Diário do Comércio - MG 21/06/2023
Com produção de cerca de 4,5 milhões de toneladas de aço por ano, a usina de Ipatinga, no Vale do Aço, da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) vive, neste momento, importante processo de modernização com a reforma do alto-forno 3. Sob investimentos totais de R$ 2,7 bilhões, a obra vai permitir a otimização da produção na planta, bem como melhorias no tratamento ao meio ambiente, com a redução de gases de efeito estufa.
Porém, os aportes da companhia previstos para o exercício em todo o País vão além e somam cerca de R$ 3,2 bilhões. Deste total, pelo menos R$ 2 bilhões estão sendo aplicados na planta mineira e contemplam não apenas a reforma da estrutura, mas também intervenções na aciaria, no pátio de carvão e minério e em uma das coquerias.
Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o presidente da Usiminas Alberto Ono falou sobre essas e outras iniciativas da empresa em vistas de garantir a competitividade do negócio. Neste sentido, o executivo afirmou que futuras intervenções nos altos-fornos 1 e 2 de Ipatinga não estão descartadas e que poderiam ocorrer a partir de 2027. Até lá, a empresa estuda a melhor estratégia para as adequações: reforma ou troca dos equipamentos.
Ono também abordou outros assuntos como a mudança no controle de acionistas, os esforços da companhia na transição energética e descarbonização da cadeia produtiva, cenários externos e interno, incentivos do governo federal para o setor automotivo e o consumo de aço per capita no País.
Quais são os investimentos em curso neste momento pela Usiminas?
Estão previstos R$ 3,2 bilhões para 2023, dos quais, mais de R$ 2 bilhões apenas para a usina de Ipatinga. Um dos principais é o alto-forno 3, mas também estamos reformando a aciaria 2, mexendo em áreas como o pátio de carvão e minério e há ainda a recuperação de uma das coquerias. Há destaque no alto-forno 3 porque é o maior da unidade, mas também estamos aproveitando para mexer nos demais, já que numa situação normal não poderíamos pará-los, porque a planta funciona em cadeia.
E como está o andamento da obra?
Já temos mais de 6 mil pessoas envolvidas, número deve chegar a quase 9 mil no pico, em julho. O investimento é considerável: R$ 2,7 milhões. Estamos fazendo esses investimentos visando a sustentabilidade do negócio e cumprir com nossas responsabilidades. Essa reforma é um processo de alta complexidade e basicamente envolve a substituição quase completa do equipamento, o qual é o maior da usina. Depois da reforma, o forno estará pronto para operar pelos próximos 15 ou 20 anos e os outros equipamentos também terão que, de alguma forma, durar esse período, por isso estamos fazendo intervenção em várias áreas. Teoricamente, teríamos que fazer uma reforma nos altos-fornos menores a partir de 2027 ou 2028, mas ainda estamos avaliando. São outros dois altos-fornos menores e, em termos de tecnologia, mais antigos. Então, talvez não adiante apenas uma reforma.
Seria mais viável construir novos? Por quê?
Essa é a questão. Precisamos analisar o que é melhor, porque quando consideramos, por exemplo, a descarbonização, com tantas mudanças tecnológicas, pode ser que tenhamos que avaliar outras rotas de produção. E como isso deve ocorrer apenas em 2027, temos tempo para discutir o que fazer. A reforma do forno 3 começou a ser discutida em 2016, por exemplo. Os demais exigirão uma avaliação um pouco mais profunda, porque os próximos investimentos já exigem mais um olhar para esse quesito, mas também precisam ser técnica e economicamente viáveis. No Brasil já temos rotas que produzem aço com carvão vegetal, cuja emissão líquida de carbono, teoricamente, é muito menor. Mas existe uma barreira de escala. Isso funciona para usinas com escala menor, que chega a 1 milhão de toneladas de aço por ano. O segmento de vergalhão já faz uso, mas quando falamos de uma usina como a nossa, que produz 4,5 milhões, é um pouco diferente. Além disso, existe a alternativa de usar um processo que chamam de redução direta, com gás natural ao invés do carvão e que emite a metade de CO2. Também é viável e várias usinas no mundo já usam esse processo, mas funciona quando você tem um gás natural abundante e competitivo em termos de custo. Infelizmente, no Brasil, o gás natural é caríssimo e não teríamos cliente que aceitaria pagar o custo desse material. Neste caso, é tecnicamente viável, mas não do ponto de vista econômico.
A reforma do alto-forno 3 vai permitir aumentar a capacidade produtiva da planta? Também envolve ganhos em sustentabilidade?
Até então, estávamos limitando um pouco a operação do equipamento, por conta do desgaste e do tempo de operação. Agora, após a reforma, poderemos operá-lo em sua capacidade nominal, o que significa uma recuperação de cerca de 20%. Ou seja, na verdade, estávamos operando abaixo da capacidade original dele, que é de 3 milhões de toneladas. Assim, no total, a usina de Ipatinga soma 4,5 milhões de toneladas. A reforma prevê, primeiro, garantir que a gente vai ter o principal equipamento funcionando por mais 15 ou 20 anos. Segundo, a modernização geral do equipamento, que vai permitir maior eficiência e menores custos. Isso também significa menores consumos de uma matéria-prima, que é o carvão. Então, teremos menos emissão de CO2 e a consequente redução do efeito estufa.
Este nível de operação é suficiente para atender à demanda atual?
É difícil prever se será necessário aumentar nos próximos anos, pois dependerá do mercado. O objetivo é garantir uma estrutura operacional econômica na produção em Ipatinga. No ano passado, produzimos cerca de 3,5 milhões de toneladas de aço. Além disso, temos a operação de produção em Cubatão (SP), onde compramos placas e laminados, totalizando cerca de 1 milhão de toneladas. Esse é mais ou menos o balanço entre a produção própria e a otimização da produção em Cubatão. Vendemos aproximadamente 4,2 milhões de toneladas no ano passado. Teremos mais capacidade, teoricamente, após a reforma, mas o mercado atual continua longe do pico histórico de consumo de aço. Em 2013, por exemplo, o consumo aparente de aço plano era de cerca de 14 milhões de toneladas, enquanto atualmente estamos em torno de 4 milhões. Ainda há espaço para crescer, se necessário, mas mantemos um equilíbrio entre as produções de Ipatinga e Cubatão, usando esta flexibilidade. Uma vantagem que observamos, especialmente durante a pandemia, é que em Cubatão, ao comprar placas e laminados, é mais fácil reduzir a produção do que desligar os fornos, o que é uma decisão difícil de tomar e retomar. Portanto, tentamos manter Ipatinga funcionando de forma estável e otimizada, com a capacidade de absorver a situação do mercado.
Quanto da produção da Usiminas hoje vai para o mercado externo?
Nos últimos anos a gente tem flutuado em torno de 85% a 90% de mercado interno e 10% a 15% de exportação. No passado, antes de 2010, era mais ou menos 65% de mercado interno e 35% de exportação. O que mudou? Principalmente a demanda chinesa, que elevou muito a produção. A curva de aumento de produção na China é algo impressionante. O país dobrou a capacidade em menos de uma década e isso gera um desequilíbrio no mundo. No passado, o Brasil era um grande exportador para os Estados Unidos, Europa e Ásia. Hoje, é a China.
E como estamos em relação ao restante do mundo em termos de consumo de aço per capita?
Estamos flutuando em 120 kg por habitante desde a década de 1980. É um dado muito triste, porque reflete o que vivemos. Ao observar a curva dos outros países, vemos, por exemplo, que na década de 80, a Coreia do Sul era parecida com o Brasil, com um consumo de cerca de 120 kg por habitante. Hoje, a Coreia tem 900 kg e a gente continua no mesmo patamar. O México também já passou de 200 kg. O que distingue um país que avança de um que fica estagnado? Primeiro a amplitude do parque industrial e os investimentos em infraestrutura. Nos países desenvolvidos, uma parte importante do consumo de aço vai para a infraestrutura. E aqui ainda temos uma infraestrutura muito deficiente. E se pensarmos em estradas, aeroportos, ferrovias e energia também têm deficiência.
Quais são as metas da Usiminas para o clima? Existe um plano para descarbonização da cadeia?
Estamos no terceiro ano de inventário de carbono, feito anualmente. Nossa meta já está estabelecida e estamos analisando qual é a melhor estratégia a seguir. Isso ainda está em discussão, pois estamos tentando criar metas factíveis e que efetivamente serão alcançadas. Na nossa visão, há muitas promessas que ainda não têm garantias de que serão cumpridas. Não prometemos algo que não seja viável e possível de ser feito. Essa é nossa essência. A gente quer ser muito claro e transparente. Internamente, temos um grupo de trabalho para discutir esse assunto.
Em termos de sustentabilidade há outras ações?
A parte do meio ambiente é o que é mais demandado hoje. Mas quando falamos em sustentabilidade há também a parte social. Nisso já atuamos há bastante tempo, desde a questão da Fundação Francisco Xavier na área da saúde à nossa participação cultural, com o Instituto Usiminas. E também há uma preocupação significativa com a sociedade e com as pessoas que estão ao redor das nossas operações, principalmente em Ipatinga, já que lá é a maior operação, mas também em Cubatão (SP) e em outras localidades onde temos operações significativas.
A Mineração Usiminas (Musa) foi um dos primeiros grandes empreendimentos do País a adotar um sistema de disposição de rejeitos filtrados, com o método Dry Stacking na unidade de Itatiaiuçu (RMBH). Esta já foi uma preocupação em termos de meio ambiente?
O equipamento nos permitiu deixar de ter barragens em operação. Tínhamos três: duas que já estavam desativadas e se encontravam em processo de descaracterização e agora a última, maior, em Samambaia, cujo processo já era mais seguro, e que também já não está mais em operação, mas ainda está sendo descaracterizada. Esse processo deve durar dois anos. Esses nossos processos começaram antes mesmo das tragédias ocorridas com barragens em Minas Gerais.
Como avalia as metas climáticas estabelecidas pelos governos e os incentivos dados por eles?
A abordagem no mercado internacional é diferente. Em termos de eletrificação dos veículos, por exemplo, se for, efetivamente nisso que o Brasil vai apostar, temos que ter uma discussão de quanto isso vai custar, porque mudanças tecnológicas implicam custos. E este custo precisa ser dividido entre todos os partícipes da sociedade. Exigir que uma indústria seja zero carbono implica em aumento de custo e de produto. Não tem mágica. Novas tecnologias são mais caras, exigem mais investimentos e geram um custo maior de operação. Pelo menos até o negócio entrar no novo processo. É preciso equacionar. Se fosse como lá fora, com incentivo e se usasse dinheiro barato para fomentar e financiar o investimento… mas só impor para a iniciativa privada apenas gera impacto para a sociedade. O nosso empilhamento a seco, por exemplo, impõe custos maiores e isso está fazendo o preço do minério de ferro, que antes era viável, aumentar. Antes produzíamos a tonelada por x dólares, hoje esse custo aumentou, porque estamos utilizando uma tecnologia que é importante e mais segura, mas mais cara.
O resultado do 1º trimestre foi menor que o apurado no ano passado, quando considerado o lucro líquido. Como deverá ficar o desempenho da empresa no 2º trimestre?
Já indicamos ao mercado que, em termos de volumes de vendas, comparando com o primeiro trimestre, deveremos ter um nível um pouco menor. Estamos enxergando um movimento global de vendas menores e o mercado interno está bastante estável. Isso deve reduzir um pouco nossas exportações. Além disso, haverá impactos da parada do alto-forno 3. Temos um foco de priorizar o mercado doméstico e o mercado externo está bem complexo, porque a China está com excedente de produção. Com isso, até o preço está deprimido.
E pensando na demanda interna, as medidas anunciadas pelo governo para o setor automotivo vão trazer algum benefício para a Usiminas?
Existe uma conta que o setor automotivo está fazendo. São R$ 500 milhões em incentivo para cerca de 100 mil veículos. A pergunta é: esses 100 mil veículos são em cima do que já era esperado em termos de produção ou do que seria a projeção do ano e está sendo antecipado? Porque não adianta antecipar e depois cair. No fim do ano teremos a mesma quantidade de veículos comercializada. De toda maneira, o foco do plano são as reduções nos preços dos veículos, por isso, pode ser que tenhamos um volume maior de vendas e um impacto positivo para a siderurgia. Isso também porque o pessoal percebeu que exagerou um pouco nos preços, já que os valores dos carros nesses últimos dois anos e meio subiram absolutamente, acima da corrente inflacionária e dos preços de insumos como o próprio aço. Esse teve até redução de preço.
E como o preço do aço está hoje?
Vinha tendo, até o início do ano, uma perspectiva de mais estabilidade no mercado internacional. Mas depois teve sinais de aquecimento da economia chinesa, o que impactou a demanda interna do país e os preços do aço também começaram a cair. Agora, até o começo de junho, havia um viés de queda e agora inverteu novamente a curva, indicando alguma recuperação. Acho que o pessoal viu que exagerou um pouco na queda e começou a ter preocupações em termos de rentabilidade. Mas ainda depende muito de como vai ser a recuperação na economia chinesa, porque, no final, o preço do aço reflete muito a relação entre oferta e demanda e o consumo, que, no caso da economia chinesa, ainda depende muito de investimento em infraestrutura e imobiliário. Essa é a tendência global. Aqui no Brasil até tivemos alguns anúncios de reajustes por parte das siderúrgicas, mas depois, como começou a enfraquecer, o preço está basicamente estável. Para onde vai, só o mercado sabe.
O que muda, do ponto de vista da gestão, o grupo Ternium (T/T) ter fechado um acordo com a Nippon Steel (NSC) e assumir o controle da companhia?
Nossa diretoria entende que vai ser positivo para a empresa em termos de ter um processo de tomada de decisão mais rápido. Porque dentro da governança estabelecida no último acordo de acionistas da Usiminas, previa-se um equilíbrio entre os dois grandes acionistas. Então, para as grandes decisões era necessário um consenso. Se um dos acionistas principais não concordasse, não se conseguia aprovar nada. E são dois grandes grupos siderúrgicos, duas empresas com histórico, visões e culturas empresariais diferentes. Têm assuntos que eles concordavam de cara, mas têm assuntos que eles têm opiniões distintas. E o mundo de hoje pede previsibilidade e tomadas de decisão rápidas.
Infomoney - SP 21/06/2023
Duas notícias que a rigor poderiam ser positivas para a Vale (VALE3) não evitaram uma queda das ações da mineradora na sessão desta terça-feira (20). Às 13h27 (horário de Brasília), os ativos VALE3 caíam 2,41%, a R$ 67,73. Cabe destacar que os papéis da CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) também registravam quedas entre 1% e 2,5% no mesmo horário.
O mercado reagiu nesta manhã ao noticiário sobre o Banco do Povo da China, que baixou suas taxas referenciais de empréstimo (LPR, na sigla em inglês) de um ano e cinco anos em 10 pontos-base cada, a primeira redução em dez meses, à medida que as autoridades buscam sustentar uma recuperação em desaceleração.
Contudo, participantes do mercado se decepcionaram, uma vez que esperavam por mais medidas de estímulo, em meio aos dados ainda ruins do gigante asiático após a reabertura econômica.
Recentemente, os dados de maio mais fracos do que o esperado da China levaram economistas de vários bancos importantes a reduzirem suas previsões de crescimento para o ano, com as expectativas para o país agora ficando para mais suporte político, através de estímulos, nas próximas semanas.
Os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta terça, também em um movimento de realização de lucros, depois de atingir uma máxima de mais de dois meses na sessão anterior. Os traders esperavam por um suporte mais amplo, especialmente para o fraco setor imobiliário doméstico.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 0,9%, a 806,50 iuanes (US$ 112,47) por tonelada métrica. O contrato atingiu 825 iuanes na segunda-feira, o maior nível desde 31 de março, em meio a esperanças de mais apoio do governo ao setor imobiliário doméstico em dificuldades.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de julho mais ativo do ingrediente siderúrgico caiu 0,7%, para US$ 113,05 por tonelada. Na véspera, alcançou US$ 115, a maior cotação desde 18 de abril.
“Dado que a redução de 10 pontos base já foi precificada no mercado, há uma sensação de ‘compre no boato, venda no fato’ após a última decisão sobre as principais taxas de empréstimos de um e cinco anos”, disse o diretor administrativo da Navigate Commodities, Atilla Widnell.
“Ao mesmo tempo, agentes excessivamente otimistas do mercado financeiro têm torcido por medidas mais amplas, com cortes mais profundos nas taxas e injeções de emissões de títulos para fins especiais de vários trilhões de renminbi.” O tamanho da redução na taxa básica de empréstimo de cinco anos, que serve como taxa de referência para hipotecas, ficou abaixo do esperado, segundo pesquisa da Reuters.
Já segundo a Julius Baer, embora o impacto econômico imediato dos recentes cortes de juros seja mínimo e improvável de reverter a demanda moderada nos segmentos de habitação e investimento, eles sinalizam as preocupações dos formuladores de políticas sobre a desaceleração do ritmo de crescimento e sua intenção de apoiar o crescimento e reduzir os riscos negativos para o crescimento.
“Acreditamos que medidas de apoio mais direcionadas provavelmente serão adotadas diante do enfraquecimento do ímpeto de crescimento. Como os formuladores de políticas mostram preocupação com os desafios estruturais relacionados ao endividamento excessivo e ao investimento excessivo e desejam promover um crescimento de qualidade, é improvável que recorram ao manual de estímulos de larga escala que usaram em recessões anteriores para impulsionar o crescimento geral”, avalia.
Enquanto isso, no noticiário da Vale, a Bloomberg também informou que o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita lidera a disputa pela fatia de 10% nas operações de níquel e cobre da Vale. Em nota, a Vale disse que busca parceiro para metais básicos, mas não citou os envolvidos.
“A Vale vem atualizando o mercado sobre este assunto de forma regular, no entanto, neste estágio, não pode confirmar ainda o valor de um eventual investimento nem as partes envolvidas”, afirmou a empresa, em comunicado. Citando pessoas com conhecimento do assunto, a Bloomberg News disse que a participação societária pode ser avaliada em cerca de US$ 2,5 bilhões.
Segundo a Vale, o movimento na área de metais básicos faz parte de uma série de ações estratégicas tomadas ao longo dos últimos 18 meses visando posicionar a companhia para “acelerar seus planos de crescimento no Brasil, Canadá e Indonésia, entregando os minerais críticos extremamente necessários à transição energética”.
Brasil Mineral - SP 21/06/2023
O empreendimento mais que duplicará a capacidade de produção da empresa
A SINOBRAS, do grupo Aço Cearense, planeja concluir o seu projeto de expansão, no qual está investindo R$ 920 milhões, no segundo semestre deste ano. O empreendimento mais que duplicará a capacidade de produção da empresa, que passará de 380 mil t/ano para 850 mil t/ano.
A expansão envolve a instalação da Laminação 2, com capacidade de produção de 500 mil toneladas/ano de aço laminado em bobina e uma nova subestação e linha de transmissão de 230kV, que tem o objetivo de suprir as novas necessidades de cargas elétricas da produtora de aço e propiciar a utilização de energia da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, da qual é sócia como autoprodutora.
Com a nova Laminação, a empresa vai fornecer ao mercado novos produtos como o vergalhão em rolo (bobina e spooler). Outra novidade é que com a instalação da nova Subestação e Linha de Transmissão de 230kV, que vai atender à demanda de energia necessária para o funcionamento da empresa, haverá a disponibilização de 52 MVA de energia elétrica no município, possibilitando a instalação de outros empreendimentos que necessitem dessa capacidade de energia.
“Esse crescimento é realmente um diferencial e contempla várias fases e muitas mudanças na nossa estrutura. Novas oportunidades de emprego também serão geradas e haverá condições para o desenvolvimento de um Polo Metal Mecânico em Marabá”, afirma Ian Corrêa, vice-presidente de operações do Grupo Aço Cearense.
Infomoney - SP 21/06/2023
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve uma queda de 1,2% em abril ante março, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) divulgado nesta terça-feira (20). Na comparação com abril de 2022, a atividade econômica teve expansão de 3% em abril de 2023.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
“Assim como o forte crescimento registrado no primeiro trimestre não deve ser analisado de forma tão otimista, a queda de 1,2% da atividade econômica em abril não deve ser analisada de forma pessimista. Esta retração mostra um efeito esperado, tendo em vista que o desempenho econômico em fevereiro e março foi muito elevado devido à produção de soja”, explica Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
Ela lembra que a maior parte da colheita da soja se concentra no primeiro trimestre e, neste ano, teve grande influência nos resultados positivos registrados nos primeiros meses de 2023. A queda em abril, acrescenta Trece, sinaliza apenas que a colheita tende a ser menor a partir do segundo trimestre.
“Apesar de toda essa volatilidade característica da agropecuária estar sendo refletida em toda a atividade econômica, os desafios do País continuam sendo os mesmos. Os juros elevados e o menor fôlego esperado para o setor de serviços, em comparação ao ano passado, ainda são os principais entraves para a economia”, alerta a coordenadora.
Consumo e investimento
O consumo das famílias cresceu 2,9% no trimestre móvel com fim em abril. Apesar da expansão, há uma tendência de redução dessa taxa desde o final de 2022. O consumo de serviços é o principal componente a explicar essa tendência declinante; mesmo sendo o componente do consumo que mais cresce, tem apresentado perda de força desde o início de 2023, disse a FGV.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), medida de investimentos, cresceu 0,3% no trimestre móvel terminado em abril. O segmento da construção e de outros da FBCF seguem crescendo. No entanto, observa a FGV, as máquinas e equipamentos explicam este fraco desempenho da FBCF.
“As máquinas e equipamentos retraíram 3,1% no trimestre móvel findo em abril, sendo a quarta retração consecutiva nessa comparação. O desempenho do segmento de caminhões e ônibus é a principal causa para a retração desse componente”, informa.
Exportações e importações
A exportação de bens e serviços cresceu 4,8% no trimestre móvel terminado em abril. Os destaques são as exportações de produtos da extrativa mineral, agropecuária e serviços. Das exportações de produtos industrializados, onde estão os bens de consumo, bens de capital e bens intermediários, nota-se contribuição negativa ou praticamente nula.
Já o total das importações cresceu 3,5% no trimestre móvel terminado em abril. À exceção da importação de produtos agropecuários e da extrativa mineral, todos os demais componentes da importação contribuíram positivamente para este resultado.
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB até abril de 2023 em valores correntes, tenha sido de R$ 3,402 trilhões.
Globo Online - RJ 21/06/2023
Os juros não vão cair esta semana, mas poderiam. Espera-se ao menos que o recado de queda na próxima reunião seja claro. Em apenas 45 dias entre uma reunião e outra a projeção de inflação para 2023 e para o próximo ano encolheu em um ponto percentual. Isso apesar de a previsão de crescimento ter subido de 1% para 2,14%. O país está derrubando a inflação mesmo em meio à melhora dos prognósticos do PIB. Os juros futuros estão em queda, o dólar caiu ontem novamente reduzindo as pressões inflacionárias. É óbvio que a incerteza diminuiu e, se olharmos para fora da economia, a queda da imprevisibilidade é ainda mais forte.
A taxa de juros para janeiro de 2025, que pega a política monetária para este e o próximo ano, caiu de fevereiro para junho, de 13,23% para 11,12%. Mas a previsão de queda é ainda maior quando se olha o Boletim Focus. Ele prevê juros a 12,25% no final do ano e de 9,5% para o final do ano que vem. O que esses números dizem? Que nas transações e nas projeções, os bancos e consultorias trabalham com quedas fortes nas taxas de juros. E isso porque as expectativas melhoraram significativamente e o surto inflacionário foi vencido.
A previsão do IPCA de 2023 feita pelo Focus antes da última reunião do Copom era 6,05%. Agora é de 5,12%. Uma queda forte em um mês e meio. E era de 5,18% para 2024, agora é de 4%. O dólar estava cotado em R$ 5 durante a última reunião e ontem terminou o dia em R$ 4,77. Além da queda forte do dólar, houve redução dos preços externos de commodities, diminuição das expectativas de inflação e sinais de desaceleração da economia em abril. Argumenta-se que, mesmo em queda, a projeção da inflação está acima do teto da meta. Bom, as projeções vão continuar caindo.
Um dos motivos do conservadorismo do Banco Central é o desempenho do mercado de trabalho. A ideia é que o desemprego estaria baixo, e, portanto isso poderia pressionar para cima os salários e produzir inflação. É o que eles chamam de externalidade negativa de uma boa notícia. Mas Luis Otávio Leal, sócio e economista-chefe da G5 Partners, avalia que o número de 8% de taxa de desemprego dessazonalizada pela PNAD de abril pode ser artificial, isso porque a taxa de participação no mercado de trabalho vem caindo mês a mês. Há menos gente disponível para trabalhar. No final de 2019, estava em 63,4%. Caiu durante a pandemia para a 57,2%, e agora está em 61,3%. Se a taxa de desemprego fosse ajustada para o tamanho da participação, poderia estar em 11%, segundo ele.
Há essa análise das miudezas dos números, e todos eles mostram que o espaço para a queda da taxa de juros já está dado. E há o necessário olhar mais amplo para o cenário econômico. Nos últimos meses caiu a incerteza fiscal do Brasil, porque o teto de gastos, desmoralizado pelo governo Bolsonaro, e o temor de um governo petista gastador foram trocados por um arcabouço fiscal que está agora tramitando no Senado, depois de ter sido aprovado na Câmara dos Deputados. É inegável que a incerteza caiu, ainda que seja também razoável argumentar que persistem dúvidas sobre a estabilidade da dívida pública. Aliás, com juros a 13,75% e uma inflação caindo de 5% para 4% é muito difícil estabilizar qualquer dívida pública.
Se o olhar for mais amplo, para toda a conjuntura do país, fica ainda mais claro que há espaço para a queda dos juros. Do ponto de vista institucional, o país livrou-se da maior das incertezas, a de sofrer, na terceira década do século XXI, um golpe de estado ao estilo do começo da segunda metade do século passado. Era isso que se conspirava no entorno do presidente com a participação de militares da ativa e em postos estratégicos, como é o caso de Jean Lawand, o então subchefe do Estado-Maior do Exército. E vários outros militares com patentes, comando e da ativa estavam na mesma conspiração junto com o ex-chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. A notícia que veio a público inicialmente trazida por “Veja”, em matéria de Robson Bonin, revelou um quadro de grave risco institucional. Se houvesse o que eles defendiam, a intervenção na Justiça Eleitoral, com afastamento de ministros do TSE, teria acontecido a quebra da ordem constitucional. Em um cenário assim, nenhum arcabouço legal restaria de pé. O fim da democracia é a incerteza econômica, política e jurídica levada ao grau máximo.
Infomoney - SP 21/06/2023
Após queda em abril, a produção industrial voltou a subir em maio, de acordo com sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice do mês passado, porém, foi o menor para maio nos últimos três anos, mostrando que o setor ainda tem dificuldades em deslanchar.
Em uma escala na qual valores acima dos 50 pontos significam crescimento, a produção na indústria registrou 51,6 pontos. Em abril, houve uma retração significativa, com o indicador em 42,6 pontos, bem distante da linha divisória dos 50 pontos.
“Destaca-se ainda que, nos oito meses anteriores, o índice de evolução a produção ficou abaixo dos 50 pontos em sete deles, ou seja, essa alta da atividade, além de moderada, ocorre após uma série de resultados negativos”, destacou a CNI.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) das fábricas aumentou 2 pontos porcentuais em maio, chegando a 69%. Mas, assim como o indicador de produção, esse é o menor uso do parque industrial para maio nos últimos três anos.
Já o emprego no setor caiu pelo oitavo mês consecutivo, com o indicador em 48,4 pontos em maio. “O resultado está abaixo da linha divisória dos 50 pontos desde outubro de 2022, indicando que a percepção de queda do emprego industrial que marcou o último trimestre de 2022 se mantém”, acrescentou a entidade.
A sondagem mostra ainda que os estoques da indústria seguem acima do planejado pelos empresários. Pelo quarto mês seguido, o indicador ficou acima dos 50 pontos, chegando a 51,3 pontos no mês passado.
Apesar o resultado ainda insatisfatório para o setor, todas as expectativas dos executivos da indústria para os próximos seis meses melhoraram em junho. O índice de demanda passou de 53,6 para 54,6 pontos. Para quantidade exportada, o indicador passou de 50,2 para 50,8 pontos. Para compra de matérias-primas, melhorou de 51,7 para 52,7 pontos.
Da mesma forma a expectativa de contratações saiu do campo da retração, de 49,9 para 50,7 pontos. E a intenção de investimento subiu de 52,9 para 54,0 pontos.
“A alta de junho reverte totalmente a queda de maio e recoloca o indicador no mesmo patamar de fevereiro de 2023. Ou seja, essa dinâmica sugere relativa estabilidade na intenção de investir e cautela nas decisões de investimento por parte dos empresários da indústria”, diz a CNI.
Monitor Digital - RJ 21/06/2023
Além dos trabalhadores, lojistas, donos de concessionárias, o setor industrial também cobra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a redução nas taxas de juros no Brasil, as mais altas do mundo. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse nesta terça-feira à imprensa, que “não há nenhuma atividade econômica que possa pagar os juros cobrados hoje” no país.
O industrial criticou o custo do crédito e pediu ao BC “uma outra visão da economia brasileira”, numa clara crítica à atual gestão de Campos Neto a frente da instituição que tem a “autonomia” para decidir sobre as políticas de juros e cambial. A declaração acontece no mesmo dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne para definir a Selic, taxa básica dos juros, encontro que terá prosseguimento na quarta-feira.
Chega de sabotagem
A grande mídia informou que o presidente do BC deverá manter o índice da Selic nas alturas, nos atuais 13,75% ao ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, almoçou com Campos Neto. No cardápio, a tentativa do chefe da equipe econômica do governo Lula de convencer o presidente do BC que há ambiente para redução dos juros já na decisão desta semana.
“O próprio mercado sinaliza para uma queda da inflação, o dólar está em baixa e a bolsa tem subido, prevendo a também uma queda dos juros. Só a manutenção da sabotagem do Campos Neto explicaria a manutenção dos juros nas alturas”, criticou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) alterou de “estável” para “positiva” a perspectiva da economia brasileira. A empresa de consultoria divulgou na quarta-feira (14) que desde 2019 não ocorria uma melhora na classificação de risco no país, tendo o índice estagnado nos quatro anos do governo anterior. O anúncio do chamado “arcabouço fiscal” pela equipe econômica do governo e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima do esperado pelo mercado, são apontados como explicações para a melhora nos indicadores da economia. Nesta terça, o movimento sindical realizou novos protestos em todo o país contra os juros altos e pedindo a renúncia de Campos Neto.
O Comitê de Política Monetária (Copom) abriu nesta terça-feira sua reunião, com avaliações de conjuntura. A decisão sobre a taxa básica de juros (Selic) sai amanhã, no início da noite. Nas últimas seis reuniões, o colegiado manteve os juros em 13,75% ao ano, ignorando protestos.
Em protesto diante da sede do Banco Central, em Brasília, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, pediu a saída do presidente do BC. Para ele, Roberto Campos Neto “sabota o crescimento do país” com uma política de juros altos e – por ser bolsonarista – já deveria ter entregado o cargo. Centrais e movimentos sociais fizeram manifestações nesta terça-feira em outras regiões, como em São Paulo, na Avenida Paulista.
“Não há razão para o Campos Neto continuar mantendo a taxa básica de juros do país em absurdos 13,75%”, afirmou Sérgio Nobre. Ele chamou a política monetária de “crime” contra o país e disse que o presidente do BC deveria tomar “vergonha na cara” e baixar os juros. Uma das faixas estendida diante da sede do banco tinha os dizeres “Juros matam”.
Caso isso não aconteça, o sindicalista afirmou que irá aumentar a pressão pela saída do presidente da autoridade monetária. “Se não baixar a taxa de juros, já temos uma audiência marcada com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, porque sabemos que o Senado pode afastar Campos Neto do cargo e, na nossa visão, há motivo para isso, porque o presidente do BC está sabotando o crescimento do país”, disse o dirigente durante o ato. “A visão dele de Brasil foi derrotada nas urnas, em 2022. Campos Neto é um bolsonarista e deveria entregar o cargo. ( ) Não vamos sair das ruas enquanto esse camarada estiver à frente do Banco Central.” A audiência com o senador está prevista para quinta-feira.
A alta dos juros são uma “forma perversa” de transferência dos mais pobres para os mais ricos, ressaltou o dirigente da CUT. “Os juros estão embutidos nos produtos. Quando um trabalhador vai comprar uma geladeira, um fogão, ele não compra à vista. Ele financia e com os juros praticados, compra um, mas acaba pagando por três”, afirmou, citando ainda impacto na produção e na criação de empregos. A inflação em declínio, lembram os sindicalistas, é mais um motivo para reduzir juros.
O Estado de S.Paulo - SP 21/06/2023
Quando a China revogou repentinamente seus lockdowns e outras precauções contra a covid em dezembro, as autoridades em Pequim e muitos investidores esperavam que a economia do país voltasse a prosperar.
Não foi bem isso o que aconteceu.
Os investimentos na China estagnaram recentemente após uma atividade intensa nos primeiros meses deste ano. As exportações estão diminuindo. Cada vez menos novos projetos habitacionais são iniciados. Os preços estão caindo. Mais de um em cada cinco jovens está desempregado.
A China tentou muitos ajustes nos últimos anos, quando sua economia enfraqueceu, inclusive com empréstimos generosos para pagar estradas e linhas ferroviárias. E gastou quantias enormes com testes e quarentenas durante a pandemia. Gastos com estímulos extras agora para empréstimos motivariam uma explosão de atividade, mas representam uma escolha difícil para os formuladores de políticas preocupados com as dívidas acumuladas.
“As autoridades correm o risco de ficar para trás ao estimularem a economia, mas não há solução rápida”, disse Louise Loo, economista especialista em China, no escritório de Cingapura da Oxford Economics.
A China precisa reabilitar sua economia depois de se isolar do restante do mundo por quase três anos para combater a covid, uma decisão que levou muitas empresas a começar a transferir suas cadeias de suprimentos para outros lugares.
Xi Jinping, o presidente da China, se reuniu na segunda-feira, 19, com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, numa tentativa das duas nações de atenuar as tensões diplomáticas e abrir caminho para negociações econômicas de alto nível nas próximas semanas. Essas conversas podem desacelerar a recente proliferação de sanções e contramedidas.
A recuperação hesitante da economia da China viu as despesas crescerem de forma robusta apenas em algumas categorias, como viagens e refeições em restaurantes. E elas aumentaram em comparação com os níveis extremamente baixos do mesmo período em 2022, quando um lockdown de dois meses em Xangai interrompeu a atividade econômica em grandes áreas da região central da China.
A economia tem estado particularmente fraca nas últimas semanas.
“De abril a maio até agora, a economia passou por mudanças inesperadas consideráveis, a ponto de algumas pessoas acreditarem que as avaliações iniciais podem ter sido otimistas demais”, disse Yin Yanlin, ex-vice-diretor da principal comissão de formulação de políticas econômicas do Partido Comunista Chinês, em um discurso durante uma conferência acadêmica no sábado.
Funcionários do governo chinês têm dado pistas de que um plano de estímulo econômico talvez seja iminente.
“Em resposta às mudanças na conjuntura econômica, medidas mais contundentes devem ser tomadas para aumentar o ritmo do desenvolvimento, otimizar a estrutura econômica e promover a recuperação contínua da economia”, disse o Conselho de Estado do país, ou gabinete, depois de uma reunião na sexta-feira liderada por Li Qiang, o novo primeiro-ministro da China.
O enfraquecimento da economia da China traz benefícios e perigos para a economia global. Os preços ao consumidor e ao produtor caíram nos últimos quatro meses no país, freando a inflação no Ocidente ao reduzir o custo das importações chinesas.
Mas a demanda fraca na China pode agravar uma desaceleração global. A Europa teve uma amostra de uma leve recessão no início deste ano. Os aumentos rápidos das taxas de juros nos EUA levaram alguns investidores a apostar numa recessão no fim deste ano no país também.
Pequim tomou algumas medidas para revitalizar o crescimento econômico. Incentivos fiscais estão sendo implementados para pequenas empresas. As taxas de juros dos depósitos bancários foram reduzidas para incentivar as famílias a gastar mais dinheiro em vez de economizá-lo.
A medida mais recente do governo ocorreu nesta terça-feira, 20, quando o sistema bancário controlado pelo Estado reduziu suas taxas de juros de referência para empréstimos corporativos e hipotecas de imóveis residenciais (a taxa de juros de referência para empréstimos de um ano foi de 3,65% para 3,55%).
No entanto, muitos economistas, dentro e fora da China, estão preocupados com a eficácia das novas medidas.
Os consumidores estão economizando dinheiro e os investidores estão receosos de colocar seu capital nas empresas chinesas. Os investimentos privados, de fato, diminuíram até agora este ano em comparação com 2022. O setor imobiliário continua em crise, com as construtoras pegando mais empréstimos para pagar as dívidas existentes e finalizar projetos, embora a China enfrente um excesso de oferta de imóveis.
O mercado imobiliário da China está no centro dos problemas do país. A construção já foi responsável por até 25% do Produto Interno Bruto da China. Mas os compradores de imóveis em potencial têm adiado seus planos conforme as incorporadoras imobiliárias dão calotes em suas dívidas e não conseguem terminar os apartamentos pagos antecipadamente.
A construção de moradias caiu aproximadamente 23% nos cinco primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período em 2022. Isso sugere que o setor imobiliário deve encolher ainda mais nos próximos meses.
Chen Leiqian, profissional de marketing, 27 anos, começou a procurar por um apartamento em Pequim com o namorado em 2021, depois de cinco anos de namoro. Mas eles decidiram continuar num apartamento alugado quando se casaram.
“Os preços dos imóveis em todo o país estão caindo e a economia está péssima — há muitos fatores instáveis”, disse Leiqian.
Dois terços dos colegas de trabalho do departamento dela em uma empresa de tutoria on-line foram demitidos depois que a China implementou medidas rígidas contra o setor de educação privada com fins lucrativos em 2021. Um amigo de Leiqian não conseguiu mais pagar a hipoteca depois que perdeu o emprego no setor de tecnologia e foi despejado com a execução hipotecária.
A cautela das famílias de classe média como a de Leiqian pode implicar no maior dos dilemas para os formuladores de políticas em busca de uma fórmula eficaz para outra rodada de estímulo econômico.
“Você pode disponibilizar dinheiro para as pessoas, mas se elas não estiverem confiantes, não vão gastá-lo”, disse Alicia Garcia-Herrero, economista-chefe para a região Ásia-Pacífico do banco francês Natixis.
As famílias não são as únicas passando por dificuldades para pagar suas dívidas — o mesmo está acontecendo com os governos locais, o que limitou a capacidade deles de aumentar os gastos com infraestrutura.
O governo está receoso de iniciar outra oferta excessiva de crédito como aquela vista em 2009, durante a crise financeira de 2007-2008, e em 2016, depois que o mercado de ações da China despencou no ano anterior.
Embora o setor imobiliário em queda tenha prejudicado a demanda doméstica na China, as exportações ficaram estáveis este ano e, de fato, diminuíram em maio. O enfraquecimento das habituais exportações poderosas da China é digno de nota principalmente porque Pequim permitiu que sua moeda, o renminbi, perdesse cerca de 7% de seu valor em relação ao dólar desde meados de janeiro. Um renminbi mais fraco torna as exportações chinesas mais competitivas nos mercados estrangeiros.
Mais exportações ajudam a criar empregos e podem compensar de outro modo a economia interna fraca. No entanto, não está claro o quanto a China vai poder contar com a ajuda das exportações, pois alguns dos maiores parceiros comerciais de Pequim transferiram algumas compras para outros países da Ásia.
Nos EUA, o governo Trump impôs tarifas sobre uma grande variedade de produtos industriais chineses, tornando mais caro para as empresas americanas comprá-los da China. O atual presidente Joe Biden convenceu o Congresso no ano passado a autorizar subsídios generosos para a produção americana em categorias como carros elétricos e painéis solares. As exportações da China para os EUA caíram 18,2% no mês passado em comparação com maio de 2022.
Agora, enquanto a China considera como fortalecer a economia, ela deve enfrentar uma perda de confiança entre os consumidores.
Charles Wang dirige uma agência de viagens pequena com oito funcionários em Zhangjiakou, no norte da China. Sua empresa se recuperou quase totalmente após a pandemia, mas ele não tem planos de investir na expansão dela.
“Nossa economia está afundando de verdade e nem todo mundo tem tanto tempo e vontade de gastar”, disse Wang. “É porque as pessoas simplesmente não querem gastar dinheiro — todos estão com medo de novo, até mesmo os ricos.”/Tradução de Romina Cácia.
O Estado de S.Paulo - SP 21/06/2023
Continua com relevância na imprensa o tratamento dado às importações realizadas por alguns canais virtuais junto a distribuidores fora do Brasil. Um dos aspectos é que algumas empresas, "milagrosamente", colocam, por exemplo, discos no nosso país sem o pagamento dos impostos devidos, causando uma brutal concorrência desleal com os empresários que cumprem a lei.
O tema continuou ganhando repercussão, quando a mídia passou a publicar a intenção do governo brasileiro em taxar grandes plataformas internacionais, que estariam despejando em nosso país milhões de artigos (principalmente eletrônicos e peças de vestuário) sem que houvesse o obrigatório e necessário recolhimento de impostos, o que vem causando imensuráveis prejuízos, principalmente, aos fabricantes nacionais legais.
A ideia do governo, confirmada recentemente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é a taxação dessas empresas, no momento da venda, ou seja, antes do envio dos produtos ao Brasil, o que denominou de "plano de conformidade", ou "digital tax". Segundo informações, a medida está em elaboração e será detalhada em breve. Importante frisar que aquelas encomendas enviadas de pessoa física para pessoa física, com valor inferior aos U$ 50, continuariam isentas da taxação de impostos. Aliás, nada diferente do que já prevê a lei.
Em certa medida é compreensível que uma parcela da população que teve seu salário achatado nos últimos anos pense inicialmente apenas naquilo que "seu bolso consegue comprar", antes de compreender as consequências nefastas desta decisão. Desta forma, é preciso esclarecer à população que a taxação nada mais representa do que o estrito cumprimento à lei e a defesa da concorrência leal, afinal, em um país como o nosso, com uma carga tributária tão alta, não há como concorrer com produtos que chegam ao país, ou mesmo sejam aqui produzidos, sem o necessário pagamento de impostos.
Não à toa, algumas varejistas brasileiras, tradicionais do mercado de vestuário, apontam para o fechamento de diversas lojas e a dispensa de um número significativo de colaboradores, como nunca visto antes. Desde janeiro deste ano de 2023, sete grandes empresas do setor encerraram as atividades de mais de 110 pontos comerciais, com a promessa de fecharem outros cem. Somente no primeiro trimestre deste ano, o número de pedidos de falência, no segmento de vestuário, subiu 44% em relação ao mesmo período do ano passado.
A crise no setor de vestuário ainda assimila resquícios da pandemia, mas, certamente, o maior inimigo ofensivo daqueles que agem corretamente é aquele concorrente que burla o recolhimento de impostos, ganhando vantagem significativa de mercado, ao vender os seus produtos a preços bem mais baixos e atrativos.
Segundo estimativas divulgadas pelo Fórum Nacional de Combate à Pirataria e Ilegalidades (FNCP), somente no ano de 2022, em 14 setores analisados, o mercado ilegal brasileiro movimentou algo em torno de R$ 400 bilhões; um número assustador. Somente o setor de vestuário, amargou uma perda de R$ 84 bilhões, um dos segmentos mais afetados pelas práticas ilegais.
E o pior, e mais preocupante, é que os consumidores brasileiros, em pesquisas realizadas, são contra a taxação destas plataformas estrangeiras, pois, a bem da verdade, além de estarem preocupados com os seus bolsos, não conseguem enxergar a extensão que esta concorrência desleal alcança em nosso país, como o desemprego de amigos ou familiares e a destruição lenta de nossa combalida indústria, que ano após ano vem perdendo espaço no PIB brasileiro.
A sonegação de impostos, assim como a pirataria e o contrabando, acaba sendo aceita pelo brasileiro, que, ao olhar somente para o próprio bolso, opta sempre por produtos mais baratos, não querendo saber a sua origem. Mas, ao mesmo tempo, desfere ataques preconceituosos contra paraguaios, libaneses e chineses, colocando neles as verdadeiras causas da ilegalidade dos produtos, que chegam ao comércio, quando sabemos que é o próprio consumidor que faz as suas escolhas.
É hora de olharmos para os malefícios que os produtos ilegais causam ao país, assumindo um posicionamento de proteção e até mesmo de nacionalismo àqueles que cumprem as leis, de proteção aos nossos empregos formais, e de negação àqueles que cometem condutas desleais, que acabam por causar o fechamento de fábricas, lojas e a dispensa de um sem número de trabalhadores.
Por isso, não há como deixar de apoiar a intenção do governo brasileiro (que falha, ao fragilizar a fiscalização, enfraquecendo o seu quadro funcional) em taxar as plataformas estrangeiras que vendem e enviam os seus produtos para o Brasil, uma vez que aquelas que aqui estão devem cumprir com estas obrigações. É (ou seria) o mínimo que se espera para que tenhamos igualdade de tratamento (a chamada isonomia) e, assim, possamos tentar voltar a crescer como país e como sociedade.
Infomoney - SP 21/06/2023
O Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF, na sigla em inglês) despontou como o principal favorito para adquirir uma participação nas operações multibilionárias de níquel e cobre da Vale S.A. (VALE3), de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.
O PIF tem discussões avançadas com a mineradora brasileira sobre um acordo para adquirir aproximadamente 10% da sua unidade de metais básicos, de acordo com as fontes, que pediram para não serem identificadas por discutirem informações confidenciais. Elas afirmaram que a participação poderia ter um valor de cerca de US$ 2,5 bilhões.
O fundo de investimento está prestes a superar outros concorrentes, incluindo a japonesa Mitsui & Co. e a Autoridade de Investimento do Qatar, disseram as fontes. Ainda pode levar pelo menos algumas semanas para chegar a um acordo formal, afirmaram.
O PIF pode realizar o negócio com a Vale por meio de uma joint venture estabelecida em janeiro com a empresa estatal de mineração da Arábia Saudita, a Maaden. A joint venture foi criada para adquirir participações minoritárias em empresas de minério de ferro, cobre, níquel e lítio, como parte dos esforços da Arábia Saudita para diversificar sua economia além do petróleo e garantir acesso a metais estratégicos.
As discussões estão em andamento e as negociações podem não dar certo ou outro comprador ainda pode surgir. Os porta-vozes do PIF e da Maaden não comentaram ou não puderam ser contatados. Representantes da Mitsui, Vale e QIA se recusaram a comentar.
No ano passado, a Vale contratou consultores para avaliar opções para o negócio, em meio à crescente demanda por metais como cobre e níquel, que são essenciais para o impulso global em direção a formas de energia mais limpas. A Vale opera minas de níquel e cobre em países como Brasil, Canadá e Indonésia.
Infomoney - SP 21/06/2023
Os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta terça-feira, depois de atingir uma máxima de mais de dois meses na sessão anterior, com cortes modestos nas taxas básicas de empréstimo da China desapontando traders que esperavam por um suporte mais amplo, especialmente para o fraco setor imobiliário doméstico.
A China, maior produtora mundial de aço, cortou os índices de referência de empréstimos nesta terça-feira, no primeiro afrouxamento em 10 meses, buscando reforçar uma recuperação econômica lenta.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 0,9%, a 806,50 iuanes (US$ 112,47) por tonelada métrica. O contrato atingiu 825 iuanes na segunda-feira, o maior nível desde 31 de março, em meio a esperanças de mais apoio do governo ao setor imobiliário doméstico em dificuldades.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de julho mais ativo do ingrediente siderúrgico caiu 0,7%, para US$ 113,05 por tonelada. Na véspera, alcançou US$ 115, a maior cotação desde 18 de abril.
“Dado que a redução de 10 pontos base já foi precificada no mercado, há uma sensação de ‘compre no boato, venda no fato’ após a última decisão sobre as principais taxas de empréstimos de um e cinco anos”, disse o diretor administrativo da Navigate Commodities, Atilla Widnell.
“Ao mesmo tempo, agentes excessivamente otimistas do mercado financeiro têm rezado por golpes mais amplos, com cortes mais profundos nas taxas e injeções de emissões de títulos para fins especiais de vários trilhões de renminbi.”
O tamanho da redução na taxa básica de empréstimo de cinco anos, que serve como taxa de referência para hipotecas, ficou abaixo do esperado, segundo pesquisa da Reuters.
IstoÉ Dinheiro - SP 21/06/2023
A mineradora ArcelorMittal irá destinar R$ 300 milhões para reparar danos causados em Itatiaiuçu (MG), devido ao risco de rompimento da barragem da Mina Serra Azul. Diante da falta de segurança na estrutura, comunidades do entorno precisaram ser evacuadas em 2019. Mais de quatro anos após deixarem suas casas, as famílias ainda não sabem quando poderão retornar.
Ao todo, um valor de R$ 440 milhões foi pactuado em Termo de Acordo Preliminar (TAP) firmado nesta segunda-feira (19) entre a mineradora, o MPMG, o MPF, a prefeitura de Itatiaiuçu e a comissão dos atingidos da cidade. Mas deste total, R$ 140 milhões representam aportes já realizados nos últimos anos. Assim, são R$ 300 milhões adicionais que a ArcelorMittal deverá destinar às ações de reparação.
Esses recursos dizem respeito à reparação dos danos difusos e coletivos. As indenizações referentes aos danos individuais já haviam sido definidas em acordo firmado em 2021. Na época, foi pactuado que os atingidos que moravam na área evacuada poderiam escolher entre duas opções: receber em dinheiro o valor integral do seu imóvel ou aderir a um programa de compra assistida para adquirir uma nova casa. Em todo caso, eles permaneceram donos das propriedades na zona afetada, podendo ter acesso novamente a elas no futuro.
Ainda conforme o acordo de 2021, aqueles que tinham propriedades parcialmente afetadas e que não foram desalojados escolheriam entre uma indenização proporcional ou a venda do imóvel à mineradora. Também foram fixados valores indenizatórios referentes à privação do acesso a suas moradias, à paralisação de atividades econômicas e aos danos morais.
Já o TAP recém-assinado, voltado para a reparação de danos coletivos, envolve planos elaborados pelos atingidos com apoio da Aedas, entidade que eles escolheram para prestação de assessoria técnica. Foram indicadas medidas nas áreas de saúde, assistência social, educação, cidadania, comunicação, cultura, esporte e lazer, trabalho e renda, meio ambiente e infraestrutura. Ficou também estabelecido o reconhecimento de mais 540 famílias atingidas, somando-se às 655 que já haviam sido cadastradas. Além disso, a mineradora aceitou custear por mais cinco anos os trabalhos da Aedas.
O termo assinado é considerado preliminar porque os detalhes da governança do processo de reparação dos danos coletivos, bem como a definição de quem serão os responsáveis pela execução das ações previstas, ainda serão objeto de discussão e definição pelos envolvidos. Novas rodadas de negociação deverão levar a uma assinatura de outro documento.
Evacuação
Como ocorreu em outras cidades, a retirada de moradores de áreas próximas da estrutura foi um dos desdobramentos da tragédia em Brumadinho (MG), ocorrida em 25 de janeiro de 2019. No episódio, o rompimento de uma estrutura da Vale causou 270 mortes e gerou impactos socioeconômicos e ambientais na bacia do Rio Paraopeba.
Após a tragédia, um pente-fino nas barragens de diversas mineradoras foi feito por meio de vistorias da Agência Nacional de Mineração (ANM) e de ações de fiscalização do MPF e do MPMG. Como resultado, dezenas de barragens foram consideradas inseguras e ficaram impedidas de operar. As evacuações foram determinadas para os casos mais preocupantes. Na época, a barragem da ArcelorMittal encontrava-se no nível de emergência 2. Em março do ano passado, após a ANM atualizar a metodologia de classificação das categorias de risco, ela foi colocada no nível 3, que é acionado nas situações mais críticas.
Segundo a ArcelorMittal, a barragem da Mina Serra Azul está desativada desde 2012 e é submetida a um monitoramento 24 horas por dia. Os trabalhos de descaracterização da estrutura deveriam ter sido concluídos até fevereiro do ano passado, quando se encerrava o prazo previsto pela Lei Estadual 23.291 de 2019. Conhecida como Lei Mar de Lama Nunca Mais, a norma definiu a extinção de todas as barragens construídas pelo método de alteamento a montante, similar ao usado em Brumadinho. A maioria das mineradoras não conseguiu cumprir o prazo e foi pactuada uma multa.
No caso da ArcelorMittal, a mineradora foi penalizada em R$ 6,1 milhões. Como em outras barragens, o processo de descaracterização envolve previamente a construção de uma estrutura de contenção a jusante. Trata-se de um grande muro que serviria de barreira para impedir o escoamento dos rejeitos em uma eventual ruptura.
No mês passado, a mineradora suspendeu todas as atividades na barragem em cumprimento a liminar da Justiça do Trabalho. Conforme a decisão, que atendeu pedido do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG), somente poderiam ser mantidas atividades na modalidade remota. A presença de trabalhadores na barragem e no seu entorno poderá ser posteriormente autorizada depois da elaboração de um plano que garanta a preservação de suas vidas em caso de rompimento da estrutura.
Participação
Segundo nota divulgada pelo MPMG, a formulação dos termos do novo acordo contou com ampla participação popular e os atingidos puderam discutir cada item. A proposta final foi aprovada em assembleia com a presença de aproximadamente 400 pessoas. “Para a construção e discussão da proposta celebrada hoje foram realizados debates com a comunidade, por meio de reuniões presenciais e virtuais, assembleias, e diálogo contínuo entre os envolvidos”, registra o texto. O MPMG considera que o processo garantiu a centralidade das pessoas atingidas, as quais tiveram efetiva participação e puderam contar com a atuação da assessoria técnica que eles escolheram.
Os atingidos chegaram a elaborar, juntamente com a Aedas, uma proposta de matriz de danos estabelecendo parâmetros para a reparação. Ele foi levado em conta nas negociações de 2021 e tem sido considerado nas recentes tratativas. Essa matriz de danos subsidiou, por exemplo, a criação de subcategorias – sofrimento psíquico; relações de vizinhança; relações familiares e restrições à locomoção – consideradas para o cálculo do valor referente aos danos morais. Com o novo acordo, essas referências também servirão de base para garantir as indenizações individuais das 540 famílias que só agora foram reconhecidas como atingidas.
Em 2021, quando foi firmado o acordo fixando detalhes das indenizações referentes aos danos individuais, o MPF já havia considerado que as negociações progrediram de forma inédita, elogiando a postura da ArcelorMittal. Na época, a instituição apontou que a busca por soluções consensuais e extrajudiciais em casos similares, na maioria das vezes, não evolui devido à conduta das mineradoras.
Na época, o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), que mobiliza famílias afetadas por empreendimentos minerários em todo o país, viu o acordo como uma conquista decorrente da luta e da construção coletiva. Mesmo celebrando os avanços, a entidade indicou que alguns direitos teriam sido negados pela ArcelorMittal. E desde que o acordo foi celebrado, já ocorreram alguns protestos onde os atingidos criticam sua implementação. Em 2022, por exemplo, uma carreata foi organizada em Itatiaiuçu para apresentar 12 reivindicações, entre elas, celeridade no pagamento das indenizações, levantamento da desvalorização dos imóveis, reconhecimento de danos morais e garantia de moradia aos caseiros e inquilinos.
De acordo com o MPF, o novo acordo reitera o caso de Itatiaiuçu como um marco na construção coletiva de processos de reparações de danos causados por problemas com barragens de mineração. Segundo a Aedas divulgou em seu site, a assembleia em que os atingidos analisaram a proposta ocorreu no dia 2 de maio. A aprovação se deu com ressalvas. Os atingidos reivindicam participação na decisão da forma como os R$ 300 milhões serão usados. Além disso, defendem que a execução das medidas seja conduzida por uma entidade gestora escolhida pela comunidade e sem ligação com a mineradora. Querem ainda que o custo da contratação dessa entidade não seja contabilizada dentro dos R$ 300 milhões.
Em nota, a ArcelorMittal informou que vem atuando na busca de uma reparação integral. “O acordo, fruto de uma construção coletiva, reflete a posição da empresa de não medir esforços para estabelecer uma solução consensual para os impactos causados. Os parâmetros foram discutidos com todas as partes, permitindo ampla participação dos atingidos. Os valores serão destinados a medidas de reparação indicadas pela comunidade e discutidas conjuntamente entre moradores, município, ArcelorMittal, MPMG e MPF”, acrescenta o texto.
Exame - SP 21/06/2023
A Vale (VALE3) disse hoje que busca ativamente parceria para o seu negócio de Metais para Transição Energética, sem negar ou confirmar a informação mais cedo publicada pela agência de notícias "Bloomberg" de que o fundo soberano da Arábia Saudita seria o principal concorrente para comprar uma participação nas operações de níquel e cobre da mineradora.
"A Vale vem atualizando o mercado sobre este assunto de forma regular, no entanto, neste estágio, não pode confirmar ainda o valor de um eventual investimento nem as partes envolvidas", disse em comunicado.
O que diz a reportagem da Bloomberg?
Conhecido como PIF, o fundo está em negociações avançadas com a mineradora brasileira sobre um acordo para adquirir cerca de 10% na unidade de metais básicos, de acordo com as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as informações são confidenciais. A participação pode ser avaliada em cerca de US$ 2,5 bilhões, disseram.
O fundo deve derrotar interessados como a trading japonesa Mitsui e a Autoridade de Investimento do Catar, disseram as fontes. Pode levar algumas semanas para que um acordo formal seja alcançado, disseram.
O PIF pode fechar o negócio com a Vale por meio de uma joint venture que formou em janeiro com a mineradora estatal saudita Maaden. A parceria, criada para assumir participações minoritárias em negócios de minério de ferro, cobre, níquel e lítio, faz parte dos esforços da Arábia Saudita para diversificar sua economia além do petróleo e garantir o acesso a minerais estratégicos.
Agência Brasil - DF 21/06/2023
O presidente em exercício Geraldo Alckmin disse, nesta terça-feira (20), que não há uma decisão definitiva do governo sobre a prorrogação do programa de compra de veículos com desconto. Para ele, a medida foi um sucesso.
O programa para a renovação da frota será custeado por meio de créditos tributários, descontos concedidos pelo governo às montadoras no pagamento de tributos futuros. De acordo com balanço divulgado ontem (19), 65% dos recursos destinados para descontos em carros já foram utilizados
“[A extensão do programa] não é uma decisão definitiva. Provavelmente, acabou os R$ 500 milhões acabou o programa [para carros]”, disse. “O estímulo vai continuar no caso do caminhão e do ônibus porque esse é mais demorado [para utilização dos créditos], porque você tem que retirar da rua um caminhão antigo ou um ônibus antigo para renovar a frota. Mas essa é uma decisão um pouquinho mais à frente, agora o fato é que foi um sucesso”, disse.
No total, o governo reservou R$ 1,5 bilhão para o programa: R$ 500 milhões para automóveis, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus. Ele tem prazo de quatro meses, mas deve se esgotar antes, assim que acabarem os créditos tributários.
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, participou hoje de um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a regulação do mercado de carbono no Brasil e a competitividade industrial.
“Renovação da frota preserva emprego, substitui uma frota envelhecida por veículos novos que poluem muito menos e dá mais segurança no caso os veículos leves”, acrescentou o vice-presidente.
Os descontos no valor final dos carros incluídos no programa do governo federal vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, podendo aumentar a depender dos critérios usados pelas fábricas e concessionárias. O tamanho do desconto no preço dos carros vai depender de três critérios: menor preço, maior eficiência energética (menos poluente) e maior porcentagem de conteúdo nacional, que é o total de partes do carro fabricadas no território brasileiro.
No caso da renovação da frota de caminhões e ônibus com mais de 20 anos, é preciso comprovar que os veículos antigos foram retirados de circulação.
Juros básicos
Alckmin avaliou que a redução de carga tributária estimula as vendas e a atividade produtiva e que, por isso, há a necessidade de redução dos juros no país. “Hoje 70% da venda de carro é à vista. Quem não tem dinheiro para comprar à vista não compra. Então, o que nós fizemos: enquanto o juros não cai, e nós temos certeza de que ele vai cair, vamos ajudar para que o consumidor possa ter acesso [a bens novos]”, disse.
Nesta terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. O órgão deve manter o aperto monetário com a Selic em 13,75% ao ano, mesmo com a queda recente da inflação.
Para o governo, o atual nível da taxa Selic atrapalha os investimentos. Embora a taxa básica tenha parado de subir em agosto do ano passado, está no nível mais alto desde o início de 2017 e os efeitos de um aperto monetário são sentidos na desaceleração da economia.
Valor - SP 21/06/2023
Um consórcio de mais de 120 empresas globais, incluindo a Honda e a Ford, compilou padrões preliminares sobre “passaportes de bateria” baseados em blockchain. Eles permitirão aos usuários rastrear as pegadas ambientais e sociais de cada bateria.
A União Europeia decidiu exigir tal documentação digital para baterias a partir de 2026. Com os Estados Unidos e a Índia considerando sua adoção também, os participantes do setor estão disputando um papel de liderança no processo de regulamentação.
Os passaportes fornecem registros digitais da cadeia de suprimentos de uma bateria, incluindo a origem dos materiais usados, a porcentagem de componentes reciclados, a quantidade de emissões de dióxido de carbono associadas e as proteções dos direitos humanos.
O consórcio Mobility Open Blockchain Initiative (Mobi) pedirá à Comissão Europeia e outras autoridades ao redor do mundo que adotem seus padrões, com lançamento previsto para breve.
Outros membros do consórcio incluem as montadoras Nissan, Mazda, General Motors, Stellantis e BMW, bem como Denso e Itochu.
As regras, elaboradas em cooperação com a Amazon Web Services e a Hitachi, atribuirão a cada bateria um número de identificação usando blockchain para rastreá-la durante o processo de produção.
As montadoras normalmente fornecem materiais de bateria por célula. O Mobi visa rastrear a produção de cada célula para calcular a pegada de carbono de cada bateria.
Ele também planeja rastrear a condição das baterias em tempo real para prever quando elas precisam ser reparadas ou substituídas.
A Catena-X, um consórcio rival que inclui Volkswagen e Siemens, também está elaborando padrões para passaportes de bateria.
“Os passaportes de bateria são um elemento importante de uma economia circular”, disse Hagen Heubach, membro do conselho da Catena-X e vice-presidente global da SAP para a indústria automobilística, ao “Nikkei Asia”.
A iniciativa é impulsionada em parte por preocupações ambientais.
O Parlamento Europeu decidiu em junho introduzir passaportes de bateria em 2026 para melhor cumprir os novos requisitos de reciclagem de materiais de bateria, incluindo lítio e cobalto.
A demanda por baterias está crescendo com a adoção de veículos elétricos e energia renovável. As vendas globais de carros elétricos saltaram cerca de 50%, para mais de 10 milhões de unidades em 2022, incluindo veículos elétricos a bateria e híbridos plug-in, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).
Cerca de 60% da demanda de lítio naquele ano foi para uso em veículos elétricos, contra cerca de 15% em 2017, diz a IEA. Maior transparência poderia reduzir o impacto ambiental da produção de baterias.
A segurança econômica é outro fator.
Metais industrialmente importantes, como lítio e níquel, só podem ser encontrados em um pequeno número de países. A China detém uma participação de mercado de aproximadamente 60% no processamento de lítio.
Os Estados Unidos e a Europa veem as baterias como um produto estratégico. A reciclagem de materiais mais relacionados é considerada fundamental para reforçar as cadeias de fornecimento de baterias nesses locais.
Valor - SP 21/06/2023
Economistas veem preocupação do BC chinês e se dividem sobre próximos passos
Embora o impacto econômico imediato dos recentes cortes de juros feitos pelo Banco Popular da China (PBoC) seja mínimo e improvável de impulsionar a demanda por moradia e investimentos, os cortes revelam as preocupações dos formuladores de políticas sobre a desaceleração do ritmo de crescimento chinês e sua intenção de apoiar o crescimento e reduzir os riscos negativos para o crescimento, avalia Sophie Altermatt, economista do banco suíço Julius Baer.
Segundo ela, medidas de apoio mais direcionadas provavelmente serão adotadas diante do enfraquecimento do ímpeto de crescimento. “Como os formuladores de políticas mostram preocupação com os desafios estruturais relacionados ao endividamento excessivo e ao investimento excessivo e desejam promover um crescimento de qualidade, é improvável que recorram ao manual de estímulos de larga escala que usaram em recessões anteriores para impulsionar o crescimento geral”, afirma.
Hoje, o Banco Popular da China (PBoC) cortou sua taxa referencial de juros de longo prazo, conhecida como LPRs, em 10 pontos-base. O LPR é utilizada como base para formação das taxas hipotecárias. Com a redução, LPR de um ano caiu para 3,55% e a de cinco anos para 4,2%. Na semana passada, a China já havia reduzido seus juros de curto e médio prazo também em 10 pontos-base.
O Julius Baer reduziu a previsão de crescimento para o segundo trimestre de 2023 após a forte desaceleração do ímpeto de recuperação indicada pelos dados econômicos de abril, e agora a reduziu novamente após os dados de maio. “A recuperação concentrou-se estreitamente no setor de serviços, enquanto o setor industrial está sofrendo com a demanda de bens domésticos moderada e a demanda externa fraca”, afirma a economista, que agora espera uma desaceleração no crescimento chinês para 0,3% no segundo trimestre, de 2,2% no primeiro trimestre. “Isso reduz nossa previsão de crescimento anual para 2023 para 5,2%, de 5,6% anteriormente”, afirma.
Para os analistas do banco Goldman Sachs, também é provável que a China implemente mais medidas de flexibilização no segundo semestre, incluindo um novo corte de 10 pontos-base nas taxas de juros, um corte na taxa de compulsório, mais emissão de títulos e apoio imobiliário. No entanto, é improvável que a escala do estímulo corresponda aos ciclos de 2008-2009, 2015-2016 e 2020, já que os formuladores de políticas provavelmente não seguirão o antigo caminho para estimular a economia, afirmam eles. O corte veio em linha com as expectativas dos economistas, embora "possa ser decepcionante para alguns analistas que esperavam um corte mais profundo", disse o banco de investimento.
Segundo Duncan Wringley, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, muitos esperavam um corte de até 15 pontos-base e o que pode acontecer agora, com um corte de 10 pontos-base, é que os compradores potenciais de imóveis fiquem esperando novos cortes para realizar suas compras, deprimindo ainda mais as vendas. “Mas os formuladores de política devem preferir uma recuperação gradual e equilibrada do setor imobiliário em vez de deixar este mercado superaquecido, como aconteceu em ciclos anteriores, como em 2020”, disse ele.
Robert Carnell, economista para Ásia-Pacífico no banco ING, também é cético quanto aos efeitos dos cortes de juros na China. “Mesmo com novas reduções, e esperamos mais do mesmo nos próximos meses, talvez várias iterações de cortes, não é provável que veremos uma forte demanda por imóveis. O setor de construção provavelmente permanecerá fraco e os governos locais continuarão a sentiro aperto das vendas reduzidas, limitando sua capacidade de buscar projetos de infraestrutura expansionistas”, afirmou.
CNN Brasil - SP 21/06/2023
No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia a quarta reunião do ano para definir a taxa Selic, o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, saiu em defesa da redução dos juros no país.
“É fundamental que a gente, nesta reunião do Copom, já inicie a redução da taxa de juros no Brasil. Para todos os segmentos. Inclusive vai afetar o segmento de incorporação bastante”, disse à CNN, após seu discurso no 4º Fórum de Inovação e Liderança da Incorporação (FILI 2023), realizado em São Paulo, nesta terça-feira (20).
A redução do déficit habitacional depende da redução da taxa de juros, segundo o presidente da Abrainc.
“Se você não tem a taxa adequada, não há capacidade de compra, as pessoas compram imóvel e utilizam financiamento bancário. Não é diferente para nós no Brasil, por isso a taxa de juros é fundamental”.
O presidente da associação explicou que o setor da incorporação imobiliária fica mais aquecido, com taxas de juros menores “Quando você tem taxa abaixo de dois dígitos, você vê um grande volume de pessoas querendo comprar imóveis. Quando a taxa tá acima do que está hoje, mesmo que a taxa para o comprador do imóvel seja mais baixa do que a Taxa Selic, porque nós usamos recursos oriundos da caderneta de poupança, mas mesmo assim, ela está a níveis acima de dois dígitos”.
O Fórum de Inovação e Liderança da Incorporação tem como objetivo promover debates, além de disseminar conhecimentos por meio de pesquisas e estudos inéditos a respeito do mercado imobiliário. O FILI 2023 conta com diferentes painéis sobre tendências, inovações e soluções que trazem mais produtividade e eficiência para o setor.
Fiesp
A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) divulgou, nesta terça-feira (20), um comunicado de apoio à redução da taxa de juros. “Este é um momento crucial para a autoridade monetária decidir pelo início do ciclo de baixa da taxa de referência, dando fôlego à economia. Nada justifica o Brasil seguir com o título de campeão mundial de juros reais”.
O posicionamento da Fiesp traça um panorama sobre os impactos de juros nos diferentes setores da economia. “Embora o desempenho do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre tenha sido uma boa surpresa, a concentração desse resultado em um único segmento, a agropecuária, distorce a compreensão da situação da economia. O setor de serviços teve atuação fraca, a construção civil recuou pelo segundo trimestre, a taxa de investimento caiu. A indústria de transformação amargou a terceira retração seguida — a sétima nos últimos dez trimestres”.
A nota, assinada pelo presidente da Fiesp, Josué Christiano Gomas da Silva diz ainda que “Juros altos despropositados empobrecem o país. Famílias e empresas estão endividadas e o crédito está caro e escasso. Esse ambiente hostil compromete o futuro do Brasil”.
Selic
Especialistas ouvidos pela CNN acreditam que antes de uma eventual redução, o Banco Central deve fazer um comunicado de intenção do corte da taxa.
Uma projeção da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) indica que o BC deve manter a taxa Selic em 13,75% ao ano na próxima reunião. E que o afrouxamento da política monetária pode acontecer a partir da reunião do mês de agosto.
O Estado de S.Paulo - SP 21/06/2023
Destacar-se num setor altamente dependente da taxa de juros, em um ano em que a Selic se manteve em 13,75%, foi o grande desafio dos vencedores do prêmio Top Imobiliário, entregue na noite desta segunda-feira, 19, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).
O prêmio é resultado de uma parceria entre o Estadão e a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) e vem reconhecendo os incorporadores, construtores e vendedores mais ativos na Região Metropolitana de São Paulo há 30 anos.
“Esse é um setor que se reinventou na pandemia, vendendo online, se recriou em tempo de inflação, contendo custos e agora se superou nesses últimos 12 meses de taxa de juro a 13,75%”, disse Mirella Raquel Parpinelle Correa, diretora executiva comercial da Lopes Consultoria de Imóveis, empresa que foi reconhecida como melhor vendedora e melhor incorporadora do ano e também dos últimos 30 anos - menção que esta edição da premiação fez, para comemorar as três décadas do Top Imobiliário.
Para a Lopes, segundo ela, a saída para contornar os juros altos foi investir na capacitação do time de vendas e na motivação das equipes.
O diretor-presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, destacou que o setor imobiliário é importante tanto na geração de habitação e empregos quanto no pagamento de impostos. “O Estadão apoia a livre iniciativa e por isso apoia esse setor da economia, assim como outros. O setor imobiliário tem um potencial transformador”, disse.
Outra empresa de destaque na celebração - que teve a presença de aproximadamente 200 executivos de empresas do setor, como MRV, Tenda, Cury, Plano&Plano, Econ e Even, entre outras - foi a Cyrela Brazil Realty. A construtora ficou em primeiro lugar no ano e também recebeu a menção honrosa dos 30 anos da premiação.
“Para a Cyrela esse é um momento histórico, estamos muito felizes e gratos. Essas premiações validam nosso trabalho de sempre estarmos focados em fazer o bem, de perseverar e contribuir para a transformação e evolução da cidade, e de uma sociedade, consolidando ainda mais nosso trabalho em uma jornada de 60 anos no mercado imobiliário”, disse Efraim Horn, CEO e copresidente da Cyrela.
Adriana Boggio, secretária municipal em exercício de Infraestrutura Urbana e Obras, destacou no evento a pujança do setor imobiliário e lembrou que o projeto Pode Entrar, da Prefeitura de São Paulo, deve injetar cerca de R$ 8 bilhões no mercado. “O programa incentiva o mercado a produzir unidades habitacionais com segurança jurídica. Tanto que 56 empresas já se credenciaram para participar”, disse.
Cidade para pessoas
A ideia de transformar espaços públicos em lugares onde a vida na cidade possa acontecer foi outro destaque do evento, com a entrega do 9º prêmio Pensador de Cidades, da Embraesp, ao escritório Levisky Arquitetos, pelo conjunto da obra.
Dentre os projetos do escritório estão, por exemplo, a revitalização da Praça Victor Civita, em Pinheiros, a transformação dos reservatórios da Sabesp em parques nos bairros Butantã, Cajaíba e Mooca, entre outros.
“Todos nosso projetos pensam os espaços como maneira de promover a vida e o bem-estar das pessoas na cidade”, disse a arquiteta Adriana Levisky. A parceria entre o poder público e o setor privado, segundo ela, é importante para as cidades como um todo e o desafio é fazer esses acordos perdurarem no tempo, mesmo que as administrações municipais mudem.
Ela acredita que todo o setor imobiliário precisa ter uma visão de cidade - e não só do projeto - ao lançar um novo empreendimento. “Por isso certas mudanças que a revisão do novo plano diretor da cidade de São Paulo traz são importantes”, disse ela.
Uma delas é a ampliação do perímetro em que se pode fazer o retrofit (revitalização) de prédios antigos. “Há muitas lajes de estacionamentos abandonadas por toda cidade, não só no centro, e São Paulo precisa ser mais ágil para atualizar esses lugares, que acabam ficando abandonados”, diz ela.
A verticalização da cidade, com prédios mais altos, não é o vilão do novo plano, segundo ela, mas sim a falta de integração dos projetos com os bairros e a vida das pessoas nas ruas. “Se um projeto não contempla a calçada, a diversidade de coisas numa mesma região, com residências, e comércio - para que as pessoas possam andar a pé -, ele mata o bairro”, diz a arquiteta.
O Estado de S.Paulo - SP 21/06/2023
A Câmara Municipal de São Paulo adiou em três dias a votação final do projeto de revisão do Plano Diretor, remarcada agora para a segunda-feira, 26. O adiamento ocorre em meio à pressão de organizações da sociedade civil e de vereadores por mais tempo para editar o texto final, que seria publicado nesta quarta-feira, 21. Novas alterações já estão confirmadas, como a redução da ampliação dos eixos de verticalização para até 800 metros de trem e metrô e o fim da criação de zonas de concessão, dentre outras.
Na reúne semanal de líderes dos partidos na Câmara, nesta terça-feira, 20, representantes do PT, do PSOL e do Republicanos (partido do governador Tarcísio de Freitas) defenderam mais tempo para a discussão de mudanças. Novos adiamentos não estão descartados, mas a votação não deve passar da próxima semana, pois a previsão é de que a Câmara entre em recesso após o dia 29.
O Plano Diretor é a mais importante lei urbanística municipal, com uma série de regras e incentivos construtivos hoje evidentes na cidade, como a concentração da verticalização no entorno de metrô, trem e corredor de ônibus. A revisão foi aprovada em primeira discussão em 31 de maio e, se novamente obter maioria na Câmara, será depois encaminhada para promulgação pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Com o adiamento, o calendário das audiências públicas foi revisto. A de quarta-feira foi adiada. A de quinta e sexta-feira estão mantidas e uma terceira será feita no sábado, todas pela manhã.
”O substitutivo ainda não foi concluído e, portanto, não será publicado no Diário Oficial desta quarta. Como se tratava de uma audiência devolutiva para apresentação do texto, ela não será realizada”, justificou a Câmara em nota.
A nota destaca que o relator da revisão, vereador Rodrigo Goulart (PSD), segue “trabalhando na construção do texto final”. Também salienta que há um “diálogo aberto com os demais vereadores para a finalização do texto”.
Nesta terça-feira, movimentos sociais e moradores fizeram uma manifestação em frente à Câmara. Eles são críticos a diversos trechos, como a ampliação do eixo de verticalização, e pedem o adiamento da revisão por ainda mais tempo.
Plano Diretor de SP: o que deve mudar na versão final do texto?
Parte dos itens mais criticados do texto aprovado em 1º turno no Legislativo municipal deve ser alterada e até retirada. Isso ocorre após conversas que envolvem o prefeito, o relator Rodrigo Goulart e mais interlocutores.
Alguns exemplos foram confirmados pela Câmara em coletiva de imprensa na segunda-feira, 19, como um recuo na ampliação dos eixos de verticalização da cidade. A quantidade de eixos ainda vai aumentar, mas em proporção menor do que o aprovado pelo Legislativo na primeira votação da lei, em 31 de maio.
Eixos de verticalização aumentam, mas menos do que na proposta anterior
O perímetro dos eixos de verticalização da cidade, que ficam nas imediações da rede de transporte, será ampliado no máximo de até 600 metros para até 800 metros das estações de metrô e trem. A proposta anterior, aprovada no Legislativo em maio, era de extensão a até um quilômetro das estações. Há ainda discussão se o recuo será ainda maior.
No que diz respeito ao entorno de corredores de ônibus, o texto aprovado em primeira votação possivelmente será mantido. Desta forma, o raio de influência de até 300 metros hoje em vigor vai passar para até 450 metros.
Trecho que cria nova zoneamento para concessões sairá do projeto
Após críticas, o trecho que criava um novo tipo de zoneamento na cidade, as zonas de concessões (sigla ZCP), será retirado do texto final. Essa classificação abrangeria as áreas públicas concedidas ou que serão concedidas à iniciativa privada, como rodoviárias, aeroportos, parques, terminais de ônibus, cemitérios e equipamentos públicos em geral. Essas novas zonas seriam submetidas a regras especiais distintas da vizinhança onde estão, definidas caso a caso, o que envolve limite de altura para edifícios, incentivos para a construção civil etc.
Nova versão vai dificultar demolição de vilas perto de metrô, trem e corredor de ônibus
Um novo trecho deve excluir as vilas dos eixos de transporte, de modo a dificultar que empreendimentos façam a demolição das casas ou sobradinhos para construir prédios sem limite de altura. A mudança não seria um tombamento das vilas, mas uma forma de torná-las menos atraentes ao mercado imobiliário e submetidas a zoneamento mais restritivo.
A mudança irá abranger os locais oficialmente considerados como vilas, o que é definido desde 2022 por resolução da Câmara Técnica de Legislação Urbanística (CTLU) – ligada à Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento. “(São) Assim consideradas aquelas constituídas em agrupamento de construções residenciais realizadas em conjunto com abertura de passagem que não tenham origem em arruamento aprovado, e sem a instituição de condomínio”, diz o documento.
Essa definição engloba as vilas que se enquadram em ao menos uma de quatro condições. Uma delas é a descrita pela Lei de Zoneamento, de 2016. Ela é: “conjunto de lotes fiscais, originalmente destinados à habitação, constituído de casas geminadas, cujo acesso se dá por meio de via de circulação de veículos de modo a formar rua ou praça no interior da quadra com ou sem caráter de logradouro público”.
Caso não se encaixe nesse entendimento, o conjunto ainda pode ser reconhecido como vila se for considerado como tal por: uma decisão judicial com trânsito em julgado; o Cartório de Registro de Imóveis até 16 de dezembro de 1985; a Prefeitura até 16 de dezembro de 1985.
A resolução prevê, ainda, que conjuntos de residências que não preencham alguma dessas condicionantes possam requerer avaliação pela CTLU para se tornarem oficialmente vilas.
Trecho que prevê troca de taxa por execução de obra pública vai sair
Também está definida a retirada do trecho que permitia que construtoras trocassem o pagamento da chamada outorga onerosa por meio da execução de obras de drenagem, habitação e mobilidade. A proposta permitia a possibilidade de até 10% de desconto no que seria pago na forma de taxa.
Urbanistas ouvidos pelo Estadão avaliam que essa nova modalidade de pagamento não garantia uma execução de boa qualidade dos projetos. Além disso, apontam que resultará no enfraquecimento do Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb), fundo municipal voltado para obras públicas, que tem destinação definida pelo poder municipal em conjunto com um conselho gestor. O setor imobiliário chegou a falar na necessidade de ajustes para que a alternativa seja atrativa.
Unidades com mais vagas de garagem e microapartamentos
Como o Estadão antecipou na semana passada, o texto substitutivo irá retomar o trecho proposto pela gestão Nunes para vagas de garagem em prédios perto de metrô, trem e corredor de ônibus. A mudança prevê um desestímulo a mais microapartamentos na cidade e, ao mesmo tempo, um incentivo municipal para que grandes unidades tenham mais de um espaço para estacionar.
A mudança permite que empreendimentos perto de metrô e outros “eixos de transporte” criem mais vagas de garagem não contabilizadas na área construída – que é limitada a quatro vezes a metragem do terreno mediante o pagamento da “outorga onerosa”, uma espécie de taxa pelo direito de construir. Isto é, serão espaços para carros isentos da principal taxa cobrada pela Prefeitura ao setor imobiliário e que não impactarão no limite de tamanho dos edifícios.
O trecho estava originalmente na proposta enviada aos vereadores pela gestão Nunes, em março, mas foi posteriormente retirado no texto substitutivo, apresentado pelo relator, Rodrigo Goulart (PSD), dois meses depois. O trecho que será adicionado ao projeto envolve empreendimentos de uso misto: prédios que reúnem apartamentos e espaços não residenciais (como comércio no térreo, por exemplo).
Os condomínios com uso misto se tornaram a maioria dos lançamentos no entorno de metrô, trem e corredor de ônibus nos últimos anos. Com a retomada do trecho na versão final do projeto, esses empreendimentos estarão sujeitos às mesmas regras propostas para os que são totalmente residenciais.
A mudança proposta restringe que os empreendimentos construam uma vaga “gratuita” para cada apartamento de ao menos 30 m², o que torna menos atraente a construção de compactos, que tiveram um boom com 250 mil unidades lançadas nos últimos anos. Por outro lado, permite um espaço para carros “grátis” para cada 60 m² de área privativa, ou seja, estimula que apartamentos grandes tenham mais de uma vaga.
O Plano Diretor hoje em vigor permite um espaço de estacionamento “grátis” por apartamento, independentemente da metragem. Essa regra (e a mudança proposta) envolve os empreendimentos dos “eixos de transporte” – áreas que recebem vários incentivos municipais e que concentram a maioria da verticalização na cidade.
Trecho que liberava prédios perto do Mirante de Santana será retirado
O trecho que revogava a lei que veta a verticalização no entorno do Mirante de Santana, na zona norte, também será retirado. Na versão já votada, os parlamentares haviam incluído no texto um artigo que colocava fim a uma lei dos anos 1970 que vetava prédios altos a fim de não interferir nas aferições climáticas da única estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na capital paulista.
O recuo atende a outro pedido de Nunes. Na semana passada, o prefeito afirmou publicamente que vetaria tal artigo se a Câmara insistisse na mudança.
Câmara removerá trecho que libera criação de praças privadas
Goulart também anunciou a retirada do artigo sobre o Plano Municipal de Praças Urbanas, que previa a criação de praças privadas em áreas particulares e a concessão de praças para a implantação de comércios. Esse dispositivo permitia, ainda, que parte do potencial construtivo desses locais fossem utilizados como “créditos construtivos” para serem aplicados em outros lugares da cidade.
Globo Online - RJ 21/06/2023
O mercado imobiliário comemorou as mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida aprovadas pelo Conselho Curador do FGTS. Em nota, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) disse que a ampliação do valor máximo do imóvel de R$ 264 mil para R$ 350 mil, era um pleito antigo do setor.
- As mudanças no teto, limite e curva de subsídios devem promover um aumento do acesso à população de menor renda, permitindo melhores condições de crédito às famílias mais carentes - afirma o presidente da ABRAINC, Luiz França.
Felipe Lemos, gerente Comercial da incorporadora The INC, salienta que a alta dos custos de construção elevou o valor dos novos imóveis que não conseguiam mais serem financiados dentro do programa. Segundo ele, o setor de construção civil vinha sofrendo, principalmente pós-pandemia, com a alta no custo da construção puxada pelo aço e demais insumos.
- Projetos anteriormente estudados por nós serão viabilizados com essa mudança e a construção civil contribuirá cada vez mais para o crescimento da economia do país.
Uma das consequências da medida, na opinião de Bruno Camargo, gerente Comercial da CTV Construtora, é estimular os incorporadores a lançarem ao mercado empreendimentos em bairros mais consolidados de transporte, comércio e serviço, onde naturalmente há escassez de terrenos e o custo do metro quadrado tem um maior valor agregado.
- É, sem dúvida, uma boa notícia que pode ajudar a reduzir o déficit habitacional.
Alessandra Vieira, diretora da Cubo Projetos Especiais, analisa que o aumento do teto do programa Minha Casa Minha Vida é extremamente positivo por ampliar o acesso aos benefícios a um público que vinha desassistido de opções no mercado.
O Estado de S.Paulo - SP 21/06/2023
Um dos temas mais discutidos nas audiências públicas do Plano Diretor da cidade de São Paulo, a preservação de vilas em locais perto de metrô, trem e corredor de ônibus será, em parte, incorporada ao texto final do projeto de lei. A mudança está em ajustes finais, mas foi confirmada pelo relator da revisão, vereador Rodrigo Goulart (PSD), na segunda-feira, 19.
O Plano Diretor é a mais importante lei urbanística municipal, com uma série de regras e incentivos construtivos hoje evidentes na cidade. A proposta será submetida para segunda e definitiva votação na segunda-feira, 26, e, depois, encaminhada para promulgação pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). O Estadão explicou aqui quais serão as possíveis principais mudanças.
O novo trecho deve excluir as vilas dos eixos de transporte, de modo a dificultar que empreendimentos façam a demolição das casas ou sobradinhos para construir prédios sem limite de altura. A mudança não seria um tombamento das vilas, mas uma forma de torná-las menos atraentes ao mercado imobiliário e submetidas a zoneamento mais restritivo. O texto final ainda não foi divulgado pela Câmara, mas deve ser publicado no Diário Oficial nesta semana.
As alterações atendem a uma demanda da sociedade civil, mas não devem pôr fim às manifestações contrárias à revisão. Alguns pontos criticados serão mantidos, como a expansão dos eixos de verticalização. Hoje, o raio dessas áreas é até 600 metros das estações de metrô e trem - o relator prevê aumentar para até 800 metros.
A versão que havia sido aprovada no fim de maio no Legislativo, porém, previa aumento ainda maior: até mil metros. O recuo ocorreu após uma série de críticas ao projeto. Os eixos de transporte são as áreas que concentram a maioria dos apartamentos lançados na cidade nos últimos anos, por terem vários atrativos para o mercado imobiliário das incorporadoras.
Esses locais podem receber prédios sem limite de altura, enquanto o máximo é de até 48 metros no restante da cidade, a depender do zoneamento. Outra diferença está no volume da área construída. Nos eixos, corresponde a quatro vezes a metragem do terreno. Em outros locais da cidade, é limitado a até duas vezes. Outro benefício nos eixos é a possibilidade de as construtoras ficarem isentas de pagar parte da taxa (a outorga onerosa) quando há comércio no térreo do edifício, dentre outros.
“Estamos pensando em uma forma de excluir as vilas, preservando quando tiverem alguns parâmetros (para a exclusão), como a questão cultural, histórica, de paisagem urbana, a ambientação”, disse Goulart em coletiva de imprensa.
Já uma eventual limitação de altura a vizinhos de vilas não será feita neste momento. Isso porque ela é delimitada por outra lei, a de zoneamento, que será revisada pela Câmara nos próximos meses.
Mas o que é considerado vila?
A mudança irá abranger os locais oficialmente considerados como vilas, o que é definido desde 2022 por resolução da Câmara Técnica de Legislação Urbanística (CTLU) – ligada à Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento. “(São) Assim consideradas aquelas constituídas em agrupamento de construções residenciais realizadas em conjunto com abertura de passagem que não tenham origem em arruamento aprovado, e sem a instituição de condomínio”, diz o documento.
Essa definição engloba as vilas que se enquadram em ao menos uma de quatro condições. Uma delas é a descrita pela Lei de Zoneamento, de 2016. Ela é: ”conjunto de lotes fiscais, originalmente destinados à habitação, constituído de casas geminadas, cujo acesso se dá por meio de via de circulação de veículos de modo a formar rua ou praça no interior da quadra com ou sem caráter de logradouro público”.
Caso não se encaixe nesse entendimento, o conjunto ainda pode ser reconhecido como vila se for considerado como tal por: uma decisão judicial com trânsito em julgado; o Cartório de Registro de Imóveis até 16 de dezembro de 1985; a Prefeitura até 16 de dezembro de 1985.
A resolução prevê, ainda, que conjuntos de residências que não preencham alguma dessas condicionantes possam requerer avaliação pela CTLU para se tornarem oficialmente vilas.
A preservação de vilas é um dos temas que mais chamaram a atenção nos últimos meses. Em maio, o conselho municipal de patrimônio cultural (Conpresp) aprovou – em caráter de urgência – o tombamento provisório de casas geminadas, casarios e sobrados de cerca de oito vilas, travessas e ruas sem saída nas proximidades do Parque do Ibirapuera, zona sul. A decisão foi motivada pela demolição de casas na região.
Como mostrou o Estadão, dias depois da decisão, tapumes chegaram a ser instalados por uma empresa de demolição em uma vila na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, mas o procedimento foi cancelado após denúncia. Em 2019, episódio semelhante motivou mobilização pelo tombamento de um conjunto de sobrados da Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila Mariana, e do que restou da Vila João Migliari, no Tatuapé, na zona leste.
Associações de bairro reivindicam preservação
A preservação de vilas está entre as mudanças defendidas por parte da oposição. Substitutivo apresentado na segunda-feira pelo PSOL fala na exclusão de vilas residenciais que se encaixam na resolução da CTLU e, também, reivindica que o entorno de até 30 metros também não possa ser transformado em eixo de verticalização.
Mudanças para evitar o avanço da verticalização nas vilas também são tema frequente nas audiências públicas, especialmente por moradores ligados ao movimento Pró-Pinheiros. “Estamos tendo a destruição da memória da cidade”, disse uma liderança em uma das audiências.
A Associação Amigos do Mirante Jardim São Paulo também enviou ofício aos vereadores com o pedido de preservação das vilas. Uma das recomendações fala em “eventuais ajustes, considerando áreas envoltórias de bens tombados, áreas que contenham vilas ou outras ocorrências relativas à paisagem urbana e ao patrimônio cultural e ambiental”.
Abaixo-assinado criado por lideranças do Pró-Pinheiros em 2021 reuniu, por exemplo, mais de 7 mil assinaturas pela preservação do que define como o “único quadrilátero com ocupação horizontal no bairro de Pinheiros”, que envolve a chamada Vilas do Sol, no quadrilátero formado pelas Ruas Mateus Grou, Artur de Azevedo, Dr. Virgílio de Carvalho Pinto e dos Pinheiros. O local fica nas proximidades da Estação Fradique Coutinho, da Linha 4-Amarela do Metrô.
O plano tem dividido opiniões. A Minha Sampa lançou a campanha “SP não está à venda” em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Rede Nossa São Paulo, o departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SP), o Instituto Pólis, o Perifa Sustentável e o Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (Labcidade). Manifestações contrárias foram realizadas nas últimas semanas, inclusive nesta terça-feira, 20.
Também há entidades que se manifestam a favor das mudanças. O Secovi-SP, que representa as empresas do mercado imobiliário, publicou comunicado em que afirma que a proposta “amplia o que deu certo na sua concepção e permite maior inclusão de pessoas em áreas dotadas de infraestrutura urbana”.
Proteção de vilas também será discutida na revisão da Lei de Zoneamento
Neste ano, a discussão sobre a preservação das vilas ganhou força especialmente após a Prefeitura apresentar, em maio, nova proposta de revisão da Lei de Zoneamento, que facilitará o avanço de edifícios no entorno desses locais. A versão final do projeto de lei deve ser enviada no fim do mês aos vereadores, segundo afirmou o líder do governo, Fabio Riva (PSDB), em coletiva de imprensa sobre o Plano Diretor na segunda.
Entre as mudanças propostas pela gestão Nunes até o momento, estão o aumento no limite de altura de imóveis perto de vilas, de até 15 metros para 28 metros quando localizados nos “centrinhos de bairro” (onde há amplo comércio) e nas áreas de interesse social (onde vive população vulnerável, como cortiços). Isso se aplica a imóveis a até 20 metros de distância dos conjuntos.
A altura de até 28 metros hoje é permitida apenas nos vizinhos de vilas perto de estações de metrô, acessos de trem e corredores de ônibus. Outra alteração na lei que facilita o avanço da verticalização junto às vilas é a liberação para que terrenos vizinhos sejam anexados ao que antes era a vila se ela for totalmente demolida. Hoje, é vetado unir terrenos de vilas aos dos vizinhos.
Ainda não há definição se essas propostas estarão no projeto de lei a ser enviado à Câmara pela Prefeitura. Contudo, como a Lei de Zoneamento deve seguir o Plano Diretor, eventuais mudanças não poderão alterar a proteção às vilas perto de metrô, trem e corredor de ônibus.
Na avaliação de parte dos especialistas ouvidos à época pelo Estadão, essa mudança pode “sufocar” o entorno desses conjuntos a depender das características do local. Com a mudança, esses locais se tornam mais atraentes para empreendimentos de maior porte, ainda mais porque a altura máxima passará a ser a vigente na vizinhança como um todo.
Ou seja, se a vila for extinta, as casas e sobrados poderiam ser substituídas por espigões. Já a Prefeitura disse à época que essa regra já passou a ser aplicada no processo de licenciamento, com o entendimento de que “se não houver impedimento da legislação de preservação para demolição das edificações da vila, ela deixa de existir com a demolição das edificações que a compõem, não cabendo a aplicação das restrições.”
Valor - SP 21/06/2023
Aumento de teto e de subsídio no programa atende necessidade de incorporadoras econômicas, que vinham reduzindo lançamentos
Para Fanny Oreng, analista do Santander, incorporadoras vão lançar mais — Foto: Silvia Zamboni/Valor
O setor imobiliário aguardava desde o início do ano as novas medidas para o Minha Casa, Minha Vida vindas do conselho curador do FGTS. Nesta terça-feira (20), elas vieram, e foram recebidas com entusiasmo pelas incorporadoras.
“É um décimo terceiro para o setor, um dia de alegria”, diz Marcelo Volker, porta-voz da incorporadora EPH, que atua no programa.
A principal medida foi o aumento do teto da faixa 3, a mais alta, para famílias com renda entre R$ 4.400 e R$ 8 mil. O valor passou de R$ 264 mil - teto que só valia para São Paulo, Rio e Brasília, enquanto outras cidades tinham limites menores - para preço máximo nacional de R$ 350 mil. Também elevou os tetos máximos das faixas 1 e 2 para R$ 190 mil e R$ 264 mil, a depender do local.
Em cidades como Araraquara (SP) e Ourinhos (SP), destaca Pedro Donadon, CEO da incorporadora ADN, houve aumento de quase 70% no teto do programa. Segundo ele, há nesses municípios demanda por unidades mais caras do que o teto atual de R$ 208 mil, mas, ao ter que vendê-las via financiamento bancário tradicional, com juros mais altos, os consumidores perdiam poder de compra.
Não são só clientes que ganham condições melhores. Ao ter que vender fora do programa, incorporadoras como a ADN também precisam recorrer ao financiamento à produção com recursos da poupança, hoje escassos, ou ao mercado de capitais. “Há dificuldade generalizada para financiar fora do programa”, diz Donadon.
O novo teto vai permitir levar essa produção de volta ao MCMV, com funding do FGTS, o que dá mais segurança para lançar, segundo o empresário, que pretende concentrar novos projetos no segundo semestre.
“É importantíssimo, porque se não se consegue construir, não tem produto. Agora vai ter”, diz Luiz França, presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Ele afirma que, desde a pandemia, o setor sofre com inflação de custo.
Volker destaca que incorporadoras do setor têm tido prejuízo por causa do aumento do custo da construção e da dificuldade para repassar preço. As mudanças devem “resolver o problema de liquidez” dessas companhias, para ele.
O conselho do FGTS também aprovou aumento do subsídio para as faixas 1 e 2, que passam de no máximo R$ 47,5 mil para R$ 55 mil, dependendo da renda familiar e da localização do projeto.
Houve ainda a redução da taxa de juros na faixa 1, que passou de 4,25% para 4% ao ano no Norte e Nordeste e de 4,5% para 4,25% ao ano nas outras regiões. Para as faixas 2 e 3, os juros foram mantidos, de 4,75% a 7,66% ao ano, ainda inferior ao praticado fora do MCMV, com 10% ou mais.
Fanny Oreng, analista do Santander, destaca que a Caixa terá mais incentivo para ampliar a oferta de financiamento mais longo, com 35 em vez de 30 anos, o que elevaria em 6% a capacidade de compra dos clientes.
A expectativa de Oreng é que as medidas aumentem o número de empresas atuando no MCMV e a concorrência dentro do programa. Segundo ela, incorporadoras já consolidadas, como as de capital aberto, serão beneficiadas e devem lançar mais ainda neste ano.
Pesquisa feita pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) no primeiro trimestre mostra que os lançamentos recuaram 42% em relação ao início de 2022 e 49% ante o fim do ano.
A Cury, uma das incorporadoras listadas que atuam no MCMV, pode adiantar lançamentos de 2024 para o quarto trimestre, a depender do resultado das mudanças, diz Ronaldo Cury, diretor de relações institucionais. Ele diz que as novidades permitem procurar terrenos em regiões onde não havia mais viabilidade para operar, com público de renda mais baixa.
Nas últimas semanas, o presidente Lula tem dito que quer um MCMV “para a classe média”, para rendas até R$ 9 mil ou R$ 12 mil e com teto de R$ 500 mil nos imóveis. Cury vê as afirmações como um “balão de ensaio”, mas lembra que em outros momentos de Selic elevada também houve reforço das camadas atendidas com recursos do FGTS, temporariamente e com valores limitados por ano.
Uma linha para imóveis até R$ 500 mil seria ideal para a Plano&Plano, que tem 70% da produção no MCMV, e vem reforçando os lançamentos nessa faixa, segundo a diretora de incorporação Renée Silveira. A empresa tem ticket médio de R$ 220 mil a R$ 225 mil e atua mais no faixa 2, mas as medidas vão permitir ampliar o público.
Victor Almeida, presidente do conselho de administração da incorporadora Pacaembu, diz que o governo tem cartas na manga, além do já anunciado, como a aplicação do “FGTS futuro” (uso do valor futuro dos depósitos como parte da renda familiar) e um fundo garantidor para famílias com renda informal.
Grandes Construções - SP 21/06/2023
Com objetivo de debater políticas públicas, desafios e oportunidades para o setor ferroviário no país, o 1º Fórum de Debates Ferrovias em Foco foi realizado na última quinta-feira (15) no auditório do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), na Cidade Universitária, em São Paulo.
Em formato híbrido, o evento foi acompanhado por cerca de 400 pessoas, contando com a participação de players do setor ferroviário e metroferroviário, empresas ferroviárias, entidades de classe, acadêmicos e especialistas do segmento, bem como integrantes dos governos federal e estaduais.
No primeiro painel, o presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Venilton Tadini, criticou a falta de competência logística competitiva da malha ferroviária.
“Faltam investimentos no setor, mas isso não se resolve somente com capital privado ou novas ferrovias”, disse. “É preciso ampliar a participação da indústria no uso da ferrovia com o transporte de maquinários, por exemplo”, defendeu.
Por sua vez, Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), traçou um panorama sobre as políticas nacionais de transportes e de mobilidade urbana.
Segundo ele, o ministro Renan Filho, do Transportes, tem propostas efetivas nesse sentido.
No segundo painel, o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, deu destaque aos trabalhos que o estado vem promovendo na Nova Ferroeste.
“A Ferroeste será um marco de um novo tempo para o segmento ferroviário no Paraná. Será um modal fundamental para nosso estado e para o país”, comentou.
O secretário de Infraestrutura e Logística do Mato Grosso, Marcelo Oliveira, explicou que as 141 cidades mato-grossenses são interligadas por rodovias, o que representa a maior malha rodoviária do país, com cerca de 35 mil km e somente 11 mil km são pavimentados.
“Somos os maiores produtores de diversas culturas agrícolas e pecuárias, e um dos grandes problemas que temos é justamente no transporte dessa produção até os terminais ferroviários”, destacou.
O assessor de logística da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Lucio Lagemann, lembrou que o estado conta com duas importantes ferrovias: Malha Oeste e Malha Norte.
“Temos um grande projeto que está sendo trabalhado nos últimos três anos, pois entendemos que a Ferroeste é o melhor modal para o escoamento da produção de longa distância”, frisou.
O coordenador de Planejamento, Logística e Transporte da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, André Nozawa Brito, informou que estado passa por um momento de estruturação da revisão do planejamento estratégico de transportes multimodal.
Segundo ele, "a grande diretriz desse plano se resume à palavra sustentabilidade, não só ambiental, mas também econômica e social".
Representante do governo federal no painel, o superintendente de Transporte Ferroviário da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Ismael Trinks, traçou um histórico da evolução das ferrovias no Brasil.
Ele falou sobre os investimentos atuais e futuros do governo no segmento, abordando as expectativas de crescimento desse modal.
Mostrando o ponto de vista das operadoras sobre o marco regulatório do setor, José Luis Vidal, diretor executivo da Associação Nacional das Ferrovias Autorizadas (ANFA), destacou o movimento pelo qual o setor está passando.
“O setor ferroviário vive um momento disruptivo com a mudança de governo e de diretrizes”, acentuou.
O terceiro painel contou com a participação de representantes da iniciativa privada, enquanto a última parte do evento debateu especificamente o transporte de passageiros.
O encerramento marcou o lançamento oficial do Instituto da Qualidade Ferroviária (IQF), que tem por objetivo “promover a qualidade, competitividade e sustentabilidade no setor metroferroviário com o aprimoramento contínuo das competências”.
A íntegra do Fórum pode ser conferida neste link.
Petro Notícias - SP 21/06/2023
Um importante marco para o setor de energia da Argentina. O país iniciou hoje (20) o processo de enchimento do gasoduto Néstor Kirchner, que ligará o campo de gás Vaca Muerta, em Neuquén, à localidade de Salliqueló, na província de Buenos Aires. O processo de enchimento da linha deverá ser concluído no dia 9 de julho, quando o gasoduto será oficialmente inaugurado. O empreendimento permitirá que a Argentina reduza sua dependência das importações de gás da Bolívia.
“Construído em tempo recorde, o gasoduto permitirá, com seus 573 km de extensão, uma economia anual de US$ 4,2 bilhões com a substituição de importações, favorecendo a economia de divisas e promovendo nossa independência energética”, escreveu a secretária de Energia, Flavia Royón, em uma rede social. “Os 50 mil empregos gerados graças a esta obra e a rapidez de sua execução e início de obra mostram a capacidade de trabalho que os argentinos têm quando há gestão e decisão política”, acrescentou.
O trecho que será inaugurado corresponde à primeira etapa do projeto. A segunda fase prevê a continuidade da obra desde Salliqueló até San Jerónimo, no sul da província de Santa Fé, o que abriria a possibilidade de chegar aos grandes centros urbanos e industriais do país com maior volume de gás de Vaca Muerta, e vinculá-lo ao gasoduto Nordeste (GNEA) para abastecer as províncias da região.
Recentemente, o presidente Lula chegou a mencionar que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar parte da obra do gasoduto. A fala aconteceu durante viagem do presidente brasileiro à Argentina, em janeiro deste ano. Lula, no entanto, não chegou a detalhar como seria feito o financiamento ou qual seria o valor do empréstimo. No futuro, após novas obras de expansão, o gasoduto poderia chegar até o Brasil.
IstoÉ Dinheiro - SP 21/06/2023
O petróleo fechou em queda nesta terça-feira, 20, ao passo que investidores digerem o corte de juros pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês). Analistas apontam que a medida veio abaixo do esperado, em meio a poucos estímulos do governo chinês para acelerar a recuperação econômica, o que tende a gerar preocupações sobre a demanda da segunda maior economia planeta. Além disso, o mercado de energia monitora indícios de aumento na oferta global.
O WTI para agosto fechou em queda de 1,03% (US$ 0,74) a US$ 71,19 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), após operar na segunda-feira apenas em pregão eletrônico devido a feriado nos EUA. Já o Brent para o mesmo mês fechou em baixa de 0,25% (US$ 0,19), a US$ 75,90 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Na visão da Navellier, os preços do petróleo continuam a ser afetados por temores de mais altas nos juros do Federal Reserve (Fed) e fraqueza na atividade econômica da China.
Analista da Oanda, Edward Moya aponta que houve “frustração” no mercado de energia com o tamanho dos cortes do PBoC nas taxas de juros de longo prazo (LPR, na sigla em inglês) da China. Moya observa que os preços do petróleo recentemente parecem conectados a “qualquer coisa” relacionada à China, apoiados na semana passada diante de sinais de maior demanda e fracos nesta sob as frustrações com os estímulos econômicos.
“O petróleo WTI parece estar começando a encontrar algum suporte decente no nível de US$ 68 e isso deve durar caso o Fed não assuste os mercados – afinal, os dirigentes podem estar prontos para entregar mais de dois aumentos adicionais nas taxas”, avalia a Oanda.
Em relatório, o Commerzbank analisa que a fraqueza do mercado de petróleo também pode estar relacionada ao aumento nas exportações de petróleo do Irã e ao suprimento “apenas marginalmente reduzido” da Rússia. “Uma variedade de provedores de dados, consultores e empresas analíticas como Kpler, SVB Energy International e FGE relatam que as exportações de petróleo iraniano atingiram 1,5 a 1,6 milhões de barris por dia em maio, seu nível mais alto em cinco anos”, pontua o banco.
No noticiário, a Argentina começou nesta terça a carregar o novo oleoduto “Néstor Kirchner” e deve inaugurá-lo até o dia 9 de julho, reporta o site de notícias Infobae.
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