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21 de Novembro de 2023

SIDERURGIA

Infomoney - SP   21/11/2023

Analistas do Bank of America elevaram a recomendação das ações da Vale (VALE3) da CSN (CSNA3) e da Usiminas (USIM5) para “compra” e a de CSN Mineração ( CMIN3) para “neutra”, citando uma visão mais otimista para os preços do minério de ferro em 2024.

Em contrapartida, reduziram a classificação dos papéis da Gerdau (GGBR4) para “neutra”, conforme relatório a clientes nesta segunda-feira, no qual os analistas liderados por Caio Ribeiro também elevaram Ternium para “compra”.

“Nós elevamos Vale, Ternium, CSN e Usiminas para ‘compra’, juntamente com a postura mais otimista de nossa equipe global de commodities com 2024, especialmente em relação ao minério de ferro no curto prazo”, argumentaram.

Eles avaliam que o minério de ferro pode estender seu recente rali e atingir US$ 150 a tonelada no primeiro trimestre do próximo ano, uma vez que as usinas podem ser forçadas a entrar no mercado devido aos estoques baixos e persistentes.

“O reabastecimento, juntamente com a produção sazonalmente mais fraca de minério de ferro do Brasil e da Austrália, deve apoiar um primeiro trimestre mais apertado, e então veremos os preços caindo gradualmente para 100 dólares a tonelada no quarto trimestre de 2024”, afirmaram Ribeiro e equipe.
“Isso aumenta nossa média de minério de ferro em 2024 para 125 dólares a tonelada e respalda nossas atualizações de Vale, CSN e Usiminas para ‘compra'”, reforçaram. Eles acrescentaram que preferem Vale e CSN em relação a CSN Mineração principalmente em razão de valuations.

A equipe do BofA também ajustou os preços-alvo dos papéis: CSN passou de R$ 10,5 para R$ 20; Vale passou de R$ 80 para R$ 102; Usiminas passou de R$ 7 para R$ 9; e CSN Mineração passou de R$ 3,60 para R$ 7,30.

A visão mais conservadora para Gerdau e sua holding Metalúrgica Gerdau (GOAU4) reflete a preferência pelo minério de ferro ao aço no curto prazo. Os preços-alvos mudaram de R$ 29 para R$ 27 e de R$ 16 para R$ 14, respectivamente.

“A Gerdau é a siderúrgica latino-americana menos exposta ao minério de ferro, não se beneficia do aumento dos preços do aço laminado a quente (HRC) nos EUA e está enfrentando alguma pressão na América do Norte devido à fraca demanda de construção e ao pico dos spreads de metal”, acrescentam.

De acordo com os analistas, a companhia também está pressionada no Brasil devido à demanda mais fraca e maior penetração de importações.

Na bolsa paulista, por volta de 12h30 (horário de Brasília) as ações da CSN ON disparavam 8,01%, a R$ 16,05, capitaneando as altas do Ibovespa, que subia 0,67%. Usiminas PNA tinha elevação de 3,82%, a R$ 7,89, Vale ON avançava 2,94%, a R$ 76,42 e CSN Mineração ON mostrava acréscimo de 3,35%, a R$ 7,09.

Na ponta oposta, Gerdau PN caía 3,24%, a R$ 23,26, e Metalúrgica Gerdau PN cedia 4,26%, a R$ 10,78.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   21/11/2023

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou nesta segunda-feira, 20, que o país está fazendo progresso em reduzir a inflação, ao mesmo tempo em que mantém crescimento econômico e mercado de trabalho robustos, durante entrevista à CNBC.

A autoridade defendeu que a melhora da economia ainda não foi sentida pelos americanos devido ao nível elevado dos preços desde a pandemia, mas devem notar em breve com maior oferta de emprego e investimentos. “Precisamos explicar e ensinar aos eleitores sobre o progresso da economia”, comentou, ao ser questionada sobre a percepção econômica da população, especialmente entre eleitores democratas jovens.

Yellen também falou sobre a necessidade de consolidação fiscal nos Estados Unidos, destacando que o “ambiente de juros elevados” se tornou um desafio adicional para o orçamento. A secretária reforçou que, na última proposta, o presidente Joe Biden propôs reduções no déficit, mas que não prejudicavam a economia ou o apoio a países aliados. Ela ressaltou ainda que espera aprovação do orçamento pelo Congresso.

Sobre o envio de recursos militares, Yellen classificou a ação como “essencial para a segurança nacional dos EUA”. “É essencial enviar recursos para a Ucrânia e para Israel. Não podemos abandonar a Ucrânia enquanto estão lutando valentemente no campo e dependem destes recursos. Se não impedirmos o ataque da Rússia, em breve podem atacar nossos aliados”, pontuou. Yellen, entretanto, não comentou sobre a guerra em Israel.

A secretária do Tesouro também falou brevemente sobre a reunião entre Biden e o presidente da China, Xi Jinping, durante cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês). Segundo Yellen, os países fizeram progresso em discussões de cooperação bilateral e Biden “deixou claro que não mudou posição sobre Taiwan”.

Agência Brasil - DF   21/11/2023

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – caiu de 4,59% para 4,55% neste ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (20), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,91%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para 2023 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é 67%. A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda situa-se dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em outubro, o aumento de preços das passagens aéreas pressionou o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,24%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual foi abaixo da taxa de setembro, que teve alta de 0,26%.

A inflação acumulada este ano atingiu 3,75%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 4,82%.
Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros - a Selic - definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.

O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela terceira vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Ainda assim, em comunicado divulgado na semana passada, o Copom indicou que poderá mudar o tempo do período de cortes, caso as condições tornem mais difícil reduzir juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano caiu de 2,89% para 2,85%.

Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,93% e 2%, respectivamente.

A previsão para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,05.

Agência Brasil - DF   21/11/2023

Pelo segundo ano seguido, as exportações brasileiras superaram a marca de US$ 300 bilhões, divulgou nesta segunda-feira (20) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Até a terceira semana de novembro, as vendas para o exterior somaram US$ 300,014 bilhões e as importações ficaram em US$ 213,502 bilhões. Com isso, a balança comercial acumula saldo positivo de R$ 86,512 bilhões no ano.

O resultado foi atingido após a balança comercial registrar superávit de US$ 1,963 trilhão na terceira semana de novembro. Apenas na semana passada, o país exportou US$ 6,055 bilhões e importou US$ 4,092 bilhões.

Com o resultado da última semana, a balança acumula resultado positivo de US$ 6,003 bilhões em novembro. O indicador está prestes a superar o superávit recorde para o mês, de US$ 6,2 bilhões, registrado em novembro do ano passado. No acumulado do mês, as exportações somam US$ 17,226 bilhões; e as importações, R$ 11,222 bilhões.

O recorde da balança comercial foi atingido em 2022, quando as exportações superaram as importações em US$ 61,525 bilhões. O segundo melhor resultado ocorreu em 2021, quando o superávit comercial ficou em US$ 61,407 bilhões.
Estimativa

Apesar da desvalorização recente das commodities, o governo prevê saldo positivo recorde de US$ 93 bilhões para 2023, contra projeção anterior de US$ 84,7 bilhões, feita em julho.

Conforme as estimativas, apresentadas em outubro, as exportações ficarão estáveis em 2023, subindo apenas 0,02% e encerrando o ano em US$ 334,2 bilhões. As projeções são atualizadas a cada três meses. As importações recuarão 11,5% e fecharão o ano em US$ 241,1 bilhões.

As previsões estão muito mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 77 bilhões neste ano.

O Estado de S.Paulo - SP   21/11/2023

Transformar a indústria no fio condutor da política econômica voltada para a geração de renda e de empregos mais intensivos em conhecimento. Esta foi a meta anunciada pelo presidente Lula e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin no artigo Neoindustrialização para o Brasil que queremos, publicado no Estadão há cerca de seis meses. Desde então, o governo realizou, em julho, a primeira reunião em sete anos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial e anunciou, em agosto, seu novo Plano de Aceleração do Crescimento. Estímulos financeiros para a indústria foram estimados em R$ 106,2 bilhões em quatro anos. Recursos para investimentos em renovação de máquinas e equipamentos e em modernização tecnológica poderão ser proporcionados pelo programa de depreciação acelerada (antecipação do abatimento de tributos na compra de bens de capital), que o governo promete colocar em operação no próximo ano.

O governo tem tomado a iniciativa neste processo. Houve tempo em que lideranças esclarecidas do setor industrial desempenhavam papel essencial na definição de políticas de crescimento. Empresários industriais com visão de futuro parecem raros hoje em dia. O caso da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) talvez forneça alguma explicação para o que pode ter ocorrido.

Depois de quase 18 anos dirigida por um político mais interessado em conquistar votos, em sucessivas e fracassadas campanhas eleitorais, do que em defender o setor que dizia representar, a Fiesp vem tentando, desde o ano passado, recuperar o papel que teve em outros momentos. Em diversos pronunciamentos, seu atual presidente, Josué Gomes da Silva, tem enfatizado que qualquer estratégia sustentável para o desenvolvimento brasileiro exige a reversão do processo de desindustrialização. Em 1985, a participação do valor adicionado da indústria de transformação no total da economia ultrapassava 35%. Atualmente, está em 12%.

A representação da indústria diante do poder público e da sociedade não foi nem é homogênea nem linear. Em 1969, no período mais sombrio da ditadura militar, um candidato a diretor da Fiesp teria ajudado materialmente na montagem da Operação Bandeirante (Oban), órgão de repressão política formado por militares, civis e policiais (a Oban deu origem aos Destacamentos de Operações de Informações – Centros de Operações de Defesa Interna, conhecidos como DOI-Codi). A denúncia está no relatório final da Comissão Nacional da Verdade. A Fiesp também é citada no relatório como tendo arrecadado recursos para a manutenção dessa estrutura.

Mas o empresariado industrial está longe de ter sido unanimemente conivente com a ditadura e seus métodos. Em 1978, um grupo seleto de industriais divulgou um documento em que defendia o fortalecimento do setor e manifestava sua “concepção sobre os rumos do desenvolvimento econômico, fundado na justiça social e amparado por instituições políticas democráticas”. Os autores do documento estavam convencidos de que “estes são, no essencial, os anseios mais gerais da sociedade brasileira”.

“O desenvolvimento econômico e social, tal como o concebemos, somente será possível dentro de um marco político que permita uma ampla participação de todos”, acrescentavam os industriais, que defendiam o restabelecimento da democracia. Essa iniciativa deu mais impulso à abertura política, já estimulada por movimentos em favor da anistia e pelo fim da ditadura.

Assinavam o documento Antônio Ermírio de Moraes, Claudio Bardella, Jorge Gerdau, José Mindlin, Laerte Setubal Filho, Paulo Vellinho, Paulo Villares e Severo Gomes. A morte de Bardella, há algumas semanas, trouxe à lembrança dos que viveram aqueles tempos difíceis a importância que, por sua voz e sua coragem, representantes da indústria já tiveram no cenário político e econômico.

Nos últimos anos, o enfraquecimento das formas tradicionais de representação do empresariado, e também de outros segmentos da sociedade, resultou no enfraquecimento e até na demonização de muitas políticas de desenvolvimento e de proteção social. E propiciou o surgimento de outras vozes para representar novos setores.

Talvez por comodidade, dada a facilidade com que lidam com estatísticas e dados econômicos, a partir dos quais rapidamente constroem cenários de aparência sólida, economistas e analistas de instituições financeiras tornaram-se as principais fontes do jornalismo econômico. São capazes de projetar com rapidez o déficit público de dois a três anos adiante e, assim, demonstrar a absoluta inviabilidade das políticas fiscais de um governo de que desgostam. Felizmente, têm errado mais do que acertado.

Se novas vozes, poderosas e respeitadas, surgirem para recolocar o crescimento e a geração de renda e de empregos de qualidade no centro das preocupações das pessoas responsáveis, o percurso para o futuro pode ser menos árduo.

Globo Online - RJ   21/11/2023

No Brasil, a inflação tem convergido para as metas de acordo com o esperado até 2025, mas ainda assim há um desafio no processo de desinflação global. No evento “E Agora, Brasil?”, promovido pelos jornais O GLOBO e “Valor Econômico”, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a busca global por recursos, depois do elevado gasto para combater os efeitos da pandemia, e também para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, são fatores que pressionam a inflação. Além disso, guerras no Oriente Médio e na Ucrânia e um mercado de trabalho aquecido atrasam a queda dos preços no mundo.

— O ciclo de inflação foi muito sincronizado globalmente. Agora, a inflação está caindo em vários países, mas ainda há dificuldades para a continuação do processo de desinflação mundial — afirmou.

No Brasil, a meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 3,25% em 2023 e de 3% em 2024 e 2025, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima. O IPCA, inflação oficial do país, está acumulado em 4,82%, nos último 12 meses. No ano, sobe 3,75%.

Campos Neto lembrou que os países desenvolvidos gastaram cerca de 20% do Produto interno Bruto (PIB) para reduzir os efeitos da pandemia, enquanto nações emergentes aplicaram 10%, e os países pobres, 4%. Economistas acreditavam que o fim dessa injeção de dinheiro poderia ajudar na queda dos preços porque as pessoas tendem a consumir menos. Mas isso não se concretizou.

— Não veio a desinflação por esse caminho. E nos países desenvolvidos, com juros baixos por muito tempo, houve uma acumulação de ativos físicos, entre a população mais velha. E é esse pessoal que começa a gastar mais agora. E não parece haver desaceleração do consumo — disse Campos Neto.

Em relação ao mercado de trabalho, o presidente do BC afirmou que, em alguns países, ele está até mais aquecido do que antes da pandemia. No Brasil, os indicadores também têm surpreendido positivamente com desemprego muito baixo. Portanto, não há sinais de queda de inflação pelos salários

O conflito no Oriente Médio, apesar de não ter elevado o preço do petróleo como se esperava, ainda é um ponto de interrogação. Se o Irã, um dos grandes produtores mundiais dessa matéria-prima, entrar no conflito, então o mundo terá um problema de dimensões diferentes do que tem hoje, observa Campos Neto. Não se pode prever isso, mas a incerteza continua no cenário e a inflação de energia voltou a subir um pouco. E tem a questão dos alimentos também, lembrou o presidente do BC.

— O mundo entrou agora numa curva de desastres naturais, que está bastante exponencial. Não dá para dizer que o preço de alimentos vai subir, é difícil achar essa relação, mas dá para dizer que vai ser mais volátil, ou seja, vai ter mais flutuação de preço — afirmou.

Campos Neto afirmou que, com a fragmentação da cadeia global de produção durante a pandemia, os países passaram a buscar uma solução “friendshoring ou nearshoring”: ou seja, buscar a produção em “países amigos” e “mais próximos”.

— Isso é mais custo para as empresas, tirando parte do retorno delas — afirmou Campos Neto no evento.

Apreensão com os eua

Ele citou ainda a demanda crescente por recursos para gastos com defesa, mudanças climáticas ou para a indústria como fatores que freiam a desinflação global. Também lembrou que a dívida dos países ricos, especialmente a dos Estados Unidos, cresceu com os gastos de 20% do PIB durante a pandemia e terá que ser rolada por um custo mais elevado.

— O aumento da dívida americana e onde ela vai parar é bastante preocupante. Isso significa tirar um monte de liquidez, inclusive para crédito privado, no mundo para rolar essa dívida — afirmou Campos Neto, lembrando que taxa de juros nos Estados Unidos para pequenas empresas bateu em 10% ao ano, vindo de 3% a 4%.

No caso brasileiro, afirmou o presidente do Banco Central, o país tem uma inflação que está convergindo para a meta, mas considerando que a inflação global está sincronizada, o BC vai observar o pedaço dessa inflação que vem de fora. Ele lembrou que o câmbio tem se comportado bem por aqui e acredita que, mesmo com a queda de juros, não haverá uma reversão grande nesse movimento.

MINERAÇÃO

Money Times - SP   21/11/2023

Os contratos futuros do minério de ferro se recuperaram na segunda-feira (20), com o abrandamento de um sentimento de risco, enquanto os baixos estoques em meio ao aumento das necessidades de estocagem, a melhoria das margens do aço e as preocupações com interrupções no fornecimento ajudaram o mercado.

O minério de ferro de referência para dezembro, na bolsa de Cingapura, operava em alta, a 131,40 dólares a tonelada métrica.

O minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian, na China, encerrou o dia com alta de 0,47%, a 968 iuanes (134,24 dólares) a tonelada, após duas sessões de perdas.

“O aumento pode ter ocorrido porque alguns traders liquidaram suas posições vendidas após o ajuste para cima na margem. Também pode ser um teste para o apetite de compra”, disse Pei Hao, analista da corretora internacional FIS, com sede em Xangai.

A bolsa de Dalian aumentou as exigências de margem para negociações especulativas de contratos futuros de minério de ferro de 13% para 15% a partir da liquidação em 20 de novembro.

“As preocupações com as interrupções no lado da oferta devido a uma possível greve na BHP, na Austrália, também desempenharam um papel importante”, acrescentou Pei.

A queda dos estoques também impulsionou o sentimento.

Os estoques do principal ingrediente da fabricação de aço nos principais portos chineses caíram 1,1% na semana, para 107,6 milhões de toneladas até 17 de novembro, de acordo com dados da consultoria Steelhome.

Valor - SP   21/11/2023

Alívio externo teve sequência e referência da bolsa local chegou ao quarto pregão de alta, nas máximas desde julho de 2021

O Ibovespa alcançou ontem a marca de quatro pregões seguidos de alta, em movimento impulsionado pela continuidade do alívio externo. Os rendimentos dos Treasuries voltaram a cair, dando apoio aos ativos de risco no mundo, e a alta das commodities proporcionou impulso adicional à bolsa brasileira, que voltou a renovar máximas de fechamento desde julho de 2021.

Após ajustes, o Ibovespa subiu 0,95%, aos 125.957 pontos. Em Nova York, o índice S&P 500 subiu 0,74%, o Dow Jones avançou 0,58% e o Nasdaq ganhou 1,13%.

Embora já trabalhasse em alta desde o início do pregão, o Ibovespa ganhou impulso maior durante a tarde em razão de um alívio nos mercados internacionais. O rendimento dos Treasuries, que começou o dia em alta, passou a cair após demanda sólida em leilão desses títulos - o recuo no retorno dos papéis do Tesouro dos EUA ajuda ativos de risco em todo o mundo.

“Nas últimas semanas, há um movimento de descompressão de risco. Nossa bolsa estava à mercê do movimento dos EUA”, afirma Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos. “O juro alto por lá funcionou como aspirador e não havia liquidez em emergentes. Mas os sinais das últimas três semanas mostraram um esfriamento na economia americana. O conjunto de dados macro, mais o ‘valuation’ muito deprimido que tínhamos, acabou fazendo com que a bolsa reagisse muito.” Somente no mês de novembro, o Ibovespa já acumula alta de 11,32%.

Mesmo antes do resultado do leilão americano, o índice já vinha avançando no pregão de ontem em razão, principalmente, das altas de ações ligadas às commodities metálicas. A possibilidade de novos incentivos da China ao setor imobiliário deu sustentação aos papéis do setor.

Agentes também repercutiram relatório do Bank of America (BofA) que elevou as recomendações para papéis de Vale, CSN, CSN Mineração e Usiminas. “O minério de ferro pode estender seu rali recente e alcançar os US$ 150/tonelada no primeiro trimestre de 2024”, afirmou o relatório do banco, citando baixos estoques da commodity.

Com isso, as ações ON da Vale subiram 2,45%, CSN disparou 9,49%, CSN Mineração saltou 3,79% e Usiminas teve alta de 2,11%. Por outro lado, o BofA reduziu as recomendações de Gerdau e Metalúrgica Gerdau, que caíram 4,33% e 4,62%.

Já as ações relacionadas a consumo, como Magazine Luiza e Casas Bahia, deram sequência à trajetória positiva e subiram 2,70% e 3,51%, respectivamente. Para Moura, da Finacap, são os papéis como esses, mais sensíveis aos juros, que devem ser os mais ajudados com o rali da bolsa. “Eram as empresas mais pressionadas até agora, então devem ser as que vão se beneficiar mais.”

Mesmo após o avanço das últimas semanas, ele acredita que o Ibovespa ainda tem espaço para avançar. “O valuation ainda está baixo se olharmos a métrica preço/lucro. Historicamente, quando essa relação estava baixa, costumava voltar rapidamente, mas ainda não vimos isso acontecer. Apesar dessa alta recente, a bolsa continua muito depreciada”, afirma.

Diário do Comércio - MG   21/11/2023

A Agência Nacional de Mineração (ANM) distribuiu aos estados e municípios mineradores, ontem, R$ 447,1 milhões em royalties. O valor se refere à cota-parte da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) arrecadada no mês de outubro. As duas regiões que mais produzem a commodity, Minas Gerais e Pará, receberam R$ 37,4 milhões e R$ 38,9 milhões do total repassado pela autarquia federal, respectivamente.

De acordo com o órgão regulador, a distribuição completa dos recursos ocorreu da seguinte forma: R$ 89,4 milhões foram destinados para os estados, enquanto R$ 357,7 milhões foram transferidos para 2.146 municípios. Entre as cidades produtoras que mais receberam royalties estão Parauapebas (R$ 74,2 milhões) e Canaã dos Carajás (R$ 57,1 milhões), ambas no Pará.

Completando o top cinco dos estados, estão Bahia (R$ 2,5 milhões), Goiás (R$ 2,3 milhões) e São Paulo (R$ 1,5 milhão), segundo o órgão regulador.

Já na lista das dez primeiras cidades, aparece ainda as mineiras Conceição do Mato Dentro (R$ 18,7 milhões), Itabirito (R$ 16,5 milhões), Itabira (R$ 15,1 milhões), Nova Lima (R$ 14,5 milhões), São Gonçalo do Rio Abaixo (R$ 13,7 milhões) e Congonhas (R$ 9,4 milhões), além da paraense Marabá (R$ 12,8 milhões).

Com o novo pagamento, os repasses aos entes produtores está regularizado, conforme a ANM. O consultor de Relações Institucionais e Econômicas da Associação de Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), Waldir Salvador de Oliveira, confirma que os depósitos estão em dia. Entretanto, ele ressalta que não há certeza de que o próximo depósito, previsto para 5 de dezembro, será efetuado dentro do prazo, devido às dificuldades de funcionamento da autarquia.
Cidades impactadas podem receber os repasses atrasados da Cfem em dezembro

Por outro lado, os repasses da Cfem às regiões atingidas pela mineração ainda aguarda publicação da resolução da ANM, bem como divulgação da lista final de beneficiários, segundo o órgão regulador. Conforme o consultor da Amig, os pagamentos que deveriam ser efetuados aos municípios impactados estão atrasados desde o primeiro trimestre deste ano. Ele afirma, no entanto, que há uma expectativa de que os depósitos sejam regularizados em dezembro.

“Estamos torcendo para que isso aconteça para que os municípios tenham, pelo menos, uma condição de encerramento de ano fiscal e de orçamento razoáveis, já que tiveram tantos atrasos nesses períodos que acabamos de vivenciar até esse mês”, disse Oliveira, reiterando que todas as cidades afetadas pela atividade de exploração mineral estão aguardando para que, ao final da primeira dezena de dezembro, a agência comece a depositar os valores devidos.

Vale lembrar que, em agosto, o governo publicou um decreto que redistribui os royalties, sendo que a nova regra altera, em particular, a distribuição aos afetados. Do total de 1.504 municípios que podem ser beneficiados pela redistribuição, estima-se que 361 sejam mineiros. Na época do anúncio, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse que a mudança fortalece o municipalismo ao compensar de forma mais equilibrada aqueles que mais são afetados.
ANM repassou para Minas Gerais, neste ano, R$ 385,3 milhões em royalties minerais

Neste ano, os entes estaduais e municipais produtores de minérios já receberam R$ 4,7 bilhões em Cfem, de acordo com a ANM. Do total depositado, R$ 832,1 milhões foram destinados às unidades federativas e R$ 3,9 bilhões às cidades. O Estado de Minas Gerais recebeu R$ 385,3 milhões até o momento, enquanto os municípios mineiros embolsaram R$ 1,7 bilhão.

Consultor Jurídico - SP   21/11/2023

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça estabeleceu que somente a Defensoria Pública de Minas Gerais pode verificar eventual descumprimento do termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado por ela com a Vale S.A., bem como exigir a sua execução. O TAC regulamenta a indenização extrajudicial dos atingidos pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG), ocorrida em 2019.

O colegiado aplicou a jurisprudência da corte segundo a qual, em regra, apenas os órgãos públicos legitimados para firmar o TAC e fiscalizar seu cumprimento podem executá-lo.
Antonio Cruz/Agência Brasil
Rompimento de barragem aconteceu em 2019, com 270 pessoas mortas e 70 desaparecidas

No caso em julgamento, uma das vítimas ajuizou ação contra a Vale para executar o TAC firmado com a Defensoria Pública mineira e, assim, receber o valor de R$ 100 mil, em razão dos danos psicológicos sofridos em decorrência da tragédia.

O pedido foi indeferido em primeiro grau, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) — estado onde a ação foi proposta — julgou a ação procedente, reconhecendo a legitimidade da autora para ajuizar a execução. Para o tribunal, a Defensoria funcionou como mera substituta processual das vítimas, que seriam as reais legitimadas.

Ao STJ, a mineradora sustentou, entre outros pontos, que a autora da ação não tinha legitimidade, já que não fez parte da relação jurídica.

Legitimidade para fiscalizar e executar
O ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, relator do recurso no STJ, lembrou que a execução de qualquer acordo pressupõe que ele tenha sido descumprido, caso contrário não haverá necessidade de que seja exigido em juízo. “Em regra, quem pode responder se o acordo está sendo ou não cumprido são os órgãos responsáveis pela fiscalização de sua execução.”

O relator apontou precedente da 1ª Turma que diz que os termos de ajustamento de conduta “somente podem ser executados pelos órgãos públicos competentes para celebrá-los, até mesmo porque são eles os responsáveis pela fiscalização dos mesmos”.

Segundo o ministro, o TAC em questão trata de uma obrigação de fazer, relativa a viabilizar acordos extrajudiciais entre a Vale e as vítimas de danos materiais e morais decorrentes do rompimento da barragem que tenham interesse nessa via de resolução de conflitos e sejam assistidas pela Defensoria Pública. O cumprimento do acordo, esclareceu ele, será verificado em reuniões mensais entre os signatários.

“Assim, a parte lesada não teria como verificar o descumprimento do termo de compromisso, isto é, se a Vale S.A. está comparecendo às audiências para formulação dos acordos com pessoas com poderes para firmá-los, ou se os acordos com outras vítimas estão obedecendo aos parâmetros financeiros previstos, nem mesmo para exigir o seu cumprimento”, disse o ministro.

Parâmetros financeiros
Cueva verificou que, embora o TAC trate da reparação extrajudicial para as vítimas e os seus familiares — direitos individuais homogêneos que poderiam ser executados pelas pessoas lesadas —, ele não cuida de obrigação de pagar quantia certa, mas, sim, estabelece parâmetros financeiros para a celebração dos acordos.

“Eventual inexecução do termo de ajustamento de conduta somente poderia ser verificada pela Defensoria Pública e daria ensejo à execução de uma obrigação de fazer, com a fixação de multa cominatória, de modo a ser novamente viabilizada a realização de acordos extrajudiciais com a assistência da Defensoria dentro dos parâmetros financeiros eleitos.”

O relator ponderou que, na hipótese, como não está previsto no TAC um direito de titularidade da autora da ação que teria sido descumprido, não há como reconhecer sua legitimidade para propor a execução. Com informações da assessoria de imprensa do STJ.

Máquinas e Equipamentos

Construção Latino-americana - SP   21/11/2023

A DercoMaq, principal distribuidora JCB na América Latina, comemorou esta semana (quarta-feira, 15) seus 25 anos como representante da marca inglesa no Chile. A empresa organizou um evento especial em Santiago para comemorar este marco significativo, durante o qual mais de uma dúzia de equipamentos JCB, desde carregadeiras de rodas até grupos geradores, estiveram em exposição.

Andrés Saenz, gerente geral da DercoMaq, expressou sua empolgação ao falar sobre os 25 anos de parceria de sucesso entre as duas empresas. Destacou que este quarto de século foi repleto de desafios e momentos agradáveis, consolidando uma relação que vai além do comercial.

Durante o evento, Saenz compartilhou dados reveladores sobre a participação de mercado da JCB no Chile, que permanece, em média, em sólidos 12%. Este valor reflete a confiança que os clientes depositaram nos produtos da marca ao longo dos anos.

A DercoMaq, reconhecida como a maior concessionária JCB da América Latina e uma das mais modernas do mundo, desempenhou um papel fundamental no sucesso contínuo da JCB. Em 2004, a empresa recebeu o prestigioso prêmio de melhor revendedor JCB do mundo.

Grandes equipamentos

Entre os equipamentos em destaque no evento, a miniescavadeira elétrica 19c-ETECH chamou a atenção dos participantes. Com potência bruta contínua de 7KW e pico de 20KW, este modelo possui 3 baterias de lítio que proporcionam capacidade de 14,8 kWh e autonomia de 4 horas, abrindo caminho para a sustentabilidade em máquinas de construção.

Os manipuladores Loadall também ocuparam lugar de destaque, com destaque para o modelo 530-70, que se distingue pela capacidade de carga máxima de 3 toneladas, 7 metros de elevação e uma potência de 76HP.

O evento também prestou homenagem à retroescavadeira, equipamento icônico que a JCB lançou há 70 anos. A DercoMaq expôs os modelos 1CX Eco, 3CX, 3CX Eco e 4CX, destacando a evolução e inovação constante que caracterizaram esta linha de produtos ao longo das décadas.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   21/11/2023

Entidade destacou que mercados automotivos brasileiro e argentino “são complementares e até certo ponto interdependentes”

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não manifestou um parecer específico sobre a vitória de Javier Milei na eleição para presidente da Argentina ontem. Mas, por meio de nota, a entidade que representa as montadoras demonstrou interesse pela continuidade das regras que regem o intercâmbio comercial entre os dois países.

A Anfavea destacou que os mercados automotivos brasileiro e argentino “são complementares e até certo ponto interdependentes”. A maior parte dos fabricantes de veículos instalados no Brasil tem linhas de produção também no outro lado da fronteira. Essas linhas se complementam e permitem o intercâmbio de produtos entre os dois mercados livre de impostos.

“A Argentina é um dos principais parceiros comerciais do Brasil e ao longo dos anos nossas relações comerciais foram aperfeiçoadas, chegando aos atuais importantes patamares de volumes”, destaca a nota. “A Anfavea julga que esse fluxo deve continuar a ser fortalecido e incrementado, beneficiando os dois países e as demandas de seus respectivos mercados”, completa.

Apesar de ser um destino importante nas exportações de veículos produzidos no Brasil, houve queda de embarques para o país vizinho nos últimos meses. Em outubro, por exemplo, o setor registrou aumento de 14% na soma de todas as vendas para o exterior. Mas isso foi um efeito da elevação de embarques para México e Uruguai. Na mesma base de comparação, as exportações para a Argentina caíram 36%.

A falta de divisas no país vizinho para pagar a entrada de produtos importados afetou fortemente os veículos. Estão em melhor situação as montadoras que produzem veículos com forte demanda no mercado brasileiro, pois, assim, a balança é favorável para o lado argentino. É o caso da Toyota, por exemplo, com produção da picape Hilux concentrada na fábrica de Zárate, na província de Buenos Aires. A Ford deixou de produzir no Brasil há dois anos. Mas mantém a fábrica na Argentina e é de lá que vêm as picapes Ranger. General Motors, Volkswagen, Renault, Stellantis e Nissan têm fábricas nos dois lados da fronteira, com linhas de produtos diferentes. Isso propicia o intercâmbio comercial.

O atual governo argentino sempre buscou meios de incentivar o consumidor a comprar veículos produzidos no país. No início do ano, incluiu carros fabricados no país num programa de preços controlados.

O automotivo também foi um dos setores impactados por medidas adicionais, criadas durante o governo de Alberto Fernández, para controlar a saída de divisas.

O mais polêmico é o Sistema de Importações da República Argentina (SIRA), usado para autorizar a entrada de produtos estrangeiros e estabelecer prazos. Milei vai herdar uma dívida deixada pelo SIRA: a diferença entre importações feitas e as pagas. Segundo especialistas ouvidos pela imprensa argentina, incluindo todos os setores importadores, até agosto essa dívida já passava de US$ 40 bilhões.

Javier Milei, presidente eleito da Argentina — Foto: Natacha Pisarenko/AP

O Estado de S.Paulo - SP   21/11/2023

Volta do imposto de importação sobre veículos elétricos é a reafirmação do protecionismo no setor

O governo federal deu fim à isenção da cobrança de imposto de importação sobre veículos elétricos e híbridos. Com a decisão, aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), o tributo voltará a ser aplicado a partir de janeiro. As alíquotas subirão gradualmente até voltarem ao patamar de 35% em julho de 2026.

A intenção, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), é desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota e contribuir para o projeto da neoindustrialização. Em outras palavras, o governo acredita que a taxa vai incentivar a produção desses carros no País.

É o que sustenta a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O incentivo, segundo a entidade, afastava investimentos locais e, a partir de agora, a produção local de veículos eletrificados vai se tornar realidade. A decisão, por outro lado, foi muito criticada pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), para quem a medida vai derrubar as vendas de um mercado ainda incipiente para atender ao lobby de empresas que defendem os combustíveis fósseis.

O governo poderia ter argumentado que a isenção do imposto favorecia um mercado que hoje é basicamente voltado para o consumidor de alta renda. Ou seja, em nome da sustentabilidade ambiental, barateavam-se carros elétricos para quem já tem grande poder aquisitivo e, como consequência, se reduzia a arrecadação federal, da qual dependem programas sociais relevantes para os mais pobres. Assim, em tese, acabar com isenções como essa seria uma forma de reduzir um pouco a enorme desigualdade no País – ainda que, no caso específico da importação dos veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in, o efeito disso seja muito limitado, pois em 2022 foram apenas 49,2 mil emplacamentos, o que é irrelevante no universo de 2,1 milhões de veículos comercializados no mesmo ano em todo o País.

Mas não foi isso que o governo disse ao justificar a medida. Beira a ingenuidade acreditar que as montadoras instaladas no Brasil, em razão dessa medida, vão anunciar investimentos vultosos para ampliar a produção de veículos elétricos e híbridos no País, como parece esperar o governo. “Temos de estimular a indústria nacional em direção a todas as rotas tecnológicas que promovam a descarbonização”, disse Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ao anunciar a medida. Ora, se proteger a indústria local contra a concorrência externa realmente funcionasse, o Brasil seria líder mundial na produção de automóveis.

O setor automotivo é um dos poucos nos quais o teto da alíquota do Imposto de Importação, de 35%, sempre foi aplicado. Medidas adotadas por diferentes governos para proteger as montadoras no passado recente não tornaram a indústria mais competitiva e reduziram a produtividade do setor, exacerbando sua crônica dependência por subsídios.

A enorme ociosidade da indústria automotiva é fruto desses erros, e a decisão tomada agora pela Camex se encaixa perfeitamente entre eles. E se esse é o espírito da agenda de reindustrialização que o governo Lula pretende implementar, é um péssimo sinal.

BOL - SP   21/11/2023

O United Auto Workers, sindicato de trabalhadores do setor automobilístico nos EUA, informou nesta segunda-feira que 64% dos trabalhadores das três montadoras de Detroit votaram pela ratificação de novos contratos recordes após uma greve de seis semanas, enquanto o sindicato volta sua atenção para a sindicalização de fábricas de automóveis de propriedade estrangeira e da Tesla.

As votações consolidam os acordos provisórios do sindicato com a General Motors, Ford Motor e Stellantis até abril de 2028, que incluem aumento de 25% no salário base e elevará cumulativamente o salário mais alto em 33%, incluindo novos subsídios de custo de vida negociados.

Os acordos também reduziram o número de anos necessários para chegar ao salário máximo de oito para três anos, aumentarão o salário dos trabalhadores temporários em 150% e os tornarão funcionários permanentes, além de incluírem melhorias significativas na aposentadoria.

Há décadas, o sindicato vem tentando, sem sucesso, sindicalizar fábricas de automóveis operadas por montadoras estrangeiras. Nas últimas semanas, a Hyundai Motor, a Toyota Motor e a Honda Motor anunciaram que aumentariam os salários das fábricas nos EUA após o contrato com o sindicato.

O presidente do UAW, Shawn Fain, esteve em Washington na semana passada para realizar reuniões e discutir a estratégia de organização do sindicato e deverá apresentar mais detalhes nas próximas semanas.

"Agora, levamos nossa força de greve e nosso espírito de luta para o restante dos setores que representamos e para milhões de trabalhadores não sindicalizados prontos para se levantar e lutar por um modo de vida melhor", disse Fain nesta segunda-feira.

Ele disse à Reuters na semana passada que o sindicato estava recebendo manifestações de interesse em se sindicalizar por parte de muitos trabalhadores da Tesla. "Os trabalhadores da Tesla, Toyota, Honda e outros não são o inimigo -- eles são os membros do sindicato do futuro."

A Ford estimou que o novo contrato adicionará 850 a 900 dólares em custos de mão de obra por veículo.

"Felizmente, estamos no caminho certo para atingir os cronogramas de produção total nos próximos dias em nossas fábricas de montagem em Michigan, Kentucky e Illinois que foram afetadas durante a greve", disse o presidente-executivo da Ford, Jim Farley, nesta segunda-feira.

A presidente-executiva da GM, Mary Barra, disse que o acordo "protege o futuro da empresa e nos permite continuar a oferecer bons empregos em comunidades de todos os Estados Unidos". O chefe de fabricação da GM, Gerald Johnson, disse que "trabalharemos com cronogramas agressivos para o bem de nossos clientes"

O diretor de operações da Stellantis, Mark Stewart, disse que a empresa agora "concentrará toda a sua atenção na execução" de seu plano estratégico para 2030, que inclui o lançamento de oito novos veículos elétricos em 2024.

NAVAL

Porto Gente - SP   21/11/2023

Porto sem adaptar-se às tendências e sem se modernizar, será abandonado.

Configuração de novas logísticas, potencialização de modalidades de transporte - principalmente nos eixos das ferrovias Norte-Sul e Carajás, uma das maiores ferrovias de passageiros do País - e conectando o terminal marítimo de Ponta da Madeira e os portos de São Luiz e Itaqui, no Maranhão. Está em construção o maior porto brasileiro, nos próximos 30 anos. Em volume, já é pelo minério. Em 16 de junho último, foi inaugurada a Ferrovia Norte-Sul, ligando Maranhão e São Paulo. Está implantado um eixo estruturador com extensão de 2.257 km.

Compondo esse cenário de competitividade e fator de progresso nacional, no extremo inferior da linha imaginária que cruza áreas da pujante produção nacional, é anunciado um dinâmico canteiro de obras do Porto de Santos, sem ainda ser possível assegurar o seu sucesso necessário. Entretanto, há competência técnica de excelência e, também, aptidão política para conduzir, com êxito, um projeto de governo complexo e intenso. É hora de acontecer o novo tempo do comércio internacional brasileiro.

Entre os dois extremos, está instituída uma estruturação logística para fluir contêineres e cargas gerais em direção ao norte, cujos portos de grandes marés e, portanto, de maior profundidade, são elementos essenciais nos planejamentos logísticos de longo prazo dos portos do Maranhão. Caso, como a Ferrovia transversal e de Integração Oeste-Leste (FIOL) aproximando os estados de Tocantins, Maranhão, Goiás e Bahia, predomina o foco no transporte de carga e sem tendência ao transporte de passageiros como ocorre, principalmente, na Europa.

O alcance logístico, com predominância pelas ferrovias, destaca a visão e missão do planejamento de tráfego. Ao analisar o desenvolvimento dos portos maranhenses como ponto nodal, é possível perceber parâmetros estruturantes e essenciais para serem atingidos objetivos de uma excelente estratégia portuária. Tanto na sua implementação, quanto para validar uma boa política de negócios. Portanto, não há tempo a perder no Porto de Santos.

No Maranhão situa-se a plataforma brasileira de lançamento de foguetes espaciais, de Alcântara. Um centro tecnológico de ponta. Faz bem ao Porto de Santos disputar hinterlândia com o complexo portuário do Maranhão, que compõe o Arco Norte, cujos portos já superam exportação de grãos de Santos. Nessa linha logística, o fluxo de mercadorias movimentadas proporciona vastas oportunidades na atividade típica dos condomínios logísticos.

O Maranhão de Oportunidades é um programa de desenvolvimento, com modelos econômicos modernos, fomentador de potencialidades industrial, agronegócio e portuária, focando o progresso. No complexo portuário de Santos há também projetos anunciados. Entretanto, preocupa a baixa efetividade das ações, para as quais já existem previsão orçamentária e decisão política.

PETROLÍFERO

Valor - SP   21/11/2023

Oito conselheiros terão mandatos não coincidentes; entidade elege Telmo Ghiorzi como presidente-executivo

Telmo Ghiorzi: “O Brasil pode ser um grande exportador de equipamentos” — Foto: Leo Pinheiro/Valor

De olho no aquecimento da indústria do petróleo na economia brasileira, a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro) deu início a um novo modelo de governança corporativa, com a criação de um conselho de administração e presidência-executiva. Com 48 associadas, a entidade tem perspectivas da elevação do ritmo da indústria de bens e serviços para o segmento de óleo e gás a partir das diretrizes do governo Lula para este mercado e com a maior atividade exploratória na América do Sul, que pode beneficiar a indústria local. A Abespetro terá, a partir de janeiro, oito conselheiros, que terão mandatos não coincidentes, um presidente-executivo e um vice-presidente, ainda em fase de seleção.

Segundo Telmo Ghiorzi, atual secretário-executivo da Abespetro, as mudanças deixam a entidade com governança mais próxima do que é adotado nas companhias, com uma atuação estratégica do conselho, ficando a diretoria-executiva com um papel executor. “Essa é a grande mudança. Havia uma diretoria que era, ao mesmo tempo, formuladora e executora de estratégias”, disse o executivo.

Ghiorzi foi eleito para ser o presidente-executivo da entidade. O conselho de administração será presidido por Rodrigo Ribeiro, que fica no cargo por dois anos, junto com outros três conselheiros. Outros quatro executivos terão quatro anos de mandato, para garantir a alternância do conselho, preservando a gestão contínua.

As mudanças se dão no momento em que o governo sinaliza, desde o primeiro dia do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, priorizar a retomada de política de maior exigência de conteúdo local em novos projetos de exploração e produção de petróleo e gás no país. Um dos sinais mais claros é o de uma possível encomenda, pela Transpetro, de 25 navios de cabotagem nos próximos oito anos, para estaleiros nacionais, como parte de renovação de frota da empresa de logística da Petrobras. O plano é controverso pois em gestões do PT no passado a retomada da indústria naval foi mal-sucedida.

A movimentação da Transpetro poderia se repetir na Petrobras em futuras contratações de plataformas. A perspectiva é de que o pico de produção no pré-sal supere 5 milhões de barris de petróleo por dia por volta de 2030. Ao mesmo tempo, novas fronteiras de produção, como a Bacia de Pelotas e a Margem Equatorial, atraem a atenção das companhias, num cenário de necessidade de repor reservas. Para Ghiorzi, as atuais regras de conteúdo local, que estabelecem percentual de exigência sobre o investimento total no projeto, não precisam de mudanças relevantes e atendem o desejo do mercado. Ele defende mais investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para elevar a produtividade no setor, e por consequência, para aumentar nível de conteúdo local.

Até 2016, a política de conteúdo local estabelecia índices específicos para uma série de determinados itens. Para um mesmo bloco de petróleo, por exemplo, o governo podia exigir percentuais de 10% para afretamento de sondas e de 100% para dutos de escoamento. “Todo mundo quer conteúdo local maior. O que a gente acha é que não vai ser aumentando o nível de exigência que a competência, a capacidade e a competitividade brasileira vão aumentar”, disse.

Há ainda perspectivas de maior atividade em países vizinhos, caso da Guiana; a Argentina, com Vaca Muerta; e possivelmente Venezuela e Bolívia. A Venezuela passou a ser olhada com atenção desde que os Estados Unidos iniciaram redução nas sanções contra o país, o que poderia levar a aumento na produção no país, demandando novos investimentos. E aproximações da Petrobras com o governo da Bolívia indicariam interesse em ampliar os investimentos para aumentar a produção de gás natural, em declínio.

Ghiorzi vê espaço para que a indústria nacional possa fornecer produtos e serviços para operações em países da região. Pela transição energética, petroleiras atuam em projetos de energia eólica offshore, ao lado de companhias que apostam na mineração no fundo do mar. Essas ações podem ampliar o escopo de fornecimento de bens e serviços. “Tem várias coisas acontecendo e o Brasil pode ser um grande desenvolvedor e exportador desses equipamentos”, disse o executivo.

Valor - SP   21/11/2023

Não há chance de o mundo queimar suas reservas de carvão, petróleo e gás sem colapsar

A COP de Dubai, que inicia em 30 de novembro, tem muitas faces - a mais importante é o destino dos combustíveis fósseis. É incerto, contudo, o que sairá de concreto sobre esse ponto crucial para a emergência climática. Ninguém tem grandes expectativas.

Os Emirados Árabes Unidos, país-anfitrião do evento, são grande produtor de petróleo; seus vizinhos, idem. O lobby do petróleo estará em peso em Dubai enfrentando a pressão de ambientalistas e cientistas, mas dizendo que são as petroleiras que vão bancar o caminho da transição. A afirmação, por enquanto, é balela. Tim Gould, da Agência Internacional de Energia, disse que só 1% do US$ 1,8 trilhão investido por ano em energia limpa vem de empresas de petróleo. Outro fato que desanima os mais otimistas quanto ao êxito da COP28 neste quesito é a recente declaração conjunta dos EUA e da China. Há coisas interessantes ali, mas nada de deixar de lado “a raiz envenenada da crise climática: os combustíveis fósseis”, como afirma o secretário-geral da ONU, António Guterres.

A emissão de gases-estufa por queima de combustíveis fósseis é, de longe, a grande causa da crise do clima.

“A maior parte dos recursos de combustíveis fósseis precisa permanecer onde está e sem queimar”, diz o economista alemão Ottmar Edenhofer, diretor científico do Potsdam Institute for Climate Impact Research, o PIK. Ambos são referência em pesquisa climática - o PIK é um dos mais renomados institutos de clima, codirigido pelo cientista sueco Johan Rockström. Edenhofer, que foi copresidente do relatório sobre mitigação do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, o IPCC, de 2008 a 2015, defende, há anos, que é preciso dar preço ao carbono se se quer descarbonizar as economias. Agora defende também a necessidade de capturar e sequestrar carbono da atmosfera para evitar o pior.

As reservas de carvão, petróleo e gás já conhecidas mas que ainda não saíram do chão, se queimadas, emitirão 10.600 gigatoneladas de CO2. Se o que se quer é limitar o aquecimento em 1,5°C só cabem, na atmosfera, mais 241 gigatoneladas de CO2. Se o mundo quiser cumprir a outra fronteira do Acordo de Paris - limitar a temperatura em algo bem abaixo de 2°C -, pode lançar, no máximo, mais 616 gigatoneladas de CO2. Caso se emitam 991 gigatoneladas, o planeta esquentará mais que 2°C. Até a Agência Internacional de Energia diz, há tempos, que não se devem abrir novas frentes de exploração de fósseis.

“Esse é o problema da COP28”, disse Edenhofer a jornalistas: “Temos um espaço limitado na atmosfera para gases-estufa, mas uma oferta gigantesca de fornecimento de combustíveis fósseis”. Não só é preciso reverter a curva de crescimento destas emissões, como removê-las da atmosfera. Em 2050, diz ele, precisamos atingir a meta ‘net-zero” de emissões, mas depois disso chegar a uma meta que seja “net-negativa”.

A ideia de emissões líquidas negativas dá um nó no cérebro. Ele diz que um mundo só net-zero não vai dar conta. Será preciso capturar carbono para ter um quadro compatível com 1,5°C. Só se conseguirá isso com tecnologias de estocagem de carbono, algumas ainda não inventadas. O que existe hoje é uma variedade de interesses.

As opções naturais de sequestrar carbono incluem parar o desmatamento e reflorestar, colocar florestas onde não havia e ampliar o sequestro de carbono no solo. Isso levaria décadas a séculos para fazer efeito. Modificar padrões agrícolas é outra linha, que poderia ser uma solução mais rápida - demoraria anos ou décadas, mas custaria mais do que plantar árvores. Há apostas tecnológicas que vão desde fertilizar o solo do mar a sequestrar carbono e injetá-lo na terra. Não há ainda nenhum projeto desses com escala comercial. “É uma nova fase na política climática global. Na primeira temos que reduzir rapidamente emissões. Isso é essencial. Não podemos mais adiar essa decisão”, segue.

Como a medida não é fácil (“O mundo é viciado em combustíveis fósseis”, diz António Guterres), diplomatas criam “linguagens” para ganhar tempo. Nas últimas rodadas de negociações apareceram os termos “phasing down” ou “phasing out” combustíveis fósseis. O primeiro pressupõe um prazo para se reduzir as emissões de carvão, petróleo e gás. O segundo, um prazo para se eliminar o uso. Para complicar, há outro termo -evitar os “unabated fossil fuels”- que não se sabe direito o que quer dizer. Seria proibir a abertura de novas usinas a carvão ou poços de petróleo que operem sem sequestrar suas emissões de carbono. Algo ambíguo e vago.

Nem ambíguo nem vago é o novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Em 2023, até o início de outubro, foram registrados 86 dias com temperaturas de mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. “Há países sofrendo com fornecimento de energia e segurança energética e por isso estão fazendo esses movimentos”, disse Inger Andersen, diretora do Pnuma, respondendo a uma pergunta do Valor sobre o que diria a países que querem abrir novas frentes de exploração de petróleo, como o Brasil. “A preocupação é por quanto tempo serão feitos esses investimentos”, disse.

A mudança é urgente e não há tempo a perder. O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, foi certeiro em evento em São Paulo. “Quando começou a crise climática, eu pensava nos meus netos. Depois, comecei a pensar nos meus filhos e agora me dá medo do que pode acontecer comigo, com a minha geração”.

Daniela Chiaretti é repórter especial

E-mail: daniela.chiaretti@valor.com.br

Diário do Comércio - MG   21/11/2023

Integrantes do governo brasileiro têm conversado sobre uma possível substituição do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já que estão descontentes com os rumos da empresa, e a relação do executivo com gente do alto escalão estaria ruim, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estaria satisfeito com a atuação do CEO da estatal em alguns pontos. Lula pediu a Prates mudanças no plano de investimento da Petrobras em reunião neste mês, conforme reportou a Reuters com base em fontes com conhecimento do assunto, na última sexta-feira (17).

O plano de investimento está em elaboração com previsão de ser divulgado ainda este mês, mas antes disso Prates deverá ser chamado a Brasília nesta semana, após voltar de uma viagem de negócios pela Europa, segundo uma das fontes.

Lula quer mais contratações no Brasil para a construção de embarcações que serão usadas pela Petrobras, para que a empresa colabore com uma maior geração de empregos no país. Além disso, o presidente defende que a estatal retome antes obras do setor de fertilizantes, produto que o Brasil tem ampla dependência de importações, embora seja uma potência agrícola.

“Deve haver mudanças” na presidência da Petrobras, disse ontem uma fonte à Reuters.

Uma segunda fonte próxima das discussões, que também falou na condição de anonimato, acredita que Prates deverá ser substituído em algum momento, mas ainda não há substituto pronto para assumir o posto.

O Palácio do Planalto disse que não procede a informação sobre a substituição do CEO. A Petrobras não comentou o assunto imediatamente.

Ontem, o jornal O Globo publicou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai apresentar nesta semana a Lula uma sugestão de substituto para Prates, “com quem vem travando uma guerra interna no governo já há alguns meses”.

Costa gostaria de emplacar no lugar de Prates uma pessoa de confiança. Segundo o jornal, ela seria o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Marcus Cavalcanti, que foi secretário de Infraestrutura da Bahia em sua gestão como governador do Estado.

Em resposta à reportagem de O Globo, Costa disse na rede social X que as informações citadas em seu nome na matéria “não são verdadeiras”.

“Apesar de ser citado nesta matéria, quero informar que não fui procurado e nem ouvido antes da publicação”, disse ele.

A questão sobre os preços de combustíveis também tem gerado alguma tensão na relação de Prates com o governo.

Após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrar uma redução do preço de combustíveis, afirmando na GloboNews que “já está na hora de puxarmos de novo a orelha da Petrobras”, o CEO fez um post longo sobre o assunto na rede social X.

No final de semana, Prates afirmou que a Petrobras avançou com uma nova estratégia comercial que prioriza o não repasse da volatilidade do mercado internacional do petróleo.

Em determinado momento do post, Prates destacou que, “para que o MME (Ministério de Minas e Energia), órgão da União, possa orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente, será necessário seguir a Lei 13.303/16 e o Estatuto Social (art. 3º, parágrafo 4º e seguintes)”.

Ele citou que, pelas regras, para a União determinar preços mais baixos da Petrobras, uma série de medidas deveria ser tomada.

E afirmou que uma proposta de orientação da União deveria ser submetida ao Comitê de Investimentos e ao Comitê de Minoritários, “que avaliará se as condições a serem assumidas pela Petrobras requerem que a União compense a Petrobras pela diferença” de preços.

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