Na quinta-feira (25), o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Jorge Loureiro, fará a apresentação dos números de fechamento do mês de abril de 2023 e as previsões para maio. Na mesma data, o governo de Minas Gerais realiza na sede da B3, em São Paulo (SP), o leilão de concessão da rodovia Varginha-Furnas. Parte do Programa de Concessões Rodoviárias, a licitação estava prevista para março, mas foi reagendada para 25 de maio, às 14h. O lote contempla 22 municípios e tem um total de 432,8 quilômetros, abrangendo rodovias localizadas entre São Sebastião do Paraíso e Três Corações. São esperados investimentos em torno de R$ 2,6 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão, sendo R$ 1,3 bilhões nos oito primeiros anos, incluindo os trechos de duplicação e de terceiras faixas.

Farol Político
Após o texto ser apresentado pelo relator e ter tido urgência na votação aprovada com ampla vantagem na Câmara, projeto de lei do novo regime fiscal brasileiro deverá ser finalmente votado na casa na próxima semana. A previsão do governo e dos líderes da Câmara é de que o projeto seja votado até quarta, 24. O objetivo é que o arcabouço seja aprovado por uma larga vantagem.

Os pontos excludentes foram reduzidos de 13 na proposta original do governo para cinco, e equivalem a 1% do total de despesas. Entre eles, estão os créditos extraordinários, as despesas sazonais, as despesas neutras e as despesas com receitas próprias. Fora dos excludentes, Cajado destacou o aumento de capitais de estatais, o piso de enfermagem e o Funde e o fundo constitucional do Distrito Federal. O relator confirmou que o aumento real do salário mínimo e os reajustes do Bolsa Família não estarão no teto, conforme pedido feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cajado disse que o piso de investimentos será de R$ 78 bilhões, cerca de 0,75% do PIB. Ele falou ainda que o descumprimento da meta vai deflagrar um redutor de 50%, medida de ajuste e contingenciamento. Cajado confirmou que os relatórios de acompanhamento do novo regime serão bimestrais e não quadrimestrais conforme a proposta inicial do governo. As punições serão administrativas.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pediu durante reunião de líderes que até o início de junho a Casa centre seus esforços na votação de medidas provisórias que estão perto de perder a validade, tanto as que foram editadas pelo governo passado quanto pelo atual. Quinze MPs caducam até o dia 5 de junho.

Entre as matérias na lista está a Medida Provisória (MP 1.147/2022), que alterou a legislação que instituiu o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). A MP 1.154/2023 é outra que está com o prazo próximo de esgotar (1° de junho). Editada no primeiro dia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a medida provisória redefiniu a estrutura do Poder Executivo Federal.

Além da votação de MPs e autoridades, os parlamentares debateram a necessidade de encontrar uma saída para o marco do saneamento e discutiram a possibilidade de encaminhar o arcabouco fiscal (PLP 93/2023) para análise de alguma comissão assim que o texto passar pela Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados instalou três comissões parlamentares de inquérito (CPIs). Os congressistas vão investigar as inconsistências contábeis nas Americanas, as apostas esportivas e a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Também deve evoluir o trabalho da CPMI do 8 de janeiro, que deve iniciar as sessões na quinta-feira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Japão no início desta sexta-feira, como um dos convidados da Cúpula anual do G7, grupo que reúne sete das oito maiores economias mundiais. Ao longo dos dois dias de trabalho, além de participar de três sessões temáticas, ele terá mais sete reuniões bilaterais com chefes de Estado e de governo, uma com o secretário-geral da ONU e um encontro com empresários japoneses.

Lula teve sua primeira reunião bilateral da Cúpula estendida do G7 em Hiroshima, no Japão, às 16h45 desta sexta- feira, 19/5 (4h45 no horário de Brasília). Ele conversou por cerca de meia hora com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese. Durante a reunião, Lula destacou para o premiê australiano a ressurgência do Brasil nas relações internacionais em seu terceiro mandato, juntamente com a retomada das políticas sociais e obras de infraestrutura para retomar o crescimento econômico.

Vale a pena ver de novo

Em meio a uma agenda de poucos indicadores internos, as atenções dos investidores nacionais se voltarão na próxima semana para a votação e aprovação do novo regime fiscal na Câmara dos Deputados. O mercado também acompanhará o comportamento do exterior e as percepções sobre o futuro da política monetária americana, além dos desdobramentos da série de medidas anunciadas na semana pela Petrobras e sem impacto sobre os papéis.

O substitutivo do texto do arcabouço fiscal foi apresentado nessa semana pelo relator da matéria, deputado Cláudio Cajado. A inclusão de gatilhos e de acompanhamento periódico da evolução da nova regra agradou ao mercado. Mas há ainda dúvidas sobre o cumprimento ou não das metas estabelecidas. Mas ter uma regra fiscal já foi suficiente para trazer certo alívio ao mercado nessa semana.

O período foi marcado também pelo anúncio da nova política de preços da Petrobras e pelo anúncio de redução nos preços da gasolina, etanol e gás de cozinha. A exemplo do que ocorreu com o arcabouço, só o fato de existir uma política e cessarem as especulações ajudou a sustentar as ações da estatal.

No exterior, os sinais não foram dos melhores. O mercado abriu a semana absorvendo números de desaquecimento da economia chinesa.

Ao longo do período, foram divulgados indicadores norte-americanos mostrando um aquecimento da principal economia do mundo, renovando as expectativas de que os juros continuarão subindo para conter a inflação naquele país.

No encerramento da semana, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que a visão do mercado sobre a inflação tem sido mais otimista do que a do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que espera uma pressão sobre os preços mais persistente.

O Ibovespa encerrou a semana com alta de 2,10% e registrou o quarto ganho semanal seguido. No mês de maio, o principal índice da bolsa brasileira acumula alta de 6,10% até esta sexta-feira depois de uma expansão de 2,5% em abril. Já no ano, o ganho é de 0,92%. O dólar subia a R$ 4,99, com alta de 0,63%, ao final do pregão na bolsa.

SIDERURGIA

Money Times - SP   22/05/2023

As mineradoras e siderúrgicas sofreram com a demanda ainda fraca da China no primeiro trimestre deste ano, afirmam os analistas. No geral, os balanços das empresas decepcionaram o mercado, assim como nos três últimos meses de 2022.

Segundo o analista da Benndorf, Júlio Borba, havia uma grande expectativa na virada do ano com a reabertura econômica chinesa, que se traduziu em maior demanda, mas apenas em serviços. “Com isso, os setor industrial foi decepcionado”, diz.

Borba explica que não apenas os resultados das mineradoras e siderúrgicas decepcionaram no trimestre, mas também os próprios indicadores de atividade econômica chineses.

Ainda como “efeito China”, os setores foram impactados pelo preço da tonelada do minério de ferro no período, destaca o analista chefe do Simpla Club, Gabriel Bassotto. Os volumes de produção e vendas das companhias foram “fracos”, o que impactou as margens de lucro.
Os destaques do trimestre

Para o analista da Benndorf, o maior destaque dos setores de mineração e siderurgia no primeiro trimestre do ano foi a Ferbasa (FESA3; FESA4). “Foi disparado o resultado que apresentou a melhor resiliência no setor de mineração e metais”, afirma Borba.

O balanço de oferta e demanda apertados para as ferroligas produzidas pela empresa a ajudaram a manter margens acima da média, diz. “Olhando em uma janela mais longa, enquanto algumas empresas do setor caíram mais de 60% em um ano, a Ferbasa foi a com melhor performance”, ressalta.

Bassotto, do Simpla, também aponta Gerdau e CSN Mineração como destaques positivos, pois ambas surpreenderam com volumes de produção. Enquanto GGBR4 teve lucro ajustado de R$ 2,3 bilhões no período, CMIN3 lucrou R$ 516 milhões.

Para CSN Mineração, apesar do lucro abaixo das expectativas, o analista afirma que a margem Ebtida ajustada veio próxima a da Vale (VALE3) — o que é positivo pois a competitividade e eficiência da companhia são “muito maiores”. Além disso, a CSN Mineração voltou a ter geração de caixa positiva, destaca.
Quem se saiu mal?

Já do lado negativo do setor de mineração e siderurgia, aparecem CBA (CBAV3), Usiminas (USIM5) e Vale, pontuam os analistas. As empresas têm maior alavancagem e suas margens tendem a sofrer mais em períodos de commodities metálicas fracas e juros altos.

A CBA viu seu lucro líquido recuar 79% do lucro no primeiro trimestre, a R$ 89 milhões. Apesar disso, Borba, da Benndorf, vê um futuro “mais promissor” para a CBA, dado que o preço das ações já precifica um cenário catastrófico. Além disso, o alumínio está cotado a um patamar que deve quebrar muitas empresas, diz, o que reduzirá a oferta e levará os preços para cima novamente.

Por sua vez, a Usiminas reverteu o prejuízo em lucro de R$ 544 milhões nos três primeiros meses do ano. Os analistas destacam, no entanto, que os resultados da companhia continuam voláteis e difíceis de prever, além de estarem aquém do seu potencial.

Por fim, a A Vale teve recuo de 58% no lucro, a US$ 1,87 bilhão. Bassotto, do Simpla, reitera que os resultados vieram abaixo das projeções, mas diz que o caso da companhia “não é tão preocupante” por ter maior liquidez.
O que vale a pena no setor?

A preferência da Benndorf para o setor mineração & siderurgia é Ferbasa. “A companhia está posicionada em um segmento com fundamentos melhores, o de aço inox“, destaca Borba.

Além disso, a Ferbasa conta com vantagens competitivas de longo prazo e é controlada por uma fundação que depende dos proventos distribuídos pela companhia. “A distribuição de dividendos tende a ser bastante alta”, diz.

A recomendação para FESA4 é de compra. Além dela, Vale, CBA, Gerdau e Gerdau Metalúrgica (GOUA4), também têm indicação de compra no setor. Já Usiminas, CSN (CSNA3) e CSN Mineração têm recomendação neutra.

Já o Simpla Clup, tem preferência por Vale. Segundo Bassotto, a empresa tem vantagem competitiva de escala por ser a maior do setor. “Os custos que impactaram todas as empresas, pressionam menos a Vale”, afirma.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   22/05/2023

A atividade econômica brasileira apresentou crescimento no primeiro trimestre deste ano, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (19) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve alta de 2,41% de janeiro a março em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2022), de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período).

Em comparação ao trimestre de janeiro a março de 2022, alta foi de 3,87% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais).

Em março de 2023, o IBC-Br teve queda de 0,15%, atingindo 147,09 pontos. Na comparação com o mesmo mês de 2022, houve crescimento de 5,46% (também sem ajuste para o período). Desde agosto do ano passado, o IBC-Br vinha caindo, com interrupção da retração em dezembro, quando houve alta, seguida de estabilidade em janeiro, alta em fevereiro e, agora, nova queda.

No acumulado em 12 meses, o indicador ficou positivo em 3,31%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 13,75% ao ano, o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do volume de impostos.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução da inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia. Ainda assim, o resultado do IBC-Br do trimestre aponta uma recuperação da atividade.

O indicador oficial da economia brasileira, entretanto, é o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com resultado trimestral, o valor do primeiro trimestre de 2023 será divulgado em 1º de junho. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país.

Em 2022, o PIB do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.

O Estado de S.Paulo - SP   22/05/2023

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 19, que o País precisa se focar em promover mais reformas estruturais para reduzir a taxa neutra de juros e aumentar o crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB). Ele participou de evento organizado pelo BC, em São Paulo.

“Nós falamos demais, gastamos muito tempo, e é nosso trabalho no Brasil (discutir) a taxa Selic, se vai subir, cair, o que vamos fazer. Mas, quando olhamos para além disso, precisamos focar nas reformas estruturais”, afirmou Campos Neto.

Ele defendeu que o crescimento estrutural do Brasil vem em queda e disse que o equilíbrio entre dívida mais alta, juros neutros elevados e baixo PIB potencial é muito negativo para o Brasil.

Inflação

Campos Neto afirmou que o custo econômico de se levar a inflação para a meta pode ser o grande tópico econômico daqui para a frente. Ele disse que ainda há dúvidas sobre qual o nível no qual a inflação vai parar no mundo, se perto das metas ou além.

O presidente do BC defendeu o sistema de metas de inflação e disse ser necessário promover a convergência. “As metas de inflação serviram bem, e precisamos perseverar na inflação. Precisamos garantir que vamos trazer a inflação às metas”, disse.

O Estado de S.Paulo - SP   22/05/2023

Os números melhores do que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre estão levando bancos e consultorias a projetar um resultado mais positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Se na virada do ano, a expectativa era de um crescimento abaixo de 1%, as novas previsões estão migrando para um faixa entre 1,5% e 2%.

Nesta sexta-feira, 19, a divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) reforçou um cenário melhor para a economia brasileira. Conhecido como uma prévia do PIB , o índice avançou 2,41% no primeiro trimestre, o terceiro maior ganho para o período na série histórica do BC.

“Os dados, de maneira geral, mostram que a economia continua mais resiliente do que se imaginava”, afirma Gustavo Arruda, diretor de Pesquisa para América Latina do BNP Paribas.

São vários os motivos que explicam o resultado da economia brasileira neste início de ano:
O primeiro deles tem a ver com o desempenho do setor agropecuário. A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 302,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,8% na comparação com 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O carro-chefe certamente será (o PIB da) agropecuária, com alta de 8,3% no trimestre e pouco mais de 6% na comparação com o quarto trimestre [de 2022]”, escreveu em relatório o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. A consultoria aumentou a estimativa de crescimento deste ano de 1% para 1,3%.
Segundo, serviços e varejo também se mostraram resilientes e cresceram acima do esperado. Em março, por exemplo, esses setores avançaram 0,9% e 0,8%, respectivamente.

“O consumo veio mais forte do que a gente imaginava”, afirma Alessandra Ribeiro, sócia e economista da consultoria Tendências. “E isso ocorreu pelo impacto da transferência social com o Bolsa Família, a resiliência do mercado de trabalho formal e a desaceleração da inflação”, diz. A Tendências ainda trabalha na revisão dos números, e deve subir a expectativa de crescimento do PIB neste ano de 1% para algo próximo de 1,4%.
E, por fim, a economia global está com um desempenho melhor do que o esperado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a economia ainda dá sinais de força, apesar do aperto monetário. E na Europa, também há uma revisão positiva dos números de crescimento diante de um menor impacto da crise energética e dos incentivos fiscais promovidos pelos países.

“Não só o Brasil demonstrou resiliência nesse início de ano, mas também os Estados Unidos, Europa e a China, após a pandemia de Covid-19", diz Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. O banco projeta um crescimento do PIB 1,5% neste ano, mas coloca um viés de alta nessa previsão.

Um desempenho da economia também já é incorporado pelo governo. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua equipe de economistas está revisando a expectativa de crescimento da economia neste ano de 1,6% para 1,9%.

“É possível 2% (de crescimento em 2023)? Sim, mas, hoje, a projeção de 1,4% é mais condizente com a nossa realidade e a realidade do que vem acontecendo lá fora”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Antes da divulgação do IBC-Br, a casa estimava um crescimento de 0,7% para o PIB deste ano.

Esse ritmo vai continuar?

Na avaliação dos analistas, os dados do primeiro trimestre indicam um crescimento que pode chegar a 2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando a economia recuou 0,2%.

Mas os efeitos dos juros altos na economia e o fim dos efeitos agrícolas no PIB devem fazer com que o ritmo da atividade econômica perca fôlego nos próximos meses.

“Para o segundo trimestre, nossas estimativas preliminares indicam moderada desaceleração da taxa trimestral de crescimento e, para o segundo semestre, retração da atividade”, afirma Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Pine, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

O banco Pine aumentou a estimativa para o crescimento de 2023 de 1,0% para 1,8%.

“Os efeitos positivos do setor agrícola ficaram muito concentrados no primeiro trimestre e, apesar da resiliência dos serviços, o crescimento do PIB nos trimestres seguintes vai ser mais baixo do que nesse primeiro”, acrescenta Salles, do C6 Bank.

IstoÉ Dinheiro - SP   22/05/2023

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que a inflação nos Estados Unidos está “muito acima” da meta de 2% ao ano, ao traçar um cenário de comparação com a situação do custo de vida dos americanos no fim da década de 1970. Segundo ele, é obrigação das autoridades monetárias controlarem o custo de vida nas economias e restabelecerem a estabilidade de preços, que é a base de uma economia forte.

“A estabilidade de preços é realmente a base de uma economia forte e a economia não funciona para ninguém sem estabilidade de preços”, disse Powell, ao comentar lições sobre o fim da década de 1970, durante a Thomas Laubach Research Conference, criada em homenagem ao legado de Thomas Laubach, ex-diretor da Divisão de Assuntos Monetários do Fed.

+Relação entre governo e BC autônomo está sendo construída, diz Haddad

O presidente da Fed que, naquela época, a inflação alta era “parte permanente da paisagem”, algo que todos tinham de aceitar e cujos custos eram muito elevados. No entanto, depois o Fed atuou para combatê-la e restaurou a estabilidade de preços nos Estados Unidos. “Quando temos inflação alta é responsabilidade e obrigação do banco central restaurar e sustentar a estabilidade de preços”, afirmou.

Ele disse que apesar de o custo de vida dos americanos na atualidade não ser tão elevado como em 1970, a inflação ainda está muito acima da meta do Fed, de 2% ao ano. Powell disse que muitas pessoas estão experimentando a inflação alta pela primeira vez em suas vidas e que isso impõe muitas dificuldades, reduz o poder de compra, principalmente, para aqueles que estão à margem da economia.

“E é por isso que o comitê está tão fortemente comprometido em voltar a inflação à nossa meta de 2%. Acreditamos que o fracasso em reduzir a inflação não apenas prolongaria a dor, mas também aumentaria, em última análise, os custos sociais de voltar à estabilidade de preços, causando danos ainda maiores às famílias e empresas”, disse Powell. “Pretendemos evitar isso permanecendo firme na busca de nossos objetivos”, concluiu.

O Estado de S.Paulo - SP   22/05/2023

A Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para o projeto que cria o novo arcabouço fiscal por 367 votos a 102. O placar da votação do requerimento, uma prévia do que deve ocorrer na apreciação do texto, mostra que o governo conta com uma folga considerável para aprová-lo. Há quem veja nesse resultado o esforço de articulação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); outros reconhecem o trabalho de convencimento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mas é justo que o mérito seja dividido entre os dois. Afinal, ambos enfraqueceram o arcabouço já de saída e garantiram ao governo um gasto extra de até R$ 80 bilhões nos próximos dois anos.

Na proposta original enviada pelo Executivo ao Congresso, o crescimento das despesas estaria limitado a 70% do avanço das receitas, mas os gastos teriam um piso e um teto e, portanto, um aumento garantido de 0,6% a 2,5% acima da inflação. No parecer que será submetido à votação, no entanto, o relator flexibilizou o que já estava frouxo e criou mecanismos que asseguram, já em 2024, uma alta real de 2,5% nos dispêndios, independentemente do cenário de receitas.

Em vez do índice acumulado de janeiro até junho e da projeção até o fim do ano, que carregaria todas as incertezas atreladas a uma estimativa, o texto estabelece a correção pela inflação acumulada nos 12 meses até junho, mas permitiu um ajuste caso a inflação até dezembro seja mais favorável para gastar. Em 2024, esse ajuste seria permanente, elevando para sempre a base de cálculo dos dispêndios federais. Nem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que autorizou o Executivo a aumentar a base das despesas em R$ 168 bilhões neste ano, bem acima do necessário para recompor a verba de programas sociais como o Bolsa Família e o Farmácia Popular, foi suficiente para conter o ímpeto gastador do governo e do Congresso Nacional.

O relator até incluiu, caso a meta não seja cumprida, gatilhos como a obrigatoriedade de contingenciamentos e vetos ao aumento dos repasses para bancar os salários da educação e o piso da enfermagem. Mas há tantas outras exceções que não serão contabilizadas na regra de controle de despesas que os tais gatilhos dificilmente terão de ser acionados. Diante da licença para gastar que o governo está prestes a conquistar, é de perguntar por que, ainda assim, o presidente Lula teve de enquadrar e exigir o apoio de parlamentares petistas ao projeto.

Tudo isso reforça as dúvidas sobre o engajamento do governo com uma política fiscal responsável que permita zerar o déficit primário em 2024. Não que isso seja exatamente uma surpresa, considerando o histórico das administrações petistas, mas a quantidade de manobras necessárias antes mesmo de a proposta entrar em vigor prova dois pontos que economistas criticaram à época em que o arcabouço foi apresentado. O primeiro é que a regra depende essencialmente de receitas para ser cumprida; o segundo é que o Ministério da Fazenda estava excessivamente otimista sobre a arrecadação gerada pela revisão dos subsídios e renúncias tributárias e pela oneração de setores isentos de impostos. Se as receitas com as quais o governo contava para atingir a meta não se materializarão, a única maneira de garantir que ela seja alcançada é afrouxar o limite das despesas desde já.

É praticamente uma anistia prévia, em que o governo assume o compromisso de replantar 100 mil árvores a partir de uma certa data, mas derruba outras 200 mil antes de a meta entrar em vigor. Não há dúvida de que as mudanças que constam do relatório do deputado Cláudio Cajado (PP-BA) facilitaram o aval ao requerimento de urgência do projeto – e seria muita ingenuidade supor que essas alterações foram realizadas sem que Lira e Haddad soubessem e participassem das negociações. Isso pode servir para alimentar o discurso do governo Lula sobre sua responsabilidade fiscal e para mobilizar apoiadores, mas é pouco para quem realmente precisa ser convencido dessa disposição para começar a baixar os juros, como o Banco Central.

Agência Brasil - DF   22/05/2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira (19) a diminuição da taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa Selic. Ao discursar em um evento internacional promovido pelo Banco Central (BC), na capital paulista, o ministro disse que o país está pronto para iniciar um ciclo de queda nos juros e criticou a decisão do BC em manter a Selic em patamar elevado.

“Nós achamos que tem espaço para começar um ciclo [de queda nos juros] mas, enfim, tem uma equipe técnica ali [no Comitê de Política Monetária do BC] que está formada, e que nós procuramos respeitar”, disse.

“Sempre que ouço uma autoridade monetária falar que quando você está combatendo uma infecção, você tem que tomar toda a cartela do antibiótico, eu sempre lembro que também há a observação de que você não pode tomar duas cartelas do antibiótico. Você tem que tomar a medida certa para que a economia consiga, a um só tempo, se reajustar”, disse.

Segundo Haddad, o Ministério da Fazenda já apresentou ao BC dados que mostram que a economia do país comportaria a redução dos juros. “Pelo comportamento do juro futuro, do câmbio, e da própria inflação, e isso no momento em que a economia demonstra que não está desaquecida, como se pensava no começo do ano, ela está desaquecendo porque as taxas são muito elevadas”.

O ministro destacou que a economia do país deve ser gerida tendo-se em mente o bem-estar das pessoas e a promoção do desenvolvimento com justiça social. “Somos servidores públicos, nós temos que servir a nossa gente e promover desenvolvimento com justiça social e, obviamente, em se tratando de um evento do Banco Central, com baixas taxas de inflação”.

Haddad ressalvou, no entanto, que o debate sobre a política de juros não pode ser uma “afronta” ao Banco Central e que o ministério e o BC devem trabalhar em harmonia. “Nós temos que compreender que discutir política monetária não é afrontar a autoridade monetária. Muito pelo contrário, todos que estão nessa sala e nos assistindo sabem que estamos concorrendo para o mesmo objetivo”.

Segundo Haddad, o ministério e o BC devem se comportar como dois braços do mesmo organismo, “lembrando que não há uma mão mais importante do que a outra, e não há uma que é reativa à outra, as duas mãos têm que trabalhar ativamente em proveito de uma regulação adequada”.

O ministro disse ainda que o Brasil tem condições de "sair na frente" no próximo ciclo de expansão da economia mundial e que o país tem a obrigação de perseguir taxas de crescimento superiores à média mundial, dado o seu potencial em recursos naturais, humanos e tecnologia nacional.

“O Brasil vem experimentando uma condição em que as taxas de inflação se reduzem, as projeções de crescimento são revistas para cima, as condições internacionais, tanto de comércio, quanto de reservas, pela atuação do Banco Central, inclusive, vêm mostrando uma resiliência muito grande, e entendemos que o Brasil tem tudo para, num ambiente muito adverso, bastante adverso, sairmos na frente no próximo ciclo de expansão”, defendeu.

O Estado de S.Paulo - SP   22/05/2023

A inflação de 0,61% em abril foi inferior à de março, que, por sua vez, esteve abaixo do índice de fevereiro. A taxa acumulada em 12 meses atingiu 4,18%, a menor variação desde novembro de 2020. As projeções do IPCA apontam para um crescimento do índice anualizado. O motivo é que julho, agosto e setembro do ano passado registraram números negativos. Assim, a média vai subir, pois saem da conta as deflações mensais verificadas de 2022 e entram os índices positivos de 2023.

As estimativas para a Selic estão caindo, e isso indica que os analistas de mercado já vislumbram a possibilidade de começar mais cedo o processo de redução da taxa de juros. É sempre importante destacar que os juros reais brasileiros estão entre os mais altos do mundo. O desafio dos juros é global, embora em magnitudes diferentes. Nos Estados Unidos, a taxa superou os 5% pela primeira vez desde 2007. E deve parar por aí. Na Europa, pode alcançar o pico de 4% no segundo semestre.

Um ponto positivo nesse debate é que a autonomia do Banco Central é um fato aceito. Suas decisões são independentes, e deve ser observado que a trajetória atual de queda da inflação indica a funcionalidade da gestão monetária. Há ruídos naturais, dado que os benefícios de baixar os juros são imediatos e com efeitos positivos no curto prazo para toda a população. A questão central é como obter o equilíbrio perfeito entre custos e benefícios da política monetária.

A sintonia fina da pilotagem dos juros é uma mistura de técnica e arte. A ata da reunião do Copom mostra que a parte técnica é ampla e profunda com indicadores dos mercados internacional e interno. O balanço de riscos, como qualquer instrumento desse tipo, tem um componente interpretativo e é submetido ao crivo de toda a sociedade com a divulgação dos detalhes da reunião.

A previsão do Focus indica uma inflação de 6,03% para 2023 e que o setor de serviços continua pressionado. Todavia, a valorização do câmbio, a boa tramitação da proposta de arcabouço fiscal, as quedas dos preços das commodities e da energia no mercado internacional e o nível da atividade econômica, além dos reflexos no IPCA da nova política de preços da Petrobras, somam a favor de uma antecipação do ciclo de reduções.

Juros altos são perversos, pois aumentam o custo de capital para a economia investir e efetivar decisões de consumo. A inflação elevada também é nefasta, por ser um imposto regressivo que inibe o crescimento. Uma queda consistente dos juros e da inflação abre espaço para o avanço sustentável da economia brasileira. É o desejo de todos os brasileiros.

CNN Brasil - SP   22/05/2023

Até algumas semanas atrás, as ações chinesas estavam entre as de melhor desempenho do mundo nos últimos seis meses, com os investidores apostando na recuperação econômica do país após o levantamento das restrições da pandemia.

Mas desde 18 de abril, quando a China divulgou números sobre sua produção econômica no primeiro trimestre, as ações de empresas chinesas em todo o mundo perderam cerca de US$ 540 bilhões em valor, segundo cálculos da CNN.

Os investidores reduziram sua exposição à China em meio à incerteza econômica no país, ao aumento das tensões geopolíticas e à repressão de Pequim às empresas de consultoria internacionais.

O Nasdaq Golden Dragon China Index perdeu mais de 5% desde 18 de abril. O índice Hang Seng (HSI) de Hong Kong também caiu 5%. E o Shanghai Composite Index e o Shenzhen Component Index caíram 3% e 6,5%, respectivamente. Durante o mesmo período, o Nasdaq Composite saltou 4%.

A venda não se limita a ações. O yuan chinês, um barômetro do sentimento do investidor, caiu mais de 2% no mês passado. Na quarta-feira (17), o yuan caiu abaixo de 7 por dólar americano nas negociações offshore, quebrando esse nível-chave pela primeira vez este ano.

A moeda enfraqueceu ainda mais na sexta-feira (19), atingindo seu nível mais baixo em quase seis meses.

“Os investidores permanecem céticos [sobre a China] por duas razões principais. Primeiro, a recuperação não foi robusta”, disse Brock Silvers, diretor de investimentos da Kaiyuan Capital, com sede em Hong Kong.

Outra preocupação para os investidores globais é a “investibilidade fundamental” do país, disse ele, referindo-se aos riscos geopolíticos e de política chinesa.

As relações entre os Estados Unidos e a China tornaram-se cada vez mais tensas nos últimos meses. Washington aumentou as sanções contra as principais indústrias chinesas, incluindo a fabricação de chips.

Pequim demonstrou uma desconfiança crescente em empresas estrangeiras, reprimindo as consultorias internacionais e expandindo a lei de contra-espionagem do país no mês passado.

“Infelizmente, após duas décadas de benefício mútuo, as tensões globais aumentaram entre a China e os EUA”, disse Michael Kelly, chefe global de ativos múltiplos da PineBridge Investments, uma empresa de gestão de ativos com sede em Nova York.
Recuperação irregular

As ações chinesas começaram uma alta acentuada no final de outubro, na esperança de que o país abandonasse sua custosa política de Covid zero. No início de dezembro, Pequim abandonou as rígidas restrições, o que resultou em uma rápida recuperação da atividade econômica.

Mas, apesar do sólido crescimento liderado pelo consumo de 4,5% no primeiro trimestre, dados econômicos recentes apontam para uma recuperação desigual na segunda maior economia do mundo.

Na terça-feira, a China divulgou um lote de dados econômicos para abril, que desapontou amplamente os investidores. Nomura e Barclay reduziram suas projeções para 5,5% e 5,3%, respectivamente, após a divulgação dos dados. Mas UBS e Goldman Sachs mantiveram suas projeções de crescimento, que são de 5,7% e 6% para o ano.

O índice de preços ao consumidor subiu apenas 0,1% em abril, o ritmo mais lento em mais de dois anos. O índice de preços ao produtor, que mede os preços de fábrica, caiu 3,6%, marcando a maior contração em três anos e ressaltando o risco de deflação.

As importações caíram 7,9% em abril, reforçando os sinais de fraca demanda doméstica. Quanto ao emprego, a taxa de desemprego para jovens de 16 a 24 anos atingiu um recorde de 20,4% em abril.

O setor imobiliário “vacilante” da China, anteriormente o principal motor da economia, continua sendo uma grande preocupação, disse Silvers. Nas últimas décadas, o setor representou até 30% do PIB da China.

Na quarta-feira, o National Bureau of Statistics informou que os preços das novas residências subiram apenas 0,3% em abril, após 0,4% em março, sugerindo que a demanda reprimida pode estar diminuindo após o fim das restrições da pandemia. Antes de fevereiro, os preços das casas estavam em declínio histórico há cerca de 18 meses.
Repressão anti-espião

Mesmo com os líderes tentando atrair investimentos estrangeiros, uma campanha contra firmas de consultoria e investigação tem incomodado os empresários.

No mês passado, Pequim atualizou sua lei de contra-espionagem, que ampliou a lista de atividades que podem ser consideradas espionagem. Nos últimos meses, as autoridades lançaram uma série de ataques a consultorias, incluindo Capvision, Bain & Company e Mintz Group.

Eles acusaram a Capvision, com sede em Xangai e Nova York, de ajudar a vazar informações militares confidenciais para forças estrangeiras. As autoridades também anunciaram uma investigação nacional para saber se a indústria de consultoria foi usada para espionagem.

“As medidas de Pequim para reduzir o acesso estrangeiro a informações domésticas e inteligência de negócios tornam o investimento de capital na China mais desafiador”, disse Neil Thomas, membro do Centro de Análise da China do Asia Society Policy Institute.

“O foco aprimorado na segurança nacional na elaboração de políticas econômicas é um exemplo típico de como a liderança de Xi está criando riscos políticos que dificultam os negócios de empresas estrangeiras na China”.

Gestores de fundos e analistas dizem que a repressão torna muito mais difícil para o investidor estrangeiro obter informações de rotina sobre as empresas chinesas que normalmente seriam consideradas em sua tomada de decisão.

Ao mesmo tempo, Pequim restringiu o acesso internacional a algumas fontes de dados chinesas, como o Wind, um banco de dados que fornece dados financeiros importantes.
Fechando portas

Alguns fundos e empresas de pesquisa estão fechando as portas.

A Forrester Research, uma empresa americana de pesquisa e consultoria com foco em tecnologia, planeja cortar a maioria de seus analistas na China, de acordo com relatos da mídia. Em resposta à CNN, a Forrester disse que estava fechando seu escritório na China como parte de uma reestruturação global.

“A economia instável, juntamente com a transformação contínua de nossos produtos, são os principais impulsionadores da mudança”, disse um porta-voz. O tamanho dos negócios da empresa na China “não é relevante” em relação à sua receita global e atenderia seus clientes na China por meio de sua equipe de pesquisa global, disse o porta-voz.

O Ontario Teachers’ Pension Plan, um dos maiores fundos de pensão do mundo, encerrou sua equipe de investimentos em ações na China com sede em Hong Kong.

“Não teremos mais equipes de seleção de ações com foco no país com base na Ásia, resultando na saída de cinco de nossos colegas em nosso escritório de Hong Kong”, disse Dan Madge, porta-voz do fundo de pensão, em comunicado à CNN.

Alguns investidores, no entanto, estão convencidos de que os chineses vão se recuperar.

“Embora não haja dúvida de que uma grande correção ocorreu no mercado de ações da China. Também é preciso ter em mente que isso segue a China anteriormente liderando a maioria dos principais mercados de ações fora das baixas de outubro”, disse Kelly, da PineBridge Investments.

“Quanto mais rachaduras aparecerem nas economias ocidentais”, mais investidores globais precisarão colocar dinheiro em ativos chineses, acrescentou.

Máquinas e Equipamentos

Globo Online - RJ   22/05/2023

A Whirlpool, dona das marcas Consul, Brastemp e KitchenAid, está promovendo Gustavo Ambar à gerência geral da companhia no Brasil. O cargo não existia e será ocupado por um executivo que, até então, era vice-presidente de estratégia de vendas e operações de negócios. Sua missão será driblar uma economia estagnada por juros elevados e pela escalada de preços — conjuntura especialmente perversa para a chamada “linha branca”, feijão-com-arroz da Whirlpool e que vem sofrendo trimestres seguidos de quedas.

A promoção de Ambar se dá pouco mais de um mês após a Whirlpool trocar o comando da operação na América Latina. João Carlos Brega foi substituído por Juan Carlos Puente, que era presidente da Whirlpool na região Norte da América Latina.

O Brasil é o segundo maior mercado da Whirlpool, atrás apenas dos EUA. A companhia ganhou presença dominante no país ao comprar a empresa que era dona das marcas Brastemp e Consul em 2000.

Ambar entrou na fabricante de eletrodomésticos em 2018, após um período que ele classifica de “desafiador” por causa da recessão do segundo mandato de Dilma Rousseff. Mas ele lembra que, depois de um respiro, o segundo semestre de 2022 “foi um dos períodos mais difíceis em muito tempo, com o pré-eleição e os juros.”

‘Crescimento moderado’

— A gente acredita que há uma demanda reprimida pela troca de eletrodomésticos no pós-pandemia. O desafio é capturá-la, sabendo que não estamos com uma perspectiva de crescimento astronômico. É fazer escolhas certeiras para ter um crescimento moderado — diz Ambar à coluna, acrescentando que aposta em lançamentos como um forno Brastemp com AirFryer embutida.

No primeiro trimestre, a receita líquida do grupo na América Latina somou US$ 757 milhões, uma queda de 8,9% na comparação com o fim de 2022 — que costuma ser mais forte por causa de Black Friday e Natal — e de 0,4% frente aos primeiros três meses do ano passado.

Com base em dados da GfK, o executivo estima que a indústria de eletrodomésticos crescerá de 5% a 7% no segundo semestre, na comparação com o mesmo período de 2022. Segundo Ambar, o desempenho da Whirlpool costuma ser próximo ao do setor, mas mirando ganhos de mercado.

— No ano como um todo, a indústria deve ter crescimento nominal (sem descontar a inflação) na casa de um dígito baixo. Ou seja, vamos estar brigando para bater o IPCA (índice de inflação do IBGE), no máximo. O juro é o que mais pesa, juntamente com a expectativa do consumidor — acrescenta.

Ambar não quis opinar sobre a política monetária do Banco Central, que vem sendo criticada por setores da indústria e pelo governo Lula.

Construção Latino-americana - SP   22/05/2023

A XCMG, empresa com sede na China, divulgou seus resultados financeiros do ano de 2022 e do primeiro trimestre deste ano. A fabricante revelou que a “internacionalização” é o seu foco estratégico, pois busca aumentar as vendas em mercados fora da China.

A XCMG informou que sua receita total em 2022 foi de 93,817 milhões de yuans (cerca de US$ 13,57 bilhões) e, no primeiro trimestre de 2023, atingiu 23,9 bilhões de yuans (US$ 3,46 bilhões). No primeiro trimestre, a receita “indo para o exterior”, ou seja, as vendas em mercados fora da China, ultrapassou 10,6 bilhões de yuans (cerca de US$ 1,5 bilhão), um recorde para um único trimestre e 45% das receitas.

Em um comunicado à imprensa, o fabricante do equipamento original afirmou: “A internacionalização é o foco estratégico constante da XCMG, focado em suas principais vantagens competitivas para promover um forte desenvolvimento”. Em 2022, a XCMG alcançou 27,838 milhões de yuans (US$ 4,03 bilhões) em receita internacional, um crescimento de 50% em relação ao ano anterior, e alcançou uma receita de exportação de 21,630 milhões de yuans (US$ 3,130 milhões), um aumento de 70% em comparação com o ano anterior. ano anterior.

Também apresentou uma margem de lucro bruto maior nos mercados internacionais, atingindo 22% contra 19% no mercado doméstico.

“Ainda temos muito espaço para crescer em nossos negócios no exterior. Já cresceu muito rápido, mas a Caterpillar e a Komatsu ainda estão muito à frente. Cabe apenas a nós alcançar nossos pares. Isso não significa que não somos mais fortes, mas ainda há mais espaço para crescer”, disse Jiansen Liu, vice-presidente da empresa e gerente geral da XCMG Import & Export Co, à International Construction.
Investimento em tecnologia de construção

A fabricante de equipamentos originais revelou que em 2022 investiu 5,75 bilhões de yuans (US$ 831 milhões) em pesquisa e desenvolvimento, um aumento de 6% em relação ao ano anterior. Esse valor representou 6% da receita total do ano, ante 4% em 2021.

No final de 2022, a XCMG tinha 5.767 funcionários de P&D, um aumento de 15% em relação ao ano anterior e 21% do número total de funcionários.

“Como fornecedora líder mundial de maquinário de construção e soluções de desenvolvimento sustentável, a XCMG pode consolidar nossas vantagens estratégicas durante a desaceleração econômica que afeta o setor, priorizando a inovação tecnológica e a internacionalização em nosso roteiro estratégico para crescer com resiliência”, disse Yang Dongsheng, presidente da XCMG .

A empresa acrescentou que estabeleceu bases globais de P&D para apoiar ainda mais seu desenvolvimento de tecnologia e estratégias internacionais. Está projetando um crescimento de receita de 10% em 2023 com base na indústria geral, tendências nacionais e internacionais.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   22/05/2023

No momento em que se discute a volta dos chamados “carros populares” na tentativa de aumentar o acesso de parte da população ao automóvel novo e ajudar a indústria automobilística a recuperar o mercado que tinha antes da pandemia, o País tem como campeões de venda os utilitários-esportivos. A categoria de SUVs, como são conhecidos, caiu no gosto dos brasileiros com maior poder de compra e hoje representa quase metade dos negócios de veículos novos. Todos os modelos à venda custam mais de R$ 100 mil.

Por longos anos, os líderes de mercado eram os “populares”, depois rebatizados de “carros de entrada” por serem os mais baratos de cada marca. O segmento detinha 31,3% das vendas em 2012, ano em que as vendas de automóveis somaram 3,1 milhões de unidades. Neste ano, a fatia é de 9,3% até abril.

Por outro lado, a participação dos SUVs saltaram de 8,8% para 46,4% de 2012 para cá. Atualmente há mais de 100 modelos desse tipo de veículo disponíveis no País entre nacionais e importados, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

A produção local de SUVs também vem crescendo. Em 2012, havia12 modelos nacionais e hoje há 31, com preços que partem de R$ 101 mil (Fiat Pulse) a R$ 610 mil (BMW X4). Só os 13 utilitários mais vendidos, todos fabricados no País, respondem por quase 80% das vendas do segmento. Já a maior parte dos importados são das categorias premium e luxo, com preços que vão além de R$ 1 milhão.

Paralelamente, só há dois carros “de entrada” em oferta, o Fiat Mobi e o Renault Kwid, ambos por R$ 69 mil. Há dez anos eram oito opções, todas nacionais: Volkswagen Gol, Fiat Uno e Palio, Chevrolet Celta, Ford Ka, Peugeot 207, Renault Clio e Toyota Etios, com preços, na época, entre R$ 21,4 mil e R$ 31,4 mil.

A mudança do perfil do mercado ocorre por várias razões. Uma delas, usada frequentemente pelas fabricantes, são as novas leis de segurança e emissões, que passaram a exigir itens como airbag, freios ABS em todos os novos carros, além de tecnologias para reduzir o consumo de combustível.

“Com a obrigação de novos equipamentos, o custo de produção e venda dos carros aumentou bastante”, afirma Igor Machado Torres, economista e analista da Tendências Consultoria. Somado aos juros altos, desemprego e queda da renda de muitos brasileiros, uma camada significativa da população está excluída do mercado de carros novos.

A falta de componentes (em especial de chips) acirrada pela pandemia, também ajudou na alta dos custos, assim como problemas de logística (preço de frete, de contêineres etc).

Laís Magnoler, de 32 anos, tem um Sandero 2014, adquirido zero e que já rodou 125 mil km. Ele tem apresentado algumas falhas, embora ela mantenha os serviços de manutenção em dia. “Recentemente tive de trocar as velas e no ano passado teve um problema no ar-condicionado; fiquei sem usá-lo por três meses até levar ao conserto”, diz ela, que trabalha na área de marketing.

O desejo de Laís é trocar o carro por um SUV Creta, da Hyundai. No início de 2022 ela pesquisou os preços do modelo, na época na faixa de R$ 80 mil, mas concluiu que não daria para comprar porque ajuda o companheiro a pagar prestações de um apartamento ainda em construção.

Hoje, a versão mais barata do Creta, de geração anterior a atual, custa R$ 116,6 mil. Como o Sandero vale cerca de R$ 25 mil a R$ 30 mil, Laís teria de parcelar a diferença, mas, com os juros atuais, “o preço ficaria mais que o dobro, então vou esperar mais e tentar cobrar à vista”, afirma.

De acordo com o Banco Central, o juro médio para a compra de veículos está em 28,6% ao ano (dado de março), o maior em mais de dez anos. Com a inadimplência acima de 5%, os bancos também estão restritivos na liberação de crédito. “Essa taxa de juro é incompatível com o crescimento da indústria e com a geração de empregos”, diz o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite.

Demanda reprimida

Segundo Torres, há uma demanda reprimida de consumidores que poderiam comprar um carro popular se o preço for reduzido. O governo promete um pacote de medidas para ajudar na reativação do setor industrial a ser anunciado na próxima quinta-feira, 25. No caso da indústria automobilística são esperadas medidas para baixar o preço dos carros “de entrada” para entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Também pode ter alguma medida para modelos de até R$ 100 mil, o que atingiria outros segmentos de veículos.

Para chegar a essa faixa no “popular” são necessários incentivos como corte de alíquotas de impostos federais e estaduais, redução de margens de lucro de montadoras e concessionárias e retirada de alguns itens como multimídia, além de uso de materiais menos nobres em estofamentos e forros, por exemplo. Também são esperados juros menores e prazos mais longos para os financiamentos.

Quem tem um carro seminovo para vender tem maior facilidade na troca por um zero, pois a diferença a pagar é menor. Essa é parte da explicação para a mudança no perfil da forma de compra. Há três anos, 51% das vendas eram a prazo e 49% à vista. Hoje, são 33% a prazo e 67% à vista. ‘É uma proporção completamente na contramão da dinâmica do mercado de automóveis, que sempre dependeu muito de crédito”, avalia Torres.

Tendência global

O economista da Tendências acredita que eventuais medidas de incentivo ao mercado serão pontuais. Ainda que se consiga chegar aos preços sugeridos pelo governo, o consumidor seguirá esbarrando na falta de opções de modelos “de entrada”. Na faixa acima, a de hatches, há mais variedade como Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Volkswagen Polo e Citroën C3, a maioria com preços acima de R$ 80 mil.

A maioria das montadoras está focando seus lançamentos em SUVs ou modelos mais equipados, justamente porque o lucro na venda é maior. Torres acredita que, dependendo das medidas a serem anunciadas, as fabricantes podem lançar versões mais baratas de SUVs, movimento que, diz ele, já vem ocorrendo nos últimos anos com o aumento da produção local.

Para Torres, “o crescimento do mercado de SUVs é uma tendência mundial, vem ocorrendo também no Brasil há cerca de dez anos e deverá continuar, pois os próprios consumidores estão migrando para esse tipo de veículo, visto como mais espaçoso, mais versátil, com design moderno e percebidos por muitos como mais seguros por serem mais robustos e a posição do motorista ser mais elevada”.

Valor - SP   22/05/2023

Cerca de 9 milhões de veículos dos modelos de 2011 a 2022 estavam sem uma peça básica que impediria a ação dos ladrões, disseram as companhias

A Kia e a Hyundai concordaram em pagar mais de US$ 200 milhões para resolver uma ação coletiva de proprietários de carros que disseram que seus veículos eram fáceis de roubar.

Dezenas de proprietários da Kia e da Hyundai processaram as empresas no ano passado no Distrito Central da Califórnia, nos EUA, alegando que as montadoras falharam em lidar adequadamente com o aumento de roubos alimentado por desafios em redes sociais.

As empresas disseram na quinta-feira (18) que chegaram a um acordo para reembolsar as pessoas cujos carros foram roubados. Cerca de 9 milhões de veículos dos modelos de 2011 a 2022 estavam sem uma peça básica que impediria a ação dos ladrões, disseram as companhias.

Os carros foram construídos sem imobilizador, uma peça automotiva comum que bloqueia a partida do motor, a menos que o motorista tenha a chave certa, disseram as empresas com sede em Seul. A Hyundai possui cerca de um terço da Kia.

Proprietários relataram um aumento nos roubos depois que vídeos nas redes sociais se espalharam mostrando aos ladrões como roubar carros Kia e Hyundai usando uma chave de fenda e um carregador USB. Proprietários disseram que seus carros desapareceram de estacionamentos e calçadas e muitas vezes foram desmontados para a venda de peças.

“Os proprietários desses carros já sofreram bastante e trabalhamos para chegar a um acordo que cubra muitos tipos de perdas”, disse Steve Berman, advogado que representa os proprietários de carros no processo.

As montadoras disseram em um comunicado conjunto na quinta-feira que a segurança dos veículos era uma prioridade. Elas já ajudaram os proprietários de carros afetados oferecendo atualizações de software e distribuindo travas de volante, disseram elas.

A Kia e a Hyundai disseram que, como parte do acordo, facilitariam a instalação do software antifurto. As pessoas cujos carros não podem obter uma atualização de software receberão até US$ 300 para pagar por dispositivos antifurto, disseram as empresas.

“Agradecemos a oportunidade de fornecer suporte adicional para nossos proprietários que foram afetados pela atividade criminosa crescente e persistente que visa nossos veículos”, disse Jason Erb, diretor jurídico da Hyundai Motor North America.

No mês passado, os procuradores gerais de 17 estados e de Washington DC pediram ao governo federal que emitisse um recall para os veículos afetados. Em uma carta enviada à Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário, o grupo disse que a falha das montadoras em instalar recursos de segurança padrão colocou os proprietários e o público em risco. Houve pelo menos oito mortes e 14 acidentes relacionados aos roubos até fevereiro, de acordo com a agência nacional.

FERROVIÁRIO

Bahia Notícias - BA   22/05/2023

Prestes a ter seu destino definido pelo Supremo, o projeto da Ferrogrão -ferrovia de 933 km que escoará a safra de soja do Mato Grosso para portos fluviais do Norte- é o primeiro grande empreendimento de infraestrutura a ter sinal verde tanto do Ministério do Meio Ambiente, quanto do Ministério da Agricultura.

O impasse em torno do projeto será decidido pelo Supremo no fim do mês, quando será julgada a liminar do ministro Alexandre de Moraes.

A pedido do PSOL, ele suspendeu cautelarmente a concessão da obra para a iniciativa privada em 2021.

O Ministério do Meio Ambiente afirma que o empreendimento terá impacto ambiental positivo. Isso porque a Ferrogrão vai reduzir o fluxo de cargas na BR-163, o principal corredor de escoamento entre o Centro-Oeste e o Norte.

A pasta avalia que a emissão de poluentes dos caminhões e a ocupação desordenada no trajeto seriam diminuídos com o estabelecimento da ferrovia.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou publicamente que defende o projeto como forma de ampliar a vazão da carga do Centro-Oeste, tanto pelos portos do Norte, quanto por Santos (SP).

Defensora da obra, a CNA (Confederação Nacional da Agropecuária) disse ao Supremo que a Ferrogrão operará com comboios de 160 vagões capazes de transportar 100 toneladas cada um. Serão três locomotivas, com quatro motores cada.

Pelas contas da entidade, cada viagem substituirá o equivalente a 400 caminhões que transportam as cargas atualmente.

Nesta semana, no entanto, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que é do PSOL, enviou ofício à AGU (Advocacia-Geral da União) pedindo que o órgão se manifeste contra a construção da Ferrogrão.

No documento, ela afirma que a ferrovia trará impactos para as populações originárias da região e que a intervenção na área precisa de aval do Congresso.

A situação causou constrangimentos no Planalto. O projeto tem aval pessoal do presidente Lula. O ministro dos Transportes, Renan Filho, já afirmou publicamente que a ordem do presidente é levar o projeto adiante para melhorar o desempenho da safra brasileira.

A estimativa, feita em 2020, é de que a obra, com investimentos totais de R$ 21,5 bilhões, a cargo da iniciativa privada, vai gerar em 69 anos (nove de construção e 60 de operação) mais de 424 mil empregos.

Inicialmente, os trens devem transportar cerca de 21,2 milhões de toneladas (no primeiro ano) e 46,9 milhões no vigésimo ano.

A polêmica sobre a Ferrogrão envolve a supressão de parte do Parque Nacional do Jamanxim. Medida provisória enviada em novembro de 2016 pelo então presidente Temer ao Congresso autorizou a retirada de 464 hectares para comportar o traçado da ferrovia.

Em compensação, acrescentou outros 51 mil hectares à área protegida. O Congresso converteu a medida em lei em junho de 2017.

No entanto, mais de três anos depois, em setembro de 2020, o PSOL questionou o ato no Supremo, alegando que a alteração no parque deveria ter sido proposta ao Congresso via projeto de lei, e não por MP. O ministro Alexandre de Moraes concedeu a liminar em março de 2021.

NAVAL

Exame - SP   22/05/2023

O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, viaja para Bélgica nesta segunda-feira, 22, para reuniões com autoridades portuárias e aeroportuárias da Europa. Entre as agendas, França participará de visitas a portos do País junto a membros da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), que defende a privatização do Porto de Santos.

A ATP representa 30 empresas de grande porte e reúne 54 portos privados, responsáveis por movimentar 60% da carga portuária brasileira. O processo de desestatização do complexo em Santos, que estava em andamento na gestão Bolsonaro, foi suspenso por França logo ao assumir o cargo. O governo, no entanto, não tem decisão final sobre a privatização e estuda o tema. A ideia do ministro é manter a autoridade portuária com o governo e conceder terminais e serviços à iniciativa privada. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é um dos maiores defensores da privatização.

França vai visitar os portos de Antuérpia (um dos maiores da Europa), Ghent e Zeebrugges, todos públicos. A Antuérpia é parceira do Brasil na área portuária e possui expertise na área de dragagem. Está prevista ainda uma visita do ministro ao Aeroporto de Bruxelas.

Na viagem de cinco dias, França vai conhecer também os projetos de dois túneis imersos, modelo que será usado na ligação seca entre Santos e Guarujá. A primeira visita está prevista para obras do Scheldt Tunnel, que completará o anel viário da Antuérpia no lado norte. O túnel terá um comprimento total de 1 8 mil metros. Na sequência, o Ministro vai conhecer o St. Anna's Tunnel, túnel abaixo do rio Escalda, esse já construído a 31 metros de profundidade, na Antuérpia.

A comitiva que acompanhará França na viagem é integrada por representantes da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e embaixadores brasileiros.

PETROLÍFERO

IstoÉ Dinheiro - SP   22/05/2023

Os contratos futuros de petróleo registraram queda nesta sexta-feira, 19. A commodity chegou a ser apoiada pelo dólar fraco, mas não teve impulso, ainda em meio a dúvidas sobre a demanda futura, no atual contexto de aperto monetário para conter a inflação e consequente piora na atividade. A pressão do G7 para conter o preço do petróleo vindo da Rússia também esteve em foco.

O WTI para julho fechou em baixa de 0,35% (US$ 0,25), em US$ 71,69 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 0,37% (US$ 0,28), a US$ 75,58 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o WTI avançou 2,36% e o Brent teve alta de 1,90%.

No câmbio, o dólar recuou ante outras moedas fortes, o que tende a apoiar o apetite pelo óleo, já que neste caso os contratos ficam mais baratos para os detentores das demais divisas.

Já na frente geopolítica, o G7 endureceu sanções contra a Rússia, prometendo um cerco para evitar medidas que tentem burlar a pressão sobre Moscou por causa da guerra na Ucrânia. O grupo ainda condenou as ameaças russas de recorrer a armas nucleares.

Na avaliação da Oanda, o petróleo vinha tendo uma semana mais positiva, com melhora na perspectiva econômica dos EUA ante a chance de acordo para elevar o teto da dívida do governo federal. Ela aponta, porém, que ainda não há certezas sobre o tema, o que passou a influir negativamente nos contratos nesta sexta.

A Oanda ainda interpretou que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, abriu caminho para manutenção dos juros em junho, em declarações nesta sexta, o que tende a apoiar o petróleo.

Powell, porém, também se mostrou preocupado com a inflação ainda distante da meta e ressaltou que as decisões serão tomadas a cada reunião, a depender dos dados.

De qualquer modo, a Oanda vê os contratos presos a uma faixa em pouco mais de US$ 70 o barril até haver mais evidência de um acordo no teto da dívida e que a inflação não acelerará mais.

Valor - SP   22/05/2023

A produção de petróleo na Guiana tem chamado a atenção das petroleiras no mundo por seu rápido crescimento e lucratividade

Após veto do Ibama na Foz do Amazonas, Petrobras pode explorar petróleo na Guiana, diz Prates – Foto: Guito Moreto/Agência O Globo

Após a decisão do Ibama de não conceder licença para que a Petrobras inicie a perfuração do primeiro poço na região que fica próxima à foz do Rio Amazonas para pesquisar reservas de petróleo, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que considera investir na exploração de áreas da chamada Margem Equatorial que pertencem à Guiana e ao Suriname.

Em entrevista ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’, Prates afirmou que ainda fará esforços para obter a licença do Ibama para os planos na Foz do Amazonas, mas informou que já tem um plano de desmobilização da sonda e dos equipamentos mobilizados pela companhia para a região, o que o Ministério de Minas e Energia pediu que seja adiado.

— Foto: Imagem Valor Econômico

No entanto, o executivo indicou ao Estadão que a empresa pode participar de prospecções na Guiana e no Suriname, países que também têm áreas com potencial petrolífero na chamada Margem Equatorial. A produção de petróleo na Guiana tem chamado a atenção das petroleiras no mundo por seu rápido crescimento e lucratividade.

“Nós temos a possibilidade de voltar a nos internacionalizar um pouco em relação à Guiana, em relação a outros lugares. Talvez, diante da impossibilidade de furar na foz (do Rio Amazonas), a gente possa testar alguma coisa na Guiana e Suriname. A pena é que lá a gente vai ser mais um, a qui a gente é a estatal do pedaço, é a host company a anfitriã. Por enquanto é só uma ideia, uma conversa interna”, afirmou Prates.

A declaração confirma os sinais de que a Petrobras pretende participar de leilões de áreas de petróleo na Guiana, conforme publicou hoje O GLOBO. Segundo informações de fontes da estatal, a companhia brasileira comprou dados sísmicos da região antes da rodada de licitações de 14 blocos preparada pela Guiana, cuja data final de apresentação de propostas vai até 15 de julho.

O leilão ocorrerá no modelo de partilha, como é feito no pré-sal do Brasil, no qual parte dos ganhos vai para o caixa do governo. Procurada, a Petrobras não comentou.

‘Boom econômico’

A exploração de petróleo na Margem Equatorial, faixa costeira no norte da América do Sul voltada para o Caribe, provocou na Guiana um dos maiores avanços econômicos recentes no mundo.

O pequeno país encravado no extremo norte do continente trocou o posto de um dos mais pobres por uma das maiores rendas per capita da América do Sul em menos de uma década, com projeções de ultrapassar a Venezuela como maior produtor sul-americano em breve.

A produção de petróleo estimada para 2023 no país é de 318 mil barris por dia, segundo consultorias internacionais, embora fontes do setor apontem que o número atual já gire em torno de 500 mil.

As mesmas projeções indicam que o país deve atingir a produção de 1,5 milhão de barris entre 2030 e 2031 — enquanto fontes ouvidas em reserva por O GLOBO dizem que a marca de 1 milhão deva chegar antes do previsto.

Erros atribuídos à gestão passada

Ainda na entrevista ao Estadão, Prates atribuiu falhas nos documentos apresentados pela empresa ao Ibama no pedido de licença para a Foz do Amazonas, apontadas pelo equipe técnica do órgão, a decisões tomadas no governo passado.

Ele ressaltou que o poço seria perfurado em alto mar, a 175 quilômetros da costa e que a estatal não tem qualquer registro de vazamento em poços de perfuração. “É um registro histórico exemplar”, afirmou. Acidentes como o da Baía de Guanabara, em 2000, foram provocados por rompimentos em dutos e unidades de armazenamento de óleo.

Na noite de ontem, a Petrobras disse que exercerá seu direito de apresentar um pedido de reconsideração ao Ibama até o dia 24. Segundo a estatal, o objetivo “é demonstrar o atendimento de todas as exigências reiteradamente apresentadas pelo órgão licenciador federal no curso do processo de licenciamento.”

A empresa disse ainda que vai manter a sonda e toda a estrutura na Foz do Amazonas, como foi pedido pelo ministro de Minas e Energia, até o dia 29 deste mês. Após esse período, se não houver uma definição do Ibama, a companhia vai desmobilizar as estruturas.

Se for mantido o veto do Ibama, a exploração de petróleo em toda a região será comprometida, avaliam especialistas. Isso pode forçar a Petrobras a adotar um caminho parecido ao trilhado pelos franceses: explorar petróleo em países vizinhos, sem “manchar” a agenda ambiental nacional.

Ao proibir a exploração de petróleo em seus territórios — incluindo a Guiana Francesa — por questões ambientais, a França empurrou sua principal petroleira para projetos no Suriname, onde, apesar da expectativa de existência de poços de petróleo volumosos, até o momento as prospecções indicam maior potencial para gás natural.

Tensão política

A decisão do Ibama desencadeou tensões política em Brasília. De acordo com aliados do presidente Lula, assuntos de governo que envolvem a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a quem o Ibama está subordinado, são tratados diretamente por Lula, pela relação sensível que ela tem com o presidente.

Lula e Marina se reaproximaram na campanha eleitoral, após mais de uma década separados. O então presidenciável aceitou incluir no programa de governo uma série de propostas ambientais de Marina, incluindo uma visão transversal capaz de submeter projetos de impacto econômico ao crivo ambiental.

Em 2008, Marina deixou o governo e, mais tarde, o PT, por discordâncias com Lula sobre questões ambientais. O principal ponto de atrito foi o licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Recentemente, ela disse ver os riscos ambientais da Margem Equatorial da mesma forma como olhou para Belo Monte.

Aliados de Marina não veem espaço para pressões internas sobre ela. Os motivos apresentados são os de que o parecer do Ibama foi totalmente baseado em critérios técnicos, o que não abriria margem para questionamentos, e que Lula tem se empenhado em fazer defesa enfática sobre a proteção do meio ambiente em suas viagens internacionais.

Já Marina tem evitado se pronunciar sobre o tema, para evitar acusações de interferência no órgão de fiscalização ambiental. Na última quarta-feira, à GloboNews, disse que o tema era “muito complexo”, mas que o Ibama tomava decisões estritamente técnicas.

Diante desses fatos, para interlocutores, Marina estaria livre de questionamentos, apesar das críticas vindas do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (AP), que pediu desfiliação da Rede, partido fundado pela ministra.

Sobre a tensão nos bastidores, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou a ‘O Globo’ que não recebeu ligação de nenhum político pressionando-o a reverter o veto ao licenciamento ambiental. Segundo ele, a Petrobras não conseguiu comprovar a viabilidade ambiental do projeto.

“Foi uma decisão técnica. O Ibama pediu oito vezes complementação para tentar encontrar uma saída, e a Petrobras não conseguiu demonstrar viabilidade disso.”

20/05/2023 14:17:49

Petro Notícias - SP   22/05/2023

Vários agentes do mercado de óleo e gás e figuras políticas entraram de vez no movimento em prol da liberação das atividades exploratórias na Margem Equatorial, que fica situada no litoral entre os estados do Amapá e do Rio Grande do Norte. Diversas autoridades e representantes de associações viajaram no último final de semana até Oiapoque, no Amapá, no extremo norte do Brasil, para uma audiência pública que debateu as oportunidades do setor de óleo e gás na costa do estado. O evento foi realizado pela Assembleia Legislativa do Amapá e reuniu o governador do estado, Clécio Luís, os senadores Lucas Barreto (PSD-AP) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), a diretora-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Karine Fragoso (foto), o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural, Roberto Ardenghy, além de outras autoridades, membros da indústria e representantes de povos indígenas. A audiência foi proposta pelo deputado estadual Delegado Inácio (PDT-AP), que visitou recentemente 14 aldeias do Amapá, conversando e convidando líderes indígenas para o evento.

Karine destacou que os próximos dez dias serão de muita mobilização por parte das classes política e empresarial dos estados do Amapá, Pará e Maranhão em favor da liberação das atividades exploratórias na Margem Equatorial. Inclusive, existe a expectativa de que políticos amapaenses se encontrem ainda nesta semana com o presidente Lula para debaterem o tema. “O povo do Amapá tem o direito de saber o tamanho das reservas de petróleo que existem na costa do estado. Estamos nessa luta em favor da liberação para exploração desse primeiro poço no litoral do Amapá, que pode abrir espaço para atividades em toda a Margem Equatorial. No geral, houve um consenso na audiência em favor da liberação dessa pesquisa sobre o potencial de petróleo no Amapá”, disse a diretora da ONIP.

Para lembrar, a Petrobrás está tentando conseguir o licenciamento ambiental para a perfuração no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, a 175 quilômetros da costa do município de Oiapoque e a 500 km da foz do Rio Amazonas. Contudo, na última semana, o Ibama negou a licença ambiental, alegando que a Petrobrás não conseguiu sanar pontos críticos de seu projeto.

O senador Davi Alcolumbre (União-AP), que não esteve presencialmente na audiência, falou aos participantes por vídeo: “Esse é um momento muito importante para o Amapá e para o Brasil proporcionado pela Assembleia Legislativa. Meu compromisso é continuar atuando em todas as esferas do poder central para viabilizar os meios de podermos explorar, respeitando os padrões internacionais, do ponto de vista ambiental, todas as nossas riquezas e oferecer ao nosso povo amapaense e também para o país a oportunidade de desenvolvermos a nossa região através dos nossos recursos e da forma mais ampla e segura para nossas comunidades ribeirinhas e povos tradicionais, garantindo a preservação do meio ambiente e de nosso ecossistema”, declarou.

Já o governador do Amapá, Clécio Luís, lembrou do histórico positivo da indústria petrolífera brasileira e salientou a importância de estudos que possam explorar de forma sustentável os recursos energéticos da Margem Equatorial. “Essa audiência nos proporcionou a oportunidade de repor a verdade sobre a exploração de petróleo na costa do estado, essa é uma fase de pesquisa e o que o Ibama nos negou foi a possibilidade de conhecer todas as nossas potencialidades, sabemos que a transição energética pode levar décadas e, enquanto isso, não podemos abrir mão dessas riquezas”, avaliou.

Enquanto isso, o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, avaliou a audiência como um momento muito importante para esclarecer às comunidades os benefícios de se explorarem os recursos naturais da região. “Trouxemos uma mensagem de confiança e segurança porque somos um setor que produz hoje cerca de 3.5 milhões de barris com muita responsabilidade ambiental, isso é também significativo pela presença das comunidades locais, representantes dos povos indígenas, empresários locais que vêem nisso uma grande oportunidade para o desenvolvimento da região”, declarou.

Por fim, o deputado Delegado Inácio comemorou o fato de a audiência ter reunido toda a comunidade política do estado. “Fizemos isso para que, primeiramente, a população de Oiapoque entenda o processo, compreenda as bases científicas e técnicas, por meio de uma linguagem acessível, todas as condições e para que toda a sociedade possa se manifestar”, disse o parlamentar. “Sabemos que há aspectos negativos e positivos, obviamente, porém, minimizar os aspectos negativos e maximizar os positivos nos dá a possibilidade de criar uma cadeia produtiva de geração de emprego e renda em um estado como o Amapá onde há um grande número de pessoas que hoje vivem dependentes dos programas sociais , que são importantes, mas que somos conhecedores que o melhor programa sempre será a garantia de um emprego e essa será uma realidade com essa atividade econômica, além da arrecadação tributária, através dos royalties que podem ser investidos em novas políticas públicas que tragam qualidade de vida”, finalizou.

O Estado de S.Paulo - SP   22/05/2023

A SparkCognition, empresa de soluções de software de inteligência artificial (IA) para negócios, anunciou na quarta-feira, 17, uma colaboração tecnológica com a Shell. O objetivo é acelerar o ritmo de geração de imagens e exploração de petróleo e gás em estruturas subterrâneas usando tecnologia de IA.

“Ao usar algoritmos avançados de IA para processar grandes quantidades de dados e automatizar a análise, pretendemos melhorar a eficiência e a velocidade dos fluxos de trabalho de exploração, levando ao aumento da produção e maiores taxas de sucesso”, disse a empresa em nota à imprensa.

A parceria faz parte da estratégia mais ampla de transformação digital da Shell. “Estamos empenhados em encontrar maneiras novas e inovadoras de reinventar nossas formas de trabalho de exploração”, disse Gabriel Guerra, vice-presidente de inovação e desempenho da Shell.

Segundo a SparkCognition, a abordagem também pode ser benéfica para outros fins, como exploração em terra, imagens de satélite para padrões climáticos, segurança nacional e avaliação de ameaças.

A SparkCognition disse também, em nota, que a IA generativa para imagens sísmicas pode causar uma mudança positiva no processo de exploração de óleo e gás com implicações amplas, “gerando maior eficiência, menor custo e acentuando as iniciativas de sustentabilidade”.

Valor - SP   22/05/2023

Fórum do Gás e União Pela Energia enviam carta ao MME em busca de gás mais barato da estatal para cadeias produtivas industriais

Paulo Pedrosa, da Abrace: objetivo é mostrar a governo que gás mais barato é oportunidade de benefício econômico — Foto: Leo Pinheiro/Valor

Dois grandes fóruns setoriais pedem ao Ministério de Minas e Energia (MME) que inclua o cálculo do preço do gás natural na nova política anunciada nesta semana pela Petrobras. As entidades afirmam que o gás é relevante em diversas cadeias produtivas e os preços do insumo compõem percentual considerável dos custos das indústrias consumidoras de gás.

O Fórum do Gás, entidade que reúne 18 associações cuja atividade tem no gás natural um insumo de elevada importância, e o União Pela Energia, que contempla 70 entidades e sindicatos setoriais da indústria, encaminharam carta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, dois dias depois de a Petrobras anunciar nova política de preços para derivados. A mudança desobriga a empresa a adotar o preço de paridade de importação (PPI) e considera a formação de preços regionais, entre outros fatores.

No mesmo dia, a empresa reduziu os preços da gasolina, do diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP). Na carta, o Fórum do Gás e o União Pela Energia afirmam que cerca de 14% da produção de energia é oriunda do gás natural e que é notável que a política de preços da Petrobras, na condição de supridora dominante do insumo no Brasil, representa impacto direto à competitividade da indústria.

No documento, as entidades afirmam: “Tal medida busca refletir as condições do mercado brasileiro, em linha com as práticas de mercado, assim como reduzir o período de contratação do serviço de suprimento.”

O coordenador do Fórum do Gás, Adrianno Lorenzon, afirmou que antes da crise hídrica de 2021, o preço do gás da Petrobras correspondia a 11,5% da cotação do petróleo tipo Brent, subindo em 2022 para 16% do Brent. A estatal, segundo Lorenzon, justificou a alta no preço pelos maiores custos de compra do gás natural liquefeito (GNL) no mercado externo. Neste ano de térmicas praticamente desligadas e preços do GNL em queda lá fora, a Petrobras reduziu o preço para o equivalente a 14% do barril.

“É um aumento de quase 20% e tem espaço para queda. Há uma estimativa conservadora segundo a qual o ‘break even’ [preço de equilíbrio] para a Petrobras é de US$ 3,5 por milhão de BTUs (unidade de medida do gás)”, disse Lorenzon.

“Não faz sentido o preço que atualmente pagamos pelo gás natural. Ele não tem nenhuma correlação com a realidade do gás no mundo. Precisamos mudar isso urgentemente”, disse Lucien Belmonte, coordenador do União Pela Energia.

Para as entidades, a iniciativa pode ajudar no processo de “neoindustrialização”. Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), destacou que o governo colocou em curso o programa Gás para Empregar, que é umas das principais iniciativas de fortalecimento da indústria no país, e que a proposta da carta é mostrar para o governo que uma das maiores oportunidades de benefício econômico está na maior oferta de um gás mais barato, no momento em que há sobra de energia e oferta abundante de geração renovável.

“O gás não deve ser usado para carbonizar o setor elétrico e sim para descarbonizar a indústria” disse o executivo. Estudo da Abrace realizado no fim do ano passado indica que o gás natural mais barato pode aumentar o PIB em R$ 1,5 trilhão nos próximos dez anos.

AGRÍCOLA

Valor - SP   22/05/2023

A americana Deere & Co, fabricante de máquinas agrícolas da John Deere e outras marcas, registrou um lucro líquido de US$ 2,86 bilhões no segundo trimestre, com alta de 36% em comparação com o mesmo período de 2022.

A receita líquida da companhia aumentou 30% na mesma comparação e chegou a US$ 17,4 bilhões.

“Como demonstrado pelos excelentes resultados do segundo trimestre da empresa, a Deere continua a se beneficiar de condições de mercado favoráveis e um ambiente operacional ótimo”, disse John C. May, presidente e diretor executivo da companhia, em nota.

Com o bom resultado registrado no trimestre, a Deere & Co elevou sua perspectiva de lucro anual para uma faixa entre US$ 9,25 bilhões a US$ 9,50 bilhões, acima da previsão anterior de US$ 8,75 bilhões a US$ 9,25 bilhões.

Conexão Tocantins - TO   22/05/2023

As exposições no segmento de veículos e máquinas pesadas, a cada ano, superam as expectativas de negociações na Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2023). A feira, com o tema “Compliance no Agro”, iniciou na terça-feira, 16, e encerra nesse sábado, 20, no Parque Agrotecnológico Engenheiro Agrônomo Mauro Medanha, na TO-050, saída para Porto Nacional, em Palmas.

A Ford, uma das empresas de veículos, por exemplo, até a tarde dessa quinta-feira, 18, negociou 83 caminhonetes Rangers. “Acreditamos que esse bom momento nas vendas seja o segmento do agronegócio que está em alta, um registro cerca de 30% melhor que ano passado. Fizemos uma promoção especial e, até sábado, esperamos negociar em torno de 200 veículos com os clientes”, frisou o diretor da Ford, Luciano Rosa.

O gerente de Marketing da DAF Caminhões, Claúdio de Oliveira, também aposta nas boas negociações. “Estamos expondo na Agrotins há 10 anos, recebendo muitas visitas de clientes em nosso estande e acreditamos fecharmos de 35 a 50 negócios até sábado”, almejou.

Luise Leite, do departamento de Marketing da Unicampo Pulverizadora, Máquinas Agrícolas e Fenação, destacou que a empresa está satisfeita com as negociações realizadas na feira este ano. “Ampliamos o espaço e a exposição de veículos em 40% a mais, por acreditar na evolução da feira. Esperamos chegar aos 30% em negociações de máquinas e veículos”, detalhou.

Realização

A feira é uma realização do Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro), da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt) e da Tocantins Parcerias, em conjunto com empresas, instituições e órgãos públicos, de pesquisas e educacionais, entre outras.

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