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21 de Agosto de 2024

Carta do Congresso Aço Brasil e ExpoAço 2024

“O papel do aço na soberania e na segurança dos países” foi o mote da 34ª edição do Congresso, que teve a presença do Presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e de lideranças empresariais do país.

O Instituto Aço Brasil realizou nos dias 5, 6 e 7 de agosto, em São Paulo, a 34ª edição do Congresso Aço Brasil que, além das palestras e debates de alto nível, teve o retorno da ExpoAço, espaço que propiciou maior interação com os stakeholders do setor.

Na sessão de abertura, com a presença do Presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, tomaram posse como Presidente e Vice-Presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, para o biênio 2024-2026, respectivamente, os Srs. Sérgio Leite de Andrade e André Gerdau Johannpeter.

O evento reuniu 611 congressistas presenciais e 170 de forma virtual, entre representantes do governo, Congresso Nacional, fornecedores e consumidores da cadeia do aço, consultorias, bancos, academia, organismos internacionais e imprensa.

Ao longo de dois dias e meio foram debatidos temas instigantes sobre os desafios que não só o setor do aço, mas toda a indústria, precisará enfrentar para restaurar sua competitividade e retomar seu papel como pilar do crescimento econômico do Brasil. Dentre as questões abordadas nos painéis, destacaram-se:

  • O atual cenário da geopolítica do aço vem acarretando a adoção de medidas crescentes de defesa comercial de diversos países contra importações predatórias a preços aviltados de aço principalmente da China, devido a subsídios concedidos pelo governo chinês.
  • A indústria do aço considera que a implementação do mecanismo de cota-tarifa como medida para conter o surto de importações predatórias de 9 produtos siderúrgicos é um marco importante na política de defesa comercial brasileira.
  • É preciso restaurar a competitividade da indústria brasileira, o que requer a redução do Custo Brasil. A união e o alinhamento das cadeias produtivas industriais são essenciais para promover o crescimento econômico sustentável do país.
  • A integração do homem com a máquina por meio da inteligência artificial poderá otimizar, de forma exponencial, a gestão e a produtividade das empresas.
  • No processo de transição energética e descarbonização, o Brasil tem vantagens comparativas em relação aos outros países para redução dos impactos sobre a mudança do clima. Entretanto, é preciso haver mecanismos para restringir a importação de produtos com maior pegada de carbono que os aqui produzidos.
  • O aço é recurso-chave para uma economia de baixo carbono, sendo material essencial para a ampliação das principais alavancas da descarbonização.

No encerramento do Congresso, o Presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Sergio Leite, afirmou que a indústria do aço é imprescindível para a soberania e segurança nacionais. Entretanto, ainda enfrenta dificuldades para operar com isonomia de condições perante seus concorrentes globais. O setor conta com o avanço do programa Nova Indústria Brasil (NIB) e do Programa para Aceleração do Crescimento (PAC) para que haja o fortalecimento e o adensamento das cadeias produtivas industriais. Nenhum país alcança nível elevado de desenvolvimento sem uma indústria forte. Por acreditar no futuro do Brasil, a indústria do aço irá investir R$ 100 bilhões até 2028 e continuará a colaborar para a indução do crescimento econômico, principal alavanca na distribuição de renda entre os brasileiros.

SIDERURGIA

Revista Mineração - SP   21/08/2024

O aço é parte integrante de nossas vidas. Ele é um metal crucial para construções e edifícios, equipamentos mecânicos para uso industrial e privado, transporte e automóveis. Também tem papel decisivo para o alcance dos objetivos da transição energética global, uma vez que é um material básico e 100% reciclável para a constituição de fontes de energia renováveis.

No entanto, assim como ocorre com outros setores de produção intensivos em energia, a indústria siderúrgica também contribui para a poluição ambiental, gerando no agregado cerca de 1,9 toneladas de gás carbônico para cada tonelada de aço produzido, a maior parte dela proveniente das reações químicas necessárias para gerar as altas temperaturas exigidas nos fornos.

A tecnologia de produção mais amplamente utilizada atualmente, o Alto Forno Básico de Oxigênio requer que grandes quantidades de carvão sejam consumidas, contribuindo com uma média de 7% a 9% das emissões totais de dióxido de carbono geradas anualmente na queima global de combustíveis fósseis.

No entanto, levando em consideração que a vida útil dos produtos de aço é muito longa (em média de 40 a 100 anos para as infraestruturas), um problema comum que esses métodos de produção devem enfrentar é que a taxa de reciclagem é muito baixa em comparação com as necessidades.

Os números são maiores nos países que ocupam as primeiras posições na quantidade de aço produzido, tais como China, Índia e Japão, que contribuem com 66% da produção global e normalmente geram entre duas e três toneladas anuais de gás carbônico por tonelada de aço. Esses índices estão longe da média registrada na América Latina que é de 1,55 toneladas de gás carbônico por tonelada de aço.

O Fórum Econômico Mundial estima que a demanda por aço pode crescer até 30% até 2050. Com isso, a necessidade de reduzir significativamente a pegada de carbono desse setor se mostra decisiva para alcançar os objetivos mundiais de transição. Mas, como aponta a Agência Internacional de Energia, o aço está cada vez mais no centro dos debates sobre descarbonização porque os esforços que o setor está fazendo a esse respeito não somente são insuficientes para corrigir o curso e convergir para um cenário de emissões líquidas zero até 2050, mas também porque o potencial para reduzir as emissões das tecnologias existentes é limitado, tornando a inovação um fator crucial nesse caminho.

Nesse sentido, embora as crises globais dos últimos anos não tenham paralisado o progresso em termos de anúncios de novos projetos, especialmente no que tange a tecnologias de baixa emissão de carbono, o número de iniciativas respaldadas por técnicas convencionais continua a representar dois terços do total de projetos anunciados no mundo inteiro. Isso acaba dificultando e tornando ainda mais complexo o caminho desse setor rumo à jornada de sustentabilidade.

Para tentar reverter esse cenário, será necessário que as principais empresas do setor mantenham o tema descarbonização na pauta, ampliando o número de projetos focados em sustentabilidade. Neste contexto, a América Latina, que é um participante menor do grupo global de produtores de aço, uma vez que só contribui com 3% do total produzido, deve continuar a impulsionar os projetos locais de descarbonização no setor, especialmente levando em consideração a capacidade de geração de energia renovável e o que isso pode significar a curto e médio prazos, em termos de custos mais baixos de produção de hidrogênio e aço verde.

Levando em conta a transição que a indústria está promovendo para a descarbonização, a América Latina deveria ser capaz de adotar uma estratégia baseada em dois pilares principais que poderão afetar ainda mais o mercado nos próximos anos: a possibilidade de aplicação de tarifas ou o aumento de taxas nas importações de aço da China (uma ferramenta que, no entanto, deve ser aplicada com alguma inteligência e ajuste, uma vez que poderia gerar uma guerra tarifária) e a promoção da produção de aço por meio de tecnologias mais limpas (por exemplo, por meio do uso de eletricidade, hidrogênio e captura de carbono), que é onde a região tem uma vantagem competitiva declarada.

ECONOMIA

Exame - SP   21/08/2024

Durante a sessão de perguntas e respostas que realizou com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nesta terça-feira, 20, no Macro Day, o CEO do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), Roberto Sallouti, afirmou que a queda no preço do dólar e a redução das expectativas de inflação para 2025 nas últimas semanas decorrem da precificação pelo mercado de que os juros subirão na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Uma análise precisa dos fatos. Campos Neto, por sua vez, evitou sinalizar se o BC aumentará a Selic. Disse apenas que o cenário pouco mudou, com uma melhora do ambiente externo.

O fato concreto é que a queda das expectativas de inflação no Brasil, a redução no preço do dólar e alta da Bolsa, decorrem da combinação de melhora do ambiente externo, que precifica queda dos juros nos Estados Unidos, que se soma a precificação de alta da Selic pelo BC.

Em suma, os investidores estrangeiros têm aportado capital no país diante desse contexto.

Segundo agentes de mercado brasileiros e estrangeiros ouvidos pela EXAME nos últimos dias, se o BC não subir os juros após uma sinalização tão explícita, o impacto sobre a credibilidade e sobre o preço dos ativos tende a ser forte. "O risco é de o dólar, que caiu de R$ 5,65 para R$ R$ 5,40, ultrapassar os R$ 6,00", resumiu um deles.

Um experiente analista de mercado com passagem pelo governo relembrou à EXAME que, além de adotar uma comunicação mais forte na última ata do Copom, o BC escalou o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para reforçar a mensagem de que os juros subiriam se fosse necessário.

Galípolo é cotado para ser o próximo presidente da autoridade monetária. Muitos interpretaram as falas do diretor como uma resposta aos questionamentos sobre como seria sua gestão: alinhada ao PT ou pautada por decisões técnicas e que podem desagradar o governo.

"A alta de juros é o preço colocado pelo mercado para a futura gestão de Gabriel Galípolo. Os discursos das últimas semanas indicaram uma transição e que ele deve assumir como presidente do BC. Agora, ele precisa entregar o que prometeu nos discursos ao afirmar que a meta de inflação é de 3% e que fará o que for preciso para atingir o objetivo, inclusive subir os juros. Essa alta de juros está precificada", disse o executivo de forma reservada. "O risco, agora, é o Copom não subir os juros e ser pouco convincente nas explicações dessa decisão."

Controle da inflação

Quem se reuniu com o diretor de Política Monetária em eventos públicos e privados nos últimos meses tem interpretado nas suas afirmações que ele não será leniente no controle da inflação.

Galípolo resumiu como tem sido e como será atuação no BC em evento da Warren Investimentos, em 12 de agosto. Ele disse que o tom de suas falas tem sido coerente, assim como com os votos no Copom.

"Fala e ação de diretor de política monetária têm que ser coerentes. Olhar para um lado e tocar para o outro fica bem para o Ronaldinho Gaúcho", disse na ocasião.

Essa frase de Galípolo foi interpretada como uma sinalização de que ele foi escalado para sinalizar a alta de juros e que o Copom cumprirá a promessa.

Caso o BC não suba os juros e não explique de maneira convincente o que já está precificado pelo mercado, a tendência é de encarecimento do dólar, elevação das expectativas de inflação e uma elevação da curva de juros futuros, que são um termômetro para os investidores.

Se os juros futuros sobem é melhor manter o dinheiro aplicado em ativos de renda fixa do que investir na economia real. Juros futuros em queda tendem a aumentar o apetite de risco e canalizam recursos para a economia real.

Além disso, a coerência entre o discurso e a ação serão fundamentais para garantir credibilidade do BC perante o mercado, que desconfia de possíveis intervenções do governo do PT na política monetária.

O sucesso ou não de uma eventual gestão de Galípolo será apresentados a partir da próxima reunião do Copom, em 18 de setembro. Serão 30 dias de expectativa.

IstoÉ Dinheiro - SP   21/08/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 20, que o crescimento do Brasil inspira cuidados, com a economia se aproximando do limite da capacidade instalada, ao mesmo tempo em que ponderou que a política monetária já está bastante restritiva, notando que um aperto excessivo pode trazer prejuízos ao controle da inflação.

“O sucesso também gera distorções. O crescimento também inspira cuidados. A partir do momento que você vai se aproximando da utilização da capacidade instalada, você tem que pesar variáveis para saber quais as medidas você tem que tomar para que esse crescimento seja sustentável”, disse em evento do BTG Pactual.

Haddad afirmou que o país está crescendo a uma taxa de 3% e defendeu que não há razão para não crescer acima da média mundial diante de seu potencial econômico. Ele argumentou que não há solução para a economia brasileira que não passe pelo crescimento.

Questionado sobre a trajetória da política monetária do Brasil, o ministro apontou que a taxa de juros atual, a 10,50% ao ano, já é bastante “restritiva”, alertando que um aperto exagerado em um momento de potencial turbulência externa pode abortar um processo de combate à inflação pelo lado da oferta.

“Estamos começando a ter formação bruta de capital no país. De repente, se você erra na dose, você aborta esse processo de ampliação da capacidade instalada e vai ter processo inflacionário também”, disse.

Haddad afirmou, ainda, que a política fiscal precisa ajudar a política monetária, classificando-as como “braços do mesmo organismo”. Segundo o ministro, se tudo ocorrer nas contas públicas como está determinado e fixado por lei, o país deve transitar bem por 2024, 2025 e 2026.

Infomoney - SP   21/08/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fez questão de demonstrar otimismo em relação ao desempenho da economia brasileira neste e nos próximos anos, ao participar de um evento promovido pelo BTG Pactual, nesta terça-feira (20).

Segundo o chefe da equipe econômica, as perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país são positivas.

“Não há razão nenhuma para o Brasil não crescer igual ou acima da média mundial, com todo o potencial que a economia brasileira tem”, afirmou Haddad.

Segundo o ministro da Fazenda, o crescimento econômico brasileiro precisa ocorrer com responsabilidade fiscal e “qualidade”.

“Tudo tem que ser pensado de forma orgânica para manter a qualidade desse crescimento”, disse. “Está todo mundo se preparado para decolar. Ninguém está deixando de perceber a oportunidade. Agora, é preciso ter zelo para ir calibrando isso”, completou Haddad.

Em sua participação no evento com o mercado financeiro, o ministro projetou a retomada do ciclo de desenvolvimento do país, que, segundo ele, foi interrompido na última década.

“Depois de 10 anos crescendo 1% ao ano, podemos abrir um ciclo de crescimento sustentável”, afirmou.

‘Fiscal é importante, mas não é o todo”

De acordo com o ministro da Fazenda, a questão fiscal “precisa ajudar” no crescimento do país. Haddad ponderou, no entanto, que “o fiscal é importante, mas não é o todo”.

O ministro da Fazenda rebateu as incertezas de parte do mercado em relação ao compromisso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em equacionar o fiscal, reduzindo as despesas. Haddad defendeu a revisão de alguns programas sociais, de modo que seus benefícios, de fato, cheguem a quem precisa.

Haddad afirmou, ainda, que a equipe econômica tem apresentado a Lula possibilidades para o ajuste desses programas.

“Não podemos correr o risco de tirar do mercado de trabalho quem pode trabalhar por uma distorção de um programa mal gerenciado”, disse o ministro da Fazenda.

Reforma tributária mudará o país, diz Haddad

Em sua participação no evento, Fernando Haddad destacou a importância da aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional. O Legislativo vem discutindo os projetos de regulamentação da reforma.

“Nós vamos sair do pior sistema tributário do mundo para um dos mais modernos”, projetou Haddad, para quem o impacto positivo da reforma sobre o PIB pode chegar a 20%. “Vai acontecer com o sistema tributário o que aconteceu com o sistema bancário”, disse o ministro.

Haddad também falou sobre possíveis mudanças no Imposto de Renda, em uma segunda etapa da reforma tributária. “A Fazenda já fez o seu trabalho interno e o governo fará a avaliação”, afirmou o ministro.

O Estado de S.Paulo - SP   21/08/2024

Após os últimos indicadores mostrarem uma economia aquecida e inflação se afastando do centro da meta perseguida pelo Banco Central (de 3% ao ano), cresce no mercado a expectativa de que a taxa de juros no País possa ser elevada já na reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom). Levantamento feito pelo Projeções Broadcast com 61 instituições financeiras aponta que 25 delas (ou 42%) esperam um aumento da Selic em setembro. No levantamento anterior, feito em 6 de agosto, apenas uma de 45 instituições ouvidas esperava alta já no próximo mês.

Além disso, chama a atenção o fato de que, dessas 25 instituições que esperam alta em setembro, cinco projetam um aumento de 0,5 ponto porcentual, o que levaria a taxa de juros dos atuais 10,5% para 11% ao ano — as outras 20 projetam aumento de 0,25 ponto porcentual. As outras 36 instituições ouvidas acreditam, no entanto, que a taxa de juros não sofrerá modificação este ano.

Outra mudança apontada no levantamento é em relação à taxa de juros no final do próximo ano. Na pesquisa anterior, a mediana das respostas mostrava uma Selic de 9,5% em dezembro de 2025. Agora, esse número subiu para 10%.

A mudança no humor do mercado em relação aos juros vem após declarações em tom mais duro, ao longo da última semana, de Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, e do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo (apontado no mercado como o provável substituto de Campos Neto a partir de 2025). Indicadores como o IBC-Br (dado do BC que mede o nível de atividade econômica), que veio mais forte que o esperado pelo mercado, e o relatório Focus, que mostra uma expectativa de inflação mais alta, reforçaram esse novo cenário.

Aperto monetário

Instituições como a XP Investimentos, BTG Pactual, Banco ABC Brasil, Banco BV e Banco Master estão entre a que anteveem a retomada do ciclo de aperto monetário já a partir da reunião de setembro do Copom. Além dos indicativos nas falas dos membros do comitê, economistas dessas casas apontam que os dados mais fortes do que o esperado da atividade doméstica no segundo trimestre endossaram a avaliação de necessidade de elevação do juro, em um ambiente já deteriorado pelas expectativas de inflação desancoradas e a pressão no câmbio.

“O que realmente nos fez mudar o cenário-base para a taxa Selic foi a recente comunicação dos membros do Copom”, resumiu o time de economistas da XP em relatório divulgado na segunda-feira, 19. A corretora espera alta de 0,25 ponto no juro em setembro, seguida, nas reuniões seguintes, de duas elevações de 0,50 ponto e uma última de 0,25 ponto, com a Selic atingindo 12% no início do próximo ano e ficando nesse nível até o final de 2025.

A XP considera que os dados robustos na atividade econômica e no mercado de trabalho e a manutenção das expectativas de inflação descoladas do centro da meta, de 3%, são “evidências de que a política monetária não está suficientemente restritiva” e seriam suficientes para uma reação do Banco Central.

O diagnóstico é corroborado pelo economista-chefe do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier, que também passou a esperar a retomada do aperto monetário em setembro. “O principal driver foram falas mais cautelosas de Galípolo, referendadas depois pelo próprio Campos Neto, de que a alta dos juros está na mesa do Copom”, considera.

Xavier também relembra declarações do diretor de política econômica do BC, Diogo Guillen, que durante evento organizado pelo Broadcast na última terça-feira, 13, reforçou que o papel do Copom é reancorar expectativas e que há uma visão da necessidade de consenso dentro do colegiado. “As mensagens têm sido claras de que o BC está desconfortável com esse 0,20 ponto de desvio da meta no cenário alternativo”, observa Xavier, em alusão à projeção do colegiado de IPCA em 3,2% no fim do primeiro trimestre de 2026 caso a Selic fique estacionada no atual nível por todo o horizonte relevante (o cenário levado em conta pelo BC).

Na avaliação de Xavier, um “orçamento” de 0,75 ponto de elevação na Selic até o final do ano seria suficiente para conter esse desvio. “No final do segundo trimestre de 2025 já vemos espaço para o Copom ‘mudar o sinal’ e passar a cortar juro”, diz o economista, ponderando que isso também depende do ganho de credibilidade do BC após a troca de presidente da autarquia.
Cenário mais benigno

Para 36 de 61 instituições consultadas, porém, o cenário deve ser de Selic inalterada ao menos até o final do ano. A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, reconhece que há um risco de alta, mas avalia que o cenário econômico está mais benigno em comparação ao exposto na última ata do Copom. “O cenário não deteriorou e não vemos deteriorando para justificar essa alta”, afirma.

Ela destaca que hoje há uma menor pressão na taxa de câmbio — que está mais próximo de R$ 5,40 — em relação ao Copom de julho, quando a taxa de referência era de R$ 5,55. Além disso, detalha, os últimos dados de inflação e atividade nos Estados Unidos corroboram um cenário de desaceleração da economia americana e confirmam a expectativa de redução dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). “Traz uma menor aversão a risco e favorece os mercados emergentes”, frisa.

Em âmbito doméstico, a economista não vê uma deterioração ainda mais expressiva das expectativas de inflação. De acordo com edição desta segunda-feira da pesquisa Focus, exemplifica, a expectativa de inflação para 2025 caiu de 3,97% para 3,91%. “Isso já é um sinal positivo e mostra que a Selic já está em um patamar suficientemente restritivo”, afirma.

Vitória acrescenta ainda que o dissenso na reunião de maio do Copom, junto às críticas mais duras do governo à política monetária, geraram um receio de possível interferência política no Banco Central. Depois desses episódios, ela avalia que a autarquia deve continuar a reforçar a credibilidade. “Não precisa reforçar subindo os juros, mas o discurso duro deve continuar.”

MINERAÇÃO

Money Times - SP   21/08/2024

O setor de mineração não anda bem das pernas na bolsa. Vale (VALE3) e CSN (CSNA3), duas das principais mineradoras, acumulam tombos superiores a 30% no ano. Tudo isso por conta do minério de ferro, que desaba 33% no período.

Apesar disso, outro minério não cansa de bater recordes. Trata-se do ouro, cuja a onça chegou a R$ 2.546, o maior patamar da história. Segundo a Bloomberg, as barras do minério ultrapassaram US$ 1 milhão pela primeira vez.

Na bolsa, uma ação está diretamente ligado a esse mercado: a Aura Minerals (AURA33), mineradora que faz a extração de ouro e ganha diretamente com a commodity.

Neste ano, a ação sobe 68%, mas para o Safra o papel pode ir além. O banco elevou o preço-alvo da BDR de R$ 22 para R$ 23,9. Se atingir esse preço, renovará máxima histórica. A empresa chegou à bolsa em 2020 valendo R$ 18 e sua máxima ocorreu em março de 2021 a R$ 23.

“O desempenho do preço do ouro nos surpreendeu, e agora estimamos que os preços se estabilizarão em torno dos níveis spot de US$ 2.500/oz no 2S24”, destaca o analista Ricardo Monegaglia. Segundo ele, a alta foi puxada por:

“Além disso, acreditamos que as compras líquidas dos bancos centrais, lideradas pelos países emergentes, estabilizaram em níveis saudáveis, apesar de terem se moderado nos últimos meses”, destaca.

Ademais, Monegaglia destaca que resultados da Aura melhorarão sequencialmente nos próximos anos devido à maior produção e menores custos graças ao ramp up de Almas e novos projetos (Borborema e Matupá).

Principais riscos são:
preços do ouro inferiores ao esperado, que poderiam ser causados, entre outras razões, pelo aumento das curvas de rendimento; riscos geológicos, pois os volumes estimados podem não ser confirmados; riscos de execução, que poderiam causar atrasos nos projetos ou reduzir as taxas de retorno; questões regulatórias, como tributação e licenciamento; e riscos ambientais inerentes às atividades de mineração.

Por volta das 12h40, a ação subia 0,11%. Na bolsa, a Aura Minerals vale R$ 1,03 bilhão.

Infomoney - SP   21/08/2024

O minério de ferro subiu na bolsa de Dalian nesta terça-feira, apoiado por um aumento persistente nos preços do aço na China, principal mercado consumidor do minério, embora dúvidas sobre as perspectivas de demanda em meio à falta de estímulos vigorosos tenham limitado os ganhos.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,21%, a 710,5 iuanes (99,45 dólares) a tonelada, subindo pela segunda sessão consecutiva.

O minério de ferro de referência de setembro na Bolsa de Cingapura, no entanto, caiu 1,11%, para 93,95 dólares a tonelada, após alta na segunda-feira e ligeira recuperação do dólar americano.

A maioria dos índices de referência do aço na Bolsa de Futuros de Xangai ampliou os ganhos, impulsionando o sentimento e apoiando os preços das principais matérias-primas para a fabricação de aço, como o minério de ferro.

O vergalhão subiu 1,93%, a bobina laminada a quente avançou 1,97% e o fio-máquina ganhou 1,21%.

Entretanto, os analistas duvidaram da sustentabilidade do aumento dos preços, citando que os fundamentos permanecem desfavoráveis e que a falta de estímulo fiscal obscureceu as perspectivas de demanda nos próximos meses.

As pressões sobre a oferta de minério de ferro diminuíram um pouco, mas ainda não há sinal de melhora na demanda e os dados de julho mostraram uma fraca demanda de aço downstream, de acordo com os analistas da Galaxy Futures.

“A redução na demanda de minério ocorreu de forma mais rápida do que na oferta, tornando difícil manter um equilíbrio entre a oferta e a demanda”, disseram os analistas da Sinosteel Futures em nota, acrescentando que as usinas mostraram mais interesse em minério de grau inferior em meio a margens reduzidas.

Valor - SP   21/08/2024

Campanhas em rádio, televisão, redes sociais e mobiliário urbano se inspiram no agronegócio e focam o consumidor final

Raul Jungmann: “A mineração tem um déficit de imagem histórico, que vem até antes de Mariana e Brumadinho” — Foto: Rogerio Vieira/Valor

Cinco anos após o rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019, e quase dez anos após o rompimento da barragem de Mariana, em 2015, dois dos maiores desastres da história brasileira em Minas Gerais, o setor de mineração busca melhorar sua imagem junto à opinião pública. Para isso, aposta na publicidade e se inspira no movimento feito pelo agronegócio, que nos últimos nove anos tem investido em campanhas institucionais.

Em julho, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) lançou sua primeira campanha institucional. Com o mote “Minerais, presentes no que você imaginar”, a ação publicitária aborda a presença e a importância dos minerais no dia a dia. Criada pela Oficina, consultoria de reputação e gestão de relacionamento, a publicidade conta com uma estratégia de divulgação ampla que envolve TV, rádio, mobiliário urbano e influenciadores. Já foi vista por cerca de 89 milhões de pessoas, segundo o Ibram.

“A estratégia adotada pelo Ibram demonstra seu entendimento de que, num mundo cada vez mais conectado, as organizações precisam demonstrar toda sua abertura para o diálogo constante com a sociedade”, diz o presidente do Ibram, Raul Jungmann.

Jungmann assumiu o cargo na instituição em março de 2022, após uma longa trajetória como ministro de Estado em áreas como Segurança Pública, Defesa e Desenvolvimento Agrário. Desde então, procura “reposicionar o setor” e torná-lo “mais aberto, transparente, e estratégico para o país”. A mineração representa cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e, em 2023, faturou R$ 248,2 bilhões, de acordo com o Ibram.

“A mineração tem um déficit de imagem histórico, que vem até antes de Mariana e Brumadinho, associado ao imperialismo e à colonização. As tragédias ambientais só fragilizaram ainda mais a reputação do setor”, diz Jungmann.

A campanha tenta modificar esse panorama. “Os minérios estão presentes em tudo e não são percebidos em nada. Se a sociedade não tem noção dos benefícios da atividade, sobram apenas as tragédias. Evoluímos muito após os acidentes nas barragens, e queremos comunicar isso. A regulação mudou, hoje temos um monitoramento 24 horas e a responsabilidade ambiental só tende a aumentar”, diz o presidente do Ibram.

Jungmann dá como exemplo a campanha “Agro é tech, agro é pop, agro é tudo”, lançada em 2015 e que modernizou a comunicação do agronegócio: “A gente mira o que fez o agro, mas temos nosso próprio caminho. Não se trata apenas de propaganda, mas um cesto de ações que demonstram nossa honestidade de propósito.”

Copresidente e cofundador da agência Africa Creative, Márcio Santoro, acredita que a mineração “pode e deve seguir os caminhos do agronegócio na comunicação”. O executivo observa que apesar de o negócio das mineradoras se dar entre empresas, a comunicação precisa ser com o consumidor final. “São empresas que vendem reputação, ações e trabalham com licença social. Uma reputação ruim vai impactar no negócio. Trabalhar a imagem é fundamental”, disse.

A agência é responsável pelas campanhas da Vale, maior mineradora do país, e que tem em seu histórico a tragédia de Brumadinho. A empresa lançou, em dezembro de 2023, o primeiro de uma série de anúncios publicitários com um conceito similar à campanha do Ibram, sobre a essencialidade dos minerais na rotina e em atividades corriqueiras.

O filme, com veiculação em TV aberta e fechada, em canais digitais e em mobiliário urbano, foi ampliada, desde julho, para falar sobre a presença desses elementos químicos em setores como o esporte. Para o fim de agosto está previsto um novo filme, sobre mineração e música. Ainda neste ano, a mineradora programa novas ações publicitárias com foco em temas de preservação ambiental, transição energética e economia de baixo carbono.

“Cinco anos depois da tragédia em Brumadinho, o momento de crise aguda ficou para trás, o que abriu espaço para conversarmos com a sociedade sobre outros assuntos. No auge da crise não teríamos como fazer campanha sobre a essencialidade da mineração, a companhia estava totalmente mobilizada para a reparação do desastre e das vítimas”, diz o diretor de comunicação da Vale, Leandro Modé.

No último dia 12, o Valor informou que o município de Brumadinho vai receber novas obras do acordo de reparação da Vale pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em 2019, totalizando R$ 585 milhões. Os recursos serão usados na construção de um distrito industrial, na recuperação e duplicação do acesso rodoviário que liga Brumadinho à BR-381, trecho Fernão Dias, e na pavimentação do município.

Brumadinho deve receber o equivalente a R$ 585 milhões e tratativas para Mariana ainda estão em andamento

Medidas de reparação em Mariana ainda estão em negociação. Os governos federal, mineiro e capixaba tratam com a Samarco e suas sócias Vale e BHP Billiton novas medidas de reparação pelos danos causados após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015. A repactuação é discutida desde 2021. A proposta mais recente das mineradoras é de R$ 100 bilhões. Os governos de Minas Gerais e Espírito Santo estão de acordo. O governo federal ainda não bateu o martelo.

Após a proposta, o Movimento dos Atingidos por Barragens divulgou uma carta aberta pedindo que a proposta das mineradoras fosse rejeitada pelo governo federal. Na carta, o movimento reivindica “um acordo coerente, que considere a centralidade das vítimas e sua reparação integral, não os interesses especulativos e imediatistas de quem há anos segue impune pelos seus crimes”. O MAB estima que a reparação custaria R$ 500 bilhões.

Segundo o diretor de comunicação da Vale, a recepção às campanhas tem sido positiva. “Se a sociedade não tivesse validado, não teríamos como seguir em frente. As ações foram muito bem avaliadas e o recall da marca [pesquisa para identificar a lembrança da marca após o lançamento de uma publicidade] aumentou. O mundo mudou e precisamos nos aproximar das pessoas com intencionalidade, transparência, recorrência e conversas engajadoras. Os desastres ambientais serão sempre motivo de tristeza e vergonha, mas temos muito mais coisa para mostrar”, disse Modé.

Em relação ao investimento no setor de marketing, Modé explica que os números vêm estáveis, mas com uma proporção diferente entre as áreas: “No auge da crise com as tragédias foi preciso aumentar o investimento em assessoria de imprensa e gestão de crise em redes sociais. Com o tempo, pudemos fazer a evolução desse valor para outras disciplinas, como a publicidade e projetos de conteúdo.”

No segundo trimestre de 2024, a empresa registrou lucro de R$ 14,6 bilhões, aumento de 219% em comparação ao mesmo período do ano passado, impulsionada por uma produção recorde. A receita líquida somou R$ 51,7 bilhões, alta de 8,3% na mesma base de comparação.

Outra empresa do setor que vem apostando no marketing é a Hydro. Os investimentos, de cerca de R$ 1 milhão em 2023, chegam a R$ 5,8 milhões neste ano, um aumento de 480%. A multinacional norueguesa opera no Pará uma mina de bauxita e uma refinaria de alumina, além da maior produtora de alumínio primário do país e unidades de extrusão em São Paulo e Santa Catarina.

Em dezembro do ano passado, a Hydro lançou uma campanha institucional no Pará tendo a cantora Fafá de Belém como embaixadora. A publicidade foi ampliada, entre os meses de março e junho, para São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e Santa Catarina, com mais de 700 inserções em TV, mídia impressa, rádio, redes sociais e mobiliário urbano. A empresa estima o impacto da campanha em mais de 100 milhões de pessoas.

“A Fafá é um símbolo da origem da nossa cadeia, do Pará para o mundo, nos ajudando a disseminar a mensagem. Mais do que tornar a marca conhecida, queremos esclarecer que não temos relação com as grandes tragédias na mineração [Mariana e Brumadinho] e mostrar nossas diversas ações positivas. Se trata de um esforço dobrado”, diz a diretora Lydia Damian, contratada há um ano para reestruturar e ampliar a área de comunicação da empresa.

A Hydro é alvo de ações por supostos vazamentos nos processos produtivos de alumínio e a consequente contaminação do meio ambiente no município paraense de Barcarena, em 2009. No mês passado, a Justiça Federal condenou a refinadora de alumínio a pagar R$ 100 milhões pelos danos causados.

“Foi um caso no passado, noticiado sem as informações claras e que agora está se desdobrando por conta do tempo da Justiça. Mas essa não é a realidade atual da Hydro, não trabalhamos mais com barragens. Com as campanhas, também procuramos esclarecer nossas operações e procedimentos para dar segurança aos clientes e expandir os negócios”, diz Damian. Entre os principais clientes para quem a Hydro fornece alumínio estão Apple, Grupo Volvo, Mercedes-Benz e Porsche.

Em setembro, a mineradora planeja o lançamento de uma nova ação publicitária, novamente com Fafá de Belém. O objetivo dessa segunda fase é, para além de apresentar a marca, informar sobre a atuação da empresa e seu relacionamento com a comunidade e o meio ambiente.

Com mais de 140 unidades em 40 países, a Hydro reportou um lucro líquido global de US$ 39,12 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 63% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita recuou 2% em base anual, para US$ 4,34 bilhões.

A empresa afirmou que preços de venda de alumínio mais baixos, volumes menores de extrusões e margens de reciclagem, e custos fixos mais elevados impactaram negativamente os resultados, em parte compensados pelos menores custos de matéria-prima.

O movimento da mineração na publicidade ganha impulso alguns meses depois de o setor siderúrgico lançar campanhas de grande porte direcionadas ao público final. Empresas como Gerdau e ArcelorMittal investiram em anúncios de TV, patrocínio de shows de música, de esportes e divulgações em redes sociais.

Em nota, a Samarco, que operava a barragem que se rompeu em Mariana, disse apoiar a iniciativa do Ibram. “A campanha busca demonstrar de forma didática que a mineração é essencial para o desenvolvimento de toda a sociedade brasileira e que as empresas do setor desempenham importante função social, gerando valor para os territórios nos quais atuam”, informou a mineradora, que tem como acionistas Vale e BHP Billiton.

A BHP afirma que “acredita na importância das iniciativas comunicacionais como ferramentas fundamentais para dar mais transparência à atividade minerária”.

IstoÉ Dinheiro - SP   21/08/2024

A Justiça de Minas Gerais determinou nesta terça-feira (20) a suspensão imediata de todas as atividades da mineradora Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra) na Mina Corumi, que fica nas proximidades da Serra do Curral. A medida  vale para lavra de minério de ferro e transporte de materiais depositados ou extraídos, o que inclui tráfego de caminhões de carregamento de fino de minério.

A decisão atende ao pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), feito por meio de Ação Civil Pública (ACP) em 24 de julho deste ano. O MP argumentou que a exploração minerária é predatória e ilegal, e que há descumprimento reiterado de obrigações assumidas para a recuperação ambiental da área.

A 9ª Vara Cível de Belo Horizonte também determinou a elaboração de Plano de Fechamento de Mina no prazo máximo de 30 dias. Deve ser apresentado um cronograma executivo e um plano para recuperação de todas as áreas degradadas e alteradas no empreendimento, assim como a definição do uso futuro da área recuperada.

A Empabra será obrigada a contratar, também em até 30 dias, uma auditoria técnica independente para acompanhar as medidas de recuperação das áreas degradadas e garantir a segurança das estruturas do local. A empresa pode pagar multa diária de R$ 50 mil caso não cumpra as medidas impostas pela justiça.
Histórico

A extração mineral no local é proibida. Em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Mineração (ANM) permitiu a retirada de 800 mil toneladas de minério que já haviam sido beneficiados e estavam estocados. Com a movimentação de caminhões, moradores das comunidades vizinhas e ativistas do Fórum Pemanente São Francisco e do Projeto Manuelzão passaram a questionar os órgãos públicos, pois desconfiavam que a Empabra teria voltado a extrair minério.

As suspeitas de atividade ilegal ganharam força em vistoria da prefeitura de Belo Horizonte em maio desse ano. A mina e todas as atividades da empresa foram totalmente interditadas. Houve autuação por crime ambiental e foi aplicada multa de R$ 64,9 mil.

A mina Granja Corumi existe desde a década de 1950. Com a Serra do Curral tombada como patrimônio de Belo Horizonte em 1990, as atividades no local foram reduzidas. Em 2007, a Empabra firmou um compromisso com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para elaborar um plano de recuperação da área degradada. Na época, denúncias indicavam riscos para a integridade do Parque Estadual da Baleia. Diante do descumprimento parcial do acordo, as atividades da mineradora foram embargadas temporariamente pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) em 2018.

No ano seguinte, o relatório final de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara de Vereadores de Belo Horizonte pediu a suspensão definitiva da extração de minério na Mina Granja Corumi. O documento sugeriu ao MPMG que fosse solicitado bloqueio judicial dos bens da Empabra até a resolução das questões trabalhistas e a recuperação da área degradada.

A reportagem da Agência Brasil tenta contato com a Empabra e atualizará a matéria caso consiga nota de posicionamento

 

O Estado de S.Paulo - SP   21/08/2024

A Agência Nacional de Mineração (ANM) refez a lista de municípios que recebem royalties por sediar estruturas de beneficiamento do minério de ferro e ampliou o número de cidades atendidas. Municípios de Minas Gerais, que haviam concentrado quase 90% dos recursos na primeira versão da lista do ciclo 2024/25, agora caíram para 70% dos contemplados.

A mudança ocorreu após o Estadão mostrar como uma mudança na lei, feita pelo Ministério de Minas e Energia, e a interpretação dela, pela ANM, haviam levado à concentração dos recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) em cidades mineiras.

O ministro Alexandre Silveira é do Estado e indicou o diretor Caio Seabra, também mineiro, para a ANM. Seabra é o autor do parecer que acionou a mudança de critérios que concentrou a verba em Minas Gerais.

O que é a Cfem e como é repartida?

A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), nome técnico dos chamados royalties da mineração, é recolhida das mineradoras e distribuída para municípios e Estados onde há mineração ou que sofrem influência dessa atividade econômica. O valor mais relevante é o pago a cidades pela exploração do minério de ferro, uma vez que 89% da arrecadação da Cfem deriva deste mineral.

Cidades com minas em produção repartem 60% de toda a arrecadação da Cfem, os Estados produtores recebem 15%, a União recebe 10%, e os municípios afetados - ou seja, que não têm minas, mas participam de alguma forma da atividade de mineração -, 15%. As cidades afetadas são divididas em subgrupos, dependendo da atividade que têm em seu território: ferrovias, portos, minerodutos e estruturas (como pilhas de minério ou barragens). Este último grupo recebe a chamada Cfem-estruturas e é alvo da alteração que provocou a concentração de Minas na lista de atendidos.

Mudança no rateio e nova lista

No último ciclo (2023/2024), 100 cidades estavam aptas a receber uma parcela da arrecadação da Cfem-estruturas, das quais 52 em Minas Gerais. No atual ciclo (2024/2025), após mudança nos critérios de rateio, o número caiu para 31, dos quais 87% eram municípios mineiros.

Pelo critério adotado neste ano pela ANM, o pagamento da Cfem só será feito se a mineradora informar ao governo federal que houve extração usando as unidades produtivas em determinada cidade - e, portanto, as estruturas das cidades do entorno foram usadas - ou se a empresa recolher a Cfem, o que comprovaria que houve atividade de mineração.

Após a publicação de reportagem do Estadão, a ANM publicou uma nova relação e elevou para 76 o número de cidades que podem receber parte dos royalties da mineração – e a prevalência de Minas Gerais caiu para 70%. Foram incluídas cidades do Pará, o segundo maior produtor de minério de ferro do País, do Ceará, do Rio Grande do Norte e de Goiás.

Procurada para comentar a nova lista, a ANM informou que fez a revisão para todos os tipos de minério, não apenas o de ferro. Parte das informações prestadas pelas mineradoras foi descartada do atual cálculo de distribuição da Cfem-estruturas.

Nos documentos oficiais sobre a nova relação de cidades atendidas, a ANM alega que fez as mudanças em razão de falhas na informação prestada pelas mineradoras e que levaram a um encolhimento da lista.

“Com essa revisão, na lista provisória retificada novos municípios foram incluídos, o que, para algumas substâncias (minerais), alterou os percentuais daqueles (municípios) que constavam na lista divulgada anteriormente”, informou a agência.

Procurado, o Ministério de Minas e Energia não se manifestou.

Dados contraditórios

A lista, porém, apresenta dados contraditórios, segundo técnicos ouvidos pelo Estadão. Há 14 cidades contempladas que não têm estruturas mineradoras em seus territórios, segundo informações que a própria ANM listou. Ao declarar se as cidades estão aptas a receber ou não, a agência listou as estruturas montadas em cada município do País em um documento de mais de 700 páginas.

Nessa situação estão, por exemplo, Belo Horizonte e dois municípios do interior do Maranhão – Açailândia e Cidelândia –, além de Novo Oriente (CE) e Currais Novos (RN), além de nove cidades de Minas Gerais.

Embora estejam listadas entre as beneficiárias da Cfem-estruturas por sediar equipamentos para a produção de minério de ferro, não há estruturas descritas no relatório da ANM nestas cidades.

Ao Estadão, a agência informou que decidiu avaliar as estruturas com base em informações prestadas pelas mineradoras sobre a produção no local. A ANM decidiu validar toda a área de uso descrita pelas empresas, efetivamente utilizadas ou não. Algumas dessas áreas extrapolam as fronteiras dos municípios originais, como é o caso de Belo Horizonte.

Segundo a ANM, duas pilhas de minério que têm localização na vizinha Nova Lima (MG) “invadem” o território de BH; por isso, a cidade foi contemplada mesmo sem a descrição de uma unidade produtiva própria.

O entendimento, no entanto, é novo e foi feito a toque de caixa para a lista refeita, segundo técnicos que acompanham o setor ouvidos pela reportagem. Em nota técnica divulgada em julho, a ANM informou que só levaria em conta a área do município onde está formalmente localizada a estrutura, e não áreas em municípios vizinhos.
Pagamento x campanha eleitoral

Com a revisão da lista de cidades atendidas pela Cfem-estruturas, a ANM estendeu o prazo de reclamações dos municípios. Na primeira tentativa, encerrada em 12 de agosto, houve 38 recursos. O novo prazo vai até 3 de setembro.

Enquanto isso, a ANM decidiu iniciar o pagamento da Cfem para as cidades contempladas em outras condições – mineradoras, com portos, minerodutos ou ferrovias.

A parcela dos atrasados de maio, junho e julho deve cair na conta dos municípios em 20 de agosto, bem no meio da campanha eleitoral. A da Cfem-estruturas, que acabou emperrada por essa mudança na regra, deve ficar para setembro.

Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   21/08/2024

Setores viram produção aumentar e estoques caírem ao longo do ano

As indústrias de máquinas e equipamentos e de material plástico tiveram melhora de produção, com impacto em estoques, ao longo do 2024. É o que informam ao Valor os presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos ·(Abimaq), Jose Velloso; e da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz. De acordo com ambos, a melhora parece ter ocorrido principalmente no segundo trimestre desse ano.

No caso de máquinas e equipamentos, junho mostrou altas de produção de 2,4% ante maio; e de 1,7% ante junho de 2023, informou a Abimaq. “Tivemos fluxo de vendas que, no segundo trimestre foi melhor do que no primeiro trimestre. Como o estoque está baixo, existe espaço para aumentar a produção, para a reposição de estoques”, resumiu Velloso.

Ele pontuou que a melhora é recente. Isso porque, no acumulado de primeiro semestre, a produção de máquinas e equipamentos ainda acumula recuo de 2%.

Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, concorda e complementa. “Quando olhamos os dados mensais, o último trimestre, por exemplo, notamos leve recuperação do setor. Ainda acumulamos essa queda forte, mas quando olhamos o primeiro trimestre, acumulávamos queda ainda maior, de 21%”, disse. Um movimento de melhora na demanda externa - o setor exporta em torno de 20% a 25% da produção -, aliado a procuras mais fortes em segmentos específicos, levou ao bom desempenho, frisaram.

No entanto, Zanella salientou que, no caso de máquinas e equipamentos, a recuperação ocorreu “um pouco tardia”. Isso porque não impedirá quedas em receita líquida de vendas e em produção, em 2024, respectivamente de 7% e de 1,1%. Mas as quedas poderiam ser maiores, não fosse a recuperação no segundo trimestre, admitiu. No acumulado até junho, receita e produção mostram recuos mais intensos do que o projetado para o ano: de 16,4% e de 2% respectivamente, segundo dados da Abimaq e do IBGE, afirmou ela.

Para a indústria de material de plástico, no entanto, a previsão é de alta na produção. Segundo a Abiplast, no primeiro semestre o setor produziu 3,6 milhões de toneladas de produtos transformados plásticos, com previsão de atingir 7,13 milhões de toneladas em 2024 - o que representaria alta de 1,5% ante 2023. No primeiro semestre, houve aumento de 5,9% ante igual período de 2023, contra expansão de 2,7% da indústria da transformação, notou Roriz. “Nós estamos crescendo principalmente na indústria de embalagens. Embalagens para alimentos, embalagens para bebidas, no setor eletroeletrônico, no setor de automóveis”, completou Roriz. “Isso é muito positivo para nós. Porque é o fato de você estar crescendo mais que a indústria como um todo; e mais do que crescemos aí no ano passado”, disse.

AUTOMOTIVO

Automotive Business - SP   21/08/2024

A Comissão Europeia reduziu as alíquotas de importação de carros da Tesla e de algumas montadoras chinesas.

A decisão é mais um desdobramento das medidas protecionistas tomadas pelos europeus, que acusam as marcas da China de se beneficiarem de subsídios para baratearem o custo de produção de veículos.

Em resposta, o governo chinês ameaçou fazer retaliações comerciais.
Tesla teve imposto cortado pela metade

No caso da Tesla, a nova alíquota é de 9% - bem menos do que os 20,8% propostos em julho.

Autoridades europeias afirmam que o pedido de recálculo das taxas partiu da própria Tesla com base em subsídios recebidos pela empresa.

Além disso, executivos da Comissão Europeia afirmam que a Tesla recebe menos subsídios do que as concorrentes chinesas, o que justificaria a redução do imposto.
Montadoras da China tiveram alíquotas reduzidas

Quanto às marcas chinesas, executivos da União Europeia propuseram um limite de 36,3% para as alíquotas.

Esse número é um pouco menor do que os 37,6% estabelecidos para empresas da China que não tivessem colaborado com as investigações anti-subsídios.

Três marcas asiáticas receberam novas alíquotas ligeiramente menores do que as estabelecidas em julho. A BYD agora paga 17%, a Geely recebeu 19,3% e a SAIC, 36,3%.

No mês passado, a Comissão Europeia estabeleceu uma alíquota de 17,4% para a BYD, 19,9% no caso da Geely e 37,6% para a SAIC.

Por fim, montadoras chinesas que mantêm joint ventures com parceiros europeus também podem ser elegíveis para pagar menos impostos.

 

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   21/08/2024

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou em primeiro turno, nesta segunda-feira (19), o projeto de lei do governo estadual que autoriza a transferência da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A, a Ferroeste, para a iniciativa privada. O placar foi elástico: 41 a favor e 7 contra.

A Ferroeste é a estatal que cuida de 248 quilômetros de ferrovia entre Guarapuava, na região central do estado, e Cascavel, no oeste. Foi criada em 1988 como empresa privada, mas transformou-se em sociedade de economia mista em 1991 por conta de uma lei e passou a ser administrada pelo governo estadual.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade

Os trilhos da ferrovia começaram a ser construídos no mesmo ano, mas a obra só terminou em 1994. Na época, o custo foi de R$ 360 milhões de dólares, ou mais de R$ 2 bilhões em valores atuais.

Atualmente, são escoados pelos trens da estatal cerca de 1,5 milhão de toneladas de grãos, como soja, milho e trigo, além de farelos e contêineres com proteína animal.

Mudanças no texto

Por ter recebido emendas, o projeto voltou e foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A oposição pediu mais tempo para analisar o texto. A tendência é que ele seja novamente discutido em segundo turno nesta terça-feira (20).

Entre as emendas, estão a obrigatoriedade da manutenção das operações do trecho entre Cascavel e Guarapuava, a garantia de que a sede vai continuar no Paraná e de que os futuros donos criem mecanismos que elevem a capacidade do transporte de cargas da Ferroeste.

Algumas emendas foram apresentadas por entidades do setor produtivo do Paraná. A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) informou, em nota, que é preciso “um maior diálogo em relação ao projeto de desestatização da Ferroeste. É fundamental que as definições estejam alinhadas”.
Oposição reclama, governo alega prejuízo

O líder do governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri (PSD), justificou que a privatização é necessária porque a Ferroeste dá prejuízo.

“O prejuízo é de quase R$ 200 milhões. O estado quer estancar isso. Em segundo lugar, o trajeto dela começa em Cascavel, vai até Guarapuava e não tem mais futuro porque não tem mais o que fazer. É mais lógico para o governo estancar os prejuízos do que colocar mais recursos”, afirmou.

Segundo o deputado Arilson Chiorato (PT), o governo não apresentou demonstrativos de que a Ferroeste tem déficit.

“Não há estudo que comprove a necessidade de venda, não há demonstrativo de que ela esteja em déficit, pelo contrário. O presidente da Ferroeste diz que a empresa não tem déficit desde 2018. Ele diz uma coisa e o projeto diz outra”, explicou.

 

NAVAL

Monitor Digital - RJ   21/08/2024

Uma pesquisa feita entre os usuários de recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), em 2023, estimou que a demanda por recursos para indústria naval alcança cerca de R$ 37 bilhões (2024–2027), com geração de 100 mil empregos.

Levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), junto com Senai e Sesi aponta um crescimento nos postos de trabalho de 30% no Rio e 20% no país no período 2019–2023. “Este cenário também se reflete nos primeiros cinco meses deste ano, com uma alta de 4,8% no Rio de Janeiro e 4,2% no Brasil em relação a 2023. Em todo o país, foram mapeados 178 mil empregos no período”, destaca a 6ª edição do Panorama Naval no Rio, publicação bianual lançada nesta terça-feira em evento na sede da Federação.
Sinaval destaca perdas entre 2014 e 2019

Identificar os entraves que dificultam o desenvolvimento da indústria naval local integram o capítulo abordado na publicação pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). O artigo destaca o impacto da queda de 82 mil empregos em estaleiros no país, em 2014, para 21 mil em 2019, resultando em perdas de R$ 32 bilhões para a economia local.

O Sinaval cita que o Governo Federal está próximo de anunciar as primeiras medidas para o fomento à indústria naval, com foco na capacitação de mão de obra, fortalecimento da cadeia de fornecedores, investimentos em pesquisa, questões tributárias, compras públicas e mecanismos de financiamento. Estima-se que ao menos 16 estaleiros no país têm condições técnicas de disputar contratos para a construção de navios e embarcações de apoio offshore.

Em julho, entidades setoriais apresentaram ao governo um conjunto de propostas com o objetivo de aumentar a participação da indústria local de bens e serviços no setor de petróleo e gás natural. A ideia é garantir conteúdo local mínimo que dê segurança aos investimentos.

O Sinaval, a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) reafirmaram a necessidade de uma política de conteúdo local previsível e juridicamente estável para atrair investimentos e utilizar a capacidade ociosa da indústria nacional.

Transpetro lança licitação para construção de 4 navios | Monitor Mercantil

O Estado do Rio de Janeiro possui cerca de 50% dos estaleiros de grande porte do país e uma indústria capaz de atender diferentes graus de complexidade tecnológica demandados pelo setor.

“O posicionamento estratégico do estado, próximo aos maiores campos produtores de óleo e gás e dos maiores centros industriais do país, incluindo o fornecimento de aço, é outro fator de destaque para nossa indústria naval fluminense”, destaca a gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso.
Aumento de liberações do FMM para indústria naval

No ano passado, foram liberados R$ 797 milhões para execução de projetos, e aprovados novos projetos no FMM no total de R$ 13,77 bilhões. As aprovações de novos projetos em 2024 já perfazem o valor de R$ 11,94 bilhões, e entre esse montante estão R$ 8,45 bilhões para Petrobras, destinados à construção no Brasil de partes de duas plataformas do tipo FPSO (Floating Production Storage and Offloading), navio-plataforma que tem a finalidade de produzir, armazenar e transferir petróleo e gás.

“Os novos desafios para a retomada da indústria naval – uma visão para as próximas décadas” é tema central da 18ª Navalshore 2024 – Feira e Conferência da Indústria Marítima, evento que começou nesta terça-feira (20) e termina na quinta-feira (22), no ExpoMag, no Rio de Janeiro.

Petro Notícias - SP   21/08/2024

No dia da abertura da Navalshore, que acontece até a próxima quinta-feira (22), no Rio, a Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – lançou o seu sexto Panorama Naval do Estado. Nos últimos anos, o mercado naval brasileiro apresenta crescimento tanto no país quanto no Rio. O Levantamento da Federação, com base nos CNAES relacionados ao mercado naval, aponta um crescimento nos postos de trabalho de 30% no estado do Rio e 20% no país no período 2019-2023. Este cenário também se reflete nos primeiros cinco meses deste ano, com uma alta de 4,8% no Rio de Janeiro e 4,2% no Brasil em relação a 2023. Em todo o país foram mapeados 178 mil empregos no período. Para baixar o Panorama Naval no Rio 2024 clique neste link.

A edição 2024 destaca a importância da geração de emprego e renda no país, bem como, da atuação do FMM – Fundo da Marinha Mercante- no fomento deste setor e seu potencial de contribuição nesse sentido. Com participação na publicação e apoio institucional, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) enfatiza que, nos primeiros 18 meses do atual governo, foram priorizados R$ 25,71 bilhões em projetos. Áreas já tradicionais, como as de petróleo e navegação interior, bem como novos mercados como eólicas offshore e desmantelamento e reciclagem de plataformas e embarcações, são consideradas essenciais para aquecer as demandas dos estaleiros nacionais, segundo o MPOR.

Luiz Césio Caetano, que acaba de ser eleito presidente da Firjan, disse que “Esta edição do Panorama Naval no Rio vem em um momento de grande expectativa do mercado sobre uma concreta retomada da indústria naval no país. Um aumento da participação da indústria nacional na construção de embarcações para o atendimento das demandas de óleo e gás e outros mercados, de forma sustentável e com aumento da competitividade da indústria, é pauta de grande mobilização das entidades governamentais e representantes da indústria.”

Diante deste contexto, a publicação reforça a importância de qualificar as discussões sobre as diferentes questões e áreas de atuação que abrangem este mercado, trazendo a visão e as perspectivas de instituições e empresas que contribuem de forma significativa para o sucesso da indústria naval e offshore do país. A indústria fluminense possui diversos diferenciais competitivos na área naval. Berço da indústria naval brasileira e maior parque fabril neste mercado, o estado do Rio possui cerca de 50% dos estaleiros de grande porte do país e uma indústria capaz de atender diferentes graus de complexidade tecnológicas demandados pelo setor.

“O posicionamento estratégico do estado, próximo aos maiores campos produtores de óleo e gás e dos maiores centros industriais do país, incluindo o fornecimento de aço, é outro fator de destaque para nossa indústria naval fluminense”, destaca a gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso.

Pauta frequente nas discussões sobre a retomada da indústria naval, as questões sobre qualificação e capacitação profissional não poderiam ficar de fora da 6ª edição do Panorama Naval do Rio. Participando da publicação, a Escola de Guerra Naval reforça a contribuição da Marinha do Brasil para o país no elevado nível de capacitação científica, industrial e técnica para o atendimento aos desafios impostos pelas Forças Armadas, mas também do setor produtivo. A navegação de apoio marítimo é, de fato, um caso de sucesso a contribuir para o bom desempenho dos mercados navais e offshore do país. Como representantes destas empresas, o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma) e a Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) destacam o fato de o país ter uma representatividade de cerca de 85% das 434 embarcações em operação de apoio marítimo no país, operando sob bandeira brasileira. Já a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que por meio de sua Câmara Setorial de Equipamentos Navais e Offshore (CSENO), ressalta o fato de que os mercados de navegação e de fornecedores de equipamentos podem se beneficiar de um crescimento mútuo, além de explorar o tema da inovação como essencial para o fortalecimento da indústria nacional.

Tema de grande interesse e com potencial de gerar grandes demandas para a indústria nos próximos anos, o descomissionamento dos campos de petróleo e gás também fez parte do conteúdo da edição 2024. O empreendimento do Porto do Açu apresenta como tem se preparado para encarar os desafios deste mercado e seus diferenciais competitivos. Também é destacado o fato de o produto siderúrgico oriundo de material reciclado nesse processo, emitir menos CO2 por tonelada de aço produzida, contribui para a agenda de descarbonização. Reativar a capacidade ociosa dos estaleiros e parques fabris nacionais, requer acesso a recursos financeiros, onde o FMM possui atuação histórica no fomento da indústria naval. Assim, a entidade traz um olhar sobre o momento atual da indústria naval do país e suas regionalidades. Além disso, o artigo informa que em pesquisa realizada junto aos usuários de recursos do FMM, em 2023, estimou que a demanda do setor por recursos para indústria naval alcance cerca de R$ 37 bi para o período 2024-2027, montante significativo que se traduzirá em um grande potencial de geração de empregos locais.

Principal empresa de logística de combustíveis do país, a Transpetro também faz parte desta edição, destacando a importância de sua frota própria na garantia da segurança do abastecimento e soberania nacional no mercado de combustíveis. O artigo traz considerações importantes sobre como as duas principais economias globais (EUA e China) trabalham as políticas públicas para o fortalecimento de seus mercados navais. Destaca ainda que, no Brasil, o transporte marítimo responde por cerca de 90% do comércio exterior e que apenas 4% do total de fretes, gerados pelo comércio exterior local, são pagos a empresas brasileiras, tendo como consequência que parte dos impostos, lucros e empregos decorrentes de produtos nacionais, são direcionados para o exterior. Já identificar os entraves que dificultam o desenvolvimento da indústria naval local integram o capítulo abordado pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). O artigo destaca o impacto da queda de 82 mil empregos em estaleiros no país, em 2014, para 21 mil em 2019, resultando em perdas de R$ 32 bilhões para a economia local.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   21/08/2024

A Petrobras assinou, na última sexta-feira (16), o contrato de aquisição de equipamentos submarinos para o campo de Roncador, na Bacia de Campos. O contrato vai gerar aproximadamente 500 empregos diretos e indiretos.

O acordo com o grupo SLB OneSubsea prevê o fornecimento de 2 Manifolds Submarinos de Procução (MSP), 1 Unidade de Distribuição Eletro-Hidráulica (UDEH) e equipamentos sobressalentes. A prestação de serviços envolve instalação, comissionamento, intervenção, manutenção e preservação dos equipamentos.

O contrato estabelece um requisito mínimo de 40% de conteúdo local para as demandas de bens e serviços. No entanto, a expectativa é de alcançar um percentual de 65%, o que contribui para o fortalecimento da economia nacional.

A fabricação do MSP e UDEH será realizada nas instalações da OneSubsea SLB em Taubaté (SP) e Curitiba (PR) com início do processo fabril previsto para o primeiro trimestre de 2025. Já a demanda de serviços será realizada em fábricas de Macaé (RJ) e Rio das Ostras (RJ).

Esses equipamentos submarinos são fundamentais nos projetos de produção de petróleo e gás offshore. O Manifold Submarino de Produção (MSP) concentra a produção de dois ou mais poços antes de direcionar a produção à Unidade Estacionária de Produção (UEP). Já as Unidades de Distribuição Hidráulica (UDEH) fornecem o fluido hidráulico necessário para a conexão dos umbilicais submarinos entre os poços e a UEP.

Sobre o campo Roncador

As plataformas P-52 (Mod 1A), P-54 (Mod 2), P-55 (Mod 3) e P-62 (Mod 4) produzem óleo e gás do campo de Roncador, que é uma parceria estratégica juntamente com a Equinor. A Petrobras detém 75% da participação do campo de Roncador e a Equinor detém 25%.

Enquanto a P-54 e a P-62 são FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência), a P-52 e a P-55 são UEP do tipo SS (unidades estacionárias de produção do tipo semi-submersível), tendo sido instaladas nos anos de 2007, 2007, 2013 e 2014, respectivamente. Elas estão instaladas em lâmina d'água entre 1400m e 1840m.

IstoÉ Dinheiro - SP   21/08/2024

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda na sessão desta terça-feira, 20, após oscilar entre altas e baixas no decorrer do pregão, de olho nos desdobramentos do Oriente Médio.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em queda de 0,67% (US$ 0,49), a US$ 73,17 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,59% (US$ 0,46), a US$ 77,20 o barril.

Na visão da analista sênior Svetlana Tretyakova, da Rystad Energy, o desempenho baixista do petróleo deve continuar nos próximos dias.

A especialista observou que apesar das negociações de cessar-fogo no Oriente Médio, os confrontos entre Israel e o Hamas continuam, portanto, os mercados “vão permanecer altamente sensíveis a quaisquer acontecimentos na região”.

Relatório do CityIndex observa que o potencial cessar-fogo na Faixa de Gaza, dados da economia dos EUA que serão divulgados nesta semana e o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira no Simpósio de Jackson Hole, “devem introduzir maior volatilidade nos mercados de petróleo bruto durante o resto da semana”.

Análise da Oanda observa que “o Brent é negociado dentro de uma zona de suporte crucial que se estende até a mínima de 5 de agosto em torno de US$ 75,83. Se os preços do petróleo saltarem dessa zona de suporte, eles podem encontrar resistência em torno de US$ 79,00 antes de atingir o nível psicológico de US$ 80,00”.

AGRÍCOLA

Forbes Brasil - SP   21/08/2024

É de sua sala em Curitiba que o engenheiro mecânico Rafael Manfroi Miotto comanda uma parte estratégica da poderosa CNH Industrial no mundo, dona das marcas Case e New Holland para agricultura e construção, um pool de fábricas de máquinas, equipamentos agrícolas e de serviços financeiros que, em 2023, faturou globalmente US$ 24,7 bilhões (R$ 135,2 bilhões na cotação de atual). Desse total, 74% vieram do agronegócio, ou seja, US$ 18,1 bilhões. Miotto é o presidente da CNH para a América Latina, região que no agro respondeu por US$ 3,2 bilhões (R$ 17,5 bilhões), com destaque em grãos e cana-de-açúcar.

Para 2024, por causa de efeitos climáticos globais, é esperado um recuo na receita total do segmento agrícola de até 12%, mas que não tira o apetite das marcas que miram drivers poderosos dessa engrenagem, como crescimento populacional, baixa disponibilidade de mão de obra qualificada, empuxo contínuo da mecanização e digitalização do campo devido à conectividade e grandes projetos de infraestrutura. Vale registrar que o investimento anual em pesquisa e desenvolvimento da empresa é da ordem de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,2 bilhões).

“As tecnologias – e não só a tecnologia de máquinas, mas a tecnologia agronômica do Brasil – estão sendo testadas lá fora, são consultadas e precisam ser levadas em consideração. Tem áreas de inovação em que o Brasil está bem na frente”, diz Miotto. Mas ele faz um alerta: o mercado está amadurecendo e crescendo; há iniciativas privadas, mas são necessárias políticas para que a capacidade de investimento do produtor rural não fique estagnada.

Não por acaso, Miotto foi um dos executivos que estiveram em Brasília em nome da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores para discutir o Plano Safra com lideranças do governo, no primeiro semestre do ano, incluindo o presidente da República.

“Há necessidade de mais recursos para o Moderfrota”, diz ele, que, na ocasião representava todo o setor, incluindo outros gigantes desse mercado, como a John Deere e a AGCO, dona de marcas como Massey Ferguson, Fendt, Valtra e Challenger Tractor.

Segundo a consultoria Mordor Intelligence, o tamanho do setor de máquinas agrícolas do Brasil foi de US$ 7,1 bilhões (R$ 38,9 bilhões) no ano passado e deve chegar a US$ 8,87 bilhões (R$ 48,5 bilhões) anuais até 2028.

Outro ponto de convergência desses três grupos que dominam o mercado de máquinas é a conectividade no campo. Um projeto comum que reúne concorrentes é a ConectarAgro, em que, além da indústria, estão empresas de telefonia, como TIM e Vivo, e de inovação, como a AWS (Amazon Web Services). Apenas 37% dos imóveis rurais no país têm cobertura 4G em toda a área de uso agropecuário, o que corresponde a 19% do território plantado, que é de cerca de 64 milhões de hectares. “Sem conectividade, nem a nossa máquina e nem a de ninguém vai usar toda a tecnologia embarcada”, reflete Miotto.

“A CNH não só está junto, como coloca dinheiro no processo. Em 15 dias, fechamos 1 milhão de hectares de cobertura de antenas da TIM junto ao pacote de máquinas que vendemos. Com conectividade, cada um vai buscar seu espaço.” Cada antena cobre uma área de 40 mil hectares, em média.

Com mais conectividade no cenário, os esforços atuais da indústria são direcionados para automação, autonomia e robótica na agricultura de precisão. No caso da CNH, há também um investimento crescente em combustíveis alternativos, como o biometano.

Conectar máquinas e equipamentos também é chave para um esforço de integração dos concessionários da marca, com destaque para os centros de assistência de conectividade, em que funcionam serviços aos produtores.

Em abril, começou a funcionar a 100ª unidade. Hoje, a partir desses centros, 10 milhões de hectares são monitorados, dos quais 80% estão no Brasil. “A máquina agrícola é uma indústria ambulante”, afirma Miotto. “E a conexão é um trunfo para a produtividade. O que temos em mãos é real, não são mais casos teóricos. E vale para toda a operação.”

Ele conta que um exemplo recente relatado por um dos centros foi de uma colheitadeira operando no campo com algum erro de configuração, o que fazia a máquina patinar, levando a mais custo por hectare e uma operação mais devagar do que o ideal. “Parece simples, mas pode haver perdas grandes por causa da patinagem de máquinas. E isso é algo simples de resolver ali na hora, com o monitoramento; mas, se fica para depois, reflete na lucratividade daquela operação”, diz ele. Vale registrar que o consumo de combustível responde por cerca de 35% do custo da produção das lavouras no país.

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